terminalidade e espiritualidade

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terminalidade e espiritualidade
Dra. Gislaine D'Assumpção
TERMINALIDADE E ESPIRITUALIDADE
O homem moderno não tem consciência de sua natureza total, não tem consciência do universo como um todo.
Ele sofre de um condicionamento básico da nossa cultura, que é a ignorância da sua verdadeira natureza, perda do
sentido de sua origem divina.
TERMINALIDADE E ESPIRITUALIDADE“O momento da morte é o mais elevado momento da vida”.
Jean Yves Leloup
O homem moderno não tem consciência de sua natureza total, não tem consciência do universo como um todo.
Ele sofre de um condicionamento básico da nossa cultura, que é a ignorância da sua verdadeira natureza, perda do
sentido de sua origem divina.O homem moderno vive 4 grandes ilusões da realidade:
1. Ilusão da identificação com o corpo;
2. Ilusão da identificação com os processos de morte;
3. Ilusão da identificação com o ego;
4. Ilusão da separatividade.Esta última a meu ver é a que dificulta mais viver a terminalidade com serenidade, pois ela
gera medo, medo do abandono, medo da separação, medo da dor, medo das perdas e muitos outros medos.
Trabalhamos com a Psicologia Transpessoal, que surgiu com as descobertas da Física Moderna, a sua teoria da
relatividade, holograma, física quântica e outras descobertas.A Psicologia Transpessoal possui bases teóricas na Física
Moderna, na Psicologia Budista Tibetana, na Psicologia de C. G. Jung e na Psicologia Humanista de A. Maslow.
Ela se interessa particularmente pelo estudo dos Estados de Consciência e a morte é considerada com um outro
estado de consciência. Possui recursos que permitem trabalhar o medo da morte preparando melhor as pessoas para
a vida. Este trabalho oferece uma parte teórica e outra vivencial, abrangendo o tema Morte em seus variados aspectos.
Apresenta uma metodologia específica para o atendimento ao paciente grave e seus familiares, pessoas que perderam
entes queridos e prevenção de suicídio. Técnicas utilizadas: Meditação, trabalho com Sonhos, Mandalas, Visualização
Criativa, Perdão, desenvolvimento de Força de Vontade, e outros.Trabalhar construtivamente com a Fenomenologia da
Morte, beneficia diretamente a qualidade de vida tanto dos profissionais que lidam diretamente com o sofrimento e a
morte, como de seus pacientes, proporcionando um complemento indispensável aos cuidados médicos convencionais.
Sob a visão da Psicologia Transpessoal, não há separatividade, fazemos parte de um todo e somos também este todo
(Teoria Holográfica: O todo está nas partes e as partes estão no todo).Vivemos num universo multidimensional.
Existem várias dimensões.
Estas outras dimensões além da 3ª., compõem o mundo sutil, ou realidade primária ou mundo espiritual.Trabalhamos
com a consciência, que numa linguagem das tradições espirituais chamamos de espírito. O trabalho consiste em ampliar
a consciência, levando a uma compreensão da realidade que vai além da realidade percebida pelos nossos 5 sentidos.
No confronto com a morte, seja diante de um diagnostico de doença grave, seja pelo envolvimento em acidentes ou pela
perda de um ente querido, é inevitável o questionamento sobre o sentido da vida, de onde viemos, o que viemos fazer
aqui e para onde vamos. Antes das descobertas da Física Moderna, as respostas a estas questões existenciais eram
encontradas nas tradições espirituais. Hoje a ciência já nos dá muitas “pistas”.
Os físicos modernos hoje admitem que existe uma informação no universo que julga tudo e guia tudo, qualquer partícula
no universo, isto é, existe uma inteligência que dirige o universo. Fritjoj Capra define espiritualidade como o modo de
consciência no qual nos sentimos conectados com o cosmo como um todo.
Estas informações nos possibilitam compreender um pouco mais dos mistérios da vida e ajuda as pessoas a encontrar
respostas a seus questionamentos existenciais, ampliando a consciência o que leva a paz interior. Na maioria das
pessoas estas questões, surgem no confronto com a morte, é onde a Tanatologia pode dar sua contribuição, guiando a
pessoa pela sua via interior a encontrar dentro de si respostas coerentes com suas crenças. As tradições espirituais
(religiões) falam de realidade, material e espiritual. Podemos através da Psicologia Transpessoal, conhecer estas
realidades não só intelectualmente, mas também experencialmente.
Para tanto, temos recursos como a meditação, técnica de visualização criativa, jornada de fantasia, trabalhos com sonhos
e outros. Stanislav Grof, psiquiatra tcheco, um dos precursores da Psicologia Transpessoal, diz que a consciência é
um fato primordial da existência e tudo provém dela. Esta abordagem permite compreender um pouco mais o mundo
que chamamos de espiritual e os cientistas de realidade primária, a realidade secundária é a terceira dimensão que
conseguimos apreender com nossos 5 sentidos. Estes conceitos são semelhantes aos conceitos religiosos que dizem
que o mundo espiritual, determina o mundo material.
Para a Física Moderna, tudo é energia, assim o diz a famosa fórmula de Eisntein: E=M.C2.
Portanto, o que os cientistas chamam energia, os místicos chamam de espírito ou consciência.Espírito significa vida e
vida significa mudança. A morte segundo a Psicologia Transpessoal é uma mudança de estado de consciência, a vida
continua, sempre em movimento.Leonardo Boff fala que a espiritualidade não é monopólio das religiões nem dos
caminhos espirituais codificados. A espiritualidade é uma dimensão de cada ser humano. Essa dimensão espiritual que
cada um de nós tem, se revela pela capacidade de diálogo consigo mesmo e com o próprio coração, se traduz pelo amor,
pela sensibilidade, pela compaixão, pela escuta do outro, pela responsabilidade e pelo cuidado como atitude
fundamental.Espiritualidade tem a ver com experiência e não com doutrina ou dogma.
A espiritualidade vive da gratuidade e da disponibilidade, vive da capacidade de enternecimento e de compaixão, vive da
honradez em face à realidade e da escuta da mensagem que vem permanentemente desta realidade.
Quebra a relação de posse das coisas para estabelecer uma relação de comunhão com as coisas. Mais do que usar,
contempla. Há dentro de nós uma chama sagrada coberta pelas cinzas do consumismo, da busca de bens materiais, de
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Produzido em: 2 October, 2016, 11:59
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uma vida distraída das coisas essenciais. É preciso remover tais cinzas e despertar a chama sagrada. E então
irradiaremos, seremos como um sol. “Espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma
transformação”
Dalai Lama
O aspecto energético do espírito vem sendo levantado por este novo ramo da psicologia (Psicologia Transpessoal).
Falar em energia espiritual corresponde a identificar o espírito com a energia em geral. Isto implica num conceito
unitário da energia. Existe um paralelo entre as idéias de David Bohn e o Budismo – ambos nascem de uma
visão de totalidade.
O budismo diz que a vida e a morte estão na mente e em nenhum outro lugar.
Os ensinamentos budistas são uma oportunidade de aprender e usar a força da mente para ter controle sobre a vida e a
morte.Do dia em que nascemos até o dia em que morremos, nossa experiência de vida é uma verdade relativa em
constante mudança, que consideramos bastante real.
Todo sofrimento vem na verdade do fato de não conhecermos nossa verdadeira natureza e do apego e aversão, que são
subprodutos da nossa ignorância. O critério que podemos utilizar para compreender a realidade é a permanência. Se
algo é permanente, é verdadeiro. Se é impermanente, não é verdadeiro, pois vai desaparecer. Em breve será apenas
uma lembrança.
Entre os recursos oferecidos pela Psicologia Budista Tibetana, temos o Livro Tibetano dos Mortos que desperta a
prática espiritual, encoraja a abandonar o apego, não ceder ao desejo ou a raiva, o cultivar a bondade e nem mesmo
pensar em ações negativas. No momento da morte, duas coisas contam: o que fizemos em nossa vida e o estado em que
nossa mente se encontra.
No momento da morte, livre-se do apego e da aversão. Mantenha pura sua mente. O último pensamento ou emoção que
temos antes de morrer tem um efeito determinante e extremamente poderoso no nosso futuro imediato. Pois determina
um padrão vibratório que pode ser elevado ou denso. Práticas para o momento da morte, temos: o livro Tibetano dos
Mortos, ritual dos enfermos, prática de Phowa – transferência da consciência.A igreja católica oferece vários
recursos para o momento da morte além do ritual da unção dos enfermos temos a dormição que propicia a possibilidade
de abrir a porta do corpo mortal para ter acesso ao jardim da alma. A dormição tem 7 estágios:
1. Compaixão – abertura do coração que torna a pessoa capaz de escutar, sem angústia, as angústias dos
outros.
2. Invocação ou Evocação – visualizar ou dizer um nome que represente um arquétipo de plenitude e de paz.
3. Unção com óleo sagrado.
4. Escuta – confissão.
5. Perdão – vá em paz.
6. Comunhão.
7. Contemplação – escuta de cânticos ou músicas sagradas. O tanatólogo acompanha o paciente em seus
questionamentos e necessidades.
Como somos ajudados a nascer, precisamos ser ajudados também para morrer.
Morrer não se improvisa, a preparação para o momento da morte acontece em cada instante de nossa existência. A vida
é apenas um momento, um encontro, um passar. E então ela se vai. Se você compreende isso, não há tempo para
brigas, não há tempo para discussões, não há tempo para nos machucarmos uns aos outros. Os ensinamentos
budistas nos dizem que a morte é um lembrete poderoso para usarmos bem a vida.
“É minha aspiração que toda influência positiva que estes ensinamentos possam ter sobre a mente de vocês,
expandam-se como ondas puras de compaixão em direção a todos os outros seres”. Chagdun T. RinpocheNo
momento de sua morte, Buda disse:
“É da natureza das coisas tomar formas para dissolvê-las depois. Empenhe-se com todo o seu ser para alcançar a
perfeição”. BudaConcluímos que integrar os questionamentos existenciais e a espiritualidade no trabalho de
Tanatologia, leva a resultados surpreendentes, onde os pacientes alcançam um estado de serenidade que repercute
favoravelmente em todas as áreas de sua vida. “A busca da liberdade...
Liberdade de voar até aquele infinito lá fora, para se dissolver, para ser como a chama de uma vela que, mesmo diante
da luz de um bilhão de estrelas permanece intacta porque jamais pretendeu ser mais do que é, uma simples
vela”.
Dom Juan
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