Dicas de Fotografia

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Dicas de Fotografia
Dicas de Fotografia
Observe a foto acima. Um kart em alta velocidade passa por um trecho de uma
pista de corrida. Na imagem o kart está nítido, porém a pista e o gramado ao fundo
estão "borrados" no sentido horizontal. É exatamente este efeito que introduz na
foto a sensação de movimento, evidenciando que o carro está em alta velocidade.
Mas como conseguimos obter este efeito?
Em primeiro lugar é preciso usar velocidades baixas, na casa de 1/4s e 1/2s. Se
você estiver fotografando em locais abertos e com sol forte vai precisar de um filme
de velocidade baixa (ISO 50) ou usar um filtro ND (veja dicas anteriores). O filtro
polarizador também ajuda, pois bloqueia um pouco da luz que passa pela lente.
Em segundo lugar você vai precisar de um tripé ou monopé, para fixar a câmera e
conseguir uma imagem mais nítida e precisa. Para conseguir o efeito o segredo é
acompanhar o movimento do kart com a câmera enquanto é acionado o
disparador. Como estamos usando uma velocidade baixa, o obturador fica aberto
durante algum tempo e, como a câmera está em movimento, a pista e o gramado
ficam borrados no sentido inverso ao do movimento da câmera.
Conseguir que o kart fique nítido é o mais difícil. É preciso que o movimento da
câmera acompanhe o movimento do kart de maneira sicronizada. A solução é fazer
várias tentativas e conferir o resultado após a revelação dos filmes. Para obter a
imagem acima foram tiradas 15 fotos. Apenas 4 ficaram boas. Com uma câmera
digital fica mais fácil. É só ir fotografando e conferindo se o resultado final ficou do
seu agrado.
Ficha técnica: Câmera Nikon F90X. Velocidade 1/4s. Lente Nikkor 180mm f2.8
com filtro polarizador. Abertura f22. Filme Fujichrome Provia 100
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
A leitura da imagem
Nosso olhar ocidental é condicionado pelo nosso modo de escrita e leitura, ou seja,
da esquerda para a direita. Quando observamos uma foto, a tendência de nosso
olhar é fazer uma leitura desta imagem no sentido horizontal, da esquerda para a
direita, e também de baixo para cima.
Este fato deve ser levado em conta na hora que vamos fazer a composição de uma
fotografia. Usando este conhecimento, podemos construir imagens que tenham
dinâmica e movimento.
Quando vamos fotografar uma pessoa, por exemplo. Se a colocamos no extremo
direito da imagem (foto acima) o que vai acontecer? Na hora que alguém for
observar nossa fotografia, o olhar do expectador irá passear por toda a imagem,
começando no lado esquerdo e terminado no lado direito, exatamente onde está
colocado nosso assunto principal.
Esta técnica também pode ser usada com sucesso para fotos de paisagens. Imagine
uma foto de uma bela planície, com uma estrada se delineando por meio do vale.
Se fizermos o enquadramento da imagem de modo que a estrada comece no lado
inferior esquerdo e termine no lado superior direito da foto, iremos dar ao
expectador uma idéia de movimento, ou seja, o olhar de quem está observando a
foto irá passear pela estrada, que esta propositalmente colocada no mesmo sentido
que nosso olhar caminha pela foto.
Na foto acima, alguns detalhes também colaboram para o efeito final da imagem. A
silhueta do garoto no contra luz e o belo por-do-sol ao fundo, adicionam
dramaticidade e volume para a fotografia.
Ficha técnica: Câmera Nikon F90X. Velocidade 1/250s. Lente Nikkor 24mm f2.8.
Abertura f16. Filme Fujicolor Superia 400 ASA.
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
Composição e enquadramento para retratos
Quando vamos fazer uma fotografia devemos nos
lembrar que temos uma tela em branco para
preencher.
No negativo de 35 mm cada fotograma tem um
formato retangular, com uma relação de 2/3 entre
largura e altura. Algumas regras e cuidados básicos podem nos ajudar a fazer fotos
com um melhor enquadramento e com uma composição proporcional e equilibrada.
Nesta dica iremos dar um exemplo de composição para retratos.
Divisão proporcional do espaço
A tendência de uma pessoa ao fazer suas primeiras fotos é centralizar o elemento
principal. No caso de retratos, a pessoa fotografada é colocada no centro da foto.
Isto se deve ao fato de que, na maioria das câmeras, o controle do foco da imagem
é definido por um pequeno círculo no centro do visor. Logo você foca no rosto da
pessoa fotografada e dispara a câmera. A imagem obtida mostra o personagem no
centro da foto, dividindo o espaço em partes iguais, criando uma estrutura
simétrica e difícil de equilibrar. A parte de cima da foto também é desprezada, não
sendo utilizada na composição.
Para criar uma imagem com uma composição mais proporcional basta deslocar a
pessoa fotografada para um dos lados da foto. Deste modo ela irá ocupar um dos
terços da imagem (imagine que você divide o retângulo do negativo em 3 partes
iguais) e nos outros dois você pode equilibrar com outros objetos que estão ao
redor do fotografado ou mesmo com a paisagem ao fundo.
Veja o exemplo da foto acima, tirada em Cabrália, próximo a Porto Seguro, Bahia.
O pequeno índio foi colocado no canto inferior direito da foto, enquanto no outro
extremo a cruz de madeira foi propositalmente colocado no extremo oposto,
criando uma relação de equilíbrio no sentido diagonal da imagem. Note também
que a cruz é um elemento importante no contexto da imagem, em função da
relação entre a igreja e os índios, por ela catequizados.
Ficha técnica: Câmera Nikon FM2. Velocidade 1/125s. Lente Nikkor 180mm f2.8.
Abertura f11. Filme Fujicolor Superia 400
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
Como fazer uma dupla exposição
A dupla exposição é um recurso muito usado para se criar efeitos especiais nas
fotos. Para conseguí-la, você precisa ter uma câmera que disponha deste recurso,
que é comum nos modelos profissionais, porém não tão frequente nas câmeras
amadoras.
A dupla exposição consiste em expor o mesmo fotograma duas vezes, ou seja, você
bate uma foto e, em seguida, bate outra em cima da anterior. O mecanismo na
câmera que permite a dupla exposição libera o obturador sem que o filme avance,
permitindo que você acione o disparador e faça uma segunda imagem no mesmo
local em que foi feita a primeira.
Para conseguir uma imagem interessante usando esta técnica é preciso tomar
alguns cuidados. Veja no exemplo acima: a foto mostra o perfil de um prefeito
recém eleito, fundido com a imagem dos correligionários que comemoravam a sua
vitória. O objetivo da imagem era passar a idéia de que o político estava em
sintonia com os eleitores que o elegeram, sua imagem emerge do meio deles, em
uma sinergia perfeita.
Pata obter a imagem, primeiro foi feita a foto do candidato no momento em que ele
dava uma entrevista. A situação era perfeita, pois havia um foco de luz em seu
rosto e o fundo estava sem iluminação, logo somente a imagem de seu rosto foi
gravada no filme, ficando o restante do negativo sem ser impressionado, pois esta
área estava no escuro, sem nenhuma luz.
Em seguida foi feita a foto dos eleitores nas arquibancadas do local onde se
comemorava a vitória. Note que, na área onde não havia luz na primeira foto
tirada, apareceram perfeitamente os eleitores e somente no perfil do candidato, as
imagens se fundiram.
Este é apenas um exemplo desta técnica. Você pode usá-la em várias situações,
criando imagens duplicadas de pessoas ou objetos, levando sempre em conta as
condições de luz do ambiente e sua criatividade.
Ficha técnica: Câmera Nikon F4. Lente Nikkor 80-200mm f2.8. Filme Fujicolor
Superia 400 ASA. Primeira exposição: Velocidade 1/60s, Abertura f5.6, luz
ambiente. Segunda exposição: Velocidade 1/60s, Abertura f2.8, com flash SB-28
via TTL.
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
Como usar as teleobjetivas para fazer
retratos
As lentes teleobjetivas são aquelas que
possuem distância focal acima de 85 mm. Elas
possuem uma estrutura ótica que faz com que
as fotos apresentem uma profundidade de
campo pequena, ou seja, apenas aquele
objeto ou pessoa no qual focamos a imagem
fica nítida, ficando o restante da foto
desfocada.
Além disso, devido ao seu pequeno ângulo
visual, elas ampliam e aproximam o assunto
que estamos fotografando, sendo por isso
muito usadas pelos fotógrafos de esportes e
natureza.
As lentes de 105, 135 e até 180 mm são as
mais indicadas para se fazerem retratos. Em
primeiro lugar, podemos fazer uma foto
"fechada" (um close de um rosto por
exemplo) sem ter a necessidade de nos
aproximar-mos muito do modelo, o que
causaria uma certa distorção da imagem.
É interessante também usar grandes aberturas do diafragama (f4, f5,6), o que
acarreta uma pequena profundidade de campo e destaca o modelo em relação ao
fundo da foto. Como estamos usando uma teleobjetiva, que normalmente já tem
pouca profundidade de campo, o efeito fica muito interessante.
Na foto ao lado mostramos os efeitos obtidos com o uso de uma tele e uma
abertura grande de diafragma. A imagem foi obtida com uma câmera Nikon F90X,
lente 180 mm com uma abertura f4 e velocidade 1/250. Note que a menina esta
nítida em primeiro plano e o fundo de flores está totalmente desfocado, criando um
efeito que além de realçar o modelo introduz um componente plástico ao fundo da
imagem.
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
Como fotografar o pôr-do-sol
Fotografar o pôr-do-sol (ou
o nascer) é um dos temas mais explorados em fotografia. A mídia publicitária
impressa está repleta de imagens de pessoas, animais e outras cenas envolvendo
este que é um dos mais belos momentos da natureza. Fotografá-lo não é tarefa
muito difícil, porém exige alguns cuidados técnicos para se conseguir uma bela
foto. A beleza de um pôr-do-sol está relacionada a vários fatores, que incluem a
localização geográfica, clima, época do ano, metereologia, etc.
Geralmente as melhores fotografias de pôr-do-sol são obtidas com teleobjetivas
acima de 200 mm. Quando mais poderosa a lente, melhor o efeito conseguido.
Além de aproximar o sol (e aumentar seu tamanho), a tele permite encurtar as
distâncias relativas entre os objetos, realçando o plano de fundo em relação aos
elementos do primeiro plano.
Um outro aspecto a ser abordado é o da fotometragem. Para se obter uma
fotometragem correta uma boa dica medir a luz nas áreas adjacentes ao sol, ou
seja, elimina-se o sol do enquadramento da foto e mede-se o céu, que deve estar
amarelo ou avermelhado, pois é ele que vai dar vida e dramaticidade para a
imagem.
Como o sol tem uma luminosidade muito intensa, a medição feita sobre ele irá
produzir uma fotometragem equivocada para este tipo de imagem. Em câmeras
manuais, que só possuem fotometragem geral da área do visor, basta movimentar
a câmera e enquadrar o céu sem o sol. Câmeras eletrônicas que possuem medição
parcial (spot meter) facilitam mais o trabalho, pois pode se medir exatamente a
área do céu que se deseja que fique com a luz correta.
Ficha técnica: Câmera Olympus OM-1, lente 200mm f4 Zuiko, velocidade 1/125s,
abertura f8. Filme Kodak Ektachrome 100 puxado p/ 400
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
Como fotografar shows, teatro e dança
Para fotografar estes eventos o fotógrafo tem que levar em conta as condições de
iluminação que irá encontrar em cada situação. Na maioria dos casos teremos uma
iluminação artificial criada pelos refletores, para a qual deve-se escolher um filme
de alta velocidade (ISO 800 ou superior). Pode-se optar também pela puxada do
filme. Por exemplo: usamos um filme de ISO 800 e regulamos a câmera para ISO
1600 (puxada de 1 ponto) ou ISO 3200 (puxada de 2 pontos). Esta informação
deverá ser repassada ao laboratório que irá revelar o filme, para que sejam feitas as
alterações necessárias no processamento.
Um cuidado extra deverá ser tomado na hora da fotometragem. Em muitos casos os
cenários de shows e espetáculos de teatro apresentam grandes áreas escuras, que
podem interferir na fotometragem quando se faz uma tomada geral. O ideal é fazer
a leitura com o modo spot meter, disponível na maioria das câmeras eletrônicas,
fazendo a medição nos atores ou em objetos que fazem parte do cenário. Se a sua
câmera é mecânica, e só fotometra o visor inteiro, basta corrigir a leitura, ou seja,
fechar a lente em 1 ou 2 pontos, pois as grandes áreas escuras nos dão uma leitura
de super-exposição.
Mostramos abaixo 3 exemplos de fotos deste tipo e como foram feitas:
Uma dica para shows musicais é aproveitar o efeito
causado pela iluminação que incide sobre a fumaça de
gelo seco que é lançada no palco. Deve-se esperar o
momento certo, quando a fumaça toma conta de todo
o palco e o efeito fica mais acentuado.
Nesta foto de um show do grupo PatoFu este efeito
pode ser observado, sendo muito utilizado pelos
fotógrafos para fotos gerais dos espetáculos, criando
um elemento pictórico que preenche toda a área
acima do palco onde estão os músicos.
A fotometragem foi feita no corpo dos músicos, para
uma correta exposição.
Ficha técnica: Câmera Nikon F4; velocidade 1/125;
lente Nikon-Nikkor 180 mm f2.8; abertura f2.8; filme
Kodak Ektapress 800
Nesta fotografia da atriz Suzana Faine, o enfoque foi
dado na expressão do personagem.
Em fotos de teatro o fotógrafo deve estar atendo à
representação dos atores, buscando expressões fortes
que possam passar toda a emoção da cena.
Neste tipo de foto a fotometragem é mais simples,
visto que estamos usando uma tele e o
enquadramento esta bem fechado.
A exposição foi levemente super-exposta em 1 ponto,
visto que a maquilagem era predominantemente
branca, no intuito de conseguir uma foto mais
contrastada.
Ficha técnica: Câmera Olympus OM-1; velocidade
1/125; lente Olympus-Zuiko 200mm f4; abertura
f5.6; filme Kodak TMax 400 puxado para 1600
Para fotos de ballet é imprescindível o uso de uma
lente clara. Na maioria dos espetáculos a iluminação
é tênue, o que nos obrigada a trabalhar com grandes
aberturas do diafragma.
Outro limitante é o movimento dos bailarinos, o que
nos obriga a utilizar velocidades na casa dos 1/250,
para congelar os movimentos. Baixas velocidades
criam efeitos interessantes também, captando o
movimentos dos bailarinos e criando imagens mais
abstratas.
A fotometragem foi crítica, visto que tínhamos no
palco uma grande área escura e apenas um foco de
luz.
Ficha técnica: Câmera Olympus OM-1; velocidade
1/250; lente Olympus-Zuiko 50mm f1.2; abertura
f1.2; filme Kodak TMax P3200
Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo
Como usar a distância hiperfocal
Muitas vezes vamos fazer a foto de uma paisagem e nos deparamos com a seguinte
questão: onde devo regular o foco da objetiva para que toda a imagem fique nítida,
ou seja, em foco? No primeiro plano ou no infinito?
Existe uma maneira fácil para saber o local exato de focagem, usando a distância
hiperfocal.
Quando regulamos a objetiva no infinito, existe uma distância entre ele e a câmera
em que a imagem fica em foco. A distância entre este ponto máximo de foco e a
câmera fotográfica, é a chamada distância hiperfocal.
Figura 1
A escala de profundidade de campo que existe
na objetiva nos informa a área de foco que
obtemos para cada abertura da lente. No
exemplo da figura 1, para uma abertura f11
conseguimos uma profundidade de campo que
vai de 1 a 5metros.
Para determinar o ponto exato de focagem
para determinada abertura e conseguir o
máximo de foco em uma imagem desde o
primeiro plano até o infinito usamos o seguinte
procedimento:
Figura 2
Figura 3
Coloque o foco da lente na posição infinito (°).
Escolha uma abertura pequena (f11, f16 ou
f22), que produzem uma foto com grande
profundidade de campo.
Observe na lente a distância em metros que
corresponde à abertura escolhida, que é
exatamente a distância hiperfocal (figura 2).
Em seguida gire o anel de foco da lente até a
posição identificada no passo anterior (figura
3). Pronto! É só enquadrar a foto e não mexer
mais na lente. Este é o ponto de focagem que
irá lhe proporcionar o máximo de profundidade
de campo, como na foto acima.
Ficha técnica: Câmera Nikon FM2. Velocidade 1/125s. Lente Nikkor 24mm f2.8.
Abertura f11. Filme Fujicolor Superia 100Asa.
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
Regra dos terços
Vamos falar sobre uma ótima técnica para distribuir
os elementos na imagem: a regra dos terços.
Para usá-la você deve mentalmente dividir o visor
da câmera em nove quadros na hora de compor a
imagem. Depois é só colocar cada elemento nos
pontos (ou próximo deles) de ligação das linhas
imaginárias, ou em cada terço da imagem delimitado
por elas. Pronto, você estará criando uma foto em
que seus elementos estarão distribuídos de forma
regular e equilibrada.
Observe a foto ao lado e o esquema dos terços: uma
cena típica de praia, com pessoas se exercitando e
vendedores ambulantes. Note que cada um dos
personagens foi colocado em um dos terços da
imagem. O velhinho fazendo ginástica ocupa o terço
direito, outra pessoa próxima ao mar ocupa a área
central e os ambulantes ficam com a parte da
Ficha técnica: Câmera Nikon direita.
F90X. Lente Nikkor 80-200mm
f2.8. Filme Fujichrome Provia Note também que existe um senso de profundidade
100 ASA. Velocidade 1/500s, na imagem, evidenciando um primeiro, segundo e
terceiros planos, representados pelos três
Abertura f11.
Foto: Marcos Peron/Virtual personagens da foto. Há também um senso de
movimento, representado pela ginástica do velhinho
Photo
à direita e pelo caminhar dos ambulantes e do
terceiro personagem em direção ao mar.
Outros detalhes de iluminação, como a silhueta dos
personagens, criada pela forte reflexão da luz no
mar, dão um toque a mais à imagem e colaboram
para o efeito final da foto.
Regras à parte, o que vale sempre é o
desenvolvimento de seu senso de composição e
principalmente sua sensibilidade. Muitas fotos
magníficas não levam em conta regras tão formais,
porém elas ajudam você a educar sua mente e irão
facilitar seu trabalho no futuro, na hora de compor
suas fotos. Nas próximas dicas iremos começar a
falar sobre iluminação. Aguarde!
Filtros coloridos para fotografia P&B
Em fotografia preto & branco usamos filtros coloridos para evidenciar alguns
elementos na foto e diferenciar os tons de cinza produzidos por cada cor. Quando
fotografamos uma cena em filme PB sem filtro, os tons de cinza produzidos pelas
diferentes cores dos elementos da cena fotografada irão ficar mais ou menos
parecidos (foto à direita no alto).
Usando um filtro vermelho conseguimos fazer com que todos os elementos com
esta cor fiquem mais claros na foto, pois o filtro bloqueia as cores primárias verde e
azul, e deixa passar somente o vermelho. Nas fotos abaixo você pode conferir o
resultado do uso de diferentes filtros coloridos e os efeitos causados por eles. Note
como as tonalidades de cinza mudam nas faixas coloridas da barraca de sol.
Veja um exemplo prático: se vamos fazer uma foto em PB de um carro vermelho
em um gramado verde, o uso do filtro vermelho fará com que o carro fique mais
claro e o gramado mais escuro, resultando em uma imagem mais contrastada.
Usando os filtros coloridos você pode realçar os elementos que quiser na imagem,
criando fotos contrastadas e com efeitos interessantes.
Filtro Azul
Filtro Verde
Filtro Vermelho
A tabela abaixo mostra o efeito de cada filtro produz.
Filtro
Mais claro
Mais escuro
Azul
azul
vermelho
Amarelo
amarelo e verde
levemente o azul
Observações
Produz realce e dramaticidade em cenas com
névoa
Fotos de paisagens. Escurece ligeiramente o
céu e a vegetação fica mais clara
Verde
verde
vermelho e azul
Laranja
amarelo, laranja e
levemente o vermelho
azul e um pouco o
verde
Vermelho
vermelho
azul e verde
Fotos de paisagens com grande concentração
de verde
Escurece o céu realçando as nuvens e texturas
de pedras e madeiras
Cria imagens com o céu escuro e altamente
contrastado
Ficha técnica: Câmera Nikon F90X. Velocidade 1/100s. Lente Nikkor 24mm f2.8. Abertura f11. Filme
Fujichrome Provia 100
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
Como usar o filtro ND
O filtro ND (Neutral Density) é usado para diminuir a quantidade de luz que passa
pela lente. Ele possui várias graduações, o que significa a quantidade de luz que ele
bloqueia. O ND da marca Hoya 2X bloqueia um ponto de luz, o 4X 2 pontos e o 8X
3 pontos. Mas para que serve este filtro?
Vejamos a foto acima: ela mostra um rio em que podemos notar o movimento da
água em meio às pedras no primeiro plano. Para conseguir este efeito usamos uma
baixa velocidade de obturador, no caso da foto 1/4s. É exatamente a baixa
velocidade que causa o efeito, capturando o movimento da água, técnica muito
usado por fotógrafos de natureza em imagens de cachoeiras e rios.
Quando fotografamos em um local com pouca luminosidade, como o interior de
uma floresta, não há problema em conseguir regular a câmera em baixas
velocidades. Quando estamos em um local aberto e com muita luminosidade, como
é o caso da foto ao lado, fica difícil conseguir usar velocidades baixas. Na cena ao
lado a fotometragem feita pela câmera indicou o uso de velocidade 1/30s com
abertura mínima da lente (f22), usando filme de ISO 100. É ai que entra o filtro
ND. Usando um filtro da Hoya 8X conseguimos "escurecer" a cena em 3 pontos e
assim podemos usar a velocidade de 1/4s e obter o efeito desejado.
O filtro ND também pode ser usado quando se deseja trabalhar com grandes
aberturas de diafragma (f2, f2.8) em situações de alta luminosidade. Quando
usamos uma teleobjetiva, o uso de grandes aberturas cria o efeito da baixa
profundidade de campo, o que torna a imagem desfocada no segundo plano,
técnica muito usada para fazer retratos (veja o tópico Como usar as teleobjetivas
para fazer retratos). Neste caso o uso do ND permite que usemos aberturas
grandes com uma luminosidade alta.
Por exemplo: fotografando ao ar livre em um dia ensolarado, usando um filme de
ISO 400 e com uma câmera com velocidade máxima de 1/1000s, a abertura seria
na casa de f8. Com o ND 8X acoplado à lente poderíamos abrir a lente para f2.8
(menos 3 pontos) e conseguir o efeito causado pela baixa profundidade de campo.
Ficha técnica: Câmera Nikon F90X, lente Nikkor 24mm f2.8 com filtro polarizador,
velocidade 1/4s, abertura f22. Filme Fujichrome Provia 100.
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
Como usar o filtro polarizador
Os filtros são acessórios que, encaixados na frente
da lente, produzem efeitos nas fotos em função da
sua estrutura ótica. O filtro UV (ultra violeta), por
exemplo, tem a capacidade de bloquear as radiações
ultra violeta, produzindo imagens mais nítidas e com
cores mais vibrantes. O filtro polarizador tem a
propriedade de bloquear a luz polarizada refletida
por superfícies não metálicas, produzindo efeitos
muito interessantes nas imagens feitas com este
acessório.
O efeito causado nas fotos pelo filtro polarizador é
um grande aumento no contraste e na saturação
das cores e a eliminação dos reflexos em superfícies
não metálicas, espelhos d'água ou vidros. Um
aumento acentuado na saturação do azul do céu
também é observado com o uso deste filtro.
Você já deve ter visto fotos de paisagens em
revistas de turismo em que o céu azul tem um
colorido intenso e profundo, algumas vezes tendendo até para o negro. Este é o
efeito típico de um filtro polarizador, como pode ser observado na foto ao lado.
Note também que o colorido do mar e o verde das folhas do coqueiro estão
também bastante realçados e vibrantes.
Um outro efeito interessante deste filtro é a eliminação dos reflexos. Muito útil
quando se precisa fazer uma foto de uma pessoa através de uma janela
envidraçada, ou de objetos de vidro ou superfícies não metálicas, em que se deseja
eliminar a reflexão da luz. Esta é uma técnica muito usado em fotografias feitas em
estúdio de produtos em garrafas de vidro, como bebidas, por exemplo.
O filtro é composto de uma base fixa, com uma rosca que permite que ele seja
encaixado na parte da frente da lente, e um anel móvel. Para polarizar a luz basta
ir girando o anel móvel e observar o efeito da polarização no visor da câmera. Se
estiver fotografando uma paisagem, note que à medida que se vai girando o filtro o
céu azul vai aos poucos escurecendo e nota-se um aumento visível da saturação
das cores. Pode-se regular o nível de polarização girando lentamente o anel até
conseguir o efeito desejado na imagem, com um maior ou menor contraste e
saturação.
Ficha técnica: Câmera Nikon F90X, lente Nikkor 24mm f2.8 com filtro polarizador,
velocidade 1/100s, abertura f8. Filme Fujichrome Provia 100
Foto: Marcos Peron/Virtual Photo
Profundidade de campo
Mas não é indiferente escolher qualquer uma destas combinações. Por um lado, é
preciso escolher cuidadosamente o tempo de exposição, de forma a “congelar” o
movimento daquilo que se está a fotografar ou, pelo contrário, deixar que esse
movimento se veja na fotografia. Por outro, a abertura que se escolher determina a
profundidade de campo, a distância à frente e atrás do plano de focagem em que os
objectos ficam razoavelmente focados.
Sagrada Família, Barcelona (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Kodak Portra 160VC) Uma
pequena profundidade de campo permite distinguir claramente o primeiro plano do fundo.
A profundidade de campo é inversamente proporcional em relação à abertura. Quanto
maior for a abertura, menor será a profundidade de campo e vice-versa. Muitos
fotógrafos amadores deixam-se confundir porque uma “abertura maior” significa ter um
número de abertura menor. Por exemplo, com uma abertura de 1.4 a profundidade de
campo é muito menor do que aquela que se obtém com uma abertura de 11.
A escolha da profundidade é uma das opções mais importantes quando se define a
abertura e o tempo durante o qual que se expõe um fotograma. Por exemplo, quando se
fotografa uma pessoa podemos querer isolá-la do fundo, usando a menor profundidade
de campo possível. Pelo contrário, ao fotografar uma paisagem grandiosa podemos
querer que tudo o que vemos fique focado, desde os objectos mais próximos até ao
infinito, para o que devemos usar a maior profundidade de campo possível. Mas
atenção, porque quanto menor for a abertura, mais tempo se terá que expor a película e
maior será o risco de tremer a fotografia. Para que isso não aconteça, podemos usar um
bom tripé ou seguir a regra simples segundo a qual é possível obter fotografias nítidas
segurando a máquina com as mãos desde que se use um tempo de exposição igual ou
inferior ao inverso da distância focal da objectiva (em milímetros). Assim, poderemos
segurar à mão tranquilamente uma máquina com uma objectiva de 50mm desde que o
tempo de exposição seja no máximo de 1/50 de segundo ou, usando o ponto da escala
mais próximo, 1/60.
Sensibilidade do filme
Para além das variáveis de exposição que se controlam para cada fotografia (a abertura e
o tempo de exposição) também temos que considerar a sensibilidade do filme que está
na máquina. A emulsão de um filme fotográfico pode ser mais ou menos sensível à luz,
necessitando por isso de uma maior ou menor exposição.
Praça do Giraldo, Évora (Nikon F50, Sigma 28-70mm f/2.8-4, AGFA APX400) Utilizando um filme
rápido de 400 ISO consegui captar esta imagem nocturna sem precisar de tripé.
A sensibilidade das películas é expressa numa escala ISO (anteriormente designada
ASA). Também esta escala é logarítmica, pelo que um filme com uma sensibilidade de
400 ISO precisa de metade da luz do que um rolo de 200 ISO para produzir a mesma
exposição. Usando filmes mais sensíveis (mais “rápidos”) podemos usar menores
aberturas para obter maiores profundidades de campo. Mas na fotografia nada se obtém
de graça. Quanto maior for a sensibilidade de um filme menor será a sua definição e
mais grão terá a fotografia. A menor definição e o grão serão tanto mais visíveis quanto
mais se ampliar a imagem.
A gama de filmes disponíveis em quase todas as lojas de fotografia abarca as seguintes
sensibilidades: 25, 50, 100, 200, 400 e 800 ISO. Também se encontram filmes com
valores intermédios de sensibilidade, por exemplo 160 ISO (2/3 de ponto mais rápido
do que um filme de 100 ISO). Mas a sensibilidade de cada filme é apenas um indicador
da exposição para a qual um filme foi concebido. Pode-se escolher na máquina outro
índice de exposição que não a sensibilidade indicada para o filme. Se as condições de
iluminação o exigirem, e não tivermos um filme mais rápido connosco, podemos
“puxar” qualquer rolo em até 2 pontos, ou seja, por exemplo, podemos fotografar com
um rolo de 200 ISO como se ele fosse de 400 ou 800 ISO (regulando manualmente o
índice de exposição da máquina). Também esta facilidade tem o seu preço e obteremos
fotografias com mais grão e maior contraste. Mas atenção, para que um rolo “puxado”
seja correctamente revelado temos que informar o laboratório do índice que utilizámos
para o expor.
Utilizar o fotómetro
Para podermos escolher o tempo de exposição e a abertura com que vamos tirar uma
fotografia temos que poder medir a luz existente. É para isso que todas as máquinas que
hoje se vendem estão equipadas com um fotómetro mais ou menos sofisticado, com
base no qual sugerem (ou escolhem, em modo automático) uma determinada exposição.
Só se pode utilizar adequadamente um fotómetro se se perceber o que ele faz. E o que
qualquer fotómetro faz é simplesmente indicar a exposição correcta no caso de estarmos
a fotografar um cartão cinzento que reflecte 18% da luz que nele incide, o tom médio
perfeito. Comprovar isto é muito simples, basta seleccionar o modo de exposição
automática, colocar frente à máquina, cobrindo todo o enquadramento, uma folha
cinzenta e fotografar. Em seguida fotografa-se uma folha branca e depois uma folha
preta. Depois de revelado o filme, pode-se constatar que a máquina fez com que as três
folhas parecessem iguais: expondo correctamente a cinzenta, subexpondo a branca e
sobrexpondo a preta.
Como nem tudo o que podemos querer fotografar é cinzento, nem reflecte 18% da luz,
precisamos de saber interpretar a informação que nos é fornecida para tomar decisões
correctas de exposição. Os fotómetros medem a luz que é reflectida pelos objectos que
estão dentro do enquadramento, dando frequentemente uma ponderação de 60% ou 75%
da leitura ao círculo central do visor. Como uma superfície branca reflecte mais luz do
que uma área escura, temos que tomar isso em consideração quando tomarmos decisões
baseadas na leitura da luz reflectida. Por exemplo, se fotografarmos uma paisagem
coberta de neve branca não podemos utilizar simplesmente a exposição sugerida, porque
obteríamos uma neve cinzenta na fotografia. Temos que compensar essa leitura
aumentando um ponto a abertura ou o tempo de exposição. Da mesma forma, se
quisermos que uma fotografia tirada depois do pôr do Sol capte a atmosfera escura que
se vê temos diminuir em cerca de um ponto a exposição sugerida.
Uma forma simples de obter uma exposição correcta é fazer a leitura de exposição
apontando para algo que se queira que fique registado como tom médio e que esteja a
receber a mesma luz do que o assunto que vamos fotografar. Por exemplo, para
fotografar uma paisagem com iluminação uniforme podemos fazer a leitura de
exposição apontando para as erva verde do chão, um exemplo clássico de tom médio,
após o que podemos enquadrar e fotografar. Como a palma da nossa mão é cerca de um
ponto mais clara do que o cinzento de 18%, quando não houver um tom médio que se
possa utilizar podemos colocar a nossa mão à frente da objectiva (desde que receba a
mesma luz do que o assunto a fotografar) bastando depois aumentar em um ponto a
exposição sugerida, aumentando a abertura ou o tempo de exposição.
Tourega, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Fuji Provia 100F) Para obter uma
exposição
equilibrada apontei a objectiva para a erva do chão e regulei a exposição com base nessa leitura.
Há uma situação em que se pode dispensar o fotómetro. Quando fotografamos algo que
esteja a receber a luz directa do Sol num dia sem nuvens, um tempo de exposição igual
ao inverso da sensibilidade da película para uma abertura de f/16 resulta numa
exposição que capta as tonalidades tal como se vêem. Por exemplo, utilizando um filme
com uma sensibilidade de 100 ISO podemos utilizar uma exposição de 1/125 (o ponto
mais próximo de 1/100 na escala de tempos de exposição) para uma abertura de f/16 ou
qualquer exposição equivalente: 1/250 para f/11, 1/500 para f/8 ou 1/60 para f/22.
Amplitude tonal
Os nossos olhos conseguem distinguir muito mais diferenças de tonalidade do que
qualquer filme. Conseguimos olhar para um pôr do Sol sobre o horizonte distinguindo
desde o Sol brilhante até aos detalhes do chão já na penumbra. Nenhum filme tem uma
amplitude tonal que se compare à dos nossos olhos, que se estima que seja entre 12 e 13
pontos de exposição. Temos que saber que um filme negativo tem um amplitude de 7
pontos de exposição e um filme de diapositivos de apenas 5 pontos.
Este conceito de amplitude tonal é útil para percebermos que quando fotografamos um
diapositivo só se conseguirão distinguir as tonalidades até 2 ½ pontos acima e abaixo da
exposição escolhida. Tudo o que estiver acima desse intervalo será retratado como
branco e o que estiver abaixo como preto. Só tendo isto em conta podemos decidir quais
os tons que queremos que se possam distinguir e quais aqueles que são dispensáveis.
Por exemplo, cheguei um dia a Burano, uma pequena ilha junto a Veneza, já depois do
pôr do Sol. O céu encoberto estava muito mais luminoso do que as belas casas da ilha,
mas como dificilmente lá voltaria era uma oportunidade fotográfica a não perder. Medi
a luz e defini a exposição considerando apenas as casas, reenquadrei e fotografei,
sabendo que conseguiria captar as cores vivas das casas mas que o céu surgiria como
um fundo branco, sem textura.
Burano, Itália (Nikon F50, Sigma 28-70mm f/2.8-4, Kodak Gold 400) Apesar de ter sido fotografada
depois
do pôr do Sol, esta imagem conseguiu reproduzir as cores vivas das casas, sacrificando os detalhes do
céu.
Uma forma de visualizar a gama tonal que um filme de diapositivo pode registar é
recorrer ao quadro seguinte:
+ 2 ½ pontos: branco puro
+ 2 pontos: muito claro
+ 1 ½ pontos: mais claro
+ 1 ponto: claro
+ ½ ponto: levemente claro
Valor da exposição: tom médio
- ½ ponto: levemente escuro
- 1 ponto: escuro
- 1 ½ pontos: mais escuro
- 2 pontos: muito escuro
- 2 ½ pontos: negro puro
Quem tiver uma máquina fotográfica com medição pontual (spot) pode medir o ponto
mais escuro daquilo que vai fotografar e o mais claro. Se a diferença de exposição entre
os dois pontos for superior à amplitude tonal do filme que estiver a utilizar vai ter que
optar entre perder detalhe nas sombras ou nas partes mais claras da imagem. Sabendo
isto podemos determinar com grande exactidão o aspecto final de cada fotografia que
tiramos.
Equipamento
Muitos fotógrafos tendem a ficar fanáticos do equipamento. “Que fotografias fantásticas eu faria
com uma 600mm f/2.8” ou “tenho que trocar as minhas objectivas todas por umas novas com
estabilização de imagem” são delírios que se podem ouvir com frequência junto de apaixonados
pela fotografia. Mas sucumbir à tentação de comprar todas as máquinas, objectivas e filtros
disponíveis é algo que está acima de quase todas as bolsas e que, sejamos realistas, está longe de
ser necessário. Uma máquina razoável, um conjunto de objectivas que abarque as principais
distâncias focais, alguns filtros e um bom tripé chegam (e muitas vezes sobram) para realizar o
talento da maior parte dos fotógrafos amadores.
Ericeira (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Kodak BW+ 400) Para conseguir esta imagem bastou
uma máquina manual com mais de 15 anos e uma objectiva “normal” com a mesma idade.
Máquinas fotográficas
Quase todas as máquinas reflex para filme de 35mm actualmente à venda oferecem uma
qualidade razoável. Desde as mais modernas câmaras com focagem automática até
sólidos modelos mais antigos que se encontram no mercado de usados, com qualquer
uma se podem tirar belas fotografias. Afinal, o corpo de uma máquina é apenas uma
caixa que não deixa entrar luz senão quando se quer e pelo tempo que se escolher.
As máquinas reflex são largamente preferíveis em relação às compactas, porque
permitem ver no visor exactamente aquilo que se vai fotografar, podem usar várias
objectivas e admitem quase sempre a regulação manual dos parâmetros de exposição.
Isso não quer dizer que um pequena compacta não seja muito útil para tirar fotografias
de aniversários ou para alguma viagem em que o espaço escasseie. Algumas dessas
máquinas têm excelentes objectivas com boas aberturas máximas. Por exemplo, a
Olympus mju-II tem uma objectiva de 35mm f/2.8 com uma excelente qualidade óptica
e pesa pouco mais de 200 gramas...
Uma escolha importante a fazer ao ponderar a compra de uma máquina é a quantidade
de ajudas electrónicas que se quer ter: focagem manual ou automática, medição de luz
ponderada ao centro ou matricial. Uma máquina como a Nikon F5 simplifica muito o
trabalho do fotógrafo porque tem uma focagem ultra-rápida e até distingue as cores do
que se vai fotografar, acertando (dizem) em 99% das sugestões de exposição. Mas estas
características pagam-se caro e se são muito importantes para um fotojornalista, que tem
que aproveitar cada oportunidade de fotografia que surge num instante, já serão menos
cruciais para um amador com tempo que queira compor calmamente a sua fotografia.
Se já tiver uma máquina reflex use-a bem antes de pensar em comprar outra. Mas, se vai
mesmo comprar uma máquina, saiba que opções é o que não falta. As marcas com
maior quota de mercado, a Nikon e a Canon, oferecem uma excelente qualidade e uma
enorme variedade mas também se fazem pagar (e bem) pela imagem de marca. Outros
fabricantes, como a Minolta ou a Pentax, oferecem uma qualidade semelhante por
menos dinheiro. Mas se quiser comprar uma máquina usada com mais de dez anos é
melhor escolher entre os modelos da Nikon e da Canon: terá mais acessórios ainda
disponíveis e as probabilidades de conseguir resolver alguma avaria são maiores.
Mesmo no mercado de usados, os corpos Nikon são bastante mais caros, mas uma F2,
F3, FM2n ou FE2 em bom estado vale bem o dinheiro que custa. A Canon tem o
atractivo de ter também produzido boas máquinas fotográficas nos anos 70 e 80, como a
excelente F1 ou as boas AE1 ou AT1, que se conseguem por um preço mais moderado
uma vez que a marca mudou o sistema de montagem das objectivas quando investiu na
focagem automática.
Nikon FE2 – uma sólida máquina clássica dos anos 80 que continua
actual, tal como a Nikon FM2n, que ainda se fabrica e vende.
Há recursos que devemos exigir à nossa máquina: fotómetro, possibilidade de escolha
manual da abertura e do tempo de exposição, compensação da exposição automática,
previsão da profundidade de campo e uma boa gama de tempos de exposição, pelo
menos entre os 4 segundos e 1/1000 de segundo. Para além destas características, é
também útil dispor de medição através das lentes (TTL) para o flash, de medição de luz
pontual (spot) e da possibilidade de trocar os écrans de focagem. A focagem automática
tornou-se muito comum, mas quem não quiser tirar fotografias de acção ou de animais
em movimento pode dispensar esse recurso.
Objetivas
Cada objectiva é definida pela sua distância focal e pela sua abertura máxima. A
distância focal (expressa em milímetros) determina o ângulo que é coberto pela
objectiva, a “ampliação”. Uma distância focal mais curta inclui um ângulo maior no
enquadramento, uma distância focal mais longa amplia o que se está a ver, reduzindo o
ângulo de cobertura. A abertura máxima corresponde à quantidade máxima de luz pode
passar através da objectiva. Assim, quanto maior for a abertura máxima, menor será o
tempo durante o qual se deverá expor a película com a mesma luz . Considera-se que
uma objectiva é rápida se tiver uma abertura máxima maior ou igual a 2.8 e lenta se essa
abertura for igual ou inferior a 5.6.
Actualmente, o tipo mais comum de objectivas são as chamadas zoom, que cobrem um
intervalo de distâncias focais. A objectiva zoom mais vulgar deve ser a 35-80mm, que
cobre todas as distâncias focais entre os 35mm e os 80mm. Até aos anos 90, este tipo de
objectivas oferecia uma qualidade óptica muito inferior à que se obtinha com objectivas
de apenas uma distância focal. Hoje já não é assim e podem-se comprar excelentes
objectivas zoom. No entanto, proliferam no mercado produtos baratos que sacrificam a
qualidade óptica e, sobretudo, a abertura máxima. A qualidade paga-se e basta ver a
diferença de preço entre um zoom 80-200mm f/2.8 e outro 80-200mm f/4-5.6...
A escolha de uma objectiva não se resume a distância focais e aberturas máximas. Antes
de mais, temos que decidir se preferimos ter um sistema de focagem manual ou
automática. Se optarmos pela focagem automática, podemos ainda ponderar a hipótese
de comprar uma das novas objectivas com estabilização electrónica da imagem (IS –
Image Stabilisation da Canon ou VR – Vibration Reduction da Nikon), sistema que
permite quebrar a regra já referida segundo a qual não se deve segurar à mão a máquina
para tempos de exposição superiores ao inverso da distância focal da objectiva. Com
uma objectiva de 300mm equipada com este sistema pode-se fotografar com nitidez
com exposições de até 1/30 de segundo. Sem a estabilização, qualquer exposição mais
longa que 1/300 resultaria numa redução visível da nitidez.
Para uma distância focal igual à diagonal do filme, a perspectiva é igual à da nossa
visão. Em filmes de 35mm (onde cada fotograma tem 24mm x 36mm), essa distância
“normal” é de 43,27mm. Por convenção, chamam-se “normais” à objectivas entre 50 e
60mm. Abaixo desse intervalo temos as grandes angulares, que expandem a
perspectiva, e acima as teleobjectivas, que comprimem a perspectiva. Antes da era dos
zooms, cada corpo de máquina costumava vir com um objectiva de 50mm
razoavelmente rápida (f/1.8 ou mesmo f/1.4), mas hoje em dia o mais comum é
recebermos com uma máquina nova uma objectiva zoom 35-80mm. Por se fabricarem
em grandes quantidades há muito tempo, as objectivas “normais” de distância focal fixa
costumam ter uma qualidade óptica extraordinária, pelo que é de lamentar que sejam
muitas vezes menosprezadas.
Monsaraz, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Kodak T-Max 400CN) A qualidade
óptica
das objectivas “normais” permite captar imagens com uma definição extraordinária.
Em espaços apertados ou para transmitir a vastidão de uma paisagem é necessária uma
grande angular, seja uma objectiva de 20, 24, 28 ou 35mm ou um zoom que chegue a
essas distâncias focais. Mas esta atractiva gama de distâncias focais coloca problemas
de composição precisamente por incluir tanta coisa: às vezes as fotografias perdem
“vida” por não se perceber o que o fotógrafo quer mostrar. São, por isso, necessários
cuidados redobrados com o enquadramento e a composição de cada imagem. Uma
característica importante das grandes angulares consiste na ampliação das distâncias
aparentes entre os objectos próximos e afastados, alterando a perspectiva, o que pode
ser utilizado para composições fortemente tridimensionais.
Barragem da Tourega, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 24mm f/2.8, Fuji Provia 100F) Uma técnica
clássica
de composição com objectivas de grande angular consiste em fotografar muito perto do
primeiro
plano, incluído na profundidade de campo, para acentuar o carácter tridimensional da imagem.
A primeira objectiva adicional que muitos fotógrafos amadores compram é uma
teleobjectiva curta, geralmente um zoom 80-200mm ou 70-210mm. São objectivas
relativamente baratas e que permitem uma maior selectividade no enquadramento.
Reduzem também as distâncias aparentes entre os objectos, comprimindo a perspectiva,
sendo adequadas para quase todos tipos de fotografia, incluindo a de natureza.
As boas teleobjectivas acima dos 300mm custam caro mas são uma necessidade para
quem quiser fotografar pequenos mamíferos, pássaros ou animais selvagens a uma
distância segura. Uma solução de compromisso mais económica costuma ser comprar
um zoom que chegue aos 300mm. O problema é que estas objectivas são geralmente
lentas, com aberturas máximas iguais ou superiores a f/5.6, mas mesmo assim
conseguem captar belas imagens.
Baleal (Nikon F50, Sigma 70-300mm f/4-5.6, Kodak Gold 200) Esta fotografia, tirada ao fim do
dia com
uma distância focal de 300mm, conseguiu captar uma atmosfera quase monocromática num
filme a cores.
Uma forma popular de aumentar a distância focal das objectivas é utilizar um
teleconversor, um conjunto adicional de lentes que multiplicam por 1.4, por 2 ou
mesmo por 3 a distância focal das objectivas. O problema destes dispositivos é que
reduzem a qualidade óptica da imagem e multiplicam pela mesma razão a abertura
máxima. Os teleconversores foram concebidos para aumentar de forma flexível a
distância focal de teleobjectivas longas e rápidas. Por exemplo, uma objectiva de
300mm com a abertura máxima de f/2.8 torna-se, com um conversor de 2x, numa
600mm com uma abertura máxima de f/5.6. Usar um teleconversor num zoom lento é
pouco aconselhável: uma objectiva 70-300mm f/4-5.6 com um conversor de 2x também
atinge os 600mm, mas com uma abertura máxima de f/11!
Outra tendência recente é a construção de objectivas zoom que abarcam desde a grande
angular até à teleobjectiva. Encontram-se com agora facilidade objectivas 28-200mm ou
mesmo 28-300mm. Uma gama tão grande de distâncias focais é conseguida à custa da
abertura máxima e da qualidade óptica. Para além disso, quem dependa de apenas uma
objectiva está sujeito a que ela se avarie arruinando a meio uma sessão fotográfica...
Tripés
Para obtermos uma grande profundidade de campo ou fotografarmos com pouca luz
temos que expor o filme durante mais tempo. Se quisermos segurar a máquina à mão
seremos obrigados a utilizar um filme muito rápido, com menor nitidez e muito “grão”.
Com um bom tripé podemos quebrar este ciclo vicioso, pois permite-nos expor durante
vários segundos, se necessário, e assim usar o melhor filme, com mais definição e
menos “grão”. É verdade que andar com um tripé atrás não é propriamente um ideal de
comodidade, mas os resultados compensam, pois para além de permitir exposições mais
longas, uma tripé “obriga-nos” a compor a imagem com mais cuidado e dá-nos a
possibilidade de ajustar pequenos detalhes minuciosamente.
Barragem da Tourega, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 24mm f/2.8, Fuji Provia
100F) Para que tudo ficasse focado, desde o primeiro plano até ao infinito, necessitei
de uma enorme profundidade de campo. A exposição longa só possível utilizando um tripé.
Nem todos os tripés são, obviamente, iguais. Pouco se pode esperar de um frágil tripé
de plástico, barato mas incapaz de garantir uma sustentação solida à máquina e pouco
prático de manusear. Um tripé sólido de alumínio (ou fibra de carbono) é um excelente
investimento na qualidade das fotografias. Fabricantes como a Gitzo ou a Manfrotto
oferecem gamas completas, com preços relativamente razoáveis (sobretudo no caso da
Manfrotto).
Quando falamos de tripé estamos apenas a referir-nos às três pernas de sustentação, pois
em produtos de qualidade podemos escolher a cabeça onde se fixa a máquina em
separado. Basicamente, há dois tipos de cabeça – de bola ou com controlos separados
para cada um dos três planos de movimento (inclinação horizontal, vertical e rotação).
As cabeças de bola permitem movimentos muito rápidos em qualquer plano, pelo que
são especialmente adequadas para fotografar alvos em movimento. As cabeças com três
planos de movimento permitem composições mais minuciosas. A escolha entre estes
dois tipos de cabeça é uma opção pessoal, em função dos assuntos que se pretenda
fotografar, mas em qualquer dos casos é muito conveniente que tenha um sistema de
libertação rápida, para fixar e libertar a câmara sem que seja necessário estar sempre a
aparafusá-la.
Filmes
Quem queira fotografar a cores pode escolher entre dois tipos de filme: negativos e
diapositivos (slides). Os negativos têm uma maior amplitude tonal e permitem obter
provas impressas rapidamente e de forma económica. Os diapositivos têm, contudo,
uma enorme vantagem: apresentam exactamente o que o fotógrafo captou, sem
intermediários, compensações de cor ou erros de impressão. Olhando para um slide
podemos ver se a exposição foi a pretendida, se focagem foi adequada e se as cores têm
uma boa saturação, examinando um negativo pouco se consegue concluir.. Os filmes
diapositivos lentos (50 ISO) oferecem ainda uma definição extraordinária, o que os
torna na escolha de muitos fotógrafos.
Quanto menor for a sensibilidade de um filme, maior será a definição que oferece, pelo
que convirá utilizar o rolo mais lento utilizável em cada situação. Mas tudo é relativo e,
por vezes, pode-se utilizar um filme com grão para alterar o aspecto da imagem, dando
textura, por exemplo, à neve. Em diapositivos, o Fuji Velvia (de 50 ISO) parece liderar
as escolhas profissionais, seguido pelo Fuji Provia 100F e pela gama Kodachrome. Em
negativos, os Kodak Portra 160VC e NC disputam com o Fuji Reala o máximo de
definição, mas há vários filmes até aos 400 ISO com uma definição razoável e cores
realistas.
Solar Monfalim, Évora (Nikon F50, Sigma 28-70 f/2.8-4, Kodak Gold
Zoom 800) Só com um filme extremamente rápido foi possível captar esta
fotografia apesar da pouca luz existente.
A fotografia a preto-e-branco, com o seu aspecto intemporal, continua a atrair muitos
interessados que, por vezes, esbarram nas dificuldades da revelação em casa ou no custo
de a mandar fazer num bom laboratório. Os filmes a preto-e-branco cromogénios
vieram amenizar esses “inconvenientes”, pois revelam-se através do mesmo processo
que os filmes a cores. Quer o Ilford XP2 Super quer o Kodak T-Max 400CN oferecem
excelentes resultados, apesar de não terem a mesma longevidade que um filme
monocromático convencional. É frequente, contudo, que os laboratórios menos
cuidadosos façam a impressão das provas em papel para fotografia a cores,
apresentando resultados confrangedores. É que as impressões devem ser feitas em papel
monocromático, o que permite obter excelente definição e contraste. Os filmes para
preto-e-branco clássico continuam disponíveis na maior parte das lojas de fotografia,
sendo de recomendar as linhas Delta da Ilford, T-Max da Kodak e APX da AGFA (o
AGFA APX 25 ISO é especialmente interessante, pois tem uma definição extraordinária
e muito pouco grão).
Filtros
Utilizam-se filtros para alterar a imagem que é captada, tornando-a artificial ou, pelo
contrário, mais fiel ao que o fotógrafo viu com os seus próprios olhos. É fácil cair em
imagens artificias de gosto duvidoso com os chamados filtros de “efeitos especiais”,
pelo que vale mais a pena que nos centremos nos filtros que alteram a imagem sem a
adulterar.
Provavelmente o filtro mais utilizado é o polarizador, um filtro circular que se roda para
eliminar uma determinada polaridade de luz. Consegue-se assim atenuar (ou mesmo
eliminar) reflexos em superfícies não metálicas e acentuar o azul do céu. Mas deve-se
usar com cautela, pois é muito fácil escurecer em excesso o azul do céu, tornando-o
artificial. O polarizador é também muito útil para fotografar paisagens naturais, pois ao
eliminar os reflexos luminosos das folhas das plantas faz com que a sua cor se veja com
mais intensidade. Encontram-se à venda polarizadores lineares e circulares, mas em
máquinas com focagem automática só se devem usar estes últimos.
“La Pedrera”, Barcelona (Nikkon FE2, Nikkor 24mm f/2.8, Kodak Gold 100, Polarizador) Utilizei o
polarizador para acentuar o contraste entre a escultura e o céu, mas o efeito foi claramente excessivo.
Os nossos olhos ignoram com facilidade pequenas diferenças na cor da luz existente a
que os filmes são muito sensíveis. Por exemplo, um dia encoberto tem uma luz fria,
azulada, e a iluminação artificial tende para o vermelho. Os filtros de correcção de cor
permitem corrigir estes efeitos facilmente, estando disponíveis em diversas
intensidades. Vale a pena ter, pelo menos, o filtro âmbar de aquecimento mais suave (o
81A) para os dias nublados. Caso fotografe frequentemente com luz artificial de
incandescência, um filtro 82A (ou B) será também um acessório indispensável para
tornar mais realistas as imagens.
Jardim em Lisboa (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Fuji Sensia-II, 81B) A luz difusa do céu
encoberto dava uma dominante azulada que se compensou facilmente com um filtro de aquecimento.
Na fotografia a preto-e-branco o filtro de longe mais útil é o vermelho. Em paisagens
atenua a neblina e escurece o céu, salientando o recorte das nuvens; no retrato de
pessoas disfarça pequenas imperfeições da pele, favorecendo os “modelos”. Os outros
filtros para fotografia monocromática (verdes, azuis, amarelos...) parecem-me úteis
menos frequentemente, mas o seu funcionamento é muito simples: tornam mais claras
as coisas da sua cor e mais escuros os objectos de cores complementares.
Outros filtros que vale a pena experimentar são os graduados de densidade neutra.
Permitem, por exemplo, fotografar um céu brilhante sem perder os detalhes do chão,
escurecendo o céu, reduzindo dessa forma a amplitude tonal da cena aos limites do
filme.
Composição
O domínio das técnicas fotográficas é apenas uma ferramenta ao serviço da estética.
Saber controlar a exposição, escolher a máquina, a objectiva e, eventualmente, o filtro é
apenas o início de uma boa fotografia. O que distingue um grande fotógrafo de um mero
curioso é a capacidade para ver coisas que não são evidentes, para ordenar a realidade
de forma a transmitir emoções.
Terena, Alentejo (Nikon F50, Sigma 28-70mm f/2.8-4, Fuji Press 800) Aproveitando um céu
especialmente
belo, tudo nesta fotografia foi ordenado de forma consciente: a abertura e o tempo de exposição,
a
posição da azinheira solitária e a linha do horizonte junto ao limite inferior da imagem.
Enquadramento
Uma imagem com demasiados pontos de interesse acaba por não atrair a
atenção para nenhum. Por isso uma composição simples é muitas vezes mais
eficaz para transmitir uma ideia ou sensação do que uma panorâmica confusa
que mostra tudo sem realçar nada. A selecção consciente daquilo que se vai
incluir numa fotografia é um passo fundamental para obter um bom resultado.
Um fotógrafo tem que ser capaz de articular aquilo que quer mostrar. Se não
conseguir explicar porque quer tirar uma determinada fotografia mais vale
pensar melhor e escolher outro enquadramento.
Depois de definir com exactidão o que se vai fotografar, é preciso escolher a máquina, o
filme e a objectiva. Alguns assuntos ficam melhor a preto-e-branco, para outros a cor é
fundamental e é preciso um filme que a reproduza fielmente. A escolha da objectiva
também é importante, pois determina a perspectiva da fotografia: as objectivas de
grande angular aumentam as distâncias aparentes e as teleobjectivas reduzem-nas. Em
seguida, há que escolher o local a partir do qual se fotografa. Qual será o melhor ponto
de vista, ao nível dos olhos, da cintura ou junto ao chão? Nas películas de 35mm
podemos ainda escolher a orientação da imagem, na horizontal ou na vertical. Apesar de
ser mais fácil fotografar com a imagem horizontal, todos os comandos da máquina
foram feitos a pensar nessa posição, vale muitas vezes a pena experimentar a outra
opção, pois o ambiente da fotografia resulta muito diferente.
Perto de Évora (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8, Ilford XP2 Super) A colocação do horizonte
sobre a linha
que delimita o terço inferior da imagem, com a casa chegada à direita, reforça a expressividade
da fotografia.
Por último, é preciso posicionar os objectos dentro do rectângulo. Muitas vezes, a
primeira tendência é colocar aquilo que vai fotografar ao centro. É onde as máquinas
modernas têm o sensor de focagem automática e é a composição mais simples,
puramente descritiva. Mas uma fotografia viva não se limita a descrever, interpreta, pelo
que devem ser exploradas outras hipóteses de posicionamento. Uma pista geralmente
útil consiste em colocar as linhas da imagem sobre linhas imaginárias que dividem a
fotografia em três partes horizontais e verticais. A linha do horizonte, por exemplo,
pode ser colocada sobre a linha que delimita o terço superior ou inferior do
enquadramento, e não ao meio. Um posicionamento assimétrico do assunto obriga a
olhar ao longo da fotografia e contribui para que quem vê sinta aquilo que o fotógrafo
quis mostrar.
A regra dos terços – Colocar as linhas da imagem ao longo das linhas imaginárias
que dividem o enquadramento em três partes horizontais e verticais pode ser
um bom ponto de partida mas não deve limitar a imaginação do fotógrafo.
<>
Iluminação
Mesmo com as melhores técnicas, qualquer fotografia limita-se a captar luz num filme.
A luz é a matéria prima essencial da fotografia e sem boa iluminação não há uma boa
imagem. Um fotógrafo deve aprender a conhecer e interpretar a luz: a sua cor, a sua
direccionalidade e o seu carácter. Fotografar é pintar com luz numa tela química.
A direcção da luz resulta da sua posição em relação ao fotógrafo e ao assunto. Quando a
origem da luz se localiza por trás da objectiva, temos uma situação de iluminação
frontal, que reduz as sombras do que se está a fotografar e reduz a noção de
tridimensionalidade. Permite, contudo, uma excelente reprodução de cores vivas. Se a
luz surge por trás do assunto da fotografia estamos numa situação de contra-luz. O
fotógrafo pode regular a exposição de forma a captar os detalhes que ficam na sombra
ou, pelo contrário, reduzir o objecto a uma silhueta contra um fundo expressivo. A
iluminação pode ainda ser lateral, o que acentua a noção de volume e pode dar textura,
através das sombras, a superfícies como a areia ou a neve.
Independentemente do local de onde provenha, a luz pode atingir os objectos de forma
dura, desenhando sombras de contornos precisos, ou difusa, quase não se distinguindo
sombras. Este carácter da luz influencia também o ambiente retratado, tal como a cor da
própria luz. Antes do nascer do Sol ou quando o céu está encoberto, a cor dominante é
azul. É uma luz fria, muito eficaz para fotografias que queiram transmitir sensações de
isolamento e angústia. Logo após o nascer do Sol e ao fim do dia a luz é quente, de
dominante próxima do vermelho. Muitas vezes a neblina torna especialmente visível a
tonalidade da luz, criando ambientes envolventes e misteriosos.
Veneza (Nikon F50, Sigma 28-70 f/2.8-4, Kodak Gold 400) A luz de Inverno, ao entardecer,
criou uma atmosfera mágica que domina a fotografia, tornando-a quase monocromática.
A luz está sempre a mudar. A paciência é uma virtude frequentemente recompensada
quando as nuvens deixam passar um raio de Sol para iluminar precisamente a árvore
que queríamos fotografar ou quando diferentes tipos de iluminação dentro do
enquadramento produzem contrastes inesperados. A única solução é estar atento e
pronto para captar qualquer a imagem única num instante fugaz.
Trabalhar um assunto
Quando um local ou objecto parece interessante, um erro comum é fotografá-lo
rapidamente e passar ao próximo. As boas fotografias exigem tempo e esforço. Há que
explorar diversos ângulos, diferentes iluminações. Porque não experimentar várias
objectivas diferentes, reinterpretando o assunto. Muitas vezes é preciso esperar pela luz
certa, a expressão facial irrepetível ou o acontecimento inesperado para conseguir uma
fotografia excepcional.
É natural que, enquanto esses momentos únicos não chegam, muitos metros de filme
sejam expostos. É essa a sorte dos laboratórios de fotografia e temos que nos resignar a
essa contingência. Mas a composição cuidada, a utilização de um tripé sólido, boas
técnicas fotográficas e um conhecimento profundo do assunto que se quer fotografar são
requisitos que ajudam a aumentar o número de fotografias muito boas. Mesmo assim,
quando a oportunidade surgir, não devemos poupar nos rolos de filme. Afinal são muito
mais baratos do que todas as máquinas, objectivas, tripés e filtros que já comprámos...
Monsaraz, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Kodak T-Max 400CN) Um dos sítios mais
fotografados do País ainda oferece imagens inesperadas, desde que se escolham ângulos pouco usuais.
AVANCADO:
1.0 ANATOMIA DO CORPO DA CÂMERA FOTOGRÁFICA
Fotografia de fot (o) - + - graf (o) - + - ia: Processo de formar e fixar sobre
uma emulsão fotossensível a imagem de um objeto, e que compreende,
usualmente, duas fases distintas: na primeira, a emulsão é impressionada pela luz,
e sobre ela se forma, por meio de um sistema óptico, a imagem do objeto; na
segunda, a emulsão impressionada é tratada por meio de regentes químicos que
revelam a imagem e fixam, permanentemente, a imagem desejada.
Para registrar a cena num filme fotossensível, existe na câmera o obturador, a sua
abertura ocorre em fração de segundos (velocidade de obturação), determinando o
tempo de exposição do filme à luz.
Na objetiva, a abertura do diafragma controla a quantidade de luz; o diafragma
mais fechado confere profundidade de campo nas fotos, ou seja, foco em todos os
planos.
O obturador e a abertura controlam a luz que chega à película. A combinação
apropriada dos ajustamentos de velocidade de obturação e de abertura dão como
resultado a exposição correta. Os ajustamentos necessários dependem da
sensibilidade do filme e do funcionamento do sistema de controle de exposição da
câmara (fotômetro).
O fotômetro é um dispositivo na câmera que indicará a melhor combinação da
velocidade de obturação e da abertura do diafragma.
Na fotografia com flash, iluminamos a cena com luz artificial e não fotometramos.
Utilizamos o diafragma da objetiva para controlar a luz do flash, de acordo com a
distância do objeto.
O tipo de filme, sua sensibilidade, filtros e o conhecimento do funcionamento de
outros acessórios possibilitará a execução de boas fotos.
Fig. 1.1 Elementos de uma máquina fotográfica
a) Visor
b) Objetiva
c) Diafragma
d) Obturador
e) Mecanismo de transporte
f) Sistema de foco
g) Filme
1.1. Obturador
A função principal do obturador é bastante simples: enquanto está fechado, o filme
não é atingido pela luz, porém, quando o botão de disparo é acionado, ele se abre,
e esta exposição é dada em fração de segundos (ex.: 1/125s).
Quanto menor o tempo de exposição, menos luz chega até ao filme e maior será o
denominador da fração (ex.: 1/1000s, 1/2000s, 1/4000s).
A velocidade de obturação rápida confere maior equilíbrio da fotografia, ou seja,
uma melhor reprodução das cores.
A relação entre abertura e obturador é a seguinte: ao mudar-se um passo na
velocidade de obturação, duplica-se ou reduz-se à metade a luz transmitida.
Por exemplo 1/1000s deixa passar metade de luz que 1/500s e o 1/500s é o dobro
de 1/1000s.
A luz que passa pela abertura f/8 é a metade da que passa na abertura f/5,6. Esta
última deixa passar o dobro de f/8.
Se uma exposição correta de uma cena é 1/125s e f/5,6, podemos conseguir os
mesmos resultados quanto à exposição, selecionando 1/250 e f/4 ou 1/500 f/2,8.
Ex.: quando utilizarmos um maior tempo de exposição (ex.: 1/8s ambiente com
pouca luz) teremos pouca qualidade da fotografia, enquanto que em menor tempo
de exposição (ex.: 1/500s, ambiente com boa luminosidade) teremos uma boa
qualidade na fotografia.
O obturador de plano focal, que está presente nas câmeras de visor indireto,
funciona através de um sistema de duas cortinas divididas por uma abertura em
forma de fenda, que se movimentam em frente ao filme. A duração da exposição é
determinada pela largura da fenda:
quanto mais estreita ela for, mais rápida será a exposição. Em primeiro lugar, abrese a primeira cortina para expor a película, em seguida, abre-se a segunda. O
espaço entre ambas determina a exposição.
Tempos de exposição superiores a 1/30s devem ser utilizados com câmera no tripé
(ou apoiadas).
1.1.1 TIPOS DE OBTURADORES :
Ø Obturador setorial : Usado nas câmeras de visor direto, fica situado logo atrás
da objetiva.
Não permite regulagem precisa da velocidade.
Ø Obturador Central : Usado nas câmeras reflex de objetiva dupla, situa-se entre
as lentes da objetiva, um pouco à frente do diafragma. É formado por um conjunto
leve e compacto de lâminas, que se abrem quando o botão de disparo é acionado,
sincronizando com o flash em qualquer velocidade. A velocidade máxima de
sincronismo alcançada é de 1/500s.
Ø Obturador de plano focal "ou de cortina": Encontrado nas câmeras
monoreflex de 35mm (o tipo de câmera utilizada nas aulas práticas), situa-se
imediatamente defronte ao filme. É constituído por duas cortinas que se movem
uma após a outra, separadas por um espaço regulável. Permite obter velocidades
de até 1/8000s. O Obturador de cortina protege o filme contra a exposição à luz,
quando as objetivas são trocadas.
1.2. Dispositivo de Controle de Obturação
Permite a regulagem da velocidade de obturação, ou seja, do tempo de exposição
do filme à luz do objeto que está sendo fotografado. Funciona como um mecanismo
de relógio, capaz de diferenciar tempos curtos de exposição como 1/2000s de 1/2s
que é um longo tempo de exposição.
As velocidades de obturação, dependendo da câmera, poderão ser: 1/8000s,
1/4000s, 1/2000s, 1/1000s, 1/500s, 1/250s, 1/125s, 1/60s, 1/30s, 1/15s, 1/8s,
1/4s, 1/2s, 1s, 2s, 4s, 8s, regulagem B (Breve) onde o obturador permanece
aberto enquanto o botão de disparo ficar acionado em fotos com pouca luz e
regulagem T (Tempo) indicando que o obturador irá ficar aberto até o botão de
disparo ser acionado outra vez, o X indica o sincronismo para o flash.
OBS.: As câmeras eletrônicas possuem no "programa" velocidade de obturação
intermediárias e abaixo de 1s, 1/1750s, 1/80s, 2s, 4s, 8s.
1.3. Fotômetro
É o instrumento que mede a intensidade de luz refletida pelos objetos e, com base
na sensibilidade do filme empregado na câmera, fornece as combinações da
abertura do diafragma e velocidade de obturação, correspondentes à melhor
exposição.
Sempre que possível devemos fazer a fotometria direta no objeto ou pessoas a
serem fotografados.
A maioria dos equipamentos monoreflex de 35mm, conta com fotômetros
embutidos. Nelas, o fotômetro mede a luz que atravessa a objetiva, sendo que esse
sistema é chamado TTL (Through the lens). Existem ainda fotômetros manuais, que
são bastante usados em situações especiais, quando a iluminação é muito fraca,
em trabalhos de estúdio ou ainda para leitura da intensidade de luz que incide
sobre o objeto a ser fotografado.
O Fotômetro é constituído por uma célula fotoelétrica, que produz uma corrente
elétrica proporcional à intensidade da luz incidente sobre ela, essa corrente move o
ponteiro de um mostrador.
Há três tipos de Fotômetros TTL. O fotômetro "MEDIDA MÉDIA" fornece uma
leitura média de toda a luz proveniente da cena, o fotômetro "SPOT" mede apenas
a luz que incide sobre o centro da cena, numa área de cerca de um quinto da área
total do quadro, e o fotômetro tipo "PESO CENTRAL" dá preferencia à luz da
região central, mas também leva em conta a leitura média.
O Fotômetro possui símbolos gravados no visor (+ ou -) ou indica a velocidade e/ou
o diafragma a ser utilizado.
Ligando o Fotômetro, com o indicador no (+), a foto ficará super exposta (clara),
devemos fechar o diafragma ou diminuir o tempo de exposição até o ponteiro ficar
no meio do marcador ou acender uma luz de cor verde nos fotômetros digitais. Se
o fotômetro estiver no (-), a foto ficará sub exposta, devemos abrir o diafragma ou
então aumentar o tempo de exposição.
O Fotômetro determina a velocidade de obturação e a abertura do diafragma para
fotografar na luz do dia, em fotos de livro, de computador, microscópio...
Em fotos com luz do dia, é usualmente utilizada a velocidade de obturação 1/125s
e uma abertura do diafragma f 8. Ao ligar o fotômetro para a fotometria , o
ponteiro do fotômetro deverá estar no centro, ou com a luz verde acesa.
Se nesta situação (1/125 e f/8) o ponteiro do Fotômetro estiver para o (-), a foto
ficará subexposta (escura), podemos abrir o diafragma (f/5,6- 4 - 2,8) ou aumentar
o tempo de exposição (1/60s, 1/30s) até o ponteiro ir para o centro. Se o ponteiro
do fotômetro estiver no (+), devemos fechar mais o diafragma (f /16) ou diminuir o
tempo de exposição.
Se a profundidade de campo é importante, devemos fechar o diafragma (f/16) e ir
aumentando o tempo de obturação (1/30s. 1/15s...) até a fotometria correta,
nesse caso, ou seja em longo tempo de exposição (ex. 1/15s) o uso de tripé é
obrigatório.
Para congelar o movimento, como por exemplo em fotos de corrida de
automobilismo, de animais em movimento, temos que utilizar velocidades rápidas
(1/1000s), ou seja, pequeno tempo de exposição. Para isto podemos abrir o
diafragma ao máximo para entrar mais luz, ou utilizar filmes mais sensíveis.
Em fotos de computador, de microscópios ou de livros, temos pouca luminosidade,
consequentemente devemos usar de longos tempos de exposição (1/2s, 1/4s...)
com a câmera fixa no tripé. O ponteiro do fotômetro deverá ficar no centro, como
em toda fotometria, e utilizar uma abertura do diafragma maior (1,8).
Nas fotografias com flash, a velocidade de obturação é fixa, em função do
sincronismo exigido pelo flash (1/60s, 1/125s). Devemos controlar a luminosidade
da cena com o diafragma.
Os flashs manuais tem uma tabela da distância do objeto e o diafragma
correspondente.
Ex.: Objetos a 27cm - nº f /16; Objetos a 35cm - nº f /11 Em fotos de livros,
pequenos objetos ou da tela de um computador, direcione o fotômetro para mais
próximo do objeto possível para uma leitura fidedigna.
CUIDADOS NA FOTOMETRIA
A maioria dos filmes preto e branco têm uma tolerância, ou latitude, para erros na
exposição; permitem negativos satisfatórios em uma faixa razoável de exposição.
Filmes positivos (slides) apresentam pequena latitude, um ponto do diafragma
utilizado erroneamente é suficiente para produzir um slide de qualidade inferior.
Ø a) Contra Luz: quando estamos fotografando um objeto contra um fundo
iluminado, e desejamos que esse objeto saia com iluminação adequada, devemos
fazer a medida diretamente no objeto.
Ø b) Alto Contraste: cenas que contêm ao mesmo tempo elementos muito claros
e muitos escuros, necessitam de duas medidas, uma, da região mais iluminada da
cena e outra, da menos iluminada; a média das duas medidas fornece a exposição
adequada para a cena toda.
Ø c) Influência do fundo: quando a pessoa ou objeto fotografado situa-se contra
um fundo muito claro ou muito escuro, é preciso evitar que a leitura da luz
corresponda ao quadro inteiro, o que levaria à sub ou superexposição da foto,
deve-se fechar um ponto no diafragma (fundo claro) ou abrir um ponto no
diafragma (fundo escuro), isto após a fotometria ideal.
1.4. Telêmetro
É o mecanismo que, unido ao anel de focalização da objetiva, possibilita focalizar os
objetos.
Ø Telêmetro de Vidro Despolido: Nas câmeras reflex de 35mm (visor indireto), o
telêmetro
funciona com a ajuda do espelho, que reflete a imagem sobre um vidro despolido
no visor. Se o objeto não estiver focalizado. o fotógrafo verá uma imagem
embaçada.
Ø Telêmetro de Quadro Cortado: Utilizado na maioria das câmeras reflex de
35mm (visor indireto), permite uma focalização muito rápida e precisa. Funciona
com a mudança de direção dos raios luminosos ao atravessar um prisma
(refração),ou seja, quando o anel de focalização da objetiva não se encontra no
lugar adequado o objeto aparece no visor dividido em duas partes.
Para se ter foco, basta girar o anel de focalização até que as duas metades fiquem
juntas.
1.5. O Visor
Numa analogia da câmera fotográfica com o olho humano, teríamos: a pálpebra
corresponderia ao obturador, a córnea e o cristalino seriam as lentes da objetiva
que trabalham em conjunto focalizando as imagens sobre a retina fotossensível
(que seria o filme), a íris seria o diafragma controlando a quantidade de luz , e
ainda cooperando com o cristalino para produzir imagem clara e bem definida.
O visor permite ao fotógrafo ver aquilo que será incluído na fotografia. Dependendo
do tipo de câmera, podemos ter no visor: o sistema de focalização (telêmetro), que
é um pequeno círculo no centro do visor com microprismas e região cortadas, o
Fotômetro de símbolos (+ ou -) ou com a regulagem da velocidade e a abertura do
diafragma.
Descrevemos dois tipos de visores mais utilizados:
Ø Visão direta (câmera não reflex) : Neste visor, o fotógrafo vê os objetos
através de uma pequena "janela" da máquina fotográfica, podendo causar um "erro
de paralaxe", ou seja, a objetiva da câmera não enquadra o que o fotógrafo está
vendo, principalmente em objetos mais próximos. Esse erro de paralaxe pode ser
atenuado com um telêmetro, que é um dispositivo óptico para medir distâncias,
ficando uma moldura geralmente de cores diferentes no visor, determinando o que
vai ser enquadrado pela objetiva.
Ø Visão Indireta (Câmera reflex): Este visor permite ao fotógrafo "ver através
da objetiva" com um auxílio de um pentaprisma, conjunto de 5 espelhos, sendo um
destes móveis e situado atrás da objetiva em ângulo de 45 graus e defronte ao
filme (anterior ao obturador), e os outros espelhos situados na parte superior da
câmera, permitindo imagem nítida no visor.
OBS.: Existe também as câmeras com duas objetivas iguais que funcionam
conjugadas, sendo que a parte superior da câmera é destinada ao fotógrafo (visor)
e a parte inferior ao filme. Na parte superior, existe um espelho com ângulo de 45
graus, que projeta a imagem ao visor.
1.6. Espelho Móvel
Localizado no interior da câmera, logo atrás da objetiva em ângulo de 45 graus e
defronte ao obturador (câmera mono reflex de 35mm), reflete a imagem capitada
pela objetiva para o visor.
Quando da sensibilização do filme pela luz, o espelho móvel levanta-se e perde-se
momentaneamente a visão da cena, até que o mesmo volte a posição inicial.
O espelho móvel reflete a luz para o pentaprisma, parte superior da câmera, que
corrige a imagem invertida, produzindo, no visor, a imagem sem inversão.
1.7. Botão de Disparo:
Quando pressionado, aciona o obturador, permitindo a exposição do filme a luz.
Ø Disparador de Cabo ou Propulsor: É uma extensão do disparador comum. É
utilizado quando se deseja fotografar com longos tempos de exposição, utilizando
para isto o tripé ou a estativa (para fotos em livros, computadores...). Nestas
circunstâncias, tem a finalidade de evitar que a câmera trepide no momento de
disparo da foto.
Ø Disparador Automático (Self Timer): É semelhante à corda de um relógio que
serve para retardar o disparo, em 10 ou 12 segundos. Podemos utilizá-lo em fotos
de livro (estativa), ou no tripé, evitando assim fotos tremidas (em longos tempos
de exposição).
Ø Disparador à Distancia (Pneumático ou Controle Remoto): Podem
funcionar por comunicação direta de um longo cabo, ou indireta por meio de ondas
de rádio, sinais acústicos, térmicos magnéticos e eletrônicos. Como exemplo: com
o mecanismo elétrico acionado, o disparador pode ficar até 200 metros de
distancia, ideal para fotos de animais em liberdade, neste caso conjugados com um
motor elétrico (motor drive), um acessório que permite realizar várias fotos
consecutivas em certo espaço de tempo, disparando e transportando o filme com
grande rapidez.
1.8. Alavanca de TransporteAvança o filme, sendo acionada a cada exposição.
Ø Manivela de Rebobinagem: Deve ser girada no sentido horário até que o filme
exposto tenha voltado completamente ao interior da bobina original. As câmeras
eletrônicas rebobinam o filme ao término deste.
Ø Trava de Rebobinagem: Antes de girar a manivela de rebobinagem, é preciso
destravar o transporte do filme, apertando um pequeno botão, localizado
normalmente na parte inferior do corpo da câmera.
1.9. Contatos para o flash
Sapata com contato direto para o flash, localizado geralmente na parte superior da
câmera como uma base de encaixe. Encaixe para o flash, localizado na frente da
câmera para conectar o cabo de disparo.
Bateria : Geralmente localizada na parte inferior das câmera mecânicas, para
levar energia aos circuitos do obturador e velocidade em câmeras
eletrônicas ou simplesmente para ligar o fotômetro, devemos limpá-las
com freqüência (lápis borracha nos contatos).
1.10. Indicador de Sensibilidade do Filme
A sensibilidade do filme para a câmera é dada em números ASA (American
Standard Association), ISO ou DIN e é indicada na própria embalagem do filme.
Antes de fotografar, deve-se, portanto, regular a ASA do filme com a câmera para
uma perfeita fotometragem. Este dispositivo geralmente é localizado na parte
superior da câmera junto ao controle da velocidade de obturação.
Sempre devemos conferir se a "ASA" do filme está ajustada corretamente no corpo
da câmera, caso contrário teremos fotos sub ou super expostas.
As bobinas dos filmes possuem um "código de Barras" para identificar qual a
sensibilidade do filme e número de exposição. As câmeras eletrônicas identificam
este código automaticamente, impedindo uma leitura errada da sensibilidade do
filme.
Para o uso do flash, devemos consultar a tabela de orientação, que traz a abertura
do diafragma de acordo com a distância do objeto e a sensibilidade do filme.
2.0 OBJETIVAS
A objetiva focaliza a luz, que vai imprimir uma imagem sobre a superfície do filme,
e é formada por um conjunto de elementos ópticos. As lentes desviam os raios de
luz, reunindo-os e reorientando-os. As lentes podem ser divididas em duas
categorias básicas :
Ø lente "Positiva"- mais espessa na parte central do que nas bordas, provoca
uma convergência da luz;
Ø lente "Negativa"- mais fina na parte central provoca uma divergência,
formando uma imagem virtual, e esta não pode ser projetada sobre uma tela.
A NECESSIDADE DA LENTE.
Ao incidir sobre um objeto, a luz normalmente é refletida em todas as direções, não
se forma imagem alguma sobre a tela, em virtude da superposição dos raios, por
esse motivo, necessita-se de um orifício ou de uma lente para controlá-los.
Como a imagem formada por uma lente é muito mais nítida e luminosa em
comparação com a produzida por um orifício, torna-se mais fácil registrá-la no
filme. A lente "reúne" os raios sobre toda a sua superfície e desvia-os de tal modo
que todos os raios, pelos quais ela é atingida, convergem em um outro ponto.
2.1. Componentes Básicos das Objetivas
Ø Anel de Foco: Conforme a objetiva, as lentes são deslocadas para frente e para
trás em relação ao plano do filme, colocando em foco objetos situados a distâncias
diferentes.
Ø Escala de foco: (em metros e pés) - a escala pode variar de acordo com a
objetiva.
Ø Escala de abertura do diafragma: O número f indica a abertura do diafragma,
sendo representada por uma escala padrão variável de objetiva para objetiva. O
controle da abertura, em geral, é feito através de um anel situado na objetiva.
Conforme ele é girado uma série de
lâminas (palhetas) superpostas abrem ou fecham a fim de controlar a quantidade
de luz que atravessa a lente. Esse mecanismo denomina-se "diafragma" e o orifício
através do qual passa a luz "abertura".
Os números da escala são chamados de números f ou pontos, sendo que o número
maior indica a abertura mínima e vice-versa. O número f é a "razão entre o
diâmetro da abertura e da distância focal da objetiva".
O "f" serve como guia constante e prático para o controle da quantidade de luz que
entra na câmera. Se você regula a objetiva em f/8, a luz transmitida será a mesma
que penetra em qualquer outra objetiva - independente do seu tamanho, forma ou
desenho - desde que regulada também para f 8. Familiarizado com estes números
f, você poderá fotografar a qualquer hora e lugar, com câmeras e objetivas não
utilizadas antes. Cada número f seguinte reduz à metade o fluxo da luz admitido.
Desse modo, uma lente ajustada para f5,6 admite a metade de luz de uma lente
ajustada em f4. A variação é enorme, uma objetiva ajustada para f 16 admite
aproximadamente 1/500 vezes menos luz que uma objetiva regulada para f 4.
Exemplo da escala dos números f em objetiva 50 mm: f:22. 16, 11, 8, 5,6. 4. 2,8.
2. 1,8, quanto menor o número f mais aberto o diafragma.
Nem todas as objetivas possuem uma abertura máxima (por exemplo f 1.2), sendo
que em algumas objetivas esta abertura máxima pode ser de f 3.5. Esta abertura
máxima representa a luminosidade da objetiva e representa uma grande
vantagem, pois permite a formação de uma imagem clara sobre o retículo de
focalização.
Ø Escala de profundidade de campo: Está indicada por meio de linhas ou
números, localiza-se à frente do anel do diafragma e fornece a profundidade de
campo que teremos na fotografia em relação ao objeto focalizado.
2.2. Distância Focal
Distância focal: é a distância entre o centro óptico da objetiva até a película do
filme, com a objetiva focalizada no infinito.
As objetivas são definidas segundo suas distâncias focais, como normais, Zoom,
teleobjetivas ou grande-angulares e catalogadas em milímetros.
As objetivas com diferentes distancias focais comportam-se de maneira diferente
quando as velocidades de obturação são lentas. A definição de imagem pode variar
conforme a velocidade utilizada.
A velocidade de obturação mais lenta que se recomenda utilizar com qualquer
objetiva quando se mantêm a câmera nas mãos é 1/ distancia focal.
Exemplo : Com uma objetiva 60 mm, utilizar 1/60s como velocidade mais baixa
com a câmera nas mãos. Com uma objetiva 500mm, utilizar 1/500s como
velocidade mais baixa com a câmera nas mãos.
2.3. Tipos de Objetivas (de acordo com a distância focal)
a) Objetiva Normal: Tem aproximadamente a mesma amplitude visual do olho
humano, abrange um ângulo entre 45 a 50 graus do cenário. Sua distância focal é
quase igual à diagonal da fotografia; assim para câmeras de 35 mm, a objetiva
normalmente tem a distância focal 50 mm. Estas são em 95% dos casos, as
objetivas mais "luminosas" dentre todas.
b) Teleobjetiva: Possuem distância focal superior à normal, e por isso fornecem
imagens de objetos distantes que aparecem como se estivessem mais próximos da
câmera. Nos equipamentos de 35 mm, classificamos as teleobjetivas em duas
categorias: as médias, de distância focal até 200 mm, e as longas de distância focal
até 1200 mm.
O emprego de teleobjetivas implica em um maior risco de fotos tremidas. Elas
devem ser usadas sempre com a câmera apoiada sobre um tripé ou caso contrário,
devemos empregar velocidade de obturação rápidas, optando também por filmes
mais sensíveis.
As teleobjetivas distorcem a perspectiva, tornando-as planas e achatadas, também
diminuem a profundidade de campo em relação à normal.
Ex.: 400 mm, 800 mm.
c) Grande Angular: Sua distância focal é inferior ao da objetiva normal e produz
imagens que abrangem um ângulo maior da cena, podendo chegar até 180 graus.
Devido a essa característica, as grande-angulares podem proporcionar perspectivas
bastante diferentes daquela que estamos acostumados a ver normalmente.
Os objetos mais próximos ficam muito maiores, e objetos distantes ficam bem
menores.
Dependendo do que está enquadrado juntos às bordas do quadro (ângulo da
tomada), os objetos retilíneos mais distantes dão a impressão de serem curvilíneos.
Quanto menor a distancia focal, mais acentuada a disparidade aparente dos
objetos. Ex.: 12mm, 24 mm, 28mm, 35 mm.
d) Objetivas Macro: Podem variar a distância focal de 50mm até 135mm. São
objetivas ideais para a fotografia de pequenos objetos.
A sua composição é diferenciada, possui um cilindro helicoidal de foco e podem por
isso, focalizar até a distâncias mínimas, como por exemplo a 23cm.
As melhores objetivas são as de distância focal maiores (ex.: Vivitar 105mm,
Medical da NIKKOR de 120mm, Dental Eye da YASHICA de 100mm, Cânon Auto
Focus de 100mm, Pentax de 100mm...).
As objetivas macro são bem mais caras e pesadas do que as objetivas normais.
e) Objetiva Zoom: Permite a variação da distância focal, o que provoca alterações
no tamanho aparente da imagem fotografada. Isso ajuda a enquadrar motivos de
difícil acesso, ou que se movem constantemente. Com uma objetiva zoom, pode-se
abranger distâncias focais de uma grande-angular ou de uma tele-média para telelonga. Ex.: 35-105 mm, 70-210 mm, 28- 50 mm, 75-300 mm, 100-500 mm.
À medida que a distância focal aumenta de 28 mm para 135 mm, o ângulo de
tomada se estreita, mostrando mais detalhes do objeto, e a profundidade de campo
diminui.
Obs.: Ângulo de Visão: Uma mudança na distância focal eqüivale a uma
mudança no ângulo de visão: quanto menor a distância focal, maior o
ângulo. Uma objetiva de 50 ultrapassa 25 graus.
2.4. Profundidade de Campo
Chama-se profundidade de campo a extensão do espaço, à frente e atrás do objeto
focalizado, em que todos os objetos aparecem nítidos.
Numa fotografia de uma pequena flor, devemos focalizar na região mediana, com o
diafragma o mais fechado possível, teremos assim foco antes e depois do local
focalizado.
Essa profundidade aumenta quando distanciamos do objeto a ser fotografado,
quando diminuímos a abertura do diafragma e usamos objetiva de menor distância
focal.
Em resumo:
Ø Quanto MENOR a abertura do diafragma, MAIOR é a profundidade de campo
(ex.: f:16);
Ø Quanto MAIOR a distância entre a câmera e o assunto, MAIOR é a profundidade
de campo.
(ex.: Objeto situado a 8 metros);
Ø Quanto MENOR a distância focal da objetiva, MAIOR é a profundidade de campo.
(ex.: Objetiva de 28 mm).
Profundidade de Campo é diferente da profundidade de foco, pois profundidade de
foco refere-se "à parte da objetiva que fica voltada para o filme, onde a imagem
aparenta mais nitidez (plano focal)".
2.5. Velocidade do Obturador x Abertura do Diafragma
A quantidade de luz que alcança o filme depende da abertura do diafragma e da
velocidade de obturação. O tamanho da abertura reflete na profundidade de campo,
ao passo que a velocidade determina a nitidez da imagem (melhor reprodução das
cores).
A exposição correta para uma determinada foto decorre da combinação equilibrada
da velocidade de obturação e abertura do diafragma.
Esta exposição correta dependerá fundamentalmente das condições de luz no local
em que iremos fotografar. Ambientes com pouca luz, dificilmente teremos
profundidade de campo (diafragma fechado) e uma boa reprodução das cores
(tempo de exposição rápido).Um fator que poderá ajudar nesta condição é a
utilização de filmes mais sensíveis (ASA 800).
3. TIPOS DE CÂMERAS
3.1. Câmeras de Visor Direto com Telêmetro (Não reflex)
São câmeras que têm como vantagens: Algumas possuem o telêmetro, que permite
enquadramento preciso, evitando o erro de paralaxe. São leves, pequenas e de uso
fácil. E como desvantagens: poucos modelos tem objetiva intercambiáveis, não
permitem fotografias à curta distância ou com objetos móveis e em mais condições
de iluminação. Ex.: Olympus Trip/pen, Olympus Stylus, Canon Z11S, Pentax IQ.
Fig. 3.1 Desvio de paralaxe em câmera não reflex
3.2. Monoreflex de 35 mm com Pentaprisma
É o modelo de câmera utilizada nas aulas práticas de Documentação em Biologia,
têm como vantagens serem fáceis de focalizar, com exposição do fotômetro através
da objetiva e possuem objetiva intercambiáveis.
As suas desvantagens é que são mais pesadas e mais caras que a de visor direto, e
as câmeras mecânicas não podem ser usadas com flash eletrônico em velocidades
altas, devido ao obturador em cortina, que permite apenas velocidade l/30s, 1/60s
ou 1/125s de sincronismo com o flash. Exemplos: Pentax K1000, Canon AE1, Nikon
F3, Yashica FX3.
Fig. 3.2 Funcionamento da câmera reflex
3.2.1. Câmeras eletrônicas
Possuem programas especiais e também velocidades de obturação intermediárias
( l/900s. 1/170s..., 12s, 30s.), alguns modelos sincronizam com o Flash eletrônico
TTL em velocidades
rápidas ( ex. 1/250, 1/500...).
Alguns dos programas são citados abaixo:
Ø Rebobinar: ao apertar o dispositivo, a câmera rebobina o filme sozinha. Só abra
a máquina quando o motor parar de fazer barulho.
Ø Single Shoting: disparo único, simbolizado por um "S", cada vez que se aperta
o botão de disparo a câmera faz uma foto. Para fazer outra foto é preciso tirar o
dedo do botão de disparo e acioná-lo novamente.
Ø Timer: ou temporizador, ou "self timer", dispositivo que retarda o disparo da
foto e permite ao fotógrafo sair na fotografia.
Ø Double Exposure: dupla exposição, simbolizado também por "DE" ou "ME" o
filme não avança após o disparo, permitindo expor uma imagem sobre a outra
(Fotomontagem).
Ø Compensação de Exposição : podemos sub ou super expor a fotografia, em
foto contra a luz.
Ø Fotometria nas câmeras eletrônicas:
¨ Sistema de Medição - garante automaticamente a exposição correta do motivo
principal. O sensor determina o brilho global de uma cena dividindo-a em cinco
áreas, analisando o brilho e o contraste do fragmento de cena de cada uma.
¨ Medição com prioridade ao centro - neutraliza a medição matricial e
concentra-se 75% da sensibilidade do centro do visor (círculo de 12 mm).
¨ Medição por pontos - para medição seletiva de objetos diminutos, a área
medida é representada pelo círculo de aproximadamente 3,5mm de diâmetro
situado no centro do visor.
Alguns programas do modo de exposição das Câmeras Eletrônicas Canon:
Ø AV - Neste programa priorizamos a abertura do diafragma, deixando a
velocidade fixa.
Ø TV - Prioriza a velocidade, deixando o diafragma fixo.
Ø M - Podemos trabalhar na fotometria, manualmente a velocidade e o diafragma.
Ø P ou A - A câmera trabalha automaticamente a velocidade e o diafragma.
Alguns programas das Câmeras Nikon
Ø DRIVE - ajustamento do modo de avanço do filme.
Ø S - disparo de um fotograma.
Ø CL - disparo contínuo a baixa velocidade.
Ø CH - disparo contínuo a alta velocidade.
Ø S = autofocagem descontínua com prioridade de focagem, bloqueia a auto
focagem quando o
motivo está focado.
Ø CF = autofocagem contínua com prioridade de focagem, a câmera contínua
focando se mantiver o botão de disparo ligeiramente premido a autofocagem não é
bloqueada quando o motivo está focado.
Ø Modo de exposição das câmeras eletrônicas Nikon:
¨ M = Manual - permite ajustar tanto a abertura como a velocidade de obturação.
¨ PM = Multi programa automático = modifica o programa de exposição de acordo
com a distância focal e a máxima abertura da objetiva reduzindo o risco de imagem
desfocada, evitando as velocidade de obturação mais lentas.
¨ P = Programa normal - combinação básica de velocidade de obturação e
abertura.
¨ S = Automático com prioridade de obturação.
¨ A = Automático com prioridade de abertura.
¨ BKT = exposição automática em série - quando se quer uma variedade de
exposição do mesmo motivo, como por exemplo uma fotografia do por do sol,
utiliza-se a função de exposição automática em série (BKT), para obter de 3 a 5
exposições diferentes, funciona com qualquer um dos modos de controle
automático de exposição (PM, P, S ou A).
3.3. Reflex de Dupla Objetiva (TRL)
As suas vantagens é utiliza filmes de maior tamanho resultando em melhores
ampliações, tem o obturador sobre as lentes da objetiva principal, sendo ideal para
trabalho com flash, permitindo velocidades de obturação com flash em até 1/500s.
Têm como desvantagens ter a imagem invertida no visor, possível erro de paralaxe,
poucos modelos tem objetivas intercambiáveis. Ex.: Rolleiflex, Mamya, Yashica
C330 Pentax 645, Mamya 6/6 MF.
3.4. Câmeras Especiais
3.4.1. As Câmeras Polaroid
Estas câmeras surgiram em 1948. Podem fazer fotografias coloridas em 1 minuto
ou em branco e preto em poucos segundos. As câmeras e o processo Polaroid
foram inventadas pelo norte-americano Dr. Edwin H. Land.
As câmeras Polaroid possuem uma objetiva normal, de grande precisão, e para
reduzir seu peso têm um fole de couro entre a objetiva e o filme.
O processo Polaroid realiza-se da seguinte maneira: ao fotografar, sensibiliza-se o
negativo.
Retirando o filme da câmera consegue-se que o negativo e o positivo se juntem e
fiquem unidos. Neste momento começa, simultaneamente, a revelação e a fixação
da fotografia, graças aos produtos químicos que se encontravam dentro de uma
bolsa de plástico no rolo de filme, e que se quebra no momento em que o filme é
retirado da máquina. Deixa-se transcorrer um minuto e separa-se o negativo do
positivo já pronto.
Toda esta operação pode ser realizada à luz do dia. O negativo, por ser de papel,
não pode ser usado para ampliações posteriores.
3.4.2. As Câmeras Panorâmicas
Não são muito conhecidas e por este motivo são pouco empregadas. Além disso,
seu uso é por si mesmo, muito limitado. Podem ser muito úteis, pois produzem
efeitos surpreendentes especialmente na fotografia de grandes paisagens.
Estas câmeras têm a objetiva colocada sobre um eixo e quando o disparador é
acionado, a objetiva descreve um movimento circular de 140 graus, fotografando
todo o panorama. Um dos tipos de câmeras panorâmicas é a Linho f 427 A e Leica
1.500.
3.4.3. As Câmeras para Fotografia Submarina
Para este tipo de fotografia, pode-se usar qualquer câmera fotográfica, desde que
esteja protegida contra a água, por uma caixa impermeável.
Com a máquina invertida, o fotógrafo pode focalizar a imagem por cima das
cabeças de uma multidão; o ponto de vista elevado permite salientar o efeito
dramático.
Apoiando-se firmemente o corpo da câmera contra um poste, pode-se tirar fotos
com velocidade de até 1/15s ou 1/8s, embora ainda seja necessário tomar muitos
cuidados para evitar a trepidação.
Para as tomadas muito baixas, o fotógrafo pode deitar-se no chão onde deve apoiar
os dois cotovelos. Mantendo-os suficientemente afastados para obter maior
estabilidade.
3. 4. 4. Câmera Digital
As Câmeras digitais estão disponíveis no formato mais simples (visor direto) e no
formato profissional (visor direto), estas câmeras de visor direto digitais, são
modelos muito completos, com grande resolução de imagens e com possibilidade
de troca de objetiva, regulagem do tempo de exposição.
As fotos das câmeras digitais são armazenadas em cartão de memória, disquete ou
memória interna. Os cartões de memória, que substituem a memória interna,
melhoram a resolução da imagem e diminuem o tempo de sua captura em até
40%.
A gravação em disquete de 3,5 polegadas , eliminam os cabos para transferir a
imagem para o computador, mas ainda gravam apenas 30 imagens compactadas
que não apresentam boa resolução.
A resolução determina a definição da imagem, prevalecendo as de 640x480
ppp(pontos por polegada).
A gravação das fotos na memória é muito lenta, levando cerca de 15 segundos,
ficando muito difícil fazer fotos com rapidez. Esta lentidão é provada pela
dificuldade da memória interna de reunir os pontos de luz, que formarão a imagem
que será gravada.
Outro problema é o tempo de exposição que não pode ser rápido, a abertura do
obturador é controlada pelos sensores de abertura. Traduzindo: não podemos
fotografar objetos em movimento.
Exemplos de câmeras digitais:
Ø câmeras simples (visor indireto): AGFA PHOTO 307, CASIO QV 100, KODAK DC
40 , OLYMPUS C 400L, SONY MAVIDA FD 7.
Ø câmeras digital profissional (visor direto): POLAROID PDC 2.000/40, FUJI DS
300, MINOLTA DYNAMAX 500 si, NIKON F90 FUJI, CANON EOS KODAK.
3.4.5. Como apoiar a Câmera
A maneira mais comum de segurar a câmera consiste em apoiar seu peso sobre a
mão esquerda de modo que ela possa girar os anéis de abertura do diafragma e de
focalização.
O uso do tripé é importante para fotos de computadores, com Tele Objetivas e em
velocidades de obturação lentas 1/30s, 1/15, 1/8...
Para tirar fotos na vertical, é preciso mais uma vez segurar a câmera com a mão
esquerda, ficando a direita livre para fazer a exposição. Esse procedimento reduz o
risco de trepidação.
Muitas vezes é possível recorrer a um poste ou parede, para aumentar a
estabilidade: neste caso, forma-se um tripé com o corpo e a parede. Obtêm-se os
melhores resultados mantendo-se as costas retas.
Para as tomadas baixas, é aconselhável sentar-se, pois os joelhos servem de apoio
para os cotovelos. Uma bolsa resistente, usada para o transporte de equipamento,
pode fazer as vezes de um assento para a câmera.
Com a máquina invertida, o fotógrafo pode focalizar a imagem por cima das
cabeças de uma multidão; o ponto de vista elevado permite salientar o efeito
dramático.
Apoiando-se firmemente o corpo da câmera, pode-se tirar fotos com velocidade de
até 1/15s ou 1/8s, embora ainda seja necessário tomar muitos cuidados para evitar
a trepidação.
Para as tomadas muito baixas, o fotógrafo pode deitar-se no chão onde deve apoiar
os dois cotovelos. Mantendo-os suficientemente afastados para obter maior
estabilidade.
Para fotografias de livros, pequenos ossos, flores, podemos usar a estativa ou
duplicadora que tem 1 tripé e duas lâmpadas de tungstênio.
04. MACROFOTOGRAFIA
Técnica de realizar fotografias de tamanho maior que o natural, com as objetivas
especiais ou com objetiva normal equipada com acessórios.
4.1. Escala de Reprodução (E.R) ou Proporção da Imagem
Relaciona o tamanho real do objeto sobre a película do filme, ou seja a escala de
reprodução da macrofotografia.
Quando a imagem registrada no filme mostra o objeto em menor dimensão que na
realidade, a relação de reprodução é indicada por 1:X. Quando ela é maior, é
indicada por X:1 (com X um número maior que 1). A macrofotografia tem a escala
de reprodução menor que 1:7, ou seja, um centímetro na fotografia equivalente a
sete centímetros no real.
Na fotografia cujo interesse é mais estético que documental, a escala de
reprodução não tem praticamente importância , já nas aplicações científicas ou
técnicas, é útil e às vezes indispensável conhecer tal escala para que o observador
possa deduzir o tamanho real do objeto fotografado. Esta escala deve ser
informada na legenda da fotografia.
Por exemplo, se o objeto tem 10mm de altura e na película do filme ele também
tem 10mm de altura, a proporção da imagem é de 1:1. Se esta imagem tem 5mm
de altura no filme a sua proporção é de 1:2. Se esta imagem tiver 20mm de altura
no filme a proporção será de 2:1.
Padronização da Imagem
Na fotografia científica, é de fundamental importância que as fotos estejam na
mesma escala de reprodução, evitando assim diferença de cor, de tamanho e
proporcionando imagens fidedignas para quem está acompanhando as fotos numa
aula ou para quem está acompanhando um painel.
Esta padronização deverá ser da abertura do diafragma do tipo e sensibilidade do
filme e do enquadramento.
4.2. Equipamento para Macrofotografia
Objetivas Macro
Existem objetivas macro originais (Canon, Nikon, Pentax) e fabricantes de objetivas
para os diversos corpos de câmera (Vivitar, Sigma, Tamron, Tokina...).
São projetadas para se ter o máximo de focalização em toda a foto, pois utilizando
acessórios para macrofotografia temos grandes perdas nas bordas do quadro. As
objetivas Macro possuem um cilindro helicoidal, podendo focalizar de infinito até em
escala de 1:1 (um centímetro do filme eqüivale a um centímetro do real).
São desvantagens das Objetivas Macro possuem custo elevado e pequena
luminosidade, pois, geralmente tem abertura máxima na ordem de f 4.
a) Objetivas normais macro:
Praticamente não existem modelos de pequena distância focal, há contudo, vários
modelos na faixa de 50/60 mm, a maioria permite focalização até de 15 cm de
distância. Ex.: TAKUMAR 50 mm, NIKKOR 55 mm.
b) Teleobjetiva macro:
A maior parte dos modelos disponíveis situa-se na faixa de 105 mm, apesar disso,
pode-se encontrar equipamentos com distancia focal em torno de 200/300 mm.
Ex.: MEDICAL NIKOR 120 mm (com vantagem de ter um flash circular para
macrofotografia embutida na própria objetiva), macro de 105 mm VIVITAR de
100mm (com a desvantagem de não dar escala de reprodução 1:1), PENTAX
100mm, SIGMA, 100mm, TOKINA 100mm, TAMRON 90mm, CANON auto focus de
100mm...
A grande vantagem é que fotografamos a distância maiores do objeto, comparando
com as objetivas de 50mm.
c) Objetivas Zoom Macro:
São de dois tipos básicos. O primeiro só oferece focalização para closes a uma certa
distância focal. O segundo pode ser regulado para proporcionar essa focalização em
qualquer distância focal - dando ao fotógrafo oportunidade de fotografar a
diferentes distancias do motivo. Ex.: ZOOM MACRO VIVITAR 70 - 210 mm, ZOOM
MACRO 35 - 105 mm TAKUMAR.
Distorção da Imagem
O efeito muito comum na fotografia macro é o alargamento da imagem quando
utilizam uma objetiva macro de pequena distância focal (ex.: 50mm) pois teremos
que aproximar muito do objeto a ser fotografado.
4.3. Acessórios para Macrofotografia:
4.3.1. Lentes de Aproximação
Funcionam como uma lente de aumento comum, sendo atarraxada na objetiva, são
chamadas também de "Filtros Close-up". Têm como vantagens o de seu uso não
envolver modificações na exposição das fotos; são baratas e fáceis de usar. E como
desvantagens não permitem ER alta; provocam perda de nitidez e distorção da
imagem, exigem diafragma fechado pela sua esfericidade.
As lentes de aproximação aumentam a imagem quanto ao seu número de dioptrias
(medida de convergência de uma lente); as mais usadas têm 1,2 ou 3 dioptrias.
Podem ser montadas em conjunto na frente da objetiva; por exemplo, lentes de 2 e
3 dioptrias produzem juntas 5 dioptrias. Deve-se tomar o cuidado de colocar
sempre a lente de maior dioptria em primeiro lugar.
A profundidade de campo com as lentes de aproximação fica bem intensa com o
diafragma mais fechado possível.
É indispensável sempre o uso do tripé e um disparador manual na macrofotografia.
Como usar as Lentes de Aproximação:
Ø faça sempre com que o motivo preencha todo o quadro: não há nada pior do que
uma imagem em close de um objeto perdido no meio de um espaço inútil;
Ø os melhores motivos são os de forma simples e clara, dos quais a câmera possa
revelar detalhes insuspeitos;
Ø use a iluminação mais intensa que conseguir, assegurando-se de que todas as
regiões importantes do motivo estão bem nítidas; esqueça-se do fundo ou do
primeiro plano, pois aparecerão sem foco;
Ø mantenha a câmera paralela ao plano principal do motivo. Nesse caso, o exemplo
típico é uma borboleta; você obterá o melhor resultado fotografando-a de modo
que o plano de suas asas fique paralelo ao plano do filme. Ao fotografar animais,
focalize nos olhos ou na cabeça, como se tratasse de uma pessoa;
Ø o vento pode se transformar num problema. Com uma objetiva normal não se
costuma perceber
que as flores balançam com a brisa; já com uma lente de aproximação o fato se
torna
imediatamente evidente. Por isso, talvez você seja obrigado a proteger a área
fotografada com um anteparo, para cortar o vento;
Ø outra forma seria utilizar filmes mais sensíveis (ex.: ASA 800) para utilizar
velocidades de
obturação rápida (ex.: 1/1000s), congelando o movimento;
Ø da mesma forma como acontece com o uso de teleobjetivas, os equipamentos
para close são muito suscetíveis a vibrações: caso não se empregue um tripé ou
outro suporte, isso se refletirá em fotos tremidas. O uso de flash eletrônico circular,
mesmo quando há boa iluminação natural, ajuda a minimizar este perigo;
Ø examine bem seus motivos à procura de imperfeições ou pequenas sujeiras: elas
seriam
registradas detalhadamente na imagem aumentada.
4.3.2. Tubos (anéis de extensão)
São tubos, sem lentes, que aumentam a distância entre a objetiva e o filme. São
colocados entre a objetiva e a câmera. Os tubos de extensão são vantajosos pois
possuem peso reduzido, não exigem lentes (não provocando distorção óptica), mas
dificultam a operação de troca, e para se conseguir tamanho exato de imagem,
interferem na fotometria.
Costumam ser vendidos em jogos de três unidades que podem ser usadas em
diversas combinações. Há tubos manuais e automáticos: no primeiro caso, não há
conexão entre a câmera e o mecanismo de fechamento do diafragma da objetiva;
no último, este continua a funcionar normalmente.
4.3.3. Fole
Aparelho com 2 suportes ligados por uma "Sanfona" que correm em trilho. Em um
se encaixa a objetiva e no outro o corpo da máquina. Têm como vantagens: escala
de ampliaçãom contínua devido ao afastamento dos dois suportes e como
desvantagens: maior peso, maior dificuldade de instalação, e interferem na
fotometria.
4.3.4. Tele-Extensor ou Tele Conversor
É um acessório que tem uma lente especial, sendo acoplada entre a objetiva e o
corpo da câmera, os tele conversores são de 1,4x, 2x e 3x, que indicam o aumento
da distância focal da objetiva.
A desvantagem é a perda de luz, um tele conversor 1,4x perde 1 ponto de luz, 1 de
3x perde 3 pontos de luz, sendo então necessário abrir 1 ou 2 pontos do diafragma
após a fotometria.
O tele conversor 2x pode também duplicar uma objetiva zoom de 70/210mm para
140/420mm, ou seja aumenta a distância focal com a vantagem de ser mais barato
que uma tele objetiva.
4.3.5. Anel Inversor
Inverte a objetiva, a parte anterior da objetiva é acoplada na câmera com o uso
deste anel, possibilitando fotos a curta distância.
5. FLASH
5.1. Flash Eletrônico
A luz do Flash talvez seja a mais conveniente e versátil forma de iluminação. Pode
igualmente produzir luz errada, fotografias incorretas, expostas mais facilmente do
que outras fontes de luz pois possui uma iluminação frontal muito forte.
A finalidade essencial da sincronização consiste em assegurar que o relâmpago (ou
a maior parte dele) se verifique quando o obturador se encontra completamente
aberto.
Todos os OBTURADORES modernos possuem contato de sincronização para a luz do
flash, estes contatos disparam o flash durante o percurso do obturador.
Como o flash é instantâneo, ajusta-se a velocidade de sincronismo da câmera para
que, durante o clarão do flash (altíssima velocidade), a primeira cortina do
obturador esteja totalmente aberta e a segunda cortina ainda não comece a se
fechar (toda a chapa do filme é iluminada igualmente pelo disparo do flash).
Se você escolhe uma velocidade de menor tempo de exposição ex.: 1/500s, você
terá uma fenda estreita - a qual descobre apenas parte do fotografa, teremos assim
uma pequena parte exposta à luz (a parte descoberta no momento do relâmpago)
numa extremidade do quadro e a outra parte escura.
Nas câmeras mecânicas, deve ser consultado o manual, o qual indica a velocidade
que deve ser usada com o flash, geralmente sincronizam com 1/60s, algumas
sincronizam com a velocidade de 1/125s, ou com o símbolo X (1/90s).
A exposição do filme só se modifica quando alteramos a abertura do diafragma, e
esta abertura aumenta quanto maior for a distância do objeto. A determinação da
abertura correta do diafragma é através da tabela que acompanha o flash. A tabela
traz diversas aberturas do diafragma para várias distâncias do objeto de acordo
com a sensibilidade do filme.
A maioria dos flashes que possuem SENSORES ELETRÔNICOS regulam
automaticamente a intensidade da luz refletida, de acordo com a distância e luz
ambiente, permitindo fotos sempre uniformes e perfeitas (Flash TTL).
Essa tecnologia (TTL) é encontrada na maioria das câmaras e "flashs" modernos e
representam uma evolução considerável mas apresentam algumas limitações em
fotografia.
Nas câmeras eletrônicas modernas, quando usamos o flash TTL, ao escolhermos
uma abertura qualquer do diafragma, estamos programando ao mesmo tempo a
intensidade da luz do flash para aquela abertura.
5.2. Tipos de Flash
a) Flash Manual
Tem potência fixa, emitindo sempre a mesma quantidade de luz, possuem tabelas
da distância do objeto, para um determinado diafragma.
A Velocidade é fixa: 1/60s, 1/80
b) Flash Automático
Possui uma unidade sensora, que mede a luz refletida do objeto.
Quando o flash é disparado, e o objeto receber a luz necessária, o disparo com o
flash é anulado.
c) Flash Dedicado TTL
Possuem contatos eletrônicos que trocam informações com os contatos da sapata
da câmara.
d) Flash Incorporado
As câmaras modernas geralmente possuem este flash, que tem potência fraca de
disparo. Possuem eliminação do "olhar-vermelho", e flash de preenchimento.Sua
força luminária é limitada deixando muito a desejar quando necessário fotografar
um objeto em grande aumento.
OBS:
"Flash" frontal exterior - colocado frontalmente em uma inclinação de 85 graus
possibilita boa iluminação com detalhe em imagens de relevo.
O uso de "flash" eletrônicos duplos, de luz refletida e de grande potência
apresentam grande performance, mas exigem maior espaço físico e maior
investimento financeiro.
SUGESTÕES NO USO DO FLASH
Ø O método mais prático para fotografar com flash consiste em acoplá-lo à
máquina e apontá-lo para o modelo. Entretanto, as fotos obtidas através deste
sistema não têm relevo e apresentam sombras duras.
Ø Nunca apontar o flash diretamente para superfícies refletoras, como espelhos ou
janelas.
Ø Quando a luz do flash é rebatida ( esse efeito é obtido, por exemplo, ao apontar
o flash para o teto), obtêm-se resultados mais satisfatórios pois o modelo é
atingido por uma luz difusa e refletida, produzindo apenas sombras suaves.
Ø Quando se mantêm o flash suspenso longe da câmera para iluminar o modelo por
cima ou por um dos lados, obtêm-se um melhor efeito de relevo e consegue-se
eliminar o problema dos " olhos vermelhos". Pode-se usar um outro flash como luz
de enchimento para as áreas de sombras.
Ø Para clarear áreas de sombra, regule a câmera normalmente, como se não
estivesse usando flash, de modo que ele produza uma superexposição
correspondente a um ou dois pontos.
Ø O sol do meio dia é problemático, sua luminosidade densa, dura e cheia de
sombras desfigura o motivo fotografado. Para amenizá-la, o ideal é usar o flash
como luz de enchimento ou recorrer a um rebatedor de papel de alumínio ou
cartolina branca. Voltados para o sol, eles rebatem a luz, que volta para o motivo,
suavizando sombras e contornos.
Ø Utilizando um papel vegetal ou um lenço branco na frente da cabeça do flash, a
luz se dispersa e suaviza o registro.
Ø Pode-se usar um guarda-chuva como refletor para controlar o flash refletido. Os
modelos comerciais são fabricados com material refletor, e montados sobre um
suporte, porém é fácil improvisar um substituto: basta pintar de branco uma
sombrinha.
Ø Flash Múltiplo - Exemplo: pode-se usar o flash para fotografar interior de
edifícios, ou de uma caverna, deixando-se o obturador da câmera aberto, em "B", e
descarregando-se flash sucessivos, por trás de cada uma das colunas ou
espeleotemas. É preciso tomar cuidado para que a luz do flash não penetre
diretamente na objetiva.
Ø É possível conseguir uma sincronização entre diversos aparelhos de flash quando
se usam células fotoelétricas ou vários cabos conectados. Ao ser descarregado o
flash principal acoplado à câmera, os outros são disparados ao mesmo tempo. A
vantagem desse sistema consiste em permitir o uso de diversos aparelhos de flash,
sem a necessidade de recorrer a cabos de interligação.
5.3. Flash Circular (para macrofotografia)
O flash circular é indispensável para fotos "close-up" ou macrofotografia pois
fornece uma iluminação uniforme e sem sombras, com luz similar à do sol, que
garante ótima reprodução das cores. Devido à curta duração do relâmpago, a luz
do flash não afeta os objetos pelo calor, mesmo à distância de somente poucos
centímetros. São rosqueados na frente das objetivas.
O flash circular oferece grandes vantagens para fotografias científicas e
tecnológicas, em Medicina, Odontologia, Biologia, Eletrônica, Mecânica de Precisão,
Metalurgia, controle de Qualidade e muitos outros campos.
Para determinarmos abertura do diafragma devemos usar a tabela fornecida pelo
fabricante.
As aberturas do diafragma assim calculadas são somente orientativas, pois
dependem muito dos objetos a serem fotografados.
Para objetos claros ou de alto brilho, pode-se fechar um ponto do diafragma, e para
objetos escuros, pode-se abrir um ponto.
"Flash" circular - por longo tempo considerado indispensável para fotografia médica
por possibilitar foto de mucosa e cavidades e ainda diminuir reflexos e sombras
sendo contudo, imperfeito nas fotografias onde o relevo é fundamental.
Exemplos de flash circular :
1. Flash Circular Vivitar
Não utiliza "estojo" para compartimento de pilhas, eliminando assim cabos e o
próprio estojo. Funciona apenas com duas pilhas.
Possui uma tabela da relação distância/abertura do diafragma, de acordo com a
sensibilidade do filme. É de fácil manuseio e bem leve.
2. Flash Circular SUNPUK, CÂNON ML 3 e SOLIGOR
Permitem variação na intensidade da luz, e controle TTL (Trougth the lens).
Lâmpada para focalização que desliga quando acionamos o botão de disparo. Estes
flash permitem a sincronização em velocidades diferentes (de 1/30s até 1/250s)
pelo controle TTL, dependendo do corpo da câmera, que deverá ter acoplamento
para estes tipos de flashes.
3.Macro flash /200Af - Minolta
Flash TTL para câmera Minolta 500 com ajuste no modo de exposição M, para
Minolta 7000 e 9000 no modo de exposição A (prioridade de abertura) ou de M
(manual).06. FILME FOTOGRÁFICO
6.1. Constituição
O filme é constituído por uma base (suporte) e emulsão (solução de dois ou mais
componentes químicos), que deverá ser composta por elementos que reajam
rapidamente à sua ação, ou seja, ser sensível à luz.
A base (suporte) é um material sobre a qual é aderida a emulsão, podendo ser de
vidro, papel ou película de triacetato de celulóide, que já foi abandonada por ser
muito inflamável.
Atualmente, utiliza-se o acetato de polivinil nos filmes fotográficos.
A emulsão contém geralmente os seguintes componentes químicos: nitrato de
prata (sal), que quando exposto à luz forma minúsculos grãos de prata metálico
negro; e uma solução halóide (composto que tem um dos seguintes elementos:
cloro, bromo ou iodo), que confere maior sensibilidade à luz.
6.2. Características dos Filmes
Sensibilidade
A sensibilidade de um filme, seja P & B ou a cores, é a rapidez com que sua
emulsão é impressionada pela luz. Esta condição de maior sensibilidade (filmes
rápidos) ou menor sensibilidade (filmes lentos) é classificada em vários padrões:
- ASA (American Standard Association)
- ISO / BS (British Standard ou Din / Deutch Industrie Norrm)
Sensibilidade dos filmes:
Ø Filmes de baixa sensibilidade : EKTAR ASA 25
Ø Filmes de média sensibilidade : FUJICOLOR ASA 100
Ø Filmes de rápida sensibilidade : EKTAR ASA 1000
A escolha de um filme deve ser feita levando-se em consideração todos os fatores
para que a imagem seja gravada exatamente da forma que desejamos e para que a
informação que estamos querendo transmitir chegue até os observadores da foto
da melhor forma possível.
Sendo assim, é preciso levar em consideração as condições de luz no momento de
fotografar, o nível de contraste e o nível de definição de imagem desejados.
Controlando tais fatores, você terá a possibilidade de melhorar incrivelmente o nível
técnico e artístico de suas fotos.
Devemos utilizar filmes mais sensíveis quando vamos fotografar uma peça teatral
ou um show que impossibilitam o uso do flash. Ou então quando estamos
fotografando protozoários vivos no microscópio e temos que congelar o movimento
dos mesmos, utilizando velocidades rápidas.
Em boas condições de luminosidade, recomendamos que você fotografe sempre
que possível com filmes de baixa sensibilidade para aumentar a qualidade técnica
de suas fotografias (gerando ampliações livres de granulação). Os filmes mais
sensíveis só devem ser usados quando as condições de luz forem muito precárias
ou quando você desejar obter efeitos de suavização da imagem ou grão
relativamente grande.
Podemos "puxar" um filme, ou seja, em ambientes com pouca luz você pode
informar para a câmera que o filme utilizado é até no máximo 3x mais sensível,
após fotografar informe esta mudança ao laboratório para que faça a revelação
manualmente.
A câmera deve ser informada da sensibilidade correta do filme utilizado, as
câmeras eletrônicas modernas reconhecem automaticamente por códigos de
barras, a sensibilidade do filme e o número de exposições do mesmo.
Se em uma câmera mecânica você fotografa com um filme ASA 100 e o dispositivo
da câmera que controla a sensibilidade estiver ajustado para ASA 400, as fotos
ficarão super expostas.
Granulação ou Grão
A camada sensível (emulsão) é um depósito de minúsculos grãos de halogeneto de
prata e quanto maior o tamanho dos grãos de prata, menor a quantidade de luz
para sensibilizar a emulsão e vice-versa.
Apesar de microscópicos, os grãos de halogeneto de prata aparecem na fotografia
quando ampliamos bastante a imagem negativa, este inconveniente se dá em
forma de impressão por
granulação.
Quanto mais sensível o filme, maiores os grãos de halogeneto de prata, resultando
em ampliações maiores com granulação aparente.
Poder de Resolução
É a propriedade de reprodução dos menores detalhes mais íntimos com toda a
nitidez.
Quanto mais lenta a emulsão (ex.: ASA 25), melhor serão reproduzidos objetos
fotografados.
As emulsões rápidas ou de grão maior têm um poder de resolução menor, na
proporção conseqüente do tamanho do grão de sais de prata.
Latitude
Toda a emulsão sensível tem uma latitude, que é a propriedade de compensar,
dentro de certos limites, os erros de exposições, permitindo negativos
aproveitáveis. Quanto mais lenta a emulsão, menor é a latitude, e quanto mais
rápida, maior é a possibilidade de obtermos negativos satisfatórios, mesmo com
grandes erros de exposição.
Os filmes positivos (slides) não permitem erros de exposição, pois registram
fielmente na película as condições da fotometria.
6.3. Filmes em Preto e Branco (P & B)
6.3.1. Contraste do Filme P & B
É a relação da escala das diferentes tonalidades entre o branco puro e o negro
absoluto, obtidos depois de revelado o filme. Se uma determinada emulsão tem a
propriedade de oferecer uma larga escala entre o preto e o branco, denomina-se
SUAVE (negativo suave). Se pelo contrário, essa escala é curta, denomina-se
CONTRASTADA (negativo contrastado).
Ficando entre as duas é denominada NORMAL (negativo normal). Podemos variar o
contraste alterando a exposição inicial ou a revelação posterior. Os filmes do tipo
"LITO", produzem contrastes extremos.
Exemplos de filmes P & B: ILFORD PAN F PLUS - ASA 150/100/125/400; KODAK
T MAX - ASA 25/100; FUJI NEOPAN - ASA 400/1600...
6.4. Filmes Coloridos
O Processo Colorido
Os processos químicos da fotografia em cores são bem mais complexos que os da
fotografia em P &, e só é possível a partir da reunião de três cores básicas :
vermelho, verde e azul.
A luz branca, composta por uma combinação dessas 3 cores, pode ser decomposta
em cada uma delas, mas também a luz branca pode ser produzida por uma
combinação de luzes vermelha, verde e azul que são cores primárias aditivas e a
imagem multicolorida (pela mistura de verde, azul e vermelha) é a "síntese
aditiva".
A fotografia colorida emprega a "síntese subtrativa" ou seja, utiliza a luz branca e
através de filtros cria várias cores. Estes filtros são: o amarelo que subtrai ou
bloqueia o azul, o magenta bloqueia o verde, e o ciano bloqueia o vermelho.
Os antigos fotógrafos utilizavam câmeras para fotos em cores, com três "negativos"
preto e branco e decompunha os temas em vermelho, verde e azul para depois
recambiar as imagens, tendo então uma fotografia "colorida".
O princípio subtrativo, utilizado atualmente nas fotografias coloridas, produz
imagens feitas de corante.
Os filmes coloridos compõem-se de três camadas de emulsão semelhantes às
usadas nos filmes P & B. Cada camada é convertida numa imagem do corante. A
camada superior é
sensível à luz azul, a segunda, à verde e a terceira, à luz vermelha.
Também os filmes coloridos possuem uma base emulsão com diversas camadas:
camada antihalo e camada protetora.
Os filmes coloridos possuem pequena latitude. Isto é, toleram apenas erros muito
pequenos de exposição, principalmente os filmes reversíveis (para slides),
obrigando o fotógrafo a prestar a máxima atenção às tabelas de exposição do flash
e ao fotômetro.
a) Filme colorido reversível (positivo - slides)ou CHROME;
Após a revelação, obtém-se a imagem positiva. Usado para a confecção do
diapositivo (slides). Pode ser copiado ou ampliado em papel, a partir de um
internegativo, pode ser copiado diretamente sobre o papel fotográfico do tipo
cibachrome. O filme positivo existe em duas emulsões:
Ø Emulsão para "luz do dia"(dayligth )": é indicada para luz do dia e fotografias
com luz de flashes.
Ø Emulsão para "luz artificial"(tungstênio): é indicado para fotografias com
lâmpadas foto-flood brancas ou lâmpadas halogênicas (temperatura de cor de
3.200 graus K), usadas em fotos de livros, tabelas e Fotomicroscopia.
Existem dois filtros especiais de conversão (azul) que permitem o seguinte: usar o
filme para "luz do dia" com luz de tungstênio e usar o filme para "luz de tungstênio"
com luz do dia.
Exemplos de filmes positivos: EKTACHROME ASA 64/100/200/400;
FUJICHROME ASA 50/100/1600; AGFACHROME ASA 100/200...
OBS.: Os filmes positivos (CHROME) e P & B são fabricados em bobinas de
36, 24 e 12 exposições e também em rolos de 30 metros
(aproximadamente 36 filmes de 36 exposições). Devemos ter um
rebobinador e bobinas vazias para rebobiná-lo. O custo é inferior em 50%.
ARQUIVAMENTO E CONSERVAÇÃO DIAPOSITIVO (SLIDE)
O diapositivo possui em sua estrutura substâncias higroscópicas não somente na
sua camada de formação de imagens como no suporte. A umidade pode provocar
degeneração, provocando ao longo do tempo, reações químicas, mudanças na
forma do objeto e propicia ainda, o desenvolvimento de fungos (degeneração
biológica).
Além da umidade, outro fator importante são os produtos químicos residuais do
processamento de revelação do diapositivo especialmente quando o fixador
(tiossulfato de sódio) não for adequadamente removido na última etapa da
revelação.
Por serem formados de substâncias orgânicas estão sujeitas a deterioração devido
a ação da própria luz.
O manuseio incorreto do diapositivo (manipulado com as mãos) pode levar
umidade e impressões digitais facilitando o desenvolvimento de fungos e mesmo
pequenos riscos no diapositivo.
São fatores importantes na deterioração:
umidade
poluentes ambientais
luz (exposição prolongada)
fungos
revelação inadequada (tiossulfato de sódio)
O filme colorido (diapositivo) é formado por três estruturas, uma sobre a outra uma base plástica - a emulsão formadora de imagem e um ligante. A conservação
do diapositivo requer cuidados especiais uma vez que sua composição básica é
formada por substâncias deterioráveis.
Preservação do arquivo de diapositivos
Nos últimos anos verificou-se um significativo avanço na estabilidade dos corantes
empregados, comprovados por testes de envelhecimento acelerado, realizados pela
indústria e instituições independentes. Contudo, vale recomendar aqui alguns
cuidados no sentido de preservar o diapositivo.
Uma das recomendações mais importantes é relativo ao arquivamento evitando-se
montar diapositivo em molduras de papelão que absorvem umidade. Usar as
molduras de plástico.
Arquivar os diapositivos em armário de aço em estruturas com ranhuras distantes
uma das outras possibilitando a ventilação entre eles. As estruturas não devem ser
higroscópicas (madeira, papelão, cloreto polivinil PVC).
Quando arquivar diapositivos em cartelas transparentes usar preferencialmente o
polietileno ou prolipropileno que não aderem ao diapositivo (ao contrário do PVC)
mesmo em condição desfavoráveis de umidade.
Manter a umidade relativa do ar (UR) sempre inferior a 65% usando-se em áreas
de grande volume de arquivamento um termômetro higroscópico. Nas áreas de
arquivamento menor podemos usar a sílica gel.
Manusear os diapositivos sempre com luvas de algodão. Processamento dos filmes
em laboratório de confiança.
Limpeza e remoção de fungos
A limpeza de diapositivos pode ser realizada em laboratório de processamento onde
sofrem um processo de limpeza semelhante ao processo final de revelação após a
fixação, ou ainda usando produtos químicos produzidos pelas grandes firmas do
ramo (Kodak) próprias para esse fim.
A remoção de fungos da superfície podem ser feitas com algodão levemente
umedecido com tricloroetano com cuidado e superficialmente passar sobre o
diapositivo verificando-se se o mesmo não está sendo solubilizado pelo produto.
O tricloroetano é um composto orgânico tóxico que deve ser usado com cuidado,
próximo a áreas ventiladas para se evitar contaminação por inalação.
O diapositivo limpo e recuperado deve ser novamente untado em moldura plástica,
utilizando-se sempre luva de algodão no manuseio das transparências.
b) Filmes coloridos negativos
Após a revelação, obtêm-se a imagem negativa. É usado para cópias e ampliações
em papel.
Podem também ser copiado ou ampliado em preto e branco.
Exemplos de filmes negativos: Ektar- Asa 25/200/1000; Kodak Multispeed Asa
100 a 1000; Fujicolor Asa 100/200/1600; Konica Asa 3200...
07. A LUZ E OS FILTROS
7.1. A Luz
É a matéria prima fundamental para toda fotografia. O filme colorido registra a cor
de modo literal, não levando em consideração um tom generalizado azul ou
vermelho, que pode ser característico da fonte de luz.
Existe uma infinidade de tipos de energia semelhante à energia luminosa, tendo
basicamente as mesmas características, pois toda são elétricas e magnéticas,
propagando pelo espaço através de ondas.
Temos luz quanto essas ondas eletromagnéticas, atingem determinados
comprimentos, tornam-se dessa forma visíveis.
A luz tem comprimento de onda em torno de 400 - 700 mm, que é o espectro
visível. A luz natural contém todas as cores do espectro visível e nos dá uma
impressão de luz branca.
Na natureza todos os objetos absorvem e refletem apenas ondas de determinados
comprimentos, em virtude de suas características físico-químicas. Ex: o objeto que
parece-nos preto absorve todos os raios de luz e nada reflete, o objeto que parecenos branco reflete toda a luz, sem nada absorver, enquanto o amarelo reflete
apenas luz amarela.
7.2. Temperatura da Cor
Medida, em graus Kelvin (K), da temperatura de um corpo incandescente que emite
luz associada à coloração relativa dessa luz.
O conhecimento da temperatura de cor das diversas fontes de luz é indispensável
na fotografia profissional, já que o filme utilizado está balanceando para
determinada temperatura de cor apenas, não tendo a possibilidade e adaptar-se
sem filtros às diferentes fontes de luz, como o olho humano.
Exemplo de temperatura de cores :
Fontes de Luz Temperatura de cor
Céu azul : 10.000 até 18000 graus Kelvin
Céu nublado : 9.000 graus Kelvin
Luz do dia : 7.000 graus Kelvin
Flash eletrônico : 6.000 graus Kelvin
Luz natural (ao meio dia): 5.500 graus Kelvin
Luar / lâmpada fluorescente : 4.500 graus Kelvin
Lâmpada Projeto Slides : 3.500 graus Kelvin
Lâmpada de 60 Watts : 3.000 graus Kelvin
Nascer do sol - por do sol : 3.000 graus Kelvin
7.3. Filtros
Os filtros são corpos transparentes que absorvem (retém) certas radiações
luminosas e deixam passar outras. O emprego do filtro tem a finalidade de corrigir,
modificar, restringir ou anular a ação de certos raios de luz que irão formar a
imagem na emulsão.
Os Filtros são de três tipos básicos:
1 - De contraste: para filmes preto e branco. Existem nas cores amarelo
profundo, alaranjado, vermelho-claro, vermelho-profundo, azul e verde, servindo
para exagerar os contrastes tonais.
Um motivo especial adequado para o uso de filtros de contraste é o céu: o filtro
amareloescuro torna mais profundo o azul do céu e destaca as nuvens; o filtro
vermelho produz contrastes extremos, em que o céu aparece quase preto; o filtro
alaranjado tem o efeito intermediário entre eles.
2 - De conversão: para filme colorido. Usados para adaptar filmes do tipo luz do
dia (daylight) para uso com iluminação de tungstênio ou vice-versa. Usa-se filtro
azul 80 A. corrigir recuos abaixo e excesso de espaço entre palavras.
3 - De equilíbrio de cor: servem para corrigir pequenos desvios entre a
temperatura de cor do filme utilizado e a luz incidente. Exemplo de aplicações
típicas: filtro azulado para compensar o excesso de vermelho do sol poente, filtro
amarelo-polido para compensar o excesso de luz que pode ocorrer quando o motivo
se encontra na sombra, iluminando apenas por luz solar refletida.
Filtros Especiais
Filtros Ultravioletas: (UV) São filtros especiais, geralmente usados em
montanhas, isto é, quando se faz fotografar a mais de 1.500m de altitude, onde os
raios ultravioletas podem estragar a foto, fazendo com que esta perca a nitidez.
Estes filtros são incolores e não tem fator, dispensando a correção da abertura do
diafragma. Há quem recomende seu uso constante em qualquer tipo de filme, pois
purificam o ar e protegem a objetiva contra poeira e riscos.
Filtros Skylight: (SK) Mais forte, mas com as mesmas características dos
anteriores, são incolores ou com uma leve tonalidade rosa, e dão ao filme preto e
branco uma grande profundidade além de purificarem o ar.
Filtros de Polarização : ( POL) São filtros que eliminam reflexos de superfícies
não metálicas. O filtro de polarização é composto por dois vidros, com grades
microscópicas, contra as quais chocam-se os raios de luz dos reflexos eliminandoos da fotografia. Evidencia mais as cores em fotos de natureza.
Filtros TVCC : usados em fotos de computadores possibilitando cores mais
harmoniosas.
Filtros FL-D (fluorescent-day): para fotos de RX e cópias de slides em
negatoscópios e fotos em ambientes com lâmpadas fluorescente.
Filtros de Proteção : (1A) Toda objetiva deve ter este filtro protegendo a
primeira lente.
08. ENQUADRAMENTO E COMPOSIÇÃO
Estes dois aspectos são de grande importância e interferem sensivelmente na
qualidade da fotografia, sem falar no bom gosto. O enquadramento se dará
conforme for o objetivo do fotógrafo, ou seja, ele poderá enquadrar o objeto de
interesse da maneira como achar melhor, porém não deixando dúvidas ao
observador da sua intenção.
Geralmente, procuramos centralizar o objeto de interesse no espaço do visor.
Quando se tratar de fotos em que o objeto é muito pequeno em relação ao meio
onde se encontra, devemos nos aproximar ao máximo do objeto (se possível), caso
contrário, utilizaremos equipamentos especiais, que nos permitirão registrar o
objeto, sem nos aproximarmos.
Quanto a composição, isto dependerá exclusivamente do fotógrafo. Para realizar
uma foto, é preciso que se faça um estudo prévio do local ou do objeto, analisando
as suas cores, o tipo de iluminação presente e o posicionamento do objeto em
relação à iluminação. Todos estes fatores analisados poderão influenciar
extremamente a foto, além de serem indispensáveis para se obter uma boa foto.
O que está dentro da fotografia é muito mais importante do que os elementos
desnecessários que você deverá deixar de fora. Para uma perfeita composição,
você poderá utilizar da "regra dos terços", que é uma divisão do visor da câmera
em um diagrama com duas linhas imaginárias verticais e duas linhas horizontais.
O visor fica assim dividido em terços (nove terços), sendo que o ponto ideal para
localizar o motivo principal de sua foto será a interseção das linhas. Os quatros
pontos de interseção são chamados por "pontos de ouro", onde o elemento
principal é priorizado.
8.1. Elementos Importantes no Enquadramento e na Composição
Alguma vez você já se perguntou por que as fotografias apresentam-se, em grande
maioria das vezes, RETANGULAR? O fotograma assim como os cartões de visita e
de crédito, algumas formas arquitetônicas bem como a maioria dos seres vivos
obedecem um Princípio de Proporção que foi observado desde Pitágoras e
Aristóteles em que foram feitas analogias com o crescimento orgânico, as
harmônicas musicais e a arquitetura.
Existem alguns números que divididos entre si apresentam como resultados um
número harmônico em torno de 0,68. Exemplo: 2:3=0,666 ; 3:5=0,6 ; 5:8=0,625.
Tais números obedecem o princípio de proporção assim como uma fotografia 6x9,
10x15 ou mesmo 17x25. Com a relação entre estes números criam-se retângulos,
também harmônicos, chamados Retângulos Áureos.
Retângulo Áureo. Espiral logarítmica, típica de expansão da concha. Estágios
sucessivos são marcados por "quadrados rodopiantes" e retângulos áureos
expandindo-se em progresso harmônico a partir do centro 0. Assim podemos
aplicar uma regra de composição e enquadramento chamada Regra dos Terços.
Tal regra consiste em dividir um retângulo áureo em duas linhas verticais e duas
linhas horizontais.
Os pontos de interseção entre as linhas verticais e horizontais, os pontos de ouro
representam locais que, ao enquadrar a foto, distribuem harmoniosamente os
elementos, chamando a atenção e criando uma estética na composição. Ao
enquadrar um elemento isolado do todo, tente priorizar estes pontos.
Pontes, caminhos, estradas, pontas de montanhas, quebra-mar, entre outros
elementos e paisagens, quando enquadrados nas diagonais da fotografia criam
aspectos de continuidade, não "quebrando" a composição da foto. É importante que
se evite ao máximo enquadramentos em que pessoas, plantas e objetos
importantes da composição não sejam cortados durante o enquadramento.
Outra forma de enquadrar paisagens com algum horizonte definido como por do Sol
em montanhas ou mar, é saber primeiro o que priorizar. Caso seja o céu, utilize o
terço inferior para as montanhas e o contrário para priorizar as montanhas Evite
enquadrar o horizonte no meio da fotografia, afim de impedir a competição entre os
elementos que a compõem.
Em uma composição cuja preocupação é distribuir os elementos da foto
harmoniosamente requer apenas conhecimentos básicos para o bom emprego da
Regra dos Terços e principalmente bom senso.
Lembre-se que algumas vezes é preciso mudar de ângulo para procurar um melhor
enquadramento, usar um tripé para compor uma foto com calma. Observar o
sentido do crescimento dos elementos. Por exemplo, uma árvore ou uma pessoa.
Virar a câmera na vertical, respeitando o sentido do crescimento destes seres.
Evite preencher a fotografia com vários elementos afim de não compor uma foto
"suja" em que tudo aparece mas nada se evidencia.
O mais importante na composição não é preencher todos os espaços e sim saber
entender os vazios existentes na fotografia.
Alguns Exemplos para enquadramento e composição:
a) Horizonte:
É enquadrado da seguinte maneira :
- horizonte alto: localizado no terço superior do visor - ex.: Fotos de uma mata
- horizonte baixo : localizado no terço inferior do visor - ex.: Por do Sol
- horizonte concentrado : no centro do visor.
OBS.: Os dois primeiros enquadramentos são os mais indicados.
b)Céu:
Pode ser o elemento predominante nas fotos de paisagens; sofre mudanças
contínuas e funciona como um refletor, além de ser parte da luz. Nos casos em que
ele representa um fator significativo para a composição de uma foto, é
aconselhável manter as exposições dentro dos limites mínimos exigidos para a
produção de detalhes adequados na sombra.
c)Água:
É elemento importante nas fotos das paisagens, devido à sua capacidade de
reflexão, incorporando uma diversidade enorme de tons e cores.
Podemos ressaltar alguns fatores responsáveis pelas características visuais da
água:
- Céu: confere a coloração.
- Reflexão: espelha tons e formas existentes ao seu redor.
- Movimento: ondulações transmitem uma imagem abstrata.
Obs.: Fotos de quedas d’água (cachoeira) podemos fotografar com logo tempo de
exposição (1s, 2s, 4s), fechando o diafragma, deixando a foto com um "efeito véu",
o que é muito interessante e belo.
d) Zoológico:
O fotógrafo obterá fotos mais interessantes, se observar a rotina do animal, pois
assim terá condições de saber seu comportamento nas diversas horas do dia,
podendo, assim, prever seus movimentos. O uso do flash deve ser evitado e, caso
tenha que usá-lo, jamais faça-o sem permissão.
O uso de combinações de lentes como uma grande-angular , uma lente normal e,
talvez a mais importante, uma objetiva longa, presta-se pelo objetivo do motivo,
levando em consideração, principalmente, o enquadramento e a eliminação de
obstáculos comuns em zoológicos.
Eliminando cercas e grades:
As grades dos recintos ou cercas de arame nos zoológicos, podem ser eliminados
quando se encaixa a objetiva entre as suas divisões, ou quando o fotógrafo se
aproxima e usa uma grande abertura do diafragma, com uma objetiva longa e a
maior abertura possível, a uma proximidade maior possível, o obstáculo fica fora de
foco e o resultado é uma fotografia mais natural. Essa técnica torna-se tanto mais
eficaz quanto maior a distância entre o animal e a cerca. Exemplos:
a) Animais Selvagens:
O problema principal consiste em localizá-los, pois a maioria se esconde, podendo
facilmente detectar a presença de um ser humano. Para contornar os problemas de
aproximação, a alternativa consiste no uso de teleobjetivas e camuflagens,
velocidades rápidas e filmes mais sensíveis.
b) Plantas e Flores: podemos ressaltar três métodos para fotografá-las:
- Close-up: destacar as estruturas e detalhes - macrofotografia
- Foco Seletivo: isolar o objeto do fundo - usar fundo com cartolina, panos ou papel
camurça.
- Grupo: enquadrar o grupo vegetal que se deseja - objetiva 50mm ou grande
angular.
OBS.: A melhor hora para se fotografar flores é o início da manhã, pois a
luz nesta hora do dia, oferece maior contraste para mostrar formas e
detalhes. A cor define a forma, contrastes e valores tonais.
Projeção de suas Fotos em filmes positivos (Chrome):
Uma apresentação organizada e adequada do material visual aumenta o impacto de
sua mensagem, prende a atenção do espectador e aumenta o interesse do mesmo.
Observe o tempo adequado da projeção dos slides, não mostre diapositivos fora de
foco, sub ou super exposto, pois desta forma você transmite que não fotografa bem
e não se preocupou com a qualidade da sua apresentação.
Dê um sentido lógico à sua apresentação com introdução desenvolvimento e
conclusão. Os diapositivos projetados por longo tempo provocam a mudança de cor
pelo calor do projetor.
Diapositivos com tabelas, gráficos, letreiros devem conter o mínimo de informações
possíveis, conseguindo assim imagens maiores e melhor projeção.
Antes da projeção, é conveniente o julgamento dos slides por uma pessoa
competente, julgando a qualidade dos seus diapositivos e opinando sobre o assunto
técnico que será apresentado.
Conheça bem o funcionamento do projetor a ser utilizado e confira seqüência dos
slides no carrossel. A projeção com dois projetores simultâneos favorece a
apresentação de uma série de slides. O indicador a laser ajuda na apresentação dos
slides.
09. FOTOMICROGRAFIA
Alguns cuidados são importantes para uma fotomicrografia:
a) Fechar parcialmente o diafragma: de modo que suas bordas sejam
observadas através das oculares, no campo visual, aumentando também a
profundidade de campo da foto.
b) Centralizar o diafragma : utilizando os parafusos do condensador. Com este
procedimento, o cilindro de luz que passa pelo diafragma é colocado no eixo óptico
do microscópio. Assim, melhora-se o rendimento e a homogeneidade da
iluminação, evitando sombras.
c) Introduzir o retículo fotográfico ao sistema óptico do microscópio: ara
delimitar a área do espécime a ser fotografado. O retículo fotográfico possui quatro
pares de linhas para o centro do campo visual.
d) Focalizar o retículo: isto é observar os pares de linha bem delimitados, essa
etapa é muito importante, porque ajusta o olho da pessoa que está fotografando,
ao sistema óptico, em relação à película fotográfica, só assim, o negativo estará em
foco. Cada pessoa que for fotografar, deve fazer este ajuste.
e) Usar filtro azul ou filmes especiais para luz de tungstênio: se o sistema de
exposição fotográfica do microscópio for automático, deve-se ajustar o ISO/ ASA
indicado para o filme que está sendo utilizado ou conforme recomendação do
fabricante. Mas se o sistema de exposição for manual, deve-se fazer testes de
exposição para determinar as condições adequadas, para cada tipo de filme a ser
utilizado.
OBS: para fotografar em microscópios estereoscópio (lupas), recomenda-se
utilizar filme mais sensível (ex.: ASA 800), pois a iluminação é insuficiente.
As fotos com lupa não têm profundidade de campo pois a maioria das lupas
não tem diafragma.
Em uma fotomicrografia de protozoários em movimento, devemos também
utilizar filmes mais sensíveis (ASA 800), para obter velocidades rápidas
(1/125s), congelando o movimento.
10. TÉCNICAS DE ÁUDIO VISUAL
O termo áudio visual tem definição genérica, abrange todos aqueles sistemas que
por meio de imagem e sonorização definem idéias e levam informações, no campo
da Educação e outros.
As etapas para a Elaboração de um Roteiro de um áudio visual são:
a) Preparar o tema de maneira que a narrativa e os comentários tenham uma
continuidade lógica, fundamentada nos conceitos de princípio, desenvolvimento e
término (regra obrigatória), mantendo assim o interesse da audiência.
b) Escolha da imagem a ser fotografada que mais se adeqüe ao tema da narrativa,
respeitando o conceito básico da funcionalidade.
c) A narrativa deve ser um complemento da imagem e não um substituto dela.
Lembre-se: 75% da sensibilização de nossa mente se dá pela visão e 13% nos
chega pela audição. O comentário da narração deve atender basicamente:
Ø não falar sobre aquilo que a imagem não mostra;
Ø evitar a retórica e usar frases curtas de construção simples;
Ø não dividir a atenção da audiência;
Ø limitar ao máximo o uso de adjetivos e evitar termos pejorativos e gírias;
Ø não narrar o que a imagem mostra e sim complementar o que a audiência
visualiza;
Ø não deixar de programar pausas, para dar lugar a outros efeitos sonoros;
Ø usar a locução somente quando a imagem requer;
Ø limitar a locução a não mais de 06 segundos por diapositivo, para não cansar a
audiência. Usar locução maior somente quando for exigido;
Ø não abusar das possibilidades dos métodos de áudio visual, planejando áudios de
extensa duração, e cansando assim a audiência.
Confecção do Diapositivo para um áudio visual:
Para o enquadramento da fotografia, dar total preferência à vista horizontal (pois
nossa visão cobre mais o sentido horizontal que o sentido vertical). Além disso, a
projeção vertical representa inconvenientes para apresentações.
No enquadramento, observar a importância que têm os objetivos em primeiro
plano, para acentuar as perspectivas e enquadrar no espaço correto, para que os
objetos não fiquem nem muito ajustados ou se percam na imagem.
Não esqueça das regras de boa fotografia, deixando que o horizonte fique paralelo
às bordas do quadro e acima ou abaixo da linha média do mesmo, nunca na
metade. Os melhores momentos de realizar fotografias de paisagem são as horas
da manhã e as horas do pôr do sol.
O horário do meio dia é o período mais crítico para fotografar pessoas ou
paisagens, pois os raios solares estão na vertical e resultam em sombras densas e
de relevo para a fotografia.
Utilize-se de certas regras básicas de linguagem cinematográfica para efetuar uma
série de fotos para uma seqüência do mesmo objeto ou pessoa da seguinte forma:
Ø quando for necessário, faça uma foto geral seguida de um primeiro plano ou um
plano médio seguido de um close ou ângulo mais fechado, isto proporcionará um
grande efeito dinâmico na montagem de diapositivos;
Ø tenha sempre um sentido direcional nos movimentos dos objetos da imagem.
Para trocar o sentido, intercalar algumas tomadas (fotos) neutras (um letreiro
indicativo, o público que observa, etc.) que façam a audiência sentir a direção do
movimento previamente estabelecido;
Ø evite uma diversificação na combinação das cores e busque uma composição na
qual se destaca um simples toque de corante a um fundo neutro, uma cor mais viva
contra outra apagada, ou uma combinação que apresente harmonia entre si.
Montagem de um áudio visual:
Utilize molduras cujas bordas não tenham protuberância ou saliência, e que sua
grossura não ultrapasse a 3,2mm.
Tenha sempre a atenção de colocar o filme na moldura num mesmo lado, tanto o
suporte, quando o lado de emulsão. Depois proceda a marcação correspondente.
Manipule sempre os diapositivos pelas bordas de moldura. Evite tocar com os dedos
o setor de emulsão, podendo assim deixar marcas ou ranhuras incorrigíveis, ou
então use luvas apropriadas.
Sonorização
Antes da gravação, prepare um roteiro no qual deve ter mais de 50% de valor e
interesse do espetáculo. O comentário deve oferecer pausas para o fundo musical e
este, por sua vez, deixar espaço para introdução de um efeito sonoro ambiental
(quando o exigir). O sincronismo do áudio visual é muito importante e uma
seqüência iniciada por um diapositivo deve coincidir com a introdução, com um
tema musical ou som ambiente característico. Cuidar sempre para que a voz e a
técnica do locutor acheguem ao tema tratado e que seja inteligível. Realize a
seleção dos temas musicais para um começo da obra, introduza bem a audiência no
tema, atingindo, no final, o clima necessário para uma conclusão. Se a obra possui
numerosos diapositivos deve dar tempo ao operador de trocar e montar uma nova
"Bandeja" em posição.
Projeção do áudio visual
Os projetores devem ficar em uma mesa alta para evitar deformação na imagem
projetada (podendo também danificar a lâmpada).
A imagem deve localizar-se no centro da tela, para que tanto os diapositivos
horizontais, como os verticais, se enquadrem bem na tela de projeção.
11. FOTOS TRAÇOS (GRÁFICOS, TABELAS, TÍTULOS...)
Existem vários tipos de filmes, programas gráficos e outros meios capazes de fazer
a apresentação do seu trabalho. Atualmente, para fazer fotos de gráficos, tabelas e
letreiros utilizamos o computador com os programas gráficos.
11.1. Utilizando o Filme Positivo CHROME (Slides)
Fotografando um gráfico com o filme CHROME, o contraste não será desejável, pois
teremos uma imagem com o fundo branco (papel) e letras em preto (maq. de
datilografia, impressoras em preto e branco).
Para eliminar este efeito indesejável, podemos utilizar impressora coloridas ou
transparências sobre uma bela fotografia para um melhor contraste.
Podemos também fazer a "Viragem" do filme Chrome (slides), que consiste na
revelação deste filme em processo "C41"diferente do processo normal de revelação
que é denominado "E6".No processo "C4l",o fundo (papel) fica azul e as letras (em
preto) ficam brancas, resultando em um diapositivo com um melhor contraste.
11.2. Utilizando o Filme para Fotolito "KODALITH"
Neste processo, fotografamos o gráfico ou tabela em folha branca e letras pretas.
Com este tipo de filme produzindo contrastes extremos, fica o fundo escuro (preto)
e as letras brancas. Pode-se também solicitar a "viragem" do fundo em cores como
o azul, vermelho, amarelo ... É um processo muito simples, tanto a parte da
fotografia, quanto a revelação deste filme, além disso é de baixo custo.
11.3. Utilizando Programas Gráficos
Neste processo, pode ser utilizado o filme CHROME (Slides), e será fotografado o
monitor do computador. Para fotografar, basta digitar o texto ou gráfico exibi-lo no
visor.
A câmera deve ser colocada no tripé, de preferencia utilizar objetivas 50mm que
geralmente possuem abertura do diafragma f/1.8, que por serem claras facilitam a
fotometragem. Devemos procurar melhor enquadramento, colocando a câmera
bem posicionada e centralizada, evitando a borda do monitor.
Ao fotografar, devemos deixar o diafragma fechado (Nº f./5,6 ou f/8) para evitar a
falta de foco nas bordas do slides já que geralmente utilizamos o monitor tipo
televisão que não tem a tela plana.
Utilizando filme ASA 100, a velocidade de obturação fica em torno de 1s, 1/2, ou
1/4s, utilizando filmes CHROME mais sensíveis (ex.: ASA 400), diminuiremos mais
o tempo de exposição (1/30s, 1/15s), resultando em fotos com maior contraste.
Resumo da técnica Ø Tempo de exposição: Geralmente 1s,1/2s ou 1/4s, sendo
aconselhável o uso de câmeras com automático (A) ou (P), que calculam a
velocidade automaticamente.
Ø Enquadramento: Centro do telêmetro com o centro do monitor, câmeras na
posição horizontal, jamais inclinar a câmera para poder obter um alinhamento. Para
se alinhar, usar somente o ajuste vertical do tripé.
Ø Luz: Melhores resultados são obtidos com ausência de luz, porém é possível
fotografar durante o dia ou com luzes acesas. Deve-se tomar o cuidado com
reflexos, pois mesmo que você não os veja pelo visor, eles poderão aparecer.
Ø Composição: Sempre compor as fotos com os temas adequados. Temas mais
técnicos devem manter uma constância de fundo, preferivelmente fundo neutro,
padrão fundo azul, com letras brancas. Em assuntos menos técnicos, podem ser
usados desenhos diversos, desde que combinem o tema com a foto.
Ø O uso do filtro TVCC (AMBAR) corrige as cores da imagem do monitor.
11.4. Equipamento de informática
Computador: Praticamente tudo o que você faz em um computador Pentium IV,
você pode fazer em PIII. O que o diferencia é a qualidade do trabalho e a versão do
aplicativo utilizado.
O computador varia de acordo com o que você quer utilizar, programas gráficos
como PhotoShop (versão 7.), Corel Draw (versão 10 necessitam no mínimo de um
Pentim IV 2.0G, 256 megas de memória RAM.
Tipo do Monitor: É aconselhável, caso seu monitor não seja de tela plana, utilizar
um monitor de 15 ou 17 polegadas, porque eles evitam uma distorção do monitor
curvo, porém, se o monitor for de tela plana, o de 14" é satisfatório. Dot Pitch (Dp).
.39, .28, .25. Dot Pitch pode ser comparado com a granulação de filme, um monitor
de Dp . 25 tem uma resolução melhor do que o .39, os de .25 são ainda poucos e
caros, geralmente o 28 tem resultado satisfatório.
Entrada de Imagens
Scanners: Aparelhos que servem para digitalizar uma foto seja de papel ou slides,
transformando a foto ou imagem de papel em imagem gráfica na tela do
computador. Existem basicamente dois tipos de scanners, os de mesa e os de mão.
Os scanners de mesa são os melhores, pois funcionam como uma máquina de
xerox, você coloca a foto, e uma luz varre a área lendo e digitalizando a foto.
TV/Vídeo: Através de uma placa especial, pode-se capturar uma imagem através
da TV, filmadora ou vídeo e transformá-la em foto digital.
11.5. Softwares (Programas)
Power Point :
Fabricado pela Microsoft, é sem dúvida o melhor programa para apresentação de
slides, tendo a opção de se fazer slides no monitor, impresso, ou ainda fazer uma
vídeo com recursos multimídia, som, imagem, e voz. Possui a praticidade de poder
se interligar com outros produtos da Microsoft como o Word e o Excel, colocando no
slide, gráficos ou textos já prontos.
Corel Draw :
Fabricado pela Corel Corporation, é na verdade um pacote de programas, dentre
eles, o slide show, que serve para fazer slides. Possui muitos recursos, porém é um
pouco complicado de início para se trabalhar, além de ocupar cerca de 700 a 900
megas de memória no HD, enquanto o Power Point ocupa no máximo 100 megas.
Harvard Graphics
Programa pouco usado e sem muitos recursos, porém simples e fácil para quem
não entende muito de computadores.(Já está fora de uso, mas de excelente
performance).
11.6. Tratamento De Imagens (Programas)
Ø PhotoFinish
Ø Photostyler
Ø Corel Draw
Ø PhotoShop - O mais usado e mais poderoso, possui inúmeros filtros de efeitos
especiais.
Ø Graphics Workshop - Programa que permite visualizar a foto antes de colocá-la
como fundo do
Slide
Ø Paint Shop Pró - Fácil de usar, com poucos recursos, ocupa só 7 megas no HD
11.7. Resolução de Imagens
Dependendo da capacidade e do tipo de controlador de vídeo, pode-se ter as
seguintes resoluções: 1280 x 1024, 1024 x 768, 640 x 480. A resolução das
imagens é proporcional a variação das cores. A resolução de 1280 x 1024 tem
imagem de até 16 cores, enquanto que 640 x 480 permite até 16 milhões de cores.
Usualmente utilizamos 640 x 480 por possibilitar melhor cor, embora a imagem
fique maior; a resolução 1280 x 1024 apresenta imagem 50% menor, porém mais
trêmula e com apenas 16 cores. Tipos de resoluções: 640 X 480, 1024 X 960.
12. HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
12.1. As Primeiras Descobertas
A Fotografia nasceu através do método de impressão sobre o papel, executados e
dominados pelos chineses no século VI, época em que, seguramente, não havia
meios de divulgação jornalística eficiente. Passados seiscentos anos, começa a
difusão da fotografia pela Europa com o esforço e curiosidade dos Pioneiros
NIEPCE, FLORENCE, DAGUERRE e TALBOT para torná-la mundialmente conhecida.
Também no século VI, Leonardo da Vinci descreveu o funcionamento de uma
câmera escura e a utilização prática para a mesma. Construiu uma câmera escura
portátil e substituiu o lado oposto ao do orifício por um pergaminho, através do
qual podia ver a imagem. Desta forma, com o auxílio de seus pincéis, gravava,
pictoricamente, a imagem produzida pela câmera escura. Para que esta imagem
não ficasse invertida, colocou um espelho na parte interna da câmera fazendo com
que a imagem fosse projetada horizontalmente, tornando o trabalho mais cômodo.
Esse método de desenho foi amplamente usado na Europa até fins do séc. XVI.
Com o tempo, foi sendo esquecido e, no século XVII, deixou definitivamente de ser
utilizado.
12.2. As Verdadeiras Fotografias (breve histórico)
1822 - JOSEPH NICEPHORE NIEPCE, já utilizando a câmera escura de Leonardo da
Vinci, usou papel tratado com cloreto de prata e fixado precariamente com ácido
nítrico, resultando em negativos de baixa densidade.
1826 - FLORENCE, passou a utilizar verniz de asfalto (Betumen da Judéia) aplicado
sobre vidro, além de uma mistura de óleos destinada a fixar a imagem
(Heliografia), com um tempo de exposição de 8 horas.
1830 - LOUIS DAGUERRE, pintor e desenhista francês, usando uma chapa revestida
com iodeto de prata e vapor de mercúrio, (mercúrio aquecido) como agente
revelador e lavando-se a chapa em uma solução de sal de cozinha aquecida, obteve
uma imagem inalterada. . Esta imagem formada é o DAGUERRIÓTIPO, de má
qualidade, com imagem invertida, pouco contraste tonal e com um tempo de
exposição entre 15 e 30 minutos.
1835 - JOSEF PETZUAL, matemático Húngaro, fabricou uma lente dupla
(acromática) que, por ter uma grande abertura, era muito mais rápida que as
lentes até então utilizadas, reduzindo drasticamente o tempo de exposição.
1837 - HEARBES FLORENCE, fixou residência no Brasil (Vila de São Carlos Campinas na época pequeno lugarejo no interior da província de São Paulo).
Conseguiu, nesta época, fixar cópias fotográficas de desenhos em papel
sensibilizado com o cloreto de ouro, utilizando a urina (em função da amônia
existente em sua composição). O próprio amoníaco (hidróxido de amônia) serviu
como solvente para as provas a base de cloreto de prata.
19 de agosto de 1839 - O governo francês anunciou o nascimento da fotografia na
"Academia de Ciências" e na "Academia de Belas Artes" de Paris, doando ao mundo
a descoberta de um processo fotográfico denominado "Daguereótipo", inventado
pelo pintor LOUIS JACQUES
MANDÉ DAGUERRE (1787 - 1851).
1840 - WILLIAM H. FOX TALBOT, cientista inglês, foi o primeiro a conseguir um
sistema simples para a produção de um número determinado de cópias a partir da
chapa exposta, tendo assim um negativo original (calótipo).
1851 - FREDERIK SCOTT ARCHER, inventor do processo do colóide úmido, ou seja,
uma chapa de vidro com uma solução de nitrato de celulose, na qual havia iodeto
solúvel e uma sensibilização com nitrato de prata. A chapa era umedecida antes de
ser exposta na máquina fotográfica, sendo depois revelada com pirogalol ou com
um sal ferroso.
1871 - RICHARD LEACH MADDOX, inventou a primeira chapa manipulável, usando
gelatina para manter o brometo de prata. Por volta de 1877, placas de alta
sensibilidade, acondicionadas em caixas prontas para serem utilizadas, já eram
encontradas no mercado.
12.3. A Revolução Fotográfica
1880 - GEORGE ESATMAN, começa a fabricar e vender a sua própria produção,
fundando a EASTMAN DAY PLATE COMPANY.
1884 - _____. e Willian H. Walker, fabricam um chassi, que comportava um rolo de
papel montado numa base protetora e suficiente para 24 exposições. O chassi
poderia ser encaixado em qualquer câmera padrão, para fotos em chapa.
1886 - _____. Cria-se a Kodak, câmera pequena com um rolo de filme de 6,35 cm,
no qual se obtinham cem exposições circulares. Máquina com uma única velocidade
(1/25s), uma abertura, uma objetiva retilínea de foco fixo e um obturador cilíndrico
acionado em cordão e disparado por meio de um botão.
1889 - HENRY M. RUCHEMBACH, químico da Kodak, aprimora o espesso celulóide
transparente, em filmes de celulóides transparente.
1890 - Já existiam, no mercado, sete modelos de câmera (Kodak) que podiam ser
carregadas à luz natural.
1897 - Modelo dobrável (Kodak) que tirava doze fotografias de 3.80 x 6,35
centímetros.
1900 - Surge a câmera Brownell, modelo mais simples, que tirava foto 6 x 6 cm,
em filme de rolo em cartucho.
1880 - R & J. BECK - Fabricam a primeira máquina de duas objetivas com lentes
interligadas e de foco simultâneo.
1888 - S. D. MACKELLEN - Tirou a patente da primeira máquina reflex na qual o
espelho deslocava-se automaticamente durante a exposição, pois era ligada ao
obturador de cortina.
No início deste século, a história passou a caracterizar-se mais pelo refinamento e
aperfeiçoamento do que por inovações ou invenções:
1924 - A ERMANOX, com chapa única de precisão e diafragma F.1.8;
1925 - A excelente LEICA, precursora de todas as câmeras de 35 mm;
1928 - FRANKE e HEIDECK lançam a Rolleiflex TLR (ou reflex de duas objetivas)
1936 - Surge o filme KODACHROME ( diapositivo - slides) em 16 mm, e 35 mm;
1949 - Surge o polaroide em branco e preto e em cores ;
1950 - A SLR ou reflex mono-objetiva de 35 mm;
1965 - A Instamatic de cartucho 126 mm.
1993 - Cânon EOS 5, que focaliza imagens apenas com a movimentação do olho. O
segredo está no seu visor, que localiza a posição da pupila com uma varredura de
raios infravermelhos.
1994 - Kodak DS 200 ci – digital, sendo o sistema formado pela câmera Nikon
8.008s com objetiva Nikon e o DSC 200 ci (a parte digital do conjunto). É uma
câmera de imagem computadorizada que permite arquivar até 4,5 mbytes de
imagens coloridas e com ligação direta aos computadores Macintosh ou PC.
Podendo arquivar só imagens Preto e Branco (DS 200 nsi) ou só imagens coloridas
(DSC 200 ci).
12.4. Em resumo a história da fotografia passa pelas seguintes etapas:
Ø a imagem era gravada muito suavemente;
Ø a foto ficava completamente preta ao ser observada, pois a luz ambiente
enegrecia toda a chapa;
Ø a chapa tinha que ser exposta à luz por muito tempo e, por este motivo, os
objetos em movimento saiam tremidos, pois sua imagem movimentava-se na
chapa durante a exposição. As soluções foram aparecendo gradativamente :
Ø para que a imagem fosse gravada mais intensamente, foi inventado um processo
físico-químico denominado revelação da imagem. Depois de exposta à luz, a chapa
era submetida ao vapor de mercúrio, intensificando a imagem.
Ø para que a imagem não escurecesse sob a ação da luz ambiente, foi criado o
processo de fixação.
Um banho numa solução de tiosulfato de sódio retirava da chapa os sais de prata
que não haviam sido utilizados na gravação da imagem. Assim, a foto podia ser
observada a qualquer luz sem ficar escura. O problema do longo tempo de
exposição foi solucionado de duas formas:
Ø aumentando a sensibilidade dos sais de prata para que a gravação da imagem
fosse mais rápida;
Ø aumentando a quantidade e intensidade dos raios de luz que formam a imagem.
Ø para aumentar a sensibilidade dos filmes, foram feitas misturas com prata e cloro
(Cloreto de prata), prata e iodo (Iodeto de prata) e com prata e bromo (Brometo
de prata).Esta última é a mais usada nos filmes atuais. O problema do aumento da
quantidade e intensidade dos raios de luz foi mais complicado, pois se o orifício da
câmera fosse maior, originaria a desfocalização da imagem.
Este problema foi solucionado, aumentando o diâmetro do orifício e colocando uma
lente convergente, aproveitando mais os raios de luz, chegando ao filme uma
imagem nítida e muito mais luminosa.
14.0 BIBLIOGRAFIA BÁSICA (Infelizmente, seu uso se restringe como um
referencial)
ARNOLD, C.R.; P.S. STWEART. J.S.J. "Fotografia Explicada".
Barcelona:Omega,1987.
BARTHES, Roland. "A Câmera Clara, Nota sobre a Fotografia". RJ: Ed.Nova 1984.
BITTAR, Paulo. "Fotografia na Natureza", 1991 - Cadernos publicados.
BUSSELE, M. Tudo sobre fotografia. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 1983.
Curso Completo de Fotografia Globo – Fotografia - Volume 1 e 2 - Rio Gráfica e
Editora/SA, 1991.
Curso Prático de Fotografia Globo. "A fotografia Profissional". Ed. Globo,
1989.
EASTMAN KODAK COMPANY. O prazer de fotografar. 3ª ed. São Paulo: Ed. Nova
Cultura, 1987
FREEMAN, Michael. Grande Manual de Fotografia. Ed. Dinalivro, 1996.
GARCIA, Chiarine Hélio. "Princípio básico sobre Fotografia Preto e Branco".
ICB-UFMG: Cadernos publicados, 1993.
GURAN, M. Linguagem fotográfica e informação. Rio de Janeiro. Rio Fundo,
1992.
LANGFORD, M. Aprendizagem da fotografia; iniciação. Portugal: Presença,
1980
______________. "Tratado de Fotografia - uma Gramática de Técnica"Ed.
Dinalivro, Martins Fonte, - 1990
LEITE, Eugênio Batista. Manual de Fotografia e planejamento de um áudio
visual. PUC-MG. fevereiro 2000. 38 pg. Mimeografado.
LIMA, Pedro. Como cuidar da câmara. Íris Foto, São Paulo, n.386 p. 40-8, 1985.
out.
MICROSOFT - POWER POINT 97: sem mistério / Perspection, INC.; traduação
Lars Gustav Erik Unonius – São Paulo, Berkeley Brasil, 1997.
PIAZZA, Lello. Manual prático de Fotografia. Ed. Dinalivro, 1996.
SITRANGULO, Cláudio. ABC de uma câmara fotográfica. Íris Foto, São Paulo,
1989.
TRADE FREE ZONE (Ed.). Macrofotografia. Extraído da Internet via
http://www.tfz.com.ar/camaras/accesorios/macrofotografia/index.html.
TRIGO, Thales. Equipamento fotográfico: teoria e prática- São Paulo: Editora
SENAC São Paulo, 1998.
VOIGT, Friedrich W. Pequena enciclopédia de fotografia. Editora Tecnoprint
S.A. Rio de Janeiro, 1985.
WALDEZ, A. "Filtros para Fotografia e Cinema". SP: Íris, 1992.
Dez questões básicas que o fotógrafo deve saber antes de fotografar
Prof. Enio Leite
Focus – Escola de Fotografia & Tecnologia Digital
A lei que atualmente regula os direitos autorais no Brasil é a 9.610, de 19 de
fevereiro de 1998.
Esta "cartilha" não pretende reproduzir o texto legal. É apenas uma versão parcial,
adaptada e dirigida aos fotógrafos e consumidores de imagem fotográfica na área
comercial, ainda que legalmente correta e criteriosa. No caso de duvidas, sugere-se
a consulta da lei.
1. Cuidado ao fotografar pessoas, há restrições quanto ao uso da imagem
alheia. Para fins jornalísticos e editoriais não há impedimento desde que
não haja dano à imagem.
2. Cuidado ao fotografar obra de arte que também é protegida, tanto
quanto a imagem de uma pessoa.
3. Fotos para fins pedagógicos, científicos, têm uma redução da proteção
do titular de direito em favor da sociedade que é usuária do conhecimento
humano.
4. Obras arquitetônicas são consideradas artísticas, portanto, também
estão protegidas pelo direito do autor.
5. Na publicidade, tenha em mente sempre a regra: nada pode sem a
autorização do titular.
6. Jamais faça remontagem da imagem de uma pessoa. A prática é comum
no design e não é permitida perante a lei.
7. Obra fotográfica bastante conhecida ou notoriamente artística não pode
ser plagiada.
8. Ninguém pode alegar que o fotógrafo cedeu os direitos autorais, sem
que isso conste expressamente em contrato de cessão de direitos.
9. A interpretação dos contratos de cessão é restrita.
10. O fotógrafo não é obrigado a autorizar alterações em sua obra, a não
ser que conste no contrato de cessão de direitos.
Bem, vamos agora aos principais fatos:
A fotografia é protegida por lei?
É. A fotografia é considerada como obra intelectual, e como tal está protegida pelo
art. 7., inc. VII da Lei n. n9610/98:
Art.7.: São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por
qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou
que se invente no futuro, tais como:
VII - As obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao
da fotografia.
Quem é o autor? A Lei garante os seus direitos?
O autor é a pessoa física que cria a obra literária, artística ou científica, sendo, no
nosso caso, o próprio fotógrafo. O autor da obra fotográfica poderá ser identificado
pelo seu nome civil, completo ou abreviado até por suas iniciais, pelo pseudônimo
ou qualquer outro sinal convencional.
A obra fotográfica precisa ser registrada? Como é comprovada sua autoria?
Não. O artigo 18 da Lei dos Direitos Autorais exime a obrigação de registro da obra.
No caso específico do fotógrafo publicitário, a autoria de uma foto pode ser
comprovada de muitas maneiras: o orçamento que gerou a foto, o pedido da
agência ou cliente, a Nota Fiscal, as sobras de cromos, provas ou negativos, enfim,
tudo o que ligue a foto ao solicitante e/ou ao fotógrafo.
O fotógrafo de publicidade é autor?
É. A legislação brasileira prevê 02 (duas) hipóteses específicas para o fotógrafo de
publicidade. A primeira está prevista na Constituição Federal, art. 5., inc. VIII, que
se refere à definição da obra feita em co-autoria, ou seja, aquela obra criada em
comum por dois ou mais autores.
E a segunda,está prevista neste mesmo artigo, letra "g", que se refere à obra
derivada, ou seja, aquela que constitui criação intelectual nova resultando
datransformação da obra originária. Na utilização da obra feita em co-autoria será
sempre necessária a autorização dos autores que integram essa obra.
A foto é sempre o produto de um autor, portanto objeto de um direito. Nos casos
onde haja manipulação digital (retoque, fusão etc) posterior, necessáriamente
autorizada, o direito passa a ser compartilhado.
Você precisa saber:
Na composição dos direitos autorais, existe uma divisão: direitos morais e
patrimoniais. Esses direitos protegem e orientam o autor, no que diz respeito à
obra criada por ele. Como autor, há coisas que você pode e coisas que não pode
fazer e esta é a chave para toda a questão ética. Os direitos morais são inalienáveis
e irrenunciáveis, enquanto os direitos patrimoniais
poderão ser cedidos definitivamente ou por prazo determinado.
1. Direitos Morais
São direitos que o autor não poderá vender, dar, emprestar, fazer leasing,desistir
etc. Eles são parte inseparável da obra criada, seja ela feita por encomenda, co-
autoria, colaboração ou outras, pertencendo esses direitos única e exclusivamente
ao autor. Portanto, pelo art.24 da Lei dos Direitos Autorais, o fotógrafo tem direito
a:
- reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da foto.
- ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional ou indicado na utilização
da foto.
- é o que chamamos de crédito.
- conservar a foto inédita.
- opor-se a qualquer modificação na sua foto.
- no entanto, o fotógrafo pode modificar sua foto, antes ou depois de
utilizada.
- retirar de circulação a sua foto ou suspender qualquer forma de utilização
já autorizada, quando considerar a circulação ou utilização indevida.
- ter acesso, para reprodução, o original único e raro da foto de sua
autoria, mesmo quando se encontre legitimamente em poder de outro.
2. Direitos Patrimoniais
São aqueles que permitem que você possa comercializar a sua foto, da forma que
quiser. Seja ela encomendada ou não. É isso o que vai permitir sua
profissionalização e sua inclusão no mercado.
Atenção:
A Lei autoriza que, no caso de ausência de menção do prazo em contrato de cessão
de direitos, fica estipulado o prazo de 05 (cinco) anos. Quem for utilizar uma foto
deverá ter autorização prévia e expressa do fotógrafo, por exemplo:
- reprodução parcial ou integral.
- edição.
- quaisquer transformações.
- inclusão em produção audiovisual.
- distribuição fora do contrato de autorização para uso ou exploração
- distribuição mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer meio
que permita acesso pago à foto, inclusive a Internet.
- utilização, direta ou indireta, da foto, através de inúmeros meios de
exibição: áudio-visual, cinema ou processo assemelhado, satélites
artificiais, sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos ou quaisquer
meios de comunicação.
- quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser
criadas.
Problemas Polêmicos
1. O cliente pagou, a foto é dele.
Não, não é. Os direitos patrimoniais da fotografia podem pertencer ao cliente,
dependendo do contrato assinado com o mesmo. Os direitos morais não. Como já
falamos, os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis, pertencendo única e
exclusivamente ao autor.
O direito de exploração da obra precisa sempre de autorização formal, a qualquer
tempo. Qualquer trabalho intelectual comercializado é uma concessão de direitos
autorais, por tempo e veículo especificados. Você pode fazer uma cessão
patrimonial de direitos, mas para isso, a Lei exige um contrato específico à parte,
pois a utilização econômica, por parte do cliente, se extingue automaticamente
após 5 anos da morte do autor, voltando o direito de comercialização aos seus
sucessores.
Os direitos patrimoniais ficam por 70 (setenta) anos com seus herdeiros. Só na
falta deles a sua foto será de domínio público.
2. O cliente quer "Buy-Out". O que é isso?
Legalmente não é nada. Moralmente, é uma cilada para todos os envolvidos.
Perante a Lei, o autor, isto é, você é responsável pelos Direitos Morais da foto,
direitos estes dos quais você não pode se livrar, nem que queira. Você vende para
o cliente a utilização daquela foto, porque você pode explorá-la comercialmente,
mas por um tempo/espaço/mídia que podem ser qualquer um porém, sempre
determinados.
Para haver cessão é necessário um contrato especial e, mesmo este, tem prazo
para terminar! Por quanto e como você vende esta utilização é portanto, arbítrio
seu e do mercado. Porém, a melhor forma (e mais prática) será sempre a praticada
nos moldes e exemplos da própria Lei.
Atenção:
No caso de fotografia para fins comerciais, você não pode sair fotografando nem a
pessoa que você bem entender nem qualquer objeto de autoria conhecida, sem
prévia autorização, porque você estará infringindo a Lei que regula o Direito de
Imagem das pessoas e/ou objetos (propriedades).
Preservação de negativos e equipamentos
Fungos são microrganismos parasitas e necessitam de duas coisas para sobreviver:
1) meio favorável, que é a umidade;
2) alimento, que é a cola das objetivas e prismas ou da própria gelatina animal dos
negativos, cromos e papéis fotográficos.
Já que a fotografia é uma tecnologia desenvolvida para atender um determinado
mercado, que é o Hemisfério Norte (Estados Unidos, Europa e Japão) esta não é, e
nunca será adaptada para climas tropicais, pois o que nós na América Latina, África
e outras regiões do Terceiro Mundo consumimos é pura piada para os fabricantes.
A saída é ter uma sala totalmente climatizada, com temperatura e umidade relativa
do ar controlados. Seu custo, por outro lado, é inviável para pobres mortais como
nós…
Por outro lado, temos que estar atentos ao tipo de material utilizado para o
respectivo armazenamento. Material plástico comum, papéis, tecidos e outros não
são recomendados, pois possuem elementos agressivos como PVC e corantes, e
ainda apresentam a propriedade de absorver umidade.
Sílica também não resolve nosso caso, pois apesar de absorver umidade, depois de
saturada, devolve a mesma umidade absorvida para o seu respectivo meio.
Vamos diretamente às soluções práticas.
1) Arrume um armário ou arquivo de aço, ou caixa de ferramentas de plástico.
Madeira nem pensar, pois é porosa e absorve umidade.
2) Coloque-o em um lugar da sala ou estúdio seco, ventilado e que bata sol.
3) Dentro de cada gaveta, ou compartimento, pegue copinhos de café descartável e
encha com pastilhas de formaldeido.
O formol possui duas propriedades:
1) Esteriliza o ar, matando os fungos;
2) Absorve umidade!
Note que com o tempo, as pastilhas esfarelam, viram farinha! Isso é devido à
umidade absorvida. Ai, jogue fora, e coloque pastilhas novas !
Junto com o formol adicione um pouco de carvão para churrasco. O cartão também
apresenta a propriedade de absorver umidade e odores.
Onde comprar essas pastilhas ? Qualquer loja de material cirúrgico ou dental. Custa
menos do que R$ 5,00 o potinho com 100 pastilhas.
Agora, por favor, atenção: NÃO COLOQUE A CÂMERA COM FILME EM CONTATO
COM O FORMOL. Seu gás poderá velá-lo totalmente! Este método também é muito
útil para guarda de negativos, slides e cópias.
Caso suas lentes sejam de acrílico, não mantenha o ambiente hermeticamente
fechado por muito tempo. Esse gás poderá apresentar breve reação com o acrílico e
partes plásticas e deixá-lo levemente opaco. Abra e feche o compartimento com
freqüência.
Outra providência é encerar o corpo da câmera e das objetivas plásticas com óleo
WD 40. Coloque um pouco de WD em algodão, esfregue no corpo, tomando cuidado
com as partes ópticas, para remover sujeira e suor da mão. Em seguida, aplique de
novo o WD com algodão e deixe sobre a mesa por uma hora, para secar. O WD 40
vai formar um minúsculo polímero, como cera para automóvel, protegendo o
equipamento.
Já que o desumidificador é um equipamento muito caro, tem que ficar ligado 24
horas por dia, consumindo uma energia elétrica brava, e necessita de um sistema
de esgoto eficiente para drenar sua água. As pastilhas de formol são um bom
começo, pois dispensa todo este maquinário..
Para guarda e arquivo de negativos, fotos, cromos ou slides, utilize sempre
protetores de plástico neutro, livres de PVC. Estes não amarelam com o tempo,
nem contaminam suas imagens.
Mas lembre-se sempre. Com todos estes cuidados ainda é imprescindível o
manuseio e uso regular de seu equipamento e imagens. Eles devem sempre tomar
um pouco de ar, arejar e estar em uso freqüente. Como teu micro, videocassete ou
o seu carro, por exemplo.
Seu equipamento, suas imagens, como qualquer outra ferramenta de trabalho, foi
projetado para uso constante. Não transforme sua casa em museu, pois a
deterioração virá na certa, apesar de todos os cuidados.
ARQUIVAMENTO E CONSERVAÇÃO DE DIAPOSITIVOS (SLIDES)
O diapositivo possui em sua estrutura substâncias higroscópicas não somente na
sua camada de formação de imagens como no suporte. A umidade pode provocar
degeneração, provocando ao longo do tempo, reações químicas, mudanças na
forma do objeto e propicia ainda, o desenvolvimento de fungos (degeneração
biológica).
Além da umidade, outro fator importante são os produtos químicos residuais do
processamento de revelação do diapositivo especialmente quando o fixador
(tiossulfato de sódio) não for adequadamente removido na última etapa da
revelação.
Por serem formados de substâncias orgânicas estão sujeitas a deterioração devido
a ação da própria luz.
O manuseio incorreto do diapositivo (manipulado com as mãos) pode levar
umidade e impressões digitais facilitando o desenvolvimento de fungos e mesmo
pequenos riscos no diapositivo.
São fatores importantes na deterioração:
umidade
poluentes ambientais
luz (exposição prolongada)
fungos
revelação inadequada (tiossulfato de sódio)
O filme colorido (diapositivo) é formado por três estruturas, uma sobre a outra uma base plástica - a emulsão formadora de imagem e um ligante. A conservação
do diapositivo requer cuidados especiais uma vez que sua composição básica é
formada por substâncias deterioráveis.
Preservação do arquivo de diapositivos
Nos últimos anos verificou-se um significativo avanço na estabilidade dos corantes
empregados, comprovados por testes de envelhecimento acelerado, realizados pela
indústria e instituições independentes. Contudo, vale recomendar aqui alguns
cuidados no sentido de preservar o diapositivo.
Uma das recomendações mais importantes é relativo ao arquivamento evitando-se
montar diapositivo em molduras de papelão que absorvem umidade. Usar as
molduras de plástico.
Arquivar os diapositivos em armário de aço em estruturas com ranhuras distantes
uma das outras possibilitando a ventilação entre eles. As estruturas não devem ser
higroscópicas (madeira, papelão, cloreto polivinil PVC).
Quando arquivar diapositivos em cartelas transparentes usar preferencialmente o
polietileno ou prolipropileno que não aderem ao diapositivo (ao contrário do PVC)
mesmo em condição desfavoráveis de umidade.
Manter a umidade relativa do ar (UR) sempre inferior a 65% usando-se em áreas
de grande volume de arquivamento um termômetro higroscópico. Nas áreas de
arquivamento menor podemos usar a sílica gel.
Manusear os diapositivos sempre com luvas de algodão. Processamento dos filmes
em laboratório de confiança.
Limpeza e remoção de fungos
A limpeza de diapositivos pode ser realizada em laboratório de processamento onde
sofrem um processo de limpeza semelhante ao processo final de revelação após a
fixação, ou ainda usando produtos químicos produzidos pelas grandes firmas do
ramo (Kodak) próprias para esse fim.
A remoção de fungos da superfície podem ser feitas com algodão levemente
umedecido com tricloroetano com cuidado e superficialmente passar sobre o
diapositivo verificando-se se o mesmo não está sendo solubilizado pelo produto.
O tricloroetano é um composto orgânico tóxico que deve ser usado com cuidado,
próximo a áreas ventiladas para se evitar contaminação por inalação.
O diapositivo limpo e recuperado deve ser novamente untado em moldura plástica,
utilizando-se sempre luva de algodão no manuseio das transparências.
Fotografia e a Tecnologia
Até o presente momento as vendas de filmes Kodak permanecem estáveis. As de
outras marcas, idem. No mercado fotográfico global, a venda de filmes se compara
á venda de câmaras convencionais, 21%. Os serviços de revelação, tanto para o
amador, quanto para o profissional, 38%. Já a fotografia digital ocupa 5% deste
mercado, embora o índice de vendas de câmaras digitais tenha dobrado.
Aparentemente, o filme, apesar de sua demanda mercadológica, ainda conserva
vantagem significativa sobre a tecnologia digital na captação de riquezas de
detalhes e na respectiva qualidade final.
Com certeza deve haver mais de um gigabyte de informação em cada fotograma
revelado que não há maneira do escaner, ou outros meios, por mais evoluído que
seja, de registrar toda sua gama.
Apesar das quatro maiores industrias fotoquímicas (Kodak, Fuji, Agfa e Konica)
estejam há mais de uma década envolvidas com a imagem digital, ainda não se
esqueceram de seus produtos tradicionais.
De fato, investir em pesquisa e desenvolvimento de filmes neste novo século,
assemelha-se como tentar melhorar o clássico projeto de motor a diesel. Mas, as
industrias ainda continuam apostando no seu aprimoramento.
A tecnologia digital tem demonstrado ser o meio de atender novas necessidades,
com maior velocidade. Mas, por outro lado não tem atendido sua premissa básica
de mercado: custo.
Embora o filme, cujo princípio a base de sais de prata, exista há mais de 160 anos,
ainda se utiliza apenas 20% de sua capacidade total. Estas novas pesquisas têm
buscado o aprimoramento, tanto da sensibilidade cromática, quanto física dos
filmes, minimizando ao máximo sua granulação e melhorando exponencialmente
sua definição. Para tanto, os pesquisadores já adentraram no universo atômico.
Estas melhorias são prioridade, pois a questão da sensibilidade á luz deverá
continuar sendo o calcanhar de Aquiles das câmaras digitais.
Em outras palavras, quando os seus sensores de luz são ajustados para
sensibilidade superior ao equivalente ISO 800, passam a gerar distorções nas
imagens produzidas, em forma de ruído. Para filme, constituído de tecnologia
madura e estável, fica mais fácil melhorar sua resposta, em relação aos sensores
digitais. De fato, o maior potencial deste filme está justamente na alta
sensibilidade, permitindo fotografar em ambientes com pouca luz. Por outro lado, o
custo dos investimentos em tecnologia notória, já consolidada é muito menor em
relação ás novas tecnologias emergentes.
A fabricação do filme fotográfico emprega minúsculos cristais de prata, sais de
bromo, cloro, iodo, ou combinação destes.Quando o obturador da câmara é
acionado, não há qualquer efeito visível. Há, entretanto, uma alteração
fotoquímica, já que os fótons reagiram com estes cristais, denominado imagem
latente. A revelação, por sua vez, conclui este processo, reduzindo e oxidando-os,
acabando por transformá-los em minúsculos grãos de prata metálica, agora visível
a olho nu.
A tecnologia do filme em cores, por sua vez, emprega três camadas, cada uma
sensível a uma cor primária: vermelho, verde e azul. Sua revelação implica em
etapas adicionais. Depois que as imagens de prata são reveladas, cada uma
suspensa em sua respectiva camada, os corantes vão se associar a cada partícula
de prata. Em seguida, são submetidos ao branqueador, que por sua vez, dissolve a
imagem de prata, deixando visível apenas os pigmentos coloridos sob ela.
Há 25 anos atrás, pesquisadores da Kodak , em Rochester, NY, desenvolveram
nova tecnologia de cristais de prata, que torna seus respectivos grãos menos
perceptíveis na imagem final. Os grãos tradicionais apresentam aproximadamente,
formato cúbico. Os novos grãos, agora mais finos, possuem formas de abas mais
achatadas conhecidos como grãos “T” ou tabulares. Apesar de seu menor volume,
apresenta a mesma capacidade de captação em relação aos tradicionais, porque
cobrem aproximadamente a mesma área da superfície do filme.
A introdução dessas melhorias e de outras tecnologias fez que o filme atual de ISO
800 apresente granulação, contraste, definição e outras características compatíveis
a filme muito menos sensível de uma década atrás.
Quase toda a industria fotográfica já produziu sua própria tecnologia para reduzir o
formato dos grãos. Atualmente, a premissa das atuais investigações é aumentar o
potencial dos grãos isolados de prata de captar fótons.
A princípio, todo fóton que atinge os sais de prata dos filmes atuais se transforma
em um elétron para produzir a imagem latente. Entretanto, há dois anos os
cientistas já anunciavam nova maneira de duplicar o número de elétrons produzido
por cada fóton. Essa técnica capitaliza o fato de que nos filmes em cores, os fótons
são primeiramente transformados em elétrons no conjunto de pigmentos
periféricos, para depois atingirem as moléculas de prata que formam a imagem.
Estes pesquisadores já desenvolveram moléculas de corantes que, depois de
atingidas por um fóton, liberam dois elétrons para os sais de prata. Ao obter dois
elétrons, o processo possibilita duplicar sua sensibilidade á luz, sem aumentar o
número de grãos de prata, responsáveis pela distorção da imagem. A tecnologia de
dois elétrons está atualmente sendo empregado nas cópias finais de filmes
cinematográficos, em virtude de seu alto consumo imediato e facilidade de aferir
resultados. Deverá em breve chegar aos filmes fotográficos, potencializando sua
capacidade de registrar ainda mais a eterna verossimilhança.
Enquanto houver demanda de mercado, os filmes irão continuar sendo pesquisados
e aprimorados. Tanto na sua qualidade técnica, como na necessidade de redução
de custos, já que as novas conquistas tendem a diminuir cada vez mais o teor dos
sais de prata. O filme convencional ainda tem muito potencial a ser explorado.
O que é o formato JPG
No universo da Internet as imagens digitais podem ser distribuídas em 3 formatos
diferentes: GIF, PNG e JPG. O formato GIF geralmente é usado para ilustrações,
figuras, logos e marcas exibidas na rede. Ele usa apenas 256 cores para criar a foto
ou desenho digital, o que é aceitável para imagens com cores chapadas e bem
definidas. O formato PNG será discutido em uma outra dica.
Para gravar fotografias, que tem uma grande
variedade de cores e apresentam transições
sutis entre elas, é usado o formato JPG ou
JPEG, sigla do Joint Photographic Experts
Group (www.jpeg.org). Ele usa 16.8 milhões de
cores para formar a imagem digital e por isso
consegue produzir arquivos que reproduzem
com fidelidade a imagem original. Confira
abaixo a mesma imagem nos formato JPG
(acima) e GIF (abaixo).
O JPG e o tamanho dos arquivos
Outra vantagem do formato JPG é a capacidade
de comprimir os arquivos na hora que eles são
gravados em seu disco rígido. Por exemplo:
quando você digitaliza uma cópia em papel ou
um negativo por meio de um scanner, ou
produz em sua câmera digital uma fotografia
com, por exemplo, 1200x800 pontos, o arquivo
gerado apresenta um tamanho original de
aproximadamente 2.7 MB.
Quando ele vai ser gravada no disco rígido do computador, na memória ou em
outro dispositivo de armazenamento da câmera, ele é comprimido pelo formato
JPG, resultando em um arquivo final de mais ou menos 100 Kb, dependendo do
nível de compressão escolhido.
Quando vamos ver a foto na tela do
computador, o micro faz a descompressão do
arquivo, e a imagem "aberta" na tela ocupa
novamente o tamanho original em que ela
foi criada (2.7 MB).
Níveis de compressão
Você pode escolher o nível de compressão
das imagens na hora de gravá las.
Geralmente os softwares de edição de
disponibilizam 4 padrões de qualidade
(máxima, alta, média e baixa), de
com o nível de compressão que a
terá na hora em que for salva no HD
computador (foto ao lado).
imagens
acordo
imagem
do
Quanto menor a compressão
(qualidade máxima), maior a
qualidade da imagem gerada e maior
o
tamanho do arquivo final. Quanto maior a compressão (qualidade baixa), menor
será a qualidade da imagem e também menor será o tamanho do arquivo final. Nas
imagens abaixo você vê o resultado de uma imagem salva com alta compressão
(esquerda) e outra com baixa compressão (direita).
As câmeras digitais também oferecem estas opções, porém de forma menos
transparente. Você geralmente escolhe o número de fotos que podem ser gravadas
no cartão ou memória. Quanto menor o número de fotos por cartão, maior a
qualidade delas, pois quanto maior o arquivo digital, maior a qualidade da foto
produzida por ele. Se você escolhe a opção de maior números de fotos,
provavelmente elas terão menor qualidade.
Compressão degenerativa
O formato JPG comprime os arquivos de
imagens descartando parte da informação
cromática contida na fotografia. O problema é
que cada vez que a imagem é salva, você
perde um pouco de qualidade, ou seja, o
processo é acumulativo. Caso você queira
trabalhar uma imagem digital (recortar, fazer
ajustes de cor e tamanho, fusões, etc), o que normalmente requer que você a salve
várias vezes, o ideal é trabalhar com outro formato de arquivo, antes de gravá-la
definitivamente no formato JPG.
A dica é salvar a imagem nos formatos BMP ou TIF, que não acarretam perda de
qualidade durante o processo, porém também não diminuem muito o tamanho da
imagem. Após terminar o processo de edição da foto, você então pode salvá-la
definitivamente no formato JPG, para arquivar ou distribuir pela Internet.
Texto e Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo

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