II Os gRAndEs dEsAfIOs glObAIs PARA A PAz E EsTAbIlIdAdE ThE
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II Os gRAndEs dEsAfIOs glObAIs PARA A PAz E EsTAbIlIdAdE ThE
opinião opinion Carlos Lopes • Secretario Executivo da Comissão Económica da ONU para África Executive Secretary of the UN Economic Commission for Africa BLOG: es-blog.uneca.org/ES-Blog/es-blog/index PARTE Part II Os grandes desafios globais para a paz e estabilidade The major global challenges to peace and stability O desafio das estratégias de branding do continente The challenge of branding strategies on the continent Apesar da relativa estabilidade em quase todo o continente, esta tendência não tem ajudado à dissolução da enraizada percepção negativa sobre África. Note-se que, apesar de cientes dos conflitos individualizados na Ásia, tendemos a olhar para eles isoladamente; no caso das Filipinas, é conhecida a insurreição em Mindanau, bem como a de Achém na Indonésia, a par do conflito na província de Sabá na Malásia, para não mencionar as querelas de fronteira entre a Tailândia e o Cambodja, entre outras. Até a Índia, potência emergente, se encontra neste momento a braços com a insurreição Naxalita e com as questões de Caxemira, enquanto a Coreia do Sul assenta na fronteira de um estado irmão beligerante. Os Rohingya, no Mianmar, são um dos vários grupos discriminados, num país submerso em guerra com as minorias e no entanto, apesar da natureza generalizada destes conflitos, esta região não é vista como instável, mas antes como uma região que contribui de forma dinâmica para o crescimento global. Despite relative stability across much of the continent, it hasn’t helped eradicate the feeling of deeprooted negativity that many people generally have about Africa. Despite being aware of individual conflicts in Asia, we tend to look at them separately; in the case of the Philippines we know of the insurgencies in Mindanao as well as those in Aceh in Indonesia, along with the conflict in the Sheba province of Malaysia, not to mention the border disputes between Thailand and Cambodia, among others. Even India, an emerging power, is currently grappling with the Naxalite insurgency and the on-going Kashmir situation, while South Korea is bordered by its belligerent brother. The Rohingya are one of several groups discriminated against in Myanmar, a country constantly at war with minorities and yet, despite the widespread nature of these conflicts, this region is not seen as unstable but one that makes a dynamic contribution to global growth. É verdade que em África encontramos conflitos complicados como os da região dos Grandes Lagos e Somália, mas cremos também que sejam o remanescente de uma realidade que está a mudar. Por outras palavras: apesar da tendência decrescente dos conflitos em África, num volume comparável ao da Ásia, a percepção global de várias mundividências é a de uma África assolada pela crise e a de um lugar de risco para o investimento. Este factor deve-se em grande parte ao facto de a natureza dos conflitos em África e respectiva exposição mundial atrair uma percepção diferente. Este e outros elementos dificultaram ainda mais as possibilidades de se atrair investimento estrangeiro e de se mobilizarem níveis adequados e sustentáveis de recursos internos, dando a sensação de que África só atrai especuladores. As vulnerabilidades dos Estados africanos e o aumento dos fluxos ilícitos estão a incrementar os incentivos a actividades criminosas. Factores internos e externos Nem todos os conflitos são exclusivamente motivados por imperativos económicos. Nalguns países, os conflitos têm sido alimentados pela exclusão política O desenvolvimento de visões e estratégias de longo-prazo promoverão uma melhor gestão dos recursos e uma diminuição da corrupção e serão bem‑sucedidas quando provirem coesão social e respeito pela diversidade Better foresight and effective long-term strategies will lead to the improved management of resources and help curb corruption, proving more successful if brought about through social cohesion and respect for diversity 44 áfrica today nº118 dezembro Ano 2014 It’s true that in Africa we find complicated conflicts such as those in the region of the Great Lakes and Somalia, but I also believe that they are the remnants of a situation that’s in transition. In other words, despite the downward trend in conflicts in Africa, an amount comparable to Asia, the overall perception of Africa around the world is of a place ravaged by crisis and a risky place to invest. This is largely because of the nature of the conflicts in Africa and the fact that their global exposure attracts a different kind of perception. This and other aspects have made it even more difficult to attract foreign investment and to attain adequate and sustainable levels of domestic resources, giving the impression that Africa only attracts speculators. The vulnerability of African countries and the increase in illicit earnings are increasing incentives for criminal activities. Internal and external factors Not all conflicts are motivated solely by economic gain. In some countries, wars have been fuelled by political or social exclusion. The genocide in Rwanda, for example, was driven by the alienation and opinião opinion ou social. O genocídio no Ruanda, por exemplo, foi fomentado pela alienação e exclusão dos Tutsi ao longo de décadas; no Uganda, a rebelião do Exército de Resistência de Lord Kony foi acicatado por um sentimento de retaliação étnica; o surgimento do SPLM/A, em 1983, foi uma consequência da marginalização do Sudão do Sul. A visibilidade de alguns conflitos deve-se a uma combinação de factores – o conflito na Somália, por exemplo, foi causado pela combinação de disputas internas de poder com o stress económico provocado pelas pilhagens costeiras; o conflito na República Democrática do Congo envolveu sete nações vizinhas numa luta por influência e questões geoestratégicas. No norte de África, a deposição dos governos na Tunísia, no Egipto e na Líbia (factor que precipitou, por sua vez, outros conflitos no mundo árabe) demonstra claramente o efeito cascata da inquietação social, avolumado pelas frustrações dos jovens – a falta de oportunidades de emprego pode minar a coesão social e a estabilidade política. As causas do conflito podem constituir um misto complexo de questões que afectam diferentes agentes. A galvanização de pontos de tensão contribui para o reforço do conflito, enquanto o financiamento das partes beligerantes se torna atractiva para muitos, na lógica de que a disputa traz ganhos económicos. Fluxos económicos ilícitos e uma capacidade estatal débil são simbióticos, tendendo a reforçar-se mutuamente. Os cartéis transnacionais que operam como redes de guerras constituem uma ameaça à soberania do Estado. Se no México, as redes criminosas têm influenciado a mudança a nível local e transnacional, impondo uma reconfiguração das estruturas de poder, no Mianmar, Afeganistão e Colômbia os enclaves têm vindo a proliferar. Estas redes operam em cadeias de valor global de natureza criminosa e as suas motivações são de carácter internacional, no que toca ao âmbito e necessidade. O combate ao crime organizado transfronteiriço requer uma resposta continental e internacional de vários países africanos, vítimas de actividades criminosas transnacionais como a Guiné-Bissau e o Mali, que não dispõem de meios adequados de combate às actividades ilícitas. Tal traduz a necessidade de mobilização da atenção colectiva para mecanismos de auxílio ao reforço de estratégias e mecanismos de segurança nacional e regional. A inflação das moedas nacionais causada pelo influxo de droga ilegal, do contrabando ou da subfacturação de produtos importados estimula o aceleramento de determinados sectores económicos, como o da construção civil ou o do sector imobiliário. A sobrevalorização das moedas locais tem outros efeitos económicos devasta- exclusion of the Tutsi people for decades, while in Uganda the rebellion of the Lord’s Resistance Army was sparked by a sense of ethnic retaliation. Likewise, the emergence of the SPLM/A in 1983 was a consequence of the marginalisation of South Sudan. A inflação das moedas nacionais causada pelo influxo de droga ilegal, do contrabando ou da subfacturação de produtos importados estimula o aceleramento de determinados sectores económicos The visibility of some conflicts is due to a combination of factors. The military action in Somalia, for example, was caused by a combination of internal power struggles and the economic stress caused by coastal looting, and the conflict in the Democratic Republic of Congo involved seven neighbouring countries fighting over power and geo-strategic issues. In North Africa, the deposition of governments in Tunisia, Egypt and Libya (which in turn triggered other conflicts in the Arab world) clearly demonstrates the ripple effect of social unrest swelled by the frustrations of young people. A lack of employment opportunities can undermine social cohesion and political stability. The causes of a conflict can be a complex mixture of issues affecting the various parties concerned. Galvanizing the stress points worsens the conflict as the financing of warring factions seems an attractive proposition to many based on the logic that the dispute promises economic gains. The black economy and a country’s weakened capacity are symbiotic and mutually beneficial. The cross bordering cartels that operate as warlords pose a threat to state sovereignty. While the criminal networks in Mexico have inf luenced change on a local and national scale by causing the restructuring of the country’s power-base, those in Myanmar, Afghanistan and Colombia have been proliferating. These networks operate in global business chains of a criminal nature and their interests are on an international scale with regard to their aims and requirements. The fight against organised cross-border crime requires a continental and international response by several African countries, including the victims of international crime such as Guinea-Bissau and Mali which do not have any adequate means to combat such illegal activities. This signifies the need for a collective strategy to aid and strengthen mechanisms for better regional and national security. The inflation of the national currency caused by the influx of illegal drugs, smuggling or under-invoicing of imported products stimulates the acceleration of certain economic The inflation of the national currency caused by the segments influx of illegal drugs, smuggling or under-invoicing of imported products stimulates the acceleration of certain economic segments, such as the construction or real estate sectors. The overvaluation of local currencies has other devastating economic effects such as discouraging the production of legalized exports 45 Africa today nº118 dECembER YEAR 2014 opinião opinion dores, como o desencorajamento da produção de exportações legalizadas por tornarem as importações mais baratas, obrigando os produtores locais a competir com importações de baixo custo. Os fluxos ilícitos podem surtir os mesmos efeitos da chamada “doença holandesa”. Na realidade, a riqueza dos recursos naturais associa-se, amiúde, à actividade criminosa, reforçando as consequências negativas de uma “doença à holandesa”, impeditiva da verdadeira transformação económica e das políticas sociais de inclusão. Os gangues, agentes terroristas e criminosos preferem um ambiente que lhes permita movimentar activos financeiros para ocultar a sua riqueza. As operações de lavagem de dinheiro por parte de grupos do crime organizado colocam uma ameaça séria e crescente à paz e segurança. Os resgates obtidos pelos piratas somalis estão a ser declaradamente branqueados através da exportação de khat [planta nativa de áreas tropicais da África Oriental com propriedades estimulantes], ou de negócios imobiliários nas metrópoles vizinhas. O tráfico trans-sariano de armas de fogo para os grupos rebeldes tem estado alegadamente intercalado com outros tipos de tráfico, nomeadamente de droga e humano, que culmina, por sua vez, em moradias luxuosas e em actividades quase legais, e o comércio ilegal de marfim cresceu astronomicamente em muitos lugares da África. De facto, os países africanos são propensos a cadeias de fornecimento criminosas geradoras de conflito – a título de exemplo, segundo a UNODC, cerca de um total de 1.25 biliões de dólares em cocaína é traficado da América do Sul para a África Ocidental e desta para a Europa, e uma resposta política a estas ameaças é muito complexa. A West Africa Commission on Drugs, liderada pelo antigo Presidente Obasanjo tem-se ocupado em destrinçar a complexidade destas operações. Má governação económica A recente subida dos preços dos produtos em África tem constituído a maior fonte de receita pública, contribuindo para o crescimento económico. A situação ideal seria a de que a riqueza dos recursos naturais levasse ao empoderamento das economias do continente e determinasse a qualidade, o ritmo e o alcance das respectivas transformações. Os recursos naturais têm sido uma das maiores forças motrizes por detrás das fortunas económicas do nosso continente mas têm também contribuído para alguns dos seus mais violentos conflitos. O maior número de fluxos ilícitos de capitais registou-se nos países africanos mais ricos em recursos naturais, em particular, petróleo, metais preciosos e minerais. As políticas e enquadramento legal para o to make imported goods cheaper, which in turn forces local producers to compete with low-cost imports. Black markets can have the same effect as ‘Dutch disease’. In fact, the wealth of natural resources is often associated with criminal activity, reinforcing the negative consequences of ‘Dutch disease’, thus impeding true economic transformation and social inclusion policies. Gangs, terrorists and criminals prefer an environment that allows them to freely move financial assets around in order to conceal their wealth. Money laundering by those involved in organized crime poses a serious and growing threat to peace and security. The ransoms obtained by Somali pirates are reportedly being laundered through the export of khat [a stimulant drug derived from a shrub native to East Africa] or through real estate in neighbouring cities. The transSaharan trafficking of firearms to rebel groups has allegedly been interspersed with other types of crime, including drug and human trafficking, culminating in the construction of luxury villas and an increase in quasi-legal activities, while the illegal trade in ivory has grown astronomically in many parts of Africa. In fact, African countries are prone to generating criminal supply chains in areas of conflict; for example, according to the UNODC, about US$25.1 billion dollars in cocaine is trafficked from South America to West Africa and then on to Europe. The political response to these threats is very complex. The West African Commission on Drugs, led by former president Obasanjo, has been busy disentangling the complexity of these activities. Poor economic control The recent price rise of products in Africa has been the largest source of state revenue, contributing to economic growth. The ideal situation would be if the wealth of natural resources could lead to the empowerment of African economies and determine the quality, pace and scope of their transformation. Natural resources have been a major driving force behind the economic fortunes of our continent but have also contributed to some of its most violent conflicts. The largest amounts of illegal earnings were registered in the African countries richest in natural resources, particularly oil, precious metals and minerals. The legal and political frameworks for the mineral sector have traditionally been designed to attract investment and increase resources targeted for profit or to bridge expenses that lack a particular strategy rather than encouraging any type of transformation. Moreover, the profit margin from natural resources has often 46 áfrica today nº118 dezembro Ano 2014 opinião opinion sector mineral têm sido tradicionalmente concebidos para atrair o investimento e aumentar os recursos orientados para o lucro ou para colmatar despesas que carecem de qualquer estratégia, ao invés de encorajarem a transformação. Mais se acrescenta que a margem de lucro proveniente dos recursos naturais tem vindo a limitar-se frequentemente a concessões onerosas numa corrida inexorável para o investimento mineiro, bem como a assimetrias na informação que têm vindo a caracterizar o sector mineiro. A referida margem de lucro nem sequer tem coberto as fugas aos impostos advenientes dos valores das transferências e da subvalorização das transacções comerciais. Estima-se que, entre 1970 e 2008, os fluxos financeiros ilícitos ligados à subvalorização referida tenham custado ao continente 854 biliões de dólares. Os recursos perdidos do continente africano constituem indicação clara de que agora, mais do que nunca, os governos precisam de reforçar e implementar princípios e processos uniformes que reduzam a quantidade de fugas decorrentes dos fluxos financeiros ilícitos, além de uma melhor negociação! Para os recém-chegados, a criação de unidades de inteligência financeira que reduzam, investiguem e repatriem os fluxos ilícitos será determinante para se assegurar que os recursos perdidos sejam rastreados e eventualmente devolvidos às respectivas fontes. A implementação das directrizes da Extractive Industries Transparency International (EITI) assegurará a transparência das negociações entre as companhias da indústria extractiva e os governos. Se enquadramentos do tipo processo Kimberley argumentam que o tráfico de diamantes não é ilegal, por outro lado, iniciativas como a “publish what you pay” reforçam uma maior transparência na indústria. O síndrome dos “diamantes de sangue” persiste e o que sucede com o coltan e a desflorestação não é diferente. been constrained by costly concessions in a relentless race to invest in the mining industry, likewise a general lack of symmetry in information has also come to characterize this sector. The profit margin doesn’t even cover the cost of tracking the amounts of tax transfers and undervalued trading. It is estimated that between 1970 and 2008, the illicit cashflow of under-valued trading cost the continent 854 billion dollars. A situação ideal seria a de que a riqueza dos recursos naturais levasse ao empoderamento das economias do continente The ideal situation would be if the wealth of natural resources could lead to the empowerment of African economies The lost resources of the African continent is a clear indication that now, more than ever, governments need to strengthen and implement a set of joint principles and processes aimed to reduce the amount of leakage resulting from illicit cashf low and create a better trading environment! For newcomers, the creation of financial intelligence units that reduce, investigate and repatriate illicit earnings will be crucial to ensuring that lost resources are tracked and eventually returned to their respective places. The implementation of the Extractive Industries Transparency International guidelines (EITI) ensure transparency of agreements between governments and mining companies. If frameworks like the Kimberley Process argue that diamond trafficking isn’t illegal, then initiatives such as the ‘publish what you pay’ policy will create more transparency throughout the industry. The ‘blood diamonds’ syndrome still persists and what happens to coltan and deforestation is no different. Despite the slow global recovery, African countries continue to report impressive economic growth, albeit unsteady. This growth could have been higher if those large amounts of illicit earnings had been invested in the continent. If the abundance of natural resources is considered as a ‘golden route’ towards the reduction of poverty and economic growth, then the business environment of many African countries provides a solid platform for local and multinational companies to Apesar da lenta recuperação global, os países africanos continuam a registar um crescimento económico impressionante, embora desigual. Este crescimento 47 Africa today nº118 dECembER YEAR 2014 opinião opinion poderia ter sido maior se as elevadas quantias dos fluxos financeiros ilícitos tivessem sido investidas no continente. Se a abundância dos recursos naturais é considerada como a “avenida dourada” para a redução da pobreza e para o crescimento económico, o ambiente comercial de vários países africanos tem proporcionado o cenário para que companhias locais e multinacionais transfiram fundos para paraísos fiscais, com pouca ou nenhuma repercussão. Quando os lucros que deveriam ser pagos aos governos são ilicitamente desviados para outros locais, os programas de protecção social e previdência sofrem as consequências. O desemprego e a falta de oportunidades levam a que os jovens afectados procurem formas alternativas de sobrevivência que incluem actividades criminosas. Uma melhor governação e liderança são elementos vitais na luta contra estas importantes descobertas. Precisamos de avaliar o nosso sistema governativo, para se discernir sobre se estaremos ou não preparados para prover estabilidade e para, ao mesmo tempo, sermos suficientemente flexíveis na resolução de várias questões ligadas aos fluxos financeiros ilícitos. Curiosamente, a promoção de um estado desenvolvido traz necessidades e desafios no alcance dos acima referidos objectivos, mas tem também o potencial de limitar o dissenso se formas adequadas de inclusão não forem tidas em conta, a exemplo da Ásia. É importante que num estado desenvolvido os fluxos financeiros ilícitos sejam combatidos e que a legislação seja reforçada, mas é também necessária uma abordagem mais eficaz sobre as origens dos referidos fluxos. O desenvolvimento de visões e estratégias de longo-prazo promoverão uma melhor gestão dos recursos e uma diminuição da corrupção e serão bem-sucedidas quando provirem coesão social e respeito pela diversidade. No entanto, esforços isolados a nível nacional não serão suficientes – tendo em conta as características do conflito e dos fluxos ilícitos de capitais, é premente que se cuide da paz e segurança nos países vizinhos. Um pacto de segurança regional holístico poderia unir os países africanos em torno dos seus interesses comuns no que toca à segurança e ao desenvolvimento, e tal pacto incluiria ou excluiria os agentes que respondessem, ou não, a imperativos colectivos. transfer monies to tax havens with little or no impact. When profits that should be paid to governments are unlawfully diverted to other places, then social protection and welfare programmes suffer as a consequence. Unemployment and a general lack of opportunities cause the young people affected to seek alternative ways to survive, and that includes criminal activities. Precisamos de avaliar o nosso sistema governativo, para se discernir sobre se estaremos ou não preparados para prover estabilidade We need to evaluate our governing system to discern whether or not we are prepared to provide a higher level of stability Better governmental control and leadership are vital elements in the fight against such important disclosures. We need to evaluate our governing system to discern whether or not we are prepared to provide a higher level of stability while at the same time be flexible enough to resolve all the issues related to illicit financial gains. Interestingly, the promotion of a developed state brings with it certain requirements and challenges in order to meet these objectives, but it can restrict opinion if appropriate forms of inclusion are not taken into account, like in Asia for example. In a developed state, it’s important that such illicit cashflow is controlled and legislation strengthened, but a more effective approach to the origins of these earnings is also required. Better foresight and effective long-term strategies will lead to the improved management of resources and help curb corruption, proving more successful if brought about through social cohesion and respect for diversity. However, isolated efforts on a national scale simply won’t be enough taking into account the characteristics of military engagements and unlawful financial activities, which means that it is urgent to help bring peace and security to neighbouring countries. A more holistic approach to regional security could bring African countries with common interests closer together regarding security and development and such a united front would include or exclude other parties and force them to be accountable, or not. An African agenda created and implemented by Africans and reflecting the principle of African solutions to African problems is a good start. Africa is and always will be fully committed to its security, a framework put in place to silence the weapons of war by 2020. It’s time to act! Uma agenda africana, concebida e implementada pelos africanos, que traduza o princípio de soluções africanas para problemas africanos é um bom começo. África já se comprometeu seriamente com a sua segurança, estrutura para atingir o objectivo do silêncio das armas em 2020. A segunda parte deste texto é baseada no discurso pronunciado no Tana Forum, em Bahir Dar, Etiópia, a 26 de Abril de 2014, e não reflecte visões oficiais da ONU ou da UNECA, devendo as opiniões nele reflectidas serem tratadas como a visão pessoal do seu autor. The second part of this article is based on the Tana Forum debate in Bahir Dar, Ethiopia, on the 26th of April, 2014, and does not in any way reflect the official views of the UN or UNECA. The opinions expressed should be treated as the author’s personal view. É altura de agir! 48 áfrica today nº118 dezembro Ano 2014