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1 CAMINHAR E PEDALAR NOS BAIRROS DE COQUEIROS E ABRAAO - UM ESTUDO DO DESLOCAMENTO DOS ESCOLARES DE 5ª A 8ª SÉRIE.1 Giselle Noceti Ammon Xavier2, Mario César Nascimento4, Patrícia Lovatel Acioly4, Roberta Rodrigues5, Andréa Lorenzon Breda5, Jeferson Coutinho de Sousa5, Fernanda Vargas Amaral5. 1 Projeto de Pesquisa CEFID / UDESC – Grupo Ciclobrasil Orientadora, Professora Mestre do Departamento de Ciências Biológicas CEFID / UDESC. E-mail: [email protected] 4 Professor mestrando - CEFID / UDESC 4 Professora mestranda - CCS / UFSC 5 Acadêmicos do curso de Educação Física - CEFID / UDESC 2 Resumo A maior parte dos deslocamentos diários das pessoas é para cumprir trajetos curtos, que poderiam se constituir em oportunidades de caminhar ou pedalar – formas de atividade física livre e sem custos. Atuando com escolares e seu entorno, incentivando maior parcela de deslocamentos ativos, acredita-se contribuir para reverter o quadro de baixa taxa de atividade física regular e aumento da obesidade infantil. O objetivo desse estudo foi fazer um diagnóstico do tipo de deslocamentos regularmente realizados por estudantes dos bairros de Coqueiros e Abraão. A amostra foi composta por estudantes (n=340) de ensino fundamental e médio da rede pública e particular matriculados de 5ª (11,75 ± 1,32 anos) a 8ª série (14,62 ± 1,66 anos) dos bairros de Coqueiros e Abraão. Para se conhecer o perfil e tipo de deslocamento dos escolares no trajeto casa/escola/casa, aplicou-se um questionário a estes estudantes. A análise foi feita através de estatística descritiva. De modo geral, quanto ao deslocamento dos escolares no percurso entre escola e casa na última semana, 62,2% referiram ter realizado o trajeto a pé, 18,5% de ônibus, 17,3% de automóvel e 1,5% de bicicleta - 58,4% dos escolares informaram que possuíam bicicleta, com cerca de duas bicicletas/família. Sobre a preferência do modal de transporte, 37% referiram o carro; 28,4% a pé; 15,8% de ônibus; 13,8% de bicicleta e 4,7% de moto. Concluiuse que: a maioria dos escolares realiza o deslocamento casa/escola/casa a pé. Apesar da maioria possuir bicicleta, apenas uma pequena parcela deles utiliza-a para o trajeto, embora um número significativamente maior tenha referido que desejaria fazê-lo. Palavras-chaves: atividade física, deslocamento escolar, caminhar, pedalar. 2 Introdução: Desde 1997, o grupo CICLOBRASIL – de capacitação, pesquisa e extensão do Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos – CEFID, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, em parceria com o Núcleo de Pesquisas em Atividade Física e Saúde - NuPAF, da Universidade Federal de Santa Catarina– UFSC, desenvolve forte atividade de extensão em prol de uma política de transportes favorável aos deslocamentos não motorizados na cidade de Florianópolis (e em nível estadual). A versão municipal das atividades de extensão do grupo é representada pelo programa PEDALA FLORIPA, que em 2000 identificou como um de seus objetivos o desenvolvimento do projeto COQUEIROS, que visa conhecer as dificuldades na realização de deslocamentos na localidade de Coqueiros entre pares de Origem e Destino tradicionais, como: Casa/Escola; Casa/Trabalho; Casa/Áreas de Lazer (Parque da Praia do Meio, Parque de Coqueiros). É em Coqueiros, bairro da parte continental do município de Florianópolis, que o CEFID/UDESC está localizado. Sua população residente, considerando também aqui os distritos de Abraão, Bom Abrigo e Itaguaçú, está em torno de 22.000 habitantes - Abraão (5.210 residentes), Bom Abrigo (1.262 residentes), Coqueiros (13.592 residentes) e Itaguaçú (2.229 residentes). É um bairro tipicamente de classe media, mas com uma parcela de residentes de classe baixa. Buscando conhecer a forma de deslocamento dos escolares do bairro onde está inserido, o grupo CICLOBRASIL/programa PEDALA FLORIPA vem desenvolvendo pesquisa sobre o pedalar e o caminhar, focando nos aspectos de segurança nas áreas escolares no tipo de deslocamento casa/escola de escolares de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental de todas as escolas. Não foram encontradas escolas de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental nos bairros de Itaguaçú e Bom Abrigo, porém acreditamos que tenhamos analisado os deslocamentos feitos por estudantes dos respectivos bairros indiretamente por estarem matriculados em escolas dos bairros de Abraão e Coqueiros. Atividades para promover o pedalar e o caminhar na localidade de Coqueiros têm sido desencorajadas pelas condições desfavoráveis e inseguras 3 criadas pelo sistema viário local. Entretanto, deveriam encorajar, não apenas como forma de reduzir o congestionamento e a poluição das cidades, mas também para restabelecer maiores níveis de atividade física e, maiores possibilidades de interação social. (HANES et alii, 2000). Existe forte evidência da influência do desenho urbano, do tipo de ocupação do solo e da presença de infraestrutura adequada, ou não, no número de deslocamentos não motorizados realizados por uma população. O desenho urbano, além da política de transporte, passou a ser uma questão de saúde pública (SAELENS et alii, 2003). Comunidades estritamente residenciais e que apresentam baixa densidade demográfica tendem a contribuir para o uso do transporte motorizado e o isolamento social. De acordo com Jackson (2002), um ambiente viário com ciclofaixas, ciclovias, faixas de pedestre, semáforos, redutores de velocidade, etc., favorecem o pedalar e o caminhar. Os deslocamentos diários para a escola e de volta para casa têm sido considerados uma ótima oportunidade para aumentar a atividade física das crianças. Entretanto, transportes motorizados e infraestrutura inadequada ou inexistente para os deslocamentos a pé e por bicicleta têm sido relacionadas com a falta de deslocamentos ativos e causa de acidentes. De acordo com World Health Organization (2002), estabelecer hábito de atividade física cedo é importante para estimular um estilo de vida ativo na idade adulto. Jovens que iniciam a prática de atividade física cedo tendem a manter este hábito na vida adulta. Entretanto os níveis de atividade física por parte de crianças são baixos. Estima-se que menos de 1/3 dos jovens são suficientemente ativos o que beneficia sua saúde no presente e no futuro. Os benefícios do pedalar e do caminhar como meio de transporte têm sido negligenciados; mais da metade das viagens diárias dos cidadãos são curtas e promovem uma excelente oportunidade para uma atividade física que é livre e acessível a todos. Nesse sentido, nos últimos anos, tem-se observado um crescente interesse em estudar hábitos e comportamentos relacionados à saúde de crianças e 4 adolescentes. A infância e a adolescência representam períodos críticos nos quais vários hábitos de vida são estabelecidos e tendem a ser mantidos na vida adulta, tornando-se mais difíceis de serem alterados (BRANEN & FLETCHER, 1999; KIM & KWTEROVICH, 1995). O estilo de vida ativo representa um importante componente do estilo de vida saudável, contribuindo para melhoria na qualidade de vida e do bem-estar (CORBIN, 1997; MATSUDO, 1997). Nesse sentido, o desenvolvimento de políticas públicas e programas de promoção de atividades físicas em dimensão populacional, principalmente escolar, com intuito de encorajar as crianças e os adolescentes a adotarem um estilo de vida ativo, representam uma ação de grande importância. Isso poderá contribuir não só para a aquisição de benefícios à saúde dos jovens, como favorecer a aquisição de hábitos e atitudes positivas em relação à prática da atividade física que poderão ser mantidos na vida adulta. Nahas (2001) e Ramos (1999), enfatizam que antes de ser um problema estético ou social, o excesso de gordura corporal é um problema de saúde pública e precisa ser visto como tal. A abordagem preventiva e terapêutica da obesidade passa por múltiplas intervenções: na família, na escola, no consultório médico; e pela ação de múltiplos profissionais: o médico, o agente de saúde, o professor de Educação Física. Como as intervenções em hábitos alimentares e de Atividade Física envolvem mudanças de comportamento, apenas a informação não é suficiente, torna-se necessário estimular mudanças de atitudes e proporcionar condições – sociais e materiais – para que essas mudanças no estilo de vida possam ocorrer. A prevenção e tratamento da obesidade infanto-juvenil são metas das atuais políticas de saúde pública nacional e internacional. As conseqüências sociais e psicossociais e sua relação com a obesidade na vida adulta justificam as variadas intervenções propostas (XAVIER et alii, 2003). Poderia haver economia significativa em gastos com saúde, se houvesse incentivo continuo e duradouro para o pedalar e o caminhar. Quando algumas dessas barreiras identificadas são transpostas, o uso desses deslocamentos pode tornar-se um importante meio de promoção da saúde pública através da 5 prevenção de doenças relacionadas à falta de atividades físicas diárias. (DFT, 2002). Nesse contexto, a implementação de atividades físicas simples, como perfazer o trajeto casa/escola e escola/casa caminhando ou pedalando certamente viriam contribuir para a prevenção e tratamento da obesidade e outras patologias. Pedalar diariamente é uma das armas contra a obesidade, pelo simples aumento do gasto calórico e também fundamental na ativação da circulação, tonifica os músculos e aumenta o preparo físico além de produzir um saudável relaxamento psicológico. Muitas são as vantagens de pedalar, pois praticamente não tem contra indicações e tanto crianças quanto adultos podem usá-la a bicicleta como meio de transporte e diversão (SANTOS, 2000). A caminhada pode ser considerada como esforço físico seguro, pois os riscos de lesões cardiovasculares e ortopédicos são reduzidos se for realizada com segurança e atenção. Esta atividade é muito simples de ser executada por ser um movimento natural do ser humano, por oferecer boa tolerância a maioria das pessoas e requerer muito pouco em se tratando de termos técnicos o que permite o acesso para a maioria dos que buscam uma forma ativa de se exercitar, (LIMA, 1998). De acordo com Dora (1999), pedalar e caminhar podem trazer grandes benefícios à saúde. Meia hora diária pode reduzir à metade o risco de desenvolvimento de doenças hipocinéticas. Mais da metade das viagens diárias feitas pelas pessoas são curtas e oferecem oportunidade para a prática de atividade física. Pedalar e caminhar curtas distâncias, em alguns dias da semana – para o trabalho, escola por exemplo, é muito importante para alcançar bons níveis de aptidão física (I-CE, 2000). O estilo de vida ativo representa um importante componente do estilo de vida saudável, contribuindo para melhoria na qualidade de vida e do bem-estar (CORBIN, 1997; MATSUDO, 1997). Nesse sentido, o desenvolvimento de políticas públicas e programas de promoção de atividades físicas em dimensão 6 populacional e principalmente escolar, com intuito de encorajar as crianças e os adolescentes a adotarem um estilo de vida ativo, representa uma ação de grande importância, contribuindo não só para a aquisição de benefícios à saúde, como favorecer aquisição de hábitos e atitudes positivas em relação à prática da atividade física que poderão ser mantidos na vida adulta. Neste contexto o caminhar e o pedalar incorporados à vida cotidiana apresenta-se como atividade física alternativa com maior possibilidade de ser mantida em longo prazo (HILLSDON, 1995). Existe forte evidência de que a prática regular de atividade física é vital na manutenção da saúde e do bem-estar. Os maiores benefícios à saúde são atingidos quando indivíduos sedentários tornam-se moderadamente ativos. A recomendação é que o indivíduo pratique exercícios moderados por pelo menos meia hora, na maior parte dos dias da semana ( PATE et alii, 1995). Um ambiente mais seguro e convidativo, ou seja, condições de via como calçadas mais amplas e regulares faixas de pedestres e sinalizações verticais, precisam ser oferecidas à comunidade. Nesse contexto, a implementação de atividades físicas simples, como perfazer o trajeto casa/escola e escola/casa, caminhando ou pedalando, certamente viriam a contribuir para a prevenção e tratamento da obesidade e outras patologias. O presente estudo foi desenvolvido em conjunto com outra pesquisa: “CAMINHAR E PEDALAR NOS BAIRROS DE COQUEIROS E ABRAÃO – UMA ABORDAGEM DOS ASPECTOS DE SEGURANÇA NOS PERÍMETROS ESCOLARES. Ambas pesquisas fazem parte do projeto Coqueiros, que tem como foco de atuação a busca do aumento da segurança para os deslocamentos a pé e por bicicleta no bairro, em especial nas viagens dos cidadãos em direção às escolas e ao Parque de Coqueiros. O objetivo geral da pesquisa foi de identificar a forma de deslocamento dos escolares de 5ª a 8ª série de ensino fundamental da rede pública e particular dos bairros de Coqueiros e Abraão, visando subsídios para o desenvolvimento de 7 políticas públicas e programas de promoção de atividades físicas em dimensão populacional. Métodos: Com o objetivo de identificar a forma de deslocamento dos escolares de 5ª a 8ª série de ensino fundamental da rede pública e particular dos bairros de Coqueiros e Abraão, realizou-se um estudo descritivo diagnostico de campo (RÚDIO, 2003). O projeto piloto foi realizado na Escola Estadual Básica Presidente Roosevelt, para a verificação do instrumento, após a validade do questionário para os estudantes (índice de validade 0,971). Os dados foram analisados segundo estatística descritiva juntamente com programa Estatístico Simstat v2.07. Para o instrumento de coleta de dados, utilizou-se um questionário constando 12 questões, em que 3 questões são fechadas, 7 são abertas e 1 mista). A população desta pesquisa caracteriza-se pelos escolares matriculados em escolas do ensino médio e fundamental da rede pública e particular dos bairros de Coqueiros e Abraão, selecionadas no Cadastro Geral de Escolas de 2001, cedido pela Secretaria Estadual de Educação. Dentre as 06 escolas, 05 foram do bairro de Coqueiros (Escola Estadual Básica Presidente Roosevelt, Escola Municipal Básica Almirante Carvalhal, ASSOC Pedagógica Praia do Riso, CEI Janelinha do Saber e Centro de Educação Alternativo Branca de Neve) e 01 do bairro Abraão (EEB Rosinha Campos) totalizando 1911 escolares. A amostra caracteriza-se pelos escolares de 5ª a 8ª série do ensino fundamental matriculados na Escola Estadual Básica Presidente Roosevelt , Escola Municipal Básica Almirante Carvalhal, Associação Pedagógica Praia do Riso e Escola Estadual Básica Rosinha Campos. 8 Resultados e discussão: Neste capítulo serão analisados os dados coletados através do questionário aplicado aos escolares de 5ª a 8ª série dos bairros de Coqueiros e Abraão. Os escolares constituintes da amostra possuíam uma média de idade de 12,86 anos (S=1,77), 46,9% eram do sexo masculino enquanto 51,9% do sexo feminino, sendo que 4 escolares não se identificaram quanto ao sexo. No dia da coleta dos dados, dos 341 estudantes constituintes da amostra, 0.58% (n=02) foram a escola de bicicleta enquanto 59,11% (n=201) foram a escola caminhando. A porcentagem de alunos que vão a escola caminhando é maior que os demais tipos de deslocamento (bicicleta, ônibus, carro e moto) (tabela1). Em pesquisa semelhante, realizada numa escola particular do município de Blumenau – SC pela Associação Blumenauense Pró-Ciclovias, 2,5% (n=15) utilizam bicicleta para perfazer seu trajeto casa/escola/casa (JUNG, 2003). Tabela 1: Modo do deslocamento dos escolares no dia da coleta de dados Modal De bicicleta De moto De carro De ônibus A pé Total Freqüência 02 04 66 67 201 340 % 0,58 1,17 19,41 19,70 59,11 100 Na questão: “Como você voltou para sua casa ontem?”, 0.58% (n=2) da amostra veio à escola no dia anterior a coleta dos dados de bicicleta, enquanto 65.88% (n=224) foram à escola caminhando (tabela 2). Em pesquisa realizada nas décadas de 80 e 90 na Grã Bretanha, 67% das crianças perfaziam o trajeto casa/escola/casa caminhando e mais de 6% das crianças iam a escola de bicicleta. Em 1990 este valor tinha caído para 56% das crianças caminhando para a escola enquanto 2% iam de bicicleta (RACIOPPI, 2002). Ë importante salientar que neste mesmo período, a prevalência de sobrepeso aumentou de 5.4% em 1984 para 9.0% em 1984 em garotos ingleses e de 9.3% em 1984 para 13.5% nas 9 garotas. A prevalência de obesidade aumentou consideravelmente alcançando 1.7% dos meninos e 2.6% das meninas. Tabela 2: Modo de deslocamento dos escolares no dia anterior a coleta de dados Modal De bicicleta De moto De carro De ônibus A pé Total Freqüência 02 02 44 68 224 340 % 0,58 0,58 12,96 20 65,88 100 Na terceira pergunta do questionário “Como você tem vindo para a escola na ultima semana”, 1,47% (n=05) dos escolares assinalaram ter vindo de bicicleta para escola, enquanto 62,05% (n=212) afirmaram ter vindo caminhando. O total de escolares que usaram outros meios de transporte para ir a escola na semana anterior a coleta de dados foi 124, ou seja, 36.5%. (tabela 3). Uma pesquisa executada pela cidade de York no Reino Unido envolvendo 15.500 escolares do primário revela que 34% desses escolares vão a escola de carro, mas apenas 15% apreciam este modo de transporte (WALLSTRÖM, 2002). Um total de 40% desses escolares gostaria de ir a escola pedalando e somente 3% se deslocam até a escola de bicicleta. A infra-estrutura viária e o uso excessivo do veículo individual motorizado separam as comunidades e dificultam os modos de transporte ativos (CARNALL, 2000). Tabela 3: Modo de deslocamento dos escolares na última semana Modal De bicicleta De moto De carro De ônibus A pé Total Freqüência 05 02 59 63 211 340 % 1,47 0,58 17,36 18,54 62,05 100 10 Da preferência dos escolares quanto a que tipo de deslocamento usar para perfazer o trajeto casa/escola/casa, 13,82% (n=47) preferem pedalar e 28,54% (n=97) preferem ir a pé. Quanto ao uso de automóveis, 37,05% (n=126) dos escolares escolheram este meio de transporte (tabela 4). Em pesquisa realizada em Nova York, dos escolares do ensino médio, 15% vão as escolas de carro o que reflete preferências adultas em termos de sossego, facilidade e conforto: de 15.500 escolares, quase 20% deles escolheram o carro como meio de transporte preferido, devido a falta de segurança , medo de acidentes, alta velocidade dos automóveis (WALLSTRÖM, 2002). Tabela 4: Preferência do modal de deslocamento no trajeto casa/escola/casa Modal De bicicleta De moto De carro De ônibus A pé Não respondido Total Freqüência 47 15 126 54 97 01 340 % 13,82 4,41 37,05 15,88 28,54 0,3 100 Dos 341 escolares constituintes da amostra 58,4% possuem bicicleta, com média de 2,18 bicicletas por família, as quais possuem uma média de 4,77 (S=1,93) membros. As escolas pesquisadas possuem pouca sinalização e pouco controle do tráfego automotor. Conclusão: Conclui-se então, que apesar da maioria dos escolares possuírem bicicleta 58,4%, uma pequena parcela (1%), perfaz o trajeto casa/escola/casa pedalando, enquanto 62,3% o faz caminhando. Com relação a preferência do modal, 13.8% gostaria de ir a escola de bicicleta e 28,4% a pé. Já 57,5% dos escolares gostariam de ir a escola através de transporte motorizado (moto, carro e ônibus). 11 A falta de infra-estrutura que ofereça segurança e conforto para o deslocamento ativo dos escolares pode ser uma das causas do fato de 42,2% preferirem, porém não fazê-lo. Vários são os aspectos que podem ser trabalhados para que se ofereça a esses escolares melhores condições para os seus deslocamentos em direção à escola, acreditando-se, assim, estar contribuindo para o incentivo à prática de atividades físicas. Outro aspecto a ser considerado com relação aos deslocamentos é a inclusão de processos educativos para o trânsito nessas escolas como forma de incentivar o deslocamento ativo casa/escola/casa dos escolares, ou seja, caminhando ou pedalando. Referências Bibliográficas: BRANEN, L.; FLETCHER, J. Comparison of college student's current eating habits and recollection of their childhood food practices. Journal of Nutrition Education. 31(6), p. 304-310, 1999. 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WALLSTRÖM, Morgot. Kids on the move. European Comission, 2002. 13 WALKING AND CYCLING IN COQUEIROS AND ABRAÃO DISTRICTS – A CASE OF DISPLACEMENTS ABOUT SCHOOLCHILDREN OF THE 5TH TO 8TH GRADE. 1 Abstract The benefits of cycling and walking as means of transportation have been overlooked; over half of the daily trips that people make are short and provide an opportunity for physical activity that is free and accessible. Health workers have focused on physical activity as leisure, while building walking and cycling into daily life is more likely to be sustainable in the long term. Acting with scholars, promoting active dislocations, the group believes to contribute to revert the low rate of physical activities and the rising rate of obesity among youngsters. The study aimed to know the modal of daily dislocations of scholars from and to school in Coqueiros and Abrão localities. The sample was composed by students (n=340) of primary school and secondary school of private and public school 5th (11,75 + 1,32 years old) to 8th grade ( 14,62 + 1,66 years old) of the districts of Coqueiros and Abraão. The methodology included a questionnaire applied to scholars, which was annalised in descriptive statistic. Asked about modal of daily dislocations, 62,05% referred walking, 18,54% travelling by bus, 17,36% by car and 1,47% by bicycle – 58,4% of schoolchildren informed they own a bicycle. When asked about the preferred modal transport, 37,05% referred car, 28,54% walking, 15,88% bus, 13,8% bicycle e 4,7% motorcycle. It is concluded that most of schoolchildren walk to school. The number of scholars that own a bicycle and would like to go to school by bike shows the necessity of bicycle infrastructure. Key-words: physical activite, school displacement, to walk, to cycling _________________________________ Assinatura do Orientador: Giselle Noceti Ammon Xavier _________________________________ Assinatura do Bolsista: Roberta Rodrigues
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