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multiplicando
U
m grupo de empresários acreditou que juntos fariam mais e melhor, trabalhou e uniu esforços, teve seguidores
e, graças a eles, conseguimos formar uma entidade respeitada, reconhecida e principalmente DE TODOS!
35 anos não são 35 dias, e muito esforço, tempo, dinheiro e saúde foram investidos para não apenas
erguer, mas sobretudo manter em pé nossa associação.
O matemático americano John Nash pregava que a soma de esforços gerava multiplicação de resultados. Os
fundadores da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) acreditaram nisso, e hoje colhemos os
frutos dessa união de pessoas de bem, comprometidas e que realmente acreditavam que um setor melhor e mais
forte traria resultados positivos a suas empresas também.
Este livro é uma homenagem a todos que participaram da formação da NOSSA ABLA, e espero que façam uma
viagem nesta história bonita, verídica e da qual são personagens.
E se é certo que a vida começa aos 40, devemos estar preparados para nossa maturidade setorial plena muito em breve!
Boa leitura!
Paulo Gaba Jr.
Presidente do Conselho Nacional da ABLA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS
LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS
prefácio
E
m 1977, o mundo era outro, mas já se alugavam carros. Os modelos utilizados para locação foram se
modernizando, ficando mais econômicos, confortáveis, elétricos e conectados, com maior autonomia,
mais seguros e de várias marcas, globais e “made in Mercosul”.
O comportamento do consumidor, em um mundo digital e globalizado, que confirma suas reservas via dispositivos
móveis e com interface nos sistemas operacionais das locadoras, agilizou o atendimento de um setor que se popularizou.
O país do futebol vai sediar novamente uma Copa, e nosso fantástico povo vai receber também uma Olimpíada. Após
anos de estagnação econômica e muito esforço social, existe horizonte de crescimento econômico sustentado e constante.
35 anos e 500 mil carros mais tarde, mais de 2 mil empresas se modernizam, e a ABLA qualifica profissionais para
atuar em um país onde tudo está acontecendo.
E como nem sempre foi assim, decidimos contar a história de nossa associação através do tempo, mostrando a atuação
dos principais clientes das montadoras como agentes dessas mudanças no cenário turístico, político e econômico.
A locação de carros esteve presente em praticamente todos os fatos relevantes da história recente do Brasil. Durante
o “milagre econômico” e na redemocratização do Brasil , todas as construtoras alugaram carros para suas obras.
No impeachment de Collor, que faz 20 anos, ou no enterro de Tancredo Neves, muitos alugaram carros. Agora,
na era do pré-sal, quantas empresas do setor petrolífero não alugam veículos de nossas empresas? E em um setor
turístico que se desenvolve rápido, quantas operadoras de turismo não locam nossos carros para seus clientes
desfrutarem suas férias?
O visionário Henry Ford disse que o automóvel traria desenvolvimento ao Brasil, e acertou. Vou agora arriscar
dizer que o aluguel desses automóveis é que trará a distribuição dessa riqueza por toda nossa federação. E mais
uma vez o sucesso virá para os que perseverarem, porque alugar carros requer, mais que tudo, muita fé.
São Paulo/2012
Paulo Gaba Jr.
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De símbolo de status a motor da economia nacional
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De símbolo de status a motor da economia nacional
De símbolo de status
a motor
da economia nacional
O
ano era 1891. O lugar, pouco glamouroso: o Porto de Santos,
onde atracou o navio Portugal, recém-chegado da Europa.
Foi ali, em meio aos estivadores e a uns poucos representantes
da aristocracia da época, que o jovem Alberto Santos Dumont, então
com 18 anos, viu desembarcar um automóvel Peugeot, com motor
Daimler a gasolina, comprado por 1.200 francos pela família, quando
ainda residiam na França. A novidade chamou a atenção não só dos
moradores da pacata cidade de Santos, mas também de quem, tempos
mais tarde, circulava pelo centro de São Paulo, mais precisamente pela
Rua Direita. Esse era o destino preferido, em suas voltas pela cidade, do
engenheiro Henrique Dumont, milionário produtor de café da região
de Ribeirão Preto, São Paulo, pai do jovem Alberto.
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Distante 440 quilômetros da capital paulista, a cidade do Rio de Janeiro também
conheceu o barulho dos automóveis cedo, por volta de 1895. Um dos primeiros ilustres
proprietários da novidade foi o jornalista José do Patrocínio, que circulava pelas
estreitas ruas cariocas a bordo de um modelo francês, movido a vapor, com fornalha,
caldeira e chaminé. Diz a lenda que, em uma tarde, Olavo Bilac, que aprendia com
Patrocínio a difícil arte de dirigir, perdeu a direção e se chocou contra uma árvore, na
Estrada Velha da Tijuca, inutilizando o veículo. Patrocínio ficou desolado; Bilac, ao
contrário, gabava-se de ser o precursor dos desastres de automóvel no Brasil.
Na mesma época, o estudante de engenharia Fernando Guerra Duval provocava
inveja entre os moços da época ao cruzar a cidade com seu Decauville, com motor a
gasolina, dois cilindros. Na falta de combustível, Guerra Duval ia às farmácias e comprava
benzina. O carro era aberto, sem capota e com escapamento livre, o que provocava muito
barulho. O carro andou também em Petrópolis, para onde foi em uma prancha da estrada
de ferro, pois não havia estrada ligando a cidade imperial ao Rio de Janeiro.
Se os carros da família Dumont e do jornalista Patrocínio causaram espanto em São
Paulo e Rio de Janeiro, o autêntico “Clement”, com motor Penhard & Levassor, fabricado
em 1895, importado por José Henrique Lonat, não provocou menos comentários na
1913
ANTIGUIDADE
O veículo Benz, ano 1913, utilizado por Rui
Barbosa, é considerado o carro mais antigo
da empresa Mercedes-Benz existente no
Brasil. O veículo está exposto na casa de
Rui Barbosa, transformada em museu, no
bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro.
A Volkswagen importa o primeiro
Fusca para testar sua aceitação no
Brasil. Com motor 1.200 e alavanca de
câmbio no painel com três marchas,
o carro foi comprado pelo paulistano
Rodolfo Maerz, por CR$ 59,7 mil,
mais CR$ 1.493 em selos.
“FENEMÊS”
NA ESTRADA
A Fábrica Nacional de
Motores – FNM, criada por Getúlio
Vargas, em 1938, para produzir
motores de avião, passa a montar
o caminhão D-9500, da italiana
Alfa Romeo. Os “Fenemês” caíram
no gosto popular e fizeram
história, algumas
folclóricas.
1953
UM CLÁSSICO
1951
1950
Salvador nos idos de 1900.
CURIOSIDADES
10
LÁ VEM A
KOMBI
Com capital de
CR$ 60 milhões e 12
funcionários, é fundada
na Rua do Manifesto,
no bairro paulistano
do Ipiranga, a fábrica
da Volkswagen. Ali, a
companhia deu início à
montagem da Kombi e do
Sedan 1.200.
De símbolo de status a motor da economia nacional
Mas foi mesmo em São Paulo que os automóveis se multiplicaram. Doze anos depois
do desembarque do primeiro automóvel em solo brasileiro, a cidade já contava com seis
carros. Um ano depois, em 1904, já eram 84 registrados na Inspetoria de Veículos por
figuras ilustres da sociedade paulista, como Antonio Prado Junior, Ermelino Matarazzo,
Ramos de Azevedo, José Martinelli e Menotti Falchi, dono da Fábrica de Chocolates
Falchi, portador da primeira carteira de motorista nacional, expedida no mesmo ano.
Foi, também, em 1904, que a próspera Manaus, capital da borracha, viu circular
por suas ruas um modelo francês, da marca Renault, tipo Double-phaeton. O dono
era o engenheiro Antonio de Lavandeyra, diretor-presidente local da Manaus Harbour
Limited, a companhia inglesa que construía o porto flutuante da capital do Amazonas.
Bem distante dali, Minas Gerais via nascer sua primeira estrada rodoviária, entre
os municípios de Caeté e Sabará. O empresário João Pinheiro comprou um carro
e fez a estrada para transportar a produção da Cerâmica Nacional de Caeté para
Sabará, em uma distância de 20 quilômetros, percorridos em quatro horas, a uma
média de 5 km/h. A paixão pelos automóveis era comum entre os jovens abastados
da época, a ponto de, em 26 de junho de 1908, a cidade abrigar a primeira corrida
automobilística realizada no Brasil. No Parque Antarctica, uma verdadeira multidão,
Em 3 de janeiro de 1959, o presidente
Juscelino Kubitschek assiste ao
lançamento do primeiro Fusca Made in
Brazil. Para marcar a data, JK passeia
pela fábrica de São Bernardo do Campo
a bordo de um sedã conversível.
O Fusca é reconhecidamente o
primeiro automóvel de baixo custo
do país, o preferido de milhões de
brasileiros por muitos anos. O primeiro
Fusca comercializado tinha 95%
de nacionalização e foi vendido ao
paulistano Eduardo Andrea Matarazzo,
por CR$ 471,5 mil, pela concessionária
Marcas Famosas.
NA VITRINE
É inaugurado, no Pavilhão de Exposições
do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o
I Salão do Automóvel, ainda hoje uma das
principais vitrines do setor. No decorrer de seis
décadas, o salão foi palco de lançamentos
de modelos que fizeram a cabeça dos jovens
e que, ainda, circulam pelas ruas em mãos
de colecionadores, a exemplo do Simca
Chambord, Dodge Charger, Karmann-Ghia,
Corcel GT, Ford Maverick, Puma GT, Fuscão
1.600, além do Ford Landau, do
Passat e da Caravan.
1964
PAIXÃO NACIONAL
1960
1959
capaz de desembolsar 2.000 réis pelo ingresso, aplaudiu o grande vencedor do rali,
SUPERESPORTIVO
A história do Puma começou em 1964, em Matão, interior
de São Paulo, quando o empresário Rino Malzoni resolveu
criar um carro esportivo. Em 1965, apresentou o protótipo GT
Malzoni. Em 1967, o modelo rebatizado de Puma entra em
produção. Entre 1971 e 1984, foram lançados os modelos
GTS (conversível) e o GTE (cupê). O carro deixou de ser
fabricado em 1993.
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o paulistano Sylvio Penteado. Com um Fiat de 40 cv, ele cumpriu o
a Ford decide, em 1919, trazer a empresa para o Brasil, com o aval do
trajeto de 70 quilômetros em 1 hora e 30 minutos. Nesse mesmo ano, o
próprio Henry Ford:
conde francês Lesdain realiza a pioneira travessia Rio-São Paulo – 700
- O automóvel está destinado a fazer do Brasil uma grande nação.
quilômetros de estradas tortuosas, que ele percorreu em 33 dias, em um
Disposta a crescer com o país, a montadora instalou o escritório e a
carro Brasier, de 16 cv. As aventuras não pararam por aí. Antonio Prado
sua primeira linha de montagem na Rua Florêncio de Abreu, no centro
Junior organizou pouco tempo depois uma caravana de “bandeirantes
da cidade de São Paulo. Ali passou a produzir o Modelo T, o famoso Ford
sobre rodas de borracha”, com destino a Santos, no litoral paulista, pelo
Bigode, cujas peças eram importadas do exterior em caixas de madeira.
Os imponentes fordinhos circulavam pelas ruas de uma São Paulo que
perigoso Caminho do Mar. A brincadeira durou 36 horas.
O movimento de automóveis pelas ruas da capital paulista no início
começava a se verticalizar. A própria legislação municipal passou a obrigar
do século XX não chamava a atenção apenas dos usuários, mas também
que novas construções instaladas nas ruas Xavier de Toledo, Sete de Abril,
dos grandes fabricantes. De olho no mercado cada vez mais crescente,
Conselheiro Crispiniano e Vinte e Quatro de Maio tivessem, no mínimo,
O automóvel está destinado a fazer do brasil
UMA GRANDE NAÇão
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UM LUXO SÓ
A Ford lança o Galaxie 500, carro de
luxo com motor V8, que se tornou,
por muito tempo, o transporte oficial
das noivas a caminho da igreja. No
fim desse mesmo ano, sai da linha
de produção o último DKW Vemag.
NOVIDADES
PODEROSAS
A Ford coloca no mercado o Corcel
4 Portas e o Galaxie LTD, enquanto
a GM lança o Opala, seu primeiro
carro de passageiros fabricado
no Brasil. A Toyota, por sua vez,
apresenta o Bandeirante, com
produção 100% nacional.
1970
1967
1968
HENRY FORD
NO EMBALO
DO TRICAMPEONATO
Enquanto o Brasil festeja
o tricampeonato de
futebol no México, a
Volkswagen produz seu
carro de número 1 milhão em território nacional e lança
o Fuscão 1.600. Foi com o clássico Fusca, fabricado
pela montadora, que o então prefeito Paulo Maluf
presenteou a seleção brasileira, iniciativa que, mais
tarde, custou-lhe muitas justificativas. O político foi
processado por gastar o dinheiro público.
De símbolo de status a motor da economia nacional
10 andares. Com uma população de 240 mil habitantes, a cidade conheceu
os primeiros auto-ônibus, como uma alternativa aos bondes.
Em 1925, foi a vez de a General Motors se instalar por aqui, com a
inauguração de uma fábrica no bairro paulistano do Ipiranga, de onde,
dois anos depois, saiu o primeiro Chevrolet que circulou pela cidade. Em
1929, a GM iniciou a construção de mais uma unidade fabril, desta vez no
município de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, onde está até hoje.
Com as montadoras investindo na produção e as vendas aumentando
sensivelmente, São Paulo começa a sofrer as consequências do progresso.
a Av. Anhangabaú (atual Av. Prestes Maia) e a Av. Itororó (a conhecida
As ruas estreitas já não absorviam com facilidade o trânsito de veículos e
Av. 23 de Maio). A década, indiscutivelmente, mudou a geografia da
bondes. Entre 1920 e 1939, só no estado de São Paulo, o número de carros
cidade. Em 1938, foi inaugurado o túnel Nove de Julho, com 460 metros
de passeio saltou de 5.596 para 43.657, uma frota suficiente para provocar
de extensão, construído na avenida do mesmo nome, projetado pelo
reclamações da população em relação ao barulho estridente das buzinas,
engenheiro italiano Domingos Marchetti, para unir o centro da cidade
do ronco dos motores e do trânsito que já se formava nas principais ruas e
aos bairros.
Mas, se a cidade crescia em direção aos bairros, era mesmo no
avenidas da cidade.
centro que aconteciam as principais manifestações populares. Em 1935,
São Paulo, e mais tarde como prefeito, deu início ao seu Plano de Avenidas,
jovens da sociedade paulistana, entre elas Cordélia de Salles Penteado
que previa a remodelação do sistema viário de grandes avenidas do centro:
de Brito, Maria Salles Penteado Teixeira, Purificação Rabelo da Silva e
SOTAQUE MINEIRO
A Fiat formaliza junto ao governo de Minas
Gerais a construção de uma fábrica e define
o modelo Fiat 127 como base para produzir
seu primeiro carro no país. Com motor mais
potente e suspensão reforçada, o modelo dá
origem ao Fiat 147.
1974
1973
1974
Em 1930, Prestes Maia, ainda como secretário de Obras da cidade de
REFRIGERAÇÃO A ÁGUA
Chega às revendedoras Volkswagen o
Passat, primeiro carro brasileiro refrigerado
a água e com tração dianteira. Nesse
mesmo ano, Percival Lafer inicia a
produção em série do MP Lafer, ao lado
da fábrica de móveis da família, em São
Paulo. Foram fabricados 4.300 unidades do
modelo durante 16 anos.
MOVIDO A ENERGIA
O primeiro carro elétrico brasileiro foi o Itaipu, fabricado
pela Gurgel. Tinha apenas dois lugares e precisava
de aproximadamente 10 horas para recarregar
completamente suas baterias, que pesavam 320
quilos, dando uma autonomia de 60 a 80 quilômetros.
Equipado com motor elétrico de 120 volts, 3.000 watts
e potência de 4,2 cv.
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Wanda Arouche, esbanjavam animação em um Chevrolet 1933, um táxi
de aluguel com placas A11-334, fantasiadas de soldados Flit, em alusão
a um personagem da propaganda do inseticida em bomba spray Flit.
Era terça-feira gorda do Carnaval de 1935 e ninguém sonhava perder o
Corso na Avenida São João.
Se as décadas de 1920 e 1930 foram de grande crescimento para
a indústria do automóvel no país, os anos 1940 foram responsáveis
pelo envelhecimento da frota. Com o início da II Guerra Mundial, as
importações tornaram-se impraticáveis. Como as fábricas montavam
seus carros aqui, mas não produziam as peças, os automóveis outrora
muito cobiçados foram, aos poucos, tornando-se ultrapassados.
Enquanto a frota envelhecia, a cidade continuava a ganhar novos
contornos, com a conclusão da Ponte das Bandeiras sobre o Rio Tietê,
Percorrer a estrada recém-inaugurada para um almoço na Ponta da
no eixo da futura Av. Tiradentes, que custou à prefeitura 4.500 contos de
Praia, em Santos, faz parte da memória do paulistano Américo Lopes
réis e facilitou o ir e vir de quem morava na Zona Norte da cidade. Bem
Simões, de 79 anos.
ligando a cidade de São Paulo ao município de Santos, com capacidade
fosse baixa, descer a Serra do Mar naquela época era uma aventura de
prevista para comportar de 16 mil a 18 mil veículos por dia.
dar frio na barriga.
O primeiro Miura, com motor 1.600 cilindradas,
surgiu em 1975, resultado do sonho dos
empresários Aldo Besson e Itelmar Gobbi, diretores
da empresa Aldo Auto Capas, de Porto Alegre, no
Rio Grande do Sul. Nos 17 anos seguintes, foram
mais de 6.000 unidades com importantes inovações.
Além do design, o Miura contava com computador
de bordo, freios ABS, trio elétrico e injeção
eletrônica. A produção foi encerrada em 1991.
1978
FRUTO DE UM SONHO
ANISTIA POLÍTICA
O general João Baptista de Figueiredo promulga a anistia
política pelo regime militar. O fim da década seria marcado
pela campanha do Sindicato dos Metalúrgicos de São
Bernardo, com greves lideradas pelo seu, então, presidente
Luiz Inácio “Lula” da Silva. O movimento se espalha a
outros setores. Cerca de 3,2 milhões de trabalhadores
entram em greve.
GREVES
O setor produz mais de 1 milhão de veículos,
em um ano marcado por ondas de greves
dos metalúrgicos do ABC, sede das principais
fabricantes do setor. As paralisações atingiram tanto
as montadoras quanto o segmento de autopeças.
1981
- Viajamos em seis automóveis Ford novinhos. Embora a velocidade
1979
longe dali, era inaugurada, em 1947, a Via Anchieta, com 67 quilômetros,
1975
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Arquivo da família Penteado
MAIOR SEGURANÇA
Nesse ano, a Ford lança o Del Rey,
o primeiro carro médio brasileiro
e pioneiro na oferta de travas e
vidros elétricos. Em 1982 chega
ao mercado o utilitário Pampa e,
em 1983, o Ford Escort, primeiro
carro com motor transversal da
montadora no Brasil.
De símbolo de status a motor da economia nacional
Simões lembra, ainda, que tirar carteira de motorista no início dos
anos 1950 exigia mais do que habilidade, pedia uma boa dose de sorte.
- O exame era feito na ladeira da Rua Silva Pinto, no centro da
cidade, em um Ford Perfect, com motor 4 cilindros. No banco, ao lado
do motorista, sentava-se um examinador de físico avantajado e, no
banco de trás, outro do mesmo porte. A ordem era parar o carro na
ladeira e dar a saída sem amassar uma caixa de fósforos, colocada a
poucos centímetros do pneu traseiro. Para ajudar, o carro não tinha
potência alguma vazio, que dirá cheio.
Foi com a chegada de Juscelino Kubitschek à Presidência da
República, em janeiro de 1956, que o setor começou a respirar novos
ares. JK, como o presidente era chamado, deu o impulso necessário à
implantação da indústria automobilística nacional. Em 16 de junho de
1956, ele assinou o Decreto nº 39.412, que criou o Grupo Executivo
da Indústria Automobilística (Geia), exatos 29 dias após a fundação
da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea). A data é considerada o marco oficial do nascimento da
O presidente Fernando Collor de Mello
dá início à abertura das importações,
forçando a competitividade da
indústria nacional, até então protegida
por reservas de mercado. Nasce a
Autolatina, que se tornou a maior
indústria automotiva do país, com
47 mil empregados e investimentos
de US$ 2,5 bilhões.
SÓ
ESTRANGEIROS
Sem novidades e impactadas
pelas incertezas da
economia, os membros da
Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea) não
participaram da 14ª edição
do Salão do Automóvel, que
mostrou apenas veículos
importados, fora de série
e modificados.
1993
A Fiat lança o Uno, modelo que se
desdobrou em várias versões e que
entrou para a história como pioneiro
no segmento de “carros populares”
uma década mais tarde.
MERCADO ABERTO
1986
PIONEIRISMO
1985
1984
indústria automobilística no Brasil.
POPULARIZAÇÃO
É criado o Programa do Carro
Popular, com motor 1.0 e preço
equivalente a US$ 7,2 mil. O primeiro
modelo lançado pela Ford foi o
Escort Hobby, com fila de espera nas
concessionárias para compra.
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ABLA | 35 anos
Em 5 de setembro do mesmo ano, sai da linha de montagem da fábrica Máquinas
Agrícolas Romi, instalada em Santa Bárbara do Oeste, no interior de São Paulo, a RomiIsetta, primeiro carro de passageiros com 70% de índice de nacionalização. Dois meses
depois, é apresentada a perua DKW-Vemag, de duas portas e 60% de componentes
nacionais. O lançamento foi em alto estilo, no Rio de Janeiro, com festa de gala no Hotel
Copacabana Palace e presença do Presidente da República. Estava dada a largada para o
fortalecimento de uma nova indústria no país.
No fim dos anos 1960, o Brasil somava 65.755.000 habitantes e comemorava a
produção de 2 milhões de carros no país. Com isso, os congestionamentos tornavam-
DKW OU
COPACABANA PALACE
se cada vez mais evidentes. Os bondes, que até então eram usados para transporte
público, em 1968 foram desativados, multiplicando-se os ônibus e os automóveis. O
sistema viário de Prestes Maia, ideal para uma população de 1 a 2 milhões de pessoas,
tornou-se impraticável para uma metrópole de 5 a 6 milhões de habitantes. A solução
encontrada foi construir as marginais dos rios Tietê e Pinheiros, que, como o esperado,
desafogaram em parte o obsoleto sistema viário paulista.
As duas décadas seguintes, anos 1970 e 1980, foram marcadas por uma forte
retração econômica, que culminou com a redução da fabricação de veículos e uma
leva de demissões da indústria automobilística. Enquanto Roberto Carlos estrelava
Em setembro desse ano é lançado
no país o serviço de carro reserva
(replacement), que, em 1996, já
representava 15% do faturamento
de algumas empresas locadoras.
Dois anos antes, nos Estados
Unidos, foram movimentados
US$ 3,7 bilhões com esse
tipo de serviço.
1996
PARA NÃO DEIXAR
NINGUÉM A PÉ
1996
1995
16
CARRO DE PASSEIO
A Toyota inaugura sua fábrica em
Indaiatuba, interior de São Paulo, a primeira
planta de automóveis de passeio, em
uma área de 23 mil m². Entre 1996 e
1998, foram investidos US$ 150 milhões
na produção de 15 mil unidades/ano. O
Projeto Corolla foi considerado um dos mais
audaciosos da montadora no país.
EXPANSÃO
Das 11 mil locadoras em operação
no Brasil, 680 integravam uma das
14 redes de franquias do setor, das
quais 575 eram administradas por
franqueados, um aumento de 30%
em relação ao ano anterior.
O setor de locação cresceu 15% ao
ano, entre 1993 e 1995, embalado,
principalmente, pelo processo de
terceirização de frotas.
De símbolo de status a motor da economia nacional
nas telas dos cinemas o filme Roberto Carlos a 300 km por Hora, pilotando um
Dodge Charger 1971, a cidade ganhava um dos seus projetos mais polêmicos,
a via elevada Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Minhocão. Oito
anos mais tarde, o ex-campeão mundial de Fórmula I, Jackie Stewart, rodou por
São Paulo pilotando um Fusquinha da Telesp, o primeiro carro convertido para
o uso de álcool como combustível.
Os anos 1980 registraram uma forte instabilidade econômica e política do
país. Em 1986, a Volkswagen decide descontinuar a produção do Fusca, que
virou objeto de desejo dos colecionadores. No mesmo período, a montadora
intensifica suas exportações, principalmente do Passat, que até hoje é visto
nas ruas do Iraque. Cerca de 170 mil carros foram exportados para o país,
entre 1983 e 1988. Conhecidos por lá como Brazili, os veículos traziam no
vidro os dizeres “Made in Brazil”.
Com uma frota de 18,3 milhões de veículos em 1990, a indústria
automobilística foi surpreendida, em 1993, com a retomada da produção do
Fusca, a pedido do presidente da República. Em 23 de agosto daquele ano,
Itamar Franco reinaugurou a linha do Fusca, na fábrica da Anchieta, da
TECNOLOGIA TRIFLEX
A General Motors colocou à disposição dos consumidores
a tecnologia do carro triflex, ou seja, veículos equipados
com motores que podem funcionar a álcool, gasolina ou
gás natural veicular. O primeiro a rodar com a novidade
foi o Astra Sedan, desenvolvido em parceria com a Bosch,
Powertrain e Rodogás.
EM PROL DO
MEIO AMBIENTE
É instituído na cidade de São
Paulo o rodízio municipal de
veículos, com horário restrito de
circulação de carros de acordo
com o final das placas. A medida
vigora até hoje.
2006
2005
2004
Volkswagen, a bordo de um conversível azul-claro, repetindo a clássica cena
PARA NÃO PERDER
O RUMO
Depois de oito anos de proibição,
o Conselho Nacional de Trânsito
(Contran) regulamentou o uso de
equipamentos que geram imagens
no painel dos carros, como telas
de DVD ou aparelhos que orientam
os motoristas com mapas, os
chamados GPS (Sistema de
Posicionamento Global). A medida
autorizava o uso das telas pelos
passageiros da frente e motoristas,
desde que possuíssem sistemas que as
tornassem inoperantes caso o carro estivesse
em movimento.
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ABLA | 35 anos
ITAMAR NO FUSCA
FOLHA PRESS
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De símbolo de status a motor da economia nacional
de Juscelino Kubitschek, em 1959, durante a inauguração da mesma
fábrica. Foi nessa década, também, que os brasileiros fizeram fila na
porta das concessionárias à espera do carro popular.
Do popular aos primeiros modelos estrangeiros de luxo se
passaram quase dez anos. Na primeira década dos anos 2000,
instalaram fábricas por aqui, entre outras, as montadoras Renault,
Honda, PSA Peugeot Citroën, Nissan e Mitsubishi. Mas foi a
Volkswagen que, em 2003, lançou no Brasil os carros com tecnologia
total flex, que, dois anos depois, já superavam em vendas os modelos
a gasolina.
Hoje, 121 anos depois do desembarque do primeiro automóvel no
Brasil, a indústria automobilística nacional é a quarta maior produtora
de carros do mundo, perdendo apenas para China, Estados Unidos e
Japão. Em 2011, foram 3.406.150 unidades fabricadas, contra 3.381.728
no ano anterior. A frota em circulação pelas ruas alcançou 34,6 milhões
19
de veículos, sendo 27,4 milhões de automóveis. E, assim como no
início da industrialização, São Paulo abriga 34,7% do total de carros,
Nesse ano, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) passou a
exigir que o uso de insulfilme no vidro dos carros fosse fiscalizado
com maior rigor, a partir de aparelhos que medem o índice de
transparência do vidro. A legislação determina 75% de visibilidade
no para-brisa, 70% nos vidros laterais dianteiros e 50% em todos os
vidros traseiros. O índice de visibilidade deve constar em marcação
visível do lado de fora do vidro.
QUARTO LUGAR
2007
2006
NADA DE ESCURINHO
O Brasil tornou-se o quarto
maior produtor mundial de
automóveis, com 3 milhões
de veículos, porém é o
único membro do grupo de
países emergentes, BRICS
(Brasil, Rússia, Índia, China
e África do Sul), a não
possuir uma montadora
genuinamente nacional.
2011
somando índices de congestionamento cada vez mais elevados.
QUATRO É
DEMAIS
Chega ao mercado
nacional o Veloster, da
Hyundai, primeiro carro
a rodar com apenas três
portas e não com as
quatro convencionais.
ABLA | 35 anos
20
Tudo começou na região central de São Paulo
Tudo começou na
região central
de são paulo
21
A
o assumir a Presidência da República, em 1956, o mineiro
Juscelino Kubitschek pôs em prática o Plano de Metas, 50
anos de progresso em 5 anos de realizações, que na década
seguinte, em conjunto com as obras já realizadas por Getúlio Vargas,
deram origem ao chamado “milagre econômico”. Foram investimentos
em todos os setores da economia, principalmente em infraestrutura.
Como consequência, a paisagem urbana de cidades como Rio de
Janeiro e São Paulo foi, aos poucos, ganhando novos contornos, com
a construção de grandes edifícios e de casas de arquitetura menos
opulenta e mais funcional.
ABLA | 35 anos
Nas ruas, o movimento de automóveis crescia a olhos vistos. Os
veículos Fusca, Dauphine, DKW, Aero-Willys, Simca e Romi-Isetta
foram os primeiros a circular pelas rodovias que se multiplicavam
em todas as direções. Consolidava-se, assim, a sociedade urbanoindustrial brasileira, sustentada por uma política desenvolvimentista
e um novo estilo de vida difundido pelas revistas, pelo cinema, pelo
rádio e pela televisão, introduzida no país em 1950.
Nessa época, aos 30 anos de idade, o comerciante Adalberto Camargo,
nascido em Araraquara, no interior de São Paulo, já ganhava dinheiro
com a revenda de automóveis usados na região central da capital paulista.
Adalberto chegou à cidade em 1939, aos 16 anos, sem profissão definida.
Trabalhou como marceneiro, atendente de armazém, vendedor de lingerie
e auxiliar de tabelião, até entrar no ramo de automóveis. Começou lavando
carros para observar como funcionava o negócio de carros usados e, com
o dinheiro acumulado, montou a própria revenda.
Empreendedor perspicaz, Adalberto decidiu gastar suas economias
com uma viagem aos Estados Unidos. O que para a maioria dos
LADO A LADO
COM OS AVIÕES
A primeira locadora de automóveis
instalou-se dentro de um aeroporto, em
1932, em Chicago. Além da proximidade
com os viajantes, oferecia o sistema
fly-drive, combinando o uso do carro
alugado com uma viagem de avião.
ALUGUEL
DE CARROS
NO PÓS-GUERRA
Na década de 1950, o mercado
europeu se recupera da
II Guerra Mundial, e a locação de
automóveis tem grande impulso.
No Brasil, na região central de
São Paulo, alguns empresários
de revendas de carros usados
começam a alugar seus veículos
como atividade complementar.
1970
1950
concorrentes soou como um desperdício do dinheiro em lazer, para ele
1932
22
FINANCIAMENTO
A LONGO PRAZO
Nessa década, aparecem as primeiras empresas
de leasing mercantil, com as quais foi possível
alavancar o desenvolvimento das locadoras de
veículos, com financiamentos a longo prazo.
Tudo começou na região central de São Paulo
significava mergulhar em um novo tipo de negócio, ainda desconhecido
no Brasil: a locação de automóveis. E Adalberto não poderia ter
escolhido destino melhor. O hábito de alugar carros era bem antigo
entre os consumidores americanos, datava do início do século XX.
O primeiro registro de aluguel de veículos que se tem notícia na
América data de 1916, quando Joe Saunders, de Omaha, no Nebraska,
Estados Unidos, alugou um Ford T por US$ 0,10 a milha. Quatro
anos depois, ele já operava em 21 estados americanos. Foi, contudo,
Walter L. Jacobs, o responsável, em setembro de 1918, pela abertura
do primeiro negócio de locação de automóveis, em Chicago. Com 12
carros modelo Ford T, que ele mesmo pintou e consertou, expandiu
suas operações rapidamente. Em cinco anos, sua receita anual chegou
a US$ 1 milhão.
Em 1923, Jacobs vendeu seus negócios ao austríaco John Hertz,
presidente da empresa de táxi Yellow Cab, continuando como executivo do
grupo. Nessa data, a empresa passou a chamar Hertz Drive-Ur-Self System
e adotou a sua tradicional cor amarela. Três anos depois, foi adquirida
O Programa Nacional de Álcool (Proálcool) teve início em 14 de janeiro
de 1975 durante o governo do general Ernesto Geisel, com o objetivo
de incentivar a produção de álcool de qualquer insumo, por meio
da oferta de matérias-primas e aumento da produção agrícola. O
governo investiu no programa US$ 7 bilhões até 1989, em subsídios
e pesquisas. A Petrobras arcou com a responsabilidade da compra de
toda a produção, transporte, armazenamento, distribuição e mistura do
álcool à gasolina. O Brasil foi o país que mais se destacou na busca do
álcool como combustível renovável. Em 1979, o governo e a Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) assinaram
protocolo exigindo que os fabricantes de automóveis buscassem novas
tecnologias para produção em série de veículos a álcool hidratado. O preço do litro do álcool foi fixado em 64,5% do
preço da gasolina. Também foi reduzido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros movidos a álcool.
O projeto entrou em colapso nos anos 1990 e a produção praticamente zerou no início dos anos 2000. Em março
de 2003, contudo, as montadoras iniciaram a fabricação de motores flex movidos a etanol hidratado, gasolina ou a
qualquer mistura desses combustíveis.
FLY AND DRIVE
O ano trouxe uma inovação para os brasileiros. A Varig-Cruzeiro
em parceria com a Volkswagen inaugurou um novo serviço de
aluguel de automóveis nos aeroportos de Belém, Curitiba e Porto
Alegre. O sistema, do tipo fly and drive, permitia que o passageiro
fizesse a reserva prévia do carro, em qualquer agente de turismo
ou nas lojas da Varig-Cruzeiro, junto com a reserva da passagem.
O veículo estaria disponível no aeroporto indicado.
1982
PROÁLCOOL
1981
1975
pela General Motors e apresentou uma das ideias mais importantes
UM MONSTRO CHAMADO INFLAÇÃO
Desde o ano anterior, o PIB do Brasil revelou queda média de
1,6%, e em 1982 instala-se no país o que os economistas
passaram a chamar de estagflação, união de estagnação
da economia com inflação. Dois anos depois, o índice
inflacionário chega a 223,8%, saltando para 1.764% em
1989, e em abril de 1990 sobe para 6.584%.
23
ABLA | 35 anos
do merchandising da locação de veículos – uma espécie de cartão de
crédito chamado National Credential.
Embora a literatura aponte Saunders como o pioneiro no universo
da locação de automóveis no mundo, o serviço já era colocado em
prática desde 1912, na Bavária. Nesse ano, em uma pequena garagem,
localizada no centro de Munique, Martin Sixt fundou a Martin Sixt
Autofahrten, serviço de aluguel de carros que operava com apenas três
veículos: um Deutz Laundaulet de Luxe e dois Daimlers. Paralelamente,
Martin oferecia às celebridades da época os serviços de locação de
Limousines para circular pela Europa. Em 1914, com o início da
I Guerra Mundial, todos os carros foram confiscados para o serviço
militar e o empreendedor perdeu sua principal fonte de trabalho.
O conflito se arrastou por mais tempo do que o esperado e, mesmo
diante da desolação do pós-guerra, a esposa de Martin decidiu abrir
uma cafeteria que, mais tarde, foi vendida e deu origem à nova locadora
da família, a Sixt Autofahrten. O negócio foi mais uma vez interrompido
com o início da II Guerra Mundial. O que Martin não sabia é que seu
O ministro Luiz Carlos Bresser Pereira
lança o Plano Bresser, que manteve
o congelamento de preços, salários e
aluguéis. As tarifas públicas aumentam e
o gatilho salarial é extinto. O consumidor
conhece a Unidade de Reposição de
Preços (URP).
NOVA CONSTITUIÇÃO
Foi promulgada em 5 de outubro de 1988 pelo presidente da Câmara,
Ulysses Guimarães a nova Constituição do Brasil. Segundo o próprio
Ulysses, a Carta Magma ficou conhecida como a Constituição Cidadã,
em alusão às suas diversas conquistas nos campos da liberdade
individual e dos direitos de natureza social e política.
1989
O presidente José Sarney anuncia
o Plano Cruzado, com corte de três
zeros da moeda, que passa de cruzeiro
para cruzado; os preços e salários são
congelados, a correção monetária é extinta
e o governo cria o seguro-desemprego e
o gatilho salarial – reajuste automático de
salários toda vez que a inflação atingisse
determinado nível. Foi decretada a
moratória e a suspensão do pagamento da
dívida externa.
O PLANO BRESSER
1988
O PLANO CRUZADO
1987
filho, Hans, contrariando a ordem dos oficiais, havia escondido três
1986
24
O PLANO VERÃO
Lançado em 15 de janeiro, o novo
plano pretende segurar a inflação
com o controle do déficit público,
a privatização das estatais, novo
congelamento de preços e a
desindexação da economia. É o
fim da URP e o início do cruzado
novo e do dólar turismo.
Tudo começou na região central de São Paulo
automóveis em um estábulo. Foram exatamente esses veículos que
ajudaram a família a reavivar o negócio no pós-guerra. No fim da
década de 1940, eles operavam com mais de 1.700 Export Taxis, pagos
em dólares pelos soldados americanos. Sem contar o serviço de aluguel
de Limousines a estrelas como Greta Garbo e Marlene Dietrich.
Foi com o propósito de mergulhar nesse universo, e conhecer
mais a fundo como funcionava o negócio, que o brasileiro Adalberto
Camargo rumou para os Estados Unidos, em 1958. Lá, ele teve a
certeza de que estava diante de um ramo promissor no Brasil, afinal, o
momento era favorável com o crescimento das atividades econômicas
e a necessidade de novos meios de transporte.
De volta a São Paulo, o empresário inaugurou, em 1959, a AutoDrive Indústria e Comércio, inspirada na experiência americana,
considerada a primeira empresa criada exclusivamente com a
finalidade de alugar automóveis no Brasil. O negócio foi possível graças
à associação de Adalberto com empresários de outros setores em busca
de financiamento. Em pouco tempo, ele somou a maior frota de carros
particulares do país, com 100 Volkswagen sedãs. A partir da locadora,
O PLANO COLLOR
O presidente Fernando Collor
de Mello, para quem os carros
brasileiros mais pareciam
carroças, anuncia um choque
econômico radical. No dia de
sua posse, confisca 80% dos depósitos bancários e aplicações financeiras, adota o
cruzeiro como moeda, congela os preços, acaba com a indexação, privatiza estatais,
fecha órgãos públicos e dá início à abertura da economia à competição internacional.
Em sua curta gestão foi criada, também, a Câmara Setorial da Indústria Automobilística,
reunindo representantes de montadoras, autopeças, componentes, revendas,
trabalhadores e representantes dos governos federal e estaduais.
1990
1990
DEFESA DO CONSUMIDOR
Foi instituído por meio da Lei Federal nº 8078, de 11 de setembro de
1990, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece normas
de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse
social. Uma das principais conquistas do CDC foi permitir que os abusos
de empresas fossem vistos como um prejuízo coletivo. Até então, os
problemas eram tratados como questão individual. Em seus 20 anos
de existência, o código mudou a visão do consumidor e das empresas
como observa José Geraldo Brito Filomeno, ex-procurador-geral de
Justiça de São Paulo e um dos criadores do código. “No início, o CDC
foi visto como um perigo à ordem econômica, mas hoje é aplaudido. Até
porque, com a globalização da economia, o código tem sido encarado
como indutor da qualidade dos produtos postos no mercado nacional
e internacional.” Como todos os demais segmentos, o de locação de
automóveis teve de passar por um processo de adequação às novas
exigências, que trouxe um novo marco às relações de consumo.
25
ABLA | 35 anos
fundou e comandou outros empreendimentos, como a Mecanova S.A, a Afro-America
Importação e Exportação e a Táxi Amarelinho, uma das pioneiras no ramo no Brasil,
responsável pela consagração do uso do Fusca como carro de aluguel.
Na esteira da Auto-Drive, outras revendas de carros começaram a entrar no ramo de
locação, embora as dificuldades se multiplicassem na época. A concorrência predatória
e o desgaste dos veículos com as péssimas estradas eram os maiores desafios.
Mais uma vez, tomando por base a experiência americana, o perfil do segmento de
aluguel de carros mudou no Brasil. Em meados dos anos 1960, a locação de automóveis
deixou de ser exclusivamente transitória e efêmera para incluir, também, contratos feitos
para atender as frotas das empresas, surgindo o aluguel de longos períodos. Nos anos
1970, foram criadas as empresas de leasing financeiro, com as quais foi possível alavancar o
desenvolvimento das locadoras de veículos, já que as operações de financiamento ganharam
prazos maiores. No fim da década, surge o carro a álcool, que imediatamente se tornou
presente em larga escala na frota das locadoras de todo o país.
Assim como acontecera em outros países, as redes internacionais começaram a se
interessar pelo mercado brasileiro de locação e a se instalar por aqui, enquanto as empresas
nacionais passaram a formar redes, utilizando o sistema de franquia. Com isso, a locação de
veículos ganhou novo fôlego e as pequenas empresas se multiplicaram na área.
No início da década de 1990, foi
criado em São Paulo o Marriage
Service para transporte de noivas
no dia do casamento. O objetivo era
atender a um público diferenciado
e exigente, além de oferecer uma
opção original de presente para
os noivos. Inicialmente, eram 60
veículos, entre os modelos Ford
Landau, Opala Diplomata e SL-380
e SL-500. O aluguel de um Landau,
por exemplo, saía pelo preço de
CR$ 17.900,00 em US$ por um
período de quatro horas.
1996
VIVA A NOIVA
1994
1991
26
O PLANO REAL
O novo plano promove a décima mudança da moeda com a adoção
do real, fixa a taxa de câmbio na paridade de R$ 1,00 para US$
1,00, acelera as privatizações, eleva os juros, facilita as importações,
prevê o controle dos gastos públicos, mantém o processo de abertura
econômica e busca medidas de apoio à modernização das empresas.
LIGADO NA TOMADA
Em março de 1996, no lugar de
comercializar seu novo carro elétrico, o EVI,
a General Motors norte-americana optou
por alugá-lo a fim de divulgar o lançamento.
O aluguel mensal foi fixado entre US$ 450
e US$ 600. Se fosse comercializado, o
veículo custaria US$ 35 mil.
Tudo começou na região central de São Paulo
Com o setor já consolidado e em busca de representatividade junto ao governo
e às montadoras, tornou-se essencial a criação de uma associação que defendesse
os interesses das empresas da área, profissionalizasse a atividade e a divulgasse
junto à sociedade. Nascia, então, em 30 de março de 1977, a Associação Brasileira
das Empresas de Auto-Veículos, mais tarde denominada Associação Brasileira das
Empresas Locadoras de Automóveis (ABLA).
A década seguinte foi marcada pela implantação de vários planos econômicos,
por altas taxas de inflação e mudanças políticas e sociais. Apesar da chamada “década
perdida”, o setor de locação ganhou musculatura, cresceu, rumou para o interior e
chegou aos anos 1990 com muitos desafios e novas oportunidades. A abertura da
economia, a criação do Código de Defesa do Consumidor, o estímulo à produção
de carros populares e a estabilidade da moeda levaram à expansão dos negócios e ao
crescimento do número de empresas especializadas no ramo. A abertura trouxe para
o setor a possibilidade de diversificar a frota com carros importados, para agradar o
consumidor que passou a exigir maior qualidade.
A explosão dos cartões de crédito, principalmente após o Plano Real, também foi
positiva para o setor ao ampliar a base de potenciais consumidores. O momento exigia
1996
SONHO
DE CINEMA
No Brasil, o setor de locação
assiste ao crescimento da
demanda por Limousines,
alugadas a R$ 150 a hora.
O novo Código de Trânsito Brasileiro
(CTB) foi criado em 1997, mas
só entrou em vigor no dia 22
de janeiro de 1998. Em 2009,
sofreu alterações significativas
em 53 artigos e ganhou mais 15,
envolvendo pontos como o uso de
celular, o teste do bafômetro e a
licença provisória de um ano para
jovens motoristas.
$
NOVA FASE
DO REAL
São adotadas a livre flutuação do
câmbio e a redução das taxas de juros
domésticas. Nesse mesmo ano, o setor
via surgir uma nova oportunidade de
negócios: o aluguel de utilitários para
frotas de empresas e, também,
para pessoas físicas.
$
$
$
2004
NOVO CÓDIGO
DE TRÂNSITO
1999
1997
a adaptação da administração dos negócios à nova ordem econômica, sem inflação.
A FORÇA
DOS NICHOS
Cresce a procura por serviços de
locação segmentada, como aluguel
de carros blindados, automáticos,
adaptados para deficientes
físicos, automóveis especiais para
casamentos, veículos off-roads não só
por parte das empresas, como também
de executivos e profissionais liberais,
além de carros sob medida para
pessoas especiais.
27
ABLA | 35 anos
28
Tudo começou na região central de São Paulo
Mas, ao contrário do que se previa, a estabilidade dos preços não se
Nos dois últimos anos, porém, o setor teve seus melhores resultados,
verificou nos automóveis. Os modelos populares saltaram de R$
com recuperação dos preços. Em 2011, o faturamento do segmento alcançou
7,3 mil em 1994 para cerca de R$ 13 mil em 1999. Enquanto isso, a
a cifra de R$ 5,6 bilhões, um incremento de 11% em relação a 2010. Só no
concorrência entre as locadoras aumentou, o que, aliado ao ganho de
ano passado, a participação das locadoras na compra e venda de automóveis
produtividade e redução de custos, resultou na queda dos preços da
chegou a 8,7%, consolidando o segmento como o principal cliente das 23
diária, ao redor de 30%.
montadoras instaladas no país. Apesar do contexto internacional, o ano foi
Os anos 2000 revelaram mudanças significativas no perfil da economia
bastante positivo, com um crescimento e faturamento acima da média de
mundial, principalmente na última década. Os países integrantes do
muitos outros segmentos da economia. Desempenho comemorado pelo
BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – agora estão no foco
presidente do Conselho Nacional da ABLA.
do crescimento, e o Brasil, sobretudo, está no centro das atenções globais.
- De 2010 para 2011, a frota cresceu 7,51%, somando 445.470 veículos.
O setor de aluguel de veículos não passou imune a essas mudanças,
O número de locadoras também aumentou, saltando de 2.008 para 2.083,
como bem lembra Paulo Gaba Jr., presidente do Conselho Nacional da
em uma demonstração clara de que o conceito de aluguel de carros está
Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).
cada vez mais presente na vida dos brasileiros.
Eu escutava incansavelmente críticas a outras empresas que praticavam
negócios, como ocorreu na última década. Entretanto, a realização no
concorrência predatória de tarifas. O valor era formado pela oferta da
país da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016 deverá mudar
concorrência, sem nenhum outro critério. A inflação mascarava resulta-
esse panorama, propiciando o crescimento da participação do turismo
dos, e o foco estava no preço.
de negócios e de lazer.
Começam a operar em Londres
as primeiras “locadoras verdes”,
especializadas no aluguel de
ecocarros, automóveis movidos a
biocombustível, biodiesel ou células de
hidrogênio, ou, até mesmo, híbridos,
com motores elétrico e convencional.
CAR
SHARING
São Paulo torna-se a milésima cidade
no mundo a oferecer o sistema de car
sharing, um processo que começou na
Suíça, na década de 1980, e se espalhou
pelo mundo. Na prática, o carro alugado
aguarda pelo cliente, que o reservou pela
internet, em um estacionamento 24 horas.
Para retirá-lo, basta encostar um smart card
em uma espécie de código de barras. As
chaves estão no porta-luvas e a ignição só é
liberada após o cliente responder ao check
list no computador de bordo. O bilhete do
estacionamento pago também fica no portaluvas. O carro deve ser deixado no mesmo
local e no horário estabelecido.
2010
2009
ECOFROTAS
2011
A terceirização de frotas continua a responder por 55% dos
2009
- Há 20 anos, nosso maior desafio era combater a guerra dos preços.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
O setor de locação de veículos gera emprego e renda para a sociedade,
além de ser um dos grandes pagadores de tributos diretos e indiretos
para todas as esferas do governo. Em 2011, as empresas criaram
277.943 empregos diretos e indiretos, 5% a mais do que no ano anterior.
GRINGO AO VOLANTE
Foi publicada em março de 2010, no Diário Oficial da
União,, a Resolução 345 do Conselho Nacional de Trânsito
(Contran), que permite que o estrangeiro que desejar,
ou necessitar, alugar um carro no Brasil não tenha de
apresentar obrigatoriamente a tradução juramentada
de sua carteira original de habilitação. Basta apresentar
a carteira original, dentro do prazo de validade e, um
documento de identificação, que pode ser o passaporte.
29
ABLA | 35 anos
30
Setor aposta na união para ganhar força
setor aposta
na união
para ganhar força
31
A
história da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis
(ABLA) teve início em 1977, quando alguns empresários, entre
eles Marco Antonio Ghiberti e Alberto Moraes Barros Filho,
que representavam uma das maiores empresas internacionais da área
no Brasil, decidiram reunir um grupo de proprietários de locadoras para
criar uma entidade para o segmento, que começava a ganhar porte. O
objetivo era promover a profissionalização do setor, divulgar a atividade
e permitir a troca de experiências entre as poucas empresas da época.
ABLA | 35 anos
Depois de dois dias de reuniões, 11 empresários aceitaram a
empreitada, representando os estados de São Paulo, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e Bahia. O primeiro presidente foi Josef Kurc,
que cedeu o próprio escritório, na região central da capital paulista,
ELES AJUDARAM A CONSTRUIR
A NOSSA HISTÓRIA
para sediar a nova associação. A primeira sede oficial da ABLA
ficava na Praça Roosevelt, onde a entidade permaneceu até 1992,
a entidade registrava uma centena de associadas. Duas décadas
“No momento em que os fabricantes
adotarem as locadoras como parceiras
- e não apenas como canal de vendas -,
o setor tenderá a crescer muito.
A ABLA trabalha para isso”
depois, em 1997, nada menos do que 550 locadoras ligadas à
JOÃO CLAUDIO BOURG
quando passou para um escritório na Vila Olímpia. Em 1999,
mudou-se para a sede própria, na Zona Sul da capital paulista.
Dois anos depois da sua fundação, a ABLA já contava com
40 empresas. Em 1987, quando comemorou seu 10º aniversário,
entidade respondiam por 85% do mercado. Ao completar
PRESIDENTE EXECUTIVO
35 anos, a associação representa e defende os interesses das
locadoras em todo o país, que respondem por 8,7% das vendas
32
do setor e faturaram R$ 5,67 bilhões em 2011.
Registrada como Associação Brasileira das Empresas de
Auto-Veículos, a ABLA ganhou novo nome em 31 de outubro de
1996, passando a se chamar Associação Brasileira das Locadoras
de Automóveis. Nessa época, já adotava um modelo participativo
profissional e autossustentável, baseado em parcerias, que, além
de trazer benefícios às locadoras, também criava
“A ABLA trabalhou para
profissionalizar o setor
e levar cada locadora a entender
as reais necessidades de cada um
dos seus clientes”
JORGE LUIZ MACHADO
GERENTE ADMINISTRATIVO
recursos para a entidade. Entre elas, o do
Cadastro Nacional de Veículos
Roubados (CNVR),
MISSÃO
INTEGRAR e representar as associadas, promovendo ao
desenvolvimento e a divulgação da atividade de locação, visando
o fortalecimento do setor.
“A ABLA possibilitou
aos empresários do setor ter
maior firmeza e tranquilidade
na tomada das decisões”
ALBERTO FARIA
CONSELHEIRO NACIONAL
Setor aposta na união para ganhar força
por meio do qual as locadoras associadas recebem auxílio na
averiguação de veículos eventualmente desaparecidos; e a Serasa
(centralização dos serviços dos bancos), com redução nos
preços das consultas e de montadoras, que passaram a oferecer
descontos na renovação da frota.
Desde 1998, a estrutura administrativa é descentralizada, com
representatividade em todo o território nacional, por intermédio
dos seus 28 diretores regionais e seus respectivos adjuntos, que
executam um importante trabalho de aproximação dos associados
e da comunidade às ações da entidade, além de garantir maior
agilidade na tomada de decisões. Disposta a desenvolver no
empresariado a consciência de que o segmento de locação de
automóveis é dinâmico e exige aperfeiçoamento tecnológico
constante, a ABLA, no decorrer de mais de três décadas,
acompanhou de perto as questões que envolvem o setor no Brasil,
tais como o Código de Trânsito Brasileiro, impostos incidentes,
planos econômicos e os relacionamentos com os poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, além da integração cada vez
maior das locadoras de automóveis com a infraestrutura turística
do país. Entre 1995 e 1999, a associação abraçou o Projeto Frota
Verde, que transformaria toda a frota das locadoras em carros
movidos a álcool, com redução de impostos.
Uma das mais importantes ações da entidade foi obter junto
“Um dos grandes marcos da
ABLA foi a abertura do escritório
regional em Brasília, que inseriu
o setor no cenário
político nacional”
CÉLIO FONSECA
DIRETOR REGIONAL  RORAIMA
à Infraero mudança nas regras de licitação, para que as locadoras
pudessem abrir lojas nos aeroportos. A liberação, juntamente com
o surgimento do leasing, possibilitou às locadoras a compra de
um volume maior de carros e foi de grande importância para o
crescimento do setor no país ainda no fim da década de 1970. A
década de 1980 trouxe dificuldades às locadoras, como a instituição
do empréstimo compulsório na aquisição de veículos e combustíveis,
o Plano Cruzado I, que estabeleceu o congelamento de preços, e o
Cruzado II, que elevou em 80% os preços dos veículos e em 20%
“Tenho saudades dos
tempos em que o maior
desafio era popularizar a
cultura da locação no país e
profissionalizar o setor”
CARLOS ROBERTO FAUSTINO
MEMBRO DA ABLA
33
ABLA | 35 anos
34
Setor aposta na união para ganhar força
35
ABLA | 35 anos
A ABLA trabalha duro para que
as pequenas empresas não fechem e se
tornem cada vez mais competitivas
SAULO FRÓES
CONSELHEIRO GESTOR
OS PRINCÍPIOS
36
ÉTICA: A conduta ética das empresas atuantes no setor
VALORIZAÇÃO DAS ASSOCIADAS: A ABLA está
de locação de veículos, em seus relacionamentos internos e
determinada a atender às necessidades e reivindicações das
externos, possibilita à ABLA sua melhor representatividade. A
empresas sob sua representação. A busca de profissionalismo
atuação da entidade deverá ser condizente com essa postura.
e o estabelecimento do reconhecimento do setor em todas as
esferas são atitudes que fortalecem a entidade e suas associadas.
IGUALDADE:
Todas as empresas associadas devem
receber o mesmo tratamento, independentemente de seu
ZELO PELA IMAGEM: A imagem do setor é formada
porte ou localização geográfica. É assim que a ABLA considera
pela atitude isolada de cada uma de suas empresas e pelo seu
suas associadas.
conjunto representado pela ABLA. Cabe a cada associada
zelar pela boa imagem de sua empresa e da entidade que a
LIVRE CONCORRÊNCIA: A ABLA é a favor do livre
mercado. Não existindo reservas no setor de aluguel de carros,
todas as empresas devem ter liberdade para concorrer, de forma
ética, em um ambiente de competição.
representa. Cabe à ABLA defender suas associadas e trabalhar
a boa imagem do setor.
Setor aposta na união para ganhar força
“A ABLA, com seu trabalho
de formiguinha, ajudou as regiões
mais distantes do país a adotar a
cultura do aluguel de carros”
ANTONIO DA SILVA
DIRETOR REGIONAL  ACRE/RONDÔNIA
o custo das peças e acessórios. Todas essas medidas levaram
a ABLA a mobilizar-se em defesa do setor, buscando isentar
as locadoras do compulsório e discutindo amplamente com
as associadas as formas de adaptar-se à realidade econômica
e administrar as dificuldades sem transferi-las aos clientes.
O relacionamento com o governo e com parceiros do setor
privado sempre fez parte da conduta da ABLA. Nos anos 1990, a
associação mobilizou-se mais uma vez em defesa de seus membros
“Uma vara quebra com
facilidade, mas um feixe de varas
não quebra. Precisamos estar unidos
em torno da ABLA, porque ninguém
faz nada sozinho”
FELIX PETER
CONSELHEIRO FISCAL  RIO GRANDE DO SUL
para enfrentar um novo desafio: a dificuldade para comprar veículos,
em razão do ágio que sucedeu as medidas econômicas do governo
Collor. Buscando uma solução para o problema, a entidade levou à
então ministra da Indústria, Comércio e Turismo, Dorothéa Werneck,
as reivindicações das locadoras. A iniciativa propiciou o convite da
ministra para que a associação representasse os consumidores na
Câmara Setorial criada para discutir a indústria automobilística. As
discussões resultaram no incentivo, por parte do governo, à produção
do carro popular, em 1993. Atualmente, esses modelos são os mais
“A ABLA posicionou o setor de
locação no mapa econômico e
político do Brasil”
LUIZ CABRAL
EXDIRETOR SUPERINTENDENTE
utilizados pelas locadoras e respondem por 64% da demanda.
Para facilitar o dia a dia das centenas de locadoras, a
associação criou tabelas de conversão dos valores dos aluguéis
na transição do cruzeiro para cruzados novos e, mais adiante,
ajudou seus associados a entender as URVs. Com o objetivo
de elevar os níveis de profissionalização do setor em todo o
país, foram criados cursos, seminários, congressos e discussões
“Com a ajuda da ABLA,
as locadoras se tornaram
parceiras das montadoras e,
atualmente, acabam interferindo
nas mudanças de alguns
modelos lançados”
temáticas de interesse da classe. Paralelamente, um grupo de
JOADES DE SOUZA
a terceiros por clientes, no uso do carro alugado, foi um dos
CONSELHEIRO FISCAL  GOIÁS
assessores nas áreas jurídica, econômica, empresarial, comercial,
securitária e de comunicação passou a apoiar os associados
em tempo integral. No decorrer de mais de três décadas, a
contestação da Súmula 492 do Supremo Tribunal Federal, que
prevê a responsabilidade civil das locadoras por danos causados
assuntos mais discutidos pelo Conselho Jurídico.
37
ABLA | 35 anos
O mercado de locação no
Nordeste começou a se solidificar
quando o governo passou a enxergar
a terceirização de frotas como algo
salutar, as empresas nacionais e
internacionais decidiram optar por esse
serviço e o turismo se profissionalizou.
A ABLA teve importante papel
nessa transformação
NILDO PEDROSA
CONSELHEIRO NACIONAL
Com base nos princípios da ética, igualdade, livre concorrência,
38
valorização da associada e zelo pela imagem do setor, a ABLA
desenvolveu em 1993, e reeditou em 1997, um Código de Ética para
“Eu sempre tive disposição para
encarar os desafios e tentar
resolver tudo sozinha. Mas, sem
dúvida, o trabalho na ABLA ajudou
a aprimorar essa disposição e a
lidar com pessoas”
VANDA ALVES MARTINS
DEDICOUSE A ENTIDADE POR 11 ANOS
“A passagem pela ABLA me
proporcionou um crescimento
profissional e pessoal. Só tenho
boas lembranças”
ELIANE RODRIGUES
DEDICOUSE A ENTIDADE POR 10 ANOS
nortear as atuações das locadoras associadas. A postura foi decisiva
para a imagem de seriedade e respeito que a atividade alcançou
no país. Contribuiu, também, para o fortalecimento do setor, a
implantação do Programa Nacional de Capacitação e Qualificação
ABLA, conhecido como PQA, que desde 2007 aplicou mais de 6 mil
capacitações em cursos ministrados a distância ou presenciais, por
meio de palestras, seminários e minicursos.
No começo da segunda década dos anos 2000, a ABLA reforça seu
“A minha passagem pela ABLA
foi muito positiva. De lá, eu levei
para a vida a lição de que o maior
patrimônio de um profissional
é sua credibilidade”
APARECIDA PARLATO DE LIMA
DEDICOUSE A ENTIDADE POR 13 ANOS
papel para orientar os empreendedores para que o ramo continue sendo
visto como promissor e profissional. Em 2011, a entidade deu início a
um trabalho de identificação do potencial de um novo negócio para as
locadoras de veículos de todo o país – a locação de veículos pesados,
ônibus e caminhões. A nova modalidade poderá impulsionar ainda
mais o mercado de terceirização de frota, que já corresponde a 55% do
faturamento do setor. A tendência já é realidade nos Estados Unidos, na
Austrália e em alguns países da Europa, como Alemanha, França e Itália.
“A ABLA trouxe estrutura
gerencial e profissionalização
para o setor, além de representação
política e comercial”
ALVANI MANOEL LAURINDO
MEMBRO ABLA
Setor aposta na união para ganhar força
A associação trouxe maior profissionalismo
à atividade e ajudou o segmento a ser mais
respeitado e ouvido pelo governo
PAULO ROBERTO DO VAL NEMER
VICEPRESIDENTE
OS OBJETIVOS
CONGREGAR
as empresas locadoras de automóveis
REPRESENTAR
o setor junto à sociedade e às
que operam ou venham a operar no país, promovendo o
autoridades, defendendo os princípios da livre iniciativa, da leal
aperfeiçoamento do setor.
concorrência e da liberdade da atividade econômica.
DESENVOLVER e estimular em seus associados o
MANTER
intercâmbio com sindicatos, associações e
espírito associativo, a franca e efetiva colaboração e exigir
outras entidades nacionais e estrangeiras ligadas direta ou
o cumprimento do Código de Ética da associação.
indiretamente à locação de veículos.
DEFENDER os direitos inerentes a seus associados bem
SERVIR como órgão de consultoria, informação e
como sua representação em juízo ou fora dele, na forma e nos
assessoria em assuntos ligados ao setor de locação de veículos.
casos em que a Assembleia Geral autorizar.
REALIZAR
ATUAR na condição de Juízo Arbitral com a finalidade
estudos, pesquisas, e elaborar projetos
destinados ao aperfeiçoamento das condições de trabalho
de dirimir litígios entre as empresas locadoras de veículos,
sejam elas associadas ou não.
dos associados e da categoria.
BUSCAR
a realização de convênio com entidades
públicas e particulares que exerçam atividades de interesse
do setor de locação de automóveis.
39
ABLA | 35 anos
40
A terceirização de frotas vira realidade
a terceirização
de frotas
vira realidade
O
ano era 1939 e o empresário americano Zollie Frank,
conhecido por sua revenda de veículos, percebeu que
poderia ampliar seus negócios se, no lugar de vender um
ou dois automóveis para seus clientes empresários, alugasse os carros
usados por suas equipes de vendas. O primeiro a aceitar a proposta
foi o Petrolagar, grande laboratório farmacêutico dos Estados Unidos.
A Whells, empresa de locação aberta por Frank, foi pioneira na
terceirização de frotas nos Estados Unidos e no mundo.
41
ABLA | 35 anos
CURIOSIDADES
42
1993 - ECONOMIA NA PONTA DO LÁPIS
2002 - RUMO AO CENTRO-OESTE
Os carros da frota própria da prefeitura do Rio de Janeiro
A Companhia de Saneamento Básico do Distrito Federal
gastam o dobro do combustível consumido pelos veículos
(Caesb) substitui sua frota própria por veículos terceirizados,
alugados. Em média, são US$ 0,70 por quilômetro rodado
sendo uma das primeiras a adotar o novo sistema para redução
contra US$ 0,34. Essa foi a conclusão do estudo encomendado
de custos no setor.
pela prefeitura que levou o governo municipal a usar cada vez
mais carros alugados. Nessa época, a Guarda Municipal, por
2007 - A SERVIÇO DA SEGURANÇA
exemplo, contava com seis Kombis locadas.
No fim de 2007, as polícias dos estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Goiás, além da Guarda Metropolitana de
1997 - OLHO NO ALUGUEL
São Paulo, já estavam aparelhadas, ou em vias de serem
Dados da empresa RHS Licitações revelam que, entre
equipadas, com viaturas terceirizadas. Em Goiás, a Secretaria
1996 e 1997, as licitações para aluguel de carros cresceu de
de Segurança Pública do estado contava com 800 viaturas.
2,06% para 4,21%. Das 122.375 licitações públicas realizadas
O primeiro contrato foi firmado em junho de 2007, e os
naquele ano, 3.150 foram de locação de veículos. De acordo
veículos alugados passaram a atuar nas operações móveis das
com o levantamento, os estados que mais realizaram
polícias Militar, Civil e técnica-científica. Em Minas Gerais,
licitações no setor de transporte foram São Paulo (919), Rio
a terceirização aumentou de 60% para 97% a disponibilidade
de Janeiro (409), Minas Gerais (372), Rio Grande do Sul
de viaturas para uso da corporação.
(341) e Bahia (136).
A terceirização de frotas vira realidade
começou a funcionar por aqui a primeira locadora especializada em
aluguel de frotas a longo prazo para o segmento empresarial. “Ao
implantarem filiais no Brasil, as multinacionais contribuíram para a
disseminação da cultura da terceirização de frotas como instrumento
de redução de custos, inclusive em termos fiscais e tributários”, lembra
Alberto de Camargo Vidigal, ex-presidente da ABLA. Na esfera pública, a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em vigor desde 4 de maio de 2000,
contribuiu para a solidificação do aluguel de carros para o setor. Isso
porque os estados passaram a concentrar esforços em suas atividadesfim, como saúde, educação, segurança e infraestrutura, deixando a
atividade-meio a cargo de empresas especializadas.
Ano a ano, as empresas nacionais foram assimilando o novo conceito
No Brasil, entretanto, a atividade só se consolidou entre 1980 e 1990,
até que, em 2006, a terceirização de frotas passou a ser o principal negócio
quando os contratos passaram de transitórios a de longo prazo. Primeiro
das locadoras brasileiras e virou prática também das pequenas empresas.
aderiram às novas condições as empreiteiras e construtoras, depois as
De acordo com o Instituto de Certificação, Empresabilidade e Adequação
empresas de serviço, segurança e distribuição. Não é errado dizer que
da Terceirização (ICEAT), a locação de automóveis figurava em 11º lugar
a terceirização de frotas começava a despontar como o mais promissor
entre as atividades mais terceirizadas pelas empresas. Atualmente, figura
segmento do mercado para as locadoras, já que 20% das empresas
entre os três serviços mais adotados. Em 2011, a terceirização de veículos
brasileiras que operavam com frotas acima de 50 veículos decidiram
respondeu por 55% dos negócios do segmento, tendo na indústria e no
terceirizar seus departamentos de transportes.
setor de serviços 70% de seus clientes. O número de veículos alugados
Pesquisa realizada pela Manager Assessoria em Recursos Humanos,
gira em torno de 200 mil unidades, com possibilidades de crescimento
no segundo semestre de 1992, indicava que a maior parte das empresas
exponencial de até 20 vezes nos próximos anos, considerando-se que
brasileiras já havia passado para terceiros, pelo menos uma de suas
existem 6 milhões de veículos licenciados em nome de pessoas jurídicas.
atividades consideradas não essenciais. Em 90% dos negócios, o serviço
Apenas na renovação da frota para contratos de terceirização, o setor
de refeição industrial já foi, estava sendo ou seria terceirizado; mais de
investe anualmente algo em torno de R$ 6 bilhões.
50% das empresas já faziam o mesmo com o trabalho de limpeza; 41%
Estima-se que a economia alcançada com a adoção de uma frota
operavam com parceiros na área de transporte de funcionários e 30%
terceirizada no lugar de veículos próprios gire em torno de 25% a 30% por
estavam em vias de adotar a terceirização da frota de veículos.
ano, período em que vigora a maioria dos contratos. Entre as vantagens
O fim da década de 1990 foi de grande importância para a redução do
apontadas pelos usuários figuram maior agilidade e flexibilidade no
preço da locação de frotas e disseminação do serviço. Com a globalização,
processo de ampliação ou diminuição de carros usados, transformação
as grandes empresas internacionais, especializadas em terceirização de
de custos fixos em variáveis, dimensionamento da frota pelo mínimo e
frotas, começaram a estudar o mercado brasileiro até que, em 1998,
não pela média prevista.
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ABLA | 35 anos
44
Em busca da eficiência e da qualidade
em busca da
eficiência
e da qualidade
O
cliente não aluga mais um carro. Ele aluga o carro de uma
empresa, que, se satisfizer a sua necessidade e encantá-lo,
fará com que ele a divulgue para todo o mercado. Na teoria,
a nova forma de trabalhar parece simples, mas na prática exige uma
mudança completa do modo de tocar os negócios. Foi diante do novo
comportamento, divulgado pelos especialistas, que o então presidente
do Conselho Nacional à época, José Adriano Donzelli, identificou
um dos alicerces da chamada era da competência, fez com que a
ABLA desse início, em 2007, ao Programa Nacional de Qualificação
e Capacitação do Setor de Locação de Veículos (PQA), em parceria
com o Ministério do Turismo.
45
ABLA | 35 anos
A
iniciativa
surgiu
da
necessidade
de
acompanhamento e atualização das mudanças no setor
de turismo, relacionadas ao advento do Brasil como
destino internacional, à modernização e ao aumento da
competitividade nos serviços. O projeto aplicou a partir de
2009, cinco cursos totalmente gratuitos, que englobavam
os temas: Qualidade no Atendimento Operacional,
Qualidade em vendas, Competências Gerais (histórico
da locação, diversidade cultural, ética e cidadania,
responsabilidade civil das locadoras, Código de Defesa
do Consumidor, sustentabilidade e associativismo),
Gestão em Mercado e Marketing (análise do mercado
consumidor, marca, comunicação integrada, estratégias
de determinação de preço, relacionamento com o
46
cliente e marketing verde), Gestão em Administração
e Finanças (sociedades empresariais, contabilidade e
administração financeira, estrutura de capital, formação
de preços e avaliação econômica de investimentos na
empresa) e Gestão Empresarial com Ênfase em Gestão
de Frotas (gestão de frotas, previsão e controle de custos
operacionais, manutenção e renovação de frotas).
Desde sua criação, o PQA capacitou mais de 6
mil profissionais, por meio de cursos ministrados a
distância, seminários, palestras presenciais e quatro
teleconferências. Com o programa — desenvolvido
em parceria com a Universidade Federal de Santa
Catarina, responsável pela elaboração dos conteúdos das
disciplinas — pequenos e médios empresários ganharam
maior preparo para a gestão de suas locadoras em um
universo cada vez mais competitivo e suas equipes, um
nível de capacitação compatível com a nova realidade
turística do mercado brasileiro.
Em busca da eficiência e da qualidade
ETAPAS DO PROCESSO
DIVULGAÇÃO: Realização de encontros de mobilização e
INSTRUTORES – REDE ABLA:
articulação, em locais estratégicos, envolvendo gestores,
instrutores master.
Formação de
empreendedores e trabalhadores no segmento de locação.
Elaboração e distribuição de folhetos, cartazes, adesivos e
CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE PROFISSIONAL:
outros instrumentos de divulgação.
Desenvolvimento de processo de avaliação diagnóstica
e certificação; avaliação de profissionais e avaliação
PESQUISA: Realização da pesquisa nacional, apuração e
para certificação.
aplicação de seus resultados.
FORMAÇÃO: Nas áreas estratégicas, financeira e
CURSO DE GESTÃO DE ENTIDADES ASSOCIATIVAS/
COOPERATIVISMO: Formação e treinamento de
fiscal/contábil.
gestores de acordo com os cursos desenvolvidos.
ELABORAÇÃO DE NORMAS:
Mapeamento de
competências, normas brasileiras em comissões de estudos.
CERTIFICAÇÃO DE EMPRESAS (PROJETO-PILOTO):
Empresas certificadas pelo modelo de avaliação
desenvolvido e validado.
DESENVOLVIMENTO E FORMATAÇÃO DO
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO: Programas e treinamentos
CAPACITAÇÃO DE PARCEIROS: Produção de
desenvolvidos e realizados de acordo com NBR.
material didático informativo.
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ABLA | 35 anos
48
Com os olhos voltados para o futuro
com os olhos
voltados
para o futuro
N
ovas concepções de produtos e processos, tecnologias inovadoras,
aumento da competição e sobra de capacidade instalada nos
tradicionais países fabricantes de automóveis têm provocado
profundas transformações no cenário automotivo internacional, tanto
nos mercados consumidores quanto nos produtores. A grande mudança,
contudo, está diretamente ligada ao redirecionamento de investimentos
para países emergentes que lideram, e deverão liderar na próxima
década, o crescimento da demanda de consumo mundial. O Brasil está
entre eles, ao lado de Rússia, Índia, China e África do Sul. Até 2020, a
produção nacional alcançará uma média de 6 milhões de veículos ao ano,
conforme destaca Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea):
49
ABLA | 35 anos
- Sustenta essas expectativas o baixo índice de
motorização do país, com um veículo para cada 6,4
habitantes, diante de 1 por 1 nos Estados Unidos, 1 por
1,2 na Europa e 1 por 4 na Argentina. A frota circulante
em 2012, de cerca de 32 milhões de veículos, tem muito
espaço para crescer.
Até 2015, as montadoras deverão investir mais US$ 22
bilhões em capacidade de produção, produtos e processos,
tecnologia e inovação. Uma quantia considerável, se
comparada ao volume aplicado no período compreendido
entre 1980 e 2011, cerca de US$ 80 bilhões, representando
23% do PIB industrial e 5% do PIB nacional.
Principais parceiras da indústria automobilística,
respondendo por 8,7% das vendas do setor, as locadoras
têm grandes oportunidades de crescimento nos próximos
50
anos, não só como alternativa para o transporte público
deficiente, mas também como opção cada vez mais eficaz
para os serviços de terceirização de frotas, destaca Fred
Carvalho, diretor da Autodata, empresa de comunicação
especializada no setor automotivo:
- A economia brasileira está mudando para
melhor. A redução das taxas de juros e a queda do IPI
estão transformando o Brasil em um país de Primeiro
Mundo. Está mais fácil comprar carros tanto por parte
A economia brasileira está mudando para melhor.
A redução das taxas de juros e a queda do IPI estão
transformando o Brasil em um país de primeiro mundo
FRED CARVALHO
Com os olhos voltados para o futuro
Paulo Gaba Jr., presidente da ABLA. A preocupação
com o meio ambiente tende a crescer continuamente
não só em relação à escolha dos combustíveis das
frotas como também na forma de pensar e conduzir o
negócio da locação, com índices de desperdício cada
vez mais baixos, instalações ecologicamente corretas e
preocupação com os impactos provocados pelo setor na
vida da sociedade.
Embora as fusões e aquisições devam ainda acontecer
em um futuro próximo, no Brasil as expectativas para a
próxima década são bem diferentes. Tendo em vista que a
boa administração do negócio de aluguel de carros exige
uma gestão presente e intensa, a ABLA acredita muito no
crescimento dos empreendedores locais e regionais, tanto
com marcas próprias quanto na qualidade de franqueados
de redes de locação. As locadoras regionais crescem, em
média, o dobro das unidades dos grandes centros, tanto
em frota quanto em clientes e faturamento, por causa da
popularização da atividade em todas as regiões do país.
Para o setor crescer ainda mais em um futuro próximo, a
parceria dos bancos e das montadoras será fundamental.
O futuro da ABLA, na visão de seus dirigentes, está
diretamente ligado ao futuro do mercado de locação,
como diz o vice-presidente Paulo Roberto do Val Nemer:
- É nossa função sensibilizar o governo para as
do consumidor final quanto pelas locadoras. Com isso, as empresas de aluguel podem
necessidades do setor, principalmente sobre o peso da
oferecer serviços a preços mais convidativos. Assim, alugar um carro pode ser cada vez
carga tributária, que absorve 50% do faturamento
mais interessante do que comprá-lo.
quando analisados em cadeia, ou seja, dos insumos aos
O crescimento do setor também passa pela adoção de condutas ecológicas e
veículos, mão de obra e combustível. Em contrapartida, o
socialmente corretas, como o uso de carros cada vez menos poluentes. “Eu não sei
investimento em renovação de frotas nos próximos quatro
como será o futuro dos carros que alugaremos, mas existe uma tendência muito
anos chegará a R$ 60 bilhões, valor bastante significativo
grande para a circulação de carros elétricos e para políticas ligadas ao verde”, afirma
e digno de melhores condições tributárias.
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ABLA | 35 anos
52
Com os olhos voltados para o futuro
FROTA DO FUTURO
CONCEITO FUTURISTA
PARA OS PRÓXIMOS CINCO ANOS
Com um empurrãozinho dos chineses, a Volkswagen promete
A Ford Motors anunciou que lançará cinco modelos de carro
colocar nas ruas dois novos conceitos de veículo: o Hover Car
elétrico e híbrido nos próximos cinco anos. A estratégia
e o Music Car. O primeiro é inofensivo ao meio ambiente,
faz parte da política de redução de consumo e emissão de
pois não emite nenhum tipo de resíduo, não possui pneus
gases poluentes, adotada como uma das principais metas da
e flutua graças a uma rede eletromagnética localizada sob
empresa para a próxima década.
o carro. Já o Music Car possui design externo que muda
de acordo com a música que o motorista escuta. O efeito é
resultado de diodos de luz.
MOVIDO A AR COMPRIMIDO
Fruto de um acordo de licenciamento de tecnologia da Motor
Development International (MDI), de Luxemburgo, a indiana
EM BREVE
Tata Motors deverá produzir nos próximos anos o Mini Cat, o
No Brasil, as frotas contarão com tecnologias como novos
primeiro carro movido a ar comprimido. A novidade está em
sistemas e componentes periféricos para os motores flex; novo
sua segunda fase de projeto, que detalhará as tecnologias e os
sistema de partida a frio, que dispensa o reservatório extra de
processos industriais necessários para a fabricação do veículo
gasolina; redução do tamanho, peso e número de cilindros
em escala. O carro terá velocidade máxima entre 80 e 105 km/h,
de motores compactos; adoção de pneus de baixo atrito com
autonomia entre 130 e 300 quilômetros, dependendo do número
o solo; turbocompressor e itens de segurança como airbags,
de tanques de ar instalados. A licença da Tata para a utilização dos
sistema de freios ABS e controle de estabilidade.
motores de ar comprimido, em 2012, era restrita apenas à Índia.
53
ABLA | 35 anos
54
Tecnologia garante agilidade à locação
Tecnologia garante
agilidade
à locação
55
O
setor brasileiro de Tecnologia da Informação (TI) movimentou
mais de R$ 74 bilhões em 2011, sendo 80% representados
pelo mercado corporativo (R$ 59,3 bilhões) e 20% pelo
doméstico (R$ 14,7 bilhões), de acordo com a Associação Brasileira dos
Distribuidores de Tecnologia da Informação. Segundo o levantamento,
os investimentos em TI vêm crescendo na casa dos 10% ao ano, o que
representa o dobro da média mundial. Só para o segmento de locação
são investidos cerca de US$ 15 bilhões por ano.
ABLA | 35 anos
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Para as locadoras de automóveis, a TI garante cada vez mais
cada mercado. No caso da locação, já eram comercializados programas
agilidade no atendimento e controle de gestão da empresa. Com a
de software para abertura e fechamento de contratos, administração de
terceirização da frota representando grande parte da fatia do negócio,
frotas e relatórios de gestão. Eram programas independentes, chamados
as locadoras aceleram a tomada de decisões e reduzem seus esforços.
de pacotes, que resolviam os problemas de cada setor da empresa.
A atenção dos empreendedores se volta exclusivamente para o negócio,
Naquele ano, já era possível, por exemplo, ter toda a vida do veículo
isso porque a tecnologia oferece às empresas de aluguel de carros uma
registrada pelo sistema: quando o carro deu entrada na locadora,
série de funcionalidades que passam por sistemas de gestão de locação,
a quilometragem, manutenção preventiva e corretiva, número de
busca de mão de obra, rastreamento de frota, controle de manutenção,
acidentes, multas e quantas vezes o veículo foi alugado.
venda e reserva on-line, além de controle de locações, multas, avarias,
Em meados dos anos 1990, a internet transformou-se em uma
manutenção e licenciamento. É um sistema integrado que assegura, via
nova mídia para que as locadoras divulgassem seus negócios, suas
internet, conhecimento integral das operações.
marcas e suas promoções. Além do valor da reserva, os clientes
Mas nem sempre foi assim. Durante anos, toda a administração do
podiam consultar informações sobre terceirização de frotas e
negócio foi feita a mão, com pilhas e pilhas de papéis arquivados. Foi
aquisição de veículos, por exemplo. Em 1997, a ABLA mais uma
apenas em 1987 que a ABLA adquiriu seu primeiro microcomputador
vez saiu na dianteira e colocou no ar seu site (www.abla.com.br),
– um modelo Itautec. A preocupação com a informatização do setor,
disposta a atingir dois perfis de público: as locadoras de veículos e o
contudo, era tão grande que levou a entidade a criar, em meados da
consumidor final do serviço. Entre os temas abordados, destaque para
década de 1990, uma comissão responsável pelo desenvolvimento de
a história do aluguel de carros no Brasil, a fundação da associação e o
aplicativos básicos para aluguel de carros.
desenvolvimento do setor desde o início da entidade, além do perfil
Antes de realizar um levantamento dos softwares disponíveis
do mercado de locação no país. Como incentivo à informatização, as
para o setor, a associação decidiu fazer um inventário sobre os
locadoras associadas receberam um desconto de até 25% sobre o valor
equipamentos adotados nas locadoras. A pesquisa, realizada no
de implantação e treinamento, envolvendo abertura de contrato,
primeiro semestre de 1996, revelou que 92,45% das empresas
controle de operação, manutenção da frota, de operações financeiras
contavam com computadores, sendo 71,43% máquinas 486; 54,8% de
e estatísticas. O abatimento do custo era proporcional ao número de
8 MB, consideradas ótimos hardwares para a época. O levantamento
veículos disponíveis para aluguel. Para a implantação do sistema era
destacou, ainda, que 77,55% das locadoras tinham fax modem, sendo
necessário que a locadora tivesse, no mínimo, um computador 486
63,16% de velocidade padrão – 14.400. Entre as empresas, 69,39%
com 8 megas de memória e uma impressora.
possuíam algum software de gerenciamento, utilizado principalmente
O início dos anos 2000 foi marcado pelo avanço da internet
na área operacional (79,41%), administrativa (76,4%), financeira
no setor de aluguel de automóveis. Foi, também, a data do
(75%) e comercial (57,35%).
desenvolvimento do primeiro software para simulação de Formação
Três anos depois, o então gerente de desenvolvimento de mercado
de Preços de Aluguel de Automóveis, que facilitou a rotina das
da IBM do Brasil, Mauro D’Angelo, afirmava que algumas empresas de
locadoras, principalmente as de pequeno porte instaladas em
software e hardware estavam se unindo para criar soluções específicas para
municípios remotos do país. O software foi reeditado em 2004 e
Tecnologia garante agilidade à locação
CURIOSIDADES
1996  RESERVAS ONLINE
As grandes redes de locadoras do mundo puseram seus
sites no ar, permitindo que o consumidor fizesse reserva online do veículo a ser alugado.
2001  NAVEGANDO PELA REDE
A internet ganha espaço no setor de aluguel de automóveis,
facilitando o intercâmbio entre as empresas locadoras, seus
clientes e fornecedores. Nessa época, a internet não era,
ainda, responsável pela transformação dos negócios no setor,
o que viria a acontecer mais tarde, quando, para permanecer
no mercado, as locadoras necessariamente deveriam estar
presentes na rede mundial de computadores.
2003  TUDO PELO COMPUTADOR
Nesse ano foram criados, a pedido da ABLA, dois softwares
em 2012, por demanda dos próprios usuários. Porém, foi apenas em
para o setor: o Programa de Terceirização de Frotas, um
2003, quando a ABLA lançou o próprio portal — um canal para o
simulador que permitia comparações entre as modalidades de
consumidor ter acesso aos benefícios do “aluguel para todos”, parte
leasing, compra à vista e locação. Já o Programa Informatize
integrante do Plano Nacional de Turismo, além de informações sobre
sua Locadora, distribuído gratuitamente aos associados,
locadoras instaladas em qualquer cidade do país e onde encontrar
ajudou as locadoras a aperfeiçoar a organização e o controle
aluguéis diferenciados, como carros blindados e adaptados —, que as
da frota, bem como cadastrar os clientes nas categorias de
associadas passaram a incorporar a tecnologia como parte do negócio.
pessoa física e pessoa jurídica.
57
ABLA | 35 anos
Muita
história
para contar
58
P
á e picareta nas mãos, 100 mil homens entraram na
floresta Amazônica nos anos 1980 para cavar um buraco
equivalente à área de dois estádios do Maracanã. Na busca
do sonho dourado de Serra Pelada, eles acabaram retirando da
terra uma riqueza de US$ 1 bilhão, deixando para trás histórias de
vida que viraram lendas do garimpo. Com baixo grau de instrução,
documentos duvidosos, sem conta no banco nem cartão de crédito,
o garimpeiro usava como moeda de troca a pedra e a pepita. Não
foi uma, mas centenas de vezes que eles depositaram sobre o balcão
do varejo local dezenas de diamantes ou sacolas de papel cheias de
dinheiro, fruto da troca do ouro descoberto. Nas poucas locadoras de
veículos em operação na região, a conduta não era diferente.
Muita história para contar
Sem portar documentos
confiáveis nem cartão de crédito,
o garimpeiro deixou como garantia um
chifre de boi cheio de pedras de diamante
e saiu pilotando o carro de aluguel
59
Vestindo apenas um short e um par de chinelos de borracha, um
no pasto mais de 20 mil cabeças de gado. Locavam quantos carros
conhecido garimpeiro chegou à locadora para alugar um carro. O
desejassem, sempre na confiança. Não dava nem para pedir um boi em
destino era fazer bonito no ‘brega’, também conhecido como casa da
troca, porque as fazendas ficavam a centenas de quilômetros de distância
luz vermelha. Sem portar documentos confiáveis nem um valor em
e, muitas vezes, só podiam ser acessadas de barco ou pequenos aviões.
cheque exigido como caução, ele deixou como garantia um chifre de
Como em muitos segmentos de prestação de serviços, a locação
boi cheio de pequenas pedras de brilho exuberante. A garantia preciosa
de automóveis tem de primar pela discrição. Assim, os olhos não
valia muito mais do que o veículo locado e permaneceu dentro de um
enxergam e os ouvidos não escutam. Entre uma risada e outra, os donos
armário de madeira até o regresso do dono, que saiu pilotando o carro
de locadoras revelam que muitos romances começaram e acabaram
de aluguel. A história se repetia em todas as capitais da Amazônia e em
nos bancos de suas frotas. Afirmam que, com os objetos esquecidos
muitas cidades do Centro-Oeste. Outro, feliz da vida porque havia sido
dentro dos carros — alguns impublicáveis —, daria para abrir um
“tratado como gente” pela moça da locadora, acabou por dar-lhe de
grande bazar. No início era regra confirmar os dados do locador em um
presente um anel de puro diamante.
telefone fixo, que podia ser do trabalho ou da residência. Telefonema
E, ao contrário do que se imagina, não eram apenas os garimpeiros
dado, problema comprado. Nem sempre a dona patroa sabia da viagem
que tinham as próprias moedas de troca, os fazendeiros também. Muitos
do marido. Hoje, como tudo funciona via telefone celular, ficou menos
eram semianalfabetos, não possuíam conta em banco, mas exibiam
arriscado para ambos os lados.
ABLA | 35 anos
Há, contudo, passagens menos comprometedoras, mas não menos
surpreendentes, a exemplo do casal apaixonado de Boa Vista, que
a polícia encontrou o automóvel, devolvendo-o à locadora. O aprendiz
de vigarista está até hoje aguardando o retorno do carro furtado.
decidiu prolongar o aluguel por conta própria e não devolveu o carro
Se a clientela deixa rastro e alimenta boatos e divertidas passagens,
para a locadora. Depois de a Polícia Rodoviária fechar as principais
os próprios empresários do setor têm muito o que revelar de suas
saídas da cidade e o caso ir parar na delegacia, o casal foi encontrado
próprias experiências. Uma das principais locadoras de Salvador, na
na residência do rapaz, no “maior love”, conforme relatou o advogado
Bahia, por exemplo, nasceu depois de seu dono ter abandonado o
contratado pela locadora. Bem longe de Roraima, na capital de Santa
funcionalismo público, uma fazenda com 800 bodes e ser fisgado por
Catarina, a história se repetiu, porém com um desfecho bem diferente.
um anúncio de revista. Isso mesmo, a propaganda questionava: “O
Não havia nada que fizesse o cliente devolver o carro alugado. O
que rende mais: um coelho ou uma Kombi? Para ter um coelho, você
dono da locadora, que já havia solicitado repetidas vezes a devolução
precisa de dois. Para você ter uma frota, só precisa de uma Kombi”.
do automóvel, sem sucesso, decidiu fazer justiça com as próprias mãos.
Resultado: a Kombi, comprada de segunda mão, deu origem a uma
Pegou a chave reserva e furtou o próprio carro, deixando-o em uma
frota que, em 2011, somava 250 veículos. Considerada um carro de
rua qualquer de Florianópolis. O cliente fez o boletim de ocorrência e
estimação, um verdadeiro pé de coelho, a Kombi foi furtada em um
fim de semana. Depois de 15 dias, seu dono avistou-a estacionada em
um shopping center e chamou a polícia, que prendeu o ladrão e o levou
para a delegacia. Depois de apanhar e dormir no xadrez, o rapaz pediu
apenas uma gentileza: recolher da Kombi a placa — fria, é claro —, o
extintor de incêndio e os bancos que ele havia reformado.
Muita história para contar
Casos de roubo sempre garantem boas risadas depois que tudo
uma “saia justa” até mesmo entre países. Certa feita, uma comitiva da
se resolve. Certa vez, o dono de uma locadora do Nordeste teve um
Argélia em visita ao Brasil solicitou os serviços de uma locadora para
dos Gols de sua frota furtado. Depois de fazer uma batida minuciosa
transportar seus integrantes até um dos mais badalados hotéis da capital
em toda a cidade, encontrou o veículo. Na madrugada, com a ajuda
paulista, o Maksoud Plaza. O motorista, temeroso por não reconhecer
de um funcionário, ambos armados com um revólver na cintura, ele
os ‘inconfundíveis’ visitantes, pediu ao chefe que lhe descrevesse
montou guarda a fim de recuperar o carro. Nada feito. Horas mais tarde,
os trajes dos passageiros e o local exato onde os três seriam pegos.
entretanto, o funcionário ligou dizendo que havia ocorrido um pequeno
Roupas típicas coloridas, chapeuzinho na cabeça e o porte típico dos
acidente. Quando foi urinar, ele, sem querer, deu um tiro no próprio pé.
homens africanos, recomendou o chefe, lembrando que o trio estaria
O patrão, porém, não precisava se preocupar. Ele já havia ido ao pronto-
parado diante de uma floricultura. E lá sei foi o motorista. Na volta,
socorro e prestado conta na delegacia sobre o porte da arma. No fim das
certo de que a tarefa tinha sido realizada com sucesso, ele ligou para
contas, a locadora assumiu um prejuízo duplo: ficou sem o carro e sem o
a chefia confirmando o transporte dos argelinos. O que o chefe não
funcionário, que foi afastado do trabalho por um bom tempo.
poderia imaginar é que o motorista, por uma dessas coincidências que
Atrás de uma caminhonete novinha, outro dono de locadora rumou
ninguém é capaz de explicar, havia transportado os indivíduos errados.
para a Bolívia. Fez as vezes de detetive e conseguiu localizar a quadrilha
No saguão do hotel estrelado estavam três africanos atordoados, sem
especializada em roubar carros de aluguel na fronteira com o Brasil.
saber o que estavam fazendo ali. Na frente da floricultura, sob o sol
Qual não foi sua surpresa, quando constatou que um dos chefes do
e havia horas, permaneciam os três membros da comitiva, sem que
bando era nada menos do que o dono do cartório da pequena cidade
ninguém lhes desse nenhuma satisfação.
boliviana, uma das pessoas mais influentes da região e com quem gente
Sem o envolvimento de clientes estrangeiros, mas não menos
de juízo não se arriscaria a comprar briga. “Antes perder a caminhonete
divertido, foi o caso da troca de apenas uma letra na solicitação
do que a vida”, afirmou resignado.
de transporte por parte do atendente da locadora. O telefone tocou
Já em Rio Branco, a capital do Acre, a recuperação de um carro
bem cedo e do outro lado da linha o cliente solicitava um veículo
alugado das mãos de um jovem bêbado e inconsequente poderia ter
que pudesse transportar rena. O dono da locadora achou estranho,
acabado em tragédia. Avisado que o motorista fazia cavalos-de-pau
mas o endereço de destino era próximo ao zoológico, e nada mais
com o carro da locadora, o empresário correu para o local. Assim que o
justo que o animal fosse levado à nova casa com dignidade. Com
mocinho parou a exibição, ele abordou-o junto à porta e sacou a chave
medo de que a Kombi novinha fosse avariada pelo animal indócil,
da ignição. Mesmo esbravejando muito, o inconsequente motorista
ele removeu os bancos da perua e comprou cordas novas. Instruiu o
aceitou descer do carro. De volta ao pátio da locadora, qual não foi
funcionário a dirigir com cuidado, sempre acariciando o animal para
o susto do funcionário que fazia a limpeza do veículo ao encontrar
que ele ficasse mais tranquilo e não desse coices dentro da Kombi.
debaixo do banco um trabucão novinho. Nada menos do que um
Quando chegou ao endereço de retirada do bicho, o funcionário
revólver calibre 38 carregado, pronto para ser usado.
caiu na gargalhada. O pedido nem de longe lembrava qualquer tipo
As confusões que povoam o dia a dia das locadoras são inúmeras.
Escolher a melhor é tarefa difícil. Algumas são capazes de provocar
de animal. Eram fardos e mais fardos de henas, ou seja, de tintura
natural para colorir os cabelos.
61
ABLA | 35 anos
62
Presidentes | Josef Kurc
depois da
criação da ABLA, o
setor passou a ser visto com
mais respeito e profissionalismo
JOSEF KURC
GESTÃO 19771980
E
mpresário no setor desde meados dos anos 1960, Josef Kurc
lembra que aluguel de carros naquela época era sinônimo
de algo caro e desnecessário para o mercado corporativo. O
setor crescia com as locações diárias. Cada empresário “se virava”
como dava para dar credibilidade ao empreendimento, negociar
descontos com as montadoras e administrar a questão das multas.
Foi quando um grupo de empresários se reuniu para criar uma
associação que representasse os interesses do setor.
63
ABLA | 35 anos
64
ANOS 70
Presidentes | Josef Kurc
BOM PARA ALUGAR
O clássico Fusca, da Volkswagen, era considerado o
veículo ideal para o perfil de locadores mais comuns no
Brasil daquela década – fazendeiros que preferiam veículos
alugados para enfrentar as estradas ruins de suas propriedades
e turistas que se aventuravam pelos caminhos esburacados,
devolvendo os carros extremamente danificados.
65
- Nossos encontros eram no bairro da Consolação, próximo a um dos
o primeiro presidente da ABLA com a responsabilidade de defender os
direitos das locadoras, criar ferramentas que ajudassem as empresas a
se desenvolver internamente, além de buscar soluções para problemas
comuns, como a falta de conhecimento técnico de relacionamento com o
governo e com as montadoras.
Os primeiros anos à frente da ABLA foram difíceis, com altas taxas
de juros cobradas pelos bancos, inadimplência e falta de união entre
as locadoras. Aos poucos, os empresários foram percebendo que ao
unir forças ganhavam não só o respeito do mercado, do governo e dos
consumidores, como também eram mais fortes para transformar em
realidade suas reivindicações. A associação, que nasceu com 11 locadoras,
dois anos mais tarde já contava com 40 associadas. “Depois da criação da
ABLA, o setor passou a ser visto com mais respeito e profissionalismo.”
Quando deixou a presidência, Kurc integrou o Conselho da entidade por
vários anos, tendo deixado o setor de locação em 1994.
ANOS 70
restaurantes mais tradicionais da capital paulista, o Baiúca. Fui eleito
DIVERSIFICAÇÃO DA FROTA
Além do Fusca, novos carros começaram a ser alugados,
entre eles Gordini, Dauphine e DKW, esse último em menor
escala por causa da necessidade de se adicionar óleo no
combustível de seu motor de dois tempos, tarefa nem sempre
realizada pelos usuários. Os Aero Willys e o Itamaraty também
ganharam espaço nas frotas como veículos de luxo.
ABLA | 35 anos
66
Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho
De ferrenhos concorrentes
a companheiros de profissão
ALBERTO MORAES BARROS FILHO
GESTÃO 1981/1983 E 1986/1987
P
ublicitário de formação, Alberto Moraes Barros Filho nasceu
em 1927 e apenas em meados da década de 1970 decidiu
enveredar pelo mundo do empreendedorismo, um caminho
que o levou a ser um dos criadores da ABLA e, mais tarde, presidente
da entidade por dois mandatos, entre os anos de 1981 e 1987.
67
ABLA | 35 anos
O primeiro veículo criado com a finalidade de estabelecer
uma comunicação eficaz com os associados, parceiros, governo
e imprensa foi o ABLA Notícias. A primeira edição circulou em
1982
QUEM NÃO SE COMUNICA...
NOVIDADES NO PÁTIO
Apesar da instabilidade econômica e da alta da inflação, as
locadoras brasileiras ganharam novas opções para suas frotas, como
o Ford Del Rey, o primeiro carro médio brasileiro e pioneiro a
instalar travas e vidros elétricos; o Ford Escort; o utilitário Saveiro, da
Volkswagen; e o Santana, que levou a montadora a entrar no segmento
de carros de luxo.
19811983
setembro de 1982, com periodicidade trimestral.
68
- Em meados de 1976, eu fui procurado pelo advogado Marco
Antonio Ghiberti com a ideia de criar a associação. Abracei a proposta
NASCE O CARRO POPULAR
segmento de carros populares no país. A partir de, então, os
modelos econômicos são os preferidos dos brasileiros na hora de
alugar um carro. No fim dos anos 1990, respondiam por 65,1%
ao lado de outros 10 empresários e, em 1977, constituímos oficialmente
1984
Foi nesse ano que a Fiat lançou o Fiat Uno, o pioneiro no
do volume de locações. Em 2007, representavam nada menos do
a ABLA. A criação da entidade surgiu da necessidade de transformar
ferrenhos concorrentes em companheiros de profissão. Eram tempos
difíceis. Para não perder dinheiro com a apropriação indébita dos
carros, pintávamos as peças mais fáceis de serem removidas.
que 72,0% e, em 2011, 64,0%.
Até 1990, ele esteve ligado diretamente ao negócio de locação de
automóveis. Em 1992, abriu a A. M. Barros Consultoria e Serviços, com
ênfase em locação de veículos e formatação de franquias.
A ABLA contabiliza 162 filiadas, entre redes nacionais e
independentes, 68,75% mais do que em 1985. Nesse mesmo ano,
o leasing é considerado um bom negócio para as locadoras, que,
na época, somaram 35 mil veículos adquiridos por meio desse
tipo de financiamento.
1985
OLHA O JORNAL!
Foi em 1982, contudo, que Alberto enfrentou um dos maiores
desafios de seu período à frente da ABLA, o que ele chamou de
“piratas do mercado”. Ele se referia à abertura pelas revendedoras
de departamentos voltados para a locação de carros. Em entrevista
concedida na época, o presidente dizia: “No geral, essas revendedoras
não pagam impostos como as locadoras, têm maior poder de
1986
Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho
FORÇA LATINOAMERICANA
No congresso da Cotal, realizado no Recife, em Pernambuco,
a ABLA, junto com presidentes de várias associações de locadoras
de países latino-americanos, decide lançar o embrião da Federação
Latino-Americana das Associações de Locadoras de Auto-Veículos.
1987
CRESCIMENTO REAL
A ABLA contabiliza 162 filiadas, entre redes nacionais e
independentes, 68,75% mais do que em 1985. Nesse mesmo ano, o
69
leasing é considerado um bom negócio para as locadoras, que, na
época, somaram 35 mil veículos adquiridos por meio desse tipo
barganha na compra e venda de automóveis, os custos de manutenção
de financiamento.
dos carros são pequenos, em razão das oficinas locais, não têm
pessoal especializado, treinando seus próprios funcionários para o
atendimento ao público, gozam de benefícios do ICM e, com todas
POLÍTICA ECONÔMICA
essas vantagens, oferecem uma concorrência desigual e desleal”. E
finaliza em tom incisivo: “Eu gostaria de perguntar a eles como se
próprios automóveis sem as revendedoras?”.
Quase cinco anos depois, ao terminar o seu segundo mandato à
frente da presidência da ABLA, Alberto dizia estar orgulhoso de ter
enfrentado muitos desafios e de seu principal feito: “Conseguimos
conquistar a confiabilidade do usuário e do público em geral.
Atualmente, é muito comum um cliente, antes de fazer negócio com
qualquer locadora, entrar em contato com a ABLA para saber se a
empresa é associada. Isso significa uma garantia para o usuário e é
motivo de orgulho para nós”.
1987
sentiriam caso as montadoras de veículos resolvessem vender os
As locadoras foram surpreendidas com a criação do Empréstimo
Compulsório sobre Comercialização de Veículos e Combustíveis, o
que provocou a eliminação do capital de giro das empresas de aluguel.
Além disso, houve um excepcional “turnover” de mão de obra, o que
elevou em 50% o custo da folha de pagamento, a fim de manter e
treinar os novos funcionários. Por fim, o Plano Cruzado II elevou em
80% o custo dos veículos e em 20% o preço das peças e dos acessórios.
ABLA | 35 anos
70
Presidentes | Vitório D’Amico
O mercado de locação
entrou para o sistema de
franchising, com a abertura da
primeira franquia no ano de 1984
VITÓRIO GESTÃO
D’AMICO
19841985
F
oi no fim da gestão de Vitório D’Amico que a ABLA criou um
novo informe, agora denominado Jornal da ABLA. O veículo de
comunicação foi editado a cada dois meses, até o fim de 1987.
Um ano antes, o setor havia assistido a um novo marco na expansão do
serviço de aluguel de carros no país. A locação entrava para o sistema
de franchising, com a inauguração da primeira unidade franqueada em
meados de 1984.
71
ABLA | 35 anos
72
Presidentes | Udo Stellfeld
A respeitabilidade conquistada
pelas locadoras por meio da ABLA
garantiu a liberação de preços para
o setor durante a vigência do Plano
Verão, no início de 1989
UDO STELLFELD
GESTÃO 19881989 E 19901991
F
amiliarizado com o universo automotivo desde 1966, quando
ingressou na Volkswagen, Udo Stellfeld fez carreira na montadora,
onde atuou por mais de duas décadas, até chegar ao mercado de
locação. Em 1988, foi eleito presidente da ABLA pela primeira vez, quando
deu início ao processo de interiorização da entidade. Foi um dos principais
responsáveis pela criação das Diretorias Regionais, o que fez da associação
uma entidade nacional.
73
ABLA | 35 anos
Do começo de 1988 até dezembro de 1992, a entidade
teve como veículo de comunicação o Informativo ABLA, um
boletim editado em preto e branco, com tamanho variado,
dependendo do volume de informações a ser transmitidas.
Nesse período, as novidades ainda eram enviadas e
recebidas via telex.
1988
NOTÍCIAS DO SETOR
Acontece a I Convenção e Salão Nacional das Empresas
Locadoras de Auto-Veículos (Conauto), nos dias 8 e 9 de
março, em São Paulo. No mesmo ano, a ABLA encomenda a
primeira pesquisa sobre o setor, com o objetivo de conhecer o
perfil e a origem de seus consumidores.
QUAL É O MELHOR CAMINHO?
A falta de sinalização nas estradas e cidades brasileiras,
aliada às péssimas condições das vias, transformou-se em fator
de intimidação da locação de veículos por parte dos turistas
que, muitas vezes, acabavam optando por outras alternativas de
transporte. Para suprir essa deficiência, as locadoras passaram a
fornecer, por conta própria, mapas detalhados aos turistas.
Quando Stellfeld assumiu seu segundo mandato, em 1990, as
1990
74
1988
VITRINE
locadoras respondiam por 8% da produção da indústria nacional de
automóveis e movimentavam US$ 600 milhões, bem abaixo dos
US$ 20 bilhões registrados pela indústria de aluguel de carros nos
Estados Unidos. Acostumado a alugar carro em suas viagens ao exterior,
sobretudo em Miami, o consumidor brasileiro reclamava dos altos preços
praticados pelas locadoras no Brasil, quando comparados aos adotados
nos Estados Unidos. Mais do que reclamar, muitos proclamavam o não
CHEGAM OS RUSSOS
para tamanha diferença, os representantes do setor apontavam o tempo
1990
Representantes da montadora russa Lada apresentaram
sua linha de veículos à ABLA, a situação de suas revendas e
as garantias de serviços ofertados. A entidade, por sua vez,
solicitou aos recém-chegados ao mercado brasileiro um
estudo sobre a possibilidade de renovação da frota do setor,
quantidades de carros disponíveis, condições especiais de
compra, de preço de revenda e garantia de recompra. Apesar
do avanço das negociações, a montadora não vingou no
território brasileiro.
uso do serviço para provocar a queda nos preços. Como justificativa
de maturação da atividade nos dois países, as diferenças de preço na
compra dos veículos, os altos custos financeiros enfrentados no Brasil e
as despesas com mão de obra.
Em entrevista dada na época, Stellfeld observava que, diante do impacto
dos planos de estabilização econômica, as empresas do setor revisaram suas
políticas operacionais, enxugaram seus custos e diminuíram o efetivo de
Presidentes
Presidentes | Udo Stellfeld
1990
CRUZADOS NOVOS OU CRUZEIROS?
Com a implantação do Plano Collor, a ABLA criou
uma cartilha para auxiliar suas associadas na cobrança
de contratos de locação. Por 60 dias, foram recebidos em
cruzados novos, embora a nova moeda fosse o cruzeiro. A
moeda também foi preservada nos pagamentos de leasing
nos 180 dias seguintes ao plano.
1990
DE OLHO NOS IMPORTADOS
pessoal empregado, na tentativa de praticar preços mais competitivos e se
manter na ativa. “Para fazer caixa e honrar os compromissos financeiros,
muitas locadoras passaram a vender automóveis, um processo pernicioso de
Na maioria das 500 locadoras em atividade no país, a vida
útil das frotas saltou de 12 para 14 meses, em decorrência da
política econômica adotada nos últimos anos da década de
1980. Por isso, o setor passou a observar com mais atenção o
segmento de carros importados. Com preços mais atraentes,
a compra esbarrava, porém, em um obstáculo decisivo: a falta
de financiamento, uma vez que a Receita Federal proibia a
criação de consórcios para carros importados. Além disso, não
havia linhas de crédito específicas ou leasing disponível, o que
determinava que todas as transações fossem feitas à vista.
75
descapitalização e enfraquecimento das empresas, com sérias consequências
previsíveis a médio e longo prazo.”
FALTAM CARROS
Os desafios não paravam por aí. Um dos principais problemas
do setor na época eram os roubos, furtos e apropriações indébitas
dos veículos, além do alto índice de inadimplência, que deixavam
a união do setor, por meio da associação, fez-se mais necessária. “A
respeitabilidade conquistada pelas locadoras por intermédio da ABLA
garantiu a liberação de preços para o setor durante a vigência do Plano
Verão, no início de 1989”, costumava comentar Stellfeld.
No ano seguinte, pela primeira vez, a ABLA participa da posse de
um presidente da República, um reconhecimento público das novas
autoridades à entidade que completava pouco mais de dez anos.
1991
vários rombos nos caixas das locadoras. Foi um dos períodos em que
Os principais jornais do país, entre eles Gazeta Mercantil e
DCI, relatavam o atraso de entrega dos carros pelas montadoras.
Com 250 locadoras associadas, em 150 cidades e mais de 400
pontos em cidades e aeroportos, o setor de locação registrava
uma defasagem de 30 mil veículos, o que restringia o potencial
de expansão. Os veículos, aguardados pelas locadoras, seriam
destinados a reposição e ampliação das frotas. Para compensar
o atraso, uma das maiores redes de aluguel de carros do país
investiu Cr$ 300 milhões na aquisição de 150 veículos da
marca Lada, nos modelos Niva, Samara e Laika. Nessa época,
da frota de 60 mil carros disponíveis para locação no país,
apenas 400 eram importados.
ABLA | 35 anos
76
Presidentes | Francisco da Silva
Nosso
maior orgulho
foi ter elaborado
o Código de Ética da ABLA
FRANCISCO DA
SILVA
GESTÃO 19921993
Q
uando Francisco José da Silva assumiu a presidência da ABLA,
o setor contava com 900 empresas em operação, 300 delas
associadas à entidade. Um percentual de adesão considerado
bastante satisfatório, a ponto de a associação realizar a II Convenção e
Salão Nacional das Empresas Locadoras de Auto-Veículos (Conauto),
em agosto de 1992, em São Paulo, e lançar o Guia Oficial das Empresas
de Aluguel de Auto-Veículos, com 250 empresas participantes, com 600
pontos de locação espalhados pelo país.
77
ABLA | 35 anos
A convite da então secretária da Economia, Dorothéa
Werneck, a ABLA passou a integrar a Câmara Setorial
da Indústria Automobilística, criada com a proposta de
auxiliar o governo na solução de problemas do setor e na
formação de políticas específicas para o segmento. Em sua
primeira apresentação na Câmara, a diretoria da ABLA
revelou a realidade do cenário nacional do mercado de
locação: 30% de capacidade ociosa, carga tributária elevada,
ausência de uma política financeira adequada ao setor, baixa
produtividade e atraso na adoção de novas tecnologias.
1992
POSIÇÃO ESTRATÉGICA
GASTOS COM VIAGENS
Se por um lado a entidade investia no conhecimento mais profundo
78A American Express realizou o “Estudo sobre despesas
práticas, como parcelamento do pagamento do IPVA, prorrogação dos
1992
com viagens e representação”, envolvendo 480 empresas.
O levantamento mostrou que os gastos na área são de
US$ 3 bilhões por ano, 5% desse total refere-se às despesas
com locação de automóveis, sendo 18% pagos com cartão
empresarial. O estudo constatou, também, que 25% das
empresas têm regras definidas para a locação de veículos,
principalmente as companhias de grande porte, que adotam
como critérios de escolha das locadoras o custo (52%), a
qualidade dos serviços (40%) e a localização (16%).
do setor, por outro enfrentava grandes dificuldades para resolver questões
prazos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto
sobre Circulação de Mercadoria (ICM). Naquele ano, as altas taxas de
juros e a inflação foram os grandes fantasmas do setor, em um dos piores
anos do segmento. A retração atingiu quase 25%, e o volume de aluguel
diário, antes a grande força da locação, passou a responder por apenas
20% dos negócios, como lembrou Silva em entrevista na época.
- Foram dois anos de economia recessiva, com a entrada de novos
concorrentes na atividade, o que provocou uma acirrada guerra de
O consultor Carlos Roberto Azzoni, professor associado
do Departamento de Economia da FEA/USP concluiu, a
pedido da ABLA, o “Estudo setorial-locação de veículos”.
preços e levou o setor a enfrentar muitas dificuldades. Nessa fase,
1992
RAIO X DE PESO
muitas pequenas, e até grandes locadoras, fecharam as portas. Os que
permaneceram na ativa viram a lucratividade despencar, tendo de
trabalhar praticamente de graça.
Silva era o porta-voz do setor na ampliação da produção nacional de
carros básicos por parte das montadoras, sendo esse um fator fundamental
para a sobrevivência do setor, que tinha nos populares 100% da demanda
Presidentes | Francisco da Silva
CONSELHO EXPERIENTE
1993
Durante a realização do I Fórum e Salão da Indústria de
Aluguel de Automóveis, Charles Parker, publisher da
revista Auto Rental News, o principal veículo da área nos
Estados Unidos, afirmou que, naquela data, o setor de
locação no Brasil revelava um cenário semelhante ao vivido
pelo mercado americano 30 anos atrás. “O caminho para
crescer está na adoção do conceito de Centrais de Transporte,
que aproxima locadoras, montadoras e revendedoras.”
de aluguel. “Ou a indústria nos atende, ou vamos partir para a importação.
Essa é a saída para muitos problemas da área automobilística no Brasil.”
Outro desafio da ABLA naquele período era a diminuição dos roubos,
1993
ALUGUE UMA BOA IDEIA.
ALUGUE UM CARRO.
que afetavam diretamente as empresas e o custo da locação. A preocupação
aumentava diante da criação do Mercosul, que deixava as fronteiras com
os países vizinhos, sobretudo com o Paraguai, mais vulneráveis.
Pela primeira vez, desde a sua fundação, a ABLA investiu
US$ 2 milhões em uma campanha de publicidade, de
âmbito nacional, com 12 meses de duração, criada pela
MPM Lintas, com o slogan: “Alugue uma boa ideia. Alugue
um Carro.” O objetivo era chamar a atenção e ampliar o
nível de conhecimento dos consumidores das classes A/B
a respeito das facilidades e vantagens da locação.
79
“Em um cenário econômico difícil, nosso grande orgulho foi ter
elaborado o Código de Ética da ABLA, o que deu ao setor ainda mais
respeito e profissionalismo”, afirmou Silva, ao passar a presidência da
DESEMBARQUE
O manual de bom comportamento ético foi aprovado pelo Conselho
Nacional da entidade em 19 de novembro de 1992, sendo registrado no
II Cartório de Ofícios e Registros de Pessoas Jurídicas da Comarca da
Capital do Estado de São Paulo, sob o número 39.236, em 7 de janeiro
de 1993. Na ocasião, o presidente Silva lembrou, ainda, o aumento
das parcerias e, consequentemente, o estreitamento das relações com
as operadoras de cartões de crédito, montadoras de automóveis e
instituições financeiras.
1993
entidade a seu sucessor.
As locadoras reclamavam muito do alto custo para a
manutenção de suas estruturas nos aeroportos nacionais.
Em Cumbica, Congonhas, Santos Dumont e Galeão
pagava-se um aluguel de Cr$ 300 mil, corrigidos pelo
IGPM + 5% do faturamento local. Nos estacionamentos,
a vaga por carro custava cerca de US$ 100.
ABLA | 35 anos
80
Presidentes | Francisco da Silva
1993
CASO DE POLÍCIA
O problema dos roubos de carros de aluguel se agravava em
todas as regiões. No Rio de Janeiro, por exemplo, eram roubados
anualmente 14% dos veículos da frota, com taxa de recuperação
de apenas 3% dos carros, que eram encontrados completamente
depenados. Em São Paulo, 2% da frota era roubada, com 40%
de índice de recuperação, e, em Belém do Pará, 2,5% dos carros
eram objeto de roubos e 60% deles resgatados, mas em péssimas
condições. Para diminuir os incidentes, a ABLA criou um folheto
de orientação aos motoristas para que não trafegassem em ruas
nem em avenidas pouco movimentadas e mal iluminadas,
acionassem os dispositivos de segurança e só solicitassem
informações à equipe da locadora, à polícia, aos estabelecimentos
comerciais ou postos de gasolina bem iluminados.
1993
81
TREINAMENTO
A entidade promoveu cursos de gerenciamento de frotas e cálculo
de preços para locadoras, com o objetivo de melhorar a qualidade
e a eficácia das empresas.
ABLA | 35 anos
82
Presidentes | Nicolau Rezé
Acreditar
e trabalhar
pela ABLA é investir
no nosso próprio negócio
NICOLAU
REZÉ
GESTÃO 19941995
uando assumiu a presidência, Nicolau Rezé encontrou o
setor de locação envolto em um cenário desafiador: falta de
veículos populares, prática do ágio, fechamento do leasing e,
principalmente dificuldades de renovação da frota. Para enfrentar essa
realidade, a associação promoveu um estreitamento das relações das
locadoras com as montadoras, que passaram a enxergar o setor como
vitrine de seus produtos, e com os agentes de viagens, para expandir
a atuação na área de turismo. Paralelamente, investiu em cursos de
vendas para as associadas.
83
ABLA | 35 anos
Em 1994, os roubos de carros aumentaram 25% em
relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com
a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo. Os carros
mais visados eram Gol, Kombi e Fiat Uno, exatamente os
veículos utilizados pelo mercado de locação.
1994
OS MAIS VISADOS
Em cerimônia realizada no dia 16 de maio, na Galeria
Nara Roester, em São Paulo, foram premiados os vencedores
nas categorias Ponto de Vendas, Rede e Flagrante, da
Campanha “Loucação”, promovida pela ABLA, Credicard e
Autolatina - Divisão Volkswagen.
1994
“LOUCAÇÃO”
84
Durante o II Fórum Nacional do Setor de Aluguel de
Automóveis, Ottoni Fernandes Júnior, diretor do Invest News,
boletim eletrônico, alertava o setor para uma invasão importante
e irreversível: a dos microcomputadores. “Em 1994, nos Estados
Unidos foram vendidos mais micros do que aparelhos de TV.
Cerca de 26% dos norte-americanos têm microcomputadores
e 9,6% pretendem comprar o equipamento nos próximos seis
meses; 3,9% dos norte-americanos já assinam serviços de
informação eletrônica e 6% pretendem fazê-lo em um semestre”,
afirmava em sua apresentação.
1995
INVASÃO TECNOLÓGICA
- Os desafios foram grandes, mas os resultados foram positivos.
Lutamos pela reabertura das operações de leasing quando, pela
primeira vez, o setor de locação de automóveis foi reconhecido
oficialmente e, portanto, ganhou mais respeito. Uma prova do
trabalho de bastidores que desenvolvemos.
Foi no biênio 1994/1995 que a associação ganhou um Conselho
Jurídico, formado por advogados das associadas que passaram a
trabalhar em prol do setor. Como bem lembra Rezé, pela primeira vez
Presidentes | Nicolau Rezé
1995
POLÍTICAS ECONÔMICAS X IMPORTADOS
Naquele ano, Emílio Julianelli, presidente da Associação
Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos Auto-Motores
(Abeiva), dizia que a presença de importados no setor de
locação de veículos nunca atingiu patamares significativos
no Brasil em decorrência da política econômica do país. “A
participação poderia ser bem maior na frota, caso o governo
não promovesse tantas mudanças nas regras de importação de
carros. Em cinco anos, o setor investiu US$ 3 bilhões no país,
gerou 25 mil empregos diretos e instalou 741 concessionárias.”
o setor de locação pôde encontrar um denominador comum entre o
que é juridicamente correto e o que é comercialmente viável para a
operação das locadoras.
Rezé deixou o setor de locação há vários anos. Partiu para o mercado
financeiro, vivendo entre os Estados Unidos e o Brasil, sem, contudo,
deixar de acompanhar, mesmo que de longe, as mudanças no segmento
de aluguel de veículos.
1995
1995
MERCADO NORTEAMERICANO
Na metade da década de 1990, a frota para locação nos
Estados Unidos era de 1,4 milhão de veículos, enquanto no
Brasil não passava de 80 mil carros. Em visita ao país, Stephen
Guy, presidente da American Car Rental Association (Acra),
salientou que o mercado norte-americano contava com 2 mil
locadoras, que, por causa da alta concorrência, cobravam entre
US$ 30 e US$ 40 a diária, com quilometragem livre. No Brasil,
a locação de um carro popular não saía por menos de US$ 70.
85
DINHEIRO DE PLÁSTICO
O faturamento do mercado de cartões de crédito em 1995
foi de R$ 22 bilhões no Brasil, com um total de 300 milhões
operações pagas com o dinheiro de plástico. As locadoras
contribuíram com nada menos do que R$ 300 milhões.
ABLA | 35 anos
86
Presidentes | Antonio Claudio Resende
As locadoras
podem contribuir
para a promoção da
indústria automobilística
ANTONIO CLAUDIO RESENDE
GESTÃO 19961997
A
estabilidade da moeda e a abertura do mercado colocaram
o Brasil na rota dos investimentos estrangeiros, provocando
mudanças profundas na forma de conduzir os negócios. As
empresas nacionais foram obrigadas a se reestruturar rapidamente
para acompanhar a globalização. Não havia mais espaço para
a miopia empresarial nem para amadores. Foi nesse contexto que
Antonio Claudio Resende assumiu a presidência da ABLA, com o
desafio de dar ênfase à profissionalização do setor e apontar caminhos
para que as locadoras somassem mais serviços às suas operações com
preços cada vez mais enxutos.
87
ABLA | 35 anos
Graças ao convênio com a Serasa (Centralização dos
Serviços dos Bancos), as associadas da ABLA passaram a
realizar consultas cadastrais de pessoas físicas e jurídicas
24 horas por dia, com preços especiais. Por meio deste
convênio, as locadoras tiveram acesso, também, ao
Sistema ABLA de Lista de Alerta (Sala), com informações
de ocorrências de roubo, furto ou apropriação indébita,
exclusivo do setor.
1996
CONVÊNIO COM A SERASA
Quando o computador ainda não fazia parte da
realidade da maioria das empresas integrantes do setor, as
informações eram distribuídas por fax. Assim nasceu o Via
Fax, uma comunicação rápida e eventual recebida pelas
associadas. Uma vez ao mês, as locadoras conferiam as
novidades, também, no Boletim ABLA impresso.
88
1996
VIA FAX
QUADRILHA ATACA LOCADORAS
- Quando assumi a ABLA, apenas 300 empresas eram associadas, e
o principal foco da entidade era representar o setor de aluguel junto ao
governo, na defesa dos interesses das locadoras. Trabalhamos duro em torno
1996
O comunicado distribuído às associadas dizia: “Temos
notícia de que uma quadrilha está furtando carros de
locadoras. Os bandidos alugam os carros em nome de
diversas empresas tradicionais, inclusive agências de
viagens. A quadrilha utiliza autorizações falsas para
retirar os veículos no próprio balcão da locadora sem
deixar suspeitas”. Diante desse quadro, a ABLA alertava as
locadoras sobre a necessidade de confirmação das reservas
com as empresas solicitantes, além de consultar a Serasa,
onde os casos de roubos eram cadastrados no Sistema
ABLA de Lista de Alerta (Sala).
da Súmula 492, que previa a responsabilidade civil e solidária da locadora
por danos causados a terceiros pelos clientes no uso do carro locado. Além
disso, criamos uma comissão de associados para trabalhar ao lado do
governo nos estudos da criação da “frota verde”, com o objetivo de incentivar
o uso do álcool como combustível.
Paralelamente às mudanças de gestão das locadoras, o setor lutava
para que o consumidor brasileiro adquirisse o hábito de organizar todo
o seu programa de viagem. Ou seja, fazer uma única reserva com o
agente de viagem, que inclua passagem, hospedagem e aluguel de carro,
Presidentes | Antonio Claudio Resende
1996
NOVA IDENTIDADE
A ABLA passou a chamar-se Associação Brasileira das
Locadoras de Automóveis em substituição à Associação
Brasileira das Empresas Locadoras de Auto-Veículos.
Acompanhando a mudança da razão social veio, também, a
modernização do logotipo.
1996
PROFISSIONALIZAÇÃO
como acontecia no exterior. Também buscava afinar cada vez mais a
A partir da análise das necessidades do mercado,
a ABLA selecionou 10 cursos a serem ministrados às
locadoras associadas, com duração de 15 a 20 horas –
Atendimento ao cliente, Técnicas de vendas, Matemática
financeira, Desenvolvimento e relações interpessoais,
Desenvolvimento de equipes, Praticando a Qualidade,
Estratégia e marketing ao seu alcance, Locadoras: como
vender o negócio eficazmente, Aumentando a produtividade
da locadora por meio das pessoas, Gerenciamento de
frota e formação de preços para locação de veículos. As
aulas foram ministradas nas cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, Goiânia, Vitória,
Brasília, Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Porto Alegre,
Florianópolis e Curitiba.
89
parceria com as montadoras, defendendo a tese de que as locadoras
serviam (e ainda servem) de test drive para os fabricantes de veículos.
A VEZ DA CPMF
história ocorrida no início da década de 1980, nos Estados Unidos: uma
montadora desistiu de fabricar um prestigiado modelo. Antes de encerrar
a produção, porém, a fábrica destinou várias unidades a uma locadora
com preço promocional. A locadora também praticou um preço especial
na locação do veículo. O sucesso foi tão grande a ponto de a produção ser
retomada, permanecendo por muitos anos. E concluía:
- É um exemplo clássico que serve para mostrar com clareza como as
locadoras podem contribuir para a promoção da indústria automobilística.
1997
Resende, em meio a uma negociação e outra, costumava lembrar de uma
Vista pela ABLA como um retrocesso na modernização
da economia do país, a Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF) produziu um aumento de
custos na cadeia produtiva, de acordo com a associação. As
locadoras de veículos, que até então vinham mantendo seus
preços estáveis, apesar do aumento dos custos, como os preços
dos carros populares, ficaram atentas ao novo tributo.
ABLA | 35 anos
90
Presidentes | Antonio Claudio Resende
1997
CAMPANHA TURÍSTICA
“Viva o seu país. É o seu Brasil brasileiro.” Esse foi o
slogan da campanha lançada pela Embratur com o objetivo de
incentivar o turismo no Brasil, que contou com a participação
da ABLA. As associadas ofereceram 50% de desconto na diária
mais quilômetro rodado ou 20% nas diárias.
1997
FÓRUM E SALÃO
“A Conquista do Futuro” foi o tema central do III Fórum
e I Salão Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis,
abertos pelo governador Mário Covas, que reuniu cerca de 300
participantes. Na ocasião, Covas ressaltou que o setor tem um
passado significativo na história de São Paulo e do país pela
qualidade e confiabilidade dos serviços que presta à população.
91
1997
APROXIMAÇÃO COM AS MONTADORAS
Neste ano, o setor comemorou a queda da resistência
das montadoras em negociar diretamente com as locadoras,
primeiramente com a assinatura do convênio com a General
Motors e, em seguida, com a Ford e a Volkswagen.
ABLA | 35 anos
92
Presidentes | José Zuquim
Saímos de uma
sede alugada para
uma própria, paga à vista
JOSÉ GESTÃO
ZU 19982001
UIM
A
os 60 anos, 27 deles no mercado de locação, José Zuquim
Militerno comandou a ABLA por quatro anos, em um
período de grandes desafios econômicos. Em 1999, quando
todos os contratos foram indexados ao dólar, muitas empresas
fecharam as portas por não suportar o baque.
93
ABLA | 35 anos
A redução do IPI adotada pelo governo como estímulo às
vendas de automóveis teve um impacto positivo no mercado
de locação. As locadoras deram início à renovação de suas
frotas. A GM negociou 15% mais pedidos, a Volkswagen cerca
de 10% e a Ford em torno de 50%. Com a queda do IPI, o preço
do Corsa Wind caiu de R$ 12.645,00 para R$ 12.019,00.
1998
QUEDA DE IMPOSTO
A 43ª edição da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos,
no interior de São Paulo, movimentou em 1998 cerca de
R$ 150 milhões e atraiu 1 milhão de pessoas. Por causa
do grande número de visitantes, as locadoras da região
registraram aumento de pelo menos 30% no volume de
locações. Outros eventos importantes para o setor são:
Oktoberfest, Festival de Cinema de Gramado, Fórmula 1,
Carnaval e Festas Juninas no Nordeste.
1998
FESTA É SINÔNIMO DE LUCRO
94
PESO DO IPVA
- Nosso maior desafio, na época, foi negociar com os bancos, pondo as
1998
O pagamento do IPVA era, na época, um dos itens que mais
oneravam os caixas das locadoras. Por isso, as diretorias
regionais da ABLA trabalhavam firme para reduzir os custos
das empresas do setor em cada região. No Paraná, por exemplo,
onde a alíquota era de 2% e o pagamento, feito de acordo com o
final da placa, sofreu queda de 50% para veículos das locadoras
ou para contratos de leasing. Em Minas Gerais, a alíquota
foi reduzida para 2% e o pagamento do imposto, parcelado,
enquanto no Rio Grande do Sul, a quitação podia ser feita em
até seis vezes.
cartas na mesa com clareza e mostrando o que era possível pagar e como
faríamos para fechar a conta.
Ao negociar em bloco, as locadoras perceberam que era importante
contar com uma representante de respeito, o que elevou o número
de locadoras afiliadas à entidade. Mais sólido, o setor assistiu nesse
período à instalação da sede própria da entidade, em agosto de 1999,
e ao fortalecimento das parcerias com as montadoras, que passaram a
oferecer descontos significativos para a renovação das frotas.
Presidentes | José Zuquim
1998
CAMPANHA NACIONAL
445 locadoras participaram da campanha de incentivo ao
turismo interno na baixa temporada, tendo como tema: “Viva
seu país. Onde você chega, está em casa”. As reservas efetuadas
com 10 dias de antecedência, com duração mínima de três
dias, tinham 20% de desconto sobre as tarifas de diária de
quilômetros rodados, ou de 50% apenas sobre o valor da diária.
1998
SURGE A CIA
Em junho de 1998, a ABLA lançou um novo serviço a
seus associados, a CIA-Cooperação Informal. O canal
oferecia informações que serviam de apoio às locadoras em
situação de emergência como, endereços de oficinas e seus
respectivos preços, telefones de despachantes e de empresas
de guincho.
95
“Saltamos de 300 sócios para 1,2 mil associados e de uma sede
alugada para uma própria, paga à vista”. Paralelamente, foram
surgindo os sindicatos locais (Sindlocs), que se transformaram em
representantes legais da categoria em suas regiões e ajudaram o setor a
trabalhar como um bloco único em todo o Brasil.
- O grande marco do período foi o crescimento do aluguel de frotas
para empresas, que começaram a se conscientizar que não deveriam
gastar energia com administração de carros, o que alavancou o
crescimento do setor de locação.
1998
MOVIDO A GÁS
Neste ano, a ABLA avaliou o uso do carro a gás como
uma alternativa para as 212 locadoras afiliadas e afetadas
diretamente com a adoção do rodízio de veículos em São
Paulo. Isso porque os automóveis movidos a gás natural
eram excluídos da medida que suspendia a circulação de
carros em determinados horários no centro expandido da
capital paulista. Levantamento feito pela entidade na época
revelava que o prejuízo conjunto das locadoras chegava a
R$ 10,8 milhões por mês, com a paralisação de 42,9% da
frota de 24 mil carros.
ABLA | 35 anos
Pela primeira vez, a ABLA participou do Congresso da
Associação Brasileira dos Agentes de Viagem Abav, em
Curitiba, no estado do Paraná. Nesse mesmo ano, a entidade
foi declarada como órgão delegado da Embratur, sendo
esse o caminho para que a ABLA fortalesse a necessidade
de participação exclusiva das locadoras em licitações para
aluguel de veículos.
1999
NO UNIVERSO DO TURISMO
“Preço Certo ABLA”. Assim foi batizado o curso, e, assim,
foi denominado um software criado sob medida para os
associados, com o objetivo de facilitar a composição de custos
e formação de preços. A distribuição foi gratuita.
1999
TECNOLOGIA SOB MEDIDA
96
A entidade criou o Prêmio ABLA Destaque Regional do
Semestre, a fim de valorizar as ações de suas diretorias
regionais. Entre os dias 24 e 26 de novembro do mesmo ano,
foram realizados, em São Paulo, o IV Fórum e o II Salão
Regional da Indústria de Aluguel de Automóveis.
1999
PRÊMIO
Com o objetivo de oferecer às associadas, de forma gratuita, a
inclusão de seus veículos eventualmente roubados para pesquisa
em todo o território nacional, a ABLA firmou parceria com o
Cadastro Nacional de Veículos Roubados (CNVR).
1999
CNVR
2000
PARCERIA INTERNACIONAL
A presidência da ABLA assinou um Protocolo de
Cooperação entre a entidade brasileira e a Associação
Portuguesa das Locadoras de Automóveis, visando
ao intercâmbio nas diversas áreas ligadas direta ou
indiretamente ao setor de locação – questões tecnológicas,
operacionais, comerciais e de formação profissional.
2000
BOAS MANEIRAS
Falar a mesma linguagem. Esta foi a proposta da
entidade ao criar, em junho desse ano, o Manual de
Atendimento à Imprensa.
Presidentes | José Zuquim
97
ABLA | 35 anos
98
Presidentes | Alberto Vidigal
O governo Lula foi positivo para
o setor de turismo como um todo e
para o de aluguel de carros também
ALBERTOGESTÃO
VIDIGAL
20022005
U
m ano depois de assumir a presidência, Alberto Vidigal, hoje
com 55 anos, defendia o Programa Aluguel para Todos, um
instrumento que disponibilizaria a diversas camadas da
população o acesso aos serviços prestados pelas empresas do setor. O
objetivo era atender aos usuários tradicionais, assim como a cadeia
produtiva do turismo, passando pela indústria hoteleira, companhias
aéreas, agências de viagem, indústria automobilística, entidades
de classe e organismos oficiais. “Para isso, encontramos na internet
a aliada ideal para viabilizarmos essa democratização de dados,
informações e serviços, com a dimensão e a agilidade necessárias.
O Brasil já conta com 7,5 milhões de internautas, e o crescimento de
usuários está próximo de 3% ao mês”, afirmava Vidigal na época.
99
ABLA | 35 anos
Esse era o nome do programa criado pelo Ministério
do Esporte e Turismo em parceria com a Embratur, com
o objetivo de oferecer aos consumidores de produtos e
serviços turísticos o melhor aproveitamento, em decorrência
de um acordo de cooperação entre todos os elos da cadeia
turística. A ABLA apoiou a iniciativa. As locadoras que
aderiram ao programa ofereciam descontos de 20% sobre
a tarifa de diária e quilômetros rodados, ou 50% sobre a
diária. Os descontos exigiam um mínimo de três diárias e
reservas com 10 dias de antecedência, pagamento à vista ou
no cartão e garantia de no show no valor de uma diária.
2002
DIAS AZUIS
A ABLA juntamente com a Abav, hotéis, companhias
aéreas, emissoras de cartão de crédito e seus pares argentinos
criaram a Câmara Permanente de Turismo Brasil-Argentina,
uma espécie de fórum responsável por prevenir quaisquer
emergências no fluxo de negócios entre os países.
100
2002
HARMONIA ENTRE VIZINHOS
O setor de locação de veículos no mundo teve uma queda
de 1,6% em 2002 com relação a 2001, registrando cifras da
ordem de US$ 18,4 bilhões. De acordo com o relatório do
Euromonitor International, o segmento tem enfrentado
grandes dificuldades em razão dos efeitos da recessão global
desencadeada pelo atentado de 11 de setembro de 2001. As
locadoras reduziram suas frotas entre 20% e 25% durante
2002, para compensar as mudanças de cenário. No Brasil,
ao contrário, o setor cresceu 19,58% no mesmo período,
somando um faturamento de R$ 2,26 bilhões.
2002
RETRAÇÃO MUNDIAL
Paralelamente, a diretoria da ABLA, sob o comando de Vidigal,
trabalhou no estreitamento da relação do setor com as montadoras, que
ainda insistiam em colocar nos pátios de aluguel apenas veículos lançados
seis meses antes. Aos poucos, contudo, a cultura foi mudando e, como
já acontecia nos Estados Unidos, as locadoras passaram a respeitar o
mesmo tempo das concessionárias. O Gol 2003, por exemplo, teve uma
apresentação de lançamento especial para o setor de aluguel de carros.
2004
2003
2003
2002
Presidentes | Alberto Vidigal
COMEMORAÇÃO
A ABLA completou 25 anos de história com show do
cantor Jorge Ben Jor.
PARCERIA
A ABLA e a Volkswagem fecharam acordo para realizar
o lançamento do Polo sedã na Rede de Concessionárias para
as locadoras associadas.
RAIO X DO SETOR
Lançamento do primeiro anuário ABLA divulgando os
números do setor de locação de veículos.
NA ARGENTINA
101
As associadas da ABLA participaram da Feira
Internacional do Turismo, que aconteceu de 27 a 30 de
novembro de 2004, em Buenos Aires, na Argentina.
2004
NA COMPANHIA DE LULA
- Não foi só o respeito das montadoras que conseguimos conquistar,
mas também desfrutamos o incentivo dado ao segmento de turismo com a
do turismo como um todo e também para o de aluguel de carros, porque
aproximou nosso segmento de todo o trade.
2005
criação do Ministério do Turismo. O governo Lula foi positivo para o setor
Pela primeira vez, a diretoria da ABLA acompanhou um
presidente da República em visita ao exterior. A associação
fez parte da missão empresarial que viajou à China com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio daquele ano.
Na época, a ABLA reunia empresas que, juntas, faturavam
US$ 780 milhões.
RUMO AO ORIENTE
Representantes da ABLA participaram da Missão
Empresarial Brasil-Coréia do Sul e Japão, entre os dias
23 e 28 de maio de 2005.
NA PISTA
O autódromo de Interlagos, em São Paulo é fechado para
realização do Salão & Fórum ABLA.
2005
ABLA | 35 anos
A fim de divulgar a cultura da locação, a ABLA
participou das principais feiras de turismo do país, além
de apoiar encontros, palestras do setor e firmar parceria
com o ICCABAV para inclusão de cursos de locação de
automóveis para agentes de viagens. Paralelamente, a
entidade formalizou acordo com a Abav para divulgação
dos números do segmento na revista Turismo em Números,
de circulação nacional.
2005
PARTICIPAÇÃO ATIVA
102
Acompanhar de perto a evolução do setor. Com esse
objetivo foram implantados a revista Locação da ABLA, o
ABLA News, o informativo eletrônico ABLA Express e a III
edição do Anuário ABLA.
2005
O SETOR EM DADOS
Presidentes | Alberto Vidigal
2005
MARCA BRASIL
Criada para representar a imagem do turismo brasileiro
no exterior, a Marca Brasil foi utilizada por diferentes
segmentos e empresas como símbolo de produtos e serviços
tipicamente brasileiros. A ABLA aderiu oficialmente à
iniciativa, tornando-se uma das primeiras entidades a
demonstrar interesse em usar e divulgar a Marca Brasil
entre suas associadas.
103
2005
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
A Tríade Auditores e o escritório Freire Advogados
firmaram parceria com a ABLA para realizar clínicas
tributárias aos associados, envolvendo os temas Imposto de
Renda Pessoa Jurídica, PIS, Cofins e outros impostos que
causam dúvidas aos empresários do setor.
ABLA | 35 anos
104
Presidentes | Adriano Donzelli
No ramo da locação
de automóveis, ter carros
novos à disposição dos clientes
é uma necessidade, não uma escolha
JOSÉ ADRIANO DONZELLI
GESTÃO 20062009
C
om larga experiência no ramo, José Adriano Donzelli assumiu
a presidência da ABLA disposto a investir na qualificação dos
serviços prestados, iniciando a estruturação do que, mais
tarde, veio a ser o Programa Nacional de Capacitação e Qualificação
ABLA (PQA), que já preparou mais de 6 mil profissionais. Naquela
época, o cliente de carro alugado já tinha consciência de que, ao dirigir
cuidadosamente o automóvel, ele não apenas estava conservando o
bem da locadora, mas, também, cuidando da própria segurança e de
terceiros que circulam nas ruas e avenidas.
105
ABLA | 35 anos
Foi incentivada a parceria com o Sindloc, visto pela gestão
nacional da ABLA como uma continuidade da associação nos
diversos estados. “Apesar de terem vida própria, os sindicatos
precisam estar alinhados com os pensamentos da ABLA para
fortalecer a representatividade do setor”, reforçava o presidente
Adriano Donzelli.
2006
FORÇA REGIONAL
106
EXPOSIÇÃO
Entre os dias 20 e 22 de junho, a ABLA participou do
Lacime 2006 – Exposição de Turismo de Incentivo, Eventos e
Negócios da América Latina e Caribe.
2006
O novo site da ABLA foi apresentado nas versões
português, inglês e espanhol. O anuário 2006 também ganhou
versão eletrônica. O objetivo era fazer do site não apenas um
canal de divulgação do setor e das realizações da entidade,
mas também um instrumento de interação e de trabalho.
2006
POLIGLOTA
Em abril, a ABLA aderiu ao Projeto Vai Brasil, lançado
oficialmente durante o Salão de Turismo-Roteiros do Brasil,
realizado em São Paulo. O projeto visava a aumentar a
comercialização de produtos turísticos nos períodos de baixa
estação em diversos destinos nacionais.
2006
VAI BRASIL
CAUSA SOCIAL
2006
A ABLA abraça a Campanha Nacional de Enfrentamento
e Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
no Turismo, lançada pelo Programa Turismo Sustentável
e Infância, com a distribuição de 22 mil saquinhos de lixo
com motivos da campanha, além da disponibilização de uma
cartilha confeccionada pela Universidade de Brasília.
Ciente de que o comportamento do consumidor não era mais
o mesmo e de que a economia globalizada penalizaria quem não
apresentasse serviços de qualidade e muito profissionalismo, Donzelli
lembrava constantemente a todos os associados que, “no ramo da
locação de automóveis, ter carros novos à disposição dos clientes é uma
necessidade, não uma escolha”.
Presidentes | Adriano Donzelli
2007
PARTICIPAÇÃO EXPRESSIVA
De acordo com o estudo “Indicadores econômicos das
viagens corporativas”, em 2007, as viagens de negócios
representavam 17% do volume de transações das locadoras, um
percentual três vezes superior ao registrado no ano anterior.
2007
DE OLHO NA PLACA
A ABLA posicionou-se contra a operação “De olho na
placa”, realizada em São Paulo, que exigia o pagamento do
IPVA no estado, mesmo que o carro fosse de outro domicílio
de origem, o que provocou recordes de engarrafamento no
trânsito, constrangendo motoristas e turistas. Na ocasião,
Otto Steiner, da assessoria jurídica da entidade, afirmou: “Não
há nada na lei que impeça a continuidade do uso de veículos
locados normalmente, pois são licenciados e regularizados
com todas as taxas e impostos pagos em dia”.
2008
107
Nacional de Transporte e o reconhecimento por parte da sua direção
sobre a importância do setor de locação foram de extrema importância
para todo o segmento.
2008
das entidades congêneres. Nosso alinhamento com a Confederação
A ABLA iniciou as primeiras ações do Programa Nacional de
Capacitação e Qualificação ABLA (PQA).
INAUGURAÇÃO DO ESCRITÓRIO
DE BRASÍLIA
- Foi um tempo de consolidação da ABLA como um dos principais
players do turismo nacional, com o reconhecimento e o respeito
PROFISSIONALIZAÇÃO
Com a inauguração de seu escritório em Brasília, em
2008, a ABLA reforça sua presença no centro administrativo
do país e fortalece o empresariado para os desafios da
locação de veículos. O escritório fica no edifício-sede da
Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
ABLA | 35 anos
Para o biênio 2008-2009, foi criado o cargo do presidente
executivo. O Conselho Nacional consolidou o Conselho Gestor
que engloba 12 conselheiros titulares e 12 suplentes, e têm como
responsabilidades a deliberação sobre prioridades executivas,
plano de trabalho, metas, orçamento financeiro e aplicações
patrimoniais. Formou-se também o Conselho Fiscal, por sua
vez, com 6 titulares e 6 suplentes, e têm como função a análise
de prestação de contas, emissão de opinião sobre orçamentos,
situação financeira e patrimonial da associação.
2008
NOVOS CONSELHOS
CAPACITAÇÃO
Entre os meses de fevereiro e março deste ano, o
Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA
(PQA) deu início à realização dos seminários regionais
presenciais para a coleta de diversas informações para
o projeto e fomentou o Diagnóstico das Ocupações e
Mapeamento das Competências Profissionais do Setor
Brasileiro de Locação de Automóveis. O programa,
realizado em parceria com o Ministério do Turismo,
visava a aperfeiçoar o setor de locação de automóveis.
2009
108
Com o objetivo de integrar a universidade com o setor de
locação de veículos, a ABLA realizou, durante o IX Fórum
e Salão da Indústria do Aluguel de Automóveis, a edição do
Prêmio ABLA 2009 para Estudantes de Nível Superior.
2009
PRÊMIO PARA ESTUDANTES
Presidentes | Adriano Donzelli
109
ABLA | 35 anos
110
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
2010 foi o melhor dos
últimos 20 anos para o setor, e
o investimento no capital humano
foi fundamental para esse resultado
PAULO GABA
JR.
GESTÃO 20102013
O
mais jovem presidente empossado da ABLA, o empresário
Paulo Gaba Jr. não é um novato na área. Pelo contrário,
está no setor há muito tempo e acompanhou de perto
a evolução da profissionalização do segmento de locação e o
importante papel exercido por seus antecessores no comando da
entidade. Entrou no ramo em 1989 e na ABLA em 1993 e assumiu
a presidência em 2010.
111
ABLA | 35 anos
Com o objetivo de preencher uma lacuna de representação
legal no setor, foi criada, em março de 2010, a Federação
Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores
(Fenaloc), única entidade sindical que representa a indústria
2010
NASCE A FENALOC
de locação de veículos nacional, com dirigentes regionais
eleitos em todo o território nacional.
Durante a realização da 13ª Assembleia Ordinária da Câmara
de Transportes (CIT), em Medelin, na
112Interamericana
Colômbia, a ABLA passou a fazer parte da CIT, considerada
2010
INTEGRAÇÃO DE PESO
o principal fórum de discussão sobre o desenvolvimento dos
transportes no continente americano.
PQA
de Qualificação ABLA - PQA, com as teleconferências Eixo
de Qualidade e Eixo de Gestão Empresarial. O programa
beneficiou mais de 3 mil profissionais nas áreas de atendimento
e gestão. A ABLA deu início aos treinamentos a distância, com
2011
Nesse ano, a entidade retomou as atividades do Programa
o apoio da Universidade Federal de Santa Catarina. O programa
- Uma das grandes vitórias da ABLA foi, sem dúvida, a mudança
ganhou peso ainda maior com a ajuda da Rádio ABLA, que foi
da regulamentação da habilitação de estrangeiros. Depois de muita luta,
ao ar em 2010, com canal aberto por dois anos.
em 2010 o Conselho Nacional de Trânsito publicou uma resolução que
permite que o estrangeiro que desejar alugar um carro no Brasil não
tenha de obrigatoriamente apresentar a tradução juramentada de sua
carteira original de habilitação.
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
2011
DIRETO DA BOLÍVIA
Levantamento realizado pela ABLA revelou que pelo menos
mil carros de cerca de 1,2 mil associadas encontram-se
na Bolívia. Por isso, a entidade lançou um programa de
recuperação dos veículos furtados. O principal destino é San
Mathias, cidade com 10 mil habitantes que faz fronteira com
o estado de Mato Grosso.
NOVA SEDE EM BRASÍLIA
2011
A ABLA e a Federação Nacional das Empresas Locadoras de
Veículos Automotores (Fenaloc) inauguraram sua nova sede em
Brasília. O escritório ocupa uma área de 200 metros quadrados
no prédio da Confederação Nacional do Transporte (CNT), com
salas e equipamentos para proporcionar maior interatividade
113
nas reuniões. O complexo administrativo recebeu o nome de
Erozalto Nascimento, em homenagem póstuma ao membro do
Conselho Nacional eleito no biênio 2010/2011.
2011
IPI
Entrou em vigor, em setembro desse ano, o decreto presidencial
nº 7.567, que regulamenta as mudanças na cobrança do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros
importados de fora do Mercosul e do México.
O presidente destacou, ainda, que 2010 foi o melhor dos últimos 20
para esse resultado. Foi a partir da melhoria da qualidade dos serviços
prestados que a ABLA ganhou ainda mais respeito e credibilidade. Mais
do que isso, ganhou força e importância na cadeia produtiva, a ponto de
ter voz ativa e fazer parte do Conselho de Serviços do Plano Brasil Maior.
BOM DESEMPENHO
2011
anos para o setor, e o investimento no capital humano foi fundamental
O faturamento do setor atingiu R$ 5,11 bilhões, um crescimento
de 17% em relação a 2010. A ABLA passou a congregar 2008
locadoras em todo o país, e a frota superou, pela primeira vez, os
400 mil veículos, crescendo 14%.
ABLA | 35 anos
Desde maio, todas as locadoras da capital paranaense têm de
contar com um percentual de carros com câmbio automático,
destinados a pessoas portadoras de necessidades especiais.
Para frotas de até 200 carros, o percentual de automáticos deve
2012
NO PARANÁ
ser de 10%; entre 201 e 500 automóveis, a cota passa a ser de
5%, e, acima de 501 carros, 2% devem seguir a exigência.
114
PLANO BRASIL MAIOR
“Inovar para competir. Competir para crescer”. Esse é o
lema do Plano Brasil Maior, lançado em abril de 2012, em
Brasília, com 19 conselhos de competitividade. Formados
trabalhadores, os conselhos têm por objetivo discutir temas
setoriais e a organização de agendas estratégicas. Uma das
cadeiras foi ocupada por Paulo Gaba Jr., então presidente
da ABLA. Durante o lançamento do novo plano, Gaba
observou que a criação desses conselhos só agregou valor à
cadeia produtiva, fomentando a profissionalização da cadeia
produtiva do país. “A presença da ABLA no lançamento de
um programa desse porte reforçou a representatividade que o
setor conquistou no decorrer dos anos.”
2012
por 600 representantes do governo federal, empresários e
Presidentes
| Paulo
Presidentes
| PauloGaba
GabaJr.
Jr.
115
ABLA | 35 anos
A complexidade do setor é
intrigante para os novatos
JOÃO CLAUDIO BOURG
PRESIDENTE EXECUTIVO
D
116
urante os 27 anos de trabalho em várias montadoras de
Estamos aprimorando a parceria com as montadoras de modo que elas
automóveis, entre elas, Ford, Fiat, Kia e Hyundai, eu enxergava
possam comercializar cada vez mais veículos, oferecendo, em contrapartida
o setor de locação como uma ótima oportunidade de venda de
assistência às locadoras que atendem diversos outros clientes finais, em
produtos e um canal especializado para teste e apreciação de lançamentos.
diferentes mercados. Trabalhamos em busca de uma parceria cada vez mais
Costumava dizer que manter um relacionamento afinado com as locadoras,
estreita, pois para o setor de locação, veículos é sinônimo de instrumento
significava ter um retorno rápido sobre as necessidade de correções, quando
de trabalho. Temos plena certeza de que no momento em que os fabricantes
apresentava defeito de qualidade ou oportunidade de melhoria de projeto para
adotarem as locadoras como parceiras e não apenas como canal de vendas, o
um novo veículo colocado na praça.
setor tenderá a crescer muito. A ABLA trabalha para isso.
Quantas vezes, as locadoras escutando o cliente final ajudaram as
montadoras a desenharem modelos adequados para o setor. Em 2000,
A associação também tem se manifestado a órgãos e autoridades
competentes em relação a assuntos de interesse geral para a livre iniciativa.
por exemplo, a Fiat lançou o Palio VD exclusivo para frotistas. O modelo
Defendemos bandeiras relacionadas à diminuição da carga tributária,
reunia tudo o que as locadoras precisavam: modelo básico equipado com
capacitação profissional, aspectos de educação no trânsito, ao apoio e
limpador do vidro traseiro, protetor do tanque de combustível, rodas
à presença em eventos de turismo e da indústria automobilística. Nosso
com aro e pneus especiais, com opções de ar-condicionado e direção
objetivo é fortalecer as locadoras de automóveis, manter um bom diálogo
hidráulica. O veículo aos poucos se transformou em um dos principais
com o setor governamental e conquistar parcerias fortes e duradouras com
modelos da montadora para o varejo, o Palio Fire, ainda hoje nas
os fornecedores.
revendedoras. Trata-se apenas de um exemplo de como as locadoras ao
Aprendi a olhar o ambiente empresarial com os olhos das locadoras, e a
longo dos anos serviram de verdadeiros laboratórios para as montadoras.
experiência prévia nas montadoras, me ajuda a entender as engrenagens setoriais.
Confesso que ao passar para o outro lado da mesa comecei a encarar
O negócio da locação é primordial para as montadoras, seja no
este setor de forma diferente.
Se eu já admirava a ousadia de alguns empresários, consegui ver as
lançamento de produtos, venda de autopeças & serviços, manutenção e
distribuição, essa é a minha teoria.
dificuldades e os riscos que envolviam seus negócios. A complexidade
Espero continuar unindo as duas realidades e comprovar essa tese, o que
deste setor é intrigante para os “novatos”, e é um setor da economia que
não é segredo para ninguém é que juntos crescerão ainda mais. Sinto este
está presente em todos os outros.
momento cada vez mais próximo...!
Presidentes | Paulo Gaba Jr.
117
Homenagem
aos líderes natos
Paulo Gaba Jr., em nome de todos que fizeram e fazem parte da ABLA
A
lgumas pessoas já nascem liderando naturalmente, e ajudam
Nascimento foi consultado para presidir a ABLA e Paulo Bonilha para o Sindloc-SP,
a construir um mundo melhor sem pedir nada em troca.
e nenhum deles jamais aceitou. Meu palpite pelas recusas é porque na verdade já
Em um curto período de tempo perdemos dois Conselheiros
comandavam, e nenhum presidente eleito poderia abrir mão de tê-los por perto.
de “vida”, mestres do consenso e da ponderação, despidos de vaidade e
Erozalto Nascimento deu nome ao Complexo Administrativo de Brasilia
cheios de sabedoria.
ABLA e FENALOC, e Paulo Bonilha, que faleceu na data da aquisição da sede
A história da ABLA foi construída com a participação fundamental
do Sindloc-SP, deu nome a seu auditório.
deles, que apaziguaram discussões acaloradas, mediaram acordos,
Dedicamos a vocês, Nascimento e Paulo Bonilha, mais que nossas lágrimas, a
estiveram presentes em momentos decisivos e deixaram mais que
admiração e a reverência aos que só construíram, sem destruir!
saudade. Seus conselhos nortearam os presidentes e direcionaram a
E é por isso que fazem parte deste livro, fizeram história e continuarão fazendo por
ABLA ao crescimento e ao fortalecimento.
seu legado...
ABLA | 35 anos
E
m 35 anos de história, a ABLA desempenhou importante papel na defesa dos interesses de seus
associados junto ao governo e às montadoras, participou ativamente da abertura do mercado
para a importação de veículos, funcionando como porta de entrada para os fabricantes
estrangeiros. Quando a associação iniciou suas atividades, eram apenas quatro montadoras. Em 2012,
são mais de 40 no país.
A força somada pelo setor de locação nas últimas três décadas é facilmente comprovada pelos números.
A ABLA representa nacionalmente mais de 2 mil locadoras, das quais 1,2 mil são associadas, donas
de uma frota superior a 445 mil veículos. Juntas, elas respondem por R$ 1,86 bilhão em arrecadação
de impostos federais, além de gerar mais de 277 mil empregos diretos e indiretos. O faturamento anual
reflete o desempenho expressivo do segmento, ultrapassando a casa dos R$ 5,6 bilhões. A expectativa é
uma performance ainda melhor para a próxima década, seja pelo aumento da cultura de locação de
automóveis por parte dos brasileiros e pela realização dos dois maiores eventos esportivos mundiais no
118
Brasil – a Copa do Mundo e as Olimpíadas —, seja pelo investimento de R$ 60 bilhões na renovação
da frota até 2016.
BOM NEGÓCIO
PARA O BRASIL
Somente nos últimos três anos,
o setor de locação recolheu
R$ 4,9 bilhões em tributos
ANO
RECOLHIMENTO
REAIS
2011
1,86 bi
2010
1,69 bi
2009
1,44 bi
2008
1,27 bi
2007
1,06 bi
2006
2005
0,94 bi
0,87 bi
2004
0,79 bi
2003
0,69 bi
2002
0,67 bi
2001
0,58 bi
2000
0,48 bi
1999
0,41 bi
1998
0,40 bi
$$
De símbolo de status a motor daIndicadores
economia nacional
do Setor
UM SETOR BILIONÁRIO
Entre 1997 e 2011, o
faturamento do setor cresceu
cerca de cinco vezes e impactou
de forma direta a indústria de
automóveis
ANO
FATURAMENTO
REAIS
2011
5,67 bi
2010
5,11 bi
2009
4,37 bi
2008
3,99 bi
2006
3,17 bi
2005
2,91 bi
2004
2,68 bi
2003
2,34 bi
2002
2,26 bi
2001
1,89 bi
2000
1,63 bi
1999
1,39 bi
1998
1,34 bi
1997
1,30 bi
119
EXÉRCITO PODEROSO
No início dos anos 2000,
eram 133 mil veículos,
hoje são mais de 445 mil
ANO
QUANTIDADE
VEÍCULOS
2011
445.470
2010
414.340
2009
363.456
2008
318.865
2007
283.562
2006
250.204
2005
223.811
2004
203.650
2003
181.900
2002
178.000
2001
155.000
2000
133.000
1999
116.000
1998
112.000
1997
90.000
ABLA | 35 anos
AUMENTO DA DEMANDA
Cresce o número de
brasileiros que usam
os serviços de locação
ANO
LOCAÇÃO
BRASILEIROS
2011
18,6 mi
2010
17,7 mi
2009
16,8 mi
2008
16, 2 mi
2007
15,1 mi
2006
14,1 mi
2005
12,2 mi
2003
8,7 mi
2002
8,3 mi
2001
7,1 MI
2000
6,2 mi
1999
5,5 mi
1998
5,1 mi
1997
3,8 mi
120
GERAÇÃO DE EMPREGOS
DIRETOS E INDIRETOS
O setor entrou na segunda
década dos anos 2000 com
mais de 277 mil vagas ocupadas
ANO
EMPREGOS
PESSOAS
2011
277.943
2010
264.708
2009
240.644
2008
209.061
2007
194.838
2006
185.560
2005
178.240
2004
168.200
2003
165.500
2002
165.000
2001
144.000
2000
123.000
1999
107.000
1998
104.000
1997
64.000
De símbolo de status a motor daIndicadores
economia nacional
do Setor
O MAPA DAS LOCADORAS
A Região Sudeste abriga o maior
número de locadoras no país
(N)
(NE)
REGIÃO NORTE (N)
ACRE
AMAPÁ
AMAZONAS
PARÁ
RONDÔNIA
RORAIMA
TOCANTINS
CENTRO-OESTE (CO)
DISTRITO FEDERAL
GOIÁS
MATO GROSSO
DO SUL
MATO GROSSO
LOJAS
8
28
22
56
10
19
14
LOJAS
57
45
23
15
NORDESTE (NE)
ALAGOAS
BAHIA
CEARÁ
MARANHÃO
PARAÍBA
PERNAMBUCO
PIAUÍ
RIO GRANDE
DO NORTE
SERGIPE
SUDESTE (SE)
ESPÍRITO SANTO
MINAS GERAIS
RIO DE JANEIRO
GRANDE SÃO PAULO
ESTADO DE SÃO PAULO
LOJAS
121
(CO)
37
189
92
38
39
85
17
(SE)
80
30
LOJAS
108
225
125
216
161
LOJAS
SUL (S)
(S)
PARANÁ
RIO GRANDE DO SUL
SANTA CATARINA
121
126
97
TOTAL GERAL: 2.083
FONTE: ABLA
ABLA | 35 anos
Conselhos & Diretorias
1977 A 1980
Presidente
Josef Kurc
Diretor Secretário
Alberto Lutaif
Diretor Tesoureiro
Paulo Batista Pereira
Conselho Fiscal
Gilson Benzota Carvalho
Yeno Severo
José Carlos Pimparel
Presidente
Alberto Morares Barros Filho
Vice-Presidente
Udo Stellfeld
Diretor Secretário
Damião Bianchi
Diretor Tesoureiro
Fernando Antonio Barbosa Tamassia
Diretor Conselheiro
Josef Kurc
1981 A 1983
Diretor Conselheiro
Vitório D’Amico Neto
Vice-Presidente
Udo Stellfeld
Conselho Fiscal
Sérgio Luiz Arnt
Cristina Stroebele
Norberto Poci
Presidente
Alberto Morares Barros Filho
Diretor Secretário
Damião Bianchi
122
19861987
Diretor Tesoureiro
Fernando Antonio Barbosa Tamassia
Diretor Conselheiro
Josef Kurc
Diretor Conselheiro
Vitório D’Amico Neto
Conselho Fiscal
Sérgio Luiz Arnt
Cristina Stroebele
Norberto Poci
19841985
Presidente
Vitório D’Amico Neto
Diretor Secretário
Udo Stellfeld
Diretor Tesoureiro
Fernando Antonio Barbosa Tamassia
Assessor Econômico
Alfio Fernando Giancoli
Conselho Fiscal
Sérgio Luiz Arnt
Cristina Stroebele
Norberto Poci
19881989
Presidente
Udo Stellfeld
Vice-Presidente
Nelson Colaferro Jr.
Diretor Secretário
Abel Augustp Ferreira
Diretor Tesoureiro
Lineu Nassif
Diretor Regional – SP Capital
Marco Antonio Ghibert
Diretor Regional SP – Interior
Élcio Cerqueira Leite
Diretor Regional RJ-ES
José Carlos D’Almeida
Diretor Regional MG
Leonardo Euler Martins Motta
Diretor Regional RS/PR/SC
Áureo Storck
Diretor Regional – DF
Wolmy Albernaz
Diretor Regional BA/SE
Jorge Luiz Santos Bomfim
Diretor Regional – PE/AL
Jose Carlos Gordilho
Diretor Regional AM/PA/RR/AP
Cacildo Garcia Macedo
Conselheiro Fiscal
Anito José Werner
Conselheiro Fiscal
João Batista Parreira
Diretor Conselheiro
Alberto Moraes Barros Filho
Diretor Conselheiro
Josef Kurc
Coordenador do Comitê de Marketing
Moyses Samuel Aguiar
Gerente Administrativo (funcionário)
José Preti Neto
Assessor Econômico
Carlos Roberto Azzoni
Assessor de Planejamento Empresarial
Gentil Choji Nishioka
Assessor de Planejamento de Recursos Humanos
Geraldo Leal de Moraes
Comitê de Marketing
Valter de Souza Mesquita
Assessor de Marketing e Comunicação
Dennis Giaometti
Assessores de Imprensa
Paulo Miranda e Denise Moreno
Assessor Jurídico
Francisco Gabilan
19901991
Conselho Nacional
Presidente
J. Salim Mattar Jr.
Vice-Presidente
Alberto Moraes Barros Filho
Membros
Udo Steffeld
Otavio L. Franco
Antenor Figueira
Vittorio E. Primo Rossi
Sérgio Passos
Carlos Faustino
Dener Mallard
Juarez Xavier de Azevedo
Izabel Monteiro
Humberto Carneiro
Damião Bianchi
Roberto Nobre
Orlando da Silva Júnior
José Américo Huertas
Francisco José da Silva
Moysés Aguiar
1992-1993
Presidente
Francisco José da Silva
Conselho
Nicolau Rezé
José Americo Huertas
Diretorias ABLA
Luiz Reinaldo Zanon
Dener Arthur Gomes Mallard
Célio Fonseca
Antônio Joel Ferreira Jr.
Jorge Luiz Santos Bonfim
Saulo Tomaz Froes
Antonio Marcio Cerqueira Laurindo
Alceu Tomaz Pereira
Osório Adriano Neto
Jorge Alfredo do Amaral
Francisco Assis de Jesus
Alberto Moraes de Barros Filho
Alvani Manoel Laurindo
Gian Franco Piccin
Reinaldo Rocha Duarte
Marcia Rodrigues
Vitória Bertol
Diretores Regionais
Alvani Manoel Laurindo
Célio Macedo da Fonseca
Antonio Expedito Aguiar
José Americo Huertas
Frederico Evangelista
Wanda Goldfeld de Melo
Francisco Assis de Jesus
Antonio da Silva
Antonio Marcio Gonçalves
Luiz Reinaldo Zanon
Jorge Luiz Santos Bonfim
Saulo Tomas Fróes
Remi João Zarth
Eduardo Albuquerque
Ricardo Guimarães
Jonas Montrimas
Juvenil M. da Silva
Adriana Mendonça Silva
Marcelo Amorim Fialiso
Jorge Macedo do Amaral
Fabio Colaferro
Dener Arthur Gomes Mallard
Nicolau Reze
Francisco José da Silva
Farid Moyses
Ronald Sclavi
Maria do Carmo A. Souza
Diretores regionais
Região 3 – PE, PB, RN e AL
André Luiz da Silva Leitão
Região 4 – BA-SE
Francisco de Assis de Jesus
Região 5 – AC, RO, MT e MS
Alvani Manoel Laurindo
Região 6 – GO e TO
Dener Arthur Gomes Mallard
Região 7 – MG
Saulo Tomaz Fróes
Região 8 – RJ e ES
Adaury Maia Dantas
Região 9 – SP
Antonio Carlos Batista Ataíde
Região 10 – PR, SC e RS
Luiz Reinaldo Zanon
Região 11 – DF
Renato Sant’Anna Mattos
1994 A 1996
Diretor Tesoureiro
Fernando Antonio Tamassia
Conselho Nacional
Patrício Duprat
Vittorio E. Primo Rossi
Mônica Rossi
Nicolau Rezé
Marco A. Ghibert
Tomaz Silveira Guimarães
Marisa Machado Silva
Carlos Alberto de Almeida
Luiz Fernando Magnabosco
Piro Manini
Moacir Werner Filho
J. Salim Mattar Jr.
Célio Macedo da Fonseca
Antonio Cláudio B. Resende
Fábio Colaferro
Remi João Zarth
José Eduardo Pontes
Alceu Tomaz Pereira
Amílcar Pereira Ramos
Luiz Reinaldo Zanon
Dener Mallard
Paulo Ribeiro Martins Netto
Hélio Ribeiro Martins
Luiz Ernesto Bley Jr.
Fábio Paiva Guimarães
Udo Stellfeld
Luiz Jorge Ribeiro
Jorge Luiz Bomfim
A. Marcio Cerqueira Gonçalves
Diretor Secretário
Luiz Antonio Cabral
Suplentes
Francisco Assis de Jesus
19941995
Diretor Presidente
Nicolau Rezé
Vice-Presidente
Antonio Cláudio Resende
Antonio Expedito de Aguiar
A.C.B Ataíde
19961997
Presidente do Conselho Nacional
Antonio Claudio Resende
Vice-Presidente do Conselho Nacional
Nicolau Rezé
Conselho Nacional
Luiz Jorge Ribeiro da Silva
Antonio Cássio dos Santos
Paulo César Figueiredo Soares
Álvaro Silveira Júnior
Vittório Emanuelle Primo Rossi
Mônica Rossi
Marco Antonio Ghiberti
José Rozendo de Almeida Júnior
João Alexandre Celane Pinto
Hector Nunez
Ivete Maggiuzzo
Carlos Alberto de Almeida
Damião Bianchi
Moacir Werner Filho
Cacildo G. Macedo Jr.
Valdir Gadelha
Ivan de Souza
Zaqueu de Oliveira
Antonio Claudio Resende
José Salim Mattar Jr.
Beatriz Pereira Carneiro Cunha
José Eduardo Arnhold
Remi João Zarth
Alceu Tomaz Pereira
Luiz Antonio de Oliveira Cabral
José Zuquim Militerno
Antonio Carlos Batista Ataíde
Hilton Ahiran da Silveira Filho
Dener Artur Gomes Mallard
Saulo Tomaz Fróes
Antonio Márcio Cerqueira Gonçalves
Simone de Oliveira Pino
Antonio da Silva
Conselheiro Emérito
Alberto Moraes Barros Filho
Udo Stellfeld
19981999
Presidente
José Zuquim Militerno
Vice-Presidente
Pedro Dogani
Diretor Tesoureiro
Carlos Roberto Pinto Faustino
123
ABLA | 35 anos
Diretores
Alberto Vidigal
José Ricardo Braga de Camargo
Raimundo Nonato de Castro Teixeira
Diretoria Regional
Região 1– AM
Maria Julia Lucena da Costa e Silva
Região 2 – MA, PI e CE
Diosito Morais Cavalcante
Região 3 – PE e AL
André Luiz da Silva Leitão
Região 4 – BA e SE
Paulo César Figueiredo Soares
Região 5 – MT
Alvani Manoel Laurindo
Região 6 - GO
José Adriano Donzelli
Região 7 – MG
Ennio Dráuzio de Castro
Região 8 – RJ
João Carlos A. Silveira
Região 9 – SP
Melhem Yaryd Jr.
124
Região 10 – SC
Erozalto Nascimento
Região 11 – DF
Álvaro Silveira Júnior
Região 12 – AC e RO
Antonio da Silva
Região 13 – ES
Paulo Roberto do Val Nemer
Região 14 – TO
Cleide Brandão Honorato
Região 15 – RR
Célio Fonseca
Região 16 – RN
Celso Macedo
Região 17 – PA
Juvenil Morais da Silva
Região 18 – PB
Fernando José Reis Meira
Região 19 – RS
Cássio Gilberto Lemmertz
Região 20 – PR
Valmor Emilio Weiss
Região 21 – MS
Edson Lazarotto
Região 22 – AP
Gilberto Laurindo
Região 23 – SP (interior)
Sidney Vanuchi
20002001
Presidente
José Zuquim Militerno
Vice-Presidente
Pedro Degani
Diretores
Afonso Celso de Barros Santos
Carlos Roberto Pinto Faustino
José Ricardo Braga de Camargo
Melhem Yaryd Júnior
Júlio Maria Gontijo
Saulo Tomaz Fróes
Diretor Executivo
Luiz Antonio de Oliveira Cabral
Regional Norte
Antonio da Silva – RO
Célio Fonseca – RR
Juvenil Morais da Silva – PA
Carlos Benedito A. Teixeira – PA
Francisco Antonio Freitas de Souza – PI
Regional Nordeste
Diosito Moraes Cavalcante – CE
Pedro Manuel Oliveira N. Brandão – CE
Nildo da Silva Machado Pedrosa – PE
André Luiz da Silva Leitão – PE
Alberto Faria da Silva – BA
Marconi José de M. Dutra – BA
Celso Macedo – RN
José Maria Curralo – RN
Fernando José Reis Meira – PB
Olavo Bilac Cruz Neto – PB
Valdir Laurindo – MA
Osvaldo Antonio Pinto Sarmento – AL
Sérgio Castro de Amorim – AL
Eduardo Correia Teixeira – SE
Paulo Roberto da Silveira Jr. – SE
Regional Centro-Oeste
Alvani Manoel Laurindo – MT
Wanderley Viriato – MT
José Adriano Donzelli – GO
Joades Alves de Souza – GO
Dilton Castro Junqueira Barbosa – DF
Dácio Marta de Lacerda – DF
Ademar Ferreira – MS
Regional Sudeste
Raimundo Nonato de Castro Teixeira – MG
Luiz Fernando M. Porto – MG
João Carlos A. Silveira – RJ
Adilson Rodrigues Sampaio – RJ
Alberto de Camargo Vidigal – SP
Benedito de Oliveira – SP
Paulo Roberto do Val Nemer – ES
Eduardo Corrêa da Silva
Fernando Albertine Cornelio – SP (interior)
Ramiro Ferreira Júnior – SP (interior)
Regional Sul
Erozalto Nascimento – SC
Marco Antonio Ramos Gomes – SC
Lúcio Bugin – RS
Rodrigo Selbach da Silva – RS
Valmor Weiss – PR
Paulo Celso Barbosa – PR
2002 A 2005
Diretoria Executiva
Presidente
Alberto de Camargo Vidigal
Vice-Presidente
Afonso Celso de Barros Santos
Diretor Superintendente
Luiz Antonio Cabral
Diretores Nacionais
Alberto Faria
Carlos Benedito Teixeira
Eládio Paniagua
Nildo Pedrosa
José Adriano Donzelli
Carlos Roberto Pinto Faustino
Cássio Lemmertz
Marco Aurélio Galvão
Paulo Roberto do Val Nemer
2006 A 2009
Diretoria Executiva
Presidente
José Adriano Donzelli
Vice-Presidente
Marcello Wallace Simonsen
Presidente do Conselho Nacional
Afonso Celso de Barros Santos
Vice-Presidente do Conselho Nacional
Alberto de Camargo Vidigal
Diretores Executivos
Carlos Roberto Pinto Faustino
Weber Mesquita
Diretores Nacionais 2006/2007
Roraima
Célio Fonseca
Pará e Amapá
José Emílio Houat
Rondônia e Acre
Antonio da Silva
Diretorias Regionais Centro-Oeste
Mato Grosso
Alvani Manoel Laurindo
Mato Grosso do Sul
Marco Antonio de Almeida Lemos
Diretorias ABLA
Distrito Federal e Tocantins
Weber de Oliveira Mesquita
Goiás
Joades Alves de Souza
Diretorias Regionais Nordeste
Alagoas
Oswaldo Antonio Pinto Sarmento
Bahia
Marconi José Dutra
Bahia
Simone Pino
Ceará e Piauí
Pedro Manuel Oliveira Netto Brandão
Eduardo Alencar Porto Lima
Maranhão
Valdir Laurindo
Paraíba
Olavo Bilac Cruz Neto
Pernambuco
Antonio Pimentel
Alberto Jorge Alves de Queiroz
Rio Grande do Norte
Israel José Protásio de Lima
Sergipe
Otávio Meira Lins Neto
Diretorias Regionais Sul
Nildo Pedrosa
Roberto Bacelar Portugal Filho
Saulo Tomaz Froes
Valmor Emilio Weiss
Suplentes
Alberto Nemer Neto
Carlos Benedito Adão Teixeira
Carlos Roberto Pinto Faustino
Cássio Lemmertz
Eládio Paniagua Jr.
João Carlos de Abreu Silveira
Luiz Carlos Lang
Marcelo Ribeiro Fernandes
Nelma Cavalcanti
Paulo Miguel Jr.
Reynaldo Tedesco Petrone
Conselho Fiscal
Titulares
Antonio Pimentel
Eduardo Corrêa da Silva
Flávio Gerdulo
Jacqueline Moraes de Melo
Paulo H. Bonilha Junior
Raimundo Nonato de Castro Teixeira
Suplentes
Joades Alves de Souza
Félix Peter
João Regueira de Souza Filho
Emerson Ciotto
José Zuquim Militerno
Marco Antonio de Almeida Lemos
Paraíba
Olavo Bilac Cruz Neto
Pernambuco
Antonio Pimentel
Alberto Jorge Alves de Queiroz
Rio Grande do Norte
João Bosco da Silva
Sergipe
Otávio Meira Lins Neto
Centro-Oeste
Distrito Federal
Rodrigo Flávio Sá Roriz
Goiás
Joades Alves de Souza
Mato Grosso
Alvani Manoel Laurindo
Mato Grosso do Sul
Marco Antonio de Almeida Lemos
Sudeste
Espírito Santo
Márcio Castelo Branco Gonçalves
Minas Gerais
Leonardo Soares Nogueira Silva
Mauro Roberto Alves Ribeiro
Rio de Janeiro
Gustavo do Carmo Azevedo
São Paulo
Eládio Paniagua Jr.
Flávio Gerdulo
Marcelo Ribeiro Fernandes
Paraná
Valmor Weiss
Diretoria Regional
Rio Grande do Sul
Cássio Lemmertz
Amazonas
Victor Simões da Silva
Santa Catarina
Daniel Nascimento
Pará/Amapá
José Emílio Houat
Paraná
Valmor Weiss
Tocantins
Fabio Bertozzi
Rio Grande do Sul
Félix Peter
Rondônia/Acre
Antonio da Silva
Santa Catarina
Marco Antonio Ramos Gomes
20102011
Diretoria Executiva
Presidente
Paulo Gaba Jr.
Vice-Presidente
Paulo Roberto do Val Nemer
Presidente Executivo
João Claudio Bourg
Conselho Nacional
Titulares
Marcelo Wallace Simonsen
Alberto de Camargo Vidigal
Alberto Faria da Silva
Carlos César Rigolino Junior
José Adriano Donzelli
Luiz Lopes Mendonça
Norte
Roraima
Célio Fonseca
Nordeste
Alagoas
Lusirlei Albertini
Bahia
Marconi José de M. Dutra
Simone Pino
Ceará/Piauí
Aleksander Rodrigues Rangel
Maranhão
Antonio Cesar de Araujo Freitas
Valdir Laurindo
Sul
125
ABLA | 35 anos
Conselhos & Diretorias
2012 A 2013
Conselho Nacional
Presidente
Paulo Gaba Jr.
Vice-presidente
Presidente Executivo
Paulo Roberto do Val Nemer
João Claudio Bourg
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS
LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS
Suplente
126
Titular
Conselho Gestor
Emanuel
Trigueiro
Simone Pino
Valmor Weiss
Aleksander
Rangel
Alberto Vidigal
Alberto Faria da
Silva
José Adriano
Donzelli
Saulo Froes
Nildo Pedrosa
Carlos Rigolino Jr.
Mauro Ribeiro
Carlos Adão
Teixeira
Marcelo
Fernandes
Raimundo
Nonato de Castro
Reynaldo
Tedesco
Paulo Miguel Jr.
João Carlos de
Abreu Silveira
Luiz Carlos
Lang
Eládio Paniagua
Nelma Cavalcanti
Cássio Gilberto
Lemmertz
Diretorias ABLA
Conselho Fiscal
Titulares
Antonio Pimentel
Paulo Bonilha Jr.
Jacqueline Mello
Suplentes
Ricardo Gondim
Eduardo Correa
Rodrigo Roriz
Joades Alves de Souza
José Zuquim Militerno
Emerson Ciotto
Alberto Jorge Queiroz
Felix Peter
Marco Antonio de Almeida Lemos
Amazonas
José Emilio Houat
Pará/Amapá
Clever Morato Axhcar
Lusirlei Albertini
Alagoas
Marconi José de M. Dutra
Bahia
Eduardo Alencar Porto Lima
Sudeste
Bernard da Costa Teixeira
Nordeste
Norte
Dirigentes Regionais
Márcio Castelo Branco Gonçalves
Espírito Santo
Leonardo Soares Nogueira Silva
Minas Gerais
Gustavo do Carmo Azevedo
Tocantins
Ceará/Piauí
Rio de Janeiro
Antonio da Silva
Romero Rosa
Eládio Paniagua Jr.
Rondônia/Acre
Maranhão
São Paulo
Célio Fonseca
Luis Olavo Nesello
Roraima
Paraíba
João José Regueira de Souza Filho
Distrito Federal
José Ramom
Goiás
Rissao Shimada
Mato Grosso
Marco Antonio de Almeida Lemos
Mato Grosso do Sul
João Bosco da Silva
Rio Grande do Norte
Rafael Azevedo Freitas
Sergipe
Sul
Centro-Oeste
Pernambuco
Nilson Oliveira Silva
Valmor Emilio Weiss
Paraná
Félix Peter
Rio Grande do Sul
Marco Antonio Ramos Gomes
Santa Catarina
127
Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis
Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar
CEP 04011-904 – São Paulo/SP
Tel.: (11) 5087-4100 Fax: (11) 5082-1392
E-mail: [email protected]
Site: www.abla.com.br
SAUS
Quadra 1, Bloco J, Edifício CNT, na sala 510
5º andar - Torre A. CEP 70070-010
Tel.: (61) 3225-6728 Fax: (61) 3226-0048
Coordenação
Coordenação e producão editorial
Paulo Gaba Jr.
Paulo Piratininga
Presidente do Conselho Nacional da ABLA
Conselho gestor
Paulo Gaba Jr., Paulo Nemer, Emanuel Trigueiro,
Simone Pino, Valmor Weiss, Aleksander Rangel,
Alberto Vidigal, Alberto Faria da Silva, José Adriano
Donzelli, Saulo Froes, Nildo Pedrosa e Carlos
Rigolino Jr.
Conselho gestor (suplentes)
Mauro Ribeiro, Carlos Adão Teixeira, Marcelo
Fernandes, Raimundo Nonato de Castro, Reynaldo
Tedesco, Paulo Miguel Jr., João Carlos de Abreu
Silveira, Luiz Carlos Lang, Eládio Paniagua, Nelma
Cavalcanti e Cássio Gilberto Lemmertz.
Conselho fiscal
Antonio Pimentel, Paulo Bonilha Jr., Jacqueline Mello,
Ricardo Gondim, Eduardo Correa e Rodrigo Roriz.
Conselho fiscal (suplentes)
Joades Alves de Souza, José Zuquim Militerno,
Emerson Ciotto, Alberto Jorge Queiroz, Felix Peter e
Marco Antonio de Almeida Lemos.
Suporte à pesquisa e produção
João Claudio Bourg
Jorge Machado
Cibele Cambuí
Kátia Simões
Eduardo Graboski
Scritta - Divisão de Publicações
[email protected]
Tel.: (11) 5561-6650
Projeto gráfico e produção
OCRE – oficina di creatività
[email protected]
Tel.: (11) 3286-0033
Fotos
Arquivo Público do Governo do Estado de São Paulo
Arquivo da família Penteado
Getty Images
Revisão
Júlio Yamamoto
Direitos Autorais
ABLA - Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis
Os textos desta publicação foram baseados em pesquisas de
documentos, material promocional, mídia impressa e entrevistas com
funcionários, diretores, conselheiros e ex-presidentes da entidade.
Apresentamos nossas desculpas àqueles que participaram desta história
e, involuntariamente, não foram incluídos no conteúdo do livro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS
LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS
ABLA  35 ANOS EM MOVIMENTO
Uma publicação da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA)
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