LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS

Transcrição

LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS
FITOPATOLOGIA
LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA
E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS
ELIANE CRISTINA LOCALI 1, JULIANA FREITAS-ASTÚA 1,2
e MARCOS ANTÔNIO MACHADO 1
RESUMO
A leprose dos citros, desde seu primeiro relato no
Brasil, em 1933, segue sendo responsável por grandes danos à
produção de citros, principalmente de laranja-doce [Citrus
sinensis (L.) Osbeck], espécie mais suscetível à doença.
Caracterizada por lesões locais em frutos, folhas e ramos, é
causada pelo vírus da leprose dos citros (Citrus leprosis virus CiLV), e transmitida pelo ácaro Brevipalpus sp. O controle da
transmissão do vírus pelo ácaro tem sido feito com altos custos
de acaricidas e é a principal forma de controle da doença. Os
métodos de diagnóstico mais comumente utilizados eram
observação direta de sintomas ou exames de cortes ultrafinos
de tecidos das lesões por meio de microscópio eletrônico de
transmissão. Técnicas baseadas em análise e detecção de
seqüências do genoma viral foram desenvolvidas, sendo usadas para diagnóstico da doença, com resultados mais rápidos e
mais sensíveis.
Termos de indexação: vírus da leprose dos citros - CiLV,
Brevipalpus sp.
1
2
Centro APTA Citros Sylvio Moreira – IAC, Rod. Anhangüera, km 158, Caixa Postal 04, 13490-970
Cordeirópolis (SP).
EMBRAPA Milho e Sorgo.
ARTIGO TÉCNICO
54
ELIANE CRISTINA LOCALI et al.
SUMMARY
CITRUS LEPROSIS: BIOLOGY AND DIAGNOSIS
Citrus leprosis, since its first report in Brazil, in 1933,
has been responsible for severe damages in citrus production,
mainly in sweet orange (Citrus sinensis L. Osbeck), the most
susceptible species to the disease and represented in nearly 90%
of scion varieties cultivated in São Paulo State, Brazil. Characterized by local lesions in fruits, leaves and stems, the disease
is caused by Citrus leprosis virus - CiLV, transmitted by the
false spider mite vector Brevipalpus sp. during its feeding.
Millions of dollars are spent annually for the chemical control
of the mites; which makes acaricides the most economically
important pesticide used in citrus productions. The diagnosis
of citrus leprosis was traditionally done by symptoms evaluation, transmission by the mite vector or electron microscopy.
However, it was recently developed a molecular method to
detect the virus and diagnose the disease, which has shown to
be faster, more efficient, and reliable than others.
Index terms: Citrus leprosis virus (CiLV); Brevipalpus sp.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de citros, arrecadando cerca de
1,5 bilhão de dólares com exportação de suco concentrado e produtos afins
(ABECITRUS, 2004). O país, porém, enfrenta problemas com a qualidade e
sanidade da cultura, reduzindo significativamente a produção. Patógenos
transmitidos por vetores (insetos e ácaros) são especialmente difíceis de
serem controlados e, quando o são, a custos financeiros e ambientais extremamente elevados (GUIRADO, 2000). Provavelmente a leprose seja uma
das poucas doenças virais na qual o controle da sua transmissão pelo vetor
tem sido utilizado sistematicamente.
Causada pelo vírus da leprose dos citros (Citrus leprosis virus - CiLV)
e transmitida por espécies do ácaro Brevipalpus sp., a moléstia está presente
em, praticamente, todas as regiões produtoras de citros do País, especial-
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS
55
mente no Estado de São Paulo, onde é mais severa nas regiões norte e
noroeste, provavelmente associada ao clima e a períodos prolongados de
estiagem que favorecem o aumento populacional do ácaro (BASSANEZI et
al., 2002).
SALVA & MASSARI (1995) estimaram entre 40 e 60 milhões de
dólares por ano os prejuízos causados pela leprose à citricultura. Estudos
mais recentes sugerem que cerca de 90% dos dispêndios totais gastos anualmente com os defensivos utilizados na citricultura referem-se aos acaricidas,
sendo 80% destes para o controle específico do ácaro da leprose (NEVES et
al., 2002). Uma vez que as perdas causadas pela doença podem ser elevadas
e a enfermidade parece ter sua incidência aumentada nos últimos anos, pode-se supor que os prejuízos sejam ainda maiores que os relatados.
Além do elevado custo, o uso constante de acaricidas é responsável
por grande parte da contaminação do homem e do ambiente, bem como pelo
aumento de indicações de populações de ácaros resistentes a eles (ALVES,
1999; CAMPOS & OMOTTO, 2002). Outros métodos, como uso de defensivos naturais (GUIRADO, 2000) e redução de fontes de inóculo do vírus
nos pomares (RODRIGUES et al., 2001) têm sido propostos para o controle
da doença. Estratégias para o controle da leprose foram abordadas em
trabalhos recentes (OLIVEIRA et al., 1991; RODRIGUES et al., 2001;
RODRIGUES, 2002; DRAGONE et al., 2003).
Além de sua importância econômica no Brasil, a leprose dos citros
tem despertado interesse e preocupação em outros países produtores de citros,
principalmente pelo avanço da doença na América Central (Panamá, Costa
Rica e Guatemala) (GONZÁLES, 2000; DOMINGUEZ et al., 2001), podendo atingir novamente a América do Norte, onde foi relatada pela primeira
vez por FAWCETT (1911) na Flórida, causando severas perdas, mas que, de
alguma forma, não é mais encontrada lá, provavelmente em vista de tratos
culturais adequados (KNORR, 1968).
Antigas descrições sobre sua ocorrência na África e na Ásia não foram
confirmadas até o momento (COLARICCIO et al., 1995; MURAYAMA et
al., 1998).
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
56
ELIANE CRISTINA LOCALI et al.
2. SINTOMAS, TRANSMISSÃO E GAMA DE HOSPEDEIRAS
Os sintomas da leprose são caracterizados pelo aparecimento de lesões cloróticas e/ou necróticas, lisas ou salientes, circulares ou alongadas
quando próximas às nervuras foliares (LOCALI et al., 2003). Em geral, os
sintomas são visíveis a partir de 17 a 60 dias após a infecção do tecido vegetal, sempre nos locais onde o ácaro se alimenta (BASSANEZI et al., 2002).
Nas folhas, os sintomas freqüentemente aparentam discos arredondados com um ponto central castanho-escuro, com 2 ou 3 mm de diâmetro,
rodeados por um halo clorótico; folhas mais velhas apresentam, inicialmente, lesões cloróticas e lisas nas duas faces, que aumentam seu tamanho,
tornando-se marrom-avermelhadas, podendo ser lisas ou salientes e com ou
sem centro necrótico. Frutos verdes mostram lesões inicialmente amareladas, tornando-se escurecidas ou marrons rodeadas por um halo amarelado;
em estádio avançado de amadurecimento, ocorrem manchas escuras e deprimidas, podendo ser rodeadas por halo esverdeado (FREZZI, 1940;
BITANCOURT, 1955; ROSSETTI et al., 1969).
O número de lesões e a época de aparecimento dos sintomas podem
causar queda prematura de frutos e intensa desfolha na planta, reduzindo a
capacidade fotossintética de variedades suscetíveis. Nos ramos, as lesões
inicialmente são cloróticas e geralmente lisas. Com o tempo, tendem a apresentar-se de coloração castanha e tornam-se salientes e corticosas, levando
ao escamamento da casca. Ramos afetados pela doença apresentam redução
na produção de frutos e tornam-se sujeitos à instalação de parasitas secundários. Em casos extremos, os ramos podem secar completamente, levando à
morte das plantas jovens altamente suscetíveis (BASSANEZI et al., 2002;
LOCALI et al., 2003).
Variações nos sintomas, no entanto, podem ser observadas não apenas
em função da variedade infectada, mas, também, do estádio de desenvolvimento do órgão afetado, do ambiente (VERGANI, 1945; BITANCOURT,
1956) e do isolado do vírus (FREITAS-ASTÚA et al., dados não publicados).
Até o momento, todas as hospedeiras naturais conhecidas do CiLV são
do gênero Citrus. As laranjas-doces (C. sinensis) são consideradas as mais
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS
57
suscetíveis à leprose, enquanto limões (C. limon), limas verdadeiras (C.
aurantifolia) e tangerinas (C. reticulata), mais resistentes ou tolerantes
(BITANCOURT, 1955; ROESSING & SALIBE, 1967).
Recentes trabalhos têm demonstrado a possibilidade de plantas da
vegetação espontânea de pomares de citros, bem como cercas-vivas e
quebra-ventos servirem como hospedeiras alternativas do CiLV (ULIAN &
OLIVEIRA, 2001, 2002). No entanto, são necessárias maiores informações
acerca do papel dessas plantas como fonte de inóculo do vírus e sua possível
relevância na epidemiologia da doença.
Em condições naturais de campo, o vírus da leprose pode ser transmitido de planta a planta somente mediante o ácaro vetor que se alimenta em
planta infectada, adquirindo o vírus e transmitindo-o quando se alimenta em
planta sadia (MUSUMECCI & ROSSETTI, 1963).
Apesar de relatos sobre B. californicus e B. obovatus como vetores do
CiLV em outros países (FREZZI, 1940; VERGANI, 1945; KNORR,1968),
no Brasil, até o momento, só há confirmação da transmissão por B. phoenicis
(MUSUMECCI & ROSSETTI, 1963; ROSSETTI et al., 1969), espécie
polífaga, pertencente à família Tenuipalpidae, com cerca de 486 espécies de
plantas hospedeiras (CHILDERS & DERRICK, 2003). As fases do ciclo de
vida do B. phoenicis constituem-se de ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e
adulto (LAL, 1978). Esses ácaros se reproduzem por partenogênese telítoca,
originando fêmeas haplóides geneticamente similares (HELLE et al., 1980).
Machos raramente são encontrados (PIJNACKER et al., 1980, 1981).
Experimentos realizados por KNORR (1968) demonstraram a transmissão de leprose por inserção de porções de tecidos caulinares sintomáticos, para plantas jovens e sadias de citros, sem a presença de ácaros.
Confirmação de transmissão experimental de leprose foi também observada
por CHAGAS et al. (1983), pela enxertia de topo com ramos jovens de laranja ‘Pêra’ sintomática para mudas de laranja “Caipira”.
Além das transmissões obtidas a partir de implantação de tecido vegetal contaminado, COLARICCIO et al. (1995) lograram transmitir o vírus da
leprose mecanicamente para plantas previamente sadias de citros e hospe-
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
58
ELIANE CRISTINA LOCALI et al.
deiras herbáceas, como Chenopodium album, C. amaranticolor, C. foliosum,
C. murale, C. polyspermum, C. quinoa e Gomphrena globosa. Deve-se ressaltar, no entanto, que não foi possível a transmissão do CiLV de volta de
plantas herbáceas para citros (COLARICCIO et al. 1995).
2.1. O vírus da leprose dos citros
As primeiras considerações sobre o agente etiológico da leprose dos
citros surgiram juntamente com os primeiros relatos da doença por FAWCETT
(1911), que a atribuiu à ação de fungos. VERGANI (1945), no entanto, propôs que a moléstia era causada por uma toxina expelida pela saliva do ácaro
no momento da alimentação. Essa hipótese foi sustentada durante vários anos,
até o surgimento da primeira evidência da etiologia viral da leprose mediante
sua transmissão por enxertia (KNORR, 1968).
As primeiras partículas virais associadas à leprose foram encontradas
por KITAJIMA et al. (1972), em observação ao microscópio eletrônico de
transmissão de cortes ultrafinos de lesões de folhas de laranja-doce. Tais
partículas eram do tipo baciliforme, não envelopadas, semelhantes a
rhabdovírus, medindo 100-110 nm de comprimento e 40-50 nm de largura,
associadas a viroplasmas no núcleo da célula (KITAJIMA et al., 1972).
Partículas baciliformes de 120-130 nm de comprimento e 50-55 nm de largura e associadas ao lúmen do retículo endoplasmático, no citoplasma de
células do parênquima, também foram relatadas por COLARICCIO et al.
(1995). DOMINGUEZ et al. (2001) detectaram dois tipos de partículas no
núcleo do citoplasma de células infectadas, sugerindo a existência de duas
formas distintas de vírus, provavelmente transmitidas pelo mesmo ácaro.
O tipo prevalente de partículas virais encontradas em nossas condições é o citoplasmático (CiLV-C), sendo novamente encontrado, após o
primeiro relato de 1972, apenas recentemente, o tipo nuclear (CiLV-N) no
Estado de São Paulo (KITAJIMA et al., 2004).
O CiLV-C caracteriza-se ainda por apresentar membrana envolvendo
suas partículas, semelhante ao que ocorre com vírus da família Rhabdoviridae.
No entanto, apesar de similaridades na morfologia, presença de membrana e
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS
59
locais de acúmulo nas células infectadas, o vírus da leprose apresenta inúmeras diferenças quando comparado com rhabdovírus típicos. Por isso, o CiLV
é considerado apenas um membro tentativo da família e sua classificação
definitiva ainda requer maior quantidade de informações sobre aspectos biológicos, serológicos e moleculares. De maneira análoga, outros rhabdovírus
tentativos transmitidos por ácaros Brevipalpus sp. têm sido encontrados em
inúmeras culturas de importância econômica, como café, maracujá e orquídea, ou ornamental, como dama-da-noite, bela-emília ou ligustre (CHAGAS
et al., 1983; COLARICCIO et al., 1995; FREITAS-ASTÚA et al., 1999, 2002
a,b, 2004; KITAJIMA et al., 2000).
A relação entre esses vírus e o da leprose dos citros ainda é desconhecida. Sabe-se apenas que todos os vírus desse grupo induzem o aparecimento
de sintomas semelhantes aos da leprose (lesões locais circulares e elípticas)
em seus hospedeiros, são transmitidos por Brevipalpus sp. e apresentam
morfologia baciliforme, podendo acumular-se no núcleo ou citoplasma de
células infectadas. A similaridade genética e a possível relevância
epidemiológica desses vírus com relação à leprose são desconhecidas, mas
estudos estão sendo efetuados visando esclarecer qual a ligação entre os
diferentes vírus desse grupo (LOCALI et al., dados não publicados).
As dificuldades na caracterização do CiLV devem-se ao fato de este
ser um vírus incomum e induzir a formação de apenas lesões locais e não
sistêmicas nas hospedeiras, apresentar baixo título e alta labilidade das partículas, o que torna difícil sua purificação e detecção. Informações sobre
propriedades biológicas in vitro do CiLV evidenciaram ponto de inativação
térmica de 55-60 oC; longevidade de 6 dias a 4o C e três dias a temperatura
ambiente; ponto final de diluição de 10–3 e retenção à infectividade por 45
meses de preservação em folhas desidratadas (LOVISOLO, 2001).
Em busca das primeiras informações moleculares sobre o CiLV,
LOVISOLO et al. (1996) tentaram purificar o vírus utilizando tecidos com
lesões de leprose de laranja-doce ‘Pêra’ e tangerina ‘Cleópatra’, mediante
vários protocolos. No entanto, nenhuma das preparações obtidas foi infecciosa e partículas virais não foram detectadas por microscopia eletrônica. Os
autores detectaram apenas algumas proteínas de, aproximadamente, 25 kDa,
as quais não reagiram com nenhum dos antissoros testados contra rhabdovírus.
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
60
ELIANE CRISTINA LOCALI et al.
COLARICCIO et al. (2000), tentando purificar CiLV, obtiveram partículas
curtas e irregularmente baciliformes medindo cerca de 45-50 x 80-120 nm,
sugerindo tratar-se de vírions do CiLV.
Além das tentativas de purificação do CiLV, outra estratégia utilizada
visando à análise molecular do vírus tem sido a extração de dsRNA (RNA
dupla fita ou double stranded RNA) do CiLV (COLARICCIO et al., 2000;
RODRIGUES, 2000). A presença de dsRNA vem sendo muito utilizada como
indicativo de infecção viral para a diagnose de inúmeras enfermidades de
plantas (DODDS et al., 1984; VALVERDE et al., 1990). Essa molécula está
normalmente relacionada com uma fase intermediária da replicação de vírus
cujo genoma é constituído de ssRNA (RNA fita simples ou single stranded
RNA), o que representa a maioria dos vírus de plantas. A partir de dsRNAs
extraídos de lesões de leprose e da ausência dos mesmos em material sadio,
foi sugerida a associação entre a doença e a presença de dsRNA no tecido
vegetal (COLARICCIO et al., 2000; RODRIGUES, 2000). No entanto, a
comprovação de que essas moléculas são realmente de natureza viral, só foi
possível mediante trabalhos desenvolvidos por LOCALI (2002). A associação de moléculas de dsRNA com material vegetal infectado com CiLV
representou alternativa para a caracterização de seu genoma, bem como para
o desenvolvimento de sistemas de diagnose da doença desenvolvidos por
LOCALI et al. (2003).
Estudos preliminares de variabilidade de duas regiões genômicas de
diferentes isolados do CiLV, provenientes de variedades de laranja-doce
[Citrus sinensis (L.) Osbeck] como ‘Pêra’, ‘Natal’ e ‘Valência’ e tangerina
‘Cleópatra’ (Citrus reshni Hort. ex. Tan) de diversas regiões geográficas do
Brasil, têm indicado a presença de apenas um ou poucos haplótipos do vírus
(populações variantes relacionadas geneticamente (AYLLÓN et al., 1999),
sugerindo certa uniformidade dos isolados (LOCALI et al., 2004). Por outro
lado, esses resultados iniciais demonstram padrão de variabilidade bastante
diferente daqueles obtidos para o vírus da tristeza dos citros (Citrus tristeza
virus, CTV), que apresenta elevado grau de variação e grande número de
haplótipos em amostras de citros coletadas em diferentes condições (RUBIO
et al., 1996, 2001; KONG et al., 2000; SOUZA et al., 2000a,b, 2002; D’
URSO et al., 2003).
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS
61
3. MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
Os sintomas da leprose dos citros são bastante característicos, facilitando muito sua identificação em regiões de alta incidência da doença; entretanto, em alguns casos, principalmente onde a leprose não é muito comum,
os sintomas podem ser confundidos com outras moléstias, como “cancro cítrico” ou “clorose zonada dos citros”, virose também transmitida pelo ácaro
B. phoenicis (ROSSETTI, 1980). Apesar disso, até recentemente, a diagnose
da leprose era feita com base na análise dos sintomas ou na avaliação de
cortes ultrafinos de tecidos lesionados ao microscópio eletrônico de transmissão. Mesmo sendo bastante útil, o método de diagnose com base em
microscopia apresenta limitações, uma vez que demanda tempo, utilização
de equipamentos sofisticados e custosos, e mão-de-obra altamente qualificada, tornando-se inviável quando é necessário processar grande número de
amostras (LOCALI et al., 2003).
Uma vez que não foi possível até o momento purificar o vírus, ainda
não foram desenvolvidos antissoros contra o CiLV que possam ser adotados
em testes serológicos de diagnóstico, como, por exemplo, “ELISA”. Entretanto, com o seqüenciamento parcial do genoma do CiLV (LOCALI, 2002),
foram desenhados primers ou iniciadores que permitem a amplificação de
regiões específicas do CiLV pela técnica molecular da transcrição reversa e
reação da polimerase em cadeia (RT-PCR) (LOCALI et al., 2003). Por essa
técnica, foi possível detectar o vírus de maneira simples, eficiente e altamente específica em folhas, frutos e ramos de diferentes espécies, variedades e híbridos, provenientes de dezenas de cidades e de vários Estados
(LOCALI et al., 2003).
Os tipos de tecidos vegetais lesionados (folha, fruto ou ramo) não
interferem ou causam diferenças nos resultados do teste, sendo possível a
utilização de qualquer um deles, para detecção da doença (FREITAS-ASTÚA
et al., 2003); todavia,diferenças nos resultados do diagnóstico ocorrem, quanto
ao tipo de lesão ou estádio de desenvolvimento dos sintomas. Material com
lesões cloróticas ou iniciais é melhor para ser utilizado no teste molecular do
que tecidos vegetais com lesões necróticas, ou seja, em estádio avançado.
Amostras com ausência de sintomas ou em estádios avançados de oxidação
(morte do tecido vegetal) não são adequadas para empregar nesse teste, uma
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
62
ELIANE CRISTINA LOCALI et al.
vez que não produzem resultados eficientes com os “primers” específicos
para o vírus (FREITAS-ASTÚA et al., dados não publicados).
A manutenção dos tecidos vegetais coletados sob baixa temperatura
ou secos por até duas semanas foram as melhores condições de armazenamento
do material para diagnóstico (ANTONIOLLI et al., 2004).
Resultados preliminares sugerem, mediante o método molecular, a
detecção do vírus também no interior do ácaro vetor (FREITAS-ASTÚA et
al., 2003), que poderá auxiliar no monitoramento de novas áreas de infecção,
avaliando populações de ácaros contaminados em talhões onde os sintomas
de leprose ainda não tenham sido manifestados ou em regiões sem incidência da doença. Tal monitoramento auxiliará nas medidas de controle do
ácaro vetor, principalmente em relação ao número de pulverizações feitas
com acaricidas e, conseqüentemente, na redução do custo desse controle.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A leprose dos citros, que, durante anos, foi considerada uma doença
somente de pomares abandonados, atualmente é vista como a doença viral de
maior importância econômica para a citricultura paulista, em vista dos altos
custos com o controle químico do ácaro vetor.
Muitos avanços foram obtidos nos últimos anos, nas pesquisas sobre a
leprose, mas informações disponíveis sobre os agentes desse patossistema
(vírus-ácaro-planta) ainda são limitantes. No entanto, com as primeiras
seqüências do genoma do vírus, o desenvolvimento do primeiro método
molecular de diagnóstico da doença, estudos sobre variedades e híbridos
resistentes à leprose e um número crescente de informações sobre o ácaro
vetor, espera-se aumentar, significativamente, o entendimento da doença
visando obter resultados que contribuam para redução nos custos de controle, bem como o aumento da qualidade e produção da cultura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABECITRUS – Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Internet://
www.abecitrus.com.br/inds.html, 19/04/2004)
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS
63
ALVES, E.B. Manejo da resistência do ácaro da leprose Brevipalpus phoenicis
(Geijskes, 1939) (Acari: Tenuipalpidae) ao acaricida dicofol.1999. 91p. Dissertação (Mestrado ). Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/USP,
Piracicaba.
ANTONIOLLI, R.; LOCALI, E.C.; RODRIGUES, V.; KITAJIMA, E.W.; MACHADO, M.A. & FREITAS-ASTÚA, J. Diagnose da leprose dos citros em amostras
mantidas sob diferentes condições de armazenamento. Summa
Phytopathologica, Botucatu, v.30, n.1, p.80, 2004.
AYLLÓN, M.A.; RUBIO, L.; MOYA, A .; GUERRI, J. & MORENO, P. The haplotype
distribution of two genes of Citrus tristeza virus is altered after host change or
aphid transmission. Virology, Orlando. v.255, n.1, p.32-39, 1999.
BASSANEZI, R.B.; SPÓSITO, M.B. & YAMAMOTO, P.T. Adeus à leprose. Revista Cultivar, 10 ed., 2002.
BITANCOURT, A.A. Estudos sobre a leprose dos citros. I- Distribuição geográfica e
sintomatologia. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 22, p.161-184,
1955.
BITANCOURT, A.A. A transmissão da leprose dos citros às folhas e frutas. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 22, p. 107-116, 1956.
CAMPOS, F.J. & OMOTO, C. Resistance to hexythiazox in Brevipalpus phoenicis
(Acari: Tenuipalpidae) from Brazilian citrus. Exp. Appl. Acarol., v. 26, p. 24351, 2002.
CHAGAS, C.M.; ROSSETI, V. & CHIAVEGATO, L.G. Effectiveness of the different
life cycle stages of Brevipalpus phoenicis Geijskes in leprosis transmission. In.:
CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL ORGANIZATION OF CITRUS
VIROLOGISTS, 1983, Riverside. Proceedings… v. 9, p. 211-214.
CHILDERS, C.C. & DERRICK, K.S. Brevipalpus mites as vectors of unassigned
rhabdoviruses in various crops. Exp. Appl. Acarol. v. 30, n. 1-3, p.29-105, 2003.
COLARICCIO, A.; LOVISOLO, O.; BOCCARDO, G.; CHAGAS, C.M.;
D’AQUILIO, M. & ROSSETTI, V. Preliminary purification and double stranded
RNA analysis of Citrus Leprosis Virus. In: CONFERENCE OF THE
INTERNATIONAL ORGANIZATION OF CITRUS VIROLOGISTS, 14., 2000,
Riverside. Proceedings… p. 159-163.
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
64
ELIANE CRISTINA LOCALI et al.
COLARICCIO, A.; LOVISOLO, O.; CHAGAS, C.M.; GALETTI, S.R.; ROSSETTI,
V. & KITAJIMA, E.W. Mechanical transmission and ultrastructural aspects of
citrus leprosis virus. Fitopatol. Bras., v.20, p. 208-213, 1995.
DODDS, J.A; MORRIS, T.J. & JORDAN, R.L. Plant viral double-stranded RNA.
Annual Review of Phytopathology, Palo Alto, v.22, p.151-168, 1984.
DOMINGUEZ, F.S.; BANDEL, A.; CHILDERS, C. & KITAJIMA, E.W. First report
of citrus leprosis on Panama. Plant Dis., St. Paul, v.85, p.228, 2001.
DRAGONE, D.; RODRIGUES, J.C.V.; NEVES, E.M. & NOGUEIRA, N.L. Viabilidade econômica do controle da leprose em variedades de laranja e lima da Pérsia.
Laranja, Cordeirópolis, v.24, n.2, p.311-327, 2003.
D’URSO, F.; SAMBADE, A.; MOYA, A.; GUERRI, J. & MORENO, P. Variation of
haplotype distributions of two genomic regions of Citrus tristeza virus populations
from Eastern Spain. Mol. Ecol., v.12, p.517-526, 2003.
FAWCETT, H.S. Scaly bark or nail-head rust of citrus. Florida Agr. Exp. Stat.
Bul.,106, 41p, 1911.
FREITAS-ASTÚA, J.; FERREIRA, P.T.O.; REZENDE, J.A.M. & KITAJIMA, E.W.
Partículas baciliformes associadas a manchas verdes e cloróticas em folhas de
dama-da-noite (Cestrum nocturnum - Solanaceae). Fitopatol. Bras., Fortaleza,
v. 27: S689, 2002a. (Supl.)
FREITAS-ASTÚA, J.; KITAJIMA, E.W.; ASTÚA-MONGE, G.; LOCALI, E.C. &
MACHADO, M.A. Bela Emília (Plumbago auriculata): nova hospedeira de
vírus baciliformes do tipo rhabdovirus. Summa Phytopathologica, Botucatu,
v.30, n.1, p.80, 2004.
FREITAS-ASTÚA J.; LOCALI, E.C.; ANTONIOLI, R.; RODRIGUES, V.;
KITAJIMA, E.W. & MACHADO, M.A. Detection of citrus leprosis virus in
citrus stems, fruits and the mite vector. Virus Rew. & Res., Florianópolis, p.196,
2003.
FREITAS-ASTÚA, J.; MOREIRA, L.; RIVERA, C.; RODRIGUEZ, C.M. &
KITAJIMA, E.W. First report of Orchid fleck virus in Costa Rica. Plant Dis., St.
Paul, v. 86, p. 1402, 2002b.
FREITAS-ASTÚA, J.; REZENDE, J.A.M. & KITAJIMA E.W. Incidence of orchid
viruses in the State of São Paulo, Brazil. Fitopatol. Bras., Brasília, v.24, p.125130, 1999.
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS
65
FREZZI, M.S. La lepra explosiva del naranjo - investigaciones realizadas por el
laboratorio de patologia de Bella Vista (Corrientes). Bol. Frutas y Hortalizas.
Min. Agric. la Nación (Buenos Aires) 5, p. 16, 1940.
GONZÁLES, J. A. Informe sobre la prospección de la “leprosis de los cítricos” em la
zona fronteriza sur (Costa Rica – Panamá). Ministério de Agricultura y
Ganadería, p.5, 2000.
GUIRADO, N. Defensivos naturais controlam a leprose dos citros. O Agronômico,
Campinas, v.52 (2/3), p.11-12, 2000.
HELLE, W.; BOLLAND, H.R. & HEITMANS, W.R.B. Chromosomes and types of
parthenogenesis in false spider mites (Acari: Tenuipalpidae). Genetica, v.54,
p.45-50, 1980.
KITAJIMA, E.W.; FERREIRA, P.T.O.; FREITAS-ASTÚA, J. & MACHADO, M.A.
Ocorrência da leprose dos citros, tipo nuclear (CiLV-N), nos municípios paulistas
de Monte Alegre do Sul e Amparo. Summa Phytopathologica, Botucatu, v.30,
n.1, p.68, 2004.
KITAJIMA, E.W.; MULLER, G.W.; COSTA, A.S. & YUKI, W. Short, rod-like
particles associated with citrus leprosis. Virology, v.50, p.254-258, 1972.
KITAJIMA, E.W.; RODRIGUES, J.C.V.; MORAES, G.J. & CHILDERS, C.C. Plant
viruses transmitted by Brevipalpus mite. Virus Rew. & Res. , v.5, p.44-45, 2000.
KNORR, L. C. Studies on the etiology of leprosis in citrus. In: CONFERENCE OF
THE INTERNATIONAL ORGANIZATION OF CITRUS VIROLOGISTS,
1968. Proceedings… p.332-341.
KONG, P.; RUBIO, L.; POLEK, M. & FALK B.W. Population structure and genetic
diversity within California Citrus tristeza virus (CTV) isolates. Virus Genes,
v.21, p.139-145, 2000.
LAL, L. Biology of Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Tenuipalpidae: Acarina).
Acarologia, v.20, p.97-101, 1978.
LOCALI, E.C. Seqüenciamento de regiões genômicas do vírus da leprose dos
citros. 2002. 87p. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas, Área de Concentração em Genética), Universidade Estadual Paulista - UNESP, Botucatu/SP.
LOCALI E.C.; FREITAS-ASTÚA J.; SOUZA, A.A.; SANTOS, F.A. & MACHADO
M.A. Citrus leprosis virus haplotypes in different Citrus species and varieties
identified through SSCP. In: CONFERENCE INTERNATIONAL SOCIETY
OF CITRICULTURE, 10., 2004, Agadir, Marrocos. Proceedings… p.96.
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
66
ELIANE CRISTINA LOCALI et al.
LOCALI, E.C.; FREITAS-ASTÚA J.; SOUZA A.A.; TAKITA M.A.; ASTÚA-MONGE G.; ANTONIOLLI, R.; KITAJIMA E.W. & MACHADO, M.A. Development
of a molecular tool for the diagnosis of leprosis a major treat to the citrus
production in the Americas. Plant Dis., v. 87, p. 1317-1321, 2003.
LOVISOLO, O. Citrus leprosis virus, properties, diagnosis, agro-ecology, and
phytosanitary importance. EPPO Bulletin, 31, p.79-89, 2001.
LOVISOLO, O.; COLARICCIO, A.; CHAGAS, C.M.; ROSSETTI, V.; KITAJIMA,
E.W. & HARAKAVA, R. Partial characterization of citrus leprosis virus. In:
CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL ORGANIZATION OF CITRUS
VIROLOGISTS, 13., 1996. Proceedings… p.179-188.
MURAYAMA, D.; AGRAWAL, H.O.; INOUE, T.; KIMURA, I.; SHIKATA, E.;
TOMARU, K. & TSUCHIZAKI, T. Plant viruses in Asia. Triharso (Eds.).
Gadjah Mada Univ. Press, 1998, 1263 p.
MUSUMECCI, M.R. & ROSSETTI, V. Transmissão de sintomas de leprose dos citros
pelo ácaro Brevipalpus phoenicis. Ciência & Cult., 15: p.228, 1963.
NEVES, E.M.; DAYOUB, M. & DRAGONE, D.S. Demanda por fatores de produção na citricultura: fertilizantes e defensivos agrícolas. Laranja, Cordeirópolis,
v.23, n.1, p.37-56, 2002.
OLIVEIRA C.A.L.; SANTOS JR., J.E. & SALA, I. Ácaro da leprose dos citros:
resultados de 104 ensaios de campo visando seu controle 1985-1990.
Jaboticabal: FUNEP, 1991. 56 p.
PIJNACKER, L.P.; FERWERDA, M.A.; BOLLAND, H.R. & HELLE, W. Haploid
female parthenogenesis in the false spider mite Brevipalpus obovatus (Acari:
Tenuipalpidae). Genetica, 51, p. 211-214, 1980.
PIJNACKER, L.P.; FERWERDA, M.A. & HELLE, W. Cytological investigations
on the female and male reproductive system of the parthenogenetic privet mite
Brevipalpus obovatus Donnadieu (Phytoptipalpidae, Acari). Acarologia, v.22,
p.157-163, 1981.
RODRIGUES, J.C.V. Programa de redução do inóculo da leprose dos citros. Laranja, Cordeirópolis, v.23, n.2, p.321-332, 2002.
RODRIGUES, J.C.V. Relações patógeno-vetor-planta no sistema leprose dos citros.
2000. 168 p. Tese (Doutorado) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura,
Universidade de São Paulo, Piracicaba,
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
LEPROSE DOS CITROS: BIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DO VÍRUS
67
RODRIGUES, J.C.V.; CHILDERS, C.C.; KITAJIMA, E.W.; MACHADO, M.A. &
NOGUEIRA, N.L. Uma estratégia para o controle da leprose dos citros. Laranja, Cordeirópolis, v.22, n.2, p.411-423, 2001.
ROESSING, C. & SALIBE, A.A. Incidência da leprose em variedades cítricas.
Ciência e Cultura, v.19, p.303, 1967.
ROSSETTI, V. Diferenciação entre o cancro cítrico e outras moléstias. Citrus, v.1,
n.20, p.23-26, 1980.
ROSSETTI, V.; LASCA, C.C. & NEGRETTI, S. New developments regarding leprosis
and zonate chlorosis of citrus. In: INTERNATIONAL CITRUS SYMPOSIUM,
1., 1969. Proceedings... v.3, p.1453-1456.
RUBIO, L.; AYLLÓN, M.A.; GUERRI, J.; PAPPU, H.; NIBLETT, C. & MORENO,
P. Differentiation of citrus tristeza closteovirus (CTV) isolates by single-strand
conformation polymorphism analysis of the coat protein gene. Ann. Appl. Biol.,
v.129, p.479-489, 1996.
RUBIO, L.; AYLLÓN, M.A.; KONG, A.F.; POLEK, M.; GUERRI, J.; MORENO, P.
& FALK, B.W. Genetic variation of Citrus tristeza virus isolates from California
and Spain: evidence for mixed infections and recombination. J. Virol., v.75,
p.8054-8062, 2001.
SALVA, R.A. & MASSARI, C.A. Situação do ácaro da leprose no Estado de São
Paulo: Levantamento Fundecitrus, Agosto 1995. In: OLIVEIRA, C.A.I. &
DONADIO, L.C. (Eds.) Leprose dos citros. Jaboticabal: FUNEP, 1995. p.13-19.
SOUZA A.A.; CARVALHO S.A.; TARGON M.L.N.; MULLER G.W. & MACHADO, M. A. Characterization of Citrus tristeza virus isolates by SSCP
of the coat protein gene in initially healthy sweet orange varieties after three
years of field exposure. In: CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL
ORGANIZATION OF CITRUS VIROLOGISTS, 14., 2000a, Riverside.
Proceedings... p.131-135.
SOUZA A.A.; MULLER G.W.; TARGON M.L.N.; COLETTA-FILHO, H.D. &
MACHADO, M.A. Avaliação de haplótipos do gene do capsídeo do Citrus tristeza virus em plantas pré-imunizadas de laranja ‘Pêra’. Summa
Phytopathologica, Botucatu, v. 28, p. 154-159, 2002.
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004
68
ELIANE CRISTINA LOCALI et al.
SOUZA A.A.; MULLER G.W.; TARGON M.L.N. & MACHADO M.A. Evaluation
of changes which occurred in a mild protective Citrus tristeza virus isolate in
Pera sweet orange trees by using RFLP and SSCP analyses of the coat protein
gene. In: CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL ORGANIZATION OF
CITRUS VIROLOGISTS, 14., 2000b, Riverside. Proceedings... p.136-139.
ULIAN, L.F. & OLIVEIRA, C.A.L. Comportamento do ácaro da leprose dos citros
em diferentes cercas-vivas e quebra-ventos utilizados em pomares cítricos da
região de Bebedouro-SP. Rev. de Agricultura, v.77, fsc. 1, p.103-111, 2002.
ULIAN, L.F. & OLIVEIRA, C.A.L. Proteção integrada. Rev. Fundecitrus, n.105,
p.12, 2001.
VALVERDE, R.A; NAMETH, S.T. & JORDAN, R,L. Analysis of double-stranded
RNA for plant virus diagnostic. Plant Dis., St. Paul, v.74, p.255-258, 1990.
VERGANI, A.R. Transmisión y naturaleza de la “lepra explosiva” del naranjo. (Publ.).
Min. Agr. Nacion. B. Aires Inst. Sanid. Veget., v.3, p.11, 1945.
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.1, p.53-68, 2004