Artigo Completo (Arquivo em PDF) - Cefid
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CAMINHAR E PEDALAR NOS BAIRROS DE COQUEIROS E ABRAÃO – UMA ABORDAGEM DOS ASPECTOS DE DESLOCAMENTO E SEGURANÇA NOS PERÍMETROS ESCOLARES WALKING AND CYCLING IN COQUEIROS AND ABRAÃO DISTRICTS – CONSIDARATIONS ABOUT SCHOOL AREA SAFETY AND DISPLACEMENT. Autores: Thiago Reginaldo – Acadêmico do Curso de Educação Física CICLOBRASIL / CEFID / UDESC Giselle Noceti Ammon Xavier– Orientadora, Professora Departamento de Ciências Biológicas - CICLOBRASIL/CEFID / UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos – CEFID Grupo CICLOBRASIL Rua Paschoal Simone – Coqueiros – Florianópolis – SC Thiago Reginaldo Rua 25 de Dezembro, n° 455. Picadas do Sul – 88045-030 Telefone: (48) 3247-7916/ 9914-6189 e-mail: [email protected] Mestre do RESUMO O estudo faz parte do projeto Coqueiros e Abraão, que tem como objetivo (i) diagnosticar os aspectos de segurança na área escolar e forma de deslocamento regularmente realizada por escolares de 5ª a 8ª série; (ii) conhecer as dificuldades na realização de deslocamentos ativos entre pares de Origem e Destino: Casa/Escola; Casa/Trabalho; Casa/Áreas de Lazer; Casa/Centro Fpolis/Casa; (iii) desenvolver campanhas de incentivo ao caminhar e pedalar no bairro. A amostra foi composta por escolares de 5ª a 8ª série, n= 53, sendo n= 21 escolares do gênero masculino e n= 32 do gênero feminino, com idade de X = 13,5 + 1,6. Foram aplicados questionários. Na área escolar existem: (i) faixas de pedestres, porém sem policiais orientando a passagem dos escolares nos horários de entrada e saída; (ii) semáforo na avenida principal; (iii) placas verticais. Residem no bairro de Abraão 53% dos escolares (4% em Coqueiros), 43% na Vila Aparecida. Sobre os deslocamentos casa/escola/casa 100% referem ter realizado o trajeto a pé, sendo que 29% sozinhos e 69% acompanhados com pais ou responsáveis, irmãos ou amigos. Conclui-se que todos os escolares realizam o trajeto para a escola pé. Permitir as crianças ir a pé ou de bicicleta por rotas seguras para a escola significa melhorar as condições de vida da população aliado ao trabalho político realizado junto aos órgãos competentes para que melhorias sejam implantadas. Palavras-chave: atividade física, segurança escolar, deslocamento. INTRODUÇÃO O presente projeto de pesquisa faz parte das atividades do Núcleo de Extensão e Pesquisa: Grupo CICLOBRASIL (inscrito no diretório de grupos do CNPq). O grupo CICLOBRASIL coordena, em nível estadual, a PLATAFORMA CATARINENSE DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL, e o programa CIDADES AMIGAS DA BICICLETA e, em nível municipal, o programa PEDALA FLORIPA. As atividades de extensão, pesquisa e política são desenvolvidas através da parceria com a ONG VIACICLO - Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis, que está do programa internacional LOCOMOTIVES, coordenado pela ONG holandesa Interface for Cycling Expertise, I-ce. Visando pensar globalmente, mas também agir localmente, o grupo criou o projeto Coqueiros e Abraão, cujos objetivos são: (i) conhecer as dificuldades na realização de deslocamentos no Distrito de Coqueiros e Abraão entre pares de Origem e Destino tradicionais, como: Casa/Escola; Casa/Trabalho; Casa/Áreas de Lazer (Parque da Praia do Meio, Parque de Coqueiros); Bairro/Centro/Bairro; (ii) desenvolver campanhas de conscientização junto aos moradores dos bairros sobre os benefícios das práticas do caminhar e do pedalar; (iii) envolver a comunidade local organizada nas ações executivas propostas pelo projeto, após a elaboração dos estudos preliminares; (iv) elaborar programa de Ensino à Distância em parceria com a UDESC apresentando a metodologia utilizada no projeto, permitindo a sua aplicação em outros municípios de Santa Catarina. Atividades para promover o pedalar e o caminhar na localidade de Coqueiros e Abraão têm sido desencorajadas pelas condições desfavoráveis e inseguras criadas pelo sistema viário local. Haines et all (2000), afirmam que estas atividades deveriam encorajar, não apenas como forma de reduzir o congestionamento e a poluição das cidades, mas também para restabelecer maiores níveis de atividade física e, maiores possibilidades de interação social. A relação entre atividade física regular e a promoção da saúde e prevenção de doenças já é bastante evidenciada através de estudos realizados (PAFFEMBARGER JR, 1986; NIEMAM, 1990 apud XAVIER, 2000). O estilo de vida sedentário é uma causa subjacente importante de morte, doença, e incapacidade. Aproximadamente 2 milhões de mortes a cada ano são atribuíveis a inatividade física e resultados preliminares de um estudo com fatores de risco afirmou que o estilo de vida sedentário está entre as dez principais causas de morte no mundo (WHO, 2005). O sedentarismo aumenta o risco de doença cardiovascular, diabetes tipo II, obesidade, alguns tipos de câncer, hipertensão, osteoporose, depressão e ansiedade, entre outras. Nahas (2004), também afirma que a atividade física regular reduz os riscos de desenvolver diversas doenças crônicas, especialmente as cardiovasculares – que são as principais causas de morte e de dependência funcional no Brasil e no mundo. Ainda de acordo com o autor, um estilo de vida ativo pode: promover o bem estar psicológico e a auto-estima; reduzir o risco de desenvolver diabetes e hipertensão; ajudar no controle da pressão arterial nos hipertensos; reduzir sensação de ansiedade e depressão; manter a autonomia e independência do idoso e ajudá-los a manter a força muscular e equilíbrio; auxiliar no controle do peso corporal (oxidação das gorduras); auxiliar no desenvolvimento e manutenção de ossos, músculos e articulações saudáveis; e reduzir o risco de morte prematura por todas as causas principalmente por doenças cardíacas. Alguns estudos mostram que entre crianças e adolescentes, quanto mais praticam atividades físicas, menores são as chances de fumar; assim como, quanto mais ativos fisicamente, maior é o desempenho escolar (WHO, 2005). Jovens que iniciam a prática de atividade física cedo tendem a manter este hábito na vida adulta. Todavia os níveis de atividade física por parte de crianças são baixos. Estima-se que menos de 1/3 dos jovens são suficientemente ativos o que beneficia sua saúde no presente e no futuro. Através da participação nas aulas de educação física as crianças podem começar a perceber a atividade física regular a vigorosa como parte normal de suas vidas (SIMONS-MORTON, et al.,1988) apesar de alguns pesquisadores ter mostrado que só 6,1% do conteúdo das aulas de educação física é gasto em atividades aeróbicas (PARCEl et al. 1987apud MATSUDO et al., 1998). As crianças hoje em dia não tem muitas oportunidades de fazer atividade física como antigamente. A maioria das escolas não tem aulas de educação física todos os dias, e muitos alunos da escola elementar estão eliminando intervalo ou recreio da sua agenda diária. Em casa, as crianças têm uma variedade de programas de televisão e vídeo games para entretê-las. Essa realidade mantêm as crianças distantes em relação à prática de atividade física e contribui para o crescimento do sobrepeso infantil, que tem crescido cerca de 63% nos últimos 30 anos (KIDS...,s.d). A incidência de obesidade na infância está aumentando em todo o mundo. No Brasil também está ocorrendo um aumento marcante da obesidade infantil e, além das possíveis complicações clínicas da obesidade, com o crescente apelo estético de um padrão de beleza sempre magro, a implicação da obesidade na auto-estima infantil também tem sido um fator muito importante. A melhor maneira de evitar a obesidade infantil é tomar alguns cuidados antes mesmo do nascimento. Pais obesos e com padrões alimentares ricos em gorduras, calorias, sal e açúcar, são fortes candidatos a ter filhos obesos. Crianças obesas podem fazer parte dos grupos de riscos com maiores probabilidades de virem a sofrer, na idade adulta, de distúrbios tais como a hipertensão, diabetes, doenças respiratórias, transtornos coronarianos e problemas ortopédicos (LAZZOLI, 2000). É muito importante que os pais tenham em mente que mais de 99 % das crianças gordinhas não apresentam nenhum distúrbio hormonal. O caminhar e o pedalar, como atividade física, podem trazer grandes benefícios à saúde na infância. Meia hora diária pode reduzir à metade o risco de desenvolvimento de doenças hipocinéticas (obesidade, diabetes, hipertensão, infarto, derrame, osteoporose etc). Seus benefícios como meio de transporte têm sido negligenciados; mais da metade das viagens diárias dos cidadãos são curtas e promovem uma excelente oportunidade para uma atividade física que é livre e acessível a todos. Os profissionais de saúde têm focado suas iniciativas nas atividades físicas do lazer, enquanto que aproveitar as oportunidades de atividade física da vida cotidiana apresenta-se como uma alternativa mais possível de ser mantida em longo prazo (DORA 1999; HILLDSON et all, 1995). Segundo a ACSM (1999) caminhar é o exercício mais acessível. Também é uma atividade que não requer equipamentos especiais exceto um par de tênis adequado. Constitui-se como uma das mais naturais atividades físicas por ser um método simples, facilmente controlável, sem a necessidade de equipamentos especiais e pode ser praticado por qualquer pessoa. A caminhada pode ser considerada como esforço físico seguro, pois os riscos de lesões cardiovasculares e ortopédicos são reduzidos se for realizada com segurança e atenção. Esta atividade é muito simples de ser executada por ser um movimento natural do ser humano, por oferecer boa tolerância a maioria das pessoas e requerer muito pouco em se tratando de termos técnicos o que permite o acesso para a maioria dos que buscam uma forma ativa de se exercitar (LIMA, 1998). Já o pedalar é uma atividade muito mais natural do que se possa parecer. Trata-se de um exercício em que a pessoa transporta o seu peso corporal, utilizandose de uma bicicleta, não sobrecarregando os músculos e as articulações, nem a coluna e vertebral (XAVIER, 2003). Pesquisas médicas constataram que o uso regular da bicicleta proporciona numerosas vantagens á saúde, além de ser um agente preventivo. Pedalar diariamente é uma das armas contra a obesidade, pelo simples aumento dos gastos calóricos. Pedalar é fundamental também na ativação da circulação, tonifica os músculos e aumenta o preparo físico além de produzir um saudável relaxamento psicológico. Muitas são as vantagens de pedalar, pois praticamente não tem contra indicações sendo que tanto crianças quanto adultos podem usá-la como meio de transporte e/ou diversão (SANTOS, 2000). Importante também ressaltar a multiplicidade dos papéis exercidos pela bicicleta junto à população, seja como veículo de transporte, seja como instrumento de lazer. Foi importante constatar a presença de lombadas eletrônicas em alguns locais. Isto porque, com elas, a velocidade nas vias diminuiu, garantindo maior segurança aos deslocamentos de curta duração realizados por ciclistas com destino ao comercio local dos bairros. Pollock; Wilmore (1993), afirmam que existem fortes evidências de que 80% a 86% da obesidade infanto-juvenil está mais associada à inatividade física do que a superalimentação. As crianças obesas podem fazer parte dos grupos de risco com maiores probabilidades de virem a sofrer, na idade adulta, de distúrbios tais como hipertensão, diabetes, doenças respiratórias, transtornos coronarianos e problemas ortopédicos (GUEDES; GUEDES, 1995). Nesse sentido, nos últimos anos, tem-se observado um crescente interesse em estudar hábitos e comportamentos relacionados à saúde de crianças e adolescentes. A infância e a adolescência representam períodos críticos nos quais vários hábitos de vida são estabelecidos e tendem a ser mantidos na vida adulta, tornando-se mais difíceis de serem alterados (BRANEN; FLETCHER, 1999; KIM; KWTEROVICH, 1995). Nesse contexto, a implementação de atividades físicas simples, como perfazer o trajeto casa/escola e escola/casa, caminhando ou pedalando, certamente viriam a contribuir para a prevenção e tratamento da obesidade e outras patologias. Alguns fatores têm sido apontados como decisivos para instalação desse quadro, entre esses, os que têm recebido maiores destaques são: I) redução dos espaços de lazer (parques) e aumento dos índices de violência, observados na maioria dos grandes centros urbanos, II) menor utilização da caminhada e da bicicleta como meio de locomoção (ir para escola de bicicleta, por exemplo); III) redução do número de aulas semanais de Educação Física, seguido por um predomínio de atividades de intensidade leve (GUEDES; GUEDES, 1995; SARKIN et al., 1997; STRATTON et al., 1997). Os deslocamentos para a escola podem ser uma contribuição significante quando utilizamos esta 1 hora para a atividade física moderada que é o que recomenda o Departamento de Saúde (DH, 2005). MÉTODOS Este é um estudo de status e é amplamente utilizada na educação e nas ciências comportamentais. O seu valor está baseado na premissa de que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio de observação, análise e descrição objetivas e completas (THOMAS; NELSON, 2002). Para Gil (1991) trata-se de uma pesquisa descritiva, pois tem como objetivo principal à descrição das características de determinada população ou fenômeno. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA Foi pesquisada uma Escola Estadual Básica da rede pública localizada no bairro de Abraão com 334 alunos matriculados de 1ª a 8ª série do ensino fundamental, nos turnos matutino (158) e vespertino (176), representando 47% e 53% respectivamente. A população foi composta por escolares de 5ª a 8ª série do ensino fundamental (N=95) regularmente matriculados. A amostra contou com 53 alunos, na qual sua idade variou entre 10 e 18 anos ( X = 13 + 1,99), do gênero masculino (40%) e feminino (60%), sendo que no gênero feminino a média de idade foi X = 13 + 1,91 anos e no masculino foi X = 13 + 1,89 anos. A concepção do projeto é a de abranger cada escola da região para que dados mais precisos sejam estudados e medidas adotadas mais precisamente de acordo com as necessidades de cada perímetro escolar. Utilizaram-se como instrumentos de medidas: (i) questionários sobre deslocamento e segurança aos escolares, composto de 26 questões, (17 fechadas, 2 mistaS e 7 abertas), referentes a variáveis sócio demográficas (n=11) deslocamentos (n=6) e segurança (n=9); (ii) roteiro de observação, para avaliar a segurança e as condições das vias na área escolar do ensino fundamental da escola pesquisada. Utilizou-se também um questionário adaptado baseado no critério de classificação econômica Brasil da ABEP (associação brasileira de empresas de pesquisa) composto por 3 questões relacionadas as variáveis econômicas. Este critério tem a função de estimar o poder de compra das pessoas e famílias urbanas, abandonando a pretensão de classificar a população em termos de classes sociais. Esta divisão é exclusivamente de classes econômicas. Para a coleta de dados, inicialmente um primeiro contato foi feito com o diretor e orientadora pedagógica da escola, juntamente o bolsista do projeto de pesquisa, para prévia explicação dos objetivos da pesquisa, o conteúdo dos questionários, roteiros de observação e o consentimento para que os mesmos pudessem ser aplicados com os escolares. O referente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UDESC em 04/05 de 2005. Por conseguinte, realizou-se a revisão de literatura e o processo de validação do questionário com doutores da área de atividade física e saúde. Numa etapa seguinte uma nova visita foi feita à escola para que cada aluno recebesse o termo de consentimento esclarecido para que seus pais ou responsável autorizassem seus filhos a participar da pesquisa. Depois disto os questionários foram entregues para serem preenchidos somente a aqueles que trouxeram o termo de consentimento preenchido pelos pais. Os dados foram organizados numa planilha eletrônica (Excel) e tratados através de estatística descritiva (cálculo de freqüência absoluta, percentual, média e desvio padrão). RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados obtidos na pesquisa. Serão discutidos aspectos socio-demográficos, deslocamento e segurança de escolares, condições de tráfego no perímetro escolar e por fim a educação para o trânsito das crianças. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA ESCOLAR A Escola Básica Municipal Rosinha Campos, esquina com a Rua Campolino Alves apresenta sua entrada para a Rua Joaquim Fernandes de Oliveira, via secundária de pouco fluxo de motorizados e baixa velocidade. O acesso à escola inclui também, para alguns alunos, a travessia da Avenida Patrício Caldeira de Andrada, uma via de auto fluxo de veículos e pedestres, que se situa nas proximidades da escola, sendo que muitos dos alunos que participam do projeto ABB Comunidade passam por esta Avenida pra chegar neste projeto. RESULTADOS ASPECTOS RELACIONADOS ÀS VARIÁVEIS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS Coqueiros 4% Vila Aparecida 43% Abraão 53% Vila Aparecida Abraão Coqueiros FIGURA 1 – Distribuição porcentual quanto ao bairro de moradia A maioria das crianças mora no bairro do Abraão, todavia os espaços públicos ficam localizados longe de suas casas e por muitas vezes seus pais não têm tempo ou condições de levá-las a estes espaços mais seguros para atividades de laser. As cidades compactas oferecem bons lugares para pedestres e ciclistas, com ruas, avenidas e parques. Os passeios são mais prazerosos em espaços públicos onde geralmente apresentam lugares ideais para todas as crianças com estilos de vida e experiências diferentes, elas podem ficar juntas para trocar idéias e produtos. Assim, a bicicleta é um excelente meio de transporte para conhecer a cidade e as pessoas (CYCLING, 2005). 2% 2% 25% 39% 1 ciclo 2 ciclo médio superior não responderam 32% FIGURA 2 – Distribuição porcentual quanto ao grau de escolaridade do pai ou responsável Ainda sobre a amostra, 2% dos escolares moram em apartamento, enquanto 92% moram em casa, sendo que 6% não responderam. De acordo com a assistente técnica pedagógica da escola as crianças não têm espaço em casa, como áreas para brincar ou jardins, por isto a rua acaba sendo um lugar adotado para a prática de atividades de lazer. A B C D E não responderam FIGURA 3 – Distribuição por freqüência quanto ao nível econômico dos pais ou responsável De acordo com o critério de classificação econômica 66% dos indivíduos pertencem ao nível econômico C, 15% ao nível econômico D e 13% ao B. Desta maneira maioria dos indivíduos de situa em uma classe econômica média baixa. A maioria das vítimas de acidentes em estradas vive em países classificados pelo Banco Mundial como de baixa e média renda, sendo grande parte destas vítimas os usuários vulneráveis como os pedestres, ciclistas e motociclistas. O número das pessoas mortas e feridas nas estradas de todo o mundo durante as próximas duas décadas dependerá dos investimentos em infra-estrutura de transporte e trânsito que se fizerem nestes países (MOHAN, ROBERTS, 2001). A América latina é a mais urbanizada das regiões em desenvolvimento. Na maioria dos paises que a compõem, as populações estão concentradas nas grandes capitais. Este processo de urbanização deve continuar, ainda que de forma menos acelerada do que no século passado, mas agravando as desigualdades nas grandes cidades e contribuindo para o aumento do desemprego, da miséria, das favelas, da violência, dos congestionamentos e da poluição (UITP, 2005). ASPECTOS RELACIONADOS AOS DESLOCAMENTOS DOS ESCOLARES NO TRAJETO CASA/ESCOLA/CASA Para a mensuração dos dados relacionados aos aspectos de deslocamento e segurança dos escolares no trajeto casa/escola/casa, foi utilizado um questionário composto de 26 questões, (17 fechadas, 2 mistas e 7 abertas), referentes a variáveis sócio demográficas (n=11) deslocamentos (n=6) e segurança (n=9). não 6% sim não sim 94% FIGURA 5 – Distribuição porcentual quanto ao saber andar de bicicleta Verificou-se no estudo que 94% dos escolares sabem andar de bicicleta, porém a grande maioria destes não vai para escola de bicicleta devido à falta de segurança e infra-estrutura viária, e também por recomendação da direção de ensino da escola, uma vez que a mesma orienta os escolares a deixarem suas bicicletas em casa para que sejam evitados casos de roubo e acidentes. 2% sozinho 29% acompanhado por pais ou irmãos acompanhado por colegas ou amigos 51% não respondeu 18% FIGURA 6 - Distribuição porcentual dos acompanhantes durante o deslocamento escola/casa; casa/escola Com relação aos deslocamentos, 100% referem ter realizado o trajeto a pé no caminho para escola, sendo que 51% realizam o trajeto com colegas, 29% sozinhos e 18% acompanhados por pais ou irmãos. O fato de todos os escolares pesquisados realizarem o trajeto casa/escola/casa de forma ativa é um ponto positivo no que se refere à saúde, socialização e independência, no entanto, estes mesmos escolares também estão mais sujeitos a acidentes de trânsito e vitima de violência nestes trajetos. 10% 2% 6% não sim Não sabe andar de bicicleta 55% 27% não responderam não sei FIGURA 7 – Distribuição por porcentual quanto à autorização dos pais para ir de bicicleta a escola A maioria das crianças não possui autorização dos pais pra ir à escola de bicicleta, sendo que principal motivo levantado por eles (25%) se refere à periculosidade no trajeto; devido à proximidade da escola em relação as suas casas (18%) e porque os seus pais usam a bicicleta (14%). Para encorajar cada vez mais as crianças ao caminhar ou pedalar, os pais precisam confiar em um ambiente viário seguro e conveniente sob o ponto de vista de uma variedade de perspectivas. Muitos pais têm preocupações legítimas sobre segurança social, e a prevenção à violência é um dos componentes importantes do programa Rotas Seguras para a Escola em muitas áreas (EUROPEAN COMMISSION, 2005). No estudo de Xavier (2005), com relação aos deslocamentos em outra escola da rede municipal dos bairros analisados, Coqueiros e Abraão , 33% referem ter realizado o trajeto a pé, 39% de ônibus de linha ou fretado, 25% de carro ou moto, 3% de bicicleta, sendo que 74% realizam o trajeto com colegas, 26% sozinhos. Num mesmo estudo em 2004, em outra escola 85% referem ter realizado o trajeto a pé, 8% de ônibus, 5% de carro, 2% de bicicleta, sendo que 61% realizam o trajeto com colegas, 29% sozinhos e 10% com pais ou responsáveis. Em outro estudo de Xavier (2003) de modo geral, quanto ao deslocamento dos escolares no percurso entre escola e casa na última semana, 62% referiram ter realizado o trajeto a pé, 19% de ônibus, 17% de automóvel e 2% de bicicleta - 58% dos escolares informaram que possuíam bicicleta, com cerca de duas bicicletas/família. Sobre a preferência do modal de transporte, 37% referiram o carro; 28% a pé; 16% de ônibus; 14% de bicicleta e 5% de moto. O Health Select Committee acredita que o Rotas Seguras para a Escola, por meio do caminhar e pedalar, é muito importante na batalha contra a obesidade (SUSTRAN, 2005). Em estudos realizados com 80.000 escolares no Reino Unido, de 1999 a 2004, revelaram que 46% caminham, 3% pedalam, 10% são conduzidos por ônibus escolar, 6% por ônibus de linha, 35% por carro e 1% outros. Nas faixas etárias correspondentes ao estudo em questão (5ª a 8ª série - ensino fundamental), os dados britânicos mostram que 42% caminham, 3,5% pedalam, 16% são conduzidos por ônibus escolar, 10% por ônibus de linha, 26% por carro e 1% outros. Ainda, 23% referem que desejariam ir para a escola pedalando. (YOUNGTRANSNET, 2005). Outros estudos realizados na Grã Bretanha em 2003 demonstraram os percentuais de deslocamentos dos escolares de 5 a 16 anos de idade no trajeto casa/escola/casa, sendo de 46% caminhando, 1% pedalando, 30% de carro e 14% de ônibus local (SUSTRAN, 2005), uma vez que os dados relacionados aos deslocamentos de carro têm dobrado desde 1985 (DEPARTMENT FOR TRANSPORT, 2004). ASPECTOS RELACIONADOS A SEGURANÇA DOS ESCOLARES NO TRAJETO CASA/ESCOLA/CASA Nos aspectos relacionados aos acidentes de trânsito, 90% da amostra deste estudo nunca se envolveu em acidentes de trânsito indo para a escola ou voltando pra casa. Destes, 4% se envolveram em acidentes de transito e estavam se deslocando a pé e sozinhos. 6% dos estudantes não responderam esta questão. Segundo o Detran (2005), 131 acidentes de bicicletas foram registrados em Florianópolis em rodovias estaduais e 86 em vias municipais. Já no interior do estado de Santa Catarina 442 acidentes foram registrados nas vias estaduais e 3110 foram registrados nas vias municipais. Os dados referentes aos acidentes registrados no interior do estado representam 14% dos acidentes totais e na capital representa 6%. Nas rodovias federais os acidentes envolvendo bicicletas representam 6% e nas rodovias estaduais representam 8% dos totais de acidentes registrados para o ano de 2003. 4% 4% 2% perto da minha casa 15% em frente a escola no caminho da escola nenhum 39% 36% no caminho da escola/frente a escola não respondeu FIGURA 8 – Distribuição por porcentual quanto ao local mais perigoso entre casa/escola Quanto ao local mais perigoso na opinião dos escolares no trajeto casa/escola/ casa, 39% afirmaram que é o caminho da escola, porque não tem faixa de segurança (32%), não tem guarda de transito (19%), passam muitos carros (19%) e porque não tem sinal ou lombada (14%). Quanto aos escolares que responderam que o local mais perigoso encontra-se perto da casa (15%), não existem ciclovias para se andar de bicicleta (18%), porque não tem guarda de trânsito de trânsito (17%) e porque não tem faixa de segurança (17%). Para os escolares que afirmaram ser mais perigoso em frente à escola (36%), 30% afirmaram porque não tem faixa de segurança, 26% afirmaram porque não tem guarda de trânsito e 14% porque não existe sinal ou lombada. Da amostra, 4% respondeu que não considera nenhuma parte do trajeto perigosa, 4% se referiu ao trajeto mais perigoso em frente à escola e no caminho até ela e 2% dos escolares não responderam quais o local mais perigoso no trajeto referido. Segundo a direção da entidade já aconteceram vários acidentes de trânsito, alguns deles com alunos da escola envolvidos. Na opinião deles isso se deve á falta de atenção dos alunos e também aos motoristas que andam em altas velocidades, muitos alunos não atravessam na faixa de segurança. A diretoria sugeriu que a escola tivesse guardas de trânsito nos horários de saída e entrada na escola. Na rua de frente a escola o fluxo de motorizados é baixo, porém na avenida principal perto da escola o contrário acontece. Muitos alunos participam de um projeto esportivo voltado para comunidade que acontece em um clube perto da escola, para poder chegar até o projeto eles tem que passar pela avenida principal, para a direção aí está o maior perigo. Nas palavras da direção: “Nenhum acidente dos que ocorreu com os alunos foi grave, eles ficam ralados, quebram o braço... acho que para melhorar deveria ter um guarda... na frente da escola é tranqüilo, o problema está embaixo dos alunos que vem de lá ou dos que vem do projeto e depois vem pro Escola”. Quando perguntado aos escolares o que eles acham que falta para melhorar a sua segurança no trajeto casa/escola/casa, 57% acham que deve ser colocado sinal de trânsito e placas; 45% acham que devem ter mais guardas de trânsito nas ruas; 42% acham que deve-se treinar os motoristas para que eles respeitem as regras de trânsito e 23% acham que devem ser construídos mais calçadas e ciclovias, assim como treinar mais estudantes á respeitar as regras de trânsito. O maior perigo enfrentado pelos escolares no deslocamento a pé ou de bicicleta no trajeto casa/escola/casa vem do tráfego de motorizados no ambiente viário próximo à região domiciliar e, principalmente, escolar. O grau de periculosidade enfrentado pelos escolares neste trajeto é o que permite aos pais ficarem tranqüilos e deixarem que seus filhos perfaçam estes trajetos a pé ou de bicicleta (SAFE ROUTES TO SCHOOL, 2005). A direção de escola afirmou que a questão da violência está mais controlada, visto que às vezes acontece confusão de gangues rivais, com tiroteio e brigas. Para eles o ano está mais tranqüilo porque não aconteceu nenhum tumulto como este citado anteriormente, porém os alunos da própria escola às vezes brigam entre eles. OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL E ENGENHARIA DE TRÁFEGO NA ÁREA ESCOLAR R. Professora Rosinha Campos R. Campolino Alves Av. Patrício Caldeira de Andrada R. Joaquim Fernandes de Oliveira R. José Joaquim de Sant’ana Escola FIGURA 9 – Croqui da Área Escolar. Com base no roteiro de observação foi possível identificar que a área escolar caracterizou-se, segundo os critérios de obras de engenharia civil, quanto a número de faixas da via de acesso, tipo de evento, sinalizações, rebaixamento da calçada, presença de ciclovia e presença de passarela. Visando a infra-estrutura relacionada aos motorizados, foi possível dizer que a Rua Joaquim Fernandes de Oliveira e a Avenida Patrício Caldeira de Andrada, eram pavimentadas, lajota/concreto e asfalto, respectivamente. A área escolar apresentava uma obra em execução para a reorganização das lajotas soltas na rua. Já a infra-estrutura relacionada aos não-motorizados percebeu-se que a escola não possuía ciclovias e passarela prejudicando o deslocamento dos escolares. O relatório de prevenção de lesões causadas no trânsito apresentado pela OPAS/OMS e pelo Banco Mundial em 2004, quando o Dia Mundial de Saúde foi dedicado ao tema, indica como principais geradores de acidentes o desrespeito aos limites de velocidade, a combinação de álcool e direção, o uso de motocicletas sem capacete, a falta do cinto de segurança, o transporte de crianças sem respeitar as normas de segurança e a infra-estrutura viária inadequada para pedestres e veículos. Este relatório apresenta recomendações para os países trabalharem com especial ênfase nesses fatores de risco (DETRÂNSITO, 2006). De acordo com as sinalizações verificou-se que o perímetro escolar possuía sinalizações horizontais (faixa de pedestres), nenhuma vertical específica para identificar a área escolar, semáforo, duas paradas de ônibus e objetos fixos (postes e lixeiras na calçada). De acordo com o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito do DENATRAN a sinalização vertical constitui-se de sinais apostos sobre placas e devem sempre ser implantadas na lateral da via, sobre as calçadas, ao lado dos acostamentos, os suspensos sobre a pista quando a visibilidade estiver prejudicada. Para os projetos de sinalização de áreas escolares é obrigatória a presença dos sinais A-33a (figura 01) e A-33b (figura 02), que devem ser implantados nas imediações da escola, inclusive nas vias transversais, antes das travessias identificadas como principais, antes de faixas de pedestres destinadas a escolares, em distâncias de 50 e 100 metros da faixa, em áreas urbanas, como é a abrangência do nosso estudo. Fazem parte da sinalização horizontal as faixas de travessia de pedestres (figura 04) e legendas (figura 05). No caso de pista dupla a sinalização deve ser feita em ambos os lados da pista. Também se faz necessário estabelecer a velocidade máxima permitida de segurança nas imediações da escola que é de v=30km/h, através do sinal R-19 (figura 03), colocado próximo à travessia de escolares. Observou-se, então, que a escola não possuía sinalização horizontal e nenhuma vertical adequada. A escola não possui serviços relacionados a segurança, como guardas de trânsito nos horários de saída e entrada na instituição nos períodos matutino e vespertino, para controlar o fluxo de carros e auxiliar na travessia dos escolares. A avenida central apresenta um grande fluxo de motorizados, e se localiza nas proximidades da escola. Figura 10: Sinal A-33a - Área Figura 12: Sinal R-19 – Figura 11 – Sinal A-33b Passagem sinalizada de escolares Figura 13: Faixa de travessia de Velocidade máxima permitida Figura 14: Legenda de reforço à sinalização vertical pedestre ASPECTOS RELACIONADOS À EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO Com relação aos pedestres, a maior parte dos escolares (45%) respondeu que se deve atravessar uma via pública, caso não exista faixa de pedestre, em locais com visibilidade dos carros nos dois sentidos da via /em linha reta; 6% em diagonal na parte da via com curva; 13% responderam em locais sem visibilidade dos carros nos dois sentidos da via; 32% responderam que deve ser em linha reta na parte da via sem curva; 8% acreditam que se deve atravessar uma via em linha reta, na parte da via com curva; enquanto 30% não souberam responder a pergunta. 6% nas calçadas 11% no sentido contrário aos autmóveis (contramão) 2% 6% no mesmo sentido dos automóveis não sei 75% nas calçadas no mesmo sentido dos autmóveis FIGURA 15 – Distribuição por porcentual quanto á como devem andar os pedestres. Ainda com relação aos pedestres, a maioria dos escolares, ou seja, 81% responderam que os pedestres devem andar nas calçadas, destes 6% acham que deve ser no mesmo sentido dos automóveis; 6% dos escolares acham que se deve andar no sentido contrário aos automóveis; 2% acreditam que se deve andar no mesmo sentido dos automóveis e 11% dos escolares não sabiam a resposta desta pergunta. no mesmo sentido dos automóveis, ônibus, caminhões e motocicletas 9% 23% no sentido contrário aos autmóveis (contramão) 11% 57% nas calçadas (áreas de passeio) não sei FIGURA 16– Distribuição por porcentual quanto á como devem andar os ciclistas. Com relação aos ciclistas 23% das crianças responderam que nas vias públicas, o ciclista deve andar no mesmo sentido dos automóveis, ônibus, caminhões e motocicletas; 11% concordam que o ciclista deve andar no sentindo contrário aos automóveis (na contramão); 57% responderam que o ciclista deve andar nas áreas de passeio, ou seja, nas calçadas; 9% não souberam responder a pergunta que foi feita: “Como deve andar o ciclista nas ruas conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB)”? As crianças precisam saber que suas bicicletas são um veiculo de estrada, não um brinquedo, e que o ciclista é mais facilmente ferido que um motorista. Não importa quão hábil, o ciclista sempre está à mercê de outros usuários da via pública. Centenas de casualidades ciclísticas são reportadas todo ano e pesquisas sugerem que para cada uma reportada pelo menos três não são reportadas. Assim a maioria das casualidades com ciclistas permanecem ocultas (RIGHT START 1, 2000). 1 pedestre, 2 ciclista, 3 automóvel 4% 1 automóvel, 2 ciclista, 3 pedestre 34% 34% 1 pedestre, 2 automóvel, 3 ciclista 1 ciclista, 2 automóvel, 3 pedestre 1 automóvel, 2 pedestre, 3 ciclista 11% 2%2% 13% não sei não responderam FIGURA 17– Distribuição por porcentual quanto á preferência de ordem nas ruas. Com relação à preferência no trânsito á nível de pedestre, ciclista e automóvel de acordo com o código de trânsito brasileiro, 34% dos escolares responderam que quem tem preferência nas vias públicas são os pedestres seguidos dos ciclistas e dos automóveis; 13% responderam automóvel, ciclista e depois o pedestre; 11% acham que em ordem, devem ser os automóveis, depois os pedestres e por ultimo os ciclistas; outros 2% acham que o ciclista tem a preferência, seguido dos automóveis e pedestres; 2% responderam que a preferência nas vias públicas é dos pedestres, depois do automóvel, seguido dos ciclistas; 34% dos alunos não sabiam a resposta. Apenas 4% da amostra não responderam esta questão. Quanto à quais os equipamentos obrigatórios para ciclistas conforme o CTB, 58% dos escolares apontaram o espelho retrovisor no lado esquerdo; 26% apontam à sinalização noturna dianteira; 51% apontam à campainha; 26% as sinalizações noturnas laterais; 30% a sinalização noturna traseira; 74% apontaram o capacete como equipamento obrigatório, enquanto 11% não souberam responder a pergunta. Consta no Artigo 105 do Código Brasileiro de Trânsito, inciso VI, que os equipamentos obrigatórios para usuários de bicicleta são: a campainha; sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais; e espelho retrovisor do lado esquerdo (DENATRAN, 2005). De acordo com a direção da escola a preocupação com o trânsito existe, todavia não existe nenhuma capacitação com os professores da escola. Existem algumas palestras ás vezes, porém nada específico á respeito de educação no trânsito. Observa-se a carência de conteúdos voltados para educação no trânsito, o conhecimento dos escolares á respeito da temática abordada no trabalho é insatisfatória, principalmente no que tange a questão do deslocamento de ciclistas. Muitos deles não souberam responder a questões básicas, como a preferência de ordem nas vias públicas. PALESTRA EDUCATIVA COM A GUARDA MUNICIPAL E O GRUPO CICLOBRASIL Logo após a pesquisa foram realizadas palestras educativas nas turmas de 1ª a 4ª série do ensino fundamental, o grupo CICLOBRASIL contou com a participação da Guarda Municipal de Florianópolis. A palestra abordou fatos do cotidiano das crianças, como por exemplo, como se portar nas ruas ao atravessá-las, locais adequados para brincar, cuidados ao andar de bicicleta e como caminhar e pedalar no atual sistema viário. CONCLUSÃO Verificou-se que a escola possui ruas pavimentadas, lajota/concreto e asfalto; sinalizações horizontais (faixa de pedestres), não possui sinalização vertical específica para identificar a área escolar assim como não possui ciclovias e passarela prejudicando o deslocamento dos escolares. Existe preocupação da escola com deslocamento dos escolares no caminho para escola e da escola para casa ou então para o projeto. Entretanto não existe nenhuma capacitação dos professores e nem palestras específicas de educação para o trânsito. A escola necessita de guardas de trânsito principalmente nos horários de saída e de entrada. Com relação aos deslocamentos, 100% referem ter realizado o trajeto a pé no caminho para escola, sendo que 51% realizam o trajeto com colegas, 29% sozinhos. Dentre os escolares pesquisados, 57% moram nos bairros de Coqueiros e Abraão, e 43% na Vila Aparecida. Quando lhes perguntado á respeito de acidentes de trânsito, a maioria deles (90%) nunca se envolveu indo para a escola ou voltando pra casa. O modo de deslocamento mais comumente empregado pelos escolares de 5a a 8a séries neste estudo foi a pé, indo de acordo com os estudos anteriores, uma vez que nas demais escolas apenas em uma o deslocamento de ônibus ou fretado predominavam no trajeto diário casa/escola/casa. A rede viária da área escolar não oferece segurança aos escolares, pois falta sinalização, guardas de trânsito, infraestrutura, conscientização e respeito dos motoristas quanto às regras do trânsito dificultando os deslocamentos dos escolares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACMS. Programa de Condicionamento Físico da ACSM. 2ª ed. São Paulo: Manole, 1999. BRANEN, L.; FLETCHER, J. Comparison of college student's current eating habits and recollection of their childhood food practices. Journal of Nutrition Education. 31(6): 304-310, 1999. CTB. 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The sample was composed by students of 5th to 8th grade, n=53 being 21 male students and 32 female students, with age around X =13,5 +- 1,6. It was applied question forms. In the school area there are, (i) crosswalk, however without police officers guiding the students; (ii) traffic light; (iii) vertical board. Live in Abraão area 53% of the students, (4% in Coqueiros) 43% live in Vila Aparecida. About the transportation house/school/house 100% go walking, being 29% by themselves, and 69% with parents and sponsors. Conclude that all the students realize their way going walking to school. Allow the students walk or use bicycles on their way to school means improve the safety of population working together with the government asking for implantation and improvements for the residents safety. Key Words: physical active, safe routes to schools, displacements.
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