21/11/2014 - Edição 43 - Grupo de Poetas Livres
Transcrição
VENTOS DO SUL Revista do Grupo de Poetas Livres www.poetaslivres.com.br Difundindo a Poesia e fazendo Amigos Uma Revista sem prazo de validade Ano XVI- nº 43— Agosto a Dezembro de 2014 Distribuição gratuita aneio o dev o ç a pia, r Eu ab ade da uto digo d ili o o có a. Da ut g s a r érci anto Enqu lidade da in ti Da inu Eu so u por c um pere gr au Eu so sa do am ino or, u a tr is por c ausa teza da do r. Um No bleca Po ator ute d é e i Nu s sufo traiç mem ão, ca m óri mo tod a aa me nto gló ri de exp a los ão. Sou o fim da caminhada não o fim do caminho, Sou taça quebrada não o fim do vinho á, cer r, n e ina ert e p germ m te do ão o n semen estan s. r u o a ão ut O f o ver ora n s frut o r b que to em olher i u ac M par i aqu Sublimando poesia Vou levando a vida assim. Vou cantando melodia Pra não ser o fim do fim... caucifi i! r c u q e a e ãos Eis-m s tuas m a Lava me. lma nta a a e m i l a r lor O amo beija-f o , r a t c eja... O né terno s e , m i s s E que a Alzemiro Lidio Vieira (São José, SC 9-9-1943 e Florianópolis, SC, 27-10-2013) Montagem fotográfica de Edmar Almeida Bernardes, do GPL. (Tratamento em preto e branco por Eloah W. Naschenweng) Homenagem ao nosso poeta, ator, artista plástico, membro de duas Academias de Letras que, com suas cantilenas, encantava a todos em suas apresentações artísticas. A Revista Ventos do Sul, nesta edição, o homenageia com o 10º Concurso de Poesias on-line. Sumário: GRUPO DE POETAS LIVRES Fundado em 13 de abril de 1998, por Maria Vilma Nascimento Campos e alguns abnegados. No ano de 2014 completa 16 anos de ininterruptas atividades. É uma entidade privada, sem vínculos partidários ou religiosos e sem fins econômicos. Seus Projetos, Concursos e Publicações dão-lhe notoriedade não só no Estado de Santa Catarina, bem como no Brasil e no exterior por onde a Revista Ventos do Sul viaja com as poesias de seus membros e de amigos. Reúne-se todas as 5as.feiras,a partir das 19.30 horas, na Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho(vide endereço no Expediente). Para participar, o poeta deverá ter disponibilidade de horário e ter produção em poesia. Possui estatuto e regimento interno. Possui a Oração do Poeta, Canção aos Poetas, Hino dos Poetas Livres, Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”, Bandeira e Troféu Garapuvu, todos instituídos por Portarias. Seus poetas ao representarem o Grupo em solenidades, são identificados por sua Medalha. Lei de Utilidade Pública Estadual n. 14.560, de 01.12.2008, proposta pelo deputado Júlio Garcia, assinada pelo Governador Luiz Henrique da Silveira e Utilidade Pública Municipal n. 5.671, de 26.05.2000, proposta pelo vereador André Freyesleben, assinada pela prefeita Angela Amin. Embora possua as duas leis, não recebe subvenção social, sobrevivendo da colaboração de seus poetas. Possui membros Efetivos, Correspondentes e Beneméritos. *** Capa / Alzemiro Lidio Vieira. Dados administrativos / 2 Oração do Poeta / 3 Hino dos Poetas Livres / 3 Canção aos Poetas / 4 Editorial / 5 Uma canção de Amor para Alzemiro / 6 10º Concurso On-line—Prêmip Alzemiro Vieira / 7 a 9 Obras em Destaque 1— Zeli Maria Dorcina / 10 Obras em destaque 2 —Júlio de Queiroz / 11 Amigos Poetas / 12 Projeto Construindo Versos e Pensamentos / 13 Obras em Destaque 3 — Aldo Nora / 14 Projeto Construindo Versos e Pensamentos / 15 e 16 Homenagem a Maria da Anunciação Pereira / 17 Colaborações de Associados e Amigos —Edmar Bernardes/ 18 Poetas Daqui, Dali e Acolá / 19 Oficinas em Reuniões do GPL :Sorteio de Palavras / 20 Descobrindo Jovens Poetas / 21 Colaborações de Associados e Amigos — José Isaac Pilati / 22 De braços abertos...estamos! / 23 As Cartas de Celestino (Prof.Celestino Sachet) / 24 De braços abertos...estamos! / 25, 26 e 27 Colaborações de Associados e Amigos—Jorge Behr / 28 Aos Poetas Mortos...Lari Franceschetto / 29 Artigos Especiais — Carlos Piccoli / 30, 31 e 32 Recordação...A morte de um poeta / 33 Poetas do Grupo de Poetas Livres / 34 a 44 Biblioteca Maria Vilma Nascimento Campos / 45 Aconteceu / 46 e 47 Contracapa / 48 ##### (*)A logomarca do GPL, na capa desta Revista, foi idealizada por Hiamir Polli, uma das fundadoras do Grupo. Caros associados, mantenham em dia suas colaborações; só assim o GPL poderá continuar sua trajetória, que é difundir a poesia e fazer amigos. Os autores publicados nesta Revista, respondem pela autenticidade dos seus escritos. A fundadora do Grupo de Poetas Livres, Maria Vilma Nascimento Campos, Presidente-Perpétuo do Grupo, com Alzemiro Lídio Vieira, patrono do 10º Concurso On-line “Prêmio Alzemiro Vieira de Poesias”. 2 EXPEDIENTE: Revista Ventos do Sul Organização e Editoração: Profa. Maura Soares Revisão: Eloah Westphalen Naschenweng Sede:Biblioteca Pública Municipal Prof.Francisco Barreiros Filho, rua João Evangelista da Costa 1160,Estreito. Fone (48) 3271 7914 CORRESPONDÊNCIA: Presidente do GPL: Eloah Westphalen Naschenweng Av. Patrício Caldeira de Andrada, 581 apto 202 Abraão – Residencial Victória Cep 88085-150—Florianópolis, SC ###### Profª Maura Soares — Editora da RVS Av. Patrício Caldeira de Andrada,581 apto 306 – Abraão Residencial Victória Cep 88085-150 - Florianópolis,SC Fone (48) 3249 6082 [email protected] A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com versos de rima plástica. Pablo Picasso. EDITORIAL Final de ano é a ocasião propícia para fazer um balanço das atividades, avaliar o que foi feito, o que se deixou de fazer e o que ainda está por vir. O GPL fecha o ano com um saldo positivo. A poesia persistiu e fluiu promissora. Nossos poetas, na liberdade sem limite de espaço, trouxeram a essência do seu olhar e fizeram da palavra o seu caminho. Esta edição nº 43, assim atesta em suas 48 páginas. A revista divulga poesias de todos os membros efetivos, correspondentes, amigos e homenageados do GPL. Durante este ano festejamos o lançamento das obras dos associados (as) : Júlio de Queiroz, Antônio Carlos Pereira, Doralice Rosa de Souza Silva e Zeli Maria Dorcina. O Projeto “Construindo Versos e Pensamentos”, com suas quadras e as poesias “Trem da Vida”, “Busco a Luz de seus Olhos”, abriu um leque de inspiração , ideias diversificadas e poéticas. A Oficina “Arte e Interpretação de Texto” ministrada pela atriz e poeta, Zeula Soares, acrescentou técnica e encanto as poesias declamadas em apresentações do Grupo. As visitas ao asilo “Irmão Joaquim”, fortaleceram e tocaram o coração dos nossos poetas levando beleza, esperança e lazer aos idosos asilados. O “10º Concurso On-line Prêmio Alzemiro Vieira de Poesia” do GPL, tem seu resultado divulgado nesta edição. O Concurso é lançado anualmente, para participação de poetas brasileiros e estrangeiros. Neste ano recebemos inscrições da Capital, diversos municípios do nosso Estado, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Brasília, Goiás, Portugal e Japão. Desta forma, firmamos e reafirmamos o compromisso do GPL de trazer, periodicamente, até você leitor, coparticipe de nossas palavras através desta Revista, nossa poesia e a nossa emoção para que possa no imaginário, criar e recriar nossa partilha poética. Eloah Westphalen Naschenweng Presidente do GPL Pensamento Deixa teu pensamento / Voltear / Disperso / Imerso No universo. Deixa teu pensamento /No nevoeiro/ Suspenso/ Inteiro e Solitário. Em outras esferas / Sem sombras / Que assombram/ Desce teu véu / Espia o céu. Eloah [In Relicário, pág. 79] O flamboyant nasceu no jardim da casa à direita. Sua copa atravessou a rua cobrindo, com suas belas flores vermelhas, uma rua de Itaguaçu. Foto:Maura 3 Oração do Poeta (*) Hino dos Poetas Livres Dá-me, Senhor, as palavras certas para que eu possa expressar o amor pela vida e pela humanidade. Dá-me inspiração para mostrar que somos todos irmãos. Aponta-me, Senhor, o caminho da compreensão do mundo. Permite-me apresentar as belezas da vida,as dores do mundo, as injustiças sociais e exprimir o que me vai na alma. Autoriza-me a falar as verdades do coração. Abençoa, Senhor, minhas palavras para que possam atingir aqueles que amam a vida e a Arte. Faz com que todos sintam, por meu intermédio, que só o Amor maior pode revolucionar o mundo E que esta revolução de Paz Venha por meio da Poesia. Zeula Soares (julho de 2009) (*) Autoria de Zeula Soares, do GPL. Instituída através da Portaria 02/2009, assinada pela Vice-presidente Heralda Victor, em 7 de Agosto de 2009. A E7 /. Faz bem sonhar A Poetar é bom F#m E A No GPL tenho união, amor e paz./. (estribilho) C#7 F#m Com a rima penso a vida EA Com o metro ajudo a fala F#m Bm Nos versos livres meu coração EA Vai ao teu e diz assim: DA Poetas Livres, meu grupo amado F#m Bm Que me transporta e me aconchega EA Com ternura noite e dia. F#m Bm Nas linhas do “Ventos do Sul” EA Meus escritos dizem paz Bm E A Voando em rumo do saber que o amor traz. Bm E A Dizendo ao mundo a oração da poesia. (*) Hino Oficial do Grupo, letra e música de José Cacildo Silva. Instituído por Portaria n. 3/2009, de 4 de setembro de 2009, assinada pela vice-presidente Heralda Victor. José Cacildo Silva Zeula Soares 4 CANÇÃO AOS POETAS Música: Adair Lima Letra: Áurea Baldissera G C Brilha uma estrela G Antes do sol se pôr C G Vida presente D/F# G Um pensador Aurea de Mello Baldissera, em Campos Novos. Foto:Maura G C Prantos contidos G Juras de eterno amor C G Um sol nascente D/F# G CDG Supera a dor G É assim que vivemos C G Sem medo de sonhar C G Livres podemos D/F# G Poetizar MOTIVO (...) Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: — mais nada. Maestro Adair Lima e Áurea, quando do lançamento da obra “Desdobrando”. Foto:Maura A “Canção aos Poetas”, composta pelo Maestro Adair Lima com letra da associada e 1a.Tesoureira do GPL, Áurea de Mello Baldissera, foi apresentada em primeira mão dia 24 de abril de 2014, quando das comemorações dos 16 anos de atividades do Grupo; posse da Diretoria Biênio 2014-2016 e palestra da jornalista Yula Jorge sobre a vida e a obra da poeta goiana, Cora Coralina. A Canção aos Poetas incorpora-se ao acervo do Grupo e aos seus símbolos, a saber: Oração do Poeta, Hino dos Poetas Livres, Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”, Bandeira e Troféu Garapuvu. O agradecimento de toda nação GPL aos compositores. Cecília Meireles 5 HOMENAGEM UMA CANÇÃO DE AMOR PARA ALZEMIRO Alzemiro Lídio Vieira, nosso Poeta, nasceu em 9 de setembro de 1943 e nos deixou em 27 de outubro de 2013. Como testemunho, relato que ele foi o primeiro a se apresentar no — até então — pequeno palco do Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, local sede do Grupo de Poetas Livres. Estávamos, eu e Zeula Soares, integrando a Associação de Amigos da Biblioteca, recém ativada por nós e um grupo de amigos do então Secretário Regional do Continente, Engenheiro Manoel Philippi, quando Maria de Lourdes Philippi, irmã do Secretário e integrante da AABM, deu ideia de se fazer eventos tendo como ingresso um livro, eis que a Biblioteca estava carente em seu acervo. E assim foi. Organizamos com o diretor da época, Roberto, um pequeno cenário e Alzemiro e uma cantora lírica Neusa, fizeram o espetáculo. Poemas foram apresentados entremeados com belas canções. Foi o primeiro passo para Alzemiro novamente reunir-se às amigas do Grupo Armação — Zeula e eu —. Depois, ele ingressou no Grupo de Poetas Livres, no ano 2000. Fez mais uma performance solo em tributo a Cruz e Sousa, como convidado da AABM. Cresceu o acervo da Biblioteca com estes belos trabalhos, digno de um grande poeta e artista. Ergo então a minha taça e brindo este ser maravilhoso que foi Alzemiro, notável artista plástico, ator teatral integrante do Grupo Armação, membro das Academias de Letras Desterrense e São José e membro efetivo do GPL. Incomparáveis foram suas performances artísticas, com suas cantilenas, seu jeito de abrir os braços em cruz como se elevando nas súplicas dos sofrimentos que seus poemas retratavam ( e retratam pois sua obra perdura ). Quando da homenagem do GPL, pelo seu falecimento em 2013, apresentei um poema intitulado “A poesia não morre”(2012), que transcrevo: A POESIA NÃO MORRE... A Poesia não acaba quando um poeta morre. Desde tempos imemoriais ela existe. Está presente na água da chuva que bate e rebate numa lata formando sons; no sorriso de uma criança; na paisagem de um trigal ondulado pelo vento; no som das cordas de um violão quando o cancioneiro o dedilha e oferece a música à sua amada. A Poesia não morre quando o poeta volta para Casa, dando por cumprida sua meta em divulgá-la, em encher o coração das pessoas de pureza, de sensibilidade, de amor. A Poesia não morre quando viaja o poeta para lugares que só em sua mente ela vivia e depois a transformava em forma de versos e a deixava para a posteridade. A Poesia não morre quando morre um poeta. Sua existência aqui neste planeta é finita, mas seu espírito viaja ao que é desconhecido para nós, mas que ele sabe que sua passagem é transitória, pois quando parte vai rever do outro lado seus rios, seus montes e cascatas que tanto o inspiraram em seus versos. A Poesia não morre quando morre um Poeta... Maura Soares Aos 25 de abril de 2012, 08.45h Ao Alzemiro, que é homenageado com o 10º Concurso On-line Prêmio Alzemiro Vieira de Poesias, a minha Canção de Amor a este irmão amado, cujo carinho com que ele e a família sempre me dedicaram, não tem preço. Imagem captada por Edmar em 2004, na entrega do Troféu Maricota de Literatura Catarinense, pela Academia Blumenauense de Letras, na Feira de Rua do Livro de Florianópolis. Na foto estão Maria da Anunciação Perera, Maura, Alan Rutkowski Bernardes, Maria Jarlete Guimarães, Heralda Victor, Renata Soares e os amados Licinho Campos e Alzemiro. Momento ímpar com os dois poetas que nos deixaram, porém legaram suas obras cheias de Amor. (ms./) Foto: Edmar Almeida Bernardes 6 10º CONCURSO ON-LINE PRÊMIO ALZEMIRO VIEIRA DE POESIAS Concurso veiculado pelo site do Grupo, de 15 de agosto a 15 de outubro de 2014, contando com a participação na Comissão Avaliadora de Eloah Westphalen Nascheweng, Presidente da Comissão, Maura Soares, Áurea de Mello Baldissera, Vera Portella e Zeula Soares, foram analisadas 102 obras enviadas 50 internautas de Porto (Portugal); Rio de Janeiro, São Paulo, Saitama (Japão), Bahia, Rio Grande do Sul, Brasília (DF), Santa Catarina e Goiás. Neste Concurso todos os participantes fizeram suas inscrições através do site www.poetaslivres.com.br/Concursos. Dia 10 de novembro a Comissão reuniu-se. Eis o resultado. 1º lugar: Adultos FLOR-DE-LIS Te quero comigo, como eu sempre quis, Para, tendo-te presa, envolta em meus braços, Despir teus pudores com gestos devassos, Decidido a buscar meu troféu Flor-de-Lis; Preencher com volúpia os cantos e espaços De teu corpo, a fazer-te minha meretriz; Ler nos teus olhos o que a boca não diz; Romper teus tabus, desatar-te dos laços E, submetendo-te a estranhos compassos, Flagrar em tua face o róseo matiz De ver-se rainha em poses servis, Por mim conquistada nos tons violáceos Das marcas dos beijos em pontos esparsos... Flor despetalada, vencida e feliz. NET 7 MARES (28.2.1948) Nova Friburgo, Rio de Janeiro 3º Lugar: Adultos 2º lugar: Adultos HÁ TANTO PARA AMAR Descansa aqui Sobrevoa o mistério da vida que percorre os interstícios das pedras Não te perguntes pelos ventos, as cores e as flores Vive nelas. O canteiro está dentro de ti Não importa de onde venham as flores e as estrelas Não te perguntes... Acalma o frio das respostas olhando só para elas Na exaustão dos porquês, tens as respostas no êxtase do teu olhar Revê-te nelas Tu, não sendo uma estrela, és muito maior que elas Pousa depois o teu olhar no regaço do Universo e tens toda a poesia num só verso Enche-te da paz que desce até ao umbral da tua porta e deixa entrar, ela e o luar Convida-a, se quiseres, para ficar Eis o belo da vida num só olhar: A companhia das estrelas que sentadas na tua escada vêm descendo calmamente de luz em luz. iluminando os teus olhos para depois tu e elas, contemplar E há tanto para amar! MARIA MANUELA BARROSO (25.10.1946) Porto, Portugal AQUELA RUA MENÇÃO HONROSA — 1: Adultos Eu nasci nessa bela e calma rua De casas antigas e silenciosas Onde mil jardins cobertos de rosas Faziam mais belas as noites de lua ECOS DE SAUDADES No entanto, como alguém que se perdeu Nos oceanos revoltos dessa vida Sinto agora que a criança ali nascida É outro alguém, não sou eu, não sou eu!... Pobre náufrago entre ondas borrascosas, Fui cativo das paixões imperiosas. E, contudo, eu nasci naquela rua De casas antigas e silenciosas Onde mil jardins cobertos de rosas Faziam mais belas as noites de lua... PAULO TORTORA (19.4.1947) Rio de Janeiro, RJ Eu preciso de alguém Que fique! Alguém que não passe E abrace comigo O poema da existência. No palco da vida te fizeste presente Circulaste pelas artes das mais diferentes Cantilenas, esculturas, poesias, belas obras primas Que esculpiste com teus sentimentos Nos deixando mais perto de ti, a cada instante Ouvi o trovejar da tua voz possante Nas tuas poesias e nos teus cânticos E o ecoar melodioso das tuas peças divinas Ainda a turbilhar longínquo e constante Nos deixando tuas gotas de afeto, como um acalanto Partiste porque era chegada a tua hora Viveste na vertente da vida o confronto De não querer ser o fim do caminho Mas o início de um novo caminhar infindo Quando o poeta é livre, nada lhe faz calar Os sentimentos que expressou em vida Ficam guardados num bom lugar Eternizado nos corações, de quem aprendeu a lhe amar IRATAN MARTINS CURVELLO (16.10.1960) São José, Santa Catarina (O poema da existência. Alzemiro, in ‘Mundo Neutro’, pág. 61) 7 10º CONCURSO ON-LINE PRÊMIO ALZEMIRO VIEIRA DE POESIAS MENÇÃO HONROSA — 2: Adultos MENÇÃO HONROSA — 3: Adultos O PÓ NA AREIA DA PRAIA VIOLEIRO Junto com a areia da praia Quero gritar a paz que tenho, Os imensos desertos solitários, Que se constroem de pura areia. A areia da praia me toma desprevenida, Me questiona, Me envolve, Me dissolve, Me faz virar pó, O pó que somos, Indissolúvel do barro, Que vem da terra, Tomba, Desfalece, Respira Ao vento, que passa sobre nós. Lá das funduras da noite, O violeiro olha o céu E implora que a lua lhe empreste seus versos. O poeta campeiro recita canções Molhadas de muito sereno. O fogo de chão se atiça, Fazendo uma dança infinita, De sombras inquietas, Chicoteando as gotas de orvalho, Que se agarram na relva. As labaredas espalham no solo Um manto de estrelas em chamas, Empolgadas com a melodia, Recolhida das cordas do violão. Uma plateia incandescente Saltita seus pingos brilhantes. São tantos pontos esfuziantes Em ruidosos aplausos solenes. Batem palmas com muito calor Aos poemas sonoros belos, Que brotam sinceros e puros Da alma singela do trovador. SUSANA ZILLI DE MELLO Florianópolis, SC PAULO ALBERTO DE MORAES (17.10.1955) Porto Alegre, RS CANTILENAS DE ALZEMIRO, da obra “Mutação”: Bloco Um Cantilena nº 1 Sublimando poesia Vou levando a vida assim. Vou cantando melodia Pra não ser o fim do fim... Alzemiro declama em uma das reuniões do Grupo. Na foto Zeli, Eloah e Antônia. Cantilena nº 2 Trago mantra, quero rezar, A vida encanta poetizar... A obra de Alzemiro, “Gotas de Afeto”, é dedicada às crianças. Colhemos um poema para ilustração. Cantilena nº 3 Trago em minha alma Cantilenas pra cantar, Sei que é noite Mas a aurora vai chegar... O SOLDADO DE CHUMBO Sou um soldado de chumbo um cara de bobão, Porque a minha granada É bolinha de sabão. Cantilena nº 4 O amor alimenta a alma O néctar, o beija-flor E que assim, eterno seja... Não sei fazer guerra Só sei fazer graça, Eu vim para brincar De criança na praça. [pág.39] Nada de angústia Nada de dor, A guerra que eu faço É guerra de humor. Criança na praça Te dou uma flor. (página 23) Com a profª Terezinha Junkes, ao receber o Troféu Manezinho da Ilha 8 10º CONCURSO ON-LINE PRÊMIO ALZEMIRO VIEIRA DE POESIAS 1º LUGAR: JOVENS SOFRI Sofri por uma pessoa que conheci. Iludi-me por ela e sofri. Gostei dela e me apaixonei. Apeguei-me a ele e sonhei... Lutei, tentei... Até sonhei, mas foi tudo ilusão. Assim meu coração não mais aguentou E ao chão se arremessou. Sonhei que com ela fiquei. Amei mais uma vez e me decepcionei. Iludi-me, então, mas ao final sorri. Amei mais uma vez e por ela lutei... Senti que chegou ao fim E assim fugiu tudo de mim... Por fim senti a diferença acontecer E foi assim que comecei a amadurecer... GRAZIELA SANTOS ARAGÃO (24.12.2000) São Paulo, SP 2º LUGAR: JOVENS POEMAS-CRIANÇA Quando pequena não sabia ler Ainda mais escrever Como poderia saber Se vivia a esconder? Cresci como uma semente Aprendi que todo mundo mente O crescimento é como andar Não se sabe onde vai parar À infância digo adeus Onde estão os sonhos meus? Agora digo dos teus Que são só teus. A minha jornada digo que é uma caminhada Ando sempre reto Achando que estou perto Quando crescer Difícil vai ser Ainda vou brincar E da infância lembrar. NATÁLIA DE SOUZA PINHEIRO (05.05.2001) Tijucas, Santa Catarina 3º LUGAR: JOVENS CASAS DE ANIMAIS Tartaruga mora dentro do casco Tatu mora num buraco na terra Caracol carrega a casa nas costas Formiga mora no formigueiro Por isso ela anda ligeiro. A girafa mora na floresta Tem a roupa colorida Com suas listras desfila na festa. O lagarto mora nas árvores O sapo mora na lagoa Por isso vive gritando à toa. Onde mora o camaleão? Eu ainda não sei não... Os animais mudam de casa Também fazem confusão Sei da história de uma tartaruga Que viajou...Ou morou...Num violão. VICTOR HUGO REIS (25.11.2001) Canelinha, Santa Catarina MENÇÃO HONROSA: JOVENS NATUREZA A natureza é tão bela, Como rosas amarelas Azul é a cor do céu Pintado com pincel. Os passarinhos tão bonitinhos Com ninhos... Cheios de ovinhos Resplandece a natureza Com plantas cheias de beleza. O verde das plantas Que até encanta A beleza das águas Que no mar deságuam. A nossa bandeira, a mais linda O nosso manto verde e azul Representa toda a riqueza Nossa beleza o Cruzeiro do Sul. SUÉLEN APARECIDA VOSS (12.04.1999) Guabiruba, Santa Catarina “Minha vida às vezes conturbada, embrutecida pelo cotidiano, torna-se bálsamo diante do que me fascina, e de tudo que faço: meu teatro, minha pintura, minha música, minha cerâmica, minha poesia. Amo o que faço e o que sou...escrever poesia infantil e infanto-juvenil foi resgatar a criança perdida nos mistérios de mim mesmo, através dos tempos.” Apresentação de Alzemiro sobre sua obra “Gotas de afeto”. (pág. 7) 9 OBRAS EM DESTAQUE ZELI MARIA DORCINA Lançado dia 10 de julho de 2014, no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal prof. Francisco Barreiros Filho, Versos que me acalentam, de Zeli Maria Dorcina, do GPL,reuniu um um seleto número de amigos que ouviram boa música e se confraternizaram na Sessão de Autógrafos. Além dos membros do GPL com sua presidente Eloah Westphalen Naschenweng, compareceram o Cel. Roberto Rodrigues de Menezes, da ALMESC; Fernando Cesar Gomes Machado, do INGESC; prof. Luiz Roberto Azambuja, Coordenador de Disciplina do Colégio Jardim Solemar; Susana Zilli de Mello, da ACALLE e ACPCC; Kátia Rebello, da ADL e ASAJOL. Abrilhantaram a festa os músicos Gian Claudio Medeiros e Cleiton Medeiros, com a bela música brasileira. Destaca-se o senhor Gilson José Botelho, patrocinador da obra, a quem Zeli rende seus emocionados agradecimentos. Transcrevemos trechos da apresentação da obra: Seus poemas curtos revelam a sua capacidade de síntese e num acalanto, transporta o Amor em cada um deles. Não se descuida, porém, em citar os menos favorecidos pela sorte nem da religiosidade em que o Ser Maior questiona onde havia ido parar a beleza do mundo e o porquê da destruição das coisas belas pelos homens. Palavras leva-as o vento, já disse um poeta, e Zeli se retrata em suas palavras desenhadas em seus poemas quando manifestase naquilo que cala dentro do seu ser, o reprimir de um sentimento que só a ela interessa, pois só ela sabe a quem aquelas palavras foram dirigidas. Sua primeira obra, embora esteja no Grupo de Poetas Livres desde sua fundação, demorou a chegar, mas veio com coerência, com certeza de que o AMOR em toda a sua essência é que move todos os seres em busca de suas realizações. Nos poemas curtos há um misto de amor e de saudade; um misto de dor também, mas que partiu deixando o coração contemplativo na certeza de que um outro virá para preencher o vazio. “Versos que me acalantam” é obra para se ler aos poucos agasalhando cada verso, acarinhando cada palavra no fundo do coração. Que o AMOR, como Zeli retrata, continue vencendo todas as barreiras. (ms./) SOU POETA Sou poeta Porque alguém teria Que definir o perfume Das flores Alguém teria que silenciar A dor do amor Alguém teria que preencher O vazio com um sorriso Alguém teria Que buscar o horizonte No abstrato Alguém teria que Perder-se na emoção. Zeli, feliz na sua Noite de Autógrafos. Zeli, Maria da Anunciação e Doralice Zeli nasceu em Florianópolis, SC, filha de Aradi Dorcina e Natalina Maria Dorcina. Fez parte do Conselho da Criança e do Adolescente e da Pastoral da Criança. Formada em Pedagogia pela UNIVALI de São José. Possui o Curso Técnico em Desportos, da UDESC, e se efetivou como Professora de Educação Física em São José. Atua como Professora de Educação Física no Colégio Jardim Solemar. Membro do Grupo de Poetas Livres desde sua fundação, em 1998. 10 OBRAS EM DESTAQUE JÚLIO DE QUEIROZ Dentre as obras lançadas por Júlio de Queiroz em 2014, destacamos Pelas frestas da caverna, obra organizada pela professora Salma Ferraz. Na contracapa, diz a professora Salma: Júlio é o teopoético por excelência, porque é a síntese destas duas áreas: Literatura e Teologia. Nas bordas, nas frestas, nas franjas destas duas grandes áreas, construiu sua obra. Homem de muitos saberes e muitos silêncios. Nas palavras de José Isaac Pilati Júlio é um arquimímico literário com um alegre sorriso de quem está no centro de um império de simplicidade. Na brilhante análise da obra de Júlio de Queiroz, realizada por Celestino Sachet no ensaio “Além da cortina da palavra”, Júlio é definido como Escritor-filósofo, teólogo escritor, que realiza com as palavras uma missa literária, e compõe poemas-oração. Faltava,no entanto, uma obra que reunisse suas palestras, discursos esparsos e dispersos em folhas, jornais, vídeos. Nos últimos dois anos, consegui reunir todo o material que apresento aos admiradores e amigos de Júlio de Queiroz. São ensaios com marca de literatura e poesia, que trazem reflexões filosóficas, teológicas,éticas, na tentativa de entender o homem, a literatura, este mundo e sua complexidade. Pelas Frestas da Caverna,os leitores de Júlio de Queiroz poderão admirar os feixes de luz de sua obra ensaística. Salma Ferraz — Organizadora O obra divide-se em seis partes: Ensaios sobre o Cristianismo, com A mulher na Humanidade; O belo e seu Criador; Evolução da compreensão da escatologia do Cristianismo; O casamento do Oriente com o Ocidente; O suicídio do cristianismo. Ensaios sobre Literatura e Poesia: Três aspectos da poética medieval; Dois sonetos e a 4ª elegia; O Logos e o Mytho; Um soneto de compensação de Shakespeare; Um poema do Romancero Gitano; Miséria e grandeza da poesia. Ensaios sobre Leitura e Ensino: A leitura como formadora da cidadania; A arte de ensinar; A língua no Brasil; Expressão verbal e brasilidade; As ferramentas do acadêmico doido. Ensaios sobre o Mundo :Oceanos enamorados; A família e seus assassinos; Admirável mundo novo; A verdadeira ameaça. Ensaios sobre a Morte: O fim do medo; O morrer e a morte; As traições de Deus; Casablanca — A Resistência do Mito. Em Discursos e Homenagens destaca o Discurso na Academia Desterrense de Letras, quando recebeu o Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense e o Discurso de José Isaac Pilati saudando Júlio pelo Prêmio recebido(2012); Ensaio do professor Celestino Sachet “Além da cortina da palavra”; a entrevista de Júlio ao Acadêmico Luiz Eduardo Caminha; entrevista ao acadêmico Liberato Manoel Pinheiro Neto e texto em Homenagem a Júlio de Queiroz, pelo escritor Luiz Carlos Amorim. Júlio cita em seus prêmios a Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos” que recebeu do Grupo de Poetas Livres. O Grupo de Poetas Livres encenou seu poema “Balada dos Já-com-terra” que apresentou no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho e no auditório da Biblioteca Pública do Estado. Definição de Poeta Biografia de Júlio de Queiroz Nasci no Espírito Santo Num lugar chamado Alegre. Mesmo assim fui sempre triste E procurado por Deus. Triste, à procura de Deus Que procurava por mim! O poeta autêntico, não importa qual a escola a que se filie, é aquele que contempla, num relance, a beleza indescritível do infinito que é o ser humano, e, alma arregalada de espanto, tenta transmitir essa beleza vista. Os poetas autênticos às vezes o conseguem. A maioria fica na metáfora. (Júlio de Queiroz, in Pelas frestas da caverna, pág. 12) 11 AMIGOS POETAS Divulgando suas obras POEMA DO LIVRO Angustiae thermopylarum in Graecia sunt* Meu em ti são olhos, que me fitam, de um transplante doloroso que não sara: meu livro, minha vida. Minha cara. Da plumagem da capa e da estante abissal me contemplas, ó harpia incompleta de me seres, sem mim e meus quereres, macho mãe tetraplégico de perder-te: dupla mentira de me voares. Quando suspendo teu corpo de papel, teu peso é da outra mão, amortecido: peso goro, de um relógio com meus dedos apontando pra outro tempo e outra vida. Do teu tempo e minha morte me contemplas, ó esquizofrenia completa de me seres, me lerem, me gorares, persa imortal em ti, de me matares: na angústia, enfim, de me Termopilares. *O Desfiladeiro dasTermópilas fica na Grécia. [In: Prelúdio, pág. 19] JOSÉ ISAAC PILATI (IHGSC,ACF,ADL,ACALEJ) AMOR DE CARNAVAL RECORDAÇÃO (*) Amor de poeta é carnaval Ensaio da vida sem ritual Bocas cheias de tempestade Olhares marejados de saudade. É neve fria em chama ardente Viagens loucas pelo continente São jogos de carinho,sedução Beijos de tirar o fôlego, paixão Coração que acelera de repente Se ver pensando nela, inconsciente... Ah... Esse amor é verão no inverno Sentimento fugaz, enquanto eterno. Palavras idealizadas na poesia Letras unidas sem tanta primazia Jardim da vida sem seus atores Palcos onde encenam as flores Mas esse amor é único, é especial É até mesmo mais que carnaval Ele é a mais perfeita imitação Daquele que todos sentem no coração. Recordo eu, aquele amor Que ainda hoje é todo meu. No regaço à sombra do jubaí em flor, Quanta esperança no refúgio acolhedor! Sentado pertinente às raízes rente, Onde as águas vinham banhar, Sem tardar Ela surgia tensa, pálida e fria, Suas mãos me oferecia para as minhas afagar. Oh, misteriosa Natureza de infinita beleza! Em Angical quase tudo ali mudou O eterno céu, o solo, o sóbrio arroio, O que restou. Petrópolis,RJ [participou do 9º concurso on-line] Como o tamarineiro eu também mudei Mas se puder tantas vezes lá estarei Tenho saudade das belas tardes Onde tanto amei. O poeta é a peça que falta, NÉLSON CARNEIRO(**) FILIPE JOSÉ MEDON AFFONSO aparentemente, na engrenagem social. Lindolf Bell [In:Devaneio — Meu Passatempo Poético, pág. 15] São José do Rio Preto,SC (*) Poema publicado na RVS n. 13. (*)A partir de 2014, Nelson Carneiro não é mais associado correspondente. Assim o quis em virtude de outros interesses. A ele, então, a homenagem publicando seu poema, em agradecimento por todos os anos de poesia. MAIS DO QUE DIZER QUE TE AMO Mais do que dizer que te amo é querer te tocar te abraçar com os meus olhos e tuas verdades enxergar Como eternos enamorados com os rostos colados Aproveitar o que a ingênua natureza me trouxe Como se criança ainda fosse Uma leve brisa imitando fantasmas Um convite ao acalento Enrolando nossos corpos e esfriando nossos ossos Já é momento de me recolher E em perfumados lençóis Ao teu lado me perder Assim a cena se passa em minha cabeça Ainda que eu não a mereça Nada me custa imaginar E desse modo passo então a te recriar Aparecida de Fátima Silva dos Santos Rodrigues São Paulo,SP [participou do 9º concurso on-line, 2013] Praia das Palmeiras, Florianópolis, SC Foto:Maura Dê a seu filho raízes. Mais tarde, asas. (Provérbio judaico) O Universo escuta e responde. (Carlos Piccoli) Os olhos são o idioma silencioso do Amor. (Miguel de Cervantes, 15471616) Escrever é enxugar as palavras até à morte. (João Cabral de Mello Neto) Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje.(Provérbio chinês) 12 Oficina: construindo versos ou pensamentos Oficina idealizada pela presidente Eloah W. Naschenweng, em que palavras ou expressões são sorteadas. Cada poeta elabora pensamento ou verso. Nesta edição da RVS foi escolhido o tema em reunião do dia 4 de setembro de 2014: PALAVRA–CHAVE: O TREM DA VIDA TREM DA VIDA O TREM DA VIDA Lá vai o trem!!! Ou será que ele vem?... Que importa? É o trem da vida Que tudo suporta. Rodando nos trilhos Pra lá e pra cá. É “Maria Fumaça”? Ou é vida sem graça... Carrega surpresas e decepções Alegrias, tristezas e revelações! É o trem da vida Transportando medos, Fantasias... segredos... Lá vai o trem... Ele grita nas curvas Solta fumaça... É o trem da vida! É vida que passa. Áurea de Mello Baldissera Soa em minha alma O som da despedida Adeus... Ecoa o trem da vida Anunciando a hora da partida Sem tempo Para melancolia Ou despedida Ecoando em meu peito Estraçalhando, dilacerando Sem jeito... Sem tempo Para um adeus... Um breve sorriso... Soa em minha alma O som da despedida Adeus... Ecoa o trem da vida Vai-se embora um poeta Sem a honra da despedida Finda aqui a história Sem começo e sem fim Hoje o sonho de um poeta Finda assim... O TREM DA VIDA Sem origem e sem destino, sigo o meu caminho. Vejo muitas direções... fico confuso Tenho medo, muito medo que estes trilhos me levem para algum lugar que não saiba voltar. Como as plantas, que aguardam ansiosas o abraço da primavera, espero por ti. Não importa o tempo, nem para que lado sopra o vento, daqui não sairei e por ti esperarei. Ainda que meu corpo vá embora, minh´alma aqui ficará, livre para te amar! Pode ser inverno, verão ou qualquer outra estação, minha vida será um passageiro permanente deste trem, que já aparece na curva para me apanhar. Antônio Carlos Rodrigues Chagas Espero que estejas lá... Sinval Santos da Silveira Nem o homem sábio nem o corajoso se deita nos trilhos da história para esperar que o trem do futuro o atropele. Dwight D. Eisenhower O TREM DA VIDA O TREM DA VIDA No horizonte o som já ecoa É o trem da vida chegando Ou partindo para qualquer lugar. O tempo só passa ... Você à deriva navegando lentamente, Devagar. O sonho que você sonhar não espera por você. Corre, é tempo de aproveitar, agarrá-lo, navegar. Sonhar é preciso. O trem da vida vai passar agora, trazendo e levando história. Gente saindo da sua terra, tentar a vida numa terra nova; outros voltando para a casa paterna, de saudade ainda choram. A vida é mesmo um trem, leva muita ilusão. Em cada parada, uma história de amor; muitas vezes desilusão. No trem não sabemos quem vai saltar; na vida tudo pode mudar. E a vida corre, corre sem parar ; todos querem o trem pegar. E lá vai o trem carregado de surpresa. A cada parada, vai ficando para trás gente que não pensou ou pensou demais, neste corre-corre desenfreado o tempo enganou. Hoje, o corpo cansado, atrás do trem ficou. Quanto tempo perdido esperando o trem passar; tão frágil e abatido, já não consegue mais o trem pegar. É o trem da vida que não espera Só passa ... Passa como vendaval que tira tudo do lugar, Levando para outros ares, Outros caminhos. Cuidado Viver é preciso, Caminhe, espere dias melhores se necessário Realize sonhos Viva a vida !! Stela Máris Alves Dirce Dias 13 OBRAS EM DESTAQUE ALFREDO NOGUEIRA FERREIRA (ALDO NORA) (*) ALDO NORA é o pseudônimo literário de Alfredo Nogueira Ferreira, nascido em Portugal (Vila Nova de Gaia, primitiva Portus Calem, e cujo nome deu origem a Portugal). Devido à guerra de 1939-1945, menino ainda, foi levado pelos pais ao Brasil. Em Pelotas,RS, após os estudos secundários, diplomou-se na Faculdade de Odontologia, onde lecionou Fisiologia. Estudou Direito na Domus Juris de Pelotas, o que lhe valeu mais uma disciplina em seu currículo de professor: Odontologia Legal. É Mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Exerceu a clínica dentária no Serviço Social da Indústria (SESI) durante quarenta anos. Casado com a professora Maria do Carmo, teve duas filhas, Maria de Guadalupe (médica) e Maria do Rosário (jornalista e tradutora). Cedo, dedicou-se ao estudo da Literatura. Participou de diversos concursos literários, recebendo premiações em vários estados brasileiros e em Portugal. Colabora, há vários anos, no Diário Popular, o jornal mais antigo de Pelotas e do Rio Grande do Sul. Pelo GPL, participou do 2º Concurso de Poesias “A natureza é onde mora a vida”, ano 2000, sendo agraciado com o 1º lugar na Categoria Acima de 50 Anos”, concurso que obteve a parceria com a Big Pan 24 Horas, Padaria e Mercearia, de Campinas, São José. Os poemas vencedores desse Concurso foram publicados na Revista Ventos do Sul nº 9, dezembro de 2000. Nesta Revista o poema vencedor e a versão ampliada publicada em O Verso. A obra em destaque O Verso - o novo evangelho de um mundo cansado e velho, lançado neste ano de 2014, tem por finalidade endereçamento às bibliotecas, às escolas e a entidades de cunho assistencial. A obra encontra-se à venda nas Livrarias Catarinense, no Recanto do Carinho, APAE, Florianópolis, Orionópolis de São José, por 10,00 (dez reais), cujo produto da venda reverterá em favor das entidades assistenciais citadas. *** “O Verso” tem o prefácio de Fábio Brüggemann e a Introdução pelo autor que faz uma análise sobre o Belo — Arte/ Poesia. “A arte...o toque mágico da individualidade levado aos páramos do infinito numa sucessão encachoeirada de emoções é, na verdade, a linguagem capaz de ser entendida pela heterogeneidade dos povos.” “Universal no tempo e no espaço, a arte convive com o homem, inspirando-lhe, soprando-lhe a flama imortal que lhe há-de projet’ar a vida além da vida.” Bela, em forma vazada pelo mais nobre e puro sentir, a arte transcende o humano, tem ressaibos de divino.” “O poema, fruto da forma e do conteúdo deve conduzir em sua melopeia ao ideal artístico - o Belo.” “A poesia é elaborada à base de ideias.” E as ideias constroem a mensagem que o poeta quer levar ao ledor. Poesia que nada diz não é poesia.” (...) A NATUREZA É VIDA 1º colocado na categoria acima de 50 anos, 2º Concurso de Poesias (GPL— Big Pan) “A Natureza é onde mora a vida”. Olha o azul do infinito E o azul turquesa dos mares! Olha o verde da campina E o verde sempre bonito Dos jardins e dos pomares!! Olha o encanto da floresta Com seus brados e rumores! Olha as aves multicores Nos seus voos e gorjeios Numa alegria de festa! Tela imensa de riqueza. Divina tela florida Em que a doce natureza Tem mais graça e tem mais vida O SORRISO DA NATUREZA Olha o azul do infinito E o azul turquesa dos mares! Olha o verde da campina E o colorido bonito Dos jardins e dos pomares! Olha a fonte borbulhante D´água pura e cristalina A correr de monte a monte! Olha o encanto da floresta Com seus brados e rumores! Olha as aves multicores Nos seus voos e gorjeios Numa alegria de festa! Olha a lua, a branca lua A tingir de prata os seios Da moça a banhar-se nua! Olha a beleza e a fragrância Do lírio da cor da neve Tremulando à brisa leve E a recender à distância! Olha o frescor e a pureza Dos campos e pinheirais E neles a singular reza Que é o pipilar dos pardais! E o sol rubro no poente Caindo no azul do mar Muito, muito lentamente. Visão de encanto e magia Não é noite, não é dia É cena que faz sonhar! Tela imensa de riqueza Divina tela florida Em que a alegre natureza Tem mais graça, tem mais vida. [págs.94 e 95] Alfredo Nogueira Ferreira (70 anos) (reside em Florianópolis desde os anos 90) Olha a lua - a meiga lua A tingir de prata os seios Da moça a banhar-se nua! >>>>>>> Sambaqui. Foto: Maura 14 Oficina: construindo versos ou pensamentos Palavra-Chave: O TREM DA VIDA O TREM DA VIDA TREM DA VIDA O trem da vida passou por aqui. Levou consigo lembranças, esperanças, saudades do que passou. Sem destino, parto. No trem da vida, silenciosamente, Espreito o mundo. Olho sempre além. Tenho fome de beleza, Do sol, da luz, do cheiro doce do sereno, Das flores do campo, do som do vento, E da alegria das tardes alvissareiras. Ao sabor do tempo Deixo para trás distantes fragmentos de emoção, Águas benfazejas, espaços vazios, E áridas memórias. Faço-me vontade, Reciclo meus sonhos, Aproveito a ventura da viagem. Na bagagem levo a sabedoria construída no passado e a audácia insaciável e apaixonante do futuro. Foram tantos os caminhos, Fui vivendo, Entre partidas, paradas e regressos. Mas o que encanta Mora dentro da alma, É a crença da esperança que comanda o coração. Eloah Westphalen Naschenweng Setembro 2014 O TREM DA VIDA Nossa vida é como um trem Embarcamos com ele, levamos temores e sonhos também. Se o momento exige pressa, não podemos empurrá-lo; porém se estivermos calmos,curtiremos seu embalo. Paramos na estação, corremos atrás da vida. Muitas vezes nem pensamos que ela é para ser vivida. Para mim falar de trem me faz sentir muito bem porque na realidade, desde a minha tenra idade até minha mocidade, viajei muito de trem. Ai, que saudades que tenho do tempo em que corria, naqueles vagões parados, brincando de esconder! O trem marcou minha vida, os áureos tempos da infância. Ouvia o apito do trem enquanto esperava meu pai que voltava de viagem, sempre trazendo presentes e alegria na bagagem. Se a vida era humilde nem me lembro, nunca senti, só sei foi muito feliz os anos que ali vivi. Era o meio de transporte da terra onde me criei; o progresso acabou com o encanto, e agora só ficaram os vagões onde outrora eu brinquei. O trem da vida só não levou a capacidade de amar que é eterna, que é abrangente, que mergulha fundo no ser humano e finca estacas no íntimo do ser. O trem da vida leva o supérfluo de cada um. A essência, o espírito, fica dentro de nós e garante a certeza de poder amar e ser feliz sem medo de pegar o Trem da Vida. 07/09/2014 e alterado em 09/09/2014 Zeula Soares O TREM DA VIDA Arrebata-me! Amor, desliza sobre meu corpo suplicante, como o trem de ferro. Quero amar! Ter um motivo para sorrir. Quão perfeito é o andar sobre os trilhos; quase sempre em linha reta. Quero ter um amor assim que tenha curvas suaves e jamais chegue ao fim; como o trem, que viaja sempre no mesmo caminho e, sempre, em cada estação deixa um pouco, mas recolhe outros tantos, como o amor que por vezes machuca; outras, nos torna felizes. Em cada estação deixamos um pouco de tudo, saudades,carinhos e, no envolvente murmúrio das rodas sobre os trilhos, lembro que alguém me espera. Um grande amor estará à minha espera na próxima estação e, se não o encontrar, andarei mais um pouco, pois o trem da vida não para, apenas descansa para que, seguindo viagem, nos mostre outras paradas.Mais belezas, menos distância. Embarque nessa viagem, o trem nunca para, o amor é estático quando somos amados. Não podemos nos mover. O amor imobiliza,nos torna prisioneiros das masmorras do desejo, derramando lágrimas amargas, açoitando nosso coração. É calor à flor da pele. É alma transpassada pela lança da paixão. E nesse trem da vida que carrega dentro de si tantas chegadas e despedidas, quero fazer uma viagem até o infinito, sempre a teu lado, meu amor! Vera Portella Adeus, meu trem encantado, que tantos sonhos levou. Hoje ainda recordo, com saudades e lembranças do tempo que já passou!! Olga Postal [Poesia baseada em uma frase que veio ao encontro do meu passado] [10.09.2014] 15 Oficina: construindo versos ou pensamentos Palavra-Chave: O TREM DA VIDA O TREM DA VIDA CONTRADIÇÃO O trem da minha vida Pra você eu vou contar Ele andava muito depressa Hoje anda mais devagar. Talvez seja um ponto No final do nada Um arco-íris sem cor Com linhas cruzadas. Terminaram os dias que corriam suaves A sinfonia cessou O Trem da Vida descarrilhou. Eu acho que está cansado Ou está querendo parar Eu não sei o que faço Para ele melhorar. Supostos sonhos que se arrastam Pelos caminhos infinitamente Um pouco que o bom tempo Nem sempre se faz presente. O TREM DA MINHA VIDA Vou pedir para o meu Mestre Para o meu trem consertar Para eu ter certeza Até onde eu posso chegar. Já fui em muitos lugares Sempre fui bem recebida Por isso tenho certeza Que a minha missão foi cumprida. O trem da vida passa Com olhares fixos pela janela Com uma bagagem de aprendizado Porém nada se leva dela. Agradeço aos meus pais E também aos meus irmãos Foram eles que me educaram Pra cumprir minha missão. Maria da Anunciação Pereira (Milton Nascimento) Aquela estação estava tão sombria. Anoitecia e o trem não vinha. Olhei a plataforma. Ainda chovia. Pensei não viajar... Um apito prolongado ensurdecedor Num ruído de trilhos anunciou A chegada do trem depois da hora. A porta se abriu e me deixei levar... Pelos vagões da vida viajei Atravessando a relva velozmente Em disparada ergueram-se montanhas Passei pelos caminhos apressadamente As plantações e rios ficaram para trás... Naquela turbulência pensei sair do trem, Mas quando ele parou em outra estação Senti o teu perfume. Ouvi o teu chamado. Gostei do teu sorriso. Amei o teu olhar E num singelo abraço encontrei a paz... Heralda Victor E os antes melodiosos dias, agora são demais Impossível conviver com eles. Airton da Silveira Filho Zeli Maria Dorcina O trem que chega É o mesmo trem da partida A hora do encontro é também despedida A plataforma dessa estação É a vida desse meu lugar O TREM DA MINHA VIDA Trevas, colisões,choques, trovões Todos os nossos momentos correndo em minha mente E fora uma paz mortal Um inferno suave Noite. Um silvo no ar. Ninguém na estação. E o trem passa sem parar. (Guilherme de Almeida) Maura,no trem da Linha CaçadorRio das Antas,SC, quando da inauguração do Museu do Contestado,1986 O TREM DA VIDA O trem da vida passa rápido, e com ele as nossas desventuras, os nossos dissabores, as nossas melancolias. O trem da vida também traz a música, a alegria, o abraço e o calor de um beijo, quando dois corações se encontram. Na plataforma ele espera os passageiros que com suas bagagens e sentimentos, se entregam no seu sacolejar. E o tempo passa com o trem da vida sem parada, pois quando ele resolve parar, acabam todas as nossas tristezas e a ventura de uma nova vida recomeça. Maura Soares 16 Homenagem a Maria da Anunciação Pereira 90 anos de Amor e Poesia Maria da Anunciação Pereira, Mulher de porte pequeno, nome de santa, poeta, em tudo nos encanta. Nas palavras e na simplicidade de suas narrativas, embala seus sonhos construindo seus versos, amparada nas suas memórias. Resgata no tempo, nas emoções, no sofrimento e, sobretudo, na fé, a sua longa trajetória. Presença constante nas reuniões do GPL, Maria em ritmo seguro e cadenciado, declama suas poesias traçando a realidade humilde do início de sua vida, com fartos laços de rima colorida. Nem as perdas foram capazes de tirar seu brilho e os ganhos ocupam espaços generosos na sua alma poética. Maria é assim especial, aquela pessoa que nos faz acreditar que na vida, por maiores que sejam as barreiras, no olhar do poeta será sempre uma eterna descoberta. “Quem confia no Senhor Não tropeça no caminho Passa porteira fechada, Passa cerca com espinhos.” Aplaudo, pois, esta admirável mulher, forte de espírito e de fibra, que fez e faz da caminhada de 90 anos uma pequena trilha e desta esfera de tempo uma bela lição de vida. Eloah Westphalen Naschenweng Presidente do Grupo de Poetas Livres - GPL DOCE CAIPIRA Meu povo peço licença pra história que vou contar. Vou falar de uma mulher que nasceu num bom lugar. Ela cresceu lá na roça, pras bandas do Arraiá. Desde pequenininha começou a trabalhar. Mal começou a andar e dá-lhe trabalho a fazer. Aprendeu a capinar, tanger os bois, tirar leite das vacas pra que toda a família seu café pudesse tomar. Foi crescendo, mas não muito, porque ficou bem baixinha. Foi crescendo devagar. Aprendeu a costurar, bordar, fazer muita coisa em crochê e aprendeu a tricotar. Aprendeu até a benzer como se faz no sertão. A ler e escrever, não aprendeu não. Foi criada pra casar, pra procriar filhos e viver para a família. Só que essa mulher era uma poetisa nata Seus oito filhos crescidos foram todos estudar. E pra ela escreviam os poemas que ditava, sem parar. E nela o desejo crescendo de um dia aprender a ler. Esse dia chegou aos sessenta e sete anos! Uma filha bem formada disse com emoção - Mãe, chegou a hora de aprender a lição. No Mobral vou te inscrever. E lá foi ela como criança realizar sonho de infância. Desde então, não parou mais. Hoje, chegando aos noventa diz seus poemas de cor coisa que muito jovem não consegue nem tentando, talvez porque sua cabeça esteja em outro lugar. Quero prestar homenagem a esta mulher de fibra que tem todo o carinho da família, dos amigos e do Grupo de Poetas Livres que vive a representar. Parabéns, Maria da Anunciação Pereira, também chamada de Glória pra provar a capacidade de a todos encantar. De Zeula para Maria, com admiração. Zeula Soares [Escrita em 16.07.2010 e adaptada para os noventa anos de Maria Pereira] 17 Maria nasceu em Palhoça, a 4 de setembro de 1924. Viúva, oito filhos, foi alfabetizada aos 67 anos. Recitava de cor suas poesias para que seus filhos colocassem no papel. Participou da Oficina de Teatro, no Theatro Adolpho Mello, de São José, SC. Em 2003, recebeu o Troféu “Mulheres com Arte”, pela Fundação Franklin Cascaes, pelo Dia Internacional da Mulher. O GPL a homenageou dando o título do concurso on-line de Trovas e Quadras e também em página na Revista Ventos do Sul. Receosa em pertencer ao Grupo dado o seu pouco estudo, foi recebida com carinho, pois todos perceberam sua alma pura, seu jeito em poetar e apresentar de cor seus longos poemas em quadra. Com Doralice Silva e Maurília Freitas, Maria encantou e encanta —quando elas se reúnem— com o Grupo As Fantásticas, ocasiões em que temos música e dança e, de permeio, a poesia. Apresentaram-se nos mais diversos lugares onde havia reunião não só de idosos, mas em teatros, auditórios e salões. A RVS homenageou o trio dando as características de cada uma e carinhosamente as chamamos “As Cajazeiras”, pela alegria que transmitem, pela sinceridade, pela singeleza de seus cantos e versos. Maria então completou 90 anos! A RVS,mais uma vez, reverencia esta fantástica Mulher. Maria,abençoada por Deus, que colocou em todas as mãos dos seres humanos, sua letra: M= mãe, mensageira, maviosa, mansa, menina, “Simplesmente Mulher”. (Maura) Na festa dos 90 anos. Sentadas: Zeula, Maria, Heralda. De pé: Maura, Leuzi, Eloah, Doralice. (6.9.2014) Maciambu Colaborações de Associados e Amigos Edmar Almeida Bernardes (*) A Internet e a Folha de Bananeira Certa vez um professor de jornalismo dedicou boa parte da aula para enaltecer o mais recente e extraordinário meio de comunicação — a Internet. Dizia o professor: “a Internet não tem mais volta, ela está aí e não podemos desprezá-la. Hoje em dia tudo pode ser encontrado na Internet, desde as mais variadas informações,em todas as áreas do conhecimento humano, a grandes magazines que vendem todos os tipos de produtos, sem falar nos sites de pequenos negócios e os particulares que chegam aos milhões. Para facilitar a vida dos usuários da Internet existem os sites de busca para torná-la mais prática e democrática. Portanto, nos consideremos privilegiados com o advento da Internet, que nos tem proporcionado as maiores transformações de todos os tempos. Que saibamos aproveitar tão valiosos benefícios para levar a informação para facilitar nossas vidas”. Após a fala do professor seguiu-se acirrado debate centrado nos benefícios e malefícios do imenso universo que é a WEB. Não partilhei do debate. Os meus pensamentos se voltaram para o passado quando eu ainda era criança morando nos grotões do sertão do Ceará. Lá não existia transporte nem estrada e nenhum aparelho eletrônico por onde a informação pudesse percorrer. Mas nem por isso a informação, quando necessária e importante, deixava de chegar ao seu destinatário. Lembrome de tantas vezes que levei para lá e para cá preciosas informações escritas em folha de bananeira. Era minha mãe em casa e meu pai distante o dia inteiro, trabalhando na roça, constantemente “plugados” numa folha de bananeira. Os dois não se importavam com o meio de comunicação, mas com a sustância da mensagem. Apesar de ainda não saber ler fui testemunha de muitas emoções marcadas por lágrima e sorrisos que brotavam de seus olhos e de seus lábios ao ler e escrever mensagens gravadas com gravetos em folhas de bananeiras. Diante de meu silêncio sepulcral o professor instigou-me a falar. Saí então do meu mundo de recordações e voltei-me para o mundo real e rematei: a tecnologia ajuda a empurrar a informação, isto ninguém pode negar. Porém, o que mais importa é a qualidade da informação. Se ela é boa tanto pode trafegar pela Internet ou por uma folha de bananeira. Finalizei com um velho ditado:”É inútil mandar um rio parar de correr, a melhor coisa a fazer é aprender a nadar a favor da correnteza”. (06.10.2006) (*) Edmar Almeida Bernardes é Jornalista, Fotógrafo, Policial Federal aposentado, Romancista, Cronista, Contista e Poeta. Foi responsável pelo site do GPL quando membro efetivo. Atualmente empresta seu talento jornalístico à Federação Espírita Catarinense. Sua obra “Do abismo ao infinito” está nas 1000 Bibliotecas do Brasil. Conta a trajetória do menino pobre do sertão do Ceará até conseguir se formar em Faculdade e constituir família. Destino Caminha sem rumo Come o pão dormido Banha-se com água da chuva Dorme sob as estrelas Não canta Nem sorri Não sabe ler Nem escrever Assim vive o homem bestial Até se deslumbrar com o desabrochar de uma flor Para fazer seu primeiro poema E traçar o seu destino E. A. Bernardes 9.3.2007 Casario do Ribeirão da Ilha. Foto: Edmar Almeida Bernardes 18 POETAS DAQUI, DALI E ACOLÁ Abre-se, nesta RVS 43, uma página para mostrarmos poetas de outros continentes. Aqui Albano Martins, Poeta português com sua Antologia Poética “Oficio e Morada”, publicado pela Letras Contemporâneas, de Florianópolis. Da obra Versejando, Antologia de Poesia Popular do Concelho de Avis, Portugal, o poeta Dinis Reis Sutil Muacho, de Aldeia Velha. Também o norteamericanoT.S.Elliot, San Luis(Missouri,26.9.1888); Pablo Neruda(Espanha); Luis Delfino(Santa Catarina,Brasil) ; Gustavo Tisocco(Argentina); Luis de Camões (Portugal). A MARGEM DO AZUL (1982) CERTEZA OS SEIOS Eu te baptizo: hidrângea é teu nome — cesto de água, idioma e intriga do perfume. Tengo la certeza de que mi abuelo Pedro se quedó dormido y me lo robaron barcos piratas. Nunca te vejo o peito arfar de enleio, quando de amor ou de prazer te ebrias, que não ouça lá dentro as fugidias aves, baixo alternando algum gorjeio... Sabido es que estos bárbaros aglutinan fortunas, trofeos, tesoros... **** Tu estás do outro lado. Há pêssegos, laranjas sobre a mesa. GUSTAVO TISOCCO Presenças tangentes ao desejo. **** De ti fiz a harpa e a lira, a guitarra. Outra música não sei. ALBANO MARTINS Poeta português [In: Ofício e Morada - Antologia poética,pág. 36] Aves são, e são duas aves, creio, que em ti mesma nascera, e em ti crias, ao arrulhar de castas melodias, no aroma quente e ebúrneo do teu seio; Buenos Aires, Argentina [In: Cicatriz, pág.9] LXXXI (...) Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos. Irás, iremos juntos pelas águas do tempo. Nenhuma viajará pela sombra comigo, só tu, sempre-viva, sempre sol, sempre lua. (...) PABLO NERUDA, Cem sonetos de amor têm de uns astros irmãos o movimento, ou de dois lírios, que balouça o vento, o giro doce, o lânguido vaivém. Oh! quem me dera ver no próprio ninho se brancas são,como o mais branco arminho, ou se asas, como as outras pombas têm... LUIS DELFINO Florianópolis,SC,1834—Rio de Janeiro,1910 [In:Livro dos Sonetos, pág.49] OUTONAL Manhã do Alentejo, branquinha de geada Tão pura, da cor dos olhos de Deus. A serra santa é rainha entre plebeus Horizonte daqueles que não têm nada. Crepúsculo! Nasceu na nova alvorada Envolta em preces de leves breus Que guardará os sagrados beijos teus Sonhados p´ra mim, dessa boca abençoada. É Outono! As folhas vão tombando Uma a uma, como quem parte!... Como quem morre de saudade... E o terço posto em cruz, vou desfiando As mágoas à Dor, tornando-a na arte Suprema de meus reinos d´ansiedade! Dinis Reis Sutil Muacho (Nasceu em 6.1.1982 na freguesia de S.Lourenço, Portalegre. Reside em Aldeia Velha de Santa Margarida.Autor de “Poemas de um Cacarrusso”.) [In Versejando, pág. 34] Luis Delfino Luis de Camões Pablo Neruda AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER Amor é um fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer. LUÍS DE CAMÕES (Lisboa, 1524-1580) [In:Livro dos Sonetos, pág.16] CUATRO CUARTETOS CUATRO CUARTETOS IV Lady, whose shrine stands on the promontory, Pray for all those who are in ships, those Whose business has to do with fish, and Those concerned with every lawful traffic And those who conduct them. IV Señora, cuyo santuário se yergue sobre el promontório, Ruega por todos lós que van en barcos, aquéllos Cuyo negocio se relaciona con el pescado, y aquéllos Que se ocupan de todo tráfico lícito Y aquellos que los conducen. THOMAS STEARNS ELIOT, norte-americano Nascido no Missouri (USA)(T.S.Eliot) [In: Cuatro Cuartetos,versão de Vicente Gaos, págs 88 e 89] 19 OFICINAS EM REUNIÕES DO GPL Sorteio de palavras É prática do Grupo promover exercícios ou oficinas entre seus membros ou proporcionar, quando convidado, em escolas e ou grupos literários. Sob nova direção, novas oficinas. Construindo Versos ou Pensamentos , ideia da Presidente Eloah W.Naschenweng em que os membros do Grupo sorteiam uma palavra e a partir dela, um poema ou um pensamento surge. O resultado da Oficina apresentado dia 14 de agosto, aqui publicamos, com as palavras-chave e seus autores. FELICIDADE Somos reféns do tempo, o devorador. Logo, temos o dever de aproveitar e, se possível, prolongar o máximo os momentos felizes, os quais denomino Felicidade. Antônio Carlos Pereira POESIA O gosto do seu abraço Com cheiro de poesia Veio curar o cansaço Que o meu corpo sentia. Áurea de Mello Baldissera *** CORAÇÃO Meu coração é pequeno Eu sou pequena também Eu amo todos vocês E a todos eu quero bem * Se meu coração falasse Diria porque estou sofrendo Como ele não fala Pouco a pouco estou morrendo. Maria da Anunciação Pereira *** ABRAÇO Pressente, sente apertado, ousado, delicado, porém sincero, quando receberes, acolhe na tua alma um abraço, um laço de braços e o amor materializado. Vera Portella *** BELEZA A felicidade que no tempo se perdeu, a encontrei na beleza de um sorriso que julguei ser só meu. Eunice Leite da Silva Tavares *** PALAVRAS Elas são infinitas. O Criador disse: Faça-se e o mundo se fez. Medite antes de pronunciá-las para que não se torne descortês. Entoe para que tenham som de violinos. Coloque-as como sementes e amanhã colherá flores em seus caminhos! Olga Postal *** ALMA Ânima. Alma. Espírito. O que há dentro de nós? Alma? Digamos que sim, para algumas religiões. Às vezes ela se agiganta, querendo sobrepujar o invólucro carnal que todos carregamos pelo chamado Planeta da Expiação. Também pode ser tratada de Espírito,recebendo denominações secundárias como espírito alegre, espírito triste... Tratemos então da alma, de salvá-la das arrogâncias da vida terrena,de preservá-la das incúrias, dos desânimos, dos desapontamentos, das tristezas, das tragédias. Ânima. Alma. Espírito. Seja qual for a nomenclatura,ela habita em nós como uma centelha do amor divino. Maura Soares FOTOS DE REUNIÕES *** FLORES Sobre a mesa, solitária acácia negra, destemida e sem perfume, exibe suas místicas e assustadoras folhas e flores, num ritual de magia, amor e saudade. Sinval Santos da Silveira *** MÃOS RECEITAS COM SABEDORIA Benditas são as mãos dos médicos, que prescrevem nas receitas os medicamentos para seus pacientes com sabedoria... Doralice Rosa de Souza Silva *** ESPERANÇA Atravessei caminhos inexplorados Percorri esquinas frias e estranhas No vazio do silêncio ouvi a voz da alma tocada de esperança e embalei meus sonhos. Eloah Westphalen Naschenweng 20 Descobrindo Jovens Poetas CENÁRIO DE AMOR RIO DE SANGUE Foi ao mesmo tempo: mesmo olhar, mesmo instante. Uma vida que se enche de sonhos Um brilho que salta dos olhos. enquanto corre na veia teu nome escrito em meu sangue o rio vermelho dos meus dias parece correr para o mar mas apenas principia talvez tu nem saibas ele nasce nas entranhas encarnadas com palavras que norteiam minha estrada e quando no obtuso do meu verso o lábaro do desejo se desfralda o sangue pulsa de verdade pois tem uma que tu não sabes é só isso que me cabe e se nas artérias do tempo eu consiga me perder gravado fica valeu a pena te conhecer Num mar de amor fui jogada, Sobrevivi às tempestades Fantasiadas de ausência Renasci quando a chegada Embriagava os olhos de espera. E no rito mais sublime: Ameaçada pela explosão de ósculos Acorrentados pelos nossos próprios braços Extasiados pela combinação de essências Mergulhados em solução lunática Afastados do mundo imundo Sombreados pela benção eterna. PAULA TAIZE MARQUES FILGUEIRA (20.02.1983) Terezinha, Piauí [Participou do 9º concurso on-line] RENATO VIEIRA OSTROWSKI (18.3.1951) Campo Magro. PR [Participou do 9º concurso on-line] MATARÁS A morte veio me buscar desse sofrer, beijou-me a face com seus lábios congelados; sussurrou-me sobre escolha e libertação. Disse-me que poderia ainda viver apenas se eu concordasse com seu contrato e me fez assassino de uma só canção: Matará a saudade como se mata sede quando a boca é água Matará a vontade como se mata fome quando o corpo é sal Matará o desejo como se mata tempo quando o amor é seu. Agora tenho vida eterna e solitária, nada tenho a temer ou ganhar ou perder. Vivo de amar sem amor, morrer sem saber. RODRIGO LOPES PEREIRA MELO (31.1.1980) Itajaí, SC [Participou do 9º concurso on-line] SE UM DIA HOUVE AMOR NO CORAÇÃO Se um dia houve amor no coração, Se um dia dividiu-se a mesma cama, Mas, se hoje, a esse amor já não se ama, Não é preciso convertê-lo em vilão. Com o tempo o amor se vai morrendo. E deixando no peito uma saudade, Levando um pouco da sua mocidade; Porém, ainda sim se vai vivendo. E apesar da dor que este fim causou, Da cálida ferida ali deixada, Houve antes um amor que o alimentou. Que esse amor seja a herança que ficou No cantinho da alma já plantada - Não se pode odiar o que se amou. SERGIO DA SILVA SANTOS (03.05.1980) Rio Branco, Acre [Participou do 9º concurso on-line] TODO POEMA DE AMOR Todo poema de amor é justo... Pois é insumo do bem querer. Pecadora é a mão trepidante Que não fala, mas não cessa de dizer. Todo poema de amor é desassossego, Pois é centelha de subversão... Pecador é o coração galhofeiro, Que alforria os sentidos e encarcera a razão. Todo poema de amor é lembrança. Pois é alvitre perene de nossas vontades. Pecadora é a ordem cronológica do tempo, Que recorda os erros de nossas verdades. EVERTON WILLIAN DA CUNHA (06.03.1991) Itajaí, SC [Participou do 9º Concurso on-line] Licinho Campos: Patrono do 9º concurso on-line 21 Colaborações de Associados e Amigos Discurso proferido pelo Acadêmico José Isaac Pilati, na Câmara de Vereadores de Florianópolis em 25 de Junho de 2014, saudando a escritora DALVINA DE JESUS SIQUEIRA, na entrega 5º Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense, outorgado pela Academia Desterrense de Letras e a Câmara Municipal na comemoração do Dia do Escritor no Município. (O Prof. Dr. José Isaac Pilati cumprimenta as autoridades presentes). Excelentíssima homenageada desta sessão, escritora DALVINA DE JESUS SIQUEIRA, a quem saúdo como pessoa vitoriosa e merecedora. Senhoras e senhores. Estamos aqui reunidos, sem dúvida, em atendimento à convocação da suprema magistratura da liberdade de expressão. Sob a égide, como diria Cruz e Sousa, do pendão augusto do grande amor, da grande fé tranquila. Uma convocação em torno da nossa identidade cultural, da igualdade e do pertencimento como povo deste Município. Esta Sessão anual é de comemoração do Dia do Escritor em Florianópolis. O Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense foi criado à imagem e semelhança da figura ilustre que lhe empresta o nome. Uma honraria conferida a escritores pelo conjunto da obra, pela identificação com Florianópolis, pelo amor às letras e às instituições culturais desta terra. DALVINA DE JESUS SIQUEIRA, nasceu na Grande Florianópolis, Biguaçu, e está chegando aos noventa anos, devotados à Educação, ao magistério, à Cultura, à literatura, além de tudo o que a sua pessoa só por si representa. Radialista, professora, escritora, bordadeira, cantora; fundadora e primeira Presidente da Academia de Letras de Biguaçu; fundadora e primeira Presidente da Associação de Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses; uma das fundadoras, e integrante da Academia São José de Letras; participante ativa na fundação desta Academia Desterrense de Letras; enfim, ela tem uma participação efetiva e importante nas atividades culturais da Grande Florianópolis há várias décadas. Começou a lecionar aos 13 anos, deslocando-se de carroça pelo Interior, e pelas dificuldades; em locais improvisados e com falta de material escolar; sempre se dedicando a alunos muito pobres. Casou-se muito cedo e levava consigo na lonjura e nas aulas o filho para amamentar. Na década de Sessenta teve disposição para voltar aos estudos; normalista prosseguiu na formação e em 1973 concluiu o Curso Superior pela ESAG, ao mesmo tempo em que atuava em escolas de Biguaçu e de Governador Celso Ramos. Aposentar-se-ia em 1987, após 45 anos de serviço. Desde então começa a escrever. Em 1991 lança seu primeiro livro, “Décimo segundo”, numa alusão aos 11 filhos criados, que lhe dariam 27 netos, e vários bisnetos. Em 2012 já estava publicando o décimo livro, “No apagar das luzes”; um livro, dizia Dalvina, então, que reúne um punhado de crônicas, contos, lendas, poemas e poesias, que talvez um dia, haverão de servir como resposta a alguém desprevenido, que esteja com saudades. Na ocasião do lançamento, o Secretário de Cultura de Biguaçu Gabriel Loeff destacou-a como autêntica embaixadora da cultura biguaçuense. A sua intensa produção em livros, antologias e variadas publicações, a presença constante nas atividades acadêmicas, culturais e sociais da Grande Florianópolis fazem de Dalvina de Jesus Siqueira uma legenda viva, um testemunho perene, uma lição de vida inigualável entre os seus concidadãos. Estamos na presença, enfim, senhoras e senhores, de uma pessoa que tinha tudo para lamentar-se na vida, tão desfavorecida; mas como uma reencarnação do grande Cruz e Sousa, reeditou na realidade do próprio testemunho, o último verso do poeta: o ser que é ser transforma tudo em flores, e para ironizar as próprias dores, canta por entre as águas do dilúvio. É para homenagear esta mulher extraordinária, portanto, senhoras e senhores, que à semelhança da Roma Antiga, a suprema magistratura das letras e da cultura convocou esta Sessão Solene; foi para pessoas como ela que o nosso Patrono Cruz e Sousa escreveu seus últimos e mais sentidos versos; foi para ela, enfim, que Vilson Mendes promoveu a criação do Dia do Escritor em Florianópolis; e foi para ela que estas duas instituições irmanadas, Câmara Municipal e Academia Desterrense de Letras criaram este Prêmio. E é para ela que eu devoto a honra, a emoção e alegria de saudá-la como ganhadora e merecedora do Quinto Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense. Muito obrigado! (O Prof.Dr.José Isaac Pilati é membro da Academia Desterrense de Letras, da Academia Sul-Brasileira de Letras, da Academia Catarinense de Filosofia, da Academia de Letras Jurídicas e membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina.) Dalvina de Jesus Siqueira José Isaac Pilati TEMPO Posso contar contigo? Para os meus dias viver? Se posso me dá resposta Logo logo quero saber. Quero a tua sempre serena paz Descansar o tempo inteiro E ver o tempo passar Para viver bem e te amar Oh tempo silencioso Espaço aberto no mundo Quando passar o meu tempo Me dá um sono profundo Porém enquanto aqui estiver Quero o tempo aproveitar Para ser feliz ser amada E também para te amar E ainda digo mais: Se o tempo tivesse tempo Me daria todo o tempo Que preciso pra te amar Mas como o tempo é escasso Eu infeliz é que sofro Pois você não acha tempo Para com tempo me amar... Dalvina de Jesus Siqueira (Estrela) [In: No apagar das luzes, pág. 91] 22 De braços abertos... Estamos! VENDAVAL! EMIGRADOS POEMA Entre nós existia um espesso véu, crivado de poentes e de estrelas, adormecidos sóis, exangues velas, bailando em nossos sonhos de Morpheu. Emigrados: seremos sempre emigrados. Por que vieste atormentar este ser que sofria quieto sem ter uma paixão? Coração vazio e sem emoção. Do gelado abandono à quente paixão. Pequenos passos sem corrimão. Agora perdido na imensidão. Sem destino... Sem dono... Pura ilusão. Mas eis que um vendaval rompeu no céu, arrombou-nos as portas e janelas, nos tectos, sangue quente pintou telas, e roto o véu, tombei no peito teu! E agora, entontecida,meio atordoada, não sei dizer, amor, s´estou acordada ou se me imolo em chamas de paixão... Só sei que morro em vida, coração! Vagando à toa, qual nave desnorteada, até que possa aportar à tua mão! Em busca de outro mar, da última ilha, seguindo os pássaros, atrás do último pássaro. De um mar a outro, de uma ilha à outra ilha, e, então, dormiremos, uma noite sucedendo-se à outra. FERNANDO C.GOMES MACHADO INGESC Barreiros, São José, SC EMANUEL MEDEIROS VIEIRA Poeta catarinense [In: Jornal da ANE,junho-julho 2010] Brasília, DF CARMO VASCONCELOS 4.julho.2012 Lisboa, Portugal Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível , é a música. Aldous Huxley — escritor inglês. ALZEMIRO Alzemiro passou como o luar, que fenece, ao despontar o dia. Foi cultor da beleza e da alegria. Mas agora cessou o seu cantar. VIDA POSITIVA Se a vida como um rio, fluir constante e houver flores azuis em teu redor. Seja essa benção, graça transbordante e outros possam gozar um bem maior. Oh, grande menestrel, não mais teu canto. A voz melodiosa se calou para sempre, deixando-nos o pranto e a prece, a este Deus, que te levou. Cantilenas, jograis, peças divinas encenaste com garbo e maestria. Todas cheias de encanto, peregrinas. Se a alegria cantar exuberante, em tua vida como em tom-maior, Permite que ela seja contagiante, aos que te cercam, seja onde for. Artesão da palavra e da poesia, nova estrela brilhante, adamantina. É para sempre tua esta elegia. Porém se o fel do mal te marear... Se escuros dias vierem te alcançar, curte sozinho, são eles só teus... ROBERTO RODRIGUES DE MENEZES Sorri, mostra somente o lado bom da música da vida, em suave tom e provarás, assim, que estás com Deus! (ALMESC, ADL,ASAJOL) Florianópolis, SC [In: Lâmpada acesa] MIGUEL J. MALTY Alzemiro e Roberto. Fotos:Maura Nada é mais bonito do que o amor que atravessou as tempestades da vida. Jerome K. Jerome — romancista e dramaturgo inglês 23 AS CARTAS DO CELESTINO Emoldurando mais uma vez a Revista Ventos do Sul, tomamos a liberdade em publicar as cartas do Prof. Celestino Sachet que sempre analisa, comenta e elogia o trabalho do Grupo de Poetas Livres. O caríssimo Professor, autor de inúmeras obras de literatura, nos envia suas palavras carinhosas e nós do GPL, inflados de agradecimento, compartilhamos suas missivas, enviadas sempre em letra cursiva, remetendo-nos a palavra escrita com o coração. Seu carinho faz com que o Grupo ao editar sua Ventos do Sul, procura mais e mais enaltecer não só a poesia bem como os nossos colaboradores, enviando sua edição para o Brasil e exterior onde mantemos contatos literários. Mais uma vez, obrigada caríssimo Professor Celestino. Prof. Celestino Sachet em foto publicada no Jornal Notícias do Dia. “Nasci em janeiro — aquariano, portanto —, 1930, em Nova Veneza, sul de Santa Catarina, uma vilazinha à época, encostando na Serra Geral e cortada por um rio, título de poema: Rio Mãe Luzia! Era um poema verde-azul; hoje, um esgoto amarelo-escuro,com água de carvão que lhe misturou cheiro e morte. Na cidade grande, Criciúma, comprei a primeira revista, Seleções do Reader´s Digest, num mês qualquer de 1942. Como eu tinha cabeça grande — “testa grossa”, no dialeto vêneto lá de casa - , meus pais concluíram que eu deveria ser inteligente e me mandaram estudar em Urussanga. (...) Quantas janelas se abriram: Latim, Francês, Inglês, Espanhol, Literatura e Filosofia.” (trecho inicial de seu perfil publicado na orelha do livro “A literatura dos catarinenses Espaços e caminhos de uma identidade. Poema.Prosa.Teatro”. Editora Unisul,2012 (ms./) 24 De braços abertos...Estamos! APENAS... HOMBRES TAN DE MAL COMIGO Um minuto apenas ¿Y qué hacen esos hombres allí é o que preciso tan ebrios para continuar sonhando con sus caballos com o impossível aguardándome? do mundo material e promessas do Invisível. Tan rudos Um minuto apenas ¿qué hacen estos hombres aqui é o que me resta con sus caballos para encontrar e reviver cercándome? meu mundo de alegria, de ilusões, de ternura... ¿Qué hacen sometiéndome quando tudo se resumia em você. matándome Um minuto apenas así? é o que preciso para continuar neste corpo, ¿Qué cumplen? sentindo o calor do seu, pecando, amando, sofrendo, ROLANDO REVAGLIATTI e sabendo que ele não é meu. Buenos Aires, Argentina Um minuto apenas é o que preciso para apagar da minha mente essa vontade louca de morrer À NOITE amando alguém que só me faz sofrer. Vem minha bela negra farta NILSON MELLO de tetas umbilicais, Poeta e dramaturgo catarinense vem minha linda [In: Fragmentos d´Alma - Poesias] e me acolhe em teus braços úmeros... úmidos e quentes. Vem meu útero, PAZ E POESIA acolhe-me, vou feliz Todos buscam a paz em posição fetal, Todos querem a paz abraçando-a Felicidade e alegrias... e bebendo Eu também desejo a paz o licor da vida. Por isso planto poesia! Vem escuridão e me livra da hipocrisia A semeadura é livre diurna e burguesa, A colheita é obrigatória, livra-me também Quem quiser amor e paz do utilitarismo Que semeie poesia vazio e pragmático, Que colherá a vitória. abraça-me feito conchinha, porque ouço o mar Para quem quiser aprender em teus ouvidos Eu digo como se faz que clamam, Poesia é sinônimo de paz ardentemente, Por isso todos os dias por um beijo cálido. Vamos todos repetir, Viva a paz e a poesia! JOSÉ CARLOS MARIANO DO CARMO ANTÔNIO PEREIRA DE MELLO SENAC - Florianópolis,SC Santa Maria, RS AUTOESTIMA, Doumerval Tavares Fontes. (São Vicente,SP) Autoestima é o sentimento de importância e valor que uma pessoa tem em relação a ela própria. Quem possui em alto grau confia em suas percepções e em seus julgamentos,acredita que suas iniciativas vão dar certo e lida com os outros com facilidade. Já os que possuem baixa estima sofrem por considerar inadequado e desprestigiado. Também tende a se ver como desamparado e inferior, além de não confiar em si. O elogio funciona como uma força poderosa na mudança do comportamento e no aumento da segurança. Quem recebe incentivo explora situações novas com mais confiança. Esses elogios devem ser específicos. O resultado será uma pessoa confiante, produtiva e feliz. 25 Ontem brincamos Dormimos juntos Noites... Dias... e... Tardes... Ao final de todas... Estas horas... Arrastadas por ponteiros... Deitados malandramente... Sobre números...Inteiros...Metades... Pares... Ímpares...Então... Beijei-te... Precisava da tua boca... Assim sem preparar... Desprezei aquele olhar...Peculiar... Que você bem conhece... Depois disso... Fiz cócegas deliciosas... Nos teus joelhos... Já que és a única criatura terrena... Que sente cócegas... Em um lugar tão intrigante... Ri dos teus...Risos... Da tua falta de ar... Depois de tanto rirmos... Um suspiro... A triste hora de partirmos... Silêncio... Olhar triste... Mãos geladas.. Lágrimas... Nos cantos...Dos olhos... Voz embargada... Um abraço... Sem braços...entrelaçados... Brigamos... Silenciosamente... Na troca de olhares... Desta batalha... Saio sempre... Mais ferido... Pois das palavras... Não ditas... Fico sem falar contigo... Não me olho... Nem na imagem refletida... Seja no espelho... Ou no poço... De Narciso... Quando brigamos... Fico de mal comigo... LUIZ ALBERTO PEREIRA ORVALHADO BEIJO Não sei de onde veio a rosa ou sequer onde nasceu, só sei que é invejável, linda... e seu beijo não é meu. É da leve borboleta orgulhosa, eterna fã, que a beija ainda orvalhada no despertar das manhãs. GILDÁSIO T. BARBOSA Sant´Ana do Livramento, RS [In: Notas de amor, pág.30] De braços abertos...Estamos! ASTROS MORTOS BESAR ES ALGO Açucena de todos os desejos De angelicais contornos Incensos... Luares... Desejos... Lamentos...Sussurros Prantos... Palpitações sobre a luz da lua Deusa brumosa de virginais anseios Delírios de prazer Ocasos de amor Deusa vaporosa de todos os desejos Deusa brumosa de virginais contornos Cristais... Brumas... Incensos Cânticos sagrados Luares... Desejos! Ritos sagrados Rituais profanos Harmonia do prazer Virgem sagrada Dança profana Horas do Ocaso Meretriz profana Deusa brumosa Rituais sagrados Ritos profanos Açucena de todos os desejos... Besar es algo... Decia, Gustavo A. Bécquer. “Yo no se que te diera por un beso”. Por un beso yo te diera El alma y el pensamiento, Y mis años y mis dias Y el amor que llevo dentro. ¡Ay, por um beso! Cuantas cosas podría dar, Los sueños de cada noche Y de mi ritmo el cantar. Besar es el entregar... Es algo espontáneo, sincero, Es algo que sin palabras, Te esta diciendo te quiero. Besar es algo... Que te trasporta muy lejos Es quedarte como dormido Lleno de dulce embeleso. A todas horas yo te quisiera besar, Bésame tu ¡ Amor mio! Aunque te vaya la vida, Nunca te importe entregar... SAMUEL DA COSTA Itajaí,SC MANUEL GONZALEZ ALVAREZ Madri, Espanha ACAMPAMENTO AFETOS É noitinha. O resto da luz diurna há pouco se finou. Improvisamos no chão uma buenaça fogueira e as louras chamas foram se erguendo da madeira “como cabelos de gringa que por amor se afogou”. Eu queria. Eu queria voar com você para descortinar o horizonte e deixar na asas do tempo um sentido lento. Enquanto o Juca Ruivo preparava o churrasco o Índio Potiguar e eu armamos nossa barraca. Mario Castelhano ia batendo em cada estaca e los pingos miravam, escarvando com os cascos. Queria celebrar os momentos da poesia, abrir o leque de palavras e deixar os pedaços de mim gravados no passado. Depois, tertuliamos sob hermoso manto de estrelas, hablando de salamancas encantadas, moiras belas, guapanerias, causos de amor, romances e peleias. Inventar nas malhas do universo o toque da agonia e fazer das ideias o lamento das lembranças. E, quando se foram dormir, fiquei ali acordado no primeiro quarto de vigília, que me foi confiado, com nadica de sono, de alma alvorotada e cheia. JOSÉ ALBERTO BARBOSA (*) Atravessar na correnteza do tempo o sortilégio dos impulsos e semear os afetos na lâmina da fantasia. (Juca Serrano) Jaraguá do Sul,SC (*) Juntamente com José Isaac Pilati, é biógrafo de Juca Ruivo, fundador da cidade de Maravilha, oeste catarinense. (**) Mario Castelhano é pseudônimo de José Isaac Pilati. LUIZ FERNANDES DA SILVA João Pessoa, Paraiba Mesmo que soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. Martin Luther King — líder anti-racista norte-americano 26 De braços abertos...Estamos! CUADERNO MEU PEDACINHO DE CHÃO(*) Mis pensamientos duermen en ese cuaderno que está completo con parte de mi vida, las hojas se dan la mano y hablan entre si. No meu pedacinho de chão Também tem a Pituquinha É minha netinha Rakélli Minha linda princesinha Só não tem o serelepe E nem a professorinha. Hojas escritas de amores que hoy perduran, y otras que a traves de los años se marcharon para nunca más volver, pero hay hojas inquietas que son las que quieren salir en tropel a la luz del dia. Meu pedacinho de chão Não é história nem novela Tudo é realidade Como as cores de aquarela Mas tem esta Pituquinha Que tenho amor por ela. E tenho amor por ela Carinho e admiração E esta neta querida Me causa grande emoção É razão de minha existência Dos meus olhos o clarão. É o clarão dos meus olhos Que encanta minha vida E por toda eternidade Vou te amar, neta querida, É o que me faz tão feliz Nesta vida tão sofrida. PAULO PEREIRA DE MELLO Santa Maria,RS (*) Para Rakélli, minha neta do coração) SIGUE TU CAMINO Si sientes que tu cansancio se “fatiga” Y quiere por momentos desanimarte, no dejes de apostar por la Vida, ésta, vale hasta el último instante. Pero tienen miedo al que dirán vuelven a quedar atrapadas en sua renglones, al pasar mi mano por sus hojas hace que mi sangre corra aceleradamente por mis venas haciendo latir mi corazón. Cuyo latido se transforma en música, entonces mi alma le canta a ese amor que perdura a traves de los años, los cuales están escritos en ese cuaderno, pero uma hoja quebro su reja saltó de su renglón y escapó a la vida en busca de su amor. Con su luz los ángeles le indicaron el caminho y la encontro en el jardin de las flores perdidas, y en un banco blanco de luz dejó su poema grabado a su ser querido. DONATO PERRONE Buenos Aires, Argentina Si te abandonaron todos los éxitos que con tu buen esfuerzo lograste, no reniegues de esta Vida que DIOS nos hace desfrutar, sigue adelante. Si tu buen Trabajo fue ignorado en el momento que lo realizaste, tienes que continuar trabajando para volver a revitalizarte. Si tus equivocadas acciones sin querer han logrado lastimarte, no permitas que tu sufrimiento logre su objetivo para derrotarte. Si fue ingratitud la remuneración que por reconocimiento cobraste, SIGUE TU CAMINO, por convicción, sin desmayar, para no desviarte. Si alguna inesperada traición alcanzó en cierto momento dañarte, no debes caminar com Odio o Rencor, esto, no sirve para superarte. Si te desalentó esta incomprensión por todo lo que em tu vida anhelaste, debes tener VOLUNTAD de continuación para hacer realidad lo que Soñaste. Si a las montañas de tus Sueños por estas causas desmoronaste, debes construir nuevos Sueños, manera de poder Crecer y Elevarte. JUAN CARLOS MAIDANA Buenos Aires, Argentina www.poetamaidana.com.ar [email protected] >>>>>>>> 27 Colaborações de Associados e Amigos Rádio. Ah! O rádio. Do porão dos meus pensamentos lembrei de programas que ouvi muito: A hora do Despertador e Vanguarda. Havia também as radionovelas, isso bem antes da invenção da tv, claro. Sim, eu confesso, eu estava lá. Religiosamente às 18 horas, ouvia a Ave Maria, que, dizia o padre: “seis horas, Ave Maria”. Isso, depois de uma bela introdução da clássica de Gounoud. Aliás, gostava mais da abertura que do sermão, propriamente. Este tempo passou. Esqueci o rádio para me dedicar a outras coisas, namoradas, amigos, esportes, estudos etc. Só voltei ao rádio em 1979. O Chevette tinha um Motorádio TKR com toca-fitas K7. Foi, a partir daí que ouvia a Barriga Verde FM das 18 às 19 horas. Depois disso, a Antena 1 (Alô, Ibope!). Mais tarde passei a ouvir os jogos do Figueira pela CBN. Já, nesta época, as rádios abandonaram o “de tudo um pouco” e passaram a segmentar-se. Sertanejo, Religioso, Brega, Pagode, Jovem, MPB, Lixo, etc. E, logo após, chegou a Internet. Pronto. Começou a matar as rádios. A coisa virou assim: É Deus no céu e Google na terra. A partir daí, cada um passou a “baixar” sua própria trilha sonora para ouvir quando e onde quiser, com aquele enorme Walk-talkie na cintura. Gostas de notícia? Videoclipes? Lá tem. Esportes? Também. E vieram os celulares com seus fones de ouvido. Cada qual imerso em seu mundinho. Há muito, dirigindo, não ouço mais nada. Agora presto atenção nas pessoas, na paisagem e, no trânsito, claro. Mas, e a rádio? Morreu? Afirmo que não. Imagine um caso de catástrofe. Dias de inundações e falta de energia elétrica. Um “raidinho” de pilha ligado na CBN é o suficiente para ficar ligado nos acontecimentos, desde que eles tenham gerador de energia, claro. [Jorge Luiz Wagner Behr ] (Jorge editou a Revista Ventos do Sul do número 1 ao número 36, quando passou a batuta para mim. A partir de então tenho procurado a mesma qualidade e o carinho do Jorge para com a RVS.) (ms./) Jorge, ex editor da RVS, é nosso Benemérito. História do Rádio Segundo alguns autores, a tecnologia de transmissão de som por ondas de rádio foi desenvolvida pelo italiano Guglielmo Marconi, no fim do século XIX, mas a Suprema Corte Americana concedeu a Nikola Tesla o mérito da criação do rádio, tendo em vista que Marconi usara 19 patentes de Tesla no seu projeto. Na mesma época em 1893, no Brasil, o padre Roberto Landell de Moura também buscava resultados semelhantes, em experiências feitas em Porto Alegre, no bairro Medianeira, onde ficava sua paróquia. Ele fez as primeiras transmissões de rádio no mundo, entre a Medianeira e o morro Santa Teresa. O início da história do rádio foi marcado pelas transmissões radiofônicas, sendo a transcepção utilizada quase na mesma época. Consideram alguns que a primeira transmissão radiofônica do mundo foi realizada em 1906, nos Estados Unidos por Lee de Forest experimentalmente para testar a válvula tríodo. As primeiras transmissões para entretenimento regulares, começaram em 1920 na Argentina e nos Estados Unidos. No Brasil, inicialmente apenas militares poderiam ter aparelhos de rádio, a lei foi revogada por Francisco de Sá , e a primeira transmissão civil foi realizada no dia 6 de abril de 1919, a partir de um estúdio improvisado na Ponte d'Uchoa, no Recife, pela PRA 8, Rádio Clube de Pernambuco, tendo à frente o radiotelegrafista Antônio Joaquim Pereira. Em 7 de setembro de 1922, no centenário da Independência do Brasil, o presidente Epitácio Pessoa, acompanhado pelos reis da Bélgica, Alberto I e Isabel, abriu a Exposição do Centenário da Independência no Rio de Janeiro. O discurso de abertura de Epitácio Pessoa foi transmitido para receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo, através de uma antena instalada no Corcovado. >>>>>>>>>> 28 >>> No mesmo dia, à noite, a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, foi transmitida do Teatro Municipal para alto-falantes instalados na exposição, assombrando a população ali presente. Era o começo da primeira estação de rádio do Brasil: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Fundada por Edgar Roquette-Pinto, a emissora foi doada ao governo em 1936 e existe até hoje, mas com o nome de Rádio MEC. Essa transmissão é tida como a pioneira, no âmbito oficial. Porém a emissão radiofônica pioneira deu-se no Recife, em 1919, através da Rádio Clube de Pernambuco. Em abril de 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro é inaugurada, sob a direção de Edgar Roquette-Pinto, e é reconhecida como a primeira rádio do Brasil, no entanto, em fevereiro de 1923, a Rádio Clube de Pernambuco, já operava com um transmissor de 10 watts. E o rádio segue, apesar do advento da TV, da Internet e de celulares ultramodernos... Pesquisa Wikipédia. (ms./) . AOS POETAS MORTOS... FONTES DE MUITAS INSPIRAÇÕES! LARI FRANCESCHETTO LARI FRANCESCHETTO, nasceu em Veranópolis, município da serra gaúcha, no início dos anos 60. Suas paixões foram a Literatura e o Sport Clube Internacional. Sua carreira literária teve início na seção “Do Bric a Brac da Vida”, no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, anos 80. No Correio do Povo trabalhava aquele que iria ser seu ídolo: Mário Quintana a quem ele dedicou o premiadíssimo poema “Quintanares”. Adepto de intenso intercâmbio cultural no Brasil e exterior, publicou seus poemas e textos em diversos jornais alternativos e na imprensa convencional do Brasil e do exterior. A Revista Ventos do Sul publicou muitos de seus poemas e na seção “Aconteceu” registrou seus inúmeros prêmios. Na seção “Biblioteca dos Poetas Maria Vilma Campos”, divulgavamos o material que nos enviava,sejam cartas e recortes dando ciência de suas premiações. Ao jornalista Selmo Vasconcelos, Larí concedeu entrevista em que o nosso poeta revelou ter atuado em publicidade no jornal semanário O Estafeta e na Rádio 96.1 FM, onde fazia locução comercial e a divulgação junto a empresas e entidades, do projeto áudio visual do filme cujo roteiro foi criado a partir de sua obra solo, que teve em Larí um incansável batalhador. Na Rádio, Larí sempre divulgava o recebimento da Revista Ventos do Sul,agradecendo a publicação de seus poemas. Autor do livro “Espelho das Águas” , além de divulgador, participou como protagonista do filme documentário Espelho das Águas — Andanças de um Poeta,filme longa metragem de 2009. Este filme retrata a vida e a obra do poeta, desde a infância do menino pobre que vendia hortaliças numa vila, à beira de uma ferrovia, no fim dos anos 60, até suas andanças humanas e artísticas. Leitor ávido desde a adolescência, iniciou seus escritos nessa época, anos 70-80. A paixão pela Literatura levou-o a inscrever-se em inúmeros concursos, tendo obtido classificação em todos eles. Oitenta coletâneas nacionais e internacionais possuem sua obra poética, em prosa e verso, pois como relata, seu gênero preferencial sempre foi a Poesia, mas incursionou pelo Conto e Crônica. Disse Larí: “A Poesia tem o poder de indicar caminhos, descortinar horizontes, constatar e denunciar os fatos, tornar o homem menos finito e o mundo melhor. Minha química no processo criativo destila as coisas que moram além da superfície de tudo, além dos olhos e mergulham na essência da alma humana. Poesia é colocar o dedo na ferida, mesmo que doa... A vida sem Poesia, creio, nos tornaria vazios e sem sentido.” Sobre seus autores favoritos, declarou: “Sou apaixonado pelo mundo ficcional da incomum, instigante, filosófica e intimista Clarice Lispector; pelo humor refinado e fina ironia do gaúcho Mário Quintana; pela poesia social de Pablo Neruda; pela universalidade de Drummond, de João Cabral de Mello Neto, Garcia Lorca, Manuel Bandeira e pelo mundo poético dos portugueses Fernando Pessoa e Florbela Espanca, dentre outros.” Larí amava a poesia e amava a vida. Sua voz se calou após sofrida enfermidade, porém deixou gravada sua mensagem: “ Acreditem na vida, nos seus sonhos e não esmoreçam diante das “pedras no caminho”. Leiam, leiam, leiam. Escrevam, escrevam,escrevam e estudem. A vida é feita de procuras e de desafios. E a Poesia é uma eterna busca de nós mesmos.” (texto baseado em entrevista a Selmo Vasconcelos) (ms./) * O Jornalista e Poeta Larí Franceschetto, nascido em 1965, faleceu em 14 de fevereiro de 2013, de carcinoma. O País perdeu um grande poeta, porém brilha no Firmamento mais uma estrela. QUINTANARES O pão para a fome (a outra fome) Nasceu de lua in(esperada), da solidão nas esquinas, de um felino na varanda. Nasceu de lâmina cálida como, sempre, foi acesa no hotel Majestic, a madrugada. Dessa matéria in(visível) de silêncio que não cala de sapato velho de criança, de frágeis flores entre sal e pedras, de um copo d´água, às pressas, na Selva, às seis da tarde são teus filhos, sempre, aurora no espelho das águas do Guaíba e o pôr-do-sol, do mesmo rio, o fogo das pa(lavras). E se Alegrete é um trem que ficou na curva da estrada agora, somos nós, Quintana que tomamos chá com teus fantasmas.>>> Há um louva-a-deus no parapeito da janela, indisfarçavelmente verde. É preciso ver com os olhos da alma e ter fome, sempre! [Publicado na Revista Ventos do Sul nº. 29, Ano IX, julho a dezembro de 2007] Espelho das Águas é o primeiro livro solo do Poeta Larí Franceschetto, de Veranópolis - RS. Com editoria e composição de Suliani Editografia Ltda. Composto de 176 pg, a obra traz toda essência do poeta da terra da Longevidade. O livro foi publicado por intermédio do Fundo Pró-cultura de Veranópolis e abrange somente o gênero poesia. Tem orelhas assinadas pelo 'ex-patrono da feira do livro de Porto Alegre, 2005', o historiador, editor e escritor Frei Rovilio Costa. A capa é de autoria da artista plástica Maria Salete Martinelli. [Inf: internet] 29 ARTIGOS ESPECIAIS Pela relevância dos assuntos, embora esta Revista contenha mais poesia, abrimos espaço para os Artigos que seguem, colaboração do nosso Associado Benemérito, Carlos Piccoli. O poeta não é um ser alheio às coisas ao seu redor. Quando pode,denuncia, participa. Aí estão. PARA ONDE CAMINHA A HUMANIDADE ? Nos anos de 1956 a 57, um monge a mim confidenciou: O primeiro a sofrer numa guerra é a verdade. Só o vence“Estão programando uma campanha internacional sexual, de dor tem o direito de falar, desde os tempos de Júlio Cesar. Coálcool e drogas com a finalidade de domínio de poder sobre os mo, desde Stalin, não estão deixando a humanidade ter ideias e outros, principalmente sobre as famílias mais bem constituídas pensar para o bem. e de bons costumes, atingindo a moral, a ética da humanidade.” Quis saber mais, pois não via razão para isso, estava nesta época com 16 anos de idade e é por isso que provavelmente nada mais quis dizer, a não ser deixar registrado algo grave,para um jovem passar adiante esta e talvez outras informações a respeito do assunto que ele estava profetizando. Fica aqui registrada a continuação da informação que o monge me confidenciou. Hoje eu tenho a idade dele, talvez algum jovem ao ler este documentário, também assimile e tente entender os próximos passos: Para onde caminha a humanidade. Naquela época, estudava no Colégio Rosário, de Porto Alegre, dos Irmãos Maristas, como interno de 1955 a 1958 e o falecido Leonel de Moura Brizola estava iniciando sua caminha- Fontes Informativas: - 1a. Dama dos Estados Unidos, Nancy Reagan da política como candidato a Prefeito de Porto Alegre. Seus principais argumentos de campanha eram: construir escolas, combater as revistas que promoviam a violência, como a “X 9” e exigir outros canais de informações além dos vindos diretamente dos Estados Unidos, onde o povo só poderia ouvir e ver notícias e opiniões de uma fonte somente. Naquela época não havia exploração sexual ainda e a violência estava iniciando a partir do filme Bonnie and Clyde em consequência de um final feliz dos assaltantes, pois até àquela época era proibido qualquer final feliz para assaltos ou qualquer má conduta que transgredisse a ética e os bons costumes, via uma legislação também mais severa. - Globo Repórter - Sergio Chapelin, mostrando os caminhos da droga. - O Estado de São Paulo — Carlos Alberto Di Franco - Diário Catarinense:Marcela Donini Sergio da Costa Ramos Dr. Joel Steinmann Santo Rosseto Urda Klueger - Livro 1984, de George Orwell - A Notícia — Eliane Tavares - Jornal do Povo — José Dias, Itajaí - Jornal O Estado– Sergio Jockymann - Jornalista Paulo Francis *** (*) Carlos Piccoli, associado benemérito do GPL Passaram-se alguns tempos, surgiu a revista Playboy, iniciando o processo de desmoralização da mulher, divulgando-a completamente nua, deixando pessoas de boa educação, conduta moral exemplar, perplexas, incluindo autoridades que tentaram impedir estas divulgações, mas o poder do dinheiro foi mais forte. Como deu certo, surgiu logo após a Revista Fairplay e daí para frente foi só baixaria rumo a mais e mais lucros, comprando a moral e ética da humanidade, seguindo a passos largos para um final de Sodoma e Gomorra. NOVOS TALENTOS Chegará o tempo Por volta dos anos 60, inventaram a Guerra do Vietnã do Norte contra o do Sul ou vice-versa para combater o comunismo que estava se alastrando, guerra esta sem nexo que revoltou o mundo inteiro pela tamanha violência, agressividade contra o povo norte vietnamita usando bombas de napalm, proibidas internacionalmente, pois queimavam as pessoas vivas, sem chance de apagar o fogo. E contra a natureza onde usaram bombas químicas que desfolhavam as árvores, envenenando também os alimentos e as águas dos norte vietnamitas. Os americanos, seus dirigentes e fabricantes de armas, tiveram lucros financeiros. Com uso e venda de armas, munições, mas em contrapartida formaram uma “legião de drogados”. Em que na busca de novos talentos, Mais crédito se dará ao Menino Jesus, Que ao morrer na Cruz, Ao Homem deu mais alento. Antes, jovens de boas famílias bem educados, sadios. Na volta, neuróticos de guerra, viciados, promovedores do vício e Hollywood se alimentando destas vítimas inocentes. Aliás a1a. Dama dos Estados Unidos, conforme informaram os jornais da época, após minuciosa pesquisa, descobriu que o início da droga partiu de Hollywood. 30 ARTIGOS ESPECIAIS (continuação) CLAMOR DA HUMANIDADE Subconsciente, Deus em mim. Tu és todo poderoso, Teu poder é infinito, para Ti nada é impossível, coloco em Tuas mãos, para o melhor bem da humanidade, a melhora da direção dos pensamentos dos governos e pessoas que influem nas decisões dos governantes para que não mais guerreiem, não mais matem, não mais invadam outros países, saibam melhor administrar a repressão do tráfico de drogas. Respeitem todos os pensamentos e religiões dos outros, vivam em paz, que só a obterão se permitirem o mesmo aos outros. Usamos um clamor à Energia Universal para a mudança de pensamento, porque “somos o que pensamos”, pois: movimentos antiguerra criam mais guerra; movimentos antidrogas criam mais dependentes; já movimentos pela paz cria-se paz. Atividades culturais criam mais cultura e integração social. Sempre se deve focar pensar, dar atenção e lembrar do que se quer. Conforme a Física Quântica, nós somos uma massa de energia vibrando, chamada de átomos, portanto nós, planeta, estrelas, estamos em conexão. DROGA Subliminarmente induzida Por certas mídias, artistas inconsequentes De bondades aparentes Transviando inocentes; De energias trazidas Da juventude em geral Que desconhece o mal Caindo em armadilhas programadas De quem conhece sentimentos, De frustrados, mal amados Buscando na droga conforto Que só atende seus negociantes Tornando o usuário infeliz Nunca mais feliz, como antes. CARLOS PICCOLI As capacidades, os talentos, os dons e o poder que está dentro de cada indivíduo, é ilimitado. Os pensamentos dão forma às realidades futuras. O Universo se manifesta da forma que você sente e pensa. Portanto, se repetirmos este Clamor da Humanidade com alguma frequência, certamente estaremos colaborando com a melhoria do nosso planeta. “O Universo e as estrelas giram sobre um micro-eixo que é o AMOR” - Dante Alighieri. (***) EM: O INDIVÍDUO PERDE A FORÇA “O Estado de São Paulo de 04-12-1983 (há 31 anos), onde menciona possíveis aspectos de vida da humanidade para o futuro. 90 anos de Maria da Anunciação Pereira. (2a. da esquerda) Doralice, Maria, Carlos,Maurilia e Carmem 6 de setembro de 2014 É possível a desordem e a violência de um mundo privado de seus valores tradicionais e que não teme mais o inferno, a ineficiência dos poderes democráticos, tudo isso pode assustar e exasperar as populações, levá-la a exigir um chefe e a ordem. Esse chefe e seus homens disporiam, através da informação e da química (*), dos meios para condicionar a população. A democracia então, teria sido apenas um parêntese na história da humanidade.” (*) A química que se refere o artigo da 1a. Página do Estadão, tem tudo a ver com as modernas drogas, alucinógenos que estão aumentando dia a dia. Divulgam a prisão de alguns traficantes,mas cadê os fabricantes? Divulgam a proibição somente, que só aguça a curiosidade e incentiva a experiência, desde Adão e Eva, ao invés de somente divulgar as consequências. “Criança Esperança” implora por programas de Televisão mais decentes e educativos, sem os critérios perversos do uso sensacionalista do crime e da droga. 31 Doralice, Maurilia, Maria da Anunciação e Carlos ARTIGOS ESPECIAIS...continuação A ORQUESTRA DA DROGA EM ESCALA Após os anos sessenta Toda a imprensa propagou sem DÓ Sexo e Droga, até não mais aguentar, Mas para a família, o maior nó. Maior nó e começou o rolo Andava na linha da frente e mudou pra RÉ Certinho nas contas, começou a dar bolo Onde havia confiança, virou má fé. As coisas boas começaram a minguar: “No vengas com brujas arriba de MI” Num último esforço, a solução foi internar Conselhos não bastaram pra ajudar o guri. Na escala da vida é na carne que se aprende Quanto mais ganha, mais quer e menos FÁz Pra aprender, vá ajudar quem depende Na ajuda, até o guri satisfaz. Ao ajudar, uma luz começa a brilhar E da penumbra alvorece o SOL Clareia a ALMA, quer mais ajudar Não precisa mais peixe, já tem seu anzol. Aprendendo a servir, esqueceu de precisar Começa a ajudar aqui e ajudar LÁ Não precisa mais de drogas pra se alegrar Retorna à família, a fraternizá-la. O Ego é a sombra que nosso rumo desvia: Não pensa na ALMA, só pensa em SI. Prazeres, Glórias, Conquistas, Orgias, Larga-os em tempo, pensa em ti. Nossa vida na terra é única e curta Explora-a ao máximo, não tenhas DÒ Para que resultado, efeito surta, Ajuda o próximo, não penses em ti, só, Lembra-te que a outra é eterna e desta resulta, Encaminha amigos,retira-os do pó. Toda a droga aos direitos revolta Toda a droga te tira do normal Toda a droga é um caminho SEM VOLTA Toda a droga é o caminho do mal Não sejas escravo e de espertos dependente E,sim Alegre, Feliz, INDEPENDENTE. Na escala do universo, és filho da Mãe Terra Que o teu corpo de barro cedeu Exigirá de volta, tal qual, como era Mostra a ti mesmo que esta vida valeu Faz de tudo para esta vida entender E não chegares...quando tarde...a te arrepender. 32 RECORDAÇÃO A MORTE DE UM POETA— Juan Gelman se fue a los cielos... Faleceu dia 14 de janeiro de 2014 o poeta e intelectual argentino, Juan Gelman. Nascido em 1930 em Buenos Aires, filho de imigrantes, Gelman exilou-se no México em 1976 e aí radicou-se. Autor de inúmeras poesias e contos, Gelman foi um militante anti-imperialista desde a adolescência e atuou corajosamente junto ao movimento de direitos humanos e pela memória dos desaparecidos das Ditaduras do Cone Sul, em especial, da Argentina, cuja truculência se abateu diretamente sobre sua vida familiar, tomando-lhe seu filho e sua nora e, até recentemente, sua neta (Macarena) que reencontrou, não sem muito pelear, no Uruguai. Suas poesias são atravessadas pelo permanente engajamento político, pela contundente crítica a violência militar, e também por temas existenciais, cuja calidez apaixona os leitores a primeira leitura. Entre suas obras destaca-se Gotan (1962), Colera buey (1965), Fabulas (1971), Hacia el sur (1982), Carta a mi madre (1989), Valer la pena (2001). Recebeu o Prêmio Ibero Americano de Poesia Pablo Neruda (2005) e o Prêmio Cervantes em 2007, entre outros. Amor que serena, termina? foi publicado no Brasil e contém poemas traduzidos por Eric Nepomuceno. Sua última obra foi finalizada em 2013 (Amor a Mara) e é dedicada à sua mulher. Além de poeta e escritor, Gelman colaborava permanentemente com o Jornal Página 12, que dedicou várias páginas de sua edição de 16 de janeiro ao autor, com comentários de Atílio Boron e Sara Méndez, entre outros. Neste, se resgata um dos seus primeiros poemas publicados em Violín y otras cuestiones (1956): Epitafio un pájaro vivia en mi una flor viajaba en mi sangre Mi corazón era um violín Juan Gelman 1930—2014 hay dolor y pena en el mundo humillaciones hay y fea pobreza cae la baba policial sobre la mesa de torturas pisa y pesa la bota del tirano pero el pueblo aprueba la belleza bajo la baba policial escribe Quise o no quise pero a veces me quisieron También a mi me alegraban: la primavera, las manos juntas, lo feliz bajo la bota del tirano de turno Digo que el hombre debe serlo! (aqui yace un pájaro una flor un violín) “Homenajes”; Hechos y relaciones, 1980. [In Imago Mundi] Colaboração do escritor e poeta Raul Longo Sambaqui, Florianópolis,SC sobre la mesa de torturas escribe “apruebo el sol”. A Liberdade não morre jamais das feridas que recebe . O punhal que a fere leva às suas veias novo sangue . José Martí — poeta cubano 33 POETAS DO GRUPO, Efetivos e Correspondentes OLHAR PARA DENTRO MINHA VIDA Olho esse horizonte que a vista alcança, Escuto a canção que o vento me traz, Gravo, na mente, visões de criança, Eu sonho, eu medito em sossego e em paz. Minha existência decorreu como simples viver,sem ostentação; Assim, em uma vida modesta, abdiquei dos sonhos, da ilusão; Refreando a insidiosa ambição, reformulei meus pensamentos; Acrescentando ao meu viver, projetos de altruísticos sentimentos. A alma, por vezes, do corpo se cansa E corre, voando, quando lhe apraz, E baila sozinha em estranha dança, Ao ritmo certo do tempo que faz. Externando em versos, o que do meu espírito brotava, Tentei expulsar deste, a dor, a solidão, o desalento; Porque em meu “ser” algo me iluminava, me inspirava, Expurgar desta alma aflita, os negativos pressentimentos. E eu, no regresso, logo lhe procuro Se teve alvísseras desse futuro Em busca do qual teria abalado. No transcurso da vida conheci a ingratidão, a solidão, a dor; Daí intuir que na existência terrena, nada frutifica sem amor; Contudo,cultivando no íntimo a chama da coragem, da intuição, Expulsei deste o amargor, resíduos da agonia, ranços da desilusão. E ela me responde, um pouco tristonha: - Nesta nossa idade apenas se sonha Com as lembranças que são do passado. ANTÓNIO JOSÉ BARRADAS BARROSO Parede, Portugal [In: ...antes que chegue o inverno, pág. 94-95] Nas estrofes que componho, realço o espírito da nobreza, Incitando o homem, aos ideais sublimes de excelsa realeza; Isto porque, sinto em meu “eu” ressoar em forma de canção Abrasados versos, emoldurados pelo fluente ardor da inspiração. ÁUREO CORRÊA DE SOUZA (in memoriam) Bauru, São Paulo (poema de 7.11.2005) AMOR E POESIA Narcotizado Dopado Anestesiado A poesia me deixa assim Encantado Sonhador Utópico Assim me deixa o amor Amor e poesia Anestesia do dia-a-dia QUASE REAL Amo-te intensamente na relva sentindo a epiderme do solo a fonte dos teus lábios ao clímax me leva e exaurido relaxo-me em teu colo Com o toque das tuas mãos fecho os olhos e sinto-me em teus braços e no êxtase de um amor vivido degusto da tua boca, esse sabor de damasco ANTONIO CARLOS PEREIRA Ato consumado, epílogo acho que sonhei não sei, não sei, mas que te amei, amei... MEU PRANTO Se algum dia me vir chorando não diga nada, simplesmente seque minhas lágrimas com um simples beijo, pois o meu pranto nada mais é que a sua ausência se misturando com a dor do meu desejo... LICINHO CAMPOS (in memoriam) ADELICIO MANOEL CAMPOS [In:Lascívia, pág. 53] Apresentação Poética e lançamento de livros dos poetas do GPL, na Livraria Paulus em 2007: ANTONIO CARLOS RODRIGUES CHAGAS [In: Entrelaços, pág.24] 1a.fila: Zeli, Alcita, Alzemiro, Edmar. 2a.fila: Ivan, Heralda, Eunice, Adir, Doralice. 3a.fila: José Luiz, Maria de Lourdes, Thaís, Viviane. 4a.fila: Sueli, Maura, Nadine, Carlos. Sempre imaginei o Paraíso como uma grande biblioteca . Jorge Luiz Borges 34 POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes Fico muda, Estática, Completamente calada Diante de tudo, Diante de todos, Diante de fatos e acontecimentos. Não sei o que pensar, Não sei o que fazer, Não sei o que falar. Calar? Não sei!!! Por vezes Faço da agonia de querer poder A sensação de minha inutilidade. Por outras, A certeza de que precisamos crescer. É hora de mudar, É hora de saber gritar, Hora de recomeçar. A MOÇA DO NORTE CADÊ Um raio de sol Que brilha se quer Que brilha onde quer. Chega a lua... Fria Nua Só Sem amor Sem calor... O sol? Já se foi!!!... ÁUREA DE MELLO BALDISSERA [In: Desdobrando, pág. 69]? ALZEMIRO LIDIO VIEIRA (1943-2013)- In memoriam [In:Confronto, pág.38, 1981] ADRIANA CRUZ Fundadora do GPL Ex-1a.Tesoureira PÂNTANO DO SUL No Pântano do Sul eu nasci Na Armação eu cresci E também aos três anos Em Garopaba eu vivi Lembro-me muito bem De como lá eu cheguei Foi em uma baleeira Com a minha mãe aportei Meu pai guiava o leme A viagem era muito longa Parecia não acabar mais... Lá por pouco tempo fiquei Mas mesmo sendo tão pequena Essas lembranças guardei. ANTÔNIA MARIA GAMA [In: A Flor da Armação, pág. 52] Chegou quase nua Veio do tempo, da madrugada, da rua. Chegou quase nua, veio da lâmpada semi apagada. Chegou sem nada veio da rua. Chegou quase nua, chegou do abismo, voltou da rua. Foi pra rua ocupou o jornal, fez-se notícia, fez-se fato consumido, consumado. A PLENITUDE Only the one who knows loneliness, A Plenitude é a fonte do nosso saber, vivo, sem divisão o nosso ser, visível, invisível, positivo e negativo, transcendido - um todo, um só! can look above the walls; he knows the ocean with the biggest waves, he flies with the “Kondor” the highest mountais; when squeesed between four walls, he can think, talk and write. It is the spirit that conquers each obstacle. Somos humanos, bem natural, guerras, guerras, sempre dual — nosso Deus, vosso Deus. Você acha isso normal? Deus um só, Criador mundial criador universal, tem nas mãos declínio ou entropia a decisão é sempre dele. Pense no paraíso e a árvore proibida. Já aprendeu algo? Não seria melhor ficar criança? ANNEMARIE MULDER-HENDEL Arraial do Cabo, Rio de Janeiro *** May God bless you with all the time necessary for your work, I´m with you and know how you feel.. Assim, eu digo hoje, outra vez mais! Sempre sua Annemarie.(30.6.2012) Annemarie Mulder-Hendel Arraial do Cabo, Rio de Janeiro (*) a autora é fluente também em inglês e alemão. Como posso duvidar,Senhor, da Tua existência! Tua ausência na minha vida me deixa sem rumo e perdida. Minha liberdade perde o sentido. Um mundo pagão, cega a alma. Nutre-me com Teu amor, Cura minha dor. Dá-me o Teu perdão, Enche de amor meu coração Me acalma! Longe de Ti perco minha identidade; Me invade a tristeza, fica a vida sem beleza. Quero segurar a Tua mão para não me perder Só em Ti encontro razão para viver. DIRCE DIAS Membros do Grupo de Poetas Livres,em 24 de abril de 2014. Auditório Abelardo Sousa da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, Estreito, Florianópolis. 35 POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes UM MANÉ EM APUROS Vai toda a vida Vai de carreira atolemado Deixa de pendenga Seu perebento safado Alevanta essa calça do rego te arranca tolerão Vá pegar essa rapariga Que tá na casa do compadre João Ai de ti se ela tiver prenha Seu amarelo da goiaba Vais casar na próxima lua Ou perdes o pingelo seu naba Si invaretou o Zé na vargem E logo na casa começou a chamar Ô essa menina, vamo que tá na hora Vou casar com ocê pro povo não falar Pera aí que vou pegar a trouxa Vou levar linha, agulha, tesoura e dedal Vou fazer um vestido branco Pra casar na Catredal Se tu amarelar eu ti mato disgramido Seu istepô, seu tipo à-toa Fiquei embuchada e tens que casar Não adianta fugir seu pamonha Marcada a cerimônia O casório se realizou O padre do púlpito fez o sermão E o Zé se amarrou Depois do casório Teve arrasta-pé e comilança Muita cachaça, biju, cuscuz e peixe assado Pra todo mundo encher a pança. ALCIDES CALAZANS REDENÇÃO Às vezes falta água Às vezes luz Às vezes saúde E sempre falta dignidade Tudo isso antes de ir trabalhar Para não morrer de tanto cansaço Para não explodir Para fazer as pazes com a vida E evitar o atalho da perdição... Circo da distração Vinte e dois gladiadores resgatando a alegria, a vida da multidão Dentro do templo da cura do mal O gol... O ápice total O grande resgate espiritual Depois vai ao reino de Iemanjá Atira-se ao mar Água da purificação Enquanto não vem a intervenção Divina Esquemas, enganações Bandidos sem doutrinas e com poder de reis Suas palavras não convencem Suas respostas não respondem Falam tanto, pois nada tem a dizer Não há lei que os governe E nem sofrimento alheio que os comova Para evitar a vitória do caos A paralisação geral A desilusão total... Cinco dias de redenção Trazidos pelas mãos do verão AIRTON DA SILVEIRA FILHO EPITÁFIO Aqui jaz o viajante, Que à procura da felicidade Encontrou na verdade Dedicação, amor e sacrifício. Que para seu benefício Surgiu esta oportunidade Como de um filme a negativa. Viveu na sua vida ativa, Sabendo, já antecipado, Que a vida tem outro lado; Mas é nesta que se amealha O outro lado da medalha. A única preparação para o amanhã é o uso correto de hoje. (Garl E. Brand) O tempo não espera por ninguém. O Ontem é história. O Amanhã é um mistério; o Hoje é uma dádiva, por isso é chamado Presente. CARLOS PICCOLI [In: Um novo olhar, 2a. ed., pág. 82] 36 (Adalberto Godoy) POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes TE QUERO MÃE Te quero tocar por inteiro nas minhas lembranças, Reviver de forma lúcida e generosa dimensão misteriosa dos meus sentimentos. Mãe, alma sofrida Cheia de alegria e dor Mãe! Retrato de minha vida Retrato de meu amor. Romper as amarras e os abraços clandestinos apressados e a aventura perdida no submundo das saudades. Comovida, assombrada com a beleza dos versos infinitos, enovelados e recuperados te quero bem perto, além dos cantos obscuros e tão poucos visitados. Te quero nesta dança louca atenta aos ruídos da alma, eivada de esperança, para buscar nos sonhos perdidos e retalhados o repouso e a doçura desejada. Asas soltas ao vento, loucura invisível ou elegia derradeira, mas imperecível, no ritmo das nuvens te quero, não expectador, mas protagonista do ponto central das nossas vidas. Mãe, uma lágrima que ri Outra que chora Mãe é amor Que existe toda hora. Amor materno É o primeiro que recebemos, É amor eterno Que jamais esquecemos. JANETE VEIGA Poço Claro, Itaiópolis, SC Simples assim. ELOAH WESTPHALEN NASCHENWENG RESTAURAÇÃO COMUNHALMAS Um dia me apaixonei, Me aventurei, E mais tarde Conheci o amor O fervor, o calor, O pavor e a dor Meu coração ficou despedaçado Meu eu desfigurado Meus versos foram em vão Meus sonhos se renderam ao chão Diante deste cenário ilegível Como um intraduzível Texto em hebraico Eu consegui juntar os cacos E formar um lindo mosaico. Sobre tantas mulheres já versaram, os poetas!!! ... Dizem que fingem, os poetas, às suas musas. Quem sabe fingem à realidade insurreta, ou, nos sonhos do bardo, para alguma intrusa. JOSÉ LUIZ AMORIM O fato é que há, no vate, uma alma inquieta, e a poesia, por ser viva é que o acusa. Vem de fora e dentro se aninha,se arquiteta, faz, da alma poética, ferramenta e usa. E assim é simples, bom, ouvir teu canto doce, remédio do espírito, que cura meus traumas. És mensagem divina onde o meu ser calou-se É mais que amor esta atração que, o corpo, acalma E por ser mais que amor e mais que adorar fosse, é uma paixão divina. É a comunhão das almas. CACILDO SILVA [In: Janela e solidão, pág.37] AVENTURA HUMANA Entre flores e espinhos, Assim é a vida da gente, Alguns recebem carinhos, Outros pancadas somente, Porém, a vida vai seguindo, Com uns sofrendo, outros sorrindo, Nessa sociedade corrupta e tirana, Alguns vivem bons momentos, Enquanto outros só tem sofrimento Nessa aventura humana. JOÃO BIRICO FILHO INVERNO A tarde cai solene e sublime O sol cansado do dia, enfraquece O pio do pássaro é triste O vento sopra sem força No entanto, tudo é mágico e divino Extasia-se o existir Contamina com grandiosidade O todo da natureza LUCY GOLINO Belo Horizonte, MG [In: Esperança, pág. 78] FLORESTA, PERNAMBUCO O beijo da rosa é o perfume que ela exala. Anair Weirich, Chapecó, SC Poeta catarinense. 37 POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes SOU A HISTÓRIA QUE FICOU PERFUME Eu sou o perfume das flores Sou a roseira molhada Sou o sereno que cai durante a madrugada Suave fragrância perfumada despertou-me da indolência em que me achava. No agradável aroma inesperado e envolvente, transportou-me nas asas de suave sonho. Ilusão criada que num repente os sentidos domina, toma e arrefece inesperadamente abrindo as portas da imaginação. Como a teia que a aranha tece induzindo, sem forma definida imagens belas, sedutoras,cativantes, exalando felicidade... Perceptíveis presentes e invisíveis na existência terrena... Captadas apenas com poesia e espiritualidade. Eu sou uma estrela no céu longe da constelação eu sou o brilho da lua numa noite de verão Eu sou a água cristalina A chuva que vem do céu eu sou a verde montanha que a nuvem cobriu com véu Eu sou a água corrente por dentro do matagal sou quero-quero gritando no meio do pantanal Eu sou a madrugada fria sou o vento que vem do mar eu sou uma gaivota que vive sempre a voar EUNICE LEITE DA SILVA TAVARES [In: Sonhos e fantasias, pág. 110] Eu sou a água do pote sou o pilão e a mão sou a chaleira de ferro sou a lenha do fogão ...COM ALEGRIA Um ano termina, Mas desponta o amanhecer. Que a beleza da noite de festa Perdure com amor na partilha do pão. Seja o novo tempo alicerçado na paz, Prosperidade,fraternidade, amor e união. Eu sou a grande saudade da infância que passou e sou a felicidade da história que ficou Que o grande espetáculo do dia Seja riso de crianças num cirandar Brilhe a noite, na luz de um olhar. A mão que pela rua esmola. Não aprenda a empunhar a arma, Respeite o outro, a fauna, a flora, Encontre a família forme um lar... Que perdoe Deus, a fragilidade humana. Purifique os pecados cometidos. Envolva em bênçãos o ano que nasce, Na simplicidade da canção que irmana... HERALDA VICTOR [In: Nos degraus do silêncio... pág.64] DORALICE ROSA DE SOUZA SILVA [In: Colcha de retalhos, pág. 30] XV Serra Araripe, quanto de ternura Envolve esse teu corpo de montanha. Resvalando nas folhas se pendura Réstia de sol no orvalho que te banha. Acamada no meio da planura Descansa a Baixa grande; ela arrebanha Os pingos d´água e leva-os à fundura, Armazenando-os na tua vasta entranha. Rainha das chapadas do Nordeste! Araripe, dominas a paisagem Riscando, lá de longe, o azul-celeste. Intérmino o horizonte te namora... Pasmo por envolver a tua imagem, Enciumado talvez, comigo, agora. JOSÉ PEIXOTO JÚNIOR Brasília, DF [In: Serra do Araripe — Coroa de Sonetos, pág. 19] Heralda com os irmãos Agnes Campos Fritzen e Dr. Nuno Campos, quando de sua apresentação sobre a vida e a obra do Prof.Custódio de Campos, dentro do Projeto O escritor e sua obra, do GPL. (2014) 38 POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes A DIVINDADE À minha companheira, Maria do Rosário Campos, como retrato de seu perfil. COTIDIANO Seu rosto tem ótimo contorno, Suas faces são angelicais, Seu nariz foi feito em um torno, Tais das deusas Vênus e Vestais. As orelhas adornam seu rosto, As sobrancelhas u´a perfeição, Auréolas de mui fino gosto, Fontes vivas de inspiração. Sua boca tem lábios finos, É um verdadeiro esplendor, É origem do sangue latino, É poema, ternura, é amor. Lindo, mui lindo, é seu pescoço Seu queixo um pouco alongado, Completando o lindo esboço, O marfim dos dentes, trabalhado. Seu olhos são chamas ardentes, Que aquecem todo o meu ser, São duas pérolas reluzentes, Que fazem o poeta viver. Dos ombros pendem roliços braços, Em seus extremos, as belas mãos, Os dedos são pequeninos traços, Lendo desejos do coração. Seu corpo é linda escultura, Por Deus,Criador, bem trabalhada, Seus cabelos, tenra formosura, Contrastam co´a tez amorenada. Seus quadris são frações elevadas, Criando suaves depressões, Suas curvas, lindas,bem formadas, Chegam a alterar emoções. Suas pernas são bem torneadas, Seus pés invejam a tenra pluma, Sustentam curvas emolduradas, São leves como a branca espuma. Seus joelhos são intermediários, Flexionando seu grácil andar, De que a mente faz inventário, Da complexa causa de amar. Seu coração retrata pureza, Acolhe a todos com carinho, É símbolo de sua grandeza, U´a pombinha branca em seu ninho. Engoda até o inteligente, O que resta da deusa do amor, Su´alma de ser, pura, inocente, É poema, é jardim em flor. Vai além da imaginação Toda essa engenhosidade, Cada membro, uma perfeição, Para esculpir A DIVINDADE. Quero ser tua mucama Aos domingos te levar café na cama Fazer a tua sobremesa Servir jantar de vela acesa À noite arrancar o teu pijama Excitar-te com meus beijos Alucinar-te de desejos Depois do amor Ficar no teu calor Fazer-te confidências Adivinhar tuas reticências Te divertir com a minha alegria Fustigar-te com a minha picardia Desmanchar o teu cabelo Fazer-te cafuné Cortar as unhas do teu pé Cantar pra te acalentar Endoidar-te com novo apelo E outra vez te esbrasear Fazer todos os teus gostos Impedir os teus desgostos Amar-te assim até morrer Só assim quero viver. LEATRICE MOELLMANN [In: Depois do verão, pág. 89] O POETA E A HISTÓRIA O poeta sabe: Se o canto não pode a História mudar, Não deve somente a dor mitigar. Pode na História testemunhar, Combater a tenebrosa escuridão, Acender luz de lampião para mentes iluminar, Ajudar o povo a pensar, Não para o Mundo Transformar, Mas para o Homem mudar, Pois mudando o seu andar, Prof. Dr. ADELINO CARLOS BRITO DE ALCÂNTARA Dr. Brito Mairiporã, São Paulo *** NADA MAIS SERÁ IGUAL. MANOEL JOVER TELES (Manolo) (28.02.2006) membro efetivo [in memoriam] Nada é mais bonito do que o amor que atravessou as tempestades da vida. Jerome K. Jerome, romancista e dramaturgo inglês 39 POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes FLORIANÓPOLIS, PRIMEIRA VISTA (1969) (*) PARODIANDO GONÇALVES DIAS Minha terra tem uma igreja no alto da colina Tem casas com jardins Perfumes de jasmins, Ainda me é a cidade, ao longe adormecida, como um baralho não aberto; ainda me são as ruas labirintos: ainda me são as casas armadilhas e nelas se me escondem indiferentes para os quais nem mesmo a lembrança leve de mim um sorriso traz; ainda me são os nomes línguas desconhecidas e nenhum pão se partiu em mim pensado; ainda nenhum abraço me une, arquivado na memória, a um morador daqui. Minha terra Tem pista de MotoCross Motoqueiros malucos Que vem pra cá se aventurar. Minha terra tem muita briga Briga de políticos É conhecida como a terra das cerâmicas Terra dos tijolos e das telhas. Mas alguém, invisível,no passado, tomou-me pela mão, dizendo: “ - Vai, é tempo chegado. Sorrisos até então não formados desabrocharão em ti gestos e compreensões”. MÁRCIA REIS BITTENCOURT Canelinha, SC Isto será amanhã, pois hoje ainda é o todo um nada envolvido em segredos. JULIO DE QUEIROZ [In: Breve Aro—poemas, pág. 5. Poema também inserido na obra Pelas frestas da caverna, 2014] INVISÍVEL Ouço um murmúrio É o vento Sorrateiro, invisível Passa pelo universo Não se vê Se ouve, se sente É misterioso Desliza Às vezes É suave como a brisa Nosso corpo abraça Acaricia Os pastos nos campos Faz dançar É uma carícia que contorce Ao sabor do vento Balança, deita, levanta Mas é o vento que os faz Em ondas verdes Se transformar Desliza, suaviza nossa alma Até nos faz sonhar. SOU CORAJOSO Tenho coragem de escrever E ver o pôr - do -sol nascer. Tenho coragem de bagunçar E para minha namorada me declarar. Tenho coragem de muitos livros ler Para o conhecimento ter. Tenho coragem de matar um lagarto E de imitar um pato. Tenho coragem de mergulhar E ver o sol raiar. Tenho coragem de jogar bola E de pular em cima da cama de mola. Tenho coragem de conhecer um misterioso lugar E com bruxas, fantasmas e seres encantados falar. Manoel Mário Reis Bittencourt Poema escrito aos 10 anos. Canelinha,SC (08.02.2004) MARINÊS POTÓSKÊI Pato Branco, PR O amor é apenas um verso na vida de um homem e todo um poema na vida de uma mulher. Paul Valéry Praia de Perequê, Porto Belo. Foto Márcia Reis Bittencourt 40 POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes SAUDADE DA ROÇA SI TÚ ME OLVIDAS Ai que saudade que eu tenho do tempo em que eu era criança com meus pais e meus irmãos tinha muita confiança. Trabalhando na roça tinha muita satisfação quando chegava a colheita era grande a emoção. Trabalhando todo o dia com sol quente ou com chuva era muito gostoso quando chegava a colheita da uva. Quando chegava de manhã era uma grande alegria não saía para trabalhar sem rezar a Ave-Maria Com muita satisfação íamos todos trabalhar era uma grande festa quando chamavam para almoçar. MAURÍLIA FREITAS [In: Minha saudade, pág.21] “Ahora bien si poco a poco dejas de quererme dejaré de quererte poco a poco” (Pablo Neruda) Se por acaso tudo o que fiz por ti e para ti não foi suficiente Se todas as horas em que me entreguei foram como grãos de areia no mar dos teus carinhos Se não desejas mais tocar-me se não sentes mais falta de mim quando estamos separados Se pouco a pouco a chama da nossa paixão está se apagando se estás deixando de me querer... com o tempo, amor, meu desejo por ti também fenecerá sentirei um enorme vazio, por certo, mas no desejo, se um não quer mais, fatalmente virá a separação Chorarei, tem a certeza, mas o tempo me ajudará a procurar outras bocas e tentar apagar as marcas do amor que deixaste em mim. MAURA SOARES [In: Um amor para lembrar, pág.31.Livro artesanal] Balneário Camboriú, 2010) SEMEAR Eu semeei a saudade Nasceu o manjericão. Plantei o amor-perfeito No lado o sinamão. O amor-perfeito morreu Então nasceu a saudade Dentro do meu coração. A saudade e a alegria Nasceram na mesma hora. As duas se reuniram Mandaram a tristeza embora. MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA (19.08.2007) TEMPO Às vezes eu sou o tempo outras, o tempo se perde de mim pelas discordâncias que a vida me trouxe e pelos privilégios que já vivi. Não quero ser sonho nem combinação de coisas quebradas quero ser bênção e concretização nos passos da minha caminhada. Vou pintando a vida infinitamente buscando o melhor pra mim sem lembranças do passado, exceto o melhor que já vivi. ZELI MARIA DORCINA Os sistemas caem, os cultos se desfazem. Só os poemas parecem cada vez mais jovens e mais belos, sob os beijos fatais do tempo. (Antero de Quental - poeta português) Em todas as lágrimas sempre fica uma esperança. (Simone de Beauvoir — escritora francesa) A linguagem se deteriora, porém a função dos poetas é revalorizar as palavras. (Octavio Paz — poeta mexicano, Prêmio Nobel de Literatura de 1990) Poesia é a harmonia das palavras, música é a harmonia de notas. (John Dryden — poeta inglês) 41 POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes PASSAR DOS DIAS Passaram alguns dias tudo está distante Como se tivesse passado longo tempo. A saudade faz lembrar todo o teu amor, Carinho, afeição Porque na verdade, deixaste todo o teu afeto, Só ficaram doces lembranças. Agora, estás livre te liberta Voa bem alto, Mais alto que puderes, Te desejo tua felicidade. Estarei sempre contigo em pensamento, Dentro do meu coração. Afinal,não partiste, apenas Foste para o outro lado do caminho Deixando teu perfume com rastros De doces lembranças... Tua amada Stela Máris Alves. STELA MÁRIS ALVES PAIXÃO DO OUTONO Eles se apaixonaram Muito lentamente Vivendo um amor Como dois adolescentes No outono de suas vidas Quando se é preterido Nessa mulher encontrou Uma volúpia incontida Ele já aos setenta Descobre a vitalidade Proporcionando a amada Os prazeres da mocidade Ela,mulher de sessenta Rica em jovialidade Guarda embaixo dos panos O calor e a beleza De sua tenra idade Nos momentos de intimidade Entre beijos e carícias Elevam-se os Espíritos Retrocedem em idade Como faz bem o amor Bálsamo pro coração Duas pessoas carentes Descobrem ter ainda Muito desejo e paixão O segredo para se ter Uma velhice saudável È a forma que escolhemos De como envelhecer. CARÊNCIAS Preciso da tua Doçura pra me apaziguar os arrufos! da tua Euforia pra me alimentar os deleites! da tua Ousadia pra me destravar as emoções! da tua Gana de viver pra me nutrir as energias! da tua Impetuosidade pra me saciar ânsias e aguardos! Do teu Atrevimento pra me liberar as fantasias! da tua Volúpia pra me domar os instintos! Do teu Respiro pra poder sobreviver do teu Espírito pra “depois” Ressuscitar!!! MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS [In: Meu entardecer — Um punhado de poemas,pág.10] Fundadora do GPL Presidente-Perpétuo INUSITADO Sangrento sabre Assemelha-se a arrebol A esgueirar-se em cores infinitas Dissipa núbias nuvens, nebulosas Carneiros no monte a espalhar-se Proliferando-se em profusão E o listrão esvai-se pipocando Desfilando carneiros de algodão Plúmbeas nuvens, prenhes Destilam em sulcos Canções em serenata Enchendo cachoeiras Revirando cascatas Murmúrio ofegante, acelerado Iluminando a noite Lívida clareira Mosaico inusitado NEUSITA LUZ DE AZEVEDO CHURKIN EDUCAR Já no ventre materno começa a educação. Atitudes dos pais, sentimentos, refletem no embrião do novo ser em formação. Educar é bem formar, é informar, é orientar, é estimular para o bem, sem forçar nem ameaçar, sem exigir nem agredir. Para obter bons resultados é preciso paciência, bom humor, persistência. E que haja prazer no aprendizado. É um trabalho magnífico e delicado. SUELI BITTENCOURT [In:Suavize seu viver, pág. 56] ARNALDO GOLINO Belo Horizonte, MG (Poema classificado para integrar a Antologia Poética Prêmio CNNP, 2014) O trabalho de cada homem, seja na literatura, música, pintura, arquitetura, ou qualquer outra arte, é sempre um retrato dele mesmo. Samuel Butler, escritor inglês Quem ouve música sente a sua solidão / de repente povoada. Robert Browning, poeta inglês 42 POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes ESTOU SÓ VOGAIS Com a letra A, de Amor, escrevo também Amargura. Com o E, de Esperança, registro a Escravidão. Se Imaginação tem o I perfeito, a Imbecilidade, não. Ódio é palavra feia escrita com O de Orvalho que deposita nas flores cristais de rara beleza. Por incrível que pareça com o U (letra sem graça) encontrei duas palavras que só exprimem grandeza. Falo do Único e belo Universo em que vivemos. A vida sem música é uma jornada pelo deserto. Pat Conroy, escritor norteamericano ZEULA SOARES Por um momento, senti-me só. Ajeitei o ambiente,mudei os móveis da sala, para mudar de astral. Abri todas as janelas para entrar o sol. Aproxima-se a primavera. A laranjeira ao lado da janela, perfuma o ambiente que estou. Terminei de passar o café da manhã, o aroma e o perfume me deram vida. Alguém passa e me acena a mão. O silêncio desse lugar, faz-me lembrar da trajetória percorrida aqui. Onde encontrei guarida, durante treze anos. Num trabalho árduo, mas não desisti. Sempre que estou só,alguém vem me visitar. São pardais, pombos que entram e saem normalmente. E até a cachorra loba do veterinário com florzinhas nas orelhas, chega até à porta. Pra ver se ainda estou aqui. VALTER OSVALDO SANT´ANA 19.9.2005 Santo Amaro da Imperatriz, SC QUEM SOU EU? Eu queria amá-lo para sempre Mas algo me alertava Era preciso aceitar um futuro sem laço Porque eu não tinha passado AMOR Sentimento puro e verdadeiro Sentimento que não causa dor Não causa mágoa, nem choro Só felicidade e admiração Meu amor seria como uma semente no deserto Teria de viver de águas e tempestades Passageiras e fortes Um dia as raízes acabariam aparecendo Sob o poder dos ventos arrasadores Na realidade não sei quem sou Estou vivendo um momento de mutação De transformação profunda E isto faz meu corpo tremer Marcando minha alma perdida Nossos corpos desaparecerão um dia Como as flores que murcham Mas o amor é para sempre É a maior dádiva que Deus nos deu. Amor é o que sinto por você E você por mim, meu bem Essa alegria que sentimos ao estarmos juntos, bem juntos Suas mãos tocando minha pele, meu rosto seus olhos encantados olhando os meus e eu a lhe olhar com carinho, sorrindo escutando você falar com voz rouca eu a amo...minha vida...não vivo sem você VERA PORTELLA THEREZINHA CACILDA MONTEIRO MANN Palhoça, SC Se alguém não encontra a felicidade em si mesmo, é inútil que a procure em outro lugar. (François de La Rochefoucauld) Gaivota, Praia de Perequê, Porto Belo,SC Foto: Márcia Reis Bittencourt 43 POETAS DO GRUPO Efetivos e Correspondentes SOPRO DIVINO FOLHA SECA Eis o Espírito de Deus que chega Consolo que acalma Um mundo novo e belo se inicia Tudo se transforma O medo se vai A coragem habita nossa alma. Jogada à sarjeta, abandonada como lixo,recolhi uma triste folha seca. Segurei-a em minha mão, com cuidado e emoção. Parecia querer falar, mas só gemia. A pele seca deixava à mostra suas veias que, um dia, tanta seiva alimentou. Jogada ao sol causticante, sem piedade, o vento errante, da sua árvore a arrancou. Tenho que segurá-la com delicadeza, pois se aperto chora de tristeza, lembrando da vida, tão verde, que o outono lhe tirou. Estou igual a ti, folha seca. Meu amor, o destino tirou, e nem sei para onde levou. Tu tens a certeza de que, após o inverno chegará a primavera, com as folhas verdes e as flores cheirosas. Tu pertences a outro reino, onde tudo é verdadeiro. Não há inveja ou traição... Mas o meu é animal. É injusto, é mau. Viceja a incompreensão e a maldade. Comparado a ti, não sou nada. Estou morrendo de saudade... Agora, só, vago por este mundo de Deus,à procura de uma linda flor, filha do teu reino, folha seca, que possa meu coração alegrar. Que não tenha espinhos nem garras, não quero esse amor machucar. Somente amar... Enquanto a minha rosa não chega, vou levar esta folha, que já foi verdinha, para comigo sonhar. Quem sabe, com água fresca e com carinho, novamente, verde ficará... Vinde Consolador Hóspede da alma No calor, aragem, descanso Na aflição remanso. Espírito pacificador Luz Bendita No íntimo de nós Chama que crepita. Obrigado, Senhor Prometeste e mandaste O Consolador Dai a todos corações Vosso sete dons de amor. IVONE LIDIA RODRIGUES FLOR CRIANÇA Flor criança, semente que germina No solo sagrado da mãe onde crescem rosas e jasmins. SINVAL SANTOS DA SILVEIRA Flor criança se eu pudesse ser como tu andaria passo a passo; lentamente iria em busca do jardim que te acolheu no regaço. Teus irmãos também são flores que sempre deves cuidar; Teu pai é o flamboyant, onde as flores vão brotar, protege todas do sol acolhe os passarinhos,por isso linda criança, trata teu pai com amor A família teu jardim, e sempre deves regar, pois saibas, ó flor criança, que teu jardim é teu lar. OLGA POSTAL [Poema inspirado em meus netos no mês dedicado às crianças] 2.10.2014 Reunião no Mezanino da Biblioteca: Maurilia, Cacildo, Zeula, Doralice,Carlos,Luis Fabiano,Sonia,Lino, Sueli e Maura. Na antiga sala do Grupo, na Biblioteca Prof.Barreiros Filho, quando da inauguração da placa confeccionada por Cacildo Silva, indicando o nome da Biblioteca do Grupo, homenageando sua fundadora, Maria Vilma Nascimento Campos. Licinho, Cacildo, Paulo Berri e Heralda, com convidados. 44 Biblioteca dos Poetas “Maria Vilma Nascimento Campos” Registramos Obras, Folders, Boletins, Zines, Recortes de Jornais e Revistas, Textos, enviados por amigos e membros do GPL. ==Jornal da ANE—Associação Nacional de Escritores, n. 58, nem tanto à terra, de Rubens Oestroem (25.9 a 23.10); Caricaturas de Miguel Rep sobre Julio Florencio Cortázar (22.9 a junho-junho 2014. 26.9); Folder Efeito Escotilha, com programa variado, curadoria ==De Zeli Maria Dorcina, do GPL, sua obra “Versos que me a- de Pedro MC. calentam”. ==De Luiz Carlos Amorim, o Suplemento Literário A Ilha, n. 130, ==De Nelcy Mendes, da Editora Papa-Livro, o opúsculo referen- ano XXXIV, agosto-setembro 2014, com poemas de Maura e te ao Prêmio “Vilson Mendes de Literatura Desterrense”. Júlio de Queiroz . ==De Doumerval Tavares Fontes, São Vicente, SP, dois textos ==De Gildásio Taborda Barbosa, de Sant´Ana do Livramenpara reflexão: “Estresse” e “Escrita”. to,RS, Cartões postais: de Cerro de Palomas e de Sant´Ana do Livramento, agradecendo a RVS 42 e a publicação de seu poe==Carta do Sr. Nélson Carneiro, de São José do Rio Preto, ma em homenagem ao GPL. agradecendo os anos em que participou como associado correspondente do GPL e solicitando desligamento. ==De Alfredo Nogueira Ferreira (Aldo Nora) sua obra O Verso—o novo evangelho de um mundo cansado e velho. (com página especial nesta revista) e seu poe==Recebimentos de Antônio Pereira de Mello, Santa Maria, RS, as seguintes publicações: Jornal Letras Santiaguenses, ano 19, ma Vento Sul, inspirado nos ventos da Ilha de Santa n. 111, maio-junho 2014, com homenagem a Gabriel Garcia Catarina e na Revista do GPL. Marquez, poemas de Antônio e de nossa confreira residente em Florianópolis, Milka Plaza; Folha Cultural Farroupilha ano VI, n. 22, 30.11.2011, cidade de Triunfo,RS; Carta de Paulo Pereira ==Do escritor e poeta Roberto Rodrigues de Menezes, de Mello, enviando poemas para a Revista Ventos do Sul , asua obra Castelo Verde. gradecendo e elogiando a nossa revista; Carta de Antônio Pereira de Mello, agradecendo a RVS 42 e comunicando o lançamento da Antologia da Casa do Poeta de Santa Maria, em a- ==De Roberto Rodrigues de Menezes, O Clarim—Revista de gosto; de Luiz Alberto Calderon “7 Pekados Kapitales”, Tacna, Cultura da ALMESC, ano II, nº 4, setembro 2014. Peru, Ediciones Arcoiris; Zine As Academicas editada por Regina Menezes Loureiro, março 2011, ano 12, n.157, Vitória, ES. ==De Donato Perrone, nosso representante na Argentina, sua obra poética “El poeta sin pluma”, com ==De Zenilda Nunes Lins, com carta, seu romance “Reino das lançamento na Argentina em 12 de dezembro. DonaEstrelas” e “Tecendo Alegoria”, poemas. to também doou: a Revista Ateneu Poético Argentino — Lazos Poéticos 2014 e o livreto do VI Concurso ==Convite de Maria da Anunciação Pereira, do GPL, para a fesPoético Internacional - UPF Argentina 2014— ta de seus 90 anos de idade, a acontecer dia 6 de setembro, no Caminos y puentes para la paz”, com poemas e poetas premiasítio da família,em Maciambu, na Grande Florianópolis. dos. Donato participou como jurado neste concurso. ==Doação de Maura, “Antologia”, de Raquel Mongiello, Santa ==De Osmarina Maria de Souza, singela carta agradecendo a Fé, Argentina. oportunidade em poder dar seu testemunho a respeito do Prof. Custódio de Campos, quando da realização do panegírico so==Jornal da ANE—Associação Nacional de Escritores, n.59, bre o professor, apresentado por Heralda Victor, dia 3 de juagosto-setembro 2014. lho.Agradece também sua crônica publicada na Revista n.42. ==De Silvério da Costa,Chapecó,SC,recortes de jornais com ==Da ANE-Associação Nacional de Escritores,Jornal da ANE, poesia de Maura e carta agradecendo a RVS 42. ano IX,n.60, out-nov 2014. ==De Jorge Eudes do Lago , sua obra “O canto do cisne”. ==De Luiz Fernandes da Silva, João Pessoa, PB, a obra poética de Antônio Freire, “O canto retardado”(1990). Em carta, a==Da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Fi- gradece a obra enviada pelo GPL de autoria de Júlio de Queilho, convite para o aniversário da Biblioteca e apresentação de roz, “Amor e morte”, cumprimentando o autor. Literatura de Cordel, 19 de setembro. ==De Gildásio T.Barbosa, de Sant´Ana do Livramento, RS, sua ==Do poeta Malungo, Recife, Pernambuco, exemplares do nú- obra “Oleiro”, com Mensagem de Natal em marcador de livro. mero 62 do Zine “De cara com a poesia”, que foram distribuídos entre os membros do GPL; DVD Digitais, com livro virtual e recitais poéticos. ==De Doumerval Tavares Fontes, São Vicente, SP, sua obra “Pétalas ao vento—coletânea de crônicas, mensagens, provérbios—outono 2014”; duas mensagens avulsas e um recorte do Jornal “O Município”, 2.8.2014, com artigo de Vanderlei Simiona -to, intitulado “Pra frente Brasil”. Vanderlei Simionato foi viceprefeito de Campinas,SP, Deputado Estadual por 16 anos e reside em São João da Boa Vista. ==Convites do BADESC para as exposições: Nem tanto ao mar 45 ACONTECEU... ==Dia 3 de julho de 2014, apresentação de Heralda Victor sobre a vida e a obra do Prof.Custódio de Campos, no auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, dentro do projeto do GPL “O escritor e sua obra”. Presentes os filhos do professor, Dr. Nuno Campos e Agnes Campos Fritzen, com apresentação musical de Ivonita Di Concilio e testemunhos da poetisa Osmarina Maria de Souza e da senhora Marlene Dias. Sinval também comentou sobre o professor Custódio. Heralda declamou o poema “O professor, emocionando a todos. A Revista Ventos do Sul n.42 foi distribuída aos presentes. Heralda presenteou as pessoas que deram seus testemunhos com obras de sua autoria. Agnes e Nuno também comentaram sobre seu pai revelando o homem fora da sala de aula, o convívio com a família. Presentes pelo GPL: Eloah, Maura, Zeula, Stela, Zeli, Eunice, Doralice, Áurea, Vera, Sinval e Ana Cristina. ==Dia 10 de julho de 2014, lançamento da obra Versos que me Acalentam, da associada do GPL, Zeli Maria Dorcina, no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho. Presentes: Cel. Roberto Rodrigues de Menezes (ALMESC); Susana Zilli de Mello(ACALLE e ACPCC); Kátia Rebello(ADL, ASAJOL); Prof. Luiz, da Escola Jardim Solemar; Fernando Machado(INGESC). Pelo GPL: Eloah, Maura, Heralda, Stela, Doralice, Maria, Sinval, Alcides, Airton, Vera, Áurea e Eunice. ==Dia 7 de agosto de 2014, em reunião do GPL, a senhora presidente registrou o Regulamento do 10º Concurso On-line “Prêmio Alzemiro Vieira de Poesias”, e a partir deste concurso, os outros que acontecerem serão sempre pelo site do Grupo. A realização do concurso será do dia 15 de agosto a 15 de outubro de 2014. ==Dia 27 de agosto de 2014, a convite de Olga Postal, membros do GPL compareceram ao Asilo Irmão Joaquim, avenida Mauro Ramos, apresentando suas poesias e melodias para os internos daquela Instituição, pelo Projeto “Criando Esperança”, que consiste em levar alegria a pessoas idosas e ou que estejam internadas em instituições de caridade. Compareceram Eloah, Olga, Manuel, Sinval e Vera. ==Dia 28 de agosto de 2014, Eloah, Maura, Heralda e Antonio Cunha, Osmarina Maria de Souza, José Mariano e Noeli Viapiana membros da comissão do II Concurso Literário de Conto e Poesia Salim Miguel”, instituído pelo SENAC a alunos e funcionários do SENAC de todo o Estado de Santa Catarina, destacaram os vencedores,após análise de 200 poemas/contos. A premiação será dia 28 de novembro na sede do SESC, de Cacupé, às 19 horas. ==Dia 30 de agosto de 2014, Neusita Luz de Azevedo Churkin declamou poemas, cantou e tocou acordeon no Colégio Estadual Abel Capela, de Governador Celso Ramos. ==Dia 6 de setembro de 2014, no sítio da família no Maciambu, aconteceu o Café Colonial em homenagem aos 90 anos da nossa Maria da Anunciação Pereira. O GPL presta homenagem em página especial desta Revista. ==Dias 11 e 18 de setembro de 2014, aconteceram as aulas do Projeto Arte e Interpretação de Textos, ministradas por Zeula Soares. Participaram da oficina no dia 11: Zeula (ministrante),Maria, Eloah, Olga, Antonio Carlos Chagas, Neusita, Vera, Sinval e Airton. No dia 18: Zeula, Maria, Vera, Antonio Carlos Chagas, Sinval, Olga, Doralice,Dirce. Todos os participantes da Oficina receberam seus certificados no dia 25. ==Dia 7 de agosto de 2014, o registro da criação da Oficina de Arte e Interpretação de Textos, que será ministrada pelo atriz e poeta Zeula Soares, aos interessados do GPL.Os interessados deverão entregar 3 (três)poemas que desejam apresentar em eventos para que Zeula possa auxiliar na postura em cena, desenvoltura na declamação e a apresentação como poderá ser feita, com o texto decorado. ==Dia 18 de setembro de 2014, Maura, por ausência da presidente Eloah devido a delicada cirurgia, fez o exercício Revirando Estantes, com a distribuição da Revista Ventos do Sul e cada poeta apresentando uma poesia de outro membro do Grupo. ==Dia 14 de agosto de 2014, presença na reunião do GPL do prof. Adão, convidando membros do GPL a se apresentarem no Bistrô Ateliê, numa forma de integrar a poesia a um ambiente gastronômico. Dia 16 de agosto compareceram Vera, Sinval e Zeli e apresentaram suas poesias. ====Dia 1º de outubro de 2014, na sede da Academia de Letras dos Militares Estaduais—ALMESC, aconteceu a cerimônia alusiva ao 2º aniversário daquela Academia, com posse da Diretoria biênio 20142016; instalação de três acadêmicos: Subtenente Andrei Francisco Fernandes, coronel Luiz Antônio Cardoso e Major Alessandro José Machado. Compareceram pelo GPL Maura, Vera e Sinval. Pelas Academias Osmarina Maria de Souza, Susana Zilli de Mello, Kátia Rebello, Inês Carmelita Lohn, Augusto Barbosa Coura Neto, Artemio Zanon, Valdir Mendes, Rudney Otto Fützenreuter. Pela Academia Catarinense de Letras, o vice-presidente Liberato Manoel Pinheiro Neto; pela Câmara Municipal de Florianópolis, seu presidente vereador Cesar Faria; senhora Nelcy Mendes, da Papa-Livro; o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, Augusto César Zeferino; o presidente da Academia Catarinense Maçônica de Letras, Dr. Ademar Valsechi e os acadêmicos da ACML Bonassis e Jerônimo. A Dra. Eliseth Lanzoni representou a Acalej; Vilmar Machado da Aliflor, Jani da ALB Fpolis; Dr Saulo Vieira, Presidente do Sapiens Park. Cel Valdemir Cabral, Cmt. Geral da PM, Cel e acadêmico Marcos de Oliveira, Cmt G do CBM. Compareceram também cadetes da PM e do Corpo de Bombeiros; alunos da Marinha que são grumetes (soldados) acompanhados do 1º Tenente Sebastião Bueno Junior, da Escola de Aprendizes Marinheiros. O professor Nereu do Vale Pereira recebeu Medalha e Diploma "Academia de Letras dos Militares Estaduais", comenda anual concedida no 1º aniversário da ALMESC, ao acadêmico Artemio Zanon e desta feita ao prof. Nereu. Numa cerimônia perfeita com auditório lotado, comandada pelo presidente reeleito Coronel Roberto Rodrigues de Menezes. Um evento que merece elogios dada a organização e presteza nos detalhes. Uma boa confraternização após a Sessão Solene. ==Dia 20 de setembro de 2014, no Bistrô Ateliê, Zeli Maria Dorcina participou da Sessão de Autógrafos de sua obra ”Versos que me aca==Dia 7 de agosto de 2014, com Idea da presidente Eloah Westpha- lentam”. len Naschenweng, aconteceu o registro da Oficina Construindo Versos e Pensamentos, em que cada associado sorteou uma palavra e a ==Dia 25 de setembro de 2014, os membros do GPL apresentaram partir dela, construir um verso ou um pensamento, com apresentação suas criações como tema “O Trem da Vida”, palavra-chave do Projeto “Construindo Versos e Pensamentos”. na reunião do dia 14. ==Dia 14 de agosto de 2014, a presidente Eloah lançou o Projeto Sala de Leitura, cabendo a cada poeta escolher nas prateleiras da Biblioteca do Grupo, uma obra de poesia, conto ou crônica, para levar para casa, ler e comentar e apresentar na última reunião do mês sobre o autor ou autora. ==Dia 16 de agosto de 2014, na sede da Academia São José de Letras, aconteceu a Sessão de Saudade do Acadêmico Alzemiro Lídio Vieira, com a presença da presidente Eloah e Maura, que na ocasião representou também a Academia Desterrense de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Pela ASAJOL, estiveram presentes Vera Barcellos, Osmarina Maria de Souza, Osni Machado, Moacir Viggiano, Artemio Zanon, Roberto Rodrigues de Menezes, Elena Lamego, Augusto Barbosa Coura Neto, Rudney Otto Fützenreuter. Pela ALMESC o coronel Bornhoffen e a Major Edenice. Pela família destacamos a esposa Elza e os filhos Rackel e Daniel e outros parentes.O Acadêmico Artemio apresentou bela peça literária enaltecendo nosso poeta Alzemiro e, após, fez entrega aos presentes de livreto com seu discurso. Elena Lamego declamou poema inédito de Alzemiro. Vera Barcellos prestou homenagem com peça musical.Em nome da família, Rackel agradeceu o carinho de todos. ==Dia 21 de agosto de 2014, aconteceu a Formatura do Curso de Letras da Universidade Federal de Santa Catarina, ocasião em que José Luiz Amorim, graduou-se. A RVS parabeniza nosso jovem poeta. 46 ACONTECEU ... ==Dias 7, 8 e 9 de outubro de 2014, aconteceu a 1a. Bienal de Arte e Cultura da região do continente, Projeto da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, contando com mais de 1200 crianças da comunidade. O GPL teve participação no dia 9, no período vespertino, com Eloah, Antônio Chagas, Maria da Anunciação, Maura, Heralda, Áurea, Olga, Manoel, Carlos Piccoli e Carmem e a convidada do GPL,Claudete da Mata. ==Dia 10 de outubro de 2014, na cidade de São Pedro de Alcântara, sede da Academia de Letras de São Pedro de Alcântara — ACALLE, aconteceu a Sessão Solene de aniversário daquela Academia com a comemoração do “Dia do Escritor Alcantarense”, em que as acadêmicas da ADL, Hiamir Polli Mathias e Maura Soares foram homenageadas. Presentes pelo GPL: Eloah, Vera, Zeli e Sinval. Pela ALMESC, Cel. Roberto R. Menezes e Cel. Bornhofen; pela ALB de Antônio Carlos, Rogério Kremer; presidente da ACALLE, Augusto Coura Barbosa Neto e Susana Zilli de Mello e demais acadêmicos. Dia 12 de outubro de 2014, Vera compareceu à Fenaostra, representou o GPL no stand do Projeto “Marca de Florianópolis”, que divulgou nosso concurso on-line. Dia 17 de outubro de 2014, na Biblioteca Prof. Barreiros Filho, sessão da Academia Desterrense de Letras, ocasião em que receberam a Medalha Vilson Mendes de Literatura Desterrense, os professores Nereu do Vale Pereira e Valter Manoel Gomes. Eloah e Maura representaram o GPL. == Registro: Dia 25 de outubro de 2014, Zeli participou do “Café com Ideias”, projeto da Secretaria de Educação de São José. Comentou sobre toda a trajetória para editar seu livro “Versos que me acalentam”. ==Registro: Dia 18 de outubro de 2014, Vera, Sinval, Olga e Manoel estiveram na Barra da Lagoa, em reunião com os idosos e deficientes internos no Asilo Irmão Joaquim. O evento aconteceu no salão paroquial do Centro Comunitário. Momentos de poesia e canto que o GPL proporciona aos menos favorecidos. ==Dia 10 de novembro de 2014, o Jornal Notícias do Dia,ano 9, nº 2702, publicou Perfil de Sueli Rodrigues Bittencourt. Na matéria ela cita o GPL e diz que intensificou sua produção poética a partir da sua entrada no Grupo, em 2000. Foi eleita pelo GPL,”Poetisa da Paz” ==Dia 27 de novembro de 2014, última reunião administrativa do ano com confraternização, troca de presentes natalinos e poesia dos membros do GPL. ==Registro de Edweine Loureiro, poetamigo de Saitama, Japão, dando conta que em 15 de novembro de 2014, foi um dos 10 poetas premiados no Prêmio Cataratas de Contos e Poesias (2014-Paraná). A RVS parabeniza, mais uma vez, o sempre atuante poeta. ==Dia 23 de outubro de 2014, aconteceu lançamento da obraresultado com 8º Concurso de Conto e Poesia, do SINERGIA, no qual o nosso associado José Luiz Amorim é um dos poetas classificados. O lançamento deu-se na Fundação Badesc. ==Dia 4 de dezembro de 2014,no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, aconteceu a Sessão de Encerramento do Ano Acadêmico de 2014, com a premiação dos vencedores do 10º Concurso On-line “Prêmio Alzemiro Vieira de Poesias”; homenagem a Alzemiro por Heralda Victor e Zeula Soa==Dia 29 de outubro de 2014, o GPL compareceu na Biblioteca Públi- res; Roda de Poesia; apresentação do Coral do GETI-UDESC com a ca do Estado para o evento “Oficina Literária Boca de Leão”. Eloah, regência do maestro Adair Lima; apresentação da empresária-cantora Vera, Sinval, Stela, Olga e Manoel se apresentaram com poemas, mú- Annita Hoepcke da Silva;entrega do Troféu Garapuvu “Amigo da Culsica e contação de história. Com Claudete da Mata, da ABCH. tura” para Maura Soares. ==Registro especial: nosso poetamigo residente no Japão (Saitama), Edweine Loureiro, foi eleito delegado da União Brasileira de Trovadores e tornou-se fundador da Organização Mundial dos Trovadores no Japão, diplomado pelos fundadores em San Antonio, Texas. Edweine comunicou o Concurso de Trovas solicitando divulgação do link http:// www.falandodetrova.com.br/japao2014. Divulgamos para o Brasil. ==Dia 5 de dezembro de 2014, no Auditório do Tribunal de Contas do Estado, o ator Édio Nunes recebeu da ACLA-Academia Catarinense de Letras e Artes o Prêmio “Personalidade das Artes Cênicas de Santa Catarina 2014”. Parabéns ao excelente ator pela merecida honraria. ==Dia 12 de dezembro de 2014, posse de Claudete da Mata e outros Acadêmicos na Academia Brasileira dos Contadores de Histórias, na Sala de Cinema do Centro Integrado de Cultura. ==Dia 29 de outubro de 2014, Maura e Heralda compareceram na Catedral Metropolitana representando o GPL na Missa de um ano de ==Dias 13 e 19 de dezembro de 2014, na Feira do Livro de Flofalecimento do poeta do GPL,(ocorrido dia 27 de outubro de 2013), rianópolis, a escritora Inês Carmelita Lohn autografou seu sétiAlzemiro Lidio Vieira. mo livro “Contos bruxólicos”. ==Registre-se a presença do representante do GPL na Argentina, Donato Perrone, em reunião do dia 16 de outubro em que participou da escolha de tema ao Projeto Construindo Versos e Pensamentos, doou livro de sua autoria e declamou poema de outro poeta visitante Roberto Rodrigues de Menezes.. ==Dia 30 de outubro de 2014, em reunião do GPL, apresentação poética dentro do Projeto Construindo Versos e Pensamentos—com o tema proposto por Donato Perrone “Busco a luz de seus olhos”. ==Dia 31 de outubro de 2014, na Biblioteca Prof. Barreiros Filho, o lançamento da obra “As aventuras de Pingo de Chuva—A árvore condomínio”, de Vera Lúcia Silva. Áurea e Zeli representaram o GPL. ==Registro: Dia 27 de outubro de 2014, nosso poetamigo Aldo Nora, de Florianópolis, foi premiado com “Menção Honrosa”,com seu poema “Naquela rua encantada”, no Concurso Literário Internacional "Reysina Vianna Ramos", promovido pelo Centro Literário Pelotense, com tema livre para poesia, conto e crônica. O referido concurso foi aberto aos associados da entidade, num fato inédito da instituição. Aldo aproveitou a visita a Pelotas para, além de receber o Prêmio, distribuir seus livros pelas bibliotecas, escolas e entidades beneficentes. Obteve apoio do Secretário da Educação do Município e da Coordenadoria Regional do Estado (escolas estaduais). A RVS parabeniza o nobre poeta. 47 Acima, Áurea Baldisera, com professoras e crianças da Creche Machado de Assis, de Capoeiras, quando da apresentação do GPL na 1a. Bienal de Arte e Cultura da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, dia 9 de outubro. Abaixo, as crianças com as professoras e a Supervisora Marlene Luiz (dir). GRUPO DE POETAS LIVRES—BIÊNIO 2014-2016 Presidente: Eloah Westphalen Naschenweng Vice-Presidente: Profª Maura Soares 1º Secretário: Antônio Carlos Pereira 2º Secretário: vago 1º Tesoureiro: Áurea de Mello Baldissera 2º Tesoureiro: Vera Portella Diretoria Cultural: Stela Máris Alves Responsável pelo site: Eloah Westphalen Naschenweng Presidente Perpétuo: Maria Vilma Nascimento Campos Presidente de Honra: Manoel Philippi Bons e saudosos momentos do Grupo de Poetas Livres, neste nosso Túnel do Tempo. 48
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