21/11/2014 - Edição 43 - Grupo de Poetas Livres

Transcrição

21/11/2014 - Edição 43 - Grupo de Poetas Livres
VENTOS DO SUL
Revista do Grupo de Poetas Livres
www.poetaslivres.com.br
Difundindo a Poesia e fazendo Amigos
Uma Revista sem prazo de validade
Ano XVI- nº 43— Agosto a Dezembro de 2014
Distribuição gratuita
aneio
o dev
o
ç
a
pia,
r
Eu ab ade da uto
digo
d
ili
o o có a.
Da ut
g
s
a
r
érci
anto
Enqu lidade da in
ti
Da inu
Eu so
u
por c um pere
gr
au
Eu so sa do am ino
or,
u a tr
is
por c
ausa teza
da do
r.
Um
No bleca
Po ator ute d
é
e
i
Nu s sufo traiç mem
ão,
ca
m
óri
mo tod
a
aa
me
nto gló
ri
de
exp a
los
ão.
Sou o fim da caminhada
não o fim do caminho,
Sou taça quebrada
não o fim do vinho
á,
cer r,
n
e
ina
ert
e p germ
m
te
do
ão
o n semen estan s.
r
u
o
a
ão
ut
O f o ver ora n s frut
o
r
b
que to em olher
i
u
ac
M
par
i
aqu
Sublimando poesia
Vou levando a vida assim.
Vou cantando melodia
Pra não ser o fim do fim...
caucifi
i!
r
c
u
q
e
a
e
ãos
Eis-m s tuas m
a
Lava
me.
lma
nta a a
e
m
i
l
a
r
lor
O amo
beija-f
o
,
r
a
t
c
eja...
O né
terno s
e
,
m
i
s
s
E que a
Alzemiro Lidio Vieira (São José, SC 9-9-1943 e Florianópolis, SC, 27-10-2013)
Montagem fotográfica de Edmar Almeida Bernardes, do GPL.
(Tratamento em preto e branco por Eloah W. Naschenweng)
Homenagem ao nosso poeta, ator, artista plástico, membro de duas Academias de Letras que, com suas cantilenas, encantava a todos em suas apresentações artísticas.
A Revista Ventos do Sul, nesta edição, o homenageia com o 10º Concurso de Poesias on-line.
Sumário:
GRUPO DE POETAS LIVRES
Fundado em 13 de abril de 1998, por Maria Vilma Nascimento Campos e alguns abnegados. No ano de 2014
completa 16 anos de ininterruptas atividades. É uma entidade privada, sem vínculos partidários ou religiosos e
sem fins econômicos. Seus Projetos, Concursos e Publicações dão-lhe notoriedade não só no Estado de Santa
Catarina, bem como no Brasil e no exterior por onde a
Revista Ventos do Sul viaja com as poesias de seus
membros e de amigos.
Reúne-se todas as 5as.feiras,a partir das 19.30 horas, na
Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho(vide endereço no Expediente). Para participar, o poeta
deverá ter disponibilidade de horário e ter produção em
poesia. Possui estatuto e regimento interno.
Possui a Oração do Poeta, Canção aos Poetas, Hino dos
Poetas Livres, Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”,
Bandeira e Troféu Garapuvu, todos instituídos por Portarias.
Seus poetas ao representarem o Grupo em solenidades,
são identificados por sua Medalha.
Lei de Utilidade Pública Estadual n. 14.560, de
01.12.2008, proposta pelo deputado Júlio Garcia, assinada pelo Governador Luiz Henrique da Silveira e Utilidade
Pública Municipal n. 5.671, de 26.05.2000, proposta pelo
vereador André Freyesleben, assinada pela prefeita Angela Amin.
Embora possua as duas leis, não recebe subvenção social, sobrevivendo da colaboração de seus poetas. Possui
membros Efetivos, Correspondentes e Beneméritos.
***
Capa / Alzemiro Lidio Vieira.
Dados administrativos / 2
Oração do Poeta / 3
Hino dos Poetas Livres / 3
Canção aos Poetas / 4
Editorial / 5
Uma canção de Amor para Alzemiro / 6
10º Concurso On-line—Prêmip Alzemiro Vieira / 7 a 9
Obras em Destaque 1— Zeli Maria Dorcina / 10
Obras em destaque 2 —Júlio de Queiroz / 11
Amigos Poetas / 12
Projeto Construindo Versos e Pensamentos / 13
Obras em Destaque 3 — Aldo Nora / 14
Projeto Construindo Versos e Pensamentos / 15 e 16
Homenagem a Maria da Anunciação Pereira / 17
Colaborações de Associados e Amigos —Edmar Bernardes/ 18
Poetas Daqui, Dali e Acolá / 19
Oficinas em Reuniões do GPL :Sorteio de Palavras / 20
Descobrindo Jovens Poetas / 21
Colaborações de Associados e Amigos — José Isaac Pilati / 22
De braços abertos...estamos! / 23
As Cartas de Celestino (Prof.Celestino Sachet) / 24
De braços abertos...estamos! / 25, 26 e 27
Colaborações de Associados e Amigos—Jorge Behr / 28
Aos Poetas Mortos...Lari Franceschetto / 29
Artigos Especiais — Carlos Piccoli / 30, 31 e 32
Recordação...A morte de um poeta / 33
Poetas do Grupo de Poetas Livres / 34 a 44
Biblioteca Maria Vilma Nascimento Campos / 45
Aconteceu / 46 e 47
Contracapa / 48
#####
(*)A logomarca do GPL, na capa desta Revista, foi idealizada
por Hiamir Polli, uma das fundadoras do Grupo.
Caros associados, mantenham em dia suas
colaborações; só assim o GPL poderá continuar sua trajetória, que é difundir a poesia e
fazer amigos.
Os autores publicados nesta Revista, respondem pela autenticidade dos seus escritos.
A fundadora do Grupo de Poetas
Livres, Maria Vilma Nascimento
Campos, Presidente-Perpétuo do
Grupo, com Alzemiro Lídio Vieira,
patrono do 10º Concurso On-line
“Prêmio Alzemiro Vieira de Poesias”.
2
EXPEDIENTE:
Revista Ventos do Sul
Organização e Editoração: Profa. Maura Soares
Revisão: Eloah Westphalen Naschenweng
Sede:Biblioteca Pública Municipal Prof.Francisco
Barreiros Filho, rua João Evangelista da Costa
1160,Estreito. Fone (48) 3271 7914
CORRESPONDÊNCIA:
Presidente do GPL: Eloah Westphalen Naschenweng
Av. Patrício Caldeira de Andrada, 581 apto 202
Abraão – Residencial Victória
Cep 88085-150—Florianópolis, SC
######
Profª Maura Soares — Editora da RVS
Av. Patrício Caldeira de Andrada,581 apto 306 – Abraão Residencial Victória
Cep 88085-150 - Florianópolis,SC
Fone (48) 3249 6082
[email protected]
A pintura nunca é prosa.
É poesia que se escreve com versos de rima plástica.
Pablo Picasso.
EDITORIAL
Final de ano é a ocasião propícia para fazer um balanço das atividades, avaliar o que foi
feito, o que se deixou de fazer e o que ainda está por vir.
O GPL fecha o ano com um saldo positivo.
A poesia persistiu e fluiu promissora. Nossos poetas, na liberdade sem limite de espaço, trouxeram a essência do seu olhar e fizeram da palavra o seu caminho.
Esta edição nº 43, assim atesta em suas 48 páginas. A revista divulga poesias de todos os membros efetivos, correspondentes, amigos e homenageados do GPL.
Durante este ano festejamos o lançamento das obras dos associados (as) : Júlio de Queiroz,
Antônio Carlos Pereira, Doralice Rosa de Souza Silva e Zeli Maria Dorcina.
O Projeto “Construindo Versos e Pensamentos”, com suas quadras e as poesias “Trem da Vida”,
“Busco a Luz de seus Olhos”, abriu um leque de inspiração , ideias diversificadas e poéticas.
A Oficina “Arte e Interpretação de Texto” ministrada pela atriz e poeta, Zeula Soares, acrescentou técnica e encanto as poesias declamadas em apresentações do Grupo.
As visitas ao asilo “Irmão Joaquim”, fortaleceram e tocaram o coração dos nossos poetas levando beleza, esperança e lazer aos idosos asilados.
O “10º Concurso On-line Prêmio Alzemiro Vieira de Poesia” do GPL, tem seu resultado divulgado nesta edição. O Concurso é lançado anualmente, para participação de poetas brasileiros e
estrangeiros. Neste ano recebemos inscrições da Capital, diversos municípios do nosso Estado, Rio
de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Brasília, Goiás, Portugal e Japão.
Desta forma, firmamos e reafirmamos o compromisso do GPL de trazer, periodicamente, até você leitor, coparticipe de nossas palavras através desta Revista, nossa poesia e a nossa emoção para
que possa no imaginário, criar e recriar nossa partilha poética.
Eloah Westphalen Naschenweng
Presidente do GPL
Pensamento
Deixa teu pensamento / Voltear / Disperso / Imerso
No universo.
Deixa teu pensamento /No nevoeiro/ Suspenso/ Inteiro e
Solitário.
Em outras esferas / Sem sombras / Que assombram/
Desce teu véu / Espia o céu.
Eloah
[In Relicário, pág. 79]
O flamboyant nasceu no jardim da casa à direita. Sua copa atravessou a
rua cobrindo, com suas belas flores vermelhas, uma rua de Itaguaçu.
Foto:Maura
3
Oração do Poeta (*)
Hino dos Poetas Livres
Dá-me, Senhor, as palavras certas
para que eu possa expressar
o amor pela vida e pela humanidade.
Dá-me inspiração para mostrar
que somos todos irmãos.
Aponta-me, Senhor, o caminho
da compreensão do mundo.
Permite-me apresentar as belezas da vida,as dores
do mundo,
as injustiças sociais e exprimir o que
me vai na alma.
Autoriza-me a falar as verdades do
coração.
Abençoa, Senhor, minhas palavras
para que possam atingir aqueles
que amam a vida e a Arte.
Faz com que todos sintam,
por meu intermédio,
que só o Amor maior
pode revolucionar o mundo
E que esta revolução de Paz
Venha por meio da Poesia.
Zeula Soares
(julho de 2009)
(*) Autoria de Zeula Soares, do GPL. Instituída
através da Portaria 02/2009, assinada pela
Vice-presidente Heralda Victor, em 7 de
Agosto de 2009.
A E7
/. Faz bem sonhar
A
Poetar é bom
F#m E A
No GPL tenho união, amor e paz./.
(estribilho)
C#7 F#m
Com a rima penso a vida
EA
Com o metro ajudo a fala
F#m Bm
Nos versos livres meu coração
EA
Vai ao teu e diz assim:
DA
Poetas Livres, meu grupo amado
F#m Bm
Que me transporta e me aconchega
EA
Com ternura noite e dia.
F#m Bm
Nas linhas do “Ventos do Sul”
EA
Meus escritos dizem paz
Bm E A
Voando em rumo do saber que o amor traz.
Bm E A
Dizendo ao mundo a oração da poesia.
(*) Hino Oficial do Grupo, letra e música de
José Cacildo Silva. Instituído por Portaria
n. 3/2009, de 4 de setembro de 2009, assinada
pela vice-presidente Heralda Victor.
José Cacildo Silva
Zeula Soares
4
CANÇÃO AOS POETAS
Música: Adair Lima
Letra: Áurea Baldissera
G
C
Brilha uma estrela
G
Antes do sol se pôr
C
G
Vida presente
D/F#
G
Um pensador
Aurea de Mello Baldissera, em
Campos Novos.
Foto:Maura
G
C
Prantos contidos
G
Juras de eterno amor
C
G
Um sol nascente
D/F#
G
CDG
Supera a dor
G
É assim que vivemos
C
G
Sem medo de sonhar
C
G
Livres podemos
D/F# G
Poetizar
MOTIVO
(...)
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Maestro Adair Lima e Áurea, quando do
lançamento da obra “Desdobrando”.
Foto:Maura
A “Canção aos Poetas”, composta pelo Maestro Adair Lima
com letra da associada e 1a.Tesoureira do GPL, Áurea de
Mello Baldissera, foi apresentada em primeira mão dia 24 de
abril de 2014, quando das comemorações dos 16 anos de atividades do Grupo; posse da Diretoria Biênio 2014-2016 e palestra da jornalista Yula Jorge sobre a vida e a obra da poeta
goiana, Cora Coralina.
A Canção aos Poetas incorpora-se ao acervo do Grupo e aos
seus símbolos, a saber: Oração do Poeta, Hino dos Poetas
Livres, Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”, Bandeira e
Troféu Garapuvu.
O agradecimento de toda nação GPL aos compositores.
Cecília Meireles
5
HOMENAGEM
UMA CANÇÃO DE AMOR PARA ALZEMIRO
Alzemiro Lídio Vieira, nosso Poeta, nasceu em 9 de setembro de 1943 e nos deixou em 27 de outubro de 2013.
Como testemunho, relato que ele foi o primeiro a se apresentar no — até então — pequeno palco do Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, local sede do Grupo de Poetas Livres.
Estávamos, eu e Zeula Soares, integrando a Associação de Amigos da Biblioteca, recém ativada por nós e um grupo
de amigos do então Secretário Regional do Continente, Engenheiro Manoel Philippi, quando Maria de Lourdes Philippi, irmã do Secretário e integrante da AABM, deu ideia de se fazer eventos tendo como ingresso um livro, eis que a Biblioteca
estava carente em seu acervo.
E assim foi. Organizamos com o diretor da época, Roberto, um pequeno cenário e Alzemiro e uma cantora lírica Neusa, fizeram o espetáculo. Poemas foram apresentados entremeados com belas canções. Foi o primeiro passo para Alzemiro novamente reunir-se às amigas do Grupo Armação — Zeula e eu —. Depois, ele ingressou no Grupo de Poetas Livres,
no ano 2000.
Fez mais uma performance solo em tributo a Cruz e Sousa, como convidado da AABM.
Cresceu o acervo da Biblioteca com estes belos trabalhos, digno de um grande poeta e artista.
Ergo então a minha taça e brindo este ser maravilhoso que foi Alzemiro, notável artista plástico, ator teatral integrante
do Grupo Armação, membro das Academias de Letras Desterrense e São José e membro efetivo do GPL.
Incomparáveis foram suas performances artísticas, com suas cantilenas, seu jeito de abrir os braços em cruz como se
elevando nas súplicas dos sofrimentos que seus poemas retratavam ( e retratam pois sua obra perdura ).
Quando da homenagem do GPL, pelo seu falecimento em 2013, apresentei um poema intitulado “A poesia não morre”(2012), que transcrevo:
A POESIA NÃO MORRE...
A Poesia não acaba quando um poeta morre.
Desde tempos imemoriais ela existe.
Está presente na água da chuva que bate e rebate
numa lata formando sons; no sorriso de uma criança;
na paisagem de um trigal ondulado pelo vento;
no som das cordas de um violão
quando o cancioneiro o dedilha e oferece
a música à sua amada.
A Poesia não morre quando o poeta
volta para Casa, dando por cumprida sua meta
em divulgá-la, em encher o coração
das pessoas de pureza, de sensibilidade,
de amor.
A Poesia não morre quando viaja
o poeta para lugares que só em sua mente
ela vivia e depois a transformava em forma
de versos e a deixava para a posteridade.
A Poesia não morre quando morre um poeta.
Sua existência aqui neste planeta é finita,
mas seu espírito viaja ao que é desconhecido para nós,
mas que ele sabe que sua passagem é transitória,
pois quando parte vai rever do outro lado
seus rios, seus montes e cascatas que tanto
o inspiraram em seus versos.
A Poesia não morre quando morre um Poeta...
Maura Soares
Aos 25 de abril de 2012, 08.45h
Ao Alzemiro, que é homenageado com o 10º Concurso On-line Prêmio Alzemiro Vieira de Poesias, a minha Canção de Amor a este irmão amado, cujo carinho com que ele e a família sempre me dedicaram, não tem preço.
Imagem captada por Edmar em 2004, na entrega do Troféu Maricota de Literatura Catarinense, pela Academia Blumenauense de Letras,
na Feira de Rua do Livro de Florianópolis. Na
foto estão Maria da Anunciação Perera, Maura, Alan Rutkowski Bernardes, Maria Jarlete
Guimarães, Heralda Victor, Renata Soares e
os amados Licinho Campos e Alzemiro.
Momento ímpar com os dois poetas que nos
deixaram, porém legaram suas obras cheias de
Amor. (ms./)
Foto: Edmar Almeida Bernardes
6
10º CONCURSO ON-LINE
PRÊMIO ALZEMIRO VIEIRA DE POESIAS
Concurso veiculado pelo site do Grupo, de 15 de agosto a 15 de outubro de 2014, contando com a participação na Comissão
Avaliadora de Eloah Westphalen Nascheweng, Presidente da Comissão, Maura Soares, Áurea de Mello Baldissera, Vera Portella e Zeula Soares, foram analisadas 102 obras enviadas 50 internautas de Porto (Portugal); Rio de Janeiro, São Paulo, Saitama (Japão), Bahia, Rio Grande do Sul, Brasília (DF), Santa Catarina e Goiás. Neste Concurso todos os participantes fizeram suas inscrições através do site www.poetaslivres.com.br/Concursos. Dia 10 de novembro a Comissão reuniu-se. Eis o resultado.
1º lugar: Adultos
FLOR-DE-LIS
Te quero comigo, como eu sempre quis,
Para, tendo-te presa, envolta em meus braços,
Despir teus pudores com gestos devassos,
Decidido a buscar meu troféu Flor-de-Lis;
Preencher com volúpia os cantos e espaços
De teu corpo, a fazer-te minha meretriz;
Ler nos teus olhos o que a boca não diz;
Romper teus tabus, desatar-te dos laços
E, submetendo-te a estranhos compassos,
Flagrar em tua face o róseo matiz
De ver-se rainha em poses servis,
Por mim conquistada nos tons violáceos
Das marcas dos beijos em pontos esparsos...
Flor despetalada, vencida e feliz.
NET 7 MARES (28.2.1948)
Nova Friburgo, Rio de Janeiro
3º Lugar: Adultos
2º lugar: Adultos
HÁ TANTO PARA AMAR
Descansa aqui
Sobrevoa o mistério da vida que percorre os interstícios das pedras
Não te perguntes pelos ventos, as cores e as flores
Vive nelas. O canteiro está dentro de ti
Não importa de onde venham as flores e as estrelas
Não te perguntes...
Acalma o frio das respostas olhando só para elas
Na exaustão dos porquês, tens as respostas no êxtase do teu olhar
Revê-te nelas
Tu, não sendo uma estrela, és muito maior que elas
Pousa depois o teu olhar no regaço do Universo
e tens toda a poesia num só verso
Enche-te da paz que desce até ao umbral da tua porta
e deixa entrar, ela e o luar
Convida-a, se quiseres, para ficar
Eis o belo da vida num só olhar:
A companhia das estrelas que sentadas na tua escada
vêm descendo calmamente de luz em luz.
iluminando os teus olhos para depois tu e elas, contemplar
E há tanto para amar!
MARIA MANUELA BARROSO (25.10.1946)
Porto, Portugal
AQUELA RUA
MENÇÃO HONROSA — 1: Adultos
Eu nasci nessa bela e calma rua
De casas antigas e silenciosas
Onde mil jardins cobertos de rosas
Faziam mais belas as noites de lua
ECOS DE SAUDADES
No entanto, como alguém que se perdeu
Nos oceanos revoltos dessa vida
Sinto agora que a criança ali nascida
É outro alguém, não sou eu, não sou eu!...
Pobre náufrago entre ondas borrascosas,
Fui cativo das paixões imperiosas.
E, contudo, eu nasci naquela rua
De casas antigas e silenciosas
Onde mil jardins cobertos de rosas
Faziam mais belas as noites de lua...
PAULO TORTORA (19.4.1947)
Rio de Janeiro, RJ
Eu preciso de alguém
Que fique!
Alguém que não passe
E abrace comigo
O poema da existência.
No palco da vida te fizeste presente
Circulaste pelas artes das mais diferentes
Cantilenas, esculturas, poesias, belas obras primas
Que esculpiste com teus sentimentos
Nos deixando mais perto de ti, a cada instante
Ouvi o trovejar da tua voz possante
Nas tuas poesias e nos teus cânticos
E o ecoar melodioso das tuas peças divinas
Ainda a turbilhar longínquo e constante
Nos deixando tuas gotas de afeto, como um acalanto
Partiste porque era chegada a tua hora
Viveste na vertente da vida o confronto
De não querer ser o fim do caminho
Mas o início de um novo caminhar infindo
Quando o poeta é livre, nada lhe faz calar
Os sentimentos que expressou em vida
Ficam guardados num bom lugar
Eternizado nos corações, de quem aprendeu a lhe amar
IRATAN MARTINS CURVELLO (16.10.1960)
São José, Santa Catarina
(O poema da existência. Alzemiro, in ‘Mundo Neutro’, pág. 61)
7
10º CONCURSO ON-LINE
PRÊMIO ALZEMIRO VIEIRA DE POESIAS
MENÇÃO HONROSA — 2: Adultos
MENÇÃO HONROSA — 3: Adultos
O PÓ NA AREIA DA PRAIA
VIOLEIRO
Junto com a areia da praia
Quero gritar a paz que tenho,
Os imensos desertos solitários,
Que se constroem de pura areia.
A areia da praia me toma desprevenida,
Me questiona,
Me envolve,
Me dissolve,
Me faz virar pó,
O pó que somos,
Indissolúvel do barro,
Que vem da terra,
Tomba,
Desfalece,
Respira
Ao vento, que passa sobre nós.
Lá das funduras da noite,
O violeiro olha o céu
E implora que a lua
lhe empreste seus versos.
O poeta campeiro recita canções
Molhadas de muito sereno.
O fogo de chão se atiça,
Fazendo uma dança infinita,
De sombras inquietas,
Chicoteando as gotas de orvalho,
Que se agarram na relva.
As labaredas espalham no solo
Um manto de estrelas em chamas,
Empolgadas com a melodia,
Recolhida das cordas do violão.
Uma plateia incandescente
Saltita seus pingos brilhantes.
São tantos pontos esfuziantes
Em ruidosos aplausos solenes.
Batem palmas com muito calor
Aos poemas sonoros belos,
Que brotam sinceros e puros
Da alma singela do trovador.
SUSANA ZILLI DE MELLO
Florianópolis, SC
PAULO ALBERTO DE MORAES (17.10.1955)
Porto Alegre, RS
CANTILENAS DE ALZEMIRO, da obra “Mutação”:
Bloco Um
Cantilena nº 1
Sublimando poesia
Vou levando a vida assim.
Vou cantando melodia
Pra não ser o fim do fim...
Alzemiro declama em uma das reuniões do Grupo.
Na foto Zeli, Eloah e Antônia.
Cantilena nº 2
Trago mantra, quero rezar,
A vida encanta poetizar...
A obra de Alzemiro, “Gotas de Afeto”, é dedicada às crianças. Colhemos um poema para ilustração.
Cantilena nº 3
Trago em minha alma
Cantilenas pra cantar,
Sei que é noite
Mas a aurora vai chegar...
O SOLDADO DE CHUMBO
Sou um soldado de chumbo
um cara de bobão,
Porque a minha granada
É bolinha de sabão.
Cantilena nº 4
O amor alimenta a alma
O néctar, o beija-flor
E que assim, eterno seja...
Não sei fazer guerra
Só sei fazer graça,
Eu vim para brincar
De criança na praça.
[pág.39]
Nada de angústia
Nada de dor,
A guerra que eu faço
É guerra de humor.
Criança na praça
Te dou uma flor.
(página 23)
Com a profª Terezinha Junkes, ao receber o Troféu Manezinho da Ilha
8
10º CONCURSO ON-LINE
PRÊMIO ALZEMIRO VIEIRA DE POESIAS
1º LUGAR: JOVENS
SOFRI
Sofri por uma pessoa que conheci.
Iludi-me por ela e sofri.
Gostei dela e me apaixonei.
Apeguei-me a ele e sonhei...
Lutei, tentei...
Até sonhei, mas foi tudo ilusão.
Assim meu coração não mais aguentou
E ao chão se arremessou.
Sonhei que com ela fiquei.
Amei mais uma vez e me decepcionei.
Iludi-me, então, mas ao final sorri.
Amei mais uma vez e por ela lutei...
Senti que chegou ao fim
E assim fugiu tudo de mim...
Por fim senti a diferença acontecer
E foi assim que comecei a amadurecer...
GRAZIELA SANTOS ARAGÃO (24.12.2000)
São Paulo, SP
2º LUGAR: JOVENS
POEMAS-CRIANÇA
Quando pequena não sabia ler
Ainda mais escrever
Como poderia saber
Se vivia a esconder?
Cresci como uma semente
Aprendi que todo mundo mente
O crescimento é como andar
Não se sabe onde vai parar
À infância digo adeus
Onde estão os sonhos meus?
Agora digo dos teus
Que são só teus.
A minha jornada digo que é uma caminhada
Ando sempre reto
Achando que estou perto
Quando crescer
Difícil vai ser
Ainda vou brincar
E da infância lembrar.
NATÁLIA DE SOUZA PINHEIRO (05.05.2001)
Tijucas, Santa Catarina
3º LUGAR: JOVENS
CASAS DE ANIMAIS
Tartaruga mora dentro do casco
Tatu mora num buraco na terra
Caracol carrega a casa nas costas
Formiga mora no formigueiro
Por isso ela anda ligeiro.
A girafa mora na floresta
Tem a roupa colorida
Com suas listras desfila na festa.
O lagarto mora nas árvores
O sapo mora na lagoa
Por isso vive gritando à toa.
Onde mora o camaleão?
Eu ainda não sei não...
Os animais mudam de casa
Também fazem confusão
Sei da história de uma tartaruga
Que viajou...Ou morou...Num violão.
VICTOR HUGO REIS (25.11.2001)
Canelinha, Santa Catarina
MENÇÃO HONROSA: JOVENS
NATUREZA
A natureza é tão bela,
Como rosas amarelas
Azul é a cor do céu
Pintado com pincel.
Os passarinhos tão bonitinhos
Com ninhos... Cheios de ovinhos
Resplandece a natureza
Com plantas cheias de beleza.
O verde das plantas
Que até encanta
A beleza das águas
Que no mar deságuam.
A nossa bandeira, a mais linda
O nosso manto verde e azul
Representa toda a riqueza
Nossa beleza o Cruzeiro do Sul.
SUÉLEN APARECIDA VOSS (12.04.1999)
Guabiruba, Santa Catarina
“Minha vida às vezes conturbada, embrutecida pelo cotidiano, torna-se bálsamo diante do que me fascina, e de tudo que
faço: meu teatro, minha pintura, minha música, minha cerâmica, minha poesia.
Amo o que faço e o que sou...escrever poesia infantil e infanto-juvenil foi resgatar a criança perdida nos mistérios de mim
mesmo, através dos tempos.”
Apresentação de Alzemiro sobre sua obra “Gotas de afeto”. (pág. 7)
9
OBRAS EM DESTAQUE
ZELI MARIA DORCINA
Lançado dia 10 de julho de 2014, no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal prof.
Francisco Barreiros Filho, Versos que me acalentam, de Zeli Maria Dorcina, do GPL,reuniu um
um seleto número de amigos que ouviram boa música e se confraternizaram na Sessão de Autógrafos.
Além dos membros do GPL com sua presidente Eloah Westphalen Naschenweng, compareceram o
Cel. Roberto Rodrigues de Menezes, da ALMESC; Fernando Cesar Gomes Machado, do INGESC;
prof. Luiz Roberto Azambuja, Coordenador de Disciplina do Colégio Jardim Solemar; Susana Zilli de
Mello, da ACALLE e ACPCC; Kátia Rebello, da ADL e ASAJOL. Abrilhantaram a festa os músicos
Gian Claudio Medeiros e Cleiton Medeiros, com a bela música brasileira.
Destaca-se o senhor Gilson José Botelho, patrocinador da obra, a quem Zeli rende seus emocionados
agradecimentos.
Transcrevemos trechos da apresentação da obra:
Seus poemas curtos revelam a sua capacidade de síntese e num acalanto, transporta o Amor em cada
um deles.
Não se descuida, porém, em citar os menos favorecidos pela sorte nem da religiosidade em que o Ser Maior questiona onde havia ido parar a beleza do mundo e o porquê da destruição das coisas belas pelos homens.
Palavras leva-as o vento, já disse um poeta, e Zeli se retrata em suas palavras desenhadas em seus poemas quando manifestase naquilo que cala dentro do seu ser, o reprimir de um sentimento que só a ela interessa, pois só ela sabe a quem aquelas palavras foram dirigidas.
Sua primeira obra, embora esteja no Grupo de Poetas Livres desde sua fundação, demorou a chegar, mas veio com coerência,
com certeza de que o AMOR em toda a sua essência é que move todos os seres em busca de suas realizações.
Nos poemas curtos há um misto de amor e de saudade; um misto de dor também, mas que partiu deixando o coração contemplativo na certeza de que um outro virá para preencher o vazio.
“Versos que me acalantam” é obra para se ler aos poucos agasalhando cada verso, acarinhando cada palavra no fundo do coração.
Que o AMOR, como Zeli retrata, continue vencendo todas as barreiras.
(ms./)
SOU POETA
Sou poeta
Porque alguém teria
Que definir o perfume
Das flores
Alguém teria que silenciar
A dor do amor
Alguém teria que preencher
O vazio com um sorriso
Alguém teria
Que buscar o horizonte
No abstrato
Alguém teria que
Perder-se na emoção.
Zeli, feliz na sua Noite de Autógrafos.
Zeli, Maria da Anunciação e Doralice
Zeli nasceu em Florianópolis, SC, filha de Aradi Dorcina e Natalina Maria Dorcina. Fez parte do Conselho da Criança e do Adolescente e
da Pastoral da Criança. Formada em Pedagogia pela UNIVALI de São José. Possui o Curso Técnico em Desportos, da UDESC, e se
efetivou como Professora de Educação Física em São José. Atua como Professora de Educação Física no Colégio Jardim Solemar.
Membro do Grupo de Poetas Livres desde sua fundação, em 1998.
10
OBRAS EM DESTAQUE
JÚLIO DE QUEIROZ
Dentre as obras lançadas por Júlio de Queiroz em 2014, destacamos Pelas frestas da
caverna, obra organizada pela professora Salma Ferraz.
Na contracapa, diz a professora Salma: Júlio é o teopoético por excelência, porque é a
síntese destas duas áreas: Literatura e Teologia. Nas bordas, nas frestas, nas franjas destas duas grandes áreas, construiu sua obra.
Homem de muitos saberes e muitos silêncios.
Nas palavras de José Isaac Pilati Júlio é um arquimímico literário com um alegre sorriso
de quem está no centro de um império de simplicidade.
Na brilhante análise da obra de Júlio de Queiroz, realizada por Celestino Sachet no ensaio “Além da cortina da palavra”, Júlio é definido como Escritor-filósofo, teólogo escritor, que
realiza com as palavras uma missa literária, e compõe poemas-oração.
Faltava,no entanto, uma obra que reunisse suas palestras, discursos esparsos e dispersos
em folhas, jornais, vídeos. Nos últimos dois anos, consegui reunir todo o material que apresento aos admiradores e amigos de Júlio de Queiroz.
São ensaios com marca de literatura e poesia, que trazem reflexões filosóficas, teológicas,éticas, na tentativa de entender o homem, a literatura, este mundo e sua complexidade.
Pelas Frestas da Caverna,os leitores de Júlio de Queiroz poderão admirar os feixes de
luz de sua obra ensaística.
Salma Ferraz — Organizadora
O obra divide-se em seis partes: Ensaios sobre o Cristianismo, com A mulher na Humanidade; O belo e seu Criador; Evolução da compreensão da escatologia do Cristianismo; O casamento do Oriente com o Ocidente; O suicídio do cristianismo. Ensaios sobre Literatura e Poesia: Três aspectos da poética medieval; Dois sonetos e a 4ª elegia; O Logos e o Mytho; Um soneto de compensação de Shakespeare; Um poema do Romancero Gitano; Miséria e grandeza da poesia. Ensaios sobre Leitura
e Ensino: A leitura como formadora da cidadania; A arte de ensinar; A língua no Brasil; Expressão verbal e brasilidade; As ferramentas do acadêmico doido. Ensaios sobre o Mundo :Oceanos enamorados; A família e seus assassinos; Admirável mundo novo; A verdadeira ameaça. Ensaios sobre a Morte: O fim do medo; O morrer e a morte; As traições de Deus; Casablanca — A Resistência do Mito. Em Discursos e Homenagens destaca o Discurso na Academia Desterrense de Letras, quando
recebeu o Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense e o Discurso de José Isaac Pilati saudando Júlio pelo Prêmio recebido(2012); Ensaio do professor Celestino Sachet “Além da cortina da palavra”; a entrevista de Júlio ao Acadêmico Luiz Eduardo Caminha; entrevista ao acadêmico Liberato Manoel Pinheiro Neto e texto em Homenagem a Júlio de Queiroz, pelo
escritor Luiz Carlos Amorim.
Júlio cita em seus prêmios a Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos” que recebeu do
Grupo de Poetas Livres.
O Grupo de Poetas Livres encenou seu poema “Balada dos Já-com-terra” que apresentou no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho e no auditório da Biblioteca Pública do Estado.
Definição de Poeta
Biografia de Júlio de Queiroz
Nasci no Espírito Santo
Num lugar chamado Alegre.
Mesmo assim fui sempre triste
E procurado por Deus.
Triste, à procura de Deus
Que procurava por mim!
O poeta autêntico, não importa qual a escola a que se
filie, é aquele que contempla, num relance, a beleza
indescritível do infinito
que é o ser humano, e, alma arregalada de espanto,
tenta transmitir essa beleza vista. Os poetas autênticos às vezes o conseguem. A
maioria fica na metáfora.
(Júlio de Queiroz, in Pelas
frestas da caverna, pág.
12)
11
AMIGOS POETAS
Divulgando suas obras
POEMA DO LIVRO
Angustiae thermopylarum in
Graecia sunt*
Meu em ti são olhos, que me fitam,
de um transplante doloroso que não sara:
meu livro, minha vida. Minha cara.
Da plumagem da capa e da estante
abissal me contemplas,
ó harpia incompleta de me seres, sem mim e
meus quereres,
macho mãe tetraplégico de perder-te:
dupla mentira de me voares.
Quando suspendo teu corpo de papel,
teu peso é da outra mão, amortecido:
peso goro, de um relógio com meus dedos
apontando pra outro tempo e outra vida.
Do teu tempo e minha morte me contemplas,
ó esquizofrenia completa de me seres,
me lerem, me gorares,
persa imortal em ti, de me matares:
na angústia, enfim, de me Termopilares.
*O Desfiladeiro dasTermópilas fica na Grécia.
[In: Prelúdio, pág. 19]
JOSÉ ISAAC PILATI
(IHGSC,ACF,ADL,ACALEJ)
AMOR DE CARNAVAL
RECORDAÇÃO (*)
Amor de poeta é carnaval
Ensaio da vida sem ritual
Bocas cheias de tempestade
Olhares marejados de saudade.
É neve fria em chama ardente
Viagens loucas pelo continente
São jogos de carinho,sedução
Beijos de tirar o fôlego, paixão
Coração que acelera de repente
Se ver pensando nela, inconsciente...
Ah... Esse amor é verão no inverno
Sentimento fugaz, enquanto eterno.
Palavras idealizadas na poesia
Letras unidas sem tanta primazia
Jardim da vida sem seus atores
Palcos onde encenam as flores
Mas esse amor é único, é especial
É até mesmo mais que carnaval
Ele é a mais perfeita imitação
Daquele que todos sentem no coração.
Recordo eu, aquele amor
Que ainda hoje é todo meu.
No regaço à sombra do jubaí em flor,
Quanta esperança no refúgio
acolhedor!
Sentado pertinente às raízes rente,
Onde as águas vinham banhar,
Sem tardar Ela surgia tensa, pálida e
fria,
Suas mãos me oferecia para as
minhas afagar.
Oh, misteriosa Natureza de infinita
beleza!
Em Angical quase tudo ali mudou
O eterno céu, o solo, o sóbrio arroio,
O que restou.
Petrópolis,RJ
[participou do 9º concurso on-line]
Como o tamarineiro eu também
mudei
Mas se puder tantas vezes lá estarei
Tenho saudade das belas tardes
Onde tanto amei.
O poeta é a peça que falta,
NÉLSON CARNEIRO(**)
FILIPE JOSÉ MEDON AFFONSO
aparentemente, na engrenagem
social.
Lindolf Bell
[In:Devaneio — Meu Passatempo
Poético, pág. 15]
São José do Rio Preto,SC
(*) Poema publicado na RVS n. 13.
(*)A partir de 2014, Nelson Carneiro não é
mais associado correspondente. Assim o quis
em virtude de outros interesses. A ele, então,
a homenagem publicando seu poema, em
agradecimento por todos os anos de poesia.
MAIS DO QUE DIZER QUE TE AMO
Mais do que dizer que te amo é querer te tocar
te abraçar com os meus olhos
e tuas verdades enxergar
Como eternos enamorados com os rostos colados
Aproveitar o que a ingênua natureza me trouxe
Como se criança ainda fosse
Uma leve brisa imitando fantasmas
Um convite ao acalento
Enrolando nossos corpos e esfriando nossos ossos
Já é momento de me recolher
E em perfumados lençóis
Ao teu lado me perder
Assim a cena se passa em minha cabeça
Ainda que eu não a mereça
Nada me custa imaginar
E desse modo passo então a te recriar
Aparecida de Fátima Silva dos Santos Rodrigues
São Paulo,SP
[participou do 9º concurso on-line, 2013]
Praia das Palmeiras, Florianópolis, SC
Foto:Maura
Dê a seu filho raízes. Mais tarde, asas. (Provérbio judaico)
O Universo escuta e responde. (Carlos Piccoli)
Os olhos são o idioma silencioso do Amor. (Miguel de Cervantes, 15471616)
Escrever é enxugar as palavras até à morte. (João Cabral de Mello Neto)
Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje.(Provérbio chinês)
12
Oficina: construindo versos ou pensamentos
Oficina idealizada pela presidente Eloah W. Naschenweng, em que palavras ou expressões são sorteadas. Cada poeta elabora pensamento ou verso.
Nesta edição da RVS foi escolhido o tema em reunião do dia 4 de setembro de 2014:
PALAVRA–CHAVE: O TREM DA VIDA
TREM DA VIDA
O TREM DA VIDA
Lá vai o trem!!!
Ou será que ele vem?...
Que importa?
É o trem da vida
Que tudo suporta.
Rodando nos trilhos
Pra lá e pra cá.
É “Maria Fumaça”?
Ou é vida sem graça...
Carrega surpresas e decepções
Alegrias, tristezas e revelações!
É o trem da vida
Transportando medos,
Fantasias... segredos...
Lá vai o trem...
Ele grita nas curvas
Solta fumaça...
É o trem da vida!
É vida que passa.
Áurea de Mello Baldissera
Soa em minha alma
O som da despedida
Adeus...
Ecoa o trem da vida
Anunciando a hora da partida
Sem tempo
Para melancolia
Ou despedida
Ecoando em meu peito
Estraçalhando, dilacerando
Sem jeito...
Sem tempo
Para um adeus...
Um breve sorriso...
Soa em minha alma
O som da despedida
Adeus...
Ecoa o trem da vida
Vai-se embora um poeta
Sem a honra da despedida
Finda aqui a história
Sem começo e sem fim
Hoje o sonho de um poeta
Finda assim...
O TREM DA VIDA
Sem origem e sem destino,
sigo o meu caminho.
Vejo muitas direções... fico confuso
Tenho medo, muito medo que estes
trilhos me levem para algum lugar
que não saiba voltar.
Como as plantas, que aguardam ansiosas o abraço da primavera,
espero por ti.
Não importa o tempo, nem para que lado
sopra o vento, daqui não sairei e por ti
esperarei.
Ainda que meu corpo vá embora,
minh´alma aqui ficará,
livre para te amar!
Pode ser inverno, verão ou qualquer
outra estação, minha vida será um
passageiro permanente deste trem,
que já aparece na curva
para me apanhar.
Antônio Carlos Rodrigues Chagas
Espero que estejas lá...
Sinval Santos da Silveira
Nem o homem sábio nem o
corajoso
se deita nos trilhos da história
para esperar que o trem do
futuro o atropele.
Dwight D. Eisenhower
O TREM DA VIDA
O TREM DA VIDA
No horizonte o som já ecoa
É o trem da vida chegando
Ou partindo para qualquer lugar.
O tempo só passa ...
Você à deriva navegando lentamente,
Devagar.
O sonho que você sonhar não espera por você.
Corre, é tempo de aproveitar, agarrá-lo, navegar.
Sonhar é preciso.
O trem da vida vai passar agora,
trazendo e levando história.
Gente saindo da sua terra,
tentar a vida numa terra nova;
outros voltando para a casa paterna,
de saudade ainda choram.
A vida é mesmo um trem, leva muita ilusão.
Em cada parada, uma história de amor;
muitas vezes desilusão.
No trem não sabemos quem vai saltar;
na vida tudo pode mudar.
E a vida corre, corre sem parar ;
todos querem o trem pegar.
E lá vai o trem carregado de surpresa.
A cada parada, vai ficando para trás
gente que não pensou ou pensou demais,
neste corre-corre desenfreado o tempo enganou.
Hoje, o corpo cansado, atrás do trem ficou.
Quanto tempo perdido esperando o trem passar;
tão frágil e abatido, já não consegue mais o trem pegar.
É o trem da vida que não espera
Só passa ...
Passa como vendaval que tira tudo do lugar,
Levando para outros ares,
Outros caminhos.
Cuidado
Viver é preciso,
Caminhe, espere dias melhores se necessário
Realize sonhos
Viva a vida !!
Stela Máris Alves
Dirce Dias
13
OBRAS EM DESTAQUE
ALFREDO NOGUEIRA FERREIRA (ALDO NORA) (*)
ALDO NORA é o pseudônimo literário de Alfredo Nogueira Ferreira, nascido em Portugal (Vila
Nova de Gaia, primitiva Portus Calem, e cujo nome deu origem a Portugal). Devido à guerra de
1939-1945, menino ainda, foi levado pelos pais ao Brasil.
Em Pelotas,RS, após os estudos secundários, diplomou-se na Faculdade de Odontologia, onde
lecionou Fisiologia. Estudou Direito na Domus Juris de Pelotas, o que lhe valeu mais uma disciplina em seu currículo de professor: Odontologia Legal. É Mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Exerceu a clínica dentária no Serviço Social da Indústria (SESI) durante
quarenta anos. Casado com a professora Maria do Carmo, teve duas filhas, Maria de Guadalupe (médica) e Maria do Rosário (jornalista e tradutora).
Cedo, dedicou-se ao estudo da Literatura. Participou de diversos concursos literários, recebendo
premiações em vários estados brasileiros e em Portugal. Colabora, há vários anos, no Diário
Popular, o jornal mais antigo de Pelotas e do Rio Grande do Sul.
Pelo GPL, participou do 2º Concurso de Poesias “A natureza é onde mora a vida”, ano 2000,
sendo agraciado com o 1º lugar na Categoria Acima de 50 Anos”, concurso que obteve a parceria com a Big Pan 24 Horas, Padaria e Mercearia, de Campinas, São José.
Os poemas vencedores desse Concurso foram publicados na Revista Ventos do Sul nº 9, dezembro de 2000. Nesta Revista o poema vencedor e a versão ampliada publicada em O Verso.
A obra em destaque O Verso - o novo evangelho de um
mundo cansado e velho, lançado neste ano de 2014, tem
por finalidade endereçamento às bibliotecas, às escolas e a
entidades de cunho assistencial. A obra encontra-se à
venda nas Livrarias Catarinense, no Recanto do Carinho,
APAE, Florianópolis, Orionópolis de São José, por 10,00
(dez reais), cujo produto da venda reverterá em favor das
entidades assistenciais citadas.
***
“O Verso” tem o prefácio de Fábio Brüggemann e a Introdução pelo autor que faz uma análise sobre o Belo — Arte/ Poesia.
“A arte...o toque mágico da individualidade levado aos páramos do infinito numa sucessão encachoeirada de emoções é,
na verdade, a linguagem capaz de ser entendida pela heterogeneidade dos povos.”
“Universal no tempo e no espaço, a arte convive com o homem, inspirando-lhe, soprando-lhe a flama imortal que lhe há-de
projet’ar a vida além da vida.”
Bela, em forma vazada pelo mais nobre e puro sentir, a arte transcende o humano, tem ressaibos de divino.”
“O poema, fruto da forma e do conteúdo deve conduzir em
sua melopeia ao ideal artístico - o Belo.”
“A poesia é elaborada à base de ideias.” E as ideias constroem a mensagem que o poeta quer levar ao ledor. Poesia que
nada diz não é poesia.”
(...)
A NATUREZA É VIDA
1º colocado na categoria acima de 50 anos,
2º Concurso de Poesias (GPL— Big Pan)
“A Natureza é onde mora a vida”.
Olha o azul do infinito
E o azul turquesa dos mares!
Olha o verde da campina
E o verde sempre bonito
Dos jardins e dos pomares!!
Olha o encanto da floresta
Com seus brados e rumores!
Olha as aves multicores
Nos seus voos e gorjeios
Numa alegria de festa!
Tela imensa de riqueza.
Divina tela florida
Em que a doce natureza
Tem mais graça e tem mais vida
O SORRISO DA NATUREZA
Olha o azul do infinito
E o azul turquesa dos mares!
Olha o verde da campina
E o colorido bonito
Dos jardins e dos pomares!
Olha a fonte borbulhante
D´água pura e cristalina
A correr de monte a monte!
Olha o encanto da floresta
Com seus brados e rumores!
Olha as aves multicores
Nos seus voos e gorjeios
Numa alegria de festa!
Olha a lua, a branca lua
A tingir de prata os seios
Da moça a banhar-se nua!
Olha a beleza e a fragrância
Do lírio da cor da neve
Tremulando à brisa leve
E a recender à distância!
Olha o frescor e a pureza
Dos campos e pinheirais
E neles a singular reza
Que é o pipilar dos pardais!
E o sol rubro no poente
Caindo no azul do mar
Muito, muito lentamente.
Visão de encanto e magia
Não é noite, não é dia
É cena que faz sonhar!
Tela imensa de riqueza
Divina tela florida
Em que a alegre natureza
Tem mais graça, tem mais vida.
[págs.94 e 95]
Alfredo Nogueira Ferreira
(70 anos)
(reside em Florianópolis desde
os anos 90)
Olha a lua - a meiga lua
A tingir de prata os seios
Da moça a banhar-se nua!
>>>>>>>
Sambaqui. Foto: Maura
14
Oficina: construindo versos ou pensamentos
Palavra-Chave: O TREM DA VIDA
O TREM DA VIDA
TREM DA VIDA
O trem da vida passou por aqui.
Levou consigo lembranças, esperanças,
saudades do que passou.
Sem destino, parto.
No trem da vida, silenciosamente,
Espreito o mundo.
Olho sempre além.
Tenho fome de beleza,
Do sol, da luz, do cheiro doce do sereno,
Das flores do campo, do som do vento,
E da alegria das tardes alvissareiras.
Ao sabor do tempo
Deixo para trás distantes fragmentos de emoção,
Águas benfazejas, espaços vazios,
E áridas memórias.
Faço-me vontade,
Reciclo meus sonhos,
Aproveito a ventura da viagem.
Na bagagem levo a sabedoria
construída no passado
e a audácia insaciável e apaixonante do futuro.
Foram tantos os caminhos,
Fui vivendo,
Entre partidas, paradas e regressos.
Mas o que encanta
Mora dentro da alma,
É a crença da esperança que comanda o coração.
Eloah Westphalen Naschenweng
Setembro 2014
O TREM DA VIDA
Nossa vida é como um trem
Embarcamos com ele,
levamos temores e sonhos também.
Se o momento exige pressa, não podemos empurrá-lo;
porém se estivermos calmos,curtiremos seu embalo.
Paramos na estação, corremos atrás da vida.
Muitas vezes nem pensamos que ela é para ser vivida.
Para mim falar de trem me faz sentir muito bem porque
na realidade, desde a minha tenra idade até minha
mocidade, viajei muito de trem.
Ai, que saudades que tenho do tempo em que corria,
naqueles vagões parados, brincando de esconder!
O trem marcou minha vida,
os áureos tempos da infância.
Ouvia o apito do trem enquanto esperava meu pai que
voltava de viagem, sempre trazendo presentes e alegria
na bagagem.
Se a vida era humilde nem me lembro, nunca senti, só
sei foi muito feliz os anos que ali vivi.
Era o meio de transporte da terra onde me criei;
o progresso acabou com o encanto, e agora só ficaram
os vagões onde outrora eu brinquei.
O trem da vida só não levou a capacidade de amar
que é eterna, que é abrangente,
que mergulha fundo no ser humano
e finca estacas no íntimo do ser.
O trem da vida leva o supérfluo de cada um.
A essência, o espírito, fica dentro de nós
e garante a certeza de poder amar e ser feliz
sem medo de pegar o Trem da Vida.
07/09/2014 e alterado em 09/09/2014
Zeula Soares
O TREM DA VIDA
Arrebata-me! Amor, desliza sobre meu corpo suplicante, como o
trem de ferro.
Quero amar! Ter um motivo para sorrir.
Quão perfeito é o andar sobre os trilhos; quase sempre em linha
reta.
Quero ter um amor assim que tenha curvas suaves e jamais
chegue ao fim; como o trem, que viaja sempre no mesmo caminho
e, sempre, em cada estação deixa um pouco, mas recolhe outros
tantos, como o amor que por vezes machuca; outras, nos torna
felizes.
Em cada estação deixamos um pouco de tudo, saudades,carinhos
e, no envolvente murmúrio das rodas sobre os trilhos, lembro que
alguém me espera.
Um grande amor estará à minha espera na próxima estação e, se
não o encontrar, andarei mais um pouco, pois o trem da vida não
para, apenas descansa para que, seguindo viagem, nos mostre
outras paradas.Mais belezas, menos distância.
Embarque nessa viagem, o trem nunca para, o amor é estático
quando somos amados. Não podemos nos mover.
O amor imobiliza,nos torna prisioneiros das masmorras do desejo,
derramando lágrimas amargas, açoitando nosso coração.
É calor à flor da pele.
É alma transpassada pela lança da paixão.
E nesse trem da vida que carrega dentro de si tantas chegadas e
despedidas, quero fazer uma viagem até o infinito, sempre a teu
lado, meu amor!
Vera Portella
Adeus, meu trem encantado, que tantos sonhos levou.
Hoje ainda recordo, com saudades e lembranças do
tempo que já passou!!
Olga Postal
[Poesia baseada em uma frase que veio ao encontro do meu
passado] [10.09.2014]
15
Oficina: construindo versos ou pensamentos
Palavra-Chave: O TREM DA VIDA
O TREM DA VIDA
CONTRADIÇÃO
O trem da minha vida
Pra você eu vou contar
Ele andava muito depressa
Hoje anda mais devagar.
Talvez seja um ponto
No final do nada
Um arco-íris sem cor
Com linhas cruzadas.
Terminaram os dias que corriam suaves
A sinfonia cessou
O Trem da Vida descarrilhou.
Eu acho que está cansado
Ou está querendo parar
Eu não sei o que faço
Para ele melhorar.
Supostos sonhos que se arrastam
Pelos caminhos infinitamente
Um pouco que o bom tempo
Nem sempre se faz presente.
O TREM DA MINHA VIDA
Vou pedir para o meu Mestre
Para o meu trem consertar
Para eu ter certeza
Até onde eu posso chegar.
Já fui em muitos lugares
Sempre fui bem recebida
Por isso tenho certeza
Que a minha missão foi cumprida.
O trem da vida passa
Com olhares fixos pela janela
Com uma bagagem de aprendizado
Porém nada se leva dela.
Agradeço aos meus pais
E também aos meus irmãos
Foram eles que me educaram
Pra cumprir minha missão.
Maria da Anunciação Pereira
(Milton Nascimento)
Aquela estação estava tão sombria.
Anoitecia e o trem não vinha.
Olhei a plataforma. Ainda chovia.
Pensei não viajar...
Um apito prolongado ensurdecedor
Num ruído de trilhos anunciou
A chegada do trem depois da hora.
A porta se abriu e me deixei levar...
Pelos vagões da vida viajei
Atravessando a relva velozmente
Em disparada ergueram-se montanhas
Passei pelos caminhos apressadamente
As plantações e rios ficaram para trás...
Naquela turbulência pensei sair do trem,
Mas quando ele parou em outra estação
Senti o teu perfume. Ouvi o teu chamado.
Gostei do teu sorriso. Amei o teu olhar
E num singelo abraço encontrei a paz...
Heralda Victor
E os antes melodiosos dias, agora
são demais
Impossível conviver com eles.
Airton da Silveira Filho
Zeli Maria Dorcina
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
O TREM DA MINHA VIDA
Trevas, colisões,choques, trovões
Todos os nossos momentos correndo
em minha mente
E fora uma paz mortal
Um inferno suave
Noite. Um silvo no ar.
Ninguém na estação.
E o trem passa sem parar.
(Guilherme de Almeida)
Maura,no trem da Linha CaçadorRio das Antas,SC, quando da inauguração do Museu do Contestado,1986
O TREM DA VIDA
O trem da vida passa rápido,
e com ele as nossas desventuras,
os nossos dissabores,
as nossas melancolias.
O trem da vida também traz a música,
a alegria, o abraço e o calor de um beijo,
quando dois corações se encontram.
Na plataforma ele espera os passageiros
que com suas bagagens e sentimentos,
se entregam no seu sacolejar.
E o tempo passa com o trem da vida sem parada,
pois quando ele resolve parar,
acabam todas as nossas tristezas
e a ventura de uma nova vida recomeça.
Maura Soares
16
Homenagem a Maria da Anunciação Pereira
90 anos de Amor e Poesia
Maria da Anunciação Pereira,
Mulher de porte pequeno, nome de santa, poeta, em tudo nos encanta.
Nas palavras e na simplicidade de suas narrativas, embala seus sonhos construindo
seus versos, amparada nas suas memórias.
Resgata no tempo, nas emoções, no sofrimento e, sobretudo, na fé, a sua longa trajetória.
Presença constante nas reuniões do GPL, Maria em ritmo seguro e cadenciado, declama suas poesias traçando a realidade humilde do início de sua vida, com fartos
laços de rima colorida.
Nem as perdas foram capazes de tirar seu brilho e os ganhos ocupam espaços generosos na sua alma poética.
Maria é assim especial, aquela pessoa que nos faz acreditar que na vida, por maiores
que sejam as barreiras, no olhar do poeta será sempre uma eterna descoberta.
“Quem confia no Senhor
Não tropeça no caminho
Passa porteira fechada,
Passa cerca com espinhos.”
Aplaudo, pois, esta admirável mulher, forte de espírito e de fibra, que fez e faz da caminhada de 90 anos uma pequena trilha e desta esfera de tempo uma bela lição de
vida.
Eloah Westphalen Naschenweng
Presidente do Grupo de Poetas Livres - GPL
DOCE CAIPIRA
Meu povo peço licença pra história que vou contar.
Vou falar de uma mulher que nasceu num bom lugar.
Ela cresceu lá na roça, pras bandas do Arraiá.
Desde pequenininha começou a trabalhar.
Mal começou a andar e dá-lhe trabalho a fazer.
Aprendeu a capinar, tanger os bois, tirar leite das vacas
pra que toda a família seu café pudesse tomar.
Foi crescendo, mas não muito, porque ficou bem baixinha.
Foi crescendo devagar.
Aprendeu a costurar, bordar, fazer muita coisa em crochê
e aprendeu a tricotar.
Aprendeu até a benzer como se faz no sertão.
A ler e escrever, não aprendeu não.
Foi criada pra casar, pra procriar filhos e viver para a família.
Só que essa mulher era uma poetisa nata
Seus oito filhos crescidos foram todos estudar.
E pra ela escreviam os poemas que ditava, sem parar.
E nela o desejo crescendo de um dia aprender a ler.
Esse dia chegou aos sessenta e sete anos!
Uma filha bem formada disse com emoção
- Mãe, chegou a hora de aprender a lição. No Mobral vou te inscrever.
E lá foi ela como criança realizar sonho de infância.
Desde então, não parou mais.
Hoje, chegando aos noventa diz seus poemas de cor
coisa que muito jovem não consegue nem tentando,
talvez porque sua cabeça esteja em outro lugar.
Quero prestar homenagem a esta mulher de fibra
que tem todo o carinho da família, dos amigos
e do Grupo de Poetas Livres que vive a representar.
Parabéns, Maria da Anunciação Pereira,
também chamada de Glória
pra provar a capacidade de a todos encantar.
De Zeula para Maria, com admiração.
Zeula Soares
[Escrita em 16.07.2010 e adaptada para os noventa anos de Maria Pereira]
17
Maria nasceu em Palhoça, a 4 de setembro de 1924.
Viúva, oito filhos, foi alfabetizada aos 67 anos. Recitava
de cor suas poesias para que seus filhos colocassem no
papel. Participou da Oficina de Teatro, no Theatro Adolpho Mello, de São José, SC. Em 2003, recebeu o Troféu
“Mulheres com Arte”, pela Fundação Franklin Cascaes,
pelo Dia Internacional da Mulher. O GPL a homenageou
dando o título do concurso on-line de Trovas e Quadras
e também em página na Revista Ventos do Sul.
Receosa em pertencer ao Grupo dado o seu pouco estudo, foi recebida com carinho, pois todos perceberam
sua alma pura, seu jeito em poetar e apresentar de cor
seus longos poemas em quadra.
Com Doralice Silva e Maurília Freitas, Maria encantou e
encanta —quando elas se reúnem— com o Grupo As
Fantásticas, ocasiões em que temos música e dança e,
de permeio, a poesia. Apresentaram-se nos mais diversos lugares onde havia reunião não só de idosos, mas
em teatros, auditórios e salões.
A RVS homenageou o trio dando as características de
cada uma e carinhosamente as chamamos “As Cajazeiras”, pela alegria que transmitem, pela sinceridade, pela
singeleza de seus cantos e versos.
Maria então completou 90 anos!
A RVS,mais uma vez, reverencia esta fantástica Mulher.
Maria,abençoada por Deus, que colocou em todas as
mãos dos seres humanos, sua letra: M= mãe, mensageira, maviosa, mansa, menina, “Simplesmente Mulher”. (Maura)
Na festa dos 90
anos. Sentadas:
Zeula, Maria,
Heralda.
De pé: Maura,
Leuzi, Eloah,
Doralice.
(6.9.2014)
Maciambu
Colaborações de Associados e Amigos
Edmar Almeida Bernardes (*)
A Internet e a Folha de Bananeira
Certa vez um professor de jornalismo dedicou boa parte da aula para enaltecer o mais recente e extraordinário meio de
comunicação — a Internet.
Dizia o professor: “a Internet não tem mais volta, ela está aí e não podemos desprezá-la. Hoje em dia tudo pode ser encontrado na Internet, desde as mais variadas informações,em todas as áreas do conhecimento humano, a grandes magazines que
vendem todos os tipos de produtos, sem falar nos sites de pequenos negócios e os particulares que chegam aos milhões. Para
facilitar a vida dos usuários da Internet existem os sites de busca para torná-la mais prática e democrática. Portanto, nos consideremos privilegiados com o advento da Internet, que nos tem proporcionado as maiores transformações de todos os tempos.
Que saibamos aproveitar tão valiosos benefícios para levar a informação para facilitar nossas vidas”.
Após a fala do professor seguiu-se acirrado debate centrado nos benefícios e malefícios do imenso universo que é a WEB.
Não partilhei do debate. Os meus pensamentos se voltaram para o passado quando eu ainda era criança morando nos
grotões do sertão do Ceará. Lá não existia transporte nem estrada e nenhum aparelho eletrônico por onde a informação pudesse percorrer. Mas nem por isso a informação, quando necessária e importante, deixava de chegar ao seu destinatário. Lembrome de tantas vezes que levei para lá e para cá preciosas informações escritas em folha de bananeira. Era minha mãe em casa
e meu pai distante o dia inteiro, trabalhando na roça, constantemente “plugados” numa folha de bananeira. Os dois não se importavam com o meio de comunicação, mas com a sustância da mensagem. Apesar de ainda não saber ler fui testemunha de
muitas emoções marcadas por lágrima e sorrisos que brotavam de seus olhos e de seus lábios ao ler e escrever mensagens
gravadas com gravetos em folhas de bananeiras.
Diante de meu silêncio sepulcral o professor instigou-me a falar.
Saí então do meu mundo de recordações e voltei-me para o mundo real e rematei: a tecnologia ajuda a empurrar a informação, isto ninguém pode negar. Porém, o que mais importa é a qualidade da informação. Se ela é boa tanto pode trafegar pela
Internet ou por uma folha de bananeira.
Finalizei com um velho ditado:”É inútil mandar um rio parar de correr, a melhor coisa a fazer é aprender a nadar a favor da
correnteza”.
(06.10.2006)
(*) Edmar Almeida Bernardes é Jornalista, Fotógrafo, Policial Federal aposentado, Romancista, Cronista, Contista e Poeta.
Foi responsável pelo site do GPL quando membro efetivo. Atualmente empresta seu talento jornalístico à Federação Espírita Catarinense. Sua obra “Do abismo ao infinito” está nas 1000 Bibliotecas do Brasil. Conta a trajetória do menino pobre do
sertão do Ceará até conseguir se formar em Faculdade e constituir família.
Destino
Caminha sem rumo
Come o pão dormido
Banha-se com água da chuva
Dorme sob as estrelas
Não canta
Nem sorri
Não sabe ler
Nem escrever
Assim vive o homem bestial
Até se deslumbrar com o desabrochar de uma flor
Para fazer seu primeiro poema
E traçar o seu destino
E. A. Bernardes
9.3.2007
Casario do Ribeirão da Ilha.
Foto: Edmar Almeida Bernardes
18
POETAS DAQUI, DALI E ACOLÁ
Abre-se, nesta RVS 43, uma página para mostrarmos poetas de outros continentes. Aqui Albano Martins, Poeta português com sua Antologia Poética “Oficio e Morada”, publicado pela Letras Contemporâneas, de Florianópolis. Da obra Versejando, Antologia de Poesia
Popular do Concelho de Avis, Portugal, o poeta Dinis Reis Sutil Muacho, de Aldeia Velha. Também o norteamericanoT.S.Elliot, San
Luis(Missouri,26.9.1888); Pablo Neruda(Espanha); Luis Delfino(Santa Catarina,Brasil) ; Gustavo Tisocco(Argentina); Luis de Camões
(Portugal).
A MARGEM DO AZUL (1982)
CERTEZA
OS SEIOS
Eu te baptizo: hidrângea
é teu nome — cesto
de água, idioma
e intriga do perfume.
Tengo la certeza de que mi abuelo
Pedro se quedó dormido
y me lo robaron barcos piratas.
Nunca te vejo o peito arfar de enleio,
quando de amor ou de prazer te ebrias,
que não ouça lá dentro as fugidias
aves, baixo alternando algum gorjeio...
Sabido es que estos bárbaros
aglutinan fortunas,
trofeos, tesoros...
****
Tu estás do outro lado.
Há pêssegos, laranjas sobre a mesa.
GUSTAVO TISOCCO
Presenças tangentes ao desejo.
****
De ti fiz a harpa e a lira,
a guitarra.
Outra música não sei.
ALBANO MARTINS
Poeta português
[In: Ofício e Morada - Antologia poética,pág. 36]
Aves são, e são duas aves, creio,
que em ti mesma nascera, e em ti crias, ao
arrulhar de castas melodias,
no aroma quente e ebúrneo do teu seio;
Buenos Aires, Argentina
[In: Cicatriz, pág.9]
LXXXI
(...)
Nenhuma mais, amor, dormirá com
meus sonhos. Irás, iremos juntos pelas águas do tempo. Nenhuma viajará pela
sombra comigo, só tu, sempre-viva, sempre sol, sempre lua.
(...)
PABLO NERUDA, Cem sonetos de amor
têm de uns astros irmãos o movimento, ou de
dois lírios, que balouça o vento,
o giro doce, o lânguido vaivém.
Oh! quem me dera ver no próprio ninho
se brancas são,como o mais branco arminho,
ou se asas, como as outras pombas têm...
LUIS DELFINO
Florianópolis,SC,1834—Rio de Janeiro,1910
[In:Livro dos Sonetos, pág.49]
OUTONAL
Manhã do Alentejo, branquinha de geada
Tão pura, da cor dos olhos de Deus.
A serra santa é rainha entre plebeus
Horizonte daqueles que não têm nada.
Crepúsculo! Nasceu na nova alvorada
Envolta em preces de leves breus
Que guardará os sagrados beijos teus
Sonhados p´ra mim, dessa boca abençoada.
É Outono! As folhas vão tombando
Uma a uma, como quem parte!...
Como quem morre de saudade...
E o terço posto em cruz, vou desfiando
As mágoas à Dor, tornando-a na arte
Suprema de meus reinos d´ansiedade!
Dinis Reis Sutil Muacho
(Nasceu em 6.1.1982 na freguesia de S.Lourenço, Portalegre. Reside em Aldeia Velha de Santa Margarida.Autor de
“Poemas de um Cacarrusso”.)
[In Versejando, pág. 34]
Luis Delfino
Luis de Camões
Pablo Neruda
AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER
Amor é um fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.
LUÍS DE CAMÕES (Lisboa, 1524-1580)
[In:Livro dos Sonetos, pág.16]
CUATRO CUARTETOS
CUATRO CUARTETOS
IV
Lady, whose shrine stands on the promontory,
Pray for all those who are in ships, those
Whose business has to do with fish, and
Those concerned with every lawful traffic
And those who conduct them.
IV
Señora, cuyo santuário se yergue sobre el promontório,
Ruega por todos lós que van en barcos, aquéllos
Cuyo negocio se relaciona con el pescado, y aquéllos
Que se ocupan de todo tráfico lícito
Y aquellos que los conducen.
THOMAS STEARNS ELIOT, norte-americano
Nascido no Missouri (USA)(T.S.Eliot)
[In: Cuatro Cuartetos,versão de Vicente Gaos, págs 88 e 89]
19
OFICINAS EM REUNIÕES DO GPL
Sorteio de palavras
É prática do Grupo promover exercícios ou oficinas entre seus membros ou proporcionar, quando convidado, em escolas e ou grupos literários. Sob nova direção, novas oficinas. Construindo Versos ou Pensamentos , ideia da Presidente Eloah W.Naschenweng em que
os membros do Grupo sorteiam uma palavra e a partir dela, um poema ou um pensamento surge. O resultado da Oficina apresentado dia 14
de agosto, aqui publicamos, com as palavras-chave e seus autores.
FELICIDADE
Somos reféns do tempo, o devorador. Logo, temos
o dever de aproveitar e, se possível, prolongar o
máximo os momentos felizes, os quais denomino
Felicidade.
Antônio Carlos Pereira
POESIA
O gosto do seu abraço
Com cheiro de poesia
Veio curar o cansaço
Que o meu corpo sentia.
Áurea de Mello Baldissera
***
CORAÇÃO
Meu coração é pequeno
Eu sou pequena também
Eu amo todos vocês
E a todos eu quero bem
*
Se meu coração falasse
Diria porque estou sofrendo
Como ele não fala
Pouco a pouco estou morrendo.
Maria da Anunciação Pereira
***
ABRAÇO
Pressente, sente apertado, ousado, delicado, porém sincero, quando receberes, acolhe na tua alma um abraço, um laço de braços e o amor materializado.
Vera Portella
***
BELEZA
A felicidade que no tempo
se perdeu, a encontrei na beleza
de um sorriso
que julguei ser só meu.
Eunice Leite da Silva Tavares
***
PALAVRAS
Elas são infinitas. O Criador disse: Faça-se e o
mundo se fez.
Medite antes de pronunciá-las para que não se
torne descortês.
Entoe para que tenham som de violinos.
Coloque-as como sementes e amanhã colherá flores em seus caminhos!
Olga Postal
***
ALMA
Ânima. Alma. Espírito.
O que há dentro de nós?
Alma?
Digamos que sim, para algumas religiões.
Às vezes ela se agiganta, querendo sobrepujar o invólucro carnal que
todos carregamos pelo chamado Planeta da Expiação.
Também pode ser tratada de Espírito,recebendo denominações
secundárias como espírito alegre, espírito triste...
Tratemos então da alma, de salvá-la das arrogâncias da vida terrena,de
preservá-la das incúrias, dos desânimos, dos desapontamentos, das
tristezas, das tragédias.
Ânima. Alma. Espírito.
Seja qual for a nomenclatura,ela habita em nós como uma centelha do
amor divino.
Maura Soares
FOTOS DE REUNIÕES
***
FLORES
Sobre a mesa, solitária acácia negra, destemida e
sem perfume, exibe suas místicas e assustadoras
folhas e flores, num ritual de magia, amor e saudade.
Sinval Santos da Silveira
***
MÃOS
RECEITAS COM SABEDORIA
Benditas são as mãos dos médicos, que prescrevem nas receitas os medicamentos para seus pacientes com sabedoria...
Doralice Rosa de Souza Silva
***
ESPERANÇA
Atravessei caminhos inexplorados
Percorri esquinas frias e estranhas
No vazio do silêncio ouvi a voz da alma tocada
de esperança e embalei meus sonhos.
Eloah Westphalen Naschenweng
20
Descobrindo Jovens Poetas
CENÁRIO DE AMOR
RIO DE SANGUE
Foi ao mesmo tempo:
mesmo olhar, mesmo instante.
Uma vida que se enche de sonhos
Um brilho que salta dos olhos.
enquanto corre na veia
teu nome escrito em meu sangue
o rio vermelho dos meus dias
parece correr para o mar
mas apenas principia
talvez tu nem saibas
ele nasce nas entranhas
encarnadas com palavras
que norteiam minha estrada
e quando no obtuso do meu verso
o lábaro do desejo se desfralda
o sangue pulsa de verdade
pois tem uma que tu não sabes é só isso
que me cabe
e se nas artérias do tempo
eu consiga me perder
gravado fica
valeu a pena
te conhecer
Num mar de amor fui jogada,
Sobrevivi às tempestades
Fantasiadas de ausência
Renasci quando a chegada
Embriagava os olhos de espera.
E no rito mais sublime:
Ameaçada pela explosão de ósculos
Acorrentados pelos nossos próprios braços
Extasiados pela combinação de essências
Mergulhados em solução lunática
Afastados do mundo imundo
Sombreados pela benção eterna.
PAULA TAIZE MARQUES FILGUEIRA (20.02.1983)
Terezinha, Piauí
[Participou do 9º concurso on-line]
RENATO VIEIRA OSTROWSKI (18.3.1951)
Campo Magro. PR
[Participou do 9º concurso on-line]
MATARÁS
A morte veio me buscar desse sofrer,
beijou-me a face com seus lábios congelados;
sussurrou-me sobre escolha e libertação.
Disse-me que poderia ainda viver
apenas se eu concordasse com seu contrato
e me fez assassino de uma só canção:
Matará a saudade como se mata sede
quando a boca é água
Matará a vontade como se mata fome
quando o corpo é sal
Matará o desejo como se mata tempo
quando o amor é seu.
Agora tenho vida eterna e solitária,
nada tenho a temer ou ganhar ou perder.
Vivo de amar sem amor, morrer sem saber.
RODRIGO LOPES PEREIRA MELO (31.1.1980)
Itajaí, SC
[Participou do 9º concurso on-line]
SE UM DIA HOUVE AMOR NO CORAÇÃO
Se um dia houve amor no coração,
Se um dia dividiu-se a mesma cama,
Mas, se hoje, a esse amor já não se ama,
Não é preciso convertê-lo em vilão.
Com o tempo o amor se vai morrendo.
E deixando no peito uma saudade,
Levando um pouco da sua mocidade;
Porém, ainda sim se vai vivendo.
E apesar da dor que este fim causou,
Da cálida ferida ali deixada,
Houve antes um amor que o alimentou.
Que esse amor seja a herança que ficou
No cantinho da alma já plantada
- Não se pode odiar o que se amou.
SERGIO DA SILVA SANTOS (03.05.1980)
Rio Branco, Acre
[Participou do 9º concurso on-line]
TODO POEMA DE AMOR
Todo poema de amor é justo...
Pois é insumo do bem querer.
Pecadora é a mão trepidante
Que não fala, mas não cessa de dizer.
Todo poema de amor é desassossego,
Pois é centelha de subversão...
Pecador é o coração galhofeiro,
Que alforria os sentidos e encarcera a razão.
Todo poema de amor é lembrança.
Pois é alvitre perene de nossas vontades.
Pecadora é a ordem cronológica do tempo,
Que recorda os erros de nossas verdades.
EVERTON WILLIAN DA CUNHA (06.03.1991)
Itajaí, SC
[Participou do 9º Concurso on-line]
Licinho Campos: Patrono do 9º concurso on-line
21
Colaborações de Associados e Amigos
Discurso proferido pelo Acadêmico José Isaac Pilati, na Câmara de Vereadores de Florianópolis em 25 de Junho de 2014, saudando a escritora DALVINA DE JESUS SIQUEIRA, na entrega 5º Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense, outorgado pela Academia Desterrense de Letras e a Câmara Municipal na comemoração do Dia do Escritor no Município.
(O Prof. Dr. José Isaac Pilati cumprimenta as autoridades presentes).
Excelentíssima homenageada desta sessão, escritora DALVINA DE JESUS SIQUEIRA, a quem saúdo como pessoa vitoriosa e merecedora. Senhoras e senhores.
Estamos aqui reunidos, sem dúvida, em atendimento à
convocação da suprema magistratura da liberdade de expressão. Sob a égide, como diria Cruz e Sousa, do pendão augusto
do grande amor, da grande fé tranquila. Uma convocação em
torno da nossa identidade cultural, da igualdade e do pertencimento como povo deste Município.
Esta Sessão anual é de comemoração do Dia do Escritor em Florianópolis.
O Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense foi criado à imagem e semelhança da figura ilustre que lhe empresta
o nome. Uma honraria conferida a escritores pelo conjunto da
obra, pela identificação com Florianópolis, pelo amor às letras e
às instituições culturais desta terra.
DALVINA DE JESUS SIQUEIRA, nasceu na Grande
Florianópolis, Biguaçu, e está chegando aos noventa anos, devotados à Educação, ao magistério, à Cultura, à literatura, além
de tudo o que a sua pessoa só por si representa. Radialista,
professora, escritora, bordadeira, cantora; fundadora e primeira
Presidente da Academia de Letras de Biguaçu; fundadora e primeira Presidente da Associação de Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses; uma das fundadoras, e integrante da Academia São José de Letras; participante ativa na fundação desta
Academia Desterrense de Letras; enfim, ela tem uma participação efetiva e importante nas atividades culturais da Grande
Florianópolis há várias décadas.
Começou a lecionar aos 13 anos, deslocando-se de carroça pelo Interior, e pelas dificuldades; em locais improvisados e
com falta de material escolar; sempre se dedicando a alunos
muito pobres. Casou-se muito cedo e levava consigo na lonjura
e nas aulas o filho para amamentar. Na década de Sessenta
teve disposição para voltar aos estudos; normalista prosseguiu
na formação e em 1973 concluiu o Curso Superior pela ESAG,
ao mesmo tempo em que atuava em escolas de Biguaçu e de
Governador Celso Ramos. Aposentar-se-ia em 1987, após 45
anos de serviço.
Desde então começa a escrever. Em 1991 lança seu primeiro livro, “Décimo segundo”, numa alusão aos 11 filhos criados, que lhe dariam 27 netos, e vários bisnetos. Em 2012 já
estava publicando o décimo livro, “No apagar das luzes”; um
livro, dizia Dalvina, então, que reúne um punhado de crônicas,
contos, lendas, poemas e poesias, que talvez um dia, haverão
de servir como resposta a alguém desprevenido, que esteja
com saudades. Na ocasião do lançamento, o Secretário de
Cultura de Biguaçu Gabriel Loeff destacou-a como autêntica
embaixadora da cultura biguaçuense.
A sua intensa produção em livros, antologias e variadas
publicações, a presença constante nas atividades acadêmicas,
culturais e sociais da Grande Florianópolis fazem de Dalvina de
Jesus Siqueira uma legenda viva, um testemunho perene, uma
lição de vida inigualável entre os seus concidadãos. Estamos
na presença, enfim, senhoras e senhores, de uma pessoa que
tinha tudo para lamentar-se na vida, tão desfavorecida; mas
como uma reencarnação do grande Cruz e Sousa, reeditou na
realidade do próprio testemunho, o último verso do poeta: o ser
que é ser transforma tudo em flores, e para ironizar as próprias
dores, canta por entre as águas do dilúvio.
É para homenagear esta mulher extraordinária, portanto, senhoras e senhores, que à semelhança da Roma Antiga,
a suprema magistratura das letras e da cultura convocou esta
Sessão Solene; foi para pessoas como ela que o nosso Patrono Cruz e Sousa escreveu seus últimos e mais sentidos
versos; foi para ela, enfim, que Vilson Mendes promoveu a
criação do Dia do Escritor em Florianópolis; e foi para ela que
estas duas instituições irmanadas, Câmara Municipal e Academia Desterrense de Letras criaram este Prêmio. E é para
ela que eu devoto a honra, a emoção e alegria de saudá-la
como ganhadora e merecedora do Quinto Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense.
Muito obrigado!
(O Prof.Dr.José Isaac Pilati é membro da Academia Desterrense de Letras, da Academia Sul-Brasileira de Letras, da Academia Catarinense de Filosofia, da Academia de Letras Jurídicas e membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico
de Santa Catarina.)
Dalvina de Jesus Siqueira
José Isaac Pilati
TEMPO
Posso contar contigo?
Para os meus dias viver?
Se posso me dá resposta
Logo logo quero saber.
Quero a tua sempre serena paz
Descansar o tempo inteiro
E ver o tempo passar
Para viver bem e te amar
Oh tempo silencioso
Espaço aberto no mundo
Quando passar o meu tempo
Me dá um sono profundo
Porém enquanto aqui estiver
Quero o tempo aproveitar
Para ser feliz ser amada
E também para te amar
E ainda digo mais:
Se o tempo tivesse tempo
Me daria todo o tempo
Que preciso pra te amar
Mas como o tempo é escasso
Eu infeliz é que sofro
Pois você não acha tempo
Para com tempo me amar...
Dalvina de Jesus Siqueira (Estrela)
[In: No apagar das luzes, pág. 91]
22
De braços abertos... Estamos!
VENDAVAL!
EMIGRADOS
POEMA
Entre nós existia um espesso véu,
crivado de poentes e de estrelas,
adormecidos sóis, exangues velas,
bailando em nossos sonhos de Morpheu.
Emigrados:
seremos sempre
emigrados.
Por que vieste atormentar
este ser que sofria quieto
sem ter uma paixão?
Coração vazio e sem emoção.
Do gelado abandono
à quente paixão.
Pequenos passos sem corrimão.
Agora perdido na imensidão.
Sem destino...
Sem dono...
Pura ilusão.
Mas eis que um vendaval rompeu no céu,
arrombou-nos as portas e janelas,
nos tectos, sangue quente pintou telas,
e roto o véu, tombei no peito teu!
E agora, entontecida,meio atordoada,
não sei dizer, amor, s´estou acordada
ou se me imolo em chamas de paixão...
Só sei que morro em vida, coração!
Vagando à toa, qual nave desnorteada,
até que possa aportar à tua mão!
Em busca de outro mar,
da última ilha,
seguindo os pássaros,
atrás do último pássaro.
De um mar a outro,
de uma ilha à outra ilha,
e, então, dormiremos,
uma noite sucedendo-se à outra.
FERNANDO C.GOMES MACHADO
INGESC
Barreiros, São José, SC
EMANUEL MEDEIROS VIEIRA
Poeta catarinense
[In: Jornal da ANE,junho-julho 2010]
Brasília, DF
CARMO VASCONCELOS
4.julho.2012
Lisboa, Portugal
Depois do silêncio, o que mais se aproxima
de expressar o inexprimível , é a música.
Aldous Huxley — escritor inglês.
ALZEMIRO
Alzemiro passou como o luar,
que fenece, ao despontar o dia.
Foi cultor da beleza e da alegria.
Mas agora cessou o seu cantar.
VIDA POSITIVA
Se a vida como um rio, fluir constante
e houver flores azuis em teu redor.
Seja essa benção, graça transbordante
e outros possam gozar um bem maior.
Oh, grande menestrel, não mais teu canto.
A voz melodiosa se calou
para sempre, deixando-nos o pranto
e a prece, a este Deus, que te levou.
Cantilenas, jograis, peças divinas
encenaste com garbo e maestria.
Todas cheias de encanto, peregrinas.
Se a alegria cantar exuberante,
em tua vida como em tom-maior,
Permite que ela seja contagiante,
aos que te cercam, seja onde for.
Artesão da palavra e da poesia,
nova estrela brilhante, adamantina.
É para sempre tua esta elegia.
Porém se o fel do mal te marear...
Se escuros dias vierem te alcançar,
curte sozinho, são eles só teus...
ROBERTO RODRIGUES DE MENEZES
Sorri, mostra somente o lado bom
da música da vida, em suave tom
e provarás, assim, que estás com Deus!
(ALMESC, ADL,ASAJOL)
Florianópolis, SC
[In: Lâmpada acesa]
MIGUEL J. MALTY
Alzemiro e Roberto.
Fotos:Maura
Nada é mais bonito do que o amor
que atravessou as tempestades da vida.
Jerome K. Jerome — romancista e dramaturgo inglês
23
AS CARTAS DO CELESTINO
Emoldurando mais uma vez a Revista Ventos do Sul, tomamos a liberdade em publicar as cartas do Prof. Celestino Sachet que
sempre analisa, comenta e elogia o trabalho do Grupo de Poetas Livres. O caríssimo Professor, autor de inúmeras obras de literatura, nos envia suas palavras carinhosas e nós do GPL, inflados de agradecimento, compartilhamos suas missivas, enviadas sempre em letra cursiva, remetendo-nos a palavra escrita com o coração. Seu carinho faz com que o Grupo ao editar sua Ventos do
Sul, procura mais e mais enaltecer não só a poesia bem como os nossos colaboradores, enviando sua edição para o Brasil e exterior onde mantemos contatos literários. Mais uma vez, obrigada caríssimo Professor Celestino.
Prof. Celestino
Sachet em foto
publicada no
Jornal Notícias
do Dia.
“Nasci em janeiro — aquariano, portanto —, 1930, em Nova Veneza, sul de Santa Catarina,
uma vilazinha à época, encostando na Serra Geral e cortada por um rio, título de poema: Rio
Mãe Luzia! Era um poema verde-azul; hoje, um esgoto amarelo-escuro,com água de carvão
que lhe misturou cheiro e morte.
Na cidade grande, Criciúma, comprei a primeira revista, Seleções do Reader´s Digest, num
mês qualquer de 1942.
Como eu tinha cabeça grande — “testa grossa”, no dialeto vêneto lá de casa - , meus pais
concluíram que eu deveria ser inteligente e me mandaram estudar em Urussanga. (...)
Quantas janelas se abriram: Latim, Francês, Inglês, Espanhol, Literatura e Filosofia.”
(trecho inicial de seu perfil publicado na orelha do livro “A literatura dos catarinenses Espaços e caminhos de uma identidade. Poema.Prosa.Teatro”. Editora Unisul,2012 (ms./)
24
De braços abertos...Estamos!
APENAS...
HOMBRES TAN
DE MAL COMIGO
Um minuto apenas
¿Y qué hacen esos hombres allí
é o que preciso
tan ebrios
para continuar sonhando
con sus caballos
com o impossível
aguardándome?
do mundo material
e promessas do Invisível.
Tan rudos
Um minuto apenas
¿qué hacen estos hombres aqui
é o que me resta
con sus caballos
para encontrar e reviver
cercándome?
meu mundo de alegria,
de ilusões, de ternura...
¿Qué hacen sometiéndome
quando tudo se resumia em você.
matándome
Um minuto apenas
así?
é o que preciso
para continuar neste corpo,
¿Qué cumplen?
sentindo o calor do seu,
pecando, amando, sofrendo,
ROLANDO REVAGLIATTI
e sabendo que ele não é meu.
Buenos Aires, Argentina
Um minuto apenas
é o que preciso
para apagar da minha mente
essa vontade louca de morrer
À NOITE
amando alguém
que só me faz sofrer.
Vem minha bela
negra farta
NILSON MELLO
de tetas umbilicais,
Poeta e dramaturgo catarinense
vem minha linda
[In: Fragmentos d´Alma - Poesias]
e me acolhe em teus
braços úmeros...
úmidos e quentes.
Vem meu útero,
PAZ E POESIA
acolhe-me,
vou feliz
Todos buscam a paz
em posição fetal,
Todos querem a paz
abraçando-a
Felicidade e alegrias...
e bebendo
Eu também desejo a paz
o licor da vida.
Por isso planto poesia!
Vem escuridão
e me livra da hipocrisia
A semeadura é livre
diurna e burguesa,
A colheita é obrigatória,
livra-me também
Quem quiser amor e paz
do utilitarismo
Que semeie poesia
vazio e pragmático,
Que colherá a vitória.
abraça-me feito conchinha,
porque ouço o mar
Para quem quiser aprender
em teus ouvidos
Eu digo como se faz
que clamam,
Poesia é sinônimo de paz
ardentemente,
Por isso todos os dias
por um beijo cálido.
Vamos todos repetir,
Viva a paz e a poesia!
JOSÉ CARLOS MARIANO DO CARMO
ANTÔNIO PEREIRA DE MELLO
SENAC - Florianópolis,SC
Santa Maria, RS
AUTOESTIMA, Doumerval Tavares Fontes. (São Vicente,SP)
Autoestima é o sentimento de importância e valor que uma pessoa tem em relação a
ela própria. Quem possui em alto grau confia em suas percepções e em seus julgamentos,acredita que suas iniciativas vão dar certo e lida com os outros com facilidade.
Já os que possuem baixa estima sofrem por considerar inadequado e desprestigiado. Também tende a se ver como desamparado e inferior, além de não confiar em si.
O elogio funciona como uma força poderosa na mudança do comportamento e no
aumento da segurança.
Quem recebe incentivo explora situações novas com mais confiança. Esses elogios
devem ser específicos. O resultado será uma pessoa confiante, produtiva e feliz.
25
Ontem brincamos
Dormimos juntos
Noites... Dias... e... Tardes...
Ao final de todas...
Estas horas...
Arrastadas por ponteiros...
Deitados malandramente...
Sobre números...Inteiros...Metades...
Pares... Ímpares...Então... Beijei-te...
Precisava da tua boca...
Assim sem preparar...
Desprezei aquele olhar...Peculiar...
Que você bem conhece...
Depois disso...
Fiz cócegas deliciosas...
Nos teus joelhos...
Já que és a única criatura terrena...
Que sente cócegas...
Em um lugar tão intrigante...
Ri dos teus...Risos...
Da tua falta de ar...
Depois de tanto rirmos...
Um suspiro...
A triste hora de partirmos...
Silêncio... Olhar triste...
Mãos geladas..
Lágrimas... Nos cantos...Dos olhos...
Voz embargada...
Um abraço...
Sem braços...entrelaçados...
Brigamos... Silenciosamente...
Na troca de olhares...
Desta batalha... Saio sempre...
Mais ferido...
Pois das palavras... Não ditas...
Fico sem falar contigo...
Não me olho...
Nem na imagem refletida...
Seja no espelho...
Ou no poço...
De Narciso...
Quando brigamos...
Fico de mal comigo...
LUIZ ALBERTO PEREIRA
ORVALHADO BEIJO
Não sei de onde
veio a rosa
ou sequer onde nasceu,
só sei que é
invejável, linda...
e seu beijo não é meu.
É da leve
borboleta
orgulhosa,
eterna fã,
que a beija ainda
orvalhada
no despertar das
manhãs.
GILDÁSIO T. BARBOSA
Sant´Ana do Livramento, RS
[In: Notas de amor, pág.30]
De braços abertos...Estamos!
ASTROS MORTOS
BESAR ES ALGO
Açucena de todos os desejos
De angelicais contornos
Incensos... Luares... Desejos... Lamentos...Sussurros
Prantos... Palpitações sobre a luz da lua
Deusa brumosa de virginais anseios
Delírios de prazer
Ocasos de amor
Deusa vaporosa de todos os desejos
Deusa brumosa de virginais contornos
Cristais... Brumas... Incensos
Cânticos sagrados
Luares... Desejos!
Ritos sagrados
Rituais profanos
Harmonia do prazer
Virgem sagrada
Dança profana
Horas do Ocaso
Meretriz profana
Deusa brumosa
Rituais sagrados
Ritos profanos
Açucena de todos os desejos...
Besar es algo...
Decia, Gustavo A. Bécquer.
“Yo no se que te diera por un beso”.
Por un beso yo te diera
El alma y el pensamiento,
Y mis años y mis dias
Y el amor que llevo dentro.
¡Ay, por um beso!
Cuantas cosas podría dar,
Los sueños de cada noche
Y de mi ritmo el cantar.
Besar es el entregar...
Es algo espontáneo, sincero,
Es algo que sin palabras,
Te esta diciendo te quiero.
Besar es algo...
Que te trasporta muy lejos
Es quedarte como dormido
Lleno de dulce embeleso.
A todas horas yo te quisiera besar,
Bésame tu ¡ Amor mio!
Aunque te vaya la vida,
Nunca te importe entregar...
SAMUEL DA COSTA
Itajaí,SC
MANUEL GONZALEZ ALVAREZ
Madri, Espanha
ACAMPAMENTO
AFETOS
É noitinha. O resto da luz diurna há pouco se finou.
Improvisamos no chão uma buenaça fogueira
e as louras chamas foram se erguendo da madeira
“como cabelos de gringa que por amor se afogou”.
Eu queria.
Eu queria voar com você
para descortinar o horizonte
e deixar na asas do tempo
um sentido lento.
Enquanto o Juca Ruivo preparava o churrasco
o Índio Potiguar e eu armamos nossa barraca.
Mario Castelhano ia batendo em cada estaca
e los pingos miravam, escarvando com os cascos.
Queria celebrar
os momentos da poesia,
abrir o leque de palavras
e deixar os pedaços de mim
gravados no passado.
Depois, tertuliamos sob hermoso manto de estrelas,
hablando de salamancas encantadas, moiras belas,
guapanerias, causos de amor, romances e peleias.
Inventar
nas malhas do universo
o toque da agonia
e fazer das ideias
o lamento das lembranças.
E, quando se foram dormir, fiquei ali acordado
no primeiro quarto de vigília, que me foi confiado,
com nadica de sono, de alma alvorotada e cheia.
JOSÉ ALBERTO BARBOSA (*)
Atravessar
na correnteza do tempo
o sortilégio dos impulsos
e semear os afetos
na lâmina da fantasia.
(Juca Serrano)
Jaraguá do Sul,SC
(*) Juntamente com José Isaac Pilati, é biógrafo de Juca Ruivo,
fundador da cidade de Maravilha, oeste catarinense.
(**) Mario Castelhano é pseudônimo de José Isaac Pilati.
LUIZ FERNANDES DA SILVA
João Pessoa, Paraiba
Mesmo que soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira.
Martin Luther King — líder anti-racista norte-americano
26
De braços abertos...Estamos!
CUADERNO
MEU PEDACINHO DE CHÃO(*)
Mis pensamientos duermen
en ese cuaderno
que está completo con parte
de mi vida,
las hojas se dan la mano
y hablan entre si.
No meu pedacinho de chão
Também tem a Pituquinha
É minha netinha Rakélli
Minha linda princesinha
Só não tem o serelepe
E nem a professorinha.
Hojas escritas de amores
que hoy perduran,
y otras que a traves de los años
se marcharon para nunca más volver,
pero hay hojas inquietas
que son las que quieren
salir en tropel a la luz
del dia.
Meu pedacinho de chão
Não é história nem novela
Tudo é realidade
Como as cores de aquarela
Mas tem esta Pituquinha
Que tenho amor por ela.
E tenho amor por ela
Carinho e admiração
E esta neta querida
Me causa grande emoção
É razão de minha existência
Dos meus olhos o clarão.
É o clarão dos meus olhos
Que encanta minha vida
E por toda eternidade
Vou te amar, neta querida,
É o que me faz tão feliz
Nesta vida tão sofrida.
PAULO PEREIRA DE MELLO
Santa Maria,RS
(*) Para Rakélli, minha neta do coração)
SIGUE TU CAMINO
Si sientes que tu cansancio se “fatiga”
Y quiere por momentos desanimarte,
no dejes de apostar por la Vida,
ésta, vale hasta el último instante.
Pero tienen miedo al que dirán
vuelven a quedar atrapadas
en sua renglones,
al pasar mi mano por sus hojas
hace que mi sangre corra aceleradamente
por mis venas haciendo latir mi corazón.
Cuyo latido se transforma en música,
entonces mi alma le canta a ese amor
que perdura a traves de los años,
los cuales están escritos en ese cuaderno,
pero uma hoja quebro su reja
saltó de su renglón y escapó a la vida
en busca de su amor.
Con su luz los ángeles
le indicaron el caminho
y la encontro en el jardin
de las flores perdidas,
y en un banco blanco de luz
dejó su poema grabado
a su ser querido.
DONATO PERRONE
Buenos Aires, Argentina
Si te abandonaron todos los éxitos
que con tu buen esfuerzo lograste,
no reniegues de esta Vida que DIOS
nos hace desfrutar, sigue adelante.
Si tu buen Trabajo fue ignorado
en el momento que lo realizaste,
tienes que continuar trabajando
para volver a revitalizarte.
Si tus equivocadas acciones
sin querer han logrado lastimarte,
no permitas que tu sufrimiento
logre su objetivo para derrotarte.
Si fue ingratitud la remuneración
que por reconocimiento cobraste,
SIGUE TU CAMINO, por convicción,
sin desmayar, para no desviarte.
Si alguna inesperada traición
alcanzó en cierto momento dañarte,
no debes caminar com Odio o Rencor,
esto, no sirve para superarte.
Si te desalentó esta incomprensión
por todo lo que em tu vida anhelaste,
debes tener VOLUNTAD de continuación
para hacer realidad lo que Soñaste.
Si a las montañas de tus Sueños
por estas causas desmoronaste,
debes construir nuevos Sueños,
manera de poder Crecer y Elevarte.
JUAN CARLOS MAIDANA
Buenos Aires, Argentina
www.poetamaidana.com.ar
[email protected]
>>>>>>>>
27
Colaborações
de
Associados e Amigos
Rádio. Ah! O rádio.
Do porão dos meus pensamentos lembrei de programas que ouvi muito: A hora do Despertador e Vanguarda.
Havia também as radionovelas, isso bem antes da invenção da tv, claro.
Sim, eu confesso, eu estava lá. Religiosamente às 18 horas, ouvia a Ave Maria, que, dizia o padre: “seis horas, Ave Maria”.
Isso, depois de uma bela introdução da clássica de Gounoud. Aliás, gostava mais da abertura que do sermão, propriamente.
Este tempo passou. Esqueci o rádio para me dedicar a outras coisas, namoradas, amigos, esportes, estudos etc.
Só voltei ao rádio em 1979. O Chevette tinha um Motorádio TKR com toca-fitas K7. Foi, a partir daí que ouvia a Barriga
Verde FM das 18 às 19 horas. Depois disso, a Antena 1 (Alô, Ibope!).
Mais tarde passei a ouvir os jogos do Figueira pela CBN.
Já, nesta época, as rádios abandonaram o “de tudo um pouco” e passaram a segmentar-se. Sertanejo, Religioso, Brega,
Pagode, Jovem, MPB, Lixo, etc. E, logo após, chegou a Internet. Pronto.
Começou a matar as rádios.
A coisa virou assim: É Deus no céu e Google na terra.
A partir daí, cada um passou a “baixar” sua própria trilha sonora para ouvir quando e onde quiser, com aquele enorme
Walk-talkie na cintura.
Gostas de notícia? Videoclipes? Lá tem. Esportes? Também.
E vieram os celulares com seus fones de ouvido.
Cada qual imerso em seu mundinho.
Há muito, dirigindo, não ouço mais nada. Agora presto atenção nas pessoas, na paisagem e, no trânsito, claro.
Mas, e a rádio? Morreu? Afirmo que não. Imagine um caso de catástrofe.
Dias de inundações e falta de energia elétrica.
Um “raidinho” de pilha ligado na CBN é o suficiente para ficar ligado nos acontecimentos, desde que eles tenham gerador
de energia, claro.
[Jorge Luiz Wagner Behr ]
(Jorge editou a Revista Ventos do Sul do número 1 ao número 36, quando passou a batuta para mim. A partir de então tenho procurado a
mesma qualidade e o carinho do Jorge para com a RVS.) (ms./)
Jorge, ex editor da RVS,
é nosso Benemérito.
História do Rádio
Segundo alguns autores, a tecnologia de transmissão de som
por ondas de rádio foi desenvolvida pelo italiano Guglielmo Marconi, no fim do século XIX, mas a Suprema Corte Americana
concedeu a Nikola Tesla o mérito da criação do rádio, tendo em
vista que Marconi usara 19 patentes de Tesla no seu projeto.
Na mesma época em 1893, no Brasil, o padre Roberto Landell
de Moura também buscava resultados semelhantes, em experiências feitas em Porto Alegre, no bairro Medianeira, onde ficava
sua paróquia. Ele fez as primeiras transmissões de rádio no
mundo, entre a Medianeira e o morro Santa Teresa.
O início da história do rádio foi marcado pelas transmissões
radiofônicas, sendo a transcepção utilizada quase na mesma época. Consideram alguns que a primeira transmissão radiofônica
do mundo foi realizada em 1906, nos Estados Unidos por Lee de
Forest experimentalmente para testar a válvula tríodo.
As primeiras transmissões para entretenimento regulares, começaram em 1920 na Argentina e nos Estados Unidos.
No Brasil, inicialmente apenas militares poderiam ter aparelhos
de rádio, a lei foi revogada por Francisco de Sá , e a primeira
transmissão civil foi realizada no dia 6 de abril de 1919, a partir
de um estúdio improvisado na Ponte d'Uchoa, no Recife, pela
PRA 8, Rádio Clube de Pernambuco, tendo à frente o radiotelegrafista Antônio Joaquim Pereira.
Em 7 de setembro de 1922, no centenário da Independência
do Brasil, o presidente Epitácio Pessoa, acompanhado pelos reis
da Bélgica, Alberto I e Isabel, abriu a Exposição do Centenário
da Independência no Rio de Janeiro. O discurso de abertura de
Epitácio Pessoa foi transmitido para receptores instalados
em Niterói, Petrópolis e São Paulo, através de uma antena instalada no Corcovado.
>>>>>>>>>>
28
>>>
No mesmo dia, à noite, a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, foi transmitida do Teatro Municipal para alto-falantes
instalados na exposição, assombrando a população ali presente. Era o começo da primeira estação de rádio do Brasil:
a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Fundada por Edgar
Roquette-Pinto, a emissora foi doada ao governo em 1936 e
existe até hoje, mas com o nome de Rádio MEC.
Essa transmissão é tida como a pioneira, no âmbito oficial.
Porém a emissão radiofônica pioneira deu-se no Recife, em
1919, através da Rádio Clube de Pernambuco. Em abril de
1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro é inaugurada,
sob a direção de Edgar Roquette-Pinto, e é reconhecida como a primeira rádio do Brasil, no entanto, em fevereiro de
1923, a Rádio Clube de Pernambuco, já operava com um
transmissor de 10 watts.
E o rádio segue, apesar do advento da TV, da Internet e de
celulares ultramodernos...
Pesquisa Wikipédia. (ms./)
.
AOS POETAS MORTOS... FONTES DE MUITAS INSPIRAÇÕES!
LARI FRANCESCHETTO
LARI FRANCESCHETTO, nasceu em Veranópolis, município da serra gaúcha, no início dos anos
60. Suas paixões foram a Literatura e o Sport Clube Internacional. Sua carreira literária teve início na
seção “Do Bric a Brac da Vida”, no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, anos 80. No Correio do
Povo trabalhava aquele que iria ser seu ídolo: Mário Quintana a quem ele dedicou o premiadíssimo
poema “Quintanares”.
Adepto de intenso intercâmbio cultural no Brasil e exterior, publicou seus poemas e textos em diversos jornais alternativos e na imprensa convencional do Brasil e do exterior.
A Revista Ventos do Sul publicou muitos de seus poemas e na seção “Aconteceu” registrou seus inúmeros prêmios. Na seção “Biblioteca dos Poetas Maria Vilma Campos”, divulgavamos o material
que nos enviava,sejam cartas e recortes dando ciência de suas premiações.
Ao jornalista Selmo Vasconcelos, Larí concedeu entrevista em que o nosso poeta revelou ter atuado
em publicidade no jornal semanário O Estafeta e na Rádio 96.1 FM, onde fazia locução comercial e
a divulgação junto a empresas e entidades, do projeto áudio visual do filme cujo roteiro foi criado a
partir de sua obra solo, que teve em Larí um incansável batalhador.
Na Rádio, Larí sempre divulgava o recebimento da Revista Ventos do Sul,agradecendo a publicação
de seus poemas.
Autor do livro “Espelho das Águas” , além de divulgador, participou como protagonista do filme documentário Espelho das Águas —
Andanças de um Poeta,filme longa metragem de 2009. Este filme retrata a vida e a obra do poeta, desde a infância do menino pobre que vendia hortaliças numa vila, à beira de uma ferrovia, no fim dos anos 60, até suas andanças humanas e artísticas.
Leitor ávido desde a adolescência, iniciou seus escritos nessa época, anos 70-80. A paixão pela Literatura levou-o a inscrever-se
em inúmeros concursos, tendo obtido classificação em todos eles.
Oitenta coletâneas nacionais e internacionais possuem sua obra poética, em prosa e verso, pois como relata, seu gênero preferencial sempre foi a Poesia, mas incursionou pelo Conto e Crônica.
Disse Larí: “A Poesia tem o poder de indicar caminhos, descortinar horizontes, constatar e denunciar os fatos, tornar o homem menos finito e o mundo melhor. Minha química no processo criativo destila as coisas que moram além da superfície de tudo, além dos
olhos e mergulham na essência da alma humana. Poesia é colocar o dedo na ferida, mesmo que doa... A vida sem Poesia, creio,
nos tornaria vazios e sem sentido.”
Sobre seus autores favoritos, declarou: “Sou apaixonado pelo mundo ficcional da incomum, instigante, filosófica e intimista Clarice
Lispector; pelo humor refinado e fina ironia do gaúcho Mário Quintana; pela poesia social de Pablo Neruda; pela universalidade de
Drummond, de João Cabral de Mello Neto, Garcia Lorca, Manuel Bandeira e pelo mundo poético dos portugueses Fernando Pessoa e Florbela Espanca, dentre outros.”
Larí amava a poesia e amava a vida. Sua voz se calou após sofrida enfermidade, porém deixou gravada sua mensagem:
“ Acreditem na vida, nos seus sonhos e não esmoreçam diante das “pedras no caminho”.
Leiam, leiam, leiam.
Escrevam, escrevam,escrevam e estudem.
A vida é feita de procuras e de desafios. E a Poesia é uma eterna busca de nós mesmos.”
(texto baseado em entrevista a Selmo Vasconcelos) (ms./)
* O Jornalista e Poeta Larí Franceschetto, nascido em 1965, faleceu em 14 de fevereiro de 2013, de carcinoma. O País perdeu um
grande poeta, porém brilha no Firmamento mais uma estrela.
QUINTANARES
O pão para a fome
(a outra fome)
Nasceu de lua in(esperada),
da solidão nas esquinas,
de um felino na varanda.
Nasceu de lâmina cálida
como, sempre, foi acesa
no hotel Majestic, a madrugada.
Dessa matéria in(visível)
de silêncio que não cala
de sapato velho de criança,
de frágeis flores
entre sal e pedras,
de um copo d´água, às pressas,
na Selva, às seis da tarde
são teus filhos, sempre, aurora
no espelho das águas do Guaíba
e o pôr-do-sol, do mesmo rio,
o fogo das pa(lavras).
E se Alegrete é um trem
que ficou na curva da estrada
agora, somos nós, Quintana
que tomamos chá com teus fantasmas.>>>
Há um louva-a-deus
no parapeito da janela,
indisfarçavelmente verde.
É preciso ver
com os olhos da alma
e ter fome, sempre!
[Publicado na Revista Ventos
do Sul nº. 29, Ano IX, julho a
dezembro de 2007]
Espelho das Águas é o primeiro livro solo do Poeta Larí Franceschetto, de
Veranópolis - RS. Com editoria e composição de Suliani Editografia Ltda.
Composto de 176 pg, a obra traz toda essência do poeta da terra da Longevidade. O livro foi publicado por intermédio do Fundo Pró-cultura de Veranópolis e abrange somente o gênero poesia. Tem orelhas assinadas
pelo 'ex-patrono da feira do livro de Porto Alegre, 2005', o historiador, editor e escritor Frei Rovilio Costa. A capa é de autoria da artista plástica Maria Salete Martinelli.
[Inf: internet]
29
ARTIGOS ESPECIAIS
Pela relevância dos assuntos, embora esta Revista contenha mais poesia, abrimos espaço para os Artigos que seguem, colaboração do nosso
Associado Benemérito, Carlos Piccoli. O poeta não é um ser alheio às coisas ao seu redor. Quando pode,denuncia, participa. Aí estão.
PARA ONDE CAMINHA A HUMANIDADE ?
Nos anos de 1956 a 57, um monge a mim confidenciou:
O primeiro a sofrer numa guerra é a verdade. Só o vence“Estão programando uma campanha internacional sexual, de dor tem o direito de falar, desde os tempos de Júlio Cesar. Coálcool e drogas com a finalidade de domínio de poder sobre os mo, desde Stalin, não estão deixando a humanidade ter ideias e
outros, principalmente sobre as famílias mais bem constituídas pensar para o bem.
e de bons costumes, atingindo a moral, a ética da humanidade.”
Quis saber mais, pois não via razão para isso, estava nesta época com 16 anos de idade e é por isso que provavelmente
nada mais quis dizer, a não ser deixar registrado algo grave,para um jovem passar adiante esta e talvez outras informações a respeito do assunto que ele estava profetizando.
Fica aqui registrada a continuação da informação que o
monge me confidenciou. Hoje eu tenho a idade dele, talvez algum jovem ao ler este documentário, também assimile e tente
entender os próximos passos: Para onde caminha a humanidade.
Naquela época, estudava no Colégio Rosário, de Porto Alegre, dos Irmãos Maristas, como interno de 1955 a 1958 e o
falecido Leonel de Moura Brizola estava iniciando sua caminha- Fontes Informativas:
- 1a. Dama dos Estados Unidos, Nancy Reagan
da política como candidato a Prefeito de Porto Alegre.
Seus principais argumentos de campanha eram: construir
escolas, combater as revistas que promoviam a violência, como
a “X 9” e exigir outros canais de informações além dos vindos
diretamente dos Estados Unidos, onde o povo só poderia ouvir
e ver notícias e opiniões de uma fonte somente.
Naquela época não havia exploração sexual ainda e a violência estava iniciando a partir do filme Bonnie and Clyde em
consequência de um final feliz dos assaltantes, pois até àquela
época era proibido qualquer final feliz para assaltos ou qualquer
má conduta que transgredisse a ética e os bons costumes, via
uma legislação também mais severa.
- Globo Repórter - Sergio Chapelin, mostrando os caminhos da droga.
- O Estado de São Paulo — Carlos Alberto Di Franco
- Diário Catarinense:Marcela Donini
Sergio da Costa Ramos
Dr. Joel Steinmann
Santo Rosseto
Urda Klueger
- Livro 1984, de George Orwell
- A Notícia — Eliane Tavares
- Jornal do Povo — José Dias, Itajaí
- Jornal O Estado– Sergio Jockymann
- Jornalista Paulo Francis
***
(*) Carlos Piccoli, associado benemérito do GPL
Passaram-se alguns tempos, surgiu a revista Playboy, iniciando o processo de desmoralização da mulher, divulgando-a
completamente nua, deixando pessoas de boa educação, conduta moral exemplar, perplexas, incluindo autoridades que tentaram impedir estas divulgações, mas o poder do dinheiro foi
mais forte. Como deu certo, surgiu logo após a Revista Fairplay
e daí para frente foi só baixaria rumo a mais e mais lucros, comprando a moral e ética da humanidade, seguindo a passos largos para um final de Sodoma e Gomorra.
NOVOS TALENTOS
Chegará o tempo
Por volta dos anos 60, inventaram a Guerra do Vietnã do
Norte contra o do Sul ou vice-versa para combater o comunismo
que estava se alastrando, guerra esta sem nexo que revoltou o
mundo inteiro pela tamanha violência, agressividade contra o
povo norte vietnamita usando bombas de napalm, proibidas internacionalmente, pois queimavam as pessoas vivas, sem chance de apagar o fogo. E contra a natureza onde usaram bombas
químicas que desfolhavam as árvores, envenenando também
os alimentos e as águas dos norte vietnamitas. Os americanos,
seus dirigentes e fabricantes de armas, tiveram lucros financeiros. Com uso e venda de armas, munições, mas em contrapartida formaram uma “legião de drogados”.
Em que na busca de novos talentos,
Mais crédito se dará ao Menino Jesus,
Que ao morrer na Cruz,
Ao Homem deu mais alento.
Antes, jovens de boas famílias bem educados, sadios. Na
volta, neuróticos de guerra, viciados, promovedores do vício e
Hollywood se alimentando destas vítimas inocentes. Aliás a1a.
Dama dos Estados Unidos, conforme informaram os jornais da
época, após minuciosa pesquisa, descobriu que o início da droga partiu de Hollywood.
30
ARTIGOS ESPECIAIS
(continuação)
CLAMOR DA HUMANIDADE
Subconsciente, Deus em mim. Tu és todo poderoso, Teu
poder é infinito, para Ti nada é impossível, coloco em Tuas
mãos, para o melhor bem da humanidade, a melhora da direção
dos pensamentos dos governos e pessoas que influem nas decisões dos governantes para que não mais guerreiem, não mais
matem, não mais invadam outros países, saibam melhor administrar a repressão do tráfico de drogas.
Respeitem todos os pensamentos e religiões dos outros,
vivam em paz, que só a obterão se permitirem o mesmo aos outros.
Usamos um clamor à Energia Universal para a mudança
de pensamento, porque “somos o que pensamos”, pois: movimentos antiguerra criam mais guerra; movimentos antidrogas
criam mais dependentes; já movimentos pela paz cria-se paz.
Atividades culturais criam mais cultura e integração social.
Sempre se deve focar pensar, dar atenção e lembrar do que se
quer. Conforme a Física Quântica, nós somos uma massa de
energia vibrando, chamada de átomos, portanto nós, planeta,
estrelas, estamos em conexão.
DROGA
Subliminarmente induzida
Por certas mídias, artistas inconsequentes
De bondades aparentes
Transviando inocentes;
De energias trazidas
Da juventude em geral
Que desconhece o mal
Caindo em armadilhas programadas
De quem conhece sentimentos,
De frustrados, mal amados
Buscando na droga conforto
Que só atende seus negociantes
Tornando o usuário infeliz
Nunca mais feliz, como antes.
CARLOS PICCOLI
As capacidades, os talentos, os dons e o poder que está
dentro de cada indivíduo, é ilimitado. Os pensamentos dão forma às realidades futuras. O Universo se manifesta da forma que
você sente e pensa. Portanto, se repetirmos este Clamor da Humanidade com alguma frequência, certamente estaremos colaborando com a melhoria do nosso planeta.
“O Universo e as estrelas giram sobre um micro-eixo que é
o AMOR” - Dante Alighieri.
(***)
EM: O INDIVÍDUO PERDE A FORÇA
“O Estado de São Paulo de 04-12-1983 (há 31 anos), onde
menciona possíveis aspectos de vida da humanidade para o futuro.
90 anos de Maria da Anunciação Pereira. (2a. da esquerda)
Doralice, Maria, Carlos,Maurilia e Carmem
6 de setembro de 2014
É possível a desordem e a violência de um mundo privado
de seus valores tradicionais e que não teme mais o inferno, a
ineficiência dos poderes democráticos, tudo isso pode assustar
e exasperar as populações, levá-la a exigir um chefe e a ordem.
Esse chefe e seus homens disporiam, através da informação e
da química (*), dos meios para condicionar a população.
A democracia então, teria sido apenas um parêntese na
história da humanidade.”
(*) A química que se refere o artigo da 1a. Página do Estadão,
tem tudo a ver com as modernas drogas, alucinógenos que estão aumentando dia a dia.
Divulgam a prisão de alguns traficantes,mas cadê os fabricantes? Divulgam a proibição somente, que só aguça a curiosidade e incentiva a experiência, desde Adão e Eva, ao invés de
somente divulgar as consequências.
“Criança Esperança” implora por programas de Televisão
mais decentes e educativos, sem os critérios perversos do uso
sensacionalista do crime e da droga.
31
Doralice, Maurilia, Maria da Anunciação e Carlos
ARTIGOS ESPECIAIS...continuação
A ORQUESTRA DA DROGA
EM ESCALA
Após os anos sessenta
Toda a imprensa propagou sem DÓ
Sexo e Droga, até não mais aguentar,
Mas para a família, o maior nó.
Maior nó e começou o rolo
Andava na linha da frente e mudou pra RÉ
Certinho nas contas, começou a dar bolo
Onde havia confiança, virou má fé.
As coisas boas começaram a minguar:
“No vengas com brujas arriba de MI”
Num último esforço, a solução foi internar
Conselhos não bastaram pra ajudar o guri.
Na escala da vida é na carne que se aprende
Quanto mais ganha, mais quer e menos FÁz
Pra aprender, vá ajudar quem depende
Na ajuda, até o guri satisfaz.
Ao ajudar, uma luz começa a brilhar
E da penumbra alvorece o SOL
Clareia a ALMA, quer mais ajudar
Não precisa mais peixe, já tem seu anzol.
Aprendendo a servir, esqueceu de precisar
Começa a ajudar aqui e ajudar LÁ
Não precisa mais de drogas pra se alegrar
Retorna à família, a fraternizá-la.
O Ego é a sombra que nosso rumo desvia:
Não pensa na ALMA, só pensa em SI.
Prazeres, Glórias, Conquistas, Orgias,
Larga-os em tempo, pensa em ti.
Nossa vida na terra é única e curta
Explora-a ao máximo, não tenhas DÒ
Para que resultado, efeito surta,
Ajuda o próximo, não penses em ti, só,
Lembra-te que a outra é eterna e desta resulta,
Encaminha amigos,retira-os do pó.
Toda a droga aos direitos revolta
Toda a droga te tira do normal
Toda a droga é um caminho SEM VOLTA
Toda a droga é o caminho do mal
Não sejas escravo e de espertos dependente
E,sim Alegre, Feliz, INDEPENDENTE.
Na escala do universo, és filho da Mãe Terra
Que o teu corpo de barro cedeu
Exigirá de volta, tal qual, como era
Mostra a ti mesmo que esta vida valeu
Faz de tudo para esta vida entender
E não chegares...quando tarde...a te arrepender.
32
RECORDAÇÃO
A MORTE DE UM POETA— Juan Gelman se fue a los cielos...
Faleceu dia 14 de janeiro de 2014 o poeta e intelectual
argentino, Juan Gelman. Nascido em 1930 em Buenos
Aires, filho de imigrantes, Gelman exilou-se no México
em 1976 e aí radicou-se. Autor de inúmeras poesias e
contos, Gelman foi um militante anti-imperialista desde a
adolescência e atuou corajosamente junto ao movimento
de direitos humanos e pela memória dos desaparecidos
das Ditaduras do Cone Sul, em especial, da Argentina,
cuja truculência se abateu diretamente sobre sua vida familiar, tomando-lhe seu filho e sua nora e, até recentemente, sua neta (Macarena) que reencontrou, não sem
muito pelear, no Uruguai.
Suas poesias são atravessadas pelo permanente engajamento político, pela contundente crítica a violência militar,
e também por temas existenciais, cuja calidez apaixona
os leitores a primeira leitura. Entre suas obras destaca-se
Gotan (1962), Colera buey (1965), Fabulas (1971), Hacia
el sur (1982), Carta a mi madre (1989), Valer la pena
(2001).
Recebeu o Prêmio Ibero Americano de Poesia Pablo Neruda (2005) e o Prêmio Cervantes em 2007, entre outros.
Amor que serena, termina? foi publicado no Brasil e contém poemas traduzidos por Eric Nepomuceno. Sua última
obra foi finalizada em 2013 (Amor a Mara) e é dedicada à
sua mulher.
Além de poeta e escritor, Gelman colaborava permanentemente com o Jornal Página 12, que dedicou várias páginas de sua edição de 16 de janeiro ao autor, com comentários de Atílio Boron e Sara Méndez, entre outros.
Neste, se resgata um dos seus primeiros poemas publicados em Violín y otras cuestiones (1956):
Epitafio
un pájaro vivia en mi
una flor viajaba en mi sangre
Mi corazón era um violín
Juan Gelman 1930—2014
hay dolor y pena en el mundo
humillaciones hay y fea pobreza
cae la baba policial sobre la mesa de torturas
pisa y pesa la bota del tirano pero
el pueblo aprueba la belleza
bajo la baba policial escribe
Quise o no quise
pero a veces me quisieron
También a mi me alegraban:
la primavera, las manos juntas,
lo feliz
bajo la bota del tirano de turno
Digo que el hombre debe serlo!
(aqui yace un pájaro
una flor
un violín)
“Homenajes”; Hechos y relaciones, 1980.
[In Imago Mundi]
Colaboração do escritor e poeta Raul Longo
Sambaqui, Florianópolis,SC
sobre la mesa de torturas
escribe “apruebo el sol”.
A Liberdade não morre jamais das feridas que
recebe . O punhal que a fere leva às suas veias
novo sangue .
José Martí — poeta cubano
33
POETAS DO GRUPO,
Efetivos e Correspondentes
OLHAR PARA DENTRO
MINHA VIDA
Olho esse horizonte que a vista alcança,
Escuto a canção que o vento me traz,
Gravo, na mente, visões de criança,
Eu sonho, eu medito em sossego e em paz.
Minha existência decorreu como simples viver,sem ostentação;
Assim, em uma vida modesta, abdiquei dos sonhos, da ilusão;
Refreando a insidiosa ambição, reformulei meus pensamentos;
Acrescentando ao meu viver, projetos de altruísticos sentimentos.
A alma, por vezes, do corpo se cansa
E corre, voando, quando lhe apraz,
E baila sozinha em estranha dança,
Ao ritmo certo do tempo que faz.
Externando em versos, o que do meu espírito brotava,
Tentei expulsar deste, a dor, a solidão, o desalento;
Porque em meu “ser” algo me iluminava, me inspirava,
Expurgar desta alma aflita, os negativos pressentimentos.
E eu, no regresso, logo lhe procuro
Se teve alvísseras desse futuro
Em busca do qual teria abalado.
No transcurso da vida conheci a ingratidão, a solidão, a dor;
Daí intuir que na existência terrena, nada frutifica sem amor;
Contudo,cultivando no íntimo a chama da coragem, da intuição,
Expulsei deste o amargor, resíduos da agonia, ranços da desilusão.
E ela me responde, um pouco tristonha:
- Nesta nossa idade apenas se sonha
Com as lembranças que são do passado.
ANTÓNIO JOSÉ BARRADAS BARROSO
Parede, Portugal
[In: ...antes que chegue o inverno, pág. 94-95]
Nas estrofes que componho, realço o espírito da nobreza,
Incitando o homem, aos ideais sublimes de excelsa realeza;
Isto porque, sinto em meu “eu” ressoar em forma de canção
Abrasados versos, emoldurados pelo fluente ardor da inspiração.
ÁUREO CORRÊA DE SOUZA (in memoriam)
Bauru, São Paulo (poema de 7.11.2005)
AMOR E POESIA
Narcotizado
Dopado
Anestesiado
A poesia me deixa assim
Encantado
Sonhador
Utópico
Assim me deixa o amor
Amor e poesia
Anestesia do dia-a-dia
QUASE REAL
Amo-te intensamente na relva
sentindo a epiderme do solo
a fonte dos teus lábios ao clímax me leva
e exaurido relaxo-me em teu colo
Com o toque das tuas mãos
fecho os olhos e sinto-me em teus braços
e no êxtase de um amor vivido
degusto da tua boca,
esse sabor de damasco
ANTONIO CARLOS PEREIRA
Ato consumado, epílogo
acho que sonhei
não sei, não sei,
mas que te amei,
amei...
MEU PRANTO
Se algum dia me vir chorando
não diga nada,
simplesmente seque minhas lágrimas
com um simples beijo,
pois o meu pranto nada mais é
que a sua ausência
se misturando
com a dor do meu desejo...
LICINHO CAMPOS (in memoriam)
ADELICIO MANOEL CAMPOS
[In:Lascívia, pág. 53]
Apresentação Poética e lançamento de livros dos poetas do GPL, na Livraria Paulus em 2007:
ANTONIO CARLOS RODRIGUES CHAGAS
[In: Entrelaços, pág.24]
1a.fila: Zeli, Alcita, Alzemiro,
Edmar.
2a.fila: Ivan, Heralda, Eunice, Adir, Doralice.
3a.fila: José Luiz, Maria de
Lourdes, Thaís, Viviane.
4a.fila: Sueli, Maura, Nadine,
Carlos.
Sempre imaginei o Paraíso como uma
grande biblioteca .
Jorge Luiz Borges
34
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
Fico muda,
Estática,
Completamente calada
Diante de tudo,
Diante de todos,
Diante de fatos e acontecimentos.
Não sei o que pensar,
Não sei o que fazer,
Não sei o que falar.
Calar?
Não sei!!!
Por vezes
Faço da agonia de querer poder
A sensação de minha inutilidade.
Por outras,
A certeza de que precisamos crescer.
É hora de mudar,
É hora de saber gritar,
Hora de recomeçar.
A MOÇA DO NORTE
CADÊ
Um raio de sol
Que brilha se quer
Que brilha onde quer.
Chega a lua...
Fria
Nua
Só
Sem amor
Sem calor...
O sol?
Já se foi!!!...
ÁUREA DE MELLO BALDISSERA
[In: Desdobrando, pág. 69]?
ALZEMIRO LIDIO VIEIRA
(1943-2013)- In memoriam
[In:Confronto, pág.38, 1981]
ADRIANA CRUZ
Fundadora do GPL
Ex-1a.Tesoureira
PÂNTANO DO SUL
No Pântano do Sul eu nasci
Na Armação eu cresci
E também aos três anos
Em Garopaba eu vivi
Lembro-me muito bem
De como lá eu cheguei
Foi em uma baleeira
Com a minha mãe aportei
Meu pai guiava o leme
A viagem era muito longa
Parecia não acabar mais...
Lá por pouco tempo fiquei
Mas mesmo sendo tão pequena
Essas lembranças guardei.
ANTÔNIA MARIA GAMA
[In: A Flor da Armação, pág. 52]
Chegou quase nua
Veio do tempo,
da madrugada, da rua.
Chegou quase nua,
veio da lâmpada
semi apagada.
Chegou sem nada
veio da rua.
Chegou quase nua,
chegou do abismo,
voltou da rua.
Foi pra rua
ocupou o jornal,
fez-se notícia,
fez-se fato consumido,
consumado.
A PLENITUDE
Only the one who knows loneliness,
A Plenitude é a fonte do nosso saber,
vivo, sem divisão o nosso ser,
visível, invisível, positivo e negativo,
transcendido - um todo, um só!
can look above the walls;
he knows the ocean with the biggest
waves,
he flies with the “Kondor” the highest
mountais;
when squeesed between four walls,
he can think, talk and write.
It is the spirit that conquers each
obstacle.
Somos humanos, bem natural,
guerras, guerras, sempre dual —
nosso Deus, vosso Deus.
Você acha isso normal?
Deus um só, Criador mundial criador universal,
tem nas mãos declínio ou entropia
a decisão é sempre dele.
Pense no paraíso e a árvore proibida.
Já aprendeu algo?
Não seria melhor ficar criança?
ANNEMARIE MULDER-HENDEL
Arraial do Cabo, Rio de Janeiro
***
May God bless you with all the time
necessary for your work, I´m with you
and know how you feel..
Assim, eu digo hoje, outra vez mais!
Sempre sua
Annemarie.(30.6.2012)
Annemarie Mulder-Hendel
Arraial do Cabo, Rio de Janeiro
(*) a autora é fluente também em inglês e
alemão.
Como posso duvidar,Senhor,
da Tua existência!
Tua ausência na minha vida
me deixa sem rumo e perdida.
Minha liberdade perde o sentido.
Um mundo pagão, cega a alma.
Nutre-me com Teu amor,
Cura minha dor.
Dá-me o Teu perdão,
Enche de amor meu coração
Me acalma!
Longe de Ti perco minha identidade;
Me invade a tristeza, fica a vida sem beleza.
Quero segurar a Tua mão para não me perder
Só em Ti encontro razão para viver.
DIRCE DIAS
Membros do Grupo de Poetas Livres,em 24 de abril de 2014. Auditório Abelardo Sousa da
Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, Estreito, Florianópolis.
35
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
UM MANÉ EM APUROS
Vai toda a vida
Vai de carreira atolemado
Deixa de pendenga
Seu perebento safado
Alevanta essa calça do rego
te arranca tolerão
Vá pegar essa rapariga
Que tá na casa do compadre João
Ai de ti se ela tiver prenha
Seu amarelo da goiaba
Vais casar na próxima lua
Ou perdes o pingelo seu naba
Si invaretou o Zé na vargem
E logo na casa começou a chamar
Ô essa menina, vamo que tá na hora
Vou casar com ocê pro povo não falar
Pera aí que vou pegar a trouxa
Vou levar linha, agulha, tesoura e dedal
Vou fazer um vestido branco
Pra casar na Catredal
Se tu amarelar eu ti mato disgramido
Seu istepô, seu tipo à-toa
Fiquei embuchada e tens que casar
Não adianta fugir seu pamonha
Marcada a cerimônia
O casório se realizou
O padre do púlpito fez o sermão
E o Zé se amarrou
Depois do casório
Teve arrasta-pé e comilança
Muita cachaça, biju, cuscuz e peixe assado
Pra todo mundo encher a pança.
ALCIDES CALAZANS
REDENÇÃO
Às vezes falta água
Às vezes luz
Às vezes saúde
E sempre falta dignidade
Tudo isso antes de ir trabalhar
Para não morrer de tanto cansaço
Para não explodir
Para fazer as pazes com a vida
E evitar o atalho da perdição...
Circo da distração
Vinte e dois gladiadores resgatando a alegria, a vida da multidão
Dentro do templo da cura do mal
O gol...
O ápice total
O grande resgate espiritual
Depois vai ao reino de Iemanjá
Atira-se ao mar
Água da purificação
Enquanto não vem a intervenção Divina
Esquemas, enganações
Bandidos sem doutrinas e com poder de reis
Suas palavras não convencem
Suas respostas não respondem
Falam tanto, pois nada tem a dizer
Não há lei que os governe
E nem sofrimento alheio que os comova
Para evitar a vitória do caos
A paralisação geral
A desilusão total...
Cinco dias de redenção
Trazidos pelas mãos do verão
AIRTON DA SILVEIRA FILHO
EPITÁFIO
Aqui jaz o viajante,
Que à procura da felicidade
Encontrou na verdade
Dedicação, amor e sacrifício.
Que para seu benefício
Surgiu esta oportunidade
Como de um filme a negativa.
Viveu na sua vida ativa,
Sabendo, já antecipado,
Que a vida tem outro lado;
Mas é nesta que se amealha
O outro lado da medalha.
A única preparação para o
amanhã é o uso correto de
hoje.
(Garl E. Brand)
O tempo não espera por
ninguém. O Ontem é história. O Amanhã é um mistério;
o Hoje é uma dádiva, por isso é chamado Presente.
CARLOS PICCOLI
[In: Um novo olhar, 2a. ed., pág. 82]
36
(Adalberto Godoy)
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
TE QUERO
MÃE
Te quero tocar por inteiro nas minhas lembranças,
Reviver de forma lúcida e generosa dimensão misteriosa dos meus
sentimentos.
Mãe, alma sofrida
Cheia de alegria e dor
Mãe! Retrato de minha vida
Retrato de meu amor.
Romper as amarras e os abraços clandestinos apressados e a aventura
perdida no submundo das saudades.
Comovida, assombrada com a beleza dos versos infinitos, enovelados
e recuperados te quero bem perto, além dos cantos obscuros e tão poucos
visitados.
Te quero nesta dança louca atenta aos ruídos da alma, eivada de esperança,
para buscar nos sonhos perdidos e retalhados o repouso e a doçura desejada.
Asas soltas ao vento, loucura invisível ou elegia derradeira, mas imperecível,
no ritmo das nuvens te quero, não expectador, mas protagonista do ponto
central das nossas vidas.
Mãe, uma lágrima que ri
Outra que chora
Mãe é amor
Que existe toda hora.
Amor materno
É o primeiro que recebemos,
É amor eterno
Que jamais esquecemos.
JANETE VEIGA
Poço Claro, Itaiópolis, SC
Simples assim.
ELOAH WESTPHALEN NASCHENWENG
RESTAURAÇÃO
COMUNHALMAS
Um dia me apaixonei,
Me aventurei,
E mais tarde
Conheci o amor
O fervor, o calor,
O pavor e a dor
Meu coração ficou despedaçado
Meu eu desfigurado
Meus versos foram em vão
Meus sonhos se renderam ao chão
Diante deste cenário ilegível
Como um intraduzível
Texto em hebraico
Eu consegui juntar os cacos
E formar um lindo mosaico.
Sobre tantas mulheres já versaram, os poetas!!!
... Dizem que fingem, os poetas, às suas musas.
Quem sabe fingem à realidade insurreta,
ou, nos sonhos do bardo, para alguma intrusa.
JOSÉ LUIZ AMORIM
O fato é que há, no vate, uma alma inquieta,
e a poesia, por ser viva é que o acusa.
Vem de fora e dentro se aninha,se arquiteta,
faz, da alma poética, ferramenta e usa.
E assim é simples, bom, ouvir teu canto doce,
remédio do espírito, que cura meus traumas.
És mensagem divina onde o meu ser calou-se
É mais que amor esta atração que, o corpo, acalma
E por ser mais que amor e mais que adorar fosse,
é uma paixão divina. É a comunhão das almas.
CACILDO SILVA
[In: Janela e solidão, pág.37]
AVENTURA HUMANA
Entre flores e espinhos,
Assim é a vida da gente,
Alguns recebem carinhos,
Outros pancadas somente,
Porém, a vida vai seguindo,
Com uns sofrendo, outros sorrindo,
Nessa sociedade corrupta e tirana,
Alguns vivem bons momentos,
Enquanto outros só tem sofrimento
Nessa aventura humana.
JOÃO BIRICO FILHO
INVERNO
A tarde cai solene e sublime
O sol cansado do dia, enfraquece
O pio do pássaro é triste
O vento sopra sem força
No entanto, tudo é mágico e divino
Extasia-se o existir
Contamina com grandiosidade
O todo da natureza
LUCY GOLINO
Belo Horizonte, MG
[In: Esperança, pág. 78]
FLORESTA, PERNAMBUCO
O beijo da rosa é o perfume que ela
exala.
Anair Weirich, Chapecó, SC
Poeta catarinense.
37
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
SOU A HISTÓRIA QUE FICOU
PERFUME
Eu sou o perfume das flores
Sou a roseira molhada
Sou o sereno que cai
durante a madrugada
Suave fragrância perfumada
despertou-me da indolência
em que me achava.
No agradável aroma
inesperado e envolvente,
transportou-me nas asas
de suave sonho.
Ilusão criada que num repente
os sentidos domina,
toma e arrefece
inesperadamente abrindo
as portas da imaginação.
Como a teia que a aranha tece
induzindo, sem forma definida
imagens belas, sedutoras,cativantes,
exalando felicidade... Perceptíveis
presentes e invisíveis
na existência terrena...
Captadas apenas com poesia
e espiritualidade.
Eu sou uma estrela no céu
longe da constelação
eu sou o brilho da lua
numa noite de verão
Eu sou a água cristalina
A chuva que vem do céu
eu sou a verde montanha
que a nuvem cobriu com véu
Eu sou a água corrente
por dentro do matagal
sou quero-quero gritando
no meio do pantanal
Eu sou a madrugada fria
sou o vento que vem do mar
eu sou uma gaivota
que vive sempre a voar
EUNICE LEITE DA SILVA TAVARES
[In: Sonhos e fantasias, pág. 110]
Eu sou a água do pote
sou o pilão e a mão
sou a chaleira de ferro
sou a lenha do fogão
...COM ALEGRIA
Um ano termina,
Mas desponta o amanhecer.
Que a beleza da noite de festa
Perdure com amor na partilha do pão.
Seja o novo tempo alicerçado na paz,
Prosperidade,fraternidade, amor e união.
Eu sou a grande saudade
da infância que passou
e sou a felicidade
da história que ficou
Que o grande espetáculo do dia
Seja riso de crianças num cirandar
Brilhe a noite, na luz de um olhar.
A mão que pela rua esmola.
Não aprenda a empunhar a arma,
Respeite o outro, a fauna, a flora,
Encontre a família forme um lar...
Que perdoe Deus, a fragilidade humana.
Purifique os pecados cometidos.
Envolva em bênçãos o ano que nasce,
Na simplicidade da canção que irmana...
HERALDA VICTOR
[In: Nos degraus do silêncio... pág.64]
DORALICE ROSA DE SOUZA SILVA
[In: Colcha de retalhos, pág. 30]
XV
Serra Araripe, quanto de ternura
Envolve esse teu corpo de montanha.
Resvalando nas folhas se pendura
Réstia de sol no orvalho que te banha.
Acamada no meio da planura
Descansa a Baixa grande; ela arrebanha
Os pingos d´água e leva-os à fundura,
Armazenando-os na tua vasta entranha.
Rainha das chapadas do Nordeste!
Araripe, dominas a paisagem
Riscando, lá de longe, o azul-celeste.
Intérmino o horizonte te namora...
Pasmo por envolver a tua imagem,
Enciumado talvez, comigo, agora.
JOSÉ PEIXOTO JÚNIOR
Brasília, DF
[In: Serra do Araripe — Coroa de Sonetos, pág. 19]
Heralda com os irmãos Agnes Campos Fritzen e Dr.
Nuno Campos, quando de sua apresentação sobre
a vida e a obra do Prof.Custódio de Campos, dentro
do Projeto O escritor e sua obra, do GPL. (2014)
38
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
A DIVINDADE
À minha companheira, Maria do Rosário Campos,
como retrato de seu perfil.
COTIDIANO
Seu rosto tem ótimo contorno,
Suas faces são angelicais,
Seu nariz foi feito em um torno,
Tais das deusas Vênus e Vestais.
As orelhas adornam seu rosto,
As sobrancelhas u´a perfeição,
Auréolas de mui fino gosto,
Fontes vivas de inspiração.
Sua boca tem lábios finos,
É um verdadeiro esplendor,
É origem do sangue latino,
É poema, ternura, é amor.
Lindo, mui lindo, é seu pescoço
Seu queixo um pouco alongado,
Completando o lindo esboço,
O marfim dos dentes, trabalhado.
Seu olhos são chamas ardentes,
Que aquecem todo o meu ser,
São duas pérolas reluzentes,
Que fazem o poeta viver.
Dos ombros pendem roliços braços,
Em seus extremos, as belas mãos,
Os dedos são pequeninos traços,
Lendo desejos do coração.
Seu corpo é linda escultura,
Por Deus,Criador, bem trabalhada,
Seus cabelos, tenra formosura,
Contrastam co´a tez amorenada.
Seus quadris são frações elevadas,
Criando suaves depressões,
Suas curvas, lindas,bem formadas,
Chegam a alterar emoções.
Suas pernas são bem torneadas,
Seus pés invejam a tenra pluma,
Sustentam curvas emolduradas,
São leves como a branca espuma.
Seus joelhos são intermediários,
Flexionando seu grácil andar,
De que a mente faz inventário,
Da complexa causa de amar.
Seu coração retrata pureza,
Acolhe a todos com carinho,
É símbolo de sua grandeza,
U´a pombinha branca em seu ninho.
Engoda até o inteligente,
O que resta da deusa do amor,
Su´alma de ser, pura, inocente,
É poema, é jardim em flor.
Vai além da imaginação
Toda essa engenhosidade,
Cada membro, uma perfeição,
Para esculpir A DIVINDADE.
Quero ser tua mucama
Aos domingos te levar café na cama
Fazer a tua sobremesa
Servir jantar de vela acesa
À noite arrancar o teu pijama
Excitar-te com meus beijos
Alucinar-te de desejos
Depois do amor
Ficar no teu calor
Fazer-te confidências
Adivinhar tuas reticências
Te divertir com a minha alegria
Fustigar-te com a minha picardia
Desmanchar o teu cabelo
Fazer-te cafuné
Cortar as unhas do teu pé
Cantar pra te acalentar
Endoidar-te com novo apelo
E outra vez te esbrasear
Fazer todos os teus gostos
Impedir os teus desgostos
Amar-te assim até morrer
Só assim quero viver.
LEATRICE MOELLMANN
[In: Depois do verão, pág. 89]
O POETA E A HISTÓRIA
O poeta sabe:
Se o canto não pode
a História mudar,
Não deve somente
a dor mitigar.
Pode na História
testemunhar,
Combater a tenebrosa
escuridão,
Acender luz
de lampião
para mentes
iluminar,
Ajudar o povo
a pensar,
Não para o Mundo
Transformar,
Mas para o Homem
mudar,
Pois mudando o seu andar,
Prof. Dr. ADELINO CARLOS BRITO DE ALCÂNTARA
Dr. Brito
Mairiporã, São Paulo
***
NADA MAIS SERÁ IGUAL.
MANOEL JOVER TELES (Manolo)
(28.02.2006)
membro efetivo
[in memoriam]
Nada é mais bonito do que o amor que atravessou
as tempestades da vida.
Jerome K. Jerome, romancista e dramaturgo inglês
39
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
FLORIANÓPOLIS,
PRIMEIRA VISTA (1969) (*)
PARODIANDO GONÇALVES DIAS
Minha terra tem uma igreja no alto da colina
Tem casas com jardins
Perfumes de jasmins,
Ainda me é a cidade, ao longe adormecida,
como um baralho não aberto;
ainda me são as ruas labirintos:
ainda me são as casas armadilhas e
nelas se me escondem indiferentes
para os quais nem mesmo a lembrança leve de mim
um sorriso traz;
ainda me são os nomes línguas desconhecidas
e nenhum pão se partiu em mim pensado;
ainda nenhum abraço me une, arquivado na memória,
a um morador daqui.
Minha terra
Tem pista de MotoCross
Motoqueiros malucos
Que vem pra cá se aventurar.
Minha terra tem muita briga
Briga de políticos
É conhecida como a terra das cerâmicas
Terra dos tijolos e das telhas.
Mas alguém, invisível,no passado,
tomou-me pela mão, dizendo:
“ - Vai, é tempo chegado.
Sorrisos até então não formados
desabrocharão em ti gestos e compreensões”.
MÁRCIA REIS BITTENCOURT
Canelinha, SC
Isto será amanhã,
pois hoje ainda é o todo um nada envolvido em segredos.
JULIO DE QUEIROZ
[In: Breve Aro—poemas, pág. 5.
Poema também inserido na obra Pelas frestas da caverna, 2014]
INVISÍVEL
Ouço um murmúrio
É o vento
Sorrateiro, invisível
Passa pelo universo
Não se vê
Se ouve, se sente
É misterioso
Desliza
Às vezes
É suave como a brisa
Nosso corpo abraça
Acaricia
Os pastos nos campos
Faz dançar
É uma carícia que contorce
Ao sabor do vento
Balança, deita, levanta
Mas é o vento que os faz
Em ondas verdes
Se transformar
Desliza, suaviza nossa alma
Até nos faz sonhar.
SOU CORAJOSO
Tenho coragem de escrever
E ver o pôr - do -sol nascer.
Tenho coragem de bagunçar
E para minha namorada me declarar.
Tenho coragem de muitos livros ler
Para o conhecimento ter.
Tenho coragem de matar um lagarto
E de imitar um pato.
Tenho coragem de mergulhar
E ver o sol raiar.
Tenho coragem de jogar bola
E de pular em cima da cama de mola.
Tenho coragem de conhecer um misterioso lugar
E com bruxas, fantasmas e seres encantados falar.
Manoel Mário Reis Bittencourt
Poema escrito aos 10 anos.
Canelinha,SC
(08.02.2004)
MARINÊS POTÓSKÊI
Pato Branco, PR
O amor é apenas um verso na vida de um
homem e todo um poema na vida de
uma mulher.
Paul Valéry
Praia de Perequê, Porto Belo. Foto Márcia Reis Bittencourt
40
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
SAUDADE DA ROÇA
SI TÚ ME OLVIDAS
Ai que saudade que eu tenho
do tempo em que eu era criança
com meus pais e meus irmãos
tinha muita confiança.
Trabalhando na roça
tinha muita satisfação
quando chegava a colheita
era grande a emoção.
Trabalhando todo o dia
com sol quente ou com chuva
era muito gostoso
quando chegava a colheita da uva.
Quando chegava de manhã
era uma grande alegria
não saía para trabalhar
sem rezar a Ave-Maria
Com muita satisfação
íamos todos trabalhar
era uma grande festa
quando chamavam para almoçar.
MAURÍLIA FREITAS
[In: Minha saudade, pág.21]
“Ahora bien
si poco a poco dejas de
quererme
dejaré de quererte
poco a poco” (Pablo Neruda)
Se por acaso tudo o que fiz por ti e para ti
não foi suficiente
Se todas as horas em que me entreguei
foram como grãos de areia
no mar dos teus carinhos
Se não desejas mais tocar-me
se não sentes mais falta de mim
quando estamos separados
Se pouco a pouco a chama da nossa paixão
está se apagando
se estás deixando de me querer...
com o tempo, amor, meu desejo por ti
também fenecerá
sentirei um enorme vazio, por certo,
mas no desejo, se um não quer mais,
fatalmente virá a separação
Chorarei, tem a certeza,
mas o tempo me ajudará
a procurar outras bocas
e tentar apagar as marcas do amor
que deixaste em mim.
MAURA SOARES
[In: Um amor para lembrar, pág.31.Livro artesanal]
Balneário Camboriú, 2010)
SEMEAR
Eu semeei a saudade
Nasceu o manjericão.
Plantei o amor-perfeito
No lado o sinamão.
O amor-perfeito morreu
Então nasceu a saudade
Dentro do meu coração.
A saudade e a alegria
Nasceram na mesma hora.
As duas se reuniram
Mandaram a tristeza embora.
MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA
(19.08.2007)
TEMPO
Às vezes eu sou o tempo
outras, o tempo se perde de mim
pelas discordâncias que a vida me trouxe
e pelos privilégios que já vivi.
Não quero ser sonho
nem combinação de coisas quebradas
quero ser bênção e concretização
nos passos da minha caminhada.
Vou pintando a vida infinitamente
buscando o melhor pra mim
sem lembranças do passado, exceto
o melhor que já vivi.
ZELI MARIA DORCINA
Os sistemas caem, os cultos se desfazem. Só os poemas parecem cada vez mais jovens e mais belos, sob os beijos fatais
do tempo. (Antero de Quental - poeta português)
Em todas as lágrimas sempre fica uma esperança. (Simone de Beauvoir — escritora francesa)
A linguagem se deteriora, porém a função dos poetas é revalorizar as palavras. (Octavio Paz — poeta mexicano, Prêmio
Nobel de Literatura de 1990)
Poesia é a harmonia das palavras, música é a harmonia de notas. (John Dryden — poeta inglês)
41
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
PASSAR DOS DIAS
Passaram alguns dias tudo está distante
Como se tivesse passado longo tempo.
A saudade faz lembrar todo o teu amor,
Carinho, afeição
Porque na verdade, deixaste todo o teu afeto,
Só ficaram doces lembranças.
Agora, estás livre te liberta
Voa bem alto,
Mais alto que puderes,
Te desejo tua felicidade.
Estarei sempre contigo em pensamento,
Dentro do meu coração.
Afinal,não partiste, apenas
Foste para o outro lado do caminho
Deixando teu perfume com rastros
De doces lembranças...
Tua amada Stela Máris Alves.
STELA MÁRIS ALVES
PAIXÃO DO OUTONO
Eles se apaixonaram
Muito lentamente
Vivendo um amor
Como dois adolescentes
No outono de suas vidas
Quando se é preterido
Nessa mulher encontrou
Uma volúpia incontida
Ele já aos setenta
Descobre a vitalidade
Proporcionando a amada
Os prazeres da mocidade
Ela,mulher de sessenta
Rica em jovialidade
Guarda embaixo dos panos
O calor e a beleza
De sua tenra idade
Nos momentos de intimidade
Entre beijos e carícias
Elevam-se os Espíritos
Retrocedem em idade
Como faz bem o amor
Bálsamo pro coração
Duas pessoas carentes
Descobrem ter ainda
Muito desejo e paixão
O segredo para se ter
Uma velhice saudável
È a forma que escolhemos
De como envelhecer.
CARÊNCIAS
Preciso
da tua Doçura
pra me apaziguar os arrufos!
da tua Euforia
pra me alimentar os deleites!
da tua Ousadia
pra me destravar as emoções!
da tua Gana de viver
pra me nutrir as energias!
da tua Impetuosidade
pra me saciar ânsias e aguardos!
Do teu Atrevimento
pra me liberar as fantasias!
da tua Volúpia
pra me domar os instintos!
Do teu Respiro
pra poder sobreviver
do teu Espírito
pra “depois” Ressuscitar!!!
MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS
[In: Meu entardecer — Um punhado de poemas,pág.10]
Fundadora do GPL
Presidente-Perpétuo
INUSITADO
Sangrento sabre
Assemelha-se a arrebol
A esgueirar-se em cores infinitas
Dissipa núbias nuvens, nebulosas
Carneiros no monte a espalhar-se
Proliferando-se em profusão
E o listrão esvai-se pipocando
Desfilando carneiros de algodão
Plúmbeas nuvens, prenhes
Destilam em sulcos
Canções em serenata
Enchendo cachoeiras
Revirando cascatas
Murmúrio ofegante, acelerado
Iluminando a noite
Lívida clareira
Mosaico inusitado
NEUSITA LUZ DE AZEVEDO CHURKIN
EDUCAR
Já no ventre materno
começa a educação.
Atitudes dos pais, sentimentos,
refletem no embrião
do novo ser em formação.
Educar é bem formar,
é informar, é orientar,
é estimular para o bem,
sem forçar nem ameaçar,
sem exigir nem agredir.
Para obter bons resultados
é preciso paciência,
bom humor, persistência.
E que haja prazer no aprendizado.
É um trabalho magnífico e delicado.
SUELI BITTENCOURT
[In:Suavize seu viver, pág. 56]
ARNALDO GOLINO
Belo Horizonte, MG
(Poema classificado para integrar a
Antologia Poética Prêmio CNNP,
2014)
O trabalho de cada homem, seja na literatura, música, pintura, arquitetura, ou qualquer
outra arte, é sempre um retrato dele mesmo. Samuel Butler, escritor inglês
Quem ouve música sente a sua solidão / de repente povoada. Robert Browning, poeta
inglês
42
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
ESTOU SÓ
VOGAIS
Com a letra A, de Amor,
escrevo também Amargura.
Com o E, de Esperança,
registro a Escravidão.
Se Imaginação tem o I perfeito,
a Imbecilidade, não.
Ódio é palavra feia
escrita com O de Orvalho
que deposita nas flores
cristais de rara beleza.
Por incrível que pareça
com o U (letra sem graça)
encontrei duas palavras
que só exprimem grandeza.
Falo do Único e belo
Universo em que vivemos.
A vida sem música é uma
jornada pelo deserto.
Pat Conroy, escritor norteamericano
ZEULA SOARES
Por um momento, senti-me só.
Ajeitei o ambiente,mudei os móveis da sala,
para mudar de astral.
Abri todas as janelas para entrar o sol.
Aproxima-se a primavera.
A laranjeira ao lado da janela,
perfuma o ambiente que estou.
Terminei de passar o café da manhã,
o aroma e o perfume me deram vida.
Alguém passa e me acena a mão.
O silêncio desse lugar, faz-me lembrar
da trajetória percorrida aqui.
Onde encontrei guarida, durante treze anos.
Num trabalho árduo, mas não desisti.
Sempre que estou só,alguém vem me visitar.
São pardais, pombos que entram e saem normalmente.
E até a cachorra loba do veterinário com florzinhas
nas orelhas, chega até à porta.
Pra ver se ainda estou aqui.
VALTER OSVALDO SANT´ANA
19.9.2005
Santo Amaro da Imperatriz, SC
QUEM SOU EU?
Eu queria amá-lo para sempre
Mas algo me alertava
Era preciso aceitar um futuro sem laço
Porque eu não tinha passado
AMOR
Sentimento puro e verdadeiro
Sentimento que não causa dor
Não causa mágoa, nem choro
Só felicidade e admiração
Meu amor seria como uma semente no deserto
Teria de viver de águas e tempestades
Passageiras e fortes
Um dia as raízes acabariam aparecendo
Sob o poder dos ventos arrasadores
Na realidade não sei quem sou
Estou vivendo um momento de mutação
De transformação profunda
E isto faz meu corpo tremer
Marcando minha alma perdida
Nossos corpos desaparecerão um dia
Como as flores que murcham
Mas o amor é para sempre
É a maior dádiva que Deus nos deu.
Amor é o que sinto por você
E você por mim, meu bem
Essa alegria que sentimos
ao estarmos juntos, bem juntos
Suas mãos tocando minha pele, meu rosto
seus olhos encantados olhando os meus
e eu a lhe olhar com carinho, sorrindo
escutando você falar com voz rouca
eu a amo...minha vida...não vivo sem você
VERA PORTELLA
THEREZINHA CACILDA MONTEIRO MANN
Palhoça, SC
Se alguém não encontra a felicidade em si mesmo, é inútil
que a procure em outro lugar.
(François de La Rochefoucauld)
Gaivota, Praia de Perequê, Porto Belo,SC
Foto: Márcia Reis Bittencourt
43
POETAS DO GRUPO
Efetivos e Correspondentes
SOPRO DIVINO
FOLHA SECA
Eis o Espírito de Deus que chega
Consolo que acalma
Um mundo novo e belo se inicia
Tudo se transforma
O medo se vai
A coragem habita nossa alma.
Jogada à sarjeta, abandonada como lixo,recolhi uma
triste folha seca.
Segurei-a em minha mão, com cuidado e emoção.
Parecia querer falar, mas só gemia.
A pele seca deixava à mostra suas veias que, um dia,
tanta seiva alimentou.
Jogada ao sol causticante, sem piedade, o vento errante,
da sua árvore a arrancou.
Tenho que segurá-la com delicadeza, pois se aperto chora
de tristeza, lembrando da vida, tão verde, que o outono lhe tirou.
Estou igual a ti, folha seca. Meu amor, o destino tirou, e nem
sei para onde levou.
Tu tens a certeza de que, após o inverno chegará a primavera,
com as folhas verdes e as flores cheirosas.
Tu pertences a outro reino, onde tudo é verdadeiro.
Não há inveja ou traição...
Mas o meu é animal. É injusto, é mau.
Viceja a incompreensão e a maldade.
Comparado a ti, não sou nada.
Estou morrendo de saudade...
Agora, só, vago por este mundo de Deus,à procura de uma
linda flor, filha do teu reino, folha seca, que possa meu coração
alegrar.
Que não tenha espinhos nem garras, não quero esse amor
machucar. Somente amar...
Enquanto a minha rosa não chega, vou levar esta folha,
que já foi verdinha, para comigo sonhar.
Quem sabe, com água fresca e com carinho, novamente,
verde ficará...
Vinde Consolador
Hóspede da alma
No calor, aragem, descanso
Na aflição remanso.
Espírito pacificador
Luz Bendita
No íntimo de nós
Chama que crepita.
Obrigado, Senhor
Prometeste e mandaste
O Consolador
Dai a todos corações
Vosso sete dons de amor.
IVONE LIDIA RODRIGUES
FLOR CRIANÇA
Flor criança, semente que germina
No solo sagrado da mãe onde crescem
rosas e jasmins.
SINVAL SANTOS DA SILVEIRA
Flor criança se eu pudesse ser como tu
andaria passo a passo;
lentamente iria em busca do jardim
que te acolheu no regaço.
Teus irmãos também são flores
que sempre deves cuidar;
Teu pai é o flamboyant, onde as flores
vão brotar, protege todas do sol
acolhe os passarinhos,por isso
linda criança, trata teu pai com amor
A família teu jardim, e sempre deves regar,
pois saibas, ó flor criança,
que teu jardim é teu lar.
OLGA POSTAL
[Poema inspirado em meus netos no mês dedicado
às crianças]
2.10.2014
Reunião no Mezanino da Biblioteca:
Maurilia,
Cacildo,
Zeula,
Doralice,Carlos,Luis
Fabiano,Sonia,Lino,
Sueli e Maura.
Na antiga sala do Grupo, na Biblioteca Prof.Barreiros Filho, quando da inauguração da placa confeccionada por Cacildo Silva, indicando o nome da Biblioteca
do Grupo, homenageando sua fundadora, Maria Vilma Nascimento Campos.
Licinho, Cacildo, Paulo Berri e Heralda, com convidados.
44
Biblioteca dos Poetas “Maria Vilma Nascimento Campos”
Registramos Obras, Folders, Boletins, Zines, Recortes de Jornais e Revistas, Textos, enviados por amigos e membros do GPL.
==Jornal da ANE—Associação Nacional de Escritores, n. 58, nem tanto à terra, de Rubens Oestroem (25.9 a 23.10); Caricaturas de Miguel Rep sobre Julio Florencio Cortázar (22.9 a
junho-junho 2014.
26.9); Folder Efeito Escotilha, com programa variado, curadoria
==De Zeli Maria Dorcina, do GPL, sua obra “Versos que me a- de Pedro MC.
calentam”.
==De Luiz Carlos Amorim, o Suplemento Literário A Ilha, n. 130,
==De Nelcy Mendes, da Editora Papa-Livro, o opúsculo referen- ano XXXIV, agosto-setembro 2014, com poemas de Maura e
te ao Prêmio “Vilson Mendes de Literatura Desterrense”.
Júlio de Queiroz .
==De Doumerval Tavares Fontes, São Vicente, SP, dois textos ==De Gildásio Taborda Barbosa, de Sant´Ana do Livramenpara reflexão: “Estresse” e “Escrita”.
to,RS, Cartões postais: de Cerro de Palomas e de Sant´Ana do
Livramento, agradecendo a RVS 42 e a publicação de seu poe==Carta do Sr. Nélson Carneiro, de São José do Rio Preto,
ma em homenagem ao GPL.
agradecendo os anos em que participou como associado correspondente do GPL e solicitando desligamento.
==De Alfredo Nogueira Ferreira (Aldo Nora) sua obra
O Verso—o novo evangelho de um mundo cansado e
velho. (com página especial nesta revista) e seu poe==Recebimentos de Antônio Pereira de Mello, Santa Maria, RS,
as seguintes publicações: Jornal Letras Santiaguenses, ano 19,
ma Vento Sul, inspirado nos ventos da Ilha de Santa
n. 111, maio-junho 2014, com homenagem a Gabriel Garcia
Catarina e na Revista do GPL.
Marquez, poemas de Antônio e de nossa confreira residente em
Florianópolis, Milka Plaza; Folha Cultural Farroupilha ano VI, n.
22, 30.11.2011, cidade de Triunfo,RS; Carta de Paulo Pereira
==Do escritor e poeta Roberto Rodrigues de Menezes,
de Mello, enviando poemas para a Revista Ventos do Sul , asua obra Castelo Verde.
gradecendo e elogiando a nossa revista; Carta de Antônio Pereira de Mello, agradecendo a RVS 42 e comunicando o lançamento da Antologia da Casa do Poeta de Santa Maria, em a- ==De Roberto Rodrigues de Menezes, O Clarim—Revista de
gosto; de Luiz Alberto Calderon “7 Pekados Kapitales”, Tacna, Cultura da ALMESC, ano II, nº 4, setembro 2014.
Peru, Ediciones Arcoiris; Zine As Academicas editada por Regina Menezes Loureiro, março 2011, ano 12, n.157, Vitória, ES.
==De Donato Perrone, nosso representante na Argentina, sua obra poética “El poeta sin pluma”, com
==De Zenilda Nunes Lins, com carta, seu romance “Reino das
lançamento na Argentina em 12 de dezembro. DonaEstrelas” e “Tecendo Alegoria”, poemas.
to também doou: a Revista Ateneu Poético Argentino
— Lazos Poéticos 2014 e o livreto do VI Concurso
==Convite de Maria da Anunciação Pereira, do GPL, para a fesPoético Internacional
- UPF Argentina 2014—
ta de seus 90 anos de idade, a acontecer dia 6 de setembro, no Caminos y puentes para la paz”, com poemas e poetas premiasítio da família,em Maciambu, na Grande Florianópolis.
dos. Donato participou como jurado neste concurso.
==Doação de Maura, “Antologia”, de Raquel Mongiello, Santa ==De Osmarina Maria de Souza, singela carta agradecendo a
Fé, Argentina.
oportunidade em poder dar seu testemunho a respeito do Prof.
Custódio de Campos, quando da realização do panegírico so==Jornal da ANE—Associação Nacional de Escritores, n.59, bre o professor, apresentado por Heralda Victor, dia 3 de juagosto-setembro 2014.
lho.Agradece também sua crônica publicada na Revista n.42.
==De Silvério da Costa,Chapecó,SC,recortes de jornais com ==Da ANE-Associação Nacional de Escritores,Jornal da ANE,
poesia de Maura e carta agradecendo a RVS 42.
ano IX,n.60, out-nov 2014.
==De Jorge Eudes do Lago , sua obra “O canto do cisne”.
==De Luiz Fernandes da Silva, João Pessoa, PB, a obra poética de Antônio Freire, “O canto retardado”(1990). Em carta, a==Da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Fi- gradece a obra enviada pelo GPL de autoria de Júlio de Queilho, convite para o aniversário da Biblioteca e apresentação de roz, “Amor e morte”, cumprimentando o autor.
Literatura de Cordel, 19 de setembro.
==De Gildásio T.Barbosa, de Sant´Ana do Livramento, RS, sua
==Do poeta Malungo, Recife, Pernambuco, exemplares do nú- obra “Oleiro”, com Mensagem de Natal em marcador de livro.
mero 62 do Zine “De cara com a poesia”, que foram distribuídos
entre os membros do GPL; DVD Digitais, com livro virtual e recitais poéticos.
==De Doumerval Tavares Fontes, São Vicente, SP, sua obra
“Pétalas ao vento—coletânea de crônicas, mensagens, provérbios—outono 2014”; duas mensagens avulsas e um recorte do
Jornal “O Município”, 2.8.2014, com artigo de Vanderlei Simiona
-to, intitulado “Pra frente Brasil”. Vanderlei Simionato foi viceprefeito de Campinas,SP, Deputado Estadual por 16 anos e reside em São João da Boa Vista.
==Convites do BADESC para as exposições: Nem tanto ao mar
45
ACONTECEU...
==Dia 3 de julho de 2014, apresentação de Heralda Victor sobre a vida e a obra do Prof.Custódio de Campos, no auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho,
dentro do projeto do GPL “O escritor e sua obra”. Presentes os filhos
do professor, Dr. Nuno Campos e Agnes Campos Fritzen, com apresentação musical de Ivonita Di Concilio e testemunhos da poetisa Osmarina Maria de Souza e da senhora Marlene Dias. Sinval também
comentou sobre o professor Custódio. Heralda declamou o poema “O
professor, emocionando a todos. A Revista Ventos do Sul n.42 foi distribuída aos presentes. Heralda presenteou as pessoas que deram
seus testemunhos com obras de sua autoria. Agnes e Nuno também
comentaram sobre seu pai revelando o homem fora da sala de aula, o
convívio com a família. Presentes pelo GPL:
Eloah, Maura, Zeula, Stela, Zeli, Eunice, Doralice, Áurea, Vera, Sinval
e Ana Cristina.
==Dia 10 de julho de 2014, lançamento da obra Versos que me Acalentam, da associada do GPL, Zeli Maria Dorcina, no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros
Filho. Presentes: Cel. Roberto Rodrigues de Menezes (ALMESC); Susana Zilli de Mello(ACALLE e ACPCC); Kátia Rebello(ADL, ASAJOL);
Prof. Luiz, da Escola Jardim Solemar; Fernando Machado(INGESC).
Pelo GPL: Eloah, Maura, Heralda, Stela, Doralice, Maria, Sinval, Alcides, Airton, Vera, Áurea e Eunice.
==Dia 7 de agosto de 2014, em reunião do GPL, a senhora presidente
registrou o Regulamento do 10º Concurso On-line “Prêmio Alzemiro
Vieira de Poesias”, e a partir deste concurso, os outros que acontecerem serão sempre pelo site do Grupo.
A realização do concurso será do dia 15 de agosto a 15 de outubro de
2014.
==Dia 27 de agosto de 2014, a convite de Olga Postal, membros do
GPL compareceram ao Asilo Irmão Joaquim, avenida Mauro Ramos,
apresentando suas poesias e melodias para os internos daquela Instituição, pelo Projeto “Criando Esperança”, que consiste em levar alegria a pessoas idosas e ou que estejam internadas em instituições de
caridade. Compareceram Eloah, Olga, Manuel, Sinval e Vera.
==Dia 28 de agosto de 2014, Eloah, Maura, Heralda e Antonio Cunha, Osmarina Maria de Souza, José Mariano e Noeli Viapiana membros da comissão do II Concurso Literário de Conto e Poesia Salim
Miguel”, instituído pelo SENAC a alunos e funcionários do SENAC de
todo o Estado de Santa Catarina, destacaram os vencedores,após
análise de 200 poemas/contos. A premiação será dia 28 de novembro
na sede do SESC, de Cacupé, às 19 horas.
==Dia 30 de agosto de 2014, Neusita Luz de Azevedo Churkin declamou poemas, cantou e tocou acordeon no Colégio Estadual Abel Capela, de Governador Celso Ramos.
==Dia 6 de setembro de 2014, no sítio da família no Maciambu, aconteceu o Café Colonial em homenagem aos 90 anos da nossa Maria da
Anunciação Pereira. O GPL presta homenagem em página especial
desta Revista.
==Dias 11 e 18 de setembro de 2014, aconteceram as aulas do Projeto Arte e Interpretação de Textos, ministradas por Zeula Soares. Participaram da oficina no dia 11: Zeula (ministrante),Maria, Eloah, Olga,
Antonio Carlos Chagas, Neusita, Vera, Sinval e Airton. No dia 18: Zeula, Maria, Vera, Antonio Carlos Chagas, Sinval, Olga, Doralice,Dirce.
Todos os participantes da Oficina receberam seus certificados no dia
25.
==Dia 7 de agosto de 2014, o registro da criação da Oficina de Arte e
Interpretação de Textos, que será ministrada pelo atriz e poeta Zeula
Soares, aos interessados do GPL.Os interessados deverão entregar 3
(três)poemas que desejam apresentar em eventos para que Zeula
possa auxiliar na postura em cena, desenvoltura na declamação e a
apresentação como poderá ser feita, com o texto decorado.
==Dia 18 de setembro de 2014, Maura, por ausência da presidente
Eloah devido a delicada cirurgia, fez o exercício Revirando Estantes,
com a distribuição da Revista Ventos do Sul e cada poeta apresentando uma poesia de outro membro do Grupo.
==Dia 14 de agosto de 2014, presença na reunião do GPL do prof.
Adão, convidando membros do GPL a se apresentarem no Bistrô Ateliê, numa forma de integrar a poesia a um ambiente gastronômico. Dia
16 de agosto compareceram Vera, Sinval e Zeli e apresentaram suas
poesias.
====Dia 1º de outubro de 2014, na sede da Academia de Letras dos
Militares Estaduais—ALMESC, aconteceu a cerimônia alusiva ao 2º
aniversário daquela Academia, com posse da Diretoria biênio 20142016; instalação de três acadêmicos: Subtenente Andrei Francisco
Fernandes, coronel Luiz Antônio Cardoso e Major Alessandro José
Machado. Compareceram pelo GPL Maura, Vera e Sinval. Pelas Academias Osmarina Maria de Souza, Susana Zilli de Mello, Kátia Rebello, Inês Carmelita Lohn, Augusto Barbosa Coura Neto, Artemio Zanon,
Valdir Mendes, Rudney Otto Fützenreuter. Pela Academia Catarinense de Letras, o vice-presidente Liberato Manoel Pinheiro Neto; pela
Câmara Municipal de Florianópolis, seu presidente vereador Cesar
Faria; senhora Nelcy Mendes, da Papa-Livro; o presidente do Instituto
Histórico e Geográfico de Santa Catarina, Augusto César Zeferino; o
presidente da Academia Catarinense Maçônica de Letras, Dr. Ademar Valsechi e os acadêmicos da ACML Bonassis e Jerônimo. A Dra.
Eliseth Lanzoni representou a Acalej; Vilmar Machado da Aliflor, Jani
da ALB Fpolis; Dr Saulo Vieira, Presidente do Sapiens Park. Cel Valdemir Cabral, Cmt. Geral da PM, Cel e acadêmico Marcos de Oliveira,
Cmt G do CBM. Compareceram também cadetes da PM e do Corpo
de Bombeiros; alunos da Marinha que são grumetes (soldados) acompanhados do 1º Tenente Sebastião Bueno Junior, da Escola de Aprendizes Marinheiros. O professor Nereu do Vale Pereira recebeu Medalha e Diploma "Academia de Letras dos Militares Estaduais", comenda
anual concedida no 1º aniversário da ALMESC, ao acadêmico Artemio Zanon e desta feita ao prof. Nereu. Numa cerimônia perfeita com
auditório lotado, comandada pelo presidente reeleito Coronel Roberto
Rodrigues de Menezes. Um evento que merece elogios dada a organização e presteza nos detalhes. Uma boa confraternização após a
Sessão Solene.
==Dia 20 de setembro de 2014, no Bistrô Ateliê, Zeli Maria Dorcina
participou da Sessão de Autógrafos de sua obra ”Versos que me aca==Dia 7 de agosto de 2014, com Idea da presidente Eloah Westpha- lentam”.
len Naschenweng, aconteceu o registro da Oficina Construindo Versos e Pensamentos, em que cada associado sorteou uma palavra e a ==Dia 25 de setembro de 2014, os membros do GPL apresentaram
partir dela, construir um verso ou um pensamento, com apresentação suas criações como tema “O Trem da Vida”, palavra-chave do Projeto
“Construindo Versos e Pensamentos”.
na reunião do dia 14.
==Dia 14 de agosto de 2014, a presidente Eloah lançou o Projeto Sala
de Leitura, cabendo a cada poeta escolher nas prateleiras da Biblioteca do Grupo, uma obra de poesia, conto ou crônica, para levar para
casa, ler e comentar e apresentar na última reunião do mês sobre o
autor ou autora.
==Dia 16 de agosto de 2014, na sede da Academia São José de Letras, aconteceu a Sessão de Saudade do Acadêmico Alzemiro Lídio
Vieira, com a presença da presidente Eloah e Maura, que na ocasião
representou também a Academia Desterrense de Letras e o Instituto
Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Pela ASAJOL, estiveram
presentes Vera Barcellos, Osmarina Maria de Souza, Osni Machado,
Moacir Viggiano, Artemio Zanon, Roberto Rodrigues de Menezes,
Elena Lamego, Augusto Barbosa Coura Neto, Rudney Otto Fützenreuter. Pela ALMESC o coronel Bornhoffen e a Major Edenice. Pela família destacamos a esposa Elza e os filhos Rackel e Daniel e outros parentes.O Acadêmico Artemio apresentou bela peça literária enaltecendo nosso poeta Alzemiro e, após, fez entrega aos presentes de
livreto com seu discurso. Elena Lamego declamou poema inédito de
Alzemiro. Vera Barcellos prestou homenagem com peça musical.Em
nome da família, Rackel agradeceu o carinho de todos.
==Dia 21 de agosto de 2014, aconteceu a Formatura do Curso de Letras da Universidade Federal de Santa Catarina, ocasião em que José
Luiz Amorim, graduou-se. A RVS parabeniza nosso jovem poeta.
46
ACONTECEU ...
==Dias 7, 8 e 9 de outubro de 2014, aconteceu a 1a. Bienal de Arte e
Cultura da região do continente, Projeto da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, contando com mais de 1200 crianças da comunidade. O GPL teve participação no dia 9, no período
vespertino, com Eloah, Antônio Chagas, Maria da Anunciação, Maura,
Heralda, Áurea, Olga, Manoel, Carlos Piccoli e Carmem e a convidada
do GPL,Claudete da Mata.
==Dia 10 de outubro de 2014, na cidade de São Pedro de Alcântara,
sede da Academia de Letras de São Pedro de Alcântara — ACALLE,
aconteceu a Sessão Solene de aniversário daquela Academia com a
comemoração do “Dia do Escritor Alcantarense”, em que as acadêmicas da ADL, Hiamir Polli Mathias e Maura Soares foram homenageadas. Presentes pelo GPL: Eloah, Vera, Zeli e Sinval. Pela ALMESC,
Cel. Roberto R. Menezes e Cel. Bornhofen; pela ALB de Antônio Carlos, Rogério Kremer; presidente da ACALLE, Augusto Coura Barbosa
Neto e Susana Zilli de Mello e demais acadêmicos.
Dia 12 de outubro de 2014, Vera compareceu à Fenaostra, representou o GPL no stand do Projeto “Marca de Florianópolis”, que divulgou
nosso concurso on-line.
Dia 17 de outubro de 2014, na Biblioteca Prof. Barreiros Filho, sessão
da Academia Desterrense de Letras, ocasião em que receberam a
Medalha Vilson Mendes de Literatura Desterrense, os professores Nereu do Vale Pereira e Valter Manoel Gomes. Eloah e Maura representaram o GPL.
== Registro: Dia 25 de outubro de 2014, Zeli participou do “Café
com Ideias”, projeto da Secretaria de Educação de São José.
Comentou sobre toda a trajetória para editar seu livro “Versos
que me acalentam”.
==Registro: Dia 18 de outubro de 2014, Vera, Sinval, Olga e Manoel
estiveram na Barra da Lagoa, em reunião com os idosos e deficientes
internos no Asilo Irmão Joaquim. O evento aconteceu no salão paroquial do Centro Comunitário. Momentos de poesia e canto que o GPL
proporciona aos menos favorecidos.
==Dia 10 de novembro de 2014, o Jornal Notícias do Dia,ano 9, nº
2702, publicou Perfil de Sueli Rodrigues Bittencourt. Na matéria ela
cita o GPL e diz que intensificou sua produção poética a partir da sua
entrada no Grupo, em 2000. Foi eleita pelo GPL,”Poetisa da Paz”
==Dia 27 de novembro de 2014, última reunião administrativa do ano
com confraternização, troca de presentes natalinos e poesia dos
membros do GPL.
==Registro de Edweine Loureiro, poetamigo de Saitama,
Japão, dando conta que em 15 de novembro de 2014, foi
um dos 10 poetas premiados no Prêmio Cataratas de
Contos e Poesias (2014-Paraná). A RVS parabeniza,
mais uma vez, o sempre atuante poeta.
==Dia 23 de outubro de 2014, aconteceu lançamento da obraresultado com 8º Concurso de Conto e Poesia, do SINERGIA, no qual
o nosso associado José Luiz Amorim é um dos poetas classificados.
O lançamento deu-se na Fundação Badesc.
==Dia 4 de dezembro de 2014,no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, aconteceu a
Sessão de Encerramento do Ano Acadêmico de 2014, com a premiação dos vencedores do 10º Concurso On-line “Prêmio Alzemiro Vieira
de Poesias”; homenagem a Alzemiro por Heralda Victor e Zeula Soa==Dia 29 de outubro de 2014, o GPL compareceu na Biblioteca Públi- res; Roda de Poesia; apresentação do Coral do GETI-UDESC com a
ca do Estado para o evento “Oficina Literária Boca de Leão”. Eloah,
regência do maestro Adair Lima; apresentação da empresária-cantora
Vera, Sinval, Stela, Olga e Manoel se apresentaram com poemas, mú- Annita Hoepcke da Silva;entrega do Troféu Garapuvu “Amigo da Culsica e contação de história. Com Claudete da Mata, da ABCH.
tura” para Maura Soares.
==Registro especial: nosso poetamigo residente no Japão (Saitama),
Edweine Loureiro, foi eleito delegado da União Brasileira de Trovadores e tornou-se fundador da Organização Mundial dos Trovadores no
Japão, diplomado pelos fundadores em San Antonio, Texas. Edweine
comunicou o Concurso de Trovas solicitando divulgação do link http://
www.falandodetrova.com.br/japao2014. Divulgamos para o Brasil.
==Dia 5 de dezembro de 2014, no Auditório do Tribunal de Contas do
Estado, o ator Édio Nunes recebeu da ACLA-Academia Catarinense
de Letras e Artes o Prêmio “Personalidade das Artes Cênicas de Santa Catarina 2014”. Parabéns ao excelente ator pela merecida honraria.
==Dia 12 de dezembro de 2014, posse de Claudete da Mata e outros
Acadêmicos na Academia Brasileira dos Contadores de Histórias, na
Sala de Cinema do Centro Integrado de Cultura.
==Dia 29 de outubro de 2014, Maura e Heralda compareceram na Catedral Metropolitana representando o GPL na Missa de um ano de
==Dias 13 e 19 de dezembro de 2014, na Feira do Livro de Flofalecimento do poeta do GPL,(ocorrido dia 27 de outubro de 2013),
rianópolis, a escritora Inês Carmelita Lohn autografou seu sétiAlzemiro Lidio Vieira.
mo livro “Contos bruxólicos”.
==Registre-se a presença do representante do GPL na Argentina, Donato Perrone, em reunião do dia 16 de outubro em que participou da
escolha de tema ao Projeto Construindo Versos e Pensamentos, doou
livro de sua autoria e declamou poema de outro poeta visitante Roberto Rodrigues de Menezes..
==Dia 30 de outubro de 2014, em reunião do GPL, apresentação poética dentro do Projeto Construindo Versos e Pensamentos—com o
tema proposto por Donato Perrone “Busco a luz de seus olhos”.
==Dia 31 de outubro de 2014, na Biblioteca Prof. Barreiros Filho, o
lançamento da obra “As aventuras de Pingo de Chuva—A árvore condomínio”, de Vera Lúcia Silva. Áurea e Zeli representaram o GPL.
==Registro: Dia 27 de outubro de 2014, nosso poetamigo Aldo Nora,
de Florianópolis, foi premiado com “Menção Honrosa”,com seu poema “Naquela rua encantada”, no Concurso Literário Internacional
"Reysina Vianna Ramos", promovido pelo Centro Literário Pelotense,
com tema livre para poesia, conto e crônica. O referido concurso foi
aberto aos associados da entidade, num fato inédito da instituição.
Aldo aproveitou a visita a Pelotas para, além de receber o Prêmio, distribuir seus livros pelas bibliotecas, escolas e entidades beneficentes.
Obteve apoio do Secretário da Educação do Município e da Coordenadoria Regional do Estado (escolas estaduais). A RVS parabeniza o
nobre poeta.
47
Acima, Áurea Baldisera, com professoras e crianças da Creche Machado de Assis, de Capoeiras, quando da apresentação do GPL na 1a. Bienal de Arte e Cultura
da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, dia 9 de outubro.
Abaixo, as crianças com as professoras e a Supervisora Marlene Luiz (dir).
GRUPO DE POETAS LIVRES—BIÊNIO 2014-2016
Presidente: Eloah Westphalen Naschenweng
Vice-Presidente: Profª Maura Soares
1º Secretário: Antônio Carlos Pereira
2º Secretário: vago
1º Tesoureiro: Áurea de Mello Baldissera
2º Tesoureiro: Vera Portella
Diretoria Cultural: Stela Máris Alves
Responsável pelo site: Eloah Westphalen Naschenweng
Presidente Perpétuo: Maria Vilma Nascimento Campos
Presidente de Honra: Manoel Philippi
Bons e saudosos momentos do Grupo de Poetas Livres, neste nosso
Túnel do Tempo.
48

Documentos relacionados

(002) 10/09/2002 - Edição 16

(002) 10/09/2002 - Edição 16 Pirajubaé e Escola Osmar Cunha, em Canasvieiras. Outro Projeto em andamento é o Concurso de Poesia, coordenado por Henrique Duarte, com a participação dos alunos do CEFED/ETFSC. Nesta edição duas h...

Leia mais

14/07/2015 - Edição 44 - Grupo de Poetas Livres

14/07/2015 - Edição 44 - Grupo de Poetas Livres 01.12.2008, proposta pelo deputado Júlio Garcia, assinada pelo Governador Luiz Henrique da Silveira e Utilidade Pública Municipal 5.671, de 26.05.2000, proposta pelo vereador André Freyesleben, ass...

Leia mais

05/12/2013 - Edição 41 - Grupo de Poetas Livres

05/12/2013 - Edição 41 - Grupo de Poetas Livres Reúne-se todas as 5as.feiras,a partir das 20 horas, na Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho (vide endereço no Expediente). Para participar, o poeta deverá ter disponibilidad...

Leia mais

12/12/2007 - Edição 29 - Grupo de Poetas Livres

12/12/2007 - Edição 29 - Grupo de Poetas Livres do Grupo: Revista Ventos do Sul; Doce Poema; Viajando com Poesia; O escritor e sua obra; Antologias e Folhetim. Manoel participou ativamente da política partidária tendo sido integrante do Partido ...

Leia mais