LABACE, o grande show do mercado da aviação

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LABACE, o grande show do mercado da aviação
LABACE
O GRANDE SHOW DA AVIAÇÃO EXECUTIVA
Ana Rita
Texto: Solange Galante - Fotos: Flavio Marcos de Souza
A nova edição da segunda
maior feira de aviação
executiva do mundo
novamente bateu recordes
e comprovou que todos
os fabricantes apostam na
América Latina.
equiparou em importância a aviação executiva à
rede mundial de computadores: “a aviação geral,
especialmente a executiva, é a internet física conectando as pessoas”.
Durante o evento, a Associação Brasileira de
Aviação Geral (Abag) lançou a segunda edição
do Anuário Brasileiro de Aviação Executiva que,
entre outros dados, mostrou que a frota da aviação
geral no Brasil cresceu 6,4% de 2010 para 2011, e
também foi lançada uma campanha sob o slogan
“Aviação Geral, Patrimônio Nacional”. A proposta
é mostrar a importância da aviação geral para o
crescimento do Brasil, pois enquanto a aviação
comercial conecta pouco mais de 130 dos mais
de 5.500 municípios existentes no País, a aviação
geral atinge cerca de 3.500 aeródromos.
Wagner Bittencourt, ministro da Secretaria de Aviação Civil, inaugura a Labace.
Labace Hoje, edição especial da Flap Internacional, foi a revista oficial do evento.
Realizada entre os dias 15 e 17 de agosto, a
Labace mudou de calendário, passando a ter início na quarta-feira e término na sexta, conforme
sugestões dos expositores das edições anteriores.
E o evento já abriu com números superiores aos
de 2011: 190 expositores (20 a mais que no ano
anterior) e 70 aeronaves (três a mais). No final de
três dias, bateu um recorde de público: 16.722 visitantes (em 2011 havia sido pouco mais de 15 mil).
Na cerimônia de abertura, presenças importantes como a do ministro da Secretaria da Aviação
Civil, Wagner Bittencourt; e do Comandante da
Aeronáutica, Juniti Saito. Ed Bolen, presidente da
National Business Aviation Association (NBAA),
Este ano compareceram à Labace 190 expositores.
Fernando de Arruda Botelho, falecido em abril
último, recebeu homenagem póstuma. Já a entrega
do Prêmio Abag 2012 para o governador de Minas
Gerais, Antônio Anastasia, foi transferida devido ao
cancelamento da presença do político para atender
a convocação da presidente Dilma Roussef.
O Helicidade aproveitou a abertura do evento
para também lançar o Projeto Helicóptero Neutro
de Carbono, com apoio do Instituto Brasileiro de
Defesa da Natureza e da Associação Brasileira de
Pilotos de Helicóptero. O objetivo é, por meio do
plantio de árvores, neutralizar todo o CO2 emitido
na natureza durante os sobrevoos de helicópteros.
Aliás, por dois anos consecutivos (2010 e 2011)
o Helicidade recebeu do Instituto o certificado de
Empresa Neutra de Carbono.
A segunda maior feira de aviação executiva
do mundo apresentou-se em 2012 com grande
melhora na organização em relação a 2011. Sem
a incômoda presença das sucatas de aviões comerciais no pátio de Congonhas, o evento ganhou
espaço e as aeronaves ficaram muito melhor posicionadas que nas edições anteriores. Dentro do
pavilhão, nada lembrava o velho hangar da Vasp.
A praça de alimentação também foi instalada lá,
ficando melhor acessível que na edição de 2011.
No entanto, por várias vezes faltaram opções de
pratos e bebidas. Já a falta de gelo, em alguns
momentos, foi contornada mediante uma gorjeta.
Um pouco mais distante estava a sala de imprensa, porém também mais acessível na edição
de 2012, embora no primeiro dia não tenha havido
acesso à internet. Lá fora, os carrinhos elétricos
colocados à disposição dos visitantes para acesso
até a entrada do evento também estavam mais
constantes e evitavam a formação de grandes
filas. No entanto, nem todos os banheiros foram
mantidos limpos, especialmente os externos, sendo flagrados com excesso de lixo, falta de papel,
problemas hidráulicos e filas, por terem se tornado
insuficientes em alguns momentos. No entanto, a
melhora em relação à situação de 2011 foi notória.
Observamos também a falta de lixeiras ao longo
dos caminhos entre as aeronaves expostas.
Uma crítica feita por vários expositores foi a
algazarra dos grupos de estudantes de cursos de
aviação que foram visitar a feira. O incômodo, segundo os críticos, era capaz de prejudicar as vendas,
sendo que a Labace é essencialmente um evento de
negócios e os estudantes estavam lá apenas como
curiosos. A Abag mostrou-se ciente do problema e
entre as opções para a edição de 2013 estudará a
possibilidade de concentrar esse tipo de visitantes
pela manhã ou no último dia somente.
No controle de entrada e saída dos visitantes
houve falta de organização em alguns momentos.
Houve ainda muitas filas para a retirada de credenciais, muita espera no estacionamento – pelo
segundo ano consecutivo – e distribuição de uma
outra revista em um dos corredores no pavilhão de
exposições, desrespeitando o contrato de exclusividade da Flap. O probema logo foi solucionado pela
diretoria da Abag, que proibiu a entrega de exemplares da outra revista nas áreas de circulação comuns.
Setenta aeronaves de todas as categorias estavam expostas em Congonhas.
ESTREIAS
Ano após ano, a Labace atrai novas empresas
para usufruir da visibilidade que a feira proporciona.
Este ano, um dos estreantes foi o Prime Fraction
Club, o primeiro clube brasileiro de compartilhamento de bens de luxo como aviões, helicópteros,
embarcações e automóveis. O Prime foi fundado
em maio de 2010 e, em sua estreia na Labace,
apresentou ao mercado de aviação executiva toda a
sua gama de ativos disponíveis para a compra dentro desse formato. A empresa também colocou em
exposição dois de seus ativos mais populares, o jato
executivo Phenom 100 da Embraer e o helicóptero
AgustaWestland Power, que teve cotas disponíveis
para aquisição imediata no evento. “Nossa participação na Labace este ano é importante pois nos
coloca mais próximos do público da Prime”, declarou Marcus Matta, sócio-diretor do clube. E quem
é esse público? Pessoas de alto poder aquisitivo ou
empresas que, segundo Marcus, já perceberam que
o compartilhamento torna a compra de bens mais
produtiva. “Compartilhar é um novo jeito inteligente
de ter. O modelo de propriedade compartilhada já é
sucesso nos Estados Unidos, Europa e Ásia e, apesar
de ainda novo no Brasil, este tipo de negócio vem
conquistando cada vez mais adeptos.” Mas o Prime
também tem diferenciais em relação a outras empresas de compartilhamento já existentes. É a única do
mundo a disponibilizar ao cliente todos os modais
(automóveis, embarcações, helicópteros e aviões). A
frota aérea atual conta com aeronaves Phenom 100,
Phenom 300, Robinson R44 e R66, Esquilo AS350 B2
e Agusta Power. “Trabalhamos com poucos clientes
por aeronave para ter um nível de atendimento e
qualidade de serviço: três por avião, cinco cotistas
Global 6000,
estreante, que
formará uma
família com
outros três
modelos.
Espaço da
Embraer.
Ao todo,
vieram quatro
aeronaves da
fabricante.
Solange Galante
Espaço da
Bombardier.
Quatro aviões
da fabricante
estavam
presentes.
Presença do Learjet 45XR. Além dele, o 60XR também estava exposto.
Debutante
brasileiro:
Lineage 1000
e seu conceito
“home away
from home”.
54
FLAP
INTERNACIONAL
56
FLAP
por R44, R66 e Esquilo e quatro no Agusta.” Investindo nos produtos nacionais, o Prime Fraction Club
aproveitou a Labace para anunciar a aquisição do
Legacy 500 para sua frota. O novo jato da Embraer
já começou a ser comercializado, para entrega e
início de operação no final de 2014. Com o novo
avião, a empresa torna-se a primeira companhia de
compartilhamento de aeronaves a ter um jato com
capacidade para realizar voos intercontinentais.
A fidelização também é prioridade na empresa
e, para isso, no ato do contrato, o cliente é entrevistado detalhadamente para que o serviço possa atingir
ao máximo as expectativas de quem quer se sentir
um dono exclusivo. A empresa também mantém um
programa de gestão para aqueles proprietários que
desejam profissionalizar a administração do seu ativo, de forma a reduzir custos. O Prime Fraction Club
conta hoje com nove ativos cujo valor é estimado
em cerca de 72 milhões de reais. Estavam também
presentes no evento e também disponibilizando
serviços de compartilhamento e gerenciamento
empresas como a Global Aviation e a Avantto. Aliás,
a Líder Aviação está igualmente lançando a venda
compartilhada de aviões e helicópteros batizada
INTERNACIONAL
Voando
com luxo
no Lineage
1000, com
cinco áreas
de cabine
muito
espaçosas.
como Líder Share, que inicialmente permitirá que até
quatro pessoas compartilhem uma aeronave Hawker
Beechcraft. Será mais um produto a oferecer entre
o leque de opções para aviação executiva disponibilizado pela tradicional empresa mineira. Quanto
à Global, a propriedade compartilhada também é
apenas um de seus serviços, que incluem fretamento, compra, venda e gerenciamento de aeronaves,
hangaragem, atendimento de pista e transporte
aeromédico. Além disso, a empresa também divulgou a expansão de suas bases bem como o conceito
“one stop shop”, em que o cliente encontra todos
os serviços em um mesmo local.
Outra estreante na Labace foi a marca de lubrificantes Mobil, licenciada no Brasil para a Cosan
Lubrificantes e Especialidades, que possui produtos
“nose-to-tail”, ou seja, uma linha completa para a
lubrificação das aeronaves em todos os segmentos.
“Temos uma oferta extremamente ampla e completa
de graxas, hidráulicos, óleos para motor a pistão
também, atendendo, como a gente fala, de ponta a
ponta do avião”, informa Lúcio Guedes de Almeida,
gerente de Vendas da Cosan.
Além de empresas estreantes, várias aeronaves
Veja o vídeo
Houve fila para visitar algumas aeronaves por dentro, especialmente as maiores.
Sempre rei:
Hawker
Beechcraft
King Air 250,
representado
pela Líder
Aviação.
58
FLAP
debutaram na Labace. A Bombardier chegou destacando o Global 6000 (antigo XRS), representando
a nova família de aviões composta por quatro
modelos Global: 5000, 6000, 7000 e 8000. Sendo
apresentado pela primeira vez na América do Sul,
o 6000 chegou equipado com o Global Shower,
chuveiro considerado pela fabricante um dispositivo
pioneiro em termos de conforto para a aviação executiva. Outro destaque é o novo Vision Flight Deck.
Além dele, outros três aviões (um Learjet 45XR, um
Learjet 60XR e um Challenger 300) completaram a
frota trazida pela fabricante canadense. A empresa
também vem procurando oferecer o mais alto nível
de suporte e mais próximo possível de suas bases
operacionais. Uma parte desse compromisso com
os clientes da América Latina foi cumprido com a
inauguração, em 2011, do Escritório de Suporte
Regional em São Paulo. Ele está localizado junto
ao depósito de peças e ao Centro de Serviços Autorizados da Bombardier.
A Bombardier divulgou que o programa Learjet
85 está em dia, com perspectiva de entrada da
aeronave em serviço no final de 2013. O trabalho
nos dois primeiros aviões Learjet 85 de testes e
a plataforma de testes em solo CAST (Complete
Aircraft Static Test) estão em andamento. A outra
novidade anunciada pela Bombardier são os novos aviões da família Learjet, os modelos 70 e 75,
baseados nas plataformas 40 e 45, com melhorias
de motor e o mesmo conceito do Vision do Global.
O interior também será reestilizado utilizando a
mesma linha de design do Learjet 85. A marca
é representada na América Latina pela SynerJet,
que já tem um escritório no México e outro na
Colômbia, e está abrindo escritórios também na
Argentina, no Chile e no Peru. “O que fizemos
bastante este ano foi reestruturar todo o suporte de
manutenção. Adquirimos aquela estrutura grande
da Digex, em São José dos Campos, e a transformamos para atender à linha da Bombardier por
meio da SynerJet Tecnologia, que já foi nomeada
pela Bombardier como centro de serviço autorizado
exclusivo da Bombardier no Brasil”, informou José
Eduardo Brandão, diretor geral da SynerJet.
Outro avião estreante na Labace deste ano foi o
Embraer Lineage 1000, o maior e mais luxuoso jato
executivo da fabricante brasileira, baseado na plataforma Embraer 190, consagrado jato comercial da
companhia. A Embraer aproveitou o deslocamento
da aeronave para participar da Labace e convidou
um seleto grupo de jornalistas para experimentar o
INTERNACIONAL
conforto do jato, que segue o conceito “home away
from home”, ou seja, procurando fazer com que o
cliente se sinta tão confortável a bordo quanto em
sua própria casa. Flap Internacional participou do
voo e, para a imprensa poder desfrutar melhor da
ampla cabine de 115,7 metros cúbicos, logo após a
decolagem de São José dos Campos os comandantes
Joaquim e Edson rumaram para o litoral norte do
Estado de São Paulo, prolongando o voo para uma
hora, a tempo de chegar a São Paulo exatamente
às 14 horas da segunda-feira dia 13 de agosto. O
Lineage 1000 é o único jato em sua categoria a
oferecer lugares para até 19 passageiros com cinco
diferentes e espaçosas áreas de cabine. As facilidades
a bordo podem incluir uma cama queensize, chuveiro
e sistemas completos de áudio e entretenimento,
Hawker 4000,
demonstrando
a força da
fabricante
norteamericana.
além de amplo compartimento de bagagem na parte
traseira, o maior entre todos os jatos executivos do
mundo, e convenientemente acessível durante o voo.
O avião que voamos tem dois banheiros, mas comporta, dependendo da configuração, mais um, além
de até cinco TVs, uma delas com até 32 polegadas.
Além do Lineage 1000, a empresa brasileira
também expôs outros três representantes de seu
portfólio – o Phenom 100, o Phenom 300 e o Legacy
650 – para serem visitados. No caso deste último
modelo, uma das novidades foi o novo acabamento folheado em madeira fosca, além de banheiro
dianteiro para a tripulação, novo desenho dos compartimentos da galley, novo desenho dos assentos
com poltronas que giram mais que 90 graus, entre
muitas outras novidades. “A Labace tem se mostrado
um show muito expressivo, comprovando que o
mercado brasileiro é de fato muito importante”, disse
Marco Túlio Pellegrini, vice-presidente de Operações
da Embraer Aviação Executiva. “Quanto aos novos
produtos, continuamos com o desenvolvimento do
Legacy 450 e do Legacy 500. Esperamos realizar o
primeiro voo do 500 até o final do terceiro trimestre.
A aposta é que em algum momento o mercado retome o crescimento e temos que estar preparados.”
Apenas quatro meses após o anúncio do novo
centro de serviços para jatos executivos no Brasil, a
Embraer iniciou as obras no Aeroporto Bertram Luiz
Leupolz, em Sorocaba. Com 20.000 metros quadrados de área, o Centro de Serviços da Embraer incluirá
hangares, salas VIP, salas de reunião para clientes e
salas de descanso para tripulação, além de escritó-
O bimotor
turboélice
Piaggio P.180
Avanti II,
representado
pela Algar.
Corvalis: monomotor a pistão e asa baixa da Cessna.
Ana Rita
HAWKER BEECHCRAFT MOSTRA A
FORÇA DE SUA MARCA
Mais de 16 mil pessoas visitaram o evento este ano.
rios administrativos. Oferecerá ampla variedade de
serviços de manutenção, reparos e revisão, assim
como terminais de embarque e desembarque de
passageiros, permitindo o máximo de flexibilidade
operacional a seus clientes. A Unidade Sorocaba
ampliará o apoio da Embraer à crescente frota de
jatos executivos no Brasil, somando-se ao Centro
de Serviços Embraer, já em operação em São José
dos Campos, e aos outros quatro autorizados, em
Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Goiânia. A inauguração em Sorocaba está prevista para o segundo
semestre de 2013.
Mike Rowley, vice-presidente de Vendas da Honeywell, adiantou que o sistema de gerenciamento
de cabine Ovation Select, que é seu mais novo produto para o Legacy 650, no primeiro trimestre de 2013
deverá ser incorporado também pelo Lineage 1000.
Esse pacote digital permite aos passageiros controlar o sistema de comunicação, luzes, temperatura,
luminosidade das janelas e interagir com eletrônicos
como iPods, tocadores de MP3, etc. Os eletrônicos
integrados da empresa são justamente seu produto
com maior penetração no mercado brasileiro, sendo
que a Honeywell mantém uma unidade em São José
dos Campos, com 30 funcionários, justamente para
dar suporte à Embraer. Ele acrescentou também que
o mercado brasileiro de aviação executiva cresce o
dobro do dos Estados Unidos.
Uma das mais tradicionais presenças na Labace, a Líder Aviação participa do evento desde sua
primeira edição, em 2003. Além das aeronaves que
representa, a empresa, especializada em soluções
para a aviação executiva, destacou todo seu portfólio de serviços, que não é pequeno: gerenciamento e fretamento de aeronaves, manutenção,
vendas, atendimento aeroportuário e operações
de helicópteros, inclusive no muito especializado
atendimento offshore.
No segundo dia da Labace, a Líder anunciou a
venda de um bimotor a pistão Baron G58 e, imediatamente, outro exemplar, lá exposto, recebeu
cartazes “Vendido” na fuselagem e cauda. Ao todo,
a empresa vendeu dois deles durante a Labace. De
acordo com o diretor de Vendas de Aeronaves da
companhia, Philipe Figueiredo, cada um foi negociado por 1,41 milhão de dólares, sem impostos. Ele
também reafirmou o otimismo da Líder durante o
evento, destacando o grande movimento no estande. Estavam expostos na Labace 2012 seis modelos
da Hawker Beechcraft, fabricante que a Líder representa: o Hawker 4000, o Hawker 900XP, o King
O espaço da TAM AE mais uma vez foi destaque.
Air 350ER Special Mission, o King Air 250, o King
Air C90GTx e o Baron G58. Em relação à Hawker
Beechcraft ter dado entrada, há alguns meses, no
capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana,
Philipe fez questão de passar tranquilidade aos
clientes e explicar detalhes da situação da fabricante.
“Conforme a Justiça Americana tinha determinado,
dentro do processo de recuperação judicial, uma
das alternativas era a venda da Hawker Beechcraft
e chegou-se à proposta de 1,79 bilhão de dólares de
um grupo chinês chamado Superior Aviation, em-
As fabricantes Cessna e Bell, representadas pela TAM AE.
Estande da
Shell Aviation,
sempre presente
à Labace.
Rara oportunidade
para conhecer
de perto
diversos jatos
intercontinentais.
60
FLAP
INTERNACIONAL
presa 60% de capital privado e 40% pertencente
ao município de Beijing. Em julho passado foi divulgada a negociação e tudo leva a crer que será bem
sucedida, inclusive a Superior Aviation tem interesse
em manter toda a linha de produção da fabricante.
A Líder Aviation está muito otimista em relação
a isso. Continuamos negociando e vendendo as
aeronaves de nosso portfólio, sabemos que é um
momento transitório, mas não de preocupação. São
21 anos de relacionamento, dos quais 17 anos são
da Líder como revendedora da Hawker no Brasil.”
A Hawker Beechcraft faz questão de demonstrar sua aposta no mercado latino-americano e no Brasil em particular e veio com várias
novidades. Além do site em português (http://
pt.hawkerbeechcraft.com) que estreou na mesma
semana do evento, a Divisão de Suporte Global ao
Cliente (GCS) da Hawker anunciou a nomeação da
Premium Jet Aircraft Maintenance, no Aeroporto
Internacional Afonso Pena, em Curitiba, como um
novo centro de serviços autorizados para oferecer
suporte aos produtos das séries Hawker 125 e do
modelo 400. Com mais de dez anos de experiência
no setor, a Premium Jet é um centro de manutenção
que possui a certificação Anac 145 para as fuselagens C2 e C4, motores D3, aviônicos F1 e F2 e
acessórios F3. A empresa tem mais de 30 aeronaves
em seu certificado de operações, incluindo produtos
Hawker Beechcraft.
“Planejamos investir significantemente mais
no Brasil dentro dos próximos dois ou três anos,
incluindo nossa capacidade de serviços”, informou
Richard W. Emery II, presidente para as Américas
da fabricante. “Já estamos em conversações para
fazer isso, é muito importante para a nossa companhia.” Nos últimos dois anos, após o Brasil, os
maiores mercados da Hawker na América Latina
são Colômbia e México. No Chile, onde o mercado
também está se expandindo, o novo distribuidor é
a AviaSur. “No ano passado fizemos negócios com
o Equador, com o Peru e temos um novo centro
de serviços autorizado em Colômbia.” Sobre a
Hawker Beechcraft após a entrada no Chapter
11, Richard demonstrou muita confiança: “Temos
uma marca forte, as pessoas confiam na força das
marcas Hawker e Beechcraft”. O Suporte Global
ao Cliente anunciou também que a sua unidade
Hawker Beechcraft Services (HBS) está recebendo pedidos e agendando atualizações do motor
Blackhawk em aeronaves King Air 200 equipadas
com Rockwell Collins Pro Line 21. Esta instalação
vai substituir a original Pratt & Whitney PT6A-41
ou -42 por motores PT6A-52 novos de fábrica com
uma nova garantia de motor (cobertura de 2.500
horas/5 anos para peças primárias). A Blackhawk
Modifications é uma empresa líder mundial em
atualizações de motores de aeronaves turboélice
e espera ter, no quarto trimestre deste ano, a
certificação para a atualização dos motores. Com
sede em Waco, Texas, a Blackhawk já equipou mais
de 200 aeronaves turboélice com a atualização
de motor Pratt & Whitney XP desde 2000 e continua a certificar novas atualizações de motores e
melhorias de agregação de valor, projetadas para
aumentar a utilidade e a segurança da frota de
turboélices.
A poucos metros da área da Hawker ������
Beechcraft, a aeronave exposta pela estreante Nextant
Aerospace não chamava a atenção somente pela
cor preta e dourada. Também debutante na região
e na Labace, o 400XT é a aposta da companhia
para o cliente levar para casa um modelo Beechjet
mais veloz e com maior autonomia por metade do
valor de um novo. Jay Heublien, vice-presidente de
Vendas e Marketing da Nextant, afirmou que o XT
é exatamente a cara do mercado latino-americano.
“O primeiro avião foi entregue em outubro do ano
passado e desde então entregamos 16 deles para os
Tardes
ensolaradas
incentivaram
a vinda
de mais
visitantes.
O trijato Falcon
7X, da Dassault,
ganhará chuveiro
opcional.
O luxo do
bijato Falcon
2000LX
exposto no
evento.
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FLAP
INTERNACIONAL
66
FLAP
EUA, Europa e África do Sul. Até o final deste ano
esperamos ter entregado 28 aviões.” A empresa
vem agora apostar no entusiasmo da América
do Sul. O 400XT é um Hawker Beechjet 400A/XP
renovado com aviônicos Pro Line 21 e sistemas no
estado da arte, espaço luxuoso e o maior alcance
da categoria por menos de 50% do custo de aquisição de uma aeronave da mesma categoria nova.
“O 400XT é o primeiro e único jato categoria leve
remanufaturado aprovado pela Federal Aviation
Administration (FAA). Os motores originais JT15D-5
do avião foram substituídos pelo Williams FJ44-3AP
e instaladas novas naceles para a aerodinâmica
incrementar a performance dos antigos Beechjet.
Com isso, o avião pode voar até 2.000 milhas
náuticas com dois pilotos, quatro passageiros e
reservas IFR (o alcance máximo é de 2.160 milhas
náuticas), com menor custo operacional por milha
do que qualquer outro jato categoria light e valor de
aquisição de 4 milhões de dólares, metade do preço
de outros como os Embraer Phenom 300, Cessna
INTERNACIONAL
CJ3, CJ4, Encore e Learjet 40XR. Segundo Jay, a
ideia de remanufaturar teve início observando-se
que a tecnologia de aviação executiva nos últimos
20 anos tem se concentrado em aviônica, motores e
limpeza aerodinâmica. Fuselagem e trem de pouso,
por exemplo, praticamente têm se mantido, então
a Nextant partiu de plataformas existentes para
realizar o update do produto no que realmente faz
sentido para o cliente.
Por sua vez, a Hawker defendeu o programa de
atualização de aeronaves 400XPR, anunciando que
a primeira aeronave de um cliente no programa está
atualmente atualizando o sistema de aviônicos Pro
Line 21 na unidade de serviços Hawker Beechcraft
em Atlanta. A atualização de aviônicos é o primeiro
componente do Programa 400XPR a receber a certificação FAA. Segundo Christi Tannahill, vice-presidente
de Suporte Global ao Cliente da Hawker Beechcraft,
o programa está avançando com grande energia.
“Estamos ansiosos para dar a todos os proprietários
das séries Hawker 400 acesso às únicas melhorias
concluídas na fábrica, reparáveis na fábrica e com
garantia de fábrica no mercado hoje.” O programa
combina a aerodinâmica de winglets Hawker genuínos, a propulsão de motores FJ44-4A-32 – cujo primeiro voo de testes já foi concluído –, aviônicos Pro
Line 21 opcionais e melhorias de sistema adicionais.
A empresa anunciou que espera uma grande demanda para a nova atualização do Hawker 400XPR
no mercado sul-americano, com base no sucesso de
seus antecessores Beechjet 400A e Hawker 400XP. A
América do Sul já possui o segundo maior número
de aeronaves da série 400 fora dos Estados Unidos,
com aproximadamente 60 exemplares, e a fabricante
ressalta que as melhorias são atualizações projetadas
e concebidas em fábrica e com suporte da mesma.
“A aeronave 400XPR completa de fábrica é superior
às ofertas de outros fabricantes (OEM) e centros de
modificação como a Nextant”, alfinetou Tannahill.
Veja o vídeo
cessor. Outras características da nova versão estão
relacionadas à performance da aeronave: a razão
de subida passou de 925 para 1.220 pés/minuto; a
distância de decolagem diminuiu de 762 para 689
metros; e a velocidade de cruzeiro passou para 184
nós. Mas as novidades não se restringem a isso. O
EX possui novos faróis de LED com maior iluminação
e instalação de flutuadores (opcional). Está previsto
que o novo avião comece a ser comercializado a
partir do quarto trimestre de 2012.
Já a nova versão do Skylane, o J182T, tem como
destaque as seguintes características: motor SMA
SR305-230E-C1 a querosene, ao invés de gasolina,
reduzindo o consumo em até 40%; capacidade de
combustível de 329 litros; bancos de couro ergonomicamente projetados; maior tempo para revisão da
aeronave; maior alcance (1.898 quilômetros); e carga
ACJ318, representante da Airbus, pela segunda vez presente à Labace.
Espaço da Cirrus,
destacando o
SR22 MAX, feito
sob medida para
o Brasil.
Piper Meridian,
monoturboélice
da JP Martins.
BODAS DE PÉROLA
Para participar da nona Labace, a TAM Aviação
Executiva, cuja parceria com a Cessna completa 30
anos, realizou investimentos de 1 milhão de reais, o
maior já feito em feiras. A participação da empresa
marcou a maior aposta histórica da Cessna no
mercado brasileiro. O presidente do Conselho de
Administração da TAM AE, Maurício Amaro, destacou que a Labace é a grande vitrine do mercado
de aeronaves executivas do País. “Trata-se do nosso
maior e mais importante evento do ponto de vista
comercial”, afirmou. Na feira deste ano estiveram
presentes os seguintes modelos: Citation CJ4, Citation Sovereign, Citation XLS+, Corvalis II, Grand
Caravan, Turbo Skylane T182T e T206H Stationair.
A Cessna Aircraft Company realizou seu maior
número de lançamentos justamente durante a
Labace 2012, pois mais cinco modelos se juntaram
recentemente aos 20 já comercializados. Foram lançadas, dias antes do evento, novas versões de dois
de seus sucessos comerciais, o Grand Caravan EX
e o Skylane J182T. O Grand Caravan, agora como
EX, tem motor mais potente, o PT6A-140, de 867
HP, 25% mais potente que os 675 HP de seu ante68
FLAP
INTERNACIONAL
útil estimada em 499 quilos. Somente neste primeiro semestre, a fabricante de Wichita lançou cinco
modelos. Além do Grand Caravan EX e do Skylane
J182T, juntaram-se à família três novos Citation. O
primeiro deles é o Longitude, que cobre distâncias
como São Paulo a Miami sem escalas, transportando
dois tripulantes e até dez passageiros. Outro modelo
lançado este ano é o jato de médio porte Latitude,
que terá um alcance máximo ainda maior do que
havia sido anunciado em fevereiro. A fabricante divulgou na Labace que, em vez dos 4.260 quilômetros
(2.300 milhas náuticas) anteriormente oferecidos,
o alcance será de 4.630 quilômetros (2.500 milhas
náuticas). O Latitude, que tem capacidade para dois
pilotos e até nove passageiros, surgiu como um novo
segmento dos jatos Citation, posicionado entre o
XLS+ e o Sovereign. A terceira novidade da linhagem Citation é o M2. Em estrutura de alumínio e
cabine com design completamente novo, o jato tem
capacidade para dois pilotos e até seis passageiros.
Possui um alcance máximo de 2.408 quilômetros e
pode pousar em pistas de 789 metros.
O mercado brasileiro, segundo maior para a
Cessna no mundo depois do norte-americano, tem
previsão de crescimento de 15% ainda neste ano. A
Cessna também demonstra sua aposta no mercado
brasileiro pela excelência do Centro de Manutenção
de Jundiaí, maior polo de serviços Cessna fora dos
Estados Unidos, com 20.000 metros quadrados de
área construída, que trabalha hoje em sua total capacidade, recebendo cerca de 1.500 aeronaves por
ano de todo o Brasil e também norte-americanas,
argentinas, chilenas e angolanas. Na Labace 2012,
inclusive, a unidade de serviços recebeu destaque
especial no estande da TAM AE. Após a união da
TAM Linhas Aéreas com a chilena LAN, a TAM
Aviação Executiva é a única empresa da família
Amaro que permaneceu sob o seu controle e escolheu a manutenção de aeronaves executivas para
nortear o seu plano de expansão. No próximo ano,
a companhia pretende se tornar o maior centro de
manutenção de jatos e helicópteros para a aviação
geral da América Latina. Até o fim de 2013, a TAM
deverá acumular uma área total de 65.000 metros
quadrados dedicada exclusivamente à manutenção
de aeronaves executivas. Esse espaço leva em conta
a infraestrutura atual de Jundiaí, com 45.000 metros
quadrados. O Centro de Manutenção de Jundiaí
Lembra um Caravan, mas é o utilitário Quest Kodiak 100.
70
FLAP
INTERNACIONAL
realiza inspeções e manutenção não só para as linhas
Citation, Caravan e monomotores Cessna, mas
também para diversas séries dos turboélices King
Air. Nessa área, a novidade da TAM será o centro
de manutenção de aeronaves na cidade de Aracati,
no litoral do Ceará, com capacidade técnica para
efetuar os serviços de manutenção e reparos nos
modelos de aeronaves da Cessna e que absorverá
parte da crescente demanda por serviços oriundos
do norte e do nordeste do País. Lá serão 20.000
metros quadrados, com aplicação de 14 milhões de
reais, com previsão de inauguração em abril de 2013.
Além da Cessna, a Bell Helicopters, também
representada pela TAM AE, foi destacada com os
modelos Bell 429, o maior sucesso de vendas recente
do setor no Brasil, e o renomado Bell 407GX.
A Dassault Falcon Jet também é uma das
empresas que aposta, e muito, no mercado latinoamericano, em especial no brasileiro. A companhia
francesa planeja entregar pelo menos mais seis
“falcões” no Brasil ainda este ano e investir também
mais na expansão de seu centro de serviços em
Sorocaba para atender à demanda atual e futura.
Como comentou recentemente John Rosanvallon,
presidente e CEO da Dassault Falcon, “temos visto
países como o Brasil se tornarem o epicentro de
recuperação dos negócios da aviação ao longo dos
últimos anos. Os elementos para o crescimento contínuo da aviação permanecem no local e contribuem
para o crescimento do market share da Falcon no
Brasil para o futuro, onde detemos 60% do mercado
de jatos executivos de cabine larga”. Desde a venda,
em 1978, do primeiro Dassault Falcon no Brasil e a
abertura, 18 anos depois, do primeiro escritório em
São Paulo, a Dassault se mantém comprometida com
o País e Rosanvallon afirmou que esse compromisso
só vai aumentar, pois o Brasil tem um papel cada vez
mais importante no cenário global. Após a abertura
do Sorocaba Service Center, em junho de 2009, a
Dassault Falcon continuou a expandir a unidade,
com a contratação de pessoal qualificado e aquisição
de peças sobressalentes e ferramentas. Ela tem se
tornado cada vez mais importante na rede global de
O pavilhão
com estandes:
este ano,
com melhor
infraestrutura
que nas
edições
anteriores.
atendimento aos clientes da Falcon e com certificação para trabalhar com aviões da marca registrados
nos EUA, Bermuda e Argentina. A aprovação para
trabalhar com Falcon registrados na Europa deverá
sair em breve. A Dassault estoca mais de 3 milhões
de dólares em peças em São Paulo. A unidade, de
2.000 metros quadrados, ainda pode ser usada como
hangar para até três aeronaves da fabricante. Na
Labace a Dassault expôs um 7X próprio e um 2000LX
de uma operadora brasileira. É mais uma empresa
a destacar o chuveiro a bordo, que, segundo informam, os clientes vinham pedindo há muito tempo
e agora começará a ser opcional no 7X.
A presença da norte-americana Gulfstream na
Labace incluiu o jato de cabine larga e alta velocidade G150, o de cabine larga e grande alcance
G450 e o de cabine larga e alcance ultralongo
G550. O G550 pode voar até 6.750 milhas náuticas (12.501 quilômetros) em velocidade Mach
0,80, um alcance e velocidade que só são ultrapassados pelo novo membro da família, o G650.
O G450 pode transportar oito passageiros e
três tripulantes até 4.350 milhas náuticas com uma
seu modelo de menor tamanho, mas longe de ser
menos confortável, o ACJ318 Elite. A aeronave à
mostra está disponível para fretamentos VVIP pela
Global Jet, da Suíça, e se encaixa no mesmo espaço
de rampa de outros jatos executivos de grande
porte. Ela carrega até 19 passageiros, possui um
escritório privativo que se converte em quarto e
assentos com configuração social em várias áreas
de lazer espaçosas. “Quando se trata de jatos
executivos, o que conta é o que você oferece na
cabine e, com a família de aeronaves mais moderna
e ampla do mundo, a Airbus pode oferecer tudo,
até aeronaves VIP de fuselagem larga capazes de
transportar delegações governamentais em voos
diretos para a maior parte do mundo”, comentou
o diretor de Operações da Airbus, John Leahy. A Airbus vendeu em torno de 170 jatos corporativos até
a presente data e suas aeronaves são as únicas que
estão voando em todos os continentes, incluindo a
Antártica. Ao oferecer versões de jatos corporativos
de toda a sua família de aeronaves – do A318 até
o A380 –, a fabricante oferece aos seus clientes a
possibilidade de transportar mais pessoas que jatos
executivos tradicionais, além de proporcionar-lhes
mais conforto e espaço de trabalho para viajar.
velocidade de cruzeiro normal de Mach 0,80. A
aeronave exposta na Labace 2012 destacou o interior opcional Elite, que a Gulfstream introduziu em
2011. O pacote Elite é construído com a qualidade
do DNA do top de linha G650. A assinatura da
aparência do G650 foi cuidadosamente adaptada
para acentuar os atributos do G550 e do G450. Já
o G150, segundo a fabricante, oferece a melhor
performance em sua classe, com um alcance de
3.000 milhas náuticas. A aeronave está disponível em três configurações de interior e acomoda
confortavelmente seis a oito passageiros. Embora
ainda não presente fisicamente, o jato de cabine
ultralarga e ultralongo alcance G650 também foi
destaque, já que durante a Labace a empresa com
sede em Savannah anunciou que ele já completou
tudos os voos programados para requerer a certificação da FAA. Até julho passado isso significava
mais de 3.800 horas e 1.160 voos. A aeronave
alcançou velocidades entre Mach 0,91 e 0,92, em
um segmento onde os aviões voam a um Mach máximo operacional de 0,925. A certificação definitiva
deverá acontecer no final de 2012, o mesmo acontecendo com o novo modelo super-midsized G280.
Além das aeronaves em exposição, a Gulf�����
stream hospedou o Fórum de Operadores para
apresentar atualizações técnicas sobre manutenção
e temas operacionais relevantes para os operadores
Gulfstream na América Latina.
Ela também aposta em expandir o suporte à
crescente frota latino-americana, impulsionada por
novos requerimentos da economia, que exigem
deslocamentos internacionais. O primeiro centro
de serviços da Gulfstream na região fica em Sorocaba e pode abrigar simultaneamente quatro a seis
jatos grandes e médios. A unidade de manutenção
dá suporte a uma frota brasileira que cresceu de
nove aeronaves em 2006 para 36 em 2012. Em
toda a América Latina o crescimento no período
foi de 58 para 150 aeronaves, predominando os
modelos de cabine larga e longo alcance.
Pelo segundo ano consecutivo, a Airbus marcou presença na Labace, destacando mais uma vez
OUTRAS AERONAVES, A PISTÃO E
TURBOÉLICES
Segundo dados da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), a Cirrus – representada no Brasil pela
Plane – detém hoje 50% do mercado de aeronaves
monomotoras a pistão no País. A marca está presente no Brasil desde 2005, onde existem voando, hoje,
270 Cirrus dos modelos SR20 e SR22 e 20 centros
de serviços capacitados a dar suporte a essa frota.
Além disso, o mercado brasileiro já é responsável por
70 dos 500 pedidos para o novo jato Cirrus Vision
SF50, cuja primeira entrega deverá acontecer em
2015. Em conjunto com a Cotia Trading, parceira na
importação de aeronaves Cirrus, a Plane apresentou
na Labace o Cirrus SR22 MAX, aeronave que foi desenvolvida especialmente para o mercado brasileiro,
Na Labace
2012, estande
único para
os modelos
Pilatus. Lado
a lado, PC-12
e PC-6.
72
FLAP
INTERNACIONAL
com as preferências dos consumidores locais. “O
SR22 MAX traz como novidades um quinto assento
e também o Global Connect, constituído de telefone
por satélite e meteorologia em tempo real a bordo,
além de novos desenhos e cores na pintura externa
e novo design no acabamento interno em couro”,
como informou Sérgio Beneditti, diretor de Vendas
da Plane.
Com participação nesta semelhante à da
Labace do ano passado, a Algar Aviation trouxe o
Piaggio P180 Avanti II e o Daher-Socata TBM 850,
dois turboélices de grande prestígio representados
pela companhia. Aeronave que ainda desperta
muita curiosidade, o Piaggio já tem uma unidade
vendida no Brasil pela Algar. A principal diferença
do Avanti II, que começou a ser desenvolvido na
década de 1990, em relação ao I é o painel. No
modelo modernizado os aviônicos são da Rockwell
Collins Pro-Line 21. Cada motor Pratt & Whitney
PT6A-66B tem 1.850 shp e as hélices são na configuração pusher. Turboélice bimotor mais veloz
da atualidade, o Avanti II chega a 400 nós de
velocidade e 41.000 pés de altitude. Já o TBM 850
Estande da
BR Aviation,
outra marca
de tradição
no evento.
O primeiro
Phenom 300
UTI aérea, com
as cores da
Amil Resgate
Saúde.
74
FLAP
INTERNACIONAL
como Suíça, França, Equador, Irã, China, África,
alguns dos quais muito remotos e desprovidos
de qualquer infraestrutura, Na Labace 2012 foi
exposto o primeiro PC-6 com matrícula brasileira.
Já o Pilatus PC-12 NG é bem consagrado no
País, utiliza um motor Pratt & Whitney Canada
PT6A-67P, voa a 30.000 pés a 280 nós e transporta
um piloto e até nove passageiros atingindo alcance
máximo de 2.889 quilômetros.
O PIONEIRO ESTÁ DE VOLTA
Na Labace do ano passado um dos destaques
foi a presença do primeiro VLJ desenhado especificamente para ser avião executivo civil: o Eclipse 500.
A aeronave, distribuída no Brasil pela AirStream
Aviation, ainda não se encontrava certificada para
operar no País, mas esse degrau já foi superado,
tendo recebido o documento no último dia 23 de
AW119 Koala,
helicóptero
monoturbina da
ítalo-britânica
AgustaWestland.
usa um motor Pratt & Whitney PT6A-66D de 850
shp, tem teto operacional de 31.000 pés e voa a
320 nós em cruzeiro levando um piloto e até cinco
passageiros. O Grupo Algar também procurou
promover seu leque de serviços, mas a prioridade
mesmo foi a venda de aeronaves.
A Labace 2012 aconteceu em um ano muito
especial para a Piper, que completa 75 anos de
atividade. Os destaques da JP Martins, representante da marca há 47 anos, foram os modelos Piper
Meridian e Seneca V. O Seneca V é o bimotor a
pistão mais vendido no mundo e o preferido pelos
brasileiros, sendo seu custo/benefício considerado
o melhor do mercado. Ele sempre foi o principal
produto de venda da JP Martins. Já o Meridian está
agora homologado para operação em qualquer
tipo de pista, inclusive nas não pavimentadas, e
com esta homologação o seu mercado ampliará
em muito, pois é o monoturboélice com o menor
custo operacional e de aquisição, além de apresentar excelente desempenho, uma das características
da linha da família “M”, composta também pelo
Mirage e o Matrix, que se tornou o mais desejado
monomotor, tanto pela sua esmerada construção
como seu conforto inigualável e beleza.
Drew M. McEwen, chefe de Vendas Globais e
Desenvolvimento de Negócios da Piper, ressaltou
que o Brasil representa 25% dos negócios de
sua companhia e é onde ela vende mais Seneca
ano a ano do que qualquer outro mercado. Mas,
na América do Sul, a Piper também tem como
importantes mercados a Argentina e a Colômbia.
“Apesar da crise na Europa, apresentamos crescimento, embora lento, ano a ano, e esperamos
o mesmo para 2013”, declarou Drew. O mercado
de treinamento também entusiasma a Piper, pois
a demanda por pilotos em todo o mundo é consistente e eles estão obtendo muito sucesso com
as aeronaves menores, usadas em treinamento. Só
sobre o PiperJet (Altair), primeiro VLJ da fabricante,
ainda não há perspectivas quanto à retomada do
desenvolvimento.
A suíça Pilatus optou este ano por ter um
espaço próprio para abrigar seus modelos, representados no Brasil por duas empresas diferentes,
a SynerJet (no caso do PC-12) e a Premier (no caso
Novidade:
mockup do
AW169, aeronave
da família
AW139/169/189.
O heliporto HBR
ficará situado
no quilômetro
17 da Rodovia
Presidente
Castelo Branco.
Agusta
AW109E Power,
helicóptero
executivo de
sucesso no Brasil,
no estande da
Avantto.
Espaço da Helibras, com helicópteros Esquilo, Colibri (foto) e Dauphin.
do PC-6). O mercado de turboélices no Brasil continua em expansão e, hoje, pouquíssimos países
possuem condições tão favoráveis a este produto
quanto o Brasil, devido à economia em combustível e a possibilidade de operar em regiões sem infraestrutura. Por isso, o PC-6 é muito interessante
para o País, especialmente na região norte, onde
suas qualidades podem ser facilmente notadas.
“O PC-6 tem características ímpares e imbatíveis
no mercado, tem tudo para se tornar uma das
principais aeronaves no mercado nacional – troca
de interior (carga, aeromédico e passageiros) em
menos de dez minutos, sem ferramenta; operação
em terrenos muito curtos com 1 tonelada de carga
paga; alcance de 1.600 quilômetros; e tecnologia
de última geração suportada pelo incrível painel
G950 da Garmin”, informa David Worcman, diretor Comercial e de Marketing da Premier Táxi
Aéreo. Podendo decolar em menos de 200 metros
de pista, o PC-6 já foi provado em diversos lugares
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FLAP
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FLAP
INTERNACIONAL
julho. Por isso, como a certificação ocorreu em cima
da hora para a Labace, o Eclipse não compareceu
à feira, mas a AirStream sim e trouxe todas as
informações e novidades necessárias para marcar
presença para os clientes brasileiros em potencial.
A Eclipse Aviation, que produzia o Eclipse 500
desde 2005, faliu em 2008, tendo sido, em seguida,
adquirida por um novo grupo em setembro do ano
seguinte e renomeada Eclipse Aerospace. Leandro
Agostini, presidente da AirStream e que acompanha
de perto o renascimento da Eclipse desde então,
explica que sua empresa tornou-se, ao ser fundada
especificamente para isso em 2010, a primeira
representante internacional da fabricante. A Air����
Stream foi um dos oito distribuidores participantes
do primeiro encontro anual dos representantes da
marca, realizado em junho passado em Albuquerque, no Novo México. Durante o evento ocorreu o
lançamento oficial da produção do jato Eclipse 550.
“Lá tivemos a oportunidade de assinar a fuselagem
Espaço do
Helicentro/MD
Helicopters,
com três
modelos do
fabricante
norteamericano.
80
FLAP
do primeiro avião a ser produzido”, orgulha-se Leandro. Ele explica que hoje existem várias versões
do avião em termos de atualização, em mais três
modelos. Ao primeiro deles, o Eclipse 500, cuja
frota é estimada em 260 aeronaves pelo mundo,
está sendo dada a oportunidade de modernização,
transformando-se no Total Eclipse, que é o modelo
certificado pela Anac. “No Total, são trocados os
tip tanks, as antenas, etc. e ganha-se em torno de
10 a 20 nós de velocidade. O modelo de transição
possui as mesmas características do 550, além de
um ano de garantia total, custa em torno de 300
a 400 mil dólares mais barato que o 550 e outra
vantagem para o cliente é que poderá ser entregue entre um a dois anos antes. Dependendo do
volume de trabalho da fábrica, queremos entregar
nossos quatro Total Eclipse, vendidos desde o ano
passado, ainda em 2012. Em julho passado foram
vendidos oito aviões em Oshkosh.” Em junho de
2013 está prevista a entrega do primeiro Eclipse
550, que hoje é o top de linha da fabricante. Já
há 50 posições do modelo 550 vendidas. O Brasil
é o segundo maior mercado, após os EUA, para
a Eclipse. Leandro acrescenta que se trata de um
avião feito para o País, especialmente pela economia, chegando a consumir menos de 60 galões/
hora de combustível. Leandro também observa
que o Eclipse é o único jato hoje a ser produzido
no mundo dentro da categoria de 6.000 libras.
“Devido a isso, não gostamos de compará-lo com
outros aviões porque ele não tem comparação na
categoria. Ele é completamente diferente de um
Phenom 100, de um Mustang. Ele está mais para
um Piper Meridian, um TBM, um Seneca, um Baron, e é um jato!” Com isso, ele também é menos
oneroso em relação às taxas aeroportuárias, por
exemplo. O cliente da AirStream, segundo Leandro,
não vem de um jato maior, mas vem de um avião
turboélice ou do pistão e que quer ter um jato
como meio de transporte e não como um meio de
status. “O Eclipse é um single pilot verdadeiro, isto
é, sem qualquer restrição!” Além do baixo consumo, ele tem baixo custo e nenhuma complicação
INTERNACIONAL
parceiros e terceiros, como o AW109 Power.
Na vésvera da abertura da feira, a fabricante promoveu um seminário técnico sobre o novo AW169,
helicóptero que, juntamente com o AW139 e o
AW189, formará uma família. Helicóptero de nova
geração, o modelo 169 é da categoria intermediário
leve, com 4,5 toneladas, e foi lançado em julho de
2010. O primeiro protótipo realizou seu primeiro voo
em maio passado e o segundo decolou pela primeira
vez em julho. A certificação do AW169 é esperada
para 2014. Ele é o único helicóptero de nova geração em sua categoria a ser lançado em décadas e
logo se tornou sucesso no mercado, com mais de
60 encomendas já realizadas por clientes de todo o
mundo. A AgustaWestland prevê um mercado em
potencial para até mil unidades do 169 nas próximas
duas décadas. Novas tecnologias foram incorporadas
ao sistema de rotores, motores, aviônicos e sistemas de transmissão e geração de energia elétrica
e distribuição. O helicóptero utiliza motores Pratt
& Whitney Canada PW210 mais eficientes e com
menor emissão de carbono. O AW169 também tem
grande uso de materiais compostos e, versátil, pode
ser usado como executivo, para busca e salvamento,
offshore e missões utilitárias, entre inúmeras outras.
Na Labace 2012 a Helibras, subsidiária da
Eurocopter, esteve presente com o Esquilo, carrochefe da fabricante, na versão executiva AS350
B3e, e com o EC120, monoturbina de fácil manutenção e baixo custo operacional, com cabine
espaçosa e excelente visibilidade. Esse modelo é o
entry level da gama comercializada pela Helibras
no mercado brasileiro e possui baixo nível de ruído graças ao rotor traseiro carenado Fenestron.
Ambas as aeronaves expostas foram entregues
a clientes durante a feira, a primeira para um
grupo paraibano e a segunda, para uma empresa
do Maranhão. O terceiro helicóptero exposto foi o
Dauphin AS365 N3. Também foi destacada a área de
manutenção e serviços da Helibras. No ano passado,
a empresa criou uma Vice-Presidência de Suporte e
na hora da manutenção. Todos os aviônicos foram
baseados em especificações militares da empresa
IS&S, resultando em um desenho de cockpit mais
confiável, robusto e muito mais resistente. Quanto
ao interior da aeronave, foi todo desenhado pela
BMW Designs. Durante a Labace os clientes tiveram
à disposição promoções especiais para adquirir
tanto o Total Eclipse quanto o Eclipse 550.
O lounge
da Power
Helicópteros,
para receber
seus clientes.
O EC-130 B4 exposto na área da Power.
ASAS ROTATIVAS
Na Labace 2012, a AgustaWestland compareceu pelo segundo ano consecutivo com estande
independente, de acordo com a política de participar
diretamente de um evento tão importante para o
mercado corporativo da América Latina, onde, além
do Brasil, o principal mercado-alvo da companhia
ítalo-britânica, a fabricante está bem posicionada
igualmente em novos mercados como o Chile, renovando negócios na Venezuela e com grandes perspectivas na Colômbia. A empresa trouxe o AW119
Koala, o Grand New e, pela primeira vez na América
do Sul, o mockup da cabine VIP do AW169. Outros
modelos da AgustaWestland, que é representada
no País pela SynerJet, puderam ser vistos junto a
82
FLAP
INTERNACIONAL
Serviços, que está a cargo do executivo Flávio Pires. O
objetivo de Eduardo Marson, presidente da Helibras,
é fazer com que, em quatro anos, a área de serviços
seja responsável por 50% do faturamento. Hoje, ela
responde por pouco menos de 30%.
A Helibras encerrou sua participação na nona
Labace com um saldo de cinco novos contratos de
aquisição de helicópteros da marca. Já no início da
feira, ela assinou o primeiro contrato de venda do
EC130 T2 no Brasil. Esta é a versão atualizada do já
consagrado EC130 e mantém as linhas externas do
helicóptero, porém com 70% da estrutura da célula
modificada. O novo modelo foi lançado em fevereiro
passado pela Eurocopter. Os outros quatro contratos
foram para helicópteros da família Esquilo, sendo
um AS350 B2 e três AS350 B3e para clientes de São
Paulo e Minas Gerais. O B3e é a mais nova versão
da família Esquilo, modelo mais vendido em todo o
mundo, inclusive no Brasil. Ele é, também, até hoje,
o único helicóptero monoturbina fabricado no País,
com 43% de conteúdo nacional.
Além das vendas diretas feitas pela Helibras, a
Power Helicópteros vendeu um Eurocopter EC130
B4. O helicóptero foi trazido ao Brasil especialmente
para exposição no estande da Power e da Columbia
Trading, empresa responsável pela importação por
encomenda das aeronaves vendidas pela Power
Helicópteros. Além do EC130 B4, outro modelo
também vendido no estande da Power foi um
Robinson R66, marca da qual a Power afirma ser a
distribuidora número um em vendas no mundo. O
R66, monoturbina, foi adquirido por um empresário
do ramo da construção civil de Minas Gerais. Sediada
em Ribeirão Preto, a Power Helicópteros atua desde 1967 comercializando aviões e helicópteros no
mercado nacional e internacional. Para trazer seus
modelos ao Brasil, a empresa tem parceria com a já
citada Columbia Trading, que criou recentemente
uma área especializada nas importações por encomenda de helicópteros e de pequenos e médios
aviões. Por sua vez, Gualter Pizzi, diretor Comercial
empresas da Flórida e trouxe ambos para o Brasil.
O cliente visado é justamente aquele que não tem
condições de ter um helicóptero de milhões, pois
os dois experimentais custam no Brasil 400 mil
dólares (Hummingbird) e 200 mil dólares (Safari).
Rodrigo explica que os projetos foram inspirados
em dois sucessos mundiais, respectivamente os
helicópteros Sikorsky S-52 e o no Bell 47. “Já
há quatro unidades vendidas do Hummingbird e
estamos começando as vendas do Safari.” Com
essas vendas, a meta para 2012 já foi atingida, mas
a empresa espera ter capacidade para montar 12
unidades de cada modelo ao ano. Os helicópteros
expostos na Labace estavam sem o acabamento,
mas a Stoco entrega as máquinas completas e
personalizadas. O painel digital é opcional, bem
como o ar condicionado. O motor LS7 V8, 325 HP,
é opção para o Lycoming de 285 HP. O quadriplace
alcança velocidade máxima de 120 milhas/hora,
teto máximo operacional de 14.000 pés e pode
ser configurado com esquis, trem de pouso com
rodas ou flutuadores. Já o Safari, biposto, voa
até 100 milhas/hora e a 10.000 pés e usa motor
Lycoming O-360 de 180 HP.
Empreendimento
Catarina.
Aeroporto
dedicado
à aviação
executiva.
Espaço da Global Aviation, promovendo o conceito “one stop shop”.
da Audi Helicópteros, informou que a Labace foi
maravilhosa para sua companhia, que vendeu quatro helicópteros Robinson dos modelos R44 e R66.
A empresa reivindica a liderança na distribuição do
modelo. A Audi atua há mais de 35 anos no Brasil
e, como distribuidor e centro de serviços master da
Robinson Helicopter Company, foi quem introduziu
os modelos R22 e R44 no mercado brasileiro, tendo
recebido o prêmio de Melhor Distribuidor Robinson
do Mundo por vários anos consecutivos.
Novidade no evento, a MD Helicopters, representada no Brasil pelo Helicentro, expôs três de seus
mais conhecidos modelos, todos com tecnologia
Notar (No Tail Rotor), exclusiva da MD, que dispensa
o rotor traseiro. O sistema foi desenvolvido pela
Boeing nos anos 1990 como uma forma de tornar
os helicópteros mais seguros. Segundo pesquisa
independente, esse sistema evita em torno de 15%
dos acidentes, além de reduzir a necessidade de
manutenção pela inexistência de transmissão até o
rotor de cauda e baixar o nível de ruído, tornando
esses helicópteros os mais silenciosos do mundo.
Os modelos expostos foram o MD 520N, o MD
600N e o MD 902 Explorer. Em março passado foi
anunciada a venda do primeiro Explorer para o País
e ele chegou a São Paulo em abril. O Explorer é um
helicóptero biturbina, de porte leve, que apresenta
a maior cabine funcional de sua categoria (4,89
metros cúbicos). É utilizado mundialmente para
os mais diversos tipos de operação – corporativo,
militar, segurança pública, aeromédico, transporte
de carga. Ele voa rápido, com velocidade de cruzeiro
de 252 quilômetros/hora, é certificado para voo IFR
diurno e noturno, incluindo voo IFR Single Pilot na
categoria A – o helicóptero pode continuar voando
com um só motor no caso de uma eventual falha
em um dos motores.
Em relação à Bell, além de destacar seu sucesso de vendas, o modelo 429, e o 407 GX, a
TAM Aviação Executiva promoveu o novo produto
da fabricante ainda em desenvolvimento: o Bell
525 Relentless, aeronave para até 16 passageiros
e dois pilotos, alcance de cerca de 400 milhas
náuticas, velocidade superior a 140 nós e dois
motores GE CT7-2F1.
84
FLAP
INTERNACIONAL
Mas a Labace não se resume às máquinas
luxuosas que costumam ganhar espaço nos noticiários. A simplicidade de aeronaves que tornam
o voo mais acessível também está presente. Esse
é o exemplo dos dois produtos da Stoco Aviação,
de Goiânia. A empresa trabalha com manutenção
de aeronaves desde 1980 e especificamente com
helicópteros há cerca de três anos e meio. Rodrigo
Stoco descobriu os projetos Hummingbird (da
Vertical Aviation, para quatro lugares) e Safari
(Canadian Home Rotors; dois lugares) de duas
Concepção
artística do
Condomínio
Residencial e
Aeronáutico
Fly Ville,
em Santa
Catarina.
AEROPORTOS E HELIPORTOS
É claro que com o aumento da frota de aeronaves executivas no Brasil a preocupação quanto onde
operá-las e hangará-las só aumenta. Por isso, novos
projetos no segmento são vistos como esperança
de condições melhores de infraestrutura. Um dos
projetos está situado entre as cidades paulistas de
Araçariguama e São Roque. O empreendimento
Catarina é uma parceria entre a JHSF e a CFly Aviation. “A ideia é fazer o primeiro aeroporto executivo
vocacionado”, diz Francisco Lyra, diretor da CFly.
Lyra observa que a tendência atual é justamente
ter aeroportos vocacionados para esse segmento.
“Existem outros aeroportos que recebem predominantemente as aeronaves executivas, inclusive jatos,
no Estado de São Paulo, como, por exemplo, Campo
de Marte, Sorocaba e Jundiaí, mas eles não foram
desenhados para essa função, o que sempre impõe
alguma restrição de ordem técnica.” Ele explica que,
por exemplo, o comprimento da pista impede muitas
vezes uma decolagem de avião com o tanque cheio
ou a lotação máxima de passageiros – em nenhum
daqueles três aeroportos consegue-se decolar com
um jato grande como um Falcon, um Gulfstream
ou Bombardier com o tanque repleto. Além de ser
vocacionado, outro aspecto fundamental do projeto
Catarina é que ele está sendo desenhado segundo as
normas da Anac e da Icao, permitindo aproximações
por instrumento de precisão. Para que um aeroporto
possa operar por instrumentos de precisão, ele precisa ter uma série de características, como a distância
85
FLAP
INTERNACIONAL
Exposição estática da JP Martins, com a presença de um Seneca V.
86
FLAP
entre as taxiways e a pista de pouso e decolagem.
O aeroporto vai ocupar uma área de 2 milhões de
metros quadrados, dentro de um terreno total de
7 milhões de metros quadrados, com uma pista no
sentido leste-oeste que não vai interferir no tráfego
dos aeroportos de Guarulhos e Congonhas. Ele foi
planejado a partir da performance dos aviões que
irão operar lá. A perspectiva é ter esse aeroporto
operacional para a Copa de 2014, não em sua
plenitude, mas já em uma primeira fase, ainda no
primeiro semestre daquele ano.
Na Labace também estava exposta a maquete
do projeto Condomínio Residencial e Aeronáutico Fly
Ville, localizado na cidade de Governador Celso Ramos (SC). A pista terá 1.220 metros de comprimento,
dois helipontos, completo terminal de passageiros,
posto para abastecimento de aeronaves, reboque
de aeronaves até a residência, área comercial de
7.500 metros quadrados, supermercado, campo
de futebol, piscinas e lojas, entre outras instalações
luxuosas. As obras já estão em andamento e no
segundo semestre de 2013 será entregue a pista
de pouso, sendo que todo o empreendimento tem
previsão de estar concluído até 2015.
O heliporto HBR - Heliportos do Brasil ficará
situado no quilômetro 17 da Rodovia Presidente
Castelo Branco, em São Paulo, na divisa com Osasco.
Segundo César Parizotto, um dos proprietários da
Helibase Aviação, que concebeu o empreendimento,
as principais características serão área para hanga-
ragem com 8.000 metros quadrados e capacidade
para 155 aeronaves; oficina de manutenção com
ponte rolante e capacidade para 45 aeronaves em
5.000 metros quadrados; estacionamento para 165
veículos; sala VIP e oito salas para reuniões. Também
haverá infraestrutura completa exclusivamente para
pilotos em 1.500 metros quadrados, com sala de
descanso, salas para treinamentos, armários exclusivos, sala de ginástica, sauna e área de leitura, entre
outras instalações.
Abastecimento de querosene e gasolina de
aviação também estarão disponíveis, bem como
o HBR contará com três cabines de pintura, pátio
de operações com 14.000 metros quadrados e 19
spots. E a preocupação com a sustentabilidade não
foi esquecida, contando com grande aproveitamento
de luz natural, estação de tratamento de esgoto com
reaproveitamento da água para adubação, reutilização de águas pluviais e sistema de energia solar,
entre outros itens. A empresa já tem certificação para
manutenção de helicópteros das marcas Eurocopter
e Robinson e estará homologando o atendimento
para as marcas Sikorsky, AgustaWestland e Bell. A
previsão de inauguração é para meados do próximo
ano. Depois, pretende criar um empreendimento
semelhante também em Salvador.
A Labace 2013 já tem data: 14, 15 e 16 de
agosto de 2013. Pretende permanecer em São Paulo.
Mas a dúvida anual permanece: crescendo ano a
ano, continuará em Congonhas?
Estande do Helicidade no pavilhão da Labace 2012.
Presença da Honeywell. Empresa acredita no crescimento do mercado brasileiro.
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