universidade federal de pelotas

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universidade federal de pelotas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Tese
INFLUÊNCIA DA LINHAÇA E SUAS FRAÇÕES NOS NÍVEIS DE
COLESTEROL E NA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM RATOS
HIPERCOLESTEROLÊMICOS
LÚCIA ROTA BORGES
Pelotas, 2013
ii
LÚCIA ROTA BORGES
INFLUÊNCIA DA LINHAÇA E SUAS FRAÇÕES NOS NÍVEIS DE
COLESTEROL E NA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM RATOS
HIPERCOLESTEROLÊMICOS
Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos da Universidade Federal de
Pelotas, como requisito parcial à obtenção
do título de Doutor em Ciência e
Tecnologia de Alimentos.
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Renato G. Dias
Co-Orientadora: Profa. Dra. Elizabete Helbig
Pelotas, 2013
Dados de catalogação na fonte:
(Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744)
B732i Borges, Lucia Rota
Influência da linhaça e suas frações nos níveis de
colesterol e na atividade antioxidante em ratos
hipercolesterolêmicos / Lucia Rota Borges; orientador
Álvaro Renato Guerra Dias; co-orientador Elizabete Helbig Pelotas, 2013.-132f.: il. - Tese (Doutorado) – Programa de
Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos.
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade
Federal de Pelotas. Pelotas, 2013.
1.Linhaça 2.Estresse oxidativo 3.Dislipidemia 4.Ratos
Wistar I. Dias, Álvaro Renato Guerra (orientador) II.Título.
CDD 664.7
iii
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
Prof. Dr. Álvaro Renato Guerra Dias (DCTA/UFPEL)
Orientador
_____________________________________________________
Profa. Dra. Elizabete Helbig (PPGNA/UFPEL)
Co-orientadora
_____________________________________________________
Profa. Dra. Giovana Duzzo Gamaro (CCQFA/UFPEL)
_____________________________________________________
Profa. Dra. Leonor Almeida de Souza Soares (PPGECA/FURG)
_____________________________________________________
Profa. Dra. Renata Torres Abib (PPGNA/UFPEL)
iv
Dedico este trabalho aos meus pais, meus maiores exemplos.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado à vida e nunca me faltar nas horas de angústia.
Aos meus pais, Marco Antônio e Cecília, pelo apoio, incentivo, dedicação,
exemplo e oportunidades de estudo.
Ao meu esposo Ângelo, pelo apoio e compreensão de tantas ausências. Te
amo!
Aos meus irmãos, Amélia e Eduardo, por todo o carinho, proteção, incentivo e,
por terem me dado os bens mais preciosos da minha vida, meus afilhados:
João Francisco, Helena e Ana Júlia, assim como à minha prima Cláudia, por
ter colocado a Ana Clara em minha vida.
Aos meus queridos cunhados, Richar e Josi, pelo carinho e por confiarem a
mim o amor dos seus filhos.
Ao orientador deste estudo, Professor Álvaro Renato, pela oportunidade de
trabalho.
A minha co-orientadora, Professora Elizabete Helbig, pela orientação desta
tese e esclarecimento das dúvidas que surgiram no decorrer deste trabalho.
Aos Professores do Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial
(PPGCTA) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pelo conhecimento
transmitido.
Aos membros da banca de qualificação e tese, Professoras Giovana Gamaro,
Leonor Almeida de Souza Soares e Renata Torres Abib, pelas contribuições
que muito enriqueceram este trabalho.
Um, agradecimento, muito especial as minhas grandes amigas Flávia
Fernandes Paiva, Vânia Zanella Pinto, Fernanda Moura e Bruna Klein, por
estes anos de agradável convivência e companheirismo – nunca esquecerei
de vocês!
Aos colegas do Laboratório de Grãos, Bruna Arns, Joana Maria de Souza,
Franciene Villanova, Juliane Mascarenhas, Josiane Bartz, Franciela Spier,
Alexandra Morás, Ricardo Paraginski, Ricardo Pohndorf, Nathan Vanier,
Maurício de Oliveira, Rafael Schiavon, Daniel Rutz, Gilberto Fagundes, Diego
Zeni, Cristiano Ferreira e Marcos Pereira, pela receptividade, companheirismo
e auxílio nos momentos de necessidade.
vi
As minhas colegas Angelita Leitão, Francine Bueno, Cleonice Gonçalves da
Rosa, Magna Lameiro, Vanessa Pestana, Andressa Jacques, por todo apoio
recebido.
A minha grande amiga e incentivadora Fabiana Lemos Goularte Dutra – valeu
Fabi, muito obrigada por tudo!
Ao meu colega da Faculdade de Nutrição Professor Carlos Castilhos Barros,
pelo auxílio na tradução.
Ao Prof. José Cláudio Fonseca Moreira e ao doutorando Guilherme Antônio de
Behr do Laboratório do Centro de Estudos em Estresse Oxidativo do Instituto
de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
pela atenção e colaboração na realização das análises bioquímicas.
Aos médicos veterinários Priscila Moura de Leon e Rafael Aldrighi Tavares e as
Professoras Rosane da Silva Rodrigues e Mirian Galvão Machado pelo auxilio
na eutanásia dos animais.
A Professora Francieli Stefanello, pelo empréstimo da guilhotina.
Aos funcionários do Biotério Central da Universidade Federal de Pelotas pelo
apoio a este trabalho.
Aos alunos da Faculdade de Nutrição, que foram fundamentais para o
desenvolvimento do ensaio biológico.
A Faculdade de Nutrição, por oportunizar a realização deste estudo.
E por fim a todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para o término
desta tese.
Muito Obrigada!
vii
O destino das nações depende daquilo e de como as pessoas se alimentam
(Brillat-Savarin, 1825)
viii
RESUMO
BORGES, Lúcia Rota. Influência da linhaça e suas frações nos níveis de
colesterol e na atividade antioxidante em ratos hipercolesterolêmicos.
2013. 132f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
A alimentação adequada aliada à prática regular de atividade física é fator
benéfico para a manutenção da saúde. Determinadas enfermidades que
afetam o homem moderno decorrem de hábitos alimentares pouco saudáveis,
como o consumo de alimentos altamente refinados e de elevada densidade
calórica, aliados ao sedentarismo. A dieta, além de prover os nutrientes
necessários aos requerimentos metabólicos do organismo, fornece compostos
nutrientes, capazes de modular as funções orgânicas, favorecendo a
prevenção e/ou o tratamento de doenças. A linhaça vem sendo considerada
um alimento com nutrientes importantes para a prevenção de doenças crônicas
não transmissíveis e para um melhor funcionamento do organismo. Baseado
nesse contexto propôs-se a avaliação do efeito da linhaça e seus subprodutos
em ratos alimentados com dietas normolipídicas e hiperlipídicas e evidenciar se
existe uma ação sinérgica entre os constituintes deste grão. No primeiro artigo,
o objetivo foi avaliar o efeito do grão e do farelo desengordurado de linhaça no
perfil lipídico e na lipoperoxidação hepática em ratos; os resultados obtidos
indicam que a inclusão de grão e farelo na dieta dos animais promoveu
redução nos níveis de colesterol total, tanto no grupo normolipídico, quanto no
hiperlipídico e proporcionou melhoras significativas nos níveis da lipoproteína
HDL-c. Quanto à lipoperoxidação hepática, observou-se o efeito benéfico tanto
do grão, quanto do farelo entre os animais. No segundo artigo o objetivo foi
avaliar o efeito apenas do óleo de linhaça nos animais alimentados com dietas
com diferentes concentrações lipídicas; os resultados demonstraram o efeito
benéfico do óleo de linhaça no colesterol e nos níveis de triacilgliceróis mesmo
numa situação de dieta hiperlipídica. Por outro lado, a inclusão de óleo de
linhaça promoveu redução nos níveis de HDL-c. Contudo, pode-se constatar
que os efeitos da linhaça e de seus subprodutos foram diferentes dependendo
do conteúdo lipídico da dieta ingerida e do percentual de produto adicionado,
evidenciando que o tipo de dieta consumida é um fator de grande influência
para o desenvolvimento de patologias, como as dislipidemias.
Palavras-chave: Linhaça. Dislipidemia. Estresse oxidativo. Ratos Wistar
ix
ABSTRACT
BORGES, Lúcia Rota. Influence of linseed and its fractions in the
cholesterol levels and antioxidant activity in hypercholesterolemic rats.
2013. 132f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
The proper nutrition combined with regular physical activity is beneficial factor
for the maintenance of health. Certain diseases that affect modern man comes
from unhealthy eating habits such as the consumption of highly refined foods
with high calorie density, coupled with a sedentary lifestyle. The diet, besides
provide nutrients necessary for the metabolic requirements of the organism,
provides nutrients compounds capable of modulating physiological functions,
favoring the prevention and/or treatment of diseases. Flaxseed has been
considered a food with nutrients important for the prevention of chronic
diseases and to improve the functioning of the organism. Based on this
framework was proposed to evaluate the effect of flaxseed and its subproducts
in rats fed with normal fat diet and high fat diet and show whether there is a
synergistic action between the constituents of this grain. In the first article we
evaluated the effect of grain and bran defatted flaxseed on lipid profile and
hepatic lipid peroxidation in rats. The results indicate that the inclusion of grain
and bran in diet caused a reduction in total cholesterol in both groups, normal
fat diet as well as in high fat diet, and provided significant improvements in the
levels of HDL-c. Concerning the hepatic lipid peroxidation, was observed
beneficial effect of both grain and bran between the animals. In the second
article we evaluated the effect of flaxseed oil only in animals fed diets with
different lipid concentrations, the results demonstrated the beneficial effect of
flaxseed oil on cholesterol and triglyceride levels even in a situation of high fat
diet. Moreover, the addition of linseed oil promoted reduction in HDL-c.
However, it can be seen that the effects of flaxseed and its by products were
different depending on dietary fat intake and the percentage of product added,
indicating that the type of diet consumed is a factor of great influence to the
development of pathologies as dyslipidemia.
Key Words: Flaxseed. Dyslipidemia. Oxidative stress. Wistar rats
x
LISTA DE FIGURAS
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 4.1
Planta do linho..............................................................................22
Figura 4.2
Linhaça dourada (a) e linhaça marrom (b)...................................22
Figura 4.3
Estrutura dos ácidos graxos das famílias ω-3, ω-6 e ω-9............27
Figura 4.4
Vias de síntese dos ácidos graxos das famílias ω-3 e ω-6..........29
Figura 4.5
Metabolismo das lignanas da linhaça...........................................36
ARTIGO 1
Influência do grão e do farelo desengordurado de linhaça no
perfil lipídico e dano oxidativo hepático em ratos Wistar
Figura 1
Evolução ponderal de ratos Wistar alimentados durante 54 dias
com as dietas normolipídicas (a) e hiperlipídicas (b)....................74
Figura 2
Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante
54 dias com as dietas normolipídicas...........................................75
Figura 3
Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante
54 dias com as dietas hiperlipídicas.............................................76
Figura 4
Níveis de CAT no fígado dos ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas normolipídicas (a) e hiperlípidicas (b)............77
ARTIGO 2
Efeito biológico do óleo de linhaça em ratos wistar
submetidos à dieta normolipídica e hiperlipídica
Figura 1
Atividade enzimática da CAT no sangue das ratas Wistar.........110
Figura 2
Atividade enzimática da SOD no sangue das ratas Wistar........111
xi
LISTA DE TABELAS
ARTIGO 1
Influência do grão e do farelo desengordurado de linhaça no
perfil lipídico e dano oxidativo hepático em ratos Wistar
Tabela 1
Formulação das dietas experimentais..........................................69
Tabela 2
Ganho de peso total (GPT), consumo diário (CD) e quociente de
eficiência alimentar (QEA) de ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas normolipídicas................................................70
Tabela 3
Ganho de peso total (GPT), consumo diário (CD) e quociente de
eficiência alimentar (QEA) de ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas hiperlipídicas..................................................71
Tabela 4
Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de colesterol total, HDL-c, LDL-c,
VLDL-c e TAG das ratas fêmeas Wistar/UFPel alimentadas
durante 54 dias com as dietas normolipídicas..............................72
Tabela 5
Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de colesterol total, HDL-c, LDL-c,
VLDL-c e TAG das ratas fêmeas Wistar/UFPel alimentadas
durante 54 dias com as dietas hiperlipídicas................................73
ARTIGO 2
Efeito biológico do óleo de linhaça em ratos wistar
submetidos à dieta normolipídica e hiperlipídica
Tabela 1
Formulação das dietas experimentais em g.kg -1 de dieta..........105
Tabela 2
Composição de ácidos graxos do óleo de linhaça.....................106
Tabela 3
Gordura peritoneal (GP), consumo total de dieta (CTD) e
quociente de eficiência alimentar (QEA) de ratas fêmeas
Wistar/UFPEL alimentadas durante o período experimental......107
Tabela 4
Lipídeos fecais (%), Massa hepática (%) e Lipídeos hepáticos (%)
de ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas durante o período
experimental...............................................................................108
Tabela 5
Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de CT, HDL-c, LDL-c, VLDL-c,
TAG e CT/HDL de ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas
durante o período experimental..................................................109
xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AA
ÁCIDO ARAQUIDÔNICO
AHA
AMERICAN HEART ASSOCIATION
AIN
AMERICAN INSTITUTE OF NUTRITION
ALA
ÁCIDO ALFA-LINOLÊNICO
AL
ÁCIDO LINOLEICO
ANOVA
ANÁLISE DE VARIÂNCIA
CAT
CATALASE
CD
CONSUMO DIÁRIO
CEEA
COMITÊ DE ÉTICA EM EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL
cm
CENTÍMETROS
COBEA
COLÉGIO BRASILEIRO DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL
COX
CICLOOXIGENASE
CT
COLESTEROL TOTAL
CTD
CONSUMO TOTAL DIÁRIO
DCNT
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
DHA
ÁCIDO GRAXO DOCOSAHEXAENÓICO
DNA
ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLEICO
END
ENTERODIOL
ENL
ENTEROLACTONA
EPA
ÁCIDO GRAXO EICOSAPENTAENÓICO
ERO
ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO
FAEM
FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL
g
GRAMAS
GPT
GANHO DE PESO TOTAL
GPx
GLUTATIONA PEROXIDASE
GR
GLUTATIONA REDUTASE
GSH
GLUTATIONA
GSSG
GLUTATIONA OXIDADA
H
HIPERLIPÍDICA
HDL-c
LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE
HMGA
ÁCIDO HIDROXIMETILGLUTÁRICO
xiii
LCAT
LECITINA COLESTEROL ACILTRANSFERASE
LDL-c
LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE
LOX
LIPOXIGENASE
LT
LEUCOTRIENO
LTB4
LEUCOTRIENO B4
LTB5
LEUCOTRIENO B5
MDA
MALONDIALDEÍDO
mg
MILIGRAMAS
OMS
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
PI
PESO INICIAL
PF
PESO FINAL
PG
PROSTAGLANDINA
PGE2
PROSTAGLANDINA E2
PGE3
PROSTAGLANDINA E3
QEA
QUOCIENTE DE EFICIÊNCIA ALIMENTAR
RL
RADICAL LIVRE
SDG
SECOISOLARICIRESINOL DIGLUCOSÍDEO
SOD
SUPERÓXIDO DISMUTASE
TAG
TRIACILGLICERÓIS
TBA
ÁCIDO TIOBARBITÚRICO
TBARS
ESPÉCIES REATIVAS AO ÁCIDO TIOBARBITÚRICO
TCA
ÁCIDO TRICLOROACÉTICO
TXA
TROMBOXANO
TXA2
TROMBOXANO A2
TXA3
TROMBOXANO A3
UFPEL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
VLDL-c
LIPOPROTEÍNA DE MUITO BAIXA DENSIDADE
WHO
WORLD HEALTH ORGANIZATION
xiv
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................. viii
ABSTRACT............................................................................................................................ ix
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. x
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................. xii
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16
2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 19
3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 19
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................. 20
4.1 Linhaça (Linum usitatissimum L.) ................................................................................. 20
4.1.1 Principais compostos bioativos presentes na linhaça ............................................. 25
4.1.2 Ácido α-linolênico (ALA)............................................................................................. 25
4.1.3. Fibras alimentares ..................................................................................................... 32
4.1.4. Lignanas ..................................................................................................................... 34
4.2 Dislipidemias .................................................................................................................. 36
4.3 Estresse oxidativo .......................................................................................................... 38
4.3.1 Defesas antioxidantes ................................................................................................ 39
5 ARTIGO 1: Influência do grão e do farelo desengordurado de linhaça no perfil lipídico
e dano oxidativo hepático em ratos Wistar ........................................................................ 43
RESUMO .............................................................................................................................. 44
ABSTRACT........................................................................................................................... 45
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 46
MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 49
RESULTADOS ..................................................................................................................... 52
DISCUSSÃO......................................................................................................................... 54
CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 61
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 62
xv
6 ARTIGO 2: Efeito biológico do óleo de linhaça em ratos Wistar submetidos à dieta
normolipídica e hiperlipídica ................................................................................................ 77
RESUMO .............................................................................................................................. 78
ABSTRACT........................................................................................................................... 79
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 80
MÉTODOS ............................................................................................................................ 82
RESULTADOS ..................................................................................................................... 86
DISCUSSÃO......................................................................................................................... 89
CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 96
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 97
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 111
8 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 112
9 APÊNDICES .................................................................................................................... 127
10 ANEXOS ........................................................................................................................ 132
16
1 INTRODUÇÃO
O crescimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) é
considerado um dos maiores problemas de saúde pública, sendo responsável,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por aproximadamente 60%
do total de mortes no mundo e 46% da carga global de doenças (SCHMIDT;
DUNCAN, 2011; WHO, 2011; MUNIZ et al., 2012; SANTOS et al., 2013).
No Brasil, as DCNT são consideradas o problema de maior magnitude,
representando cerca de 70% das causas de mortes, atingindo de maneira
significativa as camadas mais pobres da população e grupos considerados
mais vulneráveis, como a população de baixa escolaridade e renda (BRASIL,
2011). Em 2007, a taxa de mortalidade por DCNT no país foi de 540 óbitos por
100 mil habitantes (SCHMIDT et al., 2011). E, segundo o Estudo de Carga
Global de Doenças, 58% dos anos de vida serão perdidos precocemente em
função da ocorrência de DCNT (BRASIL, 2012).
Diante da alta incidência de DCNT e da grande preocupação que
envolve este tema, em 2011 foi lançado o Plano de Ações Estratégicas para o
Enfrentamento das DCNT no Brasil 2011-2022. Este plano tem por finalidade
preparar o país para o enfrentamento, nos próximos dez anos, das DCNT,
dentre elas as doenças circulatórias, cânceres, respiratórias crônicas e
diabetes, promovendo o desenvolvimento e a implantação de políticas públicas
efetivas e integradas, para a prevenção e o controle destas patologias e seus
fatores de risco (BRASIL, 2011).
Atualmente, as modificações dos hábitos alimentares convergem para
um padrão dietético rico em gorduras (particularmente as de origem animal),
colesterol, açúcar e alimentos refinados, e reduzido em carboidratos complexos
e fibras. Aliada a estas modificações alimentares, a falta de tempo para as
refeições, o tabagismo, o abuso excessivo de álcool e o declínio progressivo da
atividade física, influenciaram de maneira significativa para o aumento das
DCNT (KAC et al., 2007; CAPILHEIRA et al., 2008; BRASIL, 2011, 2012;
GIMENO et al., 2011; MUNIZ et al., 2012). Além disso, outros fatores de risco
podem ser citados como responsáveis pela ocorrência de DCNT, como os
níveis séricos de LDL-colesterol e triacilgliceróis, bem como a redução dos
17
níveis de HDL-colesterol (MOREIRA et al., 2006; MOLENA-FERNANDES et al.,
2010).
Os danos para a saúde que podem decorrer do consumo insuficiente ou
excessivo de determinados alimentos são há muito tempo conhecidos e
diversos estudos tem evidenciado a relação entre o risco de DCNT e as
características qualitativas da dieta na definição do estado de saúde (ALFAIA
et al., 2009; VELMURUGAN et al., 2010; WHO, 2011; LORGERIL; SALEN,
2012).
A dieta, além de prover os nutrientes necessários aos requerimentos
metabólicos do organismo, fornece compostos capazes de modular funções
orgânicas, favorecendo a prevenção e/ou o tratamento de doenças
(RUDKOWSKA; JONES, 2007; KOMATSU; BURITI; SAAD, 2008; VINHOLES;
ASSUNÇÃO; NEUTZLING, 2009; MARQUES et al., 2011).
As diretrizes alimentares evidenciam a necessidade de implantação de
estratégias efetivas para a redução da morbimortalidade relacionada à
alimentação inadequada, recomendando a inclusão de fibras, grãos, vegetais,
frutas, entre outros na alimentação dos indivíduos, e a redução de alimentos
ricos em gorduras, sódio, açúcares, alimentos com alto conteúdo calórico e
ultraprocessados,
como
doces
e
refrigerantes (BRASIL,
2006,
2012;
FERREIRA; MAGALHÃES, 2007; WHO, 2011).
Baseado neste contexto, a linhaça é um alimento que tem atraído a
atenção de pesquisadores, em razão de suas propriedades nutricionais, sendo
considerado um alimento com atributos funcionais, além do baixo custo, o que
a tornaria uma opção viável de consumo às populações de baixa renda
(ALMEIDA et al., 2009; PAN et al., 2009; COUTO; WICHMANN, 2011;
MARQUES et al., 2011; SIMBALISTA et al., 2012; KASOTE, 2013).
Esta oleaginosa, pertencente à família das Lináceas, é rica em ácidos
graxos poli-insaturados, principalmente ácido α-linolênico (ALA) da série ω-3,
aminoácidos, lignanas, fibras, ácidos fenólicos, vitaminas e minerais, o que
confere a esta planta características benéficas e relevantes à saúde,
principalmente devido ao seu efeito hipocolesterolêmico e nos níveis séricos de
triacilgliceróis (BASSETT; RODRIGUEZ-LEYVA; PIERCE, 2009; RODRIGUEZLEYVA et al., 2010). Além disso, em função da sua composição nutricional,
18
apresenta ação antioxidante e efeito quelante sobre metais catalisadores da
peroxidação lipídica (HUBER; RODRIGUES-AMAYA, 2008; KASOTE, 2013).
Em razão da alta incidência e prevalência de DCNT e sua associação
com uma alimentação inadequada, há a necessidade de pesquisas com a
finalidade de explorar o potencial da linhaça como um alimento com
propriedades funcionais, com atuação na prevenção da hipercolesterolemia e
aumento da atividade antioxidante e assim contribuir para a saúde da
população em geral.
19
2 OBJETIVO GERAL
Avaliar a influência da linhaça (Linum usitatissimum L.) nos níveis de
colesterol e na atividade antioxidante em ratos hipercolesterolêmicos.
3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar o efeito de dietas normolipídicas e hiperlipídicas adicionadas ou não
de grão, farelo desengordurado e óleo de linhaça, no ganho de peso,
ingestão diária e acúmulo de gordura peritoneal em ratos;

Avaliar a composição proximal do grão e do farelo desengordurado de
linhaça;

Analisar o perfil de ácidos graxos do óleo de linhaça;

Determinar
o
perfil
sérico lipídico
de ratos tratados com dietas
normolipídicas e hiperlipídicas contendo grão, farelo desengordurado e óleo
de linhaça;

Avaliar o efeito de dietas normolipídicas e hiperlipídicas adicionadas ou não
de grão, farelo desengordurado e óleo de linhaça na excreção fecal de
lipídeos em ratos;

Avaliar o efeito de dietas normolipídicas e hiperlipídicas adicionadas ou não
de grão, farelo desengordurado e óleo de linhaça nos lipídeos hepáticos de
ratos;

Avaliar a atividade antioxidante do grão, farelo desengordurado e óleo de
linhaça em dietas normolipídicas e hiperlipídicas na proteção contra a
lipoperoxidação, na modulação da peroxidação lipídica e na atividade de
enzimas antioxidantes.
20
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Linhaça (Linum usitatissimum L.)
A linhaça ou linho é uma cultura antiga com mais de 200 espécies
reconhecidas. Planta herbácea, pertencente à família Linaceae, tem origem na
Ásia. Seu nome botânico, Linum usitatissimum L., significa “a maior parte
comestível” (CARTER, 1993; SAMMOUR, 1999; OOMAH; DER; GODFREY,
2006).
É uma planta de importante cultivo em países como Canadá considerado o maior produtor mundial - seguido pelos Estados Unidos, Índia,
China, Ucrânia, Rússia, Bélgica, França e Alemanha. Na América do Sul, em
termos de produção destaca-se a Argentina. No Brasil, tem seu maior cultivo
no Rio Grande do Sul, principalmente no noroeste gaúcho (TRUCOM, 2006;
NOVELLO; POLLONIO, 2011; FLAX COUNCIL OF CANADÁ, 2012).
A planta da linhaça é aproveitada pela indústria em quase toda a sua
totalidade. Seu caule é utilizado pela indústria têxtil na fabricação de linho e o
grão é utilizado para obtenção de óleo, usado na fabricação de tintas, resinas e
vernizes (BOMBO, 2006; JACINTO, 2007; NOVELLO; POLLONIO, 2011). Após
a extração do óleo, realizada geralmente a frio, tem-se como subproduto o
farelo de linhaça desengordurado, com elevado conteúdo de fibras e proteínas
destinado à produção de ração animal (PITA et al., 2006).
A planta do linho (Figura 4.1) apresenta uma altura entre 30 a 130 cm,
com talos eretos, folhas estreitas, lineares ou lanceoladas, flores de coloração
azul e cápsula globosa (cachopas), localizadas nas extremidades dos ramos
das quais saem os grãos. Estes, pequenos e pontiagudos, finos e ovalados,
apresentam em média 5 mm de comprimento, 2,5 mm de largura e 1,5 mm de
espessura (EPAMINONDAS, 2009; NOVELLO; POLLONIO, 2011).
21
Figura 4.1. Planta do linho
Fonte: TRUCOM, 2006.
A cor do grão varia do marrom avermelhado ao dourado (Figura 4.2),
sendo determinada pela quantidade de pigmentos que, gradativamente,
escurecem o grão. A coloração, também pode ser alterada, por práticas de
reprodução da planta, além das condições de armazenamento (MORRIS, 2007;
FLAX COUNCIL OF CANADÁ, 2012).
A
B
Figura 4.2. A – Linhaça dourada / B- Linhaça marrom
Fonte: TRUCOM, 2006.
22
No Brasil, a cultura da linhaça marrom é a mais praticada em função da
adaptação da planta ao clima quente e úmido, ao solo e às técnicas de
manuseio. A variedade dourada é cultivada em regiões frias como o Canadá e
o norte dos Estados Unidos (TRUCOM, 2006).
Apesar de alguns questionamentos indicarem que a cor do grão pode
estar relacionada com a sua composição química, ambas as variedades
apresentam as mesmas propriedades nutricionais, com mínimas diferenças e,
que de modo geral, podem ser resultantes das condições de cultivo
(COSKUNER;
KARABABA,
2007;
EPAMINONDAS,
2009;
MOLENA-
FERNANDES et al., 2010). A linhaça dourada, por exemplo, apresenta
quantidade de lignanas um pouco acima da linhaça marrom, no entanto, em
relação ao conteúdo de ácido α-linolênico, há uma discreta vantagem para a
marrom (GOMES et al., 2012).
O cultivo da linhaça marrom é efetuado com o uso de agrotóxicos, o que
não ocorre com a variedade dourada (LIMA, 2008). Não exige grandes tratos
culturais, sendo seu cultivo realizado, muitas vezes, no processo de rotação de
culturas, com a finalidade de recuperar terras cansadas e evitar o desgaste e a
erosão do solo, aproveitando assim a adubação residual do milho e da soja
(CAMPOS, 2007; SOARES, et al., 2009). O plantio é feito em linhas e ocorre,
geralmente, durante o outono, nos meses de abril a junho, dando-se a colheita
entre a primavera e o verão (novembro a dezembro) (TRUCOM, 2006).
Na alimentação humana, os grãos de linhaça podem ser consumidos
inteiros ou na forma de farinha, sendo acrescentados diretamente a outros
alimentos. A principal aplicação é em produtos forneados, para aumentar a
quantidade e qualidade de fibras e proteínas, como em pães, biscoitos e bolos
(GALVÃO et al., 2008; POHJANHEIMO et al., 2006; MACIEL; PONTES;
RODRIGUES, 2008).
Alguns estudos também têm avaliado a adição de linhaça em carnes e
produtos cárneos, com a finalidade de avaliar os efeitos sobre a composição de
ácidos graxos destes produtos e sua aceitação sensorial (GUILLEVIC; KOUBA;
MOUROT, 2009; ANJUM et al., 2013).
A goma ou mucilagem é outro derivado da linhaça. É uma substância
viscosa, facilmente extraída do grão e que apresenta boa capacidade de
retenção hídrica, sendo utilizada como substituta da goma arábica. Tem
23
elevado valor tecnológico na indústria alimentícia e cosmética, especialmente
pelo seu excelente potencial como hidrocolóide, destacando-se a sua
capacidade de inchamento e alta viscosidade em solução aquosa (CHEN; XU;
WANG, 2006).
Além dos benefícios tecnológicos que esta porção de fibra possui, ela
também pode atuar reduzindo a absorção pós-prandial de glicose. Este
processo de redução da absorção se dá em função do aumento da viscosidade
do conteúdo do intestino delgado e do retardo na absorção de carboidratos
(MORRIS, 2007).
Com relação à composição química, a linhaça é uma oleaginosa rica em
lipídeos, fibras e proteínas (MORRIS, 2007; NOVELLO; POLLONIO, 2011).
Sua composição média é de 41% de lipídeos, 20% de proteínas, 28% de fibra
total, 7,7% de umidade, 3,5% de cinzas e 1% a 2% de açúcares simples, além
de ser uma fonte importante de compostos fenólicos e vitaminas A, D, E e K
(ZHENG et al., 2005; MORRIS, 2007; NOVELLO; POLLONIO, 2011; KASOTE,
2013).
Os valores de composição nutricional podem variar dependendo da
variedade do grão, localização, cultivar, condições ambientais, forma de
processamento e, até mesmo, em função dos métodos utilizados na análise
(TREVINO et. al., 2000, COSKUNER; KARABABA, 2007; MORRIS, 2007;
NOVELLO; POLLONIO, 2011).
Com relação à sua composição lipídica, 75% encontra-se no embrião e
30% no endosperma e na casca do grão (MORRIS, 2007). A linhaça apresenta
baixo percentual de ácidos graxos saturados, em torno de 9%. Por outro lado,
quanto ao perfil de ácidos graxos poli-insaturados, este grão possui um
percentual satisfatório, sendo 57% composto pelos ácidos graxos poliinsaturados α-linolênico, 16%, pelo ácido linoleico e 18%, pelos ácidos graxos
monoinsaturados ω-9 (ácido oleico). Em função da significativa presença de
ALA no grão, a linhaça é considerada a maior fonte vegetal deste ácido graxo
essencial (COSKUNER; KARABABA, 2007; MORRIS, 2007; NOVELLO;
POLLONIO, 2011; KATARE et al., 2012).
Quanto ao conteúdo proteico, é uma ótima fonte de proteína vegetal,
com seu valor nutritivo comparável à soja (OOMAH; DER; GODFREY, 2006;
MORRIS, 2007). As principais proteínas encontradas neste grão são a
24
albumina, responsável por 20% a 40% da proteína total e a globulina (73,4%)
(MORRIS, 2007; NOVELLO; POLLONIO, 2011). Quanto ao perfil de
aminoácidos, o grão apresenta teor elevado de arginina, ácido aspártico e
ácido glutâmico (AUBRECHT et al., 1998; KATARE et al., 2012).
Apesar de apresentar aproximadamente 30% de carboidratos totais, a
linhaça não é considerada um alimento glicêmico, pois possuí baixo teor de
açúcares simples e amido (1% a 2%). A maioria dos carboidratos presentes no
grão pertencem ao grupo das fibras dietéticas, representando cerca de 28% do
total de carboidratos. A proporção entre fibra solúvel (mucilagem) e insolúvel
(celulose e lignina) varia entre 20:80 e 40:60 (MORRIS, 2007; FIGUEROLA;
MUÑOZ; ESTÉVEZ, 2008; NOVELLO; POLLONIO, 2011; KATARE et al.,
2012).
O grão apresenta ainda outros constituintes, como os compostos
fenólicos, destacando-se os ácidos fenólicos (aproximadamente 1%), os
flavonóides (35 a 70 mg/100 g) e as lignanas. A linhaça é considerada a maior
fonte vegetal de lignanas, principalmente o diglicosídeo secoisolariciresinol
(SDG) (FIGUEROLA; MUÑOZ; ESTÉVEZ, 2008; NOVELLO; POLLONIO, 2011;
KATARE et al., 2012; KASOTE, 2013).
Quanto aos minerais, há em sua composição predominância de cálcio,
magnésio, fósforo e potássio. Em relação ao conteúdo de vitaminas, contém
vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis, com destaque para a vitamina E,
sendo o isômero Ɣ-tocoferol o maior representante, que atua como um
antioxidante biológico, protegendo proteínas celulares e evita a peroxidação
lipídica, além de auxiliar na excreção de sódio pela urina, auxiliando na
redução dos níveis de pressão arterial (MORRIS, 2007).
Segundo Oomah, Der e Godfrey (2006) o conteúdo de Ɣ-tocoferol
presente na linhaça relaciona-se com o alto conteúdo de ácido α-linolênico e
pode variar de 8,5 a 39,5 mg/100 g de grão (MORRIS, 2007; KATARE et al.,
2012).
A linhaça apresenta ainda fatores antinutricionais, como o ácido fítico,
oxalato, glicosídios cianogênicos e a linatina (ligante da vitamina B 6). Estes são
fatores antinutricionais que podem prejudicar a digestibilidade do grão,
entretanto, só trariam riscos ao consumo humano com a ingestão em altas
25
doses de linhaça crua (acima de 60 g/dia) (PRASAD, 2005; COUTO;
WICHMANN, 2011).
4.1.1 Principais compostos bioativos presentes na linhaça
A cultura da linhaça é de interesse tanto da comunidade cientifica quanto
da população em geral, em função das suas características nutricionais e
fisiológicas relevantes à saúde (MATIAS, 2007; KATARE et al., 2012; KASOTE,
2013).
Além de suas qualidades têxteis, a linhaça tem sido amplamente
estudada e considerada um alimento com alegação de propriedade funcional e
de saúde1, conferido pela presença de ácido graxo α-linolênico e fibras
alimentares (BRASIL, 1999; OOMAH; DER; GODFREY, 2006; COSKUNER;
KARABABA, 2007; PINHEIRO et al., 2007; KASOTE, 2013). É um alimento de
alta densidade energética, classificada como uma oleaginosa em função de
seu conteúdo lipídico (LEI et al., 2003).
Seu desempenho funcional está na redução dos níveis de colesterol
(VIJAIMOHAN et al., 2006; PAN et al., 2009; PRIM et al., 2012) e glicemia
(PRASAD, 2005), diminuição da resposta inflamatória, efeito cardioprotetor e
capacidade de renovação celular (TRUCOM, 2006).
Os principais produtos de linhaça disponíveis para o consumidor são os
grãos inteiros, grãos integrais triturados (farinha de linhaça), farelo de linhaça
desengordurado e óleo de linhaça. Importante notar que o óleo de linhaça não
contém fibras alimentares, e seu farelo não se constitui como fonte de ALA,
portanto, os benefícios do seu consumo dependem do tipo de produto e da
forma como o grão é consumido (BASSETT; RODRIGUEZ-LEYVA; PIERCE,
2009).
4.1.2 Ácido α-linolênico (ALA)
Os
ácidos
graxos
são
ácidos
monocarboxílicos
com
cadeias
hidrocarbonadas, que constituem uma das unidades fundamentais dos lipídeos
(SPOSITO, 2007; SANTOS et al., 2013). Podem ser classificados quanto ao
comprimento da cadeia de carbono, configuração das duplas ligações, grau de
Segundo a ANVISA, Resolução n°18, de 30 de abril de 1999: “O alimento ou ingrediente que alegar propriedades
funcionais ou de saúde pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos
metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão
médica”. Assim sendo, estes alimentos têm ganhado destaque devido os aspectos positivos que promovem à saúde.
1
26
saturação e posição do ácido graxo na molécula de glicerol (SANTOS et al.,
2013).
A presença ou não de ligações duplas na cadeia carbonada determina o
grau de saturação dos ácidos graxos e estes podem ser saturados (ausência
de duplas ligações entre seus átomos de carbono) ou insaturados (presença de
uma ou mais duplas ligações). Os ácidos graxos insaturados são classificados
em duas categorias principais: poli-insaturados e monoinsaturados (SANTOS
et al., 2013).
Os ácidos graxos poli-insaturados são representados pelo ácido linoleico
(18:2n-6, AL) e α-linolênico (18:3n-3, ALA), que apresentam as insaturações
separadas por um carbono metileno, com a primeira insaturação no sexto e
terceiro carbono, respectivamente, enumerado a partir do grupo metil terminal,
identificado pela letra ω, e os ácidos graxos monoinsaturados representados
pelo ácido oleico (18:1n-9). Esses ácidos graxos são classificados em série ω3, ω-6 e ω-9 (Figura 4.3) (SPOSITO, 2007; SANTOS et al., 2013).
Figura 4.3. Estrutura dos ácidos graxos das famílias ω-3, ω-6 e ω-9.
Fonte: GARÓFOLO; PETRILLI, 2006.
Os estudos acerca dos ácidos graxos poli-insaturados tiveram início com
esquimós após a verificação de menor ocorrência de doenças cardiovasculares
27
nestas populações2. Observou-se que apesar destes indivíduos consumirem
dieta rica em gorduras, eles apresentavam incidências menores de deposição
de gordura arterial em relação aos povos ocidentais, o que pode ser explicado
pelo alto consumo de ácidos graxos poli-insaturados (ISO et al., 2006;
LOTTENBERG, 2009; YANG et al., 2012).
Os ácidos graxos da série ω-3, α-linolênico de origem vegetal e
eicosapentaenoico e docosahexaenoico, de origem marinha, têm sido foco de
estudos, por estarem relacionados a uma série de benefícios para a saúde,
como, por exemplo, a melhora da acuidade visual e prevenção de doenças
cardiovasculares, atuando na colesterolemia (LOTTENBERG, 2009, SANTOS
et al., 2013). Além disso, são necessários para manter sob condições normais,
as membranas celulares, as funções cerebrais e a transmissão de impulsos
nervosos. Esses ácidos graxos também participam da transferência do oxigênio
atmosférico para o plasma sanguíneo, da síntese da hemoglobina e da divisão
celular (CHRISTIE, 2011).
Em relação à prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares,
sabe-se que estes ácidos graxos promovem redução dos triacilgliceróis
plasmáticos pela diminuição da síntese hepática da lipoproteína de densidade
muito baixa (VLDL-c), podendo ainda exercer outros efeitos cardiovasculares,
como redução da viscosidade sanguínea, maior relaxamento endotelial, além
de efeitos antiarrítmicos (SPOSITO, 2007; LOTTENBERG, 2009; SANTOS et
al., 2013).
Estes ácidos graxos ainda apresentam compostos anti-inflamatórios
aliviando sintomas da artrite e de outras doenças autoimunes. Além disso,
possuem importantes nutrientes como os compostos fenólicos, conhecidos por
exercerem atividade antioxidante (SANTOS et al., 2013).
Os ácidos graxos α-linolênico e linoleico são considerados essenciais,
por não serem sintetizados pelo organismo, em razão das células dos
mamíferos não apresentarem a capacidade de inserir uma dupla ligação
(dessaturar) antes do carbono 9 da cadeia de ácidos graxos, devido a ausência
2
Esquimós são povos indígenas que habitam tradicionalmente as regiões em torno do Círculo Polar
Ártico, no extremo norte da Terra, como o leste da Sibéria, o norte do Alasca e do Canadá e a
Groenlândia. Vivem da pesca e da caça, retirando a gordura de baleias, focas e ursos para usar como
alimento e combustível para seus trenós. (Wikipédia – http://pt. Wikipédia.org).
28
da enzima ∆ 12 dessaturase, devendo, portanto, serem obtidos pelos alimentos
(LOTTENBERG, 2009; CHRISTIE, 2011).
Por meio de reações de dessaturação e elongação (Figura 4.4), ambos
utilizam as mesmas enzimas dessaturases (∆ 6 e ∆ 5) e uma alongase para
sintetizar seus derivados com 20 átomos de carbonos. As alongases atuam
acrescentando dois átomos de carbono no início da cadeia, e as dessaturases
oxidam dois carbonos da cadeia, originando uma dupla ligação com a
configuração cis (GARÓFOLO; PRETILLI, 2006).
O ácido α-linolênico origina o ácido eicosapentaenoico (EPA, 20:5 n-3),
relacionado
principalmente
com
efeitos
cardioprotetores
e
o
ácido
docosahexaenoico (DHA, 22:6 n-3), com importante função na formação,
desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da retina, sendo predominante
na maioria das membranas celulares desses órgãos (GARÓFOLO; PRETILLI,
2006).
Figura 4.4. Vias de síntese dos ácidos graxos das famílias ω-6 e ω-3.
Fonte: GARÓFOLO; PETRILLI, 2006.
29
Tanto o EPA, quanto o DHA são precursores de eicosanoides antiinflamatórios como prostaglandina E3 (PGE3), leucotrieno B5 (LTB5) e
tromboxano A3 (TXA3), com ações anti-inflamatórias, promovendo a
diminuição
da
agregação
plaquetária,
da
vasoconstrição
e
trombose
(GARÓFOLO; PETRILLI, 2006; LOTTENBERG, 2009).
O ácido graxo linoleico origina o ácido araquidônico (AA, 20:4 n-6), que é
precursor de eicosanoides pró-inflamatórios, como prostaglandinas E2 (PGE2),
tromboxano A2 (TXA2) e leucotrieno B4 (LTB4) com efeitos opostos ao EPA e
DHA (GARÓFOLO; PETRILLI, 2006; LOTTENBERG, 2009).
Os eicosanoides são metabólitos dos ácidos graxos essenciais e
modulam a resposta inflamatória do organismo, participando de processos
fisiológicos e patológicos, sendo potentes reguladores da função celular.
Existem três famílias de eicosanoides: os prostanóides, leucotrienos e
lipoxinas. Os prostanóides são obtidos pela enzima cicloxigenase (COX), que
converte esses ácidos graxos em endoperóxidos cíclicos, originando as
prostaglandinas (PG) e tromboxanos (TXA). Os leucotrienos (LT) são obtidos
pela ação da enzima lipoxigenase (LOX), que também está relacionada com a
produção das lipoxinas (ANDRADE; CARMO, 2006; LOTTENBERG, 2009;
PERINI et al., 2010; LORGERIL; SALEN, 2012).
A maior afinidade do ácido araquidônico pela COX tem como
consequência a obtenção de prostaglandinas e tromboxanos da série 2 que
participam de vários processos inflamatórios no organismo. Por outro lado, os
ácidos graxos da série ω-3 apresentam propriedades anti-inflamatórias. Em
razão destas diferenças fisiológicas, a produção excessiva de prostanóides da
série 2 estaria relacionada com a ocorrência de desordens imunológicas,
doenças cardiovasculares e inflamatórias, sendo de fundamental importância o
aumento da ingestão de ácidos graxos ω-3 com a finalidade de aumentar
prostanóides da série 3 com características anti-inflamatórias relacionados à
diminuição
de
fatores
aterogênicos
(ANDRADE;
CARMO,
2006;
LOTTENBERG, 2009; PERINI et al., 2010; LORGERIL; SALEN, 2012).
Em função dos ácidos graxos ω-3 e ω-6 utilizarem as mesmas enzimas
envolvidas nas reações para derivação dos outros compostos, ocorre uma
competição metabólica entre estes dois grupos, o que faz com que um excesso
de ácido linoleico impeça a transformação do α-linolênico em seus derivados
30
EPA e DHA o que também ocorre com um menor consumo do ácido linoleico,
havendo uma redução na formação do ácido araquidônico (ANDRADE;
CARMO, 2006; LOTTENBERG, 2009; PERINI et al., 2010; LORGERIL;
SALEN, 2012).
Embora a maior afinidade das dessaturases pelos ácidos graxos da
série ω-3, a conversão do ácido α-linolênico em ácidos graxos poli-insaturados
de cadeia longa é fortemente influenciada pelos níveis de ácido linoleico na
dieta. Portanto, é necessário um equilíbrio entre o aporte dos dois ácidos
graxos através da alimentação e uma razão adequada de ω-6/ω-3, resultando
em várias recomendações desta relação de ácidos graxos (ANDRADE;
CARMO, 2006; LOTTENBERG, 2009; PERINI et al., 2010; LORGERIL;
SALEN, 2012).
Como consequência das mudanças no padrão dietético, a relação entre
estes dois ácidos graxos sofreu diversas alterações. Na era paleolítica, essa
relação contemplava, aproximadamente, 1:1-1:2, devido ao maior consumo de
vegetais e de pescados ricos em ácidos graxos α-linolênico, enquanto que o
padrão atual apresenta uma relação entre 10:1-20:1, devido principalmente à
maior ingestão de óleos refinados com alto teor de AL e menor ingestão de
frutas e verduras, resultando em dietas inadequadas e com menor teor de
ácidos graxos da série ω-3 (SANTOS et al., 2013).
Embora alguns autores considerem satisfatória a relação ω-6/ω-3 de
5:1-10:1 a proposta mais recente, com base em experimentação animal, é 1:1,
porém nunca inferior a isto, por inibir a transformação do ácido linoleico em
ácido araquidônico (SANTOS et al., 2013). Entretanto, os estudos ainda são
contraditórios quanto à recomendação ideal desta relação. Evidências sugerem
que o aumento da ingestão de ácidos graxos da série ω-3 apresenta efeito
cardioprotetor, no entanto, não há dados convincentes de que a redução da
ingestão de ω-6, por si só, faça o mesmo, portanto, segundo Santos et al.
(2013), até que surjam novas informações científicas em relação a esta
questão, as recomendações dietéticas devem ser baseadas no consumo total
de cada ácido graxo poli-insaturado e não somente na relação ω-6/ω-3
(SANTOS et al., 2013).
A linhaça é considerada a maior fonte vegetal de ácido graxo αlinolênico e, por esta razão, como já referido, o consumo deste grão tem sido
31
relacionado com benefícios para a saúde cardiovascular (BASSETT et al.,
2009; GOMES et al., 2012). Além disso, seu consumo parece exercer um
efeito positivo na redução da síntese dos eicosanoides pró-inflamatórios e
aumentar a produção de prostanóides não inflamatórios (GARÓFOLO;
PETRILLI, 2006; GOMES et al., 2012).
Cintra et al., (2006) avaliando o perfil lipídico de ratos alimentados com
dieta padrão, dieta hiperlipídica, dieta adicionada com fontes de ácidos graxos
poli-insaturados (linhaça e truta) e dieta rica em ácidos graxos saturados (pele
de galinha) encontraram elevado nível de colesterol sérico nos animais que
foram alimentados com dieta padrão. Os níveis de colesterol nos ratos
alimentados com linhaça foram menores do que nos ratos alimentados com as
outras dietas. A presença do ácido α-linolênico no grão pode ter atuado
aumentando secreção de colesterol na bile, conduzindo à depleção do pool
intra-hepático de colesterol, consequentemente aumentando a síntese e o
turnover de colesterol (CINTRA et al., 2006).
Por outro lado, Prasad (2009), avaliando o efeito de dietas contendo
linhaça triturada, farelo desengordurado de linhaça, óleo de linhaça e complexo
isolado de lignanas (diglicosídeo secoisolariciresinol) no perfil lipídico de
coelhos, atribuiu o efeito hipocolesterolêmico da linhaça a presença das fibras
alimentares e lignanas e não ao ALA.
O mesmo foi observado por Pan et al. (2009) que evidenciaram uma
ação pouco expressiva do óleo de linhaça na colesterolemia de indivíduos
adultos.
Entretanto,
estes
mesmos
autores
evidenciaram
o
efeito
hipotrigliceridêmico do óleo de linhaça, inferindo que tal efeito deveu-se ao ALA
presente no óleo, tendo em vista que esse ácido graxo pode inibir a síntese
hepática de triacilgliceróis.
Situação semelhante foi encontrada por Murase et al. (2005) e Marques
et al. (2011). Segundo estes autores, o caráter hipotrigliceridêmico desta
oleaginosa restringe-se ao conteúdo de ALA, não sofrendo nenhuma influência
das fibras alimentares, lignanas ou qualquer outro composto.
32
4.1.3. Fibras alimentares
O termo fibra alimentar engloba uma ampla gama de substâncias, sendo
a maior parte de polissacarídeos não amiláceos definidos pelo seu resíduo de
açúcares e pelas ligações químicas entre essas moléculas (EPAMINONDAS,
2009). Do ponto de vista da nutrição humana, o termo fibra alimentar tem sido
redefinido como polissacarídeos de plantas não sujeitos à hidrólise das
enzimas do trato digestivo humano (MORRIS, 2007).
As fibras são constituídas de celulose, hemicelulose, pectinas, gomas,
mucilagens e ligninas. Estas substâncias estão associadas a outros compostos
situados em uma matriz celular, que formam as frações indigeríveis e
apresentam
funções
fisiológicas,
metabólicas
e
nutricionais
distintas
(EPAMINONDAS, 2009).
Exercem importantes funções na saúde, pois estão associadas com a
diminuição nos níveis de colesterol e glicose sanguínea, além de estarem
envolvidas na redução do risco de câncer de cólon. Além disso, atuam
aumentando a sensação de saciedade, reduzindo picos hiperglicêmicos, o que
contribui para o controle do peso (EPAMINONDAS, 2009).
As fibras podem ser classificadas de acordo com a sua solubilidade. As
fibras solúveis (mucilagens, gomas e pectinas) atuam captando água e
formando géis, aumentando a viscosidade do conteúdo gástrico, contribuindo
com o retardo do esvaziamento gastrointestinal e assim diminuindo a absorção
de carboidratos no intestino delgado, atuando no controle da glicemia e das
dislipidemias por reduzir a absorção intestinal de colesterol (SPOSITO, 2007).
Além disso, sofrem fermentação no cólon, produzindo substâncias
específicas denominadas ácidos graxos de cadeia curta (acetato, butirato e
propionato), que são elementos promotores da motilidade do conteúdo fecal e
da regularização do trânsito intestinal. Estes ácidos graxos também estão
associados à prevenção de doenças colônicas, pois servem de fonte
energética para a mucosa intestinal e como agentes protetores de doenças,
como diarréia e inflamações intestinais (CHEREM; BRAMOSRKI, 2008).
Entre os mecanismos que podem explicar a ação da fibra solúvel na
glicemia e no perfil lipídico, está o aumento da resposta da colecistoquinina
durante as refeições, provocando retardo no esvaziamento gástrico que,
33
associado à viscosidade que as fibras conferem ao bolo alimentar, reduz a
superfície de contato com a mucosa intestinal, levando a menor absorção de
nutrientes e ao aumento da sensibilidade à insulina, promovendo maior
saciedade e menor ingestão calórica (CHEREM; BRAMOSRKI, 2008).
Além disso, a fibra solúvel liga-se aos ácidos biliares e ao colesterol
durante a formação de micelas, resultando em menor conteúdo de colesterol
nos hepatócitos, gerando uma regulação positiva nos receptores de LDLcolesterol aumentando sua excreção. Ocorre ainda a inibição da síntese
hepática de ácidos graxos pelos produtos de fermentação (SPOSITO, 2007;
CHEREM; BRAMOSRKI, 2008; EPAMINONDAS, 2009).
A fração insolúvel (celulose e lignina) não é fermentada pelas bactérias
do cólon e sua ação fundamental é intestinal, devido à grande capacidade de
retenção hídrica, que, ao absorver a água disponível, aumentam o volume
fecal, promovendo distensão do cólon facilitando a eliminação do bolo fecal.
Além disso, reduzem o tempo de trânsito colônico. As fibras insolúveis, podem
ainda aumentar a excreção fecal de ácidos biliares e, indiretamente, influenciar
no metabolismo de colesterol no fígado (CHEREM; BRAMOSRKI, 2008).
A reduzida ingestão de fibra alimentar vem sendo associada ao aumento
de inúmeras DCNT, enquanto o seu alto consumo à prevenção de diversas
patologias (SCHMIDT; DUNCAN, 2011). Os efeitos proporcionados pelas fibras
se devem a sua composição e às propriedades físicas e químicas dos
polissacarídeos presentes, bem como, dos compostos associados a esta
fração (CHEREM; BRAMOSRKI, 2008).
A linhaça é uma importante fonte de fibras alimentares, representando
aproximadamente 28% do peso total, sendo cerca de 17% a 22% de fibras
insolúveis e 6% a 11% de fibras solúveis (FIGUEROLA, MUÑOZ e ESTÉVEZ,
2008).
Estudos evidenciam que a fibra insolúvel presente na linhaça promove
melhoras no trânsito intestinal, prevenindo a constipação, principalmente em
função do aumento do bolo fecal e da redução do tempo de trânsito intestinal.
Por outro lado, a fração solúvel auxilia na manutenção dos níveis de glicemia e
reduzem significativamente os níveis séricos de colesterol total e LDLcolesterol. Já os níveis de HDL-colesterol aumentam ligeiramente ou
permanecem constantes. Este efeito está relacionado à fibra alimentar
34
presente na linhaça e não ao óleo de linhaça (MORRIS, 2007; PRASAD, 2009;
KATARE et al., 2012; KRISTENSEN et al., 2012).
4.1.4. Lignanas
A
lignina
é
uma
fibra
insolúvel
altamente
ramificada,
sendo
quimicamente um composto fenólico tridimensional, associado aos carboidratos
das paredes celulares das plantas. Está envolvida na formação da parede
vascular
dos
vegetais,
atuando
no
organismo
como
fitoestrógeno
(EPAMINONDAS, 2009; PETERSON et al., 2010).
Os fitoestrógenos são moléculas polifenóis não esteróides derivadas de
plantas que possuem estrutura molecular similar ao estrógeno. Desempenham
uma fraca ação desse hormônio, além de uma ação antiestrogênica,
antioxidante e anti-inflamatória (CASSANI, 2009; GOMES et al., 2012). Atuam
tanto como agonistas, quanto como antagonistas parciais do estrógeno,
competindo por sítios dos receptores estrogênicos, diminuindo o estímulo e a
resposta do organismo a esses hormônios e protegendo contra a ação do
estrógeno circulante no organismo. O efeito estrogênico pode ser protetor em
relação a doenças relacionadas a hormônios, como no câncer de mama e
também
em
relação
a
doenças
cardiovasculares
(MORRIS,
2007;
EPAMINONDAS, 2009).
A lignana é o produto de transformação da lignina em compostos
fenólicos e contém 2,3-dibenzilbutano em sua estrutura, estando presente na
linhaça sob a forma de precursores de lignanas, como o seicoisolariciresinol
diglicosídeo (SDG), matairesinol, pinoresinol e lariciresinol (CORDEIRO;
FERNANDES; BARSOSA, 2009; ADOLPHE et al., 2010; PETERSON et al.,
2010; KASOTE, 2013).
Estes compostos são convertidos por ação bacteriana no trato
gastrointestinal a enterolactona e enterodiol (Figura 4.5). Após o consumo, a
microflora intestinal, por meio de reações enzimáticas, converte as lignanas da
linhaça em lignanas mamárias ou enterolignanas, sendo então absorvidas, e
sob ação das enzimas hepáticas, são novamente metabolizadas, exercendo
ações similares ao estrogênio sintético, além de apresentarem ainda atividade
antioxidante (CORDEIRO; FERNANDES; BARBOSA, 2009; EPAMINONDAS,
35
2009; CASSANI, 2009; MONEGO, 2009; ADOLPHE et al., 2010; PETERSON
et al., 2010; KASOTE, 2013).
Por serem semelhantes ao estrogênio, exercem atividades sobre o seu
nível, tendo efeito protetor contra o câncer, bloqueando enzimas envolvidas no
metabolismo hormonal, podendo interferir no crescimento e metástase de
células
tumorais
(MARQUES,
2008;
CASSANI,
2009;
CORDEIRO;
FERNANDES; BARBOSA, 2009; MONEGO, 2009; ADOLPHE et al., 2010).
Figura 4.5. Metabolismo das lignanas da linhaça.
Fonte: MORRIS, 2007
Os grãos de linhaça são considerados as maiores fontes vegetais dos
precursores de lignanas, com quantidades que variam entre 1 mg/g de grão a
cerca de 26 mg/g de grão, principalmente a SDG (CORDEIRO; FERNANDES;
BARBOSA, 2009; ADOLPHE et al., 2010; PETERSON et al., 2010).
O complexo lignana do grão de linhaça é constituído por SDG (34% a
38%), ácido diglucosídeo cinâmico (15% a 21%), e de ácido 3-hidróxi-metilglutaril (HMGA) (9,6% a 11%). A SDG é um antioxidante e o ácido cinâmico e
HMGA apresentam atividade hipolipidêmica (PRASAD, 2005; CASSANI, 2009;
PAN et al., 2009; ADOLPHE et al., 2010).
Os benefícios para o organismo das lignanas da linhaça residem na sua
capacidade antioxidante, atuando como sequestradores de radicais hidroxilas e
supressão das condições oxidantes de espécies reativas de oxigênio (ERO),
com efeitos protetores ao DNA das células, especialmente às células epiteliais
do cólon, expostas a estes compostos durante o metabolismo das bactérias
intestinais que os transformam em lignanas de mamíferos (FIGUEROLA,
36
MUÑOZ e ESTÉVEZ, 2008; ADOLPHE et al., 2010; PETERSON et al., 2010;
KASOTE, 2013).
No que concerne ao efeito hipocolesterolêmico, elas podem agir
modulando a atividade de enzimas envolvidas no metabolismo do colesterol.
Este efeito ocorre, especialmente, devido ao componente SDG, que atuaria na
expressão da enzima colesterol-7-α-hidroxilase responsável por regular a
síntese de sais biliares. O aumento da atividade desta enzima estaria
relacionado com a maior excreção de colesterol hepático pelas vias biliares, o
que representa o mecanismo principal do catabolismo do colesterol. Os
metabólitos das lignanas ligam-se aos ácidos biliares e ao colesterol,
retardando ou diminuindo sua absorção (MELO et al., 2008; CORNISH et al.,
2009; PETERSON et al., 2010; COUTO; WICHMANN, 2011; SANTOS et al.,
2013).
4.2 Dislipidemias
As doenças cardiovasculares são consideradas atualmente a principal
causa de morte em todo o mundo. No Brasil, representam quase um terço dos
óbitos totais, atingindo a população adulta em plena fase produtiva (SCHMIDT
et al., 2011; WHO, 2011).
Entre as enfermidades cardiovasculares, cita-se a aterosclerose, que é
considerada uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial, e ocorre
em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada
íntima de artérias de médio e grande calibre (SPOSITO, 2007; SANTOS et al.,
2013).
Dentre os principais fatores de risco cardiovasculares destacam-se as
dislipidemias que são alterações metabólicas decorrentes de distúrbios em
qualquer fase do metabolismo lipídico, e ocasionam repercussão nos níveis
séricos das lipoproteínas, levando a obstrução do fluxo de sangue nos vasos
sanguíneos em virtude da formação de placas gordurosas que, à medida que
aumentam de tamanho, reduzem o fluxo até a completa obstrução (SPOSITO,
2007; SANTOS et al., 2013).
O colesterol é um esterol lipídeo de alto peso molecular, encontrado em
todos os tecidos animais, sendo sua maior parte derivada ou sintetizada a partir
37
de outras substâncias como, carboidratos, proteínas e gorduras. Esse
composto insolúvel em água necessita ser transportado no sangue por meio de
lipoproteínas plasmáticas do tecido de origem para os tecidos nos quais ele
será armazenado (SPOSITO, 2007; SANTOS et al., 2013). Além disso, é
considerado ponto de partida de muitas vias metabólicas, que incluem a
síntese de vitamina D, síntese de hormônios esteroides e o metabolismo de
ácidos biliares, e, como constituinte das membranas celulares. Atuando ainda,
na fluidez destas e na ativação de enzimas aí situadas (SPOSITO, 2007;
SANTOS et al., 2013).
A homeostase deste composto no organismo é regulada pela interação
entre a absorção, excreção e síntese, e quando há um desequilíbrio como, por
exemplo, pela ingestão excessiva de alimentos ricos em gorduras e em
colesterol, ocorrem diferentes respostas às mudanças nesses parâmetros,
sendo
refletidas
nos
níveis
séricos
de
colesterol
(SPOSITO,
2007;
LOTTENBERG, 2009; SANTOS et al., 2013).
A problemática da hiperlipidemia reside na comprovada relação que
essa alteração metabólica mantém com o aparecimento da doença arterial
coronariana. Os fatores que influenciam o aumento desses níveis são as
proporções relativas de partículas de HDL-colesterol, e principalmente de LDLcolesterol, presentes no organismo. Essas partículas são de grande interesse
de saúde pública, pois o HDL-colesterol é responsável pelo transporte do
colesterol em excesso na corrente sanguínea para o fígado onde é catalisado.
Já a partícula de LDL-colesterol transporta o colesterol do fígado para a
corrente sanguínea, favorecendo seu acúmulo nos órgãos, o que pode estar
relacionado
ao
aumento
do
risco
cardiovascular
(DINIZ;
ANDRADE;
BANDEIRA, 2008; ABADI; BUDEL, 2012).
Diversos
estudos
têm
evidenciado
os
efeitos
da
linhaça
na
colesterolemia, principalmente em função da presença de três componentes
fundamentais: ácido α-linolênico, fibra solúvel e lignanas (PRASAD, 2005;
CINTRA et al., 2006; VIJAIMOHAN et al., 2006; PAN et al., 2009;
RODRIGUEZ-LEYVA et al., 2010; PRIM et al., 2012; SIMBALISTA et al., 2012).
Patade et al. (2008) acrescentaram 30 g de farinha de linhaça na
alimentação de mulheres hipercolesterolêmicas pós-menopausa, durante um
período de três meses, e evidenciaram alterações no perfil lipídico com
38
redução dos níveis séricos de colesterol e LDL-colesterol. Efeito semelhante
encontrou Makni et al. (2008) ao adicionar linhaça e semente de abóbora nas
dietas hipercolesterolêmicas (1% de colesterol) de ratos Wistar. Após 30 dias
de tratamento, os autores observaram que os animais apresentaram redução
nos níveis de LDL-colesterol, além de aumento de 30% do HDL-colesterol.
Os principais mecanismos propostos para a ação antiaterogênica da
linhaça são o efeito antioxidante das lignanas (PRASAD, 2009; KRISTENSEN
et al., 2012; KASOTE, 2013) e o efeito anti-inflamatório do ácido graxo αlinolênico (BASSETT et al., 2009; GILLINGHAM et al., 2011). Segundo
Bloendon (2008) este grão e seu óleo são considerados, de acordo com a
American Heart Association alimentos potencialmente úteis para prevenção de
doenças cardiovasculares por meio de vários mecanismos, incluindo a redução
do colesterol sanguíneo, além de atuarem na diminuição da agregação
plaquetária e marcadores inflamatórios, controle da glicemia e ação
antioxidante.
4.3 Estresse oxidativo
O estresse oxidativo é definido como um desequilíbrio no balanço de
agentes pró-oxidantes e antioxidantes com a capacidade de exercer efeitos
deletérios ao metabolismo celular. As consequências deste desequilíbrio
podem variar de acordo com o tipo celular e com sua intensidade, conduzindo
a oxidação de biomoléculas com consequente perda de suas funções
biológicas e/ou desequilíbrio homeostático, cuja manifestação é o dano
oxidativo potencial contra células e tecidos (HALLIWELL, 2007, 2011).
O termo radical livre refere-se a átomo ou molécula que contém número
ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica, conferindo-lhe alta
reatividade. Os radicais livres podem ser formados pela perda ou pelo ganho
de um elétron de um não radical. Além disso, em decorrência da redução
univalente do oxigênio molecular (O2), são formados também intermediários
reativos, como radicais superóxidos (O 2.-) e hidroxila (OH.) (BARREIROS;
DAVID, 2006; HALLIWELL, 2007, 2011; BARBOSA et al., 2010).
O termo espécies reativas de oxigênio (ERO) é utilizado para incluir, não
só radicais livres, como também alguns não radicais derivados do oxigênio,
39
como o peróxido de hidrogênio (H 2O2), o ácido hipocloroso (HOCl) e o ozônio
(O3). O H2O2, apesar de não ser um radical livre, por não ter um elétron
desemparelhado na sua última camada, é uma espécie com alto potencial
reativo (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007; BARBOSA et al., 2010).
As ERO são moléculas instáveis que possuem a capacidade de efetuar
troca de elétrons por meio de reações de óxido-redução gerando a formação
de radicais livres (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007; HALLIWELL, 2011). São
considerados produtos normais do metabolismo celular e podem apresentar
benefícios ou papeis danosos à manutenção do organismo (VALKO et al.,
2007). Além disso, participam dos processos de fagocitose, fenômeno em que
essas espécies são produzidas com a finalidade de eliminar agentes
agressores, sinalização celular e síntese de algumas proteínas (TREVISAN,
2008; VASCONCELOS et al., 2010).
No entanto, a cronicidade deste processo pode provocar reações em
cadeia, causando danos oxidativos aos lipídios, resultando em peroxidação
lipídica, oxidação de proteínas e ácidos nucléicos e alterações de enzimas
antioxidantes, com implicações na etiologia de inúmeras patologias, dentre
elas, as DCNT, como aterosclerose, diabetes, obesidade, transtornos
neurodegenerativos e câncer (VASCONCELOS et al., 2010). Cerca de 2% a
5% do oxigênio metabolizado nas mitocôndrias são desviados para outra via
metabólica, e reduzidos de forma univalente, originando radicais livres
(HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007; BARBOSA et al., 2010).
4.3.1 Defesas antioxidantes
Em função da produção contínua de ERO durante os processos
metabólicos, os sistemas biológicos desenvolveram defesas antioxidantes
enzimáticas e não enzimáticas que tem a função de inibir e/ou reduzir os danos
causados pela ação deletéria dessas ERO. Estas ações podem ocorrer por
meio de diferentes mecanismos: impedindo a formação de ERO, impedindo a
ação desses ou ainda, favorecendo o reparo e a reconstituição das estruturas
biológicas lesadas (BARBOSA et al., 2010). No entanto, para impedir os danos
celulares decorrentes do estresse oxidativo, o aporte exógeno de substâncias
40
com potencial antioxidante é de fundamental interesse (CATANIA; BARROS;
FERREIRA, 2009).
Segundo Halliwell (2011), antioxidantes podem ser definidos como
qualquer substância que, presente em menores concentrações que as do
substrato oxidável, são capazes de retardar ou inibir a oxidação deste de
maneira eficiente. Estas substâncias podem atuar diretamente, neutralizando a
ação dos radicais livres e espécies não radicais, ou indiretamente, participando
dos sistemas enzimáticos com tal capacidade.
As defesas enzimáticas englobam as enzimas catalase (CAT),
superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx). Enquanto que nas
não enzimáticas pode-se encontrar a glutationa (GSH) e os compostos
antioxidantes de origem dietética, como as vitaminas (ácido ascórbico, tocoferol
e β-caroteno), minerais (zinco, cobre, selênio e magnésio) e compostos
fenólicos. Estas defesas tem a função de manter um nível basal de espécies
reativas, de forma que não sejam tóxicas para as células, mas ao mesmo
tempo não eliminem totalmente a sinalização produzida por essas espécies
(HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007).
O sistema de defesa enzimático é a primeira linha de defesa
antioxidante e tem a função de bloquear a iniciação da oxidação. No segundo
grupo estão as moléculas que interagem com as espécies radicalares e são
consumidas durante a reação. Neste grupo incluem-se os antioxidantes
naturais, como os compostos fenólicos (HALLIWELL, 2011; KASOTE, 2013).
A enzima SOD pertence ao grupo de metaloenzimas, abundante em
células aeróbias e sua ação é dependente da participação de cofatores
enzimáticos. A SOD é encontrada em três formas, com diferentes grupos
prostéticos em sua composição: a forma SOD cobre-zinco, presente
principalmente no citoplasma, a SOD manganês, localizada na mitocôndria e a
SOD ferro em plantas e bactérias (HALLIWELL, 2007). É uma das mais
importantes enzimas antioxidantes, constituindo a primeira linha de defesa
enzimática contra a produção intracelular de radicais livres, sendo responsável
por catalisar a dismutação do radical superóxido a H2O2, já que este radical é
um forte iniciador de reações em cadeia. O H2O2 sendo menos reativo pode ser
degradado por outras enzimas, como a CAT e a GPx (HALLIWELL;
GUTTERIDGE, 2007; HALLIWELL, 2007, 2011; TREVISAN, 2008).
41
A CAT é uma hemeproteína e atua impedindo o acúmulo de peróxido de
hidrogênio, promovendo a sua catálise até água e oxigênio molecular, evitando
desta forma a produção do radical hidroxil (OH•) contra o qual não há sistema
enzimático de defesa (BARBOSA et al., 2010). O radical hidroxil é considerado
o de maior potencial reativo, sendo o mais propício na produção de danos
oxidativos, além de ser o iniciador do processo de peroxidação lipídica
(RINDLER et al., 2013).
A GPx é uma selenoenzima, pois utiliza o selênio como cofator, e sua
ação depende da manutenção do ciclo redox da glutationa, por meio do
controle da relação entre glutationa reduzida (GSH) e glutationa oxidada
(GSSG). Assim como a CAT, é capaz de impedir o acúmulo de H2O2 e de
hidropeptídeos orgânicos por meio da utilização da glutationa reduzida (GSH),
um tripeptídeo composto de ácido α-glutâmico, cisteína e glicina. A GSH atua
como um co-substrato, doando dois hidrogênios dos seus grupamentos
sulfidrilas para os peróxidos, transformando-os em álcool e água. A glutationa
oxidada (GSSG) formada é regenerada para GSH, sendo a enzima glutationa
redutase (GR) responsável por esta redução (ALMONDES et al., 2010;
BARBOSA et al., 2010).
A atividade antioxidante da linhaça decorre da presença conjunta dos
seus principais componentes (ácido α-linolênico, fibras e lignanas), tendo a
lignana um efeito especial, sendo eficaz contra danos antioxidantes ao DNA
das células e inibindo a peroxidação lipídica (KATARE et al., 2012; KASOTE,
2013).
A ação antioxidante das lignanas inibe a peroxidação dos ácidos graxos
poli-insaturados, o que acarreta a diminuição da oxidação de LDL-colesterol.
Além disso, níveis plasmáticos de SDG têm sido associados com ação
hipocolesterolêmica e redução do estresse oxidativo (PRASAD, 2005). As
propriedades do SDG e seus derivados (enterodiol e enterolactona) podem
estar relacionados à capacidade destas enterolignanas em capturar radicais
livres e prevenir a peroxidação lipídica do fígado, além disso, podem
apresentar efeitos indiretos no sistema antioxidante endógeno, poupando
enzimas como a glutationa (HAQUE et al., 2009; PETIT, 2009).
42
Já o ácido graxo α-linolênico, pode atuar como antioxidante, uma vez
que, influencia no metabolismo oxidativo do ácido araquidônico, prevenindo
desordens inflamatórias e evitando a formação de ERO (GOMES et al., 2012).
Por outro lado, autores relatam que o consumo elevado de óleo de
linhaça rico em ácido α-linolênico poderia atuar reduzindo os níveis da vitamina
E, alterando o metabolismo de prostaglandinas, formando peróxidos lipídicos
(SALES, 2009). No entanto, em análises in vivo, foi verificado que o SDG
presente no grão de linhaça pode proteger contra a peroxidação dos ácidos
graxos poli-insaturados, o que foi comprovado pelo fato do ácido tiobarbitúrico
(TBARS) urinário de indivíduos que consumiram diariamente 50 g de linhaça
em muffins não ter sofrido alterações (YUAN; RICKARD; THOMPSON, 1999;
PRASAD, 2005). Em outro estudo, Prasad (2008), sugeriu que a redução do
estresse oxidativo ocorreu em consequência da redução da colesterolemia,
observando que esta redução ocorreu quando a dieta hipercolesterolêmica foi
substituída por uma dieta normolipídica, independentemente da adição de
lignanas.
43
5 ARTIGO 1: Influência do grão e do farelo desengordurado de linhaça no
perfil lipídico e dano oxidativo hepático em ratos Wistar
Influence of the grain and defatted flaxseed bran on lipid profile and
hepatic oxidative damage in Wistar rats
Lúcia Rota BORGES1; Elizabete HELBIG2; Álvaro Renato Guerra DIAS3
1
Doutoranda – Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – FAEM/UFPEL;
2
Doutora – Mestrado em Nutrição e Alimentos – Faculdade de Nutrição/UFPEL;
3
Doutor – Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – FAEM/UFPEL.
Rua: Gomes Carneiro no1 – CEP: 96010-610 – Pelotas/RS – Faculdade de Nutrição –
Campus Anglo – [email protected]
Financiamento: FAPERGS ARD PROCESSO (no. 10/0489-0).
O manuscrito encontra-se nas normas do periódico Nutrition (ISSN 0899-9007),
revista escolhida pelos autores para submissão, após apreciação da banca
avaliadora.
44
RESUMO
Objetivo: avaliar o efeito do grão e do farelo desengordurado de linhaça no
perfil lipídico e no estresse oxidativo hepático em ratos.
Métodos: 60 ratas, adultas (70 dias), alocadas em dois grupos normolipídico e
hiperlipídico e subdivididas em quatro grupos cada, conforme a proporção de
grão (NL7,5%, NL15%, HL7,5% e HL15%) e farelo de linhaça (NF7,5%,
NF15%, HF7,5% e HF15%), foram avaliadas quanto ao ganho de peso total
(GPT), consumo diário (CD), quociente de eficiência alimentar (QEA), perfil
lipídico, lipoperoxidação hepática e atividade hepática da enzima catalase
(CAT).
Resultados: a inclusão do grão e do farelo nas duas concentrações (7,5% e
15%) promoveu redução nos níveis de colesterol total, tanto no grupo
normolipídico, quanto no hiperlipídico. Além disso, proporcionou melhoras
significativas nos níveis da lipoproteína HDL-c, principalmente no grupo
normolipídico. A adição de linhaça, em ambos os grupos (normolipídico e
hiperlipídico), evidenciou o efeito hipotrigliceridêmico desta oleaginosa. Quanto
à lipoperoxidação hepática, observa-se que as dietas contendo grão e farelo
foram eficientes, quando comparadas com os grupos controles, com exceção
apenas para a dieta HF7,5%. Não houve diferença entre os grupos para GPT,
CD e QEA.
Conclusão: A inclusão de grão e farelo desengordurado de linhaça resultou
em alterações positivas no perfil lipídico e no estresse oxidativo hepático dos
animais. Os efeitos foram diferentes dependendo do conteúdo lipídico da dieta
e do percentual adicionado de grão e farelo de linhaça. Ainda permanece
obscuro se o efeito hipolipidêmico desta oleaginosa deve-se a um único
componente ou as interações entre os seus constituintes.
Palavras-chaves: linhaça; farelo de linhaça; dislipidemia; estresse oxidativo;
ratos.
45
ABSTRACT
Objective: evaluate the effects of flaxseed and defatted flaxseed bran on lipid
profile and lipid peroxidation in liver of rats.
Methods: sixty adult (70 days) rats, divided in two groups: normal fat diet and
high fat diet. Each group was divided into four groups concerning the proportion
of flaxseed (NL7, 5% NL15%, HL7, and HL15% 5%) and defatted flaxseed bran
(NF7, 5%, NF15% HF7, 5% and HF15%) The animals were evaluated for total
weight gain (TWG), daily feed intake (CD), feed efficiency ratio (SFA), lipid
profile, hepatic lipid peroxidation and hepatic activity of the enzyme catalase
(CAT).
Results: The addition of grain and bran at two concentrations (7.5% and 15%)
caused a reduction in total cholesterol levels in both normal fat diet group and in
high fat diet. Furthermore, it provided significant improvements in the levels of
HDL-c mainly in the normal fat diet group. The addition of linseed, in both
groups (high and normal fat diet) evidenced the effect of lowering the
triglycerides of this oilseed. Concerning hepatic lipid peroxidation, it is observed
that diets containing grain and bran were efficient when compared with the
control groups, except for diet HF7.5%. There was no difference between
groups for TWG, CD and SFA.
Conclusion: The inclusion of flaxseed grain or defatted flaxseed bran resulted
in positive changes in lipid profile and oxidative stress in the liver of the animals.
The effects were different depending on dietary fat and the percentage of added
flaxseed grain and bran. It remains unclear whether the hypolipidemic effect of
this oilseed is due to a single component or the interactions among its
constituents.
Key words: grain flaxseed, defatted flaxseed meal, dyslipidemia, oxidative
stress, rats.
46
INTRODUÇÃO
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são consideradas
atualmente um dos maiores problemas de saúde pública, sendo responsáveis,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por aproximadamente 60%
do total de mortes no mundo [1,2]. As modificações no padrão alimentar
decorrentes do consumo de dietas com alta densidade energética, ricas em
gorduras de origem animal contendo baixos teores de fibras, associadas à
maior prevalência do sedentarismo, tabagismo e abuso excessivo de álcool
influenciaram de maneira significativa para o aumento das DCNT [2-4].
Dentre os principais fatores de risco modificáveis relacionados com a
ocorrência
destas
doenças,
encontram-se
as
dislipidemias,
que
se
caracterizam por alterações nos lipídeos plasmáticos que podem estar
relacionadas ao desenvolvimento de aterosclerose [5,6].
A aterosclerose é uma doença inflamatória de origem multifatorial, que
leva a alteração de artérias de médio e grande calibre onde há o espessamento
da camada íntima com perda da elasticidade e posterior calcificação. A
formação da placa aterosclerótica ocorre em decorrência da agressão do
endotélio vascular devido a vários fatores, entre eles, a elevação de
lipoproteínas aterogênicas, como por exemplo, a deposição das partículas de
lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) [5,6]. As placas ateroscleróticas
podem evoluir para lesões mais avançadas,
que
ao
se romperem
desencadeiam a formação de trombos, podendo levar ao infarto agudo do
miocárdio ou até mesmo a morte [5,6].
Estudos evidenciam que a ocorrência de várias doenças, entre elas, as
DCNT, são consequência do consumo de determinados alimentos e a sua
ingestão poderia prevenir ou tratar muitas patologias [4-8]. Estudo transversal
de base populacional, realizado em 2010 com adultos da zona urbana de
Pelotas/RS, identificou que o consumo habitual e excessivo de gorduras de
origem animal foi considerado o principal comportamento de risco para o
desenvolvimento de dislipidemias e como um fator de predisposição para a
ocorrência de doenças cardiovasculares [2].
A alimentação rica em gorduras é comprovadamente um dos fatores
indutores do ganho de peso e poderia estar relacionada com o aparecimento
47
de comorbidades, como as dislipidemias, além de influenciar a peroxidação
lipídica, uma vez que, são observadas correlações positivas entre marcadores
de peroxidação lipídica e os níveis de colesterol e triacilgliceróis no organismo
[2,6,9,10]. No entanto, alguns estudos ainda são contraditórios em relação à
composição lipídica da dieta e o seu papel no desenvolvimento das
dislipidemias [5-8].
Pesquisas tem demonstrado o efeito benéfico do consumo regular de
linhaça na prevenção e tratamento de doenças [11-14]. Esta oleaginosa,
pertencente à família das Lináceas, é rica em ácidos graxos poli-insaturados,
principalmente
α-linolênico,
aminoácidos,
lignanas
(diglicosídeo
secoisolariciresinol), fibras, ácidos fenólicos, vitaminas e minerais, o que
confere a esta planta características benéficas e relevantes à saúde,
principalmente devido ao seu efeito hipocolesterolêmico e nos níveis séricos de
triacilgliceróis [7,11-20].
O grão de linhaça, por meio de processamentos tecnológicos, pode
originar óleo e farelo. O farelo tem sido utilizado na formulação de ração
animal, enquanto que o óleo é empregado na fabricação de tintas e vernizes.
Além disso, têm sido desenvolvidos processos que possibilitem a inclusão do
óleo de linhaça em rações, para que produtos como a carne, ovos e leite,
utilizados na alimentação humana, sejam enriquecidos com ácidos graxos da
série ω-3, visto que, dados da literatura demonstram que o óleo deste grão tem
sido relacionado com a baixa incidência de eventos cardiovasculares e redução
do estresse oxidativo [10-20].
Em função da sua composição nutricional, a linhaça possui ação
antioxidante e quelante sobre metais catalisadores da peroxidação lipídica,
sendo importante para a redução dos efeitos causados pelo estresse oxidativo
[12,16,21,22]. Sabe-se que a ocorrência do estresse oxidativo decorre em
função do aumento da produção de substâncias pró-oxidantes e redução dos
níveis de defesas antioxidantes. Tal processo conduz à oxidação de
biomoléculas
com perda
de
suas funções
biológicas,
cuja
principal
manifestação é o dano oxidativo contra células e tecidos, e o efeito contínuo
deste processo implica na ocorrência de diversas enfermidades crônicas não
transmissíveis, entre elas as patologias cardiovasculares [21-24].
48
Em razão da alta prevalência de doenças cardiovasculares e sua
associação com uma dieta rica em gorduras, há a necessidade de pesquisas
com a finalidade de explorar o potencial da linhaça, com atuação na prevenção
da hipercolesterolemia e aumento da atividade antioxidante e desta maneira,
contribuir para a saúde da população em geral.
Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do grão
de linhaça e do farelo desengordurado no perfil lipídico e no dano oxidativo
hepático em ratos Wistar.
49
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizadas 60 ratas cepa Wistar/UFPEL, adultas (70 dias), com
peso inicial variando entre 190 a 280 g, e peso médio de 229,34 g,
provenientes do Biotério Central da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).
Os animais foram acomodados individualmente em gaiolas metabólicas,
sob condições controladas de temperatura e umidade relativa, respectivamente
(23  1ºC e 50 - 60%), fotoperíodo de 12 horas, com dieta e água ad libitum.
O ensaio biológico ocorreu no Laboratório de Nutrição Experimental da
Faculdade de Nutrição (UFPEL), com duração de 54 dias, incluindo quatro dias
de adaptação às dietas e ao ambiente de experimentação. O estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal (processo 23110.
000472/2010-09 CEEA 0472).
As dietas foram elaboradas segundo as recomendações do American
Institute of Nutrition (AIN-93M) [25]. Os animais foram divididos aleatoriamente
em dois grupos: normolipídico (AIN-93M) e hiperlipídico (H), com modificação
no teor de lipídeos de 4% para 25% e adição de colesterol (1%) e ácido cólico
(0,1%). Posteriormente foram subdivididos conforme a proporção de grão e
farelo de linhaça recebido. Os tratamentos eram compostos de dieta
normolipídica acrescida de grão de linhaça triturado nas concentrações 7,5% e
15% (NL7,5% e NL15%) e farelo nas concentrações 7,5% e 15% (NF7,5% e
NF15%), e de dieta hiperlipídica acrescida de grão de linhaça nas
concentrações 7,5% e 15% (HL7,5% e HL15%) e farelo nas concentrações
7,5% e 15% (HF7,5% e HF15%) conforme formulação apresentada na Tabela
1.
O grão e o farelo de linhaça foram fornecidos pela indústria Pazze, de
Panambi (RS). As análises de umidade (105ºC), cinzas (mufla 550°C/6h) e
proteína (Nx6,25) do grão e do farelo foram realizadas segundo os
procedimentos recomendados pela Association of Official Analytical Chemistry
(AOCS) [26]. Os teores de lipídios foram determinados pelo método descrito
por Bligh e Dyer [27]. Os teores de fibra alimentar foram determinados
conforme o método enzímico-gravimétrico n°991.43 [28]. O conteúdo de
carboidratos foi obtido pela diferença entre 100% e a soma dos demais
macronutrientes [26]. Todas as análises foram realizadas em triplicata.
50
As dietas foram produzidas com substituição parcial dos ingredientes
caseína e celulose microcristalina por grão cru ou farelo desengordurado,
equilibrando os macronutrientes e o valor energético em todos os tratamentos.
O conteúdo energético foi ajustado pela variação da quantidade de amido de
milho.
As dietas foram preparadas semanalmente, embaladas em pacotes de 1
Kg e armazenadas a temperatura de 4ºC, com a finalidade de preservar a
qualidade das mesmas, minimizando a oxidação lipídica dos ácidos graxos
poli-insaturados. Os grãos foram triturados e peneirados em peneira de 40
mesh, instantes antes da elaboração das dietas.
O farelo de linhaça foi desengordurado com hexano na proporção 1:4
(m/v), homogeneizado e mantido em repouso por 24 horas a temperatura
ambiente. Após esse período, o solvente foi filtrado em manta de algodão e
novo volume de hexano igual ao inicial foi adicionado. Esse procedimento foi
repetido sete vezes consecutivas. Para evaporação do excesso de solvente o
farelo permaneceu em capela sob exaustão durante uma noite, posteriormente
foi acondicionado em estufa com circulação de ar a 40ºC, durante seis horas
para total evaporação do solvente.
Ao final do experimento, os animais foram submetidos a jejum de 12
horas, para posterior eutanásia, por decapitação. O sangue retirado do tronco
foi coletado em tubos de ensaio e centrifugado por 15 minutos a 3500 g para
obtenção do soro. Os animais foram laparatomizados para a coleta do fígado,
sendo este lavado com solução fisiológica gelada de NaCl 0,9%, enxutos em
papel filtro. Todo o material foi armazenado a - 80ºC para posterior realização
das análises do perfil lipídico, lipoperoxidação hepática e dosagem hepática da
enzima catalase (CAT).
O controle de peso foi executado no 1º (início), 20º (tratamento), 30º
(tratamento) e 50º dias (fim). O ganho de peso total (GPT) foi avaliado por meio
da diferença entre o peso final (50º dias) e o peso inicial (1º dia).
O consumo diário (CD) foi determinado por meio do somatório da
diferença entre a dieta fornecida e a consumida diariamente. O quociente de
eficiência alimentar (QEA) foi calculado pela razão entre o ganho de peso e a
quantidade total de dieta ingerida durante o experimento [29].
51
Os níveis de colesterol total (CT), lipoproteína de alta densidade (HDL-c)
e trigliacilgliceróis (TAG) foram determinados por sistema enzimático Labtest
Diagnóstica® com posterior leitura em espectrofotômetro a 510 nm. O VLDL-c
foi calculado pela fórmula VLDL = Triacilglicerol/5 e o LDL pela diferença entre
colesterol total e (HDL+VLDL) [30].
A formação de malondialdeído (MDA), um índice de peroxidação lipídica,
foi medido no fígado dos animais (lóbulo direito) por meio da quantificação das
substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), conforme Esterbauer e
Cheeseman [31]. A amostra foi incubada com 600 μL de TCA 10%, após
centrifugada (10.000×g; 10 min), onde removeu-se 500 μL do sobrenadante
que foi misturado com 500 μL de ácido tiobarbitúrico 0,67% (TBA). Após, a
amostra foi aquecida em banho de água fervente por 15 minutos. TBARS foram
determinadas por absorbância a 532 nm. Os resultados foram expressos como
nmol de malondialdeído (MDA) por mg -1 de proteína.
A atividade da CAT foi realizada no fígado dos animais por meio da
quantificação da velocidade de decomposição do peróxido de hidrogênio
(H2O2) pela enzima, mediante o decréscimo da densidade ótica a 230 nm. O
consumo de H2O2 pode ser utilizado como medida da atividade da CAT, uma
vez que a taxa de decomposição do H2O2 é diretamente proporcional à
atividade da enzima. A quantificação da CAT foi expressa em unidades de CAT
por mg-1 de proteína [32]. A quantificação de proteínas totais foi determinada
pelo método Lowry et al [33] utilizando albumina de soro bovino como padrão.
Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão (DP) e
analisados pelo programa Statistica versão 7.0. A comparação entre os grupos
foi realizada por meio de análise de variância ANOVA de uma via, seguida por
post hoc de Tukey, quando necessário. Foi considerado como nível de
significância estatística P<0,05. A comparação com o grupo controle foi
efetuada por post hoc de Dunnett (5%).
52
RESULTADOS
A Figura 1 apresenta a evolução ponderal dos animais durante o período
experimental. Pode-se observar que em todos os tratamentos, os animais
apresentaram ganho de peso, no entanto, ao final do experimento, os valores
não diferiram estatisticamente.
As Tabelas 2 e 3 apresentam o GPT, CD e QEA dos animais. Não houve
diferença entre os grupos em relação a estas variáveis.
Quanto ao perfil lipídico, observa-se que em relação ao CT, a inclusão de
grão e farelo desengordurado de linhaça promoveu redução nos níveis de CT
tanto no grupo normolipídico (Tabela 4), quanto no hiperlipídico (Tabela 5), com
exceção apenas para os grupos NF15% e HF7,5%.
Para o grupo normolipídico, os menores valores foram para os ratos
alimentados com NL7,5%, apresentando uma redução de 32,52% nos níveis de
CT quando comparados ao grupo controle normolipídico (AIN-93M), seguido
pelo grupo NF7,5% (29,17%). Para o grupo hiperlipídico, o menor valor de CT
também foi para os animais alimentados com a dieta HL7,5%, com redução de
26,54%, seguido pelo grupo HF15% (24,18%).
Quanto a fração HDL-c, os maiores valores dessa lipoproteína foram
para os grupos NL15%, NF15%, HL15% e HF15%, porém no grupo
hiperlipídico, o aumento da fração HDL-c não foi significativo, quando
comparado
com os
animais
que
receberam dieta
hiperlipídica
sem
suplementação.
Em relação ao LDL-c, para os ratos alimentados com as dietas
normolipídicas, houve redução dos níveis para os grupos NL7,5% e NF7,5%,
com reduções séricas de 66,43% e 48,03%, respectivamente. No grupo
hiperlipídico, resultados satisfatórios foram encontrados nos grupos HF15%,
HL7,5% e HL15%, com percentuais de redução dos níveis de LDL-c,
respectivamente de 29,34%, 28,05% e 18,31%.
Os valores de VLDL-c também diferiram entre si. Para o grupo
normolipídico, os menores valores foram para os tratamentos NL15% e
NF7,5%. No grupo hiperlipídico, as dietas HL7,5%, HL15% e HF7,5% foram as
mais eficientes para a redução dos níveis de VLDL-c.
53
Na análise dos níveis de TAG para o grupo normolipídico, os ratos que
receberam dieta NL15% e NF7,5% foram os que apresentaram os menores
valores
de
TAG
(38,43
±
2,30
mg.dL -1
e
39,80
±
1,34
mg.dL-1,
respectivamente). Para aqueles que receberam dietas hiperlipídicas, os
menores resultados foram para os tratamentos HL7,5% (26,59 ± 1,42 mg.dL -1)
e HL15% (28,12 ± 0,43 mg.dL-1).
As Figuras 2 e 3 apresentam a avaliação da lipoperoxidação hepática
em todos os tratamentos.
Entre
os animais que receberam dietas
normolipídicas, os menores valores foram encontrados nos ratos alimentados
com as dietas NL7,5% e NL15%, o mesmo ocorreu no grupo hiperlipídico.
Observa-se que a adição de grão e farelo desengordurado de linhaça tanto nos
tratamentos do grupo normolipídico, quanto nos do hiperlipídico foi eficiente
para reduzir os níveis de MDA dos animais quando comparados com os grupos
controles, com exceção apenas para o tratamento HF7,5%.
Em relação a atividade da CAT (Figura 4), observa-se que tanto no
grupo normolipídico, quanto no hiperlipídico, ocorreu um aumento nos níveis da
enzima em todos os tratamentos, quando comparados com os grupos controles
(P<0,05), sendo que em ambos os grupos (normolipídico e hiperlipídico), os
animais alimentados com dieta acrescida de farelo na concentração 15%,
foram os que apresentaram os maiores valores (66,63 ± 2,45 unidades de CAT
por mg-1 de proteína e 55,33 ± 4,11 unidades de CAT por mg -1 de proteína).
54
DISCUSSÃO
O presente estudo procurou avaliar o mecanismo antioxidante e
hipocolesterolêmico do grão e do farelo desengordurado de linhaça em dietas
com diferentes teores lipídicos e evidenciar se existe uma ação sinérgica entre
os constituintes deste grão nos parâmetros avaliados.
Apesar dos efeitos fisiológicos da linhaça e de seus derivados já descritos
na literatura [13,14,17,22], diferenças estatísticas em relação ao GPT não
foram observadas neste estudo, tanto nos grupos normolipídicos, quanto nos
hiperlipídicos O fato de não ter ocorrido redução significativa no GPT pode ter
sido em função do baixo percentual de matéria prima adicionada nas dietas,
visto que, os estudos que avaliaram o uso de linhaça nos parâmetros
biológicos de animais, utilizaram percentuais de produto em torno de 20% a
25% [15,34,35].
Outra razão poderia ser decorrente da idade dos animais utilizados neste
experimento, uma vez que são observadas maiores diferenças em relação ao
ganho de peso em animais em crescimento, diferente dos utilizados neste
estudo [7]. Além disso, entre os animais alimentados com as dietas
hiperlipídicas, o efeito do maior conteúdo lipídico da dieta poderia ter
influenciado na maior saciedade [13].
Marques et al [7] ao avaliarem o ganho de peso de ratos da linhagem
Wistar alimentados com linhaça crua e assada, além de óleo de linhaça
também não encontraram diferenças significativas entre os tratamentos.
Segundo os autores, os parâmetros ponderais podem ter influências variadas e
fatores como, idade, composição da dieta, condições ambientais e a espécie
dos animais podem apresentar resultados variados.
Enquanto que, Molena-Fernandes et al [36] encontraram uma importante
ação preventiva no desenvolvimento da obesidade para ratos alimentados com
dietas suplementadas com farinha de linhaça. Segundo os autores, no grupo
controle, o peso médio dos animais foi superior a 40% quando comparado aos
grupos suplementados com farinha de linhaça.
Pacheco et al [34] avaliando ratas que receberam dietas suplementadas
com 20% de semente de linhaça, encontraram uma redução significativa do
peso corporal, quando comparado com o grupo sem suplementação. O mesmo
55
ocorreu no estudo de Freedland et al [37], que relataram que o consumo de
linhaça apresentou efeitos favoráveis sobre o peso e a distribuição de gordura
corporal em modelos experimentais.
Em relação ao perfil lipídico, a suplementação da dieta com linhaça e
farelo desengordurado no grupo normolipídico produziu redução significativa
nos níveis de CT, principalmente para os tratamentos NL7,5% e NF7,5%. Por
outro lado, o maior percentual de substituição destes produtos apesar de
resultar em menores níveis de CT, não apresentou diferenças significativas em
relação ao grupo controle normolipídico (AIN-93M).
Entre os animais alimentados com as dietas hiperlipídicas, reduções
importantes nos níveis de CT foram observadas nos grupos HL7,5%, HL15% e
HF15%. Segundo Morise et al [38], o elevado teor de ácido α-linolênico (ALA)
presente no grão poderia induzir a maior secreção de colesterol biliar,
relacionando-se com reduções importantes nas concentrações de colesterol
sérico. O principal mecanismo envolvido nestas reduções seria que o ALA é
responsável por inibir a enzima 3-hidróxi-3metil-glutaril coenzima A redutase
(HMG-CoA redutase) que atua na síntese do colesterol. Além disso, a presença
de fibras, tanto no grão, quanto no farelo também são responsáveis pelas
propriedades hipocolesterolêmicas desta oleaginosa [15,22].
Já a suplementação das dietas com grão e farelo em ambas as
concentrações aumentou os níveis de HDL colesterol entre os animais que
receberam as dietas normolipídicas. Comparando-se o efeito tanto do grão,
quanto do farelo nas dietas, observa-se aumento no percentual da fração HDLc em relação ao CT nas dietas NL7,5%, NL15%, NF7,5%, NF15%, com valores
respectivos de 50,51%, 39,96%, 44,13% e 37,95%, enquanto que para o grupo
controle houve redução, representando 30,79%. Tal efeito poderá ter ocorrido
em função da fibra alimentar presente nestes alimentos ou de algum outro
composto que poderia ter atuado, como por exemplo, as lignanas [15].
Segundo Cornish et al [39] as lignanas presentes na linhaça poderiam
modular a atividade de enzimas envolvidas no metabolismo do colesterol, como
a colesterol-7-α-hidroxilase. Este efeito ocorre, especialmente, devido ao
componente Secoisolariciresinol diglicosídio (SDG), que poderia atuar na
expressão da atividade da enzima colesterol-7-α-hidroxilase responsável por
regular a síntese de sais biliares e o aumento da sua atividade estaria
56
relacionada com a maior excreção de colesterol hepático pelas vias biliares, o
que representa o mecanismo principal do catabolismo do colesterol [6,39].
Entre os ratos alimentados com as dietas hiperlipídicas, os valores de
HDL-c foram maiores nos grupos HL15% e HF15%, porém sem diferir
estatisticamente do tratamento controle hiperlipídico. Pan et al [14] em uma
meta-análise que avaliou o efeito da linhaça e seus derivados no perfil lipídico,
não encontraram correlações significativas entre a suplementação de linhaça
ou seus derivados sobre os níveis de HDL-c.
Cintra et al [10] avaliando após 28 dias o perfil lipídico de 60 ratos machos
adultos da linhagem Wistar, alimentados com dietas hipercolesterolêmicas
acrescidas de diferentes fontes de ácidos graxos, encontraram reduções nos
níveis de HDL-c, principalmente para os animais que receberam linhaça como
fonte de ácidos graxos poli-insaturados. Segundo estes autores, apesar do
efeito hipolipidêmico destes ácidos graxos, os mesmos podem acarretar
reduções significativas nos níveis de HDL-c, principalmente em função da
inibição da síntese da apolipoproteina A1 (Apo A.1), que é responsável por
ativar a enzima lecitina-colesterol aciltranfersase (LCAT) presente na HDL-c e
que participa do transporte de colesterol dos tecidos extra-hepáticos para o
fígado, definido como transporte reverso do colesterol [40].
No presente estudo, reduções importantes foram encontradas em relação
aos níveis de LDL-c, tanto nos grupos normolipídicos, quanto nos
hiperlipídicos, porém no grupo normolipídico, o maior percentual de grão e
farelo adicionados, não resultou em menor concentração de LDL-c. Além disso,
em uma situação de dieta hiperlipídica, a redução nos níveis de LDL-c não foi
tão eficiente com a suplementação de grão e farelo, visto os menores
percentuais de redução nos níveis de LDL-c observados em comparação com
os percentuais do grupo normolipídico. Ao avaliar os níveis de VLDL-c, a
adição
de
linhaça
e
farelo
promoveu
efeitos
positivos
nos grupos
normolipídicos e hiperlipídicos.
A adição de linhaça na concentração 15% no grupo normolipídico e em
ambas
as
concentrações
no
hiperlipídico
evidenciou
o
efeito
hipotrigliceridêmico desta oleaginosa. No entanto, entre os animais que foram
alimentados com farelo desengordurado, os valores também foram menores
57
quando comparados ao grupo controle, com exceção apenas para aqueles
alimentados com dieta HF15%.
Estes achados diferem do estudo de Murase et al [41], os quais inferiram
que o efeito hipotrigliceridêmico da linhaça ocorreu em função apenas da
presença do ácido α-linolênico e que este poderia atuar inibindo a síntese
hepática de triglicerídeos, sem sofrer qualquer influência dos outros compostos
presentes.
Por outro lado, em uma dieta hiperlipídica, a suplementação de farelo
desengordurado não foi suficiente para reduzir ou reduziu muito pouco os
níveis de TAG. Nesta situação, a presença do ácido α-linolênico no grão
poderia por si só ter influenciado nos níveis de TAG, evidenciado pelos
menores valores nos animais alimentados com grão de linhaça nas duas
concentrações.
A análise da lipoperoxidação hepática foi determinada pela formação de
MDA, produto secundário da oxidação dos ácidos graxos poli-insaturados, por
meio do teste TBARS. O acúmulo de subprodutos, tais como o MDA é
considerado um marcador do processo de oxidação do organismo e a redução
da peroxidação lipídica representa um mecanismo de proteção contra injúrias
por estresse oxidativo [23,24].
Apesar
dos
ácidos
graxos
poli-insaturados
apresentarem
alta
susceptibilidade à oxidação in vitro em função do maior número de
insaturações, não está estabelecido que isso também possa ocorrer in vivo,
não havendo um consenso se o maior aporte dietético de ácidos graxos poliinsaturados da série ω-3 aumentaria o estresse oxidativo no organismo [16,
42]. Portanto, a partir dos resultados obtidos neste estudo, pode-se constatar o
efeito benéfico da linhaça em relação aos níveis de TBARS, principalmente
para os animais alimentados com o grão inteiro, comprovando o potencial
antioxidante do produto em sistemas in vivo.
Em relação à atividade da CAT, a inclusão de grão e farelo de linhaça
nos dois tipos de dietas (normolipídico e hiperlipídico) proporcionou um
aumento na expressão da enzima, protegendo o fígado dos animais contra o
estresse oxidativo, possivelmente pela ação antioxidante dos constituintes
presentes tanto no grão, quanto no farelo de linhaça.
58
No presente estudo, os níveis de CAT foram maiores em todos os
tratamentos, quando comparados com os grupos controles (normolipídico e
hiperlipídico), entretanto, em uma situação de dieta hiperlipídica, somente as
dietas HL15% e HF15% diferiram estatisticamente do grupo controle
hiperlipídico. Já no grupo normolipídico, todos os tratamentos adicionados de
grão ou farelo de linhaça aumentaram significativamente os níveis de CAT,
quando comparados com o grupo controle normolipídico (AIN-93M).
Os dados demonstram que os constituintes presentes na linhaça, como
as lignanas, tocoferóis e ácidos graxos poli-insaturados poderiam ter
influenciado
sinergicamente,
potencializando
sua
ação
antioxidante,
evidenciado pela menor peroxidação lipídica e maior expressão da atividade da
CAT no fígado dos animais.
O mecanismo pelo qual a linhaça poderia influenciar no estresse
oxidativo e na prevenção das dislipidemias não está totalmente claro, visto que
os estudos demonstram que os efeitos hipocolesterolêmicos e antioxidantes
desta oleaginosa podem ser atribuídos a mais de um componente [20]. Estudos
relatam que as lignanas presentes, tanto no grão, quanto no farelo, apresentam
efeito positivo no perfil lipídico, modulando a ação de enzimas envolvidas no
metabolismo do colesterol, com redução do estresse oxidativo e da agregação
plaquetária [20,43-45]. Além disso, estes compostos podem inibir a oxidação
da LDL-c e formação de compostos oxidativos [44].
Estudos in vivo demonstram a atividade sequestradora das lignanas
contra
espécies
reativas
de
oxigênio
(ERO),
assim
como
efeitos
potencializadores da detoxificação hepática [44]. Os autores relatam que, a
atividade antioxidante deste composto atua não apenas inativando as ERO,
como também com efeitos indiretos no sistema antioxidante endógeno,
poupando enzimas antioxidantes como a glutationa [44,45].
Prasad [46] em um estudo que objetivou avaliar a regressão da
aterosclerose em coelhos hipercolesterolêmicos que receberam dietas
suplementadas com o complexo isolado de lignana SDG, encontrou redução
significativa das lesões ateroscleróticas destes animais. Além disso, o autor
também avaliou o efeito da SDG no perfil lipídico e redução do estresse
oxidativo e evidenciou que a redução do estresse oxidativo ocorreu
concomitantemente com a redução dos níveis de colesterol. O que evidencia
59
que o consumo da linhaça integral parece exercer um efeito benéfico em
relação ao consumo do óleo de linhaça [44,46].
Por outro lado, o ácido α-linolênico, abundante no óleo de linhaça pode
ser considerado um coadjuvante na defesa antioxidante do organismo por
reduzir o metabolismo oxidativo do ácido araquidônico, por meio da via das
ciclooxigenases [47]. Evidenciando que dietas ricas em ácido linolênico podem
prevenir desordens inflamatórias, por possibilitarem a introdução dos ácidos
graxos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenóico (DHA) nos fosfolipídios
das membranas, inibindo o metabolismo do ácido araquidônico, o que ocasiona
uma resposta inflamatória menos exacerbada, visto que estes ácidos graxos
são precursores de substâncias eicosanoides relacionadas à diminuição do
processo
inflamatório,
por
reduzirem
a
formação
de
leucotrienos
e
prostaglandinas da série ímpar, considerados mediadores inflamatórios menos
ativos, além de ERO [47].
Além disso, os tocoferóis presentes no grão de linhaça, também
apresentam atividade antioxidante, especialmente o Ɣ-tocoferol, considerado o
isômero predominante, e o seu conteúdo está relacionado ao alto conteúdo de
ácido α-linolênico [22]. A ação antioxidante dos tocoferóis estaria relacionada
com a inibição da peroxidação lipídica, pois estes compostos são capazes de
sequestrar radicais livres, prevenindo a formação de hidroperóxidos. O Ɣtocoferol atua retardando a oxidação, pois reage com os radicais livres
formados nas etapas iniciais da oxidação para formar produtos intermediários
estáveis [22].
Observa-se que a dieta hiperlipídica foi capaz de causar danos
oxidativos no fígado dos animais, demonstrado pelo aumento da peroxidação
lipídica, o que foi comprovado e relatado por outros autores, que relacionaram
o aumento da ingestão de colesterol com processos de peroxidação lipídica e
elevação dos níveis de MDA, sugerindo que a hipercolesterolemia associa-se
diretamente com a formação de radicais livres e estes compostos poderiam
promover injúria celular e, consequentemente, disfunção endotelial, o que pode
ser considerado o estágio primordial para o início da aterosclerose [46].
Portanto, a redução da colesterolemia, poderia consequentemente reduzir o
estresse oxidativo [45-47].
60
É importante ressaltar que a defesa antioxidante in vivo depende de
mecanismos endógenos e da sua atuação sinérgica com antioxidantes
exógenos, além disso, os valores de TBARS podem apresentar variabilidade
entre os animais, e, fatores como a idade dos modelos biológicos podem
interferir nos mecanismos de respostas adaptativas frente aos compostos
antioxidantes da dieta [48].
Entre as limitações deste estudo pode-se destacar a idade dos animais
utilizados, o que pode ter influenciado na ausência de diferença estatística em
relação ao GPT dos animais. Além disso, o período de realização do ensaio
biológico pode ter sido pequeno para que efeitos mais contundentes da
ingestão do grão e do farelo de linhaça possam ser comprovados.
61
CONCLUSÃO
A análise dos resultados apresentados evidenciou que mesmo não
ocorrendo diferenças entre o ganho de peso e consumo diário entre os
tratamentos, a suplementação das dietas com grão e farelo de linhaça resultou
em melhoras significativas no perfil lipídico, na lipoperoxidação hepática e na
expressão da enzima CAT no fígado dos animais, demonstrando a atividade
biológica desta oleaginosa.
Além disso, pode-se observar que os efeitos da linhaça foram diferentes
dependendo do conteúdo lipídico da dieta ingerida e do percentual de produto
adicionado. Evidenciando também que o tipo de dieta consumida é um fator de
grande influência para o desenvolvimento de patologias, como as dislipidemias.
Ainda permanece obscuro se o efeito hipolipidêmico desta oleaginosa se
deve a um único componente ou as interações entre os seus constituintes,
evidenciando a necessidade de mais estudos para elucidar estas questões. No
entanto, independentemente da ação dos constituintes da linhaça, é
fundamental a priorização de hábitos alimentares saudáveis, prática de
atividade física e mudança comportamental entre os indivíduos.
AGRADECIMENTOS
À empresa Indústria de Óleos Vegetais Pazze Ltda pela doação do grão e
do farelo de linhaça. À FAPERGS pelo apoio financeiro (ARD processo n°.
10/0489 – 0). Ao Professor José Cláudio Fonseca Moreira e ao doutorando
Guilherme Antônio Behr do Laboratório do Centro de Estudos em Estresse
Oxidativo do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, pela realização das análises de estresse oxidativo.
62
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67
Legendas de figuras
Figura 1. Evolução ponderal de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com
as dietas normolipídicas (a) e hiperlipídicas (b).
Figura 2. Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas normolipídicas.
Figura 3. Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas hiperlipídicas.
Figura 4. Níveis de CAT no fígado dos ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas normolipídicas (a) e hiperlípidicas (b).
68
Tabela 1. Formulação das dietas experimentais.
Ingredientes (g)
Sacarose
Amido de milho
Caseína
Amido dextrinizado
Óleo de soja
Fibra
Mix mineral
Mix vitamínico
L-cistina
Bitartarato de colina
Tetrabutilhidroquinona
Grão de linhaça*
Farelo de linhaça**
Total
AIN93M NL7,5%
100,000 100,000
453,472 438,602
152,220 137,200
155,000 155,000
40,000
13,316
50,000
31,580
35,000
35,000
10,000
10,000
1,800
1,800
2,500
2,500
0,008
0,008
75,000
1000,000 1000,000
Dietas (g)
NL15%
NF7,5%
NF15%
100,000
100,000 100,000
397,062
431,162 405,812
122,100
126,330 100,450
155,000
155,000 155,000
13,370
39,710
39,430
13,160
23,490
0,000
35,000
35,000
35,000
10,000
10,000
10,000
1,800
1,800
1,800
2,500
2,500
2,500
0,008
0,008
0,008
150,000
75,000
150,000
1000,000 1000,000 1000,000
Ingredientes (g)
Sacarose
Amido de milho
Caseína
Amido dextrinizado
Óleo de soja
Fibra
Mix mineral
Mix vitamínico
L-cistina
Bitartarato de colina
Tetrabutilhidroquinona
Banha suína
Colesterol
Ácido cólico
Grão de linhaça*
Farelo de linhaça**
Total
H
HL7,5%
100,000 100,000
232,472 217,592
152,220 137,200
155,000 155,000
0,000
0,000
50,000
31,580
35,000
35,000
10,000
10,000
1,800
1,800
2,500
2,500
0,008
0,008
250,000 223,320
10,000
10,000
1,000
1,000
75,000
1000,000 1000,000
HL15%
HF7,5%
HF15%
100,000
100,000 100,000
202,802
210,162 184,812
122,100
126,330 100,450
155,000
155,000 155,000
0,000
0,000
0,000
13,160
23,490
0,000
35,000
35,000
35,000
10,000
10,000
10,000
1,800
1,800
1,800
2,500
2,500
2,500
0,008
0,008
0,008
196,630
249,710 249,430
10,000
10,000
10,000
1,000
1,000
1,000
150,000
75,000
150,000
1000,000 1000,000 1000,000
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça;
NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo
7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo
15%.*Proteína: 15,82g; Lipídeos: 35,58g; Fibra: 24,56g; Cinzas: 3,34g; Umidade: 7,47;
Carboidratos: 13,2g (g/100g).** Proteína: 27,2g; Lipídeos: 0,38g; Fibra: 35,35g; Cinzas: 6,36g;
Umidade: 7,93; Carboidratos: 22,78g (g/100g).
69
Tabela 2. Ganho de peso total (GPT), consumo diário (CD) e quociente de
eficiência alimentar (QEA) de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com as
dietas normolipídicas.
Dietas
GPT (g)
CD (g)
QEA
AIN-93M
35,15±7,62
14,34±0,52
0,05±0,01
NL7,5%
42,45±15,68
14,43±1,03
0,06±0,02
NL15%
40,39±10,95
14,47±1,09
0,06±0,02
NF7,5%
40,55±10,67
14,70±0,84
0,05±0,01
NF15%
30,85±13,98
13,90±0,79
0,04±0,02
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça;
NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA. (P>0,05).
70
Tabela 3. Ganho de peso total (GPT), consumo diário (CD) e quociente de
eficiência alimentar (QEA) de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com as
dietas hiperlipídicas.
Dietas
GPT (g)
CD (g)
QEA
H
51,50±14,12
11,76±1,08
0,09±0,02
HL7,5%
54,33±17,40
12,05±1,34
0,09±0,02
HL15%
48,98±14,71
12,10±1,19
0,08±0,02
HF7,5%
57,59±21,08
12,13±0,62
0,09±0,03
HF15%
46,65±12,03
11,97±0,60
0,08±0,02
H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%:
Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA. (P>0,05).
71
Tabela 4. Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de colesterol total, HDL-c, LDL-c,
VLDL-c e TAG das ratas fêmeas Wistar/UFPel alimentadas durante 54 dias
com as dietas normolipídicas.
Dietas
CT
HDL-c
LDL-c
VLDL-c
TAG
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
AIN-93M
66,60±2,50a
20,51±0,98c
35,39±3,34a
10,69±0,60a
53,49±3,03a
NL7,5%
44,94±3,14b
22,70±0,71b
11,88±4,04b
10,36±0,98a
51,83±4,90a
NL15%
63,40±3,38a
25,37±0,30a
30,33±3,84a
7,68±0,46b
38,43±2,30b
NF7,5%
47,17±5,05b
20,82±1,00b,c
18,39±5,43b
7,96±0,27b
39,80±1,34b
NF15%
67,35±1,99a
25,56±0,30a
31,73±2,06a
10,04±0,24a
50,24±1,23a
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça;
NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA. Valores na
mesma coluna com diferentes letras sobrescritas diferem significativamente entre si pelo teste de
Tukey. (P<0,05).
72
Tabela 5. Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de colesterol total, HDL-c, LDL-c,
VLDL-c e TAG das ratas fêmeas Wistar/UFPel alimentadas durante 54 dias com
as dietas hiperlipídicas.
Dietas
CT
HDL-c
LDL-c
VLDL-c
TAG
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
H
103,32±2,05a
9,23±0,24a
87,30±1,89a
6,79±0,14b
33,95±0,71b
HL7,5%
75,89±2,20c
7,77±0,20c
62,81±2,16c
5,32±0,28d
26,59±1,42d
HL15%
86,45±2,16b
9,51±0,20a
71,31±2,11b
5,62±0,09d
28,12±0,43d
HF7,5%
105,48±5,11a
8,33±0,62b,c
90,86±4,43a
6,29±0,16c
31,46±0,78c
HF15%
78,33±3,68b,c
9,00±0,23a,b
61,68±3,83c
7,65±0,10a
38,27±0,51a
H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%:
Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA. Valores na mesma
coluna com diferentes letras sobrescritas diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey.
(P<0,05).
73
Figura 1. Evolução ponderal de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com
as dietas normolipídicas (a) e hiperlipídicas (b). AIN-93M: Dieta Normolipídica;
NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo
Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%. H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo
7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%;
HF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA.
74
Figura 2. Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas normolipídicas. Resultados expressos em média ± DP, n=6.
ANOVA. Significativo pelo Teste de Dunnett em função do controle (5%). AIN93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15%
Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%.
75
Figura 3. Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas hiperlípidicas. Resultados expressos em média ± DP, n=6.
ANOVA. Significativo pelo Teste de Dunnett em função do controle (5%). H:
Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça;
HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%.
76
Figura 4. Níveis de CAT no fígado dos ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas normolipídicas (a) e hiperlípidicas (b). Resultados expressos
em média ± DP, n=6. ANOVA. Significativo pelo Teste de Dunnett em função
do controle (5%). AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça;
NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo
Farelo 15%. H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%:
Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%.
77
6 ARTIGO 2: Efeito biológico do óleo de linhaça em ratos Wistar
submetidos à dietas normolipídicas e hiperlipídicas
Biological effects of flaxseed oil in rats Wistar submitted to normal-fat and
high-fat diet
Lúcia Rota BORGES1; Elizabete HELBIG2; Álvaro Renato Guerra DIAS3
1
Doutoranda – Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – FAEM/UFPEL;
2
Doutora – Mestrado em Nutrição e Alimentos – Faculdade de Nutrição/UFPEL;
3
Doutor – Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – FAEM/UFPEL.
Rua: Gomes Carneiro no1 – CEP: 96010-610 – Pelotas/RS – Faculdade de Nutrição –
Campus Anglo – [email protected]
Financiamento: FAPERGS ARD PROCESSO (no. 10/0489-0).
O manuscrito encontra-se nas normas do periódico British Journal of Nutrition
(ISSN 0007-1145), revista escolhida pelos autores para submissão, após
apreciação da banca avaliadora.
78
RESUMO
O óleo de linhaça é rico em ácidos poli-insaturados, principalmente, o ácido αlinolênico (ALA) e seu consumo associa-se com efeitos cardioprotetores e
redução do estresse oxidativo. O objetivo do estudo foi avaliar seu efeito em
ratos, submetidos a dietas normolipídicas e hiperlipídicas. Utilizaram-se 36
ratas, adultas (70 dias), alimentadas com dieta normolipídica (AIN-93M);
hiperlipídica (H); normolipídica + óleo 4% (NO4%); normolipídica + óleo 8%
(NO8%); hiperlipídica + óleo 4% (HO4%); hiperlipídica + óleo 8% (HO8%).
Avaliaram-se o ganho de peso, consumo de dieta, perfil lipídico, gordura
peritoneal, lipídeos fecais e hepáticos e dosagem de enzimas catalase (CAT) e
superóxido dismutase (SOD). Foi verificado o efeito benéfico do óleo no
colesterol e nos níveis de triacilgliceróis mesmo numa situação de dieta
hiperlipídica. Observou-se aumento da atividade da CAT nos grupos NO4% e
NO8% quando comparados com o grupo AIN-93M. Por outro lado, nas dietas
hiperlipídicas, a inclusão de óleo de linhaça não se mostrou eficiente no
controle do estresse oxidativo. Quanto ao acúmulo de gordura hepática, a dieta
HO8% promoveu menor acúmulo de gordura, com uma redução de 24,97%
quando comparado com o grupo HO4%. Ainda são conflitantes os mecanismos
pelos quais os lipídeos do óleo de linhaça reduzem o colesterol, havendo a
necessidade
de
mais
estudos
para
sua
elucidação.
No
entanto,
independentemente disto, é fundamental a priorização de hábitos alimentares
saudáveis, visto que o tipo de dieta consumida é um fator de grande influência
para o desenvolvimento de patologias, como as dislipidemias.
Palavras-chaves: óleo de linhaça: ácido α-linolênico: dislipidemia: estresse
oxidativo: ratos.
79
ABSTRACT
Flaxseed oil is rich in polyunsaturated acids, especially α-linolenic acid (ALA)
and its consumption is associated with cardioprotective effects and reduced
oxidative stress. The objective was to evaluate its effect in rats fed with normalfat and high-fat diet. We used 36 adult rats (70 days), normal-fat diet (AIN-93M);
high-fat diet (H); normal-fat diet + 4% oil (% NO4); normal-fat diet oil + 8%
(NO8%); high-fat diet + oil 4% (HO4%); high-fat diet oil + 8% (HO8%). We
evaluated weight gain, food intake, lipid profile, peritoneal fat deposition, fecal
and hepatic lipids contents and enzyme measurements of catalase (CAT) and
superoxide dismutase (SOD). It was found the beneficial effect of oil on
cholesterol and triglyceride levels even in a situation of high-fat diet. There was
an increase in CAT activity in the groups NO4% and NO8% when compared
with the group AIN-93M. Moreover, the inclusion of linseed oil was not effective
in controlling oxidative stress in the high-fat diet groups. Concerning hepatic fat
deposit, HO8% diet promoted a decrease of 24.97% in hepatic fat accumulation
when compared with the group HO4%. The mechanisms by which flaxseed
lipids reduce cholesterol are still unclear and need further studies to be
elucidated. These results show that flaxseed oil can be used to prevent
diseases such as dyslipidemia.
Key words: flaxseed oil: α-linolenic acid: dyslipidemia: oxidative stress: rats.
80
INTRODUÇÃO
O
comportamento
alimentar
possui
papel
fundamental
no
desenvolvimento de certas patologias. A dieta, além de prover os nutrientes
necessários aos requerimentos metabólicos, fornece compostos que modulam
funções orgânicas, favorecendo a prevenção e o tratamento de doenças. Entre
os macronutrientes, os lipídeos exercem forte influência no desenvolvimento de
doenças crônicas, entre elas as patologias cardiovasculares
(1-3)
.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e
constituem uma das principais causas de permanência hospitalar prolongada
(4,5)
. No Brasil, são responsáveis por cerca de 300 mil óbitos por ano, e mesmo
quando não letais, levam o indivíduo à incapacidade parcial ou total, além de
proporcionar graves repercussões não somente no indivíduo acometido, como
também à família e a toda sociedade
(6-8)
.
Entre os principais fatores de risco para estas doenças, encontram-se as
dislipidemias
(9-11)
. As dislipidemias são alterações nos níveis das lipoproteínas,
e podem levar à obstrução do fluxo sanguíneo devido à formação de placas
gordurosas. As alterações lipídicas mais frequentes são: hipertrigliceridemia,
hipercolesterolemia, redução das concentrações da lipoproteína de alta
densidade (HDL-c) e aumento das concentrações da lipoproteína de baixa
densidade (LDL-c), as quais podem ocorrer de forma isolada ou combinada
(9)
.
Ademais, estudos sugerem que além das anormalidades lipídicas, o estresse
oxidativo desempenha um papel importante na etiologia das doenças
cardiovasculares (5,6,12).
Atualmente é dada maior ênfase ao papel da dieta na saúde, sendo os
lipídeos objetos de maior interesse, principalmente os ácidos graxos poliinsaturados da série ω-3, como o α-linolênico de origem vegetal e
eicosapentaenoico e docosaexaenoico, de origem marinha
(10,11)
. Estes ácidos
graxos têm sido foco de estudos, por serem ácidos essenciais e relacionados a
benefícios para a saúde, como a melhor acuidade visual, o desenvolvimento e
crescimento normal do organismo, a prevenção de doenças cardiovasculares,
por meio da atuação na colesterolemia e por estarem associados ao tratamento
de diversas patologias (1,10-14).
81
De acordo com evidências do Comitê de Nutrição da American Heart
Association, existe uma forte associação entre o consumo de ácidos graxos
poli-insaturados e a redução do risco de doença cardiovascular, reforçando a
necessidade de estimular o consumo destes ácidos graxos pela população
(10,15)
.
Os estudos acerca dos ácidos graxos poli-insaturados iniciaram a partir
da verificação de menor ocorrência de doenças cardiovasculares em esquimós,
pois se observou que apesar destes indivíduos consumirem dieta rica em
gorduras, eles apresentavam menor incidência de deposição de gordura
arterial em relação aos povos ocidentais, o que pode ser explicado pelo alto
consumo de peixes, ricos em ácidos graxos poli-insaturados da série ω-3
(10,12,16)
.
O óleo de linhaça é rico em ácidos graxos poli-insaturados,
principalmente, o ácido α-linolênico (ALA), com percentuais que variam entre
40% a 60%
(17,18)
. Em função de o ALA ser o seu principal componente, faz
com que a linhaça seja considerada a maior fonte vegetal deste ácido graxo
21)
(18-
. Além disso, evidências demonstram que o seu consumo está relacionado
ao aumento da resposta imunológica
estresse oxidativo
Quanto
(5)
(22)
, redução da gordura corporal e do
.
aos
benefícios
no
risco
cardiovascular,
a
ação
hipocolesterolêmica se dá, por meio da modulação de vias que poderiam
influenciar na colesterolemia, com redução dos triacilgliceróis plasmáticos pela
diminuição da síntese hepática de VLDL-c, podendo ainda exercer outros
efeitos cardiovasculares, como redução da viscosidade sanguínea, maior
relaxamento endotelial, além de efeitos antiarrítmicos
(9,23-27)
. Ademais, o
consumo de óleo de linhaça torna-se uma opção viável às populações de baixa
renda, em função do baixo custo, quando comparados com as fontes marinhas
de ácidos graxos ω-3 (21,26,28).
Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito biológico
do óleo de linhaça em ratos Wistar, submetidos à dieta normolipídica e
hiperlipídica.
82
MÉTODOS
Foram utilizadas 36 ratas fêmeas, cepa Wistar/UFPEL, adultas (70 dias),
com peso médio inicial de 234,41 ± 3,07 g, provenientes do Biotério Central da
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), acomodadas individualmente em
gaiolas metabólicas com administração de dieta e água ad libitum.
O ensaio biológico ocorreu no Laboratório de Nutrição Experimental da
Faculdade de Nutrição da UFPEL. A temperatura do laboratório foi mantida a
23ºC1ºC e umidade relativa de 50%-60%, com alternância automática de
ciclos claro-escuro em períodos de 12 horas. Semanalmente foram alteradas
as disposições das gaiolas a fim de proporcionar aos animais uma melhor
distribuição de luz e ruídos presentes no ambiente e, consequentemente,
diminuir fatores ambientais causadores de estresse.
O ensaio teve duração de 54 dias, incluindo quatro dias de adaptação ao
ambiente de experimentação. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Experimentação Animal da UFPEL (processo 23110. 000472/2010-09
CEEA 0472). Foram tomadas todas as medidas necessárias para o bem-estar
dos animais, conforme recomendação do Colégio Brasileiro de Experimentação
Animal (COBEA), descritas no manual sobre cuidado e usos de animais de
laboratório (29).
As dietas (Tabela 1) foram elaboradas segundo as recomendações do
American Institute of Nutrition (AIN-93M)
(30)
. Os animais foram alocados
aleatoriamente em seis grupos de seis, conforme o tipo de dieta oferecida:
Grupo controle (AIN-93M); Grupo Normolipídico + Óleo de linhaça 4% (NO4%);
Grupo Normolipídico + Óleo de linhaça 8% (NO8%); Grupo Hiperlipídico (H),
com modificação no teor de lipídeos de 4% para 25% e adição de colesterol
(1%) e ácido cólico (0,1%); Grupo Hiperlipídico + Óleo de linhaça 4% (HO4%);
Grupo Hiperlipídico + Óleo de linhaça 8% (HO8%).
As dietas foram produzidas com substituição parcial do ingrediente óleo
de soja por óleo de linhaça, equilibrando os macronutrientes e o valor
energético em todos os tratamentos.
O perfil de ácidos graxos do óleo de linhaça foi determinado por
cromatografia gasosa, a partir do extrato etéreo das amostras, na forma de
83
ésteres de ácidos graxos, previamente preparados através da técnica de
derivatização descrita por Zambiazi et al.(31).
A identificação dos ácidos graxos foi realizada por meio da comparação
do tempo de retenção dos ácidos graxos das amostras com os padrões
conhecidos (Sigma Chemicals Co. - St. Louis, EUA). O teor de cada ácido
graxo foi calculado de acordo com a área de cada um dos picos obtidos nos
cromatogramas, multiplicadas por 100 e dividido pela área total de ácidos
graxos da amostra, sendo os resultados expressos em porcentagem relativa.
As análises foram realizadas em cromatógrafo gasoso - CG (Perkin
Elmer Clarus500), provido com detector FID, com coluna capilar (Phenomenex)
fase líquida constituída de 5% de fenil, 95% de dimetilpolisiloxano, de
dimensões 15 m x 0,32 mm x 0,1 μm, e injetor automático com capacidade de
5 μL. Os dados foram processados com auxílio do software Clarus 500.
Utilizou-se gradiente de temperatura, de acordo com Pestana et al.(32). A
temperatura inicial da coluna foi de 90°C, mantida por 1 min; após, passou para
160°C com incremento linear de 12°C min -1, mantida por 3,5 min; seguindo a
190°C com incremento linear de 1,2°C min -1, mantida por 0 min; e finalmente a
230°C com incremento linear de 15°C min -1, mantida por 15 min. O injetor e o
detector foram mantidos na temperatura de 230°C e 240°C, respectivamente.
Utilizou-se o nitrogênio como gás de arraste a 1,5 mL.m-1.
Ao final do experimento, os animais foram submetidos a jejum de 12
horas, para posterior eutanásia, por decapitação. O sangue retirado do tronco
foi coletado em tubos de ensaio e centrifugado por 15 minutos a 3500 g para
obtenção do soro.
Os animais foram laparatomizados para a coleta do fígado e gordura
peritoneal. O fígado foi lavado com solução fisiológica gelada de NaCl 0,9% e
enxuto em papel filtro. O órgão foi pesado em balança de precisão. Todo o
material foi armazenado a - 80ºC para posterior realização das análises.
As variáveis avaliadas foram peso inicial (PI), peso final (PF), ganho de
peso total (GPT), consumo total de dieta (CTD), quociente de eficiência
alimentar (QEA), perfil lipídico, acúmulo de gordura peritoneal, lipídeos fecais e
hepáticos e dosagem no sangue de enzimas antioxidantes catalase (CAT) e
superóxido dismutase (SOD).
84
O controle de peso foi executado no 1º (PI), 20º, 30º e 50º dias (PF). O
GPT foi avaliado por meio da diferença entre o PF e o PI. O CTD foi
determinado por meio do somatório da diferença entre a dieta total fornecida e
a dieta total consumida. O QEA foi calculado pela razão entre o ganho de peso
e a quantidade total de dieta ingerida durante o experimento
(33)
.
As fezes foram recolhidas em um período de 10 dias consecutivos,
pesadas e armazenadas a - 80ºC para quantificação dos lipídeos totais.
Os níveis de colesterol total (CT), lipoproteína de alta densidade (HDL-c)
e trigliacilgliceróis (TAG) foram determinados por sistema enzimático Labtest
Diagnóstica® com posterior leitura em espectrofotômetro a 510 nm. O VLDL-c
foi calculado pela fórmula VLDL = Triacilglicerol/5 e o LDL pela diferença entre
colesterol total e (HDL+VLDL)
(34)
. Também foi calculada a razão CT/HDL-c,
que é considerado um indicador de risco cardiovascular
(35)
. Todos os
resultados foram expressos em mg.dL-1.
A gordura peritoneal foi retirada dos animais, pesada e os resultados
foram expressos em gramas de gordura peritoneal por 100 g de peso corporal
(36)
.
Para determinação dos lipídeos totais das fezes, as mesmas foram
maceradas, homogeneizadas e desumidificadas em estufa a 50ºC por 4 horas.
A análise foi realizada em triplicata pelo método de Bligh e Dyer
(37)
, que utiliza
clorofórmio e metanol como solventes para extração da gordura.
Para a análise dos lipídeos hepáticos as amostras dos fígados dos
animais (lóbulo esquerdo) foram maceradas, utilizando-se uma alíquota de
fígado (0,5 g) de cada animal do grupo, seguindo o mesmo protocolo dos
lipídeos fecais (37).
A atividade das enzimas antioxidantes foi realizada no sangue dos
animais. A atividade enzimática foi normatizada pela quantidade de proteína
total. A quantificação de proteínas totais foi determinada pelo método Lowry et
al.(38) utilizando albumina de soro bovino como padrão.
A atividade da SOD foi avaliada por meio da inibição da autoxidação da
adrenalina pela SOD a 480 nm. Os resultados foram expressos em unidades
de SOD por mg-1 de proteína
(39)
. A avaliação da CAT baseia-se na
quantificação da velocidade de decomposição do peróxido de hidrogênio
(H2O2) pela enzima, mediante o decréscimo da densidade ótica a 230 nm. A
85
quantificação da CAT foi expressa em unidades de CAT por mg -1 de proteína
(40)
.
Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão (DP) e
analisados pelo programa Statistica versão 7.0. A comparação entre os grupos
foi realizada por meio de análise de variância ANOVA de uma via, seguida por
post hoc de Tukey, quando necessário. Foi considerado como nível de
significância estatística P<0,05.
86
RESULTADOS
A Tabela 2 apresenta o perfil de ácidos graxos do óleo de linhaça
utilizado nas formulações das dietas. O ácido α-linolênico foi o principal ácido
graxo identificado, representando cerca de 55,76% da matéria graxa. Observase que o ácido oleico é o segundo constituinte majoritário do perfil de ácidos
graxos, contendo 17,98%, seguido pelo ácido linoleico (13,99%). Além disso,
apenas 11,24% dos ácidos graxos totais do óleo de linhaça são saturados.
O PI dos animais em todos os tratamentos foi semelhante, com uma
média de 234,41 ± 3,07 g. Ao final do ensaio biológico, os animais alimentados
com as dietas normolipídicas apresentaram GPT em torno de 35,49 ±0,46 g,
para aqueles que receberam dietas hiperlipídicas a média de GPT foi de 47,67
± 4,16 g.
Entre os animais que receberam dietas normolipídicas, acrescidas ou
não de óleo de linhaça, a média de PF foi de 269,42 ± 4,65 g, para aqueles
alimentados com as dietas hiperlipídicas, este valor foi de 282,56 ± 5,36 g,
assim como na análise do PI, os valores de PF dos ratos avaliados também
não diferiram significativamente.
Em relação ao acúmulo de gordura peritoneal, não foi verificada
diferença estatística entre os grupos experimentais, por outro lado, quanto ao
CTD, os resultados demonstram diferenças entre os tratamentos, o mesmo foi
observado para o QEA (Tabela 3).
Os dados de ingestão alimentar entre os grupos ao final do ensaio
demonstram que os animais alimentados com as dietas hiperlipídicas
acrescidas ou não de óleo de linhaça em ambas as concentrações
apresentaram
menor
ingestão
alimentar
e
maior
QEA,
diferindo
significativamente quando comparados aos grupos com dieta normolipídica.
A excreção fecal diária não diferiu entre os grupos, e a média de
excreção em todos os tratamentos foi de 1,06 ± 0,05 g. Quanto ao teor de
lipídeos fecais (Tabela 4), verificam-se diferenças significativas entre os
grupos. Os ratos alimentados com a dieta NO8% apresentaram excreção
lipídica fecal significativamente maior do que aqueles que receberam a dieta
AIN-93M. Entre os animais alimentados com as dietas hiperlipídicas não houve
diferença estatística.
87
Em relação à massa hepática (Tabela 4), os dados foram diferentes
entre os grupos normolipídicos e hiperlipídicos. Os animais alimentados com as
dietas hiperlipídicas, apresentaram valores de massa hepática superiores aos
animais que receberam as dietas normolipídicas, porém dentro de cada grupo
com o mesmo teor lipídico não houve diferenças. Quanto ao acúmulo de
gordura no fígado, verifica-se que a inclusão de óleo de linhaça na dieta dos
animais não foi eficiente para impedir o acúmulo de gordura hepática.
Entretanto, nos animais alimentados com as dietas hiperlipídicas, a maior
concentração de óleo de linhaça (HO8%) promoveu redução (13,33%) na
quantidade de lipídeos hepáticos quando comparado aos animais alimentados
com dieta HO4%.
Na análise do perfil lipídico (Tabela 5), os dados demonstram resultados
expressivos com a inclusão de óleo de linhaça na dieta dos animais. Neste
estudo, as concentrações séricas de CT apresentaram diferenças significativas
entre si e pode-se observar que tanto nas dietas normolipídicas, quanto nas
hiperlipídicas, os níveis de CT foram menores, conforme aumentaram os
percentuais de substituição de óleo de linhaça.
Ao comparar os níveis de CT do grupo AIN-93M com o grupo HO8%, o
efeito benéfico do óleo foi verificado, evidenciando que mesmo numa situação
de dieta hiperlipídica, o óleo de linhaça foi capaz de reduzir os níveis de CT em
14,93% (66,60 mg.dL-1 vs. 56,65 mg.dL-1). Ao relacionar o grupo AIN-93M com
os animais alimentados com dieta NO8%, esta redução foi de 52,89% (66,60
mg.dL-1 vs. 31,37 mg.dL-1).
Por outro lado, a inclusão de óleo de linhaça não foi capaz de impedir a
redução dos níveis de HDL-c, além disso, conforme aumentaram os
percentuais de óleo de linhaça, os níveis desta lipoproteína diminuíram. Em
relação ao LDL-c, os resultados foram semelhantes aos dados de CT,
evidenciando também o efeito benéfico do óleo de linhaça na redução dos
níveis de LDL-c, principalmente nos grupos NO8% (73,89%) e NO4%
(59,98%). Comportamento semelhante foi observado nos níveis de VLDL-c e
TAG, com exceção apenas para os animais alimentados com as dietas NO4%
e HO4%.
A razão CT/HDL foi menor entre os animais alimentados com as dietas
normolipídicas, quando comparados com os grupos hiperlipídicos. Além disso,
88
entre os animais que receberam dietas hiperlipídicas adicionadas de óleo de
linhaça, o maior percentual de óleo, resultou em uma menor razão CT/HDL.
As Figuras 1 e 2 apresentam os valores médios das determinações das
atividades enzimáticas da CAT e da SOD no sangue dos animais.
Foi observado, neste estudo, um aumento significativo da atividade da
CAT no sangue dos animais alimentados com as dietas normolipidicas
acrescidas de óleo de linhaça quando comparado com o grupo controle. Por
outro lado, entre os animais que receberam dietas hiperlipídicas, a inclusão de
óleo de linhaça em ambas as concentrações não se mostrou eficiente no
controle
do
estresse
oxidativo
ocasionado
pelo
consumo
de
dietas
hipercolesterolêmicas (Figura 1).
Em relação à atividade da enzima SOD (Figura 2), verifica-se o aumento
da atividade desta enzima, porém sem diferença estatística entre os
tratamentos, com exceção apenas para os grupos NO8% e H.
89
DISCUSSÃO
Este estudo procurou avaliar o efeito biológico do óleo de linhaça em
ratos Wistar submetidos à dietas normolipídicas e hiperlipídicas.
Quanto ao perfil de ácidos graxos do óleo pode-se observar a
quantidade elevada de ALA presente (55,76%), o que já foi demonstrado por
Rosa et al.(13). Os resultados encontrados para o óleo de linhaça, utilizado
neste trabalho, assemelham-se aos relatados por Cintra et al.(1), os quais
detectaram a concentração de ALA em torno de 58,47% e uma concentração
de ácido linoleico de 12,71%. Em outro estudo, Xu et al.(5) encontraram uma
quantidade de ALA inferior aos achados do presente estudo, com percentuais
de 52,90%.
A linhaça apresenta um perfil único de ácidos graxos, sendo reduzida
em
saturados,
com
níveis
modestos
de
ácidos
monoinsaturados
(aproximadamente 18%) e um perfil importante de ácidos graxos poliinsaturados
(17,18)
. A presença do ácido graxo essencial α-linolênico nos grãos
de linhaça faz com que este alimento seja considerado uma das mais ricas
fontes vegetais deste nutriente, além disso, desempenha um papel importante
na redução do risco de doenças cardiovasculares, diminuindo os níveis de
colesterol sanguíneo (1,17,21,26,27).
A partir dos resultados apresentados neste estudo, verifica-se que não
houve diferença estatística entre os pesos inicias e finais dos animais
avaliados. A dieta hipercolesterolêmica resultou em um balanço energético
positivo, promovendo ganho de peso nos animais, no entanto, este ganho não
foi significativo entre os tratamentos em estudo. Da mesma forma, Marques et
al.(41) também não encontraram diferenças quanto ao ganho de peso de ratos
alimentados com dietas contendo óleo de linhaça quando comparados com o
grupo controle.
Em relação à ingestão alimentar, os dados evidenciam diferenças
significativas entre os grupos, com redução do consumo total de dieta para os
animais alimentados com as dietas hiperlipídicas acrescidas ou não de óleo de
linhaça quando comparados com os alimentados pelas dietas normolipídicas.
Apesar da alta palatabilidade de dietas hiperlipídicas ser um dos fatores
desencadeadores da hiperfagia em ratos, isto não ocorreu neste trabalho
(42-44)
.
90
Além disso, segundo Bressan et al.(45) o menor consumo pode ter ocorrido em
função de que alimentos e refeições ricas em gordura diminuem o tempo de
esvaziamento gástrico provocando uma sensação de plenitude pós-prandial.
Por outro lado, as dietas hipercolesterolêmicas apesar de apresentarem
menor consumo total, apresentaram tendência ao maior ganho de peso e maior
QEA em relação às dietas normolipídicas, isto pode ser justificado pelo fato do
ganho de peso corporal estar relacionado aos altos níveis de gordura da dieta,
comprovando a associação entre o consumo de dietas hiperlipídicas e o
acúmulo de gordura visceral, com repercussões negativas na saúde dos
indivíduos
(1)
. Entretanto, pesquisas realizadas com ratos, observaram que
mesmo o emprego de uma dieta altamente energética não garante que todos
os animais se tornem obesos, pois muitos deles ganham peso como os animais
controles, que são alimentados com dieta padrão. A possível explicação está
na evidência de que existem animais propensos e animais resistentes à
obesidade, assim como ocorre entre os seres humanos
(43-46)
.
Pellizzon et al.(47) obtiveram resultados semelhantes quanto à ingestão
alimentar, o grupo que recebeu dieta hiperlipídica obteve maior ganho de peso
e, em contrapartida, o grupo que recebeu dieta padrão teve o maior consumo
alimentar.
A adição de óleo de linhaça tanto nas dietas normolipídicas, quanto nas
hiperlipídicas não foi suficiente para impedir um menor acúmulo de tecido
adiposo nestes animais. Estes achados diferem dos resultados encontrados
por Lima
(48)
o qual observou um menor ganho de peso corpóreo entre os
animais que receberam dietas acrescidas de linhaça quando comparados ao
grupo que não sofreu intervenção experimental.
Por outro lado, no presente estudo, a inclusão de óleo de linhaça poderia
ter exercido efeito benéfico em relação à quantidade de gordura peritoneal
acumulada, uma vez que não houve diferença significativa entre o grupo
controle e os grupos hiperlipídicos acrescidos de óleo de linhaça, o que
corrobora com Molena-Fernandes et al.(49), que justificam que a adição de
linhaça numa dieta hiperlipídica, pode impedir o depósito de gordura corporal.
A excreção lipídica fecal diária diferiu significativamente entre os grupos
normolipídicos e hiperlipídicos. Verificou-se uma maior excreção fecal de
lipídeos entre os animais alimentados com as dietas hiperlipídicas, diferindo
91
das dietas normolipídicas. No entanto, dentro dos grupos com o mesmo
percentual lipídico este aumento não foi significativo, com exceção apenas para
as dietas NO8% e AIN-93M.
Marques et al.(41) também não encontraram diferenças significativas na
excreção fecal de lipídeos ao investigar ratos alimentados com óleo de linhaça.
Segundo os autores, a quantidade de excreção de gordura fecal foi
significativamente superior para os grupos alimentados com dieta contendo
linhaça crua e assada em relação ao grupo óleo de linhaça, evidenciando o
efeito muito maior da fibra presente no grão de linhaça, do que o ácido graxo αlinolênico (47,50).
Em relação ao acúmulo de gordura hepática, pode-se observar que a
adição de 1% de colesterol e 0,1% de ácido cólico promoveu alterações
significativas nos lipídeos hepáticos dos animais evidenciados por um aumento
superior a 400% no teor de lipídeos do grupo H, quando comparado com o
grupo AIN-93M.
A utilização de óleo de linhaça não apresentou um papel protetor em
relação ao acúmulo de gordura no fígado, contribuindo para o desenvolvimento
da esteatose hepática entre os animais. Entretanto, a maior substituição de
óleo promoveu menor acúmulo de gordura no fígado dos animais,
principalmente entre os ratos que receberam a dieta HO8%, com uma redução
de 13,33% quando comparados com os animais alimentados com dieta HO4%.
Apesar de evidências científicas sugerirem que o ALA poderia atuar
reduzindo o acúmulo lipídico no fígado, por meio do estímulo da β-oxidação e
assim inibir a síntese de ácidos graxos e TAG, este efeito não ocorreu neste
estudo, ocorrendo inclusive um aumento do depósito de lipídeos no fígado
destes animais, principalmente entre aqueles alimentados com as dietas
hiperlipídicas (41,51).
Diferente dos achados deste estudo, Vijaimohan et al.(23) encontraram
uma importante ação preventiva no acúmulo de gordura hepática de ratos
alimentados com óleo de linhaça (1 g/Kg peso) por um período de 60 dias.
Quanto ao perfil lipídico, observa-se que a dieta enriquecida com
colesterol e ácido cólico resultou em aumento significativo nos níveis de CT
(55,13%) e LDL-c (146,67%), com redução importante do HDL-c (54,99%), no
entanto, a suplementação da dieta com óleo de linhaça evidenciou seu efeito
92
hipocolesterolêmico, tanto em uma dieta normolipídica (NO4% e NO8%),
quanto em uma hiperlipídica (HO4% e HO8%).
Entre os animais alimentados com as dietas normolipídicas, a dieta
NO8% foi a mais eficiente na redução do CT, o mesmo foi observado nos
animais que receberam as dietas hiperlipídicas. Segundo alguns autores, a
presença do ácido α-linolênico no óleo de linhaça poderia aumentar a secreção
de colesterol na bile, levando a diminuição do pool intra-hepático de colesterol,
por meio da inibição de enzimas chaves na síntese de colesterol, como a 3hidróxi-3-metil-glutaril coenzima A redutase (HMG-CoA) (52).
Diferente dos resultados encontrados neste estudo, Prasad
(53)
atribuiu o
efeito hipocolesterolêmico da linhaça a presença das fibras alimentares e
lignanas e não ao ALA. O mesmo foi observado por Pan et al.(25) por meio de
meta análise onde evidenciaram um efeito pouco expressivo do óleo de linhaça
na colesterolemia de indivíduos.
Quanto aos valores de HDL-c, a inclusão de óleo de linhaça nas duas
concentrações (4% e 8%), tanto nas dietas normolipídicas, quanto nas
hiperlipídicas não foi eficiente para aumentar os níveis desta lipoproteína,
ocorrendo inclusive reduções. Resultados semelhantes foram encontrados por
Vijaimohan et al.(23), que avaliaram os efeitos benéficos do óleo de linhaça sob
o ganho de peso e o metabolismo lipídico de ratos alimentados com dietas
ricas em gorduras. Segundo os autores, a suplementação de óleo de linhaça
nas dietas hiperlipídicas foi eficiente para reduzir o ganho de peso e o aumento
do CT, entretanto, também causou redução nos níveis séricos de HDL-c.
Evidências científicas revelam que ácidos graxos poli-insaturados, mesmo
apresentando mecanismos redutores do CT, podem induzir a redução do HDLc (5,49).
Alguns autores sugerem a ocorrência de modificações nos receptores de
lipoproteínas e inibição de enzimas envolvidas com o metabolismo da HDL-c,
principalmente quando ocorre um consumo destes ácidos graxos em
quantidade superior a 35% do valor calórico total, no entanto, os mecanismos
responsáveis por esta redução não estão bem esclarecidos
(1,27,41,54,55)
.
Ainda, de acordo com Machado et al.(55), a redução de colesterol entre
os grupos que consumiram dieta rica em ácidos graxos poli-insaturados
ocorreu em todas as frações de colesterol, e desta maneira, a quantidade de
93
colesterol HDL-c não está diminuída quando comparado com o consumo de
dietas ricas em ácidos graxos saturados.
Reduções importantes foram encontradas em relação aos níveis de LDLc, tanto nos grupos normolipídicos, quanto nos hiperlipídicos. Em ambos os
grupos, os resultados mais satisfatórios foram para os animais que receberam
dietas com 8% de óleo de linhaça. A partir destes achados pode-se inferir que
como o óleo de linhaça apresenta em sua constituição basicamente lipídeos, o
efeito nas concentrações de LDL-c ocorreu em função do conteúdo de ácido αlinolênico presente, sem sofrer qualquer influência de outros compostos que
também constituem o grão. Estes resultados contrariam alguns autores que
afirmam que o óleo de linhaça por si só, não parece ter quaisquer efeitos
benéficos sobre os níveis de LDL-c, mas sim a ação sinérgica de todos os
constituintes desta oleaginosa
(1,25,53)
.
Os valores de VLDL-c e TAG foram diferentes entre os grupos normais e
hiperlipídicos. Pode-se observar que os animais tratados com as dietas de
menor teor lipídico, apresentaram os maiores valores de VLDL-c e TAG,
situação semelhante foi encontrada por Cintra et al.(1) que avaliaram o perfil
lipídico de 60 ratos alimentados com dietas hiperlipídicas acrescidas de
diferentes fontes de ácidos graxos. Segundo os autores, a explicação para os
maiores teores encontrados entre os grupos normolipídicos deve-se a maior
quantidade de carboidratos da dieta normal, como consequência do seu baixo
teor de gordura.
A presença do óleo de linhaça na dieta dos animais evidenciou seu
efeito hipotrigliceridêmico tanto no grupo normolipídico, quanto no hiperlipídico,
corroborando com os achados de Murase et al.(51), os quais inferiram que o
efeito hipotrigliceridêmico da linhaça se deu em função da presença do ALA e
que este poderia atuar inibindo a síntese hepática de TAG. Cintra et al.(1)
também encontraram menores valores de TAG entre os animais que
receberam linhaça como fonte de ácidos graxos poli-insaturados, quando
comparados com animais alimentados com pele de galinha (rica em ácidos
graxos saturados), indicando o efeitos destes ácidos graxos na redução de
TAG.
A razão CT/HDL-c é considerada um importante indicador de risco de
doenças cardiovasculares e a redução de 0,01 nesta razão reduz o risco de
94
infarto do miocárdio por aproximadamente 0,5%
(56)
. A partir dos resultados do
presente estudo, observa-se que entre os animais alimentados com dietas
normocolesterolêmicas não houve diferença entre os grupos, no entanto, a
inclusão de óleo de linhaça reduziu a razão CT/HDL, esta redução foi maior
conforme aumentaram os percentuais de óleo de linhaça adicionado. Nos
grupos hiperlipídicos, a diferença ocorreu entre os animais que receberam óleo
de linhaça, sendo o menor valor para aqueles que consumiram a dieta HO8%,
no entanto, ao fazer a comparação entre o grupo hiperlipídico sem
suplementação com o grupo HO8% essa diferença não ocorreu. A ausência de
diferença estatística pode ser explicada pelo efeito insatisfatório do ALA nos
níveis de HDL-c encontrados entre estes animais.
Segundo Couto e Wichmann
(54)
, há uma diversidade enorme de
resultados entre os estudos quanto aos efeitos da linhaça e seus derivados
sobre o perfil lipídico, e isto possivelmente pode ocorrer em função de
diferentes desenhos experimentais e doses utilizadas.
Em relação à avaliação das enzimas antioxidantes, os dados
demonstram que o nível de estresse oxidativo, causado pela indução à dieta
hipercolesterolêmica, não foi suficiente para influenciar na atividade das
enzimas antioxidantes no sangue dos animais, visto a ausência de significância
estatística entre os grupos AIN-93M e H.
O estresse oxidativo é caracterizado pelo aumento da produção de
substâncias oxidantes e/ou uma diminuição dos níveis de defesa antioxidante
do organismo. Este é um processo que vem sendo relacionado à patogênese
de algumas condições que afetam não só o sistema nervoso central como
vários órgãos periféricos
(5,57)
. A produção excessiva de espécies reativas de
oxigênio pode atacar biomoléculas bem como lipoproteínas de baixa
densidade, e assim iniciar o processo aterogênico
(5,57)
. Portanto, evidências
científicas sugerem que o estresse oxidativo é um fator decisivo para a
ocorrência de aterosclerose e outras doenças cardiovasculares
(5,58)
.
A partir dos resultados apresentados, verificou-se o efeito do óleo de
linhaça no aumento da atividade da CAT no sangue dos animais,
principalmente entre as dietas normolipídicas, observou-se uma tendência ao
aumento da atividade da enzima, conforme aumentaram os percentuais de óleo
95
de linhaça adicionados. Por outro lado, na dieta hiperlipídica não foi observado
o mesmo comportamento, ocorrendo inclusive uma redução da sua atividade.
Quanto à atividade da SOD, observa-se um aumento da sua atividade
em todos os tratamentos, porém este aumento não foi significativo, além disso,
ao fazer uma comparação entre a dieta controle (AIN-93M) com a hiperlipídica
(H), verifica-se que a dieta com maior teor de lipídeos, embora não significativo,
produziu tendência de redução de 21,77% na atividade desta enzima.
Em função do alto conteúdo de ácidos graxos poli-insaturados da
linhaça, alguns pesquisadores relatam que o óleo de linhaça por si só não tem
atividade antioxidante, podendo inclusive promover a peroxidação lipídica em
função da sua suscetibilidade à oxidação
(5,59)
. O efeito antioxidante da linhaça
seria em função da presença das lignanas vegetais, contidas nos grãos e
ausentes no óleo de linhaça. Segundo Prasad
(60)
, as lignanas apresentam
atividade depuradora contra espécies reativas de oxigênio, influenciando o
estado oxidativo de órgãos específicos como fígado, lipoproteínas plasmáticas
e glândulas mamárias, inibindo inclusive a oxidação de LDL-c e formação de
compostos oxidativos. Neste sentido, o consumo de linhaça integral pode ser
mais benéfico em relação ao consumo do seu óleo.
96
CONCLUSÃO
Os resultados apresentados neste estudo demonstram que o consumo
de óleo de linhaça pelos ratos apresentou efeito biológico, principalmente em
função da redução dos níveis de CT, TAG e LDL-c, no entanto os níveis de
HDL-c foram pouco afetados, apresentando inclusive reduções. Em relação à
atividade das enzimas antioxidantes, os resultados foram mais eficientes em
uma situação de dieta normolipídica.
Sabe-se que a quantidade, a natureza dos alimentos e os tipos de
preparações ingeridas diariamente influenciam a concentração do colesterol
plasmático e, os níveis elevados de colesterol no sangue estão relacionados
com a incidência de doenças cardiovasculares. Além disso, uma dieta
hiperlipídica pode desenvolver um aumento de peso considerável mesmo com
uma menor ingestão. Portanto, apesar dos efeitos benéficos do óleo de linhaça
evidenciados na literatura, alguns trabalhos mostram dados contraditórios,
tanto em pesquisas realizadas com animais, como em estudos feitos com seres
humanos.
Além disso, a quantidade ideal de consumo e os efeitos em longo prazo
não estão totalmente elucidados, bem como os benefícios dos compostos
bioativos presentes tanto no óleo, quanto no grão inteiro. Em razão destas
questões, mais estudos são necessários com a finalidade de avaliar o efeito
sinérgico ou isolado dos constituintes do grão de linhaça.
AGRADECIMENTOS
À empresa Indústria de Óleos Vegetais Pazze Ltda pela doação do grão e
do farelo de linhaça. À FAPERGS pelo apoio financeiro (ARD processo n°.
10/0489 – 0). Ao Professor José Cláudio Fonseca Moreira e ao doutorando
Guilherme Antônio Behr do Laboratório do Centro de Estudos em Estresse
Oxidativo do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, pela realização das análises de estresse oxidativo.
97
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103
Legendas de figuras
Figura 1. Atividade enzimática da CAT no sangue das ratas Wistar.
Figura 2. Atividade enzimática da SOD no sangue das ratas Wistar.
104
Tabela 1. Formulação das dietas experimentais em g.kg-1 de dieta.
Ingredientes (g)
Sacarose
Amido de milho
Caseína
Amido dextrinizado
Óleo de soja
Fibra
Mix mineral
Mix vitamínico
L-cistina
Bitartarato de colina
Tetra-butilhidroquinona
Banha suína
Colesterol
Ácido cólico
Óleo de linhaça
Total
AIN-93M
100,000
453,472
152,220
155,000
40,000
50,000
35,000
10,000
1,800
2,500
0,008
----1000,000
NO4%
100,000
453,472
152,220
155,000
0,000
50,000
35,000
10,000
1,800
2,500
0,008
---40,000
1000,000
Dietas (g)
NO8%
H
HO4%
100,000
100,000
100,000
413,472
232,472
232,472
152,220
152,220
152,220
155,000
155,000
155,000
0,000
0,000
0,000
50,000
50,000
50,000
35,000
35,000
35,000
10,000
10,000
10,000
1,800
1,800
1,800
2,500
2,500
2,500
0,008
0,008
0,008
-250,000
210,000
-10,000
10,000
-1,000
1,000
80,000
-40,000
1000,000 1000,000 1000,000
HO8%
100,000
232,472
152,220
155,000
0,000
50,000
35,000
10,000
1,800
2,500
0,008
170,000
10,000
1,000
80,000
1000,000
AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo
normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo.
105
Tabela 2. Composição de ácidos graxos do óleo de linhaça.
Ácidos Graxos*
%
Ácido Mirístico (C14:0)
0,06
Ácido Palmítico (C16:0)
6,37
Ácido Palmitoléico (C16:1)
0,07
Ácido Esteárico (C18:0)
4,43
Ácido Oleico (C18:1)
17,98
Ácido Linoleico (C18:2 – ω6)
13,99
Ácido Linolênico (C18:3 - ω3)
55,76
Ácido Docosahexaenóico (C22:6)
0,38
Ácido Lignocérico (C24:0)
0,38
Ácido Lignoceroléico (C24:1)
0,95
Ácidos Graxos Saturados
11,24
Ácidos Graxos Insaturados
89,13
Total ômega-6
13,99
Total ômega-3
55,76
Razão ômega-6/ômega-3
0,25
*AG na forma de ésteres metílicos. Valores expressos em g/100 g.
106
Tabela 3. Gordura peritoneal, consumo total de dieta e quociente de eficiência
alimentar de ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas após 50 dias de
administração das dietas experimentais.
Parâmetros
Dietas
GP (%)*
CTD (g)**
QEA***
AIN-93M
3,86±0,93
717,01±26,24a
0,05±0,01b,c
NO4%
3,17±1,35
732,33±11,17a
0,05±0,02b,c
NO8%
4,28±1,28
709,33±70,27a
0,05±0,02b,c
H
3,60±0,47
588,09±53,84b
0,09±0,02a
HO4%
3,00±1,69
590,64±29,09b
0,07±0,02a,c
HO8%
3,74±0,90
589,42±32,02b
0,08±0,03a,b
AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo normolipídico 4% óleo;
NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo
hiperlipídico 8% óleo. Média ± DP, n=06. ANOVA. Valores na mesma coluna com diferentes
letras sobrescritas diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey. (P<0,05).*GP:
gordura peritoneal - dados expressos em g de gordura peritoneal/100g de peso corporal;
**CTD: consumo total de dieta; ***QEA: quociente de eficiência alimentar.
107
Tabela 4. Lipídeos fecais, Massa hepática (%) e Lipídeos hepáticos (%) de
ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas após 50 dias de administração das
dietas experimentais.
Parâmetros
Dietas
AIN-93M
Lipídeos fecais
(%)
1,45±0,07c
Massa hepática
(%)*
2,78±0,08b
Lipídeos hepáticos
(%)
5,33±0,13d
NO4%
1,80±0,09b,c
2,80±0,07b
5,79±0,12d
NO8%
2,11±0,08b
2,78±0,20b
5,50±0,18d
H
7,19±0,11a
5,81±0,35a
26,85±0,68c
HO4%
7,22±0,28a
5,78±0,57a
37,56±1,22a
HO8%
7,60±0,44a
6,06±0,40a
32,55±1,75b
AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo normolipídico 4% óleo;
NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo
hiperlipídico 8% óleo. Média ± DP, n=06. ANOVA. Valores na mesma coluna com diferentes
letras sobrescritas diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey. (P<0,05).*Dados
expressos em g de órgão/100g de peso corporal.
108
Tabela 5. Perfil lipídico das ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas após 50 dias de
administração das dietas experimentais.
AIN-93M
CT
(mg.dL-1)
66,60±2,50c
HDL-c
LDL-c
VLDL-c
TAG
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
(mg.dL-1)
20,51±0,97a 35,39±3,34d 10,69±0,60a 53,49±3,03a
3,25±0,19c
NO4%
43,44±2,98e
17,90±0,44b 14,16±3,25e 11,37±0,24a 56,86±1,21a
2,42±0,20c
NO8%
31,37±0,90f
13,22±0,23c
9,24±0,48e
8,90±0,37b
44,50±1,87b
2,37±0,06c
H
103,32±2,05a
9,23±0,24d
87,30±1,89a
6,79±0,14c
33,95±0,71c 11,19±0,33a,b
HO4%
84,72±2,30b
6,49±0,84e
71,02±2,12b
7,21±0,21c
36,05±1,00c
13,18±1,61a
HO8%
56,65±2,27d
5,33±0,24e
45,99±2,49c
5,32±0,21d
26,64±1,08d
10,65±0,90b
Dietas
CT/HDL
AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo
normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo. Média ± DP,
n=06. ANOVA. Valores na mesma coluna com diferentes letras sobrescritas diferem significativamente entre
si pelo Teste de Tukey. (P<0,05).
109
Figura 1. Atividade enzimática da CAT no sangue das ratas Wistar. Resultados
expressos em média ± DP, n=6. ANOVA. Significativo pelo Teste de Tukey
(P<0,05). AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo
normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo
hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo.
110
Figura 2. Atividade enzimática da SOD no sangue das ratas Wistar.
Resultados expressos em média ± DP, n=6. ANOVA. Significativo pelo Teste
de Tukey (P<0,05). AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%:
grupo normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%:
grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo.
111
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos resultados apresentados evidenciou comportamentos
diferentes em relação aos efeitos da linhaça e seus derivados nos parâmetros
avaliados, sendo possível identificar que o tipo de dieta consumida
(normolipídica ou hiperlipídica), influenciou nos resultados, o que demonstra
que não basta consumir produtos com propriedades benéficas, se existe uma
alimentação desequilibrada.
Os dados demonstraram que mesmo não ocorrendo diferenças
significativas entre algumas variáveis, a suplementação das dietas com linhaça
e seus derivados, resultou em melhoras significativas no perfil lipídico, na
lipoperoxidação hepática e na expressão de enzimas antioxidantes.
A inclusão do grão e do farelo desengordurado induziu resultados
satisfatórios
nas
avaliações
dos
diferentes
parâmetros
estudados,
principalmente em relação aos níveis da lipoproteína HDL-c, entretanto, em
uma situação de dieta hiperlipídica não apresentou o mesmo comportamento.
O óleo de linhaça, por sua vez, apresentou efeito hipotrigliceridêmico
nas duas situações de dietas (normolipídicas e hiperlipídicas), entretanto,
promoveu redução nos níveis de HDL-c.
Quanto ao estresse oxidativo, a inclusão de grão e farelo de linhaça
apresentou efeito protetor nas dietas com diferentes concentrações lipídicas,
por outro lado, o óleo de linhaça, foi eficiente apenas em situação de dieta
normolipídica.
Ainda existem muitos resultados contraditórios em relação aos efeitos da
linhaça e seus subprodutos, no entanto, pode-se inferir que o grão inteiro, em
função de sua composição nutricional, já descrita na literatura, poderá ter um
somatório de efeitos benéficos devido às várias ações destes compostos, o que
parece demonstrar o efeito positivo em alguns parâmetros quando se compara
com estudo isolado de um único composto, portanto, parece que o consumo de
linhaça integral pode ser mais vantajoso em relação ao consumo de óleo.
112
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127
9 APÊNDICES
Tabela 1. Atividade antioxidante em córtex e fígado de ratos Wistar alimentados
durante 54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS),
2013.
NORMOLIPÍDICAS
Dietas
CÓRTEX
SOD*
-1
(unidades de SOD.mg proteína)
AIN-93M
NL7,5%
NL15%
NF7,5%
NF15%
NO4%
NO8%
46,848±20,867
38,809±16,753
41,168±9,676
49,634±11,799
41,612±25,442
36,379±16,225
44,240± 22,079
AIN-93M
NL7,5%
NL15%
NF7,5%
NF15%
NO4%
NO8%
69,203±23,873
54,261±17,697
54,017±19,401
56,515±8,584
76,629±23,520
63,503±20,564
61,774±14,810
H
HL7,5%
HL15%
HF7,5%
HF15%
HO4%
HO8%
H
HL7,5%
HL15%
HF7,5%
HF15%
HO4%
HO8%
44,280±14,169
46,200±14,400
33,304±15,187
44,856±12,248
46,079±19,737
45,583±17,968
42,987±13,816
61,193±17,953
34,892±11,675
51,746±27,271
50,777±26,082
52,286±25,026
51,414±28,949
41,534±11,150
CAT**
GST***
(unidades de
-1
CAT.mg proteína)
(unidades de GST.mg proteína)
0,397±0,224
0,309±0,222
0,563±0,331
0,480±0,175
0,431±0,215
0,408±0,249
0,422±0,211
FÍGADO
33,186±4,3470
50,999±1,038
50,760±4,167
47,596±2,263
66,633±2,450
42,583±3,875
46,914±6,958
HIPERLIPÍDICAS
CÓRTEX
0,496±0,294
0,243±0,087
0,329±0,309
0,471±0,315
0,503±0,265
0,417±0,200
0,342±0,124
FÍGADO
37,234±2,138
41,974±2,677
45,079±2,284
39,877±0,732
55,335±4,112
25,779±1,196
39,763±3,021
-1
22,443±16,075
20,252±8,487
19,320±11,872
27,848±11,881
23,124±12,870
19,059±12,931
24,206±12,218
133,900±33,577
98,412±19,355
126,506±37,009
106,524±15,016
152,254±52,474
142,592±28,031
132,530±25,245
25,856±15,523
20,598±8,061
16,913±10,390
22,980±14,323
23,725±9,212
23,021±10,829
23,400±10,123
87,262±22,610
85,239±12,528
93,019±21,942
70,444±11,452
97,467±30,001
71,227±24,663
73,382±26,126
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo
7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%. H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%:
Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%:
Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.*SOD: superóxido dismutase – Misra e Fridovich (1972);
**CAT: catalase – Aebi e Lester (1984); ***GST: glutationa S-trasnferase - Habig et al. (1974).
128
Tabela 2. Lipoperoxidação* (nmol MDA.mg-1proteína) em sangue, plasma, fígado e
córtex dos animais alimentados durante 54 dias com as dietas experimentais.
Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.
NORMOLIPÍDICAS
Dietas
Sangue
Plasma
Fígado
Córtex
AIN-93M
0,046±0,008
0,009±0,00
0,164±0,010
0,273±0,099
NL7,5%
0,039±0,008
0,020±0,01
0,112±0,018
0,430±0,228
NL15%
0,043±0,009
0,028±0,02
0,126±0,017
0,301±0,083
NF7,5%
0,066±0,016
0,010±0,00
0,132±0,011
0,350±0,123
NF15%
0,108±0,031
0,026±0,03
0,145±0,019
0,287±0,120
NO4%
0,037±0,010
0,019±0,01
0,129±0,020
0,310±0,126
NO8%
0,048±0,007
0,012±0,01
0,117±0,015
0,396±0,120
HIPERLIPÍDICAS
H
0,043±0,007
0,014±0,00
0,248±0,044
0,345±0,245
HL7,5%
0,033±0,003
0,017±0,01
0,149±0,028
0,306±0,041
HL15%
0,047±0,008
0,014±0,01
0,169±0,047
0,306±0,168
HF7,5%
0,033±0,006
0,034±0,03
0,256±0,030
0,400±0,216
HF15%
0,037±0,003
0,015±0,01
0,180±0,050
0,295±0,132
HO4%
0,042±0,004
0,040±0,04
0,174±0,040
0,358±0,095
HO8%
0,081±0,017
0,031±0,04
0,190±0,023
0,365±0,138
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo
7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%. H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%:
Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%:
Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.*Esterbauer e Cheeseman (1990).
Tabela 3. Conteúdo de sulfidrilas totais (SH*) córtex, fígado e plasma de ratos Wistar
alimentados durante 54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de
Pelotas (RS), 2013.
NORMOLIPÍDICAS
Dietas
Córtex
Fígado
Plasma
-1
-1
-1
(μmol SH.mg proteína)
(μmol SH.mg proteína)
(μmol SH.mg proteína)
AIN-93M
NL7,5%
NL15%
NF7,5%
NF15%
NO4%
NO8%
14,089±3,592
13,109±4,862
13,162±2,233
16,271±4,806
15,140±4,076
15,264±1,119
17,304±4,181
3,403±0,644
3,256±0,413
3,369±0,453
3,221±0,747
4,090±1,060
3,831±0,334
3,401±1,025
H
HL7,5%
HL15%
HF7,5%
HF15%
HO4%
HO8%
14,363±1,890
14,478±3,235
14,566±2,876
15,264±3,894
14,160±3,114
14,160±4,885
16,739±3,051
27,913±8,123
23,002±5,757
19,857±13,910
19,928±5,758
23,020±7,322
26,950±16,412
21,721±10,410
HIPERLIPÍDICAS
41,402±13,911
51,286±11,559
56,621±17,487
39,291±20,105
50,253±10,505
40,174±18,670
43,937±20,828
2,142±1,016
1,786±0,770
2,252±0,304
2,181±0,461
1,992±0,619
2,947±1,429
2,051±0,581
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo
7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%:
Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%:
Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.*SH: Ellman (1959) e Wendel (1981).
129
Tabela 4. Potencial antioxidante total não enzimático (TRAP*) em córtex, fígado e
plasma de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com as dietas experimentais.
Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.
NORMOLIPÍDICAS
Dietas
Córtex
Fígado
Plasma
(%)
(%)
(%)
AIN-93M
NL7,5%
NL15%
NF7,5%
NF15%
NO4%
NO8%
41,276±30,688
43,991±24,193
43,096±28,901
28,204±20,085
41,563±26,494
49,273±27,214
36,431±25,956
47,365±12,905
46,689±1,472
48,138±7,793
45,890±9,205
45,166±5,047
46,712±5,778
45,457±5,553
H
HL7,5%
HL15%
HF7,5%
HF15%
HO4%
HO8%
39,419±24,244
42,718±18,281
56,939±20,955
40,420±28,610
36,912±23,513
37,709±23,858
34,203±23,550
41,882±16,936
43,350±9,238
47,982±14,544
54,120±11,912
42,165±16,299
33,100±25,465
40,258±16,216
HIPERLIPÍDICAS
55,402±12,932
53,925±13,689
55,117±8,334
59,702±9,688
61,495±8,885
59,222±13,153
56,177±12,775
43,200±9,350
45,288±6,498
45,539±7,691
41,962±10,652
43,905±5,249
40,947±9,246
37,431±12,734
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo
7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%:
Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%:
Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.*Lissi et al. (1992) e Dresch et al. (2009).
Tabela 5. Lipídeos fecais (%) e hepáticos (%) de ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.
NORMOLIPÍDICAS
Dietas
Lipídeos fecais
Lipídeos hepáticos
AIN-93M
1,45±0,07
5,33±0,13
NL7,5%
7,45±0,50
5,02±0,15
NL15%
14,21±0,20
5,09±0,01
NF7,5%
2,55±0,09
5,39±0,37
NF15%
3,58±0,11
5,41±0,05
NO4%
1,80±0,09
5,79±0,12
NO8%
2,11±0,08
5,50±0,18
HIPERLIPÍDICAS
H
7,19±0,11
26,85±0,68
HL7,5%
16,05±0,98
26,84±0,42
HL15%
19,30±2,15
24,14±0,74
HF7,5%
8,01±0,10
28,15±0,99
HF15%
10,23±1,09
31,86±1,20
HO4%
7,22±0,28
37,56±1,22
HO8%
7,60±0,44
32,55±1,75
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo
7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%:
Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%:
Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.
130
Tabela 6. Peso das fezes e peso do fígado de ratos Wistar alimentados durante 54
dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.
NORMOLIPÍDICAS
Dietas
Peso fezes (g)*
Peso fígado (g)
AIN-93M
15,06±1,29
7,35±0,48
NL7,5%
15,36±1,55
7,36±0,72
NL15%
16,30±1,77
7,63±1,16
NF7,5%
15,04±1,63
7,16±0,33
NF15%
15,55±1,59
7,52±0,57
NO4%
13,97±1,52
7,67±0,26
NO8%
12,42±0,96
7,52±0,87
HIPERLIPÍDICAS
H
12,39±0,90
16,77±1,81
HL7,5%
13,36±1,71
17,46±2,57
HL15%
15,39±1,71
15,36±1,90
HF7,5%
14,40±1,66
15,51±2,12
HF15%
15,70±2,19
13,65±1,02
HO4%
12,19±1,25
16,10±2,19
HO8%
12,57±0,82
17,02±1,43
*2ª coleta 10 dias. AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%:
Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta
Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo
Farelo 15%; HO4%: Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.
Tabela 7. Circunferência abdominal (cm) e gordura peritoneal (g) de ratos Wistar
alimentados durante 54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de
Pelotas (RS), 2013.
NORMOLIPÍDICAS
Dietas
Circunferência
Gordura peritoneal (g)
abdominal (cm)
AIN-93M
12,95±1,65
10,26±2,57
NL7,5%
13,33±0,88
8,30±2,97
NL15%
13,37±0,43
8,49±2,72
NF7,5%
13,68±1,26
9,78±3,83
NF15%
14,30±0,72
9,78±2,86
NO4%
13,97±0,55
8,82±4,12
NO8%
14,58±0,57
11,68±3,82
HIPERLIPÍDICAS
H
13,97±1,14
10,41±1,73
HL7,5%
14,20±0,89
10,22±3,52
HL15%
14,08±0,65
11,27±4,57
HF7,5%
14,60±1,29
8,47±3,82
HF15%
14,33±1,42
10,48±5,09
HO4%
14,03±0,77
8,47±5,23
HO8%
14,38±0,69
10,57±2,88
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo
7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%:
Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%:
Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.
131
Tabela 8. Glicemia (mg/dL) e ácido úrico (mg/dL) de ratos Wistar alimentados durante
54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.
NORMOLIPÍDICAS
Dietas
Glicemia
Ácido úrico
AIN-93M
85,50±10,29
4,23±0,52
NL7,5%
98,83±27,53
3,98±0,38
NL15%
89,17±8,91
4,04±0,25
NF7,5%
89,50±8,17
3,98±0,07
NF15%
86,33±10,82
3,82±0,17
NO4%
92,00±16,41
3,97±0,28
NO8%
81,33±12,36
4,08±0,47
HIPERLIPÍDICAS
H
92,50±14,39
4,48±0,30
HL7,5%
91,17±13,01
4,39±0,28
HL15%
92,33±8,89
4,41±0,43
HF7,5%
93,50±8,22
4,50±0,32
HF15%
87,17±5,27
4,40±0,26
HO4%
92,00±10,20
4,34±0,51
HO8%
82,00±9,10
4,07±0,29
AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo
7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%:
Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%:
Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.
132
10 ANEXOS
ANEXO 01
Aprovação da Comissão de Ética em Experimentação Animal (CEEA –
UFPEL), em reunião realizada no dia 22 de março de 2010.

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