reprodutibilidade inter e intra avaliador e a validade
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reprodutibilidade inter e intra avaliador e a validade
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO - UNICID PROGRAMA DE MESTRADO EM FISIOTERAPIA AURÉLIO DIAS SANTOS REPRODUTIBILIDADE INTER E INTRA AVALIADOR E A VALIDADE CONCORRENTE DO TESTE DE SENSIBILIDADE TÁTIL DA PLANTA DOS PÉS POR MEIO DOS MONOFILAMENTOS DE SEMMES – WEINSTEIN EM PESSOAS IDOSAS SÃO PAULO 2015 1 AURÉLIO DIAS SANTOS REPRODUTIBILIDADE INTER E INTRA AVALIADOR E A VALIDADE CONCORRENTE DO TESTE DE SENSIBILIDADE TÁTIL DA PLANTA DOS PÉS POR MEIO DOS MONOFILAMENTOS DE SEMMES – WEINSTEIN EM PESSOAS IDOSAS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia sob a orientação da Profa. Dra. Monica Rodrigues Perracini. SÃO PAULO 2015 Sistema de Bibliotecas do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional S237r Santos, Aurélio Dias. Reprodutibilidade inter e intra avaliador e a validade concorrente do teste de sensibilidade tátil da planta dos pés por meio dos monofilamentos de Semmes-Weinstein em pessoas idosas. / Aurélio Dias Santos. São Paulo, 2015. 95 p. Inclui bibliografia Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo Orientadora: Profa. Dra. Monica Rodrigues Perracini. 1. Reprodutibilidade dos testes - Validação . 2. Pé. 3. Idosos. I. Perracini, Monica Rodrigues, orient. II. Título. CDD 615.8 2 AURÉLIO DIAS SANTOS REPRODUTIBILIDADE INTER E INTRA AVALIADOR E A VALIDADE CONCORRENTE DO TESTE DE SENSIBILIDADE TÁTIL DA PLANTA DOS PÉS POR MEIO DOS MONOFILAMENTOS DE SEMMES – WEINSTEIN EM PESSOAS IDOSAS Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Fisioterapia como requisito exigido para obtenção do título de Mestre. Área de Concentração: Avaliação, intervenção e prevenção em Fisioterapia Data de defesa: 13/03/2015 Resultado:__________________________________ BANCA EXAMINADORA: Prof. Dra. Monica Rodrigues Perracini __________________________________________ Universidade Cidade de São Paulo Prof. Dra. Luciana Dias Chiavegato ____________________________________________ Universidade Cidade de São Paulo Prof. Dra. Cristina Dallemole Sartor Souza ________________________________________ Universidade São Paulo 3 Essencialmente para construção desse trabalho tive muitas dificuldades temporais e distanciais. Nas dificuldades temporais tiveram duas pessoas importantíssimas na minha vida que contribuíram para me substituir durante minhas ausências em minha atividade profissional, organizando e reabilitando. Essas duas estrelas na minha vida são minha adorada Mamãe e amada irmã, são fontes inspiradoras para realização de meus sonhos. Nas minhas ausências distanciais, uma outra estrela que iluminou esse caminho de aprendizados na fisioterapia e evidência é, de forma inspiradora, Dra. Monica Rodrigues Perracini. É impressionante, apaixonante, cativante, estimulante e extremamente gratificante ter sido seu orientando. Sua sabedoria, discernimento e humildade tocaram profundamente a semente do aprendizado acadêmico, fazendo brotar no meu coração o desejo continuo de querer cultivar a pesquisa na minha prática docente. Saiba verdadeiramente que sou seu fã e irei reproduzir seus ensinamentos categóricos em cada degrau da minha vida profissional. Dra. Monica, você é simplesmente luz Divina que brilha fortemente dentro de nossos corações e nos faz pulsar de felicidade. Muito obrigado por fazer parte da minha história de vida! 4 AGRADECIMENTOS Fundamentalmente à Deus por ser minha base sólida, meu refugio e minha essência inspiradora de prosseguir, determinadamente, ultrapassando todas as barreiras extenuantes desse caminho do conhecimento tão apaixonante e categoricamente ímpar. A todos aqueles que contribuíram de forma direta e indiretamente, minhas adoradas mamãe, Irene Santos, e irmã, Auricélia Santos. Aos amados amigos que, incansavelmente, dedicaram parte de seu tempo precioso para auxiliar-me em momentos muito importantes dessa realização pessoal e profissional: Monica Perracini, Karina Iglesia, Karine Tako, Rênia Nunes e Rosângela Frota. Ao meu tão qualificado grupo de pesquisa: Amábile Araújo, Glêubia Silva, Maria Tavares, Nara Oliveira, Rafael Souza. Muitíssimo feliz e realizado, agradeço imensamente à participação de todos nessa pesquisa. 5 Sonhar é preciso, mas faz-se necessário torná-lo real através do cultivo desta semente frágil diante das instabilidades do tempo. SANTOS, AD. 6 SANTOS, Aurélio Dias. Reprodutibilidade inter e intra avaliador e a validade concorrente do teste de sensibilidade tátil da planta dos pés por meio dos monofilamentos de Semmes – Weinstein em pessoas idosas. São Paulo: Universidade cidade de São Paulo – UNICID (Programa de mestrado em fisioterapia), 2015. RESUMO Introdução: A informação somatossensorial proveniente dos membros inferiores, especialmente a sensibilidade tátil da planta dos pés, é fundamental para a orientação postural, e consequentemente para os mecanismos de controle do equilíbrio corporal. A diminuição da sensibilidade tátil da planta dos pés é um fator de risco para quedas em idosos e, consequentemente sua avaliação clínica é essencial para a prática da fisioterapia, tanto na prevenção de quedas, quanto no tratamento dos distúrbios do equilíbrio corporal. No entanto, existem poucos estudos que investigaram a aplicabilidade do uso dos monofilamentos de Semmes-Weinstein na população idosa. Objetivos: Investigar a reprodutibilidade intra e inter avaliadores do teste para avaliação da sensibilidade tátil da planta dos pés utilizando os monofilamentos de Semmes- Weinstein e sua validade concorrente, em idosos da comunidade. Método: Foram incluídos 200 idosos com 60 anos ou mais, de ambos os gêneros, residentes na área de abrangência do Programa de Saúde da Família – PSF 06 no município de Juazeiro do Norte, Ceará. Os participantes foram submetidos ao teste de sensibilidade tátil da planta dos pés por meio dos monofilamentos de Semmes- Weinstein (Sorri Bauru®) de 2g, 4g e 10g, em cinco sítios de aplicação: na região da falange distal do hálux, do primeiro, terceiro e quinto metatarsos e do calcanhar, por dois avaliadores de forma independente e pelo mesmo avaliador após uma semana. Foi considerada sensibilidade tátil não alterada quando o participante sentisse pelo menos duas das três tentativas realizadas para cada sítio de aplicação. A validação concorrente realizou-se comparando a sensibilidade para cada sítio de aplicação com o desempenho funcional avaliado pelo WHODAS 2 e a capacidade funcional avaliada pelo tempo gasto para executar o Timed Up and Go test e pelo escore da Short Physical Performance Battery. A análise de reprodutibilidade inter e intra avaliadores foi conduzida por meio do Índice de Kappa (K): 0,60-0,79 substancial e 0,80-1,00 quase perfeita. Na validade concorrente utilizou-se o teste Qui-quadrado, considerado um α ≤ 0,05. Resultados: A amostra foi constituída por conveniência de 200 idosos que vivem na comunidade e participam do Programa de Saúde da Família do município de Juazeiro do Norte – Ceará. Do total, 139 (69,5%) eram mulheres, com idade média de 69,8±6,6. Em relação às condições de saúde, 30 (15%) disseram sentir dor nos pés, 95 (47,5%) percebem sua saúde como boa, 65 (32,5%) referiram ter sofrido ao menos uma queda nos últimos 12 meses. A média de comorbidades relatadas pelos idosos foi de 2,8±2,0. Avaliação de problemas nos pés em idosos resultou que um terço dos idosos referiram dor nos pés e apresentaram deformidades leves em hálux valgo. A confiabilidade do Kappa teve variação de substancial à quase perfeito (p<0,001) para todas as gramaturas e sítios de aplicação. As médias e (DP) das variáveis físico-funcionais da validação concorrente foram: SPPB Moderado desempenho 88 (44,0), TUG até 12 segundos 147 (73,5) e WHODAS >13 pontos (pior funcionalidade) 149 (74,5). Discussão: Nossos resultados apontam que o uso do teste de sensibilidade tátil da planta dos pés é confiável, uma vez que a concordância inter e intra avaliadores mostraram valores de Kappa que variaram de substancial à quase perfeita. A validação concorrente dos instrumentos de medida para avaliar desempenho funcional, mobilidade e funcionalidade física de membros inferiores mostraram que, para a maioria dos sítios de aplicação e gramaturas, os idosos com pior desempenho e pior capacidade funcional apresentaram comprometimento na sensibilidade tátil da planta dos pés, sendo esta associação 7 mais evidente para a mobilidade e funcionalidade física de membros inferiores do que para o desempenho funcional em atividades. Conclusão: Este resultado é promissor, uma vez que consolida o uso dos monofilamentos Semmes-Weinstein como uma ferramenta confiável da avaliação da sensibilidade tátil da planta dos pés em idosos da comunidade. A validação concorrente foi associada, significativamente, para funcionalidade física de membros inferiores do que para o desempenho funcional em atividades. Palavras- chave: Validação. Reprodutibilidade dos resultados. Pé. Idosos. 8 SANTOS, Aurélio Dias. Reproducibility inter and intra evaluator and the concurrent validity of tactile sensitivity test soles of your feet through the Semmes- Weinstein in older people. São Paulo: University city of São Paulo - UNICID (Program master's degree in physical therapy), 2015. ABSTRACT Introduction: The somatosensory information from the lower limbs, especially the tactile sensitivity of the soles of the feet, it is essential for postural orientation, and therefore to the control mechanisms of the body balance. Decreased tactile sensitivity soles of the feet is a risk factor for falls in the elderly and thus their clinical judgment is essential to the practice of physical therapy in the prevention of falls, as in the treatment of balance disorders. However, few studies have investigated the applicability of the use of Semmes-Weinstein in the elderly. Objectives: To investigate the intra- and inter test evaluators to assess the tactile sensitivity of the soles of the feet using the Semmes Weinstein monofilament and its concurrent validity, in that group. Method: 200 The study included individuals aged 60 or more, of both genders, residents in the area covered by the Health Family Program - PSF 06 in Juazeiro do Norte County, Ceará. Participants were submitted to tactile sensitivity test soles of your feet through the Semmes Weinstein monofilament (Smiling Bauru®) 2g, 4g and 10g, application in five sites: the region of the distal phalanx of the hallux, the first, third and fifth metatarsal and heel, by two reviewers independently by the same investigator after a week. Tactile sensitivity was considered not change when the participant felt at least two of the three attempts for each application site. The concurrent validation was performed comparing the sensitivity for each application site with the functional performance assessed by WHODAS 2 and the functional capacity assessed by the time taken to run the Timed Up and Go test and by the Short Physical Performance Battery score. The analysis of reproducibility within and between evaluators was conducted using the Kappa Index (K): from 0.60 to 0.79 and 0.80-1.00 substantial almost perfect. Concurrent validity was used the chi-square test, considered one α ≤ 0.05. Results: The sample consisted of 200 convenience elderly living in the community and participate in the Health Program Juazeiro municipality Family - Ceará. Of the total, 139 (69.5%) were women, with a mean age of 69.8 ± 6.6. In relation to health, 30 (15%) said they felt pain in the feet, 95 (47.5%) perceive their health as good, 65 (32.5%) reported having experienced at least one fall in the last 12 months. The average of comorbidities reported by the elderly was 2.8 ± 2.0. Valuation problems in the feet in the elderly resulted in a third of the elderly reported pain in the feet and had mild hallux valgus deformities. The reliability of Kappa was substantial variation in almost perfect (p <0.001) for all weights and application sites. The means and (SD) of physical and functional variables of concurrent validity were: Moderate performance SPPB 88 (44.0), up to 12 seconds TUG 147 (73.5) and WHODAS> 13 points (Worst functionality) 149 (74.5). Discussion: Our results indicate that the use of tactile sensitivity test soles of the feet is reliable, since the inter and intra evaluators showed Kappa values ranging from substantial to almost perfect. Concurrent validation of measuring instruments to assess functional performance, mobility and physical functioning of the lower limbs showed that for most application sites and weights, individuals with poor performance and poor physical functioning were compromised in the tactile sensitivity of the soles of the feet , this being more evident association for the mobility and physical function of lower members than for functional performance activities. Conclusion: This result is promising as it consolidates the use of Semmes-Weinstein monofilament as a reliable tool assessment of tactile sensitivity of feet soles in community-dwelling elderly. Concurrent Validation was 9 significantly associated to the lower limbs physical functionality than for the functional performance activities. Keywords: Validation. Reproducibility of results. Foot. Elderly. 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Kit de monofilamentos de Semmes-Weisntein ....................................................... 27 Figura 2 – Anteparo de oclusão da visão para o idoso apontar os sítios testados ................... 32 Figura 3- Posicionamento do idoso para a avaliação da sensibilidade tátil da planta do pé ... 33 Figura 4– Sítios para avaliação da sensibilidade tátil da planta dos pés ................................. 34 Figura 5- Procedimento para aplicação do monofilamento .................................................... 35 11 LISTA DE TABELAS E QUADROS Quadro 1- Escala de diagnóstico de sensibilidade para o uso dos monofilamentos de Semmes-Weisntein .................................................................................................................. 28 Tabela 1- Distribuição de frequência absoluta e relativa para caracterização da amostra de 200 idosos ................................................................................................................................. 37 Tabela 2- Distribuição de frequência absoluta e relativa do Índice de Comorbidade Funcional para uma amostra de 200 idosos ............................................................................................... 39 Tabela 3- Distribuição de frequência absoluta e relativa da avaliação dos problemas nos pés em idosos para amostra de 200 idosos...................................................................................... 40 Tabela 4- Caracterização dos participantes quanto às variáveis físico-funcionais, de capacidade funcional e de nível de atividade física para uma amostra de 200 idosos ............. 41 Tabela 5- Valores de Kappa para a concordância inter avaliadores, nos sítios: hálux, 1º, 3º, 5º metatarsos e calcanhar para os monofilamentos de Semmes-Weisntein de 2, 4 e 10 gramas para uma amostra de 200 idosos. .............................................................................................. 42 Tabela 6- Valores de Kappa para a concordância intra avaliadores, nos sítios: hálux, 1º, 3º, 5º metatarsos e calcanhar para os monofilamentos de Semmes-Weinstein de 2, 4 e 10 gramas para uma amostra de 200 idosos. .............................................................................................. 44 Tabela 7- WHODAS x teste dos monofilamentos para as regiões do hálux, 1º, 3º e 5º metatarsos e calcanhar com as gramaturas 2g, 4g e 10g considerando o percentil com valor de corte p<=20. (n=200) ............................................................................................................... 45 Tabela 8- TUG x teste dos monofilamentos para as regiões do hálux, 1º, 3º e 5º metatarsos e calcanhar com as gramaturas 2g, 4g e 10g, considerando o valor de corte< 12 seg (n=200) . 47 Tabela 9- SPPB x teste dos monofilamentos para as regiões do hálux, 1º, 3º e 5º metatarsos e calcanhar com as gramaturas 2g, 4g e 10g, (n=200) ................................................................ 49 12 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS IPEQ Incidental and Planned Exercise Questionnaire-IPEQ SORRI Bauru® Sociedade de Recuperação e Reintegração do Incapacitado SPPB Short Physical Performance Battery TUG Timed Up and Go WHODAS 2.0 World Health Organization Disability Assessment Schedule 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15 2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 18 2.1 Monofilamentos de Semmes-Weisntein ............................................................................. 20 3 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 23 3.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 23 3.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 23 4 MÉTODO ............................................................................................................................. 24 4.1 Desenho do estudo .............................................................................................................. 24 4.2 População e Amostra .......................................................................................................... 24 4.3 Critérios de Elegibilidade da Pesquisa ............................................................................... 24 4.4 Instrumentos e Medidas ...................................................................................................... 25 4.4.1 Índice de Comorbidades Funcional ............................................................................. 26 4.4.2 Avaliação dos Problemas nos Pés em Idosos ............................................................... 26 4.4.3 Monofilamentos de Semmes-Weisntein ....................................................................... 26 4.4.4 Timed Up and Go – TUG .............................................................................................. 28 4.4.5 Short Physical Performance Battery – SPPB.............................................................. 29 4.4.6 WHODAS 2.0 ................................................................................................................. 29 4.4.7 Evaluation of the incidental and planned exercise questionnaire (IPEQ) – Versão W .............................................................................................................................................. 30 4.5 Procedimentos .................................................................................................................... 31 4.6 Análise e interpretação dos dados ...................................................................................... 36 5 RESULTADOS .................................................................................................................... 37 5.1 Caracterização da amostra .................................................................................................. 37 5.2 Concordância inter avaliadores .......................................................................................... 41 5.3 Concordância intra avaliador .............................................................................................. 42 5.4 Validação concorrente dos monofilamentos de Semmes-Weinstein, comparando a sensibilidade tátil plantar de idosos com desempenho funcional medido pelo WHODAS II .. 44 5.5 Validação concorrente dos monofilamentos de Semmes-Weinstein, comparando a sensibilidade tátil plantar de idosos com a capacidade funcional avaliada por meio do Timed Up and GoTest - TUG .............................................................................................................. 46 14 5.6 Validação concorrente dos monofilamentos de Semmes-Weinstein, comparando a sensibilidade tátil plantar de idosos com a capacidade funcional medido pelo Short Physical Performance Battery – SPPB. .................................................................................................. 47 6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 49 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 53 8 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 55 APÊNDICES ........................................................................................................................... 60 ANEXOS ................................................................................................................................. 67 15 1 INTRODUÇÃO A sensação tátil da planta dos pés envia informações importantes ao sistema somatossensorial acerca de diversos estímulos do ambiente, como percepção do toque e de posição, para os sistemas nervoso central e periférico; contribuindo para a manutenção da estabilidade corporal(1). No entanto, há uma diminuição desta sensação com o envelhecimento, o que pode comprometer a marcha e aumentar o risco de quedas em pessoas idosas(2-5). As manisfetações do envelhecimento provocam declínios metabólicos, cardiovasculares, respiratórios, nervosos, articulares, motricional, alterações de cunho estrutural na anatomia dos pés, a pele torna-se mais seca e inelástica e diminuição do coxim plantar(6). As alterações do sistema nervoso central e periférico, que ocorrem com o envelhecimento, envolvem diminuições: de fibras mielínicas e amielínicas (em espessura, diâmetros e na quantidade), na velocidade da condução nervosa, na percepção sensorial (diminuição dos receptores sensoriais, sendo de aproximadamente 30% nas fibras sensoriais responsáveis pela inervação das células sensoriais periféricas(7), nas respostas autonômicas das estruturas nervosas, na força muscular e no fluxo sanguíneo endoneural. Todavia, tais alterações na morfologia e na composição bioquímica das estruturas nervosas, contribuem para déficits somatossensoriais do limiar de sensibilidade tátil das mãos e dos pés em idosos(8). Envolvendo declínio proprioceptivo da coordenação especializada de certos movimentos articulares(9). Os fatores senis e senescentes que envolvem o envelhecimento da região tátil plantar viabilizam comprometimentos sensoriais e funcionais que afetam o controle postural dos idosos. Tais alterações, repercutem em déficits na percepção sensorial da planta do pé: alterações na percepção do toque, na sensação vibracional, na percepção dolorosa e de temperatura; podendo contribuir, também, com limitações funcionais na vida cotidiana do idoso, tornando-o mais dependente e suscetíveis à eventos de quedas(8-12). O controle postural é considerado uma habilidade motora complexa derivada da interação de vários processos sensório-motores. A orientação espacial do controle postural baseia-se na interpretação da informação sensorial direcionada a partir dos sistemas somatossensorial, vestibular e visual(13). Os receptores somatossensoriais de toque e de posição têm especial relação com o controle postural. O equilíbrio postural envolve a 16 coordenação de estratégias sensoriais para estabilizar centro de massa do corpo. Indivíduos com perda vestibular periférica ou perda somatossensorial são limitados em sua capacidade de reposicionar sua postura e, assim, correm o risco de cair(14, 15) . Em geral, quanto menos informação sensorial estiver disponível, mais difícil é a tarefa de manter ou ajustar o equilíbrio corporal frente às demandas da tarefa ou do ambiente(16). Idosos com vida independente na comunidade, em sua grande maioria, apresentam alterações no pé e tornozelos que estão relacionadas às deformidades nos dedos dos pés, hálux valgo, diminuição da força muscular dos flexorores dos dedo do pé, alterações de mobilidade do tornozelo, (em particular, a sensibilidade da região tátil plantar dos pés e a flexibilidade do tornozelo foram fortemente correlacionadas com a oscilação postural) que são preditores significativos dos distúrbios de equilíbrio, da capacidade funcional e quedas em idosos. Além do mais, tais alterações e deformidades contribuem para mudanças na biomecânica do pé e do tornozelo comprometendo a marcha (diminuição da dorsiflexão do tornozelo altera o equilíbrio postural, podendo aumentar o risco de cair) e, consequentemente, a capacidade de executar atividades funcionais integrais à vida diária(17). Estas instabilidades podem ocasionar alterações nas fases de apoio do calcanhar e propulsão do antepé, podendo resultar em prejuízos mórbidos que são os eventos de quedas(18). Os dedos do pé desempenham um papel importante na estabilização do corpo quando o centro de massa é deslocado e há inclinação para frente do corpo, na postura ortostática e dinâmica, durante a atividade funcional da marcha. Por conseguinte, a habilidade reduzida dos dedos de agarrar-se no solo, pode contribuir para a perda de equilíbrio e quedas(18). Nos indivíduos com alteração dessas funções, estes fatores deletérios aparecem mais associados aos distúrbio de equilíbrio, da capacidade funcional e da sensibilidade tátil da região plantar dos pés, de tal forma que, se os testes funcionais do equilíbrio, da capacidade e desempenho funcional e da sensibilidade da região tátil plantar dos pés forem realizados conjuntamente; a identificação de sujeitos com distúrbios na estabilidade de manter-se na postura ereta, torna-se mais acurada, principalmente, em idosos da comunidade que aparentemente mostram-se independentes em suas atividades funcionais(19, 20). O desequilíbrio tem sido considerado um fator de risco para quedas em idosos(21-24). A diminuição da sensibilidade tátil da planta dos pés que ocorre com o avançar da idade pode aumentar a suscetibilidade desta população a quedas(25). Nesse sentido, a avaliação da sensibilidade tátil dos pés é realizada por meio do teste com monofilamentos de diversas gramaturas, aplicados em diferentes regiões da planta do pé, denominados de monofilamentos de Semmes-Weistein. Este teste é utilizado com a finalidade de identificar os níveis de 17 diminuição na função sensorial, por meio da quantificação de níveis crescentes de pressão aplicadas na pele por meio dos monofilamentos(26, 27). O uso dos monofilamentos de Semmes-Weistein é considerado um bom instrumento de avaliação por ser de baixo custo, sendo o teste mais usado para diagnosticar alterações na percepção sensorial tátil(28); o que viabiliza sua utilização em programas de prevenção e de reabilitação funcional num país com tanta carência de recursos, como o Brasil. A utilização desta ferramenta de avaliação possibilita a identificação rápida de idosos com alteração de sensibilidade tátil e com maior risco de quedas(4). Recentemente, foi desenvolvido um instrumento multifatorial para estratificação do risco de quedas em idosos, o Quick csreen clinical falls risk assessment(29), composto por oito itens, sendo o teste de sensibilidade tátil um deles. Dessa forma, a avaliação clínica da sensibilidade tátil da planta dos pés, de forma precisa e consistente por fisioterapeutas envolvidos em programas de prevenção de quedas ou na reabilitação dos distúrbios do equilíbrio corporal em idosos é de extrema importância. Principalmente na investigação e identificação de regiões específicas do pé, às quais sofrem maiores sobrecargas na postura estática e dinâmica; sendo os níveis de distribuição dessa pressão, concentrando-se em magnitudes diferentes nas regiões do calcâneo (60%), médio pé (8%) e antepé (32%) distribuindo-se na cabeça do primeiro, terceiro e quinto metatarsos(30). Portanto, as instabilidades relacionadas à mobilidade funcional (marcha, equilíbrio e sensibilidade tátil plantar) influenciam diretamente na instabilidade do controle postural, no que se diz respeito às alterações na captação dos estímulos sensoriais dessas áreas especificadas da região tátil plantar onde se evidencia maiores sobrecargas biomecânicas(7). Bretan (2010) sugere que idosos da comunidade, em sua maioria, podem apresentar equilíbrio e sensibilidade cutânea plantar normais. No entanto, quando se detectam alterações nessas duas funções, é necessário a realização conjunta dos testes de equilíbrio e de sensibilidade tátil plantar; objetivando aumentar a precisão da avaliação funcional do idoso na comunidade(19). No entanto, a precisão e a validade do teste com os monofilamentos de SemmesWeistein não têm sido muito exploradas na população idosa da comunidade. Foram encontrados na literatura apenas estudos com adultos saudáveis(31) e com pacientes em condições específicas como diabetes(29, 32-34) e hanseníase(35-38), ou o uso dos monofilamentos em outras regiões do corpo, especialmente na mão(39-41). 18 2 REVISÃO DA LITERATURA De acordo com Webber (2004) e Alves (2011), com o passar dos anos, o ser humano passa por diferentes alterações, entre elas estão às alterações psicológicas, anatômicas e fisiológicas. As alterações mais apresentadas pelos idosos são o declínio da força muscular, da massa óssea e amplitude de movimento. Tais perdas levam o idoso à perda da confiança, dificultando sua mobilidade e aumentando o medo de quedas(42, 43). Os limiares de sensibilidade tátil da planta dos pés em idosos apresentam alterações no decorrer da idade devido às alterações na morfologia do receptor, à redução da densidade do receptor, à diminuição da elasticidade da pele e à diminuição da condução nervosa(44); estas alterações ocorrem, também, em relação ao tamanho dos campos receptivos e na densidade de inervação, são os principais fatores que limitam a acurácia sensitiva onde os estímulos táteis são percebidos(45). As fibras sensoriais sofrem um declínio mais precoce, do que as fibras motoras, ocorrendo em toda a vida útil e se acelerando em idade mais avançada. Existe uma perda preferencial na estrutura anatômica e função fisiológica de grandes fibras mielinizadas e receptores, favorecendo o declínio da propriocepção, da vibração e do tato discriminativo. Acarretando alterações da sensibilidade cutânea dos membros inferiores, com possível disfunção do equilíbrio. Portanto, salienta-se a importância da utilização e aperfeiçoamento de ações de investigação sensorial, tais como: teste de vibração, teste dos monofilamentos, de discriminação de dois pontos e teste de propriocepção que podem de forma confiável e precisa avaliar a função de grandes fibras mielinizadas dos membros inferiores dos idosos(17). A sensibilidade tátil da planta dos pés é uma importante fonte sensorial para o controle do equilíbrio, pois os estímulos de tato e de propriocepção advindos do meio externo na posição ortostática sofrem alterações no decorrer do envelhecimento. Tais alterações estão relacionadas às mudanças, tanto, na distribuição de pressão em determinadas áreas da planta dos pés, quanto na diminuição da mobilidade do pé devido o enfraquecimento muscular e perda da amplitude de movimento do tornozelo. Nesse sentindo, as áreas de maior pressão apresentam alterações de percepção sensorial ao solo e, consequentemente, à associação com a mobilidade reduzida do pé, são fatores que resultam no desequilíbrio postural. Sendo assim, as estratégias que o corpo busca para ajuste da estabilidade postural ficam comprometidas e essas instabilidades sofridas no pé podem gerar eventos de quedas(44). Os primeiros sinais de 19 comprometimento sensorial dos pés decorrente do envelhecimento ou de neuropatias periféricas podem resultar em déficits no controle postural e no equilíbrio(46). O sistema somatossensorial ou sensorial somático é reconhecido pela sua ampla variedade de sensações como tato, pressão, vibração, posição dos membros, calor, frio e dor que são traduzidos por vários receptores que se localizam no interior da pele ou dos músculos e redirecionados ao sistema nervoso central(47). A sensação somatossensorial advém da atividade de fibras nervosas aferentes onde os corpos celulares dessas fibras localizam-se em gânglios situados ao longo da medula espinhal e tronco encefálico, sendo considerados integrantes ao sistema nervoso periférico. Neurônios dos gânglios da raiz dorsal e dos nervos cranianos são pontes importantes para o fornecimento de informações para circuitos do sistema nervoso central, no que se diz respeito aos eventos sensoriais que ocorrem na periferia(48). Os tipos de receptores sensoriais e os estímulos que eles detectam são classificados em: mecanorreceptores que são responsáveis por detectar a compressão mecânica ou estiramento; os termorreceptores que detectam as alterações de temperatura (frio e calor); nociceptores que detectam lesões sofridas nos tecidos, sendo estes danos físicos ou químicos; receptores eletromagnéticos que detectam a incidência da luz na retina dos olhos; quimiorreceptores que detectam o sabor na superfície da boca (paladar), as sensações de cheiro pelo nariz (olfato) e outros estímulos que são responsáveis pela química do corpo(47). Estudos histológicos e fisiológicos caracterizaram os receptores tácteis em quatro tipos principais de mecanorreceptores na pele glabra. Sendo dois receptores superficiais: os corpúsculos de Meissner (responsável pela sensibilidade tátil à batida e à agitação) e os discos receptores de Merkel (responsáveis pela sensibilidade à pressão e textura), ambos pequenos e sensíveis, captam unicamente à deformação na pele glabra; os outros dois são receptores subcutâneos: corpúsculo de Pacini (responsável pela sensibilidade à vibração) e as terminações de Ruffini (responsável pela sensibilidade ao estiramento da pele) grandes e sensíveis à deformação de uma área maior da pele(45). Quando a área da superfície da pele é estimulada, esta informação sensorial é captada pelos aferentes somestésicos, ocasionando uma alteração significativa nos potenciais de ação. O tamanho do campo receptivo é caracterizado pelas ramificações dos aferentes no interior da pele. Sendo menores ramificações resultantes de menores campos receptivos e ocorrem variações de tamanho desses campos dependendo de sua localização. Os campos receptivos localizados em regiões com densa inervação de fibras (dedos, lábios, artelhos) são pequenos quando comparados com aqueles inseridos no antebraço ou costas que possuem menor 20 quantidade de fibras aferentes. Portanto, diferenças de localização no tamanho dos campos receptivos e na densidade de inervação, são os principais fatores que limitam a acurácia espacial onde os estímulos tácteis são percebidos(48). Os discos de Merkel apresentam área do campo receptor pequeno, cerca de 9mm², localizados nas elevações das dobras epidérmicas com velocidade de condução da informação sensorial de 40-65 m/s, sendo a resposta à endentação sustentada na pele, caracterizada por adaptação lenta. Entretanto, as terminações de Ruffini possuem área do campo receptivo grande 60mm², localizadas na derme com velocidade de condução da informação sensorial de 35-70m/s, tendo a mesma resposta à indentação da pele dos discos de Merkel(45). A experiência sensorial, além de permitir o tipo de modalidade sensorial que estimula o corpo, informa o local originário dessa informação sensorial, mede a quantidade de energia desse estímulo e o seu tempo de manutenção. Através da localização espacial é possível identificar a região exata de um objeto em contato tátil sobre a pele, porque esse tipo de estímulo sensorial é mais precisamente identificado na superfície corporal em detrimento à um tipo de estímulo dolorosamente profundo. A percepção da duração do estímulo sensorial é caracterizada pela intensidade da quantidade de energia imposta ao corpo, em referência ao toque na pele, se essa quantidade de energia dissipada é leve, moderado ou forte. Entretanto, a duração do estímulo sensorial traduz nitidamente o início do contato na pele, a permanência desta informação e o momento em que cessa essa via sensitiva; sendo a tradução dessa informação sensorial, com maior ou menor exatidão(49). Os mecanoceptores responsáveis pela captação do estímulo sensorial de pressão (discos de Merkel) e o estímulo sensorial de estiramento da pele (terminação de Ruffini) são os mecanorreceptores responsáveis pela percepção do toque através da aplicação dos monofilamentos de Semmes-Weisntein na região plantar dos pés. Esses receptores respondem ao estímulo sensorial na pele com adaptação lenta durante todo o tempo em que o estímulo estiver presente, mantendo o sistema nervoso central informado constantemente sobre o estado do corpo e sua relação com meio ambiente(47). Os receptores cutâneos são encontrados em maior quantidade na pele glabra, regiões que por estarem sujeitas a maior atrito, possuem camada mais grossa e não possuem folículos pilosos. De fato, regiões distais e de pele glabra, como a palma da mão e planta dos pés, apresentam concentração significativa de receptores cutâneos para possibilitarem uma melhor interação com o ambiente(50). 2.1 Monofilamentos de Semmes-Weisntein 21 Durante o final de 1800, Von Frey desenvolveu o teste de sensação de toque. Seu enfoque estava centralizado no estudo da fisiologia, sendo que apenas leves limites de toques foram avaliados. Em seus trabalhos, utilizavam-se fios de cabelo e pêlos de cavalo com diâmetros e flexibilidade diferentes, para medir diferentes limiares de pressão e tato. Além disso, desenvolveu um aparato para segurar o filamento, a fim de que houvesse um reconhecimento mais apurado do limite de toque. A técnica de avaliação da sensibilidade tátil da planta dos pés utilizando os monofilamentos de náilon foi desenvolvida por Semmes e Weinstein a partir dos trabalhos de Von Frey(51). Em 1960, Josephine Semmes e Sydney Weinstein começaram a usar o tipo atual de monofilamento. A premissa colocada por eles era de que o aumento progressivo dos diâmetros do monofilamento seria acompanhado de uma acentuação de força necessária para incliná-lo. Desta forma, detectando uma escala progressiva para avaliação neurológica da sensibilidade. Existem vários calibres, mas aquele que é usado convencionalmente para detectar perda da sensibilidade tátil protetora dos pés é o monofilamento de 5.07/10g. O número 5.07 refere-se ao tamanho do monofilamento (o diâmetro real é de 0.44) e 10g relaciona-se com a força necessária para inclinar suavemente o filamento. A aplicação de mais do que 10gr de força não aumenta significativamente a sensibilidade percebida pelo paciente. Quando o monofilamento é aplicado em diferentes áreas do pé, o paciente deve ser capaz de identificar a sua presença no momento do encurvamento em forma de C(51). Os sítios de aplicação para avaliação da sensibilidade tátil da planta dos pés podem englobar de 4 a 9 regiões do pé, dentre estes a falange distal do hálux, do primeiro e quinto metatarsos e calcanhar(44).Souza propôs nove sítios de aplicação: cabeças do primeiro, segundo e terceiro metatarsos, regiões do primeiro, segundo e terceiro metatarsos, região lateral e medial do pé e calcanhar(27). Baseando-se nos estudos relatados, utilizamos os seguintes sítios de aplicação para avaliação da reprodutibilidade do teste dos monofilamentos: falange distal do hálux, cabeças do primeiro, terceiro e quinto metatarsos e calcanhar. O Ministério da Saúde, em seu manual de prevenção de incapacidades, reforça que o peso corporal exerce uma força de sobrecarga sobre os pés, seja na postura estática ou dinâmica, no calcanhar, na base do quinto metatarsiano, nas cabeças dos metatarsianos e na base do hálux e estes seriam pontos importantes para avaliação da sensibilidade tátil(52). Apesar dessa informação, sabe-se que durante tarefas de locomoção, exemplificando a marcha, as regiões do antepé que recebem maiores cargas na interação do pé com o solo são as cabeças do 1º, 2º e 3º metatarsos(53, 54). Além disso, o trajeto do centro de pressão (COP) do 22 pé passa sobre essa região plantar e, neste sentido, a avaliação desses pontos é de fundamental importância para a investigação de possíveis instabilidades na dinâmica postural. A perda da sensibilidade tátil plantar dessa região anatômica, portanto, tem o potencial de alterar os mecanismos de controles posturais e de contribuir com alterações da marcha(53). Estudos indicaram que os monofilamentos de Semmes-Weisntein podem ser uma ferramenta eficaz, fiável, sensível e de baixo custo para a identificação de pacientes com diabetes que estão em risco para problemas nos pés(32, 33, 55) . Os profissionais da saúde precisam de um método fácil e confiável para testar a sensibilidade tátil da planta dos pés e identificar os pacientes que estão em risco de desenvolver problemas nos pés(56). Diante dos pressupostos evidenciados nos estudos abordados nessa pesquisa, percebe-se a importância de validar um teste que seja confiável para avaliação da sensibilidade tátil da planta dos pés de forma precisa pelos profissionais da área da saúde e relacioná-lo com testes validados de capacidade e desempenho funcional. Promovendo uma avaliação funcional, investigativamente, ampla da saúde do idoso na identificação de fatores que possam desencadear episódios de quedas. 23 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral Testar as propriedades clinimétricas dos monofilamentos de Semmes-Weisntein na população idosa comunitária. 3.2 Objetivos específicos Investigar a reprodutibilidade inter avaliadores e intra avaliador dos monofilamentos de Semmes-Weisntein em idosos comunitários; Realizar a validação concorrente dos monofilamentos de Semmes-Weisntein, comparando a sensibilidade tátil plantar de idosos com desempenho funcional medido pelo WHODAS II e com a capacidade funcional avaliada por meio do Timed Up and Go Test - TUG e da Short Physical Performance Battery – SPPB. 24 4 MÉTODO 4.1 Desenho do estudo Estudo caracterizado no modelo de pesquisa do tipo observacional transversal. 4.2 População e Amostra A população do estudo foi de 428 idosos, pertencentes ao Programa de Saúde da Família, localizada na região leste de Juazeiro do Norte, com idade igual e superior à 60 anos de ambos os sexos. Foi considerada uma amostra de 200 participantes adequados para este estudo envolvendo 2 avaliadores independentes, com uma variável dicotômica (“sentiu e não sentiu”), com um β estimado de 80%, assumindo a hipótese nula com um valor de kappa de 0,40 e uma projeção de detecção entre 0,50 e 0,70. O valor de Kappa moderado (0,60), considerou-se um valor de α de 0,05(57). A pesquisa abordou idosos de ambos os sexos, com idade igual ou superior à 60 anos. Os idosos foram recrutados na área de abrangência do Programa de Saúde da Família (PSF-06), bairro Novo Juazeiro, na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará. Atualmente, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a região possui 244.701 habitantes (destes 26.653 habitantes idosos) com área de unidade territorial de 248,832 Km² (IBGE, 2010). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da Universidade Cidade de São Paulo, CAAE 16109013.2.0000.0064. 4.3 Critérios de Elegibilidade da Pesquisa Foram excluídos os idosos que apresentaram declínio cognitivo avaliado por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) proposto por Foistein, Foistein & McHugh (1975), validado no Brasil por Bertolucci et al. em 1994; onde apresentaram pontuação menor que(58): 13 pontos para os analfabetos, 18 pontos para aqueles com 1 a 7 anos de escolaridade e 26 25 pontos para os com 8 anos ou mais de escolaridade(59) (Anexo A). Foram excluídos, também, idosos que apresentaram: amputação de membros inferiores, diagnóstico de Diabetes referido por algum médico em consulta, portadores de Hanseníase, dificuldade grave de audição ou visão ou problemas graves de comunicação, cadeirantes ou que não fiquem na posição de pé ou não deambulem, mesmo com a utilização de algum dispositivo para auxílio da marcha. Apresentaram ainda: feridas abertas, cicatrizes, edema nos pés, insuficiência vascular periférica grave de membros inferiores, doenças neurológicas (acidente vascular encefálico, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, distrofia muscular, esclerose lateral amiotrófica) e outras doenças que desenvolvam alterações na sensibilidade tátil dos pés e ainda fizerem uso de drogas ilícitas ou álcool de forma regular. 4.4 Instrumentos e Medidas Os idosos participantes dessa pesquisa foram avaliados por um questionário semi estruturado em dois momentos: no primeiro encontro, foi aplicado um questionário de avaliação multidimensional (Apêndice A), dividido em dados: pessoais, sócio demográfico, clínicos, econômicos, avaliação da capacidade funcional (TUG) e (SPPB), do desempenho funcional (WHODAS 2.0), avaliação da sensibilidade tátil da planta do pé direito, (investigação realizada de forma inter avaliadores: avaliador 1 e 2). Avaliou-se, também, o índice de comorbidades funcional e avaliação dos problemas nos pés (foi realizada exclusivamente pelo pesquisador, avaliador 1). O tempo da avaliação foi de 60 a 80 minutos, sendo realizadas com o auxílio de 3 estudantes de fisioterapia devidamente treinados pelo pesquisador. Na caracterização da amostra foi utilizado o questionário semi estruturado Multidimensional (idade, sexo, situação civil e ocupacional, renda, moradia, escolaridade, quedas nos últimos doze meses, dor nos pés, tabagismo, remédios, fadiga nas pernas, saúde subjetiva, avaliações: das deformidades dos pés, das comorbidades e do nível de atividade física). No direcionamento dos objetivos propostos foram utilizados avaliações: da sensibilidade tátil plantar, da capacidade e do desempenho funcionais. No segundo encontro, realizado uma semana depois do primeiro(60-63) objetivando testar o grau de reprodutibilidade da avaliação da sensibilidade (medição da mesma grandeza), foi necessário repetir os testes, variando-se o tempo entre as coletas, porém mantendo todos os procedimentos realizados anteriormente(64). Nesse momento, houve apenas 26 avaliação da sensibilidade tátil plantar (procedimento realizado pelo intra avaliador: somente o avaliador 1) com duração de 5 a 10 minutos(63). 4.4.1 Índice de Comorbidades Funcional Utilizou-se para caracterização da amostra, além de informações específicas da avaliação multidimensional, o Índice de comorbidades funcional que contém diagnósticos de diversas patologias que normalmente não são encontrados em índices de comorbidades existentes. Esse índice é responsável por variações de escores relacionados à função física. Apresenta 18 itens, fácil aplicação, com respostas dicotômicas, sendo “sim” (escore 1 ponto) e “não” (valor zero).O escore total é obtido pelo somatório das comorbidades relatadas pelo idoso. Esse índice não apresenta ainda adaptação transcultural brasileira(65). (Anexo B) 4.4.2 Avaliação dos Problemas nos Pés em Idosos O questionário de avaliação dos problemas nos pés em idosos foi idealizado por Menz, Tiedemann , Kwan (2003); utilizamos a versão validada para língua portuguesa por Esotico (2009); também foi utilizado, nessa pesquisa, objetivando a caracterização da amostra. Esse instrumento de avaliação é usado em idosos comunitários, de fácil aplicação e baixo custo. Tal instrumento tem o objetivo de rastrear os principais problemas podais e identifica a presença ou não de dor nos pés. O questionário consta dos seguintes quesitos: dores nos pés, onde a resposta é dicotômica (sim ou não), a presença da dor recebe cinco pontos, e a ausência não recebe pontuação. A presença das seguintes deformidades tem a seguinte pontuação: o hálux valgo tem variação de pontos de 0 (sem deformidade) a 3 pontos (deformidade grave).As deformidades dos artelhos são classificadas em: espessamento da pele e/ou calosidades, articulação em flexão, fixa, extensão e proeminência óssea (a presença de cada uma dessas deformidades recebem 1 ponto). Na superfície plantar, avalia-se espessamentos e/ou calosidades (sendo 1 ponto para cada alteração encontrada. O escore total é obtido pelo somatório de todas as alterações observadas(66). (Anexo C) 4.4.3 Monofilamentos de Semmes-Weisntein 27 Na a avaliação da sensibilidade tátil na planta dos pés foram utilizados os monofilamentos de Semmes-Weisntein (SORRI Bauru®) apresentados na Figura 1, com o objetivo de observar e quantificar o limiar de percepção de sensibilidade ao toque na região plantar, ver figura 1(67). Figura 1- Kit de monofilamentos de Semmes-Weisntein Fonte: Primária, 2015. Os monofilamentos de Semmes-Weisntein foram desenvolvidos no Gillis W. Long Hansen'sDisease Center, em Carville, Louisiania, nos Estados Unidos da América. Posteriormente, foi fabricado em Bauru, na Sociedade de Recuperação e Reintegração do Incapacitado (SORRI), logo após as adaptações feitas no Brasil. Tais filamentos são compostos por fios de nylon de diâmetros diferentes cada um com trinta e oito milímetros de comprimento e fixados a uma haste, formando com esta um ângulo de noventa graus(27). É um teste com adequado poder de detecção de alterações de sensibilidade tátil, apresentando 91% de sensibilidade e 80 % de especificidade. A avaliação com os monofilamentos de Semmes-Weisntein possibilita graduar o resultado do teste de sensibilidade em vários níveis funcionais, desde normal até a perda da sensibilidade profunda, passando por níveis intermediários, segundo o Quadro 1(68). O Kit de monofilamentos da SORRI é composto por seis monofilamentos de diferentes gramaturas, como descrito no Quadro 1. 28 Quadro 1- Escala de diagnóstico de sensibilidade para o uso dos monofilamentos de SemmesWeisntein Monofilamentos Verde - 0,05 g Azul - 0,2 g Violeta - 2,0 g Vermelho - 4,0 g Laranja - 10,0 g Cada monofilamento corresponde a um nível funcional Interpretação sensibilidade normal na mão e no pé sensibilidade diminuída na mão e normal no pé dificuldade para discriminar textura (tato leve) Sensibilidade protetora diminuída, permanecendo o suficiente para prevenir lesões. Dificuldade com a discriminação de forma e temperatura perda da sensibilidade protetora na mão e às vezes no pé perda da discriminação de textura incapacidade de discriminar formas e temperatura perda da sensibilidade protetora no pé perda da discriminação de textura incapacidade de discriminar formas e temperatura permanece apenas a sensação de pressão profunda na mão e no pé perda da sensação de pressão profunda na mão e no pé não podendo sentir dor Magenta - 300 g Nenhuma resposta Afirmativa Fonte: Ministério da Saúde, 2008. Em nosso estudo, os monofilamentos 0.05g e 0.2g não foram utilizados, uma vez que a ausência de sensação tátil nestes filamentos é considerado normal para o pé. O monofilamento de 300g também não foi utilizado, porque avalia pressão profunda e dor, não sendo o interesse do estudo investigar. Portanto, os monofilamentos utilizados foram: 2,0g, 4,0g e 10g(69). 4.4.4 Timed Up and Go – TUG Na avaliação da capacidade funcional foi utilizada o teste com Timed Up and Go (TUG)(70). O TUG foi desenvolvido por Podsiadlo e Richardson em 1991, com o objetivo de avaliar o equilíbrio dinâmico dos pacientes, mais especificamente a mobilidade e o equilíbrio(71, 72) . Foi utilizado o traduzido e validado para o Brasil por Cabral (2011)(73) (Anexo D). A execução do teste consiste em mensurar o tempo que o indivíduo leva para levantar-se de uma cadeira padronizada com apoio de braços, de aproximadamente 46cm de altura, deambular três metros até uma marcação no solo, realizar um giro de 180° e retornar à cadeira e sentar-se o mais rápido possível, com segurança(74). Os participantes usaram seus 29 calçados habituais e óculos, foi realizada uma tentativa de familiarização. O tempo foi mensurado em segundo utilizando-se um cronômetro Cronobio® modelo SW2018. Bischoff et al. relatam que para adultos considerados saudáveis, o TUG deve ser realizado em até 10 segundos; sendo esses classificados em independentes (sem risco de quedas). Todavia, se o tempo do teste variar entre 11 a 20 segundos, são denominados independentes parciais (baixo risco de quedas); e se for mais de 20 segundos, a dependência é grave (alto risco de quedas). Contudo, esses autores consideram que um tempo de até 12 segundos é considerado normal quando se refere à idosos da comunidade(75). 4.4.5 Short Physical Performance Battery – SPPB Na avaliação da capacidade funcional foi usada a bateria de testes Short Physical Performance Battery (SPPB)(76). A SPPB configura-se um instrumento objetivo, multidimensional, padronizado e de eficácia para avaliar o desempenho físico dos membros inferiores de pessoas idosas(77). Também pode ser usado para rastreamento de idosos que apresentem risco de desenvolver incapacidades no futuro e alterações na funcionalidade com o passar dos anos(78-83). Foi validada e adaptada para o português por Nakano (2007)(76). É constituída de três testes que avaliam sequencialmente o equilíbrio estático na posição de pé, a velocidade da marcha em passo habitual e indiretamente, a força de membros inferiores para levantar e sentar da cadeira sem apóio dos membros superiores. A pontuação para cada categoria do teste varia numa escala de zero (pior desempenho) a quatro pontos (melhor desempenho), somando-se 12 pontos no total, sendo um melhor escore considerado como melhor desempenho(77, 84). (Anexo E) O tempo do teste foi mensurado em segundo utilizandose um cronômetro Cronobio® modelo SW2018. 4.4.6 WHODAS 2.0 A Escala de Avaliaçãode Incapacidades da Organização Mundial de Saúde (WHODAS 2.0) elaborada no intuíto de avaliar o nível funcional do indivíduo em seis domínios, sendo estes: participação da sociedade, atividades de vida diária, cognição, 30 autocuidado, mobilidade e convivência social. Foi utilizada a adaptada e validada (85) transculturalmente para o portuquês por Silveira et al (2013) No intuito de . avaliar a restrição em atividades ou desempenho funcional foi utilizado o World Health OrganizationDisabilityAssessment Schedule (WHODAS 2.0), na versão curta de 12 itens(86). O grau de dificuldade em cada atividade é avaliada por meio de uma escala do tipo Likert de 1 a 5, sendo 1 nenhuma dificuldade e 5 dificuldade extrema ou não consigo fazer. Foi transformada para 0 a 4 e será computada a soma total de pontos, que irá variar de 0 sem restrição no desempenho a 48 pontos máxima restrição no desempenho. (Anexo F) O escore total será apresentado em percentis (percentil 20)(87). 4.4.7 Evaluation of the incidental and planned exercise questionnaire (IPEQ) – Versão W Delbaere, Hauer, Lord(88) relatam que há uma necessidade para população idosa de se esquematizar uma medida de para quantificar o nível de atividade física adequada para utilização em pesquisa no envelhecimento, incluindo ensaios de prevenção de quedas. Foi realizada uma validação formal do questionário incidental and planned exercise questionnaire (IPEQ) for older people, objetivando investigar a sua estrutura e propriedades globais de medição. Os autores explicam que uma versão semanal seria um reflexo mais preciso das atividades físicas reais de uma pessoa que sofreu algum comprometimento recentemente. O objetivo do questionário é avaliar o estilo de vida das pessoas mais velhas relacionando com seu nível de atividade física semanal, que corresponde a versão W que utilizamos em nosso estudo. Afinal, os autores relatam que a versão semanal seria um reflexo mais preciso das atividades físicas reais de uma pessoa idosa. O questionário aborda perguntas relacionadas à realização de atividade física em casa ou fora, como sair pra caminhar, passear com cachorro, fazer trilhas, ir a padaria/supermercado, atividades de vida diária. Para cada atividade é também questionado à frequência e duração. É um instrumento de avaliação bem simples de ser aplicado, de fácil compreensão e aplicação. 31 4.5 Procedimentos Os participantes foram avaliados em suas residências, num local calmo, sem barulho, bem iluminado e sem distrações(89). A avaliação da região tátil da planta do pé foi realizada com o idoso sentado, confortavelmente, segurando um anteparo, uma pasta, com dimensões (comprimento 60cmx largura 35cm); posicionada na frente dos olhos, com o auxílio de outro examinador, em uma altura que ofereceu impossibilidade de visibilidade do idoso até o nível do joelho para evitar que o idoso observasse o pé no momento da avaliação(28). No anteparo foi fixado uma foto coloridada da planta do pé medindo (comprimento 30 cm x largura 22 cm), reproduzindo a mesma posição do pé que estava sendo avaliado, conforme ilustra a figura 2. A foto foi usada para o idoso permanecer sempre atento, olhandoa e apontar com dedo, quando solicitado pelos pesquisadores 1 e 2, os sítios que o idoso afirmou ter sentido com os monofilamentos no momento da avaliação. A função do examinador era permanecer posicionado, em pé, ao lado do idoso e auxiliar na avaliação orientando o idoso a permanecer sempre atento a foto, ajudar no posicionamento do anteparo adequadamente (visibilidade não permitida do joelho) à frente da visão do idoso, observar o local onde o idoso apontou o dedo na foto e transmitir essa informação ao avaliadores (1 e 2) com expressões faciais de afirmação ou negação da resposta do teste. Foi avaliado a região tátil plantar do membro inferior direito(90) devido este membro ser relatado pela literatura com predominância de dominância, recebendo assim, maior sobrecarga biomecânica. Esse segmento foi posicionado em um banco de ferro com superfície de contato macia (almofada: largura 30cm x comprimento 25cm) (Figura 3)(26, 63). 32 Figura 2 – Anteparo de oclusão da visão para o idoso apontar os sítios testados. Fonte: Primária, 2015 33 Figura 3- Posicionamento do idoso para a avaliação da sensibilidade tátil da planta do pé Fonte: Primária, 2015 Os monofilamentos foram retirados do tubo e encaixados cuidadosamente no furo lateral do cabo de apoio, após foram colocados em ordem crescente: menor gramatura para o de maior gramatura (60), segundo os procedimentos de preparação do manual da SORRI. Os sítios de aplicação para avaliação da sensibilidade tátil da planta do pé do membro inferior direito foram: centro da falange distal do hálux, cabeças do 1º, 3º e 5º metatarsos e centro do calcanhar.(Figura 4). Essas regiões basearam-se no estudo de Perry (2006)(44) Giacomozzi et al (2002)(53). Quando existirem vestígios de calosidades será escolhido um local próximo destes sítios, porque esta alteração na região tátil plantar do pé interfere no teste de sensibilidade(26, 27, 52). 34 Figura 4– Sítios para avaliação da sensibilidade tátil da planta dos pés Fonte: Primária, 2015. O avaliador explicou ao idoso o procedimento da avaliação da seguinte forma: “Agora iremos fazer a avaliação da sensibilidade da planta do seu pé direito. Para isso vou lhe entregar uma pasta para que coloque na frente do rosto, porque o Sr(a) não pode ver o local do seu pé onde vou tocar com este fio de nylon. Por favor, quando o Sr (a) sentir um toque semelhante a este que estou lhe mostrando na sua mão, o Sr (a) deverá dizer: senti. Neste caso afirmativo, vou pedir que o Sr(a) aponte com o dedo na foto do pé fixada na pasta que estar na frente do seu rosto, em que região do pé o Sr(a) sentiu.” O avaliador indagou se o idoso entendeu o teste. Em caso afirmativo, o avaliador dá inicio ao teste, aproximando o fio de nylon de cada sítio da planta do pé de cada participante com uma distância de 2 cm e o tocará por 1 a 2 segundos. O avaliador posicionará o cabo do instrumento de maneira que o monofilamento fique perpendicular à superfície de cada sítio de aplicação, até obter a curvatura em “c” do monofilamento, (Figura 5)(60, 90). 35 Figura 5- Procedimento para aplicação do monofilamento Fonte: Primária, 2015. A sequência dos sítios de aplicação foi aleatorizada(28, 60, 90) . Se o monofilamento escorregar na região de aplicação no momento do toque, esta aplicação não será considerada e outra aplicação será realizada. O idoso será questionado se sentiu ou não o toque do monofilamento e deverá responder “sim” quando sentir e “não” quando não sentir(90). Os monofilamentos foram aplicados três vezes em cada sítio específico(28). Ao final foi considerado que o idoso sentiu aquele sítio, caso ele tenha sentido ao menos 2 das 3 tentativas realizadas(90). A escolha da mão como local de demonstração do teste(28) também é explicada, segundo Cohen (2001)(50), porque a palma da mão e a planta dos pés apresentam concentração significativa de receptores cutâneos. As respostas em cada sítio de aplicação foram registradas no formulário de mapeamento (Tabela 2)(91). Foi necessário, de acordo com os procedimentos da Sociedade de Reabilitação e Reintegração do Incapacitado (SORRI), trocar o monofilamento cada 100 toques ou após testar com 10 pacientes no mesmo dia. Também para efeito de calibração foi necessário deixar que os monofilamentos descansem por 24hs(91). 36 4.6 Análise e interpretação dos dados Para caracterização da amostras foram conduzidas análises descritivas por meio de frequência absoluta e relativa para variáveis categóricas; média e desvio padrão para variáveis quantitativas. Na análise da concordância inter avaliadores e intra avaliador foi utilizado o coeficiente de Kappa que é uma medida adequada de confiabilidade que mede o grau de concordância entre avaliadores e também o grau de concordância além do que seria esperado pelo acaso. Tendo como valor máximo “1” que representa total concordância e menor que zero, negativo, sugere discordância. A classificação dos resultados seguirá as seguintes denominações: valor 0 indicará concordância pobre, entre 0,01-0,20 leve concordância, entre 0,21-0,40 considerável concordância, entre 0,41-0,60 moderada concordância, entre 0,61-0,80 substancial concordância e entre 0,81-1,0 quase perfeita concordância(57). A validade concorrente foi realizada comparando os resultados para cada monofilamento de 2g, 4g e 10g com os escores obtidos do SPPB e o tempo total de realização do TUG e o escore total do WHODAS 2.0 para observar a relação destes testes de capacidade e desempenho funcional com o teste de sensibilidade tátil da planta do pé. Esta análise foi feita utilizando-se o teste Qui-quadrado, considerado um α ≤ 0,05. Foi usado um nível de significância de p<0,05 e as análises realizadas por meio do pacote estatístico SPSS versão 19.0 para Windows. 37 5 RESULTADOS 5.1 Caracterização da amostra A amostra foi constituída por 200 idosos da comunidade cadastrados no Programa de Saúde da Família do município de Juazeiro do Norte – Ceará. Foram avaliados no período de Outubro de 2014 a Dezembro de 2014. Do total, 139 (69,5%) eram mulheres, 108 (54%) de raça parda/mulata, com idade média de 69,8±6,6, variando de 60 a 94 anos. Não houve diferença em relação à idade entre homens (69,8±6,8 anos) e mulheres (69,87±6,59) (p=0,973).Quanto à escolaridade e renda, 69 (36.6%) participantes tinham cursado primário completo ou outro nível acima e, 133 (66,5%) tinham renda até um salário mínimo. As características sócio demográficas da amostra estão apresentadas na tabela 1. Tabela 1- Distribuição de frequência absoluta e relativa para caracterização da amostra de 200 idosos Variável Categoria N % Raça Branca 66 33,0 Negra 13 6,5 Amarela 10 5,0 parda/mulata 108 54,0 Indígena 3 1,5 solteiro(a) 13 6,5 separado(a) 24 12,0 casado(a) 108 54,0 viuvo(a) 55 27,5 sozinho(a) 26 13,0 companheiro(a) 29 14,5 filho(as) 31 15,5 neto(as) 7 3,5 filhos+netos 14 7,0 conjuge+filhos 51 25,5 conjuge+filhos+netos 31 15,5 amigo(s) 11 5,5 Estado civil Moradia 38 Escolaridade Situação ocupacional Salário mínimo Analfabeto 46 23,0 Primário 35 17,5 primário incompleto 81 40,5 Colegial 20 10,0 colegial incompleto 8 4,0 Superior 8 4,0 Superior incompleto 2 1,0 aposentado(a) 131 65,5 Pensionista 19 9,5 aposentado+trabalha 18 9,0 trabalhador ativo 18 9,0 do lar 14 7,0 ate 1 133 66,5 de 2 a 3 42 21,0 de 3 a 4 4 2,0 de 4 a 5 5 2,5 5 ou mais 3 1,5 sem renda mensal 13 6,5 Fonte: Primária, 2015. Em relação às condições de saúde, 29 (14,5%) pessoas idosas afirmaram não fumar, 65 (32,5%) referiram ter sofrido ao menos uma queda nos últimos 12 meses, 76 (38,0%) relataram sentir fadiga nas pernas, 30 (15%) disseram sentir dor nos pés, 95 (47,5%) percebem sua saúde como boa e 68 (34,0%) participantes como regular. Os participantes referiram ingerir em média de forma regular 1,9±1,7 medicamentos ao dia, variando de 0 a 10 medicamentos. As mulheres em média, relataram fazer uso de maior número de medicamentos do que os homens (2,1±1,7 vs. 1,3±1,6) (p=0,006). Em relação às comorbidades (Índice de Comorbidade Funcional), 57 (28,5%) participantes referiram ter artrite, 66 (33%) osteoporose; 77 (38,5) doenças vasculares e 63 (31,5%) relataram problemas visuais. A média de comorbidades relatadas pelos idosos foi de 2,8±2,0 e as mulheres (3,28±2,04) relataram um número significativamente maior de comorbidades quando comparadas aos homens (1,89±1,68) (p<0,001). 39 Tabela 2- Distribuição de frequência absoluta e relativa do Índice de Comorbidade Funcional para uma amostra de 200 idosos Variável N % Artrite 57 28,5 Osteoporose 66 33,0 DPOC 5 2,5 Asma 5 2,5 Angina 11 5,5 ICC 34 17,0 Infarto 3 1,5 Doenças neurológicas 1 0,5 AVE 5 2,5 Doenças vasculares 77 38,5 Doenças gástricas 48 24,0 Depressão 26 13,0 Ansiedade 54 27,0 Problemas Visuais 63 31,5 Problemas Auditivos 7 3,5 Problemas de coluna 85 42,5 Fonte: Primária, 2015 A avaliação dos pés foi realizada por meio do instrumento “Avaliação de problemas nos pés em idosos” desenvolvido por Mez, Tiedeman, Kwan em 2003 que foi traduzido e adaptado ao português falado no Brasil por Esotico em 2009 e os resultados estão apresentados na tabela 3. Cerca de um terço dos idosos referiram dor nos pés e apresentaram deformidades leves em hálux valgo. A avaliação dos artelhos, 106 (53,0%), tiveram espessamentos e/ou calosidades. Em relação às deformidades articulares dos artelhos (articulações em flexão, extensão ou proeminência óssea) observou-se que 122 (61,0%) participantes apresentaram uma(s) e/ou outra(s) dessas deformidades nos idosos. Todos os idosos apresentaram espessamentos na pele e/ou calosidades em alguma região da superfície plantar. 40 Tabela 3- Distribuição de frequência absoluta e relativa da avaliação dos problemas nos pés em idosos para amostra de 200 idosos Variável Categorias Dor Hálux valgo Calosidades e espessamentos em Artelhos Deformidades articulares Espessamentos e calosidades na planta dos pés Escore total Sim Não Sem deformidade Deformidade leve Deformidade moderada Deformidade grave N 60 140 73 61 51 15 % 30,0 70,0 36,5 30,5 25,5 7,5 Sim Não Quantidade Sim Não Quantidade 106 94 1,6±2,1 122 78 1,8±1,7 53,0 47,0 0-12 61,0 39,0 0-7 Sim Não Quantidade 200 0 17,9±7,2 23,6±9,1 100,0 0,0 1-37 2-45 Escore total do instrumento “Avaliação de problemas nos pés em idosos” Fonte: Primária, 2015. Em relação às variáveis físico-funcionais (SPPB, TUG), de capacidade funcional (WHODAS) e nível de atividade física (IPEQ) as características da amostra estão descritas na tabela 4. 41 Tabela 4- Caracterização dos participantes quanto às variáveis físico-funcionais, de capacidade funcional e de nível de atividade física para uma amostra de 200 idosos Variáveis TUG em segundos, média (DP) 10,4 (3,4) TUG categórica, n (%) Até 12 segundos 147 (73,5) 12 segundos ou mais 53 (26,5) SPPB, mediana (IIQ) 9,0 (3,0) SPPB categórica Muito ruim e baixo desempenho (0-6 pontos) 43 (21,5) Moderado desempenho (7-9 pontos) 88 (44,0) Bom desempenho (10 ou mais pontos) 69 (34,5) WHODAS, mediana (IIQ) 17,0 (9,0) WHODAS percentil 20, n (%) ≤13 pontos (melhor funcionalidade) 149 (74,5) >13 pontos (pior funcionalidade) 51 (25,5) Nível de Atividade Física- IPEQ, média (DP)* 36,7 (22,0) Legenda: TUG: Timed up and go test; SPPB: Short Physical Performance Battery; WHODAS: World Health Organization Disability Assessment Schedule; IPEQ: Incidental and Planned exercise Questionnaire *Nível de atividade física em horas por semana Fonte: Primária, 2015. 5.2 Concordância inter avaliadores Os resultados dos valores de concordância inter avaliadores para a região do hálux, do 1º, 3º e 5º metatarsos e do calcanhar para os monofilamentos de 2g, 4g e 10g, para o resultado final (presença/ausência da sensação tátil da planta do pé direito, em pelo menos duas das 3 tentativas realizadas), evidenciaram valores expressivamente significativos (p<0,001) para todas as gramaturas e sítios de aplicação. Observou-se que o valor do Kappa teve variações de substancial à quase perfeita, conforme ilustra a tabela 5. Para a região do Hálux observamos uma concordância de substancia à quase perfeita, quanto ao resultado final para o monofilamento de 2g (0,754), de 4g (0,834) e de 10g (0,930). Na região do 1º metatarso podemos observar que a concordância foi de substancial à quase perfeita para os monofilamentos de 2g (0,727), 4g (0,793) e 10g (0,949). 42 Para a região do 3ºmetatarso observou-se valores de concordância de substancial à quase perfeita para as gramaturas de 2g (0,777), 4g (0,863) e 10g (0,933). Na região do 5º metatarso observou-se valores de concordância de substancial à quase perfeita para as gramaturas de 2g (0,700), 4g (0,870 e 10g (0,966). Para a região do calcanhar observou-se uma concordância de substancial à quase perfeita para as gramaturas de 2g (0,796), 4g (0,940) e 10g (0,988). Contudo, pode-se observar que o monofilamento de 2g apresentou, para todos os sítios de aplicação, concordância substancial. Enquanto que os monofilamentos de 4g e 10g apresentam em todos os sítios testados concordância quase perfeita, destacando-se apenas o sítio do 1º metatarso para o monofilamento de 4g, onde a concordância foi substancial. Tabela 5- Valores de Kappa para a concordância inter avaliadores, nos sítios: hálux, 1º, 3º, 5º metatarsos e calcanhar para os monofilamentos de Semmes-Weisntein de 2, 4 e 10 gramas para uma amostra de 200 idosos Sítios de Aplicação Monofilamentos Hálux 1º metatarso 3º metatarso 5ºmetatarso Calcanhar 2g 0,754 0,727 0,777 0,700 0,796 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 0,834 0,793 0,863 0,870 0,940 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 0,930 0,949 0,933 0,966 0,988 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 4g 10g Todos os índices apresentaram valor de p<0,001 Fonte: Primária, 2014. 5.3 Concordância intra avaliador Os achados dos valores de concordância intra avaliador para a região do hálux, do 1º, 3º e 5º metatarsos e do calcanhar para os monofilamentos de 2g, 4g e 10g, para o resultado final (presença/ausência da sensação tátil da planta do pé direito, em pelo menos duas das 3 43 tentativas realizadas), evidenciaram valores expressivamente significativos (p<0,001) para todas as gramaturas e sítios de aplicação. Observou-se que o valor do Kappa teve variações de substancial à quase perfeita, conforme ilustra a tabela 6. Na avaliação da região do hálux, percebeu-se uma concordância de substancial à quase perfeita, quanto ao resultado final, para o monofilamento de 2g (0,809), 4g (0,852) e 10g (0,879). Observando-se a região do 1º metatarso, evidenciou-se concordância de substancial à quase perfeita, quanto ao resultado final, para o monofilamento de 2g (0,757), 4g (0,868) e 10g (0,912). Em relação à região do 3º metatarso, percebeu-se que a concordância, também foi de substancial à quase perfeita, quanto ao resultado final, para o monofilamento de 2g (0,710), 4g (0,826) e 10g (0,977). O que se observa na região do 5º metatarso, é a mesma variação de concordância de substancial à quase perfeita, quanto ao resultado final, para o monofilamento de 2g (0,720), 4g (0,802) e 10g (0,949) Entretanto, para a região do calcanhar, todas as gramaturas obtiveram concordância quase perfeita: 2g (0,816), 4g (0,830) e 10g (0,951). Pode-se perceber que o monofilamento de 2g apresentou, para todos os sítios de aplicação, concordância substancial, exceto no calcanhar que foi quase perfeita. Já o monofilamento de 4g obteve concordância quase perfeita para todos os sítios, exceto no 5º metatarso. Porém, o monofilamento de 10g evidenciou concordância quase perfeita para todos os sítios testados. Nesse sentido, deve-se ressaltar que os resultados inter e intra avaliadores, foram expressivamente semelhantes nos monofilamentos de 2g (concordância substancial), exceto no calcanhar do intra avaliador (concordância quase perfeita), o de 4g (concordância quase perfeita) exceto para o 1º metatarso do inter avaliador e no 5º metatarso do intra avaliador e o de 10g apresentou, tanto para o inter e intra avaliadores, concordância quase perfeita para todos os sítios. 44 Tabela 6- Valores de Kappa para a concordância intra avaliador, nos sítios: hálux, 1º, 3º, 5º metatarsos e calcanhar para os monofilamentos de Semmes-Weinstein de 2, 4 e 10 gramas para uma amostra de 200 idosos. Sítios de Aplicação Monofilamentos Hálux 1º metatarso 3º metatarso 5ºmetatarso Calcanhar 2g 0,809 0,757 0,710 0,720 0,816 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 0,852 0,868 0,826 0,802 0,830 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 0,879 0,912 0,977 0,949 0,951 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 p=0,000 4g 10g Todos os índices apresentaram valor de p<0,001 Fonte: Primária, 2015. 5.4 Validação concorrente dos monofilamentos de Semmes-Weinstein, comparando a sensibilidade tátil plantar de idosos com desempenho funcional medido pelo WHODAS II A validação concorrente tem o objetivo de verificar se a avaliação de sensibilidade tátil da planta dos pés tem influencia sobre o desempenho funcional de idosos. Embora a correlação entre a função sensorial de sensibilidade tátil não tenha necessariamente uma relação direta com o desempenho em atividades, avaliado por meio de um instrumento amplo e genérico, espera-se que os idosos com pior sensibilidade tátil tenham pior desempenho funcional. Para tal, os idosos foram divididos em dois grupos de acordo como escore total do WHODAS 2.0: aqueles com pontuação menor e igual ao percentil vinte (<=P20, idosos que responderam ter melhor desempenho no WHODAS 2.0) e aqueles participantes com percentil maior que vinte (>P20, idosos que responderam ter pior desempenho). Estes dois grupos foram comparados aos resultados (sentiu/não sentiu) em cada um dos sítios de aplicação, com cada gramatura e os resultados são encontrados na tabela 7. 45 Na região do hálux para todas as gramaturas testadas 2g (p = 0,426), 4g (p = 0,775) e 10g (p = 0,576) não houve diferenças significativas em nenhum dos dois grupos. No 1º metatarso houve diferenças significativas para os monofilamentos de 2g (p = 0,007) e 4g (p = 0,038). Na região do 5º metatarso, não houve diferenças significativas entre os dois grupos para os monofilamentos de 2g (p = 0,062) e 10g (p = 0,078). Porém, houve diferença significativa no monofilamento de 4g (p = 0,017). Na região do calcanhar, observa-se diferenças significativas para os monofilamentos de 2g (p = 0,024) e de 4g (p = 0,017). Contudo, na região do 3º metatarso, não houve diferenças significativas em nenhuma das gramaturas: 2g (p = 0,171), 4g (p = 0,127) e 10g (p = 0,500). Tabela 7- WHODAS x teste dos monofilamentos para as regiões do hálux, 1º, 3º e 5º metatarsos e calcanhar com as gramaturas 2g, 4g e 10g considerando o percentil com valor de corte p<=20. (n=200) Avaliação 1ª Avaliação Sitio Hálux Gramas 2g 4g 10g 1º.metatarso 2g 4g 10g 5º.metatarso 2g 4g 10g Calcanhar 2g 4g 10g 3º metatarso 2g Percepção <=P20 >P20 n % n % Sentiu 34 66,7 90 60,4 Não Sentiu 17 33,3 59 39,6 Sentiu 42 82,4 120 80,5 Não Sentiu 9 17,6 29 19,5 Sentiu 46 90,2 130 87,2 Não Sentiu 5 9,8 19 12,8 Sentiu 32 62,7 61 40,9 Não Sentiu 19 37,3 88 59,1 Sentiu 42 82,4 100 67,1 Não Sentiu 9 17,6 49 32,9 Sentiu 45 88,2 119 79,9 Não Sentiu 6 11,8 30 20,1 Sentiu 31 60,8 68 45,6 Não Sentiu 20 39,2 81 54,4 Sentiu 44 86,3 103 69,1 Não Sentiu 7 13,7 46 30,9 Sentiu 46 90,2 118 79,2 Não Sentiu 5 9,8 31 20,8 Sentiu 17 33,3 27 18,1 Não Sentiu 34 66,7 122 81,9 Sentiu 35 68,6 63 42,3 Não Sentiu 16 31,4 86 57,7 Sentiu 41 80,4 100 67,1 Não Sentiu 10 19,6 49 32,9 Sentiu 33 64,7 80 53,7 x2 0,633 p 0,426 0,081 0,775 0,313 0,576 7,262 0,007 ** 4,285 0,038 * 1,803 0,179 3,487 0,062 5,735 0,017 * 3,116 0,078 5,124 0,024 * 10,553 0,001 ** 3,221 0,073 1,876 0,171 46 4g 10g Não Sentiu 18 35,3 69 46,3 Sentiu 43 84,3 110 73,8 Não Sentiu 8 15,7 39 26,2 Sentiu 46 90,2 129 86,6 Não Sentiu 5 9,8 20 13,4 2,325 0,127 0,455 0,500 *Diferenças estatisticamente significativas considerando p < 0,05 a partir do teste de Quiquadrado (X2) **Diferenças estatisticamente significativas considerando p < 0,01 a partir do teste de Quiquadrado (X2) Fonte: Primária, 2015. 5.5 Validação concorrente dos monofilamentos de Semmes-Weinstein, comparando a sensibilidade tátil plantar de idosos com a capacidade funcional avaliada por meio do Timed Up and GoTest - TUG A validação concorrente comparando o desempenho no TUG e a sensibilidade tátil na planta dos pés teve o objetivo de avaliar a influencia desta função sensorial na mobilidade de idosos. Para tal, os idosos foram classificados quanto ao tempo para realização do teste em dois grupos: TUG < 12 segundos (melhor mobilidade e menor risco de quedas) e TUG > 13 segundos (pior mobilidade e maior risco de quedas). Os resultados apontam que em todos os sítios de aplicação para todos as gramaturas, detectou-se diferenças estatísticas significativas, exceto para a região do calcanhar para o monofilamento de 2g (p = 0,157), conforme achados da Tabela 8. Tabela 8– TUG x teste dos monofilamentos para as regiões do hálux, 1º, 3º e 5º metatarsos e calcanhar com as gramaturas 2g, 4g e 10g, considerando o valor de corte< 12 seg (n=200) Região Hálux Gramas 2g 4g 10g 1º.meta 2g < 12 seg Melhor capacidade N % > 13 seg Menor capacidade n % Sentiu 102 69,4 22 Não Sentiu 45 30,6 Sentiu 126 Não Sentiu TUG Geral N % 41,5 124 62,0 31 58,5 76 38,0 85,7 36 67,9 162 81,0 21 14,3 17 32,1 38 19,0 Sentiu 135 91,8 41 77,4 176 88,0 Não Sentiu 12 8,2 12 22,6 24 12,0 Sentiu 76 51,7 17 32,1 93 46,5 X2 P 0,000 12,851 ** 8,011 0,005 ** 7,733 0,005 ** 6,031 0,014 * 47 Não Sentiu 71 48,3 36 67,9 107 53,5 Sentiu 112 76,2 30 56,6 142 71,0 Não Sentiu 35 23,8 23 43,4 58 29,0 Sentiu 128 87,1 36 67,9 164 82,0 Não Sentiu 19 12,9 17 32,1 36 18,0 Sentiu 79 53,7 20 37,7 99 49,5 Não Sentiu 68 46,3 33 62,3 101 50,5 Sentiu 119 81,0 28 52,8 147 73,5 Não Sentiu 28 19,0 25 47,2 53 26,5 10g Sentiu 129 87,8 35 66,0 164 2g Não Sentiu Sentiu Não Sentiu 18 36 111 12,2 24,5 75,5 18 8 45 34,0 15,1 84,9 4g Sentiu 80 54,4 18 Não Sentiu 67 45,6 Sentiu 111 Não Sentiu 4g 10g 5º.meta 2g 4g Calcanhar 10g 3º meta 2g 4g 10g 7,258 0,007 ** 9,679 0,002 ** 3,992 0,046 * 15,817 0,000 ** 82,0 12,448 0,000 ** 36 44 156 18,0 22,0 78,0 2,004 0,157 34,0 98 49,0 6,525 0,011 * 35 66,0 102 51,0 75,5 30 56,6 141 70,5 6,695 0,010 * 36 24,5 23 43,4 59 29,5 Sentiu 92 62,6 21 39,6 113 56,5 8,357 0,004 ** Não Sentiu 55 37,4 32 60,4 87 43,5 Sentiu 123 83,7 30 56,6 153 76,5 15,878 0,000 ** Não Sentiu 24 16,3 23 43,4 47 23,5 Sentiu 135 91,8 40 75,5 175 87,5 9,538 0,002 ** Não Sentiu 12 8,2 13 24,5 25 12,5 *Diferenças estatisticamente significativas considerando p < 0,05 a partir do teste de Quiquadrado (X2) **Diferenças estatisticamente significativas considerando p < 0,01 a partir do teste de Quiquadrado (X2) Fonte: Primária, 2015. 5.6 Validação concorrente dos monofilamentos de Semmes-Weinstein, comparando a sensibilidade tátil plantar de idosos com a capacidade funcional medido pelo Short Physical Performance Battery – SPPB. A validação concorrente comparando o desempenho na SPPB e a sensibilidade tátil na planta dos pés teve o objetivo de avaliar a influencia desta função sensorial na funcionalidade física de membros inferiores (MMII) de idosos. Para tal, os idosos foram 48 divididos em três grupos de acordo como escore total da SPPB: participantes com funcionalidade de MMII muito ruim e baixa (escore de 0 a 6 pontos), moderada funcionalidade de MMII (escore de 7 a 9 pontos) e, boa funcionalidade de MMII (10 ou mais pontos). O resultado final do teste de sensibilidade tátil da planta dos pés foi comparado nos três grupos, para todos os sítios e gramaturas dos monofilamentos. Observa-se que não ocorreram diferenças estatísticas significativas na região do 1º metatarso com o monofilamento de 2g (p= 0,230), na região do calcanhar para as gramaturas de 2g (p= 0,353) e 4g (p= 0,138), na região do 3º metatarso para o de 2g (p= 0,085). Para os demais sítios de aplicação e gramaturas forma observadas diferenças estatisticamente significativas entre os resultados do teste de sensibilidade tátil da planta dos pés em relação a diferentes funcionalidades de MMII (tabela 9). Tabela 9- SPPB x teste dos monofilamentos para as regiões do hálux, 1º, 3º e 5º metatarsos e calcanhar com as gramaturas 2g, 4g e 10g, (n=200) Região Hálux Gramas 2g 4g 10g 1º.metatarso 2g 4g 10g 5º.metatarso 2g 4g 10g Calcanhar 2g 4g 10g SPPB Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Sentiu Não Sentiu Funcionalidade de membros inferiores Muito ruim Moderada Boa e baixa n % n % N % 19 15,3 54 43,5 51 41,1 24 31,6 34 44,7 18 23,7 28 17,3 74 45,7 60 37,0 15 39,5 14 36,8 9 23,7 31 17,6 80 45,5 65 36,9 12 50,0 8 33,3 4 16,7 16 17,2 40 43,0 37 39,8 27 25,2 48 44,9 32 29,9 24 16,9 65 45,8 53 37,3 19 32,8 23 39,7 16 27,6 29 17,7 76 46,3 59 36,0 14 38,9 12 33,3 10 27,8 14 14,1 49 49,5 36 36,4 29 28,7 39 38,6 33 32,7 22 15,0 70 47,6 55 37,4 21 39,6 18 34,0 14 26,4 28 17,1 76 46,3 60 36,6 15 41,7 12 33,3 9 25,0 6 13,6 21 47,7 17 38,6 37 23,7 67 42,9 52 33,3 16 16,3 43 43,9 39 39,8 27 26,5 45 44,1 30 29,4 25 17,7 61 43,3 55 39,0 18 30,5 27 45,8 14 23,7 x2 9,963 P 0,007** 9,186 0,010* 13,523 0,001** 2,938 0,230 6,298 0,043* 7,885 0,019* 6,48 0,039* 14,033 0,001** 10,588 0,005** 2,08 0,353 3,955 0,138 6,032 0,049* 49 Sentiu 18 15,9 52 46,0 43 38,1 4,941 0,085 Não Sentiu 25 28,7 36 41,4 26 29,9 Sentiu 25 16,3 67 43,8 61 39,9 13,51 0,001** 4g Não Sentiu 18 38,3 21 44,7 8 17,0 Sentiu 32 18,3 77 44,0 66 37,7 10,92 0,004** 10g Não Sentiu 11 44,0 11 44,0 3 12,0 *Diferenças estatisticamente significativas considerando p < 0,05 a partir do teste de Qui-quadrado (X2) **Diferenças estatisticamente significativas considerando p < 0,01 a partir do teste de Qui-quadrado (X2) 3º metatarso 2g Fonte: Primária, 2015. 6 DISCUSSÃO Esse estudo teve como objetivo avaliar a reprodutibilidade e realizar a validação concorrente do teste de sensibilidade tátil da planta dos pés por meio do teste dos monofilamentos Semmes – Weinstein em pessoas idosas que vivem na comunidade. Nossos resultados apontam que o uso do teste de sensibilidade tátil da planta dos pés é confiável, uma vez que a concordância inter avaliadores e intra avaliador mostraram valores de Kappa que variaram de substancial à quase perfeita. Além disso, a validação concorrente em relação aos instrumentos de medida para avaliar desempenho funcional, mobilidade e funcionalidade física de membros inferiores mostraram que, para a maioria dos sítios de aplicação e gramaturas, os idosos com pior desempenho e pior capacidade funcional apresentaram comprometimento na sensibilidade tátil da planta dos pés, sendo esta associação mais evidente para a mobilidade e funcionalidade física de membros inferiores do que para o desempenho funcional em atividades. Nossos resultados indicaram índices de confiabilidade com resultados que variaram de substancial (valores de Kappa de 0,61 a 0,80) a quase perfeita (0,81 a 1,0) para todos os sítios e gramaturas. Estes resultados foram mais adequados do que aqueles relatados por outros autores(89, 92) . Collins et al(89) avaliaram a confiabilidade intra avaliador e interavaliadores dos monofilamentos de Semmes Weinstein para medir a sensibilidade cutânea na mão e nos pés de 60 indivíduos saudáveis com média de idade 40,4 (DP 11,2) anos, variando de 20 a 70 anos e observou valores de confiabilidade inter avaliador que variaram de pobre à moderado (ICC 0,36 a 0,52) e valores de confiabilidade intra avaliador de moderada à boa (ICC 0,52 a 0,78). Os autores justificam que diversos fatores podem ter contribuido para esse resultado, tais como maior possibilidade de inconsistência nos resultados, já que o teste foi realizado por três avaliadores diferentes, diminuição no nível 50 atencional para o teste, adormecimento das fibras sensitivas cutâneas em decorrencia da redução do aporte circulatório dos pés com o resfriamento causado pela demora na avaliação. Além disso, os autores usaram o ICC (a partir da identificação do menor limiar sentitivo que corresponde a menor gramatura x log10) que depende da variablidade da amostra, que neste caso foi reduzida em função do estudo ter sido realizado com participantes saudáveis. Menz et al(93) em uma amostra pequena de 31 idosos (13 homens e 18 mulheres) com idade média de 80,8 ±3,1 anos, observaram um valor moderado de ICC 0,70 (95% IC 0,190,74) ao realizarem o teste de monofilamentos de Semmes-Weisntein aplicados na região do 1º. metatarso. De acordo com a revisão de literatura realizada não foram identificados estudos de confiabilidade do teste de sensibilidade tátil plantar em idosos que vivem na comunidade. Além disso, os poucos estudos encontrados, que envolveram idosos, foram realizados com amostras pequenas. Os altos valores de confiabilidade observados no presente estudo podem ser explicados pela uniformização nos procedimentos de aplicação e pelos critérios de seleção dos participantes, uma vez que foram excluídos idosos com declínio cognitivo, com problemas visuais e auditivos e quaisquer alterações decorrentes de doenças crônicodegenerativas que pudessem comprometer o teste de sensibilidade tátil, tais como os idosos com diabetes e outras doenças neurológicas. Não foram observadas alterações de temperatura que foram apontadas em outro estudo como um fator que pode contribuir na avaliação, segundo estudo de Collins et al(89). A calibração dos monofilamentos foi realizada de acordo com as normas do fabricante, que recomendam um limite máximo de 100 aplicações por monofilamento. O uso do teste de sensibilidade tátil da planta dos pés em idosos é usado para identificar possíveis disfunções somatossensoriais que estão associadas à maior risco de quedas, devido comprometimentos do controle do equilíbrio(18, alterações funcionais da marcha (18, 95) . Menz, Morris, Lord (4) 94) , pior mobilidade e em um estudo prospectivo que buscou avaliar o risco de quedas relacionadas às características do pé e do tornozelo, observou que dos 176 idosos da amostra, (41%) relataram queda durante o período de acompanhamento. Os idosos com maior risco de cair foram aqueles que apresentaram diminuição da flexibilidade do tornozelo, severa deformidade do hálux em valgo, diminuição da sensibilidade tátil plantar e diminuição da força muscular dos flexores plantares dos dedos do pé. Na validade concorrente, conduzida no presente estudo, só houveram influência do comprometimento da sensibilidade tátil plantar na restrição de desempenho de atividades 51 avaliada pelo WHODAS 2.0 em alguns sitios de aplicação (1º. Metatarso, 5º. Metatarso e calcanhar), apenas nas gramaturas de 2 e 4g. Provavelmente essa associação não foi substancial com o WHODAS II, devido ao fato de ser um instrumento de avaliação amplamente genérico em sua abordagem investigativa do desempenho funcional, pois apresenta vários domínios: participação em atividades, atividades de vida diária, cognição, autocuidado, mobilidade e convivência social. Podendo resultar uma maior variação de respostas subjetivas dos idosos avalidados. A associação entre a sensibilidade tátil plantar e a mobilidade avaliada pelo TUG não foi observada apenas no sítio calcanhar para o monofilamento de 2g e, sua associação com a funcionalidade de MMII avaliada pela bateria SPPB não foi observada apenas nos sitios 1º, 3º Metatarsos, e cancanhar. A associação observada para maioria dos sítios e gramaturas mostra que há uma influencia importante da redução da sensibilidade na capacidade funcional de idosos. Problemas nos pés e nos membos inferiores são relatados por uma em cada três pessoas que vivem na comunidade com 65 anos ou mais, independente da influência da idade, sexo, condições comuns de saúde e outros fatores sócio-demográficos. Barr et al (95) observaram que alterações da sensibilidade tátil plantar estavam associadas a pior desempenho no TUG, dificuldade em subir e descer escada e de andar um quilômetro. Observaram ainda que o os idosos que relataram ter caído nos útimos 12 meses apresentavam problemas de sensibilidade tátil. Menz et al(18) relatam que as características do pé, deformidades dos dedos do pé (incluindo hálux valgo) e diminuição da flexibilidade do tornozelo contribuem significativamente para o desequilíbrio e diminuição da capacidade funcional em idosos. Em particular, a sensibilidade da região tátil plantar dos pés e a flexibilidade do tornozelo foram fortemente correlacionadas com a oscilação postural. Entretando, a flexibilidade do tornozelo e a força dos músculos flexores plantares dos dedos do pé foram consistentemente associados à testes de capacidade funcional. Além disso, os autores sugerem que intervenções com o objetivo de aumentar a flexibilidade do tornozelo, a força dos músculos flexores plantares dedo do pé e, em especial, aumentar a informação sensorial da região tátil plantar dos pés, são determinates para melhora do equilibrio e da capacidade funcional em idosos e, consequentemene auxiliariam na redução do risco de quedas em pessoas idosas. Menz et al(18) sugerem que estudos de intervenção para reduzir o risco de quedas podem utilizar estratégias de aumento da informações sensoriais na região tátil dos pés, a inclusão de alongamento e fortalecimento com exercícios para o pé e tornozelo. 52 Este estudo, apesar de ter sido realizado com uma amostra adequada de idosos para o objetivo do estudo, trata-se de uma amostra por conveniência que não pode ser considerada representativa do contingente populacional de idosos da região, uma vez que foi escolhida apenas uma área de abrangência do Programa de Saúde da Família. No entanto, estes idosos representam parte dos usuários inseridos na atenção primária, que é de grande importância para atuação da fisioterapia, no que diz respeito à avaliação e detecção precoce de disfunções, de incapacidades e de restrição no desempenho funcional. A avaliação da sensibilidade tátil plantar não é incorporada a avaliação do idoso regulamente pelos profissionais da área da saúde, especialmente considerando-se que os idosos avaliados no presente estudo eram saudáveis na comunidade e que uma busca ativa da disfunção da sensibilidade plantar não teria indicação como procedimento investigativo de rotina. 53 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Algumas limitações no procedimento de aplicação só foram sanadas quando o projeto piloto foi realizado. No projeto piloto o idoso permanecia de olhos vendados durante todo o teste e isso dificultava a percepção sensorial e contribuía para demora na realização do teste, o que poderia comprometer a atenção, motivação e colaboração dos participantes. Porém, após a sugestão da banca de qualificação de colocar um anteparo à frente do olhar dos idosos, isto facilitou muito à dinâmica e adesão ao teste, principalmente porque eles respondiam de forma mais rápida e com maior precisão. O fato do presente estudo ter sido realizado em domicílio fez com que os pesquisadores tivessem que lidar com problemas psicológicos e sociais, contribuindo para a demora na coleta dos dados. Percebeu-se muitas mulheres idosas que moravam sozinhas apresentavam-se tristes, choravam, relatavam sentir mais dores, insônia e solicitavam maior tempo de permanência dos pesquisadores. Realmente foi de grande aprendizado pessoal e profissional esse contato face-a-face na residência dos idosos, pois a fisioterapia observa de perto os problemas relacionados tanto à saúde física quanto mental do idoso, proporcionando melhor segurança no momento de orientar o idoso diante dos aspectos ambientais, fisiológicos e psicológicos que podem contribuir com fatores deletérios para sua dependência funcional no que se refere à alterações de equilíbrio, da força de membros inferiores, de mobilidade, da sensibilidade da região tátil plantar dos pés e, possivelmente, dos eventos de quedas. Em virtude dos resultados do nosso estudo no que se diz respeito à relação da alteração de sensibilidade com a capacidade e desempenho funcional, percebe-se a importância, de não só a fisioterapia, mas todos os profissionais de saúde, de avaliar a saúde funcional do idoso com instrumentos validados, consistentes, reprodutíveis. 54 8 CONCLUSÃO No geral, houve concordância substancial à quase perfeita entre os avaliadores e no mesmo avaliador. Este resultado é promissor uma vez que sinaliza para a consolidação do uso dos monofilamentos Semmes-Weinstein como uma ferramenta confiável da avaliação da sensibilidade tátil da planta dos pés em idosos da comunidade. A validação concorrente foi associada de forma mais evidente e significativa para mobilidade e funcionalidade física de membros inferiores do que para o desempenho funcional em atividades. A avaliação da sensibilidade tátil plantar não é uma prática incorporada à avaliação do idoso de forma regular pelos profissionais da área da saúde. Especialmente considerando-se que os idosos avaliados no presente estudo, eram “saudáveis na comunidade”; e que uma busca ativa de alterações da sensibilidade plantar, para esse tipo de população, não teria indicação como procedimento investigativo de rotina. Portanto, percebe-se que diante dos resultados encontrados, há evidente importância dessa avaliação preventiva em idosos, aparentemente, saudáveis da comunidade, como prioridade para possibilidade de prevenir futuras quedas. Sendo assim, ressalta-se a importância de outros estudos com esse enfoque investigativo e de acompanhamento de idosos da comunidade, objetivando avaliar a relação da alteração de sensibilidade tátil plantar, capacidade funcional e quedas. 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Zhang S, Li L. 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Escolaridade: anos de escolaridade completo ______ 1() analfabeto 2() primário 1º grau 4() colegial 2º grau 6() superior 3() primário 1º incompleto 5() colegial 2º incompleto 7( ) superior incompleto 8( ) 62 Q8. Situação ocupacional: 1 ( )Aposentado(a) 2 ( ) Pensionista 3 ( ) Aposentado (a) e trabalha/profissão: ____________________________________ 4 ( ) Trabalhador ativo/profissão: __________________________________________ 5 ( ) Do lar Q9. Renda mensal/ salário mínimo 1 ( ) até 1 2 ( ) de 2 a 3 3 ( ) de 3 a 4 4 ( ) de 4 a 5 5 ( ) 5 ou mais 6 ( ) sem renda mensal Q10. Fatores relacionados à saúde 1( ) Hipertensão Arterial 2 () Osteoartrite 3 ( ) Incontinência Urinária 4 ( ) não 5 ( ) outros: _______________________________________________________ Q11. Medicamentos 1 ( ) sim/ quantidade: ________ Quais: __________________________________________________________________ 2 ( ) não Q12. História de queda nos últimos 12 meses 1 ( ) sim/quantidade _______ Local da queda:___________________________________________________________ 2 ( ) não Q13. Ocorreu fratura após a queda 1( ) sim/ região: __________________________________________________________ 2. ( ) não Q14. Estar sentindo dor 1 ( ) sim/ local: ___________________________________________________________ 63 2 ( ) não Q15. Sente Câimbras 1 ( ) sim/ região:__________________________________________________________ 2. ( ) não Q16. Sente formigamentos 1 ( ) sim/ região: __________________________________________________________ 2 ( ) não Q17. Sente fadiga/ cansaço 1 ( ) sim/ região: __________________________________________________________ 2 ( ) não Q18. Tabagista 1 ( ) sim/ quantos cigarros por dia: ___________________________________________ 2 ( ) não Q19. Ingestão diária de bebida alcoólica 1 ( ) sim 2 ( ) não Q20. Usa drogas 1 ( ) sim 2 ( ) não Q21. Durante o mês passado, como você avalia a qualidade geral do seu sono? 1 ( ) Excelente 2 ( ) boa 3 ( ) regular 4 ( ) ruim Q22. Como você define sua saúde? (percepção subjetiva da saúde) 1 ( ) Excelente 2 ( ) boa 3 ( ) regular 4 ( ) ruim Avaliação Com Monofilamentos de Semmes-Weinstein Avaliador1 (pesquisador): ________________________________________________________ Data da avaliação: _____/_____/_____ Critérios de randomização: Especifique nos retângulos, abaixo, a ordem de sorteio/aplicação do teste (1º, 2º, 3º e 4º). Monofilamento 2g Monofilamento 4g 64 Monofilamento 10g Q23. Falange 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não distal do hálux 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim ( 2)não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: ( 1)sim (2 )não Q24. Cabeça 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não primeiro 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não metatarso 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não cabeça 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não terceiro 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não metatarso 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não Q25. cabeça do 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não quinto metatarso 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não Sítios de aplicação Q25. Q26. Calcanhar Avaliação Com Monofilamentos de Semmes-Weinstein Avaliador 2 (estudante de fisioterapia): ________________________________________________________ Data da avaliação: _____/_____/_____ Critérios de randomização: Especifique nos retângulos, abaixo, a ordem de sorteio/aplicação do teste (1º, 2º, 3º e 4º). Sítios de Monofilamento 2g Monofilamento 4g Monofilamento 10g 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim ( 2)não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: ( 1)sim (2 )não cabeça 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não primeiro 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não metatarso 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não aplicação Q23. Falange 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não distal do hálux Q24. 65 Q25. cabeça 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não terceiro 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não metatarso 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não Q25. cabeça do 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não quinto metatarso 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não Q26. Calcanhar Avaliação com Monofilamentos de Semmes-Weinstein após uma semana Avaliador 1 (pesquisador): ________________________________________________________ Data da avaliação: _____/_____/_____ Sítios de Monofilamento 2g Monofilamento 4g Monofilamento 10g 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim ( 2)não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: ( 1)sim (2 )não cabeça 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não primeiro 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não metatarso 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não cabeça 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não terceiro 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não metatarso 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não Q25. cabeça do 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não aplicação Q23. Falange 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não distal do hálux Q24. Q25. 66 quinto metatarso Q26. Calcanhar 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 1ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 2ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não 3ª tentativa: (1 )sim (2 )não Critérios de randomização: Especifique nos retângulos, abaixo, a ordem de sorteio/aplicação do teste (1º, 2º, 3º e 4º). 67 ANEXOS 68 ANEXO A- Mini-Exame do Estado Mental Instruções: Dar 20 segundos para cada resposta. Na parte de Atenção e cálculo: Subtrair 7 de cada vez por cinco vezes, se der a resposta errada, pode emitir a correção. Agora vou lhe fazer algumas perguntas que exigem atenção e um pouco da sua memória. Por favor, tente se concentrar para respondê-las. QUESTÕES Que dia é hoje? RESPOSTAS Em que mês estamos? Em que ano estamos? Em que dia da semana estamos? Que horas são agora aproximadamente? (considere correta a variação de mais ou menos uma hora) Em que local estamos? (dormitório, sala, apontando para o chão) Que local é este aqui? (apontando ao redor em sentido mais amplo para a casa) Em que bairro nós estamos ou qual o nome de uma rua próxima? Em que cidade nós estamos? Em que estado nós estamos? Vou dizer 3 palavras e o (a) senhor(a) irá CARRO repeti-las a seguir: CARRO – VASO – TIJOLO (Falar as 3 palavras em seqüência. Caso o VASO idoso não consiga, repetir 3 vezes para aprendizado. Pontue a primeira tentativa) TIJOLO Gostaria que o(a) senhor(a) me dissesse quanto é: 100 – 7 _________ (Se houver erro, corrija e prossiga. Considere correto se o examinador espontaneamente se corrigir) 93 – 7 __________ PONTUAÇÃO ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado 86 – 7 __________ ( 1 ) certo ( 2 ) errado 79 – 7 __________ ( 1 ) certo ( 2 ) errado 72 – 7 __________ ( 1 ) certo 69 ( 2 ) errado Se a resposta for não, na questão acima, O ( peça-lhe para soletrar a palavra “mundo” de trás para frente. D( ) ( 1 ) certo ( 2 ) errado ) ( 1 ) certo ( 2 ) errado N( ) ( 1 ) certo ( 2 ) errado U( ) ( 1 ) certo ( 2 ) errado M( ) ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado O(A) senhor(a) consegue se lembrar das 3 palavras que lhe pedi que repetisse agora CARRO há pouco? VASO ( 1 ) certo ( 2 ) errado TIJOLO ( 1 ) certo ( 2 ) errado Mostre um relógio e peça ao entrevistado que diga o nome. Mostre uma caneta e peça ao entrevistado que diga o nome. Preste atenção: vou lhe dizer uma frase e quero que repita depois de mim: NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ (Considere somente se a repetição for perfeita) ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado Agora pegue este papel com a mão direita. Dobre-o ao meio e coloque no chão. (Falar todos os comandos de uma vez só) Vou lhe mostrar uma folha onde esta escrito uma frase. Gostaria que fizesse o que está escrito: FECHE OS OLHOS Gostaria que o(a) senhor(a) escrevesse uma frase de sua escolha, qualquer uma, não precisa ser grande. Vou lhe mostrar um desenho e gostaria que o(a) senhor(a) copiasse, tentando fazer o melhor possível. Desenhar no verso da folha. (Considere apenas se houver 2 pentágonos interseccionado, 10 ângulos, formando uma figura com 4 lados ou com 2 ângulos). ( 1 ) certo ( 2 ) errado MOSTRE CARTÃO! ( 1 ) certo O ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado ( 1 ) certo ( 2 ) errado MOSTRE CARTÃO! Escore Total: O 70 Ponto de corte segundo Bertolucci e colaboradores, 1994 Analfabetos = 13 Fundamental(até 8 anos de escolaridade) = 18 Médio(9 anos ou mais de escolaridade) 26 Anos de escolaridade: ____________ 71 ANEXO B - Índice de Comorbidade Funcional O (A) Senhor(a) tem algum desses problemas: DOENÇA PONTUAÇÃO Artrite (reumatoide ou osteoartrite) (1) Sim (0) Não Osteoporose (1) Sim (0) Não Asma (1) Sim (0) Não Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Síndrome da Angústia Respiratória Adquirida (SARA), ou enfisema (1) Sim (0) Não Angina (1) Sim (0) Não Insuficiência Cardíaca Congestiva (ou doença do coração) (1) Sim (0) Não Ataque do coração (infarto do miocárdio) (1) Sim (0) Não Doença neurológica (como esclerose múltipla ou Parkinson) (1) Sim (0) Não Acidente Vascular Encefálico ou Ataque Transitório Isquêmico (1) Sim (0) Não Doenças Vasculares Periféricas (1) Sim (0) Não Diabetes tipos I e II (1) Sim (0) Não Doenças gastrointestinais altas (ulcera, hérnia, refluxo) (1) Sim (0) Não Depressão (1) Sim (0) Não Ansiedade ou ataques de pânico (1) Sim (0) Não Alterações visuais (tais como catarata, glaucoma, degeneração macular) (1) Sim (0) Não Deficiências auditivas (muito difícil de ouvir, mesmo com aparelho de audição) Doenças degenerativas discal (doença coluna, estenose espinal ou dor severa crônica na coluna) Obesidade e/ou índice de massa corporal > 30 (peso em Kg/estatura em metros²) Pontuação total (1) Sim (0) Não (1) Sim (0) Não (1) Sim (0) Não Cálculo do IMC Estatura = ________ cm Peso = ___________ Kg IMC = Peso x Estatura2 IMC = ____ x _____ IMC = _______ AVALIAÇÃO DA DOR Esporádica sim ( ) não ( ) Semanal sim ( ) não ( ) Diária sim ( ) não ( ) LOCAL DA DOR Coluna (lombar, dorsal ou cervical) sim ( ) não ( ) Ombros sim ( ) não ( ) Mãos sim ( ) não ( ) Quadril sim ( ) não ( ) Joelhos sim ( ) não ( ) Tornozelo sim ( ) não ( ) Pés sim ( ) não ( ) 72 ANEXO C- Avaliação de Problemas nos Pés em Idosos Dor nos pés O senhor tem ou sofre de dores nos pés? [ ] Sim (5 pontos) [ ] Não (0 pontos) Problemas nos pés Observação: A presença e a gravidade do hálux valgo será determinada com base na escala de Manchester, desenvolvida por Garrow e colaboradores. O examinador utilizará uma folha contendo a representação fotográfica de quatro pés com diferentes graus de deformidade no hálux. Para determinar a gravidade do hálux valgo o sujeito deverá permanecer em pé e será instruído a dar alguns passos no lugar e em seguida parar numa posição relaxada. O examinador deverá colocar a folha com a representação fotográfica ao lado do pé dominante, ou de maior apoio, e selecionar a imagem que mais se assemelha ao grau de hálux valgo do sujeito. Instrução: Por favor, fique em pé e dê alguns passos no lugar, pare e permaneça em pé. Hálux valgo [ ] Sem deformidade (0 pontos) [ ] Deformidade leve (1 ponto) [ ] Deformidade moderada (2 pontos) [ ] Deformidade grave (3 pontos) Artelhos (exceto o hálux) Há espessamento de pele ou calosidades? [ ] Não [ ] Sim Quantos?________ (1 ponto para cada espessamento ou calosidade) Há deformidades articulares? [ ] Não [ ] Sim Quantas? _______________ (1 ponto para cada articulação fixa em flexão, extensão ou com proeminência óssea) 73 Observação: Deformidades nos artelhos menores (todos os demais exceto o hálux) serão classificadas de acordo com o número de articulações afetadas. Por exemplo, um artelho em pinça, em que as articulações interfalangeanas proximal ou distal estão fixas e fletidas, devera receber dois pontos, enquanto um artelho em martelo, em que apenas a articulação intefalangeana proximal esta afetada receberá um ponto. Instruções: Por favor sente-se e levante o pé para que eu possa olhar a sola do seu pé. Superfície plantar Há espessamento de pele ou calosidades? [ ] Não [ ] Sim Quantas?_______________ (1 ponto para cada espessamento ou calosidade) 74 ANEXO D- Levantar e Caminhar Cronometrado (Timed Up And Go Test) Procedimentos: O senhor(a) realiza uma vez o teste para se familiarizar e corrigir possíveis erros; Utilizar calçados habituais e óculos (caso use) ou dispositivo de auxílio à marcha; Usar cadeira com braços com altura do assento ao chão variando-se de 43-46 cm. Instrução: Sujeito sentado em uma cadeira com braços, com as costas apoiadas. Após o comando “vá” e o senhor(a) desencosta do encosto da cadeira, aciona-se o cronometro. Deve-se levantar da cadeira e andar um percurso linear de 3 metros, com passos seguros e retornar em direção à cadeira e sentar-se novamente com as costa apoiadas no encosto, nesse momento pára-se o cronometro. TEMPO GASTO NA TAREFA: segundos 75 ANEXO E- Versão Brasileira do SPP 76 77 78 79 80 ANEXO F- WHODAS II A entrevista é sobre as dificuldades que as pessoas têm por causa de sua condição de saúde.(ALCANCE O CARTÃO No. 1 PARA O RESPONDENTE).Por condição de saúde, eu quero dizer doenças diagnosticadas pelo médico ou percebidas pelo paciente, outros problemas de saúde que podem ser de curta ou de longa duração, lesões, problemas mentais ou emocionais e problemas com álcool ou drogas. Relembro que você deve ter em mente todos seus problemas de saúde enquanto responde às perguntas. Quando eu perguntar sobre suas dificuldades para fazer uma atividade pense em (APONTE PARA O CARTÃO No. 1). (APONTE PARA O CARTÃO No. 1). Quando estiver respondendo, eu gostaria que você pensasse sobre os últimos 30 dias. Eu também gostaria que você respondesse a estas perguntas pensando no grau de dificuldade que você teve, na média dos últimos 30 dias, enquanto fazia a atividade tal como geralmente a faz. (ALCANCE O CARTÃO No. 2 PARA O RESPONDENTE).Utilize esta escala enquanto estiver respondendo. (LEIA OS CARTÕES EM VOZ ALTA) (OS CARTÕES No. 1& 2 DEVEM PERMANECER VISÍVEIS PARA O RESPONDENTE DURANTE A ENTREVISTA. ) Q47 Como você avaliaria sua saúde geral nos últimos 30 dias? 1.Muito boa 2.Boa 3.Média 3. Ruim4.Muito ruim (Leia as opções para o respondente) MOSTRE O CARTÃO No. 2 para o participante. Q48 Nos últimos 30 dias, que grau de dificuldade você teve em (ou para): Nenhum Leve Médio Grave Extremo / Não consigo fazer Q49 Ficar de pé por períodos tão longos quanto 30 minutos? 1 2 3 4 5 Q50 Aprender uma nova tarefa, como, por exemplo, aprender a chegar a um lugar novo? 1 2 3 4 5 81 Q51 Você teve problema para se engajar (participar) em atividades da comunidade (por exemplo, festividades, atividades religiosas, etc.) da mesma forma que qualquer pessoa consegue? Q52 Q53 Q54 1 2 3 4 5 Você foi emocionalmente afetado por seus problemas de saúde? 1 2 3 4 5 Concentrar-se por 10 minutos para fazer alguma coisa? 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Caminhar uma grande distância, tal como um quilômetro (ou dez quadras)? 82 ANEXO G– IPEQ Nos últimos 30 dias, que grau de dificuldade você teve em (ou para): Nenhum Leve Médio Grave Extremo / Não consigo fazer Q55 Lavar seu corpo todo? 1 2 3 4 5 Q56 Vestir-se? 1 2 3 4 5 Q57 Lidar com pessoas que você não conhece? 1 2 3 4 5 Q58 Manter uma amizade? 1 2 3 4 5 Q59 Seu trabalho no dia a dia? 1 2 3 4 5 Q60 Nenhu m Leve Médio Grave Extremo / Não consigo fazer 1 2 3 4 5 Em geral, em que grau essas dificuldades interferem na sua vida?(Leia as opções para o respondente) Em geral, nos últimos 30 dias, em Q61 quantos dias essa dificuldade esteve presente? Nos últimos 30 dias, por quantos dias você esteve totalmente incapacitado de desempenhar suas Q62 atividades usuais ou seu trabalho em função de qualquer condição de saúde? Nos últimos 30 dias, sem contar os dias em que você esteve totalmente incapacitado, por quantos dias você Q63 teve que cortar ou reduzir suas atividades habituais ou seu trabalho devido a alguma condição de saúde? REGISTRE O NÚMERO DE DIAS ___ ___ REGISTRE O NÚMERO DE DIAS ___ ___ REGISTRE O NÚMERO DE DIAS ___ ___ 83 Versão Português-Brasileiro do Incidental and Planned Exercise Questionnaire-IPEQ (versão W). Estamos interessados em saber o quanto de atividade física você fez na última semana. Para isto precisamos saber quais atividades você fez, quantas vezes por semana e por quanto tempo. Responda sempre pensando na semana passada, mesmo que na última semana, por algum motivo, você não tenha feito todas as atividades que costuma fazer. Durante a última semana, quanto tempo mais ou menos você gastou por semana nas atividades abaixo? Caso você não faça nenhuma atividade, marque com (x) o parêntese abaixo e passe para a questão 5 1. ( )nenhum Tipo de exercício - 30 min. 1. Aulas de ginástica 2. Exercícios em casa (ex. bicicleta ergométrica, alongamento). 3. Se você faz outro tipo de atividade física, escreva na linha abaixo: _____________ 4. Se você faz outro tipo de atividade física, escreva na linha abaixo: ___________ Se você faz outro tipo de atividade física, escreva na linha abaixo: ____________ Número de vezes /semana ______ 1 = 1 VEZ/ 2= 2VEZES 3= 3 VEZES/ 4= 4 + VEZES Número de vezes/semana _____ 1 = 1 VEZ/ 2= 2VEZES 3= 3 VEZES/ 4= 4 + VEZES Número de vezes/semana _____ 1 = 1 VEZ/ 2= 2VEZES 3= 3 VEZES/ 4= 4 + VEZES Número de vezes/semana ______ 1 = 1 VEZ/ 2= 2VEZES 3= 3 VEZES/ 4= 4 + VEZES Número de vezes/semana _____ 1 = 1 VEZ/ 2= 2VEZES 3= 3 VEZES/ 4= 4 + VEZES Duração por sessão 30-45 min. + 45 min. 1-2h 2-4h 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 84 Exemplos de outras atividades: bocha, musculação, tênis, natação, dança, corrida, andar de bicicleta, Yoga, Lian Gong, vôlei, etc. 5. Durante a última semana, quantas vezes você saiu para caminhar, com o objetivo de se exercitar, em média, por semana? (ou seja, andou no parque, andou na rua, fez caminhadas ecológicas ou trilhas, caminhou com o cachorro, etc) Todos os dias 1( ) 3-6 vezes/semana 2( ) Duas vezes/semana 3( ) Uma vez/semana 4( ) Menos de uma vez/semana 5( ) Nenhuma 6( )Favor passar para a questão 7 6. Nestes tipos de caminhada que você mencionou acima, com o objetivo de se exercitar, por quanto tempo você andou? Menos de 15 minutos por dia 1( ) De 15 a menos de 30 minutos por dia 2( ) De 30 minutos a menos de uma hora por dia 3( ) De uma hora a menos de duas horas por dia 4( ) De duas a menos de quatro horas por dia 5( ) Mais de quatro horas por dia 6( ) 7. Durante a última semana, quantas vezes na semana você fez outros tipos de caminhada (por exemplo, foi a pé até o médico ou até a farmácia ou até a padaria/supermercado)? Todos os dias 1( ) 3-6 vezes por semana 2( ) Duas vezes por semana 3( ) Uma vez por semana 3( ) Menos de uma vez por semana 4( ) Nenhuma 5( )Favor passar para a questão 9 8. Nestes outros tipos de caminhadas (por exemplo, foi a pé até o médico ou até a farmácia ou até a padaria/supermercado)por quanto tempo você andou? Menos de 15 minutos por dia 1( ) De 15 a menos de 30 minutos por dia 2( ) De 30 minutos a menos de uma hora por dia 3( ) De uma a menos de duas horas por dia 4( ) De duas a menos de quatro horas por dia 5( ) 85 Mais de quatro horas por dia 6( ) 9. Durante a última semana, além das caminhadas que você mencionou acima, quanto tempo você gastou por dia fazendo outras atividades ao ar livre (fora de casa), como reparos na casa,cuidar do jardim ou plantas, varrer a calçada ou quintal e etc? (excluindo trabalho doméstico e atividades dentro de casa) Nenhum (não cuida do jardim ou plantas) 1( ) Menos de 15 minutos por dia 2( ) De 15 a menos de 30 minutos por dia 3( ) De 30 a menos de 60 minutos por dia 4( ) De uma a menos de duas horas por dia 5( ) De duas a menos de quatro horas por dia 6( ) Mais de quatro horas por dia 7( ) 10. Durante a última semana, quantas horas por dia você passou em pé, dentro de casa, fazendo trabalho doméstico, cuidando de si ou de outra pessoa? Nenhuma (vive num asilo ou numa residência para idosos) 1( ) Menos de 15 minutos por dia 2( ) De 15 a menos de 30 minutos por dia 3( ) De 30 a menos de 60 minutos por dia 4( ) De uma a menos de duas horas por dia 5( ) De duas a menos de quatro horas por dia 6( ) Mais de quatro horas por dia 7( ) 86 ANEXO H - Declaração de Riscos e Benefícios Envolvidos Título da Pesquisa “Avaliar a reprodutibilidade inter observadores e intra observador e a validade concorrente dos monofilamentos de Semmes – Weinstein na população idosa comunitária.” Pesquisador responsável / orientador: Profa Dra Monica Rodrigues Perracini Especificação dos riscos envolvidos: Os riscos da pesquisa são mínimos, já que os participantes serão apenas requisitados a realizar atividades comuns do seu dia a dia levantar-se de uma cadeira, caminhar em superfície plana, sentar-se novamente, e permanecer na posição ortostática. Ressalta-se que estarão sob supervisão constante do examinador e serão instruídos a descansar sempre que necessário. Há o risco mínimo de queda, semelhante ao que ele tem no seu cotidiano. Caso uma queda ocorra, o idoso será avaliado na proporia residência por um médico, membro da equipe do PSF que orientará o examinador e o idoso quanto ao encaminhamento necessário. Data: 19/04/2013 _____________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável / Orientador Formulário de encaminhamento de Pesquisa (envolvendo seres humanos e animais) Protocolo 1- IDENTIFICAÇÃO (pesquisador responsável / orientador – não omitir nem abreviar nomes) 1.1 Nome: Monica Rodrigues Perracini 1.2 Endereço: Rua Cesário Galeno, 448 Telefone: (11) 21781565 e-mail: [email protected] 1.3 Nome e telefone de outros pesquisadores envolvidos na pesquisa: Aurelio Dias Santos tel: 088-99095598 87 2. DADOS SOBRE PESQUISA (não abreviar) 2.1 Título Avaliar a reprodutibilidade inter observadores e intraobservadore a validade concorrente dos monofilamentos de Semmes – Weinstein na população idosa comunitária 2.2 Área na qual o Projeto se enquadra (consultar tabela do CNPq – Vide Site) Ciências da Saúde – Fisioterapia e Terapia Ocupacional 2.3 Resumo do Projeto (máximo 100 palavras) O objetivo deste estudo é investigar a reprodutibilidade inter e intra-observador dos monofilamentos de Semmes-Weinstein em idosos comunitários e realizar a validação concorrente dos monofilamentos de Semmes-Weinstein comparando a sensibilidade cutânea plantar de idosos com desempenho funcional medido pelo WHODAS II e com a capacidade funcional avaliada por meio do TimedUpandGoTest - TUG e do Short Physical Performance Battery – SPPB. Para tal serão avaliados idosos comunitários residentes na área de abrangência do Programa de Saúde da Família do bairro de Novo Juazeiro em Juazeiro do Norte. 3. ORIGEM DA PESQUISA Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Monografia (Especialização) XDissertação (Mestrado) Tese (Doutorado) Outros (Especificar): Projeto de Inciação Científica PIBIC 4. LOCAL DA REALIZAÇÃO DA PESQUISA X Outras Instituições Local: sala de avaliação (Programa de saúde da Família) 5. DURAÇÃO DA PESQUISA EM MESES 24 meses 6. ANÁLISE PRESUMÍVEL DO RISCO PARA O(S) SUJEITO(S) DA PESQUISA: Ausência de Risco _______ Grau de risco: Grande _______ Médio _______Pequeno X 88 7. MANIFESTAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELO LOCAL ONDE SERÁ DESENVOLVIDA A PESQUISA Declaro estar de acordo com a realização do trabalho de pesquisa nesta unidade e asseguro facilitar as medidas cabíveis para o desenvolvimento deste trabalho. Nome: ______________________________________ Unidade: ____________________ Cargo ou função:__________________________________________________________ São Paulo, ______________________ _________________________ Assinatura 89 ANEXO I - Manifestação do Responsável pela Unidade Onde o Pesquisador está Lotado na UNICID Declaro que estou ciente das atividades envolvidas neste projeto de pesquisa e manifesto minha formal anuência de que, caso seja aprovado e levado a termo, serão tomadas todas as medidas cabíveis para assegurar o correto desenvolvimento deste trabalho. Declaro, ainda, que estou ciente de que, em caso de não cumprimento de quaisquer aspectos éticos ao longo deste trabalho, serão considerados responsáveis o pesquisador responsável / orientação, demais participantes e o responsável pela unidade onde será desenvolvida a pesquisa. Nome: ________________________________________________ Unidade: __________ Cargo ou Função: _________________________________________________________ São Paulo, ___/___/___ ____________________ Assinatura 90 ANEXO J - Termo de Comprometimento de Sigilo Eu, _____________________________________________________________, responsável pela pesquisa “Avaliar a Reprodutibilidade Inter Observadores e Intraobservador e a Validade Concorrente dos Monofilamentos de Semmes – Weinstein na População Idosa Comunitária” declaro meu comprometimento ético em manter o mais alto grau de segurança e sigilo em relação aos dados coletados dos pacientes. Data: __/__/___ __________________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável 91 ANEXO K - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido O Sr.(a) _________________________________________________________ RG n.o ______________________, nascido em __________________, do sexo ___________________, residente em (a)_____________________________________________________________________ na cidade de Juazeiro do Norte-CE, está sendo convidado a participar do estudo “AVALIAR A REPRODUTIBILIDADE INTER OBSERVADORES E INTRAOBSERVADOR E A VALIDADE CONCORRENTE DOS MONOFILAMENTOS DE SEMMES – WEINSTEIN NA POPULAÇÃO IDOSA COMUNITÁRIA” Esse estudo tem o objetivo de esclarecer se a utilização dos monofilamentos (fios de nylon) comumente utilizados para avaliar a sensibilidade cutânea da planta dos pés é confiável e se o comprometimento da sensibilidade altera a capacidade funcional de idosos. Para isto iremos tocar com um fio de nylon a planta do seu pé para investigar se é capaz de sentir a pressão que foi aplicada. Além disso, o Sr(a) terá que responder algumas perguntas relacionadas a sua saúde, tais como doenças, remédios que toma e realizar alguns movimentos simples como sentar e levantar da cadeira, andar e ficar parado na posição de pé. Neste estudo os riscos são mínimos, já que o Sr(a). só irá ficar em pé e parado, caminhar, sentar e levantar da cadeira e responder a algumas perguntas sobre suas atividades diárias. Então, os riscos são os mesmos que o Sr(a). corre durante o seu dia-dia. O Sr(a). poderá sentir-se cansado porém será permitido uma pausa caso haja necessidade. Há um risco mínimo de queda que será amenizado pela presença constante do pesquisador, caso uma queda ocorra o médico do PSF será chamado e fará um pronto-atendimento e encaminhará a outro serviço de saúde se houver necessidade. Qualquer dúvida ou esclarecimento poderá ser dado pelo pesquisador responsável, Monica Rodrigues Perracini e que pode ser encontrada na Rua Cesário Galeno, 448 (UNICID) ou através dos telefones 21781564 ou 21781565 e no celular (011) 991578206 ou pelo pesquisador auxiliar Aurélio Dias Santos, residente a Rua Cícero Ribeiro de Alencar no. 24, Bairro Novo Juazeiro. Telefone: 088-99095598. O Sr. (a) _________________________________________________________ tem garantia de sigilo de todas as informações coletadas e pode retirar seu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de benefício. Declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste estudo, sobre as técnicas e procedimentos a que estarei sendo submetido e sobre os riscos e 92 desconfortos que poderão ocorrer. Recebi garantias de total sigilo e de obter novos esclarecimentos sempre que desejar. Assim, concordo em participar voluntariamente deste estudo e sei que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de qualquer benefício (caso o sujeito de pesquisa esteja matriculado na Instituição onde a pesquisa está sendo realizada). Data: __ /_/ __ _____________________________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa ou representante legal _____________________________________________ Pesquisador responsável / orientador Eu, _____________________________________________________________, responsável pela pesquisa Avaliar a reprodutibilidade inter observadores e intraobservador e a validade concorrente dos monofilamentos de Semmes – Weinstein na população idosa comunitária e declaro que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa para realizar este estudo. Data: __/__/___ __________________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável 93 ANEXO L - Termo de Responsabilidade do Pesquisador / Orientador Declaro que respeito e tenho pleno conhecimento dos procedimentos éticos que envolvem a execução deste Projeto de Pesquisa: AVALIAR A REPRODUTIBILIDADE INTER OBSERVADORES E INTRAOBSERVADORE A VALIDADE CONCORRENTE DOS MONOFILAMENTOS DE SEMMES – WEINSTEIN NA POPULAÇÃO IDOSA COMUNITÁRIA” Nome: ____________________________________________________________ São Paulo,___/___/___ ____________________ Assinatura DOCUMENTOS A ANEXAR(modelos disponíveis no site) 1. Projeto de Pesquisa(nos moldes definidos pela CAAP); 2. Currículo sintético dos pesquisadores; 3. Análise crítica de riscos e benefícios envolvidos; 4. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, quando cabível, a ser preenchido pelos sujeitos da pesquisa; 5. Folha de Rosto para pesquisa a ser enviada ao CONEP em Brasília. PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP) DATA ____/____/____ 1. APROVADO 2. Aprovado com recomendações 3. Com pendências: _________________________________________________________ 4. REPROVADO Parecer: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 94 ANEXO M – Parecer Consubstancial do Comitê de Ética em Pesquisa