uma fonte de

Transcrição

uma fonte de
Shape
Uma revista do Grupo Sapa • # 2 2007
›
›
›
PERFIS ELEVAM O
GIROCÓPTERO
POSTES DE ILUMINAÇÃO FEITOS
DE PERFIS SALVAM VIDAS
O MESTRE DOS PEQUENOS
PERFIS ENCONTRA-SE EM
ESPANHA
UMA FONTE DE
12
ENERGIA BRILHANTE
Painéis solares: um mercado em crescimento para a Sapa – Página
›
# 2 2007 SHAPE • CONTEÚDO
Génesis indica
o caminho a seguir
O
s meus primeiros tempos na Sapa têm sido
marcados pela fusão das áreas de negócio
de perfis de alumínio da Sapa e Alcoa. É um
trabalho ainda em curso, tendo ainda pela frente
novos desafios. Um deles é o investimento contínuo
no nosso Sistema de Gestão Genesis, baseado no
Sistema de Produção Toyota.
Ainda não atingimos completamente a meta
pretendida, apesar da maioria dos colaboradores da
Sapa já terem recebido formação. O objectivo é que
o Génesis impregne toda a empresa e caracterize a
cultura empresarial da Sapa. Este sistema de gestão não deve ser considerado como um apoio, mas
sim uma solução integral para aumentar a eficiência
dos nossos processos de trabalho. O Genesis
criou as condições para uma forma de trabalho mais
eficaz e racional pela descentralização de tarefas,
como sejam, planeamento, coordenação e implementação, o que por sua vez torna a organização da
Sapa melhor e mais eficiente.
A vantagem do Genesis não se refere apenas a
benefícios na cadeia de produção da Sapa.
Refere-se também a melhorar e ser mais eficaz para
os nossos clientes. Uma organização melhor e mais
eficiente resulta em custos reduzidos, o que por
sua vez proporciona benefícios para os clientes da
Sapa. Esse é o objectivo com o nosso trabalho com
o Customer Value Management.
Outros desafios para a Sapa são o ambiente,
saúde e segurança. O objectivo da Sapa é claro:
nenhum colaborador será lesionado no seu trabalho. Vamos agora melhorar a situação através de
um número de medidas: acções de formação contínuas, responsáveis de segurança especialmente
nomeados em cada unidade e inspecções de segurança regulares vão-nos permitir atingir os nossos
objectivos. É minha convicção que a forma mais
segura de trabalhar
é também a mais eficaz.
O Sol – uma fonte inesgotável de energia
O fabricante alemão de painéis solares Conergy adquire à Sapa uma grande
quantidade de perfis de alumínio.
06
Pequenos perfis de grande precisão
são produzidos na Sapa Profiles em
La Selva, Espanha.
10
Em caso de colisão, postes de iluminação
feitos de perfis de alumínio dobram-se,
salvando vidas.
18
Ole Enger,
CEO e Presidente do Grupo
Nós moldamos o futuro
SHAPE • # 2 2007
12
xx
20
A Indecasa espanhola cria um design de
Em colaboração com a Sapa, escovas
mobiliário de linhas simples com a estrutura industriais suecas limpam neve nos
feita de perfis de alumínio.
aeroportos.
A Sapa é um grupo industrial internacional que desenvolve, fabrica e comercializa perfis de alumínio processados, componentes e sistemas à base de perfis e
permutadores de calor. A Sapa tem um volume de
negócios de cerca de 3.8 biliões de euros e aproximadamente 15.000 colaboradores espalhados por toda a
Europa, assim como EUA e China.
A Shape é a revista para os clientes do grupo Sapa,
publicado em 14 idiomas duas vezes por ano. O
Shape está também disponível em www.sapa.com
Editora-Chefe: Eva Ekselius
Editores: Anna-Lena Ahlberg Jansen, Mats
Lundström
Artes gráficas: Karin Löwencrantz
Produção: OTW Publishing
Impressão: Fagerblads, Västerås
Foto da Capa: Adam Lubroth
Alteração de endereço: Informação para alteração de endereço de clientes, colaboradores para
o departamento de salários e outros departamentos de informação: tel.: +46 (0) 8 459 59 00.
FOTO DANIEL CROYDON
NOTÍCIAS BREVES
Publicidade com moldura iluminada
A Prismaflex em Staffanstorp produz painéis publicitários exteriores espalhados
pelo mundo inteiro, e a Sapa produz os perfis para estes painéis, em diferentes
modelos e tamanhos.
As duas empresas desenvolveram em conjunto e em tempo recorde a haloframe: uma moldura luminosa.
“Recebemos a encomenda da JC Decaux em finais de Junho”, lembra
Anders Janson, do Desenvolvimento de Produtos da Prismaflex. Para fornecer
haloframes para onze grandes painéis publicitários em Londres, trabalhámos
todo o Verão, tanto nós como a Sapa, de modo a ter tudo pronto no final de
Setembro/princípio de Outubro. Os painéis possuem iluminação interior mas
agora o efeito é reforçado com a iluminação da moldura que é ajustada à cor da imagem:
uma imagem azul terá uma moldura azul e assim por diante.
A Sapa fabricou quatro perfis inteiramente novos para os painéis com 10x5 metros.
Demorámos apenas dez semanas do papel ao produto final, apesar do período de férias.
“Foi um trabalho muito divertido e ter tudo pronto em tão pouco tempo foi um desafio.
Não o tínhamos conseguido sem a Sapa, e a JC Decaux não o tinha conseguido sem nós”,
diz Anders Janson.
Transparente como o vidro
A Emhart Glass em Sundsvall é uma
empresa multinacional, a única na
Suécia que desenvolve e fabrica máquinas para produzir vidro.
Este avançado equipamento é
desenhado para trabalhar 24horas, em
capacidade máxima. Deve ser mencionado que apenas uma máquina produz
várias centenas de garrafas por minuto.
Com este tipo de objectivos, cada componente das máquinas deve preencher
padrões de qualidade extremamente
altos.
Um perfil tubular de alumínio de
extrusão é utilizado na construção do
denominado conveyor que transporta
as garrafas da máquina. O perfil tubular
é utilizado como conduta de ar refrige­
rado, assim como de ar para as válvulas.
“Isto reduz uma grande parte do
trabalho na produção, como por exemplo, enfiamento de tubos e soldadura.
Apresentar também um acabamento
“agradável” é como um bónus”, afirma
Rune Bergman da Emhart Glass.
Na prática, toda a produção da
empresa de máquinas de embalagens
de vidro é para exportação. As máquinas são previamente montadas em
Sundsvall e ajustadas às necessidades
do cliente. Os componentes das máquinas ou são fabricados em Örebro ou
são adquiridos a vários fornecedores,
entre os quais, a Sapa.
“A Sapa é excelente a satisfazer os
nossos requisitos e desejos. Temos tido
uma boa colaboração na criação de
perfis de alumínio que são optimizados
para as necessidades dos nossos clientes”, diz Rune Bergman.
Sucesso à prova de fogo
Apesar da difícil concorrência, a Sapa Building System na
Alemanha conseguiu uma encomenda de 600 portas à prova de
fogo para um novo edifício de escritórios em Munique.
“Esta é uma das nossas maiores encomendas”, afirma o Director
de Vendas e Marketing, Udo Büchel. Para a Sapa isto é um grande
sucesso no mercado alemão de produtos à prova de fogo, que tem
sido caracterizado por um grande crescimento após o incêndio no aeroporto de Düsseldorf
em 2004. Desde então
cada vez mais edifícios
públicos têm vindo a ser
equipados com secções à
prova de fogo e foram também melhoradas as rotas
de evacuação.
A Sapa oferece produtos à prova de fogo desde
2005, que são rigorosamente
testados e preenchem os mais
altos requisitos.
A porta Secur II é fabricada em
perfis de alumínio anodizado ou
lacado de 75 milímetros, e um vidro
com uma espessura de 7–32 milímetros. Mesmo sem qualquer material de
enchimento resiste a altas temperaturas
– mais de 800ºC durante cerca de 30
minutos.
# 2 2007 SHAPE • VINJETT
›
Ole Enger.
COMO VAI SER CRIADA a
NOVA SAPA
Com a nova Sapa Profiler, a nossa colaboração com os clientes
será ainda melhor. É por esta razão que a empresa investe agora
em aumentar a competência, investigação e desenvolvimento.
“O objectivo é ser ainda melhor em encontrar as melhores
soluções em conjunto com os nossos clientes”, afirma Ole Enger,
CEO e Presidente do Grupo.
D
a fusão das áreas de negócio de perfis
de alumínio da Sapa e da Alcoa, nasceu
este último Verão a maior empresa de
perfis de alumínio do mundo. Têm sido uns
meses bastante intensos para Ole Enger, que
foi nomeado ceo e Presidente do Grupo em
Fevereiro, mas até agora diz-se satisfeito com os
resultados.
“Tem tudo corrido muito bem, ultrapassando as expectativas. Duplicámos em tamanho,
mas conseguimos ao mesmo tempo criar uma
organização descentralizada. O entusiasmo
é grande e o ambiente muito bom em toda a
empresa”, afirma ele.
A ORGANIZAÇÃO DA ALCOA TEM sofrido mais alterações
devido à fusão do que a Sapa. De acordo com Ole
Enger, isto é devido ao modelo de organização centralizado anteriormente em vigor na Alcoa.
“Lá as alterações têm sido mais visíveis, mas a
razão pela qual tudo tem corrido muito bem é porque os colaboradores da organização já desejavam
SHAPE • # 2 2007
esta mudança há muito tempo. Tem havido em
toda a organização uma vontade de desenvolver
neste sentido.”
De acordo com Ole Enger, um dos maiores
desafios da fusão da Sapa e Alcoa foi desenvolver
uma estrutura para transacções entre os países do
Grupo Sapa.
“Na nossa estrutura de organização descentralizada, cada empresa do mercado local é responsável
pelas vendas e marketing nos seus respectivos
mercados, o que significa que a empresa tem que
enfrentar com igual entusiasmo a venda de produtos de outros fornecedores e de produtos que
fabricamos. Encontrar uma forma de trabalho que
se coadune com isto tem sido um grande desafio.”
COM A NOVA organização já implementada, a Sapa
esforça-se agora ainda mais em melhorar a empresa
– principalmente da perspectiva do cliente. Ole
Enger toma a organização da Suécia como exemplo ao descrever como a Sapa irá ser um parceiro de
colaboração ainda melhor.
“Já há algum tempo que na Suécia temos tido
uma relação próxima com os nossos clientes, o que
resultou que desenvolvemos competências na própria cadeia de produção do cliente. Encontrámos
novas áreas de utilização para o alumínio, desenvolvemos novos produtos e designs. Esta estratégia fez
da Sapa líder mundial, e é o que vamos utilizar em
todo o Grupo.”
Uma outra forma de melhorar a empresa é investir
no aumento da competência e mais em pesquisa e
desenvolvimento. O programa de formação para
colaboradores a decorrer actualmente será alargado.
Para além disso, vamos agora recrutar mais engenheiros para a Sapa.
“Temos que aumentar ainda mais a nossa competência. Só assim conseguimos ser melhor nos
nossos processos, e também melhor em encontrar
soluções para as suas necessidades em conjunto
com os clientes.”
Actualmente a Sapa é o líder mundial em perfis
de alumínio, mas Ole Enger afirma que a empresa
tem um grande potencial para crescer ainda mais,
estabelecendo a área de perfis da Sapa em mercados
onde hoje não tem uma presença significativa.
“Refiro-me em primeiro lugar à China. Estamos
a analisar oportunidades de aquisição mas não foi
ainda tomada uma decisão. Temos como objectivo
estar estabelecidos na China dentro de dois anos.”
Ole Enger afirma que a Sapa se esforça continua­
mente por melhorar, ser mais eficaz e aumentar a
produtividade, mas o que está sempre no centro
deste trabalho de mudança a longo prazo é a perspectiva do cliente.
“O objectivo geral é que a Sapa seja mais eficaz
a resolver os problemas dos nossos clientes. Se não
fornecemos aos clientes as melhores soluções é porque falhámos”, diz Ole Enger.
TEXTO CARL HJELM
foto Danilo Schiavella
›
AS RESPOSTAS DE CINCO GESTORES DA SAPA
A nova organização
da Sapa está dividida
em regiões, com cinco
novos gestores de
áreas de negócio.
A nossa pergunta:
qual vai ser no futuro
o ponto focal?
Arne Rengstedt,
Gestor de Área de
Negócios da Europa
Central (Alemanha,
Hungria, Polónia,
Roménia e Eslováquia).
Resposta: “Vamos
concentrar-nos no mercado alemão onde vamos lançar vários
novos produtos. Vamos também conquis­
tar a liderança nos dez novos estados
membro da EU, e temos uma base estável
para desenvolver a empresa nesta área
em rápida expansão.”
Torbjörn Sternsjö,
Gestor da Área de
Negócios da Ásia.
(Business Area
President Asia)
Resposta: “O nosso
enfoque na Ásia vai estar
no crescimento, uma vez que aí, a Sapa
Profiler é actualmente um jogador relativamente pequeno. Temos a intenção de nos
estabelecer nesse enorme mercado mediante busca activa e aproveitando todas as
oportunidades possíveis. Só então seremos
um actor realmente global, usufruindo de
todas as vantagens inerentes.”
Paul Warton,
Gestor da Área de
Negócios do Norte da
Europa (Bélgica, Grã
Bretanha, Holanda,
Suécia e Dinamarca).
Também responsável por Key Account
Management e pela organização dos segmentos de mercado.
Resposta: “Eu gostaria que nos concentrássemos mais na saúde e segurança dos
nossos colaboradores durante este importante processo de mudança.”
Jack Miller,
Chefe da Área de
Negócios da América
de Norte:
Resposta: “O nosso
sucesso na América
do Norte baseia-se na
nossa capacidade de satisfazer as necessidades dos clientes. Para nos aproximar
ainda mais dos clientes voltámos a uma
estrutura descentralizada, onde as vendas, produção e administração trabalham
em conjunto para levar a empresa para a
frente.”
Tor Gule,
Gestor da Área de
Negócios da Europa
do Sul (Portugal,
Espanha, França e
Itália).
Resposta:
“Continuamos a
desenvolver as relações com os nossos
clientes, beneficiando do design inovador,
apoio e parcerias. Factores importantes
são a nossa capacidade de fornecer
soluções completas e auxiliar o cliente a
melhorar a sua produtividade. A marca
Sapa deverá estar ligada à melhor qualidade e serviço possíveis.”
# 2 2007 SHAPE • EM FOCO: ESPANHA
QUANDO O PEQUENO SE TORNA
GRANDE
Numa época em que muitos produtores investem em prensas
cada vez maiores, a Sapa Profiles La Selva em Espanha seguiu
o seu próprio caminho. Tendo-se especializado em perfis
pequenos, estão a conseguir algo grande de algo pequeno.
A
cidade catalã de Tarragona,
uma grande cidade do império
romano e os seus monumentos
ancestrais atraem milhares de
turistas, assim como a Costa
Dorada, esta costa de grande
beleza natural ao longo do
Mediterrâneo.
Um pouco mais na obscuridade, Tarragona atrai
também cada vez mais compradores de soluções
avançadas de alumínio espanhóis e internacio SHAPE • # 2 2007
nais. A fábrica da Sapa em La Selva, situada num
parque industrial moderno fora da cidade velha,
foi transformada nos últimos tempos num player
instalado no mercado europeu de extrusão de perfis
pequenos.
“Eu costumo dizer que La Selva é uma fábrica
com uma personalidade própria e forte“, explica o
director da fábrica Francesc Clos, com 20 anos de
experiência de extrusão.
“Considerando que a nossa especialidade são
perfis com muito pouco peso, fabricado com
tolerâncias muito reduzidas, posso afirmar que não
fornecemos perfis mas sim soluções. Os nossos
produtos são na realidade “especialidades”, cada vez
mais um produto final pronto para montagem.”
A FÁBRICA EM LA SELVA tem duas modernas prensas
de seis polegadas de 1.350 e 1.500 toneladas que
produziram no ano passado 16 milhões de metros
de perfis de alumínio.
“Quando começamos a medir o nosso sucesso
em metros em vez de toneladas, é sinal que estamos
›
# 2 2007 SHAPE • ” Quando começamos
a medir o nosso
sucesso em metros
em vez de toneladas ”
entre os gigantes, diz
Francesc Clos com um
sorriso, dando ênfase
aos produtos que são
realmente pesos leves.
O perfil mais
pequeno da gama
pesa apenas 30 gramas. Os diâmetros
variam entre os 5 e os
170 milímetros.
Francesc Clos.
“Nós mantivemonos firmes num segmento de mercado que muitos outros produtores
abandonaram no seu esforço para aumentar a
produção em número de toneladas por hora. Nós
ganhámos competitividade, continuando a trabalhar com os nossos métodos de trabalho e organização, num segmento que requer muita mão-­
de-obra mas que é também muito técnico”, diz ele.
O SUCESSO É TAMBÉM VISÍVEL nas alterações que ocor-
rem no mercado. As vendas para a construção
civil têm vindo a descer, ao contrário das vendas
de aplicações industriais avançadas, por exemplo
no sector automóvel ou energia, que têm vindo a
aumentar.
As exportações crescem e representam agora
60 % das vendas. Os países do Benelux, França,
Grã-Bretanha e Alemanha são os maiores mercados estrangeiros.
A precisão é o maior desafio no fabrico de perfis
pequenos. As tolerâncias de desvios são praticamente inexistentes. Estes requisitos aplicam-se
também ao acabamento da superfície. La Selva
pode fornecer produtos com um acabamento
equivalente a uma rugosidade menor de seis
mícrones. Um exemplo aparentemente simples de
um produto perfeito, são as calhas no telhado dos
modelos Audi. Estes pequenos perfis, com uma
superfície perfeita e lisa, ligam o telhado do carro às
peças laterais e são também a base para fixação de
acessórios.
“Uma tendência muito clara é que os nossos
clientes constroem cada vez mais funções embutidas nos perfis, com um design mais sofisticado.
Aumentámos as nossas capacidades para satisfazer
os requisitos das soluções avançadas, ou seja, a
possibilidade de preencher as especificações de
qualidade e performance das nossas máquinas e
equipamento de produção”, afirma Francesc Clos.
“No nosso sector industrial a entrega ao cliente
é determinante e nós temos feito grandes esforços por optimizar serviços e logística. Podemos
por isso oferecer a um cliente, por exemplo na
Alemanha, o mesmo prazo de entrega dos nossos
concorrentes alemães.”
O que os romanos conseguiram fazer de
Tarragona durante a sua época parece ser o que a
Sapa Profiles La Selva também conseguiu na sua
fábrica: um centro moderno e internacional situado na bonita costa mediterrânica.
Texto Erico Oller Westerberg
Foto David Levin
Pequenos produtos – grande precisão
Um dos clientes da La Selva, encomenda grandes quantidades de tubos
de alumínio para o sistema de refrigeração de ringues de gelo artificiais.
“Na realidade é uma construção
muito simples, mas a tolerância dos
SHAPE • # 2 2007
diâmetros são apenas algumas décimas de milímetro. Apenas a La Selva
conseguiu manter a percentagem de
tubos recusados abaixo do acordado”,
diz Francesc Clos.
CURTAS & BOAS
Insonorização
com vidro e alumínio
Autocarro à
prova de fogo
A empresa dinamarquesa Milewide fabrica painéis de
insonorização de alumínio e vidro acrílico para reduzir o
ruído ao longo de auto-estradas, uma combinação que
é tão eficaz como atraente.
Os painéis são montados no local, mas as primeiras
versões eram compostas por vários perfis de alumínio
que eram montados com uma enorme quantidade de
parafusos. Por este ser um processo moroso e caro,
a Milewide e a Sapa deram início a um trabalho de
desenvolvimento.
“Encontrámos uma solução que satisfaz todos”,
afirma Gustav Lundkvist, técnico na Sapa. É composta
por um perfil grande e um pequeno que encaixam um
no outro. Não são necessárias ferramentas especiais
para a montagem, apenas um martelo de borracha.
O cliente poupa nos custos de enroscar e furar,
sendo a montagem muito mais rápida, proporcionando também aos técnicos um melhor ambiente
de trabalho.
“O novo modelo foi utilizado pela primeira vez ao
longo da auto-estrada em Herning. Numa distância
de 600 metros “desapareceram” 20.000 parafusos.
É realmente um melhoramento significativo, diz Ole
Refshauge da Milewide.”
A evolução de um incêndio dentro de vum autocarro é muitas vezes intensa e o tempo para evacuação muito curto. De acordo com as normas
suecas de segurança contra incêndio, todos os
autocarros com mais de 10 toneladas devem ter
uma unidade fixa de extintor.
Há alguns anos, a empresa sueca Dafo Brand
desenvolveu em conjunto com a Sapa um recipiente em alumínio para agentes extintores a utilizar em veículos pesados como autocarros,
camiões ou máquinas florestais.
Este recipiente pode ser deitado, ao contrário
dos extintores manuais comuns que contém
agentes extintores com base líquida. Não necessita de muito espaço, é de fácil manutenção e
simples de montar. Os perfis de alumínio maiores para o recipiente são muito complexos, com
grande exigência de correcção na forma.
“A Sapa contactou-nos dizendo que pretendia desenvolvê-lo”, conta Kaj Dahlström, técnico
da Dafo Brand. Temos tido uma excelente colaboração que resultou num novo interior, um perfil
simplificado e um exterior que é fácil de encaixar.
Farol azul mais verde poupa dinheiro e o ambiente
“Se todos os carros da polícia na Suécia mudassem para os nossos
faróis azuis mais ”verdes” de um dia para o outro, os custos de combustíveis seriam reduzidos em cerca de 2 milhões de euro por ano”, afirma
Anders Wiqvist, CEO da Standby AB, fabricante de equipamento de
alarmes e aviso para veículos de salvamento e utilitários.
O segredo da poupança está na aerodinâmica e na aplicação de novas
tecnologias.
Este farol ecológico – com seis perfis de alumínio especialmente produzidos pela Sapa, iluminação e coberturas de plástico – tem uma nova
forma aerodinâmica. Em comparação com modelos anteriores, a resistência aerodinâmica foi reduzida em 75 %.
“O farol foi testado num túnel aerodinâmico em Estugarda, por isso o
efeito está comprovado. A menor resistência aerodinâmica beneficia o
ambiente, proporcionando menor consumo de combustível e reduzindo
também o ruído no interior do carro. As lâmpadas comuns foram substituídas por diodos (LED) de baixo consumo de energia.”
“Os diodos são montados em substrato de alumínio. Somos os primeiros a aplicar esta nova tecnologia que remove o excedente
de calor, podendo assim os diodos emitir mais luz”, afirma
Anders Wiqvist.
“Vão ser feitos testes climáticos durante o Inverno e
contamos que os novos faróis possam começar a ser
entregues durante a Primavera de 2008.“
O substrato de alumínio funciona como uma
espécie de placa de circuito dado que a placa
de alumínio é coberta com várias camadas de
isolamento e calhas para electrónica.
# 2 2007 SHAPE • NA ESTRADA
Postes dobráveis
mais seguros
Os postes de iluminação em alumínio têm
várias vantagens. Com uma longa vida útil,
não necessitam de manutenção e dobram-se
no caso de colisões, o que reduz o risco de
danos físicos.
A
sua produção é feita na fábrica da Sapa Pole Products
na cidade holandesa de Drunen, onde são fabricados
postes de iluminação em alumínio desde os anos
sessenta.
Os benefícios dos postes de iluminação de alumínio em vez de aço são seriamente reconhecidos na
Holanda, onde 40 % dos postes de iluminação são de
alumínio, comparado com 3 % no resto da Europa.
“Ainda temos uma grande tarefa de difusão pela
frente. Os produtos precisam de mais marketing,
principalmente para com as autoridades responsáveis
por arruamentos e estradas de cada país. O que determina a selecção de material é muitas vezes baseado
em cultura e tradição”, afirma o Director de Vendas
Leopold Moormann.
Postes fáceis de montar, transportar, decorar ou
formar, sem apresentar juntas de soldadura,
sendo ainda 100 % recicláveis são vantagens
adicionais.
Para além disso, alguns modelos são facilmente
dobrados por uma única pessoa quando é necessário substituir uma lâmpada ou montar algo no poste,
mas o argumento de maior peso é o da segurança
rodoviária. Seleccionar o poste com as características
adequadas depende do tipo de estrada, situação de trânsito
ou meio ambiente. Os postes de iluminação preenchem os
requisitos das normas de segurança da ue (en 12767 e en40)
estão divididos em três classes, baseado na energia absorvida
numa colisão: alta, baixa ou sem absorção.
NUMA AUTO-ESTRADA rodeada por campos será mais adequado
utilizar postes que não absorvam nenhuma energia e que
se dividem em dois ao nível da superfície, ao contrário do
trânsito numa ponte ou no interior duma cidade que exigem
postes de maior densidade.
No ano passado foram produzidos cerca de 70.000 postes
de iluminação em Drunen. Pensamos aumentar a produção
no futuro, à medida que mais países descobrem os benefícios
do alumínio.
Texto THOMAS ÖSTBERG
Ser dobrável
facilita também a
manutenção.
10 SHAPE • # 2 2007
“ Este é um
edifício que vamos
poder mostrar com
orgulho aos nossos
filhos e netos ”
Arte
CÚBICA
O New Museum em Nova Iorque é um dos edifícios mais
falados do ano. O museu foi desenhado pela dupla de
arquitectos japoneses Sanaa, sendo o ponto de partida de
uma grande renovação da zona sul de Manhattan.
A fachada é composta por perfis de decoração da Sapa.
O
bairro na Bowery fica mesmo a leste
de Little Italy e não é uma zona muito
atraente - para já. O New Museum of
Contemporary Art foi inaugurado em Dezembro e
foi o início dum projecto de revitalização da zona,
financiado por fundos privados e estatais.
Um novo museu de arte em Manhattan suscita
automaticamente um grande interesse, mas desta
vez é o edifício em si que está no centro das atenções. O New Museum foi desenhado por uma
das duplas famosas do mundo da arquitectura,
os japoneses Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa.
Trabalham sob a marca Sanaa e tornaram-se famosos pelo seu estilo refinado e simples de formas
cúbicas.
O NEW MUSEUM tem a forma de uma torre constituída
por caixas meio transparentes empilhadas umas nas
outras. São perfis da Sapa que compõem o padrão
xadrez que se vislumbra por trás da rede transparente de alumínio expandido e escovado que cobre
a fachada.
“Nunca tínhamos participado antes num
projecto de construção tão prestigioso como este.
Este é um edifício que vamos poder mostrar com
orgulho aos nossos filhos e netos”, diz Tim Fox,
Director Regional de Vendas do Midwest da Sapa
norte-americana.
Apesar de Nova Iorque ser uma das cidades
na vanguarda da arte, não havia ainda nenhum
museu de arte contemporânea na cidade. O New
Museum vai preencher esta lacuna.
O empreiteiro da fachada foi McGrath
Architectural Sheet Metal, com sede em
Minnesota, uma empresa especializada em edifícios arquitectónicos que já havia previamente
construído fachadas para outros museus de arte,
nomeadamente em Denver, Dellaware e o Walker
Art Museum em Minnesota. Esta foi a primeira
vez que escolheram trabalhar com alumínio de
extrusão.
“Proporcionou-nos as melhores opções para
construir uma fachada que é tão flexível como
resistente. Este é um edifício especial e a sua forma
colocou grandes exigências de qualidade e precisão.
Não há muitas empresas nos Estados Unidos que
conseguissem fazê-lo”, afirma Mark LaSalle da
McGrath.
MARK LASALLE DESENVOLVEU um novo tipo de fachada,
fabricada pela Sapa, que permite movimentos nos
edifícios assim como expansão térmica de painéis
de parede de extrusão que se ajustam à fachada
irregular. A decoração da fachada foi prensada na
unidade fabril da Sapa em South Dakota e mais
tarde transportada para uma empresa em Ohio
O New Museum é o primeiro museu a ser
construído de raiz no sul de Manhattan em
Nova Iorque.
para ser lacada. Para criar um desenho coerente,
os arquitectos escolheram utilizar a mesma solução
para as fachadas dos elevadores do edifício.
“A logística de um projecto desta dimensão em
Manhattan é complicada. Não é possível armazenar material no local de trabalho, as entregas têm
ser feitas sempre que o material é necessário.”
A colaboração com a Sapa foi exactamente de
encontro às nossas expectativas, e estamos agora a
concorrer para um novo contrato na Florida com
o mesmo tipo de solução da Sapa, afirma Mark
LaSalle.
TEXTO Thomas Arnroth
# 2 2007 SHAPE • 11
Uma das muitas instalações de painéis solares
em Corral de Almaguer em
Toledo, ao sul de Madrid.
12 SHAPE • # 2 2007
FOTO ADAM LUBROTH
NA VANGUARDA
AO SOL
É difícil imaginar uma empresa que esteja mais na
vanguarda do seu tempo do que a Conergy. Esta empresa
em rápida expansão fornece energias renováveis e é
líder mundial em várias áreas. A Conergy tornou-se um
dos clientes mais importantes para a Sapa alemã.
Conergy, sedeada em
Hamburgo, trabalha com energias
renováveis através de
várias subsidiárias
– fabrico de painéis
solares, energia eólica, bioenergia assim
como bombas de
calor. A Conergy está
também envolvida
em financiamento, manutenção e operação de
grandes unidades de captação de energia solar.
A expansão meteórica desta empresa cotada
na bolsa demarcou-a como uma das estrelas
mais brilhantes do universo empresarial alemão.
Em menos de dez anos, a Conergy partiu do
zero para um atingir um volume de negócios de
mais de 1 bilião de euros e as perspectivas para
o futuro são extremamente favoráveis.
“Apesar disso, estamos ainda na primeira
etapa de crescimento, Notamos um crescente
interesse, especialmente por parte de grandes
empresas do sector da energia, como a Siemens,
General Electric, Eon, Vattenfall e algumas
empresas petrolíferas começam também a
aproximar-se”, diz Nikolaus Krane, membro da
administração da empresa e responsável pelas
subsidiárias Epuron e Conergy Service.
Encontramos Nikolaus Krane na sede da
empresa, numa sala de reuniões de design
sóbrio com vista sobre um dos muitos canais de
Hamburgo. Marcámos encontro com uma das
pessoas responsáveis pelo crescimento fenomenal da Conergy.
“Eu sou o quinto empregado da empresa. Foi
em 1998. Actualmente somos mais de dois mil
colaboradores”, diz ele.
é como é possível uma
empresa aparecer mesmo na altura certa, em
termos de desenvolvimento.
“É claro que o timing foi bom, mas temos
também um bom instinto para estratégia e
capacidade de valorização apoiando-nos em
colaboradores competentes e novas tecnologias.
Por último, tivemos coragem de arriscar para
ganhar. Tivemos tanto de espírito lutador como
de sorte”, afirma Nikolaus Krane.
O sector de energias alternativas é uma história de sucesso alemão – um investimento bem
orquestrado pelo estado e a indústria privada
para criar um novo sector no que é possivelmente o país mais consciente da Europa em
matéria ambiental. Um proprietário que instale
painéis solares no telhado de sua casa recebe um
PERGUNTA QUE SE IMPÕE
subsídio do estado, e as empresas fornecedoras
de electricidade são obrigadas a receber a corrente produzida pelos painéis solares, pagando
o preço do mercado. Desta forma, o mercado
alemão de energia solar foi criado em apenas
alguns anos e o país tem actualmente o maior
mercado nacional de painéis solares.
O nosso esforço foi ainda mais estimulado
dado o preço do petróleo ter estabilizado em alta,
ao mesmo tempo que as emissões de dióxidos
de carbono são cada vez mais postas em causa.
Outros 40 países já implementaram regulamentos semelhantes aos da Alemanha e deram início
a programas de estímulo para facilitar o investimento em energias renováveis. O crescimento
internacional está estimado em 20 % ao ano.
A quantidade de energia de fontes renováveis
ultrapassa actualmente a energia produzida por
centrais nucleares.
novos mercados:
em 2006 as vendas para o estrangeiro aumentaram 268 %. Muito acima das expectativas.
“Os painéis solares terem apresentado um
crescimento tão grande foi uma surpresa. Somos
os maiores no mercado alemão de painéis, mas
o mercado nacional está a amadurecer com cada
vez mais produtores. O grande potencial está no
PARA A CONERGY ISTO SIGNIFICA
›
# 2 2007 SHAPE • 13
A produção na nova fábrica de células fotovoltaicas em Frankfurt Oder é totalmente automatizada.
›
estrangeiro, principalmente no sul da Europa.
Actualmente já somos os maiores fornecedores da
Europa”, afirma Nikolaus Krane.
Naturalmente PARA A SAPA isto implica um aumento
das vendas dos perfis utilizados para a moldura e
estrutura dos painéis solares.
“As vendas de perfis de alumínio à Conergy têm
vinda a crescer continuamente, de 500 toneladas
em 2003 até quase 2.000 toneladas no ano passado”, diz Lothar Kanowski, o gestor de clientes da
Sapa responsável pela Conergy.
A colaboração teve início quando a Sapa modificou o design dos perfis da moldura para os painéis
solares da Conergy, reduzindo o peso e assim poupando nos custos de manuseamento.
Lothar Kanowski espera poder expandir esta
colaboração, oferecendo à Conergy melhor serviço
e mais benefícios para o cliente.
“Podemos acompanhar a expansão internacional da Conergy com a nossa grande rede de
fábricas em todos os mercados. Já mencionámos
nas nossas conversas com a Conergy que estamos
prontos para projectos em conjunto, por exemplo,
estruturas para painéis ou um novo sistema de painéis móveis!, diz Lothar Kanowski.
A Conergy investiu numa nova fábrica em
Frankfurt Oder, no leste da Alemanha perto
da fronteira com a Polónia para
à venda de produtos mas sim
acompanhar esta explosão de novos
ao financiamento e projectos de
clientes, onde a produção foi iniciada
energias renováveis de grande
recentemente.
dimensão.
“Podemos manter na produção
“O fabrico de painéis solares
o mesmo ritmo da procura com
continuará a ser o núcleo das actia nossa fábrica, mas no início do
vidades da Conergy durante os
próximo ano corremos novamente
próximos tempos, mas é importano risco da produção não acompate diversificar a empresa pois estão
Nikolaus Krane, memnhar a procura”, afirma Nikolaus
sempre a ser criadas novas tecnobro da administração da
Krane, que se mostra satisfeito pelo
logias e novas oportunidades em
Conergy, acredita que
facto da Conergy com esta unidade
energias renováveis. Nós queremos
unidades de painéis
fabril ter também a possibilidade
continuar a prosseguir para novas
solares, por exemplo no
de ter controlo sobre mais sectores
etapas de valorização”, afirma
Norte de África, podeda produção, como o fabrico de
Nikolaus Krane.
riam fornecer grandes
placas de silício assim como céluquantidades de energia
eléctrica à Europa.
las e painéis solares. A empresa
UMA DAS OPORTUNIDADES que se apresenconcentra-se acima de tudo, no
tam são colectores solares concentradesenvolvimento de inversores para reciclar
dos, uma área que Nikolaus Krane acredita que irá
refrigeração, estruturas para painéis solares e
sofrer uma grande expansão.
sistemas de gestão de unidades de painéis de
“Reflectir os raios solares para um ponto pode
grandes dimensões.
reciclar grande quantidade de energia. Se esta tecOs painéis solares prontos são depois entrenologia for mesmo desenvolvida, podem ser consgues através de uma empresa própria de retalho,
truídas grandes unidades por exemplo no Norte
sob a marca Conergy. As vendas a retalhistas e
de África, o que seria uma alternativa real para as
consumidores são feitas através da subsidiária
necessidades de energia dos países Europeus.”
SunTechnics.
A outra subsidiária, a Epuron não se dedica
texto Mats Lundström
Sumário sobre energia solar
Em apenas quatro horas a terra
recebe a mesma quantidade de
energia solar que é consumida
por toda a humanidade durante
um ano. Mas transformar raios
solares em energia utilizável
requer grandes conhecimentos e
investigação.
14 SHAPE • # 2 2007
›
Um colector solar é composto por tubos
paralelos interligados por onde circula uma
mistura de glicol que é aquecida pelos raios
solares. Este conjunto está isolado numa caixa
com uma placa de vidro à frente. Um dos proble­
mas dos colectores solares é ser difícil guardar o
excesso de calor da época mais quente do ano.
NA VANGUARDA
ou no sector de energia
convencional. Investimos
exclusivamente em energia
solar e fornecimento de
energia sustentável”, afirma Julián Bellido.
A Isofotón desenvolve
e fabrica soluções técnicas
para beneficiar da energia
solar utilizando células
Julián Bellido,
fotovoltaicas baseadas em
Vice-Director de
silício. A empresa começou Compras da Isofotón
já em 2000 a construir
soluções ópticas para captar e concentrar os raios
solares numa área mais reduzida.
TRATAM-SE DE construções modulares que podem
Um conto solarengo
EM ESPANHOL
A Isofotón foi fundada em 1981 em Málaga, por um grupo
de universitários, investigadores sobre tecnologia de células
fotovoltaicas. Passados 26 anos a empresa é líder em
tecnologia, com vendas que atingem os 177 milhões de euros.
D
e acordo com Julián Bellido, vice-director de compras da Isofotón, as energias
renováveis são o futuro, especialmente a
energia solar.
“Não é apenas uma questão de substituir combustíveis fósseis mas sim oferecer fornecimento de
energia aos dois biliões de pessoas que actualmente
não têm acesso a redes de energia eléctrica.”
A Isofotón foi fundada como consequência de
um projecto da universidade, com o objectivo de
desenvolver tecnologia de ponta para energia solar,
tendo o ambiente em mente e contribuir para o
›
Uma das áreas de utilização mais importantes da energia solar é geração de electricidade, que é obtida expondo o silício de uma
célula fotovoltaica à luz, causando uma reacção
que produz energia. As células fotovoltaicas são
ligadas em série em grandes painéis solares
porque um sensor fotovoltaico produz apenas uma
tensão muito baixa.
desenvolvimento de localidades rurais isoladas.
Uma importante parte dos esforços da empresa
são por isso dirigidos a projectos de energia em
zonas rurais da América Latina, Caraíbas e África.
A Isofotón conseguiu expandir, desenvolver
novos produtos e ser lucrativa, mantendo-se amiga
do ambiente e criando bem-estar para camponeses
pobres em zonas remotas do mundo. De acordo
com Julián Bellido, uma parte da explicação é que
não competem contra eles próprios.
“Somos a única empresa do ramo que não é propriedade ou tem interesses na indústria petrolífera
ser utilizadas em telhados de casas ou para construir armazéns com uma superfície total até 4.000
metros quadrados. A escolha de novos material,
como o silício, contribuiu fortemente para o
aumento da eficácia das células. A Isofotón pode
fornecer sistemas menores para zonas rurais em
países em vias de desenvolvimento, como os 35.000
sistemas vendidos a uma empresa de electricidade
em Marrocos, ou construir sistemas complexos
para centrais de energia solar com painéis que
seguem os movimentos do Sol. A empresa está por
trás da central de energia solar em Carmona, no sul
de Espanha, que é a maior da Europa com 6mw.
Independentemente do modelo ou objectivo, os
painéis são normalmente emoldurados em perfis
de alumínio. A Isofotón compra cerca de 1.500
toneladas de produtos de alumínio por ano.
A Sapa em Espanha iniciou agora uma colaboração com a Isofotón, e já começou a entregar molduras de alumínio anodizado para painéis solares.
“Estamos muito dependentes de produtos de
alumínio por isso escolhemos trabalhar com três
fornecedores. Um que seja local, um da ue e um
terceiro que seja global. Queremos assegurar os
fornecimentos para a nossa fábrica e a nossa expectativa é que, após uma avaliação à primeira entrega,
a Sapa em Espanha venha a ser um dos nossos
fornecedores”, afirma Julián Bellido.
Texto Erico Oller Westerberg
›
Até à data, o grau de efeito das células fotovoltaicas é relativamente baixo, cerca de 20 %. É
por esta razão que é necessária muito luz solar para
gerar grandes quantidades de energia. Uma forma
de incrementar a produção de energia é montar os
painéis solares em construções móveis que permitem
seguir o movimento do sol e desta forma optimizar a
produção de electricidade.
# 2 2007 SHAPE • 15
CURTAS & BOAS
Ar
10.000
vezes mais limpo
Andaimes de alumínio
ganham terreno
Como o peso é um factor importante na montagem de andaimes há cada vez mais clientes a optarem por andaimes leves
de alumínio.
Foi o que constatou a empresa alemã Wilhelm Layher, o líder
entre os produtores Europeus de sistemas de andaimes.
A sua gama inclui os módulos de andaimes clássicos que
são flexíveis e rápidos de montar, assim como estruturas de
andaimes para montagem rápida e simples numa fachada mas
também escadotes, andaimes móveis, palcos e bancadas de
espectadores.
A Wilhelm Layher esforça-se por fabricar componentes para
andaimes o mais leves possível, sem afectar a estabilidade. Por
isso utilizam perfis de alumínio da Sapa, prensados, serrados,
cortados, rebitados e soldados na fábrica em Eibensbach.
O interesse por estações de fumo móveis tem aumentado rapidamente devido à proibição de fumar que se
espalha pelo mundo. Estas estações captam o fumo do
tabaco eficazmente e proporcionam aos fumadores salas de fumo
que não são desagradáveis.
As estações de fumo da empresa sueca Smoke Free Systems
são feitas com uma estrutura de perfis de alumínio. Há vários
filtros nas paredes que limpam o ar de partículas e gases tornando-o 10.000 vezes mais limpo do que o ar em ambientes
normais.
Uma nova série para o mercado francês foi desenvolvida
em conjunto com a Sapa.
“Nós recomendamos estações abertas ou meio-abertas,
mas de acordo com a legislação francesa, têm que estar
fechadas. Ver os novos modelos SF 6000 e o mais pequeno
SF 4000 prontos foi uma grande alegria”, afirma Bo DolkPetersson, gestor do projecto da Smoke Free Systems.
A Sapa participou activamente no trabalho de desenvolvimento, e foi tudo muito rápido. O SF 6000 levou apenas
quatro meses do papel ao protótipo e é agora produzido em
série pela Sapa.
“Isto mostra o lado forte da Sapa. Perfis de alumínio há por
todo o lado, mas não em combinação com trabalho de desenvolvimento, construção de protótipos, preparação e ­consultoria”,
diz Bo Dolk-Petersson.
Um Spa em casa
O novo produto do fabricante de saunas Tylös,
o chuveiro de vapor Felicity, proporciona a
experiência de um Spa em casa. O chuveiro é
o resultado de um trabalho de desenvolvimento
muito coeso entre a Tylö e a Sapa.
O Felicity, que ocupa apenas o espaço de
uma cabine de chuveiro, está disponível em três
variantes. Todos têm um gerador de vapor, um
termóstato misturador, chuveiro de mão, tecto
com plafond de chuveiro, painel de manobras,
assento e uma banheira no fundo.
No modelo mais exclusivo há também um
bocal para massagens, função de chuva, luz
16 SHAPE • # 2 2007
embutida e queda de água. A estrutura de suporte
é feita de alumínio anodizado com paredes e porta
de vidro armado reforçado. A tubagem e electrónica
estão escondidas por trás dos perfis de alumínio.
Tudo isto implica especificações de tolerâncias de
dimensões e acabamentos muito altas.
A Sapa e a Tylö já são parceiros há muito tempo.
Patrick Karlsson dos Serviços Técnicos participou
em todo o trabalho de desenvolvimento.
“Podíamos discutir ideias e a nossa colaboração
foi muito proveitosa, tanto financeiramente como
pela rapidez do projecto, diz Jan Bjärnhag, chefe de
produto da Tylö”.
UMA PÉROLA no Qatar
Um dos projectos mais extraordinários a nível mundial é The Pearl. Uma ilha artificial de
400 hectares que irá ser preenchida com residências de luxo, hotéis de cinco estrelas, marinas
e centros comerciais de luxo. A Sapa participou e vai fornecer sistemas de construção
para dois dos primeiros prédios.
A
pesar do Qatar ser o país mais rico per capita
da península árabe, não tem acompanhado
o desenvolvimento do turismo de, por
exemplo, o seu país vizinho Dubai.
Mas agora vai ser tudo alterado.
A Pearl já atraiu muita atenção e quanto mais o
projecto toma forma, mais atenção vai ter. A Pearl
é uma ilha artificial, completamente nova, que foi
concebida para aproveitar ao máximo a costa, adicionando marinas que são formadas como portos
naturais.
a investidores internacionais, e no
futuro a visitantes e residentes de todo o mundo.
Este projecto milionário estará completamente
pronto daqui a cinco anos, e nessa altura o Qatar
terá a sua própria Riviera, pois foi este o modelo
para esta exploração.
O crescimento da Pearl pode ser acompanhado
na Internet, através de imagens de satélite, câmaras
web e imagens que são continuamente actualizaA PEARL DIRIGE-SE
das. Tudo será como diz a publicidade que a Pearl
um dia será – ostentação, luxo e segurança.
A Sapa vai fornecer os perfis de alumínio para
dois dos primeiros prédios a serem construídos à
volta de uma das marinas.
“Trabalhámos anteriormente em alguns projectos exclusivos no Médio Oriente, mas temos
agora uma produção local através de uma empresa
certificada por nós. Isto significa que produzimos localmente os nossos sistemas de construção
segundo todas as especificações Europeias e NorteAmericanas, o que nos permite ter uma grande
vantagem concorrencial no que se refere a prazos
de entrega”, diz o chefe de exportação Bernard de
Bruyckere.
O ritmo na Pearl é muito alto, tudo tem que
estar pronto já em 2009. A Sapa tem grandes
expectativas de poder fornecer soluções para mais
edifícios a serem construídos na ilha.
“A vantagem das nossas soluções não é só
os produtos, mas sim o apoio que oferece-
mos aos empreiteiros que nos contratam.
Acompanhamos todo o projecto até o edifício
estar pronto, com a nossa equipa local no Qatar
e em Abu Dhabi. O cliente tem assim uma
segurança que é muito importante num projecto elevado e de tão grande prestígio como a
Pearl”, afirma Bernard de Bruyckere.
Texto Thomas Arnroth
A Pearl no Qatar foi concebida com a
Riviera francesa e italiana como modelo.
Sumário sobre The Pearl
• 400 hectares de ilha artificial situada vinte
quilómetros a norte da capital do Qatar, Doa.
•4
0 quilómetros de costa fazem parte da
Pearl, sendo metade praia
• 11.000 moradias de luxo a ser construídas, podendo viver na ilha um total de
40.000 pessoas
•7
00 ancoradouros nas marinas e estão a
serem construídos três hotéis de cinco estrelas
• 15.000 metros quadrados de centros
comerciais luxuosos
# 2 2007 SHAPE • 17
design
PAIXÃO
PELO ALUMÍNIO
Uma peça de mobiliário da Indecasa pode ser caracterizada como minimalista, simples, futurista
e por último, confortável. A empresa espanhola já faz mobiliário em alumínio há várias décadas.
Por vezes em combinação com outro material, mas sempre com um design de sucesso.
A
empresa Indecasa fabrica mobiliário principalmente para ambientes públicos, com
ênfase em cadeiras, bancos e sofás para
interior e exterior. O alumínio é sempre a estrutura base do móvel, mas são também usadas
combinações com materiais como o cabedal,
plástico ou têxteis.
A Indecasa já produziu mobiliário para aeroportos, escritórios, restaurantes, bares e cafés,
exportando para o mundo inteiro.
A Indecasa foi fundada em 1963, fabricando
inicialmente mobiliário
de jardim e para
o exterior, daí a
coração, o que se torna visível quando Francisco
López de Vega descreve o processo desde a ideia até
ao produto pronto para entrega. Ele próprio está
envolvido em quase todo o processo. Mesmo que
não tenha formação de design, sabe muito bem o
que funciona ou não. Pessoalmente, prefere o estilo
mais sóbrio.
“Ou gosto logo de uma coisa, ou não gosto.
É assim que ele explica a sua atitude para com o
design.”
Francisco López de Vega, CEO da Indecasa.
selecção de material forte e resistente para o
exterior.
“Se uma das nossas peças de mobiliário não
inclui alumínio, não é uma peça da Indecasa”,
afirma Francisco López de Vega, ceo da Indecasa e
filho do fundador.
QUANDO O PAI DO FRANCISCO fundou a empresa, o
A cadeira Barcino foi galardoada
com “200 Melhores Produtos do
Século” pela revista de design MD.
18 SHAPE • # 2 2007
alumínio era algo fora do comum, mobiliário feito
deste material era totalmente novo e inovador.
A Indecasa era relativamente única no mercado
e o mobiliário de alumínio só se tornou moderno
bastante mais tarde. A escolha de material, assim
como o investimento em bom design comprovou ser um conceito de sucesso. Actualmente a
empresa tem a sua sede na pequena cidade de
Artes, a alguns quilómetros de Barcelona e conta
com 60 colaboradores. Há diversas máquinas
especiais na fábrica para cortar, dobrar, polir e
dar o acabamento ao mobiliário.
A Indecasa é uma empresa familiar com muito
O mercado mudou desde o primeiro mobiliário de
jardim da indecasa dos anos sessenta, e a empresa
mudou com o mercado. o significado da funcionalidade tem aumentado, a consciencialização
ecológica também, e o interesse por decoração e
design disparou. Bom design é algo que caracteriza
o mobiliário da Indecasa. O mobiliário leva-nos
a pensar em termos como futurista, high-tech e
minimalista, e uma das cadeiras apareceu no filme
de ficção científica “Matrix”.
A Indecasa mantém uma colaboração criativa
com vários designers externos, e procura frequentemente encontrar a pessoa certa fora de Espanha.
Nico Smeenk, Kurt Thut e Sapiens Design são
alguns dos designers de mobiliário com quem já
colaboraram. O designer Joan Casas, recentemente
reformado, teve um grande significado para a
empresa e grande influência na linguagem das
formas.
Francisco López de Vega considera ser importante que a colaboração entre a empresa e o
designer seja baseada num bom entendimento
e que a tecnologia e estética andem de mãos
dadas. Ele diz que muitos designers se concen-
TRIAL
A cadeira de linhas sóbrias Trial, com
pés e base em alumínio e assento em
cabedal preto apareceu no filme “Matrix”.
›
tram demasiado na beleza do resultado final e
não no processo técnico em si.
Os técnicos e designers da empresa têm grande
experiência em trabalhar com alumínio, mas há
sempre alguns detalhes que podem dificultar a
produção.
“O alumínio não é sempre um material fácil
de trabalhar. Temos que escolher a estrutura e liga
adequadas para conseguir obter peças pequenas e
resistentes”, explica Francisco López de Vega, que
adiciona que muitas peças de mobiliário são fabricadas com perfis de alumínio da Sapa.
NA FÁBRICA DE MANRESA trabalha-se dia e noite com
processos avançados de controlo. Há um grande
investimento em análise, pesquisa e desenvolvimento de materiais, assim como qualidade e
ambiente. O alumínio é um material reciclável e o
mobiliário preenche os requisitos das especificações
ecológicas do mercado. Mas este material também
traz muitos desafios e obstáculos, justifica Francisco
López de Vega.
“As complicações aparecem durante o percurso,
mas eu tenho a atitude que tudo é possível – com
alguns compromissos.”
OYYO
OYYO
A cadeira Oyyo foi desenhada
pelo designer industrial holandês
Nico Smeenk.
O processo técnico para criar
a cadeira foi complicado, mas
quando o protótipo ficou pronto
– a cadeira em alumínio com o
assento em plástico rígido com
orifícios – foi muito fácil de produzir.då inte helt isolerad.
Texto Jessica Johansson Foto Indecasa
# 2 2007 SHAPE • 19
LIMPAR A N
ATERRAGENS SEGURAS APESAR DO TEMPO
Limpeza de neve eficaz é determinante para a segurança
de muitos aeroportos. No aeroporto de Lycksele é utilizado um
sistema único de escovas industriais que foram desenvolvidas
em colaboração com a Sapa.
“É muito simples e flexível”, diz o colaborador do aeroporto
Rune Hedman.
A
lta qualidade nas pistas de aterragem e
descolagem são uma condição para que
os aeroportos possam garantir a segurança
dos passageiros. O clima de certas localidades do
mundo coloca requisitos especiais de manutenção
– principalmente em localidades onde neva frequentemente.
Isto é algo que os colaboradores do aeroporto de
Lycksele conhecem bem. A localização geográfica
do norte da Suécia implica que os aeroportos têm
grandes quantidades de neve durante o Inverno.
Dado que mesmo uma camada muito fina de neve
pode afectar o avião na descolagem ou aterragem,
a limpeza de neve tem que funcionar optimamente. A neve pode afectar o denominado factor de
travagem da pista de aterragem, que é regularmente medido com equipamento especial.
“Um factor de travagem baixo implica que
o efeito de travagem do avião é prejudicado.
20 SHAPE • # 2 2007
Aumenta o risco do avião não conseguir parar
na pista de aterragem, entre outros. Para além
disso, o avião é também afectado por ventos
laterais”, afirma o colaborador do aeroporto
Rune Hedman.
Para manter as pistas de aterragem e descolagem
com factores de travagem suficientemente altos
são normalmente utilizadas máquinas de limpar e
de ar que são puxadas pelos carros de limpeza de
neve. Depois da pista ser limpa, as máquinas escovam o restante da neve e limpam a pista com ar.
“Durante o Inverno operamos as máquinas
quase diariamente. Quando há grandes nevões,
são várias vezes ao dia”, afirma Rune Hedman.
As escovas das máquinas são de grande
importância para a eficácia da limpeza de neve.
Como as máquinas do aeroporto de Lycksele
são utilizadas com muita frequência, as escovas
gastas têm que ser substituídas várias vezes em
cada época. O sistema de escovas utilizado pela
empresa Svenska Industriborstar (sib) implica
que as escovas estão colocadas em cassetes, o
que permite substitui-las sem ser necessário
desmontar o eixo das escovas. Isto é uma grande
vantagem comparado com outros sistemas em
que as escovas têm que ser desmontadas para as
substituir, conforme nos diz Rune Hedman.
“Basta soltar um anel, puxar pela calha a
cassete usada para fora e montar uma nova. É
um sistema muito simples e fácil que nos poupa
muito tempo”, afirma ele.
AS MÁQUINAS DE LIMPEZA E DE AR também podem ser
utilizadas no verão, mesmo com o terreno sem
neve. O aeroporto de Lycksele foi ampliado em
2004. As máquinas limpam as respectivas pistas
antes de descolagem e aterragem para remover
areia ou cascalho.
NEVE
As escovas são
utilizadas principalmente quando
neva, mas são
usadas também
para remover areia
e cascalho das
pistas de aterragem.
As cassetes de
escovas são
fixas em calhas
nos perfis o que
facilita a sua subs­
tituição.
Rune Hedman
é um técnico de
limpeza de neve
do aeroporto de
Lycksele com muita
experiência.
As máquinas são também utilizadas para
remover camadas de borracha das pistas.
A sib, fundada em 1955, é uma empresa com
15 colaborares sedeada em Västerås. Em finais dos
anos setenta a empresa lançou este sistema único de
escovas já patenteado, que actualmente representa
o seu maior volume de negócios. Este sistema
de escovas é vendido na Escandinávia, Rússia,
Gronelândia, Canadá e eua.
O sistema da sib é composto por um eixo em
que a cassete é fixa em calhas. Anteriormente os
perfis de alumínio eram fixos num eixo composto
por um tubo de aço. Actualmente o eixo é fabricado apenas de perfis de alumínio fabricados pela
Sapa. O eixo é composto por cinco peças, cinco
perfis que são unidos para formar um cilindro. A
SIB fabrica os eixos em dois diâmetros diferentes,
sendo o comprimento ajustado às necessidades do
cliente final.
“Passou a ser caro e difícil de adquirir tubos de
aço para a produção, e por isso optámos por fabricar os eixos em perfis de alumínio. O alumínio é
mais barato e mais leve. Para além disso, o alumínio
permite maiores opções de variações no design”,
afirma Caroline Droeser, ceo da sib.
A SAPA JÁ É FORNECEDOR da sib há cerca de 20 anos, e
participou no desenvolvimento do sistema.
De acordo com Caroline Droeser, a competência da Sapa é uma razão de peso para a sib ter
incrementado esta colaboração.
“Levamos a cabo discussões contínuas em como
melhorar o produto. Tentamos encontrar novas
soluções em conjunto. Graças à Sapa temo-nos
mantido actualizados com novas tecnologias e
como trabalhar com o alumínio. A competência
é uma das principais razões porque escolhemos a
Sapa como parceiro”, diz ela.
Comparado com cinco anos atrás, a Sapa
fornece actualmente cinco vezes mais perfis de
alumínio à sib. Patrick Massana, vendedor da
Sapa, diz que a Sapa e a sib mantêm contactos
frequentes, normalmente duas vezes por mês.
Para além disso, a Sapa visita a sib regularmente, cerca de cinco vezes por ano.
“Poderá ser mais frequente quando estamos
a desenvolver novos produtos. Eu acredito que
este tipo de colaboração é o melhor para os
ambos os parceiros. É importante para nós na
Sapa, que o produto que desenvolvemos funcione da melhor forma para os nossos clientes.
Trabalhamos arduamente para melhorar continuamente os nossos produtos e apresentar ideias
e sugestões”, afirma ele.
Text Carl Hjelm
foto SAMUEL ARNFJELL
# 2 2007 SHAPE • 21
NA
parede
A empresa dinamarquesa BANG & OLUFSEN contactou a Sapa
quando necessitou de perfis para os seus novos expositores para
lojas. O resultado foi não só um expositor discreto e fácil de
usar mas também o princípio de uma cooperação mais profunda.
O
expositor Fokus Wall é uma peça
importante das lojas bang & olufsen,
desenhadas para expor os produtos e sua
mensagem. É por esta razão que deve ser fácil
alterá-los regularmente.
“A decoração das nossas lojas deve em primeiro lugar ser discreta e elegante. O ênfase
deve estar nos nossos produtos. Os
perfis de alumínio ajustam-se perfeitamente a isto”, afirma Juval Friis
Philosof, Inhouse Store Designer da
bang & olufsen.
A Sapa Dinamarca recebeu um pedido
de informações da bang & olufsen em Agosto
de 2006. Deu-se início a um diálogo, onde foram
implementadas uma série de melhoramentos ao
caderno de encargos. A solução integral da Sapa
oferece tudo embalado num conjunto, que inclui a
estrutura de alumínio, parafusos e ferragens, como
um ”kit Ikea”, que é entregue directamente no
armazém da bang & olufsen.
O conjunto completo pesa actualmente 16 quilos,
em vez de 25 quilos, ao substituirmos o aço por
alumínio. A embalagem simplificada também
diminuiu os custos de manuseamento.
“Temos beneficiado bastante da perícia
técnica da Sapa. Os limites foram sempre ultrapassados, até encontrarmos em conjunto novas
soluções”, afirma Thomas Svendsgaard, técnico
de compras da bang & olufsen.
Há uma grande procura pela Fokus Wall versão 2.0. Em parte porque são necessários mais
expositores para um grande número de novas
lojas, e também para a renovação das existentes.
Para poder satisfazer as exigências de preço e
qualidade da bang & olufsen, a Sapa teve que
repensar
22 SHAPE • # 2 2007
a produção. A Sapa investiu num robot para
facilitar a transformação dos perfis, entre outros.
“Este trabalho tem sido um desafio para optimizar os nossos próprios processos”, conta o engenheiro Johnny Christensen e Thomas Berndtz,
gestor responsável pelo cliente na Sapa Profiler a/s.
A automatização juntamente com uma combinação de novas tecnologias permite à Sapa melhorar tanto no preço como na qualidade.
“Uma peça central da filosofia da Sapa é ser
um parceiro. Juntamente com os clientes criamos situações “win-win”. O projecto Fokus Wall
proporcionou tanto à bang & olufsen como à
Sapa vários ganhos, e não só financeiros”, afirma
Thomas Behrndtz.
texto Jesper Elm Larsen
FOTO MAGNUS GLANS
Sumário sobre a Fokus Wall
• O expositor é composto por uma placa de
MDF como base, uma estrutura de perfis de
alumínio assim como perfis transversais para as
prateleiras. Os perfis transversais são facilmente montados na placa de MDF com parafusos
resistentes com a rosca embutida, especificamente desenvolvidos para o efeito.
• O Fokus Wall está disponível em dois tamanhos, com larguras de 120 ou 180 centímetros. As bandas têxteis são facilmente montadas na estrutura de alumínio utilizando a orla de
silicone.
PERFIL
NAS MÃOS DE
David Marshall
David Marshall é o artista que
mistura alumínio com outros
materiais como vidro, cabedal ou
madeira. O resultado são obras
de arte fantasiosas.
O
multi-criador escocês David Marshall trabalha há muitos anos em Espanha, a sua
nova pátria, nomeadamente em Ronda
na Andaluzia. O seu percurso é bastante variado,
tendo trabalhado como copywriter, soldador,
arquitecto e designer de jóias (com encomendas
para a Christian Dior entre outros).
No entanto, David Marshall é mais conhecido
pelas suas esculturas e design de mobiliário e candeeiros. O seu primeiro contacto com o alumínio
foi durante uma viagem à Colômbia há cerca de
trinta anos. David Marshall arranjou trabalho
como soldador e teve então oportunidade de experimentar trabalhar com alumínio, e aprendeu a
conhecer as suas características, tanto as vantagens
como as desvantagens.
“Pode-se fazer objectos com alumínio que não
é possível com outros materiais. Eu consigo que o
material se mova, dobre e posso também fundi-lo,
é assim que ele explica a
sua fascinação por este
material”.
No início da sua
carreira, David Marshall
utilizou muito material
do lixo – porque não
transformar lixo em algo
de bonito? Ferro-velho,
carros velhos e caixas de
engrenagem são transformados em arte nas
suas mãos. “Uma forma
de reciclagem criativa”
como ele lhe chama.
este é o desafio perfeito para
mim. Eu tenho alguns limites
técnicos, mas o resultado é sempre único e diferente, nenhum
objecto é igual a outro.”
David Marshall não gosta
de minimalismo, e acha que o
mundo já teve uma dose suficiente de material simples. Ele
acha que há muito poucas pessoas a fazerem coisas com as suas
próprias mãos, por isso viaja
pelo mundo para aprender com
outros artistas e artesãos. Ele
trabalhou, por exemplo, com
David Marshall trabalha em Espanha mas a
joalheiros em Rajasthan, fabrisua arte é vendida também nos países
DE ACORDO COM david
cantes de tambores do Ghana e
marshall o alumínio não Nórdicos, Irlanda e Arábia Saudita.
artesãos de cabedal da Indonésia
é um material fácil de
– uma mistura de tradição e instrabalhar, ele teve que fazer várias experiências para
piração que caracteriza a sua arte pelas suas formas
obter o resultado pretendido. É um material frágil
orgânicas e cheias de fantasia.
e quebradiço, o que ele encara como um desafio,
Ele não tem problema em misturar o seu matemas que adora trabalhar com os métodos artesanais rial favorito com pele de porco, vidro, madeira ou
antigos.
lã, trazendo ainda das suas viagens diferentes mateDavid Marshall tanto utiliza o material como ele riais. Ele iniciou recentemente uma colaboração
é, ou derrete-o para fazer moldes e esculturas.
com vidreiros locais na Tailândia, por exemplo.
“É necessário ter disciplina para trabalhar com
alumínio, mas como eu me aborreço facilmente
Texto Jessica Johansson
# 2 2007 SHAPE • 23
POR ÚLTIMO
PERFIS ELEVAM O
GIROCÓPTERO
Não é um avião, mas também não é um helicóptero.
O girocóptero ou Autogyro
pode ser descrito como um
misto de ambos, mas muito
mais barato. Poderá estacionar
o popular modelo AutoGyro
MT-03 na sua garagem por
apenas 50.000 euros.
U
m Autogyro é operado como um avião de
uma hélice. Uma grande diferença é que
o autogyro não tem asas. Em vez de asas,
está equipado com uma pá de rotor que roda à
velocidade do vento que vem pela frente e por
24 SHAPE • # 2 2007
baixo, mantendo uma boa capacidade de elevação
mesmo em velocidades baixas.
Comparado com o helicóptero, as diferenças
são que não necessita de um rotor na cauda (que
evita que o helicóptero entre em rodopio) e o girocóptero não pode descolar verticalmente.
Tudo o que necessita é de vento frontal e dez
metros de distância para descolar. É utilizado um
pré-rotor para a descolagem, o que permite uma
velocidade de 250 rotações por minuto no rotor.
E É PRECISAMENTE este importante rotor do
AutoGyro mt03, fabricado pela htc/AutoGyro
na cidade alemã de Hildesheim que coloca a Sapa
no mapa. As pás do rotor são compostas por dois
perfis de alumínio com quatro metros de comprimento.
O design dos perfis foi um desafio técnico. As
paredes dos perfis têm apenas 1,1 milímetros de
espessura, mas têm que ser muito resistentes, resistir a grandes pressões verticais e não se dobrar.
“ Para acrescentar
a isto, têm também
um corte vertical
muito assimétrico.
Em conjunto com
As pás do rotor de perfis.
a Sapa da Bélgica,
conseguimos criar
uma forma geométrica que preencheu todos os
requisitos”, afirma Michael Brodam, responsável por Application & Engineering na Sapa de
Dusseldorf.
o mt-03 é descrito como seguro e relativamente
fácil de aprender a voar. Incluindo equipamento
normal o seu custo é um pouco mais de 50.000
de euros. Há também a acrescentar a formação
para um certificado Ultra Light-B de cerca de eur
5.000. Esta pequena máquina voadora pode ser
facilmente transportada num atrelado e estacionada em qualquer garagem normal.
TEXTO THOMAS ÖSTBERG

Documentos relacionados

COLORIDO

COLORIDO A Sapa é um grupo industrial internacional que desenvolve, fabrica e comercializa perfis de alumínio processados, componentes e sistemas à base de perfis e permutadores de calor. A Sapa tem um volu...

Leia mais

PDF: Revista Shape

PDF: Revista Shape A Sapa é um grupo industrial internacional que desenvolve, fabrica e comecrializa perfis de alumínio processados, componentes e sistemas à base de perfis e permutadores de calor. A Sapa tem um volu...

Leia mais