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DO CONCURSO
AO
EMPREENDEDORISMO
Um Depoimento Sobre
Mudança de Vida
conteúdo
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E S T Á T U D O
B E M !
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P R E P A R E - S E
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T O M E A
D E C I S Ã O
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C O N C L U S Ã O
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C A P Í T U L O
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E S T Á
T U D O
B E M !
Está Tudo Bem!
“Eu não quero mais trabalhar no serviço público”.
Bom, na primeira vez em que você pensar isso, seu cérebro
provavelmente vai te dar um facepalm (uma versão mais sofisticada e
americanizada do famoso ‘pedala!’). Como assim você quer sair do serviço
público? Você tá maluca? Depois de tudo o que estudou? De dias sem
sair, sentada com a bunda na cadeira estudando horas e horas every
fucking day? Você sabe onde você vai ganhar isso que você ganha, minha
filha? Lugar algum. E a estabilidade? Acha que isso cai do céu? Vai viver
sem saber quanto vai ganhar?!
E todas essas perguntas aí de cima foram feitas pelo seu próprio cérebro.
São internas. Agora imagine a chuva de críticas e perguntas quando você
decide anunciar para o mundo essa sua insatisfação.
Pois é. É por isso que muita gente passa 20, 30 anos fazendo o que não
quer fazer, com vontade de dar uma porrada no computador do
escritório e sair igual ao Michael Douglas em ‘Um Dia de Fúria’. A
insatisfação reprimida vai dando lugar a um desânimo que aumenta
gradativamente, que te impede de cumprir as menores tarefas com próatividade e iniciativa. E perceber que você já não tem a energia e a
iniciativa de antes… te dá uma desanimada novamente. É um ciclo
vicioso.
Antes de você se queimar na fogueira por estar insatisfeita com o serviço
público e querer algo diferente para sua vida profissional, quero te dizer
uma coisa:
Está tudo bem.
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É OK querer algo diferente do que querem 80% dos brasileiros hoje. É
OK querer algo diferente do que o seu pai ou sua mãe querem para você.
É OK dizer “vai cuidar da sua vida” para aquela amiga que não se
manca e começa a te encher de críticas (#amandadelicada… tá, vai, diz
isso de forma gentil, então). É OK dizer isso para o seu próprio cérebro.
Diante da instabilidade econômica que nossos pais viveram nos anos 80 e
90, é mais do que natural que eles queiram fugir da iniciativa privada.
Recomendam aos filhos “carreiras sólidas”: engenharia, direito,
medicina - de preferência, sempre visando ao fim da faculdade fazer o
tal concurso.
Crescemos vendo salários dos servidores aumentarem - se não
aumentaram, em sua maioria já eram maiores que os salários da média
da população brasileira. E ainda que não fossem salários sensacionais, o
plus da estabilidade mudava tudo. Ah, a deliciosa e tão sonhada
estabilidade. Aquela que faz com que você possa jogar uma melancia da
janela do prédio público, mas ainda assim não seja demitido. Em tempos
de economia maluca, quem não quer a certeza de que não perderá seu
ganha-pão?
Só que isso gera muitos problemas. Viramos um país onde a ocupação
“concurseiro” existe. Pessoas - que nem sabem se é mesmo aquilo que
querem para a vida - passam anos e anos estudando loucamente, em
busca da tão sonhada aprovação. Imaginem passar 5 anos estudando, ser
aprovada, tomar posse e… odiar o trabalho?
E mais. Há cidades onde o número de funcionários públicos é superior ao
resto da população. De acordo com o IBGE, em 2014, o Brasil tinha 6,5
milhões de servidores públicos municipais, um número 66,7% maior do
que em 2001, quando eram 3,9 milhões - nesse mesmo período, a
população cresceu em ritmo menor – houve um aumento de 17,6%.
Correção de uma ausência anterior de funcionários na estrutura
pública? Ou inchaço da Administração Pública municipal, que virou
cabide de empregos? E se estamos falando da Administração Pública
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municipal, o que dizer dos Estados e da União Federal?
Óbvio que o debate sobre o número de servidores públicos não pode ser
tão simplista e cartesiano assim. Nosso país tem dimensões continentais e
existem milhares de cidadãos sem atendimento do Estado em várias
localidades desse Brasilzão. Mas é inegável que houve uma enxurrada de
concursos públicos nos últimos anos e não foi apenas para levar o serviço
público àqueles que não o têm.
Diante desse panorama todo, o concurso público é obviamente endeusado
por quem está na faculdade ou acabou de sair dela. E aí… dizer que você
quer empreender, indo justamente na direção contrária, é basicamente
dizer às pessoas que você quer se enrolar em um monte de bacon e se
jogar na cova dos leões (pelo menos, é o que elas parecem escutar quando
você diz que quer ser empreendedora).
Repito mais uma vez: respire. Está tudo bem querer algo seu. Algo que
você ama. Algo diferente.
Se você ama o que faz no serviço público, se você se identifica com seu
trabalho, se pelo menos ele não te mata de tédio ou desgosto, continue
trabalhando. O Brasil precisa de pessoas que saibam o que é servir o
cidadão: esse é o núcleo do conceito de “serviço público”, embora muitas
pessoas se esqueçam da tremenda responsabilidade que carregam nas
mãos enquanto sentam na frente dos computadores reclamando da pilha
de papel à sua frente. Que você não se esqueça, então, porque você foi
aprovado e tomou posse/foi contratado. O objetivo maior do seu trabalho
é atender da melhor forma possível a população que precisa de você.
Faça isso com integridade e com felicidade - essa é sua missão.
Se você não é feliz hoje, é preciso entender que sempre existe opção, que
sempre há outra alternativa. Você pode ser empregada em uma empresa
privada, com outra atividade e atribuições. E você pode ter seu próprio
negócio. Esse E-Book é para aquelas mulheres que, como eu, optaram por
essa segunda via.
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Para começarmos, então, eu vou te propor algumas perguntas. Se puder,
compre um caderno e faça dele o seu caderno de transição de vida
profissional. Comece esse caderno respondendo a essas perguntas.
Recorra a elas todas as vezes em que precisar se lembrar de porque
tomou algumas decisões e se fortalecer em dias mais desafiadores.
Lembre-se de ser o mais descritiva e específica possível nas respostas.
Seja honesta com você mesma para que essa busca por respostas e
soluções seja ainda mais proveitosa.
CADERNO DA TRANSIÇÃO:
O que você faz hoje?
O que fez você decidir entrar no serviço público?
Você é feliz com o seu trabalho? O que sente quando trabalha, tanto
física quanto emocionalmente?
Feche os olhos. O que gostaria de fazer agora como trabalho? Como se
visualiza trabalhando? Onde se imagina trabalhando? Você tem equipe
sou trabalha sozinha? Como você está se sentindo trabalhando com o que
ama? Como está seu corpo trabalhando finalmente com algo que você
curte?
Visualize o seguinte. Como você vai se sentir, o que vai pensar daqui a 20
anos, se não tiver tomado a decisão de sair do serviço público? Visualize
a cena, você mais velha, pensando sobre isso. O que sentiu?
Com base no que você sentiu ao responder a todas essas perguntas, você
quer continuar trabalhando como funcionária pública?
Qualquer que tenha sido sua resposta, diga-a em voz alta. Escute-se.
Observe o que sentiu ao se escutar. Anote.
Assuma sua decisão. Empodere-se com ela. Seja ela qual for.
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Agora que você tomou sua decisão e se conscientizou que quer sair do
serviço público, precisamos conversar sobre como se preparar para fazer
isso e criar seu próprio negocio.
Embora todo mundo comece falando sobre se preparar financeiramente,
quero te sugerir para começar a se preparar psicologicamente primeiro.
Você precisa experimentar a mudança de mindset que deve vir com a
mudança de vida profissional.
Não adianta sair do serviço público e criar sua empresa, enquanto você
continua com mindset de funcionaria pública. É preciso ‘trocar os canais’
dos seus pensamentos e das suas atitudes e entender como funciona a
vida de uma pessoa que tem seu próprio empreendimento.
Eu não vou escrever aqui que você precisa ter mais responsabilidade por
seus atos uma vez que a empresa é sua. Eu parto do pressuposto de que
você já é uma pessoa responsável e íntegra no seu trabalho dentro do
serviço público. Largar de mão o trabalho porque você conquistou
estabilidade é um defeito, não é um mindset de servidora pública. Se eu
afirmasse o contrário seria um preconceito da minha parte, um
estereótipo criado pela minha cabeça para reforçar minha postura de
que o serviço público não é para mim. Não tenho esse preconceito e
tenho amigos queridos que trabalham arduamente dentro do serviço
público.
Então o que você precisa saber sobre a vida empreendedora?
É preciso entender que a remuneração variável vai fazer parte da sua
vida. E que você vai precisar correr riscos - mas que eles precisam ser
riscos calculados.
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Como assim?
Empreender é ter um projeto, desenvolve-lo e apresenta-lo ao mercado.
Ele pode vingar e pode não vingar. E se ele não vingar? Você passa para
outro, simples assim. Ou começa com um pequeno projeto, colhe os
frutos e feedbacks dele, para ir crescendo, crescendo… até alcançar o
porte final que você imagina para sua empresa.
Lidar com a ideia de que o fracasso pode ser (na maioria das vezes, será)
parte do seu processo como empresaria é fundamental.
Você consegue entender isso?
O fracasso é uma excelente oportunidade de você melhorar seu produto.
Por isso você pode e deve ter fracassos em ambientes controlados
primeiro. Quando digo controlados, digo pesquisar o mercado com um
produto mais simples e menor, com uma estrutura mais simples, que não
gaste todas as suas economias, para só ganhar mais porte depois que você
perceber que o produto e o serviço que oferece têm respaldo no mercado.
O problema é apostar todas as suas fichas em um produto só, sem
planejamento e sem pesquisa de mercado. Gastar todos os investimentos
em um produto assim é pedir para tudo dar errado. É por isso que
muitas empresas fecham nos seus dois primeiros anos de existencia.
Simplesmente não existe visão macro, de etapas e visão de longo prazo
para a empresa.
Além de ser necessário ter uma outra visão sobre erros e fracassos, é
necessário entender sobre negócios. Em 2015, o Sebrae fez uma pesquisa
que comprovou que cada vez mais pessoas eram demitidas e usavam suas
verbas rescisórias para criarem seus negocios, em vez de retornarem ao
mercado de trabalho. Qual o problema nisso? Nenhum, se essas pessoas
se capacitarem antes de pensar em criar uma empresa. Planejamento,
finanças, regularização jurídica, marketing. Tudo isso é fundamental
para uma pequena empresaria definir seus caminhos.
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O que acontece quando não se tem essa preparação? As chances de se
tomar decisões erradas com relação ao rumo dos negócios só aumenta.
Diante do que eu já escrevi, você pode concluir que a empreendedora é
aquela que toma riscos, que assume riscos na sua caminhada. Você é
capaz de assumir riscos ou prefere operar em um ambiente seguro? Você
tem mil formas de tornar sua jornada empreendedora a menos arriscada
possível - com testes, pesquisas de mercado, escala gradual, capacitação mas, no fim das contas, precisa ter na sua mente que está lidando com
um terreno diferente da estabilidade do serviço público e que postura
100% segura, no mundo dos negocios, é uma postura que não vai te
trazer lucro algum.
Agora que te falei que você precisa tomar riscos, vou ser ainda mais
específica. Se você quer ser empreendedora, busque dentro de você todo
o potencial de iniciativa que você tiver.
Empreender é AGIR. É buscar. É correr atrás. É botar o bloco na rua e
dar a cara à tapa.
Eu já tinha essa consciência dentro de mim, mas tudo se confirmou de
forma mais explicita dentro da formação em coaching que fiz.
Você pode ter todo o conhecimento do mundo em negócios, gestão,
finanças. Pode ter uma belíssima expertise na sua área de atuação. E ter
também milhares de habilidades que te ajudariam a dominar o mundo.
Mas se não tiver iniciativa e atitude, tudo isso permanece latente e
inerte dentro de você. Você precisa querer ir além. E precisa também se
permitir ir além. Acreditar que pode ir além.
Para quem isso parece clichê ou trecho de livro de auto-ajuda, realmente
essas palavras não vão surtir muito efeito. Mas, se puder, pare para
pensar nessas frases acima. Reflita.
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Se você gostar do cômodo, do seguro e de receber tudo na sua mão, mude
seu foco. Não saia do serviço público ou saia para um emprego estável na
iniciativa privada. Não abra uma empresa.
Se, porém, seu perfil for empreendedor, no sentido de ter iniciativa e
pró-atividade, ou se você identificou que quer desenvolver essas
posturas na sua vida profissional, vamos em frente.
Em resumo, prepare-se psicologicamente para empreender. Procure um
psicólogo ou um coach para ver as coisas de forma mais clara e se
empoderar. Fortalecer sua mente e prepará-la para os desafios e vitórias
que virão vai fazer toda a diferença.
Pronto, só agora vou falar da preparação financeira para sair do seu
emprego/cargo público.
É interessante formar uma reserva financeira, para que você tenha uns
meses mais tranquilos e se concentre apenas em uma coisa: fazer sua
empresa prosperar. Mas qual seria o valor dessa reserva? Bem, só você
pode saber quanto precisa de verdade para viver nos meses após a saída
do seu trabalho.
E olha, no fim das contas, a gente se entope de coisas e serviços custosos
muitas vezes para mascarar nossa insatisfação com o trabalho. Saindo
desse vórtex de infelicidade, você pode descobrir que não precisa de
muita coisa que hoje acha indispensável. Mas, ainda assim, o ideal é que
você seja sincera consigo mesma e não determine que vai viver de forma
franciscana, que só precisa de uma cabana de sapê…
É bacana ter no banco algo em torno de 6 meses a 1 anos de despesas
suas. Não só para essa fase inicial da empresa, mas para a vida. Esse é o
conselho que dou até para meus amigos do serviço público. E olha, tem
gente que ganha R$20 mil e não consegue ficar no azul no fim do mês.
Então, sim, guardar dinheiro é um desafio, porque pressupõe que você
aprendeu a ter uma relação saudável com ele. E ter isso é indispensável
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para aprender a lidar com seus dias de remuneração variável.
Faça um favor a si mesma, tome as rédeas de todos os setores da sua
vida, inclusive o financeiro. Você não vive mais da mesada da sua mãe.
Get some balls (tenha cujones, se você me entende) e organize direito
suas finanças. Elas são parte essencial da sua vida adulta e ninguém mais
pode fazer isso por você.
Planeje-se, então, para guardar esse dindim. Mas olha, se você tá
eternamente esperando uma reserva que nunca vem, porque você sabota
seus próprios planos de guardar dinheiro, pergunte a si mesma se não
está usando isso como desculpa para nunca tomar a decisão final de
pedir demissão.
Cuidou da cabeça? Cuidou da reserva financeira? Então planeje agora
seu negócio.
Use a vantagem competitiva que você tem - você tem um emprego, tem
tranquilidade para planejar isso por conta da estabilidade que possui - e
trace um mapa para entender que tipo de negócio quer desenhar, quem
quer como cliente e quais devem ser seus primeiros (e futuros) passos.
Estudo, estudo, estudo. Testes, testes, testes.
Tudo isso para você se fortalecer e ter muita clareza de como caminhar
daqui para frente.
Procure o Sebrae na sua cidade, faça cursos voltados para gestão de
empresas e projetos. Pesquise na internet sobre cursos online sobre
inovação, empreendedorismo, marketing digital. Se quiser saber mais
sobre como divulgar sua marca de forma poderosa e humana, formando
uma conexão com suas clientes de forma profunda e transformadora, já
te sugiro fazer o cadastro na lista do nosso Projeto Blog Incrível, porque
vem muita coisa boa por aí para quem tem atitude e criatividade.
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Não deixe nunca de estudar. Conhecimento é o melhor investimento que
você pode fazer. É o investimento em você mesma que vai te dar
segurança e confiança para ser uma empresaria melhor.
“Mas, Amanda, eu trabalho o dia inteiro, tenho filhos, marido, cachorro,
casa… quando eu vou fazer isso?”
Na boa? V-O-C-Ê S-E V-I-R-A. Costumo dizer às pessoas que minhoca não
tem perna e anda!
Durante 5 anos, eu trabalhava de 20 às 23hs e de 06 às 09hs da manhã.
Trabalhava nos meus fins de semana. Meu marido costumava brincar e
dizer “quando eu vou dormir, Amanda ainda está acordada… quando eu
acordo, Amanda já está acordada!”.
Flavio Augusto, referência em iniciativa privada e empreendedorismo,
morava na periferia do Rio de Janeiro e pegava trem todos os dias para
ir e voltar do trabalho. Eram cerca de 4 horas no transporte, com
aquelas dificuldades que todo mundo imagina referentes ao transporte
público brasileiro. Mesmo assim, não deixou de estudar enquanto
trabalhava e hoje é bilionário.
Conheço mulheres que tem a vida infinitamente mais complexa que a
minha e, mesmo assim, são um show de realização na vida. A elas, minha
eterna gratidão e admiração por me mostrarem que nosso potencial como ser humano e como mulheres - é simplesmente FANTÁSTICO.
Quer mais um clichê que é surrealmente verdadeiro?
Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma DESCULPA.
E aí, qual é a DESCULPA que você vai deixar para trás AINDA HOJE?
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Ok.
Você passou alguns meses ou anos se preparando para finalmente sair do
serviço público e viver fulltime como empreendedora.
Tudo certinho, tudo amarradinho. Agora só falta decidir. E aí? Nessa
hora, toda a coragem que você tinha parece que tira férias e vai para o
Alasca.
No meu caso, eu não tinha percebido, mas estava esperando cair do céu
alguma mensagem divina que me dissesse: “Amanda, minha filha,
levanta-te e anda - quer dizer, sai do serviço público”.
Enquanto isso, empurrava meu trabalho com a barriga, quase batendo
minha cabeça no computador.
“Céus, quando será que vou me sentir pronta para mudar minha vida de
vez?” - eu pensava.
Ricardo tinha acabado de nascer. Minha licença-maternidade acabou e
eu resolvi voltar a trabalhar, tentar ficar mais alguns meses para ver se
juntava mais dinheiro. A meta era voltar em setembro e sair de vez em
março do ano seguinte.
Eu não aguentei nem três meses.
O choque da rotina de ter meu filho em casa, poder trabalhar perto dele,
acompanhando o crescimento dele, foi simplesmente destruidor de todos
os outros paradigmas que eu ainda tinha na cabeça. Quando voltei a
trabalhar, eu queria sentar num cantinho da sala e chorar. Aquela
definitivamente não era a vida que eu queria para mim. Mas eu parecia
uma franga! Cadê aquela coragem que eu queria para me decidir?
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Foi em uma sessão de terapia que eu escutei o que precisava escutar.
Não foi uma permissão no estilo “é a hora, Amanda”. Foi uma
observação que me fez ver que a responsabilidade pela felicidade ou
infelicidade na minha vida… é toda minha.
“Você insiste em achar que eu ou outra pessoa vão te falar - nossa, agora
você tá pronta, pode sair que é hora. Mas a verdade é que quem vai dizer
se é hora ou não é você.
Mais do que isso: quem FAZ a hora de sair é você”.
Eu só tenho a agradecer pelas palavras que escutei. Se o poder estava nas
minhas mãos, se não havia mais o que esperar, se o que estava me
esperando em casa era mais importante e significativo do que o que
estava no escritório, não havia mais dúvidas.
Saí da sessão e fui direto ao trabalho. Apresentei minha carta de
demissão naquele dia. E a decisão foi surpreendentemente mais natural
e leve do que eu imaginava que seria.
Não posso dizer a você que não passei por dias de dúvida e medo depois
disso. Eu estaria mentindo para você. Mas isso é muito natural e eu me
permiti ser o mais honesta possível com meus próprios sentimentos, sem
me permitir travar ou desistir por conta deles.
Tá com medo? Dane-se. Vai com medo mesmo.
No fim das contas, o meu medo de perder a minha vida fazendo o que eu
não amava e sentir todo meu potencial criativo sendo subaproveitado
ainda é muito maior do que o medo de qualquer projeto meu não dar
certo.
E é exatamente isso que você precisa ter em mente. Do que você tem
medo?
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O que é de fato mais importante para você?
Ninguém pode te dizer quando é hora de tomar sua decisão. E não se
engane: ela vai ser uma decisão difícil. Vai dar vontade de voltar atrás.
Vai dar medo! Mas segue em frente do mesmo jeito. Mesmo com medo.
Porque logo à frente, depois desse medo, tem um universo inteiro de
descobertas e liberdade para você. Com suas próprias dificuldades e
desafios, mas toda escolha tem suas dificuldades inerentes, você é adulta
e sabe entender isso.
Tudo se trata de definir o que é prioridade para sua vida. Se você fizer
isso, as respostas se abrem na frente dos seus olhos. Basta agir e ser
verdadeira com você mesma.
Ah, não sei se você quer saber. Mas desde que tomei a decisão de viver
100% para os meus negócios, passei por uma transformação intensa na
minha vida. Parece que a minha verdade, as minhas preferências e o
meu potencial ficaram ainda mais claros para mim. Eu aumentei minha
capacidade de produzir e de agir na minha rotina para mudar situações
que me desagradam, inclusive no âmbito pessoal. Acompanho de
pertinho o desenvolvimento do meu filho. Ainda sinto medo, eu sou
humana. Mas consigo me dissociar dele e ver as coisas de forma mais
objetiva. E encarar as coisas como uma jornada, como desafios que eu
amo enfrentar - eu não sou de gostar muito de marasmo na minha vida.
E vou te falar: tô muito, mas muito melhor fazendo o que eu amo.
Isso jamais teria acontecido… se eu não tivesse tido a coragem de seguir
um caminho diferente daquele que me disseram que era o meu caminho.
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Eu admiro você pela coragem de olhar para dentro e querer algo mais do
trabalho que puramente dinheiro.
A gente diz que o dinheiro compra muitas coisas, dá tranquilidade e isso
tudo é verdade. Mas se você tem as tais coisas e a tal ‘tranquilidade’, mas
algo em você continua te dizendo que aquele trabalho não é compatível
com a sua essência, então o dinheiro em si perde o sentido.
Derrube a crença limitante de que abundância financeira e trabalhar
com o que se ama não existem juntos.
Isso é falso e foi criado dentro de você por você mesma, por sua família,
pela sociedade.
O melhor tempo para descobrir suas potencialidades e investir nela é…
… HOJE.
Você não precisa ser kamikaze e pedir demissão ainda hoje do seu
trabalho se não quiser ou não tiver ainda condições para isso. Mas você
pode e deve dar o primeiro passo.
Qual o primeiro passo que você pode dar na direção do sonho de
trabalhar com o que você ama?
Você consegue se comprometer em realizar de fato esse primeiro passo?
Depois você pensa nos próximos. Um passo de cada vez. Mas faça um
favor a si mesma e coloque-se em movimento. Coloque seu pensamento,
sua energia e suas ações a favor do que você quer obter para si mesma.
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Se quiser compartilhar comigo sua história e qual foi esse primeiro passo
para você, pode escrever para o [email protected]. Vou
ficar muito feliz em ler seu email e te responder (como preciso responder
de 50 a 100 emails por dia, às vezes demora um pouquinho para chegar
o email para você, mas prometo que chega!).
Lá no blog A Menina da Foto (http://www.ameninadafoto.com.br), eu
escrevo diariamente posts sobre empreendedorismo, marketing digital,
empoderamento feminino e qualidade de vida. E o Projeto Blog Incrível
(http://www.blogincrivel.com.br) é a primeira Escola Online de Blogs
para Empreendedoras Criativas do Brasil e é atualmente o meu maior
projeto, uma missão pra mim.
Em qualquer desses canais, você pode me encontrar e me dar um alô,
que eu sigo conversando com você. Você não está sozinha. :)
Um beijo enorme,
Amanda Costa
Chefe Criativa
A Menina da Foto
Projeto Blog Incrível
Fotografias: Nathalia Lovati
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