papel Das eqUipas De saúDe

Transcrição

papel Das eqUipas De saúDe
Grupo de Trabalho da Violência ao Longo do Ciclo de Vida
papel das equipas de saúde
Crianças e Jovens
•Actuar na detecção, avaliação, acompanhamento e referenciação de casos de violência contra crianças, abordando de forma preventiva
situações de violência
•Prestar informação aos pais, cuidadores e comunidade sobre as necessidades das crianças e adolescentes, esclarecendo sobre os seus
direitos e estratégias de protecção
•Identificar famílias de risco desde o período pré e perinatal
•Desenvolver programas de visitação domiciliária e grupos de auto-ajuda para famílias de risco
•Favorecer a vinculação das famílias com a rede de apoio da comunidade (unidades de saúde, associação de moradores, grupos religiosos,
grupos de mães, etc.)
•Incentivar o pai a acompanhar a gravidez e o pós-parto de forma estreitar o vínculo com o filho o mais precocemente possível
•Incentivar o pai para a participação nos cuidados ao bebé
•Facilitar o acesso a serviços de educação e de apoio
•Contribuir para o fortalecimento dos laços entre o adolescente e a família e amigos
•Contribuir para a expressão e desenvolvimento dos adolescentes, respeitando novos valores
•Organizar grupos de debates com profissionais de outras áreas envolvidas
•Identificar casos de depressão pós-parto e encaminhar para serviços de apoio
Mulheres
• Actuar na detecção, avaliação, acompanhamento e referenciação de casos de violência contra mulheres, abordando de forma preventiva
situações de violência
• Apoiar as mulheres no reconhecimento do problema da violência, propiciando espaços de escuta individual e colectiva nas unidades de
saúde, com o objectivo de identificar situações de risco e traçar medidas preventivas
• Identificar situações de risco, estimulando a mulher a procurar atendimento individual ou apoio em grupos de reflexão
• Promover a organização de grupos de mulheres e/ou de homens com a finalidade de trabalhar as questões de género, poder, violência,
fortalecimento da autonomia e formas alternativas de resolução de conflitos
• Facilitar o acesso a redes de apoio social (emprego, bairro, etc.), procurando a sua inclusão e promoção da cidadania
• Sensibilizar e responsabilizar os homens pelo seu comportamento e papel na família.
• Promover o reconhecimento social de modelos mais flexíveis de masculinidade e paternidade, factor importantes na construção de relações
afectivas e familiares mais saudáveis e igualitárias
Idosos
• Actuar na detecção, avaliação, acompanhamento e referenciação de casos de violência contra idosos, abordando de forma preventiva
situações de violência
• Promover o acesso dos idosos a uma vida social activa mediante formas de convívio e expressão, em centros comunitários, clubes de
convivência, associações culturais, de lazer e desportivas, valorizando a transmissão das suas experiências e histórias de vida aos mais novos
• Promover a participação em cursos de formação ou universidade da terceira idade e outras formas de estímulo ao desenvolvimento pessoal
• Referenciar os idosos a programas comunitários de apoio social
• (o estímulo à integração em acções comunitárias pode reduzir o custo social provocado pela hiper-frequentação dos serviços de saúde)
Pessoas portadoras de Deficiência ou Incapacidade
• Actuar na detecção, avaliação, acompanhamento e referenciação de casos de violência contra pessoas portadores de deficiência ou
incapacidade, abordando de forma preventiva situações de violência
• Estimular a família a incluir a pessoa portadora de deficiência física ou mental nas actividades quotidianas e de lazer, pois a interacção com
amigos e familiares facilita a sua aceitação e posterior integração com outros grupos
• Sensibilizar a família para as necessidades, como em qualquer pessoa, de sair de casa, dar passeios ao ar livre, ter cuidado com a alimentação
e com o corpo e, sobretudo, sentirem-se amados e apoiados.
• Orientar os familiares quanto às possibilidades de adaptar o ambiente para facilitar a mobilidade do portador de deficiência dentro e fora
de casa, favorecendo o convívio familiar e comunitário.
• Sensibilizar as famílias para o tipo de incapacidade ou deficiência, demonstrando que a rejeição e incompreensão podem torná-los
agressivos e infelizes e reforçando que também têm condições de serem educados.
• Sensibilizar a família para a necessidade de ensinar a discriminar situações de sedução e violência, recomendando em todo o caso, que
crianças ou adolescentes portadoras de deficiência não sejam deixadas a sós com estranhos.
• Orientar os pais ou responsáveis para não adoptar métodos disciplinares mais severos que promovam o medo pela ameaça ou coação
(exemplo, colocá-los no escuro ou amarrá-los - sejam eles portadores de deficiências ou não).
• Estimular os familiares a agir com tranquilidade e firmeza através do recurso a ordens simples e precisas.
• Recomendar aos familiares para que não façam comentários sobre determinados factos que possam causar constrangimento como urinar
na roupa ou na cama, babar, e que evitem expressões ofensivas como “burro”, “louco” ou “desastrado”.
• No caso de pessoas com perturbações do comportamento (agitação motora intensa, agressividade ou apatia), orientar os familiares para a
compreensão do diagnóstico, evitando factores que possam desenvolver ansiedade
• Estimular os familiares a pedir ajuda a vizinhos e amigos, quando necessário.
• Ter em atenção que as pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade vítimas de violência muitas vezes podem ter dificuldade ou estar
impossibilitadas de solicitar ajuda, pelas suas limitações motoras, mentais ou sensoriais.
• Identificar e encaminhar situações que a integração em unidades de saúde ou mesmo centros de reabilitação, visando a estimulação
neuromotora, apoio médico, fisioterapêutico, psicológico ou social.
Texto extraído e adaptado de:
Violência Intrafamiliar - Orientações para a Prática em Serviço, Ministério da Saúde, Brasil

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