modelo numérico do movimento de heave de uma
Transcrição
modelo numérico do movimento de heave de uma
23º Congresso Nacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e Offshore Rio de Janeiro, 25 a 29 de Outubro de 2010 Modelo Numérico do Movimento em Heave de uma Unidade Flutuante para Produção de Energia Limpa. Daniel Prata Vieira¹ Karen Siewert¹ Lygia Bronneberg¹ André Luis Condino Fujarra¹ ¹ Departamento de Engenharia Naval e Oceânica Escola politécnica Universidade de São Paulo Resumo: O presente trabalho apresenta o desenvolvimento de um modelo numérico que tem o intuito de avaliar o movimento de heave de um sistema de unidades flutuantes responsável por produzir energia limpa através da absorção da energia das ondas oceânicas. Constituído de uma plataforma do tipo Monocoluna e de um cilindro localizado no moonpool desta plataforma, o sistema pretende gerar energia com o uso do movimento relativo entre estas unidades, movimento este causado pela incidência de ondas nas unidades. Este movimento relativo aciona um mecanismo hidráulico que atua num gerador de eletricidade, produzindo assim o produto final do sistema, energia elétrica. Para isso, foi proposto um modelo no qual fosse possível inferir alguns comportamentos do sistema, auxiliando nas fases iniciais de projeto, como, por exemplo, o dimensionamento das unidades. Para obter os coeficientes hidrodinâmicos, presentes na equação do movimento, foi utilizada a ferramenta de análise WAMIT®, em seguida essa equação foi integrada numericamente utilizando a função ODE45, presente na biblioteca do programa MATLAB®, obtendo as séries temporais do movimento que posteriormente foram analisadas. 1 – Introdução A economia referente a energias limpas representa hoje, não somente a solução para o problema da falta de combustíveis, mas também, uma das maiores oportunidades econômicas do século XXI. Energia limpa pode ser entendida como qualquer forma de produção energética que cause mínima interferência na natureza. A história recente nos mostra o quanto o meio ambiente foi prejudicado pela utilização de combustíveis fósseis, e hoje se faz vital a procura por recursos alternativos que possam garantir um processo sustentável de desenvolvimento. A própria indústria mundial de Petróleo e Gás, preocupada com o assunto, está trabalhando a fim de garantir sustentabilidade. No ano de 2008, como exemplo, o investimento mundial em energia limpa ultrapassou o de combustíveis fósseis (O Estado de SP, 2010). Para este ano, espera-se que os investimentos internacionais atinjam a casa dos U$200 bilhões em investimento. Os mares e oceanos possuem uma quantidade praticamente inesgotável de energia limpa, na forma de vento, correnteza, marés e ondas. De acordo com Welander (2010) o potencial de exploração da energia de ondas no mundo inteiro chega em torno de 10 a 15 TWh por ano. Uma fórmula aproximada que utilizada para calcular o potencial de energia de uma única onda, em termos de sua altura e seu período é: Onde: • • • 0.5 – Energia (kW) – Altura Significativa (m) – Período Natural (s) (1) 1 A partir de (1) podemos perceber o quão grande é o potencial energético do mar. O Brasil possui cerca de 3.5 milhões de metros quadrados de mar territorial, ou seja, uma vasta área disponível para a exploração desse tipo de energia. Deste modo o presente estudo propõe a utilização de uma unidade flutuante que consiga converter a energia disponível nos oceanos em energia elétrica. Projetar uma unidade flutuante para tal tarefa é um desafio complexo que já está sendo explorado com sucesso, como é caso de alguns sistemas como o Pelamis e o Aquabuoy, ambos absorvedores de energia das ondas. Uma revisão recente dos principais sistemas de geração de energia através das ondas foi desenvolvida por Falcão (2010), versando sobre diversos exemplos de trabalhos bem sucedidos na área. O tipo de unidade flutuante escolhido para a presente análise é o conceito Monocoluna. A escolha deste tipo de unidade foi baseada no conhecimento adquirido nos últimos anos pelo laboratório Tanque de Provas Numérico, da Universidade de São Paulo, onde o presente trabalho foi concebido. Gonçalves et al. (2010), por exemplo, apresenta alguns dos diversos artifícios geométricos possíveis ao conceito Monocoluna utilizados para atingir níveis desejados de movimento. Definidos o tipo de unidade e o seu propósito, faz-se necessário a geração de um modelo para que possamos analisar o sistema. Sendo assim foi proposta a criação de um simulador dinâmico no domínio do tempo do movimento em heave do sistema, movimento este responsável pela geração de energia. Como diretriz básica para a geração de energia foi utilizado o conceito de geração de energia através de um sistema PTO (Power take off) hidráulico. A escolha deste sistema se baseia em projetos realizados anteriormente e que hoje em dia estão em fases finais de testes. O Pelamis, sistema construído em Portugal e apresentado em Henderson (2006) é o sistema que utiliza o conceito de conversão de energia de ondas através de um sistema hidráulico que vem apresentando os melhores resultados. Este sistema utiliza-se de flutuadores interligado por juntas nas quais ficam localizados os PTOs. Outro sistema que foi largamente levado em consideração é o apresentado em Beatty et al. (2010). Apesar deste sistema se encontrar em fases iniciais de projeto este sistema, assim com o aqui proposto, gera energia através do movimento relativo de heave entre duas unidades para produção de energia. 2 – Descrição do sistema O sistema, que utiliza como base uma unidade flutuante do tipo Monocoluna (Figura 1), conta também com um cilindro flutuante localizado em seu moonpool. Devido ao fato, de as duas estruturas responderem diferentemente às excitações de onda, cria-se um movimento relativo que será responsável pela ativação dos sistemas hidráulicos presentes no interior da Monocoluna. Figura 1 – Exemplo de unidade flutuante do tipo Monocoluna. Basicamente, o sistema hidráulico é composto por um pistão, um acumulador, um reservatório, uma turbina geradora, além das tubulações e válvulas necessárias para seu funcionamento. Um esquema prático do mecanismo hidráulico pode ser visualizado na Figura 2. Quando há um movimento ascendente do pistão, ou seja, quando o cilindro interno sobe em relação à Monocoluna, ocorre a sucção de água do reservatório (neste momento, a válvula que conecta o pistão ao reservatório está aberta, enquanto aquela que se conecta ao acumulador, se encontra fechada). Na seqüência, quando o cilindro interno desce em relação à Monocoluna, as válvulas correspondentes ao reservatório e acumulador encontram-se respectivamente fechadas e abertas. Devido à diferença de pressões, a água pressurizada escoa para o acumulador que também possui uma válvula que permite uma vazão constante para a turbina em todo o processo. 2 • • termo de amortecimento linear na equação do movimento; No termo de amortecimento relativo se insere uma parcela devido à fricção do sistema de trilhos que possibilita o cilindro se movimentar dentro da Monocoluna; O amortecimento de cada corpo é composto por uma parcela potencial e outra viscosa. Para isso foi elaborado o diagrama de corpo livre apresentado na Figura 3. Figura 3 – Diagrama de corpo livre do sistema Na Figura 3, temos que: Figura 2 – Esquema prático do mecanismo hidráulico e seu arranjo radial. 3 - Metodologia Como qualquer outra situação de engenharia, o problema proposto pode ser estudado de três formas: desenvolvimento analítico, modelagem experimental e análise computacional. Como o objetivo deste trabalho é compreender o movimento relativo de heave entre duas unidades oscilantes, o estudo da equação de movimento será abordado através de simulações numéricas. Primeiramente, para criarmos tais modelos numéricos, temos que determinar as forças envolvidas no sistema. Porém antes de determinarmos essas forças é importante ressaltar as hipóteses feitas acerca do modelo: • • • • • É considerado apenas o movimento de heave das duas unidades; Os corpos são excitados apenas por ondas; Inicialmente os corpos estão em equilíbrio hidrostático; Existe apenas restauração hidrostática, ou seja, inicialmente o modelo não está ancorado; Os esforços relativos proveniente do sistema hidráulico inserem apenas um • • • • • • x é a posição do corpo ; K é a restauração hidrostática do corpo ; Bpot é o amortecimento potencial do corpo ; Bvisc é o amortecimento viscoso do corpos ; B é o amortecimento relativo causado pelo sistema hidráulico e pelo sistema de encaixe do cilindro no moonpool. Fw é a força de excitação da onda no corpo ; Os índices acima podem assumir o valor 1 ou 2. A monocoluna será tratada como corpo número 1 e o cilindro interno como corpo número 2. De posse deste modelo que adota como hipóteses que a força de onda apresenta apenas componentes verticais podemos então escrever a equação do movimento das unidades a partir da Segunda Lei de Newton: M Ma 0 0 x · M Ma x Bpot Bvisc B !B x" K x" 0 !B Bpot Bvisc B x 0 Fw #x $ % K Fw (2) 3 Devido à dificuldade em se obter alguns dos coeficientes da equação (2), ( como por exemplo a massa adicional, o amortecimento potencial e a forças de ondas, optou-se por determiná-los los através de um modelo desenvolvido na a ferramenta de análise computacional WAMIT® (Wave Analysis Analysi MIT). O WAMIT® é um programa que utiliza o método dos elementos de contorno, também tam conhecido como método dos painéis, para resolver o problema de escoamento potencial devido à elevação da superfície livre. Um importante aspecto do WAMIT® é que este calcula os coeficientes descritos acima no domínio da freqüência. Os principais ncipais dados que são necessários para a confecção do modelo no WAMIT® são: • • • A malha da superfície molhada das unidades; A matriz de massa-inércia inércia do sistema; sistema A lista de períodos e incidências das ondas regulares as quais se quer analisar. A malha citada acima é criada através de um programa do tipo CAD (Computer Computer-Aided Design) chamado MultiSurf®. ®. Esse programa é dedicado a criação de superfícies parametrizadas, deste modo é possível criar uma geometria genérica e atribuir valores para as variáveis disponíveis eis nessa geometria de forma a gerar diversos modelos semelhantes com tamanhos diferentes. As variáveis escolhidas para caracterizar a malha genérica foram: • • • • • – Diâmetro externo monocoluna; Diâmetro interno – monocoluna; – Calado da monocoluna; – Diâmetro do cilindro; – Calado do cilindro. da da A Figura 4 apresenta a malha genérica criada a partir das variáveis citadas acima. Esta malha deve ser elaborada para o caso de equilíbrio hidrostático da unidade, deste modo as massas da Monocoluna e do Cilindro são obtidas multiplicando multiplicando-se seu deslocamento volumétrico pela densidade da água onde esta será instalada. Figura 4 – Malha genérica érica do sistema Monocoluna (verde) acoplado a um Cilindro (vermelho). Deste modo com o modelo do WAMIT®, WAMIT® descrito acima, é possível obter os parâmetros , , e para cada freqüência de simulação. A próxima etapa é resolver numericamente, no domínio do tempo, a equação (1), fornecendo a ela os valores e . Neste ponto é assumida uma hipótese importante: a simulação no domínio do tempo será realizada apenas para incidência de ondas regulares, lares, ou seja, ondas caracterizadas por uma única freqüência e uma única altura de onda.. Essa hipótese é feita para, inicialmente, mantermos os coeficientes , e constantes durante a solução da equação. Os cálculos utilizando esses coeficientes constantes são mais precisos quando o sistema atinge o regime permanente, ou seja, quando o movimento das unidades tem a mesma freqüência que a forçante, no caso a força de onda. Para ondas irregulares deve-se deve atualizar os valores de cada coeficiente iciente em cada instante de tempo utilizando-se, se, para isso, as chamadas funções de memória. Porém o presente trabalho trata da fase inicial do desenvolvimento de uma ferramenta restringindo suas análises ao comportamento do sistema em ondas regulares. Para resolver a equação do movimento foi então elaborada uma rotina numérica que lê os arquivos de saída do WAMIT e alimenta uma função integradora, gerando assim as séries temporais de movimento. A rotina foi desenvolvida em ambiente MATLAB®. O primeiro passo da simulação no domínio do tempo é fornecer a condição condiç de mar na qual se deseja simular o sistema. sistema De posse dos dados do mar a rotina vai buscar nos arquivos de saída do WAMIT® os coeficientes hidrodinâmicos correspondentes àquela freqüência para compor a equação do movimento. 4 Os coeficientes lidos nestes arquivos estão na forma adimensional, deste modo foi elaborada uma subrotina que realiza a dimensionalização dos valores de acordo com o fornecido pelo manual do WAMIT® (Wamit Inc, 2006). Para compor a equação é necessário escrevê-la de acordo com o que requisita a função integradora utilizada, no caso a função ODE45. Essa função basicamente pede que a equação do movimento seja escrita na forma: &'" ( )*+,-. · &'( % &/+,-( (3) Deste modo precisamos fazer algumas modificações na equação (2). Esta equação deve ser escrita espaço de fases e todos os coeficientes divididos pela massa. Deste modo a equação que deve ser integrada deve ficar na forma: '" 1" 0 2 '" 1" 0 !1 5 :;<= : 7 4 48 89 8 89 4 0 0 4 !: 4 0 8 89 3 0 D EF I ' B B 1 8 89 · 0' 2 % 0 C H 1 B EF B A8 89 G 0 0 @ !: ? 0 8 89 ? ? 0 !1 :;<= : ? 7 ? 8 89 8 89 > (4) Tendo a equação (3) finalmente completa, basta agora fornecer à rotina o tempo de simulação do sistema. Este tempo deve ser tão longo quanto necessite o sistema para entrar no regime permanente. Para a visualização dos resultados gerados por este simulador foram utilizados gráficos das séries temporais do movimento de cada unidade, bem como das séries temporais do movimento relativo entre elas (Figura 5). Figura 5 – Exemplo de série temporal do movimento obtido com a ferramenta de análise no domínio do tempo. 4 - Resultados Nas fases iniciais do projeto de um sistema dificilmente consegue-se obter com precisão os valores dos parâmetros de análise. Sendo assim os resultados apresentados neste trabalho pretendem apresentar o uso da ferramenta desenvolvida para a análise de sensibilidade de alguns parâmetros importantes do sistema. Os resultados apresentados estão expressos em função da altura significativa do movimento relativo das unidades, obtida com a análise estatística da série temporal obtida. Essa escolha foi feita com base no fato de que o objetivo do sistema é gerar energia e o fator mais importante para a geração de energia é o sistema apresentar um bom nível de movimento relativo. A existência de movimento relativo implica na geração de energia. Na Figura 6 temos uma análise de sensibilidade utilizada para se avaliar a interferência do amortecimento relativo no movimento relativo das unidades, valendo-se das dimensões apresentadas na Tabela 1. Tabela 1 – Parâmetros de geometria utilizados na análise de sensibilidade do amortecimento relativo no movimento do sistema. Parâmetro Valor (m) JKLMNM 60 JOLMNM 22 P<Q< 20 JROSOQTU< 20 ROSOQTU< 20 5 A seguir na Figura 7 é apresentado o gráfico obtido através da variação do JOLMNM . 1 0,8 0,36 0,7 0,34 0,6 Altura Significativa (m) Altura Significativa (m) 0,9 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 0 2000 4000 6000 8000 10000 0,32 0,3 0,28 0,26 0,24 Amortecimento Relativo (N/(m/s)) A partir do gráfico obtido na Figura 6 podemos concluir que o decrescimento da altura significativa do sistema é aproximadamente exponencial com relação ao aumento do amortecimento relativo. Podemos também observar que em torno de 7000 N/(m/s) a altura significativa do movimento relativo praticamente se estabiliza em torno de 0.25 m. Esse fato motiva a utilização deste valor médio de amortecimento relativo constante para, a seguir realizar uma outra análise de sensibilidade, análise esta referente a geometria do sistema. O casco da plataforma do tipo Monocoluna é caracterizado pela utilização de seu moonpool como forma de alterar o comportamento em ondas desta. Um estudo realizado por Torres (2007) mostra a utilização deste moonpool como forma de minimizar o movimento da unidade. Uma das conclusões importantes a que este estudo chegou é que a relação entre o diâmetro externo da unidade e o diâmetro do moonpool é a relação geométrica que mais influi no movimento da plataforma. Deste modo, foram gerados diversos modelos de forma que estes cobrissem o intervalo entre 2 e 6 da razão JKLMNM /JOLMNM . Nesta análise, todos os modelos foram executados com os parâmetros apresentados na Tabela 2. Tabela 2 – Parâmetros de geometria utilizados na análise de sensibilidade da geometria do sistema. Parâmetro Valor Unidade JKLMNM 60 M P<Q< 20 M JOLMNM ! 2 JROSOQTU< M ROSOQTU< 20 M XYZ[,. \]^. 7000 N/(m/s) 0,22 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 Demono/Dimono Figura 7 – Análise de sensibilidade da relação diâmetro externo sobre diâmetro do moonpool da Monocoluna. Como podemos observar pelo gráfico, a altura significativa do movimento relativo entre os corpos do sistema apresenta um máximo por volta de JKLMNM /JOLMNM % 2.5. Isso nos leva a concluir que a dimensão final do sistema deve levar esse parâmetro em consideração para assim obter uma geração de energia otimizada. A seguir, foi construído um gráfico para se avaliar o comportamento em ondas diferentes das que foram usadas para as duas análises anteriores. O gráfico, apresentado na Figura 8, mostra o comportamento da altura significativa do movimento relativo quando executado para ondas que apresentassem períodos no intervalo entre 2 e 22 segundos, e apresentassem amplitudes entre 1 e 11 metros. Estes intervalos foram escolhidos pois são os valores médios nos quais foram medidas ondas nos oceanos em todo o mundo. As porcentagens de ocorrência de cada onda podem ser encontradas em Cummins (1989). Altura Significativa (m) Figura 6 – Análise de sensibilidade do amortecimento relativo introduzido no sistema pelo mecanismo de geração de energia e pelo mecanismo de trilhos. 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0 11 10 9 8 7 6 Amplitude (m) 5 4 3 2 1 2 4 6 8 22 18 20 14 16 10 12 Período (s) Figura 8 – Análise de sensibilidade do comportamento em ondas do sistema. 6 O gráfico da Figura 8 apresenta uma característica interessante do sistema: acima de 10 s há uma amplificação da resposta do sistema, sendo assim, é desejável a instalação da unidade numa localização que apresente um mar com este período natural, para então garantir um bom nível de geração de energia. 5 - Conclusão O modelo numérico proposto inicialmente foi desenvolvido e possibilitando obter uma ferramenta de análise robusta para utilização nas fases iniciais do projeto do sistema de geração de energia limpa. Apesar de o modelo contar com a simplicidade de analisar o sistema somente em ondas regulares, foram obtidos bons resultados que mostraram ser possível obter movimento relativo entre a Monocoluna e o cilindro e indiretamente, devido a este movimento, obter-se energia. Os resultados foram apresentados como forma de verificar as tendências do sistema quando variados parâmetros importantes. Foram variados o amortecimento relativo introduzido pelo sistema de geração de energia, a relação geométrica do adimensional JKLMNM /JOLMNM e também os parâmetros de onda dos diversos cenários possíveis de condição de mar. Tanto a análise geométrica como a análise das condições de mar mostrou que existe um valor ótimo onde o sistema deve operar na maior parte do tempo a fim de se obter a maior energia possível. Para estimar a energia gerada pelo sistema podemos fazer uma conta com base na potência entregue nos atuadores. Para o modelo cuja série temporal foi apresentada na Figura 5, podemos dizer que se o mecanismo de conversão de energia obtiver uma eficiência de cerca de 15%, é possível gerar uma potência de cerca de 180kW por metro de onda incidente. Com relação as atividades futuras desta pesquisa, devem ser realizados testes que consigam estimar melhor o amortecimento introduzido pelo mecanismo hidráulico, além de ser detalhado o arranjo estrutural da unidades, aprimorando assim, a precisão nos cálculos acima expostos. Futuramente, deve-se expandir o modelo para a análise em mares irregulares e para outros graus de liberdade. Deste modo, será possível avaliar outros quesitos do projeto como o sistema de amarração e de exportação de energia. 6 - Agradecimentos Os autores gostariam de agradecer a Universidade de São Paulo por fornecer os recursos básicos ao desenvolvimento da pesquisa. Agradecemos também aos alunos Fabio Tadao Matsumoto e Pedro Daniel Myaki que auxiliaram na modelagem do sistema e na programação das diversas rotinas numéricas. 7 - Referências Bibliográficas BEATTY, S.J., WILD, P., BUCKHAM, B.J.; Inttegration of a energy converter into the electricity supply of a remote Alaskan island. Renewable Energy, 2010. CUMMINS, W. E.; Ocean Waves. In: Principles of Naval Architecture, por Lewis, V. L. The Society of Naval Architects & Marine Engineers. New Jersey, 1989. FALCÃO, A.F.de O.; Wave Energy Utilization: A review of the Technologies. Renewable and Sustainable Energy Reviews, V. 14, p. 899918, 2010. GONÇALVES, R.T.; MATSUMOTO, F.T.; MALTA, E.B.; MEDEIROS, H.F.; NISHIMOTO, K.; Conceptual Design of Monocolumn production and Storage With Dry Tree Capability. Journal of Offshore Mechanics and Arctic Engineering, 2010. HENDERSON, R; Design, simulation, and testing of a novel hydraulic power take-off system for the pelamis wave energy converter. Renewable energy, 2006. SÃO PAULO, O ESTADO DE; Investimentos em energia limpa superam combustíveis fósseis. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,invei nvestime-emenergia-limpa-superam-combusti veis-fosseis,381747,0.htm. São Paulo, SP: O Estado de São Paulo, Acesso em 18/03/2010. TORRES, F. G. da S.; Estudo do moonpool como sistema de minimização de movimento em uma plataforma do tipo monocoluna. Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2007. WAMIT INC.; Wamit User Manual, Versions 6.4, 6.4PC, 6.3S, 6.3S-PC. Massachussets Institute of Technology, 2006. WELANDER, B.; Principles of Wave Energy. Ship&Offshore, 2010 7