Clinical Case Study Estudo do Caso
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Clinical Case Study Estudo do Caso
Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Undetectable Serum Alkaline Phosphatase Activity in a Patient with Fulminant Hepatic Failure and Hemolytic Anemia Nicholette M. Oosthuizen1,* Atividade Indetectável da Fosfatase Alcalina Sérica numa Paciente com Insuficiência Hepática Fulminante e Anemia Hemolítica Nicholette M. Oosthuizen1,* 1 Department of Chemical Pathology, University of Pretoria/National Health Laboratory Service, Tshwane Academic Division, Pretoria, South Africa. Envie correspondência para o autor para: P.O. Box 2034, Department of Chemical Pathology, University of Pretoria, Pretoria, South Africa, 0001. Fax +27-12-328-3600; e-mail [email protected]. CASO Uma mulher de 21 anos se apresentou com um tase alcalina sérica (ALP) foi digna de nota por histórico de 5 dias de perda de apetite, mal- ser indetectável (<5 U/L; RI, 51–117 U/L) em 3 estar, náusea, e vômito. No exame, ela pareceu dias consecutivos. Interferência metodológica agudamente doente, com icterícia e flacidez hi- no teste da ALP por anticoagulantes, tais como pocondriana do lado direito. Os estigmas da EDTA e fluoreto, foi excluída com base nas con- doença hepática crônica estavam ausentes, e os centrações de sódio, potássio, e cálcio que esta- resultados do exame neurológico foram típicos. vam dentro dos intervalos de referência. Evi- Ela tinha estado anteriormente bem exceto por dência de hemólise foi fornecida pelos resulta- crises de sonolência com êmese ocasional du- dos da desidrogenase lactica (786 U/L; RI, 120– rante o ano anterior. Não havia histórico de via- 230 U/L) e haptoglobina (<60 mg/L; RI, 300– gem recente, uso de álcool ou droga ilícita, ou 2000 mg/L). A concentração de hemoglobina doença hepática em sua família. Hepatite viral diminuiu de 83 g/L para 35 g/L (RI, 124–167 foi considerada o diagnóstico mais provável, g/L), requerendo transfusão de 9 unidades de mas a deteriorização clínica da paciente neces- eritrócitos. A paciente também recebeu 18 uni- sitou de admissão hospitalar um dia mais tarde. Os resultados dos testes de sorologia para in- dades de plasma fresco congelado durante 4 procedimentos de troca de plasma. Embora a fecção aguda com o vírus da hepatite A, vírus da quelação do citrato após a transfusão dos pro- hepatite B, ou vírus Epstein–Barr foram negati- dutos sanguíneos possa causar baixa atividade vos, e o hemograma completo revelou uma da ALP, atividade indetectável da ALP tinha sido anemia macrocítica. Testes da função hepática documentada antes das transfusões. Os resulta- revelaram o seguinte: bilirrubina total, 136 dos para o teste de Coombs direto foram nega- µmol/L [limite de referência superior (URL), 26 tivos, e o coeficiente internacional normatizado µmol/L]; bilirrubina direta, 62 µmol/L (URL, 7 foi 2.0 (RI, 0.9–1.2). Uma concentração inicial da µmol/L); albumina, 31 g/L [intervalo de referên- uréia sérica de 5.3 mmol/L (RI, 2.1–7.1 mmol/L) cia (RI), 35–50 g/L]; -glutamiltransferase, 165 e um valor da creatinina de 78 µmol/L (RI, 53– U/L (URL, 44 U/L); aspartato aminotransferase 97 µmol/L) indicaram que a função renal da pa- (AST), 166 U/L (URL, 35 U/L); alanina amino- ciente estava bem preservada (Tabela 1). 2 transferase (ALT), 24 U/L (URL, 35 U/L). Fosfa- Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Tabela 1. Resultados Sequenciais para essa paciente . Intervalo de referência Antes da admissão Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7 Na alta Sódio (S)a, mmol/L 136–145 135 134 138 134 136 136 Potássio (S), mmol/L 3.5–5.1 3.9 4.5 3.7 3.8 3.7 3.9 Uréia (S), mmol/L 2.1–7.1 5.3 6.3 7.0 6.1 3.7 53–97 78 90 31 <27 <27 48 Creatinina (S), µmol/L Cálcio (S, corrected), mmol/L 2.20–2.55 Albumina (S), g/L 2.26 2.28 2.21 2.16 2.19 35–50 29 31 27 Bilirrubina total (S), mmol/L 2–26 66 136 89 Bilirrubina direta (S), µmol/L <7 35 62 57 51–117 13 <5 <5 <5 16 58 <44 175 165 100 74 56 51 AST (S), U/L 13–35 136 166 115 93 72 68 ALT (S), U/L <35 25 7 12 25 35 75 ALP (S), U/L -Glutamiltransferase (S), U/L Desidrogenase lactica (S), U/L Haptoglobina (S), mg/L Hemoglobina, g/L Cobre total (S), µmol/L 120–230 14 85 43.6 <0.6 29.8 66 85 71 63.5 4 PEX (plasma fresco congelado), unidades 5 S, soro; U, urina; RBC, hemácia; PEX, troca de plasma 24 19 80 44 Transfusão de eritrócitos, unidades a 27 <60 12.6–24.3 Cobre (U), µmol/dia 25 143 195 271 786 300–2000 124–167 24 26 3 3 2 5 5 95 Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico QUESTÕES A SEREM CONSIDERADAS 1. Quais são as causas e características da insuficiência hepática fulminante? 2. Quais causas da insuficiência hepática fulminante estão associadas com hemólise? 3. Quais as causas da baixa atividade da ALP, e como elas estão relacionadas com a insuficiência hepática fulminante? DISCUSSÃO páticos (síndrome de HELLP, coagulação in- Insuficiência hepática fulminante (FHF) é uma de disseminada), (b) oxidativos (WD fulminan- súbita deterioração da função hepática em um indivíduo saudável que está associada com icterícia, coagulopatia, qualquer grau de encefalopatia, e múltipla disfunção do órgão (incluindo insuficiência renal em 50% dos casos) (1). As causas podem ser classificadas como: (a) virais (hepatite A, B, e/ou D; vírus Epstein– Barr; e outros); (b) induzidas por drogas e toxinas (notavelmente acetaminofeno); (c) vasculares (“fígado em choque” síndrome de Budd–Chiari, e doença veno-oclusiva); (d) metabólicas [esteatose hepática aguda da gravidez, síndrome de HELLP (hemólise, elevadas enzimas hepáticas, baixas plaquetas), síndrome de Reye, doença de Wilson (WD), e outros distúrbios metabólicos herdados ]; e (e) diversas [sepse, hepatite autoimune (AIH), e infiltrações hepáticas ] (1). Ingestão de hepatotoxinas não estava aparente, e os resultados de um exame de autoanticorpo e testes sorológicos para vírus comuns da hepatite foram negativos. Uma avaliação por tomografia computadorizada demonstrou hepatomegalia sem lesão vascular ou infiltrativa. Devido à proeminência da hemólise nesse caso, uma consideração de etiologias da FHF associadas com hemólise é indicada. Hemólise na FHF pode ser imune mediada e/ou não imune mediada. Mecanismos imune mediados estão implicados em sepse, hepatite viral fulminante, e hemólise autoimune associada com AIH (2). Mecanismos não imune mediados podem ser categorizados como (a) microangio- travascular disseminada na sepse, malignidate, hepatite viral na deficiência de desidrogenase da glicose-6-fosfato), (c) destruição extravascular (anemia de acantócitos, hiperesplenismo), e (d) produção de hemolisina (Clostridium perfringens sepsis) (2–4). Muitas dessas condições puderam ser excluídas em nossa paciente com base em suas características clínicas e contagens de plaquetas e leucócitos que estavam dentro dos intervalos de referência. Interferência metodológica no teste da ALP por anticoagulantes tem sido discutida. Outras causas da baixa atividade da ALP (EC 3.1.3.1) são hipofosfatemia hereditária, anemia perniciosa, hipotireoidismo, hipomagnesemia, e deficiência de zinco (5). Anemia perniciosa e hipotireoidismo podem ser associados com FHF devido à AIH no contexto da síndrome autoimune poliglandular, mas FHF é improvável nas outras causas. Baixa atividade da ALP sérica é frequentemente observada na FHF associada com WD (WD-FHF), que tem sido chamada de patognomônica da WD fulminante porque ela é incomum em apresentações crônicas da WD (5, 6). Outros achados na FHF que são sugestivos de WD são concentrações mais altas de bilirrubina e mais baixas de hemoglobina, e atividades mais baixas da aminotransferase (4, 7). Incorporando essas características aos índices, tais como um coeficiente da bilirrubina total/ALP <4 e um coeficiente de AST/ALT >2.2, produziu Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico sensibilidades e especificidades de 86%–100% após tratamento por penicilamina, e um teor para WD-FHF (7). Aplicando esses coeficien- de cobre hepático de 1.6–3.9 µmol/g dw (100– tes aos resultados iniciais de nossa paciente 250 µg/g dw) (9). O status do heterozigoto teria levado a um diagnóstico de WD (coefici- deve ser confirmado para prevenir terapia de ente indeterminado da bilirrubina total/ALP e quelação vitalícia não garantida (9). um coeficiente de AST/ALT de 6.9). Coeficientes de AST/ALT na WD-FHF são altos, devido à liberação do AST dos hepatócitos necróticos (isoenzima mitocondriana ) e eritrócitos lisantes. Envolvimento hepático se manifesta como hepatite aguda auto limitada, esteatose hepática, hepatite crônica "como se fosse autoimune", e cirrose (9). Raramente (como visto nesse caso), a apresentação inicial é com FHF e hemólise RESOLUÇÃO DO CASO de Coombs negativo (10). Sem imediata inter- O diagnóstico mais provável nesse caso foi resultado é fatal a menos que transplante or- WD-FHF, que foi subsequentemente confirmado achando-se um aumento de 50 vezes na excreção de cobre urinário (29.8 µmol/dia; URL, 0.6 µmol/dia). A concentração de cobre total no soro também estava elevada (43.6 µmol/L; RI, 12.6–24.3 µmol/L), mas visto que a ceruloplasmina não foi medida, a concentração de cobre livre não pôde ser estimada. Uma análise histológica de uma amostra da biópsia do fígado demonstrou cirrose e depósito de cobre nos hepatócitos. WD é um distúrbio recessivo autossômico causado por mutações homozigóticas ou mutações heterozigóticas compostas no gene ATP7B (ATPase, Cu++ transportador, beta polipeptídeo) no cormossomo 13q14.3. O gene codifica uma adenosina trifosfatase que transporta cobre necessário para excreção do cobre biliar e incorporação do cobre na ceruloplasmina. Acúmulo de cobre nos tecidos se manifesta como doença hepática, neurológica, hemolítica, ou psiquiátrica, geralmente entre a primeira e quarta décadas (8). O diagnóstico é baseado em achar ceruloplasmina sérica diminuída (<200 mg/L), excreção de cobre urinário >1.57 µmol/dia (>100 µg/dia), e um teor de cobre hepático >3.9 µmol/g peso seco (dw) ou >250 µg/g dw (URL, 0.8 µmol/g dw ou 50 µg/g dw) (8). Heterozigotos são assintomáticos mas podem exibir hipoceruloplasminemia, elevada excreção de cobre urinário venção para remover o cobre da circulação, o totópico de fígado (OLT) seja realizado (10). Já que agentes quelantes requerem semanas para apreciavelmente reduzirem a concentração de cobre do plasma, modalidades tais como plasmaferese têm sido adicionadas (10). Atenuando a hemólise e estabilizando a condição clínica com uma combinação de quelação e troca de plasma, OLT pode ser evitado ou adiado (10). Diagnóstico precoce e definitivo de WD-FHF é portanto essencial, mas não é realizado sem dificuldade. Anéis de Kayser– Fleischer, embora presentes em >90% dos indivíduos com WD neuropsiquiátrica, ocorrem em apenas 50% daqueles com doença hepática (7, 9). Não havia anéis óbvios de Kayser–Fleischer em nossa paciente, mas biomicroscopia não foi realizada. A avaliação bioquímica do status do cobre na FHF não é confiável, e os testes estão sujeitos à longos tempos de execução. Testes da ceruloplasmina baseados na atividade da oxidase são preferidos para diagnóstico da WD, porque métodos imunonefelométricos medem tanto a holo quanto a apoceruloplasmina (8, 9). Concentrações não patológicas podem ser vistas na WD-FHF, porque a ceruloplasmina é um reagente de fase aguda e a hipoceruloplasminemia não é incomum em não WD FHF, devido à síntese hepática prejudicada (4, 7). Concentrações totais de cobre no soro, que Clinical Case Study estão reduzidas na Estudo do Caso Clínico WD crônica , estão fre- baixas das enzimas antioxidantes (11). FHF na quentemente elevadas na WD-FHF por causa WD da liberação do cobre dos hepatócitos necró- extensiva dos hepatócitos desencadeada por ticos (4, 7). Hipercupremia ocorre em não WD cargas extrememente altas de estresse oxida- FHF pela mesma razão, contudo concentra- tivo (11). A súbita e massiva liberação da he- ções >31.4 µmol/L (>200 µg/dL) são alta- mólise dos precipitados do cobre hepático via mente sugestivas de WD (7). Excreção do co- dano direto às membranas dos eritrócitos, bre urinário é frequentemente e dramatica- inibindo as enzimas dos eritrócitos, e o es- mente elevada na WD-FHF e é menor portan- tresse oxidativo (4, 5). Baixa atividade da ALP to na não WD FHF [média na WD-FHF tem sido semelhantemente atri- (SD), 56.6 (9.8) µmol/dia ou 3602 (622) µg/dia, contra acredita-se ser iniciada por apoptose 9.2 buída ao dano oxidativo por radicais livres do (3.6) µmol/dia ou 584 (231) µg/dia, em um hidróxilo gerados durante oxidação do ascor- estudo], contudo avaliação pode ser dificulta- bato catalizado por Cu2+ (6). Outro mecanis- da por oligúria (4). Se estimar a concentração mo proposto é que hipercupremia acentuada de cobre do tecido é de limitado valor porque e transitória leva à incorporação de Cu2+ em o cobre hepático é elevado em várias doenças vez de Zn2+ no local ativo da ALP, produzindo hepáticas crônicas. Concentrações de cobre uma enzima com atividade reduzida; entre- na WD não são consistentemente altas e po- tanto, tentativas para simular esse fenômeno dem variar entre biópsias por causa da distri- in vitro não foram bem sucedidas. (5, 6). buição desigual do cobre na cirrose (8, 9). Em pacientes com FHF, a presença de coagulopa- CONCLUSÕES tia pode excluir biópsia de fígado. A paciente se recuperou suficientemente após Doença hepática na WD é suposta ser devido o tratamento com penicilamina e plasmafere- ao dano oxidativo causado por espécies reativas de oxigênio produzidas pelo excesso de cobre. Essa hipótese é apoiada por estudos de tecidos hepáticos de pacientes afetados, que mostram taxas diminuídas de glutationa reduzida para oxidada, elevados produtos de se para permitir sua alta após 12 dias. Ela continua se saindo bem com a terapia da quelação, e listagem para OLT não está atualmente sendo considerada. Teste genético será oferecido para a probandas e seus parentes de primeiro grau. peroxidação de lipídeos, e atividades mais PONTOS PARA SEREM LEMBRADOS A combinação de hemólise de Coombs negativo e baixa atividade da ALP sérica numa paciente com FHF deve causar suspeita de WD. A maioria das outras causas da baixa atividade da ALP são facilmente excluídas e improváveis de estarem associadas com FHF. Hiperbilirrubinemia pronunciada, baixa atividade da ALP, e aumentos relativamente leves nas aminotransferases são sugestivos de WD como a causa da FHF. Bilirrubina total/ ALP e coeficientes de AST/ALT possuem alta sensibilidade e especificidade para diagnosticar WD-FHF, particularmente em combinação. Dos indicadores bioquímicos do status do cobre, cobre sérico total é o melhor preditor da WD no cenário da FHF. Aumentos dramáticos na excreção do cobre Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico urinário são sugestivos, mas avaliação pode ser dificultada por insuficiência renal. Medição da ceruloplasmina e a estimativa do cobre do tecido permanecem úteis na investigação da WD crônica. Rápida redução dos níveis de cobre do plasma por plasmaferese pode ser salvadora de vidas na WD-FHF, permitindo que OLT seja evitado ou adiado. Confirmação do status do heterozigoto é essencial em indivíduos assintomáticos para prevenir inapropriada terapia de quelação vitalícia. Agradecimentos: Eu sou grata ao Dr. Lani Frantzen por me apresentar ao caso e agradeço ao Lancet Laboratories e Vermaak e Partners' Pathologists por tornarem os dados laboratoriais disponíveis para mim. Eu agradeço ao Dr. Robert Bond, Dr. Theunis Botha, e Prof. Ernie Song por compartilharem detalhes do caso clínico. Notas de Rodapé 2 Abreviações não padronizadas:URL, limite de referência superior; RI, intervalo de referência; AST, aspartato aminotransferase; ALT, alanina aminotransferase; ALP, fosfatase alcalina; FHF, insuficiência hepática fulminante; HELLP, hemólise, elevadas enzimas hepáticas e baixas plaquetas; WD, doença de Wilson; AIH, hepatite autoimune; WD-FHF, FHF associadas com WD; dw, peso seco; OLT, transplante ortotópico de fígado. Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que eles contribuíram para o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de Potenciais Conflitos de Interesse: Nehum autor declarou qualquer poten- cial conflito de interesse. Papel do Patrocinador: As organizações patrocinadoras não desempenharam papel algum no design do estudo, escolha dos pacientes inscritos, revisão e interpretação dos dados, ou preparação ou aprovação do manuscrito. Recebido para publicação em 24 de junho de 2010. Aceito para publicação em 1 de Setembro de 2010. Referências 1. Sass DA, Shakil AO. Fulminant hepatic failure. Liver Transplant 2005;11:594–605. 2. Beutler E. Hemolytic anemia resulting from infections with microorganisms. In: MA Lichtman, E Beutler, TJ Kipps, U Seligsohn, K Kaushansky, JT Prchal eds. Williams hematology. 7th ed. New York: McGraw-Hill; 2006. p 723–7. 3. Baker KR, Moake J. Hemolytic anemia resulting from physical injury to red cells. In: MA Lichtman, E Beutler, TJ Kipps, U Seligsohn, K Kaushansky, JT Prchal eds. Williams hematology. 7th ed. New York: McGraw-Hill; 2006. p 709–16. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico 4. McCullough AJ, Fleming CR, Thistle JL, Baldus WP, Ludwig J, McCall JT, Dickson ER. Diagnosis of Wilson's disease presenting as fulminant hepatic failure. Gastroenterology 1983;84:161–7. 5. Shaver WA, Bhatt H, Combes B. Low serum alkaline phosphatase activity in Wilson's disease. Hepatology 1986;6:859–63. 6. Hoshino T, Kumasaka K, Kawano K, Yamagishi F, Koyama I, Fujimori-Arai Y, et al. Low serum alkaline phosphatase activity associated with severe Wilson's disease. Is the breakdown of alkaline phosphatase molecules caused by reactive oxygen species? Clin Chim Acta 1995;238:91–100. 7. Korman JD, Volenberg I, Balko J, Webster J, Schiodt FV, Squires RH, et al. Screening for Wilson disease in acute liver failure: a comparison of currently available diagnostic tests. Hepatology 2008;48:1167–74. 8. Medici V, Rossaro L, Sturniolo GC. Wilson disease—a practical approach to diagnosis, treatment and follow-up. Dig Liver Dis 2007;39:601–9. 9. Cox DW, Roberts E. Wilson disease: hepatolenticular degeneration. GeneReviews. NCBI Bookshelf. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1512/ (Accessed May 2010). 10. Asfaha S, Almansori M, Qarni U, Gutfreund KS. Plasmapheresis for hemolytic crisis and impending acute liver failure in Wilson disease. J Clin Apher 2007;22:295–8. 11. Nagasaka H, Inoue I, Inui A, Komatsu H, Sogo T, Murayama K, et al. Relationship between oxidative stress and antioxidant systems in the liver of patients with Wilson disease: hepatic manifestation in Wilson disease as a consequence of augmented oxidative stress. Pediatr Res 2006;60:472–7. Comentário D. Robert Dufour1,2,* Pathology and Hepatology, Veterans Affairs ção e deficiência de magnésio foram as pró- Medical Center, Washington, DC; ximas causas mais comuns. Todas essas cau- Department of Pathology, George Washington sas podem estar associadas ou com baixos University, Washington, DC. níveis de cátions tais como magnésio e zinco Envie correspondência para o autor para: Consultant, Pathology and Hepatology, Veterans Affairs Medical Center, Washington, DC. E-mail [email protected]. Baixa ou indetectável atividade da fosfatase alcalina é um achado relativamente incomum. Diminuições artificiais na atividade da fosfatase alcalina podem ocorrer na ausència de cátions divalentes necessários como cofatores. Numa revisão de quase 70 000 resultados da fosfatase alcalina para pacientes adultos, principalmente homens, Lum descobriu baixa atividade em apenas 0.19% (1). Em metade dos casos revistos, não houve causa explicável para os baixos resultados. A causa explicável mais comum foi cirurgia cardíaca, e má nutri- ou com a presença de quelantes, tais como citrato, em transfusões que diminuem a atividade da fosfatase alcalina. Contaminação do "soro" por EDTA ou citrato durante flebotomia podem causar atividade indetectável da fosfatase alcalina. Causas clinicamente aparentes da baixa fosfatase alcalina incluem o raro distúrbio congênito hipofosfatasia, uso de estrogênios (incluindo contraceptivos orais que contêm estrogênio), e grave hipotireoidismo. Como visto no atual caso, baixa atividade da fosfatase alcalina é também vista na hepatite fulminante devido à doença de Wilson. Visto que nenhuma das outras causas da baixa atividade da fosfatase alcalina estaria associada com icterícia ou anemia hemolítica, a combinação desses achados deve levar o Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico astuto profissional de laboratório a contactar suficiência hepática aguda em crianças, 54% os clínicos para se certificar que eles conside- daquelas com causas "inexplicáveis" nunca ram a doença de Wilson como uma possibili- tinham sido avaliadas para doença de Wilson dade diagnóstica. Como bem descrito aqui, os (2). Profissionais de laboratório devem estar testes mais comumente usados para diagnós- alertas para essa causa incomum de um raro tico da doença de Wilson são frequentemente achado laboratorial, que pode ser salvador de não confiáveis no cenário de insuficiência he- vidas se o correto diagnóstico da doença de pática aguda. Numa revisão dos casos de in- Wilson for feito. Notas de Rodapé Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que eles contribuíram para o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de potenciais Conflitos de Interesse: Na submissão do manuscrito, todos os autores completaram o formulário de Revelações de Potenciais Conflitos de Interesse. Potenciais conflitos de interresse: Emprego ou Liderança: D.R. Dufour, Clinical Chemistry, AACC. Consultor ou Papel Consultivo: D.R. Dufour, Ortho Clinical Diagnostics. Posse dos Valores: Nada a declarar. Honorários: D.R. Dufour, Osler Institute and College of American Pathologists. Fundo de Pesquisas: Nada a declarar. Testemunho Hábil: Nada a declarar. Papel do Patrocinador: As organizações patrocinadoras não desempenharam papel algum no design do estudo, escolha dos pacientes inscritos, revisão e interpretação dos dados, ou preparação ou aprovação do manuscrito. Recebido para publicação em 21 de outubro de 2010. Aceito para publicação em 28 de Outubro de 2010. Referências 1. Lum G. Significance of low serum alkaline phosphatase activity in a predominantly adult male population. Clin Chem 1995;41:515–8. 2. Narkewicz MR, Dell Olio D, Karpen SJ, Murray KF, Schwarz K, Yazigi N, et al. Pattern of diag- nostic evaluation for the causes of pediatric acute liver failure: an opportunity for quality improvement. J Pediatr 2009;155:801–6. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Comentário Eve A. Roberts1,2,3,4,* Division of Gastroenterology, Hepatology and Nutrition, The Hospital for Sick Children, Toron1 to, Ontario, Canada; Departments of 2 Paediatrics, 3 Medicine, and 4 Pharmacology, University of Toronto, Toronto, Ontario, Canada. normal, embora nem sempre tão baixa quanto nesse caso; o mecanismo para essa característica permanece obscuro. Concentrações de cobre urinário e séricas estão grandemente elevadas na WD-FHF, mas esses resultados laboratoriais podem não estar disponíveis a tempo de se tomar uma decisão clínica crítica. 8263, Black Family Foundation Wing, Division of Ao passo que ceruloplasmina sérica não é informativa para se fazer o diagnóstico de Gastroenterology, Hepatology and Nutrition, The WD-FHF, fórmulas que usam dados laborato- Hospital for Sick Children, 555 University Ave., riais disponíveis [um coeficiente de fosfatase Envie correspondência para o autor para: Rm. Toronto, Ontario, M5G 1X8 Canada. Fax 416813-4972; e-mail [email protected]. alcalina (em U/L) para bilirrubina total (em miligramas por decilitro) <4, concomitante- fulminante associada com doença de Wilson mente com um coeficiente de aspartato aminotransferase–alanina aminotransferase (WD-FHF) não é "insuficiência hepática aguda," porque existe uma subjacente (embora >2.2] são úteis. não reconhecida) doença hepática crônica. O ensinamento padrão é que WD-FHF é uniformemente fatal, e desse modo transplante Estritamente falando, insuficiência hepática Quando WD-FHF foi primeiro relatada no fim dos anos 70, parecia que ela poderia ser extremamente rara. De fato, ela é responspavel por aproximadamente 5% dos pacientes com insuficiência hepática aguda. Além da grave coagulopatia e encefalopatia, pacientes com WD-FHF têm um perfil clínico típico: anemia hemolítica de Coombs negativo com características de hemólise intravascular aguda, apenas modestos aumentos nas aminotransferases séricas, fosfatase alcalina sérica normal ou acentuadamente subnormal, e rápida progressão para insuficiência renal. Mulheres são mais prováveis do que os homens de desenvolverem WD-FHF. Desse modo, o caso apresentado parece clássico. A hemólise intravascular reflete a toxicidade do cobre para as membranas dos eritrócitos do plasma. As atividades da aminotransferase sérica podem estar mais baixas do que o esperado porque o fígado está passando por extensiva apoptose hepatocelular ou porque ele já está cirrótico. Fosfatase alcalina sérica é tipicamente sub- de fígado é necessário. Esse conceito deve ser a mentalidade. Ele requer rápido diagnóstico, imediata/oportuna transferência para um centro de transplante de fígado, e extensiva comunicação com o paciente e a família de- le/dela. O uso de apenas quelantes padrão tem pouca eficácia no tratamento da WD-FHF; o papel dos antioxidantes como terapia adjuvante está sendo investigado. Recente experiência tem mostrado que plasmaferese e hemofiltração, transfusão de troca, ou diálise da albumina podem estabilizar pacientes com WD-FHF até o transplante. Muito ocasionalmente (como nesse caso), tais intervenções podem prevenir transplante. Arranjos para transplante de fígado devem ser completados de qualquer maneira. Se um irmão ou irmã é um potencial doador, ele/ela precisa ser avaliado para WD, preferivelmente por diagnóstico genético. Portadores de WD (heterozigotos, por exemplo, pais) podem ser doadores. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Notas de Rodapé Contriibuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que eles contribuíram para o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de Potenciais Conflitos de Interesse: Na submissão do manuscrito, todos os autores completaram o formulário de Revelações de Potenciais conflitos de Interesse. Potenciais conflitos de interesse: Emprego ou Liderança: Nada a declarar. Consultor ou Pepel Consultivo: E.A. Roberts, Bristol-Myers Squibb. Posse dos Valores: Nada a declarar. Honorários: Nada a declarar. Fundo de Pesquisas: Nada a declarar. Testemunho Hábil: Nada a declarar. Papel do Patrocinador: As organizações patrocinadoras não desempenharam papel algum no design do estudo, escolha dos pacientes inscritos, revisão e interpretação dos dados, ou preparação ou aprovação do manuscrito. Recebido para publicação em 15 de Novembro de 2010. Aceito para publicação em 3 de Dezembro de 2010. “This article has been translated with the permission of AACC. AACC is not responsible for the accuracy of the translation. The views presented are those of the authors and not necessarily those of the AACC or the Journal. Reprinted from Clin Chem, 2011; 57: 3 382-385, by permission of AACC. Original copyright © 2010 American Association for Clinical Chemistry, Inc. When citing this article, please refer to the original English publication source in the journal, Clinical Chemistry.” “Este artigo foi traduzido com a permissão da AACC. AACC não é responsável pela acurácia da tradução. Os pontos de vista apresentados são aqueles dos autores e não necessariamente os da AACC ou do Jornal. Reimpresso da ClinChem, 2011; 57: 3 382-385, por permissão da AACC. Cópia original © 2010 American Association for Clinical Chemistry, Inc. Quando citar este artigo, por favor refira-se à fonte de publicação original em inglês na revista,Clinical Chemistry.”