Page 1 4 A VOZ DA FASDERBRA BELO HORIZONTE, ABRIL DE
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4 A VOZ DA FASDERBRA BELO HORIZONTE, ABRIL DE 2013 Ex-presidente vê muitos desafios para a categoria Lineu Mazano afirma que resistência da Fasderbra tem sido fundamental para os DERs Presidente da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo - FESSP-ESP, secretário geral da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e também integrante da diretoria da FASDERBRA, Lineu Neves Mazano tem uma larga experiência como dirigente sindical, inclusive na presidência da nossa entidade. Na entrevista concedida ao "A Voz...", ele mantém os pés no chão e enxerga muitos desafios a serem transpostos pela categoria em nível nacional, diante dos fenômenos vividos por ela nas últimas décadas, que só ampliaram o abandono a que fora jogada pelos governos dos estados e do país. A Voz...: Você dirigiu a FASDERBRA em que período? Lineu Mazano: De novembro de 1996 a 2002. A Voz...: Quais as maiores dificuldades que você enfrentou na direção da entidade? LM: As dificuldades foram em avançar na organização sindical dos servidores nos DERs do Brasil. Uma das barreiras é a ausência da consciência de classe que ainda domina a maioria dos trabalhadores brasileiros, em especial os servidores públicos. Outra dificuldade foi a falta de recursos para desenvolver as ações que se faziam necessárias à época. A Voz...: Como foi que você conseguiu recursos? LM: Durante o meu mandato não consegui recursos extraordinários, a não ser a contribuição dos sindicatos filiados, que sempre se fizeram presentes nas reuniões regionais, anuais e nos congressos que foram realizados todos os anos. Portanto, nos autofinanciávamos por meio dos recursos dos sindicatos, pelos recursos dos participantes ou com alguns recursos de apoio da CSPB. A Voz..: Houve outra fonte de recursos para o projeto de formação sindical? LM: Não. Foram elaborados vários pro- jetos, apresentados para a Central Sindical da qual fazíamos parte (CAT), que sempre contribuiu com palestrantes. Em especial, elaboramos projetos que foram apresentados ao Ministério do Trabalho, de qualificação profissional, sem nenhum resultado positivo. minha época “ Naos DERs eram menos sucateados do que hoje, mas foi difícil ” A Voz...: Quais as maiores diferenças entre os DERs da época que você dirigiu a FASDERBRA para os de hoje? LM: Os DERs estavam menos sucateados, mas já avançavam nas terceirizações dos serviços, e o início das concessões rodoviárias foi uma época de congelamento salarial. Portanto, foi um período muito difícil devido ao enfrentamento das reformas previdenciária e administrativa, aprovadas no governo FHC. A Voz..: Faça as suas considerações finais sobre a FASDERBRA e DERs. LM: A FASDEBRA sempre desenvolveu o seu papel. Nas últimas duas décadas as ações encaminhadas pela FASDEBRA foram fundamentais na resistência da desestruturação total dos DERs. Sem tais ações, talvez muitos outros estados, além de Goiás e Amazonas, teriam extinguido nossos órgãos. A Voz...: Fale sobre esse fenômeno da terceirização, comum a praticamente todos os DER"s do Brasil. LM: A terceirização tem trazido graves problemas para a Administração Pública, em especial para os DERs do Brasil. A finalidade dos DERs exige função técnica, e com o sucateamento dos órgãos, tido como solução à terceirização, a qualidade dos serviços está cada vez mais prejudicada, tendo os custos elevados e, como conseqüência disso, a precarização do trabalho. A Voz...: Quais as políticas públicas você considera importantes para que esses órgãos sejam revigorados? LM: Todos os DERs do Brasil precisam passar por um processo de reestruturação, modernizando a sua estrutura, adequandose à legislação atual, promovendo abertura de concurso público para contratação de pessoal e capacitando os servidores tecnicamente. Não só com o objetivo de aten- terceirização “ Atem trazido vários problemas para os DERs do Brasil ” der as necessidades de cada atribuição, mas no resgate da capacidade técnica dos nossos DERs que corresponderam sempre para o desenvolvimento do Brasil através de nossas rodovias. A Voz...: Em sua opinião, em quê a efetivação da Convenção 151 da OIT pode contribuir com a organização dos trabalhadores públicos? LM: A Convenção 151 da OIT define os princípios mais importantes na relação de trabalho dos servidores públicos que garante: - A organização sindical dos servidores públicos; - O instituto da negociação coletiva; - O pleno exercício do direito de greve; e - A liberdade e a autonomia do exercício do mandato sindical classista.
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