Mai/Jul 2015 - nº 115

Transcrição

Mai/Jul 2015 - nº 115
Mai/Jul 2015 - nº 115
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Caros leitores,
Estamos a um passo do último trimestre do ano, deixando para trás esse inverno que não
aconteceu. Não sei se isso foi bom, ou mau, pois assim como todos vocês nem tive tempo para
parar e pensar. Afinal, estamos em pleno redemoinho de crises, política e econômica, e todo
cuidado é pouco na condução dos negócios, custos, preços, inadimplência, e a esperança por
dias melhores que se renova a cada manhã.
Foto: Divulgação
Nasci em 1960, e cresci em pleno milagre econômico no Brasil Grande vendido pelo governo
militar, com obras e obras e a dívida externa crescendo. E aí, já na vida adulta experimentei as
graves e sucessivas crises econômicas que assolaram este maravilhoso país.
Creio que todos conhecem aquela famosa piada: país maravilhoso, povo pacífico, sem guerras,
sem furacões e tufões, maremotos, tsunamis, praias paradisíacas, mas...
Portanto, quem viveu essas sucessivas crises, com a inflação nas alturas, está vacinado, e nada
tem a temer. Seja qual for o rumo que estamos prestes a tomar – sim, porque algum rumo há
que se tomar – sairemos dessa crise, mais uma vez.
Mas deixando essas nuvens negras para lá do horizonte, falemos de lubrificantes, que é o nosso
negócio. E para o nosso negócio nada melhor, mais animador, que as matérias veiculadas nesta
edição da Sindilub Press.
Vejam por exemplo as discussões sobre o panorama e as tendências do mercado de lubrificantes
no 5º Encontro Internacional promovido pela Lubes em Foco e pelo IBP.
Na outra ponta, a preocupação da ANP com o setor, iniciando os preparativos para a realização
do Fórum de Lubrificantes em janeiro de 2016.
E mais: compartilhem das opiniões do coordenador da área de lubrificantes da Kline & Company,
e tirem suas conclusões.
Como afirmei no início dessas mal traçadas linhas, a esperança por dias melhores se renova a
cada manhã. E aproveitando o mote, encerro mais uma vez com o querido Fernando Pessoa:
“O amanhã pode ser apenas noite.
Ou pode ser uma aurora.”
Muito obrigado. E boa leitura.
Laercio Kalauskas
Presidente do Sindilub
Expediente
Presidente: Laercio dos Santos Kalauskas
Vice-Presidente: Lucio Seccato Filho
Diretor Secretário: Fabiano Grassi
Diretor Tesoureiro: Paulo Roberto N. Carvalho
Diretor Social: Antonio da Silva Dourado
Diretor Executivo: Ruy Ricci
Coordenadora: Ana Leme – (11) 3644-3440
Jornalista Responsável: Thiago Castilha – MTB 66.498
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Mai/Jul 2015 - nº 115
Rua Tripoli, 92 – Conjunto 82
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Órgão de divulgação do Sindicato Interestadual do
Comércio de Lubrificantes – SINDILUB
Índice
05ANP/Qualidade
Novas instalações do CPT da ANP
06ANP/Fórum
Fórum de Lubrificantes vai discutir situação
das revendas
07 Meio Ambiente/Logística Reversa
Jogue Limpo e CETESB discutem novo termo
de compromisso
08Agenda
Programe sua agenda
10Capa
O futuro do mercado global de lubrificantes
13 Meio Ambiente/Evento
Experiências compartilhadas
14Entrevista
Novos negócios
16Evento
Feira reuniu produtores de
lubrificantes
18Evento
Desafios à frente... mas com otimismo
19Evento
Em busca de bons negócios
20Evento
Encontro com o Mercado
22 Fique por dentro
Petrol compra Draft
24 Seu Negócio
Revenda atacadista de pai para filho
26 Evento/ Posse
Nova presidente do Ibama
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sindilub
2015
A NP/Qualidade
Novas instalações do CPT
da ANP
Texto: Thiago Castilha
Fotos: Divulgação
A
Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis inaugurou em junho as novas instalações
do Centro de Pesquisas de Análises Tecnológicas
(CPT), em Brasília. Após a reforma, que durou dois anos
e meio, o CPT teve uma ampliação de 23% na área
laboratorial e modernização nas áreas administrativas.
O aumento da área laboratorial e modernização foram
necessários devido aos problemas de infraestrutura do
prédio e suas instalações e a necessidade de expansão
instrumental ocorrida nos últimos anos para atender a
novos ensaios físico-químicos dos programas de monitoramento da Agência: Programas de Monitoramento
da Qualidade de Combustíveis (PMQC), de Lubrificantes
(PML) e de Biocombustíveis (PMQBio).
Além desses programas, o CPT atende às demandas de
fiscalização, registro de aditivos e de lubrificantes, vistorias técnicas e o cadastramento de laboratórios, dentre
inúmeras outras atividades. O CPT é ainda provedor
de ensaios de proficiência (estudos interlaboratoriais
utilizados como ferramentas de avaliação externa e demonstração da confiabilidade dos resultados analíticos
laboratoriais) em gasolina, etanol e diesel, marcação
de solventes, metanol e em biodiesel.
Também foi levada em conta a ampliação da atuação
do CPT como provedor de programas interlaboratoriais
e sua consolidação como centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D), permitindo ainda a formação de
parcerias com órgãos de fomento e outras instituições
de pesquisa e desenvolvimento.
Desde 2010, o CPT possui um laboratório de petróleo
para determinação da curva PEV (Pontos de Ebulição
Verdadeiros - que serve para os cálculos dos preços
mínimos do petróleo) também utilizada na aferição de
participações governamentais. Além disso, empresas
concessionárias podem executar ensaios físico-químicos para determinação da curva PEV no CPT.
S
2015
sindilub
5
A NP/Fórum
Fórum de Lubrificantes vai
discutir situação das revendas
Texto: Renato Vaisbih
Foto: Divulgação
A
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) promete incluir o debate
sobre a regulamentação das revendas atacadistas na pauta do próximo Fórum de Lubrificantes, em
janeiro de 2016, que terá como tema “Regulação e
Agentes de Mercado”.
A criação do Fórum de Lubrificantes está prevista na
Resolução nº 20 de 18 de junho de 2009, que trata
da “atividade de coleta de óleo lubrificante usado ou
contaminado e a sua regulação”. O primeiro encontro,
no entanto, aconteceu somente em janeiro de 2015 e o
segundo, no mês de junho.
De acordo com o texto da portaria, “a ANP instituirá e
coordenará Fórum de Lubrificantes, composto por representantes de produtores, importadores, coletores, rerrefinadores, revendedores, entidades de classe, órgãos
públicos e demais participantes do setor de lubrificantes,
para fins de acompanhamento do mercado desses produtos e do cumprimento dos dispositivos desta Resolução”.
Segundo o diretor executivo do Sindilub, Ruy Ricci, “a
gente havia solicitado a oportunidade de fazer uma apresentação nessa reunião de junho sobre a necessidade
de regulamentação das revendas, mas o tema ficou para
o próximo encontro”.
SIMP
Durante o segundo encontro do Fórum de Lubrificantes
foram apresentados detalhes do novo Sistema de Informações de Movimentação de Produtos - SIMP para
os lubrificantes – o SISTEMA LUBES, que vai receber
dados detalhados de óleos lubrificantes acabados, básico, rerrefinado e de OLUC – óleo lubrificante usado e
contaminado.
De acordo com a ANP, os objetivos são “ter informações
que subsidiem estudos sobre o mercado e futuras
atualizações da regulamentação; dar publicidade aos
dados recebidos; acompanhar as mudanças do setor; e
entender os fluxos logísticos dos produtos”.
6
sindilub
2015
Da esquerda para a direita: Jader Pires (ANP), Cláudio Ishihara
(Diretor do Departamento de Combustíveis Derivados de Petróleo do MME), Aurélio Amaral (superintendente de Abastecimento
da ANP), Carlos Orlando da Silva (superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP) e Rômulo Hansen (ANP)
Sindilub solicitou que o tema
fosse abordado no encontro
realizado em junho, mas debate
sobre regulamentação ficou
para janeiro de 2016
Farão parte do SISTEMA LUBES os produtores e importadores de óleo básico e de óleo acabado, rerrefinadores
e coletores. Dependendo do tipo de operação, deverão
ser inseridos dados sobre operações de compra e
venda; produção; importação; exportação; estoques;
recebimento e coleta de oluc; e envio para o rerrefino.
Com o intuito de facilitar a interação, a ANP disponibilizou no site três manuais: para produtores, para
importadores e para coleta e rerrefino.
A agência já está realizando testes de envio de informações com alguns agentes do mercado, mas depende
de alguns ajustes e admite que terá pela frente um
desafio com a inexperiência das empresas com relação
ao novo sistema.
Na opinião do Ruy Ricci, “a caixa preta sobre o tamanho do mercado brasileiro de lubrificante começa a ser
aberta com a implantação do SIMP pela ANP”.
S
M eio Ambiente/Logística Reversa
Jogue Limpo e CETESB discutem
novo termo de compromisso
Texto: Renato Vaisbih
O
Instituto Jogue Limpo foi convidado pela
CETESB – Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental, ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, para
uma reunião em maio com o objetivo de discutir
um novo termo de compromisso para a logística
reversa de embalagens plásticas usadas de
óleos lubrificantes.
De acordo com o gerente de operações do
Instituto Jogue Limpo, Rogerio Naccache, a
CETESB apresentou uma minuta previamente.
“Nós fizemos alguns pequenos ajustes antes
da reunião para tentar alinhar alguns itens
divergentes”, explicou.
Outra iniciativa do Instituto Jogue Limpo foi
encaminhar o texto para apreciação de todos
os partícipes signatários do termo de compromisso, dentre eles o Sindilub.
“É preciso destacar a transparência do Instituto
Jogue Limpo, que divulgou a minuta para que
todos soubessem o que está sendo discutido
com a CETESB. O documento, aliás, já foi encaminhado para apreciação do departamento
jurídico do Sindilub”, afirma o diretor executivo
do sindicato, Ruy Ricci.
Ministério Público
A revisão do termo de compromisso com a CETESB foi necessária após recomendação do Ministério Público do Estado de São
Paulo para que todos os setores em que há a necessidade de
logística reversa elaborem documentos padronizados.
Além das embalagens plásticas de lubrificantes, isso vale para
lâmpadas; embalagens de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos; embalagens de materiais de limpeza e
afins; embalagens de agrotóxicos; e pilhas e baterias portáteis.
“O Ministério Público quer padronizar os termos de compromisso com o objetivo de simplificar a fiscalização e o processo de
cobrança que a CETESB faz com relação ao cumprimento de
metas”, esclarece Naccache.
Para atender à demanda do MP, representantes do Instituto
Jogue Limpo já iniciaram uma série de encontros com outros
setores que também devem rever os termos de compromisso.
A ideia é padronizar os próprios termos de compromisso, por
exemplo, no tamanho e na complexidade das exigências feitas
a cada setor. Também devem seguir os mesmos modelos as
metas estipuladas e os relatórios que deverão ser apresentados
à CETESB.
O gerente de operações do Instituto Jogue Limpo considera a
mudança positiva e acredita que o novo documento servirá de
modelo para outras regiões do Brasil. “Isso já aconteceu com o
termo de compromisso em vigência e a tendência é de que São
Paulo, por toda a sua complexidade, tenha boas práticas que
poderão ser seguidas por outros Estados”, conclui.
S
2015
sindilub
7
A genda
Programe sua agenda
Texto: Thiago Castilha
Fotos: Divulgação
VIII Simpósio de
Lubrificantes, Aditivos e
Fluidos acontece no final
de outubro
Simone Hashizume
O
VIII Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos
e Fluidos, promovido pela AEA - Associação Brasileira
de Engenharia Automotiva, está agendado para o dia
28 de outubro, no Milenium Centro de Convenções, em São
Paulo (SP). O evento é dedicado a especialistas, profissionais
e representantes da indústria automotiva e pretende estimular o debate técnico de alto nível entre os participantes,
com respeito à contribuição destes produtos para assegurar
ganhos de desempenho e qualidade aos usuários finais dos
veículos automotores.
A comissão organizadora de Lubrificantes da entidade é composta por Simone Hashizume, da JX Nippon Oil, Sérgio Luiz
Viscardi, da Ipiranga, e Everton Gonçales, da ESG Consultoria.
“Nesta oitava edição, pretendemos levar aos participantes
informações sobre a grande transformação que a indústria de
lubrificante está passando para auxiliar as novas tecnologias
automotivas em relação ao aumento da eficiência energética”,
diz Viscardi.
No total, 10 palestras serão ministradas por especialistas
renomados do segmento, sendo uma delas pela Comissão
Técnica da entidade. Dois Painéis também compõem a
programação: “Veículos Leves” e “Veículos Pesados”. Para
participar do evento, acesse o sie do Sindilub www.sindilub.
org.br e clique no banner do VIII Simpósio Internacional de
Lubrificantes, Aditivos e Fluidos.
Sérgio Luiz Viscardi
Associados AEA, SINDILUB, SINDICOM, SIMEPETRO E SINDIRREFINO tem valores especial para inscrição, também disponível no site.
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sindilub
2015
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C apa
Entrevista com Danilo de Paula
Coordenador de lubrificantes da Kline Company
O futuro do mercado global
de lubrificantes
Texto: Thiago Castilha
Fotos: Divulgação
busca por eficiência energética por meio de motores que
apresentam menores folgas entre os conjuntos móveis
exige um óleo de menor viscosidade, fato que vai aumentar a demanda por sintéticos e semissintéticos nos
próximos anos.
Dessa forma, a tendência é que o mercado de lubrificantes mundial cresça menos em volume, devido aos
lubrificantes sintéticos terem maior intervalo de troca.
Porém, do ponto de vista de valor, o mercado apresentará
um crescimento mais significativo, pelo fato destes lubrificantes de maior valor agregado terem preços mais altos.
SP: Qual será o reflexo do menor crescimento?
O
consumo de lubrificantes sintéticos e semissintéticos deve ganhar espaço no mercado à
medida que veículos com maior exigência de
desempenho aumentam a demanda. A opinião é do
coordenador da área de lubrificantes da Kline & Company, Danilo de Paula.
Nesta entrevista à Sindilub Press ele faz um panorama
do mercado de lubrificantes global na atualidade e dos
próximos 10 anos. Ele acredita que, na próxima década,
as grandes marcas irão investir na aquisição de empresas menores, buscando maiores fatias de mercado.
Isso deve ocorrer pelo fato da diferenciação pela qualidade ser cada vez mais equiparada em função da
facilidade de acesso à tecnologia para produção de
lubrificantes sintéticos que exigiam grande investimento, mas hoje estão mais acessíveis economicamente.
Sindilub Press: Qual a perspectiva para o mercado mundial
de lubrificantes nos próximos anos?
Danilo de Paula - Por questões ambientais e econômicas a presença de veículos com motores menores, por
exemplo, com três cilindros, vai aumentar no mundo até
mesmo no mercado americano que tradicionalmente
tem preferência por utilitários com motores V8. Essa
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sindilub
2015
Danilo de Paula - Nos próximos dez anos a competição
entre as marcas deve ficar mais acirrada, pois esta
tendência vai afetar principalmente os mercados mais
consolidados como o norte americano e europeu, onde
estão os principais produtores e líderes de mercado.
Estas empresas, por terem menos oportunidades de
crescimento, devem buscar maiores participações em
países que apresentem mais possibilidades de negócios como os mercados asiáticos. No Brasil, o mercado
continuará crescendo, mas não na mesma proporção
de outros emergentes, por conta da situação econômica
atual, que afeta diretamente o consumo e o crescimento
da base de consumidores.
SP: Como fica a competição entre marcas?
Danilo de Paula - Antigamente as grandes marcas estavam isoladas, pois a tecnologia e aporte para fabricação
de sintéticos e semissintéticos era mais restrita. Nos
próximos anos esta distância vai diminuir gradualmente. Temos ao mesmo tempo o mercado demandando
produtos de alta qualidade e o suprimento de básicos
oferecendo volumes mais do que necessários de Grupo
II e Grupo III, que são utilizados na formulação de lubrificantes semissintéticos e sintéticos. Neste cenário os
fornecedores de aditivos devem fazer o diferencial, pois
a maioria dos produtores de lubrificantes tem acesso a
estes óleos básicos. Atualmente, uma empresa brasileira
de pequeno porte consegue adquirir o mesmo básico do
Grupo III que vai para as fábricas das grandes marcas e
isso está acontecendo no mundo todo. Se estas empresas tiverem acesso a pacotes de aditivos que entreguem
um nível de performance competitivo, elas vão entrar
no mesmo jogo que os grandes players globais, intensificando ainda mais a competição entre marcas, pois
além do menor crescimento de mercado, mais empresas vão oferecer os mesmos produtos. Este cenário
explica um pouco o recente movimento de aquisições
de marcas menores pelos grandes grupos no mundo,
que visam aumentar a abrangência de seus portfólios,
para crescer em volume atendendo ao mesmo tempo
segmentos Premium e mais acessíveis.
SP: Como as marcas estão se comportando mundialmente?
Danilo de Paula - As companhias internacionais estão
focando na venda de produtos com maior valor agregado, com sintéticos e semissintéticos, deixando de
lado produtos de combate. Outro fator que deve mudar
alguns paradigmas é a maior presença no mercado
internacional das NOC’s (sigla em inglês que significa
Empresas Nacionais de Óleo) que são estatais, como
Petrobras. Na Índia e China, que são dominadas pelas
NOC’s, já estão investindo em plantas de Básico Grupo
III e vão buscar países para escoar esta produção extra,
e estas empresas tem um em geral comportamento de
conquistar novos mercados a qualquer custo.
Esperamos que as NOCs ultrapassem os limites territoriais e busquem mais negócios. As chinesas vão acompanhar as OEM de carros chinês, buscando espaço nos
mercados brasileiro e europeu, abusando das vantagens
de custos por serem produtores da própria matéria prima
e serem integrados.
SP: Como vai se comportar o mercado brasileiro?
Danilo de Paula - A indústria automotiva define e qualifica
a demanda de lubrificantes automotivos, e pelo fato de
as OEMs que estão no brasil terem projetos mundiais,
cada vez mais vai se exigir que as formulações de lubrificantes sigam os padrões internacionais. O Brasil
tem a ambição de se equiparar com mercados mais
desenvolvidos, por exemplo através do Inovar Auto que
busca redução de emissão e consumo de combustíveis.
A indústria de lubrificantes no Brasil vai ter que seguir as
tendências mundiais e cada vez vai ser menor o tempo
de equiparação do Brasil com outras nações em relação
a tecnologia de lubrificação. Antigamente demorava muito para chegar uma tendência e isso passo a passo vai
diminuir. No mercado industrial não se espera mudanças
significativas do ponto de vista de produtos demandados,
já que a renovação do parque industrial se dá de forma
A linha ENEOS de lubrificantes
para motor e transmissão foi
desenvolvida para oferecer a
mais alta performance aliada à
preservação ambiental. Graças
à tradição no fornecimento às
montadoras e à participação em
competições automobilísticas,
nossos produtos redefinem hoje
os conceitos de lubrificantes
sintéticos.
muito mais lenta que a frota de veículos, mas o que
vai determinar o crescimento deste setor é o desempenho de setores fundamentais para o mercado de
lubrificantes industriais, como a indústria de mineração, siderurgia, metalomecânica entre outras.
SP: Como o mercado mundial está analisando o investimento no Brasil no atual contexto politico e econômico?
Danilo de Paula - As empresas estrangeiras que não
estão no mercado veem o Brasil como promissor,
mas ao mesmo tempo complicado principalmente
pela dificuldade de fazer negócios e pela extensão
territorial do Brasil, que torna mais difícil a logística
e distribuição. Esperamos em breve maior presença
de empresas chinesas e sul coreanas. Na atualidade
a maior parte da demanda de pesquisas sobre o
mercado brasileiro vem da Ásia. Outro impeditivo
identificado pelos estrangeiros é a rigorosa legislação brasileira. Uma empresa que quer atuar no Brasil
tem que atender a tantas exigências que muitas
vezes desestimula o ingresso no mercado.
SP: Com este cenário, como será o mercado para os
Comerciantes Atacadistas de Lubrificantes?
Danilo de Paula - As marcas devem buscar melhor
posicionamento para não perderem mercado. E o
investimento forte no atacadista é um dos caminhos,
principalmente no mercado automotivo. A relação
não poderá ser uma simples operação de venda para
o atacadista de lubrificantes. O distribuidor cada vez
mais será o responsável por executar a estratégia
da empresa na ponta. Como em outros lugares do
mundo, as empresas estão atuando em modelos de
exclusividade em detrimento das multimarcas. Neste
contexto, a importância do distribuidor exclusivo para
conduzir a estratégia até a ponta é enorme, garantindo que a estratégia determinada pelo fabricante
de lubrificantes seja seguida por toda a cadeia de
valor. Esta é a melhor forma de se evitar que ocorra
uma destruição de valor no mercado por conta do
menor crescimento e maior competição.
SP: O que seria esta destruição de valor?
Danilo de Paula - A destruição de valor ocorre quando em um cenário de mercado desaquecido e na
ânsia de conseguir a venda, aumentar volume, enfim
ganhar market share, se adote uma política de queda
de preços, diminuindo as margens para conseguir
vender mais. O risco neste caso é que produtos que
têm maior valor agregado, como os lubrificantes
sintéticos e semissintéticos mais avançados, sejam
vendidos a preços mais baixos do que deveriam, afe-
12
sindilub
2015
tando a lucratividade de toda a cadeia da indústria. E isso é
uma coisa que despois que acontece é difícil de recuperar.
Por exemplo: uma vez que você vende um produto que vale
R$ 20,00 por R$ 15,00, só para conseguir a venda, você
está destruindo valor que dificilmente será recuperado,
já que da próxima vez que for vender o mesmo produto, o
cliente vai exigir o preço de R$ 15 e não vai comprar mais
pelo valor correto. Aí a margem já foi destruída, e todos na
cadeia – fabricante, distribuidor, atacadista, varejista – vão
acabar perdendo. Controlar a estratégia de posicionamento de marca/produto/preço junto aos distribuidores até o
consumidor final é essencial para manter a lucratividade
neste mercado.
SP: Qual será o perfil dos atacadistas nesta próxima década?
Danilo de Paula - Os distribuidores e atacadistas devem
buscar uma relação de ganha-ganha com o fabricante de
lubrificantes. Cada vez mais eles vão ter que ter uma relação
de parceria muito mais do que meramente comercial. No
início, esta fase de adaptação pode trazer alguns atritos, mas
a relação deve proporcionar uma boa evolução conforme
os atacadistas e produtores de lubrificantes invistam para
tornar a cadeia mais eficiente e lucrativa. Além disso, devido
as mudanças nos requisitos técnicos dos lubrificantes, a
venda será mais técnica e o produto deixará de vez de ser
um simples commodity. Não vai se poder vender mais um
lubrificante 20w50 ou 10w40 como se fosse tudo igual. É
preciso vender também os atributos de marca e de tecnologia que estão naquele produto, enaltecendo a importância
destes para o bom funcionamento dos equipamentos que
vão utilizá-los. A força de vendas deverá estar capacitada
com informações sobre desempenho, viscosidade além
de ter conhecimento sobre as necessidades dos clientes,
que são diferentes dependendo do perfil. Por exemplo,
concessionárias e frotistas, que são dois segmentos que
cresceram muito nos últimos anos, têm necessidades muito
diferentes de supermercados e postos de combustível, e os
atacadistas precisam de estratégias diferenciadas para ser
bem sucedidos nestes diferentes canais.
S
M eio Ambiente/Evento
Experiências compartilhadas
Texto: Renato Vaisbih
O
Sindilub participou em junho do XXIV Encontro Nacional da ANAMMA (Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente),
em Campinas (SP), que reuniu gestores de meio
ambiente de todo o país para discutirem a gestão
ambiental em âmbito municipal. A programação
do evento contou com seis mesas temáticas e dois
painéis especiais. Simultaneamente, também foram
realizadas visitas técnicas, exposição de trabalhos
que tiveram resultados positivos implementados
em diversas regiões do Brasil e atividades culturais.
O painel “O Pioneirismo em Logística Reversa” teve
a participação dos integrantes do Grupo de Monitoramento Permanente (GMP) da Resolução CONAMA
nº 362/2005, que dispõe sobre o recolhimento,
coleta e destinação final de óleo lubrificante usado
ou contaminado (OLUC).
Além do Sindilub e da ANAMMA, fazem parte do
GMP a ABEMA (Associação Brasileira de Entidades
Estaduais de Meio Ambiente); a APROMAC (Associação de Proteção ao Meio Ambiente); o IEMA – ES
(Instituto Estadual do Meio Ambiente); o SIMEPETRO
(Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo); o SINDICOM (Sindicato Nacional das Empresas
Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes); o
SINDIREPA (Sindicato das Indústrias de Reparação
de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo); e
PROJETOS ESPECIAIS
Os PROJETOS ESPECIAIS LUPUS
são desenvolvidos individualmente e
consideram a necessidade de produtos
e de instalação, a realidade dos processos
e, principalmente, a expectativa de cada
CLIENTE.
Encontro debateu temas
relacionados ao meio ambiente,
com painel dedicado à logística
reversa dos óleos lubrificantes
o SINDIRREFINO (Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino
de Óleos Minerais).
Os debatedores do painel foram Hassan Zohn (APROMAC);
Celma Alves (ANAMMA); Walter Françolin (SINDIRREFINO);
Carmem Níquel (ABEMA); Giancarlo Passalcqua (SINDICOM); Will Sanders (Ministério do Meio Ambiente); e Ruy
Ricci (SINDILUB).
O objetivo do XXIV Encontro Nacional da ANAMMA foi avaliar as ações municipais e estaduais relacionadas ao meio
ambiente. “Tivemos a oportunidade de ouvir especialistas
que abordaram temas importantes para todo o país, como
a crise hídrica e o desmatamento, por exemplo”, afirmou o
diretor executivo do Sindilub, Ruy Ricci.
Alguns dos temas abordados foram “Oportunidades na
economia de baixa intensidade de carbono frente às mudanças climáticas”; “Agrotóxicos no Brasil: desafio para os
municípios”; “Mudanças climáticas e a crise hídrica”; e “Financiamento dos sistemas municipais de Meio Ambiente”.
A programação ainda incluiu o acompanhamento do plantio
compensatório referente às emissões de carbono decorrentes da realização do evento e uma visita técnica à Usina
Tanquinho, da CPFL.
S
SALAS DE
LUBRIFICAÇÃO LUPUS
CONHEÇA AS
INFRAESTRUTURA
GESTÃO
CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO
ADEQUAÇÃO E REMOÇÃO
ARMAZENAMENTO
MANUSEIO
REDUÇÃO DE CUSTOS
REDUÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Agende uma visita.
www.lupuslubrificacao.com.br
2015
sindilub
13
E
ntrevista
André Maynart
Diretor de negócios da quantiQ
Novos negócios
Texto: Thiago Castilha
Fotos: Divulgação
A
Resolução ANP nº 18 de 2009, que revogou as Portarias 125 e 126, estabeleceu
novos requisitos para o exercício da atividade de produção de óleo lubrificante acabado
no Brasil. Devido às novas exigências muitos
produtores adequaram instalações e outros
optaram pelo caminho da terceirização da produção para manterem as marcas no mercado.
Atenta às oportunidades, a quantiQ, empresa
especializada na distribuição de produtos
químicos, vai inaugurar em Guarulhos (SP),
uma nova operação em janeiro de 2016. Com
investimento aproximado de R$ 40 milhões, a
unidade de produção de lubrificantes industriais
e automotivos da quantiQ vai prestar serviços
de terceirização de produção de lubrificantes. O
diretor de negócios, serviços & RI da quantiQ,
André Maynart, apresenta mais detalhes sobre
o projeto nesta entrevista à Sindilub Press.
Sindilub Press: Como surgiu o projeto da unidade
de lubrificantes da quantiQ?
André Maynart: O projeto surgiu pela sinergia
entre nossa experiência adquirida na distribuição de matérias-primas para lubrificantes,
pelas alianças estratégicas que temos com
os principais fornecedores mundiais de óleos
básicos e, principalmente, pelas demandas
por serviços especializados vindas de nossos
clientes que agora poderão ser executados em
uma infraestrutura moderna, por equipe capacitada e de acordo com as exigências da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Recentemente, conseguimos a
outorga da ANP, dentro das exigências da Resolução nº18, qualificando nossa empresa como
“produtora de óleos lubrificantes Industriais e
Automotivos” em Guarulhos (SP). É importante
destacar que a nossa filosofia é exclusivamente
na prestação de serviços, neste caso, a terceirização da produção de lubrificantes; não vamos
concorrer com nossos clientes.
14
sindilub
2015
SP: Qual o público alvo?
André Maynart - Nossa
unidade vai prestar serviços às empresas produtoras de lubrificantes
industriais e automotivos,
bem como indústrias em
geral que necessitem de
serviços de terceirização
e gestão da qualidade de
óleos novos e/ou usados
e gestão de amostras.
SP: Quais são os destaques
desta unidade?
André Maynart - O investimento nesta planta foi de
aproximadamente R$ 40
milhões, considerando as instalações já habilitadas pela ANP
(Resolução 18) e o projeto de expansão do envase e laboratório
de formulação e controle de qualidade para lubrificantes. Os
destaques são a equipe com profissionais especializados em
lubrificantes e os equipamentos de última geração para atendimento das demandas de produção “taylor made” de nossos
clientes. Outros diferenciais são a oferta de serviços de análises
químicas e a gestão de amostras para óleos usados que integram
o apoio em manutenções preditivas.
SP: A localização privilegiou a logística?
André Maynart - Sem dúvida, pois o nosso Centro de Distribuição
em Guarulhos é uma referência na distribuição de produtos químicos e prestação de serviços para a indústria. Está localizado
próximo ao Rodoanel Mario Covas (trecho leste), o que certamente gera benefícios na otimização da logística demandada
pelos nossos clientes.
SP: Qual a capacidade de produção mensal e os tipos de produto
que serão produzidos nesta planta?
André Maynart - A capacidade inicial será de mais de 2.000 metros cúbicos mensais para lubrificantes industriais e automotivos
(minerais, sintéticos e semissintéticos). Em um dia poderemos
produzir de 5 a 7 formulações.
Unidade vai atuar na terceirização
de produção de lubrificantes
industriais e automotivos
SP: Do ponto de vista ambiental, quais são as inovações e cuidados
que foram considerados?
SP: Qual a expectativa em relação à operação
desta unidade?
André Maynart - Nossa expectativa é de ocupar a
capacidade total da Fase-1 ao final de 2016, integrando todas as operações unitárias de serviços
como controle da qualidade, produção, envase,
armazenagem e logística de distribuição, assim
como o fornecimento de óleos básicos e aditivos.
O faturamento dependerá do portfólio de serviços requeridos por nossos clientes. Estamos
convictos da parceria com clientes estratégicos
e do crescimento do negócio de lubrificantes no
Brasil. Por isso, nosso objetivo é de iniciarmos a
Fase-2 em 2017, quando triplicaremos o volume
ofertado para terceirização.
SP: Qual o processo de blend, tradicional ou na linha
de envase?
André Maynart - O processo de Blend (mistura)
é por batelada e com máquinas automáticas
rotativas e lineares de ½ litro a 1.000 litros.
Nossos clientes poderão utilizar formulações
próprias ou desenvolvidas e registradas pela
própria quantiQ.
André Maynart - Os padrões de Segurança, Saúde e Meio
Ambiente da quantiQ são regidos pelas mais exigentes normas
nacionais e internacionais. O site de Guarulhos é uma referência no setor químico e petroquímico. Todas as operações de
graneis líquidos (tanques providos de sistema de cobertura
com nitrogênio), produção, envase e produtos embalados são
realizadas em áreas com sistemas de drenagem e contenção
em alinhamento com normas ANP, Conama, órgãos estaduais
e municipais. Além disto, o site possui um sistema de oxidação
de vapores, processo computadorizado, que mitiga os riscos
ao meio ambiente. Linhas de envase foram projetadas com
sistema de scraper (pig) propiciando drenagem efetiva, maior
qualidade, redução de custos e resíduos.
SP: Poderia falar sobre as outras células de negócios da quantiQ?
André Maynart - A quantiQ é líder em distribuição e serviços
especializados de produtos químicos no Brasil, e tem como
posicionamento ser mais do que fornecedora: uma parceira
estratégica de seus clientes, contribuindo em seus processos com soluções integradas para cada necessidade, com o
compromisso de agregar valor. Com atuação diversificada,
está presente em mais de 20 segmentos de mercado, dentre
eles os segmentos de Borrachas, Metanol, Tintas, Adesivos,
Construção Civil, Cosméticos, Farma, Aromas & Fragrâncias,
Nutrição Humana, Lubrificantes e Transformadores. A empresa
tem presença em todo o Brasil por meio de uma estrutura comercial e logística com centros de distribuição e escritórios de
vendas nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Com um portfólio
com mais de 1000 produtos, entre commodities, performance
e especialidades químicas, a quantiQ conta com uma equipe
profissional tecnicamente habilitada e comprometida com
os resultados de toda a cadeia produtiva. O resultado desse
trabalho especializado permite que a quantiQ seja um fator de
integração entre produtores nacionais e internacionais e seus
clientes em todo o Brasil, um agente decisivo de crescimento
e qualificação.
S
2015
sindilub
15
E
vento
Feira reuniu produtores
de lubrificantes
Texto: Renato Vaisbih
Fotos: Divulgação
O
Simepetro – Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos
Derivados de Petróleo – realizou em maio a 1ª
FEILUB – Feira dos Produtores de Lubrificantes, no
Expo Center Norte, em São Paulo e recebeu cerca de
600 visitantes.
Na abertura do evento, o presidente do Simepetro,
Carlos Ristum, fez duras críticas à BR Distribuidora, que
detém a maior fatia do mercado, respondendo por 24%
do total dos lubrificantes acabados produzidos no país.
Carlos Ristum
“Ninguém consegue entender os preços que eles praticam. São preços imbatíveis e, para nós, a conta não
fecha. Fica no ar uma pergunta: será que a BR Distribuidora paga pelos básicos os mesmos preços que a
refinaria pratica no mercado? questionou”.
A 1ª FEILUB reuniu toda a cadeia produtiva de óleos lubrificantes e graxas, além de fabricantes de equipamentos, fornecedores de produtos, serviços e laboratórios.
Com relação ao evento, diante do cenário desanimador para a economia brasileira, Ristum, afirmou que
“no final de 2014 já sabíamos disso. Porém, não nos
intimidamos e continuamos com o projeto da FEILUB.
Deu certo! Realizamos 62% da meta pretendida. Foi o
suficiente para não dar prejuízo. Vamos realizar a feira
a cada dois anos”.
Em seu discurso, ele também fez questão de agradecer
a cooperação de diversas entidades do setor, como
o Sindilub, e destacou a importância das pequenas
e médias empresas no mercado de lubrificantes em
todo o Brasil.
16
da Resolução 18/2009 que estabeleceu requisitos necessários à autorização para os produtores de lubrificantes
acabados. Outras reivindicações feitas à ANP dizem respeito à possibilidade de registro de produtos via internet;
retorno do monitoramento da qualidade; especificação
para óleos básicos; informações sobre volumes de óleos acabados praticados pelos agentes econômicos do
mercado; uma resolução específica para graxas; e maior
fiscalização, sobretudo nas empresas clandestinas.
Palestras
Quanto aos órgãos reguladores, Ristum enfatizou que
a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas –
deve criar uma norma específica para os produtores
de lubrificantes acabados, com o objetivo de facilitar o
entendimento e fiscalização por parte de outros órgãos,
como Bombeiros, Ibama, Inmetro e ANP.
Simultaneamente à 1ª FEILUB, o Simepetro organizou seu
7º Congresso Nacional, com uma intensa programação.
Foram mais de quinze palestrantes, que abordaram temas
de interesse dos associados do Simepetro e do mercado
de lubrificantes em geral, como avanços tecnológicos,
legislação e perspectivas para os negócios.
Da ANP, o presidente do Simepetro espera que, em um
curto espaço de tempo, seja concluída a requalificação
Como já aconteceu em edições anteriores, o encontro
promoveu um painel com representantes da Superinten-
sindilub
2015
dência de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos da ANP.
A coordenadora de Petróleo, Lubrificantes e Produtos Especiais do Centro de Pesquisas Tecnológicas da ANP, Maria
da Conceição França, fez uma avaliação dos impactos da
Resolução ANP 22/2014, que estabeleceu “critérios de
obtenção do registro de graxas e óleos lubrificantes destinados ao uso veicular e industrial e aditivos em frascos para
óleos lubrificantes de motores automotivos, bem como as
responsabilidades e obrigações dos detentores de registro”.
A resolução também estabeleceu os níveis mínimos de desempenho permitidos para a produção e comercialização no
mercado brasileiro.
De acordo com Conceição, o índice de não conformidades
de qualidade e registro em 2014 foi menor do que no ano
anterior, com 13,4% e 10,4%, respectivamente. Em 2013,
os índices registrados foram de 14,3% e 11,2%.
O índice de não conformidades dos rótulos registrou aumento, passando de 15% em 2013 para 18,6% no ano passado.
Neste caso, a representante da ANP lembrou que, como a
Resolução ANP 22/2014 trouxe novas exigências de rotulagem, não são absorvidas de imediato e levam algum tempo
para serem atendidas.
Nós protegemos os
recursos naturais.
E você?
Outra palestra de destaque foi do gerente comercial
da Lwart Lubrificantes, Gustavo Cardoso, que abordou o tema “Óleos Básicos Grupo II – A evolução do
processo de rerrefino e da qualidade do produto”.
Ele ressaltou a evolução tecnológica do rerrefino,
capaz de produzir óleos básicos premium, apresentando um histórico de como o processo começou na
década de 1940. “No Brasil, o início foi um pouco
atrasado, com relação aos Estados Unidos e Europa, mas cerca de dez anos depois implementamos
essa tecnologia por aqui”, afirmou.
Cardoso também fez uma defesa do rerrefino, admitindo que “sempre há uma interrogação na cabeça
dos formuladores, questionando se o produto do
rerrefino é de qualidade ou não. Sempre há uma
desconfiança e mostramos na palestra resultados
físicos e químicos e comprovamos que temos um
produto de qualidade, que não deixa nada a desejar
aos demais óleos básicos que são disponibilizados
no mercado. Hoje, temos certificações e homologações, inclusive com o reconhecimento de diversos
formuladores em todo o mundo”.
S
O óleo lubrificante usado
só tem um destino legal e
ecologicamente correto:
a coleta e o
rerrefino
Ao realizar a coleta e o rerrefino do óleo lubrificante usado* dos veículos e indústrias
em todo país, transformando o óleo usado em óleo novo, a Lwart Lubrificantes
assume sua responsabilidade na preservação do planeta, impedindo a emissão de
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*Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deve ter o rerrefino como destinação final segundo resolução Conama 362/2005.
E
vento
Desafios à frente... mas
com otimismo
Texto: Renato Vaisbih
Foto: Divulgação
A
concorrência desleal dos fabricantes clandestinos de lubrificantes e as expectativas
pouco animadoras para a economia brasileira em 2015 estão entre as maiores preocupações de José Antonio Lima, diretor da Ultrax, uma
das principais produtoras de óleos e graxas no
mercado brasileiro e que vem ganhando posições
nos últimos anos.
Lima afirma que não consegue concorrer com os
clandestinos e espera uma fiscalização maior do
mercado de lubrificantes.
Com uma fábrica de 10 mil m² e uma área de
estoque de 20 mil m² em Pederneiras, no interior
paulista, a Ultrax produz e distribui lubrificantes,
graxas, aditivos e Arla 32 de marcas como Lubrioil,
Lynix, Extron, Blue Weather, WPF e Clima.
José Antonio Lima, diretor da
Ultrax, faz análise ponderada do
mercado de lubrificantes
Há seis anos, a produtora concretizou uma parceria com a Gulf Lubrificantes, oitavo maior grupo
petrolífero do mundo, com sede na Inglaterra.
de ter conquistado uma fatia maior do mercado, mesmo tendo
reduzido a produção média de 3 milhões de litros que costuma
registrar até 2013 para 2,3 milhões de litros no ano passado.
Com relação às adversidades enfrentadas pelo
Brasil na área econômica, Lima comemora o fato
“Precisamos lembrar que estamos em um segmento que é
a segunda maior preocupação no consumo das famílias. Em
primeiro lugar, está a alimentação. Depois, o transporte”, avalia
o diretor da Ultrax.
“
Precisamos lembrar
que estamos em
um segmento que
é a segunda maior
preocupação no
”
consumo das famílias
18
A esquerda José Antonio Lima e a direita Luiz Leme Junior
sindilub
2015
Ele admite, porém, que o período de recessão, com queda
no PIB brasileiro, pode provocar uma desaceleração na área
de lubrificantes industriais. Ainda assim, o diretor da Ultrax
demonstra otimismo, pois a empresa oferece produtos para automóveis, embarcações, caminhões, locomotivas, entre outros,
incluindo motores a gasolina, etanol, flex, diesel e gás natural.
A distribuição da empresa é feita por representantes em todo
o Brasil, em São Paulo a responsável pela operação é a Leme
Artigos Automotivos.
“Acreditamos nos produtos da Ultrax e torcemos para que a
empresa se desenvolva ainda mais. Se eles crescerem, nós
também vamos crescer”, afirma Luiz Leme Junior, diretor da
Leme Artigos Automotivos, que possui exclusividade para comercializar os produtos da Ultrax no Estado de São Paulo. S
E
vento
Em busca de bons negócios
Texto: Renato Vaisbih
Foto: Divulgação
O
diretor geral da Ingrax, Roberto Mayr,
empresa fabricante de lubrificantes
com plantas no Paraná e no Rio de
Janeiro e também vice-presidente do Simepetro – Sindicato Interestadual das Indústrias
Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos
Derivados de Petróleo – e idealizador da 1ª
FEILUB, feira que reuniu os fabricantes de
lubrificantes, em São Paulo, afirma que no
cenário atual, o caminho natural das empresas produtoras de lubrificantes é investir em
divulgação e na busca de novos negócios.
“A ANP mostrou uma quantidade enorme
de empresas que saíram do mercado. Nós
que somos sobreviventes, com credibilidade,
temos de buscar boas parcerias”, diz ele,
referindo-se à Resolução ANP 18/2009.
A Resolução ANP 18/2009
regula a atividade de produção
de óleo lubrificante acabado
e exigiu que os fabricantes
fizessem investimentos relevantes em equipamentos,
contratação de profissionais e,
principalmente, no controle da
qualidade, com testes laboratoriais obrigatórios.
Comprometimento
Roberto Mayr
O comprometimento com os
negócios se reflete na área
de meio ambiente. A Ingrax foi a primeira empresa afiliada ao
Simepetro a aderir ao Programa Jogue Limpo, responsável pela
logística reversa das embalagens plásticas usadas, encaminhadas para reciclagem. Também foi pioneira no Paraná nos cuidados
com o óleo usado e contaminado (OLUC), que é encaminhado
para o rerrefino.
S
E
vento
Encontro com o Mercado
Texto: Thiago Castilha
Fotos: Divulgação
C
om um olhar para o futuro, o 5º Encontro Internacional com o Mercado, promovido pela Lubes
em Foco em parceria com o Instituto Brasileiro de
Petróleo (IBP), ofereceu a cerca de 300 profissionais
do setor uma programação de palestras e discussões sobre o panorama e tendências do mercado de
lubrificantes, além de abordar o cenário econômico
brasileiro.
O diretor do Sindilub, Ruy Ricci, destacou que o
conteúdo apresentado no evento “foi uma boa oportunidade para falarmos do mercado neste momento
de incertezas políticas e econômicas do Brasil. As
palestras trouxeram informações de alto nível sobre as
tendências mercadológicas e tecnológicas do setor de
lubrificantes mundial. Um fato a ser comemorado é o
anúncio da retomada do Programa de Monitoramento
dos Lubrificantes da ANP”, explica.
Mercado Brasileiro
O consultor do IBP Pedro Nelson Belmiro ressaltou
que o mercado de lubrificantes começou o ano com
muitas dificuldades, mas no fechamento do primeiro
semestre conseguiu alcançar os mesmos patamares
de comercialização de 2014. Segundo ele, a expectativa é fechar 2015 muito próximo ao que foi realizado
no ano passado, pois historicamente o comportamento
do mercado de lubrificantes brasileiro apresenta maior
volume de comercialização no segundo semestre.
“Uma coisa é o mercado produzir menos veículos e
máquinas; outra é a comercialização dos lubrificantes.
Apesar da queda da produção de veículos, o mercado
de lubrificantes pode aumentar, pois a frota circulante
continua crescendo. O mercado automobilístico deve
fechar o ano com produção cerca de 20% menor do
que a de 2014. Isso significa que, de qualquer maneira,
pelo menos perto de 3 milhões de veículos estão sendo
incorporados à frota. Outro fato que deve colaborar
com a venda de lubrificantes é a safra de 2015 que
promete bater recordes, isso aliado à alta do dólar,
mantém em movimento os maquinários agrícolas e outros setores, como o de transporte”, ressalta Belmiro.
20
sindilub
2015
Pedro Nelson Belmiro
Monitoramento da Qualidade
Com o tema “Avanços no sistema de licenciamento brasileiro e no Programa de Monitoramento de Lubrificantes”,
o especialista em regulação da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustiveís (ANP), Guilherme Vianna,
falou das principais atribuições e expectativas da agência.
Destacando a proteção dos consumidores quanto a preço,
qualidade e oferta de produtos, Vianna explicou que a ANP
está trabalhando para retirar do mercado os lubrificantes
de tecnologia obsoleta e aumentar a capacidade técnica
dos produtores. Dessa forma, a expectativa é melhorar a
oferta de produtos de qualidade, desempenho, economia
de combustível e redução de emissões poluentes beneficiando o consumidor e o Meio Ambiente.
Ao anunciar a retomada das operações do Programa de
Monitoramento dos Lubrificantes (PML), interrompido em
2014 em razão das reformas no laboratório da ANP em
Brasília, Vianna destacou que o PML é destaque mundial
entre os programas de monitoramento da qualidade.
“Na retomada do PML a agência pretende incluir novos
laboratórios para as análises das amostras. No âmbito da
fiscalização teremos elevação do controle de qualidade
dos produtos com os novos ensaios exigidos e esperamos
eliminar o risco de escolha incorreta pelo consumidor”,
afirmou o representante da ANP.
Cenário Econômico
Na palestra sobre o panorama econômico brasileiro, o
gerente de Ambiente de Negócios e Infraestrutura do
Sistema Firjan - Federação das Indústrias do Estado do
Rio de Janeiro, Guilherme Mercês, falou sobre o comportamento da economia nacional com foco no setor
de petróleo. Segundo Mercês, o fechamento de 2015
não deve trazer surpresa positiva, encerrando com um
A Nº 1 EM ÓLEOS LUBRIFICANTES
DO JAPÃO AGORA NO BRASIL.
A JX Nippon Oil & Energy, fabricante da linha premium
de óleos lubrificantes Eneos, chega ao Brasil trazendo
qualidade e tecnologia de ponta. Fornecedora tradicional
das montadoras, a JX Nippon Oil convida distribuidores
para comercializar sua linha de óleos para veículos de
passeio e pesados.
JN001014_1AF_AN_REV SINDLUB_ENEOS_180X60_LUC.indd 1
PIB negativo de - 1 a - 2%. “Para 2016 acreditamos
que teremos um ano melhor que 2015, mas um ano
de crescimento tímido uma vez que as medidas de
ajustes fiscais e monetários também devem afetar o
resultado do ano que vem”, explicou o gerente.
Para Mercês, a postura que o governo tem adotado é
correta, pois o ajuste fiscal é necessário para retomar
o crescimento, mas poderia ser feito de outra forma.
“O Governo optou por um ajuste baseado no aumento
de impostos, o que entendemos não ser adequado
para uma economia que está em recessão e já tem
uma carga tributária perto de 40% do que é produzido.
Medidas alternativas como um plano a longo prazo,
sinalizando uma redução dos gastos públicos que fosse perene para o Brasil e ultrapassasse esse governo,
seriam ideais. Como alternativa para o aumento de
impostos o governo poderia lançar um amplo programa
de privatizações que possibilitaria arrecadar valores
em torno de 4% do PIB. Dessa forma, o ajuste fiscal
poderia ser feito por meio de redução de gastos públicos e privatizações ao invés do aumento de impostos,
o que seria muito mais saudável para a economia
brasileira”, explicou.
De acordo com Mercês, o setor de petróleo nacional,
assim como os outros setores, está sofrendo com o
baixo desempenho da economia brasileira e mundial.
“No setor de petróleo é importante destacar ainda
alguns pontos, esclarecendo inclusive essa crise na
Petrobras, pois está concentrada na paralisação dos
investimentos da empresa, que são importantes para o
futuro. De qualquer forma, a extração de petróleo e gás
no Rio de Janeiro e no Brasil, mesmo com este cenário,
tem crescido, e muito. Já em relação ao mercado para
os lubrificantes, este setor continua aquecido neste
sentido, pois já existe uma demanda estabelecida que
não deve ser reduzida”, completou.
S
JX Nippon Oil & Energy do Brazil
Rua Cubatão, 86 - Conj. 1.507/09
São Paulo - SP - Brasil
Tel. 11 3588 2071
[email protected]
2015
sindilub
12/16/14
18:34
21
F
ique por
Dentro
Petrol compra Draft
Texto: Renato Vaisbih
Foto: Divulgação
A
Petrol Lubrificantes, com sede em Ribeirão Preto, no interior
paulista, anunciou a aquisição da Draft Lubrificantes, que está
localizada no município de Osasco, na Região Metropolitana
de São Paulo.
“Já estávamos utilizando as instalações da Draft, de maneira terceirizada, para fabricar produtos da Petrol. Foi um passo natural o
nosso interesse para adquirir a empresa, chegando a um acordo
com o proprietário da Draft, Aldo Guarda”, conta o empresário Carlos
Ristum, da Petrol.
De acordo com ele, o negócio envolve 100% dos ativos da Draft,
incluindo a linha de produtos, a planta em Osasco e o laboratório de
análises. A nova administração assumiu a empresa no início de julho.
“Em um primeiro momento, vamos manter tudo do mesmo jeito,
dando prosseguimento à mesma linha de produtos. Eventualmente
vamos agregar alguns itens, mas a ideia principal é alavancar as
vendas em todo o Brasil, o que ainda não acontece com os produtos da Draft”, diz Ristum, que pretende contar com uma rede de
distribuidores para ampliar a área de atuação da empresa.
S
Dê ao óleo usado o destino
previsto em lei e ajude a
preservar a natureza.
Cumpra a Resolução
CONAMA 362/2005
SINDIRREFINO
Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais
Avenida Paulista, 1313 • 8º andar • conjunto 811 • FIESP
CEP 01311-923 • São Paulo/SP • Fone/Fax (11) 3285-5498
www.sindirrefino.org.br
S eu Negócio
Entrevista com Wagner Machado
Diretor da WM&Associados
Revenda atacadista de pai
para filho
Texto: Renato Vaisbih
Foto: Divulgação
O
processo de tomada de decisões em uma empresa
nem sempre acontece de maneira consciente, ainda
mais nos casos de organizações de administração
familiar, onde é comum sentimentos e emoções interferirem
no dia a dia dos negócios.
Em entrevista à Sindilub Press, quando questionado sobre
as dificuldades dos revendedores atacadistas – em muitos
casos negócios familiares – de passar adiante a empresa
para as novas gerações, Wagner Machado diz que “ao buscarmos histórias reais em livros, filmes, jornais, etc., iremos
observar que este é um fato real existente em inúmeras empresas fundadas no século passado, tanto no Brasil, como
na maioria dos países capitalistas. E em todos os canais de
negócios. Portanto, os atacadistas de lubrificantes também
podem precisar passar por esta etapa, para uma tomada
importante de decisão”.
Machado atualmente é diretor da empresa “WM&Associados
em Consultorias Especiais”, fundada em 2012. Ele é ex-funcionário de carreira em empresas produtoras de lubrificantes
e derivados, como Mobil (atual Cosan), YPF e Repsol, no
período de 1972 a 2011. Ocupou inúmeras funções gerenciais e a Diretoria Executiva da YPF, com participação direta
também nas criações dos programas de distribuidores das
empresas que atuou.
Sindilub Press - Qual a importância de uma empresa procurar
uma consultoria? Qual o momento de procurar uma consultoria?
Wagner Machado - Um fato importante a considerar é que
nenhum negócio tem o direito divino e eterno ao sucesso.
Dentro do conceito acadêmico sobre o “ O ciclo normal
de vida de uma empresa” temos a visão de quatro fases
distintas, sendo: o Nascimento, o Crescimento, a Maturidade, e o Declínio. A única diferença do tempo total de
vida das empresas está na somatória dos tempos de cada
ciclo. Dentro deste pensamento, até podemos enquadrar
o tempo da nossa vida humana, cuja existência natural irá
depender também dos fatores / tempos dos quatro ciclos.
Indo direto ao cenário dos negócios, temos também o pensamento de que os faturamentos e os lucros são normalmente
maiores na fase da maturidade. A experiência de inúmeros
24
sindilub
2015
profissionais no mercado indica que o diferencial
das empresas de sucesso longínquo, está em saber
quando inovar e reinventar, para evitar a fase do declínio. Com a velocidade das mudanças de mercado
cada vez maior, o “ideal” é pensar nas revisões do
processo ainda dentro do ciclo da maturidade da
empresa, e para isto, ressaltamos a importância de
se contratar um consultor experiente (conselheiro
ou executivo), com credibilidade, neutro, e sem paradigmas, podendo fazer a diferença, sem afetar a
rotina normal da empresa.
Sindilub Press - Existem diferenças nestes conceitos
de acordo com a área de atuação da empresa? O que
podemos identificar como pontos importantes para uma
revenda atacadista de óleos lubrificantes?
Wagner Machado - Um conselheiro consultivo, administrativo, ou executivo pode beneficiar empresas
de todos os tamanhos, independente dos setores, e
que estejam passando por desafios de diversos tipos.
Um dos pontos mais importantes nesta contratação,
e no caso o “Revendedor Atacadista de Óleos Lubrificantes
& Peças” deve ficar atento, está na gama de expertises da
empresa de consultoria ou do profissional que será contratado. Ressaltamos que além dos conhecimentos acadêmicos
e práticos de gestão / comunicação, será muito importante
que o contratado tenha também experiência no setor, e com
as práticas dos 4Ps e 4Cs, ou seja, Produtos, Preços, Promoção, Praça (mercado/segmentos), Cliente, Concorrência,
Comunicação e Custos. Todos estes conhecimentos poderão
ajudar / facilitar o revendedor atacadista a tomar decisões
melhores e mais conscientes.
Sindilub Press - Muitas revendas atacadistas de lubrificantes
são empresas familiares. Nem sempre, porém, os filhos querem
dar continuidade aos negócios. Como se dá a sucessão nessas
empresas familiares? Se o filho não quiser continuar os negócios
da família, o que deve ser feito?
Wagner Machado - Atualmente não é mais uma regra que
herdeiros de um negócio tenham que dar a continuidade na
gestão do mesmo, mesmo sem ter a vocação. No século passado, a sucessão familiar era uma obrigação ou um destino.
Dentro deste cenário, tivemos – e ainda temos – exemplos
daquelas empresas que obtiveram e ainda tem sucesso
nesta forma de continuidade, como também daquelas que
insistiram contra a “natureza” e quase foram extintas do
mercado por razões de gestão e inexperiências. Como alternativa para as empresas familiares, o empreendedor familiar
precisa deixar seu comportamento de “dono” (onipresente,
onipotente e onisciente) da empresa, para assumir a função
de executivo do negócio (com metas a cumprir e também
cobrar para que sejam, cumpridas, decisões a delegar e
monitorar). E assim, deixar que a sua sucessão venha a
ocorrer de forma natural, familiar ou com um profissional
externo. Muitos empresários buscam aconselhamentos
neste momento, e todos tendem a ganhar se adotarem a
disciplina de se reunir periodicamente com um consultor
conselheiro de sua confiança.
Especialista fala sobre
a importância de
acompanhamento de
consultoria no processo
de sucessão das
empresas familiares
Sindilub Press - Se o filho quiser continuar, também há
algo que deva ser observado?
Wagner Machado - Entendemos que apenas o “desejo” de continuar os negócios familiares não é a
única fórmula do sucesso na continuidade. Quando
essa manifestação ocorre em tempo hábil, a preparação acadêmica e prática do sucessor familiar
deve estar dentro da estratégia e cronograma da
empresa. Alguns empreendedores utilizam também
a estratégia de treinar seu filho em outras empresas, evitando assim o desgaste no relacionamento,
que eventualmente pode ocorrer com os erros que
são normais, e também pela proximidade entre pai
e filho. Costumamos dizer que cada família possui
seu DNA. Muitas vezes as dificuldades não estão no
herdeiro que deseja continuar o negócio, mas sim no
relacionamento dos demais herdeiros em aceitarem
esta situação! Coisas de família. É neste momento
também que um consultor ou conselheiro experiente
poderá ser útil como “facilitador”, neutralizando os
normais riscos que se apresentam em um processo
de transição familiar.
S
2015
sindilub
25
E
vento/Posse
Nova presidente do Ibama
Texto: Thiago Castilha
Fotos: Divulgação
A
nova presidente do Ibama, Marilene Ramos,
tomou posse do cargo
em maio na sede do instituto
em Brasília (DF). Participaram
da solenidade a ministra do
Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o secretário-executivo
do MMA, Francisco Gaetani,
e o ex-presidente do Ibama,
Volney Zanardi Júnior.
Durante seu discurso de posse, a nova presidente destacou que assume o cargo com
o desafio de colocar o Ibama
no centro da estratégia sustentável. Ela defendeu que “o
trabalho deve ser feito para
que ocorra o equilíbrio entre
o desenvolvimento e a conservação e, para isso, as políticas
públicas e ambientais devem
caminhar no mesmo rumo”.
Durante o evento foi anunciado que serão mantidos
Luciano Evaristo, como diretor
de Proteção Ambiental e que
também se torna o presidente-substituto, e Thomaz Toledo, que
permanece como diretor de Licenciamento Ambiental. Além disso,
Paulo Fontes foi apresentado como novo diretor de Uso Sustentável
da Biodiversidade e Florestas, Anna Flávia de Senna tem a sua frente
a Diretoria de Planejamento, Administração e Logística e Ana Cristina
Rangel assume a Diretoria de Qualidade Ambiental.
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o projeto iniciado
em 2011, quando indicou Volney Zanardi Júnior para a presidência
do Ibama, foi concluído com sucesso, e a mudança com Marilene Ramos é fundamental para renovar as ambições de gestão. “O desafio
começa no Ibama”, disse Izabella enquanto lembrava que o órgão é
uma marca de referência no Brasil. Para ela, o grande trabalho deve
ser realizar inclusão com soluções realmente sustentáveis, como,
por exemplo, os 22 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia e
precisam do acesso aos meios.
26
sindilub
2015
O ex-presidente do Ibama, Volney Zanardi
Júnior, agradeceu pela oportunidade e disse que o trabalho realizado durante esses
três anos só foi possível graças à confiança
depositada. Para Volney, o processo foi
realizado com êxito em função do trabalho
em equipe com diretores, coordenadores
e servidores e lembrou que assumiu com
o grande desafio de estabelecer o foco
nas ações do Ibama, de acordo com a Lei
Complementar 140/2011.
Perfil
Nascida em Minas Gerais, Marilene Ramos é
doutora em engenharia ambiental pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação
e Pesquisa de Engenharia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).
Também, é especialista em gestão de recursos hídricos e meio ambiente e professora
da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, da Fundação Getúlio
Vargas (Ebape/FGV).
Já recebeu diversos prêmios e homenagens
durante sua jornada na defesa do meio
ambiente. Destaque para a medalha de
gratidão do Corpo de Bombeiro Militar do
Rio de Janeiro, o título de “Coração Verde” e
a condecoração da Ordem do Mérito, conferidos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, e
o Prêmio Brasil de Meio Ambiente, realizado
pelo Jornal do Brasil em 2008.
Assumiu a Secretaria de Estado do Ambiente, no Rio de Janeiro, em 2008, quando
participou da implantação do Instituto
Estadual do Ambiente (Inea), que presidiu
em 2011. Anteriormente, já havia ocupado
os cargos de diretora e presidente da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas do
Rio de Janeiro (Serla), que foi extinta após
a criação do Inea.
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