Veja aqui - Jards Macalé
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ZH 2º CADERNO ZERO HORA | SEGUNDO CADERNO TERÇA-FEIRA, 1º DE SETEMBRO DE 2015 SEGUNDA SERIADOS TERÇA DISCOS QUARTA LIVROS QUINTA FILMES ANDRÉ FELTES, DIVULGAÇÃO Desafinando o coro dos contentes há 50 anos A AO VIVO De Jards Macalé MPB, Som Livre, CD (15 faixas, R$ 20 em média), DVD (18 faixas, R$ 32 em média). Cotação: consagração, enfim, chegou a Jards Macalé. Não que o cantor, compositor e violonista esteja agora tocando no rádio ou vendendo milhões: o reconhecimento nos últimos anos vem na forma de reedições de discos fundamentais do artista como o de estreia, Só Morto (1970), no lançamento dos documentários Jards Macalé – Um Morcego na Porta Principal (2008) e Jards (2012) e na ampliação e renovação de seu fiel público. Comemorando cinco décadas de carreira, Macalé gravou em Porto Alegre seu primeiro CD e DVD ao vivo, dirigido pela companheira, a cineasta gaúcha Rejane Zilles – diretora do documentário Walachai. Gravado no dia 30 de abril de 2013 no Theatro São Pedro, Jards Macalé – Ao Vivo registra a atualidade e a contundência da obra desse anjo torto F O anfitrião também recebeu no palco convidados especiais, como o violonista Renato Piau e a jovem cantora Thaís Gulin – que interpretou Hotel das Estrelas e Revendo Amigos. Ao lado de Zeca Baleiro, Macalé apresenta o blues Mal Secreto, o samba de breque Na Subida do Morro, de Moreira da Silva, e a dobradinha Flor da Pele/Vapor Barato. Já com Luiz YOURS, Melodia foram Decisão, Negra DREAMILY Melodia e Farrapo Humano. The Arcs O Negro Gato, aliás, apresenta- Rock, Nonesuch, -se nesta quinta-feira, no Salão de 14 faixas, 10,99 Atos da UFRGS, às 20h, dentro da US$ no iTunes. série “irreverentes” do Unimúsica – projeto que trouxe Macalé em julho – com ingressos esgotados. A festa se encerra com a pungente Soluços (“Quando você me encontrar / Não fale comigo, não olhe pra mim / Eu posso chorar”), a catártica Canalha, do “maldito” Walter Franco (“É um grito que se espalha / É uma dor / Canalha!”), e a marcha Coração do Brasil, com todos os convidados no palco e o teatro inteiro cantando juntos a singela letra: “Coração, ai, coração!”. Aos 72 anos, o carioca já comeu muito da farinha do desprezo. Já era hora de provar Dan Auerbach lança disco junto com o grupo The Arcs também o sabor da apoteose. JASON SHALTZ, DIVULGAÇÃO ROGER LERINA [email protected] da música brasileira. Acompanhado de um sexteto de jovens músicos, o veterano Macau – como é chamado pelos amigos – abre o trabalho com Let’s Play That, parceria com Torquato Neto que dá nome a sua banda e cujos versos anunciam uma bênção maldita: “E eis que o anjo me disse / Apertando a minha mão / Entre o sorriso de dente / Vá, bicho, desafinar o coro dos contentes”. O repertório de 18 músicas do DVD incluiu outros temas compostos ao lado de inclassificáveis da MPB como Capinam (Farinha do Desprezo e Movimento dos Barcos) e, especialmente, Waly Salomão (Vapor Barato e Dona do Castelo). Um dos melhores momentos do show é Gotham City, em que Macalé relembra a vaia estrondosa que essa alegórica crítica à ditadura escrita com Capinam recebeu no 4º Festival Internacional da Canção (1969). Citando Nelson Rodrigues e sua máxima “só a vaia consagra”, Macalé pediu para novamente ser vaiado enquanto tocava a música ao violão. Enfaticamente apupado, o debochado Macalé reagiu jogando bananas para a plateia. Para além do Black Keys ora do duo Black Keys, o guitarrista Dan Auerbach lançou um disco solo, Keep It Hid (2009) e produziu um bom punhado de bons discos (de Ray LaMontagne, Lana Del Rey e Dr. John). A nova empreitada do músico norte-americano de 36 anos é se aproximar do R&B, do soul e da psicodelia com o novo projeto paralelo, The Arcs. Não é o fim do Black Keys, duo de garage rock formado ao lado do baterista Patrick Carney. Ao lado de músicos competentes (Leon Michels, Richard Swift, Homer Steinweiss, Nick Movshon e Kenny Vaughan), Dan Auerbach mostra um potencial pop mesmo quando não quer. Yours, Dreamily, primeiro disco do projeto, flerta com diferentes sonoridades. O álbum traz 14 canções gravadas em duas semanas em diferentes estúdios espalhados pelo território norte-americano: Los Angeles, New York e Nashville, no estúdio do próprio Auerbach, chamado Easy Eye Sound, foram os endereços escolhidos para The Arcs. O líder do Black Keys afirmou em entrevistas recentes que se sentiu aliviado em dividir as funções de composição, algo que não costumava acontecer com o Keys. Disse também estar aliviado pelo fato de que o fator “tocar na rádio” não esteve envolvido na concepção. Ainda assim, Outta My Mind e Put a Flower in Your Pocket parecem ser feitas para serem radiofônicas, e Stay in My Corner, single do disco, já toca com frequência na Beats 1, do Apple Music. Há também experimentações, como a roqueira The Arc e a western Pistol Made of Bones. Shows do The Arcs ainda não foram anunciados, mas Auerbach quer manter o projeto vivo com apresentações e novos discos. Macalé recebeu convidados no palco, entre eles o músico Zeca Baleiro, com quem canta a dobradinha “Flor da Pele/Vapor Barato” JARDS MACALÉ LANÇA CD e DVD gravados em performance ao vivo no Theatro São Pedro 3
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