Edição nº 15

Transcrição

Edição nº 15
13
O valor da Educação
Um ex-aluno do CMCS Brasília/DF
fala dos frutos que brotam da
perseverante missão de educar.
Ano VII - Nº 15 - Dezembro 2006
26
Seções
EDITORIAL
Semana Missionária
XIV Capítulo Geral reúne religiosas e Leigos em
Marcilla, Espanha - PÁGINA 10
DESTAQUE
HOMENAGEM
Irmãs Concepcionistas realizam
missão nas cidades de Rosário da
Limeira e Belissário, Minas Gerais.
38
Canto Vocacional
Recanto Betânia promove concurso
musical para celebrar o mês das
vocações.
PELO MUNDO
PASTORAL
28
CIDADANIA
ATIVIDADES
Fé e Vida
ESPORTES
Manhã de Formação no CMI Mococa/SP
permite aos educadores refletirem sobre
a dimensão social da fé.
VOCAÇÃO
PSICOPEDAGOGIA
FILOSOFIA
Os encantos e desafios da missão Concepcionista
na Índia - PÁGINA 16
58
Museu Virtual
PROJETOS
Projeto do CMCS - Brasília/DF
traz o mundo da arte para a tela
do computador
PEDAGOGIA
69
Nossa Capa
Futuros cientistas
Alunos do CMI Mococa-SP
experimentam a ciência no dia-a-dia
78
Brincando e Aprendendo
´Curso infantil do CIC Passos-MG desenvolve
Projeto Pau-Brasil, a árvore símbolo nacional
PÁGINA 59
Alunos da educação infantil do
CMI-DF aprendem inglês através de
experiências lúdicas.
Expediente
Comunidade de Jeremoabo, Bahia
Fale conosco
Indice.pmd
3
INTEGRAÇÃO EM REVISTA é uma publicação das Religiosas Concepcionistas
Missionárias do Ensino „ Diretora Responsável: Ir. Wanilda Melo Barbara
([email protected]) „ Produção Gráfica: Edenilson S. Coelho
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23/01/2007, 12:11
Religiosas Concepcionistas
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EDITORIAL
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INTEGRAÇÃO
„ Junho 2004
E-mail: [email protected]
e
Estamos finalizando mais um ano e o Natal se aproxima! Mas o que
é celebrar o Natal?
Percebemos tantos ruídos, mas será que realmente têm algo a ver
com o verdadeiro sentido do Natal?
Gostaria de convidar a todos para nos prepararmos para um novo
Natal. Um Natal que começa com o sonho de um novo tempo, de uma
nova época, de uma vida nova!
Precisamos encher o mundo, os corações e as mentes de sonhos, de
confiança, de esperança!
Precisamos gritar bem alto, aos quatro cantos da terra, que um mundo novo é possível, que uma mundialização alternativa, solidária pode
suceder à globalização desumana que hoje presenciamos.
Preparamos-nos para celebrar o Natal do Senhor, a Boa Notícia que
veio a nós, tornando-se Humano para que nós nos aproximássemos do
Divino.
E como seria bom celebrar o Natal sendo e transmitindo Boas Notícias!
Boas notícias que se tornam vivas:
- na vida de tantos que são capazes de manter a integridade num
mundo que insiste na fragmentação;
- na vida dos que, contrariando a sociedade egoísta, se abrem para
a generosidade e para a acolhida;
- na vida daqueles que, reconhecendo os dons recebidos, não fazem
deles motivos de glória pessoal, mas os colocam a serviço dos demais;
- na vida de pessoas que, num lamaçal de mentiras, são capazes de
dar a vida para testemunhar a verdade;
- na vida daqueles que, esquecendo-se de si mesmos, se abrem e se
doam aos que mais necessitam;
- na vida de tantos que, contrapondo-se a tantos sinais de morte,
gastam suas vidas cultivando e gerando “vidas novas”;
- no testemunho de tantos que, mesmo sofrendo as conseqüências
do ódio e da violência, são capazes de expressar a gratuidade do amor;
- naqueles que são capazes de ultrapassar as trevas para alcançar a
luz e com ela iluminar o mundo ao seu redor;
- daqueles que, tendo a mesa farta, não se esquecem dos que não a
têm e realizam o milagre da partilha;
- daqueles que são capazes de dar novo sabor ao mundo tão insípido;
- daqueles que não têm receio de colocar como pauta para sua vida,
os ensinamentos e as atitudes do Menino que nasceu em Belém.
Que bom seria se no Natal que se aproxima, nós pudéssemos transmitir a Boa Notícia, não só de Jesus nascido em Belém, mas também
nos nossos corações!
Que bom seria, se numa corrente de amor e de fé fôssemos capazes
de celebrar, de fato, o Natal-vida, o Natal – pão na mesa de todos, o
Natal-amor, o Natal – doação, o Natal – paz, que só pode vir do Filho
de Deus para a vida de quem se abre para recebê-Lo. Certamente esse
seria um Feliz Natal! Que seja assim o nosso Natal!
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Editorial - Revista 15.pmd
4
23/01/2007, 12:13
IR. WANILDA MELO BARBARA
ABRIGO JESUS, MARIA E JOSÉ
Rua Prof. José Cândido, Nº 284
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Tel.: (35) 3295-1219
Uma boa notícia
DESTAQUE
Concretizando o sonho de Carmen Sallés no
Sertão baiano
Bendizemos a Deus com
um hino de gratidão pelo
caminho percorrido.
Grande é a esperança de
seguir evangelizando em
terras baianas, sob a
proteção de Maria
Imaculada, aderindo ao
estímulo de Carmen Sallés:
“Adiante, sempre adiante,
Deus proverá”.
e
Ao fundar a Congregação das Irmãs Concepcionistas Missionárias do
Ensino, Carmen Sallés se inspirou em
Maria Imaculada. Queria colaborar na
obra da salvação pela implantação do
bem.
Aos poucos, a congregação foi se
expandindo por diversos países. Em
1912 sete missionárias Concepcionistas, vieram da Espanha para o Brasil.
Com a graça de Deus, e cheias de ardor missionário elas
se dedicaram à missão de
evangelizar através da educação. A semente foi
lançada com amor, em “terra boa” e
cresceu graças a muitas vocações religiosas e leigas que foram surgindo.
Hoje, a Província do Brasil com treze comunidades, atende a vinte e cinco obras apostólicas. Algumas são
escolas, creche, outras são obras sociais e concretizam o sonho de Carmen Sallés: evangelizar através da
educação atendendo, sobretudo, aos
mais necessitados e outras ainda, oferecem apoio pastoral às comunidades.
Uma destas obras está em
Jeremoabo, cidade do sertão baiano.
CONTINUA
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
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DESTAQUE
Como um grão de
mostarda plantado com
amor e cuidado com
perseverança, a semente
do Evangelho vai
crescendo e dando
frutos.
Ali a presença concepcionista tem mais
de vinte anos. Seguindo o Plano da
Diocese de Paulo Afonso e de acordo
com as possibilidades locais, as irmãs
foram se dedicando ao trabalho apostólico e missionário para a formação
de lideranças. Procuram ser presença
no meio do povo, dedicando-se às
pastorais: catequética, social, da criança, juvenil, vocacional, infância
missionária.
Durante esses anos as irmãs
concepcionistas foram bem acolhidas
pelo povo jereboabense e com ele
tem trabalhado em diversos empreendimentos. Como um grão de mostarda plantado com amor e cuidado
com perseverança, a semente do
Evangelho vai crescendo e dando frutos. Pode-se constatar que aumenta
o número de catequistas, surgem lideranças, novos grupos se estabelecem, o povo se torna mais solidário e
participativo na igreja e adquire maior consciência de seus direitos.
Alguns projetos sociais têm sido
possíveis, graças à ajuda solidária das
irmãs da Província bem como de pais
de alunos das escolas concepcionistas
e de pessoas amigas que se
prontificam para colaborar das mais
6
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
diversas formas. Assim, pode-se distribuir cestas básicas a famílias muito
necessitadas; construir cisternas para
armazenar água no tempo da chuva
no sertão semi-árido, onde falta água
cristalina; ampliar o salão das artesãs
no povoado rural de Monte Alegre,
onde um grupo de mulheres se organizou e trabalha com teares manuais.
Um projeto importante voltado
para o resgate da dignidade humana
e a harmonia familiar é levado em
frente, graças a ajuda solidária concepcionista: a Casa de Recuperação
de alcoólatras e dependentes químicos, reconstruída e ampliada recentemente. Esta Casa poderá atender a
mais de vinte pessoas que precisam
ser recuperadas.
Se pudéssemos contar... são inúmeros os gestos, a dedicação das irmãs nesses mais de vinte anos de presença concepcionista em Jeremoabo.
É grande a acolhida, o carinho e a
gratidão manifestados pelo povo.
As irmãs atendem as pessoas que
batem à porta para pedir ajuda e orientação, dedicam-se a visitas às famílias, sobretudo aos enfermos levando-lhes a Palavra de Deus e encontram corações abertos e desejosos de
vivê-la..
“Tudo isto traz alegria e renova o
nosso entusiasmo evangelizador como
diz a missionária”, Ir. Gaudência S. Val
(Fuencisla), que dedica uma boa parte de
seu tempo às visitas.
O mais importante é que nos sintamos
filhos de Deus e irmãos com os irmãos
mais necessitados, fazendo crescer o espírito de solidariedade, de partilha, de
renúncia e sacrifício para gerar vida em
comunhão.
Hoje, bendizemos a Deus com um hino
de gratidão pelo caminho percorrido.
Como Maria podemos entoar: “Minha
alma glorifica o Senhor... Ele eleva os humildes...” E por isso, grande é a esperança de seguir evangelizando em terras
baianas, sob a proteção de Maria Imaculada, aderindo ao estímulo de Carmen
Sallés: “Adiante, sempre adiante, Deus
proverá”.
Ir. Dorvalina Teixeira, RCM
Jeremoabo BA
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
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DESTAQUE
Longevidade feliz e sabedoria:
sínteses de quem sabe dar sentido à vida
“O idoso goza de todos
os direitos
fundamentais inerentes
à pessoa humana,
assegurando-se-lhe, por
lei ou por outros meios,
todas as oportunidades
e facilidades, para
preservação de sua
saúde física e mental e
seu aperfeiçoamento
moral, intelectual,
espiritual e social, em
condições de liberdade
e dignidade”.
Estatuto do Idoso Art. 2º
8
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
o
A partir desse artigo do Estatuto do
Idoso, iniciamos uma reflexão sobre a
“Melhor Idade”, sobre a dignidade ou
a falta dela, que atinge tantas pessoas em nosso país.
Depois de uma vida voltada à família, ao trabalho, e à sociedade, encontramos pessoas que sonham, têm
planos, vislumbram um futuro para si,
para seus descendentes e para sua
comunidade.
Estudos comprovam que a
longevidade feliz depende fortemente do estilo de vida, da dignidade, do
respeito com que as pessoas são tratadas e de como encaram a vida.
O envolvimento em projetos pessoais e comunitários, o cuidado com
a saúde por meio de uma boa alimentação e de exercícios físicos diários, além da oração, da prática religiosa e da espiritualidade desenvolvida ao longo da existência proporcionam a possibilidade de expectativa
de um viver saudável e feliz.
A comunidade do CMI-SP, tem a
honra de conviver com uma pessoa
maravilhosa, que, no alto dos seus
96 anos, é a expressão pura da dignidade humana, de força e de determinação pessoal, Me. Cruz.
Nasceu em 1910, na cidade de
Villadiego, próxima a Burgos, na
Espanha. Filha mais velha de, 6 irmãos por parte de pai; perdeu a mãe
muito cedo, quando tinha apenas, um
ano de idade.
Sua vocação foi despertada a partir da convivência com uma tia, irmã
de sua mãe, que era religiosa. Aos
15 anos, entrou no Aspirantado, iniciando seu caminho na Congregação
das Irmãs Concepcionistas Missionárias do Ensino.
Em 1933, aos 23 anos, professou
seus votos perpétuos e, logo em seguida, veio como missionária para o
Brasil. Chegou ao Rio de Janeiro, mas
apresentando problemas de saúde,
foi transferida para Guaxupé, Minas
Gerais, onde deu continuidade aos
seus estudos e lecionou para as crianças da Educação Infantil.
A partir daí, dedicou-se à educação, trabalhando como professora de
Ciências. Foi Superiora de diversas
casas como as de Passos, Belo Horizonte (da qual foi fundadora), São
Paulo (por seis anos) e São Joaquim,
Santa Catarina, onde a congregação
mantinha um colégio, na época.
Trabalhadora incansável, teve e
tem, como base de sua espiritualidade e de suas ações, o pensamento de
Me. Carmen Salles: “Fazes o que fazes e faze-o bem”.
Em 1968, chegou a São Paulo pela
segunda vez dedicando-se às artes,
atuando como professora de Educação Artística e buscando, incansavelmente, conhecer outras técnicas de
artesanato, corte e costura e transmitindo seus conhecimentos a quem
desejasse. Nesse período, esteve presente, também, na fundação da Creche Carmen Sallés, auxiliando na organização e no cuidado com as crianças.
Sua presença alegre, amiga e sensível aquece nosso coração. Os trabalhos manuais que realiza e a liderança frente ao grupo de mães e colaboradoras, que acompanha há mais de
10 anos, demonstram sua grande vocação para a vida.
O grupo de Promoção Humana,
iniciado na década de 90 por Ir. Cari-
dade e Ir. Pilar continua “a todo vapor”, coordenado por ela. Todas as
4as feiras, 15 senhoras se reúnem, rezam, partilham a vida, aprimoram
seus dotes artísticos, além de produzirem lindas peças artesanais.
O produto desse trabalho é exposto em dois bazares anuais: um na festa junina do Colégio, e outro nas proximidades do Natal, em novembro. A
renda arrecadada é revertida para instituições que atendem pessoas carentes como, Amparo Maternal, Creche
Carmen Sallés, asilos, orfanatos e grupos que atuam em favelas na cidade
de São Paulo.
Me. Cruz não pára, já fez curso de
corte e costura, tricô e bordado à
máquina mas lhe sobra tempo para
se comunicar, quase que diariamente, com seus irmãos e sobrinhos, na
Espanha por meio da Internet, pela
qual navega sozinha!!!
Quando questionada sobre seus
sonhos e projetos diz: “meu desejo é
continuar a trabalhar, fazendo o me-
lhor possível para ajudar, fisicamente, aos pobres e, moralmente, às senhoras que trabalham comigo, tudo
para a Glória de Deus”.
Uma das senhoras do grupo de promoção social assim se expressa: “A
preocupação com o próximo fez nascer o Grupo da Promoção Humana,
atualmente conduzido pela Madre
Cruz. Seu caminho parece estar sempre rodeado de rosas, cultivadas por
ela, de forma a não deixar que os espinhos a impeçam de realizar o
bem.Sua vida é uma oração sincera,
oferecida a Deus e, por isso, um exemplo e direção para todos aqueles que
dela se aproximam. Sem dúvida, agradecemos ao Pai por permitir que a Sua
Graça esteja conosco na presença
dessa querida Madre”.
Também em minha vida familiar,
tenho a oportunidade de conviver com
Idosos. Minha avó paterna, Corina,
que sempre morou comigo, hoje, com
92 anos é minha grande companheira. Sinal da presença de Deus em
nossa família e junto aos amigos, instiga-nos a conviver com as limitações
impostas pela idade, a gerenciar o conflito de gerações e a aprender, diariamente, a valorizar a experiência, a ter
disposição para o trabalho, a apreciar
a beleza das flores, a amar as crianças e a ter fé, acima de tudo.
Duas mulheres tão diferentes, mas,
ao mesmo tempo, tão semelhantes na
expressão de seu amor pela vida.
Mulheres laboriosas, mulheres de coragem, exemplos para todos nós!
Márcia Reda
Coordenação de de Pastoral - CMI -SP
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
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XIV Capítulo Geral
O Carisma Concepcionista
gerador de vida
dependentes do Governo Geral recorreu em
vários momentos com a seguinte invocação:
Espírito de amor, faça gerar vida nova na família concepcionista.
A construção do Reino desafia a todos,
por isso o ponto chave que orientou o
XIV Capítulo Geral foi: gerar vida, oferecer
vinho novo, revitalizar as motivações que sustentam a vida e a missão, alimentar esperanças.
O forte apelo deixado pelo Capítulo a todos os que participam do Carisma Concepcionista é semear o bem, articular a graça e
o esforço, enlaçar o individual e o comunitário, ser “poços que se enchem de ciência e
de virtude”, manifestar a experiência de
Deus e a confiança em sua Providência.
O Capítulo dedicou-se à revisão dos documentos:
As Constituições, livro de vida das Irmãs Concepcionistas, guia de discernimento, fonte de oração, compromisso
aberto à missão.
Estatutos do Movimento Leigo
Concepcionista, caminho de vida para
os leigos chamados à vivência do
Carisma.
e
Religiosas e Leigos que participaram do XIV Capítulo Geral em Marcila, Espanha
Este foi o tema proposto para o estudo e
reflexão de religiosas e leigos em preparação para o XIV Capítulo Geral da Congregação, assembléia que ocorre a cada seis anos.
O Capítulo ocorreu durante o mês de julho, em Marcilla, região de Navarra, na
Espanha.
Os momentos vividos na celebração do
XIV Capítulo Geral da Congregação foram
de grande fé e esperança de gerar vida nova
na família concepcionista. Foram momentos
de vivência da ação do Espírito que moveu
os profetas e que continua presente na Congregação, impulsionando-a para realização
do Plano de Deus sobre ela. A Ele, a Assembléia Capitular constituída por trinta e quatro
Religiosas de quase todos os países em que
a Congregação está presente, nove leigos que
vieram das realidades do Brasil, Espanha,
República Dominicana, Venezuela e Casas
Dedicou-se a avaliação da caminhada da
Congregação nos seis anos passados e à
elaboração de propostas que sejam geradoras de vida nos próximos anos.
Além disso, realizou a eleição da Equipe
de Governo que irá conduzir, nos próximos
seis anos, os caminhos da Congregação.
Capítulo Geral, momento forte de vida,
tempo de revisão e de propostas, tempo de
fortalecimento no ser e no agir concepcionistas. Esse foi o tempo vivido na Congregação nesse julho de 2006.
Houve um casamento em Caná, estava ali a mãe de Jesus;
também Jesus com seus discípulos (Jo 2, 1-11).
Uma festa, um lugar: um encontro.
Talhas, água, uma mãe: uma súplica.
Vinho, uma mão, um gesto: um milagre.
Os noivos, os convidados: uma celebração.
Maria, a mãe solícita adianta o processo e provoca a mudança.
Como em Caná, Maria está em nossa vida.
Com Ela queremos:
Estar atentos às necessidades de quem vive conosco,
Encher as talhas de água de nossas pobrezas para que Jesus as cumule
de novidade e gratidão;
Dispor nosso coração para sintonizar com a Palavra:
“Fazei o que Jesus vos disser”;
Abrir-nos ao milagre diário de contemplar a vida que gera o Carisma
Concepcionista.
Maria fez com que a hora se adiantasse em Caná.
Maria, ao final do XIV Capítulo Geral, continua dizendo:
Esta é vossa hora!
Espírito de amor,
faça gerar vida
nova na família
concepcionista.
Momento de oração no início de uma jornada
de trabalho
10
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
Da esq. p/ dir.: Ir. Eni, Ir. Maria luz, Ir. Vera,
Ir. Terezinha e Ir. Wanilda em dia de
peregrinação à cidade de Xavier
Em Celebração Eucarística, Ir. Vera,
superiora provincial, oferece os 94
anos da Província do Brasil
Maria Amélia e Maria Heloisa, leigas que
representaram o Brasil no XIV Capítulo
Vista parcial da casa de Marcilla onde se
realizou o XIV Capítulo
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
11
DESTAQUE
Uma escola em
Pastoral
a
“A missão de uma Obra
Concepionista é: ser uma Comunidade Educativa que na Igreja Católica:
evangeliza, tendo como referência Maria Imaculada;
favorece a formação integral de
cada pessoa;
opta por uma metodologia e um
estilo preventivo;
presta uma especial atenção aos
mais necessitados;
compromete-se na construção de
uma sociedade mais justa e fraterna mediante testemunho, o
anúncio e a experiência de um
conjunto de valores característicos
do carisma e da espiritualidade de
Carmen Sallés.”
Para que esta missão seja autenticamente assumida e vivida por toda
Comunidade Educativa
é necessário que se tenha consciência da importância e do valor da
Educação para Carmen
Sallés.
Com esse desejo, a
Equipe Central da Coordenação Provincial de
Educação, reuniu os
12
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
Conselhos Diretores das Obras da Província para a realização de um Seminário sobre: Escola Concepcionista,
“Uma escola em pastoral”. A proposta do Seminário foi apresentada
previamente aos Conselhos Diretores
que estudaram o tema para apresentação, debate e conclusões. Os
anseios e as esperanças dos educadores puderam ser explicitados no
encontro que aconteceu nos dias 13
e 14 de outubro, no Recanto Betânia,
em Embu-Guaçu, SP. Todas as escolas participaram com muito entusiasmo. Perceberam que para se alcançar e encarnar na própria vida essa
proposta é necessário trabalhar em
conjunto, desde as atividades que são
realizadas pelas coordenações pedagógica, administrativa e pastoral. É
preciso que as ações caminhem em
harmonia, em equilíbrio, pois somente
assim haverá comunhão nas relações
interpessoais dentro e fora da escola. S
ó assim será possível a celebração da fé
na vida e haverá um maduro e forte
compromisso para com a fraternidade,
pois ela é o primeiro passo para se
alcançar a solidariedade.
Os conselhos diretores dos colégios
reunidos em Embu-Guaçu revelaram
e partilharam um pouco da sua caminhada à luz do tema: “Escola Concepcionista, uma escola em Pastoral”.
Foi uma partilha muito rica, pois pudemos perceber que nossos olhares e
nossa caminhada estão voltados para
o tipo de pessoa que desejamos formar, seguindo a proposta concepcionista. Realmente, aí estão as chaves
para que as escolas concepcionistas
possam ser transformadas em Comunidades de Fé e seus membros possam ser estimulados a buscar o sentindo de sua missão de educadores,
mola mestra que orientará a ação
educativa com crianças, jovens e adultos. Tudo isso só será possível se cada
um se tornar responsável pelo desenvolvimento da missão concepcionista,
pois todos são chamados, em primeiro lugar, a acreditar na própria vocação de educador como um dom de
Deus e depois, dentro da congregação, realizar seu trabalho educativoevangelizador.
Participar desse encontro foi tomar
consciência da responsabilidade, da
importância e do valor do Carisma
Concepcionista na vida de cada educador. De fato, se não estivermos vivendo e trabalhando em sintonia não
será possível “Evangelizar através da
educação tendo Maria Imaculada
como fonte inspiradora.”
Joana Matos Silva - Coord. de Pastoral
Col. Madre Carmen Sallés - Brasília - DF
HOMENAGEM
Não desistam da
Educação
De Washington, EUA,
Fábio Mendonça,
ex-aluno do Colégio Madre
Carmen Sallés - Brasília/DF
escreveu para “Integração em
Revista” testemunhando a
importância da perserverança
na missão de educar
o
Olá,
Meu nome é Fabio Mendonça.
Estudei no “Madre Carmen Sallés”
(Brasília) em 1975 e 1976. Tomei bomba na quinta série dois anos seguidos, para desespero da minha querida professora Madre Fuencisla, que
a duras penas tentava me fazer prestar atenção às aulas. Tudo em vão,
pois eu tinha problemas em casa e
não tinha a menor condição psicológica de me concentrar. Minha mãe
era divorciada e uma pessoa muito
difícil, e nós não passávamos por um
bom momento financeiro. Madre
Fuencisla, por quem desenvolvi um
carinho enorme, ficava muito frustrada pois ela sabia que eu era um garoto inteligente, mas que estava sendo afetado por problemas sociais.
Após dois anos de repetência, minha mãe resolveu me mandar para
um colégio interno, e eu nunca mais
voltei ao Colégio Madre Carmen
Sallés. Depois disso, muitos anos se
passaram até que eu conseguisse me
erguer. Creio que Madre Fuencisla ficaria muito feliz de saber que o esforço dela não foi em vão. Eu não só
me tornei um profissional super res-
Fábio Mendonça, esposa e filhos
peitado na área de Modelagem de
Dados e Bases de Dados Oracle, como
também acabei me tornando um craque em matemática, um músico de
primeira e uma pessoa muito feliz e
realizada no amor e na família.
Eu não sei se a Madre Fuencisla
ainda está viva e se lembra de mim,
mas se estiver, agradeceria se vocês
pudessem mandar um beijo enorme
pra ela, e dizer que o esforço dela
valeu a pena, e que mesmo 30 anos
depois de ter estudado no “Madre
Carmen Sallés” e convivido com ela,
às vezes eu estou na minha Mercedes
a caminho do trabalho, aqui onde
moro, em Washington, nos EUA, e me
lembro da Madre Fuencisla e penso:
como ela ficaria feliz de ver o meu
sucesso! Aí me ponho a cantarolar a
musiquinha que ela cantava pra nós:
“Um certo dia, a beira mar, apareceu um Jovem Galileu....”, e
sinto saudades daqueles anos - que
foram tristes pra mim - mas que me
deram a honra de conhecer essa pessoa maravilhosa e angelical que era
a Madre Fuencisla. A todos vocês do
Madre Carmen Sallés, um abraço
muito grande e uma palavra de amigo: Não desistam nunca da educação, pois ela vale a pena, mais cedo
ou mais tarde. Eu que o diga!
Fabio Mendonça
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
13
HOMENAGEM
!
o
ã
n
r
o
t
n
Ca
O educador
perspicaz!
“Estudar não é
um ato de
consumir idéias,
mas de criá-las e
de recriá-las”.
14
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
e
Enquanto as beatas rezavam na
igreja matriz e as meninas atualizavam as fofocas, um grupo de calças
curtas aproveitava os domingos para
cantarolar os sucessos musicais dos
anos 30 na movimentada praça central de Jaboatão, interior de
Pernambuco. Certo dia, um dos garotos resolveu ir ao programa de calouros da rádio local, mas adoeceu na
véspera da apresentação. “Paulo,
você vai no meu lugar?”, propôs.
Usando o nome do amigo, ele soltou
a voz e arrebatou o prêmio. Meses
depois, tomou coragem e se inscreveu com o próprio nome. De volta à
rádio, menos tímido, o gongo soou
assim que ele começou a cantar. Controlando as lágrimas, Paulo parou num
canto do estúdio e tomou a decisão:
“Não serei mais cantor. Serei professor de sintaxe”. Dessa desilusão surgia alguém que buscava oportunidades e era persistente e daí nasceu um
educador que ganhou 38 títulos
honoris causa e escreveu livros traduzidos para mais de 20 idiomas. Conhecido internacionalmente por seus
métodos de educação e alfabetização, mostrava seu compromisso com
a vocação assumida.
Recifense nascido a 19 de setembro de 1921, Paulo Reglus Neves Freire
deu suas primeiras aulas de Língua
Portuguesa aos 18 anos. Mas ainda
tentou ser advogado. Formado, mon-
tou um escritório e passou um ano
inteiro sem cliente. Quando apareceu
a primeira causa nos tribunais, o bacharel se recusou a cobrar uma dívida
do réu. Preferiu dedicar-se às aulas e fez bem. Percebeu que na educação havia necessidade de qualidade
e podia mostrar sua eficiência. Em
1947, ele assumiu a Divisão de Educação e Cultura do recém-criado Serviço Social da Indústria (Sesi), tendo
como missão alfabetizar adultos do
Estado de São Paulo. “O índice de
analfabetos beirava os 100% na área
rural”, afirmou a ISTOÉ, a historiadora Ana Maria Araújo Freire, viúva do
educador.
Para Paulo Freire, ensinar a ler e
escrever era pouco. Ele via como tarefa da educação o desenvolvimento
do senso crítico para o exercício da
cidadania, e não apenas o adestramento de mão-de-obra para o mercado de trabalho. Em vez de “vovô
viu a uva”, Paulo riscava no quadronegro nomes relacionados ao cotidiano do aluno: tijolo, enxada, parafuso.
A partir dessas “palavras geradoras”,
difundiam-se idéias libertárias “para
vencer a opressão das elites dominantes”, como justificava. Tinha clareza
de seus objetivos e seguia um planejamento sistemático. Em 1963, foi
chamado para coordenar uma equipe de professores na minúscula
Angicos, sertão do Rio Grande do
Norte. Em 45 dias, alfabetizou 300
trabalhadores rurais. Era a consagração do “Método Paulo Freire” e o
trampolim para ele chefiar o Programa Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Em 1964, acusado de “perigoso subversivo e ignorante absoluto”, conforme o inquérito aberto pelos militares e depois arquivado por falta de provas, ficou 75
dias preso e se refugiou no Chile com
a primeira esposa e os cinco filhos. Lá
alfabetizou sete mil camponeses e
começou a virar celebridade internacional. Mas os tempos de exílio (que
continuou nos Estados Unidos e na
Suíça) foram difíceis. O educador não
pôde voltar ao Brasil sequer para o
enterro da mãe. Tinha saudades dos
jogos de futebol do Santa Cruz e do
Corinthians, saudades da galinha de
cabidela, do peixe no leite de coco e
dos sucos de frutas nordestinas. Mas
tinha autoconfiança, acreditava no
que percebia e na educação da gente simples através da alfabetização a
partir das palavras geradoras.
De volta ao Brasil em 1980, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores. Marxista convicto, não dispensava as orações - era católico - e comia no McDonald’s sem constrangimento. Também passou a orientar teses de mestrado na PUC de São Paulo. Até pouco antes de morrer, a 2 de
maio de 1997, de infarto, atendia a
todos os estudantes com a mesma cordialidade. Sem saber lidar com fax ou
computador, escreveu os últimos livros
com a mesma caneta hidrográfica.
“Ninguém liberta
ninguém, ninguém se
liberta sozinho: os
homens se libertam em
Passava os momentos de folga na
confortável poltrona da casa no bairro do Sumaré (SP). O tamanho do sofá
às vezes o escondia, mas um assobio
afinado evidenciava sua presença. Era
uma velha mania, o que restou de
um sonho de criança. Que grande
cantor o Brasil perdeu. Mas que grande educador, estudado e conhecido
internacionalmente o Brasil ganhou!
Percebemos em Paulo Freire o empreendedor sensível às necessidades
do povo, o homem simples e capaz
de transformar a educação e a alfabetização do povo mais empobrecido, o indivíduo que sonhou e transformou seu sonho em realidade e que
nos desafia a sermos educadores empreendedores.
Paulo Freire, um dos maiores educadores brasileiros do século XX, autor de mais de 40 livros, traduzidos
para mais de 20 idiomas, criador de
uma autêntica teoria do conhecimento, é, sem dúvida, um dos mais expressivos pensadores de nosso tempo. O foco central da vida de Freire
foi a luta com e em defesa dos oprimidos de todo o mundo. Para tanto,
criou uma proposta educacional revolucionária que, incorporando um
conjunto de princípios ético-políticopedagógicos, forjou uma fecunda teoria do conhecimento a serviço da
conscientização política, em que a
educação é prática de liberdade.
Segundo, Freire, “estudar não é um
ato de consumir idéias, mas de criálas e de recriá-las”.
REFERÊNCIAS:
www.centrorefeducacional.com.br/paulo.html
www.projetomemoria.art.br
www.paulofreire.org.br
comunhão.”
(Pedagogia do Oprimido,
1968.)
Ir. Marlise Regina Severino Peters
CMI – Rio de Janeiro
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
15
FOTO: UNITUS
PEL
O MUNDO
PELO
zas e com seus costumes. Começam
o desafiante tempo da aprendizagem
de uma nova cultura. Era necessário
comunicar-se e essa era outra dificuldade para quem chega a um país que
tem como idioma oficial o hindi, falam também o inglês e outras muitas
línguas regionais como: telugu,
bengali, marati, tâmil, urdu, gujarati,
malayalam, etc. Este último é o idioma falado na região de Kerala, onde
a Congregação iniciou seus passos na
Índia.
A missão
Concepcionista na
Índia c
Conforme nos diz Lucas em seu Evangelho, os discípulos de
Emaús caminhavam sem esperança e quando o Senhor lhes fez
a releitura das Escrituras suas mentes se abriram, e ao partir o
pão, seus olhos reconheceram-lhe e se deram conta que seus
corações ardiam enquanto o ouviam pelo caminho (Cf. LC. 24).
Esta foi também a experiência das primeiras concepcionistas
que chegaram à Índia. Haviam meditado as Escrituras, haviam
aprofundado o sentido missionário da congregação, haviam escutado a experiência de tantas irmãs, que deixando suas terras
e sua gente partiram ao encontro de outros irmãos necessitados
de ajuda. Ardia-lhes o coração ao saberem de seu novo destino,
mas era chegada a hora em que realmente seriam elas as
portadoras das primeiras sementes da missão concepcionista num
país longínquo, esperando produzir seus frutos naquela terra.
Em setembro de 2004 partiram de diferentes lugares, duas
da Coréia e uma da República Democrática do Congo, depois
de passar uma temporada nos Estados Unidos para aperfeiçoar
Numa realidade tão diversa,
tão ampla e com tantos sinais
de pobreza, as irmãs
Concepcionistas Missionárias
do Ensino ouviram o apelo do
Espírito Santo e desde 2004
vêm sendo presença de fé e
testemunho do amor de Deus
FOTO: FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2004
na realidade indiana
16
16
INTEGRAÇÃO
„
Junho 2005
Como começou?
o inglês. Ir. Felicité saiu de S. Francisco e as irmãs Madalena e Micaela
partiram de Seul. As três fizeram escala em Singapura e seguiram no
mesmo avião que as levaria a
Trivandrum.
Como toda mãe de família que quer
levar seu filho à escola no primeiro
dia de sua vida estudantil, assim também M. Maria Luz, Superiora Geral,
saiu de Madri no dia 23 de setembro
para a Índia, permanecendo uma temporada com as irmãs. Este gesto foi
um impulso para as três missionárias.
Ao chegarem ao país, iniciou-se
para as primeiras concepcionistas
missionárias na Índia o tempo de estudos, de contatos, de conhecimentos. O grande desafio era agora entender aquela gente com suas rique-
Índia
Nome oficial: República da Índia
Capital: Nova Deli
Localização: Sul da Ásia
Território: 3.286.590 Km2
Idiomas: Hindi, Inglês e mais 14
línguas oficiais
Expectativa de Vida: 51 aos
Religião: Hinduísmo: 80,5%;
Islamismo: 13,4%; Cristianismo:
2,3%
Forma de Governo: República
Federal
População (2006): 1.095.351.995
de habitantes (0-14 anos: 30.8%;
15-64 anos: 64.3%; 65 anos ou
mais: 4.9%)
Etnias: Indo-arianos 72%, Drávidas
25%, Mongóis e outros 3%.
Expectativa de vida: 64,7 anos
(homens: 63,9; mulheres: 65,57)
Independência: 15 de agosto de
1947, do Reino Unido
Forma de Governo: República
parlamentarista
Moeda: Rúpia Indiana (INR)
A Índia impressiona por seus imensos contrastes. Assim como nela se
encontram cérebros privilegiados,
como por exemplo, o inventor do
Hotmail, há também 320 milhões de
analfabetos. O número de habitantes
é de 1,013 bilhão de acordo com o
censo de 2000. Na índia observa-se
uma extraordinária mistura de beleza, religiosidade, respeito e também
de muita pobreza. Convivem nela três
grandes grupos religiosos sendo 75%
de hindus; 18% de muçulmanos e os
cristãos, que só representam 2,3% da
população indiana. A beleza da terra
é impressionante, assim como a vitalidade, a capacidade de resistência das
pessoas, seus gestos de acolhida e de
hospitalidade...
A Índia é uma terra que fascina a
quem a visita, uma terra grande em
extensão, mas maior ainda por sua
riqueza humana. A média de idade
da população é de 24 anos e há 543
milhões de jovens. É grande também
pela quantidade e variedade de vocações religiosas, concretamente no
Sul, na região de Kerala. A verdadeira riqueza da Índia é sua gente, sua
espiritualidade e sua filosofia de vida.
Como viemos parar nesse
maravilhoso país?
A Congregação, tão marcada pela
atuação da Divina Providência, vai se
deixando conduzir por Ela e assim
ocorreu também na fundação da índia. Esta se deu mediante a solicitação de um sacerdote indiano, Padre
CONTINUA
INTEGRAÇÃO
„
Junho 2006
17
PEL
O MUNDO
PELO
Thannikkot, do Instituto “Voluntas Dei”
que, no ano de 1991, esteve em São
Domingo, na República Dominicana
cursando seus estudos de Teologia e
lá conheceu as concepcionistas.
No ano de 1997, seu Instituto nomeou-o superior da Índia e em 2001
ele se encontrou com a superiora geral, M. Maria Luz, em São Domingo.
Foi quando surgiu o convite expresso
para que a congregação abrisse uma
comunidade na Índia, algo impensado até aquele momento.
Depois de uns dias, M. Maria Luz e
o Padre Thannikkot se reencontraram
em outra comunidade concepcionista
da República Dominicana. Então ele
voltou a insistir na fundação na Índia,
ao que M. Maria Luz respondeu que
se fosse vontade de Deus, Ele se en-
18
INTEGRAÇÃO
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Dezembro 2006
Os cristãos só
representam 2,3% da
população indiana (1,8%
do total de habitantes do
país é católico), mas
apesar de ser uma
pequena minoria,
atendem 20% de toda a
educação primária do país
carregaria de abrir os caminhos. Assim se despediram e depois de dois
anos de oração e discernimento M.
Maria Luz confirmava a decisão tomada pelo Governo Geral: Vamos à
Índia, Deus proverá!
A partir da decisão, vários passos
foram dados para concretizar a fundação e em 2003, as Madres Maria
Luz e Fermina Maté partiram para a
futura e nova missão, procurando de
início conhecer, o povo, a cultura, a realidade e a diversidade daquele imenso país. Sobretudo, era necessário definir por onde se iniciaria a presença
concepcionista no país. Vários fatores
foram considerados e analisados.
Toppo fez, recentemente, uma intervenção na UNESCO apresentando que o fator chave de todo desenvolvimento é a educação, cuja
essência é a transmissão de valores como o amor. «Educação um caminho para o amor» foi o tema
de sua reflexão, partindo da Encíclica
de Bento XVI «Deus Caritas est»
(«Deus é amor»). Aludindo ao documento pontifício, o cardeal Toppo
explicou que «a missão de amor
da Igreja é a educação das pessoas
no amor, que é uma forma de
responder à necessidade contemporânea de justiça neste mundo».
«A Igreja tem o dever indireto de contribuir com a purificação da razão e
com o robustecimento daquelas forças morais sem as quais as estruturas
não dão mostra de eficácia a longo
prazo», acrescentou aludindo igualmente à encíclica.
Os cristãos só representam 2,3%
da população indiana (1,8% do
total de habitantes do país é católico), mas apesar de ser uma pequena minoria, atendem 20% de toda a
educação primária do país, 10% dos
programas comunitários de alfabetização e saúde, 25% da atenção dos
órfãos e viúvas, 30% do cuidado dos
deficientes, leprosos e pacientes com
Aids.
A grande maioria de quem se vale dessas instituições pertence a
Passos da presença
religiões distintas do Cristianismo.
Tais instituições são muito apreciadas por hindus, muçulmanos e
membros de outros credos, ou de nenhum, que reconhecem nos cristãos
seu serviço desinteressado pelos que
sofrem, os marginalizados, os analfabetos e os oprimidos.
O governo indiano não permite que
estrangeiros realizem missão em seu
país, o que só pode ser realizado através de religiosos nativos. Mas a Providência Divina não falha. As irmãs,
impulsionadas pelo “Adiante, sempre
adiante, Deus proverá”, iniciaram a
missão de serem testemunhas de um
jeito próprio de viver a consagração
ao Senhor, e dessa forma, desde o
início foram cativando as crianças e
os jovens nas diversas paróquias e realidades por ela visitadas.
Acolhida com alegria, esperança e
confiança na região de Kerala, a congregação vai dando seus primeiros
passos na índia.
Dando início ao Carisma Concepcionista na Índia, a comunidade
concepcionista conta hoje com seis
jovens que estão iniciando o processo de formação para inserção na família concepcionista. A missão concepcionista as espera, pois, a educação é sumamente importante e
deficitária naquele país. Pode-se
vislumbrar um horizonte de esperança, como diria Carmen Sallés ao perceber a presença de tantas crianças e
jovens necessitados da educação.
É verdade, as dificuldades do início
da missão em um país são grandes, mas
bem maior é o ideal de viver o “faze o
que fazes, faze-o bem”, na certeza de
que “Deus proverá”.
Situação social
Numa realidade tão diversa, tão
ampla e com tantos sinais de pobreza, uma vez conhecida, é difícil ficar
indiferente àquilo que o olho viu e o
coração sentiu. A sociedade indiana
não consegue oferecer todas as
oportu-nidades que a população necessita-ria para viver uma vida de
maior dignidade humana. Na Índia
existe marcadamente o sistema de
classes sociais e cada nível tem sua
posição definida sem mistura entre os
níveis. A rigidez da casta não permite
que outras famílias possam fazer parte dela.
O presidente do episcopado indiano cardeal Telesphore Placidus
INTEGRAÇÃO
„
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19
PASTORAL
Quem ama a Jesus é
Missionário
é
É desejo do Bom Deus que todos
se salvem, pois, como Pai, quer ver
todos os seus Filhos reunidos com Ele
no Céu.
Por isto, Jesus, antes de subir ao
Céu, deu a seguinte ordem aos discípulos:
“Ide por todo o mundo, proclamai
o Evangelho a toda criatura” (Mc
16,15)
É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho de
Jesus.
Todos os cristãos são chamados a
anunciar, pela vida e pela palavra, o
Evangelho, mas há pessoas que até
deixam sua Pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por Jesus. Estas pessoas
são os missionários
Devemos pedir a Deus que aumente o número de pessoas que, generosas, queiram dedicar toda sua vida
para este serviço.
Todos nós fomos convidados a ser
missionários, pois podemos falar de
Jesus, imitá-lo, fazê-Lo conhecido e
amado. Podemos ser missionários em
nossa própria família.
Podemos ser missionários quando
contamos aos pais e irmãos as coisas
lindas que acontecem na escola; quando contamos em casa o que a professora disse na aula de Ensino Religioso, sobre Jesus, sobre os santos e as
pessoas virtuosas. Quando vivermos
realmente o aprendemos nas aulas de
Ensino Religioso ou na Catequese,
somo missionários pelo nosso testemunho.
Santa Teresinha foi uma, religiosa
de clausura rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é considerada a PADROEIRA dos MISSIONÁRIOS.
20
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
E nós o que iremos fazer?
Há muitas formas de continuar a
misssão de Jesus. Quando queremos
bem a uma pessoa, falamos e gostamos de falar dela. Assim também, se
amamos a Jesus, temos que falar
DELE, procurar viver o que Ele ensinou e falar também de sua mãe.
O mês de outubro, consagrado às
Missões, é também o mês em que
Nossa Senhora apareceu aos pescadores que passaram a chamá-la de
Nossa Senhora da Conceição
Aparecida.
Sabemos que quando a família reza
unida supera melhor as dificuldades
do dia a dia e estreita os laços de amor,
compreensão, afeto e perdão. Por isso,
durante todo o mês de outubro a imagem de Nossa Senhora da Conceição
Aparecida, mãe de Jesus e nossa, circulou pelas dependências do Colégio Maria Imaculada do Rio de Janeiro e também pelas casas de alunos,
professores e funcionários que se inscreveram para recebê-la em seu lar.
O Setor de Pastoral promoveu essa
visita para que as famílias pudessem ter
um momento de oração e de união fraterna, pedindo pela paz do mundo, e
principalmente para o nosso país.
Juventude,
fonte de
vida!
Sheyla Cotilha - Coord. Setor Pastoral
CMI - Rio de Janeiro
f
Felizes são os jovens que valorizam
a vida como fonte de todo bem, pois
através dela conhecerão o Deus vivo
e encontrarão o verdadeiro sentido
para sua existência.
Sabemos, pelos evangelhos, que Jesus teve um olhar todo especial para
os jovens. Percebemos seu carinho ao
escolher João para fazer parte do seu
grupo de apóstolos e fazer dele o discípulo amado. Conhecemos o apreço pelo jovem rico ao olhar para dentro do seu coração e lhe fazer uma
proposta ousada: vai, vende todos os
teus bens, dá aos pobres. Depois, vem
e segue-me. (Lc 18,22)
Não só na época de Jesus, mas ainda hoje Ele continua a ter um olhar
especial para os jovens. Percebemos
claramente quando vemos que tantos jovens, no mundo todo, se deixam
cativar por Jesus, ficam fascinados com
sua proposta e tornam-se seus discípulos e apóstolos corajosos no anúncio de forma viva, criativa e corajosa
do mesmo Senhor que os cativou.
Os jovens são continuamente desafiados, mas também nós, adultos devemos nos encaixar nesses desafios.
Para trabalhar e oferecer novas oportunidades a eles precisamos estar convictos e acreditar que eles são capazes de realizar e fazer acontecer maravilhas em nosso mundo.
No colégio Me. Carmen Sallés, lançamos o desafio aos nossos jovens do
Ensino Médio de trocarem a noite de
sexta-feira de festas, descanso e outros programas por uma noite de retiro com Jesus. E eles aceitaram. Foi
uma noite incrivelmente proveitosa. Iniciamos nosso encontro com a santa
missa. Em seguida tivemos os testemunhos de dois jovens que partilharam sua caminhada de vida com Jesus e após todos participaram de um
coquetel. O encontro contou com a
presença e a animação de um DJ católico entusiasmado por Jesus. O encontro foi encerrado com uns momentos de oração para agradecer a Deus
pelo dom da vida e por tantos benefícios que diariamente recebemos de
Deus e pelos quais devemos ser gratos.
A alegria foi grande ao perceber a
necessidade que os jovens têm de
estarem arraigados ao bem. E se conseguirmos cativá-los para o bem teremos um mundo mais justo, fraterno e
solidário. Acreditamos na força dos
jovens e sabemos que são capazes de
transformarem a própria vida e a vida
do mundo.
Joana Matos da Silva
Coordenadora de Pastoral do Colégio
Me. Carmen Sallés - Brasília
INTEGRAÇÃO
„
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21
PASTORAL
Qual é o caminho da
n
felicidade?
No mês de setembro, o Ensino
Médio do Colégio Maria Imaculada do
Rio de Janeiro, se reuniu na casa de
Iguaba num final de semana para um
Encontro Vocacional, com propósito
refletir sobre vocações no sentido religioso e profissional.
Um grupo de 26 alunos juntamente com os professores Ramão (Professor de História), Alexandre (Professor
de Ensino Religioso), Sheyla (Coordenadora de Pastoral) e Margarete
(Orientadora Educacional), reuniramse na Capela do colégio Maria Imaculada-Rio, para uns momentos de oração pedindo a intercessão de Madre
Carmen e o êxito do encontro.
Em Iguaba o grupo foi recebido
carinhosamente por Irmã Macdamia,
que chegou antes para preparar a casa
e os espaços.
Já no caminho de entrada da casa
cada um pegou uma pedra que trazia
escrito o nome de um dos participantes. Cada pessoa deveria tê-la presente durante o encontro para rezar por
ela e só revelar o nome no final do
encontro. Para esse momento final
cada aluno deveria preparar a pedra
e decorá-la com algo que expressasse
as orações feitas pela pessoa.
A colaboração do jovem Wellington
embalou a todos com cantos durante
todo o encontro. O tema trabalhado
ajudou os jovens a pensarem em suas
habilidades e expectativas de futuro,
estimulando debates profundos sobre
a realidade do mundo tão competitivo em que vivemos. Os momentos de
celebração e de oração foram fundamentais para que pudéssemos sentir
a presença de Deus em nosso meio e
a ajuda de Madre Carmen, como se
ela mesma estivesse presente entre
nós.
O filme projetado e debatido, muito contribuiu para a reflexão vocacio-
nal e o testemunho do professor Alexandre foi convincente pela profundidade e sinceridade de suas palavras.
O encontro foi finalizado no domingo, 03 de setembro e todos retornaram
ao Rio com o gostinho de quero mais
e com um enorme desejo de que este
encontro aconteça no próximo ano
letivo.
Margarete Ribeiro Quedinho
Orientadora Educacional - Colégio
Maria Imaculada - Rio de Janeiro
Crisma
sinal da maturidade cristã
o
O CIC de Machado todos os anos
abre suas portas para acolher jovens
que se preparam para o Sacramento
da Crisma nas Paróquias: Sagrada Família e Santo Antônio. Essa preparação é realizada há mais de 8 anos,
com jovens de várias escolas e pontos
da cidade, que se reúnem sob a coordenação de Irmã Caridade Antolín
González, que conta com a ajuda de
catequistas. Todos os anos são crismados mais de 200 jovens.
Os encontros com os alunos acontecem às quintas-feiras, à noite, atendendo a três turmas e duas turmas aos
sábados.
Além do desenvolvimento das atividades propostas pelo livro: Crisma,
o Sacramento da Decisão, da Editora
Vozes, são realizadas dinâmicas envolvendo os jovens e ajudando-os a
crescerem em sua consciência cristã.
As catequistas têm uma reunião
com a coordenadora, todos os segundos sábados de cada mês, quando é
feita uma avaliação das turmas participantes.
Catequistas e crismandos experimentam uma convivência espiritual
que engrandece a alma e fortalece a
fé. É por isso, uma força e ânimo para
caminhar em uma direção que se oponha à do mundo em que vivemos marcado pelo privilégio à corrupção, à violência e a tantos tipos de mal.
Animada pela firmeza de Carmen
Sallés: “Adiante, Sempre Adiante!”,
a catequese crismal visa preparar os
jovens para viverem a espiritualidade
como fermento para a Igreja.
Maria de Lourdes de Oliveira Dias
(Dilu) - Ex-Aluna, Recepcionista do CIC
Machado e Catequista da Crisma
Encontros de Formação
O Setor de Pastoral do Colégio Imaculada Conceição buscando
formas de atender os adolescentes e jovens que anseiam por um
mundo mais justo e fraterno, propôs aos seus alunos de 5ª e 6ª
séries, um encontro de formação cristã, realizado no dia 11 de
agosto de 2006, sexta - feira, das 8 às 17 horas, no Juvenato São
José, dos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus, na cidade de
Paraguaçu-MG, coordenado pelos irmãos da localidade, que desenvolveram com os alunos os temas:
„ Valores e contra-valores – Tema desenvolvido através de palestras, dinâmicas, filmes e questionamentos.
„ Vivência fraterna, enfatizada de diversas formas: na refeição,
jogos e brincadeiras, entre os alunos do Colégio e os semi-internos
do Juvenato, que são assistidos pelos irmãos por serem adolescentes carentes, e alguns deles até “meninos de rua”, da cidade de
Paraguaçu.
Ao final do encontro, os irmãos fizeram a Celebração da Palavra com a distribuição da Eucaristia.
Irmã Vanilda Rodrigues Pereira - Coordenadora de Pastoral
22
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
INTEGRAÇÃO
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23
Família
escola da vida e de valores
f
INTEGRAÇÃO
Situações diversas ultrapassam a
realidade doméstica e atingem toda
a sociedade. Pais que estão perplexos diante da tarefa intransferível e
inadiável de educar seus filhos e fazêlos chegar a um futuro melhor.
No intuito de lembrar que existe
uma “Boa Nova” no enlace de um
homem e de uma mulher, na fundação de uma família, onde os esposos,
com sua união realizam o amor de
Cristo que deve passar pelo caminho
da cruz, das limitações, dos defeitos,
do perdão e chegar à alegria da ressurreição: “Vida Nova!”, nossos alunos mostraram no dia 19, momentos
familiares de imprescindível felicidade.
Neste contexto, os alunos do 5º ano
do Ensino Fundamental prepararam as
honras e como bons anfitriões e mestres de cerimônia, renderam homenagens às famílias, conduzindo todo o
evento, demonstrando quanto os momentos que passam juntos são importantes. Através de orações, cantos e
encenações trouxeram a baila as di-
ferenças, os anseios, preocupações,
conflitos, lazer, saúde, acolhimento,
felicidade, perdão, amor e paz na família.
Em um clima de união, alegria e
esperança agradecemos a Deus o fato
de termos família, seja ela qual for e
como for. Evocamos à Sagrada família
bênção e proteção para todas as famílias deste mundo tão conturbado.
Levar nossos alunos a perceberem
a família, como lugar de encontro,
aconchego, acolhimento, espaço de
vivência humana, porto seguro ou ponto de partida para um mundo mais
humano, mais justo, mais afetivo, mais
ameno..., descobrir valores no seio da
família é nossa função, enquanto educadores Concepcionistas.
Família, lugar do AMOR!!!
Sheyla Cotilha
Coordenadora do Setor de pastoral do
CMI-RJ
Oração com as famílias
Família...
O mês de Agosto, especialmente
dedicado às vocações, vem nos lembrar o chamado de Deus feito a todos
nós.
“Vem e segue-Me”.
“Muitos são os chamados, poucos
são os escolhidos”.
Sabemos viver plenamente, como
filhos de Deus chamados à vida, no
batismo, no sacerdócio, na vida religiosa, sendo solteiro por ideal, missionário leigo ou através do matrimônio para constituirmos família?
O Colégio Maria Imaculada do Rio
de Janeiro, trabalhou durante o mês
de agosto a problemática pela qual
passa a instituição “família”, sabendo que está diante de uma das realidades fundamentais para o presente
e para o amanhã do mundo e da
comunidade cristã.
A família é, inegavelmente, um
dos grandes desafios, a ser enfrenta-
24
PASTORAL
„
Dezembro 2006
do levando em conta as suas transformações sociais, culturais, filosóficas e
religiosas.
Sabemos que a família vem se
desestruturando e apresentando
situações diversas de carências:
saúde, afeto, vida digna, miséria,
fome, desemprego, etc. Vivenciamos o crescente número de mães
solteiras, pais cada vez mais jovens,
despreparados, pais separados, filhos de padrinhos, de tios, de avós
que deveriam estar aposentados
desta função, desfrutando os bons
momentos com seus netos e, até
filhos de vizinhos que se colocam
em posição de ajuda na criação das
crianças.
“É preciso voltar a rezar
em família e rezar pelas
famílias, usando ainda
esta forma de oração: o
rosário.” (João Paulo II)
o
O mês de agosto é um mês dedicado de modo especial à família.
Nele, diversas paróquias de nosso país
promovem momentos de reflexão, formação e oração voltados para esse
tema tão caro em nossa sociedade: a
vida familiar.
Por isso, o Colégio Maria Imaculada de Mococa promoveu, no dia 22
de agosto, um momento religioso e
de confraternização com as famílias.
Num clima de fé e fraternidade a
comunidade educativa rezou a oração
do terço, acompanhada de encenações realizadas pelos alunos, sobre a
importância da oração na vida de
cada um. Em seguida, um “chá comunitário” proprocionou um novo
sabor ao encontro.
Rita de Cássia Justo
Professora de Ensino Religioso –
CMI Mococa – SP
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
25
PASTORAL
Semana Missionária-Vocacionalem Rosário da Limeira e Belissário
Consagradas para o serviço.
Enviadas para a missão!
“Pedi a Deus um campo para
plantar as sementes do Reino e
Ele em sua profunda sabedoria,
deu-me o Mundo e o coração
sedento de muitos povos para
lançar suas sementes”.
(Ir. Rosana –rcm)
26
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
t
Toda vocação é uma iniciativa da
bondade de Deus. O esforço humano
consiste na gratuidade e na disponibilidade de acolher este dom dado por
Deus.
Todos (as) somos convidados (as)
a colaborar com Jesus na construção
do Reino. Eis o seu convite: “Ide também vós para a minha vinha” (Mt
20,4).
Os operários chamados e enviados
representam todas as pessoas que
participam da Missão Evangelizadora
e que continuam a obra de Jesus na
Igreja e no mundo.
Sentindo, ouvindo e respondendo
aos apelos de Deus que se revela através das necessidades humanas e estando em sintonia com o aspecto missionário do Carisma Concepcionista,
um grupo de seis irmãs partiu em missão no período de 11 ao 16 de Julho
de 2006. As Irmãs Olímpia Vilela,
Rufina Evangelista, Maria Vieira, Maria de Lourdes Marques, Rosana
Teixeira e Rosangela de Paula foram
para as cidades de Rosário da Limeira
e de Belisário, próximas a Muriaé,
Diocese de Leopoldina –MG. O objetivo: realizar uma semana Missionária
junto daquele povo, sedento da Palavra de Deus.
“O meu coração bate feliz, bate
feliz no meio do Povo de Deus!”
Essa frase define muito bem o sentimento que tivemos diante da bonita
experiência vivida, nessa Semana
Missionária Vocacional. Em Belisário
fomos recebidas por um povo acolhedor, simples, que tem o básico para
sobreviver. E se por acaso vier a faltar
para alguém o alimento seja por doença, desemprego ou outro motivo
qualquer um dos vizinhos se prontifica
para ajudar. A solidariedade é grande, como o foi nas primeiras comuni-
dades cristãs onde ninguém sofria falta de nada.
A maior necessidade que o povo
sente é a de pessoas que os ajudem
a crescer na fé e na esperança. Alguns poucos líderes da comunidade
nos diziam da enorme falta que faz
na comunidade a presença constante
de irmãs e padres, de missionários e
missionárias, que possam ajudá-los na
formação de novas lideranças; de pessoas que ajudem os jovens a assumirem seu papel cristão-transformador
dentro da Igreja e na sociedade.
Ao término da Semana Missionária/
Vocacional voltamos enriquecidas
pela profunda experiência de Deus,
que fizemos junto daquele povo acolhedor, rico em sua pobreza, sábio
como dona Geralda, uma senhora de
93 anos, que nunca estudou, mas que,
ao ser perguntada sobre a receita para
chegar àquela idade com tanta alegria e entusiasmo, apesar das dificuldades que enfrentou e que está enfrentando com o filho doente, respondeu: “É minhas filhas, o que me fez
chegar até essa idade, foi a Misericórdia de Deus e a bondade do povo.
Assim como vocês que Deus mandou
para nos visitar”.
Diante de testemunhos como o de
dona Geralda e de tantas outras experiências vividas nesse trabalho missionário nos sentimos fortalecidas e
entusiasmadas. Eis alguns testemunhos das irmãs que ali estiveram:
“Para mim foi uma experiência muito boa, porque tive contato com as famílias. Foi muito bom
ouvir as pessoas que têm necessidade de serem ouvidas e oferecer-lhes
uma palavra de coragem, de fé e de
esperança” (Ir. Rufina).
A maior necessidade que o
povo sente é de pessoas
que os ajudem a crescer
na fé e na esperança.
“Esta experiência fortaleceu a
minha fé. O fato de sair da realidade em que vivo e ver uma outra
realidade
ajudou-me a valorizar
aquilo que tenho, principalmente a
Eucaristia. Fiquei edificada ao ver o
fervor com que o povo a celebra, ao
ver como valorizam e participam da
celebração da Palavra. Pude perceber
a necessidade de ajudar o jovem em
sua busca vocacional” (Ir.Rosangela
Paula)
“Foi um tempo de ‘graça’, em
que mais recebi do que doei.
Voltei com mais convicção de que todos podem partilhar e compartilhar um
pouco de si” (Ir. Olímpia Vilela).
“Para mim, foi muito boa a experiência. O acolhimento do
povo, sua sinceridade e simplicidade,
me enriqueceram bastante. Despertaram em mim o desejo de voltar lá
outras vezes, e também de fazer esta
experiência em outros lugares” (Ir.
Maria Vieira).
“Para mim, foi excelente; creio
que os objetivos foram atingidos. Pudemos levar um pouco do que
temos, um pouco de nós para aquele
povo” (Ir. Lourdes Marques).
Retornamos às nossas comunidades
com a certeza de que a semente do
amor foi lançada em outras terras, em
novos corações. Suplicamos a Deus
que as façam crescer. Colocamos nas
mãos de nossa Mãe Maria Imaculada
todo o povo de Rosário da Limeira e
de Belisário.
Ir. Rosana Maria Teixeira, RCM
CMI – São Paulo
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
27
PASTORAL
O autêntico encontro com
Deus
leva ao encontro com o irmão
No dia 21 de outubro foi realizada uma Manhã de Formação
para os Educadores do Colégio
Maria Imaculada de Mococa.
Com o tema Ver Jesus no
rosto de cada irmão, os participantes refletiram e rezaram sobre a importância de amar a
Deus no outro, de modo especial, no outro que sofre com a
fome, com o abandono, com a
doença, com a pobreza...
Após momentos de oração e
reflexão, os educadores, impulsionados pelas palavras de Madre Carmen: “O encontro com
Cristo impulsionará nosso amor
ao próximo” visitaram alguns
membros carentes de nossa comunidade.
Através da partilha sobre
essa manhã, podemos perceber
o quanto valeu à pena essa experiência.
28
Rita de Cássia Justo
Coordenadora de Pastoral do
CMI - Mococa
INTEGRAÇÃO „ Dezembro 2006
Transformação
O barro bruto, nas mãos do artista, se transforma em bela e poética
rosa.
O coração dos homens, nas mãos
de Deus, se transforma em maravilhosa fonte de doação de amor divino.
Na manhã do dia 21/10, o Colégio Maria Imaculada reuniu, professores e funcionários, para uma diferente missão: a conscientização e
transformação pessoal através de nossos irmãos necessitados.
Como um grupo fraterno que somos porém, preocupado com o dia-adia, paramos para pensar na nossa
missão evangelizadora neste mundo. Não foi difícil perceber o quanto
os afazeres nos têm afastado dessa
missão.
Retomar a consciência de que vivemos numa comunidade de grupos
carentes que necessitam muito de nós
não foi difícil.
Divididos em grupos, fomos levados a visitar os locais onde se encon-
tram nossos irmãos mais necessitados
(o asilo, o abrigo, uma senhora doente, uma senhora cega, moradores da
periferia…) e assim, em suas faces vermos a face de Deus. Ao chegar ao
Abrigo, com os corações aos pulos,
as vozes embargadas, os olhos
marejados, nos perguntávamos, na
intimidade, como pudemos ficar tanto tempo alheios a tal situação.
Com emoção fomos tomando contato com histórias tristes, marcas físicas da violência, abusos sexuais, traumas deixados por experiências negativas vividas e nos sentimos impotentes diante da missão que Deus nos
reserva.
Mas Deus ilumina os corações.
Em instantes, o abraço das crianças, o sorriso inocente e as brincadeiras estabeleceram a linguagem de
Deus entre todos nós: o Amor.
Foi ótimo estar ali.
Brincamos, sorrimos, ouvimos, falamos, elogiamos, abraçamos, amamos e, na hora da despedida, rezamos juntos, almas unidas como os tijolos de um pequeno templo espiritual que nos ligou diretamente a Deus,
trazendo Dele a luz àquele pequeno
grupo cujos corações, sensibilizados,
sentiam os efeitos da transformação
que se iniciava.
Voltamos à escola transformados,
barros em rosa, cheios de compaixão.
Voltamos cônscios da missão que, por
tanto tempo temos deixado escapar
e, plenos da luz do Espírito Santo,
prontos, de corpo e alma, para promover a mudança em nossas atitudes.
Deus, que foi tão bom conosco hoje
nos trazendo à consciência dessa tris-
te situação, nos dê, a nós, criaturas
imperfeitas e fracas, a fé de que juntos muito podemos mudar. Como para
madre Teresa, da “Comunidade do
lixo” e de uma persistência inabalável, que para nós também surja o
embrião da mudança em Deus rumo
à paz de um mundo que todos desejamos verdadeiramente fraterno.
Prof. Luiz Smaira
Foi a primeira vez que participei de
um momento assim e foi maravilhoso! Além de proporcionar um
entrosamento maior entre nós, pudemos fazer uma reflexão sobre a nossa
vida e sobre a vida de tantas outras
pessoas que são, muitas vezes, esquecidas pela sociedade.
Agradeço a Deus todos os dias pelo
meu trabalho e agora passo a agradecer também pelo desejo de fazer
algo pelos mais necessitados e por trabalhar num Colégio tão especial.
Irma Elisa Bastos P. Carneiro
Bibliotecária
Mãos
na massa
Nesta manhã de Espiritualidade e
Ação senti profundamente a necessidade de colocar a mão na massa, ou
seja, sujar as mãos para estar disponível ao irmão que sofre.
Nós somos um todo. E cada ser
humano tem sua importância e uma
missão a cumprir.
Visitamos a Sra. Joana, de 83 anos
de idade, sem condições de andar, por
uma queda que teve, porém com um
sorriso lindo no rosto. Foi muito bom
passar uma hora na companhia dela,
ouvindo sua história de vida. Entre
tantos que conhecemos, ela é um
exemplo de pessoa que passou e passa grandes dificuldades, mas a fé
em Nossa Senhora Aparecida a motivou e motiva sempre a continuar, sem
desanimar.
Como a Sra. Joana, possamos também nós, acreditar na vida e não desistir de nossos sonhos.
Rosária do Carmo Lorenti Soares.
Coordenadora do Segmento 1.
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
29
PASTORAL
A minha alma engrandece
o Senhor, e meu espírito
exulta em Deus, meu
Maria,
fonte de inspiração para a vida
Salvador. Lc 1,47
q
Quantas vezes nos deparamos lendo, refletindo e rezando sobre a vida
e as atitudes de Maria? Sim, Maria,
a mãe de Jesus, aquela que teve todo
o seu ser preenchido pela graça de
Deus. Maria, exemplo de pessoa humana que soube acreditar e acolher
a vontade de Deus em sua vida; que
ao aceitar ser a mãe do Salvador foi
descobrindo que nela estava se realizando a nova criação; que foi capaz
de se desinstalar e ir ao encontro de
sua prima Isabel com o coração repleto de alegria, cantar a misericórdia de Deus; que soube ouvir, acolher e compreender, sem entender o
que estava acontecendo na vida e nas
palavras de seu Filho; que em momento nenhum duvidou do que Deus
seria capaz de realizar em sua vida.
A resposta de Maria deve continuar a soar forte dentro dos nossos ouvidos. Eu sou a serva do Senhor. Façase em mim segundo a tua palavra. E
é isso que acontece no colégio Madre Carmen Sallés - Brasília, na vida
da comunidade educativa quando
ousamos participar das aventuras que
são propostas tendo Maria como tema
principal. Coroamos Maria como nossa mãe e rainha no mês de maio, com
a participação de todos os segmentos de nosso colégio. As crianças da
30
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
educação infantil, em sua inocência
e carinho homenagearam Maria, vestidas de anjos, de todas as cores e jogaram pétalas com um olhar cheio de
encanto. As crianças de 1ª a 4ª série
do ensino fundamental dançaram e
cantaram e os adolescentes de 5ª a
8ª se desligaram de sua rotina e dançaram suavemente para ela. Maria foi
coroada pelas alunas do ensino médio,
como mãe e rainha da paz e do amor,
a mulher que se deixou modelar por
Deus e nos deixou o testemunho de
amor e de adesão ao Pai.
Perceber Maria como aquela que
tudo meditava em seu coração, desenvolveu nos adolescentes e jovens
um desejo de busca interior. Descobriram que eram capazes de criar, de
refletir e de contemplar os acontecimentos da própria vida em frases,
poemas, paródias e músicas, tendo
como inspiração a pessoa de Maria,
as mães e todas as mulheres. Numa
ação de destaque Maria foi a grande
inspiradora do I Festmar – Festival
Mariano do “Carmen Sallés”. Os alunos, de 5ª série ao ensino médio, se
aventuraram, juntamente com os
membros do Setor de Pastoral, na realização desse festival. Houve uma
participação significativa dos alunos.
No conjunto dos acontecimentos
mencionados, fica marcado o empenho das crianças da educação infantil
na participação nas festas marianas.
O sinal de respeito e de pureza das
crianças ao levarem em suas próprias
mãos a imagem de Maria, colocada
num andor, é algo que marca suas
vidas e que levam em seus corações.
Para as crianças, não é apenas uma
imagem que elas levam para suas
salas de aula, mas a certeza de que é
a presença da mãe de Jesus que está
com elas.
Encantar-se por Maria é permitir
que ela faça parte da nossa história,
como Me. Carmen Sallés, que ao fundar a congregação, sob a inspiração
do Espírito Santo, disse: “Eu só fui um
instrumento nas mãos de Maria Imaculada. Ela foi a verdadeira fundadora da congregação.” A exemplo das
crianças nós também somos convidados a dar um destaque especial a
Maria em nossas vidas, a gravar em
nossos corações e em nossa vida os
seus exemplos de fé, a viver em comunhão com ela e com a comunidade eterna do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Joana Matos da Silva
Coordenadora de Pastoral do Colégio
Me. Carmen Sallés - Brasília
CIDADANIA
Eleição no CIC
o
Um exercício de Cidadania
O ano de eleição é propício para
desenvolver com os alunos, na Escola, o tema Cidadania, colocando o que
isso significa e como reflete na vida
futura de cada cidadão.
Os alunos de 1ª a 4ª série do CIC –
Machado, participaram da eleição dos
monitores do recreio, pela segunda
vez, no dia 18 de setembro. Somente
os alunos da 3ª série foram candidatos, uma vez que começam sua experiência neste último bimestre e retomam suas atividades no ano seguinte. Foram escolhidos 4 alunos, que fizeram suas campanhas
de sala em sala, formando duas chapas:
·
Chapa 15 – Monique
Tavares Fernandes e
Renan Caixeta Carvalho
·
Chapa 25 – Laércio Leite
da Silva Neto e Natálya
Campos Vilela Gonçalves
Todos os alunos receberam seus títulos e um treinamento para votar.
A expectativa pela chegada do dia
foi grande. Os mesários Líria (4ªsérie),
Jonas (3ª série), Irmã Caridade e
Marly, conferiam o título de cada aluno, que, em seguida, assinava uma
lista de presença e votava.
Depois do recreio foi dado o resultado: Laércio e Natalya ganharam com
um placar de 52 a 45; uma diferença
de 7 votos da dupla concorrente. Houve apenas 1 (um) voto em branco.
Foi uma grande aula de cidadania
preparando os alunos para saberem
fazer suas escolhas conscientes. Num
outro momento, no dia 29 de setembro, os alunos participaram também
de uma nova eleição para escolha do
Presidente do Brasil.
Maria Lílian Andrade Costa Siqueira
Professora de Informática do
CIC/Machado-MG
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
31
ATIVIDADES
CIC MACHADO MG
Ama com fé e orgulho
a terra em que nasceste
Machado comemorou o Dia da Independência do Brasil, com a participação de todas as escolas, formando um
grande coral na praça principal da cidade, para cantarem
o Hino Nacional ao hastear as bandeiras e o Hino da Independência, alusivo ao dia e a Canção do Exílio de Gonçalves Dias, que retrata a beleza e a saudades da Pátria.
Como foi solicitado anteriormente, a mensagem do CIC
de machado foi a seguinte:
Homenageando o Brasil
“Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste.
A natureza aqui perpetuamente em festa
é um seio de mãe a transbordar carinho”.
O jogo de palavras construído por Olavo Bilac, elaborado há mais de um século, reproduz hoje, aos nossos ouvidos, o que todos nós, brasileiros, precisamos refletir sobre
o Brasil.
Amar com fé. O brasileiro tem fé. Ele sabe ter fé. Todos
nós sabemos. É esse sentimento forte e expressivo que nos
faz enxergar ainda a nossa via-láctea cintilante e recupera
em nós a boa lembrança de já ter ouvido o sabiá cantar na
palmeira.
Amar com orgulho. O nosso orgulho nacionalista vigora
e aprofunda a nossa voz; abrimos os nossos corações para
entoar salve lindo pendão da esperança. O homem brasileiro é nacionalista e, por isso mesmo, em defesa de sua
pátria, ele repete o grito do Ipiranga às margens plácidas.
Ele ama com fé e orgulho.
Amar a natureza. Ela é nossa mãe. Ela é um seio de
mãe que transborda carinho. Ela é o nosso berço de vida
que se alterna com a própria morte. Por isso ela vive perpetuamente em festa. Algumas vezes chora a falta de
aconchego, chora pela falta de palmeiras, mas como
mãe, é sempre abrigo e procura revitalizar suas forças por si
mesma.
Hoje nós estamos comemorando o dia da nossa independência. O dia nos é propício para falar de todos esses
sentimentos: amor, fé, orgulho, carinho. Os que existem
vivos em nós e aqueles que oscilam entre a crença e o
desengano, entre esperanças e desinteresses.
O Brasil vive porque o povo brasileiro tem forças para
endireitar os seus rumos.
O Brasil vive porque o povo brasileiro incorpora as vozes
poéticas de seus antepassados e faz valerem os seus versos na concretude de seu trabalho.
O Brasil vive porque também o machadense é povo brasileiro e, todos sabemos que Machado também sabe conversar com as estrelas. Só quem ama conversa com elas.
O Brasil vive e viverá sempre, recebendo o afeto que se
encerra em nosso peito juvenil.
O Brasil vive e viverá sempre, afortunado nas mãos dos
nossos jovens que hoje estão aqui para saudá-lo em nome
das escolas machadenses.
O Colégio Imaculada Conceição, CIC, saúda o povo
brasileiro, independente das peias que desafortunaram o
seu crescimento. Saúda o povo machadense que escreve
Machado terra querida em versos e elabora um canto.
O CIC eleva ainda o seu pensamento a Deus e pede:
Senhor, o Brasil vive um momento de decisão. Contempla-nos com uma embarcação firme e segura, para que
nossas noites possam ser descansadas em berço esplêndido e para que os nossos dias calejem as nossas mãos, mas
não deixem de nos oferecer trabalho. Assim, poderemos
dizer as nossas crianças: Não verás nenhum país como este;
imita na grandeza a terra em que nasceste.
Olga dos Santos – Profª de Literatura – CIC Machado - MG
Homenageando o o meio ambiente
Os alunos do Colégio Imaculada Conceição de Machado foram convidados pelo Secretário da Educação, Clêuton Pereira Gonçalves, a participarem da Semana do Meio Ambiente, de 05 ao 09 de junho de 2006. A
Direção, Coordenação, os alunos da 4ª e 5ª séries, juntamente com seus
professores estiveram presentes. Os alunos da Academia do CIC, sob a
coordenação da Professora Kátia Papini apresentaram números de dança,
alusivos ao tema e os alunos da 5ª série cantaram a música: Planeta Água,
enquanto um grupo de alunas apresentou uma coreografia, seguindo as
mensagens da música.
As apresentações foram aplaudidas pelos participantes que ouviram mensagens de conscientização sobre a necessidade de cuidados com o Meio
Ambiente para a sobrevivência saudável do ser humano no Planeta.
32
Irmã Vanilda Rodrigues
Pereira - Coordenadora Pedagógica
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
Copa do Mundo
No dia 14 de junho de 2006,
no período vespertino, os alunos
da 4ª série do Ensino Fundamental, montaram uma linda exposição sobre os Países participantes
da Copa do Mundo 2006. Coordenados por sua professora,
Elizabeth Botazini Soares Ribeiro,
os alunos da 4ª série prepararam várias maquetes e cartazes
sobre os dados históricos dos países que participaram da Copa
do Mundo, a divisão dos oito grupos de países da primeira fase,
e falaram com mais detalhes sobre a seleção do Brasil na Copa
do Mundo. O evento foi prestigiado por alunos, Direção, Coordenação e pais. Todos ficaram encantados ao ouvirem os alunos
que se prepararam com esmero, e ornamentaram os estandes
com muita pesquisa e criatividade.
50 anos de
missão no Brasil
25/05/1956 – 25/05/2006
Irmã Vanilda Rodrigues Pereira
Congadas 2006
No mês de agosto, acontece a tradicional Festa de São Benedito e, as congadas preenchem a festa com seu ritmo, dança e
vestimenta colorida. Como extensão dessa festa, criou-se a Associação dos Congadeiros, completando 25 anos de existência neste
ano de 2006, e destina-se à preservação da cultura das congadas.
Nos últimos anos, a Associação dos Congadeiros tem promovido concursos de poesias com o tema Congadas, e conta com a
participação de todas as escolas da cidade.
O aluno do 1º ano do Ensino Médio, Jorge Eduardo de Carvalho Duarte, com o pseudônimo PJ, foi o vencedor da categoria do
Ensino Médio e teve como intérprete Rebeca Aparecida Costa,
também vencedora na sua categoria. Abaixo o poema.
Cultura dos tempos
Cultura milenar
Herança dos tempos
Cultura, ao mesmo tempo,
Tão simples, tão completa
Um único azul prevalece
No brilho celeste distante
Preces a São Benedito
Devotos congadeiros fiéis
Novenas e cantos a todo instante
Vida humilde, sofrida
Escravos almejam liberdade Dedicam toda a sua dança
Caboclo quer ver a família A seu santo padroeiro
Longe de adversidades Ouvindo a voz de Deus
Santos romeiros
Nasce então uma mistura
Sangue e som Assim, nossa vida
Sofrimento e música Influência das congadas
E na disritmia dos ritmos Vai aprendendo
Batuques em nossos corações E aprendendo...
Cores sem fim
Misturam-se ao preto e ao branco
Pois assim
Não há raças neste encanto
Com gestos simples
Batuques de sucata e não tambores
Violas antigas e não guitarras
Congada se torna, no tempo, cultura
A Comunidade Educativa do CIC preparou um
momento especial para homenagear Irmã Caridade pela sua presença no Brasil há 50 anos, com
missa em Ação de Graças e projeção de slides com
momentos marcantes de sua vida.
Emerenciana Antolín González ou Irmã Caridade como carinhosamente a chamamos, nasceu na
cidade de Valdavida - Léon na Espanha. Filha de
Secundino Antolín e Juliana González, já falecidos.
É uma dentre os 5 filhos do casal. Seus irmãos:
Nino, Floripes, Lucila e Cirila.
Entrou para a Congregação em 1949, na
Espanha. Foi Professora, Diretora, Superiora,
Conselheira Provincial com experiência na Espanha
e nas Casas da Congregação aqui no Brasil: São
Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Hoje,
exerce as funções de Superiora e Diretora no Colégio
Imaculada Conceição. Desde 1993, o CIC/Machado
tem à sua frente, uma pessoa determinada, verdadeira, de caráter firme, que vislumbra horizontes.
Machado dá graças a Deus por experimentar o
seu amor, o seu trabalho e o convívio nesses anos
de dedicação. Irmã Caridade respira os ares
machadenses, mineiros, brasileiros... sua vida foi e
é uma constante dedicação à missão de evangelizar
através da educação.
Agradecemos a Deus os 50 anos de vida
dedicada à missão concepcionista na Província do
Brasil.
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
33
ATIVIDADES
CIC MACHADO MG
CMI RIO DE JANEIRO RJ
Homenagem Nós e o Computador
aos pais
Atividade realizada no Laboratório de Informática
sobre segurança na Internet e no uso do
computador pessoal. Depoimento de uma aluna
CMI MOCOCA SP
Manhã de
formação
CMI SÃO PAULO SP
Teatro homenageia
o CMI-SP pelos
seus 70 anos
do 5º ano do Ensino Fundamental do CMI-RJ.
No dia 12 de agosto, o CIC – Machado
comemorou o Dia dos Pais de uma maneira
bem diferente. Uma carreata partiu, às 09h,
da Praça Antônio Carlos, passando pela avenida central da cidade, seguindo para AABB
– Associação Atlética do Banco do Brasil, onde
houve uma missa em ação de graças celebrada pelo Pe. Jean, da Paróquia de Poço Fundo.
Em seguida, pais e alunos participaram do Festival de Pipas do CIC com premiação para as
três pipas mais originais e a que subisse mais
alto. Essa atividade desenvolveu a criatividade,
a competição sadia e a proximidade entre pais
e filhos. Depois da diversão, houve um piquenique com todas as famílias presentes, que
prepararam lanches e quitutes deliciosos especialmente para a data festiva.
Marly Botazini Rodrigues
CIC-Machado/MG
Muitas vezes cometemos erros e nem sabemos. Terça-feira eu e
minha turma do 5º ano
fomos para o salão e tivemos uma aula sobre
computador. O primeiro passo da aula foi a
senha, ela é como a
chave da nossa casa.
Depois nós fizemos
uma brincadeira. O Professor Vilson (Coordenador de Informática) escolheu dois alunos: Eu e o
Luís Guilherme, que ficamos em dois computadores de mentira.
O professor Vilson perguntou para o Luís Guilherme com quem ele
estava teclando. Ele respondeu que era com a Luana. Depois ele perguntou para mim e eu disse que era com o Luís Guilherme.
Então a Margarete (Orientadora Educacional) pediu para eu sair da
sala e no meu lugar entrou o aluno Francisco do 9º ano fantasiado para
mostrar as pessoas más.
O segundo passo da aula tratou sobre os cuidados com o MSN.
Professor Vilson explicou para os alunos alguns cuidados importantes, como: não dar a senha do MSN para ninguém, quando sair do
computador clicar no sair e depois fechar o programa; e outra coisa
importantíssima: temos que tomar cuidado com nossas fotos na internet,
porque muitas pessoas fazem uma ou várias cópias delas, enganam as
outras pessoas dizendo que é você e muitas outras coisas.
O professor Vilson sabe lidar e falar sobre isso nos mínimos detalhes,
ele é um ótimo professor de informática e computação.
No computador, podemos nos imaginar com as coisas muitas vezes.
Sabe por quê? Porque muitas vezes não sabemos quem está do outro
lado falando. Pode ser uma pessoa boa ou, como ocorre algumas vezes, uma pessoa má. Por isso que quando falamos pelo telefone ou pelo
computador, é muito importante nunca fornecer os dados pessoais, como:
número de telefone de casa, o celular, o local onde você mora, o apartamento, CEP e outras coisas que se liguem ao endereço ou ao telefone
da sua residência. Caso contrário, a pessoa poderá ir até a sua casa e
até mesmo assaltar você, o que é muito perigoso.
Agora que você já sabe os cuidados que você tem que tomar com o
seu MSN, o seu ORKUT e também os cuidados com o seu telefone e
endereço, com a pessoa que você não conheça, não arrisque nunca,
nunca mesmo.
Luana de Almeida Roças Pinho
Aluna do 5º ano do Ensino Fundamental- CMI Rio de Janeiro
34
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
Da esq. p/ dir.: Amanda, Mateus e Heloísa
No dia 19 de agosto, os alunos das 5ª séries do CMIMococa, participaram de uma manhã de formação organizada pelo Setor de Pastoral e dinamizada pelos Professores Alex, Heliane e Rita de Cássia.
Através de dinâmicas de grupo, orações e brincadeiras,
os alunos foram convidados a refletir sobre a importância
da amizade, da presença do outro e de Deus para uma
vida feliz.
“Com Jesus, nosso melhor amigo, sempre avante!”
As 2ª séries A, B e C apresentaram duas peças teatrais
para homenagear os 70 anos do CMI-SP.
As 2ª séries A e C encenaram Romeu e Julieta e a 2ª
série B, A Primavera da Lagarta, da autora Ruth Rocha.
Os alunos demonstraram empenho e satisfação nessa
homenagem, pois as mensagens das peças traduziam valores de companheirismo, igualdade e verdadeira amizade, que no decorrer dos 70 anos de existência, o CMI-SP
sempre lhes transmitiu por meio de exemplos concretos.
Profª: Ana Maria e Fúlvia 2ª séries EF I – CMI -SP
Depoimentos:
Eu adorei o encontrinho, foi ótimo, foi dinâmico e
divertido. Aprendi muitas coisas boas”.
(Amanda Roque)
“Eu achei o encontrinho bom, divertido, dinâmico e
muito legal.
Eu acho que após esse encontro a gente tem que ser
mais companheiro um do outro.”
(Mateus B. P. Carneiro)
“O encontro foi bem dinâmico. Com ele aprendemos
que o verdadeiro amigo é quem te respeita e ajuda.
E aprendemos também que Jesus é nosso grande
amigo”
(Heloisa Massaro)
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
35
ESPORTES
O desenvolvimento esportivo do CEMI tem propiciado aos
alunos participação em diversas e enriquecedoras competições. Tudo isso é agregado à proposta de oferecer aos
educandos a possibilidade de uma formação integral.
Futsal
Esporte e vida
o
O Colégio Maria Imaculada SP, por meio do Complexo
Esportivo Maria Imaculada – CEMI – vem, nos últimos anos,
investindo, maciçamente, no setor esportivo. Sem dúvida, o
esporte, além de contribuir de maneira saudável em todas as
idades é fundamental na formação integral, ética e cidadã do
aluno, sendo este um valoroso instrumento de integração entre família e escola, representada por seus professores. Por
isso o CEMI propõe o trabalho contínuo visando a superação
das dificuldades, para manter suas estruturas esportivas, que
conta com professores altamente capacitados, atuando nas
diversas modalidades esportivas.
Uma equipe qualificada de monitores auxilia aos professores e alunos do CEMI, procurando oferecer, a todo momento,
o melhor em qualidade.
O espaço, aliado ao esforço em buscar o melhor padrão
em qualidade é um dos diferenciais do Colégio Maria Imaculada. Ele mantém essa proposta com carinho e perseverança,
e por tudo isso é uma opção de real valor no sentido de
formação escolar, esportiva e da cidadania, proporcionando
excelente nível de comodidade e segurança aos usuários.
Dentre as atividades esportivas disponíveis no CEMI, são
oferecidos aos alunos as seguintes modalidades esportivas:
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INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
Futsal: Emoção, participação, amizades, desenvolvimento das habilidades motoras , cognitivas , respeito às
regras , desenvolvimento técnico e tático, sociabilização,
torneio interno, intercâmbios esportivos e uma proposta
de trabalho educativo e formativo com professores capacitados, respeito às individualidades e faixas etárias.”
UM VERDADEIRO GOL DE PLACA”
Judô: Muito mais que uma luta ou um esporte, uma
filosofia de vida associada a uma proposta educacional e participativa despertando jovens e crianças para
o uso de suas potencialidades em benefício de todos.
”A BUSCA DA PAZ ATRAVÉS DO CAMINHO SUAVE”
Dança
Handebol: Esporte coletivo bastante dinâmico e
cheio de emoção; é desenvolvido no CEMI por meio
lúdico e de muita diversão. As aulas desenvolvem uma
proposta de cooperação que, proporciona ao aluno o
prazer do aprendizado valorizando as amizades.
Ginástica Rítmica - GR: A combinação do movimento corporal com música e aparelhos (fitas, cordas,
arcos, bola e maças), transformam essa modalidade olímpica em um esporte espetacular, possibilitando, assim,
grande ampliação nas qualidades de ritmo, coordenação, equilíbrio e flexibilidade dentre outras.”
Ginástica Rítmica
Ballet: Harmonia dos movimentos, expressividade,
ta. Desenvolvimento cognitivo, sócio-afetivo e, juntamente com a potencialização de suas habilidades físicas
como velocidade, força, equilíbrio, coordenação com
muito ritmo.
conhecimento e consciência corporal, concentração,
flexibilidade e responsabilidade, introdução adaptada
de técnicas e conhecimentos específicos dessa arte.
Baby-Glass: Ballet realizado de maneira lúdica, criativa despertando muito prazer no aprendizado.
Voleibol: Iniciação esportiva que favoreçe o desen-
Spaço-Kid´s: Extensão das atividades esportivas do
volvimento de habilidades corporais básicas e a aquisição dos fundamentos da modalidade, jogos prédesportivos. Esse contexto, possibilita ainda, a
integração entre alunos e o desenvolvimento de atitudes sociais como respeitar regras, trabalhar em equipe, cooperar, competir, entre outras.
CEMI. Oferece atividades dirigidas e acompanhadas
por estagiários em Ed. Física, a fim de monitorar e assegurar disciplina e integridade física das crianças, em
momentos que antecedem a prática de sua atividade
esportiva, proporcionando, também, comodidade e segurança aos pais.
Dança: Ritmos variados e diversão na medida cer-
Ballet
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
37
VOCAÇÃO
culminância dos trabalhos realizados
ao longo do mês.
Foi um tempo de aprofundamento,
reflexão de todas as vocações. Cada
professor (a) recebeu um texto para
trabalhar a parte teórica com os alunos, levando toda a comunidade
educativa a refletir sobre o tema. Após
a reflexão, os alunos do Pré à 8ª série
iniciaram as produções das paródias
e como se dedicaram! Criaram letras
bem profundas e coreografias mais
significativas.
A culminância do tema aconteceu
no dia 01 de setembro com a participação de toda a Comunidade
Educativa, que pode prestigiar os belos, profundos e criativos trabalhos das
turmas do Pré à 8ª série.
Os vencedores foram:
Do Pré à 4ª série:
Recanto Betânia realiza do I Concurso de
Canto Vocacional
“Quero cantar ao Senhor
Sempre enquanto eu viver
Hei de provar seu amor,
Seu valor e seu poder”
(Salmo 145)
o
O mês de agosto é dedicado àquelas pessoas de respostas corajosas capazes de mudar a história. Não só das
vocações sacerdotais e religiosas, mas
da vocação de todo batizado chamado a ser operário na Messe do Senhor!
Vocação dos Pais, vocação dos Leigos!
Toda escolha exige renúncia e traz
conseqüências para a vida. Algumas
opções são para a vida toda, deixam
um marco em nossa história.
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INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
Nossa fé nos diz que somos
vocacionados à vida, à santidade;
nosso batismo nos compromete
com a Igreja, povo de Deus; somos
membros do corpo de Cristo que é a
Igreja.
Vocação vem do latim vocare –
que significa chamado – o que implica uma resposta. Portanto é preciso
saber escolher, saber responder e saber viver. Quem faz sua escolha em
profundidade, tem a coragem de se
doar inteiramente a Deus numa vida
consagrada; de ser um bom pai e uma
boa mãe, apoiados nos valores do
evangelho; e de lutar por uma sociedade justa e solidária.
No mês dedicado às vocações, o
setor de Pastoral do Recanto Betânia
assumindo sua missão de “cultivar”
as vocações promoveu o I CONCURSO DE CANTO VOCACIONAL como
1º lugar- 3ª série A;
2º lugar - 4ª série B;
3º lugar- 2ª série B.
Da 5ª à 8ª série foram:
1º lugar - 7ª série B;
2º lugar- 7ª série A;
3º lugar- 8ª série.
As turmas participaram de uma celebração na capela, envolvendo todos
os alunos de 5ª à 8ª série em diferentes horários. Os alunos da1ª a 4ª série
rezaram o terço vocacional. Cada professor (a) acompanhou sua turma ajudando-a a refletir sobre a importância
de despertar o jovem para a co-responsabilidade vocacional e conscientizá-lo que para ser feliz e realizado deve fazer a escolha certa; pediram em suas orações, o aumento
das vocações religiosas e sacerdotais.
Os alunos de 2ª à 4ª série também
trabalharam o tema vocacional, realizaram entrevistas com seus pais, religiosas e leigos engajados, destacando como eles se sentem e o que mais
lhes traz alegria na vivência de sua
vocação.
As produções, e sobretudo o desenvolvimento do tema foi
enriquecedor par todos.
Setor de Pastoral - Recanto Betânia/SP
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
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VOCAÇÃO
O primeiro encontro do segundo
semestre, aconteceu nos dia 2 e 3 de
setembro, com o tema: “Políticas Públicas para a Vida Religiosa Jovem,
assessorado por Daniel Saidel, Pósgraduado em Psicodrama Pedagógico e Mestre em Ciência Política pela
UnB.
O tema foi esclarecedor e abordado de forma dinâmica partindo da realidade e situando os participantes na
história da política até os nossos dias.
As Políticas Públicas para a juventude atual, necessitam serem colocadas em prática nas seguintes áreas: Ensino médio – Prevenção da violência – Empregabilidade – Cultura, lazer,
esporte, cidadania como direitos da
cultura de paz e constituem alguns dos
desafios para a atuação da Vida Religiosa e da sociedade.
A oração é força para a
nossa missão. É a partir de
Cristo, que contemplamos
o seu rosto presente nos
irmãos de maneira especial
nos mais pobres.
o
O processo de formação das Irmãs
Concepcionistas se desenvolve nas
etapas: aspirantado, postulantado,
noviciado e juniorato.
Terminada a etapa do noviciado a
jovem é admitida à profissão dos votos de pobreza, castidade e obediência. A duração da etapa do juniorato
é de no mínino, cinco anos. A jovem
vive uma vida segundo as constituições da congregação, na vivência de
uma relação fraterna entre as irmãs e
a missão Concepcionista. “Que todos
sejam um como Tu e Eu somos um”.
O compromisso que a jovem assume
na primeira profissão deve traduzir-se
numa vida profunda e fecunda. Deixando-se invadir pelo mestre Jesus, que
assume a condição humana e, ao
mesmo tempo, se coloca à disposição
do Pai para realizar a missão, a
juniora é chamada a viver um estilo
de vida generosa, disponível, alegre
e entusiasta. Este período de formação deve proporcionar o amadurecimento humano e vocacional como um
todo, num real compromisso com o
projeto salvífico de Deus, encarnado
no carisma concepcionista.
Para isso, a juniora contará com um
período de dois anos, vivendo numa
comunidade religiosa de formação,
indicada pelo Governo Provincial, onde
possa aprofundar o sentido do carisma
e sua identificação com o mesmo.
As jovens junioras são acompanhadas por uma religiosa Concepcionista, devidamente preparada, que responderá por esta etapa de formação
auxiliando na compreensão da realidade e na busca de respostas concretas, evangélicas e concepcionistas
para a própria existência.
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INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
Em busca do equilíbrio entre a
contemplação e a ação
Exercícios de Oração no dia a
dia da junioras Concepcionista
“A vida espiritual necessita
estar alimentada pela oração.
Daí sairá a necessidade de
uma atuação apostólica, que é
a vocação de todo o cristão.”
(Me. Carmen Sallés)
Rezamos com o método inaciano,
experiência de oração que nos leva à
meditação e contemplação da Palavra de Deus, buscando discernir os
apelos que Deus nos faz, atentas às
resistências para superá-las.
Semanalmente, fazemos a partilha de nossas experiências com a Ir.
Wanilda, que nos acompanha e contamos com a ajuda dos padres Jesuítas que nos orientam na escuta de
Deus em nossa oração e em nossas
experiências apostólicas.
A oração é força para a nossa missão. É a partir de Cristo, que contemplamos o seu rosto presente nos irmãos de maneira especial nos mais
pobres.
Buscamos na espiritualidade concepcionista, no testemunho de pessoas do nosso tempo, encontrar o estímulo para nossa vida e missão. Destacamos como exemplo para nós Dom
Luciano, que soube tão bem doar-se
inteiramente a serviço dos irmãos.
“Quem organiza sua vida à luz do
encontro com Deus, na certeza de ser
por Ele amado e destinado à felicidade, alcança, aos poucos a visão dos
valores e descobre o fascínio da bondade e da alegria de fazer bem aos
outros; segue uma nova posição diante das necessidades do próximo e
dos bens materiais. Vamos compreendendo que a cobiça é a posse avarenta da riqueza, frutos de uma de-
sordem de valores. Passamos a assumir a atitude de quem partilha com
os outros, de quem experimenta a
vivência da gratuidade do amor”.
Encontro dos religiosos
e religiosas jovens
“A Vida Religiosa sente-se
convocada e enviada a colaborar,
junto com todas as pessoas e
instituições de boa vontade,
convocadas pela mesma força e
comprometidas com o objetivo de
cuidar da vida onde o Espírito
anima”.
(Congresso Internacional VR – 2005)
Participamos a cada bimestre do
JUNINTER, com o objetivo de encontro, partilha e a convivência entre os
novos religiosos. O encontro ocorre no
Colégio Me. Carmen Sallés - Brasília.
A inserção na missão
“Educar é semear com sabedoria
e colher com paciência”.
“Educar é acreditar na vida,
mesmo que às vezes tenhamos que
derramar lágrimas. Educar é ter
esperança no futuro, mesmo que os
jovens nos decepcionem no
presente.Educar é ser um garimpeiro
que procura tesouros no coração.”
(Augusto Cury)
Não estamos somente educando a
emoção nem estimulando o desenvolvimento das funções mais importantes da inteligência, tais como contemplar o belo, pensar antes de reagir,
expor e não impor as idéias,
gerenciar os pensamentos,
ter espírito empreendedor,
mas buscando a personalização e a formação integral da
pessoa.
Ensinar e aprender com
os alunos, agir ao mesmo
tempo como mestre e aprendiz, estar preparada para
ouvir o que os jovens têm a
dizer, valorizar sua contribuição, fazer as devidas intervenções, colocar os limites,
definir responsabilidades,
manifestar e cobrar coerência, são requisitos fundamentais aos que se dedicam à
Educação. Eles conhecem cada vez
mais o mundo em que estão, mas
quase nada do mundo que são. O testemunho de Madre Carmen Sallés,
que não revolucionou as ciências da
educação, nem inventou novos métodos pedagógicos, mas aproximouse do coração dos jovens e descobriu
suas necessidades, nos ajuda em nossa caminhada. Para educar precisamos aprender e conhecer a plenitude
da palavra paciência. Quem não tem
paciência desiste da educação; quem
não consegue aprender, não encontra caminhos inteligentes. Infelizes dos
educadores que não conseguem
aprender com seus alunos e renovar
seus paradigmas e suas ferramentas!
A vida é uma grande escola que
pouco ensina para quem não sabe ler.
Em nossa caminhada formativa
percebemos que ser educador é
ter esperança e saber transmiti-la
com amor. É procurar levar, com entusiasmo e alegria a missão de
Evangelizar através da educação preventiva, tendo Maria Imaculada como
fonte inspiradora, favorecendo a formação de jovens e crianças para que
tenha a percepção de si mesmo enquanto sujeito histórico, capaz de influenciar na construção de uma sociedade justa e fraterna, por meio do
testemunho e anúncio de valores humano-cristãos.
Ir.Silvia Helena Firmino, juniora
Concepcionista de 2º ano
Ir. Eliana Santana, juniora Concepcionista de 1º ano.
BRASÍLIA
- DF
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
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VOCAÇÃO
Senhor, Tu me deste a vida e
me chamaste pelo nome.
Vocação:
um gesto solidário
Em meio a tantas vozes e
apelos do mundo eu quero
ouvir a tua voz.
Tens sobre mim um
apelo de amor.
Tu me conheces a fundo e
sabes o que mais me convém.
Ilumina-me, Senhor, com teu
Espírito e mostra-me o
caminho que devo seguir.
Dá-me força, coragem e alegria,
para assumir a minha vocação.
Eu quero viver, do jeito de
Maria, firme e forte no SIM à
tua Vontade:
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INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
t
Todo homem é chamado a abraçar, na fé uma vida de amor a Deus e
aos outros. Nisso reside sua máxima
responsabilidade e dignidade da pessoa.
A vocação não é um ato solitário,
mas um ato solidário. A pessoa é chamada para se entregar aos demais.
Eis porque a comunidade sente-se interpelada a distribuir os próprios dons,
para que não haja necessitados, como
acontecia nas primeiras comunidades
cristãs.
Daqui nasce uma resposta concreta, entrega generosa e, às vezes, até
heróica. Todos são chamados por Deus
para uma vida com Ele. A comunidade é o espaço de todos, é o lugar do
exercício da missão. É preciso que nela
todos possam desempenhar sua missão, pois todos são “pedras vivas”, destinadas à construção do templo do Senhor. Somente um povo consciente de
ser chamado por Deus pode se tornar
também um povo que convoca.
Muitas vezes as pessoas não têm
consciência de que são chamadas e
acabam vivendo à margem da comunidade. Por isso, não encontram o sentido de suas vidas. Como Deus chama cada pessoa? Há um chamado
comum e muito especial: Toda pessoa humana é criada por amor e para
o amor. Amar é sua vocação fundamental. Já a vocação específica é a
maneira própria como cada um realiza sua vocação fundamental, como
leigo, presbítero, religioso.
Na dinâmica trinitária do Amor, podemos dizer assim: O Pai cria, escolhe e elege cada um de nós para a
missão de ser feliz. O Filho, servidor
do Pai, chama, e apresenta o caminho da mesma missão; o Espírito
Santo envia e acompanha, ou seja,
permanece sempre conosco, para
nos ajudar, a fim de que a palavra
se propague por todo o mundo, alcance o coração de todos até os confins da terra para a vida e o bem das
pessoas.
Ir. Luzamir Aparecida Gonçalves
Mestra de Noviças – Belo Horizonte
PSICOPEDAGOGIA
Síndrome
de Asperger
n
Na década de 40, Hans Asperger,
pediatra vienense, descreveu uma
nova categoria de desordem de desenvolvimento chamada de “Desordem de Asperger” ou “Síndrome de
Asperger” (SA).
Na literatura médica encontram-se
poucos artigos sobre o assunto e percebe-se que a Síndrome de Asperger é
bem mais comum do que se pensava.
Encontramos na Síndrome de
Asperger três aspectos nos quais a
disfunção se mostra mais evidente, no
que concerne ao seu desenvolvimento, podendo variar de um quadro ameno a mais severo. São eles:
„ relacionamento social;
„ uso da linguagem na comunica-
ção;
„ certas características de comportamento e estilo (características
repetitivas ou perseverativas sobre um
número limitado de interesses).
Na Síndrome de Asperger são percebidas elevadas habilidades
cognitivas. Estudiosos do assunto não
diferenciam a SA do Autismo de Alta
Funcionalidade (AAF). As crianças com
SA foram caracterizadas como tendo
“traços de autismo”, segundo o pesquisador Uta Frith. Existe uma crença
de que não há fronteira clara separando crianças com SA de crianças
“normais, porém diferentes”.
Epidemologia
Estudos indicam que a SA é considerada mais comum que o autismo
clássico. Enquanto no autismo encontramos uma taxa de 4 a cada 10.000
crianças, estima-se que a SA seja de
25 por 10.000. Na maioria dos casos,
a incidência da SA é muito maior em
meninos do que em meninas. Muitos
diagnósticos associam a SA a “tiques”,
como a desordem de Tourette, problemas de atenção, problemas de
humor, depressão e ansiedade. O quadro clínico na SA, assim como no
autismo, provavelmente, é influenciado por muitos fatores, inclusive genéticos, de modo que não há uma
causa única identificável na maioria
dos casos.
Definição
É possível diagnosticar a
SA segundo os seguintes
critérios que mostram o estilo
único dessas crianças, propostos por
Cristopher, médico sueco:
1. Isolamento social (extremamente
egocêntricos; falta de habilidade
para interagir com seus pares; falta de desejo de interagir; apreciação pobre
da trança social e respostas socialmente
impróprias).
2. Interesses e preocupações limitadas (mais rotinas que memorizações; relativa exclusividade de
interesses; repetição).
3. Rotinas e rituais repetitivos (autoimpostos ou impostos por outros).
4. Peculiaridades de fala e linguagem (possível atraso inicial de desenvolvimento – não consistente;
linguagem expressiva superficialmente perfeita; características peculiares de voz; compreensão diferente, incluindo interpretação
errada de significados literais ou
implícitos).
5. Problemas na comunicação nãoverbal (uso limitado de gestos; linguagem corporal desajeitada; expressões faciais limitadas ou impróprias; olhar fixo; dificuldade de
ajuste à proximidade física).
CONTINUA
INTEGRAÇÃO
INTEGRAÇÃO „„ Dezembro
Dezembro 2006
2006
43
43
PSICOPEDAGOGIA
hiperverbais, não entendendo que isso
interfere na sua interação com os outros. Com freqüência, principalmente
nos primeiros anos, pode-se perceber
algumas características específicas
como aspectos perseverativos ou
repetitivos da linguagem ou, ainda, o
uso de frases feitas.
A criança com Asperger no
cotidiano escolar
6. Desajeitamento motor (pode não
fazer necessariamente parte do
quadro em todos os casos).
Características Clínicas
Enquanto no autismo os interesses
são mais voltados para objetos e partes de objetos, na SA os interesses são
mais freqüentemente para áreas intelectuais específicas.
Antes mesmo de entrar para a escola, as crianças portadoras de SA
demonstram interesse obsessivo em
áreas como Matemática, aspectos de
Ciências, leitura (algumas têm histórico de hiperlexia – leitura rotineira em
idade precoce) ou algum aspecto de
História ou Geografia, querendo
aprender tudo que for possível tendendo a insistir nisso em conversas e jogos livres. Essas áreas de interesse
podem mudar com o tempo, mas em
algumas crianças persistem até a fase
adulta.
Outra característica da SA é a deficiente socialização, embora seus portadores sejam freqüentemente notados por pais e professores como estando “em seu próprio mundo”, sendo raramente distantes como as crianças com autismo. Elas se frustram
e se desapontam profundamente com
suas dificuldades sociais. O problema
é a falta de efetividade nas interações.
A compreensão da linguagem tende ao concreto, apresentando problemas quando a linguagem se torna
mais abstrata. Muitas crianças com SA
têm dificuldade com humor, tendendo a não “pegar” brincadeiras, particularmente trocadilhos e jogos de palavras. Algumas crianças tendem a ser
44
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
Na Educação Infantil, uma das mais
importantes razões para distinguir SA
de outras formas de autismo é seu histórico consideravelmente mais brando. Entre 3 e 4 anos de idade, não há
um quadro uniforme da SA., podendo parecer indicação de autismo.
Enquanto nas famílias essas crianças são consideradas normais, nas
escolas elas passam a ser notadas pela
falta de interação social espontânea,
apresentado problemas de conversação ou tendem a ser repetitivos em
respostas que, não raro, não têm muito
a ver com o assunto em discussão,
preferem as rotinas e têm dificuldade
com transições, dificuldade nas respostas socio-emocionais como raiva,
agressão, ansiedade excessiva,
hiperatividade, parecem estar “em
seu próprio mundo”, e se focam em
objetos ou assuntos em particular.
Áreas com habilidades especialmente fortes podem estar presentes, como
reconhecimento de letras ou números, memorização de fatos, etc.
As crianças poderão entrar na
educação infantil sem serem
diagnosticadas adequadamente, havendo observações relacionadas ao
comportamento (hiperatividade, falta
de atenção, agressividade, ausências)
e são muitas vezes classificadas como
imaturas.
Quando as crianças evoluem para
a fase seguinte, o progresso acadêmico nos primeiros anos é de relativo
sucesso. Isso pode variar de criança
para criança e os problemas podem
variar de leves e fáceis de administrar
a severos e intratáveis, dependendo
de fatores como o grau de inteligência, administração na escola e em
casa, estilo de temperamento e presença ou ausência de fatores
complicadores como hiperatividade,
problemas de atenção, de ansiedade,
de aprendizagem, etc.
À medida que as crianças com SA
progridem, as áreas mais difíceis continuam sendo a socialização e o ajustamento comportamental. Nessa fase,
é comum serem mal interpretadas,
importunadas ou perseguidas. Dificuldades de aprendizado são freqüentes
e dificuldades de atenção e organização podem estar presentes. A tolerância pelas variações e excentricidades
individuais cresce. Se as crianças vão
bem academicamente, têm o respeito dos seus colegas e podem ser tachadas de “nerds”, um grupo com o
qual efetivamente se parecem em
muitos aspectos. Os adolescentes com
SA podem formar amizades com outros estudantes que compartilham
seus interesses. Com gerenciamento
adequado, muitos desses estudantes
poderão desenvolver habilidades consideráveis.
A SA continuará presente mesmo
na fase adulta, uma vez que não existe cura, mas, tendo o devido acompanhamento para os problemas diagnosticados, os portadores da síndrome
poderão levar uma “vida normal” com
todas as limitações anteriormente descritas. Na vida profissional se ocuparão de uma atividade relacionada com
sua área de interesse especial, às vezes se tornando muito talentosos.
Muitos são estudantes brilhantes, capazes de completar com sucesso a
faculdade e mesmo uma pós-graduação.
Para as crianças com SA a escola precisa individualizar sua abordagem. Não “funciona” tratá-las da
mesma forma que outros estudantes.
Asperger em 1944 escreveu: “Estas
crianças freqüentemente mostram uma
surpreendente sensibilidade à personalidade do professor... Eles podem
ser ensinados, mas somente por aqueles que lhe dão verdadeira afeição
e compreensão, pessoas que mostram delicadeza e humor... A atitude
emocional básica do professor influencia, involuntária e inconscientemente, o humor e o comportamento da
criança.”.
Podemos sugerir aos educadores
algumas condutas de como agir com
crianças com SA em sala de aula:
„ As rotinas de classe devem ser
mantidas tão consistentes, estruturadas e previsíveis quanto possível. Crianças com SA não gostam de surpresas. Devem ser preparadas previamente para mudanças e transições.
„ Regras devem ser aplicadas cuidadosamente. Elas devem expressar as
linhas-mestras de forma clara, de preferência por escrito.
„ A criança aprenderá melhor quando a área de alto interesse pessoal estiver na agenda. Os professores podem usar as áreas de especial interesse como recompensa para a criança por completar com sucesso outras
tarefas em aderência a regras e comportamentos esperados.
„ Muitos estudantes com SA respondem bem a estímulos visuais: esquemas, mapas, listas, figuras, etc.
„ Em geral, tentar ensinar baseado
no concreto. Evitar linguagem que
possa ser interpretada erroneamente
como sarcasmo, linguagem figurada
confusa, figuras de linguagem, etc.
„ As pessoas fora da sala de aula
que não têm muito contato com a criança com SA devem ser orientadas
para poder atender às necessidades
da criança.
„ Tentar evitar luta de forças. Essas
crianças freqüentemente não entendem demonstrações rígidas de autoridade ou raiva e poderão vir a ser rígidas e teimosas, se forçadas. É sempre preferível antecipar essas situações
e tomar ações preventivas para evitar
o confronto através da serenidade, negociação, apresentação de escolhas.
A principal área de atenção, à
medida que a criança se move por
meio da escola, é a promoção de
interação social mais apropriada, ajudando esta criança a atingir melhor
sociabilidade.
Esta síntese foi produzida mediante tradução livre do sítio
“Autismo de Alto Desempenho”,
que foi incorporado ao sítio “Anjos de Barro”, em 24.11.2000 e
revisado em 19.11.2005.
Francisco Albuquerque da Silva e Leila
Chaves - Orientadores Educacionais do
CMCS - Brasília
Psicomotricidade
na escola
Que saberes escolares se constroem no cotidiano pedagógico e
como tornar possível hoje, um trabalho interdisciplinar incluindo a
psicomotricidade?
Por que, na medida em que o
aluno avança nos estudos, diminuem as atividades com o trabalho
psicomotor, tão importante para o
seu desenvolvimento integral?
Diante desses questionamentos
apresentamos, a seguir, uma sugestão de como aproveitar os momentos de integração e aprendizagem
entre educadores e educandos.
Os problemas e impasses do diaa-dia de nossos professores em relação ao aluno que apresenta dificuldades gerais, não são resolvidos
com postulados teóricos. Sabemos
que há necessidade de uma açãoreflexão grupal para a compreensão desses problemas e para a busca de soluções.
É sumamente importante que todos os profissionais ajudem o educando em suas dificuldades. Para
que isto aconteça, é necessário que
todos os momentos de aprendizagem sejam vistos como oportunidades de desenvolvimento global,
enfatizados na comunicação dos
profissionais. Ter conhecimento dos
conteúdos abordados, montar projetos e fazer um link com a aula
que irá desenvolver são passos iniciais para que isto possa acontecer.
Percebemos que aulas de Arte,
Educação Física e outras disciplinas,
desenvolvidas dentro desta perspectiva, ajudam a trabalhar as habilidades competências necessárias e
oportunizam um trabalho
interdisciplinar eficiente, garantindo a formação integral do aluno.
“A maturidade Psicomotora tende a desencadear quadros de dificuldade de aprendizagem que, se
não forem bem trabalhados causam
às crianças prejuízos em seus aspectos cognitivos, afetivo e social.”
(Lê Boulch, 1992,FONSECA, 1995 b)
Prof.Mª Rosângela C. Viegas Araújo
Diretora Pedagógica - CMI/DF
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
45
PSICOPEDAGOGIA
A presença benéfica da
Por que é tão importante esta peculiaridade?
O que fazer como OE em relação
orientação aos pais?
f r u sem nossas
t r avidasç ã o f r u s t r a ç
Apesar de ser um sentimento
que desaponta, que
aborrece, que vai em
desacordo como o desejo,
não inviabiliza novas
tentativas; significa
aprimorar-se cada vez mais
nas buscas;
Apresentação e justificativa:
Lendo sobre a prática da Orientação Educacional e unindo-a com a
prática de Coordenação Pedagógica
do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental no Colégio Maria Imaculada – RJ
veio-me o desejo de escrever sobre a
frustração por constatar que esta decorre das expectativas que criamos
dentro de nós e das relações humanas que ocorrem em nossa caminhada diária de seres dialógicos.
Recorrendo ao dicionário encontrei
diversos significados para o termo:
frustação, mas ao que quero me
deter nesta reflexão é:
“ Ato ou efeito de frustrar-se; estado daquele que, pela ausência de um
objeto ou por um obstáculo externo
ou interno, é privado da satisfação de
um desejo ou de uma necessidade”.1
E, como nos provocam os pilares
da Educação (UNESCO) devemos
“aprender a viver juntos”, “aprender
a ser” e a escola é um dos meios
como instituição socializadora (inspirada nas aulas da professora Geni Lima
- UCAM – A vez do Mestre), de acordo com a fala da mesma:”O grande
dilema de nossa vida é a coletividade”, mas é através dos outros que nos
humanizamos e aprendemos a ser em
sociedade.
Sabemos, por intuição, sensibilidade ou conhecimento teórico que preparar os adolescentes para uma vida
adulta saudável, significa preparálos para que alcancem independência financeira, para que saibam lidar com suas frustrações
e aprendam a amar e saber criar vínculos. Qual a melhor maneira de ajudá-los? Como colaborar? Quais dons devem ser
desenvolvidos?
Segundo minha maneira
de pensar e pela prática de
anos na área educacional
percebo que precisamos
ajudá-los a se capacitarem
para tolerar a frustração.
1
In FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.
NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA
PORTUGUESA.Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1975.
46
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
„ Para que o jovem de 22, 23 anos,
recém saído da faculdade, não se
sinta derrotado ao perceber que se
passaram três meses e ainda não
encontrou o emprego de seus sonhos;
„ para que a garota de 17, 18 anos
ao tentar o vestibular pela primeira vez, não se sinta derrotada se
não obtiver êxito;
„ para que possam sentir dor, entristecerem-se, mas não sucumbirem
diante do término de um namoro,
etc.
Há uma diferença vital entre frustração e derrota. Sentir-se derrotado correr risco de paralisar-se por
uma auto-imagem denegrida; é sentir-se incompetente nos vários setores da vida. Ao contrário, a frustração apesar de ser um sentimento
que desaponta, que aborrece, que
vai em desacordo como o desejo,
não inviabiliza novas tentativas; significa aprimorar-se cada vez mais nas
buscas; significa entender: “este não
é o caminho certo, devo procurar outro”.
Se conseguirmos ajudar nossos
educandos neste aspecto, também
estaremos auxiliando-os a amadurecerem emocionalmente quanto ao
tempo de espera. A imaturidade está
coligada ao imediatismo. Saber esperar é uma condição humana favorável às conquistas. Saber esperar significa lidar com o tempo a seu favor.
Saber esperar é um primo próximo da
conquista e da construção.
Viver a reciprocidade, enxergar o
outro, também é conseqüência da
aprendizagem de tolerância às frustrações desenvolvida a partir do tempo de espera: “...sei esperar meu pai
providenciar a compra de minha bicicleta...” A reciprocidade deve ser vista como equilíbrio: só doar indica fragilidade, pois está sempre se submetendo à vontade dos demais; o prazer
depositado apenas no prazer do outro. No entanto, só sentir prazer em
receber significa ignorar quem nos
rodeia; é estar centrado sobre si mesmo negando a presença do outro.
Se, acima citei que saber lidar com
a frustração é ter nas mãos um elemento fortalecedor da vida, nada mais
simples que sugerir aos pais que propiciem, promovam, provoquem situações que possam ser resolvidas pela
frustração.
Como?
Não satisfazendo em tudo e/ou de
imediato os desejos dos filhos. Evitando criar tiranos que exigem muito dos
outros e muito pouco de si mesmo. É
não ter medo de dizer “não”. Mas há
uma pergunta: “.... porque será que
muitos pais têm tanta dificuldade em
se posicionarem contrários à vontade
dos filhos?” Acredito que:
„ Por medo de perderem o afeto des-
tes filhos – (isto não existe);
„ por acharem que o conflito não
leva a nada – (ledo engano);
„ o “não posso comprar” visto como
uma confissão de incapacidade e
não como estratégia educativa;
„ pelo fato dos próprios pais não conseguirem suportar frustrações:
“como é difícil aceitar uma reprovação escolar de seu filho... como
é difícil esperar um programa de
TV acabar para ver sua ordem cumprida ao chamar para comer...”,
são exemplos do dia a dia, mas
que revelam baixa capacidade de
espera.
E na escola, há o que fazer?
Da mesma maneira que é sugerida
aos pais ou seja, permitir que a frustração surja, pois na sociedade há regras que devem ser cumpridas mesmo que isto dê origem a desagrados
individuais. A escola é um sistema que
pode ser vivido como uma mini-sociedade, pois há como lidarmos com sistema de hierarquia, com a lei do mais
forte, com valores e preceitos básicos,
etc. Causa e conseqüência podem
aparecer de maneira mais efetiva,
quase que como uma simulação para
situações mais sutis, mas que trazem
em seu bojo o mesmo princípio.
Novas experiências são
enriquecedoras.
Prepará-los para saber lidar com a
frustração, tirar proveito delas e se fortalecer, significa não só aceitar, como
estimular movimentos de “afastamento” quando surgem; aceitar um convite, por exemplo, para dormir na casa
de amigos é estar em contato com outras realidades, adaptando-se a novas
regras, é conhecer, comparar, deduzir
que tudo o que aprendeu pode ser vivido de várias outras maneiras.
Mensagens de otimismo, encaradas
dentro do processo natural, devem
sempre ser enviadas tanto pela escola
como pelos pais, para que não se confirme a idéia errônea de que frustração é ruim “...não deu certo desta vez?
Ora... não faz mal... dará na próxima...” “Não conseguiu o que queria?
Tente de outra maneira”.
Autonomia, independência e autoconfiança são aspectos desenvolvidos
a partir da somatória de elementos
internos, características pessoais, com
a proposição e vivências externas.
Educadores e pais traçando linhas
que demarcam limites, não só estarão
ajudando a formar o indivíduo como
também mostrando que apesar da realidade ter suas asperezas é possível
conviver com ela de maneira
prazerosa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ESTRELA, Maria Teresa.Relação Pedagógica, Disciplina e Indisciplina na Aula. Porto
Portugal, Porto Editora, 3ª ed. 1992.
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas:
a teoria na prática. Porto Alegre, Artes
Médicas, 1995.
_______________O Verdadeiro, o Belo
e o Bom. Rio de Janeiro, ed. Objetiva, 1999.
GOLEMAN,Daniel. Inteligência Emocional,
Rio de Janeiro, ed. Objetiva, 28. ed.1995
Marlise Regina Severino Peters, RCM
CMI – Rio de Janeiro
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
47
FILOSOFIA
O existencialismo
no contexto atual
tação de objetivos egocêntricos, nesse caso, o da burguesia, que
objetivava enriquecer geometricamente sem se importar
com a classe
menosprezada e relegada à região periférica da sociedade que ela própria
criou de forma indireta, o proletariado.
Essa classe está representada, atualmente, pelos indivíduos que vivem
em condições desumanas. Mas
é possível classificá-los
dessa maneira,
sendo que temos o conhecimento
Ser humano e ser desumano
“A Filosofia deve auxiliar o
aluno do Ensino Médio a
tornar temático o que está
implícito e questionar o
que parece óbvio [...] A
leitura significativa de
textos filosóficos consiste
na capacidade de
problematizar o que é lido,
s
Surge o ser Humano. Surge a realidade imperfeita. Uma realidade que
vive sob constantes riscos e ameaças.
Uma realidade que quer, mas nem
sempre consegue. Uma realidade que
segue um caminho vital atribulado e
que, por isso, pode se tornar apenas
fantasia, mas uma fantasia irreal, porque fantasia geralmente alimenta es-
48
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
peranças, entretanto o Humano, o ser Humano, mesmo fantasiado não deixará de ser incompleto. Pelo contrário, a estrutura “fantasiante”, a mente,
é perigosa, e acaba, portanto,
aperfeiçoando a atitude do SER,
DE DEIXAR DE SER, e se tornar
uma verdade imperfeita.
À medida que ocorreu o
desenvolvimento humano,
enquanto ainda vivia-se
do nomadismo, a convivência social se tornava cada vez mais
desarmônica devido à
constante busca pela sobrevivência. Já quando um
indivíduo resolveu delimitar
um pedaço de terra, tornarse sedentário e dizer “isto me
pertence”, os sentimentos relacionados ao ódio e à vingança e,
principalmente à ambição deixaram
de ser dominados pelos hominídeos e
passaram a controlá-los, pois a luta já
não era mais realizada devido à necessidade da sobrevivência, mas sim
da posse. A “máscara-esconderijo” se
esfacelava e o homem passava a mostrar a sua capacidade de poder ter poder. Poder esse que tornava o ser em
questão mais imperfeito, inacabado
moralmente.
Adiantando-se no processo
evolucionário histórico, presenciamos,
na revolução industrial, bem como em
outros pontos temporais, a manifes-
de que
ser Humano possui o
mesmo significado de ser imperfeito? Na verdade, estaríamos intitulando-os seres supremos. Mas eles não são. Portanto, devemos simplesmente
dizer: indivíduos que são Humanos de forma mais acentuada. É interessante notar
que mesmo passando por sérias necessidades materiais,
como a falta de alimento, a
falta de algo que lhes aqueça, essa parte da sociedade
ainda ama e possui dignidade a ponto de estar, sem
sombras de dúvida, perfeita moralmente.
Já os nossos ricos
ignóbeis, detêm o material, mas lhes falta o que a
classe, classificada por eles
como inferior, possui: a capacidade de amar. Sendo assim, é mais satisfatório ser humano, ou seja, imperfeito, materialmente e desumano, ou perfeito, eti-
camente. Contudo, há pessoas que
pensam o contrário, só que, querendo ou não, o tempo mostrará a melhor face da imperfeição; e quando
isso ocorrer, a vida poderá ser administrada adequadamente.
Porém, o pior ainda não é presenciado com essas questões. Ele ocorre
quando a mente apodera o ser e suga
o que restou, se havia, da vontade de
um dia ser menos errante. Quando
isso ocorre, e com certeza ocorrerá
com os constituintes do meio, porque
o pior sentimento produzido pela mente, o egoísmo, só evoluiu (o retrocesso podia ocorrer, no entanto não foi
realizado), o suicídio é presenciado.
Nesse estágio o homem não sabe mais
conjugar o verbo ser no presente, porque agora ele é nada mais que o passado.
Nem por isso uma rosa estará ausente em um campo de batalha. Nesse caso, a rosa designa aqueles autênticos seres que vêem o problema
e dizem “Prazer em conhecê-lo”, ou
melhor, “Que bom te encontrar de
novo”. Para eles a imperfeição gerada por esses problemas, se tratada
como casual e eliminada o quanto
antes (que é o que deveria ocorrer com
toda a sociedade), leva à amenização
da falta de complexidade. E é assim
que segue o ser Humano, o ser errante, incompleto, lançado ao mundo.
Texto produzido pelo aluno Guilherme
Cenci, da 2ª série A, do Ensino Médio,
do Colégio Madre Carmen Sallés - Brasília
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
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PROJETOS
Favorecendo a integração das
crianças à escola
a
A entrada da criança na escola a
coloca frente a novas experiências que
repercutirão no seu desenvolvimento
afetivo, cognitivo e social. Uma dessas novas experiências é o afastamento do ambiente familiar durante várias horas do dia, entrando num ambiente completamente novo.
Para a família a separação da criança tem repercussões importantes.
O fato de separar-se do filho provoca
ansiedade por confiá-lo a adultos,
geralmente desconhecidos, o que produz também o sentimento de ceder
seu papel à escola.
Um acompanhamento nessa fase
faz-se necessário para que ocorra a
inserção gradativa da criança no ambiente escolar, diminuindo a ansiedade da criança e da família, em relação à quantidade de elementos novos que vão aparecendo na vida do
aluno: pessoas, espaço físico, rotina e
atividades. Muitas crianças ficam cansadas quando realizam várias atividades e ao se depararem com tantos
elementos novos.
Iniciar a rotina escolar significa também mudar a rotina diária como o
sono, a alimentação, embora essa
mudança não precise ser brusca, de
um dia para o outro, mas necessita
tempo para que a criança se acostume e realize as mudanças segundo
seu desenvolvimento próprio, seu ritmo.
É interessante que já nos primeiros
dias a criança entre em contato com
a rotina comum da escola, mesmo
que esta seja flexível para ela. Isso é
fundamental para que se sinta segura. A organização do tempo que ela
vai ficar na escola permite diminuir
sua ansiedade em relação ao momento de separação da família. Aos poucos a criança vai se adaptando à se-
50
50
INTEGRAÇÃO
INTEGRAÇÃO Dezembro
Dezembro2006
2006
qüência de atividades e acaba percebendo que há um momento de
chegada à escola e um momento de
saída, que representa a chegada da
mamãe ou do papai. Com uma rotina estruturada a criança, aos poucos,
vai fazendo relações como: “depois
do parquinho será a hora do lanche...”, “depois da historinha, a mamãe irá chegar”, etc.
Pensando nesse primeiro momento da criança na escola, o CIC-Passos tem desenvolvido alguns projetos
como:
“A tarefa da educação é estimular
a investigação do conhecimento e
as características exploradoras e
inquisidoras, naturais nas crianças”
John Dewey
O projeto inclui na rotina passeios
pela escola para que o grupo conheça o espaço físico, as salas de
aula, os setores de atendimento, a
Capela, os ginásios poliesportivos, e
outros espaços educativos. Acreditamos que o ambiente escolar deva ser visto como um meio rico no
processo ensino-aprendizagem e no
processo de adaptação da criança
para inseri-la melhor nesse ambiente e favorecer sua integração na escola.
“Eu sou assim...”
Explorando o
Ambiente Escolar
Esse projeto tem por objetivos:
Apresentar a escola real à criança,
desde os primeiros dias de aula, para
que possa ir se familiarizando com
o espaço aonde vai permanecer
por um tempo prolongado.
Propiciar o contato com outras crianças e adultos que vão conviver
com a criança na escola, mesmo
não interagindo o tempo todo com
ela.
Dando seqüência ao projeto: “explorando o ambiente escolar”, foi
iniciado o projeto “Eu sou assim...”
cujo objetivo é:
o reconhecimento e identificação
do aluno no ambiente escolar e
de suas particularidades.
As atividades giram em torno do
aluno e seu meio, sua idade, seu desenho, sua família, seus gostos e preferências, seus coleguinhas, sua professora, sua escola e os locais mais
agradáveis, animais de estimação, frutas, entre outras...
Para cada registro é utilizada uma
técnica de pintura, desenho
ou colagem que possibilita ao aluno,
desde o Maternal, o conhecimento
e a experiência de várias formas
de registros. No momento das atividades, pode ser notado o
envolvimento dos alunos e o prazer
que experimentam ao manipular tintas, papéis, colas.Todos esses fatores
são importantes para que o professor
possa verificar e avaliar o desenvolvimento de cada aluno segundo seu ritmo próprio.
Na rotina estabelecida para as crianças estão incluídas brincadeiras que
as levam ao seu mundo imaginário,
ao mundo do faz-de-conta, tão específico dessa fase infantil. As experiências vividas na infância são refletidas
nas brincadeiras e as brincadeiras se
refletem na maneira como as crianças lidam com os acontecimentos do
dia-a-dia.
Juliana Zorzin Silva
Coordenadora Pedagógica- Segmento I
– CIC PASSOS
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
51
PROJETOS
Projetos de Lei
a
Ainda dentro do grande tema que
conduziu as atividades pedagógicas do
ano, o Ensino Médio do CMI-SP realizou uma atividade de elaboração de
projetos de leis relacionadas ao “Meio
Ambiente e Cidadania”. Entre os assuntos, pesquisados e discutidos, estão Reciclagem, Preservação da água,
do solo, da atmosfera, Inclusão de deficientes e outros.
O trabalho foi desenvolvido desde
o início do ano letivo, tendo incluída,
entre outras ações, uma visita dos alunos da 3ª série A e B do EM à Assembléia Legislativa do Estado de São
Paulo. Lá, puderam assistir a palestras sobre a importância do voto e a
um debate com os representantes dos
principais partidos presentes. Na escola, houve o fechamento desse estudo com uma apresentação dos alunos no auditório, encenando uma sessão e foi feita a escolha de três projetos de lei da autoria deles para serem
apresentados à própria Assembléia.
52
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
Os mais votados tiveram representantes das três séries do Ensino Médio. Da 1ª série A, foi escolhido o referente ao “Reuso de água nas escolas públicas do Estado” elaborado
pelos alunos: Ana Laura, Gabriela,
Nathalia, Pedro e Vanessa Guedes.
Da 2ª série B, foi escolhido o de
“Ensino da linguagem de surdos e
mudos nas escolas públicas e particulares” elaborado pelos alunos: Luiza,
Alexandre, Lucas, Pedro K. e Fabiane
e das 3as séries foi escolhido o de
“Reciclagem de pilhas e baterias”
elaborado pelas alunas: Ana Carolina, Bruna, Carolina, Flávia, Gabriela
e Lais da turma B.
Essa experiência, vivenciada por
eles, pode motivar um exercício extraordinário de cidadania e efetiva
concretização dos aprendizados desenvolvidos em sala de aula,
viabilizando o tema do Projeto da escola.
Esse trabalho foi orientado, de perto, pelo Prof. Marcos de História e
apoiado pela Coordenação/Direção/
Professores das outras disciplinas por
meio dos conteúdos trabalhados conforme as áreas específicas. Os três projetos escolhidos pelos alunos do Ensino
Médio serão encaminhados, de fato,
para a Assembléia Legislativa.
Coordenadoras: Márcia Reda, Maria
Luiza Lopes Martins, Mauricéia Ribeiro e Regina Célia P. Falcini Costa Curta
- CMI - SP
Valorizando o
ambiente
em que vivemos
a
A turma do nível II do Lar Maria
Imaculada – Mococa, desenvolveu o
Projeto “Plantas Medicinais”. Os principais objetivos foram: ampliar o conhecimento sobre os benefícios da natureza, explorar e compreender o ambiente, ajudar as crianças a se
conscientizarem que são parte integrante da natureza.
O projeto iniciou-se com pesquisas realizadas em casa, mostrando a
importância da natureza e procurando conhecer as plantas que
têm o poder curativo: as plantas
medicinais.
As questões levantadas pelas crianças foram trabalhadas em
roda de conversa em sala de aula,
surgindo a idéia de preparar um
canteiro de plantas medicinais no
Lar e o cultivo de outras mudas
em vasos, para que as crianças
pudessem levá-las para casa.
A partir dessa idéia, conversamos com o jardineiro Sr. Jesuíno
e procuramos o melhor lugar para
o cultivo das plantas. Começamos
os trabalhos com a preparação
do solo e o plantio no canteiro e
nos vasos, num processo contínuo.
Todos os dias as crianças dedicaram
tempo para o cuidado com as plantas. O desenvolvimento foi acompanhado pelas crianças, no dia-a-dia e
registrado com fotos.
A expectativa grande das crianças
era a de perceber quanto tempo as
plantas demorariam em se desenvolverem e quando começariam a produzir. Finalmente, depois de vinte e
cinco dias, surgiu a primeira flor em
uma das mudas. As crianças continuaram aguardando o surgimento de
flores em outras mudas. Os cuidados
passaram a ser maiores. Cada criança se dedicava intensamente à sua
plantinha. Algumas crianças até conversavam com elas.
Após terem aprendido os cuidados necessários que uma planta precisa, as crianças levaram suas plantinhas para casa e passaram a relatar,
junto com a família o desenvolvimento da mesma.
Em um dos relatos uma criança
diz: “Com a ajuda da minha mãe
eu tirei a minha muda do vaso e
plantei-a no quintal (na terra). As
folhas estão verdinhas, cada dia
ela cresce um pouquinho e já está
com três lindas flores!
Percebemos que a união entre a teoria e a prática não só ajudou as crianças na compreensão
do tema, como também despertou nelas o interesse pelos cuidados com a natureza, que tanto
contribui para nossa vida e saúde.
Luciana Cristina de Oliveira
Professora do Lar Maria Imaculdada
- Mococa/SP
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
53
PROJETOS
Cidadania&
meio ambiente
e
Em 2006, o Colégio Maria Imaculada/SP está completando 70 anos, o
que é motivo de orgulho para todos
que fazemos parte desta família: a
Família Concepcionista. Nesse clima
de festa e alegria, associamos os estudos realizados, cotidianamente, com
os temas transversais e decidimos, em
nosso Projeto Científico-Cultural 2006,
trabalhar o Tema: “Cidadania e Meio
Ambiente – CMI/70 anos” da Educação Infantil ao Ensino Médio. Esse
tema central foi subdividido em
“subtemas” por segmento e por sé-
rie, para um maior aprofundamento,
considerando faixa etária, interesses
e necessidades.
Por meio de estudos do meio, palestras, leituras para análise, ações
sociais, os alunos pesquisaram problemas reais de nosso dia-a-dia, buscando soluções e conscientizando-se de
sua responsabilidade social.
No EF II e EM, as alunos foram
motivados a realizar uma ação social
comunitária, relacionada ao tema estudado, partilhando o aprendizado
com outras pessoas que puderam perceber a necessidade de “darmos as
mãos” numa ação conjunta pela paz,
pela preservação da natureza e pelo
respeito entre irmãos.
Cada professor em sua disciplina,
orientou os alunos e pediu-lhes um
trabalho individual que desse subsídio para o tema da série. Paralelamente, eles foram divididos em grupos e puderam escolher um aspecto
dentro do subtema da série para desenvolver e aprimorar, apresentandoo na “Feira Cultural” do dia 16/09,
de uma maneira dinâmica e criativa,
partilhando suas descobertas e conhecimentos com amigos e familiares.
SUBTEMAS:
Educação Infantil:
Animais
Ensino Fundamental:
1ª a 4ª séries: CMI - Ontem e
Hoje
5ªs séries – Os Direitos da Criança
6ªs séries – (Melhor Idade)
7ªs séries – Sem água não há vida
– Jeremoabo e São Paulo
8ªs séries – Viver em São Paulo –
Cidadania e Ética (Saúde e aspectos geográficos)
Ensino Médio
1º Ano – Poluição Atmosférica e
Hídrica
2º Ano – Poluição Sonora, Hídrica
e do Solo
3º Ano – Reciclagem de Resíduos
Os alunos foram profundamente
envolvidos, apresentando experiências, contando vivências, explicando
conceitos com segurança e desenvoltura. Todos os presentes puderam observar a criatividade, a assimilação de
conteúdos, a beleza estética e a organização dos trabalhos no evento.
Além das apresentações mais variadas pelas salas de aula e pátios,
houve uma programação especial de
dança e música em homenagem aos
70 anos de um Colégio, que apesar
de todas as dificuldades: mudanças
nos tempos, questões econômicas,
etc. não deixou de manter seu foco
central: favorecer a formação integral
de cada pessoa, comprometendo-se
na construção de uma sociedade mais
justa e fraterna mediante o testemunho, o anúncio e a experiência de um
conjunto de valores característicos do
carisma e da espiritualidade de Me.
Carmen Sallés.
Coordenadoras: Márcia Reda, Maria
Luiza Lopes Martins, Mauricéia Ribeiro e Regina Célia P. Falcini Costa Curta
CMI – SP
CONTINUA
CON-
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INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
INTEGRAÇÃO
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PROJETOS
Os alunos do CMI-SP
desde o Infantil ao Ensino Médio, juntamente
com os professores, apresentaram um grande projeto: “Cidadania e Meio
Ambiente – CMI 70 anos”.
As quatro séries do Ensino Fundamental I enfatizaram os “70 anos do
CMI-SP”. O objetivo foi, por meio de
diversas atividades, fazê-los conhecer
mais profundamente a Instituição, valorizando sua história e sua evolução
nos aspectos econômicos, sociais,
arquitetônicos, culturais, éticos e religiosos.
Com pesquisas, estudo do meio,
leituras para análise, entrevistas, coleta de dados, construção de
maquetes, teatro de fantoches, apresentações de experiências, pintura de
telas e elaboração de músicas e poemas, os alunos ampliaram seu conhecimento fazendo uma análise comparativa entre a sociedade de ontem
x sociedade atual, percebendo que,
também, são co-autores dessa história.
Todos estavam trajando a camiseta CMI-70 anos, feita com criatividade
e beleza, tornando o evento mais vibrante!
Maria Luiza Lopes Martins
Coordenadora de 1ª a 4ª séries EF I
CMI – SP
As 1ª séries desenvolveram o tema CMI Hoje, mostrando através de
maquetes o bairro Paraíso, onde está inserido o CMI.
compreende para crer”
(Santo Agostinho)
As 2ª séries, os 70 anos do CMI no bairro Paraíso.
As 3ª séries, Mulheres de Coragem: Seguidoras de Me Carmen Sallés
O CEMI presente na Feira
O Centro Esportivo Maria Imaculada também participou da Feira Cultural e do Aniversário de 70 anos
do CMI mostrando seu trabalho através da dança.
As 1as e 2as séries representaram o sonho de Me
Carmen Sallés.
A 3ª série representou a semente de seu amor espalhando frutos por todo o mundo.
As 4 as séries A e B representaram o tempo em que
o CMI deu abertura para novos tempos, recebendo meninos.
A 4ª série C representou o nascimento de uma nova
semente plantada no CMI, que é o nascimento do
CEMI – Complexo Esportivo Maria Imaculada.
Márcia Gramani
Coordenadora de Fitness e Professora de Educação Física
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INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
“Crê para compreender,
a
Acreditando que para lutar por uma
causa é importante crer que ela é
possível, o projeto “Paz querer é fazer” possibilitou a todos nós do Colégio Regina Pacis, BH, vivenciarmos,
através de dinâmicas, leituras e debates, o prazer e a beleza da luta pela
paz.
O Colégio integrou a proposta do
projeto Edições Paulinas a uma Mostra Cultural que aconteceu internamente na escola em dois momentos:
1º momento: no dia 18 de agosto
de 2006 - concurso por série: de cada
série do segmento dois (Ensino Fundamental II e do Ensino Médio) e segmento um (Ensino Fundamental I) foram selecionados um trabalho de cada
categoria (desenho, redação e poesia) pelos professores de línguas (espanhol, inglês e português) e a professora de artes
2º momento: Após essa seleção
realizou-se um concurso interno para
Paz
querer é fazer
a escolha dos melhores trabalhos, sendo escolhidos dois de cada categoria.
A solenidade de premiação do
Projeto Paz: Querer é Fazer aconteceu no dia 23/09, às 08 horas, edição 2006 e contou com uma grande
participação dos alunos junto a outras
26 escolas de Minas Gerais. O evento, patrocinado pela editora Paulinas,
teve como destaque, entre outros, a
aluna Amanda Beaumord Perillo de
Siqueira da 4ª série do Ensino Fundamental do Colégio Regina Pacis
- BH, na categoria poesia. A premiação
da aluna Amanda vem confirmar a
filosofia da escola: “A paz só é possível se houver inclusão”
Ao desenvolver o projeto, os alunos
entenderam que, como cidadãos do
Brasil e do mundo, são responsáveis
pela construção de uma convivência
solidária, cuidadosa e pacífica. Essa
compreensão foi revelada na riqueza
das redações, poesias e desenhos apresentados para o concurso.
P
a
z
e inclusão s
Deficiente nunca fo
A pessoa que não
Deficiente sempre
ocial
i
tem braço.
foi
Quem não conseg
ue dar um abraço.
Deficiente nunca fo
i
A pessoa que não
tem perna.
Deficiente sempre
foi
Quem não tem am
izade eterna.
Deficiente nunca fo
i
Quem anda de cade
Deficiente sempre
ira de rodas.
foi
A pessoa que se ac
ha poderosa.
Deficiente nunca fo
i
Quem precisa de as
sistência especial.
Por isso peço a todo
s:
PAZ E INCLUSÃO
SOCIAL.
Amanda Beaumor
d Perillo de Sique
ira
Aluna da INTEGRAÇÃO
4ª série do EF doDezembro
2006
Colégio Re
gina Pacis - BH
57
PROJETOS
Museu
Virtual
Carmen Sallés
a
A criação de um museu virtual do Colégio Madre Carmen Sallés é um projeto que envolve a Arte e a Cultura, o
conhecer artístico como reflexão e a contextualização da
época dos indivíduos das culturas distintas.
Os museus são instituições que visam a preservação e
exposição da produção artística representativa da trajetória do homem sobre o planeta. O papel dos museus em
nossa relação com as obras de arte é relativamente recente, final do século XIX e início do XX. O acesso a essa
produção da cultura material humana, até então restrita à
população de cada país, se faz através de mecanismos
tecnológicos modernos associados à Internet.
Pensando que durante muito tempo a Educação Artística foi considerada uma atividade de entretenimento, uma
pausa se faz necessária em meio às demais disciplinas —
essas sim, pra valer. Hoje, entretanto, ela tem o “status”
de um valioso recurso para reflexão, compreensão e exercício da cidadania, posicionamento crítico e valorização
da pluralidade cultural do país, com conteúdos próprios
ligados à cultura artística e não apenas à atividades cotidianas. A Educação Artística, agora denominada “Artes”,
compartilha com outras disciplinas a responsabilidade de
contribuir para a formação do aluno, despertando o sentido estético, estimulando a expressão artística por meio de
diversos materiais e formas, mobilizando sentidos e capa-
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INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
cidades essenciais para o desenvolvimento humano. Nos
dias de hoje, inúmeras informações científicas são coletadas
pelos sensores eletrônicos de satélites espaciais que, entendidos como ampliação do olhar humano, nos permite
perceber a atualidade de uma frase de Leonardo da Vinci:
“O que é visível é compreensível”. Desde então as imagens da ciência como as da arte, produzidas pelos sofisticados equipamentos das novas tecnologias da imagem,
exigem um aprender a ver para conhecer. E a arte, como
parte integrante do processo de aprendizagem, antecipa
o futuro, olha para frente, aprende a viver criativamente
na transdisciplinaridade.
Nesse contexto todo, é que propusemos aos nossos alunos um trabalho de natureza interdisciplinar: uma pesquisa, um centro de documentação e exposições de obras
artísticas dos alunos do colégio. E a escola, inserida no seu
tempo, disponibiliza à sua comunidade educacional o Museu Virtual Madre Carmen Sallés.
Pré-História
Acredita-se que o uso de imagens desenhadas pelo
ser humano teve inicialmente um caráter mágico,
fosse esta a do animal que conheceram, ou de um
indivíduo particularizado. Ele interpreta a natureza e a
expressa através da forma que dá aos diferentes animais aquilo que cada um deles significa.
Antiguidade
Egito
A arte egípcia pode ser considerada uma arte funerária, visto que suas principais representações plásticas estiveram sempre voltadas para a vida após a morte. A arte celebrava a grandeza do reino e a majestade do
faraó.
Idade Média
Renascimento
Foi o momento das grandes descobertas científicas e
de um grande aprimoramento cultural.
Os preceitos da Fé e da Razão se concentraram na busca daquilo que havia de divino no homem. Este passou a
ser o centro de todas as medidas, com o resgate da antiga
cultura greco-romana. Foi um período conhecido como o
dos grandes gênios da arte.
Barroco
Foi um período no qual o homem se encontra em conflito.
Caracterizou-se pelo movimento sinuoso e retorcido das
formas, pela exuberância de detalhes e ornamentos sem
função prática.
Neoclássico - Romantismo
Grécia
Na Grécia, a relação com a diversidade teve um caráter
fundamental, onde os deuses, admitidos como seres humanos, tinham como moradia o Olimpo. Todas as manifestações artísticas gregas eram caracterizadas pela proporção, harmonia, equilíbrio e a busca da beleza idealizada.
Roma
Os romanos caracterizaram-se pela utilização de elementos das diversas culturas por eles dominadas. Dentre estas
é importante salientar a apropriação que fizeram dos deuses gregos, adotando-os com todos os seus atributos e trocando-lhes apenas os nomes, como é o caso de Zeus, que
tornou-se Júpiter, ou de Dionísio que tornou-se Baco.
Esse estilo artístico do século XIX, pregava a imitação, em
termos gerais, dos modelos de arte clássica, greco-romana
e a observação de algumas vertentes formais da arte e
arquitetura da renascença italiana. Privilegiava-se uma arte
feita de equilíbrio, clareza, proporção, rigor formal.
O museu virtual Carmen Sallés pode ser visitado no site:
www.carmensalles.com.br
Professora Ângela Maria C. de Macedo Cortez
Professora de Artes do Ensino Médio e Ensino Fundamental do Colégio Madre Carmen Sallés
Formada em Artes pela Faculdade de Belas Artes de São
Paulo, Pós-graduada em Arte, Educação e Tecnologia Contemporânea, pela Universidade de Brasília (UnB)
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
59
PROJETOS
d
Da chegada dos portugueses ao
Brasil aos dias de hoje, os brasileiros
construíram um país de enormes riquezas. Mas, para isso, pagaram um
alto preço: o desgaste ambiental. Os
danos recaíram especialmente nas florestas, exploradas desde o início da
colonização, como a extravagante
extração do pau-brasil.
A Caesalpini echinata (pau-brasil)
também conhecida como ibirapitanga,
arabutã, brasilete, pau-rosado, pauvermelho, pau-de-pernambuco, imirá
piranga foi a primeira riqueza encontrada e explorada pelos portugueses
que vieram ao Brasil. Havia uma abundante oferta dessa nobre madeira em
certos pontos do litoral brasileiro, mas
muitos acreditavam ser ela uma fonte inesgotável. Foram muitos anos de
exploração e por muito tempo extraiuse o colorante “brasileína” do lenho
que dava cor às roupas da nobreza e
era usada para fabricar tinta de escrever. A exploração do pau-brasil,
para fins tintórios, só terminou no século XIX, com a descoberta das
anilinas químicas, o que eliminou o
uso dos corantes vegetais. A madeira
de pau-brasil era utilizada também
nas indústrias naval e civil. Hoje a
madeira de pau-brasil, quase extinta,
é empregada na confecção de arcos
de violino.
O Colégio Imaculada Conceição
(Passos) acredita que a educação deve
integrar conhecimentos, atitudes,
Pau- Brasil
árvore
símbolo nacional
60
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
ações e converter cada oportunidade
em experiência educativa. Por isso,
desenvolveu com seus alunos do Curso Infantil o Projeto Pau-Brasil. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a história, as características e utilidades da Caesalpinia echinata. Essa
maravilhosa espécie é nativa do Brasil e pertence à família das
leguminosas. Seu crescimento é mui-
to lento, mas, torna-se uma árvore de
grande porte, com até 12 metros de
altura. As flores são amarelas com
manchas vermelhas ao centro e com
um perfume marcante. Os alunos
aprenderam que o pau-brasil é conhecido devido ao fato de ter originado o
nome do nosso país. O projeto também envolveu o plantio de sementes,
o namoro na fase da germinação e
crescimento das mudas e a confirmação de que essa espécie tem baixa
germinação e crescimento lento. No
final do processo, os alunos participaram de um sorteio de belas mudas de
pau-brasil e tiveram a certeza de que
a natureza precisa de zelo, carinho e
respeito.
Observar a natureza, conhecer o
ambiente em que se vive e descobrir
formas de preservar e recuperar o que
foi destruído são belíssimas lições, que
merecem ser reproduzidas em todo
planeta.
É louvável acreditar que o destino
do planeta está além do presente, pelo
que fazemos, pela maneira como nos
comportamos.
Mesmo com a baixa germinação,
crescimento lento, não é impossível
aumentar a quantidade da espécie
Caesalpinia echinata árvore símbolo
Observar a natureza,
conhecer o ambiente em que
se vive e descobrir formas de
preservar e recuperar o que
foi destruído são belíssimas
lições, que merecem ser
reproduzidas em todo
planeta.
nacional, mas é preciso usar um adubo forte, adubo chamado AMOR.
Fazer a nossa parte é um compromisso de responsabilidade para com
o planeta, é dar condições de sobrevivência às futuras gerações.
Madre Teresa de Calcutá escreveu:
“O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma
hora para outra. Construa assim mesmo. Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode nunca ser o bastante. Dê
o melhor de você assim mesmo.”
Laura Borges Silva – CIC – Passos/MG
Bióloga e Técnica de Laboratórios
CIC PASSOS - MG
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
61
PEDAGOGIA
PROJETOS
PROJETO
Identidade
o
O trabalho com projetos possibilita a integração das áreas
do conhecimento, evitando a fragmentação. Propõe desafios, desperta a curiosidade e permite à criança confrontar
suas hipóteses com o conhecimento historicamente constituído, caminhando, gradativamente, para a construção de
conhecimentos científicos. Permite um trabalho amplo e
flexível, aumentando significativamente o repertório infantil
o que possibilita a construção de novos conhecimentos
gerando possibilidades de uma aprendizagem significativa
e contextualizada.
O tema Identidade justifica-se por abrir um espaço para
a criança se conhecer, conhecer o outro e o mundo em
que se encontra, desenvolvendo sentimentos de confiança e auto-estima necessários à socialização, ao desenvolvimento da linguagem e a novas formas de expressão,
permitindo a cada aluno reconstruir a sua história com seus
gostos, vontades e desejos.
Foi pensando em tudo isso, que as professoras do Maternal III e 1º período do Colégio Regina Pacis resolveram
desenvolver o PROJETO IDENTIDADE. Entre as atividades
propostas às crianças construíram uma linha do tempo com
fotos de sua vida desde o nascimento. Construíram também um boneco de espuma e TNT que acompanhava as
crianças pela escola e em casa nos finais de semana.
O trabalho tinha como objetivos principais:
Proporcionar possibilidades variadas de se conhecer e
de experimentar, ludicamente, novas formas de expressão;
62
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
Ampliar o conhecimento do
mundo, observando novos costumes e novas formas de vida e
contribuindo na socialização como
um todo;
Desenvolver cuidados pessoais;
Possibilitar o exercício da expressão lúdica e artística
pela criança;
Desenvolver o exercício da auto-imagem e da autovalorização.
Enfim, o projeto permitiu a cada aluno reconstruir a sua
história com seus gostos, vontades e desejos, trabalhando
pontos significativos que norteiam o seu dia-a-dia.
Denilde Gomes, Professora do Maternal III e Luciana Camilo,
Professora do 1º Período
Colégio Regina Pacis - BH
Onde tudo começou
A transformação desde o início da educação
a
As irmãs concepcionistas
têm como missão evangelizar através da educação, e
favorecer a construção de
uma sociedade de pessoas
justas, honestas e solidárias.
Para cumprir essa missão é
sumamente importante contar com uma equipe de educadores constituída por pessoas que tenham esses valores internalizados.
Propiciar a formação continuada aos educadores da
Creche Madre Carmen
Sallés e Obra Social Maria Imaculada
é um compromisso constante da Instituição, visando à formação humana,
espiritual e pedagógica dos que assumem a missão de favorecer a educação integral das crianças.
Educadores que se constituem um
grupo coeso, ampliam a segurança no
desempenho da missão de formar cidadãos honestos, responsáveis, capazes de agir na sociedade como verdadeiros cristãos.
Mas a Creche Madre Carmen
Sallés e Obra Social Maria Imaculada, não se preocupam somente com
a formação dos educadores contratados. Também os pais, são convidados
a crescerem no conhecimento do que
melhor favorece a educação saudável das crianças.
Por isso, nas atividades diárias da
Creche Madre Carmen Sallés e Obra
Social Maria Imaculada, toda a equipe de educadores têm a preocupação
de educar as crianças na fé e de
ajudá-las a experimentarem o amor
de Deus. E mais ainda, a transmitirem na família o que aprendem.
A partir dessa realidade o círculo se amplia, e cresce o número
dos anunciadores desse mesmo
amor de Deus à comunidade em
que estão inseridos.
Temos também oportunidade de
evangelizar diretamente os pais em
nossas reuniões mensais, momento
em que procuramos trazer temas
formativos, que promovem na família, a paz, a solidariedade e a boa convivência comunitária.
No mês de agosto, mês da família,
a Ir. Wanilda nos proporcionou um
momento mágico falando sobre a educação dos filhos que começa desde o
ventre, “Onde tudo começou”...
Todos os participantes ficaram maravilhados com forma a com que Ir.
Wanilda abordou o tema, fazendo-nos
crer que o amor supera tudo, e levando-nos a uma reflexão profunda sobre
a importância do amor que devemos
dedicar aos nossos filhos, e que esse
amor irá contribuir para a formação
do caráter, da integridade e honestidade da criança.
Para melhor fixar a idéia de que a
família é a base na vida das pessoas e
que o amor prevalece em todos os momentos, a Creche e Obra Social propiciaram às famílias outro momento de
integração. Neste, os professores desenvolveram
juntamente com os pais,
oficinas em que estes tiveram a oportunidade de
criar diversos objetos com
materiais recicláveis.
As oficinas desenvolvidas foram as seguintes:
construção de bijuterias
(colar, brincos, porta-jóias), com canudinhos de
jornais; construção de brinquedos (carrinhos, vasos,
porta-treco.) com sucatas
e confecção de “xuxinhas” (para cabelos )com retalhos de tecidos.
A oportunidade de reunir e construir junto com às famílias, teve como
objetivo mostrar aos pais que tudo
se transforma, desde que tentemos
colocar em prática a nossa
criatividade e imaginação, acreditando no nosso potencial.
Nós, educadores, ficamos felizes
com o resultado, pois, pudemos colaborar, nos divertir e nos sentirmos
co-responsáveis. Reconhecemos a
importância que temos no processo
de desenvolvimento das crianças e
como podemos oportunizar a transformação do inimaginável em realidade, a sucata em objeto, e ao mesmo tempo oferecer às famílias momentos de felicidade e de esperança de um mundo melhor.
O resultado dessa experiência estava estampado no rosto das pessoas demonstrando alegria, satisfação
e prazer em realizar com os filhos
essas construções e podendo sentir
que realmente “A educação está no
afeto” (Gabriel Chalita).
Professora: Gláucia, Edjane,
Rosangela e Ivanilde
Creche Madre Carmen Sallés e Obra
Social Maria Imaculada – Samambaia - DF
INTEGRAÇÃO
Dezembro 2006
63
PEDAGOGIA
Reavivando
a forma de educar
“Ajuda-me a fazer só”
Material e ambientes
adequados favorecem o
crescimento harmonioso
da criança.
n
Navegando pelos sites de busca da
internet, alguns meses atrás, encontrei um rico material sobre Maria
Montessori, que achei muito interessante, objetivo e bem prático para
nossa didática de sala de aula. Vamos juntos partilhar desse conteúdo
e reavivar a EPC.
64
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
Maria Montessori forneceu fundamentação biopsicológica ao projeto de
Pierre Faure. Na formulação de seu
pensamento e prática personalizantes, Faure reconhece a grande influência de Montessori, sobretudo porque ela compreendeu e valorizou a
educação como chamado interior à
criança, à própria atividade, porém,
nos momentos didáticos montessorianos, a criança carecia de maior
explicitação da dimensão comunitária.
Maria Montessori fez descobrir
duas coisas: a necessidade do ambiente e do material adequado, permitindo à criança agir sozinha.
Maria Montessori nasceu na Itália,
em 1870, e morreu em 1952. Formouse em medicina, iniciando um trabalho com crianças anormais na clínica
da universidade, vindo posteriormente dedicar-se a experimentar em cri-
anças sem problemas, os procedimentos usados na educação dos não normais.
A pedagogia Montessoriana relaciona-se à normatização (consiste em
harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, corpo, inteligência e vontade). As escolas do Sistema
Montessoriano são difundidas pelo
mundo todo. O método Montessoriano
tem por objetivo a educação da vontade e da atenção, oferecendo à criança liberdade para escolher o material a ser utilizado, além de favorecer
a cooperação.
Os princípios fundamentais do
sistema montessori são: a atividade, a individualidade e a liberdade,
enfatizando os aspectos biológicos,
pois, considerava que a vida é desenvolvimento, achava que era função da
educação favorecer esse crescimento. Os estímulos externos formariam o
espírito da criança, precisando, portanto ser determinados. Assim, na sala
de aula, a criança era livre para agir
sobre os objetos sujeitos a sua ação,
mas
estes
já
estavam
preestabelecidos, como os conjuntos
de jogos e outros materiais que desenvolveu.
A pedagogia de Montessori insere-se no movimento das Escolas
Novas, uma oposição aos métodos tradicionais que não respeitavam as necessidades e os mecanismos
evolutivos do desenvolvimento da criança. Ocupa um papel de destaque
neste movimento pelas novas técnicas que apresentou para os jardins de
infância e para as primeiras séries do
ensino formal.
O material criado por Montessori
tem papel preponderante no seu trabalho educativo, pois pressupõem a
compreensão das coisas a partir delas
mesmas, tendo como função estimular e desenvolver na criança, um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto.
Ela produziu uma série de cinco grupos de materiais didáticos:
„ Exercícios para a vida cotidiana
adição, da subtração, da multiplicação e da divisão. O Material Dourado
desperta no aluno a concentração, o
interesse, além de desenvolver sua
inteligência e imaginação criadora,
pois a criança, está sempre predisposta ao jogo. Além disso, permite o estabelecimento de relações de graduação e de proporções, e finalmente,
ajuda a contar e a calcular.
O aluno usa (individualmente) os
materiais na medida de sua necessidade e por ser autocorretivo faz sua
auto-avaliação. Os professores são
auxiliares de aprendizagem e o sistema peca pelo individualismo,,
embora, hoje sua utilização seja feita
em grupo.
No trabalho com esses materiais a
concentração é um fator importante. As tarefas são precedidas por uma
intensa preparação, e, quando as crianças terminam, se soltam, felizes
com sua concentração, comunicandose então com seus semelhantes, num
processo de socialização.
A livre escolha das atividades
pela criança é outro aspecto fundamental para que exista a concentração e para que a atividade seja for-
madora e imaginativa. Essa escolha
se realiza com ordem, disciplina e com
relativo silêncio.
O silêncio também desempenha
papel preponderante. A criança fala
quando o trabalho assim o exige, a
professora não precisa falar alto.
Pés e mãos têm grande destaque
nos exercícios sensoriais, não se restringem apenas aos sentidos, fornecendo oportunidades às crianças de
manipularem os objetos, sendo que a
coordenação se desenvolve com o
movimento.
Em relação à leitura e escrita, na
escola montessoriana, as crianças conhecem as letras e são introduzidas
na análise das palavras e letras; estando a mão treinada e reconhecendo as letras, a criança pode escrever
palavras e orações inteiras.
Em relação à matemática os materiais permitem o reconhecimento das
formas básicas, permitem o estabelecimento de graduações e proporções,
comparações, induzem a contar e
calcular.
Marly Botazini Rodrigues
Profª Ms em Educação - CIC MACHADO
„ Material sensorial
„ Material de linguagem
„ Material de matemática
„ Material de ciências
Esses materiais se constituem de
peças sólidas de diversos tamanhos e
formas: caixas para abrir, fechar e
encaixar; botões para abotoar; série
de cores, de tamanhos, de formas e
espessuras diferentes. Coleções de
superfícies de diferentes texturas e
campainhas com diferentes sons.
O Material Dourado é um dos materiais criado por Maria Montessori.
Este material baseia-se nas regras do
sistema de numeração, inclusive para
o trabalho com múltiplos, sendo confeccionado em madeira, é composto
por: cubos, placas, barras e cubinhos.
O cubo é formado por dez placas, a
placa por dez barras e a barra por dez
cubinhos. Este material é de grande
importância na numeração, e facilita
a aprendizagem dos algoritmos da
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
65
PEDAGOGIA
Em busca da ruptura provocada pelo
conhecimento
o
Relatos de experiências em sala de aula
O trecho da obra de Clarice
Lispector narra o diálogo da personagem Macabéa, retirante nordestina
que tenta vida nova na cidade grande e seu pretendente Olímpico, acerca das inquietações provocadas pela
escuta cotidiana da Rádio Relógio.
“_ Eu gosto tanto de ouvir os pingos de minutos do tempo assim: tictac-tic-tac-tic-tac. A Rádio Relógio diz
que dá hora certa, cultura, anúncios.
Que quer dizer cultura?
_ Cultura é cultura _ continuou ele
emburrado. _ Você também vive me
encostando na parede. [...]
_Sabe o que mais eu aprendi? Eles
disseram que se devia ter alegria de
viver. Então eu tenho.”1
Evoco esta conversa para iniciar
uma reflexão sobre a função do conhecimento e as maneiras de transmiti-lo. De acordo com o psicopedagogo Júlio Groppa Aquino, no
texto acima, “nos deparamos de um
lado com Macabéa ávida de respostas, enamorada pelas indagações,
emaranhada numa espécie de dívida;
do outro com Olímpico, forjando respostas que não explicam, esquivando-se a qualquer preço da dúvida.
Transversal a ambos, a Rádio Relógio
os ultrapassa, (in)formando, veiculan-
1
LISPECTOR, C. A hora da estrela. 21ª ed. Rio de
janeiro, Francisco Alves, 1993, pp. 66-7. Apud
AQUINO, Júlio G. “Conhecimento e mestiçagem: o
efeito Macabéa”. In: AQUINO, Júlio G. Do cotidiano
escolar: ensaios sobre a ética e seus avessos. São
Paulo, Summmus, 2000, pp. 206.
2
: AQUINO, Júlio G. Do cotidiano escolar: ensaios
sobre a ética e seus avessos . São Paulo, Summmus,
2000, pp. 206.Grifos nossos.
66
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
do saberes e poderes. Diferentes efeitos surtem da intervenção da Rádio no
cotidiano de dois personagens: o que
nela evoca inquietação, nele imprime
ameaça. Ambos, porém, tornam-se
objetos de uma ruptura provocada
pela Rádio: o corte do conhecimento”2. Como principiante no caminho
da docência, provocar na mente dos
alunos esse “corte do conhecimento”
tem sido meu grande objetivo.
Acredito que ao professor, mais do
que informar, caberia a função de formar o estudante, quer dizer, além de
transmitir o conteúdo, deve conduzir
seus alunos à dúvida, despertar seu
raciocínio crítico. Porém, como fazêlo? Eis uma questão que
perturba a
mente da maioria dos educadores nos
dias atuais. Infelizmente, esse texto
não traz uma resposta, nem o pretende. Este artigo visa trazer apenas o relato de al-
gumas experiências realizadas por alguém que constantemente se defronta
com esta pergunta.
Ao longo deste ano, como professora de História das turmas de 5ª série e da 6ª do período vespertino, do
colégio Madre Carmem Sallés, tenho
tentado encontrar maneiras de despertar o interesse de meus alunos pela
disciplina e ao mesmo tempo motivar seu raciocínio crítico. Recorri a ferramentas pedagógicas não muito convencionais (como o teatro e o rpg) sem
abandonar a exposição tradicional do
conteúdo.
A primeira experiência neste sentido foi realizada com as turmas de
5ª série, uma espécie de peça teatral, que recebeu o nome de um dia
na corte do faraó. Após uma série de
aulas expositivas sobre o antigo Egito, cada classe foi dividida em grupos
de quatro ou cinco alunos. Cada um
deles preparou uma breve
cena (de 5 minutos, mais ou menos)
para ser apresentada ao faraó e sua
corte. Os grupos e os papéis foram os
seguintes:
1) Grupo real - faraó, esposa, nobres
e seus familiares: deveriam receber os demais grupos na corte e
decidir sobre o que for pedido ou
relatado por eles. O faraó deve se
comportar como um verdadeiro
deus, a esposa e os demais devem
ser submissos, os nobres devem opinar sobre as solicitações feitas pelos demais grupos.
2) sacerdotes - sacerdotes de Rá,
escriba, tesoureiro e administrador
do templo: relatar as providências
tomadas sobre a festa do deus.
Deveriam falar sobre a importância dos deuses para os egípcios especialmente o deus Rá, os custos
e a estrutura da festa.
3) Construtores de pirâmides – arquiteto, mestre de obras, vigia: deveriam justificar o atraso nas obras
e pedir mais trabalhadores, explicar sobre a função das pirâmides,
o número de trabalhadores necessários para a obra.
4)Povo - felás (camponeses) e
artesãos: iriam solicitar ajuda
material devido à praga que destruiu as plantações. Deveriam
falar sobre as principais atividades agrícolas do Egito, como
era feito o plantio e também
sobre o comércio e as mercadorias produzidas.
5) Hebreus – escravos
conduzidos por guardas
egípcios. Os hebreus haviam iniciado uma manifestação de revolta contra o
mestre de obras da pirâmide. São levados diante do faraó para que ele
decida a punição que
deveriam receber. Os
guardas narraram o
acontecido. Ao receberem a sentença os
hebreus deveriam
questionar as con-
dições de trabalho a que estavam
submetidos e falar sobre as diferenças existentes entre sua religião
e a dos egípcios, porque não acreditam nos deuses egípcios e por
isso ,não se conformavam em trabalhar na construção das pirâmides.
Após a distribuição dos papéis,
cada aluno deveria pesquisar em casa
e construir seu personagem. Como
professora representei o papel do
faraó para melhor poder argüir os alunos sobre as funções que seu personagem representava na sociedade
egípcia.
Atividade semelhante foi realizada com os alunos da 6ª série, mas
desta vez o cenário foi a Idade Moderna, e a peça um julgamento realizado pelo tribunal do Santo Ofício.
Após as aulas expositivas sobre a Reforma Protestante e a Contra Reforma Católica, os alunos realizaram extensa pesquisa sobre os processos da
Inquisição portuguesa e também assistiram a trechos do filme “o Judeu”,
onde puderam acompanhar a
reconstituição de um julgamento. Realizamos então a divisão dos grupos:
um grupo de alunos desempenhou o
papel dos inquisidores, que auxiliavam
o inquisidor geral (papel também representado pela professora) a interrogar os acusados e testemunhas. Os
demais alunos foram os réus (uma feiticeira, um judeu, um protestante e
um herege), duas testemunhas, um
advogado de acusação e outro de defesa, para cada acusado. O julgamento foi realizado seguindo os procedimentos utilizados pelo tribunal do
Santo Ofício, por isso os acusados condenados participaram também da encenação de um ato de fé (procissão,
em que os sentenciados eram conduzidos em fila pelos inquisidores até o
centro de uma praça para serem executados).
Em ambas as experiências, a grande maioria dos alunos superou minhas
expectativas, realizando densas pesquisas sobre os papéis que iriam desempenhar, perdendo de forma
CONTINUA
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
67
PEDAGOGIA
PEDAGOGIA
Os Cientistas do
amanhã
Vivenciar!
Na vida, vivenciar é a melhor
forma de aprender e colher
os doces frutos dessa
experiência: o conhecimento.
Na Ciência, também!
gradativa a timidez, empenhando-se
na interpretação e participando ativamente das encenações. Em linhas gerais, essas atividades contribuíram
para desenvolver e priorizar a noção
do trabalho em grupo, auxiliaram os
alunos a se sairem bem em situações
que exigem o improviso e acima de
tudo fez com que se interessassem
mais por textos e autores variados,
ampliando o conhecimento do tema
estudado.
O ótimo resultado alcançado levoume a outras experiências, como utilizar o RPG (Role Playing Game). O primeiro passo do trabalho é a montagem da história que será “pano de
fundo” para abordagem do conteúdo. Os alunos da 6ª série voltaram à
época do descobrimento do Brasil.
Poderiam ser índios, membros da esquadra de Pedro Álvares Cabral ou
espiões espanhóis que buscavam furtar mapas que revelassem o caminho
para as Índias. Na história, cada personagem tem características físicas
(alto, magro, moreno...), habilidades
(artísticas, de montaria, de atirar...) e
atributos (força, destreza, intelecto,
presença, vontade...) classificados por
níveis (regular, bom, ótimo, forte, etc),
de acordo com a sua condição na trama. Os personagens precisam estar de
68
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
acordo com o período histórico. Depois de pronta a história e a caracterização dos personagens, a professora
juntamente com um dos alunos, acostumado com a prática do “jogo”, atuaram como mestres (narradores) do
jogo, que dividem os alunos em grupos, segundo a atuação de seus personagens na trama, e começam a
narrativa. A aula de História com RPG
tornou o aprendizado divertido, ao
mesmo tempo em que ampliou o interesse pelo tema estudado, pois ao
vivenciarem o que está sendo abordado empenharam-se muito mais em
conhecer o período estudado.
Aos poucos, os próprios alunos mais
motivados com a disciplina começaram a sugerir novas formas de aplicação de conteúdo. Foi assim, que o que
deveria ser uma monótona aula
expositiva sobre a cultura grega, se
transformou em um animado “sarau”,
no pátio da escola. Os alunos da 5ª
série, vestidos como os antigos gregos realizaram uma animada leitura
de poesias épicas, como Ilíada e Odisséia, líricas, como as odes de Píndaro
e Safo e encenaram pequenos trechos
de Édipo rei e Antígona de Sófocles.
Um tema de difícil compreensão tornou-se extremamente atraente para
alunos tão jovens.
Visualizar o fenômeno, tecer
hipóteses, experimentar,
tirar conclusões e viver
saboreando os frutos da
árvore do conhecimento.
Pois é com satisfação que a
equipe da área de Ciências
do Colégio Maria Imaculada
de Mococa, através de seu
trabalho experimental tem
visto nascer uma nova e
Todas essas experiências aqui descritas exigem do professor muita pesquisa, uma revisão do conceito de disciplina em sala de aula, paciência e
criatividade. Ainda assim, nem sempre dão certo, não são receitas de
sucesso garantido. Mas, instigam os
alunos, que tal como Macabéa, tornam-se tão “ávidos por respostas” que
parecem estar sendo mesmo alvos do
“corte do conhecimento”.
Renata Resende Silva Ferreira
Professora de História
(5ª série, 6ªsérie vespertino)
Colégio Madre Carmem Salles
Mestre em História pela USP.
valorosa geração de curiosos
pesquisadores: “os novos
cientistas”.
A pesquisa no Brasil
É do conhecimento de todos que o
Brasil, nas últimas décadas, tem perdido sistematicamente seus cientistas.
Alguns para a iniciativa privada, onde
são levados a buscar apenas conhecimento específico, quase sempre de
acesso restrito e de interesse de uma
minoria econômica. Outros para o es-
trangeiro, onde o investimento na Ciência é maior e, por isso mesmo, são
bem remunerados e valorizados. Digase de passagem, em ambos os casos
sempre brilham por sua criatividade,
perseverança e trabalho compromissado com os valores éticos e o bem
social.
Assim, constatamos uma triste realidade: o Brasil, ano a ano se afasta
do desenvolvimento tecnológico de
ponta, tão necessário às carências de
um país em desenvolvimento, que
cada vez mais tem abdicado de políticas sociais sérias em favor da
corrupção, enriquecimento ilícito e
total ausência de ética na condução
política da nação.
Os novos Cientistas
Pois nossos “novos cientistas” estão vindo para surpreender! Com um
perfil cristão, cidadão e uma séria pre-
ocupação ecológica, buscam construir
o conhecimento de forma ética e salutar e o empregam com acentuada
preocupação social.
E é essa mentalidade que os professores da área de Ciências do CMI
Mococa tem trabalhado para desenvolver.
Dotado de dois dos melhores laboratórios que as escolas de ensino fundamental e médio podem equipar, um
deles para a Física e o outro para a
Química e a Biologia, o CMI Mococa
conta com o empenho de uma equipe de Professores bem formados, experientes e sobretudo compromissados
com o conhecimento científico que
alavanque o desenvolvimento social
e a conservação e recuperação das
riquezas naturais do planeta, hoje vítimas de exploração inconsciente e
predatória.
CONTINUA
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
69
PEDAGOGIA
Embrião do feijão
Pela participação dos alunos pode-se constatar que as
aulas práticas estão despertando a curiosidade e o espírito
investigativo, essenciais para a formação de futuros cientistas.
“Qualquer momento é tempo
de se fazer Ciência!”
“Aprender é construir significados e
Ensinar é oportunizar essa construção”
É dessa forma que nas
séries iniciais do Ensino
Fundamental nossos alunos
já são levados a tecer suas
hipóteses científicas e avaliá-las no laboratório.
Foi assim com os alunos da 1ª série que, orientados pela
professora Rita de Cássia Vecchi e companhados pelo estagiário Luiz Henrique observaram, com o auxílio do microscópio, as estruturas internas da semente do feijão.
Puderam constatar a presença de Deus no milagre da vida
vegetal: um minúsculo embrião de semente é capaz de
originar toda uma nova planta.
Os alunos aprenderam que as sementes do feijão têm
casca, embrião e cotilédones que armazenam substâncias
nutritivas para o embrião durante sua germinação.
Fotossíntese
Para que isso aconteça de maneira prazerosa
e, pensando na formação de um novo cientista e de um novo cidadão, a professora de Ciências do Ensino Fundamental, Marta C. de
Paula, faz da sala um ambiente privilegiado.
Desenvolve um projeto “Despertando Vocações” que tem
como objetivo a complementação das aulas teóricas de Biologia, com as dissecações de órgãos bovinos (pulmão,
coração, olhos, rins etc), através das quais os alunos se
familiarizam com as estruturas dos órgãos do corpo. Ao
final do ano letivo, os alunos visitam o Laboratório de Anatomia da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos,
onde têm a oportunidade de conhecer órgãos humanos. É
o despertar da vocação científica!
Eletrizantes descobertas
Já os alunos das 3ª séries, orientados pelas professoras Maria
do Carmo e Imã Rosangela e pelo
estagiário Luiz Henrique observaram a liberação de oxigênio durante o processo de fotossíntese.
Verificaram também a presença
da clorofila utilizando o teste do
iodo.
70
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
Um jeito divertido de aprender eletricidade e eletrônica
foi o que a professora de Física, Gisele Gomes Chagas,
desenvolveu com seus alunos das 3ªs séries do ensino médio numa aula sobre medidores elétricos.
Utilizando o “Brain Box 188” os alunos tiveram a oportunidade de construir, com suas próprias mãos, sistemas
compostos de circuitos integrados de música, alarme e efeitos sonoros, fotossensores, campainhas, placa de toque,
etc. Utilizando o multímetro, puderam relacionar os tipos
de associações de componentes de cada circuito, comprovando experimentalmente a tensão e a corrente elétrica
em trechos diferentes.
Assim, divertiram-se manuseando os componentes e
aprenderam conteúdos relevantes. O assunto, assim estudado, nunca mais será esquecido!
Adepto dessa máxima, o professor de Física Luiz Smaira
busca, a todo instante, estimular a curiosidade de seus
alunos e, dentro ou fora do laboratório, fazer Ciência.
Foi o que aconteceu por ocasião das estranhas e controvertidas informações veiculadas na Internet a respeito
da mistura do refrigerante light com as balas Menthos. O
desafio foi lançado, muitos questionamentos foram feitos
e, no pátio, durante o intervalo entre as aulas as hipóteses
foram testadas.
“—Melhor evitar a mistura!” – conclui um dos alunos,
espantado.
Assim, de maneira divertida e prazerosa a Ciência passa a se tornar um hábito salutar que traz humanidade e
consciência social aos estudantes.
Fabricando sabão como
nos tempos da vovó
Com o objetivo de ilustrar a teoria sobre reações na
Química orgânica, os professores Ana Paula e Murilo, auxiliados pelo estagiário Luiz Henrique uniram, diante de
pré-vestibulandos curiosos e interessados, óleo com soda
cáustica em um tubo de ensaio. A mistura, constantemente agitada e aquecida em banho-maria, adquiriu o aspecto de uma massa homogênea: o sabão.
Éster (óleo) + base (soda cáustica) tendo como produto
um sal orgânico (sabão) + glicerol ou glicerina (álcool),
será uma das muitas fantásticas experiências que ganham
um novo sentido na vida dos alunos no laboratório de Química do CMI Mococa.
Os novos Cientistas e o Futuro
Assim, o surgimento desses novos cientistas nos enche
de Esperança.
O fruto do trabalho de professores éticos de formação
cristã, comprometidos com o conhecimento e com os valores sociais começa a frutificar. Convivendo diariamente
com esses investigadores mirins temos a certeza de que
melhores dias virão para nosso planeta companheiro e
dadivoso.
Nossos futuros pesquisadores nos parecem uma geração consciente de sua missão de recuperar e preservar a
Natureza e trabalhar para que a humanidade viva na irmandade de todos os seres, na caridade e no reconhecimento do tanto que recebemos de Deus.
E, então, fruto de seu trabalho, brilhará a luz do mundo
mais justo, cristão e cidadão, o qual tanto almejamos.
Equipe de Ciências do
Colégio Maria Imaculada de Mococa:
Ana Paula Poscidônio (Química); Gisele Chagas
(Física); João Pedro (Biologia); Luiz Smaira (Física);
Marta de Paula (Ciências); Murilo (Química);
Luiz Henrique (Estagiário Auxiliar).
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
71
PEDAGOGIA
Ensino Fundamental de
Nove anos
a
A inclusão das crianças
de seis anos no Ensino Fundamental, que passa agora
a ter nove anos, tem duas
dimensões: oferecer maiores
oportunidades de aprendizagem no período de escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais
cedo no sistema de ensino,
as crianças prossigam os estudos, alcançando um nível
maior de escolaridade. A
ampliação significa uma
possibilidade de qualificação
do ensino e da aprendizagem da alfabetização e do
letramento, pois a criança
terá mais tempo para apropriação de conteúdos.
O ingresso da criança no
Ensino Fundamental não
pode constituir uma medida
meramente administrativa.
É preciso atenção ao processo de desenvolvimento e
aprendizagem, o que implica conhecimento e respeito
às suas características
etárias, sociais, psicológicas
e cognitivas. Há necessidade de uma nova concepção
de estrutura, organização
dos conteúdos que considere o perfil específico do aluno e as orientações pedagógicas devem ser coerentes com a realidade, as possibilidades e necessidades da faixa etária.
A reflexão de alguns aspectos é
indispensável para compreensão da
nova proposta pedagógica para a criança de seis anos. Lembramos que o
brincar é da natureza de ser criança,
é indispensável na fase da infância e
72
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
sua singularidade, não podendo deixar de ser assegurado esse espaço
privilegiado do lúdico como um dos
princípios da prática pedagógica.
Não podemos esquecer que, para
favorecer a aprendizagem, precisamos dialogar com a criança em todas
as dimensões e possibilidades de expressão. A escola deve garantir tempos e espaços para o movimento, a
dança, a música, as artes.... em ambientes aconchegantes,
seguros,
encorajadores, desafiadores, criativos, alegres e divertidos nos quais as atividades elevem a auto-estima, valorizem e ampliem
a leitura de mundo, aguçando a curiosidade, a capacidade de pensar, de
decidir, de atuar, de criar,
de imaginar, de expressar. Esses aspectos favorecem a formação de leitores, explorando todas as
potencialidades, diante do
desafio de uma formação
voltada à cidadania, autonomia, liberdade responsável de aprender e transformar a realidade de maneira positiva.
O papel do professor é
o de provocar, brincar,
apoiar, acolher, estabelecer limites, observar, estimular a desafiar a curiosidade e a criatividade do
aluno, reconhecendo conquistas individuais e coletivas, promovendo autonomia, responsabilidade e solidariedade.
Faz-se necessário uma reflexão,
sobre práticas pedagógicas com base
no conhecimento e na atenção especial às características da faixa etária,
mobilizando-nos para encontrar melhores maneiras de atuar em um novo
contexto.
Maria Helena Rodrigues Faria
Coord. da Ed. Infantil do CMI - Brasília
Missões da
Biblioteca Escolar
A literatura especializada
atribui duas missões principais à biblioteca escolar:
„ ser um organismo de apoio
ao processo ensino-aprendizagem e
„ promover o gosto e o hábito
de leitura entre estudantes.
Entretanto, é preciso discutir a
validade do emprego de termos
como apoio, suporte e outros do gênero para caracterizar a missão da
biblioteca escolar. Tal caracterização
é insuficiente para mostrar o verdadeiro potencial de uso da biblioteca
na escola. Como apoio ou suporte,
podemos ter a impressão de que a
biblioteca escolar é uma dimensão estática da escola; é como se ela estivesse sempre aguardado, passiva,
imóvel o momento em que professores e alunos necessitassem do seu
apoio.
Para além disso preconizamos uma
atuação dinâmica, viva, da biblioteca escolar, cuja ação pode ser desenvolvida de forma a se articular com a
ação do professor, ambas de caráter
pedagógico. Se não for assim, a biblioteca se tornará como afirmou
Abramo (1986), um “elefante branco” na escola.
Nessa direção são significativas as
palavras de Lourenço Filho (1944:34):
“Ensino e biblioteca são instrumentos complementares (....); ensino e
biblioteca não se excluem,
complementam-se. Uma escola sem
biblioteca é um instrumento imperfeito. A biblioteca sem ensino, ou seja,
sem a tentativa de estimular, coorde-
nar e organizar a leitura, será por seu
lado, instrumento vago e incerto”.
Democratizar o acesso ao conhecimento na escola significa entre outros sentidos, lutar contra o ensino
dogmático e a transmissão do saber
escolar à realidade da clientela atendida; significa enfim, fazer do aluno
um produtor e não apenas um consumidor do saber, o que abre a nosso
ver, amplos espaços para a inserção
da biblioteca escolar no processo ensino-aprendizagem assim concebido.
Nesse sentido escreve Araújo
(1986:106);
“Não se pode pensar em democratização do ensino encarando a biblio-
teca como órgão dissociado
do planejamento educacional, pensandose apenas em
aulas expositivas,
baseadas na transmissão oral dos
conhecimentos.
A educação é um
ato dinâmico, crítico, transformador
e a biblioteca deve
extrapolar o caráter conservador e armazenador da informação, passando a agir
como um centro de
aprendizagem dinâmica e
participativa”.
Outro aspecto que confere à biblioteca escolar grande relevância é a visão de que
o contato das crianças com os
livros deve ocorrer o quanto antes e “nunca é demasiado cedo
para se iniciar no uso das bibliotecas
e desenvolver a capacidade para continuar servindo-se das fontes de informação durante o resto de seus dias”.
No Brasil, para a maioria das crianças, o primeiro contato com os livros
acontece na biblioteca escolar. Por isso
é muito importante que esse contato
seja marcado positivamente, pois as
representações que as pessoas têm da
biblioteca estão em geral, impregnadas pelas suas experiências enquanto
usuários. Logo, se, na escola, a relação do aluno com a biblioteca for caracterizada por local de castigos, imCONTINUA
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
73
PEDAGOGIA
posições, proibições, desconfortos, padronização de gosto ou buscas fracassadas, ele poderá carregar consigo,
talvez para sempre, as marcas dessa
convivência negativa.
Lamentavelmente, observa-se que,
na grande maioria das escolas, o espaço não é apropriado para o funcionamento da biblioteca. O livro didático e algumas poucas obras de referência são as fontes de consultas mais
utilizadas, há dificuldades para acessar
a internet e complementar a pesquisa
desejada. Os títulos de literatura
infanto-juvenil, não têm atrativos suficientes para motivar a maioria dos
alunos para a leitura.
É possível a mudança desta realidade na medida em que a comunidade escolar – bibliotecários, educadores, educandos, administradores, pais
e funcionários se mobilizarem e atuarem em ações concretas acreditando
na força dinamizadora e transformadora da leitura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMO, C. Cuidado com o elefante branco. Boletim ABDF Nova
Série, Brasília, v.9, nº 2, pp.119-120,
abr/jun. 1986.
ARAUJO, A . SISBEC - Uma proposta pedagógica. Boletim ABDF
Nova Série, Brasília, v. 9 pp. 106-110,
abr./ jun.1986.
LOURENÇO FILHO, M. A . O ensino e
a biblioteca. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1944.
Maria Cristina Pereira Dias
Bibliotecária do CIC/Machado
74
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
A importância dos
Momentos Didáticos
Por que jogar
xadrez?
o
O Xadrez é o segundo esporte mais praticado no mundo, abaixo apenas
do futebol. É um grande impulsionador da imaginação, e também contribui
para o desenvolvimento da memória, da capacidade de concentração e da
velocidade de raciocínio. Foi constatado que o Xadrez desempenha um importante papel socializante, por ensinar a lidar com a derrota e com a vitória,
mostrando que a derrota não é sinônimo de fracasso, nem vitória é sinônimo
de sucesso.
O Xadrez é capaz de mostrar as conseqüências de atitudes displicentes,
que não tenham sido previamente calculadas e, por conseguinte, estimula o
hábito de refletir antes de agir, além de ensinar a arcar com as responsabilidades dos próprios atos.
O Xadrez é também uma arte de grande beleza e apresenta imensa riqueza de possibilidades. É um passatempo agradável e instrutivo que entreteve grandes personalidades de nossa história como Napoleão, Einstein,
Voltaire, Goethe, Montesquieu, Benjamin Franklin, Victor Hugo, Machado
de Assis e Monteiro Lobato – para citar alguns. E hoje é um esporte que
pode ser jogado não presencialmente, através de redes de computadores
como a Internet, estando o adversário em qualquer lugar do planeta, e por
isso é o que mais cresce em adeptos, sendo já considerado o esporte do
novo milênio.
No caso das crianças e jovens, o Xadrez estimula o desenvolvimento intelectual; no caso dos adultos e idosos, o Xadrez contribui preservando por
mais tempo a agilidade mental.
Se quiserem também uma explicação científica que mostre os benefícios
práticos que podem ser alcançados pela prática desse esporte, poderemos
apresentar opiniões e pesquisas de pedagogos, psicólogos, intelectuais e
instrutores de xadrez que nos levam a concluir que o Xadrez contribui para o
desenvolvimento das faculdades mentais.
Vamos todos praticar esta ginástica da mente?
Michela das Graças Resende Ribeiro – Educação Física
Professora de xadrez CIC-Passos/MG
Educar não se resume
no cumprimento de
tarefas, mas em
oportunizar
momentos de
crescimento pessoal e
de interação.
o
Os fundamentos didático-pedagógicos da Educação Concepcionista inspiram-se na pedagogia de Carmen
Sallés, fundamentalmente na atenção
individualizada e personalizada aos
educandos, apontando os caminhos a
seguir com o aluno, na intenção de
contribuir para sua formação plena e
integral.
Assim, o processo educativo deve
contemplar momentos didáticos em
que o aluno possa atuar e construir
sua ação, no intuito de se tornar uma
pessoa livre, autônoma, com iniciativa, consciência crítica e responsabilidade.
O Trabalho Pessoal é o momento de atividades diversificadas nas várias disciplinas,
previamente elaboradas pelo professor, em que o aluno tem a oportunidade de escolher e desenvolver com
consciência suas tarefas diariamente,
dentro de um tempo pré-estabelecido. Este trabalho ajuda a desenvolver
a autonomia e a responsabilidade.
A Aula Coletiva é o espaço
dedicado às aprendizagens
direcionadas ao grupo. Tem a
finalidade de desenvolver aspectos do
processo ensino-aprendizagem mais
caracteristicamente comunitários: introdução de conteúdos, correção ou
fixação de noções, entre outros.
A Partilha tem a finalidade
de socializar as descobertas
e construções feitas pelos alunos durante a aula. Deve ser um momento de atitudes de acolhida, abertura e respeito. Os acontecimentos do
dia a dia, extra escolares, novidades,
entre outros, também podem ser abordados, trabalhados e enriquecidos nest a partilha.
O Trabalho em grupo estimula o interesse, a criatividade, a
participação e a capacidade de expressão dos alunos. Também desenvolve o espírito comunitário.
A Tomada de consciência é o
momento que favorece o desenvolvimento da capacidade de
percepção, reflexão e avaliação
do aluno, sobre seu próprio processo
de crescimento. Pode ser feita coletiva ou individualmente.
“O que esperamos da criança é que
ela trabalhe por si mesma e para que
caminhe em direção ao outro, num
contínuo crescimento. Pouco a pouco
tomará consciência de seu trabalho,
e isso vai criar uma continuidade
mental.”
Sheila Faccin
Coordenadora Pedagógica do Seg. I CMCS – D.F
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
75
PEDAGOGIA
O objetivo do ensino de
inglês é mostrar para as
crianças a influência que
outros povos exercem no
nosso dia-a dia,
Brincando com o
O estudo de uma língua
estrangeira favorece o
conhecimento de outros
a
povos, de seus costumes e
ajuda a descobrir a
influência que exerce
sobre a nossa própria
cultura.
76
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
Inglês
Aula de Inglês na educação infantil é um momento de muita diversão.
As atividades são preparadas com
muito cuidado, para que todos tenham
uma relação simples e significativa
com a língua inglesa, através de jogos, brincadeiras, músicas e muito
mais, quando exercitarão a fala, a
memória e a compreensão em inglês.
Fazemos atividades bem variadas,
como pintar, cantar, ouvir histórias,
desenhar e principalmente brincar.
Os assuntos abordados abrangem
desde o ambiente familiar da criança, passando pela escola e seus objetos, até as principais datas comemorativas durante o ano, além de cores
e números.
O objetivo do ensino de inglês é
mostrar para as crianças a influência
que outros povos exercem no nosso
dia-a dia, como, por exemplo, as palavras em inglês que usamos como se
fizessem parte da nossa língua materna.
Pretendo incentivar a observação
dessas palavras da língua inglesa que
estão incorporadas à linguagem de
todo dia e estimular as crianças, com
histórias, jogos e atividades, a desen-
volverem o interesse pelo aprendizado do Inglês.
Nas atividades procuro contemplar
a interdisciplinaridade. Além de introduzir o vocabulário inglês, procuro propor atividades que contribuam para a
fixação do conteúdo de outras áreas
do conhecimento desenvolvidas na
educação Infantil, como Matemática
e Interação Social.
A sala de aula deve ser sempre um
ambiente estimulante e motivador,
independentemente da área do conhecimento que está sendo desenvolvida.
As brincadeiras que envolvem duplas ou pequenos grupos são
enriquecedoras. Aprender a esperar a
vez, ouvir com respeito, lidar com
opiniões diferentes são atitudes fundamentais para a convivência e que
desenvolvemos em situação de
interação.
O trabalho de Inglês na educação
infantil fica ainda mais gostoso quando esse incentivo vem através da
música, que são compostas e arranjadas para o lazer das crianças envolvendo o treinamento de estruturas
mínimas em inglês, de modo a desenvolver agradavelmente a aprendizagem.
As músicas cumprem funções didáticas importantes como, por exemplo, fixar a pronúncia das palavras e
as estruturas das frases.
Além disso, ao distinguir sons e ritmos, as crianças desenvolvem a
musicalidade.
O objetivo desse trabalho é que
todos os alunos tenham a oportunidade de aprender de forma natural por
meios de vivências lúdicas.
Adriana Bento Monteiro Marques
Professora de Inglês da Educação
Infantil - Colégio Maria Imaculada - DF
Alfabetização
Momento rico e lúdico
O papel da escola e da família é amplo e rico no processo de alfabetização. Ajudar a criança a fazer uma leitura do mundo e começar a expor as
primeiras palavras no papel é imprescindível, mesmo que não o faça com
perfeição.
Faz-se necessário deixar que use a criatividade para as diversas formas
de aprendizado, aproveitando, ao máximo, todo o conhecimento. Para tal,
é importante que a criança apresente um comportamento letrado, saiba
comparar, confrontar, ampliar, reduzir, rever e reformular idéias.
Ela deve se tornar um indivíduo que considere toda resposta como potencial e, conseqüentemente, possível de transformação.
A criança necessita de encorajamento, motivação para raciocinar e levantar hipóteses sobre a leitura. Fatores estes geram mudanças no modo
de repensar a natureza, no ambiente social e cultural, visto que nos primeiros anos de vida, ela apropria-se de conhecimentos práticos
O letramento começa muito mais cedo do que se imagina, entretanto
não há momento para terminar, pois a criança constrói e aperfeiçoa, continuamente, o aprendizado ao longo da vida.
Professora Mara
Colégio Maria Imaculada - Brasília - DF
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
77
PEDAGOGIA
O sabor
do aprender
o
Os alunos da 3ª série do EF do colégio Regina Pacis-BH realizaram um
estudo sobre Índios, imigrantes europeus, africanos.... Muito curiosos com
a cultura negra, resolveram
aprofundar o estudo sobre o tema e
escolheram o que mais repercutiu nas
aulas: os escravos. Ficaram sensibilizados com a grande influência cultural e o sofrimento dos escravos.
Devido a essa escolha, os alunos
descobriram a origem da feijoada e
tiveram uma aula prática servindo aos
pais uma deliciosa feijoada.
Para que isto acontecesse, trouxeram os ingredientes e uma combinação de amor e dedicação que foi o
tempero principal.
Com muito empenho, todos
interagiram com o assunto, e com
extrema empolgação, viram em sala
de aula informações e pesquisas sobre esse povo.
Como surgiu esse prato
Segundo os viajantes daquela
época, nas grandes fazendas, boa
parte dos escravos recebia unicamente feijão cozido, uma vez ao dia
em cuias. Provavelmente, a origem
78
INTEGRAÇÃO
„
Dezembro 2006
Hora de apreciar o delicioso sabor
da feijoada esteja ligada à triste sina
desses homens e dessas mulheres,
que, para engrossar o caldo ralo
de feijão, buscavam no lixo de seus
senhores as partes desprezadas do
porco, tais como língua, rabo, pés
e orelhas. É curioso que uma história
tão triste de miséria possa ser a origem de um dos símbolos de nossa culinária.
Antes de servir a feijoada, os alunos apresentaram para os pais um pequeno teatro mostrando a realidade
dos negros e informações que aprenderam durante o estudo.
Depois da demonstração de tantos
talentos, a feijoada foi servida pelos
próprios alunos.
Foi um dia muito especial, pois assim foi demonstrada a realidade cultural brasileira, além da realização de um
trabalho integrado com a família.
Elizângela Sales Barbosa da Silva
Professora da 3ª série do EF I
Colégio Regina Pacis – Belo Horizonte

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