clique aqui

Transcrição

clique aqui
Nicholas Miller Trebat
Doutor, Instituto de Economia-UFRJ
Professor, Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais
(IBMEC-RJ), Escola de Comércio Exterior (ECEX), UFRJ.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
2
Análise: Dois Casos de Interação PúblicoSetor Privado na história americana
Sistema de Produção em Massa (SPM)
“Revolução Gerencial” do Século 19
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
3
As Origens do Sistema de Produção em
Massa (SPM)
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
4
2 Elementos Básicos do SPM
Assembly Line: linha de produção mecanizada
Intercambiabilidade de peças
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
5
Máquinas-Ferramentas e Industrialização
“Pode-se argumentar que a indústria de
máquinas e equipamentos, sobretudo as
máquinas-ferramentas, tem sido chave aos
processos de industrialização bem-sucedidos”
(Rosenberg, 1969).
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
6
Máquinas-Ferramentas e Industrialização
Casos Dramáticos:
Máquina a Vapor
Automóvel
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
7
Máquinas-Ferramentas e “Convergência
Tecnológica”
“Convergência Tecnológica” = aplicações
gerais de inovações em máquinasferramentas.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
8
Máquinas e Técnicas que Revolucionaram
a Ind. de Bens Duráveis
Máquina Fresadora (milling machine)
Torno Mecânico
Retificadora (grinding machine)
Aparelhos de fixação, pontos de referência (bearing points).
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
9
Máquina Fresadora no séc. 19
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
10
Torno Mecânico
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
11
Máquina Retificadora
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
12
1o Fato Interessante das MáquinasFerramentas do SPM
Surgiram em espaço de tempo curto, entre 1800 e 1850:
“De fato, a maioria das inovações surgiram em uma geração,
entre 1800 e 1840. Desde então, houve muitas melhorias,
mas os princípios básicos continuam sendo os mesmos”.
Fonte: Roe, English and American Tool Builders, 1916.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
13
2o Fato Interessante das MáquinasFerramentas do SPM
Originaram nos EUA no setor armamentista:
A produção de armamentos constitui “o lar original da
tecnologia de produção em massa”.
Fonte: N. Rosenberg, “American Technology: Imported or Indigenous”, The
American Economic Review, Vo. 67, No.1, Papers and Proceedings, fevereiro
de 1977, pp. 21-26
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
14
Agentes centrais de inovação do
SPM: Arsenais Federais de
Springfield e Harper’s Ferry
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
15
Arsenal de Springfield
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
16
O Papel dos Arsenais Federais
Arsenais de Springfield e Harper’s Ferry
construídos em 1794 e 1798 e administrados
pelo Departamento de Artilharia, subdivisão
do Departamento de Guerra.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
17
O Conceito da Intercambiabilidade
Origem: França, era pré-napoleônica.
Thomas Jefferson em 1786: “O avanço francês na
produção de armamentos consiste em fazer
mosquetes com peças praticamente idênticas entre
si” (Hounshell, 1984).
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
18
Springfield e Harper’s Ferry: Centros de
Produção Armamentista
Maiores produtores de armamentos do país, público
ou privado, até o final da Guerra de Secessão.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
19
Springfield e Harper’s Ferry: Centros de
Inovação Tecnológica
Política de Open-Door Tecnológico
- Emergem em torno dos arsenais núcleos manufatureiros
fornecendo máquinas e materiais aos arsenais, e, a partir de
1830, diversificando para a produção de bens duráveis de
forma geral.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
20
Algumas Inovações do Complexo PréIndustrial-Militar Americano
Máquina Fresadora (Fresa)
- Inventor: Simeon North, 1816.
- Contexto: North cumpria contrato de 1813 para produzir
20.000 pistolas com peças “idênticas entre si”.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
21
Algumas Inovações do Complexo PréIndustrial-Militar Americano
Torno mecânico (torno de Blanchard)
- Inventor: Thomas Blanchard, 1819-1825
- Contexto: Blanchard, maquinista de fábrica privada de
Asa Waters, cumpria contrato para fornecer suportes de
mosquetes ao Exército. Em 1822, Springfield contratou
Blanchard como “contratado interno” para desenvolver a
inovação.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
22
Algumas Inovações do Complexo PréIndustrial-Militar Americano
John Hall, “contratado interno” do Arsenal de Harper’s Ferry
(Virgínia), 1820-1840.
– Inovou diversas técnicas de fresagem, fundição de metal.
– Inventou e popularizou o uso de diversos instrumentos de
precisão e de medição (gauges, fixtures).
– Produtor do primeiro rifle intercambiável nos EUA, em
torno de 1830
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
23
Algumas Inovações do Complexo PréIndustrial-Militar Americano
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
24
Descolamento Tecnológico e as Exibições
Industriais de 1851 e 1854
Resultado do período de inovações 1815-1850:
descolamento tecnológico em relação à Inglaterra.
Visita dos inspetores ingleses aos arsenais públicos e
a Fábrica Colt em 1854.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
25
Descolamento Tecnológico
James Nasmyth, inventor do martelo a vapor: “O
Governo Estadunidense, embora tenha um exército
relativamente pequeno, estabeleceu em Springfield
uma fábrica de armas leves onde, através do uso de
máquinas-ferramentas de grande precisão na
execução dos detalhes de mosquetes e rifles,
conseguiu dispensar com o uso de mão-de-obra, e
produzir quantidades ilimitadas de armas”
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
26
Após 1850: Empresas de Transição e
Processo de Spin-Off
Pratt e Whitney, Robbins e Lawrence, Remington e a
Fábrica Colt: armas, rifles, canhões, e, a partir dos
anos 1860, máquinas de costurar, máquinas de
digitar.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
27
Empresas de Transição e Processo de
Spin-Off
Empresas do “complexo” diversificam para bens
duráveis (máquinas de costurar, de digitar) em torno
de 1855.
Fatores-chave no spin-off: escala de produção e
capacidade técnica/ educacional.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
28
O SPM e a Indústria Não-Armamentista:
Máquinas de Costurar
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
29
Próxima Etapa na Evolução do SPM:
Bicicletas
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
30
O SPM e a Indústria Automobilística
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
31
O SPM e a Indústria Automobilística
“As primeiras empresas automobilísticas eram
altamente dependentes das fábricas, instalações,
mão-de-obra qualificada e liderança tecnológica e
empresarial da indústria de bicicletas”
(Rosenberg, 1963).
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
32
Evolução das Máquinas-Ferramentas do
SPM: 1815-1880
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
33
Evolução das Máquinas-Ferramentas do
SPM: 1890-1910
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
34
Bibliografia
Ayres, R., “Barriers and breakthroughs: an ‘expanding frontiers’ model of
the technology-industry life cycle”, Technovation, 7, 1988, 87-115
Cesari, G.S., American Arms-Making Machine Tool Development, 17981855, University of Pennsylvania, tese de doutorament não-publicado,
University of Pennsylvania, 1970
Hounshell, D., From The American System to Mass Production, 1984
Roe Smith, M., Military Enterprise and Technological Change: Perspectives
on the American Experience, The MIT Press, 1987
Rosenberg, N. "Technological Change in the Machine Tool Industry”,
Journal of Economic History, Vol. 23, No. 4, dezembro de 1963, pp. 414443
Rosenbloom, D., “Anglo-American Differences in Small Arms
Manufacturing”, Journal of Interdisciplinary History, Spring 1993, p. 687
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
35
A “Revolução Gerencial” do Século 19:
Ferrovias e a Administração Moderna
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
36
Alfred Chandler: As ferrovias e a
Administração Moderna
“The Railroads: Pioneers in Modern Corporate
Management”, The Business History Review, vol. 39,
no. 1, Special Transportation Issue, pp. 16-40, Spring,
1965
The Visible Hand: the managerial revolution in
American business, Harvard University Press, 1977
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
37
Alfred Chandler: As ferrovias e a
Administração Moderna
Inovações Gerenciais
Ferrovias
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
Ferrovias
Crescimento Econômico
38
Contribuições dos Gerentes Ferroviários
Intensificação dos fluxos de informação (contábeis,
de custo, lucro, operações) entre divisões diferentes.
Estabelecimento de hierarquias e canais de
comunicação claros (por escrito).
Divisão entre gerentes de atividade meio e fim (lineand-staff).
Autonomia de decisão para diversas divisões.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
39
Chandler: As ferrovias e a Administração
Moderna
Impacto dessas inovações nas empresas
“multidivisionais” do início século 20: Dupont, GE,
Westinghouse, Standard Oil.
- Carnegie, fundador da Carnegie Steel, iniciou sua carreira
nos anos 1850 na Ferrovia Pennsylvania.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
40
Andrew Carnegie: 1835-1919
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
41
Empresas-chave para Chandler
Baltimore & Ohio, Western,
Pennsylvania, New York & Erie, Michigan
Southern e Illinois Central.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
42
Influência do Departamento de Guerra
nas Ferrovias
Chandler não comenta a influência militar,
mas 4 dessas 6 ferrovias eram dirigidas por
engenheiros militares.
– Coincidência ?
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
43
Críticas à visão Chandleriana
Departamento de Guerra a maior “organização”
americana enfrentando grandes desafios em termos
organizacionais.
“Regulamentos Gerais para o Exército”: 1º manual
abrangente de administração nos EUA (1821).
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
44
Críticas à visão Chandleriana
Richard John (Business History Review):
“Embora Chandler tenha apontado
corretamente para a importância do princípio
de line-and-staff...ele subestimou a
inquestionável procedência militar dessa
inovação organizacional”.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
45
Críticas à visão Chandleriana: Charles
O’Connell
The United States Army and the Origins of Modern
Management, 1818-1860, Tese de Doutorado, The Ohio State
University, University Microfilms International, 1982.
“The Corps of Engineers and Modern Management, 18271856”, publicado em Military Enterprise and Technological
Change: Perspectives on the American Experience (Smith,
M.R., ed.), MIT Press, 1987
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
46
Dept. de Guerra: Tamanho e Extensão
Geográfica do “Negócio”
Fort Snelling (Minnesota) em 1840
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
47
Quais os vínculos entre as
ferrovias e o Dept. de Guerra?
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
48
Os Levantamentos: General Survery Act,
1824-1839
Extensão da Malha (km):
3025,19
Número de Ferrovias em Existência:
130
Média de Extensão por Ferrovia (km):
23,3
Ferrovias Planejadas por Levantadores do Exército:
60
Taxa de Participação Militar
Scenário 1*:
60%
Scenário 2**:
70%
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
49
Engenheiros Militares nas Ferrovias
Procedimentos contábeis usadas em Springfield as
mesmas usadas no Dept. de Guerra como um todo, e
os mesmos adotados por militares no seu trabalho
na B&O, na Western e na Pennsylvânia.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
50
Engenheiros Militares nas Ferrovias
B&O: William McNeil, Stephen Long, George Whistler.
Boston & Providence: McNeil, William Swift.
Western: Whistler, Swift.
Pennsylvania: Herman Haupt
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
51
Chandler e a Ferrovia Western
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
52
Engenheiros Militares nas Ferrovias
De acordo com Gamst (1997), a 1ª Ferrovia
americana com regras operacionais escritas foi a
Boston and Providence (1839).
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
53
Gamst: Early American Railroads (1997)
A Ferrovia como “derivada cultural” do
Exército.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
54
3 Ondas de Influência das Insts. Militares
nas Ferrovias
1) Ferrovias inglesas dos 1820 e 1830 copiaram manuais do
exército para regulamento de contabilidade, funções dos
empregados (chamados “oficiais”);
2) Ferrovias americanas dos anos 1830 e 1840;
3) Durante e após Guerra de Secessão (1861-1865). Oficiais do
Exército administraram diretamente as ferrovias.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
55
Chandler e as Inovações Gerenciais no Arsenal
de Springfield
Chandler (1977): “O gerenciamento fabril
moderno...teve suas origens nos EUA no Arsenal de
Sprngfield”.
De acordo com Chandler, mecânicos e maquinistas
dos arsenais públicos e privados foram agentes de
transferência “tecnológica”
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
56
Críticas à visão Chandleriana
Engenheiros militares: agentes de
transferência de “tecnologia administrativa”
às primeiras ferrovias.
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
57
Relevância ao caso Brasileiro?
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
58
Muito Obrigado!
Prof. Dr. Nicholas Miller Trebat
59

Documentos relacionados