Underxmag - 04 - Revista Mergulho

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Underxmag - 04 - Revista Mergulho
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UNDERXMAG
Underwater Expedition Magazine
Maio / Junho 2010
04
Galápagos
Campeonato Brasileiro de Foto Sub 2010
Melhores fotos Flickr
e muito mais !!!
Portfolio
Julian Cohen
underxmag.com
Mergulho Livre, o mergulho na forma mais pura !
Fotografia: Behind the shot
Raio x de uma composição
Ilhas Fiji
A capital mundial do coral mole
Brasil: Laje de Santos
Temporada de raias mantas
Por Daniel Botelho
Bull Shark - Fiji
UNDERWATER EXPEDITION
Top 10 Março / Abril de 2010
babai
Jose Martín Piñatel
Galapagos Shark
Scott Sansenbach
Why Hello California Sealion!
Stephen Wood
Janolus cristatus
Raimundo Fernandez
Peixe Detalhe
Isabela Vistué
G10 Underwater UV & Florescent
Nazir Amin
Akule bait ball
Bo Pardau
Top 10 Março / Abril de 2010
Top 10 Março / Abril de 2010
TIGER SHARK
Adriana Brandão
Hilma Hooker propeller
Kim Yusuf
Janeiro e Fevereiro: Best Shot
Lembeh - Night Safari
Julian Cohen
Editor: Kadu Pinheiro
[email protected]
UNDERXMAG
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Underwater Expedition Magazine
Revisão:
Alcides Falanghe
Sugestões:
[email protected]
55 11 8383-2501
Publicidade: Alcides Falanghe
[email protected]
web magazine 2010
Distribuição Gratuita
Publicação Bimestral
08.
Galápagos - Temporada de Verão
24.
Greenpeace - Meio Ambiente
26.
Ilhas Fiji
36.
Os nudibrânquios - maravilhas da natureza
40.
Laje de Santos - Temporada de Mantas
50.
Equipamentos
52.
Portfolio - Julian Cohen
60.
Mergulho Livre, o mergulho na forma mais pura !
62.
Campeonato Brasileiro de Fotosub 2010
68.
Foto-Sub: Behind the Shot
74.
Sea Shepherd - Canal Aberto
76.
Aquaworld - Notícias e Novidades
78.
Chico Scuba - Humor
Edição número - 04
Maio / Junho de 2010
Kadu Pinheiro por Noeli Ribeiro
Amigos leitores, nessa edição de número 04 temos uma
matéria sobre a temporada de verão nas ilhas Galápagos, mergulhos fantásticos, muita vida e muitas boas lembranças, ótima companhia entre amigos, nada melhor
do que compartilhar os momentos especiais com pessoas
especiais, não é verdade ?
Daniel Botelho nos brinda mais uma vez com suas fotos
em uma matéria sobre as ilhas Fiji, e no nacional abrimos
a temporada de mantas na Laje de Santos, nosso pequeno paraíso paulista.
Gostaria de agradecer todo incentivo e carinho que tenho recebido dos leitores da revista, manifestando apoio
e parabenizando a iniciativa da mesma, e aproveito para
pedir a vocês, que ajudem na divulgação da revista para
amigos, familiares, mergulhadores ou não, afinal a revista é gratuita e quem sabe não conseguimos trazer mais
companheiros para a atividade do mergulho, a revista
precisa dessa força para que continue crescendo e viabilizando sua existência, através dos anúncios e patrocíníos
do mercado, mantendo a mesma gratuita e constante.
Colaboradores:
Testamos o novo ipad da apple e a revista ficou demais
nesse novo brinquedinho do tio Jobs, na próxima edição
vamos preparar um review completo com dicas e com a
underxmag a caminho da apple store.
Daniel Botelho - Márcio Lisa - Armando de Luca Junior - Alcides
Falanghe - Carolina Schrappe - Marcelo Cardoso Ribeiro - Ulisses
Turati - Luis Fernando Cassino - Julian Cohen
Bom, é isso amigos, amanhã embarcando para mais uma
aventura pelo Egito e pelas Arábias !!!
Foto de capa:
Kadu Pinheiro
Kadu Pinheiro
Editor
04
ILHAS GALÁPAGOS - Equador
Por Kadu Pinheiro
Temporada de verão
Mergulhar em Galápagos era um sonho antigo,
meu e de muitos outros mergulhadores que conheço. Um lugar distante, cheio de mistério e de
histórias. Charles Darwin concebeu a teoria da
evolução baseado em suas experiências nesse
arquipélago. Suas ilhas maravilhosas possuem
um ecossistema complexo e único.
O ambiente marinho é um dos mais ricos domundo, onde grandes encontros são a regra.Em
um mergulho “mais ou menos”, você encontra
tubarões martelos, leões marinhos, tubarões de
Galápagos e raias xitas aos montes. Isso é considerado um mergulho “mais ou menos”, mergulhar em Galápagos nos faz perder a referência
do que usualmente estamos acostumados a
ver. Pegue todas as suas melhores expectativas
com relação ao que você espera encontrar
e jogue fora, pois serão superadas. Mesmo na
baixa temporada, com a ausência de tubarões
baleia, (a melhor época para encontrar com
esse gigantes vai de Junho á Agosto) mergulhar aqui é como entrar num turbilhão de vida
e interação. É sentir o pulso dos oceanos com
todo seu vigor.
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Galápagos
Equador por Kadu Pinheiro
É uma sensação muito boa sentir o
vento e apreciar o luar refletido no mar
durante a navegação rumo a Wolf e
Darwin, ilhas mais distantes e pontos
altos da expedição, saber que poucas pessoas tiveram a oportunidade
de estar ali e ter certeza de fazer parte de uma irmandade, diria até parte
de uma elite do mergulho agraciada
com a oportunidade de se aventurar
por essas águas selvagens e maravilhosas. A única coisa que me entristece é constatar que esse santuário
marinho vem sendo devastado incansavelmente pelo homem, que explora
os recursos naturais da região com a
pesca ilegal desenfreada e irracional.
A prática do shark fining vem reduzindo a população de tubarões gradativamente ano após ano. Temos que
fazer algo, o mundo precisa tomar
consciência do quanto estamos sendo relapsos na questão da preservação dos oceanos. Quando será que
isso vai parar ? Quando tudo se esgotar ? Fica a pergunta no ar para que
possamos refletir...
Foto: Nicolas Vera
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Galápagos
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A viagem contou com a presença de Marcelo Krause e
Noeli Ribeiro, 2 fotógrafos renomados, Lawrence Wahba e
Cristian Dimitrius, cinegrafistas
profissionais que estavam coletando cenas para um documentário e matérias em grandes
emissoras de televisão, Johnny
Franco, mergulhador técnico
dos mais conceituados, Carol
Schrappe, recordista sulamericana de mergulho livre, além
é claro de nosso cicerone Gabriel Ganme proprietário da
Diving College e Marcelo Spilzman, diretor do Instituto Aqualung e um dos maiores especialistas em tubarões do Brasil.
Menção especial a Instrutora e
minha modelo honoraria nessa
expedição, a quem agradeço
a imensa paciência e companherismo Carol da Mar a Mar
de Belo Horizonte, assim como
os outros amigos e clientes que
compunham o nosso time.
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Galápagos
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Há dois significados em espanhol para Galápagos: cágado e sela, pois os grandes cascos destes
répteis são bem parecidos com uma sela de cavalo. O arquipélago de Galápagos - ou de Cólon
- está localizado a quase mil quilômetros da costa do Equador, no Oceano Pacífico. É formado
por aproximadamente 58 ilhas de origem vulcânica, sendo que apenas quatro destas ilhas são
habitadas.
A população de Galápagos é de aproximadamente 30 mil habitantes e o arquipélago recebe
170 mil turistas por ano. A ilha Isabela (na forma de um cavalo marinho) tem cinco vulcões o mais
alto com 1.690 metros de altura, sendo que alguns tornaram-se ativos durante o século 20.
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O arquipélago apresenta uma biodiversidade elevada
e é o habitat de muitas espécies endêmicas, como as
tartarugas de Galápagos. As ilhas formam uma reserva
de vida selvagem que é administrada pelo governo do
Equador e que é, desde a visita de Charles Darwin, o principal laboratório vivo de biologia do mundo.
O processo de evolução, o clima, as correntes marinhas
e uma carência relativa de inimigos predatórios principalmente o homem, fizeram deste arquipélago um dos
mais raros e importantes lugares e pontos de mergulhos
de nosso planeta.
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Galápagos
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A UNESCO declarou as ilhas Galápagos Patrimônio Natural da
Humanidade. Galápagos possui uma surpreendente vida marinha e com certeza faz parte do sonho de consumo de todo
mergulhador.
Todo o arquipélago, uma área de 727 mil hectares, é parque
nacional marinho, e, com certeza, a melhor maneira de conhecer a região é em um live aboard, que permite mergulho nos
melhores e mais distantes pontos, como as ilhas Wolf e Darwin.
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Galápagos
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E foi no Deep Blue, uma fantástica embarcação de 106 pés, 09 cabines duplas com banheiro privativo e água
quente, 02 motores CUMMINS 12V/71,
02 geradores Onan 75 KW, 02 botes Zodiac para 12 pessoas cada, GPS (Global Positioning System), ar condicionado, estrutura completa para mergulho
e uma eficiente e atenciosa equipe de
8 tripulantes, que passamos a semana
relizando nossos mergulhos e explorações nesse maravilhoso lugar.
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Após voar de São Paulo para Quito, com escala em Lima, a aventura já começou em Quito com uma
escalada ao campo base do vulcão Cotopaxi a 4800 metros de altitude. Sofrido, mas recompensador.
O visual é fantástico e ainda tive a sorte de conseguir fotografar um lobo selvagem, que rondava o
campo base em busca de comida deixada pelos trekkers e alpinistas. O clima é de expedição de alta
montanha, neve, alpinistas indo e vindo se preparando para o ataque ao cume de 5897 metros de
altitude. Como além de mergulhador sou alpinista amador e confesso que a vontade de voltar para o
Cotopaxi está me consumindo a cada dia, mas isso será um novo capítulo de uma nova aventura.
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Pela manha do dia seguinte, embarcamos rumo a São Cristovão com uma
pequena parada em Guaiaquil. Formalidades feitas, bagagens checadas,
embarcamos no Deep Blue, nossa casa
nos próximos dias. A quantidade de
equipamentos que nossa equipe carregava era impressionante. A logistica
de transporte da equipe do Deep Blue
foi perfeita.
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Após um delicioso almoço e um briefing do que estava por vir nos próximos dias, começamos a arrumar nosso equipo de mergulho e fotografia / filmagem. Tinhamos programado um mergulho a tarde para realizarmos nosso check-dive na Isla Lobos, na presença de vários, leões marinhos e muita vida.
Equipos acertados e ajustes feitos, prontos para zarpar rumo a North Seymour. Arraias tubarões galhas brancas de recife e galhas pretas, além de enormes moréias
e cardumes de peixes diversos. Isto foi apenas o aperitivo. Depois do mergulho desembarcamos na ilha para um passeio por terra. Impressionante a quantidade
de aves na ilha. Ótima pedida para fotos. Atenção para as iguanas terrestres e marinhas, além de pequenos lagartos. Protetor solar e boné são recomendados.
De volta ao barco e mais uma noite de navegação com luz do luar.
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Ao amanhecer fundeamos nosso barco em em Wolf, onde avistamos nosso primeiro cardume
de martelos da viagem. Foi lá
também que protagonizei um
dos mergulhos mais emocionantes da minha vida. Após 45 minutos de mergulho e vários tubas,
eu e minha dupla iniciamos nossa parada de segurança aos 5
metros. Foi quando me dei conta que havia vários golfinhos ao
nosso redor.
Havia algum tempo que estávamos ouvindo seus barulhos mas
nada no visual, quando de repente um enorme macho com
uns 3 metros de comprimento começou a nos cercar, passando
rapidamente com suas graciosas evoluções. Estava acompanhado de mais 2 outros machos,
e formavam o grupo encarregado de nos distrair, para que o
restante do grupo passasse em
segurança. Comportamento típico da espécie, que se observa
também quando embarcações
se aproximam do bando.
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Até ai emocionante, meu primeiro encontro com golfinhos embaixo d’água. Já estava pulsando de
alegria, quando o macho se afastou e após alguns instantes retornou acompanhado de uma fêmea
e seu filhote. Os três chegaram bem
perto. Nadavam bem próximos e
lentamente.
Não sei se era isso ou era minha
imaginação, mas eu e minha dupla tivemos a nítida impressão de
que ele estava nos apresentando
sua família. Não sei se era esta a intenção, mas foi emocionante.
Outro destaque foram as caverninhas do último mergulho do dia,
regados a um belo por do sol enquanto aguardavamos a panga
na superfície.
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Galápagos
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Os mergulhos em Darwin. Os cardumes de martelo estavam mais
profundos e não tivemos tanta
sorte quanto em Wolf. Mesmo
assim mergulhamos acompanhados por tartarugas, cardumes diversos, moréias e martelos
solitários no azul.
Mais uma noite de navegação,
agora iniciando nossa jornada
de volta rumo a Cape Marshall.
Lá realizamos um mergulho fantástico em meio a um cardume
de salemas tão gigantesco que
é impossível de descrever. Mantas e tubarões de Galápagos
que faziam pequenas investidas
no meio do cardumes com a intenção de se alimentarem.
Próxima parada Roca Cousins
com leões marinhos, cavalos
marinhos e pequenos cardumes
de raias chitas.
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Galápagos
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Visita em terra em Sullivan Bay e passeio de panga para snorkel
em Bartolomé. Esses mergulhos renderam as melhores fotos dos
leões marinhos.
Não podiamos deixar de visitar em terra à Galapaguera Cerro
Colorado, um centro pesquisas e reprodução das tartarugas
gigantes de Galápagos.
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Galápagos
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Dicas: mergulhadores devem estar preparados para enfrentar correntes fortes. É
obrigatório o uso de dive alerts e sinalizadores de superfície (salsichões) para o caso
de alguém se perder do grupo.
Ter um bom condicionamento físico e ser um mergulhador experiente e com certificação mínima de avançado são requisitos para evitar acidentes e mergulhar com
segurança em Galápagos.
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Galápagos
Equador por Kadu Pinheiro
Para mais informações e reservas:
Mundo Natural Tour Operator Phone:
+ 55 11 2864 1990 / 3863 2142 / 8239-4047
Fax: + 55 11 3477-3483
Skype: [email protected]
[email protected]
www.mundonatural.tur.br
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Greenpeace
Meio Ambiente
Desastre para ficar na história
Local de reprodução de várias espécies de mamíferos, aves e peixes, alguns em perigo de extinção, o Golfo do México e a costa da Lousiana
estão banhadas em óleo.
A conta ambiental começou a ficar bem mais salgada. As primeiras aves
com o corpo coberto de óleo do vazamento da plataforma Deepwater Horizon no Golfo do México foram encontradas na costa da Lousiana,
onde a mancha de óleo do tamanho da metade de Sergipe bateu na
manhã de sexta-feira, dia 30. O acontecimento, tanto temido pelas autoridades americanas quanto pelos ambientalistas, traz um prejuízo econômico, segundo os primeiros cálculos, de cerca de bilhão de dólares.
O óleo não poderia ter sido derramado em momento pior. O mês de abril
é temporada de reprodução de peixes, pássaros, tartarugas e outras criaturas marinhas no Golfo do México. Durante o período, as espécie, por
instinto, tendem a se assentar e, com isso, ficam impossibilitadas de reagir
a tempo e fugir do perigo. Segundo afirmam pesquisadores, 90% de todas
as espécies marinhas do Golfo do México fazem uso das regiões costeiras
e dos estuários do Rio Mississipi ao menos uma vez na vida para reprodução.
A costa da Lousiana, local onde se encontram 40% das regiões de mangue
dos Estados Unidos, é pouso para mais de cinco mil espécies de aves migratórias. A lista completa dos animais na mira do óleo inclui 400 espécies,
encabeçada pelo atum-azul, em alto perigo de extinção. Das sete espécies de tartarugas marinhas do mundo, cinco migram para a região para
cuidar de seus filhotes em abril. Tubarões e mamíferos marinhos, como as
baleias Cachalote, Azul, Fin e Sei também nadam no óleo. Uma equipe
do Greenpeace dos Estados Unidos está a caminho da Lousiana para documentar e expor os impactos ambientais causados pelo vazamento de
óleo
Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace Brasil, na região de Abrolhos. Greenpeace / Lunaé Parracho
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Greenpeace
Meio Ambiente
“As aves marinhas possuem um óleo natural que cobre o corpo
e as possibilita de mergulhar no mar
sem afundar”, explica Leandra Golçalves, Coordenadora da Campanha de Oceanos do Greenpeace.
Com o tingimento das penas de negro petróleo, as aves perdem esta
cobertura natural e ficam impossibilitadas de mergulharem. “Isto sem falar nos níveis de toxicidade a qual os
peixes e as baleias estão expostos. A cada vez que uma baleia
vai à superfície para respirar, está levando petróleo aos pulmões”,
acrescenta Leandra.
Nadadeira Slingshot
Desenhada para atingir máxima propulsão e
velocidade com o mínimo de esforço.
A única no mundo com 3 ajustes na regulagem
de propulsão.
O acidente, causado por uma falha no sistema de segurança
de uma plataforma construída em 2001 usando a mais recente
tecnologia para a área pode vir a se tornar o maior da história
dos Estados Unidos. Estimativas oficiais são de que o volume de
óleo derramado já ultrapassa os de grandes acidentes como o da
Exxon Valdez, em 1989, no Alasca e o de Santa Bárbara, Calif, em
1969. Por via das dúvidas, o presidente Obama vez sendo orientado a suspender novos projetos de exploração de petróleo até que
maiores investigações sobre o caso garantam maior segurança.
Regulador Mikron
(Lady)
Alta performance.
Mangueira exível e peso reduzido.
Ideal para viagens.
Altíssima qualidade com tecnologia de ponta.
Sistema “i3” de innagem automática:
não possui traquéia.
ALCANTARADESIGN.COM
Colete Pro QD i3
“Ainda hoje, apesar da alta tecnologia para a exploração de gás
e óleo já desenvolvida no mundo, são poucas as medidas eficientes para evitar o impacto ambiental de vazamentos de petróleo no
mar. A região que foi afetada pelo Exxon Valdez, por exemplo, ainda não se recuperou totalmente dos impactos, mesmo depois de
21 anos do ocorrido”, diz Leandra. “Está mais do que na hora dos
governos e sociedade repensarem o modelo de desenvolvimento
que queremos para o futuro. Para evitar esse tipo de impacto só
existe uma maneira: diminuir a exploração de petróleo e migrar
para uma matriz energética mais limpa e renovável”, conclui.
Fonte: greenpeace.org
SP, MT, MS e Região Sul
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[email protected]
MG, RJ, ES, DF e Nordeste
www.aqualungbrasil.com
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FIJI - A capital mundial do coral mole
por Daniel Botelho
Fiji, também conhecida como capital mundial do coral mole,
é um lugar para quem procura mergulho radical.
Com correntezas,tubarões e uma formação coralina única em cores e
riqueza animal,o conjunto de 330 ilhas do arquipélago fijiano é cercado
por águas azuis e quentes,cenário eternizado no filme Lagoa Azul.
Mas o que os filmes não contam sobre Fiji?
Passamos dias em busca do que há de melhor no mergulho de Fiji e aproveitamos para desvendar ,verdades e mitos sobre canibalismo,Kava,que
é uma poção de erva relaxante e porque 15% de seus homens se trevestem de mulher.
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Ilhas Fiji
por Daniel Botelho
Até a chegada dos missionários as Ilhas Fiji o
povo polinésio que ali habitava cultivava um
dos mais bizzaros atos culturais,o canibalismo.
Cultural porque não se tratava de meio de sobrevivência.Devia se comer o grande guerreiro inimigo quando abatido em batalha.
Os olhos e o cérebro eram os órgãos mais
disputados,somente os chefes comiam.
O missionários converteram o povo ao catolicismo a desde então nunca mais ouve o
consumo de carne humana, “pelo menos
é o que se pensa” dizem os locais quando
querem brincar com os turistas.
Embarcamos em um liveaboard que iria nos
levar a distante reserva marinha conhecida
como Namena Reef.
O local que deu o título de capital do coral
mole a Fiji, Namena Reef, tem um conjunto de mergulhos em pináculos e paredes,
com profunda beleza e cor.
Os mergulhos de paredes são realizados,
aproximadamente trinta metros de profundidade, as correntezas são muito fortes
propiciando o fácil encontro com tubarões, atuns e garoupas curiosas com mais
de cem quilos!
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Ilhas Fiji
por Daniel Botelho
Com correntezas variando entre moderadas a severas dependendo da hora do
dia, os pináculos de Namena Reef são
formações coralinas desabrochadas em
cores e em explosão de vida marinha!
Além de tubarões circulando ao longe,os
pináculos são excelentes pontos para procura e fotografia de vida macro.Grande
variedade de nudibrânquios,crustáceos
e pequenos peixes povoam essas formações de coral.
Arcos cercados por corais moles das
mais diversas cores,arraias jamanta
para todos os lados,nudibrânquios,mais
de três espécies de tubarão sempre
presentes,tudo isso somado a uma visibilidade de cinqüenta metros ,fazem deste, um lugar incrível para mergulhar!
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Ilhas Fiji
por Daniel Botelho
Após quatro dias e vinte mergulhos em Namena Reef,
nosso barco nos deixou em uma vila onde pudemos
conviver com os nativos, comer sua comida assada no chão com pedras e embrulhadas em folha de
coqueiro e principalmente participar de seu evento
social mais importante, cantar bebendo Kava.
Para todas as cerimônias os homens fijianos usam uma
saia chamada de “sulu”.É como um traje de gala,e
uma vez por semana toda a vila se veste como seus
ancestrais se trajavam.
Muitas dúvidas pairam sobre o que realmente é essa poção relaxante, por isso hospedados em
uma autentica vila, experimentamos a Kava, da colheita a produção.
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Ilhas Fiji
por Daniel Botelho
A primeira etapa é a retirada da raiz
do pé de Kava que após secar alguns
dias é pilada e transformada num pó.
Apesar de muitos acharem que é uma
bebida alcoólica ou um chá, a Kava
nada mais é do que o pó da raiz diluído em água fresca da chuva.
A segunda etapa usa uma espécie de
filtro onde o pó imerso na água começa a ser friccionado para soltar seus
princípios ativos.
Um ritual de batidas de palma e dizeres
é necessário e divertido durante estas
rodas.Uma cuia feita de coco é usada
como copo e por noite um fijiano consome em media oitenta cuias cheias
de Kava.
Antes de receber a cuia,a pessoa precisa bater uma palma e dizer “Bula”!
Após virar a cuia de uma só vez deve
bater três palmas e dizer “Mata”.
“Bula” na língua de Fiji é uma saudação universal,conveniente para todos
os momentos e “Mata” significa secar,
neste caso a cuia de Kava.
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Ilhas Fiji
por Daniel Botelho
O efeito da poção é relaxante,fazendo com que o individuo fique cada vez mais introspectivo. A aparência é de água barrenta
e o gosto de ervas é forte,a primeira sensação que vem é dormência nos lábios.
Os habitantes passam horas cantando e tocando na roda de Kava.Como não tinham história escrita fizeram da música uma
maneira de transmitir acontecimentos e ensinamentos.Praticamente todos cantam bem e quando se reúnem produzem um espetáculo musical!
Na vila alguns homens se travestiam de mulher mesmo sendo heterossexuais. Na cultura fijiana toda vez que uma família tem
cinco filhos homens consecutivos, o quinto filho é criado como mulher desde pequeno para ajudar nas tarefas do lar. Mesmo na
idade adulta o homem continua se vestindo como mulher tendo esposa e filhos. Um traço cultural interessantíssimo!
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Ilhas Fiji
por Daniel Botelho
Após alguns dias nesta vila. tive a honra de ser convidado a preparar a
Kava e com isso ganhei uma “Tanoa”, nome dado a bacia de madeira
onde se prepara a poção. Com o carinhoso titulo de “Kava King” me
despedi de tão simpática vila onde deixei muitos amigos.
De novo a bordo de nosso barco,rumamos para Nigali Pass,uma garganta submersa cujo fundo está nos trinta e cinco metros de profundidade. O local é selvagem ao extremo,e a presença de peixes enormes,
incluindo tubarões e garoupas demonstra quão equilibrada e saudável
está a população marinha naquele recife.
Por serem mergulhos profundos, ficamos limitados a realização de dois
mergulhos diurnos e um noturno em Nigali Pass. Os mergulhos noturnos,
raramente feitos naquela área, foram uma experiência muito interessante, a visibilidade era excelente e meu sistema de iluminação parecia um holofote, flagrando a caçada de tubarões, atuns e todo tipo de
predador.
Um mergulho de muita correnteza, mas com lindas paisagens submersas e amistosas garoupas que fazem questão de realizar uma inspeção
física e visual no mergulhador !
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Ilhas Fiji
Nigali Pass é um ponto no meio do oceano,sem ilha ou laje,basta descer e entrar neste cânion subaquático lar de centenas de tubarões cinzas de arrecife! Não existe maneira de não se render a
beleza de um tubarão,que como um leão da savana ronda atrás de oportunidades como peixes
feridos ou desapercebidos.A grande presença destes animais é um indicador muito positivo sobre a
saúde daquela população marinha.Nigali Pass é sem dúvida um dos recantos intocados do nosso
Planeta!
por Daniel Botelho
Nos despedimos do barco em Nadi,local onde a maioria do vôos internacionais chega.Nosso destino era um lugar chamado Bega Lagoon pronuncia se Benga Lagoon.Nossa viagem de 140 km durou cinco horas pois as estradas são péssimas,mas a aventura que nos esperava,compensaria todos
os problemas enfrentados.
Fomos recepcionados pelo amigo,Mike Newman,proprietário da operadora Bega Adventure Dive.
Ficamos hospedados no resort anexo à operadora,a curiosidade sobre aquele lugar é que foi construído para se tornar um hotel cassino de luxo.Porem, clandestino,o hotel foi obrigado a fechar as
portas e seus proprietários venderam toda a estrutura.Agora ele se tornou praticamente um resort
de mergulho com acomodações bastante confortáveis a preço muito abaixo do mercado.
Bega Lagoon é um dos mais famosos mergulhos com
tubarões do mundo,o ponto de mergulho para os grandes encontros é também uma reserva ecológica mantida por Mike,ele a batizou de “Shark Marine Reserve”.
Na tradição de Fiji,o recife de coral pertence a vila mais
próxima e é ponto de extração para o povo através da
pesca.Ao descobrir esse local Mike juntou fundos e desde 1992 ele gasta aproximadamente vinte e cinco mil
dólares por ano para que ninguém da vila pesque lá.
Após anos de conservação o lugar se tornou morada de peixes extraordinariamente grandes e muitos
tubarões,em sua grande maioria cabeças chatas e cinzentos de arrecifes.O local conta com a presença constante de tubarões tigre,mas em menor escala.
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Ilhas Fiji
por Daniel Botelho
As grandes estrelas do lugar são o tubarão tigre fêmea conhecida como
“Scarface”, devido a um acidente com anzol esta fêmea ficou com o rosto
deformado,e a famosa cabeça chata chamada de “Big Mama”,com quatro metros de comprimento esta fêmea é uma locomotiva subaquática!
Os mergulhos no “Shark Marine Reserve” são feitos a cada dois dias,e o local
dispõe de excelentes mergulhos em pináculos e barreiras de coral como
opção para os dias em que não acontecem os mergulhos com tubarões.
Fechamos assim esta expedição, conhecendo os grandes habitantes dos mares de Fiji. Além de desbravar lugares pouco mergulhados daquelas áreas pudemos
conviver e viver com o pouco da cultura ainda remanescente daquele povo canibal que habitou as ilhas há
cem anos.
Meu sincero “Vinaka Vaca Levu” ou muito obrigado na
língua de Fiji! Para a modelo Natália Abrahão e toda minha equipe, Brasil, Fiji e Singapura: Diogo e Adriana Estiguer, Mosees, Jovin Lin, Rusi, Ned, Pedro e Tubin
Confira mais fotos deste e de outros destinos em:
www.danielbotelho.com.br
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Meio Ambiente
Texto Por Armando de Luca Junior
Os nudibrânquios - maravilhas da natureza
Dentro do filo dos moluscos, na classe dos opistobrânquios, a ordem nudibrânquia é uma das mais belas e coloridas, chamando a atenção dos mergulhadores, fotógrafos sub e simples apreciadores da vida marinha por sua
grande variedade de formas, cores e delicadeza. Seu tamanho pode variar
desde pouco mais de um centímetro até cerca de 40cm. Uma das características mais marcantes do grupo, é a presença de brânquias externas (daí a
origem do nome), com graus de desenvolvimento variáveis de acordo com
a espécie. Algumas espécies desenvolveram brânquias secundárias verdadeiras, cuja estrutura toma a forma de um penacho ao redor do ânus, sendo
chamadas de brânquias anais.
Outras espécies desenvolveram apêndices que aumentam a superfície da
pele e, conseqüentemente, a absorção de oxigênio. Estes podem tomar a
forma de dobras ou franjas na pele e recebem o nome de cerata, estrutura
utilizada inclusive para sua classificação sistemática.
Foto: Marcio Lisa
Os nudibrânquios apresentam um par de tentáculos sensoriais, chamados rinóforos, em suas cabeças. Um segundo par de tentáculos orais também está
presente, mas nem sempre bem visível em várias espécies. Os membros desta
ordem não apresentam concha e possuem hábito carnívoro, alimentando-se
sobre corais gorgonáceos especialmente. Devido a esse hábito, chegam a
incorporar as células especiais urticantes características dos cnidários (grupo
onde estão as gorgônias), tornando-os indigestos aos predadores.
São muitas as espécies deste grupo e, com certeza, ainda restam inúmeras a
serem descobertas e descritas. Em nosso litoral existe uma variedade grande
e especialistas realizando seu estudo, às vezes até em conjunto com cientistas
de outros países. A admiração por esses pequenos animais é tamanha, que
existe até um fórum especializado onde fotógrafos e pesquisadores de diversas partes do mundo participam. Você pode ser um mero admirador para
desfrutar das magníficas imagens encontradas no link abaixo.
www.seaslug.com
Foto: Marcio Lisa
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Meio Ambiente
Texto Por Armando de Luca Junior
No sudeste brasileiro, uma das espécies que está sendo estudada (pelo
brasileiro Carlo Magenta em conjunto com pesquisadores de Munique),
pertencente ao gênero Flabellina,
durante o período de inverno entra
em fase reprodutiva, aparecendo
em grande quantidade sobre o fundo rochoso em profundidades entre
18 e 30m especialmente. Suas desovas esbranquiçadas, filamentosas e
espiraladas podem ser vistas presas a
algas do fundo. Tudo isso torna esse
período um verdadeiro deleite para
as fotos macro.
Foto: Marcio Lisa
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Uma das mais belas formas de nudibrânquios existente é a chamada
“bailarina espanhola”, que pertence
à espécie Hexabranchus sanguineus
e ocorre no Mar Vermelho e IndoPacífico. Sua cor pode variar entre o
vermelho e o amarelo, mas o destaque é para a primeira, sendo inclusive uma das razões para o nome da
espécie. Outra característica que
contribui para isso é o fato do animal
ter capacidade natatória, através de
contrações corpóreas que conferem
o aspecto de uma dança subaquática inesquecível. A foto a seguir foi obtida no seguinte link: slugsite.us/bow/
phil/sanguin.html
Foto: Marcio Lisa
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Meio Ambiente
Texto Por Armando de Luca Junior
Apesar do animal que será citado a seguir sequer pertencer à mesma família dos nudibrânquios, acho importante fazer um comentário, pois os leigos geralmente o confundem com a bailarina espanhola.
Trata-se da aplísia, um molusco opistobrânquio, assim
como os nudibrânquios, só que pertencente à ordem
dos anaspídeos e família dos aplisídeos (enquanto
que a bailarina pertence à ordem dos nudibrânquios
e família dos hexabranquídeos). Estes animais também
possuem certa capacidade de natação através de
ondulações corpóreas (fato que costuma gerar a confusão), mas suas características são bem distintas das
características dos nudibrânquios.
O nome popular da aplísia é “lebre-do-mar”, pois suas
projeções carnosas na região da cabeça tornam esta
parecida aos lábios de uma lebre. Possuem dois pares
de tentáculos e seu manto (uma “pele” que recobre o
animal) projeta duas “asas” laterais.
Apresentam pequena concha interna e as brânquias
também são internas (totalmente ao contrário dos nudibrânquios). Alimentam-se sobre algas e podem descarregar uma tinta púrpura (semelhante à dos cefalópodes - polvos e lulas) quando molestados.
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Segurança no mergulho através
da educação
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Meio Ambiente
Meio Ambiente
Texto Por Marcelo Szpilman, fotos Kadu Pinheiro
Sea Shepherd inicia campanha pela proteção dos tubarões em Galápagos
Com um artigo de página inteira no jornal local, El Colono, a Sea Shepherd iniciou um projeto para
sensibilizar os habitantes de Galápagos pela proteção dos tubarões.
Em todo o mundo, tubarões estão sendo exterminados em uma taxa alarmante, e é hora de usar
todos os meios disponíveis para interromper esse massacre sem sentido. Depois da aplicação da
lei, a educação é responsável por contribuir com a conservação das espécies.
Nos próximos seis meses, a Sea Shepherd de Galápagos vai publicar anúncios visando a proteção
dos tubarões no jornal local. Também serão transmitidas mensagens diariamente na estação de
rádio local, com muitos fatos interessantes sobre os tubarões. Ao mesmo tempo, será informado
sobre a remoção das barbatanas, que tem impacto devastador sobre as populações de tubarões, e quão cruel é esta prática.
As informações são essencialmente destinadas às crianças de Galápagos, mas através delas, há
a oportunidade de chegar até suas famílias também. O ideal é que os anúncios sejam passados
e discutidos nas casas das crianças, com suas famílias e amigos.
Alguns dos anúncios convidam os leitores a participar da campanha, e por isso existe um painel
de informações em frente ao escritório da Sea Shepherd de Galápagos, onde as crianças podem
colocar seus desenhos e as respostas às perguntas feitas nos comerciais de rádio e nos anúncios
publicados no jornal.
Ao final dos seis meses todas as informações serão compiladas em um manual do professor, que
será oferecido às escolas para fins educativos nos anos seguintes.
8 maio 2010
Por Raquel Soldera, voluntária do ISSB
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Laje de Santos - Temporada de Mantas
Brasil por Kadu Pinheiro
Temporada de Raias Manta aberta !!!
Extra extra !! primeiro avistamento de
RAIA MANTA (manta birostris) na Laje
de Santos em 2010. Os mergulhadores
a bordo da Nautilus, com Armando de
Luca no comando, tiveram o prazer de
mergulhar e interagir com uma manta
fêmea de aproximadamente 3.5m de
envergadura, devidamente registrada
pelo fotógrafo Ulisses Turati e contabilizada como 65o animal registrado na
Laje até hoje. Ulisses batizou o animal de
Lola, em homenagem a sua esposa.
Já no dia seguinte, Domingo, o Instituto
Laje Viva (ILV) foi para a Laje com sua
equipe de pesquisas para dar segmento ao projeto MANTAS DO BRASIL, agora
patrocinado pela Petrobras Ambiental.
Apesar de não terem sido registrados
novos encontros, acreditamos que este
é só o começo de uma temporada ótima para o projeto e para os mergulhadores que visitam o parque marinho.
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Lembramos que, caso você aviste
um destes belos animais e tenha a
chance de registra-los com segurança, a imagem mais importante
é a da região ventral, que identifica
cada um dos indivíduos por ter um
padrão único, como uma “impressao digital”. As fotos podem ser enviadas pelo email de contato do ILV,
e em caso de nova identificação o
fotografo terá a honra de batizar o
exemplar. Participe, o ILV agradece
sua ajuda!!
Laje de Santos - Temporada de Mantas
Brasil por Kadu Pinheiro
Um pouco sobre a Laje de
santos:
Parque Estadual Marinho da
Laje de Santos (PEMLS) : único Parque Estadual Marinho,
sob jurisdição da Secretaria
Estadual de Meio Ambiente e Instituto Florestal, tem
como principal formação
um rochedo com 550m de
comprimento e pouco mais
de 180m de largura e 40m
de altura. A distância é de
cerca de 22 milhas marítimas da costa e o tempo de
navegação é de aproximadamente 1h 15min, dependendo das condições de
mar.
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Laje de Santos - Temporada de Mantas
Brasil por Kadu Pinheiro
Existe um farol automático e ninhos de aves como atobás, gaivotões, trinta-réis e fragatas. Suas
águas têm temperatura média
de 20ºC e transparência que excede os 20m. A fauna marinha é
rica, concentrando-se várias espécies de peixes, tartarugas, invertebrados e, ocasionalmente,
raias jamanta.
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Laje de Santos - Temporada de Mantas
Brasil por Kadu Pinheiro
Pensando na segurança da navegação, na salvaguarda da vida no mar
e na preservação da vida marinha,
foram instalados cabos submersos de
atracação diretamente nas rochas
do fundo, sem agredir o ambiente
com o lançamento de âncoras ou
outros dispositivos,
Os Mergulhos:
Trata-se de um mergulho em condições oceânicas, com profundidades
que podem chegar aos 40m, dependendo do ponto escolhido. Geralmente os mergulhos ocorrem na
face norte, voltada para o continente, em local denominado “Portinho”,
com profundidade média de 18m
no limite entre as rochas e o fundo
arenoso.
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Laje de Santos - Temporada de Mantas
Brasil por Kadu Pinheiro
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Voltado para oeste existe o Parcel das Âncoras, fundo
rochoso onde são observadas enormes âncoras de
pesqueiros, que as abandonaram possivelmente por
desconhecerem a formação rochosa inadequada a
esse tipo de ancoragem. Aqui atingem-se as maiores
profundidades.
Laje de Santos - Temporada
de
Mantas
Mato Grosso
- Bonito
por Kadu
BrasilBrasil
por Ivan
CavasPinheiro
Filho
Contornando a mesma face da ilha dirige-se às “piscinas”, porém apenas quando as condições são favoráveis e as correntes marinhas não estão fortes. Com
profundidades que oscilam entre 10 e 35m, muitos cardumes pairam a meia água e os peixes de passagem
como xaréus, bonitos e olhetes cruzam velozmente
atrás de suas presas.
Na face sul, voltada para o mar aberto, predomina
um paredão rochoso que desce quase verticalmente
até 35m de profundidade. Aqui a emoção de um encontro com alguma forma de vida maior é constante.
Como não é aconselhável a ancoragem, costuma-se
deixar os mergulhadores de um lado e recolhê-los do
outro, sendo portanto recomendável apenas para os
mais experientes. Na face leste encontra-se a “boca
da baleia”, local batizado com esse nome porque
além da Laje ter um aspecto geral que lembra uma
baleia, desse lado existe uma enorme fenda que parece com sua boca. Como o mergulho é raso e na
extremidade da ilha, o refluxo é forte e só é possível a
penetração no local em condições de mar excelentes e acompanhados por guia.
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Laje de Santos - Temporada de Mantas
Brasil por Kadu Pinheiro
Existe também um pesqueiro naufragado, chamado de Moréia,
pode ser visitado a uma profundidade máxima de 22m. Trata-se de
um naufrágio provocado exclusivamente com o intuito de se tornar
um atrativo para a vida marinha e
para os mergulhadores.
Ele já está no fundo desde o início dos anos 90 e, como é feito de
chapas de aço, sua estrutura está
bastante instável, desaconselhando a penetração em seus porões.
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Sobre as Mantas: Arraia jamanta, manta, raia-manta, peixe diabo, devil ray (inglês)
Ocorrência: Encontrada em águas tropicais e subtropicais de todos os oceanos.
Laje de Santos - Temporada de Mantas
Brasil por Kadu Pinheiro
Características: Um dos maiores peixes, pode alcançar a largura de até 7 m e peso
superior a 1300 kg. Diferencia-se dos outros membros de sua família por possuir a boca
terminal, direcionada para a frente, e a mandíbula superior sem dentes. Apresenta as
nadadeiras cefálicas na forma de chifres, por isso o nome popular de “peixe diabo”.
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Laje de Santos - Temporada de Mantas
Brasil por Kadu Pinheiro
A coloração é variada, existem raias totalmente negras com manchas
brancas na parte inferior, e ainda, raias verde-escuras ou marrons na parte
superior, ambas com variações brancas na porção inferior. As manchas
na parte inferior servem para identificação, funcionando como impressões
digitais.
Normalmente permanece na coluna de água e alimenta-se de organismos
planctônicos ali presentes. Animal dócil, de natação lenta e com reprodução tardia. Na Laje de Santos, é frequentemente avistada entre os meses
de maio a agosto.
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Laje de Santos - Temporada de Mantas
Brasil por Kadu Pinheiro
Para mais informações sobre o parque operadoras de mergulho credenciadas e preservação consulte:
Instituto Laje Viva: http://www.lajeviva.org.br
Relação de operadores de mergulho credenciados:
http://www.lajeviva.org.br/indChegar.php
Agradecimentos:
Armando de Luca Junior da Nautilus e Instituto Laje Viva
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Equipamentos
por: Editor
A Slingshot ™, revolucionária nadadeira da Aqua Lung proporciona
mais potência, versatilidade e conforto.
Ao contrário de qualquer outra, a Slingshot oferece maior poder
e propulsão, bem como conforto inigualável, é fácil para ajustar
as configurações que determinam o sentido de cada batida de
perna.
Essa tecnologia Pioneira ajudar a impulsionar os mergulhadores
com pouco esforço de poupando energia aumenta o prazer e o
tempo na água com menor desgaste físico.
A Slingshot apresenta três novidades:
Power Bands, o Shift Gear, e o
Mid - pé Flex Joint
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Conhecida como Power Bands, estas Tiras de Silicone captam toda a energia e cria
poderosa propulsão que é muito mais eficiente do que outras nadadeiras do mercado.
O Shift Gear dá o mergulhador controle completo do potencia sob qualquer condição.
O mergulhador pode mudar para uma das três configurações, a fim de escolher a velocidade, e a relação de esforço, que lhe permite ir desde a velocidade de cruzeiro
em águas tranquilas, a um forte impulso em correntes fortes.
A Slingshot pode-se ajustar rapidamente ( ate submerso), para as diferentes circunstâncias que possam ocorrer. The Mid - Flex é outro grande recurso. A calçadeira atribui
ao pé a sustentação ao invés dos dedos, aliviando a pressão sobre a dianteira do pé
e reduzindo a tensão sobre o tornozelo, permitindo que toda a potencia exercida na
batida de perna seja transmitida à nadadeira.
O Slingshot vem em três cores: azul, preto / prata e vermelho, e está disponível em
tamanhos pequenos, médios e grandes / extras - grande. consulte seu dive center ou
loja de mergulho
Exclusivo sistema Oceanic de algoritmo duplo:
Escolha entre: Pelagic DSAT (Spencer/Powell data basis) ou Pelagic
Z+ (Buhlmann ZHL-16C data basis)
Sistema de transmissão via wirelles para ar integrado
Corpo em Titanium resistente a 200 m de profundidade operacional
Avançado sistema de Bússola digital
3 transmissores independentes e até 3 misturas de nitrox 100 % O2
Verifique o ar do seu dupla com os transmissores wireless
Função relógio completa com alarme, time zone e cronômetro
Mode Gauge
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Consulte um revendedor autorizado
Portfolio
Julian Cohen
Portfolio Julian Cohen
Nascido em Londres, Inglaterra, vive atualmente em Singapura
com 47 anos, Dive Master, com mais de 600 mergulhos
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Julian Cohen
Underxmag: Como e quando você começou a fotografar debaixo d’água?
Eu comecei a mergulhar em 1995, mas não levei uma câmera comigo até 2007. Eu sempre senti que
não deveria misturar o mergulho e a fotografia. Eu gostava tanto de ambos que não queria correr o
risco de um estragar o outro, de alguma maneira. Eu realmente não sei o que eu estava pensando!
Meus primeiros mergulhos com uma câmera aconteceram num live aboard na Tailândia. Foi um processo de aprendizado lento e longo e só comecei a melhorar quando li o livro The Underwater Photographer (O Fotógrafo Submarino) de Martin Edge. Até então era tentativa e erro – muito mais erro!
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Underxmag: Quais os lugares que
você visitou? e seu local de mergulho preferido?
Eu tive muita sorte de visitar alguns
lugares fabulosos. Principalmente
no Pacífico e na Ásia, como Bali,
Lembeh, Wakatobi, Bora Bora, Similans na Tailândia, Papua Nova
Guiné, Ilhas Maldivas, bem como
o Mar Vermelho. Agora estou no
Caribe.
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Julian Cohen
Eu tenho alguns lugares favoritos, cada um especial por motivos diferentes. O sul da Austrália
para o grande tubarão branco.
Eu tenho ido há três anos e espero continuar por muito tempo. As
Maldivas para as arraias-manta,
um dos meus animais favoritos.
Lembeh para as fotos macro.
Este é um lugar aonde eu já fui
quatro vezes e continuarei a ir
enquanto puder mergulhar.
A maneira pela qual os animais
adaptaram o lixo das cidades
e aldeias ao seu próprio uso é
muito interessante de ver. Eastern Fields em Papua Nova Guiné tem alguns dos mais puros e
imaculados recifes do mundo.
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Julian Cohen
Prezados leitores da Underxmag
Confiram a 7ª edição da Wetpixel
Quarterly que traz para você as melhores imagens Submarinas encadernadas numa publicação requintada,
colecione !!!
Underxmag: O que você espera alcançar com seu trabalho?
Eu tiro fotos porque é minha paixão. Quando as pessoas gostam ao olhar para o meu trabalho, isso me deixa feliz. É realmente simples assim. Eu aprecio especialmente os comentários dos meus colegas da comunidade do mergulho. Quando algumas pessoas que eu
admiro – e aspiro um dia ser tão bom quanto – me dizem que eu estou indo bem, isso me
estimula a voltar para a água.
Edição número 7 disponível
Faça o pedido das edições de
1 a 4 em um box especial para
colecionadores
Faça seu pedido on-line pelo site:
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ILHAS FIJI
Um arquipélago com mais de 300 ilhas, tendo em torno de 100 ilhas desabitadas. Vegetação exuberante, repleta de flores exóticas e frutos tropicais. Praias de cortar a respiração
de um azul que mais parece inventado. Em todo este cenario ainda pode-se , em um unico mergulho , avistar as mais diversas espécies de peixes coloridos e recifes de corais –
não é por acaso que este é um dos locais sagrados para os amantes de mergulho a nível
mundial. Com toda essa riqueza, faz das Ilhas Fiji um verdadeiro espetáculo multicolor.
E mais uma vez a Staff Divers vem convidar você a
participar desta aventura.
DE 10 DE OUTUBRO A 22 DE OUTUBRO DE 2010
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Rua Estado de Israel, 75
São Paulo - SP
Telefones: (55 11) 5539.6455 ou (55 11) 5539.2597
lhas Fiji de 01 a 22/10/2010 - USD 5289
+ Taxas USD 287
Valor Valido por pessoa em apartamento duplo.
Com Nova Zelandia (opcional) - 22 a 28/10/2010
USD 1678, + Taxas USD 75
Valor Valido por pessoa em apartamento duplo.
Mergulho Livre, o mergulho na forma mais pura !
Por Carolina Schrappe
Estou muito orgulhosa! Participar como colunista da mais bela revista do Brasil, e olhe, leio muito, uma das mais bonitas do planeta, me deixa quase sem
respirar... Exatamente como o que vou contar neste espaço da Underxmag,
espero que por muito tempo... Assim como mais um recorde!
O convite do Editor Kadu Pinheiro veio mais ou menos assim: “escreve o que
seu coração mandar”. Kadu, precisaríamos de uma revista só sobre apnéia...
Mas vamos fazê-lo, aos poucos, evoluindo a cada matéria, onde falaremos
de tudo. O que é o mergulho livre, quais as modalidades, recordes, técnicas,
e para combinar com o restante da revista, belas imagens!
Por definição, o Mergulho Livre, ou Mergulho em Apnéia, ou simplesmente
Apnéia, é toda imersão que fazemos com a respiração suspensa, voluntariamente. Antes disso, procuramos fazer respirações de ótima qualidade, para
podermos, com segurança, prolongar o tempo, a distância, ou a profundidade que queremos atingir. Ou seja, sem cilindros com qualquer tipo de gás
usado por mergulhadores Scuba. Usamos apenas uma máscara e um snorkel
e muitas vezes nadadeiras, e em outras, uma boa roupa de neoprene para
proteção térmica e mecânica, e normalmente quando a usamos, precisamos de um lastro para descermos (dedicaremos um artigo em breve para
falar do que há de melhor em equipamentos de mergulho livre).
Comecei a praticar apnéia sem nem saber que esse era um nome técnico
para o mergulho livre, na piscina da casa da minha avó, e no clube, quando
criança, tentando ficar mais tempo que meu pai e meus irmãos nadando
embaixo d´água. Continuei brincando com isso na Praia Mansa de Caiobá,
no litoral paranaense, quando ajudava meu pai a “caçar” mariscos, e depois com ele também quando velejávamos em família. Assim que pude fiz
um curso de Mergulho Scuba, me apaixonei e ao final do primeiro ano praticando, já tinha mais de 100 mergulhos e resolvi fazer o curso de Divemaster.
Neste, os instrutores nos ensinavam a colocar e tirar um cabo de popa em
apnéia. Um aluno colocou e não conseguiu retirar.
Eu pedia para ir buscar, os instrutores não deixavam, mandavam outro menino, que não conseguia. Eu pedia para ir, eles mandavam outro menino.
Aporrinhei tanto que um falou, tá bom... vai lá. Eu fui, fiquei um longo tempo
no fundo (aos 6 metros), “trabalhando” a garatéia presa, retirei do fundo,
subi com calma e entreguei-a aos instrutores, que depois confessaram, já
iriam descer para me buscar, pois achavam que eu tinha apagado... Um
mês depois, por sugestão deles, estava começando a treinar apnéia, da
qual virei uma atleta dedicada. Com a evolução como mergulhadora Scuba recreativo e técnico, e apneísta, hoje sou Instrutora por algumas agências
credenciadoras internacionais, nas duas modalidades de mergulho, e o que
mais gosto, sem dúvida, é de ensinar os outros a mergulhar sem respirar.
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Mergulho Livre, o mergulho na forma mais pura !
Por Carolina Schrappe
Esta “resumida” história da minha vida de mergulhadora serve para mostrar
que se pode praticar apnéia por diferentes e variados motivos, entre eles,
SE DIVERTIR MUITO, seja brincando de quem fica mais tempo sem respirar,
para ficar o dia todo num lugar como Noronha fazendo snorkel e pequenas
e curtas descidas em verdadeiras piscinas naturais, para praticar a pesca
subaquática, para praticar alguns esportes “pouco conhecidos” como o
rugby e o hockey sub, ou a natação equipada, usar como “pratica auxiliar”
ao mergulho Scuba (Divemasters, Instrutores e mesmo mergulhadores que
querem melhorar sua respiração), ou como muitos pescadores sub que trocaram o arpão por uma máquina fotográfica, e inventaram a foto-pesca
sub em apnéia. Ou, como eu, pratica-se para ser um apneísta em busca de
recordes pessoais, em diversas modalidades distintas, que deixaremos para
explicar na próxima edição da Underxmag.
Participe: www.lajeviva.org.br
Você pode participar dos projetos do
Instituto Laje Viva de várias formas:
- Através de denúncias;
- Agindo de forma ecologicamente correta;
- Tornando-se um voluntário dos projetos;
- Associando-se ao Laje Viva;
- Cadastrando-se no Grupo Laje Viva;
- Patrocinando projetos do Laje Viva.
E por que podemos afirmar sem dúvida, que é o mergulho na sua forma
mais pura? Porque praticamos o mergulho livre há milênios. Primeiro sem
nenhum recurso, até polirem ao extremo pedaços de casco de tartaruga e
os utilizarem como máscaras, depois com auxílio de pás amarradas aos pés
e estava inventada a nadadeira, até os equipamentos auxiliares fantásticos
que possuímos hoje em dia. Mas em apnéia, como nossos ancestrais, como
os demais mamíferos aquáticos que tanto admiramos.
Enfim, qualquer que seja o objetivo e os motivos para praticar a apnéia, é
um momento de introspecção fantástico, que você aprende muito sobre
você mesmo, além de ser extremamente relaxante tão somente por estarmos na água, como voltássemos ao útero de nossas mães para brincar.
E o que é preciso para praticar apnéia? Além de vontade, estar com a mente aberta para aprender sempre, entender alguns conceitos físicos e fisiológicos que explicarão e justificarão respeitarmos certas regras de segurança,
convencer seu melhor amigo, seu companheiro(a) a ir junto – sim, como
qualquer mergulho, nunca se faz sozinho, e claro, querer se DIVERTIR muito.
E assim, de uma forma leve e descontraída, com muitas imagens, vamos
falar de tudo isso a partir desta edição da Underxmag. Até a próxima.
E... ei, você! Vá mergulhar!
*Carolina Schrappe é Instrutora, Juíza e Atleta Recordista Sul-americana de
Mergulho Livre. Ministra cursos de Mergulho Livre de Alto Desempenho em
Universidades e nos melhores Dive Centers do país.
Entre em contato com ela:
www.carolschrappe.com
[email protected]
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Campeonato Brasileiro
de Fotosub 2010
por Luis Fernando Cassino
João Paulo Cauduro Filho
Ivan Cavas
Sávio Araújo
O CB2010 foi realizado entre os dias 25 e 28
de março.
Desde 2003 o evento vinha acontecendo
anualmente no mês de novembro, mas os
próprios competidores solicitaram a mudança da data, em busca de condições mais
favoráveis para o mergulho e a prática da
fotosub.
Agora a seletiva digital (Grande Prêmio Brasil
Proacqua de Fotosub) terá suas inscrições feitas pela internet durante o mês de outubro.
O resultado será então divulgado em novembro, com os classificados para o Campeonato Nacional em março do ano seguinte.
Essa última edição do Campeonato Brasileiro
foi realizada em Cabo Frio, litoral do Rio de
Janeiro, região conhecida como Costa Azul.
Os mergulhos foram realizados nas ilhas de
Pargos e Papagaios.
Os 40 mergulhadores foram distribuídos em
duas embarcações: a Porto Canal II da operadora Litoral Sub e o Pharaó, da operadora
OverSea.
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Categoria Grande Angular
Campeonato Brasileiro de Fotosub 2010
por Luis Fernando Cassino
Categoria Grande Angular com Modelo
Apesar de contarem com uma semana de treinos com tempo bom e águas bem claras, a chegada de
uma frente fria deixou o mar bastante mexido e a visibilidade bastante prejudicada. Ao longo da semana,
na ilha de Pargos, a visibilidade era de 20 metros na horizontal, excelente para as fotografias. Mas ainda
no treino oficial na quinta-feira, a visibilidade ficou reduzida para 10 metros e caindo ainda mais durante a
competição.
Ivan Cavas
Os mergulhadores fizeram quatro mergulhos de 90 minutos para obterem as seis fotos, uma para cada categoria. As categorias disputadas são: Grande angular ambiente; grande angular com modelo; macro livre;
macro temática (tema desse evento foram os nudibrânquios); peixe inteiro; e peixe em detalhe.
Isabela Vistué
João Paulo Cauduro Filho
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Campeonato Brasileiro
de Fotosub 2010
por Luis Fernando Cassino
A base operacional do evento foi a pousada
Porto Canal.
O evento também contou com o apoio da Associação Comercial Industrial e Turística (ACIA)
de Cabo Frio, do Hotel Paradiso Del Sol, da Capitania dos Portos e do Corpo de Bombeiros.
Esse ano o grande campeão foi o gaúcho
João Paulo Cauduro Filho (RS), ficando Luiz
Fernando Cassino (RJ) em segundo e Sávio
Araújo (SP) em terceiro na classificação geral.
As fotos e colocações de todos os competidores podem ser vistas no site da Comissão Nacional de Foto e Vídeo Sub (CNFVS) da CBPDS:
(http://www.imagemsub.com.br/resultado.
asp?idcamp=56)
Luiz Fernando Cassino (campeão 2009) e João
Paulo Cauduro Filho (campeão 2010) formam
a equipe brasileira que irá representar nosso
país no próximo Campeonato Mundial, na Turquia em 2011.
O Regulamento participar da próxima seletiva
já está publicado:
(http://www.imagemsub.com.br/regulamento_gp.asp)
O tema para o próximo evento são as algas e
as plantas aquáticas.
Selecionem suas fotos e boa sorte!
Categoria Macro Livre
Luiz Fernando S. P. Cassino
Alexandre Ornellas
Sávio Araújo
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Campeonato Brasileiro de Fotosub 2010
por Luis Fernando Cassino
Categoria Macro Temática
João Paulo Cauduro Filho
Athila Bertoncini
Sávio Araujo
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Campeonato Brasileiro de Fotosub 2010
por Luis Fernando Cassino
Categoria Peixe Detalhe
Augusto Valente
João Paulo Cauduro Filho
Luiz Fernando S. P. Cassino
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Campeonato Brasileiro de Fotosub 2010
por Luis Fernando Cassino
Categoria Peixe Inteiro
Carlos Montechi
Luiz Fernando S. P. Cassino
Augusto Valente
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Participe do maior evento de
Mergulho da América Latina!!!
Foto sub
Por Kadu Pinheiro
Kadu Pinheiro fotografando tartaruga na laje
de santos por João Paulo Cauduro Filho
Behind the shot




Tartaruga no contra luz
Fotografar uma tartaruga no contra-luz com seu ventre iluminado e
com uma bola de sol ao fundo, não é uma foto muito difícil de se
conseguir, exige um pouco de paciência e técnica na aproximação do animal e prática no pré-ajuste da câmera, o uso de uma
lente grande angular e dois flashs é recomendável para um resultado bem nítido e bem iluminado, mas nada impede o uso de um
flash apenas, desde que seja potente o suficiente pra iluminar o primeiro plano.
Segue abaixo um esquema de posicionamento dos flashs, que pode
ser usado para esse tipo de foto:
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mergulho com cilindro na piscina.*
* Traga roupa de banho
Procurar deixar sempre os braçosr ecuados bem atráz da câmera e os strobes em diagonal para diminuir a suspenção,
esse esquema é um exemplo, os Strobes poderiam ser posicionados na diagonal para fora dependendo do efeito desejado
e da potência e angulo de cobertura dos mesmos
De
11 à 13 de junho
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Foto sub
Por Kadu Pinheiro
DSLR Canon 20D
Caixa Aquatica A20
2 Flashs sea&sea YS-300 em modo
manual com potência em Full
Lente Tokina 10-17
Abertura: 20 (opção 16)
Velocidade: 1/100 (opção 1/200)
ISO: 100
White Balance: Auto
Dicas: O enquadramento pode variar, usando-se a bola de sol como
coroa ao redor do corpo da tartaruga, paciência e respiração lenta
evitando o turbilhão de bolhas na
hora do disparo e para não assustar
o animal.
Para se aproximar de uma tartaruga
a melhor técnica é manter o curso
paralelo a mesma não perseguindo
e não acuando o animal, prossiga
lentamente e tente se posicionar
de maneira a interceptar seu curso, esteja com os ajustes prontos da
câmera pois geralmente você não
terá outra chance para repetir o
disparo.
Só a prática leva a perfeição treine
bastante !!!
Kadu
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Abril - Recife – 7 a 11 ou 7 a 14 de Abril, 6 ou 10 mergulhos respectivamente, nos belos naufrágios
(dias 12 e 13 mergulhos técnicos na Corveta e no Vapor dos 48 metros)
Maio – Paraíba – 5 a 9 ou 5 a 12 de Maio, 6 ou 10 mergulhos respectivamente
Maio – Cuba - Jardines de La Reina - entre em contato para verificar datas
Julho – Abrolhos – 7 a 11 de Julho – 3 dias de live aboard no Horizonte Aberto
Novembro – Abrolhos – 3 a 7 de Novembro – 3 dias de live aboard no Horizonte Aberto
Setembro – Mar Vermelho – Live aboard com 6 noites embarcadas e visita a Luxor (Vale dos Reis) e ao Cairo
Novembro – Bahamas – Mergulhos diversos e shark dives
Laje de Santos, Ubatuba e Paraty - consulte datas
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Sea Shepherd
Canal Aberto
Capitão Peter Bethune: O último samurai!
Capitão Peter Bethune é um prisioneiro de guerra. Ele também é o único verdadeiro samurai residindo atualmente no
Japão. Por que ele é um prisioneiro de guerra? Porque seu
navio foi deliberadamente abalroado, quebrado ao meio
e afundado pela embarcação arpoeira japonesa Shonan
Maru 2. O fato do capitão da embarcação japonesa não
ter sido questionado pela destruição do navio da Sea Shepherd nega qualquer descrição civil do Shonan Maru 2.
Este homem é um herói neozelandês defendendo as baleias e a posição das pessoas da Nova Zelândia e
Austrália. E seu governo ainda virou as costas para um dos seus próprios para se prostrar para as demandas
imperiais do Japão. O capitão Bethune não foi trazido de volta para o Japão como um criminoso. Ele foi trazido como prisioneiro no navio que maldosamente o atacou, e quando este navio chegou, foi cumprimentado
com um comício nacionalista de aplausos e vaias dos direitistas japoneses da mesma maneira que eles aplaudiram a marcha da descida de Kokoda Trail da POWs ou pelas ruas de Tókio em 1942.
Esta foi a primeira vez desde a guerra do pacifico com o Japão que um soldado ANZAC (Pete é um veterano)
foi transportado de volta ao Japão do oceano Antártico depois do naufrágio do seu navio, e a primeira vez
que um prisioneiro foi cumprimentado com tanto ódio. Eles o trataram como um prisioneiro de guerra e isto é
exatamente o que ele é.
Uma embarcação civil teria sido investigada e o capitão
questionado e acusado pelo crime. Mesmo que a colisão
fosse acidental, o capitão seria questionado. Essa é a natureza das operações marítimas civis. Colisões no mar são
investigadas e os oficiais na direção são questionados. Somente oficiais militares são imunizados de serem questionados pelas autoridades civis e este é o caso deste incidente.
Capitão Bethune foi acusado pelo delito de educadamente bater na porta da cabine de comando do
Shonan Maru 2 para falar com o capitão. Ele foi acusado de agredir os baleeiros apesar do fato de que o
incidente em questão foi filmado por câmeras profissionais, e mostra claramente os baleeiros lançando spray
de pimenta no vento e voltando em seus próprios rostos. Ele tem sido acusado de obstruir negócios apesar do
fato de que os negócios que ele estava obstruindo são ilegais pela lei de conservação internacional e ainda
do fato de que a caça às baleias era supostamente para pesquisas e não negócios. Ele está sendo acusado
por dano à propriedade, por ter cortado um buraco em uma rede para embarcar no navio que destruiu nossa
embarcação avaliada em $3 milhões USD.
Não há caso recente na história marinha de um navio civil comprometido em uma catastrófica colisão com outro navio onde o incidente não foi tópico de uma averiguação
oficial. Neste caso, a averiguação deveria ter sido feita pelo Japão, pois o Shonan Maru
2 é um navio registrado no Japão. As autoridades Australianas deveriam ter investigado o
incidente porque o acidente aconteceu em águas do território Antártico Australiano.
E ele foi estranhamente acusado segundo uma obscura lei chamada “A lei do controle da espada”, a mesma
lei que o Imperador Meiji introduziu em 1865 para confiscar as espadas dos samurais. Aparentemente a faca
que o capitão Bethune usou para cortar a rede e embarcar no navio era de suficiente comprimento para ser
categorizada como uma espada.
A Nova Zelândia tem investigado por meses, mas o Japão está se esquivando e não está
cooperando, então as autoridades neozelandesas não são capazes de ir adiante. De fato,
somente as autoridades marítimas neozelandesas têm tentado questionar o capitão do
navio japonês que causou a destruição do navio registrado da Nova Zelândia sobre o comando de Peter Bethune – um capitão neozelandês com tripulação neozelandesa, australiana e holandesa.
Dizer que toda essa situação é irregular e não ortodoxa é uma atenuação da verdade.
De fato isto está impregnado de corrupção e abuso de poder. Em resposta a covarde recusa do governo da Nova Zelândia de apoiar os direitos de um civil e uma embarcação
neozelandesa, capitão Bethune embarcou no Shonan Maru 2 para confrontar seu capitão.
Este é um ato corajoso! Ele embarcou em um navio em movimento pelas frigidas águas da
Antártica a 50 nós na escuridão da noite. Ele pulou de
um Jet ski para a embarcação arpoeira, escorregou e
caiu no mar, foi resgatado e tentou embarcar uma segunda vez, passando as redes e afiados pregos contra
embarcação. Ele permaneceu no navio por aproximadamente duas horas até o sol nascer quando ele
calmamente bateu na porta da cabine de comando
e apresentou-se ao capitão que afundou seu navio.
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Então ao acusar o capitão Bethune pela mesma lei que o Imperador Meiji usou para destruir a tradição dos
samurais, o Japão está tratando Pete como um guerreiro samurai. E quando você pensa o que a palavra samurai significa então Pete Bethune qualifica certamente o significado da palavra samurai: “servir”.
E não há duvidas que o capitão Bethune altruisticamente sirva a causa de proteger espécies protegidas e
ameaçadas de baleias no Santuário de Baleias do Oceano Antártico.
O governo japonês acredita que fazendo do capitão Peter Bethune um exemplo, eles intimidarão a Sea Shepherd de obstruir as operações baleeiras japonesas no oceano antártico na próxima temporada.
Isto certamente não acontecerá. Todo membro da tripulação da Sea Shepherd entra para a tripulação depois de responder afirmativamente em questão às adversidades, eles decidiram arriscar suas vidas para salvar
as baleias. Se um tripulante está disposto a dar sua vida por uma baleia, então a ameaça de ser mantido
como prisioneiro no Japão é, em comparação, meramente trivial.
O capitão Peter Bethune foi bem alertado da possível conseqüência de embarcar no Shonan Maru 2 mas ele
escolheu fazer o que achava certo, e como qualquer prisioneiro de guerra ele não trairá sua causa por conta
de ameaças de prisão e intensas interrogações.
A Sea Shepherd Conservation Society irá ajudar a fornecer ao capitão Bethune a melhor defesa legal possível,
e iremos apoiar a família de Pete enquanto ele está mantido prisioneiro. O que não iremos fazer é recuar ou
nos render aos caçadores de baleia.
Tudo que eles fizerem ao capitão Peter Bethune somente servirá para inspirar aqueles que amam nosso planeta, nossos oceanos e as baleias. O que os baleeiros, políticos e a mídia japonesa não entendem, o que os
políticos covardes não compreendem, é que a minha tripulação está armada com a mais poderosa arma do
planeta – a paixão!
Aquaworld
Eventos e Notícias
Flagrante de pesca na Laje de Santos pelo ILV - 5
Nossa equipe, acompanhada pelo diretor da revista Mergulho Alcides Falanghe
e do monitor ambiental Eric Joelico, ao chegar na Laje de Santos deparou-se
com uma embarcação de pesca esportiva bem próxima a ponta leste (Boca da
Baleia) em plena atividade.
Já com alguns espécimes pescados, a embarcação foi abordada e foi constatado o ato ilícito pela posse de material vasto de pesca esportiva, incluindo iscas, linhas na água e os peixes pescados no local (xarelete e carapau). Um dos peixes,
ainda vivo, foi devolvido ao mar.
Toda a documentação foi verificada pelo ILV em nome do Conselho Consultivo
do Pq. Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS). Várias outras irregularidades
foram encontradas, mas a embarcação foi liberada para retornar a sua base em
Bertioga.
Após o fato ter sido relatado ao Diretor do PEMLS, este requisitou todo o material
para providências de encaminhamento direto ao Ministério Público, com o fim de
apresentação de notitia criminis. Os registros se encontram de posse do Alcides e
amanhã, 06 de Maio, já devem estar com o ILV para tais encaminhamentos.
Quem sabe, pegando os pescadores ilegais um por um, logo teremos o PEMLS
livre da pesca?!
Por: Rafael Fuganti / ILV (Instituto Laje Viva) Fotos: Alcides Falanghe
CHICO SCUBA em:
Cadê a minha calculadora?
- “Gladys?”
- “Presente!!”
- “Pedro?”
- “Eu!!”
- “Michel?”
- “Aqui!!”
- “Alguém não foi chamado?”, perguntou Juarez Cravo, o dive master da Scuba Holics responsável pelas
chamadas no ônibus e no barco.
- “Eu”, respondeu o Chico Scuba no fundo do ônibus,
enquanto levantava a mão para ser identificado.
O Juarez consultou mais uma vez a lista de chamada
e, realmente, o nome do Chico não constava. Checou
nas outras relações e... nada. Por algum mistério inexplicável, o nome do nosso herói não constava em nenhuma relação. “Deve ter sido falha do computador”,
explicou o Juarez. E acrescentou o nome do Chico, a lápis mesmo, na relação de chamada.
O grupo partia para mais um check out, agora do Curso Avançado. Os mergulhos aconteceriam, como
sempre, na Ilha Rasa, a meio caminho entre São Paulo e Rio de Janeiro. Dez mergulhadores participariam
do check out: Solange Ladda, Gladys Zastrada, Pedro Gambiarra, Michel Labás, Wilson Mahla, Jaime Irgullo, Martin Eidjer, Dado Lessenti, o argentino Juan Buceo e o nosso herói: Chico Scuba. Os instrutores seriam
Mestre Charuto, Rita Bella e Celso Nado, o instrutor oriental da Scuba Holics.
O primeiro mergulho programado era o profundo. A expectativa era grande. Metade do grupo ficou em
silêncio, enquanto a outra metade falava sem parar.
Entre os que mais falavam, sobressaía o Michel Labás que, num misto de medo e excitação, mal podia esperar para cair na água. Para o Michel, aquele era o mergulho mais esperado do fim de semana. O nosso
amigo Labás encarava o mergulho como uma sucessão de desafios a serem vencidos. Toda vez que mergulhava junto com o grupo, o Michel fazia questão de ir o mais fundo possível, o que acabou lhe valendo
o apelido de “Areião” entre os colegas do grupo. Portanto, era de se esperar que o mergulho profundo
tivesse um significado especial para ele.
Na outra ponta, estava a Solange Ladda, que permaneceu muda desde que Mestre Charuto informou que
a temperatura no fundo podia atingir até 15 graus. A Solange era “a friorenta”, sentia frio até em piscina de
criança em final de tarde de verão. Apesar de ter colocado uma roupa de 5 milímetros por baixo da sua
roupa, que já tinha 7, a Solange ficava aterrorizada só de pensar em temperaturas abaixo dos 25 graus.
O exercício programado para o mergulho profundo era simples. Cada mergulhador deveria descer e, no
fundo, escrever seu nome de trás para frente e resolver uma conta. Depois disso, bastava subir e simular
uma parada descompressiva, enquanto o mergulhador seguinte descia. Tudo muito fácil, afirmava Mestre
Charuto. Juarez Cravo conduziria cada um até o fundo, onde Celso Nado estaria esperando com uma
prancheta, previamente preparada pelo Juarez, com o nome de todo mundo e as contas que deveriam
ser resolvidas. Mestre Charuto permaneceria na parada descompressiva.
Humor - Chico Scuba
Por Marcelo C. Ribeiro
Chico Scuba foi o primeiro a descer. Celso Nado aguardava a uma profundidade de 32
metros, onde os efeitos da narcose já podiam ser sentidos. Assim que nosso herói chegou, o
instrutor passou a prancheta com os nomes e as contas a serem resolvidas. O Chico pegou
a prancheta e ... Adivinhem ... O nome dele não constava!
Meio contrariado, Chico devolveu a prancheta para o Celso e fez um sinal de negativo
com o dedo indicador. O instrutor, entendendo que Chico estava narcosado, devolveu a
prancheta e apontou o dedo com firmeza, como quem diz: “Vamos! Faça o exercício!”. O
Chico voltou a devolver a prancheta e fazer o sinal de negativo. Os dois ficaram cerca de 5
minutos neste jogo de empurra-empurra até que Celso Nado olhou fixamente para o Chico
e procurou o nome dele na prancheta. Ao perceber que o nome do aluno não estava na
relação, o japonês arregalou os olhos e coçou a cabeça. Depois, sinalizou para o Chico
escolher qualquer um dos nomes e fazer o exercício.
Chico escolheu o nome do Jaime, que era mais curto, e logo escreveu o nome do amigo
de trás para frente sem grandes dificuldades. A coisa pegou mesmo na hora de fazer a
conta. A conta que constava na prancheta era uma subtração: 423 – 198. Não era uma
subtração simples. Era daquelas que você tem que imaginar o algarismo “de cima” com
um decimal e depois considerar o “vai um”. Para piorar, eram dois “vai um”. Chico começou a ter dificuldades e quase entrou em pânico. No afã de resolver a conta, ele foi rabiscando os “vai um” na margem da prancheta, mas sua cabeça estava confusa. Quando
tentava se concentrar, Chico dava de cara com a prancheta toda rabiscada e aquele
monte de “uns” voando. Depois de 15 minutos quebrando a cabeça, nosso herói chegou
a um resultado, mas estava absolutamente inseguro para dizer se estava certo ou não.
Durante a subida e a parada descompressiva, Chico não conseguia tirar a conta da cabeça. E assim foi durante o resto do dia. Tanto que, na hora de dividir a conta do jantar, nosso
herói se limitou a perguntar “Quanto é?” e pagar sua parte.
Por conta desse check out, Chico Scuba agora anda sempre com uma calculadora à
mão. E, se possível, evita fazer “conta de menos”.
A cada edição uma nova aventura:
Marcelo C. Ribeiro
Mergulhador consultor e escritor nas horas vagas
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