LIVROS A REFERÊNCIA

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LIVROS A REFERÊNCIA
A REFERÊNCIA ”Genericamente”
A REFERÊNCIA
”Genericamente”
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Fotografia
Duarte Leite
Textos
Luís Antunes
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empre me perguntei como guardam os médicos todo o seu saber, feito
de tantas coisas pequenas, como micróbios, vírus e bactérias, mas que tão
grandes males provocam.
Sempre me perguntei como os médicos vão buscar ao seu saber
aparentemente esquecido por tantos outros saberes que vão acrescentando,
aquele sintoma que abre o caminho para a identificação da doença.
Sempre me perguntei como é que os médicos sabem qual o remédio certo,
o medicamento adequado, a molécula que mais provas dadas tem.
Sempre me perguntei quais são, de forma genérica, as referências dos
médicos.
Curioso. Agora que estou em casa, por ordem expressa da minha médica de
família, e tenho tempo para vaguear no universo infinito do tédio, constato que
nunca perguntei, por exemplo, quais as minhas referências de Portugal.
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N
ão. Definitivamente, não opto pelo Mar, pelos Descobrimentos, pelo
Vinho do Porto ou por outras tantas, provavelmente tão banalizadas quanto
estas, referências seculares de tantos portugueses.
Será que com a idade a avançar, a tendência da escolha incide no passado em
detrimento das referências do presente, não confirmadas ainda pela evidência
que o passar dos tempos confere?
Assente
no Chão
Prefiro ter os pés bem assentes no chão e escolher o que, de forma por vezes
irregular, tem acompanhado muitos dos meus passos.
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C
iência, computadores e até a nanotecnologia não conseguem ainda
retirar aos olhos e às mãos experientes a arte secular de partir a pedra.
Irónico.
O melhor que as mãos conseguem numa clivagem aleatória serve para todos
pisarem e sujarem, sem se aperceberem que qualquer uma daquelas pedras já
passou por uma mão experiente e cuidadosa antes de ser uma pequena pedra
da Calçada Portuguesa.
Partir
a Pedra
Que pensamentos vagueiam nas horas que passa a partir pedra?
A maneira de se conseguir boa reputação reside no esforço em se ser aquilo
que se deseja parecer.
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o silêncio apenas quebrado pelas pancadas, repetem-se os gestos
numa mecânica biológica perfeita, que nunca origina duas pedras iguais.
Máquina perfeita.
Mecânica
Biológica
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forma de se conseguir uma boa referência reside no esforço e na
dedicação utilizada para se ser aquilo que se deseja parecer – uma simples
pedra.
Simples
Pedra
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Triste
ou Nobre
Destino?
urioso.
Agora que estou em casa por ordem expressa da minha médica de família e
tenho tempo para vaguear no universo infinito do tédio, constato que todas as
pedras são diferentes, amontoadas num monte que as tornas iguais, sem
alguma diferença entre elas.
Mas o que as torna diferentes de todas as outras pedras? São referência na
Calçada Portuguesa.
Arrancadas à montanha numa pedreira poeirenta, nasceram para serem
pisadas. Triste ou nobre destino?
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ncontestável referência nacional e símbolo de paz em terras
longínquas, bem no fim do caminho marítimo.
A Marcha
do Sal
A memória traz-me ao presente o que a curiosidade da história mundial me
deu a conhecer dos idos primórdios do século vinte.
A desobediência à então chamada Lei do Sal originou que em 1930 Mahatma
Gandhi percorresse a pé, em pouco mais de 24 dias, quase 300 quilómetros em
direcção ao mar, naquele que ficou conhecido por um dos grandes apelos à
não-violência. Foram milhares os que se juntaram no caminho e, passo a
passo, pegada a pegada, deram ao mundo a conhecida Marcha do Sal.
Um pouco de água salgada na beira-mar, deixando ao sol a tarefa de a secar.
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ncanto-me com a perfeição deste reflexo rosado, a pairar nesta
marcha lenta, neste vaivém artístico de juntar o sal no seu leito cristalizador.
Encanta-me a beleza da cor, quase sangue demolhado, neste rubro salgado,
único na arte de colorir o choro prisioneiro da água do mar.
A arte da Artêmia é gigantesca. Este pequeno crustáceo, para além de viver
nestas condições extremas, confere esta cor aos tanques de sal.
O Choro
da Água
do Mar
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L
onge da Pedra de Lume e da sua mina antiga, esta é a Ilha do Sal,
nunca cantada em mornas ou coladeiras nas noites quentes do Oceano
Atlântico.
Um monte de ouro branco, de pureza cristalina e que, desde sempre, fascinou
o homem. Quantos caíram outrora em guerras pela sua posse?
A Ilha
do Sal
Quantos caiem hoje pelo seu excesso?
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al, pó mágico que tempera a vida.
Certo em quantidade ínfima, aqui estou eu amante exagerado do seu sabor
salgado que me adoça o paladar mas que me deixa preso a um coração
hipertenso.
“Maldita cocaína
Odeio-te e gosto de ti
És a minha companheira
Embora a mais traiçoeira
Que eu amei e conheci”
Cocaína
do Coração
Excerto do poema Maldita Cocaína de Almeida Amaral
Oh Sal, tu és a cocaína do meu coração.
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elho marnoteiro, nobre garimpeiro do ouro branco, a tua peneira é a
canajeira já gasta de tanto puxar.
Nesta arte, perdem-se os homens e ficam os instrumentos.
O sal, de ouro passou a poeira, que desaparece numa quimera salgada, não na
máquina do tempo mas no tempo das máquinas.
Quimera
Salgada
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o
Serras
Brancas
Tejo, vaidoso das sete colinas da cidade que, na foz, espreita o mar
salgado, há muito que deixou de ter as serras brancas de sal a engalanar a sua
paisagem.
Viro as costas ao rio, deixo para trás as margens insonsas e faço-me ao mar.
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“
Vagas de
Pensamentos
O
meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente nas praias de Portugal.”
Excerto do poema Malta das Naus de António Gedeão
Perde-se o olhar no mar e a ele se devolvem as tristezas em meia dúzia de
lágrimas salgadas, trazidas nas vagas dos pensamentos de coisas já passadas.
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ara ser grande, o mar põe tudo quanto é na coisa mais mínima que faz.
E, então, na maresia do mar inala-se toda a sua imensidão, num princípio
activo que quebra todas as leis da farmacocinética, numa biodisponibilidade
imediata e total.
Sente-se o mar actuar quando molha o cinzento empedernido da vida e lhe
começa a dar cor.
Inalar a
Maresia
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njecta-se o Mar bem por entre as rochas, num bólus de água com sais
minerais que preenche todas as depressões. É o princípio activo a actuar.
Quebra-se a dureza da pedra com o vaivém de espuma.
Não. Definitivamente não opto pelo Mar, porque o nosso Mar não é opção.
Princípio
Activo
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e todos os mares do Mundo, o nosso foi sempre o mais navegado, o
que mais escondeu, em cada rocha, um monstro intransponível.
De todos os mares, o nosso foi aquele que tornou o mundo uma pequena ilha.
De todos os mares, foi o nosso que extinguiu o silêncio dos novos mundos.
Ilha do
Mundo
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eito ao mar a minha agitação em troca da tranquilidade que nasce do
alvoroço das ondas. E, por aqui fico a ver o mar passar, contando-me histórias
que há muito não me ouvia contar.
E se o mar clamasse, em ondas de espuma intensa, todos os pensamentos que
um dia aqui deitaram?
Alvoroço
das Ondas
Começo agora a perceber por que é que o fundo do mar é tão fundo.
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Céu de
Luz Quieta
qui descansa o mar, aqui se refugia e adormece para se renovar.
O tempo poisa na superfície, leve como a brisa, e pára para não o acordar.
E a beleza do lugar serve-lhe de medicamento e o céu de luz quieta antes
de a noite chegar.
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O
Efeito,
Causa
ou Bactéria
meu estômago já não dava horas, mas era capaz de arder. Uma bola
de fogo saltitava tranquilamente, como se aí fosse o seu lugar.
Efeito, causa ou bactéria, pouco interessava. De facto, estava avisado para
este efeito, o de sentir o tratamento da inflamação no estômago.
Sabia o que fazer.
Peguei num copo de água e, antes mesmo de por ele beber, percebi que
também era uma nossa referência.
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alvez o Sr. Conde, ou Marquês, Sebastião José de Carvalho e Melo, por
aqui tenha andado na sua infância. Talvez por isso, aqui tenha voltado e
valorizado a matéria-prima tão comum ao vidro - a madeira do pinhal para o
fogo e a sílica em forma de areia.
Depois, a arte do Homem completa os elementos da natureza. Um fogo de
1300° C funde cerca de 1300 kg de areia para originarem 1000 kg de Vidro.
Moldar
o Mar
Moldar a areia é moldar o mar?
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gípcios ou Fenícios iniciaram esta arte do fogo, mas foi somente no
século XVIII que se instalou em Portugal.
E quando o fogo já tudo fundiu, um tubo de ferro entra até ao estômago da
fornalha e, de dentro dela em voltas e revoltas, sai na extremidade uma bola
de matéria incandescente.
E, perto dos 800° C, a bola incandescente transforma-se numa empola.
Moldar
o Fogo
Este é o exacto momento em que o fogo vai ser moldado, vai ser dominado.
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m rápidas e seguras voltas e soprada no devido tempo, a bola vai
avolumando-se até ser a forma do desejo de quem a molda.
Forma
do Desejo
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uma paleta variada, pinta-se de várias cores o desejo que já ganhou
forma.
Agora, já acalmou o meu estômago mas não arrefeceu a minha admiração pela
arte do vidro, do simples vidro, que nunca ambicionou ser cristal.
A Cor
do Desejo
Já é uma referência a cor do vidro.
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O Tempo
na Vidraça
ólido amorfo ou líquido de alta viscosidade, a verdade é que vence o
tempo de quem o faz. Se nada mais acontecer que o abandono artificial e a
erosão natural, aquela areia feita vidro ali ficará por mais de 4000 anos.
E é tanto o tempo que fica a escorrer na vidraça a ver a vida passar.
Mas o que se vê desta janela que faz o tempo ali ficar?
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erfeito.
Cavalgar o tempo e percorrer mais de 5000 anos no dorso do mais antigo
cavalo de sela do mundo. Uma referência.
Cavalgar
o Tempo
Um verdadeiro Cavalo de "sangue quente" e que, tal como o Puro-sangue
Inglês e o Puro-sangue Árabe, o nosso Puro-sangue Lusitano é o resultado de
uma selecção de milhares de anos, o que lhe permite reconquistar o esplendor
de há dois mil anos, quando tanto os Gregos como os Romanos, reconheceram
estar na presença do melhor cavalo de sela da antiguidade.
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onta uma lenda grega que os cavalos das margens do rio Tejo, da
então chamada Lusitânia, eram mágicos e velozes porque eram filhos do
vento.
O verdadeiro cavalo “Filho do Vento” tem raízes nas antigas éguas, filhas de
Podarces e Neptuno, dos cavalos de Aquiles, Xanto e Balios, nascidos e criados
na zona de um dos filhos de Neptuno, Elasippos, que significa "lança os
cavalos na corrida", numa clara alusão à fama entre os Antigos, dos velozes
cavalos da Lusitânia.
Filhos
do Vento
A palavra Lisboa deriva da palavra Elasippos ou Olisipo. O nome proviria de
Ulisses, um dos heróis lendários de Tróia, que teria sido fundador da cidade.
Referências que se perdem no tempo.
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vida tem estas voltas estranhas.
Lembro-me destas histórias, por as ter ouvido contar de uma velha tia, sempre
apaixonada pelos cavalos, mas que hoje, impedida de montar devido às
consequências da osteoporose, os visita regularmente como forma de acalmar
a sua vontade de montar o Vento.
Montar
o Vento
Não posso esquecer-me de lhe ligar.
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ebusco no baú e encontro velhas fotografias, leves brisas do passado
dessa senhora tia, então montada no Dorso do Vento.
No Dorso
do Vento
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T
eus poros exalam o fumo
Do lar dos deuses de onde vieste.
Rompante de espuma e de lume
És sol quadrúpede ou mar equestre?
Desfilando derramas o ouro
Do teu rio inacabável,
Desmedido relâmpago louro
De um deus equídeo possante e frágil.”
Deus
Equídeo
Excerto do poema O Cavalo de Natália Correia
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Humanos
Olhos
Extasiar
T
udo existiu para que fosses
No contraluz desta madrugada
Mitológica proporção perfeita
Em purpúrea bruma recortada
Pois que te é divino mister
Humanos olhos extasiar
A dúvida é só perceber
Se vieste do sol ou do mar”
Excerto do poema O Cavalo de Natália Correia
Vou deixar que o Vento me leve...
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H
…
Lugar
de Luta
umanos olhos extasiar”.
Lembro-me da primeira vez que por aqui passei. Recordo que foi gastronómico
o motivo que me trouxe até estas bandas do Sado.
Deslumbrei-me com este lugar, com este cais palafítico com mais de 50 anos.
Uma referência.
Este é um lugar de luta permanente entre a Natureza e o Homem e, pela
natureza do Homem, o Mar vai acabar por o derrotar.
Tudo começou porque o vai e vem das marés condicionava o acesso à água
e à pesca. Por vezes, na maré cheia, a água invadia os terrenos agrícolas,
galgando o “muro de maré”. Na maré vaza, fugia para longe, dezenas
ou centenas de metros, escondendo-se por detrás de uma barreira de lodo.
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m dia, dois pescadores espetaram uma estaca na borda do muro
de maré, colocando umas tábuas por cima, para poderem passar.
E, assim, aos pares, foram espetando estacas e pondo tábuas, atracando
os seus barcos ao lado, navegando sempre na direcção do mar.
Emaranhado
de Estacas
Estranho arquitecto este Dédalo pescador, que constrói um labirinto, num
calmo emaranhado de estacas, para aprisionar o Mar.
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ara escapar a este labirinto, apesar de não serem feitos de cera como
as asas de Ícaro, o Sol não deixa de derreter os barcos que voam, navegando
para longe deste enleio de madeira.
E, aos poucos, o sol, aliado ao salgado corrosivo e com a paciência que todo
o tempo tem, vai degradando o esmalte protector do nobre lenho que, preso
a uma estaca no mar, nada pode fazer.
Nobre
Lenho
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amos perdendo as referências, os objectos, os lugares históricos
e tudo o que temos sustentado em estacas palafíticas, pouco sólidas.
Acabamos por elogiar, referenciar e valorizar o passado, quando ele já não
tem futuro.
Inevitável,
Evitável?
Será que o inevitável podia ser evitável?
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or vezes, queremos fazer, nas coisas que nos rodeiam, o que não fazemos
nas coisas do nosso interior.
Por vezes, o caminho debaixo dos nossos pés afunda-se, fica preso por fios
e nada fazemos para o evitar.
Irónico quando não é somente uma estaca que cede mas sim duas ou mesmo
três…
Conjugação
de
Singularidades
Conjugação de singularidades.
Ouvi isto há poucos dias – hipertensão, colesterol elevado e diabetes tipo II?
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nevitável, evitável?
A beleza deste porto está no jogo das contrariedades, no balanço entre o velho
e o novo e na referência que nasce diante dos nossos olhos.
Ícaro
Derretido
Está na hora de sair desse labirinto, subir num barco onde as cores sejam vivas
e o rumo seja correcto. Conhecidos os factores, os riscos podem ser
controláveis, numa viagem que nem sempre é curta.
Afinal, o sol e o tempo ainda não fizeram deste batel um Ícaro derretido.
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Q
uase parece uma diplopia o ver-te assim com dois olhos tão definidos.
Diplopia?
Referência da infância, para todos os que um dia em ti subiram e rangeram
em safanões desencontrados por entre as calhas do teu caminho.
Deixaste de ser Ciclope amarelo, guardador dos caminhos de uma cidade velha.
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N
ão hesitas no caminho a seguir, mesmo na mais simples das encruzilhadas.
De ti, espera-se que alcances o teu destino, no lugar e na hora certa.
Genericamente, não recusas nenhum passageiro, nem os distingues por
género, raça, clube, idade ou outra qualquer diferença ou semelhança. Quando
és necessário, todos podem dispor de ti na medida exacta do que precisam.
Encruzilhada
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H
á mais de 100 anos que circulas nas artérias da cidade, com
a segurança característica de quem sabe estar devidamente testado
e comprovado para o objectivo pretendido.
Aumentar ou diminuir a velocidade é função de quem te manuseia e de quem
conhece bem a particularidade do caminho que deves percorrer.
Aumentar,
Diminuir?
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A REFERÊNCIA
”Genericamente”
M
esmo nos percursos mais problemáticos, não hesitas, consciente
da tua eficácia e segurança.
Já ninguém questiona as tuas capacidades e, de facto, a tua energia eléctrica
decerto te tornará no eléctrico do futuro.
Eléctrico
do Futuro
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E
, de forma variada e adaptada a cada necessidade, distribuis o teu
princípio activo de modo a que ele alcance todos os lugares onde é necessário.
Sempre presente.
Sempre
Presente
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A REFERÊNCIA
”Genericamente”
Parar
Quando
Necessário
P
arar?
Claro. Quando for necessário ou quando chegar ao lugar onde quero ficar.
Não é para isso que existes?
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P
arar?
Referência
de Vida
Não, não quero parar este salto.
Esta é uma das melhores referências, onde a frescura da água é invadida pelo
calor da alegria, expresso na vontade de saltar de qualquer maneira.
Uma referência de vida.
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”Genericamente”
A
qui estão dezenas de referências que olham admiradas para um salto.
Por elas, os médicos guardam todo o seu saber, feito de tantas coisas
pequenas, como micróbios, vírus e bactérias, mas que tão grandes males
provocam. Por elas, os médicos sabem como diagnosticar.
Gratidão
Aqui estão dezenas de pessoas que guardam gratidão.
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miolo
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A REFERÊNCIA
”Genericamente”
U
ma referência de infância cruzada com o sonho de voar.
Desafio na altura, efeito da gravidade, mergulha diante de todos, num imenso
ar azul.
Este é um salto para saltar.
Salto
para Saltar
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A REFERÊNCIA
”Genericamente”
E
spantam-se as crianças com o palhaço que, nem rico nem pobre,
apenas tem o dom de voar, num circo sem tenda onde a pista é feita de água.
Por elas, os médicos vão buscar, ao seu saber aparentemente esquecido por
tantos outros saberes que vão acrescentando, aquele sintoma que abre
o caminho para a identificação da doença.
Dom
de Voar
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A REFERÊNCIA
”Genericamente”
C
oordenação perfeita, neste acto de saltar em associação.
- Qual chegará primeiro?
Coordenação
Perfeita
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A REFERÊNCIA
”Genericamente”
S
empre me perguntei como é que os médicos sabem qual o remédio
certo, o medicamento adequado, a molécula que mais provas dadas tem?
De uma forma genérica, pelas referências, comprovadas ao longo de todos os
anos de utilização.
Referências
Curioso.
Agora que estou em casa por ordem expressa da minha médica de família
e tive tempo para vaguear no universo infinito do tédio, sei quais as minhas
referências de Portugal. Mas tantas outras ficaram por referenciar...
Pego na minha velha máquina fotográfica...
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A REFERÊNCIA
”Genericamente”
H
ipertensão
Amlodipina Generis® MG
Atenolol Generis® MG
Benazepril Generis® MG
Bisoprolol Generis® MG
Captopril Generis® MG
Captopril + HCTZ Generis® MG
Carvedilol Generis® MG
Enalapril Generis® MG
Enalapril + HCTZ Generis® MG
Espironolactona Generis® MG
Fosinopril Generis® MG
Indapamida Generis® MG
Lacidipina Generis® MG
Lisinopril Generis® MG
Lisinopril + HCTZ Generis® MG
Losartan Generis® MG
Losartan + HCTZ Generis® MG
Nebivolol Generis® MG
Ramipril Generis® MG
Ramipril + HCTZ Generis® MG
Trandolapril Generis® MG
A
ntivertiginosos
Beta-histina Generis® MG
A
E
pilepsia
Carbamazepina Generis® MG
Gabapentina Generis® MG
Lamotrigina Generis® MG
Topiramato Generis® MG
ntipsicóticos / Esquizofrenia
Clozapina Generis® MG
Risperidona Generis® MG
Tiaprida Generis® MG
N
ootropicos
Piracetam Generis® MG
A
ntiparkinsónicos
Selegilina Generis® MG
Pergolida Generis® MG
Ropinirol Generis® MG
D
epressão / Ansiedade
ADT (Amitriptilina)
Alprazolam Generis® MG
Bromazepam Generis® MG
Fluoxetina Generis® MG
Lorazepam Generis® MG
Mirtazapina Generis® MG
Paroxetina Generis® MG
Sertralina Generis® MG
Venlafaxina Generis® MG
H
ipnóticos e Sedativos
Zolpidem Generis® MG
T
oxicodependência
Naltrexona Generis® MG
E
nxaqueca
Sumatriptano Generis® MG
R
elaxantes Musculares
Tiocolquicosido Generis® MG
102 - 103
miolo
11/25/08
5:29 PM
Page 104
A REFERÊNCIA
”Genericamente”
A
parelho Digestivo
Domperidona Generis® MG
Famotidina Generis® MG
Lactulose Generis® MG
Lansoprazol Generis® MG
Loperamida Generis® MG
Omeprazol Generis® MG
Pantoprazol Generis® MG
Ranitidina Generis® MG
Sucralfato Generis® MG
A
ntiartrósico
Glucosamina Generis® MG
A
nti-inflamatório / Analgesia
Aceclofenac Generis® MG
Diclofenac Generis® MG
Ibuprofeno Generis® MG
Meloxicam Generis® MG
Naproxeno Generis® MG
Nimesulida Generis® MG
Paracetamol Generis® MG
Tenoxicam Generis® MG
Tramadol Generis® MG
M
etabolismo do Osso
Ácido Alendrónico Generis® MG
Calcitonina de Salmão Generis® MG
Risedronato de Sódio Generis® MG
D
oença Isquémica Arterial
Ticlopidina Generis® MG
Triflusal Generis® MG
Trimetazidina Generis® MG
Pentoxifilina Generis® MG
D
islipidemias
Gemfibrozil Generis® MG
Lovastatina Generis® MG
Pravastatina Generis® MG
Sinvastatina Generis® MG
D
iabetes
Acarbose Generis® MG
Glibenclamida Generis® MG
Gliclazida Generis® MG
Glimepirida Generis® MG
Metformina Generis® MG
I
ndutor Trabalho Parto
Oxitocina Generis® MG
104 - 105
miolo
11/25/08
5:29 PM
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A REFERÊNCIA
”Genericamente”
A
ntiarritmicos
Amiodarona Generis® MG
A
parelho Geniturinário
Alfuzosina Generis® MG
Doxazosina Generis® MG
Finasterida Generis® MG
Tansulosina Generis® MG
C
ontraceptivos
Ciproterona + Etinilestradiol Generis® MG
Etinilestradiol + Gestodeno Generis® MG
ncologia
Anastrozol Generis® MG
Ciproterona Generis® MG
Epirrubicina Generis® MG
Flutamida Generis® MG
Gemcitabina Generis® MG
Letrozol Generis® MG
Tamoxifeno Generis® MG
A
Ciclosporina Generis® MG
Micofenolato de Mofetil Generis® MG
Ebastina Generis® MG
Cetirizina Generis® MG
Fexofenadina Generis® MG
Loratadina Generis® MG
Finasterida Generis® MG
Minoxidil Generis® MG
A
nti-retrovirais
parelho Respiratório / Expectorantes
Acetilcisteína Generis® MG
Ambroxol Generis® MG
A
cne
Isotretinoína Generis® MG
Zidovudina Generis® MG
A
D
oenças Endócrinas
Bromocriptina Generis® MG
O
ftalmologia
nti-asmáticos
lergia
ermatologia
munomoduladores
A
Budesonido Generis® MG
Formoterol Generis® MG
Salbutamol Generis® MG
D
I
A
O
I
nfecção
Aciclovir Generis® MG
Amoxicilina Generis® MG
Amox.+Ác. Clavulânico Generis® MG
Azitromicina Generis® MG
Cefaclor Generis® MG
Cefatrizina Generis®
Cefixima Generis® MG
Ceftriaxona Generis® MG
Cefuroxima Generis® MG
Ciprofloxacina Generis® MG
Claritromicina Generis® MG
Flucloxacilina Generis® MG
Fluconazol Generis® MG
Itraconazol Generis® MG
Levofloxacina Generis® MG
Minociclina Generis® MG
Teicoplanina Generis® MG
Terbinafina Generis® MG
Brimonidina Generis® MG
Dorzolamida Generis® MG
O
TC´S
Aqua-Mer®
Bacitracina Zimaia®
Bebécalm®
Cortigripe®
Cetoconazol Generis® MG
Lipcalm®
Ómega 3 Generis®
Prontolax®
Tricalma®
ntianémicos
Óxido Férrico Sacarosado Generis® MG
106 - 107
miolo
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5:30 PM
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Agradecimentos
Cristina Espirito Santo
Jasmin / Manuel Antunes
Manuela Franchi
Salinas Alcochete - Manuel Nicolau
Tiago Barreto
Tiago Peres
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miolo
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7:02 PM
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Ficha técnica
Publicação JRS Marketing Farmacêutico
Título A Referência
Concepção Gráfica JRS Marketing Farmacêutico
Textos Luís Antunes
Fotos Duarte Leite
Produção JRS Marketing Farmacêutico
Patrocinador Generis
Depósito Legal 285957/08
1ª Edição 2000 exemplares
Lisboa, Novembro 2008
Este livro foi editado com o apoio da Generis e não se destina a fins comerciais.
Para mais informações deverá contactar o titular da autorização de introdução
no mercado.
RCM’s em anexo
Generis Farmacêutica, S.A.
Office Park de Beloura, Edifício 4, 2710-444 Sintra
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miolo
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5:30 PM
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A REFERÊNCIA ”Genericamente”
A REFERÊNCIA
”Genericamente”

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