Relatório de Sustentabilidade 2009

Transcrição

Relatório de Sustentabilidade 2009
Relatório de Sustentabilidade 2009
www.vale.com
Relatório de
Sustentabilidade 2009
Créditos
Coordenação Geral
Departamento de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável
Apoio Editorial
Departamento de Comunicação Corporativa e Imprensa
Projeto Gráfico e Editorial
Report Comunicação
Revisão
Assertiva Produções Editoriais
Apoio Operacional
CSC Computer Sciences do Brasil Ltda.
Verificação Externa
Ernst & Young
Fotografia
Acervo Previ/Marcos Almeida pág. 5;
Arquivo do Consórcio Brasileiro para Produção de Óleo de Palma pág. 103.
Banco de Imagens Vale págs. 8, 13, 19 e 117;
Banco de Imagens Vale Australia págs. 48 e 81;
Banco de Imagens Vale/Cassio Vasconcellos págs. 97, 105 e 108;
Banco de Imagens Vale/Edu Simões págs. 20, 36 e 53;
Banco de Imagens Vale/Eugênio Sávio págs. 46, 69, 84 e 93;
Banco de Imagens Vale/Eny Miranda pág. 47;
Banco de Imagens Vale Inco pág. 94;
Banco de Imagens Vale (Moatize) págs. 70, 72 e 75;
Banco de Imagens Vale - Nitro/João Marcos Rosa pág. 14, 107 e112;
Banco de Imagens Vale/Rosane Bekierman pág. 77;
Banco de Imagens Vale/Vitor Schwama pág. 26;
Editora Globo/Stefano Martini pág. 7;
Eugênio Sávio págs. 24, 33, 39, 51, 56, 59 e 89;
José Armenio de Brito Cruz pág. 44;
Marcelo Shoubia págs. 17, 41, 80, 100 e 113;
Sam Santos pág. 8 (foto Tito Botelho Martins).
Informações
Corporativas
Pré-impressão e impressão
Burti
Tiragem
1.000 exemplares em português
600 exemplares em inglês
SEDE MUNDIAL
BRASIL
Avenida Graça Aranha, 26
20030-900 – Rio de Janeiro RJ – Brasil
Tel: 55 21 3814-4477
Para informações sobre os demais escritórios da Vale,
acesse www.vale.com
Este relatório possui um formulário de avaliação disponível
em www.vale.com
Atuamos para construir um legado social, econômico
e ambiental nas regiões onde operamos.
Capa: Fernando Montarroyos de Araújo, aprendiz
operacional, Porto de Tubarão, Vitória – Espírito Santo, Brasil
(Fotógrafo: Marcelo Shoubia).
Produto impresso em papel certificado FSC.
Relatório de
Sustentabilidade
Vale 2009
Sumário
Perfil
Mensagem do Conselho de Administração
Mensagem do Presidente
Diretoria Executiva da Vale
Introdução e processo de relato
Estratégia de sustentabilidade
2
4
6
8
9
11
Operador Sustentável
Desempenho dos negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
Saúde e segurança
Meio ambiente
14
16
20
32
46
52
Catalisador do Desenvolvimento Local
Desenvolvimento local
Cadeia de valor
70
72
88
Agente Global de Sustentabilidade
Mudanças climáticas
Biodiversidade
Direitos humanos
94
96
104
114
Escopo do relatório (limite)
Verificação externa
Nível de aplicação GRI
Correlação de práticas da Vale com Pacto Global e ICMM
119
121
124
Índice remissivo GRI e correlação com Pacto Global e ICMM
125
126
1
Perfil
Mensagem do Conselho
Perfil
Prezamos a ética nos negócios,
o respeito ao meio ambiente e a
qualidade de vida nos territórios
onde atuamos. Buscamos
contribuir para a construção
de um legado positivo para as
gerações futuras
Américas
1. Brasil – Sede Mundial da Vale
2. Colômbia
3. Chile
4. Argentina
5. Peru
6. Paraguai
7. Canadá
8. Estados Unidos
9. Barbados
Europa
Somos uma empresa global com atuação direcionada ao
setor de mineração. Promovemos a pesquisa, a produção e a
comercialização de um amplo portfólio de produtos que
hoje inclui minério de ferro e pelotas, níquel, cobre, carvão,
bauxita, alumina, alumínio, potássio, caulim, manganês,
ferroligas, cobalto, metais do grupo da platina e metais
preciosos. Nossos negócios incluem, ainda, os segmentos
de logística, energia, siderurgia e fertilizantes, que
consideramos estratégicos e integrados à mineração.
Nossos produtos e serviços estão presentes em todas
as áreas da sociedade moderna, como componentes
fundamentais para a garantia da qualidade de vida das
pessoas. Três de nossos principais produtos – minério de
ferro, carvão e manganês – são insumos essenciais para
a fabricação do aço, presente na indústria de base, nos
transportes, nas construções e em milhares de itens do
nosso dia a dia. O níquel é utilizado na produção de aço
inoxidável e também integra equipamentos eletrônicos
e médico-hospitalares. O cobre está presente nas redes
de telecomunicação e também nos aparelhos de TV e
celulares. A bauxita é insumo para a produção de alumínio,
material que compõe tanto embalagens como peças de
aviões. Já o uso do potássio e da rocha fosfática aumenta
a produtividade da agricultura, enquanto o caulim é
utilizado nas indústrias de papel, cerâmica e farmacêutica.
10. França
11. Noruega
12. Suíça
13. Reino Unido
África
14. Angola
15. Zâmbia
16. Moçambique
17. Guiné
18. África do Sul
19. República Democrática
do Congo
20. Gabão
Ásia
21. Índia
22. China
23. Mongólia
24. Omã
25. Cazaquistão
26. Japão
27. Coreia do Sul
28. Taiwan
29. Filipinas
30. Tailândia
31. Cingapura
32. Indonésia
Oceania
33. Austrália
34. Nova Caledônia
2
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
2
Mensagem do Presidente
Diretoria Executiva
processo de relato
Estratégia de Sustentabilidade
7
13
10
8
9
17
2
5
1
6
4
3
Operações
Escritório
Joint ventures
Exploração mineral
3
11
25
12
23
27
26
22
24
28
21
30
29
31
20
32
19
14
15
16
34
33
18
3
Mensagem do Presidente
Diretoria Executiva
processo de relato
Estratégia de Sustentabilidade
Nossa missão
Transformar recursos minerais em
riqueza e desenvolvimento sustentável
Informações corporativas
Nome
Vale
Razão social
Vale S.A.
Natureza jurídica
Sociedade por ações de capital aberto
BM&FBovespa: VALE3, VALE5
Papéis negociados nas bolsas de valores
Nyse: VALE, VALE.P
Euronext Paris: VALE3, VALE5
Latibex: XVALO, XVALP
Sede mundial
Rio de Janeiro, Brasil
Investimentos socioambientais em 2009
US$ 781 milhões
Número de empregados (dez. 2009)
140,6 mil (empregados próprios: 60,0 mil e terceiros: 80,6 mil)
Rating Baa2 pela Moody’s Investors Service
Classificação de investment grade
BBB+ pela Standard & Poor’s Ratings Services
BBB pela Fitch Ratings
BBB (high) pela Dominion Bond Rating Service
Prêmio GRI Readers Choice Award na categoria Sociedade Civil pelo Relatório
de Sustentabilidade 2008. A Vale foi indicada também entre as cinco melhores
empresas do mundo nas categorias Investidores e Vencedor Geral
Empresa latino-americana mais bem posicionada no índice que avalia o grau de transparência das informações sobre mudanças climáticas.
Mineradora de grande porte com menor intensidade de emissões de gases
de efeito estufa por receita, de acordo com o levantamento feito pelo Carbon
Disclosure Project (CDP)
Reconhecimentos e premiações
Prêmio Época, como uma das empresas que mais se destacaram em políticas
climáticas em 2009
Relatório de Sustentabilidade 2008 reconhecido como Comunicação de
Progresso Notável (COP) pelo Pacto Global
Líder mundial entre as mineradoras no ranking de mudanças climáticas do
Goldman Sachs e uma das cinco empresas mais sustentáveis do setor de
materiais básicos pelo Relatório GS-Sustain
Vencedora de cinco prêmios na edição 2009 do IR Magazine Awards, entre
eles o Gran Prix de melhor programa de relações com investidores do Brasil
4
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Perfil
Mensagem do Conselho
Mensagem
do Conselho de
Administração
Em 2009, a Vale deu continuidade à sua
estratégia de crescimento, mesmo diante
dos diversos desafios gerados pela crise
que atingiu a economia global
É importante ressaltar que a crise global
não implicou recuo na estratégia de
desenvolvimento sustentável da Vale. Pelo
contrário, foi uma oportunidade para a
empresa reiterar seu compromisso com
as diversas partes interessadas, buscando
adotar ações que minimizassem o impacto
da redução da demanda mineral não só
nos aspectos econômico-financeiros, mas
também no desempenho socioambiental.
Os resultados colhidos ao final do ano, e
explicitados ao longo deste relatório, nos
permitem vislumbrar o fortalecimento
dessa estratégia e a ampliação do nível de
investimentos ainda em 2010.
4
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
A empresa fez os ajustes necessários,
mantendo o ritmo de desenvolvimento
de novos projetos, com investimento
total de US$ 9 bilhões. Ao mesmo
tempo, realizou a distribuição de US$ 2,75 bilhões em dividendos e juros
sobre o capital próprio. Além disso,
entre 2000 e 2009, a Vale foi a empresa
de mineração diversificada que mais
gerou valor para o acionista.
Reafirmamos, ainda, nosso compromisso
com o aprimoramento contínuo da
governança corporativa, embasada
em transparência, equidade e ética. A
elaboração e publicação de documentos
corporativos globais vem permitindo à Vale
fortalecer e disseminar seus valores em
todos os países nos quais atua, mantendo
a estratégia de crescimento associado à
promoção do desenvolvimento sustentável.
Em 2009, conforme planejado, a empresa
publicou três novas políticas globais –
Desenvolvimento Sustentável, Direitos
Humanos e Segurança Empresarial –, que
orientam as unidades da Vale a agir dentro
do mesmo padrão de compromisso.
Além disso, foi instituída a Norma de
Responsabilidade em Saúde, Segurança
e Meio Ambiente, que estabelece os
processos e os responsáveis pelo registro de
ocorrências e fatos relevantes, bem como
pelo cumprimento de metas de melhoria
nessas áreas cruciais.
4
Mensagem do Presidente
Diretoria Executiva
processo de relato
Estratégia de Sustentabilidade
Sérgio Rosa
Presidente do Conselho de Administração
Complementando os instrumentos que
orientam o padrão de comportamento ético
e transparente da Vale, a empresa lançou, em
2009, o Código de Conduta do Fornecedor,
que atende também ao compromisso de
incentivar as empresas fornecedoras de
serviços e produtos a adotar os mesmos
princípios de conduta ética seguidos pela
empresa. Esse documento soma-se a outros
instrumentos, como o Código de Conduta
Ética e o Canal de Denúncias, direcionado ao
Conselho de Administração.
A publicação deste terceiro relatório de
sustentabilidade, elaborado de acordo com
as diretrizes da Global Reporting Initiative
(GRI), padrão adotado internacionalmente,
é outro fato que se soma ao processo
de aprimoramento de nossa gestão de
desenvolvimento sustentável, dando
transparência à nossa forma de atuação,
aos desafios e aos resultados obtidos
pela gestão da Vale e evidenciando nosso
alinhamento com os Princípios para o
Investimento Responsável (PRI).
A empresa manteve, pelo quarto ano
consecutivo, a certificação de controles
internos previstos pela Lei Sarbanes-Oxley,
demonstrando a consolidação de suas
práticas de transparência e governança
de acordo com as exigências às empresas
de capital aberto com ADRs (American
Depositary Receipts) listadas na Bolsa de
Nova York.
Em nome do Conselho de Administração
da Vale e de todos os acionistas, reitero
a satisfação com a evolução desse
processo e agradeço à Diretoria Executiva,
aos empregados e aos parceiros pelos
resultados obtidos em 2009 com a
certeza de que a Vale manterá o rumo
de sua administração, orientada ao
desenvolvimento sustentável.
5
Perfil
Mensagem do Conselho
Mensagem
do Presidente
Em 2009, um ano de grandes desafios,
mantivemos o nosso compromisso com o
desenvolvimento sustentável, conforme
explicitado em nossa Missão e na nossa
Política de Desenvolvimento Sustentável
Avançamos em 2009, norteados por nossa
Política de Desenvolvimento Sustentável,
em diferentes aspectos relacionados ao
pilar Agente Global de Sustentabilidade.
Publicamos nossa Política de Direitos
Humanos, documento global que orienta as
ações de toda a empresa. Criamos o Fundo
Vale para o Desenvolvimento Sustentável,
iniciativa voltada para apoiar ações de
ONGs (organizações não governamentais)
que conciliem a conservação do meio
ambiente com a melhoria das condições
socioeconômicas das comunidades, focando,
inicialmente, no Bioma Amazônico.
Em paralelo, a Vale liderou, em conjunto com
organizações da sociedade civil, a elaboração
e o lançamento da Carta Aberta ao Brasil
sobre Mudanças Climáticas, que apresenta
compromissos voluntários de 30 grandes
empresas brasileiras em relação aos esforços
mundiais para redução dos impactos das
mudanças climáticas. Participamos, portanto,
de forma propositiva no debate para a
formação da posição do governo brasileiro
na 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima (COP 15), realizada em dezembro de
2009. Assinamos também o The Copenhagen
Communiqué, um posicionamento de líderes
empresariais globais em prol de um acordo
sobre a questão das mudanças climáticas.
6
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Reforçamos a nossa estratégia de
sustentabilidade por meio da publicação
de importantes diretrizes globais que
orientam as nossas ações, em particular
nossa Política de Desenvolvimento
Sustentável, que visa à construção de um
legado social, econômico e ambiental nas
regiões onde operamos, composta pelos
pilares Operador Sustentável, Catalisador
do Desenvolvimento Local e Agente
Global de Sustentabilidade.
No pilar Operador Sustentável, em especial
na área econômica, colhemos um importante
indicador de nossa sustentabilidade. Diante
de um cenário de crise financeira expressiva,
marcado pela forte recessão e pela contração
da economia global, a Vale demonstrou,
na prática, as vantagens competitivas
que acumulou por meio de uma gestão
consistente ao longo dos anos: carteira de
ativos de classe mundial, custos de produção
competitivos, saúde e solidez financeira e, mais
importante, pessoas qualificadas e motivadas.
Frente à retração da demanda por minerais
e metais, em função da redução sem
precedente na produção da indústria
siderúrgica, tivemos de realizar iniciativas
voltadas à redução de custos e ao aumento
da eficiência. No entanto, tomamos medidas
para manter os talentos internos, entre as
quais a recolocação e a requalificação dos
nossos funcionários. Fizemos os ajustes
necessários para enfrentar a situação
imediata, mas realizamos, em 2009,
investimentos de US$ 9 bilhões, fundamentais
para o nosso crescimento orgânico e para a
sustentabilidade econômica no médio e no
longo prazos.
Já em 2009 começamos a colher os frutos
das decisões tomadas ainda no início da
crise global. No segundo semestre do ano,
a produção de minério de ferro apresentou
crescimento de 21% frente ao primeiro
semestre, e registramos novos recordes de
Mensagem do Presidente
Diretoria Executiva
processo de relato
Estratégia de Sustentabilidade
Roger Agnelli
Diretor-presidente
produção anual em carvão, bauxita e alumina.
Como consequência, a Vale contabilizou,
em 2009, um lucro líquido de US$ 5,3
bilhões, realizando uma remuneração total
ao acionista de US$ 2,75 bilhões. Em meio
a toda a incerteza nos mercados globais,
realizamos, em 2009, extensos investimentos
socioambientais, totalizando US$ 781
milhões, destinando US$ 580 milhões para
ações ambientais e US$ 201 milhões a
projetos sociais.
Também continuamos nossos esforços para
o incremento em nossa empresa da cultura
de saúde e segurança. Apesar da redução
nas taxas de acidentes em 2009, infelizmente
ainda registramos a perda de nove vidas em
ocorrências com empregados e contratados
da empresa e três acidentes fatais com
prestadores de serviço no setor de transporte
nas estradas. Além de realizar uma acurada
investigação de cada acidente, buscamos
adotar ferramentas mais eficazes na prevenção
de acidentes, além de promover essa cultura
também em nossa cadeia de valor.
Para o pilar Catalisador do Desenvolvimento
Local de nossa Política de Desenvolvimento
Sustentável, demos continuidade a
iniciativas que reforçam a estratégia
de desenvolvimento e qualificação de
fornecedores locais por meio do Programa
Inove, já em seu segundo ano de atividades,
e do Programa de Desenvolvimento de
Fornecedores (PDF).
A Fundação Vale deu continuidade à
implantação das Estações Conhecimento,
cujo objetivo é contribuir para a melhoria da
qualidade de vida e para o desenvolvimento
integrado e sustentável das comunidades e cujo
público prioritário são crianças e adolescentes,
devendo beneficiar cerca de 30 mil jovens em
núcleos que serão construídos nos estados
do Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo,
Pará, Sergipe e Rio de Janeiro, no Brasil.
Lançamos, também, por meio da Fundação
Vale, o programa Brasil Vale Ouro, que
funciona dentro das Estações Conhecimento.
O programa visa selecionar e preparar
atletas nas cidades onde atuamos no Brasil e
representa o apoio da Vale ao segmento de
esportes de alto rendimento.
Buscamos contribuir para reduzir o déficit
em saneamento e habitação nas áreas
em que atuamos. Em apoio às prefeituras,
desenvolvemos projetos executivos de
engenharia para apoiar a captação de
recursos disponíveis para esses fins nas
esferas federal e estadual dos governos. O
investimento acumulado da Fundação Vale,
em 2009, em projetos de infraestrutura e
habitação foi de US$ 11 milhões, resultando
na captação de US$ 395 milhões pelos
municípios junto ao Governo Federal.
Initiative (GRI), estamos consolidando
nossa estratégia de atuação responsável e
transparente. Além da melhoria contínua
em processos internos, também avançamos
na elaboração desta publicação, agregando
informações e transparência em relação a
nossa forma de atuar.
Essas e outras iniciativas que conjugam
geração de valor com a construção de um
legado positivo para as futuras gerações
estão alinhadas com os princípios do ICMM
(Conselho Internacional de Mineração
e Metais) e do Pacto Global das Nações
Unidas, que reconheceu nosso relatório de
sustentabilidade anterior, pelo segundo
ano consecutivo, como Publicação de
Comunicação de Progresso Notável.
Agradeço a todos que contribuíram para
a gestão dos processos e as melhorias
de desempenho nos indicadores de
sustentabilidade elencados neste relato,
contribuindo para a busca da excelência
na gestão de nossos negócios, dando
transparência às nossas ações perante a
sociedade e ajudando a difundir nossas
práticas de sustentabilidade nos diversos
países em que atuamos.
Com a publicação deste terceiro relatório
de sustentabilidade da Vale, elaborado de
acordo com as diretrizes da Global Reporting
7
Perfil
Mensagem do Conselho
Diretoria
Executiva da Vale
Roger Agnelli
Diretor-presidente
Carla Grasso
José Carlos Martins
Diretor Executivo de Ferrosos
Diretor Executivo de Logística,
Gestão de Projetos e Sustentabilidade
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Diretor Executivo de Finanças e
Relações com Investidores
Diretora Executiva de Recursos Humanos e
Serviços Corporativos
Eduardo de Salles Bartolomeo
8
Fabio de Oliveira Barbosa
Tito Botelho Martins
Diretor Executivo de Não Ferrosos
Mensagem do Presidente
Diretoria Executiva
processo de relato
Estratégia de Sustentabilidade
Introdução e processo de relato
Para ler nosso
relatório
Diretrizes GRI – Pelo terceiro ano
consecutivo, publicamos nosso relatório de
sustentabilidade de acordo com as diretrizes
da Global Reporting Initiative (GRI), versão
G3, incluindo o suplemento setorial de
Mineração e Metais.
Pacto Global e ICMM – Nossa atuação,
reportada neste relatório, está alinhada aos
princípios do Pacto Global e do Conselho
Internacional de Mineração e Metais (ICMM,
na sigla em inglês), iniciativas internacionais
das quais somos signatários. Os índices
apresentados nas páginas 126-128 orientam a
localização das informações que respondem
aos princípios desses compromissos. O
Relatório de Sustentabilidade 2009 também
serve como instrumento de comunicação
de progresso (COP) do Pacto Global.
Período – Esta edição cobre o período de
2007 a 2009.
Estrutura – A forma de elaboração dos
capítulos permite o acompanhamento dos
resultados alcançados pela Vale nas nossas
três principais linhas de atuação, explicitadas
em nossa Política de Desenvolvimento
Sustentável: Operador Sustentável,
Catalisador de Desenvolvimento Local e
Agente Global de Sustentabilidade. Essa
estrutura reafirma nosso compromisso
de atuar de maneira a conciliar aspectos
econômicos, sociais e ambientais.
Esta publicação tem como
objetivo apresentar a evolução
da Vale nas questões de
sustentabilidade de forma
objetiva, transparente e de fácil
entendimento
Indicadores – Reportamos 86 indicadores,
sendo 49 essenciais, 23 adicionais e 14 do
Suplemento Setorial de Mineração e Metais.
Forma de gestão – Estamos globalizando
processos e documentos corporativos,
considerando a diversidade de culturas
de cada local, assim como as dinâmicas
de cada negócio. Entendemos que é
um processo complexo de integração,
que demanda tempo e capacitação das
equipes envolvidas. Sua evolução já gerou
documentos corporativos globais (leia mais
no capítulo de Governança Corporativa).
Nível de aplicação GRI – O presente relatório
atinge o nível de aplicação A+ da GRI, que
estabelece o relato de todos os itens de
perfil, de informações sobre a forma de
gestão e de indicadores de desempenho
essenciais e do Suplemento Setorial de
Mineração e Metais, seguindo o princípio
de materialidade conforme estabelecido
pela Global Reporting Initiative. O acréscimo
de indicadores em nosso relatório (51
reportados em 2007 e 73, em 2008)
demonstra a nossa evolução no processo
de melhoria contínua de gestão em
sustentabilidade. Para mais detalhes, confira
quadro na página 124.
Verificação externa – As informações
do Relatório de Sustentabilidade 2009
foram verificadas pela empresa de
auditoria independente Ernst & Young,
conforme declaração na página 121. O
escopo da verificação incluiu a aderência
à metodologia GRI, a asseguração das
informações sobre forma de gestão e
desempenho e a declaração do nível de
aplicação. Além disso, houve verificação
em relação às diretrizes do ICMM,
conforme declaração na página 122.
Formulário de avaliação – Como nos
anos anteriores, disponibilizamos o
formulário de avaliação do Relatório de
Sustentabilidade 2009 em nosso endereço
eletrônico: www.vale.com. O objetivo
da iniciativa é coletar informações que
nos permitam aprimorar a gestão da
sustentabilidade e o processo de relato de
nosso desempenho, por meio da análise
das opiniões de nossas partes interessadas.
Contato – Para mais informações de
sustentabilidade, acesse o endereço
eletrônico www.vale.com e entre em
contato por meio do canal Fale Conosco,
na categoria sustentabilidade.
Limite – Esta publicação apresenta
informações de empresas já incluídas no
relatório anterior. Os dados da Vale Inco,
adquirida em 2006, foram considerados
nos resultados a partir de 2007, e os da Vale
Australia, adquirida em 2007, a partir de
2008. Para mais detalhes, veja o quadro de
limite na página 119.
9
Perfil
Mensagem do Conselho
Materialidade
O Relatório de Sustentabilidade 2009
procura abordar os temas materiais
ao longo dos capítulos, de forma a
relacionar nosso desempenho às
questões apontadas como relevantes
O Relatório de Sustentabilidade 2009 da Vale
segue os princípios da Global Reporting
Initiative (GRI), sendo que a materialidade
orienta as empresas a direcionar sua
comunicação pelos temas mais relevantes
para o setor de atuação. Para guiar o relato
de forma objetiva e transparente, a matriz de
materialidade da Vale consolida análises sobre
os impactos econômicos, sociais e ambientais
das atividades sobre os públicos com os quais
a empresa se relaciona.
As percepções da sociedade foram trazidas
pelas principais referências setoriais, como
o Conselho Internacional de Mineração
e Metais (ICMM), análise de reportagens
publicadas na imprensa sobre a Vale e de
feedbacks recebidos, via online, do relatório
de 2008. Um destaque do processo foi a
contratação de uma pesquisa com partes
interessadas selecionadas sobre as nossas
práticas de sustentabilidade. Realizada de
forma independente, os entrevistados foram
convidados a opinar sobre a Vale e apontar
os temas relevantes para a empresa. Também
10
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Os temas foram selecionados seguindo critérios
que abrangem desde impactos e oportunidades
relacionados à Vale e ao setor de mineração até
a relação com os compromissos estratégicos
da empresa. Os assuntos foram classificados
na matriz de acordo com a visão das partes
interessadas e a relevância para a gestão.
foi realizada uma avaliação das informações
e indicadores dos principais relatórios de
sustentabilidade do setor, com o intuito de
contextualizar a empresa no mercado e
no cenário externo.
Para a segunda fase do processo, foram
estabelecidos critérios de relevância dos temas
de acordo com a estratégia de sustentabilidade.
Para isso, foram analisados documentos como
Política de Desenvolvimento Sustentável,
Diretrizes Corporativas sobre Mudanças
Climáticas e Carbono, Política de Direitos
Humanos, Código de Conduta Ética, Código de
Conduta dos Fornecedores, além de dados do
documento Form 20-F.
As percepções de partes interessadas internas
e externas receberam o mesmo peso na
consolidação, sendo utilizados quatro critérios na
classificação dos assuntos quanto à sua relevância:
muito alto, alto, médio e baixo. A atribuição
de pontuação a esses critérios levou em conta
a representatividade das partes interessadas
participantes e a estratégia da empresa.
Diretoria Executiva
Dez
mais
processo de relato
Estratégia de Sustentabilidade
sociedade
Mensagem do Presidente
Como se pode observar ao lado, o resultado dessa
classificação está distribuído em quadrantes,
conforme o grau de relevância obtido.
Emprego e relações
de trabalho
inimização de
M
impactos ambientais
Desempenho dos negócios
Ética nos negócios
Conservação ambiental
Segurança e
acidentes de trabalho
Legado regional
Desenvolvimento e
qualificação pessoal
Comunicação e engajamento
Ao longo do relatório, detalharemos três itens mais
significativos associados a emprego e relações de trabalho,
minimização de impactos ambientais e desempenho dos
negócios, em seus respectivos capítulos.
+ importante >
Cadeia de valor
+ importante >
11
empresa
11
Mensagem do Presidente
Diretoria Executiva
processo de relato
Estratégia de Sustentabilidade
O texto integral da Política de Desenvolvimento
Sustentável da Vale está disponível em nosso site:
www.vale.com, na seção Sustentabilidade
Política de Desenvolvimento
Sustentável
Como uma das empresas líderes globais no
setor de mineração, buscamos contribuir para a
promoção de boas práticas de sustentabilidade
A estratégia de sustentabilidade da
Vale preconiza a gestão responsável
das questões econômicas, ambientais e
sociais, de maneira integrada. O objetivo
é propiciar que nossos negócios, em
particular as operações de mineração,
produzam riquezas locais, regionais
e globais, mas também suportem a
construção de um legado positivo
ao longo do ciclo de vida dos nossos
empreendimentos. Para apoiar essa
gestão, realizamos ações empresariais
voluntárias e em parceria com os diversos
níveis de governo, instituições públicas,
outras empresas e a sociedade civil.
Em 2009, aprovamos a nossa Política de Desenvolvimento Sustentável,
de caráter global, que nos orienta a agir a partir de três eixos.
12
Operador Sustentável
Operar com sustentabilidade é atuar
com consciência e responsabilidade
socioeconômica e ambiental em todo o
ciclo de vida das nossas atividades – desde
a concepção até a implantação de todos os
projetos e em todos os atos posteriores de
operação e comercialização, até o eventual
encerramento das operações. É criar Valor.
Catalisador do Desenvolvimento Local
Como catalisador do desenvolvimento
local, queremos ir além da gestão dos
impactos de nossas operações e projetos,
contribuindo voluntariamente e por meio
de parcerias com governo e sociedade
para a construção de um legado regional
de sustentabilidade.
Agente Global de Sustentabilidade
A atuação global parte do reconhecimento
de que determinados temas globais de
sustentabilidade podem afetar nossos
negócios e de que a Vale – como uma
das empresas líderes globais no setor
de mineração – pode contribuir para a
promoção internacional de boas práticas
de sustentabilidade.
Valor para Stakeholders (partes interessadas)
Antecipação e Prevenção de Falhas
Legislação como base: Melhoria Contínua
Organização e Disciplina
Respeito e Ética nos Negócios
Licença Social
Ordenação para o Desenvolvimento
Comunicação e Engajamento
Alianças Estratégicas
Legado Regional
Garantia de Transparência
Liderança
Observação de Tendências
Boas Práticas
Atuação Local, Visão Global
Legado para Gerações Futuras
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
11
Perfil
Mensagem do Conselho
Destaques em 2009
Paralelamente, criamos o Fundo Vale de
Desenvolvimento Sustentável direcionado
a captar recursos financeiros para o
desenvolvimento de iniciativas ambientais
que tenham reflexos em questões globais de
sustentabilidade. Neste primeiro momento,
o foco principal é disponibilizar recursos para
organizações e projetos voltados a promover
a conservação das áreas verdes na região da
Amazônia (leia texto sobre o Fundo ao lado).
Por fim, cabe ressaltar que, em um período
de grandes desafios, como foi o ano de 2009,
a Vale reafirmou seu compromisso de atuar
continuamente pela sustentabilidade de suas
operações. Continuamos investindo em nossos
projetos prioritários nas áreas de promoção
social e conservação ambiental. Ao mesmo
tempo, mantivemos nossa capacidade de gerar
valor econômico para nossos acionistas
e demais partes interessadas.
12
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Brasil
A Vale tratou como prioridade, em 2009, as ações
voltadas a enfrentar o desafio das mudanças
climáticas. Com o lançamento da Carta Aberta
ao Brasil sobre Mudanças Climáticas e a ativa
participação na COP 15, promovemos a discussão
pública sobre o assunto, em parceria com ONGs
e outras empresas, para ampliar o engajamento
de todos, buscando contribuir para as ações do
poder público (mais informações sobre essas
iniciativas nas páginas 96 e 97).
CASE
Internamente, continuamos avançando no aperfeiçoamento da gestão da
sustentabilidade e na implementação da Política. Elaboramos um treinamento
específico em sustentabilidade que será disponibilizado online para equipes de
todas as áreas da empresa ao longo de 2010. Ao mesmo tempo, evoluímos na criação
de documentos normativos globais relacionados a temas críticos para a nossa
sustentabilidade. Dentre esses documentos, podemos destacar a Política de Direitos
Humanos (leia o texto na íntegra em www.vale.com, na seção Sustentabilidade) e
a Norma de Responsabilidade Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que, em termos
práticos, aloca a responsabilidade pela gestão desses aspectos a cargos específicos.
Atuação além de nossas operações
O Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável, instituição sem fins lucrativos
criada pela empresa em 2009, tem o objetivo de promover o desenvolvimento
sustentável conciliando a preservação e a conservação do meio ambiente com a
melhoria das condições socioeconômicas em países em desenvolvimento.
Concentrando inicialmente recursos já aprovados de US$ 26 milhões para investimentos até 2012, o Fundo Vale atua de forma estratégica em questões centrais
de sustentabilidade. Sua ação se dá pelo apoio a programas transformadores
que busquem soluções para combater o desmatamento e a degradação florestal,
além de garantir o desenvolvimento socioeconômico das populações proporcionando melhorias na infraestrutura física e institucional.
Por meio de parcerias estabelecidas com ONGs, o Fundo Vale vem trabalhando
em projetos direcionados a três principais temas: Monitoramento Estratégico da
Amazônia Legal; Consolidação e Criação de Áreas Protegidas; e Promoção de Municípios Verdes.
No âmbito do primeiro tema, o Fundo estabeleceu uma parceria com o Imazon
para aprimorar o sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia Legal. O investimento realizado durante 2009 permitiu incorporar avanços no sistema de geoprocessamento das informações, dando maior precisão e agilidade na
elaboração dos relatórios que servem de base para a ação fiscalizadora do poder
público e de outros setores da sociedade.
Mensagem do Presidente
Diretoria Executiva
processo de relato
Estratégia de Sustentabilidade
Reafirmamos o nosso compromisso de
desenvolver projetos de conservação ambiental.
No tema de Áreas Protegidas e Biodiversidade, foram iniciados três projetos,
no estado do Pará: consolidação das unidades de conservação da Calha Norte, consolidação das Reservas Extrativistas da Terra do Meio e implementação
e sustentabilidade da Reserva da Biosfera da Marajó (título a ser reconhecido
pela Unesco).
Para Municípios Verdes, o foco é promover um modelo de gestão ambiental
em cidades da Amazônia. A inspiração do tema veio a partir da lista divulgada
anualmente, pelo Ministério do Meio Ambiente, com os municípios que mais
desmatam. Dessa lista, foram selecionados alguns casos extremos, como Paragominas, que estava no topo do ranking, assim como situações intermediárias,
como São Félix do Xingu e Novo Progresso, que ainda tinham mais da metade de
seu território preservado. Além dos municípios listados, o Fundo Vale selecionou
Almeirim, localizado na Calha Norte, que apresentava um índice muito baixo de
desmatamento e potencial para se transformar em um modelo de gestão antes
que o desmatamento viesse a se tornar um tema crítico.
Inicialmente, as atividades das ONGs parceiras do Fundo Vale concentraramse em estimular os donos das terras a se inscrever no Cadastro Ambiental Rural
(CAR), uma importante ferramenta para mobilizar os produtores rurais locais no
engajamento de combate ao desmatamento.
Os gestores esperam atrair e mobilizar recursos de outras instituições nacionais
e internacionais alinhadas com as questões de sustentabilidade. O Fundo Vale é
uma ação pioneira da Vale, que permite estender as boas práticas e o desenvolvimento sustentável para muito além dos limites de suas operações.
13
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
13
Operador
sustentável
Criar valor em todo o ciclo de vida de nossas atividades
é o nosso principal objetivo. Além de contribuir com
o desenvolvimento sustentável das comunidades,
regiões e países onde operamos, buscamos manter
um relacionamento e um diálogo permanente e
aberto com os nossos stakeholders.
CARAJÁS, BRASIL
A Floresta Nacional de Carajás é uma
das principais áreas de conservação
ambiental no Brasil. Nossa operação
no estado do Pará está inserida
nessa unidade de conservação. Além
das ações de proteção da floresta,
apoiamos o Projeto de Conservação
do Gavião-real, espécie quase
ameaçada de extinção.
14
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
15
Operador Sustentável
Desempenho dos negócios
Desafios
superados
Sólida gestão financeira
permitiu atravessar a
retração da indústria
siderúrgica e preparar a
Vale para um novo ciclo
de crescimento
Produção (USGAAP)
Volume de produção em
mil toneladas métricas
(a menos que informado)
2008
2009
Minério de ferro
293.374 229.338
Pelotas
34.252 15.253
Minério de manganês
2.383
1.657
Ferroligas
475
223
Níquel
275
187
Cobre
312
198
Bauxita
4.403
6.203
Alumina
5.028
5.910
Alumínio
543
459
Carvão metalúrgico
2.808
2.527
Carvão térmico
1.286
2.892
Potássio
607
717
Caulim
1.129
781
Cobalto
2.828
1.575
(toneladas métricas)
Platina
166
103
(milhares de onças troy)
Paládio
231
152
(milhares de onças troy)
Ouro
85
49
(milhares de onças troy)
Prata
2.308
1.245
(milhares de onças troy)
Para mais detalhes sobre nosso desempenho e
outras informações contábeis, leia o relatório
Form 20-F, disponível em www.vale.com.
16
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Em 2009, mesmo diante de um período de recessão e contração da economia
global, a Vale apresentou um sólido desempenho operacional e financeiro.
Perante uma redução sem precedente na produção da indústria siderúrgica,
que levou à queda da demanda por nossos principais produtos, demonstramos
mais uma vez nossa capacidade de superar desafios, embasados em nossas
vantagens competitivas: ampla carteira de ativos de classe mundial, baixo
custo de produção, saúde financeira, disciplina na alocação de capital, força de
trabalho de alta qualidade e espírito empreendedor.
Com agilidade e integração, implantamos
iniciativas de resposta à crise com foco na
redução de custos e aumento da eficiência.
Não cancelamos nenhum investimento
e ainda conseguimos identificar novas
oportunidades de crescimento. Por isso,
apesar da redução nos indicadores de
desempenho em relação ao ano anterior, já
começamos a colher resultados positivos que
fortalecerão nossa capacidade de gerar valor
para os acionistas e para a sociedade nos
próximos anos. A produção de minério de
ferro, no segundo semestre de 2009, totalizou
130,2 Mt1, contra 107,7 Mt nos primeiros
seis meses. Esse aumento de 21% no nosso
principal produto é um forte indicador
do acerto de nossa estratégia. Além disso,
alcançamos três novos recordes anuais de
produção: carvão (5,4 Mt), bauxita (12,5 Mt) e
alumina (5,9 Mt).
A recuperação dos mercados mundiais nos
últimos meses do ano, no entanto, não foi
suficiente para elevar os indicadores anuais
de desempenho econômico-financeiro aos
patamares de 2008. A receita operacional
bruta, em 2009, foi de US$ 23,9 bilhões2,
menor, portanto, que o recorde registrado
no ano anterior, de US$ 38,5 bilhões. A
geração de caixa, medida pelo Ebitda
ajustado (lucro antes de despesas
financeiras, impostos, depreciação e
amortização, adicionado aos dividendos
recebidos de empresas coligadas não
consolidadas), saiu do recorde de US$
19 bilhões, registrado em 2008, para
US$ 9,2 bilhões. O lucro líquido foi de
US$ 5,3 bilhões, contra US$ 13,2 bilhões
em 2008, o que permitiu totalizar uma
remuneração aos acionistas de US$ 2,75
bilhões. Mantivemos nossa sólida posição
financeira, apoiada em um expressivo
caixa, que alcançou US$ 11 bilhões em 31
de dezembro de 2009, disponibilidade de
linhas de crédito de médio e longo prazos
e endividamento de baixo risco.
1 Milhões de toneladas métricas.
2 O padrão contábil utilizado é o USGAAP.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Apesar da crise econômica,
demonstramos, mais uma vez, nossa
capacidade de superar desafios.
Receita por produto
(US$ 24 bilhões)
5%
2% 4%
9%
5%
2%
59%
14%
Minério de Ferro e Pelotas
Níquel
Manganês e Ferroligas
Cobre
Alumínio
Logística
Carvão
Outros
Valor econômico gerado e distribuído (em US$ milhões) –
receita com base na origem do produto
Brasil
América
América
do
do Sul, Canadá Norte,
Australásia Europa
exceto
exceto
Brasil
Canadá
África
Total
Valor econômico direto gerado
a) Receitas*
Receita por destino
15%
2%
9%
19%
38%
2.997
38
1.415
184
0
24.360
10.186
15
2.699
46
1.317
219
15
14.497
1.534
0
709
11
314
70
0
2.638
2.745
0
0 1.537
0
0
0
4.282
1.664
0
74
69
152
0
1.959
154
0
37
0
9
0
1
201
16.283
15
3.519 1.594
1.709
441
16
23.577
-15
-522 -1.556
-294
-257
-16
783
Valor econômico distribuído
(US$ 24 bilhões)
17%
0
19.726
b) Custos
operacionais
c) Salários e
benefícios de
empregados
d) Pagamentos para
provedores de capital
e) Pagamentos ao
governo
f ) Investimentos na
comunidade
Total
Valor econômico acumulado
Brasil
Resto do Mundo
AMÉRICAS sem Brasil
China
Ásia sem China
Europa
Valor econômico
gerado menos
valor econômico
distribuído
3.443
* O padrão contábil utilizado é o USGAAP, considerando alguns ajustes, conforme estabelecido pela metodologia
GRI: além da receita operacional bruta, o item a) Receitas, apresentado acima, inclui os resultados financeiros e os
provenientes de venda de ativos.
17
Operador Sustentável
Incentivo Fiscal
Investimentos
A Vale e algumas companhias relacionadas
no Brasil possuem incentivo fiscal de redução
parcial do imposto de renda devido, pelo valor
equivalente à parcela atribuída pela legislação
fiscal às operações nas regiões Norte e
Nordeste com minério de ferro, ferrovia,
manganês, cobre, bauxita, alumina, alumínio,
caulim e potássio. O incentivo é calculado
com base no lucro fiscal da atividade
(chamado lucro da exploração), leva em conta
a alocação do lucro operacional pelos níveis
da produção incentivada durante os períodos
definidos como beneficiados para cada
produto e, no geral, expiram até 2018. Parte
das operações com ferrovia e ferro na região
Norte foi reconhecida como incentivada
por 10 anos a partir de 2009. Um montante
igual ao obtido com a economia fiscal deve
ser apropriado em uma conta de reserva de
lucros, no patrimônio líquido, e não pode ser
distribuído como dividendos aos acionistas.
Em 2009, nosso volume de investimento,
excluindo aquisições, alcançou US$ 9 bilhões,
o que significa que mantivemos todas as
ações aprovadas em nosso orçamento. Desse
total, US$ 5,8 bilhões foram alocados em
desenvolvimento de projetos, US$ 1,01 bilhão,
em pesquisa e desenvolvimento e
US$ 2,15 bilhões, na manutenção das
operações existentes.
As empresas no Brasil desenvolvem
programas incentivados em áreas como
cultural, esportiva, amparo à infância,
entre outras, que permitem abater parte
do imposto de renda devido a título de
incentivo, observados os limites fiscais de
cada programa. O total de incentivos fiscais
em 2009 foi de US$ 148 milhões.
Investimentos por tipo
(US$ bilhões)
12,9
23%
10,2
26%
9
10%
24%
10%
64%
2008
67%
11%
65%
2009
2010
Manutenção das operações existentes
Pesquisa e desenvolvimento (P&D)
Execução de projetos
18
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Dentre as implementações voltadas
ao crescimento orgânico da Vale
(desenvolvimento de projetos; pesquisa e
desenvolvimento), destacamos o projeto
Corredor Sudeste, concluído em 2009, com a
expansão da Ferrovia Vitória a Minas (EFVM)
e do Porto de Tubarão. Cabe ressaltar, ainda,
a continuidade de nossos compromissos
corporativos, por meio de investimentos
em responsabilidade social de US$ 781
milhões, sendo US$ 580 milhões destinados
à proteção ambiental e US$ 201 milhões
a projetos sociais (leia mais sobre nossos
investimentos ambientais na página 54 e
sobre investimentos sociais na página 79).
Nos últimos cinco anos, atuando com
base numa visão de longo prazo, a Vale
investiu US$ 59,5 bilhões, criando novas
oportunidades de geração de valor
e ampliação de nossa liderança nos
mercados mundiais de minérios e metais.
Em 2010, de acordo com o orçamento já
aprovado pelo Conselho de Administração,
planejamos investir US$ 12,9 bilhões, dando
continuidade às melhorias nas operações
existentes e ao crescimento por meio da
execução de projetos e ações de pesquisa e
desenvolvimento.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Solidez financeira
A Vale mantém uma posição financeira
saudável, apoiada em nossa capacidade de
geração de caixa, liquidez e disponibilidade
de linhas de crédito de médio e longo prazos,
além de um portfólio de dívida de baixo risco
– com baixo custo, alta cobertura de juros e
longo prazo de vencimento.
Em 2010, daremos continuidade às
ações de pesquisa e desenvolvimento.
Em 31 de dezembro de 2009, nossa dívida
total era de US$ 22,9 bilhões, com prazo
médio de 9,17 anos e custo médio de 5,3%
ao ano. A amortização da dívida prevista
para 2010 é de US$ 2,7 bilhões. Nossa dívida
líquida, ao final de 2009, era de US$ 11,8
bilhões. Nossa posição de caixa totalizou
US$ 11 bilhões, incluindo US$ 3,7 bilhões
em investimentos em ativos de renda fixa de
baixo risco, com vencimento variando entre
91 e 360 dias.
A despeito da crise internacional,
mantivemos nosso investment grade nas
principais agências de risco em 2009,
conforme explicitado no quadro Informações
corporativas. Da mesma forma, o Brasil, onde
a Vale possui grande parte da sua operação,
manteve-se avaliado como nível
de investment grade.
Mercado de capitais
Nos últimos dez anos, entre 2000 e 2009, a
Vale foi a empresa de mineração diversificada
que mais gerou valor para o acionista, com
retorno total (TSR, na sigla em inglês de Total
Shareholder Return) de 33,2%, em média, por
ano, desempenho que se repetiu também
nos últimos cinco anos, entre 2005 e 2009,
com TSR médio de 35,3%.
Após a queda de preços generalizada
das ações no segundo semestre de 2008,
acompanhando o comportamento dos
mercados internacionais devido à crise
financeira, houve forte valorização em 2009.
O preço de nossos ADRs representativos
das ações ordinárias se elevou em 139,1%
durante o ano. Como consequência, o valor
de mercado da Vale passou de US$ 61,9
bilhões, em 31 de dezembro de 2008, para
US$ 146,9 bilhões, ao final de 2009.
Com isso, retomamos uma tendência de
longo prazo de alta de preços de nossas
ações, que começou no início dos anos
90 e se acelerou significativamente nos
últimos dez anos. Essa trajetória positiva é
consequência da definição de um modelo
de governança corporativa transparente,
de uma estratégia de longo prazo, da
realização de consideráveis investimentos
lastreados na disciplina na alocação do
capital e dos efeitos do ciclo de minérios
e metais. A recessão global interrompeu
temporariamente essa tendência, já
retomada em 2009.
Pesquisa mineral
Atualmente, estamos desenvolvendo
um extenso programa de pesquisa
mineral, que inclui empreendimentos
em 21 países. Nossas prospecções
abrangem principalmente cobre,
minério de manganês, minério de
ferro, níquel, bauxita, fosfato, potássio,
carvão, urânio, diamante e metais
do grupo da platina. Atuamos com
equipe própria e também por meio de
participações em outras empresas.
Nos últimos cinco anos, a Vale distribuiu aos
seus acionistas, sob a forma de dividendos
e juros sobre o capital próprio, o valor de
US$ 10,075 bilhões, sendo US$ 2,75 bilhões
apenas em 2009.
19
Operador Sustentável
Governança Corporativa
Ética e responsabilidade
para crescer
A partir de uma estrutura de governança
construída de acordo com as melhores
práticas, avançamos na globalização de
normas e documentos, mantendo o respeito
às diferenças jurídicas e culturais
Em continuidade ao processo de
globalização de nossos documentos
normativos, em 2009 aprovamos quatro
políticas, quatro normas e sete instruções,
totalizando 15 novos instrumentos
normativos de escopo global. Elaborados
pelas áreas diretamente relacionadas aos
temas neles tratados, esses documentos
foram analisados pelo Comitê de Avaliação
Global, criado no ano anterior e formado
por representantes de diversas áreas da
Vale e de diferentes países, incluindo Brasil,
Austrália, Canadá, China e Suíça. A missão
desse Comitê é avaliar os instrumentos
normativos no que tange à sua
conformidade com os costumes dos países
onde a Vale atua, considerando desde os
aspectos jurídicos até a diversidade cultural.
Após a análise do Comitê de Avaliação Global,
os documentos passam pelo processo de
aprovação pela diretoria da área relacionada
ao documento. Dependendo do seu escopo
de abrangência, a aprovação pode ainda
ser feita pela Diretoria Executiva ou pelo
Conselho de Administração, de acordo com
as atribuições gerais desses dois organismos
internos de governança.
Entre os documentos aprovados no início de
2009 estão itens que havíamos estabelecido
entre as nossas metas de evolução da nossa
estratégia de sustentabilidade, como:
• Política de Desenvolvimento Sustentável,
elaborada em 2008 e aprovada em 2009,
com orientações para a nossa forma de
atuação local, regional e global;
• Política de Direitos Humanos, que reafirma
os compromissos da Vale em relação a esse
tema, de interesse mundial;
Criamos 15 novos instrumentos
normativos de escopo global.
20
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
• Política de Segurança Empresarial,
importante instrumento de padronização
do posicionamento da empresa em todos
os países nos quais atuamos;
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
Estrutura de governança
saúde e segurança
meio ambiente
Assembleia
Geral
Conselho de
Administração
Conselho Fiscal
Comitês de
Assessoramento
• Controladoria
•D
esenvolvimento
Executivo
• Estratégico
•G
overnança e
Sustentabilidade
• Financeiro
Diretoria Executiva
de Recursos
Humanos e Serviços
Corporativos
• Norma de Responsabilidades Saúde,
Segurança e Meio Ambiente, que estabelece
os processos para registro de ocorrências, os
responsáveis pelo cumprimento de metas e a
ocorrência de fatos relevantes nessas áreas.
Estrutura A estrutura de governança corporativa da Vale
atende às nossas demandas globais, promove
nossos valores e nos mantém alinhados com
as melhores práticas internacionais de gestão.
Conselho de Administração – Responsável
pela definição das políticas e das diretrizes
gerais da empresa, analisa planos e projetos
propostos pela Diretoria Executiva e avalia
os resultados. Conta com 11 membros e
respectivos suplentes, eleitos em Assembleia
Geral de Acionistas, com mandato de dois
anos. Em 2009, o Conselho era composto por
nove conselheiros indicados pelo acionista
majoritário, um membro independente sem
vínculo com o grupo de controle e um eleito
pelos empregados. Por meio da Assembleia
Geral Ordinária, realizada anualmente, os
acionistas minoritários podem se manifestar
sobre as matérias em pauta.
Diretoria Executiva
de Não Ferrosos
Auditoria
Interna
Diretorpresidente
Diretoria Executiva
de Finanças e
Relações com
Investidores
Os acionistas não controladores titulares de
ações ordinárias que representem, pelo menos,
15% do total das ações com direito a voto e
de ações preferenciais que representem, pelo
menos, 10% do capital social têm direito de
eleger um membro e seu suplente do Conselho
de Administração. Caso se verifique que nem
os titulares de ações ordinárias, nem os titulares
de preferenciais perfizeram os limites indicados
acima, os titulares de ações ordinárias e os
titulares de ações preferenciais que representem
pelo menos 10% do capital total poderão
agregar suas ações para eleger um membro e
seu suplente para o Conselho de Administração.
A remuneração dos membros do Conselho
tem um valor fixo. A remuneração global e
anual dos administradores é estabelecida pela
Assembleia Geral Ordinária de acionistas, com
base em responsabilidades, no tempo dedicado
às funções, na competência, na reputação
profissional e no mercado. O Conselho
de Administração define a distribuição da
remuneração fixada pela Assembleia entre
os seus membros e os membros da Diretoria
Executiva e dos Comitês de Assessoramento.
O Conselho não é submetido a um processo
formal de autoavaliação.
Diretoria Executiva
de Ferrosos
Diretoria Executiva
de Logística,
Gestão de Projetos
e Sustentabilidade
Os membros do Conselho de Administração
possuem reconhecida competência
nas áreas de finanças e mercado de
capitais, governança corporativa,
mineração, comercialização de minérios e
sustentabilidade. O Presidente do Conselho
de Administração em 2009, Sérgio Ricardo
Silva Rosa, não exerce função de diretor
executivo da empresa.
Conselho Fiscal Permanente – constituído
por três a cinco membros independentes
(e igual número de suplentes), seguindo
os termos da lei brasileira, fiscaliza as
atividades da administração e revisa as
demonstrações contábeis, reportando-se
diretamente aos acionistas.
Também desempenha as funções
de Comitê de Auditoria, conforme
recomendação da Lei Sarbanes-Oxley, que
integra a legislação aplicável do mercado
de capitais norte-americano.
Um membro do Conselho Fiscal e seu
respectivo suplente foram indicados
pelos acionistas preferencialistas na
Assembleia Geral Ordinária de 2009.
21
Operador Sustentável
Nenhum dos membros do Conselho Fiscal
integra o Conselho de Administração e a
Diretoria Executiva, conforme critérios de
independência previstos na lei brasileira.
Diretoria Executiva – é o órgão que
coloca em prática a estratégia de
negócios estabelecida pelo Conselho de
Administração, elabora os planos e os
projetos e é responsável pelo desempenho
operacional e financeiro da empresa.
Seus integrantes são indicados pelo diretor-presidente e eleitos pelo Conselho de
Administração. Além da remuneração fixa,
os diretores executivos da Vale e os demais
executivos da empresa recebem bônus
e pagamento de incentivos, de acordo
com o cumprimento de metas individuais
e coletivas relacionadas ao desempenho
econômico-financeiro, técnico-operacional
e de sustentabilidade. Entre essas metas
estão indicadores de saúde e segurança e
de meio ambiente.
Composição acionária (março de 2010)
Capital ordinário (ON)
Capital preferencial (PN)
6,9%
Capital total
5,3%
10,2%
13,0%
4,2%
22,6%
39,2%
22,8%
53,9%
17,9%
17,5%
95,6%
61,2%
1,0% 0%
3,4%
37,6%
33,3%
9,5%
28,5%
5,5%
6,9%
VALEPAR
GOVERNO FEDERAL
BNDESPar
FREE-FLOAT
*
Investidores não brasileiros
NYSE ADR
BM&FBovespa
Investidores brasileiros
Institucionais
Varejo
53,9%
6,9%
6,9%
39,2%
27,0%
22,8%
4,2%
12,2%
6,9%
5,3%
VALEPAR
GOVERNO FEDERAL
1,0%
3,4%
VALEPAR
GOVERNO FEDERAL
5,5%
0,0%
Tesouro Nacional
0,0%
BNDESPar
3,4%
BNDESPar
5,5%
FREE-FLOAT
*
Investidores não brasileiros
95,6%
FREE-FLOAT
55,1%
Investidores não brasileiros
*
61,2%
38,0%
NYSE ADR
37,6%
NYSE ADR
28,5%
BM&FBovespa
17,5%
BM&FBovespa
9,5%
Investidores brasileiros
Institucionais
40,5%
22,6%
17,9%
Investidores brasileiros
Institucionais
Varejo
* Free-float: ações disponíveis para negociação nas bolsas Bovespa, Nyse, Euronext e Latibex, sobre o total de ações em circulação (total de ações menos as ações
em tesouraria da Vale). Para mais informações sobre a composição acionária da Vale, consulte o relatório Form 20-f, em www.vale.com
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
33,3%
Tesouro Nacional
Varejo
22
0%
23,2%
13,0%
10,2%
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Missão, Visão e Valores
Nossa Missão
Transformar recursos minerais em
riqueza e desenvolvimento sustentável.
Para nossos acionistas, sob a forma de retorno
total superior à média de mercado dos
segmentos em que a Vale atua.
Para nossos clientes, pela contínua proposta
superior de confiabilidade de suprimento e
de valor de uso, sustentada por inovação e
desenvolvimento constantes.
Para nossos empregados, proporcionando
um ambiente de trabalho ético, transparente,
desafiador, de oportunidades e que traga
orgulho profissional para todos, com
remuneração competitiva baseada na
meritocracia.
Para nossos fornecedores, pela visão de
longo prazo e disposição de promover
parcerias que visem ganhos para ambas
as partes, por meio de desenvolvimento e
inovação contínuos e fornecimento de bens e
serviços de qualidade com custo compatível.
Para as comunidades e os países onde
atuamos, pela ética, pelo respeito ao meio
ambiente e pela responsabilidade social com
que agimos, integrando-nos e garantindo
que nossa presença contribua positivamente
para o desenvolvimento sustentável.
Para todos os países em que atuamos,
pela contribuição à economia, à geração de
empregos e renda, à melhoria da qualidade
de vida da população e ao desenvolvimento
regional e nacional.
Nossos Valores
Ética e Transparência – representam o
nosso comportamento como organização.
Agimos com integridade, respeitamos
as leis, os princípios morais e as regras
do bem proceder referendadas e aceitas
pela coletividade, e comunicamos nossas
políticas e resultados de forma clara.
Excelência de Desempenho – significa
a busca da melhoria contínua e o
controle dos resultados por indicadores
de desempenho reconhecidos como
referência das melhores práticas,
promovendo um ambiente de alta
performance e assegurando a obtenção e
a manutenção de vantagens competitivas
duradouras.
Espírito Desenvolvimentista – representa
nosso empreendedorismo como
organização que busca, incessantemente
e com agilidade, novas oportunidades de
ação e soluções inovadoras diante dos
problemas e das necessidades que se
apresentam, assegurando a execução
de estratégias que visam ao crescimento
da Vale.
Responsabilidade Econômica, Social e
Ambiental – reconhecemos e agimos
no sentido de que essas dimensões
estejam sempre em equilíbrio, de modo a
promover o desenvolvimento e garantir a
sustentabilidade.
Respeito à Diversidade – é perceber o outro
como um igual, respeitando as diferenças e
promovendo a inclusão competitiva; é ver
nas diferenças oportunidades de integração
e evolução.
Orgulho de Ser Vale – é o valor resultante.
Assumimos e nos comportamos
como donos do negócio, buscando
incessantemente os objetivos definidos,
compartilhando e celebrando os
resultados e fortalecendo as relações.
Nós nos orgulhamos quando sabemos
que estamos construindo algo que fará
a diferença. Essa é a razão do orgulho
de “Ser Vale” de todos nós, dirigentes e
empregados da Vale.
Orgulho de
‘Ser Vale’
Respeito à
Diversidade
Respeito à Vida
Ética e
Transparência
Nossos Valores
Excelência de
Desempenho
Espírito
Desenvolvimentista
Responsabilidade
Econômica, Social e Ambiental
Nossa Visão
Ser a maior empresa de mineração do
mundo e superar os padrões consagrados de
excelência em pesquisa, desenvolvimento,
implantação de projetos e operação
de seus negócios.
Respeito à Vida – significa que não
abrimos mão, em nenhuma hipótese, da
segurança e do respeito à vida. Pessoas
são mais importantes do que resultados
e bens materiais. Se necessário escolher,
escolhemos a vida.
23
Operador Sustentável
Políticas Públicas
Transparência,
confiança e clareza são
valores que pautam
nossa relação com os
nossos stakeholders
A Vale mantém um diálogo contínuo
com as autoridades nos diversos níveis de
governo nos países em que está presente.
Considerando que a mineração é um setor
fortemente regulado, nossa atuação é
voltada a assegurar que nossos pontos de
vista sejam compreendidos e considerados
nos processos de formulação de políticas
públicas. Participamos, ainda, de entidades
e associações nacionais e internacionais,
visando contribuir para o desenvolvimento
de normas e padrões nos segmentos em que
atuamos e, ainda, disseminar as melhores
práticas industriais.
Integramos, desde 2006, o Conselho
Internacional de Mineração e Metais (ICMM,
na sigla em inglês), que tem como prioridade
promover o desenvolvimento sustentável
do setor e o respeito aos direitos humanos.
A Vale contribui para o Extractive Industry
Transparency Initiative (Eiti) por meio do ICMM.
Em 2007, tornamo-nos signatários do Pacto
Global da Organização das Nações Unidas
(ONU), aderindo dessa forma aos dez princípios
básicos propostos pela iniciativa. Além
disso, por meio do Pacto Global, firmamos
nosso compromisso com a Declaração da
Procuramos estabelecer diálogos construtivos
com nossos vários stakeholders.
Organização Internacional do Trabalho sobre
Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho,
a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento e a Convenção das Nações
Unidas Contra a Corrupção.
A Vale também participa do Global Business
Coalition on HIV/Aids, Tuberculosis and
Malaria (Coalizão Global Empresarial contra
HIV/Aids, Tuberculose e Malária), organização
voltada a viabilizar recursos para o combate e
a prevenção dessas doenças.
Nossas relações com autoridades
governamentais, organizações e entidades
representativas da sociedade civil são
norteadas pelo Código de Conduta Ética
e pela Visão, Missão e Valores da Vale.
Nosso objetivo é desenvolver um diálogo
construtivo que permita alcançar o consenso
entre os envolvidos na formulação de
políticas de desenvolvimento sustentável e
os vários stakeholders do setor de mineração.
Nosso relacionamento com todas as partes é
pautado na transparência, na confiança e na
clareza dos objetivos propostos.
Demos continuidade, em 2009, ao processo
de difusão das diretrizes de nossa forma de
atuação em relação às políticas públicas,
por meio de treinamentos internos. Além
disso, aperfeiçoamos nossa proposta
de capacitação focada na forma de
relacionamento com o governo, a ser posta
em prática em 2010.
Em relação às atividades político-partidárias,
a Vale procura manter a imparcialidade,
atuando sempre com respeito integral às leis
de cada país onde atua. Os empregados, como
indivíduos e cidadãos, têm liberdade para
participar de tais atividades, devendo manter
em suas eventuais manifestações públicas a
devida separação entre suas opiniões pessoais
e o posicionamento da empresa.
Além das entidades listadas abaixo, a maior
parte focada no desenvolvimento sustentável
e das quais participamos voluntariamente,
integramos mais de 200 associações setoriais,
industriais e comerciais.
24
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Participação em entidades e associações
Norteamos nossas
relações pelo nosso
Código de Conduta
Ética, Visão, Missão
e Valores
• Associação Brasileira de Produtores de
Florestas Plantadas (Abraf )
• Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável (FBDS)
• Associação Brasileira dos Produtores de
Ferroligas e Silício Metálico (Abrafe)
• Global Business Coalition on HIV/Aids,
Tuberculosis and Malaria (GBC)
• Associação Brasileira dos Terminais
Portuários (ABTP)
• Global Corporate Volunteer Council (Iave)
• Associação Nacional dos Transportes
Ferroviários (ANTF)
• Business for Social Responsibility (BSR)
• Centre National de Recherche
Technologique Nickel et Son Environnement
• Chambre de Commerce et d’Industrie (CCI)
• Cobalt Development Institute
• Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)
• Conselho Internacional de Mineração e
Metais (ICMM)
• European Ferro-Alloys Association
(Euroalliages)
• European Association of Metals
(Eurometaux)
• Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)
• Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social
• International Aluminium Institute (IAI)
• International Emission Trading
Association (Ieta)
• New South Wales Minerals Council
• Ontario Mining Association (OMA)
• Pacto Global da Organização das Nações
Unidas (ONU)
• Queensland Resources Council
• Reputation Institute
• The Mining Association of Canada (MAC)
• The Manganese Institute
• The Nickel Institute
• Fórum Econômico Mundial
Público-alvo
Ferramentas de comunicação
Público em geral
Relatório de Sustentabilidade Vale
Canal de Denúncias (descrito em nosso site)
Fale Conosco
Site da Vale
Pesquisa de reputação, imagem e opinião*
Acionistas, debenturistas
e investidores
Relatórios Form 20-F, press releases, fatos relevantes, convocação e atas da Assembleia
Geral de Acionistas, Relatórios Financeiros Trimestrais (ITR), formulário de referência e
encontros com investidores.
Também disponibilizamos o correio eletrônico [email protected] e o telefone de contato do
Departamento de Relações com Investidores: 55-21-3814-4540.
Clientes
Campanhas, visitas e encontros na Vale, pesquisas de satisfação.
Empregados
Publicações internas, portal Vale (intranet), pesquisa de clima organizacional
e pesquisa de reputação, imagem e opinião*.
Fornecedores
Visitas e encontros na Vale, programas de intercâmbio e reuniões estruturadas.
Comunidades
Diagnósticos socioeconômicos, encontros para consulta prévia, entrevistas, grupos focais
e visitas às unidades e Programa Encontro com Lideranças.
Governos e sociedade civil
Participação em associações e entidades.
*A pesquisa de imagem Vox Populi é bianual, foi realizada em 2008 e será feita novamente em junho de 2010. A pesquisa de reputação foi realizada em 2008 e a referente a
2009 acontecerá em setembro de 2010.
25
Operador Sustentável
comitês para a discussão dessa temática,
que propõe a realização de reuniões
multidisciplinares para estimular uma postura
coesa e proativa. O objetivo é proporcionar
a antecipação de tendências, de modo a
evitar crises e fortalecer o relacionamento
institucional da Vale com os seus principais
stakeholders.
Além de treinamentos internos,
participamos de entidades e
associações nacionais e internacionais.
Ferramentas de Relacionamento
Institucional
Em 2009, consolidamos nossas diretrizes
de relacionamento corporativo, embasadas
no Guia de Relacionamento Institucional,
lançado em 2007 e divulgado em 2008,
por meio da realização de treinamentos no
Brasil, no Chile, em Moçambique e no Peru.
Ao longo do ano, também desenvolvemos
ações focadas no aprimoramento do
relacionamento institucional da Vale com
entidades nacionais e internacionais, dentre
as quais se destacam o Instituto Brasileiro
de Mineração, o Conselho Internacional de
Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês)
e o Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Essas
ações incluem a participação de executivos
da empresa em reuniões e encontros
oficiais das entidades, grupos de trabalho e
fóruns de discussão, propiciando um maior
alinhamento e intercâmbio de informações
relevantes para o setor mineral.
Demos continuidade ao processo de
capacitação do público interno, com
a realização de treinamentos sobre a
metodologia de gestão de assuntos críticos.
Também foi desenvolvida uma estrutura de
26
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Buscando promover estudos, em vários
setores acadêmicos, sobre o tema de
desenvolvimento sustentável e a aplicação
desse tema a investimentos internacionais,
foi estabelecida uma parceria entre a Vale
e a Universidade de Columbia, em Nova
York. O Vale Columbia Center (VCC) é uma
“incubadora” de melhores políticas e práticas,
podendo ser adotadas por governos,
investidores privados e o setor civil, com a
finalidade de inserir cada vez mais questões
de desenvolvimento sustentável na pauta de
investimentos.
Em relação à gestão de crises, em 2009,
estruturamos o Comitê de Gerenciamento
de Crises Corporativo e realizamos a revisão
do Plano da Área. Para 2010, está previsto
o início da capacitação dos membros do
Comitê e a execução de simulações para
testar os procedimentos do Plano. Em
2009, identificamos também operações
com riscos de instabilidade política ou
ambiente de segurança hostil, para os
quais estabelecemos planos e equipes de
evacuação. Ainda em 2010, será elaborada a
Política de Gerenciamento de Continuidade
de Negócios, que define a estrutura, funções,
responsabilidades e linhas de comunicação
na gestão de crises.
Gestão da Ética
A gestão da ética é realizada por meio dos
seguintes instrumentos de governança
corporativa:
• Código de Conduta Ética – orienta o
cumprimento de nosso compromisso com
uma atuação ética, responsável e coerente
com todos os públicos. Deve ser observado
pelo Conselho de Administração, Comitês,
Conselho Fiscal, Diretoria Executiva,
empregados, estagiários e também por
nossas controladas, conforme as legislações
locais aplicáveis. É, ainda, a diretriz que
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
norteia a elaboração de nossas normas
e políticas. O conteúdo completo do
Código está disponível no nosso endereço
eletrônico (www.vale.com).
• Código de Ética para profissionais de
Diretoria Executiva de Finanças e Relações
com Investidores – traz procedimentos
específicos para profissionais dos
departamentos Financeiro, de Relações
com Investidores e de Controladoria, que
lidam com informações e dados sigilosos.
Disponível no nosso endereço eletrônico
(www.vale.com).
• Certificação SOX – obtida a cada ano,
desde 2006, atesta a implementação
das práticas de transparência e de boa
governança estabelecidas pela lei
norte-americana Sarbanes-Oxley.
• Canal de Denúncias – criado em 2005,
associado à SOX, direciona ao presidente
do Conselho de Administração, por
carta anônima, eventuais denúncias
sobre possíveis irregularidades nas áreas
de Contabilidade e Auditoria, assim
como em outras questões, que violem
o nosso Código de Conduta Ética. São
observados procedimentos que objetivem
resguardar os direitos dos denunciantes
e do denunciado, respeitando sempre
a legislação local. O conteúdo de cada
denúncia recebida por esse canal formal
é averiguado pela equipe da Auditoria
Interna da Vale e, caso seja considerado
pertinente, o resultado é direcionado aos
departamentos competentes para adoção
das providências necessárias, podendo,
inclusive, utilizar medidas disciplinares,
conforme previsto em nosso Código
de Conduta Ética. Na aplicação das
penas disciplinares, serão consideradas
a natureza e a gravidade da infração,
observado-se sempre as normas de
recursos humanos da Vale e a legislação
local aplicável.
• Código de Conduta dos Fornecedores
– lançado em 2009, tem como objetivo
divulgar os princípios de conduta ética
seguidos pela Vale nas relações comerciais
com as empresas fornecedoras de
serviços e produtos. Está disponível no
site www.vale.com.
Recursos humanos
Gestão de Riscos
A estratégia de gestão de riscos da Vale
foi desenvolvida a partir de uma visão
integrada dos riscos aos quais estamos
expostos, englobando a avaliação não
apenas do impacto das variáveis negociadas
no mercado financeiro sobre os resultados
do negócio (risco de mercado), como
também o risco proveniente de obrigações
assumidas por terceiros (risco de crédito) e
aqueles inerentes aos processos produtivos
(risco operacional), principalmente aqueles
associados a saúde e segurança e meio
ambiente. Outras informações podem ser
encontradas no relatório Form 20-F.
Por considerar o gerenciamento de risco
fundamental para apoiar nossa estratégia
de crescimento e flexibilidade financeira,
o Conselho de Administração estabeleceu,
desde 2005, uma Política de Gestão de Risco
Corporativo e um Comitê Executivo de
Gestão de Risco.
Esse Comitê apoia a Diretoria Executiva em
suas responsabilidades no que se refere
à gestão de riscos na Vale, tendo como
principais funções:
• Acompanhar o processo de identificação,
avaliação, monitoramento e gerenciamento
de riscos;
• Avaliar e recomendar implementação de
estratégias de mitigação de risco;
• Comunicar os principais riscos aos quais
a empresa está exposta e o impacto dos
mesmos no perfil de risco, de acordo com a
classificação de riscos da Vale.
Aplicamos o princípio da precaução ao
realizar estudos de viabilidade na nossa
gestão de riscos, buscando atender às
questões relevantes para as nossas partes
interessadas, assim como aos aspectos
empresariais, pela identificação prévia, análise
e minimização dos riscos financeiros, à
saúde, à segurança de todos os empregados,
contratados e comunidades circunvizinhas e
ao meio ambiente.
Consideramos fundamental que essa gestão
seja realizada a partir de informações que
saúde e segurança
meio ambiente
retratem, periódica e sistematicamente, os
riscos e permita, por meio de ações efetivas,
a minimização dos riscos. Para atingir esse
objetivo, os processos são executados de
forma integrada, com uma definição clara
de papéis e de responsabilidades. Nossos
procedimentos de gestão de risco são
orientados pelos padrões da norma ISO 31000.
A abordagem de gestão de riscos é dividida
em quatro dimensões:
• Mercado: busca avaliar o impacto da
volatilidade dos fatores de risco – como
taxas de juros, moedas e preços de
commodities – no fluxo de caixa.
• Crédito: analisa a probabilidade do não
cumprimento das obrigações de clientes e
instituições financeiras que fazem negócios
com a Vale.
• Operacional: engloba a avaliação do risco
de perdas potenciais resultantes de falhas
ou inadequação de processos internos,
pessoas, sistemas e/ou eventos externos.
Os eventos podem ocorrer nas operações,
nos projetos e nos processos corporativos
e resultar em danos à propriedade, ao
meio ambiente, às pessoas, à sociedade e à
reputação da empresa.
• Estratégico: considera o risco do não
cumprimento dos objetivos estratégicos
da empresa e inclui a avaliação do impacto
de fusões, aquisições e tendências de
sustentabilidade.
A partir dessas análises, implantamos
medidas de prevenção ou mitigação do
risco. Junto da elaboração do planejamento
estratégico anual, identificamos os riscos
e as oportunidades de cada unidade de
negócios, o que fornece as bases para
o desenvolvimento e a atualização das
estratégias da empresa em relação aos
riscos corporativos.
Gestão de Risco de Mercado
O processo de gestão de risco de mercado,
implantado de forma sistemática a partir
de 2005, tem seu foco na avaliação do risco
associado ao fluxo de caixa. Os principais
objetivos desse processo são suportar o plano
27
Operador Sustentável
A sustentabilidade
permeia todas as
etapas dos nossos
projetos de capital
de crescimento da Vale e permitir adequado
grau de flexibilidade financeira requerido para
empresas classificadas como investment grade.
A Vale mede e monitora riscos de mercado
regularmente, por meio do cálculo do fluxo de
caixa em risco, que considera cada empresa
relevante do grupo e também todo o portfólio.
As estratégias de mitigação de risco de
mercado, incluindo operações com derivativos
com o objetivo de hedge, são avaliadas e
implementadas de acordo com a necessidade
de reduzir o risco de fluxo de caixa.
Atualmente, a exposição a risco de mercado
da Vale, avaliada a partir de uma visão
integrada de nossa atuação e considerando os
hedges naturais existentes, é reduzida, como
consequência dos benefícios da diversificação
de produtos e moedas na empresa.
No último ano, podemos destacar como
atividades relevantes nessa área:
• Redefinição do apetite a risco, a partir de
determinado nível de probabilidade de quebra
da principal obrigação contratual da Vale;
• E laboração do novo modelo de fluxo
de caixa em risco, tomando por base as
informações de longo prazo provenientes
do plano estratégico da empresa,
combinadas com o modelo de fluxo de
caixa elaborado pela área financeira;
• E struturação e adequação da nova nota
de derivativos requerida pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).
Dentre as ações de 2009, podemos destacar:
• Implantação do processo de gestão de
risco de crédito na América do Norte e no
negócio de níquel;
• Consolidação das exposições a risco de crédito
com uma visão de portfólio para a Vale;
• Gestão ativa da exposição a risco de crédito
nas operações com instituições financeiras
durante a crise por meio da utilização
da nova metodologia, que faz uso da
probabilidade de default das contrapartes,
bem como do controle da probabilidade de
default máxima aceitável para o portfólio Vale.
Gestão de Risco Operacional
Projetos
A gestão de riscos dos projetos de capital é
realizada por meio da metodologia Análise e
Gestão Integrada de Riscos (Agir), que prevê
a identificação e a análise dos riscos por meio
de workshops multidisciplinares. Esse trabalho
envolve profissionais das áreas de Engenharia,
Planejamento, Suprimentos, Orçamento,
Operação, Manutenção, Construção, Meio
Ambiente, Comunidades, Recursos Humanos,
Gestão Fundiária e Saúde e Segurança, além
de facilitadores externos.
A análise tem foco nos investimentos de
capital e no prazo dos projetos. A etapa de
controle e monitoramento é conduzida
por intermédio de workshops nos quais são
acompanhados os indicadores de eficiência
e eficácia. A reavaliação dos riscos é feita à
medida que o projeto se torna mais maduro.
Gestão de Risco de Crédito
A Vale está exposta ao risco de crédito
proveniente dos recebíveis gerados na
comercialização de nossos produtos, em
operações de derivativos com fins de hedge
e aplicações financeiras, bem como quando
é beneficiária em instrumentos de garantia.
A gestão desses riscos é realizada por meio
da estrutura de governança, formada pelo
Comitê Executivo de Gestão de Risco e pela
Diretoria Executiva, que estabelece diretrizes
para a atribuição de limites de crédito e
determina os procedimentos de controle e
avaliação da exposição a crédito.
28
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Os projetos desenvolvidos pela Vale seguem
a metodologia Front-End-Loading (FEL),
utilizada por várias empresas em todo o
mundo. Essa metodologia permite realizar um
processo estruturado de avaliação de risco em
conjunto com o desenvolvimento estruturado
das demais disciplinas de um projeto.
As questões de sustentabilidade também
são analisadas, com o objetivo de permitir
o aprimoramento contínuo dos projetos,
ainda durante o processo de concepção e
planejamento, impactando todas as etapas
dos projetos de capital.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Operações
A gestão de risco nas operações busca avaliar
e tratar as causas e os efeitos de possíveis
cenários de acidentes em nossas atividades,
permitindo que a Vale possa atingir suas metas
e objetivos de maneira sustentável e efetiva.
Para a realização do levantamento de riscos
nas operações, foi formada uma equipe
multidisciplinar, com profissionais de diferentes
departamentos corporativos, que tem a
missão de implementar a cultura da gestão
desses riscos como um processo integrado. O
objetivo é agregar as práticas existentes em
todos os níveis, respeitando as especificidades
locais, de forma a criar uma identidade única.
Em 2009, aconteceram diversas iniciativas
nesse sentido, tais como:
• Disseminação de cultura e avanço na
estrutura normativa, ampliando os requisitos
e os critérios de conformidade, fazendo com
que os riscos à vida e ao meio ambiente
sejam mantidos ou reduzidos, quando
possível, a níveis inferiores;
• Desenvolvimento e implantação de
sistemas integrados de monitoramento e
controle online de processos críticos, como
barragens e pilhas, segurança pessoal e
patrimonial, gestão ambiental, entre outros;
• Desenvolvimento e implantação de
métodos qualitativos e quantitativos
de identificação e análise dos riscos em
operações e em projetos das Américas
do Sul e Central1, visando à priorização
para tratamento e redução dos riscos e a
sua eliminação, quando possível. Isso nos
permitirá elaborar com maior objetividade
as análises de custo/benefício em planos de
mitigação, o plano de ação de emergência,
o dimensionamento das apólices de
seguros e a constituição de provisões
financeiras de autosseguro;
• Estruturação de relatórios consolidados para
os diversos níveis de gestão da empresa.
Essas e outras iniciativas contribuirão para
que a empresa conheça melhor o seu
Recursos humanos
perfil de risco e possa garantir a eficácia
dos controles existentes. Além disso, será
possível priorizar e monitorar as ações de
mitigação de riscos, bem como atender às
exigências das agências de classificação de
riscos (rating) relacionadas à avaliação do
processo de gestão de risco da empresa.
Gestão de Risco Estratégico
O processo de gestão de risco no âmbito
estratégico busca identificar eventos
que possam impedir a concretização dos
objetivos estratégicos de longo prazo da
empresa. Além da identificação dos eventos,
com a descrição de possíveis causas e
potenciais consequências, também são
analisados os controles existentes e os
planos de ação futuros que poderão ser
implementados para reduzir a probabilidade
de ocorrência desses eventos.
saúde e segurança
meio ambiente
Os casos registrados referem-se às medidas
tomadas especificamente com relação
a fraude contra a empresa. Outros casos
de desvio de conduta ética não foram
considerados. Nenhum dos casos se refere a
possíveis irregularidades ou impropriedades
nos registros contábeis da empresa ou de
seus controles internos. Além disso, nenhuma
situação de corrupção (ativa ou passiva) de
funcionários públicos ou de representantes
de governo pelos empregados foi registrada
no período.
Vale Manganês, Urucum Mineração, CPBS,
Onça Puma, Salobo, FCA, Hispanobras,
Itabrasco, Nibrasco e Kobrasco, Vale Omã,
Projeto Bayovar e Vale Moçambique já
possuem rotinas e medidas anticorrupção
padronizadas em relação às adotadas nas
unidades próprias da Vale.
Matriz de Materialidade
De acordo com a nossa matriz de
materialidade (leia mais na página 10),
definimos como prioridades três aspectos
– emprego e relações de trabalho;
minimização de impactos ambientais;
e desempenho dos negócios. A gestão
de risco dessas questões está detalhada
ao longo deste relatório nos capítulos
referentes a cada tema.
Casos de corrupção
140
86
44
Combate à corrupção
Atuamos de acordo com as melhores práticas
de mercado, prevenindo perdas e apurando
casos que indiquem o cometimento de
fraudes, desvios e atos ilícitos.
Os casos identificados e devidamente
fundamentados com fatos e dados são
tratados com rigor e proporcionalidade aos
danos incorridos ou evitados. As pessoas
comprovadamente envolvidas nessas
situações são responsabilizadas e punidas,
por meio de desligamento e interpelação
judicial. As empresas com envolvimento e
participação comprovada em atos ilícitos têm
seus contratos rescindidos, são excluídas do
cadastro Vale e multadas na proporcionalidade
do dano ou prejuízo causado.
105
58
18
9
14
24
36
23
21
2007
2008
2009
CASOS RELACIONADOS A OUTRAS MEDIDAS*
CASOS DE CONTRATOS NÃO RENOVADOS
CASOS COM DEMISSÃO OU PUNIÇÃO**
* Como outras medidas adotadas, foram realizadas
apresentações dos casos aos administradores da
empresa e aos responsáveis pelas áreas atingidas,
desdobrando-se em 168 ações de mitigação dos riscos
de fraude, notificações, glosas e multas aplicadas com
o apoio do Departamento Jurídico.
** N
úmero de empregados demitidos/punidos
relacionados a casos de corrupção: em 2007 – 113;
em 2008 – 70; e em 2009 – 83. Em 2009, as principais
causas de demissão em casos de corrupção foram
falsificação de documentos/estelionato – 65%,
seguida de fraude em contratos – 13% e conflito de
interesses/tráfico de influência – 13%.
1 Esse processo será implantado gradativamente para os riscos
mais relevantes em todas as regiões do mundo.
29
Operador Sustentável
Possuímos Canal de Denúncias (conforme
pág. 27) e o Código de Conduta Ética, que
se aplica também às nossas controladas,
na medida permitida pela a legislação
local aplicável, e estabelece medidas
administrativas que podem ser aplicadas
em caso do seu descumprimento (leia mais
sobre o Código de Conduta Ética na pág.
26). Em julho de 2009, publicamos o Código
de Conduta dos Fornecedores, definindo
os princípios e as diretrizes que regem o
bom relacionamento da Vale com seus
parceiros. O Código foi distribuído a todos os
fornecedores com atuação no Brasil. Foram
realizados eventos com a presença de mais
de mil fornecedores, com a participação
das áreas de Saúde, Segurança Ocupacional
e Empresarial, Meio Ambiente, Recursos
Humanos, Suprimentos, Projetos e Centro
de Serviços Compartilhados (CSC) a fim
de divulgar o código e reafirmar os valores
éticos que norteiam a relação da Vale com
seus parceiros. Os eventos foram realizados
nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Governador Valadares, Vitória, São Luis,
Parauapebas e Ourilândia do Norte.
Em 2010, pretendemos realizar uma
campanha internacional de reforço dos
valores constantes do código, reafirmando
o seu conteúdo com foco na valorização da
ética em nossas relações comerciais.
com representação significativa no custeio
e volume de investimentos da empresa.
Em 2009, aproximadamente 18%
dos gestores receberam treinamento
anticorrupção.
Como previsto em nosso relatório de
2008, em 2009 avançamos no modelo de
análises de riscos e implantação das rotinas
de prevenção de perdas, com avaliação de
contratos dos projetos Onça Puma, Salobo
e Moatize e das obras na usina e ampliação
da pera ferroviária de Carajás.
No mundo, mais de 1.400 empregados
receberam o treinamento anticorrupção,
com destaque para o Brasil, onde o foco
se deu na prevenção e combate à fraude,
nos processos de segurança e nas análises
de riscos, ressaltando que a Vale considera
intolerável e não admite desvios e atos ilícitos.
As principais áreas operacionais que foram
instruídas se encontram nos negócios de
Ferrosos, Logística (Porto e Ferrovia), além de
Projetos de Capital e áreas corporativas (RH,
CSC e Suprimentos estratégicos).
Em relação à avaliação de riscos de
corrupção, empregamos uma metodologia
baseada na análise de registros históricos
de situações recorrentes, relacionadas a
fraudes e atos ilícitos, com destaque para
a cadeia de suprimentos e a execução de
contratos. A partir dessa análise, planejamos
trabalhos de prevenção a esse tipo de perda
contemplando nossas operações e projetos
em unidades próprias, no Brasil e no exterior,
Ainda em 2009, as áreas de Segurança
Empresarial e Projetos de Capital elaboraram
um Guia de Prevenção de Perdas em Projetos,
de modo a orientar os líderes de projetos
na adoção de medidas preventivas,
visando à identificação e à redução de
possíveis perdas provenientes de fraudes na
implantação dos projetos.
Esse guia define os processos e os
procedimentos para implementar,
monitorar e avaliar as práticas de
prevenção, com abrangência inicial em:
Contratação, Gestão de Contratos e
Gestão de Materiais – sob as dimensões de
Processos, Pessoas e Sistemas.
Nosso objetivo em 2010 é implantar esse
guia nos projetos internacionais.
Almoxarifado / Gestão de Materiais
Processos
Gestão de Contratos / Medição de Serviços
Pessoas
30
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Sistemas
Suprimentos / Contratações
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
Conformidade Legal
Trabalhista
Em 2009, a Vale registrou a existência de
262 processos, sendo 111 judiciais e 151
administrativos relevantes1. Nesse período,
não foi realizado nenhum pagamento de
multa, nem aplicada nenhuma sanção de
caráter não monetário2.
Em 2009, foi dada continuidade à discussão
sobre a cobrança do depósito de Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por meio
de uma nota de débito. Essa cobrança motivou
a imposição de duas autuações administrativas
à Vale. A empresa também enfrenta um
processo judicial, sem valor econômico
definido, envolvendo a mina de subsolo de
exploração de potássio em Sergipe.
Civil
Tramitam na justiça 69 processos envolvendo
a Vale, sem valor econômico definido, que
contestam a legalidade da sua privatização,
ocorrida em 1997, todos ainda pendentes de
decisão judicial final. Não acreditamos que
essas ações afetem o resultado do processo
de privatização ou produzam algum efeito
negativo para a empresa.
Regulatório
Em 2009, foi dada continuidade ao processo
sem valor econômico definido que discute
a anulação da autorização pela qual a Vale e
outras empresas operam o terminal portuário
de Praia Mole, no estado do Espírito Santo,
Brasil. Obtivemos decisão judicial julgando o
caso em favor da Vale. A decisão final ainda
depende de confirmação pelas instâncias
judiciais superiores.
Tributário
A Vale discute, por meio de uma ação judicial
e três processos administrativos, a incidência
sobre lucros auferidos por coligadas e
controladas no exterior do Imposto de Renda
da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido. A empresa também contesta
exigências indevidas de CFEM (Compensação
Financeira pela Exploração Mineral) em 144
processos administrativos e 38 ações judiciais.
saúde e segurança
meio ambiente
Publicamos, em julho
de 2009, nosso Código
de Conduta dos
Fornecedores
Na Austrália, a unidade de negócio de
carvão Broadlea está envolvida em uma
ação judicial, impetrada pelo Departamento
de Minas e Energia de Queensland
(atualmente Departamento de Emprego,
Desenvolvimento Econômico e Inovação),
em relação a acidente de trabalho com
empregado. Nesse caso, a decisão sobre
possível sanção monetária ainda está
pendente. A ação judicial do caso da
unidade de negócio de carvão Integra Coal
relatada no relatório de 2008, iniciada pelo
Departamento de Indústrias Primárias de
New South Wales, foi encerrada.
Concorrência desleal
Em dois processos administrativos, pendentes
de decisão, alega-se a existência de conduta
anticompetitiva em relação aos negócios
de logística. Um desses processos envolve
a Companhia Portuária da Baía de Sepetiba
(CPBS), subsidiária da Vale, contra a qual se
alega negativa de embarque de minério
de ferro de terceiros. O outro processo
envolve as concessões ferroviárias detidas
diretamente pela Vale (Estrada de Ferro Vitória
a Minas e Estrada de Ferro Carajás) e pela
sua controlada FCA, contra as quais se alega
aumento abusivo de preços cobrados de
usuários. Entendemos não haver procedência
nas alegações em ambos os casos.
1 Os processos são considerados relevantes com base nos
seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de
indenizações e aplicação de multas; b) em razão de tema de
interesse da empresa ou de repercussão no público em geral,
independentemente de valor; c) os decorrentes de sanções
não monetárias.
2 Neste relatório, a Vale continua expressando os casos existentes e que se encaixam no critério de relevância. Entretanto,
passamos a divulgar apenas os valores que apresentam uma
quantia certa reconhecida como devida pela empresa ou já
paga, para melhor atender ao escopo do indicador SO8 da GRI e para evitar eventuais distorções com relação à realidade dos
processos administrativos e judiciais que, por estarem ainda
pendentes de decisão final, normalmente não apresentam
definição ou precisão quanto aos valores monetários em
discussão. De qualquer forma, encontra-se disponível no
Relatório Form 20-F da Vale uma estimativa de provisão de
valores, conforme critérios contábeis.
31
Operador Sustentável
Recursos Humanos
Mudar sem
perder a essência
Preservar nossa força de trabalho em
meio à crise financeira internacional
foi o maior desafio de 2009.
Implementamos várias ações para
manter nosso maior capital: as pessoas
Cientes do papel que o capital humano
representa para a Vale, apostamos na
valorização das pessoas. Investimos na
qualificação dos nossos funcionários, que,
em alguns casos, recebem treinamentos
por mais de três anos para desempenhar
suas funções em áreas operacionais.
Palavras como recolocação e requalificação
passaram a fazer parte do nosso cotidiano.
Manter nosso quadro de profissionais,
principalmente das áreas técnica e
operacional, foi o maior desafio da empresa
em 2009. Tínhamos a consciência de que,
quando retomássemos a produção, esse
capital humano seria fundamental.
Na virada de 2009 para 2010, voltamos
a registrar um volume de produção no
patamar pré-crise. Para 2010, portanto, já
estamos nos preparando para aumentar
nossos recursos humanos, mantendo a visão
de longo prazo e buscando alcançar índices
de produtividade almejados pela Vale.
32
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
O início de 2009 apresentou um cenário
desafiador. Para lidar com a crise
econômica global, demos continuidade à
estratégia de rever projetos e processos
de produção. Ao longo do ano, adotamos
uma série de ações para assegurar a saúde
financeira de nossos negócios no curto
e no longo prazos. Em determinados
períodos, isso envolveu a reestruturação
da nossa empresa e da força de trabalho.
Empregabilidade
Após passarmos por uma forte redução
de demanda, empreendemos esforços no
sentido de manter nosso maior patrimônio
de conhecimento e capacidade produtiva,
que são os nossos empregados. A fim de
nos posicionarmos com êxito no momento
da crise econômica, implementamos
maneiras criativas para reduzir os custos
que permitiram reter a nossa mão de obra.
Buscamos garantir o nosso sucesso de longo
prazo, que depende de uma força de trabalho
altamente qualificada. Reexaminamos
e suspendemos alguns contratos com
prestadores de serviços, reduzindo o número
de contratados e designando as respectivas
tarefas aos nossos empregados próprios,
e provemos incentivos financeiros para
incentivar a aposentadoria.
No Brasil, também conseguimos negociar
algumas ações para responder à crise
econômica com os sindicatos locais. Essas
medidas incluíram a licença remunerada,
a suspensão de contratos de trabalho
para requalificação profissional e a
complementação do seguro-desemprego.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Temos funcionários que recebem
treinamentos por mais de três anos para
atuar em áreas operacionais.
Essa experiência mostrou a importância de
a Vale ter iniciado a revisão das atividades
operacionais em 2008. Essa revisão nos
permitiu identificar as oportunidades de
otimização nas nossas operações, que nos
possibilitaram responder à crise econômica
sem perder o nosso ativo mais importante. Em 2009, o total de empregados próprios
(com contrato de trabalho por prazo
indeterminado) e de terceiros (prestadores
de serviço em atividades permanentes e
em projetos) foi de 140,6 mil, dos quais 78%
com atuação no Brasil. Contamos, ainda,
com aproximadamente 1.565 empregados
próprios com contrato por prazo
determinado (número estável em relação
a 2008), dos quais 31% são aprendizes
operacionais no Brasil.
Reduzimos 3,5% da nossa força de trabalho
de 2008 para 2009, que correspondem, em
números absolutos, a 5,1 mil empregados,
como mostra o gráfico ao lado. A redução
foi praticamente a mesma na distribuição
entre os empregados próprios e os
contratados (terceiros).
Nossos terceiros, em geral, trabalham nas
obras de reforma, de expansão, de novos
empreendimentos, nos contratos de
manutenção, limpeza e segurança patrimonial,
entre outros tipos de prestação de serviços.
Quadro de profissionais
(em milhares) 146,8
2007
145,7
90,4
83,2
56,4
62,5
2008
140,6
80,6
60,0
2009
Terceiros
Empregados próprios
Gráfico não considera coligadas. Vale Australia
incluída a partir de 2008. Em 2007, se considerados
os dados da Vale Australia, o número de empregados
chega a 147,9 mil, e o de próprios, a 57 mil.
33
Operador Sustentável
Empregados próprios e terceiros por país (2009)
1% 5%
3%
3%
4%
Empregados próprios e terceiros
por estado brasileiro (2009)
4%
4%
10%
6%
37%
11%
78%
Brasil
Canadá
Indonésia
Nova Caledônia
Moçambique
Austrália
Outros
34%
Pará
Minas Gerais
Espírito Santo
maranhÃO
Rio de janeiro
Outros Estados
Perfil dos nossos empregados próprios
Empregados por gênero
10%
Empregados por faixa etária
Empregados por categoria funcional
10%
13,1%
30%
90%
homens
mulheres
34
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
60%
Abaixo de 30 anos
Entre 30 e 50 anos
acima de 50 anos
79,1%
0,2%
2,1%
0,6%
5,0%
Especialistas
Diretores
Gerentes de Área e coordenadores
gerentes gerais
supervisores
Técnicos operacionais
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
DIVERSIDADE
Para a Vale, o respeito à diversidade é um valor
fundamental, expresso em nosso Código de
Conduta Ética. Consideramos intolerável a
discriminação em função de etnia, origem,
sexo, orientação sexual, crença religiosa, além
de condição de sindicalização, convicção
política e ideológica, classe social, pessoas
com deficiência, estado civil ou idade.
Promovemos um ambiente de trabalho
propício ao diálogo, em que todos os
empregados são incentivados a compartilhar
com seus colegas e superiores preocupações
de quaisquer naturezas, inclusive sobre
questões de discriminação e assédio. Além do
nosso Código de Conduta Ética e da Política
de Direitos Humanos, divulgada em 2009,
a Vale possui também um canal formal de
denúncia por meio do qual eventuais casos de
discriminação podem ser relatados. Em 2009,
tivemos três casos de assédio moral, cujas
denúncias foram recebidas diretamente pela
área de Recursos Humanos, sendo tomadas
as providências cabíveis. Em um dos casos,
após a confirmação, o executivo envolvido foi
desligado da empresa. Temos, ainda, um caso
sendo investigado na Vale Australia, reportado
pelo empregado ao seu supervisor, e estamos
acompanhando sua resolução.
Em 2009, as mulheres continuam
representando 10% de nossa força de
trabalho, característica comum de nosso
setor de atuação. Desse contingente, a maior
proporção delas (53%) ocupava cargos
técnicos (operacionais e administrativos).
Nessa categoria, o percentual de mulheres
manteve-se estável de 2008 para 2009. No
grupo de especialistas (analistas, engenheiras,
geólogas etc.), que representam 39% da força
de trabalho feminina, houve um aumento de
29% para 31%, conforme demonstrado no
gráfico ao lado. Nos cargos de supervisão e
gerenciais (gerentes e coordenadores, que
representavam, respectivamente, 4% cada
um), a participação das mulheres apresentou
uma pequena queda. Para mais detalhes,
confira a seção de rotatividade.
Os altos órgãos de governança da
empresa – Diretoria Executiva, Conselho
de Administração e Conselho Fiscal1 –
Recursos humanos
são compostos por 33 pessoas, sendo
31 homens e duas mulheres. De seus
membros, 13 estão na faixa entre 30 e 50
anos, e 20 têm idade acima de 50 anos.
De acordo com a nossa Política de
Remuneração e com o nosso Código de
Conduta Ética, não há diferenciação do
salário-base entre mulheres e homens que
ocupam as mesmas funções. O gráfico a
seguir evidencia essa prática, verificada ao
longo dos anos.
saúde e segurança
meio ambiente
Faixa etária por categoria funcional (2009)
Abaixo de
30 anos
Entre 30 e
50 anos
Acima de
50 anos
Diretores
0%
60%
40%
Gerentes gerais
Gerentes
de área e
coordenadores
Supervisores
0%
74%
26%
3%
77%
20%
9%
77%
14%
Especialistas
Técnicos
operacionais
21%
65%
13%
34%
58%
8%
Cerca de 60% dos empregados da Vale têm
idade entre 30 e 50 anos. Em cargos de
liderança (supervisores, gerentes de área,
coordenadores, gerentes gerais e diretores),
esse número sobe para 76%.
Proporção de mulheres por categoria funcional
%
2007 2008
2009
12%
33%
10%
11%
15% 14%
29% 31%
18% 18% 17%
9% 8%
5%
7% 7% 7%
4%
Diretores
Gerentes
gerais
Gerentes
Supervisores
de área e
coordenadores
Especialistas
Técnicos
operacionais
Inclui os dados da Vale Inco e da Vale Australia a partir de 2008. Empregados próprios deste indicador (LA13)
correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.
Proporção de salário-base de mulheres em relação a homens por
categoria funcional
2007 2008
2009
1,08
1,01 1,02
Diretores
1,01 0,98
0,94
Gerentes
gerais
0,94
0,95 0,96 0,96
0,98 0,96 0,96
Gerentes
Supervisores
de área e
coordenadores
Especialistas
Técnicos
operacionais
0,95 0,99 0,99
0,95
0,99
Empregados próprios deste indicador (LA14) correspondem a 75% (2007), 98% (2008) e 97% (2009) do total
de empregados reportados (LA1).
1 Posição em 2009.
35
Operador Sustentável
O Programa de Inclusão de Pessoas com
Deficiência reforça o compromisso da Vale
com o respeito à diversidade. Coordenado
pela Valer – Educação Vale e pelas áreas
regionais de Recursos Humanos, o programa
existe desde 2004. Enfrentando o desafio de
incluir pessoas com deficiência em nossas
áreas, a Vale contratou 282 pessoas com
deficiência de diversos níveis de escolaridade,
no período de 2008/2009, nos estados do Rio
de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Espírito Santo,
Maranhão e Sergipe, no Brasil. Com esse
número de contratações cumprimos o Termo
de Ajustamento de Conduta (TAC) com o
Ministério Público. Além da oportunidade
de acesso ao mercado de trabalho, os
profissionais tiveram como atrativo uma
formação profissional teórica e prática
inteiramente financiada pela Vale.
Nosso Programa de Inclusão também
contempla a realização de várias medidas
de acessibilidade para garantir o exercício
pleno de direitos por parte dos nossos
empregados com deficiência. Desse modo,
fizemos várias alterações arquitetônicas
nas nossas unidades operacionais, como
banheiros adaptados, construção de rampas,
alargamento de portas, entre outras medidas.
Realizamos ainda treinamentos para os
setores de recrutamento e seleção e fizemos
a sensibilização dos gestores. A partir de 2010,
a fim de cumprir a Lei nº 8.213 (25/07/1991),
que prevê a reserva de vagas para pessoas
com deficiência, temos a meta de contratar
anualmente 140 profissionais com deficiência
e dar continuidade ao plano de adaptação de
nossas instalações.
qualificados para os próximos cinco anos
nas diferentes regiões em que atuamos.
Esse plano engloba os cargos-chave, tais
como engenheiros, geólogos, técnicos e
operacionais, projetos de capital e localidade.
Além de capacitarmos nossos empregados
para as operações atuais, também os
treinamos para os projetos futuros e para o
encerramento das operações, preparando sua
recolocação e transferência.
Remuneração e desempenho
Práticas globalizadas
Com a globalização das práticas de
remuneração, desempenho, carreira
e sucessão em 2008, no ano seguinte
priorizamos a melhoria dos processos, a
informatização das operações existentes e
a implementação desses avanços nas novas
operações da empresa, incluindo novos
projetos de capital.
No ano de 2009, demos continuidade ao
planejamento estratégico para a área de
Recursos Humanos, o que viabilizará a
antecipação das demandas por profissionais
Além de seguir a prática – já adotada
nos últimos anos – de realizar pesquisas
comparativas de remuneração, elaboramos
e implementamos em 2009 um plano de
carreira para as áreas dedicadas aos projetos
de capital, com pacotes de remuneração
diferenciados e alinhados à estratégia da
empresa para esse segmento.
Oferecemos a todos os nossos empregados
próprios salário igual ou superior ao
mínimo legal praticado em cada localidade.
Fortalecendo a cultura de busca constante
por resultados, o pacote de remuneração
de cada empregado, em 2009, contemplava
o pagamento de remuneração variável2,
calculada de acordo com os resultados
atingidos pelo desempenho da empresa, do
departamento, individual ou da equipe.
Nas unidades próprias da Vale, a avaliação de
desempenho é baseada nas metas anuais
alinhadas à estratégia da empresa. Essas
avaliações são realizadas por meio de um
processo interativo entre os empregados e
seus gestores, além de contar com sistemas
informatizados, nos quais os resultados são
registrados. As metas também servem de
base para o Programa de Remuneração
Variável, que premia o empregado por seu
cumprimento ou superação.
Para o ciclo de desempenho de curto prazo
(anual), as metas são definidas com base
nos principais objetivos estratégicos e no
orçamento anual estabelecidos, medindo
os desempenhos econômico-financeiro,
técnico-operacional e de sustentabilidade
(gestão, saúde e segurança e meio ambiente).
Refeição no trabalho e/ou auxílio- alimentação são alguns
dos benefícios oferecidos aos nossos funcionários.
36
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
2 Para o negócio de níquel, inclui apenas empregados não
sindicalizados e aqueles representados por um dos sindicatos
em Sudbury. Outros empregados sindicalizados recebem
outras formas de remuneração variável.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Para 2010, visando à intensificação do
processo de melhoria contínua de nossa
gestão em sustentabilidade, aumentaremos
o número de indicadores relacionados
à avaliação do nosso desempenho de
sustentabilidade com a inclusão de
metas associadas ao Plano de Ação de
Sustentabilidade (PAS) em unidades
operacionais e corporativas selecionadas.
Ao longo de 2009, padronizamos o processo
de gestão de desempenho e demos início à
implementação do sistema global de registro
e acompanhamento, que estará disponível
em 2010. Nosso objetivo é aprofundar a
aplicação de uma avaliação justa, focada em
resultado e competência.
Em 2009, aproximadamente 84,5% dos
empregados da Vale tiveram o desempenho
avaliado. A redução em relação a 2008, que
foi de 88%, foi decorrente de um menor
percentual de avaliação em algumas
controladas. Na Valesul, por exemplo, esse
processo não foi realizado, porque a Vale
entrou em acordo para a venda dos ativos
da empresa no início de 2010, quando o
processo de avaliação ocorre. Já na Albras
e na Alunorte, o registro de avaliações de
desempenho realizadas baseia-se no processo
de carreira e sucessão, cujo público-alvo se
concentra em cargos gerenciais.
Percentual de empregados
com desempenho avaliado
90%
2007
88%
2008
85%
2009
Empregados próprios deste indicador (LA12)
correspondem a 95% (2009) do total de empregados
reportados (LA1). Projetos não incluídos.
Recursos humanos
Por causa de limitações do sistema de
registro na Vale Australia, embora a avaliação
de desempenho também seja uma prática
adotada, foram consideradas apenas 26%
das avaliações. O plano para 2010 é que,
com a implantação de um sistema global, o
percentual seja ampliado.
Em 2009, o percentual de empregados
avaliados nas unidades da Vale Inco, no
Canadá, onde a maior parte dos profissionais
filiados a sindicatos não recebe avaliação de
desempenho, foi de 37%, mesmo patamar de
resultado apresentado em anos anteriores.
Benefícios concedidos
Com o crescimento da Vale, o mapeamento
de benefícios tornou-se uma necessidade
imediata para o alinhamento das práticas
adotadas globalmente pela empresa.
Realizamos algumas ações para avaliar
os benefícios oferecidos em nossas
operações no mundo, incluindo a aquisição
de software de gestão para atualização
online das práticas globais. A partir desse
levantamento, desenvolveremos medidas para
o aprimoramento das práticas adotadas pela
Vale, levando em consideração as iniciativas
atuais e a disponibilidade dos mercados locais.
Entre os benefícios oferecidos para a maioria
dos nossos empregados, estão previdência
privada, plano de saúde e seguro de vida
e de acidentes.
Como resultado do processo de globalização
dos benefícios oferecidos pela Vale,
implementamos um fundo de pensão
offshore. Esse fundo tem como público-alvo
empregados estrangeiros admitidos em países
onde não seja viável sua participação em plano
de pensão local e seja possível sua inclusão
no plano global. Para ser efetivo, um plano
global de pensão precisa oferecer um número
de benefícios suficiente que permita um
bom acompanhamento do desempenho dos
investimentos e uma ampla escolha de fundos,
além de uma administração simples e eficiente.
Já os benefícios relacionados a auxílio-transporte, formação educacional, Plano de
Assistência ao Empregado (PAE), refeição no
saúde e segurança
meio ambiente
Ampliamos a ação
do Programa de
Assistência ao
Empregado entre
nossas empresas
trabalho e/ou auxílio-alimentação e seguro
de acidentes pessoais são oferecidos para
parte significativa dos nossos empregados
(em média, 89% de nossos empregados
próprios). Em 2009, consolidamos o PAE,
ampliando sua ação entre nossas empresas.
O Programa oferece apoio psicossocial aos
empregados e a seus dependentes.
Na Vale, em geral, não há diferenças entre
os benefícios concedidos aos empregados
de período integral e de meio período
ou temporários. As principais exceções
encontram-se em algumas unidades da Vale
Inco e se referem a cobertura de seguro
de vida, cobertura para incapacidade,
previdência privada e plano de saúde.
Para ajudar os empregados a lidar com
seus recursos financeiros, bem como apoiá-los na vida pessoal, foi desenvolvido no
Brasil o curso online Orçamento Familiar e
Planejamento Financeiro. O objetivo é simular
o comportamento financeiro do participante
e estimular o autoconhecimento. A partir
dessa análise, o empregado é orientado a
refletir sobre seus sonhos e traçar metas
específicas de curto, médio e longo prazos.
Da leitura do contracheque ao pagamento
do cartão de crédito ou financiamento de um
automóvel, várias etapas do planejamento
financeiro são abordadas, com exemplos
práticos e linguagem didática.
Além dessa iniciativa, demos continuidade
ao Programa de Suporte a Incidente Crítico,
entendido como situação que leve a fortes
reações emocionais e/ou psicológicas,
para as unidades próprias da Vale no
Brasil. Mantivemos também o Programa
de Planejamento de Aposentarias (PPA),
realizado pela Valer – Educação Vale em
parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequena Empresas (Sebrae).
37
Operador Sustentável
Previdência complementar
A Vale tem como uma de suas diretrizes
globais de benefícios o acesso de seus
empregados a um plano de previdência que
garanta sua subsistência ao se aposentar. A
Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade
Social (Valia) é a responsável pela gestão dos
planos de previdência complementar da Vale
no Brasil. Entidade fechada sem fins lucrativos,
com autonomia administrativa e financeira,
a Valia atende as seguintes empresas, que
fazem parte do escopo deste relatório:
Vale, Urucum Mineração, Vale Manganês,
Fundos detidos e mantidos separadamente dos recursos da empresa
Planos oferecidos pela Valia no Brasil (2009)
Tipo de plano
Participantes (mil)(1)
Grau de cobertura
Misto
53,6
Superior a 100%(6)
Benefício Definido
Benefício definido
17,1
Abono Complementação(4)
Benefício definido
2,0
Plano
Plano Vale Mais, ValiaPrev e FCA(2)
(3)
Total
70,7
62% com aportes
mensais
(5)
(1) Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).
(2) Os empregados contribuem, em média, com 4% do salário-base (31% do custeio dos planos), para o custeio da aposentadoria programada.
Para os participantes que migraram do plano de benefício definido para o Plano Vale Mais, o benefício foi aumentado, em 2008, em 35%, não
sendo necessário o aumento de contribuições por parte do participante.
(3) O plano de benefício definido está fechado para novas adesões desde 30 de abril de 2000, quando foi implantado o Plano Vale Mais.
(4) Participam desse plano aposentados do Plano de Benefício Definido que se desligaram da empresa em função de plano de incentivo à
aposentadoria. Esse plano está fechado para novas adesões. Sobre o grau de cobertura, a patrocinadora (Vale) faz aportes mensais no fundo
desde dezembro de 2001, com o objetivo de atingir a cobertura do passivo de 100% em novembro de 2014. O valor das parcelas mensais é
reajustado quando necessário, e seu valor era de US$ 5,9 milhões, em janeiro de 2010.
(5) Não estão incluídos os participantes do Abono Complementação porque já constam no Plano de Benefício Definido.
(6) Esse grau de cobertura se refere à parcela de benefício definido dos planos mistos e do plano de benefício definido.
Fundos detidos e mantidos separadamente dos recursos da empresa
Planos oferecidos fora do Brasil (2009)(1)
Operação
Tipo de Plano
Participantes
(mil)(2)
Percentual do
passivo coberto
pelo ativo
Newfoundland
& Labrador
Contribuição definida
0,3
N/A
Canadá(3)
Ontário e Manitoba
Benefício definido
21,5
Entre 86% e 90%
Canadá
Ontário e Manitoba
Contribuição definida
1,5
N/A
PT Inco
Benefício definido
2,7
Superior a 100%
Refinarias de
Clydach e Acton
Benefício definido
1,6
83%
Inmetco e Novamet
Benefício definido
0,5
68%
Contribuição definida
0,08
N/A
Austrália
Vale Manganese
Norway
Broadlea, Carborough
Downs e Integra Coal
Contribuição definida
0,7
N/A
Total
28,9
País
Canadá
(3)
Indonésia
Reino Unido
EUA
(4)
Noruega
(1) Para esses planos, de forma geral, os empregados não participam do custeio dos planos.
(2) Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).
(3) O grau de cobertura refere-se aos dados da avaliação contábil de 31 de dezembro de 2009.
(4) A operação da Inmetco foi vendida em dezembro de 2009. As informações de pensão para essa operação foram incluídas na tabela, uma
vez que a Vale Inco Limited possui a responsabilidade pelos benefícios de pensão dos empregados e pensionistas da Inmetco em 31 de
dezembro de 2009.
38
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
FCA, CPBS, PPSA, Cadam e Valesul3. Para
mais informações, visite www.valia.com.br
(disponíveis em português).
A maioria dos participantes da Valia está
associada a planos mistos de contribuição
definida4 com um componente de benefício
definido específico para cobertura de pensão
por morte e aposentadoria por invalidez.
No caso de benefício definido, o valor é
previamente estabelecido, com atualização
atuarial, de forma a assegurar sua concessão.
Já no caso de contribuição definida, o valor
é permanentemente ajustado, de acordo
com os recursos mantidos em favor do
participante5.
O componente de contribuição definida dos
planos mistos visa garantir que o plano tenha
sustentabilidade financeira no longo prazo.
Já o componente de benefício definido tem
como objetivo evitar queda significativa na
remuneração, em caso de aposentadoria por
invalidez e pensão por morte.
As empresas Albras e Alunorte estão em
processo de transição de planos de entidade
aberta de contribuição definida para planos
administrados pela Valia.
A Vale Manganèse France não oferece
plano de aposentaria complementar nos
moldes da Vale no Brasil. Na França, existe
uma complementação de aposentadoria
obrigatória, baseada num regime por
repartição no qual os empregados ativos
financiam a aposentadoria complementar
dos aposentados.
No Canadá, a Vale deu início ao processo de
migração do plano de pensão de benefício
definido para contribuição definida6. A
Vale Inco manterá o plano de benefício
definido para os atuais assistidos e para
os empregados ativos que optarem por
permanecer nesse plano. Em janeiro de 2009,
3 Outras empresas que não fazem parte do escopo deste
relatório também são cobertas pela Valia.
4 Essa nomenclatura segue a legislação brasileira.
5 Resultado líquido da aplicação, valores aportados pelo
participante e os benefícios pagos pelo plano.
6 A Vale Inco Newfoundland & Labrador Limited, subsidiária
da Vale Inco, já oferecia plano de contribuição definida.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
o plano de benefício definido dos empregados
não sindicalizados do Canadá foi fechado para
novos integrantes. No entanto, a opção de
benefício definido extinguiu-se em julho de
2009 para os novos empregados, que passaram
a adotar o plano de contribuição definida,
visando à sustentabilidade do plano para as
novas gerações.
empregados próprios e de algumas empresas
da Vale, independentemente de serem ou
não filiados a entidades sindicais profissionais.
A Vale Inco oferece diferentes planos de
pensão aos empregados. A maioria dos
benefícios de pensão é fornecida por meio
de planos de pensão registrados conforme a
legislação, e também há alguns benefícios de
pensão adicionais fornecidos por planos não
registrados. Para esta última modalidade, as
obrigações são atendidas diretamente pelos
recursos gerais da empresa7. Em 2009, o valor
dessas obrigações foi de aproximadamente
US$ 92 milhões. Na Vale Australia, 72% dos empregados
estão cobertos por acordos coletivos. Por
causa de mudanças na legislação local, os
acordos individuais existentes estão sendo
substituídos por coletivos.
Acordos coletivos
Em 2009, o percentual de empregados
abrangidos por acordos coletivos de trabalho
foi de 95% (mais detalhes no gráfico abaixo),
o que respeita e, em alguns casos, supera as
exigências legais.
No Brasil, adotamos, desde 2007, acordo
coletivo de dois anos, que abrange os
7 Nesses casos, o empregado não participa
do custeio dos fundos.
Nas operações internacionais, como Canadá,
Austrália, Peru e Noruega, o sindicato
representa apenas aqueles empregados que
optam por se sindicalizar.
Em 2009, na Vale Inco, 81% dos empregados
foram abrangidos por negociações coletivas
(em 2008, o percentual foi de 78% e, em
2007, de 73%).
Esses funcionários compõem dez unidades
operacionais representadas por sindicatos.
Em julho de 2009, três dessas unidades,
Sudbury, Port Colborne e Newfoundland
& Labrador, entraram em greve com base
em três questões-chave propostas pela Vale
Inco: conversão do plano de pensão da Vale
Inco da modalidade de benefício definido
para contribuição definida para os novos
empregados; alinhamento da estrutura de
saúde e segurança
meio ambiente
bônus com o sistema usado na Vale no Brasil;
e mudanças para melhorar a produtividade.
Esforços substanciais foram feitos para
chegarmos a um consenso, mas até o
momento da publicação deste relatório os
impasses permaneciam. Estamos buscando
uma solução alinhada às práticas de mercado,
às necessidades dos empregados e à
sustentabilidade do negócio.
Conforme previsto em nosso Código
de Conduta Ética, a discriminação em
função de sindicalização é considerada
intolerável. O diálogo com representantes
legítimos dos nossos empregados, sejam
sindicatos ou outros tipos de associações, é
a base norteadora das nossas negociações
trabalhistas. Em função dessa postura,
não temos registro de nenhuma autuação
ou advertência lavrada pelos órgãos de
fiscalização por alguma ocorrência relativa
à liberdade de associação e de negociação
coletiva. Embora tenhamos uma postura de
diálogo, a notificação prévia de mudanças
significativas8 não é uma prática padronizada
e não está prevista em acordos coletivos.
8 Segundo a Global Reporting Initiative, mudanças
significativas correspondem a alterações no padrão de
produção, como, por exemplo, reestruturação, encerramento
de atividades, aquisições ou fusões.
Investimos na qualificação contínua de
nossos funcionários e também na mão de
obra da cadeia produtiva de mineração.
Empregados abrangidos
por acordos coletivos
%
94%
94%
95%
2007
2008
2009
Empregados próprios deste indicador (LA4)
correspondem a 97% (2009) do total de
empregados reportados (LA1).
39
Operador Sustentável
Rotatividade
Rotatividade por gênero
Turnover geral
Turnover homens
Turnover mulheres
2008
8,0%
7,6%
11,7%
2009
10,6%
10,3%
13,0%
Rotatividade por faixa etária
Abaixo de 30 anos
Entre 30 e 50 anos
Acima de 50 anos
2008
7,0%
6,7%
19,0%
2009
8,0%
7,8%
37,0%
Rotatividade por região
País
Brasil
Canadá
Indonésia
Austrália
China
Outras
2008
2009
8,0%
5,0%
7,0%
18,0%
32,0%
7,0%
9,2%
19,7%
9,1%
13,4%
16,7%
16,5%
Empregados próprios deste indicador (LA2) correspondem a 95% (2009)
do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.
Em 2009, a taxa de turnover1 global da Vale
(incluindo aposentadorias e desligamentos)
foi de 10,6%. Esse resultado está de acordo
com as taxas encontradas em outras
empresas do ramo de mineração. Realizamos
o monitoramento trimestral, que considera
indicadores como rotatividade, retenção e
aproveitamento de recursos internos.
O maior índice de rotatividade foi observado
na faixa etária acima de 50 anos, que atingiu
37%, em razão da implantação do Programa
de Incentivo à Aposentadoria. A taxa entre
as mulheres (13%) foi superior à dos homens
(10%), e elas representaram 12% do total de
empregados desligados e 10% do efetivo total.
Já na China, o índice de 16,7% reflete as
características do mercado local e mudanças
operacionais.
A taxa observada no Canadá (19,7%) foi
atribuída a alguns fatores, incluindo o grande
número de aposentadorias (representando
aproximadamente 58% dos desligamentos),
desligamentos voluntários (12% do total) e
redução do número de empregados (25% dos
desligamentos). Aos empregados impactados
foram oferecidos benefícios e suporte para
transição de carreira.
Nossa maior riqueza: as pessoas Turnover por gênero
12%
88%
homens
mulheres
Desde 2003, a área de desenvolvimento de
pessoas, a Valer – Educação Vale, em conjunto
com as áreas regionais de Recursos Humanos,
é responsável pela qualificação contínua dos
nossos empregados e pelo fomento de mão
de obra para a cadeia produtiva de mineração.
São oferecidas ações de desenvolvimento
pessoal e profissional dentro e fora da Vale,
nos segmentos de educação básica, formação
técnica, desenvolvimento gerencial, cidadania
corporativa e cultura e arte.
Em 2009, lançamos internamente o
documento Diretrizes Educacionais Valer,
que consolida as atuais práticas de educação
da área e explicita o posicionamento
sobre educação para a sustentabilidade.
Além disso, somente no Brasil investimos
aproximadamente US$ 34,5 milhões em
treinamento e desenvolvimento.
1 Taxa de turnover corresponde à soma de empregados que deixaram a organização voluntariamente, que se desligaram e que se
aposentaram, dividida pelo número de empregados próprios.
40
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Além de todas as unidades existentes no
Brasil, a Valer atua internacionalmente
visando apoiar a empresa em suas operações
e na implantação de novos projetos. A
expansão da Valer tem se dado por meio da
criação de unidades físicas no exterior e da
implementação de programas de fomento de
mão de obra, como o Programa de Formação
Profissional, já iniciado em Moçambique e
Omã. Podemos destacar ainda a realização de
programas de educação continuada para o
público gerencial, como os Ritos de Passagem
realizados na China, na Argentina, em Omã e
em Moçambique.
Para o público externo, como terceiros,
fornecedores e comunidades, demos
continuidade à estratégia de fomentar o
desenvolvimento de mão de obra qualificada
para a cadeia produtiva de mineração, por
meio da oferta de sete programas de atração
e desenvolvimento, que alcançaram mais de
3.200 pessoas no Brasil e no exterior.
Educação interna O ambiente global de negócios, de elevada
competição, exige que as empresas e
seus profissionais aprendam mais rápido,
acompanhando a velocidade da geração de
conhecimentos. Diante disso, a educação
corporativa ganha caráter estratégico, uma
vez que se apresenta como uma alavanca
para o aprendizado e o desenvolvimento dos
recursos humanos qualificados.
Com esse objetivo, nossas ações de educação
interna oferecem contínuas oportunidades
de aprendizado aos empregados da Vale,
segmentados em três públicos: técnicos
operacionais, técnicos especialistas e líderes.
Cada um possui um currículo de formação
Vale, com ações educacionais estruturadas,
denominadas Trilhas Técnicas, Mapas de
Desenvolvimento e Trilha de Gestão e
Liderança, respectivamente, de acordo com
as demandas das áreas de negócio.
A melhoria contínua dos processos e
evolução da empresa está estritamente
relacionada à formação técnica dos nossos
empregados, reconhecidos no mercado por
seu alto grau de qualificação. Em parceria
com as áreas de negócio, são mapeadas
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Brasil
Governança corporativa
CASE
Desempenho dos Negócios
as ações de capacitação técnica prioritárias
para o alcance das metas empresariais. A Valer
estrutura ações customizadas e firma parcerias
com instituições de ensino de
todo o mundo.
O Programa Global de Exploração Mineral e
o Programa de Logística Integrada, ambos
lançados em 2009, são exemplos de nossa
atuação. O primeiro foi desenvolvido em
parceria com a Diretoria de Exploração
Mineral da Vale para reforçar o conhecimento
de 107 empregados, dos cinco continentes,
sobre processos mineralizantes e técnicas
exploratórias. As aulas foram realizadas no Brasil
e na África do Sul e complementadas com
visitas técnicas a minas na Zâmbia, no Peru e
nos Estados Unidos. Já o Programa de Logística
Integrada, concebido em conjunto com a
Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento
Logístico da Vale, capacitou 120 empregados
nos principais conceitos e ferramentas de
logística, gestão e finanças.
Mão de obra qualificada
Um dos grandes marcos em 2009 foi o lançamento do Centro de Excelência
em Logística Vale (CEL), na cidade de Vitória, Espírito Santo, Brasil. O CEL reúne em um só local a estrutura necessária para aplicar treinamentos técnicos
da ferrovia, do porto e da navegação, com uma abordagem teórico-prática,
embasados pelos processos educacionais estruturados pela Valer.
Inaugurado em novembro, o prédio de cinco andares, no Terminal de Praia
Mole, conta com simuladores de operação ferroviária, biblioteca técnica,
salas para treinamentos, simulador de carregamento de vagões, maquete
para aplicação do regulamento de operação e sinalização ferroviárias, sala
para treinamento de centro de controle de pátios, linha sinalizada e operações portuárias, além de sala de captação de conteúdo para construção
de materiais didáticos.
A média de horas de treinamento apresentou
uma queda no final de 2008 e reduziu-se mais
em 2009, em função da recessão econômica
global, que paralisou diversas operações na Vale
e impactou o investimento em treinamento das
nossas equipes. Em função disso, priorizamos a
oferta de treinamentos focados na aquisição de
competências para o exercício das funções.
A Vale mantém como prática a oferta de cursos
internos e, em casos mais específicos, o apoio
financeiro para capacitação externa, com foco
no desenvolvimento de competências técnicas
críticas para os negócios da Vale.
Além da formação técnica, outra iniciativa é o
Programa de Preparação para a Aposentadoria,
que tem como objetivos preparar os
empregados para a transição de carreira e
despertar o interesse para novos desafios,
sensibilizando-os para a importância do
planejamento no êxito de um projeto de
vida. Sua adesão é voluntária, e é conduzido
regionalmente. No caso dos desligados, a Vale
oferece o Programa de Transição Profissional,
que procura minimizar os impactos do
processo de demissão, enquanto proporciona
ao profissional melhores condições para fazer
com segurança e em curto prazo sua transição
de carreira.
Horas de treinamento
(média anual*)
146
125
89
86
85
83
62
41
Total
44
Liderança
43
39
37
Especialista
Técnico
operacional
2007 2008
2009
Empregados próprios deste indicador (LA10) correspondem a 95% (2009)
do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.
*A média de horas anuais é calculada pela divisão do total das horas de
treinamento pelo número de empregados.
41
Operador Sustentável
Gestão e liderança
Em 2009, cerca de 300 líderes de todo o
Brasil participaram dos Ritos de Passagem,
o primeiro passo do currículo de formação
gerencial Vale. Fora do país, mais de 90
profissionais, entre diretores, gerentes gerais e
gerentes de área, que atuam em Omã, China,
Canadá, Suíça, França, Peru, Chile, Paraguai e
Argentina, também participaram da ação. A
Curva de Aprendizagem – fase posterior na
formação dos líderes Vale e conduzida em
parceria com instituições de desenvolvimento
executivo de renome, tais como o Institute
for Management Development, escola de
negócios de referência na Suíça – contou com
a participação de cerca de 90 líderes de todos
os níveis hierárquicos.
Numa empresa em que o primeiro nível da
liderança é constituído em sua maioria por
profissionais oriundos da carreira técnica,
foi desenvolvido e implementado em 2009,
como piloto, o Programa de Formação de
Supervisores, com a oferta de 90 vagas. Essa
iniciativa teve o objetivo de capacitar os
supervisores em processos e ferramentas
de gestão necessárias para o exercício da
liderança. Em 2010, a ação terá a meta de
alcançar 50% dos supervisores da Vale no
Brasil, capacitando cerca de 800 líderes.
O segmento de gestão e liderança priorizou,
também em 2009, a oferta de oportunidades
de integração e alinhamento das lideranças
Vale, num ano em que a empresa esteve
dedicada a encontrar estratégias para
transformar a crise em oportunidade.
Foram realizados dois grandes encontros
de lideranças, reunindo executivos Vale de
todo o mundo. No workshop Breakthrough
Process Innovation at Operations, conduzido
em parceria com o MIT Sloan School of
Management, diretores da empresa discutiram
sobre ferramentas de gestão capazes de
alavancar a inovação nos negócios. Além disso,
foi lançado em 2009 o (i)nova Vale!, iniciativa
que visou à promoção de uma cultura de
inovação na Vale (leia mais na pág. 47).
Já na terceira edição do Fórum de Líderes
da Vale, os 130 principais executivos da
empresa no mundo refletiram sobre as lições
aprendidas com a crise financeira mundial e
debateram estratégia, gestão, liderança e as
perspectivas para 2010.
Educação global
Como parte da globalização dos negócios Vale, as ações de
educação Valer estão sendo, ano a ano, expandidas para as
operações no exterior. Além de atender às necessidades de
cada área e negócio, os programas também contemplam
demandas referentes à diversidade social e cultural das
comunidades em que atuamos. Dessa forma, os programas
implementados globalmente são customizados de acordo
com o contexto local. Um exemplo disso é o Programa
de Formação Profissional, implantado em 2009 em Omã,
no Oriente Médio, para formar 120 técnicos operacionais
que atuarão em nossa planta de pelotização no país. A
formação visa contribuir para o alcance do compromisso
firmado pela Vale de preencher 80% das vagas geradas
pelo novo negócio com mão de obra local. O curso, com
duração de 18 meses, composto por três fases (teórica,
prática e on the job), foi implementado em parceria com
o Instituto Russayl, escola de referência da região, que
inaugurou novo centro de treinamento na cidade de Sohar para atender à demanda da Vale.
Para implantar a fase de treinamento on the job em
2010, a Vale receberá em suas operações no Brasil
42
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
participantes do programa, para que estejam
plenamente capacitados para o início da operação
em Omã. Atendendo ao anseio da comunidade pela
inclusão feminina no mercado de trabalho, a formação
tem entre seus participantes 13 jovens mulheres,
que serão preparadas para atuar num setor onde há
predominância de mão de obra masculina.
Essa iniciativa da Vale apoia a política do Governo de
Omã de valorizar a inserção da mulher no mercado
de trabalho. Essa é uma das ações da Agenda de
Sustentabilidade do governo, que possui quatro eixos
estratégicos: Omanização (contratação da mão de obra
local), Desenvolvimento da Cadeia Local e Fornecedores,
Responsabilidade Ambiental e Respeito à Cultura Local.
Promovemos também um encontro entre a Diretoria
Executiva e as nossas empregadas omanis para discutir
os desafios e as possibilidades de melhorias internas.
Apesar do estímulo governamental para a inserção
da mulher no mercado profissional, essas ações ainda
representam uma quebra de paradigma da cultura local.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Educação para a vida
A missão Vale de transformar recursos
minerais em desenvolvimento sustentável
exige que os nossos empregados tenham
competências transversais que vão muito
além do conhecimento técnico. Por isso, por
meio da Valer, oferecemos uma formação
ampla, para o trabalho e para a vida,
complementada por ações educativas de
cidadania corporativa e de cultura e arte,
que incluem capacitações em temas como
sustentabilidade, meio ambiente, melhoria
contínua, multiculturalidade e ética e
transparência.
Um dos carros-chefe desse eixo educacional
é o Programa de Formação Educacional, que
oferta os ensinos fundamental e médio a
empregados e terceiros da Vale, no intuito
de reduzir a zero a taxa de analfabetismo
na empresa. Em 2009, 205 empregados
participaram da ação, nos estados de Minas
Gerais e Espírito Santo, Brasil. Também
demos continuidade ao Programa Atitude
Ambiental, que promove diálogos sobre
sustentabilidade, reunindo empregados,
terceiros e as populações das comunidades
em que estamos presentes. Em paralelo aos
encontros do programa, em 2009 o currículo
da ação foi reformulado com base no atual
posicionamento da empresa e em nossa
Política de Desenvolvimento Sustentável.
Educação externa
A necessidade de pessoal qualificado é um
desafio para as empresas de mineração, por
isso, a Vale investe de maneira consistente
na capacitação de profissionais para atuar
no setor. Esse é o principal objetivo do
segmento de educação externa da Valer,
composto por sete programas de atração
e desenvolvimento de profissionais do
mercado, conforme destacado no quadro
desta página.
Em 2009, a despeito da conjuntura econômica
global, tivemos como destaque 100% de
efetivação dos participantes do Programa de
Especialização Profissional, que ofertou pósgraduação em Engenheira Ferroviária a 60
profissionais do mercado em São Luís e Belo
Horizonte, em parceria com a Universidade
Dom Bosco (UNDB) e a Pontifícia Universidade
Católica (PUC Minas), respectivamente.
Abrangência
Participações
em 2009
Formar jovens para o primeiro
emprego em atividades operacionais
e administrativas da Vale.
Brasil
1.857
Programa de Estágio
Desenvolver estudantes de ensino
técnico e superior por meio de
experiência prática na Vale.
Brasil
1.068
Programa de
Especialização Profissional
Formar especialistas em cursos
de pós-graduação em Mineração,
Ferrovia e Portos.
Brasil
60
Programa de Inclusão de
Pessoas com Deficiência
Recrutar e capacitar pessoas com
deficiência para as áreas corporativas
e operacionais da empresa.
Brasil
282
Graduate Program
Formar jovens para posições técnicas
da Vale, por meio de formação
avançada em mineração.
Internacional
20
Global Trainee
Desenvolver recém-graduados para
posições de liderança na Vale.
Internacional
----
Summer Job
Oferece a alunos de MBA das mais
renomadas universidades do mundo
formação sobre os negócios Vale e
interação com nossos executivos.
Internacional
----
Programa
Objetivo
Programa de Formação
Profissional
Total
Já no Programa de Formação Profissional
mais de 1.800 jovens estiveram em sala de
aula para aprender uma profissão. Apenas
no fim do ano, com o reaquecimento
econômico, mais de mil vagas foram
abertas em vários estados do Brasil. Em
Minas Gerais, foi destaque a reconvocação
dos 500 finalistas do processo seletivo
2008, interrompido no auge da crise
econômica global. Em 2009, o programa
também foi ofertado em Moçambique,
na África, formando 25 aprendizes no
curso de Operação de Mina. Com foco
internacional, o Graduate Program ofereceu
formação avançada em mineração a 20
jovens da Austrália, de Moçambique, do
Canadá e do Brasil.
O Programa de Estágio novamente se
confirmou como a principal porta de jovens
talentos na Vale, oferecendo 1.068 vagas
ao longo do ano de 2009, 900 apenas no
processo seletivo do segundo semestre,
que alcançou número de inscrições recorde:
mais de 93 mil jovens se candidataram a
uma oportunidade de ingressar na empresa.
3.287
Cenários futuros
Como maximizar o uso dos minérios? Como
utilizar outros recursos naturais, como, por
exemplo, a água, de forma cada vez mais
sustentável? Já vislumbrando cenários
futuros, ampliamos o escopo de atuação
do Departamento do Instituto Tecnológico
Vale, criado para estimular e fortalecer os
relacionamentos da Vale com instituições
acadêmicas, governo e unidades de ciência,
tecnologia e inovação (CT&I). Em 2009,
passamos a trabalhar com três eixos: gestão
de tecnologia e propriedade intelectual,
coordenação de cooperação e fomento e o
Instituto Tecnológico Vale (ITV).
A Gestão de Tecnologia e Propriedade
Intelectual é a área responsável pela
observação das tendências tecnológicas. A
partir das inovações que chegam ao mercado,
monitoramos as melhores práticas e buscamos,
por meio da inteligência competitiva,
desenvolver pesquisas. Para 2010, está prevista
uma nova ação, que avaliará o portfólio de
pesquisa de interesse da Vale, considerando
desde a gestão da escolha dos temas até os
resultados obtidos com os estudos apoiados.
43
Operador Sustentável
Por meio de parcerias
duradouras, queremos
contribuir para o
desenvolvimento
científico do país
Maquete do ITV Pará (Belém) que priorizará as
pesquisas em desenvolvimento sustentável.
44
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
A Coordenação de Cooperação e Fomento
faz a interface da Vale com a comunidade
de ciência e tecnologia. Mais do que
buscar no meio acadêmico uma prestação
de serviço pontual, queremos instituir
parcerias duradouras que contribuam para
o desenvolvimento científico do país. Em
2008, o convênio assinado entre a Vale, a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
do Pará (Fapespa) e a Secretaria de Estado
de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia
do Pará (Sedect) apoiou o edital que
ofereceu 22 bolsas de doutorado e 63 de
mestrado em macroáreas de interesse da
Vale. Com essa iniciativa, permitiu-se que
todos os proponentes conseguissem bolsas
de estudos. Outra ação inédita no país foi
a parceria da Vale com três reconhecidas
agências de fomento à pesquisa do Brasil
(saiba mais informações na página 45).
No final de 2009, realizamos outra importante
parceria, com o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico (CNPq). Lançamos
um edital voltado a selecionar e apoiar
propostas de pesquisa dentro das linhas
definidas pelo estudo intitulado Projeto
Setor Mineral – Tendências Tecnológicas Brasil
2015. O documento elaborou uma agenda
de prioridades para investimento no setor
mineral. A iniciativa ofereceu um total de
US$ 3,9 milhões, dos quais US$ 2,7 milhões
foram aportados pela Vale, e o restante,
financiado pelo Fundo Setorial Mineral
(CT-Mineral). Foram apresentadas
113 propostas, de diferentes áreas de
conhecimento. Os projetos escolhidos serão
anunciados no primeiro semestre de 2010.
Instituto Tecnológico Vale
Para fomentar a produção de pesquisas
científicas e o desenvolvimento econômico
de base tecnológica no país, além de gerar
e difundir novos conhecimentos para o
progresso socioeconômico, ambiental e
para a cadeia de mineração sustentável,
iniciou-se em 2009 o planejamento do
Instituto Tecnológico Vale (ITV). O objetivo
é construir uma unidade do ITV em três
estados brasileiros, cada uma com uma
vocação específica. A de Minas Gerais será
erguida em Ouro Preto e será especializada
em mineração. A unidade do Pará ficará
em Belém e priorizará as pesquisas em
desenvolvimento sustentável. A de São Paulo
será voltada para as inovações em energia,
tendo como um dos principais parceiros
o centro tecnológico da Vale Soluções em
Energia (VSE), em São José dos Campos.
O ITV será constituído como uma pessoa
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos
e com duração de tempo indeterminado. As
unidades terão o mesmo modelo corporativo
em sua gestão, com normas semelhantes
de funcionamento, mas ao mesmo tempo
possuirão autonomia. A criação jurídica
dessas unidades deve ser concluída até o
primeiro semestre de 2010. A ideia é reunir
uma equipe multidisciplinar de pesquisadores,
que possam trocar experiências entre si e
vislumbrar questões problemáticas que ainda
não foram levantadas.
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Brasil
Governança corporativa
CASE
Desempenho dos Negócios
Incentivo à pesquisa
Uma parceria inédita uniu a Vale, por meio do Instituto Tecnológico Vale
(ITV), e três reconhecidas agências de fomento à pesquisa do Brasil com
o objetivo de desenvolver e apoiar projetos de pesquisa científica e
tecnológica. Serão investidos cerca de US$ 68,9 milhões no programa,
que reúne as Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados de Minas
Gerais (Fapemig), Pará (Fapespa) e São Paulo (Fapesp).
As pesquisas devem contribuir para o avanço do conhecimento científico
e da tecnologia nas áreas de mineração, processos ferrosos para siderurgia, energia, ecoeficiência e biodiversidade e, simultaneamente, colaborar
para a aplicação do conhecimento gerado na promoção do desenvolvimento da tecnologia nacional. Cerca de US$ 41,4 milhões serão investidos
pela Vale, e o valor restante, dividido entre os demais parceiros.
O convênio prevê o financiamento a itens de custeio, de capital e todas
as modalidades de bolsas pagas pelas fundações envolvidas – iniciação
científica, mestrado, doutorado, pós-doutorado. Terá mais chances de ser
contemplado o projeto que proponha o desenvolvimento de pesquisas
em redes interestaduais, ou seja, uma universidade do Pará em parceria
com uma de Minas Gerais ou de São Paulo e vice-versa. Com essa articulação entre empresa privada, meio acadêmico e governo, a Vale abre portas
para que outras empresas estabeleçam parcerias. Além disso, a iniciativa
fomenta a formação de recursos humanos mais especializados e estimula
a produção científica das instituições acadêmicas.
Entre as linhas propostas para pesquisa estão temas como métodos indiretos de prospecção mineral, melhoria no sistema de monitoramento
de barragens, reutilização de resíduos, novos processos de produção de
biocombustíveis, melhorias de eficiência na geração hidrelétrica, conservação de ecossistemas e descoberta de novos produtos.
45
Operador Sustentável
Saúde e Segurança
Importantes conquistas,
novos desafios
A saúde e a segurança
estão cada vez mais
globais na Vale. Nosso
compromisso com
o respeito à vida se
reflete nos esforços de
internacionalizar as ações
Um importante passo nesse sentido foi a
publicação da Política Global de Saúde e
Segurança e também da Norma Global de
Responsabilidade de Saúde, Segurança
e Meio Ambiente. As diretrizes foram
elaboradas considerando a legislação e a
cultura dos diversos países onde operamos.
A estratégia adotada, desde 2006, de investir
em gestão, educação, infraestrutura e
inovação tecnológica vem apresentando
resultados positivos. O principal deles é a
constatação da transformação da cultura de
nossa empresa em saúde e segurança.
O resultado do Prêmio (i)nova Vale! 2009 é
uma mostra de quanto o tema está presente
na empresa. Das 7.162 ideias apresentadas
para melhoria de processos, 2.250 referiamse à segurança (leia mais na página 47). Em
2009, investimos mais de US$ 110 milhões
em projetos de capital para estabelecer
melhorias em saúde e segurança. Sabemos
que, apesar dos avanços, esse é um processo
que exige um trabalho contínuo de
aperfeiçoamento.
Além de nossos investimentos e da
introdução do Programa (i)nova, lançamos
um piloto do Sistema de Gerenciamento
de Saúde e Segurança em cinco áreas no
Brasil: Itabira, Logística Norte, Serra Sul,
Taquari Vassouras e Carajás. O sistema
integra o Programa de Excelência, iniciado
em dezembro de 2006, base da nossa
estratégia de saúde e segurança. A Vale usou
o aprendizado da experiência piloto para
revisar o sistema de gestão, as instruções
normativas, os requisitos de atividades
críticas (RACs) e a sua matriz de treinamentos
de saúde e segurança. Em 2010, nosso
objetivo é iniciar a implantação do Sistema
de Gerenciamento de Saúde e Segurança
nas demais unidades brasileiras.
A cultura da saúde e segurança está cada vez
mais presente no dia a dia de nossas atividades.
46
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Brasil
Governança corporativa
CASE
Desempenho dos Negócios
Incentivo à inovação
Novo RAC para serviços de eletricidade Conseguimos, em 2009, superar a meta de
ter 70% dos requisitos de atividades críticas
(RACs) implantados nas operações brasileiras,
alcançando o percentual de 72,4%. Os
RACs são ferramentas fundamentais para
a redução de acidentes. Esses requisitos
incluem adoção de normas, treinamentos
e investimentos em infraestrutura, visando
garantir a segurança na execução das dez
atividades operacionais que, historicamente,
representam 91,7% das fatalidades1.
A Vale revisou todos os seus requisitos, a
fim de aprimorá-los e adequá-los às nossas
operações internacionais, além do Brasil.
Também foi criado um requisito específico
para os serviços de eletricidade. Em 2010,
nosso objetivo é implantar os requisitos
de atividades críticas (RACs) em todas as
unidades internacionais.
Para estimular o desenvolvimento de ideias criativas e de fácil implementação que contribuíssem para a melhoria dos processos, o Departamento de
Inovação e Desenvolvimento da Vale lançou, em 2009, o Prêmio (i)nova Vale!.
Em 30 dias foram apresentadas mais de sete mil propostas, nas áreas de
segurança, economia de energia, reciclagem e velocidade de processos.
Foram escolhidas sete ideias vencedoras: a melhor em cada uma das quatro categorias apresentadas acima, a mais criativa, a com maior potencial de
melhoria nos resultados e a que apresentou melhor possibilidade de replicação. Os vencedores ganharam cursos de extensão, pós-graduação, aperfeiçoamento e certificação, de acordo com a formação do empregado, com o
apoio da Valer. Além disso, todas as propostas inscritas passaram a integrar
o banco de inteligência de inovação da Vale e poderão ser implementadas
posteriormente. A iniciativa contribuiu para a disseminação de uma cultura
de inovação na empresa. Os objetivos, futuramente, são expandir a premiação e aumentar o envolvimento de fornecedores, institutos de pesquisas e
universidades, entre outros parceiros.
A ideia premiada na categoria Saúde e Segurança foi a criação de um dispositivo que elimina o manuseio direto de uma peça existente no compressor de
rolos. Com esse artefato simples e de fácil implantação, as mãos do operador
ficam afastadas do ponto crítico, evitando assim o risco de acidentes. Outros
benefícios da instalação desse dispositivo são o aumento da produtividade e
a redução do esforço físico para a realização da atividade.
Unindo forças
Outra iniciativa que veio reforçar a
preocupação da Vale de agir de forma
preventiva foi a junção dos nossos
departamentos de Saúde e Segurança
Ocupacional e de Segurança Empresarial.
Isso permitiu a ampliação de nossa rotina de
inspeções nas nossas unidades operacionais
e nos projetos nacionais e internacionais,
assim como no compartilhamento das
melhores práticas. Os resultados das
inspeções são consolidados e distribuídos
aos setores inspecionados para solução. Caso
seja constatada alguma situação de risco
grave e iminente, a atividade é interrompida
imediatamente.
Entre as ideias mais votadas na área de saúde e segurança está a utilização de
empilhadeira elétrica tracionada na execução dos trabalhos de movimentação
de amostras de minério. O uso da empilhadeira contribui para o aumento de
produtividade ao reduzir de seis para um o número de empregados que realizam essa atividade. Além disso, minimiza a exposição ao risco e diminui a
probabilidade de ocorrências de lesões como lombalgia, distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort) e prensamento de membros. Outra
proposta bastante votada na categoria de Saúde e Segurança foi a exposição
de vídeos de saúde e segurança informativos nos ônibus de transporte dos
empregados. Os objetivos são aumentar a percepção de riscos, mostrar temas
atuais e englobar aspectos de segurança fora do ambiente do trabalho.
Em 2009, também foram criados os alertas
de segurança corporativos. São mensagens
enviadas para as operações e os projetos
da Vale no mundo, chamando a atenção
para alguma atividade crítica, seus riscos,
consequências e como evitá-las. Além
disso, instituímos uma agenda de reuniões
1 São consideradas atividades críticas as que envolvem: trabalho em altura, eletricidade, veículos automotores, equipamentos móveis, bloqueio e sinalização, movimentação de carga,
espaço confinado, proteção de máquinas, estabilização de
taludes, explosivos e detonação e produtos químicos.
47
Operador Sustentável
globais com todas as gerências de Saúde e
Segurança. Os encontros via call acontecem
semanalmente, com os países de língua
portuguesa e espanhola, quinzenalmente,
com o Canadá, e mensalmente, com a
Austrália. A ideia é compartilhar boas
práticas e alinhar os procedimentos de
saúde e segurança em toda a empresa.
Desafios e parcerias
Apesar dos nossos esforços no
gerenciamento dos riscos e de uma forte
redução nas nossas taxas de acidentes,
tivemos em 2009 a ocorrência de nove
acidentes fatais nas operações e nos
projetos envolvendo empregados e
contratados da Vale e de três fatalidades
com prestadores de serviço do setor de
transporte nas estradas.
Estimulamos os nossos empregados a adotar uma
atitude de prevenção nos locais onde atuamos.
Cores, aliadas da segurança
Em 2009, para facilitar a identificação
dos novos empregados, a nossa
operação em Thompson, no Canadá,
adotou um sistema de código para
capacetes baseado nas cores. Todos os
empregados com menos de um ano que
atuam nas minas utilizam capacetes
alaranjados. Isso permite a fácil
identificação dos trabalhadores menos
experientes, além de possibilitar que
eles se beneficiem dos conhecimentos
dos mais antigos em relação às
melhores práticas de segurança. A
medida se aplica aos empregados que
trabalham no subterrâneo, incluindo
as áreas de manutenção, engenharia e
geologia. Depois de um ano de serviço,
o empregado passa a usar o capacete
amarelo comum. Com essa iniciativa,
esperamos reforçar uma cultura de
segurança nos empregados que estão
iniciando sua carreira e incentivá-los
a compartilhar o conhecimento e a
experiência, à medida que se tornem
mais experientes.
48
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
A perda dessas vidas, que nos causa tanto
pesar, reforça o nosso desafio de buscar
ferramentas que sejam mais eficazes na
prevenção dos acidentes. Paralelamente
a isso, procuramos influenciar nossa
cadeia de valor, incentivando a adoção
de medidas de segurança, campanhas de
conscientização, inspeções e auditorias.
Taxa de acidentes com afastamento
Taxa de lesões
(Nº de lesões/HHT x 1 MM)
(Nº de acidentes com
afastamento/HHT x 1 MM)
1,9
11,6
8,0
1,5
1,0
2007
2008
2009
Os dados do gráfico consideram empregados
próprios e terceiros.
5,7
2007
2008
2009
Os dados do gráfico englobam empregados próprios
e terceiros e não incluem atendimento de primeiros
socorros. Dados da Vale Inco incorporados a partir de
2007, período para o qual não foram considerados
terceiros. Se utilizado o mesmo critério de 2008 e 2009,
o valor de 2007 seria 10,7.
- HHT = homens-horas trabalhadas
- 1 MM = 1 milhão
- Inclui lesões com e sem afastamento. O cálculo das
taxas não inclui doenças ocupacionais.
Para Vale Brasil, as taxas de saúde e segurança são
calculadas com base na HHT mensal estimada pelo
número de efetivos. Incluem dados das empresas de
pesquisa mineral, inclusive as internacionais. Para Vale
Inco, Vale Australia e Projeto Moatize, utiliza-se HHT real.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Diálogo com os líderes
O Diálogo Comportamental vem ganhando
cada vez mais adesão das unidades
operacionais e dos projetos da Vale. Criado
em 2007, tem como objetivo promover a
troca de experiências e a reflexão conjunta
das situações enfrentadas no dia a dia,
em prol da saúde e segurança. Em 2009,
realizamos treinamento específico para
os líderes de projetos mostrando como o
diálogo comportamental pode ser utilizado
para falar de saúde e segurança nas obras.
O resultado apontado por eles é que, de
fato, essa é uma maneira simples e eficaz de
promover a conscientização das pessoas.
Mais incentivo para saúde e segurança
Em 2009, o percentual da remuneração
variável vinculado à meta de desempenho
em saúde e segurança do trabalho passou
de 6% para 10%. Para 2010, o item saúde e
segurança continuará representando 10%
da remuneração variável, exceto para os
projetos considerados estratégicos, para
os quais aumentamos esse percentual
para 25% da remuneração variável
total. A ampliação do percentual é um
reconhecimento dos esforços da liderança e
de todos os empregados em direção a uma
atitude preventiva e de respeito à vida.
Atendimento a situações de emergência
Implementamos, em 2009, a Instrução para
Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde,
Segurança e Meio Ambiente (INS-0037),
com base no Sistema de Gerenciamento
de Saúde e Segurança. Com isso, iniciamos
a revisão dos planos de emergência e
auxílio mútuo das unidades, definindo
melhor os cenários de emergência e,
consequentemente, a alocação de recursos
e o desenvolvimento de procedimentos
específicos para cada localidade. Além disso,
a instrução permitiu a padronização das
análises de risco. O objetivo é que todas as
unidades operacionais e projetos da Vale
visualizem e tratem o risco da mesma forma.
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
emergência envolver empresas vizinhas;
Regulamento de Atendimento a Ocorrência
Ferroviária (Raof ); e nosso Manual de Gestão
de Crise e Diretrizes Básicas de Risco (DBR). A
fim de garantir o atendimento adequado
às situações de emergência, realizamos,
regularmente, treinamento das equipes
responsáveis, na maioria dos casos, com
exercícios de simulação.
Em 2009, realizamos também a análise
preliminar de riscos, conduzida pelas áreas
de Saúde e Segurança e Meio Ambiente,
nas seguintes unidades operacionais no
Brasil: Itabira, Taquari, Logística Norte (São
Luís), Estrada de Ferro Carajás (EFC), Mina
de Bauxita Paragominas, Departamento de
Pesquisa Mineral (Sondagem), Estrada de
Ferro Vitória a Minas (EFVM) e Projeto S11D
(expansão de Carajás).
Prevenção e controle de riscos à saúde Por meio da parceria com as empresas Det
Norske Veritas (DNV), Bureau Veritas (BV) e
ABS Consulting, realizamos treinamentos para
capacitar os empregados na análise de riscos.
Para 2010, daremos continuidade ao processo
de implantação da INS-0037 nas demais
unidades operacionais e projetos, a fim de
tornar essa ação global.
Mantemos um sistema de identificação e
mensuração dos riscos a saúde, segurança e
meio ambiente em todas as nossas unidades
e estabelecemos parcerias com esse mesmo
objetivo. Procuramos, dessa forma, proteger
a saúde de nossos empregados e favorecer
a criação de programas que atendam as
circunstâncias locais, mas que possam ser
replicados na empresa. As diretrizes principais
são promover a saúde e estimular a atitude
preventiva por parte de empregados,
familiares e pessoas das comunidades nas
quais atuamos.
Adotamos em nossas unidades uma série
de procedimentos para propiciar respostas
rápidas e eficientes em situações de
emergência, incluindo: Planos de Emergência;
Planos de Ação Emergencial (PAE); Planos
de Auxílio Mútuo (PAM), no caso de a
Principais ações
Público
Educação/
treinamento
Aconselhamento
Prevenção/
controle de risco
Tratamento
médico
Empregados
Campanhas de
prevenção de gripe
H1N1; oficinas sobre
álcool e tabagismo;
campanhas de
prevenção de câncer
e diabetes; grupo de
apoio a diabéticos,
hipertensos e
pessoas com riscos
cardiovasculares
PAE (Programa
de Assistência ao
Empregado), com
orientação sobre
diversos assuntos,
como problemas
emocionais,
financeiros, dificuldade
de relacionamento,
alcoolismo,
dependência química
e estresse
Campanha de
prevenção às
doenças sexualmente
transmissíveis – DST/
Aids; campanhas de
prevenção de câncer
e diabetes; vacinação
contra influenza;
inspeções de prevenção
e tratamento de dengue
e febre amarela
Plano de
saúde e
postos de
atendimento
Familiares
Campanhas de
prevenção de gripe
H1N1; oficinas sobre
álcool e tabagismo;
campanhas de
prevenção de câncer
e diabetes; grupo de
apoio a diabéticos,
hipertensos e
pessoas com riscos
cardiovasculares
PAE (Programa
de Assistência ao
Empregado), com
orientação sobre
diversos assuntos,
como problemas
emocionais,
financeiros, dificuldade
de relacionamento,
alcoolismo,
dependência química
e estresse
Vacinação contra
influenza; inspeções de
prevenção e tratamento
de dengue e febre
amarela
Plano de
saúde
-
Programa de educação
afetivo-sexual
(Vale Juventude –
desenvolvido pela
Fundação Vale), com
orientação sobre
vida sexual e ações
de prevenção a
doenças sexualmente
transmissíveis
-
Campanhas de
prevenção de gripe
H1N1; campanha
Comunidades de prevenção às
doenças sexualmente
transmissíveis –
DST/Aids
49
Operador Sustentável
Nossas ações de
saúde e segurança são
orientadas pela nossa
Política Global
A diversidade das condições de saúde
dos locais onde operamos faz com que
busquemos ações diferenciadas, que
respondam a essas peculiaridades. Por
isso, possuímos diferentes programas de
treinamento, aconselhamento, prevenção
e controle de risco e tratamento médico
para nossos empregados e seus familiares.
Continuamos empreendendo esforços para
ampliar a inserção das comunidades nos
nossos programas. A seguir, listamos ações
realizadas em algumas de nossas unidades.
Em 2009, foi criado um programa de
prevenção da pandemia de gripe H1N1,
que incluiu a divulgação de informações
sobre o assunto (por meio de campanhas
educativas e criação de página específica
na intranet) e o acompanhamento e
monitoramento de casos suspeitos
abrangendo empregados, contratados e
seus familiares. Outra ação foi a suspensão
temporária de projetos que estavam
previstos para serem realizados nos países
de alta incidência do H1N1 – sendo que as
atividades já foram retomadas.
Firmamos também parceria com o Serviço
Social da Indústria (Sesi) para apoio ao
Programa de Saúde do Trabalhador nas
operações Vale do Brasil. Esse programa
abrange não só os empregados, como os
contratados.
A Vale está trabalhando no aprimoramento
dos processos e programas de prevenção
das doenças ocupacionais para
possibilitar uma melhor identificação e
monitoramento da ocorrência de novos
casos de doenças ocupacionais. Para
2010, nosso planejamento contempla
o aprofundamento da discussão desse
tema com o Grupo de Trabalho do ICMM,
considerando os indicadores de doenças e
a uniformização de conceitos e de reporte.
Acordos com sindicatos O tema saúde e segurança está presente no
diálogo entre a Vale e os seus empregados,
inclusive nas negociações coletivas.
Nas nossas operações Vale (Brasil e
internacionais), os aspectos de saúde
e segurança são pautados na nossa
Política Global. Além disso, respeitamos as
regulamentações e as legislações locais e as
demandas específicas dos representantes dos
empregados, que definem os mecanismos e
os requisitos para a prevenção de acidentes
e doenças ocupacionais, como manutenção
de comitês conjuntos de saúde e segurança,
fornecimento de equipamentos de proteção
individual e treinamentos em instrumentos
como o direito de recusa ao trabalho inseguro.
Participação em comitês de saúde e segurança
Em 2009, mais de 99% dos empregados da
Vale eram representados em comitês de
saúde e segurança (no Brasil, denominados
Comissões Internas de Prevenção de
Acidentes – Cipa). O objetivo dos comitês é
contribuir para a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho.
Representação em comitês
formais de saúde e segurança
Percentual de empregados próprios
representados em comitês de S&S por ano
99,7
99,3
98,9
2007
2008
2009
Em algumas unidades, o número de representados não
atingiu 100% por causa de fatores como: número de
funcionários da unidade menor que a exigência legal
para constituição de comissão, novos projetos que
ainda não constituíram comitês de saúde e segurança
e novas contratações realizadas ao longo de 2009.
50
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
Sistema de informação único
Melhores práticas
A Vale concluiu em 2009, por meio da revisão
de todos os processos de Saúde e Segurança,
a implantação do Sistema de Informação
de Saúde e Segurança (Siss) em todas as
operações no Brasil. Com essa ferramenta, os
registros de saúde e segurança são feitos em
um único sistema, facilitando o arquivamento
das informações, o acompanhamento
de ações e a análise dos processos de
saúde e segurança. Em 2010, a meta é
implementar um Sistema de Informação
de Saúde e Segurança em nossas unidades
internacionais.
Para compartilhar as melhores práticas
em segurança, saúde, meio ambiente e
comunidade do setor de mineração, o ICMM
gerencia um banco de dados que reúne
mineradoras de todo o mundo. Trata-se do
Safety, Health, Environment and Community
Benchmarking (SHECBenchmarking), que
promove essa troca de experiências por
meio de um portal na internet. A Vale integra
o grupo desde 2007 e procura ter uma
participação ativa.
Por meio da parceria com a empresa IUS
Natura, iniciamos, no Brasil, a implantação de
sistema para identificação, acompanhamento
e monitoramento de requisitos legais de
saúde e segurança nas operações e nos
projetos. Realizamos treinamentos para
capacitar os empregados no que tange aos
requisitos. Com esse processo, conseguimos
ações mais uniformes, atendimento mais
amplo e compartilhamos experiências e
soluções em nossas operações. Em 2010,
finalizaremos o processo de implantação nas
nossas unidades operacionais e iniciaremos
auditoria do sistema.
saúde e segurança
meio ambiente
Cumprimento das ações previstas para 2009
• Publicação da Política de Saúde e Segurança Global (janeiro de 2010)
• Implantação de 70% dos Requisitos para Atividades Críticas (RACs) nas operações brasileiras
• Expansão do Diálogo Comportamental para todas as unidades próprias da Vale no Brasil
• Implantação do Sistema de Informação de Saúde e Segurança nas unidades brasileiras
• Implantação do Sistema de Informação para Requisitos Legais Aplicáveis para Saúde e
Segurança nas unidades brasileiras
• Início da implantação da Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde,
Segurança e Meio Ambiente (INS-0037)
• Implantação da Norma de Responsabilidade de Saúde, Segurança e Meio Ambiente
AÇÕES NA CADEIA DE VALOR
EMESRT
Desde 2008, a Vale participa de reuniões do
The Earth Moving Equipment Safety Round
Table (EMESRT, na sigla em inglês), grupo
criado em 2006, por grandes mineradoras
mundiais, e apoiado pelo ICMM.
A proposta do EMESRT é, por meio da
parceria entre grandes fornecedores de
equipamentos e as mineradoras, apoiar
a adoção de medidas que influenciem o
desenvolvimento de equipamentos pelos
fabricantes e minimizem os riscos de saúde
e segurança dos seus usuários. O grupo é
formado não só por profissionais de saúde
e segurança, mas também por pessoas das
áreas de manutenção e produção.
Incentivamos a fabricação de
equipamentos que minimizem os
riscos dos seus usuários.
51
Operador Sustentável
Meio Ambiente
Desenvolver
e conservar
Com investimentos contínuos na gestão
dos aspectos e riscos ambientais, a
Vale cumpre o compromisso com
a conservação do meio ambiente e
fortalece a atuação em direção ao
desenvolvimento sustentável
Nossa estratégia de sustentabilidade
tem como um dos fundamentos o
compromisso com a conservação do
meio ambiente. Nossa atuação busca
o equilíbrio entre o desenvolvimento
socioeconômico dos territórios e a
manutenção da qualidade dos recursos
naturais, da biodiversidade e da
vida. Para alcançar esses objetivos,
investimos continuamente na gestão
dos aspectos e dos riscos ambientais de
nossas atividades, produtos e serviços
e, também, na recuperação de áreas
degradadas e em pesquisa de novas
tecnologias que permitam aprimorar os
sistemas de controle ambiental.
52
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
A Política de Desenvolvimento Sustentável
da Vale contém as diretrizes que orientam
nossa atuação, desde a tomada de
decisão para realizar um investimento
até os procedimentos de encerramento
de operações. Essa política, aprovada
em 2009, substituiu a Política Ambiental,
dando maior abrangência aos nossos
compromissos e integrando os objetivos de
nossa gestão ambiental a outros aspectos da
sustentabilidade, como saúde e segurança e
desenvolvimento social.
Com o objetivo de fortalecer princípios
de sustentabilidade em todas as
unidades, revisamos, em 2009, a Norma
de Responsabilidade em Meio Ambiente,
incluindo as atribuições de Saúde e
Segurança, reforçando o papel dos gestores
e dos empregados da empresa. Esse novo
documento corporativo estabelece papéis
e responsabilidades, em todos os níveis
hierárquicos da empresa, em relação à
sustentabilidade, com ênfase na conformidade
e na prevenção dos riscos associados às nossas
operações. Com isso, reforçamos a adoção de
um modelo de gestão global, considerando
uma centralização corporativa de diretrizes e
monitoramento do desempenho e, ao mesmo
tempo, uma descentralização das ações de
melhoria contínua nas áreas operacionais.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Buscamos reduzir o consumo de água,
minimizar a geração de efluentes e
aumentar o percentual de reúso.
Em 2009, instituímos uma nova dinâmica
na realização de auditorias ambientais nas
unidades brasileiras, estabelecendo duas
fases. No primeiro semestre, cada área
operacional executa uma auditoria interna
com foco em evidenciar a efetividade da
sua própria gestão, detectando pontos de
correção e oportunidades de melhoria. No
segundo semestre, é realizada a auditoria
externa corporativa que, além de validar
as conclusões da primeira auditoria, busca
identificar práticas de melhoria contínua na
gestão ambiental. Com essa nova sistemática,
promovemos a descentralização das
atividades e ratificamos a responsabilidade
das operações pela gestão ambiental.
Ainda em 2009, iniciamos a implantação de
um sistema online para acompanhamento
da conformidade legal de cada unidade. Essa
ferramenta tecnológica permite a identificação,
a avaliação e o monitoramento dos requisitos
legais de Saúde, Segurança e Meio Ambiente
aplicáveis às atividades, aos produtos e aos
serviços realizados em cada unidade da
empresa. Com atualização automática mensal
da legislação e até de tendências, a iniciativa
busca manter a conformidade e, também, a
antecipação de novos requisitos. Em 2010,
o sistema estará funcionando em todas as
unidades brasileiras da Vale.
Conforme previsto, concluímos o
desenvolvimento e a implementação, no
Brasil, do Sistema de Gestão de Barragens e
Pilhas (SGBP). Isso nos permitiu consolidar
uma base de conhecimento para, a partir
dela, gerenciar as estruturas geotécnicas
da Vale. Com esse sistema, passamos a ter,
em uma única plataforma tecnológica,
informações, dados e indicadores de
desempenho sobre as barragens de rejeito e
as pilhas de estéril, possibilitando o controle
dos riscos geotécnicos e ambientais e sua
manutenção em níveis adequados.
Unidades com certificação ISO 14001
Área de negócio
Unidades
Mineração de ferro e pelotização
Alegria, Timbopeba, Água Limpa, Fábrica Nova, Fazendão, Cauê,
Conceição, Córrego do Feijão, Brucutu, Gongo Soco, Fábrica, Mutuca,
Capitão do Mato, Pico, Capão Xavier, Abóboras, Mar Azul e Usinas de
Pelotização e Terminais Portuários em Tubarão e Fábrica
Usinas de ferroligas e
mineração de manganês
Minas do Azul e Morro da Mina; e Vale Manganèse France
Níquel
Refinaria de Clydach, no Reino Unido, Vale Inco Japão – Matsuzaka
Plant, Refinaria de Níquel em Taiwan e INMM (Dalian)
Cobre
Mina do Sossego
Metais preciosos
Refinaria Acton – Reino Unido
Alumínio
Alunorte, Albras e Valesul
Caulim
PPSA e Cadam
Obs.: As empresas Samarco e MRN são também certificadas pela ISO 14001.
53
Operador Sustentável
Aumentar o percentual
de reúso da água é um
dos nossos objetivos
Investimentos ambientais
Gestão de recursos hídricos O volume de recursos aplicados na área
ambiental pela Vale, em 2009, foi de US$
580 milhões, valor 14,5% menor em relação
ao ano de 2008. Essa redução decorre da
paralisação realizada em algumas unidades
da Vale, de acordo com as medidas de
enfrentamento da crise. Mesmo com
o registro dessa queda, o volume de
investimentos ambientais no ano superou o
valor de 2007, conforme demonstra o gráfico.
O Plano de Gestão de Recursos Hídricos
orienta as ações da Vale, dando suporte à
elaboração de programas implantados nas
unidades operacionais. Os objetivos principais
desses programas são reduzir o consumo
de água, minimizar a geração de efluentes e
aumentar o percentual de reúso.
Como no ano anterior, a maior parte
dos recursos destinou-se a três linhas de
dispêndio:
•A
quisição e implantação de equipamentos
de controle ambiental, voltados a assegurar
a conformidade e o aprimoramento do
desempenho em operações já existentes;
•M
anutenção geotécnica ambiental e
de segurança das barragens e das pilhas
de estéril;
•R
eflorestamento e reabilitação de áreas
degradadas que integram o Programa
Vale Florestar e convênios com alguns
estados do Brasil.
Dispêndios ambientais
Dispêndios ambientais – Brasil
(US$ milhões)
(US$ milhões)
A água é um insumo de absoluta relevância
para os processos da empresa, e a maioria das
nossas atividades demanda intervenções nos
recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
O uso mais intenso desse recurso ocorre nas
atividades de rebaixamento de nível d’água
para lavra em zonas saturadas; nas usinas, onde
a água é utilizada para tratamento de minérios
e resfriamento; na limpeza de vias de acessos
e pátios de matérias-primas e produtos.
Também consumimos água nos processos
de pelotização, no transporte de minério e na
lavagem de equipamentos e peças.
Em 2009, iniciamos o debate sobre novas
tecnologias para tratamento de efluentes e
oportunidades de reúso de água, durante
o Workshop de Tecnologia Ambiental,
que contou com a participação de todas
as áreas operacionais da empresa. Esse
evento representou uma oportunidade para
Dispêndios ambientais –
Outras localidades
(US$ milhões)
678
504
580
319
458
455
309
296
353
218
268
168
261
174
159
2007
54
2008
2009
2007
Investimento
Investimento
custeio
custeio
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
135
126
59
2008
101
195
128
149
100
277
220
187
2009
2007
Investimento
custeio
25
2008
2009
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
homogeneização e difusão dos conhecimentos
técnicos da equipe e, ainda, para a
identificação de oportunidades na melhoria da
gestão do recurso natural.
A Vale investiu na melhoria da gestão dos
recursos hídricos. Na unidade de mineração de
ferro, em Carajás, por exemplo, a implantação
de uma nova tecnologia de processamento
à base de umidade natural propiciou a
eliminação da utilização de água em oito linhas
de beneficiamento. Isso gerou redução de
63% no total de captação de água nova das
barragens e aumentou a taxa de reutilização de
água da planta.
Avançamos também nos projetos de
substituição do uso de água nova por água
reutilizada ou recirculada. Em 2009, a taxa
de recirculação/reutilização de água foi de
76%. Isso significa que, de 1,2 bilhão de m³
necessários para as operações da Vale nesse
ano, 288 milhões de m³ foram retirados da
natureza, e o restante foi abastecido por
água reaproveitada. Esse resultado se deve,
principalmente, ao reaproveitamento para o
uso industrial, e o nosso objetivo é otimizar
essa prática, retirando cada vez menos água de
fontes naturais.
A iniciativa de recirculação de água com maior
representatividade, em termos de volume,
acontece no processo produtivo. A maior
parte da água utilizada na produção é de
reúso proveniente do rebaixamento do nível
do lençol freático para extração de minério.
A água advinda desse processo, que não é
reutilizada ou recirculada, é devolvida para
cursos de água natural, porém, contabilizada
como água captada.
saúde e segurança
meio ambiente
Total de água captada por tipo de captação
(milhões de m3/ano)
Em 2009, a Vale registrou um volume de
292 milhões de m3 de água captada.
A redução no volume total de água retirada
em relação aos anos anteriores (2008 e 2007)
foi de aproximadamente 13%. Essa queda está
relacionada, principalmente, ao fato de 2009 ter
sido um ano atípico, no qual a maioria das áreas de
negócio teve redução da produção e, em outras,
houve paralisação das atividades. Outro fato que
contribuiu para essa queda foi a adequação de
metodologia para a coleta de dados realizada em
algumas unidades da área de ferrosos.
Recursos humanos
335,4
333,3
139,2 157,8
124,4
292,4
159,7
115,2 128,7
51,3
36,3
2007
2008
Captação subterrânea
48,5
Captação superficial
outros
2009
Captação subterrânea: água proveniente de poços, incluindo rebaixamento do lençol freático para fins de mineração.
Captação superficial: água proveniente de rios e lagos.
Outros: captação pluvial, água fornecida por empresas de abastecimento e concessionárias. Inclui captação para terceiros.
Consumo total de água:
reaproveitada (reciclada e/ou
reutilizada) + captada
Percentual de água
reaproveitada*
(recirculada e/ou reutilizada)
(em milhões de m3)
%
1.368
1.033
961
1.201
913
628
76%
76%
2008
2009
65%
335
333
2007
2008
288
2009
2007
Volume de água recirculada e/ou reutilizada
Volume de água captada
Para cálculo do percentual de água
reaproveitada nesse indicador, a captação de
água desconsidera captação para terceiros.
A redução do volume de água captada
e a manutenção do percentual de
reaproveitamento de água são ações que
indicam a melhoria do desempenho ambiental
no uso do recurso hídrico pela Vale. Os números
de 2009 confirmam a nossa expectativa de
melhoria nesse indicador. Dois terços das
*Calculado dividindo-se o total de água
reaproveitada (recirculada e/ou reutilizada)
pelo consumo total de água. Caso
utilizássemos na Vale Inco essa mesma
metodologia de cálculo, o percentual
estimado de reaproveitamento de água da
Vale teria sido de 70% em 2007.
unidades de negócios apresentaram
percentuais de reúso de água mais elevados
do que no ano anterior, com destaque para
alumínio, minério de ferro e carvão (Vale
Australia), áreas que têm, atualmente, cerca
de 90% da demanda abastecida com água
de reúso.
55
Operador Sustentável
Descarte
Dentro da gestão de recursos hídricos da
Vale estão inseridas ações voltadas a reduzir
a geração de efluentes e aprimorar o sistema
de descarte. Cada unidade possui sistemas de
tratamento de efluentes líquidos projetados
de acordo com os processos produtivos que
realiza e suas demandas específicas.
Investimos na melhoria da gestão dos
recursos hídricos nas nossas operações.
Canadá
CASE
Conviver com Lagos
A Vale Inco está investindo na implantação do Centro Conviver com Lagos,
na Universidade Laurentian, em Sudbury, Ontário, no Canadá, que terá
como prioridade desenvolver pesquisas científicas voltadas à proteção de
fontes de água para as gerações futuras. A meta é que o centro se torne
referência em tecnologia ambiental e funcione como um catalisador para
a crescente ecoindústria do nordeste de Ontário.
O centro, financiado pela Vale Inco em parceria com outras organizações,
será também a nova sede da Unidade Corporativa Ecológica de Água Doce
(CFEU, na sigla em inglês de Cooperative Freshwater Ecology Unit), instituição reconhecida internacionalmente pelo trabalho de pesquisa que
desenvolve sobre tecnologias de restauração de mananciais de água doce.
As informações e os dados disponibilizados pelo CFEU têm ajudado a Vale
Inco a analisar os benefícios ambientais tangíveis de nossas ações de redução de impactos.
A construção, iniciada em junho de 2009, segue os preceitos da sustentabilidade. Prova disso é que o projeto arquitetônico do Centro Conviver
com Lagos já recebeu prêmio concedido pela Fundação Holcim pela Construção Sustentável. A previsão é de que as atividades comecem no primeiro semestre de 2011.
56
O objetivo principal dos sistemas de
tratamento de efluentes é preservar o corpo
hídrico receptor e, adicionalmente, propiciar a
prática do reúso, gerando redução do uso de
água nova.
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
As formas de tratamento variam em grau e
tecnologia, dependendo das características
qualitativas do efluente, da natureza do
corpo receptor, da possibilidade de reúso e
das especificações da legislação local. Porém,
antes de qualquer definição quanto ao
sistema de tratamento para um determinado
efluente, é fundamental avaliar as fontes
de geração e a caracterização qualitativa
desses efluentes para verificar o potencial de
redução das concentrações e dos volumes
gerados, de acordo com os princípios da
produção mais limpa.
Entre os sistemas de tratamento presentes
em nossas unidades estão, principalmente,
os sistemas de nível primário de decantação/
sedimentação, usados no tratamento
de efluentes provenientes do processo
de beneficiamento, ricos em sólidos, e
os sistemas físicos ou físico-químicos
(coagulação/floculação), mais adequados ao
tratamento de efluentes oleosos oriundos de
oficinas de manutenção.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Conscientização e economia de água
Em 2009, foram gerados 114 milhões de m3
de efluentes1, volume inferior ao contabilizado
em 2008. As unidades de Água Limpa e
Gongo Soco implementaram medidas de
reaproveitamento de efluentes oleosos,
gerados em oficinas e tratados e utilizados nos
próprios processos através da recirculação,
como na lavagem de equipamentos e peças.
Ações como controle de desperdícios,
adequações de procedimentos e
equipamentos também vêm sendo
praticadas pela empresa e são essenciais
para a redução da demanda de água e
para a redução do volume e da carga de
efluentes gerados.
Sendo este apenas o segundo ano de
reporte das informações relativas à geração
e à destinação de efluentes líquidos, e o
primeiro em relação à qualidade desses
efluentes, alguns ajustes foram necessários na
metodologia de coleta e reporte, o que justifica
algumas diferenças em relação às informações
relatadas no ano anterior. Soma-se a isso o
fato de várias unidades terem implementado
melhorias, como o aumento da densidade de
pontos de monitoramento em sua rede hídrica
e a implantação de equipamentos de medição.
Desde agosto de 2009, a unidade de produção de ferroliga
de manganês da Vale, na Bahia, reduziu em cerca de 86% o
consumo de água usada no resfriamento dos compressores.
Esse foi o principal resultado da implantação de um projeto de
melhoria ambiental criado por um grupo de empregados da área
operacional, denominado Máquina do Tempo. O projeto participou
da Convenção do Círculo de Controle de Qualidade do Complexo
Bahia, e foi premiado.
A meta inicial era reduzir o consumo diário de 203 m³ para 81 m³, o
que significaria uma economia de 60%. Mas a eficiência do sistema
montado superou a expectativa e a meta. Atualmente, a unidade
consome, em média, 30 m³ de água, ou seja, aproximadamente
86% a menos. A redução anual estimada é de 62 mil m³.
O sistema é bastante simples e se baseia nos princípios básicos dos
3Rs – Reduzir, Reciclar e Reutilizar. A ideia pode ser multiplicada
em outras unidades que tenham processos similares. Outra
característica positiva é o baixo custo, pois utilizou material
que estava na Central de Armazenamento de Resíduos, como
tubulações, válvulas e radiador.
Antes, a água era captada numa lagoa local, tratada internamente,
passava pelos equipamentos para refrigerar os compressores e
era descartada. Agora, após ser utilizada, a água segue para um
sistema de resfriamento interno e retorna para os compressores.
Além de reduzir o impacto ambiental, a iniciativa vai proporcionar
uma economia anual de mais de US$ 32,7 mil, referente aos custos
de produtos químicos que antes eram adquiridos pela unidade
para tratamento da água retirada da lagoa.
Volume total de efluentes líquidos gerados por tipo
(milhões de m3)
115,2
102,2
1 Uma das premissas utilizadas pela companhia para a coleta
de dados para este indicador é que não são reportados como
efluentes os volumes de água que vertem das barragens,
de forma a evitar a interferência pela contribuição de águas
pluviais, de drenagens naturais no entorno das barragens
e vazão fluvial. Os volumes de efluentes são medidos nos
pontos geradores. Além disso, as correntes de rejeitos, que
contêm água, são reportadas no indicador específico MM6.
Por esse motivo, não é possível utilizar os indicadores EN8,
EN10 e EN21 com o objetivo de análise de balanço hídrico.
114,0
102,5
0,7
2008
12,3
1,5
10,1
Efluentes líquidos industriais
Efluentes líquidos oleosos
Efluentes líquidos sem necessidade de tratamento*
2009
*Referem-se a águas utilizadas em processos de resfriamento e outros processos que possuem as
características qualitativas de descarte conforme os padrões legais de lançamento.
As unidades PT Inco e Thompson, da área de negócio do níquel, não tiveram os dados de efluente
gerados reportados neste ano, em função da identificação da necessidade de uma adequação na
metodologia de coleta de dados utilizada por essa área.
57
Operador Sustentável
Um fator que tem influência direta
nos valores reportados em 2009 é a
precipitação pluviométrica em regiões em
que algumas de nossas unidades possuem
sistemas de controle que, por sua própria
concepção, estão expostos às chuvas.
A queda, em relação ao ano anterior, na
geração de efluentes em menor escala
do que na captação de água se deve ao
aumento da precipitação que entra no
sistema de tratamento, aumentando o
volume total de efluente tratado.
Em relação à caracterização qualitativa
desses efluentes, os dados foram
consolidados considerando, para cada
tipo de negócio, os parâmetros afins às
características do processo. Objetivamos
alinhar a metodologia de coleta desses
parâmetros, para o próximo ano, em todas as
operações da Vale. Dessa forma, poderemos
ter um refinamento e uma rastreabilidade
maior do dado. O perfil estimado de
destinação das cargas é representado no
gráfico desta página.
Dos 114 milhões de m3 de efluentes gerados
em 2009, aproximadamente 86% tiveram
como destino final rios, barragens ou
reservatórios; 10%, o oceano; e 4%, lagoas.
Gestão e disposição de resíduos
Descarte total de efluentes líquidos gerados
por tipo de destinação
74%
16%
85%
10% 10%
4%
Lagoas e lagos
Rios, reservatórios
e barragens
O Workshop de Tecnologia Ambiental
também abriu espaço para a discussão de
novas tecnologias para aproveitamento
energético de resíduos e identificou outras
oportunidades de melhoria na gestão dos
resíduos.
2008
2009
Oceano
Distribuição de cargas geradas por tipo de destinação – 2009
%
13
0
100
6
37
78
46
93
87
63
0
OG
2
92
32
100
5
17
0
1
SST
49
AL
CI-
Cu
67
4
Fe
7
0
F-
Mn
Ni
Lagoas e Lagos
Rios, Reservatórios e Barragens
Oceano
Os metais foram analisados em sua forma dissolvida, com exceção do Níquel, que é reportado,
pelas unidades de produção desse mesmo produto, em sua forma total.
OG - Óleos e graxas
SST - Sólidos em suspensão total
58
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
A gestão de resíduos das unidades
operacionais da Vale tem como objetivo
principal reduzir a geração interna e a
disposição final em solo, com ações que vão
desde a separação dos diferentes materiais
até a implantação de novas tecnologias
de reprocessamento que permitam a
utilização dos resíduos em outras cadeias
produtivas. A Vale tem investido, inclusive,
no desenvolvimento de empreendimentos
locais para incentivar a reutilização de
resíduos em novas aplicações.
Os principais fundamentos da gestão
de resíduos da Vale são o correto
armazenamento, a adequada disposição
final dos materiais e sua rastreabilidade.
Todos os destinatários de resíduos da
empresa são homologados a partir
de critérios rígidos de avaliação do
desempenho de seus controles ambientais.
Nos casos de resíduos que não serão
reprocessados, o material é disposto em
aterros industriais ou sanitários que contam
com controles ambientais adequados.
Essa destinação final também leva em
consideração a natureza do resíduo,
com a separação de itens em perigosos
e não perigosos.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
Geração de Resíduos
meio ambiente
Nosso principal objetivo na gestão
de resíduos é reduzir a geração
interna e a disposição final em solo.
No ano de 2009, a Vale gerou um total de
436 mil toneladas de resíduos, sendo 10% de
resíduos perigosos.
Houve queda na geração de resíduos em
praticamente todas as áreas de negócios, o
que resultou em redução média da ordem
de 10% em relação a 2008. Essa queda está
relacionada, principalmente, ao menor ritmo
das atividades nas operações, em função do
cenário de contração da demanda mundial,
em decorrência da crise econômica.
Algumas unidades, no entanto, aproveitaram
o período de menor produção para realizar
manutenções de grande porte, o que pode
ter contribuído para a geração de resíduos
em áreas pontuais.
As áreas com maior geração de resíduos
são: níquel (30%), minério de ferro (23%)
e alumínio (20%). Nas áreas de níquel e
alumínio, a justificativa é o próprio perfil
industrial de produção. Já a área de minério
de ferro se destaca nesse indicador por
causa do grande porte de suas atividades.
Quantidade consolidada
de resíduos gerados
Geração total de 2009 por tipo de resíduo
(total = 436 mil toneladas)
(mil toneladas)
Metálicos
471
487
436
397
395
392
5%
3%
4%
6%
2007
91
2008
44
2009
Resíduos domésticos
Resíduos mistos (ex: resíduos
eletroeletrônicos, fios, EPls etc.)
24%
Não perigosos
Madeira
Borrachas e pneus
13%
76
Areia, brita, entulho de obra
3% 1%
16%
Outros resíduos não perigosos1
26%
Lodos e borras
Óleos e graxa e resíduos
contaminados com óleos e graxas
Perigosos
Outros resíduos perigosos2
Perigosos
não perigosos
¹ Plásticos, papel, papelão, vidros, tecidos, lonas e polímeros.
² Resíduos de serviços de saúde, pilhas e baterias, resíduos de amianto, resíduos
contendo mercúrio (ex: lâmpadas fluorescentes), tintas e vernizes.
59
Operador Sustentável
Houve uma redução significativa na geração
de resíduos perigosos na área de alumínio,
que passou de mais de 42 mil t em 2008 para
menos de 4,4 mil t em 2009, em decorrência
da correção dos critérios de contabilização.
Até 2008, eram incorporados, no volume total,
os resíduos de subprocessos da produção de
alumínio automaticamente reutilizados na
própria planta. A partir de 2009, esses materiais
não foram mais considerados como resíduos.
Disposição total de resíduos
(mil toneladas)
476
467
422
187
206
244
241
213
137
2007
2008
2009
Outros
Em 2009, houve uma mudança no perfil
de disposição final de resíduos, em relação
a 2008. No ano anterior, a maior parte dos
resíduos foi destinada à reciclagem, já em
2009 a maior parte dos resíduos foi disposta
em solo. Essa mudança não reflete uma
tendência, é apenas resultado de uma ação
específica realizada no ano em função de a
Vale Inco ter feito a manutenção de fornos de
grande porte, o que gerou um volume extra
de resíduos inertes, encaminhados
para aterros internos.
As unidades operacionais mantiveram
ações, ao longo de 2009, para maximizar o
aproveitamento de resíduos em seus próprios
processos ou em outras cadeias produtivas,
quando viável técnica e economicamente.
Coprocessamento
ReRrefino
Um dos focos da empresa vem sendo o
desenvolvimento de mercados de destinação
incineração
Compostagem
de materiais com a atuação de uma área
especializada. Um resultado importante foi
verificado na comercialização de sucatas
metálicas. Apesar da redução da geração, por
conta da queda na produção, conseguimos
manter em um patamar elevado nossa
participação nesse mercado. As unidades
brasileiras comercializaram um total de 76 mil t
em 2009. No mercado de resíduos de borracha,
obtivemos um expressivo crescimento no
volume comercializado, que saltou de 3 mil t
em 2007 para 8,5 mil t em 2009.
A Vale não realizou transporte transfronteiriço
de resíduos perigosos, conforme Convenção
da Basileia sobre o Controle de Movimentos
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu
Depósito, durante o ano de 2009.
Resíduos da mineração e metalurgia
Em 2009, para aprimorar o manejo de
resíduos nas barragens (de rejeitos, água
e sedimentos) e nas pilhas (de estéril e
minério), implementamos o Sistema de
Gestão de Barragens e Pilhas (SGBP), nas
unidades brasileiras. Com essa melhoria, a
Vale passou a contar com uma ferramenta
de gestão online para a tomada de decisão
em relação a investimentos em novas
estruturas, estratégias de aumento de
Disposição em Solo
Reciclagem
Disposição final de resíduos 2007
Disposição final de resíduos 2008
Disposição final de resíduos 2009
467 mil toneladas
476 mil toneladas
422 mil toneladas
2%
1%
1% 2%
4%
1%
5%
1%
3% 2%
4%
2% 3%
33%
46%
44%
50%
39%
58%
As diferenças entre a quantidade de resíduo gerado
e a quantidade de destinação final devem-se à
estocagem temporária.
60
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
produção e acompanhamento de planos
de ação decorrentes de auditorias locais e
corporativas, condicionantes de licenças ou
demandas operacionais para barragens e
pilhas. Além disso, o SGBP permite consolidar
e tornar disponíveis em tempo real as
informações sobre as estruturas geotécnicas,
criando indicadores e planilhas de risco
ao negócio para as áreas operacionais e
corporativas.
A gestão desses resíduos inclui a realização
de uma auditoria técnica de segurança
corporativa, a cada três anos, nas 270
barragens e nas 230 pilhas da Vale no Brasil.
O resultado do último ciclo de auditorias,
realizado em 2008, refletiu a situação atual
de estabilidade das estruturas e gerou um
conjunto de recomendações e instruções de
melhorias que foram desdobradas em planos
de ação, com prazos, responsabilidades e
orçamento claramente definidos. A próxima
auditoria ocorrerá em 2011.
Em decorrência da severidade dos riscos
envolvidos nas estruturas de barragens e
pilhas, toda a gestão dessa área está em
conformidade com os requisitos de controle
previstos na Lei Sarbanes-Oxley (Sarbox) e é
submetida a auditorias periódicas.
Nas unidades de Sudbury da Vale Inco,
os riscos são inicialmente avaliados por
um conselho de especialistas externos
(Geotechnical Review Boards), que fornece
uma visão geral, com recomendações e
instruções para melhorias. Esse conselho
se reúne anualmente para revisar todos os
aspectos referentes a estrutura, construção e
operação das áreas de disposição de resíduos.
Já nas unidades de Newfoundland e
Labrador, o potencial de lixiviação de metais
presentes nos resíduos é avaliado durante o
desenvolvimento dos projetos. Os resultados
desses estudos são utilizados para a criação
de estratégias efetivas de segregação
e disposição de todo o estéril gerado
pelas minas em operação. No Plano de
Fechamento de Mina, também consideramos
esse potencial de lixiviação para que
possamos desenvolver uma gestão adequada
no término da operação.
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
A Vale Inco integra a International Network
for Acid Prevention (Inap), iniciativa global
que desenvolve formas de evitar os riscos de
contaminação do meio ambiente por materiais
provenientes dos resíduos da mineração.
No ano de 2009, com o objetivo de adequar-se
ao momento de queda da demanda no
mercado mundial, a Vale reduziu a produção
de minério de ferro, o que levou a uma queda
de 33,3% na geração de rejeitos e de 8,5%,
de estéreis, em relação a 2008. A redução na
geração de rejeitos ocorreu em função do
início da implantação de beneficiamento do
minério a seco.
Já os resíduos minerometalúrgicos tiveram um
aumento de 0,5% quando comparados com
o volume registrado em 2008, basicamente
pela elevação da geração na Vale Australia, que
teve um aumento de 20 milhões de toneladas
em 2009. Esses resíduos consistem em estéril
e rejeito não perigosos provenientes da
mineração de carvão a céu aberto.
A produção total dos rejeitos, estéreis e
resíduos minerometalúrgicos teve uma
redução geral de 9%, quando comparada com
a geração dos mesmos materiais em 2008.
Total de resíduos
minerometalúrgicos
(milhões de toneladas)
655
657
62
430
80
394
163
184
2007
2008
598
53
360
185
Minério de Ferro – Rejeito
Minério de Ferro – Estéril Outras áreas de negócio*
2009
*Incluem estéril e rejeito da mineração de níquel,
potássio, manganês, carvão e cobre, escória (liga de
manganês), lama vermelha (alumina) e RGC (alumínio).
61
Operador Sustentável
Reciclagem
utilização de produtos pós-consumo. Em abril
de 2009, a redução da produção de alumínio
líquido propiciou o aumento da utilização
de sucata externa, elevando o percentual de
produto recuperado, mesmo com a queda
de produção.
Nas atividades de mineração, logística
e geração de energia, não há muitas
oportunidades de reciclagem associadas
aos nossos processos produtivos. No
entanto, algumas áreas de negócio realizam
reciclagem de produtos pós-consumo, como
o alumínio e o níquel.
As operações de níquel também desenvolvem
atividades de reaproveitamento de produtos
vendidos, mas que foram fortemente
impactadas pela redução da produção nas
operações do níquel, caso da Vale Inco Europe
(Refinaria Acton), além da venda da unidade
Inmetco, nos Estados Unidos.
A Valesul, no Brasil, por meio da planta de
transformação da alumina em alumínio,
monitora o percentual de reciclagem de
sucata interna e de refusão de produtos
recuperados, a fim de aumentar o uso de
sucata externa. A quantidade de sucata
interna gerada é influenciada por distintos
fatores, como mix de produção, eficiência
dos processos e melhoria nas rotinas
operacionais. O objetivo é sempre reduzir
a geração para minimizar a necessidade
de refusão e, com isso, possibilitar um
incremento da sucata externa, ou seja, a
A reutilização de produtos derivados de
material secundário (pós-consumo e
refugo industrial) tem destaque na Valesul
e nas unidades de Sudbury e Vale Inco
Europe (Refinaria de Acton). O decréscimo
observado em 2009 deveu-se à paralisação
das operações em Sudbury e à redução da
produção do alumínio.
Percentual de utilização de material
pós-consumo com relação às vendas
Percentual de materiais
secundários com relação às vendas
(mil toneladas)
(mil toneladas)
165
813
695
575
106
74
12%
13 16
2007
13% 21 13
2008
24% 18
9
2009
Quantidade de produto vendido
Quantidade de material reciclado pós-consumo
Quantidade de produtos e embalagens reciclados internamente
% Material reciclado pós-consumo/produto vendido:
Os percentuais apresentados não incluem reciclagem
interna, conforme metodologia GRI.
Dados incluem operações de alumínio (Valesul) e de níquel
(refinaria Clydach e Inmetco), sendo que esta última apenas
em 2008).
62
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
11%
4%
89
21
2007
2008
5%
36
2009
Quantidade de produto vendido
Quantidade de refugo de fonte industrial e material reciclado pós-consumo
% (Material reciclado pós-consumo + refugo industrial)/produto:
Os percentuais apresentados não incluem reciclagem interna,
conforme metodologia GRI.
Dados incluem operações de alumínio (Albras e Valesul) e de
níquel (Sudbury, Thompson, Refinaria Acton e Inmetco, sendo
que esta última apenas em 2008).
Governança corporativa
Desempenho dos Negócios
Material
Nitrato de amônio
Volume comprado em 2008
146,1 mil toneladas
Correias transportadoras
Recursos humanos
122,9 mil toneladas
330,8 mil metros
303,0 mil metros
1,4 milhão de unidades
1,1 milhão de unidades
Explosivos
25,3 mil toneladas*
25,8 mil toneladas
23,7 milhões de litros
23,1 milhões de litros
6,9 mil unidades
4,3 mil unidades**
Óleo lubrificante
Pneu fora de estrada
Além disso, foi dada continuidade à
implantação do Processo de Análise
e Gerenciamento de Riscos de Saúde,
Segurança e Meio Ambiente, que se baseia
em uma visão integrada dos riscos, tanto os
ambientais como os de saúde e segurança.
*Dado da Vale Inco revisado e estimado conforme volume de produção.
**Não inclui dados da Vale Inco.
Materiais usados
A gestão dos materiais empregados pela
Vale busca a otimização do uso, com metas
de redução de custos e nível de estoque.
Em 2009, realizamos workshops com as áreas
operacionais visando criar e implementar
melhorias no uso e no descarte de materiais.
Abaixo estão listados os seis itens mais
significativos de insumos adquiridos,
utilizados em nossos processos produtivos e
que não compõem nossos produtos finais.
Com exceção dos dormentes provenientes
de madeira certificada, os demais materiais
são classificados como não renováveis.
Para o levantamento da parcela reciclada
(não virgem) dos insumos adquiridos pela
Vale, foi realizada pesquisa com os principais
fornecedores1 considerando as compras
realizadas corporativamente no Brasil. A
taxa de utilização dos produtos reciclados
pesquisados varia entre 0% e 5%.
meio ambiente
e atendimento à emergência. A avaliação
apontou um nível adequado de gestão, com a
recomendação de que sejam aprimorados os
procedimentos para a realização de simulados.
Volume comprado em 2009
Dormente
saúde e segurança
eficiente que garanta a segurança das pessoas
e do meio ambiente no armazenamento, no
manuseio, na utilização, na transferência e
no descarte dos diversos produtos químicos
envolvidos nos processos operacionais.
A gestão desses materiais é realizada em
busca da redução dos riscos de ocorrências
ambientais em nossas operações, por
meio de procedimentos técnicos, equipes
capacitadas, consultorias especializadas
e auditorias periódicas. Dessa forma,
asseguramos a conformidade com os
requisitos legais aplicáveis e com as boas
práticas de gestão de risco.
Realizamos, em 2009, um trabalho de avaliação
das situações de risco mais representativas nas
nossas operações em termos de severidade
por meio de auditoria externa, a fim de verificar
o grau de implantação do gerenciamento
de risco das unidades operacionais no Brasil.
Essa ação considerou o reconhecimento dos
riscos, as ações de bloqueio implantadas
e os seus respectivos planos de mitigação
Foi publicada, em 2009, a Instrução
Corporativa para Comunicação de
Ocorrências Ambientais, que tem como
objetivo estabelecer a metodologia para a
classificação das ocorrências e assegurar a
prontidão de sua comunicação aos gestores
da área de Meio Ambiente. A implementação
dessa instrução possibilitou homogeneizar,
em todos os nossos negócios, o critério de
classificação das ocorrências e o procedimento
de comunicação, propiciando a otimização da
nossa resposta a emergências.
No ano de 2009, foram registradas cinco
ocorrências envolvendo vazamento de
produtos perigosos, que foram classificadas
como acidentes críticos*, de acordo com a
nossa matriz de relevância.
Contando com seus planos de atendimento a
emergência, todas as unidades atuaram para
a remediação dos impactos ocorridos e na
investigação das ocorrências, com o objetivo
de evitar novos derramamentos.
O consumo de combustíveis, outro insumo
significativo da Vale, está especificado junto
com itens relacionados à energia (págs. 66 e 67).
Derramamentos-produtos
Gestão de riscos ambientais
O uso de produtos classificados como perigosos
é uma característica inerente aos negócios
da mineração. Isso demanda da Vale e das
empresas do setor, de modo geral, uma gestão
1 A pesquisa foi realizada com os principais fornecedores de
nitrato de amônio, correias transportadoras, explosivos,
óleo lubrificante e pneu fora de estrada, que representam
aproximadamente de 45% a 85% do volume total de compras
da Vale para esses insumos.
Volume**
Localização da ocorrência
Ácido sulfúrico
3 m³
Goro Nova Caledônia – Vale Inco
Ureia em escamas
200 t
Bom Sucesso/MG – FCA
Hidrocarbonetos
1,5 m³
Divinópolis/MG – FCA
Hidrocarbonetos
0,3 m³
Barão de Camargos/MG – FCA
Hidrocarbonetos
0,1 m³
Mangaratiba/RJ – Terminal Ilha Guaíba (TIG)
*“Derramamento significativo” da GRI corresponde à definição de “acidente crítico” usada pela Vale, ou seja,
aquele que ultrapassa os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta impacto residual sobre
o meio ambiente e/ou saúde e segurança, dentro ou fora da unidade operacional, após a conclusão dos
procedimentos de mitigação.
**Esses volumes representam valores estimados.
63
Operador Sustentável
Controle de emissões
Emissões de óxidos de nitrogênio (NOx)
Emissões de óxidos de enxofre (SOx)
Em 2009, passamos a reportar as medições
de emissões de óxidos de enxofre (SOx),
óxidos de nitrogênio (NOx) e material
particulado (MP). Trata-se de substâncias que,
se presentes acima de determinados níveis
na atmosfera, podem causar danos à saúde
humana, à fauna ou à flora. Diferentemente
das emissões de GEEs, esses poluentes
não têm efeito global e seus impactos na
qualidade do ar ocorrem em função das
concentrações locais. Estas, por sua vez,
dependem da localização das fontes e de
outros fatores, como topografia e condições
meteorológicas da região.
A emissão de NOx está diretamente
relacionada à quantidade de combustíveis
utilizados nos processos de combustão.
O cálculo das emissões foi realizado por
meio de fatores de emissão específicos, que
permitem calcular a quantidade de NOx
produzida a partir da quantidade de cada
tipo de combustível utilizado e das diversas
formas de combustão onde são consumidos.
Para os processos industriais da Vale Inco,
as emissões foram determinadas por
monitoramento direto dos gases gerados por
combustão lançados na atmosfera.
As emissões de SOx na Vale são geradas,
principalmente, em duas atividades: queima
de combustíveis e processos produtivos.
Para as emissões provenientes da queima de
combustíveis, o cálculo foi realizado com base
nos consumos e seus respectivos teores de
enxofre, considerando-se que todo o enxofre
presente nos combustíveis é convertido
a SO2 ou a SO3. As emissões originárias de
processo foram calculadas por balanço de
massa, considerando-se que todo o enxofre
adicionado ao processo e não presente nos
produtos ou resíduos é emitido na forma de
SOx. As emissões e o processo da Vale Inco
foram obtidos por meio de monitoramento
direto dos gases de exaustão.
Emissões de material particulado
Os volumes de emissões de material
particulado foram obtidos a partir de dados do
monitoramento realizado nas chaminés das
unidades operacionais e, em alguns casos, por
aplicação de fatores de emissão, não sendo
computadas as fontes móveis e as fontes difusas
ou fugitivas em decorrência da inexistência
de metodologia específica para cálculo ou
mensuração.
As atividades de mineração tipicamente não
apresentam níveis significativos de emissão de
material particulado por fontes fixas pontuais.
Os níveis de emissão mais relevantes em
nossas operações estão presentes nas plantas
industriais de níquel, alumínio e pelotização.
Juntas, essas áreas respondem por cerca de
96% do total de emissões da Vale.
Todas as fontes fixas pontuais de emissões de
material particulado da Vale são controladas
por equipamentos, tais como precipitadores
eletrostáticos, filtros de mangas e lavadores
de gases, capazes de atingir eficiências de
remoção superiores a 98%. Por isso, o total
de emissões representa apenas o que não foi
retido por esses equipamentos.
A emissão total de material particulado
apurada em 2009 foi de 5,1 mil toneladas.
64
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
As operações de logística, mineração de ferro,
alumínio e níquel são as áreas de negócio
da Vale com níveis mais significativos de
geração de NOx. No caso de logística e
mineração de ferro e níquel, as emissões
são intensificadas pela predominância
de equipamentos de combustão interna
(locomotivas e equipamentos de mineração
a diesel), que são processos tipicamente de
alta taxa de formação de NOx. As plantas
industriais de pelotização e de níquel,
embora representem processos intensivos
de consumo de combustíveis, apresentaram
uma menor contribuição relativa por
utilizarem equipamentos de combustão
externa (caldeiras, fornos e calcinadores),
caracterizados por uma baixa taxa de formação
de NOx e, ainda, por terem apresentado um
reduzido nível de produção no ano de 2009.
As operações de alumínio emitiram mais NOx
em decorrência da forte demanda de energia
primária no processo de refino.
A emissão total de NOx, em 2009, foi de
84 mil toneladas.
As emissões geradas em operações de
locomotivas e equipamentos de mineração
correspondem a cerca de 70% das emissões
globais da Vale, estando presentes,
predominantemente, em áreas não habitadas
ou com baixo índice de ocupação, o que
reduz significativamente os impactos na
qualidade do ar.
A emissão total de SOx, em 2009, foi de
323 mil toneladas.
As emissões mais significativas estão
presentes nos processos de produção de
níquel, especialmente nas plantas de smelter
(redução) e nas refinarias que processam
minérios sulfetados. Nos demais processos,
destacam-se as operações do setor do
alumínio e, em menor proporção, a logística e
a pelotização. As emissões da área de logística
são dependentes dos teores de enxofre
presentes no combustível utilizado. As plantas
de alumínio têm 78% de suas emissões
originadas pela queima de combustíveis e 22%
por processo. Nas unidades de pelotização,
as emissões originadas pela queima de
combustível representam apenas 1% de suas
emissões totais, já que atualmente utilizam gás
natural em quase todos os seus fornos.
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Brasil
Governança corporativa
CASE
Desempenho dos Negócios
Conformidade
A Vale realiza a gestão da conformidade
ambiental embasada no monitoramento e
na avaliação permanentes. Procuramos atuar
com agilidade na busca de soluções para as
eventuais ocorrências.
No ano de 20092, ocorreram dois casos
considerados significativos ou relevantes3.
Nesse período, não foi realizado nenhum
pagamento de multa nem aplicada nenhuma
sanção de caráter não monetário4. Com
relação à multa administrativa imposta
pelo município de Guapimirim, relativo ao
acidente ferroviário da empresa Ferrovia
Centro Atlântica (FCA), controlada pela Vale,
ocorrido no município de Itaboraí, no Rio
de Janeiro, obtivemos resultado favorável
em primeira e segunda instâncias judiciárias
para o cancelamento da multa. As duas
multas ambientais impostas pelo Instituto
Estadual do Ambiente (Inea) estão suspensas
e aguardam o cumprimento do termo de
ajustamento de conduta.
Entre as ações judiciais relevantes,
permanecem as duas envolvendo as
operações das minas de ferro da Vale em
Itabira, Minas Gerais, Brasil, sob alegação
de dano. Também permanecem as quatro
associadas ao licenciamento da mina de
Capão Xavier da MBR, em Belo Horizonte,
Minas Gerais, Brasil, e, no município de
Vitória, Espírito Santo, Brasil, continua em
processamento uma ação por suposta
2 No relatório de 2008 foi relatado o encerramento do caso do
posto de combustível da pera ferroviária de Carajás, no Pará.
No entanto, retifica-se a informação, já que apresentamos
recurso administrativo ao Conama.
3 Os processos são considerados relevantes com base nos
seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de
indenizações e aplicação de multas; b) em razão do tema de
interesse da empresa ou de repercussão no público em geral,
independentemente de valor; c) os decorrentes de sanções
não monetárias.
4 Os processos relatados abrangeram valores de multa e montantes estimados (com base no valor requerido nos processos
judiciais), o que, todavia, não representa uma quantia real e
certa, até porque não existe uma liquidez expressa numa decisão final ou num ato de reconhecimento pela Vale, como no
caso de pagamento. Em razão disso, para melhor atender ao
escopo do indicador EN28 da GRI, passamos a considerar os
casos existentes e que se encaixam no critério de relevância,
sendo que divulgamos apenas os valores que apresentam
uma quantia certa reconhecida como devida pela Vale ou já
paga, para evitar eventuais distorções com relação à realidade
dos processos administrativos e judiciais que, por estarem
ainda pendentes de decisão final, normalmente não apresentam definição ou precisão quanto aos valores em discussão.
Tecnologia inovadora no controle atmosférico
Com a instalação da primeira Wind Fence no Complexo de Tubarão, em setembro de 2009, a Vale passou a utilizar uma tecnologia inédita na América Latina,
que evita a suspensão de particulados provocada pela ação do vento. Até 2011,
a empresa investirá cerca de US$ 287,2 milhões em melhorias de controle ambiental, incluindo a instalação de outras quatro Wind Fences para reduzir ao
máximo a emissão de particulados.
Wind Fence é uma barreira de vento constituída de uma estrutura metálica fechada por telas de polipropileno, com capacidade para conter ventos de até
120 km/h. A Vale está implantando essas estruturas ao redor de seus pátios
de armazenamento para aprimorar o controle da emissão de particulados das
pilhas de minério, pelotas e carvão. Ao todo, serão instalados nove quilômetros
de tela, e cada barreira terá uma vez e meia a altura da pilha do produto protegido, o que resultará em uma altura média de 24 metros, correspondente a um
prédio de oito andares.
A primeira barreira de vento já está funcionando, no entorno do pátio de pelotas
que atende as Usinas I a IV. Até o fim de 2010 serão instaladas as estruturas nos
pátios de pelotas das Usinas V a VII e nos pátios de estocagem de pelotas e minério do Terminal Portuário. A última barreira, que ficará no pátio de carvão, será
colocada até julho de 2011.
Eficiência comprovada
Os estudos para implantação das Wind Fences no Complexo de Tubarão
foram iniciados em 2005, com elaboração de ensaios em túnel de vento pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Esse trabalho demonstrou
a viabilidade desse tipo de equipamento e determinou os primeiros parâmetros
necessários para a eficiência, como altura, porosidade e geometria da tela.
Em 2007, a Vale contratou o Midwest Research Institute (MRI), instituto norte-americano especializado em controle ambiental, que determinou a dimensão e
a configuração ideal das barreiras, de acordo com o tipo de pátio.
A partir daí, foram desenvolvidos os projetos e iniciadas as obras. Durante a implantação, foram realizadas diversas campanhas de monitoramento de emissão de
poeira, antes e depois da conclusão da obra, com o objetivo de medir a eficiência
desse sistema de controle no que se refere à redução da emissão de particulados.
Para tal, foram construídas quatro torres de 23 metros de altura em volta do pátio,
onde foram instalados monitores contínuos de material particulado e de direção e
velocidade de vento. Após quatro meses de monitoramento, os resultados mostraram que a Wind Fence reduziu as emissões de poeira em 77,4%.
Além das barreiras de vento, a Vale investiu em outras melhorias para reduzir
a emissão de particulados. Uma das mais significativas foi a implantação de
enclausuramento em 57 pontos de transferência nas correias transportadoras de
minério, pelotas e carvão, com o objetivo de impedir a dispersão da poeira nos
pontos onde o material é transferido de uma correia para outra. A empresa está
implantando, ainda, mais um precipitador eletrostático nas usinas de pelotização, totalizando 21 unidades. Esses equipamentos têm capacidade para filtrar
99% das emissões de poeira resultantes dos fornos de pelotização.
65
Operador Sustentável
poluição atmosférica. Em todas, espera-se o
julgamento pela improcedência dos pedidos.
No Canadá, permanece uma ação civil,
na qual se alega o declínio no valor de
residências como resultado de suposta
contaminação histórica no solo relacionada à
refinaria de Port Colborne, na qual a empresa
vem se defendendo.
Os dois novos casos registrados em 2009
referem-se à Alunorte e à Vale. O Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) autuou a
Alunorte, empresa controlada pela Vale,
por supostamente causar poluição no rio
Murucupi por meio do lançamento de
efluentes no curso d’água no processo de
beneficiamento de bauxita. No outro caso,
o órgão ambiental solicitou esclarecimento
sobre dormentes da Estrada de Ferro
de Carajás. Em ambos os casos, foram
apresentadas as defesas administrativas,
e acreditamos que deveremos obter
resultado favorável.
Energia
Energia é um dos insumos fundamentais para
a sustentabilidade das atividades da Vale. Por
isso, mais do que garantir a disponibilidade
desse insumo, na quantidade e no custo
adequados para as diversas unidades, nossa
gestão tem como prioridade aprimorar
continuamente a matriz energética, com
ações de curto, médio e longo prazos. O foco
principal é contribuir para as questões globais
relacionadas às mudanças climáticas e à
conservação ambiental, de forma a garantir a
disponibilidade desse recurso hoje e no futuro.
Atuamos em três frentes de ação principais:
desenvolvimento de novas fontes renováveis
de energia, criação de mecanismos de
redução do consumo total e manutenção
de uma matriz energética que assegure a
competitividade de nossas operações.
O objetivo da gestão de energia é manter
e aprimorar ações alinhadas às nossas
Diretrizes Corporativas sobre Mudanças
Climáticas e Carbono (leia mais em
www.vale.com). A cada ano, realizamos
66
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
novas iniciativas focadas no uso de fontes
renováveis de energia e na sistematização
de informações que nos ajudarão a tomar
decisões estratégicas e reduzir riscos.
Entre essas iniciativas integradas de
eficiência energética estão os estudos de
engenharia conceitual e básica voltados
à identificação de projetos de eficiência
energética (elétrica e de combustíveis).
Além do estudo relatado no Relatório de
Sustentabilidade 2008, realizado na Usina
Pelotizadora de Fábrica, Minas Gerais,
Brasil, e finalizado em junho de 2009, foram
concluídos, no segundo semestre do
mesmo ano, os estudos em outras unidades
brasileiras – Pelotização em Vitória (ES), Vale
Manganês e minas de Conceição, Alegria,
Fábrica Nova, Fazendão e Timbopeba,
em Ouro Preto (MG) – e em unidades da
Vale Inco – Sudbury, Thompson, Clydach,
Voisey’s Bay e PT Inco. Esses estudos
serviram como subsídios para a meta de
redução do consumo de energia em 5% em
referência a 2008, adotada pelas unidades
da Vale Inco. O Edifício Barão de Mauá,
sede administrativa da empresa, também
foi alvo de mapeamento de projetos.
A implementação desses projetos será
iniciada em 2010.
O portfólio de projetos de eficiência
energética será renovado anualmente por
meio da realização contínua de mapeamentos
em outras unidades.
Em suporte à execução de projetos, foram
constituídos Grupos Técnicos de Eficiência
Energética (GTEE), acompanhados de
atividades de comunicação e treinamentos
técnicos específicos.
Leia mais sobre projetos de eficiência
energética nas págs. 102 e 103.
Consumo de energia direta
Em 2009, o consumo de combustíveis da
Vale foi de 127 terajoules (TJ), cerca de 12%
inferior a 2008. Essa queda está relacionada
à crise econômica, que demandou a
paralisação de algumas unidades e a redução
do ritmo de outras.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Como as paralisações ocorreram
principalmente nas usinas de pelotização,
houve ainda uma queda no consumo de
gás natural, de aproximadamente 44%. A
redução da produção nas minas impactou
o consumo de óleo diesel, que foi 17%
menor que o registrado em 2008. Como
estamos substituindo gradativamente
diesel puro por biodiesel, registramos um
percentual maior de redução do primeiro.
Enquanto o consumo de diesel puro caiu
42%, a redução do consumo de biodiesel
(B3 e B4) foi de apenas 8%. O consumo de
gasolina também foi reduzido, em 33%.
O propano, utilizado nas unidades
internacionais, sofreu uma queda de
17%. No caso do GLP, usado unicamente
nas áreas de preparo de alimento, houve
alta de 556% no volume consumido, em
decorrência da inserção de dados de
vários desses setores em nossas unidades,
que antes não reportavam esse indicador.
Esse gás não é utilizado no processo de
produção e tem uma participação na
matriz energética de menos de 0,01%,
considerada insignificante.
A redução no consumo de óleo
combustível foi influenciada pela queda
acentuada na pelotização, que registrou
redução de mais de 95%, de 116 mil
toneladas, em 2008, para apenas 964
toneladas, em 2009. Essa redução ocorreu
em função de dois fatores principais: a
paralisação da unidade de São Luís e a
substituição de óleo por gás natural nas
outras unidades. As unidades de caulim
também reduziram o consumo de óleo
combustível, ficando com 21 mil toneladas,
ante 57 mil toneladas do ano anterior.
O consumo de carvão mineral foi 40%
maior em 2009. Esse acréscimo se deve
ao pleno funcionamento da cogeração da
Alunorte, que utiliza o carvão mineral como
combustível.
Recursos humanos
saúde e segurança
meio ambiente
Consumo consolidado de insumos combustíveis
(mil TJ/ano)
151
145
127
21
Etanol
13
18
Biodiesel (B100)
25
43
Renováveis
Hidrelétrica (PCHs)*
14
35
42
62
Carvão vegetal
19
Outros**
Combustíveis
de navegação***
51
Carvão mineral
43
Não renováveis
Gás natural
Diesel
2007
2008
Óleo combustível
2009
*PCH – Pequena Central Hidrelétrica.
**Propano, GLP/Propano, Querosene, Gasolina, Coque e CO Rich gas.
***Combustíveis utilizados pelos navios próprios da Vale – Intermediate Fuel Oil (IFO) e Marine Gas Oil (MGO).
Consumo total de energia direta em unidades usuais
Combustíveis
2008
Carvão vegetal
155
75
milhares de toneladas métricas
Carvão
Gás natural
GLP
Óleo combustível
Gasolina
Diesel
Diesel B2, B3 e B4
Querosene
Propano
Coque
906
600
milhares de toneladas métricas
milhões de m³
CO rich gas
PCHs
2009
Unidades
703
381
2.338
3.502
847
721
4
2
milhões de litros
239
139
milhões de litros
959
684
milhões de litros
6
3
milhões de litros
428
280
23
14
milhares de toneladas métricas
8
15
milhões de m³
2,2
2,1
TWh
toneladas
milhares de toneladas métricas
milhares de m³
Os dados divulgados no Relatório de Sustentabilidade 2008 da Vale para gás natural, GLP, óleo combustível,
gasolina, diesel e propano foram atualizados.
67
Operador Sustentável
Em 2009, nossas
hidrelétricas
aumentaram a
participação em nossa
matriz energética
Consumo de energia indireta
Consumo total de energia elétrica
Em 2009, um ano atípico por conta da
crise internacional, o consumo de energia
elétrica da Vale chegou a 14,9 TWh, o
que representa uma redução de cerca
de 23% em relação a 2008 (19,3 TWh). O
consumo de energia elétrica foi impactado
principalmente pela paralisação de
algumas unidades, como Pelotização São
Luís, Pelotização Fábrica, Mina de Água
Limpa e Urucum Ligas, além da redução de
ritmo de produção em outras.
Ao investirmos na produção de energia para
atender à demanda das nossas operações
globais, nos protegemos contra a volatilidade
dos preços, além de minimizar riscos
regulatórios, climáticos e de suprimento.
No cenário internacional, podemos
destacar a redução de 34% no consumo
da Vale Inco, ocasionada tanto pela crise
econômica global como pela paralisação
de algumas operações no Canadá. A Vale
Manganèse France registrou uma redução
de 20% em relação ao ano anterior,
enquanto a Vale Manganese Norway teve
redução de apenas de 3%.
Consumo consolidado de energia indireta
A Vale produz 39% da sua necessidade de
energia elétrica, seja por meio de hidrelétricas
ou do potencial de geração de combustíveis.
Desse total consumido, 6,1 TWh foram
produzidos por nossas usinas hidrelétricas, seja
no Brasil ou no exterior (sendo 63% produzidos
pelas usinas das quais participamos por meio
de consórcios e por nossas PCHs no Brasil e
37% pelas usinas hidrelétricas da Vale Inco no
Canadá e na Indonésia).
A queda no consumo, no cenário
brasileiro, permitiu que as hidrelétricas da
Vale (consórcios e PCHs) aumentassem
o percentual de participação na nossa
matriz energética de 13%, em 2008, para
16%, em 2009. Ocorre que, pela legislação
brasileira, apenas as unidades que são 100%
controladas pela Vale podem receber energia
gerada nessas hidrelétricas. Se levarmos em
consideração o total de energia consumida
por essas unidades, a participação das nossas
hidrelétricas chega a 48%.
Também utilizamos 0,8 TWh de
energia elétrica produzida pelas seguintes
fontes térmicas:
22,7 TWh
81,9 mil TJ
19,3 TWh
69,6 mil TJ
14,9 TWh
53,9 mil TJ
• a cogeração energética na Alunorte
aproveita o vapor do processo para gerar
0,23 TWh (23% do consumo);
• o
processo da Cadam, por meio dos
geradores a óleo combustível, supre toda a
unidade com um total de 0,49 TWh;
2007
68
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
2008
2009
• a unidade da PTInco gerou 0,09 TWh
de energia elétrica (apenas 4% de
toda a demanda de energia elétrica
da unidade) por meio da queima de
combustíveis fósseis.
Desempenho dos Negócios
Governança corporativa
Recursos humanos
saúde e segurança
O restante da demanda de energia
elétrica da Vale (61%) é proveniente
de compra das redes nacionais, dos
respectivos países.
meio ambiente
Investimos na produção de energia para atender
à demanda das nossas operações globais.
MATRIZ ENERGÉTICA
O consumo de todas as fontes diretas
e indiretas na Vale está apresentado
na matriz energética abaixo. Conforme
demonstrado, 73% de nossa energia
indireta (eletricidade comprada) é
proveniente de fontes hidrelétricas, o
que contribui para os baixos níveis de
emissões indiretas de CO2. O percentual
é menor do que o reportado em 2008,
que foi de 76%. Essa queda ocorreu
porque houve um aumento percentual
da participação da energia fornecida
por nossas hidrelétricas (PCHs), o
que nos permitiu comprar menor
quantidade de eletricidade de terceiros.
Distribuição do consumo total de energia elétrica
Matriz energética consolidada 2009 (total = 181 mil TJ)
Óleo combustível
Diesel
2,9% 0,6%
Carvão mineral
11,6%
Gás natural
Hidrelétrica (PCH)
22%
11,3%
0,005%
73,6%
Brasil
1%
1%
1%
23%
Combustíveis de navegação*
Energia direta
Carvão vegetal
Outros**
8%
19%
Biodiesel (B100)
Etanol
2%
5%
10%
8%
Eletricidade comprada – renovável***
Eletricidade comprada – outros****
Energia indireta
América do norte
Ásia
Europa
Oceania
*Intermediate Fuel Oil (IFO) e Marine Gas Oil (MGO).
**Propano, GLP/Propano, Querosene, Gasolina, Coque e CO Rich gas.
***Hidrelétricas e biomassa.
****Nuclear e térmica.
69
Catalisador do
desenvolvimento local
Procuramos estabelecer alianças com atores
estratégicos de diferentes setores – público,
privado e sociedade civil – para a articulação e o
planejamento de programas de desenvolvimento
local integrado. Buscamos atuar de forma
conjunta para gerar um legado positivo nas
regiões onde atuamos.
70
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
TETE
moçambique
Nosso projeto de exploração
de carvão em Moatize segue
nosso princípio de fortalecer o
relacionamento com as comunidades
e realizar ações de sustentabilidade
nas áreas onde a Vale atua. Aos pés
do baobá, promovemos o diálogo
com os moradores da região.
71
catalisador do desenvolvimento local
desenvolvimento local
Tecendo redes
Atuamos em parceria com governos
e sociedade para promover o
desenvolvimento sustentável dos
territórios onde operamos
Os investimentos na mineração trazem
oportunidades para os territórios –
elevação da arrecadação de impostos,
geração de empregos, aumento da
massa salarial e, consequentemente, da
renda familiar, entre outros benefícios.
O grande desafio da Vale é captar essas
oportunidades, a fim de construir um
legado de sustentabilidade (social,
econômico e ambiental) nas regiões
onde operamos.
Atuando de maneira integrada com os
governos e a sociedade, procuramos
internalizar as oportunidades geradas pela
presença da Vale nas regiões, estimulando a
aplicação de impostos em investimentos em
infraestrutura, a qualificação de trabalhadores e
de fornecedores e a diversificação econômica.
Assim, contribuímos para o desenvolvimento
local no médio e no longo prazo.
GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL
Possuímos diversos programas e ferramentas,
nas nossas diferentes áreas e regiões de atuação,
para gerenciar os impactos socioambientais
decorrentes de nossas atividades.
Na análise de viabilidade de implantação de
projetos, adotamos a metodologia Front-End-Loading (FEL), que abrange aspectos sociais,
de saúde, segurança e meio ambiente, além
de riscos econômicos e operacionais.
Além disso, com base no estudo ambiental,
social e econômico realizado no EIA/Rima
(Estudo de Impacto Ambiental e Relatório
de Impacto de Meio Ambiente) e em outros
estudos ambientais e socioeconômicos,
consideramos os potenciais impactos de
nossa presença nas regiões desde as fases
de licenciamento até a implantação dos
nossos projetos.
Por meio de diferentes programas, procuramos
mitigar os riscos e potencializar as
oportunidades nos territórios em que atuamos.
72
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Essas ferramentas são utilizadas em
conjunto com os Diagnósticos Integrados
de Socioeconomia realizados pela Fundação
desenvolvimento local
Vale. Os diagnósticos estimam, por meio
de projeções socioeconômicas, possíveis
impactos da presença da Vale nesses
territórios, nos âmbitos local e regional.
Até o momento, já foram elaborados
Diagnósticos Integrados de Socioeconomia
nas seguintes regiões: Barcarena, Abaetetuba
e Paragominas; Estrada de Ferro Carajás (EFC);
Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM); Minas
Gerais (minas do sistema Sul e Sudeste); Rio
de Janeiro; sudeste do Pará e Vitória, todas no
Brasil; e em Moçambique, na África. Em 2009,
foi iniciado o diagnóstico em Sergipe, nos
municípios da área de influência do Projeto
de Potássio Carnalita. Para 2010, está previsto
o início da atualização dos diagnósticos,
começando pelo sudeste do Pará. Por meio
dessas iniciativas, buscamos mecanismos
para evitar ou minimizar os impactos
negativos e maximizar os impactos positivos
de nossa atuação. Os principais impactos
gerados por nossas atividades estão descritos
no quadro ao lado.
Diretos
cadeia de valor
Indiretos
• Desenvolvimento econômico
• Geração de empregos indiretos
• Geração de empregos
Impacto
econômico
positivo
• Aumento da massa salarial
• Qualificação profissional
• Aumento da arrecadação pública
• Dinamização de outros setores
econômicos
• Contratação de produtos
e serviço s locais
• Atração de fornecedores
• Desenvolvimento de fornecedores locais
• Investimentos em serviços
e infraestrutura
• Atração de investimentos de diversas
esferas dos setores público e privado
• Melhoria da infraestrutura local
• Pressão sobre a infraestrutura e os serviços
públicos em decorrência do aumento
demográfico
Impacto
econômico
negativo
• Impactos ambientais
• Interferência com o uso da terra
• Riscos de acidentes
• Especulação imobiliária em áreas remotas
em função da baixa oferta de moradia e da
alta demanda
• Geração do efeito de vazamento
econômico por conta da contratação de
fornecedores e de empregados de outras
regiões pela falta de especialização local
Programas e práticas
de gestão de impactos
Programas e práticas
por fases do empreendimento
Cientes das potenciais consequências
de nossas atividades, procuramos, por
meio de diferentes programas, mitigar os
riscos e potencializar as oportunidades
nos territórios em que estamos presentes.
O conhecimento da região onde
atuaremos e a previsão dos impactos
que o empreendimento poderá causar
possibilitam a elaboração de planos de
gestão socioambiental específicos e
detalhados, aplicáveis à realidade local.
Esses planos são um importante
instrumento para a tomada de decisões na
gestão dos investimentos sociais da Vale.
As iniciativas que realizamos na gestão
dos impactos também contribuem para o
desenvolvimento local sustentável. Dentre
elas, destacamos os seguintes programas:
Qualificação profissional, Relacionamento
com comunidades, Relacionamento com
comunidades tradicionais, Valorização da
cultura e outros Programas Sociais (leia mais
sobre os programas em www.vale.com).
Licenciamento/
Implantação
Operação
Fechamento
Estudo de impacto ambiental, social e econômico
Gestão de impacto ambiental, social e econômico
Plano de fechamento de mina
Desenvolvimento de fornecedores
Qualificação profissional
(empregados e comunidades)
Relacionamento com comunidades
(inclusive comunidades tradicionais)
Valorização do patrimônio cultural
Programas sociais
Ocorrência Intensa
Ocorência Moderada
Cabe destacar também a participação
nos Programas de Desenvolvimento de
Fornecedores (PDF) nas regiões onde atuamos,
por meio de rede de relacionamento que
envolve entidades de classe, órgãos de governos
e instituições de ensino. Essa iniciativa é voltada
para a qualificação e o desenvolvimento dos
fornecedores locais, com o objetivo de fomentar
a geração de novas oportunidades de negócio.
Desde 2008, realizamos o Programa Inove, que
integra as ações das diferentes áreas da empresa,
focado no fortalecimento de pequenos e médios
fornecedores. Especialmente nos locais mais
remotos, procuramos desenvolver fornecedores
da região com o objetivo de contribuir para
o desenvolvimento local e a melhoria das
condições sociais e econômicas da população
(leia mais no capítulo Cadeia de Valor).
73
catalisador do desenvolvimento local
Nosso objetivo é contribuir
para redução do déficit da
infraestrutura urbana
Fundação vale
A Fundação Vale tem como missão
contribuir para o desenvolvimento
integrado – econômico, ambiental e
social – dos territórios onde a Vale atua
no Brasil, articulando e potencializando os
investimentos sociais, fortalecendo o capital
humano nas comunidades e respeitando as
identidades culturais locais.
Nas unidades internacionais, a atuação
social da Vale é realizada por equipes locais.
Nossa estratégia considera a criação de
Fundações Vale internacionais, alinhadas
com as diretrizes da Fundação Vale no Brasil,
respeitando sempre as particularidades de
cada região. Já possuímos Fundações Vale
na Colômbia e em Moçambique. Está em
andamento a implementação da Fundação
na Nova Caledônia1.
Nossa atuação considera as especificidades
de cada território e têm como base a Política
de Desenvolvimento Sustentável. Realizamos
Diagnósticos Integrados em Socioeconomia,
amplos estudos que reúnem informações
de cada território e permitem identificar as
necessidades e as potencialidades específicas
de cada um. Esses estudos servem de base
para a elaboração dos Planos de Gestão dos
Investimentos Sociais (PGIS), com foco nas áreas
de atuação da Fundação Vale: infraestrutura
urbana e habitacional, gestão pública e
desenvolvimento humano e econômico.
1 A Fundação na Nova Caledônia é um dos pilares do Pacto de
Desenvolvimento Sustentável do Grande Sul, assinado entre
a Vale Inco Nouvelle-Calédonie e as populações Kanak do sul
da ilha em 2008. No Relatório de 2008, foi feita referência à
criação da referida Fundação. Sua implementação aguarda o
andamento dos trâmites legais para a sua operação. Outros
dois pilares que constituem o Pacto de Desenvolvimento
Sustentável do Grande Sul são o Comitê Consultivo Indígena
Ambiental (criado em 2009) e a associação de reflorestamento
(prevista para 2010).
74
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Acreditamos no diálogo intersetorial e
valorizamos a construção coletiva por meio
da integração dos interesses comuns entre
governo, iniciativa privada e sociedade
civil organizada. Dessa maneira, buscamos
deixar um legado de sustentabilidade nas
regiões onde a Vale atua, agindo de forma a
melhorar as condições de vida das populações,
fortalecendo o relacionamento com as
comunidades e realizando ações estruturantes.
Infraestrutura
Nosso objetivo é contribuir para a redução
do déficit de infraestrutura urbana
(saneamento básico, tratamento de resíduos
sólidos, drenagem e pavimentação) e
habitacional. Atuamos em parceria com
as prefeituras, desenvolvendo projetos
executivos e apoiando a captação de recursos
disponíveis nas esferas estadual e federal
para a implantação das obras. Também
acompanhamos a implantação dos projetos
e apoiamos as prefeituras na gestão dos
processos. Até dezembro de 2009, 72 projetos
executivos foram concluídos ou estavam em
elaboração para 40 municípios dos estados
do Pará, Maranhão, Espírito Santo e Minas
Gerais, importantes áreas de atuação da
Vale no Brasil. Desses projetos, 30 já foram
protocolados para repasse de recursos do PAC
– Programa de Aceleração do Crescimento –
do Governo Federal Brasileiro.
desenvolvimento local
cadeia de valor
Nossas ações nos territórios consideram
as especificidades de cada local.
Gestão Pública
Por meio de protocolos de intenção assinados
com as prefeituras, trabalhamos perante
o poder público para o fortalecimento da
gestão pública. Desenvolvemos programas
estruturantes em educação, saúde, ordenação
e limpeza urbana e apoiamos as prefeituras
na melhoria da gestão administrativo-financeira, para redução de gastos e
captação de financiamentos.
Também atuamos na melhoria da gestão
pública por meio de programas como:
• Ação
Educação: colabora para a melhoria
da gestão pública da educação municipal,
por meio do planejamento da Política de
Educação em quatro dimensões: gestão
educacional, formação continuada, práticas
pedagógicas e infraestrutura. Possibilita que
as secretarias identifiquem oportunidades de
articulação e mobilização, somando esforços
em favor dos compromissos assumidos nos
âmbitos municipal e estadual.
• Ação
Saúde: colabora para a melhoria da
saúde coletiva e da família, priorizando
a saúde materno-infantil. Promove a
formação de células ativas, compostas
por profissionais de saúde, educadores,
lideranças comunitárias e, principalmente,
mulheres e jovens, com vista à redução da
morbidade e mortalidade infantil.
Na tabela abaixo, conheça outros programas
que merecem destaque (leia mais em
www.vale.com):
Programa
Período de realização
Nº de beneficiados
Escola que Vale
2000 a 2009
mais de 170 mil
Vale Alfabetizar
2003 a 2009
120 mil
Novas Alianças
2007 a 2009
mais de 1.050
75
catalisador do desenvolvimento local
Desenvolvimento humano
e econômico
As Estações Conhecimento são a principal
iniciativa nessa frente e consistem em
núcleos de desenvolvimento humano e
econômico idealizados pela Fundação Vale
que seguem o modelo rural ou urbano. O
objetivo é contribuir para a melhoria da
qualidade de vida e o desenvolvimento
integrado e sustentável das comunidades. Os
núcleos são organizações da sociedade civil
de interesse público (Oscips), viabilizadas por
meio de parcerias locais com o poder público
e entidades da sociedade civil organizada.
O público prioritário das Estações
Conhecimento são crianças e adolescentes
de 6 a 18 anos. A intenção é promover ações
integradas, de longo prazo, que contribuam
para o desenvolvimento integral da pessoa.
Nos núcleos, os participantes são estimulados
em práticas esportivas (natação, atletismo,
judô e futebol), em atividades culturais, no
convívio social e no empreendedorismo.
Entre os programas sociais desenvolvidos
estão: Rede que Vale – Empregabilidade, Vale
Juventude – Participação Juvenil, Vale Música
– Cultura e Brasil Vale Ouro – Esporte. Sobre
esse programa, leia mais no case da pág. 77.
dos alunos e das comunidades. É um
legado de conhecimento sistematizado
e institucionalizado para as regiões e
os municípios onde estamos presentes.
Serão aproximadamente 30 mil jovens
beneficiados por meio de 18 núcleos, que
serão construídos até 2012 nos estados do
Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará,
Sergipe e Rio de Janeiro. O mapa abaixo
mostra o planejamento de implantação das
Estações Conhecimento no Brasil.
Em Moçambique, duas Estações Conhecimento
estão em fase de implantação na área
do Projeto Moatize (Carvão), em Tete. Na
Colômbia, também foi inaugurada uma Estação
Conhecimento na região de La Loma, próximo
à Mina de Carvão El Hatillo, e está prevista a
implantação de mais uma na região de Ciénaga.
Estação conhecimento
3
Respeitando as vocações produtivas locais,
as Estações trabalham o conhecimento
adequado para cada região, elegendo cadeias
produtivas com maior valor agregado e que
possam ganhar escala de produção. Essas
cadeias são organizadas junto aos produtores,
que recebem apoio técnico e encontram
nas Estações a tecnologia e a articulação
necessárias para o processamento e a
comercialização de sua produção.
As Estações Conhecimento também
procuram disseminar novas tecnologias e
metodologias de aprendizagem entre seus
profissionais. A maioria deles é constituída
por funcionários públicos cedidos pela
prefeitura parceira e/ou o governo estadual,
que são capacitados para estimular práticas
educativas relacionadas ao cotidiano
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
17
5
2
13
18
1. Apa do Gelado Parauapebas
7
8
11
2. Tucumã
15
3. Barcarena
4. Marabá
14
5. Curionópolis
10
9
6. Arari
7. Vale do Jequitinhonha
8. Brumadinho
9. Deodoro
10. Mangaratiba
11. Governador Valadares
12. Canaã dos Carajás
13. Ourilândia do Norte
Em Operação (02)
14. Nova Lima
Em implantação (11)
15. Serra
Em Planejamento (05)
Total de 18 operações até 2012
76
6
4
12
1
16
16. Concórdia do Pará
17. São Luís
18. Capela
cadeia de valor
CASE
Brasil
desenvolvimento local
Formando campeões
Na busca por talentos esportivos, a Fundação Vale lançou o programa Brasil Vale Ouro, que visa selecionar e preparar atletas nas modalidades de judô, natação e atletismo, nas cidades brasileiras onde
a empresa atua. Esse é um dos maiores projetos de caça-talentos do país e representa o apoio da
Vale no segmento de esportes de alto rendimento. O principal objetivo é ajudar o Brasil a se tornar
uma potência olímpica e, além disso, deixar para as gerações futuras um legado de conhecimento
sistematizado em treinamentos esportivos, em ciência esportiva e na formação de profissionais
ligados ao esporte.
O programa funciona dentro das Estações Conhecimento, Núcleos de Desenvolvimento Humano
e Econômico, cuja gestão é compartilhada entre a Vale, o poder público e a sociedade civil. Os
núcleos atuam como agentes articuladores de redes sociais, voltadas para o desenvolvimento local
das regiões onde a empresa opera.
O programa Brasil Vale Ouro conta, ainda, com o Centro Nacional de Excelência, que ficará sediado
no Círculo Militar de Deodoro, no Rio de Janeiro. Em parceria com os ministérios da Defesa e do
Esporte, a Vale irá construir no local uma pista profissional de atletismo e dois alojamentos com
capacidade para 100 atletas. Em dezembro de 2009, foi inaugurado o moderno ginásio de judô do
Centro, com seis áreas de treinamento simultâneo e arquibancada para 1.500 pessoas.
Todos os jovens das Estações Conhecimento que alcançarem índice olímpico terão a oportunidade de
ser transferidos para o Centro de Excelência, onde contarão com apoio financeiro e acompanhamento
profissional de equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, professores de educação física e assistentes sociais. Com essa estrutura, procuramos contribuir
com uma melhor preparação dos atletas do Brasil Vale Ouro para os Jogos Olímpicos de 2016, que
serão sediados pela primeira vez na América do Sul, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
77
catalisador do desenvolvimento local
CASE
Brasil
Queremos
estimular o diálogo
e a transparência
entre os setores
Pesca na praia do Boqueirão
A Vale, ciente da sua responsabilidade social perante os impactos
causados com a implantação do Píer IV do Terminal Portuário de
Ponta da Madeira, em São Luís, está realizando o Programa de Desenvolvimento Socioeconômico da Comunidade de Pescadores
Artesanais da Praia do Boqueirão. O Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) definiu as áreas afetadas pelo empreendimento. Por isso, por
meio da Fundação Vale, propusemos a construção participativa de
um programa de apoio à pesca artesanal na praia do Boqueirão.
Foram realizadas reuniões com pescadores e lideranças comunitárias e também articulações com o sindicato, o Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Estaleiro Escola, assim
como visita às instalações da Vale no porto.
A equipe da Fundação participou das audiências públicas em que
foram apresentados os eixos do programa: valorizar e conservar
a cultura da pesca artesanal, colaborar para a geração de renda e
contribuir para o exercício da cidadania. A primeira etapa do programa, desenvolvida em 2009, incluiu a realização de uma pesquisa que classificou os pescadores em três grupos, de acordo com
a atividade de pesca na praia para melhor definir o atendimento.
Além disso, uma especialista em biologia marinha acompanhou a
produção local e analisou as potencialidades de geração de renda
dos grupos.
Desde dezembro de 2009, os 51 pescadores inscritos no programa, junto com suas famílias, participam da qualificação, por meio
de um convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar), e recebem mensalmente uma bolsa-auxílio vinculada à
participação nos cursos. O programa inclui ainda a distribuição
de materiais de pesca artesanal, kit de segurança e apoio para obtenção de documentos pessoais. Até 2012, tempo previsto para
a duração dessa ação, a comunidade da praia de Boqueirão terá
oportunidade de conhecer outras experiências comunitárias de
desenvolvimento local, por meio de visitas técnicas.
78
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Parceria Social Público-Privada
O debate internacional vem pautando a
importância da Parceria Público-Privada (PPP)
na dimensão econômica do desenvolvimento
territorial. E a Fundação Vale, a partir de sua
experiência de articulação com governos e a
sociedade, sugere uma nova proposição para
as PPPs, inserindo a dimensão social e criando
a Parceria Social Público-Privada (PSPP).
A PSPP demanda uma nova postura das
empresas, dos governos e da sociedade
em geral. O investimento social privado
passa a ser planejado em ações de médio
e longo prazos, baseadas em diagnósticos
socioeconômicos e integradas a políticas
sociais emancipatórias, com metas e
indicadores de resultados. Desse modo,
estimula o diálogo e a transparência para a
construção de uma visão comum, capaz de
integrar esforços em favor da geração de
oportunidades locais e da melhor aplicação
dos recursos, numa convergência de
interesses entre as partes envolvidas.
Com essa nova perspectiva, a PSPP
responde às diversidades das regiões
e às suas potencialidades, permitindo
a articulação entre o poder público
e as empresas. Com isso, integramos
as ações dos diferentes agentes em
torno de uma visão comum, de modo a
maximizar resultados e contribuir para o
desenvolvimento sustentável dos territórios.
Podemos citar como exemplo de PSPP as
iniciativas que a Vale está desenvolvendo,
como o acordo para fomentar o turismo
solidário no Vale do Jequitinhonha, em
Minas Gerais, a parceria na elaboração de
projetos de infraestrutura e a criação das
Estações Conhecimento, para fortalecer o
empreendedorismo e oferecer atividades de
arte, cultura e esporte para jovens.
cadeia de valor
CASE
Brasil
desenvolvimento local
Fortalecendo os municípios
A Fundação Vale integra e apoia a união de esforços mútuos para a criação de mecanismos capazes de aperfeiçoar a gestão pública, bem como
promover ações que contribuam para o desenvolvimento humano e
econômico das regiões em que atuamos. Uma iniciativa nesse sentido
foi a parceria firmada entre a fundação e a Prefeitura de Abaetetuba, no
Pará, área de influência da Vale.
Investimentos Sociais
A estratégia de desenvolvimento
sustentável da Vale está ancorada em nossa
capacidade de gerar e distribuir valor. Além
dos mecanismos diretos e indiretos de
distribuição de riquezas, como pagamento
de impostos, salários e benefícios, compra de
produtos e serviços, realizamos investimentos
sociais em projetos que trazem benefícios
para a comunidade local.
Esses investimentos incluem ações de
educação, cultura, geração de renda e
estímulo ao fortalecimento do capital social,
por meio de programas da Fundação Vale, de
patrocínios1 e doações, entre outros. O total
investido pela Vale em 2009 foi de US$ 200,9
milhões. A redução de 13% em comparação
a 2008 deve-se à estratégia de redução de
custos adotada pela empresa para enfrentar
o cenário econômico global recessivo,
destacando-se que essa queda é inferior à
queda de faturamento/produção.
Conforme observado no gráfico ao lado,
cerca de 16% do total investido, US$ 31,4
milhões, é destinado a obras para melhoria
de infraestrutura urbana. A queda dos
investimentos nesse setor de 2007 para 2008
(de acordo com o quadro abaixo) deve-se à
conclusão de projetos. O valor investido nos
últimos três anos é de US$ 168 milhões.
Em 2009, realizamos um seminário que deu início ao planejamento estratégico da prefeitura. Em dois dias de trabalho, conduzidos por uma consultora especializada em gestão pública, foram levantados os marcos de
governo e as metas a serem alcançadas até o fim do mandato. A ideia era
traçar metas que fossem concretas, mensuráveis e alcançáveis. Além disso, foram levantados os programas existentes para a concretização desses
objetivos. A partir daí, criou-se um grupo estratégico para acompanhamento das ações a serem implantadas para cumprimento das metas.
Investimento social total
Investimento social por tipo
(US$ milhões)
(2009 – US$ 200,9 milhões)
231
10%
200,9
12%
18%
17%
12%
14%
2007
2008
2009
16%
Relacionamento
Cultura
Infraestrutura
Treinamento
Saúde
Educação
Outros
Investimentos em infraestrutura
2007
2008
2009
Total US$ milhões
99,2
6%
94%
100%
14%
13%
73%
100%
37,7
19%
81%
100%
18%
40%
42%
100%
31,4
60%
40%
100%
1%
26%
73%
100%
Por tipo
1 A gestão de patrocínios da Vale considera, no processo de
aprovação, a adequação e a relevância dos projetos para a
realidade de cada local e seu alinhamento com a nossa estratégia de desenvolvimento sustentável. As áreas prioritárias
são: cultural, ambiental, social e técnica.
231
Por forma
Apoio a serviços públicos
Realização de obras
Total
Pro bono
Engajamento comercial
Materiais/produtos
Total
Por tipo – Apoio a serviços públicos: realizado por meio de pagamento de serviços, como arcar com os
custos da contratação de enfermeiros, professores etc. Realização de obras: obras de pavimentação de
estradas, construção de escola s e hospitais, entre outras.
Por forma – Pro bono: atividade desenvolvida em prol de benefício público, como alocação de pessoas com
funções definidas em atividades durante o tempo previsto de trabalho, com recursos da empresa.
Engajamento comercial: atividade que gera benefício público, mas que primariamente gera benefício
econômico ou retorno de investimento para a empresa. Materiais/produtos: investimento em infraestrutura
em espécie, por provisão de serviços ou pela entrega de um produto.
79
CASE
Brasil
catalisador do desenvolvimento local
Desenvolvimento da Grande Vitória
Em 2009, a Vale finalizou a elaboração do Diagnóstico Socioeconômico dos municípios da Grande Vitória, no Espírito Santo. Nessa região, a Vale opera plantas de pelotização de minério de ferro e o Porto de
Tubarão. O estudo, feito a partir da análise de dados oficiais e de entrevistas com lideranças, associações
de moradores e autoridades, vai orientar as ações e os investimentos sociais da empresa para o desenvolvimento da região, que inclui, além da capital, as cidades de Cariacica, Serra e Vila Velha.
Ao entregar o diagnóstico para as autoridades do estado, a Vale anunciou a realização de cinco ações, já
nos primeiros meses de 2010, que representam um investimento da ordem de US$ 28,7 milhões. Esses
projetos foram criados levando em consideração as demandas prioritárias apontadas pelo estudo:
• com a Prefeitura de Vila Velha, será feito o projeto executivo de engenharia para as obras de dragagem
do Canal de Marilândia, que minimizará o alagamento da Av. Carlos Lindemberg, evitando a interdição
de uma das principais ligações entre Vila Velha, Cariacica e Vitória em dias de chuva intensa;
• parceria com as prefeituras da Serra e de Vitória no projeto de Melhorias do Sistema de Esgotamento
Sanitário do bairro Hélio Ferraz, que além de contribuir para a despoluição está associado a outro projeto de regularização fundiária de parte da comunidade, beneficiando cerca de 650 famílias;
• com a Prefeitura de Cariacica será desenvolvido o projeto executivo de pavimentação e drenagem de
25 quilômetros de vias públicas, já que a falta de mobilidade urbana foi apontada pelo diagnóstico
como uma das principais questões estruturais da cidade;
• para Vitória será feito o projeto executivo de restauração e implantação de duas construções históricas:
a biblioteca municipal no Palácio Domingos Martins e a residência Cerqueira Lima. A iniciativa está
alinhada com o projeto de revitalização da região central da capital capixaba;
• doação ao governo do estado da área conhecida como Morro da Companhia, onde já está instalado
o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema). No terreno, localizado em Cariacica, será instalado o
Centro de Pesquisas, Inovação e Desenvolvimento (CPID), que contará com estrutura para dar suporte
científico e tecnológico às indústrias em projetos ambientais.
80
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Investimos, cada vez mais, na contratação de
mão de obra local, gerando oportunidades
de trabalho às populações das cidades
no entorno de nossas operações no
intuito de alavancar o desenvolvimento
socioeconômico comunitário.
Como grande parte de nossos negócios
encontra-se em áreas remotas e de difícil
acesso, atuamos em parceria com as
iniciativas pública e privada para fomentar
a formação de serviços básicos, como
habitação e saúde, e qualificar profissionais
para a nossa cadeia produtiva.
No Brasil, além dos programas de educação
externa da Valer – Educação Vale, os Centros
de Educação Profissional Vale (CEPs), criados
em parceria com instituições de ensino,
exemplificam como se dá a nossa estratégia
de contratação local. Os CEPs são escolas
de ensino profissionalizante, construídas e
equipadas pela Vale, onde são ministrados
cursos de qualificação para as atividades da
cadeia produtiva de mineração e com foco na
sustentabilidade e no fomento das vocações
regionais, como cursos de construção civil e
hotelaria. Com atualmente quatro unidades,
três no Pará e uma em São Luís, os CEPs
formaram 13.623 pessoas em 2009, em
diversas qualificações técnicas.
Ações de apoio
às comunidades
Nova
Caledônia
CASE
Geração de emprego e renda
cadeia de valor
Canadá
desenvolvimento local
Nossas operações internacionais de níquel mantêm diversos investimentos em infraestrutura. Na Vale Inco Newfoundland & Labrador, por
exemplo, está em construção uma central de bombeiros que atenderá
às necessidades da comunidade, além de fornecer apoio à nossa operação. A estação possuirá escritório, sala de treinamento e garagem
adequada para o caminhão de bombeiros, além de equipamentos de
comunicação que servirão como Centro de Controle de Emergência. A
conclusão da estação está prevista para o primeiro semestre de 2010.
Na nossa operação em Goro, na Nova Caledônia, estamos apoiando
alguns projetos, como a restauração de duas igrejas e de um supermercado. As ações são coordenadas pela Província do Sul e beneficiarão
a comunidade local. Em 2009, foi acordado um financiamento para a
construção de um Centro de Educação em Meio Ambiente, que, além
de fornecer informações sobre esse tema, oferecerá atividades educativas para crianças.
Outra ação na área de infraestrutura urbana está sendo conduzida
em Thompson, Manitoba. A Vale Inco opera a estação de tratamento
de água, que fornece água potável e gratuita para todas as residências e atividades de negócios da cidade. Investimentos feitos pela
empresa propiciaram melhorias na estação. Representantes da Vale
Inco também participam como membros do Comitê de Infraestrutura da Cidade, auxiliando no planejamento de ações solicitadas pela
comunidade.
A Vale investiu em 2009 US$ 1,5 milhão
em obras e equipamentos dos CEPs.
Em Parauapebas (PA), a implantação do
laboratório de soldagem, o mais moderno
da região, foi fundamental para a oferta
da formação de soldadores na região, em
parceria com a Universidade Federal de
Uberlândia (UFU) e o Senai PA.
Em São Luís, foi implementado o programa
de formação de mão de obra local para a
construção do Píer IV do Porto de Ponta da
Madeira da Vale, que formou 300 jovens da
área do Itaqui Bacanca, vizinha às instalações
da nossa empresa. Ainda no CEP de São
Luís, por meio do projeto Indústria do
Procuramos gerar oportunidades de trabalho para as
populações das cidades no entorno de nossas operações.
81
catalisador do desenvolvimento local
As estratégias de contratação são traçadas por
meio do mapeamento prévio de demandas do
mercado de trabalho local. Além de levantar
a quantidade de profissionais necessários em
cada etapa das nossas operações, identificamos
outros pontos relevantes para a contratação
local, tal qual exemplificado no quadro ao lado.
Em 2009, a Vale apresentou um percentual
geral de 77%2 de contratação local3. Para
posições de liderança, o índice é de 48%, uma
vez que as competências requeridas para os
cargos gerenciais são mais específicas.
A estratégia de promover a sustentabilidade
e a autossuficiência das comunidades, por
meio da geração de empregos e renda,
também está sendo levada às nossas
operações no exterior. Em Omã, no Oriente
Médio, onde estamos implementando
uma planta de pelotização e um complexo
portuário, assumimos com o governo
local o compromisso com o programa de
“Omanização”. Trata-se de um plano para
aumentar de 60% para 80% a utilização de
mão de obra local em nossas operações no
país, com o objetivo de maximizar a absorção
de profissionais omanis no setor privado.
Em Moçambique, África, onde desenvolvemos
o projeto Moatize, nos mobilizamos para gerar
mão de obra qualificada e, assim, contribuir
para o desenvolvimento regional. Com esse
objetivo, oferecemos cursos e treinamentos
2 Este indicador considera resultados globais, mas não inclui
operações canadenses, nas quais esse monitoramento não
é realizado. Empregados próprios deste indicador (EC7) correspondem a 84% (2009) do total de empregados reportados
(LA1). Projetos não incluídos.
3 Apesar de o cálculo do indicador ter considerado como local o
estado de nascimento dos empregados, a prática de contratação adotada, quando aplicável, prioriza residentes do estado, e
não necessariamente os naturais dele.
82
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
está sendo implementada em parceria com o
Senai Brasil, em função da ausência de escolas
técnicas na região. Para dar continuidade
à qualificação de profissionais, investimos
ainda no desenvolvimento da infraestrutura
educacional local, construindo escolas, salas
de aula e laboratórios.
• Mapeamento de profissionais por negócio, área e competências
• Mapeamento da infraestrutura local
Diagnósticos
• Mapeamento do contexto social
• Mapeamento de fornecedores/parceiros
• Identificação de fontes de recrutamento
• Definição do pacote de remuneração
• Formação e especialização de profissionais
Atração e
desenvolvimento • Desenvolvimento de instituições de educação profissional
•P
arcerias e desenvolvimento da infraestrutura necessária para a
realização das formações
Retenção
de pessoas
esenho do Plano de Transição de Pessoas, para apoiar o processo de
•D
mudança de profissionais
•A
poio ao desenvolvimento da infraestrutura local: saúde, habitação,
educação e lazer
• E ducação Continuada
•G
estão da Performance
• Carreira & Sucessão
Canadá
Idealizamos também iniciativas que
estimulam o desenvolvimento de uma rede
de serviços e fornecedores locais. Além disso,
implementamos o Programa de Formação
Profissional, que irá qualificar técnicos para
as nossas operações (leia mais no capítulo
Recursos humanos, pág. 43).
nas áreas de carpintaria, serralharia, alfaiataria,
eletricidade geral, além de construção civil,
moda e confecções. Por intermédio da
Valer, foram iniciadas, em 2009, as ações
do Programa de Formação Profissional
para capacitar profissionais nos cursos de
Operação de Mina e Soldagem. A formação
CASE
Conhecimento, de inclusão digital e incentivo
à leitura, foram realizados mais de 8 mil
atendimentos em 2009. O projeto é fruto de
uma parceria com o Sesi e o Senai MA.
Capacitar para crescer
Em 2009, a Vale financiou, nas suas operações canadenses, duas iniciativas
para fornecer capacitação às comunidades remotas e aborígenes. A primeira foi a renovação da parceria entre a Vale Inco e a Canadian Executive
Service Organization (Ceso), organização sem fins lucrativos que atua na
promoção da autossuficiência das comunidades aborígenes e na redução
da pobreza. A partir de 2010 e até o fim de 2012, a Ceso receberá recursos
anuais para desenvolver projetos de treinamento e tutoria.
Os projetos responderão às necessidades identificadas pelas comunidades
aborígenes em todo o Canadá. Os voluntários do Ceso serão responsáveis pelo treinamento e pela tutoria – no local – tanto nas comunidades
como nos centros urbanos. Entre as ações a serem realizadas estão criação de empresas, desenvolvimento econômico comunitário e capacitação
relacionada a finanças, recursos humanos e comunicação. A finalidade é
desenvolver um grupo governante aborígene mais eficiente e economicamente saudável.
A outra iniciativa é uma parceria com o Cambrian College, instituição educativa em Sudbury, para desenvolver uma sala de aula itinerante que permitirá a realização de estudos e trabalhos especializados, beneficiando as comunidades remotas do norte de Ontário. Por meio de em um trailer de alta
tecnologia, equipado com ar, gás, aquecimento e uma antena parabólica,
que gera sua própria eletricidade, a sala de aula itinerante oferecerá vários
cursos, como eletrônica, soldagem, serralheiro, mecânico, entre outros.
desenvolvimento local
Mineração artesanal
e de pequena escala
significativa da ocorrência dessas atividades em
nossas áreas de concessão.
A mineração artesanal ou de pequena escala
é responsável pela geração de trabalho e
renda para milhares de famílias ao redor do
mundo, exercendo um importante papel
no desenvolvimento social e econômico de
muitos países.
No Projeto Trés Valles, desenvolvido na
comunidade de Salamanca (Chile), 70
mineradores artesanais que trabalhavam
em áreas pertencentes à Vale foram
realocados. Desde 2007, está em vigência
um acordo firmado com a Asociación Minera
de Salamanca (Asomi) por meio do qual,
além da realocação para áreas autorizadas
para exploração, a Vale se compromete a
contribuir para a melhoria das condições
de produtividade, segurança e saúde,
mediante a instalação e a transferência dos
acampamentos e a implementação de um
sistema de assistência técnica ao terreno.
Em 2009, em Minas Gerais, a área de
Segurança Empresarial da Vale realizou
fiscalizações nas unidades operacionais da
empresa onde há risco de ocorrência de
prática de garimpagem clandestina. Há a
intenção de inserir esse tema na pauta de
reuniões realizadas com as comunidades desse
estado localizadas próximas às operações. Ao
longo do ano foram identificadas 42 ocorrências
e, com a intervenção da Polícia Civil, foram
detidas 22 pessoas.
Em 2008, a PT Inco havia registrado mineração
artesanal e de pequena escala em algumas
áreas de concessão na Indonésia, especialmente
no período de alta nos preços de níquel. Com a
crise econômica em 2009, houve uma redução
Nova
Caledônia
No estado brasileiro de Minas Gerais, em
2008, a Vale fez o pedido de cessão gratuita
e voluntária dos direitos minerários sobre
a Pedreira Santa Efigênia à Cooperativa
dos Trabalhadores. Em dezembro de 2009,
com o apoio da empresa e da Universidade
Federal de Ouro Preto (UFOP), a cooperativa
protocolou o Formulário de Caracterização
do Empreendimento Integrado na
Superintendência Regional de Minas Gerais
e no Departamento Nacional de Produção
Mineral. O processo para a obtenção do
direto de lavra encontra-se em trâmite.
Estão previstas também outras ações, como:
o apoio aos profissionais no cumprimento
dos padrões produtivos e de segurança
estabelecidos pela legislação vigente e pelo
Acordo de Produção Limpa; a construção
de dois acampamentos, que atendam às
condições de saúde e segurança requeridas
pela atividade; e a assistência técnica em
temas relacionados a segurança, geologia e
exploração mineral. A equipe da Vale também
realiza mensalmente capacitação sobre temas
de interesse do grupo.
CASE
Como empresa global, buscamos
contribuir para a transferência de boas
práticas tecnológicas e de saúde e
segurança, principalmente em países em
desenvolvimento. Em 2009, aprovamos
a Política de Direitos Humanos da Vale,
que aborda, entre outros temas, questões
referentes a mineração artesanal e de
pequena escala. Esse assunto também
constará do Guia de Direitos Humanos,
que será desenvolvido no decorrer do
ano de 2010.
cadeia de valor
Com as mãos na massa
Os residentes da Província do Sul de Nova Caledônia comemoraram a
inauguração do Prédio Comunitário, realizada em dezembro de 2009. As
obras, que duraram sete meses, foram parcialmente financiadas pela Vale
Inco Nouvelle-Calédonie. O projeto empregou nove jovens, que aprenderam várias atividades da área de construção, como pintura, serviços elétricos, alvenaria e carpintaria. Além do treinamento teórico, os aprendizes
tiveram oportunidade de praticar, possibilitando o ganho de experiência,
essencial nesse campo.
Em 2006, a Vale Inco Nouvelle-Calédonie criou o programa Projetos
Comunitários, em parceria com a Província do Sul e o Conselho Tradicional
Djubéa Kapone, que é um dos oito conselhos tradicionais na Nova
Caledônia. Um dos objetivos do programa é proporcionar treinamento
para a juventude das tribos locais. O projeto já capacitou cerca de 60
jovens na área da construção civil.
83
catalisador do desenvolvimento local
Identificamos e analisamos as situações de
risco através de ferramentas específicas e
compatíveis com os processos produtivos.
A Vale mantém um sistema de registro e
acompanhamento das ocorrências, que
contribui para a criação de mecanismos de
prevenção e a redução das consequências.
Ferrovias da Vale no Brasil
A Vale opera, no Brasil, aproximadamente
11 mil1 quilômetros de malha ferroviária. As
linhas percorrem dez estados, passando por
cerca de 400 municípios. Em muitos locais,
houve o crescimento das comunidades nas
proximidades das ferrovias, aumentando o
risco de incidentes.
Apesar de apresentarmos melhoria constante
no indicador Acidente por MTKm (milhão de
trem km), que leva em conta os acidentes em
função da quantidade de trens e da distância
percorrida, sabemos que ainda precisamos
avançar mais.
Incidentes
Entre os aspectos relevantes da gestão
do relacionamento da Vale com as
comunidades estão a ação preventiva,
o monitoramento permanente e a
busca de soluções para incidentes com
potencial para afetar as pessoas que vivem
nas regiões onde atuamos. A partir do
envolvimento da comunidade, agimos de
forma a prevenir os riscos, minimizar as
ocorrências e dar um atendimento rápido
quando um incidente ocorre.
Ocorrência nas ferrovias operadas pela Vale no Brasil por MTKm
As principais iniciativas em andamento são:
• análise de vulnerabilidade de riscos;
• melhoria no sistema de gestão das
ocorrências ferroviárias;
• expansão do centro de capacitação
ferroviária;
• campanhas educativas e de sensibilização;
• avaliação de novas tecnologias, como os
freios eletropneumáticos;
(milhão de trem km)
• melhoria de sinalização;
90
83
80
• programa de controle de treinamentos e
reciclagem para as áreas operacionais.
78
67
70
60
Análise de riscos
50
43
40
30
20
10
0
24
9,0
2001
26,2
25
15
13,0
6,0
2002
2003
10
6,0
10,5
5,2
2004
2005
Fca
EFvm
20,5
17,9
7,4
5,8
2006
EFc
4,1
4,4
2007
22,8
18,1
14,1
6,6
2,8
2008
5,5 3,8
2,7
2009
Fns
*Fonte: Unigofer – Sistema de gestão de ocorrências ferroviárias da Vale no Brasil, que possui equidade com os
registros da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A Ferrovia Norte Sul passou a ser operada pela
Vale em 2008. São 580 km construídos, dos quais 452 km estão em operação pela Vale, entre Açailândia e Colinas.
84
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Nossas atividades, produtos e serviços
envolvem aquisição, armazenamento,
manuseio, uso, transferência e descarte
de produtos químicos diversos, como
solventes, óleos lubrificantes e combustíveis,
sendo alguns potencialmente perigosos.
A gestão desses produtos visa identificar e
minimizar os riscos de nossas operações, por
meio de procedimentos técnicos, equipes
1 Incluindo a Ferrovia Norte Sul.
desenvolvimento local
capacitadas, consultorias especializadas e
auditorias periódicas, a fim de nos manter
em conformidade com a legislação e com os
demais requisitos aplicáveis.
As situações de risco associadas às nossas
operações são identificadas e analisadas
através de ferramentas específicas e
compatíveis com os processos produtivos e,
com isso, possibilitam a adoção de medidas
preventivas apropriadas e alinhadas aos
sistemas sob análise. Adicionalmente, cada
unidade operacional conta, ainda, com
um Plano de Atendimento a Emergência
específico, além de pessoal capacitado, a fim
de minimizar as perdas e os danos às pessoas
e ao meio ambiente.
Realizamos, em 2009, um trabalho de
avaliação das situações de riscos, por meio
de auditoria externa, a fim de verificar o
grau de implantação do gerenciamento de
risco das unidades operacionais no Brasil,
considerando a identificação dos perigos,
as ações de bloqueio e os seus respectivos
planos de atendimento à emergência
para mitigar os impactos dos incidentes. A
avaliação resultou num nível adequado de
implantação, recomendando aprimorar os
procedimentos para realização de simulados.
O processo de Análise e Gerenciamento de
Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente,
iniciado em 2008, continua em implantação
e já possibilitou a homogeneização e a
racionalização de recursos e materiais para
prevenção e mitigação dos riscos, tanto
ambientais como os de saúde e segurança,
nas diferentes fases do ciclo de vida de nossos
empreendimentos (mais detalhes na página 49).
O processo de comunicação de ocorrências
ambientais foi aperfeiçoado com a publicação
de uma instrução específica de comunicação.
Foi publicada uma Instrução Corporativa para
Comunicação de Ocorrências Ambientais,
que tem como objetivo estabelecer
a metodologia para classificação de
eventos acidentais e assegurar/garantir a
comunicação de ocorrências ambientais à
área de meio ambiente para fins de apoio,
gerenciamento e acompanhamento.
Adicionalmente, esse procedimento
possibilitou a homogeneização, em todos
os nossos negócios, da classificação dos
cadeia de valor
eventos acidentais e os critérios de comunicação,
otimizando a tomada de decisão por parte das
áreas envolvidas.
A tabela a seguir apresenta os incidentes
significativos2 com potencial impacto nas
comunidades, com as causas já identificadas e as
ações de bloqueio adotadas nas nossas operações3:
2 “Incidente significativo” da GRI corresponde à definição de
“acidente crítico” usada pela Vale, ou seja, aquele que ultrapassa
os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta
impacto residual sobre o meio ambiente e/ou saúde e segurança
dentro ou fora da unidade operacional.
3 Os incidentes ferroviários são reportados separadamente, por
meio do indicador internacionalmente adotado (acidentes por
milhão de trem km). Os dados de derramamento são reportados
no capítulo Meio Ambiente, por meio do indicador EN23,
na página 63.
Localidade
Empresa
Incidente
Causa(s)
Ações de bloqueio
• Armazenamento em contêineres
Pará
PPSA
Combustão de
hidrossulfito de
sódio
Vazamento e
contato com
água
Pará
Alunorte
Transbordamento
de lama vermelha
Chuvas intensas
• Redimensionamento dos ponds
de armazenamento
• Redimensionamento do sistema
de bombeamento
Maranhão
Vale
Transbordamento
de efluente
contendo minério
de ferro
Chuvas intensas
• Redimensionamento das bacias
de contenção
• Revisão do programa de
manutenção periódica da rede
de drenagem
Minas Gerais
FCA
Óleo no rio
Itapecerica
Rede de
drenagem oleosa
subdimensionada
• Redimensionamento e segregação das
redes de drenagem oleosa e pluvial
• Revisão do programa de
manutenção e inspeção
Minas Gerais
Vale
Queda de minério
de ferro no
córrego Vargem
Grande
Ausência de
estruturas de
contenção
• Implantação de diques de
contenção
• Revisão do programa de
manutenção e inspeção
Interrupção do
fornecimento de
água
Falha no
equipamento
da planta de
tratamento de
água que fornece
água potável para
a cidade
• Comunicados imediatos à população
pelas autoridades locais
• Monitoramento do fornecimento de
água até sua normalização, de acordo
com os parâmetros do governo
• Adequação dos equipamentos para
aumento da vazão de tratamento
de água e melhoria dos parâmetros
de potabilidade, visando ao
atendimento da demanda da
comunidade e à identificação de
novas medidas de prevenção de
falhas de equipamentos de processo
Incêndio florestal
atingindo 25
hectares
As causas
não foram
identificadas
pelas autoridades
locais
• Controle do incêndio com o
apoio das autoridades locais para
minimização da área impactada
• Reforço das medidas de
comunicação perante as
comunidades sobre os riscos de
incêndio e a manutenção de aceiros1
Manitoba
Vale Inco
Newfoundland
and Labrador
Vale Inco
Newfoundland
& Labrador
(Planta
de Long
Harbour, em
construção)
• Dique de contenção
• Inspeção rotineira na área
do armazém
1 Terreno desbastado de vegetação, que se abre em torno ou através das matas para evitar a propagação de incêndios.
85
Reassentamento em Moçambique
Em Moçambique, o Plano de Ação do Reassentamento visa ao atendimento total
de mais de 980 famílias até o fim de 2010, sendo 300 oriundas de Chipanga, Mithethe e Bagamoio. Essas famílias serão reassentadas no bairro 25 de Setembro,
na Vila de Moatize, onde fixarão residência e utilizarão os equipamentos de educação e saúde já existentes. Tais equipamentos estão sendo expandidos e melhorados para responder às demandas da população.
Moçambique
CASE
catalisador do desenvolvimento local
Reassentamento involuntário
As atividades de mineração, logística e
demais empreendimentos, algumas vezes,
exigem o deslocamento de comunidades.
Sempre que possível, procuramos evitar ou,
pelo menos, minimizar o reassentamento,
buscando projetos alternativos.
Desse total, o maior contingente, mais de 650 famílias, será reassentado na região
de Cateme, que fica a 36 km da Vila de Moatize. A maior parte dessas famílias
tem perfil rural. Para esse reassentamento foi projetado um conjunto de infraestruturas básicas para moradia, atendimento de serviços de educação, cultura,
saúde, esportes e espaço para o desenvolvimento das atividades de agricultura
(machambas), voltadas para consumo e venda.
Ao elaborar planos de reassentamento, a
Vale busca adotar práticas alinhadas com as
diretrizes do Banco Mundial sobre o tema.
As recomendações incluem ações para
mitigar os impactos sociais e econômicos
dos deslocamentos involuntários.
As duas regiões que estão recebendo as famílias deslocadas irão sediar uma Estação Conhecimento, núcleo de desenvolvimento humano e econômico que promove atividades culturais, esportivas, de educação profissionalizante e de saúde.
Em Cateme, as atividades da Estação serão complementadas com a construção
de uma fazenda-modelo e de módulos demonstrativos agropecuários. A fazenda-modelo terá como finalidade a produção de alimentos para merenda escolar
e de farinha multimistura para o programa nutricional, além de contar com área
para pastagem.
A Vale está elaborando o Termo
de Referência para Processos de
Reassentamento, com acompanhamento
social. Nosso objetivo é assegurar
um tratamento equitativo às famílias
deslocadas, bem como oferecer acesso
a oportunidades de desenvolvimento
econômico e social.
Dentre as principais ações realizadas em 2009, destacam-se:
• visitas em campo para acompanhamento do impacto das obras, planejamento
e acompanhamento da execução de detonações e trabalhos com maquinário
de grande porte;
• visitas domiciliares para entrega dos pacotes de subsídio alimentar;
• vistorias de imóveis identificados para atendimento das indenizações assistidas,
acompanhamento da regularização fundiária dos imóveis e sua efetiva transferência ao reassentado;
• acompanhamento de cerimônias tradicionais;
• identificação, negociação e pagamento de indenizações de machambas (áreas
agrícolas) e imóveis comerciais e sazonais impactados pela obra;
• atendimento nos gabinetes de plantão social nas comunidades de origem e assentamento de Cateme;
• visitas em campo para o planejamento das frentes de remoção e inventário de
animais a trasladar;
• traslado de animais (bovinos e caprinos por pastoreio, outros por transporte
Os objetivos do documento são:
• a dotar um princípio único para a atuação
dos empreendimentos, que considerem
as boas práticas de responsabilidade
social corporativa;
• r eproduzir e adaptar para a realidade
dos nossos negócios os padrões de
desempenho ditados pelo Banco Mundial,
pelo ICMM e pelo Pacto Global, entre
outros;
•o
rientar os diferentes processos na
Vale que envolvam o deslocamento de
pessoas;
• c ontribuir para estudos e programas
socioeconômicos;
rodoviário);
• acompanhamento do processo de transferência das famílias.
O Plano de Ação para Reassentamento foi baseado em amplo censo socioeconômico aplicado às comunidades vizinhas ao empreendimento e a áreas anfitriãs do
reassentamento. Todo o processo seguiu as diretivas do Banco Mundial, que incluem ações como consulta às comunidades e às pessoas afetadas; disponibilização de canal de comunicação para reclamações e busca de soluções com relação
à compensação e ao deslocamento; realização de censo socioeconômico para
identificar as pessoas a serem desalojadas pelo projeto; e participação informada
das comunidades em todas as etapas.
86
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
• r eduzir os impactos causados pela
remoção;
• a ssegurar às famílias padrões adequados
de qualidade de vida e mecanismos de
inclusão social.
desenvolvimento local
Nossa expectativa é de que esse termo
de reassentamento apoie a implantação
dos nossos projetos, apontando caminhos
possíveis de desenvolvimento sustentável,
economicamente viável e socialmente justo
das comunidades afetadas.
Em Minas Gerais, em 2009, 17 domicílios
foram deslocados em função da implantação
de projetos (Mina do Baú e Apolo) ou do
impacto em áreas próximas às atividades
operacionais em Itabira. Os reassentamentos
foram realizados por meio de processos de
indenização e indenização assistida, conforme
o acordo estabelecido entre as partes. Esse
processo foi resultado das reuniões de
Diálogo Social realizadas na comunidade.
Já no Peru, o Estudo de Impacto Ambiental
do Projeto Bayóvar indicou a necessidade de
remoção de três famílias, cuja atividade principal
é a criação de gado. Foram construídas novas
moradias para as famílias reassentadas.
O maior processo de reassentamento ocorreu
em Moçambique, na área próxima ao projeto
de carvão Moatize. Até o fim de 2009, 217
famílias haviam sido deslocadas, sendo 203
por reassentamento sem indenização (com
o acompanhamento de todo o processo
de transição) e 14 famílias optaram pela
indenização, conforme acordo estabelecido
entre as partes. Os compromissos assumidos
pela Vale na implantação da infraestrutura de
suporte às famílias reassentadas envolvem
a concepção do projeto urbanístico e
a construção de novas moradias, de
equipamentos sociais e de serviços, como
escolas, postos de saúde, posto policial, entre
outros (leia mais no case da pág. 86).
Aquisição de propriedade
Nas unidades próprias da Vale no Brasil,
o processo de aquisição de propriedade
respeita um procedimento formal e
normativo, definido pela equipe de
patrimônio. Também são envolvidas a
Fundação Vale e as áreas de Comunicação
Regional, Saúde e Segurança Ocupacional
e Empresarial e Meio Ambiente. Os
processos visam garantir que todas as
informações necessárias para a identificação
e os direitos usuais sejam respeitadas. Por
meio de levantamento socioeconômico,
são identificadas famílias em situação de
vulnerabilidade social. Nesses casos, o
processo de aquisição de patrimônio passa
a ser acompanhado pela Fundação Vale,
que orienta equipes de campo e apoia
na possível necessidade de flexibilização
das condições de negociação. Em casos
específicos poderão ser necessários
assistência e acompanhamento social, além
de disponibilização de infraestrutura.
O foco é evitar situações de conflito entre
as partes envolvidas, respeitar a legislação
local, os procedimentos propostos pela
International Finance Corporation (IFC) e
garantir que o processo negocial seja justo e
viabilize as mesmas ou melhores condições
de vida para as comunidades locais. Quanto às
comunidades indígenas, no Brasil, a legislação
não permite atividades de mineração em
terras indígenas, o que impossibilita qualquer
processo de aquisição de propriedade, bem
como a atividade de mineração, mesmo que
em parceria com essas comunidades.
Na Austrália e em operações da Vale Inco,
o processo de identificação e aquisição de
propriedades se assemelha ao brasileiro
no que tange, por exemplo, a planos de
comunicação, avaliação de propriedade,
envolvimento do setor jurídico da Vale,
análise da vulnerabilidade social, estudos
socioeconômicos e registros de propriedade.
Apesar da semelhança no processo, cada
região segue suas diretrizes, alinhandas com
as especificidades das legislações locais,
inclusive nos casos em que envolvem
povos indígenas.
cadeia de valor
Fechamento de mina
A Vale estabelece diretrizes corporativas no
seu Guia de Fechamento de Mina para orientar
os profissionais das unidades operacionais no
processo de encerramento das atividades. Em
2009, como resultado das discussões iniciadas
em 2008 no grupo de trabalho que envolve
as diferentes áreas da empresa, foi revisado
o protocolo para a elaboração de planos de
fechamento de mina. Dando continuidade
ao processo de aprimoramento da gestão do
tema, o novo protocolo garante que todos os
planos de fechamento de mina considerem
os aspectos sociais e econômicos, além dos
aspectos ambientais, relacionados ao término
das operações.
Em 2010, esse protocolo será avaliado por
meio de sua aplicação em projetos piloto
nas áreas de minério de ferro e de bauxita.
O objetivo dessa iniciativa é realizar, nos
próximos anos, a atualização dos planos
de fechamento de todas as unidades
mineradoras da Vale.
Adicionalmente, para atender aos requisitos
definidos pela bolsa de valores dos EUA (SEC
– Securities and Exchange Commission), a
Vale realiza provisões para desmobilização
de ativos dos empreendimentos mineiros
da empresa. Os valores estimados para
provisão são revisados anualmente e
apresentados nas demonstrações contábeis.
Em 2009, foi estimado US$ 1,12 bilhão para
desmobilização de ativos na Vale.
No Canadá, há diferentes processos
específicos para a identificação de
comunidades aborígenes que possam
ser afetadas pelas atividades da Vale Inco.
A empresa trabalha diretamente com os
representantes dessas comunidades para
mitigar os possíveis impactos.
As operações da Vale Manganèse France e
da Vale Manganese Norway estão localizadas
dentro de áreas industriais e, por esse
motivo, não possuem processo de aquisição
de propriedades.
87
catalisador do desenvolvimento local
Cadeia de Valor
Incentivo às
compras locais
Para dinamizar a economia nas regiões onde
atuamos, estimulamos a contratação de
fornecedores locais, além de promovermos o
desenvolvimento da nossa cadeia produtiva
FORNECEDORES
Para atender ao nosso compromisso
de construir um modelo de negócio
sustentável e contribuir para uma sociedade
mais justa, ambientalmente equilibrada e
economicamente próspera, sabemos que é
essencial influenciar positiva e proativamente
cada parceiro e demais envolvidos em nossa
cadeia produtiva. Por isso, lançamos em 2009 o
Código de Conduta do Fornecedor (disponível
em www.vale.com), que define a visão da Vale
sobre conduta ética nas relações comerciais
com as empresas que nos fornecem serviços
e produtos. Da mesma forma, esperamos que
nossos fornecedores estendam esses critérios
internamente em suas empresas e para os
fornecedores por eles contratados.
Estimulamos nossos fornecedores a conhecer
e atuar com base em pactos, acordos, tratados
e convenções internacionais, tais como: a
Declaração Universal dos Direitos Humanos
da Organização das Nações Unidas (ONU), a
Agenda 21, o Pacto do Milênio, o Conselho
Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na
sigla em inglês), bem como documentos da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Dentre as questões abordadas no nosso
Código de Conduta do Fornecedor,
destacamos o atendimento à legislação,
88
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
às normas e aos contratos; transparência;
ética nas relações comerciais; saúde e
segurança no trabalho; direitos humanos;
meio ambiente, entre outros. Salientamos
também a importância de nossos fornecedores
denunciarem práticas questionáveis do ponto
de vista ético, como situações de abuso de
poder, fraude, apropriação indevida, suborno,
entre outras que estejam em desacordo com
os valores e as políticas da Vale. Para isso,
disponibilizamos um Canal de Denúncia,
descrito no nosso site (www.vale.com).
Crescendo com a cadeia produtiva
Lançado em 2008, o Programa Inove
busca promover o desenvolvimento dos
fornecedores regionais, principalmente
pequenos e médios, por meio do
fortalecimento das relações com as entidades
de classe e os órgãos de governos. Além
disso, visa à capacitação, ao aumento da
competitividade e ao incentivo à realização
de negócios, tornando os fornecedores mais
preparados para atender às exigências do
mercado. Até o fim de 2009, disponibilizamos
cerca de US$ 48,8 milhões em crédito,
beneficiando 169 empresas fornecedoras em
sete estados do Brasil.
Em 2009, a plataforma de Educação a Distância
do Inove teve mais de 1.300 inscritos e contou
com a participação de cerca de 400 empresas nos
21 cursos desenvolvidos pela Valer – Educação
Vale, chamados Trilha Inove. O objetivo dos cursos
é aumentar a competitividade dos pequenos e
médios fornecedores por meio da geração de
conhecimento. Hoje, além da Trilha Inove para o
desenvolvimento de fornecedores, com conteúdo
voltado à gestão empresarial, contamos também
com mais 37 cursos desenvolvidos em parceria
inédita com a Consist, representante oficial da
Harvard Business Publishing no Brasil, e já temos
mais de 20 estados participantes (leia mais no
case ao lado).
INOVE PELO BRASIL E PELO MUNDO
Entre as ações de promoção do Programa
Inove, incluiu-se a divulgação em veículos
de comunicação, internos e externos, além
da realização de diferentes eventos. Destes,
ressaltamos o Dia do Fornecedor, iniciativa que
reuniu aproximadamente 800 pessoas, entre
fornecedores e empregados, nos estados de
Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão, Pará e Rio
de Janeiro. No evento foram discutidos temas
como Saúde e Segurança, Índice de Desempenho
do Fornecedor (IDF) – ferramenta que avalia
serviços e produtos –, novas oportunidades de
negócio, ética e sustentabilidade, entre outros. Foi
nessa ocasião que lançamos o nosso Código de
Conduta do Fornecedor.
Outro evento do Inove que merece destaque
é o workshop de internacionalização realizado
em dezembro de 2009, em Minas Gerais,
com gerentes de projetos da Vale em Omã,
Moçambique, Peru e Colômbia. Essa iniciativa
apresentou novas oportunidades de negócios e
contribuiu para a possível expansão internacional
dos fornecedores locais.
CASE
Educação A distância
cadeia de valor
Brasil
desenvolvimento local
Práticas premiadas
Pelo segundo ano consecutivo, a Vale promoveu o Prêmio Fornecedores,
como forma de estimular a busca pela excelência na qualidade de materiais e
na prestação de serviços. A seleção foi feita a partir do Índice de Desempenho
de Fornecedores (IDF) e correspondeu ao período de setembro de 2008 a
novembro de 2009. O IDF é uma ferramenta que procura qualificar o nível de
serviços e de materiais fornecidos, além de incentivar o desenvolvimento e a
inovação dos parceiros em todo o Brasil.
A premiação, dividida em cinco edições (quatro regionais e uma nacional), contou com a participação de 5.874 empresas. Dezesseis fornecedores foram premiados nas categorias Melhor Fornecedor Regional – Serviços, Melhor Fornecedor
Nacional – Material e Melhor Fornecedor Nacional – Serviço, todos divididos pelo
porte do contrato: pequeno, médio e grande. Também foram premiados os fornecedores nas categorias Destaque Saúde e Segurança, Destaque PDF (Programa de Desenvolvimento de Fornecedores), Destaque Meio Ambiente e Destaque
Educação. Este último é um reconhecimento às empresas que mais investiram
na capacitação de seus empregados por meio das iniciativas de educação oferecidas pelo Programa Inove de Desenvolvimento de Fornecedores.
Na cerimônia de premiação, realizada em dezembro de 2009, no Rio de Janeiro, a
Vale anunciou duas novidades: um pacote de cursos em parceria com a Consist,
representante da Harvard Business Publishing no Brasil, e o Kit do Fornecedor.
A parceria com a Consist permite a realização de cursos online voltados
para liderança, gestão de negócios e desenvolvimento pessoal, todos
desenvolvidos pela Harvard Business Publishing. Com isso, a Vale pretende
compartilhar ainda mais conhecimento com seus fornecedores regionais. Ao
término da aprendizagem, os participantes receberão um certificado emitido
pelo Programa Inove e pela Consist.
Já o Kit do Fornecedor é uma iniciativa que facilita a adequação de fornecedores às exigências de segurança da Vale. Através de acordos fechados com
seguradoras e empresas de equipamentos de proteção individual, o kit possibilita aos pequenos e médios fornecedores acesso a condições otimizadas de
fornecimento, como escala, logística e preços, resultando na redução substancial de custos para os fornecedores.
Em 2009, o Inove também deu continuidade ao
plano de diagnósticos regionais, para aprofundar
o nosso conhecimento das condições de oferta
e demanda de produtos e serviços nas nossas
áreas de atuação. A partir desse levantamento,
identificamos lacunas, gargalos e, principalmente,
as vocações locais a fim de aproveitarmos as
oportunidades e alavancarmos novos negócios
com fornecedores locais. Além da atualização dos
dados referentes ao Pará, estado onde foi realizado
o diagnóstico piloto em 2008, a análise foi feita
também nos estados de Minas Gerais e Maranhão.
89
catalisador do desenvolvimento local
Percentual de compras locais em termos
de valores monetários – Resultados globais
85%
75%
52%
71%
46%
43%
P
ercentual médio de
compras no país
ercentual médio de
P
compras no estado/região
2007
2008
2009
Percentual de compras locais em termos
de valores monetários – Brasil
93%
87%
53%
84%
49%
44%
P
ercentual médio de
compras realizadas
no Brasil*
P
ercentual médio de
compras realizadas
nos principais estados**
2007
2008
2009
*Em 2007, o percentual das compras realizadas no Brasil considerava apenas as
unidades próprias. A partir de 2008, os dados das controladas foram incorporados.
**O percentual médio de compras realizadas nos estados considera as compras
realizadas por nossas principais operações localizadas no Espírito Santo, no
Maranhão, em Minas Gerais e no Pará – Brasil.
Percentual de compras locais em termos
de valores monetários – outros países 2009
78% 78%
53%
48%
P
ercentual MÉDIO de
compras no país
46%
16%
Austrália
90
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Canadá
Indonésia
P
ercentual médio de
compras realizadas
nas principais
províncias/estados
Compras locais
Mesmo diante de um cenário de crise,
mantivemos o nosso compromisso e as
nossas ações voltadas à contratação de
fornecedores locais por ser esta uma medida
importante para dinamizar a economia nas
regiões remotas onde atuamos, conforme
podemos observar no gráfico ao lado.
A Vale reforça sua estratégia de
desenvolvimento e qualificação das
empresas locais por meio de programas
como o Inove e da participação nos
Programas de Desenvolvimento de
Fornecedores Regionais (PDF), visando gerar
impactos positivos no médio e no longo
prazo. Atuamos também como empresa-âncora do setor de mineração no Brasil no
Programa Tear – Tecendo Redes Sustentáveis,
que representa uma iniciativa bem-sucedida
de articulação entre diversos atores sociais,
resultado de um convênio entre o Instituto
Ethos de Responsabilidade Social e o Fundo
Multilateral de Investimentos do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Melhoria contínua
No Brasil, realizamos a gestão do
relacionamento com os nossos fornecedores
por meio de três etapas: qualificação com
base nos nossos valores, avaliação de
desempenho e desenvolvimento. Essas
ações visam contribuir para a melhoria
contínua da nossa cadeia produtiva.
Todos os nossos fornecedores passam por
processos de seleção e cadastro pautados
pelo atendimento de critérios de naturezas
jurídica, fiscal, tributária, de saúde, segurança
e meio ambiente. Nosso cadastro é
frequentemente atualizado, com verificação
regular do cumprimento dessas exigências.
Além disso, todos os fornecedores são
monitorados, no Brasil, pela checagem
periódica da lista do Ministério do Trabalho e
Emprego que relaciona empresas envolvidas
com trabalho escravo, entre outras questões
legais (leia mais no capítulo de Direitos
Humanos, em Combatemos o trabalho
infantil e forçado, págs. 115 e 116).
desenvolvimento local
No processo de fechamento de contratos,
também verificamos se as empresas com as
quais mantemos negócios têm pendências
no Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) e no Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FGTS), entre outras. Caso sejam
constatas irregularidades e as empresas não
se dispuserem a solucioná-las, estas poderão
ser desligadas da nossa base.
Após a avaliação e a classificação,
elaboramos planos de ação para aqueles
fornecedores com desempenho menor do
que 50%, e as empresas mais bem avaliadas
são reconhecidas por meio do Prêmio
Fornecedores (leia mais na pág. 89).
CLIENTES
Comunicação de valores
Nova categoria no IDF
O Índice de Desempenho do Fornecedor
(IDF) é a ferramenta que utilizamos para
avaliar todos os fornecedores de materiais,
independentemente do valor do contrato,
e de serviços com contratos acima de US$
270 mil. Dentre outros objetivos, o IDF
busca fornecer subsídios para a renovação
do nosso cadastro, estabelecer um ranking
de nossos parceiros e assegurar mais
transparência com o mercado. Além disso,
busca incentivar o desenvolvimento e a
inovação dos nossos parceiros em todo o
Brasil. Em 2009, criamos uma nova categoria
no IDF: o Destaque Educação, destinado às
empresas que mais investiram na capacitação
de seus funcionários durante o ano por meio
das iniciativas de Educação a Distância do
Programa Inove.
Ao adotar esses mecanismos de
monitoramento, contribuímos para elevar os
padrões de gestão da nossa cadeia produtiva.
Esse é um compromisso que já colocamos
em prática e que pretendemos ampliar com a
criação do nosso Código de Ética.
Pelo IDF Serviços, os gestores da Vale dos
contratos avaliam, trimestralmente, as
dimensões: Técnico-operacional (43,5%),
Saúde e Segurança (20,5%), Meio Ambiente
(18%), além de Obrigações Trabalhistas,
Cíveis e Tributárias (18%). Os resultados são
informados por meio de um portal para
comunicação com os fornecedores. Já
pelo IDF Materiais, geramos informações
mensais sobre a base de fornecedores a
partir de avaliações quanto aos seguintes
critérios: Pontualidade (50%), Conformidade
(40%) e Competitividade (10%). Pelo portal,
informamos os resultados.
Buscamos soluções que atendam às
necessidades de nossos clientes e de seus
negócios, investindo na qualidade dos nossos
produtos e também no fortalecimento do
relacionamento de longo prazo.
Os negócios da Vale são realizados,
predominantemente, com outras
empresas (business to business), e não
com consumidores finais (business to
consumer). Desse modo, a nossa estratégia
de comunicação prioriza ações específicas
voltadas às empresas clientes.
As ações voltadas aos diferentes elos da
cadeia de valor, como fornecedores e demais
parceiros, seguem a mesma linha e acontecem
por meio de eventos como visitas técnicas,
reuniões, feiras de negócios, exposições,
pesquisas de satisfação periódicas e outros.
O contato permanente com nossos
clientes nos permite monitorar e avaliar sua
percepção sobre a qualidade de nossos
produtos e serviços e a assistência técnica
fornecida. As diferentes ferramentas também
nos ajudam a identificar oportunidades de
melhoria de nossos produtos e serviços
e a monitorar o atendimento à norma
internacional de qualidade ISO 9001 para
as unidades certificadas. Para atender às
especificidades e às características de cada
segmento de mercado, a metodologia, a
periodicidade e a abrangência dessas práticas
variam entre as nossas áreas de negócios.
Para o segmento de logística de carga geral,
realizamos avaliação com o objetivo de
monitorar a qualidade e o desempenho dos
nossos serviços. Desde 2006, essas ações
orientam a nossa busca pela excelência
operacional.
cadeia de valor
Para o segmento de transporte de
passageiros no Brasil, realizamos pesquisas
de satisfação de 2006 a 2009 nas Estradas de
Ferro Vitória a Minas e Carajás. Além disso,
disponibilizamos formulários de pesquisa de
satisfação e centrais de relacionamento para
que os nossos clientes possam expressar
suas opiniões.
De forma proativa, procuramos antecipar
e atender as tendências legislativas ou
normativas de comunicação para dar
transparência e segurança jurídica às
operações e aos negócios, com a eficiência
que um mercado competitivo exige.
Além de cumprir a legislação e as
determinações dos órgãos reguladores
onde quer que atuemos, nossa estratégia de
comunicação está alinhada à nossa Missão,
Visão e Valores e respeita nosso Código de
Conduta Ética.
Em 2009, não registramos casos de não
conformidade ou multas relacionados
a patrocínio, publicidade e promoção,
tampouco casos relativos a fornecimento e
uso de produtos e serviços1.
As ações de comunicação institucional da
Vale têm como objetivo central fortalecer
nossa missão de transformar recursos
minerais em riqueza e desenvolvimento
sustentável.
Segurança de produtos e
serviços
Gerenciamos os riscos em todas as etapas
do processo de extração mineral, dando
especial atenção às etapas de extração/
beneficiamento e distribuição. Esses
procedimentos estão claramente definidos
na Instrução para Análise e Gerenciamento
de Riscos de Saúde, Segurança e Meio
Ambiente (INS-0037).
1 Os processos são considerados relevantes com base nos
seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos
de indenizações e aplicação de multas; b) em razão do tema
de interesse da empresa ou de repercussão no público em
geral, independentemente de valor.
91
catalisador do desenvolvimento local
Implementamos
práticas, como
de melhorias na
ecoeficiência dos
precessos
Em 2009, avançamos no cumprimento da
Regulamentação Europeia associada ao
Registro, Avaliação, Autorização e Restrição
de Produtos Químicos (Reach, na sigla em
inglês). Como resultado da nossa participação
nos consórcios do Reach, obtivemos e
atualizamos dados científicos relacionados
aos produtos e aos subprodutos do níquel,
bem como a pelota de ferro, alumínio, cobalto
e metais preciosos. Essas novas informações
nos possibilitaram aprimorar a gestão de
risco dessas substâncias nas nossas unidades
operacionais. Ao mesmo tempo, essa iniciativa
propiciará uma comunicação mais efetiva dos
riscos aos nossos clientes, possibilitando-lhes
um gerenciamento mais eficaz.
Também passamos a exigir de nossos
fornecedores de produtos químicos o envio
das fichas de informações de segurança
e emergência, bem como o atendimento
ao Reach, quando aplicável. Dessa forma,
conseguimos ter um melhor conhecimento
e entendimento dos riscos envolvidos no
manuseio, na transferência, no uso e na
disposição das suas matérias-primas e dos
insumos. Planejamos, em 2010, registrar a maior
parte de suas substâncias químicas de acordo
com as normas do Reach, sendo prevista a
conclusão do processo em junho de 2018.
Nas unidades da Vale no Brasil, iniciamos
o processo de implantação do Sistema
de Gerenciamento de Saúde e Segurança
(Requisitos Sistêmicos RS 03 – Análise e
Gerenciamento de Riscos e Mudança e RS
92
Processo
Prática implantada
Ganhos ambientais
Alumínio
Mudança no
processo produtivo
•R
edução das emissões de flúor e material
particulado
•R
edução do consumo de água
Manganês
Otimização da rota
de transporte dos
produtos acabados
•R
edução das emissões de CO2
Cobre
Utilização de
caminhões
cobertos com lona
•R
edução das emissões de material particulado
Ferrovia
Aplicação de
polímero nos
vagões e otimização • R
edução das emissões de material particulado
do procedimento
de carga
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
08 – Controle Operacional) e da Instrução de
Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde,
Segurança e Meio Ambiente, reforçando
a gestão de risco em todas as etapas do
ciclo de vida de nossos produtos e serviços.
Além disso, procuramos identificar os riscos
por meio de rotulagem com diagrama de
Hommel (simbologia que identifica perigos e
riscos) para todos os produtos perigosos que
circulam na Vale.
Os serviços de logística associados ao
transporte de produtos perigosos conduzem
análise dos riscos à saúde e à segurança e
ao meio ambiente durante todo o seu ciclo
de operação, assegurando o gerenciamento
da manutenção e do uso dos veículos, bem
como da qualificação do pessoal envolvido.
Princípios da prevenção
As áreas de negócio da Vale adotam os
princípios da prevenção da poluição
nos processos operacionais por meio da
implantação de uma estratégia integrada
que considera as variáveis tecnológicas,
produtivas e de qualidade ambiental,
segurança e saúde ocupacional.
Por meio da elaboração de fluxogramas de
processo, as operações conduzem balanços
de massa e energia que possibilitam a
identificação dos aspectos ambientais mais
significativos envolvidos e a quantificação
das perdas através da geração de resíduos,
efluentes e emissões atmosféricas.
Com essa abordagem, já realizamos mudanças
nas matérias-primas e nos insumos utilizados,
alteramos os processos tecnológicos e
implementamos boas práticas de fabricação,
além de propor ações de controle e de
melhorias na ecoeficiência dos processos.
O quadro ao lado resume alguns exemplos
dessas práticas.
O aumento da recirculação de água,
com a consequente minimização do
consumo, nas usinas de pelotização e o
uso de equipamentos de alta eficiência
energética (motores e bombas) nas usinas de
beneficiamento são exemplos de programas
de ecoeficiência.
desenvolvimento local
Em relação a controle e redução da
toxicidade dos insumos produtivos, a Vale,
em conformidade com a legislação, não
utiliza substâncias classificadas como organopersistentes ou que possuam benzeno
em sua composição. Ao mesmo tempo,
possuímos diretrizes vedando o uso de outras
cujos testes de toxicidade aguda e crônica
superem os valores por ela especificados.
A Vale trabalha no aprimoramento da
gestão de produtos. Análises de ciclo de
vida estão sendo realizadas para o níquel
e o manganês, em cooperação com as
associações minerais correspondentes, a
saber, o Instituto do Níquel e o Instituto do
Manganês. Adicionalmente, planejamos
para 2010 a análise do ciclo de vida
do minério de ferro (pelotas). Níquel,
manganês, minério de ferro (pelotas), cobre
e alumínio são produtos que precisam
passar pelo processo regulatório europeu
do Reach (Registro, Avaliação, Autorização
e Restrição a Produtos Químicos). A Vale
trabalha ainda na frente de inovação
tecnológica buscando alternativas para a
redução dos resíduos minerais e industriais,
com estudos para utilização dos finos de
minérios das barragens, uso de resíduos do
processamento de alumina na construção
civil, uso de energias mais limpas e
eficientes em processos de pelotização e
logística, entre outras iniciativas.
Rotulagem
A Convenção 170 da Conferência Geral
da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) estabelece que os procedimentos
de rotulagem sejam obrigatórios apenas
para produtos químicos perigosos.
Como a maioria dos produtos da Vale
não é classificada como perigosa,
procedimentos de rotulagem não são, em
geral, necessários.
No entanto, a Vale possui a ficha de
emergência dos seus produtos, nas
quais estão definidas as propriedades
físico-químicas, os cuidados durante
o manuseio e uso, as medidas de
controle dos riscos envolvidos, além dos
procedimentos em caso de emergência.
O processo de registro do Reach
subsidiará possíveis melhorias no
processo descrito acima, especialmente
cadeia de valor
nos estudos científicos a serem
conduzidos no âmbito do consórcio.
Alinhado ao Reach, as fichas de
emergência dos nossos produtos já
consideram os requisitos do Globally
Harmonized System (GHS).
Alguns dos compostos do níquel já
estão sujeitos ao requerimento de
classificação e rotulagem, os quais são
atendidos pela Vale Inco. As informações
sobre origem de componentes,
conteúdo, uso seguro e disposição do
produto são passadas aos clientes. A
Vale Inco conduz estudos específicos
direcionados à avaliação toxicológica
e ecotoxicológica dos seus produtos
à base de níquel, por meio dos quais
identifica os principais perigos, as rotas
de exposição, mede e monitora os
níveis de exposição e propõe ações
preventivas apropriadas, de forma a
manter os riscos em níveis aceitáveis.
Trabalhamos no aprimoramento da
gestão dos nossos produtos.
93
Agente global
de sustentabilidade
Cientes da importância de equilibrar os aspectos
sociais, ambientais e econômicos dos nossos
negócios, procuramos manter uma visão global
de sustentabilidade alinhada com padrões de
desempenho internacionais. Queremos gerar
valor de longo prazo a todas as nossas partes
interessadas e garantir a adaptação e o respeito
às culturas e às realidades locais.
94
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
NEW FOUNDLAND e labrador
CANADÁ
Nossas ações são planejadas em
conjunto com as comunidades das
áreas em que atuamos, combinando,
por exemplo, as passagens do
nosso navio de acordo com a rotina
dos aborígenes do Canadá. Com
essa iniciativa, agimos de modo a
respeitar as culturas locais.
95
agente global de sustentabilidade
mudanças climáticas
Liderança a
favor do clima
Com ações e investimentos, fortalecemos o
compromisso de atuar ativamente diante
dos desafios das mudanças climáticas, a
partir das prioridades definidas nos pilares
do Programa Carbono Vale
No dia a dia de suas atividades, a Vale atua
de acordo com as Diretrizes Corporativas
sobre Mudanças Climáticas e Carbono,
instituídas em 2008. Em 2009, continuamos a
desenvolver ações pautadas nos cinco pilares
do Programa Carbono Vale, parte integrante
dessas diretrizes. A meta do programa é
alcançar padrões de excelência em relação à
gestão de emissões de gases de efeito estufa
(GEE) até 2012.
Entre as diversas medidas que
empreendemos para contribuir no
contexto das mudanças climáticas e de
suas consequências estão: investimentos na
proteção de florestas e outros ecossistemas;
Pilares do Programa Carbono Vale
1 – Avaliação estratégica do impacto da mudança do clima nos negócios e na capacitação da
empresa para atuar no novo ambiente competitivo
2 – Suporte e indução de iniciativas de redução de emissões e sequestro de dióxido de carbono
3 – Cooperação e parcerias para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e para a
implementação de ações de mitigação e adaptação nos territórios em que atuamos
4 – Engajamento com governos e setores produtivos para monitoramento e contribuição na
elaboração de marcos regulatórios necessários para o enfrentamento das mudanças climáticas
5 – Transparência e aprimoramento contínuos
Em 2009, a Vale intensificou sua
atuação em relação ao compromisso de
contribuir globalmente para lidar com o
desafio das mudanças climáticas e suas
consequências. Buscamos uma maior
aproximação com os diversos públicos e
nos posicionamos mais fortemente em
relação ao tema, inclusive coordenando
ações em conjunto com organizações
setoriais, outras empresas e governos.
ações de eficiência energética, incluindo uso
e desenvolvimento de tecnologias baseadas
em energias renováveis; e iniciativas para
redução do consumo de água e de outros
recursos naturais estratégicos nos países onde
estamos presentes. Os esforços de nossos
empregados, aliados à busca de parcerias e
aos investimentos contínuos em tecnologias
inovadoras e em ações de conscientização,
contribuem para as iniciativas existentes de
redução de emissões de GEE.
Em 2009, a Vale liderou o lançamento da
“Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças
Climáticas”, em conjunto com o Instituto
Ethos e o Fórum Amazônia Sustentável.
A carta apresentou os compromissos
voluntários de 30 grandes empresas
brasileiras no que tange a contribuir para os
esforços globais de redução dos impactos
das mudanças climáticas. Leia mais sobre essa
iniciativa, que está relacionada ao quarto pilar
do Programa Carbono Vale, no case ao lado.
Em uma ação de cooperação para pesquisa
e desenvolvimento de tecnologias limpas e
energias renováveis, em 2007 Vale se associou
ao BNDES1 e à Sygma Tecnologia para a
criação da Vale Soluções em Energia (VSE).
1 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
96
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
mudanças climáticas
biodiversidade
direitos humanos
A VSE atua essencialmente na pesquisa e no
desenvolvimento de sistemas integrados
para geração distribuída de energia, nas
áreas de gaseificação, turbinas a gás e a
vapor e motores de combustão, incluindo
multicombustíveis. Seu foco é promover
a criação de tecnologias limpas e energias
renováveis.
Diagnósticos e Iniciativas
A Vale realiza o diagnóstico de seu
desempenho em mudanças climáticas por
meio do acompanhamento dos indicadores
estabelecidos pela Global Reporting Initiative
(GRI) e de indicadores de intensidade de
emissões por receita e por produção.
Em alinhamento com o primeiro pilar
do Programa Carbono Vale, realizamos
anualmente a mensuração das nossas
emissões diretas e indiretas de gases de efeito
estufa. A cada ano introduzimos melhorias
no inventário, destacando-se, em 2009, o
início de uma abordagem progressiva para a
implantação da quantificação das emissões
indiretas de escopo 3, conforme informado
na pág.100.
O inventário de emissões da Vale é submetido
anualmente a uma verificação externa,
de acordo com as diretrizes definidas no
“Greenhouse Gas (GHG) Protocol: A Corporate
Accounting and Reporting Standard
– Revised Edition”, do World Resources
Brasil
CASE
Em 2009, de acordo com o Carbon Disclosure
Project (CDP), a Vale continuou registrando
a menor intensidade de emissão por receita
entre as grandes mineradoras, com 522
toneladas de CO2 equivalente/US$ milhão
de receita. Leia mais informações no quadro
Posição consolidada entre os líderes.
Os cinco pilares do Programa Carbono Vale
orientam nossas ações para contribuirmos no
contexto das mudanças climáticas.
Compromisso conjunto
A Vale, com o apoio do Instituto Ethos e do Fórum Amazônia Sustentável, liderou o lançamento da “Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas”. O
documento é um marco na posição do setor produtivo rumo à economia de
baixo carbono. Pela primeira vez, um grupo de empresas com grande relevância na economia nacional se une em torno do assunto e assume compromissos
concretos e conjuntos para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
Até o fim de 2009, cerca de 30 empresas já haviam assinado o documento.
Lançada durante o seminário “Brasil e as Mudanças Climáticas”, que reuniu empresas, governo e sociedade civil, em agosto de 2009, a carta especifica cinco
compromissos voluntários assumidos pelas corporações signatárias, tais como
elaboração do inventário de emissões de gases de efeito estufa e engajamento
perante o governo, a sociedade civil e nossos setores de atuação para a contribuição na discussão sobre os marcos regulatórios no tema. Além disso, propôs
sugestões de debate para a participação do governo brasileiro na 15ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
(COP 15), realizada em dezembro, e ideias para contribuir para a formulação do
marco regulatório brasileiro de gestão da mudança do clima.
A carta foi reconhecida como uma das importantes iniciativas em torno do
tema, sendo nominalmente citada pelo Fórum das Nações Unidas de Mudanças Climáticas (United Nations Leadership Forum on Climate Change), que
aconteceu em 22 de setembro, em Nova York, nos EUA.
97
agente global de sustentabilidade
Posição consolidada entre os líderes
Em 2009, a Vale manteve sua posição como empresa latino-americana
mais bem posicionada no índice que avalia o grau de transparência das
informações sobre mudanças climáticas, de acordo com o relatório global
do Carbon Disclosure Project (CDP). A Vale obteve 74 pontos, em uma escala
de 0 a 100, na avaliação de transparência do CDP (CDLI – Carbon Disclosure
Leadership Index), ficando bem acima da média de 59 pontos do Setor
de Materiais, que considera empresas de mineração, siderurgia, química,
manufatura e papel e celulose.
Divulgado em setembro, o ranking mostra a Vale em segundo lugar entre
as empresas dos países que não fazem parte do Anexo 1 (aqueles que têm
obrigações com metas de redução no Protocolo de Quioto), atrás apenas da
sul-coreana Samsung Electronics.
O chamado relatório Global 500 é produzido anualmente pelo CDP, que
representa um grupo de 475 grandes investidores, cujos ativos somam US$
55 trilhões. A ONG envia questionários a mais de 3.700 grandes empresas
solicitando informações sobre suas emissões de gases do efeito estufa (GEE),
potenciais riscos e oportunidades relacionadas a mudanças climáticas e suas
estratégias para gestão associada. As respostas são totalmente voluntárias.
No relatório do Goldman Sachs focado em mudanças climáticas1, publicado
em maio de 2009, a Vale foi líder no ranking que combina a avaliação da
performance na gestão das mudanças climáticas e a previsão de retorno sobre
investimento, dentro da categoria Abatement Leaders (líderes em redução).
O banco de investimentos considerou no documento que a empresa gerencia
suas emissões de forma mais efetiva que seus pares. Foram analisados
relatórios públicos de cerca de 800 companhias globais, divididas em 24
setores, com valor de mercado equivalente a cerca de 90% do índice MSCI
World, composto por ações de empresas de 48 países.
1 GS Sustain – Change is coming: a framework for climate change – a defining issue of the 21st century.
Institute (WRI) e do World Business Council for
Sustainable Development (WBCSD).
questionário do Carbon Disclosure Project
(CDP).
A partir das informações de nosso inventário de
emissões, buscamos desenvolver ações, tanto
de longo prazo como de aplicação imediata,
que fortalecem nossa estratégia de aumento de
eficiência energética e redução de consumo de
energia e de emissões de GEE.
Ao longo de 2009, a Vale promoveu uma
ampla discussão estratégica com base
em cenários regulatórios e de mercado,
visando identificar os potenciais desafios e
oportunidades provenientes das mudanças
climáticas para cada área de negócio
da empresa. Esse projeto envolveu os
departamentos de alumínio, carvão, cobre,
energia, minério de ferro, participações em
siderurgia e níquel, entre outros.
Em relação ao princípio da transparência,
preconizado no quinto pilar do Programa
Carbono Vale, divulgamos anualmente
informações sobre as emissões de GEE, assim
como sobre as políticas e as estratégias da
Vale em relação ao tema. Essa divulgação é
feita neste relatório de sustentabilidade, em
relatórios regionais publicados no Canadá e
na Austrália e através da nossa resposta ao
98
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Ampliamos também o portfólio de projetos
de redução de emissões e sequestro
de carbono. Esse portfólio contém
um conjunto de potenciais projetos já
identificados nas unidades operacionais,
além de outras oportunidades relativas ao uso
de energias renováveis apontadas pela equipe
de desenvolvimento de novos negócios
da VSE (descrição detalhada dos projetos
implementados e em andamento na pág. 102).
Demos continuidade à nossa participação
nas discussões, no Brasil, sobre marcos
regulatórios e desenvolvimento dos
mercados de carbono, com entidades
como o Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável
(CEBDS) e o Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social, bem como com
instituições setoriais, a exemplo da Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
e da Confederação Nacional da Indústria
(CNI). Também integramos fóruns públicos,
como o Fórum Amazônia Sustentável e o
Fórum Econômico Mundial. No Canadá, a
Vale Inco tem participado das consultas ao
setor privado sobre o regime regulatório de
mudanças climáticas desenvolvido pelas
províncias e pelo Governo Federal.
Emissões consolidadas
de Gases de Efeito Estufa
Como nos anos anteriores, o inventário de
Gases de Efeito Estufa da Vale de 2009 seguiu
as diretrizes definidas no Greenhouse Gas
Protocol2 e metodologias de cálculo e fatores
de emissão do IPCC e dos guias de orientação
dos governos nacionais dos locais onde
operamos3.
Para a elaboração do inventário foram
considerados os gases de efeito estufa
significativos em termos de emissões
absolutas (toneladas/ano) para o conjunto
2 A Corporate Accounting and Reporting Standard – Revised
Edition do World Resources Institute (WRI) e World Business
Council for Sustainable Development (WBCSD).
3 IPCC 2006 Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (GNGGI). Para algumas unidades de negócio internacionais, a Vale buscou utilizar as seguintes metodologias baseadas em legislação nacional: o “Metal Mining – Greenhouse Gas
Quantification Guidance”, do Canadá; o “National Greenhouse
Accounts (NGA) Factors”, da Austrália; o “U.S. Inventory of
Greenhouse Gas Emissions and Sinks 1990-2004 (EPA 2006)”,
dos Estados Unidos; o “The Norwegian Emission Inventory
2008 – Documentation of methodologies for estimating
emissions of greenhouse gases and long-range transboundary air pollutants”, da Noruega; e o “National Greenhouse
Gas Inventory Report of Japan, Ministry of the Environment,
Japan Greenhouse Gas Inventory Office of Japan (GIO), CGER,
NIES”, do Japão.
mudanças climáticas
de atividades conduzidas pela empresa4 em
100% das unidades incluídas no limite deste
relatório. Não foram consideradas nesse
inventário as emissões associadas a empresas
nas quais a Vale detém participação acionária,
mas não detém o controle operacional.
Incluímos no inventário, como Escopo
1, as emissões de fontes diretas de GEE,
provenientes da queima de combustíveis
não renováveis, dos processos de produção
(uso de explosivo, pelotização, produção de
ferroligas, níquel, alumínio, carvão vegetal e
ferro-gusa) e das emissões fugitivas em minas
de carvão, em equipamentos e instalações
que pertencem à Vale ou são controlados
operacionalmente por ela.
No Escopo 2 estão contabilizadas as emissões
indiretas, geradas pelo consumo de energia
elétrica proveniente da rede de distribuição5.
Além disso, adotando uma postura proativa,
a Vale também inventaria e divulga
separadamente as emissões diretas de
CO2 associadas ao consumo de fontes
renováveis, tais como o biodiesel, o etanol
e o carvão vegetal.
No ano de 2009, a Vale manteve o esforço
de aprofundar o detalhamento de fontes
emissoras, buscando reduzir as incertezas
associadas ao inventário. Como resultado
desse trabalho, realizamos o levantamento
das emissões diretas referentes aos processos
de tratamento interno de resíduos da Vale no
Brasil, em aterros sanitários, compostagem e
incineração. No entanto, demonstrou-se que
essas fontes de emissão não são relevantes
para o resultado geral da Vale.
A redução do volume de emissões reflete,
principalmente, os efeitos da contração da
economia global, que levou a Vale a reduzir
a produção em diversas unidades, gerando
queda no consumo de combustíveis. Outro
fator que influenciou esse resultado foi o
encerramento das operações de fundição de
biodiversidade
direitos humanos
alumínio na Valesul, em abril de 2009, quando a
unidade passou a produzir tarugos por extrusão a
partir de lingotes de alumínio e sucata.
Cabe destacar que, em alinhamento com o
protocolo de cálculo da Austrália, a Vale deduz
de suas emissões a venda do gás natural
(essencialmente metano) liberado na mina de
carvão subterrânea de Integra, o qual é vendido
para geração de energia elétrica. Essa dedução
representou uma redução de cerca de 70% nas
emissões da mina em relação ao ano anterior.
Ao mesmo tempo, houve aumento nas emissões
de algumas unidades, em decorrência de fatores
pontuais, como a ampliação da frota de navios
da Seamar Shipping e a expansão na produção
de bauxita na mina de Paragominas, de alumina
na refinaria Alunorte, de carvão na mina de
Carborough Downs e de potássio na mina de
Taquari-Vassouras.
O total de emissões diretas em 2009 foi de
12,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente,
número 22% inferior ao registrado em 2008.
Já as emissões indiretas em 2009 totalizaram
cerca de 770 mil toneladas de CO2 equivalente,
representando uma redução de 40% nas
emissões em relação ao ano anterior.
Evolução das emissões diretas e
indiretas (Escopos 1 e 2) de GEE
(milhões de toneladas de CO2 equivalente)
16,8
15,2
1,3
15,5
1,4
13,8
2007
12,9
0,8
12,1
2008
2009
emissões indiretas
emissões diretas
Emissões em 2009 - Escopo 1 (emissões diretas), Escopo 2
(emissões indiretas) e Fontes Renováveis.
2009 (milhões
de toneladas CO2
equivalente)
Escopo 1
Insumos combustíveis
8,7
Escopo 1
Insumos não combustíveis
3,4
Escopo 2
0,8
Escopo 1 + Escopo 2
12,9
Fontes Renováveis
0,3
4 CO2 (dióxido de carbono), CH4 (metano), N2O (óxido nitroso) e
PFCs (perfluorcarbonos CF4 e C2F6).
5 Em 2009 não houve compra de vapor proveniente de empresas terceirizadas (Escopo 2).
99
agente global de sustentabilidade
Atuamos de acordo
com nossas Diretrizes
Corporativas sobre
Mudanças Climáticas
A redução das emissões indiretas está
relacionada à diminuição de 23% no
consumo de energia elétrica pelas unidades
da Vale, em função da queda da produção.
Além disso, a adoção de novo fator de
emissão (tCO2e por MWh consumido) para
Inventários no Brasil, o qual é modificado
ano a ano6, resultou, em 2009, em uma
diminuição das emissões indiretas para as
unidades da Vale no Brasil de cerca de 60%.
O fator de emissão da rede interligada de
distribuição de energia elétrica brasileira foi
reduzido em quase 50%. Isso se deve à queda
na demanda de energia elétrica em 2009
no Brasil, o que acarretou uma redução na
carga das centrais termoelétricas nacionais
no período de pico de consumo, ampliando a
participação das energias renováveis.
Buscando atender à crescente demanda dos
investidores e de outras partes interessadas,
6 O Operador Nacional do Sistema (ONS) passou a divulgar
separadamente fatores de emissão da rede interligada
nacional brasileira utilizados para projetos MDL (Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo) e fatores para a elaboração de
Inventários.
Realizamos anualmente a mensuração das nossas
emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa.
100
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
a empresa começou um diagnóstico
preliminar dos riscos associados à sua cadeia
de fornecimento, em uma abordagem
progressiva. O objetivo é iniciar o processo de
inclusão, no inventário da Vale, das emissões
de fontes indiretas de outras origens (Escopo
3), tais como: tratamento externo de resíduos,
viagens aéreas de funcionários, transporte
de produtos, matérias-primas, insumos e
resíduos realizados por terceiros, bem como
transporte de funcionários.
Essas emissões foram geradas,
principalmente, pelo transporte marítimo
de produtos para Ásia e Europa e resultaram
preliminarmente em 0,6 milhão de toneladas
de CO2e. A Vale pretende implantar melhorias
no processo de coleta desses dados e,
ainda, ampliar a sua abrangência, incluindo
a quantificação de emissões associadas
à extração e à produção de materiais/
combustíveis comprados, bem como a
utilização de nossos produtos vendidos,
considerando a materialidade das emissões e
as atividades críticas para os nossos negócios.
mudanças climáticas
Camada de ozônio
Em 2009, as emissões de substâncias
destruidoras da camada de ozônio (SDO) da
Vale totalizaram 1,58 tonelada. O significativo
aumento com relação às emissões reportadas
em 2008, de 0,35 tonelada, é decorrência da
ampliação do escopo da coleta de dados e de
variações normais no uso desse tipo de gás.
As unidades no Brasil consumiram
aproximadamente 5 toneladas de gases
refrigerantes CFCs e HCFCs. Já as unidades
na Austrália, nos EUA, no Canadá, na Europa
e na Ásia consumiram apenas gases HCFCs.
No Brasil, onde temos a maior parte de
nossas operações, a Vale está substituindo
os equipamentos de refrigeração que usam
CFCs por outros com menor potencial de
degradação da camada de ozônio.
menor intensidade de emissão de CO2 por
unidade de receita1, portanto, temos um
menor risco de impacto nos nossos custos,
em relação a outras empresas do setor.
Como resultado do protocolo de intenções
firmado em 2008 com o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), a Vale elaborou o
segundo relatório sobre os impactos físicos
das mudanças climáticas nos estados do Pará
e Maranhão (Brasil), durante o ano de 2009.
Esse estudo focalizou os potenciais impactos
sobre disponibilidade de água no solo,
Riscos regulatórios
Receita
Investimento
(total: 1,58 toneladas)
0,2%
8,7%
Custo
Canadá
Austrália
Europa
Riscos físicos
Oportunidades
• Investimentos
para adaptações
em processos de
produção por
mudanças de
regulamentação no
médio prazo.
•D
esenvolvimento de projetos
de créditos de carbono no
âmbito do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo, em
processos industriais e projetos
florestais;
•D
esenvolvimento de projetos
de créditos de carbono
no âmbito dos mercados
voluntários, em processos
industriais e projetos florestais;
•D
esenvolvimento de
projetos no âmbito do REDD
(Redução de Emissões por
• Investimentos adicionais Desmatamento e Degradação);
em adaptação
•P
esquisa e desenvolvimento
(infraestrutura) no
médio e no longo prazo; para geração de energia mais
limpa;
• Revisão de prazos para
•D
esenvolvimento de análise de
a implementação de
riscos associados à mudança
projetos por causa do
do clima no desenvolvimento
aumento de ocorrência
de projetos de capital.
de eventos climáticos
extremos.
• Introdução de metas
de emissão obrigatórias
e custos tributários
para emissão de GEE;
86,1%
Ásia
A partir de 2010, planejamos retomar os
trabalhos desenvolvidos sobre impactos
físicos, com o objetivo de identificar
as potenciais consequencias sobre as
operações da Vale e, a partir dessas
informações, planejar nossas ações futuras
de mitigação e adaptação.
• Alterações (positivas
ou negativas) no
• Impacto indireto
volume e na origem
de introdução de
da produção, causadas
novas tecnologias
pelos impactos físicos
que promovam a
regionais das mudanças
substituição de produtos climáticas para
no longo prazo;
empresas do setor;
• Impactos indiretos
• Potencial impacto
sobre as condições de
(positivo ou negativo)
mercado, em função
nos serviços de
da alteração nos custos
logística, causado pelas
da cadeia produtiva da
alterações na produção
indústria de siderurgia
em áreas de influência.
no médio prazo.
4,9% 0,1%
Brasil
recursos hídricos superficiais e níveis dos
aquíferos na Bacia do Rio Tocantins, biomas
da região, os efeitos secundários, como
potencial de ocorrência de queimadas,
e ainda impactos sobre atividades
econômicas, principalmente a agricultura.
•R
edução na atividade
econômica geral;
As Diretrizes Corporativas sobre Mudanças
Climáticas da Vale estabelecem um amplo
conjunto de ações para a gestão de riscos e
oportunidades relativos a esse tema.
Emissões totais de SDO
direitos humanos
1 O relatório global do Carbon Disclosure Project (disponível
em www.cdproject.net) de 2009 divulgou que o indicador de
intensidade de emissão por receita da Vale foi de 522 tCO2e/
US$ milhão, demonstrando que a empresa continua com a
menor intensidade entre as grandes mineradoras.
Riscos e Oportunidades
A Avaliação Estratégica realizada em 2009,
com base em uma análise de cenários
regulatórios e de mercado, identificou
os potenciais desafios e oportunidades
provenientes das mudanças climáticas sobre
nossas áreas de negócio. Essa análise apontou
que a Vale é a mineradora diversificada com
biodiversidade
• Potencial demanda
• Elevação nos custos
por ações sociais e
dos insumos na
metalurgia e mineração ambientais nas áreas de
influência;
(carvão, água, energia,
por exemplo).
• Custos adicionais de
seguros das instalações
• Potencial imposição
de produção.
de taxas de ajuste
alfandegárias de forma
a evitar vantagens
competitivas a países
sem taxação.
•P
rojetos de eficiência
energética e redução de
emissões de GEE;
•P
otenciais incentivos
financeiros para a geração
de energia mais limpa.
101
agente global de sustentabilidade
Investimos na eficiência
energética e na redução
da emissão de gases de
efeito estufa
Iniciativas de redução de emissões
Como parte da estratégia de aumento
de eficiência energética e de redução de
emissões de gases de efeito estufa, de
acordo com o segundo pilar do Programa
Carbono Vale, realizamos o diagnóstico de
oportunidades e avaliamos a viabilidade de
implantação de algumas medidas específicas
nas nossas unidades operacionais.
A energia, em suas diversas formas, é
componente indispensável às atividades
da Vale. Dessa forma, estabelecemos os
seguintes princípios norteadores da gestão
de energia:
• Otimização
dos custos de suprimento –
busca pelo custo mínimo de produção ou
de aquisição dos insumos energéticos;
• Segurança do abastecimento – busca pela
confiabilidade do suprimento de energia em
atendimento às demandas das unidades da
Vale, com os níveis de qualidade requeridos;
• Sustentabilidade
ambiental – busca pelo
equilíbrio entre as atividades energéticas e a
proteção ao meio ambiente; e
• Eficiência energética – conservação e uso
racional da energia.
Dentre as ações de eficiência energética e
redução de emissão de gases de efeito estufa
já implementadas, destacam-se:
1. Usinas de Pelotização de Tubarão – no
Brasil: continuamos promovendo a
substituição de óleo combustível por gás
natural (menos carbono intensivo) nas Usinas
5 e 6 (Nibrasco) e na Usina 7 (Kobrasco), no
Complexo de Tubarão, situadas no estado
do Espírito Santo. Essas iniciativas voluntárias,
operacionalizadas ao final de 2007,
resultaram em uma redução de emissão de
GEE efetiva, em 2009, de 31,5 mil tCO2e nas
Usinas 5 e 6 e de 16,5 mil tCO2e na Usina 7.
2. Carborough Downs – Austrália: os gases de
jazidas de carvão (essencialmente metano)
são pré-drenados das áreas a serem
mineradas e posteriormente queimados
no flare1, reduzindo assim seu potencial
de aquecimento global. Foram capturadas
23,4 mil toneladas do gás metano, ou
seja, no total, as emissões reduzidas foram
de 426,8 mil tCO2e2, após a dedução de
65,4 mil tCO2e das emissões geradas pela
queima do gás no flare.
3. Integra Underground Mine – Austrália:
nesta unidade, os gases liberados pela
mina de carvão são capturados e vendidos
para a geração de eletricidade na Central
Termoelétrica de Glennies Creek (10
MW de capacidade), que é implantada
e operada por terceiros. Em 2009, o
número de conexões da termoelétrica
à rede de drenagem de gás aumentou,
incrementando a quantidade de gás
queimada para a geração de energia. Essa
ação promoveu uma redução de emissão
de 10,1 mil toneladas de metano, ou seja,
211,6 mil tCO2e, quando comparado ao
cenário de linha de base no qual o gás seria
ventilado diretamente para a atmosfera.
4. Clydach Nickel Refinery – Reino Unido: em
setembro de 2009, a unidade de Clydach
trocou o antigo sistema de acionamento
por um inversor de frequência, tendo
como benefício secundário a redução
no consumo de energia elétrica de
aproximadamente 700 MWh por ano. Isso
acarretou uma diminuição das emissões de
cerca de 380 tCO2e por ano3.
5. Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e
Mina de Corumbá (Urucum Mineração) –
Brasil: nessas unidades estamos utilizando
etanol, combustível renovável, na frota
de veículos leves, preferencialmente
ao uso da gasolina. Desde o primeiro
semestre de 2009, essas iniciativas já estão
sendo aplicadas na frota das empresas
terceirizadas que realizam o transporte de
funcionários da Vale, reduzindo as emissões
das unidades em cerca de 80 toneladas de
CO2e por ano.
1 Dispositivo que realiza a queima de gases do processo.
2 O potencial de aquecimento global do metano é 21 vezes
o do gás carbônico. Para o total de metano capturado nas
jazidas de carvão, temos 492.127 toneladas de CO2e.
3 Calculado com base em fator de conversão padrão do Reino
Unido (Defra).
102
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
mudanças climáticas
biodiversidade
direitos humanos
6. Valesul – Brasil: foram realizadas diversas
ações de eficiência energética, como:
adequação do software utilizado para
controle dos queimadores do forno,
reduzindo o consumo de gás pelo
equipamento; implantação de um sistema
de controle de pressão, com consequente
redução da perda de calor para a atmosfera;
e implementação de um sistema de
controle de mistura ar/gás, permitindo o
ajuste fino das chamas do forno e maior
controle da combustão. Essas ações
promoveram a redução de consumo de gás
natural pela unidade em 73,8 mil m3, com
consequente redução de 150 tCO2e.
Também identificamos algumas
oportunidades de redução de emissão na
fase de implementação, a exemplo de:
1. Albras – Brasil: em janeiro de 2009, a Albras
obteve seu primeiro projeto aprovado
e registrado na ONU no contexto do
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL), para a redução das emissões
de gases perfluorcarbonos (PFCs). Sua
implantação completa permitirá uma
redução de emissão estimada em 80 mil
tCO2e por ano. O monitoramento para
emissão inicial dos créditos de carbono
referentes ao projeto está previsto para o
primeiro semestre de 2010.
2. Projeto Biodiesel e Consórcio Biopalma
– Brasil: por meio do Consórcio com a
Biopalma da Amazônia S.A., a Vale vai
produzir óleo de palma, matéria-prima para
obtenção de biodiesel, a partir de 2014.
Além de participar do consórcio, a Vale é
responsável pela implantação e operação
da planta de biodiesel que terá parte de
sua produção destinada a alimentar a
frota de locomotivas do Sistema Norte,
bem como máquinas e equipamentos
de grande porte das minas de Carajás, no
Brasil. O combustível utilizado será o diesel
B20, 80% diesel puro e 20% biodiesel B100.
3. Projeto Karebbe – Indonésia: está em
implantação uma terceira usina hidrelétrica,
em Karebbe, no rio Larona, em Sorowako,
Indonésia. O projeto irá incrementar a
produção de energia hidrelétrica em 33%,
ou seja, 90 MW, reduzindo custos através da
substituição da energia térmica em nossas
Temos como estratégia intensificar o uso de fontes
renováveis para reduzirmos as emissões atmosféricas.
operações. O projeto, atualmente em fase
de construção, representa um investimento
de US$ 410 milhões e é o principal item do
programa de redução de custo de energia
da PT Inco.
4. Voisey’s Bay, Newfoundland e Labrador
– Canadá: existem três iniciativas de
eficiência energética em desenvolvimento:
a. A
dequação de geradores de energia
elétrica a diesel para melhoria do fator de
carregamento, uma vez que a operação
com a potência abaixo da máxima do
equipamento se torna menos eficiente.
Essa ação resultará em uma melhoria
na eficiência térmica (aproveitamento
da energia do diesel) de 27%, que trará
redução do consumo específico de
combustível de 1,8%.
b. D
esativação dos aquecedores elétricos
e utilização do sistema de aquecimento
por glicol (aditivo anticongelante e
transportador de calor) para manter a
temperatura dos motores de geradores
em 40°C e minimizar o desgaste causado
por partidas a frio, reduzindo o consumo
de óleo diesel pelos geradores.
Além dos vários projetos implantados ou
em implementação, iniciamos também o
estudo de viabilidade para alguns projetos.
Por exemplo, a refinaria de níquel de
Clydach está testando uma tecnologia de
transferência de calor à base de fluido no
processo de produção de pelotas de níquel,
com o objetivo de substituir o sistema atual,
que utiliza os gases quentes provenientes da
combustão do gás natural, para aquecimento
do níquel líquido.
Também estamos promovendo a avaliação
técnica da utilização de gás natural e diferentes
misturas de biodiesel na frota de locomotivas
das ferrovias, visando verificar os impactos
na potência, na eficiência energética, na
manutenção e na emissão de poluentes.
A estratégia da Vale é prosseguir com a
intensificação do uso de fontes renováveis e de
uso racional da energia como forma de obter
melhores resultados no que diz respeito ao seu
desempenho na área de eficiência energética
e redução de emissões atmosféricas.
c. U
tilização da rede de distribuição de glicol
existente para aquecimento de duas
áreas da unidade que originalmente eram
atendidos por caldeiras a óleo, com redução
no consumo de óleo pelas mesmas.
103
agente global de sustentabilidade
biodiversidade
Riqueza natural
protegida
Com investimentos contínuos
em pesquisa e novas
tecnologias, buscamos avançar
em nosso compromisso de dar
prioridade à sustentabilidade
de nossas operações,
desenvolvendo-as de forma
integrada com a conservação
da biodiversidade e respeitando
as diferentes formas de vida
Para gestão da biodiversidade em
nossas áreas de negócio, cumprimos os
regulamentos governamentais em vigência
nos países onde atuamos, adotando a
legislação brasileira como parâmetro mínimo
de atuação. Internamente, desenvolvemos
e definimos uma série de procedimentos
que são aplicados obrigatoriamente em
todas as unidades operacionais e que são
determinados em documentos que trazem a
definição das ações e das responsabilidades.
Tomamos, ainda, como base para nossa
atuação, as diretrizes de Boas Práticas e o
Manual de Ferramentas propostos pelo
Conselho Internacional de Mineração e
Metais (ICMM), do qual somos signatários.
Estamos elaborando nosso Guia de
Biodiversidade e nosso Guia de Recuperação
de Áreas Degradadas. Esses dois documentos
reúnem as diretrizes e as ferramentas que
devem ser aplicadas em todas as unidades
operacionais. Com previsão de publicação
em 2010, os guias foram idealizados com
o objetivo de promover a excelência em
104
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Investimos em ações direcionadas à manutenção dos
ecossistemas, à conservação das espécies e ao uso sustentável
dos recursos naturais, de forma a contribuir para o atendimento
das demandas atuais e resguardar a qualidade de vida para
as futuras gerações. Para isso, além de monitorar e avaliar
continuamente os impactos de nossas operações sobre os
ambientes naturais, desenvolvemos tecnologias voltadas à
melhoria da qualidade da recuperação de áreas mineradas ou
alteradas por outras atividades antrópicas.
práticas e o aperfeiçoamento de resultados,
sob a diretriz de uma atuação responsável,
comprometida com a conservação da
biodiversidade e com o uso sustentável dos
recursos naturais.
Paralelamente, estão sendo elaborados
indicadores de avaliação de nosso
desempenho em biodiversidade. Esses
indicadores ponderam nossa atuação em
território brasileiro e em outros países,
considerando que nossas atividades são
desenvolvidas em diferentes biomas e em
áreas com condições ambientais distintas
em relação ao histórico de ocupação e
uso do solo. Alguns dos indicadores são
complementares aos propostos pela Global
Reporting Initiative (GRI) e estão relacionados
às normas e aos princípios estabelecidos pela
Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).
A aplicação desses indicadores contribuirá
para a gestão das unidades operacionais e
para a transparência no desenvolvimento de
nossas atividades.
Principais ações desenvolvidas em 2009
• Na Reserva Natural Vale (Linhares/
ES), foram desenvolvidos 127 projetos,
englobando pesquisas próprias e projetos
e estudos desenvolvidos em parceria
com outras instituições. Esses projetos
incluíram estudos populacionais e
ecológicos, investigações sobre dinâmica
florestal e estrutura de vegetação e
mudanças climáticas. Associadas às
atividades de proteção ecossistêmica
(também realizadas na Reserva Biológica
de Sooretama – Sooretama/ES desde
1998), desenvolvimento de tecnologias e
procedimentos para recuperação de áreas
degradadas, produção de mudas e ações
de educação ambiental, essas iniciativas
justificam o título de Posto Avançado da
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica,
concedido pela Unesco em 2008.
• No Parque Estadual de Ilha Grande (Angra
dos Reis/RJ), renovamos o protocolo de
intenções assinado com o governo do
mudanças climáticas
biodiversidade
direitos humanos
Estamos elaborando nossos Guias de Biodiversidade
e de Recuperação de Áreas Degradadas.
estado, dando continuidade ao Plano
de Desenvolvimento Sustentável dessa
Unidade de Conservação.
• Para efetivar a proteção das áreas mantidas
como Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPNs) no Quadrilátero Ferrífero de
Minas Gerais, foram continuadas as ações
de elaboração dos Planos de Manejo e
implantação de atividades para construção
e manutenção de aceiros e cercas. Além
disso, foram implementadas as ações para
Proteção Ecossistêmica das unidades, a
exemplo das atividades desenvolvidas na
Reserva Natural Vale (Linhares/ES).
• No Centro de Pesquisas e Conservação da
Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero
de Minas Gerais (CeBio – Sabará/MG),
que integra o Plano de Fechamento da
Mina de Córrego do Meio, foi realizado
o mapeamento da vegetação local e
elaborado o “Plano de Gestão de Áreas
Verdes Existentes na Mina Córrego do
Meio”. Demos continuidade aos programas
técnicos, tais como: resgate de mudas;
coleta e beneficiamento de sementes;
e produção de mudas e insumos, além
da formação de banco de germoplasma
pertinente às espécies vegetais de maior
expressividade do Quadrilátero Ferrífero
e da formação de banco de dados para
a gestão das informações provenientes
dessas atividades.
• Assinatura e efetivação do convênio
de colaboração para recuperação e
manutenção do arboreto do Jardim
Botânico do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro/
RJ). A partir desse convênio, foi aberto
um canteiro denominado Espaço Vale no
Arboreto, destinado ao cultivo de plantas
raras do Brasil, contemplando espécies
encontradas naturalmente em locais de
baixa densidade populacional e/ou que são
consideradas ameaçadas de extinção.
• Desenvolvimento,
em parceira com o
governo, a comunidade local e empresas do
setor do níquel, de um plano de ação para
conservação da biodiversidade na cidade
de Sudbury, no Canadá. Essa iniciativa foi
realizada em resposta aos resultados colhidos
por uma abrangente Avaliação de Riscos
Ecológicos, que identificou como prioritária
para a recuperação uma área de 80 mil
hectares, na bacia de Sudbury, impactada por
práticas históricas de produção de níquel e
outras atividades industriais.
União de esforços no Espírito Santo
Três diferentes iniciativas realizadas em
parceria com o Governo do Espírito Santo
são focadas em ações para recuperação
de áreas degradadas e conservação da
biodiversidade no estado.
O Programa Vale Proteger, que realiza a
restauração ecológica de áreas prioritárias de
Mata Atlântica localizadas em propriedades
rurais e em Unidades de Conservação do
Espírito Santo, alcançou, em 2009, a marca
de 259 hectares trabalhados. A Vale contribui
com a elaboração dos projetos técnicos, além
de doação de mudas, aquisição de insumos e
assistência técnica.
Em outra frente, foi instituído o Programa
Extensão Ambiental, que promove
a restauração ecológica de áreas de
preservação permanente, incluindo mata
ciliar e entorno de nascentes localizadas em
propriedades rurais no estado. Para isso, o
governo do estado conta com a contribuição
da Vale no fornecimento de assistência
técnica, mudas e insumos. Neste primeiro
ano, fornecemos 330 mil mudas, destinadas
à recuperação de aproximadamente 272
hectares de Mata Atlântica.
A terceira ação com o Governo do Espírito
Santo foi a criação do Projeto Florestas
Piloto, que vai implantar e manter florestas-modelo, compostas por florestas de
produção e florestas de proteção (unidades
demonstrativas desses dois tipos de uso),
em áreas do estado que atualmente estão
alteradas. Em 2009, foram realizadas visitas
técnicas para diagnóstico e caracterização das
áreas a serem contempladas pela iniciativa.
Também foi elaborado o projeto técnico para
implantação de duas unidades planejadas,
segundo o qual uma delas permanecerá
integralmente sob responsabilidade da Vale,
devendo ser implantada ainda em 2010.
105
agente global de sustentabilidade
Gestão das áreas sensíveis
Localização e tamanho
da área ocupada pela Vale
As áreas operacionais da Vale ocupam cerca
de 3.517 km2, dos quais 3.508 km2 estão na
superfície e 9 km2 são subterrâneas. Essas
áreas estão relacionadas à extração de
minérios e às atividades de processamento
e produção industrial, além de transporte
dos produtos, incluindo ferrovias e portos.
O acréscimo de área em relação aos 2.713
km² reportados em 2008 se deve à expansão
de unidades operacionais e à inserção de
empreendimentos fora do Brasil que não
haviam sido incluídos no ano anterior.
Do total de terras, 9% estão localizadas dentro
de áreas legalmente protegidas (unidades de
conservação) e 28% estão dentro de áreas
de alto índice de biodiversidade (fora de
áreas protegidas) definidas pelos governos
de cada país (Tabela 1). Considerando o
território situado no entorno das Unidades
Operacionais, registramos um total de
516 km² associados a áreas legalmente
protegidas.
De forma complementar, ressalta-se que
2.644 km2 de áreas operacionais da Vale
estão inseridas em regiões mundiais de
alta diversidade biológica, denominadas
hotspots ou wilderness areas1 (Tabela 2).
Houve um acréscimo de 337 km² nesse tipo
de ocupação em relação ao reportado em
2008, principalmente em função da expansão
de operações, bem como da contabilização
de áreas fora do Brasil que não haviam sido
inseridas no ano anterior.
Dentre as áreas consideradas como hotspots,
destacam-se as operações nos biomas
1 Hotspots e wilderness areas são grandes áreas geográficas consideradas importantes para a conservação da fauna e da flora
mundiais, que funcionam como categorias complementares
de importância para a biodiversidade, sendo oficialmente reconhecidas por diversas organizações internacionais. Os hotspots são áreas mais ameaçadas e de grande riqueza biológica
no planeta, possuindo grande número de espécies de plantas
vasculares endêmicas e apresentando-se reduzidas a 30% ou
menos de sua cobertura vegetal original. As wilderness areas,
por sua vez, constituem grandes extensões de área (mais de 1
milhão de hectares cada) com biodiversidade representativa
e atualmente pouco ou não modificadas (áreas selvagens),
possuindo mais de 70% da área original intacta e densidade
humana menor ou igual a cinco pessoas por km².
106
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Cerrado (Brasil), Floresta da Costa Leste
Africana (Moçambique), Mata Atlântica (Brasil)
e Wallacea (Indonésia), somadas àquelas
situadas no Japão e na Nova Caledônia,
que correspondem a 48% das áreas da Vale
que estão localizadas em regiões mundiais
de alta diversidade biológica. As operações
presentes nos biomas Floresta Amazônica
(Brasil), Floresta Boreal (Canadá) e Pantanal
(Brasil), por sua vez, estão associadas a regiões
classificadas como wilderness areas, que
totalizam 52% da área considerada.
Embora algumas das unidades operacionais
da Vale estejam situadas em regiões
classificadas como hotspots e wilderness
areas, em muitos casos as atividades da
empresa foram implantadas em locais que
se encontravam ambientalmente alterados
e biologicamente descaracterizados
pela existência de atividades antrópicas
anteriores (exploração madeireira e pecuária,
por exemplo) ou que se destinavam
exclusivamente a atividades industriais
(principalmente no caso de Distritos
Industriais Municipais e áreas urbanizadas).
Apesar disso, as operações da Vale são
realizadas e planejadas de forma a causar
a menor alteração possível aos ambientes
naturais associados, independentemente do
estado de conservação inicial da área, e as
ações ambientais realizadas paralelamente às
operações contribuem de forma positiva para
a conservação da biodiversidade local.
Tabela 1: Quantidade e posição das áreas operacionais da Vale em relação
às áreas sensíveis – áreas protegidas ou de alto índice de biodiversidade
definidas pelos governos locais – 2009
Áreas operacionais em relação às áreas sensíveis
Área protegida
Áreas de alto índice de biodiversidade
Posição
relativa
km2
Adjacente
Dentro
Total
516,1
309,8
825,9
Dentro
974,2
Total
974,2
Os procedimentos para análise da posição das áreas operacionais adotados pela Vale em relação às áreas
protegidas e de alto índice de biodiversidade estão em processo de aperfeiçoamento visando atender de
forma equitativa às definições estabelecidas pelos governos e às situações observadas em diferentes países.
Em 2009, para cálculo da área adjacente a uma área sensível, foi utilizado um raio de interferência a partir dos
limites externos das áreas protegidas, excluindo-se das análises as terras indígenas e as áreas de alto índice de
biodiversidade. Quando uma unidade operacional está adjacente a mais de uma área sensível, optamos por
considerar o valor dessa unidade cumulativamente.
Tabela 2: Atividades operacionais da Vale e sua localização em relação às áreas
mundiais de alto índice de biodiversidade – hotspots e wilderness areas – 2009
Tipo de operação
Total de áreas (hotspots + wilderness areas)
Extração
Processamento/Produção/Transporte
Área (km2)
2.644,3
971,0
1.673,3
Porcentagem
36,7%
63,3%
Hotspots – Subtotal
Extração
Processamento/Produção/Transporte
1.274,0
405,6
868,4
31,8%
68,2%
Wilderness areas – Subtotal
Extração
Processamento/Produção/Transporte
1.370,3
565,4
804,9
41,3%
58,7%
mudanças climáticas
Impactos na biodiversidade
Impactos indiretos
As operações realizadas pela Vale podem
acarretar impactos diretos ou indiretos sobre
a biodiversidade, sendo adotado um amplo
conjunto de ações para prevenir, controlar
e minimizar os impactos. Todos os nossos
empreendimentos já são construídos com
sistemas de controle de impactos, que são
definidos de acordo com as especificidades de
cada projeto, o tipo de atividade a ser realizada
e sua localização, podendo ser aperfeiçoados
ou alterados de acordo com as demandas
observadas durante a fase operacional.
De forma geral, as atividades da Vale podem gerar
impactos indiretos significativos decorrentes de
alterações em componentes do meio físico, que
funcionam como suporte para os elementos do
meio biótico, ocasionando redução da qualidade
ambiental local. Os principais impactos indiretos
estão relacionados a:
Impactos diretos
• emissões de gases atmosféricos e de material
particulado, que podem afetar a qualidade do ar;
Os impactos diretos significativos
estão relacionados, especialmente, à
supressão de vegetação, realizada em
função da implantação ou expansão de
empreendimentos. Esse tipo de atividade
pode acarretar perda de indivíduos da flora e
da fauna, assim como a fuga dos espécimes
para áreas vizinhas, alterando a qualidade
ambiental, ainda que temporariamente,
também nesses locais. Assim, como
consequência da perda e/ou redução do
hábitat natural, podem ser desencadeadas
alterações na estrutura das comunidades
vegetais e animais. A intensidade dessas
mudanças vai depender das condições
ambientais locais e do grau de conservação
dos remanescentes presentes na área
diretamente afetada e na área de influência
dos empreendimentos.
biodiversidade
direitos humanos
• a lterações diversas da paisagem decorrentes
da movimentação de solo (superficial e
subterrâneo) e da alteração de corpos d’água
ou criação de represas, por exemplo;
•g
eração de efluentes líquidos com possíveis
reflexos na qualidade da água e do solo;
•g
eração de resíduos sólidos com potencial
para causar assoreamento de corpos d’água e
alteração na qualidade da água e do solo;
•g
eração de ruídos e vibração, decorrentes de
perfuração de rocha, detonação de explosivos,
entre outras atividades, que podem afetar
espécies da flora e, especialmente, da fauna.
Para prevenir, controlar e minimizar os
possíveis impactos na biodiversidade,
desenvolvemos um conjunto de ações.
107
agente global de sustentabilidade
Estratégias para
gestão de Impactos
As ações adotadas para a gestão dos
impactos na biodiversidade atendem aos
regulamentos nacionais e às melhores
práticas recomendadas por organizações
internacionais. Adicionalmente,
desenvolvemos iniciativas próprias que
superam as exigências legais. Com o objetivo
de manter a qualidade em todos os locais
em que operamos, a gestão dos impactos
conta com um conjunto padronizado de
procedimentos, periodicamente revisado
e atualizado, e com o acompanhamento
contínuo das medidas implantadas nas
diferentes unidades. Isso nos possibilita
detectar oportunidades de melhoria e
aperfeiçoamento dos procedimentos, bem
como desenvolver novas soluções técnicas.
Dentre as ações adotadas pela Vale para
gestão de impactos de nossas operações
na biodiversidade, estabelecidas nos
Procedimentos Operacionais e, portanto,
obrigatórios para todas as Unidades
Operacionais, destacam-se:
• identificação de oportunidades de redução
das emissões de gases do efeito estufa, por
meio de investimento em equipamentos de
medição e sistemas de controle de emissões
atmosféricas, e monitoramento do uso de
combustíveis fósseis;
vegetais, que irão garantir a estabilização
do solo e sustentabilidade da recuperação
ao longo do tempo;
• c ontrole de emissões de material
particulado por meio de ações específicas,
como umectação de vias e implantação de
cinturões verdes, que reduzem a dispersão
de partículas pelo vento, além de realizar
continuamente estudos de novas medidas
para minimizar esse tipo de emissão;
• elaboração de planos operacionais de
supressão da vegetação e investigação
de alternativas locacionais, considerando
aspectos relativos às espécies de flora
e de fauna, bem como a presença de
ecossistemas raros, de forma a evitar a
perda de espécies ameaçadas de extinção;
•g
estão integrada de resíduos, abrangendo
desde a segregação dos materiais na origem
até o seu encaminhamento para reciclagem
ou para destinação adequada, no caso de
resíduos perigosos ou que necessitem de
cuidado especial;
• realização de atividades para resgate de
flora (coleta de sementes e de epífitas,
por exemplo) e resgate ou salvamento de
fauna, de acordo com as características
ambientais de cada local e aspectos
regionais (contexto de inserção das
operações);
• a dequação de drenagens superficiais e
implantação de dispositivos que diminuam
a velocidade de escoamento da água para
evitar o carreamento de sólidos e a geração
de focos de erosão;
• r econformação do solo e contenção
adequada de taludes por meio da instalação
de dispositivos que funcionam como
uma barreira física contra o carreamento
de sedimentos e insumos pela ação das
chuvas e semeadura ou plantio de espécies
• desenvolvimento e implantação de
projetos de restauração ecossistêmica para
a recuperação de áreas degradadas.
Essas ações consistem em normas de
operação de todos os empreendimentos da
Vale. São, portanto, medidas implantadas
ou em processo de implantação em nossas
unidades, de acordo com a aplicabilidade
em cada fase de desenvolvimento dos
projetos e com o tipo de operação realizada.
Protegemos por iniciativa própria ou a partir
de parcerias 10.321km2 de áreas naturais.
108
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
mudanças climáticas
Planos de gerenciamento da
biodiversidade
O conjunto de ações definidas como
de aplicação obrigatória em todas as
Unidades Operacionais constituem o
nosso Plano Básico de Gerenciamento da
Biodiversidade, que abrange desde a fase de
planejamento e implantação dos projetos
até o seu fechamento. Embora siga ações
padronizadas, esse plano é desenvolvido
de forma a respeitar o histórico, o contexto
ambiental e as particularidades de cada
empreendimento.
Para as unidades operacionais localizadas
em áreas protegidas e/ou consideradas
de alto índice de biodiversidade, são
elaborados planos específicos de
gerenciamento da biodiversidade. Exemplos
dessa prática são as ações específicas
desenvolvidas na região amazônica, norte
do Brasil, tais como:
•P
lano de Prevenção e Combate a
Incêndios em Ecossistemas no Mosaico
de Unidades de Conservação da Província
Mineral de Carajás – abrange as Unidades
de Conservação que abrigam operações
da Vale e áreas protegidas vizinhas;
• L evantamento e Monitoramento de
Fauna na Floresta Nacional de Carajás e
na Floresta Nacional de Tapirapé-Aquiri
– estudos de fauna de longo prazo para
conservação das espécies, licenciamento
ambiental, padronização das metodologias
aplicadas a estudos de fauna, geração de
dados científicos, suprimento de lacunas
de conhecimento, capacitação técnica e
desenvolvimento regional.
Na Região Sudeste do Brasil, encontra-se em processo de elaboração o Plano
de Conservação da Biodiversidade do
Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais,
voltado a uma região de transição entre
os biomas Mata Atlântica e Cerrado, que
abriga diversas operações da Vale em áreas
protegidas de propriedade da empresa.
biodiversidade
direitos humanos
Elaboramos planos
específicos de
gerenciamento da
biodiversidade para cada
unidade operacional
Conservação de Espécies
De acordo com os estudos de viabilidade
ambiental que desenvolvemos para cada
uma das Unidades Operacionais, há o registro
da ocorrência de aproximadamente 2.850
espécies vegetais e 3.400 espécies animais
nas áreas influenciadas por nossas atividades,
incluindo invertebrados e vertebrados
(peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos).
Desse total, 114 são classificadas como
internacionalmente ameaçadas, de acordo
com a Lista Vermelha da International Union
for Conservation of Nature (IUCN) (Tabela 3),
e 165 constam em listas nacionais oficiais de
espécies ameaçadas de extinção (Tabela 4).
Tabela 3: Número de espécies ameaçadas de extinção* incluídas na lista internacional
(IUCN) e presentes na região de inserção das Unidades Operacionais da Vale
Criticamente Em Perigo/
Lista
Extinta**
em Perigo
Ameaçada
Internacional
Fungos
Vulnerável
Quase em Baixo
Perigo
Risco
Total
Répteis
Aves
Mamíferos
1
-
1
2
1
1
15
3
5
29
1
1
1
8
6
6
8
23
2
-
1
69
2
1
1
1
19
20
Total
1
5
23
46
14
25
114***
Plantas
Moluscos
Artrópodes
Peixes
Tabela 4: Número de espécies ameaçadas de extinção* incluídas em listas nacionais oficiais
de cada país e presentes na região de inserção das Unidades Operacionais da Vale
Lista
Nacional
Extinta**
Criticamente
em Perigo
Em Perigo/
Ameaçada
Vulnerável
Fungos
Anfíbios
Répteis
Aves
Mamíferos
1
-
2
1
1
49
3
8
6
1
2
32
4
2
1
1
16
14
2
3
2
1
6
5
2
52
3
11
9
3
4
57
24
Total
1
3
106
34
21
165
Plantas
Moluscos
Artrópodes
Peixes
Preocupação
Especial
1
1
Total
*A mesma espécie pode constar em ambas as listagens (Nacional e IUCN).
**Espécie com registro histórico para a área de inserção de uma das Unidades Operacionais da Vale.
***Houve inserção de dados relativos a empreendimentos localizados fora do Brasil que não haviam sido incluídos no ano anterior.
109
agente global de sustentabilidade
Áreas protegidas
Atualmente, protegemos 10.321 km2 de áreas
naturais, incluindo sítios de propriedade
da empresa (4%), áreas arrendadas (3%) e
Unidades de Conservação oficiais protegidas
em parceria com os governos locais (93%).
Essas áreas abrangem territórios nos biomas
Floresta Amazônica (82%), Florestas Boreais
(1%), Mata Atlântica (6%), Nova Caledônia
(<1%) e Wallacea (11%), além de propriedades
localizadas na região de transição entre a
Mata Atlântica e o Cerrado (1%) (Tabela 5).
Parte das unidades operacionais da empresa
está dentro das áreas protegidas que
ajudamos a preservar, a exemplo da Floresta
Nacional de Carajás e da Floresta Nacional do
Tapirapé-Aquiri. Há também áreas protegidas
no entorno de nossas operações, como as
Reservas Particulares do Patrimônio Natural,
situadas em Minas Gerais, na região de
transição entre os biomas Mata Atlântica e
Cerrado. As ações de proteção realizadas em
Carajás são extensivas a todas as reservas
do Mosaico de Unidades de Conservação,
abrangendo a Floresta Nacional do
Tabela 5: Áreas Protegidas pela Vale a partir de parcerias ou por iniciativa própria
Localização
Bioma
Propriedade
Parque Botânico de Tubarão
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Própria
0,3
Cinturão Verde de Tubarão
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Própria
5,5
Reserva Natural Vale
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Própria
Reserva Biológica de Sooretama
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Parceria/ICMBio
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Parceria/Governo
do Estado
0,5
Parque Botânico de São Luis
Brasil (Maranhão)
Floresta Amazônica
Própria
1,1
Cinturão Verde de Ponta da Madeira
Brasil (Maranhão)
Floresta Amazônica
Própria
1,2
12 Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPN) no Quadrilátero
Ferrífero de Minas Gerais
Brasil (Minas Gerais)
Mata Atlântica/Cerrado
Própria
70,4
Áreas de Proteção de quatro Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCH)
Brasil (Minas Gerais)
Mata Atlântica
Própria
3,3
Floresta Nacional de Carajás
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria/ICMBio*
4.119,5
Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria/ICMBio
1.925,5
*
Área Protegida
Convento da Penha
Área (km2)
217,9
*
*
Floresta Nacional do Itacaiúnas
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria/ICMBio
824,5
Reserva Biológica do Tapirapé
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria/ICMBio*
997,0
Área de Proteção Ambiental do
Igarapé do Gelado
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria/ICMBio*
206,4
Zona de Proteção Albras/Alunorte
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Própria
25,3
Áreas em Proteção pelo
Projeto Vale Florestar
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Arrendada (terceiros)
323,0
Cinturão Verde Valesul
Brasil (Rio de Janeiro)
Mata Atlântica
Própria
Parque Estadual da Ilha Grande
Brasil (Rio de Janeiro)
Mata Atlântica
Parceria/Governo
do Estado
Brasil (Sergipe)
Mata Atlântica
Própria
0,5
Canadá
Florestas Boreais
Própria
56,1
Indonésia
Wallacea
Parceria/Governo
da Indonésia
Nova Caledônia
Maquis Shrubland**
Parceria/Governo
da Nova Caledônia
Cinturão Verde Sergipe
Florestas Boreais do Canadá
Floresta Tropical de Sorowako
Reserva Natural Forêt Nord
Total
*Fonte: ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Ministério do Meio Ambiente.
**Tipo de vegetação natural presente no hotspot intitulado Nova Caledônia.
***Medidas adicionais de biodiversidade, incluindo a proteção de áreas, estão sendo desenvolvidas visando ao início das operações da Vale Inco Nouvelle-Calédonie.
110
242,0
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
0,7
120,5
1.180,0
0,01***
10.321,2
mudanças climáticas
Itacaiúnas, a Reserva Biológica do Tapirapé e
a Área de Proteção Ambiental do Igarapé do
Gelado, que não abrigam nossas operações.
Temos também outras áreas protegidas
próprias e contempladas por parcerias que
não estão relacionadas às nossas atividades,
como a Reserva Natural Vale (Linhares/ES), a
Reserva Biológica de Sooretama (Sooretama/
ES) e o Parque Estadual da Ilha Grande (Angra
dos Reis/RJ).
Áreas impactadas e em
recuperação
A área total impactada pela Vale no período
de 2007 a 2009, considerando todos os
empreendimentos sob responsabilidade da
empresa, foi de 90 km². Ainda nesse período,
foram iniciadas atividades para recuperação
de 68 km2, entre os quais estão inseridas áreas
em recuperação permanente (72%) e áreas
em recuperação provisória (28%) (Tabela 6).
O total de áreas destinadas à recuperação
(considerando recuperação permanente
e provisória) foi inferior ao tamanho da
área total impactada em cada ano, como
consequência da realização de ampliações,
assim como da implantação de novas
unidades no período. Em contrapartida,
observa-se uma tendência de aumento
do volume total de áreas disponibilizadas
para as ações de recuperação ao longo dos
anos, especialmente aquelas destinadas
à recuperação permanente, o que pode
ser atribuído à dinâmica natural de
desenvolvimento das atividades de lavra e
ao encerramento das operações em algumas
localidades (Tabela 6).
A análise das áreas impactadas pelas
atividades da Vale em 2009 por tipo de
bioma permite observar que houve uma
maior quantidade de áreas suprimidas
na Floresta da Costa Leste Africana e na
Floresta Amazônica (Tabela 7), como
resultado da implantação e da expansão
dos empreendimentos localizados em
Moçambique (Projeto Moatize) e no Brasil
(especialmente Complexo Sossego, Projeto
Paragominas, Projeto Salobo e Complexo
de Carajás). Já para as áreas em processo de
recuperação permanente, destaca-se o maior
volume na Floresta Amazônica, decorrente
da implantação de áreas atribuídas ao
Projeto Vale Florestar, que engloba ações
biodiversidade
direitos humanos
de restauração ecológica e proteção da
vegetação nativa em áreas próprias e
arrendadas e também plantação de florestas
industriais; estas, porém, não consideradas na
tabela. Nas áreas em recuperação provisória,
o destaque é a zona de transição entre os
biomas Mata Atlântica e Cerrado, onde ocorre
uma combinação de empreendimentos
antigos e áreas em desenvolvimento mais
recente, com um volume significativo
de áreas destinadas à recuperação e que
podem vir a ser novamente empregadas em
atividades operacionais.
Tabela 6: Área suprimida e área em recuperação (permanente e provisória) pela Vale
no período de 2007 a 2009 (em km2)
Ano
Área
Impactada
2007
Área em Recuperação
Área em Recuperação
Permanente
Área em Recuperação
Provisória
Área Total em
Recuperação
17,7
7,5
6,2
13,7
2008
32,6
12,8
7,2
20,0
2009
39,4
29,7
5,4
35,1
Total
89,7
50,0
18,8
68,8
A recuperação de áreas degradadas é um processo gradativo e que demanda ações de médio e longo prazos, sendo
adotado o termo “Em Recuperação” para indicar as áreas nas quais as atividades foram implantadas e se encontram em
andamento (recuperação inicial de algumas funções ecossistêmicas e gradativo incremento de espécies objetivando o
retorno da vegetação a um estado mais próximo possível do original). O termo “Em Recuperação Permanente” corresponde
a áreas que não serão mais afetadas pelas atividades da empresa, e “Em Recuperação Provisória” compreende aquelas que
podem vir a ser novamente empregadas em atividades operacionais.
Tabela 7: Área impactada e área em recuperação (permanente e provisória) pela Vale
em 2009 de acordo com o bioma (em km2)
Bioma
Floresta da Costa
Leste Africana
Floresta
Amazônica
Mata Atlântica/
Cerrado (transição)
Florestas Tropicais
Australianas
Floresta Boreal
Canadense
Wallacea
Área
Impactada
Área em Recuperação
Área em
Área em
Área
Recuperação
Recuperação
Total em
Permanente
Provisória
Recuperação
16,7
0,2
0,0
0,2
8,6
21,7
0,5
22,2
5,9
0,6
4,7
5,3
4,5
4,1
0,02
4,1
2,1
1,6
0,2
1,7
1,3
1,4
0,0
1,4
Outros*
0,4
0,2
0,0
0,2
Total
39,4
29,7
5,4
35,1
*No item Outros estão contabilizadas supressões e recuperações permanentes de pequena extensão realizadas em outros
biomas localizados no Brasil (Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal) e na Nova Caledônia.
111
CASE
Brasil
agente global de sustentabilidade
Gavião-real
A Floresta Nacional de Carajás, uma das principais áreas de conservação ambiental no Brasil, foi o cenário do estudo realizado por pesquisadores para
conhecer e preservar a harpia (Harpia harpyja), uma das maiores e mais fortes aves de rapina do mundo. A partir da descoberta de um ninho com uma
família dessa ave, conhecida também como gavião-real, foi estabelecida
uma parceria entre a Vale, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Essa parceria gerou a criação do Projeto de Conservação do Gavião-real, que
abrange atividades voltadas a preservar a espécie, atualmente listada como
quase ameaçada de extinção no Brasil e em âmbito internacional. A Vale
garantiu os recursos, o ICMBio concedeu permissão para o uso da floresta e
o Inpa coordenou as atividades dos especialistas.
Uma das ações do projeto foi o monitoramento de dois ninhos da espécie,
dentro da Floresta Nacional de Carajás, durante oito meses. O resultado
desse trabalho está descrito no livro Harpia, lançado pela Vale em 2010,
um documento que posiciona a relevância dessa ave na biodiversidade
brasileira. As 144 páginas do livro, ilustradas com fotos inéditas de João
Marcos Rosa e textos de Frederico Drumond Martins e Tânia M. Sanaiotti,
trazem detalhes do dia a dia da harpia.
Balanço do impacto
O volume de áreas impactadas pela
atividade de exploração mineral foi superior
à quantidade de áreas nas quais foi iniciado
o processo de recuperação permanente no
período de 2007 a 2009. Isso ocorreu em
decorrência da realização de ampliações
em determinadas áreas e da implantação
de novos projetos. Entretanto, é possível
observar o crescimento, ano a ano, do volume
de áreas em recuperação permanente.
No período de 2007 a 2009, as atividades
de exploração mineral da Vale impactaram
86 km2 e foram iniciadas atividades para
recuperação permanente em 49 km2. O
resultado é um saldo de fechamento de 534
km2 em 2009 (Tabela 8).
As atividades de recuperação de áreas
degradadas são desenvolvidas pela Vale
com base no Plano de Fechamento de
Mina de cada empreendimento, que é
elaborado ainda na etapa de planejamento
das operações, levando em consideração as
especificidades de cada empreendimento
e as condições ambientais da região.
Aperfeiçoado ao longo de toda a fase
de operação, o Plano de Fechamento de
Mina tem como objetivo garantir que
as características ambientais retornem à
situação mais próxima possível à observada
antes do início das operações. Em alguns
casos, entretanto, pode-se destinar a área
para outra finalidade, a exemplo do Centro de
Pesquisas e Conservação da Biodiversidade
do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais
(CeBio – Sabará/MG), decorrente do Plano de
Fechamento da Mina de Córrego do Meio.
112
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
mudanças climáticas
biodiversidade
direitos humanos
Desenvolvemos as atividades de recuperação
de áreas degradadas com base no Plano de
Fechamento de Mina de cada empreendimento.
Em 2009, ao levarmos em consideração
as atividades de recuperação e plantio
realizadas voluntariamente em terras
de terceiros e em terras arrendadas, não
relacionadas às nossas operações
extrativas, superamos a proporção
de 1 hectare recuperado/plantado para
cada hectare suprimido no mundo,
conforme o compromisso assumido no
relatório anterior.
Para isso, mantivemos as ações de
recuperação e plantio de terras arrendadas,
por meio do Projeto Vale Florestar, no estado
do Pará, Brasil, que alcançou em 2009 um
total de 570 km². Com os projetos Vale
Proteger e Extensão Ambiental, ambos
desenvolvidos no estado do Espírito Santo,
Brasil, realizamos voluntariamente, até 2009,
a recuperação de aproximadamente 5,3 km2.
Em Sudbury, a partir de um plano de ação
para a conservação de biodiversidade
proposto para a cidade e executado em
parceria com empresas do setor, governo
e comunidade local, foi recuperado
1,5 km² de áreas localizadas fora de
nossas propriedades, em 2009.
Tabela 8: Saldo de Abertura e Saldo de Fechamento das atividades de extração de minérios
realizadas pela Vale no período de 2007 a 2009 (em km2)
Ano
Áreas impactadas
(Saldo de
Abertura)
Áreas impactadas
no ano de
referência
Áreas em recuperação
permanente no ano
de referência
Áreas impactadas
(Saldo de
Fechamento)
2007
488,9
16,5
7,4
498,0
2008
506,3
30,1
11,9
524,6
2009
524,6
39,1
29,6
534,1
Saldo de Abertura anual representa a posição no início do ano em relação à quantidade total de terras a serem recuperadas.
Saldo de Fechamento representa a posição ao término do ano em relação à quantidade total de terras a serem recuperadas.
A diferença entre o Saldo de Fechamento de 2007 e o Saldo de Abertura de 2008 ocorreu em decorrência da aquisição de novos ativos operacionais pela Vale.
Não inclui operações logísticas, sendo consideradas apenas as atividades de lavra, beneficiamento e transformação mineral.
As áreas em recuperação provisória não são computadas, sendo consideradas apenas aquelas em processo de recuperação permanente.
113
agente global de sustentabilidade
Direitos Humanos
Esferas de
influência
Como empresa global, entendemos
que devemos não só nos inserir no
debate internacional sobre os direitos
humanos, mas também contribuir
para sua promoção a fim de melhorar
as condições de vida da população
Colaborando
com a ONU
Em 2009, participamos de uma
consulta regional à América Latina e
Caribe conduzida pelo representante
especial do Secretário-Geral das
Nações Unidas para os Direitos
Humanos e Empresas, professor
John Ruggie. O objetivo da nossa
participação foi contribuir para a
elaboração do documento Protect,
Respect and Remedy: A Framework
for Business and Human Rights.
Além disso, os Relatórios de
Sustentabilidade da Vale 2007 e
2008 foram reconhecidos pelo Pacto
Global da ONU pela sua qualidade e
transparência como Comunicação de
Progresso Notável (COP), segundo
critério de avaliação adotado pela
instituição.
A proteção dos direitos humanos é abordada por diversos
princípios, leis e convenções internacionais. O debate
sobre o tema requer atenção de todos os setores da
sociedade. Acreditamos que as empresas tenham um
importante papel sob esse aspecto, sobretudo na forma
como gerenciam o assunto e na influência que podem
exercer em sua cadeia de valor e nos outros stakeholders
com os quais se relacionam.
Em 2009, aprovamos a nossa política de
direitos humanos, que estabelece diretrizes
e princípios para atuação da Vale no que
se refere ao respeito aos direitos humanos
em nossos projetos e operações, ao longo
do ciclo de vida das nossas atividades e
cadeia produtiva, nas regiões onde estamos
presentes. A política reforça os conceitos e os
princípios éticos abordados em nosso Código
de Conduta Ética.
De acordo com a nossa Política, promovemos
os direitos humanos em nossa esfera de
influência por meio das seguintes ações:
• Para
os empregados, proporcionamos
condições dignas de trabalho e buscamos
promover ações educacionais que
viabilizem o crescimento profissional
e pessoal, procurando sempre manter
um ambiente de trabalho saudável. Não
toleramos discriminação ou assédio de
qualquer natureza, inclusive moral ou sexual.
Respeitamos a liberdade de associação e a
negociação coletiva e a diversidade.
• Na
cadeia produtiva, promovemos ações
de conscientização dos direitos humanos,
com especial atenção à erradicação do
114
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
trabalho forçado e infantil e à promoção
dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Procuramos estabelecer relacionamento
com fornecedores, parceiros e clientes
que compartilhem dos nossos princípios
e valores, realizando a conscientização
e a prática dos direitos humanos e
aprimorando, continuamente, a avaliação de
riscos de violação.
• Com as comunidades locais, indígenas
e quilombolas, nossa atuação é baseada
no diálogo e no respeito mútuos. Assim,
procuramos manter um relacionamento de
engajamento contínuo, apoiando iniciativas
que contribuam para o desenvolvimento
socioeconômico e ambiental das regiões
onde atuamos, do início ao término das
nossas atividades.
• Perante os governos, observamos a
legislação e a regulamentação das
localidades onde atuamos e cooperamos
com as autoridades na promoção dos
direitos humanos internacionalmente
reconhecidos. Também cooperamos
com a apuração de quaisquer incidentes
envolvendo desrespeito a esses direitos ao
longo da nossa cadeia produtiva.
mudanças climáticas
biodiversidade
direitos humanos
Para conhecer a nossa Política de Direitos
Humanos na íntegra, acesse www.vale.com.
• Na sociedade, expressamos nosso
engajamento por meio de várias formas:
somos signatários do Pacto Global da
Organização das Nações Unidas (ONU),
como compromisso voluntário de garantia
de direitos humanos fundamentais em
conformidade com a Declaração Universal
dos Direitos Humanos da ONU. Também
integramos o Conselho Internacional
de Mineração e Metais (ICMM, na sigla
em inglês) e estamos alinhados com a
Organização Internacional do Trabalho (OIT),
cujas diretrizes inspiram as nossas ações.
Estamos agora em fase de elaboração de um
Guia de Direitos Humanos. Nosso objetivo
é materializar as diretrizes e os princípios
descritos em nossa Política em ações efetivas
de nosso dia a dia na empresa. Dessa forma,
acreditamos contribuir para uma gestão cada
vez mais focada e integrada das questões de
direitos humanos, onde quer que atuemos.
Esse guia vai orientar nossos empregados
e apoiar o aprimoramento e a definição de
processos que assegurem o exercício de
nossas atividades pautadas no respeito e na
promoção dos direitos humanos.
Ao mesmo tempo, estamos desenvolvendo
uma ferramenta de gestão dos aspectos
relacionados a direitos humanos a ser
implantada em nossas operações, assim
como nos processos de análise de aquisições
significativas e de integração pós-aquisição.
Em 2009, elaboramos uma cláusula
contratual específica – que menciona a
observância ao Código de Conduta do
Fornecedor, à Política de Desenvolvimento
Sustentável e à Política de Direitos Humanos
da Vale. Essa cláusula foi aplicada, como
piloto, no contrato de implantação da Wind
Fence (barreira de vento) no Complexo de
Tubarão, no estado do Espírito Santo. Nossa
previsão é de que, no decorrer de 2010, essa
cláusula seja adotada gradativamente nos
demais contratos da Vale.
No Brasil, no que se refere aos fornecedores
das nossas unidades próprias, possuímos um
mecanismo de monitoramento baseado na
lista publicada pelo Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE) que identifica casos
de empresas denunciadas por possíveis
ocorrências de trabalho forçado. Com base
nessa listagem, cruzamos o nosso cadastro
de fornecedores. Essa verificação é feita
não só pelo CNPJ das empresas, como
também por meio do CPF dos proprietários,
garantindo que nenhum fornecedor da Vale,
seja empresa ou seu proprietário, esteja
envolvido com essas questões.
Também adotamos outras medidas
preventivas, entre as quais a realização de
auditorias em contratos e subcontratos, a
aplicação de questionário de avaliação social
para fornecedores, além de programas de
treinamento e capacitação profissional (leia
mais na pág. 88).
Em caso de desrespeito aos direitos
humanos, devidamente comprovado
por autoridades governamentais e por
instrumentos previstos na legislação,
notificamos o fornecedor/parceiro ou cliente
para a adoção de medidas corretivas e, caso
não sejam adotadas tais medidas, podemos
rescindir a relação comercial.
Em 2009, não foram identificadas, em nossas
operações ou cadeia de valor, a ocorrência
de trabalho infantil. No entanto, nesse
período, foi constatado um caso de empresa
fornecedora de equipamentos de proteção
individual (EPIs) que possuía condições de
trabalho degradante em sua cadeia de valor.
O contrato com essa empresa foi suspenso
e seu cadastro, removido da relação de
fornecedores da Vale.
Esferas de influência da Vale
para fins de respeito e promoção dos direitos humanos
Estamos também elaborando uma
ferramenta interna para avaliação de aspectos
sociais que contempla o tema direitos
humanos, em especial trabalho infantil e
trabalho forçado. O objetivo é melhorar
continuamente nosso desempenho.
Empregados
Atuamos na nossa cadeia de valor
Fornecedores
(contratados),
Parceiros,
Clientes
Comunidades
(Local,
Tradicional/
Indígenas)
Governo
Sociedade
Procuramos estabelecer relações com entidades
que compartilhem dos mesmos princípios e
valores que a Vale. Nosso modelo de contratos
possui cláusulas de natureza trabalhista e
previdenciária, tributária, de saúde e segurança
e qualidade. Cientes da importância de
incentivar práticas sustentáveis na nossa cadeia
produtiva, agimos de forma proativa.
115
agente global de sustentabilidade
Direitos humanos no ar
A série Que trabalho é esse? foi novamente exibida em 2009,
no Canal Futura, de veiculação no Brasil. O vídeo é destinado
à conscientização da sociedade sobre os riscos de trabalho
análogo ao escravo. A iniciativa dá continuidade às ações da
Vale de disseminação dos direitos humanos.
Identificamos que os fornecedores críticos
das nossas unidades próprias do Brasil em
relação aos direitos humanos são aqueles
que desempenham atividades de segurança
empresarial, fornecimento de madeira,
carvão vegetal e gusa. Realizamos análises
relativas aos direitos humanos de todos esses
fornecedores, seguindo lista do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), conforme descrito
anteriormente.
Além disso, em função da identificação de
risco de utilização de carvão vegetal de
madeira não certificada, eventualmente
envolvendo trabalho forçado e/ou infantil,
na cadeia de nossos clientes produtores de
ferro-gusa, incluímos cláusulas contratuais
que permitem a rescisão do contrato
de fornecimento de minério caso seja
evidenciada alguma irregularidade. As
cláusulas referem-se à proteção ambiental,
ao desenvolvimento socioeconômico, à não
utilização de trabalho infantil e/ou escravo ou
análogo ao escravo e a qualquer outro tipo
de trabalho irregular.
A seguir listamos outras iniciativas em prol
dos direitos humanos adotadas em nossa
cadeia produtiva:
• Participamos do Programa Tear,
desenvolvido pelo Instituto Ethos, no Brasil,
desde 2006, desempenhando o papel de
empresa-âncora do setor de mineração.
O objetivo é ajudar nossos fornecedores
a incorporar a responsabilidade social
nas suas estratégias de negócios. Em
2010 realizaremos a segunda rodada do
programa, envolvendo fornecedores do
estado de Minas Gerais.
• As empresas Alunorte1, Albras e Valesul,
da cadeia de alumínio, são certificadas
pela norma de responsabilidade social SA
8000, que segue padrão internacional e
está alinhada ao cumprimento de leis e
convenções de direitos humanos, tanto
na cadeia de fornecedores quanto no
ambiente de trabalho.
• Na
operação da PT Inco, na Indonésia,
além de os contratos possuírem cláusulas
referentes a direitos humanos, monitoramos
o desempenho dos itens definidos nos
contratos, bem como realizamos auditorias
de conformidade.
Mantemos um Canal de Denúncias (descrito
em www.vale.com), que, dependendo da
legislação local, pode ser utilizado inclusive
para recebimento de questões relacionadas
a direitos humanos. Além disso, em nosso
site oferecemos um canal de comunicação,
o Fale Conosco, que contempla a categoria
Sustentabilidade, para encaminhamento
de dúvidas.
1 A empresa Alunorte obteve a referida certificação em 2009.
116
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Segurança, Questão Estratégica
Concluímos, em 2009, o treinamento de
reciclagem em direitos humanos para quase
2 mil profissionais de segurança terceirizados
e mais de 70 empregados próprios. Também
iniciamos o treinamento no Canadá, na
Colômbia, em Moçambique, no Peru e
no Reino Unido. Na Colômbia, além dos
profissionais de segurança empresarial, foram
treinados os militares do exército colombiano
que atuam em áreas próximas às operações
da Vale.
Em 2010, expandiremos os treinamentos
para outras operações globais. Além disso,
elaboraremos um guia de implementação
que auxilie gestores e empregados na
compreensão e na aplicação do tema em
seu dia a dia.
A Vale apoia ainda a iniciativa de
implementação do “disque-denúncia”2 no
sudeste do Pará, no Espírito Santo e no Rio
de Janeiro, firmando nosso compromisso
voluntário de garantia dos direitos humanos.
Nos estados brasileiros de Minas Gerais e
do Espírito Santo, apoiamos o Programa
Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) –
de caráter social preventivo –, conduzido pela
Polícia Militar e que envolve crianças e famílias.
2 O disque-denúncia é um canal de comunicação disponibilizado para o recebimento de denúncias que são encaminhadas
para as autoridades governamentais.
mudanças climáticas
biodiversidade
direitos humanos
Direitos Indígenas
Em 2009, promovemos atividades que beneficiaram mais de 5,5 mil
índios em diversos estados brasileiros, como o povo Xikrin, no Pará.
Construindo alianças
Pautamos nosso
relacionamento com as
comunidades indígenas
e quilombolas no
diálogo contínuo e no
respeito à cultural local
Para fortalecer o diálogo e o respeito pelas
comunidades indígenas e quilombolas
estamos construindo diretrizes para o
relacionamento com Povos Indígenas e
programa de capacitação para orientar
empregados e contratados que têm interface
com essas comunidades.
Os documentos contam com a colaboração
de especialistas e de equipes internas
responsáveis pelo relacionamento com Povos
Indígenas em suas operações. As referências
para a construção dessas diretrizes são o
histórico do nosso relacionamento com as
comunidades próximas às nossas atividades, a
legislação dos países nos quais atuamos, além
de convenções internacionais e normas da
Organização das Nações Unidas (ONU) e de
boas práticas sobre direitos indígenas.
As discussões internas sobre essa diretriz
tiveram início em 2008 e reforçaram a
necessidade de alinhamento global e de
ações de capacitação de nossas equipes
para o diálogo contínuo. Entendemos que
essas ações também devem envolver os
contratados de empresas terceirizadas
e prestadoras de serviços que tenham
interface com Povos Indígenas.
Outra frente em permanente
aprimoramento é a avaliação do
componente indígena nas etapas
preliminares dos processos de
licenciamento, permitindo a identificação
de possíveis impactos diretos e indiretos,
assim como a determinação das ações
de relacionamento, mitigação ou
compensação necessárias.
117
agente global de sustentabilidade
Ações intersetoriais
Para dar continuidade às ações de
etnodesenvolvimento1, em 2009
promovemos atividades que beneficiaram
mais de 5,5 mil índios nos estados brasileiros
do Pará, do Maranhão e de Minas Gerais.
Para a realização dessas ações, contamos
com o apoio de órgãos governamentais,
universidades e ONGs.
Podemos destacar as seguintes iniciativas:
Povo Krenak
• para apoiar o programa de pecuária leiteira,
em implantação, foi realizada ação de
capacitação de representantes das quatro
comunidades, que, em parceria com a
Universidade Federal de Viçosa, tiveram aulas
expositivas, simulações e visita a unidades-modelo e fazendas de diversos portes;
Povo Kayapó
• apoio e parceria com a ONG Floresta
Protegida para a realização de expedições
pelo rio Branco para desobstrução e melhoria
da trafegabilidade e detecção de pontos
vulneráveis, invasões e outras situações que
ponham em risco a Terra Indígena;
Comunidades Quilombolas de Jambuaçu
• v isitas às instalações da Estação
Conhecimento da Área de Preservação
Permanente do Gelado (APA), onde
foi possível demonstrar alternativa de
desenvolvimento humano e econômico
para populações de áreas rurais;
• parceria com a Fundação Nacional do
Índio (Funai) para apoio à coleta de
castanha-do-pará por meio da entrega de
materiais que possibilitaram a eficiência
da coleta e a qualidade do produto. Essa
iniciativa visa melhor valor de mercado
e, consequentemente, à melhoria na
qualidade de vida do Povo Kayapó;
Ações dos Voluntários Vale
•d
istribuição de brinquedos às crianças
dos Povos Kayapó e Krenak, no Pará e em
Minas Gerais.
Povo Xikrin
• parceria com a Fundação Nacional de Saúde
(Funasa) para a melhoria da qualidade da
água por meio de desinfecção dos poços
artesianos usados pelo Povo Xikrin da Terra
Indígena Cateté;
• visita de líderes indígenas às instalações
dos empreendimentos Salobo e Sossego,
permitindo o intercâmbio cultural;
• treinamento de funcionários e contratados
Vale dos novos empreendimentos que
têm interface com Povos Indígenas, como
Salobo, que convive com a presença de
indígenas durante o período de coleta de
castanha-do-pará;
1 A noção de etnodesenvolvimento refere-se à construção de
um modelo de desenvolvimento que respeite os direitos e
incorpore as perspectivas e interesses dos Povos Indígenas.
Entre suas principais diretrizes estão: garantia da satisfação
das necessidades básicas, incorporação da “visão endógena”
indígena sobre o desenvolvimento, valorização dos conhecimentos, tecnologia e recursos indígenas, favorecimento da
relação equilibrada com o meio ambiente e fortalecimento da
participação indígena nos processos decisórios. Essa noção
de etnodesenvolvimento tem sido utilizada por diversas
instituições no Brasil, como Fundação Nacional do Índio
(Funai), Ministério do Meio Ambiente (MMA), entre outras, e
internacionais, como o Banco Mundial.
118
• participação de empregados nas
comemorações do Dia do Índio e em
cerimônias de casamentos tradicionais;
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Em outros países onde há forte presença de
Povos Indígenas, também desenvolvemos
ações de resgate cultural. Em 2009, a Vale
Nouvelle-Calédonie assinou um convênio
com instituições de educação locais
para o ensino da língua nativa do Povo
Kanak nas escolas de ensino médio. Essa
ação dá continuidade às iniciativas que
desenvolvemos em 2008, Ano Internacional
das Línguas pela Unesco, como a produção
de cartilhas com o registro da língua
nativa Kanak, marcada pela influência da
colonização francesa.
Como resultado do Pacto de Desenvolvimento
Sustentável do Grande Sul, assinado entre a
Vale Inco Nouvelle-Calédonie e as populações
Kanak, implementamos em outubro de 2009
o Comitê Consultivo Indígena Ambiental,
que garante a participação de autoridades no
monitoramento ambiental da operação na
região sul, bem como a preservação da cultura
do Povo Kanak. Outros dois pilares do Pacto são
a criação de uma fundação e da associação de
reflorestamento (prevista para 2010).
Em Ontário, nosso Grupo de Trabalho com
Aborígenes, formado por membros de
diferentes áreas, como meio ambiente, pesquisa
mineral, projetos e recursos humanos, continua
desenvolvendo atividades regulares nas
comunidades aborígenes nas nossas áreas de
operação no Canadá. Essa iniciativa visa manter os
líderes aborígenes atualizados sobre as questões
ligadas à sustentabilidade e aos negócios
relevantes para Vale e para a comunidade.
Atualmente, o grupo de trabalho e membros do
Povo Sagamok Anishnawbek negociam o Acordo
de Diminuição dos Impactos (Impact Benefit
Agreement). O objetivo é o desenvolvimento da
mina de Totten, localizada no limite do Território
Tradicional de Sagamok. A negociação deve ser
concluída em junho de 2010.
Na Austrália, a Vale envolve os representantes de
Povos Indígenas nos processos decisórios. Antes
de iniciar as operações, buscamos identificar
suas necessidades e valores sociais e culturais.
Procuramos também encorajar os membros
de comunidades indígenas a trabalharem em
nossas operações.
Buscamos estabelecer uma relação construtiva,
de benefícios mútuos, respeito à diversidade
cultural e aos direitos dessas populações; no
entanto, permanecem em discussão ações
judiciais. Quanto ao processo relativo ao Povo
Xikrin do Cateté, o mesmo permanece em
andamento, assim como a ação movida pela
Fundação Nacional do Índio (Funai) contra a Pará
Pigmentos S.A., controlada pela Vale, que discute
o repasse financeiro ao Povo Indígena Tembé.
Outra questão envolvendo Povos Indígenas
trata da ação movida pelo Conselho Indigenista
Missionário (Cimi) e pela Associação de
Desenvolvimento e Preservação dos Rios Araguaia
e Tocantins contra o Ibama e o Consórcio Estreito
Energia, alegando a inadequação do componente
indígena avaliado no processo de licenciamento.
Para tanto, foi proposto em 2009 um Termo de
Cooperação entre Consórcio, Funai e Ibama para a
realização de projetos.
Em Minas Gerais o Consórcio Hidrelétrico de
Aimorés dá continuidade ao projeto acordado com
o Povo Krenak, que prevê ações sociais, ambientais
e culturais, enquanto, no Pará, a Vale aguarda a
definição das Comunidades Quilombolas do
Território de Jambuaçu para dar continuidade às
ações previstas no acordo firmado.
ESCOPO DO RELATÓRIO (LIMITE)
Abrangência do
relatório
Negócio
Minério
de ferro e
pelotas
Manganês e
ferroligas
Logística
Potássio,
caulim e
fosfato
Cobre
Alumínio
Indicadores de desempenho
• Vale (1)
• Companhia Ítalo-Brasileira de Pelotização – Itabrasco (2)
• Companhia Coreano-Brasileira de Pelotização – Kobrasco (2)
• Companhia Nipo-Brasileira de Pelotização – Nibrasco (2)
• Companhia Hispano-Brasileira de Pelotização –
Hispanobras (2)
• Urucum Mineração S.A. (3) (4)
• Vale Oma Pelletizing LLC
• Vale Manganês S.A.
• Vale Manganèse France
• Vale Manganese Norway A S
• Urucum Mineração S.A. (3) (4)
• Vale (5)
• Ferrovia Centro-Atlântica S.A. – FCA
• Ferrovia Norte Sul S.A.
• Companhia Portuária Baía de Sepetiba – CPBS (3)
• Seamar Shipping
• Vale
• Cadam S.A.
• Pará Pigmentos S.A. – PPSA
• Compañía Minera Miski Mayo S.A.C. (Projeto Bayovar)
• Vale
• Salobo Metais S.A. (3)
• Vale
• Alunorte – Alumina do Norte do Brasil S.A.
• Albras – Alumínio Brasileiro S.A.
• Valesul Alumínio S.A. (3)
• Companhia de Alumina do Pará - CAP
A metodologia de definição de limites foi a mesma adotada nos relatórios de
sustentabilidade 2007 e 2008. O escopo de empresas que compõem o relatório
é atualizado anualmente. O destaque foi a inclusão da Vale Australia, empresa
adquirida em 2007, desde o relatório 2008. As informações das empresas adquiridas
em 2009 serão integradas nos indicadores de desempenho reportados nos
próximos relatórios, consoante com a abordagem progressiva adotada.
O quadro abaixo apresenta a forma como as principais empresas da Vale, em
termos de sustentabilidade, foram consideradas neste relatório.
Forma de gestão
• Samarco Mineração S.A.
• Zhuhai YPM Pellet Co., Ltd.
• Log-in Logística Intermodal S.A.
• Consórcio de Rebocadores da Barra dos Coqueiros
• Consórcio de Rebocadores da Baía de São Marcos
• Vale
• Califórnia Steel Industries – CSI
Carvão
• Vale Moçambique Limitada (Projeto Moatize)
• Vale Australia (Carborough Downs, Broadlea
e Integra Coal)
• Shandong Yankuang Int. Coking Co. Ltd.
• Henan Longyu Energy Resources Co. Ltd.
• Vale Australia (Isaac Plains)
• Consórcios de Energia: Igarapava, Porto Estrela,
Candonga, Capim Branco, Funil, Aimorés, Estreito
e Gesai – Geração Santa Isabel (7)
• Vale Soluções em Energia S.A. – VSE
Níquel (8)
• MRS Logística S.A.
• Mineração Rio do Norte S.A. - MRN
Siderurgia
Energia
Questões e dilemas
• ThyssenKrupp-CSA – Siderúrgica
do Atlântico Ltda. – CSA
• Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais
S.A. – Usiminas (6)
• Vale
• Vale Inco Limited
• Vale Inco Newfoundland & Labrador Limited
• Vale Inco Metals (Shanghai) Co., Ltd.
• Novamet (Novamet Specialty Products Corporation)
• Vale Inco Europe Limited (Clydach Refinery e Acton Refinery)
• PT International Nickel Indonesia Tbk (PT Inco)
• Korea Nickel Corporation
• Vale Inco Nouvelle-Calédonie S.A.S.
• Inco Advanced Technology Materials (IATM Shenyang) Co., Ltd.
• Inco Advanced Technology Materials (IATM Dalian) Co., Ltd.
• Vale Inco New Nickel Materials (Dalian) Co. Ltd.
• Vale Inco Japan Limited
• Taiwan Nickel Refining Corporation
• Exide Group Incorporated
(1) Inclui operações das empresas Minerações Brasileiras Reunidas S.A. – MBR, Minas da Serra Geral S.A. – MSG e Baovale Mineração S.A. – Baovale. (2) Os ativos são operados pela Vale. (3) Desde novembro de
2007, essas empresas assumiram a marca Vale, ainda que a razão social das empresas não tenha sido alterada. As razões sociais das empresas têm como referência dezembro de 2009. (4) Inclui operações da
CPFL (Companhia Paulista de Ferroligas – CPFL). (5) Inclui operações da Estrada de Ferro Carajás – EFC e da Estrada de Ferro Vitória a Minas – EFVM. (6) A Vale vendeu sua participação na Usiminas em abril de
2009. (7) Continuamos nossos esforços para obter as licenças ambientais necessárias à construção da usina hidrelétrica Santa Isabel. (8) A participação da Vale na Inmetco (International Metals Reclamation
Company, Inc.) e Jinco Nonferrous Metals Co., Ltd. foi vendida em dezembro de 2009.
119
A CLASSIFICAÇÃO UTILIZADA NO QUADRO DA PÁGINA ANTERIOR SEGUIU
O SEGUINTE CRITÉRIO:
Indicadores de desempenho
Inclui as unidades próprias da Vale, empresas controladas1 e empresas que operamos.
Os indicadores de desempenho são apresentados ao longo do relatório.
Forma de gestão
Consideradas nessa classificação empresas sobre as quais a Vale exerce influência
significativa: inclui coligadas com participação da Vale, direta ou indireta, de 20% a 50% do
capital votante ou empresas em que a Vale possui controle compartilhado. A Vale possui
assento nos diferentes órgãos de administração dessas entidades, podendo integrar,
ainda, comitês que tratam de questões relacionadas a meio ambiente, saúde e segurança,
recursos humanos e finanças, entre outros temas. Por meio dessa atuação, a Vale participa
de decisões estratégicas e influencia a elaboração de normas e políticas dessas empresas2,
incluindo questões de sustentabilidade.
1 Por apresentarem baixo impacto em sustentabilidade, as informações sobre as empresas de pesquisa mineral não foram
incluídas no cálculo da maior parte dos indicadores de desempenho.
2 Observando a legislação vigente do local do estabelecimento da empresa.
Questões e dilemas
Consideradas nessa classificação empresas sobre as quais a Vale exerce influência. Inclui
coligadas com participação, direta ou indireta, da Vale inferior a 20% do capital votante.
Empresa
Produtos e/ou serviços
Participação acionária da Vale
Usiminas*
Produtos de aço
5,9% das ações ordinárias e
2,9% do capital total
Placas de aço
26,87% do capital social da joint
venture após setembro de 2009
Transporte ferroviário
Participação direta e indireta
(37,9% do capital votante** e
41,5% do capital total)
TKCSA
MRS
Questões relevantes
Faz parte da estratégia
de longo prazo da Vale
na siderurgia promover o
desenvolvimento do setor
no Brasil, agregando valor ao
minério e gerando riqueza e
desenvolvimento para o país
Tráfego em áreas com
comunidades urbanas
*A Vale vendeu sua participação na Usiminas em abril de 2009.
**A Vale, em razão de questões concorrenciais, renunciou ao direito de voto inerente às ações ordinárias da MRS
Logística S.A. detidas diretamente por ela e vinculadas ao acordo de acionistas da companhia.
120
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Verificação externa
Relatório dos Auditores Independentes sobre Asseguração Limitada do Relatório de
Sustentabilidade da Vale S.A., com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative – GRI G3
Aos
Administradores e acionistas da
Vale S.A.
1. Aplicamos procedimentos de asseguração limitada sobre determinadas informações contidas no Relatório de Sustentabilidade
da Vale S.A., relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, elaborado sob a responsabilidade da administração da
Companhia. Nossa responsabilidade é a de emitir um relatório de asseguração limitada sobre as informações divulgadas neste
Relatório de Sustentabilidade.
2. O trabalho de asseguração limitada foi realizado de acordo com a Norma e Procedimentos de Asseguração – NPO 01, emitida
pelo IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, sobre trabalhos de asseguração que não sejam de auditoria
ou de revisão de informações financeiras históricas, e compreendeu: (a) o planejamento dos trabalhos considerando a
relevância e o volume das informações qualitativas e quantitativas, bem como os controles internos correspondentes; (b) a
indagação e discussão junto a profissionais da Vale S.A. para entendimento dos principais critérios, premissas e metodologias
utilizados na preparação do Relatório de Sustentabilidade, assim como os processos de gestão e consolidação de indicadores
e itens de perfil; (c) a validação, por meio de testes em bases amostrais, das evidências que suportam os dados qualitativos e
quantitativos do Relatório de Sustentabilidade; (d) o confronto das informações contidas no Relatório de Sustentabilidade com
os requisitos da Global Reporting Initiative GRI-G3; (e) visitas às unidades brasileiras Minas Cauê e Fábrica, em Minas Gerais; Porto
de Tubarão, Usinas Um e Dois e Ferrovia Vitória a Minas, no Complexo de Tubarão, Espírito Santo, e unidade Taquari Vassouras,
em Sergipe, além das unidades Open Cut e Underground, da Integra Coal, na Austrália.
3. Nosso trabalho teve como objetivo verificar se os dados incluídos no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., no que tange
à obtenção de informações qualitativas, medições e cálculos de informações quantitativas, se apresentam em conformidade
com as diretrizes da GRI-G3. As informações históricas, informações de mercado, informações descritivas, metas, projeções
e opiniões sujeitas a avaliações subjetivas não estão no escopo dos trabalhos desenvolvidos e, portanto, nosso relatório não
proporciona asseguração limitada ou razoável sobre tais informações.
4. Conforme as diretrizes GRI-G3, a Vale declara um Nível de Aplicação A+ em seu Relatório de Sustentabilidade relativo ao
exercício findo em 31 de dezembro de 2009, o qual reporta 86 indicadores, entre essenciais, adicionais e do Suplemento
Setorial de Mineração e Metais (Mining & Metals Sector Supplement). Os procedimentos por nós aplicados foram considerados
suficientes para confirmar que o nível de aplicação declarado pela Vale está de acordo com as diretrizes GRI-G3.
5. Com base em nosso trabalho, descrito neste relatório, não temos conhecimento de qualquer modificação relevante que deva
ser feita nas informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativo ao exercício findo em 31 de dezembro
de 2009, para que as mesmas estejam apresentadas de acordo com as diretrizes GRI-G3.
6. As informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativas aos exercícios de 2007 e 2008 e apresentadas
para fins de comparação foram revisadas por outros auditores independentes, que emitiram relatórios de asseguração limitada
em 12 de junho de 2008 e 24 de julho de 2009, respectivamente.
Rio de Janeiro, 07 de junho de 2010.
ERNST & YOUNG
Auditores Independentes S.S.
CRC – 2SP 015.199/O-6-F-RJ
José Carlos Costa Pinto
Sócio
CRC 1 RJ 066.960/O-9
121
Relatório dos Auditores Independentes sobre Asseguração Limitada do
Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., com base nas Diretrizes do ICMM’s
Sustainable Development Framework Assurance Procedure
Aos
Administradores e acionistas da
Vale S.A.
Aplicamos procedimentos de asseguração limitada sobre informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A. 2009
("Relatório"), especificamente relacionadas às diretrizes do Sustainable Development Framework Assurance Procedure, emitido pelo
International Council on Mining and Metals - ICMM, conforme detalhado a seguir.
Responsabilidades da Vale S.A.
O Relatório foi elaborado pela Vale S.A. ("Companhia"). A Companhia é responsável pela coleta e apresentação de informações
reportadas e por manter controles internos definidos para suportar o processo de reporte do Relatório. No momento do fechamento
do processo de verificação externa do Relatório, inexistiam requisitos obrigatórios de preparação, publicação e verificação externa de
Relatórios de Sustentabilidade.
Responsabilidades da Ernst & Young
Revisar determinadas informações divulgadas no Relatório referente ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009 e elaborado sob
responsabilidade da administração da Companhia, com consequente emissão de relatório de asseguração limitada. Nossos trabalhos
foram realizados de acordo com a Norma e Procedimentos de Asseguração – NPO 01, emitida pelo IBRACON – Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil, sobre trabalhos de asseguração que não sejam de auditoria ou de revisão de informações financeiras históricas,
e com as diretrizes do Sustainable Development Framework Assurance Procedure (‘Framework’), emitido pelo International Council on Mining
and Metals- ICMM.
Objeto de revisão (Subject Matter)
Vale S.A. é membro do International Council on Mining and Metals- ICMM e, portanto, comprometida na obtenção de asseguração de seu
Relatório em consonância com o Framework emitido pelo ICMM. Com base no Framework, verificamos os seguintes objetos de revisão
(Subject Matters):
Subject Matter 1: o alinhamento da Companhia aos 10 princípios de Desenvolvimento Sustentável e aos Position Statements do ICMM.
Subject Matter 2: os riscos materiais de desenvolvimento sustentável declarados pela Companhia e oportunidades baseadas em sua
própria revisão do negócio e na visão e expectativas de seus stakeholders.
Subject Matter 3: a existência e status de implementação de sistemas e abordagens utilizados pela Companhia para gerenciar os riscos e
oportunidades por ela identificados como materiais.
Subject Matter 4: o desempenho da Companhia durante o período do Relatório para os riscos e oportunidades por ela identificados
como materiais.
Subject Matter 5: o nível de aplicação auto-declarado segundo as diretrizes da GRI G3.
Para todos os Subject Matters consideramos os limites do relatório definidos na página 119 do mesmo.
Escopo da verificação
Nossos trabalhos de asseguração limitada compreenderam questionamentos à administração da Companhia sobre os seguintes
aspectos:
Materialidade
• Indicadores de desempenho, declarações e demais informações reportadas refletindo os impactos sociais, ambientais e econômicos
significantes da empresa.
• Fatores internos e externos considerados na determinação dos indicadores de desempenho, declarações e demais informações
relevantes reportadas no Relatório.
• Informações relacionadas ao desempenho da empresa no período do Relatório.
122
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Abrangência
• Informações de desempenho de desenvolvimento sustentável relacionadas aos riscos materiais declarados pela Companhia, de acordo
com os limites e período do Relatório.
• Apresentação de dados das unidades operacionais relacionados aos riscos materiais declarados pela Companhia, se relevante.
Exatidão
• Confiabilidade e exatidão de dados coletados nos níveis operacionais para os riscos materiais declarados pela Companhia, quando
relevante.
Os riscos declarados pela Vale S.A. foram selecionados com base na avaliação de materialidade realizada pela Companhia e especificada no
texto do Relatório de Sustentabilidade, em sua seção Estratégia de Sustentabilidade, que compreendeu a análise de cobertura da mídia
no período do Relatório, entrevista com agentes considerados decisivos, posicionamentos públicos da empresa e temas considerados
relevantes no relacionamento com os stakeholders em anos anteriores. Os três riscos considerados materiais pela Vale S.A. foram:
• Emprego e relações de trabalho
• Minimização de impactos ambientais
• Desempenho dos negócios
Procedimentos realizados
Em aderência à verificação recomendada pelo ICMM, nosso trabalho de asseguração limitada incluiu os seguintes procedimentos:
• Entrevista com uma seleção de executivos da Companhia responsável por saúde, segurança, meio ambiente, relacionamento com
comunidades e governança corporativa, a fim de confirmar os assuntos materiais para o negócio;
• Análise das políticas e diretrizes da empresa para verificação do seu alinhamento com os princípios do ICMM, seus requisitos mandatórios
e position statements;
• Verificação, em base amostral, de documentações e informações públicas relacionadas à gestão de sustentabilidade e desempenho;
• Verificação, em base amostral, da existência e estágio de implementação dos sistemas e abordagens usados para gerenciar os riscos
materiais declarados;
• Visitas às unidades brasileiras Minas Cauê e Fábrica, em Minas Gerais, Porto de Tubarão, Usinas Um e Dois e Ferrovia Vitória a Minas, no
Complexo de Tubarão, Espírito Santo, e unidade Taquari Vassouras, em Sergipe, além das unidades Open Cut e Underground, da Integra
Coal, na Austrália; e
• Revisão do texto final do Relatório para verificação da adequação do relato em relação aos riscos materiais declarados e dados de
desempenho identificados durante o processo de verificação.
Limitações de escopo
O escopo de nosso trabalho de verificação não incluiu:
• Verificação da exatidão, fidedignidade e materialidade de bancos de dados, declarações, informações, sistemas ou abordagens
relacionados às áreas diversas daquelas relacionadas aos riscos materiais declarados;
• Declarações futuras da empresa, assim como metas, intenções e projetos a serem desenvolvidos futuramente;
• Comparação com dados históricos;
• Verificação de eficácia de quaisquer sistemas de gestão da empresa;
• Avaliação dos riscos da Companhia e da eficiência de suas ferramentas de gestão.
Conclusão
Com base em nosso trabalho, descrito neste relatório, não temos conhecimento de qualquer modificação relevante que deva ser feita nas
informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, em relação à
aderência dos Subject Matters reportados com o Framework do ICMM e os princípios de materialidade, abrangência e exatidão enunciados
pelo Global Reporting Initiative - GRI G3.
Rio de Janeiro, 07 de junho de 2010.
ERNST & YOUNG
Auditores Independentes S.S.
CRC – 2SP 015.199/O-6-F-RJ
José Carlos Costa Pinto
Sócio
CRC 1 RJ 066.960/O-9
123
Nível de aplicação GRI
Aplicação das
diretrizes
O presente relatório atinge o nível de aplicação A+ da GRI, que estabelece o relato de todos os itens de
perfil, de informações sobre a forma de gestão para cada categoria de indicador e de todos os indicadores
de desempenho essenciais e do Suplemento Setorial de Mineração e Metais.
C+
B
B+
A
A+
Com verificação externa
Examinado por
terceiros
Com verificação externa
Autodeclarado
Com verificação externa
Opcional
Obrigatório
C
Examinado pela GRI
124
Não exigido
Indicadores de
Desempenho da G3
& Indicadores de
Desempenho do
Suplemento
Setorial
Responder a um mínimo de 10
Indicadores de Desempenho,
incluindo pelo menos um de
cada uma das seguintes áreas de
desempenho: social, econômico e
ambiental.
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Informações sobre a Forma de
Gestão para cada Categoria de
Indicador
Responder a um mínimo de 20
Indicadores de Desempenho,
incluindo pelo menos um de
cada uma das seguintes áreas
de desempenho: econômico,
ambiental, direitos humanos,
práticas trabalhistas, sociedade,
responsabilidade pelo produto.
B+
A
A+
O mesmo exigido para o Nível B
Forma de Gestão divulgada para
cada Categoria de Indicador
Responder a cada Indicador
essencial da G3 e do
Suplemento Setorial com
a devida consideração ao
Princípio da Materialidade de
uma das seguintes formas: (a)
respondendo ao indicador ou (b)
explicando o motivo da omissão.
Com Verificação externa
Informações
sobre a Forma de
Gestão da G3
B
Responder a todos os critérios
elencados para o Nível C, mais:
1.2;
3.9, 3.13;
4.5 a 4.13,
4.16 a 4.17
Com Verificação externa
Perfil da G3
Responder aos itens:
1.1;
2.1 a 2.10;
3.1 a 3.8, 3.10 a 3.12;
4.1 a 4.4, 4.14 a 4.15
C+
Com Verificação externa
Conteúdo do relatório
C
Princípios Pacto Global
Direitos Humanos
1. Respeitar e proteger os direitos
humanos
2. Impedir violações de direitos humanos
Direitos do Trabalho
3. Apoiar a liberdade de associação no
trabalho e a negociação coletiva
4. Eliminar todas as formas de trabalho
forçado ou compulsório
5. Abolir o trabalho infantil
6. Eliminar a discriminação no ambiente
de trabalho
Proteção ao Meio Ambiente
7. Apoiar uma abordagem preventiva
aos desafios ambientais
8. Desenvolver iniciativas para promover
maior responsabilidade ambiental
9. Desenvolver e difundir tecnologias que
não agridam o meio ambiente
Contra a Corrupção
10. Combater a corrupção em todas
as suas formas, inclusive extorsão
e propina
Princípios ICMM
1. Implementar e manter práticas comerciais éticas e
sistemas sólidos de governança corporativa.
2. Integrar as considerações de desenvolvimento
sustentável dentro do processo decisório corporativo.
3. Defender direitos humanos fundamentais e respeitar
culturas, costumes e valores nas negociações com
funcionários e outros que sejam afetados por nossas
atividades.
4. Implementar estratégias de gestão de risco baseadas
em dados válidos e ciência legítima.
5. Buscar a melhoria contínua de nossa saúde e o
desempenho em segurança.
6. Buscar a melhoria contínua de nosso desempenho
ambiental.
7. Contribuir com a preservação da biodiversidade e
promover abordagens integradas de planejamento
sobre o uso da terra.
8. Facilitar e estimular a criação responsável de
produtos, o uso, a reutilização, a reciclagem e o
descarte de nossos produtos.
9. Contribuir para o desenvolvimento social, econômico
e institucional das comunidades onde operamos.
10. Implementar o engajamento eficaz e transparente,
a comunicação e as providências de contato
independentemente das verificadas com nossos
interessados.
Como signatária do Pacto Global e do ICMM, a Vale comprometeu-se a adotar, em suas práticas de negócios,
os princípios elencados acima. Ao longo do relatório, foram apresentados cases que retratam nossa atuação e
cuja relação com esses princípios está indicada no quadro abaixo.
correlação de práticas da vale com pacto global e ICMM
Cases
Atuação além de nossa operações
Mão de obra qualificada
Incentivo à pesquisa
Incentivo à inovação
Conviver com lagos
Tecnologia inovadora no controle atmosférico
Formando campeões
Pesca na praia do Boqueirão
Fortalecendo os municípios
Desenvolvimento da Grande Vitória
Ações de apoio às comunidades
Capacitar para crescer
Com as mãos na massa
Reassentamento em Moçambique
Práticas premiadas
Compromisso conjunto
Gavião-real
Princípio
Pacto Global
Princípio ICMM
Págs.
1, 7, 8
7, 8, 9
1, 7, 8
7, 8, 9
8, 9
1, 8
1
1, 8, 9
7, 8
1
1, 8
1, 7, 8
7, 8
7, 9
6, 7, 8
5, 6, 8
6, 7
6
9
3, 9, 10
9
9, 10
3, 9
3, 9
3, 9
3, 9, 10
9
2, 6, 10
12
41
45
47
56
65
77
78
79
80
81
7, 8
7
112
82
83
86
89
97
125
Índice Remissivo GRI e Correlação com Pacto Global e ICMM
Índice
Princípio
Pacto Global
Princípio
ICMM
Págs.
Estratégia e análise
1.1. Mensagem da Presidência e da Presidência do Conselho.
2,10
4-7
1.2. Descrição dos impactos, riscos e oportunidades.
4
11-13
2.1. Nome da organização.
10
Informações corporativas
2.2. Marcas, produtos e/ou serviços.
10
2
2.3. Estrutura operacional.
10
2
2.4. Localização da sede da organização.
10
2
2.5. Atuação geográfica.
10
2
2.6. Natureza jurídica.
10
Informações corporativas
2.7. Mercados atendidos.
10
2
2.8. Porte da organização.
10
2 , 17
2.9. Mudanças durante o período coberto pelo relatório.
2, 10
9
2.10. Prêmios e certificações.
10
Informações corporativas
Perfil organizacional
Parâmetros para o relatório
Perfil do relatório
3.1. Período coberto pelo relatório.
3.2. Data do relatório anterior.
3.3. Periodicidade.
3.4. Dados para contato.
Escopo e limite do relatório
3.5. Definição do conteúdo.
3.6. Limite do relatório.
3.7. Escopo do relatório.
3.8. Base para a elaboração do relatório.
9
9
9
9
10 , 11
119, 120
119, 120
3.9. Técnicas de medição e bases de cálculos.
3.10. Consequências de reformulações de informações.
3.11. Mudanças significativas.
2
Sumário de conteúdo da GRI
3.12. Sumário GRI.
Verificação
3.13. Verificação externa.
119, 120
119, 120 e ao longo
do relatório
119, 120 e ao longo
do relatório
119, 120 e ao longo
do relatório
126-128
121, 122
Governança, compromissos e engajamento
Governança
4.1. Estrutura de governança.
4.2. Indicação caso o presidente do mais alto órgão de governança
também seja um diretor executivo.
4.3. Número de membros independentes ou não-executivos do mais alto
órgão de governança.
4.4. Mecanismos para recomendações a órgãos de governança.
4.5. Relação entre remuneração e o desempenho econômico e socioambiental.
4.6. Processos para evitar conflitos de interesse.
4.7. Qualificações de conselheiros.
4.8. Valores, códigos de conduta e princípios internos.
4.9. Atuação do Conselho de Administração.
4.10. Autoavaliação do Conselho de Administração.
Compromissos com iniciativas externas
4.11. Princípio da precaução.
4.12. Cartas, princípios e iniciativas.
4.13. Participação em associações.
Engajamento dos stakeholders
4.14. Relação de stakeholders.
4.15. Identificação de stakeholders.
4.16. Engajamento dos stakeholders.
4.17. Principais temas e preocupações de stakeholders.
1
21
1
21
1
21
1
21
1
22
1
21, 22
1
21
1
23
1, 4
21
1
21
27
24, 25
25
10, 11
10, 11
10, 24, 25
10
Desempenho econômico
Abordagem de gestão econômica (objetivos e desempenho, política e
outras informações contextuais).
Desempenho econômico
EC1. Valor econômico gerado e distribuído.
EC2. Riscos e oportunidades relacionados a mudanças climáticas.
EC3. Plano de pensão.
EC4. Ajuda financeira significativa recebida do governo.
Presença de mercado
EC5. Relação salário mínimo interno/local.
EC6. Gastos com fornecedores locais.
EC7. Contratação local.
16-19
7
9
17
9
101
38, 39
18
1
6
9
36
9
90
9
81,82
Indicadores atendidos integralmente
Indicadores atendidos parcialmente
126
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
Índice Remissivo GRI e Correlação com Pacto Global e ICMM
Índice
Princípio
Pacto Global
Impactos econômicos indiretos
EC8. Investimentos em infraestrutura.
EC9. Impactos econômicos indiretos.
Princípio
ICMM
9
Págs.
79
72, 73
Desempenho ambiental
Abordagem de gestão ambiental (objetivos e desempenho, política, responsabilidade
organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras
informações contextuais).
Materiais
52-69, 96-113
EN1. Materiais usados.
8
6
63
EN2. Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem.
8, 9
6
63
EN3. Consumo de energia direta.
8, 9
6
66, 67
EN4. Consumo de energia indireta.
8
6
68, 69
EN5. Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência.
8, 9
6
66, 102, 103
EN6. Produtos e serviços ecoeficientes.
8, 9
6
66
8, 9
6
66, 102, 103
8
6
EN7. Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas.
Água
EN8. Água retirada por fonte.
EN10. Água reciclada e reutilizada.
Biodiversidade
EN11. Localização dentro de áreas protegidas ou de alto índice de biodiversidade.
EN12. Impactos na biodiversidade.
EN13. Hábitats protegidos ou restaurados.
EN14. Gestão de impactos na biodiversidade.
EN15. Lista Vermelha da IUCN.
Emissões, efluentes e resíduos
EN16. Emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa.
EN17. Outras emissões indiretas relevantes de gases causadores do efeito estufa, por peso.
EN18. Iniciativas para reduzir emissões de gases de efeito estufa.
EN19. Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio.
EN20. NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso.
EN21. Descarte de água.
EN22. Peso total de resíduos.
EN23. Derramamentos significativos.
EN24. Resíduos perigosos transportados.
EN26. Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e
a extensão da redução desses impactos.
Produtos e serviços
EN27. Produtos e embalagens recuperados.
Conformidade
EN28. Valor monetário de multas significativas.
Geral
EN30. Investimentos em proteção ambiental.
8, 9
54, 55
55
8
7
8
7
8
106
107
110, 111
8
108
8
109
8
6
8
6
7, 8, 9
98, 99
100
102, 103
8
6
101
8
6
64, 65
8
6
56 - 58
8
6
59, 60
8
6
8
7, 8, 9
6
8, 9
8
63
60
91-93
62
6, 8
7, 8, 9
65
54
Desempenho social – Práticas trabalhistas e trabalho decente
Abordagem de gestão dos aspectos trabalhistas (objetivos e desempenho, política,
responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e
acompanhamento, outras informações contextuais).
Emprego
32-51
LA1. Trabalhadores por tipo de emprego e região.
LA2. Taxa de rotatividade.
3
6
9
LA3. Benefícios a empregados.
Relações entre trabalhadores e a administração
LA4. Acordos de negociação coletiva.
LA5. Prazo mínimo para notificação com antecedência referente a mudanças operacionais,
incluindo se esse procedimento está especificado em acordos de negociação coletiva.
Segurança e saúde ocupacional
LA6. Representação em comitês de saúde e segurança.
LA7. Doenças ocupacionais, dias perdidos e óbitos.
LA8. Programas de educação, aconselhamento e prevenção relacionados a doenças graves.
LA9. Saúde e segurança em acordos com sindicatos.
Treinamento e educação
LA10. Horas de treinamento.
LA11. Gestão de competências e aprendizagem contínua.
LA12. Análise de desempenho e desenvolvimento de carreira.
Diversidade e igualdade de oportunidades
LA13. Composição dos grupos responsáveis pela governança.
LA14. Proporção de salário homens/mulheres.
33, 34
40
37
1, 3
3
39
3
3
39
1, 3
3, 5
50
1
5
48
1
5
49
1
3
50
6
2
41
3
41
37
1, 6
1, 6
3
35, 36
35
Desempenho social – Direitos humanos
Abordagem de gestão dos aspectos de direitos humanos (objetivos e desempenho,
política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização,
monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).
114, 118
Indicadores atendidos integralmente
Indicadores atendidos parcialmente
127
Índice Remissivo GRI e Correlação com Pacto Global e ICMM
Índice
Práticas de gestão e investimento
HR1. Percentual e número total de contratos de investimentos significativos que incluam
cláusulas referentes a direitos humanos ou que foram submetidos a avaliações
referentes a direitos humanos.
HR2. Percentual de fornecedores avaliados e medidas tomadas.
Liberdade de associação e negociação coletiva
HR4. Número total de casos de discriminação e as medidas tomadas.
HR5. Operações com risco à liberdade de associação e negociação coletiva.
Trabalho infantil
HR6. Operações com risco de trabalho infantil.
Trabalho forçado e escravo
HR7. Operações com risco de trabalho forçado ou análogo.
Práticas de segurança
HR8. Treinamento da segurança em direitos humanos.
Direitos indígenas
HR9. Violações de direitos indígenas.
Princípio
Pacto Global
Princípio
ICMM
Págs.
1, 2
2, 3
115
1, 2, 3, 4, 5, 6
3
115, 116
1, 2, 6
3
35
1, 2, 3
3
39
1, 2, 5
3
115, 116
1, 2, 4
3
115, 116
1, 2
3
116
1, 2
118
Desempenho social – Sociedade
Abordagem de gestão dos aspectos sociais (objetivos e desempenho, política,
responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e
acompanhamento, outras informações contextuais).
Comunidade
SO1. Gestão de impactos das operações nas comunidades.
Corrupção
SO2. Avaliações de riscos relacionados à corrupção.
SO3. Treinamento em políticas anticorrupção.
SO4. Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção.
Políticas públicas
SO5. Participação na elaboração de políticas públicas.
SO6. Contribuições a partidos políticos.
Concorrência desleal
SO7. Ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio.
Conformidade
SO8. Multas e sanções não-monetárias por não-conformidade
a leis e regulamentos.
72-93
4
73
10
1
30
10
1
30
10
1
29
1-10
24
10
24
31
31
Desempenho social – Responsabilidade pelo produto
Abordagem de gestão dos aspectos referentes à responsabilidade sobre o produto
(objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e
conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).
Saúde e segurança do cliente
PR1. Avaliação de impactos.
Rotulagem de produtos e serviços
PR3. Procedimentos de rotulagem de produtos e serviços.
PR5. Práticas relacionadas à satisfação do cliente.
Comunicação e marketing
PR6. Adesão às normas.
PR7. Não-conformidade.
Conformidade
PR9. Multas relacionadas ao fornecimento e uso dos
produtos e serviços.
88-93
1
8
91-93
8
8
93
91
91
91
91
Indicadores setoriais de mineração e metais*
MM1. Identifica as operações nas quais a contribuição econômica local e o impacto do
desenvolvimento são de especial importância e interesse para as partes interessadas
(por exemplo, operações em áreas remotas) e define políticas referentes à avaliação
dessa contribuição.
MM2. Valor agregado desagregado para nível nacional.
MM3. O número/percentual de operações identificadas que requerem planos de
gerenciamento da biodiversidade e o número/percentual de operações onde os
planos estão implementados.
MM4. Percentual de produto(s) derivado(s) de materiais secundários.
MM5. Descreve as políticas para a avaliação dos atributos da ecoeficiência e da
sustentabilidade dos produtos (por exemplo, reciclabilidade, uso do material, uso de
energia, toxicidade, etc.).
MM6. Descreve a abordagem ao gerenciamento do estéril, rochas, rejeitos e lama/resíduos.
MM7. Descreve os incidentes significativos que afetam as comunidades durante o
período de relatório e os mecanismos usados para solucionar os incidentes e
suas consequências.
MM8. Descreve os programas nos quais a organização relatora tenha estado envolvida
que trataram da mineração artesanal e de pequena escala (ASM) dentro de áreas de
operação da empresa.
MM9. Descreve as políticas e atividades de reassentamento.
MM10. Número ou percentual de operações com planos de fechamento, abrangendo os
aspectos sociais – incluindo a transição da mão de obra –, ambientais e econômicos.
MM11. Descreve o processo de identificação de propriedades e direitos usuais das
comunidades locais, incluindo aqueles dos povos indígenas e os mecanismos usados
para resolver os conflitos.
MM12. Descreve a abordagem à identificação, preparação e reação a situações de
emergência que afetem os funcionários, comunidades ou o meio ambiente.
MM13. Número de novos casos de doença ocupacional por tipo. Descreve os programas
para prevenir doenças ocupacionais.
EN23 MM. Quantidade total de terra adquirida, arrendada e gerenciada para as atividades
de produção ou uso extrativista.
*Versão draft.
128
Relatório de Sustentabilidade Vale 2009
9
78, 81, 90
17
7, 9
109
62
8, 9
1, 2
1
8
91-93
6, 8
60, 61
9
84, 85
9
83
3
86, 87
2
87
3
87
4
49
5
50
7
112, 113
Indicadores atendidos integralmente
Indicadores atendidos parcialmente
Créditos
Coordenação Geral
Departamento de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável
Apoio Editorial
Departamento de Comunicação Corporativa e Imprensa
Projeto Gráfico e Editorial
Report Comunicação
Revisão
Assertiva Produções Editoriais
Apoio Operacional
CSC Computer Sciences Brasil S.A.
Verificação Externa
Ernst & Young
Fotografia
Acervo Previ/Marcos Almeida pág. 5;
Arquivo do Consórcio Brasileiro para Produção de Óleo de Palma pág. 103.
Banco de Imagens Vale págs. 8, 13, 19 e 117;
Banco de Imagens Vale Australia págs. 48 e 81;
Banco de Imagens Vale/Cassio Vasconcellos págs. 97, 105 e 108;
Banco de Imagens Vale/Edu Simões págs. 20, 36 e 53;
Banco de Imagens Vale/Eugênio Sávio págs. 46, 69, 84 e 93;
Banco de Imagens Vale/Eny Miranda pág. 47;
Banco de Imagens Vale Inco pág. 94;
Banco de Imagens Vale (Moatize) págs. 70, 72 e 75;
Banco de Imagens Vale - Nitro/João Marcos Rosa pág. 14, 107 e112;
Banco de Imagens Vale/Rosane Bekierman pág. 77;
Banco de Imagens Vale/Vitor Schwama pág. 26;
Editora Globo/Stefano Martini pág. 7;
Eugênio Sávio págs. 24, 33, 39, 51, 56, 59 e 89;
José Armenio de Brito Cruz pág. 44;
Marcelo Shoubia págs. 17, 41, 80, 100 e 113;
Sam Santos pág. 8 (foto Tito Botelho Martins).
Informações
Corporativas
Pré-impressão e impressão
Burti
Tiragem
1.000 exemplares em português
600 exemplares em inglês
SEDE MUNDIAL
BRASIL
Avenida Graça Aranha, 26
20030-900 – Rio de Janeiro RJ – Brasil
Tel: 55 21 3814-4477
Para informações sobre os demais escritórios da Vale,
acesse www.vale.com
Este relatório possui um formulário de avaliação disponível
em www.vale.com
Atuamos para construir um legado social, econômico
e ambiental nas regiões onde operamos.
Capa: Fernando Montarroyos de Araújo, aprendiz
operacional, Porto de Tubarão, Vitória – Espírito Santo, Brasil
(Fotógrafo: Marcelo Shoubia).
Relatório de Sustentabilidade 2009
www.vale.com
Relatório de
Sustentabilidade 2009

Documentos relacionados