março/abril
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1 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br MARÇO-ABRIL • 2016 ÓRGÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES FEDERAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO • Fundada em 02/12/1981 R. Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP:20031-010 • Sede Própria • Tel/Fax: (21)2532-0747 - 2240-2420 • MENSAL • ano XXXIII - Nº 346 - MARÇO/ABRIL 2016 • IMPRESSO ANPAF + UNAFE = ANAFE - Pág. 08 A partir de agora, surge uma Nova Associação, surge um novo momento, momento este que requer participação e dedicação de todos, pois uma nova etapa se inicia rumo a UNIFICAÇÃO das carreiras da AGU e das Associações, cujo passo inicial estamos dando e esperamos que outras entidades se engajem neste movimento histórico. Galdino José da Silva Filho Presidente Rogério Filomeno Machado VicePresidente 2 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br MARÇO-ABRIL • 2016 Tratamento Isonômico para Ativos e Inativos Márcio Alemany Presidente A té essa titulação deveria ser uniforme para que todos pudessem ser tratados de maneira igual. Titulam-nos de inativos em alguns documentos oficiais e já em outros, também assim considerados, de aposentados. O fato é que todos compomos uma grande corporação de servidores públicos, que, por terem cumprido o tempo legal de efetivo exercício de suas atividades, puderam, merecidamente, parar de trabalhar. Percebemos que na Magistratura, no Ministério Público, no Tribunal de Contas e nas Casas Congressuais, Senado e Câmara dos Deputados, ocorre uma sintonia para a manutenção dos direitos daqueles que foram aposentados. Um sentimento de proteção recíproca dos direitos conquistados no “pacto laboral”. Os que permanecem em ativi- dade protegem a todos os que chegaram ao fim desse esforço, por vezes até mal compensado, de tantos anos de labuta. A bem da boa gestão dos negócios de Estado o Servidor Publico precisa ser preservado e mantido em todos seus direitos, especialmente quando chega à inatividade. Não é uma dádiva ou uma benesse ou até mesmo uma simples premiação, mas sim um propósito emanado da Constituição de 1988, que manteve esse princípio basilar para a garantia do Estado. O desejo do Constituinte, por certo, foi construir um bloco monolítico para a permanente defesa do Estado. Quem somos nós senão esses seres, por vezes, invisíveis e até mesmo irreconhecíveis nessa defesa do Estado. E, não somente do Estado mas sobretudo da Cidadania, sempre alvo de todas as metas que visam a sua melhor proteção e salvaguarda. Mesmo antes de 1988, todas as Constituições Republicanas cuidaram desse mesmo propósito. Não há que se fa- lar na fase do Estado Novo de Vargas ou nas mesmas medidas de força de 1964, quando o Estado em nova moldagem exerceu a supremacia absolutista própria das monarquias ou das ditaduras, em suas facetas diversas, ora fascistas ou comuno-socialistas, quando o Estado controlava com mão de ferro além de seus servidores, a imprensa e demais meios de comunicação, além do próprio ir e vir das pessoas, seus Cidadãos. Mas o Estado moderno hoje de todas as demais Nações, ou de quase todas para ser mais acertado, busca seu fortalecimento em especial em seus braços de organização e de construção. Pode-se terceirizar muitas de suas ações, mas seu Cerne de Poder prosseguirá inalienável e indelegável e com isto seus servidores deverão sempre responder obrigatoriamente por seus comandos cobertos por uma legislação especial adequada aos seus interesses com a exigível segurança jurídica indispensável. A Advocacia Pública se Prezado Associado, incluí neste cerne de poder e sua corporação deve também ser uníssona nas ações na defesa dos interesses do Estado, de seu Património Público e da Cidadania. Prosseguiremos por desígnio Constitucional elencados dentre os que exercem as funções essenciais à Justiça e somos sabedores de nosso ônus e importância nesse permanente cenário, que nos exige presença, presteza, pontualidade, total correção, acerto sempre ético, competência técnica, lealdade ao Estado, aos Governos e sobretudo ao nosso Povo. Somos e temos consciência da relevância de nosso trabalho e por isso precisamos do respeito ao que realizamos. Não temos outra opção funcional, somos integrantes do Cerne do Poder do Estado, gozamos da confiança e da credibilidade públicas e, assim sendo, o Estado necessita manter o conforto e os direitos de todos os Advogados Públicos, para continuar forte na busca e manutenção de suas realizações no interesse público. Não é de nenhuma conveniência ou inteligência separar ou restringir os direitos dos inativos. Advogado Público inativo deve ter a certeza da Paridade Constitucional, como fato relevante irretocável. A Nação precisa se sentir segura e sempre atendida e cuidada com o que não pode ser tocado ou sofrer desmanches. A pretendida economia com a supressão de direitos ou a imposição de deveres sempre fragilizarão esse Cerne de Poder, que deve permanecer intocável. Suprimir o direito dos Advogados Públicos Inativos da percepção da sucumbência significará perda de substância Jurídica e atingimento ao Cerne de Poder, que terá de permanecer sempre forte, com seus servidores ativos e inativos em mesmos padrões remuneratórios, até mesmo para que se dê garantias e premiações às futuras gerações que irão ocupar essas funções de relevo e de grande responsabilidade. Seja um colaborador do seu jornal. Envie artigos, monografias, casos pitorescos de sua vida forense, biografias de juristas famosos e tudo que se relacione com assuntos jurídicos. Os trabalhos após analisados, poderão ser publicados. Obs: Os textos não deverão ultrapassar duas laudas, espaço dois. JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 3 MARÇO-ABRIL • 2016 Extração irregular de minério: AGU assegura ressarcimento de R$13 milhões ao erário A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve a condenação da empresa Ilha dos Mineiros Extração Mineral LTDA pela exploração de 400 mil m3 de saibro sem autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). De acordo com a Procuradoria Seccional da União (PSU) em Petrópolis (RJ), unidade da AGU que atuou no caso, a extração ilegal ocorreu no ano de 2013, quando a mineradora possuía autorização apenas realizar pesquisas minerais, e não a retirada e comercialização do minério. "A equipe de fiscalização constatou a operação de sete retroescavadeiras usadas na extração ilegal de saibro. Vários caminhões eram abastecidos e deixavam o local", explicaram os advogados da AGU. Cerca de 45 pessoas foram flagradas trabalhando direta ou indiretamente na extração. A Advocacia-Geral solicitou que a empresa fosse condenada a ressarcir a União pelo valor correspondente ao volume de saibro extraído, o equivalente a R$ 13,2 milhões, mais juros. A Ação Civil Pública ajuizada pela AGU foi analisada pelo juiz da 5ª Vara Federal de São João de Meriti (RJ), que reconheceu a atuação irregular da mineradora entre 2012 e 2014 e confirmou a procedência do pedido feito pe- los advogados públicos. A empresa também foi condenada a realizar a reparação am- biental da área degradada, além de pagar os horários advocatícios do caso. Projeto internacional destaca atuação da AGU que recuperou R$ 2,3 bilhões desviados A atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) no combate à corrupção e na defesa do patrimônio público, que recuperou R$ 2,3 bilhões aos cofres públicos, foi destacada pelo Projeto Bienes Incautados y Decomisados en América Latina (Bidal). Resultado de parceria entre a Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), a iniciativa tem como objetivo a prestação de consultoria técnica sobre administração e destinação de ativos de origem ilícita. Preparado após 24 meses de estudo, o relatório do projeto traz uma análise sobre o sistema brasileiro de identificação, localização e gestão dos bens de origem ilícita apreendidos e confiscados. Segundo o documento, desde 2008, a atuação da AGU já resultou no bloqueio de cerca de R$ 2,3 bilhões em quase 15,6 mil ações relativas à defesa do patrimônio público e ao combate à corrupção e à improbidade administrativa. O relatório destaca o elevado êxito de medidas como as execuções de decisões dos tribunais de contas, as ações cíveis para recuperação de ativos, as execuções cíveis de sentenças penais e as ações civis ex delicto. "A atuação da AGU resultou na apreensão e na imobilização de um grande volume de bens que objetivam res- sarcir os cofres públicos de valores ilicitamente desviados ou punir financeiramente os condenados pela prática de atos ilícitos contra a administração", explica Eduardo Alonso, coordenador-geral de Defesa da Probidade do Departamento de Patrimônio e Probidade da Procuradoria-Geral da União. O documento trata também da criação de um órgão único de gestão e venda desses bens com o objetivo de aprimorar os processos e melhorar a capacidade técnica dos funcionários encarregados de conduzir investigações financeiras e patrimoniais. A criação deste órgão permitiria, ainda, a consolidação de dados estatísticos, o que não ocorre devido à descentralização das informações. O relatório aponta, ainda, a AGU como um dos órgãos que deve compor a direção da entidade, ao lado do Ministério Público, do Poder Judiciário e das forças policiais. O documento recomenda que uma parte dos produtos financeiros e do valor adquirido com o leilão dos bens confiscados seja destinada à Advocacia Geral, com o objetivo de financiar programas vinculados ao combate à corrupção e à defesa da probidade administrativa. Devido à falta de gestão eficiente, a maioria dos bens apreendidos perde valor de mercado e resulta em prejuízos para o Estado. A estimativa é de que menos de 2% dos bens são vendidos. MARÇO-ABRIL • 2016 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 4 469 Anos Sem Cervantes Miguel de Cervantes Saavedra (Alcalá de Henares, 29 de setembro de 1547 – Madrid, 22 de abril de 1616) foi romancista, dramaturgo e poeta castelhano. A sua obra-prima, Dom Quixote, muitas vezes considerada o primeiro romance moderno, é um clássico da literatura ocidental e é regularmente considerada um dos melhores romances já escritos. O seu trabalho é considerado entre os mais importantes em toda a literatura, e sua influência sobre a língua castelhana tem sido tão grande que o castelhano é frequentemente chamado de La lengua de Cervantes (A língua de Cervantes). Filho de um cirurgião cujo nome era Rodrigo e de Leonor de Cortinas, supõe-se que Miguel de Cervantes tenha nascido em Alcalá de Henares. O dia exato do seu nascimento é desconhecido, ainda que seja provável que tenha nascido no dia 29 de setembro, data em que se celebra a festa do arcanjo San Miguel, pela tradição de receber o nome do santoral. Miguel de Cervantes foi batizado em Castela no dia 9 de outubro de 1547 na paróquia de Santa María la Mayor. A carta do batismo reza: Domingo, nueve días del mes de octubre, año del Señor de mill e quinientos e quarenta e siete años, fue baptizado Miguel, hijo de Rodrigo Cervantes e su mujer doña Leonor. Baptizóle el reverendo señor Bartolomé Serrano, cura de Nuestra Señora. Testigos, Baltasar Vázquez, Sacristán, e yo, que le bapticé e firme de mi nombre. Bachiller Serrano. Em 1569 foge para Itália depois de um confuso incidente (feriu em duelo Antonio Sigura), tendo publicado já quatro poesias de valor. Sua participação na batalha de Lepanto, no ano 1571, onde foi ferido na mão e no peito, deixa-lhe inutilizada a mão esquerda que lhe vale o apelido de o manco de Lepanto. Em 1575, durante seu regresso de Nápoles a Castela é capturado por corsários de Argel, então parte do Império Otomano. Permanece em Argel até 1580, ano em que é liberado depois de pagar seu resgate. Cervantes passou 2 anos em Portugal, entre a primavera de 1581 e a de 1583. Viveu em Lisboa. O escritor tentava conquistar um lugar de favorito na corte do monarca espanhol, aproveitando os primeiros momentos do reinado português do rei. Rodeado pelos seus cortesões, Filipe terá trocado as roupas negras e a gola branca isabelina pelos tecidos ricos e coloridos de Lisboa. Foi neste ambiente de fausto e deslumbramento real que Cervantes chegou à capital portuguesa, onde se terá encantado pela cidade e pelas suas damas. Tendo escrito “Para festas Milão, para amores Lusitânia”. Cervantes descreve os lisboetas como agraváveis, corteses, liberais e apaixonados, embora discretos. A formosura das mulheres admira e apaixona. De volta a Castela se casa com Catalina de Salazar em 1584, vivendo algum tempo em Esquivias, povoado de La Mancha de onde era sua esposa, e se dedica ao teatro. Publica em 1585 A Galatea, o seu primeiro livro de ficção, no novo estilo elegante da novela pastoral. Com a ajuda de um pequeno círculo de amigos, que incluía Luíz Gálvez de Montalvo, com o livro um público sofisticado passou a conhecer Cervantes. Encarcerado em 1597 depois da quebra do banco onde depositava a arrecadação, "engendra" Dom Quixote de La Mancha, segundo o prólogo a esta obra, sem que se saiba se este termo quer dizer que começou a escrevê-lo na prisão, ou simplesmente que se lhe ocorreu a ideia ou o plano geral ali. Finalmente, em 1605 publica a primeira parte de sua principal obra: O engenhoso fidalgo dom Quixote de La Mancha. A segunda parte não aparece até 1615: O engenhoso cavaleiro dom Quixote de La Mancha. Num ano antes aparece publicada uma falsa continuação de Alonso Fernández de Avellaneda. Entre as duas partes de Dom Quixote, aparecem as Novelas exemplares (1613), um conjunto de doze narrações breves, bem como Viagem de Parnaso (1614). Em 1615 publica Oito comédias e oito entremezes novos nunca antes representados, mas seu drama mais popular hoje, A Numancia, além de O trato de Argel , ficou inédito até ao final do século XVIII. Miguel de Cervantes morreu em 1616, parecendo ter alcançado uma serenidade final de espírito. Um ano depois de sua morte aparece a novela Os trabalhos de Persiles e Sigismunda. É bem notória a coincidência das datas de morte de dois dos grandes escritores da humanidade, Cervantes e William Shakespeare, ambos com data de falecimento em 23 de abril de 1616. Porém, é importante notar que o Calendário gregoriano já era utilizado na Castela desde o século XVI, enquanto que na Inglaterra sua adopção somente ocorreu em 1751. Daí, em realidade, William Shakespeare faleceu dez dias depois de Miguel de Cervantes. Cervantes, por outro lado, teria morrido em 22 de abril de 1616, sexta-feira, tendo sido registada a morte no sábado, dia 23, em sua paróquia, em San Sebastián. Conforme costume da época, no registo constava a data do enterro. Em 23 de abril é comemorado o Dia do Livro na Espanha. Em 2011, um grupo de investigadores históricos e arqueólogos iniciaram uma busca pelos ossos do autor Miguel de Cervantes na igreja conventual das Trinitarias em Madrid, onde os seus restos mortais foram depositados em 1616, não se sabendo exactamente em que parte do monumento. A iniciativa, que permite reconstruir o rosto do escritor, até agora só conhecido através de uma pintura do artista Juan de Jauregui, conta com o apoio da Aca- demia Espanhola e o aval do arcebispado espanhol. A igreja foi remodelada no final do século XVII, e apesar das certezas de que os restos do escritor espanhol ali se encontram, ninguém sabia o lugar exacto onde estará a sua campa. A descoberta e consequente análise das ossadas do autor espanhol poderão ainda ajudar os investigadores a determinar as causas da morte de Cervantes, que se acredita que tenha morrido de cirrose. Em fevereiro de 2014 a Comunidade Autônoma de Madri autorizou a busca pelos restos mortais de Cervantes e de Catalina, supostamente enterrados no subsolo do Convento de Las Trinitarias Descalzas, com o uso de radar. Em março de 2015 o time multidisciplinar liderado por Francisco Etxeberría confirmou o descobrimento dos restos mortais de Cervantes, identificados pelas iniciais "M.C." em seu caixão. Apesar de uma análise de DNA para confirmar se os restos são de Cervantes não ser possível (devido ao fato de que não são muitos os descendentes vivos do dramaturgo para realizar uma comparação do DNA), o time responsável pela descoberta usou outras informações, como as iniciais no caixão e o fato de que Cervantes pediu para ser enterrado ali, para chegar a conclusão; "São muitas as coincidências e não há discrepâncias. Todos os membros da equipe estão convencidos de que temos entre os fragmentos algo de Cervantes, embora não possamos dizer em termos de certeza absoluta", afirmou Etxeberría. JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 5 MARÇO-ABRIL • 2016 O País das Maravilhas que o brasileiro é uma espécie de Alice coletiva. Insatisfeito desde a descoberta de seu País tem fantasiado muitas coisas: místicos milagroAllam Soares sos, um pai dos pobres, Procurador Federal um caçador de marajás, o romance de o melhor presidente do Lewis Carrol, Ali- mundo e sua sucessora ce no País das ideal. Em nossas vidas, Maravilhas, o espanto porém, os problemas é o sentimento mais permanecem inalterados comum vivido pela ou piores e se chega a personagem. Isso se pensar que tivemos Reiinicia quando Alice cai nados que, de formas na toca de um coe- diversas, pareciam e palho branco que veste recem querer a cabeça uma casaca. Ela des- dos brasileiros. cobre que se a lógica Um desses modos é existe, nada tem a ver através da delirante cocom a lógica de nosso brança de impostos, tamundo. Alice estica ao xas e contribuições – o comer um biscoito e, que leva o brasileiro a em seguida, encolhe trabalhar por 5 (cinco) ao tomar uma bebida, meses para, só após vê uma lagosta que esse tempo, começar a fuma narguilê, com usufruir integralmente os um gato que, imper- ganhos de seu trabalho. turbavelmente, sorri. Isso já foi aferido pelo Tem de nadar em um isento Instituto Brasileiro lago feito apenas com de Planejamento Tribusuas lágrimas, parti- tário (IBPT). Os cálculos cipa de um chá com apontam que os mais um chapeleiro louco, afetados estão nas faitestemunha um julga- xas que vão dos pobres mento sobre um furto à classe média. No Chile, de tortas no Reinado são necessários 3 (três) da Rainha de Copas. meses e, a partir daí, as Nesse Reino, cujos remunerações são relacaios são cartas de cebidas na integralidade baralho, as ordens são pelos chilenos. E – nosempre “cortem-lhe a te-se – a qualidade de cabeça”. Todos esses quase todos os serviços personagens provo- é superior à dos brasileicam e debocham dela. ros. Assim, Alice sente-se Vitórias dos aposenmal, tanto na vida real tados vêm sendo ano quanto nesse mundo a ano relativizadas. forjado por sua imagi- Exemplificando: em denação. zembro/2014, foi alteraPoder-se-ia dizer do para menor o auxílio- N “Quando o Tribunal da História se reunir para nos julgar, nosso sucesso ou fracasso em qualquer cargo exercido, seremos avaliados em função das respostas a quatro perguntas: Éramos nós homens de coragem? Éramos nós homens íntegros? Éramos nós homens dedicados? Éramos nós homens com capacidade de discernimento?” (JOHN KENNEDY, despedindo-se do Senado Americano, em janeiro, 1961) -doença e a pensão por morte. Os aumentos salariais (de fato atualizações parciais) vêm sendo postergados ou não concedidos. Também não estão sendo votados projetos ou emendas à Constituição que fariam justiça a algumas categorias de servidores, como, por exemplo, a MP 443. Demais disso, cogitam-se duas medidas especialmente lesivas às mulheres: igualar suas aposentadorias às dos homens e condicionar as pensões por morte à necessidade de herdeiros e cônjuges. Se confirmadas, comentarei essas propostas noutro artigo. Enquanto isso, como disse o ex-Ministro Rubens Barbosa (O Globo, 09/09/2014, p.21) já foram tomadas as seguintes medidas: a) o financiamento ao Porto de Mariel, em Cuba, pelo BNDES; b) o Brasil anunciou o perdão de US$ 900 milhões de dívidas de 12 países africanos e c) a decisão de pagar mais caro o gás fornecido pelo Governo da Bolívia, contra a opinião da Petrobrás. Por outro lado, um programa como o Bolsa- um oceano. -Família, que é importante socialmente, tem tido O DIA sua aplicação, às vezes DA MULHER questionada. É relevante Dia 8 de março é que se verifique se ele o Dia Internacional vem sendo devidamen- da Mulher. Todas te pago. Deve-se apurar as vezes que ouço também se, na forma dizer que elas já estabelecida, a socieda- obtiveram o respeide efetivamente ganha to que merecem ou com tal programa. Vale até mesmo que já dizer: é imprescindível têm há muito tempo iniciar-se o hábito de mais vantagens que medir a eficácia dessa e os homens, sugiro de outras políticas públique olhem na capa cas, além de se verificar da Time de agosa eventual existência de to/2010 o retrato de subsídios cruzados. Já foi dada a sugestão Bibi Aisha, jovem de se criar uma agência afegã que, por fugir independente de gover- de maus tratos, foi nos, para pesar os cus- mutilada no nariz tos e benefícios das polí- pelo marido, com ticas públicas – o que já auxílio dos talibans. existe em alguns países Essa foto venceu o internaanglo-saxões. Se se fi- concurso zesse isso, muitas ques- cional World Press tões que estão sendo Photo 2010. Outras vencedoras objeto de procedimentos fotos jurídicos talvez não exis- foram sobre catástissem. trofes: “as cheias do Transparência é uma Paquistão” e “o sispalavra, que consta de mo do Haiti”. Todas programas partidários, são trágicas, mas a intensamente divulgada mutilação de Aisha pelo “marketing” político. me toca mais. Não Não é, porém, usualmen- foi feita pela naturete posta em prática. As lá- za, mas por um ser grimas de Alice formaram humano. uma lagoa. As lágrimas Allam dos brasileiros formariam 6 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br MARÇO-ABRIL • 2016 José Ingenieros, um Farol da Humanidade Ronaldo de Araújo Mendes Procurador Federal O sociólogo e Filósofo Argentino nasceu em 1877 e morreu em 1925. Foi um dos mais populares “imortais” da intelectualidade da Argentina, cujas obras ganharam o mundo por serem elas opulentas em questão de tudo o que diz respeito a riqueza interior do ser humano. Estudou Medicina e Direito, especializando-se mais na psiquiatria e na criminologia. Suas Obras que mais se destacaram no Mundo inteiro, são: “O homem Medíocre” (Livraria Progresso Editora – 1958) a qual é completada por, “A caminho de uma moral sem Dogmas” e as “Forças Morais”, todas editados, também nessa mesma editora. Nessa obra o Autor expõe as suas doutrinações morais de conduta da vida, hauridas no estudo da psicologia individual e social a que se dedicou a fundo. Seja qual for a posição ideológica ou religiosa do leitor, não se pode negar a estes livros uma grande força de idealismo aplicado no sentido de uma maior elevação do nível moral da humanidade. É pois aconselhável completar a sua leitura com a das obras complementares citadas, sem contar, também, a obra muito bem escrita por ele denominada “A Simulação na luta pela vida”. Às páginas 24 dissertando sobre “O Homem Medíocre” diz o Autor, dentre outras considerações, o seguinte: “... Todo idealista é um homem qualitativo: possui um sentido das diferenças que lhe permite distinguir entre o mau, que observa, e o melhor que imagina. Os homens sem ideais são quantitativos; podem o mais e o menos, mas nunca distinguem o melhor do pior.” Às pg. 25 diz que todo futuro tem sido uma criação dos homens capazes de pressenti-lo. Concretizando-o numa infinita sucessão de ideais... Do equilíbrio entre a inspiração e a sabedoria, nasce o gênio. Nas grandes horas, de uma raça ou de um homem, a inspiração é indispensável para criar; essa faísca acende-se na imaginação, e a experiência converte-a em fogueira. Todo idealismo é por isso, uma ânsia de cul- tura interna: tem, entre os seus inimigos mais audazes, a ignorância, madrasta de obstinadas rotinas. Dissertando sobre juventude (página 26), diz que toda ela é inquieta, Somente dela é que se pode esperar o impulso, no sentido do melhor. E só é juventude a sadia e iluminada aquela que olha para frente e não para trás. Complementando, (pagina 27) diz que só há juventude nos que trabalham com entusiasmo para o porvir. Nada se deve esperar dos homens que entram na vida (pg. 27) sem se entusiasmarem por algum ideal. E não se nasce Jovem: é preciso adquirir a juventude. E sem ideal não é possível adquiri-la Diz às fls. 29, “Nenhum ideal é falso para quem o professa; este o crê verdadeiro e trabalha pelo seu advento, com fé, com desinteresse. O sábio procura a verdade pelo gosto de a procurar, e tem prazer em arrancar à natureza segredos para ele inúteis ou perigosos.” Toda homenagem aos homens de gênio, que voltaram sua vida à liberdade e à ciência, é um ato de fé em seu provir; só neles (pg. 334) é que se podem ser exemplos morais que contribuam para o aperfeiçoamento da Humanidade. Quando alguma geração sente uma pletora de chatice, de dobrez, de servilismo, tem que buscar nos gênios de sua raça, os símbolos de pensamento e de ação que a temperam para novos esforços. Todo homem (pg. 334) de gênio é a personificação suprema de um ideal contra a mediocridade, que assedia os espíritos originais, convém fomentar o seu culto; robustece as asas nascentes. Por a própria fé em algum sonho, apaixonadamente, com a mais profunda emoção, é ascender aos píncaros onde paira a glória. Ensinando a admirar o gênio, a santidade e o heroísmo, preparam-se clima propício ao seu advento. Finalizando, na página 335, diz que os santos da moral idealista não fazem milagres: fazem obras magnas, concebem supremas belezas, investigam profundas verdades. Enquanto existirem corações que alimentam um afã de perfeição, eles serão comovidos por tudo o que revela fé num ideal: pelo canto dos poetas, pelo gesto dos heróis, pela virtude dos santos, pela doutrina dos sábios, pela filosofia dos pensadores. Dissertando sobre sua outra Obra “A caminho de uma moral sem dogmas” José Ingenieros, no tocante ao ambiente puritano, critica os Religiosos denominados de “Puritanos”, que passaram a confundir a Religião, antes uma ética que uma Teologia. Diz ele que para ter ética não era preciso estar atrelado a uma Religião. Finalizando sua Obra às fls. 252/253, alerta as sociedades éticas para não descuidarem do problema da educação moral do ensino; porque este é o único processo prático para o futuro. Diz que as nações JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 7 civilizadas expressam já sua vontade de que a escola pública se abstenha de dar preferência a este ou aquele dogma religioso professado por seus cidadãos. Afirmemos também a necessidade de intensificar, nela, e educação moral, preparando as gerações vindouras para essa tolerância recíproca de crenças que é a própria base da solidariedade social. Somente por obra de escola a humanidade marchará para a moral sem dogmas; somente através das escolas poderão os de amanhã repetir o lema das sociedades éticas: os dogmas dividem os homens, o ideal os une. As forças morais, às fls. 9, dentre outras considerações, as seguintes: “Dão eloquência ao apóstolo quando prega o seu credo, embora poucos o escutem e nenhum o siga; dão valor ao mártir quando afirma a sua fé, mesmo que seja hostilizado pelos escribas e fariseus. Estimulam o filósofo que medita longas noites insone, o profeta que canta uma dor ou anima uma esperança, o sábio que acende uma centelha em seu crisol, o utopista que busca uma perfeição ilusória. São o tribunal supremo que transmite ao futuro o melhor do presente, o que embeleza a dignifica a vida. Toda dis- tinção é transitória sem a sua sanção inapelável. Seu império é superior à coação e a violência.” O homem (fls. 10) que entesoura essas forças adquire valor, reto sentimento do dever que condiciona sua dignidade. Pensa como deve, diz como sente, age como quer. Não procura recompensa, nem o amedrontam as desventuras. Aceita as responsabilidades dos próprios erros e recusa ser cúmplice dos erros alheios. Às fls. 144 alega que a harmonia é a quinta-essência da humanidade, ela não é semelhança, nem fusão universal, mas solidariedade organizada de culturas heterogêneas. A desigualdade dos povos é conveniente para a humanidade como a individual é útil para a nação. A justiça não consiste em eliminar as desigualdades, mas em utilizá-las para harmonizar o conjunto. Finalmente, ou seja, no último parágrafo da Obra ás fls. 146, diz que das forças imorais do passado, a esperança de nos unirmos numa firme solidariedade, somente pode assentar sobre a Nova Geração, se lograr ser tão nova por seu espírito com por seus anos. Seja ele capaz de resistir às pequenas tentações do presente, enquanto adquira forças morais que a habilitem para compreender a nossa grande obra do porvir: DESENVOLVER A JUSTIÇA SOCIAL NO SEIO DA NACIONALIDADE CONTINENTAL. Na última Obra denominada “Simulação na luta pela vida.” Em suas conclusões finais (às páginas 238/239), o Autor diz que nas sociedades humanas a luta pela vida reveste múltiplos aspectos individuais e coletivos; a cada forma de luta o homem adapta maneiras especiais de simulação e dissimulação. Existe um franco paralelismo entre as formas de luta e as simulações correspondentes. Para o comum dos homens, “saber viver” equivale a “saber simular”; somente alguns indivíduos superiores, dotados de condições especiais para a luta pela vida, podem impor a sua personalidade ao ambiente, sem se submeterem a simular ou dissimular para se adaptarem. Os homens em geral, adaptam-se tanto melhor ao meio em que lutam pela vida, quanto mais desenvolvida possuírem a aptidão para o disfarce. Embora o Autor vivesse em nosso Mundo tão pouco tempo, suas Obras cada vez mais ganham a “infinidade Divina” pelos conceitos que nela se contêm, no sentido de um Mundo Interior todo filtrado e livre de impurezas, tal qual o “Diamante” que embora comece carvão, no final torna-se a Joia mais limpa e preciosa de nosso Planeta. MARÇO-ABRIL • 2016 Em defesa do erário, AGU inicia pentefino em precatórios de mais de R$500 mil A AGU iniciou procedimento de verificação dos precatórios com valores superiores a R$500 mil que serão pagos no ano de 2016 pela União, autarquias e fundações federais, A PGU e a PGF irão procurar, até 30 de abril de 2016, eventuais inconsistências e erros nas ordens de pagamento. A medida foi determinada pela Portaria 163/16 da AGU, que também prevê auditoria nos precatórios de ações coletivas com valores individuais superiores a R$300 mil e nos relativos a pagamentos de desapropriações acima de R$10 mil. O Departamento de Cálculos e Perícias da Procuradoria-Geral da União (DCP) será a unidade responsável por consolidar os precatórios que se enquadram nos critérios da norma. Segundo o diretor do DCP, Diogo Palau, o trabalho "tem por escopo fazer uma reanálise em alguns processos, como uma forma de cautela e preservação do erário em alguns casos de erro material. É possível também que se encontre uma situação que não havia sido observada antes e que passa a exigir um estudo mais aprofundado para uma eventual ação rescisória", explica. Em 2014, por exemplo, a fiscalização realizada somete pela PGU identificou irregularidades em 17% dos precatórios analisados, assegurando uma economia de R$192 milhões aos cofres públicos. Já no âmbito das autarquias e fundações, a PGF detectou inconsistências e erros em 10% dos precatórios examinados, evitando gastos indevidos de cerca de R$7 milhões. Advocacia-Geral mantém obrigatoriedade de exame toxicológico para motoristas A AGU demonstrou a validade da exigência de exame toxicológico para motoristas das categorias C, D e E. A atuação ocorreu após o Detran-PE questionar na Justiça a obrigatoriedade do teste, prevista na Lei 13.103/15. Segundo a norma, a concessão ou renovação das habilitações dessas categorias está condicionada à realização do exame desde 2 de março de 2016. A decisão foi tomada pela Justiça Federal de Pernambuco (JFPE) após a AGU ressaltar que "o exame toxicológico se revela adequado para aumentar a segurança da coletividade usuária das estradas brasileiras e coibir a ingestão de substâncias tóxicas por parte de motoristas profissionais". A Procuradoria-Regional da União da 5ª Região (PRU5), unidade da AGU que atuou no caso, também apontou a ausência dos requisitos legais para concessão da medida liminar pedida pelo Detran local, bem como a carência de premissas básicas como fumaça do bom direito e o risco de dano irreparável. Os advogados da União destacaram, também, que o estado de Pernambuco conta com 178 postos de coleta, distribuídos em 53 municípios, para a realização do exame. E que a norma está inserida em um novo paradigma de políticas públicas de trânsito, criadas para efetivar medidas de prevenção. A Justiça Federal de Pernambuco acolheu os argumentos da AGU e indeferiu o pedido do departamento, reconhecendo na decisão que a realização do exame "sinaliza um avanço que pode ser acentuado com um aumento substancial de campanhas educacionais e de fiscalização intensa nas rodovias federais e estaduais do país". 8 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br MARÇO-ABRIL • 2016 A Completude do Tempo e do Esforço Conquistas / Perspectivas Carmen Lucia Vieira Ramos Lima Procuradora Federal A s metas da nossa Associação sempre foram claras e bem divulgadas aos Associados. Aceitamos e passamos a compartilhar com amor e respeito cada conquista, muitas vezes nascida da discordância, dúvida e dificuldade, porém, enquanto projeto, depurada na comparação de estudos, análises, do que deveria ser melhor para cada um e para o conjunto de Advogados Públicos Federais. A vida é muito curta para as longas lides políticas e processuais. Quando se dá início a uma meta, cujo conteúdo é o que se quer, devidamente lógico e robusto, já em trâmite, insensato se faz tentar trocar tal projeto por outro, a critério de interesses momentâneos, cujo fundamento pode ser pura aréola e faltar o bom cimento. Reflexões: • De Pablo Neruda: “Posso escrever os versos mais tristes esta noite”. Mas, a noite seguinte pode ser ao som de lindas músicas de glória... • A Verdade e justiça do homem passam por questões parciais, procrastinação, milongas... Mas o Imponderável vem e se faz presente. • Dizem que não há pessoa errada; o que existe é pouca insistências em buscar atingir a sensibilidade do Outro. • O Sentimento desperta o Entendimento. • Sempre vai haver um bom combate para lutar, para quem se mostra disposto a não retroceder definitivamente. • Ah, o gosto da Vitória! • Quem disse que as virtudes se foram com o vendaval? • No tempo oportuno, somente o que nos mantém no barco é a certeza das nossas convicções. • Não nos repetimos: a cada momento acrescemos ingredientes à massa, ou seja, o que nos interessa conquistar. • A Soberba, irmã mais velha da Ganância e da Deslealdade, tem por obstáculo a reta Consciência. Dignidade e Humildade zombam da estreiteza de condutas que teimam em assolar os dignitários de cargos funcionais. • O momento que se vive necessita do uso de estratégias que ladeiam a Honra do exercício profissional, mais do que nunca. Dedicação e Persistência de todo o quadro dos Advogados Públicos Federais, para preservar e efetivar conquistas. Sentimos que a conjuntura não está muito adequada à conserva de mesa. A interdependência dos Poderes de Estado passa por momentos de grave tensão. Os envolvidos em tão grave crise voltam-se para suas questões viscerais e se esquecem de que a Advocacia Pública faz parte do tripé da Justiça do nosso Estado Soberano, Republicano, Democrático de Direito. E essa Soberania não existe sem o tripé constitucional de Direito e Justiça. O que acontecerá se a Constituição Federal for ferida no seu bojo, seus dispositivos? Virá o resultado do que não foi assumido, da legislação não cumprida na sua integridade. Queremos o que é justo. Somos o que somos e estamos como estamos porque alguns já lutam há mais tempo que nós sobre os temas que interessam a todos os Advogados Públicos Federais. Não surfamos ondas, buscamos manter o nosso trabalho, o nosso espaço com o nosso esforço. Da mesma forma, outras categorias funcionais também o fazem. É a busca da remuneração na conformidade da Lei Maior. Prezado Associado, Temos que fortalecer a Associação porque aporíamos os projetos em pauta, gozamos das conquistas, dos momentos gloriosos, da época dos sorrisos. Optemos por esse laço de força e companheirismo. Optemos por Fidelidade. A todos os companheiros de todos os momentos, Saúde e Paz! Seja um colaborador do seu jornal. Envie artigos, monografias, casos pitorescos de sua vida forense, biografias de juristas famosos e tudo que se relacione com assuntos jurídicos. Os trabalhos após analisados, poderão ser publicados. Obs: Os textos não deverão ultrapassar duas laudas, espaço dois. 9 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br MARÇO-ABRIL • 2016 Carta de agradecimento do presidente, Galdino José da Silva Filho, e do vicepresidente, Rogério Filomeno Colegas Associados, Criada em 28 de agosto de 1990, e hoje com 25 anos de existência, A ANPAF herdou um acervo de lutas desenvolvido pelos Procuradores Federais desde a década de 50, quando o Rio de Janeiro era a capital da República e se iniciaram os movimentos em defesa da categoria. Essa cultura, pelo fortalecimento da Advocacia Pública e a valorização de seus membros, seguiu na antiga capital sob a responsabilidade da APAFERJ, nossa Entidade Mater. Após a sua fundação, em 1990, a primeira grande batalha da ANPAF foi a discussão e a aprovação da Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União (LC nº 73, de 1993), quando obteve a inclusão das Procuradorias e Departamentos Jurídicos das autarquias e fundações públicas como órgãos vinculados à AGU (art. 2º), com suas atribuições específicas (art.17), em memorável atuação junto ao Congresso Nacional. Seguiram-se novas batalhas, como a recriação de uma carreira única, de PROCURADOR FEDERAL, na Medida Provisória nº 2.229-43, de 6 de setembro de 2001, com uma tabela de vencimentos isonômica para todas as carreiras jurídicas da União e a paridade entre ativos e inativos. A partir daí, voltaram-se os trabalhos para o Projeto de Lei de Criação da Procuradoria-Geral Federal (Lei nº 10.480, de 2 de julho de 2002), de cuja elaboração a ANPAF participou, assim como acompanhamento junto às lideranças do Congresso para a sua aprovação, em regime de urgência. Concentrada nas prerroga- tivas dos associados e na defesa do interesse público, a ANPAF empenhou-se, em seguida, para restabelecer o instituto da intimação pessoal dos Procuradores Federais, que foi mais uma conquista de sua atuação. Com a criação da Procuradoria-Geral Federal, a ANPAF propôs uma rediscussão da estrutura do órgão, centralizando em suas regionais e estaduais as ações judiciais comuns a todas as autarquias e fundações, mantendo, todavia, as estruturas de Procuradorias Especializadas e as respectivas atividades de consultoria e assessoramento jurídico aos dirigentes das entidades. No âmbito da ANPAF, reestruturamos a gestão com a informatização, aperfeiçoamos os veículos de comunicação interno e externo (site, ANPAF online e clipping), disponibilizamos as prestações de contas na Intranet, ingressamos com mais de 40 ações judiciais em favor dos associados, reformamos a Sede e modernizamos os equipamentos e sistemas de informática. Estruturamos a Assessoria Parlamentar e de Imprensa, que nos garantiram uma atuação permanente no Congresso e na Mídia, fatores estes que colocaram a ANPAF em evidencia constante nos debates afetos a advocacia pública. Nos últimos anos buscamos assegurar junto ao Congresso e ao Executivo a estrutura e prerrogativas necessárias para o fortalecimento da carreira de procurador federal, da PGF e da AGU, com medidas como: PEC 82 (autonomia), PEC 443 (simetria salarial), PL 4254 (honorários e advocacia plena), PEC 555 (não incidência do IR sobre o desconto previdenciário dos aposentados), entre outras. Medidas estas que ainda precisam de muito esforço de para serem consolidadas, principalmente a que estamos agora atuando, o Projeto de Lei que trata da advocacia plena e honorários, este com atenção maior ao ingresso dos aposentados. Como podem observar, não paramos em nenhum momento os nossos trabalhos em prol dos Associados, pois foi um compromisso que assumimos quando da nossa posse. Agora, o momento nos leva a um outro patamar, patamar este fruto da necessidade da evolução e do fortalecimento, referimo-nos a fusão da ANPAF com a UNAFE, duas grandes entidades associativas que comungam dos mesmos ideias e propósitos. Após longas discussões e reuniões promovidas pela Comissão de Unificação e dos Dirigentes, chegamos ao consenso sobre a unificação e a criação da ANAFE, a maior entidade associativa da Advocacia Pública Nacional com mais de 3,5 mil filiados. Como se percebe, começaremos grandes e fortes, fatores decisivos para o reconhecimento e respeito. Durante o processo de unificação foram estabelecidos cronogramas a serem seguidos, principalmente com relação ao patrimônio e as receitas, assegurando aos associados transparência e participação. Com relação ao patrimônio ficou estabelecido a contrapartida em dinheiro pela UNAFE no valor de R$ 2,5 milhões, assim, contamos com um pa- trimônio imobilizado (sede ANPAF) avaliado em R$ 2,3 milhões e mais o integralizado pela Unafe. A partir de agora, surge uma Nova Associação, surge um novo momento, momento este que requer participação e dedicação de todos, pois uma nova etapa se inicia rumo a UNIFICAÇÃO das carreiras da AGU e das Associações, cujo passo inicial estamos dando e esperamos que outras entidades se engajem neste movimento histórico. Assim como os pais criam seus filhos para o mundo, a ANAFE foi gerada para dar seguimento a duas histórias de luta e de conquistas e terá a experiência acumulada como fator decisivo para novas conquistas e desafios, portanto, temos todos os requisitos para o sucesso nesta nova Missão. Agradecemos aos Associados, aos Diretores, aos Representantes Estaduais e aos Funcionários pelo apoio que tivemos ao longo das nossas gestões, que nos proporcionaram os avanços e conquistas no período em que estivemos a frente da nossa ANPAF. Agora, o momento é de comemoração pelo que realizamos e pelo nascimento da ANAFE, que certamente contará com a participação e o apoio de todos nós, pois a história estará registrando para o futuro este importante passo que estamos dando em favor da unidade de propósitos e do fortalecimento da AGU. Muito obrigado e que Deus nos abençoe, Galdino José da Silva Filho Presidente Rogério Filomeno Machado Vice-Presidente MARÇO-ABRIL • 2016 MARÇO_ABRIL JORNAL DA DA APAFERJ APAFERJ -- www.apaferj.org.br www.apaferj.org.br JORNAL 10 ANPAF e UNAFE finalmente juntas 1111 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br MARÇO_ABRL • 2016 MARÇO-ABRIL 12 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br MARÇO-ABRIL • 2016 O Mosquito Perdulário Orlando Gonzalez Procurador federal aposentado Até o ano de 2006, São José do Rio Preto era o município em que a dengue pontificava com galhardia e soberba desafiadoras. Nesse ano, assumiu a secretaria municipal de saúde o Dr. Arnaldo Almendros que, acolhendo sugestão do médico Dr. Renan Marino, distribuiu um composto homeopático à população. A epidemia teve queda tão expressiva que, decorrido um ano, raríssimos casos da doença foram constatados. O Dr. Renan já havia controlado, com a fórmula homeopática, um surto devastador da doença em Cristo Rei, localidade de Rio Preto. Em razão do sucesso, a prática foi estendida a todo o município, demonstrando o medicamento também sua magnifica ação preventiva. O episódio, noticiado pelo Jornal da Tarde, da TV Globo, pela Globonews e pelo jornal O Estado de São Paulo, suscitou, estranhamente, na Anvisa, a proibição do medicamento. A questão beirava o escândalo, e o Dr. Almendros entrou em contato com a Drª Carmen Di Simoni, Coordenadora da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC – que prevê, através da Portaria do MS nº 971, de maio de 2006, o uso da homeopatia por organismos públicos, e obteve um agendamento para uma reunião em São Paulo com o então secretário de saúde do governo, Dr. Luiz Roberto Barradas Barata. Decorreu disso um entendimento e consenso que impulsionavam à frente o projeto, em nada discrepante da famosa MBE (medicina baseada em evidências). Paralelamente, investigações efetuadas pelo Laboratório de Pesquisas de Fármacos da Universidade Federal do Amapá comprovaram, em ratos machos, a elevação das plaquetas, em tempo recorde, em 300%. Mais tarde, a Anvisa, redimindo-se de sua intervenção temerária, acabou registrando e licenciando o composto. Outros municípios vizinhos a São José do Rio Preto, entre eles Andradina, Mirassol, Nova Granada, Bady Bassitt e José Bonifácio, repetiram as iniciativas daquela cidade e implantaram a distribuição da fórmula homeopática nas UBS (Unidades Básicas de Saúde). Em uma semana mais de 20.000 pessoas buscaram a medicação naqueles postos de saúde. Macaé, no Rio, sob o comando da Coordenadora de Saúde Coletiva, Drª Laila Aparecida de Souza Nunes, seguiu o mesmo caminho, valendo-se de um recurso homeopático um pouco diferente, mas obtendo a marca de 60% de vantagem na esfera da prevenção da dengue. Por força da suposta racionalidade dos administradores públicos, era de esperar que o governo central apadrinhasse a ideia de divulgar aquilo que em essência preservaria o povo brasileiro de moléstia no mínimo perigosa. De nada valeu que a apoteose da ação de Macaé, por exemplo, gerasse publicações objetivas em revistas científicas internacionais. Afinal, não contrariar os fins mercantilistas dos produtores do Paracetamol certamente figurava na tábua de sabujice de nossos governantes maiores, especialmente os do Ministério da Saúde. O Paracetamol naquela quadra matou muitos doentes atingidos pela doença. E mataria mais, se o corajoso e competente Professor Edmílson Migovisky, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, doutor em infectologia e mestre em pediatria, não viesse a público denunciar o desastre, o que levou seus colegas a um breque na prescrição da droga. Como resultado trágico dessa mistura de omissão genocida das autoridades de saúde e repulsivos interesses cruzados, o mosquito criou resistência aos inúteis fumacês e a outros inseticidas, robusteceu-se e ganhou novas atribuições patológicas, desdobrando-se em chicungunhas e zicas - por enquanto. Seu fortalecimento obedece às mesmas regras biológicas que já assustam a Organização Mundial de Saúde no tocante aos antibióticos prescritos à tripa forra, principalmente em hospitais, focos incorrigíveis da famosa infecção que adjetivam. Lutou contra essa contumácia mortífera o combativo virologista Uriel Zanon, amargurado sempre com a conduta "padronizada" da categoria. Em São José do Rio Preto, a gestão sucessora da do prefeito Edinho Araújo, que aprovou e incentivou a conduta exitosa do remédio homeopático, abandonou a linha de prevenção anteriormente adotada e propiciou que o mosquito fizesse sua rentrée triunfal, mais insurreto e insidioso do que antes. As lições de São José do Rio Preto, no entanto, não se perderam inteiramente. Cidades no estado de Goiás, em número de 65, seguem-nas hoje sob a orientação do Hospital de Medicina Alternativa (HMA de Goiânia), com o controle do superintendente de saúde do estado, Dr. Halim Girade, e a supervisão do Dr. Danilo Maciel Carneiro. Esses exemplos de difusão da saúde coletiva e de parcimônia nos gastos públicos não sensibilizaram, nem sensibilizam, hoje ainda, o poder central que já contabiliza perda de 3,2 bilhões de reais com um desgastante programa de ataque ao Aedes aegypti. A culpa deve caber, não há dúvida, ao mosquito, um abominável ser perdulário que a cada temporada retorna, alvissareiro e sarcástico, com mais novidades patológicas. Veja, no próximo verão, na banca mais perto de você. JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 13 MARÇO-ABRIL • 2016 FATOS . FATOS . FATOS . FATOS . FATOS . gações maternas e familiares. Antonio C. Calmon N. da Gama Diretor de Divulgação da APAFERJ Confraternização No dia 8 de março foi comemorado o dia Internacional da Mulher, ficam aqui nossas homenagens a todas as mulheres do nosso País, que, após muitas lutas conseguiram a abrangência dos seus direitos civis, ocupando lugares de destaque em todas as áreas, ganhando o devido respeito pela sua atuação, no meio jurídico, das ciências, na medicina etc., sem se descurar das suas obri- Fusão Foi consumada em Brasília, no mês de março a fusão entre a ANPAF e UNAFE. O evento aconteceu no auditório da OAB/ DF. Com a União entre as duas associações que passou a denominar-se ANAFE – obteve-se uma força associativa muito representativa do ponto de vista político, fato que auxiliará em muito a luta pelos direitos da categoria perante o Congresso Nacional. Esteveram presentes na solenidade de posse da nova Diretoria o Presidente da APAFERJ, José Marcio Alemany e o Diretor Jurídico Hélio Arruda. Posse Vigência Tomou posse no dia 14 de março o Presidente da OAB/ RJ, Dr. Felipe Santa Cruz. Desejamos ao Presidente reeleito votos de uma gestão plena de êxito e que continue o desenvolvimento de seu trabalho com idéias progressistas construindo uma OAB cada vez mais atuante no âmbito da nossa sociedade política como um todo, na preservação dos nossos MAPA Quem vem se reunindo na sede da APAFERJ são os representantes do MAPA – Movimento dos Advogados Públicos Aposentados. A luta é pela inclusão dos inativos na percepção dos honorários de sucumbência no texto do PL 4254/2015. A APAFERJ não só apóia, como está engajada na luta pela inclusão como as demais associações como a ANPPREV, entre outras, pois se trata de direito constitucionalmente protegido. Flash direitos e garantias individuais. Entrou em vigor o novo Código Civil Brasileiro no dia 18 de março. Trata-se de importante avanço na relação jurídica entre as pessoas naturais, dando celeridade principalmente no que tange ao direito de família. Lançamento A nova edição do livro de autoria de Fernanda Marinela, “Direito Administrativo” traz as alterações ocorridas no direito administrativo, entre elas se destacam as mudanças trazidas pelo Código de Processo Civil e a Lei das Parcerias Vo- PENSAMENTO “Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está passando inutilmente”. Érico Veríssimo luntárias. A obra foi lançada pela editora Saraiva. “Direito Administrativo” foi lançada pela editora saraiva. Mais informações no site www.saraiva.com. br Momento Literário LEIS DO CORAÇÃO Aprendi com meu pai, douto jurista, A seguir os ditames da razão. Ensinou-me minha mãe, mestra altruísta, A cultuar as Leis do Coração Se hoje as Leis dos Homens considero, Não olvidei que o Amor também importa. De um lado ouço o Magistrado austero, De outro lembro a Professora morta. E ingressei no Tribunal da Vida, Seguindo do meu pai o pensamento, Sem esquecer da minha mãe querida. Quando se faz mais forte a dura lida, Busco refúgio no puro sentimento E volto a combater de fronte erguida! Rosemiro Robinson Silva Junior MARÇO-ABRIL • 2016 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br Shakespeare, o Gênio Que Superou o Tempo William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1564 — Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1616) foi um poeta,dramaturgo e ator inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon" (ou simplesmente The Bard, "O Bardo"). De suas obras, incluindo aquelas em colaboração, restaram até os dias de hoje 38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e mais alguns versos esparsos, cujas autorias, no entanto, são ainda disputadas. Suas peças foram traduzidas para todas as principais línguas modernas e são mais encenadas que as de qualquer outro dramaturgo. Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permanecem vivos até os nossos dias, sendo revisitados com frequência, especialmente no teatro, na televisão, no cinema e na literatura. Shakespeare nasceu e foi criado em Stratford-upon-Avon. Aos 18 anos, segundo alguns estudiosos, casou-se com Anne Hathaway, que lhe concedeu três filhos: Susanna, e os gêmeos Hamnet e Judith. Entre 1585 e 1592 William começou uma carreira bem-sucedida em Londres como ator, escritor e um dos proprietários da companhia de teatro chamada Lord Chamberlain's Men, mais tarde conhecida como King's Men. Acredita-se que ele tenha retornado a Stratford em torno de 1613, morrendo três anos depois. Restaram poucos registros da vida privada de Shakespeare, e existem muitas espe- culações sobre assuntos como a sua aparência física, sexualidade, crenças religiosas, e se algumas das obras que lhe são atribuídas teriam sido escritas por outros autores. Shakespeare produziu a maior parte de sua obra entre 1590 e 1613. Suas primeiras peças eram principalmente comédias e obras baseadas em eventos e personagens históricos, gêneros que ele levou ao ápice da sofisticação e do talento artístico ao fim do século XVI. A partir de então escreveu apenas tragédias até por volta de 1608, incluindo Hamlet, Rei Lear e Macbeth, consideradas algumas das obras mais importantes na língua inglesa. Na sua última fase, escreveu um conjunto de peças classificadas como tragicomédias ou romances, e colaborou com outros dramaturgos. Diversas de suas peças foram publicadas, em edições com variados graus de qualidade e precisão, durante sua vida. Em 1623, John Heminges and Henry Condell, dois atores e antigos amigos de Shakespeare, publicaram o chamado First Folio, uma coletânea de suas obras dramáticas que incluía todas as peças (com a exceção de duas) reconhecidas atualmente como sendo de sua autoria. Shakespeare foi um poeta e dramaturgo respeitado em sua própria época, mas sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra hoje no século XIX. Os românticos, especialmente, aclamaram a genialidade de Shakespeare, e os vitorianos idolatraram-no como um herói, com uma reverência que George Bernard Shaw chamava de "bardolatria". No século XX sua obra foi adotada e redescoberta repetidamente por novos movimentos, tanto na academia e quanto na performance. Suas peças permanecem extremamente populares hoje em dia e são estudadas, encenadas e reinterpretadas constantemente, em diversos contextos culturais e políticos, por todo o mundo. William Shakespeare era filho de John Shakespeare, um bem-sucedido luveiro e sub-prefeito de Stratford (depois comerciante de lãs), vindo de Snitterfild, e Mary Arden, filha afluente de um rico proprietário de terras. Embora a sua data de nascimento seja desconhecida, admite-se a de 23 de Abril de 1564 com base no registro de seu batizado, a 26 do mesmo mês, devido ao costume, à época, de se batizarem as crianças três dias após o nascimento. Shakespeare foi o terceiro filho de uma prole de oito e o mais velho a sobreviver. Muitos concordam que William foi educado em uma excelente grammar schools da época, um tipo de preparação para a Universidade. No entanto, Park Honan conta, em Shakespeare, uma vida, que John foi obrigado a tirá-lo desta escola, quando William deveria ter quinze ou dezesseis anos (algumas fontes citam doze anos). Na década de 1570 John passou a ter um declínio econômico que o impossibilitou junto aos credores e da sociedade. Acredita-se que, por causa disso, o jovem Shakespeare possuiu uma formação colegial incompleta. Segundo certos biógrafos, Shakespeare precisou trabalhar cedo para ajudar 14 a família, aprendendo, inclusive, a tarefa de esquartejar bois e até abater carneiros. Em 1582, aos 18 anos de idade, casou-se com Anne Hathaway, uma mulher de 26 anos, que estava grávida. Há fontes que dizem que Shakespeare queria ter uma vida mais favorável ao lado de uma esposa rica. O casal teve uma filha, Susanna, e dois anos depois, os gêmeos Hamnet e Judith. Após o nascimento dos gêmeos, há pouquíssimos vestígios históricos a respeito de Shakespeare, até que ele é mencionado como parte da cena teatral de Londres em 1592. Devido a isso, estudiosos referem-se aos anos de 1586 a 1592 como os Anos perdidos de Shakespeare. As tentativas de explicar por onde andou William Shakespeare durante esses seis anos foram o motivo pelo qual surgiram dezenas de anedotas envolvendo o dramaturgo. Nicholagas Rowe, o primeiro biógrafo de Shakespeare, conta que ele fugiu de Stratford para Londres devido a uma acusação envolvendo o assassinato de um veado numa caça furtiva, em propriedade alheia (provavelmente de Thomas Lucy). Outra história do século XVIII é a de que Shakespeare começou uma carreira teatral com os Lord Chamberlains. O Globe Theatre, com a restauração moderna de 1996 Foi em Londres onde se atribui a Shakespeare seus momentos de maiores oportunidades para destaque. Não se sabe de exato quando Shakespeare começara a escrever, mas alusões contemporâneas e 15 registros de performances mostram que várias de suas peças foram representadas em Londres em 1592. Neste período, o contexto histórico favorecia o desenvolvimento cultural e artístico, pois a Inglaterra vivia os tempos de ouro sob o reinado da rainha Elizabeth I. O teatro deste período, conhecido como teatro elisabetano, foi de grande importância e primor para os ingleses da alta sociedade. Na época, o teatro também era lido, e não apenas assistido e encenado. Havia companhias que compravam obras de autores em voga e depois passavam a vender o repertório às tipografias. As tipografias imprimiam os textos e vendiam a um público leitor que crescia cada vez mais. Isso fazia com que as obras ficassem em domínio público. Biógrafos sugerem que sua carreira deve ter começado em qualquer momento a partir de meados dos anos 1580. Ao lado do The Globe, haveria um matadouro, onde aprendizes do açougue deveriam trabalhar. Ao chegar em Londres, há uma tradição que diz que Shakespeare não tinha amigos, dinheiro e estava pobre, completamente arruinado. Segundo um biógrafo do século XVIII, ele foi recebido pela companhia, começando num serviço pequeno, e logo fora subindo de cargo, chegando provavelmente à carreira de ator. Há referências que apresentam Shakespeare como um cavalariço. Ele dividiria seu emprego entre tomar conta dos cavalos dos espectadores do teatro, atuar no palco e auxiliar nos bastidores. Segundo Rowe, Shakespeare entrou no teatro como ponto, encarregado de avisar os atores o momento de entrarem em cena. O então cavalariço provavelmente tinha vontade mesmo era de atuar e de escrever. JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br Seu talento limitante como ator teria o inspirado a conhecer como funcionava o teatro e seu poeta interior foi floreando, floreando, foi lembrando-se dos textos dos mestres dramáticos da escola, e começou a experimentar como seria escrever para o teatro. Desde 1594, as peças de Shakespeare foram realizadas apenas pelo Lord Chamberlain's Men. Com a morte de Elizabeth I, em 1603, a companhia passou a atribuir uma patente real ao novo rei, James I da Inglaterra, mudando seu nome para King's Men (Homens do Rei). Todas as fontes marcam o ano de 1599 como o ano da fundação oficial do Globe Theatre. Fundado por James Burbage, ostentava uma insígnia de Hércules sustentando o globo terrestre. Registros de propriedades, compras, investimentos de Shakespeare o tornou um homem rico. William era sócio do Globe, um edifício que tinha forma octogonal, com abertura no centro. Não existia cortina e, por causa disso, os personagens mortos deveriam ser retirados por soldados, como mostra-se em Hamlet. Inclusive, todos os papéis eram representados pelos homens, sendo os mais jovens os encarregados de fazerem papéis femininos. Em 1597, fontes dizem que ele comprou a segunda maior casa em Stratford, a New Place. De 1601 a 1608, especula-se que ele esteve motivado para escrever Hamlet, Otelo e Macbeth. Em 1613, O Globe Theatre foi destruído pelo fogo. Alguns biógrafos dizem que foi durante a representação da peça Henry VIII. Shakespeare teria estado bem cansado e por esse motivo resolveu desligar-se do Globe e voltar para Stratford, onde a família o esperava. Após 1606-7, Shakespeare escreveu peças menores, que jamais são atribuídas como suas após 1613. Suas últimas três obras foram colaborações, talvez com John Fletcher, que sucedeu-lhe com o cargo de dramaturgo no King's Men. Escreveu a sua última peça, A Tempestade terminada somente em 1613. Em Stratford, a tumba de Shakespeare. Então, Rowe foi o primeiro biógrafo a dizer que Shakespeare teria voltado para Stratford algum tempo antes de sua morte; mas a aposentadoria de todo o trabalho era rara naquela época; e Shakespeare continuou a visitar Londres. Em 1612, foi chamado como testemunha em um processo judicial relativo ao casamento de sua filha Susanna. Em março de 1613, comprou uma gatehouse no priorado de Blackfriars; a partir de novembro de 1614, ficou várias semanas em Londres ao lado de seu genro John MARÇO-ABRIL • 2016 Hall. William Shakespeare morreu em 23 de Abril de 1616, mesmo dia de seu aniversário. Susanna havia se casado com um médico, John Hall, em 1607, e Judith tinha se casado com Thomas Quiney, um vinificador, dois meses antes da morte do pai. A morte de Shakespeare envolve mistério ainda hoje. No entanto, é óbvio que existam diversas anedotas. A que mais se propagou é a de que Shakespeare estaria com uma forte febre, causada pela embriaguez. Recebendo a visita de Ben Jonson e de Michael Drayton, Shakespeare bebeu demais e, segundo diversos biógrafos, seu estado se agravou. Admite-se que Shakespeare deixou como herança sua segunda melhor cama para a esposa. Sabe-se, entretanto, que a "second best bed", no testamento, é simplesmente a cama de casal, sendo a melhor cama, conforme os costumes da época, a do quarto de hóspedes. Ao que parece, o testamento não teria sido redigido pelo dramaturgo, que só o assinou; certas expressões religiosas fizeram recentemente descobrir-se que se trata de uma fórmula legal, então em uso e até prescrita. Em sua vontade, ele deixou a maior parte de sua propriedade à sua filha mais velha, Susanna. Essa herança intriga biógrafos e estudiosos porque, afinal, como Anne Hathaway aguentaria viver mais ou menos vinte anos cuidando de seus filhos, enquanto Shakespeare fazia fortuna em Londres? O escritor inglês Anthony Burgess tem uma explicação ficcional sobre esse assunto. Em Nada como o Sol, um livro de sua autoria, ele cita Shakespeare espantado em um quarto diante de seu irmão Richard e de sua esposa Anne; estavam nus e abraçados. MARÇO-ABRIL • 2016 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br Aniversariantes de Março 16 17 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br MARÇO-ABRIL • 2016 Aniversariantes de Abril MARÇO-ABRIL • 2016 19 de Abril dia do Índio Comemoramos todos os anos, no dia 19 de Abril, o Dia do Índio. Esta data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto lei número 5.540. Mas por que foi escolhido o 19 de abril? Para entendermos a data, devemos voltar para 1940. Neste ano, foi realizado no México, o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste continente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do even- to, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”. No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que depois foi escolhido, no continente americano, como o Dia do Índio. Neste dia do ano ocorrem vários eventos dedicados à valorização da cultura indígena. Nas escolas, os alunos costumam fazer pesquisas sobre a cultura indígena, os museus fazem exposições e os municípios organizam festas comemorativas. Deve ser também um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais. Devemos lembrar também, que os índios já habitavam nosso país quando os portugueses aqui chegaram em 1500. Desde esta data, o que vimos foi o desrespeito e a diminuição das populações indígenas. Este processo ainda ocorre, pois com a mineração e a exploração dos recursos naturais, muitos povos indígenas estão perdendo suas terras. Dia Internacional da Mulher O dia 8 de março é o resultado de uma série de fatos, lutas e reivindicações das mulheres (principalmente nos EUA e Europa) por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos, que tiveram início na segunda metade do século XIX e se estenderam até as primeiras décadas do XX. No dia 8 de março de 1857, trabalhadores de uma indústria têxtil de Nova Iorque fizerem greve por melhores condições de trabalho e igualdades de direitos trabalhistas para as mulheres. O movimento foi reprimido com violência pela polícia. Em 8 de março de 1908, trabalhadoras do comércio de agulhas de Nova Iorque, fizeram uma manifestação para lembrar o movimento de 1857 e exigir o voto feminino e fim do trabalho infantil. Este movimento também foi reprimido pela polícia. No dia 25 de março de 1911, cerca de 145 trabalhadores 18 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br (maioria mulheres) morreram queimados num incêndio numa fábrica de tecidos em Nova Iorque. As mortes ocorreram em função das precárias condições de segurança no local. Como reação, o fato trágico provocou várias mudanças nas leis trabalhistas e de segurança de trabalho, gerando melhores condições para os trabalhadores norte-americanos. Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem ao movimento pelos direitos das mulheres e como forma de obter apoio internacional para luta em favor do direito de voto para as mulheres (sufrágio universal). Mas somente no ano de 1975, durante o Ano Internacional da Mulher, que a ONU (Organização das Nações Unidas) passou a celebrar o Dia Internacional da Mulher em 8 de março. Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história. Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo. Literatura Jurídica Recebemos e agradecemos o livro intitulado “VINTE ANOS DEPOIS uma saga judicial”, da lavra do nosso ilustre associado, Dr. FRANCISCO FIORI NETO, abordando, de modo erudito e minucioso, os seguintes temas: 1. Crime Ambiental. 2. Transação Penal. 3. Trâmite processual e 4. Postura Social. O referido livro enriquece, inegavelmente, o elenco das numerosas e importantes obras do Dr. FIORI, relatando a atuação firme e competente de profissional que enobrece a Advocacia Pública Federal e honra a APAFERJ. Receba, Dr. FIORI, as nossas mais efusivas e sinceras congratulações, na expectativa de que novos e brilhantes textos brotarão de seu privilegiado cérebro, ampliando o tesouro da cultura jurídica brasileira. JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 19 APAFERJ R. Álvaro Alvim, 21/2º andar. CEP: 20031-010. Centro. Rio de Janeiro - Sede Própria e-mail: [email protected] portal: www.apaferj.org.br Tel/Fax: (21)2532-0747 2240-2420 TRIÊNIO 2014 / 2016 DIRETORIA Presidente - José Marcio Araujo de Alemany Vice-Presidente - Rosemiro Robinson Silva Junior Diretor Administrativo - Miguel Carlos Melgaço Paschoal Diretor Administrativo Adjunto - Maria Auxiliadora Calixto Diretor Financeiro - Fernando Ferreira de Mello Diretor Financeiro Adjunto - Dudley de Barros Barreto Filho Diretor Jurídico - Hélio Arruda Diretor Cultural - Carlos Alberto Mambrini Diretor de Patrimônio - Rosa Maria Rodrigues Motta Diretor de Comunicação Social - Antonio Carlos Calmon N. da Gama CONSELHO REVISOR NATOS: 1. Wagner Calvalcanti de Albuquerque 2. Rosemiro Robinson Silva Junior TITULARES: 1. Allam Cherém Soares 2. Edson de Paula e Silva 3. Emygdio Lopes Bezerra Netto 4. Fernando Carneiro 5. Francisco Pedalino Costa 6. Luiz Carlos de Araujo 7. Mariade Lourdes Caldeira 8. Newton Janote Filho 9. Sylvio Mauricio Fernandes 10. Tomaz José de Souza SUPLENTES: 1. Alzira Matos Oliveira da Silva 2. Petrónio Lima Cordeiro 3. Sylvio Tavares Ferreira CONSELHO FISCAL TITULARES: 1. José Carlos Damas 2. Waldyr Tavares Ferreira SUPLENTES: 1. Carlos Cavalcanti de A. Ramos 2. Maria Conceição Ferreira de Medeiros Jornal da APAFERJ Editor Responsável: Carlos Alberto Pereira de Araújo Reg. Prof.: 16.783 Corpo Editorial: Antonio Calmon da Gama, Carlos Alberto Mambrini, Fernando Ferreira de Mello, Miguel Carlos Paschoal, Rosemiro Robinson Silva Junior. Supervisão Geral: José Márcio Araújo de Alemany Editoração e Arte: Jane Fonseca - [email protected] Impressão: Monitor Mercantil Tiragem: 2.000 exemplares Distribuição mensal gratuita. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas, desde que citadas as fontes. MARÇO-ABRIL • 2016 ANIVERSARIANTES DE ABRIL 02 - Hercy Rodrigues da Silveira - Mpas 02 - Levi Santos de Avellar - Mpas 06 - Helio de Oliveira - Inss 07 - Jairo Fernandes Garcia Filho - Inss 07 - Julia Maria de Afonso Ferreira - Inpi 07 - Vania Lins de Albuquerque - Agu 08 - Adilson Vasconcellos - Uff 08 - Adonis Barbosa Escorel - Inss 09 - Branca Maria de Mello Franco - Agu 10 - Herta Curtinhas - Agu 10 - Maria Valquiria Teixeira Mendes M. Saúde 11 - José Rubens Rayol Lopes - Ufrj 12 - Eunice Alvim Braga - M. Saúde 12 - Leila Andrade Ogassavara - Inss 13 - José Marcio Araújo de Alemany Mpas 13 - Miguel Jose de Souza Lobato - Funarte 14 - Ilma Ribeiro Borré - Inss 15 - Ana Maria de Carvalho - Inss 15 - Eunice Azevedo - Mpas 15 - Gilberto Fernandes Alves - Agu 16 - Cyro Marcos Coutinho J. Silva - Agu 17 - Luiz Augusto G. de M. Franco - Agu 19 - Luiz Fernando de Almeida Lopes M.faz. 19 - Lydia Castelo B. M. de S. Barros Ibge 20 - Gerson de Magalhães Monteiro Inss 20 - Lucilia Curvello Baptista - Inmetro 21 - Decio Mendes dos Santos - Inss 21 - Victor Hugo da Silva Pinhão - Inpi 22 - Antonio Roberto dos S. Macedo Ufrrj 24 - Renato José B. Magalhães - Cefet 26 - Maria Rita Bueno Nunes - Inss 28 - Gracirene Pessôa Levy - M. Saúde 28 - Rejane Lago de Castro - Agu 29 - Fernando Hugo da Cunha - M.tranp 29 - Tiane Brasil Corrêa da Silva - Agu 01 - Ana Maria Cherulli - Funarte 02 - Joaquim Ribeiro de Souza - M.faz 02 - Laurinda Mendes F. de Oliveira M.faz 03 - Luiz Antonio da Costa Nobrega M.transp 04 - Antoinette Lacerda de Oliveira - Agu 04 - Maria Lucia Santiago - Inss 04 - Zuleika Martins Ribeiro - Inss 05 - Maria Candida F. de M. N. Rude C.P.II 07 - Porfirio José R. Serra de Castro M.transp 10 - José Renato de A. Fernandes - Ibge 10 - Marlene Campos de B. Cavalcanti Inss 10 - Mauricio Antonio de M. Filho - Agu 10 - Sylvio Tavares Ferreira - Mpas 11 - Arnaldo Gomes de Almeida Filho M.faz. 12 - Luciene Saldanha A. Ribeiro - Agu 13 - Ivone Sá Chaves - Inss 13 - Maria Luiza Müller do E. Santo M.faz 14 - Bento Rubens do B. Pimentel - Inss 14 - Carlos Alberto P. da Silva - M.faz 15 - Adelaide Trancoso de C. Pereira Agu 15 - Allam Cherém Soares - M.faz 15 - Petrônio Lima Cordeiro - Inss 16 - Maria Soares de Faria - Inss 17 - Jory França - Ibge 17 - Renato Augusto Diniz Pinheiro - Agu 17 - Suzana França Wentzel - Agu 18 - Clotildes do Amaral L. G. Leite Cnen 18 - Lucia Carmen T. Gonçalves - Agu 18 - Vanda Valloni - Inmetro 20 - Carlos Alberto H. Rodrigues - Agu 20 - João Henrique Correa Mello - Agu 21 - Maria da Graça Martins Santos Agu 22 - Jorge Costa Pires - Incra 22 - Marcelo Francisco F. de Castro Agu 22 - Vania Palmeira Tamussino - M.faz 23 - Anna Maria Da Fontoura Xavier Embratur 24 - Edgard Pinheiro Dias Filho M.tranp 24 - Malvina Leitão Fischpan - Agu 25 - Anderson Claudino Da Silva - Agu 25 - Edson Alves de Oliveira - Inss 26 - Antonio Christiano Cavalcanti M.tranp 27 - Maria de Fátima Salles Teixeira Agu 28 - Gilberto Gancz - Unirio/Agu 28 - Romulo Luiz De Souza - Ufrj 29 - Eduardo Jayme Esposel - Agu 29 - Jacinto de Lucca - M.transp 29 - Maria Delba dos S. Monteiro Inss 29 - Marilia Bodstein Braga - Embratur 29 - Maximino Valeriano da Costa M.transp 29 - Vera Mª. Mol de Souza G. Pimentel - Mog 30 - Mauro Barcellos Filho - Agu 30 - Rodrigo Mascarenhas Monteiro Ibge 31 - Oswaldo Mattos - M.transp ANIVERSARIANTES DE MAIO Na última terça-feira do mês vamos fazer uma festa para comemorar o seu aniversário COMPAREÇA! Com a sua presença haverá mais alegria e confraternização. PEÇO A PALAVRA Rosemiro Robinson S. Junior Vice-Presidente M 20 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br • 2016 MARÇO-ABRIL 2016 eus caros e fiéis leitores: como é notório, tendo sido aparentemente posta de lado a PEC nº 443/2009, a PEC da Redenção, aprovada por votação expressiva e inconteste, no primeiro turno, no ano passado, na Câmara dos Deputados e, injustificadamente, teve o seu prosseguimento obstado, a APAFERJ se concentrou no estudo do PL nº 4.254/2015, que contém sugestivas benesses em favor dos Advogados Públicos Federais, dentre elas o rateio dos honorários de sucumbência, devidos àqueles Advogados, ex vi de determinação inserta no Novo Código de Processo Civil, que entrou em vigor no dia 18 de março. Preliminarmente, é de ressaltar que, pessoalmente, não via com bons olhos a referida concessão dos honorários de sucumbência, nem a permissão para o exercício da Advocacia Privada, porquanto a aprovação de tais benefícios redundaria na extinção do tratamento isonômico em relação aos membros do Ministério Público Federal, tese que secularmente tenho defendido, posto que o aludido tratamento isonômico está lastreado na Constituição, na lógica, na história e na realidade fática. Certa vez, escrevi um texto em que mencionava Euclides, o monumental geômetra grego, que conceituou a reta como o caminho mais curto entre dois pontos e, De Razão e Emoção no meu entendimento, seria mais adequado lutarmos por um subsídio igual aos dos Procuradores da República, do que pugnarmos por acréscimos que, apesar de válidos, alongariam a estrada e, a par disso, afastariam qualquer pretensão isonômica. Contudo, inobstante a minha rejeição pessoal, jamais escrevi contra os anseios dos meus colegas, porque acreditava que as almejadas benesses alcançariam os Procuradores ativos, inativos e pensionistas, sem qualquer distinção ou discriminação, crença que se esfarelou quando veio a lume o supracitado PL, excluindo os inativos e pensionistas do rateio dos honorários de sucumbência e, o que é pior, mercê de acordo firmado com o Governo Federal por Entidades representativas dos Advogados Públicos Federais, com exceção da APAFERJ e da ANPPREV, que, desde o primeiro momento, se posicionaram contra a referida exclusão. Regularmente, atendendo aos convites do eminente Dr. Fernando Luiz Albuquerque Faria, Advogado-Geral da União Substituto, tenho viajado a Brasília, acompanhando o Dr. José Marcio Araújo de Alemany, Presidente desta Entidade, para participar de reuniões cujo tema recorrente tem sido o PL nº 4.254/2015, principalmente quando ao rateio dos honorários de sucumbência, no firme propósito, expressado pela APAFERJ e ANPPREV, de inclusão dos inativos e pensionistas, com lastro no artigo 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003. Num desses encontros, constatei a intenção mani- Et prius de personis videamos. Nam parum est jus nosce, si personae, quarum causa constitutum est, ignorentur (Institutas 1.2.12) “Vejamos antes as pessoas. Pois é conhecer pouco o Direito, se desconhecemos as pessoas, em razão das quais ele foi instituído”. festada por alguns jovens Procuradores de deixar fora do PL os inativos e pensionistas, baseados em frágeis e estapafúrdias alegações, sendo uma delas a de que a pretendida inclusão resultaria na diminuição do quantum a ser pago aos Procuradores Ativos, estes, sim, plenamente merecedores do plus oferecido pelo Governo Federal. Registre-se que o quantum fixado é sumamente aleatório, pois não conhecemos a metodologia empregada para se chegar ao valor fixado. De outra parte como se trata de verba privada, devida totalmente aos Advogados Públicos Federais, torna-se incompreensível para mim que o Estado que, por longos anos, se apropriou de tal verba, sem destinar um único centavo aos referidos Advogados, pretenda ainda tirar expressivo naco da aludida verba, afrontando, na minha opinião, os ditames do Novo Código de Processo Civil. Com efeito, se anteriormente inexistia norma específica determinando a destinação dos honorários de sucumbência aos Advogados Público Federais, atualmente vigora norma legal expressa e cristalina, impedindo, em decorrência, que o Estado permaneça se apropriando da mencionada verba, mesmo que em parte. Trata-se, s.m.j,. de flagrante ilegalidade, ainda mais porque se configura, in casu, verba privada, ou seja, inocorrerá qualquer ônus para o Erário caso destine tal verba, integralmente, aos seus legítimos destinatários. Voltando àquela reunião em que se prenunciava a humilhante e iníqua derrota dos Procuradores inativos, coube-me o inexcedível prazer de ouvir emocionante e emocionado discurso do Dr. José Marcio Araújo de Alemany, Presidente da APAFERJ, defendendo a incondicional inclusão daqueles Procuradores, manifestação que, certamente, atingiu as mentes e os corações dos participantes, tanto que, após breve reunião dos dirigentes das Entidades, foi aprovada, por unanimidade a inclusão dos Procuradores inativos no rateio dos honorários de sucumbência, mantendo-se, lamentavelmente, a exclusão das pensionistas, as quais, a meu ver, também deveriam receber igual tratamento. Quando falava, após o brilhante pronunciamento do Dr. Marcio Alemany, fui aparteado por um jovem Procurador, impecável no seu terno escuro e com uma barba que mascarava a sua juventude, sustentando ele que o Advogado, no exame dos assuntos, deve cingir-se à Razão, deixando de lado quaisquer outros sentimentos, que não teriam nenhu- ma importância para obtenção do resultado. Respondi-lhe que o desempenho do Advogado deve lastrear-se na Razão e na Emoção, porquanto o uso exclusivo da Razão, robotiza os indivíduos, deixa-os de antolhos, incapazes de vislumbrar novos caminhos. Lembrei a magnífica expressão de Virgílio de Sá Pereira, em importante julgado no Supremo Tribunal Federal: “Soberana não é a lei, soberana é a vida”. Na realidade, a lei é feita por homens, é interpretada por homens e a homens é aplicada. Assim, nenhum ato humano, principalmente quando praticado na área jurídica, pode prescindir da Emoção, o divino combustível que alimenta os sonhos e as aspirações dos seres humanos. Consoante afirmei em artigo recentemente publicado, a APAFERJ lutará até o fim na defesa dos legítimos direito dos Procuradores aposentados e, assim agindo, preservará também os direitos dos Procuradores que estão em atividade e que são os aposentados de amanhã, repelindo sempre qualquer distinção descabida ou discriminação odiosa, construindo pontes e destruindo muros. Após a reunião, conversamos e o jovem Procurador me disse que ficou vivamente impressionado com a comovente manifestação do Dr. Marcio Alemany e com a minha firme defesa dos direitos dos Procuradores aposentados, prometendo-me rever o radicalismo de seus conceitos, e declarando, na oportunidade, considerar-se um admirador da inarredável e veemente postura da APAFERJ.
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