Edição nº 15
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Edição nº 15
13 O valor da Educação Um ex-aluno do CMCS Brasília/DF fala dos frutos que brotam da perseverante missão de educar. Ano VII - Nº 15 - Dezembro 2006 26 Seções EDITORIAL Semana Missionária XIV Capítulo Geral reúne religiosas e Leigos em Marcilla, Espanha - PÁGINA 10 DESTAQUE HOMENAGEM Irmãs Concepcionistas realizam missão nas cidades de Rosário da Limeira e Belissário, Minas Gerais. 38 Canto Vocacional Recanto Betânia promove concurso musical para celebrar o mês das vocações. PELO MUNDO PASTORAL 28 CIDADANIA ATIVIDADES Fé e Vida ESPORTES Manhã de Formação no CMI Mococa/SP permite aos educadores refletirem sobre a dimensão social da fé. VOCAÇÃO PSICOPEDAGOGIA FILOSOFIA Os encantos e desafios da missão Concepcionista na Índia - PÁGINA 16 58 Museu Virtual PROJETOS Projeto do CMCS - Brasília/DF traz o mundo da arte para a tela do computador PEDAGOGIA 69 Nossa Capa Futuros cientistas Alunos do CMI Mococa-SP experimentam a ciência no dia-a-dia 78 Brincando e Aprendendo ´Curso infantil do CIC Passos-MG desenvolve Projeto Pau-Brasil, a árvore símbolo nacional PÁGINA 59 Alunos da educação infantil do CMI-DF aprendem inglês através de experiências lúdicas. Expediente Comunidade de Jeremoabo, Bahia Fale conosco Indice.pmd 3 INTEGRAÇÃO EM REVISTA é uma publicação das Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino Diretora Responsável: Ir. Wanilda Melo Barbara ([email protected]) Produção Gráfica: Edenilson S. Coelho ([email protected]) Impressão: Vox Editora - SP Tiragem desta Edição: 7500 exemplares (Distribuição gratuita e dirigida) Sua opinião é importante para nós! Envie seus comentários, críticas ou sugestões para: E-mail: [email protected] ou, se preferir via Correio: Rua Humberto I, nº 395 - Vila Mariana - Cep: 04018-031 - São Paulo - SP 23/01/2007, 12:11 Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino www.concepcionistas.com.br EDITORIAL SEDE PROVINCIAL Rua Humberto I, Nº 395 - Vila Mariana Cep: 04018-031 – São Paulo – SP Tel. (11) 5539-2577 – Fax (11) 5549 5743 E-mail: [email protected] COLÉGIO MARIA IMACULADA Av. Bernardino De Campos , 79 Cep: 04004-050 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3283-2111 Site: www.colegiomariaimaculada.com.br E-mail: [email protected] CRECHE LAR ESCOLA “CARMEN SALLÉS” Rua Conselheiro Rodrigues Alves, 419 Cep: 04014-011 - Vl. Mariana São Paulo - SP - Tel.: (11) 5083-0941 RECANTO BETÂNIA Rodovia José Simões Louro Jr. , 3284 Cep: 06900-000 - Embu Guaçu - SP Tel.: (011) 4661-1449 E-mail: [email protected] COLÉGIO MARIA IMACULADA Rua Francisco Gomes, 661 Cep:13730-320 - Mococa - SP Tel.: (19) 3656-0107 Site: www.cmimococa.com.br E-mail: [email protected] LAR MARIA IMACULADA Rua Prudente de Morais, Nº 533 Cep: 13730-400 – Mococa – SP Telefax: (19) 3656-0020 E-mail: [email protected] COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃO Rua Professor José Cândido, 238 - Centro Cep: 37750-000 - Machado - MG Tel.: ( 35) 3295 1168 E-mail: [email protected] COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃO Rua Cristiano Stockler, Nº 271 Cep: 37900-150 – Passos - MG Tel.: (35) 3521-8777 – Fax: (35) 3521-6221 Site: www.cicpassos.com.br E-mail: [email protected] COLÉGIO REGINA PACIS Rua Daniel de Carvalho, 1424 Cep: 30430 - 050 - Belo Horizonte - MG Tel.: (31) 3337-5945 Site: www.rpacisbh.com.br E-mail: [email protected] CASA NOVICIADO Rua Herculano de Freitas, 1.566 - Barroca Cep: 30430-120 – Belo Horizonte - MG Tel.: (31) 3332-3933 e 3332-9741 E-mail: [email protected] CASA CARMEN SALLÉS Rua 11, N.º 105 Cep: 38230-000 – Fronteira - MG Tel. 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Percebemos tantos ruídos, mas será que realmente têm algo a ver com o verdadeiro sentido do Natal? Gostaria de convidar a todos para nos prepararmos para um novo Natal. Um Natal que começa com o sonho de um novo tempo, de uma nova época, de uma vida nova! Precisamos encher o mundo, os corações e as mentes de sonhos, de confiança, de esperança! Precisamos gritar bem alto, aos quatro cantos da terra, que um mundo novo é possível, que uma mundialização alternativa, solidária pode suceder à globalização desumana que hoje presenciamos. Preparamos-nos para celebrar o Natal do Senhor, a Boa Notícia que veio a nós, tornando-se Humano para que nós nos aproximássemos do Divino. E como seria bom celebrar o Natal sendo e transmitindo Boas Notícias! Boas notícias que se tornam vivas: - na vida de tantos que são capazes de manter a integridade num mundo que insiste na fragmentação; - na vida dos que, contrariando a sociedade egoísta, se abrem para a generosidade e para a acolhida; - na vida daqueles que, reconhecendo os dons recebidos, não fazem deles motivos de glória pessoal, mas os colocam a serviço dos demais; - na vida de pessoas que, num lamaçal de mentiras, são capazes de dar a vida para testemunhar a verdade; - na vida daqueles que, esquecendo-se de si mesmos, se abrem e se doam aos que mais necessitam; - na vida de tantos que, contrapondo-se a tantos sinais de morte, gastam suas vidas cultivando e gerando “vidas novas”; - no testemunho de tantos que, mesmo sofrendo as conseqüências do ódio e da violência, são capazes de expressar a gratuidade do amor; - naqueles que são capazes de ultrapassar as trevas para alcançar a luz e com ela iluminar o mundo ao seu redor; - daqueles que, tendo a mesa farta, não se esquecem dos que não a têm e realizam o milagre da partilha; - daqueles que são capazes de dar novo sabor ao mundo tão insípido; - daqueles que não têm receio de colocar como pauta para sua vida, os ensinamentos e as atitudes do Menino que nasceu em Belém. Que bom seria se no Natal que se aproxima, nós pudéssemos transmitir a Boa Notícia, não só de Jesus nascido em Belém, mas também nos nossos corações! Que bom seria, se numa corrente de amor e de fé fôssemos capazes de celebrar, de fato, o Natal-vida, o Natal – pão na mesa de todos, o Natal-amor, o Natal – doação, o Natal – paz, que só pode vir do Filho de Deus para a vida de quem se abre para recebê-Lo. Certamente esse seria um Feliz Natal! Que seja assim o nosso Natal! 4 Editorial - Revista 15.pmd 4 23/01/2007, 12:13 IR. WANILDA MELO BARBARA ABRIGO JESUS, MARIA E JOSÉ Rua Prof. José Cândido, Nº 284 Cep: 37750-000 – Machado - MG Tel.: (35) 3295-1219 Uma boa notícia DESTAQUE Concretizando o sonho de Carmen Sallés no Sertão baiano Bendizemos a Deus com um hino de gratidão pelo caminho percorrido. Grande é a esperança de seguir evangelizando em terras baianas, sob a proteção de Maria Imaculada, aderindo ao estímulo de Carmen Sallés: “Adiante, sempre adiante, Deus proverá”. e Ao fundar a Congregação das Irmãs Concepcionistas Missionárias do Ensino, Carmen Sallés se inspirou em Maria Imaculada. Queria colaborar na obra da salvação pela implantação do bem. Aos poucos, a congregação foi se expandindo por diversos países. Em 1912 sete missionárias Concepcionistas, vieram da Espanha para o Brasil. Com a graça de Deus, e cheias de ardor missionário elas se dedicaram à missão de evangelizar através da educação. A semente foi lançada com amor, em “terra boa” e cresceu graças a muitas vocações religiosas e leigas que foram surgindo. Hoje, a Província do Brasil com treze comunidades, atende a vinte e cinco obras apostólicas. Algumas são escolas, creche, outras são obras sociais e concretizam o sonho de Carmen Sallés: evangelizar através da educação atendendo, sobretudo, aos mais necessitados e outras ainda, oferecem apoio pastoral às comunidades. Uma destas obras está em Jeremoabo, cidade do sertão baiano. CONTINUA INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 5 DESTAQUE Como um grão de mostarda plantado com amor e cuidado com perseverança, a semente do Evangelho vai crescendo e dando frutos. Ali a presença concepcionista tem mais de vinte anos. Seguindo o Plano da Diocese de Paulo Afonso e de acordo com as possibilidades locais, as irmãs foram se dedicando ao trabalho apostólico e missionário para a formação de lideranças. Procuram ser presença no meio do povo, dedicando-se às pastorais: catequética, social, da criança, juvenil, vocacional, infância missionária. Durante esses anos as irmãs concepcionistas foram bem acolhidas pelo povo jereboabense e com ele tem trabalhado em diversos empreendimentos. Como um grão de mostarda plantado com amor e cuidado com perseverança, a semente do Evangelho vai crescendo e dando frutos. Pode-se constatar que aumenta o número de catequistas, surgem lideranças, novos grupos se estabelecem, o povo se torna mais solidário e participativo na igreja e adquire maior consciência de seus direitos. Alguns projetos sociais têm sido possíveis, graças à ajuda solidária das irmãs da Província bem como de pais de alunos das escolas concepcionistas e de pessoas amigas que se prontificam para colaborar das mais 6 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 diversas formas. Assim, pode-se distribuir cestas básicas a famílias muito necessitadas; construir cisternas para armazenar água no tempo da chuva no sertão semi-árido, onde falta água cristalina; ampliar o salão das artesãs no povoado rural de Monte Alegre, onde um grupo de mulheres se organizou e trabalha com teares manuais. Um projeto importante voltado para o resgate da dignidade humana e a harmonia familiar é levado em frente, graças a ajuda solidária concepcionista: a Casa de Recuperação de alcoólatras e dependentes químicos, reconstruída e ampliada recentemente. Esta Casa poderá atender a mais de vinte pessoas que precisam ser recuperadas. Se pudéssemos contar... são inúmeros os gestos, a dedicação das irmãs nesses mais de vinte anos de presença concepcionista em Jeremoabo. É grande a acolhida, o carinho e a gratidão manifestados pelo povo. As irmãs atendem as pessoas que batem à porta para pedir ajuda e orientação, dedicam-se a visitas às famílias, sobretudo aos enfermos levando-lhes a Palavra de Deus e encontram corações abertos e desejosos de vivê-la.. “Tudo isto traz alegria e renova o nosso entusiasmo evangelizador como diz a missionária”, Ir. Gaudência S. Val (Fuencisla), que dedica uma boa parte de seu tempo às visitas. O mais importante é que nos sintamos filhos de Deus e irmãos com os irmãos mais necessitados, fazendo crescer o espírito de solidariedade, de partilha, de renúncia e sacrifício para gerar vida em comunhão. Hoje, bendizemos a Deus com um hino de gratidão pelo caminho percorrido. Como Maria podemos entoar: “Minha alma glorifica o Senhor... Ele eleva os humildes...” E por isso, grande é a esperança de seguir evangelizando em terras baianas, sob a proteção de Maria Imaculada, aderindo ao estímulo de Carmen Sallés: “Adiante, sempre adiante, Deus proverá”. Ir. Dorvalina Teixeira, RCM Jeremoabo BA INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 7 DESTAQUE Longevidade feliz e sabedoria: sínteses de quem sabe dar sentido à vida “O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade”. Estatuto do Idoso Art. 2º 8 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 o A partir desse artigo do Estatuto do Idoso, iniciamos uma reflexão sobre a “Melhor Idade”, sobre a dignidade ou a falta dela, que atinge tantas pessoas em nosso país. Depois de uma vida voltada à família, ao trabalho, e à sociedade, encontramos pessoas que sonham, têm planos, vislumbram um futuro para si, para seus descendentes e para sua comunidade. Estudos comprovam que a longevidade feliz depende fortemente do estilo de vida, da dignidade, do respeito com que as pessoas são tratadas e de como encaram a vida. O envolvimento em projetos pessoais e comunitários, o cuidado com a saúde por meio de uma boa alimentação e de exercícios físicos diários, além da oração, da prática religiosa e da espiritualidade desenvolvida ao longo da existência proporcionam a possibilidade de expectativa de um viver saudável e feliz. A comunidade do CMI-SP, tem a honra de conviver com uma pessoa maravilhosa, que, no alto dos seus 96 anos, é a expressão pura da dignidade humana, de força e de determinação pessoal, Me. Cruz. Nasceu em 1910, na cidade de Villadiego, próxima a Burgos, na Espanha. Filha mais velha de, 6 irmãos por parte de pai; perdeu a mãe muito cedo, quando tinha apenas, um ano de idade. Sua vocação foi despertada a partir da convivência com uma tia, irmã de sua mãe, que era religiosa. Aos 15 anos, entrou no Aspirantado, iniciando seu caminho na Congregação das Irmãs Concepcionistas Missionárias do Ensino. Em 1933, aos 23 anos, professou seus votos perpétuos e, logo em seguida, veio como missionária para o Brasil. Chegou ao Rio de Janeiro, mas apresentando problemas de saúde, foi transferida para Guaxupé, Minas Gerais, onde deu continuidade aos seus estudos e lecionou para as crianças da Educação Infantil. A partir daí, dedicou-se à educação, trabalhando como professora de Ciências. Foi Superiora de diversas casas como as de Passos, Belo Horizonte (da qual foi fundadora), São Paulo (por seis anos) e São Joaquim, Santa Catarina, onde a congregação mantinha um colégio, na época. Trabalhadora incansável, teve e tem, como base de sua espiritualidade e de suas ações, o pensamento de Me. Carmen Salles: “Fazes o que fazes e faze-o bem”. Em 1968, chegou a São Paulo pela segunda vez dedicando-se às artes, atuando como professora de Educação Artística e buscando, incansavelmente, conhecer outras técnicas de artesanato, corte e costura e transmitindo seus conhecimentos a quem desejasse. Nesse período, esteve presente, também, na fundação da Creche Carmen Sallés, auxiliando na organização e no cuidado com as crianças. Sua presença alegre, amiga e sensível aquece nosso coração. Os trabalhos manuais que realiza e a liderança frente ao grupo de mães e colaboradoras, que acompanha há mais de 10 anos, demonstram sua grande vocação para a vida. O grupo de Promoção Humana, iniciado na década de 90 por Ir. Cari- dade e Ir. Pilar continua “a todo vapor”, coordenado por ela. Todas as 4as feiras, 15 senhoras se reúnem, rezam, partilham a vida, aprimoram seus dotes artísticos, além de produzirem lindas peças artesanais. O produto desse trabalho é exposto em dois bazares anuais: um na festa junina do Colégio, e outro nas proximidades do Natal, em novembro. A renda arrecadada é revertida para instituições que atendem pessoas carentes como, Amparo Maternal, Creche Carmen Sallés, asilos, orfanatos e grupos que atuam em favelas na cidade de São Paulo. Me. Cruz não pára, já fez curso de corte e costura, tricô e bordado à máquina mas lhe sobra tempo para se comunicar, quase que diariamente, com seus irmãos e sobrinhos, na Espanha por meio da Internet, pela qual navega sozinha!!! Quando questionada sobre seus sonhos e projetos diz: “meu desejo é continuar a trabalhar, fazendo o me- lhor possível para ajudar, fisicamente, aos pobres e, moralmente, às senhoras que trabalham comigo, tudo para a Glória de Deus”. Uma das senhoras do grupo de promoção social assim se expressa: “A preocupação com o próximo fez nascer o Grupo da Promoção Humana, atualmente conduzido pela Madre Cruz. Seu caminho parece estar sempre rodeado de rosas, cultivadas por ela, de forma a não deixar que os espinhos a impeçam de realizar o bem.Sua vida é uma oração sincera, oferecida a Deus e, por isso, um exemplo e direção para todos aqueles que dela se aproximam. Sem dúvida, agradecemos ao Pai por permitir que a Sua Graça esteja conosco na presença dessa querida Madre”. Também em minha vida familiar, tenho a oportunidade de conviver com Idosos. Minha avó paterna, Corina, que sempre morou comigo, hoje, com 92 anos é minha grande companheira. Sinal da presença de Deus em nossa família e junto aos amigos, instiga-nos a conviver com as limitações impostas pela idade, a gerenciar o conflito de gerações e a aprender, diariamente, a valorizar a experiência, a ter disposição para o trabalho, a apreciar a beleza das flores, a amar as crianças e a ter fé, acima de tudo. Duas mulheres tão diferentes, mas, ao mesmo tempo, tão semelhantes na expressão de seu amor pela vida. Mulheres laboriosas, mulheres de coragem, exemplos para todos nós! Márcia Reda Coordenação de de Pastoral - CMI -SP INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 9 XIV Capítulo Geral O Carisma Concepcionista gerador de vida dependentes do Governo Geral recorreu em vários momentos com a seguinte invocação: Espírito de amor, faça gerar vida nova na família concepcionista. A construção do Reino desafia a todos, por isso o ponto chave que orientou o XIV Capítulo Geral foi: gerar vida, oferecer vinho novo, revitalizar as motivações que sustentam a vida e a missão, alimentar esperanças. O forte apelo deixado pelo Capítulo a todos os que participam do Carisma Concepcionista é semear o bem, articular a graça e o esforço, enlaçar o individual e o comunitário, ser “poços que se enchem de ciência e de virtude”, manifestar a experiência de Deus e a confiança em sua Providência. O Capítulo dedicou-se à revisão dos documentos: As Constituições, livro de vida das Irmãs Concepcionistas, guia de discernimento, fonte de oração, compromisso aberto à missão. Estatutos do Movimento Leigo Concepcionista, caminho de vida para os leigos chamados à vivência do Carisma. e Religiosas e Leigos que participaram do XIV Capítulo Geral em Marcila, Espanha Este foi o tema proposto para o estudo e reflexão de religiosas e leigos em preparação para o XIV Capítulo Geral da Congregação, assembléia que ocorre a cada seis anos. O Capítulo ocorreu durante o mês de julho, em Marcilla, região de Navarra, na Espanha. Os momentos vividos na celebração do XIV Capítulo Geral da Congregação foram de grande fé e esperança de gerar vida nova na família concepcionista. Foram momentos de vivência da ação do Espírito que moveu os profetas e que continua presente na Congregação, impulsionando-a para realização do Plano de Deus sobre ela. A Ele, a Assembléia Capitular constituída por trinta e quatro Religiosas de quase todos os países em que a Congregação está presente, nove leigos que vieram das realidades do Brasil, Espanha, República Dominicana, Venezuela e Casas Dedicou-se a avaliação da caminhada da Congregação nos seis anos passados e à elaboração de propostas que sejam geradoras de vida nos próximos anos. Além disso, realizou a eleição da Equipe de Governo que irá conduzir, nos próximos seis anos, os caminhos da Congregação. Capítulo Geral, momento forte de vida, tempo de revisão e de propostas, tempo de fortalecimento no ser e no agir concepcionistas. Esse foi o tempo vivido na Congregação nesse julho de 2006. Houve um casamento em Caná, estava ali a mãe de Jesus; também Jesus com seus discípulos (Jo 2, 1-11). Uma festa, um lugar: um encontro. Talhas, água, uma mãe: uma súplica. Vinho, uma mão, um gesto: um milagre. Os noivos, os convidados: uma celebração. Maria, a mãe solícita adianta o processo e provoca a mudança. Como em Caná, Maria está em nossa vida. Com Ela queremos: Estar atentos às necessidades de quem vive conosco, Encher as talhas de água de nossas pobrezas para que Jesus as cumule de novidade e gratidão; Dispor nosso coração para sintonizar com a Palavra: “Fazei o que Jesus vos disser”; Abrir-nos ao milagre diário de contemplar a vida que gera o Carisma Concepcionista. Maria fez com que a hora se adiantasse em Caná. Maria, ao final do XIV Capítulo Geral, continua dizendo: Esta é vossa hora! Espírito de amor, faça gerar vida nova na família concepcionista. Momento de oração no início de uma jornada de trabalho 10 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Da esq. p/ dir.: Ir. Eni, Ir. Maria luz, Ir. Vera, Ir. Terezinha e Ir. Wanilda em dia de peregrinação à cidade de Xavier Em Celebração Eucarística, Ir. Vera, superiora provincial, oferece os 94 anos da Província do Brasil Maria Amélia e Maria Heloisa, leigas que representaram o Brasil no XIV Capítulo Vista parcial da casa de Marcilla onde se realizou o XIV Capítulo INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 11 DESTAQUE Uma escola em Pastoral a “A missão de uma Obra Concepionista é: ser uma Comunidade Educativa que na Igreja Católica: evangeliza, tendo como referência Maria Imaculada; favorece a formação integral de cada pessoa; opta por uma metodologia e um estilo preventivo; presta uma especial atenção aos mais necessitados; compromete-se na construção de uma sociedade mais justa e fraterna mediante testemunho, o anúncio e a experiência de um conjunto de valores característicos do carisma e da espiritualidade de Carmen Sallés.” Para que esta missão seja autenticamente assumida e vivida por toda Comunidade Educativa é necessário que se tenha consciência da importância e do valor da Educação para Carmen Sallés. Com esse desejo, a Equipe Central da Coordenação Provincial de Educação, reuniu os 12 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Conselhos Diretores das Obras da Província para a realização de um Seminário sobre: Escola Concepcionista, “Uma escola em pastoral”. A proposta do Seminário foi apresentada previamente aos Conselhos Diretores que estudaram o tema para apresentação, debate e conclusões. Os anseios e as esperanças dos educadores puderam ser explicitados no encontro que aconteceu nos dias 13 e 14 de outubro, no Recanto Betânia, em Embu-Guaçu, SP. Todas as escolas participaram com muito entusiasmo. Perceberam que para se alcançar e encarnar na própria vida essa proposta é necessário trabalhar em conjunto, desde as atividades que são realizadas pelas coordenações pedagógica, administrativa e pastoral. É preciso que as ações caminhem em harmonia, em equilíbrio, pois somente assim haverá comunhão nas relações interpessoais dentro e fora da escola. S ó assim será possível a celebração da fé na vida e haverá um maduro e forte compromisso para com a fraternidade, pois ela é o primeiro passo para se alcançar a solidariedade. Os conselhos diretores dos colégios reunidos em Embu-Guaçu revelaram e partilharam um pouco da sua caminhada à luz do tema: “Escola Concepcionista, uma escola em Pastoral”. Foi uma partilha muito rica, pois pudemos perceber que nossos olhares e nossa caminhada estão voltados para o tipo de pessoa que desejamos formar, seguindo a proposta concepcionista. Realmente, aí estão as chaves para que as escolas concepcionistas possam ser transformadas em Comunidades de Fé e seus membros possam ser estimulados a buscar o sentindo de sua missão de educadores, mola mestra que orientará a ação educativa com crianças, jovens e adultos. Tudo isso só será possível se cada um se tornar responsável pelo desenvolvimento da missão concepcionista, pois todos são chamados, em primeiro lugar, a acreditar na própria vocação de educador como um dom de Deus e depois, dentro da congregação, realizar seu trabalho educativoevangelizador. Participar desse encontro foi tomar consciência da responsabilidade, da importância e do valor do Carisma Concepcionista na vida de cada educador. De fato, se não estivermos vivendo e trabalhando em sintonia não será possível “Evangelizar através da educação tendo Maria Imaculada como fonte inspiradora.” Joana Matos Silva - Coord. de Pastoral Col. Madre Carmen Sallés - Brasília - DF HOMENAGEM Não desistam da Educação De Washington, EUA, Fábio Mendonça, ex-aluno do Colégio Madre Carmen Sallés - Brasília/DF escreveu para “Integração em Revista” testemunhando a importância da perserverança na missão de educar o Olá, Meu nome é Fabio Mendonça. Estudei no “Madre Carmen Sallés” (Brasília) em 1975 e 1976. Tomei bomba na quinta série dois anos seguidos, para desespero da minha querida professora Madre Fuencisla, que a duras penas tentava me fazer prestar atenção às aulas. Tudo em vão, pois eu tinha problemas em casa e não tinha a menor condição psicológica de me concentrar. Minha mãe era divorciada e uma pessoa muito difícil, e nós não passávamos por um bom momento financeiro. Madre Fuencisla, por quem desenvolvi um carinho enorme, ficava muito frustrada pois ela sabia que eu era um garoto inteligente, mas que estava sendo afetado por problemas sociais. Após dois anos de repetência, minha mãe resolveu me mandar para um colégio interno, e eu nunca mais voltei ao Colégio Madre Carmen Sallés. Depois disso, muitos anos se passaram até que eu conseguisse me erguer. Creio que Madre Fuencisla ficaria muito feliz de saber que o esforço dela não foi em vão. Eu não só me tornei um profissional super res- Fábio Mendonça, esposa e filhos peitado na área de Modelagem de Dados e Bases de Dados Oracle, como também acabei me tornando um craque em matemática, um músico de primeira e uma pessoa muito feliz e realizada no amor e na família. Eu não sei se a Madre Fuencisla ainda está viva e se lembra de mim, mas se estiver, agradeceria se vocês pudessem mandar um beijo enorme pra ela, e dizer que o esforço dela valeu a pena, e que mesmo 30 anos depois de ter estudado no “Madre Carmen Sallés” e convivido com ela, às vezes eu estou na minha Mercedes a caminho do trabalho, aqui onde moro, em Washington, nos EUA, e me lembro da Madre Fuencisla e penso: como ela ficaria feliz de ver o meu sucesso! Aí me ponho a cantarolar a musiquinha que ela cantava pra nós: “Um certo dia, a beira mar, apareceu um Jovem Galileu....”, e sinto saudades daqueles anos - que foram tristes pra mim - mas que me deram a honra de conhecer essa pessoa maravilhosa e angelical que era a Madre Fuencisla. A todos vocês do Madre Carmen Sallés, um abraço muito grande e uma palavra de amigo: Não desistam nunca da educação, pois ela vale a pena, mais cedo ou mais tarde. Eu que o diga! Fabio Mendonça INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 13 HOMENAGEM ! o ã n r o t n Ca O educador perspicaz! “Estudar não é um ato de consumir idéias, mas de criá-las e de recriá-las”. 14 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 e Enquanto as beatas rezavam na igreja matriz e as meninas atualizavam as fofocas, um grupo de calças curtas aproveitava os domingos para cantarolar os sucessos musicais dos anos 30 na movimentada praça central de Jaboatão, interior de Pernambuco. Certo dia, um dos garotos resolveu ir ao programa de calouros da rádio local, mas adoeceu na véspera da apresentação. “Paulo, você vai no meu lugar?”, propôs. Usando o nome do amigo, ele soltou a voz e arrebatou o prêmio. Meses depois, tomou coragem e se inscreveu com o próprio nome. De volta à rádio, menos tímido, o gongo soou assim que ele começou a cantar. Controlando as lágrimas, Paulo parou num canto do estúdio e tomou a decisão: “Não serei mais cantor. Serei professor de sintaxe”. Dessa desilusão surgia alguém que buscava oportunidades e era persistente e daí nasceu um educador que ganhou 38 títulos honoris causa e escreveu livros traduzidos para mais de 20 idiomas. Conhecido internacionalmente por seus métodos de educação e alfabetização, mostrava seu compromisso com a vocação assumida. Recifense nascido a 19 de setembro de 1921, Paulo Reglus Neves Freire deu suas primeiras aulas de Língua Portuguesa aos 18 anos. Mas ainda tentou ser advogado. Formado, mon- tou um escritório e passou um ano inteiro sem cliente. Quando apareceu a primeira causa nos tribunais, o bacharel se recusou a cobrar uma dívida do réu. Preferiu dedicar-se às aulas e fez bem. Percebeu que na educação havia necessidade de qualidade e podia mostrar sua eficiência. Em 1947, ele assumiu a Divisão de Educação e Cultura do recém-criado Serviço Social da Indústria (Sesi), tendo como missão alfabetizar adultos do Estado de São Paulo. “O índice de analfabetos beirava os 100% na área rural”, afirmou a ISTOÉ, a historiadora Ana Maria Araújo Freire, viúva do educador. Para Paulo Freire, ensinar a ler e escrever era pouco. Ele via como tarefa da educação o desenvolvimento do senso crítico para o exercício da cidadania, e não apenas o adestramento de mão-de-obra para o mercado de trabalho. Em vez de “vovô viu a uva”, Paulo riscava no quadronegro nomes relacionados ao cotidiano do aluno: tijolo, enxada, parafuso. A partir dessas “palavras geradoras”, difundiam-se idéias libertárias “para vencer a opressão das elites dominantes”, como justificava. Tinha clareza de seus objetivos e seguia um planejamento sistemático. Em 1963, foi chamado para coordenar uma equipe de professores na minúscula Angicos, sertão do Rio Grande do Norte. Em 45 dias, alfabetizou 300 trabalhadores rurais. Era a consagração do “Método Paulo Freire” e o trampolim para ele chefiar o Programa Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Em 1964, acusado de “perigoso subversivo e ignorante absoluto”, conforme o inquérito aberto pelos militares e depois arquivado por falta de provas, ficou 75 dias preso e se refugiou no Chile com a primeira esposa e os cinco filhos. Lá alfabetizou sete mil camponeses e começou a virar celebridade internacional. Mas os tempos de exílio (que continuou nos Estados Unidos e na Suíça) foram difíceis. O educador não pôde voltar ao Brasil sequer para o enterro da mãe. Tinha saudades dos jogos de futebol do Santa Cruz e do Corinthians, saudades da galinha de cabidela, do peixe no leite de coco e dos sucos de frutas nordestinas. Mas tinha autoconfiança, acreditava no que percebia e na educação da gente simples através da alfabetização a partir das palavras geradoras. De volta ao Brasil em 1980, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores. Marxista convicto, não dispensava as orações - era católico - e comia no McDonald’s sem constrangimento. Também passou a orientar teses de mestrado na PUC de São Paulo. Até pouco antes de morrer, a 2 de maio de 1997, de infarto, atendia a todos os estudantes com a mesma cordialidade. Sem saber lidar com fax ou computador, escreveu os últimos livros com a mesma caneta hidrográfica. “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em Passava os momentos de folga na confortável poltrona da casa no bairro do Sumaré (SP). O tamanho do sofá às vezes o escondia, mas um assobio afinado evidenciava sua presença. Era uma velha mania, o que restou de um sonho de criança. Que grande cantor o Brasil perdeu. Mas que grande educador, estudado e conhecido internacionalmente o Brasil ganhou! Percebemos em Paulo Freire o empreendedor sensível às necessidades do povo, o homem simples e capaz de transformar a educação e a alfabetização do povo mais empobrecido, o indivíduo que sonhou e transformou seu sonho em realidade e que nos desafia a sermos educadores empreendedores. Paulo Freire, um dos maiores educadores brasileiros do século XX, autor de mais de 40 livros, traduzidos para mais de 20 idiomas, criador de uma autêntica teoria do conhecimento, é, sem dúvida, um dos mais expressivos pensadores de nosso tempo. O foco central da vida de Freire foi a luta com e em defesa dos oprimidos de todo o mundo. Para tanto, criou uma proposta educacional revolucionária que, incorporando um conjunto de princípios ético-políticopedagógicos, forjou uma fecunda teoria do conhecimento a serviço da conscientização política, em que a educação é prática de liberdade. Segundo, Freire, “estudar não é um ato de consumir idéias, mas de criálas e de recriá-las”. REFERÊNCIAS: www.centrorefeducacional.com.br/paulo.html www.projetomemoria.art.br www.paulofreire.org.br comunhão.” (Pedagogia do Oprimido, 1968.) Ir. Marlise Regina Severino Peters CMI – Rio de Janeiro INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 15 FOTO: UNITUS PEL O MUNDO PELO zas e com seus costumes. Começam o desafiante tempo da aprendizagem de uma nova cultura. Era necessário comunicar-se e essa era outra dificuldade para quem chega a um país que tem como idioma oficial o hindi, falam também o inglês e outras muitas línguas regionais como: telugu, bengali, marati, tâmil, urdu, gujarati, malayalam, etc. Este último é o idioma falado na região de Kerala, onde a Congregação iniciou seus passos na Índia. A missão Concepcionista na Índia c Conforme nos diz Lucas em seu Evangelho, os discípulos de Emaús caminhavam sem esperança e quando o Senhor lhes fez a releitura das Escrituras suas mentes se abriram, e ao partir o pão, seus olhos reconheceram-lhe e se deram conta que seus corações ardiam enquanto o ouviam pelo caminho (Cf. LC. 24). Esta foi também a experiência das primeiras concepcionistas que chegaram à Índia. Haviam meditado as Escrituras, haviam aprofundado o sentido missionário da congregação, haviam escutado a experiência de tantas irmãs, que deixando suas terras e sua gente partiram ao encontro de outros irmãos necessitados de ajuda. Ardia-lhes o coração ao saberem de seu novo destino, mas era chegada a hora em que realmente seriam elas as portadoras das primeiras sementes da missão concepcionista num país longínquo, esperando produzir seus frutos naquela terra. Em setembro de 2004 partiram de diferentes lugares, duas da Coréia e uma da República Democrática do Congo, depois de passar uma temporada nos Estados Unidos para aperfeiçoar Numa realidade tão diversa, tão ampla e com tantos sinais de pobreza, as irmãs Concepcionistas Missionárias do Ensino ouviram o apelo do Espírito Santo e desde 2004 vêm sendo presença de fé e testemunho do amor de Deus FOTO: FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2004 na realidade indiana 16 16 INTEGRAÇÃO Junho 2005 Como começou? o inglês. Ir. Felicité saiu de S. Francisco e as irmãs Madalena e Micaela partiram de Seul. As três fizeram escala em Singapura e seguiram no mesmo avião que as levaria a Trivandrum. Como toda mãe de família que quer levar seu filho à escola no primeiro dia de sua vida estudantil, assim também M. Maria Luz, Superiora Geral, saiu de Madri no dia 23 de setembro para a Índia, permanecendo uma temporada com as irmãs. Este gesto foi um impulso para as três missionárias. Ao chegarem ao país, iniciou-se para as primeiras concepcionistas missionárias na Índia o tempo de estudos, de contatos, de conhecimentos. O grande desafio era agora entender aquela gente com suas rique- Índia Nome oficial: República da Índia Capital: Nova Deli Localização: Sul da Ásia Território: 3.286.590 Km2 Idiomas: Hindi, Inglês e mais 14 línguas oficiais Expectativa de Vida: 51 aos Religião: Hinduísmo: 80,5%; Islamismo: 13,4%; Cristianismo: 2,3% Forma de Governo: República Federal População (2006): 1.095.351.995 de habitantes (0-14 anos: 30.8%; 15-64 anos: 64.3%; 65 anos ou mais: 4.9%) Etnias: Indo-arianos 72%, Drávidas 25%, Mongóis e outros 3%. Expectativa de vida: 64,7 anos (homens: 63,9; mulheres: 65,57) Independência: 15 de agosto de 1947, do Reino Unido Forma de Governo: República parlamentarista Moeda: Rúpia Indiana (INR) A Índia impressiona por seus imensos contrastes. Assim como nela se encontram cérebros privilegiados, como por exemplo, o inventor do Hotmail, há também 320 milhões de analfabetos. O número de habitantes é de 1,013 bilhão de acordo com o censo de 2000. Na índia observa-se uma extraordinária mistura de beleza, religiosidade, respeito e também de muita pobreza. Convivem nela três grandes grupos religiosos sendo 75% de hindus; 18% de muçulmanos e os cristãos, que só representam 2,3% da população indiana. A beleza da terra é impressionante, assim como a vitalidade, a capacidade de resistência das pessoas, seus gestos de acolhida e de hospitalidade... A Índia é uma terra que fascina a quem a visita, uma terra grande em extensão, mas maior ainda por sua riqueza humana. A média de idade da população é de 24 anos e há 543 milhões de jovens. É grande também pela quantidade e variedade de vocações religiosas, concretamente no Sul, na região de Kerala. A verdadeira riqueza da Índia é sua gente, sua espiritualidade e sua filosofia de vida. Como viemos parar nesse maravilhoso país? A Congregação, tão marcada pela atuação da Divina Providência, vai se deixando conduzir por Ela e assim ocorreu também na fundação da índia. Esta se deu mediante a solicitação de um sacerdote indiano, Padre CONTINUA INTEGRAÇÃO Junho 2006 17 PEL O MUNDO PELO Thannikkot, do Instituto “Voluntas Dei” que, no ano de 1991, esteve em São Domingo, na República Dominicana cursando seus estudos de Teologia e lá conheceu as concepcionistas. No ano de 1997, seu Instituto nomeou-o superior da Índia e em 2001 ele se encontrou com a superiora geral, M. Maria Luz, em São Domingo. Foi quando surgiu o convite expresso para que a congregação abrisse uma comunidade na Índia, algo impensado até aquele momento. Depois de uns dias, M. Maria Luz e o Padre Thannikkot se reencontraram em outra comunidade concepcionista da República Dominicana. Então ele voltou a insistir na fundação na Índia, ao que M. Maria Luz respondeu que se fosse vontade de Deus, Ele se en- 18 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Os cristãos só representam 2,3% da população indiana (1,8% do total de habitantes do país é católico), mas apesar de ser uma pequena minoria, atendem 20% de toda a educação primária do país carregaria de abrir os caminhos. Assim se despediram e depois de dois anos de oração e discernimento M. Maria Luz confirmava a decisão tomada pelo Governo Geral: Vamos à Índia, Deus proverá! A partir da decisão, vários passos foram dados para concretizar a fundação e em 2003, as Madres Maria Luz e Fermina Maté partiram para a futura e nova missão, procurando de início conhecer, o povo, a cultura, a realidade e a diversidade daquele imenso país. Sobretudo, era necessário definir por onde se iniciaria a presença concepcionista no país. Vários fatores foram considerados e analisados. Toppo fez, recentemente, uma intervenção na UNESCO apresentando que o fator chave de todo desenvolvimento é a educação, cuja essência é a transmissão de valores como o amor. «Educação um caminho para o amor» foi o tema de sua reflexão, partindo da Encíclica de Bento XVI «Deus Caritas est» («Deus é amor»). Aludindo ao documento pontifício, o cardeal Toppo explicou que «a missão de amor da Igreja é a educação das pessoas no amor, que é uma forma de responder à necessidade contemporânea de justiça neste mundo». «A Igreja tem o dever indireto de contribuir com a purificação da razão e com o robustecimento daquelas forças morais sem as quais as estruturas não dão mostra de eficácia a longo prazo», acrescentou aludindo igualmente à encíclica. Os cristãos só representam 2,3% da população indiana (1,8% do total de habitantes do país é católico), mas apesar de ser uma pequena minoria, atendem 20% de toda a educação primária do país, 10% dos programas comunitários de alfabetização e saúde, 25% da atenção dos órfãos e viúvas, 30% do cuidado dos deficientes, leprosos e pacientes com Aids. A grande maioria de quem se vale dessas instituições pertence a Passos da presença religiões distintas do Cristianismo. Tais instituições são muito apreciadas por hindus, muçulmanos e membros de outros credos, ou de nenhum, que reconhecem nos cristãos seu serviço desinteressado pelos que sofrem, os marginalizados, os analfabetos e os oprimidos. O governo indiano não permite que estrangeiros realizem missão em seu país, o que só pode ser realizado através de religiosos nativos. Mas a Providência Divina não falha. As irmãs, impulsionadas pelo “Adiante, sempre adiante, Deus proverá”, iniciaram a missão de serem testemunhas de um jeito próprio de viver a consagração ao Senhor, e dessa forma, desde o início foram cativando as crianças e os jovens nas diversas paróquias e realidades por ela visitadas. Acolhida com alegria, esperança e confiança na região de Kerala, a congregação vai dando seus primeiros passos na índia. Dando início ao Carisma Concepcionista na Índia, a comunidade concepcionista conta hoje com seis jovens que estão iniciando o processo de formação para inserção na família concepcionista. A missão concepcionista as espera, pois, a educação é sumamente importante e deficitária naquele país. Pode-se vislumbrar um horizonte de esperança, como diria Carmen Sallés ao perceber a presença de tantas crianças e jovens necessitados da educação. É verdade, as dificuldades do início da missão em um país são grandes, mas bem maior é o ideal de viver o “faze o que fazes, faze-o bem”, na certeza de que “Deus proverá”. Situação social Numa realidade tão diversa, tão ampla e com tantos sinais de pobreza, uma vez conhecida, é difícil ficar indiferente àquilo que o olho viu e o coração sentiu. A sociedade indiana não consegue oferecer todas as oportu-nidades que a população necessita-ria para viver uma vida de maior dignidade humana. Na Índia existe marcadamente o sistema de classes sociais e cada nível tem sua posição definida sem mistura entre os níveis. A rigidez da casta não permite que outras famílias possam fazer parte dela. O presidente do episcopado indiano cardeal Telesphore Placidus INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 19 PASTORAL Quem ama a Jesus é Missionário é É desejo do Bom Deus que todos se salvem, pois, como Pai, quer ver todos os seus Filhos reunidos com Ele no Céu. Por isto, Jesus, antes de subir ao Céu, deu a seguinte ordem aos discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15) É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho de Jesus. Todos os cristãos são chamados a anunciar, pela vida e pela palavra, o Evangelho, mas há pessoas que até deixam sua Pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por Jesus. Estas pessoas são os missionários Devemos pedir a Deus que aumente o número de pessoas que, generosas, queiram dedicar toda sua vida para este serviço. Todos nós fomos convidados a ser missionários, pois podemos falar de Jesus, imitá-lo, fazê-Lo conhecido e amado. Podemos ser missionários em nossa própria família. Podemos ser missionários quando contamos aos pais e irmãos as coisas lindas que acontecem na escola; quando contamos em casa o que a professora disse na aula de Ensino Religioso, sobre Jesus, sobre os santos e as pessoas virtuosas. Quando vivermos realmente o aprendemos nas aulas de Ensino Religioso ou na Catequese, somo missionários pelo nosso testemunho. Santa Teresinha foi uma, religiosa de clausura rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é considerada a PADROEIRA dos MISSIONÁRIOS. 20 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 E nós o que iremos fazer? Há muitas formas de continuar a misssão de Jesus. Quando queremos bem a uma pessoa, falamos e gostamos de falar dela. Assim também, se amamos a Jesus, temos que falar DELE, procurar viver o que Ele ensinou e falar também de sua mãe. O mês de outubro, consagrado às Missões, é também o mês em que Nossa Senhora apareceu aos pescadores que passaram a chamá-la de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Sabemos que quando a família reza unida supera melhor as dificuldades do dia a dia e estreita os laços de amor, compreensão, afeto e perdão. Por isso, durante todo o mês de outubro a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, mãe de Jesus e nossa, circulou pelas dependências do Colégio Maria Imaculada do Rio de Janeiro e também pelas casas de alunos, professores e funcionários que se inscreveram para recebê-la em seu lar. O Setor de Pastoral promoveu essa visita para que as famílias pudessem ter um momento de oração e de união fraterna, pedindo pela paz do mundo, e principalmente para o nosso país. Juventude, fonte de vida! Sheyla Cotilha - Coord. Setor Pastoral CMI - Rio de Janeiro f Felizes são os jovens que valorizam a vida como fonte de todo bem, pois através dela conhecerão o Deus vivo e encontrarão o verdadeiro sentido para sua existência. Sabemos, pelos evangelhos, que Jesus teve um olhar todo especial para os jovens. Percebemos seu carinho ao escolher João para fazer parte do seu grupo de apóstolos e fazer dele o discípulo amado. Conhecemos o apreço pelo jovem rico ao olhar para dentro do seu coração e lhe fazer uma proposta ousada: vai, vende todos os teus bens, dá aos pobres. Depois, vem e segue-me. (Lc 18,22) Não só na época de Jesus, mas ainda hoje Ele continua a ter um olhar especial para os jovens. Percebemos claramente quando vemos que tantos jovens, no mundo todo, se deixam cativar por Jesus, ficam fascinados com sua proposta e tornam-se seus discípulos e apóstolos corajosos no anúncio de forma viva, criativa e corajosa do mesmo Senhor que os cativou. Os jovens são continuamente desafiados, mas também nós, adultos devemos nos encaixar nesses desafios. Para trabalhar e oferecer novas oportunidades a eles precisamos estar convictos e acreditar que eles são capazes de realizar e fazer acontecer maravilhas em nosso mundo. No colégio Me. Carmen Sallés, lançamos o desafio aos nossos jovens do Ensino Médio de trocarem a noite de sexta-feira de festas, descanso e outros programas por uma noite de retiro com Jesus. E eles aceitaram. Foi uma noite incrivelmente proveitosa. Iniciamos nosso encontro com a santa missa. Em seguida tivemos os testemunhos de dois jovens que partilharam sua caminhada de vida com Jesus e após todos participaram de um coquetel. O encontro contou com a presença e a animação de um DJ católico entusiasmado por Jesus. O encontro foi encerrado com uns momentos de oração para agradecer a Deus pelo dom da vida e por tantos benefícios que diariamente recebemos de Deus e pelos quais devemos ser gratos. A alegria foi grande ao perceber a necessidade que os jovens têm de estarem arraigados ao bem. E se conseguirmos cativá-los para o bem teremos um mundo mais justo, fraterno e solidário. Acreditamos na força dos jovens e sabemos que são capazes de transformarem a própria vida e a vida do mundo. Joana Matos da Silva Coordenadora de Pastoral do Colégio Me. Carmen Sallés - Brasília INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 21 PASTORAL Qual é o caminho da n felicidade? No mês de setembro, o Ensino Médio do Colégio Maria Imaculada do Rio de Janeiro, se reuniu na casa de Iguaba num final de semana para um Encontro Vocacional, com propósito refletir sobre vocações no sentido religioso e profissional. Um grupo de 26 alunos juntamente com os professores Ramão (Professor de História), Alexandre (Professor de Ensino Religioso), Sheyla (Coordenadora de Pastoral) e Margarete (Orientadora Educacional), reuniramse na Capela do colégio Maria Imaculada-Rio, para uns momentos de oração pedindo a intercessão de Madre Carmen e o êxito do encontro. Em Iguaba o grupo foi recebido carinhosamente por Irmã Macdamia, que chegou antes para preparar a casa e os espaços. Já no caminho de entrada da casa cada um pegou uma pedra que trazia escrito o nome de um dos participantes. Cada pessoa deveria tê-la presente durante o encontro para rezar por ela e só revelar o nome no final do encontro. Para esse momento final cada aluno deveria preparar a pedra e decorá-la com algo que expressasse as orações feitas pela pessoa. A colaboração do jovem Wellington embalou a todos com cantos durante todo o encontro. O tema trabalhado ajudou os jovens a pensarem em suas habilidades e expectativas de futuro, estimulando debates profundos sobre a realidade do mundo tão competitivo em que vivemos. Os momentos de celebração e de oração foram fundamentais para que pudéssemos sentir a presença de Deus em nosso meio e a ajuda de Madre Carmen, como se ela mesma estivesse presente entre nós. O filme projetado e debatido, muito contribuiu para a reflexão vocacio- nal e o testemunho do professor Alexandre foi convincente pela profundidade e sinceridade de suas palavras. O encontro foi finalizado no domingo, 03 de setembro e todos retornaram ao Rio com o gostinho de quero mais e com um enorme desejo de que este encontro aconteça no próximo ano letivo. Margarete Ribeiro Quedinho Orientadora Educacional - Colégio Maria Imaculada - Rio de Janeiro Crisma sinal da maturidade cristã o O CIC de Machado todos os anos abre suas portas para acolher jovens que se preparam para o Sacramento da Crisma nas Paróquias: Sagrada Família e Santo Antônio. Essa preparação é realizada há mais de 8 anos, com jovens de várias escolas e pontos da cidade, que se reúnem sob a coordenação de Irmã Caridade Antolín González, que conta com a ajuda de catequistas. Todos os anos são crismados mais de 200 jovens. Os encontros com os alunos acontecem às quintas-feiras, à noite, atendendo a três turmas e duas turmas aos sábados. Além do desenvolvimento das atividades propostas pelo livro: Crisma, o Sacramento da Decisão, da Editora Vozes, são realizadas dinâmicas envolvendo os jovens e ajudando-os a crescerem em sua consciência cristã. As catequistas têm uma reunião com a coordenadora, todos os segundos sábados de cada mês, quando é feita uma avaliação das turmas participantes. Catequistas e crismandos experimentam uma convivência espiritual que engrandece a alma e fortalece a fé. É por isso, uma força e ânimo para caminhar em uma direção que se oponha à do mundo em que vivemos marcado pelo privilégio à corrupção, à violência e a tantos tipos de mal. Animada pela firmeza de Carmen Sallés: “Adiante, Sempre Adiante!”, a catequese crismal visa preparar os jovens para viverem a espiritualidade como fermento para a Igreja. Maria de Lourdes de Oliveira Dias (Dilu) - Ex-Aluna, Recepcionista do CIC Machado e Catequista da Crisma Encontros de Formação O Setor de Pastoral do Colégio Imaculada Conceição buscando formas de atender os adolescentes e jovens que anseiam por um mundo mais justo e fraterno, propôs aos seus alunos de 5ª e 6ª séries, um encontro de formação cristã, realizado no dia 11 de agosto de 2006, sexta - feira, das 8 às 17 horas, no Juvenato São José, dos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Paraguaçu-MG, coordenado pelos irmãos da localidade, que desenvolveram com os alunos os temas: Valores e contra-valores – Tema desenvolvido através de palestras, dinâmicas, filmes e questionamentos. Vivência fraterna, enfatizada de diversas formas: na refeição, jogos e brincadeiras, entre os alunos do Colégio e os semi-internos do Juvenato, que são assistidos pelos irmãos por serem adolescentes carentes, e alguns deles até “meninos de rua”, da cidade de Paraguaçu. Ao final do encontro, os irmãos fizeram a Celebração da Palavra com a distribuição da Eucaristia. Irmã Vanilda Rodrigues Pereira - Coordenadora de Pastoral 22 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 23 Família escola da vida e de valores f INTEGRAÇÃO Situações diversas ultrapassam a realidade doméstica e atingem toda a sociedade. Pais que estão perplexos diante da tarefa intransferível e inadiável de educar seus filhos e fazêlos chegar a um futuro melhor. No intuito de lembrar que existe uma “Boa Nova” no enlace de um homem e de uma mulher, na fundação de uma família, onde os esposos, com sua união realizam o amor de Cristo que deve passar pelo caminho da cruz, das limitações, dos defeitos, do perdão e chegar à alegria da ressurreição: “Vida Nova!”, nossos alunos mostraram no dia 19, momentos familiares de imprescindível felicidade. Neste contexto, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental prepararam as honras e como bons anfitriões e mestres de cerimônia, renderam homenagens às famílias, conduzindo todo o evento, demonstrando quanto os momentos que passam juntos são importantes. Através de orações, cantos e encenações trouxeram a baila as di- ferenças, os anseios, preocupações, conflitos, lazer, saúde, acolhimento, felicidade, perdão, amor e paz na família. Em um clima de união, alegria e esperança agradecemos a Deus o fato de termos família, seja ela qual for e como for. Evocamos à Sagrada família bênção e proteção para todas as famílias deste mundo tão conturbado. Levar nossos alunos a perceberem a família, como lugar de encontro, aconchego, acolhimento, espaço de vivência humana, porto seguro ou ponto de partida para um mundo mais humano, mais justo, mais afetivo, mais ameno..., descobrir valores no seio da família é nossa função, enquanto educadores Concepcionistas. Família, lugar do AMOR!!! Sheyla Cotilha Coordenadora do Setor de pastoral do CMI-RJ Oração com as famílias Família... O mês de Agosto, especialmente dedicado às vocações, vem nos lembrar o chamado de Deus feito a todos nós. “Vem e segue-Me”. “Muitos são os chamados, poucos são os escolhidos”. Sabemos viver plenamente, como filhos de Deus chamados à vida, no batismo, no sacerdócio, na vida religiosa, sendo solteiro por ideal, missionário leigo ou através do matrimônio para constituirmos família? O Colégio Maria Imaculada do Rio de Janeiro, trabalhou durante o mês de agosto a problemática pela qual passa a instituição “família”, sabendo que está diante de uma das realidades fundamentais para o presente e para o amanhã do mundo e da comunidade cristã. A família é, inegavelmente, um dos grandes desafios, a ser enfrenta- 24 PASTORAL Dezembro 2006 do levando em conta as suas transformações sociais, culturais, filosóficas e religiosas. Sabemos que a família vem se desestruturando e apresentando situações diversas de carências: saúde, afeto, vida digna, miséria, fome, desemprego, etc. Vivenciamos o crescente número de mães solteiras, pais cada vez mais jovens, despreparados, pais separados, filhos de padrinhos, de tios, de avós que deveriam estar aposentados desta função, desfrutando os bons momentos com seus netos e, até filhos de vizinhos que se colocam em posição de ajuda na criação das crianças. “É preciso voltar a rezar em família e rezar pelas famílias, usando ainda esta forma de oração: o rosário.” (João Paulo II) o O mês de agosto é um mês dedicado de modo especial à família. Nele, diversas paróquias de nosso país promovem momentos de reflexão, formação e oração voltados para esse tema tão caro em nossa sociedade: a vida familiar. Por isso, o Colégio Maria Imaculada de Mococa promoveu, no dia 22 de agosto, um momento religioso e de confraternização com as famílias. Num clima de fé e fraternidade a comunidade educativa rezou a oração do terço, acompanhada de encenações realizadas pelos alunos, sobre a importância da oração na vida de cada um. Em seguida, um “chá comunitário” proprocionou um novo sabor ao encontro. Rita de Cássia Justo Professora de Ensino Religioso – CMI Mococa – SP INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 25 PASTORAL Semana Missionária-Vocacionalem Rosário da Limeira e Belissário Consagradas para o serviço. Enviadas para a missão! “Pedi a Deus um campo para plantar as sementes do Reino e Ele em sua profunda sabedoria, deu-me o Mundo e o coração sedento de muitos povos para lançar suas sementes”. (Ir. Rosana –rcm) 26 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 t Toda vocação é uma iniciativa da bondade de Deus. O esforço humano consiste na gratuidade e na disponibilidade de acolher este dom dado por Deus. Todos (as) somos convidados (as) a colaborar com Jesus na construção do Reino. Eis o seu convite: “Ide também vós para a minha vinha” (Mt 20,4). Os operários chamados e enviados representam todas as pessoas que participam da Missão Evangelizadora e que continuam a obra de Jesus na Igreja e no mundo. Sentindo, ouvindo e respondendo aos apelos de Deus que se revela através das necessidades humanas e estando em sintonia com o aspecto missionário do Carisma Concepcionista, um grupo de seis irmãs partiu em missão no período de 11 ao 16 de Julho de 2006. As Irmãs Olímpia Vilela, Rufina Evangelista, Maria Vieira, Maria de Lourdes Marques, Rosana Teixeira e Rosangela de Paula foram para as cidades de Rosário da Limeira e de Belisário, próximas a Muriaé, Diocese de Leopoldina –MG. O objetivo: realizar uma semana Missionária junto daquele povo, sedento da Palavra de Deus. “O meu coração bate feliz, bate feliz no meio do Povo de Deus!” Essa frase define muito bem o sentimento que tivemos diante da bonita experiência vivida, nessa Semana Missionária Vocacional. Em Belisário fomos recebidas por um povo acolhedor, simples, que tem o básico para sobreviver. E se por acaso vier a faltar para alguém o alimento seja por doença, desemprego ou outro motivo qualquer um dos vizinhos se prontifica para ajudar. A solidariedade é grande, como o foi nas primeiras comuni- dades cristãs onde ninguém sofria falta de nada. A maior necessidade que o povo sente é a de pessoas que os ajudem a crescer na fé e na esperança. Alguns poucos líderes da comunidade nos diziam da enorme falta que faz na comunidade a presença constante de irmãs e padres, de missionários e missionárias, que possam ajudá-los na formação de novas lideranças; de pessoas que ajudem os jovens a assumirem seu papel cristão-transformador dentro da Igreja e na sociedade. Ao término da Semana Missionária/ Vocacional voltamos enriquecidas pela profunda experiência de Deus, que fizemos junto daquele povo acolhedor, rico em sua pobreza, sábio como dona Geralda, uma senhora de 93 anos, que nunca estudou, mas que, ao ser perguntada sobre a receita para chegar àquela idade com tanta alegria e entusiasmo, apesar das dificuldades que enfrentou e que está enfrentando com o filho doente, respondeu: “É minhas filhas, o que me fez chegar até essa idade, foi a Misericórdia de Deus e a bondade do povo. Assim como vocês que Deus mandou para nos visitar”. Diante de testemunhos como o de dona Geralda e de tantas outras experiências vividas nesse trabalho missionário nos sentimos fortalecidas e entusiasmadas. Eis alguns testemunhos das irmãs que ali estiveram: “Para mim foi uma experiência muito boa, porque tive contato com as famílias. Foi muito bom ouvir as pessoas que têm necessidade de serem ouvidas e oferecer-lhes uma palavra de coragem, de fé e de esperança” (Ir. Rufina). A maior necessidade que o povo sente é de pessoas que os ajudem a crescer na fé e na esperança. “Esta experiência fortaleceu a minha fé. O fato de sair da realidade em que vivo e ver uma outra realidade ajudou-me a valorizar aquilo que tenho, principalmente a Eucaristia. Fiquei edificada ao ver o fervor com que o povo a celebra, ao ver como valorizam e participam da celebração da Palavra. Pude perceber a necessidade de ajudar o jovem em sua busca vocacional” (Ir.Rosangela Paula) “Foi um tempo de ‘graça’, em que mais recebi do que doei. Voltei com mais convicção de que todos podem partilhar e compartilhar um pouco de si” (Ir. Olímpia Vilela). “Para mim, foi muito boa a experiência. O acolhimento do povo, sua sinceridade e simplicidade, me enriqueceram bastante. Despertaram em mim o desejo de voltar lá outras vezes, e também de fazer esta experiência em outros lugares” (Ir. Maria Vieira). “Para mim, foi excelente; creio que os objetivos foram atingidos. Pudemos levar um pouco do que temos, um pouco de nós para aquele povo” (Ir. Lourdes Marques). Retornamos às nossas comunidades com a certeza de que a semente do amor foi lançada em outras terras, em novos corações. Suplicamos a Deus que as façam crescer. Colocamos nas mãos de nossa Mãe Maria Imaculada todo o povo de Rosário da Limeira e de Belisário. Ir. Rosana Maria Teixeira, RCM CMI – São Paulo INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 27 PASTORAL O autêntico encontro com Deus leva ao encontro com o irmão No dia 21 de outubro foi realizada uma Manhã de Formação para os Educadores do Colégio Maria Imaculada de Mococa. Com o tema Ver Jesus no rosto de cada irmão, os participantes refletiram e rezaram sobre a importância de amar a Deus no outro, de modo especial, no outro que sofre com a fome, com o abandono, com a doença, com a pobreza... Após momentos de oração e reflexão, os educadores, impulsionados pelas palavras de Madre Carmen: “O encontro com Cristo impulsionará nosso amor ao próximo” visitaram alguns membros carentes de nossa comunidade. Através da partilha sobre essa manhã, podemos perceber o quanto valeu à pena essa experiência. 28 Rita de Cássia Justo Coordenadora de Pastoral do CMI - Mococa INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Transformação O barro bruto, nas mãos do artista, se transforma em bela e poética rosa. O coração dos homens, nas mãos de Deus, se transforma em maravilhosa fonte de doação de amor divino. Na manhã do dia 21/10, o Colégio Maria Imaculada reuniu, professores e funcionários, para uma diferente missão: a conscientização e transformação pessoal através de nossos irmãos necessitados. Como um grupo fraterno que somos porém, preocupado com o dia-adia, paramos para pensar na nossa missão evangelizadora neste mundo. Não foi difícil perceber o quanto os afazeres nos têm afastado dessa missão. Retomar a consciência de que vivemos numa comunidade de grupos carentes que necessitam muito de nós não foi difícil. Divididos em grupos, fomos levados a visitar os locais onde se encon- tram nossos irmãos mais necessitados (o asilo, o abrigo, uma senhora doente, uma senhora cega, moradores da periferia…) e assim, em suas faces vermos a face de Deus. Ao chegar ao Abrigo, com os corações aos pulos, as vozes embargadas, os olhos marejados, nos perguntávamos, na intimidade, como pudemos ficar tanto tempo alheios a tal situação. Com emoção fomos tomando contato com histórias tristes, marcas físicas da violência, abusos sexuais, traumas deixados por experiências negativas vividas e nos sentimos impotentes diante da missão que Deus nos reserva. Mas Deus ilumina os corações. Em instantes, o abraço das crianças, o sorriso inocente e as brincadeiras estabeleceram a linguagem de Deus entre todos nós: o Amor. Foi ótimo estar ali. Brincamos, sorrimos, ouvimos, falamos, elogiamos, abraçamos, amamos e, na hora da despedida, rezamos juntos, almas unidas como os tijolos de um pequeno templo espiritual que nos ligou diretamente a Deus, trazendo Dele a luz àquele pequeno grupo cujos corações, sensibilizados, sentiam os efeitos da transformação que se iniciava. Voltamos à escola transformados, barros em rosa, cheios de compaixão. Voltamos cônscios da missão que, por tanto tempo temos deixado escapar e, plenos da luz do Espírito Santo, prontos, de corpo e alma, para promover a mudança em nossas atitudes. Deus, que foi tão bom conosco hoje nos trazendo à consciência dessa tris- te situação, nos dê, a nós, criaturas imperfeitas e fracas, a fé de que juntos muito podemos mudar. Como para madre Teresa, da “Comunidade do lixo” e de uma persistência inabalável, que para nós também surja o embrião da mudança em Deus rumo à paz de um mundo que todos desejamos verdadeiramente fraterno. Prof. Luiz Smaira Foi a primeira vez que participei de um momento assim e foi maravilhoso! Além de proporcionar um entrosamento maior entre nós, pudemos fazer uma reflexão sobre a nossa vida e sobre a vida de tantas outras pessoas que são, muitas vezes, esquecidas pela sociedade. Agradeço a Deus todos os dias pelo meu trabalho e agora passo a agradecer também pelo desejo de fazer algo pelos mais necessitados e por trabalhar num Colégio tão especial. Irma Elisa Bastos P. Carneiro Bibliotecária Mãos na massa Nesta manhã de Espiritualidade e Ação senti profundamente a necessidade de colocar a mão na massa, ou seja, sujar as mãos para estar disponível ao irmão que sofre. Nós somos um todo. E cada ser humano tem sua importância e uma missão a cumprir. Visitamos a Sra. Joana, de 83 anos de idade, sem condições de andar, por uma queda que teve, porém com um sorriso lindo no rosto. Foi muito bom passar uma hora na companhia dela, ouvindo sua história de vida. Entre tantos que conhecemos, ela é um exemplo de pessoa que passou e passa grandes dificuldades, mas a fé em Nossa Senhora Aparecida a motivou e motiva sempre a continuar, sem desanimar. Como a Sra. Joana, possamos também nós, acreditar na vida e não desistir de nossos sonhos. Rosária do Carmo Lorenti Soares. Coordenadora do Segmento 1. INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 29 PASTORAL A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus, meu Maria, fonte de inspiração para a vida Salvador. Lc 1,47 q Quantas vezes nos deparamos lendo, refletindo e rezando sobre a vida e as atitudes de Maria? Sim, Maria, a mãe de Jesus, aquela que teve todo o seu ser preenchido pela graça de Deus. Maria, exemplo de pessoa humana que soube acreditar e acolher a vontade de Deus em sua vida; que ao aceitar ser a mãe do Salvador foi descobrindo que nela estava se realizando a nova criação; que foi capaz de se desinstalar e ir ao encontro de sua prima Isabel com o coração repleto de alegria, cantar a misericórdia de Deus; que soube ouvir, acolher e compreender, sem entender o que estava acontecendo na vida e nas palavras de seu Filho; que em momento nenhum duvidou do que Deus seria capaz de realizar em sua vida. A resposta de Maria deve continuar a soar forte dentro dos nossos ouvidos. Eu sou a serva do Senhor. Façase em mim segundo a tua palavra. E é isso que acontece no colégio Madre Carmen Sallés - Brasília, na vida da comunidade educativa quando ousamos participar das aventuras que são propostas tendo Maria como tema principal. Coroamos Maria como nossa mãe e rainha no mês de maio, com a participação de todos os segmentos de nosso colégio. As crianças da 30 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 educação infantil, em sua inocência e carinho homenagearam Maria, vestidas de anjos, de todas as cores e jogaram pétalas com um olhar cheio de encanto. As crianças de 1ª a 4ª série do ensino fundamental dançaram e cantaram e os adolescentes de 5ª a 8ª se desligaram de sua rotina e dançaram suavemente para ela. Maria foi coroada pelas alunas do ensino médio, como mãe e rainha da paz e do amor, a mulher que se deixou modelar por Deus e nos deixou o testemunho de amor e de adesão ao Pai. Perceber Maria como aquela que tudo meditava em seu coração, desenvolveu nos adolescentes e jovens um desejo de busca interior. Descobriram que eram capazes de criar, de refletir e de contemplar os acontecimentos da própria vida em frases, poemas, paródias e músicas, tendo como inspiração a pessoa de Maria, as mães e todas as mulheres. Numa ação de destaque Maria foi a grande inspiradora do I Festmar – Festival Mariano do “Carmen Sallés”. Os alunos, de 5ª série ao ensino médio, se aventuraram, juntamente com os membros do Setor de Pastoral, na realização desse festival. Houve uma participação significativa dos alunos. No conjunto dos acontecimentos mencionados, fica marcado o empenho das crianças da educação infantil na participação nas festas marianas. O sinal de respeito e de pureza das crianças ao levarem em suas próprias mãos a imagem de Maria, colocada num andor, é algo que marca suas vidas e que levam em seus corações. Para as crianças, não é apenas uma imagem que elas levam para suas salas de aula, mas a certeza de que é a presença da mãe de Jesus que está com elas. Encantar-se por Maria é permitir que ela faça parte da nossa história, como Me. Carmen Sallés, que ao fundar a congregação, sob a inspiração do Espírito Santo, disse: “Eu só fui um instrumento nas mãos de Maria Imaculada. Ela foi a verdadeira fundadora da congregação.” A exemplo das crianças nós também somos convidados a dar um destaque especial a Maria em nossas vidas, a gravar em nossos corações e em nossa vida os seus exemplos de fé, a viver em comunhão com ela e com a comunidade eterna do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Joana Matos da Silva Coordenadora de Pastoral do Colégio Me. Carmen Sallés - Brasília CIDADANIA Eleição no CIC o Um exercício de Cidadania O ano de eleição é propício para desenvolver com os alunos, na Escola, o tema Cidadania, colocando o que isso significa e como reflete na vida futura de cada cidadão. Os alunos de 1ª a 4ª série do CIC – Machado, participaram da eleição dos monitores do recreio, pela segunda vez, no dia 18 de setembro. Somente os alunos da 3ª série foram candidatos, uma vez que começam sua experiência neste último bimestre e retomam suas atividades no ano seguinte. Foram escolhidos 4 alunos, que fizeram suas campanhas de sala em sala, formando duas chapas: · Chapa 15 – Monique Tavares Fernandes e Renan Caixeta Carvalho · Chapa 25 – Laércio Leite da Silva Neto e Natálya Campos Vilela Gonçalves Todos os alunos receberam seus títulos e um treinamento para votar. A expectativa pela chegada do dia foi grande. Os mesários Líria (4ªsérie), Jonas (3ª série), Irmã Caridade e Marly, conferiam o título de cada aluno, que, em seguida, assinava uma lista de presença e votava. Depois do recreio foi dado o resultado: Laércio e Natalya ganharam com um placar de 52 a 45; uma diferença de 7 votos da dupla concorrente. Houve apenas 1 (um) voto em branco. Foi uma grande aula de cidadania preparando os alunos para saberem fazer suas escolhas conscientes. Num outro momento, no dia 29 de setembro, os alunos participaram também de uma nova eleição para escolha do Presidente do Brasil. Maria Lílian Andrade Costa Siqueira Professora de Informática do CIC/Machado-MG INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 31 ATIVIDADES CIC MACHADO MG Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste Machado comemorou o Dia da Independência do Brasil, com a participação de todas as escolas, formando um grande coral na praça principal da cidade, para cantarem o Hino Nacional ao hastear as bandeiras e o Hino da Independência, alusivo ao dia e a Canção do Exílio de Gonçalves Dias, que retrata a beleza e a saudades da Pátria. Como foi solicitado anteriormente, a mensagem do CIC de machado foi a seguinte: Homenageando o Brasil “Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste. A natureza aqui perpetuamente em festa é um seio de mãe a transbordar carinho”. O jogo de palavras construído por Olavo Bilac, elaborado há mais de um século, reproduz hoje, aos nossos ouvidos, o que todos nós, brasileiros, precisamos refletir sobre o Brasil. Amar com fé. O brasileiro tem fé. Ele sabe ter fé. Todos nós sabemos. É esse sentimento forte e expressivo que nos faz enxergar ainda a nossa via-láctea cintilante e recupera em nós a boa lembrança de já ter ouvido o sabiá cantar na palmeira. Amar com orgulho. O nosso orgulho nacionalista vigora e aprofunda a nossa voz; abrimos os nossos corações para entoar salve lindo pendão da esperança. O homem brasileiro é nacionalista e, por isso mesmo, em defesa de sua pátria, ele repete o grito do Ipiranga às margens plácidas. Ele ama com fé e orgulho. Amar a natureza. Ela é nossa mãe. Ela é um seio de mãe que transborda carinho. Ela é o nosso berço de vida que se alterna com a própria morte. Por isso ela vive perpetuamente em festa. Algumas vezes chora a falta de aconchego, chora pela falta de palmeiras, mas como mãe, é sempre abrigo e procura revitalizar suas forças por si mesma. Hoje nós estamos comemorando o dia da nossa independência. O dia nos é propício para falar de todos esses sentimentos: amor, fé, orgulho, carinho. Os que existem vivos em nós e aqueles que oscilam entre a crença e o desengano, entre esperanças e desinteresses. O Brasil vive porque o povo brasileiro tem forças para endireitar os seus rumos. O Brasil vive porque o povo brasileiro incorpora as vozes poéticas de seus antepassados e faz valerem os seus versos na concretude de seu trabalho. O Brasil vive porque também o machadense é povo brasileiro e, todos sabemos que Machado também sabe conversar com as estrelas. Só quem ama conversa com elas. O Brasil vive e viverá sempre, recebendo o afeto que se encerra em nosso peito juvenil. O Brasil vive e viverá sempre, afortunado nas mãos dos nossos jovens que hoje estão aqui para saudá-lo em nome das escolas machadenses. O Colégio Imaculada Conceição, CIC, saúda o povo brasileiro, independente das peias que desafortunaram o seu crescimento. Saúda o povo machadense que escreve Machado terra querida em versos e elabora um canto. O CIC eleva ainda o seu pensamento a Deus e pede: Senhor, o Brasil vive um momento de decisão. Contempla-nos com uma embarcação firme e segura, para que nossas noites possam ser descansadas em berço esplêndido e para que os nossos dias calejem as nossas mãos, mas não deixem de nos oferecer trabalho. Assim, poderemos dizer as nossas crianças: Não verás nenhum país como este; imita na grandeza a terra em que nasceste. Olga dos Santos – Profª de Literatura – CIC Machado - MG Homenageando o o meio ambiente Os alunos do Colégio Imaculada Conceição de Machado foram convidados pelo Secretário da Educação, Clêuton Pereira Gonçalves, a participarem da Semana do Meio Ambiente, de 05 ao 09 de junho de 2006. A Direção, Coordenação, os alunos da 4ª e 5ª séries, juntamente com seus professores estiveram presentes. Os alunos da Academia do CIC, sob a coordenação da Professora Kátia Papini apresentaram números de dança, alusivos ao tema e os alunos da 5ª série cantaram a música: Planeta Água, enquanto um grupo de alunas apresentou uma coreografia, seguindo as mensagens da música. As apresentações foram aplaudidas pelos participantes que ouviram mensagens de conscientização sobre a necessidade de cuidados com o Meio Ambiente para a sobrevivência saudável do ser humano no Planeta. 32 Irmã Vanilda Rodrigues Pereira - Coordenadora Pedagógica INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Copa do Mundo No dia 14 de junho de 2006, no período vespertino, os alunos da 4ª série do Ensino Fundamental, montaram uma linda exposição sobre os Países participantes da Copa do Mundo 2006. Coordenados por sua professora, Elizabeth Botazini Soares Ribeiro, os alunos da 4ª série prepararam várias maquetes e cartazes sobre os dados históricos dos países que participaram da Copa do Mundo, a divisão dos oito grupos de países da primeira fase, e falaram com mais detalhes sobre a seleção do Brasil na Copa do Mundo. O evento foi prestigiado por alunos, Direção, Coordenação e pais. Todos ficaram encantados ao ouvirem os alunos que se prepararam com esmero, e ornamentaram os estandes com muita pesquisa e criatividade. 50 anos de missão no Brasil 25/05/1956 – 25/05/2006 Irmã Vanilda Rodrigues Pereira Congadas 2006 No mês de agosto, acontece a tradicional Festa de São Benedito e, as congadas preenchem a festa com seu ritmo, dança e vestimenta colorida. Como extensão dessa festa, criou-se a Associação dos Congadeiros, completando 25 anos de existência neste ano de 2006, e destina-se à preservação da cultura das congadas. Nos últimos anos, a Associação dos Congadeiros tem promovido concursos de poesias com o tema Congadas, e conta com a participação de todas as escolas da cidade. O aluno do 1º ano do Ensino Médio, Jorge Eduardo de Carvalho Duarte, com o pseudônimo PJ, foi o vencedor da categoria do Ensino Médio e teve como intérprete Rebeca Aparecida Costa, também vencedora na sua categoria. Abaixo o poema. Cultura dos tempos Cultura milenar Herança dos tempos Cultura, ao mesmo tempo, Tão simples, tão completa Um único azul prevalece No brilho celeste distante Preces a São Benedito Devotos congadeiros fiéis Novenas e cantos a todo instante Vida humilde, sofrida Escravos almejam liberdade Dedicam toda a sua dança Caboclo quer ver a família A seu santo padroeiro Longe de adversidades Ouvindo a voz de Deus Santos romeiros Nasce então uma mistura Sangue e som Assim, nossa vida Sofrimento e música Influência das congadas E na disritmia dos ritmos Vai aprendendo Batuques em nossos corações E aprendendo... Cores sem fim Misturam-se ao preto e ao branco Pois assim Não há raças neste encanto Com gestos simples Batuques de sucata e não tambores Violas antigas e não guitarras Congada se torna, no tempo, cultura A Comunidade Educativa do CIC preparou um momento especial para homenagear Irmã Caridade pela sua presença no Brasil há 50 anos, com missa em Ação de Graças e projeção de slides com momentos marcantes de sua vida. Emerenciana Antolín González ou Irmã Caridade como carinhosamente a chamamos, nasceu na cidade de Valdavida - Léon na Espanha. Filha de Secundino Antolín e Juliana González, já falecidos. É uma dentre os 5 filhos do casal. Seus irmãos: Nino, Floripes, Lucila e Cirila. Entrou para a Congregação em 1949, na Espanha. Foi Professora, Diretora, Superiora, Conselheira Provincial com experiência na Espanha e nas Casas da Congregação aqui no Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Hoje, exerce as funções de Superiora e Diretora no Colégio Imaculada Conceição. Desde 1993, o CIC/Machado tem à sua frente, uma pessoa determinada, verdadeira, de caráter firme, que vislumbra horizontes. Machado dá graças a Deus por experimentar o seu amor, o seu trabalho e o convívio nesses anos de dedicação. Irmã Caridade respira os ares machadenses, mineiros, brasileiros... sua vida foi e é uma constante dedicação à missão de evangelizar através da educação. Agradecemos a Deus os 50 anos de vida dedicada à missão concepcionista na Província do Brasil. INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 33 ATIVIDADES CIC MACHADO MG CMI RIO DE JANEIRO RJ Homenagem Nós e o Computador aos pais Atividade realizada no Laboratório de Informática sobre segurança na Internet e no uso do computador pessoal. Depoimento de uma aluna CMI MOCOCA SP Manhã de formação CMI SÃO PAULO SP Teatro homenageia o CMI-SP pelos seus 70 anos do 5º ano do Ensino Fundamental do CMI-RJ. No dia 12 de agosto, o CIC – Machado comemorou o Dia dos Pais de uma maneira bem diferente. Uma carreata partiu, às 09h, da Praça Antônio Carlos, passando pela avenida central da cidade, seguindo para AABB – Associação Atlética do Banco do Brasil, onde houve uma missa em ação de graças celebrada pelo Pe. Jean, da Paróquia de Poço Fundo. Em seguida, pais e alunos participaram do Festival de Pipas do CIC com premiação para as três pipas mais originais e a que subisse mais alto. Essa atividade desenvolveu a criatividade, a competição sadia e a proximidade entre pais e filhos. Depois da diversão, houve um piquenique com todas as famílias presentes, que prepararam lanches e quitutes deliciosos especialmente para a data festiva. Marly Botazini Rodrigues CIC-Machado/MG Muitas vezes cometemos erros e nem sabemos. Terça-feira eu e minha turma do 5º ano fomos para o salão e tivemos uma aula sobre computador. O primeiro passo da aula foi a senha, ela é como a chave da nossa casa. Depois nós fizemos uma brincadeira. O Professor Vilson (Coordenador de Informática) escolheu dois alunos: Eu e o Luís Guilherme, que ficamos em dois computadores de mentira. O professor Vilson perguntou para o Luís Guilherme com quem ele estava teclando. Ele respondeu que era com a Luana. Depois ele perguntou para mim e eu disse que era com o Luís Guilherme. Então a Margarete (Orientadora Educacional) pediu para eu sair da sala e no meu lugar entrou o aluno Francisco do 9º ano fantasiado para mostrar as pessoas más. O segundo passo da aula tratou sobre os cuidados com o MSN. Professor Vilson explicou para os alunos alguns cuidados importantes, como: não dar a senha do MSN para ninguém, quando sair do computador clicar no sair e depois fechar o programa; e outra coisa importantíssima: temos que tomar cuidado com nossas fotos na internet, porque muitas pessoas fazem uma ou várias cópias delas, enganam as outras pessoas dizendo que é você e muitas outras coisas. O professor Vilson sabe lidar e falar sobre isso nos mínimos detalhes, ele é um ótimo professor de informática e computação. No computador, podemos nos imaginar com as coisas muitas vezes. Sabe por quê? Porque muitas vezes não sabemos quem está do outro lado falando. Pode ser uma pessoa boa ou, como ocorre algumas vezes, uma pessoa má. Por isso que quando falamos pelo telefone ou pelo computador, é muito importante nunca fornecer os dados pessoais, como: número de telefone de casa, o celular, o local onde você mora, o apartamento, CEP e outras coisas que se liguem ao endereço ou ao telefone da sua residência. Caso contrário, a pessoa poderá ir até a sua casa e até mesmo assaltar você, o que é muito perigoso. Agora que você já sabe os cuidados que você tem que tomar com o seu MSN, o seu ORKUT e também os cuidados com o seu telefone e endereço, com a pessoa que você não conheça, não arrisque nunca, nunca mesmo. Luana de Almeida Roças Pinho Aluna do 5º ano do Ensino Fundamental- CMI Rio de Janeiro 34 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Da esq. p/ dir.: Amanda, Mateus e Heloísa No dia 19 de agosto, os alunos das 5ª séries do CMIMococa, participaram de uma manhã de formação organizada pelo Setor de Pastoral e dinamizada pelos Professores Alex, Heliane e Rita de Cássia. Através de dinâmicas de grupo, orações e brincadeiras, os alunos foram convidados a refletir sobre a importância da amizade, da presença do outro e de Deus para uma vida feliz. “Com Jesus, nosso melhor amigo, sempre avante!” As 2ª séries A, B e C apresentaram duas peças teatrais para homenagear os 70 anos do CMI-SP. As 2ª séries A e C encenaram Romeu e Julieta e a 2ª série B, A Primavera da Lagarta, da autora Ruth Rocha. Os alunos demonstraram empenho e satisfação nessa homenagem, pois as mensagens das peças traduziam valores de companheirismo, igualdade e verdadeira amizade, que no decorrer dos 70 anos de existência, o CMI-SP sempre lhes transmitiu por meio de exemplos concretos. Profª: Ana Maria e Fúlvia 2ª séries EF I – CMI -SP Depoimentos: Eu adorei o encontrinho, foi ótimo, foi dinâmico e divertido. Aprendi muitas coisas boas”. (Amanda Roque) “Eu achei o encontrinho bom, divertido, dinâmico e muito legal. Eu acho que após esse encontro a gente tem que ser mais companheiro um do outro.” (Mateus B. P. Carneiro) “O encontro foi bem dinâmico. Com ele aprendemos que o verdadeiro amigo é quem te respeita e ajuda. E aprendemos também que Jesus é nosso grande amigo” (Heloisa Massaro) INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 35 ESPORTES O desenvolvimento esportivo do CEMI tem propiciado aos alunos participação em diversas e enriquecedoras competições. Tudo isso é agregado à proposta de oferecer aos educandos a possibilidade de uma formação integral. Futsal Esporte e vida o O Colégio Maria Imaculada SP, por meio do Complexo Esportivo Maria Imaculada – CEMI – vem, nos últimos anos, investindo, maciçamente, no setor esportivo. Sem dúvida, o esporte, além de contribuir de maneira saudável em todas as idades é fundamental na formação integral, ética e cidadã do aluno, sendo este um valoroso instrumento de integração entre família e escola, representada por seus professores. Por isso o CEMI propõe o trabalho contínuo visando a superação das dificuldades, para manter suas estruturas esportivas, que conta com professores altamente capacitados, atuando nas diversas modalidades esportivas. Uma equipe qualificada de monitores auxilia aos professores e alunos do CEMI, procurando oferecer, a todo momento, o melhor em qualidade. O espaço, aliado ao esforço em buscar o melhor padrão em qualidade é um dos diferenciais do Colégio Maria Imaculada. Ele mantém essa proposta com carinho e perseverança, e por tudo isso é uma opção de real valor no sentido de formação escolar, esportiva e da cidadania, proporcionando excelente nível de comodidade e segurança aos usuários. Dentre as atividades esportivas disponíveis no CEMI, são oferecidos aos alunos as seguintes modalidades esportivas: 36 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Futsal: Emoção, participação, amizades, desenvolvimento das habilidades motoras , cognitivas , respeito às regras , desenvolvimento técnico e tático, sociabilização, torneio interno, intercâmbios esportivos e uma proposta de trabalho educativo e formativo com professores capacitados, respeito às individualidades e faixas etárias.” UM VERDADEIRO GOL DE PLACA” Judô: Muito mais que uma luta ou um esporte, uma filosofia de vida associada a uma proposta educacional e participativa despertando jovens e crianças para o uso de suas potencialidades em benefício de todos. ”A BUSCA DA PAZ ATRAVÉS DO CAMINHO SUAVE” Dança Handebol: Esporte coletivo bastante dinâmico e cheio de emoção; é desenvolvido no CEMI por meio lúdico e de muita diversão. As aulas desenvolvem uma proposta de cooperação que, proporciona ao aluno o prazer do aprendizado valorizando as amizades. Ginástica Rítmica - GR: A combinação do movimento corporal com música e aparelhos (fitas, cordas, arcos, bola e maças), transformam essa modalidade olímpica em um esporte espetacular, possibilitando, assim, grande ampliação nas qualidades de ritmo, coordenação, equilíbrio e flexibilidade dentre outras.” Ginástica Rítmica Ballet: Harmonia dos movimentos, expressividade, ta. Desenvolvimento cognitivo, sócio-afetivo e, juntamente com a potencialização de suas habilidades físicas como velocidade, força, equilíbrio, coordenação com muito ritmo. conhecimento e consciência corporal, concentração, flexibilidade e responsabilidade, introdução adaptada de técnicas e conhecimentos específicos dessa arte. Baby-Glass: Ballet realizado de maneira lúdica, criativa despertando muito prazer no aprendizado. Voleibol: Iniciação esportiva que favoreçe o desen- Spaço-Kid´s: Extensão das atividades esportivas do volvimento de habilidades corporais básicas e a aquisição dos fundamentos da modalidade, jogos prédesportivos. Esse contexto, possibilita ainda, a integração entre alunos e o desenvolvimento de atitudes sociais como respeitar regras, trabalhar em equipe, cooperar, competir, entre outras. CEMI. Oferece atividades dirigidas e acompanhadas por estagiários em Ed. Física, a fim de monitorar e assegurar disciplina e integridade física das crianças, em momentos que antecedem a prática de sua atividade esportiva, proporcionando, também, comodidade e segurança aos pais. Dança: Ritmos variados e diversão na medida cer- Ballet INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 37 VOCAÇÃO culminância dos trabalhos realizados ao longo do mês. Foi um tempo de aprofundamento, reflexão de todas as vocações. Cada professor (a) recebeu um texto para trabalhar a parte teórica com os alunos, levando toda a comunidade educativa a refletir sobre o tema. Após a reflexão, os alunos do Pré à 8ª série iniciaram as produções das paródias e como se dedicaram! Criaram letras bem profundas e coreografias mais significativas. A culminância do tema aconteceu no dia 01 de setembro com a participação de toda a Comunidade Educativa, que pode prestigiar os belos, profundos e criativos trabalhos das turmas do Pré à 8ª série. Os vencedores foram: Do Pré à 4ª série: Recanto Betânia realiza do I Concurso de Canto Vocacional “Quero cantar ao Senhor Sempre enquanto eu viver Hei de provar seu amor, Seu valor e seu poder” (Salmo 145) o O mês de agosto é dedicado àquelas pessoas de respostas corajosas capazes de mudar a história. Não só das vocações sacerdotais e religiosas, mas da vocação de todo batizado chamado a ser operário na Messe do Senhor! Vocação dos Pais, vocação dos Leigos! Toda escolha exige renúncia e traz conseqüências para a vida. Algumas opções são para a vida toda, deixam um marco em nossa história. 38 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Nossa fé nos diz que somos vocacionados à vida, à santidade; nosso batismo nos compromete com a Igreja, povo de Deus; somos membros do corpo de Cristo que é a Igreja. Vocação vem do latim vocare – que significa chamado – o que implica uma resposta. Portanto é preciso saber escolher, saber responder e saber viver. Quem faz sua escolha em profundidade, tem a coragem de se doar inteiramente a Deus numa vida consagrada; de ser um bom pai e uma boa mãe, apoiados nos valores do evangelho; e de lutar por uma sociedade justa e solidária. No mês dedicado às vocações, o setor de Pastoral do Recanto Betânia assumindo sua missão de “cultivar” as vocações promoveu o I CONCURSO DE CANTO VOCACIONAL como 1º lugar- 3ª série A; 2º lugar - 4ª série B; 3º lugar- 2ª série B. Da 5ª à 8ª série foram: 1º lugar - 7ª série B; 2º lugar- 7ª série A; 3º lugar- 8ª série. As turmas participaram de uma celebração na capela, envolvendo todos os alunos de 5ª à 8ª série em diferentes horários. Os alunos da1ª a 4ª série rezaram o terço vocacional. Cada professor (a) acompanhou sua turma ajudando-a a refletir sobre a importância de despertar o jovem para a co-responsabilidade vocacional e conscientizá-lo que para ser feliz e realizado deve fazer a escolha certa; pediram em suas orações, o aumento das vocações religiosas e sacerdotais. Os alunos de 2ª à 4ª série também trabalharam o tema vocacional, realizaram entrevistas com seus pais, religiosas e leigos engajados, destacando como eles se sentem e o que mais lhes traz alegria na vivência de sua vocação. As produções, e sobretudo o desenvolvimento do tema foi enriquecedor par todos. Setor de Pastoral - Recanto Betânia/SP INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 39 VOCAÇÃO O primeiro encontro do segundo semestre, aconteceu nos dia 2 e 3 de setembro, com o tema: “Políticas Públicas para a Vida Religiosa Jovem, assessorado por Daniel Saidel, Pósgraduado em Psicodrama Pedagógico e Mestre em Ciência Política pela UnB. O tema foi esclarecedor e abordado de forma dinâmica partindo da realidade e situando os participantes na história da política até os nossos dias. As Políticas Públicas para a juventude atual, necessitam serem colocadas em prática nas seguintes áreas: Ensino médio – Prevenção da violência – Empregabilidade – Cultura, lazer, esporte, cidadania como direitos da cultura de paz e constituem alguns dos desafios para a atuação da Vida Religiosa e da sociedade. A oração é força para a nossa missão. É a partir de Cristo, que contemplamos o seu rosto presente nos irmãos de maneira especial nos mais pobres. o O processo de formação das Irmãs Concepcionistas se desenvolve nas etapas: aspirantado, postulantado, noviciado e juniorato. Terminada a etapa do noviciado a jovem é admitida à profissão dos votos de pobreza, castidade e obediência. A duração da etapa do juniorato é de no mínino, cinco anos. A jovem vive uma vida segundo as constituições da congregação, na vivência de uma relação fraterna entre as irmãs e a missão Concepcionista. “Que todos sejam um como Tu e Eu somos um”. O compromisso que a jovem assume na primeira profissão deve traduzir-se numa vida profunda e fecunda. Deixando-se invadir pelo mestre Jesus, que assume a condição humana e, ao mesmo tempo, se coloca à disposição do Pai para realizar a missão, a juniora é chamada a viver um estilo de vida generosa, disponível, alegre e entusiasta. Este período de formação deve proporcionar o amadurecimento humano e vocacional como um todo, num real compromisso com o projeto salvífico de Deus, encarnado no carisma concepcionista. Para isso, a juniora contará com um período de dois anos, vivendo numa comunidade religiosa de formação, indicada pelo Governo Provincial, onde possa aprofundar o sentido do carisma e sua identificação com o mesmo. As jovens junioras são acompanhadas por uma religiosa Concepcionista, devidamente preparada, que responderá por esta etapa de formação auxiliando na compreensão da realidade e na busca de respostas concretas, evangélicas e concepcionistas para a própria existência. 40 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Em busca do equilíbrio entre a contemplação e a ação Exercícios de Oração no dia a dia da junioras Concepcionista “A vida espiritual necessita estar alimentada pela oração. Daí sairá a necessidade de uma atuação apostólica, que é a vocação de todo o cristão.” (Me. Carmen Sallés) Rezamos com o método inaciano, experiência de oração que nos leva à meditação e contemplação da Palavra de Deus, buscando discernir os apelos que Deus nos faz, atentas às resistências para superá-las. Semanalmente, fazemos a partilha de nossas experiências com a Ir. Wanilda, que nos acompanha e contamos com a ajuda dos padres Jesuítas que nos orientam na escuta de Deus em nossa oração e em nossas experiências apostólicas. A oração é força para a nossa missão. É a partir de Cristo, que contemplamos o seu rosto presente nos irmãos de maneira especial nos mais pobres. Buscamos na espiritualidade concepcionista, no testemunho de pessoas do nosso tempo, encontrar o estímulo para nossa vida e missão. Destacamos como exemplo para nós Dom Luciano, que soube tão bem doar-se inteiramente a serviço dos irmãos. “Quem organiza sua vida à luz do encontro com Deus, na certeza de ser por Ele amado e destinado à felicidade, alcança, aos poucos a visão dos valores e descobre o fascínio da bondade e da alegria de fazer bem aos outros; segue uma nova posição diante das necessidades do próximo e dos bens materiais. Vamos compreendendo que a cobiça é a posse avarenta da riqueza, frutos de uma de- sordem de valores. Passamos a assumir a atitude de quem partilha com os outros, de quem experimenta a vivência da gratuidade do amor”. Encontro dos religiosos e religiosas jovens “A Vida Religiosa sente-se convocada e enviada a colaborar, junto com todas as pessoas e instituições de boa vontade, convocadas pela mesma força e comprometidas com o objetivo de cuidar da vida onde o Espírito anima”. (Congresso Internacional VR – 2005) Participamos a cada bimestre do JUNINTER, com o objetivo de encontro, partilha e a convivência entre os novos religiosos. O encontro ocorre no Colégio Me. Carmen Sallés - Brasília. A inserção na missão “Educar é semear com sabedoria e colher com paciência”. “Educar é acreditar na vida, mesmo que às vezes tenhamos que derramar lágrimas. Educar é ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente.Educar é ser um garimpeiro que procura tesouros no coração.” (Augusto Cury) Não estamos somente educando a emoção nem estimulando o desenvolvimento das funções mais importantes da inteligência, tais como contemplar o belo, pensar antes de reagir, expor e não impor as idéias, gerenciar os pensamentos, ter espírito empreendedor, mas buscando a personalização e a formação integral da pessoa. Ensinar e aprender com os alunos, agir ao mesmo tempo como mestre e aprendiz, estar preparada para ouvir o que os jovens têm a dizer, valorizar sua contribuição, fazer as devidas intervenções, colocar os limites, definir responsabilidades, manifestar e cobrar coerência, são requisitos fundamentais aos que se dedicam à Educação. Eles conhecem cada vez mais o mundo em que estão, mas quase nada do mundo que são. O testemunho de Madre Carmen Sallés, que não revolucionou as ciências da educação, nem inventou novos métodos pedagógicos, mas aproximouse do coração dos jovens e descobriu suas necessidades, nos ajuda em nossa caminhada. Para educar precisamos aprender e conhecer a plenitude da palavra paciência. Quem não tem paciência desiste da educação; quem não consegue aprender, não encontra caminhos inteligentes. Infelizes dos educadores que não conseguem aprender com seus alunos e renovar seus paradigmas e suas ferramentas! A vida é uma grande escola que pouco ensina para quem não sabe ler. Em nossa caminhada formativa percebemos que ser educador é ter esperança e saber transmiti-la com amor. É procurar levar, com entusiasmo e alegria a missão de Evangelizar através da educação preventiva, tendo Maria Imaculada como fonte inspiradora, favorecendo a formação de jovens e crianças para que tenha a percepção de si mesmo enquanto sujeito histórico, capaz de influenciar na construção de uma sociedade justa e fraterna, por meio do testemunho e anúncio de valores humano-cristãos. Ir.Silvia Helena Firmino, juniora Concepcionista de 2º ano Ir. Eliana Santana, juniora Concepcionista de 1º ano. BRASÍLIA - DF INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 41 VOCAÇÃO Senhor, Tu me deste a vida e me chamaste pelo nome. Vocação: um gesto solidário Em meio a tantas vozes e apelos do mundo eu quero ouvir a tua voz. Tens sobre mim um apelo de amor. Tu me conheces a fundo e sabes o que mais me convém. Ilumina-me, Senhor, com teu Espírito e mostra-me o caminho que devo seguir. Dá-me força, coragem e alegria, para assumir a minha vocação. Eu quero viver, do jeito de Maria, firme e forte no SIM à tua Vontade: 42 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 t Todo homem é chamado a abraçar, na fé uma vida de amor a Deus e aos outros. Nisso reside sua máxima responsabilidade e dignidade da pessoa. A vocação não é um ato solitário, mas um ato solidário. A pessoa é chamada para se entregar aos demais. Eis porque a comunidade sente-se interpelada a distribuir os próprios dons, para que não haja necessitados, como acontecia nas primeiras comunidades cristãs. Daqui nasce uma resposta concreta, entrega generosa e, às vezes, até heróica. Todos são chamados por Deus para uma vida com Ele. A comunidade é o espaço de todos, é o lugar do exercício da missão. É preciso que nela todos possam desempenhar sua missão, pois todos são “pedras vivas”, destinadas à construção do templo do Senhor. Somente um povo consciente de ser chamado por Deus pode se tornar também um povo que convoca. Muitas vezes as pessoas não têm consciência de que são chamadas e acabam vivendo à margem da comunidade. Por isso, não encontram o sentido de suas vidas. Como Deus chama cada pessoa? Há um chamado comum e muito especial: Toda pessoa humana é criada por amor e para o amor. Amar é sua vocação fundamental. Já a vocação específica é a maneira própria como cada um realiza sua vocação fundamental, como leigo, presbítero, religioso. Na dinâmica trinitária do Amor, podemos dizer assim: O Pai cria, escolhe e elege cada um de nós para a missão de ser feliz. O Filho, servidor do Pai, chama, e apresenta o caminho da mesma missão; o Espírito Santo envia e acompanha, ou seja, permanece sempre conosco, para nos ajudar, a fim de que a palavra se propague por todo o mundo, alcance o coração de todos até os confins da terra para a vida e o bem das pessoas. Ir. Luzamir Aparecida Gonçalves Mestra de Noviças – Belo Horizonte PSICOPEDAGOGIA Síndrome de Asperger n Na década de 40, Hans Asperger, pediatra vienense, descreveu uma nova categoria de desordem de desenvolvimento chamada de “Desordem de Asperger” ou “Síndrome de Asperger” (SA). Na literatura médica encontram-se poucos artigos sobre o assunto e percebe-se que a Síndrome de Asperger é bem mais comum do que se pensava. Encontramos na Síndrome de Asperger três aspectos nos quais a disfunção se mostra mais evidente, no que concerne ao seu desenvolvimento, podendo variar de um quadro ameno a mais severo. São eles: relacionamento social; uso da linguagem na comunica- ção; certas características de comportamento e estilo (características repetitivas ou perseverativas sobre um número limitado de interesses). Na Síndrome de Asperger são percebidas elevadas habilidades cognitivas. Estudiosos do assunto não diferenciam a SA do Autismo de Alta Funcionalidade (AAF). As crianças com SA foram caracterizadas como tendo “traços de autismo”, segundo o pesquisador Uta Frith. Existe uma crença de que não há fronteira clara separando crianças com SA de crianças “normais, porém diferentes”. Epidemologia Estudos indicam que a SA é considerada mais comum que o autismo clássico. Enquanto no autismo encontramos uma taxa de 4 a cada 10.000 crianças, estima-se que a SA seja de 25 por 10.000. Na maioria dos casos, a incidência da SA é muito maior em meninos do que em meninas. Muitos diagnósticos associam a SA a “tiques”, como a desordem de Tourette, problemas de atenção, problemas de humor, depressão e ansiedade. O quadro clínico na SA, assim como no autismo, provavelmente, é influenciado por muitos fatores, inclusive genéticos, de modo que não há uma causa única identificável na maioria dos casos. Definição É possível diagnosticar a SA segundo os seguintes critérios que mostram o estilo único dessas crianças, propostos por Cristopher, médico sueco: 1. Isolamento social (extremamente egocêntricos; falta de habilidade para interagir com seus pares; falta de desejo de interagir; apreciação pobre da trança social e respostas socialmente impróprias). 2. Interesses e preocupações limitadas (mais rotinas que memorizações; relativa exclusividade de interesses; repetição). 3. Rotinas e rituais repetitivos (autoimpostos ou impostos por outros). 4. Peculiaridades de fala e linguagem (possível atraso inicial de desenvolvimento – não consistente; linguagem expressiva superficialmente perfeita; características peculiares de voz; compreensão diferente, incluindo interpretação errada de significados literais ou implícitos). 5. Problemas na comunicação nãoverbal (uso limitado de gestos; linguagem corporal desajeitada; expressões faciais limitadas ou impróprias; olhar fixo; dificuldade de ajuste à proximidade física). CONTINUA INTEGRAÇÃO INTEGRAÇÃO Dezembro Dezembro 2006 2006 43 43 PSICOPEDAGOGIA hiperverbais, não entendendo que isso interfere na sua interação com os outros. Com freqüência, principalmente nos primeiros anos, pode-se perceber algumas características específicas como aspectos perseverativos ou repetitivos da linguagem ou, ainda, o uso de frases feitas. A criança com Asperger no cotidiano escolar 6. Desajeitamento motor (pode não fazer necessariamente parte do quadro em todos os casos). Características Clínicas Enquanto no autismo os interesses são mais voltados para objetos e partes de objetos, na SA os interesses são mais freqüentemente para áreas intelectuais específicas. Antes mesmo de entrar para a escola, as crianças portadoras de SA demonstram interesse obsessivo em áreas como Matemática, aspectos de Ciências, leitura (algumas têm histórico de hiperlexia – leitura rotineira em idade precoce) ou algum aspecto de História ou Geografia, querendo aprender tudo que for possível tendendo a insistir nisso em conversas e jogos livres. Essas áreas de interesse podem mudar com o tempo, mas em algumas crianças persistem até a fase adulta. Outra característica da SA é a deficiente socialização, embora seus portadores sejam freqüentemente notados por pais e professores como estando “em seu próprio mundo”, sendo raramente distantes como as crianças com autismo. Elas se frustram e se desapontam profundamente com suas dificuldades sociais. O problema é a falta de efetividade nas interações. A compreensão da linguagem tende ao concreto, apresentando problemas quando a linguagem se torna mais abstrata. Muitas crianças com SA têm dificuldade com humor, tendendo a não “pegar” brincadeiras, particularmente trocadilhos e jogos de palavras. Algumas crianças tendem a ser 44 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Na Educação Infantil, uma das mais importantes razões para distinguir SA de outras formas de autismo é seu histórico consideravelmente mais brando. Entre 3 e 4 anos de idade, não há um quadro uniforme da SA., podendo parecer indicação de autismo. Enquanto nas famílias essas crianças são consideradas normais, nas escolas elas passam a ser notadas pela falta de interação social espontânea, apresentado problemas de conversação ou tendem a ser repetitivos em respostas que, não raro, não têm muito a ver com o assunto em discussão, preferem as rotinas e têm dificuldade com transições, dificuldade nas respostas socio-emocionais como raiva, agressão, ansiedade excessiva, hiperatividade, parecem estar “em seu próprio mundo”, e se focam em objetos ou assuntos em particular. Áreas com habilidades especialmente fortes podem estar presentes, como reconhecimento de letras ou números, memorização de fatos, etc. As crianças poderão entrar na educação infantil sem serem diagnosticadas adequadamente, havendo observações relacionadas ao comportamento (hiperatividade, falta de atenção, agressividade, ausências) e são muitas vezes classificadas como imaturas. Quando as crianças evoluem para a fase seguinte, o progresso acadêmico nos primeiros anos é de relativo sucesso. Isso pode variar de criança para criança e os problemas podem variar de leves e fáceis de administrar a severos e intratáveis, dependendo de fatores como o grau de inteligência, administração na escola e em casa, estilo de temperamento e presença ou ausência de fatores complicadores como hiperatividade, problemas de atenção, de ansiedade, de aprendizagem, etc. À medida que as crianças com SA progridem, as áreas mais difíceis continuam sendo a socialização e o ajustamento comportamental. Nessa fase, é comum serem mal interpretadas, importunadas ou perseguidas. Dificuldades de aprendizado são freqüentes e dificuldades de atenção e organização podem estar presentes. A tolerância pelas variações e excentricidades individuais cresce. Se as crianças vão bem academicamente, têm o respeito dos seus colegas e podem ser tachadas de “nerds”, um grupo com o qual efetivamente se parecem em muitos aspectos. Os adolescentes com SA podem formar amizades com outros estudantes que compartilham seus interesses. Com gerenciamento adequado, muitos desses estudantes poderão desenvolver habilidades consideráveis. A SA continuará presente mesmo na fase adulta, uma vez que não existe cura, mas, tendo o devido acompanhamento para os problemas diagnosticados, os portadores da síndrome poderão levar uma “vida normal” com todas as limitações anteriormente descritas. Na vida profissional se ocuparão de uma atividade relacionada com sua área de interesse especial, às vezes se tornando muito talentosos. Muitos são estudantes brilhantes, capazes de completar com sucesso a faculdade e mesmo uma pós-graduação. Para as crianças com SA a escola precisa individualizar sua abordagem. Não “funciona” tratá-las da mesma forma que outros estudantes. Asperger em 1944 escreveu: “Estas crianças freqüentemente mostram uma surpreendente sensibilidade à personalidade do professor... Eles podem ser ensinados, mas somente por aqueles que lhe dão verdadeira afeição e compreensão, pessoas que mostram delicadeza e humor... A atitude emocional básica do professor influencia, involuntária e inconscientemente, o humor e o comportamento da criança.”. Podemos sugerir aos educadores algumas condutas de como agir com crianças com SA em sala de aula: As rotinas de classe devem ser mantidas tão consistentes, estruturadas e previsíveis quanto possível. Crianças com SA não gostam de surpresas. Devem ser preparadas previamente para mudanças e transições. Regras devem ser aplicadas cuidadosamente. Elas devem expressar as linhas-mestras de forma clara, de preferência por escrito. A criança aprenderá melhor quando a área de alto interesse pessoal estiver na agenda. Os professores podem usar as áreas de especial interesse como recompensa para a criança por completar com sucesso outras tarefas em aderência a regras e comportamentos esperados. Muitos estudantes com SA respondem bem a estímulos visuais: esquemas, mapas, listas, figuras, etc. Em geral, tentar ensinar baseado no concreto. Evitar linguagem que possa ser interpretada erroneamente como sarcasmo, linguagem figurada confusa, figuras de linguagem, etc. As pessoas fora da sala de aula que não têm muito contato com a criança com SA devem ser orientadas para poder atender às necessidades da criança. Tentar evitar luta de forças. Essas crianças freqüentemente não entendem demonstrações rígidas de autoridade ou raiva e poderão vir a ser rígidas e teimosas, se forçadas. É sempre preferível antecipar essas situações e tomar ações preventivas para evitar o confronto através da serenidade, negociação, apresentação de escolhas. A principal área de atenção, à medida que a criança se move por meio da escola, é a promoção de interação social mais apropriada, ajudando esta criança a atingir melhor sociabilidade. Esta síntese foi produzida mediante tradução livre do sítio “Autismo de Alto Desempenho”, que foi incorporado ao sítio “Anjos de Barro”, em 24.11.2000 e revisado em 19.11.2005. Francisco Albuquerque da Silva e Leila Chaves - Orientadores Educacionais do CMCS - Brasília Psicomotricidade na escola Que saberes escolares se constroem no cotidiano pedagógico e como tornar possível hoje, um trabalho interdisciplinar incluindo a psicomotricidade? Por que, na medida em que o aluno avança nos estudos, diminuem as atividades com o trabalho psicomotor, tão importante para o seu desenvolvimento integral? Diante desses questionamentos apresentamos, a seguir, uma sugestão de como aproveitar os momentos de integração e aprendizagem entre educadores e educandos. Os problemas e impasses do diaa-dia de nossos professores em relação ao aluno que apresenta dificuldades gerais, não são resolvidos com postulados teóricos. Sabemos que há necessidade de uma açãoreflexão grupal para a compreensão desses problemas e para a busca de soluções. É sumamente importante que todos os profissionais ajudem o educando em suas dificuldades. Para que isto aconteça, é necessário que todos os momentos de aprendizagem sejam vistos como oportunidades de desenvolvimento global, enfatizados na comunicação dos profissionais. Ter conhecimento dos conteúdos abordados, montar projetos e fazer um link com a aula que irá desenvolver são passos iniciais para que isto possa acontecer. Percebemos que aulas de Arte, Educação Física e outras disciplinas, desenvolvidas dentro desta perspectiva, ajudam a trabalhar as habilidades competências necessárias e oportunizam um trabalho interdisciplinar eficiente, garantindo a formação integral do aluno. “A maturidade Psicomotora tende a desencadear quadros de dificuldade de aprendizagem que, se não forem bem trabalhados causam às crianças prejuízos em seus aspectos cognitivos, afetivo e social.” (Lê Boulch, 1992,FONSECA, 1995 b) Prof.Mª Rosângela C. Viegas Araújo Diretora Pedagógica - CMI/DF INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 45 PSICOPEDAGOGIA A presença benéfica da Por que é tão importante esta peculiaridade? O que fazer como OE em relação orientação aos pais? f r u sem nossas t r avidasç ã o f r u s t r a ç Apesar de ser um sentimento que desaponta, que aborrece, que vai em desacordo como o desejo, não inviabiliza novas tentativas; significa aprimorar-se cada vez mais nas buscas; Apresentação e justificativa: Lendo sobre a prática da Orientação Educacional e unindo-a com a prática de Coordenação Pedagógica do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental no Colégio Maria Imaculada – RJ veio-me o desejo de escrever sobre a frustração por constatar que esta decorre das expectativas que criamos dentro de nós e das relações humanas que ocorrem em nossa caminhada diária de seres dialógicos. Recorrendo ao dicionário encontrei diversos significados para o termo: frustação, mas ao que quero me deter nesta reflexão é: “ Ato ou efeito de frustrar-se; estado daquele que, pela ausência de um objeto ou por um obstáculo externo ou interno, é privado da satisfação de um desejo ou de uma necessidade”.1 E, como nos provocam os pilares da Educação (UNESCO) devemos “aprender a viver juntos”, “aprender a ser” e a escola é um dos meios como instituição socializadora (inspirada nas aulas da professora Geni Lima - UCAM – A vez do Mestre), de acordo com a fala da mesma:”O grande dilema de nossa vida é a coletividade”, mas é através dos outros que nos humanizamos e aprendemos a ser em sociedade. Sabemos, por intuição, sensibilidade ou conhecimento teórico que preparar os adolescentes para uma vida adulta saudável, significa preparálos para que alcancem independência financeira, para que saibam lidar com suas frustrações e aprendam a amar e saber criar vínculos. Qual a melhor maneira de ajudá-los? Como colaborar? Quais dons devem ser desenvolvidos? Segundo minha maneira de pensar e pela prática de anos na área educacional percebo que precisamos ajudá-los a se capacitarem para tolerar a frustração. 1 In FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA.Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1975. 46 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Para que o jovem de 22, 23 anos, recém saído da faculdade, não se sinta derrotado ao perceber que se passaram três meses e ainda não encontrou o emprego de seus sonhos; para que a garota de 17, 18 anos ao tentar o vestibular pela primeira vez, não se sinta derrotada se não obtiver êxito; para que possam sentir dor, entristecerem-se, mas não sucumbirem diante do término de um namoro, etc. Há uma diferença vital entre frustração e derrota. Sentir-se derrotado correr risco de paralisar-se por uma auto-imagem denegrida; é sentir-se incompetente nos vários setores da vida. Ao contrário, a frustração apesar de ser um sentimento que desaponta, que aborrece, que vai em desacordo como o desejo, não inviabiliza novas tentativas; significa aprimorar-se cada vez mais nas buscas; significa entender: “este não é o caminho certo, devo procurar outro”. Se conseguirmos ajudar nossos educandos neste aspecto, também estaremos auxiliando-os a amadurecerem emocionalmente quanto ao tempo de espera. A imaturidade está coligada ao imediatismo. Saber esperar é uma condição humana favorável às conquistas. Saber esperar significa lidar com o tempo a seu favor. Saber esperar é um primo próximo da conquista e da construção. Viver a reciprocidade, enxergar o outro, também é conseqüência da aprendizagem de tolerância às frustrações desenvolvida a partir do tempo de espera: “...sei esperar meu pai providenciar a compra de minha bicicleta...” A reciprocidade deve ser vista como equilíbrio: só doar indica fragilidade, pois está sempre se submetendo à vontade dos demais; o prazer depositado apenas no prazer do outro. No entanto, só sentir prazer em receber significa ignorar quem nos rodeia; é estar centrado sobre si mesmo negando a presença do outro. Se, acima citei que saber lidar com a frustração é ter nas mãos um elemento fortalecedor da vida, nada mais simples que sugerir aos pais que propiciem, promovam, provoquem situações que possam ser resolvidas pela frustração. Como? Não satisfazendo em tudo e/ou de imediato os desejos dos filhos. Evitando criar tiranos que exigem muito dos outros e muito pouco de si mesmo. É não ter medo de dizer “não”. Mas há uma pergunta: “.... porque será que muitos pais têm tanta dificuldade em se posicionarem contrários à vontade dos filhos?” Acredito que: Por medo de perderem o afeto des- tes filhos – (isto não existe); por acharem que o conflito não leva a nada – (ledo engano); o “não posso comprar” visto como uma confissão de incapacidade e não como estratégia educativa; pelo fato dos próprios pais não conseguirem suportar frustrações: “como é difícil aceitar uma reprovação escolar de seu filho... como é difícil esperar um programa de TV acabar para ver sua ordem cumprida ao chamar para comer...”, são exemplos do dia a dia, mas que revelam baixa capacidade de espera. E na escola, há o que fazer? Da mesma maneira que é sugerida aos pais ou seja, permitir que a frustração surja, pois na sociedade há regras que devem ser cumpridas mesmo que isto dê origem a desagrados individuais. A escola é um sistema que pode ser vivido como uma mini-sociedade, pois há como lidarmos com sistema de hierarquia, com a lei do mais forte, com valores e preceitos básicos, etc. Causa e conseqüência podem aparecer de maneira mais efetiva, quase que como uma simulação para situações mais sutis, mas que trazem em seu bojo o mesmo princípio. Novas experiências são enriquecedoras. Prepará-los para saber lidar com a frustração, tirar proveito delas e se fortalecer, significa não só aceitar, como estimular movimentos de “afastamento” quando surgem; aceitar um convite, por exemplo, para dormir na casa de amigos é estar em contato com outras realidades, adaptando-se a novas regras, é conhecer, comparar, deduzir que tudo o que aprendeu pode ser vivido de várias outras maneiras. Mensagens de otimismo, encaradas dentro do processo natural, devem sempre ser enviadas tanto pela escola como pelos pais, para que não se confirme a idéia errônea de que frustração é ruim “...não deu certo desta vez? Ora... não faz mal... dará na próxima...” “Não conseguiu o que queria? Tente de outra maneira”. Autonomia, independência e autoconfiança são aspectos desenvolvidos a partir da somatória de elementos internos, características pessoais, com a proposição e vivências externas. Educadores e pais traçando linhas que demarcam limites, não só estarão ajudando a formar o indivíduo como também mostrando que apesar da realidade ter suas asperezas é possível conviver com ela de maneira prazerosa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ESTRELA, Maria Teresa.Relação Pedagógica, Disciplina e Indisciplina na Aula. Porto Portugal, Porto Editora, 3ª ed. 1992. GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre, Artes Médicas, 1995. _______________O Verdadeiro, o Belo e o Bom. Rio de Janeiro, ed. Objetiva, 1999. GOLEMAN,Daniel. Inteligência Emocional, Rio de Janeiro, ed. Objetiva, 28. ed.1995 Marlise Regina Severino Peters, RCM CMI – Rio de Janeiro INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 47 FILOSOFIA O existencialismo no contexto atual tação de objetivos egocêntricos, nesse caso, o da burguesia, que objetivava enriquecer geometricamente sem se importar com a classe menosprezada e relegada à região periférica da sociedade que ela própria criou de forma indireta, o proletariado. Essa classe está representada, atualmente, pelos indivíduos que vivem em condições desumanas. Mas é possível classificá-los dessa maneira, sendo que temos o conhecimento Ser humano e ser desumano “A Filosofia deve auxiliar o aluno do Ensino Médio a tornar temático o que está implícito e questionar o que parece óbvio [...] A leitura significativa de textos filosóficos consiste na capacidade de problematizar o que é lido, s Surge o ser Humano. Surge a realidade imperfeita. Uma realidade que vive sob constantes riscos e ameaças. Uma realidade que quer, mas nem sempre consegue. Uma realidade que segue um caminho vital atribulado e que, por isso, pode se tornar apenas fantasia, mas uma fantasia irreal, porque fantasia geralmente alimenta es- 48 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 peranças, entretanto o Humano, o ser Humano, mesmo fantasiado não deixará de ser incompleto. Pelo contrário, a estrutura “fantasiante”, a mente, é perigosa, e acaba, portanto, aperfeiçoando a atitude do SER, DE DEIXAR DE SER, e se tornar uma verdade imperfeita. À medida que ocorreu o desenvolvimento humano, enquanto ainda vivia-se do nomadismo, a convivência social se tornava cada vez mais desarmônica devido à constante busca pela sobrevivência. Já quando um indivíduo resolveu delimitar um pedaço de terra, tornarse sedentário e dizer “isto me pertence”, os sentimentos relacionados ao ódio e à vingança e, principalmente à ambição deixaram de ser dominados pelos hominídeos e passaram a controlá-los, pois a luta já não era mais realizada devido à necessidade da sobrevivência, mas sim da posse. A “máscara-esconderijo” se esfacelava e o homem passava a mostrar a sua capacidade de poder ter poder. Poder esse que tornava o ser em questão mais imperfeito, inacabado moralmente. Adiantando-se no processo evolucionário histórico, presenciamos, na revolução industrial, bem como em outros pontos temporais, a manifes- de que ser Humano possui o mesmo significado de ser imperfeito? Na verdade, estaríamos intitulando-os seres supremos. Mas eles não são. Portanto, devemos simplesmente dizer: indivíduos que são Humanos de forma mais acentuada. É interessante notar que mesmo passando por sérias necessidades materiais, como a falta de alimento, a falta de algo que lhes aqueça, essa parte da sociedade ainda ama e possui dignidade a ponto de estar, sem sombras de dúvida, perfeita moralmente. Já os nossos ricos ignóbeis, detêm o material, mas lhes falta o que a classe, classificada por eles como inferior, possui: a capacidade de amar. Sendo assim, é mais satisfatório ser humano, ou seja, imperfeito, materialmente e desumano, ou perfeito, eti- camente. Contudo, há pessoas que pensam o contrário, só que, querendo ou não, o tempo mostrará a melhor face da imperfeição; e quando isso ocorrer, a vida poderá ser administrada adequadamente. Porém, o pior ainda não é presenciado com essas questões. Ele ocorre quando a mente apodera o ser e suga o que restou, se havia, da vontade de um dia ser menos errante. Quando isso ocorre, e com certeza ocorrerá com os constituintes do meio, porque o pior sentimento produzido pela mente, o egoísmo, só evoluiu (o retrocesso podia ocorrer, no entanto não foi realizado), o suicídio é presenciado. Nesse estágio o homem não sabe mais conjugar o verbo ser no presente, porque agora ele é nada mais que o passado. Nem por isso uma rosa estará ausente em um campo de batalha. Nesse caso, a rosa designa aqueles autênticos seres que vêem o problema e dizem “Prazer em conhecê-lo”, ou melhor, “Que bom te encontrar de novo”. Para eles a imperfeição gerada por esses problemas, se tratada como casual e eliminada o quanto antes (que é o que deveria ocorrer com toda a sociedade), leva à amenização da falta de complexidade. E é assim que segue o ser Humano, o ser errante, incompleto, lançado ao mundo. Texto produzido pelo aluno Guilherme Cenci, da 2ª série A, do Ensino Médio, do Colégio Madre Carmen Sallés - Brasília INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 49 PROJETOS Favorecendo a integração das crianças à escola a A entrada da criança na escola a coloca frente a novas experiências que repercutirão no seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e social. Uma dessas novas experiências é o afastamento do ambiente familiar durante várias horas do dia, entrando num ambiente completamente novo. Para a família a separação da criança tem repercussões importantes. O fato de separar-se do filho provoca ansiedade por confiá-lo a adultos, geralmente desconhecidos, o que produz também o sentimento de ceder seu papel à escola. Um acompanhamento nessa fase faz-se necessário para que ocorra a inserção gradativa da criança no ambiente escolar, diminuindo a ansiedade da criança e da família, em relação à quantidade de elementos novos que vão aparecendo na vida do aluno: pessoas, espaço físico, rotina e atividades. Muitas crianças ficam cansadas quando realizam várias atividades e ao se depararem com tantos elementos novos. Iniciar a rotina escolar significa também mudar a rotina diária como o sono, a alimentação, embora essa mudança não precise ser brusca, de um dia para o outro, mas necessita tempo para que a criança se acostume e realize as mudanças segundo seu desenvolvimento próprio, seu ritmo. É interessante que já nos primeiros dias a criança entre em contato com a rotina comum da escola, mesmo que esta seja flexível para ela. Isso é fundamental para que se sinta segura. A organização do tempo que ela vai ficar na escola permite diminuir sua ansiedade em relação ao momento de separação da família. Aos poucos a criança vai se adaptando à se- 50 50 INTEGRAÇÃO INTEGRAÇÃO Dezembro Dezembro2006 2006 qüência de atividades e acaba percebendo que há um momento de chegada à escola e um momento de saída, que representa a chegada da mamãe ou do papai. Com uma rotina estruturada a criança, aos poucos, vai fazendo relações como: “depois do parquinho será a hora do lanche...”, “depois da historinha, a mamãe irá chegar”, etc. Pensando nesse primeiro momento da criança na escola, o CIC-Passos tem desenvolvido alguns projetos como: “A tarefa da educação é estimular a investigação do conhecimento e as características exploradoras e inquisidoras, naturais nas crianças” John Dewey O projeto inclui na rotina passeios pela escola para que o grupo conheça o espaço físico, as salas de aula, os setores de atendimento, a Capela, os ginásios poliesportivos, e outros espaços educativos. Acreditamos que o ambiente escolar deva ser visto como um meio rico no processo ensino-aprendizagem e no processo de adaptação da criança para inseri-la melhor nesse ambiente e favorecer sua integração na escola. “Eu sou assim...” Explorando o Ambiente Escolar Esse projeto tem por objetivos: Apresentar a escola real à criança, desde os primeiros dias de aula, para que possa ir se familiarizando com o espaço aonde vai permanecer por um tempo prolongado. Propiciar o contato com outras crianças e adultos que vão conviver com a criança na escola, mesmo não interagindo o tempo todo com ela. Dando seqüência ao projeto: “explorando o ambiente escolar”, foi iniciado o projeto “Eu sou assim...” cujo objetivo é: o reconhecimento e identificação do aluno no ambiente escolar e de suas particularidades. As atividades giram em torno do aluno e seu meio, sua idade, seu desenho, sua família, seus gostos e preferências, seus coleguinhas, sua professora, sua escola e os locais mais agradáveis, animais de estimação, frutas, entre outras... Para cada registro é utilizada uma técnica de pintura, desenho ou colagem que possibilita ao aluno, desde o Maternal, o conhecimento e a experiência de várias formas de registros. No momento das atividades, pode ser notado o envolvimento dos alunos e o prazer que experimentam ao manipular tintas, papéis, colas.Todos esses fatores são importantes para que o professor possa verificar e avaliar o desenvolvimento de cada aluno segundo seu ritmo próprio. Na rotina estabelecida para as crianças estão incluídas brincadeiras que as levam ao seu mundo imaginário, ao mundo do faz-de-conta, tão específico dessa fase infantil. As experiências vividas na infância são refletidas nas brincadeiras e as brincadeiras se refletem na maneira como as crianças lidam com os acontecimentos do dia-a-dia. Juliana Zorzin Silva Coordenadora Pedagógica- Segmento I – CIC PASSOS INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 51 PROJETOS Projetos de Lei a Ainda dentro do grande tema que conduziu as atividades pedagógicas do ano, o Ensino Médio do CMI-SP realizou uma atividade de elaboração de projetos de leis relacionadas ao “Meio Ambiente e Cidadania”. Entre os assuntos, pesquisados e discutidos, estão Reciclagem, Preservação da água, do solo, da atmosfera, Inclusão de deficientes e outros. O trabalho foi desenvolvido desde o início do ano letivo, tendo incluída, entre outras ações, uma visita dos alunos da 3ª série A e B do EM à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Lá, puderam assistir a palestras sobre a importância do voto e a um debate com os representantes dos principais partidos presentes. Na escola, houve o fechamento desse estudo com uma apresentação dos alunos no auditório, encenando uma sessão e foi feita a escolha de três projetos de lei da autoria deles para serem apresentados à própria Assembléia. 52 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Os mais votados tiveram representantes das três séries do Ensino Médio. Da 1ª série A, foi escolhido o referente ao “Reuso de água nas escolas públicas do Estado” elaborado pelos alunos: Ana Laura, Gabriela, Nathalia, Pedro e Vanessa Guedes. Da 2ª série B, foi escolhido o de “Ensino da linguagem de surdos e mudos nas escolas públicas e particulares” elaborado pelos alunos: Luiza, Alexandre, Lucas, Pedro K. e Fabiane e das 3as séries foi escolhido o de “Reciclagem de pilhas e baterias” elaborado pelas alunas: Ana Carolina, Bruna, Carolina, Flávia, Gabriela e Lais da turma B. Essa experiência, vivenciada por eles, pode motivar um exercício extraordinário de cidadania e efetiva concretização dos aprendizados desenvolvidos em sala de aula, viabilizando o tema do Projeto da escola. Esse trabalho foi orientado, de perto, pelo Prof. Marcos de História e apoiado pela Coordenação/Direção/ Professores das outras disciplinas por meio dos conteúdos trabalhados conforme as áreas específicas. Os três projetos escolhidos pelos alunos do Ensino Médio serão encaminhados, de fato, para a Assembléia Legislativa. Coordenadoras: Márcia Reda, Maria Luiza Lopes Martins, Mauricéia Ribeiro e Regina Célia P. Falcini Costa Curta - CMI - SP Valorizando o ambiente em que vivemos a A turma do nível II do Lar Maria Imaculada – Mococa, desenvolveu o Projeto “Plantas Medicinais”. Os principais objetivos foram: ampliar o conhecimento sobre os benefícios da natureza, explorar e compreender o ambiente, ajudar as crianças a se conscientizarem que são parte integrante da natureza. O projeto iniciou-se com pesquisas realizadas em casa, mostrando a importância da natureza e procurando conhecer as plantas que têm o poder curativo: as plantas medicinais. As questões levantadas pelas crianças foram trabalhadas em roda de conversa em sala de aula, surgindo a idéia de preparar um canteiro de plantas medicinais no Lar e o cultivo de outras mudas em vasos, para que as crianças pudessem levá-las para casa. A partir dessa idéia, conversamos com o jardineiro Sr. Jesuíno e procuramos o melhor lugar para o cultivo das plantas. Começamos os trabalhos com a preparação do solo e o plantio no canteiro e nos vasos, num processo contínuo. Todos os dias as crianças dedicaram tempo para o cuidado com as plantas. O desenvolvimento foi acompanhado pelas crianças, no dia-a-dia e registrado com fotos. A expectativa grande das crianças era a de perceber quanto tempo as plantas demorariam em se desenvolverem e quando começariam a produzir. Finalmente, depois de vinte e cinco dias, surgiu a primeira flor em uma das mudas. As crianças continuaram aguardando o surgimento de flores em outras mudas. Os cuidados passaram a ser maiores. Cada criança se dedicava intensamente à sua plantinha. Algumas crianças até conversavam com elas. Após terem aprendido os cuidados necessários que uma planta precisa, as crianças levaram suas plantinhas para casa e passaram a relatar, junto com a família o desenvolvimento da mesma. Em um dos relatos uma criança diz: “Com a ajuda da minha mãe eu tirei a minha muda do vaso e plantei-a no quintal (na terra). As folhas estão verdinhas, cada dia ela cresce um pouquinho e já está com três lindas flores! Percebemos que a união entre a teoria e a prática não só ajudou as crianças na compreensão do tema, como também despertou nelas o interesse pelos cuidados com a natureza, que tanto contribui para nossa vida e saúde. Luciana Cristina de Oliveira Professora do Lar Maria Imaculdada - Mococa/SP INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 53 PROJETOS Cidadania& meio ambiente e Em 2006, o Colégio Maria Imaculada/SP está completando 70 anos, o que é motivo de orgulho para todos que fazemos parte desta família: a Família Concepcionista. Nesse clima de festa e alegria, associamos os estudos realizados, cotidianamente, com os temas transversais e decidimos, em nosso Projeto Científico-Cultural 2006, trabalhar o Tema: “Cidadania e Meio Ambiente – CMI/70 anos” da Educação Infantil ao Ensino Médio. Esse tema central foi subdividido em “subtemas” por segmento e por sé- rie, para um maior aprofundamento, considerando faixa etária, interesses e necessidades. Por meio de estudos do meio, palestras, leituras para análise, ações sociais, os alunos pesquisaram problemas reais de nosso dia-a-dia, buscando soluções e conscientizando-se de sua responsabilidade social. No EF II e EM, as alunos foram motivados a realizar uma ação social comunitária, relacionada ao tema estudado, partilhando o aprendizado com outras pessoas que puderam perceber a necessidade de “darmos as mãos” numa ação conjunta pela paz, pela preservação da natureza e pelo respeito entre irmãos. Cada professor em sua disciplina, orientou os alunos e pediu-lhes um trabalho individual que desse subsídio para o tema da série. Paralelamente, eles foram divididos em grupos e puderam escolher um aspecto dentro do subtema da série para desenvolver e aprimorar, apresentandoo na “Feira Cultural” do dia 16/09, de uma maneira dinâmica e criativa, partilhando suas descobertas e conhecimentos com amigos e familiares. SUBTEMAS: Educação Infantil: Animais Ensino Fundamental: 1ª a 4ª séries: CMI - Ontem e Hoje 5ªs séries – Os Direitos da Criança 6ªs séries – (Melhor Idade) 7ªs séries – Sem água não há vida – Jeremoabo e São Paulo 8ªs séries – Viver em São Paulo – Cidadania e Ética (Saúde e aspectos geográficos) Ensino Médio 1º Ano – Poluição Atmosférica e Hídrica 2º Ano – Poluição Sonora, Hídrica e do Solo 3º Ano – Reciclagem de Resíduos Os alunos foram profundamente envolvidos, apresentando experiências, contando vivências, explicando conceitos com segurança e desenvoltura. Todos os presentes puderam observar a criatividade, a assimilação de conteúdos, a beleza estética e a organização dos trabalhos no evento. Além das apresentações mais variadas pelas salas de aula e pátios, houve uma programação especial de dança e música em homenagem aos 70 anos de um Colégio, que apesar de todas as dificuldades: mudanças nos tempos, questões econômicas, etc. não deixou de manter seu foco central: favorecer a formação integral de cada pessoa, comprometendo-se na construção de uma sociedade mais justa e fraterna mediante o testemunho, o anúncio e a experiência de um conjunto de valores característicos do carisma e da espiritualidade de Me. Carmen Sallés. Coordenadoras: Márcia Reda, Maria Luiza Lopes Martins, Mauricéia Ribeiro e Regina Célia P. Falcini Costa Curta CMI – SP CONTINUA CON- 54 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 55 PROJETOS Os alunos do CMI-SP desde o Infantil ao Ensino Médio, juntamente com os professores, apresentaram um grande projeto: “Cidadania e Meio Ambiente – CMI 70 anos”. As quatro séries do Ensino Fundamental I enfatizaram os “70 anos do CMI-SP”. O objetivo foi, por meio de diversas atividades, fazê-los conhecer mais profundamente a Instituição, valorizando sua história e sua evolução nos aspectos econômicos, sociais, arquitetônicos, culturais, éticos e religiosos. Com pesquisas, estudo do meio, leituras para análise, entrevistas, coleta de dados, construção de maquetes, teatro de fantoches, apresentações de experiências, pintura de telas e elaboração de músicas e poemas, os alunos ampliaram seu conhecimento fazendo uma análise comparativa entre a sociedade de ontem x sociedade atual, percebendo que, também, são co-autores dessa história. Todos estavam trajando a camiseta CMI-70 anos, feita com criatividade e beleza, tornando o evento mais vibrante! Maria Luiza Lopes Martins Coordenadora de 1ª a 4ª séries EF I CMI – SP As 1ª séries desenvolveram o tema CMI Hoje, mostrando através de maquetes o bairro Paraíso, onde está inserido o CMI. compreende para crer” (Santo Agostinho) As 2ª séries, os 70 anos do CMI no bairro Paraíso. As 3ª séries, Mulheres de Coragem: Seguidoras de Me Carmen Sallés O CEMI presente na Feira O Centro Esportivo Maria Imaculada também participou da Feira Cultural e do Aniversário de 70 anos do CMI mostrando seu trabalho através da dança. As 1as e 2as séries representaram o sonho de Me Carmen Sallés. A 3ª série representou a semente de seu amor espalhando frutos por todo o mundo. As 4 as séries A e B representaram o tempo em que o CMI deu abertura para novos tempos, recebendo meninos. A 4ª série C representou o nascimento de uma nova semente plantada no CMI, que é o nascimento do CEMI – Complexo Esportivo Maria Imaculada. Márcia Gramani Coordenadora de Fitness e Professora de Educação Física 56 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 “Crê para compreender, a Acreditando que para lutar por uma causa é importante crer que ela é possível, o projeto “Paz querer é fazer” possibilitou a todos nós do Colégio Regina Pacis, BH, vivenciarmos, através de dinâmicas, leituras e debates, o prazer e a beleza da luta pela paz. O Colégio integrou a proposta do projeto Edições Paulinas a uma Mostra Cultural que aconteceu internamente na escola em dois momentos: 1º momento: no dia 18 de agosto de 2006 - concurso por série: de cada série do segmento dois (Ensino Fundamental II e do Ensino Médio) e segmento um (Ensino Fundamental I) foram selecionados um trabalho de cada categoria (desenho, redação e poesia) pelos professores de línguas (espanhol, inglês e português) e a professora de artes 2º momento: Após essa seleção realizou-se um concurso interno para Paz querer é fazer a escolha dos melhores trabalhos, sendo escolhidos dois de cada categoria. A solenidade de premiação do Projeto Paz: Querer é Fazer aconteceu no dia 23/09, às 08 horas, edição 2006 e contou com uma grande participação dos alunos junto a outras 26 escolas de Minas Gerais. O evento, patrocinado pela editora Paulinas, teve como destaque, entre outros, a aluna Amanda Beaumord Perillo de Siqueira da 4ª série do Ensino Fundamental do Colégio Regina Pacis - BH, na categoria poesia. A premiação da aluna Amanda vem confirmar a filosofia da escola: “A paz só é possível se houver inclusão” Ao desenvolver o projeto, os alunos entenderam que, como cidadãos do Brasil e do mundo, são responsáveis pela construção de uma convivência solidária, cuidadosa e pacífica. Essa compreensão foi revelada na riqueza das redações, poesias e desenhos apresentados para o concurso. P a z e inclusão s Deficiente nunca fo A pessoa que não Deficiente sempre ocial i tem braço. foi Quem não conseg ue dar um abraço. Deficiente nunca fo i A pessoa que não tem perna. Deficiente sempre foi Quem não tem am izade eterna. Deficiente nunca fo i Quem anda de cade Deficiente sempre ira de rodas. foi A pessoa que se ac ha poderosa. Deficiente nunca fo i Quem precisa de as sistência especial. Por isso peço a todo s: PAZ E INCLUSÃO SOCIAL. Amanda Beaumor d Perillo de Sique ira Aluna da INTEGRAÇÃO 4ª série do EF doDezembro 2006 Colégio Re gina Pacis - BH 57 PROJETOS Museu Virtual Carmen Sallés a A criação de um museu virtual do Colégio Madre Carmen Sallés é um projeto que envolve a Arte e a Cultura, o conhecer artístico como reflexão e a contextualização da época dos indivíduos das culturas distintas. Os museus são instituições que visam a preservação e exposição da produção artística representativa da trajetória do homem sobre o planeta. O papel dos museus em nossa relação com as obras de arte é relativamente recente, final do século XIX e início do XX. O acesso a essa produção da cultura material humana, até então restrita à população de cada país, se faz através de mecanismos tecnológicos modernos associados à Internet. Pensando que durante muito tempo a Educação Artística foi considerada uma atividade de entretenimento, uma pausa se faz necessária em meio às demais disciplinas — essas sim, pra valer. Hoje, entretanto, ela tem o “status” de um valioso recurso para reflexão, compreensão e exercício da cidadania, posicionamento crítico e valorização da pluralidade cultural do país, com conteúdos próprios ligados à cultura artística e não apenas à atividades cotidianas. A Educação Artística, agora denominada “Artes”, compartilha com outras disciplinas a responsabilidade de contribuir para a formação do aluno, despertando o sentido estético, estimulando a expressão artística por meio de diversos materiais e formas, mobilizando sentidos e capa- 58 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 cidades essenciais para o desenvolvimento humano. Nos dias de hoje, inúmeras informações científicas são coletadas pelos sensores eletrônicos de satélites espaciais que, entendidos como ampliação do olhar humano, nos permite perceber a atualidade de uma frase de Leonardo da Vinci: “O que é visível é compreensível”. Desde então as imagens da ciência como as da arte, produzidas pelos sofisticados equipamentos das novas tecnologias da imagem, exigem um aprender a ver para conhecer. E a arte, como parte integrante do processo de aprendizagem, antecipa o futuro, olha para frente, aprende a viver criativamente na transdisciplinaridade. Nesse contexto todo, é que propusemos aos nossos alunos um trabalho de natureza interdisciplinar: uma pesquisa, um centro de documentação e exposições de obras artísticas dos alunos do colégio. E a escola, inserida no seu tempo, disponibiliza à sua comunidade educacional o Museu Virtual Madre Carmen Sallés. Pré-História Acredita-se que o uso de imagens desenhadas pelo ser humano teve inicialmente um caráter mágico, fosse esta a do animal que conheceram, ou de um indivíduo particularizado. Ele interpreta a natureza e a expressa através da forma que dá aos diferentes animais aquilo que cada um deles significa. Antiguidade Egito A arte egípcia pode ser considerada uma arte funerária, visto que suas principais representações plásticas estiveram sempre voltadas para a vida após a morte. A arte celebrava a grandeza do reino e a majestade do faraó. Idade Média Renascimento Foi o momento das grandes descobertas científicas e de um grande aprimoramento cultural. Os preceitos da Fé e da Razão se concentraram na busca daquilo que havia de divino no homem. Este passou a ser o centro de todas as medidas, com o resgate da antiga cultura greco-romana. Foi um período conhecido como o dos grandes gênios da arte. Barroco Foi um período no qual o homem se encontra em conflito. Caracterizou-se pelo movimento sinuoso e retorcido das formas, pela exuberância de detalhes e ornamentos sem função prática. Neoclássico - Romantismo Grécia Na Grécia, a relação com a diversidade teve um caráter fundamental, onde os deuses, admitidos como seres humanos, tinham como moradia o Olimpo. Todas as manifestações artísticas gregas eram caracterizadas pela proporção, harmonia, equilíbrio e a busca da beleza idealizada. Roma Os romanos caracterizaram-se pela utilização de elementos das diversas culturas por eles dominadas. Dentre estas é importante salientar a apropriação que fizeram dos deuses gregos, adotando-os com todos os seus atributos e trocando-lhes apenas os nomes, como é o caso de Zeus, que tornou-se Júpiter, ou de Dionísio que tornou-se Baco. Esse estilo artístico do século XIX, pregava a imitação, em termos gerais, dos modelos de arte clássica, greco-romana e a observação de algumas vertentes formais da arte e arquitetura da renascença italiana. Privilegiava-se uma arte feita de equilíbrio, clareza, proporção, rigor formal. O museu virtual Carmen Sallés pode ser visitado no site: www.carmensalles.com.br Professora Ângela Maria C. de Macedo Cortez Professora de Artes do Ensino Médio e Ensino Fundamental do Colégio Madre Carmen Sallés Formada em Artes pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Pós-graduada em Arte, Educação e Tecnologia Contemporânea, pela Universidade de Brasília (UnB) INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 59 PROJETOS d Da chegada dos portugueses ao Brasil aos dias de hoje, os brasileiros construíram um país de enormes riquezas. Mas, para isso, pagaram um alto preço: o desgaste ambiental. Os danos recaíram especialmente nas florestas, exploradas desde o início da colonização, como a extravagante extração do pau-brasil. A Caesalpini echinata (pau-brasil) também conhecida como ibirapitanga, arabutã, brasilete, pau-rosado, pauvermelho, pau-de-pernambuco, imirá piranga foi a primeira riqueza encontrada e explorada pelos portugueses que vieram ao Brasil. Havia uma abundante oferta dessa nobre madeira em certos pontos do litoral brasileiro, mas muitos acreditavam ser ela uma fonte inesgotável. Foram muitos anos de exploração e por muito tempo extraiuse o colorante “brasileína” do lenho que dava cor às roupas da nobreza e era usada para fabricar tinta de escrever. A exploração do pau-brasil, para fins tintórios, só terminou no século XIX, com a descoberta das anilinas químicas, o que eliminou o uso dos corantes vegetais. A madeira de pau-brasil era utilizada também nas indústrias naval e civil. Hoje a madeira de pau-brasil, quase extinta, é empregada na confecção de arcos de violino. O Colégio Imaculada Conceição (Passos) acredita que a educação deve integrar conhecimentos, atitudes, Pau- Brasil árvore símbolo nacional 60 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 ações e converter cada oportunidade em experiência educativa. Por isso, desenvolveu com seus alunos do Curso Infantil o Projeto Pau-Brasil. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a história, as características e utilidades da Caesalpinia echinata. Essa maravilhosa espécie é nativa do Brasil e pertence à família das leguminosas. Seu crescimento é mui- to lento, mas, torna-se uma árvore de grande porte, com até 12 metros de altura. As flores são amarelas com manchas vermelhas ao centro e com um perfume marcante. Os alunos aprenderam que o pau-brasil é conhecido devido ao fato de ter originado o nome do nosso país. O projeto também envolveu o plantio de sementes, o namoro na fase da germinação e crescimento das mudas e a confirmação de que essa espécie tem baixa germinação e crescimento lento. No final do processo, os alunos participaram de um sorteio de belas mudas de pau-brasil e tiveram a certeza de que a natureza precisa de zelo, carinho e respeito. Observar a natureza, conhecer o ambiente em que se vive e descobrir formas de preservar e recuperar o que foi destruído são belíssimas lições, que merecem ser reproduzidas em todo planeta. É louvável acreditar que o destino do planeta está além do presente, pelo que fazemos, pela maneira como nos comportamos. Mesmo com a baixa germinação, crescimento lento, não é impossível aumentar a quantidade da espécie Caesalpinia echinata árvore símbolo Observar a natureza, conhecer o ambiente em que se vive e descobrir formas de preservar e recuperar o que foi destruído são belíssimas lições, que merecem ser reproduzidas em todo planeta. nacional, mas é preciso usar um adubo forte, adubo chamado AMOR. Fazer a nossa parte é um compromisso de responsabilidade para com o planeta, é dar condições de sobrevivência às futuras gerações. Madre Teresa de Calcutá escreveu: “O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo. Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo.” Laura Borges Silva – CIC – Passos/MG Bióloga e Técnica de Laboratórios CIC PASSOS - MG INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 61 PEDAGOGIA PROJETOS PROJETO Identidade o O trabalho com projetos possibilita a integração das áreas do conhecimento, evitando a fragmentação. Propõe desafios, desperta a curiosidade e permite à criança confrontar suas hipóteses com o conhecimento historicamente constituído, caminhando, gradativamente, para a construção de conhecimentos científicos. Permite um trabalho amplo e flexível, aumentando significativamente o repertório infantil o que possibilita a construção de novos conhecimentos gerando possibilidades de uma aprendizagem significativa e contextualizada. O tema Identidade justifica-se por abrir um espaço para a criança se conhecer, conhecer o outro e o mundo em que se encontra, desenvolvendo sentimentos de confiança e auto-estima necessários à socialização, ao desenvolvimento da linguagem e a novas formas de expressão, permitindo a cada aluno reconstruir a sua história com seus gostos, vontades e desejos. Foi pensando em tudo isso, que as professoras do Maternal III e 1º período do Colégio Regina Pacis resolveram desenvolver o PROJETO IDENTIDADE. Entre as atividades propostas às crianças construíram uma linha do tempo com fotos de sua vida desde o nascimento. Construíram também um boneco de espuma e TNT que acompanhava as crianças pela escola e em casa nos finais de semana. O trabalho tinha como objetivos principais: Proporcionar possibilidades variadas de se conhecer e de experimentar, ludicamente, novas formas de expressão; 62 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Ampliar o conhecimento do mundo, observando novos costumes e novas formas de vida e contribuindo na socialização como um todo; Desenvolver cuidados pessoais; Possibilitar o exercício da expressão lúdica e artística pela criança; Desenvolver o exercício da auto-imagem e da autovalorização. Enfim, o projeto permitiu a cada aluno reconstruir a sua história com seus gostos, vontades e desejos, trabalhando pontos significativos que norteiam o seu dia-a-dia. Denilde Gomes, Professora do Maternal III e Luciana Camilo, Professora do 1º Período Colégio Regina Pacis - BH Onde tudo começou A transformação desde o início da educação a As irmãs concepcionistas têm como missão evangelizar através da educação, e favorecer a construção de uma sociedade de pessoas justas, honestas e solidárias. Para cumprir essa missão é sumamente importante contar com uma equipe de educadores constituída por pessoas que tenham esses valores internalizados. Propiciar a formação continuada aos educadores da Creche Madre Carmen Sallés e Obra Social Maria Imaculada é um compromisso constante da Instituição, visando à formação humana, espiritual e pedagógica dos que assumem a missão de favorecer a educação integral das crianças. Educadores que se constituem um grupo coeso, ampliam a segurança no desempenho da missão de formar cidadãos honestos, responsáveis, capazes de agir na sociedade como verdadeiros cristãos. Mas a Creche Madre Carmen Sallés e Obra Social Maria Imaculada, não se preocupam somente com a formação dos educadores contratados. Também os pais, são convidados a crescerem no conhecimento do que melhor favorece a educação saudável das crianças. Por isso, nas atividades diárias da Creche Madre Carmen Sallés e Obra Social Maria Imaculada, toda a equipe de educadores têm a preocupação de educar as crianças na fé e de ajudá-las a experimentarem o amor de Deus. E mais ainda, a transmitirem na família o que aprendem. A partir dessa realidade o círculo se amplia, e cresce o número dos anunciadores desse mesmo amor de Deus à comunidade em que estão inseridos. Temos também oportunidade de evangelizar diretamente os pais em nossas reuniões mensais, momento em que procuramos trazer temas formativos, que promovem na família, a paz, a solidariedade e a boa convivência comunitária. No mês de agosto, mês da família, a Ir. Wanilda nos proporcionou um momento mágico falando sobre a educação dos filhos que começa desde o ventre, “Onde tudo começou”... Todos os participantes ficaram maravilhados com forma a com que Ir. Wanilda abordou o tema, fazendo-nos crer que o amor supera tudo, e levando-nos a uma reflexão profunda sobre a importância do amor que devemos dedicar aos nossos filhos, e que esse amor irá contribuir para a formação do caráter, da integridade e honestidade da criança. Para melhor fixar a idéia de que a família é a base na vida das pessoas e que o amor prevalece em todos os momentos, a Creche e Obra Social propiciaram às famílias outro momento de integração. Neste, os professores desenvolveram juntamente com os pais, oficinas em que estes tiveram a oportunidade de criar diversos objetos com materiais recicláveis. As oficinas desenvolvidas foram as seguintes: construção de bijuterias (colar, brincos, porta-jóias), com canudinhos de jornais; construção de brinquedos (carrinhos, vasos, porta-treco.) com sucatas e confecção de “xuxinhas” (para cabelos )com retalhos de tecidos. A oportunidade de reunir e construir junto com às famílias, teve como objetivo mostrar aos pais que tudo se transforma, desde que tentemos colocar em prática a nossa criatividade e imaginação, acreditando no nosso potencial. Nós, educadores, ficamos felizes com o resultado, pois, pudemos colaborar, nos divertir e nos sentirmos co-responsáveis. Reconhecemos a importância que temos no processo de desenvolvimento das crianças e como podemos oportunizar a transformação do inimaginável em realidade, a sucata em objeto, e ao mesmo tempo oferecer às famílias momentos de felicidade e de esperança de um mundo melhor. O resultado dessa experiência estava estampado no rosto das pessoas demonstrando alegria, satisfação e prazer em realizar com os filhos essas construções e podendo sentir que realmente “A educação está no afeto” (Gabriel Chalita). Professora: Gláucia, Edjane, Rosangela e Ivanilde Creche Madre Carmen Sallés e Obra Social Maria Imaculada – Samambaia - DF INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 63 PEDAGOGIA Reavivando a forma de educar “Ajuda-me a fazer só” Material e ambientes adequados favorecem o crescimento harmonioso da criança. n Navegando pelos sites de busca da internet, alguns meses atrás, encontrei um rico material sobre Maria Montessori, que achei muito interessante, objetivo e bem prático para nossa didática de sala de aula. Vamos juntos partilhar desse conteúdo e reavivar a EPC. 64 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Maria Montessori forneceu fundamentação biopsicológica ao projeto de Pierre Faure. Na formulação de seu pensamento e prática personalizantes, Faure reconhece a grande influência de Montessori, sobretudo porque ela compreendeu e valorizou a educação como chamado interior à criança, à própria atividade, porém, nos momentos didáticos montessorianos, a criança carecia de maior explicitação da dimensão comunitária. Maria Montessori fez descobrir duas coisas: a necessidade do ambiente e do material adequado, permitindo à criança agir sozinha. Maria Montessori nasceu na Itália, em 1870, e morreu em 1952. Formouse em medicina, iniciando um trabalho com crianças anormais na clínica da universidade, vindo posteriormente dedicar-se a experimentar em cri- anças sem problemas, os procedimentos usados na educação dos não normais. A pedagogia Montessoriana relaciona-se à normatização (consiste em harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, corpo, inteligência e vontade). As escolas do Sistema Montessoriano são difundidas pelo mundo todo. O método Montessoriano tem por objetivo a educação da vontade e da atenção, oferecendo à criança liberdade para escolher o material a ser utilizado, além de favorecer a cooperação. Os princípios fundamentais do sistema montessori são: a atividade, a individualidade e a liberdade, enfatizando os aspectos biológicos, pois, considerava que a vida é desenvolvimento, achava que era função da educação favorecer esse crescimento. Os estímulos externos formariam o espírito da criança, precisando, portanto ser determinados. Assim, na sala de aula, a criança era livre para agir sobre os objetos sujeitos a sua ação, mas estes já estavam preestabelecidos, como os conjuntos de jogos e outros materiais que desenvolveu. A pedagogia de Montessori insere-se no movimento das Escolas Novas, uma oposição aos métodos tradicionais que não respeitavam as necessidades e os mecanismos evolutivos do desenvolvimento da criança. Ocupa um papel de destaque neste movimento pelas novas técnicas que apresentou para os jardins de infância e para as primeiras séries do ensino formal. O material criado por Montessori tem papel preponderante no seu trabalho educativo, pois pressupõem a compreensão das coisas a partir delas mesmas, tendo como função estimular e desenvolver na criança, um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto. Ela produziu uma série de cinco grupos de materiais didáticos: Exercícios para a vida cotidiana adição, da subtração, da multiplicação e da divisão. O Material Dourado desperta no aluno a concentração, o interesse, além de desenvolver sua inteligência e imaginação criadora, pois a criança, está sempre predisposta ao jogo. Além disso, permite o estabelecimento de relações de graduação e de proporções, e finalmente, ajuda a contar e a calcular. O aluno usa (individualmente) os materiais na medida de sua necessidade e por ser autocorretivo faz sua auto-avaliação. Os professores são auxiliares de aprendizagem e o sistema peca pelo individualismo,, embora, hoje sua utilização seja feita em grupo. No trabalho com esses materiais a concentração é um fator importante. As tarefas são precedidas por uma intensa preparação, e, quando as crianças terminam, se soltam, felizes com sua concentração, comunicandose então com seus semelhantes, num processo de socialização. A livre escolha das atividades pela criança é outro aspecto fundamental para que exista a concentração e para que a atividade seja for- madora e imaginativa. Essa escolha se realiza com ordem, disciplina e com relativo silêncio. O silêncio também desempenha papel preponderante. A criança fala quando o trabalho assim o exige, a professora não precisa falar alto. Pés e mãos têm grande destaque nos exercícios sensoriais, não se restringem apenas aos sentidos, fornecendo oportunidades às crianças de manipularem os objetos, sendo que a coordenação se desenvolve com o movimento. Em relação à leitura e escrita, na escola montessoriana, as crianças conhecem as letras e são introduzidas na análise das palavras e letras; estando a mão treinada e reconhecendo as letras, a criança pode escrever palavras e orações inteiras. Em relação à matemática os materiais permitem o reconhecimento das formas básicas, permitem o estabelecimento de graduações e proporções, comparações, induzem a contar e calcular. Marly Botazini Rodrigues Profª Ms em Educação - CIC MACHADO Material sensorial Material de linguagem Material de matemática Material de ciências Esses materiais se constituem de peças sólidas de diversos tamanhos e formas: caixas para abrir, fechar e encaixar; botões para abotoar; série de cores, de tamanhos, de formas e espessuras diferentes. Coleções de superfícies de diferentes texturas e campainhas com diferentes sons. O Material Dourado é um dos materiais criado por Maria Montessori. Este material baseia-se nas regras do sistema de numeração, inclusive para o trabalho com múltiplos, sendo confeccionado em madeira, é composto por: cubos, placas, barras e cubinhos. O cubo é formado por dez placas, a placa por dez barras e a barra por dez cubinhos. Este material é de grande importância na numeração, e facilita a aprendizagem dos algoritmos da INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 65 PEDAGOGIA Em busca da ruptura provocada pelo conhecimento o Relatos de experiências em sala de aula O trecho da obra de Clarice Lispector narra o diálogo da personagem Macabéa, retirante nordestina que tenta vida nova na cidade grande e seu pretendente Olímpico, acerca das inquietações provocadas pela escuta cotidiana da Rádio Relógio. “_ Eu gosto tanto de ouvir os pingos de minutos do tempo assim: tictac-tic-tac-tic-tac. A Rádio Relógio diz que dá hora certa, cultura, anúncios. Que quer dizer cultura? _ Cultura é cultura _ continuou ele emburrado. _ Você também vive me encostando na parede. [...] _Sabe o que mais eu aprendi? Eles disseram que se devia ter alegria de viver. Então eu tenho.”1 Evoco esta conversa para iniciar uma reflexão sobre a função do conhecimento e as maneiras de transmiti-lo. De acordo com o psicopedagogo Júlio Groppa Aquino, no texto acima, “nos deparamos de um lado com Macabéa ávida de respostas, enamorada pelas indagações, emaranhada numa espécie de dívida; do outro com Olímpico, forjando respostas que não explicam, esquivando-se a qualquer preço da dúvida. Transversal a ambos, a Rádio Relógio os ultrapassa, (in)formando, veiculan- 1 LISPECTOR, C. A hora da estrela. 21ª ed. Rio de janeiro, Francisco Alves, 1993, pp. 66-7. Apud AQUINO, Júlio G. “Conhecimento e mestiçagem: o efeito Macabéa”. In: AQUINO, Júlio G. Do cotidiano escolar: ensaios sobre a ética e seus avessos. São Paulo, Summmus, 2000, pp. 206. 2 : AQUINO, Júlio G. Do cotidiano escolar: ensaios sobre a ética e seus avessos . São Paulo, Summmus, 2000, pp. 206.Grifos nossos. 66 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 do saberes e poderes. Diferentes efeitos surtem da intervenção da Rádio no cotidiano de dois personagens: o que nela evoca inquietação, nele imprime ameaça. Ambos, porém, tornam-se objetos de uma ruptura provocada pela Rádio: o corte do conhecimento”2. Como principiante no caminho da docência, provocar na mente dos alunos esse “corte do conhecimento” tem sido meu grande objetivo. Acredito que ao professor, mais do que informar, caberia a função de formar o estudante, quer dizer, além de transmitir o conteúdo, deve conduzir seus alunos à dúvida, despertar seu raciocínio crítico. Porém, como fazêlo? Eis uma questão que perturba a mente da maioria dos educadores nos dias atuais. Infelizmente, esse texto não traz uma resposta, nem o pretende. Este artigo visa trazer apenas o relato de al- gumas experiências realizadas por alguém que constantemente se defronta com esta pergunta. Ao longo deste ano, como professora de História das turmas de 5ª série e da 6ª do período vespertino, do colégio Madre Carmem Sallés, tenho tentado encontrar maneiras de despertar o interesse de meus alunos pela disciplina e ao mesmo tempo motivar seu raciocínio crítico. Recorri a ferramentas pedagógicas não muito convencionais (como o teatro e o rpg) sem abandonar a exposição tradicional do conteúdo. A primeira experiência neste sentido foi realizada com as turmas de 5ª série, uma espécie de peça teatral, que recebeu o nome de um dia na corte do faraó. Após uma série de aulas expositivas sobre o antigo Egito, cada classe foi dividida em grupos de quatro ou cinco alunos. Cada um deles preparou uma breve cena (de 5 minutos, mais ou menos) para ser apresentada ao faraó e sua corte. Os grupos e os papéis foram os seguintes: 1) Grupo real - faraó, esposa, nobres e seus familiares: deveriam receber os demais grupos na corte e decidir sobre o que for pedido ou relatado por eles. O faraó deve se comportar como um verdadeiro deus, a esposa e os demais devem ser submissos, os nobres devem opinar sobre as solicitações feitas pelos demais grupos. 2) sacerdotes - sacerdotes de Rá, escriba, tesoureiro e administrador do templo: relatar as providências tomadas sobre a festa do deus. Deveriam falar sobre a importância dos deuses para os egípcios especialmente o deus Rá, os custos e a estrutura da festa. 3) Construtores de pirâmides – arquiteto, mestre de obras, vigia: deveriam justificar o atraso nas obras e pedir mais trabalhadores, explicar sobre a função das pirâmides, o número de trabalhadores necessários para a obra. 4)Povo - felás (camponeses) e artesãos: iriam solicitar ajuda material devido à praga que destruiu as plantações. Deveriam falar sobre as principais atividades agrícolas do Egito, como era feito o plantio e também sobre o comércio e as mercadorias produzidas. 5) Hebreus – escravos conduzidos por guardas egípcios. Os hebreus haviam iniciado uma manifestação de revolta contra o mestre de obras da pirâmide. São levados diante do faraó para que ele decida a punição que deveriam receber. Os guardas narraram o acontecido. Ao receberem a sentença os hebreus deveriam questionar as con- dições de trabalho a que estavam submetidos e falar sobre as diferenças existentes entre sua religião e a dos egípcios, porque não acreditam nos deuses egípcios e por isso ,não se conformavam em trabalhar na construção das pirâmides. Após a distribuição dos papéis, cada aluno deveria pesquisar em casa e construir seu personagem. Como professora representei o papel do faraó para melhor poder argüir os alunos sobre as funções que seu personagem representava na sociedade egípcia. Atividade semelhante foi realizada com os alunos da 6ª série, mas desta vez o cenário foi a Idade Moderna, e a peça um julgamento realizado pelo tribunal do Santo Ofício. Após as aulas expositivas sobre a Reforma Protestante e a Contra Reforma Católica, os alunos realizaram extensa pesquisa sobre os processos da Inquisição portuguesa e também assistiram a trechos do filme “o Judeu”, onde puderam acompanhar a reconstituição de um julgamento. Realizamos então a divisão dos grupos: um grupo de alunos desempenhou o papel dos inquisidores, que auxiliavam o inquisidor geral (papel também representado pela professora) a interrogar os acusados e testemunhas. Os demais alunos foram os réus (uma feiticeira, um judeu, um protestante e um herege), duas testemunhas, um advogado de acusação e outro de defesa, para cada acusado. O julgamento foi realizado seguindo os procedimentos utilizados pelo tribunal do Santo Ofício, por isso os acusados condenados participaram também da encenação de um ato de fé (procissão, em que os sentenciados eram conduzidos em fila pelos inquisidores até o centro de uma praça para serem executados). Em ambas as experiências, a grande maioria dos alunos superou minhas expectativas, realizando densas pesquisas sobre os papéis que iriam desempenhar, perdendo de forma CONTINUA INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 67 PEDAGOGIA PEDAGOGIA Os Cientistas do amanhã Vivenciar! Na vida, vivenciar é a melhor forma de aprender e colher os doces frutos dessa experiência: o conhecimento. Na Ciência, também! gradativa a timidez, empenhando-se na interpretação e participando ativamente das encenações. Em linhas gerais, essas atividades contribuíram para desenvolver e priorizar a noção do trabalho em grupo, auxiliaram os alunos a se sairem bem em situações que exigem o improviso e acima de tudo fez com que se interessassem mais por textos e autores variados, ampliando o conhecimento do tema estudado. O ótimo resultado alcançado levoume a outras experiências, como utilizar o RPG (Role Playing Game). O primeiro passo do trabalho é a montagem da história que será “pano de fundo” para abordagem do conteúdo. Os alunos da 6ª série voltaram à época do descobrimento do Brasil. Poderiam ser índios, membros da esquadra de Pedro Álvares Cabral ou espiões espanhóis que buscavam furtar mapas que revelassem o caminho para as Índias. Na história, cada personagem tem características físicas (alto, magro, moreno...), habilidades (artísticas, de montaria, de atirar...) e atributos (força, destreza, intelecto, presença, vontade...) classificados por níveis (regular, bom, ótimo, forte, etc), de acordo com a sua condição na trama. Os personagens precisam estar de 68 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 acordo com o período histórico. Depois de pronta a história e a caracterização dos personagens, a professora juntamente com um dos alunos, acostumado com a prática do “jogo”, atuaram como mestres (narradores) do jogo, que dividem os alunos em grupos, segundo a atuação de seus personagens na trama, e começam a narrativa. A aula de História com RPG tornou o aprendizado divertido, ao mesmo tempo em que ampliou o interesse pelo tema estudado, pois ao vivenciarem o que está sendo abordado empenharam-se muito mais em conhecer o período estudado. Aos poucos, os próprios alunos mais motivados com a disciplina começaram a sugerir novas formas de aplicação de conteúdo. Foi assim, que o que deveria ser uma monótona aula expositiva sobre a cultura grega, se transformou em um animado “sarau”, no pátio da escola. Os alunos da 5ª série, vestidos como os antigos gregos realizaram uma animada leitura de poesias épicas, como Ilíada e Odisséia, líricas, como as odes de Píndaro e Safo e encenaram pequenos trechos de Édipo rei e Antígona de Sófocles. Um tema de difícil compreensão tornou-se extremamente atraente para alunos tão jovens. Visualizar o fenômeno, tecer hipóteses, experimentar, tirar conclusões e viver saboreando os frutos da árvore do conhecimento. Pois é com satisfação que a equipe da área de Ciências do Colégio Maria Imaculada de Mococa, através de seu trabalho experimental tem visto nascer uma nova e Todas essas experiências aqui descritas exigem do professor muita pesquisa, uma revisão do conceito de disciplina em sala de aula, paciência e criatividade. Ainda assim, nem sempre dão certo, não são receitas de sucesso garantido. Mas, instigam os alunos, que tal como Macabéa, tornam-se tão “ávidos por respostas” que parecem estar sendo mesmo alvos do “corte do conhecimento”. Renata Resende Silva Ferreira Professora de História (5ª série, 6ªsérie vespertino) Colégio Madre Carmem Salles Mestre em História pela USP. valorosa geração de curiosos pesquisadores: “os novos cientistas”. A pesquisa no Brasil É do conhecimento de todos que o Brasil, nas últimas décadas, tem perdido sistematicamente seus cientistas. Alguns para a iniciativa privada, onde são levados a buscar apenas conhecimento específico, quase sempre de acesso restrito e de interesse de uma minoria econômica. Outros para o es- trangeiro, onde o investimento na Ciência é maior e, por isso mesmo, são bem remunerados e valorizados. Digase de passagem, em ambos os casos sempre brilham por sua criatividade, perseverança e trabalho compromissado com os valores éticos e o bem social. Assim, constatamos uma triste realidade: o Brasil, ano a ano se afasta do desenvolvimento tecnológico de ponta, tão necessário às carências de um país em desenvolvimento, que cada vez mais tem abdicado de políticas sociais sérias em favor da corrupção, enriquecimento ilícito e total ausência de ética na condução política da nação. Os novos Cientistas Pois nossos “novos cientistas” estão vindo para surpreender! Com um perfil cristão, cidadão e uma séria pre- ocupação ecológica, buscam construir o conhecimento de forma ética e salutar e o empregam com acentuada preocupação social. E é essa mentalidade que os professores da área de Ciências do CMI Mococa tem trabalhado para desenvolver. Dotado de dois dos melhores laboratórios que as escolas de ensino fundamental e médio podem equipar, um deles para a Física e o outro para a Química e a Biologia, o CMI Mococa conta com o empenho de uma equipe de Professores bem formados, experientes e sobretudo compromissados com o conhecimento científico que alavanque o desenvolvimento social e a conservação e recuperação das riquezas naturais do planeta, hoje vítimas de exploração inconsciente e predatória. CONTINUA INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 69 PEDAGOGIA Embrião do feijão Pela participação dos alunos pode-se constatar que as aulas práticas estão despertando a curiosidade e o espírito investigativo, essenciais para a formação de futuros cientistas. “Qualquer momento é tempo de se fazer Ciência!” “Aprender é construir significados e Ensinar é oportunizar essa construção” É dessa forma que nas séries iniciais do Ensino Fundamental nossos alunos já são levados a tecer suas hipóteses científicas e avaliá-las no laboratório. Foi assim com os alunos da 1ª série que, orientados pela professora Rita de Cássia Vecchi e companhados pelo estagiário Luiz Henrique observaram, com o auxílio do microscópio, as estruturas internas da semente do feijão. Puderam constatar a presença de Deus no milagre da vida vegetal: um minúsculo embrião de semente é capaz de originar toda uma nova planta. Os alunos aprenderam que as sementes do feijão têm casca, embrião e cotilédones que armazenam substâncias nutritivas para o embrião durante sua germinação. Fotossíntese Para que isso aconteça de maneira prazerosa e, pensando na formação de um novo cientista e de um novo cidadão, a professora de Ciências do Ensino Fundamental, Marta C. de Paula, faz da sala um ambiente privilegiado. Desenvolve um projeto “Despertando Vocações” que tem como objetivo a complementação das aulas teóricas de Biologia, com as dissecações de órgãos bovinos (pulmão, coração, olhos, rins etc), através das quais os alunos se familiarizam com as estruturas dos órgãos do corpo. Ao final do ano letivo, os alunos visitam o Laboratório de Anatomia da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos, onde têm a oportunidade de conhecer órgãos humanos. É o despertar da vocação científica! Eletrizantes descobertas Já os alunos das 3ª séries, orientados pelas professoras Maria do Carmo e Imã Rosangela e pelo estagiário Luiz Henrique observaram a liberação de oxigênio durante o processo de fotossíntese. Verificaram também a presença da clorofila utilizando o teste do iodo. 70 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Um jeito divertido de aprender eletricidade e eletrônica foi o que a professora de Física, Gisele Gomes Chagas, desenvolveu com seus alunos das 3ªs séries do ensino médio numa aula sobre medidores elétricos. Utilizando o “Brain Box 188” os alunos tiveram a oportunidade de construir, com suas próprias mãos, sistemas compostos de circuitos integrados de música, alarme e efeitos sonoros, fotossensores, campainhas, placa de toque, etc. Utilizando o multímetro, puderam relacionar os tipos de associações de componentes de cada circuito, comprovando experimentalmente a tensão e a corrente elétrica em trechos diferentes. Assim, divertiram-se manuseando os componentes e aprenderam conteúdos relevantes. O assunto, assim estudado, nunca mais será esquecido! Adepto dessa máxima, o professor de Física Luiz Smaira busca, a todo instante, estimular a curiosidade de seus alunos e, dentro ou fora do laboratório, fazer Ciência. Foi o que aconteceu por ocasião das estranhas e controvertidas informações veiculadas na Internet a respeito da mistura do refrigerante light com as balas Menthos. O desafio foi lançado, muitos questionamentos foram feitos e, no pátio, durante o intervalo entre as aulas as hipóteses foram testadas. “—Melhor evitar a mistura!” – conclui um dos alunos, espantado. Assim, de maneira divertida e prazerosa a Ciência passa a se tornar um hábito salutar que traz humanidade e consciência social aos estudantes. Fabricando sabão como nos tempos da vovó Com o objetivo de ilustrar a teoria sobre reações na Química orgânica, os professores Ana Paula e Murilo, auxiliados pelo estagiário Luiz Henrique uniram, diante de pré-vestibulandos curiosos e interessados, óleo com soda cáustica em um tubo de ensaio. A mistura, constantemente agitada e aquecida em banho-maria, adquiriu o aspecto de uma massa homogênea: o sabão. Éster (óleo) + base (soda cáustica) tendo como produto um sal orgânico (sabão) + glicerol ou glicerina (álcool), será uma das muitas fantásticas experiências que ganham um novo sentido na vida dos alunos no laboratório de Química do CMI Mococa. Os novos Cientistas e o Futuro Assim, o surgimento desses novos cientistas nos enche de Esperança. O fruto do trabalho de professores éticos de formação cristã, comprometidos com o conhecimento e com os valores sociais começa a frutificar. Convivendo diariamente com esses investigadores mirins temos a certeza de que melhores dias virão para nosso planeta companheiro e dadivoso. Nossos futuros pesquisadores nos parecem uma geração consciente de sua missão de recuperar e preservar a Natureza e trabalhar para que a humanidade viva na irmandade de todos os seres, na caridade e no reconhecimento do tanto que recebemos de Deus. E, então, fruto de seu trabalho, brilhará a luz do mundo mais justo, cristão e cidadão, o qual tanto almejamos. Equipe de Ciências do Colégio Maria Imaculada de Mococa: Ana Paula Poscidônio (Química); Gisele Chagas (Física); João Pedro (Biologia); Luiz Smaira (Física); Marta de Paula (Ciências); Murilo (Química); Luiz Henrique (Estagiário Auxiliar). INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 71 PEDAGOGIA Ensino Fundamental de Nove anos a A inclusão das crianças de seis anos no Ensino Fundamental, que passa agora a ter nove anos, tem duas dimensões: oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período de escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam os estudos, alcançando um nível maior de escolaridade. A ampliação significa uma possibilidade de qualificação do ensino e da aprendizagem da alfabetização e do letramento, pois a criança terá mais tempo para apropriação de conteúdos. O ingresso da criança no Ensino Fundamental não pode constituir uma medida meramente administrativa. É preciso atenção ao processo de desenvolvimento e aprendizagem, o que implica conhecimento e respeito às suas características etárias, sociais, psicológicas e cognitivas. Há necessidade de uma nova concepção de estrutura, organização dos conteúdos que considere o perfil específico do aluno e as orientações pedagógicas devem ser coerentes com a realidade, as possibilidades e necessidades da faixa etária. A reflexão de alguns aspectos é indispensável para compreensão da nova proposta pedagógica para a criança de seis anos. Lembramos que o brincar é da natureza de ser criança, é indispensável na fase da infância e 72 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 sua singularidade, não podendo deixar de ser assegurado esse espaço privilegiado do lúdico como um dos princípios da prática pedagógica. Não podemos esquecer que, para favorecer a aprendizagem, precisamos dialogar com a criança em todas as dimensões e possibilidades de expressão. A escola deve garantir tempos e espaços para o movimento, a dança, a música, as artes.... em ambientes aconchegantes, seguros, encorajadores, desafiadores, criativos, alegres e divertidos nos quais as atividades elevem a auto-estima, valorizem e ampliem a leitura de mundo, aguçando a curiosidade, a capacidade de pensar, de decidir, de atuar, de criar, de imaginar, de expressar. Esses aspectos favorecem a formação de leitores, explorando todas as potencialidades, diante do desafio de uma formação voltada à cidadania, autonomia, liberdade responsável de aprender e transformar a realidade de maneira positiva. O papel do professor é o de provocar, brincar, apoiar, acolher, estabelecer limites, observar, estimular a desafiar a curiosidade e a criatividade do aluno, reconhecendo conquistas individuais e coletivas, promovendo autonomia, responsabilidade e solidariedade. Faz-se necessário uma reflexão, sobre práticas pedagógicas com base no conhecimento e na atenção especial às características da faixa etária, mobilizando-nos para encontrar melhores maneiras de atuar em um novo contexto. Maria Helena Rodrigues Faria Coord. da Ed. Infantil do CMI - Brasília Missões da Biblioteca Escolar A literatura especializada atribui duas missões principais à biblioteca escolar: ser um organismo de apoio ao processo ensino-aprendizagem e promover o gosto e o hábito de leitura entre estudantes. Entretanto, é preciso discutir a validade do emprego de termos como apoio, suporte e outros do gênero para caracterizar a missão da biblioteca escolar. Tal caracterização é insuficiente para mostrar o verdadeiro potencial de uso da biblioteca na escola. Como apoio ou suporte, podemos ter a impressão de que a biblioteca escolar é uma dimensão estática da escola; é como se ela estivesse sempre aguardado, passiva, imóvel o momento em que professores e alunos necessitassem do seu apoio. Para além disso preconizamos uma atuação dinâmica, viva, da biblioteca escolar, cuja ação pode ser desenvolvida de forma a se articular com a ação do professor, ambas de caráter pedagógico. Se não for assim, a biblioteca se tornará como afirmou Abramo (1986), um “elefante branco” na escola. Nessa direção são significativas as palavras de Lourenço Filho (1944:34): “Ensino e biblioteca são instrumentos complementares (....); ensino e biblioteca não se excluem, complementam-se. Uma escola sem biblioteca é um instrumento imperfeito. A biblioteca sem ensino, ou seja, sem a tentativa de estimular, coorde- nar e organizar a leitura, será por seu lado, instrumento vago e incerto”. Democratizar o acesso ao conhecimento na escola significa entre outros sentidos, lutar contra o ensino dogmático e a transmissão do saber escolar à realidade da clientela atendida; significa enfim, fazer do aluno um produtor e não apenas um consumidor do saber, o que abre a nosso ver, amplos espaços para a inserção da biblioteca escolar no processo ensino-aprendizagem assim concebido. Nesse sentido escreve Araújo (1986:106); “Não se pode pensar em democratização do ensino encarando a biblio- teca como órgão dissociado do planejamento educacional, pensandose apenas em aulas expositivas, baseadas na transmissão oral dos conhecimentos. A educação é um ato dinâmico, crítico, transformador e a biblioteca deve extrapolar o caráter conservador e armazenador da informação, passando a agir como um centro de aprendizagem dinâmica e participativa”. Outro aspecto que confere à biblioteca escolar grande relevância é a visão de que o contato das crianças com os livros deve ocorrer o quanto antes e “nunca é demasiado cedo para se iniciar no uso das bibliotecas e desenvolver a capacidade para continuar servindo-se das fontes de informação durante o resto de seus dias”. No Brasil, para a maioria das crianças, o primeiro contato com os livros acontece na biblioteca escolar. Por isso é muito importante que esse contato seja marcado positivamente, pois as representações que as pessoas têm da biblioteca estão em geral, impregnadas pelas suas experiências enquanto usuários. Logo, se, na escola, a relação do aluno com a biblioteca for caracterizada por local de castigos, imCONTINUA INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 73 PEDAGOGIA posições, proibições, desconfortos, padronização de gosto ou buscas fracassadas, ele poderá carregar consigo, talvez para sempre, as marcas dessa convivência negativa. Lamentavelmente, observa-se que, na grande maioria das escolas, o espaço não é apropriado para o funcionamento da biblioteca. O livro didático e algumas poucas obras de referência são as fontes de consultas mais utilizadas, há dificuldades para acessar a internet e complementar a pesquisa desejada. Os títulos de literatura infanto-juvenil, não têm atrativos suficientes para motivar a maioria dos alunos para a leitura. É possível a mudança desta realidade na medida em que a comunidade escolar – bibliotecários, educadores, educandos, administradores, pais e funcionários se mobilizarem e atuarem em ações concretas acreditando na força dinamizadora e transformadora da leitura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMO, C. Cuidado com o elefante branco. Boletim ABDF Nova Série, Brasília, v.9, nº 2, pp.119-120, abr/jun. 1986. ARAUJO, A . SISBEC - Uma proposta pedagógica. Boletim ABDF Nova Série, Brasília, v. 9 pp. 106-110, abr./ jun.1986. LOURENÇO FILHO, M. A . O ensino e a biblioteca. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1944. Maria Cristina Pereira Dias Bibliotecária do CIC/Machado 74 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 A importância dos Momentos Didáticos Por que jogar xadrez? o O Xadrez é o segundo esporte mais praticado no mundo, abaixo apenas do futebol. É um grande impulsionador da imaginação, e também contribui para o desenvolvimento da memória, da capacidade de concentração e da velocidade de raciocínio. Foi constatado que o Xadrez desempenha um importante papel socializante, por ensinar a lidar com a derrota e com a vitória, mostrando que a derrota não é sinônimo de fracasso, nem vitória é sinônimo de sucesso. O Xadrez é capaz de mostrar as conseqüências de atitudes displicentes, que não tenham sido previamente calculadas e, por conseguinte, estimula o hábito de refletir antes de agir, além de ensinar a arcar com as responsabilidades dos próprios atos. O Xadrez é também uma arte de grande beleza e apresenta imensa riqueza de possibilidades. É um passatempo agradável e instrutivo que entreteve grandes personalidades de nossa história como Napoleão, Einstein, Voltaire, Goethe, Montesquieu, Benjamin Franklin, Victor Hugo, Machado de Assis e Monteiro Lobato – para citar alguns. E hoje é um esporte que pode ser jogado não presencialmente, através de redes de computadores como a Internet, estando o adversário em qualquer lugar do planeta, e por isso é o que mais cresce em adeptos, sendo já considerado o esporte do novo milênio. No caso das crianças e jovens, o Xadrez estimula o desenvolvimento intelectual; no caso dos adultos e idosos, o Xadrez contribui preservando por mais tempo a agilidade mental. Se quiserem também uma explicação científica que mostre os benefícios práticos que podem ser alcançados pela prática desse esporte, poderemos apresentar opiniões e pesquisas de pedagogos, psicólogos, intelectuais e instrutores de xadrez que nos levam a concluir que o Xadrez contribui para o desenvolvimento das faculdades mentais. Vamos todos praticar esta ginástica da mente? Michela das Graças Resende Ribeiro – Educação Física Professora de xadrez CIC-Passos/MG Educar não se resume no cumprimento de tarefas, mas em oportunizar momentos de crescimento pessoal e de interação. o Os fundamentos didático-pedagógicos da Educação Concepcionista inspiram-se na pedagogia de Carmen Sallés, fundamentalmente na atenção individualizada e personalizada aos educandos, apontando os caminhos a seguir com o aluno, na intenção de contribuir para sua formação plena e integral. Assim, o processo educativo deve contemplar momentos didáticos em que o aluno possa atuar e construir sua ação, no intuito de se tornar uma pessoa livre, autônoma, com iniciativa, consciência crítica e responsabilidade. O Trabalho Pessoal é o momento de atividades diversificadas nas várias disciplinas, previamente elaboradas pelo professor, em que o aluno tem a oportunidade de escolher e desenvolver com consciência suas tarefas diariamente, dentro de um tempo pré-estabelecido. Este trabalho ajuda a desenvolver a autonomia e a responsabilidade. A Aula Coletiva é o espaço dedicado às aprendizagens direcionadas ao grupo. Tem a finalidade de desenvolver aspectos do processo ensino-aprendizagem mais caracteristicamente comunitários: introdução de conteúdos, correção ou fixação de noções, entre outros. A Partilha tem a finalidade de socializar as descobertas e construções feitas pelos alunos durante a aula. Deve ser um momento de atitudes de acolhida, abertura e respeito. Os acontecimentos do dia a dia, extra escolares, novidades, entre outros, também podem ser abordados, trabalhados e enriquecidos nest a partilha. O Trabalho em grupo estimula o interesse, a criatividade, a participação e a capacidade de expressão dos alunos. Também desenvolve o espírito comunitário. A Tomada de consciência é o momento que favorece o desenvolvimento da capacidade de percepção, reflexão e avaliação do aluno, sobre seu próprio processo de crescimento. Pode ser feita coletiva ou individualmente. “O que esperamos da criança é que ela trabalhe por si mesma e para que caminhe em direção ao outro, num contínuo crescimento. Pouco a pouco tomará consciência de seu trabalho, e isso vai criar uma continuidade mental.” Sheila Faccin Coordenadora Pedagógica do Seg. I CMCS – D.F INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 75 PEDAGOGIA O objetivo do ensino de inglês é mostrar para as crianças a influência que outros povos exercem no nosso dia-a dia, Brincando com o O estudo de uma língua estrangeira favorece o conhecimento de outros a povos, de seus costumes e ajuda a descobrir a influência que exerce sobre a nossa própria cultura. 76 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Inglês Aula de Inglês na educação infantil é um momento de muita diversão. As atividades são preparadas com muito cuidado, para que todos tenham uma relação simples e significativa com a língua inglesa, através de jogos, brincadeiras, músicas e muito mais, quando exercitarão a fala, a memória e a compreensão em inglês. Fazemos atividades bem variadas, como pintar, cantar, ouvir histórias, desenhar e principalmente brincar. Os assuntos abordados abrangem desde o ambiente familiar da criança, passando pela escola e seus objetos, até as principais datas comemorativas durante o ano, além de cores e números. O objetivo do ensino de inglês é mostrar para as crianças a influência que outros povos exercem no nosso dia-a dia, como, por exemplo, as palavras em inglês que usamos como se fizessem parte da nossa língua materna. Pretendo incentivar a observação dessas palavras da língua inglesa que estão incorporadas à linguagem de todo dia e estimular as crianças, com histórias, jogos e atividades, a desen- volverem o interesse pelo aprendizado do Inglês. Nas atividades procuro contemplar a interdisciplinaridade. Além de introduzir o vocabulário inglês, procuro propor atividades que contribuam para a fixação do conteúdo de outras áreas do conhecimento desenvolvidas na educação Infantil, como Matemática e Interação Social. A sala de aula deve ser sempre um ambiente estimulante e motivador, independentemente da área do conhecimento que está sendo desenvolvida. As brincadeiras que envolvem duplas ou pequenos grupos são enriquecedoras. Aprender a esperar a vez, ouvir com respeito, lidar com opiniões diferentes são atitudes fundamentais para a convivência e que desenvolvemos em situação de interação. O trabalho de Inglês na educação infantil fica ainda mais gostoso quando esse incentivo vem através da música, que são compostas e arranjadas para o lazer das crianças envolvendo o treinamento de estruturas mínimas em inglês, de modo a desenvolver agradavelmente a aprendizagem. As músicas cumprem funções didáticas importantes como, por exemplo, fixar a pronúncia das palavras e as estruturas das frases. Além disso, ao distinguir sons e ritmos, as crianças desenvolvem a musicalidade. O objetivo desse trabalho é que todos os alunos tenham a oportunidade de aprender de forma natural por meios de vivências lúdicas. Adriana Bento Monteiro Marques Professora de Inglês da Educação Infantil - Colégio Maria Imaculada - DF Alfabetização Momento rico e lúdico O papel da escola e da família é amplo e rico no processo de alfabetização. Ajudar a criança a fazer uma leitura do mundo e começar a expor as primeiras palavras no papel é imprescindível, mesmo que não o faça com perfeição. Faz-se necessário deixar que use a criatividade para as diversas formas de aprendizado, aproveitando, ao máximo, todo o conhecimento. Para tal, é importante que a criança apresente um comportamento letrado, saiba comparar, confrontar, ampliar, reduzir, rever e reformular idéias. Ela deve se tornar um indivíduo que considere toda resposta como potencial e, conseqüentemente, possível de transformação. A criança necessita de encorajamento, motivação para raciocinar e levantar hipóteses sobre a leitura. Fatores estes geram mudanças no modo de repensar a natureza, no ambiente social e cultural, visto que nos primeiros anos de vida, ela apropria-se de conhecimentos práticos O letramento começa muito mais cedo do que se imagina, entretanto não há momento para terminar, pois a criança constrói e aperfeiçoa, continuamente, o aprendizado ao longo da vida. Professora Mara Colégio Maria Imaculada - Brasília - DF INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 77 PEDAGOGIA O sabor do aprender o Os alunos da 3ª série do EF do colégio Regina Pacis-BH realizaram um estudo sobre Índios, imigrantes europeus, africanos.... Muito curiosos com a cultura negra, resolveram aprofundar o estudo sobre o tema e escolheram o que mais repercutiu nas aulas: os escravos. Ficaram sensibilizados com a grande influência cultural e o sofrimento dos escravos. Devido a essa escolha, os alunos descobriram a origem da feijoada e tiveram uma aula prática servindo aos pais uma deliciosa feijoada. Para que isto acontecesse, trouxeram os ingredientes e uma combinação de amor e dedicação que foi o tempero principal. Com muito empenho, todos interagiram com o assunto, e com extrema empolgação, viram em sala de aula informações e pesquisas sobre esse povo. Como surgiu esse prato Segundo os viajantes daquela época, nas grandes fazendas, boa parte dos escravos recebia unicamente feijão cozido, uma vez ao dia em cuias. Provavelmente, a origem 78 INTEGRAÇÃO Dezembro 2006 Hora de apreciar o delicioso sabor da feijoada esteja ligada à triste sina desses homens e dessas mulheres, que, para engrossar o caldo ralo de feijão, buscavam no lixo de seus senhores as partes desprezadas do porco, tais como língua, rabo, pés e orelhas. É curioso que uma história tão triste de miséria possa ser a origem de um dos símbolos de nossa culinária. Antes de servir a feijoada, os alunos apresentaram para os pais um pequeno teatro mostrando a realidade dos negros e informações que aprenderam durante o estudo. Depois da demonstração de tantos talentos, a feijoada foi servida pelos próprios alunos. Foi um dia muito especial, pois assim foi demonstrada a realidade cultural brasileira, além da realização de um trabalho integrado com a família. Elizângela Sales Barbosa da Silva Professora da 3ª série do EF I Colégio Regina Pacis – Belo Horizonte
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