cliente - Fecomércio DF

Transcrição

cliente - Fecomércio DF
Ano XVII nº 180 – Março 2013
o grande
cliente
Empresas
privadas
fazem de tudo
para fornecer ou
prestar serviço para a
administração pública. A
relação é vantajosa,
porém, desigual
Entrevista // Pág. 8
marco antonio de Oliveira
Comércio // Pág. 36
revista FECOMÉRCIO | março 2013 problemas com sites de compras coletivas
1
2
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
www.cartaobrb.com.br
Central de Atendimento Cartão BRB
Distrito Federal: 4003-4004
Outros Estados: 0800 880 4004
Deficiente auditivo/fala: 0800 880 6148
(a ligação deverá ser feita de um aparelho TDD)
Telessaque Parcelado
*Valor mínimo para a transação: R$ 200,00.
Crédito tão fácil que você
solicita de onde estiver.
O jeito mais simples e confortável de se obter crédito é com
o Telessaque Parcelado. Você pode solicitar o serviço sem sair
de casa, do trabalho ou de onde estiver. Basta você ligar na
Central de Atendimento Cartão BRB e o valor desejado será
lançado em sua conta-corrente para saque*. Solicite o seu.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
3
sumário
Posso
ajudar?
Fotos: Luana Lleras
Como identificar o perfil de
cada cliente e tornar a relação
de compra mais agradável
e eficaz
16
Na hora
da escolha
Marcas investem nos
provadores. Mais de 60% dos
clientes que entram
lá compram
56
A vez das
microfranquias
Com até R$ 50 mil, é possível
tornar-se empreendedor, como
fizeram Fernanda Magalhães e
Lisiane Bagatine
24
Cliente:
O Estado
Grande parte das empresas da capital federal sonha em fornecer ou prestar
serviço para a administração pública. A relação é boa e vantajosa, mas
também tem seus percalços
32
seções
8Entrevista
15
Direito no trabalho
19
Empresário do mês
23Vitrine
30Gastronomix
39
Caso de sucesso
44Gente
47Economia
48Sindicatos
55
Agenda fiscal
60
Pesquisa conjuntural
64Segredos do
marketing digital
66Pesquisa relâmpago
cartas
Endereço
SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília – 70306-911
(61) 3038.7500 – www.fecomerciodf.com.br – twitter.com/fecomerciodf
Presidente
Adelmir Araújo Santana
Diretoria
Miguel Setembrino Emery de Carvalho • Antonio Augusto Carvalho de Moraes • Clayton Faria Machado • Francisco Maia
Farias • Antônio Tadeu Peron • Edy Elly Bender Kohnert Seidler • Fábio de Carvalho • Francisco das Chagas Almeida • José
Aparecido da Costa Freire • José Carlos Ulhoa Fonseca • José Geraldo Dias Pimentel • Oscar Perné do Carmo • Cecin Sarkis
Simão • Hamilton César Junqueira Guimarães • Miguel Soares Neto • Paolo Orlando Piacesi • Roger Benac • Joaquim Pereira dos Santos • Diocesmar Felipe de Farias • Glauco Oliveira Santana • Suely Santos Nakao
Diretores Suplentes
Aldo Ramalho Picanço • Alexandre Machado Costa • Álvaro Jose da Silveira • Ana Alice de Souza • Antonio Delgado Torres •
Bartolomeu Gonçalves Martins • Carlos Hiran Bentes David • Clarice Valente Aragão • Edson de Castro • Elaine Furtado • Francisco Joaquim Loyola • Francisco Valdenir Machado Elias • Jó Rufino Alves • João Ricardo de Faria • José Fagundes Maia • Luiz
Alberto Cruz de Moraes • Milton Carlos da Silva • Osório Adriano Neto • Paulo Targino Alves Filho • Sandoval Antonio de Miranda
Conselho Fiscal
Arnaldo Sóter Braga Cardoso • Arnaldo Rocha Mudim Junior • Raul Carlos da Cunha Neto • Maria Auxiliadora Montandon
de Macedo • Henrique Pizzolante Cartaxo
Conselho Consultivo
Mitri Moufarrege • Antônio José Matias de Sousa • Laudenor de Souza Limeira • Luiz Carlos Garcia • José Djalma Silva
Bandeira • Orlando Antônio Vicente Taurisano • Rogério Tokarski
Diretor Regional do SESC
José Roberto Sfair Macedo
Diretor Regional do Senac
Luiz Otávio da Justa Neves
SUPERINTENDENTE DA FECOMércio
João Feijão
Contribua com sugestões, críticas e
comentários sobre os assuntos que
são abordados na publicação. Envie
sua mensagem para Assessoria de
Comunicação da Fecomércio-DF –
SCS Quadra 6, Ed. Jessé Freire – 5º
andar – Brasília – 70306-908 ou para
o e-mail [email protected].
(61) 3038.7527
//Incentivo
Gostei principalmente da matéria
Falta capitação, sobra otimismo
(edição 179), sobre jovens
empreendedores. Isso dá motivação
extra para alcançar nossos objetivos.
Outra matéria que destaco é a Está
tudo bem?, na mesma edição,
que trata sobre como ter um bom
diagnóstico da sua empresa.
João Paulo Maciel da Silva
Estudante de gestão de tecnologia da informação
DIRETORA-EXECUTIVA DO INSTITUTO FECOMÉRCIO
Elizabet Garcia Campos
Sindicatos filiados
Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato das Empresas de Compra,
Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros,
Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras do DF (Sinccab)
• Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto Escolas e
Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações,
dos Agentes Comerciais Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) • Sindicato
das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF
(Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis
e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato
do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes, Gêneros Alimentícios,
Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas
do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas
de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio
Varejista de Materiais de Construção do DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF
(Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos
Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do
Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc)
• Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindloc)
//Entrevista
Gostei muito da entrevista com a
especialista em franchising Patrícia
Barreto Gavronski (edição nº 179). Sou
proprietário de um salão de beleza e
fiquei interessado em abrir franquias
do meu negócio também.
Rafael Augusto Moreira
Cabeleireiro
Sindicatos associados
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis)
Coordenador de Comunicação do Sistema Fecomércio-DF
Diego Recena
Revista Fecomércio
Coordenação Editorial - Editora Meiaum
Editora-chefe - Anna Halley
Editora-executiva - Paula Oliveira
Editor Fecomércio - Diego Recena
Editora Senac - Ana Paula Gontijo
Editor Sesc - Marcus César Alencar
Editora de fotografia - Luana Lleras
Repórteres - Ana Carolina Freitas, Andrea Ventura, Fabíola Souza, Luciana Corrêa, Luciene Cruz, Lucyenne Landim,
Mariana Fernandes, Sílvia Barros, Sílvia Melo e Talita Cavalcante
Projeto gráfico e diagramação - Gustavo Pinto
Capa - Gustavo Pinto
Revisora - Anna Cristina Rodrigues
Impressão - Ediouro Gráfica Tiragem - 60 mil exemplares
6
Contato comercial
- Joaquim Barroncas (61) 3328.8046 – [email protected]
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
editorial
Faremos a
nossa parte
D
ar condições para a pop u l a ç ã o e m p re e n d e r
é o melhor que os governos podem fazer para que
o País consiga finalmente ter o
tão esperado desenvolvimento
econômico sustentável e o consequente equilíbrio social. As
políticas assistencialistas funcionam, mas se forem pensadas
como soluções imediatistas. O
erro é contar com ajuda financeira governamental para sempre,
sem contrapartida. Nesta edição,
apresentamos uma matéria sobre o crescimento do mercado
de microfranquias no Brasil.
Com investimento de até R$ 50
mil, apoio de entidades como o
Sebrae e interesse dos bancos
em financiar esse tipo de investimento, está aí uma solução para
o desemprego. A solução é tanto
para quem se torna um empreendedor quanto para os funcionários que essas novas empresas demandarão. É bom para
todos. E as próprias instituições
financeiras já perceberam isso,
como mostramos na reportagem
a partir da página 22.
Teremos um ano difícil pela
frente. Mas nosso colunista de
economia, Raul Velloso, prevê a
continuação do crescimento do
revista FECOMÉRCIO | março 2013
comércio varejista. Avistamos
muitas oportunidades, e saberemos aproveitá-las, mas dependemos também da força da economia. O PIB esperado para este
ano é de 3%, bem maior do que o
de 2012. O otimismo, porém, vem
da esperança de que os investimentos governamentais feitos no
ano passado surtam efeito agora. A inflação deve permanecer
acima da meta. O jeito é esperar
para ver.
Enquanto isso, vamos tocando os nossos negócios e pensando em como aprimorar sempre
a nossa relação com os clientes,
os fornecedores, os concorrentes
e o Estado. A nossa relação com
o Estado, como fornecedores de
bens e prestadores de serviços,
é tema da nossa reportagem de
capa. Que empresário não quer
um contrato com a administração pública? Além de serem
duradouros, fortalecem o nosso
portfólio. Essa relação, porém,
apesar de bastante vantajosa,
tem seus gargalos. Os atrasos
constantes dos pagamentos são
ruins para as empresas e para a
própria administração pública,
que acaba pagando mais para
compensar o buraco orçamentário dos seus contratados.
Paulo Negreiros
Adelmir Santana
Presidente do Sistema Fecomércio-DF
• Federação
• Instituto Fecomércio
• Sesc
• Senac
7
//entrevista
Ensino técnico
em alta
//Por Talita Cavalcante
Lançado pelo governo federal em outubro de 2011, o
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) inicia 2013 com propostas para se consolidar. Com
a incorporação de novos parceiros, a finalidade é alcançar 2,3
milhões de pessoas e chegar a 2014 com a oferta de 8 milhões
de vagas nas 27 unidades da Federação. De acordo com o
secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério
da Educação, Marco Antonio de Oliveira, em 2013, serão
incorporadas as instituições privadas de ensino superior e as
escolas técnicas privadas. Oliveira é cientista político e doutor
em ciência econômica pela Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp).
8
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
Fotos: Luana Lleras
Marco Antonio
de Oliveira
Secretário de
Educação Profissional
e Tecnológica do
Ministério da Educação
revista FECOMÉRCIO | março 2013
9
Qual sua avaliação do Pronatec,
criado em 2011?
O Pronatec é composto de seis
iniciativas – expansão da rede federal, bolsa-formação, rede e-tec,
Fies Técnico e Empresa, acordo de
gratuidade do Sistema S e Programa Brasil Profissionalizado – e vem
caminhando de maneira muito satisfatória. Ele ainda não se consolidou totalmente. Este ano é decisivo
para o processo de implementação,
visto que se incorporaram novos
parceiros ao programa. Alcançamos em 2012 um total de 2,5
milhões de pessoas atendidas pelo
Pronatec e temos como objetivo
para este ano 2,3 milhões. Até o fim
de 2014, seguramente, vamos cumprir a meta de ofertar 8 milhões de
vagas em todo o País. O Pronatec
opera atualmente nas 27 unidades
da Federação.
Qual o tamanho da rede de
educação técnica hoje?
A rede de educação técnica envolve o Sistema S. Inicialmente, participavam como parceiros ofertantes
– ou seja, que oferecem as vagas,
os cursos – o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai) e o
Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (Senac). No segundo semestre de 2012, se incorporaram à
rede o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Serviço
Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat). Participam ainda como
ofertantes os institutos federais de
educação tecnológica, que são 38 em
todo o País. Temos ainda as escolas
técnicas de nível médio vinculadas às
universidades federais – que somam
24 unidades – e, por fim, as redes
estaduais de educação. Deveremos
incorporar, em 2013, as instituições privadas e as escolas técnicas
privadas que vão ofertar cursos na
modalidade subsequente, destinada
a egressos do ensino médio público,
que poderão fazer um curso com carga horária mínima de 800 horas.
Como o governo federal controla
uma rede tão grande, articulada
e distinta?
Priorizamos redes com tradição: são consolidadas, com vasta
experiência em educação profissional e com claro reconhecimento
público. Elas estão estruturadas
em rede. No que compete ao bolsa-formação – responsável pela
oferta gratuita de cursos técnicos e
de formação inicial e continuada –,
toda a gestão é eletrônica, por meio
do Sistec, que é o sistema que gere
toda a informação a respeito dos
cursos de educação profissional e
tecnológica. Além disso, neste ano,
vamos começar a fazer a avaliação
de egressos, ou seja, acompanhar
aqueles que já passaram pelos
cursos de formação. A finalidade é
analisar os resultados e identificar
o que mudou para essa pessoa em
termos de inserção no mercado de
trabalho.
Uma crítica ao Pronatec foi a
inclusão do Sistema S na rede,
por se considerar o controle da
qualidade do ensino ineficaz. Qual
a avaliação que o senhor faz da
participação do Senac?
Em relação aos cursos de curta
duração, a experiência do Sistema
S se sobressai. Umas das maiores
críticas que há e da qual fugimos
é sobre a oferta de “cursos de prateleira”. Com relação à atuação do
Senac, ela avançou progressivamente ao longo de 2012. Dentro do
Sistema S, atualmente, é o segundo
maior ofertante de vagas. Foram
502 mil em 2012. Para 2013, a finalidade é chegar a 525 mil em todo
o Brasil.
O Senac, dentro
do Sistema S,
atualmente, é o
segundo maior
ofertante de vagas.
Foram 502 mil
vagas em 2012.
10
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
Existem parâmetros de qualidade
a serem seguidos? A crítica de
que não há controle sobre
isso procede?
Estamos em um momento de
consolidação de instrumentos, que
precisam ser aperfeiçoados com o
tempo. Não procede essa crítica de
que não há controle. Atualmente,
temos critérios predefinidos para
a oferta de cursos. Esses critérios
constam no Guia Pronatec Cursos
FIC, que são os cursos de formação inicial e continuada. Lá estão
estabelecidos quais os cursos que
podem ser ofertados, além da carga
horária mínima, de 160 horas, e do
perfil específico de cada curso. O
MEC dispõe ainda da Diretoria de
Integração de Redes, que tem a
função de avaliar o andamento desses cursos. Em relação aos cursos
técnicos, que têm carga mínima de
800 horas, temos o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Lá está
todo o escopo do curso.
Qual é a demanda do País por
profissionais técnicos? Ela é maior
do que pelos graduados?
Fala-se muito dessa demanda, mas ninguém tem números
exatos sobre isso. A Confederação Nacional da Indústria fala na
necessidade, por exemplo, de 1,5
milhão de técnicos de nível médio
até 2014. Mas esse é um número
que precisa ser mais bem explorado. O que o MEC está fazendo para
dimensionar melhor essa demanda
é justamente o que chamei de Mapa
da Educação Profissional no Brasil.
Por que o ensino técnico passou
a ganhar atenção especial do
governo federal? Antes não havia
essa necessidade?
Há uma demanda reprimida
muito grande nessa área. Em outros países, o ensino técnico de
revista FECOMÉRCIO | março 2013
nível médio ocupa um lugar mais
privilegiado do que ocupa até agora
no Brasil. Em muitos países, atividades que aqui no Brasil são exercidas por profissionais de ensino
superior ficam a cargo de técnicos
de nível médio. Creio que há uma
mudança de mentalidade hoje nas
empresas brasileiras, que começam a reconhecer a importância
do técnico de ensino médio. Há, no
País, certa cultura bacharelesca,
que valoriza o diploma universitário
em detrimento desse conhecimento técnico mais especializado.
Creio que há
uma mudança de
mentalidade hoje nas
empresas brasileiras,
que começam
a reconhecer a
importância do técnico
de ensino médio.
Os profissionais técnicos têm
inserção mais facilitada no
mercado de trabalho do que os
acadêmicos?
Sem dúvida. Atualmente, estamos com um mercado de trabalho aquecido, com uma economia
quase que de pleno emprego, registrando a menor taxa de desemprego desde 1999. Isso facilita a
inserção dos técnicos no mercado,
independentemente dos graduados. O investimento do governo é
em todas as frentes: na formação
de técnicos de nível médio na área
de construção civil, mas também
na formação de engenheiros. Portanto, há mercado para ambos.
Qual a importância de o Pronatec
atender pessoas que cumprem
pena de privação da liberdade?
Como vai funcionar essa logística?
Temos, atualmente, instituições
que já prestam esse serviço. A mudança é que isso fará parte do Pronatec. Foi estabelecida uma meta
de 90 mil vagas até 2014, sendo
35 mil em 2013. Basicamente, são
cursos de formação inicial e continuada por causa da baixa escolaridade desse público. A prioridade
será atender aqueles que estão no
regime semiaberto ou em liberdade
provisória. Eles vão frequentar turmas regulares. Isso será feito até
como parte do processo de inclusão
social. No caso dos que cumprem
pena em regime fechado ou provisório, os cursos serão ofertados
dentro do sistema prisional.
O que o cidadão deve fazer para ter
acesso aos cursos do Pronatec?
Para ampliar o acesso, estamos lançando um cadastro on-line
onde o interessado poderá fazer
diretamente sua matrícula. Continua o trabalho que é feito por meio
das instituições demandantes. E
o cidadão vai poder ter acesso às
vagas remanescentes dos cursos
ofertados on-line pelo sistema. No
nosso site http://pronatec.mec.
gov.br/, ele fará uma pré-inscrição
e terá acesso às vagas abertas na
localidade dele. Além disso, poderá
propor turmas de acordo com sua
área de interesse. Essa foi a forma
que adotamos para chegar diretamente ao usuário, ao cidadão. O
objetivo é que esse canal de comunicação com o usuário seja o mais
importante com o tempo. E temos
ainda nossa central telefônica, o
0800.616161.
11
irpj
A vez do leão!
//Por Paula Oliveira
Período para declarar o Imposto de
Renda de Pessoa Jurídica termina em
30 de abril. Parece longe, mas logo vence
C
omeça o ano e, com ele, as obrigações tributárias para
todos os brasileiros. O período de declaração do imposto de renda é visto como um problema e com angústia
porque significa entrar em contato com mais burocracia, com contas e, claro, com pagamentos. Mas especialistas garantem que, ao manter a documentação organizada ao longo do
ano, a prestação de contas com o leão não será tão complicada no
que diz respeito ao processo. O prazo para declarar o imposto de
2013 se iniciou em 1º de março e se encerra impreterivelmente
em 30 de abril (terça-feira).
“Todo o processo deve ser feito por meio de formulários eletrônicos, disponíveis no site da Receita Federal. É preciso baixar o
programa do IR 2013 no computador. A nova versão está com cara
nova e tem uma área para rendimentos tributáveis específicos de
pessoa jurídica”, informa a assessoria da Receita Federal. Para
fazer a declaração de imposto de renda 2013 e baixar o programa,
acesse o site oficial do órgão.
Para a Receita Federal, no que diz respeito ao Imposto de
Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), são contribuintes as pessoas jurídicas e as físicas, quando equiparadas a uma empresa. A apuração é sempre com base no lucro (real, presumido ou arbitrado) e
a alíquota é de 15%. Adicionados a esse valor, estão os 10% sobre
a parcela do lucro que exceder R$ 20 mil por mês.
//Desempenho
Em 2012, houve um declínio na arrecadação do IRPJ e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A notícia não é
boa. Apesar de significar que o empresariado pagou menos
imposto, esse dado reflete a desaceleração do crescimento
econômico nacional. Menos imposto corresponde a lucro
menor. Segundo informações da própria Receita Federal, em
outubro de 2012, a arrecadação desses dois tributos estava em
R$ 5 bilhões abaixo da registrada no mesmo período de 2011.
A queda foi de 4,46%.
Na análise do órgão arrecadador, o resultado negativo se
deu pela “redução na lucratividade das empresas no ano de
2012 em relação ao ano de 2011. Esse fato fica evidenciado
12
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
quando comparada a arrecadação
de abril a dezembro de 2012. A
arrecadação desses dois tributos,
referente a esse grupo de contribuintes, apresentou uma redução
real (atualização pelo IPCA) de R$
5,6 bilhões, ou seja, - 8,28%, em relação a igual período de 2011”.
//IRPJ 2013
O fato é que quem faz a declaração das empresas é o contador contratado por cada uma. No entanto,
estar informado sobre alguns conceitos e regras como as alíquotas a
serem pagas, os adicionais impostos
em cada caso, as datas e as formas
de pagamentos, além das classificações do lucro é essencial para o
empresário. Destacamos aqui alguns
temas. Fonte: Receita Federal.
//Alíquotas
15% sobre o lucro real,
presumido ou arbitrado
apurado pelas pessoas
jurídicas em geral, seja
comercial ou civil o seu objeto.
//Data e forma
de pagamento
//Declaração
anual simplificada
De acordo com a legislação,
o pagamento unificado de
impostos e contribuições,
devidos pela microempresa
e pela empresa de pequeno
porte, inscritas no Simples,
será feito de forma
centralizada, até o décimo dia
do mês subsequente àquele
em que houver sido auferida
a receita bruta. Para isso, a
Receita Federal deve fornecer
documento de arrecadação
único, o DARF-Simples. O
mesmo artigo esclarece que
“os impostos e contribuições
devidos pelas pessoas
jurídicas inscritas no Simples
não poderão ser objeto de
parcelamento”.
As micro e pequenas
empresas inscritas no Simples
apresentarão, anualmente,
declaração simplificada que
será entregue até o último dia
útil de maio do ano-calendário
seguinte ao que impostos e
contribuições passam a ser
devidos. As micro e pequenas
empresas estão dispensadas de
escrituração comercial desde
que se mantenham em ordem
e enquanto não vence o prazo
decadencial e não são prescritas
eventuais ações que lhes sejam
pertinentes: Livro Caixa, Livro de
Registro de Inventário e todos
os documentos e demais papéis
que serviram de base para a
escrituração.
//Adicional
A parcela do lucro real que exceder o resultado da multiplicação de R$ 20 mil pelo número dos meses do
respectivo período de apuração sujeita-se à incidência do adicional, à alíquota de 10%. Também se encontra
sujeita ao adicional a parcela da base de cálculo estimada mensal, no caso das pessoas jurídicas que optaram
pela apuração do imposto de renda sobre o lucro real anual, presumido ou arbitrado, que ultrapassar R$ 20
mil. Em relação às pessoas jurídicas que optarem pela apuração do lucro presumido ou arbitrado, o adicional
incide sobre a parcela mais alta que o valor resultante da multiplicação de R$ 20 mil pelo número de meses
do respectivo período de apuração. A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive
instituições financeiras, sociedades seguradoras e assemelhadas.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
13
//Lucro
real
//Lucro
presumido
//Lucro
arbitrado
A expressão lucro real significa
o próprio lucro tributável, para
fins da legislação do imposto
de renda, distinto do lucro
líquido apurado contabilmente.
De acordo com o art. 247 do
RIR/1999, lucro real é o lucro
líquido do período de apuração
ajustado pelas adições,
exclusões ou compensações
prescritas ou autorizadas
pela legislação fiscal. A
determinação do lucro real
será precedida da apuração do
lucro líquido de cada período
de apuração com observância
das leis comerciais. Ele será
determinado a partir do lucro
líquido do período de apuração
obtido na escrituração
comercial (antes da provisão
para o imposto de renda).
O imposto de renda com base no
lucro presumido é determinado
por períodos de apuração
trimestrais, encerrados em 31
de março, 30 de junho, 30 de
setembro e 31 de dezembro
de cada ano-calendário.
Normalmente, a opção é
manifestada com o pagamento
da primeira cota ou cota única do
imposto devido correspondente
ao primeiro período de apuração,
sendo considerada definitiva
para todo o ano-calendário. As
pessoas jurídicas que tenham
iniciado suas atividades ou que
resultarem de incorporação,
fusão ou cisão, ocorrida a
partir do segundo trimestre
do ano-calendário, poderão
manifestar a sua opção por meio
do pagamento da primeira ou
única quota relativa ao trimestre
de apuração correspondente ao
início de atividade.
O arbitramento de lucro é
uma forma de apuração da
base de cálculo do imposto de
renda utilizada pela autoridade
tributária ou pelo contribuinte.
É aplicável pela autoridade
tributária quando a pessoa
jurídica deixar de cumprir as
obrigações acessórias relativas
à determinação do lucro real ou
presumido. Quando conhecida
a receita bruta, e, desde que
ocorrida qualquer das hipóteses
de arbitramento previstas na
legislação fiscal, o contribuinte
poderá efetuar o pagamento do
imposto de renda correspondente
com base nas regras do lucro
arbitrado.
//IRPJ x IRPF
O fato de ser sócio ou empresário individual não obriga a pessoa física a declarar o imposto de renda. É preciso
analisar se o contribuinte se enquadra nas situações de obrigatoriedade previstas para as pessoas físicas. A
opção entre deduções legais ou o desconto simplificado é feita na própria declaração. A declaração de imposto
de renda de pessoa física ou jurídica 2013 deve ser feita na mesma época. Mas, para não ficar no sufoco, dá para
planejar com antecedência. É preciso, antes de tudo, ser organizado e seguir as orientações do contador. Guardar
todos os comprovantes em ordem, separados por categoria, facilita bastante e diminui o tempo que se perde
quando chega a tão temida hora de prestar contas com o leão.
14
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
//direito no trabalho
O uso de redes sociais e
correio eletrônico no trabalho
O
uso de redes sociais e correio eletrônico no trabalho
já provoca grande demanda
na Justiça Trabalhista. A discussão,
com frequência, se refere à configuração ou não de justa causa e dano
moral.
É certo que as leis trabalhistas
não proíbem a fixação de normas de
conduta pela empresa, podendo até
ser elaborado manual orientando os
trabalhadores. Tais regras podem
também estar previstas em convenção coletiva de trabalho.
Caso não haja proibição ou regras, e o uso das redes sociais seja
liberado pelo empregador, deve prevalecer o bom senso do empregado.
A ministra Delaíde Miranda, em recente entrevista à TV TST, destacou
que “a liberação total interfere no
foco do trabalho e na produtividade”,
bem como que “o trabalhador deve
se atentar que, mesmo se liberado
o uso de redes sociais no ambiente
de trabalho, devem ser observada a
ética, a disciplina e a seriedade”.
Publicações ofensivas ao empregador ou colegas podem configurar justa causa para demissão
do trabalhador, dependendo da
gravidade, bem como direito do
ofendido à indenização por dano
moral. Como exemplo, pode ser
citado o julgamento pelo TST do RR625.74.2011.5.09.0001, em que uma
ex-empregada de um pet shop foi
condenada a pagar indenização por
danos morais por fazer comentários
ofensivos aos proprietários da loja
em uma rede social e ter confessado
que maltratava os animais. Outro
julgamento a ser citado é o do AIRRrevista FECOMÉRCIO | março 2013
5078-36.2010.5.06.0000, em que
foi mantido o entendimento do TRT
da 6ª Região de que o empregador
agiu corretamente ao demitir uma
enfermeira que publicou no Orkut
fotos dela com o restante da equipe
uniformizada na UTI do hospital em
um “ambiente de brincadeiras nitidamente inadequadas”.
É de se destacar, ainda, que,
quanto ao correio eletrônico, a jurisprudência do TST vem se posicionando no sentido de que não há
ilicitude por parte da empresa que
acessa caixa de correio eletrônico
corporativo do empregado. Como
se trata de tecnologia fornecida pela
empresa, seu acesso não representa violação de correspondência pessoal. A má utilização da ferramenta
pelo empregado pode até levar à
justa causa, dependendo da gravidade do conteúdo. No julgamento
do AIRR-1542/2005-055-02-40.4
o TST manteve o entendimento do
TRT 2ª Região de que o empregador
não violou a privacidade ou agiu de
forma arbitrária ao vistoriar o e-mail
do empregado e demiti-lo por justa
causa porque encontrou mensagens
pessoais de conteúdo inadequado.
Diante do exposto, há que se
concluir que, certamente, a previsão contratual permitindo ou não
o uso de redes sociais, bem como
orientando sobre o uso de correio
eletrônico corporativo, garante
uma maior segurança tanto para
a empresa quanto para o empregado. No entanto, caso não haja
tal norma, o que deve prevalecer é
razoabilidade, ética e disciplina de
ambas as partes.
Joel Rodrigues
Raquel Corazza
Consultora empresarial
da Fecomércio-DF
15
atendimento
Foto: Luana Lleras
Por perto,
Roberta Lopes reconhece
que ser insistente e muito
presente não é uma boa
estratégia de venda.
mas nem
tanto
//Por Luciene Cruz
Conseguir vender qualquer coisa para
qualquer pessoa não é mais sinônimo de bom
vendedor. Hoje, os clientes querem suporte.
Sem grude, por favor
E
xistem várias maneiras de tornar um comprador fiel. Uma delas é garantir que o relacionamento cliente/vendedor seja o mais agradável e
produtivo possível para os dois lados. Essa estratégia é barata e eficaz
e deve ser focada na mudança de comportamento da equipe. A princípio,
a tarefa parece ser um pouco difícil, mas identificar o perfil do cliente no
momento da abordagem pode ser o que vai fazê-lo voltar à loja em outra
oportunidade ou nunca mais aparecer por lá. E, pior, convencer conhecidos
de que o atendimento de sua equipe é inconveniente.
Se, por um lado, uma parte da clientela prefere apenas o cumprimento
cordial e o distanciamento do vendedor para continuar suas compras, por
16
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
outro, há quem deseje uma assessoria constante do atendente para se
sentir seguro e concretizar a compra.
O sucesso é garantido quando o vendedor consegue determinar o perfil
do cliente logo no primeiro contato.
Há alguns anos, os empresários
mudaram o foco na abordagem ao
cliente e adotaram uma postura
“menos agressiva”, em que se leva
em consideração a satisfação do
cliente em busca da fidelidade, ao
invés de “empurrar” a mercadoria
de uma forma mais imediatista.
“Antigamente, os vendedores se
vangloriavam por vender algo de que
o cliente não precisava, ao ficar na
cola da pessoa”, diz João Carlos da
Lapa, diretor comercial da Prátika
Consultoria de Varejo. Hoje a política
do comércio é o oposto, avalia. “O
ideal é deixar o cliente à vontade,
mas com auxílio, porque as pessoas
querem privacidade para comprar,
e o mercado já percebeu isso”, completa. Achar que vale tudo pela venda
é pensamento imediatista e pouco
eficaz para ganhar o freguês.
A postura e a reação do vendedor,
aliadas ao ambiente da loja, influenciam diretamente a decisão do cliente.
Marcos Garrido, consultor de vendas
do Grupo Friedman, classifica os
clientes em dois grupos: os decididos
e os indecisos. No primeiro caso, ele
sabe o que quer, procura o vendedor e
vai direto ao ponto. No segundo, mesmo o consumidor tendo alguma ideia
do que comprar, toma a decisão na
loja. Nos dois casos, o comportamento do atendente é fundamental para
o sucesso da venda. E Garrido alerta:
o bom e velho “Posso ajudar?” é uma
maneira equivocada de começar o re-
lacionamento de venda. “Vendedores
profissionais percebem na chegada
uma oportunidade de iniciar uma conversa e estabelecer relacionamento
pessoal com o cliente.”
Para a gerente da Triton, Roberta
Lopes, de 25 anos, apesar de cada
vendedor ter uma característica própria de venda, é preciso bom senso
no momento de abordar o cliente.
“Logo no primeiro contato, o cliente
demonstra se é mais retraído ou mais
expansivo. Nem todo mundo quer
a nossa presença o tempo todo. Às
vezes precisamos dar espaço”, reconhece. “E é essa percepção sutil que
resulta em uma boa venda”, conclui.
Na contramão do que dizem especialistas, ainda hoje existe a chamada abordagem agressiva, que
costuma ser iniciada quando os possíveis consumidores estão apenas
Qual é a abordagem que você gosta
de receber quando chega a uma loja?
“Prefiro que me deixe mais à vontade
para escolher e decidir. Gosto de
vendedores sinceros que não tentam
empurrar a venda a qualquer custo
só para ganhar comissão.”
“Quero ter o direito de escolher. Nem
sempre vamos comprar. Às vezes,
só queremos comparar preços. O
vendedor precisa saber respeitar esse
espaço e não ficar insistindo.”
“Às vezes, me sinto coagida, prefiro
chamá-los quando quero tirar alguma
dúvida. O que mais me irrita é quando
o vendedor diz que algo está em promoção sem eu ter perguntado.”
Aline Leal
26 anos, servidora pública
Amarildo Varela
50 anos, metalúrgico
Juliana Alves
18 anos, designer
revista FECOMÉRCIO | março 2013
17
analisando as vitrines. O vendedor de
uma loja de moda para jovens Emerson Lopes, de 17 anos, trabalha na
base do convencimento. Seu objetivo
é levar a pessoa a comprar e, para
isso, faz questão de convidar o seu
alvo a entrar e conhecer os outros
produtos. “A gente tenta interagir
com o cliente desde o primeiro momento”, justifica. Mesmo com a abordagem mais incisiva, Lopes garante
que preza um relacionamento mais
duradouro. “Prefiro criar um vínculo
com o cliente para que ele volte à loja
pelo bom atendimento”, assegura.
Garrido destaca que o vendedor
precisa estar atento ao que o cliente
diz, para que, de acordo com as suas
respostas, possa dar suporte. São
pequenas atitudes que ajudam a estabelecer a confiança entre as duas
partes. “Mostrar que está realmente
interessado no que o cliente fala e
oferecer o que há de mais adequado
em produtos e serviços disponíveis
na loja, de acordo com as necessidades da pessoa”, aconselha Garrido.
Entender do que vende também
é uma estratégia eficaz. Quem dá
a dica é Elisângela Miguel, de 28
anos. Com oito anos de experiência
em vendas, a gerente da Damyller
aprendeu que ter conhecimento dos
produtos é fundamental para uma
boa venda. “O que garante uma venda bem-sucedida é boa educação
e conhecimento das peças quando
pedem nossa opinião”, ensina. Além
disso, dar liberdade de escolha ao
cliente é uma maneira de conquistar
a sua confiança.
Em busca do sucesso nas vendas, é importante que os empresários mudem o pensamento e valorizem o consumidor. “As empresas
estão redirecionando os treinamentos”, comenta João Carlos da Lapa.
“É preciso saber fazer as perguntas
de sondagem e dar suporte às reações de cada”, completa Marcos
Garrido. Clientes preferem frequentar estabelecimentos em que
se sentem à vontade, e a empresa
deve prezar o bom atendimento,
e não somente oferecer brindes
e promoções.
//Natal - O presente é seu
O trabalho do vendedor é tão
vital para os negócios que manter os
funcionários motivados e bem informados quando o assunto é conquistar um cliente pode ser o que define
ou não o sucesso de um negócio.
Ao reconhecer essa importância, o
Instituto Fecomércio promoveu, em
novembro, a palestra Show de Natal
– O presente é seu, ministrada pelo
consultor de vendas Marcos Garrido.
Na ocasião, cerca de 250 pessoas
assistiram aos ensinamentos do
profissional que expôs conceitos
de treinamento de vendas e atendimento no varejo e viram o passo a
passo do processo de venda.
Qual é a abordagem que você gosta
de receber quando chega a uma loja?
“O vendedor deve me deixar escolher.
Quando fica em cima, é muito irritante
e acaba por espantar o cliente da loja.
A melhor maneira de abordar é
não insistir.”
“É bom o vendedor abordar de uma
maneira que demonstre interesse
para você não ficar procurando à toa
na loja, mas, se o cliente pede espaço, tem que saber respeitar.”
“Prefiro que me deixe livre o suficiente
para escolher alguma peça, mas não
abandonado, como se o vendedor não
se importasse com a minha presença.
É preciso haver um equilíbrio.”
Rafael Rodrigues
22 anos, atendente de telemarketing
Rayane Sousa
21 anos, auxiliar administrativo
Lido do Nascimento
46 anos, servidor público
18
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
//empresário do mês
Felicidade, sim
//Por Andrea Ventura
Janete Vaz aprendeu na prática que pessoas satisfeitas produzem mais
e agora inspira outros empreendedores
A
história de Janete Vaz poderia ser como muitas
outras que envolvem um misto de sorte, dedicação e trabalho. Mas esses elementos a levaram
a estar à frente de uma das empresas mais sólidas do
DF. Ela e sua sócia, Sandra Soares Costa, fundaram há
28 anos o Sabin, considerado hoje o maior laboratório
de análises clínicas do Centro-Oeste. As dificuldades
comuns a quem abre um negócio foram superadas com
muita garra e um ingrediente importante: “Colocamos
emoção em tudo o que fazemos, motivando as pessoas
e usando ferramentas de comunicação”, revela Janete.
O grande desafio quando começou foi o fato de ser
mulher, conta. “Estávamos na época do regime militar,
abrindo um negócio em uma cidade política e estabelecendo um trabalho humanizado. As pessoas achavam
que um homem tinha que ser dono do negócio, e não
uma mulher, havia preconceito”, conta. Natural de Anápolis, Goiás, Janete morou em uma fazenda até os 10
anos. Com o pai, aprendeu a negociar. Com a mãe, a cuidar das pessoas – característica hoje tão forte no Sabin.
“A empresa que construímos é muito voltada para
aquilo que aprendemos, eu e minha sócia, no sentido de
entender quem somos e de respeitar nossos valores”,
afirma Janete. Não à toa, o laboratório já recebeu diversos prêmios e entrou na lista das melhores empresas
para trabalhar do guia Você S/A Exame. “A empresa
tem que entender que pessoas felizes produzem mais e
geram mais resultados.” Por isso, o Sabin investe em políticas voltadas para o desenvolvimento de quem trabalha
na empresa. “Grande parte dos colaboradores que têm
especialização o fez por meio do Sabin”, conta. A empresa começou com apenas três funcionários e hoje conta
com mais de 1,6 mil.
//Expansão
A empresa faz mesmo parte da vida dos colaboradores. Há um programa para que os funcionários
aprendam a utilizar melhor o salário, com o curso de
planejamento familiar da Bovespa. A oportunidade de se
aprofundar no tema é estendida a parentes dos colaboradores. Aliás, o bem-estar familiar é prioridade. Outro
benefício é o Eu Cuido dos Meus Pais.
Há diversos incentivos, como equipe de corridas, ajuda em financiamentos e premiação por tempo de casa.
Com essas ações, de 2005 a 2011, a
Luana Lleras
fuga de profissionais caiu de 28%
para 6% ao ano. “Queremos continuar nosso plano de expansão e estar
em novas praças,” adianta Janete.
A rede Sabin conta com 66 unidades no Distrito Federal, 9 em Goiás,
12 na Bahia, 6 em Minas Gerais, 3
no Tocantins, 1 no Amazonas e 10 no
Pará. A média de exames entregues
por mês é de 1,5 milhão.
O sucesso do empreendimento já
virou exemplo. Janete faz palestras
para outros empresários em todo
o Brasil. Ela tem três filhos. “Eles
estão envolvidos e já se preparam
para a sucessão familiar, mas ainda
quero trabalhar por muitos anos”,
avisa, sorrindo.
A empresária esta à frente de uma das empresas mais sólidas do DF.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
19
20
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
revista FECOMÉRCIO | março 2013
21
saúde
Aula de
vivência
//Por Andrea Ventura
Projeto do Sesc dará mais uma opção de lazer
para quem já passou dos 60 anos
O
Sesc, em parceria com a
Secretaria de Saúde do DF,
lança em março a Escola de
Avós. Voltado para pessoas a partir de
60 anos, o projeto visa beneficiar essa
faixa etária por meio de ações que
integrem o idoso na sociedade.
A instituição já oferece o projeto
Grupo dos Mais Vividos. Há mais
de 36 anos, os idosos usufruem de
intensas atividades que incluem
esportes, música, teatro e dança. No
caso da Escola de Avós, será um dia
inteiro com diversas ações. “Desejamos com esse projeto valorizar cada
vez mais o idoso, mostrando seus
direitos, deveres e seu papel, que é
tão importante na sociedade”, revela
a diretora de Divisão de Orientação
Social do Sesc-DF, Lúcia Percy.
O Sesc vai oferecer, além do espaço físico para as atividades, um kit
lanche, orientações em saúde bucal,
oficinas (como a que ensina a confeccionar produtos com material reciclável), apresentações culturais, com
teatro e coral. Já a Secretaria de Saúde do DF passa a oferecer assessoria
jurídica, curso de automassagem,
teste de glicemia, aferição de pressão
e confecção de cartão do idoso. Os
encontros ocorrerão em um sábado
por mês, das 8h às 12h. Todas as atividades são gratuitas e voltadas para
toda a comunidade.
//Grupo dos Mais Vividos
O Grupo dos Mais Vividos atende cerca de 2 mil idosos do Distrito
Federal. As atividades ocorrem nas
Joel Rodrigues
Cerca de 2 mil idosos frequentam, semanalmente, as instalações do Sesc-DF.
22
unidades do Sesc, semanalmente,
em dias programados. Cada atividade desenvolvida com os idosos é
realizada em espaços específicos,
sempre com o acompanhamento de
profissionais. O Sesc coloca à disposição do grupo teatros, piscinas, academias e salas de aulas para que os
idosos possam fazer hidroginástica
recreativa, ioga, atividades artesanais, além de aulas de música, com
o coral.
//Escola de Avós
Calendário
16 de março:
Sesc Taguatinga Sul
20 de abril:
Sesc Ler Samambaia
15 de junho: Centro de
Atividades Sesc Ceilândia
14 de setembro:
Sesc Presidente Dutra
(Setor Comercial Sul)
5 de outubro:
Centro de Atividades Sesc Gama
5 de outubro:
Sesc Taguatinga Norte
@sescdf
/sescdistritofederal
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
//vitrine
Para todo
mundo
Com nova gestão desde janeiro, a Enquanto o Sono
não Vem está de cara nova. Os produtos fofos, os organizadores, os pijamas-fantasia infantis e os porta-tudo continuam lá, mas a comunicação interna e as ferramentas de divulgação mudaram. Cada vez mais presente
nas redes sociais, a marca conquistou, em menos
de três meses, mais clientes e mais fornecedores
exclusivos. A loja reúne artigos para presentear
qualquer tipo de público: organizadores de viagem,
porta-retratos temáticos, acessórios femininos, utilitários domésticos e todo tipo de nécessaire. O site está
sendo reformulado para que os produtos passem a ser
vendidos pela internet. Mas vale a pena visitar a loja que
fica na Avenida Araucárias, 1.325, Águas Claras. Telefone:
(61) 3567.4498.
geek
Luana Lleras
revista FECOMÉRCIO | março 2013
Sabe aquele pessoal que adora revistas em
quadrinhos, jogos de RPG, bonecos de super
-heróis e vilões para coleção? Então,
agora eles têm uma loja todinha abastecida dos produtos chamados nerds,
a Naboo Espaço Geek, inaugurada no fim de
2012. O forte lá são as canecas decoradas, as
camisetas e os brinquedos para colecionadores.
O público é bastante específico. Os lançamentos são valorizados, mas o maior desafio para a
marca é encontrar produtos de edições esgotadas ou os mais antigos. Isso é o
que move esse tipo de mercado. O espaço geek fica
na via L2, altura da 406/407
Norte. Telefone: (61) 3253.9688.
Chique
e retrô
Quem entra na loja já se sente
em outra década. Na entrada, um
móvel amarelo chama a atenção dos
clientes. Dentro, uma vitrola, um rádio
dos anos 70 e um tocador de DVD. O
móvel é um dos diversos itens à venda
no brechó Empório K, que abriu sua
segunda loja em dezembro de 2012.
A primeira loja existe há oito anos, no
Lago Sul. As roupas têm que ser de
marca e estar em um bom estado de
conservação. As peças são vendidas
em consignação. A loja fica no Deck
Norte Shopping, Lago Norte. Telefone:
(61) 3366.5039.
Luana Lleras
Público
Luana Lleras
23
negócios
Luana Lleras
Pouco dinheiro,
Fernanda Magalhães e
Lisiane Bagatine viram
o sonho de ter o próprio
negócio se concretizar.
muita P
vontade
//Por Fabíola Souza
Com até R$ 50 mil é possível tornar-se
empresário. Microfranquias estão cada vez mais
destacadas no mercado e já movimentam 4% do
faturamento do setor
24
ara quem tem como objetivo de
vida empreender, mas o capital
para investir é curto, o sonho
pode se tornar real com o crescimento
das microfranquias, franquias com investimento inicial de no máximo R$ 50
mil. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o
número de microfranquias saltou de
213 para 336 nos últimos dois anos.
Elas já representam 17% do total de
marcas e 4% do faturamento do setor,
um valor estimado em R$ 3,7 bilhões.
O advogado Luiz Felizardo Barroso é presidente do Conselho Fiscal
e membro fundador da Associação
Brasileira de Franchising do Rio de
Janeiro (ABF-Rio). Ele também tem
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
R$ 3,7
milhões
foi o faturamento
alcançado pelas 336
microfranquias em
apenas dois anos.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
uma experiência de mais de 20 anos
de atuação na área franquia empresarial e afirma que as microfranquias
se tornaram um investimento que
capta a cada ano mais interessados no
negócio.
Para ele, as microfranquias auxiliam na inclusão social, pois o baixo investimento permite a entrada de mais
brasileiros no ramo. “A pacificação
nos morros cariocas, por exemplo,
ajudou os moradores da comunidade
a terem seus próprios negócios por
meio das microfranquias. As grandes
redes estão investindo nesse segmento também”, aponta Barroso.
O advogado afirma que o modelo
de franquia já está no mercado há
mais de 30 anos, enquanto que as
microfranquias estão tendo mais visibilidade desde 2010. “Outro fator que
está contribuindo para o crescimento
desse setor é o interesse dos bancos
nesse tipo de financiamento de crédito, pois em vez de eles emprestarem
R$ 5 milhões para uma empresa, eles
podem emprestar o mesmo valor
para dez empresas”, comenta.
Na opinião de Barroso, ter um
negócio franqueado é mais fácil para
o empresário, principalmente para
os de primeira viagem, pois, segundo
ele, a franquia é a certeza de que o
empreendimento dará certo. “Diz que
miséria não se divide, né?”, brinca o
advogado. Ainda de acordo com o especialista, o segmento de franquias no
Brasil cresce de 10% a 15% por ano,
independentemente de outros fatores,
como a variação do Produto Interno
Bruto (PIB).
As jovens empresárias Fernanda
Magalhães, de 28 anos, e Lisiane Bagatine, de 29, acreditaram no sonho
de terem o próprio negócio e encontraram na microfraquia uma oportunidade de concretizá-lo. A loja é do
setor de serviços e se chama Spa das
Sobrancelhas, no Gama. Lisiane explica que antes de serem empreendedoras, elas trabalhavam em um banco
particular, onde se conheceram e se
tornaram amigas.
Ambas têm o exemplo do em-
preendedorismo em casa, pois seus
pais são empresários. “Eles foram os
maiores incentivadores e apoiadores
nessa nossa escolha de montar algo
próprio”, afirma Lisiane. Segundo ela,
sempre existiu uma vontade de montar um negócio com a Fernanda, porém, não havia capital suficiente. Por
isso, as duas amigas decidiram conhecer o mundo franchising e foram
a uma feira da Associação Brasileira
de Franchising, em São Paulo, onde
conheceram o Spa das Sobrancelhas.
Depois de conhecer as outras
microfranquias, as sócias foram pesquisar o mercado de sobrancelhas
em Brasília. Aproveitaram também
para fazer cursos com o objetivo de
aprender mais sobre gestão de negócios. “Optamos por esse tipo de
investimento por causa do baixo custo
e do espaço, que nesse caso não precisa ser grande. Hoje ocupamos uma
área de 32 metros quadrados. Além
disso, outra vantagem é que podemos
contar com o apoio da franqueadora e
o negócio também é de fácil gestão”,
aponta a empresária.
Antes de abrir o negócio, as duas
foram a Goiânia conhecer outra loja
da microfranquia para saber mais
sobre o empreendimento. Depois
de verem de perto como funcionam
a gestão e o atendimento, as jovens
decidiram abrir a loja. A escolha pelo
Gama foi resultado da pesquisa de
mercado que elas fizeram. Segundo o
levantamento, nesse local havia maior
chance de crescimento.
A inauguração do primeiro empreendimento ocorreu em novembro de
2012. “Ainda não temos a noção real
do retorno porque dezembro foi um
mês muito bom, por causa das festas,
mas janeiro já foi mais fraco por causa
das férias”, diz Lisiane. Hoje, o Spa das
Sobrancelhas tem duas funcionárias,
e as sócias revezam a permanência
no local: cada dia uma fica na loja.
“Em três meses de funcionamento,
já temos 558 clientes cadastradas no
nosso sistema. E só trabalhamos com
sobrancelhas e cílios”, comemora a
jovem empreendedora.
25
O superintendente do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no DF (Sebrae-DF),
Antônio Valdir Oliveira Filho, diz que
a microfranquia é o melhor investimento para pequenos prestadores de
serviços. “Essa tendência ainda é nova
no DF, por isso não temos em números quantas existem aqui”, comenta.
Entretanto, o superintendente afirma
que as franquias/microfranquias
no DF crescem mais a cada ano. De
acordo com ele, em 2011, existiam 536
franqueados. Já em 2012, esse número pulou para 1.648 franquias.
Para Oliveira, a propagação desse
tipo de negócio deve-se muito ao crescimento da classe C no País. A melhor
distribuição de renda ajuda no alto
ritmo de consumo. O número de brasileiros que ascenderam socialmente
no Brasil chegou a 40,3 milhões em
sete anos, segundo o estudo O Observador Brasil 2012. Ainda de acordo
com o levantamento, a classe C passou de 34% para 54% da população e
se tornou a maior classe econômica
do País.
Para o superintendente do Sebrae-DF, o empresário de microfranquia precisa ter perfil de gestor e estar
sempre presente. “Ele precisa estar
no dia a dia da empresa, fechando o
caixa, administrando os negócios, conhecendo a nova clientela”, aponta.
Oliveira também ressalta a importância de o empreendedor se aperfeiçoar
sobre o mundo dos negócios por meio
de cursos. “Todos aqueles que quiserem montar um negócio – franqueado
ou não – procurem o Sebrae antes de
abrir a empresa, pois no auge da crise
é mais difícil contornar a situação”,
esclarece o superintendente. Para
mais informações: 0800 570 0800.
Cansado da área de informática,
Marcos Gontijo, de 38 anos, proprietário da empresa Dr. Faz Tudo
de Águas Claras, resolveu procurar
outras oportunidades. Para isso, em
2010, visitou algumas feiras da ABF
no Rio de Janeiro.
Lá encontrou muitas opções em
microfranquias. Entretanto, todas
26
que despertaram seu interesse já
existiam em Brasília. Mas mesmo
assim, Gontijo deixou registrado nos
encontros o intuito de adquirir uma
empresa. “A minha esposa é arquiteta, então a ideia de ter um empreendimento de manutenção rápida
de imóveis também despertou o
interesse dela”, afirma.
Essa vontade só se concretizou
em julho de 2011, quando recebeu
uma ligação do franqueador dizendo
que o proprietário do Dr. Faz Tudo de
Águas Claras estava passando o ponto. Essa foi a oportunidade esperada
para assumir o negócio. Hoje ele fica
na parte administrativa da empresa
e conta com seis funcionários fixos
e alguns contratados freelance para
ajudá-lo no serviço.
Gontijo diz que a franquia é um
bom negócio, pois o público já conhece o serviço e tem a vantagem
da propaganda nacional gratuita.
Entretanto, também existem algumas
desvantagens. “O único porém são
as taxas dos royalties. No meu caso,
o pagamento é mensal” diz o empresário. Mas ele não desanima e afirma
que assim que puder pretende montar
outra empresa.
//Inserção no mercado
Já no caso do recém-formado em
educação física Rafael Borges, de 25
anos, a microfranquia serviu como
uma maneira de se inserir mais rápido no mercado de trabalho. “As pessoas sempre me disseram que personal
trainer ganhava mais do que professor
de academia e foi por essa questão
que escolhi abrir uma empresa”, diz.
Borges tem uma microfranquia
da Test Trainer, empresa especializada no serviço de treinamentos
físicos profissionais. Nesse modelo, o
franqueado segue uma metodologia
de trabalho, treinamento intensivo
em vendas, capacitações técnicas
contínuas, campanha de marketing,
softwares e equipamentos de avaliação física, além de visibilidade nos
principais veículos de comunicação,
sistema de cobrança e suporte. “Eu
não tenho uma empresa fixa e trabalho sozinho por enquanto. No futuro,
pretendo expandir o negócio, pois
o retorno está sendo muito bom”,
comenta o empresário. Em média, a
previsão de retorno do investimento é
de seis a 18 meses.
O jovem diz que não saiu de Brasília para abrir o empreendimento.
Foi pela internet que ele achou a Test
Trainer. Depois disso, procurou saber
de outros franqueados como era a
experiência deles com a empresa e
optou, em maio de 2012, por ser um
empreendedor. “Não tenho lugar fixo
porque trabalho em várias academias, dependo da localidade do meu
aluno e não ele da minha”, aponta.
Mas, segundo ele, isso não atrapalha
a captação de clientes, pois ele utiliza
a internet e panfletos como forma de
divulgação do trabalho.
As microfranquias
representam
17%
das marcas
franqueadas no Brasil.
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
revista FECOMÉRCIO | março 2013
27
cultura
Fotos: Hugo Rocha
O Julgamento
do Macaco.
O Julgamento
do Macaco.
O Silêncio.
O Silêncio.
Festa
do teatro
brasiliense
//Por Mariana Fernandes
Grupo de Pesquisa Cênica do
Sesc-DF completa cinco anos e
prepara apresentações gratuitas
e turnê pelo País
A Infidelidade ao Alcance de Todos.
28
E
m comemoração aos cinco anos de
criação do Grupo de Pesquisa Cênica, o
Sesc-DF prepara para abril uma temporada de apresentações das peças O
Julgamento do Macaco e O Silêncio .
“Escolhemos reapresentar esses dois
grandes sucessos porque foram nossos maiores destaques nesses anos de trabalho. Além disso, essas peças foram idealizadas pelo nosso diretor José Roberto
Sfair Macedo”, conta Rogero Torquato, assistente de
Coordenação de Ação Cultural do Sesc-DF e diretor
do grupo. As apresentações ocorrerão no Teatro Sesc
Garagem, de 4 a 13 de abril, sempre às 20h30, de quinta
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
O Rei
da Vela.
a sábado. A entrada será gratuita, e os ingressos deverão
ser retirados na bilheteria do teatro uma hora antes de
cada espetáculo.
O grupo surgiu em 2008 e é composto por nomes bem
conhecidos no teatro, como Humberto Pedrancini, Hugo
Rodas e Samuel Araújo. Em 2009, foi apresentado o primeiro espetáculo, O Rei da Vela, de Oswald de Andrade.
Desde então, os dez integrantes do grupo de pesquisa
estudaram textos e montaram espetáculos. Em 2010,
montaram O Julgamento do Macaco, uma adaptação do
filme The Monkey Trial, dirigido por Stanley Kramer, em
1960. Em 2011, apresentaram a comédia A Infidelidade ao
Alcance de Todos, do roteirista Lauro César Muniz. No ano
passado, o grupo lançou seu mais recente trabalho: a peça
O Silêncio, vista por 6 mil pessoas em uma temporada que
durou três meses.
Durante esses cinco anos, o Grupo de Pesquisa Cênica
do Sesc-DF levou seus espetáculos às regiões administrativas do DF e também para outras unidades da Federação,
como Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Sul e Goiás.
“Nosso objetivo é atingir o maior número de espectadores
possível para democratizar o acesso ao teatro, além de
fomentar a pesquisa cênica e a criação”, explica Torquato.
Neste ano, haverá uma turnê, e os atores se apresentarão
em Campo Grande, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
//O grupo
Formado por profissionais que se destacaram
nos Prêmios Sesc de Teatro Candango, o Grupo de
Pesquisa Cênica do Sesc-DF tem em sua formação
atores, diretores e técnicos. No grupo, existe grande
rotatividade, uma vez que geralmente se forma pelo
elenco dos espetáculos em pauta. Nos últimos dois
anos, os mesmos nomes aparecem: Humberto Pedrancini, Samuel Araújo, Tatiana Bittar, Alaor Rosa,
Reinaldo Vieira, Kamala Remers, Roustang Carrilho,
Léo Paiva, Tomás Seferin, Georgia Rafaela, Guto Viscardia e Rogero Torquato. No período de montagem,
todos se reúnem três vezes por semana, no Teatro
Sesc Garagem, durante quatro horas.
//Teatro Sesc Garagem
713/913 Sul
(61) 3445.4415
@sescdf
/sescdistritofederal
29
GASTRONOMIX
Por Rodrigo Caetano
Felicidade
máxima
Da Espanha para a Itália. O antigo bar
de
tapas Barcelona deu lugar à cantina
Sanfelice, com 90 lugares. É
É
literalmente uma cantina, com com toalhas
quadriculadas vermelhas, fitas penduradas
no
teto, balcão com frios e, é claro, um rol extenso
de massas e molhos servidos em porções individuais e
família (que servem de dois a três adultos).
No balcão do térreo, um bufê de antepastos a R$
79 o quilo. A cantina oferece ainda entradas como
o cappelletti in brodo, R$ 12 (individual) ou R$ 33
(família), e a polenta frita, R$ 15 (família). De prato
principal, as massas: espaguete, fettuccine ou tagliatelle
R$ 15 (individual) ou R$ 25 (família) e o nhoque a R$ 21
(individual) ou R$ 36 (família). De sobremesa, o tradicional clássico tiramisù
(R$ 12), a panna cotta com calda de frutas vermelhas (R$ 10) e os cannoli com
nutella, ricota com damasco e doce de leite (R$ 10).
// Cantina Sanfelice
CLS 206, bloco A, loja 06
(61) 3297.3232
www.sanfelicemassas.com.br
Rodrigo Caetano
Viagens gastronômicas
Quatro endereços imperdíveis de Nova York na atualidade.
Quem der um pulinho por lá não pode perder de jeito nenhum:
The NoMad
thenomadhotel.com
1170, Broadway & 28th Street
212.796.1500
Gramercy Tavern
gramercytavern.com
42, East, 20th Street
212.477.0777
Buvette
ilovebuvette.com
42, Grove Street
212.255.3590
Il Buco Alimentari & Vineria
ilbucovineria.com
53, Great Jones Street
212.837.2622
Ares femininos
O restaurante Ares do Brasil
criou o projeto Noite VSA – Você
e suas Amigas e oferece a
combinação perfeita: espumante
e petiscos para compartilhar
toda terça. Assim, das 19h às
21h, espumante brut, rosé e
30
moscatel da vinícola Santa Augusta
são oferecidos gratuitamente. Foram
criados também nove petiscos,
duas saladas e dois pratos (de R$ 8
a R$ 24), mix de folhas regadas com
vinagrete de melaço, tomate cereja,
cubos de coalho e tangerina (R$ 18)
e arroz cremoso de carne seca e
abóbora (R$ 31).
// Ares do Brasil
SHIS QI 17, Fashion Park,
Lago Sul
(61) 3248.4614
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
http://bloggastronomix.blogspot.com – [email protected] – www.facebook.com/rodrigo.caetano.1840
Rodrigo Caetano
Nova creperia
no Sudoeste
O Sudoeste carece de bons lugares para comer. E, quando aparece algo
novo, todos ficam curiosos. Uma obra – em quase três lojas – movimentou
janeiro e fevereiro na quadra 302. É a creperia Camon, que vai ganhando
forma, com cara de bistrô. O Gastronomix visitou o local e conversou com o
dono do novo estabelecimento, Marcos Birbeire.
Com inspiração norte-america, a decoração conta com estofados de
couro, cadeiras de madeira e espelho nas paredes. Quem comandará a
cozinha é a chef autodidata Ana Beatriz. Serão servidos crepes tradicionais,
e com recheios mais elaborados, como o com curry de camarão. Além
disso, o Camon apostará nos waffles com maple syrup importado e
chocolate belga com especiarias. A maioria das cervejas será importada.
Três lugares para um dia saudável
PÓS-ALMOÇO
ALMOÇO
1
A Tribo
Com um ambiente agradável e
rústico, A Tribo é um restaurante
natural por quilo com fartas opções
de legumes, verduras e folhas. Além
disso, é possível comer salmão,
frango orgânico, peixe e as deliciosas
tortas, como a de shitake. Fique de
olho nos cartazes. Vira e mexe a dona
resolve fazer um jantar indiano.
//105 Norte, bloco B, lojas 52 a 59
(61) 3039.6430
2
Bhumi
Os pratos são muito saboroso
e feitos com produtos orgânicos,
livres de pesticidas, herbicidas,
compostos químicos, hormônios e
antibióticos. Uma sugestão: peça o
espaguete feito de abobrinha com
molho de tomate e, de sobremesa, o
bolo de cenoura com azeite de morando
e sorbet de mamão. Muito refrescante!
//113 Sul, bloco C, loja 33
(61) 3345.0046
3
Sorbê
Pioneira nos sabores do
Cerrado, como araticum,
pequi e mangaba, a Sorbê produz
sorvetes artesanais sem gordura
hidrogenada – dando uma leveza
ao produto. Além de opções
diferentes, há ainda sabores
tradicionais ou mais conhecidos,
como tapioca, chocolate e flocos.
//405 Norte, bloco C, loja 41
(61) 3447.4158
Em pílulas...
Ciao – A mega rede de produtos gourmet Eataly desembarca no Brasil, em 2013. Com 15 lojas, entre Itália, Japão
e Estados Unidos (Nova York), o Eataly deve abrir sua primeira loja em Roma, em abril. Depois, será São Paulo.
Mercado – Em 17 de março, no Modelódromo do Ibirapuera (SP), ocorre a Feira Gastronômica das Estações.
O evento vai reunir, pelo menos, 30 cozinheiros e mais 30 produtores, entre hortifrúti orgânicos, queijos do Rio
Grande do Sul e de Minas Gerais, embutidos do interior de São Paulo, cachaças e cervejas artesanais.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
31
capa
Sua excelência, o cliente
//Por Talita Cavalcante
Ele é grande, poderoso e estável. Quem não
quer um cliente assim? Os empresários fazem
de tudo para conquistá-lo, e o Estado retribui
com a durabilidade dos contratos. Mas, como em
qualquer relação, nem tudo é só maravilha
Qualquer relação comercial é regida por contratos e regras. Ao negociar
com a administração pública,
porém, empresários precisam
seguir as exigências previstas na
Lei de Licitações, a 8.666/93. Tomando por base o preceito da supremacia do interesse público, a norma
dita os passos dos processos comerciais
com o Estado. Todos querem. Para conseguir esse cliente, é preciso passar por
uma concorrência grande, cumprir todas as
exigências legais e ainda garantir a qualidade do
produto ou do serviço. Mas será que existe equilíbrio nessa relação?
A Agenda Organização e Promoção de Eventos
presta serviço há 14 anos ao Estado. A proprietária,
Maria Auxiliadora Montandon, o considera um dos
melhores clientes. O fato de o governo federal trabalhar
com um calendário de eventos anuais previamente fechado
facilita o planejamento das empresas. “Se a gente ganha um
pregão como esse, teremos evento o ano inteiro. São contratos
de milhões”, diz. É ótimo, mas o processo de contratação é penoso.
Para ela, o modo menor preço, no entanto, compromete a qualidade
do trabalho. O Ministério do Planejamento justifica, porém, que o menor preço não é uma regra e que são considerados valores de mercado
nas licitações.
Ela considera a administração federal uma boa pagadora, mas faz uma
ressalva: já teve problemas para receber por um serviço prestado ao governo
local há cerca de cinco anos. “Esperei, uma vez, quatro meses para receber.”
32
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
Fotos: Luana Lleras
Irenaldo Pereira Lima,
vice-presidente do Grupo
Soberana, diz que servir
ao Estado é como ter uma
carta de fiança no mercado.
//Eficiência traz eficiência
A RCAM Tecnologia presta serviço há 20 anos à administração
pública. É responsável pelo serviço
de manutenção em tecnologia da
informação em cinco órgãos federais e dois locais. “Mantemos
poucos contratos com a iniciativa
privada. Pelo próprio perfil de Brasília, marcado pelo funcionalismo
público, quem mais contrata conosco é mesmo o governo”, explica
o presidente da RCAM, Charles
Dickens. “Focamos nossa forma de
funcionamento de acordo com as
suas necessidades”, destaca.
Segundo ele, a administração
pública tem primado cada vez mais
pela eficiência, o que tem exigido
mais excelência do serviço prestado
pelas terceirizadas. “E isso é muito
positivo”, resume. Mesmo a inadimplência não sendo um problema, a
RCAM se mantém alerta. “Trabalhamos com fluxo de caixa para eventuais atrasos que ocorrem devido ao
tamanho da máquina pública. Mas
não chega a ser um problema”, conta. Segundo ele, há dez anos os atrasos eram uma situação frequente
até mesmo na administração direta.
“Mesmo o empresário sendo um
pouco refém da administração, acho
que essa relação está certa”, diz.
“Mas, se o pagamento dos meus
contratos atrasarem 90 dias, não
consigo manter a empresa. Não há
caixa para isso”, pondera Dickens.
No ramo de vigilância e segurança há 18 anos, o Grupo Soberana
presta serviço a quatro instituições
públicas – uma do governo do DF
e três da administração indireta. O
vice-presidente da Soberana, Irenaldo Pereira Lima, cita os atrasos
revista FECOMÉRCIO | março 2013
nos pagamentos como os maiores
problemas e diz que a relação é extremamente desigual. “Temos 32 filiadas. Na virada de 2012 para 2013,
todas essas empresas estavam com
problema de inadimplência.”
Segundo ele, que já precisou
recorrer à Justiça para receber pagamento, o planejamento de gestão
feito pelas empresas fica comprometido. “Fazemos todas as previsões anualmente para não recorrer
aos bancos em busca de capital de
giro e para não prejudicar os funcionários, mas a administração não
cumpre o acordado e sempre atrasa
o pagamento”. Isso causa um efeito
dominó, diz.
Para manter o Estado como
cliente, o empresário deve providen-
ciar uma série de documentos que
comprovem a idoneidade do estabelecimento. Em relação ao governo
federal, por exemplo, ele precisa
atestar a saúde financeira e a situação legal da empresa perante a Receita Federal, o Instituto Nacional do
Seguro Social e o Tribunal Superior
do Trabalho. Para contratar com o
governo do DF, ele deve apresentar
ainda certidões negativas do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço dos
funcionários e de tributos estaduais,
além de mais alguns documentos.
“Cada documento desse tem um
prazo de validade. Se a administração atrasa, vence tudo. Aí tenho que
começar do zero”, explica Lima. Ele
conta que, por isso, prefere negociar
com clientes privados. “Todo dia 1º
33
A demora na votacão do
orçamento da União pode
afetar as terceirizadas,
alerta Antônio Rabello,
presidente do Grupo Ágil
Serviços Especiais.
do mês é sagrado. O pagamento
sempre está no banco. Com a administração, a gente tem muito mais
obrigações do que direitos.
O empresário critica também o
modo de contratação de serviços de
segurança e vigilância por meio de
pregão eletrônico. “A administração
contrata mais pelo menor preço.
Como gasto R$ 2,6 mil por um vigilante e cobro R$ 2 mil do poder
público? Isso é inexequível. Quem
contrata mal acaba pagando duas
vezes, porque essa empresa não vai
dar conta de prestar o serviço. No
modelo de pregão presencial, podemos tirar dúvidas e questionar casos
como esse na hora.”
A Secretaria de Planejamento
do Distrito Federal disse que passará a usar com mais frequência o
pregão presencial para aquisição
de serviços. A intenção, segundo
o secretário de Estado de Planejamento e Orçamento do Distrito
Federal, Luiz Paulo Barreto, é a de
promover esses pregões com transmissão ao vivo pela internet. Isso já
deve ser inaugurado em licitações
próximas como vigilância e limpeza.
“A transparência deve sempre ser
incentivada nas licitações. Isso será
feito”, garante, sem precisar a data
de implementação do programa.
O Ministério do Planejamento,
34
por meio da assessoria de comunicação, informou que, no caso das
empresas fornecedoras de serviços
de limpeza, o pregão eletrônico tem
se mostrado uma ferramenta útil e
eficiente de contratação.
O lado bom de atuar como terceirizada, segundo o vice-presidente
da Soberana, é que, ao comprovar a
capacidade técnica perante a administração, isso conta positivamente
para o currículo da empresa. “Quando vou negociar com outro órgão ou
alguma empresa privada e mostro
que já prestei tantos anos de serviço
para a administração, isso facilita a
negociação. É como se fosse uma
espécie de carta de fiança para conseguir outro serviço.”
//Problemas de orçamento
Na área de serviços gerais e
de vigilância há 18 anos, o Grupo
Ágil Serviços Especiais mantém
contrato com 50 órgãos federais,
principalmente de limpeza e conservação. O presidente da empresa,
Antônio Rabello, conta que geralmente questões orçamentárias
passam certa insegurança ao empresariado. “Ficamos inseguros
em relação a uma eventual inadimplência [da administração]. Veja aí
o Orçamento da União que fechou
2012 sem ser votado.”
Mesmo considerando a administração pública um excelente
cliente, ele diz que o empresário fica
fragilizado na relação. “Órgãos que
dependem de repasses da União,
que não têm orçamento próprio, são
mais suscetíveis a atraso nos pagamentos. A inadimplência é recorrente no caso de alguns clientes”, explica. Há casos em que Rabello prefere
nem competir porque a instituição
não é boa pagadora. “Temos de 5%
a 8% do faturamento das empresas
sendo comprometidos de alguma
forma pela inadimplência.”
Ele pondera que, mesmo havendo inadimplência, a situação tem
melhorado e diz que o problema é
localizado na administração indireta, justamente pela dependência
orçamentária da União. Ele destaca
os altos valores dos contratos como
pontos positivos em atuar como terceirizada. “Como em Brasília quase
não temos indústria, temos que nos
adequar às regras da administração
e os valores contratados são maiores do que os negociados na iniciativa privada.”
//Alternativa para evitar atrasos
Em trâmite na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, o
Projeto de Lei (PL) 4.302/2012 pode
modificar a relação das empresas
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
terceirizadas com o Poder Público.
Pelo texto, que altera o artigo 78
da Lei 8.666/93, diante de qualquer
atraso, elas poderão suspender o
contrato e os serviços prestados à
administração. Atualmente, isso só
pode ocorrer depois de 90 dias.
O autor do projeto, deputado
federal Laércio Oliveira (PR-SE),
explica que a proposta tem duas
finalidades: suspender o contrato,
qualquer que seja o atraso, e mostrar o correto entendimento da lei,
para que o serviço seja executado
de acordo com preços de mercado.
“As empresas já embutem, no valor
cobrado, uma correção, prevendo
o atraso. O governo acaba pagando
mais caro.”
Para ele, a proposta pretende
combater esses atrasos constantes. “O gestor já carrega consigo a
ideia do atraso em 90 dias no pagamento pelo serviço prestado. Isso
virou um vício”, destaca. Segundo
ele, o descumprimento dos limites
orçamentários é um dos principais
motivos que levam à demora na
quitação dos serviços prestados.
O projeto pode ajudar ainda a
resolver eventuais atrasos no pagamento de funcionários de empresas
terceirizadas, de acordo com o autor da matéria. “A empresa, muitas
vezes, deixa de pagar seus funcio-
nários, porque a administração não
repassou o pagamento do serviço
prestado. A cada dez casos desse
tipo, nove são causados porque
quem contratou não honrou o que
foi assinado.”
O coordenador de Direito Comercial nos Programas de Mestrado e Doutorado da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), professor Fábio Ulhoa
Coelho, considera prejudicial o
Inciso XV do artigo 78 da Lei de Licitações que prevê a suspensão do
serviço apenas depois de 90 dias
de atraso. “O PL 4.302 vai impedir
que o poder público possa atrasar
o pagamento de valores devidos às
empresas, sem que elas possam
se defender. É uma lei para resolver
uma questão bastante pontual e
específica, melhorando a relação
contratual entre empresas e poder
público”, explica.
A medida, segundo ele, é favorável a todos os lados envolvidos
na negociação. “Hoje, como os empresários sabem que a lei autoriza
o atraso nos pagamentos, por até
três meses, eles já embutem nos
valores apresentados na licitação
um sobrepreço, exatamente para
cobrir o custo financeiro decorrente
desse atraso. Assim, uma regra que
aparentemente visava proteger os
interesses públicos, na verdade,
acaba prejudicando-os.”
A ideia, de acordo com Fábio
Ulhoa, é também tentar equilibrar a
relação. “A empresa passará a ter,
perante o poder público, o mesmo
direito que hoje tem perante os particulares privados. Se um lado não
cumpre o contrato, o outro não está
obrigado a cumprir também.”
Uma das principais finalidades
do projeto de lei, porém, é também
impedir casos de corrupção. “Como
a lei hoje autoriza o poder público
a atrasar os pagamentos por até
90 dias, isso permite que alguns
funcionários menos escrupulosos
possam ‘vender a facilidade’ de
providenciar o pagamento no vencimento da dívida. É uma brecha na
lei de hoje que pode ser facilmente
fechada”, explica o professor.
O professor destaca que a mudança pretendida com o PL 4.302 não
desrespeita o princípio da supremacia do interesse público, que deve ser
destacado na Lei 8.666/93. “Isso porque a mudança não autoriza a empresa a rescindir o contrato em razão
de atrasos do poder público. Mesmo
nesses casos, a empresa contratante
só poderá suspender o cumprimento
de suas obrigações, mas continuará
vinculada ao contrato, porque ele não
será rescindido.”
Vencer um pregão significa
trabalho garantido por um
ano inteiro para a empresária
Maria Auxiliadora Montandon,
dona da Agenda Organização e
Promocão de Eventos.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
35
internet
Conforto
perigoso
// Por Ana Carolina Freitas
Empresários
são prejudicados
pelos atrasos
de pagamentos
de promoções
hospedadas em
sites de compras
coletivas
36
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
O
boom do mercado de
compras coletivas encheu os olhos dos comerciantes, que viram nessa
modalidade de vendas uma estratégia de divulgação de produtos e de comercialização em
grande escala. O consumidor
respondeu às expectativas dos
anunciantes e a cada dia cresce
o número de adeptos aos cupons
de desconto. Em 2010, o mercado de compras coletivas estava
engatinhando no Brasil – o primeiro site do gênero foi criado no
País em março daquele ano – e o
faturamento anual ficou em R$
240 milhões, segundo projeções
do Info SaveMe. Em 2011, o setor
registrou crescimento de 644%
e faturou R$ 1,5 bilhão, segundo
dados do instituto – uma diferença de mais de R$ 1,3 bilhão.
Já em 2012, apenas no primeiro
semestre o lucro do setor foi de
R$ 750 milhões, com mais de R$
19 milhões de cupons vendidos
em todo o País.
Todavia, o que aparentemente
serviria como uma importante
ferramenta de desenvolvimento
do negócio, para alguns resultou em transtornos e perda de
dinheiro. Com a difusão das promoções, aumentou também a incidência de quebras contratuais,
o que tem resultado em prejuízo
para alguns empresários do
Distrito Federal. O que ocorre em
alguns casos é que, enquanto o
site vende a promoção, o empresário não recebe o valor acordado e ainda fica com a obrigação
de atender aos clientes que já
revista FECOMÉRCIO | março 2013
adquiriram o produto. O resultado para alguns chega a milhares
de reais em prejuízo e até a falência, em casos extremos.
Uma empresária do ramo
de estética, que preferiu não se
identificar, há seis meses fechou
uma parceria com o site de compras coletivas do Rio de Janeiro.
Apesar de já ter firmado contrato
com outras empresas do ramo,
desta vez a comerciante não foi
cautelosa e estabeleceu apenas
um contrato verbal e as negociações foram feitas todas por
e-mail. Até agora, o site não repassou nenhum valor à clínica e,
segundo a proprietária, cerca de
300 cupons já foram vendidos. “O
consumidor exige ser atendido,
pois investiu na promoção e quer
receber o serviço. Eu prefiro ser
ética e trato todos os meus clientes de forma igual, mas tive um
prejuízo grande”, conta. O site
deve para a empresária cerca
de R$ 10 mil e o montante gasto
para atender a clientela oriunda
da promoção já ultrapassou R$
20 mil. Segundo ela, por várias
vezes tentou junto ao site o cancelamento da promoção e a retirada do anúncio do ar, mas sem
sucesso. Ela tinha duas lojas, mas
foi obrigada a fechar uma delas em
fevereiro por não ter mais condições
de arcar com os os dois estabelecimentos. Nunca mais faço negócio
com nenhum site deste tipo, prefiro
repassar diretamente aos clientes
minhas próprias promoções, divulgando-as com panfletagem”,
//Decisão judicial
Em 14 de fevereiro, a Justiça do Rio de Janeiro
determinou que três sites de compras coletivas
retirassem de suas páginas todas as cláusulas contratuais que os isentavam de responsabilidade em
caso de prejuízo ao cliente. A juíza da 3ª Vara Empresarial do TJRJ, Joana Cortes, estipulou um prazo
de dez dias para os sites se adequarem, sob pena de
multa de R$ 50 mil.
37
afirma. A empresária disse ainda
que desde fevereiro não recebe nenhum retorno da direção
do site e que já está descrente
quanto a uma possível negociação. “O caminho será acionar a
justiça para reaver meu dinheiro”, desabafa.
Duas irmãs, sócias de uma
clínica no Sudoeste, afirmam
também terem sido lesadas pelo
mesmo site carioca. Em mais
de nove meses de promoção, só
receberam até agora metade do
valor acordado e contam que tentam diariamente um contato com
o site, mas sempre são ignoradas.
“Fui atrás de todos os empresários de Brasília que firmaram
parceria com eles e descobri que
muitos não receberam nada. Agora, estamos tentando alertar outros comerciantes a não fecharem
nenhuma promoção com eles”,
afirma. O prejuízo para as empresárias soma mais de R$ 15 mil e
mesmo após o fim da promoção
ainda há pessoas sendo atendidas com os cupons. “É o nome da
minha empresa que está em jogo.
Não posso simplesmente ignorar
os clientes e não atendê-los por
negligência do site. Não tenho saída e o melhor a fazer é encarar a
realidade e aprender com a experiência. Compras coletivas nunca
mais”, disse.
//Proteja-se
Especialistas afirmam que,
para evitar situações desgastantes, o empresário deve estar
amparado por uma relação estabelecida por um contrato, para
assegurá-los em caso de quebra
de cláusulas, já que a lei que
rege o negócio é o limite do que
foi acordado e assinado.
O presidente da Comissão de
38
Assuntos Tributários da Ordem
dos Advogados do Brasil – Seccional do DF, Jacques Veloso,
aconselha os comerciantes a investigarem com quem o negócio
está sendo estabelecido antes
de firmar qualquer parceria, o
que evitará muitos transtornos.
“O histórico da empresa é o que
definirá se vale a pena ou não se
unir a ela”. Veloso acrescenta
que a segurança do negócio está
no contrato assinado pelas duas
partes, o que servirá também
como prova judicial. Outra dica
do advogado é que se estabeleça o período de validade da
promoção e do uso do cupom, o
que evita que o prejuízo seja perpetuado por um longo tempo. “É
muito importante ter tudo isso
por escrito para evitar desgastes
e se proteger. O meu conselho é
que o comerciante fuja da informalidade da negociação, em que
as regras são estabelecidas apenas oralmente”, explica. Veloso
alerta ainda para a importância
de se ter clareza em relação ao
site contratado e saber qual a
sede da empresa e os responsáveis pela página na internet.
“Muitos negócios virtuais são
camuflados e fica difícil depois
localizar os responsáveis. Por
isso, o crescimento de casos de
estelionato na web. É preciso
muita cautela”, alerta.
Em casos de negligência por
parte do site, Veloso afirma que
a saída é sempre buscar a justiça para a reparação dos danos.
“Para as empresas de pequeno
porte, o ideal é procurar o Juizado Especial, que é muito menos
burocrático e mais célere. Ser
instruído por um bom advogado
também é essencial para saber
quais são os reais direitos que
estão em questão”, aconselha.
//Sem resposta
A reportagem da Revista Fecomércio tentou contato
com o site Clicaê para que pudesse dar sua versão
com relação aos problemas enfrentados pelas instituições no que diz respeito a manter em dia o pagamento. Até o fechamento desta edição, porém, o
Clicaê não havia se manifestado sobre as denúncias.
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
//caso de sucesso
Rumo à
Alemanha
//Por Sílvia Melo
Depois de conquistar medalha de ouro na Olimpíada do
Conhecimento, aluna do Senac participará de competição mundial
A
os 21 anos, a estudante Jéssyca dos
Santos Cardoso Pacheco tem uma
grande responsabilidade: representar
o Brasil na ocupação técnico em enfermagem,
durante o WorldSkills Competition. O torneio
mundial será em julho, na cidade de Leipzig,
Alemanha. Estima-se que 1 mil competidores,
de 60 países, serão avaliados em 44 ocupações
dos setores do comércio e da indústria durante
quatro dias de provas.
Para conquistar uma vaga nessa disputada
competição internacional, Jéssyca Cardoso ganhou medalha de ouro na Olimpíada do Conhecimento, uma competição bienal de educação
profissional, organizada pelo Senai, em que estudantes de cursos técnicos e de aprendizagem
profissional do Senai e do Senac de todo o País
mostram as habilidades pessoais e os conhecimentos técnicos exigidos para o desempenho de atividades
na indústria e nos setores de comércio e de serviços. A competição foi realizada em novembro de 2012, em São Paulo, e
contou com a participação de 640 competidores que disputaram entre 54 ocupações profissionais.
Em janeiro de 2013, ela participou da seletiva final, quando competiu com os alunos classificados em segundo lugar,
na ocupação de técnico em enfermagem da Olimpíada do
Conhecimento. As provas ocorreram nos dias 15 e 16 de janeiro, na Bahia, nas unidades do Senac Aquibadã e Casa do
Comércio. Mais uma vez Jéssyca ficou em primeiro lugar.
A estudante nasceu no Rio de Janeiro e mudou-se para
Brasília ainda criança. Reconhecida pela desenvoltura na
fala, empenho técnico e zelo com os pacientes, ela afirma
que a vitória foi construída com muito esforço. “Desgastes
físico e emocional fizeram parte.”
Quando decidiu fazer o curso técnico em enfermagem,
era uma área totalmente desconhecida. “Na verdade, eu
escolhi esse curso um pouco sem saber do que se tratava
e depois de cursá-lo descobri um novo mundo que me encantou”, afirma. Depois de se formar, ela pretende colocar
em prática o que aprendeu nas aulas, levando aos pacientes
uma assistência humanizada. “Levar conforto e segurança
revista FECOMÉRCIO | março 2013
Luana Lleras
Jéssyca Pacheco se destacou entre 640 competidores.
para cada paciente é o nosso lema e eu vou adotar isso no
hospital”, afirma.
Mãe de uma menina de dois anos, ela diz que o maior
sacrifício que fez para competir foi deixar a filha por algumas horas do dia para se dedicar aos estudos. “Minha única
preocupação foi o cuidado com a minha filha, pois na época
ela estava com nove meses e ficava comigo em casa o dia
todo, já que eu estudava à noite”, relembra.
Para a competição na Alemanha, Jéssyca espera um
resultado tão bom ou melhor que o já conquistado na Olimpíada, quando participou em dupla com uma das colegas
de curso. “Creio que surpreendemos muita gente, pois foi
a primeira vez que o DF participou, a primeira vez do técnico em enfermagem também, e a meta era ganhar muita
experiência e obter um bom resultado na prova”, conta. Entretanto, ganharam o primeiro lugar, um troféu de melhor
dupla técnicas em enfermagem do Brasil e um troféu de
melhor dupla de competidoras do Distrito Federal.
@senacdf
/senacdistritofederal
39
educação
Mais investimento
Auxílio para famílias de baixa renda, o Cartão Material Escolar será
distribuído para 130 mil alunos de escolas públicas do Distrito Federal.
Papelarias comemoram
A
lunos de baixa renda do ensino fundamental e médio de escolas públicas do Distrito Federal terão uma ajuda para adquirir
o material escolar em papelarias da cidade. A partir deste ano,
os beneficiários do auxílio Bolsa Família terão direito ao Cartão
Material Escolar (CME), programa inédito de iniciativa do governo do Distrito Federal, realizado por meio das secretarias de Educação e da Micro e
Pequena Empresa e Economia Solidária. O investimento da Secretaria de
Educação foi de R$ 36 milhões, e a previsão é beneficiar 130 mil alunos.
O CME promoverá a cidadania e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas locais, já que o material deverá ser comprado em papelarias previamente cadastradas. Esse programa do governo do DF é piloto
em todo o Brasil e será uma oportunidade de as famílias escolherem o
material dos filhos direto nas papelarias credenciadas. “Além disso, a iniciativa vai fomentar a atividade comercial das micro e pequenas empresas,
trazendo benefícios como a arrecadação fiscal e a criação de emprego”,
afirma Denilson Bento da Costa, secretário de Educação do DF.
40
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
O valor a ser creditado no cartão de cada beneficiado varia de
acordo com a quantidade de filhos
matriculados e com a modalidade
de ensino. Cada aluno matriculado
no ensino fundamental, do 1º ao
5º ano, terá direito a crédito de R$
323, e os matriculados do 6º ao 9º
ano terão crédito de R$ 228. Para
os alunos do ensino médio, o valor
será de R$ 202. O Banco Regional
de Brasília é a instituição responsável pela distribuição dos cartões
às famílias. Vale lembrar que o
cartão tem duração de 90 dias a
partir do recebimento nas agências bancárias. Caso o crédito não
seja utilizado totalmente nesse período, o cartão será bloqueado e o
valor disponível voltará para a Secretaria de Educação.
Para receber o cartão, as famílias não precisarão preencher
nenhum tipo de formulário. Elas
serão selecionadas automaticamente de acordo com o cadastro
do Programa Bolsa Família. Segundo a Secretaria de Educação, é
possível saber quem são os beneficiados do programa que têm filhos
em escolas públicas do Distrito
Federal. Essas famílias receberão
um comunicado, informando sobre
o benefício e em qual agência do
BRB poderão buscar o cartão.
Ana Paula Maria da Silva, de 31
anos, mãe de duas crianças, de 3 e
12 anos, apoia a iniciativa, pois recebe R$ 32 de auxílio Bolsa Família
por cada filho. A casa é sustentada
com os bicos que o marido faz de
pedreiro. Moradora do Condomínio Pôr do Sol, em Ceilândia, ela
revista FECOMÉRCIO | março 2013
conta que, para comprar o material do filho mais velho, tem que
reduzir os gastos e sempre divide
o valor, pois não consegue pagar à
vista. No próximo ano, o mais novo
entrará para a escola e a despesa
com certeza aumentará. “Fico feliz com essa iniciativa porque vai
ajudar bastante quem não tem de
onde tirar dinheiro para comprar
cadernos, lápis, mochila, entre outros itens”, afirma.
Beneficiária do Bolsa Família
e mãe de quatro filhos com idades
que variam entre 4 e 16 anos, Maria das Dores Alves de Souza não
sabia que teria direito ao cartão e
afirma que já comprou o material
escolar dos três filhos.
Para Tatiany Alves de Lima, 16
anos, filha mais velha de Maria das
Dores, mesmo a mãe tendo comprado o material escolar, o cartão
será bem-vindo. Cursando o 2º
ano do Ensino Médio, ela sabe da
dificuldade da mãe para comprar
tudo para os três filhos e ainda ter
que satisfazer a todos. “O cartão
vai servir para comprar um fichário que eu queria e minha mãe
não comprou. Também penso em
adquirir outras coisas, como uma
mochila ou uma bolsa bem fashion
que vi em uma loja. Só não sei se
encontrarei o mesmo modelo em
uma papelaria”, destaca.
R$ 36
milhões
foi o investimento
que a Secretaria
de Educação do DF
precisou fazer para
viabilizar o programa.
//Papelarias
O Cartão Material Escolar só
poderá ser utilizado em papelarias
credenciadas. No fim de janeiro,
foi aberto o processo seletivo de
papelarias e afins, sediadas no
41
Distrito Federal, para formar uma
rede, visando ao fornecimento de
material escolar por meio do cartão. Até 7 de fevereiro, 240 papelarias haviam se cadastrado no site
da Secretaria de Educação. Desse
total, 116 já estavam selecionadas,
pois não apresentaram nenhuma
pendência documental.
O resultado final, com a divulgação dos nomes de todas as papelarias credenciadas, foi publicado no site da Secretaria em 18
de fevereiro. “Esperamos um aumento significativo nas vendas de
material escolar, com faturamento
em torno de 34 milhões, caso os titulares dos cartões utilizem todo o
crédito recebimento”, afirma José
Aparecido da Costa Freire, presidente do Sindicato do Comércio
Varejista de Material de Escritório,
Papelaria e Livraria (Sindipel-DF).
Uma das credenciadas para
participar foi a papelaria Suellen,
que está em Planaltina há 21 anos.
De acordo com a gerente do empreendimento, Suellen Albuquerque da Ponte, existe uma expec42
tativa muito grande no aumento
das vendas depois que o cartão
for liberado para os pais ou responsáveis pelos alunos. “Como as
aulas iniciaram em 14 de fevereiro
e o cartão estava previsto para ser
entregue no dia 25, os pais beneficiados estão comprando o material escolar e deixando um cheque
como garantia. Quando receberem
o cartão, poderão trocar o cheque
pelo valor do cartão”, explica. Ela
destaca que alguns preferem comprar só depois de receber o cartão.
“De qualquer forma, estamos facilitando o pagamento para que todos tenham o material quando as
aulas iniciarem”, afirma.
//Fundamentação legal
As normas para a utilização
do Cartão Material Escolar foram
instituídas pela Portaria Conjunta
n° 1, de 25 de janeiro de 2013, da
Secretaria de Estado de Educação
e Secretaria de Estado da Micro
e Pequena Empresa e Economia
Solidária do Distrito Federal, baseadas nas atribuições conferidas
a essas secretarias por meio do
item III do parágrafo único do artigo 105 da Lei Orgânica do Distrito Federal, e em atendimento ao
disposto no artigo 208, inciso VII
da Constituição Federal, que preceitua como forma de efetivação
do dever do Estado com a educação, a garantia de atendimento ao
educando por meio dos programas suplementares de material
didático-escolar, reafirmado pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – Lei nº
9.394/1996, em seu artigo 4º
inciso VIII, e pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente –
ECA – Lei nº 8.069/1990, artigo
54, inciso VII.
A Lei 4.611/2011, posteriormente alterada pela Lei nº
4.692/2011, regulamentou, no
âmbito do Distrito Federal, o tratamento favorecido, diferenciado
e simplificado para microempresas, empresas de pequeno porte
e empreendedores individuais no
que se refere às compras governamentais do Distrito Federal, assim
como trata a Lei Complementar
Federal nº 123/06, Lei Complementar nº 127/2007 e Lei Complementar nº 128/08. Por esse motivo,
as empresas credenciadas para
o recebimento do Cartão Material
Escolar participaram da Chamada Pública Conjunta Nº 01/2013 –
SE-DF E SEMPES-DF.
Foram credenciadas as empresas do ramo de papelaria e afins,
sediadas e registradas no Cadastro
Fiscal do Distrito Federal (CF-DF),
com mais de um ano de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
(CNPJ), tendo reconhecida capacidade operacional e apresentado todos os documentos exigidos. Essa
ação teve por objetivo atingir e agir
de forma segmentada, prestigiando
e fomentando empresas instaladas
em todas as Regiões Administrativas do Distrito Federal.
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
revista FECOMÉRCIO | março 2013
43
//gente
Fotos: Luana Lleras
Um apaixonado
por carros //Por Luciana Corrêa
Roberto Nasser
Curador do extinto Museu
do Automóvel de Brasília
Há 40 anos, o advogado carioca
Roberto Nasser se apaixonou por carros antigos. “Acabei me envolvendo,
me tornei membro de clubes e fui cofundador do Clube de Carros Antigos.
Descobri que é mais que um artefato
mecânico, é história e cultura de um
país”, explica. Sua dedicação o fez
criar e ser presidente da Federação
Brasileira de Veículos Antigos. Nasser
começou a pensar no projeto de um
museu com a história automobilística
do Brasil. Em 1997, conseguiu um
prédio para começar o Museu do
Automóvel de Brasília e somente em
2004 abriu as portas para visitação.
Agora Nasser precisa encontrar
outro lugar para expor os veículos.
O prédio foi doado ao Ministério dos
Transportes e ele precisa ser desocupado. “Meu coração fica pequeno com
essa situação”, lamenta. No entanto,
reconhece que o mais correto seria
fechar as portas e reabrir o museu
em outro endereço. “Mas me dei um
prazo para essa luta, vou batalhar pelo
espaço até dia 9 de julho, data do meu
aniversário. Depois disso, fecharei as
portas”, lamenta. Além dos carros, o
museu abriga uma biblioteca com 8
mil livros e 10 mil revistas e documentos nacionais e internacionais. Para
ajudar na garantia de um espaço, no
site (www.museudoautomovel.org.br)
está aberta uma petição pública, com
cerca de 8 mil assinaturas.
Contra o sistema,
em favor das mulheres
“As pessoas não querem esmola;
querem respeito, cidadania e trabalho.” É com base nesse ideal que a
economista e mestre em administração Gilda Cabral luta para mudar o
mundo. Ativista política que atuou nos
movimentos estudantis, Gilda conta
que, na época da regime militar, queria trabalhar no serviço público por
acreditar que estar dentro do sistema
seria mais fácil realizar mudanças em
favor das mulheres. “Quis lutar pelo
meu ideal e combater a ditadura dentro do próprio Estado”, conta.
Sua luta feminista só estava começando. Em 1985, Gilda trabalhava
no Conselho Nacional dos Direitos
da Mulher e atuava pela modificação
44
da Constituição Brasileira a favor da
mulher. Na época, com mais cinco
colegas de trabalho, criou o Centro
Feminista de Estudos e Assessoria
(Cfemea). “É uma ONG e a nossa
atuação é no monitoramento do
legislativo, do uso do orçamento federal no plano nacional de políticas
para mulheres.”
Gilda analisa que o Brasil teve o
maior avanço legal do mundo, mas
que ainda há atrasos. “A proibição do
aborto é um deles”. Gilda nasceu em
Fortaleza (CE) e veio para Brasília
em 1973. Aqui formou sua família:
tem quatro filhos e três netos. “Eu
sou mãezona, sempre que posso,
estou com eles”.
Gilda Cabral
Fundadora do Cfemea
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
Linguagem
universal
Dolores Tomé
Apesar de ter nascido em Minas
Gerais, Dolores Tomé diz que é brasiliense. Veio para a capital em janeiro
de 1960, é viúva, mãe de duas mulheres e sua vida é dedicada à música e
às pessoas com deficiência visual.
Dolores é flautista licenciada em
Educação Musical pela UnB, mestre
em Musicografia Braille pela Universidade Internacional de Lisboa, em
Portugal, e foi coordenadora de Musicografia Braille da Escola de Música
de Brasília.
A paixão pela arte e pela linguagem em braille vem de sua criação.
Filha do conhecido músico cego
João Tomé, um dos criadores do
Clube do Choro de Brasília, Dolores
aprendeu as primeiras lições ainda
pequena. Em 1984, descobriu sua
vocação para ensinar.
Dolores criou o sistema musibraille para cegos e sua dedicação
à carreira a fez conhecida em todo o
País. Hoje, busca apoio para montar
um curso de música a distância para
as pessoas com deficiência visual.
“Música é universal, o que muda é a
linguagem que é passada. A comunicação é igual. Muitos professores
de música, na hora de ensinar a teoria e fazer exercícios, esbarram no
desconhecido, e o curso os ajudaria
nesse processo”, explica.
Flautista e professora de música
//Sua excelência, o gerente
O carioca Hélio Ribeiro
Conceição Filho está na cidade há 12 anos e, em 2001, assumiu a superintendência do
primeiro shopping de Brasília,
o Conjunto Nacional. Casado
e pai de três filhos, é formado
em engenharia elétrica e pósgraduado em administração e
marketing.
Como foi assumir a
superintendência de um
shopping?
Estou há 23 anos no varejo e assumir este cargo foi
um enorme desafio, não tanto
pelo varejo ou negócio, mas
principalmente por liderar diretamente 300 colaboradores,
que precisam estar informa-
revista FECOMÉRCIO | março 2013
dos, comunicados e alinhados.
Como chegar à superintendência? Qual sua dica?
Primeiro, realmente gostar
do dinamismo e da objetividade
do varejo, estar antenado com as
rápidas mudanças que acontecem em todos os cenários e ser
estratégico, porém realizando,
fazendo acontecer.
Quais as dificuldades que se encontram no mercado varejista?
Eu diria que não são somente do mercado varejista, mas as
dificuldades são muitas e é preciso estar sempre em busca de
aprimorar o atendimento ao seu
cliente, seja ele qual for, interno
ou externo.
Hélio Ribeiro
Conceição Filho
Superintendente do
Conjunto Nacional
45
Com estes produtos, você e sua
empresa ficam protegidos na web.
CPF Digital
a partir de
R$ 110
- Assinatura Digital
- Acesso a Receita
Federal
- Conectividade Social
para FGTSs
em até
46
3x
sem juros
CNPJ Digital
a partir de
R$ 165
- Realiza transações
bancárias eletrônicas
- Assina documentos
digitais com validade
jurídica
- Acessa o Centro Virtual
de Atendimento ao
Contribuinte
Nota Fiscal Eletrônica
a partir de
R$ 250
- Reduz custos
Emite notas fiscais
eletrônicas com
validade jurídica
- Evita multas por
descumprimento de
obrigações fiscais e
acessórias
(61) 3038 7507 - 3038 7524
[email protected]
WWW.FECOMERCIODF.COM.BR
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
//economia
Dúvidas sobre o
ano que se inicia
C
om o fechamento de várias
séries de dados relevantes
da conjuntura econômica
brasileira para o ano passado, em
que se destaca a continuação do
forte crescimento do comércio
varejista, cabe destacar, em contraste, a queda tanto do investimento como um todo quanto da
produção industrial em particular.
As autoridades da área esperavam
uma reação mais favorável da economia, uma vez reduzida de forma
inédita a taxa Selic; depreciada de
forma expressiva a taxa de câmbio,
hoje ao redor de R$ 2; e uma vez
aplicado o forte impulso fiscal que
vigorou em 2012.
Segundo o IBGE, o volume do
comércio varejista fechou o ano
crescendo 8%, valor muito próximo da média anual observada em
2003-2012. Mas o investimento
agregado pode ter caído ao redor
de 1% no último trimestre de 2012,
configurando-se a sexta queda
trimestral consecutiva. Em consequência, o investimento total teria
diminuído de 4% a 5% em 2012, e
a taxa de investimento agregada
caído algo próximo a um ponto de
percentagem do PIB. Em adição,
a indústria mostrou fraco desempenho – retração de 2,7% em 2012
–, e o PIB deve ter fechado o ano
crescendo algo abaixo de 1%, um
resultado difícil de imaginar no
início de 2012.
A inflação também decepcionou, já que, em que pese a desaceleração do crescimento do PIB,
sua taxa ficou sistematicamente
acima da meta.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
Para 2013, boa parte dos analistas espera, hoje, um crescimento do PIB ao redor de 3%, com
base em alguma recuperação da
indústria, especialmente pelo esgotamento de estoques, e talvez na
esperança de que tenha já ocorrido tempo suficiente para os maiores estímulos de 2012 mostrarem
seus efeitos. Só que ainda é cedo
para se ter uma ideia mais precisa
nessa área. Cabe indagar se o PIB
crescerá algo na vizinhança da
mesma taxa do ano passado, ou se
seu crescimento ficará mais próximo dos 3,5% tidos como a marca
sustentável no momento atual da
economia brasileira.
Ainda que o salário mínimo –
cujo reajuste ficou abaixo do relativo ao ano precedente – não pressione igualmente a inflação dos
serviços neste ano, a perspectiva
de reaquecimento da economia
poderá implicar pressões adicionais sobre o mercado de trabalho.
Só que isso implicará, ao mesmo
tempo, melhores condições para
enfrentar o maior comprometimento das rendas do trabalho com
o serviço das dívidas contraídas
mais recentemente.
O fato é que há certo pessimismo nas previsões, já que várias
tarefas que o governo poderia pôr
em prática para imprimir maior
dinamismo da economia, como as
concessões, ainda não decolaram.
Joel Rodrigues
Raul Velloso
Doutor em Economia pela
Universidade de Yale (EE.UU).
Atualmente, é consultor
econômico em Brasília.
47
//sindicatos
Fotos: Luana Lleras
Renovação
próxima
Felipe de Faria,
presidente do
Sincofarma.
//Por Mariana Fernandes
Sincofarma existe há mais de quatro
décadas, já foi presidida por seis
empresários e se prepara para
mudar o comando em 2014
O
Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma) hoje
tem aproximadamente 1,2 mil associados. Fundado em 23 de agosto de 1970, o Sincofarma é responsável por assessorar drogarias e farmácias do DF, além
de prestar assistência na parte jurídica e contábil e nas
dificuldades encontradas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Nosso sindicato é pioneiro, foi um dos
sindicatos que ajudaram a fundar a Fecomércio”, relembra Felipe de Faria, presidente do Sincofarma. Para que
as demandas sejam cumpridas, o sindicato conta com o
apoio também de três vice-presidentes, 14 diretores, um
48
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
advogado e três funcionários.
Esses 42 anos de trajetória fez do
Sincofarma um segmento heterogêneo, com boas conquistas e vitórias
em muitas de suas lutas. Foram seis
presidentes, entre eles o presidente
da Fecomércio, Adelmir Santana.
Uma das grandes conquistas que
valem ser lembradas e ressaltadas
é a Lei da Conveniência. Essa lei estabelece que drogarias e farmácias
podem vender produtos correlatos,
como leite, farináceos, produtos
para atletas, pilha, light e diet, produtos energéticos, refrigerantes. A
Lei 5.991, que rege o funcionamento
das farmácias, passou então a ter
um parágrafo que determina que os
produtos correlatos serão normatizados pelas unidades da Federação.
“Conseguimos também algum tempo depois mais um complemento
para essa lei, que autoriza a venda
de revistas medicinais, CDs, revistas
esportivas e as voltadas para a saúde”, explica Felipe de Faria.
É necessário entender que o
segmento de drogarias e farmácias é todo normatizado por uma
lei específica, a 5.991, criada em
1973. Desde 1984 existia nesta lei
um artigo que estabelecia que 30%
do número de drogarias existentes
no Distrito Federal eram obrigados
a permanecer de plantão por 24
horas a cada 15 dias. “Nessa época,
tínhamos cerca de 350 farmácias no
DF”, conta Faria. Até o fim de 2012,
essa regra prevaleceu. O Sincofarma
vinha pleiteando junto ao governo
que esse parágrafo fosse revisto e
foi então alterado: agora 10% de far-
mácias e drogarias devem cumprir
esse plantão. “Batalhamos por isso,
pois, além da insegurança existente
por conta de assaltos, não havia
necessidade de tal porcentagem
permanecer de plantão, afinal o número de farmácias aumentou e 10%
atendem bem a população diurna e
noturna”, avalia o presidente. Nos
últimos 25 anos, o número de farmácias cresceu cerca de 200%.
Ainda existem muitos projetos de
lei na Câmara dos Deputados e no
Senado Federal que, segundo o sindicato, penalizam muito o segmento. O objetivo é atuar para moderar
tais projetos e apoiar ao mesmo
tempo os proprietários de farmácia
e os farmacêuticos. “Nossa função é
buscar o melhor entendimento, ouvir, discutir e achar a melhor saída
para ambas as partes. O sindicato é
um negociador”, garante.
Presidente há oito anos do Sindicato do Comércio Varejista de
Produtos Farmacêuticos do Distrito
Federal, Felipe de Faria encerra
seu mandato em 2014. A sucessão
está sendo preparada para que
o segmento continue evoluindo
e alcançando novas lutas. “Nos
preocupamos muito com o futuro
do sindicato, pois queremos que
o nosso trabalho tenha continuidade. É preciso que se tenha uma
conscientização da renovação do
sindicato que será feita na eleição,
para que se formem boas chapas.
Só assim o Sincofarma continuará
no mesmo nível que se encontra
hoje, por isso essa é minha grande
preocupação”, diz.
A partir deste ano apenas
10% das drogarias são
obrigadas a funcionar 24
horas. Uma consquista
da categoria.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
49
instituto fecomércio
Força
jovem
//Por Lucyenne Landim
O IF Estágio ajuda estudantes a entrar no
mercado de trabalho
O
mercado de estágios está se
tornando cada vez mais importante no Brasil. O Instituto
Fecomércio Estágio atua justamente
no intermédio entre o estudante e a
empresa, com um programa voltado
para inserção de estudantes no mercado de trabalho. Assim, se possibilita
que sejam colocadas em prática as
teorias aprendidas em sala de aula.
O Instituto Fecomércio administra
todas as fases do processo de estágio, desde a inscrição do estudante, a
convocação, o encaminhamento e a
contratação até o acompanhamento
do desenvolvimento do estudante durante o trabalho. Assim, se consagrou
uma das cinco maiores agências do
Distrito Federal.
A última pesquisa sobre o setor foi
realizada pelo Instituto Nacional de Es-
tudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), em 2011. Ela mostra
que o Brasil tem mais de 75 milhões de
estudantes nos níveis médio, superior
e também alunos de pós-graduação.
Do total, um milhão são estagiários,
sendo que 74% de nível superior.
Por ano, passam pelo IF cerca de
4 mil estudantes em busca de uma
oportunidade. Destes, 80% conseguem
ingressar em uma das 500 empresas parceiras do IF. A maioria dos
estudantes é de cursos superiores e a
demanda é maior para os de administração, recursos humanos, pedagogia,
educação física e informática, respectivamente. “Em relação às empresas, as
que mais oferecem vagas são academias de ginástica, empresas de tecnologia, clínicas e hospitais, empresas da
área contábil e instituições de ensino”,
Joel Rodrigues
Por ano, passam pelo IF cerca de 4 mil estudantes em busca de oportunidades.
50
diz Regina Malheiros, coordenadora de
integração empresa-escola do IF.
Segundo Regina, atualmente, as
empresas não veem o estagiário apenas como mão de obra barata. Elas
investem o máximo no estudante que
pode até, no futuro, fazer parte do efetivo da empresa. Assim também acontece com o próprio estagiário, que se
empenha cada vez mais para mostrar potencial. A coordenadora explica que essa questão se intensificou
com a Lei n° 11.788, mais conhecida
como Lei do Estágio, instaurada em
2008, que levou empresas e estudantes a olharem o estágio como algo
positivo e a terem uma visão social
da importância da experiência para
o aluno, fator que pode ser decisivo
para a escolha de uma profissão.
“A atividade dá muito orgulho para
os profissionais do IF, que investem
para promover a capacitação dos jovens da melhor maneira possível. Em
2012, o IF teve um salto quantitativo e
qualitativo na inserção dos estudantes
no mercado de trabalho. Isso nos traz
muita satisfação, pois sabemos que
estamos atingindo nossa missão”,
afirma a diretora-executiva do Instituto
Fecomércio, Elizabet Campos, que
ressalta a missão do Instituto em contribuir, por meio do fortalecimento dos
setores de comércio e serviços, para o
desenvolvimento econômico, social e
político do DF.
@if_df
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
reconhecimento
Capacitação
móvel
// Por Fabíola Souza e Sílvia Melo
Senac entrega mais de 900 certificados
em Brazlândia
A
s carretas do Senac Ação
Móvel estão em Brazlândia
desde o início do ano passado para capacitar a comunidade.
Em 7 de fevereiro, 92 certificados
de conclusão dos cursos de merendeira, cabeleireiro e operador de
microcomputador foram entregues
em uma cerimônia realizada no auditório da Administração Regional.
“O Senac sempre estará a favor
da população. E, quando o poder
público quiser trabalhar em parceria
com a gente, o Senac estará pronto
para ajudar”, afirma o diretor regional da instituição, Luiz Otávio da Justa Neves. Em um ano, as carretas já
formaram 900 alunos da cidade.
Além do diretor do Senac-DF,
o evento de entrega de certificados
para os estudantes teve a participação do administrador regional de
Brazlândia, Bolívar Rocha; da diretora social do órgão, Selma Maria da
Silva; e da gerente da Ação Móvel do
Senac-DF, Maria Lucila Lins Lago.
//Cursos
O Senac Ação Móvel oferece também os cursos recepcionista em
meios de hospedagem, libras, cuidador de idoso e organizador de eventos. Essas ações são possíveis graças
a uma parceria entre o Senac-DF,
o governo do DF e a Administração
Regional de Brazlândia. As carretas
ficarão na cidade até o fim do ano.
De acordo com Lucila Lins, de janeiro a março deste ano, a instituição
registrou a matrícula de 400 alunos.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
Joel Rodrigues
Luana Lima recebeu o certificado de conclusão de cruso do administrador de
Brazlândia, Bolívar Rocha, e do diretor do Senac-DF, Luiz Otávio da Justa Neves.
“Todas as turmas que abrimos rapidamente são esgotadas. O índice de
empregabilidade é muito grande”,
afirma Lucila.
Ela destaca que muitos alunos do
curso agente de alimentação escolar
participaram de um concurso público
da prefeitura de Águas Lindas (GO)
e foram todos aprovados. “Já tem
muita gente que foi chamada e está
trabalhando. Para nós é muito gratificante, pois mostra não só a qualidade
dos cursos que oferecemos, mas
principalmente que nossos alunos
estão preparados para o mercado de
trabalho”, destaca a gerente do Senac Ação Móvel.
As turmas ofertadas em Brazlândia fazem parte da programação
trimestral de cursos do Senac-DF.
As próximas estão previstas para
a programação de julho, agosto e
setembro. As aulas são realizadas
nas carretas de Saúde, Turismo e
Hospitalidade, Informática e Imagem
Pessoal e também em três salas de
aulas cedidas pelo Parque de Serviços. Os cursos de meios de hospedagem e camareira são ministrados no
hotel Chácara de Santa Maria.
Todos os cursos oferecidos para
a comunidade de Brazlândia são
gratuitos e realizados por meio do
Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Para se inscrever, basta procurar a Gerência Social na Administração Regional.
//Informações (61) 3313.8877
@senacdf
/senacdistritofederal
51
legislação
Para
acompanhar
//Por Paula Oliveira
Assessoria Legislativa da Fecomércio elege três
assuntos importantes para que o setor produtivo
preste mais atenção, em 2012. Entidade divulga
boletim mensal sobre as tramitações nas Casas
federal e local
Q
uase todos os projetos de
lei que circulam na Câmara Legislativa, na Câmara
dos Deputados e no Senado Federal afetam de alguma maneira o
setor produtivo do País. Este segmento é sensível a tudo e a todos.
Se há uma proposição que resulte
na melhoria da qualidade de vida
ao oferecer lazer para a população
mais desassistida, por exemplo,
isso se reflete na produtividade dos
trabalhadores. Se houver um projeto que dê benefícios para quem
fizer coleta seletiva de lixo, é bom
para o comércio também. Menos
lixo, menos desperdício, menos
dinheiro jogado fora.
Tudo é importante, mas os comerciantes precisam mesmo ficar
de olho naqueles que afetam prin-
52
cipalmente a arrecadação de impostos, a organização territorial e
a burocracia para empreender. Em
2012, o assunto mais importante
que circulava pelos corredores
do Congresso Nacional tratava da
reorganização da distribuição do
Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). A luta era pela eliminação do teto de 20% do recurso
para os segmentos de comércio
de bens, de serviços e turismo. Era
injusta a porcentagem no DF por
se tratar de uma unidade da Federação com a economia baseada no
setor de serviços. Faltava dinheiro
para os comerciantes e sobrava
para os industriais e agricultores.
Ainda é preciso regulamentar o
novo teto, mas houve avanço grande no ano passado. Essa era uma
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
luta antiga da Fecomércio-DF e
não afetará os outros segmentos,
visto que a demanda pelo financiamento é menor.
Para este ano, o assessor legislativo da Fecomércio-DF, Athayde Passos da Hora, elege três
assuntos locais que devem ter a
atenção do setor. O primeiro deles
refere-se aos projetos de lei que
versam sobre o Imposto sobre
Operações Relativas à Circulação
de Mercadorias e sobre Prestações
de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). “Existem várias
matérias que tratam de questões
tributárias e precisamos ver o
que realmente será benéfico para
sustentar o desenvolvimento econômico do DF”, diz. Outro assunto
importante e que merece atenção
são as parcerias público-privadas,
tema da reportagem de capa desta edição. Tramita na esfera local
projeto de lei que visa regulamentar esse tipo de relação.
A Lei Complementar de Uso e
Ocupação do Solo do Distrito Federal (Luos) também será objeto
de discussões no parlamento distrital. Ela definirá as regras de uso
do solo e as atividades econômicas
nas unidades imobiliárias no território do DF. Ter áreas definidas
para comércio, para lazer, para
moradia e para a indústria é essencial para o bom funcionamento
da cidade.
autoriza a criação de um fundo
garantidor de parcerias públicoprivadas no DF. De acordo com o
artigo 1º, podem participar como
cotistas do fundo o governo do DF,
as autarquias locais, as fundações públicas e as empresas estatais dependentes. A finalidade é
prestar garantia de pagamento de
obrigações pecuniárias assumidas
pelos parceiros públicos. A administração dos recursos, prevista
no projeto de lei, ficará a cargo do
Banco Regional de Brasília. De
acordo com o documento, a garantia se dará das seguintes formas:
fiança, penhor de bens móveis,
hipoteca de bens imóveis do governo do DF, alienação fiduciária.
O projeto foi autorizado pela Comissão de Economia, Orçamento e
Finanças, em novembro de 2012, e
aguarda votação em plenário.
Segundo a Secretaria de Estado
de Habitação, Regularização e
Desenvolvimento Urbano do DF, a
partir da vigência da lei, situações
já consolidadas nas regiões administrativas serão regularizadas,
como o Polo de Modas do Guará II.
Inicialmente previsto para comércio, o seu uso, bem como gabarito
— altura máxima permitida —, foi
alterado e hoje já abriga prédios
de apartamentos. Para o secretário de Habitação do DF, Geraldo
Magela, a Luos é mais específica
do que o Pdot e vai tratar do problema de organização territorial de
maneira mais focada. “Ela olha as
cidades em suas especificidades.
O Pdot tem visão mais macro”,
diferencia.
Um dos grandes benefícios que
a aprovação da Luos trará para o
//Luos
A Luos, LC 803/2009, está prevista na Lei Orgânica do DF, que
versa sobre o Plano Diretor de
Ordenamento Territorial do DF
(Pdot). A Luos estipulará as regras
de uso e atividades econômicas
nas unidades imobiliárias da área
urbana do Distrito Federal e delimitará a área e altura máxima
que uma edificação poderá ter.
//PPPs
O Projeto de Lei 1.209, de 2012,
revista FECOMÉRCIO | março 2013
53
setor produtivo será a descentralização do desenvolvimento econômico. Assim, de maneira mais
organizada, cada cidade poderá se
tornar autossuficiente. A aprovação e a concretização das regras,
que não serão de uma hora para
a outra, se refletirão na sociedade
como um todo.
//Imposto
No fim no ano passado, o governo do Distrito Federal lançou o programa “ICMS em Dia”, que concede
desconto de até 99% no valor dos
juros e multas das dívidas. Segundo
dados da Secretaria de Fazenda, o
DF tem quase R$ 7 bilhões do imposto não pagos. As dívidas podiam
ser parceladas para quem se inscreveu até novembro. Esse programa
foi objeto de projeto de lei votado no
ano passado pela Câmara Legislativa. No entanto, outros projetos que
tratam do mesmo assunto ainda
correm na Casa. Um deles, o N°
4.982, propõe modificar a Lei 1.254,
que regulamenta o imposto.
//Por dentro do Sistema
Mensalmente, a Assessoria Legislativa da Fecomércio-DF edita o
boletim Sinopse dos Poderes com o detalhamento das matérias
mais interessantes para o setor que tramitam no Executivo, no
Legislativo e no Judiciário. O boletim traz informações importantes
que podem mudar a dinâmica das empresas e notícias como a de
que, a partir de março, o governo do DF terá uma nova política de
incentivo à regularização de bares e estabelecimentos comerciais.
A medida, segundo informações da assessoria, tem como objetivo
conscientizar sobre a importância da licença de funcionamento,
bem como oferecer opções de lazer e cultura e reforçar a segurança para reduzir a violência nesses locais. Outro destaque é a notícia
de que o BRB passa a credenciar, em parceria com uma administradora de cartões de crédito, estabelecimentos comerciais para
ampliar a sua atuação no mercado de meios de pagamento.
O boletim está disponível no portal www.sistemafecomercio.com.br
54
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
//agenda fiscal
Normas contábeis para microempresas
e empresas de pequeno porte
D
esde janeiro de 2010, a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 1000 está em
vigor. Com ela, o Conselho Federal
de Contabilidade aprovou a Contabilidade para Pequenas e Médias
Empresas, incluídas nesse contexto
as microempresas e as empresas de
pequeno porte. Mas nos deparamos
com diversas dificuldades junto aos
empresários. Assim, o CFC voltou
a discutir o assunto e aprovou, em
dezembro de 2012, a Interpretação
Técnica ITG 1000, denominada Modelo Contábil Simplificado para micro
e pequenas empresas. Isso trouxe
tratamento diferenciado, ao simplificar a escrituração e a geração das
demonstrações contábeis, mas, em
nenhuma hipótese, tratando da dis-
pensa da escrituração contábil.
Apesar de aprovado em dezembro
passado, a vigência da ITG 1000 retroage a janeiro de 2012, desobrigando
a observância integral da NBC TG
1000 para essas empresas. Com a
iniciativa, o CFC criou um momento
mais favorável à relação empresário
e profissional contábil. Este deverá
observar os limites definidos pela
LC nº 123/2006. Uma novidade é a
assinatura da Carta de Responsabilidade da Administração, que todos os
profissionais contábeis devem colher
junto aos empresários. Outra é a manutenção das notas explicativas, que
contribuem para a transparência dos
dados contábeis, e a obrigatoriedade
da demonstração do resultado e do
balanço patrimonial.
Joel Rodrigues
Adriano Marrocos
Contador da Fecomércio
e do IFPD e presidente do CRC/DF
Calendário – de 14 a 29/3/2013
O QUE e QUANDO pagar?
20/3
• Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 2/2013.
• Contribuição Previdenciária (Simples e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas)
referente a 2/2013.
• Simples Nacional referente a 2/2013.
• ISS e ICMS referente a 2/2013 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações).
25/3
• PIS e Cofins referente a 2/2013.
29/3
• Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 2/2013.
• 3ª quota do IRPJ e da CSLL referente ao 4º trimestre/2012 pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.
• Recolhimento do Carnê Leão referente a 2/2013.
• IRPJ e CSLL referente a 2/2013, por estimativa.
• Cofins/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1º a 15/3/2013.
• Recolhimento da parcela do Refis, do Paes, do Paex, do Parcelamento do Simples Nacional e do Parcelamento da Lei
11.941/2009 (consolidado).
O QUE e QUANDO entregar?
14/3
25/3
28/3
Várias
• Escrituração Digital do PIS/Pasep, da Cofins e da Contribuição Previdenciária (EFD Contribuições) a SRF/MF referente
a 1/2013.
• Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação
e Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins (DCIDE – Combustíveis) a SRF/MF
referente a 2/2013.
• Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente a 2/2013.
• Livro Fiscal Eletrônico a SEF/DF referente a 2/2013: observar Portaria/SEFP nº 398 (9/10/2 009).
Nota1: O Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON Mensal) referente a 1/2013 deverá ser enviado a SRF/MF até o 5º dia útil do mês de maio/2013 (IN
SRF/MF nº 1.331, 01/02/2013).
revista FECOMÉRCIO | março 2013
55
comércio
Espelho,
espelho meu
//Por Sílvia Barros
Não adianta ter roupas
bonitas, vendedores
competentes, vitrines
bem montadas se não
houver espaço para
os clientes provarem
as roupas. Estudo
mostra que 67% das
pessoas que entram
no provador compram
alguma peça
F
oi-se o tempo em que os
provadores de lojas eram
um mero espaço para experimentar roupas, sapatos e acessórios. Esses ambientes
ganharam tamanhos e formatos
especiais e passaram a fazer parte
do cartão de visita da loja. É nesses
espaços que a maioria das vendas é
concretizada.
Alguns provadores, como o da
Miss Fancy,chegam a medir o equivalente a dois quartos grandes de
casal.A loja no Lago Sul é especializada em trajes de festa. “Nosso
toque especial fica por conta dos
provadores. Nosso objetivo foi criar
um ambiente diferente do que é
comum”, destaca uma das sócias,
Karinne Pantazis.
Na Miss Fancy, o ambiente versátil mais parece uma sala de estar
de luxo. Lá, o processo de escolha
da roupa pode ser feito com tranquilidade, com as clientes sendo servidas de champanhe, salgadinhos
e docinhos frescos, feitos especialmente para a marca.
Para entreter os acompanhantes, as sócias Karinne e Kátia Pantazis pensaram em todos os detalhes.
Além das guloseimas e dos mimos,
é possível passar o tempo assistindo
televisão por assinatura ou curtindo
um som.
De tão aconchegante e glamourosa a loja ganhou fama, não sendo
raro encontrar amigas e famílias
inteiras dispostas a passarem horas reunidas entre conversinhas,
provas e cafezinhos.“Sentíamos
muita falta de um espaço assim na
cidade. Existem lojas belíssimas,
mas com provadores apertados e
pouco iluminados. Esse, com certeza, é um de nossos diferenciais”,
ressalta Karinne.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
Acessibilidade
em estilo clássico
A empresária Maria Virgínia investiu, há pouco mais de um ano, em
um provador exclusivo para pessoas
com necessidades especiais. Além
da decoração clássica, ela apostou
na climatização e em acessórios que
proporcionam bem-estar às consumidoras. “Temos um provador específico
para noivas que fica em local separado, temos outros dois ambientes para
clientes que querem provar vestidos
de festa e um último exclusivo para
pessoas com alguma dificuldade de
locomoção”, descreve a empresária.
Além de muito espaçoso, o ambiente
está equipado de espelhos e tapetes
grandes e ar condicionado.
//Charme
A grife Maria Filó causa verdadeiro frisson entre o público mais
jovem. E não é só por causa das belas
coleções. Os provadores chamam
a atenção e são alvos constantes de
comentários positivos nas redes sociais. Apaixonada pela decoração da
loja e pelos provadores, a estudante
Juliana Santana passa horas experimentando roupas. “Os provadores
são charmosos, elegantes e acolhedores. Venho, pelo menos, quatro
vezes por ano e sempre posto fotos
das roupas e dos provadores no meu
Facebook”, conta a consumidora fiel
da marca.“Isso acaba sendo uma
publicidade gratuita e muito positiva
para eles, mas eles merecem, já
que se preocupam como o nosso
bem-estar”, avalia.
Na Maria Filó do Park Shopping,
as paredes dos provadores são pintadas em tons de rosa e revestidas com
uma renda fina branca e delicada. Os
tapetes marrons cobrem todo o espaço, o que não permite que as clientes
pisem o chão. De tão fofo e macio, o
57
Luana Lleras
tecido ainda serve como uma espécie
de massageador para os pés.
O ambiente também conta com
apoiadores de bolsas, roupas e acessórios. As cadeiras e os pufes utilizados na decoração são as minúcias
que mais encantam a advogada
Cristina Silva. “Eles são clássicos e
ao mesmo tempo modernos. São um
verdadeiro luxo”, elogia.
A consultora de moda Rosanna
Tarsitano acredita que o provador de
roupas pode ser um grande aliado
na hora de conquistar um cliente
habitual.“As pessoas querem exclusividade e não gostam de ficar expostas. É nesses espaços, em frente
ao espelho, que o cliente faz as suas
escolhas de acordo com o seu gosto e
a projeção de sua imagem”, explica.O
ideal, segundo ela, é proporcionar
uma experiência ao cliente entre os
seus desejos e as projeções de estilo
e de beleza.
De acordo com Rosanna, as cores, os estilos e os detalhes utilizados
nesses ambientes devem estar de
acordo com a imagem da loja. “O
mais importante é trazer uma atmosfera convidativa, com um espaço
amplo, espelhos que não distorçam
58
a imagem, iluminação adequada,
cadeira para o acompanhante sentar
ou apoio, além de ganchos para pendurar bolsa e roupas”, ensina.
A consultora de moda vai
além e cita alguns dados
apurados pela consultoria
britânica EnvisionRetail. Segundo o estudo, os consumidores que experimentam roupas
em provadores têm uma “taxa
de conversão”, ou seja, acabam
comprando algo, de 67%. Já os
clientes que não usam esses
espaços têm uma taxa de apenas 10%. Os clientes que usam
provadores costumam passar
nesse espaço um terço do tempo de sua visita à loja. “Assim, o
lojista tem um terço do tempo
do seu público para oferecer um
ambiente convidativo, bem iluminado e exclusivo, o que pode
representar o fechamento da
compra”, completa Rosanna.
Não adianta projetar um provador dos sonhos se ele não for
funcional. No dia a dia, a maioria
das pessoas já enfrenta filas, e
o número de provadores precisa
contemplar o fluxo diário de
O provador de roupas da Miss
Fancy mais parece uma sala de
estar de luxo. O ambiente foi
preparado para receber grupos
de amigas.
Tecnologia
Provadores ousados, modernos,
versáteis e glamourosos são comuns
em outros países. A novidade da vez
fica por conta dos espelhos e vitrines
eletrônicos que sobrepõem produtos
(como roupas, acessórios e maquiagem) ao corpo dos consumidores.A
interatividade começa a fazer parte
da dinâmica entre lojista e clientes e
já pode ser encontrada em algumas
lojas das grandes metrópoles brasileiras. A tecnologia é uma grande
ferramenta, ampliando o horizonte de
outros segmentos como o restaurante
Inamo St. James, em Londres, que
tem cardápio interativo projetado na
mesa para os clientes.
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
clientes para que ele não precise ficar esperando.O lojista precisa estar
atento: o cliente é a grande estrela.
Sendo assim, deve-se evitar o excesso de elementos de decoração dentro
do provedor para que a pessoa não
perca o foco.
//Conforto e funcionalidade
Para o produtor de moda Marcus
Barozzi, é possível criar um provador
diferente e funcional sem gastar
muito. “A base de um bom provador é
o conforto e o espaço. É fundamental
que ele proporcione ao cliente uma
iluminação adequada, já que a luz
pode destruir ou realçar uma roupa”,
destaca.Outros detalhes, segundo
Barozzi, também devem ser levados
em consideração, como a climatização do ambiente e a limpeza de
cortinas, do chão, dos espelhos e das
paredes.
A jornalista Aline Sanromã é uma
apaixonada por moda e por novas
tendências. Para ela, um provador
charmoso e bem cuidado não só
ajuda a prolongar a estada na loja
como influencia consideravelmente
nas compras. “Essa deveria ser uma
das preocupações dos lojistas: atrair
o cliente não só pelo produto, mas
pelo ambiente. É no provador que
você checa se aquela roupa que tanto
te atraiu ficará bem no seu corpo. Por
isso precisa ser um ambiente interessante também”, avalia.
A jornalista, que tem especialização em moda, evita comprar em
feiras justamente pela falta de espaços adequados para experimentar.
Provar de qualquer jeito, segundo
ela, não é produtivo. “Faz você levar
uma roupa que acha que ficou boa e
quando chega em casa vê que não é
nada daquilo”, diz.
Diversão para
a garotada
Provar roupas se transforma numa
verdadeira diversão na Tyrol do
Iguatemi Shopping. Com criatividade
e sem gastar muito, a loja bolou uma
cabana feita em tecido listrado que
mexe com o imaginário dos pequenos.
Dentro da barraca, que tem altura
suficiente para acolher os pais, a
meninada experimenta várias peças
sem reclamar. “Criança geralmente
não gosta muito de provar roupa, mas,
quando vê a barraca, se anima na
mesma hora.Isso acaba sendo bom
para os pais, que não precisam mais
convencer os filhos da importância de
provar as peças”, conta a supervisora
da loja Ana Paula Cunha.
Luana Lleras
Uma ideia simples e barata na
Tyrol. A cabana de tecido ajuda
a fazer as crianças aceitarem
melhor a troca de roupas.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
59
//pesquisa conjuntural
Notícia
boa
Comércio brasiliense fecha 2012 com alta de
9,30% nas vendas
Comércio
Serviços
Desempenho de vendas
Setor
Segmento
Ago12 x Set12 x Out12 x Nov12 x Dez12 x Jan13 x
Jul12
Ago12
Set12
Out12
Nov12
Dez12
Autopeças e Acessórios
1,85%
-2,14%
0,40%
3,81%
-0,68%
-1,10%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
2,25%
2,00%
-0,02%
9,17%
1,22%
-1,96%
Calçados
-4,37%
4,32%
-9,69%
9,06%
26,13%
-19,21%
Farmácia e Perfumaria
5,45%
3,27%
-1,82%
-3,51%
5,70%
-9,23%
Floricultura
-10,80%
-2,85%
14,93%
-13,75%
33,30%
-18,39%
Informática
-0,16%
1,09%
1,77%
0,38%
13,70%
-1,87%
Livraria e Papelaria
0,02%
-0,95%
1,50%
0,86%
3,11%
33,45%
Lojas de utilidades domésticas
-0,95%
3,29%
9,89%
2,85%
17,26%
-19,79%
Material de construção
-2,32%
-6,72%
-0,14%
-0,03%
1,73%
-9,25%
Mercado e Mercearia
1,40%
3,20%
-1,82%
2,49%
2,66%
-8,56%
Móveis e Decoração
2,31%
-6,15%
20,57%
16,21%
-13,77%
0,39%
Óticas
-0,26%
-3,97%
16,04%
4,28%
-4,05%
12,33%
Tecidos
2,20%
-2,84%
1,05%
10,45%
-0,57%
-13,55%
Vestuário
1,52%
0,07%
0,02%
0,24%
29,34%
-13,42%
Total
1,39%
0,81%
0,30%
3,73%
6,39%
-6,68%
Agências de viagem
-10,67%
12,22%
1,38%
13,19%
8,83%
-5,93%
Autoescola
-5,59%
4,74%
19,11%
-9,01%
1,59%
27,21%
Pet shop
5,84%
0,10%
0,26%
-0,10%
1,31%
-17,36%
Salão de beleza
5,13%
-6,56%
-7,39%
13,08%
11,27%
-20,51%
-3,12%
3,23%
0,14%
9,61%
8,34%
-8,50%
0,95%
1,05%
0,28%
4,35%
6,61%
-6,88%
Total
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
60
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
Região
Comércio
Serviços
Desempenho de vendas
Setor
Ago12 Set12 Out12 Nov12 Dez12 Jan13
x
x
x
x
x
x
Jul12 Ago12 Set12 Out12 Nov12 Dez12
Plano Piloto
-1,05%
0,88%
3,74%
4,19%
1,03%
-2,37%
Ceilândia/Taguatinga
-0,15%
0,43%
-1,84%
2,76%
8,06%
-0,56%
Cruzeiro/Sudoeste/SIA/Candangolândia/Guará I e
II/Núcleo Bandeirante
-0,28%
1,90%
-2,43%
-5,18%
7,98%
-6,79%
Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II
9,43%
1,35%
-2,11%
4,78%
14,92%
-13,39%
Gama/Recanto das Emas/Samambaia
4,86%
-0,46%
-0,14%
12,77%
9,08%
-18,98%
Total
1,39%
0,81%
0,30%
3,73%
6,39%
-6,68%
Plano Piloto
-4,70%
6,42%
1,85%
12,31%
5,37%
-16,22%
Ceilândia/Taguatinga
3,65%
-8,66%
-6,90%
10,94%
8,89%
6,54%
Cruzeiro/Sudoeste/Sia/Candangolândia/Guará I e
II/Núcleo Bandeirante
-2,74%
1,01%
-2,16%
1,37%
11,39%
28,01%
Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II
3,86%
1,89%
3,14%
-8,55%
62,38%
-50,56%
Gama/Recanto das Emas/Samambaia
-5,36%
2,85%
-5,34%
12,20%
10,92%
-37,17%
Total
-3,12%
3,23%
0,14%
9,61%
8,34%
-8,50%
0,95%
1,05%
0,28%
4,35%
6,61%
-6,88%
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
O
Icomércio do Distrito
Federal teve desempenho positivo em 2012. O
setor registrou alta de
9,30% nas vendas no acumulado
do ano (jan13Xjan12), enquanto
serviços contabilizou uma queda
de 2,91%. Novamente Brasília se
apresenta como um importante
mercado, com consumidores de
alto poder aquisitivo e estabilidade
no emprego. É o que mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do DF, realizada
pelo Instituto Fecomércio.
Na avaliação dos especialistas,
a desoneração fiscal de produtos
e a redução da taxa básica de juros
foram medidas que contribuíram
para o bom desempenho do comér-
revista FECOMÉRCIO | março 2013
cio no ano passado, além das peculiaridades econômicas observadas
na capital federal. “Os incentivos
fiscais fornecidos pelo governo em
2012, como a redução do IPI para
a linha branca, e a renda elevada
da população brasiliense ajudaram
a fortalecer a atividade comercial
em 2012”, analisa o presidente da
Fecomércio, Adelmir Santana.
No desempenho mensal, na
comparação com dezembro, as
vendas do comércio registraram
queda de 6,88% no DF em janeiro
de 2013 e as vendas do setor de
serviços tiveram queda de 8,50%.
A redução em serviços foi puxada,
principalmente, pelo segmento
de Salão de beleza, que teve uma
queda de 20,51% nas vendas. No
comércio, a queda foi puxada pelo
desempenho das Lojas de utilidades domésticas, com redução de
19,79%. “Essas quedas decorrem
principalmente do pico de vendas
do Natal e são comuns nessa época. O fato de a maioria dos brasilienses sair de férias em janeiro
também contribui para o resultado
fraco”, aponta Adelmir Santana.
Em janeiro de 2013, na comparação com dezembro, registraram
ampliação nas vendas os seguintes
segmentos do comércio: Livraria e
Papelaria (33,45%); Óticas (12,33%)
e Móveis e Decoração (0,39%). As
principais quedas foram nos segmentos: Lojas de utilidades domésticas (-19,79%), Calçados (-19,21%),
Floricultura (-18,39%), Tecidos
61
Comércio
Nível de emprego
Setor
Segmento
Jan13
x
Dez12
Autopeças e Acessórios
-0,75%
2,26%
4,41%
-4,93%
3,70%
-1,34%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
-2,28%
0,24%
1,32%
-3,89%
-0,12%
0,70%
Calçados
-1,96%
9,57%
7,77%
6,31%
-2,54%
-6,19%
Farmácia e Perfumaria
-3,14%
5,00%
-0,88%
-0,88%
0,89%
-1,30%
Floricultura
0,00%
0,00%
6,67%
6,25%
0,00%
17,65%
Informática
6,56%
3,08%
-4,48%
-1,56%
1,59%
-8,82%
Livraria e Papelaria
-3,03%
4,62%
-1,47%
-9,09%
8,62%
1,59%
Lojas de utilidades domésticas
11,11%
15,00%
-8,16%
0,00%
4,44%
-4,26%
Material de construção
-1,48%
0,80%
-7,94%
1,72%
1,69%
3,76%
Mercado e Mercearia
-3,21%
1,79%
0,00%
-0,29%
-1,47%
0,00%
Móveis e Decoração
-3,39%
1,79%
-3,03%
4,69%
-1,49%
-7,58%
Óticas
-8,33%
9,09%
-8,33%
4,55%
-8,70%
14,29%
Tecidos
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
Vestuário
2,55%
-2,10%
-0,44%
4,87%
-1,27%
-2,61%
-1,49%
1,81%
0,04%
-1,08%
0,09%
-0,54%
Agências de viagem
-3,95%
5,56%
-2,63%
0,00%
0,00%
6,67%
Autoescola
-6,67%
-10,71%
8,00%
-3,70%
1,92%
11,32%
Pet shop
5,13%
-2,44%
4,76%
0,00%
-4,55%
-7,50%
Salão de beleza
0,93%
2,91%
0,00%
-2,83%
0,00%
6,19%
-1,41%
0,00%
1,46%
-1,80%
-0,37%
5,28%
-1,48%
1,62%
0,19%
-1,16%
0,04%
0,04%
Total
Serviços
Ago12 Set12 x Out12 x Nov12 x Dez12 x
x Jul12 Ago12 Set12
Out12
Nov12
Total
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
(-13,55%) e Vestuário (-13,42%).
No setor de serviços, na comparação mensal, teve crescimento
nas vendas apenas o segmento
de Autoescola (27,21%). Apresentaram queda os segmentos de
Salão de beleza (-20,51%), Pet shop
(-17,36%) e Agência de viagem
(-5,93%). É necessário ressaltar,
contudo, que o Instituto Fecomércio
pesquisa apenas esses quatro seg-
62
mentos nessa categoria.
Quanto à geração de emprego, o
número de pessoas empregadas no
comércio teve leve queda de 0,54%
em janeiro ante o mês de dezembro.
Entretanto, o setor de serviços apresentou aumento e registrou alta de
5,28% nas contratações. Entre as
formas de pagamento, o cartão de
crédito se destacou em ambos os
setores. No comércio, a modalidade
respondeu por 41,49% das vendas.
No setor de serviços, o cartão de crédito financiou 48,54% das transações.
A Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do DF é
realizada mensalmente pelo Instituto Fecomércio, com o apoio do
Sebrae. Foram consultadas 629
empresas, sendo 541 do comércio e
88 de serviços. A coleta de dados foi
realizada entre 6 e 10 de fevereiro.
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
Comércio
Ago12 Set12 Out12 Nov12 Dez12 Jan13
x
x
x
x
x
x
Jul12 Ago12 Set12 Out12 Nov12 Dez12
Região
Plano Piloto
2,00%
-0,22%
0,65%
-2,17%
-0,78%
0,21%
Ceilândia/Taguatinga
-3,32%
8,33%
-2,95%
1,42%
-1,80%
6,64%
Cruzeiro/Sudoeste/SIA/Candangolândia/Guará I
e II/Núcleo Bandeirante
-5,93%
-0,82%
3,01%
-3,71%
-0,28%
-1,59%
Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II
-1,30%
0,00%
-1,32%
6,17%
5,39%
-12,64%
Gama/Recanto das Emas/Samambaia
-3,52%
2,51%
0,70%
-4,12%
2,17%
-2,51%
Total
Serviços
Nível de emprego por região
Setor
-1,49% 1,81%
0,04% -1,08% 0,09% -0,54%
Plano Piloto
-4,27%
-1,28%
2,56%
-3,13%
0,00%
3,25%
Ceilândia/Taguatinga
0,00%
0,00%
2,33%
0,00%
-2,27%
23,81%
Cruzeiro/Sudoeste/SIA/Candangolândia/Guará I
e II/Núcleo Bandeirante
4,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
2,17%
Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II
8,33%
15,38%
-6,67%
0,00%
0,00%
-13,33%
Gama/Recanto das Emas/Samambaia
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
Total
Total
-1,41% 0,00%
1,46% -1,80% -0,37% 5,28%
-1,48% 1,62%
0,19% -1,16% 0,04%
0,04%
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Setor
À vista
Cheque
Cartão de
Crédito
Débito
A prazo
Boleto
Formas de pagamento
Comércio
ago/12
28,82%
3,01%
41,54%
19,20%
5,26%
2,17%
set/12
30,02%
3,02%
42,08%
18,71%
4,03%
2,15%
out/12
29,63%
2,75%
42,98%
18,04%
4,34%
2,26%
nov/12
29,75%
2,94%
42,09%
18,14%
4,91%
2,17%
dez/12
30,23%
2,89%
41,60%
17,90%
5,38%
2,01%
jan/13
29,94%
3,19%
41,49%
18,24%
5,28%
1,86%
ago/12
22,84%
3,51%
52,64%
13,56%
6,36%
1,09%
Serviços
set/12
21,90%
3,55%
55,81%
12,65%
5,47%
0,63%
out/12
25,94%
7,13%
50,41%
11,54%
4,31%
0,67%
nov/12
23,41%
6,72%
51,57%
13,69%
4,00%
0,61%
dez/12
27,92%
2,60%
47,76%
17,07%
4,17%
0,49%
jan/13
20,64%
5,47%
48,54%
15,33%
9,32%
0,70%
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
revista FECOMÉRCIO | março 2013
63
//segredos do marketing digital
Imagine que você precise realizar uma pequena reforma em sua casa.
Você se encontra com o prestador de serviço e, a princípio, tudo parece correr
bem. Contudo, conforme a conversa avança, você descobre que esse fornecedor não quer passar um preço fechado para a reforma, não sabe dizer quanto
tempo levará para terminar a obra e acha que só conseguirá dar início aos
trabalhos no mês que vem. Pior de tudo, você não tem qualquer referência
sobre a qualidade desse profissional. Nesse caso, você fecharia negócio?
Acredite ou não, muitas empresas têm sites que seguem o mesmo padrão
e causam a mesma insegurança descrita acima. Por esse motivo, gostaríamos de falar com vocês sobre credibilidade on-line.
Garantir a credibilidade do seu site exige esforço, ainda mais se sua empresa não tem uma marca já reconhecida. Deixamos aqui quatro dicas que
vão ajudá-lo nessa empreitada:
O primeiro ponto é o design do seu site. Você deixaria qualquer
pessoa decorar sua loja física? Então não deixe que qualquer pessoa
monte seu website! Um design bem feito, com textos e imagens bem
produzidas, demonstra profissionalismo e seriedade.
O segundo ponto é a informação. Como o visitante saberá que o seu
site representa uma empresa de verdade e não uma “aventura de fundo de quintal”? Mostre a eles! Divulgue seu endereço comercial, seu
telefone, até seu CNPJ, por que não? Ter uma empresa legalmente
aberta implica uma série de obrigações e deveres. Os clientes ficarão
mais tranquilos em saber que estão negociando com alguém formalmente estabelecido, com quem podem entrar em contato por telefone, por e-mail ou, eventualmente, até visitar seu espaço físico.
O terceiro ponto é a referência. Com certeza você já atendeu pessoas que ficaram extremamente satisfeitas com seu serviço. Por que
não divulgar a experiência delas em seu site? Peça testemunhos aos
seus clientes, divulgue as logomarcas das empresas parceiras, de
associações das quais você faz parte. Enfim, mostre que já existem
pessoas que negociaram com sua empresa e que confiam nela.
O quarto e último ponto é a transparência. Mostre claramente qual
o preço de seus produtos, qual o prazo de entrega, como é calculado o
frete, quais as políticas e as formas para troca de produtos, em que situações a empresa não efetua essa troca. Procure deixar tudo o mais
claro possível.
Giovanna Leal
Um pouco de
credibilidade
Jens Schriver
Sócio da ClickLab
Maximo Migliari
Sócio da ClickLab
//Envie perguntas para
[email protected] ou
facebook.com/agencia.clicklab
56%
consumidores brasileiros que seguem
recomendações de compras de desconhecidos
na internet.
69%
dos brasileiros que ainda não compram na internet
não o fazem por não considerar a operação segura.
Fonte: http://tobeguarany.com/internet_no_brasil.php
Esses pontos não são os únicos, mas todos eles vão auxiliar sua empresa
a construir a tão desejada imagem de credibilidade. Lembre-se de que esse é
um processo contínuo de melhoria que exige manutenção constante. Quando
acessar seu site, sempre se pergunte: “Se eu não conhecesse essa empresa,
fecharia negócio com ela?”.
64
revista FECOMÉRCIO | Março 2013
capacitação
Aulas de
empreendedorismo
//Por Sílvia Melo
A primeira etapa da parceria com o Sebrae está concluída.
Cursos estão previstos para se iniciarem em março
Joel Rodrigues
A
lunos do Senac-DF passaram a receber orientações do
Sebrae-DF para abrirem seu
próprio negócio. As duas instituições
firmaram um termo de cooperação
técnica para viabilizar ações de capacitação voltadas ao empreendedorismo que beneficiarão 1,5 mil alunos
dos cursos técnicos e de formação
inicial e continuada em fase de conclusão. O Sebrae oferecerá palestras
de sensibilização sobre empreendedorismo e negócio, oficinas e cursos.
Para o presidente do Conselho
Regional do Senac-DF, Adelmir Santana, a iniciativa vem para fortalecer
o elo entre as instituições e beneficiar
os alunos que queiram abrir seu próprio negócio. “Alguns estudantes que
terminam os cursos no Senac-DF
têm vontade de abrir um negócio e
não sabem como fazer. Ninguém melhor que o Sebrae-DF para mostrar
o caminho certo para esses futuros
empreendedores”, afirma.
Kátia Christina Soares de Morais
Corrêa, gerente do Núcleo de Educação Profissional Técnica de Nível
Médio do Senac-DF, explica que a
parceria se dará por meio de palestras de sensibilização. “A intenção do
Senac-DF é proporcionar condições
adequadas para inserção e permanência no mercado de trabalho, de
maneira formalizada”, explica.
De acordo com Cláudia Trindade,
analista do Sebrae no DF, as turmas
serão exclusivas para os alunos do
Senac e o programa dos cursos será
o mesmo para todos, independenrevista FECOMÉRCIO | março 2013
A iniciativa, segundo o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, tem como
principal objetivo beneficiar os alunos que desejam empreender.
temente da área de conclusão do
curso do aluno. “O objetivo é que o
aluno saia preparado para abrir ou
melhorar a gestão do seu negócio e
a sua consolidação”, destaca.
A primeira fase do projeto iniciou
em 19 de fevereiro, com a palestra de
sensibilização Empreendedorismo e
Negócios, no Senac 903 Sul. Nos dias
25 e 26 ocorreram as oficinas Gestão
e Empreendedorismo de Negócios
para o Empreendedor Individual, nas
unidades do Senac em Ceilândia e na
903 Sul.
//Sobre os cursos
O curso Como Gerenciar seu Negócio, com carga horária de 23h, está
previsto para ser realizado de 18 a 23
de março. O objetivo é desenvolver no
empresário e no gerente uma visão
global dos aspectos relevantes de
cada um dos processos de gestão, visando à geração de resultados. Constam como conteúdo programático
comportamento e atitudes empreendedoras; a microempresa e seus processos; gestão de recursos humanos;
gestão de marketing e vendas; gestão
de compras; gestão de estoques; e
gestão financeira. No plano de negócio e mercado estão a abertura de
crédito; o plano operacional e estratégico; o plano mercadológico; o plano
financeiro; a análise de viabilidade e
os indicadores; orientações e ajustes
sobre a planilha de viabilidade.
//Informações (61) 3313.8877
@senacdf
/senacdistritofederal
65
pesquisa
relâmpago
Fotos: Luana Lleras
Alexandre Cherman
Médico
Marcelo Melo
Empresário
Bernadete Franco
Dona de casa
Redução das
contas de luz
Violência no
comércio
Erros
médicos
RUIM
A polícia não é
onipresente e o cidadão
de bem precisa ter
o direito de portar
uma arma para se
defender. Sou contra o
desarmamento.
RUIM
Não acredito que o
governo promova
um benefício como
esse sem segundas
intenções. Tirou da luz e
colocou na gasolina.
RUIM
Os bandidos são presos
pela polícia e soltos
pela Justiça porque
não temos presídios
suficientes para
abrigá-los.
RUIM
Em todas as profissões
existem profissionais que
erram, e a medicina não é
exceção. A carga horária
excessiva e os baixos
salários contribuem
para isso.
BOM
Não é com violência
que vamos diminuir a
violência. A solução é
melhorar as condições
sociais das pessoas e
não armá-las.
BOM
Qualquer diminuição
de custo é boa para
o empresário. Outra
taxa que poderia ser
revista é a de água.
Assim, conseguiríamos
produzir mais.
RUIM
Vemos muitos usuários de
drogas espalhados por aí.
Minha loja já foi assaltada à
mão armada e não temos
o que fazer. Trabalhamos
com insegurança.
RUIM
Tem que ter punição
severa, mas o médico,
por ser humano, pode
errar. As condições de
trabalho impostas
a eles podem ser
um agravante.
BOM
Na hora do nervoso,
atira mesmo. Por isso
é preciso ter muita
consciência e regras
claras para as armas
não chegarem a quem
não sabe usar.
RUIM
É uma tapeação do
governo. Ao mesmo
tempo em que baixou
a luz, aumentou o
combustível.
RUIM
O governo tem essa
política assistencialista
que não dá certo. A
desocupação traz a
violência. Sou a favor da
vara de pescar.
RUIM
A gente fica com medo,
mas temos que confiar.
Se eu procuro um
médico, um hospital,
é porque estou
precisando muito. Não
tem outro jeito.
BOM
Sou a favor porque as
pessoas não estão aptas
a usar armas de fogo.
BOM
Criou-se muita polêmica
em cima disso, mas o
fato que é essa redução
é positiva para muita
gente, principalmente
para as famílias de
baixa renda.
RUIM
É preciso haver parceria
entre empresários e
polícias. Não adianta
deixar um policial 24
horas por dia em frente
às lojas. Essa deve ser
uma ação conjunta.
RUIM
Preocupante.
Deveria haver mais
fiscalização por parte
das autoridades. Os
casos devem ser
apurados e os culpados,
condenados com rigor.
BOM
Sou a favor. Por impulso,
sempre queremos
reagir e, se tivermos
uma arma na mão, pode
acontecer uma tragédia.
BOM
Notícia maravilhosa! Os
empresários precisam
pagar tanta coisa que
reduzir um pouquinho
em uma delas já ajuda.
RUIM
Me sinto segura em
minha loja, mas sei que
a violência está
chegando cada vez
mais perto
da gente.
RUIM
Todo mundo erra, mas,
por ser médico, tem que
ter mais atenção. Se
acontece alguma coisa
com um filho meu, acho
que enlouqueço.
Desarmamento
Marcelo Ramos
Jornalista
Leila Márcia Dutra
Empresária
66Untitled-4 1
11:29
revista FECOMÉRCIO |18/11/10
Março 2013
Extra! Extra! Agora, você encontra a Revista Fecomércio de graça no seu iPad.
O Jornaleiro é um aplicativo para iPad que funciona como uma banca de revistas. E agora,
nele, você pode acessar a sua Revista Fecomércio com praticidade, onde quiser e sem
nenhum custo. Mais uma ótima maneira de encontrar a informação de que você precisa.
Revista Fecomércio. Onde o comércio se encontra.
Baixe grátis na Apple app Store.
68
0800 570 0800 | www.df.sebrae.com.brrevista FECOMÉRCIO | Março 2013
0800 570 0800 | www.df.sebrae.com.br

Documentos relacionados

2012 - Fecomércio DF

2012 - Fecomércio DF Aparecido da Costa Freire • José Carlos Ulhoa Fonseca • José Geraldo Dias Pimentel • Oscar Perné do Carmo • Cecin Sarkis Simão • Hamilton César Junqueira Guimarães • Miguel Soares Neto • Paolo Orla...

Leia mais