Graxaria Brasileira
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Graxaria Brasileira
1 Ano 4 / Edição 21 / Mai - Jun 2011 / www.editorastilo.com.br Revista Graxaria Brasileira Indústria de Farinha e Gordura Animal Equipamentos e Máquinas Eles vêm mudando o perfil das graxarias 2 3 1 14/06/11 10:49 Ano 4 / Edição 21 / Mai - Jun 2011 / www.editorastilo.com.br Revista Graxaria Brasileira Indústria de Farinha e Gordura Animal C M Y CM MY CY CMY K Equipamentos e Máquinas Eles vêm mudando o perfil das graxarias Edição 21 - Mai/Jun 2011 Prezado Leitor Com o passar dos anos, as graxarias sofreram mudanças significativas e altamente positivas. As unidades deixaram de ser locais pouco “convidativos” e de baixa relevância, passando a ter grande importância, seja no ambiente econômico, como também, na redução do impacto ambiental, dando fim adequado aos resíduos gerados pelos abatedouros. Esta evolução obrigou-as a investirem em infraestrutura, incluindo neste caso a aquisição de máquinas e equipamentos de alta tecnologia. Automatizar toda a cadeia produtiva, tornar os processos ainda mais seguros, regulares e dinâmicos, bem como reduzir o consumo de energia e minimizar os impactos ambientais são algumas das exigências do mercado e que vem sendo prontamente atendidas pelos fornecedores de equipamentos e máquinas, como vocês leitores poderão conferir nas próximas páginas. A participação das mulheres no mercado de trabalho, especialmente no Brasil, vem crescendo exponencialmente. No entanto, ainda são maioria na informalidade e recebem salários inferiores ao dos homens para exercerem a mesma função. Porém, os institutos de pesquisa apontam que pouco a pouco essa realidade vem mudando e melhorando. A evolução da presença no mercado de trabalho tem sido acompanhada por avanços importantes de seus empregos e na diversificação de suas oportunidades de trabalho. E, no setor de graxarias não poderia ser diferente. Exemplo muito bem-sucedido do que estamos abordando é a empresa Rigor Alimentos Ltda – que em seu quadro geral de funcionários tem 70% das vagas preenchidas pelo sexo feminino – e vem desde 2010 contratando mulheres para a sua fábrica de farinha e óleo. Os resultados estão superando as expectativas Boa Leitura! Daniel Geraldes Editorial CAPA ed 21B.pdf 5 Sumário / Expediente 4 Notícias 6 Bate-Papo Em Foco 1 20 Diretor Daniel Geraldes Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] 24 Em Foco 2 26 Em Foco 3 28 Jornalista Colaboradora Lia Freire - MTB 30222 [email protected] Publicidade Luiz Carlos Nogueira Lubos [email protected] Direção de Arte e Produção Leonardo Piva [email protected] Em Foco 4 30 De olho no mercado Índices 33 de mercado 34 Foco na qualidade Pet Food On Line 44 46 Caderno técnico 2 58 Caderno técnico 3 62 Ponto 64 de Capa: Foto gentilmente cedida pela empresa Haarslev Industries Impressão Gráfica Intergraf Editora Distribuição ACF Alfonso Bovero 48 Caderno técnico 1 54 Agenda Comitê Tecnico Cláudio Bellaver Dirceu Zanotto Lucas Cypriano Fontes Seção “Notícias” BeefPoint, Avisite, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Sincobesp, Abra, Sindirações, National Render, Embrapa, Biodiesel, AgriPoint, Aliança Pecuarista. Capa Entrevista 32 Conselho Editorial Bruno Montero Claudio Mathias Clênio Antonio Gonçal ves Daniel Geraldes José Antonio Fernandes Moreira Luiz Guilherme Razzo Valdirene Dalmas Vista 65 Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 Cep: 04004-000 / São Paulo (SP) (11) 2384-0047 [email protected] A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação bimestral do mercado de Graxarias, clientes de graxarias, fornecedores de: máquinas, equipamentos, insumos, matérias-primas, biodisel, frigoríficos e prestadores de serviços, com tiragem de 4.200 exemplares. Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. 7 Governo abre novos mercados para carne Novos frigoríficos O empreendimento já conta com empresa registrada, terreno e aprovação no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic) e aguarda as garantias físicas para o financiamento por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). “A intenção de iniciar as atividades já em 2012, com pelo menos 75 mil frangos abatidos por dia”, destaca Giacomelli. A nova indústria demandaria investimentos de aproximadamente R$ 50 milhões. “Nem fomos ao mercado e já recebemos sondagens e propostas para a compra por parte de grupos multinacionais de toda a produção”. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, Vera conta com 10,235 mil habitantes. Outra obra que promete causar grande impacto no setor teve sua pedra fundamental lançada em Campo Novo do Parecis (a 396 km da Capital). Propriedade do frigorífico Frango Natura, que pretende investir R$ 90 milhões na primeira etapa da construção, o empreendimento terá capacidade inicial de 210 mil abates/dia, podendo dobrar a produção. Em operação, a indústria deverá gerar 2,5 mil empregos diretos. Fonte: Mídia News Carne brasileira para o mundo Terminou em passado maio, a missão à Indonésia, Malásia e Japão do diretor de Assuntos Sanitários e Fitossanitários do Ministério da Agricultura, Otávio Cançado. “O balanço da viagem é positivo porque a nossa presença nesses países é a garantia de que eles vão dar retorno das missões e das viagens realizadas ao Brasil”, avalia o diretor. O país conseguiu avançar nas negociações para a abertura do mercado de carnes bovina, suína e de aves. Na Malásia, o diretor do Ministério da Agricultura recebeu a informação de que dois frigoríficos de carne bovina foram habilitados a A programação do Painel Conjuntural de Mercado, evento que congrega o X Seminário Internacional de Aves e Suínos na AveSui 2011, em Florianópolis (SC), contou com a participação especial do ex-ministro da Agricultura e atualmente membro do conselho de administração do Grupo JBS S.A., Marcus Vinicius Pratini de Moraes. No encontro o especialista abordou sobre a expansão da agroindústria brasileira nos mercados www.avesui.com.br Notícias 6 internacionais. “Hoje com o dólar baixo é muito mais fácil adquirir uma agroindústria nos EUA do que em qualquer local do Brasil”, atesta. Para Pratini de Moraes nos próximos anos o Brasil deve se esforçar para consolidar a presença da carne de frango e suína no prato dos exportar para o país asiático, um deles localizado em São Paulo e outro em Goiás. A autorização é o resultado das inspeções realizadas consumidores dos mercados emergentes. “Houve uma explosão de consumo de proteína animal com o crescimento da renda da população em fevereiro deste ano, pelas autoridades sanitárias da Malásia, a frigoríficos brasileiros. Ao todo, 22 indústrias de aves e duas de dos países emergentes e esses mercados tendem a crescer ano após ano”, completa. bovinos foram auditadas. “As autoridades informaram que, do ponto de vista sanitário, todos os frigoríficos de aves foram aprovados. Houve restrições somente quanto aos requisitos específicos da Malásia para abate halal”, explica Cançado.“Técnicos da Malásia virão ao exportadoras já que as importações de produtos vindos da China não param de crescer. “É um absurdo um país com um parque industrial Brasil para dar o treinamento e adequar o abate para possibilitar as exportações de aves ao país”, afirma. As unidades de carne bovina diversificado como o Brasil e com altos investimentos em tecnologias inovadoras tenham nas exportações de commodities como a maior receita. foram aprovadas em ambos os aspectos. Sem dúvida o grande desafio do País é exportar cortes nobres de carnes, só assim vamos valorizar e fazer marketing do nosso produto”, conclui. Fonte: Texto Assessoria de Comunicações Durante reunião na Indonésia, com técnicos do Ministério da Agricultura, também ficou acertada a vinda de representantes até o fim do ano ao Brasil para habilitar frigoríficos brasileiros para exportação de carne de peru. Em Tóquio, ficou acertada a vinda de uma missão japonesa ao Brasil na segunda quinzena de agosto. A viagem foi definida depois de reunião com técnicos do Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão. O objetivo da missão é verificar o sistema de inspeção brasileiro para liberar as vendas de carne suína. Além disso, o diretor concluiu a negociação de um novo certificado sanitário para aves com o Japão. O documento garante que, em caso de ocorrência de qualquer foco de doença, somente a área afetada ficará restrita a exportar e não o país inteiro, como acontece hoje. O Brasil já é o principal fornecedor de carne de aves para o Japão. Em 2010, a receita com carne de frango exportada para o país asiático ultrapassou US$ 200 milhões. Saiba mais Praticado pelos islâmicos, o abate halal envolve princípios tais como o bem-estar animal as questões sanitárias. O ritual de abate do boi ou do frango deve ser feito apenas pela degola, para garantir a morte instantânea do animal. Todos os procedimentos com o abate devem ser realizados por um muçulmano praticante, em geral árabe, treinado especificamente para essa função. A certificação do produto halal, que hoje alcança mercados no Oriente Médio, África e Ásia, é feita há mais de 30 anos por empresas especializadas. Em todo o mundo, o mercado halal é estimado em mais de US$ 400 bilhões, com crescimento de 15% ao ano. O Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura não atua em certificações de cunho religioso. No entanto, todo estabelecimento, independentemente do tipo de abate realizado, conta com fiscais que examinam as áreas dos matadouros e frigoríficos e verificam o cumprimento de programas relativos à higiene, à documentação do estabelecimento e às condições de saúde do animal. Fonte: Mapa Durante a apresentação o ex-ministro comentou também sobre a questão do câmbio que afetaram diretamente as empresas brasileiras 9 Notícias 8 Abate Halal em foco Governo busca mercados para carne brasileira O diretor de Assuntos Sanitários e Fitossanitários do Ministério da Agricultura, Otávio Cançado, iniciou missão à Indonésia, Malásia e Japão. O objetivo da viagem é avançar nas negociações para a abertura do mercado de carnes suína, bovina e de aves dos três países. Em Jacarta, Cançado tem reunião com técnicos do Ministério da Agricultura da Indonésia para buscar a permissão do início dos embarques das carnes bovina e suína do Brasil. O governo da Indonésia precisa reconhecer o princípio da regionalização para controle da febre aftosa, pré-requisito para o comércio bilateral do produto.“Já cumprimos com todas as exigências do país. Falta apenas uma questão mais burocrática, que esperamos resolver nessa reunião”, informa o diretor do Ministério da Agricultura. O encontro faz parte da 5º reunião do Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Indonésia, instituído para a resolução dos temas de interesse bilateral. Durante a reunião, o diretor começará ainda a negociação para exportação de frutas tropicais ao país. “A Indonésia tem uma população de 200 milhões de habitantes, que hoje apresenta baixo consumo de proteína animal porque o custo de produção interna é alto. O Brasil tem condições de fornecer carne de qualidade com preços mais acessíveis”,explica Otávio Cançado. Além dessas vantagens, o Brasil pode exportar carne sob o sistema Halal, abate feito de acordo com regras da religião muçulmana, professada pela maioria da população da Indonésia. Em Kuala Lumpur, o diretor do Ministério da Agricultura conhecerá o resultado das inspeções realizadas em fevereiro deste ano, pelas autoridades sanitárias da Malásia, a frigoríficos brasileiros de aves e bovinos. Ao todo, 22 indústrias foram auditadas. Se a avaliação pelo serviço veterinário for positiva é possível a habilitação imediata das indústrias nacionais. Atualmente, o Brasil não exporta carne para aquele país. A vinda de uma missão japonesa ao Brasil será o foco da visita do diretor a Tóquio. Em reunião com técnicos do Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, será apresentada proposta brasileira de antecipar para julho a missão japonesa ao Brasil, prevista para setembro. Os técnicos do país asiático precisam verificar o sistema de inspeção brasileiro para liberar as vendas de carne suína e bovina nacional. Hoje, o Brasil já é o principal fornecedor de carne de aves para o Japão. Em 2010, a receita com carne de frango exportada para o país asiático ultrapassou US$ 200 milhões. Fonte: Mapa A Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho deu razão ao Grupo de Abate Halal S/S Ltda. e cassou decisão liminar (provisória) da Vara do Trabalho de Dois Vizinhos, no Paraná, que proibia cerca de trinta trabalhadores de prestarem serviços de abate de frangos pelo método muçulmano halal à Sadia S.A. O entendimento unânime foi com base no voto do ministro Pedro Paulo Manus. Por meio de ação civil pública, o Ministério Público do Trabalho da 9ª Região (PR) questionou a legalidade da terceirização desse tipo de mão de obra no estabelecimento industrial da Sadia no município de Dois Vizinhos. Para o MPT, a terceirização era ilícita na medida em que o abate de animais está entre as atividades essenciais da empresa de alimentos. O Ministério Público defendeu a contratação direta desses empregados pela Sadia. Ao examinar o caso, o juiz de primeiro grau concedeu a antecipação de tutela pedida pelo MPT e determinou que o Grupo de Abate Halal não fornecesse mão de obra para a execução dos serviços de abate, considerados próprios da atividade fim da Sadia, sob pena de multa diária de R$ 1mil por cada trabalhador encontrado em situação irregular. Em resposta, o Grupo de Abate entrou com mandado de segurança no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), com o argumento de que não havia risco de dano irreparável ou de difícil reparação para justificar a tutela antecipada. Sustentou ainda que os contratos dos seus empregados estavam de acordo com as normas trabalhistas e previdenciárias. Entretanto, o TRT9 negou a segurança, entre outros motivos, por entender que não havia ilegalidade ou abuso na decisão liminar. O recurso ao TST No recurso ordinário que apresentou ao TST, a empresa insistiu na tese de que se trata de um serviço especializado de abate de frangos conforme as exigências da religião muçulmana. Portanto, não seria possível a contratação direta pela Sadia desse pessoal. Alegou ainda que a manutenção da liminar poderia ocasionar a rescisão de contratos comerciais e a interrupção das atividades de corte de frango. O Brasil atualmente está entre os maiores exportadores de carnes. Para clientes de países muçulmanos, a exportação de carnes (bovina ou de frango) deve respeitar os procedimentos diferenciados de abate dos animais exigidos pela religião islâmica. O método halal (que em árabe significa permitido, autorizado) segue um ritual que inclui uma série de cuidados e procedimentos, da forma de matar o animal até as medidas sanitárias, e exige a presença de um religioso. Na opinião do relator, ministro Pedro Paulo Manus, a manutenção desses empregados terceirizados no estabelecimento da Sadia, com recebimento de salários e demais garantias trabalhistas, atende mais aos interesses sociais do que a proibição de prestação de serviços, como sugere a liminar da Vara do Trabalho de Dois Vizinhos, pois não há garantias de contratação pela Sadia do pessoal dispensado. O relator destacou que o próprio juiz que concedera a liminar reconheceu que os serviços de abate pelo método halal têm procedimentos e exigências especiais, o que significa que eventual fraude na terceirização dos serviços não pode ser confirmada de imediato, como na antecipação de tutela concedida na ação civil pública. Para o ministro, até a decisão de mérito sobre a licitude ou não da terceirização dos empregados responsáveis pelo abate de frangos seguindo o ritual muçulmano, o Grupo de Abate Halal não pode ser impedido de fornecer mão de obra para a Sadia. Somente depois da produção de provas, com observância do direito ao contraditório e à ampla defesa das partes, será possível constatar a regularidade da terceirização ou a existência de desrespeito às garantias trabalhistas – o que ocorrerá na ação principal, não por meio de mandado de segurança. O ministro Pedro Manus também não verificou a existência de possíveis danos ou prejuízos irreparáveis aos empregados terceirizados na hipótese de continuidade na intermediação dos serviços especializados de abate de frangos que justificasse a concessão da liminar, uma vez que os direitos trabalhistas dos envolvidos estão resguardados. Desse modo, a SDI-2 deu provimento ao recurso ordinário em mandado de segurança do Grupo de Abate Halal para cassar a decisão liminar que havia proibido a prestação de serviços terceirizados para a Sadia. Fonte: TST 11 Notícias 10 Novo abatedouro no MT Queda de estoque faz milho subir em dia de combate a subsídio a biocombustíveis Ajustes realizados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em suas estimativas para oferta e demanda de milho no país e no mundo nesta safra 2011/12 alavancaram as cotações do grão no mercado internacional e ajudaram a fortalecer as críticas sobre a concessão de subsídios à produção de biocombustíveis tendo em vista os elevados preços globais dos alimentos. Em relatório divulgado o USDA reduziu drasticamente suas projeções para os estoques de milho no fim da temporada atual tanto nos EUA quanto no planeta. No país, a redução em relação à previsão de maio foi de 22,8%, para 17,65 milhões de toneladas, já abaixo de 2010/11 (18,53 milhões). Ao mesmo tempo, fez cortes nas estimativas para a demanda do país pela commodity, mas o etanol continuará a absorver cerca de 40% da oferta. Globalmente, elevou o cálculo para a demanda e os estoques finais caíram 13,4% sobre maio, para 111,89 milhões de toneladas. O novo relatório do USDA e a disparada das cotações do milho vieram no mesmo dia em que dez organizações multilaterais, entre as quais Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio (OMC) e Organização das Nações Unidas (ONU), concluíram que o uso de subsídios para estimular a produção de biocombustíveis deve ser eliminado. Segundo o “Financial Times”, a recomendação será enviada aos ministros de Agricultura do G-20, que se reúnem este mês para tratar, entre outros assuntos, da crescente volatilidade dos preços das commodities agrícolas. Além do milho destinado ao etanol americano, o fato de 20% da produção global de cana ter sido destinada à produção do combustível, sobretudo no Brasil, entre 2007 e 2009 também está no foco das preocupações das organizações, em virtude dos reflexos O município de Paranatinga receberá um grande empreendimento, que gerará cerca de 3 mil empregos diretos e 15 mil empregos no mercado de açúcar, muito consumido em países mais pobres. No mesmo período, informou o “Financial Times”, 9% da oferta mundial indiretos. É que a cidade foi escolhida pelo Grupo Integro, de Londrina, no Paraná, para sediar três indústrias do ramo avícola: uma de oleaginosas como a soja virou biodiesel, o que também tem influência sobre os alimentos. No Brasil e na Argentina, segundo e fábrica de rações, um frigorífico de aves e um incubatorio de frangos. terceiro maiores exportadores de soja do mundo, atrás dos EUA, o grão é o principal fonte de biodiesel. O investimento total do Grupo será de 240 milhões de reais, divididos em três etapas: A primeira etapa será para suportar um abate diário de 104 mil aves/dia; uma segunda etapa 160 mil aves/dia na terceira etapa elevação da estimativa para os estoques finais americanos, a reação dos preços foi no sentido inverso. finalmente, o abate de 320 mil aves/dia. O prefeito Vilson Pires (PRP) considera que a instalação das indústrias causará um impacto positivo muito grande para a economia da cidade e, principalmente gerará muitos empregos. “O Município e a Câmara não mediram esforços para trazer essas indústrias para cá, pois nós só temos a ganhar com a chegada delas”, enaltece o prefeito. A prefeitura de Paranatinga doará para a empresa três terrenos, que totalizam 75 hectares de terra, para as instalações das indústrias, com todo o trabalho de terraplanagem, instalações de água e luz elétrica e isenção de impostos municipais por 12 anos. “Vamos viabilizar o asfaltamento do entorno das indústrias junto ao Governo do Estado, que também é parceiro para viabilizar essa empreitada”, garante Vilson Pires. Oportunidade – Chacareiros e pequenos produtores rurais poderão se beneficiar, fornecendo aves para o frigorífico. Para viabilizar o intento, o Banco do Brasil porá à disposição dos produtores linhas de crédito com valores que vão de 50 mil a 350 mil reais, para construçã de aviários. Esses produtores receberão toda matéria prima para a criação da indústria, como pintinhos e ração, entrando somente com a sua mão-de-obra e as instalações. Representantes do Grupo Integro, acompanhados do prefeito e vereadores, estiveram visitando quatro grandes fazendas produtores de soja e milho, matéria prima das rações que pretendem fabricar e se declararam “impressionados” com a capa cidade produtiva das mesmas, que lhes garantirá o insumo necessário para a sua produção. “Eles puderem constatar em definitivo que Paranatinga é local ideal para a instalação do empreendimento, que aqui eles têm todas as condições materiais e humanas para operarem com tranqüilidade”, concluiu o prefeito Vilson Pires, ressaltando o papel dos vereadores: “eles foram fundamentais, votando todos os projetos que enviamos e colocando o bem da cidade acima de tudo”, disse. Fonte: Paranatinga News No tabuleiro redesenhado pelo USDA para a soja, nos EUA ou no mundo, houve poucas mudanças. Mas como entre elas houve uma Fonte: Valor Econômico (Fernando Lopes) 13 Notícias 12 Uma década de altas para as commodities Cresce crédito para cooperativas As commodities agrícolas terão pela frente uma década de preços elevados e grande volatilidade no mercado internacional, e o Brasil será um dos países mais beneficiados nesse cenário. É o que prevê um amplo estudo conjunto da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) que será apresentado na sexta-feira em Paris, ao qual o Valor teve acesso. O lançamento do relatório “Perspectivas Agrícolas 2011-2020” precedeu a reunião de ministros de Agricultura do G-20, que foi realizada em junho e trouxe para a mesa de negociações um pacote de medidas que tentará, no médio a longo prazos, estimular o aumento da produção global e reduzir a volatilidade nos mercados de commodities agrícolas, que nos últimos anos elevaram índices inflacionários e chegaram a provocar protestos nas ruas de diversos países. As duas entidades avaliam que essa impressionante volatilidade, que já entrou em seu quinto ano consecutivo, vai perdurar, e que os preços de muitas commodities básicas para a produção de alimentos deverão se manter em patamares mais elevados tanto em termos nominal como real se comparados aos da década anterior (2001-2010). A expectativa é que os custos de alimentos até declinem em relação aos níveis do início de 2011, dependendo do produto. Mas, em média e em termos reais, deverão subir até 50% no caso das carnes e 20% no dos cereais nos próximos anos. O Brasil, principal país exportador de carnes, com 20% e 25% do mercado mundial, e com boas perspectivas para o milho, por exemplo, tende a abocanhar boa parte do ganho. As projeções se baseiam em um horizonte de desaceleração do crescimento populacional, dólar fraco, preços de energia em alta e - apesar das commodities - inflação moderada. Os custos da produção agrícola estão em ascensão e o crescimento da produtividade sofreu uma perigosa desaceleração. Pressões sobre os recursos naturais, principalmente água e terras, aumentaram. Como as terras mais férteis já estão sendo utilizadas e mesmo declinando em algumas regiões, a produção tende a se expandir em terras marginais com menor fertilidade e maiores riscos de problemas meteorológicos. É verdade que, no curto prazo, a produção agrícola deverá crescer, como uma resposta natural dos produtores aos atuais preços elevados. Mas a expansão agrícola global será de modestos 1,7% ao ano, em média, ante a taxa de 2,6% da década passada. A maioria das colheitas tende a se expandir menos, especialmente no caso de oleaginosas (grupo que inclui a soja) e grãos forrageiros (milho entre eles). A pecuária manterá o ritmo dos últimos anos. Apesar de menor expansão, a produção per capital pode crescer 0,7% ao ano. A desaceleração global da melhoria do rendimento de importantes culturas, entretanto, continuará a pressionar os preços internacionais, em um tabuleiro rural das 1.370 sociedades do ramo deve superar R$ 9 bilhões em custeio, investimento e comercialização em 2011. No ano passado, a conta em que os maiores crescimentos da oferta virão de fornecedores que detêm boas tecnologias. As projeções confirmam a continuidade da gradual mudança na divisão das fatias dos mercados agrícolas, que migram de países desenvolvidos para nações em desenvolvimento. À América Latina, motor do recente avanço agrícola global, deverá se unir o Leste Europeu. As duas regiões serão supridoras cada vez mais importantes nesta década. Suas áreas plantadas e produtividade deverão aumentar, e também haverá expansão para a pecuária. OCDE e FAO estimam que, apesar do “fim do crescimento espetacular” do complexo soja (grão, farelo e óleo), Brasil e Argentina continuarão com Donas de R$ 69 bilhões em ativos totais, as cooperativas de crédito avançam rapidamente nos financiamentos ao campo brasileiro. A carteira fechou em R$ 7,67 bilhões. Comparados à carteira de R$ 42 bilhões do líder Banco do Brasil, que detém 60% da volume de crédito rural no país, os empréstimos das cooperativas ao campo ainda “engatinham”.Mas a fome das sociedades em abrir caminho em meio a instituições financeiras mais consolidadas e o auxílio do Banco Central em questões regulatórias apontam para um avanço substancial. O segmento encerrou 2010 com R$ 30 bilhões em sólidos crescimentos em oleaginosas, cereais e gado de corte, graças a custos de produção relativamente menores. A América do Norte, liderada pelos depósitos totais e R$ 30,1 bilhões em operações. Mas projeta crescer até 30% em ativos, para R$ 87,6 bilhões, em 2011. Isso elevaria a carteira de EUA, é a única região de alta renda que expandirá significativamente a agricultura. A Europa Ocidental perderá mais competitividade e produção, crédito a R$ 40 bilhões. pressionada por preocupações ambientais, custos e limitação de terras. acelerou a ocupação de espaços pelas sociedades de crédito. Nos últimos oito anos (2002-2010), a fatia das cooperativas nos recursos liberados Já no lado da demanda, o crescimento populacional e o aumento da renda em grandes emergentes como China e India sustentarão compras firmes As cooperativas têm “comido pelas beiradas” o farto mingau servido no campo. O excelente desempenho das lavouras e da pecuária de commodities. Arroz, carne, lácteos, óleos vegetais e açúcar deverão ter os maiores aumentos de consumo. para custeio rural passou de 9% para 13%. Somou R$ 5,85 bilhões no ano passado. E com forte “capilaridade”. A participação sobre o número O uso de matérias-primas agrícolas para biocombustíveis manterá um “crescimento robusto”. Até 2020, nada menos do que 30% da produção de de contratos saltou de 9% para 19%. Esse crescimento ocorreu, sobretudo, sobre bancos públicos federais, cuja fatia recuou de 59% para 49% cana, 15% de óleos vegetais e 13% de grãos deverão virar etanol e biodiesel, num contexto em que as elevadas cotações do petróleo terminarão por no volume e de 71% para 64% no número de contratos. Os bancos privados também cresceram no volume do custeio (30% para 37%), mas viabilizar a produção de biocombustiveis mesmo sem os já combatidos subsídios estatais. encolheram nos contratos (18% para 14%). O relatório reforça que a produtividade continua a ser um influente fator na formação dos preços de colheitas. A variação no rendimento de grandes lavouras de paises exportadores são uma fonte primária da volatilidade, segundo OCDE e FAO. A severa seca na Rússia e na Ucrânia no ano passado e o excesso de umidade nos EUA ilustram a rapidez com que o equilíbrio do mercado pode mudar. Além disso, o estudo aborda o maior peso dos mercados de energia na transmissão de volatilidade à agricultura, por seu peso nos custos de produção e por causa da “competição” dos biocombustíveis. As entidades destacam os desafios para enfrentar a insegurança alimentar global e as oportunidades que se abrirão aos produtores com os preços internacionais mais elevados nos próximos dez anos. Notam que períodos prolongados de preços altos da cadeia alimentar deflagram sinais de alarme “A mão do Banco Central como regulador ajudou muito, mas tem um compromisso do cooperativismo de fazer a lição de casa. A ocupação de espaço se deu por competência”,diz o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas. A OCB aponta a baixa capitalização como um “gargalo” para a expansão do segmento de crédito no país. Há barreiras para alavancar mais empréstimos por causa das limitações desse tipo de sociedade.“É um sistema. Tem a cooperativa, mas tem as centrais e os bancos cooperativos. Como o associado tem limitações para aportar capital, o sistema enfrenta essa dificuldade para crescer”,afirma Freitas. O patrimônio líquido das sobre “instabilidade econômica e insegurança alimentar em vários países em desenvolvimento”, e não descarta uma nutrição de má qualidade entre cooperativas de crédito somou R$ 13,1 bilhões em 2010, ainda pouco diante do ativo e dos depósitos totais. consumidores pobres. capital acaba descontada do limite individual de crédito do cooperado. “Não se pode fazer algo ilimitado”, lamenta Freitas. Uma alternativa foi Em geral, porém, OCDE e FAO concluem que preços mais elevados“são um sinal positivo e bem vindo para um setor que tem experimentado declínio Como solução, o governo criou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para capitalizar as cooperativas. Mas foi pouco, porque a subscrição de real nos custos das commodities por várias décadas e podem estimular investimentos no aumento da produtividade e da produção, necessários para adotada pela central Sicredi, que associou-se ao holandês Rabobank. A outra central, o Sicoob, ainda insiste na capitalização via cooperados. atender à crescente demanda por alimentos”. As duas entidades ressalvam que nem sempre os incentivos trazidos por cotação internacional melhores chegam ao bolso dos produtores, em da base de cálculo do PIS-Cofins.“Isso nos rendeu uma economia anual de R$ 270 milhões”, calcula o gerente de Cooperativismo de Crédito da virtude de custos de transações elevados ou políticas nacionais de intervenções nos mercados. No segmento pesqueiro, a projeção é que a produção OCB, Sílvio Giusti. A permissão de acesso aos recursos do Sescoop, estimados em R$ 12 milhões, ajudou a capacitar a gestão e profissionalizar as global aumentará 2,8% ao ano até 2020, bem menos do que na década passada, por causa de redução ou estagnação na captura de pescados. Até 2015, cooperativas.“O BC ‘desengessou’ a operação das cooperativas, que passaram a ser de livre admissão”, diz Giusti. Ou seja, qualquer pessoa pode a aquicultura poderá representar mais da metade do consumo global de peixes. Os preços médios dos pescados capturados podem subir 23% até 2020, abrir uma conta nessa sociedade mesmo sem pertencer aos quadros de uma cooperativa. O BC também autorizou as sociedades a atuar em ante alta de 50% na aquicultura. Fonte: Valor Desde 2003, o BC desembaraçou as operações das cooperativas de crédito. Entre os principais avanços, houve a exclusão das sociedades cidades com população acima de 2 milhões de habitantes. Fonte: Valor Econômico 15 Notícias 14 Guerra fiscal faz frigoríficos do RS reduzirem abates de frango Rússia impõe novas restrições a frigoríficos brasileiros Frigoríficos do Rio Grande do Sul estão reduzindo os abates de frango por causa da crise provocada pela guerra fiscal com outros Estados. O setor reclama de prejuízos acumulados durante os últimos 10 anos. Em um frigorífico de Morro Reuter, 21 mil frangos eram abatidos por dia. Esta semana, a direção diminuiu os abates para 18 mil. Foi a primeira medida tomada para tirar as contas do vermelho. O Rio Grande do Sul já foi o maior produtor de frangos do país. Na última década, perdeu o primeiro lugar para o Paraná e, hoje, ocupa a quarta posição. Segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), foram anos e anos de após uma inspeção de duas semanas a 29 plantas nacionais de carnes bovina, suína, de frango e industrializados, finalizada em maio passado. perdas acumuladas. Enquanto outros Estados reduziam a carga de ICMS para zero, os gaúchos pagavam 7%. – Os números mostram para a gente que nós perdemos espaço em função da guerra fiscal. 7% é muito. As empresas trabalham com 4, 13 plantas de carnes brasileiras que já estavam sob embargo e que buscavam voltar a exportar. A missão de veterinários visitou ainda oito plantas 5% de margem, quando tem margem. Então, nós estamos falando de um diferencial produtivo de 7% na carga tributária . É impossível pela primeira vez, que também não foram habilitadas. competir com esses outros produtores. Então, veja que nós não somos competitivos na porta da nossa casa e eles são competitivos a mil, até 2 mil quilômetros longe – disse Nestor Freinberger, presidente da Asgav. unidades restantes que já estavam autorizadas a exportar, mas solicitaram “informações adicionais” das empresas e do governo. No ano passado, o governo gaúcho concedeu um benefício fiscal aos abatedouros de aves. Reduziu de 7% para 3% o imposto para A Rússia,principal mercado para as carnes do Brasil,impôs restrições temporárias às importações de produtos de estabelecimentos brasileiros Conforme apurou o Valor, o Rosselkhoznadzor, agência russa de saúde animal e vegetal, manteve restrições às importações de produtos de Além disso, a missão teria descrendenciado quatro fábricas de processados da Brasil Foods. Os russos mantiveram a habilitação de quatro Em comunicado em seu site, com um tom duro e com críticas ao Ministério da Agricultura brasileiro, o Rosselkhoznadzor diz ter proposto a venda interna de carne. O chamado crédito presumido chegou ao fim esta semana e deve ser prorrogado, pelo menos até dezembro. a restrição temporária das exportações de produtos de todas as unidades visitadas. A razão, segundo o órgão, é que os estabelecimentos não Mas, de acordo com a Secretaria da Fazenda, não existe chance de zerar a cobrança. atendem às exigências da legislação sobre segurança dos alimento da Rússia, Belarus e Cazaquistão, que formam uma união aduaneira e são – Se nós trabalharmos com a perspectiva de demandas setoriais que zerem a tributação no Estado, ele deixa de ter fontes para o seu clientes do Brasil. funcionamento e para prover os seus serviços de saúde, de segurança, de educação. Nós precisamos ter parcimônia quando a gente trata dessas questões. Queremos preservar a competitividade da produção gaúcha, mas por outro lado nós temos a responsabilidade Brasil às normas de segurança previstas pela legislação russa. A inspeção mostrou ainda, diz a agência, que não são feitos o volume necessário de manter a receita do Estado para atender as demandas sociais – observou André Paiva Filho, secretário adjunto da Secretaria da de análises de matérias-primas e produtos finais para verificar a conformidade com as normas e exigências russas. Além disso, a missão viu Fazenda do RS. deficiências sistêmicas no trabalho do serviço veterinário brasileiro, especialmente no atual programa nacional e no dos estabelecimentos. Fonte:Canal Rural (Cristiano Dalcin) De acordo com os russos, análises laboratoriais de amostras de produtos do Brasil indicaram contaminação com listeria, salmonella, bactérias do FAO sinaliza apoio à bionergia Segundo o órgão, a inspeção demonstrou uma piora nos últimos anos no sistema que assegura a conformidade dos produtos de carne do grupo e-coli, além de resíduos de antibióticos, como tetraciclinas. A missão também colocou em dúvida a eficácia dos controles veterinários e sanitários nos estabelecimentos de carnes. O vice-presidente de assuntos corporativos da Brasil Foods, Wilson Mello, confirmou que a empresa teve plantas embargadas, mas disse não Em sinal de reconhecimento de que a produção de biocombustíveis pode não afetar a segurança ter informações sobre número e local das unidades. Segundo ele, foram descredenciadas plantas de processados e de produtos in natura.“Como alimentar, a FAO (Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) está promovendo uma temos 13 plantas habilitadas a vender à Rússia, vamos atender [a demanda russa] com unidades que continuam credenciadas”,disse, reiterando nova metodologia para ajudar os governos a avaliar os prós e os contras de se investir no segmento. que a companhia está preocupada com a medida russa. Batizada de “Quadro Analítico de Bioenergia e Segurança Alimentar (BEFS)”, a metodologia foi Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (reúne exportadores de suínos) disse que estará hoje em Brasília para discutir o problema no criada para ajudar nas políticas públicas que buscam avaliar o potencial da bioenergia assim como Ministério da Agricultura. A Rússia é o principal comprador de carne suína do Brasil. seu possível impacto na segurança alimentar. Em comunicado, a agência também cita o Brasil como exemplo de país que produz bioenergia para atender suas necessidades.“O Brasil abastece cerca de 1 frigoríficos de carne bovina. A missão visitou dez estabelecimentos de carne bovina. milhão de veículos com o biocombustível feito de cana-de-açúcar”, afirma a FAO no comunicado. veterinário russo em Moscou. Uma missão brasileira deve ir à Rússia em maio, aproveitando a visita do vice-presidente Michel Temer no país, que “Feito corretamente e quando apropriado, o desenvolvimento da bioenergia oferece a chance de Antônio Camardelli, da Abiec (exportadores de carne bovina) disse que o relatório dos russos não tem “informações peremptórias” sobre O governo brasileiro vai tentar reverter o embargo russo e avançar na habilitação de mais frigoríficos. Para isso, fará reuniões com o serviço dirigir investimentos e trabalho para as áreas que literalmente necessitam desse tipo de política”, disse participará de reunião com o premiê russo Vladimir Putin. Heiner Thofern, coordenador do projeto da FAO. Fonte: Valor Econômico comerciais, dizem fontes do setor. Os russos estariam incomodados com a grande oferta de processados de carne do Brasil no país. Não é a primeira vez que os russos impõem restrições às carnes do Brasil. Mais uma vez, a percepção é de que a medida pode ter razões Fonte: Valor Econômico 17 Notícias 16 Preços dos alimentos continuarão altos até 2012, estima FAO Aumenta a exigência por produtos certificados para exportação Os preços dos produtos básicos agrícolas permanecerão altos e voláteis até 2012, segundo a última análise pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). O relatório “Perspectivas Alimentares” <http://www.fao.org/docrep/014/al978e/ al978e00.pdf> (em inglês) cita “a forte queda dos estoques frente a um modesto aumento da produção geral na maioria dos cultivos”. “Os próximos meses serão cruciais para determinar a forma com a qual os principais cultivos se comportarão este ano”, afirmam os especialistas consultados pela FAO. As perspectivas são “promissoras” em alguns países, como na Rússia e na Ucrânia, apesar de as condições meteorológicas acreditam que os produtores brasileiros estão mais atentos para as regras. Alguns pecuaristas, no entanto, reclamam que os em outros países poderem prejudicar os rendimentos do milho e do trigo tanto na Europa como na América do Norte. custos com boas práticas agrícolas são elevados. “A situação geral dos cultivos agrícolas e dos produtos alimentícios é de tensão, com os preços mundiais em níveis A certificação de produtos agropecuários é uma exigência cada vez maior dos países compradores e as certificadoras A demanda mundial por alimentos é um dos motivos que torna o mercado mais exigente. Qualidade e segurança são obstinadamente altos, o que supõe uma ameaça para muitos países de baixa renda e com déficit de alimentos”, disse David requisitos que Europa, Estados Unidos e Japão, por exemplo, cobram de países produtores. O programa Global Gap, antes Hallam, diretor da Divisão de Comércio e Mercados da FAO. conhecido como Eurep Gap é uma certificadora que guia o produtor quanto às normas de responsabilidade ambiental e social, além de garantir o bem-estar dos animais. O presidente da empresa, Kristian Moeller, afirma que mais de cem países já Queda nos preços registram as produções. Para ele, o movimento começou na Europa, porque eram necessários cuidados com bem-estar animal e com meio ambiente e a preocupação também cresce na Ásia e na América do Norte. Os países pedem estes requisitos ao Os preços internacionais dos alimentos, que no início do ano subiram bruscamente até os níveis alcançados na crise alimentar importar os produtos. de 2007 e 2008, caíram 1% em maio, segundo os índices da entidade internacional. 600 propriedades possuem Global Gap. O representante do programa na América Latina, Fernando Mietto, conta que muitos As quedas dos preços dos cereais e do açúcar foram responsáveis pela leve baixa do índice de maio, compensando os Nas Américas Central e do Sul, os certificados atendem principalmente produtores de frutas e frango. No Brasil, em média, aumentos nos preços da carne e dos laticínios, observam os especialistas. dos certificados são destinados a grupos. Para ele, a certificação é um instrumento que qualifica os produtores a exportarem e garante segurança alimentar. As perspectivas atuais para os cereais em 2011 apontam a uma colheita recorde de 2,315 bilhões de toneladas, com um aumento de 3,5% em relação a 2010. – As condições de mercado é que definem a demanda e implementação de serviços. Se o produto é seguro, então os programas Para a FAO, espera-se que a produção mundial de trigo fique 3,2% acima da reduzida colheita do ano passado. ajudam na hora de vender – afirma Mietto. As perspectivas preliminares para a produção mundial de arroz apontam também a uma colheita recorde de 463,8 milhões O pecuarista Carlos Viacava, no entanto, acredita que, com o bloqueio europeu à carne brasileira, os custos com o Global Gap de toneladas, com um aumento de 2% em relação ao ano passado. se tornaram desnecessários. – Isso são exigências do mundo, exigências dos consumidores mais sofisticados, uma disputa entre supermercados. Um quer As reservas mundiais de cereais ficaram no fim da safra agrícola de 2012 em 494 milhões de toneladas, com uma alta de apenas 2% em relação aos níveis iniciais muito baixos. prestar um serviço melhor que o outro e se eles criam essa obrigatoriedade, no começo eles vão ficar sem produto ou pagar um prêmio que mobilize as pessoas em torno disso – declarou o pecuarista. Segundo o relatório, o equilíbrio mundial de oferta e demanda de açúcar aponta para algumas melhoras sustentadas pela previsão de uma grande produção em 2010/2011, que possivelmente deverá superar o consumo pela primeira vez desde 2007/2008. médio norte mato-grossense, é o segundo maior produtor de soja do Brasil. Cerca de 360 mil hectares são cultivados com o Mesmo assim, existem grupos que aproveitam o exemplo das certificações internacionais. Nova Mutum, município no O índice internacional para o preço da carne alcançou um novo recorde com 183 pontos em maio de 2011 e a combinação de grão. O Secretário de Agricultura e Meio Ambiente da cidade, Arlindo José Marciano, conta que já estão em fase piloto dois uma forte demanda importadora e uma disponibilidade limitada para a exportação apontavam a uma maior firmeza nos preços projetos que contemplam uma certificação própria, a Mutum Gap. A ideia é produzir frutas, carne bovina, milho e soja e durante os próximos meses. adequar a produção às regras do mercado consumidor. – Com essa certificação, com este trabalho que é feito através do Mutum GAP, nos moldes do Global GAP, os produtores tem O mercado de peixes recuperou-se este ano e a produção em 2011 aproxima-se de um novo recorde, mas os preços se verão impulsionados por uma forte demanda por parte dos países em desenvolvimento. que se adequar. A gente vê que quem vai sair ganhando é o próprio produtor. Fonte: G1 com France Presse Fonte: Canal Rural (Elfrides Junior) 19 Notícias 18 Relação das carnes brasileiras com a China Brasil cresce nos Setores Agrícolas O Brasil caminha para superar pela primeira vez os Estados Unidos em alguns dos setores agrícolas que por mais de 30 anos estiveram sob o controle dos exportadores americanos e obriga importadores a rever suas estratégias de abastecimento. Dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, por sua sigla em inglês) apontam que, em 2011, o Brasil será já o maior exportador de frango do mundo, com um terço do comércio global. Além disso, dá passos importantes para se aproximar dos EUA na liderança da soja no planeta. Setores como carne bovina, milho e arroz também registraram ganhos importantes no ano. Brasil Perto da liderança Se os avanços são claros no País, a FAO alerta que um salto maior exigirá que o governo dê uma solução aos entraves que a falta de infraestrutura está causando para as exportações nacionais. No setor de carnes, a FAO aponta que o Brasil já o segundo maior produtor do mundo. E a mola propulsora é a Lei de Resíduos Sólidos (12.305/2010). Em linhas gerais, ela obriga todas as companhias a montar um esquema para recolher e dar destino correto aos insumos gerados por sua atividade. Em outras palavras, a chamada logística reversa. Apesar de chegar atrasado nessa corrida países como Estados Unidos, Japão e Alemanha adotaram dispositivos semelhantes a partir da década de 1970, o governo brasileiro espera recuperar o tempo perdido. Nossa lei é baseada nas últimas diretrizes da União Europeia, diz Silvano Silvério da Costa, secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente. A China já é o maior parceiro comercial do Brasil (fluxo comercial de US$ 56,3 bilhões em 2010) e também o maior investidor (US$ 17,17 bilhões em 2010), sendo que 70% das exportações brasileiras (US$ 30,7 bilhões) foram de commodities. O perfil das trocas comerciais que mantemos com a China é caracterizado pela exportação de produtos de baixo valor agregado e importação de manufaturados, com maior valor agregado, fato que nos incomoda. Nessa perspectiva, as exportações de carnes para a China podem contribuir para alterar um pouco esse perfil, à medida que, por exemplo, se substituiriam exportações de soja e de milho em grão (ou farelo) por esses produtos já transformados Aurora Alimentos cancela investimento em indústria de aves no RS em carne -portanto, com muito maior valor agregado. Acresce ainda que, aumentadas as exportações de carnes, amplia-se a demanda, o que gera condições para o crescimento A Cooperativa Central Oeste Catarinense (Aurora Alimentos) cancelou o projeto milionário das respectivas cadeias produtivas e consideráveis ganhos de escala. para a construção de uma indústria de abate e processamento de aves em Carazinho, no norte do Rio Grande do Sul. Resta saber se, de fato, a China pode vir a ser um grande importador das carnes brasileiras e, nesse aspecto, a situação parece bem distinta para as principais três carnes (bovina, de frango e suína), pois os hábitos de consumo dos chineses são muito diferentes para cada caso. institucionais e econômicos, entre os quais o desligamento da composição societária, no início Para a carne suína, a abertura do mercado chinês pode ser uma oportunidade histórica. A China é a maior produtora e consumidora de carne suína do mundo -seu consumo é da ordem de 50 milhões de toneladas por ano- e, embora seja na quase totalidade abastecida por produção interna, a conquista de fração de suas importações (deve importar 480 mil toneladas em 2011), representaria a tão sonhada diversificação de mercados (hoje, nossas exportações são excessivamente concentradas na Rússia), além é claro, de crescimento significativo dos volumes embarcados. Como no dia 11 deste mês três frigoríficos catarinenses foram autorizados a exportar carne suína para a China, tudo indica Em nota oficial, a Aurora Alimentos informou que a decisão foi motivada por fatores do ano, das cooperativas do RS Cotrijal (Não-Me-Toque), Cotrisoja (Tapera), Cotrisal (Sarandi) e Cotribá (Ibirubá). O conselho de administração e a assembleia geral concluíram que não há base produtiva, cooperativas filiadas e produtores cooperados em número suficiente para justificar o empreendimento no Estado. Mas decidiu manter projeto idêntico em Canoinhas (SC), cujo anúncio foi feito simultaneamente ao do complexo do RS, em 2007. A decisão surpreendeu o prefeito de Carazinho (RS), Aylton Magalhães. Para o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Rui Polidoro Pinto, a decisão da Aurora Alimentos foi baseada no momento crítico do mercado de carnes. que a perspectiva está se tornando realidade. Em 2010, o Brasil já havia exportado cerca de US$ 220 milhões em carne de frango para a China, assumindo a liderança Entenda o caso mundial entre os fornecedores daquele país. Eram 25 frigoríficos autorizados a exportar para aquele país, e esse número dobrou. O mercado chinês é relativamente – Em outubro de 2007, a Aurora anunciou investimento de R$ 400 milhões em Carazinho, para a construção de uma unidade de abate e menos importante para a carne de frango do que para a carne suína, mas ainda assim não negligenciável. processamento de aves, frigorífico, incubatório, granja de matrizes e fábrica de rações. – O projeto geraria 3,2 mil empregos diretos e indiretos. Finalmente, para a carne bovina o mercado chinês representa um potencial apenas de longo prazo, pois o seu consumo per capita, por questões culturais, é muito pequeno. Embora estejam acontecendo grandes transformações no país asiático, no quesito consumo de carne bovina o aumento é apenas marginal. JOSÉ VICENTE FERRAZ/ESPECIAL PARA FOLHA é engenheiro-agrônomo e diretor técnico da Informa Economics FNP. Fonte: Folha de São Paulo – Em 2008, a prefeitura decretou a desapropriação de área de 42 hectares para a instalação da indústria, não comprada porque o município aguardava um aval da Aurora. – No mesmo ano, a cooperativa suspendeu o investimento por tempo indeterminado devido à crise financeira internacional e à desvalorização do dólar. Apesar disso, o otimismo era grande até essa quarta, quando a indústria desistiu oficialmente do empreendimento. Fonte: (Zero Hora) (Leandro Becker) 21 Bate-Papo 20 Arnaldo Domingos da Silva Por Lia Freire O espírito empreendedor e a gestão dinâmica que sempre marcaram a atuação da Rigor Alimentos Ltda desde a sua fundação, em 1998, se faz novamente presente Revista Graxaria Brasileira – Embora as mulheres tenham (FFO). Eu tive a ideia, apresentei a proposta ao diretor da conquistado o seu espaço no mercado de trabalho, há empresa que aceitou a sugestão. A mulher é tão capaz quanto décadas, sua identidade ainda está fortemente relacionada o homem de executar quaisquer atividades. às atividades na esfera doméstica. Qual o posicionamento da Rigor sobre esta questão? Revista Graxaria Brasileira – Hoje, quantas funcionárias a Arnaldo Domingos da Silva - A Rigor Alimentos, como todo e empresa possui nesta unidade? E quais são as outras áreas qualquer setor empresarial, não poderia deixar de acompanhar agora ocupadas pelas mulheres? as mudanças sociais no mercado de trabalho. Uma vez que Arnaldo - Hoje estamos com 10 colaboradoras na FFO, ainda a mulher vem ocupando forte e amplamente todo tipo de faltam 3 para completar o quadro que é de 13. A Supervisão desenvolvimento de tarefas dentro de uma indústria. Nós da Segurança Patrimonial da empresa, cargo até então pensamos: por que não fazermos um teste com colaboradoras? ocupado por homens, hoje, também é conduzido por uma O resultado foi mais que satisfatório, mostrando que o trabalho mulher. feminino é tão eficiente quanto o executado por homens. Revista Graxaria Brasileira – Há intenção de expandir a “As colaboradoras da Rigor Alimentos estão aptas para o mercado de trabalho, com possibilidades de se aprimorarem e crescerem juntas com este ramo empresarial”, Arnaldo Domingos da Silva. A empresa desde 2010 passou a contratar mulheres em sua Fábrica de Farinha e Óleo (FFO) e vem obtendo resultados que estão superando as expectativas. O gerente de produção da Hoje, em seu quadro atual de colaboradores, 70% dos cargos são ocupados por elas. Fábrica de Farinha e Óleo, Arnaldo Domingos da Silva, fala um pouco mais sobre essa estratégia e os resultados que vêm sendo obtidos por sua equipe. “Os rendimentos crescem a um ritmo mais acelerado do que quando os homens executavam as mesmas tarefas, pois a capacidade de administrar detalhes, geralmente é bem mais frequente entre as mulheres, além da preocupação com a organização e concentração. Elas são mais observadoras, cuidadosas, organizadas e higiênicas, o que nos leva a obter um resultado ainda mais qualificado, atendendo a todos os quesitos do mercado.” feminino, fazendo a diferença nos negócios da Rigor Alimentos! É o toque Revista Graxaria Brasileira – Quando e o que levou a Rigor contratação de mulheres para outras áreas? a contratar mulheres para a sua unidade de Negócios de Arnaldo - Em nosso quadro atual de colaboradores temos 70% Farinha e Óleo? dos cargos ocupados por funcionárias e, se houver necessidade Arnaldo - Em outubro de 2010 realizamos a primeira ou novas possibilidades, estaremos sim contratando mais contratação de uma mulher na Fábrica de Farinha e Óleo colaboradoras. 23 Bate-Papo 22 necessário, passam por aprimoramentos, como ocorreu em 2011 com as funcionárias admitidas em 2010. Como em qualquer A trajetória da R igor A limentos L tda setor industrial isso é fator predominante para obter-se produtos que atendam as exigências do mercado. Fundada em 1998, pelos atuais sócios, em Atibaia (SP), a Rigor arrendou um abatedouro Revista Graxaria Brasileira – Nesta área as jornadas de com capacidade limitada e foi após muita trabalho e os salários praticados são os mesmos para homens dedicação que começou a operar com 100% da e mulheres? capacidade. Em 2000 iniciou a própria criação Arnaldo - Usamos das mesmas leis trabalhistas, portanto, os e neste mesmo ano ampliou o abate em 75%, direitos são assegurados e garantidos. A jornada de trabalho é a com a terceirização de mais um abatedouro e mesma e os salários também. posteriormente, a implantação de um segundo turno. Revista Graxaria Brasileira – Ao contratar colaboradas as empresas estão sujeitas a se depararem com situações como (SP), onde investiu em novas tecnologias. licença maternidade, faltas em decorrência dos filhos, só para citar alguns exemplos. Como a Rigor lida com isso? capacidade de abate e a projeção de aumento Arnaldo - A empresa atua com uma escala de serviços que se é de 360.000 a 400.000 aves/dia, através da organiza da seguinte maneira: a colaboradora trabalha 12 horas implantação de mais uma linha de abate e da e descansa 36. Portanto, situações de conflitos com faltas não têm aquisição de evisceradoras automáticas. ocorrido, pois elas têm uma possibilidade bem mais ampla de se organizarem. Quanto à licença maternidade, ela é prevista por lei e fronteiras já é uma realidade para a empresa, tem que ser garantida a todas as mulheres que estão no mercado que desde 2008 investe na exportação. de trabalho, portanto, com a Rigor Alimentos, não seria diferente. Habilitada inicialmente para atender os países Em 2004, transferiu o seu abate para Jarinu Hoje, a Rigor opera com 100% da Conquistar clientes além das suas pertencentes à Lista Geral, estipulada pelo Em outubro de 2010 a Rigor contratou a primeira funcionária para a sua Fábrica de Farinha e Óleo. Hoje são 10 colaboradoras na unidade. E, em seu quadro atual de funcionários, 70% dos cargos são ocupados por elas. Revista Graxaria Brasileira – Que tipo de trabalho estas de contratação adotados pela Rigor são iguais para homens e funcionárias estão desenvolvendo na Rigor ? Qual o resultado mulheres? que vem sendo obtido? Arnaldo - Não há um perfil específico para as mulheres. Os pré- Arnaldo - Elas estão na Produção da FFO: área in natura, requisitos são iguais para ambos os sexos. Desde que respondam carregamento as necessidades na execução das atividades, elas permanecem e operação de hidrólise, pré-secagem, (carregamento de vísceras e ossos, processo contínuo); no no quadro de colaboradores. Digestor Contínuo: produto acabado, descarga, operadora de secagem, operadora prensa de vísceras, ensaque de farinhas; Revista Graxaria Brasileira – Em termos de qualificação e no Controle de Qualidade. O resultado tem sido satisfatório profissional, as mulheres estão aptas a atuarem no mercado e os rendimentos crescem a um ritmo mais acelerado do que de graxarias? quando os homens executavam estas tarefas, pois a capacidade Arnaldo - As colaboradoras da Rigor Alimentos estão aptas de administrar detalhes, geralmente é bem mais frequente para o mercado de trabalho, com possibilidades de se entre as mulheres, além da preocupação com a organização aprimorarem e crescerem juntas com este ramo empresarial, e concentração. Elas são mais observadoras, cuidadosas, conforme as mudanças naturais que ocorrem em todos os organizadas e higiênicas, o que nos leva a obter um resultado setores da indústria. ainda mais qualificado, atendendo a todos os quesitos de mercado. Revista Graxaria Brasileira – As funcionárias da Rigor são submetidas a treinamentos, cursos de reciclagem e atualização Revista Graxaria Brasileira – Há um perfil específico para que profissional? as mulheres atuem no setor de graxarias? Os pré-requisitos Arnaldo - Sim. Quando contratadas são treinadas e, sempre que Revista Graxaria Brasileira – Qual a mensagem que a Rigor Ministério da Agricultura e pelo Sistema de deixaria sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho? Inspeção Federal, a empresa já conquistou Arnaldo - A chegada da mulher no mercado de trabalho e a Certificação para o abate Halal, ou seja, especialmente, nas atividades que até então eram executadas um sistema de abate que segue todo o ritual pelos homens, é uma importante conquista. Se o mercado Islâmico, propiciando à Rigor a capacitação souber aproveitar as grandes qualidades que elas oferecem ao para atender também o Oriente Médio. desenvolver as suas tarefas, certamente haverá um grande e positivo impacto nos negócios das empresas. 25 Em Foco 1 24 Frigoríficos ‘abertos’ detêm 35% dos abates N bovinos no país. O número é bem superior (91,2%) aos 3,388 milhões de cabeças de 2009. A razão é a aquisição da Bertin no setor, e a redução no número de players no mercado Alimentos pela JBS, no último trimestre de 2009. Com isso, gerou, desde o início, o descontentamento de pecuaristas, a fatia da JBS nos abates do Brasil atingiu 22,15% em 2010 que têm menos opções de venda. “A concentração reduz a - fora de 12% um ano antes, conforme cálculos baseados força do pecuarista”, avalia Ferraz. nos abates formais nacionais e nos da companhia antes da aquisição da Bertin. “Os grandes têm base financeira melhor. Não quer dizer que estejam imunes [a problemas], mas é mais difícil acontecer Os números de abate da JBS em 2010 são estimados Essas vicissitudes levaram a uma verdadeira peneirada O analista admite um lado positivo para os fornecedores: porque a empresa divulga os dados do Brasil junto com os uma surpresa desagradável”, afirma ele. outros países do Mercosul. Considerando todas as unidades do bloco - além de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai -, afirma que a concentração gerou ganhos de escala e o abate de bovinos da JBS em 2010 foi de 6,819 milhões de eficiência, o que permite preços mais vantajosos ao cabeças. consumidor. “O mercado se concentra numa reação ao aumento dos custos de produção”, resume. Segunda maior empresa de carne bovina do Brasil, a Uma fonte do segmento, que prefere não se identificar, Marfrig também ampliou sua fatia nos abates brasileiros. No O diretor-presidente do Minerva, Fernando Galletti caso da companhia, isso ocorreu após o arrendamento de 12 de Queiroz, observa que o aumento da participação da unidades de abate de bovinos dos frigoríficos Margen e do companhia nos abates nacionais decorreu do crescimento gaúcho Mercosul, também no fim de 2009. Os abates saíram orgânico, de 1,57 milhão em 2009 para 2,65 milhões ano passado. A avançaram por conta de aquisições. participação no total foi de 5,6% para 9%, também de acordo com cálculos levando em conta os números divulgados pela Minerva também adquiriu cortes bovinos de concorrentes companhia e pelo IBGE. no mercado para processamento no ano passado. Assim, Outro grande produtor de carne bovina, o Minerva diz, considerar apenas os abates pode gerar distorção. abateu 1,170 milhão de cabeças de gado no país em 2009. No Na avaliação do executivo, a consolidação do segmento ano passado, o número passou para 1,305 milhão, elevando é positiva porque gera empresas mais sólidas e saudáveis a fatia da empresa no total nacional de 4,16% para 4,45%. financeiramente, além de mais competitivas. Os números mostram que ainda há pulverização nos diferentemente das outras empresas que Queiroz faz uma ressalva: além dos próprios abates, o James Cruden, diretor de operações da Marfrig, diz que abates no país, mesmo que a participação das maiores além dos arrendamentos de Margen e Mercosul, a diminuição companhias seja expressiva, especialmente a da JBS. Mas das operações de concorrentes também contribuiu para que a situação já foi diferente. Nos idos de 2005, antes da a empresa elevasse seus abates. Ainda que o número de onda de abertura de capital do setor na bolsa - e quando empresas no mercado tenha se reduzido, Cruden avalia que já havia grande oferta de crédito no mercado para os os pecuaristas não estão sem alternativas para vender. Além frigoríficos -, a participação das empresas no abate era das três grandes, contam também com empresas regionais mais equilibrada. de menor porte. acabaram arrendando ativos, afastando-se dos negócios. bovina do Brasil, JBS, Marfrig e Minerva, foram responsáveis Segundo o IBGE, em 2010 os abates formais de bovinos que a fatia de cada uma das grandes ficava na casa de 12%. da concentração no setor, mas não são os únicos. Os dados por 35,64% dos abates de bovinos do país. Em 2009, haviam no país somaram 29,265 milhões de cabeças, 4,3% mais Naquela época, estavam entre as consideradas grandes, de exportação de cada empresa também revelam muito. No alcançado, juntas, uma fatia bem menor, de 21,81% dos que no ano anterior. Num ano de oferta ainda escassa de além da JBS, Bertin, Independência e Margen. ano que passou, a JBS foi a 15º no ranking dos exportadores abates. O aumento do percentual reflete a concentração do matéria-prima, a avaliação de analistas é que parte desse A mudança no cenário foi causada não apenas pela do Ministério do Desenvolvimento. A Seara, da Marfrig, ficou segmento de frigoríficos, que se acirrou nos últimos dois crescimento também se deve à própria formalização do crise de 2008. A oferta elevada de crédito para o setor de em 29º, o Minerva em 32º, a Marfrig em 38º e a Bertin, da anos, após a crise financeira global de 2008. abate. Estimativas não oficiais indicam que o abate total - frigoríficos acabou contribuindo para que algumas empresas JBS, em 50º. É preciso considerar, porém, que as exportações incluindo o informal - é de quase 40 milhões de bois por ano. entrassem em dificuldades, pois se alavancaram e ampliaram incluem, além de carne bovina, outras carnes e itens (como carne bovina do país pediram recuperação judicial, outros a capacidade de abate de bovinos no país num período de couro e bovinos vivos) vendidos pelas companhias. tiveram de se unir a empresas mais sólidas e alguns, ainda, bovina do Brasil e do mundo, abateu 6,48 milhões de baixa de ciclo de produção de gado. Fonte: Valor Econômico o ano que passou, as três maiores empresas de carne Em dificuldades, mais de uma dezena de frigoríficos de Em todo o ano passado, a JBS, maior empresa de carne José Vicente Ferraz, da Informa Economics FNP, estima Os números do abate de bovinos podem ser indicadores 27 Em Foco 2 26 União JBS e Bertin em foco O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) A secretaria ainda recomenda que as unidades de abate que irá fiscalizar, a pedido da Secretaria de Acompanhamento correspondam pelo menos ao tamanho do negócio da Bertin Econômico (Seae), irá condicionar a venda de unidades de abate nos dois estado sejam vendidas. da JBS-Friboi ou da Bertin em Minas Gerais e Goiás para que a O processo de realização das instruções é feito pela fusão dos frigoríficos seja aprovada. secretaria que envia uma recomendação ao Cade. O conselho por sua vez julga as operações e pode optar por seguir ou não A compra da Bertin pela JBS-Friboi foi anunciada em setembro do ano passado e criou a maior companhia de as recomendações da secretaria. processamento de carne do mundo. O negócio foi submetido ao órgão de defesa da concorrência devido ao elevado nível de Fusão concentração de mercado. Em nota divulgada, a Secretaria de Acompanhamento com a principal rival brasileira Bertin, e, com isso, criou a maior Econômico ressaltou que a concentração de mercado gerada companhia do setor de carnes do mundo. Com a fusão, a Bertin em relação ao abate e á carne “in natura” pode ameaçar a terá 40% e a JBS 60% da nova empresa. No mesmo dia o grupo concorrência nos dois Estados. anunciou a compra da empresa norte-americana Pilgrim’s Pride, que atua no setor de aves. “A Seae identificou a possibilidade de exercício unilateral A JBS-Friboi anunciou, em setembro do ano passado, a fusão de poder de mercado em decorrência das sobreposições geradas. Nos dois Estados o exercício de poder de mercado foi de carne bovina do mundo. Juntos, eles passaram, logo após a considerado provável, uma vez que as eventuais entradas de fusão, a uma capacidade diária de abate de 90 mil cabeças de novos concorrentes não parecem ser suficientes e que a operação bovinos. prejudicou as condições de rivalidade preenxistentes”, afirmou. Fonte: A Tribuna Dessa forma, a JBS-Friboi, tornou-se a maior processadora 29 Em Foco 3 28 de soja e milho - frentes nas quais os americanos mantém posições do setor agrícola no Brasil, como custo de produção, transporte e tradicionais e de destaque no comércio global. “Esse crescimento infraestrutura, tecnologia, taxa de câmbio, subsídios domésticos e [do Brasil] alterou a paisagem competitiva nos mercados agrícolas programas do governo vinculados aos mercados agrícolas. Avaliará, internacionais e resultou em declínio da fatia de mercado para ainda, o avanço das múltis brasileiras do setor e seu efeito na cadeia exportadores agrícolas americanos em certos países e produtos”, de abastecimento global de seus produtos. afirma o texto. Também levantará as medidas comerciais que afetam as A iniciativa de investigar a agricultura brasileira partiu do exportações de Brasil e EUA de produtos como carnes, grãos e presidente do Comitê de Finanças do Senado, o democrata de oleaginosas em terceiros mercados, incluindo medidas sanitárias e Montana Max Baucus, e do republicano de Utah Orrin Hatch. “Com barreiras técnicas ao comércio, e medirá os efeitos econômicos de seu significativo crescimento nas exportações agrícolas nos últimos tarifas preferenciais negociadas pelo Brasil sobre as exportações dos anos, o Brasil emergiu como um grande competidor dos produtores EUA e do Brasil, além dos efeitos econômicos de medidas não tarifárias. americanos no mercado internacional”, reforçou Hatch no Senado. Para os senadores americanos, a investigação “ajudará o De acordo com Baucus, os Estados Unidos e o Brasil são dois dos setor agrícola dos EUA a desenvolver estratégias para se manter poucos países que podem reforçar as exportações agrícolas para competitivo no mercado internacional”. E, na verdade, a investigação atender à crescente demanda global por alimentos - uma posição americana até que veio tarde diante do poderio brasileiro no praticamente consensual entre analistas, que normalmente põem o comercio agrícola mundial - países como China e Índia já estiveram Brasil em posição de vantagem pela possibilidade de o país ter mais na mira da ITC. condições de ampliar suas áreas plantadas. Em sua investigação, a ITC, vai se concentrar em seis pontos que a competitividade do agronegócio brasileiro diminuiu nos principais. Em primeiro lugar, fará um exame da produção agrícola últimos tempos, em grande medida em consequência do real brasileira, incluindo recentes tendências na produção, consumo e fortemente valorizado em relação ao dólar. Em contrapartida, a força comércio; medirá as participações de Brasil e EUA nas exportações da moeda também ajudou empresas brasileiras a comprarem ativos globais de carnês, grãos e oleaginosas, particularmente para União no exterior para driblar barreiras comerciais. Parece claro que, de um lado, a investigação americana mostrará Europeia, China e Rússia - além de mercados com os quais o Brasil EUA estão preocupados com a expansão das exportações brasileiras P agamos o preço da nossa competência. É um momento ruim para isso é uma coisa que nem todos os outros fazem”, afirmou Rossi. a economia agrícola deles e eles preferem adotar factóides como esse”. Assim reagiu o ministro brasileiro da Agricultura, Wagner Rossi, e não partidária”, fará a investigação a pedido do Comitê de Finanças diante da informação de que a Comissão de Comércio Internacional do Senado dos Estados Unidos. A análise vai cobrir o período de dos Estados Unidos (ITC, na sigla em inglês) havia acabado de 2006 a 2010 e se concentrará no avanço brasileiro nos mercados deflagrar uma investigação sobre a competitividade mundial das internacionais de carnes, grãos e oleaginosas. Os americanos não exportações agrícolas do Brasil e seu impacto sobre os embarques escondem que estão preocupados porque a expansão substancial americanos para terceiros mercados. das exportações brasileiras terminou por tomar fatias de mercado dos produtores americanos em vários produtos. “São apenas movimentos mercadológicos de quem se A ITC, que se autodenomina uma agência federal “independente sente ameaçado pela alta competitividade da produção Nesse contexto, um dos alvos das apurações será o avanço de brasileira”, afirmou o ministro na sexta-feira. Rossi observou, multinacionais brasileiras do agronegócio no comércio de carne ainda, que o Brasil tem o mais transparente banco de dados bovina. Empresas como JBS e Marfrig adquiriram, nos últimos sobre agropecuária em todo o mundo. “Não tem nenhum anos, diversos ativos no exterior, inclusive em importantes países país no mundo com tamanha transparência. Os dados sobre a produtores e exportadores de carne como nos Estados Unidos, na agropecuária e informações sobre todos os aspectos, inclusive Austrália e na Argentina. subsídios concedidos, estão disponíveis ao público”, disse. Como exemplo, citou os elogios recebidos de um grupo de europeus do Senado diz que as exportações brasileiras também aumentaram exatamente sobre o nível de transparência das informações. “E substancialmente nos segmentos de carnes suína e de frango, além Na carta em que solicita a abertura da investigação, o Comitê negociou acordos preferenciais de comércio. Fonte: A matéria é de Assis Moreira e Mauro Zanatta, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint. Também fará um exame detalhado sobre os fatores competitivos 31 Em Foco 4 30 Marques explica que o governo não enviou um novo reunião anual da organização em maio. “Vamos esgotar o relatório e optou por mandar apenas um “adendo” ao texto tema na reunião e o relatório será enviado de novo”, disse. antes enviado porque não sabia onde havia falhas. “Ficamos “Queremos clareza dos motivos da recusa da OIE. Vamos ser aqui com técnicos sem viajar, nos fins de semana e dispostos sabatinados e, se justiça for feita, em maio de 2012 teremos a ir à OIE, mas não fomos consultados”, disse. esse reconhecimento”. Em março de 2010, o governo recebeu da OIE impressões O diretor do ministério diz que o caso do Brasil mudou as positivas sobre a reclassificação para risco 1 na escala da doença, regras da OIE. Agora, entre réplicas e tréplicas, a organização tem segundo Marques. “Eles nos parabenizaram pelo excelente obrigação de consultar países sobre os relatórios encaminhados. relatório, mas lamentaram que o país não tinha como receber o E precisa responder questionamentos em detalhes. risco 1. Perguntamos o porquê ao Bernard Vallat (diretor-geral da OIE), mas não recebemos nenhum documento”. Marques diz que o Código de Animais Terrestres da OIE Sobre as travas na importação de tripa pela Europa, Hoje, apenas 13 países têm o status de risco 1. Para chegar permitiria esse comércio. “Pelo código da OIE, tripa é produto a esse nível, são requeridos oito anos de rastreamento e isento de risco, assim como leite, colágeno e gelatina de ações de redução de ingestão de proteína de animal alterada couro, além de osso calcinado, sebo sem impurezas e alguns (príon) por ruminantes. tipos de carne”, informa. Diante da postura da OIE, o governo optou por não A disputa do Brasil na OIE se arrasta desde 2000, quando refazer o relatório. “Não foi má vontade nem indisposição. o Canadá suspendeu as importações de carne bovina Foi estratégia do governo”, afirma Marques. Ele diz que o brasileira sob pretexto de que haveria risco de ocorrência de Brasil é um alvo analisado “com lupa” pelos concorrentes “vaca louca” no país. A UE criou um sistema de classificação que estão entre os 176 países da OIE. Além disso, enfrenta o de risco geográfico de cinco faixas. Depois, a OIE refez o protecionismo dos países ricos. sistema e reduziu a três riscos: insignificante (1), controlado (2) e desconhecido (3). Até hoje, não existe país declarado Os críticos do sistema brasileiro apontam falhas nos controles, como o uso da “cama de frango” na alimentação livre da doença. de bovinos, processo insuficiente na esterilização da farinha de carne, possibilidades de “contaminação cruzada” e não relatórios anuais. Se não fizer, entra no risco 3. rastreamento de 100% do gado importado há 20 anos, cujo potencial de apresentar sintomas da doença não poderia ser preferiu não se manifestar “uma vez que aguarda uma descartado. solução para o problema há três anos”. Desde 2000, o Brasil encaminha, de forma voluntária, Procurada, a Abiec (reúne exportadores de carne bovina) Para resolver a situação, o diretor informa que Mesmo sem ter a doença da Vaca Louca, Brasil é punido no Exterior O Brasil enviou um relatório para a OIE com informações bovina, avaliam fontes do setor. Desde que perdeu o status sobre o status sanitário para “vaca louca” e chegou a ser de risco insignificante, o Brasil ficou impedido de exportar elogiado pelo órgão. A OIE, no entanto, disse, à época, que tripa bovina - matéria-prima para salsichas - à União Europeia. ainda não seria possível melhorar a classificação brasileira. O diretor de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Por trás do comportamento do corpo de veterinários Guilherme Marques, rejeita acusações de inação do governo da OIE está o fato de que o Brasil ainda não conseguiu pela manutenção do risco 2. Ele afirma que o governo responder de forma satisfatória a questões sobre o solicitou duas vezes a melhora na classificação de risco do rastreamento de animais importados, na década de 1990, de Brasil, mas a OIE não respondeu aos questionamentos feitos países que tiveram a doença. Mas também haveria um certo em 2010. “Mandamos uma atualização da base de dados do desinteresse em melhorar a classificação do Brasil, que tem relatório de 2010, aguardamos manifestação, mas não houve um papel importante no mercado internacional de carne resposta até hoje”, diz. encaminhará um novo relatório atualizado à OIE após a Fonte: www.cfmv.com.br Fonte: Departamento Estatístico da Editora Stilo. 33 Índices de mercado De olho no mercado 32 J. Moreira Colaboração de Dados – Aboissa, Sincobesp, Mapa. As informações destes índices são dados baseados no CIF-SP podendo variar um pouco para cima ou para baixo. Perspectivas para o 2º Semestre C om a chegada do inverno se repete a queda de preços já Animal que vêem perdendo espaço nas formulações para os habitual para o período no mercado de subprodutos. Segundo Farelos de Origem Vegetal devido a grande oferta destes produtos os especialistas isso se deve a diminuição do consumo de no mercado com preços mais favoráveis. Neste segmento não produtos de limpeza nesta época do ano, também segundo deveremos ter alterações para cima nos preços, esperamos que estes mesmos especialistas esta queda no consumo chega a o aumento dos planteis na avicultura principalmente no último alarmantes 25% (será que o mercado de perfumes tem um trimestre do ano reverta esta perspectiva. aumento em igual proporção?). Humor a parte sempre procuro entender as movimentações de mercado para poder ter uma pseudos corretores que neste momento de turbulência do idéia do que vem por aí no próximo semestre, com o 22º Leilão mercado, tentam inflacionar algumas ofertas de produto para de Biodiesel que iniciou no dia 24 de Maio, com uma demanda se beneficiarem e tão somente, empresas e profissionais que de 700 milhões de litros do produto, com preço inicial de R$ trabalham com seriedade pensam sempre nos dois lados do 2,38 e um preço médio final de arremate de R$ 2,25, deságio de negócio, vendedor e comprador. Como referência gostaria de 5,31% para produtores com o selo social. deixar uma experiência que tive hoje logo pela manhã: uma Gostaria de deixar aqui um descontentamento com alguns Com esta demanda de produção de Biodiesel para o grande empresa do setor me ofertou um volume de produto a segundo semestre do ano já a agenda pode esperar recuperação um determinado preço. Passado poucas horas já havia recebido no mercado de gorduras de origem animal a partir de Julho a mesma oferta de outros pseudos corretores com ágio acima mesmo com a produção recorde de soja e a conseqüente queda de 150%; senhores aprendam a trabalhar; se estabeleçam como de preços para esta commodity, as gorduras animais continuam empresa e paguem impostos. Só assim vocês poderão dizer que são sendo atraente como matéria-prima para a produção de verdadeiros profissionais do mercado, corretores sim com certeza, Biodiesel, ora pela qualidade que a cada dia se adequada mais e não meros atravessadores oportunistas que não oferecem as exigências do Biodiesel ora pelo preço que vem se mantendo nenhum tipo de garantia a nenhuma das partes envolvidas. sempre abaixo das matérias-primas concorrentes. O reverso da moeda fica por conta das Farinhas de Origem Ate já! 35 Capa 34 A engrenagem da indústria brasileira de graxarias Equipamentos e Máquinas A o longo dos anos os ambientes das graxarias sofreram mu inovações tecnológicas, porém com o mercado ainda instável, o danças significativas e altamente positivas. As unidades deixaram de momento é de cautela. Desta maneira os investimentos diminuíram ser locais pouco “convidativos” e de baixa relevância para as unidades e aguardamos uma melhora nas receitas para voltar a investir em frigoríficas, passando a ter grande importância, seja no ambiente pesquisa e desenvolvimento de novas máquinas”, declara a gerente econômico, gerando receitas complementares, como na redução do Taísa. impacto ambiental, dando fim adequado aos resíduos gerados pelos Por Lia Freire abatedouros. “Hoje, as graxarias possuem áreas limpas, higienizadas, que respeitam normas e especificações dos órgãos ambientais e sanitários e, certamente, as máquinas envolvidas neste processo seguem essa tendência, passando por melhorias tecnológicas para atender tais exigências”, observa Taísa Barazetti Giaretta, gerente administrativo da Prestatti. A empresa desenvolve máquinas e realiza prestação de serviço para o processamento dos subprodutos de origem animal – frangos, perus, suínos e bovinos –, atendendo as linhas de penas, sangue, resíduos cárnicos e ósseos, além de resíduos de incubatórios e lodo flotado. O intuito do Aerocondensador de Gases, da Prestatti, é oferecer o mínimo de impacto ambiental. Tendo como carro-chefe o Digestor de 15 mil litros, para processamento de penas e vísceras, que devido a sua capacidade, robustez e rendimento é largamente utilizado, independentemente do porte do cliente, a Prestatti tem como uma das recentes novidades a Prensa Expeller com Cesto Hidráulico e o Aerocondensador de Gases, este último com o intuito de oferecer o mínimo de impacto ambiental. A flexibilidade e adaptação das máquinas, segundo a Prestatti, são importantes diferenciais para atender as necessidades dos clientes. De acordo com Taísa, um importante diferencial da Prestatti está na flexibilidade e adaptação dos equipamentos, a fim de atender as necessidades de cada empresa – em termos de produção e espaço físico -, buscando sempre o melhor custo-benefício. O processo inicia-se na unidade do cliente, com levantamentos do local, estudos de energia, da capacidade produtiva e pontos importantes de necessidades. A partir deste momento, engenheiros e técnicos Automatizar toda a cadeia produtiva, tornar os processos ainda mais seguros, regulares e dinâmicos, especializados desenvolvem a planta e fazem o estudo de viabilidade e necessidade das capacidades das máquinas que irão constituir o processo. bem como reduzir o consumo de energia e minimizar os impactos ambientais. Eis algumas das prioridades acabamento, no rendimento aos processos do cliente, otimização “Temos como princípio a busca contínua por melhorias em nossas máquinas e equipamentos, sejam elas na qualidade e dos fornecedores de equipamentos e máquinas de custos, entre outros aspectos. Por exemplo, estamos atentos às voltados para o mercado brasileiro das graxarias grande tendência, visto às exigências do MAPA. Buscamos sempre melhorias nas Máquinas Esterilizadoras, que atualmente são uma “Os nossos Decanters são muito bem aceitos nos frigoríficos e nas indústrias de farinhas para clarificação do sebo bovino, gordura suína e óleo de aves”, Wilson Moreno, da Chibrascenter. 37 Capa 36 Tradicional fabricante e fornecedor de Centrífugas Super- Não basta oferecer soluções que processem adequadamente “Somos líderes em sistemas de automação para esterilizadores de D’canters, desenvolvidas com tecnologia Sharples; além dos os resíduos abatedouros, farinhas e supervisórios para controles de temperatura, pressão Decanters e Coaguladores Contínuos de Sangue, a Chibrascenter transformando-os em farinhas e óleos, para a Dheytécnica os seus e tempo. Efetuamos automações em graxarias completas, nosso está no mercado desde 1985. A empresa é também representante maquinários devem funcionar sem que haja qualquer tipo de projeto pode ser aplicado até mesmo em locais com digestores de oficial da Tomoe, conceituado fabricante japonês de Decanters agressão ao meio ambiente. Com mais de 20 anos de experiência batelada, independente do tamanho. Conseguimos reduzir custos especiais, verticais e de grande porte.“Os nossos decanters têm longa em atender as graxarias, recentemente a empresa investiu de produção e mão-de-obra. Nosso principal cliente, a JBS utiliza vida útil e são largamente utilizados nos frigoríficos e nas indústrias R$ 2.000.000,00 para a automação da sua fábrica e com isso este sistema em todas as suas plantas. Nos projetos, trabalhamos de farinhas para clarificação do sebo bovino, gordura suína e óleo disponibilizar máquinas e equipamentos ainda mais eficientes. somente com produtos de ponta, nossos sistemas de supervisórios de aves; enquanto que os Coaguladores Contínuos de Sangue são A Dheytécnica desenvolve e fabrica todo tipo de projetos e contam com plataformas que as grandes empresas utilizam, os responsáveis pela desidratação do sangue animal, para a produção equipamentos necessários para as graxarias, desde a recepção até componentes elétricos são também de marcas conceituadas e de farinha de sangue”, explica Wilson Moreno, diretor comercial da o tratamento de efluentes e gases. “Os clientes que já adquiriram homologados. Somos integradores de solução da Festo, Rockwell, Chibrascenter Separadores Ltda. os nossos Digestores, sempre lembram da nossa empresa no Elipse e demais fabricantes de componentes de automação”, explica momento de ampliar ou modificar a sua planta industrial. Leandro Ferreira, diretor da Automac Automação. Os digestores convencionais (bateladas) da Thor tiveram um ganho de 20% a 24% a mais de área de troca térmica. provenientes de frigoríficos e Esta é a maior prova da qualidade dos nossos equipamentos, que oferecem uma produção diferenciada, alta produtividade, Uma nova opção para as graxarias diminuição nos custos de produção, além de economia do tempo, valor e energia. Atendemos fábricas com processo manual, semiautomatizado e totalmente automatizado”, enfatiza Marcos Facial – no mercado é comum uma Única Sede Facial. Esta Antônio Dapper, gerente de engenharia da empresa, destacando característica garante maior vida útil à vedação, não travamento da ainda que é fundamental conhecer detalhadamente a rotina, os válvula, rápida e fácil manutenção e menos custos, resultando em procedimentos e as necessidades das graxarias para atendê- um melhor custo-benefício. Embora esta peça exista há sete anos, las com êxito. “Nosso objetivo é focar na área para sempre que foi apresentada ao mercado de graxaria somente no final de 2010, possível nos aprimorarmos.” tempo que permitiu à FKB realizar inúmeros testes e aprovações Patenteada, a Válvula Guilhotina da FKB possui Dupla Sede dos clientes. “Em nosso portfólio contamos com Válvulas Projetos in loco Guilhotinas e de Desvio voltadas para os digestores de cozimento, digestores de hidrólise, para a linha de chute, para tratamento de Desde 1985 a Chibrascenter fornece ao mercado, Centrífugas, Decanters e Coaguladores. Outro importante fornecedor de máquinas para as graxarias Fornecendo sistemas de automação, softwares e painéis gases, transportadores pneumáticos, para secadores de pena, elétricos de potência e comando, bem como, peças e componentes roscas, blow tanks, silos de farinha, esterilizadores de farinha, elétricos para os mercados de graxaria e rações, realizando também tanques e cargas de materiais triturados. Nosso foco é apresentar auditorias em sistemas de vapor, visando economia de energia válvulas automatizadas, para que a graxaria dependa cada vez térmica e combustível, a Automac trabalha dentro da fábrica de seus menos da mão-de-obra especializada”, esclarece Roger Marques, clientes e com isso tem condições de traduzir em automação as reais gerente comercial da FKB Indústria de Equipamentos Ltda. necessidades de cada empresa, levando melhorias aos processos. Todas as máquinas são fornecidas aos clientes com manual de brasileiras é a Thor, com as suas linhas de Digestores, Trituradores instalação, operação e manutenção. “Estamos preparados para e Prensas. “Nossos equipamentos apresentam uma grande área efetuar assistência técnica permanente e dispomos de equipe de troca térmica, tendo como finalidade o alto rendimento, técnica para atendimento externo”, afirma Roger. diminuindo gastos com energia e tempo”, frisa Paulo Giovanny Caneda, supervisor técnico da empresa, que recentemente investiu algo em torno de R$ 1.000.000,00 para a aquisição de novos softwares para o setor de engenharia e em equipamentos para produção. Como novidade e visando otimizar os processos e diminuir custos, a Thor apresenta a linha de Digestores Convencionais (bateladas), que teve um ganho de 20% a 24% a mais de área de troca térmica, bem A Thor recentemente investiu R$ 1.000.000,00 em softwares e equipamentos. como o sistema de extração de condensado do eixo. Dentre os equipamentos oferecidos às graxarias, tais como, equipamentos funcionam dentro das normas especificadas, são Reatores, Tanques, Agitadores, Vasos de Pressão, Silos, Peneiras submetidos a revisões para que tenham alta durabilidade, sejam Vibratórias, Transportadores, Trocadores de Calor e tantos outros em fáceis de manusear e para que tenham um custo menor, inclusive seu portfólio, a Benger destaca-se por seus Digestores e Moinhos. de manutenção. Apresentamos ainda como diferenciais os nossos Cerca de 20% de seu faturamento é destinado ao desenvolvimento moinhos, que se adaptam perfeitamente à moagem dos produtos das máquinas. O fabricante visita empresas, feiras ao redor do dos clientes, através de cálculos e análises, chegando às dimensões e mundo, pesquisa em literaturas, faz contato com profissionais da as granulometrias necessárias para cada empresa. Estamos também área, cria protótipos, promove simulações gráficas, enfim, tudo o atentos às facilidades para carga e descarga, bem como, à agilidade e que seja necessário para dar origem a um novo maquinário, sempre rapidez na moagem, além do aumento na produção”, afirma Ederson acompanhando as tendências e necessidades do mercado. “Nossos da Silva Souza, diretor de produção da Benger. “Nosso projeto pode ser aplicado em graxarias com digestores de batelada, independente do tamanho. Conseguimos reduzir custos de produção e mão-de-obra”, Leandro Ferreira, da Automac Automação. A Válvula FKB tem Dupla Sede Facial o que garante maior vida útil a vedação, não travamento da válvula, fácil manutenção e melhor custobenefício. 39 Capa 38 Equipamentos competitivos capital, montagens industriais e serviços de manutenção. Sua missão destinados à subtração do sebo existente nos subprodutos de origem os seus equipamentos. Nos últimos anos, a empresa se transformou é viabilizar a melhor solução tecnológica, atendendo às necessidades animal, bem como, reciclar os resíduos na fabricação de farinha de no maior fornecedor das fábricas de farinha animal nestes países. O específicas do cliente, para isto trabalha com o que há de melhor na carne e osso, oferecendo aos clientes, Plataforma Basculante de know-how adquirido após anos de pesquisas e desenvolvimento a Haarslev, que tem seis fábricas espalhadas pelo mundo, inclusive no tecnologia nacional e importada. Caminhões, Tolvas para recepção de ossos in natura, Trituradores de entre o governo e o setor privado permitiu à empresa trazer ao Brasil, desenvolve Digestores Contínuos, Bateladas, Prensas Contínuas, São desenvolvidas plantas de farinhas completas para o ossos de diversas capacidades, Roscas Transportadoras, Digestores e país máquinas que se destacam pela durabilidade e desempenho Moinhos,Secadores de Discos,Secadores a Ar,Hidrolisadores Contínuos processamento de resíduos e dejetos das unidades de abate de Prensas de diversas capacidades, Roscas Percoladoras, Filtro Prensa, no processamento de material de ovinos e bovinos. Exemplo de e Aerocondensadores.“Trabalhamos para oferecer máquinas robustas, aves, suínos e bovinos, desde a recepção das matérias-primas in Clarificadores, Caixa Automática de separação de borra, Moinho de durabilidade, os secadores Rendertech estão em operação há mais com alto nível de automação, plantas limpas e sem vazamentos. natura até as farinhas e gorduras finais. “Priorizamos equipamentos Farinha, Esterilizadores e Redutores em geral. A empresa prepara de 25 anos. Estamos em constante evolução, agora, por exemplo, introduzimos com baixo custo de produção em vapor, energia elétrica, água, ar e para o mês de agosto de 2011 o lançamento da Prensa Julian plantas de via úmida e mistas, com isso, o cliente economiza até 40% outros, e também focamos no alto grau de automação, diminuído modelo PE-50. “Este equipamento reúne maquinário de ponta, de subprodutos de aves, suínos, bovinos e peixes, utilizando de energia térmica. E com nossa experiência em secadores, iremos a necessidade de mão-de-obra. Identificadas as necessidade do alta produção e grande poder de secagem da matéria-prima, ou o processo de baixa temperatura – PDS ou Press Dewatering também focar nas áreas de secagem de lodo urbano e industrial, mercado, iniciam-se as pesquisas científicas e técnicas, inclusive seja, aspectos fundamentais e almejados pelas graxarias. O nosso System - reduzindo com isso o consumo de energia térmica plantas de peixe, pet food e biomassas”, enfatiza Orlando Torelo Guelfi com laboratórios de ensaios, e posteriormente são elaborados os processo de desenvolvimento inicia-se nas visitas aos clientes, onde necessária para o funcionamento e proporcionando benefícios Neto, diretor comercial da Haarslev. projetos definitivos. Em 2010, firmamos parceria com a Dupps para acompanhamos os nossos equipamentos trabalharem. A partir ambientais. A empresa ainda disponibiliza equipamentos para No último ano, a empresa investiu em maquinários a fim de fornecimento de Digestores Horizontais Contínuos e Hidrolisadores daí, colhemos as observações, sugestões, críticas e necessidades, instalação em linhas existentes, como o Sistema Amplatec, para reduzir custos de fabricação e assim tornar os seus equipamentos mais Contínuos de penas, entre outros equipamentos. E agora estamos colocamos dentro do departamento de projetos da empresa, discute- ampliar a capacidade e reduzir o consumo de energia, através competitivos. “Nossa equipe de engenheiros constantemente reavalia trabalhando como esta nova proposta tecnológica. A tendência está se os pontos a serem modificados ou alterados, desenvolve-se um da utilização de um pré-cozinhador e evaporador, que usa o processos para a melhoria contínua. Além disso, todas as nossas inovações na automação e linhas de produção com processadores contínuos piloto e colocamos nos clientes para testes, neste período ocorrem calor do digestor contínuo para concentrar o licor. Diferenciais são testadas e aprovadas na Europa, onde está a nossa matriz.” sem a interferência ou necessidade de operação humana”, destaca Jair os reajustes necessários e só então começa a ser comercializado”, também nos Secadores de Disco que podem ser empregados Thomaz, coordenador do segmento de Nutrição Animal da Intecnial. explica Pedro Valdomiro Julian, diretor da Julian. como Digestores Contínuos, com a vantagem de funcionarem Para transformar os subprodutos em farinhas de carne e gorduras, Integradora de soluções sem a reciclagem de gordura; nos Equipamentos para Secagem Baixo custo operacional e facilidade na manutenção Fundada em 1968, em Erechim (RS), a Intecnial atua como integradora de soluções tecnológicas, oferecendo desde o gerenciamento de projetos industriais à fabricação de bens de exclusivamente na fabricação dos equipamentos para graxarias, A missão da Intecnial é viabilizar a melhor solução tecnológica, para isso, utiliza tecnologias nacionais e internacionais. A Rendermax oferece completas linhas para o processamento Máquinas de alto desempenho e ecologicamente corretas para penas, que operam sem a perda de proteínas solúveis e as Evaporadoras que utilizam o calor dos gases do digestor A Julian, com mais de 30 anos de mercado, está focada A Julian é conhecida pelos Trituradores de ossos, Digestores e Prensas, aplicando alta tecnologia, visando o baixo custo operacional e facilidades na manutenção. de Sangue que têm alta eficiência e Hidrolisadores Contínuos Recém chegada no Brasil, a Rendermax há duas décadas ou secador para concentrar licor e plasma de sangue, além de desenvolve na Nova Zelândia e Austrália, por meio da Rendertech, gerarem água quente, destaca o fabricante. “Visamos à redução 41 Capa 40 A Rendermax oferece linhas para o processamento de subprodutos de aves, suínos, bovinos e peixes, utilizando sistema de baixa temperatura (PDS) que reduz o consumo de energia térmica. de mão-de-obra especializada. Por exemplo, uma fábrica que que procura estar sempre atualizada no sentido de desenvolver processa dez toneladas de materiais por hora com o nosso equipamentos que proporcionem resultados realmente eficientes sistema contínuo de baixa temperatura pode ser operada por para o industrial e que se adequem às normas de segurança e 2 ou 3 pessoas. A mesma fábrica no Brasil, com digestores higiene exigidas pelo mercado. batelados, funciona com até 15 ou 20 colaboradores. Também oferecemos um rendimento melhor de produtos finais, como por exemplo, a recuperação de até 6% dos sólidos quando da instalação do evaporador; maior quantidade de sebo pela maior extração e; maior quantidade de farinha em função do melhor controle de umidade do processo de secagem. È importante destacarmos que utilizamos menos energia térmica, pois grande parte da umidade da matéria-prima é removida mecanicamente, gerando menor consumo de vapor e energia elétrica em relação ao processo de alta temperatura”, explica William Wattie, da área de marketing e operações da Rendermax. Sobre as tendências neste mercado, William argumenta que não adianta tomarmos como exemplo os Estados Unidos, onde a energia é barata e não houve estímulo para a inovação no setor nos últimos anos, tampouco a Europa, onde a realidade econômica não estimula a busca na redução dos custos de processamento. “Trinta anos atrás na Nova Zelândia e Austrália foram enfrentados os mesmos desafios “Oferecemos instalações completas para as áreas de processamento de subprodutos animais, extração de óleos vegetais e produção de biodiesel”, Antônio A. Stefanin, da LDS Máquinas e Equipamentos. que o Brasil está enfrentando agora como: energia e mão-de-obra caras e a expansão dos centros urbanos ao redor dos frigoríficos, aumentando as obrigações ambientais. Por estes motivos, o para o funcionamento das graxarias, a LDS está sempre inovando processo de subprodutos por baixa temperatura que aproveitam e aprimorando os seus maquinários, investiu aproximadamente todos os avanços da automação industrial é uma tendência num R$ 1.000.000,00 em máquinas CNC de Corte e Dobra, Serra futuro próximo.” Semiautomática e cursos profissionalizantes. Recentemente lançou Reconhecida por suas Prensas Expeller, equipamento primordial o Digestor Contínuo LDS DC-180 e as Prensas Especiais para Atenta aos melhores e mais rentáveis resultados extrair farinha de peixe. Aliás, este último equipamento sinaliza a intenção da empresa de investir mais no segmento de graxarias que Blow tanks, Bombas de Engrenagem, Clarificadores, trabalham com peixes, que segundo a LDS, ainda é pouco explorado Decantadores Mecânicos, Digestores, Esterilizadores, Elevadores no Brasil. “Nossas máquinas têm capacidade de produção acima da de Canecas, Filtros Prensa, Moinhos de Martelos, Trituradores média de mercado. Além disso, oferecemos aos nossos clientes um de Ossos, Percoladoras, Prensas Expeller, Prensas para Penas, amplo estoque de peças de reposição, tais como, Barriletes, Cones, Redutores de Velocidade, Silos, Tolvas, Transportadores Helicoidais, Cortadores, entre outros, e projetos especiais, feitos sob medida para entre outros equipamentos são disponibilizados ao ramo atender a necessidade de cada cliente”, afirma Antônio Aparecido graxeiro há mais de 22 anos pela LDS Máquinas e Equipamentos, Stefanin, diretor da LDS Máquinas e Equipamentos. 43 Capa 42 poderão surgir dúvidas quanto ao manuseio e manutenção das venda é a Intecnial, que oferece tanto peças de reposição e manutenção, quanto máquinas, bem como, problemas no funcionamento. assistência técnica e auxiliar, a fim de otimizar os processos produtivos de seus clientes, sugerindo inovações tecnológicas. A Prestatti é um exemplo de fornecedor atento a esta questão. Tem um setor exclusivo para cuidar do pós-venda. Para a empresa, esta área é essencial para a venda das peças de reposição, bem técnica da empresa baseada em Chapecó (SC). No entanto, para desenvolver os seus como, para a fidelização dos clientes. “Temos uma equipe equipamentos no Brasil, o fabricante traz a tecnologia da Nova Zelândia por duas razões: especializada para cada área, desde um simples start up até ganhos em escala e porque seria, por enquanto, um alto investimento produzir esta para a realização da manutenção. Todas as máquinas instaladas tecnologia no Brasil. “Os demais equipamentos que compõem a planta são fabricados possuem manual de operação, onde também constam dados e adquiridos no mercado nacional, sob especificação do projeto da Nova Zelândia”, importantes sobre funcionamento, manutenções preventivas, explica Wiliam, da área de marketing e operações da Rendermax. troca de peças de reposição e tudo o que for necessário para um bom funcionamento. O cliente ainda pode contar com uma equipe comercial é feito pelo diretor da empresa, tanto de forma eletrônica, quanto focada em treinamento de processos de resíduos, melhorando pessoalmente.“Garantimos todas as peças dos nossos equipamentos com um estoque desta maneira, a qualidade do produto industrializado pelo de pronta entrega, bem como, oferecemos nosso departamento técnico para dúvidas cliente”, explica Taísa, gerente da Prestatti. de operação e manutenção. De acordo com a necessidade dos nossos clientes, temos técnicos para pronto atendimento”, esclarece o diretor Pedro. Com sede na Grande São Paulo, em Ribeirão Pires, a Automac Todo o suporte técnico e de pós-venda da Rendermax são feitos pela estrutura O fabricante Julian não atua com vendedores ou distribuidores, todo o processo está apta a oferecer suporte técnico a todos os seus clientes, seja através de visitas às fábricas, manutenções em suas próprias plantas e ainda conta com um telefone que funciona em espécie As expectativas são boas de “plantão” para sanar os problemas mais simples. “Oferecemos Conhecidas no mercado, as Prensas Expeller, da LDS, têm alta capacidade de produção. também um sistema que permite acesso via internet para realizarmos manutenções à distância”, destaca Leandro, diretor constata-se que os investimentos no setor de consumo no Brasil vêm aumentando, ainda da Automac Automação. que a passos lentos. “Vivemos por enquanto uma incerteza nos investimentos, já que as Com o objetivo de executar um trabalho de pós-venda, ágil grandes corporações ainda não estão confortáveis para a realização dos investimentos e eficiente, a Chibrascenter faz acompanhamento de start up e em suas infraestruturas, o que acaba refletindo diretamente nas graxarias. Porém, com visitas de cortesia aos seus clientes. “Dispomos de Centrífugas o aumento das exportações brasileiras de carne, o setor cresce paralelamente, gerando Decanters de diversos tamanhos e capacidades para atender uma expectativa de maior investimento para o próximo semestre. A expectativa é que os chamados de manutenção corretiva, evitando com isso aumentemos em 20% as vendas de equipamentos”, afirma Taísa. que o cliente interrompa a sua produção caso os maquinários apresentem algum tipo de problema”, ressalta o diretor da em sua infraestrutura, sendo que o maior investimento foi realizado em Recursos empresa, Wilson. Humanos, na contratação de engenheiros e mão-de-obra especializada. “Para 2011 a A Haarslev conta há 1 ano e meio, com o departamento de projeção que tínhamos em janeiro para todo o ano, já foi alcançada, com isso, estamos pós-venda no Brasil que realiza as visitas nos clientes a fim de almejando atingir entre abril a dezembro, cerca de 1 milhão de reais em produtos e orientá-los nas manutenções preventivas, para que as máquinas serviços no mercado de graxaria”, projeta Leandro. estejam sempre em perfeito funcionamento. adquiriu novas máquinas. A empresa visualiza oportunidades com o desenvolvimento Outro fornecedor que preza pela qualidade em seu pós- Após um período de declínio nas vendas, por conta dos reflexos da crise mundial, Em 2010, a Automac obteve um crescimento de 300% e investiu proporcionalmente Com investimentos na ordem de R$ 500.000,00, a FKB ampliou a sua fábrica e de novos equipamentos para o mercado de graxaria. “Almejamos para este primeiro ano de atuação no setor de graxarias alcançar a marca de 500 mil reais em vendas de válvulas e temos ótimas perspectivas de crescimento para os próximos anos”, afirma Roger, gerente comercial da empresa. O plano para 2011 é fortalecer o seu relacionamento com os em muitos setores, para isto nos preparamos para crescer de forma sólida e sustentável, clientes e conquistar novos, ampliando ainda mais a sua atuação buscando novas parcerias e desenvolvendo mercados potenciais, sempre com a visão no ramo de extração de óleo vegetal. de futuro”, declara o coordenador da empresa, Jair. Também com atuação em diferentes setores, a Benger contabiliza que O pós-venda faz a diferença aproximadamente 50% dos seus negócios são provenientes das graxarias, fator este visto com otimismo pela empresa. “Estamos falando de um mercado em ascensão, Um dos principais aspectos levados em conta pelas graxarias amparado pelo crescimento econômico atual do país e possibilidade de ampliação dos no momento de definirem com quais fornecedores de máquinas e equipamentos trabalharão está no suporte oferecido, o que inclui qualidade no pós-venda, afinal em algum momento A Intecnial em seu planejamento estratégico prevê crescimento de 10% ao ano. “Por trabalharmos em diversos segmentos, acreditamos que este ano será de bons negócios negócios, como por exemplo, o biodisel que se tornará cada vez mais necessário e “A Rendermax chegou no Brasil recentemente. Todo o desenvolvimento de equipamentos foi feito pela Rendertech na Nova Zelândia e Austrália. Foram duas décadas de investimentos e melhorias contínuas”, William Wattie. fundamental, além é claro, do setor pet food, que é um importante mercado para as graxarias”, analisa Ederson, diretor da Benger. 45 Foco na Qualidade 44 Claudio Bellaver QualyFoco Consultoria Ltda [email protected] Resíduos Animais no Contexto da Sustentabilidade E ntre as muitas possíveis definições de sustentabilidade outra cadeia produtiva. Atenção especial deve ser dada na gestão encontraremos uma que significa “sustentar as necessidades da ambiental, que implica no monitoramento e controle de emissões geração presente, sem afetar a possibilidade das gerações futuras gasosas, da água, dos efluentes, dos resíduos agrícolas, industriais suprirem as suas”. Simples conceito, mas complexo na prática, e municipais, bem como, na conservação de materiais, redução de pois implica em otimização das variáveis econômicas, sociais, consumo de energia e uso de energias renováveis. Finalmente, ambientais e de saúde. satisfeitas as condições econômicas, sociais e ambientais, resta É, portanto necessário, aceitar que todos esses aspectos sejam assegurar que, no caso dos produtos, esses não tragam prejuízo considerados para que a sustentabilidade exista de fato. Como o à saúde das pessoas, que tenham rastreabilidade e conduzam a conceito difundiu-se rapidamente entre os consumidores, então segurança nos alimentos. a sustentabilidade empresarial começou a ser uma ferramenta Com mercadológica, visto que inclui uma imagem boa nos produtos compreenderam rapidamente a importância da sustentabilidade e serviços prestados pela empresa. No aspecto econômico a e há exemplos maravilhosos nesse país, que poderiam ser referidos empresa deve obter crescimento constante dentro das metas aqui. Porém, algumas empresas começaram a autodenominarem- estabelecidas, com bom patrimônio, controle de custos e que se como sustentáveis apenas para “pegar uma carona” nessa tenha lucratividade para os acionistas. No campo social, deve onda do consumo responsável, cujo intento é fixar a imagem oferecer oportunidade de empregos, garantir a segurança de de uma empresa que segue as boas práticas de produção com seus colaboradores, ofertar programas de inclusão social das foco na sustentabilidade, mesmo que a realidade e o retrospecto pessoas, além de que seus produtos contribuam para o bem produtivo de seus produtos mostre o oposto. Essas empresas de estar e saúde da população. Na área ambiental, com apoio da fachada sustentável e oportunistas atuam erroneamente sendo nova lei dos resíduos sólidos o foco será reduzir, reusar e reciclar uma estratégia de altíssimo risco, pois o despreparo do consumidor resíduos de uma cadeia para que sirvam de matéria prima para é temporário uma vez que a comunicação e as redes sociais, bem a onda da sustentabilidade, muitas empresas como, o conhecimento tecnológico existente tendem a torná-lo apenas, pois o APL contém oportunidades sustentáveis melhores cada vez mais ciente do sentido real da sustentabilidade. Falando para a sociedade. Por isso, alguns empresários das farinhas e em cadeias produtivas, as necessidades dos diferentes elos das gorduras animais estão em tempo de reverem suas estratégias cadeias refletem também a visão do todo e a importância que os e assumir os caminhos da sustentabilidade, conhecendo novas consumidores dão as questões sociais e ambientais do mundo que tecnologias ambientais como, por exemplo, as fermentações os cerca. E, para as empresas, essa visão deve ser intrinsicamente anaeróbia (biogás) e/ou aeróbias (compostagem), as quais embutida em seu planejamento e prevista em qualquer estudo permitem criar alternativas com agregação de valor aos resíduos, de impacto produtivo ou mercadológico. sem prejudicarem a saúde dos animais e do homem. Nesse sentido é preciso ter em conta que não basta olhar apenas Igualmente, a propriedade rural produz resíduos da produção a empresa isoladamente ou, dentro desta um departamento, mas que não mais podem ser considerados isoladamente. Tanto de que forma ela interage no arranjo produtivo local (APL). Novas os resíduos agropecuários, como os industriais e municipais, tecnologias surgiram no processamento de resíduos e o que se juntados com culturas energéticas, podem viabilizar antes não era viável economicamente, hoje pode constituir-se em soluções tecnológicas sustentáveis (ex. biogás industrial e/ou uma oportunidade sustentável, pois ira agregar valor em outra compostagem) e que não seriam, se fossem tratados isoladamente. aplicação tecnológica. O vapor, a energia e os fertilizantes pagam os investimentos e No caso específico das farinhas e gorduras animais já não faz geram a lucratividade com vantagens ambientais, sociais e o mais sentido e logo virão as proibições do uso de lodos industriais, mais importante melhorando a vida das pessoas. A isso podemos resíduos de incubatório, efluentes e matérias prima danificadas chamar sustentabilidade, de fato. para uso nutricional. A tônica é melhorar a qualidade da produção de farinhas e gorduras com auxilio das Boas Práticas de Produção Render´s Magazine de abril desse ano aborda uma disputa comercial e Laboratoriais e eventualmente o HACCP. O afrouxamento e/ que já se iniciou nos EUA; entre os processadores resíduos animais ou extinção de parâmetros técnicos referenciais consolidadas na e a nova indústria de fertilizantes orgânicos via compostagem. O literatura técnica, solicitado recentemente por uma minoria é um importante é perceber que todos os elos das cadeias produtivas ultraje ao que de bom foi conseguido nos últimos 10 anos nesse são importantes, mas a definição do que é sustentável é que deve setor. Ninguém pode mais, isoladamente, pensar em seu setor nortear qualquer decisão governamental de normalização. A propósito, não estamos falando de futuro, pois a revista 47 Pet Food On Line 46 Claudio Mathias Andritz Feed & Biofuel Divisão de Extrusão [email protected] [email protected] Óleos e Gorduras Grãos O sorgo em grão tem sido utilizado como ingrediente em rações extrusadas para animais . Embora sua composição menor da glicose pós-prandial. Isto tem vantagens reais no desenvolvimento de rações para cães e gatos diabéticos centesimal de nutrientes é comparável à do milho, a Aveia e cevada são raramente usados em alimentos para digestibilidade de sorgo é frequentemente mais baixa. No peixes, suínos ou, aves especialmente na forma extrusada. A entanto, como o sorgo é mais tolerante que o milho à seca e ao cevada pode ser encontrada nestas dietas durante os períodos de calor é cultivado em áreas nas quais seria difícil a produção de baixo custo..São frequentemente utilizadas em dietas especiais outros grãos utilizados em ração. para cães e gatos em pequenos nichos de mercado e para A menor digestibilidade pode ser devido à menor proporção cumprimentos de rótulo. Aveia e cevada são ricos em proteínas de endosperma no grão que o de milho,, seu endosperma e aminoácidos essenciais em relação à outros grãos pequenos é altamente lignificados e contém numerosos compostos e se adequadamente cozidos a digestibilidade de seus amidos fenólicos que retardam a degradação através da digestão é alta.. Aveia e cevada são reconhecidos por serem benéficos enzimática, bem como fermentação . para a saúde cardíaca em humanos. Isto é principalmente Tem havido um grande número de estudos realizados em devido à presença de beta-glucanos, que ajudam na remoção do anos anteriores utilizando-se soja em combinação com sorgo colesterol no intestino. Esses açúcares são resistentes à digestão como dieta completa produzida por extrusão a seco. O objetivo no intestino delgado, e proporcionam aumento de volume no do processo era misturar e cozinhar o amido no grão do sorgo intestino grosso e são fermentados no cólon. Devido às essas e desnaturar os inibidores de protease presentes na soja em propriedades, eles também têm demonstrado reduzir o pico uma única etapa. Entretanto, a eficácia de custos deste exercício de glicose e insulina após uma refeição o que é um benefício só funcionou sob certas restrições económicas e tem sido no desenvolvimento de dietas para cães e gatos diabéticos. No preterido nos últimos anos. Grãos de sorgo é pouco utilizado entanto, quando incluídos além de 30% da fórmula, fezes moles, em alimentos para animais aquaticos, no entanto, existem diarréia e flatulência podem ocorrer. Cada um dos grãos é usado algumas empresas de alimentos para animais de estimação que na extrusão na sua forma sem casca uma vez que seu tegumento têm utilizado o sorgo como parte de seu mix de carboidratos. fibroso é resistente à expansão e pode afetar a cosmetica dos Ele tem se mostrado mais lento para digerir do que outros produtos. As condições durante o processo extrusão pode afetar carboidratos, como arroz ou trigo, o que resulta em um aumento negativamente a sua digestibilidade (Dust et al., 2004) 49 Entrevista 48 P residente da Alan von Tunzelman Por Lia Freire Revista Graxaria Brasileira - Qual a situação atual do mercado neozelandês de farinha de carne e ossos ? Alan von Tunzelman - O enorme e recente crescimento da China, Sudeste da Ásia e dos países localizados à borda do Pacífico garantiram o crescimento da demanda por ingredientes de proteína para as rações animais, nos últimos 5 anos. A farinha de soja continua sendo o principal ingrediente e estabelece o preço do mercado, porém, uma alternativa para muitos usuários está nas farinhas de carne e ossos. Como resultado desta demanda, os preços têm se mantido mais altos que a média de 10 anos. Revista Graxaria Brasileira - O que podemos esperar deste mercado ? Alan - Podemos ter certeza que continuaremos a ter aumento na demanda por todos os ingredientes usados em rações animais, por vários motivos: WRO - World Renderers Organization - • Aumento da população • O mundo em desenvolvimento cresce mais rapidamente que os mercados tradicionais • A crescente classe média nos países em desenvolvimento deseja um padrão de vida (Organização Mundial das melhor e dieta aprimorada Graxarias), Alan von Tunzelman • Crescimento do consumo de aves em todos os locais, especialmente nos países em esteve pela primeira vez no na Brasil e América do Sul, no mês de março, quando participou do 100 Congresso Internacional de Graxarias e ficou desenvolvimento • Aumento do consumo de suínos em muitos mercados • A aquicultura superou a pesca e continuará a crescer • Todos os itens acima exigirão aumento da produção de rações para produzir os frangos, porcos e peixes de aquicultura. bastante impressionado com o que • Farinha de carne, de aves, de penas e ossos têm uma boa posição na busca dos presenciou por aqui. produtores por fontes de proteína. “A organização do evento, a seleção dos temas das palestras e das apresentações foram excelentes, comparáveis às conferências realizadas pela EFPRA (Europa) NRA (América do Norte) e ARA (Austrália) em termos de qualidade e profissionalismo. Um aspecto que também analiso como altamente positivo foi o compromisso firmado entre o SINCOBESP – Sindicato Nacional dos Coletores e Revista Graxaria Brasileira - Qual a consequência da crise econômica e financeira mundial, nos últimos dois anos, sobre a indústria de graxaria? Alan - Os produtores que puderam exportar para mercados internacionais durante este período obtiveram preços recordes na maioria de seus produtos. Isto ocorreu basicamente em virtude do crescimento da China, onde o aumento da demanda estabeleceu níveis de preços, tanto para a farinha de proteína, quanto para o sebo. Esta situação, de demanda maior que a oferta, garantiu que a indústria de graxaria não sofresse tanto durante a recente recessão. No momento, notamos certa pressão para forçar a diminuição de preços de uma ampla gama de commodities. Os estoques de várias destas mercadorias atingiram níveis históricos de baixa, portanto, não acredito na queda dos preços de farinhas de proteína e sebo. Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal - e a ABRA - Revista Graxaria Brasileira - Quais são as expectativas para o futuro na Nova Associação Brasileira de Reciclagem Zelândia? Animal, de trabalharem em conjunto Alan - A Nova Zelândia tem um potencial limitado para aumentar a sua produção de pelo aprimoramento da indústria brasileira.” Em entrevista à Revista Graxaria graxaria. A população de ovinos diminuiu consideravelmente nos últimos 30 anos, mas esperamos que se estabilize no nível atual. Já a população de gado bovino é estável e não deve crescer muito face a expansão rápida da indústria de laticínios. A maior parte das terras adequadas para pecuária já vem sendo utilizada. A indústria de laticínios Brasileira, Alan von Tunzelman nos da Nova Zelândia dá melhores resultados econômicos para fazendeiros do que a conta sobre a situação atual do criação de gado e ovinos para corte, por isso, muitos fazendeiros tentam mudar para setor graxeiro na Nova Zelândia, as projeções e expectativas dos negócios, e as suas impressões sobre o mercado brasileiro. a produção de laticínios. Outro ponto a ser destacado é que a implementação do Esquema de Troca de Emissões (Emission Trading Scheme -ETS) na Nova Zelândia, recompensa o cultivo de árvores e não a pecuária, com isso, a indústria florestal deverá prosperar em detrimento da pecuária. 51 Entrevista 50 Revista Graxaria Brasileira – Atualmente, como está o mercado alguns dos principais players possam retomar o crescimento internacional? econômico em mercados prejudicados pela duração e gravidade Alan - A base do mercado internacional para produtos de da recessão. Mas, se os países em desenvolvimento continuarem a graxaria continua muito forte. E, os principais motivos diretos comprar durante este período, não deverá haver qualquer redução são a crescente população mundial; o aumento da riqueza em significativa prolongada de preços. alguns países em desenvolvimento; a nova classe média que É simplesmente oferta e demanda, com os estoques exige melhor nutrição, ou seja, mais proteína de gado bovino, mundiais de muitas commodities críticas em níveis quase frangos, porcos e peixes e, por outro lado, frangos, porcos e recordes de baixa. Não vejo lógica em tentar suprimir os peixes precisam ser alimentados. Enquanto isso, os principais movimentos naturais do mercado. motivos indiretos são: pressão sobre as reservas internacionais Por fim, a melhora da genética animal e das técnicas de a utilizar proteínas processadas de animais (PAPs), como de pecuária têm o potencial de produzir mais carne, a partir de porcos, na ração para frangos e de farinha de frangos e penas menos animais, mas este fato, por si só, não deve equilibrar as na ração para porcos. Isto não era permitido desde a crise da outras perdas. encefalite espongiforme bovina, na década de 90. Parte do desafio é ter PAPs disponíveis, tanto quanto possível, Revista Graxaria Brasileira - Quais são os desafios do setor? como ingredientes de rações, produzindo nos próximos 30 anos Alan - O maior desafio da indústria de graxaria é atender aos alimentos suficientes para suprir a demanda. Também tenta-se regulamentos cada vez mais rígidos, envolvendo as rações que as paps, de origem ruminante, sejam aceitas na aquicultura. animais e alimentos para humanos. Precisamos garantir que a No momento, apenas materiais de ruminantes dos países GBR1 expansão contínua de nossa indústria não comprometa, jamais, ou dos países que tenham SRM – Material de Risco Especificado a segurança de alimentos e as normas de higiene. - excluído podem ser usados em rações para animais, exceto ruminantes. No momento, os europeus estão cuidadosamente voltando de petróleo; aumento do foco sobre combustíveis alternativos; Revista Graxaria Brasileira – Quais as previsões para 2011? biodiesel é um grande mercado para sebo como matéria-prima; Alan - Estamos no meio do ano e o setor continua muito culturas para biodiesel e etanol tiram as fontes de proteína da melhor do que o previsto. Obviamente, em muitos mercados cadeia alimentar (culturas para combustível substituem culturas tradicionais, a renda das pessoas foi atingida pela recessão e, de soja) e tanto o sebo, quanto as farinhas processadas são mais recentemente, pelo aumento do preço dos combustíveis. reconhecidos como sendo sustentáveis. Mas, isto foi compensado pelo crescimento da China e de alguns Estes itens acima contribuem para o desequilíbrio existente países do sudeste da Ásia que parecem poder absorver tudo o entre a oferta e a demanda. No momento, a demanda é maior que estiver disponível a preços bem satisfatórios para o produtor. do que a oferta, tanto em farinhas de proteína, quanto em sebo. Enquanto este quadro se mantiver, a indústria de graxaria um papel importante. No momento, ouvimos falar da obterá excelentes retornos. possibilidade de redução da produção de soja nos Estados Fenômenos meteorológicos também podem desempenhar E inevitável que vejamos alguma flutuação de preços à medida Unidos, pois ainda está mais frio e úmido do que deveria para que um ou mais dos grandes usuários decidam deixar o mercado a época do plantio. Boatos como este podem afetar o mercado por algum tempo. No momento parece haver um esforço conjunto consideravelmente. para reduzir os preços mundiais das commodities, a fim de que Todos conhecemos muito bem os efeitos de padrões 53 Entrevista 52 climáticos fora do comum e estas catástrofes são mais frequentes analisando parâmetros críticos e modificando os processos que no passado. Secas e enchentes têm um impacto rápido e conforme a necessidade. Estas metas exigem uma mistura de substancial sobre os preços. As secas na Rússia e Índia no ano tecnologia e bom senso. Não conheço nenhuma tecnologia passado são exemplos clássicos. surpreendente que resolva todos os problemas da indústria de graxaria. A maioria dos processos mencionados acima, resulta Revista Graxaria Brasileira – Quais são os novos usos para os da evolução de processos bem desenvolvidos e testados. produtos de graxaria? Alan – No mercado de sebo, a demanda vem sendo cada Revista Graxaria Brasileira – Como foi a sua visita ao Brasil e vez maior na indústria de biodiesel e os sebos comestíveis a participação no 10° Congresso Internacional de Graxarias? têm um maior potencial para utilização como complemento Alan – Esta foi minha primeira viagem à América do Sul e ou substituto de óleos vegetais, em uma ampla gama de fiquei muito impressionado com o grau de desenvolvimento e aplicações. No segmento de farinha de carne e ossos, a sofisticação que encontrei no mercado brasileiro. Em relação ao aquicultura oferece diferentes oportunidades. Muitas pesquisas Congresso, a seleção dos temas das palestras e das apresentações já estabeleceram que PAPs animais podem substituir parte ou foram excelentes, comparáveis às conferências realizadas pela toda a farinha de peixe na ração de várias espécies. A indústria EFPRA (Europa) NRA (América do Norte) e ARA (Austrália) em de graxaria precisará aprender a produzir farinha que atenda as termos de qualidade e profissionalismo. Também foi uma ótima necessidades exatas da aquicultura. ideia promover a feira Pet Food na mesma ocasião, atraindo o setor de rações. As aplicações em rações para pets também oferecem oportunidades. As propriedades hipoalergênicas de farinhas de ovinos são bastante reconhecidas e os processadores e vocês conseguiram. Foi altamente positivo presenciar o bem recompensados pela produção de excelentes produtos. compromisso do SINCOBESP – Sindicato Nacional dos Coletores Compreender melhor a indústria de rações permite que e Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal - e da ABRA as graxarias produzam um produto que atenda melhor às - Associação Brasileira de Reciclagem Animal, de trabalharem necessidades do mercado. Na minha opinião, o atributo mais em conjunto pelo aprimoramento da indústria brasileira. importante é a consistência. A produção de ingredientes ou farinhas especiais é possível com a segregação cuidadosa dos empresários brasileiros, de empresas processadoras e da ingredientes, já no princípio do processamento (o ideal é no indústria de rações. Estou envolvido na preparação de alguns ponto de abate), isto facilita a produção de pequenos lotes de padrões de produtos que nos darão maior confiança para produtos específicos, por exemplo, farinha de fígado. atender as necessidades de uns e outros. A Fundação para Pesquisa em Gorduras e Proteínas (Fats É sempre difícil equilibrar os vários interesses do mercado Desde que voltei para Nova Zelândia já recebi alguns Em várias regiões do mundo os processadores e fabricantes and Protein Research Foundation) nos Estados Unidos está a de rações trabalham em conjunto, com benefícios para ambos, todo instante procurando novos produtos e possibilidades para por isso, tenho certeza que isto pode acontecer no Brasil e produtos antigos. proponho conectar as partes por meio do pessoal da WRO que pode ajudá-los a encontrar pontos em comum e desenvolver Revista Graxaria Brasileira – Quais as novas tecnologias processos com os quais todos se sintam confortáveis. aplicadas no mercado de graxaria? Alan – A indústria esforça-se para atingir dois objetivos. O da Razzo e encontrei um ótimo exemplo de como uma graxaria primeiro deles é diminuir custos, para tanto, é fundamental moderna deve funcionar. Foi surpreendente descobrir que adotar algumas práticas como: introduzir sistemas de produção várias graxarias são empresas familiares, com muitas gerações de energia de custo menor, adotar sistemas de recuperação de experiência aptas a enfrentarem os novos desafios. de calor, simplificar processos, fazer uso da tecnologia para controlar processos, reduzir custos de manutenção, inclusive farinha de proteína e sebo de alta qualidade e o Brasil tem como com manutenção preventiva e minimizar desperdícios em todas oferecer isso, devido o seu tamanho de rebanho, devendo estar as áreas. preparado para tal demanda. O mais importante é estabelecer O segundo objetivo está em produzir mais e com melhor padrões de alta qualidade e mantê-los. A imagem da indústria qualidade, para isso, é preciso trabalhar com processos em de graxaria mudou e melhorou muito desde a questão da temperaturas que não danifiquem os produtos finais, separar encefalite espongiforme bovina. Hoje, muitos reguladores e manusear cuidadosamente as matérias-primas, processar reconhecem o papel essencial que desempenhamos no mundo os materiais assim que possível e introduzir testes rotineiros, moderno, onde a sustentabilidade é primordial. Enquanto estive no Brasil fiz uma única visita a uma planta O mundo precisa urgentemente de um aumento na oferta de 55 Caderno Técnico 1 54 agregando valor à lucratividade de nossos clientes? E ao fazê-lo, estamos administrando os aspectos sociais e ambientais de nosso negócio para as futuras gerações?”. Segundo ele, a resposta a estas perguntas ajudará a empresa a definir sustentabilidade. “Há um grande “case” moral e ético em prol da sustentabilidade,” continuou Smith. “Há também um grande “case” de negócios na sustentabilidade.” Quanto ao lado das pessoas, as empresas devem continuar a encorajar liderança e aprimoramento contínuo de seus funcionários. As empresas precisam, também, envolver-se com suas Definindo Sustentabilidade para o Futuro comunidades por meio de contribuições e voluntariado. Segundo Smith, a porção planeta da sustentabilidade deve focar a conservação e tratamento de água, a conservação de energia, a redução de gases de efeito estufa e a reciclagem quando possível. Relatou que as três instalações da Tyson são “livres de aterros”, ou seja, tudo que pode ser reciclado é reciclado e o resto dos resíduos sólidos é incinerado para produzir energia. Várias outras plantas da Tyson estão próximas a este nível. Smith afirmou que o conceito de devolver de um modo tão bom ou melhor aplica-se também ao balanço da companhia. Para Tyson, garantir que as fazendas familiares contratadas sejam lucrativas é importante, assim como estabelecer metas que propulsionam o desempenho. Sugeriu medidas que uma empresa pode tomar para se tornar mais sustentável: em primeiro lugar, definir sustentabilidade como algo que pertence à empresa; a seguir, fazer um levantamento; as empresas podem se surpreender sobre quanto ou quão pouco está sendo feito. Terceiro, faça uma comparação geral para saber como sua empresa é considerada. Fale com clientes e funcionários. Depois, desenvolva planos e os exponha dentro e fora da empresa, e não deixe de envolver as associações de indústrias. A menos julho de 2010 e colocou vídeos simples das suas ações no seu web site. Smith encorajou a indústria de aves a redobrar esforços para contar de uma melhor a sua história, especialmente neste momento em que o público década, está perdendo a conexão com a agricultura. “Nós temos uma importante “sustentabilidade” era apenas uma palavra história para contar e eu prefiro que nós a contemos”. da moda. Não é mais, especialmente para produtores de alimentos como a Tyson Foods, Inc. “Acreditamos que a sustentabilidade atinge todas executivo e presidente da Tyson Foods, durante a Reunião de Cúpula sobre Sustentabilidade da Agricultura Animal, parte da Exposição Internacional de Aves e da Exposição Internacional de Rações em Atlanta, GA, no fim de janeiro. “Quando se empresta alguma coisa, deve-se devolvê-la em condição igual ou melhor .” Smith foi um dos muitos oradores na reunião que falou sobre os três pontos básicos da sustentabilidade – pessoas, planeta e lucro. Porém, Smith acrescentou um quarto ponto ao plano de sua empresa - produtos. Salientou que desde A sustentabilidade segundo a visão de uma ONG foi explicada por Bryan Weech, diretor de agricultura e pecuária, World Wildlife Fund, que afirmou as que o mundo terá que triplicar a produção de alimentos até 2050 para áreas de nossos negócios” disse Donnie Smith, principal Tyson publicou seu terceiro relatório bienal de sustentabilidade em servir o aumento esperado da população humana de 3 bilhões de pessoas. 2004 a Tyson obteve uma redução de 70% nas Salmonellas em carcaças de aves, mas a incidência de salmonelose entre a população continua a mesma. Tyson também criou um “Centro de Descobertas” (Discovery Center), uma instalação colaborativa de pesquisa e desenvolvimento para criar novos produtos alimentícios e tem muito orgulho de sua nova parceria com a Dynamic Fuels, que utiliza gordura de mais baixa graduação para produzir combustível alternativo. Ainda que haja muitas definições de sustentabilidade, Smith incita as empresas a se perguntarem: “Estamos Entretanto, água e terras cultiváveis são escassas, portanto o aumento na produção de alimentos terá de vir através de melhorias nas práticas de produção e melhora genética das plantas e animais. “População vezes consumo não se iguala à quantidade de recursos que este planeta tem em longo prazo,” anunciou Weech. “Devemos produzir mais com menos.” O World Wildlife Fund define sustentabilidade como tendo três pilares: conservação, viabilidade econômica e responsabilidade social. O grupo organizou uma conferência global sobre carne sustentável no último outono e o algumas das empresas interessadas, como McDonalds, Cargill, Wal-Mart e JBS, concordaram em trabalhar em conjunto para 57 Caderno Técnico 1 56 melhorar a sustentabilidade da indústria de carne bovina. começar a discutir a eficiência energética no processamento Weech disse que o World Wildlife Fund está interessado de aves. Ele aconselhou que se identificassem os usos da em prosseguir com de cooperação como esta com outros energia em uma planta e destacou que os maiores usuários grupos de pecuária no futuro. de energia proporcionam as melhores oportunidades para reduzir o seu uso. Paul Pressley da Associação Americana de Aves e Ovos (U.S. Poultry and Egg Association) falou sobre as trincheiras da sustentabilidade e disse que para uma empresa ser a eficiência energética em todos os futuros projetos de verdadeiramente sustentável ela deve envolver as pessoas investimento. dentro e fora de suas paredes Ele mostrou várias manchetes da mídia sobre resíduos de aves contaminadas, odores de a abordagem de sustentabilidade “um tamanho serve para aves e estercos de aves contaminando a baia de Chesapeake. todos” não existe, o que permite que uma empresa defina “Somos realmente tão maus ou apenas não sabemos de que maneira que a sustentabilidade se encaixa na cultura contar bem a nossa versão da história?”, questionou da empresa, em seus valores e necessidades. Continuou Pressley. Ele encorajou programas dirigidos à comunidade e explicando como uma empresa pode criar sua própria visão envolvimento desta para criar uma relação de confiança com de sustentabilidade e quais passos são necessários para os líderes locais e os cidadãos, e ouvir as necessidades da atingir as metas. comunidade para saber como uma empresa pode atendê- Leigh Ann Johnston, Tyson Foods, fez uma abordagem las. profunda sobre como uma empresa pode monitorar, Pressley incentivou o envolvimento em comitês locais da Ele recomendou que as empresas levassem em conta Ashley Peterson, United Egg Producers, observou que medir e continuamente melhorar o seu programa de United Way, American Cancer Society (Sociedade Americana sustentabilidade. Ela também compartilhou dicas de como de Câncer) e da American Red Cross (Cruz Vermelha fazer a comunicação mais eficiente baseadas nas duras Americana) e que se ofereçam locais para treinamento dos lições aprendidas pela Tyson. “Uma vez que você comece bombeiros, que frequentem e instruam os grupos do Future a comunicar sustentabilidade, não pare,” afirmou Johnston. Farmers of America e 4H, e a doação para bancos de alimentos locais. Ele também aconselhou o comprometimento com bilidade é único, assim como a empresa que o implementa.” A os empregados para garantir que estejam contentes e Exposição Internacional de Aves e a Exposição Internacional satisfeitos com o de Rações atraíram mais de 20.000 líderes das indústrias de trabalho, uma tarefa que não é fácil, mas importante para aves e de ração de todo o mundo. Além disso, a exposição garantir a sustentabilidade de uma empresa. recebeu mais de 900 expositores, incluindo a Associação Dr. Brian Kiepper, da Universidade da Georgia, concentrou- Nacional de da Inústria de Graxaria (National Renderers se em conservação e tratamento de água, declarando que Association), com uma equipe para responder perguntas a sustentabilidade pode ser confusa e complicada, mas sobre processamento, sobre os vários programas da deve-se manter a simplicidade para que perdure. Explicou Fundação de Pesquisas em Proteínas e Gorduras (Fats and que os humanos manipulam o ciclo da água diariamente; Proteins Research Foundation) e que também distribuiu que quanto mais uma empresa manipula a água, maior a cópias da revista Render. “É um processo em evolução. Cada programa de sustenta quantidade de recursos utilizada; e que toda manipulação tem consequências, embora nem todas seja más. Michael Brown, Georgia Tech Research Por Tina Caparella Institute, comentou que “para fazer a coisa certa, você tem que fazer coisas corretamente e isto envolve pessoas” antes de Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The National Magazine of Rendering), edição Abril de 2011. Reprodução autorizada pelo autor. Tradução de Anna Maria Franco. 59 Caderno Técnico 2 58 Roubo de Gordura/ Compostagem No lado positivo, os preços de queijos e laticínios subiram devido da indústria de graxaria, que protege ou sustenta o ambiente ao aumento de exportações. Conover a seguir mencionou a relação retirando materiais perecíveis do processamento de carnes, econômica difícil entre as indústrias de graxaria e de laticínios na restaurantes, lojas de alimentos e abate de animais e trata estes Califórnia. Nos condados de Tulare e Kern, várias fazendas precisam materiais de forma responsável. Explicou que nos Estados Unidos enviar os animais abatidos para uma planta de processamento a o processo de graxaria recicla anualmente 4,7 bilhões de quilos cerca de 300 milhas de distância, o que representa um custo diário de carbono, 0,5 bilhões de quilos de nitrogênio e 174 milhões astronômico. de quilos de fósforo. Comparou estes números ao projeto de “Gostaríamos de trabalhar com os processadores mais compostagem do Canadá e concluiu que o processamento próximos ”, disse ele. remove 23 milhões de quilos de emissões de gás efeito estufa a Ross Hamilton, Darling International, apresentou alguns mais do que compostagem. fatos e estatísticas sobre a sustentabilidade do processo de graxaria, que segundo a legislação da Califórnia de 2009 é “uma Também comparou o processamento com digestão infraestrutura crítica em termos de saúde e segurança.” Salientou anaeróbica, uma área que também precisa de mais dados, mas que 34,5 bilhões de libras de resíduos gerados por ano seriam as primeiras indicações são que o processamento em graxarias, um enorme problema se não fosse pelo processamento. (Tabela que produz energia para animais em forma de rações e para 1). carros e indústria em forma de biodiesel, é mais eficiente na Hamilton mencionou vários estudos sobre eliminação de produção de energia que a digestão anaeróbica. E, a maioria bactérias, mostrando o tempo e temperatura necessários no da literatura sobre compostagem mostra que este processo é processo de graxaria para matar várias bactérias, Salmonella. um consumidor e não produtor de energia, mas, novamente, Hamilton reforçou a necessidade de mais dados de comparação “O ponto básico é que somos muito eficientes no que fazemos”, disse ele. A inda que o roubo de gordura seja o maior desafio enfren Breitmeyer se aposentou no ano passado e trabalha agora no tado pela indústria de graxaria na Califórnia, a compostagem foi Sistema de Laboratórios de Segurança Alimentar e Saúde Animal acrescentada à lista dos “ítens a observar” quando os membros na Universidade da California, Davis. da Associação da Indústria de Graxaria da Costa do Pacífico (Pacific Coast Renderers Association -PCRA) se reuniram no fim indústria de laticínios do estado por Gary Conover, da Western de fevereiro na convenção anual do grupo. United Dairymen. California perdeu 109 fazendas leiteiras em A convenção do PCRA começou com a atualização anual da Antes de enfrentar estes assuntos importantes, a PCRA 2010, uma média de 900 vacas leiteiras por fazenda. Atualmente prestou homenagem a duas pessoas de grande importância o estado tem cerca de 1.600 fazendas leiteiras que estão sendo na indústria da graxaria da Califórnia. Dr. Dennis Thompson, muito afetadas pela forte alta do preço do milho, US$ 329 por antigo membro do Departamento de Alimentos e Agricultura tonelada naquele momento em comparação a US$ 97 por da Califórnia foi homenageado por seus anos de dedicação tonelada há três anos. ao programa de roubo de gordura do estado e o Dr. Richard Breitmeyer por seu apoio a indústria de graxaria enquanto disse Conover. “O preço das rações está acabando conosco.” Disse, veterinário do estado. ainda, que os mercados globais enfrentam desafios semelhantes. “As fazendas leiteiras não podem ser lucrativas com estes preços”, “Precisamos observar isto em mais detalhes,” disse Hamilton. Hamilton examinou a sustentabilidade com outros processos de descarte 61 Caderno Técnico 2 60 A nova veterinária do estado da Califórnia, Dra. Annette uma admissão da culpa, com um total de multas de US$ 51,750. Whiteford, elogiou Hamilton por sua apresentação sobre a Deste montante, US$ 24.000 de multas foram suspensos se o indústria de graxaria. Ela concordou que o mundo precisa infrator atender aos termos da sindicância. No momento há reconhecer o papel do processamento e a seguir apresentou um caso pendente na Califórnia do Sul e Roos está trabalhando suas metas para o Departamento de Alimentos e Agricultura ativamente com vários procuradores distritais para parar os da Califórnia (California Department of Food and Agriculture roubos. Roos está trabalhando em mais 40 casos e usará a -CDFA) durante estes momentos difíceis da economia: participar autoridade de citações mais agressivamente neste ano, para que do processo regulatório para levar as regulamentações a uma os casos sejam encaminhados diretamente ao tribunal, como direção mais positiva; eliminar as duplicações em funções e em infrações de trânsito. Ele planeja mais treinamento para as regulações; e, obter informações de peritos do governo e da polícias locais e polícia rodoviária da Califórnia. indústria agrícola. Mas, em primeiro lugar, Whiteford deve enfrentar os cortes de gordura no estado, a PCRA realizou uma mesa redonda especial orçamento. O estado já reduziu os fundos em 15% nos últimos durante a convenção para permitir que membros e líderes quarto anos e o governador Jerry Brown está pedindo mais 39% da CDFA discutissem opções para tentar parar com os roubos. de redução no ano fiscal de 2011/2012, e mais 20% de redução em Andy Andreoli,da Baker Commodities, pleiteou alguma solução , 2012/2013. CDFA vai pedir ajuda à indústria para determinar onde explicando que no ano passado a empresa perdeu US$ 2 milhões cortes podem ser feitos e como o departamento pode ser mais em matéria prima roubada e danos a equipamento somente na eficiente. área de Los Angeles. “São decisões muito difíceis,” disse Whiteford. “Nossa principal Para discutir em mais profundidade o problema de roubo de Esta sessão, com debates carregados de emoção, terminou com prioridade é proteger nossas funções básicas, responder a surtos orientações para a CDFA examinar com sua equipe em Sacramento, de doença animal ou vegetal.” Também mencionou que o CDFA CA. não tem qualquer problema com transparência e atende os grupos consultivos da indústria, que o PCRA está tentando Albiani, da equipe da Associação de Cereais e Rações da Califórnia montar. (Califórnia Grain and Feed Association -CGFA), foi o primeiro a falar, salientando que um conselho consultivo da indústria de “Se vocês não se manifestarem nunca poderemos melhorar,” Passando para as atividades legislativas na Califórnia, Dennis disse Whiteford. graxaria é muito importante para educar a CDFA, mas o projeto O Dr. Doug Hepper, da Area de Inspeção de Carne e Aves que cria o relacionamento formal foi retido pelo comitê no ano da CDFA (Meat and Poultry Inspection Branch), atualizou os passado e precisa ser reintroduzido neste ano. Salientou outros processadores sobre o programa de roubo de gordura, programa projetos de interesse da indústria de graxaria introduzidos no suportado apenas pelas taxas da indústria. Atualmente, há ano passado, incluindo o projeto de lei do Senado 25 que trata 500 transportadores de gordura de cozinha não comestível na da compostagem de tecidos animais e restos de alimentos. Califórnia e três pessoas dedicadas a este programa, incluindo CDFA introduziu pontos sobre a segurança de alimentos e o um investigador em tempo integral e um assistente que projeto foi retido pelo comitê, mas outro projeto de lei sobre que logo se tornará investigador especial do programa. Salientou compostagem foi reintroduzido neste ano e este projeto tem alguns dos regulamentos propostos para cobrir a remoção de a atenção da indústria junto com outros, como o que trata do gorduras de cozinha não comestíveis de containers de terceiros, transporte de gordura de cozinha. responsabilidade do transportador, instalações elegíveis para receber o material e requisitos de seguros. Ele espera uma regra incluindo a regulamentação de processamento introduzida sobre a gordura de cozinha não comestível no começo do verão em maio pela CDFA. Após receber 80 recomendações sobre a e disse que a CDFA está trabalhando em uma união da CDFA e regulamentação, a CDFA recolheu-a em meados de dezembro CalRecyclemas não espera uma regra até o fim do ano ou talvez de 2010 e lançou uma nova em 14 de fevereiro de 2011. Esta, no próximo. de acordo com Bell, é bastante simples e concisa e remove O investigador especial do programa, Paul Roos, falou sobre muitos dos pontos controversos da primeira regulamentação. os casos de roubo de gordura nos quais trabalhou nos últimos Comentários eram devidos em 4 de abril de 2011 e seriam 12 meses. CDFA emitiu 36 avisos de infração e 20 sentenças, seguidos por uma série de workshops. Notou que a pesquisa Tad Bell foi o próximo, focalizando assuntos regulatórios, sobre a compostagem de carcaças animais continua e a próxima Sub-Produtos Animais da Universidade Clemson surgiu após a meta da CGFA é desenvolver procedimentos operacionais epidemia de encefalite espongiforme bovina no Reino Unido padrão para o descarte de carcaças em caso de desastres naturais devido a incertezas sobre o futuro dos produtos processados. e surtos de doenças. Naquela ocasião, foi tomada a decisão de pesquisar novos Kevin Golding, da Rothsay, focalizando assuntos do Canadá, mercados para os produtos, mas agora que a incerteza passou, calculou que a indústria de graxaria canadense processa cerca os projetos se relacionam a examinar usos de mais valor para os de três bilhões de quilos de matéria prima. Explicou que o produtos de graxaria, como os bacteriófagos. Canadá reforçou a proibição sobre rações, que proíbe a utilização de material de risco como fertilizante; no entanto, o sebo pode de Graxaria (National Renderers Association -NRA), encorajou a ser usado no biodiesel. O país está começando a ver o problema participação no Fly-in de Washington em junho, considerando de roubo de gordura que já existe nos estados, especialmente que há mais de cem novos congressistas que precisam saber o em Toronto, ON e 33 milhões de galões de biodiesel são que é a indústria de graxaria. Tom Cook, presidente da Associação Nacional da Indústria produzidos por ano, basicamente por duas empresas, Rothsay em Montreal, QB, e Biox em Hamilton, próximo a Toronto.O Canadá implementará sua norma sobre combustível renovável em julho, com um período introdutório de 18 meses, e no fim de 2012 o combustível rodoviário conterá 2% de biodiesel. J.J. Smith, da Valley Proteins e antigo presidente da Fundação para Pesquisa de Gorduras e Proteínas, ressaltou as atividades de pesquisa e explicou que o Centro de Pesquisas e Educação sobre Por Tina Caparella Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The National Magazine of Rendering), edição Abril de 2011. Reprodução autorizada pelo autor. Tradução de Anna Maria Franco. 63 Caderno Técnico 3 62 Tabela 2. Perfil de aminoácidos indispensáveis (exceção triptofano) encontrado em FV produzidas por frigoríficos e produtores independentes e comparação com a exigência em aminoácidos na dieta do carnívoro de água doce, truta arco-íris, e do carnívoro marinho, salmão do Pacífico. % Ingrediente Frigoríficos Arginina 4,08 ± 0,14 Independentes 4,00 ± 0,25 Exigência (% dieta) Truta Salmão do arco-íris Pacífico 1,50 2,04 Fenilalanina + Tirosina 3,89 ± 0,33a 3,21 ± 0,47b 1,80 1,73 Histidina 1,32 ± 0,46 1,41 ± 0,35 0,70 0,61 Isoleucina 2,19 ± 0,26 2,06 ± 0,19 0,90 0,75 Leucina 3,55 ± 0,97 3,85 ± 0,36 1,40 1,33 Lisina 3,24 ± 0,35 2,91 ± 0,27 1,80 1,70 Metionina + 2,54 ± 0,57 2,18 ± 0,88 1,00 1,36 Treonina 2,31 ± 0,11a 2,01 ± 0,24b 0,80 0,75 Valina 2,64 ± 0,14 2,44 ± 0,25 1,20 1,09 Rancidez oxidativa e hidrolítica Os índices de peróxidos e acidez, indicadores de rancidez oxidativa e hidrolítica, respectivamente, foram semelhantes para ambos os tipos de indústrias. Entretanto, foram afetados pelas estações do ano: o índice de peróxidos foi superior a 10 meq kg-1 na primavera (Figura 2) e a acidez, maior que 3 mg NaOH g-1 no verão (Figura 3). Estes valores estão acima do recomendado pelo SINDIRAÇÕES (Compêndio Brasileiro de Nutrição Animal, 2009). Cistina Avaliação da qualidade da farinha de vísceras de aves produzidas por frigoríficos ou indústrias independentes, nas diferentes estações do ano D a,b Letras diferentes para um mesmo aminoácido indicam diferenças entre tipos de indústria. Aminas biogênicas tiramina e agmatina, que são indicadores de deterioração da matéria prima antes do processamento, foram encontrados na FV produzida pelos produtores independentes (Figura 1). A provável causa disto é a deterioração adicional causada pelo transporte da matéria prima, evido ao alto valor biológico de sua proteína, a farinha de foram proteína e gordura bruta, cinzas, matéria seca, fósforo, perfil de que ocorre na fabricação de FV pelos produtores independentes. peixe inteiro é o ingrediente proteico mais utilizado na fabricação aminoácidos, índice de acidez, índice de peróxidos, granulometria, Nos frigoríficos, as vísceras são processadas no mesmo local de de ração para a indústria aquícola mundial. Entretanto, sua produção aminas biogênicas e presença de antibióticos. Os dados foram abate, sofrendo menor deterioração. O maior teor de espermidina na está estagnada há algumas décadas, pois os recursos pesqueiros tratados estatisticamente e comparados entre os dois tipos de FV dos frigoríficos reforça esta hipótese, pois esta amina biogênica é estão no limite da explotação ou sobreexplotados. Apesar da indústrias e estações do ano. indicadora de frescor da matéria prima, ao contrário das outras. Duas Figura 2: Índice de peróxidos O maior teor das aminas biogênicas putrescina, cadaverina, produção de farinha de peixe não aumentar, sua demanda cresce aminas biogênicas foram encontradas apenas nas estações mais em alta velocidade juntamente com o crescimento da aquicultura. Composição nutricional No Brasil, produzimos somente a farinha de resíduos de peixes, com O maior teor de proteína bruta e menor teor de cinzas foram a triptamina, encontrada na primavera e no verão (0,23 e 0,35 mg menor teor proteico e relativamente alto teor de cinzas. encontrados em FV produzidas por frigoríficos (Tabela 1), o que é 100 g-1), sendo que estas duas aminas, especificamente, indicam O recente incentivo governamental para a aquicultura, em desejável. Esta discrepância provavelmente se deve às diferentes deterioração severa da matéria prima. especial à piscicultura marinha, que inclui principalmente espécies proporções de vísceras e ossos utilizadas na fabricação entre os tipos do ano. Cabe salientar que a obtenção do índice de peróxido carnívoras, fará crescer ainda mais a demanda por ingredientes de indústria e sugere que maiores concentrações proteicas poderiam menor no verão provavelmente não significa uma diminuição da protéicos de alta qualidade alternativos à farinha de peixe. ser obtidas com a seleção dos resíduos. Apenas dois aminoácidos peroxidação. Provavelmente houve completa oxidação do substrato A farinha de vísceras de aves (FV), devido a sua disponibilidade e (fenilalanina + tirosina e treonina) foram encontrados em maiores no verão. Esta é uma limitação da determinação deste índice, já que a excelente perfil de aminoácidos, apresenta-se como um ingrediente concentrações na FV produzida por frigoríficos (Tabela 2). Entretanto, peroxidação se dá em três fases: indução, propagação e terminação. O proteico potencial para uso em rações para aquicultura. Entretanto, o perfil de aminoácidos da FV produzida pelos dois tipos de indústria índice de peróxido é alto somente na fase de propagação. A medida os resultados de estudos sobre o uso da farinha de vísceras de supre as necessidades de peixes carnívoros exigentes como a truta da rancidez oxidativa pelo método do ácido tiobarbitúrico forneceria aves na alimentação de organismos aquáticos são controversos. arco-íris e o salmão do Pacífico (Tabela 2). uma indicação mais clara do real estado de peroxidação da FV. Ensaios com truta arco-íris, conduzidos em nosso laboratório, Tabela 1. Composição (média ± desvio padrão) das FV produzidas por frigoríficos e produtores independentes nas quatro estações do ano. Conclusões resultaram em mortalidade dos peixes, quando a inclusão de FV na dieta foi maior que 11%. A histologia do fígado destes peixes Variáveis analisadas quentes: a feniletilamina, encontrada no verão (2,88 mg 100 g-1), e Frigoríficos Independentes indicou toxicidade. Portanto, decidimos investigar a qualidade da % na matéria seca FV produzida por diferentes tipos de indústria, ao longo das quatro Proteína bruta 68,33 ± 2,5a 64,14 ± 3,9b estações do ano, a fim de avaliar seu real potencial de uso em Gordura bruta 14,44 ± 1,8 14,06 ± 1,6 Matéria seca 97,47 ± 1,1 97,15 ± 0,6 Cinzas 13,59 ± 3,6a 19,14 ± 2,5b Fósforo 2,09 ± 0,6 2,69 ± 0,6 Peneira ≥ 2 mm 1,31 ± 0,5a 2,46 ± 1,0b Peneira ≥ 1,68 mm 2,64 ± 1,2a 7,31 ± 2,3b rações para aquicultura. Tipos de indústria e análises Foram escolhidos dois frigoríficos e dois produtores independentes de FV, onde foram coletadas amostras cerca de 3 kg do ingrediente em cada estação do ano. As análises realizadas a,b Letras diferentes para um mesmo aminoácido indicam diferenças entre tipos de indústria. Figura 3: Índice de acidez Isto demonstra a importância de um maior cuidado no processamento e armazenamento da matéria prima nestas estações A FV, do ponto de vista nutricional é um excelente ingrediente para ser usado em rações na aquicultura. As FV produzidas em frigoríficos têm maior aptidão para uso, por apresentarem maior teor Figura 1: Concentração de aminas biogênicas nos dois tipos de indústria. de proteína, menor teores de cinzas e aminas biogênicas. Entretanto, Granulometria e presença de antibióticos um maior cuidado no processamento e armazenamento da matéria O tamanho de partícula foi maior nas amostras produzidas prima é necessário por parte das indústrias nos períodos mais quentes em produtores independentes (Tabela 1). Um menor tamanho de e úmidos do ano. Isto porque os indicadores de deterioração, tais como partícula é desejável, pois aumenta a digestibilidade dos nutrientes aminas biogênicas e rancidez, foram maiores na primavera e verão. e aumenta a estabilidade do pélete na água. Não foi detectado nenhum resíduo de antibiótico nas amostras analisadas. ¹Vitor Augusto Giatti Fernandes, ²Dariane Beatriz Schoffen Enke, ³Débora Machado Fracalossi Data: de 23 a 25 de Agosto de 2011 ABISA - Feira da Indústria de Sabão e Afins Local: São Paulo – SP Data: 23 a 25 de Outubro de 2011 Site: www.tc2011.btsmedia.biz Local: Natal (RN) – Brasil TECNO CARNE 2011 Ponto de Vista 65 Agenda 64 www.abisa.com.br 100 Pet South America Data: de 18 a 20 de Outubro de 2011 Local: São Paulo – SP www.petsa.com.br Horário: das 13 hrs as 21 hrs National Renderers Association 78th Annual Convention Data: 18 a 21 de Outubro de 2011. Alexandre Ferreira Consultor Técnico em Processos Industriais. VII Fenagra - Feira Nacional das Graxarias Data: Março de 2012 Local: São Paulo (SP) Site: www.fenagra.com.br E-mail: [email protected] Padrão e Qualidade XI WORKSHOP EMBRAPA / SINCOBESP Local: Tucson, Arizona - USA. Data: Março de 2012 Site: www.nationalrenderers.org Local: São Paulo – SP Quando decido falar sobre um tema, costumo ter duas coisas em mente : Site: www.fenagra.com.br duas ópticas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do cliente. Do 1. O significado da palavra ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e 2. A idéia e/ou realidade pertinentes ao assunto à utilidade reconhecidas ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço. A realidade que por vezes tenho encontrado junto aos Do ponto de vista dos clientes, a qualidade não é consumidores de gorduras e principalmente farinhas animais é unidimensional. Quer dizer, os clientes não avaliam um produto que apesar de os fabricantes terem evoluído incrivelmente em tendo em conta apenas uma das suas características, mas todos os aspectos que envolvem o processamento de subprodutos várias. Por exemplo, a sua dimensão, cor, durabilidade, design, animais, há deficiências de qualidade em muitos casos. funções que desempenha, etc. Assim, a qualidade é um conceito Mas se existe um cuidado em atender às normas sanitárias multidimensional. A qualidade tem muitas dimensões e é por isso e ambientais e atender aos níveis de garantia do produto, se mais difícil de definir. De tal forma, que pode ser difícil até para o tanto foi investido nas instalações e máquinas, BPF, controles, cliente exprimir o que considera um produto de qualidade. treinamentos, produtos químicos, embalagem ... É fácil identificar que o termo padrão está intrinsecamente ligado ao termo qualidade porém veremos que nem sempre Como ainda se pode falar que falta o que fazer ? um produto que esteja no padrão atende às expectativas de Voltando ao significado e à idéia, vamos partir de duas qualidade do cliente. palavras e ver quais idéias e conclusões chegamos frente a uma determinada realidade. pré-determinados pelos seus clientes e autoridades e ainda assim 1.a) PADRÃO - modelo de referência, formato, paradigma, norma pode estar fora de conformidade ? 1.b) QUALIDADE - trata-se de um termo com diversas utilizações Normas - IN-34, IN-13, ambientais, etc. ( qualidade de vida, de serviço, de produto, etc. ) , portanto seu significado nem sempre tem definição clara e objetiva. Fósforo, Peróxido, Acidez máximos, Ausência de salmonela, etc. No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos O produtor deve seguir normas e atender a níveis de garantia Níveis de garantia - Proteína, Extrato etéreo, Umidade, Cálcio, Valores de Qualidade para os clientes : Níveis de garantia, no mercado, há várias definições para qualidade: “conformidade homogeneidade dos lotes, Prazo de entrega. com as exigências dos clientes”, “valor agregado, que produtos Conclusão: devemos conhecer os valores dos clientes. similares não possuem”. Enfim, o termo é geralmente empregado Assim podemos produzir dentro dos padrões e atender às para significar “excelência” de um produto ou serviço. expectativas de qualidade dos nossos clientes. Até a próxima, A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de 66 67 Assinaturas Índice ASSINATURA DA REVISTA Graxaria Brasileira Você pode solicitar o recebimento da Revista Graxaria Brasileira. 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