epidemiologia e prevenção de parasitoses intestinais em

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epidemiologia e prevenção de parasitoses intestinais em
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 1, 2015, p (1-17), 2014 ISSN
18088597
EPIDEMIOLOGIA E PREVENÇÃO DE PARASITOSES
INTESTINAIS EM CRIANÇÃS DAS CRECHES MUNICIPAIS DE
ITAPURANGA – GO
André Oliveira Silva1, Carla Rosane Mendanha da Cunha2, e Walquiria Lemes de
Lima Martins3, Liliane de Sousa Silva4, Gabrielle Rodrigues Cunha Silva5,
Cristiane Karla Caetano Fernandes6.
Professor de estágio da Universidade Estadual de Goiás – Campus de Itapuranga-GO;
Professora Drª. da Universidade Estadual de Goiás - Campus de Itapuranga-GO,
Faculdade Montes Belos e Secretária de Saúde do Governo do Distrito Federal.
3
Professora Universidade Estadual de Goiás – Campus de Itapuranga-GO;
4
Professora Universidade Estadual de Goiás – Campus de Itapuranga-GO e Programa
de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal de Goiás, GoiâniaGO;
5
Coordenadora do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Goiás –
Campus de Itapuranga-GO;
6
Professora, Faculdade Montes Belos
.
1
2
Resumo
O estudo teve como objetivo avaliar os fatores de risco e a prevalência das parasitoses
intestinais em crianças, de zero a seis anos de idade, das Creches Municipais de
Itapuranga - GO. As informações acerca dos fatores de risco foram obtidas junto aos
responsáveis pelas crianças e profissionais das creches através de questionários. Foram
analisadas 54 amostras biológicas, pelo método diagnóstico de Sedimentação espontânea
- Hoffman, Pons e Janer. A incidência dessas parasitoses foi de 29,6%, sendo os parasitos
mais freqüentes: Ascaris lumbricoides (14,8%), Giardia lamblia (11,1%), Endolimax
nana (1,8%) e Entamoeba coli (1,8%). Realizou-se, então, uma palestra educativa com
os pais/responsáveis pelas crianças com o objetivo de informar os resultados dos exames
e discutir sobre as enteropasitoses, para compreender a importância de hábitos
alimentares e de higiene saudáveis. Conclui-se que os resultados podem representar um
problema de saúde pública, fortalecendo a convicção acerca da importância da prevenção
primária através da melhoria das condições socioeconômicas; maior engajamento dos
profissionais da área; execução de projetos de educação e promoção em saúde, em
conjunto com a sociedade Itapuranguense e a sociedade acadêmica.
Palavras-Chaves: Enteroparasitas. Crianças. Creche. Prevenção primária.
Abstract
This study aimed to evaluate the risk factors and prevalence of intestinal parasites in
children zero to six years old, from nursery schools municipal in Itapuranga-GO.
Information about risk factors was obtained from the responsible of the children and day
care professionals through questionnaires. 54 samples were analyzed by biological
diagnosis Spontaneous Sedimentation method - Hoffman, Pons and Janer. The incidence
of these parasites was 29,6%, being the most frequent parasites in the survey: Ascaris
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lumbricoides (14,8%), Giardia lamblia (11,1%), Endolimax nana (1,8%) and Entamoeba
coli (1,8%). Held, then an educational talk with responsible with the goal of informing
the test results and discuss the intestinal parasites, to understand the importance offeed
habitsand healthy hygienic. We conclude that the results may represent a public health
problem, strengthening the conviction of the importance of primary prevention through
improved socioeconomic conditions and execution of education projects and health
promotion, together with Itapuranguense society and academic society.
Key – words: Intestinal Parasites, Children, Day Care, Primary Prevention.
1. INTRODUÇÃO
1.1 Parasitoses intestinais - Uma
abordagem geral
Segundo Neves (2005), “a transmissão e
a manutenção de uma doença na
população humana são resultantes do
processo interativo entre o agente, o
meio ambiente e o hospedeiro humano”.
As doenças têm sido classicamente descritas
como resultantes da tríade epidemiológica:
agente, hospedeiro e meio ambiente. O
agente é o fator cuja presença é essencial
para ocorrência da doença; o hospedeiro é o
organismo capaz de ser infectado por um
agente, e o meio ambiente é o conjunto de
fatores que interagem com o agente e o meio
ambiente (p. 16).
Ferreira, M. U.; Ferreira C. dos S. e
Monteiro (2000) afirmam que cerca de
um bilhão de indivíduos em todo mundo
alberguem Ascaris lumbricoides. E que,
200 e 400 milhões de indivíduos
alberguem, respectivamente, Giardia
duodenalis e Entamoeba histolytica.
Vários são os mecanismos
de dispersão deles, dentre as quais
podemos destacar os seguintes:
(...) destino inadequado dos dejetos
disseminando ovos de Ascaris lumbricoides,
Trichuris trichiura e Ancilostomídeos no
ambiente peridomiciliar; ausência ou
inadequação do sistema de drenagem de
águas pluviais, contribuindo com o
desenvolvimento
de
larvas
de
Ancilostomídeos; ausência ou inadequação
da
higiene
doméstica
levando
à
contaminação dos alimentos com cistos de
Giardia lamblia e Entamoeba sp.; deficiente
ou inadequado abastecimento de água,
contribuindo com a disseminação da
infecção por Schistosoma mansoni (PRADO
et al, 1997?, p. 01).
1.2 Enteroparasitoses e Saúde pública
Diversos autores defendem
que as parasitoses intestinais são um
grave problema de saúde pública
(PREDRAZZANI et al, 1988; LUDWIG
et al, 1999; FERREIRA; ANDRADE,
2005; GURGEL et al, 2005; ZAIDEN et
al, 2008; BUSNELLO; TEIXEIRALETTIERI, 2009).
Elas são apontadas como um
indicador do desenvolvimento sócioeconômico de um país, afetando mais de
30%
da
população
mundial,
principalmente,
nos
países
em
desenvolvimento, devido às precárias
condições de saneamento básico, o baixo
nível socioeconômico e a falta de
orientação educacional (CARRILO et al,
2005 apud BUSNELLO; TEIXEIRALETTIERI, 2009; GURGEL et al, 2005;
LUDWIG et al, 1999; KIM et al, 2010).
Outro fator que favorece a
disseminação da doença em países em
desenvolvimen-to são as condições
climáticas. Neves (2005) afirma que elas
têm um “importante papel nas taxas de
infecção, pois em geral, a prevalência é
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baixa em regiões áridas e relativamente
alta onde o clima é úmido e quente,
condição ideal para a sobrevivência e o
embrionamento dos ovos”. “No Brasil, o
clima tropical e subtropical possui
condições ideais para que o ciclo dos
parasitas se complete” (BIASI et al,
2010):
Cryptosporidium parvum e Giardia
lamblia são responsáveis por diarréia
persistente com graves conseqüências
sobre
o
estado
nutricional
e
desenvolvimento físico e mental,
principalmente das crianças.
Um exemplo é a tricuríase (Trichuris
trichiura),
apesar
de
amplamente
distribuída, é mais prevalente em regiões de
clima quente e úmido e condições sanitárias
precárias, que favorecem a contaminação
ambienta1 e a sobrevivência dos ovos do
parasito (Neves, 2005, p. 289).
De acordo com dados da Companhia de
Abastecimento de Água do Estado de
São Paulo - Sabesp, fatores diversos
contribuem para o processo de
aparecimento de enteroparasitas entre a
população, como:
As helmintoses com maior incidência em
humanos são: Ascaridiose (Ascaris
lumbricoides), Tricuríase (Trichuris
trichiura), Enterobiose, Ancilostomose
(Necator americanus e Ancylostoma
duodenale)
e
Estrongiloidíase
(Strongyloides stercoralis). “Dentre as
protozooses destacam-se pela sua
importância na infância, a Giardíase
(Giardia duodenalis) e a Amebíase
(Entamoeba histolytica)” (SILVA;
SANTOS; 2001; FERREIRA, M. U.;
FERREIRA C. DOS S.; MONTEIRO,
2000).
Segundo Ludwig, colaboradores
(1999) e Cotta ([s.d.]), as crianças estão
mais expostas em função do
desconhecimento dos princípios básicos
de higiene e do intenso contato com o
solo, que funciona como um “referencial
lúdico em torno do qual desenvolvem
uma série de jogos e brincadeiras. Ao
brincar no chão elas levam as mãos sujas
à boca e, muitas vezes, sem que os pais e
responsáveis percebam, alimentam-se
sem lavar as mãos”. Há ainda o fato de
que seu sistema imunológico está menos
apto a reconhecer e combater estes
agentes patogênicos.
Segundo Brasil (2005),
algumas infecções, tais como por,
1.3 Prevenção primária
Nível de escolaridade das mães e das
crianças, poder aquisitivo, qualidade das
moradias, estado nutricional, hábitos
alimentares, práticas de aleitamento materno
e hidratação, disponibilidade de serviços de
saúde e saneamento básico, principalmente,
aquela com menor poder aquisitivo e nível
de
escolaridade
baixo
(AFIUNE;
RIBEIRO; COSTA, 2009, p. 1107).
Os resultados da PNSB (Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico),
realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), revelam que:
O esgotamento sanitário é o serviço de
saneamento básico de menor cobertura nos
municípios brasileiros, alcançando apenas
52,2% das sedes municipais (IBGE, PNSB,
2000 apud PEZZI; TAVARES, 2007, p.
1.042).
Uecker e colaboradores (2007)
citados por Busnello; Teixeira-Lettieri
(2009) concordam que a água não tratada
é um excelente veículo de transmissão
desses parasitas e que os problemas de
saneamento básico têm muita influência
na presença de
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parasitoses intestinais, pois
são ambientes favoráveis para o
desenvolvimento e sobrevivência de
ovos e larvas de parasitas. Para
corroborar esta idéia, Pupulin e
colaboradores (1997) citados por
Afiune; Ribeiro; Costa (2009) afirmam:
“A contaminação da água, solo e
alimentos pelos ovos, cistos ou larvas
destes parasitos tornam fácil a
disseminação dos mesmos e de suas
patologias”.
Desta
maneira,
a
implantação de sistemas adequados para
o tratamento de esgoto e encanamento de
água potável, juntamente com a
educação sanitária da população, o
diagnóstico e o tratamento de indivíduos
infestados contribuem decisivamente
para a redução da incidência das
enteroparasitoses (p. 1107).
Zaiden
e
colaboradores
(2008)
confirmam que o equacionamento deste
problema de saúde pública esbarra na
necessidade de conhecimento da
realidade e dos fatores de risco que
favorecem o surgimento, a manutenção e
a propagação das parasitoses, dentre os
quais se destacam as condições de
moradia e saneamento básico da
população
exposta,
os
hábitos
alimentares, de higiene pessoal, de
contato com o solo e a presença de
reservatórios no local.
É nesse contexto que se
insere o papel do professor de Ciências e
Biologia que, através do currículo, do
conhecimento científico acumulado, das
metodologias disponíveis e da interação
existente entre professor e aluno; precisa
conduzi-lo a uma “compreensão da vida
como manifestação de sistemas
organizados e integrados, em constante
interação com o ambiente” (BRASIL,
2006).
1.4 Prevenção secundária
O diagnóstico laboratorial das
enteroparasitoses é realizado através do
Exame Parasitológico de Fezes (EPF) e
consiste na pesquisa de diferentes formas
parasitárias que são eliminadas nas fezes.
Há o exame macroscópico, o
microscópico e os métodos qualitativos:
O exame macroscópico permite a
verificação da consistência das fezes, do
odor, da presença de elementos anormais,
como muco ou sangue, e de vermes adultos
ou partes deles. O exame microscópico
permite a visualização dos ovos ou larvas de
helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos de
protozoários. Pode ser quantitativo ou
qualitativo. Os métodos quantitativos são
aqueles nos quais se faz a contagem dos ovos
nas fezes, permitindo, assim, avaliar a
intensidade do parasitismo. Os mais
conhecidos são o Método de Stoll-Hausheer
e o Método de Kato-Katz. Os métodos
qualitativos são os mais utilizados,
demonstrando a presença das formas
parasitárias, sem, entretanto, quantificá-las
(NEVES, 2005, p. 455).
Segundo o Laboratório de Protozoologia
da Universidade Federal de Santa
Catarina - UFSC (2002), os métodos
citados abaixo são utilizados nas
seguintes situações:
 Exame direto: pesquisa de
cistos de protozoários e ovos de
helmintos;
 Método de Hoffman,
Pons, Janer e Método de Faust: pesquisa
de cistos de protozoários e ovos de
helmintos;
 Método de Willis e
Método de Ritchie: pesquisa de cistos de
protozoários;
 Método de BaermannMoraes: pesquisa e isolamento de larvas
de Strongyloides sp. de fezes e de larvas
de nematóides do solo;
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
 Método de Graham:
utilizado na pesquisa de ovos de
Enterobius vermicularis; e,
 Método de Kato - Katz:
utilizado, principalmente, na pesquisa de
ovos de Schistosoma mansoni e outros
helmintos.
Alguns autores preconizam a
execução de vários métodos com cada
amostra fecal, entretanto, Neves (2005)
defende que “tal procedimento é
inviável, seja por quantidade insuficiente
de fezes ou pelo elevado número de
exames a serem realizados por dia”,
porém, concorda que “não há um método
capaz de diagnosticar, ao mesmo tempo,
todas as formas parasitárias”. E conclui:
ou larvas não é uniforme ao longo do dia
ou do ciclo do parasito (NEVES, 2005, p.
A fim de obter mais qualidade no EFP,
devemos sempre ter em mente que: (1)
Algumas espécies de parasitos só são
evidenciadas por técnicas especiais; (2)
um exame isolado, onde o resultado é
negativo, não deve ser conclusivo, sendo
recomendável a sua repetição com outra
amostra; (3) a produção de cistos, ovos
Quanto ao tratamento, o Ministério da
Saúde indica que uma alternativa são os
medicamentos descritos no quadro 01,
porém a escolha da droga, posologia e
duração do tratamento estão na
dependência da localização e intensidade
da infecção e da idade do paciente
(BRASIL, 2005).
456).
No que diz respeito ao número de
amostras a serem utilizadas por paciente,
Carli (2001) citado por Zaiden e
colaboradores (2008) defendem que:
A possibilidade de encontrar parasitos nas
fezes aumenta pelo exame de amostras
múltiplas, em razão da intermitência da
passagem de certos parasitos no hospedeiro,
da eliminação não uniforme dos ovos de
helmintos, dos diferentes estágios dos
protozoários e das limitações dos métodos
de diagnóstico (p. 185).
Quadro 01: Medicamentos recomendados pelo Ministério da Saúde, no tratamento de
enteroparasitoses, de acordo com o parasita intestinal.
Parasita
• Ascaris lumbricóides
• Enterobius vermiculares
• Necator americanus
• Ancylostoma duodenale
• Trichuris trichiura
• Schistosoma mansoni
• Taenia saginata
• Taenia solium
• Hymenolepis nana
• Strongyloides stercoralis
• Entamoeba histolytica
• Giardia lamblia
• Cryptosporidium parvum
Fonte: BRASIL, 2005
Droga recomendada
Mebendazol e Albendazol
Praziquantel
Tiabendazol e Albendazol
Tinidazol, Secnidazol e Metronidazol
Espiramicina, Paramomicina e Roxitromicina
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1.1 Seleção da Casuística
A pesquisa foi realizada no decorrer do
ano de 2010 e teve como base as crianças
de zero a seis anos de idade, das Creches
Municipais de Itapuranga - GO, que são
a “Creche Pinguinhos do Futuro” e a
“Creche Criança Cidadã. Bem como, os
profissionais das creches e os
responsáveis pelas crianças.
Ressalte-se que a pesquisa só
pôde ser realizada a partir das parcerias
firmadas com a Secretária Municipal de
Educação que autorizou a realização do
mesmo nas creches; e Secretaria
Municipal de Saúde, que disponibilizou
os frascos coletores e realizou os exames
parasitológicos de fezes.
2.1.2 Localização da
Realização do Projeto
Área
de
O Município de Itapuranga está a uma
distância de 155 km da capital Goiânia e
conta com uma população de 25.170
habitantes, numa área de 1.277,16 km2.
Possui temperatura média anual em
torno de 25° C, média máxima anual 38°
C e média mínima anual 11° C; 95% de
toda sua área urbana é pavimentada, 98%
da população é abastecida com água
tratada, 90% com esgoto sanitário e 98%
com energia elétrica (IBGE, 2007;
SANTOS, A. B. dos; ALMEIDA, A. C.
S.; CUNHA, C. R. M. da., 2009).
2.1.3 Critérios de Inclusão e Exclusão
Os profissionais incluídos na pesquisa
foram todos aqueles que estavam
presente nos dias de entrevista e
aceitaram participar, mediante assinatura
do Termo de consentimento livre e
esclarecido (TCLE). Foram excluídos
aqueles que não estavam presentes ou
não assinaram o TCLE.
As crianças incluídas foram aquelas
devidamente matriculadas e freqüentes
nas creches, durante os meses de agosto
a
outubro
de
2010,
cujos
pais/responsáveis assinaram o TCLE e
entregaram as amostras biológicas.
Excluindo-se aquelas que não estavam
devidamente matriculadas/freqüentes;
que os pais/responsáveis não assinaram o
TCLE ou ainda aqueles que assinaram,
contudo, não levaram a amostra de fezes
para realização do exame.
2.1.4. Procedimento Técnico
Operacional e Coleta de Dados
-
As creches foram visitadas para
avaliação dos fatores relacionados às
características
estruturais
e
de
funcionamento que podem corroborar
como fator de risco para aumento da
incidência de enteroparasitoses.
Foi nesse intuito que os profissionais
responderam um questionário sócioeconômico único, constituído de 28
questões objetivas, onde cada um
respondeu somente as perguntas que
competiam à sua área de atuação
profissional.
Realizou-se uma reunião com os
pais/responsáveis pelas crianças, para
esclarecimento sobre os objetivos da
pesquisa, vantagens e procedimentos
necessários. Aqueles que assinaram o
TCLE foram orientados sobre coletar as
amostras biológicas em frascos estéreis
(sob estado de conservação adequado) e
identificados com o nome da criança,
idade, data e horário da coleta.
O EPF foi realizado a partir de uma
amostra fecal por criança, em virtude das
possíveis dificuldades inerentes à coleta
e organização de três amostras, prazo
para execução do trabalho e recursos
financeiros disponíveis.
As amostras foram encaminhadas
imediatamente à equipe de profissionais
responsáveis pelo Laboratório do
Hospital Municipal ou do Posto de Saúde
Central de Itapuranga, para serem
processadas e analisadas pelo método
laboratorial padronizado nessa unidade
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de saúde: Sedimentação Espontânea Hoffman, Pons e Janer (HPJ).
A reunião dividiu-se em dois momentos:
No
primeiro,
os
responsáveis
responderam um questionário sócioeconômico contendo 30 questões
objetivas,
visando
conhecer
as
características do domicílio e hábitos
alimentares e de higiene da família.
No segundo momento houve uma
palestra educativa com a finalidade de
informar os pais/responsáveis sobre os
resultados dos exames, enfocando a
importância da prevenção primária e
secundária, na tentativa de inseri-los
como agentes ativos no ato do cuidar. Os
casos positivos foram orientados a
comparecer imediatamente ao serviço de
saúde local para tratamento.
Os dados foram armazenados em banco
de dados utilizando-se planilhas do
software Microsoft Office Excel 2007. O
banco foi alimentado conforme obtenção
dos dados que após a digitação foram
conferidos e corrigidos.
2.1.5 ASPECTOS ÉTICOS
Todos os participantes do
estudo foram esclarecidos sobre os
objetivos, vantagens e desvantagens,
procedimentos da pesquisa e sobre a
confidencialidade
dos
dados
e
informações fornecidas. A eles foi dada
plena liberdade para se recusarem a
participar do estudo e permissão para, a
qualquer
tempo,
suspender
o
consentimento sobre sua participação,
sem penalidade alguma e sem prejuízo
ao seu cuidado, tanto no seu atendimento
no Sistema Único de Saúde (SUS),
quanto na vivência e permanência das
crianças nas creches. Foram informados
que, quando os resultados fossem
divulgados, seus nomes não seriam
mencionados.
A assinatura do TCLE foi solicitada aos
participantes antes de ser realizada a
coleta de dados. Os dados obtidos foram
utilizados de maneira confidencial,
obedecendo aos preceitos do Código de
Ética Médica, para a utilização científica
de dados de pacientes; e respeitados os
princípios enunciados na Declaração de
Helsinque (2000) emendada em
Edimburgo, Escócia; e, na Resolução nº.
196/96 do Conselho Nacional de Saúde
(BRASIL, 1996).
2.2
DISCUÇÃO
RESULTADOS
E
2.2.1
Entrevista
com
os
Profissionais/Estrutura,
Funcionamento e Características das
Creches Municipais de Itapuranga GO.
Foram
analisados
32
questionários,
respondidos
pelos
seguintes
profissionais:
02
coordenadoras,
01
guarda,
05
professoras,
05
cozinheiras,
07
auxiliares de serviços gerais, 10
assistentes de creche e 02 babás. Todos
os entrevistados são do sexo feminino,
exceto o guarda. A maioria deles possui
de 20 a 39 anos de idade (59,3%).
Foi observado o seguinte
perfil dos entrevistados que se
intitularam assim, segundo a raça:
indivíduos da raça branca constituíram a
maioria 13 (40,6%), seguido de moreno
12 (37,5%) e amarelo 05 (15,6%),
ninguém se declarou negro e 02 (6,2%)
não responderam.
Um dado relevante foi o
nível de escolaridade variável dos
profissionais, de acordo com a função
exercida, além de que somente uma
pessoa se declarou analfabeta. Não
obstante, se faz necessário a formação
continuada dos profissionais, com a
realização de cursos de capacitação e
aperfeiçoamento para que os indivíduos
tenham mais segurança durante as
atividades, sejam eles guardas, babás,
cozinheiras ou professoras.
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A formação continuada se
insere na vida profissional do
trabalhador com o objetivo de propiciar
a sua adaptação “às mutações
tecnológicas, organizacionais ou outras,
favorecer a sua promoção profissional,
melhorar a qualidade de emprego e
contribuir para o seu desenvolvimento
cultural, econômico e social” (APAVT;
RCA, 2006).
Observou-se que a estrutura
física das duas creches são bastante
distintas, visto que uma delas foi
construída a pouco tempo e está bem
preservada, com pintura nova, possui
ambientes maiores, bem iluminados,
arejados e tem uma aparência muito
bonita. A outra creche já está bem
desgastada com paredes sujas, pintura
estragada, móveis antigos, com
ambientes variáveis em espaçosos ou
não, com menos claridade e ventilação.
Em ambas, percebeu-se que o local é
bem higienizado, com as funções bem
distribuídas entre os profissionais, que
são demasiado competentes, atenciosos e
carinhosos com as crianças.
A primeira está localizada
bem distante do centro da cidade e a
outra é próxima ao centro. Entretanto, o
foco do trabalho não foi comparar os
dois ambientes de ensino, mas sim,
avaliar
a
prevalência
das
enteroparasitoses de uma forma geral e
os fatores de risco envolvidos.
As creches possuem 02 salas
de aulas, com uma média de 15 a 30
alunos estudando em cada. Elas
possuem, respectivamente, 02 e 04
dormitórios. Esse número pode ser
considerado alto se levado em conta o
total de 185 alunos matriculados e
freqüentes.
Embora as salas de aulas
sejam amplas e as crianças tenham à sua
disposição uma professora e uma
auxiliar, o acompanhamento e instrução
de hábitos corretos podem ser
dificultados pelo grande número de
alunos por cômodo. Assim, vale ressaltar
a afirmação de Abraham; Tashima e
Silva (2007), de que o enteroparasita
Giardia lamblia é mais freqüente em
locais onde há aglomerados de pessoas.
Há mais de seis banheiros
em cada creche, embora em uma delas
ele não esteja em estado de conservação
adequado pela falta de reforma. Em
ambas, durante o banho, uma média de
quatro crianças são limpas ao mesmo
tempo. No dia da visita elas se
encontravam descalças dentro do
mesmo.
No que diz respeito à
quantidade de sabonetes utilizados
durante o banho, as respostas dos
profissionais foram: “um sabonete para
cada duas crianças” e “um para cada três
crianças”, entretanto a realidade
observada não foi de acordo, visto que
não houve divisão de sabonetes. Uma
funcionária relatou que só há separação
de sabonetes “quando a criança tem
algum probleminha”, ou seja, quando se
percebe alguma alteração visível no
organismo da criança, onde há suspeita
de ser contagioso. O ideal seria que cada
criança tivesse seu próprio sabonete.
Observou-se que os bebês do
berçário chegavam à creche com suas
próprias roupas e então, vestiam outra
disponível na creche; destacando que
esta roupa já é utilizada a anos e que
todos os dias ela é vestida por uma
criança diferente à do dia anterior. Este
pode ser um fator de risco envolvido na
transmissão de enteroparasitos ou de
outras patologias.
Os pátios onde as crianças
costumam brincar são variados: possui
grama, terra, azulejo e concreto.
Percebe-se que em uma das creches as
crianças estão em contato direto com o
solo, pelo hábito de andar com os pés
descalços (conforme observado na
imagem supracitada); contudo, sabe-se
que o solo pode estar contaminado com
enteroparasitas.
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Lembrando que, segundo
Ludwig (1999) e Cotta ([s.d.]), um dos
motivos da maior incidência de parasitos
em crianças está relacionado ao intenso
contato com o solo, que funciona como
um referencial lúdico; ao brincar no chão
elas levam as mãos sujas à boca e, muitas
vezes, sem que os responsáveis
percebam, alimentam-se sem lavar as
mãos.
Na cozinha observou-se o
seguinte: numa creche ela é espaçosa e
arejada, porém a outra não possui estas
características e a iluminação também
não é boa; já em ambas os refeitórios
possuem espaço amplo para as crianças
se acomodarem.
São servidas mais de três
refeições por dia nas creches. Verduras
cruas como repolho, alface e tomate
fazem parte do cardápio diário das
crianças. Segundo as coordenadoras, as
verduras são lavadas usando água e
vinagre.
Alguns
“pesquisadores
apontam que para garantir uma boa
higienização das frutas e verduras devese utilizar: ácido cítrico na concentração
de 10ml/L de água, vinagre comercial
(120ml/L), sabonete líquido (12ml/L) e
permanganato de potássio (24mg/L) de
molho por 10 minutos” (CANTOS et al,
2004).
Observou-se
que
as
cozinheiras e auxiliares não utilizavam
os devidos equipamentos de proteção
individual durante o preparo do
alimento, somente avental e toucas;
luvas e máscaras não foram vistos nos
dias de visita.
O estudo dos autores,
realizado em Uberlândia - MG, com 264
manipuladores de alimentos de 57
escolas
públicas,
evidenciou
a
prevalência de até 17%. Diversos
parasitas
foram
diagnosticados:
ancilostomídeos, Ascaris lumbricoides,
Strongyloides stercoralis, Hymenolepis
nana,
Taenia
sp.,
Enterobius
vermiculares, Giardia lamblia e
Entamoeba histolytica.
Os entrevistados relataram
que somente alguns alunos têm o
costume de lavar as mãos antes das
refeições. Para a pergunta “As crianças
costumam lavar as mãos depois de ir ao
banheiro?”, as respostas foram: “sim” e
“às vezes”, o que evidencia que nem
todos possuem este hábito freqüente.
Ferreira; Andrade (2005) ressaltam a
necessidade de se lavar adequadamente
as mãos com sabão e água corrente, por
ser um importante fator que predispõe as
pessoas, principalmente crianças, à
infecção por enteroparasitas.
Relatou-se que a água
utilizada para beber é filtrada. Uma
cozinheira declarou que a água é retirada
da torneira e colocada no filtro de vela
para consumo. O abastecimento de água
para os trabalhos em geral é proveniente
da rede pública.
Bellingieri (2004) defende
que “o filtro é um dos métodos de
purificar água maisrelevante, pois a água
é absolutamente pura de germens se a
vela não oferece falha”, especialmente se
a água passar por um processo de fervura
antes. Todavia, “após alguns dias de
funcionamento a matéria orgânica obtura
os poros externamente o que diminui o
fluxo da filtração ou os micróbios
conseguem passar até o interior”. Ele
afirma que sem os cuidados de
manutenção das velas, repetidos
freqüentemente, a filtração é ilusória.
Quando
perguntados:
“Algumas das crianças que freqüentam a
creche já tiveram alguma parasitose?” as
respostas foram “não” e “não sei”.
Para uma maior qualidade de
vida, as crianças recebem a visita do
profissional dentista (duas vezes ao ano)
e do nutricionista (semanalmente).
Entretanto, ainda não foi realizada
nenhuma campanha de saúde pública
envolvendo os alunos das creches.
Mylius e colaboradores
(2003) ressaltam a importância dos
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 1, 2015, p (10-17), 2014 ISSN
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programas de promoção de
saúde, “a fim de evitar as reinfecções
pelos parasitas e melhorar a qualidade de
vida da população, o que se traduz em
ganho social, econômico e científico
inestimável para todos”.
das
Creches
Itapuranga - GO.
Municipais
de
Das 185 crianças freqüentes
nas Creches, 90 (48,6%) receberam
autorização dos responsáveis para
participar da pesquisa. Todavia, apenas
54 (29,1%) entregaram o material
biológico e realizaram o EPF.
2.2.2
Resultado
dos
Exames
Parasitológicos de Fezes das Crianças
Gráfico 01: Relação entre a quantidade de crianças que freqüentam as Creches Municipais de Itapuranga
- GO e aquelas que realizaram o EPF.
Quantidade de
crianças
1900ral
1900ral
1900ral
Freqüentes (100%)
Pais assinaram o TCLE (48,6%)
1900ral
1900ral
Realizaram o EPF (29,1%)
1900ral
1900ral
1900ral
Fonte: Dados da pesquisa.
Verificou-se que entre as 54
crianças, há poucas crianças menores de
dois anos (7,3%), de acordo com o
quadro 02. O período de permanência
delas nas creches é: 10 (18,5%) estudam
somente no período matutino, 01 (1,8%)
somente no vespertino, 31 (57,4%) em
período integral e 12 (22,2%) não
responderam.
Quadro 02: Idade das crianças das Creches
Municipais de Itapuranga - GO que participaram da pesquisa.
Idade
< Um
Ano
n
(%)
03
(5,5)
01
(1,8)
06
(11,1)
10
(18,5)
09
(16,6)
18
(33,3)
07
(12,9)
Um
Ano
Dois
Anos
Três
Anos
Quatro
Anos
Cinco
Anos
Seis
Anos
Fonte: Dados da pesquisa.
Os EPFs obtiveram 16
resultados positivos para algum parasita
intestinal
(29,6%).
No
total
diagnosticou-se: Ascaris lumbricoides
em 08 amostras (14,8%), Giardia
lamblia em 06 (11,1%), Endolimax nana
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em 01 amostra (1,8%) e Entamoeba coli
em 01 amostra (1,8%).
As associações de duas ou
mais espécies não ocorreram neste
trabalho, porém ocorreram em outros,
como o de Bevilacqua (2009?), com
crianças de 00 a 06 anos de uma creche
do município de Taubaté - SP, foram
diagnosticados
indivíduos
poliparasitados e biparasitados.
O estudo realizado por
Carneiro e Souza (2010), no Hospital
Municipal de Piracanjuba - GO, em
2.340 pessoas obtiveram resultados
interessantes. A prevalência foi de
61,9% para algum parasita, sendo:
Entamoeba coli teve maior incidência
(26,1%), Endolimax nana (15,8%),
Giardia lamblia (15,8%); Entamoeba
histolytica
(1,3%)
e
Ascaris
lumbricoides (0,7%), dentre outros. Um
dado significativo foi a incidência de
biparasitismo de 20,0% e de
triparasitismo
12,9%.
Alguns
enteroparasitas coincidiram com este
estudo, todavia, a incidência foi bem
diferente, especialmente, no que diz
respeito a Ascaris lumbricoides.
O elevado índice de
resultados negativos (70,3%) foi
satisfatório, porém remete à possível
influência do ciclo reprodutivo dos
parasitos nos resultados, uma vez que foi
realizada apenas uma coleta de amostra.
Outra suposição é que outros
enteroparasitas,
especialmente,
Entamoeba histolytica, que apareceu em
todos os trabalhos, tenham sido sub
diagnosticados em virtude do método
diagnóstico utilizado.
Quando a análise foi
realizada em relação ao sexo, foi
encontrada diferença estatisticamente
significante entre os grupos (Tabela 01),
o que não ocorreu com relação à faixa
etária, visto que a só haviam crianças de
00 a 06 anos participando do estudo e
que houveram poucos participantes
menores de 02 anos. Baptista et al (2006)
acreditam que a maior prevalência de
parasitoses intestinais encontrada no
sexo masculino não parece ter nenhuma
relação com fatores de predisposição;
entretanto, no trabalho de Carneiro e
Souza (2010), no Hospital Municipal de
Piracanjuba
GO,
todos
os
enteroparasitas encontrados foram em
número maior em pessoas do sexo
feminino.
Tabela 01: Resultado do levantamento parasitológico de fezes, de acordo com o sexo, das crianças das
Creches Municipais de Itapuranga - GO.
Sexo
Masculino
Feminino
Total
Parasitos
Encontrados
n
(% positivo)
n
(% positivo)
n
(% positivo)
Ascaris lumbricoides
07
(12,9)
01
(1,8)
08
(14,8)
Giardia lamblia
05
(9,2)
01
(1,8)
06
(11,1)
Endolimax nana
00
(0,0)
01
(1,8)
01
(1,8)
Entamoeba coli
00
(0,0)
01
(1,8)
01
(1,8)
Total de examinados
31
(22,2)
No que diz respeito à idade,
Bevilacqua (2009?) evidenciou maior
taxa de positividade em crianças com a
faixa etária entre 02 a 04 anos, pois nesta
idade, saem da alimentação pastosa e
passam a ter uma alimentação mais
consistente, começam a andar e a levar
com mais facilidade os objetos a boca. E,
23
(7,4)
54
a partir dos 04 anos, ela começa a
freqüentar parques de areia e ter contato
próximo com outros colegas.
Um resultado interessante
encontrado no trabalho foi que
evidenciou-se 04 amostras positivas para
uma creche (7,4%) e 12 amostras
positivas para a outra (22,2%), ou seja,
(29,6)
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uma diferença numérica muito grande.
Todavia, o fator intrigante deste fato é
que a maior incidência de enteroparasitas
aconteceu na creche que possui a
estrutura física mais nova e bem
preservada, o contrário do que se
esperava.
Ficando assim aberto a
outros estudos para tentar corroborar
esse resultado tão distinto. Fica evidente
a urgência de programas de promoção
em saúde que contemplem as crianças,
na busca por uma maior qualidade de
vida das mesmas. Lembrando que, este
fato não será analisado mais
detalhadamente em virtude de que o foco
do trabalho não seja a comparação entre
os dois ambientes de ensino.
2.2.3 Entrevista com os Pais ou
Responsáveis pelas Crianças das
Creches Municipais de Itapuranga GO.
Foram
analisados
54
questionários, dos quais 39 (72,2%)
foram respondidos pelos próprios pais
das crianças que participaram da
pesquisa, 03 (5,5%) pelos avós e 12
(22,2%) questionários não foram
respondidos, em virtude do não
comparecimento dos responsáveis à
palestra e à entrega do resultado do EPF.
Os
indivíduos
entrevistados
apresentaram a seguinte distribuição
etária constante do.
Foi observado o seguinte
perfil dos pacientes que se intitularam
assim, segundo a raça: indivíduos da raça
morena constituíram a maioria 21
(38,8%), seguido de branco 16 (29,6%),
negro 04 (7,4%), amarelo 00 (0,0%) e 13
(24,0%) não responderam.
O nível de escolaridade da
maioria dos responsáveis é o ensino
fundamental completo e incompleto.
Zaiden (2008), Afiune (2009) e seus
colaboradores
afirmam
que
a
escolaridade é um fator indicador de
maior suscetibilidade às parasitoses, pois
os responsáveis podem não “possuir o
conhecimento necessário a respeito da
doença e sua forma de transmissão para
se prevenir da mesma”.
Com relação à renda familiar
mensal, de cada participante, a
prevalência segue, onde se observa que,
a maior parte dos pacientes, cerca de
46,2% (25) possuem renda de até um
salário mínimo. Tavares-Dias; Grandini
(1999) afirmam que a baixa renda
familiar associada a outros fatores, como
pouco conhecimento sobre protozoários
e helmintos, é determinante no contágio
e transmissão de enteroparasitas.
Quanto às características do
domicílio em que residem: 14 (25,9%)
são próprios, 06 (11,1%) cedidos por
outros, 21 (38,8%) alugados e 13
(24,0%) não responderam. Para a
quantidade de pessoas que dormem em
cada cômodo as respostas foram: 26
(48,1%) responderam que dormem duas
pessoas por cômodo, 12 (22,2%) três
pessoas, 03 (5,5%) uma pessoa,e 01
(1,8%) respondeu que dormem quatro
pessoas por quarto e 12 (22,2%) não
responderam.
Quando perguntadas sobre a
quantidade de banheiros que havia na
casa, 41 (75,9%) pessoas responderam
que possuem apenas um banheiro e 13
(24,0%) não responderam, ninguém
relatou possuir mais de um banheiro.
Verificou-se que 25 (46,2%) famílias
que participaram da pesquisa utilizam
apenas um sabonete para o banho de
todos, 13 (24,0%) utilizam um sabonete
por pessoa, 03 (5,5%) utilizam dois para
toda a família e 13 (24,0%) não
responderam; tal atitude pode ser
determinante na transmissão de
enteroparasitos. O tipo de instalação
sanitária (esgoto).
O abastecimento de água é:
66,6% (36) de água encanada
proveniente da rede pública, 9,2% (05)
de poços artesianos ou cisternas e 24,0%
(13) não responderam. O lixo é recolhido
pelo serviço público municipal em 41
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 1, 2015, p (13-17), 2014 ISSN
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(75,9%) dos domicílios e 13
(24,0%) não responderam, ninguém
relatou jogar o lixo em lote vago, no rio
ou queimá-lo; por isso não é possível
avaliá-lo como fonte de infecção.
Fontbonne et al (2001)
verificaram em seus estudos em
comunidades indígenas que “precárias
condições de saneamento resultam não
somente em elevados níveis de
parasitismo
intestinal
mas,
principalmente, na ocorrência de
poliparasistismo”.
Quanto
aos
hábitos
alimentares e de higiene, o tipo de água
mais utilizada para beber é a filtrada em
32 (59,2%) domicílios. Algumas pessoas
declararam que retiram a água direto da
torneira e a colocam no filtro, entretanto,
não se sabe que tipo de filtro é utilizado
e como é a manutenção do mesmo.
De acordo com Biscegli et al
(2009), “o hábito de ingerir água não
filtrada e não fervida pode ser a causa da
alta prevalência de giardíase, pois os
cistos do protozoário são resistentes ao
processo de tratamento da água”.
A maioria das crianças,
61,1% (33), consomem verduras cruas
em casa, 14,8% (08) não consomem e
24,0% (13) não responderam; é por este
motivo que se faz indispensável que os
alimentos sejam bem higienizadas para
que não haja contaminação com ovos ou
cistos de parasitas. A tabela 03 mostra se
as frutas e verduras consumidas pela
família têm algum preparo especial.
“Os cuidados com a
preparação e a forma de consumo de
alimentos são fatores que podem
proteger ou propiciar a ocorrência das
parasitoses intestinais, uma vez que a
manipulação incorreta dos alimentos
pode estar diretamente relacionada à
contaminação” (Zaiden et al, 2008).
Tabela 02: Lavagem das frutas e verduras
servidas no domicílio das crianças das Creches
Municipais de Itapuranga - GO.
nº. de
Modo de
Porcentage
família
Higienização
m
s
Lavam com
água
filtrada/fervid
a
Lavam com
água sem
tratamento
Lavam com
água +
vinagre/água
sanitária
Não há
preparo
especial
Não
responderam
Total
27
50%
10
18,5%
02
3,7%
02
3,7%
13
24,0%
54
100%
Fonte: Dados da pesquisa
No levantamento sobre o
hábito das crianças de: lavar as mãos
antes e depois de ir ao banheiro, andar
descalço e brincar na terra, verificou-se
que a maioria delas, segundo os pais,
lavam as mãos antes de comer (32 =
59,2%) e depois de ir ao banheiro (31 =
57,4%), andam descalças em casa (32 =
59,2%) e brincam com terra (26 =
48,1%).
Bloomfield (2001); Tomono
e colaboradores (2003); Khan (1979)
citados por Kim e colaboradores (2010)
declaram que “medidas simples como a
integração de hábitos de higiene,
lavagem das mãos e dos alimentos com
água e sabão, uso de sapatos e cuidados
com as unhas têm sido eficazes no
combate às infecções causadas por
parasitos”. Afirma ainda que a
infraestrutura sanitária não é eficaz se
não houver mudanças comportamentais,
que devem ser adquiridas por meio da
educação em saúde.
Os pais declaram que o
último EPF realizado nas crianças foi:
25,9% (14) há seis meses, 11,1% (06) há
mais de um ano, 24,0% (13) há um ano,
14,8% (08) nunca fizeram e 24,0% (13)
não responderam. Sobre a criança já ter
tido “verme”, observou-se que 46,2%
(25) dos pais responderam que sim. Os
projetos de educação em saúde são
fundamentais para incutir nos
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pais/responsáveis
a
importância da prevenção secundária,
através de visitas freqüentes ao médico
para acompanhamento familiar.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O nível de incidência de
parasitas intestinais encontrado nas
crianças das Creches Municipais de
Itapuranga - GO pode ser considerado
alto, visto que grande parte dos
domicílios e as creches possuem rede de
esgoto, tratamento de água; e o lixo é
recolhido pelo serviço público, diferente
de outros municípios com incidência
semelhante, porém, sem esta condição
sanitária.
É importante ressaltar que:
(1) o elevado número de crianças
parasitadas por Ascaris lumbricoides
(cujo contágio se dá pela ingestão de
alimentos contaminados) não foi
encontrado na literatura; e, (2) embora a
prevalência encontrada tenha sido de
29,6%, diversos enteroparasitas podem
ter sido sub-diagnosticados em virtude
de uma só amostra biológica ter sido
analisada e; apenas um método
laboratorial utilizado para este fim.
Suspeita-se que as possíveis
causas da incidência encontrada neste
estudo se
devem à baixa renda das famílias, nível
de escolaridade dos responsáveis, baixo
nível sócio-econômico das famílias, falta
de instrução em relação aos cuidados
básicos com os alimentos, água e hábitos
de higiene, como andar descalço, contato
freqüente
com
o
solo
e
compartilhamento de sabonetes.
Nas creches, os fatores de
risco podem ter sido: número elevado de
crianças por sala de aula, preparo dos
alimentos pelos manipuladores e
compartilhamento de sabonetes durante
o banho; e, principalmente, precariedade
de ações em educação em saúde e de
programas de promoção de saúde.
Lembrando que o fato de haver diversas
crianças estudando nas creches em
período integral (57,4%) pode ser um
fator de risco para as infecções.
Os
resultados
obtidos
mostram que as condições higiênicosanitáriasda moradia, das pessoas e do
ambiente aos quais as crianças estão
submetidas podem contribuir de forma
significativa para uma maior prevalência
de parasitoses intestinais na faixa etária
considerada.
Conclui-se que há uma
prevalência importante de parasitoses
intestinais em crianças na faixa etária de
zero a seis anos. Isso pode representar
um problema de saúde pública,
fortalecendo a convicção acerca da
importância da prevenção primária
através da melhoria das condições
socioeconômicas,
pelo
comprometimento do poder público;
maior engajamento dos profissionais da
área; e execução dos projetos de
educação em saúde, onde neste último o
papel da sociedade acadêmica e,
especialmente, do professor/biólogo se
faz essencial.
Ressalta-se, a necessidade de
continuação deste trabalho, buscando um
número maior de participantes na
realização do Exame Parasitológico de
Fezes, utilizando-se de três amostras
biológicas e até mesmo, de dois métodos
laboratoriais para diagnóstico.
Tornar-se-ia fundamental a
aplicação de outras metodologias,
dinâmicas, técnicas e palestras que
envolvam
pais/responsáveis,
professores/funcionários, inclusive com
as crianças da creche, numa abordagem
particular sobre prevenção primária de
enteroparasitoses no município de
Itapuranga - GO.
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