segundo ano - Star Wars e o Problema do Malx

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segundo ano - Star Wars e o Problema do Malx
Star Wars e o Problema do Mal:
(Cristopher Brown)
Por que acontecem coisas ruins com pessoas boas? Essa pergunta perene sempre foi
perturbadora para os homens e mulheres de inclinação filosófica, que acreditam que o
universo é governado por algum ser todo-poderoso e de bondade absoluta. Por quê? Um ser
de bondade absoluta e que tenha controle de todas as coisas teria criado um mundo no qual
as pessoas boas são recompensadas por sua virtude e as más punidas por seus crimes. No
entanto, não é raro que as pessoas não sejam recompensadas por agir bem, e algumas até
sofrem demais nesta vida. Por outro lado, pessoas más prosperam. Conseguem até chegar a
posições proeminentes na sociedade. Se o bem é mais poderoso do que o mal, por que existe
tanto mal no mundo? Será que, na verdade, o mal é mais forte?
Em O Império Contra-Ataca, Luke Skywalker faz essa importante pergunta enquanto escuta
uma das primeiras lições do mestre Yoda a res¬peito da Força. Yoda alerta Luke sobre o Lado
Negro, o caminho seguido por Darth Vader. Luke pergunta a Yoda: "O Lado Negro é mais
forte?" Yoda responde: "Não ... não [em voz mais suave] ... não [mais suave ain¬da]. É mais
rápido, mais fácil, mais sedutor." Embora Yoda responda na negativa, seus modos sugerem
que ele não tem certeza, mas que espera que a boa vontade vença o mal, no fim.
Tentativas inteligentes de compreender o aparente poder que o mal tem sobre o bem nesta
vida levam a perguntas mais importantes acerca do mal. Por que acontecem coisas ruins? Qual
é a origem do mal? E, afinal de contas, o que é o mal?
Existe o verdadeiro mal no Universo. Isso parece óbvio para a maio¬ria das pessoas.
Filósofos da religião - aqueles que tentam explicar, apoiar ou refutar as afirmações das
religiões mundiais - costumam distinguir duas variedades de mal: o natural e o moral. Um mal
natural é um evento que ocorre no Universo e que é doloroso, desagradável ou destrutivo, não
sendo o resultado direto da escolha de alguém por algo nocivo. Exemplos de ma¬les naturais
são o ataque que Luke sofreu de um wampa em Hoth e os peixes maiores comendo os
menores em Naboo. Embora seja bom para um wampa comer, Luke não gosta muito da
possibilidade de estar no car¬dápio naquele dia específico! E, embora não seja moralmente
errado um peixe comer outro, a destruição de um organismo vivo é algo mau - pelo menos
para o peixe devorado - e os filósofos o chamam de mal "natural". Em contraste, o mal moral
resulta da escolha de um indivíduo em fazer algo nocivo para si próprio ou para os outros. A
ordem do Grande Moff Tarkin para destruir Alderaan e o assassinato de Qui-Gon Jinn por
Darth Maul são exemplos perfeitos de males morais.
Mas, por que vivemos em um Universo cheio de males naturais e morais? Talvez qualquer
conversa séria a respeito do bem no mundo impli-que que existe também o mal. Talvez a
retaliação entre bem e mal seja análoga à relação entre luz e escuridão. A escuridão é a
ausência de luz e a luz é a ausência de escuridão. Em um mundo de perpétua luz - no qual não
existe a menor concepção do escuro -, a palavra "luz" teria um signi¬ficado muito diferente do
que é para nós, que vivemos em períodos alterna¬dos de luz e escuridão. Na verdade,
podemos pensar que as palavras "cla¬ro" e "escuro" nada significariam para nós em tal
contexto. Se bem e mal são tão opostos quanto luz e escuridão, então, para termos uma
experiência real do que se chama "bem", precisamos também da experiência genuína do mal.
Como Qui-Gon Jinn lembra ao mestre Yoda e a Windu, as antigas profecias Jedi falam "daquele
que trará equilíbrio à Força." A harmonia no Universo não será gerada com a destruição do
mal. De fato, se bem e mal forem opostos, talvez seja impossível destruir o mal no Universo
sem tam-bém destruir a possibilidade do verdadeiro bem. O melhor estado das coi-sas para o
Universo, portanto, exige manter o Lado Negro sob controle, ou "equilibrado", contra o Lado
Bom da Força. Não haveria necessidade das ações corajosas e altruístas de Luke para salvar
seu amigo Han Solo se não fosse pela ganância de Jabba e seu desejo desordenado de
vingança. Tam-pouco Luke teria demonstrado o tipo de compaixão implícito em sua recusa a
matar o próprio pai se Darth Vader não tivesse sido seduzido pelo Lado Negro da Força. Não
haveria motivo para o heroísmo da princesa Leia, de Han Solo e Lando Calrissian se não
existisse um Império do mal contra o qual se revoltar. É possível que o Lado Negro tenha um
propósito bom e necessário: não existiria a genuína bondade no Universo sem o Lado Ne¬gro
como ímpeto para a ação nobre. Um universo sem vilania - e, portanto, sem heroísmo - seria
sem vida, inerte, do ponto de vista moral.

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