INTRODUÇÃO AO APOIO MARÍTIMO
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INTRODUÇÃO AO APOIO MARÍTIMO
Introdução ao Apoio Marítimo INTRODUÇÃO AO APOIO MARÍTIMO MARCOS MACHADO DA SILVEIRA 1 Introdução ao Apoio Marítimo INTRODUÇÃO ÍNDICE Item Assunto Página INTRODUÇÃO Índice Prefácio 2 4 APRESENTAÇÃO Apresentação 5 HISTÓRICO DA ATIVIDADE DE EXPLORAÇÃO OFFSHORE NO BRASIL As primeiras atividades: Nordeste A Bacia de Campos - primeiras descobertas Pólo Nordeste Águas Profundas Os Recordes Novas Tendências de Completação 7 8 10 10 11 12 1. 2. A. B. C. D. E. F. G. H. I. EMBARCAÇÕES Sistema de Propulsão Arranjos de Convés Manuseio de Espias (LH) Supridor (Supply Vessel) PSV (Platform Supply Vessel) Reboque e Manuseio de Âncoras - AHTS (Anchor Handling and Towing Supply) Apoio a Mergulho - DSV (Diving Support Vessel) Balsa de Serviços (Barge) Lançamento de Linhas - PLV (Pipe Laying Vessel) Navio de Estimulação de Poços de Petróleo - WSV (Well Stimulation Vessel) Navio de Pesquisa Sísmica - RV (Research Vessel) 13 15 16 16 16 17 19 20 20 21 21 1. A. B. 2. A. B. C. D. E. F. 3. A. B. UNIDADES Fixas Plataforma Auto-elevatória (Jack up) Plataforma Fixa - Jaqueta Móveis Plataformas Semi-submersíveis - SS Navios-sonda - NS (Drilling Ship) FPSO (Floating Production, Storage and Offloading) Unidade Alojamento / Flotel Embarcação / Unidade Guindaste / Construção Navio de Apoio à Perfuração (Drilling Tender) Especiais Plataforma de Pernas Tencionadas - TLP (Tension Leg Platform) Spar 22 22 24 24 24 25 25 26 27 27 28 28 28 1. 2. 3. 4. 5. O PORTO Administração Operações Base Terminal de Imbetiba - Macaé Segurança 29 29 29 29 30 2 Introdução ao Apoio Marítimo ANEXO I ANEXO II ANEXO III ANEXO IV ANEXO V ANEXO VI ANEXO VII ANEXO VIII ANEXO IX ANEXO X ANEXO XI ANEXOS SS GLOMAR CELTIC SEA PA GLOMAR HIGH ISLAND AHTS PIPE LAYING VESSEL PLATFORM SUPPLY VESSEL NS GLOMAR C. R. RUIGS CABLE 1 - BARGE GLOSSÁRIO DE EMBARCAÇÕES ESPECIAIS NA ATIVIDADE DE APOIO MARÍTIMO FOTOS MAPA DE PORTOS DA REGIÃO SUDESTE - MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES TIPOS DE EMBARCAÇÕES DE APOIO MARÍTIMO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32 33 34 35 36 37 38 39 42 44 45 53 3 Introdução ao Apoio Marítimo PREFÁCIO A indústria do petróleo exige uma contínua atualização de todos os seus agentes. É uma atividade dinâmica, onde os limites devem ser sempre superados. Cada vez mais, esta indústria ganha importância em nosso país, quer seja no nível de exigência de qualificação da mão-de-obra, quer seja na geração de empregos. A quebra do monopólio de exploração e de produção da Petrobras traz novas empresas para o mercado brasileiro. A reboque, os armadores deverão apresentar índices operacionais cada vez melhores. Ao invés de haver somente contratos de longa duração (2, 4, 10 anos), o contrato tipo “spot” (curta duração) passará a ser uma constante. Este estudo tem o objetivo de servir de ferramenta para um melhor conhecimento das operações de apoio marítimo (apoio às unidades de produção e exploração em alto-mar). Ele foi realizado tomando como base a teoria existente. Somou-se então a experiência do autor como Comandante de embarcações supridoras, de estimulação de poços de petróleo, de reboque e manuseio de âncoras e também como Controlador de lastro e como Supervisor de lastro (Barge Engineer) em plataformas semi-submersíveis. Este estudo deverá sofrer sempre atualizações. É necessária a participação de todos os envolvidos, visando à melhoria contínua, através de críticas e sugestões. Rio de Janeiro, abril de 2002. 4 Introdução ao Apoio Marítimo Apresentação Na segunda metade do século XV, teve início a expansão marítima dos povos da Europa, liderada pelos portugueses, aos quais se juntaram, imediatamente, espanhóis e quase um século mais tarde, ingleses, holandeses e franceses. A corrida pelo descobrimento de novas terras começou com grande impulso, estimulada pelo gênio de Henrique “O Navegador”, e em pouco tempo transformou-se num estrondo; criou impérios coloniais, expandiu o comércio e gerou riquezas, em escala nunca vista até então. O intenso uso do mar pelo comércio das nações, através de quatro séculos, deu origem a uma arte marinheira, com tecnologia e embarcações próprias, lentamente aperfeiçoadas pela vida em severas condições do meio ambiente em que operam os homens do mar. A atividade conhecida no jargão da indústria mundial de petróleo, como de Offshore, ocupa um capítulo relativamente recente na história marítima dos povos, mas nem por isso de pequena importância. A indústria de petróleo nasceu em terra, nos Estados Unidos, mais ou menos na segunda metade do século XIX. No correr do século XX, cresceu com vigor, buscando fontes de óleo no Oriente Médio, principalmente, mas também na América Central e no norte da América do Sul. Mas a história do petróleo, em especial no Oriente Médio, é marcada por uma sucessão de crises políticas entre os países que possuem petróleo em seu subsolo e as grandes potências que lideram a indústria e o comércio de petróleo no mundo. Por isso, desde 1920, alguns milhares de poços já vinham sendo perfurados ao longo da costa norte da Europa, numa tentativa de encontrar soluções para a economia do petróleo, diante de fatores negativos da política. Os primeiros resultados foram decepcionantes, mas a política tem uma característica peculiar: ao mesmo tempo em que se constitui em fator de grande perturbação, fornece o incentivo para viabilizar projetos que nos primeiros embates são marcados por frustração. Supridor aproximando-se de uma unidade 5 Introdução ao Apoio Marítimo A crise de Suez em 1956 e mais tarde a criação da OPEP - com seus dois choques de petróleo em 1973 e 1979 - viabilizaram a tecnologia de produção de petróleo offshore, no Mar do Norte e em outras regiões marítimas do planeta. Quando se abria a década de 70 deste século, a produção de petróleo no Brasil atingia cerca de 170 barris por dia, uma produção muito pequena para atender às necessidades de um país em expansão. A PETROBRÁS voltou-se para o mar. Desde então, a produção neste ambiente cresceu e hoje alcança cerca de 80% do total da produção do petróleo extraído do território brasileiro. Operando embarcações e equipamentos altamente especializados nacionais e estrangeiros, a PETROBRÁS desenvolveu uma extraordinária capacitação. Hoje detém o recorde de produção em águas profundas, produzindo em lâmina d’água de mais de 1.300 metros, na Bacia de Campos, onde já foram localizadas jazidas de petróleo e gás, entre 1.800 e 2.800 metros, nos campos de Marlim, Albacora e Roncador. Este o motivo que nos leva a compilar algumas informações preliminares para o conhecimento desta atividade, com o propósito de nos familiarizar com o trabalho dessa nova categoria de homens do mar - os operadores offshore, a bordo de estruturas de perfuração e produção, e de embarcações especializadas no apoio à indústria de petróleo. 6 Introdução ao Apoio Marítimo Histórico da Atividade de Exploração Offshore no Brasil As Primeiras Atividades: Nordeste A exploração de petróleo em reservatórios situados na área offshore no Brasil iniciou-se em 1968, na Bacia de Sergipe, campo de Guaricema, situado em lâmina d'água de cerca de 30 metros na costa do estado de Sergipe, na região Nordeste. Para o desenvolvimento na bacia de Sergipe aplicaram-se as técnicas convencionais da época para campos de médio porte: plataformas fixas de aço, cravadas através de estacas, projetadas somente para produção e teste de poços, interligados por uma rede de dutos multifásicos. Todo o complexo era ligado, também, por duto multifásico, a uma estação de separação e tratamento de fluidos produzidos localizada em terra. As primeiras plataformas, principalmente as instaladas nos campos de Guaricema, Caioba, Camorim e Dourado, eram, com pequenas variações, do tipo padrão de quatro pernas, convés duplo, guias para até seis poços, sistema de teste de poços e de segurança. A perfuração e a completação dos poços eram executadas por plataformas auto-elevatórias posicionadas junto à plataforma fixa. Posteriormente os projetos foram implementados e a perfuração dos poços passou a ser feita, também, por sondas moduladas instaladas diretamente no convés superior das plataformas e assistidas por navios tender. Nos anos seguintes, com o aumento da atividade, não só na costa de Sergipe, mas também nas de Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará, a Petrobras decidiu desenvolver projetos próprios de plataformas que atendessem às características de desenvolvimento dos campos. Este esforço resultou em 3 projetos de plataformas fixas distintos, conhecidas como plataformas de 1ª, 2ª e 3ª famílias. A plataforma de 1ª família era similar às plataformas fixas iniciais desenhada para ter até 6 poços de produção e podiam ser instaladas em lâmina d'água de até 60 m; se necessário com um pequeno módulo para acomodação de pessoal. A plataforma de 2ª família comportava a produção de até 9 poços, permitia a separação primária de fluidos produzidos, sistema de transferência de óleo, sistema de teste de poços, sistema de segurança e um sistema de utilidades. Era uma com acomodações de pessoal. As plataformas de 3ª família tinham a concepção mais complexa. Permitiam a perfuração e completação de até 15 poços e as facilidades de produção podiam conter uma planta de processo completa (teste, separação, tratamento e transferência de fluidos), sistema de compressão de gás, sistema de recuperação secundária, sistemas de segurança e de utilidades e acomodação de pessoal. As plataformas de 3a família tinham concepção apropriada para atuarem como plataformas centrais. Em 1975, para o desenvolvimento dos campos de Ubarana e Agulha, no Rio Grande do Norte, além das plataformas de aço convencionais, decidiu-se pela utilização de plataformas de concreto gravitacionais, segundo concepção do consórcio franco-brasileiro Mendes Jr. Campenon Bernard. Foram utilizadas 3 destas plataformas, duas em Ubarana e uma em Agulha. Pela concepção original, cada plataforma comportava a perfuração e a completação de até 13 poços, separação, tratamento, armazenamento e transferência de óleo, compressão de gás além dos sistemas de utilidades, segurança e alojamento de pessoal. As plataformas, em formato de caixa têm um convés único medindo cerca de 2.500 m2 além de um espaço interno, chamado de "galeria técnica", para instalação de bombas de transferência, sistema de lastro e tratamento/descarte de água produzida. 7 Introdução ao Apoio Marítimo A planta de processo de cada plataforma comportava uma produção de 5.000 m3/dia de óleo e a capacidade do tanque de armazenamento era de 20.000 m3. A altura total da plataforma era de 25 metros, instalada em locais de lâmina d'água aproximada de 13 metros. São instalações que se destinavam a operar como plataformas centrais. Plataforma Fixa As plataformas de concreto, que tiveram largo uso no Mar do Norte, têm uso limitado na área offshore brasileira em pequenas lâminas d'água. A Bacia de Campos - Primeiras Descobertas Até 1977 as atividades de produção offshore no Brasil limitaram-se às áreas do Nordeste brasileiro em lâminas d'água de até 50 metros. Em 1974 houve a primeira descoberta de petróleo na Bacia de Campos, atualmente a principal província petrolífera do Brasil, localizada na parte marítima do estado do Rio de Janeiro, na região Sudeste do país. Entretanto, a atividade começou em agosto de 1977, na segunda descoberta, com o campo de Enchova, em lâmina d'água de 120 metros. Um novo conceito, em termos de explotação, foi introduzido, denominado Sistema Antecipado de Produção (EPS). Na fase 1 deste desenvolvimento a plataforma de perfuração semi-submersível Sedco135D foi equipada com uma planta de processamento simples. A produção fluía para a superfície através de uma árvore teste (árvore EZ) suspensa pela plataforma de perfuração, dentro do sistema de prevenção de blowout (BOP) e do riser. O óleo e o gás eram separados e o gás queimado. O óleo processado era então transferido através de uma mangueira flutuante para um navio tanque ancorado nas proximidades, ligado a um sistema de ancoragem de quatro pontos. Na segunda fase, uma outra semi-submersível, Penrod-72, também parcialmente convertida em plataforma flutuante de produção, foi usada. Como na fase inicial, a plataforma era posicionada sobre um poço produtor usando uma árvore de BOP de superfície, enquanto um segundo poço submarino era colocado em produção através de uma árvore "molhada", a uma profundidade de água recorde de 189 metros. Da árvore submarina, a produção fluía para a Penrod-72 através de um sistema flexível livre de linhas de escoamento e riser, que incluía um umbilical de controle para comunicação entre a árvore e a plataforma. O óleo processado dos dois poços era transportado através de uma linha de escoamento e riser flexíveis até uma monobóia ancorada por um sistema de pernas em catenária, Catenary Anchor Leg Mooring (CALM). Uma segunda linha de escoamento e riser flexíveis era conectada entre a Penrod-72 e a Sedco-135D, o que proporcionava uma capacidade de produção contínua. 8 Introdução ao Apoio Marítimo Plataforma Sedco 135-D (SS-06) Foi o nascimento do Sistema de Produção Antecipada, capaz de antecipar a produção, e, ao mesmo tempo, fornecer dados detalhados sobre o reservatório. Estes dados foram então usados para o projeto do sistema permanente de exploração que, uma vez no local, permitia o emprego dos EPS em outra área. As vantagens do uso de risers flexíveis foram a acomodação do movimento das unidades flutuantes e a facilidade de sua instalação. Adicionalmente, os risers e linhas de fluxo flexíveis eram freqüentemente reutilizadas em novos sistemas. Apesar do fato de que era somente o segundo sistema flutuante de produção no mundo, esse conceito realmente ganhou força no Brasil. A surpreendente alta segurança e baixo custo indicam que o EPS era a concepção em águas profundas, pelo menos nesta parte do hemisfério. A partir de então, e visando principalmente uma antecipação de produção, os sistemas flutuantes foram largamente empregados na Bacia de Campos. Uma evolução natural deste sistema foi a completa conversão das plataformas semisubmersíveis de perfuração em unidades flutuantes de produção, que tem sido mundialmente seguido, depois desta primeira experiência de sucesso. O campo de Garoupa, primeiro a ser descoberto, também em lâmina d'água de 120 metros, somente entrou em produção em 1979, juntamente com o de Namorado, este em lâmina d'água de 160 metros. Apesar de se tratar de campos com potencial superior aos campos marítimos do Nordeste, a utilização de sistema de produção com plataformas fixas e tubulações rígidas não era economicamente viável por serem isolados e muito distantes do litoral, cerca de 80 km. Optou-se então pelo conceito de sistema flutuante de produção utilizando navio. A concepção envolvia tecnologia pioneira e foi um marco na atividade offshore mundial. O sistema compreendia 8 poços de produção com completação seca utilizando câmaras atmosféricas, manifold atmosférico, navio para processamento da produção atracado a uma torre articulada e navio para carregamento de óleo atracado a outra torre articulada. Todo o sistema era interligado por tubulações flexíveis. A concepção não voltou a ser utilizada pela Petrobras por problemas técnicos e econômicos particulares do projeto. Contudo, contornados os problemas e eliminados os aspectos pioneiros, mostrou-se perfeitamente viável. Paralelamente, um programa de implantação de um sistema definitivo de produção foi desenvolvido. O programa compreendeu o projeto, fabricação, transporte, instalação e montagem de 7 plataformas fixas de aço, de grande porte, e o projeto, fabricação e lançamento de aproximadamente de 500 km de dutos rígidos no mar e 500 km em terra, para escoamento de óleo e gás. As plataformas do Sistema Definitivo da Bacia de Campos, implantado em 1983, foram instaladas em lâminas d'água variando entre 110 e 175 metros e concebidas segundo dois tipos principais: 9 Introdução ao Apoio Marítimo • Plataformas Centrais. Tipo fixa de aço, cravadas por estacas, com 8 pernas, para perfuração e produção de poços, equipadas com plantas completas de processo da produção, sistema de tratamento e compressão de gás, sistemas de segurança e utilidades e acomodação de pessoal. A capacidade de produção dessas plataformas varia de 15.000 a 32.000 m3/dia de óleo (95.000 a 200.000 bpd). • Plataformas Satélites. Semelhantes às plataformas centrais, porém a planta de processo da produção compreendendo apenas um estágio de separação primária de fluidos produzidos. A capacidade varia de 8.000 a 10.000 m3/dia de óleo (50.000 a 63.000 bpd). Estas plataformas com concepção semelhante às utilizadas no Mar do Norte, são bastante diversas daquelas instaladas na região Nordeste do Brasil que têm concepção semelhante às plataformas do Golfo do México. Pólo Nordeste A partir de 1984, a Bacia de Campos começou a mostrar seu completo potencial, com a descoberta de campos gigantes em águas profundas que, à época, variavam de 300 a mais de 1.000 metros de lâmina d'água. Enquanto a Petrobras analisava o desenvolvimento de tecnologia para produzir esses campos, o desenvolvimento do Pólo Nordeste - abrangendo os campos de Pargo, Carapeba e Vermelho - era realizado. A partir de 1989, 7 plataformas fixas foram instaladas, todas utilizando bombas elétricas submersas (ESP). O desenvolvimento do Pólo Nordeste inclui: • • • • Instalação de 6 templates; Perfuração e completação de 120 poços, com ESP; Instalação de 5 plataformas satélites de produção e 1 sistema central com duas plataformas geminadas, uma para a planta de processo e outra para utilidades (Pargo 1A e Pargo 1B); Lançamento de 70 km de linhas de escoamento e 50 km de cabos elétricos de força submarinos. Águas Profundas Em 1984, o campo de Albacora foi descoberto seguido por: Marimbá (1985), Marlim (1985), Marlim Sul (1987), Marlim Leste (1987), Barracuda (1989), Caratinga (1989) e Roncador (1996). Esses campos estão situados em lâminas d'água superiores a 300 metros (profundidades limite para o uso de mergulhadores na instalação, operação e manutenção) e demandaram o desenvolvimento de tecnologia pioneira para serem postos em produção. • O campo de Marimbá, localizado em lâminas d'água que variam entre 350 e 650 metros, pode ser considerado um verdadeiro laboratório onde a tecnologia de produção em águas profundas com sistema flutuante de produção com semi-submersível, foi testada e colocada em produção. A Fase II, em implantação, compreende a instalação de 4 unidades adicionais de produção, sendo 1 semi-submersível e 3 FPSO, além de uma plataforma de apoio. Até o momento já foram instaladas 2 unidades de produção (1 semi-submersível e 1 FPSO) e a de apoio. No total, o campo irá abranger 94 poços de produção e 51 de injeção e produzir 511.000 bpd de óleo e 5,9 milhões de m3/dia de gás, 2002. No bloco de Marlim Sul foi instalado, em 1997, um sistema de produção antecipada composto pela unidade FPSO-II, em lâmina d’água de 1.420 metros, interligada a 1 poço 10 Introdução ao Apoio Marítimo produtor, a 1.709 metros de lâmina d’água. À época, este poço estabeleceu o recorde mundial de lâmina d’água para completação submarina. O desenvolvimento do bloco será feito em 2 módulos. O módulo I consistirá de semisubmersível (P-40, antiga DB-100) atualmente aguardando Licença de Operação (LO), ancorada em lâmina d’água de 1.080 metros que atingirá uma produção de 150.000 bpd de óleo e 6 milhões de m3/dia de gás. Essa produção será exportada através de uma unidade de estocagem e transbordo (FSO), também convertida (P-38). O módulo irá abranger 1 ou 2 unidades de produção, dependendo do desempenho do sistema de produção antecipada. Para o bloco de Marlim Leste, está prevista conexão de um poço daquela área a alguma das unidades instaladas no complexo de Marlim para levantamento de dados para o futuro desenvolvimento. Os campos de Barracuda e Caratinga estão localizados a sudoeste de Marlim em lâmina d’água variando de 600 a 1.300 metros. Seu desenvolvimento consiste de 3 fases: Sistema de Produção Antecipada, Sistema Definitivo de Barracuda e Sistema Definitivo de Caratinga. O Sistema de Produção Antecipada começou a produzir em 1997 através do FPSO P34 em lâmina d’água de 785 metros. Deverá operar até a entrada do sistema definitivo. O Sistema Definitivo de Barracuda deverá entrar em produção em 2001 e será composto de uma unidade de completação seca (P-41), ancorada em lâmina d’água de 815 metros, ligada a um FPSO (P-43), ancorada a 785 metros por um Sistema de Ancoragem de Complacência Diferenciada (Dicas). Deverão integrar o sistema 24 poços produtores e 17 injetores. A produção deverá atingir 175.000 bpd e 2,7 milhões de m3/dia de gás. O Sistema Definitivo de Caratinga será composto de 1 FPSO (P-48) ancorado a 1.040 metros de LDA a ser instalado em 2002. O sistema compreenderá 13 poços produtores e 11 injetores, com uma produção de 100.000 bpd e 1,4 milhão m3/dia de gás. A produção desses 2 sistemas será exportada através das plataformas fixas PNA-1 (gás) e PNA-2 (óleo). Os Recordes 11 Introdução ao Apoio Marítimo Em função dessas descobertas em águas profundas e da necessidade de suprir a demanda do País, a Petrobras veio estabelecendo sucessivos recordes de profundidade de poço em produção. O atual ocorreu em janeiro de 1999, quando entrou em produção o EPS de Roncador, campo situado na parte norte da Bacia de Campos, com uma área de 132 km2 e lâmina d’água entre 1.500 e 2.000 metros. Esse sistema, que vem produzindo mais de 20.000 bpd, é composto pelo navio Seillean, um FPSO de posicionamento dinâmico, localizado diretamente sobre o poço produtor em lâmina d’água de 1.853 metros, ligado à árvore de natal, instalada pelo próprio navio, por um riser vertical rígido pioneiro no mundo, sendo que ambos foram especialmente projetados para profundidades de até 2.000 metros. Além de tais recordes, cabe destacar o fato de ser o único FPSO de posicionamento dinâmico em uso no mundo e a unidade desse tipo operando na maior lâmina d’água. Esse sistema entrou em operação no final de 1999, sendo depois substituído pelo sistema definitivo composto pela unidade semi-submersível Spirit of Columbus (P-36), convertida para unidade de produção no Canadá, que repassava a produção de 21 poços para um FSO (P-47 – convertida a partir do navio Eastern Strength); a unidade de produção estava ancorada a 1.360 metros de LDA e o FSO a 815 metros. O sistema deveria atingir um pico de produção de 180.000 bpd em 2002. Novas Tendências de Completação Ao longo desses anos, a Petrobras fez uso intensivo do conceito “equipamentos submarinos de completação + unidade flutuante de produção” nas atividades offshore. Os principais fatores que a levaram a essa opção foram: • • • • • • As características dos reservatórios e as condições ambientais relativamente brandas encontrados na Bacia de Campos; A possibilidade de instalação de sistemas de produção antecipada para servir como laboratórios em escala para os sistemas definitivos, para realizar testes de poços e para permitir o desenvolvimento em fases dos grandes campos; A diminuição do risco e o melhor fluxo de caixa, já que a receita obtida em uma fase do desenvolvimento participa do financiamento das seguintes; A maior rapidez obtida no desenvolvimento dos campos; As parcerias e cooperações estabelecidas com os fornecedores de equipamentos, o que possibilita a melhoria contínua dos mesmos e o relacionamento a longo prazo; A confiabilidade e rentabilidade desses sistemas, comprovadas na prática. Todavia, as características dos fluidos encontrados em campos de águas ultraprofundas (lâmina d’água superior a 1.000 metros) estão levando a uma mudança na abordagem da questão, favorecendo a adoção de unidades de completação seca (UCS). Muitos desses campos apresentam óleo pesado variando de 15 a 20 oAPI que, combinado com as baixas temperaturas predominantes nestas profundidades, resulta em problema de escoamento. Por esses motivos, a tendência ao uso de UCS tem aumentado ultimamente, já que essas unidades: • • Propiciam melhores condições térmicas ao escoamento, antecipando a produção; Minimizam os problemas com a formação de depósitos de hidratos e parafinas devido à temperatura de escoamento mais elevada; 12 Introdução ao Apoio Marítimo • • • Reduzem os custos operacionais com intervenções; Apresentam ações mais rápidas e econômicas para otimização e controle da produção; A evolução da tecnologia de perfuração, permitindo a drenagem de uma grande área a partir de um único cluster através de poços de grande angulação e afastamento em arenitos não consolidados e folhelhos instáveis. Conclui-se que nestes anos de atividades offshore, a produção no mar tornou-se vital para o Brasil, passando a responder por cerca de 80% do total produzido no país no início de 1999, ou seja: cerca de 1 milhão de bpd provenientes de 74 plataformas fixas e 23 flutuantes. Nesse período, a Petrobras instalou, ainda, mais de 300 árvores de natal submarinas, 40 manifolds submarinos e 5.000 km de linhas flexíveis, rígidas e umbilicais de controle. A partir das descobertas iniciadas em 1974, a Bacia de Campos assumiu a posição de principal província petrolífera do país. Nessa área existem hoje 37 campos produzindo cerca de 880.000 bpd de óleo (76% da produção nacional) e 15 milhões m3/dia de gás (47%) através de 14 unidades fixas e 22 flutuantes. Cabe destacar a contribuição dos campos em águas profundas e ultraprofundas (em LDA acima de 400 metros) que, hoje, respondem por cerca de 50% da produção nacional. Espera-se aumento significativo nas atividades nos próximos dois anos, com a instalação de 12 novas unidades flutuantes de produção e mais de 180 árvores de natal, 6 manifolds e 1.900 km de linhas e umbilicais. Embarcações 1. Sistemas de Propulsão As embarcações empregadas no Apoio Marítimo (Offshore) devem possuir uma capacidade de manobra aprimorada para seu posicionamento próximo às unidades a serem atendidas. Este atendimento consiste no recebimento e fornecimento de granéis líquidos e sólidos (água, óleo diesel, cimento, baritina, bentonita e fluido de completação - lama), operações de carga no convés (descarga e recebimento-back load), além das operações de manuseio de âncoras, reboque e S.O.S. Estas atividades serão explicadas adiante. O primeiro recurso a ser incorporado nestas embarcações foi o de hélices e lemes gêmeos (dois) o que, através da inversão de suas rotações, propicia um menor diâmetro na curva de giro. Em embarcações de menor porte (workboats) este recurso atende a maioria de suas necessidades pois o sistema de propulsão e governo é posicionado mais para vante, ficando mais próximo da meia-nau. O segundo recurso foi o bow thruster (impelidor lateral de proa). A palavra inglesa “thruster” significa impelidor auxiliar (lateral) enquanto a palavra “propeller” tem o significado voltado à propulsão principal. Este recurso consiste de um hélice de passo variável colocado dentro de um tubulão (tubo kort), que desloca a proa para boreste ou bombordo, de acordo com o sentido da descarga. O posicionamento da superestrutura destas embarcações é feito de forma a deixar o convés principal o mais acessível possível pelos guindastes das unidades (estruturas flutuantes ou não). Isto é obtido com todas as partes acima do convés principal posicionadas avante (superestrutura, chaminé(s), guincho: reboque, manuseio e auxiliares, embarcações de sobrevivência e de salvamento, etc.). O controle dos equipamentos é feito principalmente do passadiço (ponte de comando), onde a visão do convés principal e equipamentos durante as manobras é privilegiada. 13 Introdução ao Apoio Marítimo Impelidor lateral de proa (bow thruster) O terceiro recurso foi o sistema de lemes independentes. Este sistema propicia o posicionamento dos lemes em qualquer ângulo independentemente. Normalmente são colocados para dentro, o que, na inversão dos passos, faz com que os efeitos evolutivos se somem. No sistema convencional (lemes gêmeos conjugados) a posição do hélice em marcha a ré suprime com menor intensidade ao efeito evolutivo do que está em marcha avante. O quarto recurso foi o stern thruster (impelidor lateral de popa). Este impelidor fica localizado a ré, próximo aos hélices com a finalidade de melhorar o deslocamento lateral a ré. O quinto recurso foi a central de manobras computadorizada, normalmente denominada “joystick”, que consiste de um console com uma manete (joystick) que tem o seu movimento provocando a resultante do movimento da embarcação, ou seja, a posição em que for colocada a manete reflete a direção do deslocamento imposto à embarcação por todos os propulsores (principais e auxiliares) coordenados pelo sistema. Stern Thruster Superestrutura Bow Thruster Tubo Kort Leme Convés Principal Guincho de Reboque e Manuseio de Âncoras 14 Introdução ao Apoio Marítimo O sexto recurso foi o posicionamento dinâmico (dinamic positioning). Este recurso é a associação dos demais sendo o último avanço tecnológico em termos de sistemas de manobras e propulsão. O sistema consiste basicamente, de uma central computadorizada de análise e comandos baseados nas informações recebidas de sensores externos sobre ventos e corrente, e de comparação sobre o posicionamento da embarcação em relação a uma referência. Esta referência pode ser através do sistema doppler (diferença de ângulo na onda sonora entre a sua transmissão e o eco) ou através de sinais rádio de origem conhecida (similar ao DGPS). Joystick Console de Posicionamento Dinâmico 2. Arranjo de Convés O arranjo de convés é o principal fator no projeto de uma embarcação offshore. O sistema a ser instalado pode variar de guinchos de reboque e manuseio a uma planta de estimulação de poços de petróleo. Apresentamos a seguir alguns tipos de embarcações. A. Manuseio de Espias (LH): tipo de embarcação empregada nos pequenos serviços de apoio às unidades tais como: transporte de malotes, pequenas cargas e pessoas, além do transbordo. Possuem pequena área de convés disponível. São também utilizadas como auxiliares nas manobras de amarração de petroleiros em monobóias. 15 Introdução ao Apoio Marítimo Embarcação para Manuseio de Espias B. Supridor (Supply Vessel): Embarcação com o convés principal liberado voltado para o transporte de carga geral e suprimento. Possui tomada de descarga de granéis líquidos e sólidos na parte de ré do convés principal nos dois bordos, onde são conectados os mangotes das unidades. Por ser o primeiro tipo de embarcação a ser utilizado no Apoio Marítimo, não exige muita capacidade de manobra para águas rasas (abaixo de 100 metros) e sem muita influência de vento e corrente. Possui alta capacidade de armazenamento de líquidos (água e óleo diesel). Os silos (normalmente 6) armazenam boa quantidade de granéis sólidos: cimento, baritina ou bentonita, materiais estes usados como base para a lama de completação (fluido que serve para controlar a pressão na coluna de perfuração). Alguns supridores têm sido adaptados para operações específicas tais como o transporte de óleo diesel e granéis sólidos (silos). Supridor C. PSV (Platform Supply Vessel): Tipo de supridor com projeto otimizado para enfrentar condições meteorológicas adversas (mar e tempo acima da escala 5 beaufort). Este projeto utiliza borda livre alta e capacidade de manobra com recursos de última geração (posicionamento dinâmico-DP). Para melhor enfrentar as condições adversas, a embarcação possui dimensões acima das consideradas normais para um supridor. 16 Introdução ao Apoio Marítimo Embarcação do tipo PSV D. Reboque e Manuseio de Âncoras - AHTS (Anchor Handling and Towing Supply): Embarcação construída objetivando as operações de reboque e ancoragem das plataformas. Devido à sua complexidade, o arranjo de convés destas embarcações é composto de equipamentos bastante especializados tais como: guinchos de reboque, guinchos de manuseio com ou sem coroas de barbotin, pelicanos hidráulicos, guias (fairleads) hidráulicas, paiol de amarra (chain locker), limitadores no guarda cabo (horse bar), entre outros. O reboque é a operação mais simples, consistindo basicamente da conexão do cabo de reboque à uma engrenagem de reboque (pendente, stretcher (amortecedor), pendente) e esta à cabresteira da unidade rebocada. Esta cabresteira é composta normalmente por cabos de aço conectados a olhais nas colunas frontais, ou proa, unidos em uma placa triangular denominada “monkey face”. Unidade Pendentes Rebocador Catenária Monkey Face Diagramas de Cabresteira e Reboque 17 Introdução ao Apoio Marítimo As operações de manuseio de âncoras são mais complexas por envolverem a relação entre duas unidades independentes (rebocador e plataforma). O posicionamento de âncoras no fundo do mar obedece a planejamento prévio levando em consideração o solo e limitações provocadas por linhas de produção (bundle), cabeças de poços, etc.. Manusear uma âncora é posicioná-la no fundo do mar ou recuperá-la para inspeção, reposicionamento ou retirada definitiva. Devido às grandes profundidades hoje alcançadas na perfuração e prospecção, as âncoras evoluem no seu projeto e sistema de penetração. Para altas profundidades já são empregados sistemas compostos de “âncoras verticais” e cabos de kevlar. O manuseio nestas profundidades exige muito da embarcação e o arranjo do convés é preparado para superar todas as forças que surgem durante as operações. Embarcação de Reboque e Manuseio de âncoras Detalhe da área do Guincho de Reboque 18 Introdução ao Apoio Marítimo E. Apoio a Mergulho - DSV (Diving Support Vessel): Embarcação empregada no apoio a mergulho de profundidade. Esta embarcação é construída com recursos de manobras de última geração para atender às necessidades de manutenção da posição durante o trabalho de mergulhadores no fundo ou uso dos veículos de operação remota ou por controle remoto (ROV ou RCV). Os equipamentos de mergulho incluem câmaras hiperbáricas e sinos. Normalmente são dotadas de heliponto. Embarcação do tipo DSV Manutenção Subaquática 19 Introdução ao Apoio Marítimo F. Balsa de Serviços (Barge): Embarcação empregada em serviços gerais tais como lançamento de tubos, montagem, etc. Normalmente é posicionada por âncoras e utilizada em pequenas lâminas d’água. Uma evolução deste tipo de embarcação é o guindaste flutuante de alta capacidade (400 toneladas ou mais), que utiliza o posicionamento dinâmico. Balsa de Serviços Balsa de Serviços G. Lançamento de Linhas (Pipe Laying Vessel): Embarcação destinada ao lançamento e posicionamento no fundo do mar de cabos de telecomunicações e flexíveis de produção de petróleo. Possui recursos avançados de posicionamento, bem como de mapeamento e acompanhamento das operações. 20 Introdução ao Apoio Marítimo Embarcação do tipo PLV H. Navio de Estimulação de Poços de Petróleo (Well Stimulation Vessel): Embarcação com capacidade de manobra similar ao supridor com planta de estimulação instalada no convés principal. Alguns tipos utilizam o convés principal protegido do tempo permanecendo exposta somente a área de embarque de carga e pessoal. A operação de estimulação tem o propósito de melhorar a produção do poço através do fraturamento (da formação), quando são alcançadas pressões superiores a 15000 psi, ou pela acidificação (ácido clorídrico) na limpeza da coluna e revestimento. Embarcação de Estimulação de Poços de Petróleo I. Navio de Pesquisa Sísmica - RV (Research Vessel): Embarcação destinada ao levantamento sísmico de determinada região a ser explorada ou revisada. Seus equipamentos de levantamento geológico utilizam cabos com bóias e transdutores muito sensíveis lançados pela popa. 21 Introdução ao Apoio Marítimo Navio Sísmico “Geco Eagle” Detalhes do convés superior Detalhes da popa de um navio sísmico Unidades As unidades de Apoio Marítimo estão divididas basicamente em duas categorias: fixas e móveis 1. Fixas A. Plataforma Auto-elevatória - PA (Jack up): Tipo de plataforma que utiliza pernas estruturadas e macacos hidráulicos com cremalheiras para a auto-elevação. Estas pernas se apóiam no fundo em sapatas e não devem possuir inclinação durante a subida. Ao suspender as pernas seu casco flutua podendo ser rebocada. Este tipo de unidade pode 22 Introdução ao Apoio Marítimo ser posicionado, normalmente, em uma lâmina d’água de até 100 metros. É considerada fixa durante a operação por estar apoiada diretamente no fundo. Plataforma tipo jackup em reboque Plataforma tipo jackup em operação 23 Introdução ao Apoio Marítimo B. Plataforma Fixa - Jaqueta: Plataforma apoiada em uma estrutura submersa com os conveses de operação em continuidade. É o tipo de unidade voltado normalmente às áreas de produção. Podem possuir sondas de perfuração direcionais expandindo assim o número de poços a serem monitorados. Plataforma fixa do tipo Jaqueta 2. Móveis A. Plataformas Semi-submersíveis - SS: Este tipo de unidade é o mais utilizado atualmente devido ao esgotamento dos campos em águas rasas (até 100 metros). Consiste de flutuadores com colunas de apoio aos conveses de operação. O projeto inicial utiliza somente âncoras para o posicionamento. Com o aumento da lâmina d’água de exploração, foram adaptadas ao sistema de posicionamento dinâmico, permanecendo sobre um poço. O custo de operação é muito maior devido ao consumo de combustível para os motores dos propulsores azimutais (schotell). A manutenção do calado de operação é crucial para a segurança das operações, já que determinados equipamentos a bordo não aceitam inclinações superiores a 2º. Plataforma do tipo Semi-submersível 24 Introdução ao Apoio Marítimo B. Navios-sonda - NS (Drilling Ship): Os navios-sonda são unidades empregadas na perfuração em lâmina d’água profunda, por possuírem posicionamento dinâmico, e também serviços de curta duração, devido à facilidade de deslocamento de uma locação à outra. Este tipo de unidade possui todas as características de uma plataforma semi-submersível com a navegação de um navio, quando necessário. Navio-sonda C. FPSO (Floating Production, Storage and Offloading): Este tipo de unidade é normalmente a adaptação de um navio petroleiro em uma plataforma de produção antecipada, preparando o óleo que sai do poço para o transporte. Os tanques do expetroleiro armazenam o óleo produzido. Ele normalmente fica posicionado sobre o(s) poço(s) através de âncoras com as linhas de produção subindo pela torre central (turret) que tem a capacidade de giro de 360º. FPSO deslocando-se para uma nova locação 25 Introdução ao Apoio Marítimo Esquema de ancoragem de um FPSO D. Unidade Alojamento/Flotel – normalmente é uma unidade semi-submersível ou autoelevatória (veja Jackup), equipada com camarotes, instalações de hotelaria e espaços para escritórios para até 800 pessoas. A instalação é normalmente utilizada para o alojamento e hotelaria para o pessoal que está construindo ou operando em uma plataforma fixa de produção. Uma unidade alojamento também pode ser equipada com instalações para oficinas e/ou depósitos. Flotel apoiando uma jaqueta 26 Introdução ao Apoio Marítimo E. Embarcação/Unidade Guindaste/Construção – normalmente é uma embarcação, balsa ou uma plataforma semi-submersível, equipada para a construção e manutenção de instalações fixas. Algumas vezes oferecem acomodações. Outros serviços oferecidos são: instalações de armazenamento, suprimento de água, ar comprimido e eletricidade, espaço para escritórios, central de comunicações, heliponto, etc. Unidade Guindaste F. Navio de Apoio à Perfuração (Drilling Tender) – navio de apoio às instalações de perfuração que dependem de uma embarcação ou balsa para armazenamento, acomodações, etc. Navio de Apoio à Perfuração - Drilling Tender 27 Introdução ao Apoio Marítimo 3. Especiais A. Plataforma de Pernas Tensionadas - TLP (Tension Leg Platform) –plataforma flutuante ou monobóia presa ao fundo do mar por meio de amarras verticais, estais, etc., sendo mantida em posição por sua própria flutuabilidade. Plataforma de Pernas Tensionadas (TLP) Manuseio das linhas de ancoragem de uma TLP (Tension Leg Platform) B. Spar – Plataforma com uma única coluna (normalmente de concreto) e apoio no leito submarino através de sapatas ou estaiamento por cabos. 28 Introdução ao Apoio Marítimo Plataforma Spar O Porto 1. Administração Um terminal offshore se especializa no fornecimento de instalações portuárias e serviços para as diversas atividades da indústria marítima e de petróleo e gás. Isto inclui o fornecimento de combustível, água e materiais diversos, além de apoio às atividades de reparo de equipamentos e máquinas. 2. Operações As operações durante a estadia no porto são realizadas em conjunto com o controle de operações do porto. A embarcação recebe uma relação de cargas proposta já analisada pelo Apoio Marítimo (em portos Petrobras). O carregamento é feito por pessoal terceirizado. O Chefe-de-Máquinas normalmente acompanha o carregamento de granéis sólidos e líquidos. Nos portos nacionais, a praticagem para embarcações nacionais ou estrangeiras deve atender ao estabelecido nas Normas e Procedimentos da Capitania dos Portos (NPCP), antigas Normas de Tráfego e Permanência nos Portos (NTPP). 3. Base O armador normalmente monta uma base de apoio às embarcações próxima ao terminal de operações. A finalidade maior é o atendimento às necessidades burocráticas e de logística (lavanderia, rancho, despacho e movimentação de tripulantes, oficina e assistência técnica a equipamentos eletrônicos). 4. Terminal de Imbetiba O terminal de Imbetiba (Macaé/RJ) tem suas características apresentadas em anexo. 29 Introdução ao Apoio Marítimo Terminal de Imbetiba, Macaé/RJ Terminal offshore, Europa 5. Segurança As operações de carga e descarga devem obedecer ao Código de Operações Seguras Offshore, recomendado pela IMO conforme a Resolução A.863(20). Este Código aborda os seguintes tópicos: • • • • • O preparo correto da carga para o transporte offshore; Os planos de carregamento/descarga/e carga de retorno; Roteiros de navegação; Contingências; e Outros assuntos, quando exigido pela situação, incluindo cargas perigosas. 30 Introdução ao Apoio Marítimo Anexos ANEXO I Detalhes da plataforma semi-submersível GLOMAR CELTIC SEA ANEXO II Detalhes da plataforma auto-elevatória GLOMAR HIGH ISLAND ANEXO III Detalhes de Navio de Reboque e Manuseio de Âncoras (AHTS) ANEXO IV Detalhes de Navio de Lançamento de Linhas ANEXO V Detalhes de Navio de Apoio a Plataformas (PSV) ANEXO VI Detalhes do Navio-sonda Glomar C. R. Luigs ANEXO VII Detalhes da balsa de serviços CABLE 1 ANEXO VIII Glossário de embarcações especiais na atividade de apoio marítimo ANEXO IX Fotos ANEXO X Mapa de Portos da Região Sudeste - Ministério dos Transportes ANEXO XI Definições da Petrobras quanto aos Tipos de Embarcações de Apoio Marítimo 31 Introdução ao Apoio Marítimo GLOMAR CELTIC SEA F&G Enhanced Pacesetter Rig Design (Projeto): Friede & Goldman Enhanced Pacesetter Design Operating Conditions (Condições de Operação de Projeto): Maximum Water Depth: 5,750 ft Maximum Wind Speed: 100 kts Maximum Wave Height: 100 ft Maximum Drilling Depth: 25,000 ft Capacities and Loading Data (Dados de Capacidade e Carregamento): Max Variable Deck Load: 5,600 st Drill Water: 13,000 bbls Potable Water: 2,000 bbls Fuel Oil: 15,000 bbls Liquid Mud: 7,195 bbls Base Oil: 1,900 bbls Brine: 1,400 bbls Bulk Mud: 14,680 ft3 Bulk Cement: 8,245 ft3 Living Quarters: 112 persons Power Generation (Geração de Energia): Four Yanmar diesel engines each driving a 2,300 kw, 3,300 VAC generator set Two Bergen diesel engines each driving a 2,500 kw, 3,300 VAC generator set Propulsion: Four Kamewa variable pitch azimuthing thrusters each driven by a 3,218 hp DC motor Two Kamewa fixed pitch azimuthing thrusters each driven by a 2,883 hp DC motor Drilling Equipment (Equipamento de Perfuração): Drawworks: National 1625 UDBE, 3,000 hp Mud Pumps: Three National 12-P-160 triplex Derrick: Dreco 190 ft x 40 ft square base, 1,600,000 lb static hook load capacity Top Drive: Varco TDS-4, 650 st capacity Rotary Table: National C-495 Iron Roughneck: Varco AR-3200C B.O.P. Equipment (Equipamento BOP): Blowout Preventer: Two Shaffer 18-3/4", 10,000 psi annulars Two Cameron 18-3/4", 15,000 psi double rams One Vetco HD-H4 18-3/4", 15,000 psi wellhead connector Cranes (Guindastes): Two Seatrax Model B032 with 140 ft boom, 85 st at 40 ft 32 Introdução ao Apoio Marítimo GLOMAR HIGH ISLAND CLASS MLT 82-SD-C Rig Design (Projeto): Marathon LeTourneau 82-SD-C Design Operating Conditions (Condições de Operação de Projeto): Water Depth: 250 ft Wind Speed: 100 kts Penetration: 25 ft Wave Height: 38 ft Minimum Water Depth: 15 ft Maximum Water Depth: 250 ft Capacities and Loading Data (Dados de Capacidade e Carregamento): Rated Drilling Depth: 20,000 ft Drilling Pattern: Length: 47 ft Width: 20 ft Max Variable Drilling Load: 1,987 st Drill Water: 6,612 bbls Potable Water: 983 bbls Fuel Oil: 2,287 bbls Liquid Mud: 1,490 bbls Bulk Mud: 5,100 ft3 Bulk Cement: 3,400 ft3 Living Quarters: 72 persons Power Generation (Geração de Energia): Four Caterpillar D-399TA engines each rated 1,215 hp at 1,200 rpm, each driving a 800 kw, 600 VAC KATO generator Drilling Equipment (Equipamento de Perfuração): Drawworks: National 1320 UE, 2,000 hp Mud Pumps: Two National 12-P-160, 5,000 psi Derrick: Dreco 160 ft x 30 ft square base, 1,000,000 lb static hook load capacity Top Drive: Varco TDS-3H, 500 st capacity Rotary Table: National C-375 B.O.P. Equipment (Equipamento BOP): Blowout Preventer: One Hydril 13-5/8", 5,000 psi annular Two Cameron 13-5/8", 10,000 psi double rams Cranes (Guindastes): Three Marathon LeTourneau, with 100 ft booms rated at 50 st at 24 ft radius 33 Introdução ao Apoio Marítimo AHTS Loa/Beam - Comprimento/Boca Draft - Calado Deadweight - Deslocamento Deck Capacity - Capacidade do convés Free deck - Convés livre Fuel - Combustível Drill Water - Água Industrial Fresh Water - Água potável Liquid mud - Lama Base oil - Lama à base de óleo Brine - Salmoura Thruster bow - Impelidor lateral de proa 90.17/23.00 m 7.80 m max loaded - carregado 5,010 ts 2,500 ts 42.10 x 19.50. 803 sq.m HFO 1.117 cu.m + G.O. 1.156 cu.m 2.543 cu.m 760 ts 605 cu.m / 3.806 bbls 235 cu.m / 1.477 bbls 602 cu.m /1.477 bbls 1 x 1.770 BHP Azimuth 1 x 2.040 BHP Tunnel Thruster stern - Impelidor lateral de popa 2 x 1.200 BHP Tunnel Aht winch - Guincho de manuseio de âncoras 1 x 625 ts and 2 x 400 ts drum waterfall type with wildcats - tambor tipo waterfall com coroa de barbotin Shark jaw - Pelicano hidráulico 2 x 700 ts Triplex Hyd. wire guides - Guias de cabo hidráulicas 2 x 300 ts. Triplex Stern roller - Rolo de popa 2 x 4.00 x 3.25 m swl 800 ts(1600 ttl) Accomodation - Acomodações 59 total Joystick KaMeWa Dynamic positioning - Posicionamento dinâmico Simrad SDP21 (Class II) 34 Introdução ao Apoio Marítimo PIPE LAYING VESSEL Loa/Beam - Comprimento Total/Boca Draft - Calado Fuel - Combustível Main engine - Motor Principal Thruster bow - Impelidores de proa Thruster stern - Impelidores de popa Accomodation - Acomodação Joy-stick Dynamic positioning - Posic. 82.50/18.80 m 6.23 m max loaded 1,460 cu.m. 7,200 BHP 1 x 1,200 BHP Azimuth 1 x 1,200 BHP Tunnel 2 x 1,200 BHP Tunnel 45 Robertson Rob Stick Robertson 35 Introdução ao Apoio Marítimo PLATFORM SUPPLY VESSEL Loa/Beam - Comprimento/Boca Draft - Calado Deck Capacity - Capacidade de convés Free deck - Convés livre Dry bulk - Granel sólido Fuel - Combustível Drill Water - Água industrial Fresh Water - Água potável Liquid mud - Lama Base oil - Lama à base de óleo Brine Methanol - Metanol Main engine - MCP Thruster bow - Impelidor lateral de proa Thruster stern - Impelidor lateral de popa Rudders - Lemes Passengers - Passageiros NOFO Stand-by Joy-Stick 82.50/18.80 m 6.24 m max loaded - carregado 2,900 ts 58.50 x 15.50 m 376 cu.m. HFO 490 cu.m. + G.O. 963 cu.m. 1,366 cu.m. 757 cu.m. 662 cu.m. 303 cu.m. 870 cu.m. 171 cu.m. 7,200 BHP 1 x 1,200 BHP Azimuth 1 x 1,200 BHP Tunnel 2 x 800 BHP Tunnel Ulstein Flap Type 12 Prepared Prepared Robertson 36 Introdução ao Apoio Marítimo GLOMAR C. R. LUIGS CLASS Global Marine Design Rig Design (Projeto): Global Marine Design Design Operating Conditions (Condições de Operação de Projeto): Maximum Water Depth: 9,000 ft* Maximum Drilling Depth: 35,000 ft Estimated Speed at Full Load: 12+ kts *12,000 feet w/additional riser and tensioners Principle Dimensions (Dimensões Principais): Overall Length: 759 ft Breadth: 118 ft Depth: 60 ft Operating Displacement: 75,000 st Capacities and Loading Data (Dados de Capacidade e Carregamento): Maximum Variable Deck Load (Drilling): 28,660 st Drill Water: 31,548 bbls Sack Material: 10,000 sacks Bulk Mud: 13,750 ft3 Drilling Cement: 11,000 ft3 Drilling Mud: 13,267 bbls Brine Storage: 9,594 bbls Base Oil Storage: 3,535 bbls Crude Oil Storage: 138,300 bbls* Fuel Oil Storage: 49,067 bbls Living Quarters: 150 persons *with modifications Power Generation (Geração de Energia): Eight MAN B&W Model 9L 32-40 diesel engines, each rated at 5,790 bhp, each driving at 4,184 kw, 6,600 VAC generator Station Keeping Equipment System (Sist. do Equipamento de Manutenção de Posição): Thrusters (total power 40,500 bhp): One Bow 5 MW Azimuthing Two Fwd 5 MW Azimuthing One Aft 5 MW Azimuthing Two Stern 5 MW Azimuthing DP System: Nautronix, DPS-3 Dual DGPS position reference system with accoustic backup positioning system Drilling Equipment (Equipamento de Perfuração): Drawworks: National 2040, 5,000 hp Mud Pumps: Four (4) National 14-P-220, 7,500 psi Derrick: 180 ft high; 2,000,000 lb static hook load capacity Top Drive: Varco TDS-4SH, 750 st capacity Rotary Table: National C-495 Iron Roughneck: Varco AR-3200C Casing Roughneck: Varco CR-3000F B.O.P. Equipment (Equipamento BOP): Blowout Preventor: One Shaffer 18 3/4", 10,000 psi annular Two Cameron 18 3/4", 15,000 double rams Two Cameron 18 3/4", 15,000 single rams One Cameron DWHC 18 3/4", 15,000 wellhead connector Cranes (Guindastes): Two Seatrax Model 6032 with 140 ft boom, rated at 48 st at 50 ft Two Seatrax Model 7228 with 120 ft boom, rated at 76.7 st at 50 ft 37 Introdução ao Apoio Marítimo CABLE 1 - Barge ESPECIFICAÇÕES GERAIS Com instalações completas para diferentes tipos de serviço "offshore", a "CABLE 1" inclui equipamentos tais como: Um sistema de 8 pontos de sustentação de alta eficiência, um guindaste de 54 t, camarotes confortáveis para mais de 80 pessoas, acima de 1.000 m2 de área disponível no convés, um sistema de alimentação elétrica de 3 MW a partir de 6 geradores... DIMENSÕES Comprimento 91.5 m Boca 27.5 m Pontal 6.0 m Calado Máximo 4.5 m - Diversos Equipamentos instalados na Balsa - uma estação de mergulho para 200 m - uma ponte rolante de 22 x 35 x x14 m. Ela atende ao manuseio de duas máquinas de aterro de 50 t cada. 1-CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS 1.1 REGISTRO -Tipo -Bandeira -Construtor -Data de lançamento -Instalação da Planta -Classificação -Arqueação Bruta 1.2 Balsa de Serviço para Águas Profundas St Vincent & the Grenadines Howaldtswerke-Deutsche werft AG. KIEL 1976 1983 at SERRA shipyards - TOULON BV + l 3/3 Deep Sea NF Special Service 5678 DIMENSÕES -Comprimento do casco -Boca Principal -Comprimento total -Pontal -Calado de operação -Calado de reboque -Cara de convés permitida -Área livre de convés -Capacidade de carga no convés 91.440 m 27.432 m 96.000 m 6.096 m 4.400 m 2.680 m 10 t/m² 1,000 m² 2,500 t 38 Introdução ao Apoio Marítimo GLOSSÁRIO DE EMBARCAÇÕES ESPECIAIS NA ATIVIDADE DE APOIO MARÍTIMO Special Vessels in Offshore Activities Embarcações Especiais Offshore (Apoio Marítimo) Accommodation Unit/Floatel - normally a semi submersible or jack up (See Jack up), equipped with cabins, catering facilities and office space for up to 800 persons. The installation is normally used for the accommodation and catering for personnel constructing or operating a fixed production platform. An accommodation unit may also be equipped with workshops and/or storage facilities. Unidade Alojamento/Flotel - normalmente é uma unidade semi-submersível ou autoelevatória (veja Jackup), equipada com camarotes, instalações de hotelaria e espaços para escritórios para até 800 pessoas. A instalação é normalmente utilizada para o alojamento e hotelaria para o pessoal que está construindo ou operando em uma plataforma fixa de produção. Uma unidade alojamento também pode ser equipada com instalações para oficinas e/ou depósitos. Anchorhandling Tug - AHT- ship carrying out tanks such as the placing or moving of anchors, as well as towing drilling installations and barges etc. May double as a supply vessel and is in such cases termed Anchor Handling Tug/ Supply (AHTS). Rebocador de Manuseio de Âncoras - RA embarcação que realiza a tarefa de posicionar ou movimentar âncoras, bem como rebocar instalações de perfuração, balsas, etc. Pode atuar também como embarcação supridora e nestes casos é denominada de Rebocador de Manuseio de Âncoras / Supridor (RAS). Crane and Construction Vessel/Unit - normally a ship, a barge or a semi submersible, equipped for the construction and maintenance of fixed installations. May sometimes offer accommodation. Other services offered are; Storage facilities, the supply of water, compressed air and electricity, office space, communications centre, helicopter landing pad, etc. Embarcação/Unidade Guindaste/Construção normalmente é uma embarcação, balsa ou uma plataforma semi-submersível, equipada para a construção e manutenção de instalações fixas. Algumas vezes oferecem acomodações. Outros serviços oferecidos são: instalações de armazenamento, suprimento de água, ar comprimido e eletricidade, espaço para escritórios, central de comunicações, heliponto, etc. Diving Support Vessel - ship with diving equipment onboard, carrying out various types of diving operations. May also be equipped with remotely operated or controlled sub-sea robots (Remote Operated Vehicle - ROV). Embarcação de Apoio a Mergulho embarcação com equipamento de mergulho a bordo, realizando diversos tipos de operação de mergulho. Também pode ser equipada com robôs submarinos operados ou controlados remotamente (Veículo Operado RemotamenteROV). Drilling Barge - barge equipped for drilling operations in smooth seas. Normally not equipped with own propulsion machinery. Max. Drilling depth approximately 150 meters. Balsa de Perfuração - balsa equipada para operações de perfuração em mar calmo. Normalmente não é equipada com máquinas para propulsão próprias. A lâmina d'água máxima para perfuração é de 150 metros. Drilling Rig - drilling tower with turntable and mud pumping system. May be installed on an offshore rig or placed on a fixed or floating offshore installation like a drill ship. Plataforma de Perfuração - torre de perfuração com mesa rotativa e sistema de bombeio de lama. Pode ser instalada em uma plataforma offshore ou em uma instalação fixa ou flutuante como um navio-sonda. nas Atividades 39 Introdução ao Apoio Marítimo Drillship - ship equipped with drilling rig and its own propulsion machinery. Kept in position by Dynamic Positioning Equipment. Operating in waters with a maximum depth of 2,000 meters. Navio-sonda - navio equipado com sonda de perfuração e sua própria instalação de máquinas. Mantém sua posição por meio de Equipamento de Posicionamento Dinâmico. Opera em lâmina d'água de 2.000 metros. Drilling Tender - ship serving drilling installations which are depending on a ship or a barge for storage, accommodation, etc. Navio de Apoio à Perfuração - navio de apoio às instalações de perfuração que dependem de uma embarcação ou balsa para armazenamento, acomodações, etc. FPSO - Floating Offloading unit. FPSO - unidade Flutuante Armazenamento e Descarga. Production Storage and de Produção, Jackup - movable installation consisting of a large deck with legs which may be jacked up. During operation, the legs are resting on the seabed, and the vessel "jacked up", leaving the deck in secure position high above the surface of the sea. When moved, the legs are retracted and the installation floats. Usually not equipped with own propulsion machinery. (Max. Water depths 110 to 120 meters.) Normally used as a drilling rig. Plataforma Auto-elevatória - instalação móvel que possui um convés largo com pernas que podem ser levantadas. Durante a operação as pernas se apóiam no fundo do mar, e a unidade se eleva, deixando o convés com uma altura segura acima da superfície do mar. Quando se movimenta, as pernas são recolhidas e a instalação flutua. Normalmente não é equipada com máquinas próprias para propulsão e é utilizada como plataforma de perfuração. (Lâmina d'água máxima entre 110 e 120 metros). Offshore service vessels - common term for specialized vessels used during the exploration, development and production phases of oil and gas finds at sea. Embarcações de Serviço Offshore - termo genérico para as embarcações especializadas utilizadas durante as fases de exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás encontrados no mar. Production Ship - specialized ship pumping oil through flexible pipelines from the seabed. Navio de Produção - navio especializado que bombeia óleo através de linhas flexíveis do fundo mar. Production Unit - platform equipped for the production of oil and gas. Unidade de Produção - plataforma equipada para a produção de óleo e gás. Seismic ship - vessel mapping geological structures in the seabed by firing air guns transmitting sound waves into the bottom of the sea. The echo of the shot is captured by listening devices/hydrophones being towed behind the vessel. Navio Sísmico - navio para mapeamento de estruturas geológicas no fundo do mar pelo disparo de canhões a ar transmitindo ondas sonoras na direção do fundo do mar. O eco do disparo é capturado por dispositivos de escuta/hidrofones que são rebocados atrás da embarcação. A seismic ship provides data which is an intrinsic part of the material determining if and when a test drilling should be initiated. Um navio sísmico fornece dados que são uma parte intrínseca do material determinante se e quando um teste de perfuração poderá ser iniciado. 40 Introdução ao Apoio Marítimo Semisubmersible movable installation consisting of a deck on stilts, fastened to two or more pontoons. When in operation, the pontoons are filled with water and lowered beneath the surface. The installation is normally kept in position by a number of anchors, but may also be fitted with dynamic positioning equipment (DPE). Usually fitted with own propulsion machinery ( max. Water depths 600 - 800 metres ). Plataforma Semi-Submersível - instalação móvel composta de conveses apoiados em colunas, ligadas a dois ou mais flutuadores (pontoons). Quando em operação, os flutuadores cheios com água ficando mergulhados. A instalação é normalmente mantida na posição por meio de determinado número de âncoras, mas também pode ser equipada com Equipamento de Posicionamento Dinâmico (DPE). Normalmente possui sua própria instalação de máquinas propulsoras. (Lâmina d'água máxima entre 600 e 800 metros). Stand-by Vessel - ship permanently stationed in the vicinity of an installation with the task of evacuating the rig-crew in an emergency. Also carrying out guard duty keeping other ships away from the installation. Embarcação de Prontidão - embarcação posicionada permanentemente nas cercanias de uma instalação com a tarefa de evacuação da tripulação da plataforma em uma emergência. Também pode realizar a tarefa de vigia mantendo outras embarcações afastadas da instalação. Submersible - movable installation constructed for drilling operations in shallow waters, where it is lowered until it rests on the seabed (max. Water depth 30 - 40 meters). Plataforma Submersível - instalação móvel construída para operações de perfuração em águas rasas, onde é afundada até apoiar no fundo do mar (lâmina d'água máxima entre 30 e 40 metros). Supply ship - vessel transporting stores and equipment to drilling rigs or installations being built or in the production phase. Often called Straight Supply, or Platform Supply Vessel (PSV). Navio Supridor - embarcação para o transporte de artigos e equipamento para plataformas de perfuração ou instalações sendo construídas ou em fase de produção. Normalmente denominadas simplesmente de Supridor, ou Navio de Suprimento a Plataformas (PSV). Tension Leg Platform - floating platform or loading buoy fastened to the seabed with vertical chains or stays etc., kept in position by its own buoyancy. Plataforma de Pernas Tensionadas plataforma flutuante ou monobóia presa ao fundo do mar por meio de amarras verticais, estais, etc., sendo mantida em posição por sua própria flutuabilidade. 41 Introdução ao Apoio Marítimo Veículo Operado Remotamente - ROV Software de controle das máquinas de bordo 42 Introdução ao Apoio Marítimo Detalhe da proa de um Navio de Lançamento de Linhas Flexíveis Detalhe de uma plataforma auto-elevatória apoiada no fundo Embarcação rápida de resgate 43 Introdução ao Apoio Marítimo Mapa de Portos da Região Sudeste 44 Introdução ao Apoio Marítimo TIPOS DE EMBARCAÇÕES DE APOIO MARÍTIMO SIGLA NOVA FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS AHTS 5000 Reboque, Manuseio de Âncoras e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 40 a 60 TM e Capacidade Estática do Guincho mínima de 100 TM. AHTS 7000 Reboque, Manuseio de Âncoras e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 80 TM e Capacidade Dinâmica do Guincho mínima de 150 TM na primeira camada. AHTS 10000 Reboque, Manuseio de Âncoras e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 120 TM e Capacidade Dinâmica do Guincho mínima de 250 TM na primeira camada. AHTS 12000 Reboque, Manuseio de Âncoras e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 140 TM e Capacidade Dinâmica do Guincho mínima de 300 TM na primeira camada. AHTS 15000 Reboque, Manuseio de Âncoras e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 160 TM e Capacidade Dinâmica do Guincho mínima de 350 TM na primeira camada. AHTS 18000 Reboque, Manuseio de Âncoras e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 160 TM e Capacidade Dinâmica no 1º Guincho de 350 TM na 1ª camada e no 2º Guincho de 350 TM na última camada (ambas as capacidades são mínimas). SIGLA NOVA FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS TS 3000 Reboque e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 20 a 30 TM e Capacidade Estática do Guincho mínima de 30 TM; comprimento de até 43m. TS 5000 Reboque e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 40 a 60 TM e Capacidade Estática do Guincho mínima de 100 TM. TS 7000 Reboque e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 75 TM e Capacidade Estática do Guincho mínima de 150 TM. TS 10000 Reboque e Suprimento, Bollard Pull mínimo de 110 TM e Capacidade Estática do Guincho mínimo de 150 (FPSO). SIGLA NOVA FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS SV 300 Suprimento (Mini-Supridor), BHP Instalado até 2000, comprimento até 40m. SV 1000 Suprimento, BHP Instalado entre 2000 e 3000. PSV 1000 Suprimento, BHP Instalado acima de 3500, com TPB em torno de 1000T (*). PSV 1500 Suprimento, BHP Instalado acima de 3500, com TPB em torno de 1500T. PSV 3000 Suprimento de grande porte e manobrabilidade, com TPB em torno de 3000T. SIGLA NOVA (*) FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS LH 300 Manuseio de Espias, BHP Instalado de 300. LH 1200 Manuseio de Espias, BHP mínimo instalado de 1200. LH 1800 Manuseio de Espias, BHP mínimo instalado de 1800. UT 250 Utilitário, BHP mínimo instalado de 250. UT 750 Utilitário, mínimos: 750 BHP / Carga Convés de 15 a 30 T. UT 2500 Utilitário, mínimos: 13 nós / Carga Convés de 40 a 90 T. - Aguadeiro - Oleeiro - Graneleiro 45 Introdução ao Apoio Marítimo SIGLA NOVA P1S FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS Transporte de Passageiros (E&P-BC), Embarcações Tipo SWATH/MWATH (**). P1 Transporte de Passageiros (E&P-BC), Embarcações Tipo SES (**). P2 Transporte de Passageiros (E&P-RNCE/SEAL/BA), Embarcações tipo monocasco. P3 Transporte de Passageiros (E&P-SEAL/RNCE/ES), Embarcações tipo Catamarã convencional. SIGLA NOVA FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS BS EMP Balsa Não Propelida Empurrador SIGLA NOVA SV 300 FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS FiFi I, Vazão Sistema: 1200 m³/h SIGLA NOVA TS 3000 I FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS FiFi I, Vazão Sistema: de 2400 até 7200 m³/h. SIGLA NOVA FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS AHTS 5000 I FiFi I, Vazão Sistema: de 2400 até 7200 m³/h AHTS 7000 II FiFi II, Vazão Sistema: de 7200 até 9600 m³/h AHTS 9000 II FiFi II, Vazão Sistema: de 7200 até 9600 m³/h AHTS 12000 III FiFi III, Vazão Sistema: acima de 9600 m³/h (**) SES – Surface Effect Ship SWATH – Small Waterplane Area Twin Hull MWATH – Middle Waterplane Area Twin Hull 46 Introdução ao Apoio Marítimo DESCRIÇÃO DOS TIPOS SUPRIDOR (SV/PSV) Praticamente todas as embarcações podem exercer alguma atividade de suprimento porém, para algumas esta função é o principal produto oferecido. As embarcações classificadas como SV e PSV são usadas exclusivamente no transporte para as unidades marítimas de perfuração ou produção, dos materiais necessários para sua operação e a manutenção das pessoas e equipamentos lá existentes. Proporcionalmente à frota existente os supridores representam o maior número. São responsáveis principais pelo fornecimento de água, óleo, lama, granéis sólidos, colunas de perfuração e produção, ranchos e carga geral de convés. Sua principal característica, embora chamados de rebocadores, é a de não possuírem guincho para reboque ou manuseio de âncoras, mas uma boa área útil de convés e grande capacidade de armazenamento interno para transferência às unidades marítimas. Devido ao avanço para áreas cada vez mais distantes e profundas, teve início a construção de embarcações supridoras detentoras de maiores dimensões e capacidades, incluindo o aumento da potência motora, necessário face ao maior deslocamento destas, objetivando dotá-las da potência necessária para vencer as péssimas condições climáticas de modo a garantir o cumprimento da missão de abastecimento. Estas embarcações supridoras de grande capacidade e de melhor desempenho são conhecidas pelas siglas PS (pipe supply), PSV (platform supply vessel) ou PC (pipe carrier). Embora um supridor possa ser também identificado pela ausência de rolo de popa, embarcações dotadas de guincho para reboque e manuseio foram, no decorrer do tempo, tornando-se obsoletas para tais funções e transformando-se em supridores, embora mantendo o equipamento de reboque original. Para o atendimento em áreas aonde é maior o número de pequenas jaquetas de produção, além das limitações de calado, houve a necessidade de pequenas embarcações de suprimento possuidoras de menores taxas de afretamento, objetivando reduzir o custo do barril extraído, denominadas SV 300. Foi também criada a classe de supridores tipo PSV 1000, que possui maior potência e capacidades internas do que a do tipo SV 1000. Com as embarcações PSV 1000, visa-se garantir que o suprimento se fará mesmo em condições mais adversas de mar, sendo este tipo de embarcação indicado para atividades específicas como óleo (OD), água (AG) ou granel (GR). Cabe salientar que o supridor tipo SV 1000, atua numa faixa intermediária entre o SV e o PSV, este último uma embarcação de grandes dimensões e maior custo diário. Exemplos: SV 300: D’Isabella, D’Manoela, Marlin. SV 1000: Astro Garoupa, Maricá, Candeias, Marati. PSV 1000: Mire Tide (AG), Palma River (OD), Seapower (GR). PSV 1500: Oil Traveller, Havila Scotia. PSV 3000: Astro Barracuda, CBO Campos, Huntetor, Far Sleipner. 47 Introdução ao Apoio Marítimo REBOQUE, MANUSEIO DE ÂNCORAS E SUPRIMENTO (AHTS) Podemos considerar este tipo, como o da embarcação mais versátil por executar as tarefas de grande porte que são: reboques de longa duração das unidades móveis marítimas e manuseio dos sistemas de ancoragem de semi-submersíveis em grandes profundidades. Devido ao seu grande deslocamento, possui boa capacidade de armazenamento e de suprimento de granéis sólidos e líquidos, aliados a uma boa capacidade de carga de convés tanto em peso quanto em área disponível. Neste projeto de embarcação, é grande relevância as forças de tração estática (bollard pull) longitudinais e laterais com a utilização de até 04 unidades de propulsão lateral (thrusters), guincho compatível para fainas de reboque e de manuseio do sistema de ancoragem, além da capacidade para armazenamento de cabos e amarras. Na indústria do apoio marítimo, a introdução contínua de novas tecnologias e equipamentos é contínua, pois as profundidades cada vez maiores tornam o trabalho de convés extremamente perigoso em decorrência das grandes tensões existentes, tendo em vista os atuais comprimentos das linhas de ancoragem e seus respectivos acessórios. Conjugado a isto, a necessidade de que a operação seja realizada em tempo hábil e correta, quanto à precisão no lançamento, objetiva diminuir os riscos de acidentes materiais e humanos em razão dos elevados custos envolvidos. A indústria européia está projetando e construindo embarcações do tipo AHTS equipadas com guinchos de manuseio que alcançam uma capacidade dinâmica de içamento na primeira camada de até 500 tm devido o direcionamento na procura de petróleo em lâminas d’água superiores aos 1000 metros, na qual o pioneirismo pertence à PETROBRAS em razão das operações já efetivadas na Bacia de Campos, seguidas das iniciadas no Mar do Norte. A força de tração estática (bollard pull) longitudinal tem sido mantida na faixa de 140 à 160 tm e a potência da embarcação situando-se em até 16000 BHP, não incluindo os sistemas laterais de propulsão cujo somatório já alcança 4000 BHP. Entretanto, novas embarcações estão sendo construídas com bollard pull de até 230 tm e potência superior a 18000 BHP. São estas embarcações dotadas de “shark-jaw” hidráulico em substituição ao “pelikan hook” para as operações de manuseio e o posicionamento dinâmico que possibilita maior fidelidade quanto ao ponto de lançamento de cada linha de ancoragem, além de serem dotadas com equipamentos FiFi (combate a incêndio), geralmente na classificação 3 do DNV. Exemplos: AHTS 5000: Dushane Tide, Seeker. AHTS 7000: Asso Dieci, Normand Hunter, Seacor Lilen, A.H.Paraggi. AHTS 10000: Osa Vanguard, A.H.Genova, Maersk Topper. AHTS 12000: Maersk Clipper, Far Centurion, Far Sea, A.H.Porto Santo. AHTS 15000: Far Sailor, Maersk Chieftain. AHTS 18000: Maersk Provider, Normand Neptune, Normand Atlantic, Maersk Boulder, Far Santana. PASSAGEIROS (P 1 S/P 1/P 2/P 3) Uma embarcação de transporte de passageiros deve transportá-los com rapidez e o maior nível de conforto possível. Na Bacia de Campos, pelo fato da navegação ser realizada a uma distância de até 100 milhas da costa, as embarcações convencionais não propiciam o nível de conforto exigido e a sua velocidade não é elevada. 48 Introdução ao Apoio Marítimo As embarcações convencionais (mono casco -P2) ficam portanto restritas aos locais e regiões nas quais a demanda é reduzida (comparando-se à Bacia de Campos), bem como, em percursos situados próximos à costa e de curta duração tais como as regiões de Aracaju, Natal e Fortaleza. Emprega-se na Bacia de Campos embarcações de alto desempenho e velocidade (Pl) com capacidade de até 300 pax, do tipo CATAMARÃ com colchão de ar, conhecidas como SES (surface effect ship). Elas representaram um grande avanço em relação à primeira embarcação de passageiros de alto desempenho introduzida em 1982 (NORSUL CATAMARÃ). Na procura de novos meios para obtenção de maior qualidade, conforto, segurança e custos acessíveis, foram introduzidos dois novos tipos de embarcações no segmento de transporte de passageiros a partir de 1997: P3 e SWATH. Atuando em Guamaré (RN) a partir de maio/97, a embarcação do tipo P3 (CATAMARÃ) permite movimentação constante independentemente das condições de maré por causa do seu pequeno calado (0,90 m), com maior velocidade de cruzeiro (18 nós) e conforto, iniciando o processo de melhoria do perfil qualitativo das embarcações atuantes na região Nordeste. A partir do final de 1998, em substituição às embarcações CATAMARÃ tipo SES acima mencionadas, passou a operar unicamente a primeira embarcação do tipo “SWATH” na Bacia de Campos que chega à velocidade de cruzeiro de 25 nós. Exemplos: P 1 S: Stillwater River (SWATH) P 1: Speed Tide, Express Brasil, Express Macaé. P 2: Atalaia, Norsul Paracuru, Parintins. P3: Pégasus. REBOQUE E SUPRIMENTO (TS) Embora possuidoras de equipamento, não possuem capacidade para operações de manuseio de âncoras nos níveis atualmente exigidos. Porém, podem executá-las em caráter emergencial para lâminas d’água de até 120 metros. Nas áreas de atuação de unidades auto-eleváveis de perfuração são utilizadas as embarcações do tipo TS 3000, TS 5000 e TS 7000 que atuam nos DMM’s e no suprimento. A diferença entre estes tipos está na força de tração estática longitudinal (bollard pull) das embarcações. Visando o aumento da segurança do pessoal e das instalações foram introduzidas embarcações também dotadas de sistema FiFi. Com a implantação do sistema FPSO na Bacia de Campos, uma nova classe de TS’s foi especificada em razão dos grandes navios petroleiros que lá estarão sendo instalados. Possuem como diferença básica o bollard pull, a bitola e o comprimento do cabo de reboque em detrimento das capacidades de suprimento. Exemplos: TS 3000: Célia, Clarisse, Carmem. TS 5000: Dominion Service. TS 7000: Asso Quatro, Osa Ravensturm, Goliath Tide, Mammoth Tide. TS 10000: Sidney Candies, Herdentor, Oil Provider, Oil Vibrant. 49 Introdução ao Apoio Marítimo MANUSEIO DE ESPIAS (LH) São embarcações cujo comprimento máximo está em torno de 37 metros, dotadas de grande potência em relação ao seu deslocamento (até 1800 BHP). A atividade principal é a de auxiliar nas amarrações de petroleiros em monobóias, pegando as espias destes e levando-as às bóias de amarração do sistema. Nesta operação, a otimizada relação peso/potência permite sua aproximação e o afastamento do costado do petroleiro após receber ou entregar as espias, com segurança. Também participam de trabalhos na manutenção dos mangotes flexíveis flutuantes, utilizando seu guincho principal de 10 tm de tração, içando-os ao convés de modo a permitir às equipes da Produção, a execução de serviços diversos (LH 1200). Pela sua versatilidade, aliada ao seu menor custo, podem ser utilizadas para suprimento de granéis líquidos, carga de convés, transbordo de pessoal entre as plataformas, além da função de embarcação “stand by”. Exemplos: LH 1200: Seaoil Grace, Doce River, Red Fox, Leroy Tide. UTILITÁRIOS (UT 250/UT 750/UT 2500) Inicialmente, as embarcações hoje classificadas como UT’s (250 e 750), originadas na Bacia Potiguar, eram identificadas como supridores e manuseio de espias tendo como base a utilização de pesqueiros de casco de madeira, dotados de pequenas modificações. Hoje as UT’s do tipo 750 são ainda utilizáveis, possuindo contudo casco de aço e características próprias das embarcações de apoio marítimo tais como: convés de carga localizado a ré da superestrutura (ou casario) equivalente a 2/3 do comprimento da embarcação; dupla motorização; comando a ré do passadiço, etc. As UT 750 atuam hoje tanto na Bacia Potiguar, quanto na Bacia do Espírito Santo e Bacia de Campos, tornando-se uma opção mais barata do que as embarcações do tipo LH 1200, quando necessárias para funções de pequenos suprimentos, transporte de pessoal entre unidades marítimas e salvaguarda (“stand by”). Ao final de 1998, entraram em atividade na Bacia de Campos, embarcações classificadas como UT 2500, cujas principais características são: alta velocidade de serviços (13/15 nós), grande convés de carga e capacidade interna para transporte de equipamentos eletrônicos pela adequação de seu salão interno. Tais embarcações são chamadas de ”expressinhos”, notabilizadas pelo pronto atendimento às cargas emergenciais, levando-as com rapidez às unidades marítimas de perfuração/produção. Exemplos: UT 750: Marimar XVll, Texas Star, Ana Beatriz. UT 2500: Miss Gayla, Miss Ramona, Marion Tide, Norsul Propriá, Norsul Parnaíba. REBOQUE E MANUSEIO DE ÂNCORAS (AHT) Uma embarcação do tipo AHT deve possuir grande capacidade de manobra por causa de sua elevada potência em relação ao seu pequeno deslocamento, quando comparada ao AHTS, além da alta velocidade de operação de seu guincho de manuseio. 50 Introdução ao Apoio Marítimo Os pontos acima descritos eram considerados de grande importância quando da especificação deste tipo de embarcação para acompanhamento dos trabalhos da BGL-1, balsa de lançamento de linhas (oleodutos e/ou gasodutos) operada pelo SEGEN, cujo serviço exige o remanejamento constante de suas âncoras conforme vai se efetuando o lançamento das linhas e conseqüentemente o seu reboque até a nova locação. Este tipo de embarcação não é mais empregado pela Petrobras em sua frota, pois são utilizadas embarcações AHTS especificadas para a operação com a balsa de lançamento (com maior velocidade de seu guincho de manuseio), permitindo uma melhor utilização quando disponibilizada das operações com a BGL-l. O desaparecimento de embarcações exclusivamente do tipo AHT é uma tendência mundial. Exemplos: AHT: Osa Rotterdam, Maersk Breaker, Maersk Blower, EI Tigre Grande 11. GRANELEIRO (PSV 1000, PSV 3000) Este tipo de embarcação atua provendo de granel sólido as unidades marítimas, havendo maior demanda de produtos em regiões nas quais a atividade de perfuração esteja em grande número e podendo, em virtude da excelente capacidade de armazenamento (420 m3/ 15000 p), atuar por longo período sem a necessidade de idas freqüentes ao porto ou terminal. Normalmente, grandes supridores foram adaptados como graneleiros com a adição de grandes silos sobre o convés principal, ampliação dos silos internos, instalação de novos compressores e sistemas eficientes para purga e limpeza das tubulações de modo a garantir eficiência e rapidez no fornecimento. Possui maior potência instalada para propulsão do que a existente nos supridores comuns a fim de garantir o bombeamento do produto à unidade marítima mesmo em condições desfavoráveis de mar, de modo a não exigir que outra embarcação com maior potência e taxa de afretamento tenha que ser deslocada para tal faina. Exemplo: PSV 1000: Seapower. DIVING SUPPORT VESSEL (DSV) As embarcações do tipo DSV, operadas pelo E&P, são dotadas de todo o equipamento necessário ao apoio, preparação, lançamento e a recuperação das equipes de mergulho quando em serviços de reparos e/ou inspeção de linhas submarinas. De grande deslocamento, possuem amplas acomodações e compartimentos necessários à tripulação e às equipes de mergulho e de técnicos para operação dos equipamentos de ROV e de supervisão dos serviços. Possuem oficinas e equipamentos necessários às operações de mergulho saturado tais como: câmaras hiperbáricas, “moon pool” para lançamento e recolhimento do sino de mergulho, recargas de cilindros para mergulho, guindastes com lanças telescópicas com capacidade para movimentação de cargas pesadas, heliponto para helicópteros médios ou pesados, enfermarias e acomodações que permitem o recolhimento e atendimento de elevado número de náufragos ou acidentados. 51 Introdução ao Apoio Marítimo As embarcações possuem sistema de posicionamento dinâmico necessário para as atividades de mergulho e operações com ROV e grande autonomia. Possuindo na sua maioria, equipamentos FiFi, tornam-se importantes elementos de apoio da frota de embarcações de combate a incêndio operadas pelo E&P, na Bacia de Campos. Exemplos: DSV: Seaway Harrier, Toisa Sentinel. 52 Introdução ao Apoio Marítimo Referências Bibliográficas - Glossário de Terminologia Offshore, Fundação de Estudos do Mar - FEMAR, 1ª Edição, 1994. - Dictionary of Nautical Words and Terms, Captain A. G. W. Miller, 4ª Edição - Revisada, 1998. - Classificação das Embarcações por Tipo e Funções Principais - E&P-Petrobras, Cláudio Roberto Fayad, Revisão Abril 2000. ©2001, Navsoft Consultoria e Serviços Ltda. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/1973. Nenhuma parte desta obra, sem autorização prévia por escrito da proprietária, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: Eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. 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