2012 - Fecomércio DF

Transcrição

2012 - Fecomércio DF
Novos portais do
sistema Fecomércio
2
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
EDUCAÇÃO, CUltUrA,
ArtE, infOrmAÇÃO,
sAúDE, CUrsOs
prOfissiOnAlizAntEs,
tEAtrO, EspOrtE,
DiVErsÃO, fACUlDADE,
nOtíCiAs, pEsqUisA...
AgOrA, tUDO issO Em
Um só lUgAr.
Federação, Instituto, SESC e Senac agora dividem o mesmo portal.
$FHVVHHFRQƃUDRQRYRYLVXDOFRQWH¼GRVDWXDOL]DGRVGLDULDPHQWH
redes sociais e muito mais oportunidades.
www.sistemaFecomerciodF.com.bR
www.institutofecomerciodf.com.br | www.sescdf.com.br | www.senacdf.com.br
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
3
sumário
Joel Rodrigues
Novas
tecnologias
Brasília recebe a primeira
loja de compras virtuais.
Consumidores aprovaram
a novidade
14
Joel Rodrigues
Empreendedor
individual
O comércio é campeão em
cadastramento. Sidney
(foto) orgulha-se por não
estar mais informal
18
Joel Rodrigues
Em
reforma
Unidade do Sesc no Guará
vai receber sala que abrigará
academia. A novidade será
entregue em junho
44
Joel Rodrigues
Programa
retomado
As análises das propostas
para o Pró-DF estavam
suspensas desde denúncias
de irregularidades
46
Nilson Carvalho
Na corda
bamba
Termo de ajustamento de conduta dá direito ao governo local de abrir
licitação pública para a ocupação de lotes comerciais em condomínios que
serão regularizados. Quem já investiu não tem preferência
28
seções
8
17
23 24 26
27 38 Entrevista
empresário do mês
Vitrine
Estilo Certo
sindicatos
economia
Gastronomix
45 49 50 52 55 58
direito no trabalho
segredos do
marketing digital
gente
pesquisa conjuntural
agenda fiscal
pesquisa relâmpago
cartas
Endereço
SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília – 70306-911
(61) 3038.7500 – www.fecomerciodf.com.br – twitter.com/fecomerciodf
Presidente
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Diretoria
Miguel Setembrino Emery de Carvalho • Antonio Augusto Carvalho de Moraes • Clayton Faria Machado • Francisco Maia
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Simão • Hamilton César Junqueira Guimarães • Miguel Soares Neto • Paolo Orlando Piacesi • Roger Benac • Joaquim Pereira dos Santos • Diocesmar Felipe de Farias • Glauco Oliveira Santana • Suely Santos Nakao
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Aldo Ramalho Picanço • Alexandre Machado Costa • Álvaro Jose da Silveira • Ana Alice de Souza • Antonio Delgado Torres •
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Contribua com sugestões, críticas e
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Retorno
A revista está muito interessante,
com conteúdos importantes para o
comércio. Tivemos um ótimo espaço e
a visibilidade é garantida. Obrigada pela
oportunidade e parabéns pela revista!
Marina Feijó
Chic de Dormir
Diretor Regional do Senac
Luiz Otávio da Justa Neves
SUPERINTENDENTE DA FECOMércio
João Feijão
DIRETORA OPERACIONAL DO INSTITUTO FECOMÉRCIO
Elizabet Garcia Campos
Sindicatos filiados
Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato das Empresas de Compra,
Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros,
Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras do DF (Sinccab)
• Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto Escolas e
Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações,
dos Agentes Comerciais Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) • Sindicato
das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF
(Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis
e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato
do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes, Gêneros Alimentícios,
Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas
do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas
de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio
Varejista de Materiais de Construção do DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF
(Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos
Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do
Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc)
• Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindloc)
Sindicatos associados
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis)
Coordenador de Comunicação do Sistema Fecomércio-DF
Diego Recena
Revista Fecomércio
Coordenação Editorial - Editora Meiaum
Diretor Editorial - Hélio Doyle
Editora-chefe - Anna Halley
Editora-executiva - Paula Oliveira
Editor Fecomércio - Diego Recena
Editora Senac - Ana Paula Gontijo
Editor SESC - Marcus César Alencar
Repórteres - Ana Carla de Oliveira, Andrea Ventura, Camila Vidal, Eldo Gomes, Elsânia Estácio, Fabíola Souza, Lorena Bicalho,
Luciana Corrêa, Martha Régnier, Sílvia Melo e Thaiana Profeta
Revisora - Bianca Stucky
Editor de Fotografia - Nilson Carvalho
Projeto gráfico e diagramação - Gustavo Pinto
Capa - Gustavo Pinto
Impressão - Editora Gráfica Ipiranga Tiragem - 60 mil exemplares
Contato comercial - Júnior Oliveira (61) 8453.1021 – [email protected]
Edição de Dezembro/Janeiro
Excelente matéria intitulada Sete
opções de crescimento profissional.
Os leitores foram brindados com
informações importantes a respeito
dos cursos de pós-graduação da
Faculdade Senac-DF em um momento
em que a formação é elemento
primordial para o desenvolvimento
profissional.
Flávia Furtado Rainha Silveira
Diretora da Faculdade de
Tecnologia Senac-DF
editorial
É para
agora
D
inheiro nós temos. O Brasil arrecadou, em 2011,
cerca de R$ 1,5 trilhão em
impostos federais, estaduais e
municipais. O que nos falta é que
esse capital seja investido de maneira eficiente nas áreas de maior
necessidade da população brasileira, como saúde e educação, e na
melhoria da infraestrutura do País.
Salários exorbitantes na esfera
pública, investimentos mal planejados e até injustificados, desvios
de verbas, ineficiência na aplicação
dos recursos e o inchaço da máquina pública são alguns fatores
que atrapalham a justa aplicação
dos impostos arrecadados.
Precisamos, também, que o
governo elabore uma forma mais
simplificada e menos sacrificante
de arrecadação dos tributos, principalmente para o setor produtivo.
Pesar a mão nos impostos sobre
o consumo ou sobre o faturamento é a mesma coisa que pisar no
freio do crescimento da economia
nacional. Digo sempre que o País
tem perdido muitas oportunidades
de alcançar o desenvolvimento
e a estabilidade por conta desse
desequilíbrio entre o que pagamos
para o governo e o que recebemos
em troca.
Precisamos reformar nossa
política tributária com urgência! O
nosso entrevistado nesta edição,
João Eloi Olenike, presidente do
Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, acredita que
não adianta pensarmos em uma
mudança muito drástica, mas,
sim, fatiarmos a reforma, com
prioridade de desonerar a folha de
pagamento e diminuir os encargos
sobre o consumo. Sabemos que
a alta carga tributária imposta ao
setor produtivo afeta a competitividade das empresas em relação às
de outros países.
As propostas para a tal reforma
estão aí, mas a velha falta de vontade política e as divergências com
relação às ideias transformam
uma matéria tão essencial para a
nação em um imbróglio sem fim.
A sociedade, o setor produtivo, as
entidades representativas, enfim,
todos precisamos participar das
discussões sobre um nova política
tributária para o Brasil. E o melhor
momento para isso é sempre o
agora, o imediatamente.
Entramos no 16º ano de publicação da Revista Fecomércio com
algumas novidades. Temos novos
colunistas de moda e beleza e de
gastronomia. Bem-vindos Luciana
Corrêa, do Estilo Certo, e Rodrigo
Caetano, do Gastronomix. Além
disso, criamos uma nova coluna,
a Segredos do Marketing Digital,
assinada pelos sócios Máximo Migliari e Jens Schriver.
Paulo Negreiros
Adelmir Santana
Presidente do Sistema Fecomércio-DF
• Federação
• Instituto
• Sesc
• Senac
//entrevista
É preciso
mudar o foco
// Por Paula Oliveira
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT), João Eloi Oleniki, a reforma tributária
deveria levar em consideração tributar mais a renda e
menos o consumo. Uma desoneração tributária não afetaria
a arrecadação de impostos e, consequentemente, não teria
impacto no desenvolvimento do País. É isso que defende o
IBPT. A entidade é responsável, entre outros, pelo projeto
Impostômetro, que mostra o peso
dos impostos em números.
8
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
IBPT
João Eloi Olenike
Presidente do Instituto Brasileiro
de Planejamento Tributário
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
9
Qual seria a carga tributária
adequada ao Brasil?
Não existe um parâmetro de
carga tributária adequada. O que entendemos é que deveríamos ter uma
arrecadação tributária condizente
com a capacidade contributiva dos cidadãos, em nível suficiente para proporcionar a utilização desses recursos em investimentos na melhoria da
qualidade de vida da população. Para
termos uma carga menor ou que
trouxesse mais retornos, necessariamente, o governo (nas três esferas)
deveria diminuir gastos correntes,
combater a corrupção e aumentar os
investimentos em infraestrutura.
Reduzir a carga tributária
prejudicaria os investimentos em
saúde e segurança, por exemplo?
Uma redução de carga tributária
não traria perda de investimentos
básicos, desde que se cortassem
vários gastos públicos que decorrem da ineficiência governamental,
como altíssimo número de funcionários públicos e gastos demasiados com benefícios da previdência
social. Também há o aspecto de
que, com essa medida, poderíamos
aumentar a base de arrecadação,
diminuindo a informalidade, a pirataria e a sonegação.
Os encargos trabalhistas podem ser
reduzidos sem que isso prejudique
os direitos dos empregados?
Em relação aos tributos incidentes sobre a folha de salários entendemos que sim, já que uma desoneração nesse sentido implicaria em um
aumento no nível de emprego, maior
circulação de riquezas, incremento
no consumo, e, consequentemente,
maior arrecadação nominal de valores de impostos e contribuições.
Quanto a carga tributária significa no
faturamento anual de uma pequena
empresa, por exemplo?
Os tributos representam em média 33% do faturamento bruto; 47%
do total de custos e despesas; e 52%
do lucro das empresas. Seria desejável que se diminuíssem os tributos
incidentes sobre o faturamento e que
a tributação fosse efetivamente sobre
o resultado econômico obtido pela
exploração das atividades negociais.
Deve-se entender que faturamento
não é sinônimo de lucro, porque as
vendas nem sempre são positivas.
Por que menos impostos significam
mais crescimento econômico?
Já ficou provado que, com a desoneração tributária (vide diminuição
do Imposto sobre Produtos Indus-
A grande variedade de incidências
tributárias e a vastidão geográfica do
nosso País são grandes empecilhos
para uma proposta de imposto único
10
trializados [IPI] no governo Lula, em
2009), não há perda de arrecadação
tributária no geral, já que com o
repasse dessas benesses fiscais ao
consumidor final, há aumento das
vendas e maior geração de vendas e
de lucros e, consequentemente, um
incremento na arrecadação de tributos. Como temos grande concentração de tributação sobre o consumo, a
desoneração faria com que os preços
dos produtos tivessem seus valores
diminuídos e uma maior parte da
população pudesse ter acesso a eles.
Além de alta, a carga tributária
no Brasil é complexa. O que
pode ser feito para reduzir essa
complexidade?
Realmente, o custo de conformidade é muito elevado em nosso País.
Temos 97 obrigações acessórias na
área tributária, o que representa em
torno, de gastos, na ordem de 1,5%
do faturamento das empresas. Isso
também representa ônus tributário.
O governo federal está dando mostras, com a eliminação da exigência
de algumas declarações, que tem
consciência desse grande problema.
Esperamos que essas medidas, ainda que tímidas no momento, sejam o
estopim para uma verdadeira desburocratização diminuindo mais esses
ônus impingidos aos empresários.
Que impostos poderiam ser
eliminados no Brasil?
Vários. Por exemplo, poderíamos
ter um só tributo, com alíquota justa,
que englobasse o Imposto sobre
Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual,
Intermunicipal e de Comunicação
(ICMS), o IPI e o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
Poderíamos ter só uma contribuição
que abrangesse o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição
para o Financiamento da Seguridade
Social (COFINS) e a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Entendemos que a tributação deveria
se concentrar mais em renda, lucros
e patrimônio e menos em consumo.
O senhor é favorável a mudanças no
ICMS?
Sim. A criação de um Imposto
sobre Valor Agregado Federal (IVA
Federal), em substituição ao ICMS,
traria uma racionalização e uniformização muito interessante no aspecto
normativo. Eliminaríamos 26 legislações estaduais e mais a do Distrito
Federal, que são similares na essência, mas com muitas diferenças na
forma. Isso causa muita complexidade no conhecimento e na interpretação das diretrizes deste tributo. O
problema que vemos é a definição da
alíquota a ser cobrada em uma unificação, que sendo a mais alta, como
sempre ocorre nesses casos, pode
ocasionar um não desejado aumento
da carga tributária.
Como o senhor vê as propostas de
imposto único, ou baseados em
movimentações financeiras?
Entendemos que a gran de variedade de incidências tributárias e a vastidão geográfica
do nosso País são grandes empecilhos para uma proposta de imposto único. No entanto, achamos
muito interessante e inteligente a
tributação das movimentações financeiras, como era a antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Essa forma
de cobrança poderia vir a substituir
alguns tributos atualmente exigidos.
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
Vale acrescentar que a sonegação
tem diminuído bastante em virtude
dos avanços tecnológicos, dos nossos
fiscos, no que tange os controles
eletrônicos
A guerra fiscal entre as unidades da
Federação é ruim para o País? O que
fazer em relação a isso?
Essa batalha não é exclusividade brasileira. Trata-se do exercício
da competitividade. A maioria dos
países se degladiam em busca de
investimentos externos, oferecendo
subsídios, incentivos fiscais e outros
benefícios. Se houver uma reforma
tributária, com a implementação do
IVA Federal, e se houver a extinção do
ISS, essa situação pode ser minorada
ou até extinta.
Que pontos de uma reforma seriam
os prioritários hoje, se não é possível
aprovar um projeto mais amplo?
Defendemos a possibilidade da
implementação de uma reforma tributária fatiada, em que se atacassem
os pontos principais prioritariamente, como a desoneração da folha de
salários e diminuição dos tributos incidentes sobre o consumo, mas sem
a criação de novos tributos.
O empreendedor individual
contribui, de fato, para o combate
à informalidade? Quais outras
medidas poderiam ser tomadas?
Certamente essa é uma medida
bem-vinda, mas entendemos que os
valores de limite de faturamento poderiam ser maiores. O melhor remédio para a diminuição da informalidade é tributação baixa, de acordo com
a capacidade do contribuinte. Outra
medida que poderia ser tomada é o
aumento do limite de faturamento
para ingresso no Super Simples,
para algo em torno de R$ 12 milhões
ao ano, abrangendo e simplificando a
questão tributária de mais empresas.
De que maneira ações individuais
ilegais, como a sonegação de
impostos, prejudicam ainda mais o
desenvolvimento nacional?
Práticas como essa são comuns,
mas entendemos que são decorrentes da alta carga tributária imposta
aos empresários. Com carga baixa,
poucos tributos, alíquotas justas, não
haveria a motivação para esse tipo
de prática. Vale acrescentar que a
sonegação tem diminuído bastante
em virtude dos avanços tecnológicos,
dos nossos fiscos, no que tange os
controles eletrônicos. Seria interessante se tivéssemos uma tecnologia
que nos proporcionasse estancar os
desvios do dinheiro público, operacionalizados por atos de corrupção e
malversação dos recursos auferidos
com a cobrança dos tributos.
11
carnaval
Tempo de folia e de
preocupação
//Por Fabíola Souza
Comerciantes reclamam da falta de
planejamento do governo local para
os dias de festa
E
nquanto alguns estão pensando
em qual fantasia usar ou em que
bloco sair, outros se preparam
para diminuir os prejuízos trazidos pela
multidão e pelo comércio ilegal, tão
comuns nesse período. De acordo com
o presidente do Sindicato de Hotéis,
Restaurantes, Bares e Similares de
Brasília (Sindhobar-DF), Clayton Faria
Machado, muitos comerciantes deixam de abrir as portas de seus estabelecimentos por causa da concorrência
desleal com os vendedores ambulantes e acabam tendo prejuízos.
12
O comerciante José Carlos Pires,
52 anos, é dono da Distribuidora de
Bebidas 116 Norte, na Asa Norte, e há
quatro anos não abre o comércio nos
dias de carnaval. “Além disso, a cidade
fica cheia de vendedores ambulantes
e não vale a pena abrir a loja durante o
carnaval”, aponta Pires.
Há quem pense o contrário. Francisco Agostinho Fernandes, de 52 anos,
não deixa de abrir as portas da distribuidora de bebidas Piauí nos dias de
folia. Segundo ele, não há um aumento
significativo das vendas nessa época do
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
ano, mas ele também não tem prejuízo.
O movimento mesmo é à noite, segundo o empresário, quando as pessoas
estão se preparando para sair para as
festas nos clubes. “Trabalho há 26 anos
aqui e o tempo em que vendia mais no
carnaval era quando tinha mais blocos
de rua; hoje o carnaval de Brasília só
ocorre nas outras regiões administrativas e o Plano Piloto está esquecido”,
ressalta.
O comerciante reclama da falta
de opções de eventos carnavalescos
na capital federal. Para Fernandes,
Brasília investe pouco nos blocos de
rua. Na época que tinha foliões na
403 Sul, quadra da distribuidora Piauí,
lembra-se o empresário, o varejo
aumentava consideravelmente, mas
agora não tem mais opções e o movimento é normal.
O presidente do Sindhobar-DF
afirma que o carnaval em Brasília é
período de baixa temporada. Segundo
ele, o comerciante deve fazer um planejamento antes de decidir abrir o estabelecimento. “Mas como o governo
do DF repassa a verba para o carnaval
da cidade em cima da hora, isso é ruim
para os comerciantes porque as pessoas não conseguem se programar”,
afirma Machado. Ainda Segundo Machado, ano passado as distribuidoras
de bebidas que decidiram abrir no
feriado tiveram lucro satisfatório.
De acordo com a Agência de Fiscalização do DF (Agefis), haverá reforço na quantidade de fiscais nos
principais pontos de folia do DF. Os
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
vendedores ambulantes que não tiverem autorização da administração
regional em que pretendem atuar
terão a mercadoria apreendida. Ainda
informações da Agefis, os produtos só
serão devolvidos depois de comprovada a origem das mercadorias por
meio de nota fiscal e do pagamento
dos custos da operação, que pode variar entre R$ 1 mil e R$ 2 mil.
//Fantasias
A festa mais tradicional do País
não traz somente preocupações.
As lojas de fantasias aumentam o
faturamento nessa época do ano.
A rede Fantasia.com leva a sério a
brincadeira e já abriu cinco lojas
no DF e em Goiás. De acordo com a
empresária Lourdes Rodrigues, há
crescimento de 30% no movimento
normal das lojas. “Com certeza o
aumento de locação de fantasias se
dá 99% por causa das crianças, pois
todas as escolas costumam fazer
bailinhos e matinês e as mães optam por alugar a fantasia”, afirma.
Os adultos normalmente não
se fantasiam nessa época do ano.
“Às vezes a gente aluga para alguns
grupos que organizam excursões e
festas à fantasia, mas não é o maior
faturamento da loja, não”, disse.
As fantasias infantis mais procuradas são as de princesas, piratas,
super-heróis e personagens da
televisão. O aluguel varia de R$ 35
a R$ 65 (infantil), e de R$ 50 até R$
150 (adulto).
13
inovação
Um passo e
um clique
// Por Ana Carla de Oliveira
Segmento do varejo não tem estoques nem
prateleiras. Novidade agrada a consumidores
Fotos: Joel Rodrigues
Tecnologia
Até o mostruário
é na tela. O
atendimento,
no entanto, é
personalizado
14
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
São mais de 5 mil
produtos disponíveis
para o consumidor
I
novar é sempre importante para
manter o sucesso dos negócios.
Se a tendência é comprar pela
internet, que tal ajudar os clientes
a escolher o produto que desejam?
Para muitos brasileiros, as compras
pela internet tornaram-se rotina.
Comodidade e preço baixo. Mas,
em troca, o cliente fica carente de
informações sobre o produto. Muitas
vezes o comprador não percebe,
mas acaba sendo uma troca injusta
de serviço e consumo.
E por que não unir o útil ao agradável? A praticidade e os valores
mais em conta da internet unidos
ao atendimento exclusivo e presencial das lojas convencionais. É essa
a proposta de uma loja de vendas
virtuais. Não há estoque nem prateleiras.
O especialista em comércio eletrônico Renato Neves de Carvalho,
acredita que esse tipo de empreendimento é audacioso, e, por meio
dele, novas portas serão abertas
para o varejo no Brasil. “Em qualquer negócio, o empresário deve
fazer um estudo das oportunidades;
hoje, as pessoas já compram pela
//Vantagens desse tipo
de empreendimento:
• O empresário evita gastos com estoque
• Atendimento personalizado
• Mais informações sobre os produtos
• Mercadoria entregue no local desejado
• Custo menor dos produtos
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
internet”, alerta. “Então é bom verificar quais são as vantagens e o
diferencial desse novo serviço para o
consumidor”, completa.
Focada nessa ideia, a Ctis criou
um canal de vendas especializado
em tecnologia e serviços. Inaugurada em dezembro do ano passado,
a primeira loja virtual da cidade, no
Brasília Shopping, agrega recursos
do varejo tradicional, ou seja, atendimento presencial, porém exclusivo,
à venda de produtos pela internet.
O espaço é reduzido, isso porque o
estoque da loja fica no centro de distribuição de mercadorias da marca,
no Distrito Federal.
Logo na entrada, o cliente se
depara com um tablet de 65 polegadas. O equipamento apresenta os
mais de cinco mil produtos, entre
eles celulares, notebooks, câmeras
e filmadoras, todos disponíveis para
compra. Entre outras novidades, a
Ctis Digital Express tem uma sala de
testes de videoconferência do produto GetConference, capaz de conectar
250 pessoas ao mesmo tempo.
E quem pensa que há filas está
enganado. A loja colocou à disposição
sofás para o consumidor aguardar
atendimento, com acesso gratuito à
internet. Além disso, quem preferir
15
“Em qualquer
negócio, o
empresário deve
fazer um estudo
das oportunidades”
Renato Neves de Carvalho
Especialista em
comércio eletrônico
circular pelo shopping será avisado da
vez por mensagem de celular.
De acordo com Carvalho, para
investir nesse tipo de negócio, o varejista deve estar atento e procurar
saber qual valor ele vai acrescentar
para o cliente. “É o primeiro modelo
desse tipo no País; o empresário
deve estar atento para inovar sempre”, diz. Os preços mais baixos e o
atendimento personalizado fazem
com que o cliente vá até a loja.
A aposta desse segmento fica por
conta também do acesso à informação. Qualquer dúvida pode ser esclarecida com os consultores de vendas
especializados em tecnologia que garantem todas as informações antes
de o consumidor efetivar a compra.
O diretor de canais da CTIS Digital Express, Sérgio Koffes, diz
que o papel desses funcionários é
passar a informação de forma que
esclareça o consumidor e o habilite a manusear os aparelhos. “É
como comprar uma televisão, mas
não saber quais funções ela tem; e
os tecnogurus [vendedores] estão
capacitados para auxiliar o consumidor”, diz. Realizada a compra,
os produtos são entregues para o
cliente em até 24.
Koffes não fala em valores de
investimento, mas afirma que o
custo de uma loja virtual é muito
menor que de uma comum. A empresa brasiliense já elabora um
plano de expansão da loja conceito.
“A aceitação está sendo muito boa;
o público entende o formato da loja
e está respondendo positivamente
à novidade”.
//Por que você procurou
uma loja de venda virtual?
16
“Quero comprar um tablet .
Consegui esclarecer as dúvidas de
um produto para outro. Às vezes, a
gente compra um aparelho caro,
mas sem necessidade. É ótimo ter
atendimento personalizado.”
“O atendimento é bem diferenciado. Entrei por curiosidade,
pelo formato da loja, as telas que
mostram os produtos. Tenho interesse em comprar um notebook e
aproveitei para me informar.”
Riamar Bueno,
auditora
Carlison Aguiar,
servidor público
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
//empresário do mês
Desde
muito cedo
// Por Elsânia Estácio
Jovem começou prestando serviço a amigos
e a familiares e hoje pensa em expandir a loja
que abriu há três anos
Joel Rodrigues
L
uciano Pazelkonski da Silva
tem orgulho de sua trajetória. O jovem brasiliense de 25
anos passou de técnico amador de
manutenção de celulares para empresário no setor de telefonia móvel.
Após sair do serviço militar, decidiu
por curiosidade investir em serviços
de manutenção de celulares em um
pequeno espaço em casa. Começou
atendendo amigos, vizinhos e parentes, logo surgiu a oportunidade
de fazer um curso técnico em telefonia móvel em Belo Horizonte (MG).
Segundo Luciano o curso foi
essencial, mas o aperfeiçoamento
veio mesmo com a experiência em
atender novos e antigos clientes.
Após seis meses, resolveu abrir
sua própria empresa, sozinho, em
uma pequena loja no Lago Norte,
próximo ao Shopping Iguatemi,
onde começou vendendo acessórios para aparelhos celulares. “No
início trabalhei um ano sozinho,
depois contratei dois ajudantes e
agora estou com três funcionários
na loja”, lembra. A Center Cellular
nasceu em 2008.
Como todo começo de uma
pequena empresa, Luciano passou
por algumas dificuldades financeiras. Quando abriu a Center Cellular, não tinha capital para levantar
seu tão sonhado negócio. Então
resolveu fazer um investimento alto
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
Variedade
Luciano Pazelkonski também investe em televendas
e arriscado, fez vários cartões de
crédito em diversos bancos e estourou o limite de todos comprando
mercadorias para preencher o
estoque. Resultado: um ano inteiro
com muitas dívidas. Com esforço
e persistência, Luciano conseguiu
renegociar e quitar todas as contas.
“O meu maior problema foi esse,
pois o investimento foi alto e arriscado”, avalia.
Hoje, Luciano já tem experiência suficiente para dar conselhos.
Ele diz que para os negócios progredirem é preciso persistir muito
e correr atrás para fazer o sonho
acontecer. “Eu consegui manter
meu negócio e fiz com que a loja
caminhasse por si só”, diz. O em-
presário conta que no início foi trabalhoso, mas hoje, depois de três
anos, ele já pensa em aumentar a
quantidade de funcionários.
Depois de três anos no mercado
varejista de comércio eletrônico, a
Center Cellular se inovou, Luciano
está criando um site de televendas com atendimento, produtos e
serviços. Os clientes terão, ainda,
suporte técnico gratuito via telefone
ou internet. Pazelkonski quer ir ainda mais longe. Pretende expandir e
abrir outras lojas, além de investir
em outros negócios pela internet.
“É preciso insistir mesmo; quando
se tem um objetivo, é preciso correr
atrás”, diz. “Eu acreditei e consegui”,
comemora o empresário.
17
negócios
Conquista
A documentação
regular habilitou
Sidney Andrade
a trabalhar com
máquina de cartão
de débito
Campeão em
cadastramento
//Por Fabíola Souza
A maioria dos empreendedores individuais
formalizados investe no comércio
A
tualmente, o DF tem cerca de
32 mil cadastrados na mais
nova modalidade de pessoa
jurídica, segundo dados do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Apenas em 2011, de
janeiro ao início de dezembro, foram
formalizados 18.411 empreendedores individuais. E o comércio foi a
atividade mais procurada para registro no ano passado, de acordo com
18
levantamento feito pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As atividades mais requisitadas
para registro foram comércio varejista de vestuário e acessório e cabeleireiros. A empresária Jussara da
Silva abriu uma loja de roupas e acessórios há dois anos no Gama Leste,
chamada Gata Mel Jeans. Para ela,
esse segmento é o mais lucrativo
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
Joel Rodrigues
dentro do comércio. “Tenho roupas
femininas, masculinas e infantis;
além dos acessórios, pelas quais
as mulheres se apaixonam quando
veem”, apontou.
Jussara começou a trabalhar em
casa. “Antes era brincadeira; montei
uma pequena loja na minha garagem
e vendia para as amigas”, conta a
comerciante. Ela afirma que não se
arrepende da escolha que fez. “Hoje
sou independente e como empreendedora individual tenho benefícios
como se fosse contratada, se me
machuco, por exemplo, tenho direito
ao auxílio doença.”
Há quase dois anos, Sidney Martins de Andrade parou de trabalhar
informalmente para ser um empreendedor individual. Proprietário do
quiosque Mister Dog, no Setor Comercial Sul, o empresário comemora
o crescimento do negócio. Há 17
anos, Sidney trabalha com comércio,
mas apenas quando se formalizou
conseguiu o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ)
para adquirir uma máquina de débito
e crédito para ajudar nas vendas.
O empresário não pretende parar
por aí. Para aumentar ainda mais o
faturamento, Sidney planeja adquirir
uma máquina para passar cartão de
refeição. “Ser formalizado me ajuda a
planejar melhor o futuro, agora tenho
benefícios e isso é importante, pois não
sabemos o dia de amanhã”, diz.
Com a dona do salão Cantinho da
Beleza, Siboney Teles de Sousa, não
foi diferente. A vontade de expandir o
negócio, se formalizar como empresária, ter Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica e ainda contribuir com a
aposentadoria fez a comerciante ser
uma empreendedora individual. “Trabalho há 17 anos como cabeleireira,
escolhi essa profissão porque precisava conciliar minha vida profissional
com a rotina dos meus filhos e junto
com eles fui crescendo, eles na vida e
eu nos negócios”, completa Siboney.
Desde junho do ano passado Siboney é empreendedora individual.
Segundo ela, em menos de um ano,
sua clientela já aumentou 40%. Isso
porque agora a empresária conta
com uma máquina de passar cartões,
além de ter feito dois empréstimos
com o nome da empresa para ampliar
o espaço de trabalho. “Como empreendedora individual eu consegui melhorar meu negócio”, brinca Siboney.
//É de graça
Para se cadastrar como empreendedor individual, o trabalhador por
conta própria deve se inscrever no
site www.portaldoempreendedor.gov.
br. A inscrição é rápida e gratuita.
//saiba mais
O empreendedor individual precisa pagar o valor fixo mensal de R$ 32,14 (comércio ou
indústria) ou R$ 36,14 (prestação de serviços), destinado à Previdência Social e ao Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços
de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) ou Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Essas quantias são atualizadas anualmente, de
acordo com o salário mínimo.
Com o pagamento dessas contribuições, o Empreendedor Individual passa a ter acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença e aposentadoria. Entre as vantagens oferecidas por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
(CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão
de notas fiscais. Além disso, o Empreendedor Individual será enquadrado no Simples
Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL).
Mais informações: 0800 570 0800.
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
19
investimento
Socorro aos nossos
museus
//Por Martha Régnier
DF recebe verba federal para tornar a cidade
mais atrativa. Turismo de negócios e cívico
ainda prevalecem
O
governo federal destinou,
neste ano, R$ 2,8 milhões
para a recuperação e modernização de museus do DF. O
repasse da verba será feito à Secretaria de Cultura do DF com o objetivo
de apoiar o projeto Modernizando
Museus, do governo local. A ação
prevê melhorias na infraestrutura
do Museu do Catetinho, Museu da
Cidade, Memorial dos Povos Indíge20
nas, Museu de Arte de Brasília, Museu Nacional da República, Museu
Vivo da Memória Candanga e Espaço
Cultural 508 Sul. O projeto faz parte
da preparação da cidade para a
Copa do Mundo de Futebol. A iniciativa é importante para o fomento do
turismo, mas a capital federal ainda
está longe de desenvolver toda a sua
potencialidade de centro turístico.
As viagens de negócios e eventos
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
Fotos: Joel Rodrigues
Minoria
Em 2010, apenas 7%
dos visitantes esteve
em Brasília apenas
para se divertir
ainda predominam nos números do
turismo de Brasília e as atrações
culturais são pouco divulgadas e
visitadas. Dos 3.116 museus que
o Brasil dispõe, 66 estão no DF,
conforme dados do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O mesmo
estudo indica que São Paulo abriga
517 e o Rio de Janeiro, 254. Brasília,
embora detenha o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela
Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura
(Unesco), ainda não desperta interesse significativo quando o assunto
é turismo cultural.
Segundo estudo feito pelo Centro
de Excelência em Turismo, da Universidade de Brasília, em 2010, quase 60% dos turistas que visitaram a
sede dos governos federal e distrital
tinham na agenda compromissos
de trabalho ou participação em congressos. E apenas 7% dos visitantes
estiveram na cidade para se divertir.
No quesito tempo de permanência e
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
frequência, os dois grupos se assemelham, ficando uma média de dois
a três dias na capital, uma vez por
ano. Com certeza, esse tempo poderia se estender mais, para o turista
de negócios, se considerasse a cidade como um atrativo centro turístico.
Mas não é o que ocorre.
O mesmo estudo informa que a
maior parte dos turistas de negócios não pretende retornar à capital
(58,4%) por considerar que a cidade
não tem opções de lazer ou por
achar os preços muito altos. Na lista das principais atrações turísticas
estão, nas primeiras colocações,
a Catedral, a Torre de TV, a Praça
dos Três Poderes, os Shoppings e
o Palácio do Planalto. Os museus
não fazem parte da relação. Na opinião do presidente do Ibram, José
do Nascimento Júnior, o problema
está na cultura cívica. “Nem o cidadão de Brasília conhece os museus
que existem; ele fica concentrado
nas visitas óbvias ao Congresso
Nacional, LBV.” Para ele, é preciso
investir mais em divulgação.
Com referência à ampliação do
tempo de permanência dos turistas
na cidade, Nascimento cita o exemplo da experiência do Banco Interamericano de Desenvolvimento,
no Rio de Janeiro. A instituição fez
um estudo para justificar o financiamento da nova sede do Museu
da Imagem e do Som. Na pesquisa,
25% dos entrevistados afirmaram
que estenderiam suas estadas na
cidade para visitar o museu. Esses
turistas declararam que gastavam,
em média, US$ 50 por dia na cidade. “Isso significa, ao longo de 10
anos, um ganho de R$ 90 milhões;
nossa capital merece ter uma estrutura dinâmica assim, que movimente a economia”, constata.
Wagner Barja é chefe da divisão do Sistema de Museus do DF e
presidente do Museu Nacional da
República, um dos mais visitados da
capital. Para ele, a instituição que
21
dirige é uma exceção em número de
frequentadores, pois dispõe de posição privilegiada, no Eixo Monumental
e perto da rodoviária, que ajuda a
atrair o público mais variado. Porém
concorda que o segmento precisa
de mais divulgação. “O Tiririca faz a
propaganda dos museus; eu achei
a ideia muito boa, pois é um homem
que dialoga com o povo.” É preciso
criar incentivos para os museus que
atinjam as classes que não têm acesso à cultura, acrescenta Barja.
//Necessidade de reparos
Além do investimento em divulgação, Wagner Barja sente falta de
outras iniciativas. Cita como medida
urgente a revitalização do Museu de
Arte de Brasília (MAB), fechado no
ano passado. Seu acervo está guardado no Museu da República, à espera do término da reforma de suas
instalações. “Trata-se do museu que
melhor representa a história da arte
brasileira dos anos 1980 até a atualidade e o acervo estava correndo
risco. Ele precisa ser urgentemente
reaberto em um modelo mais atualizado com as demandas da arte
contemporânea atual.” O Memorial dos Povos Indígenas também
é mencionado por Wagner como
exemplo de unidade que necessita
de atenção. “Ele precisa se equipar
melhor, se dotar tecnicamente para
poder receber coleções, emprestar
seu próprio acervo, ter o porte de
um museu voltado para as nações
indígenas”. Por fim, conclui, “praticamente todos os museus do DF
precisam de ajuda”.
O empresário Tomaz Iketa é proprietário do Garvey Park Hotel e faz
coro ao grupo com relação à falta
de investimentos do governo na divulgação das atrações culturais. Ele
afirma que os empresários do ramo
hoteleiro estão disponíveis para
auxiliar na divulgação, mas não podem assumir a responsabilidade do
movimento. Para ele, é necessário
incentivar as pessoas da cidade a
irem aos museus. “É preciso haver
um material de divulgação dentro do
hotel; sou eu o responsável por fazer
esse folder? Não acho que seja meu
papel. Eu posso ajudar a divulgar,
recomendar. Mas não há o incentivo
necessário para divulgar o destino”.
Iketa confirma que, em seu
hotel, recebe com mais frequência o turista de negócios, depois o
de eventos e por último o de lazer.
“Brasília não conseguiu se consolidar como destino turístico”, reclama. Porém, a seu ver, o incentivo
precisa ser feito de forma adequada,
atendendo as necessidades específicas do setor. “O trabalho precisa
ser bem feito; por exemplo, a rede
hoteleira daqui, ao contrário de
muitas cidades, tem grande baixa
de movimento nos fins de semana.
Fazer um trabalho para incentivar
a ocupação nesse período seria de
grande ajuda”, diz.
Quando a voz de todos os segmentos envolvidos ressoa na mesma direção, de certo vale a pena
escutá-la.
Revitalização
O MAB, fechado no
ano passado, precisa
de reformas para
não comprometer
o acervo
22
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
//vitrine
Fotos: Joel Rodrigues
Lojinha de
diversão
A Kids Club é uma loja de roupas e acessórios infantis
recém-inaugurada em Brasília. Ela chega com o conceito de
clube, que traz, além de produtos para venda, programações para
as crianças, como palestras e oficinas divertidas. A ideia foi da
economista e emrpesária Julia Conter. Além de roupas e sapatos,
a loja vende brinquedos, bolsas, acessórios para meninas, bebê
conforto, lençóis, toalhas. Entre as marcas vendidas estão Tip Toey
Joey, Ovo, BL Baby, Paco, Noruega, Dolce Abraccio, Gap, Carter’s,
Circus, Adidas e Ralph Lauren. A loja fica na SHIS QI 13, bloco E,
lojas 4/5, Lago Sul. (61) 3364.4386.
Spa para
cabelos
Criar e
decorar
Cabelo bem tratado é fundamental para a boa apresentação pessoal.
Para quem concorda, o Spa Revita é uma das mais novas opções da cidade. A proposta do estabelecimento engloba não só o cabelo, mas alternativas para melhorar a qualidade de vida e combater o estresse do dia a dia. O
cliente pode fazer avaliação nutricional do couro cabeludo e dos fios, e ser
acompanhado por profissionais especializados nos diversos tratamentos,
tais como máscaras, argilas capilares, cortes, escovas, hidratações, botox
capilar e massagem. O SPA fica na SMHN quadra 2, bloco C, Ed. Dr. Crispim, Asa Norte. (61) 3326.5570.
Lembranças de casamento, artigos para decoração ou simplesmente para presentear. Há sete anos no
mercado, a loja de artesanato Telmart
oferece grande variedade em produtos.
São pincéis, guardanapos decorados, tintas, verniz para acabamentos,
papéis para decoupage. Tudo para
artesanato em madeira, vidro, alumínio, gesso e pedraria. O cliente que
comprar os materiais na Telmart terá
direito ainda a um curso gratuito de artesanato. A loja fica na quadra 8, bloco
9, lote 1, Sobradinho. (61) 3387.3475.
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
23
Estilo
Luciana Corrêa
Certo
Desafio
Na virada de cada ano, pedimos oportunidades para crescer, seja pessoal ou profissionalmente. Muitas vezes não
percebemos, mas os pedidos vêm em forma de desafios. Aqui está o meu! Uma coluna toda de dicas de moda e de beleza,
tanto para nós mulheres, quanto para os homens. Então, muito prazer e sejam bem-vindos à Estilo Certo!
Não perca a linha... Nem a maquiagem
Fui atrás de dicas de profissionais
para segurar a maquiagem até o fim.
O maquiador Diego Cavalcante, do salão You (409 Sul), já diz logo de cara: “A
qualidade dos produtos é essencial!”.
Sendo assim, vamos ao passo a passo.
1º - Faça uma boa pele.
Antes de tudo limpe e hidrate. Passe o primer (produto
para fechar os poros) e então comece com a base à
prova d’água no tom da sua
pele, o corretivo nas imperfeições, e um pó iluminador.
2º - Para os olhos: delineador
à prova d’água. Para as sombras aplique um fixador em
creme, ele vai garantir que
as sombras não derretam e
que fiquem mais brilhantes.
Aliás, abuse das cores. Em
alta: laranja, pink, tons de vermelho. Finalize com um bom rímel
preto também à prova d’água.
3º - Se você destacar mais
os olhos, com brilhos e cores, lembre-se de a boca
ser bem suave, com batom
nude, e para o blush um
tom de marrom ou pêssego.
Agora, o acabamento: mesmo
com toda a maquiagem à prova
d’água, aplique o spray de fixação
para maquiagem. Ele plastifica e
finaliza o seu visual. Pronto, você
linda do começo ao fim! Divirta-se.
24
Joel Rodrigues
Começo de ano, muitas festas,
carnaval chegando e nós mulheres
já estamos pensando na produção.
O que vamos precisar para o visual
ficar completo? O importante é não
parecer derretida durante a festa.
Dica
Cuidado com a pele! Assim
como o maquiador, a dermatologista Mayanna Maia reforçou o uso do primer “é primordial para hidratar e fechar os
poros”. Depois de se divertir,
não deixe de retirar toda a maquiagem com demaquilante,
passar um tônico para equilibrar o Ph e um hidratante.
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
[email protected] – www.facebook.com/lucianacorreadf – twitter.com/Luciana_Correa_
Joel Rodrigues
Bermudas:
por que não?
As bermudas masculinas estão
em alta na maioria das coleções. E não
é para vocês, homens, usarem só em
clubes e praias. Existem versões feitas
para sair, seja para ir a um restaurante ou uma balada. Em tecidos leves,
naturais, com fibras em linho, algodão
ou hemp, as peças podem ser de vários tipos e estilos para todos ficarem
bem vestidos no Verão 2012. Com o
Carnaval chegando, nada como estar
confortável e estiloso.
Para a coleção da temporada,
Akihito Hira, estilista formado em Brasília, apostou em cores vibrantes, como
o azul, além de variações em tons mais
discretos e no xadrez. “A bermuda
prima pelo informal, casual, e fica
muito bem com sapatênis, camisetas
básicas, ou camisas de
manga curta.”
A marca O.sório,
da designer Anna
Paula Osório, por
sua vez, investiu
em uma coleção 100%
EcoHemmp
para o
alto-verão
2012. Também primando o
conforto, o tecido é importado e
foi criado a partir da extração de fibras
do caule da cannabis sativa. “Sou a
primeira a fazer um desfile 100% ecológico e com esse novo material que é
mais leve e fresco”, afirma a empresá-
Praticidade
Os homens são práticos por natureza, estou certa, rapazes? Então, que
tal economizar espaço e ser rápido na
hora de arrumar a mala ou a bolsa da
academia? Navegando pela internet,
encontrei um produto que pode ser
a solução dos sonhos. Um xampu,
condicionador, gel de banho e gel
para barbear em um único frasco. É o
Shampoo 4x1 Vulcanus (R$ 29,90),
da Mormaii. Além de prático, o
produto é indicado para todos os
tipos de pele e de cabelo. Para
quem quiser presentear, o cosmético está à venda pelo site
www.mormaiisaude.com.br e
em breve também chegará às
lojas Mormaii em Brasília.
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
ria. “Acredito que, com uma bermuda
estilosa, todas as outras peças podem
ser básicas e o visual fica muito bom”,
completa. Para os marmanjos, ela indica os tons pastéis. Agora é com você,
escolha o seu estilo e caia na folia!
Moda em
números
O Instituto Fecomércio lançou
em janeiro uma pesquisa de desempenho do comércio varejista,
em que foram ouvidos mais de
400 lojistas de 16 segmentos diferentes. Nela, o setor de vestuário
foi o destaque no desempenho de
vendas entre os meses de novembro e dezembro de 2011: expansão média de 42,08%. Os demais,
como calçados, farmácias e perfumaria, também registraram
números positivos.
25
//sindicatos
Sindauto exige adoção do
sistema biométrico
// Por Lorena Bicalho
Apesar da decisão do Contran desde 2008, o DF
ainda utiliza controle manual de frequência
Joel Rodrigues
O
procedimento de coleta e armazenamento de imagens
das digitais para identificação de condutores em processo de
habilitação e renovação da Carteira
Nacional de Habilitação (CNH) foi implementado em 2008 pelo Conselho
Nacional de Trânsito (Contran) por
meio da resolução 287. No entanto,
até hoje o DF não obedece ao regulamento.
Os responsáveis por instalar o
sistema são os órgãos de trânsito,
representados no DF pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal
(Detran). Com ele, as imagens coletadas das digitais dos alunos seriam
incorporadas ao banco de imagem
do Registro Nacional de Condutores
Habilitados (Renach). Um programa
chamado Bluedata cadastra as digitais e os dados pessoais dos alunos e
dos instrutores das autoescolas. No
início e no final das aulas práticas e
teóricas, o aluno identificaria a digital no sistema. Automaticamente, o
Detran receberia, via internet, as informações do cumprimento dos horários exigidos. Para concluir o curso
teórico da primeira CNH, é preciso
completar 45 horas de aulas e, o prático, nas categorias A e B, 15 horas.
Segundo Francisco Loiola, presidente do Sindicato das Auto e Moto
Escolas e Centros de Formação de
Condutores (Sindauto), o cumprimento do regulamento já é obedecido em
seis estados: Rio de Janeiro, Ceará,
Bahia, Tocantins, São Paulo e Rio
26
Impedimento
Quem tenta utilizar a nova tecnologia esbarra na falta de suporte
Grande do Norte. “O Detran insiste em
continuar com o procedimento manual, em que o aluno preenche um formulário antes e depois das aulas”, diz.
O Detran informou que está em
processo de elaboração do projeto
básico para colocar em prática a
determinação e, para isso, fará “um
rigoroso estudo técnico”. Além disso,
o órgão pretende fazer uma consulta
pública para saber qual é a opinião
das autoescolas e das clínicas a
respeito do projeto. A licitação dos
equipamentos para o sistema de
fiscalização biométrica deve sair ano
que vem, informou o departamento.
Para o proprietário da autoescola
Safet Car, Alfredo Carneiro Junior,
o sistema biométrico é muito mais
difícil de ser burlado. “Além de o
programa não aceitar registros de
aulas que terminam antes do horário
estabelecido, ele pode rastrear os
carros em atividade”, afirma. Carneiro tentou utilizar a nova tecnologia
em sua autoescola, mas como no DF
ainda não existe sistema integrado de
fiscalização biométrica, os atendentes da empresa precisavam, além de
coletar as digitais dos alunos, preencher o formulário manual do Detran.
Para Loiola, o maior problema de
o processo ser burlado e os alunos
terem que comparecer a menos aulas para a conclusão do curso é a diminuição dos instrutores contratados
e, consequentemente, o desemprego
na área.
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
//economia
Europa agrava a
crise internacional
A
bola da vez nas preocupações dos que acompanham
os rumos da economia é
o acirramento da crise europeia.
A economia americana finalmente mostrou sinais mais firmes de
recuperação, mas na Europa sucedem-se más notícias. A última foi o
rebaixamento da nota concedida por
uma agência de risco internacional
famosa à França. Quem diria...
O grande drama agora é que
os bancos só aceitam rolar a dívida
dos governos europeus, mediante
taxas de juros escorchantes para
os padrões de lá,
t r a z e n d o le m branças não muito agradáveis de
vários momentos
difíceis que o Brasil passou nesse
setor, entre meados dos anos 1990
até 2003.
Medidas de ajuste vão sendo
adotadas a passo de cágado, mas
vão. Tanto assim que ninguém
espera que se dê uma grande ruptura por lá. Ou seja, China e Brasil
vão desacelerar, mas não tanto,
graças a Deus.
A grande novidade do lado de
cá é que já existem estímulos monetários e fiscais suficientes para
se esperar crescimento anualizado
da economia brasileira ao redor de
5,5%, nos dois últimos trimestres
do ano que se inicia. Teremos um
primeiro semestre fraco, mas no
segundo o motor da economia pega
mais velocidade. Assim, em termos
de taxas médias anuais, o PIB deve
ter fechado o ano passado em torno
de 2,9%, e este ano fechará ao redor
de 3,8% a.a. Essas são taxas abaixo
do potencial de crescimento do País,
mas no segundo semestre (ou seja,
na margem), a economia estará
rodando provavelmente a 5,5%, o
que até ultrapassa a taxa compatível
com inflação no centro da meta.
Diante do agravamento da crise externa, a taxa de juros Selic
começou a cair
antes do que se
pensava. Há dúvidas, inclusive, se
o Banco Central
não estaria trabalhando informalmente com uma
meta de inflação
acima de 4,5%
a.a. A outra dúvida
no ar é sobre qual será a postura do
governo diante do forte impacto do
aumento do Salário Mínimo sobre
suas contas. Vai contar com receita
extra como em 2011? Ou vai cortar
ainda mais os investimentos? Se
não fizer algo para manter o esforço de ajuste do ano passado, o
cenário de juros pode mudar, e o
Banco Central, após derrubar a Selic mais um ponto de porcentagem
no somatório das próximas duas
reuniões do Copom, se será instado
a retomar os aumentos do passado
recente. Esperemos que o governo
consiga algum ajuste novo, e os juros continuem caindo, para benefício dos consumidores e vendedores.
Teremos um primeiro
semestre fraco, mas
no segundo o motor
da economia pega
mais velocidade
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
Joel Rodrigues
Raul Velloso
Doutor em Economia pela
Universidade de Yale (EE.UU).
Atualmente, é consultor
econômico em Brasília
27
Fotos: Nilson Carvalho
capa
Sem dono
Condôminos do
Solar de Brasília não
sabem se a terra é
pública ou privada
Oportuno, porém
arriscado
//Por Camila Vidal
Comércios em condomínios irregulares
convivem com a possibilidade de disputar
licitação pública para permanecer no endereço
quando a regularização se tornar realidade
A
explosão ocupacional no DF
tem desencadeado o crescimento de micro e pequenos
empreendimentos dentro ou próximos de áreas irregulares. A vontade
dos comerciantes nessas regiões é
expandir mercado e garantir o funcionamento de estabelecimentos
28
considerados de necessidades básicas a quase 900 mil brasilienses
residentes em áreas sem escritura,
principalmente em condomínios. No
entanto, os riscos para o empresário
que investe em propriedade sem
escritura são iminentes. Os entraves são defendidos pelo Ministério
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
Público do Distrital Federal e Territórios (MPDFT).
A demanda por comércio de bens
de consumo e de prestação de serviço
é real. O morador anseia por mais espaços comerciais como restaurantes,
farmácias, mercados e academias,
a fim de estreitar a distância entre
residência e garantia de consumo de
produtos tidos como vitais. Já o comerciante, disposto a investir e expandir mercado, esbarra na incerteza do
futuro do empreendimento instalado
em área imprópria. Desde 2007, a insegurança é ainda maior.
Assinado há quatro anos pelo
então governador José Roberto Arruda e pelo procurador-geral do
DF na época Leonardo Bandarra, o
Termo de Ajustamento de Conduta
nº 2/2007 garante ao governo o direito de abrir licitação pública dos
estabelecimentos comerciais após a
regularização fundiária da área condominial. Trocando em miúdos, o TAC
permite ao Executivo oferecer para
a concorrência comércios em atividade localizados em áreas públicas
da União ou de posse da Companhia
Imobiliária de Brasília (Terracap).
Um dos pontos mais polêmicos
do documento, desconhecido pela
maioria dos empresários entrevistada pela reportagem, versa sobre a
falta de preferência dos proprietários
na licitação pública. De acordo com
o TAC, ganharia o direito à posse
e à comercialização o interessado
responsável pelo maior lance. Ao antigo dono do estabelecimento caberia
apenas a possibilidade de reembolso
de gastos e investimentos feitos durante a ocupação da área não regularizada. O ressarcimento dos custos,
sem teto previsto no termo, deve ser
feito por meio de ação judicial.
Pela assessoria de imprensa, o
secretário de Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária do DF,
Raad Massouh, afirma que a secretaria trabalha para que os empresários
sejam regularizados, com o objetivo
de criar emprego e renda para o
todo o DF. Segundo Lene Santiago,
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
secretária-executiva do Grupo de
Análise e Aprovação de Parcelamentos do Solo e Projetos Habitacionais
do DF (antigo Grupar), o caso só será
realmente discutido após a criação
da Secretaria de Regularização de
Condomínios, autorizada em janeiro
pelo governador Agnelo Queiroz. “Todas as áreas de ocupação residencial
têm que ter áreas comerciais, mas
no ato da regularização é preciso
estudar de que forma a apropriação
será feita, seja por meio de licitação
ou por venda direta”, esclarece Lene
Santiago.
Na avaliação do presidente da
Federação das Associações de Condomínios Horizontais do DF, Adilson
Azevedo Barreto, não é justo ignorar
a participação dos micro e pequenos
empresários no desenvolvimento
habitacional dos condomínios em
processo de regularização. “O
termo é extremamente prejudicial
ao comerciante que investiu e ajudou a construir a urbanização dos
condomínios, possibilitando melhores condições de vida para
os moradores dessas
re g i õ e s ” ,
disse Barreto. Já
para o ex-secretário de Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária do DF e administrador de Vicente
Pires, Dirsomar Chaves, a lógica do
governo é impulsionar a economia
local. “O atual governo tem manifestado o entendimento pela revisão
desse dispositivo, pois é justo que o
comerciante não enfrente essa dificuldade”, garantiu Chaves.
A visão do MPDFT é mais radical.
O promotor Libânio Alves Rodrigues
coordenou, até o fim do governo Arruda, o grupo responsável pelo texto
do TAC. Atualmente, o integrante do
Ministério Público trabalha na comissão de metodologia e aplicação
do mesmo termo no governo atual.
Para ele, seria injusto o governo beneficiar os comerciantes que andaram fora da norma. “É uma questão
de coerência; aquilo que estiver
29
Ivan Florêncio
ressalta que a
insegurança vai
além da licitação
30
contrariando a lei cabe ao Ministério
Público questionar”, afirma Rodrigues. Para ele, pode ser que o governo tenha uma forma que possibilite o
pequeno empreendedor a continuar
no local e que não contrarie a norma.
“Mas, até agora, o governo nunca
procurou o ministério para tratar o
TAC, no sentido de discutir o teor do
termo; a discussão deve passar pela
via judicial”, completa.
Libânio Rodrigues antecipou
ainda que a posição do Ministério
Público deve ser de impugnar qualquer tipo de benesse do governo do
DF aos comerciantes atuantes em
áreas irregulares, por meio da venda
direta do lote. “É seguida a decisão
do Supremo Tribunal Federal de que
a venda direta seja possível para fins
residenciais; não há nada que ampare comerciantes e até mesmo igrejas
instaladas em área irregular”, diz o
promotor. Para esses casos, é preciso ter a licitação pública para garantir
a possibilidade de livre concorrência
para todo o comércio.
Mesmo sem registro de algum
comércio que tenha sido desapropriado depois da entrega da escritura
da área ocupada irregularmente,
a possibilidade preocupa donos de
comércio. É o caso do micro empresário Ivan Florêncio, de 27 anos,
dono do restaurante Pisttache, no
condomínio Solar de Brasília, no
Jardim Botânico. Ele mora há 13
anos na mesma área condominial
que resolveu investir. Ele enxergou ali
a necessidade de consumo da vizinhança. Após seis meses de abertura
da empresa, Florêncio garante que
as mais de 120 refeições diárias servidas na hora do almoço são suficientes para cobrir os custos mensais do
estabelecimento. “Isso só comprova
a carência de mais comércios dentro
ou próximos de condomínios, pois
os moradores têm a necessidade
de alimentação e de outros serviços
gerais”, explicou o micro empresário.
Ao ser informado sobre o risco
que corre de perder o ponto comercial após a regularização do con-
domínio, Ivan trouxe à tona outra
insegurança dos empresários instalados na mesma área comercial.
O condomínio foi dividido em três
módulos, chamados de Etapas I, II e
III. De acordo com a administração
do Solar de Brasília, apenas a última
etapa pertenceria à Terracap, as outras duas seriam de posse particular,
da antiga fazenda Taboquinha. “Mas
como até hoje não foi apresentada
escritura das primeiras partes do
condomínio, ficamos sem saber se é
terra pública ou não; sem escritura
não há proprietário”, ponderou o
dono do restaurante, que emprega
quatro funcionários.
Em casos mais arriscados, alguns futuros comerciantes compram
lotes de denominação residencial,
instalam a atividade comercial e só
depois reivindicam a transferência da finalidade da área para fins
comerciais. “Para condomínios já
regularizados, a legislação permite
transformar um lote residencial em
comercial, mediante o pagamento da
diferença do valor original do lote junto à Terracap ou à União”, salientou
o advogado Mário Gilberto, responsável pela consultoria jurídica de 36
condomínios no DF, sendo apenas
quatro regularizados.
//Sem licença para atuar
Até novembro do ano passado, era
permitida aos comerciantes localizados em áreas irregulares a emissão
de licença provisória, tecnicamente
conhecida como alvará precário. Amparado pela Lei Distrital 4.611/2011, o
governo do DF emitia documento de
concessão comercial, sem prazo de
validade, a microempresa em desconformidade com o uso previsto em
legislação urbanística.
O casal Jéssica e André Ribeiro foi
beneficiado com a permissão ao solicitar a renovação do alvará na administração de Sobradinho, responsável pela região do Grande Colorado.
De acordo com os donos do mercado
Lago Azul, construído há 10 anos no
condomínio de mesmo nome, o corevista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
900 mil
Esta é a estimativa
da quantidade de
brasilienses que
residem em áreas
sem escritura
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
Alvará
Mercado no Lago
Azul demorou meses
para conseguir o
documento. Ainda
assim, não é o definitivo
mércio ficou meses sem a licença de
funcionamento. “Só há quase quatro
meses conseguimos o documento,
mas já fomos avisados pela Agefis
(Agência de Fiscalização do DF) que
o alvará definitivo só sairá mesmo
depois da regularização do condomínio”, explicou Jéssica Ribeiro.
A mesma sorte não teve o proprietário do restaurante Pisttache.
Com menos de um ano de vida, a empresa se viu impedida de receber o
alvará precário depois que o MPDFT
entrou com Ação Direta de Constitucionalidade (Adin) contra a Lei
4.611/2011. A ação em desfavor da
legislação em questão tem impedido
a emissão de alvarás precários. Os
promotores responsáveis pelo caso
acusam o governo do DF de tentar
fazer valer uma lei que já foi consi-
derada inconstitucional. Segundo o
promotor Antônio Suxberger, o alvará
precário já foi objeto de várias ações
pelo MPDFT. “A lei em questão autoriza, entre outros pontos, a licença de
funcionamento para microempresas
sem vistoria prévia. Isso afronta o
zoneamento territorial e possibilita o
esvaziamento do poder de polícia administrativa, dispositivos já afastados
anteriormente pelo Tribunal de Justiça do DF por ser inconstitucional”,
analisou Suxberger.
O Ministério Público aguarda o
retorno das atividades do TJDFT para
negociar a inclusão da Adin na pauta
do plenário. De acordo com Suxberger, a matéria tem todas as condições favoráveis para ser apreciada na
primeira sessão de 2012 do tribunal,
ainda sem data definida.
31
32
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
caso de sucesso
Foi sóo
começo
//Por Sílvia Melo
A partir da formação técnica, ex-aluna do Senac-DF conseguiu
estabilidade para investir ainda mais na carreira profissional
Joel Rodrigues
R
aiane Sobral Cruz, de 21 anos,
encontrou no Senac-DF a
oportunidade de se tornar
técnica em contabilidade, profissão
que tem garantido mudanças significativas em sua vida. Hoje ela trabalha
em uma empresa que presta serviço
de contabilidade para condomínios.
Raiane sempre soube que tinha
que estudar muito para conseguir
uma boa colocação no mercado. Por
isso, ao procurar o Senac, a estudante já pensava no futuro. “Sempre tive
vontade de fazer faculdade”, conta.
“Hoje tenho um emprego estável,
estudo e vou começar a fazer um
curso de Francês, ou seja, minha vida
melhorou e acredito que ainda vai
melhorar mais.”
Antes de fazer o curso no Senac,
Raiane não tinha muitas expectativas
em relação à vida profissional, pois
não sabia como iniciar a carreira. Por
meio do Programa Senac de Gratuidade (PSG), ela conseguiu uma bolsa
de estudo para o curso Técnico em
Contabilidade, em 2009, na unidade
do Senac da 903 Sul. “Decidi fazer
esse curso porque o mercado é amplo e há a possibilidade de trabalhar
em vários departamentos”, explica.
A estudante procurou o curso no
Senac porque sabia que encontraria
profissionais empenhados em realizar um trabalho de qualidade. “Indico
o Senac para todos que desejam ter
uma boa qualificação profissional,
pois, além de ser uma instituição
conhecida e renomada, é um local
agradável”, afirma.
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
Crescimento
Hoje técnica em contabilidade, Raiane quer evoluir ainda mais
//Sobre o curso
Atualmente, o Senac-DF oferece
o curso Técnico em Contabilidade
nas unidades do Setor Comercial Sul
e em Sobradinho. A carga horária
é de 934 horas, incluindo estágio. O
aluno aprende a fazer anotações das
transações financeiras e contábeis
de uma empresa por meio de exame
dos documentos, e a calcular e executar os lançamentos e as escriturações contábeis em livros e softwares
específicos.
O candidato interessado em participar deve ter 17 anos ou mais e estar
cursando, no mínimo, o 2º ano do
Ensino Médio. O investimento é de R$
3 mil ou 12 parcelas de R$ 250.
No Senac Jessé Freire, a previsão
é de que as aulas comecem em 6 de
fevereiro, das 7h50 às 12h. No Senac
Sobradinho, uma turma iniciará em
13 de fevereiro, das 7h50 às 12h, e outra está prevista para 5 de março, das
13h50 às 18h.
O Senac-DF oferece bolsas de
estudos por meio do PSG, destinado à capacitação profissional de
pessoas de baixa renda, estudantes
ou egressos da educação básica e
trabalhadores. O próximo edital do
processo seletivo será publicado no
site do Senac-DF (www.df.senac.br)
em fevereiro.
Tele-Senac
(61) 3313.8877
@senacdf
/senacdistritofederal
33
desenvolvimento
Estamos
bem
//Por Paula Oliveira
Setor produtivo do Distrito Federal confia
no crescimento da economia em 2012 e
empresários do comércio esperam aumento
de 7% nas vendas
34
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
N
o início do ano passado,
empresários dos segmentos de comércio, serviço e
turismo do DF estavam otimistas
com relação a 2011. Previam que o
período seria de crescimento econômico por conta, principalmente,
das facilidades de acesso ao crédito
para o consumidor. E, de fato, 2011
foi bom. Para este ano, o clima não
está tão diferente. Os segmentos
representados pela Fecomércio-DF
esperam crescimento de mais de
7% nas vendas. A justificativa dos
empresários mais otimistas, que
representam quase 85% dos entrevistados pelo Instituto Fecomércio,
é que se baseiam no faturamento
observado em 2011. Os empresários do DF estão mais confiantes
do que os de outras unidades da
Federação. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC),
nacionalmente o segmento deve ter
alta de 6,5% em 2012.
As previsões para o DF costumam ser sempre mais positivas
do que no resto do País. A capital
da República tem características
próprias que colaboram para o bom
desempenho das vendas. A alta
renda, a estabilidade profissional e
a qualidade de vida elevada estimulam o consumo. Tanto que, entre as
unidades da Federação que compõem o Centro-Oeste, o DF é a única
que tem como base da economia o
comércio e o serviço. Tal característica fez com que até mesmo o Fundo
Constitucional de Financiamento
do Centro-Oeste fosse remanejado
para atender à demanda maior do
segmento em Brasília (veja matéria
na página 56).
Para o presidente do Sindicato
do Comércio Varejista do DF, Antônio Augusto de Moraes, o desconrevista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
tentamento é com o governo do DF,
que não criou motivações e estímulos para o setor produtivo. “Pelo
contrário, demitiu muita gente e isso
refletiu direta e negativamente no
comércio”, avalia.
Nacionalmente, o ano também
foi positivo e espera-se para 2012
um bom crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) e a estabilidade
da inflação. É o que pretende a presidente da República, Dilma Rousseff. A crise econômica mundial, que
aterroriza países desenvolvidos que
pareciam estáveis, não fez grandes
estragos no Brasil. Mas há quem
diga que sofreremos efeito retardado. Que enquanto os países mais
atingidos terão um ano de recuperação econômica, o Brasil começará a
sentir os efeitos da tão temida crise.
O governo federal, o setor produtivo
e a população, no entanto, estão
otimistas.
A meta estabelecida pelo governo federal é de que o PIB nacional cresça 4% em 2012. No ano
passado, a evolução foi de 3%. A
expectativa é de que o crescimento
do País supere a média alcançada
pelo governo anterior. Isso se a economia mundial se agravar, o que
não é previsto. Caso fique estável ou
se recupere, o crescimento do PIB
pode chegar a 5%. A média brasileira nos últimos anos é de 4%. O
otimismo tem fundamento. Segundo
a presidente, o Brasil tem recursos
próprios para enfrentar a crise, tem
reservas internacionais e o nosso
sistema financeiro está saudável.
Além disso, a tão falada ascensão
da classe média brasileira continuará impulsionando o consumo,
muito importante para manter a
economia ativa na iminência de
uma crise financeira.
2012
Em
,
empresários do DF
esperam
crescimentode
7% nas vendas
35
As previsões do mercado financeiro, segundo reportagem da revista Istoé, são mais modestas, mas
igualmente positivas. Acredita-se
que o PIB crescerá 3,5% e que a
inflação permanecerá em 5,5%
– em 2011 este índice foi de 6,5%.
Como medida preventiva, o governo
promete estimular o consumo. Já
liberou a linha branca de eletrodomésticos do Imposto sobre Produtos
Industrializados para impulsionar
a economia. Previstos estão mais
investimento na melhoria da infraestrutura do País, nos programas
sociais e a redução dos juros. De
acordo com o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, em entrevista coletiva em janeiro, os investimentos
serão crescentes e corresponderão
a 24% do PIB em 2014.
“Apesar de tanto otimismo, 2012
é um ano em que as economias
devem tomar cuidado”, alerta o economista Roberto Piscitelli. A crise
de dívida na Europa, a recuperação
lenta dos Estados Unidos e a desaceleração econômica chinesa são
fatores que não podem ser ignorados. É esperado para o início deste
ano crescimento moderado no Brasil. O impulso ocorrerá no segundo
semestre, quando as medidas de
governo começarão a fazer efeito. “A
crise se manifesta nos aspectos mais
evidentes do dia a dia, como a perda
de empregos, a redução de salários e
o encarecimento do crédito”, explica.
//Mais emprego
Espera-se criar, no Brasil, neste
ano, cerca de 2 milhões de postos
36
Previsão do governo
federal é de que o
PIB brasileiro cresça
5% neste ano
de trabalho. Esse foi o número conquistado em 2011. No DF, a expectativa também é positiva. Segundo
dados da Pesquisa Conjuntural do
DF divulgada em janeiro, a mão de
obra ocupada no setor de comércio
varejista foi 12,65% maior do que
o mesmo mês no ano anterior. A
tendência em 2012 é evoluir cada
vez mais por conta dos preparativos
para a Copa do Mundo de Futebol,
que ocorrerá em 2014.
Os brasileiros acompanham o otimismo do governo federal e demonstram isso com o consumo. O índice
de Intenção de Consumo das Famílias, divulgado em janeiro, aumentou
em 1,8% em relação a dezembro de
2011. Comparado ao mesmo período do ano passado, o aumento foi
de 0,3%. O resultado positivo atinge
tanto as pessoas com renda superior
a dez salários mínimos, quanto as de
menor rendimento.
Na avaliação do economista
Bruno Fernandes, da CNC, esse é
um indicador de que a população
está confiante no mercado de trabalho e que a facilidade em conseguir crédito surtiu efeito positivo.
“Além disso, a desaceleração da
inflação permite a recuperação do
consumo”, diz. Vale destacar, ainda,
que janeiro é tradicionalmente um
período mais fraco, em que as compras são deixadas de lado por causa
de despesas como com o Imposto
sobre a Propriedade de Veículos
Automotores, com o Imposto Predial
e Territorial Urbano e com as despesas com materiais escolares.
Colaborou Martha Régnier
~
OS Restaurantes vao
dar uma
parada,
mas voltaremos com tudo.
O SESC-DF comunica que a partir
do dia 6 de fevereiro os restaurantes
vão fechar. No período de seis
meses os espaços passarão por uma
reestruturação dos seus serviços.
Quando forem reabertos
oferecerão muito mais qualidade.
Um novo e delicioso cardápio será
servido em nossas cozinhas.
Pedimos desculpas e contamos
com a sua compreensão.
Informações:
0800 617 617
www.sescdf.com.br
sescdf
@sescdf
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
37
GASTRONOMIX
Por Rodrigo Caetano
Prazer, somos o Gastronomix
A partir de agora, vamos ocupar duas páginas da Revista Fecomércio com conteúdo de gastronomia e afins. Somos um time de quatro pessoas, entusiastas dos assuntos que se referem à comida, a
drinks e à música. Eu, Rodrigo Caetano, sou jornalista, biólogo e cozinheiro nas horas vagas, vou estar
por aqui para dialogar sobre as novidades e dicas da gastronomia. Convido-os a participar da construção deste espaço. Críticas e sugestões podem ser encaminhadas para [email protected]
Cervejas com pedigree
Os sócios André Vasquez e Marina Cavecchia estão unidos por uma
boa causa. Mostrar que, assim como
o vinho, a cerveja deve ter seu lugar
de destaque no paladar dos brasileiros. Em dezembro passado, eles
criaram Oh my Beer, o primeiro clube
de cervejas especiais de Brasília. No
site, você pode encomendar três tipos
de pacotes: com quatro (R$ 75), cinco
(R$ 100) ou seis unidades (R$ 160).
O negócio surgiu, pois o casal
– apreciador da cerveja – viajava, viajava...bebia, bebia e, quando voltava
ao País, tinha dificuldade em encontrar variedade de marcas e tipos da
bebida. Ao promover degustações
em casa, os amigos de André e de
Marina se interessavam e queriam
comprar os rótulos consumidos. Assim, eles resolveram investir nessa
seleção e abriram o clube para os
amantes da cerveja.
Nos pacotes, há rótulos belgas, alemães, americanos, ingleses e brasileiros. Para janeiro, por
exemplo, dois biólogos mineiros
prepararam especialmente para
o On my Beer uma herb beer, feita
de maneira artesanal com pétalas
de rosas e hibiscus. André e Marina
prometem novidades para fevereiro.
Caso queira fazer parte do clube,
basta acessar o site.
// Oh my Beer
http://www.ohmybeer.com.br
Viagens gastronômicas
Epice, em São Paulo
A cozinha contemporânea do chef
paranaense Alberto Landgraf, de 30
anos, está seduzindo os comensais
que vão ao Epice. Filho de mãe japonesa e pai alemão, Landgraf passou por
renomados restaurantes na França
e na Inglaterra. De volta ao Brasil,
se juntou a outros
dois jovens e
está fazendo
barulho na
38
capital paulista. Um dos destaques do
menu é o polvo com pinoli e tomate
confit (R$ 65).
Rua Haddock Lobo, 1.002
Jardim Paulista
(11) 3062.0866
Emi – Cozinha Emocional,
em Goiânia
Ir ao restaurante Emi é como comer em casa. A chef Emiliana Azambuja fez questão de transformar uma
bela casa em Goiânia em restaurante,
onde ela comanda as panelas e desenha as receitas elaboradas com produtos orgânicos e ingredientes da culinária regional. Destaque para a Moqueca
Yemanjá, em panela de barro com camarão, robalo, lagostim (R$ 126). Serve
de duas a três pessoas, com direito a
fitinha do Senhor do Bonfim.
Rua 1.129, quadra 237, nº 30
St. Marista
(62) 3278.3936
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
http://bloggastronomix.blogspot.com – [email protected] – facebook.com/rodrigocaetano
Receitas de
família e de
clientes
Quando as sócias Flávia Attuch e Marta Liuzzi inauguraram o
Pinella Café, na 116 Norte, tinha
20 metros quadrados. A proposta,
lembra Flávia, “era proporcionar
boas lembranças e bem-estar que
só a comidinha caseira pode trazer”.
Por isso, as duas consultaram os
caderninhos de receitas das tias e
avós. Agora, as amigas acabam de
inaugurar um novo Pinella, na 408
Norte, onde ficava o Café da Rua 8. O
espaço cresceu e o cardápio foi ampliado com novas opções. Dessa vez,
alguns clientes levaram também
suas receitas para que as opções
fossem estudadas e incorporadas
no menu.
Resultado: os pratos comfort
food vêm agradando. Entre as opções mais pedidas (todas com nomes femininos), estão o sanduíche
Maria (sanduíche roast beef, queijo
cheddar, tomate, picles e rúcula, no
pão francês – R$ 24), a Graça (sopa
de abóbora, gengibre e gorgonzola
- R$ 9) e o Trio da Dona Marisa (antepasto de berinjela, homus tahine,
coalhada síria servidos com pão
sírio R$ 19,50).
// Pinella Café
SCLN 408, bloco B, loja 20
(61) 3347.8334
SCLN 116, bloco I, loja 51
(61) 3275.1375
Chá com Albanese
Em pílulas...
No forno da Alice – A chef Alice
Mesquita prepara o lançamento de
dois livros em 2012. No primeiro,
ela publica uma seleção de receitas
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
O Nossa Cozinha Bistrô lança, na
segunda quinzena de fevereiro, uma
novidade para o roteiro gastronômico
da cidade: um cardápio especial para
o chá da tarde. “No menu, serviremos
quiches, saladas, croque messiuer,
sanduíches, pães de queijo, além de
espumante, chá quente e gelado”, conta com exclusividade o chef Alexandre
Albanese (foto) para o Gastronomix.
As opções no menu de almoço e
jantar da casa também foram alteradas com novos pratos, como a Terrine
de Bacalhau servida com molho cremoso de azeitonas pretas, alcaparras
e tomate cereja, baby batata e brócolis
(R$ 32) e Filé ao vinho do porto e mirtilo
e purê de três batatas (R$ 38).
dos seus 18 anos de cozinha, desde o
tempo em que atuava no Quituart. No
segundo, Alice reúne os melhores menus do projeto Quartas Gastronômicas.
novo projeto gráfico em março.
Cara nova – O site Quero Comer
(www.querocomer.com.br) estreia
// Nossa Cozinha Bistrô
SCLN 402, bloco C, loja 60
(61) 3326.5207
Para os Gourmets – Brasília ganha uma nova revista
gastronômica chamada Chef,
que entra em circulação depois
do carnaval.
39
instituto fecomércio
Parceria
valiosa
// Por Thaiana Profeta
Assinatura do termo de cooperação técnica
pretende incorporar questões filosóficas ao
ambiente de trabalho
R
ealizar ações voltadas à capacitação e à qualificação
de empresários, gerentes e
funcionários de empresas do DF. Foi
com essa intenção que o Instituto
Fecomércio (IF) se tornou parceiro
da Associação Nova Acrópole.
Assinado em 10 de janeiro, o
acordo pretende desenvolver projetos que incentivam a ética no trabalho, a capacidade de liderança, a
harmonização de conflitos, a gestão
de relacionamentos e o crescimento pessoal, entre outras atividades
voltadas à incorporação de valores
humanos ao ambiente de trabalho.
A Nova Acrópole é uma instituição de Direito Privado destinada
à formação humanística por meio
do ensino e da prática da Filosofia
à maneira clássica. “Essa parceria
precisa ser transversal, direta”,
afirma o presidente do Sistema
Fecomércio-DF, Adelmir Santana.
A associação está presente no
mundo inteiro, são nove filiais no
DF, incluindo a sede, no Lago Norte.
O diretor nacional da Nova Acrópole, Luis Carlos Marques Fonseca,
destaca que a instituição não tem
interesse financeiro. “O nosso interesse é chegar até as pessoas, não
queremos competir no mercado,
nossas palestras são gratuitas.”
Além disso, a Nova Acrópole realiza
trabalhos sociais, como atividades
socioeducativas para os jovens em
situação de risco, buscando, assim,
Joel Rodrigues
a inclusão social deles.
O convênio inclui cursos, palestras, workshops, apresentações
artísticas e exposições. O objetivo é
unir o conteúdo técnico ao filosófico
e aplicar, assim, os conceitos da
filosofia ao cotidiano das empresas.
O IF vai organizar a programação
de cursos, as turmas, as formas de
execução, as modalidades, os locais
de realização, as condições financeiras, a periodicidade, o calendário e o
cronograma para o cumprimento das
ações previstas. “O principal objetivo é
promover a formação ética do público
da Fecomércio-DF”, ressalta a diretora do IF, Elizabet Garcia Campos.
Durante a assinatura do termo, Adelmir Santana apresentou
a possibilidade de haver parceria
da Nova Acrópole com o Sesc e o
Senac, que também fazem parte
do Sistema Fecomércio-DF e, assim como o IF, oferecem cursos.
Também estiveram na solenidade a
diretora do IF, Elizabet Garcia Campos, o superintendente do Sistema
Fecomércio, João Feijão, e o vice-presidente financeiro da Fecomércio, Paolo Piacesi.
//Associação Nova Acrópole
SHIN CA (Centro de atividades),
quadra 9, lote 18, Lago Norte
(61) 3468.5006
Acordo firmado
O presidente do Sistema Fecomércio-DF, Adelmir Santana, e o diretor nacional da Nova Acrópole,
Luis Carlos Marques Fonseca
40
@if_df
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
agenda sesc
Conheça o Brasil
e o mundo
// Por Andrea Ventura
T
odos os anos, o Sesc-DF realiza diversas excursões nacionais e internacionais. São
cerca de cem viagens por ano para
diversas regiões do Brasil e do mundo. Para 2012, já estão programadas
excursões para Porto de Galinhas
(PE), Florianópolis (SC), Matinhos
(PR), além de Europa, Orlando, Miami
e Argentina. Para facilitar o passeio,
o Sesc-DF divide o pacote de viagem
em até 12 vezes sem juros por meio
do Fundo de Atendimento ao Comerciário (Funac), serviço exclusivo para
comerciários e funcionários do Sesc.
O pacote também pode ser pago por
meio de cartão de crédito. “Nossas
excursões têm todo tipo de público,
desde crianças, até adultos e idosos.
O Sesc-DF procura sempre trabalhar
com preços competitivos, sem perder
a qualidade”, garante Ieda Vale Fonseca, chefe da Central de Turismo. Os
Viagem internacional
Grupo organizado pelo Sesc 913 Sul conheceu o Leste Europeu, em junho de 2010
valores incluem refeições e passeios,
e as viagens são acompanhadas por
um técnico e guias de turismo. O Sesc
realiza viagens desde 1989. Para consultar a programação das excursões
acesse www.sescdf.com.br.
Nova modalidade nos
Prêmios Culturais
O Sesc-DF lança em março as
inscrições para os Prêmios Culturais. Para este ano, há uma novidade: a inclusão da categoria crônica,
como parte dos prêmios literários.
Tradicionais na instituição, os prêmios contemplam as categorias
de literatura (contos Machado de
Assis, contos infantis Monteiro Lobato e poesias Carlos Drummond
de Andrade), fotografia Marc Ferrez,
pintura em tela Cândido Portinari e
música Tom Jobim. Todos os anos
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
os contemplados recebem premiação em dinheiro. Em 2011 foram
distribuídos R$ 39,5 mil ao todo
para os vencedores, e mais de 1,2
mil pessoas se inscreveram. “Os
concursos são oportunidades para
artistas publicarem seus trabalhos e
terem visibilidade nacional”, afirma
Cristina Lúcia Nogueira, coordenadora dos prêmios e gerente do Sesc
Estação 504 Sul. Os regulamentos e
as fichas de inscrições estão disponíveis no site www.sescdf.com.br.
@sescdf
/sescdistritofederal
41
profissionalização
Menos tempo
a perder
//Por Sílvia Melo
Senac-DF oferece cursos de
pós-graduação a distância.
Matrículas estão abertas e aulas
começam em março
A
//Mais informações:
(61) 3217.8821
@senacdf
/senacdistritofederal
42
o aliar a tecnologia à educação, um dos principais resultados é a economia de
tempo. Por isso, os cursos oferecidos
na modalidade a distância têm feito
sucesso e conquistam cada vez mais
os alunos que têm pouco tempo para
estudar, mas precisam de especialização para melhorar o currículo profissional. Com essa modalidade, ter
diploma de pós-graduação está cada
vez mais fácil e econômico.
Pensando nesse público, o Senac-DF está com inscrições abertas
para seis cursos de pós-graduação
lato sensu a distância: Especialização
em Educação a Distância e Governança em TI, previstos para iniciarem
em 3 de março; Gestão Escolar e
Artes Visuais, que iniciarão em 17 de
março; e Gestão Cultural e Educação
Inclusiva, com aulas previstas para
24 de março.
O aluno que escolhe essa modalidade de ensino economiza também por
não ter que comparecer diariamente às
aulas, como em um curso presencial.
Porém, a dedicação aos estudos deverá
ser redobrada, já que não há cobrança
da presença de professores.
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
//Tire suas dúvdas
sobre os cursos
Quais as vantagens de estudar a distância?
São várias, entre elas a possibilidade de combinar estudo e trabalho; não ter
necessidade de deslocamento diário do aluno; menor custo para o estudante;
realizar estudos autônomos; interagir com outros alunos, professores e suporte
técnicos; ter acesso a conteúdos digitais adicionais e a conteúdos desenvolvidos
para a dimensão prático/teórica. A educação a distância possibilita ainda a flexibilidade para que o aluno possa organizar seus estudos dentro do seu ritmo, no
local e no horário que lhe for mais conveniente.
Como se inscrever?
Para o aluno se inscrever nas pós-graduações a distância é necessário fazer o cadastro inicial na página http://ead.senacdf.com.br/. Nesse site, a pessoa
deverá clicar em Pós-graduação, sendo redirecionado para a página em que
fará seu pré-cadastro no curso de seu interesse.
Existem encontros presenciais?
Sim. A quantidade de encontros presenciais varia de acordo com a proposta
de cada curso. Na maioria dos cursos há no mínimo três encontros presenciais:
o primeiro é o de abertura; o segundo destina-se à realização da prova presencial e o terceiro, individualizado, refere-se a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
O Senac fornece material didático?
Os cursos têm material didático digital entregue ao aluno na forma de
CD no momento do primeiro encontro presencial. Além deste material que é
entregue ao aluno, fica disponível, via web, materiais referentes aos módulos
com versões para impressão ou download, no ambiente virtual. O aluno ainda
tem acesso à biblioteca virtual e física do Senac que conta com exemplares da
bibliografia básica de cada um dos cursos para consulta.
Como são feitas as avaliações dos alunos?
O sistema de avaliação da rede Pós-EAD Senac contempla três fases: formativa, parcial e final. A avaliação formativa ocorre durante cada módulo, quando são
avaliadas as competências que os alunos estão desenvolvendo e o domínio do
conteúdo, por meio da análise de sua participação nas atividades previstas no ambiente virtual de aprendizagem. Depois, os alunos realizam uma prova presencial
(avaliação parcial) para avaliar os conhecimentos e as competências desenvolvidas ao longo do curso. A avaliação final consiste na apresentação do TCC.
//Pós-graduação a distância
• Especialização em
Educação a Distância
• Governança em TI
• Gestão Escolar
• Artes Visuais
• Gestão Cultural
• Educação Inclusiva.
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
O curso a distância tem a mesma validade que o presencial?
O diploma emitido para os cursos tradicionais, tecnológicos ou a distância
tem a mesma validade. O Decreto nº 5.622, de 19/12/2005, regulamentou a equivalência irrestrita entre diplomas presenciais e a distância, o que confere a eles
validade em todo o território nacional. No Brasil, as bases legais para esta modalidade foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(Lei nº 9.394, de 20/12/1996), regulamentada pelo Decreto n.º 5.622, publicado no
D.O.U. de 19/12/2005, que determina ainda que os cursos superiores a distância
têm a mesma validade de um curso presencial. O Senac foi credenciado para a
oferta de cursos de pós-graduação a distância em todo o território nacional pela
Portaria 554, de 12/3/2004, e Portaria 838, de 3/4/2006.
43
infraestrutura
Sesc Guará passa
por reformas
// Por Andrea Ventura
Atividades continuam normalmente. Benfeitorias
serão entreguem em junho
Joel Rodrigues
F
undada em 12 de outubro de
1998, a unidade Sesc Guará
atende aos moradores com
ofertas de serviços nas áreas de educação, saúde, alimentação, cultura,
ação social e turismo. Para ampliar
os serviços a unidade iniciou reforma
em setembro. Com isso, os usuários
ganharão uma academia. Serão instaladas salas para avaliação física e
para realização de aulas de ginástica
localizada, jump, dança, alongamento,
pilates e lutas marciais, além de um
novo vestiário feminino. O masculino
será reformado. Para a prática de
futsal, os frequentadores serão presenteados com duas quadras. Com os
novos serviços, o Sesc Guará vai abrir
vagas para mil alunos. A academia
funcionará de segunda-feira a sábado.
O novo espaço está previsto para ser
entregue em junho.
O destaque da unidade são as
atividades esportivas que recebem
público de mil alunos por semana,
para participar de aulas de natação,
hidroginástica, futsal, voleibol, tênis,
ginástica localizada, basquete, alongamento, jump, dança cigana, além
de aulas de desenho e de pintura em
tela. A aposentada Estela Miliorini
Magalhães, de 74 anos, frequenta
o Sesc Guará desde a fundação. “O
Sesc é a minha segunda casa, passo todas as manhã aqui; tanto que
as pessoas falam para eu colocar
um colchão na unidade”, brinca.
A aposentada faz hidroginástica,
44
Modernização
Associados receberão academia de ginástica
alongamento e caminhada. Além de
participar das viagens oferecidas pelo
Turismo Social do Sesc. Nos fins de
semana, os cerca de 800 visitantes
por dia aproveitam para tomar sol ou
mesmo se refrescar nas piscinas.
//Clube da Caminhada
A unidade também mantém o programa Clube da Caminhada, criado
para estimular a prática de atividade
física dos comerciários. O público
predominante é o de idosos e as caminhadas são realizadas próximas ao
Sesc Guará. Participam cerca de 150
pessoas. “Oferecemos caminhada
(terças e quintas-feiras), ginástica
(segundas-feiras), passeios de um
dia, palestras cinco vezes ao ano em
que são abordados assuntos relativos
aos idosos e turismo”, conta Mauro
Marques, supervisor de Atividades
do Sesc Guará. Neste ano, já estão
programadas visitas à Chapada dos
Veadeiros (GO) e à Bertioga (SP). A
atividade é acompanhada por um
profissional de educação física, um
estagiário e um socorrista. Para participar, basta estar com a carteira do
Sesc atualizada e apresentar exame
cardiológico que comprove a aptidão
para a prática de atividade física.
// Sesc Guará
(61) 3383.9108
@sescdf
/sescdistritofederal
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
//direito no trabalho
Da Comissão de Conciliação
Prévia – posicionamento
dos tribunais
A
Lei 9.958/2000 dispôs que
as empresas e os sindicatos
podem instituir Comissões
de Conciliação Prévia (CCP), em
que empregadores e trabalhadores celebram acordo acerca de
parcelas e direitos trabalhista. De
acordo com o parágrafo único do
artigo 625-E da referida lei, o termo
de conciliação é título executivo extrajudicial e tem eficácia liberatória
geral, exceto quanto às parcelas
expressamente ressalvadas.
Não obstante a previsão legal, há
discussão nos tribunais trabalhistas
a respeito do alcance da eficácia liberatória do acordo firmado na CCP.
É certo, porém, que o entendimento que prevalece atualmente
no Tribunal Superior do Trabalho
(TST) sobre o alcance do termo
de conciliação firmado entre empregado e patrão perante uma
comissão de conciliação prévia é
no sentido de reconhecer sua eficácia liberatória geral, desde que
não haja ressalvas no documento.
Nessas situações, o empregador
fica isento da obrigação de pagar
eventuais diferenças salariais reivindicadas posteriormente na Justiça pelo trabalhador.
Recentemente, a Sexta Turma do TST julgou um recurso de
revista exatamente sobre esse
tema (processo nº RR-10640024.2007.5.53.0003). A empresa
contestou a obrigação de ter de
pagar horas extras decorrentes
de intervalos durante a jornada de
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
Joel Rodrigues
trabalho a ex-empregado que havia
assinado um termo de conciliação.
A condenação tinha sido imposta
pelo Tribunal Regional do Trabalho
da 23ª Região, no Mato Grosso
(MT), que determinou o pagamento
das horas extras requeridas pelo
trabalhador, por entender que a
quitação estaria limitada às parcelas que constavam expressamente
no termo de conciliação firmado
perante a CCP.
Quando o recurso chegou ao
TST, o relator, ministro Maurício
Godinho Delgado, aplicou ao caso
a interpretação majoritária do tribunal, apesar de entender que a
eficácia liberatória geral do termo
de conciliação abrange apenas o
objeto da demanda submetida à
comissão de conciliação, não impedindo que o trabalhador busque
na Justiça outros direitos ali não expressos. Como explicou o Ministro
Godinho, a Subseção I de Dissídios
Individuais já decidiu que o recibo
de quitação lavrado nas comissões
de conciliação prévias, em princípio, tem força ampla de quitação.
Assim, não havendo ressalvas
no documento assinado pela empresa e o ex-empregado, conforme
parágrafo único do artigo 625-E da
CLT, o termo tem eficácia liberatória geral. Dessa forma, com base
no voto do relator, os ministros
da Sexta Turma reformaram o
acórdão do Tribunal Regional do
Trabalho e julgaram improcedente
o pedido do trabalhador.
Dra. Raquel Corazza
Assessora Jurídica da
Fecomércio-DF
45
financiamento
Fotos: Joel Rodrigues
Satisfeita
Fátima Pacheco não
teve dificuldades para
conseguir apoio para
viabilizar a expansão da
Pamonha Pura
Projetos voltam a
ser analisados
// Por Lorena Bicalho
Após a paralisação de quase um ano, programa
de incentivo ao desenvolvimento volta a
conceder incentivos aos empresários
46
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
A
9 meses
Foi o tempo que o PróDF II ficou parado para
conceder incentivos
aos empresários
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
Secretaria de Desenvolvimento Econômico do DF
(SDE) retomou em outubro a
análise de pedidos de empresários
para ter acesso aos benefícios da
segunda versão do Programa de
Desenvolvimento Econômico Integrado e Sustentável do DF, o Pró-DF
II. A grande novidade do Pró-DF II é o
Regime Compensatório de Competitividade. Na prática, significa que,
se uma empresa, já estabelecida no
DF, não participante do programa, for
prejudicada por concorrente beneficiada pelo Pró-DF II, ela passa a ter,
também, direito aos mesmos benefícios concedidos.
O incentivo creditício, que financia
até 70% do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS)
devido, com juros reduzidos e 15 anos
de carência, foi mantido no segundo
Pró-DF. No entanto, o benefício foi
estendido ao Imposto sobre Serviço
de Qualquer Natureza (ISS). O novo
programa apresenta, também, a redução do Imposto sobre Propriedade
de Veículos Automotores (IPVA) para
veículos de transporte, por dois anos,
e da Taxa de Limpeza Pública (TLP),
por cinco anos.
O exame das cartas de empresários estava suspenso desde janeiro,
quando o governador Agnelo Queiroz
pediu que fossem revistos os projetos sob suspeita de irregularidade e
interrompidas as análises de novos
contratos. Do início da revisão até a
retomada das análises, o Conselho
de Apoio ao Empreendimento Produtivo (Copep), órgão formado pelo poder público e por representantes do
setor privado, cancelou 222 contratos, recusou 130 recursos e declarou
20 contratos como legais.
Segundo informações da SDE, os
exames foram retomados normalmente. Desde outubro, as análises
das cartas-consultas voltaram a
acontecer e, junto a elas, a revisão
de entradas de recurso. “As irregularidades consistem principalmente
em empresas construídas acima do
padrão estabelecido no projeto, em
lotes utilizados para especulação e
em áreas destinadas para outros fins,
como moradia”, diz a secretaria.
O segundo Pró-DF manteve, ainda, a possibilidade da concessão de
terrenos para a instalação de empreendimentos, estabelecendo exigências relativas a prazos de pagamento
e carência, com descontos de até
95% nos preços dos lotes fornecidos
pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). O Banco de Brasília
(BRB) é o agente financeiro encarregado de oferecer linha de crédito para
as micro e pequenas empresas, com
juros abaixo dos praticados no mercado, mobilizando recursos do Fundo
de Desenvolvimento do Distrito Federal (Fundefe).
Fátima Pacheco, sócia-proprietária da Pamonha Pura, conta que
não teve dificuldade para conseguir
o apoio do programa. A empresa, que
hoje tem 15 anos, precisava crescer e
solicitou um lote. “Eu apresentei toda
a documentação exigida e fui aprovada”, explica. O contrato foi firmado
em 2006 e a empresária concluiu a
construção da nova loja três anos depois. “Cumprimos nossa parte, que é
gerar emprego e renda. Constantemente somos fiscalizados”, diz.
//Pró-DF II
O Pró-DF II, criado pela Lei
3.196-DF, de 29 de setembro de
2003, entrou em vigor em 2004, como
continuação do Pró-DF I. O projeto
concede incentivos fiscais e econômicos a empresas privadas que se
instalarem em cidades do DF. Nessa
nova fase, o programa prevê investir
R$ 3 bilhões em incentivos (fiscais,
tributários, econômicos, tarifários,
creditícios, infraestrutura e capacitação profissional), segundo a Agência
de Desenvolvimento Econômico.
As análises das propostas de
empresários interessados são realizadas pelas câmaras setoriais, que
examinam desde a carta-consulta
até o projeto de viabilidade técnica e
econômico-financeira. As câmaras
transversais examinam todos os
47
projetos e áreas de desenvolvimento
econômico, especialmente em questões relacionadas à formação de mão
de obra, infraestrutura, estatísticas,
acompanhamento da implantação
dos projetos e expedição de atestados de implantação.
// Cadastramento
As empresas interessadas em
participar do programa de apoio devem se cadastrar na SDE, sugerindo
a localidade preferida para instalar o
empreendimento. Segundo a secretaria, existem lotes disponíveis para
o programa em todas as Regiões
Administrativas. A habilitação aos
incentivos e benefícios deve ser então
formalizada pelo envio da carta-consulta da SDE, acompanhada de documentação da empresa e dos sócios.
Com o acolhimento da carta consulta e a pré-indicação do lote, a
empresa tem 60 dias para apresentar
o Projeto de Viabilidade Técnica, Econômica e Financeira do empreendimento, elaborado conforme o roteiro
adotado pela secretaria. Aprovado o
projeto, o processo é encaminhado à
Terracap, que será responsável pela
assinatura do contrato de concessão
de direito de uso do terreno. A empresa interessada deve, então, iniciar as
obras em no máximo 60 dias.
O benefício é cancelado se os
compromissos estabelecidos no contrato não forem cumpridos. O projeto
deve ser implantado no tempo contratado e a empresa precisa produzir
bens ou serviços, gerar renda e gerar empregos. A SDE acompanha o
cumprimento dos acordos firmados.
Técnicos da secretaria vão aos locais
saber se as contrapartidas das empresas estão sendo cumpridas. “Não
existe mudança na forma de fiscalizar
os empreendimentos com a chegada
do Pró-DF II, mas o governo pleiteia a
contratação de mais técnicos para fiscalizar os locais”, afirma a secretaria.
Para Fátima essa fiscalização
deve ser intensa já que muitas empresas desviam suas funções ou não
têm condições de cumprir a exigência. Ela acredita que a manutenção
do programa é essencial para o desenvolvimento do DF. “Já pagamos
tantos impostos. É necessário existir
incentivos para aumentarmos nossa
produtividade”, afirma.
Apoio
Estão previstos R$ 3
bilhões em incetivos
para quem se
enquadrar nas regras
48
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
// segredos do marketing digital
E
m 2011, criamos uma campanha publicitária online
para um cliente que custou
R$ 1.632. O Retorno sobre o Investimento (ROI) foi de exatos 118%.
A beleza de fazer negócios online,
especialmente para pequenas empresas, é que as barreiras de entrada são muito pequenas, e todos os
resultados são mensuráveis: e é aí
que está o pulo do gato! Empresários de todos os ramos ainda não
estão acostumados com a possibilidade de investir em marketing e
comunicação, com resultados detalhadamente monitorados.
Online, tudo que você faz é mensurável, e isso é muito poderoso!
Imagine se você pudesse saber
quantas pessoas olharam para sua
propaganda em outdoor, por exemplo, e dessas, quantas compraram
seu produto? Não seria incrível?
Você saberia imediatamente se sua
campanha foi efetiva ou não, que palavras atraíram mais seus clientes,
as abordagens e até mesmo o preço
mais atrativo.
Marketing Digital atua em duas
pontas: obter mais visitantes para
sites, e aumentar a conversão dos
visitantes, seja qual for o objetivo da
empresa. Publicidade online, presença em mídias sociais, otimização
do posicionamento dos resultados
no Google, otimização do processo
de venda, melhora no engajamento
do cliente com a marca, e-mail marketing – esses são apenas alguns
dos elementos que podem ser trabalhados no marketing digital.
Nós somos Jens Schriver e Máximo Migliari, e trabalhamos com
e-commerce e marketing digital
desde 1997. Atendemos clientes de
diversas partes do mundo, por meio
da empresa ClickLab. Nesta nova
coluna, vamos mostrar como obter
o maior retorno possível para sua
empresa na internet, por meio das
diversas ferramentas e técnicas de
marketing e vendas online.
Giovanna Leal
Varejo e
presença digital
Jens Schriver
Sócio da ClickLab
Maximo Migliari
Sócio da ClickLab
//Envie perguntas para
[email protected] ou @click_lab
932.120
Usuários do Facebook no DF, em janeiro de 2012
Fonte: Facebook Ads
2,4 milhões
Consumidores da classe C que compraram
pela internet pela primeira vez em 2011
Fonte: http://www.ebitempresa.com.br/clip.asp?cod_noticia=3661&pi=1
Quero que o meu site apareça em primeiro lugar no Google. Como faço isso?
A área de links patrocinados
garante local de destaque no alto
da página, porém, esses espaços
são pagos. Para que a empresa
apareça com boa colocação nos
resultados orgânicos (não pagos
e espontâneos), é preciso investir
em SEO (Search Engine Optimization), ou seja, Otimização nos
Motores de Busca. Essa é uma
área de estudos bastante ampla,
que reúne diversas técnicas que
melhoram a posição no ranking
do Google. Realizado esse estudo,
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
em primeiro lugar, não espere um
milagre de um dia para o outro.
Aparecer entre os primeiros exige
trabalho árduo, leva tempo e requer real comprometimento.
Será preciso 1) definir as melhores palavras-chave para seu
negócio (nem sempre as melhores
são aquelas que você imagina),
2) criar conteúdos de qualidade
e relevantes para os termos de
busca definidos, 3) obter links que
apontem para seu site vindos de
páginas de credibilidade. O Google
considera que quando um site de
credibilidade faz referência à sua
página, parte dessa credibilidade é
repassada ao seu negócio, e isso se
reflete na posição no ranking e, por
consequência, em melhores resultados. Esse é um trabalho que tem
efeitos sentidos em médio prazo
(mínimo de três meses), e precisa
ser constantemente realizado para
a manutenção da posição alcançada. Afinal de contas, seus concorrentes também querem estar em
primeiro lugar!
49
//gente
Fotos: Joel Rodrigues
Raquel Chaves Guerreiro
Coordenadora da Escola da Vida
Missão
cumprida
A administradora de empresas
Raquel Chaves Guerreiro, de 25 anos,
se dedica inteiramente à família e ao
projeto Escola da Vida. Ela coordena
o grupo que nasceu em 2009 a partir
da ideia de, por meio da religião, levar
ensinamentos cristãos para estudantes. Desde lá, o projeto cresceu
e já foi recebido por 22 mil alunos da
rede pública de ensino do DF. “No início, íamos até as escolas oferecer as
palestras, agora são os diretores que
nos procuram”, orgulha-se.
Cada visita dura uma semana e
leva às escolas atividades culturais,
palestras, concurso de redação,
lanche para professores, eventos
culturais e reuniões com os pais.
O objetivo é provocar reflexões e
mudanças de valores nos alunos.
Patrocinado pela Mocidade para
Cristo, a Escola da Vida hoje tem
mais de 30 filiais pelo País. “A nossa missão é levar o amor de Deus
e alcançar a mudança de vida dos
jovens alunos”, diz. “Quando conseguimos isso é gratificante, quando
temos o amor de Deus tudo fica
mais fácil”, acredita.
Para Raquel, a motivação de trabalhar no projeto vem da missão de
alcançar os alunos de uma forma
diferente, evangelizando com temas
que estão envolvidos no cotidiano dos
jovens, trabalhando para resgatar
valores perdidos.
Um artista
aventureiro
Mineiro por natureza, brasiliense por opção, artista desde 1993,
pai de três e avô de dois. Um artista
que nasceu nos bancos da vida.
Para ele, a arte é algo natural e espontâneo, não vem de berço.
Em Brasília, onde é empresário
responsável pelo Bendito Suco e
por um atelier de arte na 413 norte,
realiza diversos projetos, em destaque o trabalho de arte decoração
em restaurantes, que já virou a sua
marca. “A arte é uma aventura, encontrar é o que importa”, brinca o
artista em relação ao seu trabalho
com decoração e diz que segue tendências da arquitetura.
Porém, ele não se considera um
especialista em nada, e sim, um
50
personagem do meio artístico que
trabalha no processo de criação.
“Meu trabalho começa em um ponto de partida e segue como se estivesse nascendo uma obra de arte,
vai fluindo”, comenta ele em relação ao seu processo de produção.
“Aos treze anos eu já pensava
como artista, agia e me vestia.
Sempre gostei da arte de motidificar, personalizar, mudar. Alterava
carros, roupas e as paredes dos
meus ambientes”, afirma o empresário/artista.
Ser artista é encontrar algo
novo todos os dias. Assim, conclui
Nemm, como o segredo para começar a aventura de trabalhar com
arte na capital federal.
Nemm Soares
Artista plástico
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
Samba com
consciência social
Roniere Rezende de
Freitas (Roninho)
Presidente da Águia Imperial
“Convivo há tanto tempo com o
samba, com as escolas, com as pessoas que estão nesse meio, que não
sei mais viver fora; é uma religião para
mim.” Roniere Rezende de Freitas,
mais conhecido como Roninho, é o
presidente da escola de samba Águia
Imperial, de Ceilândia. Ele tem 53
anos, é casado e tem 4 filhos. Nascido
em Canápolis, Minas Gerais, veio para
Brasília ainda criança.
Em 1967, participou pela primeira
vez do desfile da extinta escola de
samba Independente de Brasília
como ritmista, depois saiu pela Capela Imperial de Taguatinga, e ajudou
a fundar duas outras: a Mocidade de
Ceilândia e Os Fantoches do Set O.
Ele entrou na Águia Imperial de Ceilândia há mais de 20 anos, também
como ritmista, depois foi chefe de
barracão, tesoureiro, braço direito
dos dirigentes e hoje é presidente.
“A escola fará o seu desfile seja
na nossa cidade ou no Plano Piloto,
onde mandarem estaremos lá.”
Mesmo sem um barracão oficial,
a escola promove trabalho social
com mais de 270 meninos e meninas da comunidade ceilandense,
com aulas de percussão e dança.
Hoje a família de Roninho está toda
envolvida com o carnaval: o filho
trabalha na administração da escola e a filha é porta-bandeira da
Águia Imperial.
//Sua excelência, o gerente
Jeanniny Araújo de Paula
trabalha na rede hoteleira desde
a adolescência. De telefonista,
hoje é gerente de operações dos
hotéis Kubitschek Plaza e Manhattan Plaza e gerente corporativa de TI e de segurança da rede
Plaza Brasília Hotéis, que engloba também o Brasília Palace St.
Paul Plaza.
//Por que entrou nessa área?
Sempre tive perfil para área do
turismo e gosto do contato com
o público.
//Quais formações buscou
para crescer?
Fiz faculdade de Administração
Hoteleira, me formei também
em Letras e fiz o técnico em Turismo. Depois fui me especiali-
revista FECOMÉRCIO |fevereiro
Fevereiro2012
2012
zando. Fiz uma pós-graduação
de Administração Hoteleira nos
Estados Unidos e um MBA em
Administração Financeira.
//Como fez para conquistar os
cargos de gerência?
Começar como telefonista foi
muito importante. Passei por setores operacionais e administrativos para assumir cargos mais altos.
// Como gerente, como vê
a área em Brasília?
Brasília em termos de estrutura está perfeita. Existem muitos
investimentos em qualidade, no
comercial e no marketing. Temos
um enorme problema que é a
falta de qualificação. Precisamos
criar alternativas internas para
formar as pessoas.
Jeanniny Araújo de Paula
Gerente de operações do Kubitschek
Plaza e Manhattan Plaza
51
//pesquisa conjuntural
Dezembro foi de festa
para o comércio
A
Formas de pagamento
Forma
escolhida
Todos os segmentos considerados
jul/11
ago/11
set/11
out/11
nov/11
dez/11
À vista
60,91%
60,88%
62,42%
65,17%
66,23%
70,74%
Dinheiro
57,74%
57,71%
59,42%
62,18%
63,31%
66,67%
Cheque
3,18%
3,17%
3,00%
2,99%
2,92%
4,07%
Cartões
18,86%
18,90%
18,52%
17,81%
17,44%
19,21%
Crédito
12,12%
12,16%
11,66%
11,13%
11,04%
11,17%
Débito
6,74%
6,74%
6,86%
6,68%
6,40%
8,04%
A prazo
19,42%
19,41%
18,31%
16,94%
16,25%
9,94%
Cheque pré-datado
5,68%
5,68%
5,12%
5,41%
5,10%
4,05%
Carnês/boletos
13,74%
13,73%
13,19%
11,53%
11,15%
5,89%
Outros
0,81%
0,81%
0,76%
0,07%
0,07%
0,12%
Convênios
0,81%
0,81%
0,76%
0,07%
0,07%
0,12%
Empenhos
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
Total
100%
100%
100%
100%
100%
100%
Fonte: IFPD - Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento / Fecomércio-DF.
52
s festas de fim de ano, mais
uma vez, provaram que o
período é realmente aguardado com grande expectativa pelo
comércio. Prova disso é que as vendas de dezembro do ano passado
apresentaram aumento de 12,13%
na comparação com novembro, de
acordo com a Pesquisa Conjuntural
do Comércio do Distrito Federal, realizada pelo Instituto Fecomércio.
Na comparação anual (dezembro
de 2011 em relação a dezembro de
2010) houve uma pequena redução
no faturamento (1,23%). Em dezembro de 2011, o segmento que mais
se destacou foi o de Vestuário, com
aumento de 42,8% nas vendas. Seguido por Farmácias e Perfumarias
(35,64%); Calçados (25%); Lojas de
Departamento (24,63%); e Móveis
e Utilidades Domésticas (21,84%).
Ainda na análise mensal, as quedas
mais representativas ocorreram nos
segmentos de Materiais de Construção (11,13%); Combustíveis e Lubrificantes (10,86%); e Tecidos (2,70%).
Quanto ao emprego, a oferta de
trabalho no comércio do DF apresenrevista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
Desempenho de vendas
Item Atividade CNC
jul/11
x
jun/11
ago/11
x
jul/11
set/11
x
ago/11
out/11
x
set/11
nov/11
x
out/11
dez/11
x
nov/11
1
Bens Duráveis
3,79%
-1,19%
-4,10%
4,83%
0,10%
18,55%
Móveis e Utilidades Domésticas
4,02%
-1,26%
-3,72%
6,69%
0,52%
21,84%
1.2.1
Móveis e Decorações
9,11%
-7,22%
-8,85%
8,73%
-2,61%
18,89%
1.2.2
Lojas de Utilidades Domésticas/Lojas de
Departamento
-1,65%
6,11%
1,83%
4,72%
3,65%
24,63%
1.3
Cine-Foto-Som e Óticas, Inf., CDs e Fitas
3,19%
-0,99%
-5,06%
0,04%
-1,04%
9,38%
1.3.1
Cine-Foto-Som/Óticas
11,10%
-3,72%
1,30%
-2,10%
0,47%
19,54%
1.3.2
Informática
1,54%
-1,92%
-7,22%
0,61%
-2,79%
4,78%
1.3.3
Inst. Musicais, CDs e Fitas
-7,21%
12,38%
-9,93%
3,08%
3,93%
5,21%
Bens Semiduráveis
-1,36%
7,40%
-1,75%
-4,81%
3,92%
31,96%
2.1
Vestuário
-2,78%
15,53%
-2,72%
-3,63%
4,20%
42,80%
2.2
Tecidos
1,32%
-5,93%
-3,96%
1,16%
5,75%
-2,70%
2.3
Calçados
-3,05%
-3,70%
-1,29%
-16,66%
1,37%
25,00%
2.4
Livrarias e Papelarias
6,03%
-10,71%
4,56%
-1,78%
3,78%
-1,51%
Bens Não Duráveis
-0,08%
0,52%
-2,37%
-0,85%
1,49%
7,04%
3.1
Supermercados/Minimercados
-1,81%
-0,06%
-3,13%
-0,13%
-2,65%
8,79%
3.2
Farmácias e Perfumarias
-0,60%
-0,97%
4,50%
-6,87%
3,84%
35,64%
3.3
Combustíveis e Lubrificantes
3,12%
2,29%
-4,96%
1,64%
6,67%
-10,86%
Comércio Automotivo
1,92%
0,51%
-5,73%
3,47%
8,76%
5,36%
4.1
Revendedoras de Veículos
1,59%
2,18%
-5,60%
3,47%
8,21%
-0,98%
4.2
Autopeças e Acessórios
2,29%
-1,36%
-5,88%
3,46%
9,41%
12,70%
5
Materiais de Construção
-0,31%
5,01%
-11,89%
-2,40%
8,89%
-11,13%
0,62%
2,14%
-4,11%
-0,11%
4,18%
12,13%
1.2
2
3
4
COMÉRCIO EM GERAL
Fonte: IFPD - Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento / Fecomércio-DF.
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
53
tou pequena queda de 2,82% em dezembro de 2011 na comparação com
o mês anterior. Na comparação anual,
o percentual de ocupados também
apresentou redução de 1,03%. Entre
as formas de pagamento, o volume
de vendas negociado à vista (dinheiro
ou cheque) correspondeu a 70,73%
em dezembro. A modalidade cartões
de crédito contribuiu com 11,17% das
vendas e cartão de débito com 8,04%.
Operações a prazo (cheque pré-datado/carnês e boletos) responderam por
9,94% e outras formas de pagamento
totalizaram 0,12%.
Nível de emprego
Item
Atividade CNC
jul/11
x
jun/11
ago/11
x
jul/11
set/11
x
ago/11
out/11
x
set/11
nov/11
x
out/11
dez/11
x
nov/11
1
Bens Duráveis
-0,51%
0,72%
-2,86%
-2,03%
1,42%
1,23%
Móveis e Utilidades Domésticas
-1,76%
1,97%
-2,88%
-2,61%
1,67%
1,65%
1.2.1
Móveis e Decorações
0,53%
-2,12%
-1,62%
-4,95%
1,16%
1,14%
1.2.2
Lojas de Utilidades Domésticas/Lojas de
Departamento
-4,35%
6,82%
-4,26%
0,00%
2,22%
2,17%
1.3
Cine-Foto-Som e Óticas, Inf., CDs e Fitas
2,82%
-2,45%
-2,78%
-0,48%
0,75%
0,14%
1.3.1
Cine-Foto-Som /Óticas
5,60%
-6,82%
0,00%
0,81%
-1,61%
4,79%
1.3.2
Informática
1,69%
0,00%
-11,67%
1,89%
-1,85%
3,77%
1.3.3
Inst. Musicais, CDs e Fitas
0,00%
0,00%
22,22%
-9,09%
13,33%
-17,65%
Bens Semiduráveis
-3,51%
5,33%
-4,02%
1,54%
3,65%
2,16%
2.1
Vestuário
-5,56%
8,34%
-5,61%
1,98%
5,83%
1,83%
2.2
Tecidos
-2,01%
2,56%
-3,00%
-8,25%
12,36%
-8,50%
2.3
Calçados
1,44%
0,00%
-7,09%
2,29%
-1,49%
4,18%
2.4
Livrarias e Papelarias
1,43%
-2,82%
8,70%
4,00%
-6,41%
8,22%
Bens Não Duráveis
0,24%
0,47%
-1,55%
0,77%
-4,23%
-8,10%
3.1
Supermercados/Minimercados
1,05%
0,26%
-0,52%
-0,26%
-7,85%
-14,77%
3.2
Farmácias e Perfumarias
-2,08%
2,66%
2,59%
1,01%
-1,50%
0,86%
3.3
Combustíveis e Lubrificantes
0,17%
-0,87%
-7,87%
3,42%
2,94%
-0,18%
Comércio Automotivo
0,61%
-1,03%
10,31%
0,13%
2,69%
-1,65%
4.1
Revendedoras de Veículos
0,26%
-1,03%
16,73%
0,22%
-0,06%
1,67%
4.2
Autopeças e Acessórios
1,05%
-1,04%
2,11%
0,00%
6,70%
-6,19%
5
Materiais de Construção
0,28%
1,11%
6,34%
3,89%
2,00%
-3,18%
-0,69%
1,42%
0,22%
0,73%
0,08%
-2,82%
1.2
2
3
4
COMÉRCIO EM GERAL
Fonte: IFPD - Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento / Fecomércio-DF.
54
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
//agenda fiscal
Certificado digital é
obrigatório para todos
N
a edição de maio, nosso artigo
trazia por título: Certificado
digital agora é obrigatório para
todos e dele destacamos o seguinte
trecho: “Mas, eis que surge a CIRCULAR nº 567, de 20/4/2011 da Caixa Econômica Federal, que determina que o
acesso ao canal eletrônico de relacionamento Conectividade Social somente se dará com o uso da Certificação
Digital. Assim, os empresários deverão
providenciar o referido certificado já a
partir de maio...”. Todavia, parece que o
nosso alerta não surtiu o efeito necessário, pois muitos empresários e empreendedores de pequenos negócios,
notadamente a maioria optante pelo
SIMPLES Nacional, não providencia-
ram o Certificado Digital e cremos que
sequer imaginam o risco que correram
no fim de 2011, pois, a partir de janeiro
deste ano, a transmissão do arquivo
GFIP passou a ser somente com o uso
da Certificação Digital.
É importante destacar que também outros serviços demandarão o
uso do certificado, como a transmissão
da RAIS. Todas essas obrigações acessórias, quando não cumpridas, resultam em multas e impedem a emissão
de certidões negativas. Para sorte,
a CEF prorrogou para junho de 2012
a utilização do sistema anterior, que
não requer o Certificado Digital. Mas
apenas para os optantes pelo SIMPLES
com até dez funcionários.
Joel Rodrigues
Adriano Marrocos
Contador da Fecomércio
e do IFPD e presidente do CRC/DF
Calendário – 15 a 29/2/2012
O QUÊ e QUANDO pagar?
15/2
17/2
22/2
24/2
29/2
• COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 31/1/2012.
• Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos) referente a 1/2012.
2 a 29/2/2012
• Imposto de Renda Retido na Fonte nosCalendário
códigos 0561,–0588
e 1708 referente a 1/2012.
• Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral) referente a 1/2012.
• SIMPLES NACIONAL referente a 1/2012.
• ISS e ICMS referente a 1/2012 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações).
• PIS e COFINS referente a 1/2012.
• Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 1/2012.
• 2ª quota do IRPJ e da CSLL referente ao 4º trimestre/2011 pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.
• Recolhimento do Carnê Leão referente a 1/2012.
• IRPJ e CSLL referente a 1/2012, por estimativa.
• COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1 a 15/2/2012.
• Recolhimento da parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do
Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado).
O QUÊ e QUANDO entregar?
23/2
• Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) a SRF/MF referente a 12/2011.
24/2
• Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação
e Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/PASEP e COFINS (DCIDE – COMBUSTÍVEIS) a SRF/MF
referente a 1/2012.
29/2
• Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente a 1/2012.
• Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – Dirf 2012 a SRF/MF referente ao ano de 2011.
Várias
• Livro Fiscal Eletrônico a SEF/DF referente a 1/2012: observar Portaria/SEFP nº 398 (9/10/2009).
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
55
economia
A medida
ideal
//Por Ana Carla Oliveira
Setores de comércio e serviços iniciam o ano com
perspectivas positivas. Recurso de fomento ao
desenvolvimento do Centro-Oeste está melhor
distribuído entre as unidades da Federação que
integram a região
56
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
O
que parecia ser distante,
tornou-se realidade para
empresários do DF. O motivo está na ampliação dos recursos do Fundo Constitucional do
Centro-Oeste (FCO). Neste ano, o DF
receberá R$ 255,8 milhões do fundo
para serem investidos nos segmentos de comércio e serviços. Ao todo,
serão R$ 61,4 milhões a mais. Essa
quantia supera o valor disponível em
2011, que foi de R$ 194,4 milhões. O
aumento é fruto de uma proposição
apresentada pelo governo do DF e
defendida pela Fecomércio-DF.
O recurso do FCO destinado
para comércio e serviços não pode
ultrapassar 20% do total. Entretanto,
esse valor é insuficiente para atender à demanda do segmento e acaba
antes do fim do ano no DF. Com a
quantia a mais, a expectativa é atender um maior número de empresários. Esse aumento tem origem
da redistribuição dos recursos em
Goiás e Mato Grosso. Dessa forma, o
aumento no DF não fará com que se
ulturapasse os 20% do total recurso
para comércio e serviço na região.
Cada um repassou R$ 30,6 milhões
para o DF. Porém, os estados foram
compensados com o mesmo valor
para agropecuária e indústria.
Essa é uma reivindicação antiga
dos empresários. O DF tem vocação
para comércio e serviços, que são
responsáveis por 93% do Produto
Interno Bruto local. “Então, é mais do
que justo ampliar esse recurso, que
consequentemente será injetado na
economia do DF”, ressalta o presidente do Sistema Fecomércio-DF,
Adelmir Santana. A proposta aprovada (nº 35/2011) altera a programação
orçamentária do FCO para o próximo
ano. Isso modifica os valores destinados aos setores de comércio e serviços apenas para 2012.
O DF já reivindicava uma nova
divisão dos percentuais. Uma das
justificativas para o aumento seria
o fato de a economia brasiliense ser
baseada nesses segmentos. Além
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
disso, os recursos do FCO para comércio e serviços são totalmente
utilizados antes mesmo do fim do
primeiro semestre de cada ano.
Enquanto isso, do segmento rural
e industrial tem havido devolução
da verba para o governo federal. O
FCO foi criado pela Lei nº 7.827/89
com o objetivo de contribuir para o
desenvolvimento econômico e social
da região, mediante a execução de
programas de financiamento aos
setores produtivos.
Para o diretor-superintendente da
Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Marcelo
Dourado, a redistribuição foi necessária já que todos os anos o DF perdia o
recurso não aproveitado. “Não houve
perda, mas um repasse compensatório. O DF recebeu a mais para os
segmentos que mais representam
a economia e as outras unidades da
Federação (UFs) acabaram recebendo
valor a mais para a indústria e a agricultura”, destaca Dourado.
//Entenda
Criado para fomentar o desenvolvimento de Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e DF, o FCO destina a maior parte de seus recursos
para a agricultura e indústria. Como
esses segmentos têm parcela menor na economia da capital federal,
todos os anos, os recursos voltavam
aos cofres públicos para ser redistribuído entre as outras UFs integrantes. Mesmo com o remanejamento
de verba, a indústria recebe este ano
R$ 226,1 milhões.
Para o economista da Federação
das Indústrias do DF (Fibra), Diones
Cerqueira, o setor de indústrias tem
política específica e isso traz empecilho para os empresários terem
acesso ao crédito. Segundo ele, a
política industrial dá diretrizes no
que se trata de inovação tecnológica,
acesso a mercados e também da
questão de incentivos. Ela faz com
que a área industrial fique mais
competitiva. Com a valorização cam-
bial, importar ficou mais vantajoso
do que produzir. “Esse conjunto de
fatores acaba reduzindo o potencial
de demanda por recursos do FCO no
âmbito industrial”, explica.
Essa mudança ainda não implicará em redistribuição do montante
total dos valores do FCO. A resolução do Conselho Deliberativo (Condel) do FCO continua prevendo 29%
do recurso para Goiás, 29% para
Mato Grosso; 23% para Mato Grosso
do Sul e 19% para o DF. Porém, neste ano, nas primeiras reuniões do
conselho, será iniciado um debate
para promover a adequação definitiva da lei a uma nova distribuição de
recursos entre os estados.
A programação do FCO para
2012 foi elaborada pelo Banco do
Brasil e aprovada pelo Condel do
FCO. Segundo o superintendente
regional do BB, Marcos Bachiega,
os recursos já estão disponíveis
para os empresários. “Ao oferecer
esse capital de giro a mais estamos
beneficiando principalmente os micro e pequenos empreendedores”,
afirma Bachiega.
Em 2011, o DF recebeu
Comércio e serviço:
R$194,4 milhões
Indústria:
R$ 174.9 milhões
Rural:
R$ 181.8 milhões
Previsão para 2012:
Comércio e serviço:
R$ 255.8 milhões
Indústria:
R$ 226.1 milhões
Rural:
R$ 194.4 milhões
57
pesquisa
Carnaval em áreas
residenciais
Times de futebol
patrocinados
pelo governo
Faixas exclusivas
para ônibus
Salário mínimo
de R$ 622
Rodrigo Hilário
Diretor do bloco
Suvaco da Asa
BOM
Desde que fique
garantida a segurança
dos cidadãos e a
conservação do
patrimônio público. Os
blocos são
manifestações culturais
importantes.
RUIM
Times profissionais,
não. Os governos
devem investir em
políticas sérias para
inserção do esporte
como item básico do
desenvolvimento
da sociedade.
REGULAR
Em São Paulo, no Rio
de Janeiro e em Recife,
os corredores de ônibus
mostram-se eficazes.
Em Brasília, podem
funcionar, mas talvez
haja problemas por
conta do tombamento.
RUIM
Ainda não é o ideal, mas
acredito que a sinalização
de uma política de
reajustes contínuos tenha
ampliado a capacidade
de consumo e contribuído
para manter a
economia aquecida.
Adelson de
Almeida
Dirigente do
Ceilândia
Esporte Clube
RUIM
Em uma festa como o
carnaval, o consumo
alto de bebida
alcoólica e os exageros
dos foliões incomodam
os moradores. O ideal é
ter um espaço
reservado para isso.
BOM
O Estado deve ajudar,
sim, os times que não
conseguem se
estabelecer sozinhos. O
futebol é o maior
elemento cultural
do povo.
BOM
Acho importante. Ainda
mais com a quantidade
de veículos particulares
crescendo. Com a
medida serão
favorecidas as pessoas
das classes de menor
poder aquisitivo.
RUIM
Não é o ideal. Quem
sobrevive com o salário
mínimo tem muita
dificuldade. O salário
mínimo deveria
aumentar de
acordo com
a inflação.
Artur Morais
Pesquisador de
transportes da UnB
RUIM
Passando muito próximo
de áreas residenciais
não é bom, não. As
pessoas não conseguem
ficar dentro do espaço
estipulado. Deveria
ter um local mais
apropriado.
REGULAR
Bem polêmico isso.
Poderia haver incentivos
para que empresas
investissem nos times.
Queira ou não, o futebol
faz parte da nossa
cultura. É uma
manifestação esportiva.
BOM
Quem transporta mais
pessoas tem que ter
mais prioridade. O
modelo que favorece o
acesso livre de
automóveis particulares
não deu certo em nenhum lugar no mundo.
RUIM
Para o cidadão não é
suficiente para
habitação, alimentação
e vestuário. Mas
entendo que é o máximo
que o governo pode dar
por ser o maior pagador
de salário mínimo.
RUIM
Tem muita gente idosa,
crianças pequenas,
pessoas doentes e o
tumulto com música
alta incomoda muito.
Se passasse perto da
minha, eu odiaria.
BOM
É preciso, sim, apoiar
os times locais. Valoriza
o esporte e incentiva a
população que encontra
no futebol uma fonte
de renda.
BOM
Sou a favor, desde
que os ônibus
cumpram as regras.
Quem depende do
transporte público será
beneficiado
com a medida.
RUIM
É certo de que não dá
para sobreviver com
esse salário. Eu não
pago só isso para
minhas funcionárias.
REGULAR
A quadra fica muito
suja, enche de gente e
atrapalha o fluxo dos
moradores. Os trios
passam bem em frente
ao meu bloco e eu não
consigo sair de casa
com o carro.
RUIM
O problema não é
patrocinar o esporte, os
atletas, mas
beneficiar só alguns
times específicos.
Assim, não concordo.
BOM
Sou a favor. Pelo menos
tem uma separação, não
atrapalha tanto o fluxo
dos carros particulares,
quanto dos próprios
ônibus.
REGULAR
Suficiente não é, mas
acho que está ficando
cada vez melhor, na
medida do possível. Não
está no ideal, mas
está razoável.
relâmpago
Arquivo pessoal
Joel Rodrigues
Joel Rodrigues
Joel Rodrigues
Lílian Andrade
Empresária
Joel Rodrigues
Wanessa de Souza
Servidora pública
Untitled-4 1
58
18/11/10 11:29
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012
TADOS DE 20
L
U
S
11
RE
UMA RECEITA PARA A RESPONSABILIDADE SOCIAL
QUILOS DE ALIMENTOS
ARRECADADOS
TONELADAS DE ALIMENTOS
DISTRIBUÍDAS
REFEIÇÕES
COMPLEMENTADAS
ENTIDADES
ATENDIDAS
PESSOAS
BENEFICIADAS POR ANO
DOADORES DE
CARÁTER CONTINUADO
POR UM PAÍS MAIS IGUAL > LIGUE > ‡‡‡
0800 617 617t8884&4$%'$0.#3t!4&4$%'t4&4$%'
revista FECOMÉRCIO fevereiro 2012
59
60
revista FECOMÉRCIO | Fevereiro 2012

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