o processo de referenciação em “uma festa de cultura”

Transcrição

o processo de referenciação em “uma festa de cultura”
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
O PROCESSO DE REFERENCIAÇÃO EM “UMA FESTA DE
CULTURA”: UMA FORMA DE INTER-AÇÃO ENTRE LEITOR E
PRODUTOR DO TEXTO.
Flávia Aparecida Soares (UNIFRAN)
[email protected]
RESUMO: Este artigo é um recorte de nossa pesquisa de dissertação e visa à análise do processo de
referenciação em textos publicados no blog do Folhateen: http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br/.
Esse blog compreende um espaço de interação entre os leitores e é publicado às segundas-feiras na Folha
de São Paulo. Os textos publicados no blog, embora editados, apresentam características marcantes da
construção textual adolescente. Especificamente, neste artigo faremos a análise do texto “Uma festa de
cultura”. A escolha desse texto se justifica pelo fato de ele apresentar uma escrita dinâmica e concisa o
que possibilita que ele seja facilmente compreendido pelo leitor. O trabalho busca respaldo nas teorias da
Linguística Textual e em autores que se dedicam à análise do processo de Referenciação na construção de
textos. Observamos, a partir da perspectiva adotada e da análise do texto por nós escolhido, que a
Referenciação deve ser entendida como escolhas dos sujeitos e revela as atitudes, crenças, ideias,
opiniões, valores e etc.; que eles têm em relação às coisas mundanas e como eles se posicionam como
sujeitos no mundo em que vivem.
PALAVRAS-CHAVE: Blog do Folhateen; Linguística Textual; Referenciação; sujeitos.
INTRODUÇÃO
Neste artigo nos propomos à análise do processo de referenciação no texto “Uma
festa de Cultura”1 publicado no blog do Folhateen, e para isso, conforme Mondada e
Dubois (2003), consideramos que a mudança da expressão referência por referenciação
sugere muito mais que uma mudança de nomes.
De acordo com Cavalcante (2011), o termo referenciação surgiu na Suíça, a
partir dos estudos de Mondada (1994); que ao conceber a linguagem como atividade
discursiva cria a expressão objetos de discurso, para designar que as coisas do/no
mundo, etc., não estão prontas e nem são definidas a priori, mas são (re)construídas a
partir da interação verbal.
1
Texto recortado de nossa dissertação de mestrado em andamento pela UNIFRAN (Universidade de
Franca), intitulada: O Processo de referenciação em textos do blog do Folhateen
1
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
Nesse sentido, neste breve artigo pretendemos demonstrar como o autor do texto
em questão, utilizou/utiliza os referentes textuais e como os referentes utilizados por ele
representam a maneira que ele tem de se posicionar sobre determinado assunto; pois a
referenciação se relaciona às escolhas e à intencionalidade dos indivíduos/sujeitos ao
(re)construírem os objetos de discurso e consequentemente, ao (re)elaborarem seus
textos, haja vista que os indivíduos não são apenas seres de carne e osso, mas,
principalmente sujeitos sócio cognitivos.
LINGUAGEM: DA REFERÊNCIA À REFERENCIAÇÃO
A preocupação no que tange aos usos da linguagem é muito antiga, e, por muito
tempo ocupou a mente dos filósofos, bem antes de interessar aos linguistas. De acordo
com Araújo (2004), já os estoicos, no século I antes A.C. e antes deles, Platão2 e
Aristóteles3, ao refletirem sobre as questões relacionadas à linguagem distinguiam entre
expressão, conteúdo e referente.
Araújo (2004) ressalta que, segundo Santo Agostinho (354-430) não poderia
existir significado se não existisse referente, de modo que o conhecimento não era
consequência das palavras e expressões, e sim, do fato de elas remeterem a alguma
coisa. “A palavra, que, antes do aprendizado, era som, torna-se sinal, não pelo fato de se
aprender o seu significado, e sim pelo fato de se aprender a que ela se refere, sua
denotação”. (ARAÚJO, 2004, p. 22).
Tendo em vista essa questão, Cavalcante (2011) postula que a referência se
relacionava à capacidade dos indivíduos de atribuir às palavras o sentido que elas
podiam denotar, ou seja, elas eram consideradas uma forma de representar o mundo
real.
2
“Para Platão a linguagem exige-se que se pense o (real) como tendo existência própria, independente”
(Cavalcante, 2011, p. 14).
3
“Para Aristóteles eram as próprias coisas da realidade, as quais afetavam o espírito de modo semelhante
(universal) para todas as pessoas” (Cavalcante, 2011, p. 15).
2
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
Em consonância com a autora postulamos que a linguagem não é um espelho da
realidade, as escolhas linguísticas realizadas pelos indivíduos enquanto sujeitos sociais,
tanto em uma instância discursiva oral quanto escrita representam as atitudes, crenças,
ideias, pontos de vista, valores, etc.; que esses sujeitos têm de pensar e ser no mundo.
Nesse sentido consideramos de fundamental importância distinguir entre referência e
referenciação:
A questão da referência é um termo clássico da filosofia da linguagem, da
lógica e nestes quadros, ela foi historicamente posta como um problema da
representação do mundo, de verbalização do referente4, em que a forma
linguística selecionada é avaliada em termos de verdade e de correspondência
com ele (o mundo). A questão da referenciação opera um deslizamento em
relação a este primeiro quadro: ela não privilegia a relação entre as palavras e
as coisas, mas a relação intersubjetiva e social no seio da qual as versões do
mundo são publicamente elaboradas, avaliadas em termos de adequação às
finalidades práticas e às ações em curso dos enunciadores. (MONDADA,
2001, apud KOCH, 2005, p. 34).
É no interior dessas operações, que os interlocutores elaboram os objetos de
discurso, ou seja, as entidades não devem ser vistas como expressões referenciais que
denotem os objetos do mundo e sim como entidades produzidas pelos participantes
numa interação verbal. Dessa forma, a (re)elaboração de textos e de referentes ou
objetos de discurso é uma forma de inter-ação entre os interlocutores, haja vista que ao
ler ou interpretar textos, o leitor pode manifestar concordância ou não com as ideias
defendidas pelo autor.
O sentido entre as palavras e as entidades do mundo não está elaborado/pronto,
ele é (re)construído no instante da interação verbal em que os sujeitos-sociais partilham
de seus conhecimentos e valores. Dessa forma, postulamos que a linguagem seja vista
como um fator constitutivo, produzida e articulada mediante a relação entre as pessoas,
coisas, objetos, etc.; e sua relação com o/no mundo.
OS PROCESSOS DE REFERENCIAÇÃO
4
Consideramos em nossas análises a expressão referente e objetos de discurso como sinônimas, o que
confirma que o nosso pensamento está em consonância com a noção de objeto de discurso proposta por
Mondada (2005) e, ao mesmo tempo, nos afasta da noção de referente como sendo um objeto da
realidade.
3
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
Por questões de espaço, neste artigo discorreremos sobre a classificação
tipológica dos processos de referenciação textual, apenas pretendemos demonstrar como
a (re)construção de referentes ou objetos de discurso é importante, pois representa a
forma que os indivíduos se postulam como sujeitos e como eles se (re)escrevem como
pessoas no mundo em que vivem e inter-agem com outros indivíduos/sujeitos.
Para compreendermos melhor os processos de referenciação, tomaremos como
relevante a concepção adotada por Mondada e Dubois (2003), de que a relação entre
linguagem e realidade pressupõe uma relação estreita com a exterioridade em que a
língua deva ser vista como um mecanismo da interação verbal.
Mondada (2001) postula que os objetos de discurso não devem ser confundidos
com a realidade extralinguística, visto que são (re)construídos no processo de interação.
Em concordância com a autora as coisas não estão prontas no mundo, elas são
(re)nomeadas constantemente, de modo que a realidade é (re)construída na medida em
que os sujeitos sociocognitivamente interagem com (no) mundo.
Ao analisarmos os fenômenos relacionados à referenciação, não podemos deixar
de considerar os aspectos cognitivos e linguísticos, visto referirem-se a práticas
discursivas em que o papel dos sujeitos é o de expressar por meio da linguagem uma
elaboração de eventos sociais. Analisada em meio a práticas sociais e a situações de
interação, a língua não é mais considerada um produto, tendo em vista que ela não
representa fielmente a realidade, mas sim, colabora para a (re)elaboração dessa
realidade. Os eventos ocorridos no mundo são (re)elaborados constantemente e têm
como finalidade atingir determinados objetivos e não outros.
NOÇÕES PERTINENTES DE TEXTO
Koch (2009), em uma primeira tentativa de definição de texto, considera que os
“textos são resultados da atividade verbal de indivíduos socialmente atuantes, na qual
estes coordenam suas ações a fim de alcançar um fim social, de conformidade com as
condições sob as quais a atividade verbal se realiza”. (KOCH, 2009, p. 26).
4
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
Para a autora o texto deve ser compreendido como parte dos processos mais
globais de comunicação, ou seja, mediante sua construção, elaboração e verbalização.
a. a produção textual é uma atividade verbal, a serviço de fins sociais e,
portanto, inserida em contextos mais complexos de atividades.
b. trata-se de uma atividade consciente, criativa, que compreende o
desenvolvimento de estratégias concretas de ação e a escolha de meios
adequados à realização dos objetivos; isto é, trata-se de uma atividade
intencional que o falante, de conformidade com as condições sob as quais o
texto é produzido, empreende, tentando dar a entender seus propósitos ao
destinatário através da manifestação verbal.
c. é uma atividade interacional, visto que os interactantes, de maneiras
diversas, se acham envolvidos na atividade de produção verbal. (KOCH,
2009, p. 26).
A autora ressalta que, a partir os textos são provenientes do processo de
interação verbal e que são elaborados a fim de atingirem determinadas práticas sociais.
Os textos não podem ser designados como produtos, mas sim como um processo visto
que é através do processo de (re)construção textual que o texto se cria, ou seja, que ele
se constitui de fato um texto.
OS TEXTOS DO BLOG DO FOLHATEEN
O blog do Folhateen, atualmente conta com a colaboração de vinte e nove jovens
que têm entre 13 e 19 anos e publicam diversos comentários sobre o caderno, além de
textos de própria autoria. De acordo com os editores do blog, os textos escritos e
postados pelos jovens, embora editados não são modificados, ou seja, eles apenas
passam por algumas correções ortográficas o que garante a originalidade dos textos.
Consideramos o http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br/ um site interativo
que, ao reproduzir os textos escritos pelos jovens que compõem a Folha, colabora para a
expansão do pensamento consequentemente para a forma como esses adolescentes interagem com (no) mundo e como se posicionam como sujeitos.
Gostaríamos de esclarecer que no blog do Folhateen os jovens postam desde
comentários sobre filmes, músicas, etc., vídeos e entrevistas com pessoas famosas e
também, textos de própria autoria que abordam temas diversificados nos quais os
5
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
adolescentes visam expor suas atitudes, crenças, opiniões, pontos de vista, valores, etc;
(re)construindo dessa forma novos/outros referentes textuais. Por isso demos prioridade
à análise do processo de referenciação nesses textos.
Em concordância com Koch (2001), salientamos que os textos não devem ser
considerados apenas um modo de armazenar e representar informações: eles não são
apenas transcrições linguísticas de elaborações, estruturas e processos cognitivos, mas
sim, as mais diversas formas de cognição textual.
Incluem-se aí todos os modos de uso comunicativo de formas coletivas do
conhecimento, que necessitam ser considerados como formas de distribuição
comunicativa do conhecimento: somente assim, nas sociedades modernas, o
conhecimento coletivo complexo pode reivindicar validade e relevância
social. Isto é, os textos são, por um lado, formas de elaboração, diferenciação
e estruturação de conhecimento e, por outro, formas de controle, crítica e
transformação, bem como de constituição e apresentação ("retoricamente"
orientada) do conhecimento, visando ao que, em termos bakhtinianos, se
denominaria uma comunicação responsiva ativa. Todo o conhecimento
declarativo de nossa sociedade é (com exclusão daquele que se traduz em
números ou fórmulas, primariamente lingüístico, ou melhor, conhecimento
textualmente fundado). (KOCH, 2001, p.6).
A (re)construção de referentes e objetos de discurso está enraizada nos
conhecimentos e valores que o autor/produtor adquire ao longo de sua vida, e que
embora haja textos semelhantes e sujeitos que compartilhem alguns pontos de vista.
Acreditamos que um texto jamais se repete, pois os indivíduos não são máquinas
responsáveis pela reprodução de conhecimentos, mas sim, sujeitos que buscam através
de seus textos expor sua maneira de agir, manifestar, representar e ser no mundo em que
vivem.
A (RE)CONSTRUÇÃO DE REFERENTES OU OBJETOS DE DISCURSO NO
CORPUS SELECIONADO:
De acordo com Koch (2001), um texto deve ser entendido como um processo
que se (re)constrói mediante a relação estabelecida entre os indivíduos numa situação de
interação Tendo em vista essa questão, consideramos que a língua somente se efetiva de
fato, pela capacidade que os indivíduos/sujeitos têm de relacionarem-se uns com os
6
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
outros e relacionarem-se com/no entorno social a fim (re)elaborarem o conceito das
coisas e o próprio conceito de mundo.
Ao escolhermos o texto “Uma festa de cultura” para a análise temos o intuito de
demonstrar como o adolescente/produtor desse texto se posicionou/posiciona em
relação ao evento ocorrido e como ele utilizou/utiliza os referentes textuais a fim de
cooperar com a leitura do texto.
TEXTO DE ANÁLISE
Uma festa de cultura
Na última quarta [1], fiz [2] a viagem de formatura [3] com o colégio [4] para a cidade de Paraty [5].
Nesse mesmo período [6] em que ficamos [7] lá [8] a cidade [9] organizou a Flip [10] (Feira Literária
Internacional de Paraty) [11]. Com hotéis e pousadas lotados [12], até o camping [13] em que ficamos
[14] --distante do centro [15]-- estava bem movimentado [16].
Paraty [17] tem um clima [18] muito gostoso e aconchegante [19], seja pelas pracinhas [20] e feirinhas
[21], seja pelo povo hospitaleiro [22] e praias lindas [23] --principalmente a Paraty-Mirim [24]. A viagem
de escuna [25] pelo litoral [26] é maravilhosa [27], pois podemos mergulhar em alto mar [28] próximas a
praias desertas [29].
À noite [30], os barzinhos são ótimos[31] para curtir com os amigos [32], mas é necessário uma boa
espera [33], já que por causa da Flip [34] estavam lotados [35]. As baladas são excelentes [36] e variam
no preço [37]. Dinhos’ Bar [38] é um lugar simples, mas aconchegante [39], com boas músicas [40] para
dançar. Já o Paraty [41] é mais caro [42], com bandas ao vivo [43], que atraem várias pessoas bonitas
[44].
O festival é bem organizado [45], espalhando cultura [46] pela cidade toda [47] e para todas as faixas
etárias [48]. As crianças [49] se divertiram com histórias contadas [50] em um teatro improvisado [51]
próximo à praça central [52] da cidade [53], em que ao anoitecer [54] ficava lotada [55] com dançantes
casais [56] ao som de música ao vivo [57].
Os preços dos ingressos da Flip [58] variam de R$ 10 a R$ 40 [59]. Infelizmente, eu [60] não tinha
ingresso [61] para a Flip [62] --estava louco [63] para ir na tenda do João Ubaldo Ribeiro [64]-- e os que
restavam [65] não me interessavam [66]. Mas por sorte, descobri em uma área [67] que chamavam de
Flipzona [68], um festival de curtas muito interessante [69] em que os jovens da cidade [70] atuaram nos
filmes [71] e o próprio diretor [72] comentava sobre os curtas [73].
Como ponto negativo do festival [74], vejo apenas a falta de policiamento [75], principalmente de
madrugada [76], no horário de saída[77] das baladas e barzinhos [78]. Por recomendação dos professores
[79], andávamos todos juntos [80]. Por sorte, não aconteceu nada de mal [81].
Fica a dica [82] para quem gosta de cultura [83] e quer conhecer uma cidade maravilhosa e aconchegante
[84]. Ano que vem [85] retornarei [86] para a Flip [87], e, se tudo der certo, com ingresso em mãos [88] e
maioridade no RG [89].
Por Rodolfo P. Vicentini
Visite o site do Folhateen
Escrito por Mayra Maldjian às 17h26
7
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
A (RE)CONSTRUÇÃO DE REFERENTES EM “UMA FESTA DE CULTURA”
Conforme mencionamos, não tínhamos/temos a pretensão de fazer uma
classificação tipológica dos referentes utilizados em “Uma festa de cultura”, porém,
para que o leitor não se sinta perdido em meio às informações por nós tecidas, optamos
por sinalizar com [ ], no texto todos os referentes (re)elaborados pelo autor. Dessa forma
nosso leitor entende(rá) que as expressões assinaladas entre colchetes consistem em
escolhas realizada realizadas pelo produtor do texto e são formas de referenciação
textual.
A escolha do texto “Uma festa de cultura” como sugestão de análise neste artigo,
se deve ao fato de o considerarmos dinâmico, conciso e de fácil interpretação por
qualquer tipo de leitor, principalmente pela maior parte dos leitores que se interessam
pelos textos publicados no Folhateen, ou seja, por leitores adolescentes.
No texto em questão, o autor desejou/deseja demonstrar o que ele achou da Flip,
como se sentiu na cidade de Paraty, como ele considerou/considera a postura dos
policiais que estavam trabalhando no evento, como é a cidade em geral, o
funcionamento dos barzinhos, os conselhos dos professores e etc.
Gostaríamos, entretanto de esclarecer que os referentes ou objetos de discurso
utilizados pelo autor do texto não representam uma realidade absoluta/única de
(re)elaborar os acontecimentos da Flip e a cidade em gera, eles apenas confirmam a
instabilidade dos objetos de discurso e o pressuposto de que: em um texto o
autor/produtor deseja alcançar determinados objetivos ou pontos de vista específicos e
por isso, (re)constrói em seu texto determinados referentes textuais e não outros.
O texto ora apresentado desperta/despertará um interesse maior e terá seus
sentidos apreendidos com mais facilidade por leitores/adolescentes que têm interesses
em comum com os do autor do texto. Porém, salientamos que, outros leitores que, no
mínimo partilhem dos conhecimentos do autor/produtor também são capazes de
(re)elaborar a partir do texto sugerido outros/novos textos e utilizar adequadamente os
referentes ou objetos de discurso em seus textos.
8
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
CONSIDERAÇÕES (QUASE FINAIS)
Buscamos neste breve artigo, embasados na Linguística Textual e em alguns
autores que têm como foco pesquisas acerca da teoria da Referenciação, refletir a
relação entre os sujeitos, linguagem emundo e as diversas formas que os
indivíduos/sujeitos utilizam para defender suas atitudes, crenças, ideias, opiniões,
pontos de vista, valores e etc.
Contudo, gostaríamos de salientar que o trabalho é apenas mais uma tentativa de
demonstrar que a Linguística Textual e a teoria da Referenciação são imprescindíveis
para a (re)construção dos objetos de discurso, e que os textos disponíveis no
http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br podem representam a maneira como os
adolescentes/produtores de textos (re)elaboram os referentes ou objetos de discurso.
Ressaltamos também que, por questões de espaço, muitos aspectos no que diz
respeito aos processos de (re)elaboração dos objetos de discurso não foram discutidos
e/ou problematizados aqui. Porém, isso não impede que o nosso leitor se interesse em
aprofundar sobre o assunto.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS NO TEXTO
ARAÚJO, I. L. Do signo ao discurso: introdução à filosofia da linguagem. São Paulo:
Parábola, 2004.
BLOG
DO
FOLHATEEN.
Disponível
<http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br/>. Acesso em 17 de julho de 2011.
CAVALCANTE, M. M. Referenciação sobre coisas ditas e não ditas.
Edição UFC, 2011. [No prelo].
em
Fortaleza.
KOCH, I. G. V. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2009.
______. Referenciação e orientação argumentativa. In: ______; MORATO, E. M.;
BENTES, A. C. (Orgs). Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, 2005. p. 33-52.
______. Linguística Textual: Quo Vadis? DELTA [ONLINE], v. 17, special issue, São
Paulo.
2001.
Disponível
em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-.
10.1590/S010244502001000300002. Acesso em 1º junho 2011.
9
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
MONDADA, L. A referência como trabalho interativo: a construção da visibilidade do
detalhe anatômico durante uma operação cirúrgica. In: KOCH, I. G. V.; MORATO, E.
M.; BENTES, A. C. (Orgs). Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, 2005. p.
11-31.
______. DUBOIS, D. Construção dos objetos do discurso e categorização: uma
abordagem dos processos de referenciação. In: CAVALCANTE, M. M.; RODRIGUES,
B. B.; CIULLA, A. (Orgs). Referenciação. São Paulo: Contexto, 2003. p. 17-52.
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
APOTHÉLOZ, D. Papel e funcionamento da anáfora na dinâmica textual. In:
CAVALCANTE, M. M.; RODRIGUES, B. B.; CIULA, A. (Orgs). Referenciação. São
Paulo: Contexto, 2003. p. 53-84.
______; CHANET, C. Definido e demonstrativo nas nomeações. In: CAVALCANTE,
M. M.; RODRIGUES, B. B.; CIULA, A. (orgs). Referenciação. São Paulo: Contexto,
2003. p. 131-176.
ARAÚJO, I. L. Do signo ao discurso: introdução à filosofia da linguagem. São Paulo:
Parábola, 2004.
BAKHTIN, M. (V. N. VOLOCHINOV). Marxismo e filosofia da linguagem. 10. ed.
São Paulo: Hucitec, 2002. (título original, 1929).
BENTES, A. C. Lingüística textual. In. BENTES, A. C.; MUSSALIM, F. (Orgs).
Introdução à lingüística: domínios e fronteiras. 4. ed. V. 1 São Paulo: Cortez, 2004, p.
245-282.
BLOG
DO
FOLHATEEN.
Disponível
<http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br/>. Acesso em 17 de julho de 2011.
em
BRAIT. B. (Orgs). Bakhtin, dialogismo e construção do sentido. Campinas: Ed. da
UNICAMP, 1997.
CARDOSO, S. H. B. A questão da referência: das teorias clássicas à dispersão de
discursos. Campinas: Autores associados, 2003.
CARVALHO, M. A. F. O funcionamento textual-discursivo dos rótulos em artigos de
opinião. 2005. 286f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Estadual de
Campinas, Campinas.
CAVALCANTE, M. M. Referenciação sobre coisas ditas e não ditas. 2011. [No prelo].
______. Anáfora e dêixis: Quando as retas se encontram. In: KOCH, I. G. V.;
MORATO, E. M.; BENTES, A. C. (Orgs). Referenciação e discurso. São Paulo:
Contexto, 2005. p. 125-149.
10
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
______. Os demonstrativos e seus usos. REVISTA PERSPECTIVA, Florianópolis, v.
20, n. 1, p. 157-181, jan./jun. 2002. 25 p.
______. Demonstrativos – uma condição de saliência. In: II Congresso Internacional da
ABRALIN, Fortaleza, 2001. 6 p.
______. Expressões indiciais em Contextos de Uso: por uma caracterização dos dêiticos
discursivos. 2000. 218 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife.
______; RODRIGUES, B. B.; CIULLA, A. (Orgs). Referenciação. São Paulo:
Contexto, 2003.
CIULLA E SILVA, A. Os processos de referência e suas funções discursivas: o
universo literário dos contos. 2008. 207f. Tese (Doutorado em Linguística) –
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
CONTE, M. E. Encapsulamento anafórico. In: CAVALCANTE, M. M.; RODRIGUES,
B. B.; CIULLA, A. (Orgs). Referenciação. São Paulo: Contexto, 2003. p. 177-190.
COSTA, J.; SILVA, F. M. C. Os anos 1990 na Gramática Gerativa. In: BENTES, A. C.;
MUSSALIM, F. (Orgs) Introdução à lingüística: fundamentos epistemológicos. V. 3. 2.
ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 131-164.
COSTA VAL, M. da G. Redação e Textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
CUSTÓDIO, V. F. Expressões referenciais em textos escolares: A questão da
(in)adequação. 2006. 187f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade
Federal do Ceará, Fortaleza.
FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2006.
______; KOCH, I. G. V. Lingüística Textual: Introdução. São Paulo: Cortez, 1983.
FILHO, V. F. D. Gênero textual dissertação: Um caso de referenciação anafórica. 2006.
165 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Federal de Pernambuco,
Recife.
FRANCIS, G. Rotulação do discurso: Um aspecto da coesão lexical dos grupos
nominais. In:
CAVALCANTE, M. M.; RODRIGUES, B. B.; CIULLA, A. (Orgs). Referenciação.
São Paulo: Contexto, 2003. p. 191-228.
GERALDI, J. W. et al. (Orgs). O texto na sala de aula. 4. ed. São Paulo: Ática, 2006.
______. Da redação à produção de textos. In: Aprender e ensinar com textos de alunos
(Coord.) de CHIAPPINI, L. São Paulo: Cortez, 1997.
GOMES, E. M. M. O fenômeno anafórico e a identidade da referência. Caderno de
Estudos Linguísticos. UNICAMP, São Paulo. set/dez. 2008. p. 1-10.
GONZALES, E. B. S. S. A referenciação nas crônicas de Otto Lara Rezende. 2009.
120f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade de Franca, Franca.
11
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
KOCH, I. G. V. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2009.
______. A referenciação como construção sociocognitiva: o caso dos rótulos. Revista
de Estudos Lingüísticos. UFMG. Belo Horizonte, Vol. 16, nº. 1, jan./jun. 2008. 13 p.
______. Rotulação: uma estratégia textual de construção do sentido. Revista
Calidoscópio. Unisinos. Vol. 4. nº 2. P. 85-89 mai/ago. 2006. 5 p.
______. Referenciação e orientação argumentativa. In: ______; MORATO, E. M.;
BENTES, A. C. (Orgs). Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, 2005. p. 33-52.
______. Introdução à linguística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
______. Desvendando os sentidos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
______. Linguística Textual: Quo Vadis? DELTA [ONLINE], v. 17, special issue, São
Paulo.
2001.
Disponível
em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-.
10.1590/S010244502001000300002. Acesso em 1º junho 2011.
______. Argumentação e linguagem. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
______; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo:
Contexto, 2010.
______. Ler e compreender os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2009.
KOCH, I. G. V.; CUNHA-LIMA, M. L. Do cognitivismo ao sociocognitivismo. In:
BENTES, A. C.; MUSSALIM, F. (Orgs). Introdução à lingüística: Fundamentos
epistemológicos. 2. ed. V. 3. São Paulo: Cortez, 2005. p. 251-351.
KOCH, I. G. V.; MARCUSCHI, L. A. Processos de referenciação na produção
discursiva. DELTA [ONLINE], v. 14, n. especial, 1998. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010244501998000300012&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 1º junho 2011.
LIMA, S. M. C. Recategorização metafórica e humor: uma proposta classificatória. In:
CAVALCANTE, M. M. et al (Orgs). Texto e discurso sob múltiplos olhares:
Referenciação e outros domínios discursivos. V.2. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007. p. 74103.
LOPES, C. A. K.; SOUSA, F. M. M.; As seqüências textuais e os processos de
referenciação anafórica no gênero anúncio. In: CAVALCANTE, M. M. et al (Orgs).
Texto e discurso sob múltiplos olhares: Gêneros e seqüências textuais. V.1. Rio de
Janeiro: Lucerna, 2007. p. 74-103.
MARCUSCHI, L. A. Anáfora indireta: O barco textual e suas âncoras. In: KOCH. I. G.
V.; MORATO, E. M; BENTES, A. C. (Orgs). Referenciação e discurso. São Paulo:
Contexto, 2005. p. 53-101.
______. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 2. ed. São Paulo: Cortez,
2001.
12
Web - Revista SOCIODIALET O • www. sociodialeto.com.br
Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
IS SN : 2 17 8 -1 4 86 • V ol u m e 1 • Nú m er o 6 • f e v er ei ro 20 12
Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho
______. Referenciação e progressão tópica: Aspectos cognitivos e textuais. Revista do
GELNE. Vol. 2. Nº 2. 2000. 11 p.
______. Linguística textual: O que é e como se faz. V.1. Recife, UFPE, 1983. (Série
Debates).
MONDADA, L. A referência como trabalho interativo: a construção da visibilidade do
detalhe anatômico durante uma operação cirúrgica. In: KOCH, I. G. V.; MORATO, E.
M.; BENTES, A. C. (Orgs). Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, 2005. p.
11-31.
______. DUBOIS, D. Construção dos objetos do discurso e categorização: uma
abordagem dos processos de referenciação. In: CAVALCANTE, M. M.; RODRIGUES,
B. B.; CIULLA, A. (Orgs). Referenciação. São Paulo: Contexto, 2003. p. 17-52.
NASCIMENTO, S. C. A. de. Processos de referenciação discursiva na redação de
vestibulandos da UFMS. 2003. 228 f. Tese (Doutorado em Linguística e Língua
Portuguesa) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Araraquara.
OLIVEIRA, M. M. R. Práticas de discurso e de leitura em blogs jornalísticos. In:
NASCIMENTO. E. M. F. S.; OLIVEIRA. M. M. R.; LOUZADA. O. M. S. (Orgs).
Processos educativos em diferentes linguagens. Franca: UNIFRAN, 2006. p. 129-146.
(coleção mestrado em Linguística, V. 1).
PEZATTI. E. G. O funcionalismo em lingüística. In: BENTES, A. C.; MUSSALIM, F.
(Orgs). Introdução à linguística: Fundamentos epistemológicos. V. 3. 2. ed. São Paulo:
Cortez, 2005. p. 165- 218.
SILVA, F. M. Um estudo com base nos blogs mais acessados no Brasil. 2009. 158f.
Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) – Universidade Estadual
Paulista, Araraquara.
SILVA, B.V. A relação entre referenciação e argumentação. 2008. 193f. Dissertação
(mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.
TRINDADE, M. M. Um estudo léxico-conceptual da meronímia. 2006. 134f. Tese
(Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ZAMPONI, G. Estratégias de construção de referência no gênero de popularização da
ciência. In: KOCH, I. G. V.; MORATO, E. M.; BENTES, A. C. (Orgs). Referenciação
e discurso. São Paulo: Contexto, 2005. p. 169-195.
______. Processos de referenciação: anáforas associativas e nominalizações. 2003.
256f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Estadual de Campinas,
Campinas.
Recebido Para Publicação em 30 de dezembro de 2011.
Aprovado Para Publicação em 23 de janeiro de 2012.
13

Documentos relacionados