Avaliação da Aptidão Cardiorrespiratória
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Avaliação da Aptidão Cardiorrespiratória
Avaliação da Aptidão Cardiorrespiratória VO2 Máximo • Depende do estado funcional do sistema respiratório, cardiovascular e dos músculos esquelé>cos • É um indicador do estado de saúde: – Baixos níveis de VO2 estão associados à morte prematura por todas as causas, especialmente por doenças cardiovasculares – Elevados níveis de VO2 reduzem o risco de morte por todas as causas – VO2 elevado está associado a elevados níveis de AF (relacionados com muitos beneLcios sobre a saúde) Conceito de VO2máx • É a medida critério da ap>dão cardiorrespiratória • Indica a capacidade do sistema cardiovascular em transportar O2 para os músculos a>vos – VO2máx: DC x Dif (A-‐V O2) • DC: Débito Cardíaco (litros de sangue/min)-‐ CENTRAL • Dif (A-‐V O2): Diferença Artero-‐Venosa de O2 (ml O2/l sangue)-‐ PERIFÉRICO Métodos de Avaliação do VO2máx § Direto: espirometria § Medição do oxigénio consumido e do CO2 produzido § Indireto: § Es>mar o VO2 através de indicadores como a distância percorrida, duração de teste e Frequência Cardíaca,... Métodos de Avaliação do VO2máx § Máximo: § Até a exaustão (fadiga) § Podem requerer presença médica e equipamentos de emergência (desfibrilador) § Submáximo: § Até a>ngir determinados parâmetros fisiológicos (ex. 80% da FC máxima teórica) § Frequentes em ambientes de ginásios (segurança) § Obje>vo: usar os resultados para es>mar o VO2máx § Sugere-‐se a u>lização de outros indicadores (FC, TA, workload, escala subje>va de esforço e outras informações sobre a resposta funcional § Estas informações podem ser usadas para avaliar as respostas submáximas ao longo do tempo no ambiente de treino § A escolha depende das razões da realização do teste, recursos Lsicos e humanos (técnicos) Métodos de Avaliação do VO2máx • As es>ma>vas do VO2 a par>r da FC num teste submáximo são baseadas nas seguintes afirmações: – O steady-‐state da FC é ob>da para cada patamar de trabalho e é consistente nos diferentes dias de treino – A relação entre FC e Patamar de trabalho é linear – A carga de trabalho máxima é indicador do VO2máx – Os sujeitos não usam medicamentos que alteram a FC Métodos de Avaliação • Testes de Campo: – – – – Teste de Cooper (12 minutos) 1,5 Mille (2,41 km) Rockport One-‐Mile Fitness Test 6-‐minute walk • Testes em Passadeira: – Caminhada de 3 km • Testes em Cicloergómetros: – Astrand-‐Rhyming test – YMCA • Testes do degrau (step-‐test): – Chester step test Cooper 12 min • Teste de corrida/caminhada durante 12 minutos • População alvo: – Pessoas com condicionamento elevado (atletas) – Ambos os sexos • Metodologia: o avaliado deve correr ou caminhar sem interrupção o tempo de 12 minutos • Será registada a distância percorrida nesse tempo e aplicada a fórmula: – VO2máx. = (D -‐ 504) / 45 • D = distância percorrida em metros • Exemplo: – Distância percorrida = 3000 metros – VO2máx ml(kg.min)-‐1 = (3000 – 504)/45 = 55,47 Astrand-‐Rhyming • Equipamento necessário: bicicleta, frequência cardíaca e relógio • Duração de 6 min (+ 3 ou 4 min) • Velocidade de pedalada: 50 rpm • Resistência oferecida: ajustar de acordo com a idade (1o min de aquecimento = 75w) • O obje>vo é obter valores de frequência cardíaca entre 125 e 170 bpm • Registrar a medida no final do minuto nº 5 e 6 (steady-‐ state) – A média da FC destes 2 minutos é usada para es>mar o VO2 a parir do nomograma • A carga selecionada deve elevar a FC entre 130-‐160bpm • Se após 2 minutos de pedalada a FC não es>ver na zona recomendada, deve-‐se ajustar a carga em 25 waqs • Deve-‐se mul>plicar o valor do VO2 por 1000 e dividir pelo peso corporal (kg) para determinar o VO2 máximo rela>vo Idade Homens Mulheres Menos de 35 anos 100-150 100-125 Entre 35 e 55 100-125 75-100 Mais de 55 75-100 50-75 Exemplo: Mulher; Peso: 66 kg FC no últimos 2 minutos: 152 bpm Potência: 300 watts VO2máx, L: 1,9 (absoluto) VO2máx relativo: 1,9 x 1000 /peso corporal 28,78 ml de O2/kg Protocolo de Caminha 3Km • População Alvo: idosos, obesos, indivíduos pós cirurgia e pacientes cardíacos (indivíduos de baixa ap>dão-‐ VO2máx inferior a 30 ml/kg/ min • Metodologia: Caminhar sempre no plano horizontal a distância de 3 km (Leite, 1985) VO2máx= 0,35 x (Velocidade média em km/h)2 + 7,4 ml (kg.min)-‐1 • Exemplo: Peso = 58 kg, mulher, tempo gasto= 27 minutos • Uniformizar Unidades: • 3 km = 3000 m ÷ 27 = 111,11 m/min x 60 = 6666 ÷ 1000 = 6,66 km/h • VO2máx ml(kg.min)-‐1 = 0,35 x (6,66)² + 7,4 = 22,92 ml (kg.min)-‐1 Chester Step Test • Material: – Monitor de frequência cardíaca – Step – Cadência (música) • Ajustar a altura do step de acordo com a idade e o nível de a>vidade Lsica • Calcular 80% da FCmáx teórica • Velocidade incremental (a cada 2 minutos a cadência aumenta) • Duração máxima: 10 minutos • Teste acaba quando aluno a>ngir 80% da FC máx HOMENS Valores em ml.(kg.min)-1 Faixa Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente 20~29 <25 25~33 34~42 43~52 53> 30~39 <23 23~30 31~38 39~48 49> 40~49 <20 20~26 27~35 36~44 45> 50~59 <18 18~24 25~33 34~42 43> 60~69 <16 16~22 23~30 31~40 41> MULHERES Valores em ml.(kg.min)-1 Faixa Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente 20~29 <24 24~30 31~37 38~48 49> 30~39 <39 20~27 28~33 34~44 45> 40~49 <17 17~23 24~30 31~41 42> 50~59 <15 15~20 21~27 28~37 38> 60~69 <13 13~17 18~23 24~34 35> Avaliação e prescrição do treino cardiovascular • VO2max e FC ü Os valores do VO2 máx estão relacionados com os valores de FC máx Relacao entre %Fcmax e VO2max %VO2 max. %FCmax 28 50 42 60 56 70 70 80 83 100 90 100 Heyward (2004) Contraindicações testes máximos • Indivíduos de qualquer idade com risco moderado (2 ou + fatores de risco de doença das artérias coronárias) • Indivíduos com alto risco, com sintomas de doença cardiovascular, pulmonar ou metabólica conhecida ou desconhecida • Qualquer problema ósseo, muscular, ar>cular… diagnos>cado durante a anamnese que comprometa a realização do teste ACSM, 2002 Critérios de interrupção • • • • • • Início de angina ou sintomas associados Queda significa>va da TAS TAS e TAD elevadas Sinais de ver>gem, palidez, náuseas… Ausência de alterações da FC em diferentes intensidades de esforço Manifestações Lsicas ou verbais de fadiga Prescrição – na prá>ca • Usar equações para es>mar o VO2 max – Usar tabelas • Tabelas que vão de acordo com a idade e sexo – classificar o sujeito fit ou não fit Avaliação e prescrição do treino cardiovascular IMPORTANCIA Níveis baixos de ap>dão cardiorrespiratória tem sido associado com aumento de risco de morte por varias causas, principalmente doença cardiorrespiratória (ACSM,2003) VARIÁVEIS RELACIONADAS COM CONDIONAMENTO CARDIORRESPIRATÓRIA: 1. Frequência Cardíaca (FC) 2. Pressão Arterial (PA) * Importantes na prescrição e controle durante exercício 1. Iden>ficar indivíduos (par-‐q) que precisam de avaliação clínica antes de se submeter a um teste de esforço Avaliação VO2 máx 2-‐ Mensuração em Repouso e Durante o Exercício – Antes do teste de Esforço Físico avaliar: ü Frequência Cardíaca (FC) ü Pressão Arterial (PA) – Testes adicionais que podem fornecer mais informações: ü Nível de colesterol sérico ü Eletrocardiograma (ECG) à obrigatório em caso de o teste de esforço Lsico ter caráter diagnós>co Avaliação VO2máx • Procedimentos ü Informar todos os procedimentos antes do teste (forma correta de realização, detalhes específicos de cada teste ü Informar o avaliado sobre a voz de comando do início e término do teste ü Medir FC e PA ü Realização de aquecimento (principalmente em dias frios), realizando alongamentos e mobilização ar>cular ü Elaboração de ficha de coleta com todas as variáveis que irão ser u>lizadas durante todas as etapas do teste Avaliação VO2 máx ü O avaliador pode ajudar no processo de avaliação ü Es>mular o avaliado a sempre dar o máximo no teste ü Fornecer todas as informações relacionadas ao teste, inclusive a interrupção do teste caso deste sen>r-‐se mal Avaliação da Frequência Cardíaca ü O individuo deve estar em posição confortável (quando avaliada em repouso) ü FC repouso mais adequada é a avaliada no momento em que o individuo acorda, antes que realize movimentos consideráveis Avaliação Frequência Cardíaca • Palpação ü Extremidade dos dedos indicador e médio sobre artéria caró>da ou radial ü Não pressionar por demasiado ü Contar pulsação em 15 segundos e mul>plicar por 4 * É importante avaliação da FC antes, durante e após o teste Avaliação Frequência Cardíaca • Medidores Locais (Frequencímetros) ü São os mais indicados pra avaliação da FC ü Composto por: transmissor, cinta elás>ca e relógio Procedimento: ü Posicionar cinta no processo xifóide (antes molhar com água, álcool ou com gel condutor) ü Ajustar a cinta elás>ca (cuidado para não deixar muito frouxo ou muito apertado) ü Acionar o relógio Avaliação Tensão Arterial • Avaliação da PA ü Durante o teste o aumento da PAS é normal ü Durante o teste há pouca variação da PAD, de forma que, se a variação da PAD for muito grande, o teste deve ser interrompido e o indivíduo deve ser encaminhado para uma avaliação mais precisa Ø Procedimentos de avaliação da PA: ü Requer prá>ca regular e “treinar o ouvido” ü U>lizar preferencialmente o esfigmomanômetro manual/ eletrónico (ver modelos validados e cer>ficados por en>dades credíveis) Avaliação da Tensão Arterial-‐ Manual • Esfigmomanômetro ü O manguito deve ser ajustado no braço esquerdo do avaliado ü Posicionar estetoscópio na artéria braquial do indivíduo, colocando-‐o a outra extremidade nos ouvidos ü Inflar o manguito até aproximadamente 180 ou 200 mmHg, dependendo da PA média do indivíduo. É importante verificar se o manguito está completamente vazio e com válvula travada ü Esvaziar lentamente o manguito, observando o primeiro (componente sistólico) e ul>mo som (componente diastólico) Determinação da Tensão Arterial Avaliação e prescrição do treino cardiovascular • Teste de Índice de Exaustão Percebida (IEP) ü Avaliação subje>va do esforço ü Iden>ficação do nível de fadiga no exercício • Escala de Borg ü Escolher um numero de 6 a 20 que melhor iden>fique o nível de fadiga auto percebida ü FONTOURA, ET AL (2008) Referencias American College Of Sportd Medicine. (2000). Diretrizes dos ACSM Para os Testes de Esforço e Sua Prescrição (6th ed.). USA. American College Of Sports Medicine. Dantas, E. H. (2003). A Prá;ca da Preparação Física (5th ed.). Rio de Janeiro: Shape. McCardle,W., Katch, F. e Katch, V. (2001). Fisiologia do Desempenho: Energia, Nutrição e Desempenho Humano (5th ed.). Rio de Janeiro: Guanaba Koogan. Powers, S. K. e Howley E. T. (2005). Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Conhecimento (5th ed.). Barueri: Manole.