Manual da Indicação Geográfica do Vale dos Vinhedos

Transcrição

Manual da Indicação Geográfica do Vale dos Vinhedos
Manual da Indicação Geográfica do Vale dos Vinhedos
Uma conquista
O Brasil do futuro é agora: a vida melhorando,
o mercado crescendo, novos produtos
chegando, tudo acontecendo ao mesmo
tempo. E com isto quem ganha são os
consumidores, que passaram a ter um poder
e tanto, que é o de escolher e exigir o melhor.
No momento da escolha, surgem as mais
variadas exigências. E as empresas que
não atenderem estas expectativas, não há
dúvida, estão fora do mercado.
Neste mundo globalizado e competitivo,
também é necessário proteger a identidade,
a forma como se pensa e se vive em uma
região. O vinho é um orgulho da nossa terra,
junto com a cultura da nossa gente.
Assim, no mundo inteiro, uma das formas
de proteger e assegurar a qualidade de um
produto é a formalização de uma Indicação
Geográfica (IG). Estas duas palavrinhas
são de extrema importância e de muita
responsabilidade: é a partir delas que se
protege um produto, normatizando a forma de
elaborar e de controlar o processo. É um jeito
bastante antigo de destacar uma identidade:
na Europa, principalmente, são milhares as
indicações que protegem queijos, vinhos,
destilados, cafés e outras delícias.
E, como caso de sucesso e referência mundial,
a região da Serra Gaúcha tem a honra de ter
a primeira Indicação Geográfica brasileira
– o Vale dos Vinhedos! Contemplando as
cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e
Monte Belo do Sul, é muito mais do que um
avanço profissional: é algo que valoriza ainda
mais a nossa região. Além de atender às
exigências do novo perfil dos consumidores,
fomenta o turismo, atrai a atenção da mídia...
Uma Indicação Geográfica, que iremos
chamar de IG, representa mais do que
apenas uma norma. Ela eleva os produtos
trazendo geração de empregos, renda e
riqueza para toda a região. Esta é uma
conquista de todos nós!
Mas, para que possamos aproveitar todos os
benefícios desta trabalhosa conquista, não
só temos que nos orgulhar, mas também
conhecer o que significa ter uma IG. Abra um
bom vinho, relaxe e venha conosco conhecer
mais sobre o Vale dos Vinhedos.
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Índice
1. O que é uma Indicação Geográfica
2. Quando um produto merece ter uma IG?
3. Como nasceu a IG Vale dos Vinhedos?
4. Quem autoriza o registro desta IG?
5. Se uma IG serve para proteger e valorizar a identidade de um produto, qual é a
identidade dos vinhos da IG Vale dos Vinhedos?
6. Quais as diferenças entre Indicação de Procedência e uma Denominação de Origem?
7. Quais são as regras da D.O. Vale dos Vinhedos?
- As uvas
- Os vinhos
- Resumo das regras
8. Como posso saber que um vinho pertence ou não a IG Vale dos Vinhedos?
9. Quem irá controlar esta classificação?
10. Quanto mais específico... mais caro?
11. E lá fora, já reconhecem?
12. Tá bom, e o que a região ganha com a IG Vale dos Vinhedos?
Conclusão
Parceiros
Glossário
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1. O que é uma Indicação Geográfica?
É uma indicação que demonstra que um produto é patrimônio regional, onde normas e regras específicas já estão
organizadas para preservar esta identidade. É critério básico que ele já seja parte da cultura do povo, tenha uma
história de vínculo com as pessoas e esteja dentro de uma determinada área demarcada. Este conceito é muito
antigo, foi surgindo aos poucos e sendo necessário para proteção do patrimônio cultural ao longo do tempo. Uma
das mais antigas indicações é a do Vinho do Porto, em Portugal, e uma das mais famosas, Champagne, na França.
Por exemplo: quem não adora um Chocolate Belga? Se não existissem normas que o protegessem, cada empresa
da Bélgica poderia fazer de qualquer maneira! Sem dúvida, teríamos uma perda da identidade, uma tremenda
confusão e a não continuidade de um trabalho que já dura séculos e o assegura como um dos melhores do mundo!
Mas isto só teve sucesso devido à proteção que os empresários buscaram, protegendo todo este patrimônio
cultural. Sem esta proteção, em qualquer lugar do mundo, qualquer empresa poderia colocar no seu rótulo
“Chocolate Belga” (só que elaborado na China, Bangladesh ou qualquer outro lugar do planeta!). Cadê o respeito?
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2. Quando um produto merece ter uma IG?
A IG não surge, ela já existe, já é conhecida e possui renome. É uma forma
de reconhecer e oficializar o que já é valorizado, por ser um produto único,
regional, relacionado à natureza do lugar e do homem que lá mora. No nosso
Vale dos Vinhedos o vinho é a identidade, o cenário, o hábito alimentar: apenas
se buscou conhecer as uvas que melhor se adaptaram (e resultaram em vinhos
que ganham prêmios no mundo inteiro) e os critérios de cultivo e elaboração que
mostrem o melhor sabor da nossa terra!
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3. Como nasceu a IG
Vale dos Vinhedos?
O Vale dos Vinhedos nasceu com a
chegada dos imigrantes italianos à
Serra Gaúcha, em meados de 1875. A
uva foi trazida não só na mala, mas nos
corações: ela era o gostinho da Itália, um
pouquinho da alma de cada família, um
alimento rico para aguentar a jornada
do dia. Um a um os vinhedos foram
surgindo. Vinícolas foram construídas,
as famílias foram aumentando e a
história do vinho brasileiro acontecendo.
Mais do que um alimento, o vinho se
tornou negócio, se qualificou, e se
espalhou pelo Brasil e Exterior. Foi este
trabalho que fez o vinho do Vale dos
Vinhedos ficar conhecido e motivou o
seu aprimoramento a cada dia. É esta
identidade e paixão que a Indicação
Geográfica quer valorizar e proteger.
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5. Se uma IG serve
4. Quem autoriza o registro desta IG?
As normas para se definir a IG foram determinadas e constituídas
pela APROVALE - Associação dos Produtores do Vale dos Vinhedos,
junto a assessores técnicos e jurídicos especializados, além das
parcerias com unidades da Embrapa, com a Universidade de Caxias
do Sul e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entre outros.
É como uma autorregulamentação, a própria entidade e parceiros
criaram as regras e as fazem cumprir. Após a conscientização das
empresas, definições, padronização e aprovação, a IG seguiu para
registro no INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. É a
valorização e proteção da nossa história, sabedoria e cultura!
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para proteger e
valorizar a identidade
de um produto, qual é a
identidade dos vinhos da
IG Vale dos Vinhedos?
A identidade está nas variedades de uvas
permitidas, nas maneiras de elaborar
o vinho. Está nos aromas, no paladar
de cada garrafa que os consumidores
abrirem: ela tem que expressar as melhores
características da nossa terra. Os vinhos do
Vale dos Vinhedos vão exaltar, em especial,
toda a delicadeza e potencialidade da uva
Merlot, os perfumes típicos de um bom
Chardonnay, além das borbulhas, equilíbrio
e qualidade dos espumantes brasileiros.
6. Quais as diferenças entre uma Indicação de
Procedência e uma Denominação de Origem?
Tanto a Indicação de Procedência quanto a Denominação de Origem são
classificações que pertencem a uma Indicação Geográfica.
A Indicação de Procedência se relaciona com o nome geográfico de país, cidade,
região ou localidade de sua área, conhecido por ter um determinado produto, já
patrimônio cultural, famoso por ser deste local. Já a Denominação de Origem vai
além: quando é reconhecida passa a ser o “nome” deste produto, onde todos os
detalhes como qualidade, estilo, sabor, se relacionam à terra, às pessoas e à história
da região. Na transição para Denominação de Origem (D.O.), as normas e controles
ficam muito mais específicos, como não só o tipo de uvas, mas as quantidades
máximas que podem ser colhidas (quanto menos um vinhedo produzir, melhor será
a qualidade da uva), assim como aspectos do processo de elaboração do vinho.
Nem todos os vinhos com o selo da Indicação de Procedência seguirão para a D.O.
Entretanto, é bom ressaltar que todas as garrafas elaboradas dentro do território da
IG Vale dos Vinhedos, independente de terem ou não a D.O., trazem em si, o sabor e
autenticidade do terroir do Vale dos Vinhedos, abrigados pela Indicação Geográfica.
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7. Quais são as regras da D.O. Vale dos Vinhedos?
Para estar dentro das normas da IG Vale dos Vinhedos, as empresas devem elaborar vinhos finos, como tintos, brancos e espumantes, com requisitos
específicos, detalhados pela Aprovale e seus parceiros, através do Conselho Regulador da Indicação Geográfica.
Estas regras tratam da quantidade máxima de uvas que poderão ser cultivadas pelas parreiras, dos tipos de uvas e a forma como devem ser
processadas na hora da elaboração dos vinhos.
Estas são as normas básicas:
As uvas
Para a D.O. podem ser cultivadas apenas alguns tipos, também chamadas de variedades, de uvas “Vitis Vinifera” (aquelas destinadas a processamento
para vinhos finos). No Vale dos Vinhedos, a variedade tinta que ao longo dos anos mostrou melhores resultados nos vinhos foi a Merlot. Então, foi
eleita para ser a representante da identidade da nossa D.O. Entretanto, também se pode utilizar de forma complementar a Cabernet Sauvignon, a
Cabernet Franc e a Tannat.
No caso das uvas brancas, a D.O. engloba a Chardonnay e, como variedade complementar, a Riesling Itálico. Para espumantes, vale também a Pinot
Noir, que na verdade é uma uva tinta, mas da qual se extrai um vinho base branco, que traz muita elegância.
Em todos os rótulos da D.O., 100% das uvas devem ser cultivadas nas áreas dentro dos limites do Vale dos Vinhedos. As videiras têm que ser
plantadas exclusivamente em espaldeira (similar a uma cerca). E, de uma forma geral, não se pode produzir mais do que 10 toneladas da uva por
hectare para vinhos e 12 toneladas por hectare para espumantes.
E tudo isto deverá ser provado e reconhecido!
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Os vinhos
Os vinhos da D.O. poderão ser varietais, aqueles elaborados praticamente com só
um tipo de uva. Para os vinhos tintos, a D.O. Vale dos Vinhedos elegeu o varietal
Merlot. Já no caso dos brancos, o vinho varietal é o Chardonnay.
Mas a D.O. também aceita os assemblages (são os vinhos elaborados a partir de
“misturas” ou “cortes”) de outras uvas. No caso dos tintos, no mínimo 60% do vinho
deve ser Merlot, podendo ser complementado com vinhos de outras três uvas tintas
especificadas nas regras da D.O.: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat.
Para os vinhos brancos do tipo assemblage, pelo menos 60% deve ser de
Chardonnay e o restante pode ser de Riesling Itálico. Para espumantes, o vinho deve
ser de base Chardonnay e/ou Pinot Noir, pelo menos em 60% de sua composição. O
restante poderá ser complementado por Riesling Itálico. Só podem ser elaborados
pelo chamado método tradicional (que na França é conhecido como champenoise),
com surgimento das “borbulhas” em processo natural, através da fermentação na
própria garrafa.
Resumo das regras:
- Uvas permitidas:
Tintas: a Merlot, além da Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Tannat e Pinot Noir
Brancas: a Chardonnay, além da Riesling Itálico
- Vinhos elaborados com a D.O.:
Tintos: varietal Merlot e o assemblage com 60% de Merlot + Cabernet Sauvignon,
Cabernet Franc, Tannat
Brancos: varietal Chardonnay e o assemblage com 60% Chardonnay + Riesling
Itálico
Espumantes: base mínima de 60% Chardonnay e/ou Pinot Noir, complementada
com Riesling Itálico.
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8. Como posso saber que um vinho pertence ou não à IG Vale dos Vinhedos?
Os vinhos classificados como Denominação de Origem (D.O.) trazem impressos em seus rótulos uma identificação tanto na parte da
frente quanto no contrarrótulo da garrafa. Além disto, estas garrafas são numeradas.
Estes números funcionam como códigos para que as entidades envolvidas com o controle da D.O. possam identificar a origem daquele
vinho que está sendo vendido. Assim, cada garrafa é única!
Identificação impressa no rótulo frontal
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Identificação de controle impressa no contrarrótulo
9. Quem irá controlar esta classificação?
Quem faz o controle da IG Vale dos Vinhedos é a Aprovale, através do Conselho
Regulador da Indicação Geográfica. Ele é formado por representantes das
vinícolas associadas, órgãos de pesquisa e ensino, além de consumidores.
A cada safra as vinícolas enviam à Aprovale uma solicitação para que o
Conselho avalie os produtos que elas desejam que sejam identificados com a
D.O. A Aprovale recolhe amostras destes vinhos e eles passam por análises da
documentação para verificar se os padrões de cultivo e de elaboração estão de
acordo com as normas estabelecidas. Estas amostras também são analisadas
em laboratórios especializados e, por fim, passam por uma degustação feita
por um grupo de especialistas, composto de técnicos da Embrapa, da Aprovale
e da Associação Brasileira de Enologia.
Os vinhos classificados com a D.O. devem ser aprovados em todas estas
etapas. Isto significa que foram atendidas a todas as regras e padrões
estabelecidos. Ou seja, isso não é para qualquer um. Somente os melhores
são aprovados!
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10. Quanto mais específico... mais caro?
Mais valorizado! As vinícolas que entrarem na IG Vale dos Vinhedos têm que seguir as normas e cuidar
de cada detalhe da uva e do vinho. E, para fazer um bom produto e manter a qualidade, há necessidade
de investimentos. E os consumidores valorizam muito mais um produto certificado e exclusivo, pois eles
percebem no paladar toda esta qualidade! E o valor agregado se espalha por toda a região, que também
precisa se preparar para tratar os clientes com a mesma dedicação e cuidado que eles exigem!
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11. E lá fora, já reconhecem?
Yes! Um dos grandes méritos da IG Vale dos
Vinhedos foi o reconhecimento da União Europeia.
Ou seja, hoje nossos vinhos possuem marca e
prestígio para competir e crescer em qualquer
lugar do mundo.
Fora do Velho Continente, somente o Vale dos
Vinhedos e o Napa Valley, nos Estados Unidos,
possuem este reconhecimento. É mais credibilidade
e respeito para nosso país e nossos produtores!
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12. Tá bom, e o que a região ganha com a IG Vale dos Vinhedos?
Muita coisa! Somos agora referência mundial. Além do Vale ter sua história protegida, ganhamos em divulgação,
turismo, mais empregos em restaurantes, prestação de serviços! Mais pessoas ficam no campo, nas suas
propriedades! Facilita muito mais na hora de exportar, traz satisfação e orgulho a todos os envolvidos!
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Conclusão
É uma nova fase para o Vinho do Brasil. Um produto nosso, já elaborado com amor, ganha agora mais qualidade
e controle. O Brasil entra na lista dos produtores mundiais de vinho, não só pela quantidade elaborada, mas
pela seriedade e profissionalismo com que trata o setor. O número de visitantes já triplicou; as exportações já
acontecem. A crítica mundial já fala nos vinhos brasileiros. Todos querem conhecer o Vale dos Vinhedos. É hora de
nos orgulharmos ainda mais dos nossos produtores, proteger nossa paisagem. E divulgar para todo mundo esta
conquista com um belo brinde. Saúde!
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Parceiros na conquista da
D.O. Vale dos Vinhedos
Embrapa Uva e Vinho
Embrapa Clima Temperado
Embrapa Florestas
IBRAVIN – Instituto Brasileiro do Vinho
ABE – Associação Brasileira de Enologia
UCS – Universidade de Caxias do Sul
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
FAPERGS – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do RGS
FINEP - Financiadora de Projetos
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Glossário
APROVALE - Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos
Assemblage ou corte – é a arte de misturar ou casar dois ou mais vinhos em uma garrafa a fim de criar um único vinho, com características
específicas. Alguns dos grandes vinhos do mundo são assemblages como os famosos Bordeaux, por exemplo.
Espaldeira – sistema de conduzir a planta que imita uma “cerca”. Assim garante melhor exposição ao sol e ventilação aos cachos,
garantindo uma melhor maturação.
Método Tradicional ou Champenoise – processo de elaboração de espumantes cuja tomada de espuma ocorre dentro da própria garrafa.
Terroir – Expressão francesa utilizada para designar o conjunto características geográficas como solo, clima e topografia somados ao
manejo e à cultura local. A palavra não tem tradução para outros idiomas, mas é usada em todos os países como elemento determinante da
identidade do vinho que uma região produz.
Variedade – tipo de uva.
Varietal - aqueles elaborados praticamente com só um tipo de uva.
Vinho Base – vinho branco utilizado para elaboração de espumantes. É como um vinho branco, porém com maior acidez e menos álcool
que a média.
Vitis Vinifera – nomenclatura de classificação botânica da videira, incluindo neste grupo as variedades consideradas ideais para vinhos
finos, como Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Viogner, etc.
Produção dos textos: Maria Amélia Duarte Flores
Revisão: Martha Caus e Jaime Milan – Aprovale
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