2 - Tudo sobre Pleonasmo
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2 - Tudo sobre Pleonasmo
Pleonasmo A palavra “Pleonasmo” tem sua origem no Grego e significa superabundância. Chama-se de pleonasmo o uso de expressões e palavras redundantes (em que há redundância; que transborda; excessivo, supérfluo). Há dois tipos de pleonasmo: o pleonasmo de vício de linguagem e o pleonasmo de figura de linguagem. O pleonasmo vicioso consiste na repetição desnecessária de um termo ou ideia. Geralmente acontece porque, ao longo do tempo, houve um grande esquecimento do significado de expressões e palavras. Esse tipo de Pleonasmo também é conhecido como “Perissologia” (vício de linguagem que consiste na repetição desnecessária, por palavras diferentes, de um determinado pensamento). Seguem alguns exemplos de pleonasmo vicioso: Certeza absoluta Duas metades Acabamento final Elo de ligação Amanhecer do dia Gritar alto Há dez anos atrás Sonhar um sonho Bela caligrafia Produzir produtos Produzir bons produtos Produzir maus produtos Segredo secreto Planos para o futuro Projetos para o futuro Monocultura exclusiva Estrelas do céu Minha autobiografia Conviver juntos Habitat natural Prever de antemão Exultar de alegria – Exultar (experimentar e exprimir grande alegria, grande júbilo) Decapitar a cabeça Erário público – Erário (conjunto dos recursos financeiros públicos; os dinheiros e bens do Estado; tesouro, fazenda) Prefeitura municipal Vereador municipal Prefeito municipal Governador do Estado Enfrentar de frente Repetir de novo Encarar cara a cara Unanimidade de todos Opinião pessoal Opinião individual Consenso geral Ilha fluvial do Rio Guaíba Plebiscito popular Hemorragia de sangue Descer para baixo Subir para cima Sair para fora Entrar para dentro O pleonasmo como figura de linguagem é um recurso de estilo utilizado para emprestar as frases adornos de força, colorido, beleza e intensidade. Nesse caso o pleonasmo é uma figura de sintaxe ou de construção, empregado com a função de realçar a ideia, tornando-a mais expressiva, mais elegante. Por isso é também chamado de pleonasmo de reforço ou pleonasmo estilístico. Vejamos alguns exemplos: Minha felicidade, eu a conquistei. A mim, me parece certa a observação que ele fez. Nesses dois exemplos, temos o emprego do objeto pleonástico. No primeiro houve a repetição do objeto direto minha felicidade, ao usar-se outro objeto direto: o pronome “a” (que se refere a minha felicidade). Na segunda houve a repetição do objeto indireto “mim”, ao empregar-se outro objeto indireto “me”. Os pronomes demonstrativos esse e isso são pleonásticos, sempre que reforçam quem, aquele que e o que. Exemplos: Quem insistia em ficar na rua, esse estava sujeito a ser assaltado. O que tu fizeste isso me importa. Para alguns gramáticos, os pleonasmos: arrumar arrumadinho, fazer bem feitinho, limpar bem limpinho e expressões do tipo, são aceitáveis. O pleonasmo de palavras e idéias é também conhecido com pleonasmo semântico e o pleonasmo como figura de linguagem é chamado de pleonasmo sintático e/ou literário. No caso do pleonasmo literário, o autor teve a intenção de dar uma carga maior de sentido, chocar, enfeitar etc, o sentido. O pleonasmo literário é muito utilizado em textos poéticos e letras de música, seguem alguns exemplos: "Iam vinte anos desde aquele dia Quando com os olhos eu quis ver de perto Quanto em visão com os da saudade via.” (Alberto de Oliveira) "Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçalves Dias) "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa) "O cadáver de um defunto morto que já faleceu” (Roberto Gómez Bolaños) "E rir meu riso" (Vinícius de Moraes) "Eu corro na correria." (Allan Trindade) "Vamos fugir para outro lugar” (Gilberto Gil) "De jeito maneira, não quero dinheiro" (Tim Maia) Qualquer substantivo coletivo específico é um pleonasmo Ex: Cardume de peixe, Enxame de abelha, Multidão de pessoas. O correto seria cardume (substantivo coletivo de peixes), enxame (substantivo coletivo de abelhas, multidão (substantivo coletivo de pessoas). Observação importante: É inadmissível o emprego do possessivo, como quando se faz referência a partes do corpo humano. Ex.: "Vou lavar os pés, as mãos." E não: Vou lavar meus pés, minhas mãos. "Vou escovar os dentes." E não: Vou escovar meus dentes. Por Professor Marcelo Sanches Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa
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