registro raça de gado pé-duro fundac pi
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FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO PROCESSO DE DECLARAÇÃO DE RELEVANTE INTERESSE CULTURAL DA RAÇA DE GADO PÉ-DURO DO ESTADO DO PIAUÍ "Quem não conhece o aboio dolente, o aboio magoado, o aboio sentido do vaqueiro nordestino, o aboio repleto de saudades através das vaquejadas, quem não conhece o mugido dos bois de nossa terra?" - José Euzébio Fernandes Bezerra Março/2009 REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO EQUIPE TÉCNICA Pesquisa Histórica Geraldo Magela Côrtes Carvalho(EMBRAPA) José Herculano de Carvalho(EMBRAPA) Eric Damasceno Patrícia Mendes dos Santos Fotografias Maria do Socorro Rodrigues Patrícia Mendes dos Santos Arquivo Geraldo Magela Côrtes Carvalho Arquivo EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Referência EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba Montagem do processo Patrícia Mendes dos Santos REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Introdução REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO A instrução do presente trabalho tem por finalidade submeter à apreciação do Conselho Estadual de Cultura a Proposta de Declaração Relevante Interesse Cultural da Raça de Gado Pé-Duro, no estado do Piauí. Considerando que, a proposta foi solicitada pelo Deputado estadual Marcelo Coêlho em conformidade com a Assembléia Legislativa do Estado do Piauí e devidamente elaborada pela Coordenação de Registro e Conservação da FUNDAC, solicitamos o Registro da RAÇA DE GADO PÉ-DURO como de Relevante Interesse Cultural Piauiense. REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Colonização do Piauí REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Como já sabemos, os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, último ano do século XV. Durante o século XVI eles exploraram o litoral do Nordeste. E no século XVII se espalharam pelo sertão nordestino criando gado. O governo português não considerava os índios donos das terras. Por isso apoiavam os fazendeiros no combate às tribos e na ocupação das terras. Foi deste modo que os portugueses donos de fazendas na Bahia chegaram ao sertão piauiense. O início de seu povoamento ocorreu somente em 1697 com a criação de uma capela, que serviria de freguesia de Nossa Senhora da Vitória, fundada pelo Pe. Miguel Carvalho, as margens do riacho da Mocha. Elevada a categoria de Vila em 1717, essa freguesia recebeu a designação de Vila da Mocha, onde se situa a cidade de Oeiras, antiga capital do Estado. A igreja Nossa Senhora da Vitória, de uma forma geral, definiu a vida e desenvolvimento da Vila do Mocha. O início do povoamento do Piauí processou-se uma toda desorganização sócio-político-administrativa, sendo este o contexto em que foi elevado a capitania de São José do Piauí em 1718. À distância, o isolamento e o total abandono fizeram com que o Piauí se integrasse muito tarde com os demais estados que já dispunha de infra-estrutura. Esta situação privou o Piauí de participar, mais efetivamente, dos grandes acontecimentos históricos, provocando um sensível atraso em todo o seu desenvolvimento. A colonização do Piauí, fruto de iniciativa privada, processou de maneira espontânea e desordenada por fazendeiros e aventureiros, que não recebiam estímulo e proteção dos poderes públicos, estando as autoridades coloniais voltadas para as fabulosas riquezas de Minas Gerais. Convém registrar o abandono do Piauí, nos quase dois séculos após o descobrimento do Brasil. O europeu dava preferência ao litoral, pela fácil comunicação com a terra natal. Assim os estados circunvizinhos como Maranhão, Ceará e o Rio Grande do Norte, paulatinamente iam sendo colonizados. O processo de desbravamento do território piauiense deu-se de maneira específica, do interior para o litoral, quando já estava praticamente assentado o contorno geográfico das demais províncias limítrofes. A posse deu-se antes da REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO propriedade, que foi demarcada, depois da distribuição das Sesmarias. Coube ao bandeirante Domingos Jorge Velho iniciar os primeiros núcleos de povoamento, criando currais, criando gado e domesticando o gentio. Do estado da Bahia, partiu Domingos Afonso Mafrense que também disseminou currais em terras piauienses. Ao tomar conhecimento do desbravamento do Piauí, o Reino começou a doar Sesmarias de forma intensa e abusiva para aristocratas baianos e pernambucanos. Esses sesmeiros, por intermédio de procuradores, subdividiam suas terras e arrendavam-nas para quem tivesse condições de manter o arrendamento. Os verdadeiros desbravadores ficavam, então reduzidos à condição de posseiros e arrendatários. Esta distribuição aleatória injusta de terras no Piauí resultou em conflitos entre sesmeiros e posseiros. Não havia controle social. Cada um defendia-se de acordo com a sua maior ou menor capacidade de resistência; os litígios eram decididos pelas forças das armas. Os fazendeiros muitas vezes, eram considerados como usurpadores de terras, criando um grande embaraço para o governante da província. O governo não tinha condição de acabar com essa desavença, pois o isolamento e a falta de recursos matéria e humano faziam com que estes não desse grande importância à causa. Com efeito, o processo de povoamento do Piauí foi lento e demorado; os colonizadores não se interessavam em divulgar as riquezas da terra. Os primeiros habitantes do Piauí preocuparam-se inicialmente, em começar em sua nova terra a criação de gado, transferindo-se dentro de pouco tempo em ricos fazendeiros com o monopólio de toda a criação de gado da região. REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Histórico REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Quando os colonizadores Ibéricos chegaram em terras americanas, depararam com uma fauna e flora diversa da existente na Europa e outras Colônias da áfrica e da Ásia. Juntamente com as famílias de colonizadores, vieram diversas espécies de animais domésticos com a finalidade de auxiliar o homem na sua árdua tarefa de desbravar e assegurar o domínio sobre o "Novo Mundo" que então se descortinava. Dentro dessa premissa, destacaram-se os bovinos, que forneceram couro, leite, carne e trabalho aos nossos antepassados, colaborando sobremaneira para a exploração e desenvolvimento das novas colônias. Segundo Wilkins (1984), os primeiros bovinos importados para a América, chegaram em 1493 na costa norte da ilha então denominada Hispaniola, hoje República Dominicana e Haiti. Rouse (1977) afirma que todos os bovinos que povoaram a América Latina e o Sudeste dos Estados Unidos, vieram nos primeiros anos da colonização e não passavam de mil cabeças. A maioria do gado importado era originária do sudeste da Espanha e descreve as semelhanças do gado Crioulo com as raças modernas Retinta Andaluza e Berrenda (Rodero et al., 1992). Entretanto, Colombo embarcou seu gado nas Ilhas Canárias, que havia sido comprado no Norte da Espanha alguns anos antes. A menor distância entre as Ilhas Ibéricas e a América era, obviamente, vantajoso (Fresno et al., 1992). Também foi dessas Ilhas que em 1542 partiu a primeira remessa de gado para a Colômbia (Rubio 1976) e para San Antonio, Texas, em 1731 (Dobie 1941). Portanto, não é surpresa a semelhança entre o gado Crioulo e as atuais raças da Galicia e Asturia do Norte da Espanha. Gado crioulo é aqui definido como todos os bovinos importados direta ou indiretamente da Península Ibérica. A população original se multiplicou e no início do século XIX já era contada aos milhões e povoava toda a América Latina que ia do Sul dos Estados Unidos até a Patagônia na Argentina em vários tipos de ambientes e ecossistemas. As relações genéticas entre Texas Longhorn no Norte e o Crioulo argentino no Sul, foram confirmados por Quintero (1976) que comparou os resultados de sua pesquisa com marcadores genéticos com Crioulos REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO argentinos com resultados de um estudo similar realizado por Miller (1966) na raça Texas Longhorn. O gado crioulo da raça Caracu, no Brasil, tem origem e semelhanças com as raças conhecidas como Minhota, Barrosã, Arouquesa e Mirandesa (Carvalho Dias 1957). Todas essas raças são provenientes do Norte de Portugal e a raça minhota é idêntica a Galicia. A semelhança fenotípica entre as raças naturalizadas do Brasil e da América Espanhola se deve às proximidades geográficas de suas origens. As informações a respeito da introdução do gado bovino no Brasil, embora haja discordância em relação a datas, dão um roteiro historicamente seguro de como isto ocorreu. Para alguns historiadores as primeiras cabeças de gado bovino foram introduzidas na Bahia em 1535 por Tomé de Sousa, vindas diretamente da ilha de Cabo Verde. Segundo Santiago (1960), foi Martim Afonso de Sousa quem primeiro importou bovinos para a capitania de São Vicente em 1534, da qual era donatátario, proveniente da Ilha da Madeira e de Cabo Verde (Nogueira Neto, 1980). Esses animais eram trazidos juntos com os escravos e trocados por açúcar e outras mercadorias. Essas raças chamadas de Crioulas, nativas ou naturalizadas deram início ao povoamento dos campos naturais do Brasil, adaptando-se ao novo ambiente e formando grandes rebanhos que originaram diversas variedades, algumas das quais hoje já melhoradas (Santiago, 1975; Santiago, 1985; Camargo, 1990; Primo, 1992; Britto, 1998). Em 1958 Athanassof descreve 13 raças Crioulas no Brasil, entre elas o Caracu, Igarapé, Pedreiro, Tourino, China, Mocho Nacional, Lageano, Pantaneiro, Junqueira, Franqueiro, Pé-Duro e Malabar. Apenas a raça Caracu não se encontra mais em perigo de extinção. Enquanto algumas já se extinguiram como a as raças Igarapé, Pedreiro, Tourino, China, Franqueiro e Malabar, outras como a Junqueira, Mocho Nacional, Pantaneira, Lageano e PéDuro encontram-se em perigo e são preservadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Conforme Carvalho 1985, os primeiros bovinos foram introduzidos no Piauí por volta de 1674, por Domingos Afonso Mafrense, membro da casa d'Ávila, a partir do Rio São Francisco. Ocuparam inicialmente as regiões dos rios Canindé, Tranqueiras, Piauí e Gurguéia, espalhando-se depois para o norte. Outros tipos que tiveram participação menor na formação do rebanho de origem colonial foram o Caracu, o Turino e o Malabar. Sendo esses os principais responsáveis pela formação do tipo peculiar de bovinos que, comumente, é denominado no Piauí e no Nordeste do Brasil em geral, como Pé-Duro. Esses Bovinos foram ambientando-se ao calor e a outros fatores adversos, resultando, depois de séculos, em animais muito resistentes e adaptados a essas condições desfavoráveis. Os bovinos que habitam o Semi-Árido do Nordeste brasileiro foram introduzidos através do Rio São Francisco, de onde foram levados para os campos e cerrados de Minas Gerais e Goiás. Para Athanassof (1957), essa raça seria descendente direta da Mirandesa e, mais particularmente, da variedade Beiroa, que, além de Portugal, é encontrada na província espanhola de León. Entretanto, parece pouco provável que apenas bovinos mirandeses tenham dado origem ao gado Pé-Duro, mas sim um conjunto de reses de diferentes grupos genéticos, àquela época ainda não estabelecida como raça. Por meio de seleção natural, predominaram os animais mais aptos a sobreviver e se multiplicar nessas regiões, constituindo assim o gado Pé-Duro. O gado Crioulo, atualmente, vem sendo conservado para diversos propósitos em ambientes variados na América Latina (Mazza et al., 1992; Correal & Henao, Correal, 1998; Abreu et al., 2002; Fernández et al., 2002; Lara et al., 2002; McManus et al., 2002; Mendez et al., 2002;Postigliori et al., 2002; Vaca et al., 2002; Carvalho et al., 2005), e Sponenberg & Olson (1992) no Gado Texas Long Horn no Sudeste dos Estados Unidos. Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), elementos importantes nos programas nacionais de conservação incluem o inventário, a caracterização e a documentação dos dados obtidos. Em termos de pesquisa, as prioridades devem ser dadas à caracterização e avaliação das populações nativas e a mensuração das diferenças entre e REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO dentro das populações (Fitzhugh e Strauss, 1992). Barker (1994) no entanto, recomenda que representantes de raças comuns e economicamente importantes devam ser incluídas, em adição às raças raras, com o intuito de se obter uma visão geral da diversidade genética existente dentro de cada espécie. A investigação sobre a filogenia e estrutura das raças tem sido, em termos históricos, uma área de trabalho bastante ativa em virtude da sua relevância em termos culturais e sócio-econômicos. Os marcadores moleculares são apropriados para estimar esses parâmetros pois, geralmente, não sofrem influência direta da seleção para características de interesse econômico e, muito menos, do meio ambiente. Por muito tempo, no Brasil, a caracterização das diferentes raças de animais domésticos existentes era baseada, quase que exclusivamente, em características morfológicas e produtivas, sendo que estas podem ser influenciada pelo meio ambiente e muitas vezes são insuficientes para distinguir raças puras. No que se refere à caracterização genética, até bem pouco tempo, os trabalhos realizados envolviam, na sua maioria, as raças comerciais. Os poucos trabalhos envolvendo raças nativas incluíam, fundamentalmente, estudos citogenéticos, grupamentos sangüíneos e polimorfismos protéicos. Sabe-se que algumas raças nativas brasileiras, embora recebam denominações diferentes e habitem regiões distintas, apresentam fenótipos semelhantes que levantam dúvidas em relação à suas identidades como um tipo nativo distinto. Estas populações podem ser ou não geneticamente similares. Mesmo que estas pertençam ainda à mesma raça, devido ao isolamento geográfico e sua adaptação à nichos ecológicos diferentes, elas poderão ter acumulado diferentes alelos devido à deriva genética. A caracterização genética é portanto, uma valiosa ferramenta, que irá permitir a identificação da raça Pé-Duro, que por muito tempo ficaram isolados em seu meio ambiente. Na espécie bovina, os estudos nesta área estão mais adiantados, tendo sido reportados alguns trabalhos envolvendo as raças nativas. Na raça PéDuro, Brito (1995) detectou a presença, mediante estudos citogenéticos, do REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO cromossomo Y acrocêntrico, típico de raças afro-asiáticas, em cerca de 68% dos animais estudados, o que indica, segundo a autora, que houve, em algum momento da formação da raça, a introdução de animais de origem zebuína. Este dimorfismo já havia sido observado por Tambasco (1985) em quatro raças nativas (Caracu, Mocho Nacional, Curraleiro e Crioulo Lageano), indicando a possível participação das duas sub-espécies bovinas na formação das raças nativas brasileiras. Utilizando polimorfismos protéicos, Lara (1998) observou um valor pequeno para distância genética entre as raças caracu, Mantiqueira, Pantaneira e o Crioulo argentino, sugerindo uma grande similaridade entre elas. Segundo a autora, esse fato sustentaria a hipótese de que essas raças foram fundadas por bovinos ibéricos, provavelmente compartilhando um mesmo ancestral. Baseando-se nestes mesmos tipos de marcadores, Lara et al. (1997) acompanharam a variabilidade genética dos bovinos Pantaneiros. Os autores observaram, pela ocorrência dos alelos CaZ, Pep-B1 e AlbC, considerados marcadores raciais do gado Zebu, que houve introgressão de genes zebuínos na raça Pantaneira. Além disso, pela freqüência alélica de outros marcadores protéicos, estimadas para indivíduos adultos e progênies, constataram que o programa de conservação do bovino Pantaneiro, desenvolvido na Embrapa Pantanal, vem atingindo seu objetivo, pelo fato de a progênie apresentar valores superiores de diversidade em ralação aos indivíduos adultos (Lara et al., 2000). Em trabalho sobre os polimorfismos genéticos da K-caseína, Lara et al., 2002, mediante técnicas de PCR-RFLP em gado Pantaneiro, concuíram que as freqüências alélicas são intermediárias aos obtidos em Bos taurus e Bos indicus. Segundo Carvalho (2002), o pequeno porte do gado Pé-Duro foi o principal motivo alegado para quase levá-lo a extinção. Entretanto, raramente são mencionados as condições a que esses animais dessa raça são submetidos. Raças puras especializadas para produção de carne e adaptadas a boas pastagens em climas amenos, se mantidas nas mesmas condições oferecidas ao gado Pé-Duro, em pouco tempo terão seu peso reduzido e o desempenho produtivo e reprodutivo negativamente afetados. REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Para Carvalho (1985), a raça bovina Pé-Duro ou Curraleiro, produto secular da adaptação a condições adversas, é dotada de excepcional rusticidade, além de ser muito dócil. Sua seleção e utilização em cruzamentos, inclusive para a formação de raças mais resistente e produtivas, poderão permitir a exploração econômica de pastagens naturais em ambientes pouco favoráveis. É uma raça que poderá ser de grande utilidade para o pequeno produtor rural, fornecendo-lhe carne, leite e animais para trabalho, sem necessidade de grandes investimentos na infra-estrutura da propriedade. Alguns resultados promissores foram obtidos por pecuaristas em cruzamentos da raça Pé-Duro com outras raças como a Nelore, a Gir e a Jérsei. Segundo Paraguassu (1984), no sul do Piauí, cruzamentos de Gir com Pé-Duro deram animais com uma média de 203,4 Kg de carcaça aos 3,5 anos. Carvalho (2002). Na fazenda Experimental Octávio Domingues, em São João do Piauí, obteve machos Pé-Duro com 400 Kg de peso vivo aos três anos de idade criados em pastagens cultivadas. Para uma raça cujo tamanho é o principal argumento para ser menosprezada é um número significativo, que mostra seu potencial para a seleção. Ademais, é importante salientar que a capacidade de produção de uma raça não depende apenas do peso individual dos animais, sendo fundamentais os índices de natalidade e de mortalidade. Um rebanho de animais mais pesados, porém menos prolíficos e com maior percentagem de mortes, resulta em menor produção de carne. Além disso, uma mesma pastagem pode garantir a alimentação de um maior número de animais de porte mais reduzido. Portanto, um índice mais adequado para avaliar o desempenho de uma raça bovina em pastagens é sua produtividade anual por unidade de área. A produtividade do gado Pé-Duro e de seus mestiços, por hectare, não foi ainda experimentalmente comparada à de outras raças, nas mesmas condições, em pastagens naturais do Nordeste do País. Entretanto, segundo Carvalho (2002), observações realizadas por criadores indicam um desempenho promissor nessas pastagens. Esses mesmos criadores afirmam ainda que essa raça é menos susceptível, do que raças exóticas, a plantas REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO tóxicas como o barbatimão (Strypnodentron coriaceum) e a erva-de-rato (Palicourea marcgravii). Por se tratar de raça rústica e adaptada ao ambiente do Semi-Árido, em que o uso de produtos químicos, como carrapaticidas e medicamentos em geral, é reduzido, poder-se-ia explorar um mercado diferenciado para essa carne, principalmente, levando-se em consideração a tendência mundial de valorizar cada vez mais os produtos orgânicos e naturais. A propósito, o pesquisador Assis Roberto de Bem, citado por Franco (1996), fez essa sugestiva pergunta: "Quem garante que não se produza mais carne por hectare com animais pequenos, porém pouco susceptíveis a doenças e parasitas?" Como todas as raças bovinas brasileiras naturalizadas, o gado Pé-Duro também entrou em franco processo de extinção, com o domínio da pecuária nacional pelas raças zebuínas. O desaparecimento dessas raças representa uma perda irreparável para a Ciência, pois com eles, desaparecerão também as inúmeras informações contidas na sua estrutura genética, desenvolvida ao longo de cinco séculos de seleção natural e relacionadas à adaptação e a maior resistência a doenças e parasitas (Mariante & Cavalcante, 2000). Em 1977, apoiado pela Embrapa Cenargem e Embrapa Meio-Norte, foi registrada, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Associação Brasileira de Criadores de Curraleiro, sediada em Mara Rosa - GO, que tem por finalidade o registro de animais e a preservação da raça (Boaventura, 2005). Também no Piauí, a Associação Brasileira dos Criadores de Gado Pé-Duro possui 32 associados englobando um rebanho de mais de mil cabeças. Além disso, a Embrapa Meio-Norte vem mantendo um núcleo de preservação permanente em São João do Piauí, na Fazenda Experimental Octávio Domingues, que aproximadamente 225 animais. Essa Fazenda foi implantada em 1981, com o apoio do Ministério da Agricultura, do CNPq, do Bando do Nordeste do Brasil e da Fundação Banco do Brasil. A preservação de raças nativas nos dias atuais deixou de ser uma preocupação de natureza histórica para ser uma realidade. Vários Organismos Nacionais e Internacionais (FAO, OEA,CNPq, Banco do Nordeste do Brasil, Embrapa, Universidades, etc), além de criadores, estão empenhando esforços REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO no sentido de preservar e melhorar geneticamente as diferentes raças de animais que aqui estão desde a época do descobrimento, muitas das quais em vias de extinção (Mariante et al, 1998; Alderson & Ramsey, 2001; Prescott, 2001; Serrano, 2001; Castanheira, 2004; Paula Neto, 2004; serrano et al., 2004). Antes da utilização racional do melhoramento genético animal, o número de raças nativas, nas diferentes espécies animais, era numerosa e toda perfeitamente ajustada às condições ambientes naturais, através da seleção natural (Viana, 1927; Domingues, 1941; Athanassof, 1943 e 1957) A maioria das raças ditas Crioulas, por cruzamentos absorventes ou por substituição, deu lugar a outras que, por serem mais produtivas e melhoradas geneticamente, contribuíram para redução apreciável dessas populações. Preservá-las é a única alternativa para avaliar a possível contribuição genética dessas nos programas atuais de melhoramento genético. Aqui podem ser ressaltados argumentos capazes de justificar a preservação e melhoramento desses germoplasmas. As raças nativas, mantidas em estado de pureza ou sob forma de cruzamentos podem se tornar mais produtivas em seus ambientes próprios do que as raças exóticas melhoradas. Essas raças podem ser fontes de genes ("bancos genéticos"), capazes de melhorar a resistência das raças especializadas, tornando a produção mais econômica. É preciso levar em consideração que, quanto mais produtivas forem as raças, maiores serão suas exigências em cuidados sanitários, nutricionais e de instalações. A intensificação dos programas de seleção, nas raças de animais economicamente exploradas pelo homem, tem acarretado redução apreciável na variabilidade genética das populações, tornando-se, às vezes, difícil a obtenção de respostas em muitos esquemas de seleção. Exemplos evidentes podem ser vistos em suínos e aves, intensamente selecionados nas últimas décadas, bem como em populações de bovinos de leite em muitos países e a utilização massiva da inseminação artificial na raça Nelore nas últimas décadas. As pequenas respostas, ou mesmo ausência destas, aos programas de seleção, têm sido creditadas ao esgotamento da variância genética aditiva, ou em outras palavras, essas populações atingiram o equilíbrio chamado "plateau REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO genético". Os progressos alcançados, através dos programas de seleção não são lineares em relação ao tempo, de maneira que, mais cedo ou mais tarde, a população deixará de responder, atingindo aí o seu limite máximo, em conseqüência da exaustão da variação genética aditiva. Nesta altura, as raças nativas poderiam ser úteis através da doação de genes no sentido de gerar novas variações, capazes de permitir o estabelecimento de novos programas de seleção. Os animais domésticos, ao longo de séculos, têm sido continuamente expostos ao ataque de organismos infecciosos e parasitários; muitas dessas doenças foram naturalmente controladas, permitindo a sobrevivência das muitas espécies e raças de animais hoje conhecidas. Tal resistência é evidente em certas raças bovinas adaptadas aos trópicos, como as zebuínas e seus mestiços, em relação à infestação de carrapatos e a verminoses; a raça africana N'Dama e a West African Shorthorn resistentes a tripassonomíase (doença do sono), ao berne da raça colombiana blanca Orejinegra (Dicker & Barlow, 1979; Barlow & Piper, 1985; Esdale et al., 1986; Leighton et al., 1989; Frisch, 1994; Kerr & Kinghorn, 1994; Pereira, 1999; Youssao et al., 2000). A manutenção de estoques genéticos de raças nativas é essencial para melhor compreensão da possível contribuição para o desenvolvimento de raças geneticamente resistentes às doenças infecciosas e parasitárias, ou ainda como doadoras de genes para produção de animais transgênicos. Os progressos alcançados em bacteriologia, parasitologia e na terapêutica nos últimos anos, contribuíram para reduzir o interesse nas investigações relacionadas com a resistência a uma doença, que freqüentemente, tem efeito sobre outras, reduzindo assim a eficiência da seleção. O custo efetivo da seleção contra uma doença depende da importância econômica da doença; da existência de suficiente variação genética na população, para permitir rápidos progressos; da identificação de genes de efeitos maiores ("major genes"), que afetam várias características ao mesmo tempo (Morris, 1998). REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Nas aves, por exemplo, as formas geneticamente mais resistentes têm sido estudadas intensamente. Reproduzem rapidamente e são susceptíveis a muitas doenças que traduzem em prejuízos econômicos rápidos e consideráveis. O exemplo mais notável é o da leucose aviária, onde progressos significativos foram alcançados no desenvolvimento de linhagens resistentes. Pelo teste de progênie, é possível desenvolver e avaliar a resistência genética à doença. Para a maioria das doenças, o hospedeiro desenvolve resistência ou tolerância e o agente patogênico é, freqüentemente, mantido em níveis subclínicos. Muitas vezes, as doenças originalmente agudas tornam-se crônicas, como a tuberculose. Seleção para a resistência parece ser mais vantajoso para doenças crônicas, como a mamite, quando o animal mostra alguma resistência. Para muitas características dos bovinos, como a longevidade, viabilidade, problemas reprodutivos, mortalidade embrionária, problemas ovarianos e outras, há suficiente variação genética, que pode ser utilizada para a formação de populações ou linhagens geneticamente resistentes (Miller, 1982; Biozzi et al., 1985; Lewin & Bernoco, 1986; Adams et al., 1996; Greenough, 1991; Kulikova,& Petukhov, 1994; Morris, 1998). As alterações nas demandas de alimentos de origem animal, como tem ocorrido em diversos países, em decorrência de novos conhecimentos no campo da nutrição humana e na melhor compreensão do valor de alguns nutrientes, justifica-se, a manutenção da variabilidade de nossas populações de gado bovino. Em uma economia globalizada e altamente competitiva, que exige alta eficiência da atividade, é difícil acreditar que a iniciativa privada possa se sensibilizar com os argumentos de preservação de raças nativas em vias de extinção. Comumente, associa-se a criação de raças nativas à pobreza dos produtores e ao atraso genético da exploração. Na verdade, do ponto de vista estritamente econômico, é insustentável defender a criação de raças nativas face à inexistência de programas de seleção e melhoramente genético das mesmas, se comparado às raças taurinas européias e zebuínas especializadas. REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Entretanto, a preservação desses grupamentos tem ainda o seu lado histórico, que é o da "memória genética" contida nos animais que ajudaram a colonizar o país. De forma mais intensa ou não, ainda há vestígios genéticos de todas essas raças, através de seus mestiços. Há de se reconhecer que se essas raças foram capazes de superar, após dezenas de gerações de seleção natural, as adversidade do meio ambiente é porque reúnem genótipos compatíveis com as condições mais diversas e adversas da exploração. Além disso, a intervenção do homem nos processos reprodutivos e de seleção nessas raças foi, no mínimo, modesta e não causou nenhuma modificação apreciável nas suas potencialidades, além daquelas recebidas da própria natureza (Pereira, 1999). Outro aspecto a merecer consideração diz respeito à própria dinâmica dos processos de seleção artificial, que tornam esses germoplasmas nativos autênticas reservas gênicas, especialmente quando a seleção provoca exaustão da variação genética aditiva e não há mais resposta aos programas de melhoramento. O exemplo mais notável é dado pela seleção para tamanho da leitegada nos suínos, onde nos últimos 30 anos, pouco ou nenhum avanço foi conseguido. A possibilidade do uso de raças nativas chinesas, cujo tamanho da leitegada chega a alcançar 22 leitões por parto, é fato concreto, conforme dados publicados por Pereira (1999). REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Caracterização Fenotípica de 03 rebanhos bovinos da Raça Pé-duro em ambientes distintos do PI REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Os bovinos da raça Pé-duro são remanescentes dos bovinos trazidos por colonizadores ibéricos, principalmente na Bahia e Pernambuco. Esses bovinos foram levados para o interior do Nordeste, principalmente pelo Rio São Francisco e Parnaíba e se reproduziam livremente. A raça foi forjada no ambiente hostil e tórrido da caatinga no Semi-Árido brasileiro por mais de quatro séculos, sendo muito rústico. Mesmo enfrentando adversidades consuetudinárias, os bovinos da raça Pé-Duro se multiplicaram e na época do Brasil Império, o Estado do Piauí chegou a ser o maior produtor de carne do País. Entretanto, em meados do século vinte, a chegada do zebu deu início a uma nova era na pecuária brasileira. O fenômeno da heterose, verificado no cruzamento entre as vacas locais e reprodutores zebuínos, passou aos olhos leigos dos criadores a impressão quimérica da superioridade desses últimos em relação ao “pequeno e tardio” bovino nacional. Esse fato levou á absorção dos animais criados em grande parte do Brasil pelos zebuínos e quase provocou o total desaparecimento das raças locais. A raça Pé-Duro, só não desapareceu completamente, devido à formação de um núcleo de preservação, pela Embrapa, em São João do Piauí e ao trabalho patriótico de alguns criadores que mantiveram seus rebanhos e constituíram, em 1976, a Associação Brasileira de Criadores de Gado Pé-Duro – ABPD (www.abpd.com.br), com sede em Teresina, Piauí. A entidade conta com 32 associados, inclusive a Embrapa, abrangendo mais de 2000 animais. A parceria entre a Embrapa Meio-Norte e a ABPD está possibilitando a avaliação, caracterização e uso comercial da raça que resultará na preservação desse singular patrimônio Nacional. REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Preservação da Raça de Gado Pé-duro REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO O gado Pé-Duro ou curraleiro é descendente dos bovinos trazidos pelos portugueses no período colonial. Esses bovinos foram, aos poucos, adaptandose a condições de pastagens de baixa qualidade, de seca e de calor, resultando, depois de séculos, em animais muito resistentes a essas difíceis condições. O Piauí foi, no passado, um grande exportador de carne para outras regiões. Nessa época, o pé-duro era o gado criado em maior número no Estado. Por isso, o gado pé-duro, além de seu valor econômico, possui, também, valor histórico. O gado Pé-Duro é ainda um importante recurso genético para a pecuária brasileira, podendo ser, melhorado através de seleção, utilizado em cruzamentos, ou até mesmo aproveitado para formar novas raças, seguindo-se sistemas de cruzamentos bem planejados. Nos últimos anos, porém, o gado pé-duro vem sendo eliminado das fazendas, encontrando-se em perigo de extinção. Por esse motivo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem mantendo em São João do Piauí,na zona semi-árida do Estado, uma fazenda para conservar o gado pé-duro, evitando seu desaparecimento. O Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Banco do Nordeste (FUNDECI) e a Fundação Banco do Brasil (FBB) colaboraram financeiramente para implantação dessa fazenda. Além de manter um núcleo de conservação do gado pé-duro, a Embrapa pretende desenvolver outras atividades, tais como: 1 – Iniciar sua seleção e estudos de cruzamentos, depois que o rebanho atingir um tamanho adequado, permitindo utilizar animais nesses cruzamentos sem comprometer o núcleo de conservação; 2 – Produzir reprodutores e matrizes para venda; 3 – Cadastrar e prestar orientação técnica a pecuaristas interessados em criar esta raça; 4 – Realizar pesquisas em parceria com universidades e outras instituições. REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Justificativa REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO A Embrapa Meio Norte possui um rebanho puro de gado Pé-Duro, como é conhecida a raça Curraleira no Sertão Nordestino, na Unidade Experimental “Octávio Domingues”, em São João do Piauí-PI, com o intuito de preservação dessa raça. É chegada a hora de se efetuar a avaliação das características qualitativas e quantitativas desse rebanho, que está prestes a atingir o efetivo de 400 animais. Juntamente com a Embrapa Gado de Corte e Embrapa Pecuária Sudeste, dois projetos de avaliação de cruzamentos, seleção, desenvolvimento ponderal e qualidade de carcaça serão efetivados, além de trabalhos conjuntos com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, no sentido de avaliações citogenéticas para preservação da raça em evidência. Essa raça, quando avaliada, poderá ser de grande utilidade em cruzamentos industriais com raças especializadas para criação em regiões tropicais, subtropicais e semi-áridas do Brasil e de outros países. Sendo assim, o Gado Pé-Duro constitui um patrimônio genético de valor incomensurável que precisa ser resgatado e deve ser tratado como uma questão de segurança nacional. Visando manter o contexto dessa importante raça de gado do nosso Estado, vimos, através da Proteção Legal prevista na Lei 4.515, de 09 de novembro de 1992, requerer o Registro da Raça de Gado Pé-Duro de São João do Piauí-PI. REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Relatório Fotográfico REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Foto 01 – Dr. Herculano de Carvalho Foto 02 – Vista da raça de gado Pé-Duro na Estação Experimental em São João do PI REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO Foto 03 e 04 DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO – Outra vista da raça de gado Pé-Duro na Estação Experimental em São João do PI REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Foto 05 e 06– Outra vista da raça de gado Pé-Duro na Estação Experimental em São João do PI REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Foto 07 e 08 – Vista dos vaqueiros que abóiam o gado Pé-Duro em São João do Piauí REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO Bibliografia REGISTRO S Ã O DA RAÇA DE FLORIANO GADO PÉ -DURO SÃO JOÃO DO PIAUÍ FUNDAC COORDENAÇÃO DE REGISTRO E CONSERVAÇÃO ATHANASSOF, N, Notas Agrícolas, v.6, p. 467-473,1943 ATHANASSOF, N. 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