INFORME OPEU – JANEIRO 2012, n°1 SEGURANÇA

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INFORME OPEU – JANEIRO 2012, n°1 SEGURANÇA
INFORME OPEU – JANEIRO 2012, n°1
SEGURANÇA
EUA E ISRAEL ADIAM EXERCÍCIOS MILITARES
16 DE JANEIRO DE 2011
EUA e Israel concordaram em adiar exercícios militares conjuntos, inicialmente programados para começar em maio, a fim de evitar o agravamento das tensões com o Irã. Os exercícios seriam os maiores da história, envolvendo mais de 5 mil soldados e simulações de medidas de defesa balística de Israel. O treinamento havia sido anunciado em novembro de 2011, pouco após militares dos EUA expressarem preocupação
quanto à possibilidade de Israel atacar instalações nucleares iranianas
sem avisar à Casa Branca. O presidente Obama e o secretário de Defesa, Leon Panetta, já haviam alertado líderes israelenses sobre as consequências de um ataque preventivo ao Irã. Recentemente, Obama pediu
garantias de que o ataque não ocorreria, embora a resposta do país aliado tenha sido vaga. O general Martin Dempsey, chefe do Estado-Maior
das Forças Armadas, irá a Israel, no dia 19, para coordenar os esforços
de contenção ao Irã. Todavia, militares dos EUA confirmaram que o Pentágono possui um plano de contingência caso o pedido de Obama não
seja atendido: um segundo porta-aviões chegou ao Golfo Pérsico e
transferências de armas para aliados na região estão sendo aceleradas.
A situação com o Irã se tornou mais tensa desde que o país ameaçou
fechar o Estreito de Ormuz se os EUA implementarem as recentes sanções aprovadas. Embora analistas não acreditem que o Irã cumpra a
ameaça, a simples insinuação pode prejudicar o comércio mundial de
petróleo. Outro ponto delicado é o assassinato de um cientista nuclear
iraniano no último dia 11, atribuído pelo Irã a EUA e Israel.
IRÃ RECEBE ALERTA CONTRA FECHAMENTO DO
ESTREITO DE ORMUZ
13 DE JANEIRO DE 2011
Em declaração no dia 12, o secretário de Defesa, Leon Panetta, disse
considerar inaceitável o fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã. Dias
antes, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Martin
Dempsey, já afirmara que os EUA reagiriam militarmente para reabrir a
passagem. Funcionários da administração Obama também confirmam
que uma mensagem foi enviada ao líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali
Khamenei, alertando-o contra a ação. A importância estratégica do Estreito se deve principalmente ao grande fluxo de petróleo que o atravessa: 17 milhões de barris por dia, o equivalente a um quinto da produção
mundial. Segundo especialistas, uma crise envolvendo a passagem poderia causar um aumento de cerca de 50% no preço do barril. Para Dennis Ross, ex-assessor para o Golfo Pérsico e o Sudeste Asiático no Departamento de Estado, é improvável que o Irã concretize a ameaça. Além de escoar a produção iraniana de petróleo, o Estreito recebe a maior
parte das importações do Irã, inclusive produtos alimentícios. Como fe-
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chá-lo seria catastrófico para a economia do país, analistas acreditam
que a ameaça seja apenas recurso de retórica. Embora apostem na improbabilidade da ação, militares dos EUA reconhecem que o Irã possui
capacidade para fechar o Estreito. Suas forças navais, ainda que muito
inferiores às dos EUA, poderiam sustentar um conflito por meses. O Irã
dispõe da Marinha tradicional e da Guarda Revolucionária, esta última
capaz de táticas de guerra assimétrica, como o uso de lanchas rápidas,
minas aquáticas e mísseis antinavios abrigados no litoral iraniano.
PENTÁGONO ANUNCIA RETIRADA DE BRIGADAS DA
EUROPA
13 DE JANEIRO DE 2011
Em comunicado no site do Departamento de Defesa no dia 12, o secretário Leon Panetta anunciou que os EUA vão diminuir sua presença militar na Europa. O país, que já teve quase 300 mil militares no continente
durante a Guerra Fria, retirará da Alemanha duas brigadas. Com a saída, apenas uma brigada de infantaria na Alemanha e uma aérea na Itália
darão suporte rotativo a cerca de 70.000 soldados distribuídos em solo
europeu. A ideia é fazer com que as duas equipes também apoiem tropas dos EUA em outros continentes e regiões. Os soldados retirados
não serão realocados em bases nos EUA ou em outros países, devendo
deixar definitivamente o serviço militar. Panetta justifica a decisão em
função de cortes no orçamento de defesa de aproximadamente US$ 480
milhões nos próximos dez anos. Segundo funcionários da administração,
o governo teria preferido reduzir gastos militares no exterior para evitar
críticas por parte de congressistas. Outra razão para a medida é a reorientação estratégica dos EUA para a Ásia-Pacífico, onde deverão ser aplicados mais recursos financeiros. O secretário, no entanto, garantiu
que os EUA continuarão comprometidos com a segurança europeia e
com os planos para desenvolver um sistema antimísseis na Europa.
Embora o anúncio não seja surpresa para líderes europeus, alguns deles
mostram-se preocupados. Com os próprios orçamentos de defesa reduzidos, os políticos temem que o continente fique vulnerável a ameaças
externas. Já as lideranças militares europeias acham que a decisão condiz com a realidade do século 21
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ECONOMIA
OBAMA PROPÕE FUSÃO ENTRE AGÊNCIAS E
DEPARTAMENTO DE COMÉRCIO
17 DE JANEIRO DE 2012
Em discurso no dia 13, o presidente Barack Obama propôs uma reorganização do governo que fundiria agências econômicas e o Departamento
de Comércio. O objetivo é eliminar cargos e órgãos duplicados, criando
um departamento único, mais eficiente, e que aumente a competitividade
e as exportações do país. Espera-se que, caso implementada, a reorganização elimine de 1.000 a 2.000 empregos e poupe cerca de US$ 3 bilhões aos cofres públicos em dez anos. Além do Departamento de Comércio, estão envolvidos a Administração de Pequenos Negócios, o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), o Export-Import Bank, a Corporação de Investimentos Privados no
Exterior, e a Agência de Comércio e Desenvolvimento dos EUA. Para agilizar o processo, Obama solicitou ao Congresso a aprovação de um
fast-track, mecanismo que transfere ao Executivo a autoridade sobre a
questão, permitindo aos congressistas apenas a apreciação final. Isto
impediria a criação de emendas ou modificações à proposta no Legislativo. Um ponto importante da fusão é a aproximação a uma pauta cara
aos republicanos – a diminuição do tamanho do governo – de forma a
pressioná-los publicamente pela aprovação. Todavia, existem diversas
dúvidas acerca dos benefícios da reorganização. A inclusão do USTR é
especialmente polêmica: congressistas democratas e republicanos questionam os benefícios de inserir uma agência pequena e eficaz em um
grande sistema burocrático. A este respeito, a Casa Branca afirmou que
o representante comercial dos EUA manteria seu nível ministerial.
GEITHNER VISITA A CHINA COM AMPLA PAUTA
ECONÔMICA
11 DE JANEIRO DE 2012
O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, visitou a China entre os dias
10 e 11 de janeiro. O secretário é tido como o principal membro da administração para questões relacionadas à China. Em sua visita, Geithner
encontrou os principais líderes chineses para discutir temas relacionados
ao câmbio, ao comércio entre os dois países e às sanções ao petróleo
do Irã. A desvalorização artificial da moeda chinesa, o yuan, fornece ampla vantagem à China nas trocas comerciais internacionais. No mês passado, o governo chinês também aplicou novas tarifas aos veículos fabricados nos EUA. Nas últimas semanas, as autoridades chinesas deixaram em aberto a possibilidade de adotar um câmbio mais flexível, o que
representa uma mudança no discurso. Contudo, os sinais de desaceleração do crescimento da economia mundial tendem a fazer recuar esse
processo. A visita de Geithner coincide com o anúncio de Obama sobre
a criação de uma força tarefa interagências para monitorar possíveis violações comerciais da China e reforçar o comércio dos EUA. O grupo deve incluir autoridades dos Departamentos de Comércio, Energia e Tesouro e do Escritório de Representação Comercial. Tanto a visita quando
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a força tarefa fazem parte do esforço da administração para confrontar o
governo chinês. Nos últimos meses, Obama tem sido pressionado por
congressistas para adotar uma postura mais dura com a China. O presidente também tem sofrido ataques dos pré-candidatos republicanos à
presidência que o acusam de ser pouco assertivo na questão.
DESEMPREGO CAI PARA 8,5% EM DEZEMBRO
6 DE JANEIRO DE 2012
O ano de 2011 acabou com uma boa notícia para a economia dos EUA:
foram criados 200 mil novos postos de trabalho em dezembro. Dessa
maneira, o desemprego que há meses rondava os 9% caiu para 8,5%. O
valor é 0,6% inferior ao índice de agosto e faz com que o país encerre
2011 com 13,1 milhões de desempregados. Um elemento importante
publicado no relatório é o fato de o índice ter sido alterado sobretudo pela criação de novos postos, e não porque pessoas sem emprego deixaram de procurar colocação. As contratações ocorreram principalmente
na indústria, nos transportes e armazenamento, além dos setores de varejo, manufaturas e restaurantes. No total, o setor privado contratou 212
mil novos trabalhadores em dezembro, enquanto o setor público demitiu
12 mil funcionários. Durante discurso no Bureau de Proteção Financeira
ao Consumidor (CFPB, na sigla em inglês), o presidente Barack Obama
destacou que a criação de empregos em 2011 foi a maior desde 2005.
Todavia, o presidente lembrou que ainda há muitos cidadãos desempregados que sofrem os efeitos da recessão e pressionou o Congresso pela
aprovação da extensão do corte de imposto sobre a folha de pagamentos. O líder da maioria no Senado, Harry Reid (D-NV), seguiu Obama e
afirmou que a criação de empregos deve ser prioridade no Congresso.
As recentes notícias econômicas têm sido favoráveis à administração: a
confiança dos consumidores aumentou, as fábricas intensificaram a produção e os pequenos negócios vêm prosperando. Com a proximidade
das eleições, a performance da economia deve ser crucial na decisão
dos eleitores.
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POLÍTICA
REPUBLICANOS CRITICAM NOMEAÇÕES DE OBAMA
DURANTE RECESSO
17 DE JANEIRO DE 2012
Em 4 de janeiro, o presidente Barack Obama aproveitou o recesso do
Congresso para nomear quatro importantes cargos que estavam sendo
bloqueados por republicanos. Para o National Labor Relations Board foram nomeados Richard Griffin, Sharon Block e Terence Flynn, este último o único republicano dentre os três. A nomeação mais polêmica foi a
de Richard Cordray para o Consumer Financial Protection Bureau
(CFPB). Cordray havia sido indicado para o cargo em julho de 2011, mas
sua nomeação foi bloqueada em dezembro devido à forte oposição republicana. A ação de Obama se apoiou na autoridade do presidente para
realizar nomeações sempre que o Senado estiver em recesso por mais
de nove dias. Todavia, o Congresso estava realizando sessões pro forma, prática implementada pelos democratas durante o governo Bush justamente para evitar este tipo de ação. Republicanos criticaram a manobra, classificando-a como afronta à Constituição e abuso do poder executivo. Liderados por Dianne Black (R-TN), 72 representantes republicanos apresentaram uma resolução de repúdio às nomeações na Câmara,
porém sem força de lei. Para Obama, a atitude foi uma resposta aos eleitores que necessitam de ações governamentais e não da sobreposição
dos interesses partidários. É possível que ocorram desdobramentos judiciais da questão. Cordray concordou em comparecer a uma audiência na
Câmara ainda em janeiro para prestar esclarecimentos sobre sua nomeação e sobre o funcionamento do CFPB.
LEIS ANTIPIRATARIA PERDEM APOIO DE
CONGRESSISTAS
16 DE JANEIRO DE 2012
Dois projetos de lei que regulamentam ações na Internet, o Stop Online
Piracy Act (SOPA) e o Protect IP Act (PIPA), estão sendo avaliados por
comissões na Câmara e no Senado, respectivamente. Ambos visam eliminar a pirataria e a venda de produtos falsificados. Entre suas medidas
está a polêmica proibição aos provedores de busca (como Google e Yahoo!) de indicar endereços de sites que infrinjam leis de direitos autorais.
Grandes provedores e ativistas de liberdades civis são contrários às leis
e argumentam que os projetos podem acabar com a inovação e a liberdade de expressão, além de comprometer a segurança nacional. Inicialmente, as propostas haviam recebido amplo apoio bipartidário. Contudo,
nos últimos meses, aumentou a pressão contra os projetos. No dia 12,
três altos funcionários da Casa Branca nas áreas de tecnologia, cibersegurança e propriedade intelectual divulgaram um memorando explicitando a posição contrária da administração sobre as propostas. No dia 13,
seis senadores republicanos pediram ao líder da maioria no Senado,
Harry Reid (D-NV), que adiasse a votação do PIPA, inicialmente marcada para o dia 24. O senador Pat Leahy (D-VT) reconheceu a necessidade de mais estudos sobre a lei. No mesmo dia, o representante Lamar
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Smith (R-TX), proponente do SOPA, afirmou que removerá a provisão
sobre o bloqueio de sites. Durante a Consumer Electronics Show, o representante Darrell Issa (R-CA) afirmou que apresentará uma nova proposta sobre a questão nas próximas semanas. Issa é membro do Comitê
de Supervisão da Câmara e já afirmara que o SOPA não será votado
sem um consenso entre os congressistas.
ROMNEY VENCE PRIMÁRIA DE NEW HAMPSHIRE
11 DE JANEIRO DE 2012
O pré-candidato Mitt Romney venceu a segunda primária do país, em
New Hampshire, no último dia 10. Com 39,3% dos votos, Romney deu
um grande passo na disputa pela candidatura republicana para as eleições de 2012. O ex-governador de Massachusets ganha força com as
duas vitórias consecutivas, e se beneficia por ter a melhor e mais bem financiada estrutura de campanha. Além disso, não existe uma alternativa
clara a Romney no campo republicano. O segundo lugar em New Hampshire foi de Ron Paul, com 22,9% dos votos, mas sua ideologia libertária
tem muitos opositores dentro do partido. Rick Santorum, que havia perdido o caucus de Iowa por apenas oito votos, ficou em quinto lugar. Jon
Hunstman terminou em terceiro, com 16,9% dos votos, e pode ser uma
alternativa. O ex-porta-voz da Câmara Newt Gingrich ficou com um decepcionante quarto lugar, apesar de ser, junto com Paul, o candidato que
mais arrecadou dinheiro para continuar competindo nas primárias. Nos
últimos dias, Romney teve que rebater os ataques relacionados ao seu
histórico como diretor do banco de investimentos Bain Capital. Os précandidatos criticaram Romney por demissões em massa e por ter enriquecido com empresas que caminhavam à falência. O ex-governador
rebateu as acusações dizendo que, enquanto os outros candidatos construíram suas carreiras na vida pública, os eleitores buscam alguém familiarizado com o setor privado e o funcionamento da economia do país. A
próxima etapa das primárias será no estado da Carolina do Sul, no dia
21. Apesar de liderar as pesquisas no estado, Romney pode ser prejudicado pelo perfil mais conservador do eleitorado.
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ENERGIA
CASO SOLYNDRA RESSURGE EM ANTIPROPAGANDA
CONTRA OBAMA
16 DE JANEIRO DE 2011
A instituição republicana Americans for Prosperity (AFP) começou a veicular, no dia 16, uma antipropaganda atacando o presidente Obama e
sua política de energia limpa. Fundada por David e Charles Koch, magnatas da indústria petrolífera, a AFP gastou cerca de US$ 6 milhões na
internet e nas redes de televisão sobre um caso mal sucedido da política
verde da atual administração. Em agosto do ano passado, a fabricante
de painéis solares Solyndra decretou falência apesar de ter recebido benefícios do governo. O caso se tornou um escândalo político, permanecendo sob investigação do Congresso e do FBI. A própria Casa Branca,
acusada de favorecimento político, teve que tornar públicos documentos
e diálogos referentes à Solyndra. A antipropaganda está sendo veiculada
em estados onde a preferência da maioria do eleitorado por republicanos
ou democratas é indefinida: Iowa, Michigan, Carolina do Norte, Ohio,
Virginia e Winsconsin. O vídeo insinua que o incentivo concedido pelo
governo foi aprovado para beneficiar um dos investidores da empresa,
que também fora arrecadador de fundos da campanha de Obama em
2008. O porta-voz da atual campanha presidencial democrata, Ben LaBolt, disse não se surpreender com as acusações. Para LaBolt, a AFP é
contra os incentivos por estar ligada à indústria do petróleo, que conta
com diversos benefícios públicos apesar de ser muito lucrativa. Os irmãos Koch, que também estão na origem do movimento de direita Tea
Party Express, já financiaram outras investidas contra o presidente Obama e sua política de promoção de recursos energéticos limpos.
EUA BUSCAM SOLUÇÕES PARA EVITAR POSSÍVEL
CHOQUE DO PETRÓLEO
13 DE JANEIRO DE 2011
Os EUA vêm trabalhando para evitar um choque no preço do petróleo
caso se acirre a tensão com o Irã. O primeiro recurso de curto prazo seria aumentar a produção nos países árabes, sobretudo para atender à
demanda asiática. De acordo com especialistas, o preço do barril pode
chegar a mais de US$ 200 em caso de queda expressiva nas exportações iranianas, decorrente das recentes sanções impostas pelos EUA ao
Irã. Outro fator inflacionário seria o cumprimento da ameaça do Irã em
fechar o Estreito de Ormuz como retaliação às sanções. Ormuz tem
grande importância geopolítica por ser a rota por onde transitam 17 milhões de barris por dia, o equivalente a um quinto do comércio global de
petróleo. A cooperação árabe também ajudaria os EUA a convencer a
China a reduzir suas importações de petróleo iraniano. Embora Pequim
não tenha dado sinais de que pretenda atender à demanda dos EUA,
analistas creem que a viagem do primeiro-ministro chinês ao Golfo Pérsico, no dia 14, indique grande preocupação com a situação. Outra medida rápida seria escoar parte da produção para os oleodutos que contornam o Estreito e que possuem capacidade para transportar 7 milhões
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de barris diários. Ainda, uma terceira alternativa seria que países consumidores dispusessem de seus próprios estoques de petróleo. Os EUA,
por exemplo, recorreriam às suas reservas estratégicas de aproximadamente 700 milhões de barris. Soluções de médio e longo prazo, como a
construção de novos oleodutos no Oriente Médio, e entre EUA e Canadá, não foram descartadas. Tais medidas, no entanto, não surtiriam efeito imediato sobre os preços.
GEITHNER PEDE QUE A CHINA REDUZA COMPRA DE
PETRÓLEO DO IRÃ
11 DE JANEIRO DE 2011
O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, viajou à Ásia nessa semana
em busca de apoio ao boicote de seu país às importações de petróleo iraniano. Em sua primeira parada, Geithner, que inicialmente se opusera
às sanções contra o Banco Central iraniano, relembra a China de que os
EUA poderão retaliar empresas chinesas que mantenham as importações. As medidas são parte da Lei de Autorização de Defesa, aprovada
pelo Congresso e sancionada por Obama no fim do ano passado. A lei
autoriza bloquear o acesso ao mercado financeiro dos EUA de instituições estrangeiras que transacionem com o Banco Central do Irã. Apesar
da presença de Geithner, não é certo que os chineses atendam às demandas. A China já declarou publicamente sua oposição às sanções unilaterais e o país não quer ser visto cedendo aos EUA. De acordo com
um alto funcionário do governo dos EUA, este é o começo de um amplo
esforço diplomático para intensificar a pressão sobre o país persa, acusado de desenvolver programa nuclear militar. Os esforços do secretário
devem se estender a Índia, Japão e Coreia do Sul nos próximos dias.
Mesmo temendo o impacto sobre os preços globais de energia, Japão e
Coreia do Sul anunciaram que devem reduzir parte das importações, enquanto a Índia mostra-se mais relutante. Embora já contem com o apoio
da União Europeia, que ainda discute sobre quando e por quanto tempo
suspender as importações, a adesão dos quatro países asiáticos é importante para os EUA. As importações de China, Índia, Coreia do Sul e
Japão correspondem juntas a 60% das exportações iranianas.
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