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DO CONCURSO AO EMPREENDEDORISMO Um Depoimento Sobre Mudança de Vida conteúdo 02 E S T Á T U D O B E M ! 07 P R E P A R E - S E 46 T O M E A D E C I S Ã O 46 C O N C L U S Ã O 01 C A P Í T U L O 01 E S T Á T U D O B E M ! Está Tudo Bem! “Eu não quero mais trabalhar no serviço público”. Bom, na primeira vez em que você pensar isso, seu cérebro provavelmente vai te dar um facepalm (uma versão mais sofisticada e americanizada do famoso ‘pedala!’). Como assim você quer sair do serviço público? Você tá maluca? Depois de tudo o que estudou? De dias sem sair, sentada com a bunda na cadeira estudando horas e horas every fucking day? Você sabe onde você vai ganhar isso que você ganha, minha filha? Lugar algum. E a estabilidade? Acha que isso cai do céu? Vai viver sem saber quanto vai ganhar?! E todas essas perguntas aí de cima foram feitas pelo seu próprio cérebro. São internas. Agora imagine a chuva de críticas e perguntas quando você decide anunciar para o mundo essa sua insatisfação. Pois é. É por isso que muita gente passa 20, 30 anos fazendo o que não quer fazer, com vontade de dar uma porrada no computador do escritório e sair igual ao Michael Douglas em ‘Um Dia de Fúria’. A insatisfação reprimida vai dando lugar a um desânimo que aumenta gradativamente, que te impede de cumprir as menores tarefas com próatividade e iniciativa. E perceber que você já não tem a energia e a iniciativa de antes… te dá uma desanimada novamente. É um ciclo vicioso. Antes de você se queimar na fogueira por estar insatisfeita com o serviço público e querer algo diferente para sua vida profissional, quero te dizer uma coisa: Está tudo bem. 03 É OK querer algo diferente do que querem 80% dos brasileiros hoje. É OK querer algo diferente do que o seu pai ou sua mãe querem para você. É OK dizer “vai cuidar da sua vida” para aquela amiga que não se manca e começa a te encher de críticas (#amandadelicada… tá, vai, diz isso de forma gentil, então). É OK dizer isso para o seu próprio cérebro. Diante da instabilidade econômica que nossos pais viveram nos anos 80 e 90, é mais do que natural que eles queiram fugir da iniciativa privada. Recomendam aos filhos “carreiras sólidas”: engenharia, direito, medicina - de preferência, sempre visando ao fim da faculdade fazer o tal concurso. Crescemos vendo salários dos servidores aumentarem - se não aumentaram, em sua maioria já eram maiores que os salários da média da população brasileira. E ainda que não fossem salários sensacionais, o plus da estabilidade mudava tudo. Ah, a deliciosa e tão sonhada estabilidade. Aquela que faz com que você possa jogar uma melancia da janela do prédio público, mas ainda assim não seja demitido. Em tempos de economia maluca, quem não quer a certeza de que não perderá seu ganha-pão? Só que isso gera muitos problemas. Viramos um país onde a ocupação “concurseiro” existe. Pessoas - que nem sabem se é mesmo aquilo que querem para a vida - passam anos e anos estudando loucamente, em busca da tão sonhada aprovação. Imaginem passar 5 anos estudando, ser aprovada, tomar posse e… odiar o trabalho? E mais. Há cidades onde o número de funcionários públicos é superior ao resto da população. De acordo com o IBGE, em 2014, o Brasil tinha 6,5 milhões de servidores públicos municipais, um número 66,7% maior do que em 2001, quando eram 3,9 milhões - nesse mesmo período, a população cresceu em ritmo menor – houve um aumento de 17,6%. Correção de uma ausência anterior de funcionários na estrutura pública? Ou inchaço da Administração Pública municipal, que virou cabide de empregos? E se estamos falando da Administração Pública 04 municipal, o que dizer dos Estados e da União Federal? Óbvio que o debate sobre o número de servidores públicos não pode ser tão simplista e cartesiano assim. Nosso país tem dimensões continentais e existem milhares de cidadãos sem atendimento do Estado em várias localidades desse Brasilzão. Mas é inegável que houve uma enxurrada de concursos públicos nos últimos anos e não foi apenas para levar o serviço público àqueles que não o têm. Diante desse panorama todo, o concurso público é obviamente endeusado por quem está na faculdade ou acabou de sair dela. E aí… dizer que você quer empreender, indo justamente na direção contrária, é basicamente dizer às pessoas que você quer se enrolar em um monte de bacon e se jogar na cova dos leões (pelo menos, é o que elas parecem escutar quando você diz que quer ser empreendedora). Repito mais uma vez: respire. Está tudo bem querer algo seu. Algo que você ama. Algo diferente. Se você ama o que faz no serviço público, se você se identifica com seu trabalho, se pelo menos ele não te mata de tédio ou desgosto, continue trabalhando. O Brasil precisa de pessoas que saibam o que é servir o cidadão: esse é o núcleo do conceito de “serviço público”, embora muitas pessoas se esqueçam da tremenda responsabilidade que carregam nas mãos enquanto sentam na frente dos computadores reclamando da pilha de papel à sua frente. Que você não se esqueça, então, porque você foi aprovado e tomou posse/foi contratado. O objetivo maior do seu trabalho é atender da melhor forma possível a população que precisa de você. Faça isso com integridade e com felicidade - essa é sua missão. Se você não é feliz hoje, é preciso entender que sempre existe opção, que sempre há outra alternativa. Você pode ser empregada em uma empresa privada, com outra atividade e atribuições. E você pode ter seu próprio negócio. Esse E-Book é para aquelas mulheres que, como eu, optaram por essa segunda via. 05 Para começarmos, então, eu vou te propor algumas perguntas. Se puder, compre um caderno e faça dele o seu caderno de transição de vida profissional. Comece esse caderno respondendo a essas perguntas. Recorra a elas todas as vezes em que precisar se lembrar de porque tomou algumas decisões e se fortalecer em dias mais desafiadores. Lembre-se de ser o mais descritiva e específica possível nas respostas. Seja honesta com você mesma para que essa busca por respostas e soluções seja ainda mais proveitosa. CADERNO DA TRANSIÇÃO: O que você faz hoje? O que fez você decidir entrar no serviço público? Você é feliz com o seu trabalho? O que sente quando trabalha, tanto física quanto emocionalmente? Feche os olhos. O que gostaria de fazer agora como trabalho? Como se visualiza trabalhando? Onde se imagina trabalhando? Você tem equipe sou trabalha sozinha? Como você está se sentindo trabalhando com o que ama? Como está seu corpo trabalhando finalmente com algo que você curte? Visualize o seguinte. Como você vai se sentir, o que vai pensar daqui a 20 anos, se não tiver tomado a decisão de sair do serviço público? Visualize a cena, você mais velha, pensando sobre isso. O que sentiu? Com base no que você sentiu ao responder a todas essas perguntas, você quer continuar trabalhando como funcionária pública? Qualquer que tenha sido sua resposta, diga-a em voz alta. Escute-se. Observe o que sentiu ao se escutar. Anote. Assuma sua decisão. Empodere-se com ela. Seja ela qual for. 06 02 C A P Í T U L O 02 P R E P A R E - S E Agora que você tomou sua decisão e se conscientizou que quer sair do serviço público, precisamos conversar sobre como se preparar para fazer isso e criar seu próprio negocio. Embora todo mundo comece falando sobre se preparar financeiramente, quero te sugerir para começar a se preparar psicologicamente primeiro. Você precisa experimentar a mudança de mindset que deve vir com a mudança de vida profissional. Não adianta sair do serviço público e criar sua empresa, enquanto você continua com mindset de funcionaria pública. É preciso ‘trocar os canais’ dos seus pensamentos e das suas atitudes e entender como funciona a vida de uma pessoa que tem seu próprio empreendimento. Eu não vou escrever aqui que você precisa ter mais responsabilidade por seus atos uma vez que a empresa é sua. Eu parto do pressuposto de que você já é uma pessoa responsável e íntegra no seu trabalho dentro do serviço público. Largar de mão o trabalho porque você conquistou estabilidade é um defeito, não é um mindset de servidora pública. Se eu afirmasse o contrário seria um preconceito da minha parte, um estereótipo criado pela minha cabeça para reforçar minha postura de que o serviço público não é para mim. Não tenho esse preconceito e tenho amigos queridos que trabalham arduamente dentro do serviço público. Então o que você precisa saber sobre a vida empreendedora? É preciso entender que a remuneração variável vai fazer parte da sua vida. E que você vai precisar correr riscos - mas que eles precisam ser riscos calculados. 08 Como assim? Empreender é ter um projeto, desenvolve-lo e apresenta-lo ao mercado. Ele pode vingar e pode não vingar. E se ele não vingar? Você passa para outro, simples assim. Ou começa com um pequeno projeto, colhe os frutos e feedbacks dele, para ir crescendo, crescendo… até alcançar o porte final que você imagina para sua empresa. Lidar com a ideia de que o fracasso pode ser (na maioria das vezes, será) parte do seu processo como empresaria é fundamental. Você consegue entender isso? O fracasso é uma excelente oportunidade de você melhorar seu produto. Por isso você pode e deve ter fracassos em ambientes controlados primeiro. Quando digo controlados, digo pesquisar o mercado com um produto mais simples e menor, com uma estrutura mais simples, que não gaste todas as suas economias, para só ganhar mais porte depois que você perceber que o produto e o serviço que oferece têm respaldo no mercado. O problema é apostar todas as suas fichas em um produto só, sem planejamento e sem pesquisa de mercado. Gastar todos os investimentos em um produto assim é pedir para tudo dar errado. É por isso que muitas empresas fecham nos seus dois primeiros anos de existencia. Simplesmente não existe visão macro, de etapas e visão de longo prazo para a empresa. Além de ser necessário ter uma outra visão sobre erros e fracassos, é necessário entender sobre negócios. Em 2015, o Sebrae fez uma pesquisa que comprovou que cada vez mais pessoas eram demitidas e usavam suas verbas rescisórias para criarem seus negocios, em vez de retornarem ao mercado de trabalho. Qual o problema nisso? Nenhum, se essas pessoas se capacitarem antes de pensar em criar uma empresa. Planejamento, finanças, regularização jurídica, marketing. Tudo isso é fundamental para uma pequena empresaria definir seus caminhos. 09 O que acontece quando não se tem essa preparação? As chances de se tomar decisões erradas com relação ao rumo dos negócios só aumenta. Diante do que eu já escrevi, você pode concluir que a empreendedora é aquela que toma riscos, que assume riscos na sua caminhada. Você é capaz de assumir riscos ou prefere operar em um ambiente seguro? Você tem mil formas de tornar sua jornada empreendedora a menos arriscada possível - com testes, pesquisas de mercado, escala gradual, capacitação mas, no fim das contas, precisa ter na sua mente que está lidando com um terreno diferente da estabilidade do serviço público e que postura 100% segura, no mundo dos negocios, é uma postura que não vai te trazer lucro algum. Agora que te falei que você precisa tomar riscos, vou ser ainda mais específica. Se você quer ser empreendedora, busque dentro de você todo o potencial de iniciativa que você tiver. Empreender é AGIR. É buscar. É correr atrás. É botar o bloco na rua e dar a cara à tapa. Eu já tinha essa consciência dentro de mim, mas tudo se confirmou de forma mais explicita dentro da formação em coaching que fiz. Você pode ter todo o conhecimento do mundo em negócios, gestão, finanças. Pode ter uma belíssima expertise na sua área de atuação. E ter também milhares de habilidades que te ajudariam a dominar o mundo. Mas se não tiver iniciativa e atitude, tudo isso permanece latente e inerte dentro de você. Você precisa querer ir além. E precisa também se permitir ir além. Acreditar que pode ir além. Para quem isso parece clichê ou trecho de livro de auto-ajuda, realmente essas palavras não vão surtir muito efeito. Mas, se puder, pare para pensar nessas frases acima. Reflita. 10 Se você gostar do cômodo, do seguro e de receber tudo na sua mão, mude seu foco. Não saia do serviço público ou saia para um emprego estável na iniciativa privada. Não abra uma empresa. Se, porém, seu perfil for empreendedor, no sentido de ter iniciativa e pró-atividade, ou se você identificou que quer desenvolver essas posturas na sua vida profissional, vamos em frente. Em resumo, prepare-se psicologicamente para empreender. Procure um psicólogo ou um coach para ver as coisas de forma mais clara e se empoderar. Fortalecer sua mente e prepará-la para os desafios e vitórias que virão vai fazer toda a diferença. Pronto, só agora vou falar da preparação financeira para sair do seu emprego/cargo público. É interessante formar uma reserva financeira, para que você tenha uns meses mais tranquilos e se concentre apenas em uma coisa: fazer sua empresa prosperar. Mas qual seria o valor dessa reserva? Bem, só você pode saber quanto precisa de verdade para viver nos meses após a saída do seu trabalho. E olha, no fim das contas, a gente se entope de coisas e serviços custosos muitas vezes para mascarar nossa insatisfação com o trabalho. Saindo desse vórtex de infelicidade, você pode descobrir que não precisa de muita coisa que hoje acha indispensável. Mas, ainda assim, o ideal é que você seja sincera consigo mesma e não determine que vai viver de forma franciscana, que só precisa de uma cabana de sapê… É bacana ter no banco algo em torno de 6 meses a 1 anos de despesas suas. Não só para essa fase inicial da empresa, mas para a vida. Esse é o conselho que dou até para meus amigos do serviço público. E olha, tem gente que ganha R$20 mil e não consegue ficar no azul no fim do mês. Então, sim, guardar dinheiro é um desafio, porque pressupõe que você aprendeu a ter uma relação saudável com ele. E ter isso é indispensável 11 para aprender a lidar com seus dias de remuneração variável. Faça um favor a si mesma, tome as rédeas de todos os setores da sua vida, inclusive o financeiro. Você não vive mais da mesada da sua mãe. Get some balls (tenha cujones, se você me entende) e organize direito suas finanças. Elas são parte essencial da sua vida adulta e ninguém mais pode fazer isso por você. Planeje-se, então, para guardar esse dindim. Mas olha, se você tá eternamente esperando uma reserva que nunca vem, porque você sabota seus próprios planos de guardar dinheiro, pergunte a si mesma se não está usando isso como desculpa para nunca tomar a decisão final de pedir demissão. Cuidou da cabeça? Cuidou da reserva financeira? Então planeje agora seu negócio. Use a vantagem competitiva que você tem - você tem um emprego, tem tranquilidade para planejar isso por conta da estabilidade que possui - e trace um mapa para entender que tipo de negócio quer desenhar, quem quer como cliente e quais devem ser seus primeiros (e futuros) passos. Estudo, estudo, estudo. Testes, testes, testes. Tudo isso para você se fortalecer e ter muita clareza de como caminhar daqui para frente. Procure o Sebrae na sua cidade, faça cursos voltados para gestão de empresas e projetos. Pesquise na internet sobre cursos online sobre inovação, empreendedorismo, marketing digital. Se quiser saber mais sobre como divulgar sua marca de forma poderosa e humana, formando uma conexão com suas clientes de forma profunda e transformadora, já te sugiro fazer o cadastro na lista do nosso Projeto Blog Incrível, porque vem muita coisa boa por aí para quem tem atitude e criatividade. 12 Não deixe nunca de estudar. Conhecimento é o melhor investimento que você pode fazer. É o investimento em você mesma que vai te dar segurança e confiança para ser uma empresaria melhor. “Mas, Amanda, eu trabalho o dia inteiro, tenho filhos, marido, cachorro, casa… quando eu vou fazer isso?” Na boa? V-O-C-Ê S-E V-I-R-A. Costumo dizer às pessoas que minhoca não tem perna e anda! Durante 5 anos, eu trabalhava de 20 às 23hs e de 06 às 09hs da manhã. Trabalhava nos meus fins de semana. Meu marido costumava brincar e dizer “quando eu vou dormir, Amanda ainda está acordada… quando eu acordo, Amanda já está acordada!”. Flavio Augusto, referência em iniciativa privada e empreendedorismo, morava na periferia do Rio de Janeiro e pegava trem todos os dias para ir e voltar do trabalho. Eram cerca de 4 horas no transporte, com aquelas dificuldades que todo mundo imagina referentes ao transporte público brasileiro. Mesmo assim, não deixou de estudar enquanto trabalhava e hoje é bilionário. Conheço mulheres que tem a vida infinitamente mais complexa que a minha e, mesmo assim, são um show de realização na vida. A elas, minha eterna gratidão e admiração por me mostrarem que nosso potencial como ser humano e como mulheres - é simplesmente FANTÁSTICO. Quer mais um clichê que é surrealmente verdadeiro? Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma DESCULPA. E aí, qual é a DESCULPA que você vai deixar para trás AINDA HOJE? 13 03 C A P Í T U L O 03 A D E C I S Ã O Ok. Você passou alguns meses ou anos se preparando para finalmente sair do serviço público e viver fulltime como empreendedora. Tudo certinho, tudo amarradinho. Agora só falta decidir. E aí? Nessa hora, toda a coragem que você tinha parece que tira férias e vai para o Alasca. No meu caso, eu não tinha percebido, mas estava esperando cair do céu alguma mensagem divina que me dissesse: “Amanda, minha filha, levanta-te e anda - quer dizer, sai do serviço público”. Enquanto isso, empurrava meu trabalho com a barriga, quase batendo minha cabeça no computador. “Céus, quando será que vou me sentir pronta para mudar minha vida de vez?” - eu pensava. Ricardo tinha acabado de nascer. Minha licença-maternidade acabou e eu resolvi voltar a trabalhar, tentar ficar mais alguns meses para ver se juntava mais dinheiro. A meta era voltar em setembro e sair de vez em março do ano seguinte. Eu não aguentei nem três meses. O choque da rotina de ter meu filho em casa, poder trabalhar perto dele, acompanhando o crescimento dele, foi simplesmente destruidor de todos os outros paradigmas que eu ainda tinha na cabeça. Quando voltei a trabalhar, eu queria sentar num cantinho da sala e chorar. Aquela definitivamente não era a vida que eu queria para mim. Mas eu parecia uma franga! Cadê aquela coragem que eu queria para me decidir? 15 Foi em uma sessão de terapia que eu escutei o que precisava escutar. Não foi uma permissão no estilo “é a hora, Amanda”. Foi uma observação que me fez ver que a responsabilidade pela felicidade ou infelicidade na minha vida… é toda minha. “Você insiste em achar que eu ou outra pessoa vão te falar - nossa, agora você tá pronta, pode sair que é hora. Mas a verdade é que quem vai dizer se é hora ou não é você. Mais do que isso: quem FAZ a hora de sair é você”. Eu só tenho a agradecer pelas palavras que escutei. Se o poder estava nas minhas mãos, se não havia mais o que esperar, se o que estava me esperando em casa era mais importante e significativo do que o que estava no escritório, não havia mais dúvidas. Saí da sessão e fui direto ao trabalho. Apresentei minha carta de demissão naquele dia. E a decisão foi surpreendentemente mais natural e leve do que eu imaginava que seria. Não posso dizer a você que não passei por dias de dúvida e medo depois disso. Eu estaria mentindo para você. Mas isso é muito natural e eu me permiti ser o mais honesta possível com meus próprios sentimentos, sem me permitir travar ou desistir por conta deles. Tá com medo? Dane-se. Vai com medo mesmo. No fim das contas, o meu medo de perder a minha vida fazendo o que eu não amava e sentir todo meu potencial criativo sendo subaproveitado ainda é muito maior do que o medo de qualquer projeto meu não dar certo. E é exatamente isso que você precisa ter em mente. Do que você tem medo? 16 O que é de fato mais importante para você? Ninguém pode te dizer quando é hora de tomar sua decisão. E não se engane: ela vai ser uma decisão difícil. Vai dar vontade de voltar atrás. Vai dar medo! Mas segue em frente do mesmo jeito. Mesmo com medo. Porque logo à frente, depois desse medo, tem um universo inteiro de descobertas e liberdade para você. Com suas próprias dificuldades e desafios, mas toda escolha tem suas dificuldades inerentes, você é adulta e sabe entender isso. Tudo se trata de definir o que é prioridade para sua vida. Se você fizer isso, as respostas se abrem na frente dos seus olhos. Basta agir e ser verdadeira com você mesma. Ah, não sei se você quer saber. Mas desde que tomei a decisão de viver 100% para os meus negócios, passei por uma transformação intensa na minha vida. Parece que a minha verdade, as minhas preferências e o meu potencial ficaram ainda mais claros para mim. Eu aumentei minha capacidade de produzir e de agir na minha rotina para mudar situações que me desagradam, inclusive no âmbito pessoal. Acompanho de pertinho o desenvolvimento do meu filho. Ainda sinto medo, eu sou humana. Mas consigo me dissociar dele e ver as coisas de forma mais objetiva. E encarar as coisas como uma jornada, como desafios que eu amo enfrentar - eu não sou de gostar muito de marasmo na minha vida. E vou te falar: tô muito, mas muito melhor fazendo o que eu amo. Isso jamais teria acontecido… se eu não tivesse tido a coragem de seguir um caminho diferente daquele que me disseram que era o meu caminho. 17 04 C A P Í T U L O 04 C O N C L U S Ã O Eu admiro você pela coragem de olhar para dentro e querer algo mais do trabalho que puramente dinheiro. A gente diz que o dinheiro compra muitas coisas, dá tranquilidade e isso tudo é verdade. Mas se você tem as tais coisas e a tal ‘tranquilidade’, mas algo em você continua te dizendo que aquele trabalho não é compatível com a sua essência, então o dinheiro em si perde o sentido. Derrube a crença limitante de que abundância financeira e trabalhar com o que se ama não existem juntos. Isso é falso e foi criado dentro de você por você mesma, por sua família, pela sociedade. O melhor tempo para descobrir suas potencialidades e investir nela é… … HOJE. Você não precisa ser kamikaze e pedir demissão ainda hoje do seu trabalho se não quiser ou não tiver ainda condições para isso. Mas você pode e deve dar o primeiro passo. Qual o primeiro passo que você pode dar na direção do sonho de trabalhar com o que você ama? Você consegue se comprometer em realizar de fato esse primeiro passo? Depois você pensa nos próximos. Um passo de cada vez. Mas faça um favor a si mesma e coloque-se em movimento. Coloque seu pensamento, sua energia e suas ações a favor do que você quer obter para si mesma. 19 Se quiser compartilhar comigo sua história e qual foi esse primeiro passo para você, pode escrever para o [email protected]. Vou ficar muito feliz em ler seu email e te responder (como preciso responder de 50 a 100 emails por dia, às vezes demora um pouquinho para chegar o email para você, mas prometo que chega!). Lá no blog A Menina da Foto (http://www.ameninadafoto.com.br), eu escrevo diariamente posts sobre empreendedorismo, marketing digital, empoderamento feminino e qualidade de vida. E o Projeto Blog Incrível (http://www.blogincrivel.com.br) é a primeira Escola Online de Blogs para Empreendedoras Criativas do Brasil e é atualmente o meu maior projeto, uma missão pra mim. Em qualquer desses canais, você pode me encontrar e me dar um alô, que eu sigo conversando com você. Você não está sozinha. :) Um beijo enorme, Amanda Costa Chefe Criativa A Menina da Foto Projeto Blog Incrível Fotografias: Nathalia Lovati 20