B rith - kol shofar
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B rith - kol shofar
-ESETEESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA EVANGÉLICA TOJAL Hebraico I Prof. Doutor Theron R. Young e " B rith " "O conselho do Senhor é para aqueles que o temem, e Ele lhes faz saber o seu pacto (aliança, ou concerto)" Salmo 25.14 Aluna NESHIMA 31 de Janeiro de 1999 e B rith Este trabalho inscreve-se na cadeira de Hebraico I e corresponde à Leitura de um artigo do Theological Dictionary of the Old Testament sobre o conceito Berith. Serão apresentadas as respostas às questões relacionadas com o conceito supracitado. 1. Etimologia da palavra Berith: a. As etimologias sugeridas (4) e o significado de cada uma. Embora a etimologia de berith não esteja ainda de todo clarificada, algumas derivações tem sido sugeridas, devendo ser estas as seguintes : 1. Berith é a forma feminina de brh, "comer pão, alimentar - talvez fazer uma refeição" (II Sm 3:35; 12:17; 13:5,6,10; Sl 69:22; Lam. 4:10), e refere-se à refeição festiva que acompanhava a cerimónia pactual. Poderíamos comparar a isto, o termo grego spondê (= libação) para "pacto, aliança " o qual refletia a cerimónia executada quando o pacto era concluído. A forma do nome também é similar a shebhith, que vêm do sbh. A analogia formal pode mesmo ser levada para mais longe através da comparação da forma bi`ryah, "comida" ( de brh, II Sm 13:5,7,10) com shibhyah, "cativos" (de sbh). De qualquer forma, brh não é o verbo normal para "comer, alimentar - tomar a refeição" . Isto é antes, associado com recuperação ou convalescença. Logo, esta etimologia que nos é apresentada é muito duvidosa. 2. Berith é semelhante com o Acadiano birit, "entre dois, misturado com vários", e corresponde à preposição hebraica, ben, a qual de facto ocorre em conexão com berith (berith ... ben... ubhen, pacto entre X e Y ). A comparação baseia-se na suposição que a preposição berith foi desenvolvida em um advérbio e depois em um substantivo. Esta concepção, não pode ser aceite sem algumas reservas. A principal dificuldade todavia, é a ligação de berith "entre dois" com a sobreposição ben o que resulta numa tautologia. 3. Mais recentemente E. Kutsch sugeriu a derivação de berith de brh II "procurar, olhar para, escolher" (Acadiano barû, "procurar"). De acordo com kutsch, o significado deste verbo desenvolveu-se depois para "determinar" ou "fixar". A principal evidência para esta etemologia vem do verbo hzh/hzwt, que é paralelo com berith em Is. 28:15,18. Os verbos hzh e r`h teêm na verdade o sentido de "seleccionar" ou "determinar" (Gen 22:8; Ex. 18:21), mas a conexão entre "seleccionar", "determinar" e "penhorar" ou "garantir" que berith actualmente sugere, não é aqui muito evidente. 4. A solução mais plausível parece ser aquela de associarmos berith com o Acadiano biritu, "entrelaçar, abraçar,( apertar as mãos)" "acorrentar" (Tamúdico byryt). Isto é suportado pelos termos Acadiano e Hitit "pacto, acordo", Acadiano, riksu, e Hitita ishul, ambos significando "laço, ligação", também está por detrás do Árabe `aqd, do Latim vinculum fidei, "vínculo de fé", contractus "contrato", e é de igual modo reflectido no Alemão Bund. Esta etimologia é poderosa para suportar a leitura ma`asoreth habberith em Ez. 20:37 " Eu vos farei entrar no laço (vínculo) da aliança, (concerto)", sugerida há muito tempo atrás. O termo grego para pacto (aliança), synthéke, harmonía (Iliad xxii 255), synthesís (ii, 339), e synemosyne (xxii, 201), também expressa a ideia de ligação/de pôr juntos. A metáfora “laços” esclarece o uso de ligamento, “fortificação/fixar”, “prender” o que transmite a ideia de "validade", "solidez" ou "confiança e segurança", para o pacto (aliança). Deste modo encontramos no Acadiano dunnunu riksate, "unir, prender ou fixar os laços" (= a validar o tratado, pacto ou aliança), e similarmente no Aramaico lethaqqaphar `esar, "reforçar o laço (contrato, comprometimento)" (Dn 6:8). O termo grego para a anulação pacto é lýein "desapertar, soltar, desamarrar, desprender, separar ou soltar", o que também aponta para o entendimento do pacto como um laço. b. A etimologia "mais plausível" sugerida pelo autor e um versículo das Escrituras que apoia esta conclusão. A etimologia para a palavra hebraica berith mais plausível, de acordo com o autor seria "Laço / vínculo/ ligar, atar, aliançar". Ezequiel 20:37 " ... e vos farei entrar no laço ( vínculo) do pacto." c. A que se refere o significado (sugerido) de "to eat, dine" ? O significado segundo o autor refere-se não a "comer pão/alimentar-fazer refeição" mas sim a recuperação ou convalescença. 2. Significado : a. Berith não significa " agreemente or settlemente between two parties" (disse o autor". Então, o que significa e quais são as idéias associadas com o significado sugerido pelo autor ? O significado original para o hebraico berith (assim como do Acadiano riksue e do Hitita ishiul ) não é acordo ou decisão entre duas partes. Berith implica primeiro e sobretudo a noção de "imposição", "compromisso, sujeição" "responsabilização" ou de "obrigação", assim como pode ser apreendido da análise que foi feita sobre a etimologia "laços, vínculos". Encontramos em berith como uma ordenança um mandato (tsivvah berito, “ele ordenou o seu pacto” Sl. 11:9; Jz 2:20), o mesmo não poderemos falar dele como de um acordo mutual. Berith é sinónimo com a lei e mandamento (Det. 4:13; 33:9; Is 24:5; Sl 50:16; 103:18), e a aliança (pacto) no Sinai em Ex 24 é na sua essência uma imposição de leis e obrigações sobre o povo (vv. 3-8). O mesmo se aplica para o Acadiano riksu e o Hitita ishiul. As formúlas risksa irkus no Acadiano e ishiul ishiya no Hitita ocorrem em conexão com uma série de mandamentos impostos pelo rei sobre os seus oficiais, seus soldados ou cidades, assim como os seus vassalos. Uma berith desta categoria, com soldados, é encontrada em II Reis 11:4. Joiada reune os centuriões "corta um pacto com eles, e fá-los prestar juramento" (yaykhnoth lahem berith vayyashba `otham ), que é indiscutivelmente um juramento de aliança em conexão com a missão que eles tinham que emprender. A expressão karat berith le em contraste a karat berith `eth de facto significa ou sugere a imposição de condições sobre o vassalo ou subordinado (Jos. 9:15; I Sm 11:1) Isto quase sempre envolve a promessa feita pelo senhor ou ceserano de tomar o seu vassalo sobre a sua proteção e vem expresso em Deut. 7:1-2, onde lemos no v.2 lo ` thikhroth laem berith velo ` techonnem na RVS. "não farás com elas nenhum pacto (ou aliança), nem lhes mostrarás nenhuma piedade." o que actualmente significa " não lhes concederás condições de graça". A palavra berith como uma obrigação tem de ser confirmada através de um juramento (Gen. 21:22; 26:26; Det. 29:9; Jos. 9:15-20; II Re. 11:4; Ez. 16:8; 17:13) que inclui mais provavelmente uma imprecação condicional. O juramento dá à obrigação decisão válida, e como é encontrada na Bíblia anteriormente e também na Mesopotânia e Grécia fontes de pares de expressões : berith ve`alah "pacto e juramento" (Gen. 26:28: Deut. 29_11,13,20; Ez 16:54; 17:18), no Acadiano, riksu u ma mitu/riksate u mamite, no Acadiano do segundo milénio, adê mamite, no período Neo-Assirico e hórkos kaísynth êke, "juramento e pacto", ou hórkos kaí spondê, "juramento e libação" no Grego. Este termo hendiadístico, primeiramente testemunhado nos tratados Hititas, foi provavelmente cristalizado no meio do segundo mílénio, no despertar do estabelecimento de relações políticas a uma escala internacional entre estados do antigo próximo oriente. Originalmente pensamos que estes dois termos expressavam dois conceitos diferentes obrigação por um lado e juramento por outro, e no decorrer do tempo eles misturaram-se e um podia ser usado como os dois de maneira a expressar a ideia de pacto. Então em lugar de "cortar um contracto" (karat berith) podíamos usar "cortar um juramento" (karath ` alah) Deut. 29:11 (12), e em vez de "entrar em pacto" (`abhar/ba` babberith), podíamos dizer "entrar em juramento" (`abhar/ba`be`alah, Deut. 29:11(12), Núm.10:30(29). Similarmente, no Grego, para estabelecer um pacto poderíamos usar spondès témnein, "cortar um pacto" (lit. libação) ou hórkia a témnein, "cortar um juramento". b. Definição brevissíma destas palavras : commitment obrigação, perpetração oath juramento, jura, praga, imprecação suzerain senhor vassal súbdito, escravo ou servo c. Palavra grega comum que significa " berith ". O termo grego comum para pacto é syntheke. d. A palavra grega que a LXX usa para traduzir a palavra" berith " na Biblía e o significado da palavra. A LXX, por razões teológicas, substituiu berith com diatheke, que quer dizer "vontade" ou "testamento", o que em certo sentido rende o sentido original de berith. 3. Semantic Range : a. Dois campos semânticos em que se encontram termos associados com a ideia de " berith ". Os termos para "pacto (aliança)" no Oriente Próximo assim como no mundo Grego e Romano (os quais de igual forma devem ter tomado emprestadas as fórmulas politicas do Oriente) são distribuídos de acordo com dois campos semânticos : juramento e obrigação por um lado, amor e amizade por outro. Os termos básicos para "pacto (aliança)" no hebraico são ( `alah, "juramento" berith, "pacto"), no Acadiano (riksu, mamitu), no Hitita (ishiul e lingai), e no Grego (syntheke, hórkos) expressam garantia ou (promessa, compromisso, acordo, sinal, penhor) e obrigação, o que actualmente cria o pacto. Por outro lado, qualquer determinação entre as duas partes é condicionada por uma boa vontade ou alguma espécie de compreenção mútua o que permite uma conclusão de um acordo, e este é o motivo pelo qual as relações pactuais são expressãos por termos como "graça" "laços fraternais", "paz" "amor" "amizade", etc. Obrigação - Além disso, berith, "pacto", e `alah, "juramento" edhûth, "testemunho" (e o pl. `edhoth/´edhouth) é usado para indicar "pacto". Isto pode ser analisado muito claramente pelos termos paralelos luchoth ha` edhuth, “Tábuas do testemunho", e luchoth habberith, "Tábuas do pacto"; e arn habberith, " arca da aliança", e ´ aron ha ` edhuth, "arca do testemunho", ´edhuth é um duplicado no Acadiano adu (pl. adê) e no velho Aramaico (`dn enfático `dy ). Isto ocorre sempre no plural neste aspecto compara-se com o Hebraico `edhoth/`edhevoth, o qual vai sempre aparecer a maior parte das vezes junto com chuqqim, "estatutos", e mishpatim, "sentenças" e são ambos traduzidos por "estipulações". A destinção entre `edhuth e edhoth/edhevoth não é de qualquer forma ainda clara. A literatura Deuteronómica usa `edhoth/ `edhevoth, aonde a literatuta saderdotal prefere `edhuth. B. Sinónimos (8) e o significado de cada um no "sentido obrigatório" de " berith ". Sinónimos para a palavra berith : 1 dabhar "palavra" Ag. 2:5 2 etsah "conselho" Is. 30:1; Os. 10:6; Zac. sôdh "conselho" 6:13 (`atsath skalom, "conselho de paz" ) , que é igual a berith shalom, " pacto de paz" 3 chozen/chazuth "acordo" Is. 28:15,18 4 tôrah "lei" Os. 8:1 piqudhim "despesa, gasto" mishpat “sentenças" choq "estatutos" mitsvah "mandamentos" `imrah "palavra" `edhuth "restemunho" 5 linsolh massekhah " derramar libação" Is. 30:1 6 àmanah "concerto firme" Nem. 10:1(9:38) 7 `emunah "concerto de fidelidade" Sl. 89:25,34,50 `emeth "fidelidade" Miq. 7:20 chesedh ve `emeth "estabelecer em amor e fidelidade" Sl 132:11 mesharim "levantar-se" Dn. 11:6 8 c. Sinónimos (4) e o significado de cada um no "sentido obrigatório de " berith". O aspecto de amizade, paz e benevolência é expresso através dos sinónimos : 1 chesedh "constante no amor, firme no amor" Deut. 7:9,12 2 tobhah/tobhoth "bom" I Sm. 25:30 II Sm. 2:6; 7:28 3 salom "paz" Jos. 9:15 Núm. 25;12 I Re. 5: 26 4 àchavah " irmãos fraternais" Zac. 11:14 d. Expressão mais comum significando "fazer um pacto/ uma aliança". Como se fazia uma aliança nos tempos bíblicos ? A expressão mais comum para "fazer um pacto/uma aliança" é karath berith, “cortar um pacto". A mesma linguagem aparece no aramaico gzr`dy e o grego hórkia témnein, "cortar juramentos". Esta linguagem parece derivar da cerimónia que acompanhava o pacto ou o fazer uma aliança que incluia a morte de um animal, ou "cortar um animal". De qualquer forma, é bem possível que "cortar" seja um figurativo para "decidir, decretar", assim como no Aramaico gzr, ou no latim decidere. As partículas usadas com karath berith são le,`im, èth, e `al. Karath berith le, "cortar um pacto a", são usadas para um superior, particularmente um conquistador, prescrevendo condições a alguém inferior (Ex 23:32; 34:12,15; Deut. 7:2 ; Jos. 9:6,7,11,15,16; Juz. 2:2; I SM. 11:1) ou conceder direitos e previlégios (Is 55:3) e é claro uma delas faz a parte inferior jurar ou comprometer-se (Jos. 24:25; II Sam 53; Os. 2:20). (karath berith le`lohim, "cortar um pacto com Deus", em Esd. 103 e II Cron 29:10 é um uso tardio e irregular). De qualquer forma, a mesma ideia pode vir expressa algumas vezes por karath berith `eth (Gen. 15:18; II R. 11:17; 17:35; 23:3; Jer. 34:8), Karath berith `im, "cortar um pacto/aliança com", implica um acordo de carácter mútuo (Gen. 26:28; Deut. 5:2; I Sam 22:8). Karath berith le ... `im ... (Os. 2:20) envolve um pacto mutúo entre duas partes patrocinado ou imposto principalmente por uma terceira parte superior. karath berith `al, "fazer com pacto/aliança sobre" (Salm. 83:4(3)), significa no conjunto dos seus termos (fazer um acordo) contra alguém. Não somente fazer um "corte" berith, mas também a dabdar , "palavra, promessa" (Ag. 2:5), `alah, "juramento" (Det. 29:13), e `amanah, "firme concerto" (Nem 10:1 (9:8)), são ambos sinónimos de berith. Nas duas circunstâncias, karath sem um objecto é suficiente para expressar o conceito de concluir um pacto (I Sm. 11:2; 22:8). Outros termos que expressão a conclusão de um pacto são: 1 sam berith " prescrever (estabelecer) um /`edhut concerto/testemunho" II Sm 23:5; Salm. 83:6 2 nathan b rith "dar um pacto" Gen. 9:12; 17:2; Num. 25:12 3 `arakh berith "chegar a um acordo (por em ordem) II Sm 23:5 4 heqim b rith e um pacto" e "erigir (levantar, estabelecer) um pacto" Gen. 6:18 e) Expressões que apoiam a ideia de que "The convenant has to be observed faithful and sincerely." O pacto tem de ser observado sincera e fielmente. É por isto que a terminologia do pacto está repleta com expressões tais como: "com todo o coração e como toda a alma" (II R. 23:3, bekhol lebh ubhekhol nephesh; Det. 6:5), e "ser sincero". f) Expressão hebraica mais usada para significar "romper com/quebrar a aliança". O termo mais comum para "violar, romper ou quebrar" o pacto ou aliança é hephar (parar) berith, "quebrar um pacto" (Ge, 17:14; Lev. 26:15,44; Det. 31:16,30; Juz. 2:1; I R. 15:19; Is. 24:5; 33:8; Jerm. 11:10; 14:21; 31:32; 33:20,21: Ez. 17:15,16,19; etc), equivalente no sentido ao Acadiano mamita parasu e ao latim foedus frafere/rumpere. O termo para "quebrar" tratados no Grego-helenístico é spondás l`yein, " perder o tratado". A LXX substituiu hephar por diaskedàzein, "dissiminar, dissolver, separar". Outra termo é `abhar berith, "transgredir ou trespassar um pacto" (Deut. 17:2; Jos 7:11: 23:16; ). Esta expressão é característica da literatura Deuteronómica. Outra expressão é shiqqer babberith/be `emunah, "ser falso ao pacto/fidelidade" (Salm.44:18 89:34). g) Condições necessárias (em termos bem gerais) para manter a força de uma aliança As condições necessárias para se manter a força de uma aliança são principalmente as de não se ser falso ao pacto, ou de lidar falsamente com o estabelecido, não mentir acerca do que ficou estabelecido, não tornar a aliança uma fraude, não desprezar a aliança, não a esquecer, não anulá-la voltando atrás. É necessário que exista honestidade e fidelidade ao que ficou estabelecido e acordado. 4. Covenantal Ceremony and Function a) Resumo breve sobre o acontecia na cerimónia de fazer a aliança. Parece que a cerimónia que acompanhava o estabelecimento de um pacto/aliança (firmar) envolvia o corte de um animal (ou mais) em duas partes, passando-se depois por entre eles. Isto é o que acontece em Gen. 15 e em Jer. 34. Tratava-se de um sacrifício de sangue, e isto era o que tornava pálpavel o punimento daquele que violasse o pacto. Leva-nos a concluir que nas alianças entre o ser humano e Deus, ou entre os próprios homens existiriam os seguintes elementos : uma afirmação dos termos e promessas de acordo; um juramento assumido pelas duas parte envolvidas, destinado ao cumprimento do acordo; uma maldição que irá recair sobre a própria pessoa, em caso de rompimento do acordo; a ratificação da aliança, por meio de um acto concreto: sacrifício de sangue, aspersão de sangue sobre as partes envolvidas, ou uma refeição sacrifícial. 5. Covenante and Law a) Resumo da estrutura do livro de Deuteronómio e do "Convento do Sinai" sugerida por Ger hard von Rad (Problem of the Hexateuch, 1966). Estrutura do livro de Deuteronómio segundo Von Rad : História (capítulos 1-11) Leis (12:1-26:15) Obrigações Mútuas (26:16-19) Bençãos e Maldições ( capítulos 27-29) Esta estrura é similar à estrutura do pacto do Sinais : História (Exôdo. 19:4-6) Lei (20:1-23:19) Promessas e acordos (23:20-33) Conclusão do pacto (24:1-11) b) Resumo dos elementos de um tratado heteu, seguindo a análise de Mendenhall e Korosec. Como é que o livro de Deuteronómio segue o esboço de um tratado heteu (respondendo em 3-4 parágrafos) ? Os elementos de um tratado heteu são muito idênticos aos do pacto bíblico segundo Mendenhall e Korosec. Os seus elementos básicos são: 1- Titulariedade 2- Introdução histórica, a qual serve de motivação para a lealdade do vassalo. 3- Estipulações do acordo 4- Uma lista do testemunho divino 5- Bençãos e maldições 6- Recitação do acordo e o depósito das suas tábuas. O livro de Deuteronómio segue o esboço de um tratado heteu pelo facto de que elabora uma lista de bençãos e maldições, o que era também comum no tratado heteu. Seguidamente equipara-se também a ele na questão de prover testemunhas para o pacto. No caso de Deutoronómio seriam estas "céu e terra" (4:26; 30:19; 31:25). Além disso Deuteronómio também explicita o depósito das “Tábuas do Pacto” e o “Livro da Lei” na arca divina (10:1-5; 31-25). Também tanto em Deuteronómio como no tratado heteu encontra-se o mandamento de recitação da lei periódicamente perante o público (31:9-13), assim como a leitura deste pacto diante do rei ou realizada por ele próprio (17:18). O prólogo histórico de Deutoronómio (capítulos 1-11) faz lembrar o prólogo histórico Hitita. O tema da relação entre o vassalo e o suserano e visto aqui em Deuteronómio quando se faz referências às promessas feitas aos patriarcas (4:37; 7:8; 9:5). Além disso o prólogo histórico Hitita fala sobre a rebelião dos vassalos anteriores e as suas consequências o que é similar ao que acontece na introdução de Deutoronómio na qual se fala da relebião da geração antepassada. O histórico do acordo Hitita frequentemente refere-se a lei dada ao vassalo pelo sucerano e isto é um tema que também vem elaborado em Deuteronómio (3:8). Além disto, muitas daz expressões que se encontram em Deutorónio fazem lembrar aquelas que os tratados Hititas possuíam. 6. The Covenants with Abraham and David: "The Royal Grant" a. Definição brevíssima das palavras : Promissory, kingship, royal grant. Promissory Promissor seriam uma palavra um pouco estranha em português mas, implicaria alguém que faz uma promessa, que faz um tratado com promessa, ou seja um ... promissor ou prometedor. Kingship Significa realeza, ou dignidade real. Royal Grant Fala da outorgação de alguém a outro para ser rei. Alguém que torna outro rei. b. Os elementos mais comuns cedidos num " Royal Grant" Os elementos mais comuns cedidos num "Royal Grant" são a doação da terra (o reino) e a concessão ou o estabelecimento do reino (ou dinastia, casa) respectivamente. c. As condições necessárias para manter a força de um "Royal Grant" Embora o concerto com Abraão não implicasse nenhuma condição, pois baseava-se numa promessa feita por Deus, no concerto com Davi a lealdade a Deus vinha pressumida, não como uma condição para que ele mantivesse a promessa mas, subentendia-se no que Deus dissera que, se eles cometessem iniquidade seriam castigados Todavia Deus não retiraria dele a sua promessa. Isto implica uma claúsula que fala da natureza incondicional da dávida. Ele nunca quebraria o pacto ainda que eles pecassem e não agissem corrrectamente. De qualquer forma a Abraão Deus prometeu a terra porque ele obedeceu à ordem Deus (Gen. 26:5; 22:16-18), e a Davi Deus deu a graça de reinar porque ele serviu a Deus na verdade, na rectidão e na lealdade (I Rs. 3:6; 9:4; 11:4,6; 14:8; 15:3). De Abraão Deus disse que ele havia "guardado o seu mandato" (lit. "minha observância" shamar mishmarit) (Gen. 26:5) "andando perante Deus" (Gen. 24:40; 48:15) e esperava dele "que fosse perfeito" (17:1). A lealdade de Deus a David é apanhada em frases como "ele andou diante de Deus em fidelidade e justiça, e em retidão de coração" (I Rs. 14:8) As condições seriam então não abandonar esta posição de graça, pois a promessa viriam como uma bondade do Senhor para o seu filho. A bondade (chesedh) de Deus para com Davi por exemplo, estender-se-ia até às futuras gerações. 7. The Covenant and the Origin of the Apodictic Law. a. Definição da palavra "apodictic". Os códigos da lei em Israel (especialmente de Deuteronómio) foram patronizados depois dos modelos dos tratados de vassalagem , por isso é bem claro que a lei pertencia à esfera das actividades humanas, e não à esfera das actividades políticas, que é a àrea a que os tratados de vassalagem pertenciam. É uma pequena surpresa que no fundo da indisputável relação entre a lei e o tratado no Israel antigo ( a Bíblia em si mesma não concebe a lei como um código sem um tratado na sua base), a questão acerca da origem da lei apodíctica ainda esteja em discussão. O problema é a origem do estilo apodíctico, mais presisamente , as fórmulas legais que eram ditas na segunda pessoa (sing. ou pl.) : "fazer" ou "não fazer". Esta espécie de estilo legal não aparece em nenhum decumento de código legal no antigo Próximo Oriente. A observação feita por Gerstenberger é que desde que o estilo apodictico (ou, como lhe cama, a proibição) prevalece na Literatura da Sabedoria e numa série de leis de família, a sua origem deve ser procurada na comunidade de clãs no milénio patriarcal. Outros insistem na estipulação do tratado do pacto (formulado na segunda pessoa) como a origem da lei apodíctica, enquanto outros vêem a sua origem no cuto de festival, onde a lei era recitada. b. Os documentos hetenses têm a forma de um diálogo assim: Superior: "You will keep, etc"; Inferior: "We shall keep, etc." Como é que aliança de Deus para com o seu povo em Êx. e em Deut. reflete a mesma forma ? Nós encontramos uma forma similar no pacto de Deus com Israel em conjunção com a lei. Depois de Moisés recitar a lei no Monte Sinai, o povo declarava : "todas as palavras que o Senhor falou nós faremos" (Ex. 24:3; 19;8). O o tipo de diálogo reflete-se igualmente em Deut. 26:17-19 na conclusão da lei Deuteronómica e antes da cerimónia entre os Montes Ebal e Gerazim (Det 27). Também, o recital das bençãos e o "amém" que o povo respondia na cerimónia recorda-nos " o juramentos dos soldados Hititas quando eles proclamavam : "assim seja" depois de cada recitação oficializada pelo sacerdote. Existe também uma similiariedade entre as instruções Hititas com as do Código do Pacto. Várias leis no Código do pacto, são idênticas às instruções dos tratados Hititas quando se assemelham às instruções dos mandamentos dadas aos Hititas pelo seu rei. As "instruções do templo" também são similares no seu conteúdo às leis sacerdotais da Bíblia, aparecendo no estilo da segunda pessoa como nas leis bíblicas. c. Quando é que foi necessário renovar a aliança ? Foi necessária a renovação da aliança no tempo do rei Josias, pois o povo havia ser tornado apostade e estava longe dos mandamentos do pacto e não tinha a Lei (o livro). Josias fez o povo comprometer-se ele próprio a fazer um pacto "A manter os mandamentos do Senhor" (II Rs 23:1-3). Neemias cortou um `amanah, "um firme pacto/aliança" com o povo (Neem. 10:1), o qual é um acordo " a andar na lei de Deus que foi dada por Moisés" (Nem. 10:30). Parece assumido que o concerto tinha de ser renovado somente depois da quebra de uma violação do pacto, mais também é igualmente possível que no antigo Israel (do primeiro Templo) a renovação do pacto era realizada periódicamente, cada ano ou todos os sete anos (Deut. 31:9-12). 8. Covenant Theology. a. O que foi significado pelo acto de Moisés “quebrar as tábuas da lei” ? Ao quebrar as “Tábuas da lei”, estava implícito que o pacto de relacionamento entre Deus e o povo estava afectado pelo pecado e não podia estar mais em vigor. Neste caso o documento tinha de ser destruído ou cancelado, e no caso presente pelo mediador do pacto. Para renovar o pacto deveriam ser escritas novas tábuas e até novas condições caso fosse necessário. 9. The Covenant in Prophecy a. Defenição brevissíma das palavras : lawsuit, sue, malediction, calamity. Lawsuit Significa entrar em processo legal com alguém. No caso bíblico fala-se de "lawsuit" quando Deus "leva a tribunal" ou processa o povo de Israel na presença das testemunhas céus e terra e montanhas. A "lawsuit" profética representa a acusação de Deus antes de vir destruir Israel por ter violado o pacto. (Am. 4:6-11) Sue Significa intentar uma acção judicial contra alguém ; processar; Levar a tribunal. Malediction Significaria talvez uma imprecação, um juramento de que se fosse violado o acordo "algo mau" aconteceria indiscutivelmente. As calamidades predictas na profecia Israelita eram calamidades para a nação: Por exemplo: exilío. Calamity Significaria um grande desastre, um grande mal, geralmente associado a muita gente. b. Quais os profetas que falaram da aliança e quais os que nunca falaram ? Os profetas pré-exílicos raramente falaram sobre berith explicitamente. Amós conhecia o conceito de eleição, mas não mencionou a aliança. Oséias preferiu a ilustração da aliança do casamento. Falou sobre transgredir (`abhar) o pacto duas vezes (Os. 6:7: 8:1). Miqueias, Naúm, Sefonias e Habaquque nunca mencionaram o pacto/aliança. Jeremias deu muita importância à ideia de aliança. Ezequiel também falou de aliança (Ez. 16:8). 10. The Origin of the Covenant Concept. a. Os profetas aproveitaram um outro relacionamento da vida para ilustrar a ideia da aliança. Qual é esse relacionamento e como é que funciona a aliança seguindo o relacionamento ? Os profetas, especialmente Oséias, Jeremias e Ezequiel, expressaram a ideia de fidelidade e lealdade exclusiva descrevendo o relacionamento entre Deus e Israel como um relacionamento entre marido e esposa. Nestes termos a aliança seria firmada baseada na fórmula legal que era usada para a aliança ou o contrato de casamento. Neste caso o relacionamento da esposa para com o marido seria de sujeição. A ideia do amor marital entre Deus e o seu povo Israel poderia vir implicíta na frase " porque eu o senhor teu Deus sou um Deus ciúmento" (Ex. 20:5; Deut. 5:9; Ex. 34:14 ). A raiz qana "ter ciúmes", é de facto usada em Números 5:14 no senso técnico de um marido que tem ciúmes da sua esposa. A fórmula que expressa o relacionamento pactual entre Deus e Israel é "Eu serei o teu Deus e tu serás o meu povo. "(Lev. 26:12; Deut. 29:12) que é também a fórmula retirada da esfera do pacto do casamento encontrada em muitos documentos do Próximo Oriente. Parece existir aqui a ideia de que Israel deveria estar sujeito em vassalidade a Deus como rei sobre eles. Neshima