Anais FAEF 2014 Engenharia Florestal08 FINAL.pmd

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Anais FAEF 2014 Engenharia Florestal08 FINAL.pmd
SOCIEDADE C U LTURAL E
EDUCACIONAL DE G ARÇA
Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF
VOLUME 03
ENGENHARIA FLORESTAL
Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814
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ISSN 1676-6814
XVII
VOLUME 03
ENGENHARIA FLORESTAL
GARÇA/SP - 2014
Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF
S OCIEDADE CU LTURAL E
EDUCACIONAL DE G ARÇA
Exemplares desta publicação podem ser solicitados à:
SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA
FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR E FORMAÇÃO - FAEF
Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de
acesso a Garça, km 1, CEP 17400-000, Garça/SP
www.grupofaef.edu.br / [email protected]
Telefone: (14) 3407-8000
EDIÇÃO, EDITORAÇÃO ELETRÔNICA, ARTE FINAL e CAPA
Aroldo José Abreu Pinto
Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da
Faculdade de Ensino Superior e Formação - FAEF
630
Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF.
S621a
XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF. Anais... – Garça:
Editora FAEF, 2014.
325 p. vol 03 - (07 vols.)
15x22cm.
ISSN 1676-6814
1. Ciências Agrárias 2.Ciências Contábeis 3. Administração 4.
Agronomia 5. Engenharia Florestal 6. Medicina Veterinária 7. Pedagogia
8. Psicologia 9. Direito. 10 Turismo. 11 Comércio Exterior
Os autores são responsáveis pelo conteúdo das
palestras e trabalhos científicos.
Reprodução permitida desde que citada a fonte.
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CEP 17400-000, Garça/SP
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XVII
SUMÁRIO
Apresentação ....................................................... 11
Comissão Organizadora ........................................... 13
Agradecimentos .................................................... 17
Programação ........................................................ 19
TRABALHOS APRESENTADOS
Engenharia Florestal .............................................. 21
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS
QUANTO A RETENÇÃO DE ÁGUA
Gustavo Modesto ZANON; Silva, Reginaldo Mendes SILVA;
Felipe Camargo de Campos LIMA; Maria Helena SILVA ..... 23
A IMPORTÂNCIA DA DIVERSIDADE FLORÍSTICA EM MATA
CILIAR RESTAURADA
Paulo Murillo Meneguzzi TERRA; Lucas Saverio PROTO; Victor
Lopes BRACCIALLI; Edgard MARINO JUNIOR .................. 35
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ASPECTOS DA CRIAÇÃO EM CATIVEIROS DE EMA
Fábio Henrique Ferreira URA; Caio Fernando PEREIRA; Paulo
Cesar Dams PASCOSKI; Augusto Gabriel Claro de MELO ..... 45
AVALIAÇÃO DE SUCESSIVAS GERAÇOES DE PALMISTICHUS
ELAEISIS SOBRE O HOSPDEIRO DIATRAEAE SACCHARALIS
Marcelo Souza LEDO; Jaqueline Leandro de SOUZA; Murici
Carlos CANDELÁRIA ............................................... 53
AVES COMO FERRAMENTA PARA AÇÕES DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Fernanda Mazutti MAZUTTI; Augusto Gabriel Claro MELO;
Jaqueline Leandro de SOUZA ................................... 61
CARACTERIZAÇÃO E IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DOS BUGIOS
Arthur Brasil Oliveira NASCIMENTO; Augusto Gabriel
Claro de MELO .................................................... 71
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE ESPÉCIES FLORESTAIS
PRODUTIVAS
Maiara Aparecida PINHEIRO; Maurício Reynaldo PRIETO;
Augusto Grabriel Claro de MELO ............................... 79
COMPARAÇÃO DOS INSTRUMENTOS NA MEDIÇÃO DE
DIÂMETRO E ALTURA NO POVOAMENTO DE Eucalyptus
spp.
Caio Vinicius Ferreira MARMONTEL; Thiago Martins
MARTINS ........................................................... 91
CONTROLE DE MOFO CINZENTO E SECA DO PONTEIRO DO
EUCALIPTUS
Fábio URA; Gustavo CHIARARIA; Willian Bucker MORAES ... 99
CRIAÇÃO DE PACA
Augusto Gabriel Claro MELO; Willian Fernando CHAGAS;
Amanda Garbim CEBALLOS; Thiago MARTINS ................ 107
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CRIADOURO DE ANIMAIS SILVESTRES: PACAS
Talita Carvalho de SOUZA; Jader Vinícius de ALCÂNTARA;
Augusto Gabriel Claro de MELO ................................ 115
ASPECTOS DA CRIAÇÃO DE JACUS
Jorge Luiz RAMOS; Gustavo Henrique CIAVRELI; Augusto
Gabriel Claro de MELO .......................................... 123
CULTIVO CONSORCIADO DE SERINGUEIRA E CAFÉ
Bárbara Tamires Lucas da Silva SALES; Adriana Novais
MARTINS; Eduardo SUGUINO ................................... 131
DEMARCAÇÃO DE ÁRVORES MATRIZES NA FAZENDA CASCATA
EM GARÇA - SP
Armando PEDRONI; Victor Lopes BRACCIALLI; Edgard
MARINO JUNIOR .................................................. 143
DISPERSÃO DE PALMISTICHUS ELAEISIS EM PLANTIOS DE
EUCALIPTO
Arthur Brasil Oliveira NASCIMENTO; Bruno Adorni VINHOTA;
Murici Carlos CANDELÀRIA ...................................... 153
EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADA PARA O PÚBLICO
INFANTIL
Talita Carvalho de SOUZA; Augusto Gabriel Claro de
MELO .............................................................. 165
EFEITO DO SILÍCIO NO DESENVOLVIMENTO DE PORTA
ENXERTOS DE SERINGUEIRA
Bárbara Tamires Lucas da Silva SALES; Anelisa de Aquino
VIDAL; Adriana Novais MARTINS ............................... 173
ESTUDO SOBRE O CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR
Leonardo Rossetto RAMOS; Victor Lopes BRACCIALLI; Edgard
MARINO JUNIOR .................................................. 181
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GEORREFERENCIAMENTO EM IMOVEIS RURAIS, UTILIZANDO
UM MODELO MATEMATICO ESTATISTICO DE REGRESSÃO
Thiago Botelho SARMIENTO; Alexandre Luis da Silva FELIPE;
Diego Augusto Moura SILVA ..................................... 195
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Gabriel Morais CHAGAS; Lesly dos Reis VILHAGRA; Augusto
Gabriel Claro de MELO .......................................... 205
IMPACTOS CAUSADOS PELO JAVALI EM ECOSSISTEMAS
NATURAIS
Samantha Fonseca SAWAEDA; Augusto Gabriel Claro de
MELO; Thiago Soares VAITI ..................................... 213
IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE
ECOTURISMO
Mariane Freitas GONÇALVES; Augusto Gabriel Claro de
MELO ............................................................... 231
INIBIÇÃO DE GERMINAÇÃO DA PUCCINIA PSIDII UTILIZANDO
FUNGOS SAPRÓBIOS DO SEMIÁRIDO
Fábio URA; Thaísa Cordeiro RUEDA; Willian Bucker
MORAES ............................................................ 237
LEUCENA COMO ESPÉCIE INVASORA EM ÁREAS
RESTAURADAS
Aécio Magalhães de DEUS; Augusto Gabriel Claro de
MELO ............................................................... 255
RECINTO DE EXPOSIÇÃO DE CUTIA
Samantha Fonseca SAWAEDA; Augusto Gabriel Claro de
MELO; Thiago Soares VAITI ..................................... 267
RENDIMENTO OPERADIONAL DO FELLER - BUNCHER
Jader Vinicius de ALCÂNTARA; Angélica YAMAGUTI; Juliana
ALVES; Felipe Camargo de Campos LIMA ..................... 279
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USO DE HIDROGEO NO PLANTIO DE EUCALIPTO
Willian Fernando Chagas; Alexandre Luís da Silva Felipe .. 287
VARIABILIDADE GENÉTICA EM PROGÊNIES DE Eucalyptus
SOB EFEITO DE PBZ
Cristiano Bueno de MORAES; Willian Bucker MORAES; Talita
Carvalho de SOUZA .............................................. 295
ATUALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE COLHEITA FLORESTAL
E A UTILIZAÇÃO DO HARVESTER
Caio Fernando PEREIRA; Fábio Henrique URA; Paulo César
PASCOSKI; Felipe Camargo de Campos LIMA ................. 303
ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE TRÊS REGIÕES
COM DIFERENTES CLASSES SOCIAIS NA CIDADE DE
MARILÍA-SP
Mateus Sem Alabi Alves GARCIA; Victor Lopes BRACCIALLI;
Edgard MARINO JUNIOR ........................................311
Normas para elaboração de artigo científico do
Simpósio da FAEF ............................................321
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APRESENTAÇÃO
O décimo sétimo Simpósio de Ciências Aplicadas é um marco
histórico para todos os membros da nossa prestigiada FAEF.
Chegamos às vésperas de duas décadas de existência, tratandose do mais relevante evento anual de ensino, pesquisa e
extensão da nossa IES, momento em que todos os membros da
direção, coordenações, corpo administrativo, funcionários,
colaboradores, docentes e discentes estão unidos para um único
objetivo, qual seja, a construção e a divulgação do
conhecimento. Prova dessa assertiva é a inscrição de
aproximadamente 2000 pessoas entre alunos e profissionais
das diversas áreas e um número elevado de trabalhos
científicos, entre artigos, comunicações científicas e técnicas,
relatos de casos, revisões de literatura e outros. A cada ano,
felizmente, majora o volume e a qualidade dos trabalhos
inscritos e aprovados para publicação nos anais.
Todavia, para quem pensa que alcançamos tudo, vale
aguardar para participar desses quatro dias de evento, pois,
aspiramos continuar “mudando a história” da melhor maneira
que sabemos: produzindo e divulgando conhecimento (tríade:
ensino, pesquisa e extensão de excelência).
Assim sendo, com muita dedicação, paixão e
profissionalismo ao que fazemos, temos a certeza de que a
décima sétima edição do Simpósio de Ciências Aplicadas da
FAEF, leva-nos, a cada ano, a buscar o conhecimento como
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que pela primeira vez, pois objetivamos atingir a nossa parcela
neste processo essencial para a formação dos nossos alunos,
profissionais que já estão no mercado de trabalho e a população
externa que nos visita para abrilhantar este grandioso evento
científico.
Sejam todos bem-vindos!
PROF. MSC. OSNI ÁLAMO PINHEIRO JÚNIOR
PRESIDENTE EXECUTIVO
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DO
XVII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS APLICADAS DA FAEF
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Presidente de Honra do Simpósio
Profª. Drª. Dayse Maria Alonso Shimizu
Presidente Executivo do Simpósio
Prof. MSc. Osni Alamo Pinheiro Junior
Vice Presidente
Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto
Comissão Científica do Simpósio
Prof. MSc. Felipe Camargo de Campos Lima
Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi
Profª. MSc. Vanessa Zappa
Profª. Drª. Letícia de Abreu Faria
Comissão de Infraestrutura do Simpósio
Prof. Esp. Daniel Aparecido Marzola
Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura
Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho
Prof. Esp. Fernando Rocha
Prof. Esp. Alexandre Luis da Silva Felipe
Prof. Dr. Ernani Nery de Andrade
Sr. Rodrigo Pinheiro de Azevedo
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Prof. MSc. Felipe Camargo de Campos Lima
Sra. Maria Aparecida da Silva
Comissão de Captação de Parceiros
Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho
Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto
Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque
Sr. Mateus Souza Avelar
Prof. Esp. Paulo César Jacobino
Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura
Comissão de Marketing, Comunicação Visual e Mídias Sociais
Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo
Srta. Andréia Travenssolo Mansano
Profª. MSc.Vanessa Zappa
Sr. Rodrigo Pinheiro de Azevedo
Sr. Anderson de Oliveira Cardoso Moraes
Comissão de Documentação e Expedição de Certificados
Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque
Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi
Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho
Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo
Profª. MSc. Raquel Beneton Ferioli
Srta. Ana Stela Agostinho Costa
Srta. Andréia Travenssolo Mansano
Srta. Suellen Sossolote
Comissão de Cultura e Entretenimento
Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque
Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi
Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo
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Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho
Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto
Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura
Srta. Andréia Travenssolo Mansano
Prof. Dr. Ernani Nery de Andrade
Sra. Maria Aparecida da Silva
Profª. MSc. Gisele Fabricia Martins dos Reis
Prof. Msc.Diego José Zanzarini Delfiol
Comissão de Secretaria e Tesouraria do Simpósio
Profª. Msc. Priscilla dos Santos Bagagi
Profª. Msc. Gisleine Galvão Bosque
Prof. Msc. Augusto Gabriel Claro de Melo
Profª. Esp. Amaly Pinha Alonso
Srta. Rosilene Pedroso de Oliveira
Srta. Ana Stela Agostinho Costa
Sr. Wilson Shimizu
Comissão Editorial do Simpósio
Prof. Dr. Aroldo José de Abreu Pinto
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COMISSÃO CIENTÍFICA DOS CURSOS
Administração
Prof. MSc. Ricardo Alves Perri
Prof. Esp. Jorge Toshio Fushimi
Agronomia
Prof. Dr. Edgard Marino Júnior
Prof. Esp. Giovana Paiva Azevedo
Profª. Drª. Letícia de Abreu Faria
Ciências Contábeis
Prof. Esp. Nildemar Andrade Gonçalves Gonzaga
Prof. Esp. Cristiano dos Santos Dereça
Direito
Prof. Esp. Diogo Simionato Alves
Prof. Dr. Silvio Carlos Alvares
Profª. MSc. Simone Doreto Campanari
Profª. Drª. Érika Cristina de Menezes Vieira Costa Tamae
Profª. MSc. Claudia Telles de Paula
Engenharia Florestal
Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo
Prof. MSc. Murici Carlos Candelaria
Prof. Esp. Victor Lopes Braccialli
Medicina Veterinária
Profª. Esp. Fernanda Tamara Neme Mobaid Agudo Romão
Profª. Msc. Raquel Beneton Ferioli
Profª. Msc. Vanessa Zappa
Pedagogia
Prof. MSc. Odair Vieira da Silva
Profª. MSc. Neuci Leme de Camargo
Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi
Psicologia
Prof. MSc. Rangel Antonio Gazzolla
Profª. MSc. Juliana Baracat
Turismo
Profª. Msc. Talita Prado Barbosa
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XVII
AGRADECIMENTOS
A Comissão Organizadora e a Administração Superior da Sociedade
Cultural e Educacional de Garça agradecem imensamente a todos
aqueles que participaram do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da
FAEF e, em especial, aos palestrantes, apoios e/ou patrocínios das
empresas e órgãos públicos que contribuíram para o sucesso do evento.
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PROGRAMAÇÃO
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MINICURSOS
XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF - Entretenimento
Além de enriquecer o conhecimento profissional, no XVII Simpósio
de Ciências Aplicadas os participantes puderam participar de atividades
culturais, de entretenimento, de lazer e de educação ambiental.
Confiram a programação:
- Dia 6 de maio, a partir das 19h, na Estância FAEF: Concurso Miss e
Mister FAEF e Nossos Talentos;
- Dia 7, 8 e 9 de maio, das 17h30 às 19h, no campo: Campeonato de
futebol;
- Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, no Haras: Atividades Equestres;
- Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, na Estância FAEF: Dog Fashion Day;
- Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, no NUEMA: Oficina Ambiental.
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TRABALHOS
APRESENTADOS
Engenharia Florestal
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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE
SUBSTRATOS QUANTO A RETENÇÃO DE ÁGUA
Gustavo Modesto ZANON1
Silva, Reginaldo Mendes SILVA2
Felipe Camargo de Campos LIMA 3
Maria Helena SILVA4
1
Engenheiro Florestal da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta
–FAEF
2
3
Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Engenharia Floresta –FAEF
Docente do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Agronomia e
Engenharia Floresta –FAEF
4
Discentes do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Engenharia Floresta –FAEF
RESUMO
O substrato usado para produção de mudas tem por finalidade
garantir o desenvolvimento da planta com boa qualidade, em curto
período de tempo e baixo custo. A propriedade física do substrato é
importante, sobretudo quanto à sua capacidade de retenção hídrica.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a retenção de água em diferentes
substratos para a cultura do eucalipto. O experimento foi conduzido
no viveiro de mudas florestais do Campus Vulcano da Faculdade de
Ensino Superior e Formação Integral, localizado no município de Garça
(SP). Os substratos escolhidos foram conduzidos em experimento
em quatro blocos equatro repetições contendo: (1) vermiculita; (2)
fibra de coco; (3) substrato comercial com vermiculita (3:2); (4)
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substrato comercial com fibra de coco (3:1). No experimento
conduzido observou – se que a maior magnitude de resposta variou se entre as fontes, sendo que o tratamento com Fibra de coco obteve
uma maior retenção de água.
Palavras-chave: Déficit hídrico. Produção de mudas.
Substrato.Viveiro de mudas.
ABSTRACT
The substrate used for seedling production aims to ensure the
development of the plant with good quality in short time and low
cost. The physical property of the substrate is important, particularly
as to its water retention capacity . The aim of this study was to
evaluate the retention of water in different substrates for the
cultivation of eucalyptus. The experiment was conducted in the
nursery of the forest Vulcan Campus , Faculty of Higher Education
and Training Integral, located in the municipality of Heron (SP). The
substrates were chosen in an experiment conducted in four blocks
and four replicates: ( 1 ) vermiculite, ( 2 ) coconut fiber, (3 )
commercial substrate with vermiculite ( 3:2 ), ( 4 ) commercial
substrate with coconut fiber ( 3:1). Observed in the experiment that the largest magnitude response varied - between the sources ,
while treatment with coconut fiber obtained a higher water retention.
Keywords :Water deficit. Seedling production.Substrate.Seedling
nursery.
1 INTRODUÇÃO
A procura por produtos de origem florestal está expansão e para
supri-la é preciso estabelecer novos plantios. Para a instalação de
povoamentos florestais com alta produtividade é indispensável à
qualidade da muda.
Não por acaso, melhorar a qualidade e reduzir os custos de
produção das mudas tem sido uma preocupação constante de
pesquisadores e produtores. Dentre os fatores que influenciam a
qualidade das mudas é o substrato (GONÇALVES; POGGIANI, 1996).
Entende-se por substrato, o meio adequado para sua sustentação
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e retenção das quantidades suficientes e necessárias de água,
oxigênio e nutrientes, além de oferecer pH compatível, ausência de
elementos químicos em níveis tóxicos e condutividade elétrica
adequada (ROSA JUNIOR et al., 1998).
A evapotranspiração pode ser definidacomo a quantidade de água
evaporada etranspirada de uma superfície vegetadadurante
determinado período de tempo (SILVA et al., 2011).
O conhecimento da evapotranspiração real é fundamental para
a outorga de água, para dimensionar e manejar a irrigação de uma
cultura. Assim, a evapotranspiração de qualquer cultura é uma das
principais informações necessárias para o manejo racional da
irrigação e para fins de planejamento do uso da água (SILVA; AMARAL,
2008).
A produção de uma cultura depende fortemente da realização
da evapotranspiração pela planta, que para ocorrer necessita de um
suprimento adequado de água no solo (SILVA et al., 2011).
A cultura só consegue absorver nutrientes, se eles estiverem
dissolvidos em água, ou seja, na forma de uma solução nutritiva.
Por meio do processo da evapotranspiração, a planta absorve tal
solução nutritiva e a distribui por todo o seu organismo. Quando a
água alcança as folhas, estando os estômatos abertos, eles passa
para a atmosfera na forma de vapor. Caso haja restrição de água no
solo, a planta tende a fechar os estômatos para evitar um estresse
hídrico. (TAIZ; ZEIGER, 2004).
A água é o principal constituinte do tecido vegetal, o que
representa 50% da massa fresca nas plantas lenhosas e cerca de 80 a
95% nas plantas herbáceas. Atua como reagente no metabolismo
vegetal, transporte e translocação de solutos, na turgescência celular,
na abertura e fechamento dos estômatos e na penetração do sistema
radicular (TAIZ; ZEIGER, 2004).
A disponibilidade de água de boa qualidade e em quantidade
suficiente é essencial emtodas as fases de produção de mudas de
eucalipto. A água utilizada em viveiros podeoriginar-se de
reservatórios de água de chuva, mananciais superficiais (rios, riachos,
lagoas e represas) e poços artesianos (MANCUSO; SANTOS, 2003).
Uma das principais causas das taxas de mortalidade de mudas
de espécies florestais, logo após o transplantio, é a incapacidade
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das mesmas de se manterem com o conteúdo de água adequado.
Condições em que esta desidratação é suprida pelo teor de água do
solo ou pelo aumento da capacidade de retenção de água no solo
por meio de polímeros retentores de água e da aplicação da mesma
logo após o transplantio, reduzindo a mortalidade das mudas (JUNG,
2013).
A irrigação pode se dar por diversosmétodos, e no caso de viveiros
florestais os mais usuais são o gotejamento, a micro-aspersão e
irrigação subsuperficial (BERNARDO, 1995).
Para as sementeiras em germinação, as regas devem ser
frequentes até asmudas atingirem altura de cerca de cinco
centímetros. Os melhores horários são o matutino ou no período
final da tarde (SOUZA et. al., 2005).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a retenção de água em
diferentes substratos para a cultura do eucalipto.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1.METODOLOGIA DAS AVALIAÇÕES
2.1.2 Localização e característica do local
O experimento foi conduzido no Campus Vulcano da Faculdade Integrada
de ensino superior e formação integral, na cidade de Garça – SP.
Apresentando coordenadas geográficas 22º12’ S; 49º39’W,
comaltitude média de 665 m, o clima da região segundo classificação
de koepen é do tipo cwa, caracterizado por apresentar chuvas no
verão e seca no inverno com a temperatura média anual de 23,8° C
e precipitação média anual de 1387,1 mm (CEPAGRI, 2008).
O Local da realização do experimento foi o viveiro de produção
de mudas localizado no campus Vulcano.
2.1.2 Implantação do experimento e o delineamento estatístico
O preparo da área ocorreu no dia 19 de agosto de 2013, com a
limpeza do local e separação de 80 tubetes e 2bandejas e separação
dos substratos.
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Os tubetes foram pesados vazios, depois de preenchidos com os
substratos já identificados, sendo assim todos os tubetes foram
pesados com os substratose anotados as respectivas pesagens.
Em seguida os tratamentos foram preenchidos de acordo com o
delineamento estatístico. Conforme segue a figura 1.
Após a montagem procedeu-se então a irrigação da primeira
lâmina de água (6 mm)com uma bomba de 6 litros.Após 8 horas foi
realizada a segunda irrigação com lamina de (6 mm). Após 24 horas
os tubetes foram pesados para verificação de retenção hídrica.
O experimento foi composto por quatro tratamentos e quatro
repetições sendo os tratamentos vermiculita, fibra de coco, fibra
de coco com substrato e vermiculita com substrato.
Abaixo segue as descrições das parcelas, tratamentos e pesos
dos substratos. Conforme segue a tabela 1.
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2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.1 Primeira Lamina
Verificou - se efeito significativo do tratamento FC em relação
aos demais tratamentos, após a realização da aplicação da primeira
lamina de água. Conforme tabela 2.
Resultados parecidos foram encontrados por Wendling; Gatto
(2002, p. 39) onde a fibra de coco apresentou ótima aeração aliada
a uma boa capacidade de retenção de água, cerca de três a quatro
vezes o seu peso. Este substrato apresenta ainda alta estabilidade
física, pois se decompõe muito lentamente e apresenta alta
molhabilidade, isto é, não repele a água quando está seco, o que
traz grandes vantagens no manejo da irrigação para o produtor.
Faustino et al. (2005, p. 280 e 281) testando diferentes
combinações de lodo
de esgoto e solo, lodo com fibra de coco e solo puro como
substrato para produção
de mudas de Senna siameaencontrando como melhor resultado
a combinação de
50% de lodo com 50% de fibra de coco, seguido do tratamento
composto de 25%
de lodo, 25% de pó de coco e 50 % de solo.
A fibra de coco apresenta tendência de fixar cálcio e magnésio e
liberar potássio no meio, apresentando pH entre 6,3 e 6,5 e a sua
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salinidade é média a elevada, fatores que devem ser levados em
conta quando o produtor traçar seu programa de nutrição da cultura
(ALMEIDA, 2005 p. 20).
Este subproduto do coco possui grande porcentagem de lignina
(35-54%) ede celulose (23 - 43%) e uma pequena quantidade de
hemicelulose (3 - 12%), que é a fração vulnerável ao ataque de
microrganismos (NOGUERA et al.,2000, p. 285).
Trigueire; Guerrini (2003, p. 157), observou que as mudas de
Eucalyptusgrandis, com enraizamento mais vigoroso apresentaram
torrões mais firmes, visto ao maior desenvolvimento de raízes
laterais.
É Interessante observar, que o tratamento Fibra de Coco melhorou
a agregação entre suas partículas e consequentemente melhora a
agregação das raízes.
2.2 Segunda lamina
A análise estatística revelou efeito significativo dos tratamentos
FC x S, após um período de 8 horas em relação ao primeiro
tratamento, podemos observar ainda que houve uma tendência dos
tratamento FC e V x S a se diferenciar.
Contudo,(FERMINO, 2002) observou que avermiculita ao sofrer
compactação não volta à forma original quando cessada a
compressão, tendo como consequência aumento na densidade
diminuição de sua porosidade.
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Aguiar et al. (1989, p. 42) verificaram que mudas de
Eucalyptusgrandisproduzidas em terra de subsolo proporcionaram
menor crescimento (19,2 cm) em altura quando comparadas com
Fibra de Coco x Substratos.
Resultados semelhantes foram encontrados por Trigueiro; Guerrini
(2003,p. 157) onde os tratamentos com maiores proporções de
biossólido apresentaram torrão com qualidade inferior ao substrato
comercial, devido ao menor absorção água.
2.3 Média final
Na avaliação da média final realizada 24h após a lâmina anterior
o tratamento FC foi significativo em relação aos demais. Conforme
tabela 4.
No entanto, considerando que essa avaliação foi a mais
importante, pois podemos observar que após 24h sem o acréscimo
de água, obtivemos parâmetros para avaliar o melhor tratamento.
3. CONCLUSÃO
No experimento conduzido observou – se que a maior
magnitude de resposta variou – se entre as fontes, sendo que o
tratamento com Fibra de coco obteve uma maior retenção de água.
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A IMPORTÂNCIA DA DIVERSIDADE FLORÍSTICA
EM MATA CILIAR RESTAURADA
Paulo Murillo Meneguzzi TERRA1
Lucas Saverio PROTO1
Victor Lopes BRACCIALLI2
Edgard MARINO JUNIOR2
1
2
Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP –
Brasil, e-mail: [email protected]
Docentes do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil,
e-mail: [email protected]
RESUMO
O objetivo do presente estudo é revisar alguns conceitos sobre a
diversidade florística de mata ciliar. Dentre os principais tópicos levantados
é possível destacar o histórico do desmatamento da Mata Atlântica, a
definição da mata ciliar, a importância da restauração florestal das áreas
ciliares e a necessidade de estudos florísticos no contexto da recuperação
florestal. Esse estudo foi usado como referencial teórico para o
desenvolvimento de pesquisa em área de restauração florestal na
microbacia hidrográfica do Córrego Barreiro em Garça-SP.
Palavras-chave: Restauração florestal, Hidrologia, Mata Atlântica,
Microbacia.
ABSTRACT
The objective of this study was make a review about concept of
floristic diversity in riparian forest. Among the topics studied, it
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was detached the history of the deforestation of the Atlantic Forest,
the definition of the riparian forest, the importance of the riparian
forest restoration and the need of floristic studies in the context of
the forestation. This study also served as a base for a research in a
forest restoration occurred in The Barreiro River Basin located in
Garça-SP, Brazil.
Keyword: Forest restoration, Atlantic Forest, Hidrology, River
basin
1. INTRODUÇÃO
Antes da chegada dos colonizadores, a Mata Atlântica cobria toda
a costa brasileira, do Ceara ao Rio Grande do Sul, com uma extensão
aproximada de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Hoje esta
reduzida a 7% da sua área original. Quanto à biodiversidade botânica,
o bioma Mata Atlântica abriga uma das maiores recordes mundiais
em plantas lenhosas, entre 454 e 476 espécies em um único hectare.
A pressão antrópica aqui se faz sentir principalmente pela intensa
ocupação: nessas áreas estão as maiores concentrações urbanas e
polos industriais do Brasil e vive 70% da população brasileira. O
abastecimento de água para as necessidades dessa população é
garantido pelos remanescentes florestais da Mata Atlântica (SÃO
PAULO, 2006).
Nas últimas décadas, com o desenvolvimento de diferentes áreas
do conhecimento, houve um aumento da importância dada aos
recursos naturais do planeta, ocorrendo, em consequência, uma
maior necessidade da compreensão da sua biodiversidade. O
conhecimento atual permite prever que um grande número de
espécies, numa ampla variedade de grupos, podem possuir
propriedades de grande aplicabilidade na indústria farmacêutica,
na regulação e melhoria da qualidade de solos e água, na produção
de alimentos, como também na área médica (TRUFEN, 1996).
Diversidade ou diversidade biológica são expressões que se
referem à variedade da vida no planeta, ou à propriedade dos
sistemas vivos de serem distintos. Engloba as plantas, os animais, os
microrganismos, os ecossistemas e os pro-cessos ecológicos em uma
unidade funcional (DIAS e CORADIN, 1999).
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Portanto, O objetivo do presente estudo é revisar alguns
conceitos sobre a diversidade florística de mata ciliar. Dentre os
principais tópicos levantados é possível destacar o histórico do
desmatamento da Mata Atlântica, a definição da mata ciliar, a
importância da restauração florestal das áreas ciliares e a
necessidade de estudos florísticos no contexto da recuperação
florestal.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. MATA CILIAR
O termo floresta ou mata ciliar tem sido usado de forma muito
diversa. Pode ser definido como a estreia faixa de floresta
ocorrendo na beira dos diques marginais dos rios, sem forma
corredores fechados e com certa forma de deciduidade. Pela
legislação brasileira é qualquer formação florestal ocorrente na
margem do curso d’água, englobando assim as florestas de
galerias, as de brejo, as riparias entre outras. Existem outros
termos usados pela população para a vegetação que se encontra
na beira de um curso d’água, como; formação ribeirinha sendo
qualquer formação que ocorre ao longo do curso d’água, com
drenagem bem definida ou mesmo difusa; floresta ou mata de
galeria, é de uso mais popular, e se referem as formações que
ocorrem em rios de pequeno porte; florestas paludosos ou floresta
de brejos, são floresta sobre solo permanentemente encharcados,
com fluxos constante de água superficial dentro de pequenos
canais com certa orientações de drenagem, mesmo um pouco
definida e floresta ou mata riparias, que tem sido usado
popularmente para as florestas que ocorrem ao longo dos cursos
d’água (RODRIGUES e NAVE, 2000)
As matas ciliares são formações vegetais que ocorrem ao longo
dos cursos d’água e desempenham papel importante na formação
dos corredores de fluxo gênico, podendo interligar populações
vegetais que foram separadas pelo processo de fragmentação
(MACEDO, 1993; KAGEYAMA e GANDARA, 2001).
Além disso, estas matas contribuem para a estabilização das
margens dos rios, o tamponamento e filtragem de nutrientes e/ou
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agrotóxicos, a interceptação e absorção da radiação solar e para o
fornecimento de abrigo e/ou alimento para a fauna aquática e
terrestre (MARINHO FILHO e REIS, 1989; PETTS; 1990; SABINO e
CASTRO, 1990).
Desse modo, recentemente as matas ciliares têm recebido
maior atenção, principalmente pelo seu estado crítico de
degradação (OLIVEIRA-FILHO, 1989, RODRIGUES, 1989; RODRIGUES
e GANDOLFI, 2001).
Segundo TRIQUET et al., 1990 e GREGORY et al., 1992 do ponto
de vista ecológico, as zonas ripárias têm sido consideradas como
corredores extremamente importantes para o movimento da fauna
ao longo da paisagem, assim como para a dispersão vegetal. Além
das espécies tipicamente ripárias, nelas ocorrem também espécies
típicas de terra firme, e as zonas ripárias, desta forma, são também
consideradas como fontes importantes de sementes para o processo
de regeneração natural.
2.2. EFEITOS DA DEGRADAÇÃO NA MATA CILIAR
Atualmente a Mata Atlântica se encontra subdividida em pequenos
fragmentos e sua estrutura interfere na dinâmica dos fluxos
biológicos, alterando o equilíbrio dinâmico, as taxas de crescimento
e perda populacional, e as possibilidades de fluxo populacional,
influenciando diretamente a composição e diversidade (ALMEIDA et
al 2010).
As modificações ocasionadas pela ação antrópica, direcionados
a retirada da vegetação sofre influências do tipo de manejo da terra,
agricultura, a transformação de área de mata em pastagem entre
outros (METZGER, 2003).
Para SAUNDERS et al. 1991, as modificações dos habitats
conferiram a estas áreas, graus diferentes de subdivisões dos
fragmentos, disposição destes no espaço, forma, graus de isolamento,
conectividade e tipos de entorno.
Em relação à biodiversidade os padrões conferidos aos habitats
em sua fragmentação têm rebatimento direto sobre a manutenção
da complexidade ecológica dos ecossistemas e a perda de flora e
fauna (LAMBIN, 1994).
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2.3. RESTAURAÇÃO DE MATA CILIAR
A recuperação de áreas degradadas é uma prática muito antiga,
podendo-se encontrar exemplos de sua existência na história de diferentes
povos, épocas e regiões. No entanto, até recentemente ela se
caracterizava como uma atividade sem vínculos estreitos com concepções
teóricas, sendo executada normalmente como uma prática de plantio de
mudas, com objetivos muito específicos, como controle de erosão,
estabilização de taludes, melhoria visual, entre outros (RODRIGUES, 1999).
Esta recuperação é limitada a uma série de fatores naturalmente
controlados pelas condições do ambiente, sendo bastante variável o
efeito que o conjunto de técnicas restauradoras, pode proporcionar.
Embora existam muitas metodologias que instrumentalizam o
objetivo de restaurar um ecossistema florestal ou subtropical, uma
abordagem científica desta questão implica conhecer a complexidade
dos fenômenos que se desenvolvem nesta floresta e compreender os
processos definidores à estruturação e manutenção destes
ecossistemas no tempo (RODRIGUES e GANDOLFI, 1998).
Mais recentemente, a pesquisa tem avançado rumo à melhoria
nos modelos de implantação, adequando as densidades de plantio,
tanto das pioneiras como dos estágios mais avançados da sucessão,
através de densidades mais altas para as espécies comuns e mais
baixas para as denominadas espécies raras, tornando a estrutura da
floresta implantada mais próxima dos ecossistemas naturais. Esses
modelos já vêm sendo utilizados em escala operacional pelas unidades
da CESP (KAGEYAMA e GANDARA, 2000).
O agrupamento de espécies se faz com base no comportamento
ecológico e silvicultural das espécies, gerando dois grandes grupos:
·
Pioneiras ou sombreadoras: espécies de crescimento mais
rápido, onde estão incluídas as pioneiras típicas, as secundárias iniciais,
as pioneiras antrópicas (espécies não tipicamente pioneiras em áreas
degradadas pelo homem) e as secundárias/pioneiras antrópicas.
·
Não pioneiras ou sombreadas: espécies de crescimento mais
lento, beneficiadas por um sombreamento parcial, onde estão
incluídas as espécies secundárias tardias e as climáticas.
Para TAVARES et al. (2008), as matas ciliares são fundamentais
para o equilíbrio ambiental, a sua recuperação pode trazer benefícios
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muito significativos sob vários aspectos. Em escala local e regional,
as matas ciliares protegem a água e o solo, proporcionando abrigo e
sustento para a fauna e funcionam como barreiras, reduzindo a
propagação de pragas e doenças em culturas agrícolas. Em escala
global, as florestas em crescimento fixam carbono, contribuindo para
a redução dos gases de efeito estufa.
2.4. ESTUDOS DA FITOSSOCIOLOGIA
Segundo Jorg (2003), a fitossociologia estuda os padrões de
composição e gradientes da comunidade de planta, trabalhando com
uma lista de suposições e técnicas para comparar composições
florísticas entre comunidades, os dados fitossociológicos são
analisados por análise de gradientes, classificação e outros
multivariados métodos, há diversos índices e diferentes parâmetros
que podem ser adotados na análise quantitativa de populações ou
comunidades vegetais.
Dessa forma, levantamentos florísticos e fitossociológicos em
remanescentes de florestas ciliares, realizados em diferentes regiões
do Brasil, mostram que essas áreas são diversas quanto à composição
e estrutura como resultado da heterogeneidade ambiental que
apresentam (SANCHEZ et al.,1999).
2.5. DIVERSIDADE BIOLÓGICA DE ESPÉCIES ARBÓREAS
A diversidade ecológica ou a variedade e abundância das espécies
em diferentes habitat, é um dos temas centrais da ecologia, nos
últimos anos (MAGURRAM, 1988). Estas questões conceituais
receberam de Solbrig (1991) um tratamento incisivo que levou a
uma definição clara e concisa: biodiversidade é a inter-relação de
três elementos: diversidade genética, funcional e taxonômica.
3. CONCLUSÃO
Com base nos estudos realizados por essa pesquisa identificouse a importância da florística no trabalho de restauração florestal.
Essa análise pode ser uma importante ferramenta se aplicada nas
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áreas restauradas de projetos de restauração florestal visto que as
mesmas necessitam de avaliações constantes para se determinar a
qualidade do serviço de execução de florestas implantadas. De forma
concreta, esse estudo foi um subsídio para a realização de pesquisa
de campo de uma área de restauração florestal na microbacia do
Córrego Barreiro no Município de Garça e que se encontra em fase
de finalização.
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ASPECTOS DA CRIAÇÃO EM CATIVEIROS DE EMA
Fábio Henrique Ferreira URA 1
Caio Fernando PEREIRA ¹
Paulo Cesar Dams PASCOSKI ¹
Augusto Gabriel Claro de MELO 2
1
Acadêmicos do curso de Engenharia Florestal da Faculdade FAEF (Rod.
Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça km 1,
CEP 17400-000, (14) 3407-8000 – Garça/SP);
2
Coordenador do curso de Engenharia Florestal da Faculdade FAEF
([email protected]).
RESUMO
Emas são aves encontradas em toda extensão da América do Sul,
vivem em campos abertos, cerrado e pampas, e são as maiores e
mais pesadas aves brasileiras. A criação desse animal é uma
alternativa econômica para a agropecuária e a aceitação de seus
produtos no mercado interno e externo é alta. O objetivo do presente
trabalho foi apresentar a criação de emas, incluindo seus custos,
benefícios e dificuldades no cenário brasileiro.
Palavras-chave: animal silvestre, importância econômica, Rhea
americana.
ABSTRACT
Emus are birds found in the whole extent of South America, living
in open fields, bushland and pampas, and are the largest and heaviest
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Brazilian birds. The creation of this animal is a cost-effective
alternative to animal agriculture and the acceptance of their products
in domestic and international markets is high. The objective of this
work is to present the creation of EMU, its costs, benefits and
difficulties in the Brazilian scenario.
Keywords: wild animal, economic importance, Rhea americana.
1. INTRODUÇÃO
As emas (Rhea americana), são do grupo ratitas, família Rheidae,
é uma ave que é encontrada em toda América do Sul, com maior
ocorrência no Brasil, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai,
em regiões de cerrado, pampas e campos abertos (DE CICCO, 2001).
No Brasil as emas são as maiores e mais pesadas aves brasileira,
mede entre 1,34 e 1,48 m de altura na fase adulta e pode chegar a
pesar 26 kg a 52 kg (ALMEIDA, 2006). Apresenta discreto dimorfismo
sexual, o macho é maior que a femea e possui a base do pescoço,
peito anterior e parte mediana do dorso negro (SICK, 1986).
A criação de emas é uma alternativa para uma agropecuária que
tem devastado solo do planeta, essas aves tem potencial para se
tornar um substituto na alimentação, sendo produzidos em solo fraco
e fornecendo proteína animal de alta qualidade (ALMEIDA,2003).
Este trabalho tem como objetivo caracterizar a criação comercial
de emas e apesentar seus benefícios, bem como bem como uma
proposta de recinto.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. CARACTERIZAÇÃO DAS EMAS
Emas (Rhea americana) são aves que pertencem ao grupo das
ratitas, o mesmo do avestruz (Struthio camelus), que habita o território
brasileiro (ABRACE, 2004), são aves corredoras, com 1,34 a 1,48 m de
altura, podendo chegar a 26 kg a 52 kg (DE CICCO, 2001).
Essas aves vivem em pampas, cerrado e campos abertos, na época
de reprodução são encontradas perto de rios e lagos (SCHOMMER, 1999)
São aves que apresentam grandes asas, porém não tem
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capacidade de voo, mais compensam essa limitação com a grande
capacidade de correr, chegando a 60 km/h (SILVA, 2001).
As emas são onívoras, comem de tudo devido a ausência do
paladar (DANI, 1993), porém seu aparelho digestivo é desenvolvido
para dietas com fibras, capazes de fermentar a celulose (ALMEIDA,
2006). Seu alimento preferido é gramíneas e leguminosas, mas
também se alimentam de pequenos vertebrados como rãs,
gafanhotos, preás (MELLO, 1987), também se alimentam de pedras
e cocos para ajudar na trituração dos alimentos (SICK, 1986).
2.2. ASPECTOS DA CRIIAÇÃO DE EMAS
No Brasil, as ratitas são considerados animais silvestres, controlado
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), a caça é proibida e está na lista vermelha segundo
o Comitê Internacional de Tráfico de Espécies Ameaçadas de Extinção
(CITES) anexo II (RENCTAS, 2001), mas sua criação tanto conservacionista
quanto comercial é permitida segundo as portarias nº 139/93 e nº 118/
97. O comercio de produtos e subprodutos de emas somente são
permitidos de animais de criadores comerciais com registro no Ibama e
abatidos em frigoríficos também legalizados (IBAMA, 2004)
Nos Estados Unidos, Europa e países da América do Sul, a
exploração de ratitas é bem desenvolvida e conta com vasto plantéis
de produção, sua carne pode chegar a R$50,00 reais o quilo do filé
da coxa. (ALMEIDA, 2006).
2.2.1. NORMAS GERAIS DO IBAMA
Art. 22 - Os recintos destinados às aves deverão atender aos
seguintes requisitos:
I - GERAIS
a) Todo recinto deverá dispor de água renovável, comedouros
removíveis e laváveis, poleiros, ninhos ou substratos para a confecção
dos ninhos;
b) os recintos cuja parte superior é limitada por alambrados
deverão ter no mínimo 2 (dois) metros de altura, exceto quando
especificado para as famílias;
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c) Piso, vegetação e outras características encontram-se
especificadas por famílias;
d) Em casos de recintos coletivos a densidade Máxima de
Ocupação do recinto deverá ser igual à soma das Densidades de
Ocupação “DO” das espécies que contiver;
e) A estrutura mínima de um recinto consiste de solário, abrigo e
área de fuga;
f) o solário deve permitir a incidência direta da luz solar em
pelo menos um período do dia;
g) o abrigo deve oferecer proteção contra o sol, a chuva e o
vento;
h) a área de fuga corresponde a área que oferece segurança
psicológica à ave, podendo ser o extremo do recinto ou a vegetação;
i) a área de fuga pode ser coincidente com o abrigo;
j) em recintos onde é possível a entrada de visitantes, é
necessário que o percurso seja delimitado.
Devem conter piquetes com 1,7 metros de altura, com tela de
alambrado fio 14 com no mínimo um metro de altura, com três fios
de arame acima com espaço de 20 cm entre eles. O espaço destinado
para filhotes deve ser telados para evitar a predação dos mesmos.
2.2.2. CUSTOS
Para a implantação de um recinto que abrigue quatro exemplares,
prevê-se os gastos:
Investimento - 1.800 reais para duas fêmeas e um macho.
Equipamentos - 400 reais.
Instalações - 2.600 reais.
Preço - entre 500 e 600 o exemplar adulto e 250 reais o filhote.
Capital de giro - 80 reais.
Ração - 30 a 40 centavos de reais o quilo (ave adulta come meio
quilo por dia).
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Tempo de retorno - 2 anos.
Área - 2,5 metros quadrados.
Construção - mourões, fios de arame, tela, grampos de cerca,
tijolos, telhas de barro.
Reprodução - em média 25 ovos por postura (vingam cerca de
18 filhotes).
Clima - suporta diversos climas, da caatinga à campanha gaúcha.
2.2.3. CROQUI DO RECINTO
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1 Área com 11,2m² coberta e com três paredes;
2 Área 11,2m² coberta, com quatro paredes, com porta, que
será usada como almoxarifado;
3 Área 38,4m², cercada e coberta com tela fina que será usada
para isolamento de animais doentes ou filhotes;
4 Área 400m² cercada com tela alambrado fio 14(área de
permanência dos animais sadios);
5 Área 10,5m² somente com cobertura situada dentro da área 4,
que servira de abrigo aos animais.
3. CONCLUSÃO
A criação de emas para fins comerciais é uma atividade com
importante valor econômico e ambiental, pois permite a obtenção
de produtos e subprodutos e ao mesmo tempo, diminuindo a predação
de populações naturais.
4. REFERÊNCIAS
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dos Criadores de Emas. Disponível em: http://www.abraceemas.com.br acessado em 12 de abril de 2014.
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AVALIAÇÃO DE SUCESSIVAS GERAÇOES DE
PALMISTICHUS ELAEISIS SOBRE O HOSPDEIRO
DIATRAEAE SACCHARALIS
Marcelo Souza LEDO ¹1
Jaqueline Leandro de SOUZA ¹
Murici Carlos CANDELÁRIA2
1
Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF - Garça – SP Brasil. e-mail:
[email protected] ; [email protected]
2
Professor do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil.
e-mail [email protected]
RESUMO
A utilização de parasitoides é uma importante ferramenta no
controle de lepidópteros desfolhadores em plantações de eucalipto.
O endoparasitoide Palmistichus elaeisis (Delvare e LaSalle, 1993)
(Hymenoptera Eulophidae) apresenta grande potencia no controle
de diversas lagartas florestais, sua criação massal é necessária para
posteriores liberações em campo, assim o objetivo desse trabalho
foi avaliar o potencial de pupas de D. sacchralis para multiplicação
massal do parasitoide P. elaeisis. Pupas de D. saccharalis foram
oferecidas a fÊmeas de P. elaeisis durante 25 gerações sendo avaliado
parâmetros como, taxa de parasitismo, numero de parasitoides
emergidos e duração do ciclo.
Palavras chave: Parasitoides; criação massal; controle
biológico
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ABSTRACT
The use of parasitoids is an important tool in the control of
lepidopteron defoliators in eucalypt plantations. The endoparasitoid
Palmistichus elaeisis (Delvare and LaSalle, 1993) (Hymenoptera
Eulophidae) has great power in controlling diverse forest caterpillars,
mass production is necessary for subsequent releases on the field,
so the objective of this work was to evaluate the potential of pupae
of D. sacchralis for mass multiplication of the parasitoid P. elaeisis.
Sugarcane borer pupae were offered to females of P. elaeisis for 25
generations being evaluated as parameters, parasitism rate, number
of emerged parasitoids and cycle time.
Keywords: parasitoids; mass rearing; biological control
1. INTRODUÇÃO
Muitos insetos nativos do Brasil se adaptaram ao eucalipto. No
final da década de 1940 os lepidópteros desfolhadores demonstraram
sua importância devido à redução expressiva na produção de madeira
em plantações de eucalipto (BERTI FILHO, 1982). Muitas espécies desse
grupo se tornaram importantes em plantios florestais, apresentando
surtos frequentes e danos consideráveis (ZANUNCIO et al., 2003).
Dentre as espécies de lepidópteros desfolhadores destaca-se
Thyrinteina arnobia (Stoll 1782) (Lepidoptera: Geometridae) que,
pelos surtos populacionais periódicos e consequentes danos, se tornou
a principal espécie de lagarta desfolhadora do eucalipto (ZANUNCIO
et al., 1991), sendo a mais estudada no Brasil (HOLTZ et al., 2003).
Além da T. arnobia várias lagartas apresentam surtos com danos
econômicos ao eucalipto sendo as principais Glena unipennaria
unipennaria (Guenée, 1857) (Lepidoptera: Geometridae) (PERES
FILHO; BERTI FILHO, 1985), Sarsina violascens (Herrich-Schaffer, 1856)
(Lepidoptera: Lymantriidae) (ZANUNCIO; LIMA, 1975). Outras espécies
de lepidópteros foram relatadas atacando essa cultura, pertencentes
a diversas famílias, como Notodontidae (MORAES; SOARES, 1981) e
Arctiidae (OHASHI, 1978).
O controle de pragas florestais com inseticidas químicos pode
causar impacto ambiental e elevar os custos de produção (ZANUNCIO
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et al., 1994). A pressão do mercado consumidor e da certificação
florestal exigem a produção de madeira “limpa”, aumentando a
importância do controle biológico, com a introdução ou manutenção
de populações de predadores, parasitóides e patógenos (SILVA, 2000).
Dentre as alternativas de controle biológico, o uso de parasitoides
tem grande importância pela sua alta eficiência, facilidade de manejo
e criação, sendo esses os inimigos naturais com maior ocorrência
em plantios florestais (DALL’OGLIO et al., 2003). A grande diversidade
de espécies de lepidópteros em plantios florestais favorece o uso de
parasitoides polífagos.
A família Eulophidae apresenta grande variedade de espécies de
parasitoides, como endoparasiticos ou ectoparasiticos; coinobiontes
ou idiobiontes; especialistas ou generalistas, solitários ou gregários
(NOYES, 1998), utilizados no controle de pragas em culturas agrícolas
e florestais (LEITE et al., 2006; DOGANLAR; MENDEL, 2007).
Palmistichus elaeisis (Delvare; Lasalle 1993) (Hymenoptera:
Eulophidae) é um endoparasitóide gregário, dasubfamília
Tetrastichinae (LASALLE, 1993) e foi descrito parasitando pupas de
Eupseudosoma involuta (Sepp 1852) (Lepidoptera: Arctiidae),
Euselasia eucerus (Hewitson 1872) (Lepidoptera: Riodinidae)
(DELVARE; LASALLE, 1993), Sabulodes sp. (Lepidoptera: Geometridae)
(BITTENCOURT; BERTI FILHO, 1999), T. arnobia, Thyrinteina
leucoceraea (Rindge 1961) (Lepidoptera: Geometridae) (PEREIRA et
al., 2008) e Sascina violascens (Herrich-Schaeffer) (Lepidoptera:
Lymantriidae) ( ZACHÉ et al., 2012).
O alto número de hospedeiros credencia P. elaeisis como um
promissor agente de controle de lepidópteros desfolhadores de
eucalipto, cujos surtos são geralmente compostos por mais de uma
espécie simultaneamente (ZANUNCIO et al., 2003). Essa mesma
característica permite seu desenvolvimento em laboratório
utilizando-se um hospedeiro alternativo, justificando o
desenvolvimento de pesquisas para maximizar sua produção massal
e permitir o desenvolvimento de um programa de controle biológico
aplicado (PEREIRA et al., 2009).
A criação massal de parasitoides depende da escolha do
hospedeiro alternativo (MAGRO; PARRA, 2001; RAMALHO; DIAS, 2003).
O hospedeiro deve ser de baixo custo de produção e não reduzir a
eficiência de controle do parasitoide.
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Dentre os muitos hospedeiros alternativos broca da cana-de-açúcar
Diatraea saccharalis (Fabricius 1794) (Lepidoptera: Crambidae)
destaca-se pela facilidade de criação, quantidade de informações
disponíveis sobre sistema de manejo e criação, e pela facilidade de
ser encontrado comercialmente, devido seu uso na criação de Cotesia
flavipes (Cameron 1981) (Hymenoptera: Braconidae).
Nesse contexto o presente trabalho teve por finalidade avaliar a
utilização de pupas de D. saccharalis para multiplicação massal de
P. elaeisis, através da avaliação de 25 geraçoes desse parasitoide
sobre esse hospedeiro. Foram avaliados parâmetros como: taxa de
parasitismo, numero de parasitoides emergidos e cico de vida.
2.DESENVOLVIMENTO
2.1 MATERIAL E MÉTODOS
Palmistichus elaeisis foi originalmente coletado em pupas de
Euselasia eucerus (Hewitson, 1872) (Lepidoptera: Riodinidae) em
plantações de eucalipto no estado de São Paulo. Os insetos foram
mantidos em tubos de vidro (2,5 cm de diâmetro e 8,5 cm de
comprimento) vedados com tecido tipo “voil” e alimentados com
mel puro, para sua multiplicação e manutenção sobre pupas de D.
saccharalis com 48 a 72 horas de idade, sendo oferecidas durante 72
horas a esse parasitoide. Após esse período, as pupas foram
individualizados em tubos de vidro acondicionados em câmara
climatizada à 25 ± 2ºC, UR de 70 ± 10 % e fotofase de 12 h até
emergência dos adultos, seguindo metodologia de Zache et al. (2010)
para criação de Trichospilus diatreaeae (Cherian e Margabandhu,
1942) (Hymenoptera: Eulophidae).
As pupas de D. saccharalis foram fornecidas pelo laboratório de
Comércio de Agentes para Controle Biológico (CETMA) localizado em
Lençóis Paulista, SP. Foram utilizadas pupas de D. saccharalis com 48
horas de idade sendo expostas ao parasitismo de fêmeas de P. elaeisis,
com 48 horas de idade, alimentadas apenas com gotas de mel. O
Experimento consistiu na avaliação dos parâmetros de parasitismo de
P. elaeisis sobre D. saccharalis durante 25 gerações. Os dados obtidos
foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e as médias
comparadas pelo teste de Kruskal-Wallis, ao nível de 5% de probabilidade.
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2.2 RESULTADO E DISCUSSÃO
A média de parasitismo por fêmeas de P. elaeisis, foi de 98%,
(Figura 01) a média de emergência foi de 285 parasitoides por pupa
(Figura 02) e o ciclo teve média de 21,8 dias (Figura 01). A 13º
geração apresentou contaminação por bactéria e não foi
contabilizada para avaliação.
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A porcentagem de parasitismo semelhante durante todas as
gerações com valor médio de 98% demonstra que o hospedeiro D.
saccharalis não deve apresentar barreiras nutricionais ou fisiológicas
eficazes contra P. elaeisis, podendo ser considerado altamente
suscetível a esse parasitoide. Esse resultado é semelhante aos
encontrados por Bittencourt e BertiFilho (1999), onde a taxa média
de parasitismo foi de 100%.
O numero de parasitoides emergidos não apresentou diferença
durante o período avaliado, demonstrando que durante 25 gerações
o hospedeiro alternativo D. saccharalis foi eficiente para a
multiplicação massal de P. elaeisis. O ciclo de vida médio foi de
21,8 dias, não demonstrando variação duranteo o periodo avaliado.
3. CONCLUSÃO
D. saccharalis pode ser utilizada para criação massal de P. elaeisis,
não demonstrando variação ao longo de 25 gerações.
4. REFERÊNCIAS
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AVES COMO FERRAMENTA PARA AÇÕES DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Fernanda Mazutti MAZUTTI 1
Augusto Gabriel Claro MELO 2
Jaqueline Leandro de SOUZA 3
1
2
Engenheira Florestal – FAEF – Garça/SP;
Coordenador do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP –
[email protected];
3
Acadêmico do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP.
RESUMO
As aves são encontradas em quase todas as partes do planeta e
são caracterizados principalmente por possuírem penas e
pertencentes a uma classe de animais vertebrados. Porém hoje em
dia devido às intervenções humanas e o aumento significativo da
globalização muitas das espécies de aves que habitam os ecossistemas
naturais brasileiros estão sendo extintas. Com isso o objetivo desse
estudo, foi avaliar a percepção que as crianças da Escola Estadual
Leonilda Lopes Biasotto, localizada na cidade de Borborema - SP,
têm em relação às aves através do desenvolvimento de uma atividade
de educação ambiental. Verificou-se que as crianças tinham um
conhecimento bem superficial sobre esses animais e que
consideravam comum atividades impactantes contra eles. No
entanto, após o desenvolvimento da atividade constatou-se que as
mesmas entenderam a importância desses animais e a necessidade
em protegê-las. Concluiu-se que as atividades de educação ambiental
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são importantes ferramentas para a proteção do meio ambiente e
que devem ser desenvolvidas constantemente.
Palavras-chave: avifauna, percepção ambiental, proteção da
fauna.
ABSTRACT
The birds are found in almost all parts of the planet and are
mainly characterized by having feathers and belonging to a class of
vertebrate animals . But nowadays due to human interventions and
the significant increase in the globalization of many bird species
that inhabit them are extinct Brazilian natural ecosystems . Thus
the aim of this study was to evaluate the perception that children of
the State School Leonilda Biasotto Lopes , located in Borborema - SP
, have in relation to the birds through the development of an
environmental education activity . It was found that the children
had a very superficial knowledge about these animals and they
considered common impacting activities against them . However ,
after the development of the activity it was found that they
understood the importance of these animals and the need to protect
them . It was concluded that environmental education activities are
important tools for protecting the environment and must be
constantly developed .
Keywords: avifauna, environmental awareness, protection of
fauna.
1. INTRODUÇÃO
A diversidade biológica é representada pelas unidades da natureza
e compreendem plantas, microrganismos e animais dos mais diversos
tipos, incluindo o ser humano. Sua conservação é uma das
preocupações mundiais mais atuais, devido a diversos fatores desde
estéticos e espirituais, até políticos, financeiros e por questão de
sobrevivência da própria espécie humana. Algumas das principais
ameaças à manutenção da diversidade biológica são a extinção e a
vulnerabilidade de espécies, fragmentação e perda de habitats,
poluição ambiental, aumento da população humana e da exploração
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de recursos naturais, introdução de espécies exóticas e dispersão de
doenças (ANDRIOLO 2006).
As aves, além de serem animais que possuem certa beleza, são
de grande importância para a vida humana e a natureza. São
importantes no controle de insetos, e de populações de ratos e cobras,
auxiliam na coleta do lixo e de animais mortos. São fundamentais
na polinização, na disseminação de sementes e como alimento. Além
disso, são fontes de inspiração para música, poemas, trovas,
fotografias e transmitem sensação de bem estar. Muitas destas
funções das aves passam despercebidas e não é dado o valor adequado
a esses animais, que muitas vezes são mortos apenas por diversão,
podendo prejudicar todo um ecossistema (ANDRADE, 1997).
O rápido processo de urbanização se tornou uma das maiores
preocupações para a biologia da conservação. Isto está associado ao
fato de que, em ambientes urbanos a redução de hábitats naturais
promove depleção na diversidade de aves, assim como a
homogeneização das comunidades, uma vez que poucas espécies
são adaptadas para viver nestas áreas de intensa descaracterização
(MILLER e HOBBS 2002). Além disso, nestes ambientes, diversos
fatores interferem na sobrevivência da avifauna, dentre eles as
alterações de hábitats devido às mudanças na composição florística
e fragmentação da vegetação nativa (MARZLUFF 2001, CHACE e
WALSH 2006), poluição, flutuações nas populações de predadores,
disponibilidade de alimentos, doenças, alterações das condições
climáticas e aumento das perturbações, incluindo os níveis de ruídos
(FULLER et al. 2007).
Levando em consideração a importância desses animais e suas
ameaças, ações de proteção às aves devem ser desenvolvidas, tais
como: criação de aves em cativeiro, criação de unidades de
conservação e programas de educação ambiental. De acordo com
Silva e Mamede (2005), as aves são para o desenvolvimento da
educação ambiental de grande valor, pelo fato de despertarem
carisma nas pessoas por diversos aspectos: colorido e arranjos da
plumagem, tamanho e anatomia do corpo, capacidade de voo,
vocalização, aparência dócil e demais características. Além disso,
as aves não provocam aversão às pessoas, causada geralmente por
outros vertebrados, tais como morcegos, ratos, anfíbios e répteis,
sendo possível reduzir ou eliminar o sentimento de rejeição, ou a
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noção de que a presença e proximidade aos animais silvestres é
perigoso, prejudicial e indesejável. (ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1997).
Levando em consideração essas informações, o presente estudo
teve como objetivo realizar uma atividade de educação ambiental
utilizando aves como ferramenta.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado no mês de setembro de 2013, na Escola
Estadual Leonilda Lopes Biasotto, com os alunos da 4ª série e 5º ano
do município de Borborema-SP.
De inicio foram aplicados questionários contendo 8 perguntas
referente as aves analisando assim o conhecimento antecipado dos
alunos em relação a elas, qual sua importância para a natureza
(Figura 1).
Após o questionário ser aplicado, foi realizada uma nova atividade
na qual foram abordados os seguintes assuntos: características
morfológicas, importância das aves, ameaças e como protegê-las.
Foi dado ênfase na importância delas, na qual cada espécie de ave
tem maneiras diferentes de contribuir na natureza, como o beijaflor na polinização de flores, o urubu e o gavião que contribuem
para a limpeza orgânica, pica-pau, pardal que tem como função o
controle biológico de pragas por se alimentarem de insetos, aves
dispersoras de sementes como a gralha-azul e o sabiá, levando os
alunos a refletirem sobre o assunto.
Para finalizar a atividade, foi aplicado novamente o questionário
para fazer uma analise sobre a opinião dos alunos depois da aula
aplicada.
2.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na figura 2 pode-se observar as atividades desenvolvidas com as
crianças e os resultados obtidos com o primeiro questionário
indicaram que os alunos apresentavam um pequeno conhecimento
sobre o tema abordado, como pode-se observar na figura 3, onde a
grande maioria das respostas foram negativas.
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Durante o desenvolvimento da atividade foi apresentado aos
alunos as características e importância das aves e os alunos tiveram
grande interesse em saber sobre o tema, fato observado pela atenção
das mesmas e realização de perguntas.
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No segundo questionário observou-se uma que as crianças se
conscientizaram quanto à importância das aves como pode-se
observar na figura 4.
A falta de informação resulta em uma pouca preocupação com o
objeto em questão e incentivar a população a desenvolver ações de
proteção é essencial (PADUA et. al, 2003). A baixa preocupação com
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o desconhecido foi observado nesse trabalho quando analisa-se as
respostas do questionário aplicado antes da atividade de educação
ambiental (Figura 3), onde as crianças apresentavam um
conhecimento muito superficial sobre aves e sua importância e
consideravam como ‘legais’ atividades prejudiciais a esses animais,
como o uso de estilingue para matança.
As atividades de educação ambiental são grandes aliadas na
proteção do meio ambiente, pois ajudaM a aproximar o homem da
natureza e desperta nele o respeito e carinho pelos elementos
naturais (BENITES; MAMEDE, 2008). Para Le Bourlegat (2003), essas
atividades são essenciais, pois coloca deixa claro que o homem é
parte do meio ambiente e que o mesmo deve estar intimamente
ligado às ações de proteção. Com isso, espera-se que após o
desenvolvimento das atividades de educação ambiental, os
participantes mudem sua percepção ao elemento trabalhado,
passando a saber sobre o mesmo, sobre sua importância e assim se
preocupa com a proteção do mesmo, pois passa a ter carinho pelo
elemento.
Esse fato pode ser constatado durante o desenvolvimento dessa
atividade, pois após o desenvolvimento da atividade e análise dos
questionários (figura 4) observou-se uma mudança na percepção das
crianças quanto às aves. A maioria das respostas passaram a ser
negativas quanto às atividades que prejudicavam esses animais e as
crianças demonstraram grande afeição por esses animais e rejeição
das atividades impactantes a elas.
Benites e Mamede (2008) também desenvolveram uma atividade
de educação ambiental com aves e encontraram resultados positivos
com essa atividade quanto à percepção ambiental dos participantes,
considerando o uso desses animais como positivo para o
desenvolvimento de projetos de educação ambiental.
2.3. CONCLUSÃO
Pode-se concluir que as atividades de educação ambiental
contribuem para a melhoria na consciência das crianças e que se
desenvolvidas constantemente resultam em adultos colaboradores
com a proteção ambiental, pois passam a saber da importância dos
elementos naturais.
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CARACTERIZAÇÃO E IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA
DOS BUGIOS
Arthur Brasil Oliveira NASCIMENTO 1
Augusto Gabriel Claro de MELO 2
1
Acadêmico do curso de Engenharia Florestal FAEF/ACEG – Garça – SP.
e-mail: [email protected]
2
Coordenador do curso de Engenharia Florestal FAEF/ACEG – Garça – SP.
e-mail: [email protected]
RESUMO
O processo de dispersão de sementes é crucial para a reprodução das
plantas, pois a semente deve chegar a um local propício para germinar,
suficientemente longe da planta-mãe. A endozoocoria é um entre outros
modos comuns de dispersão de sementes, pode resultar da ingestão de
frutos, de sementes ou de uma combinação entre ambos. Os Primatas
representam uma porção significativa dos frutívoros vertebrados nas
comunidades tropicais, possuem grande importância como agentes
dispersores. Um dos primatas dispersores é o bugio, que apresenta uma
vocalização marcante, produzida pelo osso hióide, que se transforma em
caixa de ressonância por onde emite um som muito alto.
Palavra-chave: Alouatta spp., dispersão de sementes,
endozoocoria.
ABSTRACT
The process of seed dispersal is crucial for the reproduction of
plants because the seed must reach a suitable place to germinate,
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far enough away from the parent plant. The endozoochory is one
other common modes of seed dispersal can result from eating fruits,
seeds or a combination of both. The Primates represent a significant
portion of vertebrate frutívoros in tropical communities, have great
importance as dispersal agents. One of the most striking features of
the Howler is the vocalization produced by the hyoid bone, which
becomes a sounding board through which emits a very loud sound.
Keywords: Alouatta spp., dispersion of seed, endozoochory.
1. INTRODUÇÃO
O processo de dispersão de sementes é crucial para a reprodução
das plantas, pois a semente deve chegar a um local propício para
germinar, suficientemente longe da planta-mãe, a fim de evitar a
competição com ela e também de predadores de sementes e plântulas
que ficam nas suas proximidades. Isto por sua vez, acaba
influenciando a distribuição espacial dessas plantas. O processo de
dispersão, independente da forma de ocorrência, é muito complexo
e envolve relações muito específicas entre plantas e diferentes
agentes dispersores. Os mecanismos de dispersão das sementes
podem ser encarados como os meios pelos quais a espécie vegetal
tenta promover essa conquista por novas áreas (HITTORF, 2012).
A endozoocoria é um entre outros modos comuns de dispersão
de sementes, pode resultar da ingestão de frutos, de sementes ou
de uma combinação entre ambos. Embora a maioria das plantas não
tenha a capacidade de dispersão de sementes por si próprias, muita
dessas espécies apresentam uma ampla distribuição, devido à
mobilidade dos animais para a dispersão do pólen e das sementes.
Os herbívoros de grande porte são geralmente reconhecidos pela
sua contribuição na dinâmica da vegetação em diversos ecossistemas,
principalmente na dispersão a longas distâncias. Nas espécies
endozoocóricas, os animais dispersores podem melhorar as condições
ambientais para que as plantas possam ser germinadas. Esta melhoria
pode ser obtida, através do enterramento (reserva de alimento dos
animais) das sementes (SILVA, 2010)
Os Primatas representam uma porção significativa dos frutívoros
vertebrados nas comunidades tropicais, possuem grande importância
como agentes dispersores, pois ingerem grande número de sementes
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dos frutos que consomem que permanecem viáveis após serem
eliminados nas fezes em geral os primatas não apresentam um efeito
consistente na germinação de sementes, pois beneficiam apenas
algumas espécies, enquanto prejudicam a porcentagem ou o tempo
da germinação de outras (DEMICIS et. al., 2009).
O presente estudo tem como objetivo apresentar as
características e importância ecológica dos primatas do gênero
Alouatta.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. BUGIO (Alouatta spp.)
O gênero Alouatta é um dos cinco gêneros que compõe a Família
Atelidae (SOUZA, 2005).
Animal de corpo maciço, pesando cerca de 7 Kg, de cabeça e
corpo atinge entre 440 a 570 mm, possui cauda preênsil de 510 a
610 mm, a face é desnuda e exibe uma barba vasta, por esta
característica é conhecido como macaco barbado. Este gênero possui
espécies que se distribuem desde o México até a Argentina. A espécie
que ocorre na mata atlântica, da Bahia ao Rio Grande do Sul é
a Alouatta fusca, onde os machos possuem uma coloração marromavermelhada na parte superior, nas costas um marrom dourado e a
barba pode ser vermelha ou negra, as fêmeas normalmente são mais
pálidas de marrom escuro ao amarelo claro (MARQUES, 1997).
Os membros anteriores e posteriores possuem comprimentos
semelhantes e o polegar diferencia pouco dos demais dedos. Estes
animais costumam segurar objetos e galhos entre o segundo e terceiro
dedo. Apresentam locomoção lenta, quadrupedal e raramente saltam.
Possuem dimorfismo sexual de coloração, peso, desenvolvimento do
osso hióide e tamanho do corpo, dos dentes (caninos) e do crânio
(SOUZA, 2005).
Uma das características mais marcantes do Bugio é a vocalização,
produzida pelo osso hióide, que se transforma em caixa de
ressonância por onde emite um som muito alto que pode ser ouvido
por até 5 km de distância, porém é ocultado pela barba. O período
de gestação varia entre 185 a 195 dias com o nascimento de apenas
um filhote, que pesa 130 grs. ao nascer. A fêmea carrega o filhote
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até o desmame, que ocorre por volta de 20 meses, depois deste
período o filhote começa a acompanhar o grupo em suas viagens à
procura de alimento (MARQUES, 1997).
2.1.1. ESPÉCIES
Vários aspectos morfológicos são considerados para diferenciar
as espécies (e subespécies) que têm citação de sua presença no
Brasil, com base nos trabalhos dos seguintes autores: Hirsch et al.,
que compararam as espécies A. seniculus, A. belzebul, A. guariba e
A. caraya sob os aspectos de dimorfismo sexual, distribuição
geográfica e caracteres de distinção entre estas espécies; Auricchio,
que descrevendo os primatas brasileiros, citou a descrição, a
distribuição e a sinomínia das espécies A. seniculus (subespécies:
seniculus e straminea), A. belzebul (subespécies: belzebul,
nigerrima, discolor e ululata), A. caraya e A. fusca (= guariba),
[subespécies: fusca (= guariba) e clamitans]; Gregorin, que estudando
a variação geográfica e variação taxonômica das espécies brasileiras
de Alouatta, reconheceu através de caracteres de pelagem,
dimorfismo sexual e morfologia dos ossos hióide e nasais, as espécies:
A. senicula, A. puruensis, A. straminea, A. nigerrima, A. discolor, A.
ululata, A. belzebul, A. caraya e A. fusca; e Groves, que revisando a
taxonomia dos primatas de todo o mundo, descreveu a diagnose, a
distribuição e fez comentários sobre vários aspectos da sinomínia,
dos problemas taxonômicos e de detalhes na descrição das espécies
levantados na literatura (SOUZA, 2005).
2.1.2. HÁBITOS
O gênero Allouata tem ampla distribuição (a maior dentre os
primatas neotropicais), que vai do México ao Sul do Brasil e Norte
da Argentina, ocupando diversos ambientes, o que pode exigir
estratégias e hábitos comportamentais diferentes (MIRANDA &
PASSOS, 2005).
Vivem em florestas úmidas de 10 a 20 m de altura, podendo
também ser encontrados no cerrado e na caatinga. São animais diurnos,
e chegam a formar grupos de até 15 indivíduos (MARQUES, 1997).
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O número de espécies que os bugios se alimentam é diretamente
proporcional à riqueza encontrada nos diferentes tipos florestais,
onde a Floresta Ombrófila Densa é a mais rica e a Floresta de
Araucária a mais pobre, sendo a Floresta Estacional Semidecidual
intermediária em número de espécies presentes. Em outros trabalhos
com a dieta das diferentes espécies do gênero Alouatta, algumas
plantas estão freqüentemente presentes e geralmente são
consideradas como espécies importantes na dieta desses primatas.
Estas, geralmente, são espécies que frutificam várias vezes por ano
ou são fontes de folhas durante grande parte do período. Este é o
caso da Cecropia spp., Inga spp., Ficus spp., Ocotea spp., Nectandra
spp., Sorocea sp. entre outras (MIRANDA & PASSOS, 2002).
2.2. AMEAÇAS E IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA
Na Mata Atlântica, a elevada taxa de redução de hábitats faz
com que os Primatas, sejam o grupo de mamíferos brasileiros com
maior proporção de espécies ameaçadas (LOKSCHIN, 2012).
Os Fragmentos florestais são áreas de vegetações naturais
interrompidas por barreiras antrópicas ou naturais, capazes de
diminuir, significativamente, o fluxo de animais, pólen ou sementes.
A borda, o tipo de vizinhança, o grau de isolamento e o tamanho
efetivo dos fragmentos florestais são os principais fatores que devem
ser considerados, para medir as alterações dos processos biológicos
de determinado ecossistema. A expansão do uso da terra, que
acompanha o crescimento da população humana, resulta na
fragmentação dos habitats naturais com a formação de fragmentos
florestais de diferentes tamanhos e formas. Essas alterações podem
resultar no isolamento de populações e até extinção de espécies,
reduzindo a biodiversidade local em função, principalmente, da perda
de habitats e de uma maior incidência de raios solares entre os
fragmentos (THOMAZINI, 2000).
Por serem folívoro-frugívoro, cumpre importante papel na
regeneração das matas, tanto como dispersor, pois as sementes
eliminadas em suas fezes têm alto poder germinativo, como por ser
uma espécie “bandeira”, ou seja, ao preservá-la, outras espécies da
fauna e da flora, ameaçadas ou endêmicas, também são preservadas
(GERALDI et al., 2009).
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3. CONCLUSÃO
Pode-se considerar que o Bugio é uma espécie com características
marcantes e de extrema importância dentro de uma mata, por ser
um grande dispersor de sementes. No entanto o desmatamento e a
fragmentação das florestas podem comprometer a perpetuação das
espécies.
4. REFERÊNCIAS
DEMINICIS, B. B.; H. D. VIEIRA, S. A. C.; Araújo, J. G.; Jardim, F.T
Pádua & CHAMBELA NETO, A. DISPERSÃO NATURAL DE SEMENTES:
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Ribeiro. UENF. Brasil, Rio de Janeiro, 2009.
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MIRANDA, J. M. D. & PASSOS, F. C. COMPOSIÇÃO E DINÂMICA DE
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Saúde e Tecnologia Rural. Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal
Campus de Patos – PB, 2010.
SOUZA, S. P. ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE Alouatta belzebul
belzebul (Primates, Atelidae) NA PARAÍBA, BRASIL. Universidade
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CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE ESPÉCIES
FLORESTAIS PRODUTIVAS
Maiara Aparecida PINHEIRO
Maurício Reynaldo PRIETO
1
2
Augusto Grabriel Claro de MELO
1
Acadêmica de Engenharia Florestal da FAEF/GARÇA
2
3
3
Engenheiro Florestal FAEF/GARÇA
Coordenador do curso de Engenharia Florestal da FAEF/GARÇA
RESUMO
Impulsionado pelo aumento populacional. A área florestal
brasileira, afim de atender as necessidades do mercado interno e
externo encontra-se em franca expansão. Isso contribui para a
realização do superávit da balança comercial, propiciando as
condições econômicas necessárias à promoção do desenvolvimento
social. No setor madeireiro destaca-se o eucalipto pelo rápido
crescimento e boa adaptação a diferentes ambientes e atualmente
tem-se enfatizado também a cultura do paricá, espécie nativa
brasileira. No setor não madeireiro, a seringueira tem papel
importante na produção de borracha e já colocou o Brasil, que hoje
importa, como principal produtor e exportador desse produto. Com
isso tem por objetivo por meio do presente estudo levantar a
características morfológicas de cada uma dessas espécies, bem como
seu cultivo em solo brasileiro.
Palavra Chave: Sustentabilidade, manejo florestal, silvicultura.
Tema Central: Engenharia Florestal
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ABSTRACT
Driven by population growth. The Brazilian forest area in order
to meet the needs of domestic and foreign market is booming. This
contributes to the realization of the trade surplus, providing the
necessary development to promote social economic conditions. In
the timber sector stands out by fast-growing eucalyptus and good
adaptation to different environments and currently has also
emphasized the culture of paricá, Brazilian native species. In nontimber industry, the rubber has an important role in the production
of rubber and has placed Brazil, which now imports as a major
producer and exporter of this product. With that aims through this
study raise the morphological characteristics of each of these species
and their cultivation on Brazilian soil.
Key words: Sustainability, forest management, forestry.
1. INTRODUÇÃO
Com o aumento populacional desenfreado tem-se uma maior
pressão para a produção de matérias primas necessária para o ser
humano, como madeira e borracha.
Para a produção de madeira, atualmente o eucalipto é a espécie
mais cultivada, seguida do pinus. Tal importância é dada devido ao
rápido crescimento, e a adaptação de diferentes espécies em áreas
distintas e boa comercialização da madeira (ALCARDE, 1998). Desde
a introdução desta espécie no Brasil várias espécies tentaram
“disputar” este mercado, porém sem muito avanço. No entanto o
paricá, espécie nativa, vem ganhando força nesse mercado também
influenciado pelo crescimento rápido e monopodial mesmo em
ambiente aberco (diferente do eucalipto que só tem crescimento
monopodial em plantios adensados) o que chama a atenção de
produtores para o cultivo agroflorestal.
Já para a produção não madeireira, como a borracha a seringueira
apresenta-se como carro chefe. Espécie nativa brasileira já colocou
o Brasil como principal produtor e exportador de borracha, porém o
mal das folhas acabou disseminando os pomares e atualmente essa
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importação atingiu os patamares de 63% do seu consumo interno, e
a produção não ultrapassa 1% do total mundial (ABRAF, 2013). No
entanto atualmente a seringueira tornou a chamar a atenção dos
produtores de borracha devido ao avanço das pesquisas e do
melhoramento genético bem como do manejo aplicado a essa cultura.
Com base nesses dados observa-se a importância que tem o
eucalipto junto a “chegada” do paricá no mercado madeireiro e
também da pesquisa na retomada dos plantios comerciais de seringais
para produção de borracha. Com isso tem por objetivo por meio do
presente estudo levantar a características morfológicas de cada uma
dessas espécie, bem como seu cultivo em solo brasileiro.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 SERINGUEIRA Hevea brasiliensis
2.1.1 Características Morfológicas
A seringueira, também conhecida popularmente como seringa é
uma planta latescente de 20-30m de altura, possui tronco de 30-60
cm de diâmetro em média. Suas folhas são compostas trifolioladas
com folíolos membranáceos e glabros. Sua ocorrência se da na região
amazônica, preferencialmente na margem de rios e lugares
inundáveis de mata de terra firme o solo dessas regiões são
caracterizados por serem argilosos e férteis. Nesta região existem
11 espécies de seringueira (LORENZI, 2000).
Essa espécie pertence ao grupo das Dicotiledôneas, sendo
monóica. As flores O fruto A serigueira é uma planta semidecidua,
heliófica ou esciófita com florescência a partir de agosto com
prolongamento até inicio de novembro, dependendo das condições
climáticas. Suas flores são unissexuadas, pequenas, amarelas e
dispostas em racimo. A maturação dos frutos ocorre de abril á maio
e são do tipo cápsula grande, que geralmente apresenta três
sementes. Estas são geralmente grandes e pesam, em média, de 3,5
a 6,0g de forma oval com a superfície neutral ligeiramente achatada.
O tegumento é duro e brilhante, de cor marrom, com numerosas
matizes sobre a superfície dorsal. Sua madeira é considerada leve
mole, de baixa durabilidade natural. (LORENZI, 2000).
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O desenvolvimento das raízes da seringueira está diretamente
relacionado às condições físicas ideais do solo, como boa aeração,
drenagem e retenção de umidade adequada, permitindo maior exploração
do sistema radicular da planta por volume de solo (FERREIRA, 1986).
2.1.2 Importância da cultura e manejo empregado
Atualmente a produção de mudas de seringueira é dada, em sua
maioria, por propagação vegetativa por meio da enxertia. Para tal
realização torna-se necessário a instalação de infra-estruturas
básicas, ou seja: jardins clonais e viveiros (LEÃO, 2000).
Devido ao custo e a aceitação pela cultura os viveiros a pleno sol
são os mais comuns. As mudas podem também ser preparadas em
sacolas plásticas, tubetes ou até mesmo enxertadas no local definitivo
de plantio, porém o processo de produção é complexo e requer uma
busca aprofundada nas publicações existentes (ANISIO, 2001).
O que vem chamando a atenção dos produtores é a boa aceitação
da seringueira em sistemas agroflorestais com mais de um cultivo
perene e/ou de ciclo curto. Esses consórcios mostraram-se viável na
utilização de culturas como feijão, mamão, abacaxi, batata doce,
banana, pimenta, café, palmito e principalmente o cacueiro que
tem sido apontado como exemplo bem sucedido de sistema
agroflorestal sustentável para a região, sob o ponto de vista
agronômico, ecológico, social e econômico (PEREIRA et. al., 2000).
No entanto o sucesso desses consórcios depende da escolha
correta do espaçamento para as seringueiras em função do cultivo
que se pretende intercalar. Das varias alternativas de espaçamento
as mais utilizadas seguem o padrão de dois metros entre as linhas de
seringueira e o outro cultivo (CUNHA et. al., 2000).
O látex é o subproduto da seringueira mais importante. Foi
descoberto em meados do século XVIII e tornou-se a principal fonte de
borracha natural do mundo. A qualidade da borracha natural que esta
relacionada a plasticidade, resistência a fricção, impermeabilidade a
líquidos e gases e isolamento elétrico (BELLINI, 2005).
Para Pereira et. al. (2000) o grande aumento pela procura da
borracha ocorreu no século XIX, com a invenção da vulcanização, o
que levou o Brasil a explorar os seringais nativos tornando o Brasil o
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maior produtor e exportador desse produto. Porém a ocorrência do
mal-das-folhas junto à falta de cultivo adequado desencadeou uma
perda excessiva de produtividade nos seringais brasileiros o que
colocou o Brasil na situação de importador e hoje essa importação
atingiu os patamares de 63% do seu consumo interno, e a produção
não ultrapassa 1% do total mundial. Na busca por diminuir essa
dependência do mercado externo, novos cultivares vem sendo
desenvolvidos (CUNHA et. al., 2000).
Segundo dados da Apabor (Associação Paulista de Produtores e
Beneficiadores de Borracha), o preço de venda da borracha natural
no mercado brasileiro em novembro de 2006 é de R$ 4,30/kg.
2.2 EUCALIPTO Eucalyptus sp
2.2.1 Características Morfológicas
O eucalipto é uma planta originária principalmente da Austrália e
do continente da Oceania, durante milhares de anos o eucalipto evoluiu
em diversos ambientes, o que lhe conferiu grande resistência alem do
crescimento rápido. Essa característica junto a sua fácil adaptação
aos diferentes condições de solo e clima que é implantado torna o
eucalipto uma espécie ideal para a constituição de florestas plantadas
e uma alternativa ao uso de florestas naturais (WILLIAMS, 1983)
O número de espécies é vasto, contudo os números apresentados
na literatura são distintos devido a descoberta de novas qualidade e
da realização de híbridos. As espécies existentes são pertencentes à
família das Mirtáceas a mesma da goiabeira, da jabuticabeira e da
pitangueira (CARMO et. al., 1990).
A copa possui folhagem resistente, onde suas folhas são cobertas
por glândulas que segregam óleo e, quando jovens, são opostas,
entre arredondadas e ovais. Com um ou dois anos de crescimento,
essas folhas passam a apresentar uma nova forma, alternando entre
lanceoladas e falciformes, estreitas e pendida e a floração só ocorre
se surgirem as folhas adultas(CARNEIRO, 1995).
O súber pode ser classificado como liso ou enrrugado e seu ciclo
é completado anualmente. A troca desta casca se diferencia de acordo
com o tipo sendo que, enquanto a casca lisa cai praticamente por
inteiro, deixando uma superfície plana e manchada, a casca
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enrrugada seca lentamente agarrado ao caule persistentemente. As
cascas enrrugadas podem ser fendidas, duras, tessaladas, em cofre
ou faixa (LORENZI, 2000).
2.2.2.Importância da cultura e manejo empregado
A produção de muda pode ser realizada via seminal embora
comercialmente sua produção é clonal. Em campo o eucalipto é
cultivado em diferentes espaçamentos, variando de acordo com cada
finalidade (GONÇALVES, 2011).
O eucalipto possui um comportamento simpodial de crescimento
(desenvolvimento de gemas laterais)(MARQUES, 1990), porém quando
cultivado em plantios adensados passa a ter crescimento monopodial,
devido a copa impedir a entrada de luz, inibindo o desenvolvimento
das gemas laterais (YU, 2002).
As florestas plantadas de eucalipto tem por finalidade garantir o
suprimento de matéria-prima para as indústrias de papel e celulose,
lenha, siderurgia serrados, carvão vegetal, compensados e lâminas
e, painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras e MDF).
Apesar da participação das plantações florestais de eucalipto estar
em franco aumento em todos os segmentos, o setor acredita que com
base nas expectativas de crescimento de demanda, haverá uma
necessidade de plantio em torno de 630 mil hectares ao ano, ao invés
dos 200 mil hectares atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura SBS distribui essa necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha /
ano para celulose, 130 mil ha / ano para madeira sólida, 250 mil ha
/ ano para carvão vegetal e 80 mil ha / ano para energia.
Com base nesses dados observa-se a importância do eucalipto por
ser uma espécie de uso múltiplo com possibilidade de atender a todos
os segmentos acima descritos, principalmente para papel e celulose e
energia onde historicamente deu contribuição especial (ABRAF, 2013).
2.3 PARICÁ Schizolobium amazonicum
2.3.1 Características Morfológicas
De acordo com o Sistema de Classificação de Cronquist, o paricá
é um vegetal da classe Magnoliopsida (Dicotyledonae) da ordem
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Fabales,
pertecente a família
Caesalpiniaceae
(Leguminosae:Caesalpinioideae). O nome genérico Schizolobium
significa legume partido; o epíteto específico amazonicum é porque
o material typo foi coletado na Amazônia brasileira. É uma árvore
decídua. Seus maiores representantes, na fase adulta, atingem altura
próxima a 40m e diâmetro da altura do peito de 100cm.
Possui um tronco reto, sendo que nas arvores jovens tem
colocação verde acentuada e presença de cicatrizes transversais
resultantes da queda das folhas. Dependendo da região pode
apresentar raiz do tipo sapopema basal. Seu fuste pode atingir até
25m. Sua copa assemelha-se com o formato de uma abóbora, é
ganhosa e aberta. Sua casca possui até 15mm de espessura (OLIVEIRA;
PEREIRA, 1984) sendo que nos indivíduos velhos, a casca fica
esbranquiçada, tornando-se esfoliada em placas retangulares. As
folhas são binadas, com comprimento variando de 60cm até 150cm.
Sua inflorescência ocorre em panículas terminais vistosas na
ponta dos ramos de forma abundante e erguida, com comprimento
de 15 cm a 30 cm. As flores apresentam colocarão amarela-clara,
com aroma doce. E o tamanho é em torno de 2 cm a 2,2 cm de
comprimento. O fruto é uma criptosâmara,na forma espatulada,
oblanceolada, aberta até o ápice; mede de 6 cm a 10cm de
comprimento por 1,5 cm a 3 cm de largura;produz de uma a duas
sementes por fruto (OLIVEIRA; PEREIRA, 1984).
As semente são cobertas por um endocarpo papiroso e unida
apicalmente ao fruto. A semente é anátropa,aplanada, ovalada, com
ápice arredondado, base atenuada, cor de café, com o bordo mais
escuro. São sementes ricas em proteínas (21,19%) (TRIVINO-DIAZ et
al., 1990), e a polinização das flores é dada, principalmente, por
abelhas e diversos insetos pequenos.
A floração ocorre, naturalmente, nos meses de maio a julho. No
entanto sofre modificação de acordo com a região. Os frutos
amadurecem de agosto até outubro. Sendo que a principal forma de
dispersão é por meio da autocoria (por gravidade) e anemocórica
(vento)
O paricá ocorre, na Amazônia, em floresta primária e
principalmente nas florestas secundárias de terra firme e várzea
alta (DUCKE,1949). Sendo essa uma espécie que não toleram geadas,
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porém em plantio realizado de forma mista em Rolândia, no norte
do Paraná, tem tolerado temperaturas mínimas de até -2ºC, não
apresentando danos evidentes por geadas.
2.3.1Importância e manejo empregado
Seu crescimento é de forma monopodial, o que agrada ao mercado
de madeira, ainda que a céu aberto, com fuste reto e limpo, devido
à boa derrama natural ou auto-poda, porém segundo Rondon (2002)
deve-se ter uma preocupação com seu espaçamento pois seu fuste é
bastante afetado pelo vento podendo tomar forma tortuosa. Para
Marques (1990) o espaçamento de 4m x 3m é o que apresenta melhor
rendimento da cultura, porém os trabalhos relacionados com a
silvicultura dessa espécie ainda são poucos.
Pensando em diminuir os danos causados pelo vento Pereira (1982)
recomenda o plantio de cortinas de abrigo ou até mesmo o consórcio
como ocorre no Paraná. Para isso é necessário atentar-se para o
ritimo de crescimento das culturas consorciadas.
Para o estado de São Paulo o custo de implantação ainda vem
sendo contabilizada, devido a grande variação das formas de
implantação porém, para Galeão et. al. (2003), esse de implantação
e condução durante quatro anos,em um hectare de paricá, no
espaçamento3,5 m x 3,5 m, na microrregião Guamá, no Pará, gira
em torno de R$ 3.200,00 (em valor corrente)
Sua exploração pode ocorrer com 15 anos de idade devido ao
rápido crescimento,(SANTOS et al., 2000). Em média as arvores na
idade de 1,5 ano de idade atinge 4m de altura com DAP de 10cm.,
sua produção volumétrica pode atingir patamares de até 38 m3.ha1.ano-1 aos seis anos de idade, em Dom Elizeu, no Pará.
No Pará, são produzidas chapas de compensados de alta qualidade
e uniformidade, que são exportados principalmente para os Estados
Unidos, conquistando a preferência dos importadores. Além disso o
paricá é uma espécie promissora no setor de celulose, na produção
de pasta. Isso é devido ao fácil branqueamento e as excelentes
resistências obtidas com o papel branqueado (PEREIRA et al.,1982).
Mesmo apresentando alto teor de lignina (34,70 %), que é um
problema para a produção de celulose, ela é facilmente
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deslignificada. Essa espécie é recomendada, também, para
restauração de ambientes ripários em locais não sujeitos a inundação.
3.CONCLUSÃO
O cultivo intensivo do eucalipto aliado ao “surgimento” do
interesse econômico pelo paricá torna o mercado madeireiro muito
mais vantajoso e atrativo. No setor não madeireiro, junto à evolução
do melhoramento genético a borracha vem ganhando espaço devido
ao cultivo de seringueira, sendo assim essas três espécies é de grande
importância no setor florestal. O conhecimento da morfologia é
essencial para o manejo adequado das espécies florestais.
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COMPARAÇÃO DOS INSTRUMENTOS NA
MEDIÇÃO DE DIÂMETRO E ALTURA NO
POVOAMENTO DE Eucalyptus spp.
Caio Vinicius Ferreira MARMONTEL¹
Thiago Martins MARTINS²
¹ Engenheiro Florestal, Mestre em Ciências Florestais. e-mail:
[email protected]
² Docente do curso de Engenharia Florestal da FAEF/ACEG – Garça SP. email: [email protected]
RESUMO
O objetivo foi comparar a utilização de quatro instrumentos
na mensuração de altura e dois instrumentos na medição do
diâmetro, afim de constatar prováveis diferenças em um
povoamento de Eucalyptus spp. Foram tomadas as alturas,
utilizando o vertex IV, clinômetro, Christen e prancheta
dendrométrica, enquanto a suta e fita métrica para medidas do
diâmetro. Na altura e no diâmetro não houve diferença
significativa entre os instrumentos utilizados, entretanto notouse maior eficiência do vertex e clinômetro em campo na tomada
de altura, enquanto no diâmetro os dois instrumentos foram
praticamente igual em relação a esse requisito.
Palavras-chave: Fita métrica, Hipsômetro, Prancheta
dendrométrica, Suta.
Tema central: Engenharia Florestal.
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ABSTRACT
The objective to compare the use of four instruments in the
measurement of height and two instruments to measure the diameter,
in order to find probable differences in a stand of Eucalyptus spp.
Matched the heights, using the vertex IV, clinometer, Christen and
dendrometric clipboard for taking the time while the calipers and
tape measure for measuring diameter. In height and diameter did
not differ between the instruments used, however it was noted more
efficient vertex and clinometer in the field in taking height, while
the diameter of the two instruments were practically the same in
relation to this requirement.
Keywords: Tape measure, Hypsometer, Clipboard dendrometric,
Suta.
1. INTRODUÇÃO
A mensuração florestal é um importante elemento no manejo
florestal, uma vez que fornece informações precisas sobre a floresta,
permitindo assim a tomada de decisões adequadas na realização
deste, além de possibilitar o melhor planejamento de suas atividades
(FREITAS; WICHERT, 1998). As duas variáveis mais utilizadas para a
realização de inventários florestais são a altura e o diâmetro, que
são usadas para o cálculo da área basal e do volume de madeira
existentes em uma floresta (SCOLFORO; FIGUEIREDO FILHO, 1998).
A dendrometria trata dos métodos de medição e de como
quantificar as grandezas que definam o volume, a forma de
crescimento das árvores e do povoamento. O diâmetro é uma variável
fundamental a ser obtida na população florestal, sendo importante
para o cálculo do volume, área basal, peso, além de permitir a
distribuição diamétrica da floresta (SCOLFORO; FIGUEIREDO FILHO,
1998). Outra variável fundamental a ser obtida na população florestal
é a altura, como principal importância é quando se deseja conhecer
o potencial de crescimento de espécies em um determinado local,
ao longo do tempo (MACHADO; FIGUEIREDO FILHO, 2003).
A obtenção da variável altura no campo se torna mais complexa
conforme a idade do povoamento, pois os indivíduos se encontrarão
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em avançado desenvolvimento, alcançando alturas elevadas,
principalmente em plantios comerciais de pinus e eucalipto. Devido
a tal complexidade alguns aparelhos de medição de altura são
utilizados para a obtenção das alturas das árvores em pé no campo
(FINGER, 1992).
Diante disso, o trabalho teve como objetivo comparar a utilização
de quatro instrumentos na mensuração de altura e dois instrumentos
na medição do diâmetro, com finalidade de constatar prováveis
diferenças.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho se desenvolveu no Campus Coração da Terra
da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, na cidade de
Garça, SP. Localiza-se geograficamente na latitude 22º13’39’” Sul,
longitude 49º30’21" Oeste e altitude de 683 metros. A área é um
plantio de Eucalyptus spp., e possui aproximadamente 9.000 m², ou
seja, 0,9 hectares, com idade aproximadamente de 15 anos.
O clima da região é caracterizado pelo tipo Cwa, mesotérmico
tropical úmido. A temperatura média anual é de 23,15º, com máxima
de 28,5ºC e mínima de 17,8ºC, tendo uma precipitação média anual
de 1274,4 mm. O tipo de solo predominante é classificado como
podzólico vermelho-amarelo, com superfície arenosa e horizonte
abrupto argiloso (EMBRAPA, 2006).
A coleta de dados foi realizada no mês de abril de 2010. O
povoamento onde foram tomadas as alturas pareadas de 110 árvores,
distribuídas em sete espécies de Eucalyptus spp. Os instrumentos
utilizados para a medição da altura foram utilizados: hipsômetro
Vertex IV, hipsômetro clinômetro, hipsômetro de Christen Prancheta
dendrométrica. Para os diâmetros foram utilizados: Suta e Fita
Métrica.
Na medição da altura pelo hipsômetro de vertex IV foi utilizada
a baliza de 2 metros e transponder colocada ao lado da árvore. Para
o hipsômetro clinômetro, foi necessária a medição da distância entre
o operador e a árvore, sendo utilizada a trena, com distância de 10
metros. O hipsômetro de Christen consistiu em enquadrar cada
árvore, de modo que a tangente passasse pela extremidades interna
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do instrumento, atingindo o topo e a base da árvore, sendo que a
linha visada no extremo superior da baliza de 2 metros, indica a
altura. Para a prancheta dendrométrica foi necessária a medição da
distância entre o operador e árvore, posteriormente visa-se a base
da árvore efetuando-se a leitura do valor correspondente, assim
como, visando o topo da árvore também faz-se uma nova leitura e
utiliza-se a fórmula descrita por Scolforo e Figueiredo Filho (1998).
Para a medição do diâmetro, a fita métrica foi utilizada sendo
transformada em diâmetro, enquanto a suta é um instrumento que
já é obtido o diâmetro direto.
A partir da coleta dos dados do experimento, realizou-se o
delineamento inteiramente casualizado, em seguida o teste de Tukey
para verificar a existência de diferenças, ao nível de significância
de 5%. Ambas as análises foram executadas através do Microsoft/
Excel 2010 e software Assistência de Estatística (SILVA; AZEVEDO,
2002).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Altura
Diante das 111 árvores observadas, a altura média obtida pelo
vertex foi de 17,4 metros, o clinômetro teve de 16,8 m, a prancheta
dendrométrica com 16,2 m e Christen 15,6 m, com média geral de
16,5 m. Comparando o vertex e o Christen, eles apresentaram
diferença significativa, enquanto o clinômetro e a prancheta não
diferiram entre os instrumentos. Isso indica que há efeito do
instrumento em relação a medição dos indivíduos (Tabela 1).
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Nota-se que o hipsômetro vertex e clinômetro, sistemas mais
sofisticados apresentaram maiores médias enquanto os instrumentos
mais antigos tiveram menores médias. Segundo Gorenstein et al.
(2007), comparando dois instrumentos hipsométricos (Christen e
prancheta dendrométrica) em relação a altura das árvores de Pinus
caribaea var. hondurensis constatou também, que não houve
diferença significativa entre os 2 instrumentos. Mesma situação
encontrada por Marmontel et al. (2011) em um povoamento de
Eucalyptus gradis. Não é possível afirmar que os quatro instrumentos
testados apresentam valores reais na mensuração da altura das
árvores, mas foi possível comparar os resultados entre eles.
Levando em consideração o tempo na coleta dos dados e o
manuseio dos equipamentos em campo, constatou-se que o vertex
apresentou maior praticidade, devido ao melhor deslocamento em
campo, já que não existe uma distância estabelecida, ou seja, não
sendo necessária realizar a medição de distância entre o operador e
a árvore, apresentando maior agilidade para as tomada das alturas.
Verificou-se também uma grande dificuldade e acumulo de tempo
para acertar a distância do Christen para ter a medida de altura,
enquanto na Prancheta Dendrométrica, devido as oscilações no
pêndulo e a necessidade da tomada de distância horizontal entre o
operador e a árvore, apresentaram menor eficiência em campo.
3.2 Diâmetro
A média dos diâmetros obtida pela suta foi de 17,1 cm, enquanto
a fita métrica foi de 17,7 cm, com média geral de 17,5 cm. Não houve
diferença significativa estatisticamente entre os diâmetros obtido
entre os dois instrumentos, através do teste de Tukey (5%), com
diferença média significativa de 1,5 cm, indicando que não há efeito
do aparelho na variação das medições dos indivíduos (Tabela 2).
Na comparação entre a variância dos diâmetros pelos dois
métodos, nota-se também que os valores foram muito próximos,
indicando que não há efeito deles na variação das medidas das árvores
(0,6 cm). Em campo os dois instrumentos tiveram uma eficiência
satisfatória, entretanto a suta apresenta uma desvantagem quando
o fuste apresenta forma elíptica, necessitando de duas medias e a
fita métrica quando apresenta bifurcada antes de 1,30m é necessário
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também duas tomadas e tem a medida em circunferência, sendo
posteriormente transferida para diâmetro. Em um estudo de Scolforo
e Figueiredo Filho (1998) mostrou erro percentual de 1,5% entre a
suta e a fita métrica. Os mesmos autores aconselham utilizar suta
para cubagem rigorosa, em pesquisas e estudos de crescimento e
produção, preferencialmente usar fita, em populações onde se busca
avaliar estoque presente, tanto faz.
A maior concentração da diferença entre os instrumentos (suta
e fita métrica) foi entre 0,1 a 1,0cm, tendo isso como base
principalmente os diâmetros entre 10 a 30 cm, com as maiores
diferenças em comparação foram: 2 cm e -1,3 cm (Figura 1). Os dois
instrumentos mostram realmente os números reais dos diâmetros
dos indivíduos, pois os dados não seguem uma constante, ou seja,
oscilam de positivo para negativo, mas também deve ser levar em
conta a margem de erro. Houve uma leve tendência de diferenças
menores em árvore menores.
4. CONCLUSÕES
A partir do presente trabalho desenvolvido constatou que houve
diferença significativa estatisticamente entre os aparelhos testados
na altura e não houve no diâmetro entre os dois instrumentos
utilizados. Um fator interessante seria o abate e a derrubada de
algumas árvores para medição real das alturas, sendo a forma mais
acurada de avaliar os instrumentos do trabalho, com finalidade de
mostrar sua variância de erro em relação ao valor real da altura.
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CONTROLE DE MOFO CINZENTO E SECA DO
PONTEIRO DO EUCALIPTUS
Fábio URA1
Gustavo CHIARARIA1
Willian Bucker MORAES2
1
Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF - Garça – SP Brasil.
E-mail: [email protected]
2
Docente do curso de engenharia florestal – FAEF – Garça – SP – Brasil.
E-mail: [email protected]
RESUMO
O eucalipto é uma espécie arbórea da família das mirtáceas, é
originaria da Austrália, tem cerca de 600 espécies e sub-espécies, e
apresenta uma ampla plasticidade e dispersão mundial, crescendo
satisfatoriamente em diferentes situações edafoclimáticas,
extrapolando aquelas das regiões de origem. O eucalipto é atacado
por vários patógenos, principalmente fungos, desde a fase de viveiro
até os plantios adultos. O agente causal do mofo cinzento é o fungo
Botrytis cinerea é um patógeno facultativo que vive saprofiticamente
no solo e sobrevive na forma de escleródios ou micélio dormente, os
sintomas iniciam-se por um enrolamento das folhas seguido de seca
e queda das mesmas. A seca do ponteiro é causado por Dothiorella
sp. Caracteriza-se por lesões necróticas nos tecidos do caule, ao
longo do tronco e ramo, manifestando-se inicialmente pelo
escurecimento do tecido da casca e do lenho, as folhas perdem a
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turgescência secando-se posteriormente. Pode haver a formação de
um calo cicatricial ou mesmo o anelamento, ou seja, a lesão se
desenvolve em toda a circunferência do caule, causando a morte da
parte aérea da planta.
Palavras-chave: Eucalipto, Patógeno, Botrytis cinerea,
Dothiorella sp.
ABSTRACT
Eucalyptus is an arboreal species of the family of the Myrtaceae
family, is Australia’s lead, has about 600 species and sub-species,
and features a large plasticity and world dispersion, growing
satisfactorily in different edapho-climatic situations, extrapolating
from those of the regions of origin. Eucalyptus is attacked by several
pathogens, especially fungi, since farmed phase until the plantations
adults. The causal agent of gray mold fungus Botrytis cinerea is a
facultative pathogen that lives saprofiticamente on the ground and
survives in the form of escleródios or mycelium dormant, symptoms
start by a winding of leaves followed by dry and fall. Dothiorella SP.
causes the drought of the pointer. It is characterized by necrotic
lesions in the tissues of the stem, along the trunk and branch, initially
manifesting itself by darkening the fabric from the bark and wood,
the leaves lose turgidity drying up later. There may be the formation
of a callus or scar the girdling, IE the lesion develops around the
circumference of the stem causing the death of the aerial part of
the plant.
Keywords: Eucalyptus, Pathogen, Botrytis cinerea, Dothiorella SP.
1.INTRODUÇÃO
O eucalipto é uma espécie arbórea da família das mirtáceas, é
originaria da Australia e só chegou ao Brasil graças ao trabalho do
agrônomo Edmundo Navarro de Andrade a partir de 1904 quando
trouxe as primeiras sementes de várias espécies para atender a
demanda de dormente e madeira para as locomotivas da Companhia
de estradas de Ferro (Painel floresta, 2011). Segundo Coterril e Brolin,
o eucalipto tem cerca de 600 espécies e sub-espécies, e apresenta
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uma ampla plasticidade e dispersão mundial, crescendo
satisfatoriamente em diferentes situações edafoclimáticas,
extrapolando aquelas das regiões de origem. Menos de 15% dessas
600 espécies tem sido usadas com propósitos industriais.
O eucalipto é atacado por vários patógenos, principalmente
fungos, desde a fase de viveiro até os plantios adultos. Geralmente,
os problemas são observados nas plantações, ocorrendo nos mais
variados locais, espécies e épocas do ano (MEDRADO, M.J.S.;
HOEFLICH, V.A.; CASTRO, A.W.V, 2005).
As plantações de eucalipto com o propósito industrial, para
produção de celulose papel, carvão vegetal, lâminas e compensado
de madeira e painéis de madeira reconstituída, tais como as chapas
de fibras, os aglomerados de madeira, MDF (fibras de densidade
média) e OSB (painel de partículas orientadas) (Souza, 2008).
Durante o período do incentivos fiscais, na década de 60, sua
expansão foi ampliada. Esses incentivos perduraram até meados dos
anos 80. Esse período foi considerado um marco na silvicultura
brasileira dado os efeitos positivos que gerou no setor. A partir do
término dos incentivos fiscais houve um crescimento marginal
negativo no plantio de eucaliptos. Exceção disso ocorreu naqueles
feitos independentes dos investimento da industrias de papel e
celulose e de siderúrgicas e carvão vegetal (Medrado, 2005).
Em 2011, a área de plantios de Eucalyptus totalizou 4.873.952
há, representando crescimento de 2,5% (119.617 há) frente ao
indicador de 2010.O principal fator que alavancou esse crescimento
foi o estabelecimento de novos plantios frente à demanda futura
dos projetos industrias do segmento de Papel e Celulose (ABRAF
2012).
O mofo cinzento é uma doença que ocorre no sul e sudeste do
Brasil. Ataques mais severos ocorrem em canteiros com alta
densidade de mudas e sob condições de alta umidade e temperaturas
amenas. A doença afeta tecidos jovens da parte aérea das mudas,
causando a morte do ápice ou até mesmo da muda toda,
especialmente de mudas jovens. Os sintomas iniciam-se por um
enrolamento das folhas seguido de seca e queda das mesmas.
Comumente, aparece cobrindo as partes afetadas um crescimento
acinzentado formado por micélio, conidióforos e massa de conídios
do fungo (KRUGNER e AUER, 2005).
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A Dothyorella do eucalipto é umas das doenças mais importantes
de ocorrência no campo causada por Botryosphaeria sp. Cuja fase
anamórfica é Dothyorella sp., que causa danos severos. Caracterizase por lesões necróticas nos tecidos do caule, ao longo do tronco e
ramo, manifestando-se inicialmente pelo escurecimento do tecido
da casca e do lenho, as folhas perdem a turgescência secando-se
posteriormente. Pode haver a formação de um calo cicatricial ou
mesmo o anelamento, ou seja, a lesão se desenvolve em toda a
circunferência do caule, causando a morte da parte aérea da planta,
afetando também os ramos secundários de um plantio de eucalipto,
sendo frequentemente observada a formação de gomose na área
lesionada. E comum a ocorrência de quebra de fuste pelo vento na
altura da região lesionada (SOUZA, 2008).
Com o crescimento das florestas de eucalipto, e as fabricas de
celulose e papel e seus derivados, as florestas tem que ter um índice
de IMA (Incremento médio anual) satisfatório, que seria quanto que
a florestal cresceu em um ano em metros cúbicos, com isso vem a
preocupação com as doenças que atrapalham esse desenvolvimento.
O objetivo deste trabalho será apresentar as características e
danos dos fungos Botrytis cinera e do Dhotiorella sp. e a ação dos
fungicidas sob o patógeno.
2.REVISÃO DE LITERATURA
2.2 Botrytis cinera. – Mofo cinzento
O agente causal é o fungo Botrytis cinerea é um patógeno
facultativoque vive saprofiticamente no solo e sobrevive na forma
de escleródios ou micélio dormente. Sua disseminação dá-se
principalmente pelo transporte dos conídios pelo vento e por insetos
(KRUGNER e AUER, 2005; FURTADO et al., 2001).
As condições favoráveis para o desenvolvimento de B. cinerea
são condições precárias de higiene e manejo no viveiro, temperaturas
entre 15 e 25º C, dias curtos e nublados com alta umidade (> 90 %) e
baixa luminosidade.
B. cinerea penetra direta ou indiretamente nos tecidos do
hospedeiro, não havendo necessidade de ferimentos, porém as
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epidemias são mais severas quando o material está fisiologicamente
debilitado e/ou com ferimentos (ALFENAS et al., 2004).
Segundo KRUGNER e AUER (2005), esta doença ocorre
principalmente no Sul e Sudeste do Brasil, em viveiros e em casas de
vegetação. Os ataques mais severos surgem em canteiros ou bancadas
com alta densidade de mudas e sob condições de alta umidade e
temperaturas amenas. Na Região Sul, a doença foi também registrada
em condições de campo, em plantios jovens de Eucalyptus dunnii.
O patógeno uma vez no interior da casa de vegetação, sob alta
umidade, e em épocas de inverno, inicia o seu processo de colonização
nas folhas mais inferiores da muda, que estão em contato com o
substrato, que adquirem o aspecto encharcado e uma coloração
enegrecida. A partir daí, passam a se disseminar para as mudas da
bandeja, através das folhas basais, levando o patógeno desta fase
para as subseqüentes, causando grandes perdas (FURTADO et al., 2000).
O controle da doença poderá ser feito mediante redução da
densidade das mudas, fertilização sem excesso de N, eliminação de
plantas doentes e de folhas infectadas caídas. O controle químico
pode ser feito com pulverizações de thiram, maneb, captan, acetato
de trifenil estanho, iprodione ou vinclozolin. O uso de benomyl
somente poderá ser feito juntamente com algum dos princípios ativos
citados, pela existência de estirpes já resistentes ao mesmo
(KRUGNER e AUER, 2005; FURTADO et al., 2001).
2.2 Dhotiorella sp. – Seca de ponteiro
Segundo Wolf & Wolf, 1993, a seca de ponteiros e causada pelo
fungo Dothyorella sp., este fungo foi primeiramento descrito em
1911 por Grossen Backer e Duggar como agente fitopatogênico em
espécies de Ribis. Este fungo, é tido como parasita fraco ou saprófita.
Outra forma de se visualizar o sintoma é em forma de sapata e
intumescimento em que as arvores com lesões pouco profundas
formam uma periderme necrofilática na casa. Com o desenvolvimento
na nova casca na árvore, a casca externa da lesão é pressionada
para fora do tronco e seu trincamento, ocorrido primeiramente pelo
ressecamento ou perda de turgescência das células após a colonização
do patógeno é intensificado, fazendo com que a casca tende a se
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desgarrar do tronco em formas de tiras (FERREIRA, 1989).
Segundo Silveira et al., 1996, Botryosphaeria tem sido relatado
como um patógeno que apresenta maior agressividade em plantas
predispostas à infecção por fatores como desfolhamento, deficiência
hídrica e deficiência de boro.
Segundo Ferreira et. al, (1977), nas décadas de 1970 e 1980 várias
empresas de eucalipto dos estados de ES, MG e SP procuraram conhecer
a suscetibilidade ou a resistência de espécies, procedências e clones
de eucalipto ao cancro do eucalipto, por meio de inoculações artificiais
e de levantamentos de percentuais de plantas mortas pela doença e
de plantas sobrevivente naturalmente infectadas em plantações e
testes experimentais. A partir desses trabalhos, chegou-se a conclusão
de que a resistência a doenças era relativamente abundante tanto
em nível inter e intra-espécies e inter e intra-procedências.
Para eucalipto ainda não há métodos efetivos de controle, mas
devido à incidência e a severidade da doença, Ferreira (1989) indica
que a clonagem e o plantio de material resistente constituem a única
estratégia de controle.
2.3 Ação dos fungicidas sob patógenos
Alguns fungicidas tem ação protetora e outros curativos e
sistêmicos. Dentro desta classificação incluem-se os indutores de
resistência que não agem como fungicidas inibidores do crescimento
micelial e da esporulação.
São compostos químicos empregados no controle de doenças de
plantas causadas por fungos. Alguns compostos químicos não matam
os fungos mas inibem o seu crescimento temporariamente. Tais
compostos são chamados de fungistáticos. Alguns produtos químicos
inibem a produção de esporos sem afetas o crescimento das hifas no
interior dos tecidos e, neste caso, são chamados antiesporulantes
(JULIATTI, 2005).
3.CONCLUSÃO
Os fungos Botrytis cinera e Dhotiorella sp. são patógenos que
causam grandes danos na cultura do eucalipto, tanto na fase de
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viveiro quanto em grandes plantios comerciais. O controle químico
pode ser realizado para Botrytis cinera, já que nos casos de
Dhotiorella sp. não existe métodos efetivos de controle. Portanto
para o Dhotiorella sp. necessário utilizar clones resistentes ao
patógenos sendo a única estratégia de controle, evitando assim danos
a cultura.
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CRIAÇÃO DE PACA
Augusto Gabriel Claro MELO²
Willian Fernando CHAGAS¹
Amanda Garbim CEBALLOS¹
Thiago MARTINS²
¹Discentes do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP. e-mail:
[email protected] ;
²Docentes do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça – SP.
RESUMO
A paca (Agouti paca) é o segundo maior roedor brasileiro perdendo
apenas para a capivara, pertence à ordem Rodentia da família
Dasyproctidae e possui um especial potencial zootécnico. Esta
espécie, que sofre com a caça predatória e a destruição do seu
habitat, possui uma redução populacional constante, que pode levar
à extinção da espécie. Uma das formas de diminuir a predação ilegal
é através da criação desses animais em cativeiro, sendo necessário
seguir uma série de normas para se ter uma criação dentro do aspecto
legal.
Palavra-chave: animais silvestres, criadouro, Agouti paca.
ABSTRACT
The paca (Agouti paca) is the second largest Brazilian rodent
second only to the capybara, belongs to the order Rodentia
Dasyproctidae the family and has a special livestock potential. This
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species, which suffers from poaching and habitat destruction, has a
constant population reduction, which can lead to extinction. One
way to reduce illegal predation is by creating these animals in
captivity, being necessary to follow a series of rules to have an
establishment within the legal aspect.
Keyword: wild animals, breeding, Agouti paca.
1. INTRODUÇÃO
Com métodos conservacionistas mais atuais, a criação de animais
silvestre com a finalidade de comércio é um dos caminhos viáveis
para a preservação de algumas espécies da fauna brasileira, sendo a
paca uma das que possui um especial potencial zootécnico. Esta é
uma espécie que sofre com a caça predatória e a destruição do seu
habitat, que consequentemente leva a uma diminuição de populações
e pode chegar a extinção (Redford, 1997, Lopes & Ferrari, 2000;
Primack & Rodrigues, 2001; Rosser & Mainka, 2002; Jerozolimski &
Peres, 2003).
Mesmo com leis para a proteção das matas, os recursos florestais
de vários biomas e reservas ecológicas, mananciais e as margens
dos rios sofrem cada fez mais agressões dos homens que residem
em seu entorno, esses espaços são passíveis de desmatamento e
extrativismo irregulares e de caça predatória dos animais silvestres.
Como o desmatamento tem sido evitado e controlado,
comprometendo a exploração de madeira e implantação de
pastagem para o uso da pecuária ou culturas agrícolas, muitos
produtores estão optando por criar animais silvestres para a venda,
bem como a preservação de áreas que estão sendo restauradas
(Campo-Rozo & Ulloa, 2003)
O presente estudo tem como objetivo descrever a criação de
paca e a viabilidade da conservação de seu habitat.
2. DESENVOLVIMENTO
A conservação das matas tem como alternativa de diversificação
de produção que causaria menores danos ao meio ambiente, a
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utilização de espécies silvestres adaptadas às condições ambientais
locais (Nogueira-Filho & Nogueira, 2000).
Segundo Redford & Robinson (1991), a demanda internacional
pelo couro de animais silvestres sempre foi atendida através da caça
predatória em vários países sul-americanos, especialmente no Brasil.
No mercado internacional esse produto é altamente valorizado e a
partir da década de 60 e 70, em muitos países, a caça foi considerada
ilegal em função do estabelecimento de leis de proteção, mas apesar
disso o tráfico continua a ocorrer.
As espécies de animais silvestres que poderão ser exploradas
economicamente deve-se considerar suas características como
adaptabilidade, rusticidade e potencial de produção. Entre as várias
espécies de animais silvestres que podem ser utilizadas em criatórios
comerciais, destaca-se a Paca (Agouti paca), por se tratar de um
animal silvestre em baixo número de espécies no Brasil, indicando
facilidade pela adaptabilidade ao cativeiro (Hosken & Silveira, 2001).
O IBAMA requer a legalização de um criatório mediante a
apresentação de um projeto específico. Dentre deste projeto existe
quatro categorias de criatórios: Científico, conservacionista,
comercial da fauna exótica e comercial da fauna silvestre brasileira.
No criatório comercial o projeto se enquadra na exploração
zootécnica. Sobre projeto deve conter as informações necessárias
da infra-estrutura da propriedade, espécie a ser criada, bem como o
manejo a ser aplicado (ROCHA, 2001).
Para obter o plantel inicial de matrizes e reprodutores deverá
ser originário de animais provenientes de outros criatórios registrados
ou o produto de apreensões dos órgãos fiscalizadores. As espécies
que estão comprovadamente causando danos à agricultura ou em
locais que elas ocorram em abundância, portanto se autorizada à
captura de animais na natureza em áreas onde obedecendo à
estrutura familiar peculiar de cada espécie e mediante solicitação
formal contendo o levantamento da espécie e informações sobre a
captura (IBAMA, 2009).
A paca (Agouti paca L.) é o maior roedor da região neotropical,
depois da capivara. Os machos adultos medem em média 70
centímetros, do focinho à ponta da cauda e as fêmeas 65 centímetros
(figura 1).
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Quem cria, abate e comercializa carne e subprodutos de animais
silvestres sem o registro no IBAMA e nas secretarias ou no Ministério
da Agricultura (os chamados criatórios clandestinos), poderá ter pena
de seis meses a um ano de detenção e multa (GIANNONI, 2001).
Abaixo observa-se os valores aproximados para o investimento
inicial:
Matrizes: R$ 1000,00 cada
Instalações: R$ 2000,00
Equipamentos: R$ 500,00
Capital de giro: R$ 500,00
Retorno: 30 meses
Área: 60m²
Na figura abaixo é demonstrado um criadouro modelo para a a
criação das pacas.
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Figura 2. Croqui de um criadouro de paca, onde:
1- A recomendação mínima para o beiral é de 1,80 metro; para a cumeeira, é
de 2,50 metros. A área livre deve ser coberta por tela
2- As divisões devem ter uma piscina de um metro por um metro, com
profundidade de 25 centímetros
3- A parte mais alta do telhado deve ficar no sentido norte-sul, para entrada
de sol. Telhas de amianto podem ser usadas em locais mais frios; nos de
temperatura alta, melhor usar telhas de barro
4- Cada baia deve ter uma caixa-ninho, com 1,10 metro de comprimento por
70 centímetros de largura
Sabendo que paca é o segundo maior roedor encontrado no país,
perdendo apenas para a capivara. Seu comprimento varia de 32 a 60
centímetros, da cabeça à base da cauda e pesa em média 10 quilos
(MARTHA, 1996). A paca em cativeiro convive bem com outros
animais, em um grupo de pacas estudados por Piccinini (1971),
composto por três fêmeas e três machos em cativeiro, foram
observados:
- que esta espécie tem uma particularidade em demarcação
territorial, feita com urina, principalmente ao redor dos comedouros;
- a eliminação das fezes ocorre num único local e bem afastado
do bebedouro e do comedouro.
Na tabela abaixo, observa-se os dados produtivos da paca.
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3. CONCLUSÃO
A criação de pacas é algo viável economicamente e
ambientalmente, pois serve como uma alternativa de diversificação
de produção e renda para os produtores rurais e contribui com a
diminuição da pressão sobre as populações silvestres, no entanto os
aspectos legais devem ser respeitados.
4. REFERÊNCIAS
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CRIADOURO DE ANIMAIS SILVESTRES: PACAS
Talita Carvalho de SOUZA1
Jader Vinícius de ALCÂNTARA2
Augusto Gabriel Claro de MELO³
1
Acadêmica do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF. [email protected]
2
Acadêmico do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF.
[email protected]
³ Coordenador do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral.
RESUMO
As pacas são animais habitantes das florestas da América do Sul e
possui uma importância para a manutenção das mesmas. Por ser animais
de hábitos noturnos, é difícil avistá-la transitando nas matas durante o
dia. Uma das alternativas encontrada é a criação desses animais em
cativeiros é para ornamentação e abate, graças beleza e saborosa carne
que o animal possui. Um dos problemas que se tem com a criação
desses animais é a baixa taxa de natalidade por fêmea, pois ela reproduz
apenas uma vez ao ano. Para manter esses animais em cativeiro, devese ter autorização do IBAMA e o registro de todos animais ali criados.
Palavras – chave: Agouti paca, IBAMA, recintos.
ABSTRACT
Pacas the animals are inhabitants of the forests of South America
and has an importance for the maintenance of the same. Being
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nocturnal animals, it is difficult sighting it transiting the woods during
the day. One alternative is found creating these animals in captivity
is for ornamental and slaughter, thanks beauty and tasty meat that
the animal possesses. One of the problems you have with the creation
of these animals is the low birthrate per female, as it plays only
once a year. To keep these animals in captivity, must have
authorization from IBAMA and registration of all animals raised there.
Keywords: Agouti paca, IBAMA, standards enclosures.
1. INTRODUÇÃO
A fauna é algo que apresenta uma grande riqueza para a
humanidade, do ponto de vista ecológico, científico, econômico e
cultural. Infelizmente, uma grande parte da sociedade não entende
e reconhece o imenso valor ecológico que a fauna apresenta e
desempenha na parte da estruturação e manutenção dos
ecossistemas. Sem contar que o conhecimento técnico sobre os
aspectos bio-ecológicos dos animais da fauna nativa é escasso
(VIDOLIN et al, 2004).
Alguns países como o Brasil existem uma grande diferença de
regiões e devido essa vasta diversidade, a fauna silvestre é utilizada
como fonte proteica para populações do interior do país. Muitas
vezes, a utilização desses animais para fins comerciais é ignorada a
fiscalização ou subestimação de órgãos responsáveis para proteção;
sendo que o aproveitamento desses animais é feito através de caça
descontrolada, e consequentemente a destruição de seus hábitats,
causando além da perda de fauna, de certa forma a flora é afetada
(FILHO E NOGUEIRA, 2000).
Um dos meios de perpetuar as espécies são os criadouros de
animais e para isso na lei nº 5.197 de 1967 o Poder Público no artigo
3º relata:
Art. 3º. É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos
e objetos que impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha.
§ 1º Excetuam-se os espécimes provenientes legalizados.
§ 2º Será permitida mediante licença da autoridade competente, a apanha
de ovos, lavras e filhotes que se destinem aos estabelecimentos acima
referidos, bem como a destruição de animais silvestres considerados nocivos
à agricultura ou à saúde pública.
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Já no artigo 6º alínea b) relata:
Art. 6º O Poder Público estimulará:
b) a construção de criadouros destinadas à criação de animais silvestres para
fins econômicos e industriais.
O objetivo desse trabalho foi apresentar informações sobre a
criação de pacas e propor um recinto para alojar quatro exemplares.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. CARACTERIZAÇÃO DAS PACAS
A paca é um animal que habita as florestas Sul – americanas.
Elas se alimentam de frutos que caem das árvores e habita perto de
locais com água. Por ser considerada como iguaria por sua grande
quantidade de proteína na carne, a exploração do animal ocorreu
de forma indiscriminada, resultando uma diminuição significativa
na população (BONATELLI et al, 2005).
As pacas pertencem a ordem Rodentia e a família Agouti (GUEDES
et al. 2000). Ela apresenta dois representantes; Agouti paca,
conhecida como “paca comum” e Agouti taczanowslii, conhecida
como “paca da montanha”. Apresentam hábitos noturnos e terrestres,
durante o dia ficam entocados durante o dia (NOGUEIRA et al, 2006).
Uma das funções da paca é a dispersão de sementes para
manutenção e regeneração das florestas que depende de animais
roedores. Esses animais são afetados de forma negativa pelo processo
de fragmentação das florestas, comprometendo também a
regeneração das plantas dispersas pelas espécies de roedores. Um
dos fatores da fragmentação das florestas é devido a culturas
agrícolas, exploração madeireira e plantios de eucalipto nas regiões
de Mata Atlântica ( ZUCARATTO et al, 2009).
2.2. CRIADOURO DE PACAS
De acordo com uma reportagem realizada pelo Globo Rural em
agosto de 2013, há relatos de alguns hábitos das pacas, como hábitos
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noturnos, são animais tímidos. Para que haja o gasto dos dentes
desses roedores é necessário deixar galhos de goiabeiras ou eucalipto.
Na época de acasalamento a fêmea é obrigada a copular com o
macho, pois, seu órgão genital apresenta espinhos que causam o
sangramento da fêmea. A mesma apresenta uma gestação por ano;
quando ela pari o filhote, a fêmea é isolada com o recém – nascido
por cerca de 30 dias para evitar o infanticídio. Os filhotes são
marcados com microchip por ordem do Ibama com três meses após a
desmama para saber seu histórico familiar e genético. Uma das
maiores procuras citadas nessa reportagem é para ornamentação e
alimentação. O ponto de abate dos animais dentre 10 e 12 meses,
quando atingem cerca de 8 kg. O quilo do animal vivo sai por cerca
de 60 reais.
E outra reportagem exibida pelo Jornal Regional – Sul de Minas
em março de 2013; relata que cada animal necessita de 1 m² ; já no
criadouro onde foi realizado a reportagem, o quilo do animal vivo
sai por cerca de 80 reais. Há relatos também que em Minas Gerais
há existência de dez criadores cadastrados.
De acordo com LAZZARI, a profundidade das piscinas é de 0,25cm,
o sentido do telhado é norte-sul, de preferência telhas de barro
para locais mais quentes. O ninho deve ter a dimensão de 1,10m por
0,70m. Para a comercialização de produtos de animais silvestres
devem se encaixar com os quesitos descritos na Portaria nº 117 de
15 de outubro de 1997, sem contar que a venda deve ocorrer com a
nota fiscal emitida pelo criadouro.
2.2.1. NORMATIVAS PARA INSTALAÇÃO DOS CRIADOUROS
O recinto dos animais de acordo com a normativa nº 04 de 2002
do Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
relata que o espaço deve conter cerca de 70 m² sendo que 40% (28
m²) estão destinados ao tanque.
Dos 60% (42 m²) de área restante, cerca de 0,77m² está destinado
para o ninho; 2m² para à maternidade, restando cerca de 39,23m²
de área livre para o convívio de quatro animais (três fêmeas e um
macho). De acordo com o Anexo 169/2008 do IBAMA, o piso do recito
deve ser com terra com grama ou vegetação rasteira.
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2.2.2. PROPOSTA DE UM RECINTO
Abaixo observa-se uma proposta de recinto para alojar quatro
exemplares:
3. CONCLUSÃO
Concluiu-se que a criação de pacas é uma alternativa viável,
tanto economicamente, quanto ambientalmente. No entanto, é
necessário seguir as normas do IBAMA para que a atividade seja
legalmente desenvolvida trazendo os benefícios esperados.
4. REFERÊNCIAS
BONATELLI, M.; CARTER, A. M.; MACHADO, M. R. F.; OLIVEIRA, M.F.;
LIMA, M.C.; MIGLINO, M. A. Placentation in the paca (Agouti paca
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L). Reproductive Biology and Endocrinology 2005. 12
FILHO, S.L.G.N.; NOGUEIRA, S.S.C. Criação Comercial de Animais
Silvestres: Produção e Comercialização da Carne e de Subprodutos
na Região Sudeste do Brasil. Revista Econômica do Nordeste,
Fortaleza, v. 31, n. 2 p. 188-195, abr-jun. 2000.
Globo Rural: Criação de pacas Disponível em: <http://
www.youtube.com/watch?v=RyEfbGYH8yM> Acesso em: 07 mar.
2014.
GUEDES, P.G.; SILVA, S.S.P.; CAMARDELLA, A.R.; ABREU, M.F.G.;
BORGESNOJOSA, D.M.; SILVA, J.A.G.; SILVA, A. A. Diversidade de mamíferos
do Parque nacional de Ubajara (Ceará, Brasil). MASTOZOOLOGÍA
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IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis – Instrução Normativa Ibama anexo 169/2008. Disponível
em: < http://www.ibama.gov.br/cartas-topo-bh-sao-francisco/
category/77-legislacao_fauna?download=5576%3A2008_ibama_
in_169-2008_anexo> Acesso em 07 de mar. 2014.
Jornal Regional – Sul de Minas. Criação de pacas em Soledade de
Minas Disponível em: <http://globotv.globo.com/eptv-sp/jornalregional-sul-de-minas/v/produtor-cria-pacas-ha-20-anos-emsoledade-de-minas-mg/2447002/> Acesso em: 07 de mar. 2014.
LAZZARI, N.M. A paca é um dos animais silvestres mais fáceis de
criar em cativeiro. Disponível em: <http://www.cpt.com.br/cursosanimais-silvestres/artigos/a-paca-e-um-dos-animais-silvestres-maisfaceis-de-criar-em-cativeiro> Acesso em: 07 de mar de 2014.
Lei Federal nº 5.197 de 3 de janeiro de 1967. Disponível em: < http:/
/www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5197.htm> Acesso em: 10 de
mar. 2014.
Ministério do Meio Ambiente Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
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dos Recursos Naturais Renováveis Instrução Normativa nº 04, de 04
de março de 2002.
NOGUEIRA, T.M.R.; GIANNONI, M.L.; TONIOLLO, G.H. Observações
preliminares sobre a reprodução de uma colônia de pacas Agouti
paca Linnaeus, 1766 em cativeiro. Núcleo de Estudos Agrários Ano
VI – Nº 25 – Setembro de 2005. Pág.:85-93.
VIDOLIN, G.P.; MANGINI, P.R.; MOURA-BRITTO, M.; MUCHAILH, M. C.
Programa estadual de manejo de fauna Silvestre apreendida –
Estado do Paraná, Brasil. Cad. biodivers. v. 4, n. 2,dez. 2004
ZUCARATTO, R.; CARRARA, R.; FRANCO, B.K.S. Dieta da paca
(Cuniculus paca) usando métodos indiretos numa área de cultura
agrícola da Floresta Atlântica brasileira. Biotemas, 23 (1): 235-239,
março de 2010.
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ASPECTOS DA CRIAÇÃO DE JACUS
Jorge Luiz RAMOS1
Gustavo Henrique CIAVRELI¹
Augusto Gabriel Claro de MELO²
1
Acadêmicos do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP;
² Coordenador do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP
([email protected]).
RESUMO
O jacu é uma ave da família Cracidae que apresenta plumagem
escura e manto estriado de coloração branca e barbela vermelha,
sendo essa uma característica marcante da espécie. Possui habito
silvícola, sendo de grande importância para a dispersão de sementes,
pois são considerados frugívoros. A criação do animal em cativeiro
tem apresentado expansão, porém a legislação deve ser respeitada,
sendo os destinos dos animais criados em cativeiro a reintrodução
em áreas naturais e o uso ornamental.
Palavras-chave: ave silvestre, Penelope obscura¸criadouro.
ABSTRACT
The guan is a bird of the family Cracidae which features dark
plumage and striatal mantle of white color and red wattles, this
being an important characteristic of the species. Have forestry habit,
being of great importance for the dispersal of seeds because they
are considered frugivorous. The creation of the animal in captivity
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has shown expansion, but the law must be respected, and the fates
of animals bred in captivity for reintroduction to natural areas and
ornamental use.
Keywords: wild bird, Penelope obscura ¸ breeding.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil tem uma das maiores riquezas em avifauna do mundo
com 1700 espécies existentes mais de 10% são endêmicas, o que
torna o Brasil um país um dos mais importantes em investimentos
em conservação (Sick 1997), porém, por outro lado o país sofre com
o tráfico de animais (RENCTAS, 2002).
O tráfico de animais silvestre é o terceiro maior comércio ilegal
do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas (Le
Duc, 1996). Segundo o IBAMA (2002), cerca de 82% dos animais que
são apreendidos pelos fiscais são aves.
Para solucionar o problema com tráfico a devolução dos animais
à natureza é a solução escolhida pelos órgãos de fiscalização e tem
grande simpatia e apoio público, entretanto, tal ação tem um grande
potencial de risco aos ambientes e às populações naturais e traz
poucos benefícios à conservação (IUCN 2000).
A maioria das espécies capturadas ilegalmante é libertada em
locais impróprios (fora de sua ocorrência natural) e ausente de um
avaliação apropriada de seu estado sanitário . (Marini e Garcia, 2005).
O Presente trabalho teve como objetivo levantar informações
sobre Penelope obscura e elaborar um recinto para alojar indivíduos
dessa espécie.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Descrição da espécie
O Jacu (Penelope obscura) é uma ave (Figura 1) pertencente à
família Cracidae e ocorre no sudeste e sul do Brasil, tendo
abrangência nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio
Grande do sul e também em países como Uruguai, Paraguai, Argentina
e Bolívia (GRAHAM, 1986) (Figura 2). O Jacu é uma ave rara que
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habita florestas primárias altas sendo que alguns autores (Marini e
Garcia, 2005) classificam os seguintes habitats para a P. obscura:
Mata seca, transição entre Caatinga e Cerrado, floresta seca de
palmeiras, e mata de várzea e de galeria, sendo que, não inclui
vegetação secundária ou Caatinga.
Sua plumagem aparente é de cor verde-bronze bem escura,
pescoço e manto finamente estriados da coloração branca, possuindo
uma barbela vermelha, característica marcante do animal. As pernas
são anegradas, asas grandes e arredondadas, a fêmea possui íris
castanha e o macho a íris vermelha (STRAUBE, 1988).
É ameaçado pela caça predatória sendo considerada uma das
aves mais cinergéticas, sendo usada na alimentação da população
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rural da Amazônia e também ameaçado pelo desmatamento
irracional. Para fins de preservação é necessário fazer o proveito de
reprodução em cativeiro para se obter espécimes para serem
utilizadas em programa de repovoamento.
Esta ave chega até 85 centímetros de comprimento, sendo que
sua asa possui 34 centímetros, seu bico em média 3,4 centímetros,
sua cauda 34 centímetros e seu tarso 8 centímetros chegando a pesar
1.000 a 1.200 gramas (SIGRIST, T., 2009).
Tem dieta predominantemente frugívora (figura 3), atuando como
importante dispersor de semente, porém, predam folhas e brotos, o
ato de beber se aparenta muito com o do Pombo (Columbia livia),
que é o processo de sugar com o bico dentro d’agua se nota a ingestão
pelo movimento da garganta. (GRAHAM, 1986).
Atualmente ele tem um potêncial econômico muito forte devido
ao beneficiamento do café quando passa pelo trato intestinal do
jacu, sendo que, um pacote com 250g do pó chega até R$ 90,00.
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2.2. Criação de Jacu
O recinto foi projetado segundo as exigências da Instrução
Normativa do IBAMA nº04/2002 que diz respeito à família Cracidae
de porte grande exige que para duas aves tenha um espaço de 12m²
e apresente piso de terra e folhiço com vegetação arbórea e arbustiva
incluindo um espaço com areia para o animal espojar.
O recinto ficou estabelecido com 9x5 metros totalizando em
45m², estas medidas foram adotadas para melhor aproveitamento
do local selecionado e alojar quatro exemplares. Dentro do recinto
haverá um banco de areia com dimensões de 3,5 x 3,5, um cantil
de água com 0,5x0,5 e um comedouro com as dimensões idênticas
(figura 4)
A proteção desse criadouro será com o Alambrado Galvanizado
Fio BWG 14 (2,10mm), sendo que existe uma mureta de 1 metro
para evitar futuros problemas com o animal e uma porta com 1,2
metros de largura e 2,2 metros de comprimento para possibilitar a
entrada no criadouro.
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3. CONCLUSÃO
Concluiu-se que a criação desses animais em cativeiro é viável
e de grande importância para contribuir com a proteção dessa
espécie. As normas exigidas pelo órgão ambiental são essenciais para
garantir um ambiente adequado para a criação desses animais.
4. REFERÊNCIAS
Graham, D.J. (1986) Lista das aves da Reserva Estadual da cantareira.
São Paulo: Inst. Florestal de São PAulo.
IUCN, 2000; diretrizes sobre a disposição de animais confiscados.
Aprovado no 51° Encontro do Conselho da Iucn: Gland, Suíça.
Le Duc, J. P. (1996) Trafficking in animals and plants: a lucrative
form of crime. International Criminal Police 458/459: 19-31
Marini, M. A. e F. I. Garcia (2005) Bird Conservation in Brazil. Cons.
Biol. 19: 665-671.
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RENCTAS (2002) 1º relatório nacional sobre o tráfico de fauna
silvestre. Brasília:Rede Nacional de Combate ao Trá-fico de Animais
Silvestres (RENCTAS).
Straube, F. C. (1988); Contribuições ao conhecimento da avifauna
da região sudoeste do Estado do Paraná (Brasil). Biotemas 1:63-75
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CULTIVO CONSORCIADO DE SERINGUEIRA E
CAFÉ
Bárbara Tamires Lucas da Silva SALES1
Adriana Novais MARTINS2
Eduardo SUGUINO3
1
Acadêmica do Curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça, SP, Brasil.
E.mail: [email protected] (Bolsista FAPESP)
2
Eng. Agr., Dra, Pesquisadora Científica da APTA – Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios/SAA, Unidade de Pesquisa e
Desenvolvimento de Marília, SP, Brasil. E.mail:
[email protected]
3
Eng. Agr., Dr., Pesquisador Científico da APTA - Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios/SAA, Pólo Regional do Centro Leste,
Ribeirão Preto, SP, Brasil. E.mail: [email protected]
RESUMO
As mudanças climáticas se tornam, a cada dia, mais evidentes no
cenário agroflorestal. Recentemente a região sudeste do Brasil
enfrentou temperaturas elevadíssimas, destoando do histórico
climático regional dos últimos 50 anos. Para amenizar os efeitos do
calor excessivo na produção, algumas alternativas de manejo, como
a consorciação de culturas, são utilizadas. Na região de Garça, SP,
alguns cafeicultores usam a consorciação com seringueiras, para tentar
diminuir a temperatura do sistema de produção, aliando-se a isto o
melhor aproveitamento da área e dos insumos, tanto de café, como
de borracha natural. Desse modo, entender a dinâmica deste sistema
produtivo torna-se fundamental para o sucesso deste empreendimento.
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Palavras-chave: Coffea arabica; culturas intercalares; Hevea
brasiliensis; sombreamento
ABSTRACT
Climate change becomes every day more evident in the Brazilian
agroforestry scenario. Recently, the southeast of Brazil confronted
high temperatures, diverging from regional climate history of the
last 50 years. To reduce the effects of excessive heat on production,
some management alternatives, as the intercropping, have been
implemented. In the region of Garça, SP, some farmers has
implemented the intercropping with rubber as an attempt to decrease
the temperature of the production system, allying this to the best
use of area and production inputs, both of coffee, as natural rubber.
Thus, understand the dynamics of this production system is
fundamental to the success of rural producers.
Keywords: Coffea arabica; intercropping; Hevea brasiliensis;
shading cultures
1.INTRODUÇÃO
A seringueira, pertencente à família Euphorbiaceae, é uma
árvore de grande porte, com ciclo perene, originária da região
Amazônica. A classificação do gênero Hevea compreende 11
espécies de seringueiras. A espécie Hevea brasiliensis é
considerada a mais importante do gênero por possuir a maior
diversidade genética e alta produtividade de látex. As plantas
podem atingir até 30 m de altura sob condições favoráveis, iniciando
a produção de sementes e borracha natural aos 4 e 7 anos,
respectivamente (GONÇALVES; MARQUES, 2008).
Os países asiáticos Tailândia, Indonésia, Malásia, Índia, Vietnã e
China são os mais importantes produtores mundiais de borracha,
respondendo por cerca de 90% do total. Atualmente, o Brasil produz
cerca de 274 mil toneladas de látex coagulado, o que representa
2,4% da produção total. Em âmbito nacional, os estados de São Paulo,
Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e Espírito Santo são os principais
produtores, sendo São Paulo responsável por 55% da produção
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nacional, possuindo aproximadamente 51.000 hectares já
implantados com a atividade e mais de 14 milhões de hectares aptos
à heveicultura (RUBBER STATISTICAL BULLETIN, 2013; FAESP, 2011;
AGRIANUAL, 2013).
Destaca-se que a seringueira, além de fornecer látex e madeira,
apresenta grande capacidade de reciclagem de carbono. De acordo
com COTTA et al. (2006), um hectare de seringal retira aproximadamente
1,4 tonelada de gás carbônico da atmosfera por ano.
A seringueira é uma planta tipicamente tropical, sendo que
temperaturas inferiores a 15ºC prejudicam o desenvolvimento das
árvores (CAMARGO; CAMARGO, 2008). Apesar de tolerar níveis de
deficiência hídrica superiores a 200 mm anuais, devido às mudanças
climáticas previstas, recomenda-se atualmente o plantio em áreas
de solos profundos e de textura média, com temperaturas médias
em torno de 20ºC (COSTA et al., 2008).
Com relação ao café (Coffea arabica L.), esta é uma rubiácea,
originária da Etiópia, onde é cultivada predominantemente em
condições de sombreamento, em altitudes que variam de 1.000 a
2.500 m. Apesar disso, o café é uma espécie que apresenta grande
adaptação podendo ser cultivada a pleno sol (NASCIMENTO et al.,
2006). Entretanto, com as previsões de mudanças climáticas,
principalmente no que diz respeito ao aquecimento global, há a
necessidade de adequação dos sistemas produtivos, uma vez que
esta espécie tem como recomendação de plantio, áreas com
temperaturas médias entre 18 e 22ºC (LEAL et al., 2007). A
temperatura das folhas dos cafeeiros é um parâmetro importante,
pois altas temperaturas limitam o desempenho fotossintético,
podendo causar escaldadura nas folhas, aborto das flores e reduzir
a produtividade do cafeeiro (DAMATTA, 2004).
Levando-se em consideração as recentes alterações climáticas
observadas no Centro Oeste Paulista, a utilização de sistemas consorciados
café x seringueira tem se mostrado promissora para a região.
2.DESENVOLVIMENTO
Estudos apontam que a seringueira é uma opção econômica em
consórcio com culturas anuais (soja, mandioca, feijão, milho,
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amendoim), perenes (café, palmito, cacau, coco, citrus e pimenta
do reino) ou semiperenes (banana, maracujá, mamão, abacaxi). No
entanto, o sucesso desses sistemas depende da escolha correta do
espaçamento para as seringueiras em função do cultivo que se
pretende intercalar e/ou consorciar. Há várias alternativas de plantio,
porém as mais indicadas recomendam uma distância mínima de dois
metros entre as linhas de seringueira e o outro cultivo (PEREIRA,
2007). A figura 1 ilustra dois modelos de arranjo para o consórcio
seringueira-café (sistema contínuo e zonal).
O seringal pode ser implantado no momento da substituição de
cafezais antigos, servindo este como quebra-vento e sombreamento
controlado durante a fase de formação das seringueiras. Nesse caso,
o plantio da seringueira em substituição ao café deve ser feito em
ruas alternadas colocando as mudas na projeção da copa da planta de
café. Outra opção é o plantio do café como cultura intercalar até a
formação do seringal implantado nos espaçamentos convencionais (78 m entre linhas e 2,5 a 3,0 m entre plantas). No entanto, as plantas
de seringueira sombreiam rapidamente as entrelinhas, limitando o
desenvolvimento do café, principalmente após o quarto ano. O cafeeiro
deve ser plantado no sistema adensado, nos espaçamentos de 1,5 a
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2,0 m por 0,5 a 1,0 m, respeitando um espaço mínimo de 1,5 m em
relação às linhas da seringueira. Outras disposições do seringal podem
ser planejadas visando aumentar a vida útil do cafezal, tais como: em
linhas simples de 10 x 2,5 m, 12 x 2,5 m, ou em linhas duplas de 4 x 3
m, 4 x 2,5 m ou 5 x 2,5 m, espaçadas de 10 a 12 m entre si. Nesse
sistema, é possível a colheita de três a quatro safras de café, quando
o sombreamento exercido pelas seringueiras passa a ser prejudicial
ao cafeeiro. Vários outros arranjos podem ser feitos de modo a adequar
o sistema aos interesses do produtor. Pode-se, também, realizar a
implantação do consórcio em sistema permanente de exploração,
conhecido como plantio em renque. Os renques devem ser espaçados
entre si de 20 a 25 m, ou até 100 m. Cada renque pode ser composto
por linhas simples de seringueiras, espaçadas de 2,5 a 3,0 m entre
plantas, ou linhas duplas, no espaçamento de 4,0 x 3,0 m, 4,0 x 2,5 m
ou 5,0 x 2,5 m (PEREIRA, 2007). Deve-se lembrar que os arranjos
devem ser feitos visando diversos aspectos, entre eles a mecanização
da lavoura, principalmente quando da colheita do café.
De acordo com FANCELLI (1990) existem muitos efeitos benéficos
sobre as plantas de café quando associadas à seringueira, como a
produção de internódios mais longos, essencial para produção de
frutos de melhor qualidade; produção de frutos de maior tamanho;
microclima mais ameno ao cafeeiro, mantendo um ambiente
favorável à produção com temperatura noturna mais alta e diurna
mais baixa; redução do ciclo bienal; menor incidência da seca dos
ponteiros, devido ao microclima favorável; aumento do número de
ramos plagiotrópicos primários e secundários, ampliando a
capacidade produtiva do cafeeiro. No entanto, as duas espécies
apresentam problemas com nematóides do gênero Meloidogyne,
sendo necessário cuidado na escolha da área de plantio e atenção
especial à qualidade das mudas.
2.1. Efeitos climáticos
A Região Centro Oeste do Estado de São Paulo vem apresentando
temperaturas muito elevadas, associadas ao baixo índice de chuvas,
nos últimos meses. Os meses de janeiro e fevereiro de 2014 ficaram
com as temperaturas máximas 3,3ºC e 2,5ºC acima das máximas
médias dos últimos 10 anos, respectivamente (Figura 2).
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As chuvas também apresentaram oscilações, ficando os totais
mensais abaixo da média dos últimos 10 anos (Figura 3). Essas
alterações climáticas marcantes observadas no início de 2014
interferiram significativamente em todas as culturas regionais,
incluindo café e seringueira.
No caso específico da seringueira, a produção de látex apresentou
ligeiro decréscimo. Entretanto a fenologia das plantas foi
significativamente alterada. A maturação dos frutos, normalmente
observado entre fevereiro e março na região, foi atrasada, sendo
que se observam plantas com os frutos em formação no mês de abril/
2014. Outro problema detectado na região foi a ocorrência de floradas
múltiplas em seringais, fato não muito comum.
Em relação ao café, as plantas apresentaram escaldaduras de
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folhas devido às altas temperaturas e também à elevada radiação.
Pequena taxa de chochamento de grãos também foi observada pelos
produtores regionais.
Estudos desenvolvidos em diferentes regiões do mundo mostram
que as mudanças climáticas com certeza irão impactar a
produtividade das culturas, entretanto a magnitude destas ainda é
incerta uma vez que a produtividade depende de uma série de fatores
(climáticos, físicos, biológicos, sociais), difíceis de quantificar no
presente momento (EWERT et al., 2005; ZHANG; LIU, 2005).
2.2. Alternativas e novos estudos
LEAL et al. (2007) em estudo sobre o consórcio café (Coffea
arabica) e seringueira (Hevea brasiliensis) em Londrina-PR avaliaram
a produtividade das plantas de café situadas sob a influência das
copas das seringueiras nos lados norte e sul das filas duplas.
Observaram que a produtividade média das plantas foi maior no
lado sul destas. Essa diferença foi atribuída à menor insolação
recebida no inverno. Durante as horas mais frias do dia não houve
diferença entre as temperaturas das folhas nas faces S e N.
Concluíram que, apesar das temperaturas médias da região serem
adequadas ao cultivo do café arábica, o sombreamento pode
favorecer a produtividade dos cafeeiros, contribuindo para a
diminuição da temperatura foliar.
MACEDO et al. (2006) pesquisaram características silviculturais
da seringueira (Hevea brasiliensis) e a produção de cafeeiros (Coffea
arabica) em fase de estabelecimento dos sistemas agroflorestais
implantados em Lavras-MG. Os maiores valores de crescimento em
altura e diâmetro das plantas de seringueira foram verificados nos
tratamentos consorciados em altas densidades de plantio, com cerca
de 28, 36 e 48 m2 de área por árvore de seringueira. As maiores
produções de café beneficiado foram observadas
naquelesconsorciados com seringueiras em baixas densidades de
plantio, (A1=60, A2=90, A4=72 m2) correspondendo respectivamente
a acréscimos de produção de 9,62 sacas/ha, 10,86 sacas/ha e 20,14
sacas/ha a mais que a obtida no sistema de cafeeiros em monocultivo.
Esses resultados ressaltam, a importância da avaliação dos arranjos
populacionais em cada situação de cultivo.
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NASCIMENTO et al. (2006) ressaltam que o cultivo da seringueira
em monocultivo ou consorciada com cafeeiro surge como alternativa
promissora e uma opção para os cafeicultores frente às constantes
oscilações da produção e do mercado. Porém, a produtividade de
ambas as culturas pode variar de acordo com as oscilações climáticas
decorrente do sistema de cultivo adotado. Sendo assim, os autores
avaliaram os efeitos da variação dos fatores do clima e dos sistemas
de cultivo sobre as trocas gasosas, eficiência fotoquímica do
fotossistema II (FV/FM) e anatomia foliar do cafeeiro. Foram
estudados quatro sistemas de cultivo: café em monocultivo, três
fileiras de cafeeiros a cada fileira dupla de seringueira, uma fileira
de cafeeiros a cada fileira de seringueira e três plantas de café a
cada planta de seringueira na mesma fileira. As plantas de café dos
sistemas consorciados apresentaram os menores valores de taxas
fotossintéticas (A), condutância estomática (gs), transpiração (E) e
maiores valores para a razão FV/FM. As plantas de café em
monocultivo apresentaram médias superiores de espessura dos
parênquimas paliçádico e lacunoso, do limbo foliar, além de maior
índice estomático em relação aos demais sistemas de cultivo,
apresentando, dessa forma, plasticidade anatômica para a espécie,
quando comparada às plantas de sol e sombreadas pela seringueira.
Na região Centro Oeste Paulista já é possível observar
produtores utilizando sistemas consorciados de seringueira e café
(Figuras 4 e 5). Os resultados ainda são insipientes, mas
promissores, sendo que a temperatura das folhas do cafeeiro
sombreados tendem a ficarem cerca de 2ºC abaixo da temperatura
registrada em cafeeiros cultivados a pleno sol, diminuindo os danos
pelas temperaturas xtremas e excesso de radiação. Há certa
relutância entre os produtores regionais com relação à aceitação
destes novos arranjos consorciados, principalmente devido ao
quesito mão de obra. Entretanto, os novos estudos apontam para
disposições que contemplem o sombreamento necessário do
cafeeiro, com a possibilidade de mecanização da área. Para
efetivar esses arranjos são necessárias informações sobre o solo
(constituição física, topografia e outros) e clima. O uso da irrigação
como ferramenta tecnológica tem apresentado resultados
positivos, principalmente na implantação do sistema consorciado
e na produtividade dos cafeeiros.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O impacto das mudanças climáticas na agricultura é consenso entre
os pesquisadores da área. Entretanto, é certo que as condições
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meteorológicas podem ser contornadas, amenizando os efeitos
negativos sobre as plantas. Técnicas como melhoramento genético
podem contribuir sobremaneira para adaptação das espécies, mas
sabe-se que no caso de culturas perenes este processo é lento. Assim
sendo, arranjos produtivos consorciados podem ser alternativas em
curto prazo para a convivência harmônica entre a agricultura e o clima.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DEMARCAÇÃO DE ÁRVORES MATRIZES NA
FAZENDA CASCATA EM GARÇA - SP
2
Armando PEDRONI1
Victor Lopes BRACCIALLI2
Edgard MARINO JUNIOR2
1
Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP –
Brasil, e-mail: [email protected]
Docentes do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil,
e-mail: [email protected]
RESUMO
Este estudo objetivou a descrição do processo de demarcação de
árvores matrizes, de espécies nativas da flora na Fazenda Cascata em
Garça-SP, além da demarcação de matrizes florestais para obtenção de
sementes destinadas a produção de mudas para restauração florestal.
As árvores selecionadas apresentavam superioridade em relação às
demais da população no ambiente natural. Realizou-se um levantamento
florístico de espécies arbóreas nos fragmentos de mata, por meio de
caminhadas aleatórias. Foram selecionadas 60 indíviduos de 26 espécies.
Das matrizes demarcadas, foram encontradas 13 famílias. As árvores
selecionadas apresentaram as qualidades necessárias para a produção
de mudas nativas utilizadas nas restaurações.
Palavras-chave: seleção de árvores mães, sementes nativas,
produção de mudas.
ABSTRACT
This study aimed to describe the demarcation of mother trees of
native species of flora in Heron Farm in Cascade SP process, and the
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demarcation of forest arrays to obtain seed for the production of
seedlings for forest restoration. The selected trees showed superiority
to other population in the natural environment. We conducted a floristic
survey of tree species in forest fragments, through random walks. 60
individuals of 26 species were selected. Demarcated matrices, 13
families were found. The selected trees provided the necessary for the
production of native plants used in restoration qualities
Keyword: selection of mothers trees, native seeds, seedling
production.
1. INTRODUÇÃO
A perda de vegetação nativa deixa claro a percepção da sociedade
frente ao problema do desmatamento no Estado. Entre as iniciativas
destacam- se a educação ambiental, criações, ampliações e
alterações de resoluções da SMA, cursos de capacitação de
profissionais e estudantes, pesquisas e ações nas áreas de
recuperação de áreas degradadas e restauração florestal.
A restauração florestal nada mais é que a minimização dos efeitos
dos processos de fragmentação/degradação através da regeneração
artificial de espécies nativas locais, podendo ser chamada também
de restauração florestal (KAGEYAMA et al., 2003).
Em programas de reflorestamento, utilizando espécies nativas,
um ponto fundamental é a origem genética das sementes. A origem
ou procedência, número de matrizes, número de sementes coletadas
e a contribuição genética, têm papel central no sucesso dos
programas. A recuperação de áreas dependem,’ em parte, do
potencial genético do material utilizado na reposição florestal.
De acordo com Gomes et al. (1991) o êxito na formação de
florestas de alta produção depende, em grande parte, da qualidade
das sementes e mudas, que, além de terem que resistir às condições
adversas encontradas em campo após o plantio, deverão sobreviver
e, por fim, produzir árvores com crescimento volumétrico
economicamente desejável.
Segundo Kageyama (2003), duas características fazem com que
as sementes florestais sejam fundamentais na formação de plantios
florestais, tanto para produção de bens e serviços como para a
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recuperação de áreas já degradadas: sua capacidade de distribuir a
germinação no espaço (pelos mecanismos de dispersão) e no tempo
(pelo mecanismo de dormência). O autor cita que, tendo em vista o
seu tamanho, geralmente pequeno, e a sua fácil conservação ao
longo do tempo, seu manuseio torna-se fácil e a produção de mudas
a partir das sementes pode ser realizada em regiões ou épocas
distintas daquelas em que as mesmas foram produzidas.
Abreu (2007) cita que, por conta desses motivos, a produção de
mudas florestais nativas através da germinação de sementes é um
processo que requer um bom projeto e planejamento, além de
técnicas específicas. Para isso devem ser selecionadas boas sementes,
coletadas de árvores de boa qualidade fenotípica e genotípica,
denominadas árvores matrizes.
A fazenda Cascata está localizada no município de Garça, Estado
de São Paulo. Atualmente, a produção agrícola da unidade rural
concentra-se na pecuária e cafeicultura. A propriedade possui 1.700
hectares, com aproximadamente 25 % remanescentes de Floresta
Estacional Semidecidual.
Além da representatividade de seus remanescentes florestais,
possui uma rede hidrográfica de grande significância para a cidade
de Garça, pois é responsável por 25% do abastecimento público de
água do município. O recurso hídrico utilizado no abastecimento, é
armazenado através de represamento artificial, com espelho d’água
aproximado de 6.000 m².
Para a seleção das árvores matrizes deve-se levar em conta o
conceito de tamanho efetivo da população (Ne), referente a
representatividade genética de um individuo em função de seu
sistema reprodutivo e de sua genealogia. A colonização a partir de
poucos indivíduos gera uma população com baixo valor de Ne, fato
que acarreta na diminuição da capacidade da população de manter
suas características genéticas ao longo de muitas gerações (KAGEYAMA
& GANDARA, 1999).
A coleta de sementes florestais deve ser realizada quando as
mesmas atingem a maturação fisiológica, visto que nessa época elas
apresentam maior porcentagem de germinação, maior vigor e maior
potencial de armazenamento. Portanto, é sempre necessário
determinar o momento em que a semente atingiu a maturação
fisiológica, antes de coletá-la (ECOFLOR,2011).
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Este estudo tem por objetivo a demarcação de árvores matrizes,
de espécies nativas da flora na Fazenda Cascata região de Garça- SP,
para a obtenção de sementes destinadas a produção de mudas para
restauração florestal.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O trabalho foi realizado na Fazenda Cascata, localizada na Microbacia
Hidrográfica do Córrego Barreiro, município de Garça/SP, latitude 22°
14’ 17"S, longitude 49° 38’ 17" W e altitude aproximada de 670 metros. A
seleção e marcação das árvores matrizes foram realizadas em fragmentos
de mata nativa situados dentro dos limites da Fazenda Cascata
2.2. PROCEDIMENTOS E MATERIAIS
Realizou-se o levantamento florístico de espécies arbóreas nos
fragmentos de mata nativa, por meio de caminhadas aleatórias.
Quando desconhecida a espécie, o exemplar foi fotografado e foram
coletados materiais botânicos (ramo, flor, fruto, semente). Os
materiais coletados foram levados para a biblioteca da Faculdade
de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) para identificação com
base em estudos científicos e acervo bibliográfico.
Foi realizada a identificação das espécies e o agrupamento nas
respectivas famílias conforme proposto por Lorenzi (2008). Além
disso, foram demarcadas árvores com potencial para matrizes, sendo
coletados dados como coordenadas geográficas (latitude e longitude).
As árvores matrizes foram demarcadas com fita zebrada.
Após a marcação e identificação das matrizes, realizou-se a
tabulação dos dados colhidos em campo, para analise posterior. Os
materiais utilizados neste trabalho foram: GPSmap 60CSx Garmin ,
uma prancheta, caneta esferográfica, folhas para anotação (ficha
de campo), fita de identificação tipo zebrada, câmera fotográfica
digital Sony 10.1Mega Pixels DSC-H20. Além de equipamentos de
proteção (facão, perneira) e caixa de primeiros socorros.
As coordenadas geográficas foram coletadas na projeção UTM
(Universal Transverse Mercator) com Datum WGS84 (Datum Universal).
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2.3. CRITÉRIOS PARA A SELAÇÃO DE ÁRVORES MATRIZES
Os critérios seguidos para a seleção de árvores matrizes, sugeridos
por Barbosa (2006), são: (1) aspectos fitossanitários e vigor, ausência
de praga e de doenças; (2) morfologia dos indivíduos, através da
avaliação da árvore, do formato do tronco e da copa; (3) produção
de sementes e frutos abundante para a seleção das matrizes, das
diferentes espécies. Foi considerado os aspectos desejáveis, de modo
que esses indivíduos representem ao máximo as características
peculiares das diferentes classes sucessionais que pertencem as
espécies (pioneiras, climácias).
2.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de demarcação foi realizado com receptores GPS para
localizar as árvores no fragmento e, posteriormente, identificá-las
no software específico para processamento de dados
georreferenciados. Foram demarcadas 60 árvores que receberam
codificação de C01 a C60, sendo o código utilizado “C” extraído do
nome Cascata. Após as coletas de dados, foi elaborada a cartografia
temática sobreposta à imagem do Software Google Earth , como
mostra a Figura 01.
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Ficaram evidentes alguns acúmulos de indivíduos da mesma
espécie muito próximos à planta mãe, assim como, predominância
em alguns locais de espécies heliófilas. Além disso, foram localizadas
árvores de poucas espécies e em grande quantidade, características
de áreas florestais secundárias. Constatou-se uma alta diversidade
biológica e indivíduos arbóreos de grande porte, entre as grotas dos
cursos d’agua.
No levantamento realizado, dos 60 indivíduos, foram
encontradas 26 espécies, distribuídas em 13 famílias. Conforme
descrito na Tabela 01.
Tabela 01. Levantamento das espécies matrizes florestais e suas respectivas Famílias,
selecionadas como matrizes na Fazenda Cascata, em Garça – SP.
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NOME CIENTÍFICO
NOME POPULAR
FAMILIA
1
Anadenanthera macrocarpa
Angico – preto
Fabaceae
2
Piptadenia gonoacantha
Pau – jacaré
Fabaceae
3
Ficus guaranítica
Figueira - branca
Moraceae
4
Croton urucurana
Sangra-d’água
Euphorbiaceae
5
Inga vera
Ingá
Fabaceae
6
Cecropia pachystachya
Embaúba
Cecropiaceae
7
Nectandra cissiflora
Canela
Lauraceae
8
Cedrela fissilis
Cedro
Meliaceae
9
Centrolobium tomentosum
Araribá
Fabaceae
10
Syagrus oleracea
Guariroba
Arecaceae
11
Anadenanthera peregrina
Angico-do-morro
Fabaceae
12
Genipa americana
Jenipapo
Rubiaceae
13
Cordia ecalyculata
Café-de-bugre
Boraginaceae
14
Hymenaea courbaril
Jatobá
Fabaceae
15
Cordia trichotoma
Louro-pardo
Boraginaceae
Fabaceae
16
Albizia niopoides
Farinha-seca
17
Platypodium elegans
Amendoim-do-campo
Fabaceae
18
Psidium guajava
Goiaba-branca
Myrtaceae
19
Albizia polycephala
Angico-branco
Fabaceae
20
Handroanthus albus
Ipê-amarelo
Bignoniaceae
21
Guazuma ulmifolia
Mutambo
Malvaceae
22
Schizolobium parahyba
Guapuruvu
Fabaceae
23
Copaifera langsdorffii
Copaíba
24
Psidium guajava
Goiaba –vermelha
Myrtaceae
25
Myrsine furriginea
Capororoca
Myrcyinaceae
26
Patagonula americana
Guaiuvira
Boraginaceae
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Fabaceae
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A família Fabaceae apresentou destaque, em relação número de
indivíduos demarcados. Do total de 26 árvores selecionadas, 11 (
46%) são da família arbórea em questão, como mostra a figura 02
abaixo.
Santos et al. (2012), em levantamento realizado na cidade de
Bebedouro, também detectou a predominância das árvores da Família
Fabaceae. Porém, no estudo dos autores, as árvores da Família
Myrtaceae, também obtiveram significativa representatividade
perante o número total de espécies avaliadas.
As espécies selecionadas foram separadas nos grupos pioneiras
e climácicas, cada uma no seu respectivo grupo sucessional. Foi
constatado uma porcentagem elevada dos indivíduos do grupo
ecológico das climácicas, que representam 73 % das árvores
demarcadas, enquanto que, as árvores pioneiras representam 27%,
como é possível observar na Figura 3 abaixo.
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As características de um remanescente florestal ideal para coleta
de sementes são áreas, no mínimo, em Estágio Avançado de
Regeneração, estabelecido na Resolução CONAMA 10, de 01/10/1983.
Este tipo de vegetação tem como principal característica a
predominância de espécies de final de sucessão ecológica, como
ocorre nos remanescentes percorridos para demarcação das matrizes
na Fazenda Cascata.
3. CONCLUSÕES
Com o presente trabalho foi possível concluir que os
remanescentes de vegetação nativa da Fazenda Cascata são
representativos da flora natural da região de Garça. A maioria das
espécies selecionadas como matrizes de sementes são do final da
sucessão ecológica (climácicas), fato que indica que as florestas
existentes encontram- se em Estágio Avançado de Regeneração
Natural, segundo a Resolução CONAMA 10. As árvores selecionadas
apresentaram as qualidades necessárias para a produção de mudas
nativas utilizadas nas reposições florestais.
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DISPERSÃO DE PALMISTICHUS ELAEISIS EM
PLANTIOS DE EUCALIPTO
Arthur Brasil Oliveira NASCIMENTO1
Bruno Adorni VINHOTA²
Murici Carlos CANDELÀRIA3
1
Acadêmico do curso de engenharia florestal da FAEF - Garça – SP Brasil. e-mail:
[email protected] 2 Acadêmico do curso de engenharia
agronômica da UNIFEB – Barretos – SP – Brasil. e-mail:
[email protected]
3
Professor do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil.
e-mail [email protected]
RESUMO
Dentre as alternativas de controle de pragas florestais destacase o uso de inimigos naturais como o parasitoide Palmistichus
elaeisis. O objetivo deste trabalho foi avaliar a dispersão de P.
elaeisis em dois plantios de eucalipto com sete e dois anos. Em
cada plantio delimitou-se dois retângulos de 48x45 metros,
instalando-se 90 cartões adesivos em cada área. Posteriormente
liberou-se 100 mil parasitoides no centro de cada área. Após 72
horas os cartões foram recolhidos e analisados. Os dados foram
submetidos à análise geoestatística. Observou-se diferença
acentuada no número de parasitoides coletados e na forma de
dispersão em cada área.
Palavras-chave: Controle biológico; parasitoide; dispersão.
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ABSTRACT
Among the alternatives for controlling forest pests, we highlight
the use of natural enemies such as parasitoid Palmistichus elaeisis.
The objective of this study was to evaluate the dispersion of P. elaeisis
in two eucalypt plantations with seven and two years old. In each
planting delimited two rectangles of 48x45 meters, settling 90
adhesive cards in each area. Later they released 100.000 parasitoids
in the center of each area. After 72 hours the cards were collected
and analyzed. The data were subjected to geostatistical analysis.
We observed a marked difference in the number of parasitic and
collected in the form of dispersion in each area.
Keywords: Biological control; parasitoid; dispersion.
1. INTRODUÇÃO
O eucalipto pertence à família das mirtáceas, e apresenta grande
variedade entre suas espécies, podendo atingir desde alturas
arbustivas até gigantescas (MARTINI, 2004). Plantado comercialmente
em solo brasileiro desde 1906 (QUEIROZ; BARRICHELO, 2007), onde
assumiu grande importância. O desenvolvimento do setor florestal
tornou o eucalipto uma cultura essencial na economia brasileira,
totalizando 83,6% de todas as plantações florestais feitas em 2012
(ABRAF, 2013).
Com a implantação de grandes áreas plantadas com eucalipto,
foi estabelecido um sistema de monocultura, com reduzida área de
vegetação natural (ZANUNCIO et al., 1976; SANTOS et al., 1982),
características estas reduzem o número de inimigos naturais e
favorecem o aumento de insetos-praga (DALL’OGLIO et al., 2003).
Muitos insetos nativos do Brasil se adaptaram ao eucalipto, no final
da década de 1940, principalmente, muitos lepidópteros
desfolhadores, começaram a despertar a atenção dos pesquisadores
devido à ação devastadora que causavam nas plantas (BERTI FILHO,
1982).
O controle de pragas florestais com moléculas químicas pode
causar impacto ambiental e elevar os custos de produção (ZANUNCIO
et al., 1994). A pressão do mercado consumidor e da certificação
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florestal exige a produção de madeira “limpa”, aumentando a
importância do controle biológico com a introdução ou manutenção
de populações de predadores, parasitóides e patógenos (SILVA, 2000).
Dentre as alternativas de controle biológico, o uso de parasitoides
tem grande importância pela sua alta eficiência, facilidade de manejo
e criação, sendo estes os inimigos naturais com maior ocorrência
em plantios florestais (DALL’OGLIO et al., 2003).
Um dos primeiros relatos de parasitoide em lagartas
desfolhadoras de eucalipto foi feito por Lima (1950), que observou
o parasitismo de Achaetoneura affinis (Townsend, 1927) (Diptera:
Tachinidae) em Thyrinteina arnobia (Lepidoptera: Geometridae)
(Stoll, 1782) e S. violancens. A grande diversidade de parasitoides
encontrados ressalta a importância deste grupo no controle biológico
(PRATISSOLI et al., 2005).
Dentre os parasitoides com potecial de controle de Lepidoptera
em eucalipto, Palmistichus elaeisis (Delvare & LaSalle, 1993)
(Hymenoptera: Eulophidae) tem destaque, principalmente, por
parasitar alto número de hospedeiros e assim como os lepidópteros
desfolhadores de eucalipto, geralmente, ocorrem em surtos
compostos por mais de uma espécie, simultaneamente (ZANUNCIO
et al., 2003) este parasitoide pode contribuir para suprimir o número
de insetos e evitar os danos.
Palmistichus elaeisis é um endoparasitoide representante da
família Eulophidae pertencente à superfamília Chalcidoidea, de
hábito gregário, preferencialmente de lepidópteros, apresenta
habito poligago e a ocorrência em mais de 20 espécies o
caracteriza como um promissor agente de controle biológico
(PEREIRA et al., 2009).
Contudo, para a avaliação da liberação de um parasitoide em
campo é necessário conhecer sua capacidade de dispersão (SÁ et
al., 1993, PASTORI et al., 2008). As principais técnicas utilizadas
para avaliação da dispersão consistem na utilização de armadilhas
adesivas, marcação e recaptura dos insetos liberados (SUVERKROPP
et al, 2009) e tem como objetivo avaliar fatores inerentes ao
parasitoide, como os padrões de distribuição dos insetos e também
como os fatores abióticos (vento, temperatura e estrutura da
vegetação) (CORBETT; ROSENHEIM, 1996) podem interferir na
dispersão do inseto na área.
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Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a dispersão do
parasitoide P. elaeisis em plantios de eucalipto com diferentes idades
e correlacionar o efeito da direção do vento na área dos plantios
com o deslocamento dos insetos.
2. DESENVOLIMENTO
2.1. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em áreas com plantio de Eucalipto
pertencentes à Faculdade de Ciência Agronômicas – FCA/UNESP,
Campus Botucatu, SP. Dois plantios de Eucaliptos foram utilizados,
sendo um com dois anos e o outro com sete anos de idade, ambos com
espaçamento de 3 x 2,5 m, contudo com diferença em relação à
arquitetura das plantas, em função da idade das plantas (Figura 01).
Antes da instalação dos experimentos foram realizadas análises
preliminares da área, com instalação de armadilhas adesivas para
verificação da presença do parasitoide.
Os parasitoides utilizados foram criados no Laboratório de
Controle Biológico de Pragas Florestais (LCBPF) pertencentes à FCA/
UNESP, Campus de Botucatu, SP, utilizando-se como hospedeiro,
pupas de Diatraeae saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera:
Crambidae) provenientes do laboratório CETMA localizado em
Lençóis Paulista – SP, com idade de 48 a 96 horas, os quais foram
mantidos em condições controladas de temperatura (25 ± 2ºC) UR
(70± 10%) e fotofase (12 h).
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Nas áreas de plantio de eucalipto noventa pontos foram marcados
em cada área experimental, formando um retângulo de 48m por
45m (Figura 02), em cada ponto amostral instalou-se um cartão
adesivo a 2 m do solo (Figura 03 A e B). No ponto central ocorreu a
liberação dos parasitoides, não sendo instalados cartões adesivos
nos dois pontos mais próximos ao local de liberação (Figura 03 C).
Foram liberados em cada área experimental 100 mil parasitoides
com 48 horas de idade, alimentados previamente com mel puro e
sem contato prévio com pupas hospedeiras (Figura 03 D).
Após 72 horas os cartões adesivos foram recolhidos e levados para
o laboratório para analise do numero de indivíduos de P. elaeisis
coletados. Os dados foram contabilizados e submetidos à análise
geoestatística, utilizando semivariogramas, e subsequente foram
confeccionados os mapas populacionais, gerados por krigagem
ordinária. Para analise geoestatística e confecção dos mapas
populacionais foi utilizado o programa computacional GS+ como
descrito por VIEIRA et al., (1983). A direção e velocidade do vento
foram fornecidas pela estação meteorológica pertencente à empresa
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Suzano Papel e Celulose localizada na região de Botucatu – SP.
2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avaliação inicial da área não foram encontrados indivíduos
de P. elaeisis. Por meio da análise pelo programa geoestatístico GS+
foi possível observar que em ambas as áreas o parasitoide se dispersou
de forma agregada e que a relação entre o efeito pepita e o patamar
foi de 99% na área com dois anos e de 82% na área com sete anos.
Quando esse valor é maior que 75% indica que existe forte
dependência espacial, evidenciando uma distribuíram agregada
(LIEBHOLD et al. 1993).
Na área com sete anos de idade foram coletados apenas 92
parasitoides enquanto na área com dois anos este numero foi de 309
indivíduos, a maior ocorrência na área com menor dossel de plantas
pode ser devido áreas que apresentam sub-bosque, ou seja, áreas mais
fechadas apresentarem condições mais favoráveis para o forrageamento,
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abrigo e alimentação de parasitoides (STEINBAUER, 2006).
Nos mapas gerados houve diferença acentuada não somente no
número de parasitoides coletados como também na forma de
dispersão dos mesmos em cada área (Figura 04 e 05). Na área com
plantas de dois anos de idade os parasitoides se dispersaram de forma
homogênea a partir do ponto de liberação, diluindo o número de
parasitoides coletados com o aumento da distância do ponto de
liberação (Figura 04). Contudo, o efeito gradativo com o aumento
da distância do ponto central não é tão evidente na área com plantas
de sete anos, ocorrendo deslocamento dos pontos com maior numero
de P. elaeisis para o eixo norte, indicando que a dispersão do
parasitoide foi influenciada por algum fator externo, não sendo
apenas devido ao aumento da distancia em relação ao ponto de
liberação (Figura 05).
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A diferença entre o comportamento de dispersão de P. elaeisis
ocorrido nas duas áreas de eucalipto pode ser explicado pela
influência dos fatores climáticos em todos os habitat. Na área com
sete anos, devido a maior altura do dossel das árvores, ocorre maior
incidência de vento, o que influenciou o modo e a dispersão dos
parasitoides. A influência da direção do vento nas áreas de liberação
de parasitoides deve sempre ser considerada, pois é registrada como
fator predominante na liberação homogênea dos parasitoides
(HENDRICKS, 1967).
No período de realização do experimento a velocidade média do
vento foi de 6,78 ± 0,18 m/s, com predominância no sentido sul-norte.
O vento foi o fator predominante na influencia da dispersão do
parasitoide na área com sete anos de idade, sendo possível observar o
deslocamento da dispersão no sentido favorável do vento (Figura 05).
No experimento realizado no plantio com dois anos, não foi
encontrado evidências da interferência do vento na dispersão do
parasitoide, provavelmente devido as plantas com dois anos
apresentarem dossel baixo, com muitos ramos e folhas reduzindo a
velocidade e incidência de vento no interior do talhão. A média da
velocidade do vento encontrada durante a realização do experimento
(6,78 ± 0,18 m/s) foi possivelmente reduzida no interior do talhão de
dois anos, Candelária (2013) não encontrou influencia do vento na
dispersão do parasitoide P. elaeisis até a velocidade de 1,01 ± 0,15
m/s. Assim, a redução da velocidade do vento no interior do talhão
de dois anos, favoreceu a dispersão do parasitoide de forma homogênea
e decrescente com o aumento da distância em todas as direções.
3. CONCLUSÃO
A idade das plantas de eucalipto influencia a dispersão do
parasitoide Palmistichus elaeisis.
A direção do vento tem influência no deslocamento do parasitoide
Palmistichus elaeisis em plantios de eucalipto com sete anos de idade.
4. REFERÊNCIAS
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADA PARA O
PÚBLICO INFANTIL
Talita Carvalho de SOUZA1
Augusto Gabriel Claro de MELO2
1
Acadêmica do curso de engenharia florestal da Faculdade de ensino
Superior e Formação Integral –FAEF. Garça – SP. Email:
[email protected]
2
Coordenador do curso de engenharia florestal da Faculdade de ensino
Superior e Formação Integral –FAEF. Garça – SP. Email: [email protected]
RESUMO
A Educação ambiental é uma ferramenta muito importante para
abordar os assuntos de meio ambiente para os diversos públicos alvos,
desde crianças até adultos, visando à sensibilização das pessoas com
o meio ambiente e os fatores que podem prejudicar ou agravar esse
meio. Com isso, a utilização de algumas ferramentas para abordar o
público alvo é um quesito necessário para a inserção da temática e
a boa aceitação e fácil compreensão de acordo com o público a ser
trabalhado é a resposta a ser esperada. O presente trabalho utiliza
palestras voltadas para o público infantil para abordagem do tema.
Palavras – chave: fauna silvestre, questionário, palestras.
ABSTRACT
The Environmental Education is very important to address issues
of the environment for different target audiences, from children to
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adults, aimed at educating people about the environment and the
factors that may hinder or aggravate this tool means. Thus, the use
of some tools to address the target audience is a need to introduce
the theme and good acceptance and easy to understand Question
according to the public to be worked on is the response to be
expected. The present work uses lectures directed at children to
approach the topic.
Keywords: wildlife, quiz, lectures.
1.INTRODUÇÃO
De acordo com SORRETINO et al, 2005 a Educação Ambiental
surge de uma série de processos educativos que auxilia na aquisição
de valores, éticos, políticos e sociais potencializando o conhecimento
sobre a utilização do meio ambiente, buscando aprimorar a
responsabilidade e as causas dos problemas envoltos com a natureza.
Para desenvolver a educação voltada para a conscientização
ambiental necessita-se de inúmeros motivos, sendo um dos primeiros
a educação propriamente dita, pois é através dela que a sociedade
em geral conseguirá absorver as instruções e informações
transmitidas (LIMA, 1999). De acordo com BENTES e SILVA (2007) as
questões ambientais estão adquirindo um vasto espaço onde se inicia
uma preocupação por parte da sociedade brasileira no geral.
De acordo com a Lei 9.795 de 27 de abril de 1999 no Art. 9° relata
que a educação ambiental na educação escolar a desenvolvidas no âmbito
dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobam a
educação básica, desde a educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio; educação superior; educação especial; educação profissional e a
educação de jovens e adultos (MEDAUAR, 2012).
Atualmente, a informação assume um papel importantíssimo para
a educação da cidadania representando uma possibilidade de motivar
e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de
participação na defesa da qualidade de vida. Destacando que a
educação ambiental assume a cada dia uma função transformadora,
onde a corresponsabilização dos indivíduos se torna um objetivo
essencial para se promover uma inovação de desenvolvimento, o
chamado desenvolvimento sustentável (JACOBI, 2003).
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Atualmente o que se encontra, é a falta de conscientização da
população com o meio ambiente e a utilização correta dos recursos
disponíveis para uso e consumo. Com isso, a Educação Ambiental
tende a proporcionar para as pessoas como um todo, valores,
conhecimento e despertar o interesse para preservar, e utilizar os
recursos de forma racional e se possível de maneira sustentável
(EFFTING, 2007). O objetivo deste trabalho é avaliar a aceitação do
público alvo mediante a apresentação de palestras e atividades
desenvolvidas ao longo do semestre.
2.DESENVOLVIMENTO
2.2 UTILIZAÇÃO DE PALESTRAS
No dia 21 de março de 2014, foi realizado em um colégio
particular de ensino fundamental e médio da cidade de Garça no
Estado de São Paulo (a pedidos da coordenação, não foi permitido à
divulgação do nome da instituição); uma palestra com o seguinte
tema: “Animais silvestres e suas importâncias” para crianças de 6 a
8 anos do 1°, 2° e 3° ano do ensino fundamental; onde foi aplicado
quatro questionários (em anexo) de forma aleatória por cada sala,
para saber como foi a percepção do tema pelos mesmos e a
apresentação de algumas pegadas de animais silvestres para tornar
a palestra bem didática para o público alvo.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS
De acordo com os dados apresentados na figura 1, a primeira
questão apresentou duas alternativas sem a devida marcação, (cerca
de 17%) e o restante dos entrevistados foram unânimes em sua
resposta (cerca de 83%) relataram que sabe o que é um animal
silvestre.
Na segunda questão uma das crianças assinalou duas alternativas;
o mesmo fato ocorreu na questão de número 3, sendo que três
crianças assinalaram mais de uma questão, representando assim cerca
20% a fazenda como hábitat e, 80% a mata como habitat desses
animais.
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Na questão quatro, apenas uma das doze crianças entrevistadas
indicou que não conhece visualmente um animal silvestre.
A questão que mais apresentou diversidade na resposta foi a
questão de número 5, onde 37% dos entrevistados relatou que a
caça é um dos principais fatores de ameaça ao animais silvestres;
30% são de acidente em estradas; 20% são de poluição e 13 % da
ameaça sofrida é com lixo.
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Na questão de número 6 todos foram unânimes quando a pergunta
foi em relação a função desses animais em uma floresta; e na sétima
e última questão, cerca de 67% das crianças assinalaram que uma
das principais medidas para evitar o desaparecimento dos animais
silvestres é de não maltratar os animais e 33% relatou que a criação
de Unidades de Conservação é uma das formas de evitar o
desaparecimento dos animais silvestres.
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3.CONCLUSÃO
De acordo com os dados obtidos, a discrepância mais considerável
dos entrevistados é quando se trata de soluções para evitar o
desaparecimento dos animais silvestres. Portanto a conscientização
de crianças dessa faixa etária abordada é de estrema importância.
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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EFEITO DO SILÍCIO NO DESENVOLVIMENTO DE
PORTA ENXERTOS DE SERINGUEIRA
Bárbara Tamires Lucas da Silva SALES1
Anelisa de Aquino VIDAL2
Adriana Novais MARTINS2
1
Acadêmica do Curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça, SP, Brasil.
E.mail: [email protected] (Bolsista FAPESP)
2
Eng. Agr., Dra, Pesquisadora Científica da APTA – Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios/SAA, Unidade de Pesquisa e
Desenvolvimento de Marília, SP, Brasil. E.mail: [email protected];
[email protected]
RESUMO
A seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) é uma espécie
de alto potencial comercial, sendo a principal produtora de
borracha natural. A formação de mudas de alta qualidade é
fundamental para a instalação de novos plantios, garantindo
homogeneidade e produtividade. A utilização de silício no processo
de produção de mudas pode favorecer o desenvolvimento, além
de conferir maior tolerância à pragas e doenças. Neste trabalho
avaliou-se o comportamento de diferentes genótipos de
seringueira (GT1, RRIM 600, PR 255, PB 235 e SNS – sementes não
selecionadas) frente à adição ou não de silício. Os resultados
indicaram que os clones avaliados apresentaram respostas
diferentes à aplicação de silício.
Palavras chave: borracha natural; silicato; propagação; Hevea
brasiliensis
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ABSTRACT
The rubber tree (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) is a kind of high
commercial potential, being the leading producer of natural rubber.
The formation of high quality seedlings is critical to the installation
of new plantings, ensuring uniformity and productivity. The use of
silicon in the seedling production process can promote the
development, conferring higher tolerance to pests and diseases. In
this paper we evaluate the behavior of different genotypes of rubber
(GT1, RRIM 600, PR 255, PB 235 and SNS - unselected seeds) compared
to the addition of silicon or not. The results indicated that the clones
showed different responses to the application of silicon.
Keywords: Natural rubber; silicate; propagation; Hevea
brasiliensis
1. INTRODUÇÃO
Existem muitas espécies produtoras de látex, mas a seringueira
(Hevea brasiliensis Muell. Arg.) é a mais utilizada na produção
comercial de borracha natural devido à excelente qualidade do
produto (ASAWATRERATANAKUL et al., 2003). A borracha natural
produzida pela seringueira mistura características fundamentais ao
produto como elasticidade, plasticidade, resistência ao desgaste
(fricção), propriedades de isolamento elétrico e impermeabilidade
a líquidos e gases (GONÇALVES et al., 1990).
Com a tendência de aumento de plantio da seringueira em todo o
território, faz-se necessário o desenvolvimento de técnicas que
proporcionem a produção de mudas sadias e vigorosas. O silício é um
elemento benéfico para as plantas, podendo influenciar positivamente
no desenvolvimento vegetal e produtividade (SAVIO et al., 2011).
MARSHNER (1995) classificou as plantas de acordo com a
capacidade de absorver e acumular silício nos tecidos como: plantas
acumuladoras (principalmente gramíneas), plantas intermediárias
(cereais, cana de açúcar e algumas dicotiledôneas) e plantas não
acumuladoras (maioria das dicotiledôneas).
De acordo com EPSTEIN (1994), os efeitos benéficos do silício
normalmente são mais evidentes em plantas submetidos a estresses
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de campo. São vários mecanismos ativados por este elemento que
podem causar alterações nas plantas. De acordo com SILVA et al.
(2010), o uso do silicato reduz o nível de danos causados por
nematóides em café. O mesmo efeito foi observado por OLIVEIRA et
al. (2012) na cultura da banana. Esse efeito pode estar relacionado
ao aumento da parede celular, com aumento da lignificação, o quê
causa a diminuição de penetração de patógenos, ativação de
mecanismos específicos para a produção de fitoalexinas e síntese
de quinases (DEEPAK et al., 2008).
BRANCAGLIONE et al. (2009) observaram efeito positivo da argila
silicatada no controle da bacteriose do maracujazeiro (Xanthomonas
axonopodis pv. passiflorae), tanto in vitro, como em condições de campo.
A adição de ácido silício ao solo proporciona aumento da camada
de cera epicuticular em mudas de cafeeiro, aumentando a resistência
das plantas à pragas e doenças; entretanto, doses maiores (6 g de
ácido silícico/kg de solo) afetam negativamente a fotossíntese,
diminuindo o crescimento das mudas (BOTELHO et al., 2009).
CARVALHO et al. (2003) afirmam a importância de trabalhos com
silício envolvendo dicotiledôneas, raros na literatura especializada.
Em trabalho com eucalipto, os autores observaram que esta espécie
pode ser classifica como não acumuladora de silício.
Já PINTO et al. (2014) observaram que em genótipos de cacau, a
aplicação foliar de silício na forma de silicato de potássio, reduziu o
crescimento vegetativo das plantas, entretanto promoveu a redução
da incidência e o nível de dano provocado por insetos pragas do
cacaueiro.
Os resultados existentes sobre a ação do silício em seringueira
são mínimos. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo avaliar
o efeito do silício aplicado via solo no desenvolvimento de porta
enxertos de diferentes clones de seringueira.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Material e Métodos
O trabalho foi instalado e conduzido em viveiro telado, no
município de Marília, SP. Foram avaliados porta enxertos de
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seringueira dos clones GT 1, RRIM 600, PB 235, PR 255 e SNS (sementes
não selecionadas, obtidas de matrizes pés franco). As sementes foram
coletadas em plantios monoclonais homogêneos, colocadas em
germinadores de areia, sendo que as plântulas oriundas foram
transplantadas para sacos plásticos com capacidade para 3 litros de
substrato (fibra de coco), adubadas com 9 g/muda de adubo de
liberação lenta (BASACOTE Mini 6M 13-06-16).
Após o efetivo pegamento das plântulas, os blocos foram
subdivididos, sendo que metade das plântulas receberam 50 mL de
uma solução de silicato de potássio (7 mL L-1) e a outra parte
funcionou como controle (sem adição de silício). O produto comercial
usado no experimento, Sifol, apresenta 168 g L-1 de Si e 210 g L-1 de
K2O em sua composição.
Assim sendo, o projeto foi composto por 10 tratamentos (5 clones
x com e sem silício). O desenvolvimento vegetativo dos porta enxertos
foi avaliado mensalmente durante 6 meses, através das medições
de altura e do diâmetro do colo das plantas. As análises foram
realizadas com dos dados de crescimento efetivo no período (6
meses), calculado através da diferença entre o resultado da avaliação
final e a avaliação inicial.
Por fim, os dados foram submetidos a análise de variância e na
situação em que o valor de F foi significativo, realizou-se o estudo
de comparação de médias pelo teste de Tukey a 5%.
2.2. Resultados e Discussão
O crescimento efetivo em altura, mensurado no período, não
demonstrou interação entre os fatores estudados (clone x silício),
mas houve diferença entre os clones (Tabela 1). Os porta enxertos
oriundos de sementes não selecionadas (SNS) apresentou a maior
taxa de crescimento (63,8 cm), não diferindo dos porta enxertos
oriundos dos clones RRIM 600, PB 235 e PR 255. Entretanto todos
eles diferiram do clone GT1 (36,5 cm).
Com relação ao crescimento efetivo em termos de diâmetro de
colo, observou-se a interferência do silício. Nos porta enxertos
oriundos de sementes dos clones GT 1, PB 235 e SNS, a adição de
silício às mudas causou diminuição do crescimento em diâmetro,
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enquanto que os clones RRIM 600 e PR 255, a adição de silício não
alterou o diâmetro em comparação ao tratamento sem silício (Tabela
1). Avaliando-se os clones na presença de silício, observou-se que os
porta enxertos do clones PR 255 apresentou o maior crescimento
em diâmetro (6,3 mm) e o clones GT1 o menor (2,5 mm). Na ausência
de silício, o clones PB 235 apresentou o melhor desempenho (7,8
mm) enquanto os porta enxertos oriundos do clones RRIM
apresentaram o pior crescimento em diâmetro (3,4 mm).
A aplicação de silício aumentou o volume de raiz nos porta
enxertos do clone PR 255. Já os porta enxertos oriundos de sementes
SNS e RRIM 600 não apresentaram diferenças entre os que receberam
silício quando comparados com os sem silício. Os clones GT1 e PB
235 apresentaram resultados negativos quanto a adição de silício
(Tabela 1). Na presença de silício, PR 255 e SNS apresentaram maior
volume de raiz (36,6 e 33,8 mL, respectivamente), enquanto os clones
GT1 e RRIM 600 (Figura 1A) foram os piores. Na comparação entre os
clones sem a adição de silício, o PB 235 (Figura 1B) apresentou o
melhor desempenho (60,0 mL), enquanto os clones RRIM 600 e PR
255 foram os piores (10,0 e 15,1 mL, respectivamente).
3. CONCLUSÃO
Os clones avaliados apresentaram respostas diferentes à aplicação
de silício. Assim sendo, deve-se atentar para este fato na implantação
de seringais, observando-se as mudas utilizadas e os respectivos porta
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enxertos, uma vez que solos arenosos normalmente apresentam
teores menores de silício e solos argilosos, teores maiores deste
elemento.
Maiores estudos são necessários para entender o comportamento
dos clones em resposta às adubações silicatadas.
4. REFERÊNCIAS
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ESTUDO SOBRE O CADASTRO AMBIENTAL
RURAL – CAR
Leonardo Rossetto RAMOS1
Victor Lopes BRACCIALLI2
Edgard MARINO JUNIOR2
1
Acadêmico do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça- Brasil. Email: [email protected]
2
Docente do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – Brasil. Email: [email protected]
RESUMO
Atualmente, vem sendo introduzido um novo processo de
regularização ambiental de propriedades rurais no Brasil. Para realizar
o desmembramento de uma propriedade rural é preciso regularizála junto ao órgão competente perante o Novo Código Florestal
Brasileiro. O objetivo desse artigo foi realizar um estudo sobre a
documentação e legislação pertinente ao processo de adequação
ambiental de propriedades rurais especialmente no que diz respeito
ao Cadastro Ambiental Rural – CAR.
Palavras-chave: CAR, Código Florestal, Desmatamento, Imóvel
Rural
ABSTRACT
The new process of farms enviromental adequation in Brazil has
been changed. In order to adequate enviromental needs of the farms
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is necessary to attend the new legislation. The objective of this
paper was to study the documentation and laws to attend de
enviromental process of farm adequation, for exemplo Rural
Enviromental Register.
Keywords: CAR, Forest Code, Deforestation, Farm
1. INTRODUÇÃO
O novo Código Florestal (Lei 12.651/12 e Lei 12.727/12) apresenta
as novas exigências para adequar posses e propriedades rurais,
estabelecendo normas para Áreas de Preservação Permanente,
Reserva Legal, outras áreas de preservação e atividades que envolvam
recursos florestais como cita o artigo 1º.
A Lei 12.651/12, alterada e complementada pela Lei 12.727/12,
surgiu com intuito de estabelecer normas e exigências que estejam
ao alcance do proprietário ou possuidor. Diferente do antigo Código
que estava obsoleto e com muitas falhas, nem sempre o proprietário
conseguia cumprir as normas da Lei, e em alguns casos a Lei era
burlada.
Para a adequação ambiental de propriedade ou posse rural deve
ser realizada a inscrição do imóvel no CAR – Cadastro Ambiental
Rural, que é pré-requisito para aderir ao PRA – Programa de
Regularização Ambiental. Esse programa é o conjunto de ações que
deverão ser realizadas para adequação ambiental do imóvel, sendo
que cada propriedade será estudada e as obrigações dependem das
peculiaridades de cada situação.
O Prazo para a inscrição no CAR e adesão ao PRA, é de um ano,
a partir da data de implantação do CAR em âmbito nacional, que
será determinado pela Ministra do Meio Ambiente, e prorrogável por
mais um ano.
É importante ressaltar que segundo o decreto 4.449/02 os
proprietários têm um prazo para realizar o georreferenciamento
da sua propriedade ou posse rural, que varia com o tamanho do
imóvel.
Desta forma, o objetivo geral do presente trabalho foi realizar
uma revisão de literatura sobre o processo de cadastramento de
propriedades rurais.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1. HISTÓRICO DO DESMATAMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO
Desde a chegada do homem “branco” ao Brasil, o país sofre com
a exploração dos recursos naturais, porém com intensidade pouco
expressiva até o século XIX (CAMPANILI, 2010).
No século XX o desmatamento atingiu níveis muito elevados,
para suprir as necessidades de áreas agricultáveis e de madeira
(CAMPANILI, 2010).
No início do século XIX, a cobertura vegetal nativa do Estado de
São Paulo ainda apresentava características originais, inclusive sua
área de ocupação. A construção das linhas férreas, que interligaram
o interior do Estado de São Paulo com o Porto de Santos, favoreceu
a expansão da cultura cafeeira no estado, o que levou o
desmatamento a um ritmo devastador, a partir da segunda metade
do século XIX (MARTINELLI, 2010).
Na segunda metade do século XIX, período marcado pelo
surgimento das cidades: Ribeirão Preto, Piraju, São Manuel, Bauru,
São José do Rio Preto. Neste período o desmatamento do estado
atingia 2.800.000 hectares, aproximadamente 72.000 hectares por
ano (VICTOR, 2005).
No final do século XIX, o número de produtores de café
praticamente dobrou. A safra de 1901 atingiu perto de 8 milhões de
sacas, crescendo quase cinco vezes em apenas cinco anos. Fato que
explicou a elevação dos índices de desmatamento para uma média
de 150.000 hectares por ano. Neste período apresentou-se um
percentual de 58% da área do estado coberto por vegetação nativa
(VICTOR, 2005).
No período de 1918 a 1924 já havia 1.333.850.000 produtores de
café no Estado produzindo 104.000.000 de sacas por ano; e o índice
de desmatamento chega em 310.000 hectares por ano. Depois de
1929 outras culturas foram introduzidas no Estado de São Paulo,
como o algodão, a laranja e a cana-de-açúcar. Em 1933 a lavoura
cafeeira alcançou a marca de quase 1.500.000.000 (um bilhão e meio)
de pés de café plantados, marca essa que não foi ultrapassada até o
fim da década de 70. Somente em 1934 entrou em vigor o primeiro
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Código Florestal Brasileiro Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de
1934. Neste período a cobertura vegetal nativa do estado
correspondia a pouco mais de 26% da área do Estado (VICTOR, 2005).
Foi criada a Lei 14.916 de 06/08/45 e posteriormente reforçada
com a Lei Federal 3.081 de 22/12/56 que proíbem as derrubadas,
mas que eram burladas pelos posseiros que colocavam fogo nas
florestas e depois plantavam capim colonião, assim muitas áreas de
vegetação nativa foram convertidas em pastagens (VICTOR, 2005).
Um estudo feito pelo Instituto Florestal e Instituto Agronômico
de Campinas, através de imagens áreas de 1972/73, constatou índices
alarmantes da cobertura de vegetação nativa de aproximadamente
8,3% do território do Estado (VICTOR, 2005).
No estudo realizado pelo INPE e SOS Mata Atlântica, “Atlas dos
remanescentes florestais da mata atlântica”, foram avaliados dados
a partir de imagens de satélites para fazer a quantificação destes
remanescentes. O estudo mostrou que a cobertura de vegetação
nativa no estado de São Paulo em 2008 era de aproximadamente
10% da área total do estado (MANTOVANI, 2009).
2.2.PREJUÍZOS E DANOS CAUSADOS PELO DESMATAMENTO
Com a retirada da cobertura vegetal o solo fica exposto e sofrendo
erosão, as raízes formam uma estrutura que dificulta e até impede
o deslocamento de solo, a serrapilheira forma uma camada protetora
superficial que também impede o deslocamento do solo. As raízes, a
serrapilheira e os organismos no solo garantem que este tenha uma
drenagem ideal evitando as enxurradas causadoras de erosão, as
folhas e troncos dos vegetais amortecem a água da chuva e também
absorvem uma parte dessa água contribuindo na retenção desta, e
ajudando na prevenção contra enxurradas. Na ausência dos fatores
ambientais que protegem o solo, temos como resultado as inundações
nas cidades e nas propriedades, assoreamento de rios, deslizamentos
de barrancos e encostas. O solo que passa por processos severos de
erosão sofre lixiviação de nutrientes e matéria orgânica resultando
em um solo “pobre” (ATTANASIO, 2006).
O desmatamento ocasiona a destruição da biodiversidade local,
matando e afugentando animais, destruindo seu habitat natural.
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Muitas espécies de animais e vegetais são endêmicas, que ocorre
restritamente em uma única área geográfica. Sem um estudo
minucioso antes de uma supressão de vegetação, espécies podem
ser extintas totalmente, exterminando plantas medicinais que são
de extrema importância para o homem ou que ainda não foram
estudadas (CAMPANILI, 2010).
Quando uma área é desmatada o microclima é alterado e quanto
maior a área interferida, maior o desequilíbrio climático. As árvores
absorvem água subterrânea e liberam na atmosfera em forma de
vapor, em áreas desflorestadas não ocorre esta ciclagem da água, o
solo e o clima ficam mais secos (FEARNSIDE, 2006).
Outro problema resultado do desmatamento é a propagação de
pragas e doenças, que nas florestas ocorre um “equilíbrio” onde essas
pragas e doenças têm seu controle natural. (SALATI et. Al, 2006)
Com a recuperação das Áreas de Preservação Permanente e
Reserva Legal, está se tentando garantir que a natureza exerça seu
papel como protetor do meio ambiente, protegendo áreas
vulneráveis, buscando a perpetuação das espécies da fauna e da
flora que ainda não foram extintas mas sofrem ameça, minimizando
os impactos resultantes do desmatamento citados a cima.
2.3.OBRIGATORIEDADE DE REGULARIZAÇÃO DE PROPRIEDADES
RURAIS
O primeiro Código Florestal foi criado em 1934, Decreto 23.793
de 23 de Janeiro de 1934, que obrigava as propriedades a manterem
25% da propriedade com cobertura vegetal, chamada “quarta parte”,
sem nenhuma especificação de espécie e local, pois a finalidade era
fornecer madeira e carvão. Depois de mais de trinta anos foi criada
uma alteração do Código Florestal pela Lei 4.771 de 15 de setembro
de 1965, que surgiu para aprimorar e tentar corrigir os pontos falhos
da antiga Lei, porém não foi obtido um resultado satisfatório. Mais
tarde em 1996 foi criada uma medida provisória que estabeleceu
novos limites para o desmatamento em propriedades na Amazônia,
pela MP 1511.
Em 28 de agosto de 2001, foi criada a lei 10.267, regulamentada
pelo decreto 4.449/02 que foi alterado pelos Decretos 5.570/05 e
7.620/11, que criou o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR).
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Esta lei torna obrigatório o georreferenciamento do imóvel para
inclusão da propriedade no CNIR, condição esta, exigida para que se
realize qualquer alteração cartorial da propriedade e para ter acesso
a financiamentos e créditos rurais.
Os proprietários dos imóveis rurais tem um prazo para realizar
estas ações. Esse prazo varia de acordo com o tamanho da
propriedade, como define o decreto 4.449/02 e representado pela
TABELA 1.
Depois de mais de 40 anos com leis ambientais que não estavam
apresentando resultados satisfatórios, com aproximadamente 90%
das propriedades do país não regularizadas, foi sancionada pela
Presidenta da República a Lei nº 12.651 de 15 de setembro de 2012
e alterada logo em seguida pela Lei nº 12.727 de 17 de outubro de
2012, para tentar resolver a situação atual.
O Artigo 1º-A define os assuntos abordados no novo Código
Florestal.
“Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação,
áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração
florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem
dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e
prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus
objetivos.”
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As Áreas de Preservação Permanente (APP) são definidas pela
Lei 12.727/12, nos artigos 4º, 5º, 6º e 61º-A. Os dados foram
interpretados e representados em forma de tabelas.( TABELA 2 e
TABELA 3).
É importante ressaltar que para os proprietários que, em 22 de
julho de 2008, possuíam até dois módulos fiscais e desenvolviam
atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em APP é
garantido que a exigência de recomposição somada a todas as APPs
do imóvel, não ultrapassará 10% da área total do imóvel; e 20% para
imóveis de até 4 módulos fiscais.
Segundo o Código Florestal Brasileiro, todo imóvel é obrigado a
manter cobertura vegetal nativa. Para a delimitação das áreas de
Reserva Legal, devemos seguir os parâmetros apresentados pela
TABELA 4, e outras normas previstas na Lei 12.727/12, artigos 12º,
13º, 14º, 15º e 16º.
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É permitido cômputo das areas de APP no cálculo do percentual
de Reserva Legal do imóvel, desde que atenda os requisitos citados
no Artigo 15º da Lei 12.727/12.
Na implantação de Reserva Legal deve-se levar em consideração
varios fatores para a escolha do melhor local. Analisando a
propriedade, observando as áreas de maior fragilidade ambiental e
áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade,
determina-se o local a ser implantada a Reserva Legal visando a
formação de corredores ecológicos interligando com outros
fragmentos florestais.
Para a adequação ambiental de posse ou propriedade rural é
necessário realizar a inscrição do imóvel no CAR – Cadastro
Ambiental Rural, onde são informadas todas as informações
relacionadas a APP, Reserva Legal e recursos naturais do imóvel.
Após a inscrição do imóvel no CAR, o proprietário deve aderir ao
PRA - Programa de Regularização Ambiental. Este programa é um
instrumento do código florestal que indica as ações que deverão
ser realizadas e determina os limites das áreas a serem mantidas
com vegetação nativa.
2.4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Apesar da desobrigatoriedade da averbação de Reserva Legal
das propriedades que realizarem o cadastramento no CAR, ainda é
obrigatório que se realize o licenciamento ambiental para
propriedades autuadas ou que necessitem de: Autorização para
intervenção em área de preservação permanente; Autorização para
supressão de vegetação nativa; Autorização para corte de árvores
nativas isoladas; Solicitação de Licenças Ambientais (Prévia ou
Operação; Prévia e de Instalação concomitantes); Renovação de
Licença de Operação.
Para o Estado de São Paulo, o órgão ambiental responsável por
estas atividades é a CETESB. No site deste órgão é encontrada a
lista de requisitos para o Licenciamento Ambiental da propriedade
rural. Esta lista cita todos os documento necessários que inclui os
documentos de identificação do proprietário e da propriedade, e
outros documentos da propriedade que devem ser elaborados.
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2.5.CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR
Com a Lei Federal 12.651/12 alterada pela Lei 12.727/12 entra
em vigor o novo método para regularização ambiental de imóveis
rurais, o Cadastro Ambiental rural – CAR.
“Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema
Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público
eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com
a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses
rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento
ambiental e econômico e combate ao desmatamento.”
O cadastramento de propriedades no CAR deverá ser realizado
pelo proprietário ou seu representante, preferêncialmente no órgão
ambiental responsável pela região. No Estado de São Paulo esse órgão
é o SIGAM. A pessoa que realizará o cadastramento da propriedade
no CAR, deverá ser cadastrada no sistema SIGAM – SICAR, onde é
gerada uma senha de acesso (http://www.car.gov.br/index.php/
perguntas-frequentes).
O SIGAM – Sistema Integrado de Gestão Ambiental foi criado com
o intuito gerenciar os processos relacionados à Secretaria do Meio
Ambiente – SMA e órgãos vinculados. O SIGAM é composto por um
grupo de profissionais na área administrativa e outro grupo de
técnicos, assim a SMA cumpre suas funções (http://
www.ambiente.sp.gov.br/a-secretaria/quem-somos/).
SICAR – Sistema de Cadastramento de Acesso Remoto – nesse
sistema que é realizado o CAR das propriedades e posses rurais (http:/
/www.sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam2).
O CAR é a primeira etapa para a adequação ambiental e
retificações de propriedades. As informações que constituem o
cadastro serão analisadas por técnicos para a validação do cadastro
e indicação do que será necessário para adequar a propriedade e
qualificá-la para adesão ao PRA - Programa de Regularização
Ambiental. Após a finalização do cadastro, antes da resposta do
órgão, é gerado o número CAR da propriedade. Esse número é exigido
pelo cartório de registro de imóveis para realizar retificações ou
outras alterações cartoriais (http://www.car.gov.br).
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Um dos objetivos do CAR é facilitar a identificação e fiscalização
das áreas de preservação permanente, reserva legal e as demais
áreas protegidas (http://www.car.gov.br).
O prazo para a inscrição do imóvel no CAR é de um ano após sua
implantação em âmbito nacional, prorrogável por mais um ano. A
implantação do CAR será definida através de ato da Ministra do Meio
Ambiente (Lei 12.727/12).
O CAR será necessário para aprovação de financiamento e crédito
agrícola conforme prevê a Lei 12.651.
3. CONCLUSÃO
A adequação de imóveis rurais no Brasil vem passando por um
processo de mudanças importantes especialmente no que diz respeito
à forma de realização do mesmos. A partir das mudanças será possível
uma nova forma de reorganização da propriedade rural no tocante
aos remanescentes florestais. Em termos práticos, procurou-se
atender as necessidades ambientais em conjunto com a
disponibilização de mais espaço para produção agropecuária.
4. REFERÊNCIAS
ATTANASIO, C. M.; RODRIGUES, R. R.; GANDOLFI, S.; NAVE, A. G.
Adequação ambiental de propriedades rurais, Recuperação de
áreas degradadas, Restauração de matas ciliares. Piracicaba: ESALQ,
2006. 63 p.
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das Leis nos 4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro
de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro
de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Brasília: Diário Oficial
Eletronico de 28 de agosto de 2001. 1-1 p.
BRASIL. Decreto n. 4.449 de 30 de outubro de 2002. Regulamenta a Lei no
10.267, de 28 de agosto de 2001, que altera dispositivos das Leis nos.
4.947, de 6 de abril de 1966; 5.868, de 12 de dezembro de 1972; 6.015, de
31 de dezembro de 1973; 6.739, de 5 de dezembro de 1979; e 9.393, de 19
de dezembro de 1996. Brasília: Diário Oficial da União, 2002. 3-6 p.
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BRASIL. Decreto n. 5.570 de 31 de outubro de 2005. Dá nova redação
a dispositivos do Decreto no 4.449, de 30 de outubro de 2002. Brasília:
Diário Oficial da União, 2005. 5-5 p.
BRASIL. Decreto n. 7.620 de 21 de novembro de 2011. Altera o art.
10 do Decreto nº 4.449, de 30 de outubro de 2002, que regulamenta
a Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001. 1-1 p.
BRASIL. Cadastro Ambiental Rural. Brasília: Diário Oficial da União,
2012. Disponível em www.car.gov.br. Acesso em 15 de agosto de 2013.
BRASIL. Lei n. 12.651, de 15 de setembro de 2012. Proteção da
vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de
2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754,
de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de
agosto de 2001. Brasília: Diário Oficial da União, 2012. Seção 1, nº
102, 1-8 p.
BRASIL. Lei n. 12.727 de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei no
12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da
vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de
2006; e revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e
7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória no 2.166-67, de
24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei no
6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2o do art. 4o da Lei no
12.651, de 25 de maio de 2012. Brasília: Diário Oficial da União,
2012. Seção 1, nº 202, 1-6 p.
FEARNSIDE, P. M. Desmatamento na Amazônia: dinâmica, impactos e
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GEORREFERENCIAMENTO EM IMOVEIS RURAIS,
UTILIZANDO UM MODELO MATEMATICO
ESTATISTICO DE REGRESSÃO
Thiago Botelho SARMIENTO1
Alexandre Luis da Silva FELIPE2
Diego Augusto Moura SILVA3
1
2
3
Engenharia Florestal formado na Faculdade de Ensino Superior e
Formação Integral de Garça – FAEF, Garça-SP.
Docente do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral de Garça – FAEF, Garça-SP.
Discente do curso de Agronomia na Faculdade de Ensino Superior e
Formação Integral de Garça – FAEF, Garça-SP.
RESUMO
Devido a dificuldades na elaboração de orçamentos e pesquisas em
processos de georreferenciamento, pela necessidade de um bom
planejamento para realizar um levantamento orçamentário foi proposto
a formação de uma equação na qual ajudaria melhorar o planejamento
de custos. O presente trabalho tem o objetivo de mostra as varias
variáveis indeententes e promover o ajuste de um modelo de regressão
linear utilizando o Sistema de Navegação Global por Satélite (GNSS).
Palavra Chave: GNSS, Georreferenciamento, Regressão Linear.
ABSTRACT
Due to difficulties in budgeting processes and research in
georeferencing, the need for proper planning to conduct a survey
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budget was proposed the formation of an equation in which help
improve cost planning. This work aims to show the various variables
indeententes and promote the adjustment of a linear regression
model using the System Global Navigation Satellite System (GNSS).
Keyword: GNSS, georeferencing, Linear Regression.
1.INTRODUÇÃO
De acordo com Folle (2008) o georreferenciamento e uma moderna
técnica de agrimensura, não sendo uso exclusivo do INCRA para o
atendimento da exigência legal da Lei nº 10.267/01, sendo feita por
iniciativa privada para definir precisamente os limites da sua
propriedade. Realizado pro um profissional de agrimensura, utilizando
normas técnicas especificas para correta distinção do imóvel.
Segundo Filho (2010) e necessário para o georreferenciamento a
descrição do imóvel rural, em seus limites, características e
confrontações, por meio de memorial descritivo com a devida ART
(Anotação de Responsabilidade Técnica), contendo as coordenadas
dos vértices definidos dos limites dos imóveis rurais,
georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro E com precisão
posicional a ser fixada pelo INCRA.
Segundo Torres (2011) os modelos de regressão são modelos
matemáticos que relacionam o comportamento de uma variável Y
com outra X. Quando a função f que relaciona duas variáveis é do tio
f(x)=a+bX temos o modelo de regressão simples. A variável X é a
variável independente da equação enquanto Y= f(X) é a variável
dependente das variações de X. O modelo de regressão é chamado
de simples quando envolve uma relação casual entre duas variáveis.
O modelo de regressão; e multivado quando envolve uma relação
casual om mais de duas variáveis. Isto é, quando o comportamento
de Y é explicado por mais de uma variável independe X1, X2,....Xn.
2. DESENVOLVIMENTO
Georreferenciamento
De acordo com Gemael (2004) os primeiros estudos de
desenvolvimento do GPS (Global Positioning System – Sistema de
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Posicionamento Global) datam de 1973, realizado inicialmente para
aperfeiçoar as limitações do sistema TRANSIT, principalmente as
referentes a navegação, o GPS foi projetado de forma que em
qualquer lugar do mundo e a qualquer momento existam pelo menos
quatros satélites acima do plano do horizonte do observador,
garantindo uma condição mínima geométrica necessária a navegação
a navegação em tempo real.
Somente em seguida os cientistas foram descobrindo e explorando
as potencialidades do sistema não so para a navegação, mas também
em aplicações nas áreas da geodesia, geodinâmica, cartografia, etc.
Atingindo níveis de precisão inalcançáveis com os modelos clássicos
utilizados ate então, para a surpresa dos próprios idealizadores do
sistema.
O georreferenciamento e aplicado em varias áreas da engenharia
como: implantação de estradas, delimitação de reservas legal,
desmembramento, unificação, cadastro multifinalitario,
loteamentos, estudos ambientais entre outros serviços (QUADROS,
2011).
Segundo Oliveira Apud, Oliveira Junior (2005) o
georreferenciamento de imóveis rurais foi instituído em nosso sistema
jurídico via alteração dos art. 176 e 225 da Lei dos Registros Públicos
(nº. 6.015/73), por força da lei nº. 10.267/2001. Por esses
dispositivos, o proprietário rural, em prazos que a norma
regulamentadora viria instituir, deveria promove-la, mediante
utilização do sistema geodésico brasileiro e as suas expensas, em
casos de desmembramento, parcelamento e remembramento e,
obrigatoriamente, em caso de alienação do imóvel rural, pena de
ver gessado o direito de fruição de seu imóvel. Tais dispositivos foram
regulamentados pelo Decreto nº. 4.449/2002, que pormenorizou os
deveres do proprietário.
Sistema De Posicionamento Global - GPS
De acordo com o IBGE (2008) O NAVSTAR – GPS (Navigation System
With Timing And Ranging – Global Positioning System), mais conhecido
como GPS, foi desenvolvido e mantido pelo departamento de defesa
dos Estados Unidos (DoD – Departament of Defense), sendo um sistema
posicionamento por satélites artificiais que informa o tempo e posição
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tridimensional em qualquer lugar do planeta, com uso inicial para
ações militares, mas agora disponibilizando para usuário civis pelo
Departamento de Transportes (Departamento of Transportation).
O posicionamento com GPS é efetuado a partir da fase de
batimento da onde portadora e/ou da pseudodistancia. Devido a
precisão da medida da fase de batimento da onda portadora ser da
ordem de milímetros, ela e observável indispensável na obtenção
de posicionamentos que requeiram melhor precisão. A
pseudodistancia e mais utilizada em posicionamentos com precisão
de ordem métrica.
Os satélites estão distribuídos ao longo da superfície terrestre
em seis planos distintos onde formam um ângulo de 55º com o plano
do Equador. Esta angulação permite a visualização de pelo menos
quatro satélites acima da linha do horizonte, fundamental para
eliminação em terra. O segmento de controle e caracterizado pelas
estações localizadas em terra, estas estações terrestres de apoio
estão instaladas próximas a linha do Equador.
Posicionamento Relativo
O termo posicionamento implica no conhecimento ou na
determinação de coordenadas geográficas (latitude, longitude e
altitude) de pontos terrestres.
Este sistema tem-se tornado uma tecnologia extremamente útil
e inovadora para uma serie de atividades que necessita de
posicionamento e podem-se citar aquelas relacionadas a Cartografia,
Meio Ambiente, Controle de Frota de Veículos, Navegação Aerea e
Maritima, Geodinamica, Agricultura, etc (MONICO, 2000).
De acordo com Filho (2009) no posicionamento relativo, as
coordenadas são determinadas em relação a um referencial
materializado através de uma ou mais estações com coordenadas
conhecidas. Neste caso, e necessário que pelo menos dois receptores
coletem dados de, no mínimo, dois satélites simultaneamente, onde
um dos receptores deve ocupar a estação com coordenadas
conhecidas, denominadas de estação de referencia ou estação base.
Segundo A Mira no posicionamento com GPS, o termo
Posicionamento por Ponto Preciso normalmente refere-se a obtenção
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da posição de uma estação utilizando as observáveis fases da onda
portadora coletadas por receptores de duas frequências e em
conjunto com os produtos do IGS (International GNSS Service – Serviço
GNSS Internacional).
Classificação Dos Receptores GPS
Segundo Roque et al. (2006) Os receptores, quando ao tipo de
dados recebidos, podem ser classificados em: Receptores de código
C/A – mais comumente chamados de receptores de navegação;
Receptores L1 – utilizados em georreferenciamento para
determinação das coordenadas dos vértices das propriedades e,
através de técnicas especificas, transporte de coordenadas;
Receptores L1 e L2 – São mais precisos, por utilizarem o sinal da
duas portadoras, e, conforme temo de rastreio pode chegar a precisão
na ordem de milímetros. Utilizados em georreferenciamento
principalmente para transporte de coordenadas, Receptores L1 e L2
mais código C/A; Receptores L1 e L2 mais o código C/A e P – utilizados
por usuários autorizados, possibilitando a determinação absoluta de
coordenadas precisas.
De acordo com Roque et al. (2006) no georreferenciamento,
devido aos componentes custos e precisão, os receptores mais
utilizados são o L1 e o L1 e L2. Com o receptor L2 se determinam as
coordenadas do ponto de base da propriedade, e, com L1 se faz o
rastreio dos vértices da área, pelo método relativo, com relação as
coordenadas da base.
Georreferenciamento Em Imóveis Rurais
De acordo com Marques et al.(2006) existem diversas técnicas a
serem utilizadas para levantamentos de imóveis rurais, por exemplo:
poligonais e irradiações utilizando o GPS, métodos convencionais e
integração GPS/Topografia. Nas poligonais adquiridas em métodos
de técnicas convencionais, os softwares comerciais de topografia,
não realizam o ajustamento dos dados topográficos com o
ajustamento necessário para o fornecimento dos desvio padrões dos
vértices, conforme exigência da Norma técnica do INCRA além de
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não ser possível realizar a integração de dados topográficos com
dados levantados de receptores GPS.
Segundo Roque et al. (2006) o GPS é o instrumento mais eficiente
para a coleta de informações especializadas pontuais, lineares e
poligonais, conhecida como georreferenciamento, sendo uma
técnica aprimorada de descrição dos imóveis rurais, contribuindo
para o controle do cadastro dos imóveis rurais como dos diretos
reais a eles relativos. Com o objetivos de localizar especificamente
os imóveis rurais dentro do globo terrestre, georreferenciando as
suas culturas e as sua divisas por cursos de aguas e suas divisas por
linha seca.
Para avaliação do georreferenciamento o profissional credenciado
terá que adotar as seguintes metodologias constantes na Norma
técnica, levantamento de todos os vértices do imóvel, incluindo os
já vértices cujas coordenadas já foram levantadas; realizar cálculos
e ajustamentos das coordenadas procedendo á avaliação de duas
analises, verificando as precisão a acurácia das coordenadas
levantadas, e colocas no padrão da Norma Técnica do INCRA; os
demais pontos serão avaliados através da Norma técnicas do INCRA
(ISHIKAMA, 2007).
Segundo Bueno (2003) varias situações requerem o uso do
georreferenciamento, por exemplo, a compra e a venda ou usucapião,
regulamentação da propriedade. Obtendo uma distinção para cada
situação, como: objetivo do levantamento, tamanho da propriedade
e forma do imóvel ou o tipo a as condições das divisas, requerendo
uma analise criteriosa para cada situação.
Sistema Geodésico Brasileiro
De acordo com Pereira (2004) o SGB começou a ser implantado
pelo Instituto Brasileiro de geografia e estatística-IBGE e 17 de maio
de 1944, e tem sido utilizado ao longo dos anos por usuários
necessitados de informações posicionais para diversos fins, tais como:
apoio ao mapeamento, demarcação de unidades politicas
administrativas, obras de engenharia, regulamentação fundiária,
posicionamento de plataformas de prospecção de petróleo,
delimitação de região de pesquisas geofísicas, etc.
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Segundo IBGE (2008) o desenvolvimento do Sistema Geodésico
Brasileiro – SGB pode ser dividido em duas fases distintas: uma
posterior e outra posterior ao advento da tecnologia de observação
de satélites artificiais, com fins de posicionamento. No Brasil essa
tecnologia possibilitou, por exemplo, a expansão da SGB a região
amazônica, permitindo o estabelecimento do arcabouço de apoio
ao mapeamento sistemático daquela área.
De acordo com IBGE (2008) o IBGE, como órgão gestor do Sistema
Geodésico Brasileiro (SGB), tem como uma de suas atribuições a
elaboração de normas e especificações para levantamento geodésico,
dentro outras. A modernização do GPS e a criação de novos sistemas
de posicionamento por satélites motivaram a revisão das
Recomendações para Levantamentos Relativos Estatísticos – GPS,
em substituição as antigas Especificações e Normas para
levantamento GPS (Global Position System), elaboradas em 1992.
O sistema de referencia adotado pelo SGB é o SAD 69 ( Soth
Americam Datum 1969), definido pela Resolução IBGE – PR nº22, de
21/07/1983, subitem 2.1. Este sistema de referencia, entretanto,
não e compatível com as modernas técnicas de posicionamento, como
por exemplo, o GPS. Tendo então o IBGE apresentando em 2000 uma
proposta de mudança durante o I Seminário sobre Referencial
Geodésico no Brasil, através da criação do Projeto Mudança do
Referencial Geodésico – PMRG. Como o objetivo de promover sistema,
compatível comas novas tecnologias de posicionamento e
representação, no caso o SIRGAS 2000 (PEREIRA, 2004).
3.CONLUSÃO
Com os resultados obtido e possível concluir que o planejamento
para a elaboração do orçamento e fundamental para um bom
gerenciamento das atividades. As sete variáveis independentes
propostas para descrever a variação de custos são significativas,
apresentando um bom ajuste para o modelo, com R2 igual a 0,9849.
Existe uma correlação negativa entre os custos por hectare e o
tamanho da propriedade a se medida, como esperado, não existe
correlação entre o tamanho da área e a soma do perímetro da
propriedade, indicando que outras variáveis exercem influencia no
custo.
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O modelo pode ser utilizado para auxiliar no planejamento de
custos referentes ao georreferenciamento de imóveis rurais.
4. REFERENCIAS
A MIRA, Agrimensura e Cartografia, ano 21; nº 157; editora: Luana
LTDA. 2011.
A MIRA, Agrimensura e Cartografia, ano XX ; nº 159; editora: Luana
LTDA. 2011.
BUENO, Regis F. Princípios básicos para a realização de
posicionamento relativo com GPS. Revista INFOGPS. Secção artigos
– edição 13, 07/2006.
BUENO, Regis F. Entenda com e realizado um levantamento de imóvel
rural georreferenciado.
FILHO, R. A. Georreferenciamento de Imóveis Rurais; Ler 450 –
Topografia e Geoprocessamento II.
FOLLE, F. P. O. Georreferenciamento de Imóvel Rural; e o Registro
de Imóveis, PUC – RS; Rio Grande do Sul, Brasil.
GEMAEL, Camil. Geodesia Celeste. Editora UFPR, 2004
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Recomendações
para Levantamentos Relativos Estatísticos; 2008.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; RESOLUÇÃO –
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ESTADUAL PAULISTA “ JULIO DE MESQUITA FILHO “ FACULDADE DE
CIENCIAS AGRONOMICAS; Botucatu – SP.
MONICO, João F. G. Posicionamento pelo NAVSTAR-GPS: descrição,
fundamentos e aplicações. São Paulo: editora Unesp, 2000.
MONICO, João F. G. Posicionamento pelo GNSS: descrição,
fundamentos e aplicações. 2ª ed. São Paulo: editora Unesp, 2008.
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OLIVEIRA, R. A. Gerreferenciamento da Fazenda São Mateus localizada
no município de juara – MT. Tese (Graduação). Garça – SP. 2010.
PEREIRA, K. D; AUGUSTO, M. J. C. O Sistema Geodésico Brasileiro e
a Lei de Georreferenciamento de Imóveis Rurais. INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA.
QUALDROS, D. S. DOERNER, W. Analise de Custos: Empresa Prestadora
de Serviços na Área de Georreferenciamento de Imóveis Rurais.
UNIVERSIDADE
TORRES, N. R. Analise de Regressão; Notas de aula; USP –
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; 2011. São Paulo, Brasil. REGIONAL DE
BLUMENAU.
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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Gabriel Morais CHAGAS¹
Lesly dos Reis VILHAGRA¹
Augusto Gabriel Claro de MELO²
¹ Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP –
Brasil. e-mail: [email protected]
² Docente do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil
RESUMO
Ultimamente, um dos problemas mais sérios encontrados pela
sociedade é o lixo urbano. Essa dificuldade se relaciona diretamente
com o constante crescimento da população, consequentemente o
aumento da produção de alimentos e industrialização de matériasprimas, transformando-as em produtos industrializados, colaborando,
assim, para o acréscimo dos resíduos sólidos, com consequências
calamitosas para a qualidade de vida e para o meio ambiente.
Palavras-chave: lixo, resíduos, meio ambiente.
ABSTRACT
Lately, one of the most serious problems encountered by society
is urban waste. This difficulty is directly related to the steady growth
of the population, thereby increasing food production and
industrialization of raw materials, transforming them into processed
products, contributing thus to the increase of solid waste, with dire
consequences for the quality of life and to the environment .
Keywords: environment , garbage, waste.
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1. INTRODUÇÃO
São gerados diariamente na América Latina e no Caribe por volta
de 369 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos. Desse montante,
80% é coletado. Do que é coletado, 23% é disposto de forma
ambientalmente adequada, o restante é destinado a lixões a céu
aberto ou aterros controlados (MONTAGNA, 2012).
A realidade descrita por Schalch (2002) é que os municípios
brasileiros, em sua maioria, dispõem seus resíduos sólidos
domiciliares sem qualquer controle, acarretando em graves
consequências: contaminação do solo, do ar, do recurso hídrico,
impactos na saúde pública como, a criação de focos de organismos
patogênicos, e vetores de transmissão de doenças. O cenário vem se
agravando com a presença de resíduos industriais e de serviços de
saúde descartados juntamente com resíduos domiciliares, e, não
raramente, com pontos de descargas clandestinas.
Em processos naturais não existe lixo, o conceito atual de “lixo”
pode ser estimado como uma invenção humana. Os resíduos
produzidos pelos seres vivos e que são inúteis ou lesivos para o
organismo, como a urina e as fezes dos animais, assim como os restos
de organismos mortos são, em condições naturais, servem de
alimento e são reciclados pelos decompositores (FRANCO, 2000).
A Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), após 19 anos
de tramitação, foi instituída no dia 2 de agosto de 2010 sob a lei
12.305. Ultimamente, um dos problemas mais sérios encontrados
pela sociedade é o lixo urbano. Essa dificuldade se relaciona
diretamente com o constante crescimento da população,
consequentemente o aumento da produção de alimentos e
industrialização de matérias-primas, transformando-as em
produtos industrializados, colaborando, assim, para o acréscimo
dos resíduos sólidos, com consequências calamitosas para a
qualidade de vida e para o meio ambiente. A reciclagem e a
compostagem dos materiais orgânicos seria a melhor solução para
o tratamento e destinação final do lixo, pois a reduz a utilização
dos aterros sanitários, prolongando a vida útil dos mesmos. Além
disso, a reciclagem está diretamente ligada à redução da poluição
e do desperdício de recursos naturais (REVISTA SENAC e EDUCAÇÃO
AMBIENTAL, 2009: 26).
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2. DESENVOLVIMENTO
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT:
resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam
de atividades da comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços
de saúde, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Consideram-se
também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição,
bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d’água, ou exijam para
isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível. (ABNT, 1987)
O gerenciamento de resíduos sólidos abrange todas as etapas
percorridas pelos resíduos, desde a sua coleta, até a reciclagem,
compostagem ou outras formas de reaproveitamento, porém nem
todos os resíduos podem ser reutilizados ou reciclados, são
denominados rejeitos, estes devem ser destinados ao aterro sanitario,
afim de que não causar dano ao meio ambiente e a saúde humana
(ALMEIDA, 2012).
No Brasil pesquisas realizadas recentemente demonstram a
situação quanto à destinação, segundo a PNSB/2008, realizada pelo
IBGE, 50,8% dos municípios tem como destinação final de seus
resíduos sólidos os lixões a céu aberto.
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Apesar de nos últimos 20 anos os números mostram uma melhora
no quadro de destinação adequada, passando de 1,1% de destinação
a aterro sanitário em 1989 para 27,7% na pesquisa de 2008, é
necessário muitos avanços sobre este assunto, principalmente nas
regiões Norte e Nordeste, onde os números mostram altíssimos índices
de destinação a lixões, de 85,5% e 89,3%, respectivamente (IBGE
2010).
É muito importante a informação sobre a composição dos resíduos
sólidos para que haja eficiência na tomada de decisões , no que diz
respeito ao seu aproveitamento e prevenção, o quanto possível, do
despacho de todos os materiais para o aterro, pois após a sua
disposição o único aproveitamento será o do biogás (MANEJO).
Segundo o IPT, em pesquisas realizadas em 1997 a composição
média dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil está
representada na Figura 2.
A lei nº 12.305,de 2 de agosto de 2010, objetiva a não-geração,
redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos, incluindo a
destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos. Diminuição
do uso dos recursos naturais (água e energia, por exemplo) na
produção de novos produtos, multiplicar ações de educação
ambiental, estimular a reciclagem no país, fomentar a inclusão social,
a geração de emprego e renda de catadores de materiais recicláveis
(REVISTA SENAC e EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 2009: 26).
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2.1. CLASSIFICAÇÕES DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos podem ser classificados de diversas formas,
porém as mais comuns são: quanto a sua natureza física, quanto sua
composição química, quanto ao risco oferecido ao meio ambiente
e/ou a saúde publica, ou mesmo quanto a sua origem (MONTAGNA,
2012).
2.1.1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A NATUREZA FÍSICA
·
Resíduos secos: são materiais industrializados, geralmente
são recicláveis, e podem ser reaproveitados nos processos industriais,
como: papéis, vidros, metais, plásticos, etc.
·
Resíduos molhados: são os resíduos provenientes de
materiais orgânicos, incluindo os rejeitos, como por exemplo, restos
de alimentos, resíduos vegetais (podas, frutas, legumes), lixo de
banheiros, etc.
·
2.1.2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A COMPOSIÇÃO QUIMICA
·
Orgânicos: são restos de substâncias de origem animal ou
vegetal, que podem ser transformados em adubo, contribuindo para
o aumento da taxa de nutrientes, e melhorando a qualidade da
produção agrícola.
·
Inorgânicos: são aqueles que não possuem origem biológica.
Em geral, tais resíduos, quando lançados ao meio ambiente e sem
tratamento prévio, levam mais tempo para degradação.
2.1.3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO RISCO AO MEIO AMBIENTE
A norma ABNT NBR 10.004/2004 classifica os resíduos sólidos
partindo do conceito de “classes”, nesse caso considerando o risco
à saúde pública e ao meio ambiente.
·
Classe I (Perigosos): por suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e patogenicidade, são
resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente,
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por exemplo, baterias, pilhas, óleo usado, restos de tintas e
pigmentos, resíduos de serviços de saúde, resíduos inflamáveis etc.
·
Classe II (Não perigosos): estes são subdivididos em “não
inertes” e “inertes”:
o Resíduos Classe II A (não inertes): não condizem nas
classificações I e II B, pois, podem apresentar características como
combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água,
porém não apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente.
São exemplos, lodos de estação de tratamento de água e esgoto,
papel, restos de alimentos etc.
o Resíduos Classe II B (Inertes): são os residuos que
apresentam seus componentes não solúveis em agua, por exemplo,
vidros, tijolos, certos plásticos, borrachas etc.
2.2. DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
A disposição final de resíduos sólidos se referem ao local onde o
mesmo será descartado, sendo os principais: lixão, aterro controlado,
aterro sanitário, compostagem e reciclagem.
2.2.1. LIXÃO
Lixão é uma forma de disposição final de resíduos sólidos, que
se distingue pelo simples acumulo do lixo sobre o solo, sem quaisquer
planos e ações de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. O
mesmo que descarte de resíduos a céu aberto (IPT, 1995).
2.2.2. ATERRO SANITARIO
No aterro sanitário, o lixo é disposto sobre o terreno isolado de
forma planejada, e por fim é recoberto por camadas do solo do
próprio local, com a finalidade de manter os resíduos isolados do
ambiente. Nesse processo e formado espécies de câmaras, onde o
gás liberado pela decomposição do material é coletado, bem como
o chorume, substância líquida escura formada pelos resíduos
orgânicos parcialmente biodegradados (MANEJO).
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O chorume deposita-se na parte inferior dessas câmaras e
apresenta tendência a infiltrar-se no solo, o que torna evidente a
necessidade de um terreno perfeitamente selado antes da deposição
do lixo, com objetivo de não ocorrer a contaminação dos lençóis
freáticos. As normas existentes solicitam captação e tratamento dos
gases (NBR 8419 e NBR 8849), e do chorume (NBR 8419) (MANEJO).
2.2.3. COMPOSTAGEM
A compostagem é um processo de decomposição natural da
matéria orgânica de origem animal ou vegetal (SARTORI et al, s.d.).
O processo de compostagem consiste de transformações muito
complexas de natureza biológica e química, geradas por uma grande
variedade de microrganismos como fungos e bactérias que vivem no
solo. Os microrganismos decompositores obtêm o carbono e os
demais nutrientes minerais, necessários para a sua sobrevivência, a
partir da degradação da matéria orgânica (SARTORI et al, s.d.).
2.2.4. RECICLAGEM
Consiste no uso de materiais descartados para produzir novos
produtos. Como exemplos, temos as latas, garrafas de vidro, jornais
e plásticos. Estes materiais possuem características que os tornam
passiveis de reciclagem, tornando-se matéria prima é empregada
na produção de novos produtos. A reciclagem é uma medida
ambientalmente correta, pois colabora na preservação das matériasprimas, e também diminui a poluição, pois o lixo não precisa ser
incinerado, enterrado ou controlado em locais próprios (FREGUGLIA
et al, s.d.).
3. CONCLUSÃO
Conclui-se que a geração de resíduos sólidos vem apresentando
constante aumento, devido ao crescimento populacional. A separação
e destinação correta do lixo é de suma importância, visando o
reaproveitamento dos mesmos para que as matérias primas sejam
poupadas, diminuindo o impacto ambiental que a extração das
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mesmas trazem ao meio ambiente. O problema já é visto há anos,
porem somente agora o poder publico brasileiro instituiu uma lei
que obriga a destinação correta do lixo.
4. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, E. Lei 12.305 política nacional de resíduos sólidos . 2012.
Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/lei12305-pol%C3%ADtica-nacional-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos0. Acesso em: 10 mar. 2014.
FRANCO, T. R. Coleta seletiva de lixo domiciliar: estudos para
implantação. Monografia - Instituto de Geografia, Universidade
Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2000. Disponível em: <http://
w w w. i c h s . u f o p . b r / c a d e r n o s d e h i s t o r i a / d o w n l o a d /
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FREGUGLIA, J. et al. Reciclagem e preservação ambiental . s.d.
Disponível em: <http://crv.educacao.mg.gov.br/aveonline40/
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Acesso em: 10 abr. 2014
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico (PNSB). Rio de Janeiro, IBGE: 2010.
LUIZ, A. et al. Resíduos sólidos: uma revisão bibliográfica Faculdade
Católica do Tocantins – FACTO
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado De São Paulo.
Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo:
IPT/CEMPRE. 1995. 278p
MANEJO de resíduos sólidos urbanos – Aterro sanitário. PUC - Rio –
Certificado digital nº021029/CA.
MONTAGNA, A. Curso de Capacitação/Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos: planejamento e gestão.
Florianópolis: AEQUO: 2012
SARTORI, V. C. et al. Cartilha para agricultores: Compostagem.
Caixias do Sul – RS. Universidade de Caxias do Sul - USC. S.d.
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IMPACTOS CAUSADOS PELO JAVALI EM
ECOSSISTEMAS NATURAIS
Samantha Fonseca SAWAEDA1
Augusto Gabriel Claro de MELO²
Thiago Soares VAITI³
1
Engenheira Florestal formada pela FAEF – Garça/SP;
² Coordenador do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP
([email protected]).
³ Discente do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP.
RESUMO
No Brasil, impactos negativos causados por javalis (Sus scrofa)
asselvajados já são registrados desde a década de 1990, dentre
esses impactos temos os que são causados em ecossistemas
florestais, destacando o comportamento fossador e o habito de
consumir sementes, o mesmo pode vir a atrapalhar na
regeneração natural de algumas espécies arbóreas. Diante desse
problema, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma
revisão sobre a invasão causada pelo javali, dando ênfase nos
impactos causados no estrato regenerante. Concluiu-se que o a
bioinvasão do javali pode resultar em grandes danos, inclusive
nos ecossistemas naturais, sendo necessários estudos para
subsidiar as ações de manejo visando a proteção das áreas
naturais.
Palavras-chave: estrato regenerante, invasão biológica, Sus
scrofa.
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ABSTRACT
In Brazil, negative impacts caused by wild boar (Sus scrofa) are
asselvajados ever recorded since the 1990s, among these impacts
have those caused in forest ecosystems, highlighting the fossador
behavior and habit of consuming seeds, it may come to disturb natural
regeneration of some tree species. Faced with this problem, the
present study aimed to perform a review of the invasion caused by
wild boar, emphasizing the impacts in regenerating stratum. It was
concluded that the the bioinvasion the boar can result in major
damage, including natural ecosystems, studies are needed to support
management actions aimed at the protection of natural areas.
Keywords: regenerating strata, biological invasion, Sus scrofa.
1. INTRODUÇÃO
Uma das grandes ameaças à biodiversidade nativa é a ação de
espécies invasoras exóticas ou bioinvasoras. Bioinvasão de pragas
refere-se ao deslocamento de organismos vivos de uma região para
outra, inadvertida ou intencionalmente, que apresentam em processo
de aumento a sua abundância, podendo resultar em prejuízos
incalculáveis nos âmbitos ambiental, econômico e social (ZILLER,
2001).
No Brasil algumas espécies vêm ganhando notoriedade, como a
lebre-européia (Lepus europaeus), que após invadir as regiões Sul e
Sudeste do país avança em direção ao Centro-Oeste; o búfalo
asselvajado (Bubalus bubalis), cujas manadas já causaram
modificações significativas em diversos ecossistemas, como no caso
da Ilha de Marajó, no Pará, e na Reserva Biológica do Guaporé, em
Rondônia; e o javali (Sus scrofa) (INSTITUSTO HORUS, 2013).
Ancestral do porco doméstico com o qual é capaz de se reproduzir
e gerar descendentes férteis, o javali europeu (Sus scrofa) é um
animal robusto, originário da Europa e da Ásia, capaz de atingir, em
seu estado de pureza genética, cerca de 120 kg e tem sido introduzido
em diversas regiões do mundo desde o início da expansão européia,
a partir do século XV. Os prejuízos causados pela espécie são
amplamente reconhecidos, tais como a destruição de culturas
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Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF
agrícolas, predação de animais de criação (cordeiros, aves e cães),
transmissão de doenças para animais e humanos, dispersão de plantas
daninhas, desencadeamento de processos erosivos, alterações no
banco de sementes, no processo de regeneração natural de florestas
e em pequenos cursos d’água (INSTITUTO HORUS, 2013)
É por intermédio da regeneração natural que as florestas
apresentam capacidade de se regenerarem de distúrbios naturais,
biológicos e antrópicos. Quando uma área florestal sofre algum
distúrbio, como um incêndio, abertura de clareira ou até mesmo
desmatamento, no mesmo local onde ocorreu o distúrbio acontece
uma recolonização da área, através de uma série de estádios
sucessionais, este processo é caracterizado por grupos de plantas
que se substituem ao longo do tempo, alterando as condições
ecológicas da área, até chegarem a condições de uma comunidade
estável, processo chamado de sucessão secundaria (MARTINS, 2001).
A partir deste contexto, o presente estudo teve como objetivo
realizar uma revisão sobre o impacto causado pelo javali em áreas
naturais, mais especificamente no estrato regenerante das florestas.
DESENVOLVIMENTO
2.1. O problema das Invasões biológicas
O aumento do deslocamento humano e de cargas no mundo,
aliados ao processo de globalização tem cooperado de maneira
expressiva na quebra de barreiras ecológicas no mundo, tal fato
tem como consequência à ampliação significativa das oportunidades
e processos de introdução e de expansão de espécies exóticas
(MEYERSON; MOONEY, 2007).
A chegada de uma espécie diferente em um novo ambiente,
inicialmente, poderia ser considerada como um visão positiva do
ocorrido, ao se relatar um acréscimo à biodiversidade local. Contudo,
a associação negativa e os impactos causados ao ambiente invadido,
recursos, bens humanos e saúde; são justamente características
marcantes da ação de espécies exóticas invasoras sobre o novo
ambiente (DAVIS; THOMPSON, 2000). Entre o múltiplos impactos
resultantes das bioinvasões, temos: a geração de híbridos e
sobreposição de espécies nativas por exóticas, diminuição da
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diversidade de espécies, perturbação de habitat, predação,
competição, parasitismo, possíveis mudanças na cadeia alimentar e
também no ciclo de nutrientes (CROOKS, 1998; VITOUSEK, 1990).
Problemas originados pela ação de espécies invasoras não se
resumem apenas aos ecológicos. As espécies exóticas invasoras
também são agentes responsáveis por causar danos a imóveis,
plantações agrícolas, bens e ainda podem ser responsáveis pela
transmissão de patógenos de variados tipos de doenças humanas
(BRIGHT, 1999).
Há também problemas econômicos do ponto de vista de controle
das ‘pragas’. No Brasil ao considerar esses valores, estima-se que
esse custo pode ultrapassar os US$ 100 bilhões anuais. E quando
incluímos custos como os relacionados com espécies que afetam a
saúde humana, esses podem ser elevados significativamente. Já
nos Estados Unidos da América ao considerar apenas os prejuízos e
os gastos com o controle de espécies exóticas invasoras esses seriam
estimados em US$ 137 bilhões ao ano. Se pudéssemos considerar à
perda de biodiversidade, a extinção de espécies e ainda os serviços
proporcionados pelos ecossistemas, os custos pelos impactos
negativos ocorridos por causa da presença de espécies exóticas seriam
muitas vezes maiores do que o que já temos (MMA, 2003).
Outro problema da bionvasão é a exogamia (cruzamentos entre
espécies diferentes). No caso do cruzamento entre javalis com suínos
doméstico, este, já vêm sendo realizado a vários anos atrás, na
tentativa de criadores aumentar a produtividade na javalinocultura.
Nessa tentativa de melhorar geneticamente os javalis, os criadores
tiveram como base apenas o cruzamento entre as espécies de suínos
domésticos com o selvagem javali, resultando apenas em animais
cruzados e não melhorados. No mesmo sentido, podemos destacar
que o acontecimento de híbridos entre suínos e javalis, tanto na
natureza, quanto em cativeiro, é um acontecimento bastante comum,
pelo fato de o cruzamento entre essas subespécies resultar em
animais férteis (SEABRIGHT, 1972).
Vários desses indivíduos cruzados foram soltos por criadores na
natureza, seu habitat de origem, este fato acabou contribuindo na
geração de animais selvagens com características distintas tanto no
aspecto físico como no genético. Com a escassez de animais
considerados puros, os criadores que visavam ter qualidade,
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começaram a exigir apenas animais puros. O cariótipo considerado
como padrão para o javali europeu (Sus scrofa scrofa) é o de 2n= 36
cromossomos (DARRÉ et al., 1992).
2.1.1. Espécies exóticas invasoras
De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB,
espécies exóticas invasoras são organismos que, introduzidos fora
da sua área de distribuição natural, ameaçam ecossistemas, habitats
ou outras espécies. Possuem elevado potencial de dispersão, de
colonização e de dominação dos ambientes invadidos, criando, em
consequência desse processo, pressão sobre as espécies nativas e,
por vezes, a sua própria exclusão.
Uma grande quantidade de espécies tem sido introduzidas de
forma natural ou acidental em ambientes nos quais elas não ocorriam,
este processo conhecido como invasão biológica tem se tornado
crescente no mundo todo. Isso ocorre quando uma espécie que não
é natural de um determinado ecossistema é introduzida nele, se
adapta, é capaz de realizar suas funções naturais e altera esse
ecossistema (ZILLER, 2001).
Assim sendo, na atualidade, espécies exóticas invasoras são
apontadas como a segunda maior ameaça mundial à biodiversidade,
estando atrás somente da exploração direta do homem à natureza
(ZILLER, 2001).
2.2. Javali como espécie invasora
2.2.1. O javali
Javali é um substantivo do qual é derivado da palavra árabe
“íábal”, substantivo que significa “monte”, e oriundo da palavra
“íábali” que quer dizer monte ou montês (FONSECA; CORREIA, 2008).
O javali (Sus scrofa Linnaeus, 1758) pertence à Família Suidae,
Ordem dos Artiodactyla (ROSELL et al., 2001). São animais grandes,
e o peso de um macho pode variar de 130 a 250 kg enquanto o da
fêmea de 80 a 130 kg. O comprimento é de 125 a 180 cm podendo
chegar a uma altura no garrote de 100 cm. O javali tem um corpo
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robusto e estreito, as patas são moderadamente curtas, pelagem
composta de cerdas longas e grosseiras, orelhas ovais e com pelos,
cauda de tamanho mediano com um tufo de pelos na extremidade,
focinho longo (FERNANDEZ- LLARIO, 2006).
Nos primeiros meses de vida, este animal apresenta algumas
listras escuras longitudinais, em sua pelagem ruiva, servindo como
mecanismo de proteção (mimetismo), porém, essas listras
desaparecem depois de um certo tempo de vida. O pelo começa a
escurecer a medida que o animal vai crescendo, as listras vão
desaparecendo e então ele assume sua coloração final. Essa pelagem
pode variar para alguns animais, alguns com coloração parda com
reflexos negros e outros com coloração cinza com nuances platinadas
ou grisalhas. A boca é munida de grande caninos que projetam-se
para fora e crescem continuamente (Figura 1). Os caninos superiores
encontram-se curvados para cima, e os inferiores que são ainda
maiores, podem chegar a um tamanho de 20 cm de comprimento em
um macho mais velho (FERNANDEZ- LLARIO, 2006).
A Família dos suídeos compreende oito gêneros, dos quais podem
ser divididos em quatro grandes grupos, conforme a sua morfologia
externa e o tamanho dos seus caninos, que, de uma forma geral é
nitidamente bem desenvolvidos nesta família. Os principais grupos
de suideos compreendem os babirrussas, os pecaris, os facochero,
os hiloquero e também o porco-do-mato e as espécies do gênero Sus
(FONSECA; CORREIA 2008).
Localizados principalmente na Ásia, as oito espécies que
compõem o gênero Sus, ali podem ser encontradas. Contudo o javali
euroasiático (Sus scrofa) historicamente tem sua distribuição
geográfica mais ampla que inclui a Europa e o norte da África (ROSELL
et al., 2001). Sendo o único ungulado europeu que não pertence à
subordem dos Ruminantes, o javali exibe neste continente várias
subespécies como o Sus scrofa scrofa Linnaeus, 1758; Sus scrofa
meridionalis Major, 1882; Sus scrofa attila Thomas, 1912, entre outras
(FONSECA & CORREIA 2008). Ocupando praticamente todo o conjunto
da Península Ibérica, com exceção do Sul, temos a subespécie Sus
scrofa castilianus Thomas, 1912 (FERNÁNDEZ-LLARIO, 2006). Em
Portugal, grande parte dos autores declara que é esta a subespécie
existente, e que se diferencia do Sus scrofa baeticus, por apresentar
uma pelagem formada não apenas por cerdas mas também por pelos
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lanoso, um comprimento total do crânio maior (FONSECA; CORREIA,
2008) e por expressar maior tamanho corporal (FERNÁNDEZ-LLARIO,
2006).
2.2.2. Chegada do javali na América do sul
A chegada dos javalis (Sus scrofa scrofa) à América do Sul, ocorreu
na região do Prata no início do século XX. Foi nesta época que o rei
espanhol Afonso XII, programou uma viagem à Argentina, lugar onde
desejava caçar javalis, porém, como a presença de exemplares deste
animal era inexistente na América, o governo argentino acabou por
importar alguns animais da Europa. Esta viagem de Afonso XII para
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Argentina acabou não acontecendo, e por este motivo o primeiro
ministro assumiu posse da manada, todavia alguns animais acabaram
fugindo de suas propriedades e adentraram-se no pampa, dissipandose pelo Uruguai (MARIANO, 2003).
No ano de 1980, houve uma grande seca que acabou por assolar
o Uruguai, o leito do Rio Jaguarão diminuiu e vários animais utilizaram
desse acontecimento para fugir, em busca de alimentos e para longe
das áreas de caça através da fraca correnteza do rio Jaguarão. Em
1990, foram encontrados em território brasileiro os primeiros
indivíduos, nas fazendas de Herval, um município de 7.000 habitantes,
sustentados pela pecuária de ovelhas e bovinos; localizado à 380 km
ao sul de Porto Alegre. Foi somente no ano de 1993, que os prejuízos
causados pela presença dos javalis ganharam notoriedade, quando
constatado a morte de pelo menos 200 cordeiros, e 30% de lavouras
de milho e sorgo destruídas. Em 2002, 1.850 propriedades rurais do
município já haviam sido afetas, alcançando um prejuízo de R$ 4,3
milhões. De acordo com dados do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em 1994 o número de
javalis invasores no Rio Grande do Sul era de 2.000 animais
(GERCHAMAN,2003).
No Brasil, as primeiras criações de javalis designadas ao consumo
foram realizadas em 1990, especificamente em São Paulo e nos
Estados do Rio Grande do Sul. Porém nesta época o conhecimento
sobre o javali era insuficiente, e os rebanhos tinham formação através
do cruzamento com o suíno doméstico, especialmente, com o porco
bagual. Em seguida foram importados da Europa, reprodutores puros
da espécie e também indivíduos para servirem como matrizes, pois
lá o cruzamento híbrido é proibido por lei (PAIVA, 1996). Estimado
por volta de 40.000 indivíduos e 450 criadores, o rebanho nacional
oficial conta com a existência de aproximadamente 10.000 indivíduos
apenas no estado de São Paulo, dispostas em 130 criadouros.
Regulamentados pelo IBAMA e com base na Portaria nº102/98, a
criação de javalis, espécie exótica no Brasil data desde 1998
(MARCHIORI FILHO et al., 2002).
Atualmente, existem apenas 3 criadouros que operam
oficialmente em território nacional, estes estão localizados em Santa
Catarina, Distrito Federal e no Espírito Santo, eles contam com uma
Licença Ambiental, e são responsáveis por enviar anualmente
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Relatórios de monitoramento e Declarações de Estoque aos órgãos
competentes (IBAMA, 2004).
2.2.3. Distribuição geográfica
A distribuição geográfica do javali é bastante ampla dentre as
espécies de mamíferos, esta estende-se historicamente pela Europa,
Ásia e norte da África (Figura 2) (FONSECA; CORREIA, 2008). Estes
animais podem ocupar diversos tipos de habitat, desde terrenos
húmidos, montanhas de grande altitude, ecossistemas florestais e
até mesmo semidesertos (HERRERO et al., 2006). A ocorrência de
javalis em locais para além da sua ocorrência de origem, ocorre
devido ao fato de que o homem realiza de maneira intencional essa
introdução, frequentemente, com indivíduos de variedade doméstica
ou resultado de cruzamentos entre javalis e porcos domésticos (Figura
3) (ROSELL et al., 2001).
2.2.4. Organização social e biologia do javali
Normalmente os javalis são considerados animais gregários. Cada
grupo familiar preenche tendencialmente a mesma área vital (lugar
de ocupação), esses lugares podem variar em termos de área, de
acordo com alguns aspectos do grupo tais como o estado reprodutivo
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das fêmeas, grande pressão cinegética, forte presença de predadores,
falta de alimento, captura ilegal e/ou intensa exploração florestal.
Em questões de tamanho das áreas vitais, esse varia para fêmeas
que necessitam entre 200 a 1500 hectares, já para machos adultos o
tamanho da área é superior, e estende-se de 1000 a 2500 hectares,
assegurando a expansão populacional e a troca de informações
genéticas entre diferentes varas (FONSECA et al., 2004). O javali
delimita seu tempo em atividade matutinas (repouso) e atividades
noturnas (essencialmente para se alimentar) (GERARD et al., 1991).
As formações sociais de populações de javalis tem como unidade
básica o grupo matriarcal, compostos por uma ou mais fêmeas e
suas crias juvenis. Liderados normalmente pela fêmea
hierarquicamente superior, estes núcleos apresentam uma rede de
inter-relações que facilitam o desenvolvimento do processo de
aprendizagem e de complexas estratégias individuais e coletivas
(ROSELL et al., 2001).
Em ralação aos hábitos alimentares dos javalis, estes são
considerados como espécie onívora, alimentando-se de uma ampla
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variedade de alimentos, para os quais a disponibilidade espacial e
temporal não é constante. Assim sendo, a dieta deste animal é
resultado das características ambientais, no local onde vive e dos
recursos ali encontrados (HERRERO et al., 2006). Utilizando o olfato,
o javali obtém seu alimento debaixo do solo, revolvendo-o (FONSECA;
CORREIA, 2008). Os frutos florestais são os alimentos mais
consumidos, como castanhas e bolotas, as partes subterrâneas das
plantas como bulbos tubérculos. No verão ocorre um deslocamento,
que muitas vezes é para campos agrícolas, onde os animais
alimentam-se de milho, batatas e outros produtos agrícolas. O
consumo de alimentos de origem animal, somente ocorre quando
existe a necessidade suprir a falta de proteínas. (SCHLEY; ROPER,
2003)
2.2.5. Características reprodutivas dos javalis
A compreensão das características reprodutivas de uma população
animal é um dos aspectos mais importantes, já que este é o meio
responsável pela reposição dos níveis demográficos populacionais
(FONSECA; CORREIA, 2008). Procriando-se de maneira abundante, o
javali é uma das espécies de ungulados europeus mais prolificas,
quando comparado a outros ungulados de peso semelhante. Este
perfil é conferido não apenas pelo grande número de crias por
ninhada, mas também pela chance de haver três períodos
reprodutivos em dois anos em determinadas condições (FONSECA;
CORREIA, 2008).
Existem dois tipos de distribuição de frequência dos nascimentos
de javalis, podendo ser unimodal e bimodal. Unimodal consiste na
existência de uma única época de nascimento que acontece na
Primavera, já na distribuição bimodal a principal época de nascimento
acontece no final do Inverno, havendo uma época secundaria de
nascimento que acontece no Verão. Em condições naturais a
distribuição bimodal é bastante incomum, pois este acontecimento
está normalmente associado à fatores como suplementação alimentar
e/ou com regiões onde existe uma grande abundância alimentar
(SANTOS et al., 2006). Além destas características, a espécie
apresenta outras particularidades no que diz respeito aos parâmetros
reprodutores, sendo uma delas a precocidade na reprodução, onde
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fêmeas com aproximadamente 33 kg podem entrar em ovulação, a
outra particularidade trata-se da irregularidade e o longo período
de cio, e a gestação é relativamente curta (cerca de 120 dias)
(FONSECA et al., 2004).
2.2.6. Importância econômica e ecológica do javali
No continente Europeu, lugar onde a ocorrência do javali ocorre
naturalmente, especialmente em Portugal, este animal tem um
grande valor econômico, sendo a principal espécie de caça maior no
país, tanto em relação ao número de caçadores e meios envolvidos,
quanto ao valor econômico da carne do animal. Nos ecossistemas
em que o javali é considerado nativo, eles acabam desempenhando
um papel chave, pois trata-se de uma presa natural de alguns
carnívoros de topo, incidindo a predação principalmente nos
indivíduos juvenis (GLOWACINSKI; PROFUS, 1997). Em ecossistemas
florestais a densidade populacional desses ungulados, quando elevada
demais, pode ter consequências muito danosas a este ecossistema.
Uma vez que o consumo de sementes e o comportamento fossador
pode atrapalhar a regeneração de algumas espécies de arvores (Figura
4) (GÓMEZ et al., 2003).
Em relação à economia, este apresenta algumas desvantagens
advindos de seus hábitos alimentares, pois podem causar grandes
danos nas culturas agrícolas e agroflorestais. Este acontecimento
tem chamado a atenção de um crescente número de cientistas,
investigadores, técnicos florestais e agrícolas, gestores agrícolas,
florestais e cinegéticos, caçadores e agricultores que tentam encarar
este novo fenômeno, tendo por base uma gestão adequada e
sustentável dos recursos (FONSECA et al, 2004).
2.3. Estrato regenerante e Regeneração natural
De acordo com o Instituto Florestal (2011), estrato regenerante
trata-se de um conjunto de indivíduos não reprodutivos (plântulas e
juvenis) das espécies arbóreas, que ocupam o sub-bosque das
florestas. Em plantios de restauração, refere-se aos espécimes
vegetais que se estabelecem sem que tenham sido plantados (podem
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ser descendentes das árvores plantadas ou imigrantes de áreas
vizinhas) (JARDIM,1993).
Uma vegetação, pode ser estudada tanto por meio de sua
fisionomia como através da estrutura de suas comunidades. Quando
feita uma avaliação a partir de sua fisionomia, esta, permite apenas
uma descrição subjetiva, não podendo responder a nenhum problema
cientifico, porém, tem utilidade na fitogeografia (ex: ao se falar de
florestas tropicais densas e/ou abertas, cerrado, mangue, floresta
decídua ou sempre verde, etc.). A estrutura de uma vegetação deve
ser compreendida como um aglomerado quantitativo de unidades
funcionais, isto é, uma ocupação espacial dos elementos de uma
massa vegetal. Caracterizada pela distribuição de espécies e
indivíduos numa área florestal, a estrutura de um povoamento
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florestal é o resultado dos hábitos de crescimento de espécies e de
condições ambientais onde um povoamento originou-se e
desenvolveu-se (JARDIM,1993).
Na regeneração natural, a própria natureza assegura-se de manter
o equilíbrio dinâmico das florestas, pois o ecossistema é propício à
germinação de sementes e ao desenvolvimento de mudas,
favorecendo assim a regeneração, especialmente de espécies
ocorrentes e adaptadas ao local. Porém, muitos são os processos
ecológicos que interferem na estrutura e na composição das
comunidades de plântulas e indivíduos jovens. Os efeitos advindos
desses processos podem afetar de maneira significativa na
regeneração arbórea das florestas, uma vez que a garantia de
sobrevivência de uma planta no período inicial de sua vida, tem
como consequência a manutenção da população de uma espécie,
sua abundancia, distribuição, e também pode afetar toda a
composição e estrutura da comunidade (DENSLOW, 1991).
Nesse sentido, o restabelecimento de comunidades regenerantes
após a ocorrência de distúrbios, intervenções antrópicas e/ou
biológicas, é dependente da disponibilidade de sementes originárias
da dispersão ou do banco de sementes do solo (GROMBONEGUARATINI; RODRIGUES, 2002).
É por intermédio da regeneração natural que as florestas
apresentam capacidade de se regenerarem de distúrbios naturais,
biológicos e antrópicos. Quando uma área florestal sofre algum
distúrbio, como um incêndio, abertura de clareira ou até mesmo
desmatamento, no mesmo local onde ocorreu o distúrbio acontece
uma recolonização da área, através de uma série de estádios
sucessionais, este processo é caracterizado por grupos de plantas
que se substituem ao longo do tempo, alterando as condições
ecológicas da área, até chegarem a condições de uma comunidade
estável, processo chamado de sucessão secundaria (MARTINS, 2001).
Em grande parte das vezes, a sobrevivência das florestas
dependem da existência de um banco de sementes no solo, sejam
elas dormentes ou não. O banco de sementes do solo é um indicador
do potencial de regeneração de uma floresta, e quando sofre alguma
alteração, seja ela por ação animal, vegetal e/ou antrópica, esta
pode diminuir ou evitar que a regeneração natural de uma floresta
aconteça (MOURA; KAGEYAMA, 1996).
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3. CONCLUSÃO
Concluiu-se que o javali é uma espécie invasora no Brasil que
vem causando danos em diferentes níveis, tanto econômico, como
sociais e ambientais. No aspecto ambiental o estrato regenerante é
muito grande, devido ao hábito forrageador, prejudicando assim o
comprometimento da comunidade vegetal e consequentemente o
ecossistema em questão. Faz-se necessário o desenvolvimento de
estudos para quantificar os impactos causados e subsidiar as medidas
de manejo a serem desenvolvidas visando a proteção dos ecossistemas
naturais.
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IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE
ATIVIDADES DE ECOTURISMO
Mariane Freitas GONÇALVES1
Augusto Gabriel Claro de MELO
1
2
Acadêmica do curso de Engenharia Florestal;
[email protected]
2
Docente do curso de Engenharia Florestal;
[email protected]
RESUMO
As atividades de ecoturismo são extremamente importantes, pois
tem o papel de ajudarem na sustentabilidade cultural, social, natural
e econômica do local aonde vai ser desenvolvida. Esta atividade
deve induzir a um planejamento adequado para o lugar colaborando
para que não ocorram danos ambientais (fauna e flora). O objetivo
do presente trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre a
importância de se desenvolver atividades relacionadas ao Ecoturismo.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Turismo Rural. Educação
ambiental.
ABSTRACT
The ecotourism activities are extremely important because the
role is to assist in sustainable cultural, social, natural and economic
place where will be developed. This activity should lead to a proper
planning for the place helping to prevent any damage to the
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environment (flora and fauna). The objective of this study was to
review literature on the importance of developing activities related
to ecotourism.
Keywords: Sustainability. Rural Tourism. Environmental
education.
1.INTRODUÇÃO
O ecoturismo é uma atividade extremamente ampla e em
crescimento em muitos países, envolvendo tanto o compromisso com a
natureza como uma responsabilidade social, podendo ser definido como
turismo suave ou turismo da natureza (LINDBERG; HAWKINS, 1999).
De acordo com Boiteux e Werner (2002), a atividade de turismo
desenvolve-se principalmente, devido ao deslocamento dos indivíduos
entre os destinos receptores e emissores, designando os fluxos turísticos
que podem ser classificados como doméstico, esportivo e receptivo.
Esta atividade quando mal conduzida, pode interferir de maneira
negativa nos componentes sensíveis ambientais (COLE, 1997).
Quando as ações de turismo são conduzidas de maneira errônea,
pode afetar de forma negativa os componentes sensíveis do ambiente
(e.g., BRATTON, 1985; GARBER; BURGER, 1995; COLE, 1997). Para a
técnica correta do ecoturismo, devem ser formados protocolos de
visitação que visam diminuir o conflito entre recreação e conservação
da natureza (COLE, 1993), como também auxiliando o visitante para
compreender e respeitar as características ambientais (NIEFER; SILVA,
1999; MITRAUD, 2001; SABINO; ANDRADE, 2002).
Com base no que foi exposto, o presente trabalho tem por objetivo
desenvolver através de uma revisão de literatura a importância das
atividades de ecoturismo, como também a valorização que a mesma
gera com as condições ecológicas, sociais e econômicas.
2.REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Ecoturismo
O termo ecoturismo foi utilizado pela primeira vez em 1983 pelo
arquiteto mexicano Héctor Ceballos-Lascuráin. A The International
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Ecotourism Society determina esta modalidade de turismo como
“viagem responsável a áreas naturais, visando preservar o meio
ambiente e promover o bem-estar da população local” (WESTERN,
2002).
O setor de Ecoturismo se propõe a permitir o contato dos
indivíduos com os espaços naturais de modo a garantir a estes últimos
sustentabilidade econômica e ecológica (LINDBERG; HAWKINS, 1996).
Segundo a Política Nacional de Ecoturismo (1995), ecoturismo é
um segmento da atividade de turismo que utiliza, de maneira
sustentável, o patrimônio natural e cultural, impulsionando sua
conservação e formação de uma consciência ambiental por meio da
interpretação do ambiente, gerando bem-estar das populações
envolvidas.
Kinker (2002) diz que o ecoturismo pode ser visto como uma
forma de se alcançar altos lucratividade. Entretanto é imprescindível
que se tenha uma preocupação com a sustentabilidade cultural,
social, natural e econômica do local aonde vai ser desenvolvida. A
atividade de ecoturismo deve induzir a um planejamento adequado
para o lugar colaborando para que não ocorram danos ambientais
(fauna e na flora).
O ecoturismo sustentável é, por sua vez, a forma de exploração
ambiental que não agride o meio, sendo aproveitado com o mínimo
impacto possível, obtendo resultados economicamente satisfatórios
e que atendem às necessidades do público-alvo. Para isso é preciso
investir em infra-estrutura adequada, utilizar tecnologias limpas,
bons produtos (bens e/ou serviços), profissionais capacitados,
melhores tarifas domésticas, divulgação apropriada e honesta (FÉLIX,
et al., 2003).
2.2 Importância do Ecoturismo
O ecoturismo pode atuar como instrumento de educação e
conscientização ambiental, reorientando atitudes e desempenhos
do público em relação à natureza, como também incorporar
produtividade a questão da responsabilidade social (SANTOS, 2003).
Lindberg e Hawkins (1996) observa que as populações possuem
um forte vínculo com a Natureza, que representa o suporte principal
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de sua caracterização cultural. Por este motivo a preocupação de se
definir ecoturismo e de promover o bem estar destas populações.
Enfim, se estes povos ainda vivem tendo a Natureza como suporte
para a conservação de suas culturas, provavelmente são os únicos a
realmente conhecer as formas de sustentabilidade específica
daqueles ambientes.
Desta maneira, o ecoturismo vem se tornando uma escolha
atraente para as regiões em desenvolvimento, pois utiliza os recursos
naturais e a mão-de-obra local. Isso se revela na entrada de recursos
financeiros, viabilizando projetos adequados ao meio ambiente, como
também no engajamento dos habitantes da região na exploração da
atividade de turismo (FÉLIX, et al. 2003).
Brandon (1995) diz que o ecoturismo também pode promover a
conservação com o apoio da população local mostrando uma
correlação direta entre a proteção da área natural e a geração de
benefícios econômicos. Wallace e Pierce (1996) afirmam que sem
estes benefícios, é difícil ganhar o apoio da população local para a
proteção de uma área natural.
O ecoturismo foi a vertente natural para o uso turístico do
parque, pela presença de atrativos naturais (caverna, cachoeiras,
trilhas das mais diversas dimensões, rios, corredeiras, floresta)
e a salutar convivência das populações e preservação da
biodiversidade, também como alternativa a curto e médio prazo
para a geração de renda local, segundo alguns autores (HOGAN,
1999; RODRIGUEZ, 1996; VEIGA, 1998). Devenport et al. (2002)
ressalta que a geração de renda advinda do ecoturismo é
significativa em países em desenvolvimento que estão na faixa
tropical e que desenvolvimento deve considerar a educação,
oportunidades econômicas e partilha de renda com os habitantes
locais.
Um dos princípios básicos de um projeto de ecoturismo é a
minimização dos impactos negativos causados ao meio e sua infraestrutura deve ser construída de acordo com este princípio.
Proporcionar acomodações confortáveis e de baixo impacto no meio
ambiente é a chave para o sucesso das instalações ecoturísticas.
Pois, tais instalações devem ser “uma janela para o mundo natural”
(ANDERSEN, 1995).
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2.3 Desenvolvimento do Ecoturismo
Diversos locais brasileiros são buscados para a prática do
ecoturismo, isso se deve principalmente pelo fato do Brasil ter
paisagens naturais belíssimas e muitas com poucas modificações.
Vários autores fazem menção dos locais onde o turismo rural ou
ecoturismo é praticado. Amaral et al. (2001), relata sobre as
vantagens de se praticar o ecoturismo na região amazônica. Segundo
os autores a Amazônia passa a ser vista como uma atividade
econômica e grande capacidade para o desenvolvimento sustentável
da região. Almeida (2008) relata sobre os fatores de motivação de
ecoturismo em um manguezal, referindo as suas importâncias
científicas, sócio-econômicas e até de beleza cênica.
Entretanto, Almeida e Suguio (2010) dizem que a falta de
planejamento direcionado a proteção e monitoramento deste atrativo
poderá causar impactos futuros ao ambiente.
3. CONCLUSÃO
Com base no que foi exposto pode-se concluir que as ações que
norteiam o ecoturismo são de extrema importância, ao passo que
auxiliam na conscientização, no turismo rural sustentável, na geração
de renda para as comunidades onde desenvolveram as atividades de
ecoturismo ou turismo rural.
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INIBIÇÃO DE GERMINAÇÃO DA PUCCINIA PSIDII
UTILIZANDO FUNGOS SAPRÓBIOS DO
SEMIÁRIDO
FábioURA¹
ThaísaCordeiroRUEDA¹
WillianBuckerMORAES²
¹ Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF - Garça – SP - Brasil.
e-mail: [email protected]
² Docente do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil.
Email: [email protected]
³ Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF – GARÇA/SÃO
PAULO
RESUMO
A cultura do eucalipto no Brasil se iniciou como fonte de madeira
e lenha, posteriormente conquistou seu espaço na indústria de papel
e celulose e também na produção de carvão vegetal tornado-se de
grande importância, tendo hoje no Brasil quatro milhões de hectares
plantados e com uma produtividade média de 45 m³/ha/ano, tornase necessário o conhecimento das doenças que podem ocasionar
prejuízos fisiológicos a planta e financeiros ao produtor, a Puccinia
psidii é uma das suas principais doenças, o fungo ataca plantas jovens
com menos de dois anos ou em rebrotas, sempre em órgãos tenros e
primórdios foliares, terminais de galhos e haste principal, sendo um
patógeno que ocorre em viveiros e jardins clonais. O trabalho for
realizado no Laboratório de Patologia Florestal do Departamento de
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Defesa Fitossanitária da Faculdade de Ciências Agronômicas da
UNESP, Campus de Botucatu, SP e teve como objetivo testar a
germinação dos uredósporos de P. psidii colocando-a em contato
com os fungos sapóbrios trazidos do semiário e assim podendo analisar
quais inibiram ou promoveram a germinação, dentre os fungos os
que se destacaram foram Memnoniella levispora e Gonytrichum
macrocladum apresentando resultados de inibição aos uredósporos
e o fungo Memnoniella echinata se mostrando promotor da
germinação.
Palavras-chave: Eucalyptus, Controle biológico, Ferrugem
ABSTRACT
The cultivation of eucalyptus in Brazil began as a source of timber
and firewood, later conquered its space in the pulp and paper industry
and also in the production of charcoal made up of great importance
today in Brazil with four million hectares and an average yield of 45
m³/ha/year, it becomes need to know the diseases that can cause
damage and loss. Puccinia psidii is the major disease of eucalyptus,
occurs in nurseries and the field. The fungus attacks young plants
with less than two years old or regrowth, leafs young, terminal
branches and stem. The work was carried out in the Laboratory of
Forest Pathology, Department of Plant Protection, Faculty of
Agricultural Sciences, UNESP, Botucatu, SP and aimed to test the
germination of P. psidii uredospore in contact with the fungus
sapóbrios the of semi arid and analyze germination inhibited or no.
The fungi who stood out were Memnoniella levispora, Gonytrichum
macrocladum germination inhibiting of the uredospore and
Memnoniella echinata germination promoter.
Key-words: Eucalyptus, Biological control, Rust.
1. INTRODUÇÃO
Iniciou-se como fonte de madeira e lenha a cultura do eucalipto
no Brasil, depois conquistou seu espaço na indústria de papel e
celulose e também na produção de carvão vegetal tornado-se de
grande importância. O que nos torna um dos maiores no mercado
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mundial desta espécie são as condições favoráveis de clima, solo e a
grande oferta de áreas para o plantio. O seu rápido crescimento,
elevada produção de sementes e adequação de sua madeira para
fins industriais, são fatores que alavancam a contínua expansão do
setor florestal brasileiro (SILVA, 2001; RECH, 2001). No setor florestal
se encontram vários ramos de atividade e conta com várias
alternativas de suprimento, contribuindo diretamente para uma
produção tanto para o mercado interno como para o externo.
Diferentemente do final dos anos 60 onde o setor florestal possuía
pouca expressão dentro da economia brasileira, a indústria florestal
era rudimentar e não possuía as fontes seguras para abastecimento
(REZENDE et al., 1997). Até 2011, o gênero Eucalyptus possuía áreas
de plantios que totalizam 4.873.952 ha (ABRAF, 2012). Sua
produtividade média é de 45m³ /ha/ano (LIMA et al., 2010).
Originário da Austrália o eucalipto é considerado uma espécie de
rápido crescimento. No Brasil na cidade de Rio Claro – SP pela Compania
Paulista de Estrada de Ferro, deu-se início a introdução do gênero
Eucalyptus para a formação de povoamentos florestais com fins
econômicos objetivando a produção de dormentes (SILVA, 1994).
As espécies de eucaliptos cultivados estão propícias a mais de
uma dezena de doenças fúngicas (GRIGOLETTI JR., AUER e SANTOS,
2001). Doença pode ser entendida como qualquer desvio das funções
fisiológicas normais da planta, sendo que esses desvios são
prejudiciais e levam a um desequilíbrio no balanço energético entre
os processos geradores e consumidores de energia, com conseqüente
prejuízo para a planta. As doenças podem ocasionar perdas
econômicas desde a fase de viveiro até os plantios adultos. (AGRIOS
1997). O surgimento e desenvolvimento de uma doença é o resultado
da interação de uma planta suscetível, patógeno virulento e ambiente
favorável (VALE et al., 2004). Segundo Rocha et al. (2011) o
desenvolvimento de doenças ocasionadas principalmente em viveiros,
por fungos fitopatogênicos são em decorrência das condições
favoráveis de temperatura e umidade proporcionadas para que as
mudas tenham um bom desenvolvimento. Sendo que umas das
principais doenças causadoras de danos nas mudas é a ferrugem
ocasionada pelo fungo Puccinia psiidi.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar os fungos
sapróbios: Memnoniella levispora, Gonytrichum macrocladum,
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Stachylidium bicolor, Dictyochaeta obesispora, e Memnoniella
echinata quanto a uma possível ação inibidora na germinação de
uredósporos de Puccinia psidii.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Ferrugem
Os fungos pertencentes a ordem uredinales, são distribuídos
em 163 gêneros, possuem aproximadamente 6900 espécies e 14
famílias, no reino dos fungos compreendendo cerca de 10% dos
microrganismos descritos (KIRK, et al., 2001) e compondo uma
das maiores ordens naturais de fungos (AINSWORTH, 1983). É um
grupo de organismos fitopatogênicos capaz de comprometer um
número muito grande de culturas de plantas de interesse
econômico (LINDQUIST, 1982), uma vez que foram estimados no
Brasil a partir de estudos realizados a existência de pelo menos,
3000 espécies de ferrugens no país (HENNEN et al., 1982). Sendo
conhecidas mais de 6.000 espécies distribuídas por todos os
continentes, exceto na Antártida, as ferrugens formam um dos
mais importantes grupos de fungos parasitas de plantas. Ocorrendo
em plantas cultivadas, a ferrugem forma um número considerável
hoje existentes no Brasil. Mais de 200 famílias são conhecidas
como hospedeiras de pelo menos uma espécie de ferrugem. As
ferrugens possuem capacidade de infectar um alto número de
plantas vasculares, como organismos parasitas ecologicamente
obrigados e que apresentam uma grande especificidade em relação
aos seus hospedeiros. São encontradas tanto em Lycothyta
(Selaginella), Pteridófitas e Gymnospermas, como sobre outras
famílias primitivas ou avançada das monocotiledôneas e
dicotiledôneas. (FIGUEIREDO & HENNEN, 1998).
Existem algumas espécies de ferrugens que precisam de dois
hospedeiros não relacionados entre si para que seus ciclos vitais
sejam completados, sendo chamadas de heteroécias. Outras
espécies são capazes de completar o seu ciclo vital em apenas
um único hospedeiro, e são chamadas de autoécias (PASSADOR,
2002). Certas famílias botânicas como, Polypodiacea, Asteraceae,
Euphorbiaceae, Poaceae, Malpighiacea, Fabaceae, Pinaceae e
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Solanaceae, possuem numerosos gêneros e espécies de ferrugens
por consequência da relação à alta especificidade aos seus
hospedeiros (CUMMINS, 1978; CUMMINS & HIRATSUKA, 2003).
O resultado da ação de fatores ambientais sobre as espécies
são consequência das diferenças fisiológicas que existem, além
das diferenças morfológicas entre as ferrugens. Sendo assim as
ferrugens pertencentes a regiões e clima temperado ou tropical
possuem as paredes de seus telíosporos extremamente espessas,
com elevada concentração de substâncias autoinibidoras da
germinação, por consequência a estas substâncias, os esporos
permanecem em dormência durante os períodos desfavoráveis à
infecção (FIGUEIREDO & CARVALHO Jr.,1995). Os auto-inibidores
presentes nas paredes dos esporos possibilitam a sobrevivência
do patógeno na ausência do hospedeiro e também impedem a
germinação rápida de todos os esporos ao mesmo tempo. Durante
o período de chuva, ao final do verão são removidas as substâncias
que são hidrossolúveis que acabam possibilitando a infecção de
novos hospedeiros. (FIGUEIREDO & CARVALHO Jr.,1995). Para Wolf
(1982), tais substâncias são de extrema importância uma vez que
previnem a germinação prematura, contribuindo assim para uma
eficiente dispersão dos esporos.
A ordem uredinales possui espécies de ferrugens que são
responsáveis por muitas das doenças de plantas cultivadas com
distribuição mundial. Com frequência, os danos causados por
várias espécies de ferrugens às principais culturas de valor
econômico, acabam impossibilitando o plantio em determinadas
áreas e épocas do ano. (FIGUEIREDO & HENNEN, 1998). Entre as
espécies que representam grande ameaça estão: a ferrugem do
café (Hemileia vastatrix), do trigo (Puccinia graminis f.sp. tritici),
do sorgo (Puccinia purpurea ), do feijão (Uromyces
appendiculatus), do milho (Puccinia polysora, Puccinia sorghi e
Physopella zeae), da soja (Phakopsora packyrhizi, na Ásia e
Phakopsora meibomiae, no Brasil), do alho (Puccinia allii), do
pessegueiro (Transzchelia discolor), no amendoim (Puccinia
arachidis), do Populus (Melampsora larici – populina e Melampsora
medusae), e do crisântemo (Puccinia horiana e P. chrysantemi),
das mirtáceas (Puccinia psidii) entre várias outras (FIGUEIREDO &
HENNEN, 1998).
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2.2 Ferrugem do eucalipto
A primeira descrição da Puccinia psidii no Brasil ocorreu em mudas
de goiabeira por George Winter (MACLACHLAN, 1938). Com o nome
popular “Ferrugem de Mirtáceas”, se entende que todos os
hospedeiros desta doença se encontram na família botânica
Myrtaceae, de onde se dá origem ao nome (FIGUEIREDO, 2000). O
fungo biotrófico P. psidii apresenta uma grande distribuição
geográfica (CASTRO et al., 1983). É endêmico na América do Sul,
América Central, nas ilhas do Caribe (LAUDON; WATERSTON, 1965;
DI STEFANO et al., 1998), na Jamaica (MACLACHLAN, 1938) e na
Flórida (MARLATT; KIMBROUGH, 1979; RAYACHHETRY et al., 1997).
Na Austrália onde é considerada uma doença quarentenária onde
possui alto risco de danos à flora local ou nos plantios comerciais,
em decorrência da extensa gama de hospedeiros e sua capacidade
de disseminação (GLEN et al., 2007).
Também para Coutinho et AL. (1998), no Brasil a Puccinia psidii
é uma das doenças mais severas para a cultura de Eucalyptus sp.
possuindo potencial para causar danos em áreas tropicais e
subtropicais onde se encontram florestas da espécie. Joffify em 1944
fez a primeira descrição da ferrugem do eucalipto (FERREIRA, 1983).
Com 400 mil mudas de eucalipto refulgadas (Ferreira, 1981), em
decorrência dessa doença, na costa do Espírito Santo em 1973 em
um viveiro de Eucalyptus grandis, provenientes da África do Sul deuse a primeira constatação preocupante da doença (FERREIRA, 1989).
Em 1974 até 1979 começaram a se registrar novos ataques no Vale
do Rio Doce, Zona da Mata de Minas Gerais, Nordeste do Espírito
Santo e Sudeste da Bahia. (FERREIRA, 1981, FERREIRA 1989; FERREIRA
& SILVA, 1982). Mesmo não sendo muito severos, esses ataques
provenientes da África do Sul e Zimbabwe, ocorriam esporadicamente
atingindo plantação e viveiros (FERREIRA, 1981). Já em 1980 foram
registrados novos casos, embora mais severos que os anteriores nos
locais já citados, sendo que no Vale do Rio Doce – MG, foram
devastados com a doença mais de 300 hectares de E. grandis com
seis meses de idade (FERREIRA, 1981). Segundo Camargo et al. (1997),
na década de 90 começaram a ser registradas as primeiras incidências
de ferrugem no estado de São Paulo, na região do Vale do Paraíba,
em áreas de reforma florestal, no município de Santa Branca.
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2.2.1 Sintomatologia
No estádio de crescimento “A”, em que corresponde até os dois
anos de idade da planta o eucalipto é suscetível à doença, já no
estágio fenológico “B”, que corresponde a idade de dois a quatro
anos a doença é encontrada com menor frequência e no estágio
fenológico “C”, que é a idade dos quatro anos até a idade de corte
a doença é raramente encontrada (FERREIRA, 1989). Para Figueiredo
(2001), P. psidii só ataca plantas jovens com menos de dois anos ou
em rebrotas, sempre em órgãos tenros e primórdios foliares,
terminais de galhos e haste principal, sendo um patógeno que ocorre
em viveiros e jardins clonais. Segundo Alfenas & Zauza (2007) o fungo
ocasiona deformações dos órgãos, minicrancos, perda da dominância
apical e, consequentemente a redução do crescimento. O sinal
marcante da doença é a presença de pústulas amareladas sobre os
órgãos afetados.
Nas folhas, as lesões ocorrem e são dispersas em ambas faces do
limbo e frequentemente demarcadas por um halo arroxeado. Quando
o ataque incide nos ramos, as folhas recém-formadas não chegam a
completar seu desenvolvimento e apresentam deformações (GALLI
et al., 1980). Nos órgãos jovens da planta o fungo P. psidii pode ser
facilmente identificado por meio de seu sinal, na forma de
esporulação urediniospórica intensa, pulverulenta e de coloração
amarela. Seus sintomas de ataque começam com pequenas
pontuações na parte inferior das folhas, levemente salientes de
coloração verde clara ou vermelho-amarelada. Depois de duas
semanas, as pontuações se transformam em pústulas de uredósporos
amarelos, que aumentam de tamanho e logo após ocorre a
característica esporulação uredospórica de coloração amarela forte,
nos órgãos atacados, que ficam tomados pela infecção (RAYACHHETRY
et al., 2001). Se o ataque é intenso as pústulas se agregam recobrindo
a superfície das brotações do eucalipto, causando a morte de seus
tecidos afetados, onde os mesmos passam a ter uma coloração negra,
em consequência da necrose. Sendo os rebentos foliares e as partes
mais apicais dos galhos e haste principal, os órgãos mais suscetíveis
a ferrugem, onde apresentam características de encarquilhamento
e esporulação acentuada (FERREIRA, 1989; TOMMERUP et al., 2003).
Depois do ressecamento das pústulas, as plantas que foram atacadas
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podem se recuperar emitindo intensa brotação, entretanto, nessas
novas brotações pode haver nova ocorrência da doença (FERREIRA,
1989).
2.2.2 Epidemiologia
O clima desempenha influência marcante sobre o
desenvolvimento de doenças, podendo atuar sobre o patógeno, sobre
o hospedeiro e sobre a interação patógeno-hospedeiro. A importância
do conhecimento das exigências climáticas dos fitopatógenos é para
o entendimento da evolução da doença no campo, e para se prever
com certa precisão a ocorrência de epidemias em determinadas
condições climáticas e agrícolas de uma região (KRÚGNER, 1978).
Para os fungos que causam ferrugem, as variáveis que cumprem
um papel fundamental em sua biologia e na ocorrência e severidade
da enfermidade, são a temperatura, o fotoperíodo e a umidade,
pois influenciam nos processos de germinação, penetração e infecção.
(RUIZ et al., 1989).
A infecção e esporulação variam com o período de molhamento,
temperatura, fenologia do hospedeiro e luz (ALFENAS et al., 2000).
Com temperatura de 10 a 30°C e com máximo de germinação entre
15 e 20°C, os urediniósporos germinam no escuro, na presença de
água livre, entre 6 e 24 horas de molhamento foliar. Logo após a
penetração e colonização, ocorre a esporulação uredinospórica, em
consequência do estímulo da luz e temperaturas próximas a 20°C.
Com umidade relativa maior ou igual a 90 %, por no mínimo 8 horas
diárias, sob temperaturas medias de 20°C a 25°C, causam aumento
na intensidade da doença (CARVALHO et al., 1994; RUIZ et al., 1989a,
1989b). Castro (1983) observou que se mantivesse as mudas de
eucalipto por doze horas no escuro após a inoculação, obtinha uma
maior infecção do que se as deixassem no claro. No entanto Ruiz et
al., (1987) concluíram que a infecção foi inversamente proporcional
ao tempo de exposição uma vez que fizeram a inoculação das mudas
e as submeteram a vários fotoperíodos.
No Brasil, as condições propícias para a ocorrência da ferrugem
são nos meses de maio à agosto, períodos onde foram registrados
altos índices da doença no campo (RUIZ et al., 1989; TAKAHASHI et
al., 1999).
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2.2.3 Métodos de controle
A ferrugem pode ser controlada por fungicidas, condução da
rebrota em época desfavorável à ferrugem e utilização de plantas
resistentes, sendo esta a mais indicada por ter menor custo, eficaz
em sua execução e mínimo impacto ambiental (ALFENAS el al., 1989).
Pode ser controlada a doença, tanto por resistência inter ou
intra- específica (COUTINHO et al., 1998). Os fungicidas podem
ser usados em casos emergenciais, como em jardins e minijardins
clonais, brotações e plantas jovens (RUIZ e ALFENAS, 1989; ALFENAS
et al., 2004). Porém para Zauza et al. (2008), cada vez mais é
necessário a busca de outros fungicidas eficientes, levando em
consideração as preocupações sobre o uso contínuo de um mesmo
princípio ativo e com as exigências dos órgãos de certificação
florestal de produtos com que não possuam cloro em sua molécula,
torna-se preocupante o uso deste produto uma vez que o mesmo
pode persistir no ambiente.
Os fungicidas utilizados para o controle da ferrugem do eucalipto
considerados eficientes são mancozeb, oxicloreto de cobre,
triadimenol e triforine (FERREIRA, 1989) e azoxystrobina (ALFENAS
et al., 2009). Também se encontram no mercado vários fungicidas
eficientes como as estrobilurinas e os triazóis (NARUZAWA et al.,
2006; GODOY e CANTERI, 2004; MUELLER et al., 2004; CHALFOUN e
CARVALHO, 1999). As estrobilurinas possuem atividade biológica
variada e um potencial de controle com uma grande gama de fungos.
Ao bloquearem a transferência de elétrons entre os citocromos B e
C, elas impedem a respiração mitocondrial, o que acaba interferindo
na formação de ATP (KOELLER, 1998; YPEMA e GOLD, 1999). O
grupo dos triazóis em sua maioria inibe a biossíntese de esteróis,
especialmente do ergosterol, pois possuem ação sistêmica
acropetal. A deficiência desse esterol e o acumulo de compostos
intermediários acaba induzindo a formação de membranas
alternativas e a desorganização celular (FORCELINI et al., 2001).
Mesmo com outras formas existentes de medidas de controle a
resistência genética continua sendo a melhor medida a ser tomada.
Sabe-se que a variabilidade genética do gênero Eucalyptus spp.
quanto a resistência às doenças e a fatores adversos é muito grande
e isso ocorre, individualmente, quanto à ferrugem do eucalipto.
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(FERREIRA & SILVA, 1982). Assim, o estudo de espécies de Eucalyptus,
procedência e clones resistentes a ferrugem, têm se tornado cada
vez mais necessário, pois ele aprimora as técnicas de avaliar essa
resistência. Muitos trabalhos de resistência de eucalipto à ferrugem
mostram em sua metodologia que o uso de inoculação direta do
patógeno nas mudas, exibe resultados satisfatórios (FERREIRA & SILVA,
1982; CASTRO, 1983, TAKAHASHI et al ,1997).
O controle biológico pode ser definido como o controle de um
microrganismo através da ação direta de um outro microrganismo
antagônico, o qual pode atuar por meio de antibiose, parasitismo,
competição, predação ou hipovirulência (SCHWAN-ESTRADA et al,
2000). O controle biológico de fitopatógenos é potencialmente
aplicável contra qualquer tipo de microrganismo, porém há uma maior
atenção sobre o controle biológico de fungos, uma vez que os mesmo
causam a maioria das doenças e por serem facilmente controlados
por outros microrganismos. (MORAES, 1992).
SANFUENTES e FERREIRA (1996) testaram G. roseum, Penicillium
sp., Trichoderma harzianum Rifai, T. viride Pers. ex. Fries e dois
isolados de Trichoderma sp. para a supressão de B. cinerea em mudas
de eucalipto. O tratamento com Gliocladium roseum Bainer foi
significativamente o melhor.
PICCININ e PASCHOLATI (1995) relataram o efeito de
Saccharomyces cerevisiae Meyen ex. Hansen na redução de 40 à 100%
de ocorrência da doença causada por B. cinerea em mudas de
eucalipto.
Os estudos para o controle biológico de ferrugem estão no início,
não sendo possível encontra-los em literatura.
6. CONCLUSÃO
O melhor método de controle da Puccinia psidii é o controle da
resistência genética devido a sua alta eficácia e por não ser
prejudicial ao meio ambiente, uma vez que o controle biológico
ainda está em seus primeiros estudos não comprovando sua eficiência.
Controle químico só deve ser utilizado em casos onde não foi utilizado
material genético resistente e o patógeno está causando danos
econômicos a cultura.
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LEUCENA COMO ESPÉCIE INVASORA EM ÁREAS
RESTAURADAS
Aécio Magalhães de DEUS 1
Augusto Gabriel Claro de MELO²
1
Engenheiro Florestal formado pela FAEF – Garça/SP;
² Coordenador do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP
([email protected]).
RESUMO
A expansão das atividades humanas tem sido a principal
responsável pela perda e, ou, fragmentação dos habitats
naturais, isso vem gerando o comprometimento da
biodiversidade, o assoreamento e o surgimento de processos
erosivos. Levando em consideração a importância das florestas,
ações de proteção são essenciais, sendo uma delas a restauração.
Para averiguar se as ações implantadas em uma determinada
área estão efetivamente promovendo a recuperação da
vegetação natural ou cobertura florestal, não apenas
fisionomicamente, mas também dos seus processos mantenedores
é efetuada a realização do monitoramento da área. O objetivo
do trabalho foi realizar uma revisão sobre o potencial bioinvasor
da leucena em áreas em processo de restauração e concluiu-se
que a espécie pode trazer sérios danos nessas áreas devendo ser
monitorada e controlada.
Palavras-chave: monitoramento, bioinvasão, Leucaena
leucocephala.
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ABSTRACT
The expansion of human activities has been primarily responsible
for the loss and or fragmentation of natural habitats, it is generating
the commitment of biodiversity, siltation and the onset of erosion.
Taking into consideration the importance of forests, protection
actions are essential, one of the restoration. To investigate whether
the actions implemented in a given area are effectively promoting
the recovery of natural vegetation or forest cover, not only
physiognomically, but also of its maintainers processes is effected
the completion of the monitoring area. The objective was to conduct
a review on the potential of leucaena bioinvasor in areas where the
restoration process and concluded that the species can cause serious
damage in these areas should be monitored and controlled.
Keywords: monitoring, bioinvasion, Leucaena leucocephala.
1. INTRODUÇÃO
A expansão das atividades humanas tem sido a principal
responsável pela perda e, ou, fragmentação dos habitats naturais
(FAHRIG, 2003; FISCHER & LINDENMAYER, 2007). Em todo o mundo a
retirada da vegetação nativa, para os mais variados tipos de uso da
terra, tem atingido níveis alarmantes (PIRES et al., 2006). Um
exemplo a ser citado é a Mata Atlântica que cobria inicialmente
uma superfície total estimada em mais de 1.360.000 km², ou seja,
15% do território nacional (ALMEIDA, 2000). Atualmente o bioma
está reduzido a menos de 7% de sua extensão original (MORELLATO &
HADDAD, 2000).
O desmatamento indiscriminado e intensivo gerou como impactos
o comprometimento da biodiversidade, o assoreamento e surgimento
de processos erosivos e a contaminação dos solos e águas por
fertilizantes e agrotóxicos (CASTRO, 2005). Levando em consideração
a importância das florestas, ações de proteção são essenciais, sendo
uma delas a restauração.
Segundo o Art.2° 9985/00 (BRASIL,2000, p.8), entende-se por
restauração, a restituição de um ecossistema ou de uma população
silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original.
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Para que um projeto de restauração seja bem sucedido, ou seja,
que a vegetação implantada se torne uma floresta, é necessário
uma série de cuidados, tais como, seleção de espécies, manutenção
do plantio e monitoramento da área (NBL, 2013)
O monitoramento permite avaliar se as ações implantadas em
uma determinada área estão efetivamente promovendo a
recuperação da vegetação natural ou cobertura florestal, não apenas
fisionomicamente, mas também dos seus processos mantenedores
(NBL,2013). Em áreas em processo de restauração alguns dos
indicadores utilizados no monitoramento são análise da chuva e banco
de sementes, levantamento de fauna, qualidade do solo e
serrapilheira, estrato regenerante, entre outros (SIQUEIRA, 2002;
SORREANO, 2002; RODRIGUES & GANDOLFI, 1998).
Esse tipo de análise periódica permite verificar a evolução e
reconstrução do ecossistema, bem como identificar ameaças e
correções que devem ser tomadas. Uma das ameaças que podem ser
verificadas é a invasão de espécies, processo denominado bioinvasão,
que consiste na chegada, estabelecimento e expansão de uma espécie
exótica em um local onde não é o seu habitat natural historicamente
conhecido, resultante de dispersão acidental ou intencional por
atividades humanas (CARLTON, 1996).
As espécies exóticas se tornam potenciais invasores por
apresentarem uma grande produção de sementes pequenas que
apresentam uma facilidade na sua dispersão, alta taxa de crescimento
relativo, sementes com uma grande longevidade no solo e com uma
alta germinação, floração e frutificação prolongadas, plantas com
maturação precoce, alelopatia, pioneirismo, potencial reprodutivo
por brotação e ausências de inimigos naturais (GENOVESI, 2005).
Um exemplo de bioinvasor é a Leucena, com grande
potencial invasor, ela acaba se tornando um empecilho no
funcionamento de alguns ecossistemas, dificultando a formação de
plântulas de espécies nativas por conta da competição por água,
luz, nutrientes e através do seu efeito alélopatico sobre os outros
indivíduos (SILVA, 2009; KUO et al., 1982)
Levando em consideração essas informações, o presente estudo
teve como objetivo realizar uma revisão sobre a bioinvasão de
leucena em áreas restauradas.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Monitoramento de áreas restauradas
Segundo o Art.2° 9985/00 (BRASIL,2000, p.8), área restaurada é
aquela que se encontra o mais próximo possível da sua condição
original.
Ações e práticas conservacionistas são fundamentais para a
proteção dos remanescentes florestais. Entretanto não são suficientes
para reverter a situação atual em que se encontram os ecossistemas
degradados. Deste modo, torna-se necessário uma intervenção mais
efetiva e direta, sendo a restauração florestal uma das atividades
mais promissoras neste sentido, com capacidade de proporcionar ao
sítio degradado condições mínimas para o estabelecimento dos
processos ecológicos (BASTOS, 2010).
Entende-se por monitoramento o acompanhamento temporal dos
parâmetros estabelecidos, para posterior Avaliação do projeto, isto
é, verificar se a área restaurada atingiu o estado pré-definido
(GANDOLFI, 2006).
A realização do monitoramento em áreas em processo de
restauração permite avaliar se as ações implantadas em uma
determinada área estão efetivamente promovendo a recuperação
da vegetação natural ou cobertura florestal, não apenas
fisionomicamente, mas também dos seus processos mantenedores
(NBL, 2013).
Para a realização do monitoramento são utilizados indicadores
da restauração e eles devem descrever não apenas a evolução da
restauração natural ou induzida da comunidade, através da expressão
e manejo de sua resiliência, mas também apontar a necessidade de
novas ações e o sucesso das ações já implantadas, visando corrigir
e/ou garantir processos críticos para que o desencadeamento da
sucessão ecológica local ocorra.(NBL, 2013)
Diversos autores sugerem inúmeros parâmetros que possam ser
usados como indicadores de monitoramento para áreas restauradas:
formigas (ANDERSEN, 1997), estrutura da comunidade de
invertebrados (JANSEN, 1997), mudança na densidade de minhocas
em área de regeneração (ZOU & GONZALEZ, 1997), e entre eles os
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parâmetros vegetativos, que incluem a regeneração natural
(RODRIGUES & GANDOLFI, 1998).
As análises de regeneração natural são essenciais para se avaliar
o sucesso da recuperação. É realizada através de medições de
diâmetro, no nível do solo, e da altura das plântulas jovens presentes
em pequenas parcelas amostrais, lançadas na floresta. A
quantificação da regeneração, quando associada com a classificação
sucessional das espécies (pioneiras, secundarias iniciais, secundarias
tardias e clímax), compõe um indicador de grande utilidade das
condições de recuperação e de sustentabilidade da floresta (MARTINS,
2001) (Figura1).
2.2 Bioinvasão
A bioinvasão é a chegada, o estabelecimento e a expansão de
uma espécie exótica em um local onde não é o seu habitat natural
historicamente conhecido, resultante de dispersão acidental ou
intencional por atividades humanas (CARLTON, 1996).
A invasão biológica constitui uma ameaça a todas as biotas nativas
de todas as partes do mundo, é ainda maior em regiões tropicais,
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sendo então um poderoso agente de degradação, e uma das
consequências é a substituição de espécies nativas por exóticas, a
poluição genética e a perda de pools gênicos (SHEIL, 2001).
Ziller (2005) mostra que as espécies exóticas invasoras têm não
apenas o poder de sobrevivência e adaptação em outros ambientes,
mas também a capacidade de impor uma dominância sobre a
diversidade biológica nativa, alterando as características básicas do
ambiente natural e modificando os processos ecológicos interativos.
A segunda maior causa de extinção de espécies no mundo está
relacionada com a ação de espécies invasoras, superada apenas pela
supressão de habitats (BRASIL, 2002).
As espécies exóticas se tornam potenciais invasores por
apresentarem uma grande produção de sementes pequenas que
apresentam uma facilidade na sua dispersão, alta taxa de crescimento
relativo, sementes com uma grande longevidade no solo e com uma
alta germinação, floração e frutificação prolongadas, plantas com
maturação precoce, alelopatia, pioneirismo, potencial reprodutivo
por brotação e ausências de inimigos naturais (GENOVESI, 2005).
Segundo Guimarães (2005) o problema da contaminação biológica
atinge, pelo menos, 103 unidades de conservação do Brasil,
espalhadas por 17 estados e pelo Distrito Federal.
Alguns exemplos de espécies vegetais com histórico de bioinvasão
são: .Jaqueira (Artocarpus integrifolia Forst.), Mangueira (Mangifera
indica), Jambolão (Syzygium cumini) e a Leucena (Leucaena
leucocephala Wit.) (INSTITUTO HORUS, 2013).
2.3 Leucena
A leucena (Leucaena leucocephala Wit.) é uma espécie da família
Fabaceae, leguminosa exótica, originária do México, e é encontrada
em toda a região tropical. Árvore semidecídua a leucena mantêm-se
verde na estação seca, perdendo somente os folíolos em secas muito
prolongadas ou com geadas fortes. A planta apresenta um sistema
radicular profundo, com poucas raízes laterais, que ocorrem em
pequeno número, próximas à superfície do solo. As folhas são
(recompostas) bipinadas, com 15 a 20 cm de comprimento,
apresentando quatro a dez pares de folíolos (pinas), cada uma com
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cinco a vinte pares de foliólulos em cada pina. Cada foliólulo apresenta
7 a 15 mm de comprimento e 3 a 4 mm de largura. A inflorescência é
globosa e solitária, sobre um pedúnculo com mais de 5 cm de
comprimento, apresentando numerosas flores brancas formadas no
decorrer do ano todo, principalmente em setembro-outubro. Essas
inflorescências são de autopolinização que resultam em cachos de
vagens, sendo estas estreitas e achatadas, com 20 cm de comprimento
e 2 cm de largura, portam de 2 a 13 sementes, que apresentam cor
marrom (SKERMAN, 1977; LORENZI, 2003) (Figura 2).
Devido ao seu rápido crescimento e capacidade de fixação de
nitrogênio no solo, a leucena foi utilizada inicialmente para
recomposição da cobertura vegetal e a reabilitação de áreas
degradadas (FRANCO; FARIA, 1997; RESENDE; KONDO, 2001), a L.
leucocephala tem suas folhas e vagens utilizadas como forragem
para animais, especialmente cabras, e madeira utilizada como lenha
(INSTITUTO HORUS,2013). Porém, há diversos estudos atribuindo à
leucena a característica de planta invasora em diversas regiões do
mundo (SMITH, 1985; WAGNER et al., 1999; SCHERER et al., 2005),
que levaram à sua inclusão na lista das 100 espécies invasoras mais
agressivas do planeta, elaborada pela União Mundial para a
Conservação da Natureza - IUCN (LOWE et al., 2000).
Leucaena leucocephala reúne alguns atributos típicos de espécies
com alto potencial como invasoras, que são árvores de crescimento
rápido (BLOSSEY; NÖTZOLD, 1995), pioneiras heliófitas (REJMÁNEK,
1996) e produzem sementes em grande quantidade (NOBLE, 1989).
A abundante produção de sementes de L. leucocephala e alta
viabilidade das mesmas garantem sua agressiva regeneração
formando, em muitas situações, povoamentos puros e com alta
densidade. Está dominância que a espécie pode exercer sobre outras
pode resultar do sombreamento intensivo no sub-bosque inibindo a
germinação de sementes de espécies nativas e competição por água
e nutrientes (SILVA, 2009)
Ainda que suas sementes secas e duras sejam predominantemente
dispersas por gravidade (barocoria), há relatos de que a espécie é
zoocórica (INSTITUTO HORUS, 2013) e que suas sementes podem ser
dispersas por aves e formigas, possibilitando transporte para além
do limite de suas copas, o que é requisito para a disseminação de
espécies invasoras.
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Invasões de leucena foram relatadas na Aracruz Espírito Santo e
na Ilha de Trindade em 1998. Em ambos os lugares a espécie foi
introduzida com o intuito de restaurar o habitat (INSTITUTO
HORUS,2013). Impactos ambientais por leucaena leucocephala foram
constatasdos no parque municipal santa luzia, Uberlândia – MG
(CASTRO & SOARES,s/d).
3. CONLUSÃO
Concluiu-se que a leucena apresenta grande potencial bioinvasor,
podendo ser prejudicial quando se estabelece em áreas em processo
de restauração, até mesmo em florestas naturais. Dessa forma
estudos que reconheçam a bioinvasão nessas áreas devem ser
desenvolvidos para subsidiar medidas de manejo visando o controle
dessa espécie e proteção dos ecossistemas naturais.
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RECINTO DE EXPOSIÇÃO DE CUTIA
Samantha Fonseca SAWAEDA1
Augusto Gabriel Claro de MELO²
Thiago Soares VAITI³
1
Engenheira Florestal formada pela FAEF – Garça/SP;
² Coordenador do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP
([email protected]);
³ Discente do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP.
RESUMO
As cutias são roedores que habitam as florestas brasileiras, sendo
considerados importantes dispersores de sementes. No entanto, sua
carne é apreciada e acabam sendo alvos da ação da caça ilegal, o
que compromete suas populações naturais. Uma das formas de
contribuir com a preservação da espécie é a criação em cativeiro
para venda da carne ou matrizes e até mesmo reintrodução na
natureza. No entanto, a criação deve ser autorizada pelo órgão
ambiental competente e os recintos devem seguir as especificações
legais. O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão sobre a cutia
e propor um recinto para alojar um casal desses animais.
Palavras-chave: animais silvestres, cativeiro, Dasyprocta spp.,
ABSTRACT
Agoutis are rodents that inhabit the Brazilian forests, are
considered important seed dispersers. However, their meat is
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appreciated and end up being targets of action of poaching,
which compromises their natural populations. One way to
contribute to the preservation of the species is breeding in
captivity for sale of meat or even arrays and reintroduction into
the wild. However, the creation must be authorized by the
competent environmental agency and the enclosures should
follow the legal specifications. The objective was to conduct a
review of the agouti and propose an enclosure to house a couple
of these animals.
Keywords: wild animals in captivity, Dasyprocta spp.
1. INTRODUÇÃO
A perda de diversidade biológica, medida sobretudo através da
extinção de espécies, é um dos grandes problemas ambientais da
atualidade. Embora sejam conhecidos eventos de extinção em massa
ao longo da história da vida na terra, acredita-se que após o contato
com o homem a extinção de espécies passou a acontecer em taxas
elevadas, sem precedentes (BURNEY e FLANNERY, 2005). Dentre as
ameaças para a perpetuação das espécies destacam-se a destruição
e degradação do hábitat, a super exploração, a introdução de
espécies exóticas e o aumento da incidência de doenças,
consequências diretas ou indiretas de atividades humanas (JANZEN
& MARTIN, 1982).
Os roedores compõem a maior ordem de mamíferos do mundo e
encontram-se nos mais variados tipos de habitats. Desde a aparição
deles no novo mundo durante o último Eoceno, esses histricognatos
tem passado por uma intensa radiação adaptativa, mostrando uma
grande diversidade em comparação com outros grupos de mamíferos
(SMYTHE,1978). São animais que apresentam extraordinária
variedade de adaptações ecológicas; suportam os climas mais frios
e os mais tórridos, vivem nas regiões de maior revestimento florístico
e nas mais estéreis; em grandes altitudes e, em cada região podem
mostrar um grande número de adaptações fisiológicas (EMMONS &
FEER, 1997).
O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão sobre a cutia e
elaborar um recinto para alojar um casal de animais dessa espécie.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Caracterização da cutia
A cutia (Dasyprocta sp.) é um roedor de porte médio, com
distribuição geográfica compreendida desde a América Central até
a América do Sul. Cotias e cotiaras (Dasyprocta) são importantes
dispersores de sementes de grande porte devido a um comportamento
bastante especializado denominado armazenagem dispersa este
comportamento consiste no enterramento de sementes para futuro
consumo e permite a germinação daquelas que por algum motivo
não são mais recuperadas. Esta característica torna a família
Dasyproctidae especialmente importante na dinâmica de uma grande
variedade de árvores neotropicais de diferentes famílias
(Leguminosae, Palmae, Lecythidaceae, etc.) cujas sementes possuem
tais características (MORRIS,1962).
Os roedores do gênero Dasyprocta (cutias) pertencem a família
Dasyproctidae sendo esta dividida em dois gêneros Dasyprocta (cutia)
e Myoprocta (cotiara). Dasyprocta é o gênero mais numeroso da
família, com cerca de onze espécies de cutias distribuídas por uma
vasta área da América Neotropical e encontrada sem uma grande
quantidade de habitats. São elas: Dasyprocta azarae, Dasyprocta
coibae, Dasyprocta cristata, Dasyprocta fuliginosa, Dasyprocta
guamara, Dasyprocta kalinowskii, Dasyprocta leporina, Dasyprocta
mexicana, Dasyprocta prymnolopha ,Dasyprocta punctata e
Dasyprocta ruatanica (WILSON & REEDER, 1993). Em geral nenhuma
das espécies são simpátricas (SMYTHE, 1978).
A distribuição geográfica desta família vai de Veracruz no sul do
México, passando pela América Central, até o norte da Argentina,
Paraguai, Uruguai e todo território brasileiro (EISENBERG, 1989).
Vivem em habitats úmidos apropriados, em baixas altitudes, em
florestas secas decíduas e verdes. Também ocorrem na Venezuela,
Guiana Francesa e Amazônia brasileira (GUIMARÃES 2003)
No leste do país, próxima ao litoral, nos Estados da Paraíba,
Pernambuco, Bahia, Espírito Santo (na vertente leste da Serra do
Espinhaço), Rio de Janeiro e São Paulo (também na vertente leste
da Serra do Mar). Para todas as localidades, a espécie ocorre entre
as quotas altimétricas de 0 e 900 m (EISENBERG, 1989).
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Os roedores do gênero Dasyprocta (cutias) pertencem a família
Dasyproctidae sendo esta dividida em dois gêneros Dasyprocta (cutia)
e Myoprocta (cotiara). São animais de porte avantajado, adaptados
a vida terrestre por uma redução de dedos funcionais e um polegar
vestigial, possuem quatro nas patas anteriores e três nas patas
posteriores. As garras das anteriores são, além disso, arqueadas
ligeiramente, indicando a capacidade de escavar, embora não sejam
verdadeiras cavadoras. Os membros posteriores são bem maiores do
que os anteriores, capacitando-as para o salto (EISENBERG, 1989)
Possuem a cabeça e as patas dianteiras sutilmente oliváceas
acinzentadas, dorso vermelho escuro para laranja brilhante, cobertas
por longos pelos lisos, que projetam-se posteriormente em uma
extremidade e são usualmente amarelo palha ou laranja, na base,
esta cor é visível quando os pelos são eriçados. O topo da cabeça,
pescoço e meio do dorso entre as espáduas algumas vezes são escuros,
com pelos longos; as orelhas são pequenas e nuas como a cauda que
é quase vestigial (Figura 1) (EMMONS & FEER, 1997).
As fêmeas são maiores do que os machos marcham levemente
agachando e mantendo a cabeça baixa (EMMONS & FEER, 1997).
Possuem hábitos terrestres, com grandes patas traseiras nas quais
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podem ficar apoiadas relacionada à demorada apreensão aos galhos.
A lentidão dos movimentos, o longo período de inatividade diária e
a forma de locomoção e a postura desses animais são algumas de
suas características que despertam o interesse dos fisiologistas. É
orientada principalmente pelo olfato, pois a audição e a visão deste
animal deixam a desejar (OLIVEIRA, 2010).
Vivem em pares monogâmicos com sua prole em um determinado
território (EMMONS & FEER, 1997), formando casais em períodos de
maior disponibilidade de alimentos. Atingem a maturidade sexual
aos seis meses e no período de acasalamento o macho recorre a
vários cerimoniais, como lançar jatos de urina na fêmea e vibração
da cauda. A gestação varia de 104 a 120 dias, dão a luz precocemente,
parindo de um a dois filhotes, podendo ocorrer até duas gestações
por ano. Os primeiros filhotes, em geral nascem durante abril - maio;
existe um estro pós-parto, de forma que os segundos do ano nascem
em julho ou agosto Os aumentos da tolerância social nas cutias
ocorrem quando há aumento na disponibilidade de alimento (SMYTHE,
1978).
Os jovens, como todos os roedores histricognatos, nascem
peludos, com os olhos abertos e pesam cerca de 200 gramas; a fêmea
os escondem, quando estão ainda pequenos, em ninhos bem
protegidos, não permitindo a aproximação do macho e saindo apenas
para se alimentar. Os filhotes só acompanham a mãe na procura de
alimentos quando estiverem em segurança (DEUTSCH &
PUGLIA,1988). As cutias jovens dividem seu território com seus pais
até serem expulsos (SMYTHE, 1978).
Muito pouco é conhecido sobre o seu habitat (SMYTHE, 1978);
adultos raramente usam tocas, enquanto os jovens nascem
geralmente próximos de uma abertura ou algumas tocas cavadas
por outros animais, nas quais refugiam-se para abrigarem-se, exceto
quando as fêmeas os chamam para amamentação (EISENBERG, 1989).
EMMONS e FEER (1997) dizem que a espécie pode viver em
florestas perturbadas, secundárias, sempre verdes, decíduas,
florestas de galeria, jardins e plantações.
As cutias normalmente são de hábitos diurnos, mas podem
reverter para uma atividade noturna ou crepuscular quando
submetidas à extrema interferência humana ou predação. São mais
ativas no início da manhã e no final da tarde, e são facílimas de se
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aproximar ao crepúsculo quando estas não vêem bem ou estão menos
cautelosas (EMMONS & FEER, 1997)
Roedores são tradicionais predadores de sementes, localizandoas no solo através do olfato ou pelo som da sua queda (STILES, 1992).
As sementes são o recurso alimentar mais estocado, provavelmente
por causa da dormência, que permite um maior tempo de estocagem
e por serem altamente energéticas (SMITH & REICHMAN, 1984).
Mais do que acumular alimento em um ou alguns locais, elas
transportam o recurso alimentar em um espaço de tempo, cavam e
enterram, com suas patas dianteiras, a uma distância de 0,5 – 300
metros da fonte.O buraco é raso, usualmente coberto com cerca de
0,5 - 3,0 cm de terra, o solo é tampado, e freqüentemente a cutia
pega folhas ou brotos em sua boca e os coloca sobre o local enterrado
(HALLWACHS, 1986).
Na Mata Atlântica do Sudeste do Brasil os frutos inteiros de jerivá
atraem muito as cutias, que se alimentam mais da polpa, do que dos
frutos limpos onde só restaram as sementes (GUIMARÃES, 2005).
O seu peso corporal oscila de 1 a 3 kg (quando adultos), apresenta
pelagem com cores distintas, como laranja, marrom ou preto, e
possui uma expectativa máxima de vida de dezoito anos (DEUTSCH
& PUGLIA,1990)
Cutias são consideradas importantes dispersoras de grandes
sementes ao longo dos tipos florestais onde habitam. Algumas
espécies parecem depender quase exclusivamente delas para a
dispersão de suas sementes embora no passado essas pudessem ser
dispersas por uma megafauna, agora extinta (JANZEN & MARTIN,
1982).
Segundo CHIARELLO (1999), com a diminuição de comunidades
animais em pequenos fragmentos florestais pode haver consequências
importantes para o recrutamento de espécies de árvores que
dependem direta ou indiretamente de polinizadores, ou para
dispersão de sementes e predação. No caso de H. courbaril (Jatobá),
há uma total dependência das cutias para a realização da dispersão
das sementes; essa espécie não se desenvolveu para a dispersão
realizada por cutias, mas se tornou dependente delas, quando a
megafauna foi extinta (HALLWACHS,1986).
De todos os mamíferos de extensão neotropical nativos e
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introduzidos, as cutias são as mais capacitadas para abrir frutos
muito grandes e duros, e dispersar sementes grandes. Esses roedores
dispersam sementes que são muito maiores do que as que qualquer
outro mamífero com extensão neotropical poderia engolir intacta
(HALLWACHS, 1986).
A dispersão primária ou secundária de sementes por cutias pode
ser importante para determinar o padrão de recrutamento espacial
de algumas espécies de árvores com sementes grandes e, portanto,
seu padrão de dispersão na floresta. As cutias podem contribuir para
a distribuição agregada de árvores, documentadas em escalas de
poucas centenas de metros em várias florestas tropicais, ou
secundariamente espalhando as sementes inicialmente dispersas por
grupos de dispersores de longas distâncias como as antas (Tapirus
terrestris) ou primariamente dispersando sementes a distâncias muito
curtas da planta mãe na ausência de dispersores de sementes de
longas (FRAGOSO, 1997).
2.2. Recinto para criação
A elaboração do recinto deve ser feita seguindo as normas do
IBAMA de 2002.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E
DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 04, de 04 de março de 2002.
Art.23 - As recomendações para recintos de mamíferos são:
I – GERAIS
As recomendações encontram-se sob forma tabular, segundo a Sistemática
do Livro “Mammals Species of the World” - a Taxonomic and Geographic
Reference. Edited by Don E. Wilson and Dee Ann M. Reeder. 2nd. ed. 1993.
Entende-se por:
a) Abrigo - local que oferece proteção contra os rigores do sol, da chuva, ou
do vento, destinado ao descanso dos animais.
b) Área de exposição - é a parte do recinto em que os espécimes estão expostos
à visitação pública.
c) Banhado - área encharcada, apresentando pequenas profundidades de água.
d) Barreira visual sólida - pode ser constituída de madeira, alvenaria ou
cercaviva.
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Visa proporcionar privacidade e conseqüente tranqüilidade ao animal.
e) Cambiamento - local de confinamento, para facilitar diversos tipos de
manejo e a retirada do animal do recinto.
f) Corredor ou câmara de segurança - área adjacente à área de manejo do
recinto.
Deverá ser telada, gradeada ou murada, vedada com tela ou grade na parte
superior, com o objetivo de aumentar a segurança contra fuga.
g) Espelho d’água - tanque de pequena profundidade, com água corrente.
h) Maternidade - local de confinamento tranqüilo para alojar fêmeas gestantes,
e/ou recém paridas com os filhotes. Devem possuir solário.
i) Solário - lugar exposto à luz solar e que proporcione ao animal banhos de
sol.
j) Tanque - lago com água corrente de profundidade suficiente para banho.
k) Toca - refúgio onde os animais podem encontrar abrigo.
Recomendações:
a) O afastamento mínimo do público deverá ser de 1,5m, excetuando-se
recintos que não exijam tal distanciamento.
b) As barreiras deverão ser definidas pelos técnicos responsáveis pelo jardim
zoológico, levando em conta a segurança do animal, do público visitante, dos
técnicos e dos tratadores.
c) Os tanques e espelhos d’água tanto na área de exposição quanto nas
maternidades deverão ter pelo menos um dos lados em forma de rampa com
inclinação máxima de 40º para facilitar o acesso do animal e evitar o
afogamento dos filhotes. A água deverá ser corrente, ou renovável.
d) Todos os recintos deverão ter ambientação de modo a atender as
necessidades biológicas do animal alojado.
Legenda:
a) Nos gêneros assinalados com o sinal “#”, este sinal reaparecerá na coluna
do tanque indicando as dimensões que este deve ter
b) Número de indivíduos - considerar neste número uma prole enquanto
dependente
c) Para a coluna “Nível de Segurança”:
I - O tratador pode entrar estando o animal solto no recinto.
II - Deve-se prender o animal para o tratador entrar.
III - além de prender o animal no cambiamento com trava e cadeado, deverá
haver corredor ou câmara de segurança.
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Após analisar as normas, elaborou-se um recinto para alojar dois
animais, como pode-se observar nas figuras 2 e 3. Este recinto terá
um formato retangular, sendo dividido em dois ambientes (abrigo e
área de exposição), a porta que dará acesso a esses dois ambientes
será do modelo guilhotina, permitindo assim o acesso do tratador
em qualquer uma das áreas.
Deve-se construir uma mureta de 30 a 40 centímetros de altura,
com igual profundidade para impedir que as cutias cavem buracos e
fujam. Sobre o muro instala-se um cercado de tela de arame de 1,5
metro de altura. A área do cercado deve ser de 15 metros quadrados.
Os bebedouros e comedouros ficam no chão e podem ser feitos de
alvenaria (GIANNONI, 2001). A criação também pode ser feita ao ar
livre, em um terreno de chão batido (GIANNONI, 2001).
3. CONCLUSÃO
Concluiu-se que a cutia é um roedor que apresenta potencial
econômico, além de ter grande importância ecológica. Portanto sua
criação para obtenção de produtos ou reintrodução é viável. As
normas do IBAMA garantem as necessidades mínimas para criação
em cativeiro, devendo ser seguidas para o bem estar dos animais e
consequentemente contribuição no sucesso reprodutivo.
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4.REFERÊNCIAS
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20(7):395-401, 2005.
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RENDIMENTO OPERADIONAL DO FELLER BUNCHER
Jader Vinicius de ALCÂNTARA1
Angélica YAMAGUTI1
Juliana ALVES1
Felipe Camargo de Campos LIMA2
1
2
Discente do curso de Engenharia Florestal, Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral de Garça – FAEF, e-mail:
[email protected].
Docente do curso de Engenharia Florestal, Faculdade de Ensino Superior
e Formação Integral de Garça – FAEF, e-mail: [email protected].
RESUMO
O Feller-buncher (derrubador-acumulador) é a máquina que
desempenha a atividade de corte, acumulo de árvores (o número de
árvores acumuladas varia de acordo com o porte de cabeçote de
corte e de acordo com o diâmetro das árvores) e posteriormente o
tombamento formando feixes de árvores depositadas no solo.
constitui uma das máquinas mais utilizadas na colheita florestal,
cuja principal função é realizar a derrubada e o enleiramento das
árvores. Objetivou-se, neste trabalho análise técnica que englobou
um estudo de tempos e movimentos e de produtividade. A análise
econômica contemplou os parâmetros custo operacional, custo de
produção e rendimento energético, dentro das classes de declividade
avaliadas. Foi comprovado que com o aumento do percentual de
inclinação do relevo, o desempenho operacional do Feller-buncher
se torna menor o custo da produção se torna maior.
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Palavra-chave: Feller-buncher, Rendimento Operacional,
Colheita Florestal.
ABSTRACT
The Felle abstractr-buncher derrubador accumulator is the
machine that performs the mowing activity, accumulation of trees
(number of trees accumulated varies with the size of the cutting
head and according to the diameter of the trees) and subsequently
falls, forming bundles of trees. Is one of the most used machines in
the forest crop, whose main function is to carry out the felling and
bunching trees The aim of this study technical analysis included a
study of time and motion and productivity. The economic analysis
included the parameters operating cost, production cost and energy
efficiency within the classes evaluated slope, it was proven that
with the increase in the percentage of slope relief, the lower the
operating cost and higher production performance.
Keyword: Feller-buncher, Operating Income, Forest Harvesting.
1. INTRODUÇÃO
O setor florestal brasileiro se destaca mundialmente pela sua
potencialidade com uma das taxa mais alta de produtividade na
silvicultura. Podendo atingir de 40 a 50 metros cúbicos de madeira
por hectare, por ano cerca de 10 vezes superior à produção dos
países de clima temperado (OLIVEIRA JR, 2005).
A área com floresta plantada com eucalipto, no Brasil totalizou
em 2012 foi estimada em 5.102.030 hectares, um crescimento de
4,5% frente ao indicador de 2011. O fator que alavancou este
crescimento foram os novos plantio frente a demanda futura de
projetos de papel e celulose, os maiores produtores desta cultura
são: Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Bahia (ABRAF,
2013).
O sistema de colheita florestal pode ser definido como um
conjunto de atividade para o fornecimento de madeira para a fabrica
atividade onde os rendimentos variam em função do relevo, do padrão
e produção da floresta (MACHADO, 2002).
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Os Fellers surgiram no Brasil, no fim da década de 70, baseados
em modelos americanos, quando a empresa Olinkraft desenvolveu
um equipamento, que ligado ao motor de uma máquina base acionado
por uma bomba hidráulica, ativava duas lâminas em forma de uma
tesoura que efetuava o corte da árvore (SANT’ANNA, 2002).
O cabeçote, constituído de uma peça rígida, é onde se encontra
o mecanismo de corte da máquina, acionado por sistema hidráulico,
compõe-se de um disco dentado, uma tesoura de dupla ação, ou um
sabre e os braços acumuladores (MACHADO, 2002).
O corte realizado pelo Feller-Buncher se dá fixando a árvore por
duas garras realizando o corte, com o implemento adequado, no
nível do solo. Em seguida, o braço acumulador é acionado, onde a
árvore é firmada no cabeçote, reabre as garras e demanda a máquina
para a próxima operação, até que se atinja a capacidade de carga
(MACHADO et.al. LOPES, 2002).
Quando o corte é realizado com sabre, assemelha-se ao realizado
com motosserras, diferindo-se na força propulsora da corrente, pois,
na motosserra é gerada por motor a explosão e no caso do FellerBuncher, hidráulico. O corte realizado com cabeçotes de disco,
acionado por um motor hidráulico, faz girar um disco metálico, de
espessura aproximada de 50 mm, com dentes na sua circunferência,
capaz de cortar uma árvore com um só golpe. Quando o corte é
realizado com o implemento de tesoura, pode apresentar uma lâmina,
que atinge frontalmente a árvore ou duas lâminas que apresentam
movimentos laterais simultâneos para realizar o corte (SANT’ANNA,
2002).
Este trabalho de revisão teve como objetivo avaliar o rendimento
operacional do Feller-buncher no sistema de colheita de florestal
visando à produtividade na derrubada de corte de uma área de floresta.
2. DESENVOLVIMENTO
O Feller Buncher (derrubador-acumulador) é a máquina que
desempenha a atividade de corte, acumulo de árvores (o número de
árvores acumuladas varia de acordo com o porte de cabeçote de
corte e de acordo com o diâmetro das árvores) e posteriormente as
tomba, formando feixes de árvores (MACHADO, 2008).
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O procedimento de corte pelo Feller Buncher inicia-se com o
posicionamento do cabeçote de corte com os braços abertos em
direção à árvore a ser cortada, em seguida o disco de corte (em
altíssima rotação) realiza o corte da árvore ao nível do solo. Após o
corte é acionado o braço acumulador do cabeçote, firmando uma
árvore no cabeçote, reabrindo outros braços para realizar o corte
de outra árvore. Esse processo se repete até que o cabeçote alcance
sua capacidade máxima de acumulação. Em seguida a máquina se
move, com o feixe de árvores na vertical e posteriormente este é
depositado ao solo. (LOPES et.al. 2007).
Com base na análise técnica dos dois sistemas de colheita
avaliados chegou-se aos resultados de que a produtividade verificouse que houve maior produtividade no sistema de árvores inteiras,
mas para ela ser concretizada, necessita-se uma readequação do
maquinário, otimizando possíveis tempos improdutivos e, se for o
caso, realizar o redimensionamento da frota, para que todas as
máquinas trabalhem em sintonia na sua produtividade.
É mais indicado para operações em terrenos planos e para o
trabalho, em sua maioria, com árvores de pequeno e médio porte.
Geralmente são máquinas que variam sua potência de 129 KW a 181
KW e com um peso operacional que varia de 11 a 16 toneladas. Já a
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versão de esteiras pode operar em qualquer tipo de terreno, inclusive
em terrenos macios, pantanosos e inclinados. O mercado dispõe de
modelos de pequeno, médio e grande porte, variando sua potência
de 180 KW a 246 KW e peso operacional entre 22 e 38 toneladas.
Alguns modelos possuem nivelamento da cabine, o que permite ao
operador uma melhor visibilidade em operações de corte em terrenos
com inclinação de até 50%. Feller-Bunchers sem o sistema de
nivelamento podem operar até 40% e os Fellers de pneus limitam-se
a operar em terrenos com menos de 25% de inclinação. Recomendado
para florestas de pequeno, médio e grande porte, Machado (2008).
No sistema de árvores inteiras foram realizadas três operações.
Com a utilização de um feller-buncher foi realizado o corte e o
agrupamento em feixes. O arraste formando o estaleiro foi realizado
com um skidder e o processamento e empilhamento por meio de um
processador florestal.
O feller-buncher Tigercat, modelo L870C, com rodados de esteira
com 300 hp de potencia. Era realizada a atividade de corte levando
o cabeçote de disco até a árvore, fazendo o corte individual e
agrupando uma a uma nos braços acumuladores. Finalizava-se
direcionando os feixes de 5 a 6 árvores na perpendicular com ângulo
de 45º graus. (OLIVEIRA et.al,2013).
A análise econômica de um equipamento Feller-buncher que
avaliou a determinação do custo operacional da máquina: observou
os parâmetros do método contábil, com valores estimados em reais.
Esse englobou o somatório dos custos fixos (depreciação, juros e
seguros) e custos variáveis (combustível lubrificantes e graxa, óleo
hidráulico, pneus/ esteiras, manutenção e reparo, transporte de
maquinário, pessoal operacional e administrativo). No cálculo do
custo operacional do Feller-buncher, considerou-se apenas a porção
do tempo total durante o qual essa máquina foi programada para
executar um trabalho produtivo. (LOPES et.al. 2009).
Avaliando a atividade de corte em povoamentos de eucalipto de
uma empresa do setor situados na região noroeste do estado de São
Paulo, utilizando-se um Feller-buncher composto por uma escavadora
de acionamento hidráulico com esteiras, marca Caterpillar, modelo
320 BL, obtiveram rendimento que variou de 33,47 a 36,10 m³/he,
com custo operacional em torno de R$ 171,34, por hora efetiva.
Esse custo mais baixo deve-se, provavelmente, a uma maior eficiência
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da máquina e às características inerentes à empresa em questão.
(MOREIRA et. al. 2004).
De acordo com os artigos lidos conclui-se que a produtividade
média do Feller-buncher, por hora efetiva de trabalho, foi de 347
árvores, o que equivale a 48,8 m3/he, nas duas posições de
tombamento, tendo em vista não haver diferença no tempo de
trabalho. Considerando-se uma taxa de juros de 12% a.a. e uma
eficiência operacional de 60,44% (média do mês de janeiro), chegouse ao custo hora, efetivamente trabalhada, dê R$ 192,36.
Considerando que o custo operacional, o consumo de combustível
e a produtividade do Feller-buncher foram equivalentes para ambas
as posições de tombamento das árvores, os valores de custo de
produção e rendimento energético também foram semelhantes. Nesse
sentido, o custo de produção verificado foi de R$ 3,95/m3 para a
produtividade de 195,26 m3/ha, sem levar-se em consideração o
custo de transporte do pessoal, que é terceirizado na empresa. O
rendimento energético foi de 3,8 g/W m3, em função do consumo
específico de combustível de 185,34 g/kW h.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão de literatura sobre o rendimento operacional do fellerbuncher observou-se que existe uma grande diversidade dos tipos
de equipamentos embora assim algumas tendência sejam
observáveis.
Os rendimentos de produtividade em metros cúbicos por hectare
variam consideravelmente entre 313 e 195 metros cubico por hora.
Com um custo operacional de horas trabalhada de um fellerbuncher variando ente 171,00 e 192,00 reais por hora de trabalho, o
custo do corte da matriz fica em torno de 4,00 por metros cúbicos.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA
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USO DE HIDROGEO NO PLANTIO DE EUCALIPTO
¹Willian Fernando Chagas
²Alexandre Luís da Silva Felipe
¹Discente do curso de engenharia florestal da FAEF\ACEG – Garça – SP.
e-mail: [email protected]
²Docente do curso de engenharia florestal da FAEF\ACEG – Garça – SP
RESUMO
Com expansão da capacidade produtiva das indústrias de papel
e celulose, faz-se necessário aumentar a oferta de matéria-prima.
Por tanto há duas alternativas, aumentar a área plantada ou a
produtividade dos plantios existentes a, garantia da produtividade
no setor florestais depende da qualidade das práticas silviculturais,
iniciando-se por uma adequação de sobrevivência de plantio. Sabendo
que o desenvolvimento de mudas florestais nas semanas subsequentes
ao plantio terá um cuidado maior com a irrigação, usando o hidrogeo
na hora do plantio pode melhorar a qualidade das mudas em épocas
secas com este propósito podemos implantar em várias régios como
já vem sendo discutido por pesquisadores e empresas. Os hidro
absorventes polímeros são produtos naturais derivado do amido ou
sintético derivado do petróleo, de forma granulada e quebradiço e
quando seco se tornam macio e elástico depois de expandido em
água os hidro absorventes mas usados frequentemente são os
polímeros sintéticos propenamida (PAM) e copolímeros propenamidapropenato (PAA).
Palavras-chave: hidrogel, plantio do eucalipto.
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ABSTRACT
With the expansion of the productive capacity of the pulp and
paper industries, it is necessary to increase the supply of raw
material. Therefore there are two alternatives, increasing the planted
area or the productivity of existing , guaranteeing productivity in
the forest industry depends on the quality of forestry practices ,
beginning with an adjustment survival of planting crops. Knowing
that the development of forest seedlings for planting in subsequent
weeks will be more careful with irrigation , using hydrogeological at
planting time can improve the quality of seedlings in dry seasons
with this, we can deploy in various regal as has been discussed by
researchers and companies . The hydro -absorbent polymers are
synthetic natural products derived from starch or oil derivative, grainy
and brittle when dry form and become soft and elastic after expanded
water hydro absorbent but are often used synthetic polymers
propenoic ( PAM ) and copolymers propenoic propenat ( PAA).
Keywords : hydrogel , the eucalyptus .
1. INTRODUÇÃO
Dada expansão as florestas plantadas de eucalipto cobrem 4,8
milhões de hectares no Brasil segundo dados da Associação Brasileira
de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF 2010). Desse total, 1,8
milhão é cultivado pela indústria de celulose e papel, o que
corresponde a 81,2% das florestas plantadas desse setor. Sabemos
que o eucalipto tem usos múltiplos tais como a produção celulose,
carvão vegetal, energia e de madeiras solidas para piso usado em
moveis com uma produção bem ampla, como a necessidade humana
o eucalipto também é utilizado como fonte de papel.
Segundo Villela Filho (2006) a produtividade de alguns híbridos
de eucalipto é atualmente de até 80 m³ ha-1 ano-1. Essa alta
produtividade das florestas brasileiras, não só do eucalipto, deve-se
às condições favoráveis do solo e do clima e ao alto nível tecnológico
da silvicultura (OLIVEIRA, 2006). As questões hídricas sobre o
eucalipto sempre foram negativas por muitos acreditarem que ele
seca o solo sempre sendo está uma polemica (LIMA, 2006).
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Com esta preocupação está sendo pesquisadas o consumo de
água nas várias etapas da produção florestal, por este motivo vem
sendo usado o polímeros (hidrogeis) desde a década de 60, para
melhorar as propriedades física e químicas do solo por sua vez
reduzindo o números de irrigações e perda de nutriente e amenizando
o custo de desenvolvimento das culturas (SHAINBERG e LEVY, 1994;
OLIVEIRA et al., 2004) que vem sendo implantado na cultura do
eucalipto no plantio.
A pesquisa tem a relevância de estudar o polímero em diferentes
laminas de agua e ver qual será o melhor polímero para o plantio e
quantidade correta para cada cova, sendo assim analisando pós
plantio se o polímero tem sua eficaz no plantio sem danificar o colo
da planta e retenção de água está sendo suprida pela planta.
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O Brasil em termos climáticos para o cultivo do eucalipto possui
duas regiões: tropical e subtropical. A região sudeste,
predominantemente tropical e não sujeita a geadas de forte
intensidade, concentra a maior área de plantio. Esse é primeiro
parâmetro que delimita o uso das espécies de eucalipto para plantio.
O outro é a finalidade do uso da matéria-prima do eucalipto.
Apesar da participação das plantações florestais estar
aumentando em todos os segmentos em relação a das Florestas
Nativas, o setor acredita que com base nas expectativas de
crescimento de demanda, haverá uma necessidade de plantio em
torno de 630 mil hectares ao ano, ao invés dos 200 mil hectares
atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS distribui essa
necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha / ano para celulose,
130 mil ha / ano para madeira sólida, 250 mil ha / ano para carvão
vegetal e 80 mil ha / ano para energia. Com base nesses dados
observa-se a importância do eucalipto por ser uma espécie de uso
múltiplo com possibilidade de atender a todos os segmentos acima
descritos, principalmente para papel e celulose e energia onde
historicamente deu contribuição especial
Com expansão da capacidade produtiva das indústrias de papel
e celulose, faz-se necessário aumentar a oferta de matéria-prima.
Por tanto há duas alternativas, aumentar a área plantada ou a
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produtividade dos plantios existentes a, garantia da produtividade
no setor florestais depende da qualidade das práticas silviculturais,
iniciando-se por uma adequação de sobrevivência de plantio.
Para determinar a lamina de água a ser aplicada por irrigação
pode ser um problema difícil segundo Reichardt (1990). Klar (1991)
ele se refere que temos que conhecer variáveis hídricas do solo tais
como capacidade de campo, porcentagem de murcha permanente
etc. também temos que conhecer a profundidade efetiva de raízes e
fatores da atmosfera. Portanto os processos que ocorrem nas plantas
pode sofrer interferência indireta ou direta de suprimento de água
(KRAMER e BOYER, 1995), sabendo que só uma parte de água que a
o solo pode reter para ficar disponível para as plantas sendo agua
retirada da capacidade de campo e ponto de murcha permanente
(REICHARDT, 1990).
O sistema radicular é o primeiro lugar que garante a retirada da
água do solo pelas plantas tendo o resultado de absorção de aguas
pelas raízes finas induzindo, dessa forma a difusão da umidade do
solo em direção as raízes finas, sabendo que o solo quando mas seco
o fluxo vai ficar mais difícil e a retirada de água pela transpiração
de qualquer planta tende a diminuir (LIMA, 1993).
Das tecnologias disponíveis para aumentar esta sobrevivência e
o crescimento inicial é o uso de hidrogéis no plantio, na medida em
que pode melhorar as condições hídricas ou nutricionais para a planta,
favorecendo a rápida emissão de raízes e o crescimento inicial das
mudas. Os hidrogéis podem também facilitar o plantio durante o
ano todo, mesmo em condições edafoclimáticas pouco favoráveis,
contribuindo para a logística do planejamento das operações
silviculturais.
Sabendo que o desenvolvimento de mudas florestais nas semanas
subsequentes ao plantio terá um cuidado maior com a irrigação,
usando o hidrogeo na hora do plantio pode melhorar a qualidade das
mudas em épocas secas com este propósito podemos implantar em
varias régios como já vem sendo discutido por pesquisadores e
empresas.
O plantio de eucalipto em épocas secas pode exigir várias
irrigações com quantidades acima de 3 litros de água por planta,
tem por tanto um cuidado maior nas operações de plantio, mas por
saber a quantidade de polímero para cada tipo de solo, pois o uso
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inadequado dele pode ocasionar a morte da planta. (MALHÃES et
al., 1978)
Logo outros autores sugerem que irrigue as covas antes do plantio,
isso irá ajudar a planta mas se não houver precipitações então terá
que optar pelo uso do polímero absorventes (na forma de hidrogéis)
para as áreas recém plantadas que possibilita a retenção de água e
a sua liberação de forma gradativa, para a planta ter eficácia na
irrigação e diminuir a falha do plantio.(BUZETTO et al 2002)
Os hidro absorventes polímeros são produtos naturais derivado
do amido ou sintético derivado do petróleo, de forma granulada e
quebradiço e quando seco se tornam macio e elástico depois de
expandido em água os hidro absorventes mas usado frequentemente
são os polímeros sintéticos propenamida (PAM) e copolímeros
propenamida -propenato (PAA).
As mudas de boa qualidade são aquelas que têm a sua morfologia
de boa procedência e de viveiros com controlo de qualidade para
que não haja doenças que poderá ir até o campo, mas no campo
ainda temos que ter o cuidado com os tratos culturais e um bom
preparo de solo e assim podemos iniciar o plantio. (CANEIRO, 1995)
Temos a qualidade de lotes de mudas podendo ser diferenciados
através das variáveis, taxa de fotossintética potencial hídrico estado
nutricional e ecofisiologia de raízes influenciando a sobrevivência e
desenvolvimento pós plantio (STAPE et al 2001).
Os polímeros sintéticos foram desenvolvidos na década de 1960,
muitos destes polímeros foram indicados para o uso na agricultura
como um condicionador de solo para reduzir o número de irrigação
e perda de nutrientes e diminuindo o custo no desenvolvimento das
culturas. Por tanto dados científicos diz que o uso restritos dos
polímeros os resultados são variáveis devido a diferença existente
nas cultivares e a dose utilizadas com condição ambientais e
dificultando a extrapolação dos resultados (OLIVEIRA et al., 2004)
3.CONCLUSÃO
O presente estudo apresenta que as empresas de eucalipto estão
usando o polímero conforme as indicações de pesquisadores, mais
temos vários estudos em desenvolvimento ainda por este motivo
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várias empresas está analisando qual o polímero de melhor absorção,
rendimento e custo benefício no plantio.
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VARIABILIDADE GENÉTICA EM PROGÊNIES DE
Eucalyptus SOB EFEITO DE PBZ
Cristiano Bueno de MORAES1
Willian Bucker MORAES1
Talita Carvalho de SOUZA2
1
Docentes do curso de engenharia florestal e agronomia da FAEF/ACEG –
Garça – SP.
e-mail: [email protected]
2
Acadêmica do curso de engenharia florestal da FAEF/ACEG – Garça – SP.
e-mail: [email protected]
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo estudar a variabilidade
genética de características morfológicas em progênies de Eucalyptus
grandis desenvolvendo-se sob efeito de paclobutrazol. O experimento
foi instalado em delineamento experimental em blocos casualizados,
em esquema de parcelas subdivididas, com três repetições. As análises
foram realizadas com objetivo de avaliar as modificações ocorrentes
antes e durante a indução floral da espécie estudada. Foram feitas as
seguintes avaliações: medição de altura, diâmetro do caule e estimação
dos parâmetros genéticos. O paclobutrazol causou modificações na
morfologia do desenvolvimento das plantas de Eucalyptus grandis,
que foram intensas no início e diminuindo ao longo das avaliações. Os
coeficientes de variação mostraram maior variabilidade genética
dentro que entre progênies, para as características estudadas,
apontando uma maior eficiência na seleção dentro das progênies em
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programas de melhoramento do Eucalyptus grandis.
Palavra-chave: Regulador vegetal; parâmetros genéticos;
eucalipto.
ABSTRACT
The research has as objective to study the genetic diversity of
morphological traits in Eucalyptus grandis progenies growing under
paclobutrazol effects. The trail was set up through design of
randomized blocks, in split plot scheme, with three replication. The
analyzes were done aiming modifications occurring before and during
the species flowering. We studied the following evaluations of traits:
plant height, stem diameter, and also the estimation of genetic
parameters. The paclobutrazol have caused modifications on plant
development of Eucalyptus grandis being strong by the beginning
and slighting through the evaluations. The coefficient of variation
has presented higher genetic diversity within progenies than among
them for studied traits showing higher efficiency on selection within
progenies by the Eucalyptus grandis breeding program.
Keywords: phytohormone; genetic parameter, eucalypt
1. INTRODUÇÃO
O eucalipto é a espécie florestal mais usada nos programas de
reflorestamento no Brasil, em razão de suas características de rápido
crescimento e boa adaptação às condições edafoclimáticas existentes
no país. Dentre as espécies de eucaliptos existentes, o Eucalyptus
grandis Hill ex Maiden pertencente à família das Mirtáceas (Martins,
1999), ocupa uma das maiores áreas plantada no país.
Nas ultimas décadas, o Brasil vem adotando programas de
melhoramento genético florestal, proporcionando assim resultados
importantes para o setor. Mas muitas dificuldades ainda são
encontradas na implantação de programas de melhoramento visando
obtenção de ganhos genéticos em características silviculturais. O
período de florescimento, a ocorrência da primeira floração, a
intensidade na floração e a irregularidade de florescimento, são
alguns dos problemas (Baptista, 2000).
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Esses problemas tornam-se ainda mais importante à medida que
estudos demonstram a efetividade da seleção em idades precoces,
momento em que as plantas ainda não são capazes de se reproduzirem
(Neto et al., 2003). Desta forma, a duração das gerações em
programas de melhoramento poderia ser reduzida por métodos que
induzissem o aparecimento de flores em plantas juvenis.
O paclobutrazol [(2RS – 3RS) – 1 – (4 – clorofenil) – 4, 4, dimetil 2 - (1H-1,2,4-triazol-1-il) pentan-3-ol], fórmula empírica C15H20ClN3O,
é um composto químico, derivado do triazol, que atua na planta
retardando o crescimento (Graebe, 1987), agindo também na
formação e indução de gemas florais (Moncur et al., 1994).
As plantas sob o efeito do regulador crescimento paclobutrazol
sofrem muitas alterações morfológicas. Segundo Taiz e Zeiger, (1998),
em estudos observaram que o principal efeito dos reguladores de
crescimento é a diminuição do comprimento de entrenó. A ação
destes produtos ocorre por bloqueio da ação ou biossíntese das
giberelinas e os maiores efeitos observados são sobre a elongação e
divisão de células no meristema formador do entrenó.
O paclobutrazol é um regulador de crescimento muito utilizado
para induzir precocemente a floração em diferentes espécies,
incluindo as de eucalipto. O regulador tem-se mostrado eficaz na
maioria das vezes, no entanto, raros são ou inexistem estudos
mostrando as modificações morfológicas e a variabilidade genética
em progênies de E. grandis sob efeito do paclobutrazol. O presente
trabalho tem como objetivo estudar a variabilidade genética de
características morfológicas em progênies de Eucalyptus grandis sob
efeito de paclobutrazol.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado em blocos casualizados, com três
repetições e 20 progênies cada, em esquema de parcelas subdivididas,
sendo 20 progênies famílias) com seis plantas cada, e destas, cinco
plantas com aplicação de paclobutrazol e uma testemunha (sem
paclobutrazol), totalizando 360 vasos.
A espécie Eucalyptus grandis recebeu o seguinte tratamento:
aplicação de paclobutrazol e sem a aplicação do referido produto
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(testemunha). A aplicação foi feita aos 6 meses de idade. O
paclobutrazol foi aplicado via solo, na dosagem de 2,5g do produto
comercial, diluídos em 300 mL de água destilada, na concentração
de 25% de ingrediente ativo.
As análises morfológicas foram realizadas de dois em dois meses,
sendo a primeira avaliação feita quando as mudas completaram um
ano e seis meses de idade, e 12 meses sob efeito da aplicação do
regulador vegetal, totalizando cinco avaliações. Para proceder às
análises forma feitas medições de altura e diâmetro de colo.
Com base nos dados coletados de altura e diâmetro de colo foram
estimados os parâmetros genéticos quantitativos utilizando o
programa computacional GENES, que se baseia no modelo de Steel e
Torrie (1980), considerando-se todos os efeitos como aleatórios,
excetuando-se a média (Cruz, 2001).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As variâncias dentro de progênies para altura das plantas e
diâmetro de colo foram, respectivamente, 798,34 e 26,66, e as
variâncias genéticas entre progênies foram 191,66 e 3,42.
Os resultados de coeficientes de herdabilidades e coeficientes de
variação são apresentados na Tabela 1. Os coeficientes de variação
experimental (CVexp) para as características altura, diâmetro de colo
e comprimento do ramo apresentaram valores dentro dos padrões
encontrados para Eucalyptus spp, evidenciando boa precisão
experimental. Já para o comprimento do entrenó, o CVexp mostrou um
valor médio de 32,3%, valor este considerado alto por Garcia (1989).
No estudo das herdabilidades (h²m, h²d e h²i) observou-se que,
para altura e diâmetro de colo, os valores são altos nas primeiras
avaliações e foram diminuindo ao longo do tempo, tendendo a
estabilizar-se a partir do 20º mês sob efeito da aplicação de do
paclobutrazol.
Os coeficientes de herdabilidade média entre famílias (h²m) para
altura e diâmetro de colo apresentaram valores médios iguais a 0,74
e 0,64, respectivamente. Paula et al. (2002) estudando famílias de
meios irmãos de Eucalyptus camaldulensis encontraram valores para
h²m iguais a 0,60 e 0,61 para altura e DAP (diâmetro a altura do
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peito), respectivamente. Martins et al. (2001), em seus estudos
envolvendo famílias de meios irmãos de Eucalyptus grandis,
encontraram valores para herdabilidade média entre famílias (h2m),
para altura e DAP iguais a 0,68 e 0,69, respectivamente Estes valores
são próximos aos encontrados no presente trabalho para as
características diâmetro de colo e altura das plantas tratadas com
paclobutrazol, em vaso. Os coeficientes de herdabilidade individual
em nível de planta mostram que a característica com maior controle
genético foi à altura de plantas (0,89).
Rocha et al. (2006) estudando progênies de meios irmãos de E.
grandis encontraram valores para o coeficiente de variação dentro
(CVd) e fenotípica (CVf), para o DAP e altura iguais a 21,88 % e 12,48
%, para CVd, os valores foram de 25,10 % e 16,26 % para CV f,
respectivamente. Estes valores estão próximos aos encontrados nesse
estudo para as características diâmetro de colo e altura (Tabela 1).
O coeficiente de variação genética (CV g), para as características
estudada, esteve abaixo de 20 %, apresentando pouca oscilação
durante todo o período estudado.
Os parâmetros genéticos estimados em progênies sob o efeito
de paclobutrazol, em vaso foram próximos, aos da literatura, para
as características altura de planta e DAP em crescimento no campo,
sem os efeitos do produto (Pereira et al., 1997; Paula et al., 2002;
Rocha et al., 2006).
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4. CONCLUSÕES
a) Os coeficientes de herdabilidade apresentaram os valores
mais altos para altura de plantas e os mais baixos para diâmetro de
colo, indicando para este último, uma maior influência ambiental
para a característica;
b) Os coeficientes de variação mostraram haver maior
variabilidade genética dentro que entre progênies, para todas as
características estudadas, apontando para uma maior eficiência na
seleção dentro das progênies em programas de melhoramento do
Eucalyptus.
5. REFERÊNCIAS
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ATUALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE
COLHEITA FLORESTAL E A UTILIZAÇÃO DO
HARVESTER
Caio Fernando PEREIRA1
Fábio Henrique URA¹
Paulo César PASCOSKI¹
Felipe Camargo de Campos LIMA 2
1
Discente do curso de Engenharia Florestal, Faculdade de Ensino
Superior e Formação Integral – FAEF, Garça-SP, e-mail:
[email protected]; [email protected].
2
Docente do curso de Engenharia Florestal, Faculdade de Ensino Superior
e Formação Integral – FAEF, Garça-SP, e-mail: [email protected]
RESUMO
Devido ao grande crescimento econômico do setor florestal, uma
adequação no modelo antigo de produção está sendo exigida. Um
mercado mais competitivo, onde produtividade, qualidade e rapidez
andam juntas. Cada dia mais surgem novas maquinas, dentre elas o
harvester, um trator florestal cuja as funções são: derrubada,
desgalhamento, descascamento, traçamento e embanqueiramento
da madeira. Assim, diminuindo custos com mão de obra e aumentando
o rendimento operacional da colheita.
Palavras-chave: qualidade; produção; florestal.
ABSTRACT
Due to the high economic growth of the forest sector, an
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adjustment in the old model of production is being required. A more
competitive market, where productivity, quality and speed go
together. Each day more new machines, among them the harvester,
a forest tractor whose functions are: felling, limbing, bucking and
stripping, build-up of wood. Thus, reducing labor costs and increasing
the operational efficiency of the harvest.
Keywords: quality; production; forestry.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, o Brasil passou a ocupar uma posição de
destaque no setor florestal mundial, onde com custos reduzidos e
elevada produção tornou-se referência, aumentando assim, a
competição entre empresas no território nacional.
Hoje, as principais espécies encontradas comercialmente no país,
são Eucalyptus e o Pinus, ocupando cerca de 6,5 milhões de hectares,
destes, 73% é ocupada pela primeira e 27% pela segunda (ABRAF,
2011).
Segundo a SBS Sociedade Brasileira de Silvicultura (2005) o
consumo brasileiro de madeira de eucalipto por ano é de 300 milhões
de m³, a maioria destinada a papel e celulose e ao carvão.
O conjunto de operações, de corte e extração da madeira, é
denominado colheita florestal. Esta parte do processo só irá aparecer
ao final de um longo ciclo de produção, de onde são obtidos os
produtos que determinam a rentabilidade do manejo florestal
(MACHADO et al., 2008). A falta de mão de obra no setor rural e o
aumento de custos sociais, levou a mecanização total do processo,
pois com isso um maior controle dos custos e administração se tornam
mais viáveis, além de uma produtividade mais elevada (MACHADO
et al., 2008).
Desta forma, a colheita florestal hoje emprega máquinas de
elevada tecnologia, como os harvesters, que agregam um elevado
rendimento operacional na colheita e diminuindo os custos, além de
um aumento na segurança do trabalho (MAGALHÃES e KATZ, 2010).
Para operação destas máquinas e do modal de colheita, empresas
disponibilizaram cursos específicos aos seus funcionários, visando
aumentar ainda mais os rendimentos.
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O objetivo deste trabalho foi apresentar o Harvester como uma
opção para a mecanização da colheita florestal e discorrer sobre a
realidade tecnológica que move esse ramo da atividade florestal
brasileira.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 COLHEITA FLORESTAL E O PROCESSO DE MECANIZAÇÃO
A colheita é a parte mais importante das operações de campo no
ponto de vista técnico- econômico, é composta pelas etapas de corte
derrubada, desgalhamento e processamento ou traçamento e
descascamento, e é seguida pelas operações de baldeio,
carregamento e transporte (SANTOS, 2000). O trabalho é executado
desde o preparo das árvores para o abate até o transporte para o
local de uso final. A operação, dependendo da situação, envolve
também o planejamento da operação, a medição, o recebimento no
pátio da indústria e a comercialização desta madeira (FREITAS, 2005).
A corte de floresta é a principal preocupação das atividades
desenvolvidas no sistema de manejo, por causa das dificuldades,
custos e danos causados no momento do abate das árvores
(SCHNEIDER; FINGER, 2000).
No início atividades de corte e extração da madeira, eram
realizadas, na maioria das empresas do setor, até mesmo as de grande
porte, através de motosserras e tratores agrícolas adaptados
constituindo assim um sistema semi-mecanizado. Porém a partir do
início da década de 90, com a abertura do mercado brasileiro para
as importações, esse sistema perdeu força, pois houve uma intensa
mecanização da colheita e do transporte florestal nacional (LIMA E
LEITE, 2008; MACHADO et al., 2008).
As máquinas e equipamentos já desenvolvidos e aprimorados em
outros países, que possuem maior tradição florestal, foram
incorporados às atividades aqui realizadas e desde então, vem
passando por um processo constante de adaptação e aperfeiçoamento
às realidades brasileiras. Devido ao elevado custo de aquisição e de
manutenção das máquinas florestais, vários fatores devem ser
observados e discutidos na tomada de decisão de se investir ou não
na aquisição dos mesmos (BRAMUCCI, 2001).
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2.2 RENDIMENTOS E CUSTOS DA COLHEITA FLORESTAL
Segundo Freitas (2005), esta atividade no setor floresta é o item de
maior custo, podendo chegar à cerca de 80% do custo do m3. No Brasil,
a colheita e o transporte são responsáveis por mais de 50% do custo
final da madeira que chega ao centro consumidor (MACHADO, 2008).
O custo operacional de uma máquina é o montante de todos os
custos oriundos de sua aquisição e operação. O conhecimento desse
custo é uma etapa de extrema importância para o planejamento e o
controle de sua utilização; cuja variação é influenciada,
principalmente, pela eficiência operacional e também pela jornada
de trabalho (FREITAS, 2005).
Os rendimentos operacionais da colheita de madeira, por se tratar
de uma atividade complexa, possuem a influência de diversos fatores.
Assim, é extremamente necessário ter conhecimento e controle sobre
esses fatores, possibilitando dessa maneira a realização máxima do
trabalho e de suas estratégias. Alguns fatores que podem influenciar
nos rendimentos são: a floresta, terreno, finalidade da madeira,
demanda de madeira, estradas, manutenção mecânica, custos
operacionais, condições climáticas, capacidade de suporte do terreno
e grau de mecanização (ZAGONEL, 2005).
2.3 AS OPERAÇÕES COM O EQUIPAMENTO HARVESTER
Harvester ou colhedora é um trator que pode executar,
simultaneamente, as operações de derrubada, desgalhamento,
traçamento, descascamento e empilhamento da madeira e é
composto de uma máquina base de pneus ou esteira, uma lança
hidráulica e um cabeçote. Definido por um conjunto motriz de alta
mobilidade e estabilidade (MALINOVSKI; MALINOVSKI, 1998).
O cabeçote dispõe de braços acumuladores, capazes de segurar
e levantar a árvore após o corte. Corte esse realizado por uma serra,
um disco ou sabre, onde a árvore é posicionada horizontalmente, e
através de rolos dentados em movimentos vai-e-vem promove o
descascamento e desgalhamento através de uma estrutura metálica
de corte. Para o “One Grip Harvester”, o cabeçote corta, desgalha e
traça, e para o “Two Grip Harvester” o cabeçote tem somente a
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função de corte, os equipamentos para desgalhamento e traçamento
se encontram sobre o eixo traseiro da máquina base (MALINOVSKI e
MALINOVSKI, 1998).
Por trabalhar em campo, o Harvester tem sua capacidade
produtiva influenciada por inúmeros fatores ambientais e técnicos,
são os principais: o clima (chuva e ventos), a capacidade de suporte
do terreno, a topografia, as características das árvores quanto ao
seu diâmetro, tamanho dos galhos e da copa, peso e qualidade da
madeira (BRAMUCCI, 2001).
No final da década de 80, foram realizadas tentativas a fim de
montar um Harvester nacional, por intermédio da união entre
empresas fabricantes e empresas florestais para desenvolverem o
projeto. Com a abertura das importações a partir de 1992, os projetos
para construção de Harvester, com tecnologia nacional, foram
interrompidos. A partir daí, foram introduzidas no Brasil máquinas
que foram adaptadas às nossas condições, sendo usadas tanto para
corte, como para o processamento (SOUZA et al., 2000).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Harvester é um equipamento de grande utilidade que substitui
a motosserra em todas as suas operações convencionais, corte,
desgalha e traçamento.
A tecnologia embaçada nos equipamentos são importadas para o
Brasil, tornando o sistema nacional dependente da adaptação de
tecnologia desenvolvida para outras regiões. Apesar de existirem
parcerias que envolvem empresas nacionais com estrangeiras, é
importante a criação de tecnologia local para atender nossas
necessidades, fato que traria uma segurança logística ao setor.
A fatia do mercado representado por grandes empresas de papel
e celulose e carvão está bem adaptada a utilizar a tecnologia atual,
embora essa opção ainda não tenha chego a realidade de pequenas
e médias empresas do mercado nacional. O salto tecnológico entre
a utilização de uma motosserra e um equipamento harvester não
disponibiliza para o mercado um equipamento intermediário que
permita o acesso à tecnologia de quem está na realidade de um
empreendimento de tamanho médio.
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ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE TRÊS
REGIÕES COM DIFERENTES CLASSES SOCIAIS
NA CIDADE DE MARILÍA-SP
Mateus Sem Alabi Alves GARCIA1
Victor Lopes BRACCIALLI2
Edgard MARINO JUNIOR2
1
2
Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP –
Brasil, e-mail: [email protected]
Docentes do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil,
e-mail: [email protected]
RESUMO
O estudo teve como objetivo avaliar a arborização de praças em
Marília-SP, em bairros com diferentes classes sociais. É extremamente
importante discutir o papel da arborização urbana nos espaços não
edificados da cidade, melhorando a qualidade de vida. Tendo em
vista a importância da arborização urbana, sobretudo por seus
benefícios sociais e ecológicos, é imprescindível que os agentes
envolvidos com a questão estejam em permanente interação. O
trabalho de coleta de dados foi realizado através de observações
diretas e senso total dos indivíduos. Pode-se concluir que a
arborização urbana na cidade de Marília é influenciada pela classe
social.
Palavras-chave: Desigualdade social, Ilhas de Calor, Planejamento
Urbano.
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ABSTRACT
The study aimed to evaluate the a forestation of squares in
Marilia-SP, in districts with different social classes. It is extremely
important to discuss the role of urban forestry in the unbuilt city,
improving the quality of life spaces. Given the importance of urban
trees, especially for its social and ecological benefits, it is imperative
that those involved with the issue are in constant interaction. The
work of data collection was conducted through direct observation
and full sense of individuals. It can be concluded that the urban
trees in the city of Marilia is influenced by social class.
Keywords: Social inequality, Heat Islands, Urban Planning
1. INTRODUÇÃO
A arborização urbana vem merecendo uma atenção cada vez
maior em função dos benefícios e até mesmo dos problemas que se
apresentam em função da presença da árvore no contexto da cidade.
O Desenho Urbano, ao estruturar a cidade e suas parcelas, maneja
os componentes da paisagem construída e entre eles o elemento
vegetal (SANCHOTENE, 1994; SILVA JÚNIOR e MÔNICO, 1994).
Desde muito tempo, o homem vem trocando o meio rural pelo
meio urbano. As cidades foram se desenvolvendo, na maioria das
vezes de forma muito acelerada e desordenada, sem um
planejamento adequado de ocupação transformando as cidades em
verdadeiras selvas de pedras, provocando vários problemas que
interferem sobre a qualidade de vida do homem que vive em centros
urbanos (HOSTER, 1991).
De acordo com a CEMIG (2011), no caso das redes elétricas, essa
convivência harmônica é muito importante, principalmente para
evitar acidentes com pessoas e a ocorrência de interrupções no
fornecimento de energia elétrica para a iluminação pública,
residências, comércio, repartições públicas, hospitais, indústrias e
tantas outras estruturas e atividades humanas que dela necessitam.
Segundo DANTAS (2004), a arborização ainda contribui agindo
sobre o lado físico e mental do homem, atenuando o sentimento de
opressão frente as grandes edificações. Constitui-se em eficaz filtro
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de ar e de ruídos, exercendo ação purificadora por fixação de poeiras,
partículas residuais e gases tóxicos, proporcionando a depuração de
microrganismos e a reciclagem do ar através da fotossíntese. Exerce
ainda influência no balanço hídrico, atenua a temperatura e
luminosidade, amortiza o impacto das chuvas além de servir de abrigo
à fauna.
Tendo em vista a importância da arborização urbana, sobretudo
por seus benefícios sociais e ecológicos, é imprescindível que os
agentes envolvidos com a questão estejam em permanente interação
para que, de forma participativa e criativa, sejam encontradas
soluções de convivência com as várias estruturas e equipamentos
das cidades (CEMIG, 2011).
Planejar a arborização é indispensável para o desenvolvimento
urbano, para não trazer prejuízos para o meio ambiente.
Considerando que a arborização é fator determinante da salubridade
ambiental, por ter influência direta sobre o bem estar do homem,
em virtude dos múltiplos benefícios que proporciona ao meio, em
que além de contribuir à estabilização climática, embeleza pelo
variado colorido que exibe, fornece abrigo e alimento à fauna e
proporcionam sombra e lazer nas praças, parques e jardins, ruas e
avenidas de nossas cidades.
Ainda de segundo a CEMIG (2011), isto significa que a convivência
entre a arborização e as redes de distribuição da energia elétrica
deve ser planejada, pois, caso contrário, podem ocorrer acidentes,
responsáveis por uma série de transtornos, tais como o rompimento
de cabos condutores, interrupção no fornecimento de energia,
queima de eletrodomésticos e comprometimento da iluminação
pública.
Segundo MELO et al. (2007), a falta de planejamento na
implantação e na manutenção da arborização urbana é evidenciada
em diversas cidades brasileiras e mesmo em outros países,
ocasionando problemas tais como: diversidade reduzida de espécies.
Uso excessivo de espécies exóticas e manutenção deficiente, o que
acarreta conflitos entre as árvores e os elementos urbanos (VELASCO
et al., 2006).
O presente estudo teve como objetivo avaliar a arborização de 3
praças na cidade de Marília-SP em bairros com diferentes classes
sociais, e determinar a influência dessas classes na arborização. Como
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finalidade o estudo visou alertar as futuras gerações que o
planejamento correto tem que ser realizado independente de
diferenças sociais.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A cidade de Marília possui uma área de 1.173 quilômetros
quadrados, dos quais 23,040 estão em zona urbana, com uma população
de 197.342 (2010). Situa-se na região Centro-Oeste Paulista. Fica a
443 quilômetros da capital do estado de São Paulo. Localiza-se a uma
latitude de -22° 12' 50" sul e a uma longitude de -49º 56' 45" oeste,
estando a uma altitude de 675 metros (GOOGLE, 2013).
2.2. COLETA DE DADOS
O método utilizado foi o senso total dos indivíduos que se encontram
nas áreas escolhidas através de marcações a punho e posteriormente
passadas em forma de tabela. Foram considerados não somente os
indivíduos vegetais, mais também a quantidade de equipamentos
urbanos e as condições em que se encontravam. Os equipamentos
receberam notas variando de 0 a 5 sobre suas condições de uso.
As praças foram escolhidas de acordo com a classe social do
bairro (baixa, média e alta). A primeira praça visitada foi a classe
baixa que se localiza na zona norte de Marília-SP, é conhecida como
Nasibi Cury (Figura 1, com uma área de 2.092 m² localizada no bairro
Núcleo Juscelino Kubitschek, entre as ruas Rua Lucio Coelho de
Oliveira e Rua Antônio Lombardi. (0,020 árvores/m²)
A segunda visitada foi a de classe média Próxima ao cento,
chamada praça de São Miguel (Figura 2), com uma área de 4.225 m²
situada no bairro Palmital entre a Av. Castro Alves e Rua Antônio
Prado. (0,013 árvores/m²)
A terceira foi a de classe alta na zona sul de Marília, conhecida
como Higashi Hiroshima (Figura 3), com uma área de 2.405 m²
localizado no Jardim Tangara entre a Av. Das Esmeraldas e Av. Vicente
Ferreira. (0,020 árvores/m²).
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2.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram encontradas 21 espécies de 15 famílias, sendo 8 nativas e
12 exóticas, como mostra a Tabela 1. O método recomendado que a
predominância de uma espécie fique entre 10% e 15% do total, de
acordo com GREY E DENEKE (1978), citado por MILANO (1988). Foi
constatado que a falta de planejamento trouxe muitas espécies
exóticas sendo elas maioria em todas as três áreas. A utilização de
espécies nativas em áreas urbanas deve ser incentiva com o intuito
de proteger e valorizar a flora local (SILVA FILHO e BORTOLETO, 2005).
Foi constatado um alto nível de vandalismo principalmente
quando o nível da classe social da região ia regredindo, partindo
desde pichações, marcas, cortes, sinais de fogueiras em árvores,
equipamentos danificados garrafas pet, tênis, sacolas plásticas
penduradas em árvores, passeios danificados. E estes resultados tem
grande relevância para a sociedade para que cuide melhor e exija
mais atenção de seus políticos, para que possam desfrutar de bem
que é de toda cidade.
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3. CONCLUSÃO
Ao termino deste estudo pode-se concluir que a classe social do
bairro influência na arborização urbana de Marília-SP e provavelmente
este fato não ocorra somente nesta cidade. Além de ter a menor
quantidade de indivíduos arbóreos, a falta de cuidado por parte da
prefeitura e da população foi muito abrasivo para sua nota final a
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mais baixa entre as três. A praça de classe alta como já esperado
possui a maior diversidade e quantidade de indivíduos por m², além
de possuir mais equipamentos e em melhor estado que as demais.
4. REFERÊNCIAS
CEMIG. Companhia Energética de Minas Gerais. MANUAL DE
ARBORIZAÇÃO. Belo Horizonte: Cemig / Fundação Biodiversitas,
2011. 112 p.
DANTAS, Ivan Coelho; SOUZA, Cinthia Maria Carlos de. ARBORIZAÇÃO
URBANA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE - PB: INVENTÁRIO E SUAS
ESPÉCIES. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA. Campina
grande – pb. Volume 4 - Número 2 - 2º Semestre 2004.
GOOLGLE, Disponível em: https://www.google.com.br/
#q=marilia+sp. Acesso em 12/03/2014.
GREY, G.W.; DENEKE, F.J. Urban forestry. New York: John Wiley,
1978. 279p.
HOSTER, H. R. Sobre a Situação das Árvores de Rua em Hanover,
Experiência com um Cadastro de Árvores e Indicações para a
Regulamentação da Proteção às árvores. In: “Natursxhultz Und
Landschaftsplanung, Zeitschrift fur Angewandte Okologie”. Ed. Eugen
Ulmer, Rep. Fed. Da Alemanha, nº 2, Março/Abril, 1991.
MELO, R. R.; LIRA FILHO, J. A.; RODOLFO JÚNIOR, F. DIAGNÓSTICO
QUALITATIVO E QUANTITATIVO DA ARBORIZAÇÃO URBANA NO
BAIRRO BIVAR OLINTO, PATOS, PARAÍBA. Revista da Sociedade
Brasileira de Arborização Urbana, v. 2, n. 1, mar., p.64-78, 2007.
MILANO, M. S. AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA E MANEJO DA
ARBORIZAÇÃO URBANA: EXEMPLO DE MARINGÁ - PR. 1988. 120 f.
Tese (Doutorado em Ciências Florestais) - Universidade Federal do
Paraná, Cutitiba-PR.
SANCHOTENE, M. do C.C. Desenvolvimento e perspectivas da
arborização urbana no Brasil. In: Congresso Brasileiro de Arborização
Urbana, 2, 1994. São Luís – Ma. Anais... São Luís, Sociedade Brasileira
de Arborização Urbana; 1994.
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SILVA FILHO, D.F. da. Cadastramento informatizado, sistematização
e análise da arborização das vias públicas da área urbana do
município de Jaboticabal, SP. 81p. Dissertação (Mestrado) –
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Jaboticabal, 2005.
SILVA JÚNIOR, O. A. B. da & MÔNICO, M. O. M. Arborização em
Harmonia com a Infraestrutura Urbana. In 1a Semana de Meio
Ambiente. Prefeitura Municipal de Guarulhos: Secretaria de Meio
Ambiente, 1994.
VELASCO, G. D. N.; LIMA, A. M. L.; COUTO, H. T. Z. ANÁLISE
COMPARATIVA DOS CUSTOS DE DIFERENTES REDES DE DISTRIBUIÇÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA NO CONTEXTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA.
Árvore, Viçosa, v. 30, n. 4, p. 679-686, 2006.
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XVII
MANUAL DE PUBLICAÇÕES DO
SIMPÓSIO DA FAEF
QUEM SERIAMENTE ESTUDA NO NÍVEL SUPERIOR FAZ PESQUISA...
QUEM PESQUISA QUER PUBLICAR
1. Por que quem estuda nível superior deve fazer pesquisa?
Porque o ensino superior visa à formação de um profissional liberal
e este profissional somente será liberal e autônomo se aprendeu a
pesquisar de forma sistemática e científica e se adquiriu este hábito
permanentemente em sua vida.
2. E se o universitário não realizar pesquisa, em sua formação
superior, será um profissional fracassado?
Certamente, primeiro porque não saberá atualizar seus
conhecimentos na área profissional e ficará ultrapassado, pois as
ciências e as tecnologias evoluem a cada dia e quem não sabe
pesquisar não saberá se atualizar, e depois porque não saberá resolver
problemas novos na sua área profissional, devendo assim ser
comandado e monitorado, ou seja, poderá exercer cargos mais baixos
onde seus superiores comandem suas ações profissionais. Resumindo:
terá o diploma de nível superior mas exercerá apenas as funções de
nível técnico, por absoluta incompetência.
3. Onde posso publicar minhas pesquisas?
Uma das opções é nos Anais dos Simpósios de Ciências Aplicadas da
FAEF realizados anualmente.
4. O que é “Anais dos Simpósios de Ciências Aplicadas da FAEF”?
A FAEF realiza anualmente o “Simpósio de Ciências Aplicadas”,
durante o primeiro semestre de cada ano, tratando-se de um evento
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científico, devidamente planejado, visando à apresentação de
trabalhos científicos de toda comunidade acadêmica: professores e
alunos. Os trabalhos aceitos pela Comissão Científica são
apresentados oralmente ou em painéis e são publicados nos ANAIS
de cada simpósio.
5. Como devo apresentar os trabalhos realizados para serem
aprovados e publicados?
De acordo com as Normas para Publicação nos “Simpósios de Ciências
Aplicadas” descritas abaixo:
1. Encaminhamento: os trabalhos para apreciação, devem ser
identificados como para “Simpósio” (especificar a área de
conhecimento – Administração, Agronomia, Ciências Contábeis,
Direito, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária, Pedagogia,
Psicologia, Turismo e Sistemas de Informação) e poderão ser enviados
pela Internet, no endereço [email protected] (atentando para o
tamanho do arquivo que não deverá ultrapassar 3 Mb, já inclusos
tabelas e gráficos) ou via correio em CD (devidamente identificado),
gravado em editor de texto Word for Windows, para o endereço:
Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso à
Garça km 1, Campus Rosa Dourada – caixa postal 61, CEP 17400-000,
Garça/SP. Os textos devem apresentar as seguintes especificações:
página A4, fonte Times New Roman, corpo 12, entrelinhas 1,5, com
3cm de margem superior, inferior, esquerda e direita. Os trabalhos
devem conter de 6 a 15 páginas, incluindo as referências
bibliográficas.
2. Informar endereço completo, telefone e e-mail para contato
futuro.
3. Serão aceitos trabalhos escritos nos seguintes idiomas: espanhol,
inglês e português.
4. Apresentação dos trabalhos:
4.1. Título e Identificação do(s) autor(es)
4.1.1 Título completo do artigo em LETRA MAIÚSCULA: em negrito,
centralizado e fonte tamanho 12.
4.1.2 Nome completo do(s) autor(es) (por extenso e apenas o
SOBRENOME EM MAIÚSCULA): alinhado à direita, fonte tamanho 12,
com indicação para nota de rodapé.
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4.1.3 Na nota de rodapé, deve constar filiação científica, na seguinte
ordem: Departamento, Instituto ou Faculdade, Universidade – SIGLA
– CIDADE/ESTADO – PAÍS e endereço eletrônico, fonte tamanho 10.
4.1.4 Entre o título e os dados de identificação do(s) autor(es), deve
existir espaço de uma linha.
4.1.5 Todos os subtítulos devem estar alinhados à esquerda, em CAIXA
ALTA, negrito e fonte tamanho 12.
4.2. Resumo e Abstract
RESUMO de, no máximo, 100 palavras e de três a cinco palavraschave (termos ou expressões que identifiquem o conteúdo do
trabalho). O título, o resumo e as palavras-chaves deverão ser no
idioma do texto. O corpo do texto pertencente ao resumo deve estar
em espaçamento entre linhas simples e fonte tamanho 10. A seguir,
deve constar o ABSTRACT e Keywords, nos mesmos moldes do resumo.
4.3. Corpo do texto:
4.3.1 Subitens destacados em negrito, no mesmo corpo do texto,
alinhados à esquerda. 4.3.2 Texto contendo, sempre que possível:
a) INTRODUÇÃO (com exposição de objetivos e metodologia);
b) DESENVOLVIMENTO (com subtítulo derivado do título; corpo do
texto com as reflexões ou ainda Material e Métodos, Resultados e
Discussão),
c) CONCLUSÃO ou CONSIDERAÇÕES FINAIS e REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.
Obs: Os artigos que, por preferência do autor, não tenham a estrutura
contida neste item não serão excluídos.
4.3.3 Todo o corpo do texto deve estar em espaçamento 1,5, contendo
sempre o espaço de uma linha entre os subtítulos e o texto.
4.3.4 Notas de rodapé devem ser, na medida do possível, incluídas
no corpo do texto.
4.3.5 Tabelas e gráficos deverão ser numerados, sequencialmente,
em algarismos arábicos e encabeçados por seus respectivos títulos.
4.3.6 Fotografias e ilustrações poderão ser coloridas e deverão ser
inseridas no corpo do texto, numeradas, sequencialmente, e com
legendas.
4.3.7 Referências no corpo do texto deverão ser feitas pelo sobrenome
do autor, entre parênteses e separado por vírgula da data de
publicação e da(s) página(s) utilizada(s) tanto para citação direta
como indireta.Ex: (SILVA, 1984, p. 123). Caso o nome do autor esteja
citado no texto, deverá ser acrescentada a data e paginação entre
parênteses.
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Por exemplo, “Silva (1984, p. 123) aponta...”. As citações de diversas
obras de um mesmo autor, publicadas no mesmo ano, deverão ser
discriminadas por letras minúsculas em ordem alfabética, após a
data, sem espaçamento (SILVA, 1984a; 1984b). Quando a obra tiver
até três autores, estes deverão ser separados por ponto e vírgula
(SILVA; SOUZA, 1987). No caso de três ou mais, indica-se o primeiro,
seguido da expressão “et al”. (SILVA et al., 1986).
As citações literais, com mais de três linhas devem seguir este
modelo, estando o texto entre linhas simples, com fonte tamanho
11, entre aspas e seguida da referência do autor, com nome, data e
página referente” (SILVA, 1987, p.82).
4.3.8 Vale ressaltar que, “as citações literais com no máximo três
linhas deverão estar entre aspas, como parte do texto, seguidas de
sua referência”.
4.3.9 Anexos e/ou Apêndices serão incluídos somente quando
imprescindíveis à compreensão do texto.
4.4. Referências bibliográficas:
4.4.1 As referências bibliográficas deverão ser arroladas no final do
trabalho, pela ordem alfabética do sobrenome do(s) autor(es),
obedecendo às normas da ABNT (NBR 6023, de agosto de 2002).
Ex: LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho
científico. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1986.
4.4.2 Para referência de segunda mão, um autor citado pelo autor
do texto siga o exemplo: (LAKATOS apud SEVERINO, 1990, p. 25).
5. Os trabalhos de alunos e de orientandos deverão, antes de serem
encaminhados, receber a aprovação dos professores em cujas
disciplinas, práticas ou estágios eles foram elaborados; ou de seus
orientadores de projetos de iniciação científica ou de trabalhos de
conclusão de curso.
6. Serão publicados os trabalhos aprovados e recomendados por
pareceristas das áreas correspondentes, que constituem a Comissão
Científica do Simpósio.
7. É vedada a reprodução dos trabalhos em outras publicações
eletrônicas.
8. Os trabalhos que não estiverem de acordo com estas normas de
formatação serão devolvidos ao(s) autor(es); podendo ser refeitos e
apresentados em outra oportunidade, mediante os critérios 5 e 6.
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9. Os casos não previstos por estas Normas serão resolvidos pela
Comissão Científica do Simpósio.
10. Os dados e conceitos emitidos nos trabalhos, bem como a exatidão
das referências bibliográficas, são de inteira responsabilidade de
seus autores.
Garça, 3 de março de 2014.
COMISSÃO CIENTÍFICA DO SIMPÓSIO
DE
CIÊNCIAS APLICADAS DA FAEF.
Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420
Via de acesso a Garça, km 1, CEP 17400-000, Garça/SP
www.grupofaef.edu.br / [email protected]
(14) 3407-8000
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