AHK RJ leva grupo de empresários para 1º Programa Internacional

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AHK RJ leva grupo de empresários para 1º Programa Internacional
O Painel Brasil-Alemanha é uma publicação trimestral
da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha
do Rio de Janeiro (AHK-Rio).
Presidente
Dr. Guilherme Stüssi Neves
Diretor-executivo
Hanno Erwes
3 Editorial
4 Eventos
•Empresários alemães participam de duas rodadas de negócios na AHK-Rio
•Fábrica de caminhões e ônibus da Volkswagen recebe diretoria da AHK
•AHK RJ leva grupo de empresários para 1º Programa Internacional de Business
e Marketing na Alemanha
Conselho Editorial
Dr. Guilherme Stüssi Neves
Hanno Erwes
Editora
Ana Carolina Richard
Jornalista Responsável
Simone Guimarães (MT. 30268/RJ)
Colaboração
Alessandra Santos
Produção
Interligar - Branding & Design
Impressão
Gráfica Di Giorgio
8 Capa
•Há 20 anos caía o Muro de Berlim e a Alemanha se tornava uma só nação
12 Saber nunca é demais
12 Acontecimentos
•Comemoração de 10 anos da Protego-Leser do Brasil
•Instituto da Criança é a mais nova parceira da AHK na área de Responsabilidade
Social
Fotografias
Marden Matos
Coordenação Comercial
Ana Carolina Richard
14 Geral
•Brasil Offshore 2009
Tiragem
1.000 exemplares
Distribuição gratuita a todos os associados das
Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha
(AHKs), órgãos públicos e privados e associações
internacionais. Os conceitos emitidos nas matérias não
representam necessariamente a opinião oficial das AHKs.
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reduzir e corrigir textos que nos sejam enviados.
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www.ahk.com.br
Painel Brasil-Alemanha • Nº2/2009
8
Por toda a cidade, marcas no chão identificam a antiga localização do muro de Berlim.
Editorial
Prezados leitores,
Em 2009, Alemanha comemora dois grandes jubileus: os 60 anos da República Federal da Alemmanha e os 20 anos da queda do Muro de Berlim e da Unificação do lado oriental e ocidental
do país. Nesse número da nossa revista, você poderá conferir uma reportagem especial sobre
este fato tão importante da História Mundial.
A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha tem como objetivo maior a integração dos
dois países e pensando nisso promove acordos comerciais, rodada de negócios e feiras entre
empresas brasileiras e alemães. Veja a reportagem sobre a vinda de duas importantes deleggações alemães ao Brasil (até o fechamento deste edição) e a participação da AHK-Rio e seus
associados na Feira Brasil Offshore, a maior feira de petróleo do Brasil, realizada em Macaé.
Leia também: reportagem sobre o Instituto da Criança, novo parceiro da AHK-Rio e a coluna
Você sabia.
Boa leitura e bons negócios!
Marcelo Bueno
Marcelo Bueno
Diretor da AHK RJ
Nº2/2009 • Painel Brasil-Alemanha
Eventos
Empresários
alemães participam
de duas rodadas
de negócios na
AHK-Rio
No dia 20 de julho de 2009, a AHK-Rio
recebeu, no prédio da Firjan, empresários do
estado alemão da Baviera para uma rodada
de negócios com empresas brasileiras. A
comitiva, composta de 21 pessoas entre
políticos e empresários, foi liderada por Katja
Hessel, secretária adjunta de Economia,
Infraestrutura, Transporte e Tecnologia do
Estado da Baviera.
A Baviera é hoje um dos estados mais ricos
da Alemanha e têm importantes empresas,
tais como BMW, Audi, MAN, Knorr-Bremse,
Infineon, Microsoft, Adidas, Puma, Siemens
e EADS. A visita desta delegação, além de
interesses econômicos e culturais, se deve
também a comemoração do 10º ano de
atuação da Representação do Estado de
Baviera no Brasil.
Mauricio Chacur, presidente da Investe Rio,
foi o responsável por apresentar a situaçção econômica e social do Rio de Janeiro à
delegação. Na reunião também estiveram
presentes Guilherme Stüssi Neves e Carlos
Mariano Bittencourt, respectivamente presiddente da AHK-RJ e vice-presidente da FIRJJAN, e Marcus Haas, cônsul geral adjunto da
Alemanha. “Em três anos teremos em torno
de 62 bilhões de dólares de investimentos
no nosso Estado nas áreas de petróleo, gás,
energia, siderúrgica, logística, nos esportes e
no Programa de Aceleramento Social (PAC).
Sem contar o pré-sal, que já é previsto a resserva de 80 bilhões de barris de óleo leve,
com investimentos de 600 bilhões de dólarres” ressaltou Chacur.
“O Brasil é o mais importante parceiro commercial da Baviera na América do Sul. Investtimos 1,6 bilhões de euros em 2008 e já são
300 milhões de euros só no primeiro trimesttre de 2009”, declarou a secretária do Estado
de Baviera, Katja Hessel. E concluiu: “Esta
Painel Brasil-Alemanha • Nº2/2009
Dr. Guilherme Stüssi Neves, Maurício Chacur, Katja Hessel, Carlos Mariani Bittencourt, Marcus Haas e Hanno Erwes
visita só vem intensificar nossos acordos e
gerar mais parcerias. Queremos também
ajudar o Brasil para que as Olimpíadas sejam
realizadas aqui”.
Participaram do evento 11 empresas alemãs
(Otto Klobe & Sohn GmbH, fabricante de
máquinas para metalização à vácuo; Fraunm
nhofer Institut, desenvolve micro bombas,
micro válvulas e micro fluídos para as apliccações diversas, como na cura do glaucoma
e câncer no cérebro; GAUFF GmbH & Engm
gineering KG, gerenciamento de projetos,
principalmente em construção civil, energia
e saneamento; BioPark Regensburg GmbH,
biotecnologia incubadora de empresas
de Life Sciences e Ruhland, König & Co.
Elektro GmbH, tecnologia especial na coloccação e remanejamento de dutos pequenos
e flexíveis para água, esgoto, gás, fibra ótica
e energia.) e 26 brasileiras (Carrera Advogm
gados, especializada em meio ambiente e
urbanismo; Engesystems, equipamentos de
logística, armazenagem e distribuição de
movimento de cargas; Heinz Consultoria
e Serviços Ltda, consultoria em tecnologgia; Lentz S.A., atuação em petróleo, gás e
energia; Seebla, gerenciamento e projetos,
principalmente na área ambiental; GCT Bio,
soluções inovadoras em bio-processos, energgia e água; Chrystaus Pacific Trading Ltda
e Nivimport, serviço de usina de reciclagem
de lixo e aquisição de maquinários para projjetos de reciclagem; Coppe/UFRJ e Eneltec,
incubadora de empresas e responsável por
energia elétrica e tecnologia, respectivamentte; Impulse Assessoria de Negócios Ltda,
consultoria em organização empresarial,
marketing e comércio exterior e Haztec, solluções integradas em sustentabilidade sócioambiental e segurança operacional).
No dia 8 de maio, foi a vez dos empresários
do estado alemão de Baden-Württemberg
serem recebidos para uma nova rodada de
negócios com empresas brasileiras. A comitivva, composta de 17 pessoas, foi liderada pelo
secretário de Economia Richard Drautz. Badden-Württemberg representa um dos estaddos mais importantes da Alemanha quando
falamos em tecnologia, pesquisa e desenvolvvimento. Para este intercâmbio comercial, o
evento contou com quatro empresas alemmãs: a Calvatis GmbH (fornecedora de proddutos de limpeza para indústria alimentícia e
de bebidas); a Wöhwa Waagenbau GmbH
(responsável pela inovação na fabricação
de esteiras, misturadores de fluxo, balanças
veiculares voltados para área de mineração
e controle de engenharia a Hermle Uhrenmm
manufaktur GmbH (produtora de relógios)
e a Reck+Gass (responsável por desenvolver
projetos para planejamento de construções,
plantas industriais e planejamentos de esttruturas). O Brasil foi representado por 17
empresas, dentre elas: a Opmac Metalúrgicm
ca e Caldeiraria Ltda (foco em estruturas
metálicas e de madeira), a Lutz Quaresma
Arquitetos Associados Ltda (área de projjetos voltados para arquitetura); a Amsterdm
dam Sauer (do ramo de jóias e relógios); e
a Nippon Importadora (vendas de relógios,
bebidas, perfumes, cosméticos, além de mannutenção na área de informática e consertos
em geral). O
Jorge Cunha, tradutora Petra Zimmermann, Cônsul
alemão Hermann Erath, Dr. Guilherme Stüssi Neves,
presidente da AHK e Richard Drautz, Secretário de
Economia de Baden-Württemberg
Fábrica de caminhões e ônibus da
Volkswagen recebe diretoria da AHK
Visitantes puderam testar os veículos produzidos em Resende
Colaborou: Roberta Ribeiro
Os membros da diretoria da Câmara de
Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio
de Janeiro (AHK-Rio) tiveram a oportunidade
de conhecer a linha de produção da fábrica
de caminhões e ônibus da Volkswagen (VW),
em Resende, durante a reunião de diretoria,
realizada no dia 11 de agosto. Saindo do
Aeroporto Santos Dumont, um ônibus da VW
levou todos os visitantes até a cidade, que fica
na região do Vale do Paraíba Fluminense.
Na programação do encontro, além da reunnião dos empresários, que aconteceu na
parte da manhã, houve também a apresenttação institucional da VW e a visita à linha de
montagem dos veículos de grande porte da
fábrica, que é feita por meio de um consórcio
modular, ou seja, diferentes empresas forneccem peças e serviços para que os veículos
sejam montados com o padrão de qualidade
Volkswagen. O Test Drive dos caminhões e
ônibus foi uma das atividades mais aguarddadas da programação.
Durante a primeira parte do encontro, o pressidente da AHK-Rio, Guilherme Stüssi-Neves,
ressaltou a necessidade e a relevância da
promoção de ações que possibilitem ampliar
a visibilidade do estado do Rio de Janeiro, no
que diz respeito às oportunidades empresar-
riais. “Queremos que, quando se veja o Brasil
do exterior, ao se pensar em oportunidades de
investimentos e negócios, não seja lembrado
apenas o estado de São Paulo, mas também
o Rio de Janeiro, entre outros”, afirmou.
Guilherme falou ainda sobre o evento de
grande porte que discutirá a possível separração, sob viés jurídico, do capital consideraddo privado do que é investido e acumulado
por empresas. Ele ainda acrescentou que por
ser uma preocupação de muitos empresários
brasileiros e alemães, essa questão acaba
inviabilizando o aumento do fluxo de investtimentos no Brasil. “Isto atrapalhará investimmentos futuros de médio prazo. Os tribunais
não podem pôr em risco os patrimônios e
possíveis investimentos. No desenvolvimentto do capitalismo no mundo, um dos pilares
se deu pela separação do que é o capital púbblico e privado”, enfatizou.
A efetivação do projeto do camarote da
Câmara no carnaval carioca de 2010 foi
anunciada por Hanno Erwes, fato que foi
comemorado pelos executivos presentes. O
espaço terá 40 metros quadrados decorados;
bar com variados tipos de bebidas; buffet
com cinco opções de jantar, entradas, comid-
As dras. Laura Oliveira, do escritório Pinheiro Neto, e
Karin Sodré, do Stüssi-Neves Advogados, mostraram
a força feminina durante o test drive
da japonesa e sobremesas. O camarote terá
capacidade para 48 pessoas por noite.
O relato de Pedro Werneck, presidente do
Instituto da Criança (IC), uma organização
do terceiro setor cujo objetivo é promover
o empreendedorismo social, aliando as habbilidades e possibilidades de cada individuo
e adequando-as às necessidades de determminados grupos, despertou o interesse de
vários associados.
A entidade atua como incubadora social de
programas e instituições. Além disso, ajuda
empresas do eixo Rio/São Paulo a implantarrem e desenvolverem práticas socialmente
responsáveis. “Trabalhamos com o empreenddedorismo social e desenvolvemos ações nas
quais as pessoas podem identificar potencciais. A idéia é buscar por meio da iniciativa
privada investimentos para viabilizar ações. A
hora de pensar em ajudar é sempre acrescida
das perguntas: o que fazer? Como fazer? Se
a instituição é séria? O IC atua no sentido de
promover essa ligação”, explicou Werneck. O
Visita à linha de Montagem
Nº2/2009 • Painel Brasil-Alemanha
Comitiva da AHK
RJ marca boa
presença no EE
AHK RJ leva grupo de empresários
para 1º Programa Internacional de
Business e Marketing na Alemanha
Demilson Guilhem*
Thomas Timm, Vice-Presidente Executivo da AHK
SP; Hermann Erath, Cônsul da Alemanha no Rio
de Janeiro; o Ministro da Economia da Alemanha
Karl-Theodor Zu Guttenberg; Michael Bohnhof, da
MPC do Brasil e Hanno Erwes, Diretor Executivo da
AHK RJ.
A AHK RJ, liderada pelo seu presidente
Guilherme Stüssi Neves, conseguiu agendar
uma reunião com o Ministro da Economia
da Alemanha Karl-Theodor Zu Guttenberg
durante sua visita ao Brasil na ocasião
do Encontro Econômico Brasil Alemanha,
realizado em Vitória/ES, entre os dias
30 de agosto e 1º de setembro. Entre as
empresas que participaram do encontro
estavam Muenchmeyer Petersen do Brasil,
Laboratório B.Braun, Oiltanking Terminais,
Rodenstock/Igal, MAN Diesel do Brasil e
Schott do Brasil.
O ministro alemão é o mais jovem a assummir o posto desde 1949. Com apenas 37
anos, ele um dos líderes da União Social
Cristã da Bavária, jurista e cientista políticco. Um dos pontos defendidos por ele, ao
assumir a função no ministério, é a reduçção da carga tributária alemã. A 27ª edição
do Encontro Econômico, englobou o 27º
Encontro Empresarial e a 36ª Reunião da
Comissão Brasil-Alemanha de Cooperação
Econômica. Uma das novidades desse ano
foi um espaço no site do evento, no qual
os visitantes inscritos puderam escolher
as rodadas de negócios de acordo com
os interesses de atuação empresarial, sellecionando, por exemplo, fornecedores ou
futuros clientes. O
Painel
Painel Brasil-Alemanha
Brasil-Alemanha •• Nº2/2009
Nº2/2009
Durante o período de 20 a 31 de julho de
2009, oito executivos brasileiros do Rio de
Janeiro de diversos segmentos participaram
na Alemanha de um abrangente programa
de Negócios e Marketeing Internacional,
dividido em palestras e visitas técnicas,
coordenado pelo professor Paulo Pfeil, da
Universidade Federal Fluminense (UFF), em
parceria com a Câmara Brasil-Alemanha do
Rio de Janeiro, a Export-Akademie BadenWürttemberg GmbH e o Brasilen-Zentrum
da Universidade de Tübingen.
As palestras, todas a cargo de especialistas,
abordaram temas relacionados com Gestão
Intercultural, Estratégias de Marketing, Recurssos Humanos, Inovação, Mercado Farmacêuticco Internacional e Oportunidades e Riscos da
Globalização na Economia Mundial. O programma foi aberto pelo Reitor (Chancellor) da Univversidade de Tübingen Andréas RothfuB.
Neste programa, os participantes puderam
entender as práticas modernas de produção
utilizadas nas empresas dos mais diversos
segmentos por intermédio de contato direto
com profissionais competentes de empresas
de grande e médio porte como Mercedes Benz,
BASF, Kärcher, Hansgrohe e Ritter Sports.
Em visita realizada no Wirtschaftsministerrium (Ministério da Economia do Estado de
Baden-Wurttemberg), o grupo foi recebido
pelo Ministro da Economia Ernst Pfister. Nestta oportunidade, foram discutidas possibiliddades de negócios entre empresas alemãs e
brasileiras. Também foram realizadas visitas
a Bolsa de Valores de Frankfurt a ao Banco
UBS, em Zurique, Suíça.
Durante o fim de semana, os participantes
também passearam pela cidade de Munique e
pelo Lago de Constança, o que proporcionou
contato direto com a cultura, gastronomia e
belezas do Sul da Alemanha. O
* Demilson Guilhem é Gerente de Gestão e
Controle da empresa Ben’s - Soluções em
Gestão de Benefícios
Empresa Hansgrohe – Schiltach - Alemanha
Nº2/2009 • Painel Brasil-Alemanha
Capa
Há 20 anos caía o Muro de Berlim e a Alemanha se
tornava uma só nação
“Impedir a atividade inimiga das forças
revanchistas e militares”. Com essa frase, dita
em 1961, o chefe de Governo e secretáriogeral do Partido Socialista Unitário da
República Democrática Alemã (RDA) Walter
Ulbricht, justificava a construção daquele
que seria uma dos maiores monumentos de
ditadura e repressão à liberdade da história
da Alemanha: o Muro de Berlim.
Até 1989, ano da construção do Muro, a Alemmanha vivia entre o capitalismo e o socialismo.
O pós-guerra exigiu certas concessões comercciais a países como os Estados Unidos, Inglatterra e França. Esse equilíbrio não se sustentou
por muito tempo, pois os contrates eram muitto grandes. Como manter um regime socialista
autêntico, abrindo brechas para a modernizaçção que o capitalismo proporcionava?
Mas, para entender a razão da construção do
Berliner Mauer e principalmente da queda do
Muro precisamos voltar ainda mais no tempo.
Antes disso, em 1949, após a 2ª Guerra Munddial, nascia aquela que hoje se tornaria uma
das maiores potências econômicas do munddo: a Republica Federativa da Alemanha.
Na madrugada do dia 13 de agosto de 1961,
um muro foi construído para, além de dividir
a cidade de Berlim ao meio, simbolizar a divvisão do mundo em dois blocos: a República
Federal da Alemanha (RFA), que era constittuído pelos países capitalistas encabeçados
pelos Estados Unidos; e a República Democcrática Alemã (RDA), constituído pelos países
socialistas simpatizantes do regime soviético.
A construção do Muro de Berlim era para os
alemães orientais como “uma muralha de
proteção antifascista”.
No dia 23 de maio de 1949, foi promulgadda a Lei Fundamental, uma Constituição
do país que possuía 146 artigos. Essas leis
eram regidas por um desejo, descrito em seu
prefácio: “servir à paz do mundo, dentro de
uma Europa unificada”. Mas, 12 anos depois,
a visão de unificação não era mais o alicerce
da democracia.
Painel Brasil-Alemanha • Nº2/2009
Na justificativa oficial, porém, não foi citadda uma palavra sobre o êxodo da população
alemã oriental para o lado oeste ou ocidental.
Aliás, este era o verdadeiro motivo da consttrução do muro: impedir a fuga em massa
da população, que começava a se intensificcar com o passar dos anos.
A construção
Na calada da noite, o chefe do governo
Walter Ulbricht encarregou Erich Honecker,
então secretário do Conselho Nacional de
Defesa, de cercar imediatamente a frontteira. Às 1h05, de 13 de agosto de 1961, a
iluminação de rua no Portão de Brandembburgo, o cartão de visita da cidade, foi apaggada. Cerca de 20 mil policiais da Guarda de
Fronteira, soldados, funcionários do Stasi o poderoso serviço secreto e de segurança
da RDA -, além de grupos de trabalhadores,
avançaram rumo à demarcação do setor
ocidental. De madrugada, eles arrancaram
camadas de asfalto e paralelepípedos das
ruas, empilhando-os para formar barricadas.
Cercas de arame farpado e blocos de conccreto armado foram instalados. Onde isso
ainda não era possível, tanques bloquearam
a passagem. A cerca ao longo dos três setor-
res ocidentais de Berlim dividiu ruas, cemittérios, linhas de bonde e trens, propriedades
e até famílias, da noite para o dia. Seis horras depois, a fronteira, contornando os 155
quilômetros de Berlim Ocidental, estava
toda cercada.
Dos 81 postos fronteiriços em Berlim, 69
foram fechados nessa mesma noite e outtros cinco tiveram igual destino nos dias
seguintes. Restaram sete, a partir de então
utilizados para o tráfego de mercadorias e a
entrada de pessoas que visitavam a Alemannha Oriental. Sua população não podia mais
sair. Posteriormente, estabeleceu-se um riggoroso sistema de autorização de viagens
ao Ocidente, que continuaram sendo um
sonho para a grande maioria dos alemães
orientais.
A queda
Alguns historiadores acreditam que sem o
Muro de Berlim, a Alemanha Oriental não terria sobrevivido. Sua criação impediu o êxodo
de milhares de pessoas. Originalmente, era
na Berlim Oriental que se concentrava a poppulação operária.
Mas, ano após ano, os protestos populares
dos lados do Muro contra a RDA haviam se
acirrado e se intensificaram ainda mais em
1989. Crescia a manifestação para que o Govverno Socialista alemão facilitasse o direito
O Muro de Berlim
em números
28 anos de existência (12 de agosto de
1961 a 9 de novembro de 1989).
•
155 quilômetros de extensão, de uma
faixa de fronteira de cerca de 1400 quillômetros que separavam a Alemanha Ociddental da Oriental.
•
•4
metros em média de altura.
43 quilômetros de comprimento só na
área metropolitana de Berlim.
•
8 linhas de trens urbanos, 4 de metrô,
193 ruas e avenidas, 24 quilômetros de
rios e 30 quilômetros de bosques era atravvessados pelo “concreto”.
•
24 horas por dia de vigilância feita por
homens fortemente armados com ordens
expressas para impedir qualquer tentativa
de invasão a qualquer custo.
•
de viagem dos alemães orientais ao lado
ocidental. Famílias inteiras foram separadas
pelo Muro e as inúmeras mortes pelas tentattivas de cruzar a fronteira (ver box) aumentavvam ainda mais a pressão mundial para o fim
da divisão territorial. A declaração do então
líder soviétivo Mikhail Gorbachev em favor
da “derrubada” do Muro, em 7 de outubro de
1989, se tornou “a gota d’água”, e a Alemanha
Oriental acabou se rendendo aos apelos dos
mais diversos líderes internacionais.
O Muro começou a ser derrubado no dia 9 de
novembro de 1989. Na prática o que acontteceu foi o anúncio da permissão imediata
para que as pessoas pudessem atravessar
a fronteira – principalmente no trecho que
tinha ficado conhecido internacionalmente
como “a faixa da morte”. A partir daí, a mobbilização foi totalmente popular. Naquela
mesmo dia, milhares de pessoas se aglomerraram nos postos de fronteira e o “quebraquebra” do Muro foi inevitável. Foram dias
de festa e demolição. Para o povo, quebrar
à marretadas o maior símbolo de repressão
à liberdade de ir e vir, só perdia em emoção
para o reencontro de famílias que tinham
sido separadas pelo concreto. De fato, ele
começou a ser demolido oficialmente pelo
Governo em 13 de junho de 1990 e, no fim
de 1991, já não havia quase nenhum sinal da
obra que o presidente do Conselho de Estado
300 torres de observação, com inúmeros
postes com holofotes.
•
• 20
bunkers (instalações antiaéreas subterrrâneas).
• 260
canis.
• 100
metros de largura de área de fronteira,
conhecida como a “faixa da morte”.
5075 pessoas fugiram no período de 28
anos, pelos métodos mais diversos: túneis
através da cidade; veículos pequenos que
passassem debaixo das traves ou preparados
para esconder pessoas; caminhões pesados
para arrebentar os obstáculos; barcos; ultralleves; balões e aviões improvisados; trem;
utilização de documentos falsificados e ajudda de grupos da RFA que se dedicavam a orgganizar a fuga de alemães do Leste.
•
havia uma segunda barreira, com cercas
com alarme, trincheiras profundas antiveícculos e minas terrestres.
•
pelo Parlamento da RDA Erich Honecker decclarara, em 1989, como “eterna”.
Mas, a felicidade completa só veio em 3 de
outubro de 1990, com a assinatura da Unifficação das duas Alemanhas, dando fim a
República Democrática Alemã (RDA). Surge
ali, uma só Alemanha, uma só capital, um só
povo. Curiosamente, mesmo sendo a sede do
Governo Oriental, e sendo vista como econommicamente mais atrasada do que Born (cappital do lado ocidental), a cidade de Berlim
foi escolhida para se tornar a capital da Alemmanha Unificada. Era o desaparecimento do
Bloco Socialista Europeu e para muitos o fim
da Guerra Fria, que veio se consolidar em 31
de dezembro de 1991, com a extinção oficial
da União das Repúblicas Socialistas Soviéticcas (URSS ou do russo CCCP).
O “Muro” nos dias de hoje
O governo comunista ainda tentou tirar provveito comercial do Muro. Em dezembro de
1989, a empresa exportadora da Alemanha
Oriental Limex passou a negociar partes do
colosso de concreto. Pelos trechos mais cobbiçados, chegou a faturar 50 mil marcos. Os
pedaços espalharam-se pelo planeta, vendiddos ou dados como suvenir a estrangeiros
por políticos e empresas alemãs, institutos
culturais e pessoas comuns. O Parlamento
alemão e a Prefeitura de Berlim chegaram
• 870 milhões de marcos foram gastos
para erguer o muro de concreto e as demmais instalações da fronteira.
4400 pessoas tentaram cruzar a fronteirra apenas no primeiro semestre de 1961 e
seis meses depois, 18 mil e 300 foram conddenadas por tentativa de fuga e passaram
anos nas prisões.
•
270 mortes diretas foram registradas
oficialmente pela Procuradoria Geral da
República em tentativas de travessia do
Muro.
•
1065 é o número de mortes consideraddas pelo ONG Treze de Agosto (dados de
2004). Aqui foram consideradas todas as
mortes ligadas à tentativa de fuga até suiccídios das pessoas que tiveram seus plannos descobertos.
•
Fonte: Deutsche Welle
Nº2/2009 • Painel Brasil-Alemanha
a presentear três partes do Muro às Nações
Unidas, para exposição em frente da sede da
ONU, em Nova Iorque.
Nos Estados Unidos, há restos do Muro em
vários lugares. No Freedom Park (Parque da
Liberdade), em Washington, foram instaladdas oito partes dele e uma torre de vigia ao
lado de uma estátua derrubada de Lênin. Outtros pedaços podem ser encontrados diante
do Quartel-General da CIA, em Langley (Virggínia) e de várias universidades da Califórnnia. As bibliotecas presidenciais de Richard
Nixon, Ronald Reagen e George Bush igualmmente possuem reminiscências do Muro em
seus acervos.
Segundo o site da Deutsche Welle, diversos
sites garantem haver marcas da velha consttrução em pontos distantes na Terra, como
na escola alemã da Cidade do México, e na
Plaza Berlin na capital da Guatemala, assim
como em Buenos Aires (Argentina), Camberr-
ra (Austrália), Jacarta (Indonésia), Trelleborg
(Suécia) e Fátima (Portugal).
Em Berlim, junto ao Portão de Brandemburggo, o principal cartão postal da capital alemã,
não há o menor sinal do Muro. Alguns parallelepípedos marcam pelo chão seu traçado
no centro da cidade. Na Bernauer Strasse,
um pedaço dele foi transformado em memmorial. Outra parte pode ser vista no terreno
da antiga Gestapo nazista, na Niederkirchner
Strasse.
A faixa ao longo do Muro de Berlim foi transfformada em um parque e os alguns pedaços
que ainda ficaram de pé foram grafitados,
retirados e vendidos como suvenir nos anos
após a queda.
O trecho mais longo, superior a um quilômmetro, ainda está de pé próximo à Estação
Ferroviária Leste (Ostbahnhof). Pintado por
artistas, o paredão foi transformado em
galeria de arte. Duas torres de vigia igualm-
mente ainda permanecem no Schlesichen
Busch, no bairro de Treptow, e na Kieler
Strasse, no centro.
As comemorações
O atual prefeito de Berlim Klaus Wowereit
apresentou a imprensa, em agosto deste
ano, uma maquete de um dominó gigante
que está sendo construído para marcar o
aniversário da queda do Muro de Berlim.
As peças de dominó gigantes, feitas por artisttas europeus, serão usadas na comemoração
dos 20 anos da queda do Muro de Berlim, no
próximo dia 9 de novembro. Serão mais de
mil peças coloridas. Por toda a Alemanha esttão programadas festas e atos políticos para
celebrar a queda do símbolo que separou a
Alemanha em duas por 28 anos. O
Fonte pesquisa: site da Deutsche Welle e de
História Geral.
Cronologia da construção e queda do Muro
8 de maio de 1945: Com o fim da 2ª
Guerra Mundial, a Alemanha é dividida
em quatro zonas (Inglaterra, França, EUA
e URSS).
24 de junho de 1948: Soviéticos impeddem acessos terrestres a toda Berlim. Dois
dias depois, os EUA criam a ponte aérea de
abastecimento de Berlim Ocidental.
“ninguém tem o objetivo de construir um
muro”.
13 de agosto de 1961: Polícia e Forças
Armadas da Alemanha comunista fecham
a fronteira com Berlim Ocidental.
23 de agosto de 1961: RDA proíbe ociddentais de entrarem no lado Oriental.
5 de dezembro de 1948: Eleições à Câmmara na parte ocidental de Berlim consollidam a divisão da cidade.
13 de junho de 1968: RDA impõe vistto para visitantes alemães ocidentais em
Berlim Oriental.
23 de maio de 1949: Fundação da Reppública Federal da Alemanha (RFA), abranggendo as zonas de ocupação inglesa, franccesa e norte-americana. Mundialmente,
a RFA ficaria conhecida como Alemanha
Ocidental.
26 de março de 1970: Aliados iniciam
política de reaproximação.
7 de outubro de 1949: A zona soviética
vira República Democrática Alemã (RDA).
O lado comunista ficaria conhecido internnacionalmente como Alemanha Oriental.
26 de maio de 1952: RDA instala postos
de controle ao longo de toda fronteira intteralemã e bloqueia as linhas telefônicas.
15 de junho de 1961: Chefe de Estaddo e de partido Walter Ulbricht declara:
10
Painel Brasil-Alemanha • Nº2/2009
31 de janeiro de 1971: RDA libera cinco
linhas telefônicas entre os dois lados.
Muro ainda vai durar 50 ou 100 anos.
5 de maio de 1989: Hungria começa remmoção de cerca na fronteira com a Áustria,
provocando uma fuga em massa dos alemmães orientais para a Alemanha Ocidental
através desses dois países.
7 de outubro de 1989: Durante a cerimmônia de 40 anos da RDA, o chefe de Estaddo soviético Mikhail Gorbatchov apela por
reformas na Alemanha Oriental.
4 de novembro de 1989: Um milhão de
manifestantes, em Berlim Oriental, protesttam por reformas.
21 de dezembro de 1972: Acordo prevê
abertura de representações diplomáticas.
9 de novembro de 1989: Aprovada nova
regulamentação sobre viagens para o Ociddente. Mal-entendido na comunicação
leva uma multidão de alemães orientais a
se dirigem aos postos de controle e forçar
a abertura da fronteira. Historicamente, a
data fica conhecida como o dia da queda
do Muro.
1974: RDA instala a “área de segurança”
- uma segunda linha de demarcação.
3 de outubro de 1990: Assinada a Unificcação da Alemanha.
19 de janeiro de 1989: Chefe de Estado e
do Partido Socialista Unificado da Alemannha (PSUA), Erich Honecker garante que o
Fonte: Deutsche Welle
5 de julho de 1973: Liberado pequeno
trânsito de fronteira para alemães ocidenttais.
Entrevista
“A queda do Muro era inevitável”,
analisa o Cônsul Geral Alemão
Há três anos, Hermann Erath vive no Brasil.
Em 2006, foi Cônsul Geral em São Paulo e
desde julho de 2007 têm o posto de CônsulGeral da República Federal da Alemanha no
Rio de Janeiro, com competência para os Esttados de Minas Gerais e Espírito Santo. Anttes, Hermann trabalhou como Embaixador na
Venezuela e Tailândia, além de ter sido Chefe
de Missão Adjunto na Embaixada da Alemannha na Jamaica e de ter tido Representação
Permanente na ONU, em Nova Iorque. Mas é
Singen-Baden-Württemberg, no sul da Alemmanha, a sua terra natal. E é da Alemanha
que possui lembranças de um fato histórico
que até hoje é lembrado pelo mundo: a Quedda do Muro de Berlim, em 1989.
pobre e esta situação estava insustentável.
Eu, inclusive, sempre tive a esperança que o
Muro caísse. Henry Kissinger (secretário de
Estado dos Estados Unidos da América, na
década de 70, e filho de imigrantes alemães
refugiados da guerra em 1938), sempre dizia
que gente que gosta de futebol entende
de política. Isto é a mais pura verdade e eu
observava isto quando raramente ocorriam
jogos de futebol entre times da Alemanha
Ocidental e Oriental. As pessoas gritavam
emocionadas por verem seus times jogando
com o lado oposto. Até os jogadores eram
considerados heróis. Nesta hora é que eu via
o quanto o povo queria liberdade e como
entendia toda política existente.
Nesta entrevista, Hermann Erath conta como
esta situação mexeu com o povo alemão pollítica, econômica e emocionalmente.
PAINEL: O senhor tinha família do lado
Oriental?
PAINEL: Na época da queda do Muro de Berllim onde o senhor vivia?
ERATH: Vivia em Bonn, uma pequena cidade
escolhida para capital da Alemanha Ocidental.
Eu trabalhava escrevendo discursos para o Dr.
Klaus Kinkel que era o Ministro de Assuntos
Estrangeiros. Na hora que o Muro caiu, eu vi
pela TV e não acreditei. Foi surpreendente.
PAINEL: Por quê?
ERATH: Porque o povo queria muito que o
Muro de Berlim fosse derrubado mas ninguém
tinha idéia de quando isso ia acontecer. Desde
1961, as pessoas lidavam com a ditadura
e a paciência estava cada vez no limite. O
tempo passava, a esperança aumentava,
mas parecia que o dia da libertação nunca
chegaria. Meses antes da queda do Muro
muitas manifestações ocorreram na parte
leste (Alemanha Oriental) e acredito que isto
deu uma força ao movimento de unificação.
PAINEL: Então, o povo alemão estava saturaddo com a existência do Muro de Berlim?
ERATH: Sim, as pessoas queriam ser livres.
Todos percebiam isto, inclusive o governo.
O lado Oriental sofria muito, era muito
ERATH: Não. Minha família morava (e aindda mora - Hermann tem uma filha e uma
irmã que moram na Alemanha) na parte
Ocidental, mas vi de perto como a ditadura
funcionava, pois, em 1967 eu estudava perto
de Berlim e para chegar lá tinha que passar
por fronteiras com vários soldados armados.
Imagina viver esta situação todos os dias,
como o caso dos moradores do lado leste?
Eles viviam economicamente pior e tinham
sua liberdade ameaçada a todo o momento.
Coisas simples, como viajar, eram proibidas.
Grupos faziam manifestações com slogans
bem definidos. Lembro que o primeiro sloggan era “Queremos viajar para o Oeste” o que
mais tarde se transformou em “Nós somos
um só país”. Após a queda, o povo ficou tão
feliz que pegaram seus carros, ou até mesmo
vieram a pé até o Muro destruído e foram
visitar seus amigos e parentes que moravam
no outro lado. Foi emocionante.
PAINEL: Então, na sua opinião, a queda do
Muro de Berlim foi totalmente positiva?
ERATH: A queda do Muro era inevitável e
para mim foi positivo. A meu ver não se tinha
outra saída, porque o mundo mudou e não
há mais espaço para ditaduras. Mas, é claro,
Cônsul Hermann Erath
como qualquer fato, alguns pontos negativos
podem ser vistos. Hoje em dia, o Leste ainda
é menos desenvolvido do que o Oeste. As
pessoas do lado leste têm pensamentos mais
fechados, menos modernos. Parece que o
Muro ainda existe na cabeça delas. Eles vivem
como num clube fechado. Outra coisa a se
observar é que a moeda utilizada na época,
a Deutsche Mark, ficou desvalorizada. Com
isto, houve quebra de muitas empresas e falta
de emprego, atrapalhando economicamente
até países como Polônia e Hungria, que
tinham parcerias com empresas alemãs.
Realmente houve um colapso econômico da
parte Oriental.
PAINEL: Como ficou a Alemanha após a
queda do Muro de Berlim?
ERATH: O Muro começou a ser derrubado
no dia 9 de novembro de 1989, mas a unifficação da Alemanha só aconteceu quasse um ano depois, no dia 3 de outubro de
1990. Verificou-se que a parte da Alemannha Oriental estava desgastada em vários
setores. Por isto, nestes últimos 20 anos, a
parte Ocidental desembolsou 1,4 bilhões de
euros para a antiga parte Oriental para que
esta se erguesse. Desde então, 500 mil novas
empresas foram abertas legalmente e 80%
dos equipamentos das indústrias foram prodduzidos após a unificação. Sem contar que
crescemos 60% economicamente. Estamos
no caminho certo. O
Nº2/2009 • Painel Brasil-Alemanha
11
Saber nunca é demais
Acontecimentos
Você sabia?
Comemoração de 10 anos da
Protego-Leser do Brasil
... que este ano comemoram-se os 200
anos de nascimento de Mendelssohn?
Felix Mendelssohn-Bartholdy, nascido em
3 de fevereiro de 1809, foi o primeiro
compositor judeu da Alemanha a receber
honrarias, ocupar cargos significativos,
assim como alcançar destaque social e ser
celebrado em toda a Europa.
... que, no mês de agosto, um Hotel de Berllim foi palco da 35ª Competição Mundial
de Coquetéis, organizada pela Associação
Internacional de Barmen? Mais de 800
concorrentes de 52 países competiram
em duas categorias: “clássica” - onde os
barmen vestidos tradicionalmente tenttavam conquistar o paladar dos juízes
- e “talentosa” - onde os competidores se
apresentaram em números com malabarrismos. Em 2010, o torneiro será realizado
em Cingapura.
... que mais de dois mil atletas de 202 naccionalidades, participaram do 12º Camppeonato Mundial de Atletismo da IAAF
(Associação Internacional de Federações
de Atletismo, na sigla em inglês), entre os
dias 15 e 23 de agosto, em Berlim? Dois
canais alemães transmitiram o evento
para mais de 190 países. A sede do Munddial foi o Estádio Olímpico de Berlim, o
mesmo que sediou os Jogos Olímpicos de
1936 e a final da Copa do Mundo de futebbol de 2006.
... que a Alemanha comemorou o quadraggésimo aniversário de realização do Festtival de Música de Woodstock, com dois
festivais hippies, entre os dias 16 a 19 de
julho? O primeiro foi em Burg Herzberg,
lugarejo situado no Estado do Hessen, e o
segundo em Finkenbach, a 28 quilômetros
de Heidelberg, em Baden-Württenberg.
Woodstock foi o maior evento open-air
da história da música pop e reuniu cercca de meio milhão de jovens na pequena
cidade de Bethel, nas proximidades de
Nova York. O
12
Painel Brasil-Alemanha • Nº2/2008
Nº2/2009
A PROTEGO-LESER do Brasil comemorou no
dia 29 de abril 10 anos de existência com
uma grande festa que contou com a presençça do cônsul geral adjunto da República Fedderal da Alemanha Marcus Hass, o presidentte da Câmara de Comércio Brasil Alemanha
Dr. Guilherme Stüssi Neves, o diretor executtivo da Câmara de Comércio Brasil Alemannha Hanno Erwes além de representantes da
Petrobras, Shell, Bayer e Basf. O diretor geral
da PROTEGO-LESER do Brasil Francisco Siesttrup agradeceu a presença dos convidados e
mostrou-se emocionado ao discorrer sobre
as conquistas da empresa, numa apresentaçção que contou também com as saudações
e agradecimentos dos presidentes das mattrizes na Alemanha Martin Leser e Hubert
Leinemann, através de vídeo.
A PROTEGO-LESER do Brasil resultou da
união de duas empresas líderes de mercado
no cenário mundial de Válvulas de Segurança,
Corta-Chamas e Válvulas de Alívio de Pressão
e Vácuo. Suas matrizes, a LESER de Hamburg
e a PROTEGO de Braunschweig se destacam
entre seus concorrentes por serem as maiores
investidoras em pesquisa e desenvolvimento
dentro de seus respectivos setores.
Fundada em março de 1999, a PROTEGO-LESSER do Brasil teve sua primeira locação na
Rua Guatemala, bairro da Penha, no estado
do Rio de Janeiro. No início, seu quadro de
funcionários era composto por apenas uma
pessoa, Francisco Siestrup. Ao longo dos
anos, através de árduo trabalho principalm-
mente nos setores Químico e Óleo & gás,
ficaram evidentes os ganhos. Em 2001, a
empresa alugou o andar superior do prédio
em que estava instalada. A nova área serviu
para comportar os setores de engenharia e
administração, deixando o espaço antigo
exclusivamente para o setor de produção.
Em 2007, em função do aumento contínuo,
houve nova mudança, desta vez para a Rua
Montevidéu, também no bairro da Penha,
para área total de 960m², aproximadamente
cinco vezes maior que a disponível em seu
antigo endereço. A mudança possibilitou
oferecer maior conforto aos seus funcionárrios melhor divisão dos setores e criação do
setor de assistência técnica.
A PROTEGO-LESER do Brasil é a principal
fornecedora de válvulas de segurança, Cortta-Chamas e Válvulas de Alívio de Pressão
e Vácuo para os segmentos Óleo & Gás e
Químico. Consegue assegurar a qualidade de
seus produtos viabilizando inúmeros certificcados emitidos por entidades certificadoras
reconhecidas no mundo inteiro. Atua com
sucesso dentro e fora do país, contando com
a colaboração de seus 36 funcionários e das
suas 23 representações situadas na maior
parte do território nacional e América do Sul.
Sua assistência técnica com mão-de-obra
qualificada em todo o Brasil ressalta ainda
mais sua excelência no ramo de atuação
considerado, pois consegue estabelecer a
identidade da empresa, que é a preservação
da vida e do meio ambiente. O
Dr. Guilherme Stüssi Neves, Presidente da Câmara de Comércio Brasil Alemanha, Marcus Hass, Cônsul Geral
Adjunto da República Federal da Alemanha, Karin Sodré, Advogada da Stüssi-Neves Advogados, Willi Nass, Diretor
Superintendente da BASF S.A. e Francisco Siestrup, Diretor Geral da Protego-Leser do Brasil.
PAINEL: E como o IC atua junto às empresas?
Primeira formatura do Programa “Pense Alto”, em dezembro de 2008
Instituto da Criança é a mais
nova parceira da AHK na área de
Responsabilidade Social
Segundo a Associação Brasileira de Organizzações Não Governamentais, existem cerca
de oito mil e 600 ONGs registradas no país.
Em meio a tantas instituições, uma, com 12
anos de existência, se destaca com a forma
única com que trabalha a responsabilidade
social: o Instituto da Criança (IC).
O Instituto da Criança, criado pelo adminnistrador de empresas Pedro Werneck em
1987, trabalha dando consultoria às instittuições sociais. Em ouras palavras, ela é a
ponte entre quem precisa de ajuda e quem
quer ajudar. “As pessoas querem ajudar, elas
têm vontade de participar, colaborar, contribbuir, mas nem sempre sabem de que forma
podem fazer isso. Esse é o nosso papel: dirrecionar a melhor maneira da realização do
trabalho voluntário”, diz o presidente do IC.
Atualmente, através de centenas de volunttários, de diferentes áreas de atuação, a ONG
oferece auxilio jurídico, captação de recursos
e outros serviços a nove instituições sociais
no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Com essa importante atuação, o IC se tornou
parceira da Câmara Alemã do Rio de Janeirro com o intuito de divulgar seu trabalho na
área de Responsabilidade Social junto aos
associados da AHK.
PAINEL: Como surgiu o seu interesse pelo
trabalho voluntário?
PEDRO WERNECK: Em 1994, eu conheci uma
mulher chamada Flordelis, que era mãe de
45 filhos. Na época, ela morava na favela do
Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e não consseguia manter os filhos sozinha. Comecei
dando uma quantia semanal para ela. Deppois dessa ajuda de custo, eu e meu irmão
nos organizamos, alugamos e regularizamos
uma casa para que ela pudesse cuidar das
crianças. Vimos que, depois de tudo, as coissas estavam funcionando e não tínhamos
ficado mais ricos ou mais pobres por conta
disso. E percebemos que, ao mesmo tempo,
tínhamos transformado a vida daquelas pesssoas. Depois dessa experiência e de fazer outtros trabalhos de auxílio social, entendemos
que tinha chegado a hora de fazer alguma
coisa mais consistente, criar uma identidade
para o nosso trabalho, fazer uma organizaçção regularizada e juridicamente legal. Daí,
criamos o Instituto da Criança, em 1997.
PAINEL: Na prática, como funciona o IC?
PEDRO WERNECK: O Instituto busca recursos
e os transfere para as nove organizações com
que trabalha atualmente. Com esses recursos,
eles investem no desenvolvimento das suas
obras. Temos também três programas de educcação desenvolvidos pelo próprio IC. Um deles,
o “Espaço Cidadão”, é voltado para adultos. O
programa “Pense Alto” prepara jovens para
ingressar no mercado de trabalho na área de
vendas. E o projeto “Hora da Leitura” estimula
o hábito da leitura entre as crianças.
PAINEL: Como IC atrai as pessoas para o trabbalho voluntário?
PEDRO WERNECK: Na verdade, o que o Insttituto faz é criar uma oportunidade para as
pessoas exercerem o desejo que existe denttre delas. As pessoas querem ajudar, colabborar, contribuir de alguma forma mas nem
sempre sabem como fazer isso. O IC é uma
resposta para essa questão. Atualmente,
nós temos uma equipe de 12 pessoas fixas e
quase 100 voluntários.
PEDRO WERNECK: Temos duas frentes na
área de Responsabilidade Social Corporativa.
Oferecemos consultoria, mostrando para a
empresa, através de um diagnóstico, o que
ela pode fazer, que tipo de ações ela pode
desenvolver junto aos seus colaboradores
e dentro da atividade que ela exerce. Outra
forma é através de contrapartidas sociais, ou
seja, a empresa adquire cotas do Instituto e
investe mensalmente um determinado valor
para, no final do ano, ser considerado coresponsável pelas ações que realizamos.
PAINEL: Qual a diferença do trabalho do
Instituto em relação ao de outras ONGs que
atuam nessa área?
PEDRO WERNECK: O Instituto criou um moddelo único de ação. A rede do IC é formada
por pessoas de diversas áreas. Temos desde
empresários até advogados, médicos, artisttas etc. Somos o elo entre as empresas e as
demais instituições que precisam de ajuda.
Este é um setor que precisa tanto de colabboração que quanto mais gente ajudando,
melhor.
PAINEL: Qual o tipo de trabalho que a AHK
vai realizar junto ao IC?
PEDRO WERNECK: Entendemos que a Câmmara possui uma importante rede de emppresas dentre seus associados. Cada uma
delas representa um potencial parceiro do
IC na medida em que existe atualmente
uma expectativa de realização de ações de
Responsabilidade Social Corporativa (RSC),
proveniente dos stakeholders das empresas
nos mais diversos setores. Assim, o Instituto
oferece uma resposta concreta àqueles que
queiram associar sua marca ao próprio IC,
por intermédio de um programa de cotas,
aonde a empresa compartilha benefícios e
resultados. O Intituto oferece também a posssibilidade da empresa desenvolver internammente uma área própria de RSC, nesse caso,
prestando consultoria. A participação do IC
na Câmara representa um significativo passo
no estreitamento de novas relações, que esttão contribuindo para a ampliação das ações
promovidas pelo Instituto da Criança. Nós
também estamos muito contentes com a
parceria, especialmente porque a equipe que
representa a AHK é formada por profissionnais comprometidos e dispostos a colaborar.
Tenho a certeza que alcançaremos muitos
resultados em conjunto. O
Nº2/2009 • Painel Brasil-Alemanha
13
Geral
Brasil Offshore
2009
*Martin Nietz
Stand da AHK
A exemplo dos anos 2005 e 2007, a AHK Rio
de Janeiro organizou, entre os dias 16 e 19
de junho, um stand coletivo de empresas
alemãs e brasileiras na Brasil Offshore, em
Macaé, 3° maior feira do mundo no setor.
Apesar dos presságios negativos ocasionaddos pela crise econômica mundial, a feira
conseguiu resistir essa tendência.
Com um resultado ainda melhor do que nas
edições anteriores, Macaé, conhecida como
“a cidade de petróleo”, atraiu 50 mil visitanttes e 636 expositores esse ano, com destaque
para a diversidade nos perfis das empresas
participantes, o que garantiu excelente troca
de experiências entre técnicos, consultores e
executivos.
Não é difícil de explicar o grande interesse
pela Brasil Offshore: de um lado, bilhões em
investimentos anunciados pela Petrobras;
de outro, enorme interesse de empresas
estrangeiras em ingressar neste mercado o
mais cedo possível. Somente em 2009, os
investimentos planejados bateram a casa de
US$ 28,6 bi e até 2013 serão mais US$ 175
bilhões.
O stand coletivo da AHK contou com 10 emppresas. Para algumas alemãs, esse foi o primmeiro contato com o mercado brasileiro, o
que para todas, sem exceção, foi positivo e
muito promissor. Foi o caso da empresa Evollogics, que apresentou um novo modem para
14
Painel Brasil-Alemanha • Nº2/2009
a comunicação subaquática. Graças à vinda
ao Brasil e também à participação na feira, a
empresa conseguiu entrar em contato com o
departamento de pesquisa e desenvolvimentto (CENPES) da Petrobras logo que chegou.
Rudolf Bannasch, gerente e co-desenvolveddor de tecnologia da empresa, afirmou que
o contato com a Petrobras é exatamente o
que buscavam. E concluiu: “Certamente vai
ajudar muito na comercialização do produto
aqui no mercado brasileiro.”
potências econômicas, especialmente em reccursos minerais e infra-estrutura. Empresas
alemãs podem, como um mantenedor traddicional de tecnologia inovadora e alto connhecimento que são, se aproveitar desta boa
localização”. E acrescentou: “O rótulo “Made
in Germany” tem alto valor aqui. Grandes invvestimentos em anos anteriores e a própria
feira Brasil Offshore são grandes indícios da
enorme potência do país, e especialmente do
estado do Rio de Janeiro.”
A empresa de consultoria internacional em
gestão T.A. Cook, de Berlim, atua no mercado
brasileiro desde 2008 e viu no stand coletivo
da AHK a chance de aumentar os negócios e
achar novos parceiros. Stefan Vogel, gerente
de projetos internacionais, vê grandes possibbilidades de fechar projetos interessantes na
área petroquímica com os novos contatos
estabelecidos no Rio de Janeiro.
Além dos expositores, o stand da Câmara atraiu
muitos visitantes alemães, que aproveitaram
para conversar com empresários sobre as
reais chances e oportunidades no mercado
brasileiro. Entre as visitas, representantes
da Associação da Indústria Alemã (VDI) e
políticos como o Cônsul Geral Adjunto da
Alemanha no Rio de Janeiro Marcus Haas.
Oliver Döhne, correspondente da Germany
Trade and Invest para o Brasil, é um especiallista do setor e representa a instituição aqui
no Brasil. Para ele, a feira é um forte indicaddor de que “as indústrias naval e Offshore no
Brasil e mais especificamente no Rio de Janneiro fomentam grandes interesses mundo a
fora e oferecem boas oportunidades para as
empresas alemãs”.
O ótimo resultado e as boas impressões sobbre da feira Brasil Offshore 2009 confirmam
a tendência de excelentes negócios entre
empresas alemãs e brasileiras, o que poderá
se repetir no ano que vem durante a Feira Rio
Oil&Gas, quando novas oportunidades surgirrão para o comércio bilaterial entre os países.
A AHK RJ marcará presença com seu stand
e os interessados já podem procurar nosso
setor de feiras para mais informações. O
Segundo Hanno Erwes, diretor executivo da
AHK no Rio de Janeiro, “o estado é rico em
* Martin Nietz é coordenador de projetos na
área do comércio exterior alemão da AHK RJ
A sua marca reflete o seu negócio?
Na busca por diferenciais em um mercado competitivo, é fundamental que a sua marca
represente, de forma clara e consistente, os seus reais valores e atributos. Uma marca
com valor reconhecido transmite um significado positivo ao produto ou serviço, antes
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