Mestres Latino-Americanos da coleção Femsa no Museu Oscar

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Mestres Latino-Americanos da coleção Femsa no Museu Oscar
Agência Estadual de Notícias -
Mestres Latino-Americanos da coleção Femsa no Museu Oscar Niemeyer
Cultura
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Postado em:26/06/2009 10:40
Seleção de 41 trabalhos destaca obras de artistas do México, Argentina, Uruguai, Venezuela, Brasil,
Chile, Colômbia, Cuba, Equador e Nicarágua
O Museu Oscar Niemeyer abre na próxima terça-feira (30), às 19h, a mostra Latitudes: Mestres
Latino-Americanos na Coleção Femsa. Pela primeira vez no Brasil, sendo Curitiba a terceira e última
capital do roteiro, a coleção procedente do México exibe obras de mestres latino-americanos do
século 20. Na seleção de 41 trabalhos, a curadora Rosa Maria Rodriguez Garza deu maior
destaque às obras de artistas mexicanos referenciais. O restante é proveniente de Argentina,
Uruguai, Venezuela, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador e Nicarágua. A exposição está sendo
realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura e o apoio do Governo do Paraná e da
Caixa. As pinturas mexicanas são assinadas por Agustin Lazo, Alfonso Michel, Alfredo Martínez,
Ángel Zárraga, Carlos Mérida, Carlos Orozco Romero, Cordelia Urueta, David Siqueiros, Diego
Rivera, Frida Kahlo, Geraldo Murillo, Guillermo Meza, José Orozco, Leonora Carrington, Manuel
Lozano, Olga Costa, Pedro Coronel, Roberto Montenegro, Rufino Tamayo e Remédios Varo,
espanhola exilada no México, onde desenvolveu grande parte de sua obra. Antonio Berni, Alfredo
Hlito, Cesar Paternoso, Leonor Fini, Luis Tomasello e Rómulo Maccio representam a Argentina. Do
Uruguai há obras de Francisco Matto, Joaquim Torres Garcia, José Gamarra, José Gurvich e Pedro
Figari. Da Venezuela estão Armando Reverón, Jacobo Borges e Jesús Soto. O Brasil é
representado por Iberê Camargo e Arcângelo Ianelli, ao lado do chileno Roberto Matta, do
colombiano Fernando Botero, do cubano Wifredo Lam, do equatoriano Oswaldo Guayasamin e do
nicaragüense Armando Morales Iniciada em 1977, a coleção do Grupo Femsa é reconhecida como
uma das mais importantes coleções privadas de arte latina. O acervo da empresa mexicana possui
mais de mil obras de diferentes manifestações artísticas, que constituem um panorama da arte
moderna e contemporânea dos países latinos. Para traçar esse panorama nesta seleção, a mostra
foi organizada a partir de cinco núcleos temáticos: Influência do Cubismo nos pintores da América
Latina, O retrato e a paisagem como testemunhas da identidade, A contribuição estética da América
Latina para a arte universal, Incorporação do Surrealismo na plástica latino-americana e Abstração e
Informalismos.
Estéticas Históricas O historiador, crítico de arte e curador americano
Luiz-Martín Lozano diz que a revolução visual introduzida pelo Cubismo foi “uma conjuntura
excepcional que permitiu a livre participação de pintores e escultores de diversos meridianos”, com
uma ativa participação na efervescência estética das vanguardas do início do século 20, a exemplo
de Picasso e Braque em Paris. Na América Latina ele cita como expoentes e teóricos do Cubismo,
particularmente, Diego Rivera, um grande “inovador na exploração da cor” e Ángel Zárraga, na
prática de um cubismo lírico. Na análise do segundo tema, Lozano diz que o conhecimento, a
assimilação e a prática das vanguardas européias permitiram que os artistas, não só latinos,
desenvolvessem uma “nova consciência sobre os usos e alcances sociais da arte”, com o
surgimento de identidades locais. “Ainda em gêneros tão tradicionais da arte, como são o retrato e a
paisagem, podemos apreciar como os pintores descobriram uma forma diferente para expressar
suas realidades latino-americanas”. O historiador enfatiza que “o Muralismo Mexicano é, sem
dúvida alguma, a maior contribuição historiográfica da arte latino-americana ao contexto da arte
http://www.historico.aen.pr.gov.br
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universal”, conteúdo que é foco do terceiro tema. Para ele, os murais de Diego Rivera, José
Clemente Orozco e Siqueiros, entre outros pintores mexicanos, não só foi uma “aposta visual de
uma nova modernidade narrativa e pública”, como antes “buscaram ser revolucionários, no que diz
respeito ao questionamento da ordem estabelecida pelas oligarquias políticas na América Latina e
os conservadorismos de classe da burguesia americana”. A monumentalidade foi um dos vários
recursos formais utilizados pelos muralistas para mostrar a eloquência de suas ideologias
combativas. Lozano destaca as duas pinturas de grande formato de Orozco e Siqueiros, incluídas
na mostra. Por outro lado, a influência do surrealismo é “clara” em algumas obras de artistas
latinos. “Além de colocar em evidência que os artistas procuraram ir além da objetividade que
encontramos na realidade circundante, as estratégias visuais que cada um utilizou são diferentes e
em alguns casos diametralmente opostas.” Ele diz que Matta, Lam, Varo, Kahlo, Carrington e Fini,
participaram de forma direta do movimento em Paris, depois da primeira guerra mundial. Enquanto
que Lazo, Meza, Costa e Michel conheceram o surrealismo de modo indireto, através da literatura e
dos manifestos, ou pelas viagens e a influência de outros artistas. “Ainda que o Surrealismo fosse
originalmente uma postura estética plural e heterogênea, afastada dos nacionalismos, apareceram
traços culturais locais tanto no trabalho de Lam como no de Frida Kahlo, confrontando visualmente
as estéticas ocidentais”. O quinto e último segmento aborda as outras linguagens formais, como a
abstração e os informalismos – “um tipo de pintura não objetiva e carente de uma narrativa temática
–“, que também foram estratégias visuais férteis na história da arte moderna latino-americana. Para
Lozano, do mesmo contexto das vanguardas européias se desprendem os ideais do Universalismo
Construtivo de Torres Garcia, assimilado de maneira direta por outros pintores como Francisco
Matto, dando início à Escola do Sul. Garcia e Matto aperfeiçoaram uma proposta visual baseada no
estudo e divulgação dos simbolismos primitivos, “inspirados em culturas milenares”. “Sob
inspirações semelhantes deveríamos situar as inquietudes de Carlos Mérida, que se preocupou por
revalorizar os indigenismos americanos e aplicá-los em uma visão sistemática, baseada em uma
sorte de geometrismo de corte humanista e de forte influência pré-cortesiana, desde o início dos
anos trinta”. Serviço: Mestres Latino-Americanos na Coleção Femsa Parceria: Secretaria de Estado
da Cultura Visitação: de 01 de julho a 16 de agosto Museu Oscar Niemeyer Rua Marechal Hermes,
999 Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes Gratuito para
grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos,
maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.
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