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BISCOITOS
l
CANDIES
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CHOCOLATES
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SNACKS
l
SUCOS E REFRESCOS
28
Nº 237
Julho 2014
temporada
de caça ao
consumidor
Setor de confeitos vai à luta
na Feira da Abad de olho na
recuperação do mercado
MERCADO GOURMET
o chocolate premium
na linha de frente
FERRERO
a aposta de Carlos Magan
na fábrica mineira
Carta do Editor
A n o X X V I I I - n º 2 3 7 - J U L H O de 2 0 1 4
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Beatriz de Mello Helman e Hélio Helman
REDAÇÃO
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A salvação
da lavoura
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Circulação AGOSTO de 2014
Membro da Anatec
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de publicações técnicas dirigidas
e especializadas.
N
a abertura do 2º Fórum sobre Produção de Cacau e Chocolate de Origem
100% Brasileira, promovido no final
de julho em Ilhéus (BA), o crítico de gastronomia Josimar Melo questionou se, depois
de centenas de anos como produtor de cacau, o Brasil estaria preparado para ser uma
referência mundial na produção de chocolate. Ele se referia ao Brasil produtor de commodities, que repassa o cacau em estado
bruto para ser beneficiado no exterior. Ponto
alto do 6º Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Bahia, que reuniu cerca de 20
produtores de cacau e chocolate, a pergunta
do jornalista da Folha de S.Paulo norteou as
discussões que se seguiram no fórum. Para
o produtor João Tavares, da fazenda Leolinda, não há dúvidas de que o Brasil já é
capaz de se transformar em uma referência
mundial. Tavares é um dos mais festejados
fornecedores de cacau fino, insumo diferenciado, empregado no chamado chocolate
premium, que é tema da seção PDV da presente edição. Segundo o cacauicultor, o país
conta com variedades genéticas de cacau
em quantidade superior à maioria dos países
produtores, regiões diversas, como Ama-
zônia e Bahia, vários terroir e um mercado
comprador. De fato, o cacau está ajudando
a reflorestar a Amazônia parcialmente ocupada pela pecuária em São Félix do Xingu,
no Pará. Um grupo de pequenos produtores
de cacau local fechou em junho um contrato para o fornecimento de 150 toneladas do
grão para uma processadora do interior de
São Paulo, que exporta entre outros destinos para a Suíça. Além do negócio, o importante da operação é o potencial de regeneração da floresta. Na Bahia, depois que
a região de Ilhéus e Itabuna foi devastada
pela praga da vassoura de bruxa no fim da
década de 1980, muitos produtores só voltaram a apostar na lavoura com a produção
de cacau fino, de maior qualidade, há cerca
de oito anos. Em 2010 e 2011, por exemplo,
o produtor Tavares ganhou dois prêmios no
Salão do Chocolate de Paris – nas categorias Cacau/Chocolate e, a mais sofisticada,
Frutas Secas – , com suas amêndoas especiais. São iniciativas como essas que estão
impulsionando o chamado filão gourmet. Na
ala chocolateira, essa produção já abocanha
6% dos volumes nacionais, que é o terceiro
maior mercado mundial. •
Julho 2014 Doce Revista
3
Sumário
24 CAPA
FEIRA DA ABAD a hora da virada
Pela primeira vez em 12 anos sem contar com a marca institucional
Sweet Brasil, o setor de confeitos banca apostas na maior mostra do setor
atacadista nacional para recuperar as vendas no segundo semestre
06 ENTREVISTA
FERRERO os planos de Carlos Magan
O diretor geral da companhia no Brasil e Cone Sul detalha o investimento
de R$ 200 milhões no complexo de Poços de Caldas (MG) para
nacionalizar ícones da marca e aprimorar as linhas existentes
12 INSUMOS
TEREOS fonte nova para o setor de candies
O grupo sucroalcooleiro, detentor da marca Guarani,
investe 50 milhões de euros na produção de amidos e
xarope de glicose a partir do milho e da mandioca
14 FEIRA
FiSA 2014 ingredientes de ponta
Maior feira de insumos para alimentos e bebidas da América Latina
exibe as principais inovações em tecnologia e soluções para o setor de
confectionery
20 PDV
MERCADO GOURMET regime de engorda
Inflada por mudanças nos hábitos de consumo e pela melhora na renda
da população, a oferta de guloseimas e confeitos com a tarja premium
avança nas prateleiras domésticas
SEÇÕES
10CONSULTORES a análise de especialistas dos mercados de açúcar e cacau
32SUSTENTABILIDADE Coca-Cola Brasil põe em campo o projeto Coletivo Floresta
34DESTAQUE enquete apura opinião do trade sobre vendas de chocolate premium
36GIRO os lançamentos que enfeitam as prateleiras do atacado distribuidor doceiro
38SAÚDE & BEM-ESTAR Luis Madi, diretor geral do Ital, antecipa o lançamento do
Brasil Ingredients Trends 2020
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Doce Revista Julho 2014
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ENTREVISTA
O dobro e muito mais
Ferrero investe R$ 200 milhões na fábrica de
chocolate e candies em Poços de Caldas
A
o ampliar a sua fábrica em Poços
de Caldas (MG) no início do ano, a
italiana Ferrero fez o maior investimento no país, desde a inauguração
da unidade há 20 anos. Foi também a
maior injeção de recursos programada
para 2014 em suas subsidiárias espalhadas pelo mundo. Além de produzir os
chocolates Kinder no país, deixando de
importá-los da Itália, a Ferrero também
vai passar a fabricar aqui as pastilhas
Tic-Tac, informa Carlos Magan, diretor
geral da companhia no Brasil e países
do Cone Sul. Até hoje, somente a pasta
de avelã Nutella e o bombom Ferrero Rocher eram produzidos na fábrica mineira.
No limite de sua capacidade, a produção
de Nutella vai dobrar, saltando para 10
milhões de quilos. Com relação ao bombom, carro-chefe da marca, a mudança
será sobretudo na qualidade. “A linha
Rocher passará a ter uma melhora que
estará em linha com a sua produção na
Itália”, sublinha o executivo, anunciando ainda a construção de um centro de
distribuição no mesmo local. Há quatro
anos à frente das operações da Ferrero, o
argentino Carlos Magan iniciou a carreira
em meados dos anos 80, no segmento
de chocolates da unidade da Jacobs Suchard Argentina. Depois acumulou passagens por grandes players do setor de
confectionery, como Nabisco, Kraft Foods
e Mondelez, ocupando cargos de liderança nas operações na Argentina, México
e Brasil. Formado em Ciências Econômicas, o executivo atualmente divide seu
tempo entre quatro países, mas principalmente entre o Brasil e a Argentina. Em
entrevista exclusiva a Doce Revista (DR),
Magan analisa o cenário do setor de
confectionery e detalha os planos para o
Brasil.
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Doce Revista Julho 2014
Magan importada direto da Itália, linha Kinder será produzida no Brasil.
DR – Como analisa a conjuntura atual
no setor de chocolates e candies?
Magan – O Brasil ainda tem um potencial enorme de crescimento nesses
segmentos, se comparado ao consumo
per capita de mercados mais maduros,
além de reunir um considerável grupo
de novos consumidores que cada vez
mais valorizam a qualidade. Por essas
razões, o país é considerado estratégico para os negócios do grupo Ferrero. O
consumidor brasileiro é um apaixonado
por chocolates, e a Ferrero foi muito bem
recebida desde que chegou aqui, em
1994, justamente por oferecer produtos
premium, de alta qualidade, conceito que
se incorporou como o primeiro atributo
diferencial de seu portfólio. Voltados para
a família, os chocolates e candies da Ferrero geraram momentos de união, como
o caso da Nutella e do Kinder, ou mesmo,
de satisfação e carinho pessoal, a exemplo do Ferrero Rocher e do Raffaelo. Para
a companhia, atender esses consumidores oferecendo produtos de excelência é
parte dos seus compromissos.
DR – Quais são os planos de
investimento que a Ferrero tem no Brasil?
Magan – Desde final do ano passado
iniciamos um projeto de investimento de
três anos, que totaliza R$ 200 milhões,
para nossa fábrica em Poços de Caldas
(MG). A sua capacidade de produção está
sendo duplicada, o que inclui novas linhas
de produto e ampliação das já existentes.
No início do próximo ano passaremos a
produzir Kinder Chocolate, substituindo
o volume que atualmente importamos
desse produto. Inclui ainda a construção
de um novo Centro de Distribuição, que
entrou em operação em junho deste ano.
Ou seja, a Ferrero fortalece sua presença
no país e se prepara para atender às demandas de seus consumidores. Convém
lembrar que parte dessa produção é exportada para outros países.
DR – Qual a sua avaliação sobre as
tendências de hábitos de consumo e
oportunidades de negócios surgidas no
setor?
Magan – O grupo Ferrero é extremamente bem avaliado pelo público por suas
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ENTREVISTA
marcas. Ferrero Rocher, Kinder, Raffaello,
Nutella e Tic Tac são marcas conhecidas
e reconhecidas pelo consumidor brasileiro. Assim, procuramos trabalhar a cada
dia para retribuir com produtos de excelência, respeito aos valores da marca,
preocupação e cuidado com o consumidor e sinceridade na comunicação. Junto
a tudo isso, a empresa e suas marcas
oferecem experiências agradáveis e que
proporcionam momentos de indulgência
e bem-estar. Já a respeito das oportunidades de negócios no setor, todas elas
serão anunciadas em momento propício.
Mas, com certeza, virão e serão pensadas para proporcionar momentos ainda
mais inesquecíveis para o consumidor.
DR – Como é hoje a estrutura
mundial do grupo?
Magan – A Ferrero é uma empresa de
origem italiana. Foi fundada há mais de
60 anos, na cidade de Alba, na região do
Piemonte, ao norte do país, e hoje está
entre os quatro maiores produtores mundiais de doces e chocolates. Ela atua em
diversos países nos cinco continentes,
com mais de 20 unidades de produção
em todo o mundo, 46 unidades comerciais e seis empresas agrícolas, em que
trabalham mais de 30 mil funcionários.
As receitas superaram 8 bilhões de euros
no último exercício.
DR – Como fica a estrutura no Brasil?
Magan – Iniciamos nossa operação
no país em 1994 e, três anos depois,
inauguramos uma unidade industrial em
Poços de Caldas. A empresa mantém
ainda centros de distribuições e escritórios em diversos estados, em que atuam
mais de mil funcionários.
DR – Quais as projeções de
crescimento?
Magan – O grupo estuda constantemente projetos para a expansão da
marca no país. Nos últimos cinco anos,
praticamente duplicou o seu volume total
de vendas. Este ano, tivemos a comemoração dos 20 anos do grupo Ferrero no
Brasil. Foi um grande marco e a empresa celebrou com a promoção “Diversão
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Doce Revista Julho 2014
Tamanho Família” que, pela primeira vez,
uniu as marcas Kinder, Nutella e Tic-Tac.
Foram distribuídos mais de mil prêmios,
sendo o maior uma viagem a Milão para
receber dos embaixadores da marca, o
jogador Kaká e sua esposa Carol Celico,
um cheque no valor de R$ 200 mil reais.
A adesão dos consumidores superou as
expectativas.
DR – Como funciona a distribuição
dos produtos no Brasil?
Magan – Contamos com distribuidores especializados e que atendem as
cinco regiões do Brasil. O desafio diário
é assegurar a disponibilidade de nossos
produtos aos consumidores que buscam a marca nos pontos de venda de
diversos portes. Além disso, mantemos
relacionamento direto com as grandes
redes de autosserviço, que têm características próprias em seu processo comercial e de distribuição. Complementa
esse processo um grupo especializado
de promotores de venda, supervisores e
funcionários contratados da Ferrero para
atuar diretamente nas lojas na reposição
dos produtos, colocação de materiais
promocionais, entre outras atividades
para exposição correta de cada item. A
empresa opera um conceito que chamamos de “Fresqueza”, e que é para nós
um indicador fundamental. Trata-se de
entregar o produto ao consumidor nas
condições mais próximas possíveis do
momento em que ele acabou de ser fabricado, com sabor, crocância, textura e
aroma o mais próximo possível daquele
momento. Fresqueza vai além da qualidade e parte do compromisso de toda a
cadeia com o consumidor, em cada etapa de armazenagem, de exposição, de
reposição do produto, além da produção
com excelência.
DR – Quais são as ações
socioambientais mantidas pela empresa?
Magan – Temos uma agenda de dez
metas para 2020, centradas em quatro
pilares fundamentais: Nossos Produtos,
Fundação Ferrero, Ferrero Empresas
Sociais e Kinder + Sport. A companhia
apresenta regularmente os progressos
de suas metas no Relatório Anual de
Responsabilidade Corporativa. Em março
desde ano, fizemos uma apresentação
pública desse relatório em diversos países, e no Brasil, pela primeira vez entre
eles, em um evento promovido pela embaixada da Itália. O modelo adotado para
o relatório de responsabilidade social
corporativa é o GRI – Global Report Innitiative, o padrão mais completo e mais
aceito em todo o mundo, onde estão
contidos ainda os dez princípios do Pacto
Global das Nações Unidas e as diretrizes
da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para
empresas multinacionais. Cada informação contida nele passou por uma validação, efetuada pela consultoria Deloitte,
numa auditoria externa especializada e
independente. Um denominador comum
dos quatro pilares é o rigoroso Código de
Ética. Ele garante a proteção integral dos
direitos humanos, incluindo a luta contra o trabalho infantil, ao mesmo tempo,
respeitando o meio ambiente, reduzindo
o consumo de energia e influenciando o
uso de fontes renováveis de energia, juntamente com uma oposição absoluta à
qualquer forma de corrupção e injustiça .
DR – Poderia dar um exemplo
concreto de compromisso
envolvendo a produção?
Magan – No pilar Nossos Produtos,
cada matéria-prima utilizada deve ser
produzida de forma sustentável e socialmente responsável, e isso vale para
toda a cadeia de produção. Essas ações
estão incluídas em nosso Relatório Anual
de Responsabilidade Social Corporativa,
e vão desde adquirir matérias-primas
sem afetar florestas nativas ou ao meio
ambiente, um conjunto de critérios na
relação de trabalho e da agenda social,
aumento gradual no uso de energia de
fonte renovável, entre outros. Além disso, temos ações que incentivam um estilo de vida saudável e dieta equilibrada,
através de inovação e produtos em menores porções. •
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Consultores
Cacau
Desafio
à lógica
A
té o meio da semana terminada em 25 de julho, data
do encerramento deste relatório, os preços do cacau em julho vinham dando prosseguimento ao processo de consolidação
iniciado depois da intensa alta na
segunda quinzena de maio. Durante todo esse período, a cotação
de fechamento do contrato de seThomas Hartmann
tembro de 2014, mês mais negociado na Bolsa de Nova York, oscilou dentro de um canal estreito
de apenas US$ 57 abaixo e US$ 35 acima do seu eixo central
de US$ 3100, numa evolução rigorosamente lateral. No dia 23,
porém, fiel ao caráter volátil e imprevisível dos mercados de
cacau, um ataque especulativo altista sem qualquer motivo
aparente fez o preço saltar para o patamar de US$ 3200.
O comportamento dos preços continua a desafiar a lógica
fundamental, que tende para o lado baixista. As entradas de cacau nos portos da Costa do Marfim voltaram a aumentar numa
época em que já costumam estar diminuindo e superam a safra
passada em 300.000 toneladas (t). Já há analista que admite
a possibilidade de a safra total de 2013/2014 do país chegar a
1,8 milhão t. As moagens europeias do segundo trimestre decepcionaram ao registrar uma queda de 0,73%, contrariando as
expectativas do mercado que previam 0-3% de expansão. O desempenho fraco foi parcialmente compensado pela América do
Norte, Ásia e Brasil, que cresceram 5% na média, mas o aumento
das moagens conjuntas dessas quatro regiões, que representam
em torno de 62% do total global, não passou de 2,28%, abaixo
da taxa média histórica de 3%. A publicação das exportações de
produtos da Costa do Marfim, aguardada para as próximas semanas, aumentará a base dos dados conhecidos para 75% e poderá melhorar esse quadro, mas já existe quase consenso de que
haverá um superávit em 2013/2014. Muitos analistas acham que
a próxima safra de 2014/2015 também terminará com um superávit ou pelo menos em equilíbrio entre produção e moagens.
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Doce Revista Julho 2014
Diante desse quadro contraditório entre os elementos fundamentais e o comportamento dos preços, aumenta a discordância
entre as previsões dos analistas do mercado. Alguns voltam a
vaticinar uma iminente correção dos preços para baixo de maior
envergadura na medida em que os grandes fundos especulativos decidirem abandonar suas posições compradas em reação
às perspectivas cada vez mais baixistas do cenário fundamental.
Já outros sustentam que esses fundos não terão motivo para
liquidar suas posições que continuam a produzir lucros. Efetivamente, enquanto a estrutura das bolsas permanecer invertida e
os contratos mais próximos comandarem prêmios sobre os mais
distantes, cada rolagem de posições compradas para frente resulta em ganhos, independentemente da variação das cotações.
As posições compradas dos grandes fundos especulativos
nas duas bolsas somam um total de 144.000 contratos. Incluindo-se os operadores menores, o total dos contratos comprados em mãos de especuladores das várias categorias chega a
218.300, contrapondo-se a 81.500 contratos vendidos. O saldo
líquido de 136.800 contratos comprados corresponde a um terço
da safra mundial. Assim, a ação dos especuladores continuará
sendo a determinante da conduta dos mercados de cacau.
Thomas Hartmann é cacauicultor, analista do
mercado internacional de cacau e titular da
TH Consultoria e Estudos de Mercado.
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Açúcar
Correção
para baixo
O
mercado internacional de
açúcar iniciou o mês de
julho em queda. Como
ocorreu o encerramento da tela
desse período e abertura da tela
de outubro no início de mês, com
o vencimento de outubro/2014
apresentando preços muito superiores ao de julho/2014, houve uma correção para baixo dos
Ronaldo Lima Santana
preços.
Prevaleceu ao longo do mês a condição de estoques altos e
uma maior oferta do produto, inibindo qualquer tentativa de recuperação de preços. De qualquer forma, o nível das cotações
próximo a 17,00 cents/lb se apresentou como um suporte.
Além disso, o ambiente de queda foi reforçado pelos fundos de investimento que iniciaram o mês com uma posição
líquida comprada de 177.000, reduzindo para 66.000 lotes,
até 22 de julho.
O gráfico a seguir mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara no período de 01/07 a 25/07 na
Bolsa de Nova York, tomando como base o vencimento de
outubro/2014.
No mercado interno os preços do açúcar (cor até 250
ICUMSA) acompanharam o movimento ocorrido no mercado
internacional de futuros em Nova York e recuaram.
Com a safra apresentando um ritmo acelerado e, de outro
lado, as exportações ocorrendo em volumes reduzidos, os estoques do produto no Centro-Sul do Brasil foram maiores que
aqueles da safra passada, gerando pressão de oferta.
O comprador, por sua vez, tem mantido uma postura mais
recuada diante desse cenário de preços em baixa. Basicamente suas compras têm ocorrido da “mão para a boca”.
O gráfico seguinte apresenta os preços médios semanais
negociados em São Paulo apurados pelo Índice JOB Economia de preços:
A JOB Economia há 20 anos no mercado, através de seus relatórios e trabalhos de consultoria, tem como objetivo principal antecipar movimentos de mercado para um posicionamento correto nas
estratégias empresariais de seus clientes e, por fim, contribuir para
que façam um bom trading.
Solicite um exemplar do relatório e veja como esse trabalho
pode auxiliar na tomada de decisões. Para mais informações acesse
o site [email protected].
Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente
da JOB Economia e Planejamento
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Julho 2014 Doce Revista
11
Insumos
Reforço no
abastecimento
Com planta de amidos e xarope de glicose, Tereos estreia no
filão de matérias-primas para o setor de confectionery
Tereos Palmital capacidade de processamento de 150 mil toneladas de milho e mandioca.
D
etentor da marca Guarani, o grupo
francês Tereos investiu cerca de 50
milhões de euros na instalação da
primeira fase de um complexo para a fabricação de amido e xarope de glicose em
Palmital, no interior de São Paulo. Quinto
maior produtor mundial de açúcar (ocupando a terceira posição no Brasil) e terceiro maior fornecedor de amido e derivados da União Europeia (UE), a companhia
ingressa em mais uma frente de negócios,
que tem no setor de confeitos (confectionery) um dos seus alvos de clientes em
potencial. Em fase experimental desde o
ano passado, a planta começa a operar
comercialmente a partir de julho, com
capacidade de processamento de 150
mil toneladas (t) anuais de milho e mesmo potencial para mandioca, dimensiona
Philippe Roux, diretor da unidade.
“Trata-se de uma fábrica única, pois
está apta a processar mandioca e também
o milho, conciliando duas vocações agrícolas da região de Palmital”, observa o di-
12
Doce Revista Julho 2014
rigente. Parte de um plano de investimento de 100 milhões de euros iniciado pela
corporação Tereos há três anos, a unidade
foi construída ao lado de uma fábrica de
processamento de mandioca, adquirida da
paulista Halotek-Fadel pelo grupo francês
em 2011 e que foi integrada ao complexo
recém-inaugurado. “Representa um passo-chave para o nosso desenvolvimento
de mercado no país, permitindo produzir
uma ampla gama de amidos, à base de
milho e mandioca, para atender um vasto espectro de necessidades de nossos
atuais e futuros clientes”, assinala Alexis
Duval, diretor presidente do grupo Tereos.
Roux adianta que o projeto ainda em
curso do complexo vai consumir mais 50
milhões de euros nos próximos anos para
a duplicação da fábrica de milho e ampliação da atual linha de produtos. “O portfólio
de amidos do grupo possui aproximadamente mil itens diferentes, mas nessa
primeira etapa estamos produzindo apenas 50 deles em Palmital”, repassa ele.
Jacyr Costa Filho, diretor da divisão Brasil
do grupo Tereos, acrescenta que inexiste
uma data definida para a conclusão do
projeto paulista. Para ele, a receptividade
e o comportamento do mercado serão
determinantes na tomada de decisão.
“Não estamos lidando com commodities.
No campo dos amidos e dos xaropes de
glicose, conquista-se cliente por cliente e
cada um demanda uma formulação diferente, com especificação própria”, assinala o executivo. O mais importante para
ele é que a unidade de Palmital participa
de um mercado que cresce de maneira
sustentável, contando com o potencial da
produção de milho e mandioca da região
e do país.
Apoio técnico
Presente no Brasil desde 2000, quando adquiriu a Guarani, a Tereos opera em
estreita relação com os produtotres agrícolas, oferecendo apoio técnico e troca
de conhecimento. “A unidade de Palmital
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reforça a capacidade da companhia de
antecipar mudanças e trabalhar em linha
com os clientes para inovar e apoiar seus
desenvolvimentos”, sublinha Costa. Além
de instalado na maior região produtora de
mandioca do estado, o complexo se situa
na rota de escoamento do milho oriundo
de Mato Grosso para os portos de Santos
(SP) e Paranaguá (PR). “Permite aproveitar
as oportunidades de preços do grão, com
compras distribuídas entre Paraná, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e interior de
São Paulo”, destaca o diretor.
Nessa fase inicial, a planta de amido
da Tereos responde por 10% da capacidade de processamento do insumo que
o grupo mantém na UE. Para Roux, a localização da unidade é estratégica para
a companhia, pois está a um raio de 100
quilômetros de uma oferta de mandioca
superior a 800 mil toneladas anuais.
Com faturamento de 4,7 bilhões de
euros em 2013, o grupo não divulga sua
expectativa de receita de curto prazo com
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Duval investimento de
100 milhões de euros nos
últimos três anos.
Costa unidade reforça a
capacidade de antecipar
mudanças e apoiar
desenvolvimentos.
a planta de Palmital, por sinal, a oitava
da companhia no país. Mas segundo os
dirigentes, a projeção deve alcançar R$
350 milhões por ano, quando a unidade
de milho estiver operando com o dobro da
capacidade atual.
Desde 2012, a Tereos vem se posicionando no mercado mundial de amidos.
Em julho daquele ano, anunciou uma joint-venture com a trading Wilmar, de Cinga-
Roux ao processar
mandioca e milho, concilia
vocações agrícolas da
região.
pura, para investimento em uma unidade
de amidos na China. Em abril do ano passado, consolidou a parceria, adquirindo
em conjunto com a Wilmar uma fábrica de
amidos à base de milho também na China. Em janeiro deste ano, anunciou parceria com a FKS, um dos principais grupos
agroindustriais da Indonésia, com o qual
comprou 50% da Redwood, única produtora de amidos do país asiático. •
Julho 2014 Doce Revista
13
Feira
Mundo da inovação
As tendências nas formulações de confeitos
ganham destaque na FiSA 2014
Feira de ingredientes em São Paulo expectativa de atrair mais de 13.000 visitantes.
O
s substitutos de cacau Barley
Choc ou as fibras naturais e solúveis para substituição de açúcar e gordura são exemplos de insumos
que agregam valor em formulações de
confeitos previstos entre as atrações
da Food Ingredients South America (FiSA
2014). Promovida pela UBM Brazil, a
maior mostra de ingredientes e matérias-primas para a indústria de alimentos e bebidas da América Latina ganha
os pavilhões do Expo Center Norte, em
São Paulo, de 5 a 7 de agosto, em sua
18.ª edição. “O evento vai reunir mais
de 700 marcas de matérias-primas e
tecnologias para a indústria de alimentos e bebidas, e a expectativa de público
deve superar a marca de 13 mil visitantes nacionais e internacionais”, assinala
Gabriela Ramos, gerente da FiSA. Mais
uma vez, acrescenta ela, a feira acontece em paralelo à Health Ingredients
South America (HiSA) e à 7ª CPhI South
America. “Essa reunião dos eventos simultâneos foi considerada uma ideia
14
Doce Revista Julho 2014
conveniente para negócios por 90% dos
visitantes das edições de 2013”, reporta
a executiva.
Pela primeira vez, o Fi Excellence
Awards, considerado o “Oscar” da indústria alimentícia, será realizado no
próprio recinto da mostra, otimizando
assim o tempo dos participantes do
evento. Além de prestigiar as empresas e
profissionais que investem em pesquisa,
o prêmio tem como objetivo reconhecer
os esforços das equipes de desenvolvimento. “Outra novidade é o diretório
de produtos on-line – o Ingredients Network –, que vai permitir conectar em
tempo real compradores e fabricantes
por meio do cadastro dos produtos dos
expositores em uma única ferramenta”,
grifa Gabriela. Com adesão maciça de
participantes, a visita guiada e assistida
– o Innovation Tours – é outro destaque
da mostra deste ano, acrescenta ela.
As visitas são previamente organizadas
com os expositores por meio de contatos
da consultoria Equilibrium e da seleção
dos principais insights que a empresa
gostaria de apresentar aos participantes
de uma maneira totalmente interativa.
Originalmente idealizada pela Fi Europa,
a iniciativa enriquece a experiência do
visitante no evento, sustenta Gabriela.
Já o Seminar Sessions, completa a
gerente, tem como proposta oferecer
aos visitantes palestras de 30 minutos ministradas por expositores em um
miniauditório. As sessões são abertas e
gratuitas aos visitantes. O Food & Pharma Matchmaking também é outra inovação. Trata-se de um programa de rodadas de negócios, que acontece durante a
feira. As empresas interessadas podem
se inscrever e participar de reuniões
com fornecedores de ingredientes, em
horários previamente marcados. “A ideia
é ajudar os expositores e visitantes nos
contatos certos, aumentando a chance
de gerar bons negócios”, frisa Gabriela.
Atrações para confeitos
Além de itens tradicionalmente comercializados, como propionato de
cálcio, gluten, CMC, extrato de malte e
inulina, a Metachem leva para a FiSA o
amido de batata modificado para queijo
MethaLac CheeseMaker, os substitutos
de cacau BarleyChoc e uma fibra natural
e solúvel que substitui açúcar e gordura,
informa Marta Regazzini, gerente de negócios da indústria. “Entre as novidades
que estaremos trabalhando diretamente
com o setor de confectionery, os destaques vão para a Frutafit Inulina, uma
fibra solúvel utilizada para substituir
o açúcar e/ou a gordura em produtos
de panificação e confeitaria; e o Barley
Choc. Trata-se de um substituto de cacau cuja base são as farinhas de malte
tostadas”, destaca a executiva.
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Feira
Gabriela, da FiSA mais de
700 marcas de matériasprimas e tecnologias para
o setor de alimentos e
Lília, da Beraca linha
Rain Forest Specialties
é destaque no menu.
Na Univar, distribuidora de aditivos e
ingredientes de fontes globais do setor,
a coordenadora de marketing Luciana
Santos da Silva frisa a oferta de itens
de qualidade e desempenho superiores,
além do suporte especializado de sua
equipe técnica para atender a clientela
do setor de candies em desenvolvimentos. “A indústria de confeitos segue a expansão do consumo de itens com apelos
nutricionais, que obedece à preocupação
da população com as questões de saudabilidade. Para ela, um dos desafios da
16
Doce Revista Julho 2014
indústria doceira é compatibilizar
qualidade e sabor do produto final
juntamente com ingredientes diferenciados, pois geralmente substitutos de açúcar e sucedâneos são
associados aos sabores residuais
que agregam. “Com isso, a Univar
Brasil em parceria com a IFF propõe ideias de produtos inovadores
utilizando soluções mais saudáveis
com preservação de sabor para
guloseimas e doces”, grifa a gerente,
inserindo entre o menu em exposição na
FiSA linhas de aromatizantes, corantes,
polpas desidratadas, vegetais em pó,
extratos fluidos e secos, aditivos, espessantes, estabilizantes, acidulantes, antiumectantes, aminoácios, edulcorantes,
carbonato de cálcio (como suplemento
mineral) e vitaminas, entre outros.
Entre as novidades de seu portfólio
a IMCD Brasil (ex-Makeni Chemicals),
distribuidora de especialidades químicas e ingredientes alimentícios, exibe
na feira uma linha de
produtos que auxilia
a redução de sódio
nos alimentos, além
de alternativas para
nutrição esportiva e
funcional. Por meio
da parceria com a
Arla Foods, a empresa
destaca as linhas de
proteína de soro de
leite WPC (Whey Protein Concentrate), WPI
(Whey Protein Isolate)
e WPH (Whey Protein
Hydrolysate), de alto
valor nutricional e alto
teor de aminoácidos
essenciais, sublinha
Joseli Rosa, analista de marketing da
IMCD. “São insumos
que favorecem a recuperação e a síntese protéica muscular,
diminuindo a fadiga
e a gordura corporal, além de melhorar
a performance dos esportistas”, detalha
ela. A empresa apresenta também o Lacprodan Hydro 365, da Arla Foods, um
WPH de alta hidrólise, que pode ser utilizado em pó em bebidas translúcidas e
géis, entre outras aplicações, auxiliando
na recuperação pós-atividade física. Em
parceria com a Innophos, a IMCD lança
na FiSA o Cal-Rise, alternativa para redução de sódio. “É um ácido, composto
por uma mistura química de pirofosfato
ácido de cálcio e fosfato monocálcico,
recomendado para produtos que utilizam agentes aerantes à base de sódio.
Pode ser aplicado em diversas matrizes
alimentícias, como mistura para bolos,
biscoitos, doces, salgados, tortilhas e
bolos prontos, entre outras, atendendo a
legislação vigente da redução do sódio”,
oberva Joseli.
Única empresa do segmento que
produz ingredientes totalmente desenvolvidos para o cuidado da pele e o combate à perda de massa muscular, a Gelita
leva para a mostra a linha de peptídeos
bioativos de colágeno que beneficiam
partes específicas do corpo. É o caso
de Versol, único colágeno hidrolisado do
mercado mundial totalmente desenvolvido para os cuidados com a beleza da
pele. Com atividade biológica específica
para a diminuição de rugas e aumento da elasticidade e firmeza da pele, o
produto explora o conceito de beleza de
dentro para fora (beauty from within),
sendo absorvido pelo organismo através
da mucosa intestinal.
Outro desenvolvimento que segue as
tendências no mercado de proteínas de
colágeno é o Peptiplus, único produto específico para combater um mal comum
da vida moderna: a sarcopenia, síndrome caracterizada pela perda progressiva da massa muscular, que ocorre com
maior prevalência em pessoas acima de
65 anos. Podendo ser usado em bebidas
e alimentos funcionais, o colágeno fornece nutrientes que células e músculos
necessitam para se manter tonificados.
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Feira
Empresa dedicada ao desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para
o fornecimento de matérias-primas
naturais, a Beraca organiza um Bar de
Azeites em seu estande, onde promove a degustação a partir de óleos da
linha Rain Forest Specialties. São três
sabores de azeites amazônicos exclusivos: castanha do Brasil, maracujá e
buriti, repassa Lilia Kawazoe, gerente
de ingredientes alimentícios da empresa. “Além de saborosos, os azeites são
ricos em vitaminas e ômegas. O objetivo é mostrar que é possível tornar os
alimentos mais saudáveis e saborosos,
ofertando produtos diferenciados para o
consumidor e ainda valorizar a biodiversidade brasileira”, explica Lilia.
Blue chip global em soluções de
ingredientes, a Ingredion segue para
a FiSA com um arsenal de inovações
visando atender às principais necessidades e tendências da indústria de
alimentos e seus consumidores. Através de protótipos e demonstrações ao
vivo, os visitantes poderão comprovar
o desempenho e funcionalidade de ingredientes para transformar textura, reduzir custos, remover açúcar, gordura e
calorias. Outras atrações ficam por conta das alternativas para produtos sem
glúten e novidades para o controle de
resposta glicêmica. A empresa também
marca presença em duas palestras do
FiSeminar Sessions, abordando Substitutos de Farinha em Produtos Glúten
Free e Otimização de Textura em Alimentos.
Supridora de ingredientes naturais
para alimentos e bebidas, a grife francesa Naturex comparece com sua linha de
corantes especificamente desenvolvida
para aplicações em balas e confeitos.
“Através de nossa rede industrial e expertise em P&D para corantes naturais,
desenvolvemos também ingredientes à
base de sucos concentrados de frutas e
vegetais que conferem cor mais natural
aos alimentos, dispensando o rótulo de
corante”, assinala Guillaume Levade, di18
Doce Revista Julho 2014
retor comercial da Naturex para a América Latina. O concentrado de beterraba,
exemplifica ele, foi exclusivamente desenvolvido para obter uma tonalidade vermelha mais brilhante que sucedâneos e
linhas regulares disponíveis no mercado.
“Essa cor mais vibrante é igual à obitida
com corantes sintéticos, especialmente
em massas de açúcar e caramelos”, frisa
o executivo. Outra novidade enfatizada
pela empresa na FiSA é o novo vermelho
à base de suco concentrado de rabanete
desodorizado, sob medida para aplicações em linhas de marshmallows. “Para
balas duras e gomas, aplicamos nosso
corante vermelho à base de concentrado
de cenoura preta”, esclarece Levade. Já
para aplicações em bases com alto teor de
gordura, ele conclui, a Naturex desenvolveu tecnologia para elevar a solubilidade e
estabilidade dos pigmentos, naturalmente
hidrossolúveis, em matrizes oleosas. Batizada de MichroMa, essa linha oferece uma
gama ampla de cores e tonalidades, que
agregam mais fantasia e vibração a bases
e coberturas, viabilizando uma aplicação
sem migração do corante para fora da cobertura aplicada.•
febrachoco vem aí
Recinto em Gramado são esperados 4.000
empresários do setor.
A
onda em torno da produção e demanda de chocolate segue firme
no Brasil. Em sua terceira edição,
a Febrachoco – Feira Brasileira do Mercado de Chocolate abre espaço para o projeto Chocolate Premium Brasil, da Abicab (Associação Brasileira da Indústria
de Cacau, Chocolate, Amendoim, Balas e
Derivados). Programado para 10 a 12 de
setembro, no recinto Serra Park, em Gramado (RS), o evento vai mais uma vez
abrigar o Chocolatino – Congresso Latino
Americano do Chocolate, que debaterá e
avaliará trabalhos e tendências do mercado de chocolate e suas diversas aplicações na indústria da alimentação.
“Mas o grande destaque será o projeto da Abicab, que contará com palestras técnicas, de design, comunicação e
marketing, cases de sucesso, potencial
de mercado e inovações tecnológicas”,
frisa Caio Tomazeli, coordenador da feira
e diretor de chocolate premium da entidade. Em paralelo, acrescenta ele, serão
realizadas oficinas de chocolate e sorvete com apresentações de chefs consagrados, mostrando na prática como
desenvolver receitas com chocolate premium. Durante o congresso, a Abicab irá
apresentar um estudo completo e inédito
do potencial de chocolates premium no
Brasil, oferecendo às empresas um cenário para tomada de decisões estratégicas para os próximos anos.
Na última edição, promovida em
2012, a Febrachoco registrou um público
de 2.500 visitantes, a maioria constituída
por empresários do setor. “A expectativa
para a montagem deste ano é de elevar esse índice a 4.000 empresários, já
que esta é uma feira profissional”, frisa
Tomazeli. Para ele, o mercado de chocolates no Brasil está passando por um
salto de qualidade e a missão da Febrachoco é materializar essa tendência em
um evento com conteúdo e oportunidade
de negócios. Parceira nessa iniciativa, a
Abicab opera para formatar o segmento
premium, contribuindo para que o país
tenha o seu chocolate reconhecido como
um dos melhores do mundo. Maiores informações podem ser obtidas pelo site
www.febrachoco.com.br.
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PDV
Premiado é o consumidor
Alimentado pela melhora nas condições de vida e hábitos
dos brasileiros o filão gourmet não para de crescer
Chocolate Academy 600 alunos e 42 cursos no primeiro ano de atividade.
T
ermo de origem francesa, gourmet
é o nome que se dá a alimentos
associados à idéia de arte culinária ou qualidade reservada geralmente a
pessoas que apreciam pratos mais elaborados. Pela sua aplicação excessiva
a todo tipo de experiência gastronômica
menos habitual, a palavra virou sinônimo de produto premium, rapidamente
assimilada pela indústria e consumidores. Transposta para a ala de confeitos
(confectionery), o segmento em que mais
sobressaem apostas é o de chocolates,
hoje ocupado por uma ampla gama de
variedades e origens. A campanha de
Páscoa deste ano, por sinal, comprovou
a preferência do brasileiro pela variedade
mais elaborada ou gourmet, desencadeando intensa movimentação no setor. A
grife suíça Lindt, por exemplo, inaugurou
em julho sua primeira loja própria no país,
em parceria com o Grupo CRM, dono das
marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil
Cacau. A Ferrero, por sua vez, investe R$
200 milhões na duplicação de sua planta
brasileira, visando aprimorar ainda mais
20
Doce Revista Julho 2014
a qualidade dos bombons finos da marca
Rocher (ver à pág. 6). A Cacau Par, holding
da rede Cacau Show, com cerca de 2.000
unidades no país, também anuncia investimentos na rede Brigaderia, sua primeira
aquisição no setor. “Esse segmento exibe
uma produção estimada entre 30 a 40 mil
toneladas anuais e acusa um crescimento
médio em torno de 20% ao ano”, resume
Caio Tomazeli, diretor de chocolate premium da Abicab (Associação Brasileira da
Indústria de Cacau, Chocolate, Amendoim,
Balas e Derivados), também à frente da organização da Febrachoco – Feira Brasileira do Mercado de Chocolate, programada
para setembro, na Serra Gaúcha (ver à
pág. 18).
O Brasil, acrescenta o dirigente, é o
terceiro mercado mundial em volume
produzido e consumido. “Agora todo esse
potencial está se especializando, isto é,
caminha para uma maior qualificação e
ganho de competitividade. O consumidor, por sua vez, tem mais renda e busca
opções, qualidade e diferenciação”, argumenta Tomazeli, concluindo que toda
essa agitação se reflete na expansão das
redes de lojas especializadas, franquias,
chocolaterias regionais e artesanais. Para
ele, esses formatos de negócio encorpam
e dão forma hoje em dia à categoria de
chocolate premium.
O consumidor dessa variante exibe o
perfil de alguém que busca um upgrade
nos seus hábitos de consumo, observa
o dirigente da Abicab. “Ele já incorporou
outros produtos de qualidade superior
ao seu dia a dia, como queijos, cafés,
espumantes etc. O lado dos fabricantes,
por sua vez, é engrossado pelas grandes
franquias, pelas marcas premium da indústria e pela oferta de pequenos fabricantes artesanais e regionais”, nota. Em
2013, situa Tomazeli, a crescente produção de variantes premium ficou em
aproximadamente 30 mil toneladas, representando em torno de 6% do mercado
de chocolates no Brasil. Embora não disponha de referências em valor, o diretor
da Abicab considera que o segmento deve
representar uma fatia muito maior do que
o seu percentual em volume, já que os
preços para o consumidor são bem mais
altos. “Estamos falando de produtos mais
elaborados, com embalagens sofisticadas
e distribuição seletiva”, justifica ele.
Academia do chocolate
Antônio Moreira, gerente de marketing da suíça Barry Callebaut no Brasil,
confirma o avanço do mercado de chocolate premium no país acima das taxas de
crescimento do produto tradicional. “Enquanto o premium cresce no varejo por
volta de 50%, o convencional exibe alta
de 15%”, crava ele. Esse resultado, acrescenta, se deve principalmente ao aumento da renda do brasileiro, que permitiu o
acesso e consumo de produtos de maior
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valor agregado. “O brasileiro viaja mais e,
assim, entra em contato com outros produtos e diferentes qualidades, buscando
e exigindo esse mesmo nível no mercado
doméstico”, observa Moreira. Além disso,
completa, a população hoje em dia faz
mais refeições fora de casa, hábito que
também tem impactado positivamente o
consumo de chocolate premium.
Aproveitando o boom chocolateiro
nacional, a Barry Callebaut opera desde
junho do ano passado um centro técnico
especializado em chocolates para disseminar receitas e tendências. Instalado no
prédio da sede administrativa da companhia em São Paulo, a Chocolate Academy
é a prova de que o avanço da categoria no
país alcançou o ponto certo para acomodar investimentos. Com mais de 150 anos
de experiência oriunda de marcas como a
belga Callebaut e a francesa Cacao Barry,
a unidade brasileira é a 15ª do grupo e a
primeira da América do Sul. Número um
global na produção e processamento de
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cacau e chocolate premium, com fábrica
no Brasil desde 2010, a companhia possui academias do chocolate em outros 14
países. Assim como nesses locais, ensina
técnicas, receitas e tendências para inspirar chefs, confeiteiros, artesãos e gourmands interessados em se especializar
no chocolate. “Em seu primeiro ano, a
Chocolate Academy recebeu profissionais
de diversas partes do Brasil, de variados
segmentos e com diferentes histórias. Foi
um ano onde conhecemos muitas pessoas e pudemos dividir com elas toda a
expertise do chef Bertrand Busquet e demais professores convidados”, comenta
Moreira. Segundo ele, os cursos foram
bem aceitos, principalmente pelo diferencial de conteúdo e das instalações da
academia. Com cursos dedicados à arte
do chocolate, ela inovou com uma programação variada e voltada para profissionais. Também a infraestrutura montada
para receber os alunos foi pensada para
oferecer a melhor experiência aos visi-
tantes, sublinha o gerente, contabilizando aproximadamente 600 alunos, em 42
cursos ministrados, desde junho de 2013.
Os profissionais que procuram a Chocolate Academy têm diferentes objetivos
e trabalham em diversos segmentos. Por
ter uma grade de cursos variada, a escola
pode atender tanto pessoas que queriam
se iniciar nas artes do chocolate quanto
as que já trabalham com ele. Além de
profissionais de gastronomia e confeitaria
procurando se aprimorar, também passaram pela academia chefs chocolatiers,
buscando novas técnicas e conhecimentos na sua área de atuação. “Percebemos
uma participação grande de profissionais
e empresários que atuam principalmente
em ateliers e lojas de chocolataria, onde
são os chefs e comandam a produção.
Mas diversos profissionais que trabalham
em hotéis e restaurantes também participaram da programação”, relata Moreira.
Para o executivo, cursos e workshops
são ferramentas importantes para divul-
Julho 2014 Doce Revista
21
PDV
gar o chocolate gourmet e seus diferen- der de compra aumenta, o público passa mas importadoras. “A La Rioja se inclui
ciais. Nos cursos ministrados na Choco- a viajar e provar novos sabores. Somente nesse grupo, que busca sempre trazer
late Academy, os alunos colocam a mão agora os varejistas estão arriscando mais novidades para atender um público mais
na massa e podem sentir a diferença e oferecendo novidades de qualidade. exigente e diferenciado”, sublinha. A La
de trabalhar com chocolate feito com Mas esse mercado premium deve crescer Rioja, detalha ele, opera há mais de 10
amêndoas de cacau selecionadas e a num ritmo mais forte daqui para frente”, anos no segmento premium com linhas
de frutas secas (amêndoas, avelãs, nozes,
pura manteiga de cacau. “Não só a dife- prevê Moraes.
No início do ano, a Latinex trouxe para castanha de caju, cranberry), confeitadas
rença no sabor e no aroma é perceptível,
mas também o manuseio e
forma de trabalhar o chocolate gourmet é diferente. Além
de ser mais fácil, o resultado
final da receita é incomparável”, detalha o gerente da
Barry Callebaut.
Além disso, ele conclui,
alguns produtos estão sendo
“descobertos” pelos alunos
da Chocolate Academy. O Tomazeli, da Abicab
Moreira, da Barry Callebaut
Moraes, da Latinex
Leone, da La Rioja
de chocolate
avanço ainda puxado pela
snacks trazidos da Inglaterra alimentos funcionais abrem
chocolate amargo, por exem- produção
premium cresce 20% ao ano.
melhora na renda do
e chocolate da Suíça.
nova frente premium.
brasileiro.
plo, que não é muito tradicional no Brasil ainda, começou
a se destacar nas vendas. “Na Europa e o Brasil as batatas e mix de vegetais do e cobertas com chocolate, snacks selenos EUA, o maior consumo de chocolate tipo chips da Tyrrell’s, produzidos pela cionados (amêndoas, pistache, castanha
é do tipo amargo, enquanto no Brasil os inglesa Tyrrell’s English Crisp. Elaborados do Pará, amendoim, castanha de caju),
sabores ao leite e branco são os preferi- artesanalmente com ingredientes natu- torrados e salgados, balas e geleias imdos, pois o paladar do brasileiro é ado- rais, os snacks são, além de tudo, muito portadas, azeites e conservas.
cicado”, diz.
“A linha premium sobressai no quemais saudáveis. “São feitos por produto
res do interior da Inglaterra, obedecendo sito embalagem, que é mais elaborada e
Crescimento forte
métodos caseiros típicos da região de requintada e, principalmente, na seleção
Atuando desde 2009 no filão pre- Herefordshire, conhecida como uma das dos calibres das frutas secas, reservanmium, a importadora Latinex também vê maiores e melhores para o cultivo de ba- do as maiores e mais graúdas para o
a demanda de linhas de snacks e itens de tatas no mundo”, detalha Moraes. Tam- segmento premium, mas com a mesma
bonbonnière crescer nos últimos anos. bém foi pelas mãos da importadora que qualidade da linha convencional”, arguEduardo Moraes, diretor da trading, avalia a linha de chocolates suiços Heidi, grife menta Leone. Para ele, ainda há espaço
que o o mercado de produtos premium no do grupo Kex Confectionery, ganhou as para crescimento nesse filão no Brasil,
Brasil ainda é jovem e está em franca ex- prateleiras locais. Presente em 35 países, principalmente porque o consumidor
pansão, com poucos atores relevantes. “A em todos os continentes, a marca Heidi gourmet sempre está em busca de nomaioria das marcas reconhecidas como Chocolat sobressai por apresentar sur- vidades, com melhor qualidade e itens
premium é importada e, embora existam preendentes combinações de sabores. diferenciados. Também o varejo mais
produtos de qualidade no Brasi, eles care- As linhas disponibilizadas no Brasil ofere- especializado está conseguindo conferir
cem de um melhor posicionamento e ex- cem receitas de produtos para diferentes maior visibilidade aos produtos, observa
posição”, assinala o empresário. Para ele, ocasiões de consumo, como bombons, ele. “Acreditamos muito no crescimento
comparado a outros mercados do exterior, barras e pralinés para ocasiões especiais, da linha de alimentos funcionais, que
trazem benefícios à saúde, a exemplo
o Brasil se apresenta em um nível inter- repassa Moraes.
mediário. Há uma abertura do mercado e
Para Walter Leone, gerente de ma- das frutas secas. O consumidor brasileicrescente interesse do consumidor, po- rketing da importadora La Rioja, o mer- ro está cada vez mais consciente sobre
rém os itens gourmet ou premium ainda cado gourmet ou premium apresenta os hábitos de uma alimentação saudável
atingem uma parcela muito pequena da tendência de crescimento nos últimos para uma melhor qualidade de vida”, aspopulação, nota ele. “À medida que o po- cinco anos devido ao trabalho de algu- sinala o gerente. •
22
Doce Revista Julho 2014
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Capa
Mercado aberto
Setor de confeitos prestigia feira do atacado distribuidor
nacional na expectativa de recuperar as vendas
C
anal de escoamento dos maiores
volumes de confeitos (confectionery) produzidos no país, o
atacado nacional cumpre há décadas a
função de compensar a eventual queda
nas vendas do primeiro semestre com
a reposição de estoques para queima
no período final do ano. Essa dinâmica
é monitorada com atenção pela indústria que procura despejar as novidades
reservadas para reativar os talonários
justamente na virada dos primeiros
seis meses. O cruzamento dessa disposição extra da indústria em vender e
do trade, de comprar, acontece tradicionalmente na convenção e feira anual de produtos, equipamentos e serviços do setor atacadista distribuidor – a
Feira da Abad (Associação Brasileira de
Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), neste ano em
sua 34.ª montagem. Programado para
o período de 4 a 7 de agosto, no Expotrade Convention Center, em Pinhais
(Curitiba/PR), o evento este ano não irá
contar com a montagem paralela da
Sweet Brasil International Expo. Patrocinada pela Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Cacau, Chocolate,
Amendoim, Balas e Derivados), a maior
plataforma de lançamentos da indústria de chocolates, biscoitos e candies
do país e da América Latina não será
promovida este ano, sem prejuízo para
a aliança histórica entre o setor de guloseimas e o seu canal de vendas por
excelência, costurada pelas duas entidades em 2002. “Muito menos para
as empresas associadas, muitas das
quais estarão expondo na Abad, com o
apoio da Abicab, porém sem o suporte institucional da nossa marca Sweet
Brasil International”, sublinha Getúlio
24
Doce Revista Julho 2014
Ursulino Netto, presidente
da Abicab.
Para ele, a realização
da Sweet Brasil complementava o caráter estritamente doméstico da
mostra dos atacadistas.
Assim, desde as primeiras
montagens em conjunto,
a Abicab se encarregava
Ursulino Netto, da Abicab
Lopes Filho, da Abad
de convidar e trazer para
marca institucional
convite a presidenciáveis e
ausente, sem prejuízo para
expectativa de negócios em
o evento compradores de
aliança com o atacado.
torno de R$ 20 bilhões.
distribuidoras e tradings
de fora do país, divulgando assim o setor nacional de confec- bém dirigente da Jotujé Distribuidora.
tionery. “Como este ano decidimos não “Pelos menos foi feito o convite e, se
promover a vinda de compradores in- eles realmente comparecerem, estaternacionais, perdeu sentido mobilizar- rão confirmando a força e prestígio da
mos o setor em torno da nossa marca nossa associação”, assinala ele. A coninstitucional, usada em feiras no exte- venção anual da Abad, frisa, é o maior
rior. Assim, optamos por ficar de fora da evento do setor na América Latina e
deve movimentar em torno de R$ 20
organização”, explica Ursulino Netto.
Cerca de 200 fornecedores de pro- bilhões em negócios, costurados por
dutos, equipamentos e serviços irão um público formado por proprietários,
recepcionar acima de 35.000 visitan- diretores e gestores de toda a cadeia
tes vindos de todas as regiões brasi- de abastecimento.
Lopes Filho comenta que, de acorleiras, estima a Abad. A expectativa é
superar o êxito da exposição de 2013, do com os resultados da pesquisa do
promovida pela primeira vez em Forta- Ranking Abad/Nielsen, o segmento ataleza (CE), que também reuniu perto de cadista distribuidor cresceu 4,4% em
duas centenas de expositores e público termos reais (2,1 pontos percentuais a
formado por profissionais do setor na mais do que o PIB nacional, de 2,3%) e
mesma faixa da audiência aguardada 10,6% em termos nominais, atingindo
para este ano em Curitiba. Ocupando faturamento de R$ 197,3 bilhões no úlem torno de 20% do recinto de expo- timo exercício. Com isso, os agentes de
sição, o setor de confectionery segue distribuição respondem por uma fatia
para o evento com número em torno de de 52% do mercado mercearil nacional
(alimentos, bebidas, limpeza, higiene e
20 expositores.
Do lado da Abad, a expectativa fica cuidados pessoais), que foi de R$ 379,4
por conta da aparição no evento de três bilhões no ano passado. “É o nono ano
presidenciáveis, incluindo a presidente consecutivo em que a participação do
Dilma Roussef, abre José do Egito Frota segmento nesse mercado permanece
Lopes Filho, presidente da Abad, tam- superior a 50%”, sublinha ele. •
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Capa
As boas compras
C
om novidades e torcida por uma virada de jogo no segundo semestre, a indústria de candies leva para a Abad 2014 todo um
arsenal de lançamentos para mostra em primeira mão. Confira as inovações no cardápio e os destaques do setor confeiteiro
no maior balcão de degustação e negócios do setor atacadista distribuidor brasileiro
AVEIBRÁS
Em oposição à oferta dominante das
importadoras, a empresa mantém firme
seu portfólio de candy toys com produção 100% nacional. Instalada em Ribeirão Preto (SP), a indústria sobressai pelo
padrão de qualidade superior de suas linhas, adotado como estratégia combater
a “invasão chinesa” no ramo, assinala
Genivaldo Lemos, diretor de vendas da
Aveibrás. Mais conhecida pelas marcas
de pirulitos Powerlito e Zé Mola, a fabricante leva para esta edição da Abad
itens desdobrados da evolução da família Zé Mola. “O crescimento da marca
levou ao desenvolvimento de produtos
consagrados no varejo, como o Aperta o
Zé, doce a base de leite condensado com
personagens colecionáveis, e o Gira Zé,
pirulito que gira na boca com sistema de
manivela”, reporta Lemos. Relembrando
o sucesso de vendas desses itens, em
parte pelo preço acessível e carisma no
PDV, a empresa apresenta o Zé Bolinha,
pirulito com haste para assoprar bolinha
de sabão e o Power Anel, pirulito em formato anel.
BOAVISTENSE
Controlada da Florestal Alimentos,
a empresa enfatiza os lançamentos do
primeiro semestre, com destaque para
a ampliação da linha de chicles com a
marca Happy Bol. Assim, ela passa a ser
26
Doce Revista Julho 2014
composta por 22 itens, observa Adriano
Orso, gerente de marketing da indústria
gaúcha. Presente no portfólio da Boavistense, com variantes de chicles de bola
e pirulitos recheados, a marca incorporou neste ano oito novos itens em quatro
diferentes versões. “Elas chegam para
fortalecer a linha Happy Bol, inserindo
produtos com diferenciais interessantes
para conquistar consumidores que, além
do sabor, buscam experiências divertidas”, sublinha Orso. Como os demais
chicles da marca, as novidades foram
concebidas em embalagem individual de
dupla torção, disponível em displays de
140g e 280g.
Associado a sensações de frio, o chicle Happy Bol Gelo foi desenvolvido no
sabor hortelã, com goma na cor azul e
fórmula com adição extra de mentol.
Concebido no sabor morango e cor vermelha, o Happy Bol Fogo estabelece ligação com as cores quentes. Sua receita
incorpora o ingrediente “warming”, que
provoca a sensação de esquentamento na boca.Com proposta de alusão ao
Halloween, o Happy Bol Sustoo pode ser
conferido no sabor tutti-frutti e cor azul
escura, intensificada por pigmentos na
fórmula que pintam a língua. Já o Happy
Bol Ácido, nas versões morango e maçã
verde, conta com adição extra de ácido
cítrico na massa, deixando o produto
com a sensação ácida.
DOCILE
A empresa leva toda a magia e encantamento de seu portfólio de candies.
Com o tema Brasilidade, os destaques
ficam por conta das cores e sabores,
capazes de transformar ocasiões de
consumo em verdadeiros momentos lúdicos. Na bagagem, estão as novidades
desenvolvidas especialmente para atender à demanda do segmento de festas.
Para isso, produtos consagrados ganham
novas embalagens de cor única, gerando
maior praticidade e economia, além de
inspirar decorações e lembrancinhas. O
X-Clé, chicle sabor tutti-frutti em drágeas coloridas, por exemplo, segue em pacotes de 500g nas cores amarelo, azul,
laranja, rosa e verde. Já a linha Docigoma, com balas em formato de minissino,
também inclui versão de 500g nas cores
amarelo, laranja, roxo, vermelho e verde.
E a CrócGummies, bala de gelatina com
casca crocante e levemente azedinha
em sete sabores, também recebe embalagens de 500 gramas nas cores rosa,
azul, amarelo, laranja, roxo, vermelho e
verde, além de uma versão sortida, com
todas as cores. Expositora assídua, a
empresa consolida nessas três frentes
sua participação na Abad que, para o diretor comercial Alexandre Heineck, é “o
evento mais importante do ano”. A Docile também apresenta o seu exclusivo
Guia de Festas. A publicação traz dicas
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de como deixar qualquer comemoração
mais doce e bonita, reforçando o crescimento e o potencial desse segmento,
que já deixou de ser tendência para se
tornar uma consolidada categoria no
mercado de candies.
DORI
Pensando em uma forma inovadora de introduzir o mundo dos candies e
dos snacks, a empresa criou o conceito
Doriland, apresentado em primeira mão
nesta edição da feira. “A estratégia tem o
desafio de, mais uma vez, reforçar o vínculo afetivo com a marca e seus produtos, através de um ambiente repleto de
personagens, cores, sabores, sentimentos, recordações, infância e muito mais,
remetendo a experiências alegres e
agradáveis na hora de saborear um doce
ou um snack das marcas que compõem
o portfólio da Dori”, resume Jean Carlos
Paiva, gerente de marketing da indústria
de Marília. Além de apresentar todo o
portfólio (de 260 SKUs), a empresa exibe novidades nas linhas de amendoins.
“Quem buscar os snacks da marca
Dori nesse segundo semestre, encontrará embalagens e sabores diferentes,
e mais alegria, diversão, cores e boas
sensações”, argumenta Paiva. Os amendoins confeitados nas versões colorido,
chocolate e confeitado chocolate branco
passam a fazer parte da linha Qdiverte!,
com novo conceito de marca, embalagens mais modernas e forte identificação com o público infantil, frisa ele. Além
da nova identidade visual dos amendoins
doces, a linha Qdiverte! terá também
uma edição especial de sobremesas,
nos sabores mousse de maracujá, torta
de morango e torta de limão. De outro
lado, a linha salgada (amendoim salgado
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sem pele e amendoim tipo japonês) passam a fazer parte da linha QLiga!, que
apresenta o inédito amendoim japonês
sabor pimenta. “A identificação visual
da marca traz moléculas em formato de
amendoins que ‘se ligam’, sugerindo
um momento divertido de interação com
amigos e família”, comenta o gerente de
marketing.
DTC
Pioneira e número um do segmento de candy toys, a trading comparece
com um arsenal renovado de produtos
licenciados. “Além dos itens tradicionais,
como os consagrados Ventila-Sabor e
Ovo-Surpresa, com miniesculturas dos
personagens, vamos introduzir chicleteiras e chaveiros com luz, com três licen-
ças de grande destaque na cena atual:
Aviões ( Disney), Bob Esponja (Nickelodeon) e M&M’S (Mars)”, repassa Ricardo
de Freitas, gerente comercial da DTC.
Outras estreias prometidas para o ano,
e divulgadas na Abad 2014, são a linha
de candy toys licenciada da animação
Scooby-Doo (Warner Bros.) e outras novidades nas linhas Disney, Marvel e clássicos da DTC. Entre os sucessos recentes, Freitas lista as versões licenciadas
do game Angry Birds (Rovio) e das animações Os Vingadores (Marvel) e Ben 10
(Cartoon Network). Ao todo, repassa ele,
foram trabalhados 20 SKUs (Stocking
Keep Unit), todos adaptados às licenças,
entre as quais ele também destaca as
linhas Princesas e Fadas (Disney). Com
30 representantes em todo o Brasil, a
empresa opera com cerca de 50 itens licenciados e 12 de marca própria, sendo
que os produtos associados às licenças
mais quentes, como o próprio Angry
Birds, têm o giro 20% maior que os não
licenciados, sustenta Freitas.
FLORESTAL
Como já
virou praxe,
a indústria
gaúcha reserva para
a Abad o
maior arsenal de lançamentos do ano.
Desta vez, acena com mais de 15 novidades, com destaque para a linha de
drops mastigáveis Zuggi, apresentada
com exclusividade na feira, informa o
gerente de marketing Adriano Orso. “A
marca é mais um reforço do portfólio e
se alinha à estratégia de introduzir itens
mais elaborados e de maior valor agregado, gerando oportunidades de negócio
e rentabilidade aos nossos clientes”, frisa o executivo. Desenvolvida nos sabores
abacaxi, morango, pêssego e uva, a linha
Zuggi exibe formulação inovadora, com
a adição de gelatina na massa, que proporciona maior maciez e intensidade dos
aromas. A novidade é apresentada em
embalagem do tipo stick de 35g, com 10
unidades, acondicionadas em displays
com 12 unidades (420g). “A embalagem
de cada versão exibe características de
layout que facilitam a identificação do
sabor, como a cor e o desenho da fruta”,
detalha Orso, completando que outras
versões de embalagem também poderão ser conferidas na feira, em pacotes
sortidos de 60g e 600g. “Nas duas apresentações, a bala recebe envoltório individual colorido, que no pacote pode ser
visto pela janela frontal”, conclui.
LATCO
A linha Teko Toy, de bebida de frutas
no sabor de uva com embalagem lúdica
e novos personagens, é a cartada da Latco Alimentos para atrair o trade na Abad
2014. Comercializada em todo o país
pela Latco e Ultrapan, a linha sobressai
pelo seu lado lúdico, a cargo das tampas
dos frascos com formato da “cabeça”
Julho 2014 Doce Revista
27
Capa
dos personagens de desenhos animados. Os lançamentos desembocam nas
gôndolas com as imagens das três Meninas Super Poderosas (Docinho, Lindinha e Florzinha) e da dupla de palhaços
Patati Patatá. “Essas novidades, somadas aos personagens já comercializados,
tornam o produto uma opção saudável
e ao mesmo tempo divertida”, observa
Larissa Zanferrari Rocha, diretora de
marketing da Latco. Em formato squeeze, acrescenta ela, as garrafas de 240
mililitros (ml) são reutilizáveis e as tampas, colecionáveis. Adicionalmente, a bebida Teko Toy exibe atrativos como não
apresentar adição de açúcar, ser fonte
de vitamina C e cálcio (15mg), além de
ser um produto leve (44 kcal por porção
de 240 ml) e refrescante.
ROMA
Com um
pacote variado
de novidades
sob medida
para o trade
chocolateiro, a indústria sediada em Toledo (PR) enfatiza nesta edição da Abad
a linha Romance, de barras de 100g. “Foi
desenvolvida especialmente para causar
impacto no evento e, além de embalagem com design moderno, diferenciado
e cores vibrantes, encorpa a proposta
da Chocolates Roma de oferecer qualidade e diferenciação em duas versões
de sabores”, grifa Franciele Bocardi,
gerente de marketing da empresa. A
versão Romance Cristais, completa ela,
incorpora o chocolate ao leite da marca
com recheio crocante de chocolate, enquanto que a variante Romance Cookies
exibe chocolate ao leite e branco com
flocos crocantes. Tradicional fornecedora de chocolate industrial para o food
28
Doce Revista Julho 2014
service, a indústria destaca também as
coberturas de 1,01 quilo Pura Mania e
Roma Top, nos sabores Ao Leite, Branco e Semiamargo, além dos produtos de
sua linha tradicional (ovinhos, bolinhas
e guarda-chuvinhas sabor chocolate ao
leite). “Nossa equipe estará a postos
no estande (rua J/K4) para recepcionar
clientes e visitantes com seções de degustação”, informa Franciele.
SANTA HELENA
Em sua décima participação na
Abad, a Santa Helena insere entre
as novidades para
o trade doceiro as
linhas Zero, NutClass e Amindu’s, além
da Paçoquita Cremosa, aguardado lançamento da empresa. De acordo com
Luís Bertella, diretor comercial da Santa
Helena, o comparecimento da empresa
no evento reforça a parceria com o setor atacadista distribuidor. “Tem grande
importância para a Santa Helena, pois
assegura parcela significativa dos nossos negócios, colaborando para tornar
a marca presente em todo o território
nacional”, comenta o dirigente, completando que a feira é o grande momento
para a exibição das novidades, contatos
com clientes e parceiros e alinhamento
com o que acontece no mercado. Além
da Paçoquita Cremosa e das novidades
nas linhas Zero, NutClass e Amindu’s, os
visitantes irão conhecer todo o portfólio
da empresa, como as famílias Mendorato, Crokíssimo e Troféu, entre outras.
De 2003 até a última edição da Abad,
houve significativo aumento de visitação
por parte de um público, cuja maioria
ingressou na lista de clientes da empresa. A feira gera grande expectativa nos
parceiros, que aguardam ansiosos pelos
lançamentos e também pela oportunidade de atendimento diferenciado, oferecido pela equipe comercial, observa
Luciana Persoli, gerente de marketing da
indústria paulista.
SELMI
Em sua quarta participação na feira da Abad, a dona das marcas Renata
e Galo leva novidades do portfólio de
massas e biscoitos, além da reformulada embalagem do azeite Renata Superiore Extra Virgem. Ao todo são nove
lançamentos que acabaram de sair do
forno, como o biscoito Laminado Leite
e o recheado Renata Twitter, de chocolate com recheio de baunilha. Outra
surpresa reservada para o evento é o
macarrão Renata Divertix, elaborado
com vegetais e sob medida para as
crianças. A linha Renata Superiore, por
sua vez, apresenta três opções de massas: Talharim 2 Grano Duro, nas versões
tradicional e integral e a Lasanha Integral Grano Duro. A empresa leva ainda
os produtos da Todeschini, marca operada sob licença para distribuição no
Paraná. Além dos biscoitos vitaminados Pica-Pau, nos sabores chocolate e
morango, também encorpa o pacote o
colorido Macarrão de Sêmola com Ovos
e Vegetais. “Participar da Abad é uma
grande oportunidade e nossa intenção é
estreitar cada vez mais o relacionamento com o público da indústria, varejo,
agentes de distribuição e prestadores
de serviços”, resume Ricardo Selmi,
presidente da empresa.
SIMAS
Atenta à cobertura de todos os flancos da demanda de candies, a empresa potiguar leva para a feira as mais
recentes novidades das linhas de pirulitos, caramelos e chicles. “O objetivo
é assegurar ao trade atacadista a conquista de seu público-alvo com itens
inovadores, embalagens chamativas
e sabores diferenciados,” argumenta
Luiz Eduardo Simas, diretor da emwww.docerevista.com.br
Capa
presa. Entre as atrações programadas,
ele sublinha a linha
campeã de pirulitos
Cherry Pop, carro-chefe da Simas.
Mas a maior novidade fica por conta das balas Sam’s
Cola, em embalagem de 600g, com
rótulo metalizado e efeito efervescente na fórmula, imitando a refrescância
dos refrigerantes da categoria. “Escolhemos os produtos mais vendidos da
empresa e desenvolvemos embalagens específicas para o mercado atacadista distribuidor”, assinala Simas,
acrescentando que os lançamentos
estarão disponíveis para o trade logo
após a feira da Abad.
SUCOS JANDAIA
Recém-saída da incubadora, a linha Jandaia Coco+ é a grande aposta da empresa cearense na Abad em
Curitiba. Formulada nos sabores coco+
tangerina, coco+ limão e coco+ maracujá, a novidade compõe com a linha
Jandaia Premium e o Caldo de Cana
Jandaia o portfólio de bebidas para o
próximo verão, enfatizado durante o
evento. “Sintonizada com a tendência
de consumo de alimentos saudáveis,
inovamos mais uma vez com um produto que tem na composição 35% de
água de coco e frutas, resultando em
uma bebida leve com toque frutal, que
propicia sabor, refrescância e hidratação”, sintetiza Eduardo Figueiredo,
diretor comercial da Sucos Jandaia.
Segundo ele, a companhia investiu
em pesquisas qualitativas focando
os mercados interno e externo, e le30
Doce Revista Julho 2014
vou 15 meses no desenvolvimento de
embalagens. Também cuidou do plantio de coqueiros próprios e irrigados
que, em 24 meses, atingirão potencial
pleno para produção. “Queríamos dar
mais opções ao consumidor. E para
divulgar os benefícios da linha, será
feito um trabalho de conscientização
com nutricionistas e preparadores físicos, inclusive em academias, para
que as pessoas conheçam os benefícios nutricionais e de hidratação”,
anuncia Figueiredo. Ele acrescenta,
no entanto, que a linha Jandaia Coco+
não é voltada apenas para atletas e
praticantes de atividades físicas, mas
a todos que buscam bem-estar e qualidade de vida.
YOKI
Entre as
diversas surpresas preparadas pela
companhia,
controlada
da General Mills, certamente uma das
mais aguardadas é a pipoca 70g, com
apresentação sob medida para o atacado. Em formato de display funcional,
a embalagem pode ser exposta tanto
na vertical quanto na horizontal. Dessa forma, ela se adequa perfeitamente
em qualquer espaço. A linha, com quatro sabores (Natural, Natural com Sal,
Manteiga e Bacon), também foi pensada para propiciar o menor custo para
o consumidor final. Entre os itens com
foco no Verão, a Yoki destaca a linha
de sorvetes em pó de 150 g, que rende
até dois litros, disponível nos sabores
Abacaxi, Morango, Creme, Coco, Chocolate, Cajá e Graviola. Os visitantes
também podem conferir a linha de
refrescos da marca, com grande variedade de sabores. O espaço contará
ainda com pipocas e complementos
alimentares da marca (aveia, Yoklon,
Cremokrem, Creme de Arroz e Amido
de Milho). •
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Sustentabilidade
Todos ganham
Com o Coletivo Floresta, a Coca-Cola Brasil
implementa um jeito novo de fazer negócios
Néctar da Coca-Cola Brasil desenvolvimento da cadeia de valor do açaí.
C
ompromisso da Coca-Cola Brasil
assumido na forma como a empresa e seus fabricantes lidam
com as pessoas e o meio ambiente, o
Projeto Coletivo Floresta foi acionado
no início do ano no desenvolvimento
da cadeia de valor do açaí produzido por comunidades extrativistas do
Amazonas para aplicação na linha de
néctares Del Valle Reserva. Atuando
32
Doce Revista Julho 2014
em três frentes, o Coletivo Floresta
busca estimular a capacitação das comunidades, dar assistência técnica e
promover o acesso a uma cadeia de
preço justo. “Esse projeto está sendo
desenvolvido num processo inovador
de cocriação com a comunidade, respeitando a cultura e tradições locais”,
enfatiza Claudia Lorenzo, diretora de
Negócios Sociais da companhia.
As primeiras unidades do Coletivo Floresta vêm sendo instaladas nos
municípios de Manacapuru e Carauari, onde se localizam agroindústrias
credenciadas pela Coca-Cola Brasil,
dentro dos critérios internacionais de
qualidade da empresa, informa a executiva. Um time local auxilia na articulação de parcerias, na assistência
técnica e na integração da cadeia de
valor, além de liderar e implementar treinamentos sobre cidadania e
workshops nas comunidades. No primeiro ano, a expectativa é impactar
diretamente 600 famílias extrativistas
e, indiretamente, 1.200, em cerca de
50 comunidades, dimensiona Claudia.
Esse é um projeto de valor compartilhado, assinala ela. “Ao desenvolvermos a região e incluirmos o produto
em nosso portfólio, vamos conseguir
atingir dois objetivos: gerar lucro e
transformação social, além de entregar para os consumidores um produto de qualidade”, sublinha a diretora.
Segundo ela, o programa Coletivo Floresta consolida o posicionamento de
Coca-Cola Brasil como empresa fortemente comprometida com sustentabi-
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lidade e desenvolvimento econômico
na região. “Mais do que um produto,
temos uma boa causa por trás dele.
Ao tomar Del Valle Reserva Açaí com
Banana, o consumidor vai fazer a diferença para muitas pessoas na cadeia
de valor do açaí extraído do Amazonas”, considera.
Valor compartilhado
Para atingir esses objetivos, a companhia conta com a expertise da plataforma Coletivo Coca-Cola, presente
em 150 comunidades em todo o Brasil
que, desde 2009, já impactou mais
de 70 mil pessoas através de sete
diferentes modelos, repassa Claudia.
Trata-se de um dos mais ambiciosos
programas de valor compartilhado
(criação de valor econômico para a
empresa a partir da geração de benefícios para a sociedade) propostos pela
iniciativa privada no país, frisa ela.
O sistema Coca-Cola Brasil atua
em sete segmentos do setor de bebidas não alcoólicas (águas, chás, refrigerantes, néctares/refrescos, energéticos, isotônicos e lácteos), detalha a
executiva, com uma linha de mais de
150 produtos, entre sabores regulares
e versões de baixa caloria. Formado
pela Coca-Cola Brasil e 13 grupos
fabricantes brasileiros, emprega diretamente 66 mil funcionários, gerando
cerca de 600 mil empregos indiretos.
Os investimentos do sistema em 2013
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somaram R$ 2,6 bilhões e, no período
2012 a 2016, o total investido vai alcançar R$ 14,1 bilhões, 50% superior
ao montante investido entre 2007 e
2011, orça a diretora.
“A sustentabilidade é um compromisso da Coca-Cola Brasil e se reflete,
por exemplo, no índice de uso de água
que é de 1,91 litros para cada litro de
bebida produzido. É menos da metade
do volume utilizado 13 anos atrás e
um dos melhores do mundo”, observa Claudia. Na reciclagem, acrescenta
ela, a empresa desenvolveu o programa Coletivo Reciclagem, anteriormente conhecido como “Reciclou, Ganhou”, que há 17 anos colabora para
que o país seja um dos mais eficientes na reciclagem de materiais. Hoje,
98% das latas de alumínio e 56% das
garrafas PET são recicladas, crava a
diretora.
Em fevereiro, a companhia colocou
no ar a primeira campanha de marketing de Del Valle Reserva, linha de néctares da Coca-Cola Brasil, à base de
superfrutas. Com o mote “Com Del Valle Reserva o que começa bem fica ainda melhor”, ela apresentou um filme
de 30 minutos veiculado em canais fechados e mídias sociais. Assinado pela
agência Widen+Kennedy, o vídeo mostra o processo de extração do açaí da
Amazônia até a mesa do consumidor
com Del Valle Reserva Açaí com Banana. A campanha também incluiu vinhe-
Claudia valor compartilhado para
gerar lucro e transformação social.
tas, minidocumentário em plataformas
digitais, peças em revistas, mobiliário
urbano, mídias digitais e outdoors.
As mídias enfatizam que o néctar alia os benefícios nutricionais das
superfrutas ao projeto inovador para
desenvolver a cadeia de valor do açaí
produzido pelas comunidades extrativistas do Amazonas por meio do Coletivo Floresta. O programa, por sua vez,
desenvolve, com os extratores do açaí
utilizado no néctar, ações geradoras de
renda, com foco no bem-estar social e
cultural da comunidade, e na conservação da biodiversidade da Floresta
Amazônica. •
Julho 2014 Doce Revista
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34
Doce Revista Julho 2014
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Julho 2014 Doce Revista
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Giro
QUEM: FLORESTAL
PRODUTO: BALAS DE GOMA
GANCHO: URSINHOS
Como já é tradição, a empresa
gaúcha entra no segundo semestre com lançamentos. Recém-tirada
da forma, a linha de balas de goma
Flopinho incorpora uma versão em
Top do mês
formato de ursinho, conhecida no
mundo todo. “Foi celebrizada na Alemanha, com o nome de teddy bear e
é um formato quase que fundamental para compor a linha e a marca”,
argumenta Adriano Orso, gerente de
marketing da Florestal. Desenvolvida
no formato dos simpáticos ursinhos,
com peso individual de 5g, a novidade
sobe às gôndolas em quatro diferentes sabores: morango, limão, abacaxi
e uva. “Dois diferenciais do produto
ficam por conta do desenho mais detalhado do personagem e a fórmula,
com adaptações na massa, deixando
a goma mais estável e macia”, observa o gerente.
A distribuição da bala Flopinho
Ursinhos pode ser conferida pelo trade em pacotes com sabores sortidos
contendo 100g, 200g e 700g. As embalagens exibem layout divertido e
colorido, estampando o mascote em
momento de descontração e brincadeiras de criança. Uma janela frontal
permite a visualização das guloseimas coloridas em seu interior.
QUEM: MONDELEZ
PRODUTO: TRIDENT
GANCHO: VERSÃO GARRAFA
Marca número um da Mondelez
na cena de gomas de mascar, Trident
anuncia novidades na ampliação de
seu portfólio. A primeira é o novo
Trident em pastilhas crocantes acondicionadas em garrafa, embalagem
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Doce Revista Julho 2014
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inovadora, que é opção ideal para
consumo no carro, em casa ou no
trabalho. Além de caber perfeitamente no porta-copo dos veículos, ocupa pouco espaço na mesa e também
vai bem ao lado do sofá, enquanto se
assiste TV. “Temos o desafio de desenvolver o mercado de gomas de
mascar no Brasil e a inovação tem
um papel extremamente importante
nessa tarefa. O modelo de garrafa é
muito apreciado pelos consumidores
pela praticidade e disponibilidade
ao longo do dia. Estamos apostando nesse segmento para aumentar
a frequência de consumo”, assinala
Fábio Melo, gerente de marketing de
Trident.
Dados Nilsen, repassa ele, mostram que a demanda de embalagens
maiores cresce quatro vezes mais e
representa uma grande oportunidade
para a marca. Assim, desde julho, Trident em garrafa já está presente nas
gôndolas dos principais varejistas de
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todo o Brasil em embalagens de 40,6
gramas com 28 unidades, nos sabores Menta e Hortelã ao preço sugerido de R$ 9,49 cada garrafa.
Outra novidade da marca é o
Trident 14 unidades. O lançamento
é uma solução para o problema de
muitos fãs: uma opção mais acessível para compartilhar. Com 14 unidades, tem preço sugerido 10% mais
em conta que a versão tradicional, na
comparação do valor por goma. Além
da maior quantidade por embalagem,
as gomas são 12,5% maiores. Disponíveis nos sabores Menta, Melancia e
Fresh Intense, ao preço sugerido R$
3,49, Trident 14 unidades é uma alternativa econômica e interativa para
os fãs da marca, pois oferece mais
produto, em quantidade maior, por
um preço mais acessível, frisa Melo.
dessa mexida foi oferecer embalagens
mais atrativas nas gôndolas, garantindo maior destaque no ponto de venda,
argumenta Elzilene de Moraes, diretora
de marketing da Perfetti van Melle. “Os
consumidores buscam o prazer de degustar algo saboroso e as balas Fruittella sobressaem pelo toque cremoso,
resultado de ingredientes como creme
de leite e leite condensado na fórmula,
que proporcionam essa sensação indulgente”, complementa a executiva. Para
fãs de caramelo e café, a empresa uniu
QUEM: PERFETTI VAN MELLE
PRODUTO: FRUITELLA
GANCHO: NOVO VISUAL
A linha de balas duras Fruittella,
marca da Perfetti Van Melle, renovou as
embalagens dos pacotes unitários nos
sabores Caramelo e Morango & Creme
e ainda inseriu a versão Coffee And Caramel Mix, com os sabores caramelo e
café na mesma embalagem. O objetivo
na mesma embalagem os dois sabores
pois, de acordo com pesquisas da companhia, a marca possui consumidores
que apreciam ambas as versões. As novas embalagens de Fruittella Caramelo,
Fruittella Morango & Creme e Fruittella
Coffe And Caramel Mix estão disponíveis nos pontos de vendas ao preço sugerido de R$ 4,05. Cada pacote possui
aproximadamente 40 unidades. •
Julho 2014 Doce Revista
37
Saúde & Bem-Estar
Livro de receitas
Ital lança publicação sobre tendências em ingredientes para
auxiliar a indústria de confeitos
O
Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, lançou no início
deste segundo semestre a publicação
Brasil Ingredients Trends 2020. Apresentado em primeira mão durante seminário da 18ª Food Ingredients South
America (FiSA 2014), em São Paulo, a
compilação aborda os principais fatores de impacto e tendências para a
indústria de ingredientes, alimentos
e bebidas e suplementos alimentares
nos próximos anos. “Esse trabalho integra a coleção de documentos organizados pela Plataforma de Inovação do
Ital, que faz o monitoramento contínuo
das tendências e inovações no setor
de alimentos”, assinala Luis Madi,
diretor geral do instituto. Engenheiro
de alimentos formado pela Unicamp –
Universidade Estadual de Campinas e
mestre em Embalagem de Alimentos
pela Michigan State University (EUA),
Madi é pesquisador científico do Ital
desde 1973. Na entrevista a seguir, ele
detalha a elaboração do documento
sobre ingredientes.
DR – Qual a finalidade da
publicação?
Madi – O Brasil Ingredients Trends
2020 objetiva estimular as pesquisas
no Ital/Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), no setor
privado e em outras instituições, além
de, notadamente, servir como instrumento para a inclusão tecnológica das
micro e pequenas empresas, nas quais
o acesso a informações sobre tendências e oportunidades de mercado ainda não é tão facilitado. Sem dúvida,
vai auxiliar indústrias de confeitos, por
exemplo, no desenvolvimento de projetos inovadores,
38
Doce Revista Julho 2014
Madi abordagem menos teórica e
mais pragmática para a inovação
tecnológica.
DR – Como foram conduzidos os
tralbalhos?
Madi – O estudo foi elaborado a
partir da identificação de fatores de
influência de mercado no país, levando
em consideração o mercado consumidor, comunicação e informação, ciência e tecnologia, governo e indústria.
As informações utilizadas pela publicação foram obtidas por estudos feitos
por centros de referência nacionais e
internacionais.
DR – Quem participou da
elaboração do documento?
Madi – Com a coordenação do estudo a cargo dos pesquisadores Raul
Amaral e Airton Vialta, do Ital, o Brasil
Ingredients Trends 2020 apresenta
uma abordagem menos teórica e mais
pragmática, para servir como instrumento capaz de proporcionar uma visão global do setor para a sociedade,
na qual possam ser identificadas diversas oportunidades para a inovação
tecnológica. O Raul Amaral atua como
coordenador técnico da Plataforma de
Inovação Tecnológica do Ital e o Airton Vialta é pesquisador científico do
instituto. Ambos são editores do Brasil
Ingredients Trends 2020.
DR – E quanto ao conteúdo?
Madi – O estudo mapeou três macrotendências na área de ingredientes:
Eficácia e Segurança para Nutrição e
Saúde; Melhoria de Qualidade e Reformulação de Produtos; e Adequação às
Novas Tecnologias. Estas áreas são importantes plataformas de inovação do
setor, a partir das quais as indústrias
de alimentos, bebidas e suplementos
desenvolvem produtos com posicionamentos específicos alinhados às tendências do mercado consumidor.
DR – Como foi o lançamento na
FiSA 2014?
Madi – A realização do Brasil Ingredients Trends 2020 contou com o apoio
da United Business Media (UBM) e de
cerca de 20 empresas patrocinadoras
da Plataforma de Inovação Tecnológica
do Ital. O estudo foi executado por uma
equipe formada por pesquisadores do
instituto e especialistas renomados
na área de alimentos. Durante o seminário de lançamento da publicação
foram discutidos temas-chave do estudo, como “O setor de ingredientes”;
“Drivers e tendências do mercado de
ingredientes”; “Ingredientes e dietas”;
“Ingredientes e funcionalidades; saúde
do aparelho digestório”; “Ingredientes
e funcionalidades: desempenho cognitivo, saúde dos olhos”; “Tendências
de sensorialidade e premiumização,
redução e reestruturação, naturalidade e sustentabilidade”; “Impactos
de novas tecnologias: nanotecnologia
e microencapsulação”; “Ingredientes
funcionais: desafios científicos e tecnológicos” e “Visão de futuro para o
setor de ingredientes alimentícios”,
com objetivo principal de nortear os
esforços de PD&I das áreas de ingredientes e alimentos, extremamente
estratégicos para a indústria. •
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