Edição Fevereiro 2013

Transcrição

Edição Fevereiro 2013
1
Revista
Ano 6 / Edição 31 / Jan-Fev de 2013 / www.editorastilo.com.br
Graxaria Brasileira
Reciclagem Animal
Insumos e
matérias-primas
Em busca de qualidade,
segurança alimentar
e alto desempenho
2
3
1
08/02/13
17:02
Revista
Ano 6 / Edição 31 / Jan-Fev de 2013 / www.editorastilo.com.br
Graxaria Brasileira
Reciclagem Animal
Insumos e
matérias-primas
C
M
Y
Prezado Leitor
CM
MY
CY
Em busca de qualidade,
segurança alimentar
e alto desempenho
CMY
K
De acordo com dados divulgados no 1º Diagnóstico da Indústria Brasileira de
Reciclagem Animal pela ABRA – Associação Brasileira de Reciclagem Animal, os
abatedouros, frigoríficos e açougues geraram em 2010, aproximadamente 65 kgs
de ROAs – Resíduos de Origem Animal – não destinados ao consumo humano,
para cada brasileiro. Estes resíduos foram processados, tratados, estabilizados e
reaproveitados, tanto na própria cadeia de produção da carne como em outros
setores, como o de higiene e energia (biocombustíveis). Mediante estes dados
calcula-se que o Brasil processou, em 2010, aproximadamente 12,4 milhões de
toneladas de ROIs, gerando cerca de 5,4 milhões de toneladas de farinhas e
óleos, produtos nobres, ricos em energia, proteínas e minerais.
É na fase do processamento e tratamento destes resíduos que são usadas
matérias-primas para que os produtos estejam adequados para a utilização
industrial. O mercado tem solicitado insumos com alta eficiência, que
mantenham a estabilidade de seus produtos, que estejam livres de resíduos e a
custos competitivos, o que é conseguido normalmente com blends de diversos
princípios ativos. Fornecedores como Oil Dri, Eurotec, Kemin, Nutract, Nutriad
e Uniamerica destacam as suas linhas e recentes lançamentos, apontando as
tendências neste mercado.
Nosso entrevistado nesta edição é Francisco Sérgio Turra, ex-ministro da
Agricultura e Abastecimento, atual presidente da União Brasileira de Avicultura
(UBABEF) e vice-presidente da Associação Latino-Americana de Avicultura
(ALA). Em nosso bate-papo, Turra analisa a atual situação do mercado brasileiro
de avicultura, fala das expectativas para 2013, os próximos desafios a serem
enfrentados pelo setor e os objetivos da UBABEF para este ano.
FENAGRA 2013
Estamos próximos de mais uma FENAGRA. Este ano teremos muitas
novidades como: o evento será em Campinas (SP); o Congresso agora também
é organizado pela ABRA em parceria com o Sincobesp; teremos um jantar (dia
24/04) para todos os expositores.
Acreditamos que desta forma, além de inovarmos o evento, teremos uma
grande presença de público, com qualidade técnica nas palestras. Faça sua
inscrição.
Confira!
Boa Leitura!
Daniel Geraldes
Edição 31 - Jan-Fev de 2013
Editorial
CAPA ed 31_A.pdf
5
Sumário / Expediente
4
Abra
_6
Notícias
Diretor
Daniel Geraldes
_8
Informe Publicitário _
Em
Em
foco
foco
_ 26
1
2
3
_ 30
Em
foco
4
_ 32
5
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
Denise Ferreira
[email protected]
_ 28
foco
foco
Conselho Editorial
Bruno Montero
Claudio Mathias
Clênio Antonio Gonçal ves
Daniel Geraldes
José Antonio Fernandes Moreira
Luiz Guilherme Razzo
Valdirene Dalmas
Comitê Tecnico
Cláudio Bellaver
Dirceu Zanotto
Lucas Cypriano
_ 34
_ 36
Em
foco
De
olho no mercado
Capa
Foco
6
_ 38
_ 40
Capa: www.123rf.com
Impressão Gráfica
Referência Editora
_ 46
Editora Stilo
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
Cep: 04004-000 / São Paulo (SP)
(11) 2384-0047
[email protected]
Entrevista _ 48
Caderno
técnico
1
_ 52
Caderno
técnico
2
_ 56
Caderno
técnico
3_
65
Fontes Seção “Notícias”
BeefPoint, Avisite, Valor Econômico,
Gazeta Mercantil, Sincobesp, Abra,
Sindirações, National Render,
Embrapa, Biodiesel, AgriPoint,
Aliança Pecuarista.
Distribuição
ACF Alfonso Bovero
na qualidade
Evento _
Jornalista Colaboradora
Lia Freire - MTB 30222
[email protected]
Publicidade
[email protected]
Em
Em
24
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
60
A Revista Graxaria Brasileira é uma
publicação bimestral do mercado
de Graxarias, clientes de graxarias,
fornecedores de: máquinas,
equipamentos, insumos, matérias-primas,
biodisel, frigoríficos e prestadores
de serviços, com tiragem de 4.200
exemplares.
Distribuída entre as empresas nos setores
de engenharia, projetos, manutenção,
compras,
diretoria, gerentes. É enviada aos
executivos e especificadores destes
segmentos.
Os artigos assinados são de responsabilidade
de seus autores e não necessariamente
refletem as opiniões da revista.
Não é permitida a reprodução total
ou parcial das matérias sem expressa
autorização da Editora.
7
Abra
6
ABRA – A INBESP está localizada em um estado que tem
um grande potencial de animais para abate. Quanto
de matéria-prima processada e quais produtos são
originados?
Sr. Adriano Sales - Realmente, o Mato Grosso é um Estado
com grande potencial em abate, principalmente de bovinos.
Atualmente nós coletamos cerca de 3.700 toneladas por mês
de matéria-prima in natura, que dá origem a farinha de carne
e ossos, farinha de sangue e o sebo bovino. O Sebo bovino em
parte tem sido aproveitado na produção de biocombustível
pela empresa SSIL que tem autorização da ANP - Agência
Nacional de Petróleo para produzir mensalmente cerca de
1,5 milhões de litros.
A farinha de carne e ossos é aproveitada na produção de
fertilizantes orgânominerais pela Empresa ADUMAT, com
produção estimada de 600 Toneladas/mês.
INBESP: 15 anos em
Reciclagem Animal
E
Por: Ana Paula Michnik
m 2013 a INBESP – Indústria e Beneficiamento de Subprodutos de Origem Animal
completará 15 anos. A empresa está localizada no município de Várzea Grande no estado
de Mato Grosso.
Fazem parte do Grupo também as empresas: SSIL SOCIEDADE SALES em RondonópolisMT, ADUMAT – Fertilizantes em Várzea Grande-MT e SSIL Transporte em Várzea GrandeMT, empresas tradicionais em suas cidades no setor de Reciclagem Animal, biocombustível,
fertilizantes e transportes.
Atualmente o grupo conta com 142 colaboradores diretos e para este ano tem a pretensão
de dobrar este número com um investimento no ramo de abate de animais (frigorífico). A
INBESP mantém o seu compromisso com o meio ambiente e com a comunidade de onde
faz parte. Conheça mais sobre a empresa na entrevista que a Associação Brasileira de
Reciclagem Animal realizou com o Sr. Adriano Sales, sócio do grupo.
ABRA – Os senhores estão atentos às novidades do mercado
e investem em tecnologia?
Sr. Adriano Sales - Sim. Assim como a INBESP, todas as
empresas do grupo se mantém atentas às novidades do
mercado tecnológico, o grupo investe forte em Pesquisa
Desenvolvimento e Inovação (P&D&I), tanto é que uma
das empresas do grupo, a ADUMAT é vencedora do edital
de INOVAÇÃO PAPPE 2012 – FINEP/FAPEMAT, com o projeto
de inovação ADUBO ORGÂNICO FA-100, visitamos feiras e
realizamos benchmarketing buscando as melhores praticas
de gestão que estão dando certo no mercado para implantar
em nossas empresas, e assim garantimos a qualidade de
nossos produtos para atender as exigências do consumidor.
ABRA - Neste ano a INBESP começará a atuar em um
novo ramo, conte-nos sobre essa nova atividade e as
expectativas.
Sr. Adriano Sales - O Mato Grosso é um estado verde,
propício para o agronegócio. Graças aos bons resultados das
empresas do grupo com a diversificação do aproveitamento
do processamento de resíduos de origem animal, resolvemos
também investir no ramo frigorifico. Nossas expectativas são
muito boas em relação a essa nova atividade. Pretendemos
Iniciar o abate de animais ainda no ano de 2013. Com essa
nova atividade, dobraremos o número de colaboradores
e aumentaremos consideravelmente nossa produção de
produtos de Origem Animal.
ABRA - A INBESP possui algum programa Social e como
trata os resíduos industriais gerados na empresa?
Sr. Adriano Sales - A nossa preocupação com o meio ambiente
vai além de práticas sustentáveis, nós nos preocupamos
também com o desenvolvimento da nossa região, e por isso
estamos envolvidos com vários projetos, um deles é junto a
Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, onde patrocinamos
todo leite consumido mensalmente pela mesma. Todo nosso
efluente é devidamente tratado, na empresa INBESP estamos
implantando um novo sistema de tratamento onde vamos
recuperar 90% de toda água residual, e pretendemos com
isso reutilizar novamente em nosso processo de produção.
As indústrias de Reciclagem Animal são em sua maioria 100%
sustentável. Somos recicladores de resíduos potencialmente
poluidores e ainda temos uma produção industrial com
baixo volume de resíduos gerados.
ABRA - Como o Sr. avalia o ano de 2012 e o que espera de
2013?
Sr. Adriano Sales - O ano de 2012 foi um ano de muito
trabalho para setor de Reciclagem Animal, que vem em
franco crescimento. Espero que nesse ano nós tenhamos
finalmente a identidade do setor definida e com isso mais
reconhecimento do setor público. Assim, nós teremos
benefícios que outros setores industriais já o têm. Somos
um setor muito importante para o meio ambiente e para a
sociedade em si. Nossos produtos fazem parte do cotidiano
do agronegócio, então quando todos estiverem cientes da
importância da reciclagem de produtos de origem animal,
nós seremos um setor mais valorizado.
ABRA - Qual a importância da ABRA para a sua empresa?
Sr. Adriano Sales - Nós somos um dos primeiros associados
da ABRA e ela foi fundamental no crescimento e organização
da atividade de Reciclagem dos produtos de origem animal.
A ABRA nos deu da suporte necessário ao crescimento
técnico, tecnológico e jurídico para nossas empresas.
ABRA - O Sr. acha importante que as empresas de
Reciclagem Animal se associem a uma entidade?
Sr. Adriano Sales - É fundamental, pois a união faz a
força. Quanto mais unido o setor estiver, maior será a
preocupação do poder público para atender a nossa classe,
e a ABRA vem como forma de representatividade do setor,
organizando, dando apoio técnico, nos informando das
novidades e incentivando o crescimento das indústrias
de Reciclagem Animal. Todas essas indústrias precisam
dessa representatividade para que possam ir à diante.
Se não mostrarmos aos órgãos governamentais e a toda
sociedade que nosso trabalho é essencial na colaboração da
preservação do meio ambiente não alcançaremos os nossos
objetivos que é poder oferecer uma melhor qualidade de
vida à sociedade em geral.
9
Notícias
8
Bioprocessos ambientais
Atualmente, há disponível no mercado uma ampla
variedade de produtos e serviços técnicos voltados às
soluções ambientais, que visam a remediação biológica
e atuam na recuperação de ambientes e ecossistemas
contaminados, no tratamento de efluentes e resíduos,
na desobstrução e limpeza de dutos e equipamentos,
atuando como agente de processo físico, químico,
biológico ou combinados entre si.
O uso da remediação biológica auxilia na formação do
floco em lodo ativado - assim como resistem às variações
de choques de cargas geradas pelas variações de vazões,
facilitam a decomposição da matéria orgânica - para este
caso expressa em proteínas e lipídios em sua maioria.
Desta forma, favorecem o crescimento de consumidores
(protozoários - metaprotozoários, ciliados), ainda
podem controlar a alta concentração tanto de fungos
filamentosos, quanto bactérias filamentosas que em altas concentrações podem acarretar arrastes nos decantadores.
Em efluentes ricos em matéria orgânica, as bactérias e protozoários apresentam um crescimento disperso. À medida
que a energia (matéria orgânica) é consumida durante o tratamento do efluente, ocorre um aglomeramento das bactérias,
pois já não existe tanta energia para que elas gastem em deslocamento, formando um floco. Além disso, forma-se também
uma zoogléa (gelatina com característica adesiva) ao redor da membrana celular das bactérias, conferindo peso ao floco,
resultando na decantação onde pode-se definir como estabilização. Neste momento, há possibilidades de reduções totais
ou eliminação das dosagens.
O remediador (bioaumentador) à base de microorganismos hidrolíticos produz enzimas que catalisam reações de
quebra de lipídios, proteínas, amido, celulose e carboidratos, representando a matéria orgânica específica para cada tipo
de poluente. A adição deste bioaumentador facilita a redução de matéria orgânica da ETE, reduzindo possíveis maus odores
e o DBO.
JBS aluga fábricas de processamento de aves
em SC
A JBS informou que assinou contrato para alugar por
cinco anos, com possibilidade de prorrogação por mais
cinco, as instalações da Tramonto Alimentos, localizadas no
município de Morro Grande, no estado de Santa Catarina.
As instalações são compostas por uma fábrica de
processamento de até 120 mil aves por dia, em pleno
funcionamento, e aprovada para os principais mercados
de exportação, e uma fábrica de ração, compatível com a
capacidade de processamento da unidade.
A JBS pretende incorporar as atividades dessas fábricas
às outras unidades de frango localizadas na região sob a
bandeira JBS Aves.
“O objetivo é atender, principalmente, os mercados de exportação, ofertando a seus clientes produtos de qualidade e
custos competitivos, trazendo, dessa forma, maior valor para seus acionistas”, diz a empresa, em nota.
Fonte: Brasil Econômico
Abate mundial de bovinos cresce 1,2%,
segundo USDA
O abate mundial de bovinos atingiu 233,53 milhões
de cabeças, 1,2% mais que no ano anterior, de acordo com
estimativa divulgada pelo Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos (USDA). O Brasil deve ser responsável por 19,5%
deste total, com 45,45 milhões de cabeças de gado abatidas
em 2012 contra 42,25 milhões em 2011, alta de 7,6%, conforme
projeção da Scot Consultoria. Dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, de janeiro a
setembro, foram abatidos 22,893 milhões de bovinos no país,
considerando apenas os abates oficiais. O incremento é de
6% sobre o mesmo período do ano anterior. A divulgação dos
dados do quarto trimestre deve ocorrer em março, segundo
informações do IBGE. O ano passado foi marcado pelo elevado
índice de abate de fêmeas, que chegou a 9.906.435 de cabeças de janeiro a setembro, 11,74% a mais do que no mesmo
período de 2011, quando foram abatidas 8.865.315. A quantidade corresponde a 43,3% do total abatido no período. Sobre
2010, o aumento de abates de fêmeas chega a 24%. Conforme Gustavo Aguiar, analista da Scot Consultoria, este já é o segundo
ano em que isso acontece. Em 2011, o abate de fêmeas cresceu 10,37% em relação a 2010. “O grande motivador é a redução
dos preços do boi, que levam à venda de fêmeas para manutenção do fluxo de caixa. O preço do bezerro também ficou
depreciado, o que faz com que tenha menor sentido reter fêmeas”, disse. Em 2011, a média dos preços da arroba atingiu R$
100,87 a prazo. Embora a média seja maior que a de 2010, que foi de R$ 87,05/@, no primeiro semestre de 2011 já foi possível
identificar um aumento no abate de fêmeas devido aos preços da arroba em baixa. Já em 2012, a média da cotação foi de R$
96,67 a prazo, 4,16% menor do que a média do ano anterior. O ano começou com preço médio de R$99,98/@ em janeiro e
terminou com R$96,78 em dezembro, variação negativa de 3,2%. Para ele, com base nestas informações, já é possível ver que
há uma mudança de ciclo pecuário. “O ciclo tem um período de alta, depois de estabilidade e, então, de queda. Já estamos
neste período de transição e, possivelmente, nestes primeiros anos de queda”, avalia o analista. A expectativa, portanto, é de
que 2013 seja mais um ano de pressão sobre os preços. Para os abates mundiais, o USDA estima aumento de 2,4% nos abates
mundiais para 239,05 milhões de cabeças. O Brasil deve participar com 19,9% deste total, atingindo 47,54 milhões de cabeças
abatidas, o que tende a ajudar tanto curtumes como frigoríficos, pelo lado da matéria-prima.
Fonte: Portal DBO
Agroindústria tem queda de 1,6% em 2012, aponta
IBGE A agroindústria brasileira registrou uma queda de 1,6% em 2012, o segundo ano consecutivo de perdas. Em 2011, a
agroindústria tinha registrado redução de 2,2%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os setores
vinculados à agricultura, com maior peso no total da agroindústria, recuaram 2,4% no ano passado, enquanto os setores
relacionados à pecuária tiveram retração de 5,4%.
O grupo dos inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário cresceram 25,5%, em 2012, enquanto o
segmento de madeira avançou 3,5%. Segundo o IBGE, a queda na produção da agroindústria em 2012 foi puxada pelo recuo
nos subgrupos derivados da pecuária e derivados da agricultura.
A produção dos derivados da pecuária caiu 4,3%, por conta de aves (-6,0%), bovinos e suínos (-4,2%). Os derivados da
agricultura tiveram queda de 3,0%, pela menor produção dos derivados fumo (-13,4%), laranja (-12,9%), soja (-4,3%) e canade-açúcar (-2,4%). O subgrupo de máquinas e equipamentos utilizados pela agricultura foi destaque de alta: 3,1%.
Fonte: Estadão Conteúdo
11
Notícias
10
JBS conclui aquisição de ativos do frigorífico
Independência
A processadora de alimentos JBS informou que foi concretizada a aquisição de ativos do frigorífico Independência, que
pertenciam de BNY Mellon Serviços Financeiros Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S/A, na qualidade de agente
fiduciária de credores detentores de notas (bonds) emitidos pelo Independência International.
De acordo com comunicado, veiculado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), estes ativos haviam sido dados como
alienação fiduciária a referidos credores. Os Ativos incluem quatro unidades frigoríficas em Nova Andradina (MS), Campo
Grande (MS), Senador Canedo (GO) e Rolim de Moura (RO); dois curtumes em Nova Andradina (MS) e Colorado D’Oeste (RO);
e dois centros de distribuição e armazéns em Cajamar (SP) e Santos (SP).
A aquisição foi realizada mediante a alienação de 22.987.331 ações ordinárias de emissão da companhia mantidas em
tesouraria.
Fonte: Agência CMA
Mapa elabora Manual de Boas Práticas para
fortalecer a defesa agropecuária
Responsável pela edição de atos normativos com o objetivo de reger a sanidade animal e vegetal, bem como o controle e a
padronização de insumos e serviços agropecuários e de produtos de origem animal e vegetal, a Secretaria de Defesa Agropecuária
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa) trabalha na elaboração do seu Manual de Boas Práticas de
Regulamentação.
A ideia é garantir que os regulamentos estabelecidos no âmbito da Secretaria sejam implementados de maneira flexível,
consistente, coerente e proporcional aos objetivos pretendidos. De acordo com o Secretário da SDA, Ênio Marques, o manual
busca harmonizar o procedimento de elaboração de normas, gerando maior eficácia no seu cumprimento e fortalecendo a defesa
agropecuária nacional.
A adoção de boas práticas de regulamentação proporciona benefícios à eficácia e eficiência na atuação do Estado, no sentido de
promover a cidadania, o progresso econômico e a minimização dos impactos sociais, econômicos e ambientais da regulamentação
técnica.
O piloto do manual será finalizado pelo Comitê Permanente de Análise e Revisão de Atos Normativos da Secretaria de Defesa
Agropecuária CPAR/SDA, até o final de janeiro, para então ser submetido a todos os setores da Secretaria, para avaliação e sugestões
quanto à sua aplicação como instrumento que direcione a elaboração e implementação de atos normativos.
Fonte: Mapa
Produção global de carnes tem aumento de
402,6% nos últimos 50 anos
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em
inglês) estima que a produção de carnes em 2012, considerando bovina,
suína e de frango, seja de 244,0 milhões de toneladas equivalente carcaça
(tec). Segundo o USDA, em 1962 a produção destas carnes foi de 48,5
milhões de tec. No período, o aumento na produção foi de 402,6%.
Neste intervalo, a produção de carne suína aumentou 405,5% e a de
carne bovina teve acréscimo de 123,1%. Estima-se que as produções de
carne suína e bovina tenham sido de 104,4 milhões e 57,2 milhões de
tec, respectivamente, em 2012. Embora tenham sido expressivos, não se
comparam ao incremento da produção de carne de frango, que saltou de 2,3
milhões para 82,4 milhões de toneladas, aumento de 36,4 vezes no período.
Fonte: Scot Consultoria
Óleos e gorduras continuam a diminuir
O índice da FAO para os preços dos óleos e gorduras situou-se nos 197
pontos em dezembro, uma queda de 1,9%, ou 4 pontos, em relação a novembro,
quarto mês consecutivo de queda e o nível mais baixo desde setembro de 2010.
O principal motivo foi a acumulação contínua de grandes estoques de óleo de
palma a nível mundial. Em 2012, o índice registrou uma média de 225 pontos,
contra 252 no ano de 2011.
O índice da FAO para os preços da carne alcançou 176 pontos em dezembro,
uma queda marginal em relação a novembro. Os preços de todas as categorias de
carne mantiveram-se próximos dos seus níveis de novembro, à exceção da carne
de porco, que caiu 2,0% (3 pontos). Em 2012, o índice registrou uma média de 175
pontos, a segunda mais baixa após os 177 pontos registrados no ano de 2011.
O índice da FAO para os preços dos lacticínios foi de 197 pontos em dezembro,
0,9 por cento, ou dois pontos, acima do nível de novembro. No último trimestre
de 2012, os preços dos lacticínios estabilizaram após uma subida constante a partir dos níveis mínimos observados a meio do
ano. O valor médio do índice em 2012 foi de 189 pontos, bem abaixo dos 221 em 2011. No geral, o mercado de laticínios mantémse equilibrado, mas está cada vez mais suscetível a mudanças nas condições da oferta relacionadas com a pastagem e com a
disponibilidade e acessibilidade das rações.
O índice da FAO para os preços do açúcar atingiu uma média de 274 pontos em dezembro, uma queda marginal em relação
a novembro, e o valor mais baixo desde agosto de 2010. O índice registrou uma média de 306 pontos em 2012, uma queda de
17,1% em relação ao ano anterior. A expectativa de um terceiro aumento consecutivo na produção mundial e a grande oferta
para exportação na temporada comercial de 2012/13, nomeadamente no Brasil, mantiveram baixos os preços internacionais
durante grande parte do segundo semestre de 2012.
Fonte: FAO
13
Ministro lança Plano Safra da Pesca e Aquicultura
no Rio Grande do Sul
Índice de preços da FAO declina outra vez em
dezembro e inclui carnes
O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella
anunciou o Plano Safra da Pesca e Aquicultura, que
disponibiliza R$ 4 bilhões em crédito para assistência
técnica, escavação de tanques, formação de cooperativas,
compra de material e de novas embarcações para os
pescadores brasileiros. As linhas de financiamento com
juros subsidiados são do governo federal. De acordo
com o ministro, o programa prevê a assistência técnica
para cerca de 120 mil famílias de pescadores em todo
o país, com o objetivo de tornar o Brasil uma potência
pesqueira e, até 2020, ser um dos maiores exportadores
de pescado do mundo. Crivella estimou que o país deva
produzir mais de 2 milhões de toneladas de peixes daqui
a dois anos. Também destacou que os rios gaúchos são ricos em pescado e disse que a Lagoa dos Patos pode ser um
dos maiores produtores do país. O secretário estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan,
destacou que o Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de peixe de água doce do país e que o estímulo do governo
federal complementará as ações já adotadas pelo governo gaúcho para o desenvolvimento da produção. – Isto significa
que podemos estruturar, passo a passo, esta nova cadeia produtiva para abastecer os supermercados, a agroindústria, a
alimentação escolar e as compras públicas, já que há uma demanda crescente e uma vocação do Estado para a criação de
peixes – salientou. Pavan disse que o Programa RS Pesca e Aquicultura tem como público-alvo, os pescadores artesanais,
aquicultores familiares, quilombolas, indígenas, assentados da reforma agrária, jovens rurais e pessoas do meio rural em
situação de extrema pobreza.
Fonte: Rural BR
O Índice de Preços da FAO baixou pelo terceiro mês
consecutivo em dezembro de 2012, caindo 1,1%, ou dois pontos
abaixo do nível mais baixo em seis meses.
A queda de dezembro, com o índice em 209 pontos, foi
liderada por quedas nos preços internacionais dos principais
cereais e óleos e gorduras. O Índice mais baixo anterior foi em
junho, com 200 pontos.
No ano de 2012 o índice teve uma média de 212 pontos,
ou seja, 7,0% abaixo dos níveis de 2011, com as reduções mais
acentuadas durante o ano no açúcar (17,1 por cento), lacticínios
(14,5 por cento) e óleos (10,7 por cento).
No ano que passou, a descida de preços foi bastante mais
modesta em relação aos cereais (2,4 por cento) e à carne (1,1
por cento).
“O resultado marca uma inversão da situação em relação a julho, quando o súbito aumento de preços despertou o receio
de uma nova crise alimentar”, afirmou Jomo Sundaram, Diretor-Geral Adjunto da FAO do Departamento de Desenvolvimento
Económico e Social.
“Mas a coordenação internacional, em particular por meio do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (AMIS) e a
queda na procura no âmbito de uma economia estagnada, ajudaram a garantir que o aumento dos preços fosse de curta
duração e a acalmar os mercados, sendo que 2012 encerrou com preços abaixo dos níveis do ano anterior”, explicou.
O índice da FAO para os preços dos cereais registou uma média de 250 pontos em dezembro, uma queda de 2,3%, ou
seis pontos, em relação ao mês de novembro. Em 2012, o índice teve uma média de 241 pontos, 2,4% abaixo em relação a
2011. Após ter subido entre julho e setembro de 2012, devido às incertezas da produção e a escassez da oferta, os preços de
exportação dos cereais desceram devido a uma procura mais baixa para rações e usos industriais.
Em dezembro os preços do milho caíram acentuadamente, com os grandes exportadores da América do Sul aliviando a
pressão dos mercados. Os preços do arroz também caíram em dezembro na expectativa de boas colheitas, mas os valores do
trigo variaram pouco já que o comércio se manteve moderado.
Foto Douglas Gomes
Notícias
12
Petrobras deve pagar mais de R$ 2 por óleo de
peixe para biodiesel
A Associação Brasileira de Reciclagem Animal - ABRA firmou o convênio com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimentos. Os investimentos do convênio serão para o Programa Brasileiro para a Expansão das Exportações de Farinhas e
Gorduras de Origem Animal elaborado pela ABRA. O Programa vem para suprir as necessidades identificadas no I Diagnóstico da
Indústria Brasileira de Reciclagem Animal elaborado pela ABRA, onde aponta um baixo volume da produção nacional das farinhas
e gorduras de origem animal – FGOA que são exportados. Com o objetivo de aumentar o número de indústrias de Reciclagem
Animal no mercado externo, promovendo a diversificação dos mercados, e ainda intensificar o marketing internacional para as
indústrias brasileiras e intensificar a articulação interna. Poderão ser beneficiados pelo programa pequenas, médias e grandes
indústrias de Reciclagem Animal.
Essas indústrias terão a divulgação de sua marca e seus produtos em feiras internacionais de grande relevância para o setor.
Para a gestora da ABRA Sra. Catia Macedo, o Programa Brasileiro para a Expansão das Exportações de Farinhas e Gorduras de
Origem Animal da ABRA integrará o mercado nacional “O Brasil ainda tem pouca visibilidade no mercado externo dos produtos
de Reciclagem Animal. Esse programa vem para aumentar as exportações desses produtos para o mercado externo, alavancando
a economia das indústrias de Reciclagem Animal e mostrando o nosso potencial e qualidade para outros países” afirma. As metas
são de ter 30 empresas participando do projeto no primeiro ano, aumentar o nível exportado que em 2010 era de 1,73% da
produção nacional para 6% em 2013.
Fonte: ABRA
15
Coopercentral Aurora define investimentos para
reabrir indústria de aves de Xaxim
Ministro assina portaria de criação de três
Comitês Permanentes de Gestão da Pesca
A Coopercentral Aurora Alimentos desembolsará
60 milhões de reais neste semestre para recolocar
em pleno funcionamento a unidade industrial de
abate e processamento de aves de Xaxim (SC). A
indústria - que pertence à Massa Falida do antigo
Grupo Chapecó e até meados de dezembro era
operada pelo Frigorífico Diplomata – foi arrendada
pela Aurora por prazo inicial de três anos.
O presidente Mário Lanznaster expôs que os
investimentos físicos somam 20 milhões de reais e
estão representados pela aquisição de duas linhas de
evisceração de aves, recuperação de equipamentos e
instalações do abatedouro, além de outras melhorias.
Outros 40 milhões, em forma de capital de giro, são
necessários para financiar a retomada da operação
industrial, o alojamento de frangos e a aquisição de matérias-primas e dos demais insumos para produção.
Por outro lado, a Aurora iniciou o processo administrativo de recrutamento, seleção e admissão tendo como prioridade os
cerca de 2.200 empregados que trabalhavam para a ex-arrendatária da planta industrial, o Frigorífico Diplomata. As primeiras
contratações já foram concretizadas e se destinam à Fábrica de Rações. As admissões para a indústria serão paulatinas porque
manterão sincronia com a reativação da produção avícola à campo. “Não adianta termos toda a força de trabalho da indústria
a postos se os lotes de frango nem foram alojados”, esclarece o vice-presidente Neivor Canton.
A Cooperativa Central habilitará a base produtiva de campo que fornecia matéria-prima para a ex-arrendatária, formada
por 600 avicultores com, aproximadamente, 800 aviários. Os técnicos da Aurora visitarão esses estabelecimentos rurais para
transmitir as orientações técnicas e os padrões de produção avícola.
Com isso, iniciará o processo de organização da produção para que o abate e o processamento sejam retomados e atinjam,
plenamente, a capacidade instalada de 280 mil aves por dia, em dois turnos. As ações para reestruturação da base produtiva
começam, imediatamente, para alojamento de pintinhos e início efetivo do abate em março, tornando possível atingir a plena
capacidade industrial em junho de 2013. O mix de produtos será formado, inicialmente, por cortes e salgados de frango.
O diretor de agropecuária Marcos Antônio Zordan antecipou que a Aurora pretende acolher em seu sistema de integração
todos os criadores de aves que atendiam o Frigorífico Diplomata. Uma grande parcela dos avicultores interessados já se
apresentou na unidade de Xaxim. Tranqüilizou os avicultores: “O sistema de produção integrada será semelhante ao da
empresa arrendatária anterior. A demora que está ocorrendo deve-se aos procedimentos legais e burocráticos. Logo iniciarão
as visitas de nossos técnicos para orientação. Os produtores não precisam ficar preocupados.”
Todo o conjunto produtivo pertencente à Massa Falida da Chapecó Alimentos foi arrendado, o que inclui, além do
abatedouro, as seguintes estruturas: fábrica de rações (capacidade de produção mensal de 32.000 toneladas ou 60 toneladas/
hora), incubatório (capacidade de produção de pintinhos de 4 milhões por mês), setor de congelamento da unidade industrial
(420 toneladas por dia), armazéns (capacidade de armazenagem de 1.200 toneladas) e granjas-matrizes (alojamento para 200
mil matrizes).
Atualmente, em plantas próprias ou alugadas, a Coopercentral Aurora opera cinco unidades avícolas e abate 700 mil aves
por dia, o que significa 15 milhões de aves por mês. Com o arrendamento da planta de Xaxim, o abate diário crescerá até 31%,
totalizando 938 mil aves por dia no segundo semestre de 2013. A meta da diretoria é otimizar todas as indústrias para atingir
1 milhão de aves por dia no segundo semestre deste ano.
A Aurora arrendou a planta industrial de Xaxim por meio de contrato direto com o síndico da Massa Falida da Chapecó
Alimentos, Alexandre Brito de Araújo, em ato negocial submetido ao Juízo de Falências da Comarca. A Aurora não é sucessora
da Diplomata. Portanto, não tem nenhum encargo ou responsabilidade com os credores do Frigorífico Diplomata, sejam
empregados, fornecedores ou avicultores integrados.
Fonte: Assessoria de Imprensa Aurora
O ministro Marcelo Crivella, da Pesca e Aquicultura, assinou,
juntamente com o Ministério do Meio Ambiente, a criação
de três Comitês Permanentes de Gestão da Pesca e do Uso
Sustentável de Recursos, sendo um para a Bacia do Rio São
Francisco, outro para os Recursos Demersais (peixes que habitam
águas mais profundas) das regiões Norte e Nordeste e o último
para a Bacia Amazônica. Cada Comitê envolve representantes
de seis Ministérios do Governo Federal, dos órgãos estaduais
de meio ambiente e de fomento à pesca e aquicultura,
além de representantes da sociedade civil organizada, dos
pescadores artesanais e industriais, armadores e o setor de
indústria, comércio e exportação. Há também uma estrutura
de assessoramento composta por um subcomitê científico e de
acompanhamento e câmaras técnicas. Todo esse esforço é feito
no sentido de que a exploração dos recursos seja realizada de maneira sustentável para garantir o emprego de milhões de
pescadores, a segurança alimentar dos brasileiros e a garantia de que as próximas gerações poderão usufruir do mesmo que
a presente.
Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura
Diretor da OIE reitera qualidade da defesa
sanitária brasileira
O delegado do Brasil perante a Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE), Guilherme Marques – servidor do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), reiterou as
declarações do diretor geral da entidade sobre a qualidade do
sistema veterinário brasileiro. De acordo com Marques, as recentes
manifestações da OIE corroboram como injustificáveis tecnicamente
as suspensões das compras de carne brasileira por alguns países.
Em declaração à imprensa, o Diretor Geral da OIE, Bernard Vallat,
pediu a países que estão impondo embargos às importações de
carne bovina do Brasil que suspendam as restrições, afirmando que
a medida é injustificada. De acordo com a entidade, a classificação
oficial de EEB é determinada com base em uma avaliação de risco
global. A aparição de um caso não conduz automaticamente a uma
reavaliação do status sanitário oficial do país – salvo em caso de uma mudança da situação epidemiológica que indique
falhas nas medidas de mitigação vigentes, o que não ocorreu no Brasil. Todos os anos, no mês de fevereiro, são realizadas
reuniões da Comissão Científica da OIE para avaliar questões sanitárias de todos os países. No encontro deste ano, o
Brasil apresentará todas as ações decorridas após a identificação do caso de EEB no país, conforme os preceitos técnicos
estabelecidos pelo Código Zoosanitário da OIE. “Não há razões para alterar a classificação do Brasil de risco insignificante,
uma vez que o país vem cumprindo integralmente com todas as recomendações descritas no Código Sanitário da
Organização”, afirmou Marques. De acordo com esse regulamento, o país membro pode ser reconhecido como de risco
insignificante se atende todas as medidas de mitigação de risco e nunca tiver ocorrido um caso nativo da doença ou que
tenha ocorrido em animais com idade superior a onze anos. No caso brasileiro, o animal que veio a óbito tinha 13 anos.
Fonte: MAPA
www.portaldoagronegocio.com.br
Notícias
14
17
Notícias
16
Representantes dos três maiores frigoríficos do
país projetam ano otimista para o setor em 2013
Mesmo com alguma dificuldade encontrada em 2012, consequência do alto
custo com os grãos, o ano termina com saldo positivo. Segundo os representantes
dos três maiores frigoríficos do país, as projeções do setor são otimistas para 2013.
José Antônio Fay, presidente da BRFoods, Wesley Batista, do Grupo JBS, e
Ricardo Florence, vice-presidente de finanças da Marfrig, foram homenageados
no prêmio líderes do Brasil, que aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, sede do
governo do estado de São Paulo.
Segundo os representantes, o ano de 2012 não foi fácil para o setor.
Para compensar os altos custos com a produção, neste final de ano, quando
tradicionalmente aumenta o consumo da carne, o reajuste no preço final das
carnes chega a 10%. Para o presidente da BRFoods, a tendência é de aumento no
valor da carne bovina. Já o preço das aves deve se manter estável.
“Foi um ano difícil por causa do grão. A gente esperava que o grão começasse a
perder um pouco do preço e ainda não cedeu. Os custos continuam altos”, avalia Fay.
Para o presidente do JBS, maior frigorífico do mundo, o crescimento do setor poderia ter sido maior em 2012. Mesmo assim, ele
comemora o resultado do ano.
“Nós assistimos um crescimento tímido do brasil. O agronegócio brasileiro até que cresceu melhor que a média. Nós vamos
terminar o ano com o saldo bastante positivo”, diz Batista.
Os representantes dos três maiores frigoríficos brasileiros fizeram previsões otimistas para 2013.
“Estou otimista. Acho que o grão cede um pouco no fim do ano, cede nos custos. Acho que os sinais são bons”, afirma Fay.
“Um ano de muito trabalho, um ano de realizações, com a Seara crescendo bastante, prenúncio bom do que está por vir em 2013
e próximos anos”, prevê Florence.
“Nós estamos super otimistas. Acreditamos que a economia brasileira cresce de forma expressiva. Acreditamos que o Brasil tem
como crescer na casa dos 4% e o agronegócio até mais do que isto. Então estamos super otimistas com 2013”, diz Batista.
Fonte: Canal Rural
JBS reinaugura quatro unidades de bovinos
arrendadas no ano passado
O Grupo JBS informou que reinaugurou duas unidades de
abate e desossa de bovinos. Os estabelecimentos estão localizados
em Pontes e Lacerda (MT) e Vila Rica (MT) e são decorrentes dos
seis arrendamentos anunciados no ano passado que ampliarão
a capacidade de bovinos na empresa no País em 15% - ou
processamento adicional de 1,2 milhão de cabeças anual - até o final
do primeiro semestre deste ano.
Além dessas duas unidades, a JBS iniciou as operações, no fim do
ano passado, dos estabelecimentos de Rolim de Moura (RO) e Nova Andradina (MS) - ambas adquiridas do Independência.
Até abril serão inauguradas as fábricas de Senador Canedo (GO), também do Independência, e Castelo dos Sonhos (PA).
No município de Pontes e Lacerda (MT), a JBS pretende gerar 700 empregos diretos na unidade que terá capacidade
para processar 1.000 cabeças por dia. Em Vila Rica (MT), serão 700 empregos diretos na unidade com capacidade para
processar 1.000 cabeças por dia.
“A abertura dessas duas unidades demonstra o compromisso assumido pela JBS com os pecuaristas e também com a
sociedade nas regiões onde estamos nos instalando”, afirma Renato Costa, presidente da divisão carnes da JBS, em nota.
Fonte: Estadão
Indústria da carne: altos custos de produção
marcarão 2013
O ano de 2013 será marcado pelos elevados custos de produção para todos os setores da indústria da carne em razão da crise do
encarecimento dos insumos, de acordo com projeções do presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa
Catarina (Sindicarne), Clever Pirola Ávila.
O dirigente realça que a agroindústria catarinense, em especial, teve em 2012 um dos seus períodos mais desafiadores da história. O setor
enfrentou muitos problemas e, “não bastassem os altos custos de matérias-primas, tivemos ainda as quase rotineiras barreiras não-comerciais
estabelecidas pelos nossos parceiros comerciais como Argentina, África do Sul e Rússia, entre outros”.
O presidente do Sindicarne reclama da inoperância do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em aplicar políticas
agrícolas para regularizar o abastecimento de grãos em Santa Catarina - em função da quebra de safra regional e mesmo dos Estados Unidos.
“Tivemos que enfrentar sozinhos esse desafio, pagando custos ainda mais altos. Enquanto outras regiões são beneficiadas com essas políticas,
nosso Estado continua sendo colocado em segundo plano”.
Ávila enfatiza que esses fatores se refletiram de forma muita negativa, levando alguns empresários a venderem seus ativos e outros a
encerrarem suas atividades. Observa que muitos frigoríficos de aves ou de suínos fecharam no País.
Entre os aspectos positivos do ano recém-concluído, aponta os avanços na abertura de novos mercados para a carne suína catarinense:
“Estamos perto de iniciar negócios com os Estados Unidos e intensificar a relação com a China. Completamos as fases de exigências para abertura
do Japão e estamos aguardando a troca do Governo Japonês para carimbar nosso passaporte.”
Sob a ótica das novas tecnologias e da inovação, o Sindicarne trouxe para Santa Catarina com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa
Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc) a aplicação do sistema de RFId, ou radiofreqüência de identificação, que revelou-se
de extrema utilidade para a rastreabilidade da produção. O Sindicato aguarda homologação no Governo Federal para massificação da tecnologia
- a primeira e única do Brasil no setor de aves e suínos.
Projeção para 2013 - “Não precisa ter bola de cristal para afirmar que 2013 também será um ano de custos altos”, expõe. Sublinha que a nova
safra já está sendo comercializada a futuro com patamares de preços similares a 2012 - o que continuará afetando a competitividade da indústria
catarinense.
Mesmo que as próximas safras mundiais normalizem o mercado, iniciará a reposição dos estoques de segurança alimentar - os quais neste
momento são muito menores que o necessário. Por isso, o setor continuará a alinhar (elevar) seus preços em função dos custos já absorvidos,
tanto no mercado interno como no mercado externo.
No plano comercial, Clever Ávila acredita que o Brasil abrirá o mercado do Japão para suínos, o que influenciará também na abertura da
Coréia do Sul.“Se não houver nenhuma catástrofe climática, podemos afirmar que estaremos melhor posicionados no mercado para obtenção
de resultados positivos”.
Ávila antecipa que, entre as novas tecnologias que serão desenvolvidas em 2013 no setor de proteína animal, situa-se a implantação do
projeto-piloto de identificação dos animais por DNA com o apoio da Fapesc e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Fonte: MB Comunicação Empresarial
19
Notícias
18
Valor bruto da produção agropecuária deve
crescer 4,3% em 2013
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO) afirmou,
durante o balanço do agronegócio em 2012, que a instituição
estima que o Valor Bruto da Produção Agropecuária ( VBP) irá
crescer 4,3% em 2013, atingindo R$ 382,8 bilhões.
As explicações para a perspectiva de alta se devem aos
baixos estoques mundiais e o maior consumo de alimentos
em países asiáticos. A projeção do crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve ser de alta de 4%
frente a 2012.
A CNA estima que os produtores devem colher 180 milhões
de toneladas de grãos e fibras no ano que vem, “volume
suficiente para abastecer o mercado interno e exportar”, disse
a senadora.
Segundo a entidade, a balança do agronegócio deve chegar a US$ 83 bilhões em 2013, alta de 5,5% em relação a 2012.
A entidade, porém, prevê recuo nas cotações de soja de 17,4% em relação à média de 2012. Um levantamento da
Superintendência Técnica da CNA aponta alta de 13% no Custo Operacional Efetivo (COE) da soja em decorrência do
aumento de 20% no preço dos fertilizantes.
Fonte: Valor Econômico
ABRA assina convênio com APEX
A Associação Brasileira de Reciclagem Animal - ABRA
firmou o convênio com a Agência Brasileira de Promoção
de Exportações e Investimentos. Os investimentos do
convênio serão para o Programa Brasileiro para a Expansão
das Exportações de Farinhas e Gorduras de Origem Animal
elaborado pela ABRA. O Programa vem para suprir as
necessidades identificadas no I Diagnóstico da Indústria
Brasileira de Reciclagem Animal elaborado pela ABRA, onde
aponta um baixo volume da produção nacional das farinhas
e gorduras de origem animal – FGOA que são exportados.
Com o objetivo de aumentar o número de indústrias de
Reciclagem Animal no mercado externo, promovendo a diversificação dos mercados, e ainda intensificar o marketing
internacional para as indústrias brasileiras e intensificar a articulação interna. Poderão ser beneficiados pelo programa
pequenas, médias e grandes indústrias de Reciclagem Animal.
Essas indústrias terão a divulgação de sua marca e seus produtos em feiras internacionais de grande relevância para
o setor. Para a gestora da ABRA Sra. Catia Macedo, o Programa Brasileiro para a Expansão das Exportações de Farinhas e
Gorduras de Origem Animal da ABRA integrará o mercado nacional “O Brasil ainda tem pouca visibilidade no mercado
externo dos produtos de Reciclagem Animal. Esse programa vem para aumentar as exportações desses produtos para
o mercado externo, alavancando a economia das indústrias de Reciclagem Animal e mostrando o nosso potencial e
qualidade para outros países” afirma. As metas são de ter 30 empresas participando do projeto no primeiro ano, aumentar
o nível exportado que em 2010 era de 1,73% da produção nacional para 6% em 2013.
Fonte: ABRA
ABRA e SEBRAE firmam convênio
A Associação Brasileira de Reciclagem Animal – ABRA firmou o convênio
com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE para
disseminação tecnológica para o setor de Reciclagem Animal. O convênio tem
o objetivo de contribuir para o avanço tecnológico da Reciclagem Animal no
Brasil através da ampliação do conhecimento teórico e tecnológico que serão
aplicados aos sistemas de produção. Para isso, a ABRA irá elaborar e editar
um manual de Boas Práticas de Fabricação específico para o setor. Através
desse manual será desenvolvido o selo de qualidade para as indústrias de
Reciclagem Animal, que servirá de base para a rastreabilidade e certificação
da produção brasileira de farinhas e gorduras de origem animal. Além disso,
o selo tem a finalidade de reduzir os custos, aumentar a confiabilidade e garantir aos clientes dessas indústrias que estão
sendo realizadas todas as etapas de processamento dentro do padrão de qualidade exigido pela legislação e pelo mercado.
A gestora da ABRA, Sra. Catia Macedo considera que o projeto é de grande importância por suprir uma das necessidades do
setor. “Nós como entidade oficial do setor estamos trabalhando nas linhas para o desenvolvimento da Reciclagem Animal. Esse
é um projeto grandioso e que abrange todo o Brasil. A partir do selo, as indústrias transmitirão maior confiabilidade sobre
as gorduras e farinhas de origem animal e isso agrega valor aos produtos das nossas indústrias” afirma. Serão elaborados
livretos voltados para as boas praticas na produção de farinhas e gorduras, com as principais técnicas relacionadas à produção
de farinhas e gorduras de origem animal desde o início do ciclo. A ABRA realizará ainda cinco seminários legais que terão
a presença de técnicos responsáveis pelas fiscalizações e os beneficiários para abrir um canal de comunicação e facilitar o
entendimento da legislação, melhorando a comunicação com as autoridades competentes. Os seminários serão realizados nas
cinco regiões brasileiras o que facilita o acesso e o deslocamento dos interessados. O convênio também permite que sejam
identificados e escritos os cases de sucesso do setor para incentivar a promoção da Reciclagem Animal e para criar um livreto
que preservará a memória do setor. A meta é ter até o final do primeiro ano, cerca de 10 empresas certificadas com o Selo
de Qualidade, capacitar 150 pessoas nos seminários legais e capacitar pelo menos 600 pessoas no ciclo de capacitação de
qualidade.
Fonte: ABRA
Análise da CNA aponta problemas para setores
do agronegócio em 2013
A CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, apresentou em Brasília as perspectivas para o agronegócio
em 2013. Apesar do otimismo de safra recorde, alguns setores podem enfrentar problemas.
O faturamento dos 25 principais produtos agrícolas deve chegar a R$ 382,2 bilhões em 2013, com aumento de 4,3%
em relação a 2012. A previsão leva em conta fatores como o aumento do consumo de alimentos principalmente de países
asiáticos como a China.
De acordo com a CNA, os bons números para 2013 são impulsionados, por exemplo, pela safra recorde de grãos, que
pode passar de 180 milhões de toneladas.
No plantio da safra de verão, os produtores preferiram a soja em vez do milho por causa dos bons preços. Segundo a
CNA, a escolha aponta para um problema em 2013. Como o milho é muito usado na alimentação animal, a previsão é de
queda no ritmo de crescimento da bovinocultura, principalmente a leiteira.
“Milho é o principal alimento, junto com outros produtos, para a silagem do rebanho bovino leiteiro. Pode haver uma
redução e uma necessidade de importação deste leite, que seria o pior dos mundos. O leite da Argentina e do Uruguai,
temos que reconhecer, é mais competitivo do que o leite brasileiro”, diz Kátia Abreu, presidente da CNA.
A CNA estimou também um crescimento de 5,5% para as exportações brasileiras em 2013.
Fonte: G1
Fonte: Departamento Estatístico da Editora Stilo.
Ração: produção nacional pode chegar a 62
milhões de toneladas em 2012
A indústria de alimentação animal no Brasil deve fechar o ano com produção de 62 milhões de toneladas de ração e dois
milhões de toneladas de sal mineral, além de movimento de R$ 47 bilhões para aquisição de insumos nacionais e importados,
segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). De janeiro a setembro deste ano, foram
consumidas 46,6 milhões de toneladas de rações e 1,6 milhão de toneladas de sal mineral, de acordo com a entidade. Se a previsão
for confirmada, o a produção será 3% menor do que a de 2011. Por segmentos, o Sindirações calcula que a avicultura de corte
brasileira totalizará o consumo de 30 milhões de toneladas de ração e a avicultura de postura comercial 5,2 milhões de toneladas
em 2012. No ano passado, a indústria de alimentação animal no Brasil havia produzido 64,5 milhões de toneladas de rações e
mais 2,35 milhões de toneladas de sal mineral, um crescimento de 5,2% em relação a 2010. “O setor engatou a marcha à ré já no
primeiro trimestre de 2012 e o recuo tem se intensificado por causa da coexistência de três fatores: alto custo do farelo de soja e
do milho, baixos preços pagos aos produtores e desaceleração no ritmo exportador das carnes”, explica o vice-presidente executivo
do Sindirações, Ariovaldo Zani. “A descapitalização de muitos produtores independentes vem reduzindo o rebanho de suínos ao
longo do ano, além do alojamento de matrizes, pintinhos e o abate de aves, que perdeu fôlego nos últimos meses”, completa. A
indústria produtora de frangos de corte e suínos, juntas, demandam mais de 70% das rações produzidas no Brasil e são formuladas
com quase 90% da mistura de milho (subiu o preço em 40% nos primeiros 20 dias de julho por efeito da estiagem no cinturão
produtor americano) e farelo de soja (mais que dobrou de preço de janeiro até agosto do corrente ano em razão da forte estiagem
na Argentina e Brasil). De acordo com Zani, é possível que no próximo ano a indústria de alimentação animal global e brasileira
seja capaz de compensar a perda acumulada em 2012. Para isso, no entanto, será necessária a convergência de alguns fatores como
a emergência da nova classe média brasileira e seu potencial de consumo, a recuperação dos empregos nos Estados Unidos, o
redirecionamento dos investimentos para o mercado doméstico na China e a interrupção do caos econômico na União Europeia.
Projeção para 2020
Considerada as potencialidades da demanda doméstica e internacional por proteína animal, as projeções para 2020 revelam a
oportunidade de produção brasileira de cerca de 40 milhões de toneladas de rações para frangos de corte, seis milhões de toneladas
para poedeiras, 19 milhões de toneladas para suínos, três milhões de toneladas para gado de corte, sete milhões para gado leiteiro,
mais de um milhão de toneladas para peixes e camarões, 3,5 milhões para cães e gatos e dois milhões para caprinos, ovinos,
equinos, etc, totalizando 81,5 milhões de toneladas (crescimento médio de 2,54% ao ano desde 2011). No caso dos suplementos, o
crescimento médio de 8,1% poderá culminar na produção de quase cinco milhões de toneladas. A evolução prevista de 2011 até
2020 na demanda de rações é de 2,4% ao ano para frangos de corte, 2,7% para poedeiras, 2,1% para suínos, 2,3% para gado de corte,
3% para gado leiteiro, 12,3% para peixes e camarões, 4,9% para cães e gatos e 2,0% para ovinos, caprinos, equinos, etc.
Fonte: Sindirações
Como a seca no início de 2012 afetou a oferta
de bois abatidos?
Segundo Alberto Pessina, pecuarista e confinador (Agropecuária Pessina) a seca do início do ano teve algum efeito sobre a maior oferta
que ocorreu no mês de março e no final da safra (jun/ago). Ele utilizou essas informações para responder uma pergunta enviada por uma
participante do Seminário mercado do boi gordo no final de 2012 e 2013. Em março, devido à baixa produção dos pastos, houve a necessidade
de aliviá-los antecipadamente. E em jul a ago, devido à entrada antecipada de animais em confinamento, pois os pastos produziram menos.
Porém, também existe um aumento por causa do momento do ciclo pecuário,“que está entrando em fase de aumento de oferta”.
Alberto Pessina é diretor executivo da Aliança Pecuarista, Assocon-SP, da Agropecuária Pessina Ltda (6.000 cabeças, SP) e participa do
Seminário mercado do boi gordo junto com o BeefPoint.Este seminário acontece periodicamente durante o ano,e tem o objetivo de apresentar
as perspectivas para o mercado no curto e médio prazo. Alberto faz um acompanhamento diário do mercado do boi gordo detalhado, e aplica
todo seu conhecimento e experiência em seu confinamento. Ele também é especialista em operações no mercado futuro buscando melhores
preços médios de venda da arroba assim como segurar seu custo de produção.
Fonte: Beef Point
21
Índices de mercado
Notícias
20
Colaboração de Dados –
Aboissa, Sincobesp, Mapa.
As informações destes índices
são dados baseados no CIFSP podendo variar um pouco
para cima ou para baixo.
23
Notícias
22
Governo prevê país livre de aftosa em 2015
Depois de descumprir a meta estipulada pelo ministro
Mendes Ribeiro, de tonar o Brasil livre da febre aftosa até
o fim do ano passado, o Ministério da Agricultura alterou
o cronograma de combate à doença. A Pasta agora prevê
que o país será reconhecido pela Organização Mundial
de Animal (OIE) como um território livre de aftosa com
vacinação apenas em 2015.
Atualmente, dez Estados e a porção norte do Pará ainda
fazem parte das chamadas “zonas não livres” de aftosa.
Juntas, as áreas que ainda não são consideradas livres –
com ou sem vacinação – representam 11% do rebanho
de bovinos e bubalinos do país, cerca de 25 milhões de
cabeças.
Para cumprir a nova meta, o ministério pretende atuar
em duas frentes, segundo o coordenador de febre aftosa da
Pasta, Plínio Lopes. A primeira fase terá caráter estritamente
nacional e acontecerá ao longo de 2013, segundo Lopes.
Pelo novo cronograma do ministério, as chamadas “zonas não livres de aftosa de médio risco” – Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte, Ceará, Piauí, Maranhão e o norte do Pará – serão consideradas regiões “livres da doença com vacinação” no primeiro semestre deste ano.
O ministério não registrou mais casos da doença nesses Estados – o último caso no país foi em 2006, em Mato Grosso do Sul, mas os técnicos
da Pasta farão testes no primeiro semestre para verificar se o vírus ainda circula na região. Esta é a última etapa para que a nova classificação de
risco seja atingida. As “zonas não livres de aftosa de alto risco”,por sua vez, devem se tornar regiões de “médio risco” até o fim de 2013. São os casos
de Amazonas, Roraima e Amapá.
O aguardado reconhecimento da OIE, no entanto, só acontecerá num segundo momento, afirma Lopes. Para os Estados que hoje são
considerados de “médio risco”,o status de livre de aftosa com vacinação está previsto para 2014. No ano seguinte, o mesmo status seria conferido
pela OIE aos Estados do Amazonas,Amapá e Roraima.A chancela da instituição,que deve ser acompanhada pelos países-membro da Organização
Mundial do Comércio (OMC), é fundamental para que esses Estados ampliem os mercados para os quais podem exportar carne bovina.
Apesar de não ter o mesmo impacto que o status conferido pela OIE, o reconhecimento nacional previsto para 2013 trará benefícios
econômicos, garante o coordenador de aftosa do ministério. O principal deles seria a maior facilidade em transportar animais e carne das regiões
“não livres” para o resto do país. Atualmente, os produtores de gado precisam seguir uma série de recomendações sanitárias, que encarecem o
produto.
“O animal que está em uma zona não livre, de médio risco ou alto risco, não pode entrar na zona livre, com ou sem vacinação. Para a carne de
um animal que estava em uma zona de médio risco entrar em zonas livres, existe a necessidade de diversos processos que encarecem a carne
como, por exemplo, a quarentena, exames e processamento da carne”,explica Lopes.
Para que um Estado atinja um novo status, o pedido deve partir dele próprio, com a apresentação de um documento que garanta a existência
de medidas de segurança adotadas para evitar o contágio.“Em Santa Catarina, o governo construiu 67 postos de fiscalização para evitar trânsito
indevido de animais. Na zona livre sem vacinação, o animal não pode ser vacinado. Por isso, devem existir barreiras como os postos de fiscalização”,
explicou Lopes. Atualmente, não existem pleitos nesse sentido, de acordo com ele.
Não é prioridade do ministério, por enquanto, expandir o número de Estados que são livres de aftosa sem vacinação, classificação exigida
por relevantes importadores de carne bovina, como Japão, Coreia do Sul e Indonésia. Hoje, apenas Santa Catarina detém esse status. O governo
entende que essa decisão poderia criar “ilhas”dentro do país, restringindo a movimentação de animais e criando desvantagens econômicas para
Estados que fazem fronteira com vários outros, como São Paulo e Minas Gerais.
Para o diretor de saúde animal do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Guedes, “falta coragem” para outros Estados
seguirem o exemplo dos catarinenses.“Todos querem ser livres sem vacinação, mas falta coragem. Tivemos isso em 2001, no Rio Grande do Sul,
e foi um desastre”,recorda Guedes. Livres sem vacinação naquele ano, os gaúchos viram um surto de aftosa se alastrar a partir da fronteira com o
Uruguai.
Apesar de não avançar rumo às áreas sem vacinação, o combate à doença cresceu. Em 1998, a campanha de vacinação imunizou 83% das
158 milhões de cabeças pretendidas. Em 2011, essa taxa chegou a 97,9%, segundo o ministério.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
CENTRÍFUGA DECANTER
CHIBRAS
A SOLUÇÃO EFETIVA PARA A PRODUÇÃO
DE SEBO BOVINO, GORDURA SUÍNA, ÓLEO DE
AVES E FARINHA DE SANGUE
A Chibrascenter é uma empresa 100 % nacional
que se dedica a fabricação de Centrífugas Decanters
para o processamento de subprodutos de origem animal.
www.chibrascenter.com.br
Coagulador contínuo de sangue animal Chibras
O destino correto e econômico do sangue
C
M
Y
• Totalmente construído em aço inoxidável
• Baixo consumo de vapor
• Compacto e de fácil limpeza
• Para operação contínua, com ou sem Decanter
CM
MY
CY
CMY
K
Reformas, manutenção e assistência técnica em
Decanters de qualquer marca ou procedência,
com qualidade e garantia comprovadas.
Recomposição de roscas transportadoras com
balanceamento eletrônico.
Reparos em caixas de engrenagens e cicloredutores.
Consulte-nos.
Antes
Depois
A Chibrascenter é representante oficial da Tomoe para o Brasil
e América Latina, tradicional fabricante de Centrífugas
Decanters de grande porte e de alta tecnologia,
especialmente voltadas em benefício do meio ambiente.
www.tomo-e.co.jp
CHIBRASCENTER SEPARADORES LTDA.
São Paulo/SP – BRASIL - fone e fax: (55-11) 5521-3373
E-mail: [email protected] / Visite: www.chibrascenter.com.br
Japan
25
Informe Publicitário
24
Kemin Nutrisegurança:
parceria com a indústria de Graxaria
para fornecer matéria-prima fresca
e seguraem todo o mundo!
Barb Howe PhD,P.A.S. / Gerente / América do Sul
A
indústria mundial de rações para pets utiliza
materiais considerados “não comestíveis” ou “inaceitáveis”
para consumo humano. Nas últimas 3 décadas este
mercado sofreu transformações enormes pois o material
“não comestível ” que no passado era considerado de
baixo valor, tornou-se um importante centro de lucro para a
maioria das empresas ligadas a produção de alimentos para
animais. O crescimento global da indústria de rações para
pets, propulsionado pelos Estados Unidos, União Europeia
e Brasil, deu a indústria de graxaria uma via de escoamento
para materiais que não podem ser usados na cadeia de
alimentos humanos, mas podem ser usados com fonte de
proteína e energia para nossos animais de estimação.
Com esta mudança, surgiu a necessidade e foco
na segurança e frescura desta matéria-prima.
Se
considerarmos que mais de 62% das famílias americanas
possuem um animal doméstico (cerca de 72 milhões de
famílias) chegamos a 78 milhões de cães e 82 milhões de
gatos 1 e que no Brasil as famílias tem cerca de 30 milhões
de cães e 18 milhões de gatos 2, torna-se claro que os pets
são uma parte importante da vida nas Américas! Esta
população cresceu consideravelmente com o passar dos
anos e hoje não são mais considerados “animais”, mas
membros da família. Esta mudança de paradigma levou os
donos de animais a procurar alimentos de alta qualidade,
nutritivos, deliciosos e preparados com ingredientes
seguros e frescos.
Qual a importância disto para indústria de graxaria?
Oferece ao mercado de matéria-prima uma oportunidade
de produzir produtos de alta qualidade e valor que
diversificam seu portfólio e permite que a indústria cresça
a cada ano.
A segurança da matéria-prima é garantida de
várias maneiras, entre elas o uso de antimicrobianos
e antioxidantes de qualidade e eficazes. A proteção
da segurança e frescura da matéria-prima durante o
processamento, pós-processamento e para o usuário final
(a empresa que produz rações para pets) exige parceria
com uma empresa que possa prover esta competência.
Kemin já trabalha com a indústria de processamento
a décadas e tem parcerias globais que são essenciais para
o fornecimento da melhor matéria-prima possível para
o mercado de rações para pets. O processo de graxaria
é vital para nosso ambiente e a empresas que produzem
esta matéria-prima processada são especialistas. Usando
os sistemas e soluções fornecidos pela Kemin , ou seja,
otimização da umidade, antimicrobianos ou antioxidantes,
esta parcerias garantem o crescimento e lucratividade do
fornecedor de matéria-prima.
O mercado brasileiro de rações para pets cresceu
dramaticamente nos últimos dez anos. Na realidade, no
presente, o mercado brasileiro de rações para pets é o de
crescimento mais rápido do mundo e as vendas anuais
de 2011 foram de mais de 6 bilhões de dólares sendo
69% deste valor originário de rações 2. Das 10 principais
empresas fabricantes de rações para pets do mundo,
3 (30%) são brasileiras. Este crescimento fantástico
continuará no futuro e o mercado exigirá a melhor matériaprima possível. Este crescimento oferece à indústria de
graxaria brasileira uma oportunidade incrível de crescer e
desenvolver ainda mais produtos premium de maior valor
A Kemin testa mais de 10.000 amostras de farinhas
de proteína e gorduras anualmente em todo o mundo.
Esta frequência de testes deu a Kemin uma vantagem
especial para compreender as matérias primas regional
e globalmente. Monitorando os valores de peróxido,
antioxidantes residuais e níveis de FFA em muitas amostras
a cada ano somos capazes de detectar as tendências de
qualidade e oferecer a nossos clientes soluções sobre
a manutenção e aprimoramento de seus processos e
produtos.
Neste mercado brasileiro em mutação e expansão,
a necessidade de especialistas e produtos de eficácia
comprovada continua a crescer. A Kemin pode ajudar a
fornecer soluções customizadas para sua empresa e seus
consumidores.
1. APPA 2013. www.AmericanPetProducts.org
2. Pet Food Market in Brazil – An Expert’s View about
Animal Food in Brazil, May 2012. www.globaltrade.net
27
Em Foco 1
26
anos foi muito rápida para que ficasse em equilíbrio com
reportado vendas relativamente fortes neste ano, um dos
a atual demanda de mercado. Isso resultou em um excesso
dez principais players do mercado, a Optifood, recentemente
de oferta no mercado doméstico da Tailândia e redução nas
passou por problemas financeiros. Nos Estados Unidos, o
receitas devido maiores custos dos grãos.
principal desenvolvimento foi a venda da Perdue de sua
O comércio global de carne de aves está sendo afetado
planta de processamento de Alabama para a Wayne Farms.
pelas condições econômicas fracas na Europa e na Ásia,
No Brasil, o processo local de consolidação continua, com a
bem como pela menor demanda de regiões importadoras
fusão recentemente anunciada entre Avarama e BR Frango,
importantes, como Japão, Hong Kong e Arábia Saudita. Essas
enquanto o JBS comprou a companhia de frango médio
três regiões também têm programas locais de expansão: a
porte, Agrovêneto.
indústria avícola do Japão se recuperou totalmente dos
danos do terremoto de 2011, a demanda de importação de
negativos nas principais regiões produtoras do mundo
Hong Kong tem pressionado a expansão da produção local
e, então, dependerá da redução de produção e da melhor
e a China e Arábia Saudita têm um grande programa para
produção agrícola. Do lado positivo, a menor produção de
dar suporte à produção local.
carne bovina nos Estados Unidos e suína na Europa poderão
A lucratividade em 2013 vai começar em patamares
O monitor comercial do Rabobank do terceiro trimestre
fornecer alguma proteção de preços para o mercado global
indica que o comércio global nesse trimestre caiu 4%
de frango, mas como é previsível, o preço da carne frango
comparado com o mesmo período do ano anterior. Essa
depende de sua oferta e demanda.
é a primeira vez que o comércio caiu com relação ao ano
anterior desde 2008. Os três principais exportadores de
carne de aves – Brasil, Estados Unidos e UE – deverão ser
afetados, com quedas de 3% a 5%. Somente a Tailândia
está mostrando um crescimento no volume de exportação,
mas os preços estão fracos devido à situação de excesso de
oferta no país.
O investimento da indústria em geral e sua expansão
está atualmente focado em novos projetos nos mercados
emergentes. A Brasil Foods recentemente anunciou planos
Mercado global do frango tem más
perspectivas ainda em 2013
O
mercado global de carne de aves está enfrentando
como o excesso de oferta e restrições do Governo referente
os mesmos desafios do trimestre anterior: o alto custo dos
ao fechamento de plantas, a fragmentação da indústria.
grãos (alimentos para animais). Em grande parte do mundo
as margens estão sob pressão, tornando-se negativas no
o dos Estados Unidos, da União Europeia (UE), da Tailândia
quarto trimestre de 2012 e aproximando-se de 2013. De
e da África do Sul. Os Estados Unidos recentemente
forma geral, há previsões de que as condições em 2013
começaram a fazer cortes na oferta. Esse também é o caso
serão melhores – ou, pelo menos, não tão ruins comparadas
da UE, apesar dos níveis das margens não estarem tão
com a última crise, devido aos preços melhores.
fracos como nos Estados Unidos em 2011. A maioria das
Os mercados avícolas mais prejudicados atualmente são
Oscilações de rentabilidade são um problema constante
companhias avícolas está ainda obtendo margens EBITDA
para a indústria, que também passou por aumento similar
positivas, apesar dos níveis terem caído de médias históricas
no custo dos alimentos para animais em 2008 e 2010.
de 6%-7% para apenas 4%-5.
Principalmente nos países desenvolvidos, a indústria não
consegue repassar aos consumidores estes maiores custos.
frango importado da UE, com forte queda nos preços locais.
Outros fatores também contribuem para a má situação,
A expansão da produção da Tailândia nos dois últimos
A África do Sul está atualmente com alto volume de
de construir uma planta de processamento na China, com
seu sócio em Hong Kong, DCH, enquanto outras companhias
como Marfrig, Tyson, CP e Cargill anunciaram grandes
programas de expansão da produção na China.
Embora a maioria das companhias russas tenham
Fonte: Rabobank PoultryQuarterly, (quarto trimestre), traduzida e adaptada pela
Equipe BeefPoint.
29
Em Foco 2
28
Produção em 2004
Produção em 2011
Bovinos - efetivo dos rebanhos 97.600 cabeças
Bovinos - efetivo dos rebanhos 104.500 cabeças
Suínos - efetivo dos rebanhos 7.700 cabeças
Eqüinos - efetivo dos rebanhos 2.100 cabeças
Eqüinos - efetivo dos rebanhos 2.350 cabeças
Bubalinos - efetivo dos rebanhos 100 cabeças
Asininos - efetivo dos rebanhos 10 cabeças
Asininos - efetivo dos rebanhos 15 cabeças
Muares - efetivo dos rebanhos 180 cabeças
Muares - efetivo dos rebanhos 180 cabeças
Bubalinos - efetivo dos rebanhos 60 cabeças
Suínos - efetivo dos rebanhos 6.350 cabeças
Coelhos - efetivo dos rebanhos - cabeças
Caprinos - efetivo dos rebanhos 150 cabeças
Ovinos - efetivo dos rebanhos 370 cabeças
Ovinos - efetivo dos rebanhos 750 cabeças
Galinhas - efetivo dos rebanhos 28.500 cabeças
Galos, frangas, frangos e pintos - efetivo dos rebanhos 23.600 cabeças
Galos, frangas, frangos e pintos - efetivo dos rebanhos 41.500 cabeças Galinhas - efetivo dos rebanhos 16.400 cabeças
Dados do IBGE: Pecuária avança,
mas cai suinocultura e avicultura
E
ntre 2004 e 2011, muita coisa aconteceu no setor
produtivo do município de Iporá. O OG, fazendo uso de
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,)
fez uma análise sobre o assunto.
O que se constata é que a pecuária passou por um
incremento. Nada porém, de tão expressivo. Em seis anos o
rebanho bovino do município aumentou 6,6%. O rebanho
que era de 97.600 cabeças em 2004 passou para 104.500
cabeças em 2011. Junto com esse incremento veio um
aumento na produção de leite.
O município de Iporá, em 6 anos, aumentou o rebanho de
assininos, caprinos, bubalinos e ovinos. Houve incremento
na produção de mel.
Mas vários itens do setor produtivo passaram por
retrocesso. Decresceu o número de aves e a produção de ovos.
A produção de arroz de casca caiu drasticamente. Em 2004,
produziu 460 toneladas. Em 2011, isso caiu para 270 toneladas.
No período a produção de feijão praticamente zerou. Em 2004
ainda produziu 20 toneladas. A produção de milho aumentou.
Foi de 4.500 toneladas em 2004 e, em 2011, de 5.400.
Veja o quadro produtivo em dois tempos diferentes (anos
de 2004 e 2011)
Codornas - efetivo dos rebanhos 270 cabeças
Codornas - efetivo dos rebanhos 260 cabeças
Caprinos - efetivo dos rebanhos 70 cabeças
Coelhos - efetivo dos rebanhos - cabeças
Vacas ordenhadas - quantidade (cabeças) 16.000 cabeças
Vacas ordenhadas - quantidade 16.100 cabeças
Leite de vaca - produção - quantidade (mil litros) 17.650 mil litros
Ovinos tosquiados - quantidade - cabeças
Ovinos tosquiados - quantidade (cabeças) - cabeças
Leite de vaca - produção - quantidade 19.680 Mil litros
Lã - produção - quantidade (kg) - kg
Ovos de galinha - produção - quantidade 100 Mil dúzias
Casulos do bicho-da-seda - produção - quantidade (kg) - kg
Ovos de codorna - produção - quantidade 1 Mil dúzias
Ovos de galinha - produção - quantidade (mil dúzias) 175 mil dúzias
Mel de abelha - produção - quantidade 5.100 Kg
Ovos de codorna - produção - quantidade (mil dúzias) 1 mil dúzias
Casulos do bicho-da-seda - produção - quantidade - Kg
Mel de Abelha - produção - quantidade (kg) 2.600 kg
Lã - produção - quantidade - Kg
Arroz em casca / toneladas - 460
Arroz em casca / toneladas - 270
Feijão em grão - 20 toneladas
Feijão em grão - nenhuma produção
Milho em grão - 4.500 toneladas
Milho em grão - 5.400 toneladas
Fonte: Oeste Goiano
31
Em Foco 3
30
farinhas e preparações (60,3%; de US$ 4,16 bilhões para US$
6,67 bilhões); fibras e produtos têxteis (20,7%; de US$ 2,17
bilhões para US$ 2,62 bilhões); e animais vivos (30,7%; de
US$ 492 milhões para US$ 643 milhões).
O milho contribuiu como destaque para o aumento das
vendas - que dobraram - passando de US$ 2,63 bilhões em
2011 para US$ 5,29 bilhões (US$ 2,66 bilhões), aumento de
101,5%. A quantidade embarcada subiu de 9,46 milhões de
toneladas em 2011 para 19,78 milhões de toneladas em 2012
(109,1%). Outro produto que se manteve em alta em 2012 foi
a soja em grão. As exportações subiram de US$ 16,31 bilhões
para US$ 17,45 bilhões (US$ 1,14 bilhão). A quantidade
embarcada permaneceu praticamente a mesma de 2011,
com cerca de 33,0 milhões de toneladas.
Valor das exportações de carne bovina foi recorde em
2012 - A carne bovina registrou alta de 7,39%, com aumento
das vendas de US$ 5,35 bilhões em 2011 para US$ 5,74
bilhões em 2012 (US$ 395,4 milhões), com valor recorde.
Houve elevação da quantidade exportada: de 1,09 milhão de
toneladas para 1,24 milhão de toneladas (13,4%), enquanto
o preço médio de exportação caiu 5,3%. As exportações de
animais vivos cresceram 30,7%, o que representa 10% das
compras de carne. O fumo também teve aumento de US$
2,94 bilhões para US$ 3,26 bilhões (+US$ 322 milhões). Já as
Exportações do agronegócio
registram maior valor da história
A
s exportações brasileiras do agronegócio de 2012
somaram o valor recorde de US$ 95,81 bilhões, o que
representou incremento de cerca de 1% (US$ 846 milhões)
em relação a 2011, quando as exportações atingiram US$
94,97 bilhões. Já as importações chegaram a US$ 16,41
bilhões, número 6,2% inferior a 2011. O saldo da balança
comercial foi recorde, de 79,41 bilhões. As informações são
da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
a partir dos dados do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
“Os números comprovam a força do agronegócio
brasileiro. O país está cada vez mais competitivo
internacionalmente e continuaremos trabalhando, ao lado
dos produtores, na busca de novos mercados”, destacou
o Ministro Mendes Ribeiro Filho. Segundo ele, a economia
nacional depende dos bons resultados do agronegócio para
manter o Brasil entre as principais potências econômicas
mundiais.
Em 2012, as vendas externas foram influenciadas pela
redução dos valores de mercado dos principais produtos
exportados pelo Brasil, em função da crise econômica
mundial. Os preços caíram, em média, 7,1%, enquanto o peso
total exportado em produtos do agronegócio teve aumento
de 8,6%. Os setores que tiveram maior crescimento de
vendas foram o complexo soja (8,2%; de US$ 24,14 bilhões
para US$ 26,11 bilhões), seguido por fumo e seus produtos
(11,0%; de US$ 2,94 bilhões para US$ 3,26 bilhões); cereais,
vendas externas de álcool subiram 46,6% (US$ 694 milhões),
com acréscimo da quantidade embarcada de 1,57 milhões
de toneladas para 2,48 milhões de toneladas (57,5%).
Mercados - A China continua sendo de forma crescente
o principal destino dos produtos do agronegócio brasileiro,
passando de 17,4% para 18,8%, com US$ 17,975 bilhões em
compras em 2012. Em seguida, aparecem Estados Unidos
(US$ 7 bilhões), Países Baixos (US$ 6,12 bilhões), Japão (US$
3,5 bilhões) e Alemanha (US$ 3,1 bilhões).
Destacam-se o crescimento das exportações para nações
da Ásia: Coreia do Sul (40,9%), Taiwan (35,9%), Tailândia
(13,5%), China (8,9%), Hong Kong (6,6%) e Japão (0,2%).
Juntos, os asiáticos expandiram as aquisições em US$ 3,59
bilhões. A Coreia do Sul ampliou suas aquisições em US$
637,60 milhões em 2012, cifra registrada em função da
elevação das vendas de milho ao país, que subiram de US$
37,20 milhões para US$ 701,12 milhões. As vendas do cereal e
da soja em grão também possibilitaram um forte crescimento
das vendas para Taiwan. Além dos países asiáticos, h ouve
elevação das vendas para: Egito (12,9%); Emirados Árabes
(7,9%); Estados Unidos (2,6%); e Arábia Saudita (0,1%).
Fonte: Mapa
33
Em Foco 4
32
respaldo de manter seu status de risco insignificante para
vaca louca. Assumindo que as barreiras serão levantadas
e os impactos serão pequenos, quais lições devem ser
aprendidas com esse caso?
O primeiro alerta é que defesa sanitária não é brinquedo.
O país tem regulamentações avançadas, mas precisa investir
pesado para controlar certas doenças e manter-se livre de
outras (como é o caso da vaca louca), construir laboratórios
modernos e investir em pessoal qualificado, ter capacidade
de resposta rápida e consistente.
A pujança da agropecuária brasileira não é vista com
bons olhos por muita gente, e a criatividade de certos
países para impor barreiras ao comércio é enorme. Nessa
linha, a capacidade de negociar acordos sanitários, de fazer
análises de risco, de manter adidos agrícolas em paíseschave e questionar barreiras injustas são apenas alguns
pontos fundamentais para manter esse potencial.
O desafio de agregar valor aos produtos do agronegócio
por meio da exportação de carnes é outro ponto. O
argumento de que poucos países são provedores de
proteína animal e, por isso, os compradores precisam do
Brasil cai por terra nas crises sanitárias. Vale lembrar que
Lições da vaca louca
A
s barreiras sanitárias contra a carne bovina brasileira
por causa de um animal que morreu no fim de 2010 com
suspeita da doença da vaca louca não possuem fundamentos
científicos e podem ser facilmente questionadas na
Organização Mundial do Comércio (OMC). O animal não
morreu em decorrência da doença. Na realidade, os exames
detectaram uma forma de proteína, conhecida como príon,
que causa a doença da vaca louca. Na literatura, esses casos
são tratados como atípicos, e não justificam restrições
ao comércio para proteger a saúde dos animais e dos
consumidores.
Japão, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, China
e Taiwan restringiram a carne de todo o país, enquanto
Jordânia e Líbano barraram a carne do Paraná. O Peru
adotou uma barreira de três meses e o Chile proibiu a
compra de farinha de carne e de osso. Esses mercados
representam aproximadamente 5% das exportações e não
devem causar impactos significativos, até porque se espera
uma solução rápida e consensual.
O Ministério da Agricultura seguiu os protocolos
internacionais, comunicou o caso à Organização Mundial
de Saúde Animal (OIE), e agora trata as restrições com o
em 2003 os Estados Unidos exportavam 1,14 milhão de
toneladas de carne bovina e o caso de vaca louca derrubou
as exportações para meras 209 mil toneladas em 2004.
A capacidade de intensificar a produção de carne, liberar
pastos para outras culturas, cuidar das questões logísticas,
equacionar a demanda por milho e farelo, adotar práticas
que permitam aumentar a produtividade e conservar os
recursos naturais são desafios da agropecuária brasileira.
Mas de nada adianta vencê-los sem investir com a mesma
seriedade nas questões sanitárias.
Os dados finais de 2012 deverão recolocar o Brasil como
maior exportador de carne bovina, na casa de 1,25 milhão de
toneladas. Espera-se que o caso atípico de vaca louca sirva
de lição. O país felizmente é livre desta e de outras doenças
que já devastaram a agropecuária de muitos países, e
continuar assim é um desafio constante que dependerá da
capacidade brasileira de enxergar e tratar a defesa sanitária
como assunto prioritário da agenda agropecuária.
Rodrigo Lima, advogado, é gerente-geral do Instituto de
Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone).
Fonte: Icone
35
Em Foco 5
34
da cadeia produtiva.
Estarão reunidas no mesmo evento iniciativas pioneiras,
como os projetos Comprador e Imagem, realizados com o
apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex Brasil), com a proposta de apresentar
para jornalistas, representantes de associações de
consumidores e potenciais compradores estrangeiros
a qualidade, sanidade e sustentabilidade da avicultura
brasileira; o Projeto Produtor, que leva ao evento produtores
de vários polos de produção do Brasil; assim como o Projeto
Estudante, que aborda o futuro profissional da cadeia
produtiva. Esse ambiente de negócios receberá lideranças
nacionais e internacionais, presidentes de empresas,
responsáveis pelas áreas comerciais, compradores e técnicos,
entre vários outros elos da cadeia produtiva.
Segundo o presidente da UBABEF, Francisco Turra, o 23°
Congresso e Feira da Avicultura Brasileira desenvolverá, ainda,
mais ações voltadas para públicos diversos relacionados
à produção avícola. A proposta é tornar o evento mais
plural, unindo todos os elos da cadeia produtiva, buscando
visitantes do mercado interno e externo.
“Nosso objetivo é expandir o leque de atuação do
evento, ressaltando seu papel institucional de fomento a
novos negócios em prol do desenvolvimento da avicultura
brasileira”, destaca Turra.
UBABEF promove em agosto o
Salão Internacional da Avicultura
A
União Brasileira de Avicultura (UBABEF) promove,
entre os dias 27 e 29 de agosto, no Anhembi, em São Paulo
(SP), o Salão Internacional da Avicultura (SIAV), um dos
maiores eventos do setor avícola mundial, que terá como
tema “Menos Impostos, Mais Alimentos”. O Salão, principal
encontro comercial, técnico e político realizado no Brasil,
contará com uma feira com os representantes da cadeia
produtiva e somará, ainda, em sua programação a 23ª edição
do Congresso Brasileiro de Avicultura.
Considerado “o evento oficial da avicultura brasileira”, o
congresso e a feira da UBABEF repetirão o sucesso de 2011,
unindo os elos da cadeia produtiva em um grande encontro
político, técnico e comercial, com a presença de autoridades,
líderes, empresários, técnicos, compradores, consultores e
pesquisadores.
Uma rica programação de palestras com especialistas de
renome internacional e temas com foco técnico e políticoempresarial dividirão espaço com a maior feira do segmento
avícola, com mais de 30 agroindústrias produtoras de
frangos e ovos, equipamentos para granjas e processadoras
de corte e postura, indústrias farmacêuticas, produtoras de
rações, casas genéticas, consultorias, entre outras empresas
SALÃO INTERNACIONAL DA AVICULTURA (SIAV )
O evento oficial da Avicultura Brasileira!
De 27 a 29 de agosto de 2013
Anhembi – SP
Saiba mais:
União Brasileira de Avicultura - UBABEF
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1912 Conj. 20-L 20º andar
Jardim Paulistano
CEP: 01452-922 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3031-4115
www.ubabef.com.br
[email protected]
www.blogdofranciscoturra.com.br
http://twitter.com/ubabef_oficial
Assessoria de Comunicação: Marilia Ferreira
Tel.: (21)2509-5399
37
Em Foco 6
36
Atuação da Fiesp promove
o crescimento das Micro,
Pequenas e Médias Indústrias
O
Departamento da Micro, Pequena e Média
Indústria – DEMPI da FIESP, atua em diversas frentes para
apoiar e desburocratizar o dia-a-dia das micro, pequenas
e médias empresas, que hoje, representam 99% das que
contribuem com mais de 20% do PIB Nacional, e empregam
mais de 67% da mão-de-obra.
Com parcerias junto aos órgãos federais, estaduais e
municipais, bancos públicos e privados, universidades,
institutos de pesquisas, entre outros, e
atendendo
demandas setoriais dos Sindicatos Filiados e das indústrias
paulistas, estamos trazendo resultados concretos para
este segmento.
Estes resultados já puderam ser percebidos nas
ações de: Aprovação da Lei Geral; Convênios bancários;
Salas de Crédito conjuntas entre agentes financeiros
e o BNDES; Facilitação do licenciamento ambiental;
Cursos com Universidades; ferramentas de apoio ao
empreendedorismo, etc
Mas, o nosso desafio é ampliar cada vez mais o apoio
a este segmento, visando serem mais competitivos, e
também atuar no mercado internacional.
Hoje, não basta abrirmos a empresa, precisamos melhorar
ainda mais a sua gestão e fomentar o acesso à inovação,
porque se assim não fizer a empresa ficará para trás.
E para estarmos mais próximos dos nossos empresários,
promovemos o programa “Atendimento Fiesp para Micro,
Pequena e Média Indústria”, que através de parceiros,
estamos presentes em eventos setoriais dos Sindicatos e
regionais, como feiras, seminários e encontros.
Neste ano, iremos ampliar ainda mais as parcerias
com as Universidades/Institutos incentivando ainda
mais a capacitação empresarial e a sinergia entre
Universidade e Empresa, teremos novos programas de
crédito, promoveremos o acesso a novos mercados e
oportunidades de negócios, fomentando e divulgando
o Programa de Compras Governamentais e no âmbito
internacional buscaremos mercados que tenham
demanda e facilidade de acesso às nossas empresas,
entre outras.
A FIESP/DEMPI, estará presente na 8ª FENAGRA - Feira
Internacional de Graxarias, onde os empresários poderão
apresentar suas necessidades técnicas e gerenciais e
conhecer as ferramentas disponíveis que irão apoiá-los na
solução de suas demandas.
Milton A. Bogus é Diretor Titular do Departamento da
Micro, Pequena e Média Indústria da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP
39
Em Foco 6
38
As novidades da 8ª edição
Desta vez o setor de Reciclagem de Resíduos de Origem Animal se
reunirá na cidade de Campinas (SP). A novidade trará benefícios para
expositores, congressistas e visitantes
Por: Lia Freire
N
o mundo dos negócios, inovação e flexibilidade são
aspectos imprescindíveis para a evolução e a Editora Stilo
partilha deste mesmo princípio em sua atuação, o que justifica
as mudanças e adaptações pelas quais o seu evento técnico,
FENAGRA - Feira Internacional das Graxarias vem se submetendo.
A fim de aprimorá-lo e atender as reais necessidades do
mercado decidiu-se nesta oitava edição realizá-lo na cidade de
Campinas (SP), que está a 92 km de distância de São Paulo.
A região é o maior pólo tecnológico da América Latina, alia
na atualidade diferentes competências e dinâmicas: cidade
de serviços, de comércio tradicional, de produção agrícola,
de geração de ciência e tecnologia. Campinas é considerada
o terceiro maior centro industrial do país (atrás da região
metropolitana de São Paulo e Rio de Janeiro), gerando 3% do PIB
brasileiro. E não são apenas estes atrativos que levaram o evento
para a região. “Mais de cinquenta graxarias estão localizadas no
interior de São Paulo, centenas de fábricas de ração animal estão
situadas na proximidade de Campinas e na própria cidade, ou
seja, o deslocamento para a feira além de economicamente ser
mais atraente, favorece também a logística, o que certamente
irá contribuir para um número maior de visitantes. Ainda em
termos financeiros, a 8ª FENAGRA terá um custo inferior para
os expositores com a isenção de taxas municipais. Para quem
necessitar hospedar-se na região, a rede hoteleira é extensa e
os valores também mais baixos do que na cidade de São Paulo.
Além disso, o pavilhão onde será realizada a feira – Via Appia
Eventos – está apenas a 7 km do centro de Campinas e próximo
dali há o Aeroporto Internacional de Viracopos – Campinas. Por
todas estas razões acreditamos que a mudança seja benéfica
e o retorno do mercado está sendo bastante positivo”, afirma
Daniel Geraldes, diretor da Editora Stilo.
A edição 2013 da FENAGRA será realizada entre os dias
24 e 25 de abril e mais uma vez além de reunir os principais
fornecedores de tecnologias, novidades e tendências para as
indústrias de ração animal, cosméticos, produtos de higiene
e limpeza, biodiesel, entre outros, sediará o 12° Congresso
Internacional de Graxarias (SINCOBESP – Sindicato Nacional dos
Coletores e Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal
e da ABRA – Associação Brasileira de Reciclagem Animal); a 3ª
Expo Pet Food, que trará os principais fornecedores de rações,
equipamentos, embalagens, insumos e demais itens voltados
à nutrição animal, além do V Congresso Internacional e o
XII Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação, estes
dois últimos organizados pelo CBNA – Colégio Brasileiro de
Nutrição Animal.
Informações poderão ser obtidas por meio do endereço
eletrônico da Editora Stilo www.editorastilo.com.br ou no email
[email protected].
40
41
De Olho no Mercado
Grupo BC
Organizações Empresariais Baltazar de Castro
Ano novo, novos desafios
C
Higiene e Limpeza
Nutrição Animal
Gordura Animal
Produtos de Higiene e Limpeza
Sabão e Derivados
Farinha de Carne Esterilizada
Farinha de Sangue
Farinha de Ossos Calcinado
Farinha de Penas
Farinha de Vísceras
Farinha de Peixe
Sebo Industrial
Óleo de Frango e Óleo de Peixe
M
Y
CM
N
esta primeira edição da coluna, de olho no mercado,
do ano de 2013 gostaria de cumprimentar e agradecer a
todos os leitores que nos acompanham nesta revista de
grande importância para nosso setor e desejar que este
ano, que esta começando, seja próspero e produtivo para
todos os leitores.
Gostaria de começar falando de alguns rumores que
vem dos EUA onde a indústria petrolífera do País está se
unindo, para em conjunto lançar uma campanha contra os
Biocombustíveis, com foco principal nos países produtores
da América Latina. Este grupo estaria disponibilizando
alguns milhões de dólares, segundo informações, para que
fosse lançada esta campanha na mídia a nível mundial. Estas
campanhas tratariam o tema Alimentos x Biocombustíveis.
É esperar para ver qual será a reação do nosso Governo que
também investe milhões de reais na exploração do pré-sal
abdicando de investimentos no Biocombustível.
Como sempre o ano começa com uma tendência de
queda no setor, com a safra da soja que está iniciando e os
preços do óleo de soja (bruto e degomado) já começaram
a cair mesmo que lentamente, mas de qualquer maneira
afetando o mercado de sebo devido à migração de algumas
usinas de biodiesel do sebo para a soja como matéria prima
principal neste período. Isto faz com que a oferta de sebo
MY
CY
no mercado aumente e consequentemente ocorra uma
baixa nos preços.
No mercado de farinhas não é diferente, visto que a
oferta de farelo de soja é grande nesse período e neste caso
a queda deve ser mais acentuada. No caso do mercado de
farinhas outra preocupação é a crise financeira que algumas
empresas do setor de avicultura e Pet estão enfrentando.
Neste período os atrasos constantes causam desconfiança
por parte dos fornecedores, inclusive alguns enfrentando
dificuldades por meio desta inadimplência dos clientes.
Podemos enfrentar uma crise no setor se nada for feito
para amenizar a crise sentida na avicultura nos últimos
meses. Já no primeiro semestre do ano passado a crise era
mais acentuada na suinocultura, principalmente no sul do
País, que gerou uma onda de inadimplência no mercado,
tendo inclusive alguns grandes criadores encerrado as
atividades. Espero que ocorra uma intervenção rápida na
Avicultura para que o mesmo não aconteça. A abertura
de novos mercados para exportação do produto pode ser
uma saída.
Até já
J. Moreira
Gestor Ambiental
CMY
K
BC Participações e Empreendimentos
Goiânia (GO) - Administração Geral
Fone: (62) 3243-5100
Transportadora Sta Edwiges
Reciclagem - Amiga da Natureza
[email protected]
[email protected]
Repar
[email protected]
[email protected]
ReBras - Reciclagem Brasileira de Resíduos Animais
[email protected]
[email protected]
Sabao Geo
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Nordeste Industrial
[email protected]
AR Nutrição Animal
[email protected]
[email protected]
[email protected]
D
Capa
42
Insumos e
matérias-primas
Foco na alta eficiência
Por: Lia Freire
Importantes parceiros das graxarias, os
fornecedores de insumos e matériasprimas buscam o aprimoramento em
seus processos e produtos
e acordo com dados divulgados no 1º Diagnóstico da
Indústria Brasileira de Reciclagem Animal pela ABRA – Associação
Brasileira de Reciclagem Animal, os abatedouros, frigoríficos e
açougues geraram em 2010, aproximadamente 65 kgs de ROAs –
Resíduos de Origem Animal – não destinados ao consumo humano,
para cada brasileiro. Estes resíduos foram processados, tratados,
estabilizados e reaproveitados, tanto na própria cadeia de produção
da carne como em outros setores, como o de higiene e energia
(biocombustíveis). Mediante estes dados calcula-se que o Brasil
processou, em 2010, aproximadamente 12,4 milhões de toneladas
de ROIs, gerando cerca de 5,4 milhões de toneladas de farinhas e
óleos, produtos nobres, ricos em energia, proteínas e minerais.
É na fase do processamento e tratamento destes resíduos
que são usadas matérias-primas e insumos para que os produtos
estejam adequados para a utilização industrial.
De acordo com Ricardo Ferrari Sales, executivo da Kemin, os
clientes têm solicitado insumos com alta eficiência, que mantenham
a estabilidade de seus produtos, que estes estejam livres de resíduos
e a custos competitivos, o que é conseguido normalmente com
blends de diversos princípios ativos. Destaca ainda que muitos
mercados têm restringido o uso de alguns princípios ativos como o
etoxiquim em antioxidantes e de formaldeido em antisalmonela.“O
aumento da qualidade e também da segurança têm sido aspectos
cada vez mais determinantes para os consumidores finais e isso se
repete ao longo da cadeia, com todos os fornecedores de insumos”,
observa Sales.
Em 2013, a Kemin promete novas soluções para atender às
necessidades do mercado, tanto com relação à estabilização de
farinhas e óleos, quanto no controle de salmonela, entre outras
demandas. “A Kemin possui uma série de divisões que atuam em
diferentes segmentos. No entanto, temos focado no mercado de
farinhas e óleos, além de rações comerciais e pet. Aumentamos
nossos recursos disponibilizados para o setor de ingredientes/
insumos, inclusive com o lançamento de antioxidantes e
antifúngicos para farinhas de origem animal”, explica Sales.
A companhia segue investindo em seus laboratórios localizados
no Brasil e Estados Unidos e assim conta com um dos maiores banco
de dados do mundo, que os torna capazes de desenvolver produtos
com ótimo desempenho, transmitindo confiança e segurança aos
seus clientes. “Nossos esforços estão voltados para estarmos mais
43
“Neste ano teremos novidades como o adsorvente a base de silicato natural para a
purificação do biodiesel”, Marcus Dore, da Oil-Dri.
próximos dos clientes, com produtos, equipamentos, laboratório e
serviços de alta qualidade, oferecendo-lhes um suporte ainda mais
abrangente, auxiliando-os a produzir os melhores produtos com um
excelente custo-benefício”, afirma o executivo da Kemin.
Presente no mercado brasileiro desde o ano 2000, por meio
da representação da Aboissa, a Oil-Dri Corporation of America,
que atende a 70 países, é produtora de uma ampla gama de
adsorventes naturais e produtos minerais. Seus principais
mercados são a purificação de óleos e gorduras vegetais, animais
e minerais, a indústria de ração animal (fornecendo adsorventes
de micotoxinas), purificação de QAV, agricultura (melhoramento
de solo), adsorventes industriais para controle ambiental, argilas
sanitárias para gatos e carriers para pesticidas e herbicidas. No
entanto, dentre os insumos oferecidos pela empresa, os que vêm
obtendo uma maior demanda são as argilas para branqueamento
de óleos e gorduras animais. De acordo com a empresa, isso se
deve em virtude da alta atividade da indústria, impulsionada pela
demanda interna, pelo biodiesel e, também, graças aos acordos
internacionais que a Oil-Dri fechou recentemente com as principais
produtoras multinacionais. E, novidades para 2013 chegarão em
45
Capa
44
No nononono No
nononono No nononono
No nononono No
nononono No nononono
No nononono No
nononono No nononono
breve ao mercado, como um novo adsorvente a base de silicato
natural para a purificação do biodiesel. “Investimos cerca de U$ 40
milhões em nossa fábrica nos Estados Unidos para a implantação
desta nova linha e para a ampliação de capacidade de produção”,
informa Marcus Dore, gerente no Brasil da Oil-Dri. A companhia
possui um Centro de Pesquisas e Desenvolvimento no Estado de
Ilinois (EUA), que conta com 25 PhD’s considerados na indústria
como “State of the Art”. “Nosso Innovation Center fornece suporte
à nossa produção e assistência permanente aos clientes, em todo o
mundo”, acrescenta o executivo.
Além de oferecer consultoria nas exportações e em
investimentos, a corretora Uniamerica também disponibiliza
variedade de insumos, tais como, óleos vegetais, sebo bovino,
glicerina e ácidos graxos aos clientes dos ramos alimentício,
cosmética e household. A empresa segue investindo em serviços
ainda mais personalizados comandados por especialistas que
buscam novas tecnologias e matérias-primas de maior rentabilidade.
“Observamos, independente do segmento de negócios, que há
uma forte procura por insumos sustentáveis. Somado a isso, as
empresas estão investindo em processos produtivos ecológicos,
resultando em atuações ecologicamente corretas”, analisa Carlos
Eduardo O. Alexandre, diretor da Uniamerica. O executivo acrescenta
que, de modo geral, fornecedores de insumos e matérias-primas
buscam continuamente a qualidade. “Quanto menor a margem de
produtos que estejam fora das especificações, mais simplificado e
automatizado tornar-se-á os processos produtivos das empresas.”
Um acidificante para água de bebida, um gel para nutrição e
hidratação de suínos, antioxidantes a base de compostos naturais e
duas novas formulações para o controle bacteriano, especialmente
da salmonella em matérias-primas e rações, são as novidades que a
Eurotec Nutrition apresentará em 2013. Também para este ano está
prevista a ampliação da unidade em Palhoça (SC). Uma área de 3.250
m2 que se somará à estrutura existente, aumentando a capacidade de
produção e armazenagem. Está prevista ainda, a fabricação, no Brasil,
de dois novos produtos nutricionais, que atualmente são importados.
“Acreditamos que permanecerá a preocupação pelo aumento de
algumas matérias-primas, especialmente as de origem vegetal, o que
por outro lado, possibilitará o uso de “novos” aditivos que otimizam
sua eficiência”,analisa Guillermo A. Vieira, diretor geral da Eurotec.
Para o desenvolvimento dos seus aditivos e dependendo do
tipo, a empresa trabalha em várias frentes. A companhia realiza
uma pesquisa complementar própria e outra em associação
com universidades e empresas parceiras como o Grupo Ferrer, da
Espanha; Delacon, da Áustria e Land’O Lakes, dos Estados Unidos.
Todos os trabalhos relacionados ao desenvolvimento de novos
produtos retornam aos testes nas universidades e/ou centros de
pesquisa para confirmar seus resultados, em condições locais,
antes de serem lançados. A Eurotec também mantém parcerias
“Observamos, independente do segmento de negócios, que há uma forte procura por
insumos sustentáveis”, Carlos Eduardo O. Alexandre, da Uniamerica.
No nononono No nononono No nononono No nononono No nononono No nononono
No nononono No nononono No nononono
Capa
46
47
com as Universidades Federais de Santa Catarina e de Santa
Maria, Universidade de Viçosa e a Embrapa. Muitos dos trabalhos
de pesquisa contam com a participação da equipe técnica da
Eurotec, seja no Brasil ou exterior, alguns destes trabalhos possuem
publicação em nível mundial.
São vários os aditivos que se destacam no portfólio da Eurotec,
dentre eles os programas de antioxidantes (Eurotiox), antifúngicos
(Euromold) e antisalmonela (Bactiguard e Euroguard), para as
distintas matérias-primas, farinhas, premixes e rações, há aditivos
fitogênicos melhoradores de desempenho (Biostrong, Fresta e
Aromex) e flavorizantes (Euroarom).
A Eurotec reforça a questão da qualidade em seus produtos e
nos processos produtivos, assegurada em virtude das Boas Práticas
de Fabricação (BPF) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
(APPCC). Além de atender estas exigências, trabalha em parceria
com o SENAI na implementação e certificação do Sistema de Gestão
Integrado, que compreende as ISO’s 9001, 14001 e 22000 em forma
simultânea, como também no desenvolvimento de ferramentas de
auxílio aos clientes na implementação da BPF em suas fábricas.“Para
atendermos todas estas exigências, contamos ainda com um sistema
de produção de aditivos, na unidade fabril, totalmente automatizada
e com excelente rastreabilidade”,destaca Guilhermo.
A aposta nos antioxidantes naturais
Os antioxidantes livres de etoxiquim e os eliminadores de
salmonella sem a presença de formaldeído, ou seja, aditivos menos
agressivos, que não fazem mal à saúde dos seres humanos e animais,
também vêm apresentando aumentos significativos nas vendas da
Nutract, reforçando a tendência de mercado observada há anos na
Europa e EUA, e que hoje também faz parte da demanda brasileira.
“Investimos em torno de R$ 1.000.000,00 em melhorias no processo de fabricação,
com readequação da capacidade de produção e automação total do processo
produtivo”, Mauricio Marcos, da Nutract.
Todo o processo de desenvolvimento dos insumos e matériasprimas da empresa acontece a partir da necessidade do mercado.
O setor de P&D é responsável por transformar a demanda do
campo em um produto comercial, que tenha eficiência e custo
adequado. “Antes de lançarmos qualquer produto, realizamos
testes laboratoriais e, posteriormente, testes industriais em clientes
parceiros. Partindo do princípio que a qualidade do produto não é
mais um diferencial, acreditamos que as principais preocupações
dos nossos clientes estejam relacionadas à prestação de serviços,
manutenção preventiva e o acompanhamento dos sistemas
de dosagem. Por conta disso, investimos pesado em equipe e
equipamentos”, explica Mauricio Marcos Junior, executivo da
Nutract Agroindustrial Ltda. A companhia pretende investir em
torno de R$ 1.000.000,00 em melhorias no processo de fabricação,
com readequação da capacidade de produção e automação total
do seu processo produtivo.
Os aditivos para desempenho e os de preservação e
estabilização de produtos, como antifúngicos, antioxidantes e
ácidos orgânicos são os mais procurados pelos clientes da Nutriad.
A empresa trabalha com pesquisa de princípios ativos naturais
para desenvolver itens seguros para toda a cadeia produtiva, desde
quem manipula na graxaria ou fábrica de ração até o consumidor
final. Aliado a isso, a cada dia percebe-se no mercado a exigência
por preços menores e produtos modernos e eficientes, ao mesmo
tempo, que boa parte destes aditivos começam a se tornar
commodities, observa Newton Padovani, responsável pela área de
marketing e comunicação da empresa. Este cenário tem como pano
de fundo a necessidade de se produzir ração a baixo custo, forçando
o mercado de reciclagem animal a oferecer produtos mais baratos,
porém saudáveis, biologicamente seguros e duráveis.
Compartilhando da mesma opinião sobre as tendências em
termos de insumos e matérias-primas, Padovani lembra que
pelo fato do Brasil ser um dos principais exportadores mundiais
de carne, vem se guiando pelas exigências internacionais de
controle de qualidade.“Em vários países da comunidade europeia
o uso de formaldeído não é autorizado, por isso, para continuar
exportando para estes países é fundamental a adaptação. Outra
tendência que se solidifica é a utilização de produtos livres
de etoxiquim em alimentos para cães e gatos. Embora não
haja uma lei que proíba o uso neste tipo de ração no Brasil, os
produtores já estão se adequando as exigências, que também
vêm do mercado europeu. É importante considerar que quando
falamos de produtos livres de etoxiquim, não falamos apenas
do item antioxidante que será usado para proteger a ração, mas
nos antioxidantes que fazem parte de outras matérias-primas
que são usadas na formulação, como gorduras, palatabilizantes,
farinhas e até alguns aditivos nutricionais. A Nutriad, por exemplo,
possui o Oxy-Nil Nat, antioxidante livre de etoxiquim, que tem na
formulação extratos botânicos e vitamina E.”
Para este ano de 2013, a Nutriad destaca o Salmo-Nil Pro. Produto
antisalmonela à base de extratos botânicos e ácidos orgânicos, que
não deixa resíduos nos subprodutos animais, aumenta a eficiência
contra bactérias e diminui o tempo de ação.
O processo de desenvolvimento e de aprimoramento de
produtos é constante na Nutriad. Seu foco é oferecer alternativas
que levem à obtenção da melhor rentabilidade na produção,
evitando perdas, sem deixar de lado a questão da sustentabilidade.
Para tanto, estão cientes de que manter um departamento forte
de Pesquisa e Desenvolvimento é fundamental. “Possuímos dois
centros de pesquisa aplicada, um na Andaluzia (Espanha) e outro em
Dendermonde (Bélgica), em ambos os países também mantemos
laboratórios, além de outros em: Chester (Inglaterra) e Chicago
(EUA). Contamos com uma equipe de zootecnistas, veterinários,
químicos, biólogos e engenheiros que trabalham continuamente
no desenvolvimento e aprimoramento de produtos para atender
as necessidades específicas de cada espécie e de cada mercado.
Além disso, trabalhamos em cooperação com centros de pesquisa
e universidades ao redor do mundo, buscando ideias inovadoras e
novas oportunidades de aplicação dos produtos”, afirma Padovani.
O ano de 2012 e as expectativas para 2013
Segundo análise de Sales, executivo da Kemin, 2012 fui um ano
de forte demanda e, ao que parece, deverá se repetir neste início
de 2013 devido à grande concorrência entre os mercados de ração
para animais (tanto de produção, quanto pets), com diferentes perfis
de produtos. “O ano de 2012 foi pressionado pela maior demanda
do que oferta de insumos em geral, principalmente pela dificuldade
norte-americana de milho e soja, refletindo diretamente no Brasil
que é considerado um dos grandes exportadores destes itens. Com
isso, também ocorreu no país, menor disponibilidade de alguns
insumos. O mesmo aconteceu com a oferta de vísceras utilizadas
para a fabricação das farinhas.”
Tendo em vista os investimentos realizados, o foco em novos
produtos, protocolos de aplicação e participação mais próxima
nos clientes, a Kemin tem uma boa expectativa de crescimento. “O
mercado deverá se ajustar e buscar por produtos de alta qualidade
e segurança, como farinhas e óleos de origem animal, estáveis e
seguros, sempre a custos enxutos. E nós estamos preparados para
atender tais necessidades”, afirma Sales.
Tendo entre seus atuais clientes, empresas como ADM, Cargill,
Louis, Dreyfus, Coamo, Cocamar, Teiú, Razzo, Granol, entre outras
importantes companhias, o objetivo da Oil-Dri é consolidar os
acordos de fornecimento a longo prazo e conquistar novos com
os principais grupos nacionais. E, a indústria de biodiesel será o seu
principal foco em 2013. “Almejamos um crescimento entre 30%
a 35% e isso se deve às boas perspectivas no setor de biodiesel,
aliadas a excelente aceitação de nossos produtos”, destaca Dore.
Desde que entrou no segmento de aditivos para subprodutos,
a Nutract, que tem entre os seus clientes empresas como JBS, Seara/
Marfrig, Minerva, Tyson, Alibem, Cooperativa Lar, Frimesa, Grupo
Faros, Grupo Fuga, Grupo BC, entre outros, vem aumentando seu
faturamento. Em 2012 teve um crescimento de quase 40%, acima
das suas perspectivas, em função do aumento do dólar. Para o ano
de 2013, acredita num crescimento de 20% sobre o faturamento,
considerando certa estabilidade da moeda norte-americana.
49
Foco na Qualidade
48
Claudio Bellaver
M.Vet., Ph.D. Qualyfoco Consultoria Ltda, ProEmbrapa, [email protected]
Desenvolvimento industrial
com sustentabilidade
O
aumento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma
não são atrativas e que estamos em tempo de investir. A
de todos os bens e serviços produzidos no país, constante
pergunta que fica é o quanto e no que investir?
do Relatório de Inflação, divulgado em 20/12/12 pelo BC,
passou de 1,6% para 1%. O crescimento da economia em
participação brasileira em alguns mercados no âmbito
2012 vinha sendo revisado e reduzido a cada trimestre,
global ainda é pequena e que teremos muita dificuldade
sendo que a projeção do crescimento do PIB no período de
de competir, caso não se atue no momento. Aqui, entenda-
quatro trimestres, a concluir em setembro de 2013, é de 3,3%.
se como momento o ano ou, quem sabe, o restante da
Com a economia em ritmo mais lento do que o esperado, o
década. Mas é preciso ler e perceber os sinais que estão
governo tem adotado uma série de medidas para estimular
nos rodeando. Na agricultura nos envaidecemos com a
a atividade econômica. Entre elas, há ações para incentivar o
prospectiva safra de 180 milhões de toneladas de grãos em
consumo e os investimentos. Além disso, o Comitê de Política
2013, valor respeitável, mas que, por exemplo, nos EUA há
Monetária do BC vem reduzindo a taxa básica de juros e a
mais de 10 anos já se produz 240 milhões de toneladas/ano,
Selic, que está na casa de 7,25% ao ano. Isso quer dizer que há
só de milho. Então, a agricultura está num caminho bastante
dinheiro mais barato no mercado, que as taxas de poupança
competitivo, mas há espaços para o desenvolvimento, pois
Não precisa muito esforço para compreender que a
o Brasil tem vocação agrícola. Por outro lado, no setor
em condições controladas para reduzir o desconforto
industrial de apoio a agricultura como frigoríficos, laticínios
ambiental. Em um frigorífico, os resíduos do abate devem
e alimentos em geral, sabe-se que é através da inovação que
ter diferentes destinações que podem incluir a produção
é possível garantir a maior competitividade.
de farinhas de qualidade certificada por parâmetros
Bem, já sabemos que é necessário inovar para
técnicos adequados à demanda da produção animal. Mas,
competir, mas precisamos decidir em que inovar. Aqui
os lodos, as mortalidades, a gordura ácida e os resíduos
saltam aos olhos as tecnologias ambientais e entre elas
de incubatório devem ser tratados diferentemente do que
aquelas ligadas na melhoria da eficiência energética, seja
hoje é feito. A prioridade de destinação desses resíduos
na geração ou no consumo; na produção mais limpa; na
deve ser a Compostagem Acelerada (3 a 5 dias), que é uma
compensação das emissões de carbono; no manejo dos
tecnologia inovadora. Essa tecnologia tem vantagens de
resíduos sólidos urbanos, no esgotamento sanitário e uso
não produzir chorume, odores, insetos e gases prejudiciais
racional da água e no manejo e agregação de valor aos
ao ambiente, sendo conduzida com extrema rapidez,
resíduos orgânicos agroindustriais. Nesse mercado, em
comparada com outros tipos de compostagem.
crescente ascensão,ficam oportunizados empreendimentos
isso qualifica-se a produção de farinhas e gorduras para
que buscam a certificação de projetos na área ambiental,
alimentação animal, sem prejuízo a saúde animal e humana
estimulando a competitividade e a sustentabilidade.
e, oportuniza-se a produção de fertilizante orgânico
Entretanto, a inovação visando a sustentabilidade
para uso agrícola. Então, não é só optar pela tecnologia
precisa ser praticada e não apenas usada como ferramenta
de menor custo, mas incluir a vantagem diferencial da
mercadológica, onde a solução intermediaria e mais barata
sustentabilidade (econômico, social, ambiental e saúde),
deve ser comparada com a melhor solução ambiental. Por
a que conquista novos mercados e proporciona melhor
exemplo, em uma planta de celulose a formação de gases
imagem do setor. Fica uma pergunta para discussão que se
odoríficos em função do enxofre pode ser incinerada
queira fazer: - Por que a demora em inovar?
Com
51
Entrevista
50
Revista Graxaria Brasileira - Qual é a representatividade
da avicultura para a economia brasileira?
Francisco Sérgio Turra – Hoje, o setor é responsável
por 3,5 milhões de trabalhadores em empregos diretos/
indiretos.
Revista Graxaria Brasileira - Quanto movimentou em
2012? A que se deve tal desempenho?
Turra - Ainda não temos os dados consolidados de 2012,
mas estimativas anteriores indicam que a avicultura
responde, sozinha, por um PIB em torno de R$ 36 bilhões.
Revista Graxaria Brasileira - Qual a expectativa desse
setor para 2013?
Turra - Com relação a 2013, a UBABEF prevê que, sem um
crescimento maior da economia, não há perspectiva de
um aumento expressivo do consumo da carne de frango
no Brasil, a não ser decorrente da expansão do consumo
por parte das classes C e D. A consolidação da posição da
carne de frango, como uma proteína animal nutritiva e
saudável, também poderá contribuir para um aumento da
demanda no mercado interno. Já no âmbito internacional
há espaço para ampliar os embarques. Estimamos um
crescimento de até 3% tanto na produção, quanto nas
exportações.
“Contribuir, ao lado de minha equipe, para o crescimento de um setor tão importante para a economia nacional é motivo de imenso orgulho”,
Francisco Sérgio Turra.
Francisco Sérgio Turra
F
Por: Lia Freire
ormado em Direito pela Universidade de Passo Fundo (RS) e em Comunicação Social pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Francisco Sérgio Turra, 67 anos, foi Prefeito
de Marau (RS) de 1983 a 1986. Presidiu a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 1996/1997
e foi ministro da Agricultura e Abastecimento em 1998/1999. No biênio 2000/2001 foi Superintendente
Executivo do Sebrae-RS, e entre 2001 e 2003 respondeu pela Diretoria Institucional da FIERGS.
Eleito Deputado Federal, exerceu mandato entre 2003 e 2006. Assumiu em 2007, a Vice-Presidência
e a Diretoria de Operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), cargo
que ocupou antes da Presidência Executiva da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de
Frangos (ABEF). Desde 28 de abril de 2010, na presidência da União Brasileira de Avicultura (UBABEF),
entidade formada a partir da junção com a União Brasileira de Avicultura (UBA) com a ABEF. Turra é
também vice-presidente da Associação Latino-Americana de Avicultura (ALA).
E m entrevista à R evista G raxaria B rasileira , T urra analisa a atual situação do mercado
brasileiro de avicultura , fala das expectativas para 2013, os próximos desafios a serem
enfrentados pelo setor e os objetivos da UBABEF para este ano . C onfira !
Revista Graxaria Brasileira - Qual é a análise do setor
brasileiro de avicultura? O que nos difere dos mercados
internacionais?
Turra - A avicultura brasileira alcançou reconhecimento e
está em mais de 150 países graças à qualidade, sanidade
“Somos o
terceiro produtor
mundial de
carne de frango.
Em 2012, a
produção atingiu
12.645 milhões
de toneladas.”
e sustentabilidade de sua produção. O sucesso alcançado
é fruto de características próprias de produção, que tem
no sistema de integração entre produtores e frigoríficos
um dos fatores preponderantes para manter a média de
crescimento de quase 10% desde o ano 2000 e ser um dos
mais importantes do agronegócio nacional. Na base da
produção estão 130 mil famílias de integrados, pequenos
produtores avícolas que, graças a esse modelo brasileiro
de produção – baseado na integração entre avicultores e
agroindústrias –, podem continuar em suas propriedades,
53
Entrevista
52
“A avicultura brasileira
alcançou reconhecimento
e está em mais de 150
países graças à qualidade,
sanidade e sustentabilidade
de sua produção.”
evitando, assim, que essa massa se incorpore às
populações marginais dos grandes centros. O setor conta
ainda com mão de obra qualificada, abundância de grãos,
condições climáticas favoráveis, recursos naturais, status
sanitário e sustentabilidade.
Revista Graxaria Brasileira - Qual a posição atual
ocupada pelo Brasil entre os produtores mundiais da
carne de frango?
Turra - Somos o terceiro produtor mundial de carne de
frango. Em 2012, a produção atingiu 12.645 milhões de
toneladas.
Revista Graxaria Brasileira - Com relação às exportações,
qual é a posição mundial ocupada pelo Brasil? Como foi
o desempenho no último ano?
Turra – Desde 2004, o Brasil é o maior exportador mundial
de carne de frango. Os embarques somaram em 2012,
3,918 milhões de toneladas, com redução de 0,6% em
relação a 2011. A receita totalizou US$ 7,703 bilhões, com
queda de 6,7%. A retração foi provocada pela maior crise
já enfrentada pelo setor devido à disparada de preços do
milho e da soja, principais custos da produção avícola.
Mas a solidez da avicultura brasileira impediu um impacto
maior.
Revista Graxaria Brasileira - Quais os gargalos que
dificultam o progresso da avicultura? Quais seriam as
soluções ou alternativas para minimizar os problemas?
Turra – A competitividade do setor enfrenta problemas
causados pelos gargalos logísticos, como a nova
legislação, que estabelece diretrizes sobre o exercício da
profissão do motorista (Lei n° 12.619, conhecida como
“Lei do Caminhoneiro”), a tolerância na pesagem dos
caminhões, a cabotagem, a racionalização de processos
nos portos, assim como, as necessidades e os investimentos
prioritários em infraestrutura. A UBABEF continuará a
promover ações junto ao governo para reduzir os impactos
dessas e de outras questões que afetam a competitividade
e o aproveitamento de oportunidades para o setor avícola
nacional.
Revista Graxaria Brasileira - Quais os avanços até hoje
obtidos no setor brasileiro de avicultura?
Turra – Não existe mais espaço para amadorismo
na produção de aves e ovos no Brasil. Além do
profissionalismo, a tecnologia faz parte do dia a dia das
granjas e das agroindústrias, garantindo um produto
seguro, de qualidade e com foco na sustentabilidade.
É preciso citar também as pesquisas realizadas para
melhoramento genético das aves.
Revista Graxaria Brasileira - Quais os próximos desafios
a serem enfrentados?
Turra – Monetização dos créditos acumulados atrelada
a investimentos produtivos; rentabilização da atividade
no mercado interno com a ampliação da comercialização
de produtos de valor agregado; desoneração da cesta
básica ampliada; consolidação do Salão Internacional da
Avicultura (SIAV ) como maior evento do setor no Brasil; e
maior aproximação com o Governo Federal para contribuir
com propostas para superar gargalos de competitividade,
especialmente logística e grãos.
Revista Graxaria Brasileira - O que o mercado pode
esperar da edição 2013 do Salão Internacional de
Avicultura (SIAV) – antes chamado de Congresso
Brasileiro de Avicultura?
Turra – Esse ano ampliamos o escopo do evento que
passou a se chamar Salão Internacional de Avicultura
(SIAV ). O evento, que terá como tema “Menos Impostos,
Mais Alimentos”, acontece entre os dias 27 e 29 de agosto,
no Anhembi, em São Paulo, e é um dos maiores do setor
avícola mundial. Considerado o principal encontro
comercial, técnico e político realizado no Brasil, o Salão
contará com a participação dos representantes da cadeia
produtiva e somará, ainda, em sua programação, a 23ª
edição do Congresso Brasileiro de Avicultura.
Está prevista uma rica programação de palestras
com especialistas de renome internacional e temas
com foco técnico e político-empresarial, que dividirão
espaço com a maior feira do segmento avícola, com
mais de 30 agroindústrias produtoras de frangos e ovos,
equipamentos para granjas e processadoras de corte e
postura, indústrias farmacêuticas, produtoras de rações,
casas genéticas e consultorias, entre outras empresas da
cadeia produtiva. O 23° Congresso e a Feira da Avicultura
Brasileira desenvolverão ainda, mais ações voltadas para
públicos diversos relacionados à produção avícola. A
proposta é levar pluralidade ao evento, unindo todos os
elos da cadeia produtiva, buscando visitantes de todo
mundo.
Revista Graxaria Brasileira - Qual o foco de atuação e as
prioridades da UBABEF para 2013?
Turra – A UBABEF continuará a atuar pelo desenvolvimento
da avicultura. Esse trabalho inclui representar o setor
avícola brasileiro em foros nacionais e internacionais,
zelar pela qualidade, sanidade e sustentabilidade da nossa
produção e promover a integração de toda a cadeia com
elevado padrão tecnológico, visando a rentabilização e
consolidação dos mercados interno e externo, bem como,
divulgar o frango brasileiro em mais países.
Revista Graxaria Brasileira - O que representa ser
presidente executivo da UBABEF?
Turra - É um trabalho de desafios permanentes, mas
extremamente gratificante. Contribuir, ao lado de minha
equipe, para o crescimento de um setor tão importante
para a economia nacional, e ainda fornecedor de proteína
animal para consumidores de mais de 150 países, é motivo
de imenso orgulho.
55
Caderno Técnico 1
54
O papel da América Latina
na próxima década
C
riada no começo deste ano, a Associação Latino
formados vários grupos de trabalho para realizar análises,
Americana de Graxaria, La Asociación Latino Americana
pesquisa, educação e a abordagem de questões urgentes
de Plantas de Rendimiento (ALAPRE), é uma associação
que afetam a indústria da graxaria na América Latina. Com o
privada sem fins lucrativos dirigida por um Conselho de
objetivo principal de promover a bio reciclagem sustentável
Administração formado por membros de sete países.
e a segurança de produtos alimentícios e de ração,
A ALAPRE é apoiada por várias empresas independentes
principalmente na América Latina, mas também em todo o
e por quatro associações, ela possui entre os seus membros:
mundo, a ALAPRE está planejando a promoção de políticas
Camara de Sub-productos Ganaderos (Argentina), Sindicato
que melhorem a segurança local e regional dos alimentos de
Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Sub Produtos
maneiras economicamente válidas, socialmente éticas e que
de Origem Animal (SINCOBESP) e Associação Brasileira de
respeitem o meio-ambiente.
Reciclagem Animal (Brasil), Scipem (Colômbia), Prodeca
(Costa Rica), Asociacion Nacional de Rendidores (México),
Os objetivos específicos dos membros da ALAPRE são:
Agro Industrial Ganadera (Paraguai) e Mini Bruno (Venezuela).
• Tornar os sistemas de produção mais sustentáveis;
A sede fica em San José, Costa Rica, e as atividades públicas
• Atingir padrões de qualidade da cadeia de produtos
são centralizadas em Monterey, México e em São Paulo,
alimentícios e de ração cada vez mais rigorosos;
Brasil.
• Desenvolver uma indústria mais ecológica;
• Gerenciar as fontes de água e de energia mais
A ALAPRE definiu um plano estratégico em sua primeira
reunião realizada em São Paulo em maio de 2012. Foram
eficientemente;
• Manter um sistema de comércio aberto; e
e carne de vísceras); 22.200 toneladas métricas de óleos de
• Utilizar as tecnologias de comunicação e de informação de
origem de aves; 12.300 toneladas métricas de farinha de
modo melhor.
peixe; 5.200 toneladas métricas de óleo de peixe e 15.600
A Indústria da Graxaria na América Latina
toneladas métricas de farinha de carne e de ossos e de
farinha de sangue de ruminantes.
Estima-se que ao final de 2012, a indústria da graxaria
no Brasil alcançará um volume de aproximadamente 3,5
A situação da saúde animal no Chile é única no
milhões de toneladas métricas com exportações de menos
hemisfério e bastante excepcional em termos internacionais.
de 2%. A indústria da graxaria no Brasil engloba 512 plantas
O Chile é livre das principais doenças animais, incluindo a
registradas sob inspeção federal; entre elas, frigoríficos e
encefalopatia espongiforme bovina (EEB) e a gripe aviária. A
recicladores formam o maior segmento.
indústria de graxaria chilena é representada por 47 plantas
Um grupo de 35 recicladores de subprodutos animais
de processamento, das quais 30 são de operação de farinha
formam o SINCOBESP, uma organização dedicada ao ensino,
de peixe. Foi recentemente anunciado que a Salmofood S.A.,
à certificação e ao lobby governamental. Aproximadamente
que controla mais de 10% da produção de farinha de peixe
34% da indústria (169 plantas) é formada por processadores
no Chile, foi vendida para a Alicorp do Peru.
independentes, sendo que 343 estão integrados com
matadouros. Matadouros com operações integradas de
incluindo ovelhas, cabras, cavalos e gado. Além disso, um
processamento de gordura produzem 60% da gordura
total de 750 milhões de galinhas e de perus são abatidos
bovina do país. A produção de biodiesel focada em gordura
anualmente. Cerca de 64 plantas de processamento
animal está concentrada em quatro estados: São Paulo, Mato
obtém produtos de abatedouros municipais e federais
Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
inspecionados.
Quarenta empresas registradas no Servicio Nacional
de Salud Animal representam a indústria de graxaria
México, de acordo com a Senasica (autoridade animal de
na Argentina, com aproximadamente 60% da produção
cuidado animal): uma na qual as operações de processamento
concentrada em 5 empresas. Outras plantas incluem
processam especificamente matéria-prima de ruminantes
operações de aves.
(categoria 2) e uma onde são processadas matéria-prima livre
De modo semelhante ao Brasil, um número significativo
de material de ruminantes. Das 64 plantas de processamento
de pequenas plantas existe sem nenhum tipo de registro.
registradas, 39 plantas são categoria 2 e 25 são categoria 1.
Em 2011, a produção de farinhas e de gorduras de resíduos
As plantas são distribuídas por todo o país.
animais atingiu 800.000 toneladas métricas.
O processamento de subprodutos animais na Colômbia
plantas operacionais, não é tão desenvolvida e não conta
é relativamente novo (menos do que 20 anos), exceto por
com a tecnologia mais recente que inclui os cozedores e
algumas empresas que começaram no início dos anos 70.
secadoras contínuos como existem nos EUA, no Canadá
As estatísticas de subprodutos animais não correspondem
e no Brasil. Entretanto, há duas empresas que estão se
com o número de animais abatidos, indicando que há uma
desenvolvendo para usar a tecnologia utilizada em indústrias
grande quantidade de matéria-prima que acaba indo para
de processamento mais desenvolvidas. Prodeca, um membro
aterros sanitários.
da ALAPRE, processa subprodutos de carne bovina e suína
No México, 16 milhões de animais são abatidos por ano,
Há duas categorias de plantas de processamento no
A indústria da graxaria na Costa Rica, que tem sete
Na verdade, no setor de carnes, uma prática comum é
para produzir farinha de carne e de ossos para consumo
incinerar o material/ossos. A maior parte do equipamento
animal. As plantas de processamento na Costa Rica têm a
utilizado nas operações de processamento na Colômbia foi
capacidade de processar ao menos 50 toneladas métricas
importada do Brasil, dos EUA ou manufaturada por algumas
por dia.
empresas locais.
De acordo com o Instituto Colombiano Agropecuario,
um necessidade e não um negócio. A maioria dos produtos
existem 75 plantas registradas e em torno de 30 a 40
finais do país são consumidos localmente com exceção de
sem registro. As plantas são pouco automatizadas, com a
uma pequena quantidade de sebo que é exportado para a
capacidade diária de processamento variando entre 20 a 200
Nicarágua. O estado de saúde da Costa Rica de acordo com
toneladas métricas.
a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) é ainda “risco
O conceito de graxaria na Costa Risca é ainda considerado
Cerca de 80% da farinha de aves é processada por
indeterminado”, mas as autoridades locais estão fazendo
abatedouros verticalmente integrados, com a estimativa da
um esforço enorme para classificar o país como “risco
produção anual em 2011 de: 64.000 toneladas métricas de
controlado” permitindo que possam exportar seus produtos
farinha de subprodutos de aves (farinha de penas, sangue
para outros países onde os preços são mais atrativos do que
57
Caderno Técnico 1
56
adequadas para expansão mundial que estão a uma distância de seis horas
de viagem do mercado mais próximo. Além disso, com aproximadamente um
terço dos 42.000 km cúbicos de fontes de água renováveis mundialmente, a
América Latina é também dotada deste recurso, um fator fundamental para
o desenvolvimento da aquacultura com o maior dotação de água entre as
regiões em desenvolvimento.
Na verdade, os avanços na reforma econômica, em tecnologia, em
educação e na competência administrativa nos países da América Latina
elevou algumas das maiores empresas da região a posições de liderança
mundial. Empresas multimilionárias incluem a brasileira JBS, que se tornou a
maior processadora mundial de carne depois de adquirir uma grande parcela
na produção de frango da Pilgrim’s Pride nos Estados Unidos e de fazer em
2009 uma fusão com a Bertin, uma empresa brasileira de produtos lácteos, de
carne e de couro.
Alguns outros exemplos incluem Molinos de Río de la Plata, o maior
exportados de produtos alimentícios de marca na Argentina; Alicorp, o maior
fabricante de gêneros alimentícios do Peru e proprietário da Nicovita, o
maior produtos de ração para aquacultura da América Latina; e Brasil Foods
S.A., uma fusão entre Perdigão e Sadia, com uma receita anual combinada
de aproximadamente US$ 11 bilhões, uma força de trabalho de 119.000 e 42
plantas.
Por outro lado, a população da América Latina deve crescer para 665
milhões, dos quais 83% deverão estar vivendo em cidades até 2020. Portanto,
a pobreza é um problema não apenas para as áreas rurais, mas também para
localmente.
Rural, Pesca y Alimentacion
as cidades.
Todos os outros países na América Central possuem
• Panamá – Autoridad Panameña de Seguridad de Alimentos
apenas uma pequena operação de processamento ou não
• Venezuela – Ministerio del Poder Popular para La Agricultura
10% das safras agrícolas mundiais estão na América Latina. O crescimento
tem nenhuma.
and Tierras
anual previsto para a produção de leite e de carne é de cerca de 2,2% para o
De acordo com um estudo da Wageningen University na Holanda, quase
período entre 1990 e 2020.
É importante notar que dos 19 países reconhecidos
Geral da OIE em maio de 2012 como tendo uma posição
Produção de animais e de alimentos na
América Latina
de “risco negligenciável de EED” de acordo com o Capítulo
na América Latina aumentou 67% em comparação com o ano 2000.
11.5 do Código Sanitário dos Animais Terrestres da OIE, oito
o papel da indústria de graxaria na cadeia de fornecimento de
países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Panamá, Paraguai,
alimentos, pois a América Latina tem uma grande vantagem
Considerações Finais
Peru, e Uruguai) estão localizados na América Latina.
comparativa na agricultura, como mostra a participação
Sem dúvida nenhuma, a América Latina como um todo está se
crescente dela do comércio de alimentos. A vantagem latino
desenvolvendo, e nos próximos 10 anos, a região deve atingir um melhor
Agências Regul atórias
americana é especialmente forte em alguns tipos específicos
estado nutricional, com menos pobreza e mais agricultura.
Agências regulatórias com responsabilidade em relação
de alimentos – particularmente carnes – que terão uma
às indústrias de alimentos e de ração (incluindo subprodutos
grande demanda à medida que os países de baixa renda se
animal, sobre o gerenciamento do meio ambiente e sobre a segurança
de processamento e a indústria de graxaria) na América
desenvolverem.
alimentar. O acesso aos mercados internacionais dependerá do progresso
Latina são:
em direção à remoção da barreiras protecionistas e no estado de doenças e
• Argentina – Instituto Argentino de Sanidad y Calidad
Mundial, durante a próxima década, a América Latina terá
dos controles de qualidade para a segurança dos produtos alimentícios.
Vegetal
um papel fundamental na produção de alimentos. Dos
• Brasil – Ministério do Gado, Agricultura e Abastecimento
cerca de 445,6 milhões de hectares de terras do mundo
processo do aumento da produção de alimentos e do comércio na América
• Colômbia – Instituto Colombiano Agropecuario
potencialmente adequados para uma expansão sustentável
Latina, é neste ponto em que a ALAPRE terá um papel fundamental na
• Costa Rica – Servicio Nacional de Salud Animal
de área cultivada, aproximadamente 28% está na América
próxima década.
• Chile – Servicio Agricola y Ganadero
Latina, o que representa mais do que em qualquer outra
• Equador – Ministerio de Agricultura
região, com exceção da África.
• México – Secretaria de Agricultura, Ganaderia, Desarrollo
mundialmente na Resolução No. 16 adotada na 80a. Sessão
A ALAPRE também procura oportunidades para melhorar
Como foi destacado em um relatório recente do Banco
A região tem 36% dos 262,9 milhões de hectares de terras
Para a carne, a produção crescerá para cerca de 60 kg per capita e para o
leite para 120 kg per capita em 2020. Em 2011, o consumo de carne de frango
A agricultura intensiva demandará maior conhecimento sobre a produção
Como o direcionamento das políticas governamentais será decisivo no
Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The National Magazine of Rendering),
edição Dezembro de 2012.
Reprodução autorizada pelo autor.
Tradução de Anna Maria Franco.
59
Caderno Técnico 2
58
período de implementação de dois a três anos. McChesney encorajou todos a
A Indústria ouve e
espera o FSMA
M
ais de 300 participantes ouviram as apresentações
com foco básico nos regulamentos do governo, na conferência
realizada pelo Instituto de Rações para Pets e Associação
Nacional de Grãos e Rações ( Pet Food Institute and National
Grain and Feed Association -NGFA). O Dr. Dan McChesney,
diretor do Escritório de Vigilância e Cumprimento/ Centro de
Medicina Veterinária da FDA declarou que os Estados Unidos
têm o suprimento mais seguro de alimentos e rações do mundo,
“ mas nos tornamos um sistema de suprimentos globais e
o atual sistema de Inspeção da FDA , ainda que bom, não
consegue se manter a par de tudo”. Ele explicou que FSMA (Food
Safety Modernization Act) obriga a uma mudança na forma
de trabalho da FDA , dividindo o trabalho em “Quatro Regras
Principais +1” : produção, controles preventivos de alimentos
para humanos , controles preventivos de alimentos para
animais, programa de verificação de fornecedor estrangeiro e
o mais um, certificação de terceiros. McChesney reiterou que o
sistema atual de segurança alimentar dos Estados Unidos não é
sustentável como um sistema reativo e que FSMA está levando
o sistema para uma abordagem preventiva. Mencionou ainda
que FDA conseguiu “muito” na FSMA, lembrando que os
regulamentos sobre a encefalopatia espongiforme bovina
levaram quarto anos para ser finalizados. Todos os regulamentos
propostos pela FSMA, exceto certificação de terceiros, estão
sendo revistos pelo Escritório de Gestão e Orçamento e os
regulamentos sobre rótulos de rações para pets terão um
participar do site da atualizações da FMSA - www.fda.gov/food/foodsafety/fsma.
Um ponto positivo mencionado foi que os recalls de rações para pets no
período de outubro de 2011 a setembro de 2012 diminuíram em relação ao ano
anterior, com 24 empresas neste ano comparado a 64 no ano anterior e o número
total de produtos que tiveram recall foi 85 em 2012 em comparação a 212 no ano
passado .
Scott MacIntire, diretor do Escritório do Distrito de Chicago da FDA mudou
totalmente de assunto, passando a comentar os planos de treinamento e inspeção
da FDA e encorajando os fabricantes de rações a procurar seus representantes
locais da FDA e a começar um diálogo. Sob uma liderança revisada, as Operações
de Alimentos e Rações da FDA focalizam agora apenas um produto e não todas
as áreas de produtos e inspecionam fisicamente menos de 1% de todas as
importações, que neste ano atingiram 24 milhões de remessas de alimentos,
dispositivos, medicamentos e cosméticos aos portos dos Estados Unidos. MacIntire
calculou que de 15 a 20% de todos os alimentos consumidos nos Estados Unidos se
originam no exterior, que até 40% dos medicamentos usados por americanos são
importados e até 80% dos ingredientes farmacêuticos ativos dos medicamentos
vem de fontes do exterior.
“Somos os policiais bons,” disse MacIntire . “Só precisamos virar policiais ruins
quando as empresas não obedecem regularmente. ”
Mencionou ainda que segundo o Manual de Operações de Investigação da
FDA fotografias podem ser usadas para documentar infrações e que a agência fará
amostras de dioxina para vigilância.
Ross Korves, analista de política econômica, The ProExporter Network, focalizou
os impactos da seca nos Estados Unidos e da produção de etanol sobre as indústrias
de rações para pets que tem como ingrediente primário vegetais. Disse que os
estoques de milho e soja estão muito pequenos e a plantação está no início no
Brasil e na América do Sul.
“Se a safra na América do Sul não for o que esperamos, teremos problemas
maiores do que imaginamos,” avisou Korves . Ainda que os produtores de etanol
estejam se retraindo, ele calculou o uso de 4,5 bilhões de bushels de milho em
2012 em comparação a 5 bilhões em 2011 e Korves não acredita na eliminação das
Normas de Combustível Renovável. Ele também não prevê que a produção de
etanol de milho cresça muito nos Estados Unidos e acredita que haverá aumento
da importação de álcool de cana de açúcar do Brasil.
O Dr. Craig Henry, da Deloitte and Touche, LLP discutiu o desenvolvimento e
implementação de um programa de verificação da cadeia de suprimentos que a
FDA e os consumidores podem exigir. “A gestão da cadeia de suprimentos é sobre
“due diligence” para garantir que os produtos fornecidos atendem às normas
regulatórias, legais e contratuais de segurança”, explicou acrescentando que a
maior dificuldade da FSMA é que os fabricantes de rações precisarão conhecer
o fornecedor do fornecedor do seu fornecedor, percorrendo toda a cadeia de
suprimentos.
Henry disse também que os reguladores exigirão que uma parte responsável
(a empresa) proteja em primeiro lugar o consumidor e em segundo lugar a marca,
que as agências governamentais tenham muito mais ferramentas em forma
de regulamentos do que a cinco anos atrás e que a documentação, incluindo
acreditação de certificados de terceiros serão a chave para garantir conformidade .
Continuando a discussão sobre FSMA , Rachel Lattimore, sócia da Arent Fox,
disse que o ato realmente mudou o jogo de inspeção. O termo “razoável” é usado
61
Caderno Técnico 2
60
nos regulamentos e está aberto a interpretações por todos ,
de reguladores a agências governamentais , aos tribunais e a
indústria.
“FDA quer ser o policial bom, mas eles são policiais,”
lembrou Lattimore. Ela sugeriu aos fabricantes que tenham
mais de uma pessoa na planta/empresa treinada para trabalhar
com os inspetores da FDA, pois esta pessoa pode estar fora
da empresa no dia em que aparece um inspetor da FDA. As
empresas são aconselhadas a consultar um advogado antes de
permitir que um inspetor tire fotos ou pegue amostras, mas se
permitirem, o representante da empresa deve tirar as mesmas
fotografias e pegar as mesmas amostras que o inspetor.
David Fairchild, NGFA,anunciou o desenvolvimento da
Aliança de Controles Preventivos para Segurança de Alimentos
( Food Safety Preventive Controls Alliance -FSPCA) no Instituto
de Segurança de Alimentos e Saúde ( Institute for Food Safety
and Health) . O objetivo básico da FSPCA é o desenvolvimento
de um currículo de treinamento sobre controles padronizados
de segurança alimentar para funcionários da indústria de
alimentos que trata de análise de risco, controles de prevenção,
monitoração, ações corretivas , verificação e manutenção de
registros. Todos estes itens são especificados na FSMA.
Uma comissão diretiva composta por 27 membros
representantes da área regulatória, academia e indústria
estabeleceu um grupo de trabalho, com a meta de criar uma
comissão diretiva sobre rações para animais e pets para dirigir
as atividades da aliança, especificamente relacionadas a estes
tipos de rações. O objetivo é tomar o currículo padrão da
indústria de alimentos, esperado em janeiro de 2013, e adaptalo para rações/alimentos de animais e pets. Deixando de lado o
item FSMA para falar sobre clima e mudança climáticas, , o prof.
de Meteorologia Agrícola da Universidade Estadual de Iowa,
Dr. Elwynn Taylor declarou que o clima está mudando; sempre
mudou e sempre mudará.
“Só não sabemos quanto e quando mudará,” disse ele.
Taylor afirmou que a demanda por biocombustíveis, que pode
consumir um terço da produção agrícola do mundo, está
afetando o preço de grãos e que o mundo está usando mais
combustível fóssil do que a terra cria , aumentando os níveis de
dióxido de carbono.
“Se usarmos os biocombustíveis que cultivamos, a
produção de carbono é neutra e economizaremos combustível
fóssil,”comentou ele. “Biocombustível é ótimo se usado
sabiamente. O biocombustível não precisa substituir o
combustível fóssil , apenas complementá-lo. ” Taylor prosseguiu
dizendo que a produção de biocombustível de milho não é,
atualmente, a mais eficiente, mas é a escolha. Só quando a safra
de milho atingir 2000 bushels por ano ( o dobro do momento)
será a planta mais eficiente para produção de biocombustível.
Charlie Arnot, Center for Food Integrity, explicou porque
a ciência não é suficiente e que os consumidores precisam
confiar nas indústrias de rações para pets e animais.
“É muito importante passar a mensagem certa para
o público certo no momento certo,” afirmou ele. Mais
preocupações surgiram sobre alimentos para pets, pois os
consumidores amam seus pets e estão se tornando mais
conscientes sobre produtos usados nas rações (antibióticos,
organismos geneticamente modificados, etc.).
Arnot mencionou que compartilhar valores entre
consumidores e empresas se mostrou mais importante
na construção de confiança do que a demonstração de
competência por meio de pesquisa.
“A ciência precisa desempenhar um papel diferente na
construção de confiança dos consumidores,” e acrescentou
ainda que a transparência não é mais opcional. . “Estamos
passando de comunicação para massas de massas com
comunicação.” Sobre o incidente da carne bovina magra com
textura fina, Arnot aconselhou a indústria a dar apoio coletivo
a “tecnologia de recuperação ” independentemente da fonte
(por ex. , fruta, carne bovina, etc.) como sustentável e ecológica.
Também recomendou a busca por legislação que tornasse ilegal
a não denúncia de mal tratos de animais se testemunhada, em
oposição à proibição de câmaras , como se a indústria tivesse
algo a esconder.
John Augspurger, DeBruce Feed Ingredients, e David Barrett,
Cunningham and Eselgroth, LLP falaram sobre contratos
e regras de comércio. Augspurger disse que as regras de
comércio são importantes devido a volatilidade e encorajou
os participantes a conhecer a diferença entre em contrato,
uma confirmação, uma confirmação de contraparte e uma
confirmação de um intermediário , se aplicável. Salientou que
tudo pode ser negociado.
Barrett enfatizou que os fabricantes precisam conhecer
seus fornecedores , a comunicação deve ter dupla mão para ser
eficaz e que o risco pode ser alocado em contratos . Mencionou,
também, a necessidade de uma cláusula de arbitragem e
que muitas remessas em containers seguem as regras da
Associação de Comércio de Grãos e Rações (Grain and Feed
Trade Association – GAFTA) , de Londres, Inglaterra.
Durante a conferência os participantes tiveram a
oportunidade de conhecer varias empresas que exibiam
seus produtos e serviços. Uma destas empresas foi a Darling
International/Griffin Industries com sua nova marca - Dar Pro.
Steve Thomas, das indústrias Griffin , comentou que ainda que a
industria de rações para pets continue a usar proteínas animais
como base das rações , viu uma mudança para produtos não
rotulados como “subprodutos.” Salientou, ainda, que pets
digerem produtos de carne melhor do que produtos vegetais.
Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The National
Magazine of Rendering), edição Dezembro de 2012.
Reprodução autorizada pelo autor.
Tradução de Anna Maria Franco.
63
Caderno Técnico 3
62
conter, porém, penas, exceto aquelas que podem ocorrer não intencionalmente, e,
tampouco, é permitida utilização de resíduos de incubatórios e de outras matérias
estranhas à sua composição, como cascas de ovos. Deve conter, no máximo, 8%
de umidade, 15% de matéria mineral e 5% de cálcio e apresentar, no mínimo,
55% de proteína, 10% de extrato etéreo e 1,50% de fósforo. Em relação às suas
características qualitativas, pode apresentar até 3 mg NaOH/g de acidez, 10 mEq/
kg de índice de peróxido e deve ser ausente em Salmonella spp. (Compêndio
Brasileiro de Alimentação Animal, 2009).
Para cães e gatos, de forma geral, ingredientes proteicos de origem animal
apresentam melhor balanço de aminoácidos essenciais quando comparados às
matérias-primas de origem vegetal (Neirinck et al., 1991; Clapper et al., 2001).
Contudo, variações nas proporções empregadas de diferentes tecidos animais e na
qualidade destes, bem como no processamento adotado na indústria de farinhas,
tornam bastante distintas as características qualitativas e de composição química,
o que implica em diferenças importantes no valor nutricional dos subprodutos de
origem animal fabricados por diferentes indústrias processadoras e mesmo entre
partidas de uma mesma empresa.
Destaca-se que subprodutos de origem animal são ingredientes chaves na
indústria de alimentos para cães e gatos há décadas. Entretanto, observou-se que
na Europa e América do Norte, a relação entre o setor petfood e tais ingredientes
estreitou-se nos últimos anos em virtude de alterações nas demandas de mercado,
particularmente, aquelas relacionadas à qualidade dos produtos. A indústria de
alimentos para animais de companhia mostrou-se disposta a pagar valores
diferenciados por matérias-primas com determinados padrões de qualidade. Logo,
fabricantes de subprodutos de origem animal que pretendiam atender ao setor
petfood responderam por meio de alterações em determinados procedimentos
Farinha de vísceras de aves
na alimentação de cães
Iris Mayumi Kawauchi , , Nilva Kazue Sakomura , Aulus Cavalieri Carciofi , Cristiana Fonseca Ferreira Pontieri
2 3
2
2
3
e critérios, o que favoreceu a segmentação do mercado e resultou na oferta de
ingredientes com ampla diversidade quantitativa e qualitativa (Woodgate, 2007).
No Brasil, tal tendência também foi verificada, embora, determinados atributos
ainda não estejam bem estabelecidos.
Observa-se, portanto, que a FVA é uma fonte de proteína de grande
expressividade em dietas para cães, porém, informações acerca do valor
nutricional do ingrediente ainda são escassas. Além da dificuldade relacionada
à diversidade na natureza dos materiais que compõem o ingrediente e no
processamento a que o mesmo é submetido, soma-se a isto o fato de que diferente
A
do que ocorre na nutrição de animais de produção, para cães e gatos os grupos de
pesquisa, sobretudo, os internacionais, concentram seus esforços em determinar
o aproveitamento de dietas contendo a matéria-prima de interesse e não se
pós grande expansão inicial em volume produzido,
do mercado têm proporcionado resultados positivos sobre
preocupam em avaliar o ingrediente em si.
com crescimento de mais de 8% em produção ao ano, o
as características nutricionais das rações. Neste cenário, a
mercado petfood encontra-se hoje mais amadurecido e
demanda por matérias-primas de qualidade tem crescido
relação à quantidade e qualidade das fontes proteicas utilizadas em suas
com maior competitividade entre as empresas. Nos últimos
e apesar dos esforços na busca por novos ingredientes, a
dietas. Características nutricionais como teor de proteína, sua digestibilidade e
anos, em função da dificuldade de expansão em volume
farinha de vísceras de aves (FVA) continua a ser a fonte de
composição ou perfil em aminoácidos essenciais biodisponíveis são determinantes
de vendas, as empresas têm sido obrigadas a direcionar
proteína primordial na formulação de rações para cães e
na eficiência de utilização da proteína do alimento (Case et al., 2000).
seus esforços de crescimento em faturamento por meio
gatos.
da criação e diferenciação de novos produtos, que tenham
Conceitualmente, a FVA é definida como sendo o produto
vista de atendimento das necessidades nutricionais de cães, como de cumprimento
maior valor agregado. Além disso, a implantação de Boas
resultante da cocção, prensagem e moagem de vísceras de
da legislação vigente para produção e comercialização de alimentos completos
Práticas de Fabricação e a especialização e competitividade
aves, sendo permitida inclusão de cabeças e pés. Não deve
e balanceados. Logo, verifica-se que muitas são as causas de variação, a iniciar
Além disso, é importante considerar que cães e gatos são exigentes em
Este conjunto de fatores dificulta a formulação de dietas, tanto do ponto de
pela natureza e proporções distintas dos constituintes que
contaminação por Salmonella spp. por parte de algumas
darão origem à FVA. Por outro lado, é de suma importância o
amostras, boa digestibilidade dos nutrientes e adequada
conhecimento da composição química e do valor nutricional
densidade
dos ingredientes a partir dos quais serão formulados os
industrializados para cães. Destaca-se que as informações
alimentos completos e balanceados. Este desencontro entre
obtidas no referido estudo auxiliarão e otimizarão o processo
características intrínsecas do ingrediente e carência de
de formulação de dietas, e quiçá, em um futuro breve
informações acerca do mesmo motivou o grupo de pesquisa
integrarão, juntamente com outros estudos de ingredientes
em nutrição de cães e gatos da UNESP de Jaboticabal a
já desenvolvidos pelo mesmo grupo de pesquisa, uma
realizar um estudo no qual foram avaliadas FVA de diversas
tabela de composição e valor nutricional dos alimentos,
procedências no intuito de determinar suas características
à semelhança do que ocorre na nutrição de animais de
qualitativas, sua composição química e seu valor nutricional
produção.
energética
para
utilização
em
alimentos
Reciclagem Animal Brasileira é
bem Representada durante a IPPE médios.
Para tanto, procedeu-se à amostragem de diversas
Agradecimentos
FVA comercializadas por empresas processadoras de
subprodutos de origem animal localizadas no Estado de São
à Capes pela concessão de bolsa de estudos, à Grandfood
Paulo e que atendem à indústria petfood. Foi determinada
Indústria e Comércio Ltda (Premier Pet) pela colaboração
a composição química de 15 amostras e verificou-se que a
nas análises laboratoriais e à Mogiana Alimentos S/A (Guabi)
FVA comercializada no Estado de São Paulo caracterizou-
pela manutenção do Laboratório de Pesquisa em Nutrição
se por apresentar, em média, 952±13,5 g/kg de matéria
de Cães e Gatos.
À FAPESP pelo financiamento da pesquisa, ao CNPq e
seca, 797±26,3 g/kg de matéria orgânica, 637±35,7 g/kg
de proteína bruta, 36,46±8,21 g/kg de cálcio, 23,65±4,25 g/
Referências
kg de fósforo, 123±27,7 g de colágeno por kg de proteína,
ASSOCIATION OF AMERICAN FEED CONTROL OFFICIALS
143,2±13,8 g/kg de extrato etéreo hidrólise ácida e 4946±208
(AAFCO). Official Publication 2009. Association of American
kcal/kg de energia bruta. Em relação às características
Feed Control Officials, Oxford, 2009.
qualitativas a FVA apresentou, em média, 1,54±1,30 mg
CASE, L.P.; CAREY, D.P.; HIRAKAWA, D.A. Carbohydrates. In:
NaOH/g de acidez, 0,355±0,091 de atividade de água, as
CASE, L.P.; CAREY, D.P.; HIRAKAWA, D.A. Canine and feline
amostras foram negativas para peróxido, porém, constatou-
nutrition: a resource for companion animal professionals. St.
se, em média, 3,47±1,45 mg/kg de TBA, 30,75±11,02 mg/100
Louis: Mosby-Year Book, 2000. p. 17-94.
g de aminas totais e presença de Salmonella spp. em 20%
CLAPPER, G.M.; GRIESHOP, C.M.; MERCHEN, N.R.; RUSSET, J.C.;
das FVA avaliadas.
BRENT-JR., J.L.; FAHEY-JR., G.C. Ileal and total tract nutrient
O valor nutricional médio de oito amostras de FVA foi
digestibilities and fecal characteristics of dogs as affected by
determinado em ensaio de digestibilidade com cães pelo
soybean protein inclusion in dry, extruded diets. Journal of
método da substituição. Para tanto, formulou-se uma dieta
Animal Science, v.79, p.1523-1532, 2001.
basal e oito dietas teste foram obtidas pela mistura de 70%
COMPÊNDIO BRASILEIRO DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL, São
da dieta basal e 30% de cada uma das oito FVA avaliadas.
Paulo: Sindirações, 3.ed. 2009.
Dezoito cães adultos da raça beagle foram distribuídos em
NEIRINCK, K.; ISTASSE, L.; GABRIEL, A.; EENEEME, C.V.; BIENFAIT,
delineamento em blocos casualizados, com três blocos,
J.M. Amino acid composition and digestibility of four protein
nove dietas e duas repetições por dieta. O ensaio de
sources for dogs. Journal of Nutrition, v.121, p.S64-S65, 1991.
digestibilidade foi realizado de acordo com o procedimento
WOODGATE, S.L. Animal by-product use in foods for
de coleta total de fezes e urina seguindo as recomendações
companion animals: the European rendering industry – a
da AAFCO (2009). Os coeficientes médios de digestibilidade
critical review. 2007. Disponível em: http://en.engormix.
aparente da FVA foram: 0,758±0,0507 para matéria seca,
com/MA-pets/articles/animal-byproduct-use-foods_427.
0,848±0,0270 para matéria orgânica, 0,846±0,0263 para
htm. Acesso em 09 de junho de 2012.
proteína, 0,750±0,0863 para extrato etéreo hidrólise ácida
1
e metabolizável média da FVA foi de, respectivamente,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP, Campus de
Verificou-se, portanto, que a FVA apresenta, de forma
geral, características qualitativas adequadas, exceto pela
Em janeiro passado a Associação Brasileira de Reciclagem Animal - ABRA representou as indústrias brasileiras de
Reciclagem Animal durante a IPPE - International Poultry Processing Expo (Feira Internacional de Avicultura e Processamento)
que aconteceu entre os dias 29 e 31 de janeiro no Georgia World Congress Center, em Altanta, GA, Estados Unidos. A ABRA
participou do evento com um estande, onde promoveu as gorduras e farinhas de origem animal produzidas no Brasil para os
mais de 100 países que participaram da IPPE.
Durante os três dias de evento o estande da ABRA recebeu autoridades de outros países e um grande número de visitantes
interessados em conhecer os produtos de Reciclagem Animal e o que as indústrias tem feito para se manterem no padrão
de “indústrias verdes”. A participação na IPPE é parte do Programa Brasileiro para a Expansão das Exportações de Farinhas e
Gorduras de Origem Animal elaborado pela ABRA, realizado através de um convênio firmado entre a Associação e a Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – APEX. Para o Sr. Clênio Gonçalves, presidente da ABRA a feira foi bem
sucedida, com estande movimentado, onde os representantes das empresas tiveram grandes oportunidades de negócios. “A
feira foi um sucesso, recebemos grande número de visitantes, autoridades e pessoas chaves para o setor. Pudemos mostrar
a qualidade das nossas farinhas e gorduras de origem animal e enfatizar a sustentabilidade por parte das nossas indústrias.
Sem dúvida a representação de nossos produtos na IPPE trará grandes oportunidades de negócios e maior credibilidade para
e 0,845±0,0248 para energia bruta. A energia digestível
4344±335 e 4111±309 kcal/kg.
Parte da tese de doutorado do primeiro autor desenvolvida na
Jaboticabal, [email protected]
2
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP, Campus
de Jaboticabal
3
Grandfood Indústria e Comércio Ltda
o setor no Brasil” afirma. A IPPE é uma das maiores feiras de produção de carnes e processamento. Nesse ano a IPPE bateu o
recorde de visitantes e expositores. Mais de 25 mil visitantes estiveram na feira circulando pelos 430 mil m² e pudendo visitar
os 1.189 expositores que estiveram presentes no evento.
Fonte: ABRA - Site
Eventos
65
Caderno Técnico 3
64
66
67
Assinaturas
Índice
ASSINATURA DA REVISTA
Graxaria Brasileira
Você pode solicitar o recebimento da
Revista Graxaria Brasileira.
Após preenchimento do formulário a
seguir, envie-o para:
_3a Capa
Aboissa
(11) 4227-9500
[email protected]
[email protected]
www.aboissa.com.br
www.grupobraido.com
Abra _
Haarslev Industries
47
(41) 3389-0055
[email protected]
[email protected]
www.abra.ind.br
www.haarslev.com
Agricarnitec _
Informe Agro Business
43
(11) 3853-4288
www.zametal.com.br
[email protected]
_63
www.agroinforme.com.br
_ 61
(11) 3685-8907
Ipufol
[email protected]
(49) 3449-0372
_ 53
[email protected]
(11) 4161-1090
Julian Máquinas
www.benger.com.br
(14) 3621-6937
Bovimex _
Endereço:
_ 63
(49) 3442-0665
Benger Máquinas
Empresa:
_ 35
(61) 3201-7199
Anhembi Agro Industrial
Nome:
_ 53
Grupo Braido
(11) 3353-3000
_ 33
[email protected]
59
_ 2a Capa
(14) 3413-2700
LDS Máquinas
www.bovimex.com.br
(14) 2104-3200
[email protected]
Nº:
Complemento:
Braido _
51
www.ldsmaquinas.com.br
(11) 4368-4933
Cidade: [email protected]
Cep:
Chibrascenter
UF:
Fone: ( )
Fax:
_ 23
(11) 5521-3373
[email protected]
www.chibrascenter.com.br
( )
Dupps _
Cargo:
www.dupps.com
( ) Graxaria Independente Eurotec Nutrition
(48) 3279-4000
[email protected]
_ 49
( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos
[email protected]
(44) 3544-1292
www.farima.com.br
_ 37
( ) Prestadores de Serviços
Fimaco do Brasil
( ) Biodiesel [email protected]
( ) Consultoria / Assessoria ( ) Universidades / Escolas
(47) 3525-1000
www.fimacodobrasil.com.br
_ 61
Folem
(46) 3544-2000
[email protected]
www.folem.com.br
( ) Outros:
Gava _ 27
(11) 3105-2146
[email protected]
www.joaogava.com.br
Giglio _ 49
(11) 4368-1822
[email protected]
www.giglio.com.br
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
Cep: 04004-000 / São Paulo (SP)
(11) 2384-0047
ou por [email protected]
Nord Kemin
_ 39
(49) 3312-8650
www.kemin.com
Nutract
_ 45
(49) 3329-1111
www.nutract.com.br
Nutriad
_ 29
(19) 3206-0199
www.nutriad.com.br
Farima
( ) Cliente Graxaria
(11) 4018-4222
[email protected]
_ 21
( ) Graxaria / Frigorífico
( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas
_ 57
(14) 3342-3301
5
(+1) 937-855-6555
Tipo de Empresa:
Martec – Grupo SJG
Patense
_4a Capa
(34) 3818-1800
[email protected]
www.patense.com.br
Prestatti
_ 61
(54) 2107-7500
www.prestatti.com.br
Qualyfoco _
59
(49) 3444-1422
[email protected]
www.qualyfoco.netcon.com.br
Razzo
_ 25
(11) 2164-1313
[email protected]
www.razzo.com.br
Reciclagem _
41
(65) 3029-1063
[email protected]
www.reciclagemind.com.br
_ 31
Grande Rio Reciclagem
Sincobesp
(21) 2765-9550
(11) 3237-2860
[email protected]
[email protected]
www.grgrupo.com.br
www.sincobesp.com.br
_ 11
68