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Ano XVIII nº 190 – Fevereiro 2014 m e s , r e d o Com p e t r o sup Projeto de lei dá mais atribuições aos Procons, mas ainda não existe plano de estruturação dos órgãos Entrevista // Pág. 8 Carlos Eduardo de Freitas Presidente do Conselho Regional de Economia do DF revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 1 Mono mon Acesso à saúde de qualidade para o Empregador do Comércio viver melhor. Só a parceria da FECOMÉRCIO-DF com a Qualicorp proporciona a você, Empregador do Comércio e sua família, acesso aos melhores planos de saúde pelo menor preço. • Rede com os melhores hospitais, laboratórios e médicos do Brasil.1 • Livre escolha de prestadores médico-hospitalares com reembolso.2 • Preços e condições especiais de adesão. Os melhores planos pelo menor preço. Menor preço: em comparação a produtos similares no mercado de planos de saúde individuais. ¹ De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora escolhida e do plano contratado. ² Conforme condições contratuais. A disponibilidade e as características desse benefício especial podem variar conforme a operadora escolhida e o plano contratado. Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Janeiro/2014. Amil: ANS nº 326305 2 Golden Cross: ANS nº 403911 SulAmérica: Qualicorp Adm. de Benefícios: ANS nº 417173 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Ligue e confira: 0800 799 3003 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 De segunda a sexta, das 9 às 21h, e aos sábados, das 10 às 16h. Ou se preferir, acesse w w w.economizecomaqualicorp.com.br. 3 sumário Fotos: Nina Quintana Não jogue dinheiro fora Empresários mostram como diminuíram o desperdício em suas lojas 12 Corners: duas em uma Conheça a modalidade de vendas em que uma loja abriga outra 28 Spas urbanos Para relaxar sem precisar ir muito longe ou sair do condomínio em que mora 22 Poderoso, mas sem estrutura O Projeto de Lei 5.196/13, do governo federal, pretende dar mais autoridade aos Procons. Mas ainda não há previsão para fortalecer os órgãos e, assim, garantir o atendimento das demandas 32 seções 8 Entrevista 16 Gente 18 Direito no Trabalho 19 Vitrine 20 Agenda Fiscal 25 Caso de Sucesso 26 Gastronomix 39 Empresário do Mês 40 Doses Econômicas 46 Economia 54 Segredos do Marketing Digital 58 Sindicatos 62 Pesquisa Conjuntural 66 Pesquisa Relâmpago Contato SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi 5º e 6º andares – Brasília – 70306-911 (61) 3038.7500 www.fecomerciodf.com.br twitter.com/fecomerciodf 2013 EMPRES A NC À INFÂ IA Diretores Adjuntos Diocesmar Felipe de Faria Glauco Oliveira Santana Suely Santos Nakao Diretor da Área de Combustíveis José Carlos Ulhôa Fonseca Diretor da Área Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares Clayton Faria Machado Diretoria (suplentes) Diretoria da Fecomércio-DF Conselho Consultivo Conselheiro Presidente Mitri Moufarrege Conselheiros Antônio José Matias de Sousa José Djalma Silva Bandeira Laudenor de Souza Limeira Luiz Carlos Garcia Rogerio Tokarski Diretoria (Efetivos) Presidente Adelmir Araújo Santana 1º Vice-Presidente Miguel Setembrino Emery de Carvalho 2º Vice-Presidente Antonio Augusto Carvalho de Moraes 3º Vice-Presidente Francisco Maia Farias Vice-Presidentes Antônio Tadeu Perón Edy Elly Bender K. Seidler Fábio de Carvalho Francisco das Chagas Almeida José Aparecido da Costa Freire José Geraldo Dias Pimentel Oscar Perné do Carmo Vice-Presidente Administrativo Cecin Sarkis Simão 2° Diretor Secretário Hamilton César Junqueira Guimarães 3° Diretor Secretário Miguel Soares Neto Vice-Presidente Financeiro Paolo Orlando Piacesi 2° Diretor Tesoureiro Roger Benac 3° Diretor Tesoureiro Joaquim Pereira dos Santos Aldo Ramalho Picanço Alexandre Machado Costa Álvaro José da Silveira Ana Alice de Souza Bartolomeu Gonçalves Martins Carlos Hiran Bentes David Clarice Valente Aragão Edson de Castro Elaine Furtado Francisco Joaquim Loiola Francisco V. Machado Elias Jó Rufino Alves João Ricardo de Faria José Fagundes Maia Luiz Alberto Cruz de Morais Milton Carlos da Silva Osório Adriano Neto Paulo Targino Alves Filho Sandoval Antonio de Miranda Conselho fiscal Conselheiros (efetivos) Arnaldo Sóter Braga (presidente) Arnaldo Rocha Mundim Junior Raul Carlos da Cunha Neto Conselheiros (suplentes) Henrique Pizzolante Cartaxo Maria Auxiliadora Montandon de Macedo Sindicatos filiados Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras do DF (Sincaab) • Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações, dos Agentes Comerciais Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) • Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF (Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção do DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindloc) Sindicatos associados Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis) Coordenador de Comunicação do Sistema Fecomércio-DF Diego Recena Revista Fecomércio Repórteres Alessandra Santos, Andrea Ventura, Daniel Alcântara, Gabriela Moll, Iara Lemos, Luciana Corrêa, Marina Marquez, Natasha Cabral, Patrick Selvatti, Raíssa Lopes, Sacha Bourdette, Sílvia Melo, Talita Cavalcante e Talita Motta Fotógrafo da Fecomércio Cristiano Costa Projeto gráfico e diagramação Gustavo Pinto Capa Gustavo Pinto Revisora Anna Cristina Rodrigues Impressão Ediouro Gráfica Tiragem 60 mil exemplares Superintendente Da fecomércio João Vicente Feijão Neto Coordenação Editorial Editora Meiaum Editora-chefe Anna Halley Editora-executiva Paula Oliveira Editor Fecomércio Diego Recena Editora Senac Ana Paula Gontijo Editor Sesc Marcus César Alencar Editora de fotografia Nina Quintana Diretora-executiva do Instituto fecomércio Elizabet Garcia Campos Contato comercial Joaquim Barroncas (61) 3328.8046 – [email protected] Diretor regional Do sesc José Roberto Sfair Macedo Diretor regional Do senac Luiz Otávio da Justa Neves editorial Por um 2014 menos morno O cenário econômico brasileiro não é dos melhores. Fechamos 2013 com inflação de 5,91%, muito longe do centro da meta (4,5%). O produto interno bruto cresceu apenas 2,3%, um pouco abaixo da expectativa do próprio governo. Além disso, a taxa básica de juros não para de crescer. A previsão é de que, em fevereiro, ela atinja os 11%. Esse último dado não assustaria se a manobra do Banco Central em aumentar a Selic para conter a inflação estivesse funcionando, o que não acontece. Enfrentamos, assim, tanto o freio no consumo quanto o aumento dos preços. Para Carlos Eduardo de Freitas, presidente do Conselho Regional de Economia do DF, esta não é a melhor hora para pensar em investimentos em escala. Em entrevista publicada a partir da página 8, o economista, que foi diretor do Banco Central de 1985 a 2003, prevê um ano economicamente morno. Se por um lado essa classificação é ruim, porque nos dá a impressão de que nada vai mudar, por outro pode ser positiva. Não entraremos em crise, segundo ele, e, com medidas governamentais adequadas, teríamos chances de nos recuperar. Enquanto isso, traçar objetivos revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 para 2014 é questão de sobrevivência. O comércio deve estar sempre em movimento. Teremos um ano agitado com eleições e Copa do Mundo de Futebol. A vida segue, mesmo quando não temos todas as condições favoráveis. Nós, empresários, perdemos o sono diariamente para fazer contas, traçar planos, criar objetivos e, principalmente, tentar vencer a concorrência e diminuir os prejuízos. Mas não percebemos que, muitas vezes, a solução de problemas financeiros não depende apenas da política econômica do governo e muito menos da conjuntural mundial. Implementar medidas simples contra o desperdício pode significar economia grande dos custos de operação das empresas. A repórter Marina Marquez conversou com empresários do Distrito Federal que conseguiram, com medidas simples e investimento baixo, reduzir gastos desnecessários. Até mesmo o hábito de perguntar para o cliente se ele quer sachê de ketchup para acompanhar a pizza pode diminuir o risco de o dinheiro dos empresários ser, literalmente, jogado no lixo. Leia a reportagem a partir da página 12 e veja as outras ideias bem-sucedidas. Paulo Negreiros Adelmir Santana Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal 7 //entrevista Nem bom nem ruim // Por Paula Oliveira O Brasil terá um ano morno, aposta o presidente do Conselho Regional de Economia do DF, Carlos Eduardo de Freitas. Isso é negativo para um País com crescimento abaixo da expectativa do próprio governo. O economista diz que, se fosse empresário, não se arriscaria muito em 2014. Mas avisa: as respostas às perguntas a seguir podem ser outras em alguns meses. Freitas dirigiu a Área Externa do Banco Central (1985-1988), onde também chefiou o Departamento Econômico (1991-1993). Aposentouse em 1993, mas voltou em 1999, quando foi diretor de Desestatização e Liquidações Bancárias (até 2003). Em janeiro de 2013, assumiu a presidência do Corecon-DF. 8 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Carlos Eduardo de Freitas Presidente do Conselho Regional de Economia do DF Fotos: Nina Quintana revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 9 O que se pode tirar de bom e de ruim de 2013? A notícia boa é que a economia não entrou em crise, e acho possível que também não entre em 2014. No entanto, se a análise for a macroeconomia, está ruim. Ruim pelo que é e, principalmente, pela evolução. Alguns episódios são emblemáticos e mostram a realidade. Para engordar o lucro, a Caixa Econômica Federal se apropriou indevidamente de R$ 700 milhões de poupanças sem movimentação. Se um banco de propriedade do governo federal precisa desse artifício, não é bom sinal. Claro que não vai ser isso que vai colocar a economia em risco, mas é um sinalizador. Se continuar nesse passo e medidas não forem tomadas, o que pode acontecer é algo mais grave aparecer em 2015, 2016 ou 2017. Então é hora de corrigir os erros? Ano eleitoral não é um momento em que o governo gosta de tomar medidas de correção de coisas que ele próprio fez. Quem criou esse desequilíbrio foi o próprio governo da presidente Dilma Rousseff, nos primeiros três anos. Tentar corrigi-lo seria reconhecer que conduziu a política econômica de maneira equivocada. De certa maneira, isso está acontecendo com a taxa de juros básica, a Selic. O Banco Central começou, em abril do ano passado, a subir os juros em progressão totalmente diferente da orientação da presidente. Ela achou que, baixando os juros, o investimento cresceria. Isso, de fato, está no livro-texto da economia, mas está lá com uma série de condicionantes. A curva de demanda de investimento pode mudar de lugar quando os juros são reduzidos de forma arbitrária. O sistema capitalista funciona com um mecanismo de incentivos, mas não do tipo toma lá dá cá. Se fosse empresário, faria investimentos neste ano? Eu jogaria na defesa, recuaria o time. Se tivesse demanda mais forte, talvez contratasse pessoal. Pouco. Mas não faria investimentos 10 em escala. Saindo da macro para a micro, Brasília é uma economia de prestação de serviços. Os salários dos servidores públicos, maior massa consumidora da capital, estão abaixo da inflação. Não vejo perspectiva de avanço. No entanto, a cidade está em expansão e oportunidades podem aparecer. O panorama de incentivos não é bom. Os impostos são altos e a burocracia é enorme – isso facilita a ação de fiscais tributários desonestos. Uma taxa de inflação que não cede, no primeiro momento, pode ser até boa para o empresário. Ele forma o seu estoque a preço mais baixo e isso valoriza o capital de giro. Só que isso traz, com o tempo, todos os efeitos colaterais da inflação. Então, o quadro não é bom. A inflação é renitente. As pessoas estão com receio de se endividar, e os bancos já não facilitam tanto o crédito. A nossa poupança interna está diminuindo e o investimento é baixo. O Brasil não está se endividando para investir, mas para consumir. A economia do DF deve acompanhar a do País. Os economistas têm um termo para definir momentos como este: andando de lado – não vai para a frente nem para trás. patamar dos livres, a inflação hoje seria de 7%. Temos que considerar, ainda, que trabalhamos com dados mascarados. O resultado fiscal do Tesouro Nacional, o superávit primário e até o lucro da Caixa não são informações confiáveis. As coisas não estão tão boas quanto parecem. Além disso, acho que a meta de 4,5% já é alta. Então, o que podemos esperar para 2014? Uma economia morna, nem boa nem ruim. Mas o processo de deterioração permanecerá. Primeiro, 2014 é ano eleitoral e nenhuma atitude mais radical vai ser tomada. Segundo, precisaríamos de conserto em vários cômodos da casa. A inflação no ano passado foi de 5,91%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA. Maior do que a de 2012 [5,84%]. O presidente do Banco Central [Alexandre Antonio Tombini] tinha dito que ia ser menor. Porém, pior do que ter um ano morno é acumular problemas. Por que a inflação continua alta apesar da alta da taxa de juros nos últimos meses? Continuamos a ter uma expansão fiscal forte e isso exige uma Selic mais alta. A taxa de juros não tem que ser nem alta nem baixa, tem que ser aquela que equilibra a economia e deixa a inflação no centro da meta. Mas a inflação não está no centro da meta (4,5%). O governo Dilma transformou o teto da meta em centro da meta. Isso é errado. A folga existe para acomodar algum choque adverso. O Brasil trabalha no limite, mas poderia ser pior. Os preços administrados pelo governo – como gasolina, energia e passagem de ônibus – tiveram aumento de cerca de 1% em 2013. Os preços livres, de 8%. Se os preços controlados estivessem no revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Voltar a aumentar a taxa de juros foi uma decisão correta? Sim, a inflação está alta e isso desvaloriza o capital de giro do comércio. A Selic alta faz com que as pessoas consumam menos e se endividem menos. Mas não é que a economia esteja acelerada. O potencial de investimento é que está baixo. Inflação renitente não é necessariamente ruim, se a economia estiver crescendo. O desemprego está baixo, mas as vagas estão na faixa de até dois salários mínimos. Isso significa que o investimento está baixo e o desenvolvimento tecnológico está ruim, porque estão criando empregos de menor especialização. A indústria está com falta de produtividade terrível. O produto é caro e de qualidade inferior. Para tentar melhorar as coisas, o governo deixa a taxa de câmbio lá embaixo e isso também força a inflação. Ou seja, o Brasil está em processo de empobrecimento. Se a presidente Dilma for reeleita, acredito que ela não vá fazer nada para mudar essa Estamos vendo o doente piorar, mas o médico não toma providência. Na economia, a expectativa é muito importante, mais do que o que está acontecendo. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 situação e, aí sim, teremos crise. Ela não acredita nem na subida de juros, não sei quem é que conseguiu isso... Qual seria a taxa adequada para 2014? De 12% a 13% ao ano. Estamos em 10,5% e, em fevereiro, devemos chegar a 11%. O País continua blindado contra crises externas? Se a crise econômica mundial de 2008 fosse hoje, entraríamos nela com uma taxa de inflação mais alta. Naquele ano, tínhamos a inflação verdadeiramente controlada, o balanço de pagamentos muito confortável e a política fiscal mais equilibrada. O governo teve espaço para fazer uma política chamada anticíclica clássica. Hoje, não. Estamos com a inflação alta, o balanço de pagamentos em deterioração, o déficit aumentado, a estrutura de financiamento ruim. Tudo isso provocado pelo aumento de consumo, pela redução de poupança e pelo investimento baixo. Para piorar, a confiança no Brasil diminuiu, espantando os investidores. Se não for tomada medida de ajuste da política fiscal, se não houver política monetária rígida e se não for aceita uma desvalorização cambial maior, forçando a inflação para baixo, não suportaremos uma nova crise. A sorte é que a economia mundial está relativamente positiva, comparando com os anos anteriores. A norte-americana está se recuperando, mesmo com tropeços. A europeia me parece que parou de piorar. E a chinesa se mantém. Com a cotação mais baixa, mas se mantém. Como a deterioração das contas externas do País influencia os investimentos das empresas? A deterioração é resultado de aumento de consumo e de redução de investimento. As perspectivas da economia de produtividade caem. As de aumento de salário, também. A gente só não tem desemprego porque o crescimento populacional vem caindo muito desde o fim dos anos 1990. O Brasil pode ser rebaixado pelas agências de análise de risco? A taxa risco-Brasil está alta e estamos perdendo investimento. As agências colocaram o Brasil em posição de atenção. Mesmo que seja rebaixado um degrau, não perderá a condição de grau de investimento. Para isso, teria que ser rebaixado dois degraus. A Moody’s e a Fitch deixaram claro que não mexeriam na nota do Brasil – por ser um ano eleitoral, eu acho –, apesar do viés de baixa. As agências não querem ser acusadas de prejudicar um ou outro candidato. Porém, a Standard & Poor’s já anunciou que o Brasil pode ser rebaixado, sim, dependendo da marcha da política econômica do governo. E qual a imagem que o Brasil passa para o mundo? De tranquilidade. O ministro da Fazenda [Guido Mantega] diz que estamos bem, que fizemos o superávit primário, mas se esquece de dizer que o resultado está cheio de maquiagem, que não considera os estados e os municípios ao divulgar o resultado do PIB, que considera os aportes para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social empréstimos, e não despesas. Tem uma série de conceitos controversos, para dizer de uma maneira delicada. Isso não desperta confiança, pelo contrário. As agências pensam: “Será que ele não vê que o balanço de pagamentos está se deteriorando, que a taxa de investimento é baixa, que, por mais que o Banco Central tenha subido os juros, isso não afetou ainda a expectativa de inflação? O que está acontecendo? Ele não está preocupado com isso?” Isso pode fazer com que o Brasil caia. Estamos vendo o doente piorar, mas o médico não toma providência. Na economia, a expectativa é muito importante, mais do que o que está acontecendo. É um ponto fundamental, que faz o empresário ampliar seus negócios, ou não. 11 economia Fotos: Nina Quintana Freio no desperdício //Por Marina Marquez Nenhum empresário conscientemente jogaria dinheiro fora ou prejudicaria o ambiente em que empreende. Mas é difícil encontrar um negócio em que não haja desperdício de água, energia elétrica, matéria-prima, comida, material de limpeza. Parecem pequenas perdas, mas fazem enorme diferença no fim do mês ou do ano. Combatê-las requer essencialmente mudança de hábitos e colaboração da equipe, mas vale a pena o esforço. Comerciantes brasilienses contam como reduziram o desperdício e mostram que vale a pena. 12 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 A gerente da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae no DF, Flávia Barros, fala sobre o programa de combate ao desperdício oferecido às empresas: Feche a torneira Quando Fabrício Barbugiani (foto), sócio das nove franquias do restaurante Divino Fogão em Brasília, decidiu combater o desperdício na loja de Taguatinga, gastava por mês cerca de R$ 2,5 mil só com a conta de água. O valor era alto, ele sabia. Em uma viagem para visitar outras unidades em São Paulo, conheceu um pedal que aciona a torneira das pias. Resolveu arriscar e investiu R$ 2 mil na compra, entrega e instalação de seis. O resultado foi melhor do que ele esperava. Ficou tão satisfeito que quer mostrar os resultados aos sócios para, quem sabe, levar a tecnologia para as outras lojas. “Acabamos com uma coisa comum, que era o funcionário estar lavando pratos e deixar a torneira aberta alguns segundos para buscar uma panela na mesa, por exemplo. É algo rápido, mas que repetido diversas vezes ao dia desperdiça uma quantidade enorme de água”, reconhece. De acordo com Barbugiani, o equipamento reduziu a conta em 20% – uma economia de R$ 500 mensais, em média. “Quando eu vi o pedal, achei muito interessante e percebi que podia ter bom resultado para a empresa. Com a economia, em quatro meses o investimento estará pago, sem falar na diminuição de custos e na menor agressão ao meio ambiente.” Que resultados o programa Cinco Menos que São Mais tem apresentado no DF? Os resultados mais representativos são redução do desperdício, redução de custos no processo produtivo e a disseminação da cultura da sustentabilidade entre os pequenos negócios. Em quais setores tem funcionado melhor? O programa pode ser aplicado em qualquer setor ou segmento. Na verdade, a metodologia foi desenvolvida exatamente para que tivesse flexibilidade para se adaptar às peculiaridades de cada empresa. Por isso ela tem sido cada vez mais solicitada. Como exemplo, podemos citar os segmentos de alimentação, marcenaria e confecção. Há casos de redução de até 30% nos custos de processos produtivos. Qualquer empresário pode participar? Sim, qualquer pequeno negócio está apto a receber o diagnóstico para a realização da consultoria. Os interessados podem buscar o Sebrae no DF pelo telefone 0800.570800, pelo site (www. sebrae.com.br/uf/distrito-federal) ou por meio do programa Agentes Locais de Inovação, em que o agente acompanha todo o processo. Como o programa evoluiu desde a criação? O programa existe há mais de dez anos. Em 2013 passou por reformulação e a metodologia foi atualizada para que pudesse ser nacionalizada. Todo o material didático foi revisto e modernizado, para que a implementação da consultoria se tornasse mais acessível aos pequenos negócios. Com a atualização da metodologia, esperamos ter, em 2014, um número representativo de atendimentos – o que significa não só maior efetividade e eficiência produtiva nas empresas, mas também redução dos impactos ambientais. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 13 //Por dentro do Sistema Contra a fome e o desperdício, o Sesc tem uma rede nacional de bancos de alimentos, conhecida como Mesa Brasil. Hoje já são 83 unidades por todo o País, que atenderam 6.755 entidades e fizeram 406.549.323 refeições complementadas com doações de janeiro a outubro de 2013. O Mesa Brasil é um programa de segurança alimentar e nutricional baseado em ações educativas e de distribuição de alimentos excedentes nos estabelecimentos ou que estejam fora dos padrões de comercialização. Todos, no entanto, ainda podem ser consumidos. O programa busca nas empresas as doações. São negociados entre o Mesa Brasil e o doador o local, os dias e horários para a retirada da doação. O programa é responsável por avaliar a qualidade dos alimentos e transportá-los até o público beneficiário. Já são 3.552 empresas parceiras. Alimentos em geral podem ser doados, assim como produtos de limpeza e de higiene pessoal, roupas, brinquedos e descartáveis. É possível também fazer a doação de serviços como combustível, cessão de espaços, divulgação, embalagens, transporte e trabalho voluntário. Só não podem ser doados refeições prontas, doces e pães com recheios cremosos e alimentos com embalagens danificadas e data de validade vencida. No DF, o Mesa Brasil pode ser encontrado no Sesc do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Entre em contato pelo e-mail [email protected]. br ou pelos telefones 3403.9108, 3403.9109 e 3403.9114. 14 Mude hábitos O proprietário da WS Auto Recuperadora de Veículos, Washington de Sousa Mendonça (foto), reduziu o desperdício do tíner utilizado na loja em 45% depois de um estudo feito pelo Sebrae-DF. Com o diagnóstico do que causava a perda diária do produto, uma solução foi apontada pelos consultores e ele passou a gastar menos. Antes, os funcionários abriam uma lata de tíner e a usavam para tudo, ou seja, para limpeza e para diluição da tinta. “Com isso, nós usávamos uns cinco galões por mês, perdendo grande parte disso. Depois de perceber que, se separássemos o tíner que ia ser usado para cada trabalho, gastaríamos menos, os próprios funcionários ajudaram a combater o desperdício e passamos a usar de um a dois galões por mês”, compara Mendonça. O trabalho que o Sebrae fez para ajudar o empresário é realizado há mais de dez anos no DF. Mais de mil empreendimentos dos setores de comércio, indústria, serviços e agroindústria já participaram do programa Cinco Menos que São Mais – Redução de Desperdício e conseguiram aumentar a lucratividade das empresas com a diminuição de perdas geradas no processo de produção. O projeto tem três fases: o diagnóstico, que analisa se há situação de desperdício na empresa e qual é; a implementação das soluções; e o controle e acompanhamento das ações para redução das perdas. Os cinco menos que são mais significam menos água, energia, matéria-prima, lixo e poluição; e mais lucro, competitividade, satisfação do consumidor, produtividade e qualidade ambiental. “Eu descobri o projeto quando um consultor do Sebrae bateu na porta da minha loja e ofereceu o trabalho, pelo qual não paguei nada. Foi fantástico, porque às vezes a gente sabe que está desperdiçando, mas não sabe por que e como fazer para parar de gastar assim”, avalia. A consultoria pode ser cobrada, dependendo do porte da empresa. Leia mais sobre o programa na pág. 13. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Faça a conta Todos os dias, os motoboys da Pizzaria Altas Horas, que atende todo o Plano Piloto, saem da loja, na Asa Norte, para fazer entrega pelo menos 40 vezes. Em cada uma das viagens, oferecem aos clientes uma embalagem com três sachês de ketchup e três de mostarda. Ou seja, evitam que os que não querem os condimentos joguem os sachês no lixo. De acordo com o proprietário, José Mangel, nem todos aceitam os sachês; no entanto, outros pedem mais de um para acompanhar a pizza. “A média acaba sendo a mesma das entregas, porque, ao mesmo tempo em que tem cliente que não quer nada, tem cliente que chega a pedir três embalagens. Por mês, nós compramos mais de 30 caixas de sachês, com 200 unidades em cada uma”, revela. Com as 40 entregas de pizza e seis sachês para cada uma, Mangel distribui 240 sachês por dia, 1.680 por semana e 7.200 por mês. Supondo que uma média de dois desses sachês não sejam usados pelos clientes, são desperdiçados 1.200 unidades de ketchup e mostarda em 30 dias, só considerando as entregas da Pizzaria Altas Horas. Se outras dez pizzarias fizerem a mesma média de entregas e distribuição de ketchup e mostarda, chegaremos a cerca 12 mil sachês jogados fora. Mesmo com o desperdício enorme que pode existir, o empresário garante que a estratégia de entregar os sachês embalados causa menos perdas. “Antes, com os sachês soltos, vira e mexe um caia do baú da moto, ou caía no chão, por exemplo. Sempre que isso acontecia, ia para o lixo. Depois das embalagens prontas, eu acredito que diminuímos o nosso desperdício, pelo menos”. Treine a equipe Cleber Vale Teixeira, proprietário da franquia da rede de restaurantes Brasil Vexado, ataca detalhes diversos para evitar o desperdício nas dez lojas que a rede tem em Brasília. “Nós temos conseguido ótimo resultado atuando em diversas frentes. São ações rotineiras de visita às lojas para treinamento, compra de porções de carne já fracionadas, material de limpeza diluído, máquinas para lavar pratos. Evitamos também o gasto exagerado com água, sem contar as embalagens individuais de guardanapo, por exemplo”, enumera. Pela experiência de Teixeira, o que surte maior efeito é o treinamento dos funcionários. Ele contratou dois chefs que visitam todas as lojas semanalmente e ensinam os cozinheiros como tratar os alimentos para garantir a qualidade e evitar perdas. “É um investimento alto, mas que diminuiu bastante o desperdício e garante o maior controle de qualidade do que servimos.” Com os chefs, um consultor da empresa também visita as lojas. Ele controla questões como a temperatura interna dos equipamentos, se todos estão funcionando normalmente, se alimentos estão guardados da maneira correta. “O resultado é excelente. Nós sabemos, por exemplo, que a borracha da geladeira, se não estiver na melhor condição, vai aumentar o gasto de energia e pode acabar resultando em desperdício de alimentos. Se você não controlar isso diariamente, o desperdício só aumenta”, alerta. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 15 //gente Mono mon Fotos: Nina Quintana O primeiro longa-metragem Iberê Carvalho Cineasta //Por Alessandra Santos Sobre o primeiro longa-metragem, O Último Cine Drive-In, em produção, ele revela logo de cara que não é um filme sobre o Cine Drive-In. “Eu queria fazer um longa sobre um filho que não vê o pai há muito tempo e, quando pensei no Drive-In, foi perfeito! Ele constrói uma metáfora de algo que estava perdido no espaço, algo nostálgico, como era a relação entre os dois.” O pai é Almeida, proprietário do cinema, interpretado pelo ator Othon Bastos, também coprodutor da película. O filho é Marlombrando (Pedro Nina). “Marlom” mora com a mãe (Rita Assemany) em Anápolis, que precisa vir a Brasília se tratar de um câncer. Assim, depois de tantos anos, restabelece a relação com o pai. “O filme acaba discutindo a questão do cinema e da saúde pública em Brasília”, diz Iberê. O lançamento oficial está previsto para festivais de cinema em 2014. Iberê Carvalho se apaixonou de vez por cinema depois de abandonar os cursos de antropologia e jornalismo. Já são nove curtas na bagagem, sem contar os filmes de que participou como assistente ou produtor. se propagou. Porém, o trabalho é mais do que isso: “É um novo guia de Brasília, que, além de mostrar os pontos turísticos, tem mapas e textos que falam sobre como é morar nas superquadras. Há informações sobre as festas de graça e outras opções”, conta Gabriela. Sendo assim, a ideia da jovem é publicar o mapa: “Quero que seja uma coisa bem popular. Quero que a pessoa possa comprar na banca. Com a Copa do Mundo vindo aí, isso pode facilitar a vida dos turistas.” Duas editoras já mostram interesse pelo projeto, mas a autora ainda não deu a palavra final. (A.S.) Gabriela Bandeira Mapa das frutas Em novembro de 2013, uma imagem chamou a atenção dos brasilienses no Facebook. Era um mapa da cidade que mostrava onde estão as árvores frutíferas. Amoreiras, mangueiras, jaqueiras, limoeiros, pitangueiras, abacateiros, goiabeiras e as típicas cagaiteiras do Cerrado são algumas delas. Todas com as datas de colheita. A ideia saiu da cabeça desta jovem de 23 anos, que fez o mapa para o trabalho de conclusão de curso em arquitetura na Universidade de Brasília. O levantamento foi feito com a ajuda de conhecidos e desconhecidos por meio da mesma rede social em que depois o mapa 16 Estudante de arquitetura revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Regional premiada Carlos Henrique Linhares Feijão Engenheiro e diretor da ABECE-DF //Por Gabriela Moll Mestre em engenharia estrutural pela UnB, projetista de estruturas e engenheiro da Novacap, o cearense de 42 anos assumiu a direção regional da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) em Brasília no início de 2013. No mesmo ano, recebeu o título de regional mais atuante do Brasil. A entidade, que tem a função de assessorar e de valorizar o engenheiro, oferece treinamentos, palestras e debates. Desde que assumiu, Feijão e sua equipe decidiram impulsionar os projetos. “Promovemos cursos de segurança, palestras abertas nas faculdades e participamos de eventos junto à Câmara dos Deputados que discutiam a mão de obra estrangeira no Brasil”, conta. É a primeira vez que uma regional do Centro-Oeste recebe o título. “Ainda temos muito trabalho pela frente”, diz Feijão. Para 2014, ano em que acaba o mandato do engenheiro, os projetos incluem mais capacitação por meio de workshops, união das áreas e aumento do número de associados. “Os projetistas costumam trabalhar sozinhos, são mais fechados. A Abece quer proteger esses profissionais e fazer com que compartilhem experiências”, completa. Em fevereiro, o encontro será no Estádio Nacional de Brasília. //Sua Excelência, o gerente Responsável por 30 funcionários e pela venda de mais de 160 mil produtos por mês, este profissional tem rotina agitada. São nove anos de experiência na gerência de lojas de departamento. Exerce a função na Tesoura de Ouro há dois anos. Em 2014, termina a faculdade de economia. Quais são as principais características de um bom gerente? Ter dinamismo, jogo de cintura, proatividade e saber resolver conflitos. Gerenciar produtos ou mercadorias é fácil; lidar com pessoas é meio complicado. Manter a equipe motivada é importante para você revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 desempenhar um bom trabalho. Como chegar a essa função? Para você alcançar os seus objetivos na parte gerencial, ou até mesmo crescer mais, você precisa de estudo, né? Sem isso, não vai a lugar nenhum. Para eu chegar aonde cheguei, tive que me qualificar mais na área, conhecer os produtos, os concorrentes... O que não pode faltar em um gerente? É preciso ter dom. Para mexer nessa área, é necessário gostar, e eu gosto, está “na veia”. É preciso também sempre se reciclar. A Tesoura de Ouro oferece cursos de treinamento e dá todo o suporte nessa área. (A.S.) José Ribamar da Conceição Gerente da Tesoura de Ouro de Taguatinga Centro (em frente à Praça do Relógio) 17 //direito no trabalho STF analisará mudanças na legislação de direitos autorais O s direitos autorais têm sido muito discutidos na mídia, e isso se deve principalmente ao fato de que a Lei 9.610, de 1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais, teve alguns de seus artigos alterados pela Lei 12.853, de agosto de 2013. As modificações implementadas foram significativas, especialmente quanto à obrigação da associação de gestão coletiva de direitos autorais, como é o caso do Ecad, de prestar contas dos valores devidos, em caráter regular e de modo direto, aos seus associados. No caso de não cumprimento dessa obrigação legal, poderá o pedido do associado de prestação de contas ser encaminhado ao Ministério da Cultura, que, após sua apreciação, poderá determinar a prestação de contas pela associação, na forma do regulamento. Apesar de esse regulamento ainda não ter sido elaborado, a mudança é considerável porque está na linha do entendimento dos tribunais de que deve haver transparência, publicidade e acesso aos valores arrecadados pelas instituições. Também por determinação dessa nova lei, as associações de gestão coletiva devem adotar os princípios da isonomia, da eficiência e 18 da transparência na cobrança pela utilização de qualquer obra artística ou fonograma. É que, segundo essa nova norma, as associações de gestão coletiva de direitos autorais exercem atividade de interesse público, devendo, assim, atender a sua função social – tanto que podem proceder à defesa judicial ou extrajudicial dos direitos autorais de seus associados. Mas, para o exercício da atividade de cobrança desses direitos, precisam obter habilitação em órgão da administração pública federal. Assim, as alterações foram muitas e representam mudanças profundas na gestão coletiva de direitos autorais, mas foram objeto de ação direta de inconstitucionalidade – ADI nº 5.062. Já há audiência pública marcada para o mês de março, para sua discussão e posterior análise pela corte máxima do País, o Supremo Tribunal Federal (STF), restando apenas aguardar qual será o decisum a respeito. De qualquer forma, pode-se concluir que as alterações ora destacadas demonstram que, mais uma vez, o Estado brasileiro edita leis que interferem nas atividades privadas e sobre elas está tendo maior controle. Caberá, então, ao STF decidir se isso é ou não constitucional. Joel Rodrigues Cely Sousa Soares Consultora empresarial da Fecomércio-DF revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 //vitrine Nina Quintana Volta no tempo Foi em uma casa no Guará II que a produtora de objetos e figurino Patrícia Araújo Spada achou um cantinho perfumado para dar mais uma perna à produtora Maria Mercado, agora também um brechó, que funciona desde dezembro. O local fica aberto para o público de quinta-feira a sábado e, além de roupas, vende sapatos e acessórios, que ficam no segundo piso da casa. No térreo, há objetos antigos. Por isso, ao entrar no Maria Mercado, a sensação é mesmo de visitar outro tempo. É possível encontrar vários objetos, como uma Monareta, bicicleta conhecida na década de 1980, opções de telefones de disco, LPs e móveis. As peças estão disponíveis para alugar ou comprar. Tudo depende do desapego da empresária e dona do brechó, que fica na QE 26 (conjunto O, casa 6). Telefone: (61) 3047.2310. O esmalte de Elizabeth II Uma das marcas de esmaltes mais celebradas do mundo chegou ao Brasil em janeiro. Em Brasília, estão disponíveis no salão de beleza Helio Diff da QI 8 do Lago Sul. A Essie é criação de Essie Weingarten, que lançou a marca em 1981, apenas com 12 cores. Hoje, já são 300. Desde 2010, a Essie faz parte do leque de produtos da L’Oréal Paris, mas a fundadora ainda dá nomes aos esmaltes e escolhe novas cores. Entre as celebridades reais, as cores discretas fazem sucesso. Ballet Slippers (sapatilhas de balé) é a escolhida pela rainha Elizabeth II, que não usa outro esmalte desde 1989 (foto). A nova integrante da família real britânica, Kate Middleton, escolheu Allure (sedução, fascínio) para o casamento. Uma das cores mais conhecidas é Bordeaux, vermelho produzido pela marca desde o lançamento. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Controle total A Arte e Cinema, especializada em desenvolvimento e instalação de projetos de automação, sistemas de home theater, high-end (aparelhos de altíssimo rendimento de TV e som) e sonorização de ambientes, está há dez anos no mercado. Na última renovação de produtos e serviços, estão duas novidades: os servidores de mídia e a distribuição de vídeo em alta definição. O primeiro guarda todos os filmes, discos e vídeos em um HD e os organiza por tema ou nome. O segundo dá a possibilidade de assistir a um filme em qualquer cômodo da casa. Ou seja, é possível parar o vídeo na sala e ir assistir no quarto do mesmo ponto, ou pará-lo para verificar as câmeras de segurança. Tudo em alta definição. A Arte e Cinema fica no Sudoeste (CLSW 301, bloco A). Telefone: (61) 3264.4448. Novas lojas nos shoppings O JK Shopping, em Taguatinga, recebeu a 26ª loja da rede Óticas Diniz no DF, inaugurada em dezembro. Há 21 anos no mercado, tem óculos para todas as idades e gêneros, com destaque para marcas internacionais, como Ray-Ban, Carolina Herrera, Givenchy e Victor Hugo. No Shopping Sul, em Valparaíso (GO), são quatro novidades: a Cool Cat, especializada em surf wear, a ótica Shalon, o Shopping dos Cosméticos e a loja de departamentos C&A. Em breve, a Renner também chegará ao Shopping Sul. Nina Quintana 19 //agenda fiscal Alerta geral para a opção tributária C hegada a hora de uma grande decisão: a opção tributária para 2014. Isso porque a legislação não permite mudança ao longo do ano. A opção à qual me refiro é confirmada quando do pagamento da primeira cota do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, em fevereiro (Lucro Real Estimativa) ou em abril (Lucro Real Trimestral e Lucro Presumido). O Lucro Real Anual prevê o pagamento de antecipações mensais denominadas estimativas, que são ajustadas anualmente. Já o Lucro Real Trimestral e o Lucro Presumido têm período menor e a apuração definitiva em cada trimestre, sem previsão ou necessidade de ajuste. É importante lembrar que o Lucro Presumido parte do pressuposto de que, ao aplicar a alíquota do imposto sobre uma “base de cálculo presumida”, estará tributando o lucro. Dessa forma, deve o empresário conhecer qual é o Lucro Presumido que a Receita Federal atribuiu ao seu empreendimento. Se discordar do resultado, deve estudar a opção do Lucro Real. Para quem está no Simples, é hora de avaliar sua permanência no sistema. Compare se o valor da contribuição, que compreende a contribuição previdenciária, não pode ser reduzido com uma política tributária mais adequada. Em qualquer situação, não deixe de consultar seu contabilista. Joel Rodrigues Adriano Marrocos Contador da Fecomércio e do IFPD e presidente do CRC/DF Calendário – de 14 a 28/2/2014 O QUE e QUANDO pagar? 14/2 • Cofins/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 30/1/2014. 17/2 • Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos) referente a 1/2014. 20/2 • Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 1/2014. • Contribuição Previdenciária (optantes do Simples e empresas em geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas) referente a 1/2014. • Simples Nacional referente a 1/2014. • ISS e ICMS referentes a 1/2014 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações). 25/2 • PIS e Cofins referentes a 1/2014. 28/2 • Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 1/2014. • 2ª quota do IRPJ e da CSLL referentes ao 4º trimestre/2013 pelo lucro real, presumido ou arbitrado. • Recolhimento do Carnê Leão referente a 1/2014. • IRPJ e CSLL referentes a 1/2014, por estimativa. • Cofins/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1º a 15/2/2014. • Recolhimento da parcela do Refis, do Paes, do Paex, do Parcelamento do Simples Nacional e do Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado). O QUE e QUANDO entregar? 14/2 25/2 28/2 Várias 20 • Escrituração Digital do PIS/Pasep, da Cofins e da Contribuição Previdenciária (EFD CONTRIBUIÇÕES) à SRF/MF referente a 12/2013. • Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) à SRF/MF referente a 12/2013. • Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação e Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins (DCIDE - COMBUSTÍVEIS) à SRF/MF referente a 1/2014. • Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) à SRF/MF referente a 1/2014. • Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) à SRF/MF referente ao ano-calendário 2013. • Livro Fiscal Eletrônico à SEF-DF referente a 1/2014: observar Portaria/SEFP nº 398 (9/10/2009). revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 academia Vida saudável no Sesc-DF //Por Andrea Ventura Cristiano Costa Profissionais capacitados e boa estrutura atraem cada vez mais frequentadores A prática de atividades físicas conquista cada vez mais adeptos. Nos meses que antecedem o carnaval, que neste ano será em março, a procura por um corpo perfeito aumenta. O Sesc oferece cerca de 30 modalidades, que incluem natação, hidroginástica, musculação, futebol e pilates. Oito unidades do Sesc no Distrito Federal oferecem atividades esportivas: Presidente Dutra, Estação 504 Sul, 913 Sul, Taguatinga Norte, Taguatinga Sul, Guará, Ceilândia e Gama. Mensalmente, cerca de 19 mil alunos participam das atividades. As unidades oferecem completa infraestrutura para a prática das diversas modalidades, com vestiários, equipamentos modernos e professores qualificados. Frequentador da academia do Sesc Guará há mais de um ano, o servidor público Paulo Heberth Araújo, de 48 anos, foi atraído pelas vantagens que o Sesc oferece em relação a outras academias da cidade. “Fiz consulta de preços, observei a revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 estrutura e constatei que os equipamentos eram novos e o público, mais selecionado.” O servidor levou a família toda para o Sesc – a mulher e os dois filhos. “Comecei a fazer atividade física por recomendação médica. Perdi 16 quilos em seis meses e hoje consigo correr cinco quilômetros por dia na esteira”, comemora. Para Paulo, a estrutura é totalmente diferenciada, com professores atenciosos e ambiente acolhedor. “A atenção dos professores é absurda. Diferente das outras academias, no Sesc o contato é com os professores, e não com recepcionistas”, compara. O depoimento de Paulo traduz a finalidade do Sesc ao oferecer esse tipo de serviço aos seus frequentadores. “Para o Sesc, as práticas físico-esportivas devem despertar a consciência dos indivíduos para uma vida ativa e salutar, a partir da sua prática regular e permanente, visando à potencialização e à preservação das capacidades físicas, funcional e psicossocial do indivíduo na perspectiva da qualidade de vida”, explica o coordenador de Sesc Ceilândia. Esporte e Lazer do Sesc-DF, Carlos Augusto Carvalho da Silva. O atendimento é voltado prioritariamente aos comerciários e seus dependentes, mas qualquer pessoa pode praticar as atividades do Sesc. Basta procurar as unidades no Distrito Federal e se informar sobre como fazer a carteirinha, que dá acesso às atividades esportivas e a outras ofertadas pela instituição. Na área esportiva, o Sesc promove ações que vão além das atividades nas academias e aulas de pilates, por exemplo. São eventos esportivos, como o Sesc Triathlon, a Copa Brasília de Futsal, o JISESC e o Aberto de Tênis. “Essas ações visam à promoção institucional e à dinamização da programação da atividade de esporte e lazer nas unidades, nas empresas e nos espaços da comunidade”, conclui Carlos Augusto. @sescdf /sescdistritofederal 21 conforto Oásis perto de você //Por Patrick Selvatti Mercado de spas urbanos está em ascensão. Estabelecimentos instalados em locais de grande movimento são os mais promissores O Spa e Cia. foi o primeiro a funcionar dentro de um condomínio residencial no DF. 22 onde o público está, a clientela é garantida. Por isso, esses estabelecimentos, antes comuns apenas em hotéis, ocupam agora shoppings, academias de ginástica e até condomínios residenciais. Naturalmente, os spas destino, a modalidade tradicional, ainda são muito procurados por quem pode passar uns dias de paz e tranquilida- Fotos: Nina Quintana J á foi o tempo em que spas eram necessariamente cenários arborizados, distantes do caos urbano, com ritmo lento. Empreendedores do segmento perceberam que muita gente quer relaxar, sim, mas não tem tempo ou não quer se afastar da rotina para isso. E descobriram que, ao levar seus serviços para revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 de fora da cidade grande para voltar renovado. Mas representam 7% dos estabelecimentos do tipo, enquanto os spas urbanos já têm 75% desse mercado no Brasil (os 18% restantes são spas em hotéis). Os dados foram fornecidos pela Associação Brasileira de Clínicas e Spas (ABC Spas). De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no documento Ideias de Negócio – Spa Urbano (2011), um fator que tem estimulado o surgimento de estabelecimentos desse tipo é a falta de espaços livres e as dificuldades de deslocamento nas grandes cidades. No caso de spas urbanos instalados em centro comerciais e outros lugares de grande concentração, há outro catalisador: o rendimento é aproximadamente 30% maior para o empresário, segundo a ABC Spas. Por enquanto, essa modalidade representa de 10% a 15% dos spas urbanos, mas a projeção da entidade é de que, em cinco anos, o nicho tenha crescimento de 20%. //Do shopping ao condomínio Os spas urbanos facilitam a vida de quem busca minutos de relaxamento ou quer encaixar serviços estéticos na agenda – antes ou depois do trabalho, na hora do almoço. O Spa & Cia. já nasceu com a particularidade de ir ao encontro de pessoas que precisam encaixar na rotina momentos de cuidado corporal e mental. A primeira unidade foi aberta dentro de um shopping, o Pier 21, em 2012. O local foi bem pensado. Fica entre a Asa Sul e o Lago Sul, a poucos quilômetros da Esplanada dos Ministérios, no meio da rota entre a residência e o local de trabalho do público potencial. Além disso, funciona aos domingos, acompanhando o horário das lojas. Os fundadores, a brasileira Gizelle Monteiro e o português Pedro Vasco, têm experiência no assunto após mais de dez anos de atuação em Portugal. “Nosso trabalho prima por uma formação de excelência e padrão internacional, aliando a parte terapêutica com o glamour do atendimento nos centros de beleza e bem-estar”, observa Vasco, que também capacita empresários que desejam investir nesse mercado em ascensão. “Não adianta alugar uma sala, contratar uma ‘massagista’ e dizer que tem um serviço de spa urbano. É preciso trazer o máximo de elementos que remetam o cliente àquele ambiente de relaxamento e tranquilidade que caracterizaram os spas ao longo dos anos”, ensina. Depois da experiência bem-sucedida no shopping, Vasco fez do Spa & Cia. o primeiro estabelecimento da categoria no DF a entrar em um condomínio residencial de luxo para atender, exclusivamente, os moradores e seus convidados. Segundo Vasco, a iniciativa partiu da construtora do condomínio Living (ao lado do ParkShopping). Instalar-se em um condomínio fechado, porém, já era um dos projetos do Spa e Cia. “Uma grande vantagem para o cliente é fugir do trânsito, já que ninguém vai pegar o carro para ir de casa ao spa.” Na unidade, inaugurada em agosto de 2013, há serviços rápidos, chamados express, além de um caminho de pedras com água para os pontos da planta dos pés, serviços de estética facial e corporal, rituais de banho e terapias de relaxamento. “Queremos o máximo de qualidade e de excelência no atendimento, com custo baixo”, conta o sócio-proprietário da empresa. Tanto os custos para instalação quanto os custos operacionais são menores do que no shopping, onde aluguel, condomínio e fundo de promoção são bem elevados. Outra diferença é a relação com os frequentadores. “É mais próxima, afinal, estamos praticamente dentro da casa do cliente”, diz. No condomínio, o spa funciona das 9 às 22 horas de terça e sábado e das 11 às 18 horas nos domingos. //Via de mão dupla A mistura de serviços que combatem o estresse com boa dose de estética torna academias de ginástica outra locação interessante para spas urbanos. Foi com esse pensamento que a direção da Inti Estética, 23 depois de cinco anos no mercado, tomou a decisão de expandir seus negócios entrando no ramo de spa. Assim, a empresa se instalou, em agosto de 2013, na academia Unique Fitness, no Sudoeste. “Já havia interesse em atender os moradores dessa região, aí vimos a oportunidade de atingir também o público que frequenta a academia. Afinal, são essas as pessoas que mais buscam qualidade de vida aliada a beleza”, avalia a sócia Luciana Caiede. A instalação de um spa dentro da academia é uma parceria que busca benefícios para os dois negócios, independentes entre si. A Inti Estética aluga o espaço da Unique, usa o nome da academia em sua divulgação e oferece descontos a professores e alunos. “O spa faz parte do roteiro de visitas da academia, agregando valor ao serviço que ela presta”, explica Luciana. Segundo ela, 70% da clientela é formada por alunos da academia ou indicados por eles. A maioria procura o estabelecimento, de fato, pela questão estética, mas os serviços de relaxamento também atraem os frequentadores da academia, apesar de o ambiente não ser dos mais calmos. “A gente vê que o cliente daqui não se incomoda com essa sonoridade incomum aos concorrentes, porque já faz parte do pacote ao qual está acostumado. Ele se sente atraído justamente pelo clima de praia, sol, gente bonita”, acrescenta a empresária. A direção da academia também comemora os resultados. “O spa é um complemento para aprimorar a saúde e o bem-estar dos nossos alunos. Buscamos sempre oferecer um diferencial em qualidade nos nossos serviços e isso contribui para construir essa referência no mercado”, diz o diretor administrativo do Grupo Unique Fitness, Diogo Salim. sas. Faturam, em média, até R$ 40 mil por mês. Os números foram levantados pela Associação Brasileira de Clínicas e Spas (ABC Spas). “A proposta vem ao encontro de uma necessidade do ser humano moderno de se deslocar menos, buscando serviços mais perto de casa e uns dos outros. Para se ter ideia, em São Paulo, hipermercados já oferecem serviços de spa”, diz Antônio Paschoal, presidente da ABC Spas. O panorama mostra a Região Sudeste como detentora da maior fatia do mercado, tendo o estado de São Paulo como o centro nacional, tanto em número como em inovações, tendências e volume de investimento. “Apesar de as mulheres serem mais suscetíveis aos tratamentos, os spas urbanos têm forte adesão do sexo masculino. Os homens buscam muito a localização estratégica. É uma solução à demanda e à exigência do cliente, que tem cada vez menos tempo e busca concentrar em um único local atividades e serviços relacionados entre si”, diz o presidente. O Distrito Federal está em sétimo lugar no ranking de quantidade de spas, com 3% do total de estabelecimentos do tipo no Brasil. “É um nicho que tem muito a crescer na capital federal e a ganhar com esse crescimento – um mercado rentável, pronto para ser explorado”, sugere Paschoal. A Inti Estética está desde agosto de 2013 dentro da Unique Fitness, no Sudoeste. Cerca de 70% dos clientes são da academia. //Em ascensão Estima-se que o segmento de spas movimente R$ 370 milhões por ano. Dos mais de mil estabelecimentos assim classificados no Brasil, 88% são pequenas empre24 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 //caso de sucesso Em busca de oportunidades //Por Sílvia Melo Ela veio para Brasília trabalhar como babá, mas a profissionalização mudou seu destino C laudiane de Morais Mafra da Silva, de 35 anos, chegou à capital do País há dez anos. Deixou Belém (PA) para trabalhar como babá. Mal sabia o que Brasília lhe reservava: aqui, tomou gosto pelos estudos na área de saúde e já conseguiu ser aprovada em um concurso público. As mudanças no destino de Claudiane começaram quando teve que deixar o trabalho de babá, um ano depois, para cuidar da saúde. Passou um tempo internada, depois se casou e foi morar em Ceilândia. Começou a cuidar de crianças dentro da própria casa. O marido então recebeu uma oferta de emprego para ser caseiro em um condomínio no Park Way e eles passaram a morar lá. Com a mudança, a paraense voltou a ser dona de casa e passou a estudar para concursos. Claudiane terminou o ensino médio quando ainda vivia em Belém e sempre teve vontade de continuar os estudos, mas não tinha condições de pagar. “Um dia uma amiga me falou dos cursos gratuitos do Senac e fui atrás de informações”, conta. Selecionada pelo Programa Senac de Gratuidade (PSG), fez os cursos Administração de Serviços Hospitalares e Recepção em Serviços de Saúde, na unidade do Gama, em 2013. Para ela, o diferencial dos cursos do Senac são os professores, que, além de ensinar, incentivam os alunos tanto na vida profissional quanto pessoal. “As professoras me ajudaram a melhorar a autoestima. Quando cheguei ao primeiro curso, ainda achava que teria dificuldade em conseguir emprego por causa da idade.” Com o conteúdo que aprendeu no primeiro curso do Senac, Claudiane conseguiu ser aprovada no cargo de auxiliar em administração da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. “Muita coisa que a professora ensinou caiu na prova.” Agora, aguarda ser chamada. Enquanto isso não acontece, vai em busca de mais conhecimentos e pretende fazer um curso superior. “Consegui uma vaga no curso de Gestão Pública do Instituto Federal Brasília e começo neste ano ainda. Mas meu sonho mesmo é estudar Gestão Hospitalar”, destaca. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Cristiano Costa //Sobre o curso O curso Administração de Serviços Hospitalares tem 60 horas e está previsto para o período de 17 de março a 4 de abril, das 8 horas às 12 horas, na unidade do Senac no Gama. O investimento é de R$ 195. Ensina os processos administrativos de um hospital, com atividades de apoio às áreas de administração e finanças, controle de agendas dos profissionais, emissão de guias de convênios, relatórios e atendimento ao cliente interno e externo. O curso Recepção em Serviços de Saúde tem 60 horas e custa R$ 195. Será oferecido nas unidades do Gama (de 17 de fevereiro a 12 de março, das 8 às 12 horas); de Taguatinga (de 10 a 28 de março, das 14 às 18 horas); e de Ceilândia (de 10 a 28 de março, das 8 às 12 horas). O aluno aprenderá a desempenhar atividades de recepção em laboratórios de análises clínicas e em hospitais, além de controle de agendas, pré-faturamento, emissões de guias de convênios e arquivamento de exames. Mais informações pelo Tele Senac: (61) 3313.8877. @senacdf /senacdistritofederal 25 Mono mon o o Caetan ig Por Rodr Guia para comprar bons ingredientes Eis oito endereços em Brasília que não podem ser ignorados por quem gosta de cozinhar. Entre feiras e empórios, você encontra nestes lugares quase tudo de que precisa para impressionar seus convidados à mesa: Feira Permanente do Guará Cristiano Costa Tradicionalíssima, a Feira do Guará é, com certeza, o primeiro endereço a ser descoberto por quem se aventura nas panelas em Brasília. É ampla e diversificada. De um lado, dominam as bancas de roupas; do outro, há oferta de produtos gastronômicos regionais tão variada quanto uma boa feira pode oferecer. Área Especial 17, Guará II (61) 3382.2323 Viagens gastronômicas 26 Embora não tão conhecida quanto a do Guará, ela existe há 17 anos. Começou pequena e hoje 170 expositores ocupam uma área de 5 mil metros quadrados. Frutas, verduras, legumes, cereais, queijos, carnes, embutidos, entre outros produtos de boa qualidade, são encontrados no espaço, que é organizado e limpo. Vicente Pires, Rua 4A, Área Especial Feira do Produtor São Paulo Guanahaní – O restaurante de culinária colombiana se destaca por petiscos, pratos e bebidas típicas do país. Da memória gustativa de sua infância, destacam-se as receitas das barracas de rua de Bogotá com resgate caseiro de Pupi Lopez, uma das sócias, há 30 anos no Brasil. //Rua Joaquim Antunes, 391 (11) 3060.9169 Feira do Produtor de Vicente Pires Ema – Escondidinha num sobrado nos Jardins, a chef Renata Vanzetto abre sua cozinha balcão e serve pratos inspirados na memória de sua infância no litoral paulista, como ovo cozido servido com a gema bem mole, cogumelos salteados, creme de cogumelos e aspargos. (R$ 27). //Rua da Consolação, 2.902 (11) 3081.8358 www.emarestaurante.com.br revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 http://bloggastronomix.blogspot.com – [email protected] – www.facebook.com/sitegastronomix A casa é especializada na venda de cortes nobres de cordeiro. Mas também dispõe de produtos como temperos, queijos do laticínio Casa da Ovelha, de Bento Gonçalves (RS), e vinhos da vinícola Campos de Cima, de Itaqui (RS). 313 Sul, Bloco C, Loja 5 (61) 3345.4745/9234.0281 www.lemouton.com.br La Palma Mais de 10 mil produtos ocupam as prateleiras deste empório administrado por família de origem japonesa. Nas duas unidades, você encontra frutas, cereais, legumes, temperos, arroz, massas e ingredientes nem sempre disponíveis nos supermercados. Como diz o slogan da casa, “o paraíso do gourmet”. 404 Norte, Bloco D (61) 3326.8885 413 Sul, Bloco B (61)3445.1004 www.lapalma.com.br Mercado Municipal de Brasília O charmoso espaço recria o ambiente dos tradicionais mercados de cidades mais antigas do Brasil. Tem de tudo um pouco, de carnes e peixes a pão novinho (da Padaria do Gille), passando por aqueles itens de que um cozinheiro mais exigente precisa. E ainda um ótimo boteco onde tomar um chope bem tirado antes ou depois das compras. 509 Sul (Avenida W3) (61) 3442.4500 O Armazém Produtos de várias procedências podem ser encontrados nas prateleiras desta loja da 410 Sul, em funcionamento desde julho de 2011. Massas italianas, geleias francesas, vinhos italianos... E, claro, condimentos e especiarias em geral. O empreendimento é das mesmas donas do extinto café/bistrô/livraria Rayuela. 410 Sul, Bloco D, Loja 2 (61) 3443.4750 Luana Lleras Le Mouton Peixaria Ueda Não há melhor lugar em Brasília para comprar peixe. Com produtos sempre frescos e atendimento eficiente, a Ueda virou uma tradição na Feira do Guará e mantém a qualidade na filial da 408 Sul, aberta há cerca de dois anos. Feira do Guará, Banca P-358 (61) 3381.6488 408 Sul, Bloco A, Lojas 19/23 (61) 3242.0061 www.peixariaueda.com.br Em pílulas... Menu Gazebo - O restaurante mudou cardápio e ambiente para atrair uma clientela mais jovem. A aposta do chef é servir pratos com pegada mais contemporânea, como o penne com camarão e lichia e udon (massa japonesa) com molho de ostra e filé. Setor de Clubes Esportivos Sul, Beira Lago, Trecho 2, Loja 39 (61) 3225.1717 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Novidades diárias - O chef Francisco Ansiliero adicionou cinco pratos ao menu do restaurante da Asbac. Cada um servido em um dia diferente da semana. Na quarta, por exemplo, ele oferece o cordeiro à moda da casa, assado ao molho rôti com redução de geleia de hortelã e menta, servido com batatas coradas e brócolis no alho e óleo (R$ 65). Dom Francisco (Asbac) SCES, Trecho 2, Conjunto 31, Setor de Clubes Esportivos Sul (61) 3226.2005 27 mercado Cantinho rentável //Por Talita Motta Corners surpreendem clientes e se revelam bom modelo de parceria entre empresários E mpresários brasilienses têm apostado em um sistema de vendas diferente, mas não tão novo assim. São os corners (cantos, em português). Esses espaços dentro de lojas oferecem produtos de terceiros, que não concorrem com a atividade principal e surpreendem a clientela. Pode ser um café instalado em uma livraria ou um espaço de operadora de telefonia em uma loja de eletrodomésticos, por exemplo. Também conhecido como store in store (loja dentro de loja), esse modelo de negócio é basicamente uma parceria. A empresa detentora da marca negocia com o lojista um valor pela utilização do espaço. O custo do aluguel depende da estrutura de que o corner vai precisar para o funcionamento. Em alguns casos, dependendo da relação e do interesse de ambas as partes, o aluguel é descartado. O caixa do corner costuma ser separado, mas há casos em que é o mesmo da loja, que tira um percentual e repassa o valor no fim do mês. Fotos: Nina Quintana 28 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Casamento bem-sucedido Para a estilista Cenci Quevedo e o cabeleireiro Cloves Nunes, a união deu certo porque há entrosamento. Desde o início, os dois entraram num acordo. A estilista divide os gastos de acordo com a proporção do espaço. Luz, IPTU, água, é tudo negociável. Cenci é especializada em vestidos de festa. Tem uma loja há oito anos no Jardim Botânico e o espaço reservado no salão de beleza Cloves Nunes Cabelo e Maquiagem, no Lago Sul. Desde que abriu o corner, em março de 2013, sentiu aumento significativo nas vendas e nos aluguéis dos vestidos, bem como dos acessórios que também fazem parte do acervo. O convite veio do próprio dono do salão. Por atender muitas noivas, Nunes se deparava constantemente com situações que, para quem estava prestes a subir ao altar, eram motivo de pânico. O cabeleireiro se viu no dever de salvar suas clientes. “A minha decisão foi quando uma noiva veio se arrumar no salão. Quando ela colocou o vestido, o zíper estourou de fora a fora. A sorte foi que eu tinha linha e agulha e dei um jeito”, conta Nunes. Ele ficou tão satisfeito com a possibilidade de oferecer novidades à clientela que já pensa numa parceria com uma equipe de estética. Há pouco mais de um ano em Brasília, a mineira Poizon – Cymbeline, especializada em roupas de festas e vestidos de noivas, reproduz aqui a parceria que já tinha em Belo Horizonte. Há dois espaços dentro da loja para a exposição de produtos diferentes: lingerie e acessórios. São das marcas Chris Gontijo Lingerie e Márcia Marquez, também mineiras. “As noivas chegam aqui e já encontram acessórios para o casamento e peças íntimas para a lua de mel. O serviço se completa e o tempo é minimizado”, diz a gerente Sônia Braga. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Experiência As irmãs Alessandra e Isabele Dias, donas da Fato Vestimenta, loja de roupas femininas no Lago Sul, há dez anos trabalham com corners. A experiência deu a elas o conhecimento para identificar até onde essa modalidade pode ser vantajosa. “A gente tem de sentir até onde a cliente está consumindo, até onde está sendo bom para loja. Se diminuiu um pouco as vendas, então vamos para uma próxima parceria”, explica Alessandra. A loja está há 15 anos no mercado. No momento, não há corner instalado na Fato, mas Alessandra ressalta a importância de oferecer outro tipo de produto ao consumidor. “Em São Paulo, por exemplo, isso é muito comum. Já fechamos parcerias com marcas de lingeries e joias, por exemplo. É uma prática muito válida e que deve cada vez mais evoluir. Ao mesmo tempo em que agrega valor à loja, ofereço coisas novas para minhas clientes”. As diversas parcerias que a loja já teve ao longo dos anos deixaram lições: não há regras e a divisão dos lucros é muito relativa. Tudo vai depender da forma como o acordo é feito. Para a empresária, ver a cliente satisfeita é mais importante do que o retorno financeiro. “O aumento do lucro não é tão importante. Para mim, você ganha muito mais vendo sua cliente satisfeita por trazer coisas novas.” 29 Mais que revistas Eles não querem apenas investir em corners. Empresários veem em produtos exclusivos a oportunidade de atrair e fidelizar clientes. Não que isso seja regra, mas foi a forma que o cabeleireiro Ricardo Maia encontrou para diferenciar o salão e satisfazer a exigência da freguesia. “As mulheres de Brasília são muito informadas e antenadas, pois viajam muito e gostam de se arrumar. Qualquer almoço é motivo de festa.” Em novembro de 2013, o dono do salão de beleza Ricardo Maia Hair Make-Up abriu suas portas para a marca Lavish, da designer Trícia Milaneze. Nascida em São Paulo, Trícia se estabeleceu nos Estados Unidos. Suas peças têm fios banhados a ouro, vidrilhos, cristais e pérolas como matérias-primas. Em Brasília, as peças só são encontradas no salão do Ricardo. “As clientes ficam loucas! Às vezes, ao mesmo tempo em que estão fazendo uma coloração, pegam as joias e começam a experimentar”, conta o empresário, que hospeda pela primeira vez outra empresa no salão. Lá, as vendas de joias não se misturam com as do salão, uma vez que o corner tem caixa próprio. Para o cabeleireiro, a parceria foi uma forma de mudar a ideia que muitas mulheres têm de que salão de beleza é chato e demorado. “Às vezes, o salão é um pouco maçante. A mulher que vem para cá quer ver algo a mais. Sendo assim, oferecemos um ambiente em que elas gostem de ficar e não vão apenas ler revistas”, explica Ricardo Maia. 30 Menor risco Qual a diferença entre loja e corner? O professor de marketing e varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV) Alexandre Ayres explica que a operação do corner não é autônoma, depende de uma loja hospedeira. “O corner é uma estratégia totalmente diferente de uma loja. É uma modalidade muito mais barata de implantar, mais simples de gerenciar. Porém, gera um retorno financeiro bem menor comparado à loja. São estratégias diferentes”. Lojas demandam funcionários, treinamento, compra de vitrines, prateleiras, equipamentos tecnológicos, enfim, materiais de escritório em geral. Sendo assim, o corner pode ser um bom começo para aqueles que acabaram de entrar no mercado. E, se não der certo, não exige que se desmonte toda uma estrutura – o prejuízo é bem menor. “Uma loja de vestuário típica pode exigir investimentos de R$ 300 mil a mais de R$ 1 milhão. Um corner varia de R$ 5 mil a R$ 25 mil”, compara Ayres. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Tem Sesc no meu sorriso. Tem Senac no meu diploma. Tem CNC na minha loja. Tem Sesc na minha vida. Tem Senac na minha promoção. Tem Senac na minha carreira. Tem Sesc no meu futuro. Tem CNC no meu posto. Tem Fecomércio no meu estado. Milhões de brasileiros fazem parte do comércio de bens, serviços e turismo. São empreendedores e trabalhadores que se empenham para fazer o dinheiro circular e movimentar a economia do país. Uma gente que vai à luta sabendo que o Sistema Comércio vai estar sempre ao seu lado. Afinal, é esse sistema que defende os legítimos interesses dos empresários e os representa nacionalmente através da CNC e nos estados através da Fecomércio. Que capacita profissionais com os cursos do Senac. E oferece cultura, educação, lazer e saúde aos comerciários e suas famílias através do Sesc. Tudo para este setor continuar a ajudar o Brasil a crescer. Tem CNC na nossa pousada. Quem é do comércio de bens, serviços e turismo tem sempre alguém ao seu lado. Transformando o Brasil. capa Mudanças na defesa do consumidor //Por Iara Lemos Se projeto de lei do governo federal for aprovado, Procons ganharão maior autonomia para punir quem desrespeitar as normas 32 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 C riadas há 37 anos, as Procuradorias de Proteção e Defesa do Consumidor (Procons) poderão ganhar mais atribuições. O Projeto de Lei 5.196/13, de autoria do governo federal, prevê o aumento do poder de atuação das entidades, com a justificativa de reduzir o número de reclamações, especialmente as que terminam na Justiça. Conhecida no Congresso Nacional como a Lei dos Procons, a proposta acrescenta um capítulo ao Código de Defesa do Consumidor. Ele permite que as entidades apliquem às empresas medidas corretivas, cumulativas ou isoladamente, sem que exista a necessidade de ação específica de execução para seu cumprimento. O governo federal espera, assim, agilidade e efetividade nos casos em que forem constatadas desobediências. O setor empresarial manifesta preocupação com o projeto, sobretudo quanto à falta de estrutura das entidades para suprir as exigências da nova lei, até porque o texto diz que a vigência terá início já na data de publicação no Diário Oficial. A expectativa do governo é que o projeto seja votado até o fim deste ano, mas, de acordo com a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor, ligada ao Ministério da Justiça, não há nenhuma ação coordenada de preparação dos Procons para as mudanças que o próprio ministério propôs. Nem haverá. Apesar da existência da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor, os Procons são entidades estaduais ou municipais (no nosso caso, distrital). Por isso, cabe aos governos locais definir a estrutura de cada um. A secretária nacional de Defesa do Consumidor, Juliana Pereira, imagina que, tão logo a nova lei seja aprovada e as atribuições dos Procons sejam ampliadas, a própria procura por atendimento vai revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 forçar os governos locais a ampliar as estruturas. “Quanto mais o consumidor exigir dos Procons, mais as prefeituras e os estados terão de se adaptar. O Procon hoje é prontosocorro da cidadania. Vai deixar de ser um pronto-socorro para ser um hospital”, compara. O presidente da Fecomércio do Distrito Federal, Adelmir Santana, considera válida a proposta, se o consumidor ganhar com isso. Mas alerta que é importante também que as empresas tenham o direito de defesa assegurado. “Eu vejo como um papel de alto risco [aumentar o poder dos Procons]. É claro que a lei deixa várias lacunas, mas não se pode dar poder de polícia a um órgão que ainda não sabemos se terá toda a estrutura”, pondera. O projeto de lei chegou ao Congresso Nacional em março de 2013. Em julho, uma audiência pública foi realizada pela Comissão de Defesa Só em 2013, os 761 órgãos espalhados pelo País fizeram cerca de 2 milhões de atendimentos. 33 do Consumidor. A atividade teve mais caráter de palestra, uma vez que Juliana Pereira apenas expôs o ponto de vista do governo sobre o projeto. Nenhuma entidade ligada ao meio empresarial participou como palestrante da mesa. A proposta permanece na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara e precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça antes de ser apreciada pelo plenário. Depois, segue para o Senado. Após passar pelas duas casas, o texto será encaminhado para sanção da presidente da República, Dilma Rousseff. //Falta de estrutura Os Procons são órgãos públicos cujas atribuições são elaborar, coordenar e executar as políticas de defesa do consumidor. Cabe a eles fiscalizar o cumprimento do Código de Defesa do Consumidor e identificar infrações, buscando a conciliação em casos em que o comprador se sinta prejudicado. A falta de estrutura desses órgãos é alvo de críticas. Francisco Maria, presidente do Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do Distrito Federal (Sindeventos), considera que, mesmo diante de problemas, alguns clientes deixam de recorrer aos Procons por receio na demora do atendimento. Por isso, o empresário avalia que aumentar as atribuições das entidades pode não se refletir em conquistas para os consumidores. “O Procon passa a imagem de ser um salvador, mas não tem estrutura. Não tem capacidade para atender a todas as queixas que hoje chegam lá”, diz. Na opinião dele, é por isso que tantas reclamações acabam na Justiça. “O fato é que dar mais poder para uma entidade sem que se aumente a estrutura pode acabar sendo ainda mais complica34 do”, avalia. Outra preocupação de empresários é com relação às medidas corretivas que poderão ser aplicadas. Se a lei for aprovada como deseja o governo federal, quando o Procon abrir processo administrativo mediante alguma reclamação, as empresas terão prazo estabelecido pela entidade para a defesa. Caso o Procon constate desrespeito aos direitos do consumidor, poderá aplicar as medidas corretivas, que podem ser desde a indenização para o cliente ou a entrega de um novo produto. É a chamada execução da penalidade, que, como está hoje na lei, os Procons podem até determinar, mas não têm poder para executar, ficando atrelados às decisões da Justiça. “A mediação é importante, mas o Procon não pode se transformar em um tribunal. Os empresários sabem e têm noção exata da importância do Dos 202 integrantes da equipe do Procon-DF, apenas 79 são concursados. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 consumidor e fazem todo o esforço para sanar os problemas”, afirma Adelmir Santana. Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Distrito Federal, Ildecer Amorim acredita que a mudança não deve causar limitação nas formas de defesa utilizadas pelas empresas e que, portanto, elas não serão prejudicadas. “No momento em que você amplia o poder de punição dos Procons, faz com que as empresas respeitem mais o consumidor. O projeto vem para facilitar a execução da penalidade”, argumenta. Para a advogada, o Procon como está hoje não supre todas as necessidades dos consumidores. A conselheira da OAB/DF acredita que, se o projeto de lei for aprovado, acabará forçando uma qualificação maior dos serviços. “Todo mundo vai sair ganhando.” //Alívio para a Justiça Dados da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor mostram que 95% das reclamações chegam aos Procons porque os consumidores não conseguiram nenhum tipo de acordo com as empresas. Desses casos, pelo menos 30% nem os Procons conseguem solucionar por acordo. Aí, o caminho que o consumidor precisa percorrer na busca dos seus direitos é a ação judicial. Além de ter custos, uma ação na Justiça leva um tempo de espera nem sempre apropriado à necessidade do cliente. A secretária Nacional de Defesa do Consumidor, Juliana Pereira, diz que o projeto de lei valoriza o acordo, a busca de solução e ajuda a empresa a não prejudicar o consumidor. “O mercado não tem de ter medo desse projeto. As empresas que já têm o hábito de buscar a solução dos problemas não têm o que temer.” O governo federal calcula que, só em 2013, as 761 entidades espalharevista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 das pelo País tenham feito cerca de 2 milhões de atendimentos. A redução dos casos de reclamações de consumidores que acabam na Justiça é um dos principais argumentos do deputado federal José Carlos Araújo (PSD-BA) para tentar acelerar a tramitação da matéria. Relator do projeto na Câmara, Araújo finalizou o relatório que pede a aprovação da proposta e aguarda votação na Comissão de Defesa do Consumidor. “A comissão é de Defesa do Consumidor. Então, estamos defendendo o consumidor, melhorando os Procons para, em casos de conflitos, terem força para fazer a mediação. Se a empresa não prestar o serviço como combinado, fica passível de punição. É preciso que a nova lei venha a preencher esse buraco que existia, evitando o acúmulo de demandas judiciais, que causa sobrecarga no sistema e ainda aumenta os custos para o consumidor”, analisa o deputado. //Menos queixas contra pequenas empresas O aumento do poder de consumo do brasileiro resultou em acréscimo também no número de reclamações que chega até os Procons. Em 2013, o Distrito Federal registrou mais de 192 mil atendimentos, a maior parte envolvendo empresas de telefonia, televisão a cabo e bancos. As reclamações no setor de telefonia chegaram a mais de 25 mil, enquanto bancos e empresas de telefonia somaram, juntas, mais de 22 mil reclamações. Estabelecimentos menores são os que menos registram reclamações. Foram 5.053 queixas referentes a micro e pequenas empresas. Dos 202 integrantes da equipe do Procon-DF, apenas 79 são concursados. Os serviços de fiscalização e autuação de empresas só podem ser realizados pelos fiscais, que são 14 para atender todo o DF. //artigo O Brasil no mapa mundial da inovação Artigo originalmente publicado na edição de 28 de novembro de 2013 do Jornal do Commercio. O vocábulo inovação como motor do desenvolvimento e fator explicativo dos ciclos econômicos surge na literatura acadêmica a partir dos escritos de Joseph Schumpeter, um dos grandes economistas do século XX. A ideia de inovação significa um rompimento total ou parcial com o passado, através de uma exploração exitosa de novas ideias. Grandes inovações dão origem aos ciclos econômicos que determinam novos padrões dos processos produtivos, como foi o caso da máquina a vapor no século XVIII ou do chip da microeletrônica, que deu origem, em meados do século XX, a processos baseados na tecnologia da informação. A par das “grandes inovações”, há constantemente, como resultado do engenho da mente humana, inovações de menor alcance que poderiam ser chamadas de inovações incrementais. Como exemplo desse tipo de inovação, pode-se citar o carro flex, cujo motor a explosão (Ciclo Otto) foi adaptado para queimar, em combinações variáveis, gasolina e álcool. Entre os vários tipos de inovação, os mais evidentes são os que modificam o produto ou alteram o processo. A transmissão automática nos automóveis foi uma inovação introduzida no produto; o lingotamento contínuo na siderurgia foi uma inovação no processo. Mas há também inovações menos perceptíveis, como as introduzidas no modelo organizacional das empresas ou nas práticas mercadológicas. Essas reflexões foram provoca36 Cristina Bocayuva das pelo recente anúncio da classificação ordinal (ranking) dos países em relação ao Índice Global da Inovação para 2013. Esse indicador vem sendo construído há seis anos, como resultado da cooperação entre a Universidade de Cornell, o Instituto Francês de Administração, o INSEAD e a Organização Mundial para a Propriedade Industrial, em inglês, WIPO. A construção desse índice leva em conta 84 fatores indutores da inovação, entre os quais cabe destacar a natureza das instituições, a qualificação do capital humano, os recursos aplicados em ciência e tecnologia e o conhecimento por eles gerado, assim como a própria infraestrutura econômica em seus efeitos sobre as empresas. No ranking, a liderança está com a Suíça, com uma pontuação de 66,59, somados todos os fatores que facilitam o ambiente para a inovação. Não surpreende que no topo da lista estejam também os países do norte da Europa e os Estados Unidos. No conjunto listado, composto por 142 países, a pontuação alcançada pelo Brasil – 36,33 – situa nosso País na posição 64, abaixo de outros países da América Latina: Chile, Argentina e México. Embora o ranking da inovação resulte de um modelo matemático, a informação veiculada pelas instituições acima referidas não permite distinguir inovações de grande alcance das inovações menores, denominadas incrementais. A falta dessa distinção impede que se faça uma correlação entre a dimensão Antonio Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo econômica de um país e sua propensão a inovar. Quanto à capacidade de inovar, a posição 64 para o Brasil está em desacordo com sua posição na listagem das dez economias mais importantes no plano mundial. Assinale-se que, embora o Brasil não se destaque em relação a outros países da América Latina, pela qualidade do seu sistema educacional, em especial no ensino das ciências e das matemáticas, tem, não obstante, em várias instituições acadêmicas e empresas, verdadeiros “bolsões de conhecimento”, que são fonte de inovação nos processos produtivos. É o caso, por exemplo, da Petrobras, que desenvolveu a tecnologia da exploração do petróleo em águas profundas, assim como da Embrapa, que vem gerando avanços constantes nas técnicas de ponta das atividades agropecuárias. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 alimentação Almoço balanceado //Por Sacha Bourdette Duas unidades do Sesc oferecem diariamente mais de 570 refeições com cardápios variados A lmoçar fora é um hábito que tem se tornado cada vez mais frequente entre os que trabalham. Mas a falta de tempo não é desculpa para adotar os lanches rápidos, que em longo prazo podem originar problemas como hipertensão, colesterol alto, diabetes e sobrepeso. Para estimular hábitos mais saudáveis, o Sesc dispõe, nas unidades de Ceilândia e Taguatinga Norte, de restaurantes com refeições equilibradas. No cardápio semanal, são oferecidos saladas, arroz, feijão e frutas, além de três variedades de carne. O sistema é o self-service. De acordo com a nutricionista da unidade de Taguatinga Norte do Sesc-DF, Maria do Socorro Santos, a proposta é dar maior conforto e liberdade aos usuários. “Com o sistema de selfservice, é possível consumir o que desejar. Percebemos pratos mais coloridos e nutritivos”, afirma. Inaugurado em 17 de setembro de 2012, o restaurante do Centro de Atividades Sesc Ceilândia serve por dia mais de 300 refeições. “Os pais de alunos aproveitam esse espaço para levar os filhos para almoçar”, conta a auxiliar administrativa do restaurante da unidade, Wylla do Nascimento. A unidade também produz merenda para os estudantes da EduSesc e dos projetos sociais da instituição. Já o estabelecimento de Taguatinga Norte foi aberto em 24 de setembro de 2012 e serve, em média, 270 refeições diariamente. Aos sábados e domingos, servem-se galinhada e arroz de carreteiro por R$ 7. Além disso, em pelo menos uma sexta-feira por mês, ocorre o evento Sexta Musical, no qual serve-se feiCristiano Costa joada ao som de músicos. “A comida é balanceada e tem preço acessível para que as pessoas possam se alimentar bem durante o almoço”, resume o gerente da unidade de Taguatinga Norte do Sesc-DF, Carlos de Gusmão Coelho. Quem frequenta o espaço aprova. “A comida é muito saborosa. Consigo escolher o que eu mais gosto de comer e de quebra ainda acrescentar uma fruta”, conta a professora Adriana Dias. O aluno da EduSesc de Taguatinga Norte Alan Souza, de 14 anos, aproveita a proximidade da escola para almoçar por lá. “Sempre venho com os meus colegas de sala.” As refeições são preparadas pelos cozinheiros do Sesc com base em receitas elaboradas pela equipe técnica de nutricionistas da instituição. Os restaurantes são abertos ao público de segunda a sexta-feira, das 11h30 às 14 horas. Nos sábados e domingos, funciona apenas a unidade de Taguatinga Norte. O preço é R$ 16 o quilo, e o cliente tem três opções de pagamento: dinheiro, cartão de débito ou de crédito. //Taguatinga Norte CNB 12, Área Especial 2/3 (61) 3451.9103 //Centro de Atividades Ceilândia QNN 27, Lote B, Ceilândia Norte (61) 3379.9500 @sescdf O restaurante Sesc de Taguatinga Norte serve cerca de 270 refeições por dia. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 /sescdistritofederal 37 Mono mon Entre na era digital. A Fecomércio ajuda você a emitir e renovar os certificados necessários para sua empresa trabalhar com segurança, autenticidade e conveniência no mundo da internet. e-CPF Digital a partir de R$ 130 Assinatura digital, acesso a Receita Federal e conectividade social para FGTSs. e-CNPJ Digital a partir de R$ 185 Realiza transações bancárias eletrônicas, assina documentos digitais com validade jurídica e acessa o Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte. 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Foi meio sem querer que o magistério entrou na vida desse brasileiro nascido no interior de São Paulo, em Sabino. Filho de libaneses, veio para a cidade aos 17 anos e entrou no curso de engenharia civil da Universidade de Brasília. No início, o Ciman focava só o supletivo. Depois, os jovens também passaram a preparar estudantes para o vestibular. Além das aulas do Ciman, inicialmente na 604 Norte e na 404 Norte, Aissami ensinava matemática a colegas da faculdade – porque “explicava direitinho”. O grupo inicial de professores foi se desfazendo. Outra pessoa entrou para ajudá-lo na administração. “No início, era tudo muito difícil, não tinha superávit. Então, trabalhava-se muito e não havia receita. Por isso, aos poucos, eles foram saindo”, explica Aissami. Ele não desistiu. Em 1978, adquiriu um lote no Cruzeiro e os cursos preparatórios se expandiram: Sobradinho, Asa Sul, Núcleo Bandeirante e instalações da Polícia Militar. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Onde antes havia apenas um barracão com aulas para supletivo e vestibular foi inaugurada a primeira unidade do Ciman no Cruzeiro, em 9 de março de 1981. Os preparatórios foram extintos. A dedicação ao ensino regular levou Aissami a procurar a profissionalização. Ele iniciou o curso de pedagogia na UDF. Nessa época, desdobrava-se em quatro, pois dava aula na Universidade Católica de Brasília e trabalhava como engenheiro, lembrando que ainda estava nas salas de aula do Ciman e na direção da escola. Já havia passado também pelas classes do Colégio Madre Carmen Salles. //Educação e felicidade Em 1995, Atef ficou sozinho à frente do Ciman. A segunda escola inaugurada, em fevereiro de 2000, foi a da Octogonal, que tem 20 mil metros quadrados, abriga 1.742 alunos da educação infantil ao ensino médio e oferece ensino integral. Conseguir o lote não foi moleza. Foram 14 anos de espera até que ele fosse leiloado pela Terracap. Venceu com um lance apenas 3% maior do que o segundo concorrente. O salto foi grande, uma vez que a unidade do Cruzeiro é bem menor, com apenas 3,1 mil metros quadrados. São 463 alunos nos ensinos fundamental e médio. O fundador do Ciman não pensa em fazer outras escolas. “Ia ser muito desgastante. Eu não tenho mais idade para isso”, afirma o homem de 61 anos. Ele explica: “Seria complicado, pois não queremos uma escola que fique apenas no conteúdo. O princípio básico é que os alunos sejam felizes aqui. Nosso desejo não é apenas educar, mas sim formar bons cidadãos”. 39 //doses econômicas Por que as coisas que desejamos têm preço? O homem, antigamente, consumia poucos bens, não tinha necessidade da gama de produtos que atualmente o seduz. Por isso ele podia até produzir a maioria deles, trocando o excesso pelos bens que não sabia ou podia produzir. Era a economia de escambo ou de troca. Hoje, o homem produz geralmente um bem ou serviço específico, mas tem necessidade e desejo, até por força da publicidade, de muitos outros bens produzidos e oferecidos por outros homens que ele nem conhece. Numa economia monetária, isto é, em que é usada a moeda, cada um de nós troca o nosso trabalho por moeda e com ela adquirimos os diversos bens e serviços que outros oferecem. Isso se dá no mercado, que é o local onde os produtos são oferecidos e procurados. O nosso trabalho e o trabalho dos demais têm um preço. Quem é que determina esses preços? Pode ser o Estado, de forma discricionária, ou o mercado livre. O preço é o valor de um bem expresso em moeda. E o que é o valor de um bem? O valor depende de dois fatores. O primeiro é o custo de obtenção. Um pescador, por exemplo, despende certo esforço em conseguir tirar peixes do rio ou do mar. Alguns peixes são mais difíceis de encontrar e por isso são mais valiosos. Por isso o salmão tem mais valor do que a sardinha. O segundo fator é a capacidade de o bem satisfazer a uma necessidade ou desejo. Quanto maior essa capacidade, maior o valor do bem. Mas as coisas não são assim tão simples. Por que um litro de leite não é mais caro do que um refrigerante? Certamente, o processo de produção do leite, desde a ordenha da vaca até a distribuição, é mais custoso do que o do refrigerante, mas aí entra o fator utilidade, ou a preferência pelo produto. Então, duas forças interagem para determinar o valor dos bens: o custo, que está por trás da oferta, e a utilidade, que está por trás da procura ou demanda. Se temos necessidades, precisamos dos bens para satisfazê-las. Ao mesmo tempo, precisamos nos esforçar para produzir esses bens. Essa é a essência e a base dos sistemas econômicos. Cristiano Costa Hélio Socolik [email protected] Economista pela UFRJ e mestre em Economia pela FGV. Auditorfiscal da Receita Federal (aposentado). Professor de Macroeconomia, Microeconomia e Finanças Públicas em diversas faculdades e cursos preparatórios de concursos públicos Parceria: 40 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 //instituto fecomércio Um ano bem-sucedido // Por Daniel Alcântara Instituto Fecomércio comemora bons resultados de 2013 V isando ao bem-estar do estudante e com o objetivo de fortalecer a integração entre empresa e escola, o Instituto Fecomércio do Distrito Federal comemorou vitórias e iniciativas importantes em 2013. Uma delas foi inserir mais de 3 mil estagiários no mercado de trabalho, além de contar com 200 novas empresas parceiras e realizar 25 pesquisas voltadas para o ramo comercial da capital do País. São 17 anos de pesquisas, cursos, estágios e treinamentos muito importantes para a população, afirma o presidente do IF, Adelmir Santana. “Nós somos a base da integração entre o jovem e as empresas. Nosso foco é chamar a atenção dos grandes empresários sobre a importância do estudante. Temos mais de 3 mil estagiários regularizados pelo instituto e pretendemos ter ainda mais a cada ano. Em 2013, demos um salto qualitativo nos trabalhos realizados.” //Qualificação e informação Outra iniciativa importante foi a criação dos cursos in company. Foram desenvolvidos 12 cursos exclusivos para atender às necessidades das empresas brasilienses nas mais diversas áreas. A coordenadora de Integração Empresa-Escola do Instituto Fecomércio, Regina Malheiros, explica que o conteúdo das aulas é elaborado a partir do levantamento das necessidades específicas de cada instituição por uma equipe de revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Cristiano Costa A instituição tem hoje mais de 3 mil estagiários regularizados em empresas do DF. consultores especializados. “Nosso objetivo é preparar o profissional para que ele volte à empresa devidamente especializado e atento às demandas do mercado”, diz. O setor de pesquisas também apresentou resultados positivos em 2013. Foram realizados estudos econômicos, sociais, de mercado e análises específicas. “Nós fizemos 12 pesquisas conjunturais, além de levantar dados sobre expectativa de vendas para o Dia das Mães, o Natal, a Copa das Confederações, o Dia dos Namorados e muito mais”, afirma a coordenadora da equipe de pesquisas do instituto, Rosângela Timótheo. O Instituto Fecomércio do DF já se tornou referência no País e a equipe se orgulha das metas alcançadas e do trabalho realizado em prol da evolução e do aprimoramento profissional, que se mostra cada vez mais necessário no mercado de trabalho. De acordo com a diretora-executiva do IF, Elizabet Garcia Campos, nos últimos anos, o instituto passou por mudanças estruturais para continuar garantindo a excelência do serviço. “Nos últimos anos, tivemos um salto quantitativo e qualitativo na área de estágio e no programa Jovem Aprendiz. Hoje, contamos com uma equipe altamente qualificada”, afirma. @if_estagio 41 varejo // Por Marina Marquez Ter na sua loja vendedores que se identifiquem com a clientela e o conceito do empreendimento faz diferença E ncontrar um funcionário que entenda do produto vendido antes mesmo do treinamento da empresa, se interesse pelo segmento e tenha perfil parecido com o da marca é um sonho de muitos empresários. Mais que isso: tem se tornado estratégia para atender melhor e aumentar as vendas. Empresas investem em seleções que aumentem as chances de encontrar esses perfis. Quem consegue diz que o sucesso é garantido. Nina Quintana Mayara e Abimael fazem parte da diversidade de estilos dos funcionários da Livraria Cultura. 42 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Boa estratégia Na Farm, loja carioca de roupas femininas, só há vendedoras mulheres e elas se parecem no jeito de vestir e até no de falar. Dá a impressão de que vieram direto do Rio de Janeiro, onde a empresa nasceu (em uma feira de moda) e cresceu. A cidade serve de inspiração para as coleções, que têm sempre muitas cores e estampas que a grife define como “moda da garota-carioca-zona sul”. Há lojas em 16 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 unidades da Federação. De acordo com a gerente de Comunicação Visual da Farm, Flávia Miranda, o desejo é que o cliente identifique nas vendedoras a marca que está comprando. “A equipe de vendas é um pilar importante que sustenta a imagem da marca. Buscamos ter vendedoras dentro desse perfil, e o grande diferencial é contratar sempre pessoas que nos inspirem”, diz Flávia. Para que se dê essa identificação, um trabalho intenso de produção de moda é feito para definir o que as vendedoras vão usar. “Temos preocupação constante na nossa área de recursos humanos na hora de contratar e em oferecer treinamentos que alinhem o departamento visual e comercial para garantir esse conceito.” A gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae, Jaqueline Almeida, aprova a estratégia de investir na identificação do cliente com a marca. “Uma marca não se constrói apenas com um logotipo ou uma campanha de comunicação, mas com um conjunto de ações com o objetivo de criar, em cada cliente, uma percepção de imagem, com base numa série de contatos com a identidade corporativa da empresa”, define. Para ela, roupas/uniformes são bons instrumentos para alinhar os vendedores ao conceito. Proprietário da empresa Novo Marketing, o consultor Alexandre Martins diz que o investimento em funcionários que entendam e compartilhem do conceito da marca pode fazer toda a diferença nos resultados. Segundo ele, cresce o número de empresas especialistas em áreas de fortalecimento da marca, principalmente porque já existe consenso de que a relação do cliente com ela é essencial para o sucesso, principalmente quando se fala de pequenas e médias empresas. Martins diz que o pequeno empresário, em geral, não tem recurso para investir em propaganda, mas tem condições de investir no contato direto com o cliente, o atendimento. Para isso, é importante que o empresário tenha boa definição do perfil que quer. Isso vai fazer com que as contratações sejam mais acertadas e com que a equipe se pareça mais com a empresa, transmitindo para o cliente conceitos e impressões muito mais positivos. “Buscar profissionais que se pareçam com a marca ou que tenham os mesmos tipos de valores dos clientes não é preconceito, e sim estratégia. É muito mais fácil um vendedor que se identifique com a sua clientela descobrir e atender às necessidades dela do que uma pessoa que, por exemplo, não tem nenhuma experiência de uso com o produto”, defende. O consultor dá exemplos. Ter praticantes de atividades físicas para vender materiais esportivos pode economizar bastante em treinamento e fazer com que vendedor e cliente falem a mesma língua. Da mesma forma, engenheiros e arquitetos podem, se registrados nos devidos órgãos reguladores, se sair muito bem na venda de imóveis. “Essa estratégia, se bem executada, pode ser muito positiva. Acelera o aprendizado da equipe sobre a empresa e seus produtos, facilita a comunicação com o cliente e ajuda a melhorar as vendas.” 43 Diversidade 44 Na Livraria Cultura, para criar a identificação do cliente com a marca, a determinação é justamente manter a liberdade na hora de contratar. Quanto maior a diversidade, mais próximo do ideal a empresa chegou. A gestora de Recursos Humanos da empresa, Juliana Brandão, explica que a diversidade está entre os valores da Cultura e que é preocupação na hora de escolher e contratar quem vai trabalhar nas lojas. São 17 espalhadas pelo País, duas na capital federal. “Nossos clientes são muito diversos e querem se identificar com o vendedor que os atende. O cliente que tem uma tatuagem, um cabelo diferente, um piercing se identifica com alguém como ele. E, quando falamos em identificação, o visual conta muito.” Para que essa estratégia funcione, a empresa procura vendedores internamente. Normalmente, são escolhidos para trabalhar na livraria antigos clientes ou indicações de clientes e vendedores. “Nós não gostamos de usar consultorias porque estamos falando de um universo muito diferente, que é a cultura. Um currículo que para outra área pode ser perfeito, para nós, nem tanto”, explica Juliana Brandão. Em comum, são pessoas que normalmente se interessam pelo que a livraria oferece: livros e música. “Um fator importante na empresa é o funcionário se identificar com os valores, gostar de cultura. Vender livro é diferente de vender celular, e cultura não se aprende de um dia para o outro. É preciso ter critérios diferentes”, ressalta. A gestora de RH conta que esse modelo baseado na identificação não foi algo pensado, surgiu de forma natural. Aos poucos, no entanto, ficou estabelecido e se tornou parte da seleção e dos treinamentos. “Nós sabemos que o que procuramos hoje, e a forma como procuramos, não é a solução mais barata. Não tem o menor custo, mas ganha em efetividade, aderência do cliente ao negócio.” Mayara Monte começou a trabalhar na Livraria Cultura do Shopping Casa Park há três anos, quando tinha 19 anos. Foi indicada por um amigo e não enfrentou dificuldade na seleção para o primeiro emprego. “Aqui não precisamos nos ocultar. A empresa respeita e valoriza as personalidades diferentes e os clientes se identificam com tantos perfis e estilos diferentes”, conta. A funcionária diz que a maioria valoriza a diversidade que a livraria apresenta. “Às vezes o cliente se assusta com o vendedor de cabelo colorido, tatuagens, piercings. Mas a maioria tem seu vendedor cativo, gosta do que a empresa oferece e encontra o que procura.” Abimael Veiga também é vendedor da loja e explica que a identificação do estilo dos vendedores com a marca é tão grande que os clientes comentam. “Nós temos relatos de pessoas que param o vendedor na rua e dizem ‘Você trabalha na Cultura, né?’ A clientela é diferenciada, assim como os vendedores”, relata Veiga, um dos 40 vendedores da Livraria Cultura do Casa Park. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 45 //economia Desafios para 2014 A no de difícil condução nos assuntos econômicos, em virtude de eleições gerais marcadas para logo depois da Copa do Mundo, 2014 traz para o Brasil um enorme conjunto de desafios. O mais difícil é externo. Após longo período alimentado por um volume inédito de liquidez na economia mundial, facilitando de forma extraordinária a gestão econômica dos emergentes, começa uma fase de reversão das políticas expansionistas em escala internacional. Essa aterrissagem exigirá uma adaptação nada trivial de países como o nosso. Basicamente, enfrentaremos redução expressiva da oferta de capitais externos e o fim da fase de subidas sucessivas dos preços de nossas commodities de exportação, tudo isso num momento em que o dever de casa anda meio atrapalhado. De repente, o Brasil se viu enredado numa armadilha de crescimento baixo, ao redor de 2,5% ao ano, sem que as autoridades apontem caminhos capazes de convencer os investidores de que há luz no fundo do túnel. Infelizmente, essa luz não virá durante a campanha eleitoral, pois, ao contrário do que deveria ser, nessas épocas o debate dos temas nacionais é pouco profícuo. Sem investir mais, o País só cresceria se houvesse um avanço compensatório da produtividade global dos fatores de produção, algo que ninguém consegue enxergar no curto prazo, pelo menos enquanto não se dedicar a um novo e relevante programa de reformas estruturais. Os investidores se retraem porque enxergam muitas incertezas no 46 Joel Rodrigues Fazer do limão uma limonada é, de fato, a grande questão a enfrentar. Tarefa árdua, mas não impossível. radar do curto prazo. Quanto aos consumidores, o modelo pró-consumo com apoio do aumento de preços dos produtos de exportação dá sinais de fadiga, sem que o governo indique um substituto à altura. Primeiro, porque o crédito já não sobe na espantosa velocidade da fase 2004-2008, como seria de se esperar. Segundo, porque o crescimento da massa salarial começa a dar sinais de cansaço, já que a economia não cresce mais em torno de 4,8% ao ano, média da fase 2004-2008. Terceiro, porque o espaço para ativar a economia por meio do orçamento público está esgotado depois da forte deterioração fiscal dos últimos meses. Fazer do limão uma limonada é, de fato, a grande questão a enfrentar. Tarefa árdua, mas não impossível. Como a oferta de empregos sobe a taxas menores, inclusive porque a população está crescendo menos, o problema é menor do que há algumas décadas. Se os dirigentes políticos enxergarem isso, poderão aproveitar o período eleitoral de forma diferente da tradicional. Raul Velloso Doutor em Economia pela Universidade de Yale (EE.UU). Atualmente é consultor econômico em Brasília revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 cultura Incentivo à leitura //Por Raíssa Lopes Conheça as bibliotecas do Sesc O livro é de fundamental importância para o desenvolvimento das sociedades e para o crescimento intelectual do indivíduo. Por meio da leitura, é possível conhecer pessoas, lugares e ainda enriquecer o vocabulário. No entanto, não são todos que têm fácil acesso aos livros. Com o objetivo de democratizar a informação, o Sesc tem em Brasília quatro bibliotecas fixas e duas móveis – o BiblioSesc. Há bibliotecas nas unidades de Taguatinga Norte, da 504 Sul, do Setor Comercial Sul e de Ceilândia. A primeira é exclusiva dos alunos da escola do Sesc – EduSesc. As outras são abertas à comunidade (usuários das unidades, conveniados, comerciários e dependentes). As bibliotecas oferecem acervo diversificado de livros, revistas, periódicos e jornais, além de com- putadores com internet para consultas, salas para estudos em grupo, gibiteca, entre outros. Na biblioteca escolar, há forte demanda de espaço para trabalhos em grupo, livros didáticos e paradidáticos e exemplares infantojuvenis. As outras são mais procuradas por pessoas que se preparam para concursos em busca de apostilas, livros de direito e de administração, gramáticas e jornais. De acordo com a técnica de Cultura do Sesc-DF Martha Lemos, em 2014 haverá maior investimento em programação cultural nas bibliotecas, como encontros com autores e noites de autógrafos. “Além disso, a biblioteca da unidade do Gama será inaugurada”, conta. //BiblioSesc Em funcionamento desde 2008 no Distrito Federal, as bibliotecas móveis (BiblioSesc) nasceram com o Cristiano Costa objetivo de oferecer aprendizado por meio da leitura em vários pontos da capital. Há duas unidades móveis. O acervo de cada uma é composto por mais de 3 mil obras que incluem livros literários e didáticos, enciclopédias, revistas científicas e jornais. É possível pegar livros emprestados. Basta realizar o cadastro na unidade móvel. Em 2013, foram registrados mais de 43 mil consultas e 6,3 mil empréstimos. Para incentivar o hábito de ler, são promovidas atividades lúdicas. Em parceria com o projeto Contadores de História, do grupo Semente Cia. de Teatro, as duas carretas da unidade móvel promoveram a leitura em diversas regiões administrativas em novembro passado. Em agosto, com formato semelhante, a dinâmica cultural Pipocando Poesia atendeu quase 3 mil usuários em oito pontos das unidades do BiblioSesc. O cronograma com os locais por onde o BiblioSesc vai passar será publicado em breve no site do Sesc (www.sescdf.com.br). //Horário de funcionamento Sesc Ceilândia: das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira Sesc Taguatinga Norte e Sesc Presidente Dutra (SCS): das 8 às 20 horas, de segunda a sexta-feira BiblioSesc: das 8 às 16 horas, em pontos de apoio (datas pré-agendadas) @sescdf São Sebastião recebeu a visita do BiblioSesc em agosto de 2013. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 /sescdistritofederal 47 Mono mon Atletas que 85% lançam discos • ficam tontos. • Os que lançam martelos, não. dos nossos alunos terminam a faculdade • empregados • É tudo verdade. Mas só uma dessas pesquisas faz diferença na sua vida. financie pelo fies • Marketing • Gestão Comercial • Gestão de Recursos Humanos • Gestão da Tecnologia da Informação • Logística • Análise e desenvolvimento de Sistemas Conheça também nossos cursos de pós-graduação. Plano Piloto 61 3217-8821 • • Taguatinga 61 3354-6540 • • www.facsenac.edu.br Faculdade senac. seja super, seja superior. 48 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 carga tributária O incentivo que virou problema //Por Alessandra Santos C om o intuito de impulsionar o comércio local e aumentar a competitividade, o governo do Distrito Federal, nas gestões de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, concedeu incentivos fiscais aos atacadistas. Enquanto vigeram, de 1999 a 2011, permitiram o crescimento significativo do setor. Porém, o estímulo virou dor de cabeça, uma vez que foi julgado inconstitucional. O Ministério Público local quer que as empresas paguem os valores descontados por meio do benefício. Ou seja, os empreendedores correm o risco de ter de pagar por valores de que o próprio Estado abriu mão. Logo que os incentivos foram julgados inconstitucionais, em 2011, veio a Lei Distrital 4.732, sancionada por Agnelo Queiroz. A norma perdoou a dívida, mas a constitucionalidade também foi contestada pelo Ministério Público. No fim do ano passado, o conselho especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios rejeitou a ação de inconstitucionalidade por dez votos a três. A insegurança jurídica, no entanto, permanece. O Ministério Público vai entrar com recurso para exigir a cobrança, que passa dos R$ 10 bilhões. De acordo com o Sindicato do Comércio Atacadista do DF, o número de empresas do segmento subiu de cem para mil durante a revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 vigência dos incentivos. Isso mostra que, apesar da renúncia fiscal, o Distrito Federal saiu ganhando. A arrecadação de impostos saltou de R$ 80 milhões para R$ 800 milhões. A criação de emprego foi aos 1.000%, chegando a 15 mil novos postos de trabalho. Em 2012, a alíquota do ICMS interno para os atacadistas caiu de 17% para 12%, mas o setor não está satisfeito. Em Goiás, é de 3%. O estado vizinho cresce a cada ano. “Não é que os empresários tenham saído de Brasília, mas eles precisam vender a outros estados e lá há maior possibilidade de competitividade. Neste momento, o que podemos fazer para fortalecer o comércio é não deixar que outras empresas venham para o DF e nos especializar em vender internamente”, afirma o presidente do Sindiatacadista-DF, Fábio de Carvalho. A importância do estímulo ao setor é confirmada pelos números e defendida pelo advogado tributarista Jacques Veloso, que presta consultoria ao sindicato. “O mercado local não conseguia competir com o de fora, como o de Goiânia, que tem incentivos fiscais maiores. Incentivos como esse são dados em todos os estados, mas só o DF os questiona. É preciso levar em consideração o impacto social da lei, o que a Justiça não fez [quando julgou os incentivos inconstitucionais].” O governo local estabeleceu aos atacadistas dois regimes de desconto: o Termo de Acordo de Regime Especial (Tare), por meio dos Decretos 20.322/1999, 23.356/2002, 24.371/2004 e 25.372/2004; e o Regime Especial de Apuração (REA), regulamentado pelo Decreto 29.179/2008. Ambos deram descontos no Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços (ICMS). Em 2011, o Tare, que já havia sido extinto em 2008, e o REA foram julgados inconstitucionais pelo Superior Tribunal Federal, quando este analisou incentivos semelhantes em várias unidades da Federação. Para os ministros, os benefícios devem ser concedidos após convênio entre todos os estados e o DF. “Isso é muito complicado de fazer. É, na verdade, a tão aguardada reforma tributária, em tramitação no Congresso Nacional. Para que isso realmente funcione, é necessário criar um fundo de compensação entre os estados produtores e os não produtores”, defende o presidente do Sindiatacadista-DF. 49 Histórico Justiça evitou, no fim do ano, que empresas atacadistas tivessem de pagar mais de R$ 10 bilhões referentes a descontos concedidos pelo governo, mas o Ministério Público pode entrar com recurso Mono mon Parceria com o Banco do Brasil Contrate ou renove o seu BB Seguro Auto e conte com a Rede de Oficinas Mais¹. Preço especial para consertos abaixo da franquia; Garantia dos serviços executados; Serviço leva e traz do veículo; Lavagem e enceramento geral do veículo. Acesse www.sistemafecomerciodf.com.br e conheça todas as assistências, benefícios e condições diferenciadas desta parceria. Contrate seu seguro pela internet e parcele em até 6x sem juros no cartão de crédito ou débito em conta. Todas as condições são extensivas a seus familiares! 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FECOMÉRCIO | fevereiro 1 - Para 50 mais informações sobre as condições contratuais do produto, garantias, limites, exclusões, lista dos parceiros e serviços oferecidos, regras revista de utilização das assistências e o manual 2014 dos serviços acesse: www.bbseguros.com.br. | Janeiro/14. capacitação Pronto para a Copa do Mundo? //Por Luciana Corrêa Veja a programação de cursos sob medida para as oportunidades que o evento abrirá O ano da Copa do Mundo de Futebol chegou e é a vez de o Brasil sediar o torneio. Os jogos vão de 12 de junho a 13 de julho e, com a vinda de grandes eventos como esse, várias oportunidades de empregos surgem. É preciso se capacitar para disputar as vagas que aparecem. Para isso, o Senac tem cursos profissionalizantes, de formação inicial e continuada, e cursos técnicos voltados para quem ainda busca uma vaga no mercado de trabalho. A gerente da Divisão de Educação Profissional do Senac-DF, Tânia Maria Salvador Ferraz Paiva, explica que a entidade tem a intenção de aumentar a oferta desses cursos e acredita que as oportunidades continuarão também após o campeonato. “Nossa intenção é sempre abrir vagas afins com o evento para as pessoas que buscam emprego nesse período. Acredito que, com o movimento da Copa do Mundo no País, o aumento do consumo de serviços continuará. Então, aposte na capacitação profissional para um sucesso imediato e futuro”, incentiva. //Garçom – 250 h Inclui prática supervisionada Requisitos: idade mínima de 18 anos e ensino fundamental completo //Copeiro – 200 h Requisitos: idade mínima de 18 anos e, no mínimo, o 7º ano/6ª série do ensino fundamental Gama De 3 de fevereiro a 10 de junho Das 19 às 22 horas Taguatinga De 10 de março a 23 de maio Das 8 às 12 horas //Camareira em Meios de Hospedagem – 200 h Inclui prática supervisionada Requisitos: idade mínima de 18 anos e ensino fundamental completo CEP – Tecnologia do Turismo e Hospitalidade – Curso ministrado no Senac 903 Sul De 3 de fevereiro a 16 de abril Das 8 às 12 horas De 3 de fevereiro a 16 de abril Das 14 às 18 horas De 17 de fevereiro a 30 de maio Das 19 às 22 horas //Gestão em Meios de Hospedagem – 60 h Requisitos: idade mínima de 18 anos e ensino médio completo Sobradinho De 17 de fevereiro a 19 de março Das 19 às 22 horas //Organizador de Eventos – 200 h Requisitos: idade mínima de 18 anos e ensino médio completo revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Para o evento, há previsão de 600 mil turistas passando pelo País, segundo o Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, além de 1,1 milhão de brasileiros que viajarão internamente ao longo do campeonato. Serão 64 jogos, que ocorrerão em Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A nossa capital receberá sete, nos dias 15, 19, 23, 26 e 30 de junho e 5 e 12 de julho, no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Gama De 10 de março a 23 de maio Das 14 às 18 horas //Recepcionista em Meios de Hospedagem – 200 h Requisitos: idade mínima de 18 anos e estar cursando, no mínimo, o 2º ano do ensino médio Senac Tecnologia do Turismo e Hospitalidade – curso ministrado no SCS, Ed. Jessé Freire De 3 de fevereiro a 16 de abril Das 14 às 18 horas //Técnico em Guia de Turismo – 1.000 h Requisitos: idade mínima de 17 anos e estar cursando, no mínimo, o 3º ano do ensino médio 903 Sul Início: 3 de março Das 14 às 18 horas //Manicure e Pedicure – 200 h Requisitos: idade mínima de 18 anos e, no mínimo, o 7º ano/6ª série do ensino fundamental Ceilândia De 31 de março a 10 de julho Das 19 às 22 horas copa2014.senacdf.com.br @senacdf /senacdistritofederal 51 inclusão Mercado restrito Profissionais das áreas de moda e publicidade trabalham para aumentar número de modelos negros no Distrito Federal //Por Alessandra Santos “ Você está preparado para trabalhar muito?” Essa é a pergunta que os modelos negros que passam pelo crivo do booker André Monjardim, da Mega Models, escutam ao entrar para a equipe. A experiência no mercado lhe ensinou que negros precisam mostrar mais competência do que profissionais de pele mais clara, pois o mercado não os procura com tanto afinco. No caso das mulheres, é evidente. “Quando viajam dez modelos de pele branca, acabam entrando na seleção apenas duas negras”, revela. Nas maiores agências de modelos de Brasília, cerca de 30% dos modelos são afrodescendentes. Elas incluem nessa conta as pessoas que se consideram pardas. Essa limitação foi o que levou a ex-modelo Daí Schmidt a abrir a Ébano Models. No começo, em janeiro de 2013, era uma agência de modelos especializada. Agora é também uma produtora voltada para eventos de promoção da cultura negra que busca a inclusão desses 30 modelos no mercado. “Nós queremos trabalhar com a autoestima desses modelos, pois muitos negros não conseguem acreditar que são bonitos, já que passam muitos anos sofrendo com o preconceito. Alguns acabam alisando o cabelo, por exemplo, e não aceitam o natural”, relata Daí. //À procura de talentos O plano da proprietária da Ébano para aumentar o número de modelos negros no mercado é ajudá-los na qualificação e desenvolver projetos como o que ocorreu em novembro passado, o Beleza Negra Fashion Show. Em uma passarela montada em Ceilândia, modelos negros desfilaram para promover a cultura afro-brasileira e a igualdade racial em celebração ao Mês da Consciência Negra. Para isso, a empresa trabalha em parceria com a Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial do Distrito Federal e com a Mega Models em busca de modelos em locais públicos, shoppings e, a partir de fevereiro, em colégios públicos ou particulares, por meio do projeto Beleza nas Escolas. Os 52 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Nina Quintana escolhidos vão assistir a palestras, participar de workshops, entre outras atividades, para buscar a profissionalização. Profissionalização que é defendida pelo produtor e ator Thiago Jorge, da Basquiat Produções e Eventos. “Eu acho que é necessário haver alguma política pública para que essas pessoas possam elevar sua autoestima, para que queiram e tenham apoio para continuar nessa área”, diz Jorge, que também trabalha com escolha de modelos para propagandas e sente dificuldade em encontrar atores e atrizes negros na cidade. Ele acha que ainda há preconceito e defende o sistema de cotas para desfiles e comerciais. “Eu falo como produtor. Há poucos negros no mercado e me orgulho de fazer parte desse grupo. As cotas não resolveriam o problema de uma hora para a outra, mas o evidenciariam e o colocariam em discussão.” Booker da parte comercial da Unique Models, Rafaella Ferrugem acredita que as cotas também sejam ótima opção para inserir os negros no mercado e cita o desfile da irmã e estilista Fernanda Ferrugem no Capital Fashion Week de agosto de 2012, quando a moça apresentou a coleção Novos Praianos, numa junção Brasil e Angola. “O corpo negro representa muito bem o Brasil, com suas curvas e feminilidade.” Na passarela, a maioria dos modelos era negra, mas não foi fácil reunir os 30 profissionais de que precisavam, diz Fernanda: “Eu queria inverter os papéis. Ainda há muito preconceito no mundo da moda. Tive dificuldade para encontrar modelos negros para o desfile, pois as agências tinham pouquíssimos. Fui para as ruas procurar negros e mestiços. Colocamos apenas dois brancos e mandamos a nossa mensagem”. //Comercial dá mais espaço para negros No universo da publicidade em Brasília, o maior mercado é o governo local, que nem sempre procura modelos, mas pessoas “comuns” para participar das campanhas. Sendo assim, as coisas mudam de configuração. A booker comercial da Mega Models, Iremar Bacelar, diz que há grande procura por negros, principalmente para as propagandas governamentais. “Eu tenho demanda, mas a quantidade de profissionais não é ampla. Eu gostaria de ter mais modelos para oferecer.” Emanuela Sousa, booker da Scouting, conta que já se deparou com uma situação diferente com um cliente privado: “Eu já tive um cliente que queria negras, mas não gostou de nenhuma do meu casting porque elas eram muito bonitas”, comenta. Ela afirma que, quando vai “vender” as modelos, precisa ter o cuidado de mostrá-las tanto produzidas como com menos maquiagem ou roupas de grife. Para ela, o sistema de cotas não é necessário, mas sim o empenho dos bookers: “O que devia contar, tanto para os negros quanto para os brancos, é a experiência, e não a cor da pele. Esse deveria ser o critério de seleção. Mesmo assim, acredito que nós, na posição de selecionadores de modelos, deveríamos vender melhor os nossos modelos negros”. Daí Schmidt, dona da Ébano Models, trabalha a autoestima dos profissionais. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 53 //segredos do marketing digital Uma imagem vende mais do que mil palavras O As redes sociais estão cada vez mais voltadas para o visual e menos para o texto. Essa tendência pode ser observada claramente quando analisamos as últimas empreitadas de grandes empresas do ramo, como a compra do Instagram pelo Facebook, a compra do Vine pelo Twitter e a recusa do Snapchat em ser comprado também pelo Facebook por surpreendentes 3 bilhões de dólares. Unindo tudo isso ao fato de que, no ano passado, as redes que mais cresceram no mundo foram o Pinterest e o Tumblr, temos um cenário bem claro de que o grande valor para as pessoas nas redes sociais está no fato de poderem compartilhar imagens e vídeos. Geovanna Leal ano de 2014 já começou e gostaríamos de aproveitar este artigo para falar sobre uma tendência que crescerá muito nos próximos meses. Mas, antes, uma pergunta: sempre que você está navegando em redes sociais, quais são as postagens que chamam mais sua atenção? Textos simples? Fotos? Vídeos? GIFs animados? Acreditamos que sua resposta a essa questão irá ao encontro do que discutiremos logo abaixo. Jens Schriver Maximo Migliari Sócio da ClickLab Sócio da ClickLab //Envie perguntas para [email protected] ou facebook.com/agencia.clicklab Mas como sua empresa pode se beneficiar desse cenário? Este é o momento ideal para que gestores e proprietários revejam tudo o que está sendo produzido em suas redes. Sua comunicação está privilegiando texto ou imagem? As imagens produzidas são de boa qualidade? E fotos? Estão sendo usadas? Quando falamos em fotos, é importante lembrar que, para as redes sociais, elas não precisam ser necessariamente profissionais, porém precisam ser bonitas e mostrar conteúdo relevante. Com o avanço tecnológico, qualquer smartphone de melhor qualidade é capaz de tirar fotos belíssimas, então a falta de equipamento ou de profissionais não é mais desculpa! A partir de agora, sugerimos que tudo o que for planejado por sua empresa para as redes sociais seja pensado em termos visuais. Explore não só a imagem de seus produtos ou serviços, mas permita-se também humanizar seus perfis. Não existe problema em publicar uma foto de uma confraternização da empresa ou um vídeo que mostre os bastidores de sua linha de produção ou até mesmo fotos e depoimentos de funcionários antigos que ajudaram sua empresa a chegar aonde ela está hoje. O limite é apenas o bom senso. 403% foi o crescimento do Vine em número de usuários entre o primeiro e o terceiro semestre de 2013 Fonte: Mashable 400 milhões de imagens são enviadas por dia pelo Snapchat Fonte: BusinessInsider.com Lembre-se sempre: uma imagem vende mais do que mil palavras, então, em 2014, use esse poder em seu favor. Um excelente ano para todos nós! 54 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Extra! Extra! Agora, você encontra a Revista Fecomércio de graça no seu iPad. O Jornaleiro é um aplicativo para iPad que funciona como uma banca de revistas. E agora, nele, você pode acessar a sua Revista Fecomércio com praticidade, onde quiser e sem nenhum custo. Mais uma ótima maneira de encontrar a informação que você precisa. Revista Fecomércio. Onde o comércio se encontra. Baixe grátis na Apple app Store. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 55 contabilidade Burocrático, mas necessário //Por Natasha Cabral Perdeu uma das quatro vias da nota fiscal? Registre uma ocorrência policial, anuncie o extravio nos classificados de um jornal e guarde o talão para não ter problemas E m época de nota fiscal eletrônica, transações entre empresas são informadas ao Fisco, imediatamente, por meio eletrônico. Não se usa mais papel em, praticamente, nenhuma venda entre o fabricante e o atacadista ou na comercialização do atacadista para o varejista. Tudo é transmitido virtualmente para a Secretaria de Fazenda. Mas, na venda do varejista para o 56 consumidor e na prestação de serviços, em especial no caso de empresas que faturam menos de R$ 120 mil por ano, o controle ainda depende do papel. Até aqui, tudo bem. O problema acontece quando alguma via da nota fiscal é extraviada. Para provar que a perda não ocorreu por má-fé, o empresário precisa enfrentar um processo burocrático, que inclui registro de ocorrência policial e publicação em jornais da cidade. Cancelar uma nota fiscal é relativamente simples, se o procedimento for feito no momento da venda. Nesse caso, é preciso guarrevista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Nota fiscal eletrônica: papel em extinção A partir de 1º de abril, cerca de 20 mil empresas do Distrito Federal serão obrigadas a adotar a nota fiscal eletrônica no lugar do documento no modelo 3 (papel). A lista das 59 atividades que deverão aderir à tecnologia será divulgada, em fevereiro, pela Secretaria de Fazenda do DF. Em princípio, deverão fazer a mudança empresas que prestam serviços para órgãos públicos. Para emitir o documento, o empresário deve ter um programa de computador específico fornecido pela Secretaria de Fazenda. As empresas enquadradas no Simples Nacional e no Microempreendedor Individual não precisam adotar o modelo eletrônico. Como a nota fica registrada no sistema da Secretaria de Fazenda, basta que o empresário transmita um arquivo magnético para cancelar o documento – em caso de desistência da compra ou digitação errada. E não há motivos para preocupação se for extraviada porque a nota fiscal fica armazenada no banco de dados da Receita. O único papel importante no sistema da nota fiscal eletrônica é o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe), uma espécie de espelho da transação que fica com o comprador. Ele não tem valor fiscal, mas tem uma chave de 44 dígitos que permite saber se a nota é válida. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 dar por cinco anos as quatro vias da nota, rasurar o talão e informar no livro fiscal a desistência da venda ou o erro ocorrido no preenchimento do documento. Mas, se o empresário perder a nota, ele precisa provar para a Receita Federal que não o fez de propósito, na intenção de sonegar imposto. Por isso, ele deve registrar uma ocorrência na Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária e publicar a notícia do extravio em um jornal de grande circulação – pode ser nos Classificados. “O empresário precisa fazer isso para provar boa-fé. Se ele cumpre as normas, não vai ser cobrado no futuro”, afirma Rossini Dias, coordenador de cobrança tributária da Secretaria de Fazenda do DF. Dias explica que, se durante uma fiscalização na empresa, os fiscais pedirem a apresentação da nota para comprovar alguma transação e ela for justamente aquela que sumiu, o empresário precisa provar o extravio apresentando a ocorrência e o anúncio do jornal. “Vamos supor que a empresa sempre emita notas de R$ 100 mil e, no livro fiscal, está registrada uma de R$ 1 mil. Isso pode ser um caso de sonegação fiscal. O empresário pode ter problema se a nota que desapareceu for justamente a de menor valor e ele não tiver como provar esse extravio”, exemplifica. Segundo ele, caso se depare com a situação descrita acima, o Fisco vai arbitrar uma multa, que varia de acordo com o faturamento da empresa. “Os fiscais vão fazer o cálculo que vai depender do valor da média histórica de notas fiscais emitidas por aquela empresa”, afirma. Guardar o talão de notas fiscais é dever do empresário. A cada início do mês, a empresa envia os documentos para o escritório de contabilidade lançar as transações e calcular os tributos a serem pagos, mas, depois de dois ou três dias, o talão retorna para o empresário e deve ser guardado por ele. “É comum que todos os problemas relativos à emissão de notas caiam no nosso colo. Se o empresário perde o documento, é o contador que vai fazer a comunicação do fato para as autoridades tributárias”, diz o vice-presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Luis Fernando Nóbrega. Nóbrega defende as exigências feitas pelo Fisco. “Vamos informar o número da nota fiscal, para quem ela foi emitida, qual o valor da transação, se há ou não uma cópia do documento”, explica. “É burocrático, mas é uma maneira de eximir a empresa de qualquer suspeita de fraude. É um cuidado importante que precisa ser tomado para mostrar que o extravio não foi proposital”, completa o vice-presidente do CFC. Segundo ele, se a perda da nota fiscal ocorrer eventualmente, o empresário não terá problemas maiores do que o pagamento da multa. Caso os extravios sejam frequentes, no entanto, eles podem caracterizar sonegação e a punição pode ser mais severa, incluindo cassação da inscrição estadual e até prisão. 57 //sindicatos Nina Quintana Edy Elly Bender é presidente do Sindilab-DF. Futuro é a especialização //Por Paula Oliveira Custos de laboratórios são altos, mas a rentabilidade é baixa. Mercado é concentrado e pressionado por planos de saúde A té 1984, empresários do ramo de análises clínicas do Distrito Federal eram representados pela Federação dos Hospitais de São Paulo. A ausência de representação própria e local trazia problemas ao segmento, como a falta de sintonia das lutas sindicais e a distância física da entidade. Não era exclusividade da capital do País, uma vez que não havia representação própria em nenhuma unidade da Federação. “Não tínhamos voz ativa para as 58 nossas necessidades. A Federação dos Hospitais tem foco específico: o Sistema Único de Saúde, com o qual não tínhamos e não temos convênio”, conta Edy Elly Bender Khonert Seidler, presidente do Sindicato dos Laboratórios de Análises Clínicas do DF (Sindilab-DF) desde a fundação. Em 1984, empresários brasilienses se uniram para formar inicialmente a Associação dos Profissionais de Laboratórios do DF. Tiveram o apoio do então presidente da Fecomércio-DF, Newton Rossi (1926-2007) revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 e Edy Elly se tornou a presidente da associação. Em dois anos, a entidade recebeu a carta sindical do Ministério do Trabalho. Nascia, assim, o Sindilab-DF. No mesmo ano, 1986, a entidade filiou-se à Fecomércio-DF. Em outras unidades da Federação, as entidades locais são ligadas à Confederação Nacional de Saúde. “Em Brasília, entendemos que a nossa atividade é comercial”, explica a presidente. No DF, existem 20 laboratórios. Só a metade é associada ao sindicato. O mercado de análises clínicas está cada vez mais afunilado. Duas redes dominam 85% do mercado local há pelo menos uma década. A solução para a sobrevivência dos laboratórios menores – não só em Brasília, mas em todo o País – é a especialização, acredita Edy Elly, farmacêutica bioquímica. É para esse caminho que está levando o seu próprio empreendimento, o Laboratório Brasiliense, criado em 1968. A empresa focou suas análises nas doenças do aparelho digestivo. Outro rumo para os pequenos, segundo a presidente do sindicato, é passar a operar dentro dos grandes hospitais. //Custos Uma dificuldade do segmento de análises clínicas é a falta de autonomia para se estabelecerem os preços. A dominação do mercado pelos planos de saúde provocou um efeito inusitado para uma atividade comercial. Os clientes (planos de saúde) definem o preço que querem pagar pelos exames. Se um laboratório não aceita trabalhar pelo valor, outro vai aceitar. Para permanecer no mercado, os empresários se submetem às regras. Por exemplo: os planos de saúde pagam R$ 2,50 pelo exame parasitológico de fezes. O preço justo, segundo a presidente do sindicato, seria de, no mínimo, R$ 20. Mesmo assim, devido à alta concorrência e à dominação do mercado pelas empresas de planos de saúde, o preço para quem não tem convênio é R$ 5,20. Os custos de manutenção de um laboratório são altos: os equipamentos de análises clínicas são importados; seguir as regras de higiene e segurança também custa caro; e a maioria dos materiais de proteção individual é descartável. “Se for olhar o preço individual de uma luva de látex, parece irrisório. Mas esse é um exemplo de material descartado a todo o momento e no fim de um mês são muitos pares que precisamos usar”, diz. A solução para o disparate entre o preço do serviço e os custos de manutenção está longe de ser alcançada. Muitos laboratórios não sobrevivem. Edy diz que, nos últimos cinco anos, pelo menos seis fecharam. O Sindilab-DF A entidade representativa dos laboratórios de análises clínicas no DF foi a primeira do segmento no País. Hoje, todas as unidades da Federação têm um sindicato. Isso, no entanto, não faz do Sindilab-DF uma grande entidade. A arrecadação mensal é pequena, visto que o segmento é limitado na capital do País. O sindicato não tem sede nem oferece serviços aos associados. “Fazemos a orientação jurídica, mas não temos condições de oferecer advogados, por exemplo”, diz. O sindicato também atua como orientador empresarial. O relacionamento com o sindicato laboral da categoria é forte. Empregados dos laboratórios não podem, por exemplo, ser demitidos no período de cinco anos antes de se aposentarem. “Essa foi uma exigência nossa, dos empresários. Precisamos dar segurança para os nossos funcionários”, afirma Edy Elly. O segmento no DF é responsável por cerca de 4 mil empregos diretos. //Regras para os laboratórios A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária número 302, de 2005, define os requisitos para o funcionamento dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratorial, tanto públicos quanto privados. Esse documento estabelece todas as normas de processos de análise, de coleta de material, de informações para o paciente, de método de trabalho e, principalmente, exige o controle de qualidade constante. Os laboratórios devem garantir os resultados com controles interno e externos. A RDC 50, por sua vez, define as normas para o planejamento, a programação, a elaboração e a avaliação dos projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Até mesmo os projetos arquitetônico, elétrico e hidráulico devem seguir as instruções da resolução da Anvisa. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 59 gestão O dono da verdade //Por Talita Cavalcante Excesso de atribuições afasta empresários do contato direto com o cliente, mas deixar de ouvi-lo não é opção A genda cheia, dificuldade de delegar tarefas e falta de confiança na equipe limitam o tempo do empresário. Ocupado demais, ele deixa de vivenciar e observar a rotina do próprio negócio e acaba não o enxergando do ponto de vista mais importante: o do cliente. Perde a chance de ter retorno sincero e direto sobre produtos e serviços. Isso se dá, geralmente, com o crescimento da empresa. Antes, sempre por perto, atrás do balcão, o dono acaba assumindo funções além de propriamente gerir o negócio. Serviços de banco e compras 60 são exemplos. Mas o relacionamento com o cliente faz parte do processo de gestão e deve ser constante, diz Ary Ferreira Cruz, gerente de Capacitação Empresarial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal (Sebrae-DF). A sugestão é que o proprietário estabeleça uma central de relacionamento com o freguês. “O mais importante capital da empresa é o cliente.” Uma vez por semana ou duas vezes por mês, o dono pode receber um determinado número de clientes na própria empresa. “Ele deve destinar revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Perguntas Ivana Pires, professora de técnica de vendas e atendimento ao público da Faculdade Senac-DF espaço e horário para isso, além de divulgar a iniciativa. É preciso criar uma identidade visual no local de atendimento, a fim de deixar claro para o cliente que há um canal de comunicação direto com o dono”, orienta. //“A empresa só existe por causa dele” O consultor em vendas Marcelo Caetano tem 18 anos de experiência e é autor dos livros Vendedor Fiel Cliente Fiel e Chega de Desconto. Ele considera manter contato direto com o público um desafio, pois ficar totalmente acessível é muito difícil. Para ajudar nessa relação, sugere a figura do gerente de cliente. Não é mais um cargo na empresa, mas sim o profissional que, em determinado mês, ficará responsável por resolver problemas e dialogar com os consumidores. “Por exemplo, conversar com clientes inadimplentes ou que pararam de comprar na empresa. Várias vezes esse gerente de cliente é o próprio empresário. Isso é muito positivo, um grande exercício”, destaca. Esse canal, sugere, deve se esrevista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Por que às vezes é tão difícil falar diretamente com o proprietário? As pequenas complicações do dia a dia dificultam o acesso, mas, na verdade, o proprietário pode se resguardar desse direito, uma vez que tem na sua linha de frente pessoas competentes e com poder de decisão. Em alguns casos há excesso de “blindagem”? Sim. Há proprietários que “se escondem” por trás dos funcionários, dificultando o acesso inclusive da própria equipe. O líder é o responsável pelos resultados e dessa forma fica difícil negociar. Funcionários e gerentes devem expor essas dificuldades, não é nada que um bom diálogo não resolva. Vale lembrar que a equipe está sempre observando e moldando seu comportamento de acordo com a liderança. Orientar os clientes a usarem a internet é uma boa saída? Uma contestação on-line pode ser bastante eficaz, pois dificilmente uma empresa vai desejar ter o nome envolvido em problemas com clientes e poderá reler a reclamação, apontando melhorias com mais calma. Só não pode se esquecer de dar retorno o mais rápido possível. tender a fornecedores, a parceiros e à própria equipe, pois em muitos casos os empresários se distanciam até de seu grupo. “Em tempos de transparência, isso é fundamental. O discurso deve estar embasado por atitudes.” Além da falta de tempo em si, o retorno sobre a qualidade do serviço pode ser comprometido pelo excesso de “blindagem” sobre o dono. “A verdade não está na equipe que muitas vezes se forma com o intuito de proteger o empresário; a verdade está no cliente”, reitera Caetano. Segundo o consultor em vendas, pesquisar constantemente o consumidor é fundamental. “Afinal, a empresa só existe por causa dele. Todos acreditam nisso, mas normalmente as portas estão fechadas para ouvir os fregueses.” Outra dica é ouvir parceiros. Alguns fornecedores, por exemplo, conhecem a realidade de outros clientes, sobretudo erros e acertos. //Na internet Os meios virtuais, cada vez mais usados no comércio, podem ajudar a conhecer melhor as necessidades dos consumidores. Por isso, ter uma estratégia virtual de atendimento é fundamental, principalmente nas redes sociais. “Costumo dizer o seguinte: ou você marca um encontro com seu cliente em uma rede social e cria um fórum para ele falar da sua empresa, ou ele criará esse fórum em outro lugar”, afirma Caetano. Além do contato instantâneo nas redes sociais, uma seção “fale conosco” no site da empresa ou uma ouvidoria são canais que fortalecem a comunicação, reforça o gerente do Sebrae Ary Cruz. “A resposta precisa ser dada em até 48 horas, senão a empresa pode cair no descrédito”, orienta. Um dos grandes problemas nessa relação ocorre quando clientes se transformam em estatísticas. “Você perde uma parte importante de sua base e isso vira apenas um percentual. Se a empresa encara dessa forma, terá certamente um grande problema pela frente”, explica o consultor. As pessoas deixam de comprar de uma empresa por diversos motivos e é preciso descobrir os principais. 61 //pesquisa conjuntural Comércio cresceu 6,34% em 2013 Comércio Serviços Desempenho de vendas Setor Segmento Jul13 x Ago13 x Set13 x Out13 x Nov13 x Dez13 x Jun13 Jul13 Ago13 Set13 Out13 Nov13 Autopeças e Acessórios -4,53% -3,9% -1,51% 0,86% 1,38% 7,49% Bares, Restaurantes e Lanchonetes -1,44% -0,18% 1,07% -0,75% 2,62% 4,8% Calçados 10,02% 6,48% -6,35% 6,74% -5,75% 22,64% Farmácia e Perfumaria 3,78% -1,39% 2,34% -0,85% 0,26% 2,79% Floricultura -20,27% -2,95% -8,91% 27,85% 5,01% 4,79% Informática -2,19% -0,21% 6,49% -7,65% 4,15% 6,28% Livraria e Papelaria 17,69% 9,57% -9,27% 0,8% -2,14% 21,07% Lojas de Utilidades Domésticas 0,68% 7,19% -7,75% 6,14% 6,03% 17,78% Material de Construção -4,68% 2,03% -0,13% -0,72% -3,41% 4,26% Mercado e Mercearia -5,68% 2,99% 1,94% -2,95% 3,02% 8,45% Móveis e Decoração 3,34% -1,38% -4,68% -0,26% 1,6% 8,9% Óticas 0,31% -1,95% -0,33% 6,16 % 3,11% 1,4% Tecidos 31,13% 2,45% -2,7% -4,65% 5,4% -2,61% Vestuário -2,08% -1,68% -2,97% 3,75% 1,06% 20,59% Total -0,46% 0,75% -0,49% -0,03% 0,99% 8,6% Agências de Viagem -4,64% 4,99% 1,11% 0,81% 7,08% 28,61% Autoescola -6,76% -4,35% -5,95% 2,72% 0,21% -13,11% Pet Shop 9,34% -5,85% 2,24% 0,36% -10,96% 2,59% Salão de Beleza 10,88% 3,22% 0,29% 7,95% 1,57% 17,29% Total -1,28% 0,08% -1,11% 2,43% 1,67% 14,43% -0,52% 0,7% -0,53% 0,15% 1,04% 9,03% Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. 62 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Região Comércio Jul13 Ago13 Set13 Out13 Nov13 Dez13 x x x x x x Jun13 Jul13 Ago13 Set13 Out13 Nov13 Brasília (Asa Sul e Asa Norte) -2,77% -0,79% -0,56% -0,59% 0,32% 7,89% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante -0,14% -1,23% -1,87% -0,25% 3,27% -0,13% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 1,46% 4,58% -1,35% 1,94% 0,48% 10,79% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste -1,89% -1,53% 2,52% -0,94% 0,36% 13,39% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 3,34% 2,08% 0,88% -0,64% 1,79% 6,56% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião -0,13% -2,07% -2,08% -1,35% 3,12% 8,73% -0,46% 0,75% -0,49% -0,03% 0,99% 8,6% Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 2,81% -4,47% -3,09% 0,19% -0,6% 13,58% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante -4,38% -2,44% -1,96% 10,34% 3,1% 1,84% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras -5,6% 15,2% -0,6% 7,16% 2,04% 9,67% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste -10,9% 1,51% 0,97% -0,51% 7,64% 30,13% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 17,01% -8,67% 9,79% -1,41% 3,41% 13,9% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião -1,19% 0,43% 9,1% 11,22% -0,54% 1,22% -1,28% 0,08% -1,11% 2,43% 1,67% 14,43% -0,52% 0,7% -0,53% 0,15% 1,04% 9,03% Total Serviços Desempenho de vendas Setor Total Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. A s vendas do comércio brasiliense registraram alta de 8,6% em dezembro na comparação com novembro e, com isso, o setor fechou 2013 com crescimento de 6,34% em relação a 2012. No setor de serviços, as vendas subiram 14,43% em dezembro em relação ao mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses (de dezembro de 2012 a dezembro de 2013), comércio e serviços registraram expansão de 4,44%. É o que mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal, realizada pelo Ins- revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 tituto Fecomércio. “Dezembro é o melhor mês para o comércio, pois a tradição natalina é de entregar presentes. Além disso, é o período em que se recebe a segunda parcela do 13º salário, que aquece toda a economia”, analisa o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana. “Isso, sem dúvida, ajudou na recuperação do setor”, completa. O crescimento do setor de serviços em dezembro foi puxado, principalmente, pelo segmento de Agências de Viagem, que teve aumento de 28,61% nas vendas. No comércio, a alta foi puxada pelo de- sempenho de Calçados, com acréscimo de 22,64% nas vendas. Na análise por ramo de atuação, apresentaram crescimento nas vendas em dezembro de 2013 na comparação com novembro os segmentos de: Calçados (22,64%); Livraria e Papelaria (21,07%); Vestuário (20,59%); Lojas de Utilidades Domésticas (17,78%); Móveis e Decoração (8,9%); Mercado e Mercearia (8,45%); Autopeças e Acessórios (7,49%); Informática (6,28%); Bares, Restaurantes e Lanchonetes (4,8%); Floricultura (4,79%); Material de Construção (4,26%); Farmá- 63 Jul13 x Jun13 Ago13 x Jul13 Set13 x Ago13 Out13 x Set13 Nov13 x Out13 Dez13 x Nov13 Autopeças e Acessórios 9,09% 0,63% -1,24% -0,63% 2,52% -7,36% Bares, Restaurantes e Lanchonetes 4,92% -0,8% 0% -0,68% -0,23% -1,14% Calçados -7,32% -4,39% 21,1% 0,75% 0,74% -5,11% Farmácia e Perfumaria 1,15% 6,06% -0,71% -6,47% -2,55% 0,38% Floricultura 3,7% 0% 7,14% -3,33% 0% 0% Informática -8,11% 9,59% -2,53% 2,6% 1,22% -1,19% Livraria e Papelaria -2,27% -4,65% 13,25% -3,19% 14,29% 4,85% Lojas de Utilidades Domésticas -3,64% 0% -5,45% 3,85% -3,39% 0% Material de Construção 0,93% 0% 0% -1,9% 1,09% 1,08% Mercado e Mercearia 0,6% -0,9% 1,2% -2,03% 5,65% -1,11% Móveis e Decoração 1,56% -7,69% 4,92% -1,56% -3,17% 1,64% Óticas -3,33% 0% 3,45% -3,33% 0% 0% Tecidos -2,94% 0% 0% 0% 0% 0% Vestuário 1,31% 1,65% -0,41% 1,25% -1,23% 0% 1,76% 0,16% 1,32% -1,29% 0,93% -0,95% 8,51% -8,82% 8,42% -3,06% 1,03% 2,78% 0% 0% 0% 0% -5,26% -15,94% Pet Shop 18,03% -2,41% -13,58% 7,81% 0% 1,96% Salão de Beleza 3,85% -3,7% 0% 0% -1,92% 2,04% Comércio Nível de emprego Setor Segmento Total Serviços Agências de Viagem Autoescola Total Total 7,58% -4,21% -1,01% 0,7% -1,36% -2,07% 2,34% -0,31% -1,1% 0,69% 1,08% -1,06% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. cia e Perfumaria (2,79%) e Óticas (1,4%). A única queda ocorreu no segmento de Tecidos (-2,61%). No setor de serviços, apenas o segmento de Autoescola apresentou queda nas vendas em novembro (-13,11%) na análise com o mês anterior. Já os outros segmentos apresentaram alta: Agências de Viagem (28,61%), Salão de Beleza (17,29%) e Pet Shop (2,59%). É necessário ressaltar, contudo, que 64 o Instituto Fecomércio pesquisa apenas esses quatro segmentos de serviços. Quanto ao pessoal empregado, o comércio apresentou queda de -0,95% no contingente em comparação com novembro. O setor de serviços também registrou declínio (-2,07%). Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito foi o mais utilizado em ambos os setores. No comércio, a modalidade respondeu por 39,54% das vendas. O setor de serviços foi responsável por 44,29% das compras. A Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do DF é realizada mensalmente pelo Instituto Fecomércio e tem o apoio do Sebrae. Foram consultadas 700 empresas, sendo 595 do comércio e 105 de serviços. A coleta de dados foi realizada de 5 a 10 de janeiro de 2013. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 Nível de emprego Jul13 Ago13 Set13 Out13 Nov13 Dez13 x x x x x x Jun13 Jul13 Ago13 Set13 Out13 Nov13 Região Comércio Setor Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 1,34% -0,3% 0,91% -1,78% 0,7% -1,3% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 6,63% 0,53% -1,58% 0,53% -2,08% 1,05% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 0,95% 0,64% 4,62% -1,52% 0,15% 3,08% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 2,55% 1,06% -1,96% 2% -1,42% -4,61% Gama, Recanto das Emas e Samambaia -0,37% 0,7% 0% -3,5% -8,06% -8,39% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 4,12% -1,69% 2,87% -1,6% 0,54% 2,46% 1,76% 0,16% 1,32% 10,56% -7,41% -3,93% 3,13% 3,77% -5,66% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 9,52% 0% 8,7% -6% -6% 0% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 0% -3,03% 3,13% 0% 2,5% 5% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 0% 0% 0% 0% 0% 0% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 0% 16,67% -7,14% 0% 0% 7,69% 0,7% 1,38% -2,07% Total Brasília (Asa Sul e Asa Norte) Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante Serviços Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras Total 7,58% Total -4,21% -1,01% 2,34% -0,31% 1,08% -1,29% -0,92% -0,95% -1,1% -0,69% -1,06% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Mês À vista Cheque jul/13 31,22% 1,14% ago/13 31,45% set/13 30,48% Cartão de crédito Débito A prazo Boleto 44,86% 16,4% 3,32% 3,06% 1,01% 43,39% 18,27% 3,46% 2,42% 0,75% 43,7% 19,21% 3,21% 2,64% Formas de pagamento Comércio out/13 31,85% 1,05% 41,61% 19,52% 2,99% 2,98% nov/13 32,85% 0,81% 40,87% 19,96% 3,35% 2,16% dez/13 33,47% 2,44% 39,54% 20,37% 3,02% 1,16% jul/13 23,55% 3,02% 49,95% 15,34% 4,15% 3,98% ago/13 25,24% 4,56% 51,39% 13,93% 4,26% 0,61% set/13 29% 3,70% 42,46% 20,08% 3,43% 1,32% Serviços out/13 26,24% 2,67% 48,3% 17,82% 3,96% 1,01% nov/13 28,91% 1,67% 42,72% 17,63% 4,89% 4,17% dez/13 32,64% 3,59% 44,29% 14,85% 4,23% 0,4% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 65 pesquisa relâmpago Nina Quintana Bento de Matos Félix Economista Rolezinhos Biometria nas eleições REGULAR É direito da juventude se manifestar. A grande necessidade é de que haja uma manifestação responsável, sem quebra-quebra ou roubos. BOM Dá segurança e credibilidade ao voto. A biometria vem consagrar todos os avanços que já aconteceram no Brasil. BOM Ela vem fazer justiça ao combater a informalidade. O País é movido pelos impostos que pagamos. RUIM Houve lentidão do governo do Maranhão para tomar as providências cabíveis em relação à superlotação. REGULAR Qualquer aglomerado de pessoas chamará atenção. Enquanto for pacífico, não há por que reagir com violência. BOM Aparentemente é um recurso que vai passar mais segurança para os eleitores e evitar fraudes nas urnas. REGULAR Houve uma redução boa nos valores dos descontos, e isso fez com que o programa perdese força, mas todo desconto é bem-vindo. RUIM No País inteiro a situação é precária, com superlotação, falta de fiscalização e baixa qualidade do serviço. É preciso melhorar tudo. RUIM Eu não entendo muito bem o que eles querem. O shopping é um lugar para se divertir e não para danificar as coisas. BOM Com esse novo sistema, teremos mais segurança. Dessa forma, ninguém consegue se passar por mim na hora de votar. RUIM Não estou vendo muita vantagem no programa. Se houve mais adesão, por que diminuir o desconto? RUIM O sistema presidiário no Brasil é problemático. Por que ainda não fizeram nada? Isso é culpa do governo. REGULAR Esse é um sintoma representativo dos conflitos da sociedade de consumo. Qualquer ação exigirá ampliação e debate da promoção da cidadania e da inclusão social. BOM É um passo a mais no que já somos referência e torna ainda mais seguro o processo eleitoral. BOM O processo ainda precisa ser mais transparente e confiável. RUIM Os cenários sociais, político e econômico pesam no problema. O sistema prisional brasileiro carece de soluções. REGULAR Interessante a capacidade de organização espontânea dos jovens, mas preocupantes as oportunidades que surgem para quem tem más intenções. BOM Mais um recurso para a segurança do nosso sistema eleitoral, mas, como sempre brasileiro deixa tudo para a última hora, prevejo correria. REGULAR É uma boa ideia, mas a cada ano nós temos menos para receber. Será que vale continuar colaborando? RUIM Uma vergonha! É o exemplo mais visível do resultado dos mandos e dos desmandos da família que comanda o estado. Caio Costa Barros Empresário Ana Luiza Branquinho Estudante universitária Bernadete Cordeiro Professora de Segurança Pública Ragnar Paz Analista publicitário e de web Untitled-4 1 66 Nota Legal Revolta em presídios maranhenses 18/11/10 11:29 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 EMPRES A IA UNICEF/BRZ/João Ripper UNICEF/BRZ/João Ripper UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas © UNICEF/NYHQ2009-1911/Pirozzi UNICEF/BRZ/João Ripper UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas NC À IN F Â secure.unicef.org.br/empresasolidaria 0800 605 2020 [email protected] Empresa Solidária à Infância é um programa que o UNICEF criou para mudar a realidade de milhares de crianças e jovens. Ao fazer uma doação, sua empresa colabora com o nosso trabalho e ajuda a levar oportunidades e direito à saúde, educação e proteção. É assim que, juntos, faremos a nossa parte por um mundo melhor. Acesse o site, saiba mais sobre o programa e participe. revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014 67 Mono mon Encontre grandes oportunidades de negócios de franquias I Encontro de Franquias do Distrito Federal De 19 a 21 de fevereiro, das 10h às 20h no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Brasília/DF Vem aí o I Encontro de Franquias do Distrito Federal São palestras gerenciais, rodadas de negócio, workshops de inovação, consultorias empresariais, seminários, orientações técnicas e todo apoio para a sua gestão e empreendedorismo. A sua franquia já está destinada ao sucesso. Participe. Inscrições gratuitas – vagas limitadas! Palestras master com Bernardinho, Fernando Dolabela, Maestro João Carlos Martins e Oscar Schmidt. Inscrições pelo 0800 570 0800 *Programação sujeita a alteração. 68 revista FECOMÉRCIO | fevereiro 2014
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