PDF - Instituto Cairbar Schutel

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14.000 EXEMPLARES – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL – DEZEMBRO DE 2014 – ANO 2 – Nº 15
ÁGUA: recurso vital
Veja entrevista com Dr. Raul de Mello Franco Jr. e matéria de Lucas Saber nas páginas 12 e 13.
Foto: http://www.freewallsource.com
USE Bauru realiza Feira do Livro na praça
Data: 6 a 21 de dezembro/14. Horário: das 10 às 21h.
Local: Praça Rui Barbosa, em Bauru (SP)
Fechamento autorizado
Pode ser aberto pela ECT
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Dezembro de 2014
Editorial
O interesse
pessoal
N
as alegrias do Natal, o
sentimento predominante é de gratidão pelas
grandezas do Espiritismo.
Gratidão a Jesus – pela
presença, pela bondade, pela
grandeza – e que se estende a
dois nobres vultos da Doutrina
Espírita: Wallace e Yvonne.
Wallace Leal Rodrigues nasceu
em 11/12/1924, há noventa
anos, portanto. Yvonne Pereira
no dia 24/12/1900. Na presente edição homenageamos
Wallace e na próxima falaremos de Yvonne, este notável
ícone da mediunidade.
Mas a edição de dezembro
está repleta de ótimas reflexões
ao leitor. Desde a matéria de
capa sobre a água e as valiosas
reportagens e notícias. E recomendamos, com ênfase a matéria
constante da página 15, num
interessante e divertido relato
anônimo sobre a velha questão
do interesse pessoal.
Deixamos nosso abraço de
gratidão aos patrocinadores
– graças a eles o jornal mantém-se gratuito –, aos leitores
em geral, às instituições que
distribuem a publicação e aos
articulistas, desejando um Feliz
Natal e muita dedicação ao bem
no Ano Novo! r
O sentido espiritual do Natal
O Natal de Jesus e o Apóstolo de Matão.
Édo Mariani
[email protected]
A
proximamo-nos do NATAL DE JESUS e notamos que as vibrações deixadas por Ele, pela força poderosa
e confortadora de Sua mensagem
de amor, se renovam para a humanidade e a boa semente semeada
por Deus no íntimo de todos os
seus filhos, insuflados por essa força
irresistível se aflora amainando desavenças e malquerenças e os bons
sentimentos vibram paz e alegria
para a grande maioria das criaturas.
Natal é tempo de pensar nos
familiares, nos amigos, no próximo,
perto ou distante, como irmãos espirituais que somos; é o momento
propício e ideal para refletimos sobre o sentido da fraternidade com
aqueles que temos sido sovinas de
afeto e de colaboração com suas necessidades materiais ou espirituais.
É tempo de dizermos “eu te amo”
sem constrangimento para os que
amamos, abraçando-os afetuosamente; é o ensejo de exercitarmos
a aproximação, o reencontro, a confraternização, o perdão com aqueles
que nos desentendemos.
Foi essa força irresistível que
levou Sholem Asch, que confessa ter sido romano no tempo de
Jesus e ter vivido nessa época em
Jerusalém, autor do livro sobre
a vida de Jesus, traduzido por
Monteiro Lobato, com o título
“O NAZARENO”, a descrever
como se sentiu diante de Jesus: “(...)
Confesso que durante o Sermão
da Montanha deixei-me arrastar
pela magia daquele homem. (...) O
pálido rosto do rabi, emoldurado
“
Natal é tempo de
pensar nos familiares, nos
amigos, no próximo,
perto ou distante, como
irmãos espirituais que
somos; é o momento
propício e ideal para
refletimos sobre o sentido
da fraternidade com
aqueles que temos sido
sovinas de afeto e de
colaboração com suas
necessidades materiais ou
espirituais.
na barba moça, o corpo frágil, a
expressão de infinita piedade, tudo
me tocou e senti-me com Ele. E Eu
ainda pressentia que algo superior
à minha compreensão pairava em
torno daquele homem que me libertava de qualquer medo”.
Situação idêntica aconteceu
com muitas pessoas, inclusive o
nosso estimado Cairbar Schutel,
o apóstolo matonense, com a diferença que este conheceu Jesus
nesta existência através do estudo
dos Seus Evangelhos à luz da
doutrina espírita, o Consolador
Prometido, e ficou tão empolgado
com a Sua mensagem confortadora
e libertadora, tornando-se um dos
mais ardorosos divulgadores da
mensagem cristã, tendo editado
sobre temas do Evangelho os livros: Parábolas e Ensinos de Jesus,
O Cristianismo e O Espiritismo e
Vida e Atos dos Apóstolos.
Schutel não só estudou e escreveu sobre os Evangelhos; transformou-se no “Homem Novo”,
no verdadeiro “Homem de Bem”,
realizando em Matão, nos idos
de 1905, avultada obra cristã de
amparo à pobreza, tendo por isso
recebido o cognome de o Pai da
Pobreza de Matão além da fundação de dois órgãos de divulgação
do Espiritismo, em circulação até
os dias atuais.
Que neste NATAL queridos
leitores, meditemos sobre o sentido
moralizador dos ensinos de Jesus, e
em Sua homenagem e nosso benefício, nos esforçarmos por seguir os
Seus ensinos e exemplos. r
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Dezembro de 2014
Reflexões de Natal
Amai-vos uns aos outros.
Richard Simonetti
[email protected]
1
– Na sua opinião, que tipo
de mensagem Jesus traria aos
homens se viesse até nós neste
Natal?
Como os mestres diligentes
diante dos discípulos distraídos,
repetiria suas lições, reiterando o
amai-vos uns aos outros, como a base
para edificação de uma sociedade
mais justa e feliz.
2 – O que envolve o amor é justamente a reciprocidade. Como amar
aqueles que não nos amam? Pior,
como amar aqueles que nos causam
prejuízos morais e materiais?
Poderíamos responder com
outra pergunta, usando as próprias
palavras do Mestre: Se só amardes
os que vos amam, que recompensa
tereis? O mérito está em amar os
que agem de forma contrária.
os discriminemos, nem os menosprezemos, conscientes de que também
são filhos de Deus, nossos irmãos
portanto. E se nos parecer demasiado,
contrariando o juízo do Mundo, recordemos com Jesus: Se a vossa justiça
não ultrapassar a dos escribas e fariseus
não entrareis no Reino dos Céus.
3 – Devemos amá-los da mesma
forma como amamos os que nos amam?
Problemático ter afeto por eles.
O que Jesus pretende é que não os
encaremos como desafetos. Que não
4 – Raros se dispõem a esse empenho.
É que não atentam ao fato de
que não fazem favor a ninguém.
Ensina Jesus: Reconcilia-te depressa
com o teu adversário, enquanto estás
a caminho com ele, para que ele não
te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de
justiça, e te recolham à prisão. Ódio,
rancor, mágoa, ressentimento,
constituem a prisão sem grades,
que oprime muita gente.
5 – E quando os próprios familiares se convertem em inimigos,
criando-nos constantes embaraços?
Jesus, que sabia das coisas, nos
dá a fórmula perfeita: perdoar, não
apenas sete vezes, mas setenta vezes
sete. Perdão sempre.
6 – Percebe-se que raras pessoas
estão dispostas a esse perdão incondicional. Por quê?
Sem dúvida é uma questão de maturidade. Espíritos mais experientes
têm melhor discernimento e maior
capacidade de relevar. Não aturar
desaforo é atitude típica do homem
comum, sempre intransigente com
os outros, indulgente consigo mesmo,
esquecido da severa advertência de
Jesus: não julgueis, para que não sejais
julgados, pois com o juízo que julgardes
sereis julgados, e com a medida com que
tiverdes medido, hão de vos medir.
7 – Essa maturidade acontece
com o passar do tempo, pela força das
coisas, ou pode ser conquistada?
Se fosse só uma questão de
tempo não haveria necessidade da
presença de Jesus para nos ensinar.
O amadurecimento pode ser acelerado, a partir da proclamação dos
anjos, diante dos pastores de Belém: Glória a Deus nas Alturas, paz
na Terra aos homens de boa vontade!
8 – Por que somente aos homens
de boa vontade?
A paz é uma conquista pessoal,
não um favor divino. Pede empenho de nossa parte, um combate
sistemático às nossas imperfeições,
exercitando a bondade, que é a boa
vontade em ação, no sentido de cumprir a recomendação básica de Jesus:
tudo o que quiserdes que os homens vos
façam, fazei-o assim também a eles. r
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Dezembro de 2014
Lar da Criança, do C. Schutel
Instituição foi fundada em 1957 em Pompéia-SP.
Ademildes Basílio
O
município paulista de
Pompéia, na região de
Marília, com população
em torno de 20.000 habitantes,
teve fundação em 19/11/57 – em
reunião na Casa dos Espíritas,
atualmente Centro Espírita
Cairbar Schutel, sob direção
do Sr. Constantino Marcolino de Souza, que convocou o
encontro –, do Lar da Criança
Alice Araújo. Constituída
juridicamente em 15/12/57,
tem por finalidade amparar a
criança e seu desenvolvimento, com serviços gratuitos de
assistência para que os pais
possam trabalhar, sem discriminação de qualquer natureza.
Alice Araújo foi, por
muitos anos, Diretora do
conhecido Lar da Criança
Anália Franco em São Ma-
[email protected]
nuel-SP e incentivadora para a
fundação do lar para crianças. A
desencarnação de Alice ocorreu
antes da fundação e o grupo espírita decidiu homenageá-la com
o nome na entidade.
Atendendo crianças na faixa
etária de quatro meses a cinco
anos e onze meses, a finalidade
fundamental é acolher crianças, auxiliando as famílias na
criação e educação dos filhos.
Conforto no Dia de Finados
Campanha “E a vida continua”.
Cesar Moron
A
Associação Chico Xavier
ofereceu o conforto do conhecimento espírita com
a campanha E a vida continua, no
[email protected]
dia de Finados com a distribuição
de 10.000 mensagens (2 títulos de
Emmanuel: Eles vivem e Ante os que
partiram), 500 exemplares de O Céu
e o Inferno, 200 exemplares de O
Evangelho Segundo o Espiritismo e
1.000 unidades de DVD com temática específica sobre a imortalidade
Com cuidadoras, todo o trabalho se desenvolve no estímulo
ao desenvolvimento intelectual,
motor, de sociabilidade e fala,
sendo que a partir dos quatro
anos frequentam a Escola Municipal de Educação Infantil e
no período que permanecem no
Lar vivem situações de aprendizagem e convivência harmoniosa
com seus pares e com os adultos
que trabalham na instituição. O
transporte é feito pela Prefeitura
Municipal.
Com 100 crianças atendidas, divididas em cinco
grupos por faixa etária, a
instituição emprega 17 profissionais nas diversas áreas
e despesas mensais em torno
de R$ 23.000,00, com receitas de diferentes fontes.
Administrada por um
Conselho Deliberativo, a
instituição possui reconhecimento de Utilidade Pública Municipal Estadual e
Federal. Contatos e informações pelo telefone (14)
3452-1535. r
da alma. Tudo isso no Cemitério da
Saudade, em Bauru (SP).
É um trabalho de esclarecimento e consolo sobre a patente realidade da imortalidade da alma, frente às angústias próprias da chamada
perda de entes queridos. Detalhes
e cópias do material distribuído
estão no site da instituição: www.
associaçãochicoxavier.com.br r
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Dezembro de 2014
Comentários do
Departamento Doutrinário:
Examinemos a Nós Mesmos
Da USE BAURU
Departamento doutrinário
O
dever do espírita-cristão
é tornar-se progressivamente melhor.
Útil, assim, verificar, de quando
em quando, com rigoroso exame
pessoal, a nossa verdadeira situação
íntima.
Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário.
Testa a paciência própria: - Estás mais calmo, afável e compreensivo?
Inquire as tuas relações na experiência doméstica:
- Conquistaste mais alto clima
de paz dentro de casa?
Investiga as atividades que te
competem no templo doutrinário:
- Colaboras com mais euforia na
seara do Senhor?
Observa-te nas manifestações
perante os amigos: - Trazes o
Evangelho mais vivo nas atitudes?
Reflete em tua capacidade de
sacrifício: - Notas em ti mesmo
mais ampla disposição de servir
voluntariamente?
Pesquisa o próprio desapego:
- Andas um pouco mais livre do
anseio de influência e de posses
terrestres?
Usas mais intensamente os
pronomes “nos”, “nosso” e “nossa”
e menos os determinativos “eu”,
“meu” e “minha”?
Teus instantes de tristeza ou de
cólera surda, às vezes tão conhecidos somente por ti, estão presentemente mais raros?
Diminuíram-te os pequenos
remorsos ocultos no recesso da
alma?
Dissipaste antigos desafetos e
aversões?
Superastes os lapsos crônicos de
desatenção e negligência?
Estudas mais profundamente a
Doutrina que professas?
Entendes melhor a função da
dor?
Ainda cultivas alguma discreta
desavença?
Auxilias aos necessitados com
mais abnegação?
Tens orado realmente?
Tuas ideias evoluíram?
Tua fé raciocinada consolidouse com mais segurança?
Tens o verbo mais indulgente,
os braços mais ativos e as mãos
mais abençoadoras?
Evangelho é alegria no coração:
- Estás, de fato, mais alegre e feliz
“
Não te iludas! Um
dia que se foi é mais uma
cota de responsabilidade,
mais um passo rumo à
Vida Espiritual, mais uma
oportunidade valorizada
ou perdida.
intimamente, nestes três últimos
anos?
Tudo caminha! Tudo evolui!
Confiramos o nosso rendimento
individual com o Cristo!
Sopesa a existência hoje, espontaneamente, em regime de
paz, para que te não vejas na
obrigação de sopesá-la amanhã
sob o impacto da dor.
Não te iludas! Um dia que se foi
é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à Vida
Espiritual, mais uma oportunidade
valorizada ou perdida.
Interroga a consciência quanto
à utilidade que vens dando ao
tempo, à saúde e aos ensejos de
fazer o bem que desfrutas na vida
diária.
Faze isso agora, enquanto te
vales do corpo humano, com a
possibilidade de reconsiderar
diretrizes e desfazer enganos facilmente, pois, quando passares
para o lado de cá, muita vez, já será
mais difícil...
Livro: Opinião Espírita. Francisco Xavier e Waldo Vieira Emmanuel e André Luiz
Diante da clareza estonteante
da recomendação acima, vamos
fazer a avaliação acima semestralmente, nos avaliando sinceramente.
Sejamos como o doente que
em feliz tratamento, examina
cuidadosamente seus próprios
esforços em atender as recomendações do Médico Bondoso,
que cuida para que não se faça
necessária a cirurgia dolorosa e
de difícil recuperação.
Nossa felicidade está em nossas
mãos. Sempre. r
Dezembro de 2014
Dinâmicas perpetuam a Casa Espírita
Fraternidade, emancipação e planejamento transformam realidade.
Alexandre Perez
H
[email protected]
á algum tempo, inspirados pela trilogia de Joana
de Ângelis (Humanizar,
Qualificar e Espiritizar), estamos
preocupados com a finalidade e vivência espírita das casas espíritas de
nossa região. Ouvindo problemas
e ensaiando soluções ao longo dos
anos, acabamos por chegar a uma
proposta que julgamos válida:
É a trilogia: a) - Dinâmica
Fraterna na Casa Espírita (a qual
já mencionamos no Tribuna, e
matéria publicada na edição de
Por dinâmica fraterna entendese a preocupação pela verdadeira
necessidade do próximo como
o principal fator norteador do
planejamento, funcionamento e
organização de atividades de uma
casa espírita, fazendo com que todo
trabalhador, dirigente ou diretor
valorize muito mais a eficiência
educadora e assistencial do papel
de seus serviços e atuação pessoal,
do que outros elementos que comumente valorizávamos, como a
frequência, tradição ou destaque
da pessoa necessitada até a sua educação paulatina nos princípios doutrinários libertadores do espírito. É
a preocupação em acompanhar e
incentivar o educando, e adequar
os serviços de educação às necessidades dos que os frequentam, sem
esperar que cada qual se adapte por
si mesmo. Com isso conseguiremos
materializar os fundamentos mais
enobrecidos da Doutrina Espírita,
quais os que tornam as almas mais
emancipadas no caminho evolutivo
que lhes cabe trilhar sozinhas.
outubro/14, página 15). b) - A
Transformação do Assistido em
Assistente e c) - Dinâmica Perpetuadora da Casa Espírita.
Sendo um triângulo de eventos
que se inter-relacionam, esperase que um componente acabe
por levar ao outro, contribuindo
mutuamente para a “saúde” das
instituições espíritas.
deste ou daquele trabalho, desta ou
daquela pessoa.
A transformação do assistido
em assistente é uma consequência
natural do primeiro elemento desta
trilogia, que consiste na preocupação da educação da alma acima de
todas as outras conveniências, partindo do esclarecimento básico a
respeito das necessidades urgentes
A dinâmica perpetuadora da
casa espírita, por sua vez, é consequência deste segundo elemento
da trilogia, e consiste no planejamento lógico e eficaz de todas as
atividades e finalidades da casa,
expressos no estatuto e em seus
regimentos internos, que adotam
por objetivo máximo fornecer
socorro, informação, educação,
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inclusão, trabalho, avaliação e
acompanhamento progressivo para
todo aquele que está inscrito como
frequentador, trabalhador, educando, dirigente, diretor, etc... dentro
das dependências da casa espírita.
Esta dinâmica possui como consequência o encadeamento lógico
de todos os serviços oferecidos pela
casa, de tal forma que novos frequentadores estão constantemente
sendo atendidos, orientados e educados em uma ponta, e, na outra
ponta, novos trabalhadores estão
constantemente sendo capacitados
e incluídos na rotina da casa, perpetuando assim a sua existência.
Quando os serviços estão assim
organizados, é forçoso admitir que
a preocupação com as verdadeiras
necessidades do próximo é a principal razão da existência da casa, o
que nos leva de volta à definição
da Dinâmica Fraterna, o primeiro
elemento desta trilogia.
E eis que o ciclo se estabelece.
Dentro desta trilogia, que aporta
valores de mudanças dinâmicas,
capacitação responsável e atendimento moralizador, entre outras
coisas, não há como desviarmo-nos
inadvertidamente dos postulados
mais atuais da Doutrina Espírita,
que prescrevem o esclarecimento e
maturidade dos seres humanos para
nossa fase de transição planetária.
Uma casa espírita assim organizada, por mais simples que seja,
procurará sempre humanizar seus
métodos, pessoas e serviços; procurará qualificar-se para as propostas
que busca materializar; e, inevitavelmente estará “espiritizando”
enquanto informa, orienta e educa a
todos que se encontram sob seu teto
acolhedor. Estará atendendo também à proposta de Joana de Ângelis.
Assim, queridos amigos, fica
esta nossa contribuição, ainda que
resumida, para que todos possam
refletir sobre os caminhos que
percorremos como espíritas, como
espíritos da Terra, e como participantes do Movimento Espírita. r
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Dezembro de 2014
O Espiritismo, as células tronco embrionárias e o aborto
Como ficamos nas pesquisas científicas com embriões?
Jorge Salomão
[email protected]
a manipulação de embriões, para
fins estritamente terapêuticos ou de
pesquisa, fora do ambiente uterino,
não será considerada em hipótese
alguma como atividade contrária à
vida (art. 5º, Lei n° 11.105/2005).
É que nessa situação (fertilização
são inerentes. A propósito, o espermatozoide e o óvulo são células com
vida própria e nem por isso estão
sob o comando de um ser espiritual!
Observa-se, na obra de André
Luiz, Missionários da Luz, que o
espírito de Segismundo somente foi
de embriões in vitro), o espírito
ou entidade reencarnante jamais
estará vinculada àquele material
biológico, sendo que os impulsos
vitais nele presentes será fruto dos
fenômenos físicos naturais que lhe
ligado ao futuro corpo 15 minutos
após a fecundação. Antes disso, a forma infantil de Segismundo já havia
sido conectada à forma perispiritual
de Raquel, sua futura mãe (Capítulo
13). Quer dizer, o processo de liga-
Foto: http://www.asilovecamila.com/
I
ndagações têm surgido no sentido de se saber qual é a posição
que o Espiritismo adota em
relação à questão das células tronco.
Células tronco embrionárias,
são todas aquelas células que tem
a capacidade de se dividir e formar
outras células idênticas a elas próprias. Apresentam as características
da autoreplicação e da diferenciação, a significar, essa última, na
capacidade que tem essas células de
se transformar em qualquer outra
célula do corpo, tais como, célula
muscular, sanguínea, nervosa etc.
Quando se inicia a união da
alma com o corpo? Dá-se a partir
da concepção, responderam os
espíritos (Questão n. 344, Livro
dos Espíritos). Será que a união do
espírito com o futuro corpo se dá,
sempre, a partir da concepção, mesmo naquela concepção ocorrida in
vitro? Configurar-se-ia o aborto,
então, manipular-se embriões produzidos em laboratório?
Somente ocorre aborto, quando
uma vida que pulsa no interior do
útero de uma mulher é interrompida (Mayana Zatz, Revista Veja,
05/03/208, edição 2050). Com isso,
ção do espírito ao corpo exige que o
embrião esteja implantado no útero
materno, que tenha havido o entrelaçamento da forma perispiritual do
reencarnante com a da sua futura
mãe e, finalmente, a ligação do ser
espiritual ao zigoto.
Não submetido a esse ambiente
e processo, o embrião não passará de
um material biológico destituído de
qualquer presença espiritual, podendo, inclusive, ser usado para fins de
pesquisa ou métodos terapêuticos.
Não ocorrerá, por essa razão, crime
de aborto, porquanto a vida, vista
sob o ângulo da união do espirito
com a matéria, sequer se iniciou
para aquele material genético.
Auxiliar no desenvolvimento da
Ciência, que de boa vontade se ocupa em melhorar a vida de milhares
de pessoas portadoras de doenças
ou lesões, muitas delas gravíssimas,
é meta também buscada pelo Espiritismo. Por isso, ele aprova a utilização das células tronco embrionárias,
porque se trata de conquista oriunda
do progresso do conhecimento humano usada em benefício da própria
humanidade (Questão n. 779, Livro
dos Espíritos). r
Coro Frater, de Matão, apresenta-se
em datas festivas do Natal
• 15 de dezembro, segunda-feira, 20h em Ibitinga-SP, no C. E. Francisco de Assis de Amor e Caridade;
• 16 de dezembro, terça-feira, 20h em Matão-SP, no C. E. O Clarim;
• 18 de dezembro, quinta-feira, 20h em Matão-SP, no C. E. Bezerra
de Menezes;
• 20 de dezembro, sábado, 20h, em Matão-SP, na Comunidade Espírita
Cairbar Schutel;
• 21 de dezembro, domingo, 9h, em Matão-SP, no C. E. Nosso Lar;
• 21 de dezembro, domingo, 20h, em Matão-SP, no C. E. Allan Kardec.
As apresentações incluem tempo de palestras temáticas.
Dezembro de 2014
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FEIRAMOR e Feira do Livro
Eventos movimentam Bauru.
Josylene Sousa
[email protected]
FEIRAMOR
Realizada em Bauru (SP), nos
dias 8 e 9/11/14, a 27ª. edição da
Feira Espírita Beneficente, organizada pela USE local – reuniu 37
instituições da cidade e região que
desenvolvem trabalhos sociais. Os
voluntários são o grande destaque
do evento que, aliado à qualidade
da alimentação oferecida e artesa-
“
Foram dois dias de
alegria e confraternização,
envolvendo a região toda,
demonstrando
generosidade e espírito
de trabalho.
natos elaborados carinhosamente,
cuja receita é destinada a creches,
abrigos, casa de sopa, etc., além de
cabeleireiros e outros profissionais
que doam suas horas de trabalho.
Foram dois dias de alegria e confraternização, envolvendo a região
toda, demonstrando generosidade
e espírito de trabalho.
FEIRA DO LIVRO
O evento ocorre no período de
6 a 21 de dezembro/14, das 10 às
21h, na Praça Rui Barbosa, sendo
fruto de um projeto dos participantes do Curso de Gestão de Centros
Espíritas – elaborado pela USE
Bauru e Associação Chico Xavier,
em 2010.
A realização da Feira em praça
aberta permite o acesso de pessoas de todas as classes, e religiões,
muitas buscando explicações,
orientações para suas dúvidas, sendo esclarecidas e com sugestões de
livros que auxiliem sua caminhada.
Com descontos que chegam a
60%, livros de variadas editoras e
autores agendados para momentos
de autógrafos, a Feira na Praça
também disponibiliza títulos da
literatura infanto-juvenil e livros
usados, com preços a partir de R$
1,00. E ainda o kit Obras Básicas,
com preços bem abaixo da tabela.
Como atrações da feira, haverá
autógrafos, contação de histórias,
musicais, etc. Visite a Feira do
Livro na Praça, a importante realização da USE Bauru neste final de
ano. Informações adicionais, utilize
o telefone 14 3227-0770 ou pelo
e-mail [email protected]. r
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Dezembro de 2014
Sugestão comovente para
presentear no Natal!
Autor reúne histórias lindas numa única obra.
Mythos Editora
C
om contos comoventes
cujos personagens buscam a realização de um
sonho, o livro Seu Legado para
o Mundo emociona às lágrimas
pela sensibilidade do autor. Marco
Túlio Michalick é espírita desde
a adolescência, autor de cinco
livros e vinculado ao movimento
espírita de Brasília-DF, onde reside. Natural de Belo Horizonte e
representante comercial, elaborou
uma obra notável. Um livro de
contos, com lindas histórias, todas
com personagens na busca de um
sonho. Ilustrado e com acréscimos doutrinários no final de cada
capítulo, a obra vem alcançando
excelente repercussão, dada à
sensibilidade dos textos. Entrevistado pela revista eletrônica O
Consolador (que pode ser acessada pelo portal www.oconsolador.
com – edição 377, de 24/08/14),
da qual extraímos trechos parciais
para a presente publicação.
1 - Como surgiu a ideia dos belíssimos contos?
R- Sempre pensei no legado que
podemos deixar depois de “partirmos”. Não o legado material (...)
www.mythoseditora.com.br
mas um legado espiritual, aquele
que pode beneficiar a sociedade. (...)
3 - As emoções próprias de
cada conto, por si só comovedores, que tipo de reflexão lhe
causou?
R- Cada conto é uma emoção
diferente. São histórias comoventes
que tratam de assuntos atuais. Cada
um tem sua particularidade, sua
essência e sua realidade. (...).
5 - Quais as impressões e
repercussões depois do livro
lançado?
R- Foi surpreendente! As pessoas me retornaram (...). Tenho
uma amiga (...) que disse que (...)
seu filho adolescente estava “devorando” o livro (...). Outra informou
que havia dado o livro para sua filha
com câncer e que os contos estavam lhe fazendo bem (...). Alguns
disseram que já tinham lido alguns
contos várias vezes e em todos os
momentos se emocionaram. As
pessoas estão gostando tanto da
obra que estão comprando novamente para dar de presente. (...).
6- Qual o conto que mais lhe
comoveu? Por quê?
R- (...) Entre eles estão: “O
Mar” que conta a história de Salma,
uma mulher palestina que sonhava
em banhar-se no mar; “A Menina,
o Músico e o Violinista” mostra
que a música pode superar limites
inimagináveis; “Maggie” baseada
em fatos reais, é a história de uma
cadelinha da raça lhasa apso que
mudou a vida de uma família; “A
História de Oliver Stawn” mostra
o amor de um casal e tem um final
surpreendente; “A Cilada” conta
como os espíritos das trevas se
reúnem para destruir um centro
espírita; “O Doador” é a história
de um homem falido que tenta o
suicídio... (...) todos realmente têm
sua essência e são comoventes. (...).
9 - Suas palavras finais.
R- (...) gostaria de convidar o
leitor a adquirir Seu Legado para o
Mundo, acredito que alguma história do livro irá influenciar positivamente em sua vida. E ainda, deixar
o seguinte questionamento: Qual o
legado espiritual você deixará? Já
pensou nisso? Ainda não? Talvez,
tenha chegado a hora de refletir
sobre o assunto. r
OBRA PODE SER
ADQUIRIDA PELO
TELEFONE
0800 707 1206
OU PELO SITE
www.candeia.com
PÁGINA 10
Dezembro de 2014
Noventa anos de Wallace Leal V. Rodrigues
Autor, editor, tradutor, entre outras referências,
Wallace é um marco na história.
Redação
[email protected]
N
ascido a 11 de dezembro
de 1924 em Divisa (ES),
alcançamos em 2014 os
90 anos de nascimento do genial
Wallace Rodrigues, autor dos conhecidos livros E, para o resto da vida
e A Esquina de Pedra, entre outros,
inclusive tradutor e prefaciador de
inúmeras obras, sua lucidez doutrinária e mesmo sua brilhante inteli-
gência, de tantas experiências valiosas no campo da cultura e da arte,
fazem-no credor de imensa gratidão
e reconhecimento. Redator chefe da
Casa Editora O Clarim – fundada
por Cairbar Schutel, em Matão, no
interior paulista –, destacou-se pelas
impecáveis traduções e conteúdo
doutrinário de seus livros e prefácios
de tantas obras, durante seu tempo
de trabalho junto à editora, nos idos
tempos das décadas de 60 a 80.
Escritor, tradutor, pesquisador
inveterado, de grande capacidade
e esmero intelectual – de forma e
fundo –, de linguagem, estilo e conteúdo, gostava de pesquisar obras e
autores importantes, brasileiros e
estrangeiros. Buscava o belo, a cultura, a arte, vinculando-os sempre
ao objetivo de exaltar a grandeza da
vida e das virtudes humanas, sempre
possíveis de serem conquistadas, em
qualquer idade. Alma de grande
sensibilidade, deixou-se tocar pela
Doutrina Espírita, dela fazendo o
sol e a luz de sua existência.
Muitos de seus trabalhos também estão publicados na Revista
Internacional de Espiritismo e na
tradicional publicação Anuário
Espírita – publicado pelo IDE
-Araras – com várias matérias de
sua lavra, tendo traduzido também
inúmeros romances estrangeiros
e posteriormente publicados pela
mesma editora, destacando-se os
notáveis A Janela do Meio, O Ignorado Amor, Voltou mas esqueceu, Vozes
na casa, entre outros, muitos deles
disponíveis com novas paginações e
novas capas, no trabalho constante
da editora em mantê-los à disposição do público.
E, para encerrar, no ano em
que se comemora os 90 anos de
seu nascimento, a editora reedita
um de seus clássicos: Katie King,
em muito bem elaborado documento literário sobre as pesquisas
de Willian Crookes em torno da
imortalidade com as materializações de Florence Cook, cuja obra
merece abordagem específica.
Indicamos aos leitores aprofundarem pesquisas sobre essa
notável personalidade, especialmente por meio de seus livros e
de sua rica biografia, fartamente
disponível, igualmente homenageado na edição de novembro/14
da RIE – Revista Internacional
de Espiritismo. r
Palestra em Marília comemora 58
anos do Lar Amélie Boudet
Data: 05 de dezembro, sexta-feira, 20h
Local: Rua Amélie Boudet, 55 – Pq São Jorge – Marília-SP
Palestrante: Wellerson Santos, de Belo Horizonte (MG)
Tema: Ide e Pregai
Informações: 14 3417 4930
Nota: o evento soma-se a outras duas palestras comemorativas
realizadas em 22 e 29/11/14.
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Dezembro de 2014
Ser muito espírita
Tema sugere pensar na coerência com
os princípios que abraçamos.
Marcelo Teixeira
T
atiana era uma assídua jovem
da mocidade espírita. Um belo
dia, ela deixou de ir. Maurício,
um dos evangelizadores, perguntou a
Elisa, mãe de Tatiana e colaboradora
assídua do centro, o que havia acontecido. Resposta: - A Tatiana está namorando um rapaz que é muito católico.
Por isso, ficou difícil para ela vir aqui.
Impressionado com a resposta
de Elisa, Maurício disse que era
perfeitamente possível Tatiana namorar o rapaz católico e continuar
frequentando a mocidade espírita,
da qual tanto gostava. Elisa, então,
retrucou: - Mas a família dele é muito católica! Maurício devolveu: - Ué!
E a sua família é muito espírita!
[email protected]
Elisa ficou extática. Jamais passara por sua cabeça tal raciocínio.
A frase de Maurício guarda
uma lição: muitos espíritas ainda
se comportam como se existisse
uma religião oficial, correta – o
Catolicismo. E dependendo da
região ou da classe social, o Protestantismo. As outras, Doutrina
Espírita incluída, seriam religiões
periféricas. Assim, se sou espírita e
começo a namorar uma católica ou
evangélica, devo me bandear para
a religião dela, que é a correta. A
minha é o batuque, o Satanás etc.
O médium e expositor José Raul
Teixeira comentou, durante um seminário, que certa vez, num evento,
ao saberem que ele era espírita,
disseram: - Prove que a reencarnação
existe! Raul rebateu: - E você me
prove que não existe!
Por que nós temos que provar
aos outros que a reencarnação existe? Será porque somos os errados
e eles, os certos? Ninguém precisa
provar nada para ninguém. É simplesmente uma questão de fé.
No livro Espiritismo e Justiça Social, Luiz Gonzaga Pinheiro conta
que um amigo seu disse certa vez
que evitava dizer que era espírita
para não impressionar as pessoas.
Afinal, segundo ele, ainda havia
muita discriminação e má vontade.
A Doutrina Espírita é o consolador prometido por Jesus. Nas
palavras de Gonzaga, “uma das
mais completas e racionais propostas
de evolução que o planeta já recebera.”
Perguntado por que agia assim,
o amigo respondeu que o Espiritismo ainda era visto como coisa de
terreiro, o que feria a sensibilidade
das pessoas.
O problema do amigo de LGP e
da mãe de Tatiana é o mesmo. Elisa
acha normal que a filha abandone
a casa espírita para seguir o namorado, que está na “religião certa”,
como se isso existisse. O amigo de
LGP se acovarda diante da opinião
equivocada que muitas pessoas têm
da Doutrina Espírita.
Elisa deveria instruir a filha
a ter firmeza de caráter na hora
de defender sua fé. O amigo de
LGP deveria mandar os prováveis
incomodados estudar a Doutrina
Espírita, a fim de inteirarem-se
de seus postulados e não discriminarem o que não conhecem.
O que não podemos é calar ou
mudar para a “religião certa”, pois
isso favorece a visão distorcida.
O espírito Emmanuel diz que a
maior caridade que se pode fazer
à Doutrina Espírita é divulgá-la.
Pois bem. Divulguemo-la por meio
da nossa conduta, o que inclui ter
uma postura convincente acerca
dos postulados que abraçamos. r
Feedback, uma importante ferramenta para as instituições
Sugestões, críticas construtivas e opiniões devem ser oferecidas com bondade.
Wellington Balbo
N
o dia 25/10/14 proferi
palestra no Centro Espírita Encontro Fraterno
na cidade de Salvador (BA). Ao
adentrar a Casa, ambiente acolhedor e harmonioso conversei com os
dirigentes e disse-lhes sobre as minhas boas impressões com relação
a tudo que vi. Qual foi minha surpresa quando o dirigente chorou de
emoção e me agradeceu, dizendo:
- Sabe, escutar isso é muito bom,
mostra que estamos sendo úteis.
Naturalmente que fiquei admirado com a reação do dirigente.
E ele completou: Quando ocorre o feedback ficamos satisfeitos,
mesmo que não seja positivo, o retorno é importante para sabermos
como estamos indo.
Em face desse fato fico a refletir
na importância de dialogarmos,
conversarmos, oferecermos um
[email protected]
retorno, um feedback às pessoas,
principalmente àquelas que dirigem as instituições.
Quantas vezes adentramos um
centro espírita, fomos beneficiados
pelas vibrações do ambiente, recebemos as maravilhas do mundo espiritual e saímos melhores? Quantas
dessas vezes conversamos com o
orador ou dirigente para falar-lhe
de nossas impressões?
Quantas vezes observamos algo
errado e não nos dirigimos a quem
de direito para chamar-lhe a atenção ao fato?
O feedback é uma ótima ferramenta para que as instituições aperfeiçoem os seus métodos, para que,
por exemplo, os centros espíritas melhorem a qualidade de seus trabalhos.
Além, claro, de servir como estímulo para que se continue na labuta.
Sim, porque o reforço positivo é
importante para dar um “gás”, um incentivo ao trabalhador. Afinal, quem
não gosta de receber um elogio?
Entretanto, frequentemente
esbarramos em algo que está disseminado em nossa sociedade: O
receio de melindrar os outros.
- Não vou falar nada, pois ele
pode se ofender.
Fique tranquilo. Ninguém se
ofenderá se a crítica for construtiva
e você utilizar palavras adequadas,
com jeito e caridade.
- Não vou elogiar porque ele irá
se envaidecer.
Fique tranquilo, ninguém irá se
envaidecer com um simples elogio,
ou, melhor, um feedback sobre o
desenvolvimento de sua atividade.
Quer queiramos ou não, somos importantes no processo de
enriquecimento do semelhante,
mas para isso é preciso coragem,
quebrar o paradigma do melindre
e, claro, utilizar a caridade.
Uma mensagem de São Luis, do
ano de 1860 e que está em O Evangelho segundo o Espiritismo mostra
que podemos, sim, dar o feedback
negativo aos outros desde que façamos com caridade e moderação,
sem o prazer de denegrir.
E se podemos dar o feedback
negativo é claro que o podemos
fazer de forma positiva, a fim de
convidar os amigos a prosseguirem
com coragem na divulgação da
mensagem de Jesus.
Recordemos sempre que as
instituições têm no feedback uma
ótima ferramenta para modificar e
melhorar o seu trabalho.
Cabe a nós, então, utilizar a
mencionada de forma adequada
e prudente conforme recomendanos São Luis. r
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Dezembro de 2014
Água – recurso essencial à vida
Escassez chama à reflexão e pede modificações de hábitos.
Redação
O
Dr. Raul Mello Franco Jr.,
Promotor de Justiça em
Araraquara-SP proferiu
em Matão a excelente palestra
Ecologia e Espiritismo. Dada à
importância e atualidade de sua
abordagem, gentilmente concedeu-nos entrevista sobre o tema.
Acompanhemos atentamente suas
valiosas considerações.
1 - A escassez de água no
sudeste do Brasil especialmente,
assunto do momento, e as modificações climáticas e geológicas
do planeta, é resultado de que
fator principal?
As pessoas olham para as
secas sazonais e retiram do
fato uma conclusão simplória:
há seca porque não chove!
Talvez tributem isso a algum
capricho da natureza ou à
divindade. Há quem simplesmente culpe S. Pedro ou os políticos. Poucos são capazes de
ir além. E por que não chove?
Que razões estão provocando,
cada vez de forma mais intensa, essa oscilação entre secas e
enchentes? Por que passamos
meses sem chuva e, de repente,
temos tempestades devastadoras? Qual a razão desse desequilíbrio que parece ter feito
desaparecer as fronteiras das
estações climáticas? Por que
o planeta experimenta uma
evolução térmica galopante e
perigosa? A razão disso tudo
está na forma como a humanidade se comporta: os seus valores,
hábitos, padrões de consumo. Em
uma palavra: escolhas! Optamos
por resolver mobilidade com a
queima de combustíveis fósseis.
Governos (inclusive o brasileiro)
[email protected]
continua a incentivar a compra
de veículos altamente poluidores.
Encartamos a produção e o consumo de proteína animal entre as
nossas prioridades (a criação de
gado é uma das maiores inimigas
do meio ambiente). Desejamos
cobrir e mobiliar as nossas casas
com produtos à base de madeira.
Usamos a água de forma totalmen-
consumo, desejos e escolhas devem
ser atendidos imediatamente para
gerar riquezas materiais, exigimos,
com o nosso comportamento, que
florestas sejam derrubadas, que
virem pastagens, que o gado se
multiplique, que a pesca predatória se intensifique, que as parcas
reservas de água doce se esgotem,
que o fogo elimine o nosso lixo. A
e não abastece as nascentes. Sem
a mata que dá coesão ao solo,
materiais sólidos das margens e
encostas dos cursos d’água vão
se depositando no leito dos rios
(é o assoreamento). A fauna da
região se ressente. Animais vão
caminhando para a morte e para a
extinção. Sem evaporação não há
nuvens; sem nuvens não há chuva.
“A carne que estamos comendo
tem gosto de mata queimada”, alertam os ativistas ambientais. Nossas
reservas florestais se perdem e dão
lugar a pastos ou culturas de soja
pra exportação. Passamos sede e
acumulamos doenças com a falta
de umidade ou com o consumo exagerado de carne animal.
Tudo isso num ciclo que se
repete não apenas por maldade
dos homens, mas pela falta
de planejamento e incentivo
de práticas econômica e de
consumo sustentáveis.
2 - Como corrigir nossos
hábitos de consumo e uso dos
recursos naturais?
te irresponsável, como se fosse um
bem infinito. Produzimos toneladas de lixo todos os dias e nem
queremos saber onde isso tudo vai
parar. Abusamos do plástico sem
nos preocuparmos com o seu descarte. E porque numa sociedade de
seca do sudeste está inserida, claramente, nesse painel ambiental. É
fruto de uma crise que passa pelo
desmatamento da Amazônia, do
cerrado e da Mata Atlântica. Sem
vegetação de cobertura, a umidade
do ar não é recolhida pelas árvores
O primeiro passo é a conscientização e a reedução ambiental. Não se pode esperar
que o outro faça. Cada um
precisa fazer a sua parte, mudando as suas escolhas, combatendo o consumismo desenfreado. Quando os homens
passaram a olhar com asco
para os casacos de pele, eles
simplesmente desapareceram.
Hoje ninguém tem coragem
de surgir em público com um
deles. O mesmo se deu com as
peles de crocodilo ou as peças
de marfim. No final da década
de 1980, o inconformismo de
uma mulher (Gro Brundtland),
uma médica norueguesa que se
tornou 1ª Ministra da Noruega,
produziu a redução de 30% das
emissões de dióxido de enxofre, um
gás altamente tóxico e corrosivo,
produzido pela queima de óleo e
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carvão. Nada disso terminou, mas
houve sensível diminuição. Se não
me interesso por comprar animais
silvestres ou por consumir carnes
e esse comportamento se dissemina, a promoção dessas atividades
inevitavelmente irá decair. Se as
minhas compras passam a ser mais
cuidadosas, desde o exame da embalagem (é reciclável?) até do tipo
de fibra utilizado na composição
das roupas que gosto e isso, aos
poucos, passa a ser um comportamento natural das pessoas, é
claro que a indústria e o comércio
terão que se adaptar. Se a minha
relação com o consumo da água é
inteligente e eu já consigo conter
os meus excessos (procurando e
resolvendo vazamentos, denunciando abusos, racionalizando o
meu banho, a lavagem de quintais,
calçadas ou veículos e até a escovação de dentes, por exemplo),
estou fazendo a minha parte para o
reequilíbrio do planeta. Chegamos
num ponto crítico de deterioração
do meio ambiente. Mudar a minha
forma de olhar para o problema
(que não é de alguém, mas meu),
de renunciar a certos confortos ou
prazeres de alto custo ambiental,
de policiar os meus atos e domar
os meus impulsos de consumo são
correções éticas básicas para viver
numa sociedade que, sem correção,
marcha para o sufocamento e a extinção. Aliás, já não é mais questão
de querer fazer. É obrigação que se
impõe e que determina a diferença
entre a vida e a morte.
3 - O que tem a ver Ecologia e
Espiritismo?
Ecologia e Espiritismo são
ciências que surgiram na mesma
época. Ernst Haeckel, o naturalista
alemão considerado o pai da Ecologia, é contemporâneo de Kardec.
Há uma sinergia entre Ecologia
e Espiritismo. Ambas abordam
a realidade de forma sistêmica e
enfrentam a mesma resistência
Dezembro de 2014
dos homens em não compreender
e aceitar essa realidade. Exigem
reformas, mudanças de comportamento, vigilância contínua quanto
à maneira de agir. Valorizam a vida,
a convivência, a afetividade, o equilíbrio, a pacificação. Olham para
os seres do planeta com o coração
e com a sensibilidade, não apenas
com os olhos e com o interesse econômico. As duas ciências acreditam
na educação como a mola para a
transformação da nossa realidade.
4 - Por que o meio ambiente influencia a evolução humana?
Repassemos, rapidamente, algumas bases da Doutrina. O Livro
dos Espíritos nos ensina que tudo
se encadeia na natureza. Desde o
átomo primitivo até o arcanjo, que
também começou por ser átomo
(q. 540). Tudo se acha submetido
à grandeza e harmoniosa lei da
unidade (A Gênese, cap. XIV, item
12). Ninguém evolui de forma
isolada, separado do planeta e dos
demais seres. Criado simples e
ignorante, o espírito estagia por
milhões de anos nos reinos inferiores de criação, desenvolvendo
funções mais complexas, inteligência, senso moral (Q. 607, L.E.).
É a evolução filogenética. Assim,
pensar no equilíbrio do planeta
significa preocupar-se com os demais seres que, em reinos inferiores
ou na linha hominal, contribuem
para um desenvolvimento que se
opera em elos, numa grandiosa
corrente. Homem algum é capaz
de cumprir os seus compromissos
reencarnatórios vivendo dentro de
uma caixa ou preso num cubículo.
O meio ambiente não vive e pulsa
lá fora, no oceano distante ou
numa floresta equatoriana. Vive
e pulsa dentro de nós. Fornece o
que respiramos, os elementos que
correm nas nossas veias, a comida
que levamos à boca, a água que nos
hidrata. Não há, portanto, apenas
influência; há interação. r
O que vale mais: a
água ou o ouro?
Recurso natural pede consciência
individual e coletiva.
Lucas José Sáber
A
[email protected]
água é a molécula mais importante do corpo humano,
predomina em abundância no nosso organismo. Uma
pessoa adulta possui no seu corpo um percentual de 60%
a 75% de água. A quantidade de água no organismo humano varia
em função da idade, do sexo e da quantidade de tecido adiposo
que possui.
Já paramos para pensar o que acontecia se faltasse agua em nosso
organismo?
Nosso planeta assim como nosso corpo também necessita de
água para seu perfeito equilíbrio, pois esse fluido é uma das fontes
da vida na Terra.
Nós, seres Humanos vivemos sobre o Planeta desfrutando dos
recursos naturais, aos quais necessitamos aprender o uso racional
sem desperdícios. Mas fazemos exatamente ao contrario, até que o
próprio meio ambiente, regido pela Lei cósmica, necessitou tomar as
rédeas da situação, nos ensinando assim à forma correta de utilizar
as riquezas dispostas ao nosso processo evolutivo.
Quem de nós gostaria de estar submetido às atividades improprias
no dia a dia? Desta mesma forma, a nossa preciosa água, espera de
nós ser empregada em atividades nobres que variam conforme suas
características, por exemplo, utilizar água potável para o consumo e
não na limpeza de quintais.
Porque não desenvolvermos atividades autossustentáveis como
utilizar a água que lavamos roupa para outras limpezas para evitar
o desperdício?
Em um Planeta de provas e expiações seria normal passarmos
pela escassez de agua, mas como ficaríamos após o processo de
transição? Jesus diz no Evangelho que “Nada passara até que toda
Lei seja cumprida”, e exatamente neste ponto observamos em
O Livro dos Espíritos sobre a Lei de Conservação, que explica
perfeitamente nossa responsabilidade para com os recursos que
nos são oferecidos em nossa sublime jornada, esclarecendo que
transformamos o Planeta através de nossas atitudes morais em
um mundo melhor.
Deus criador supremo, infinitamente justo e bom, jamais nos
castigaria com a sede ou pela fome, apenas colhemos frutos de nossas
próprias semeaduras, e passamos dificuldades por não observarmos
que “não existe efeito sem causa” e que a cada um será dado conforme as suas obras. Sejamos otimistas e esforcemo-nos em melhorar a
nossa postura diante do universo que apenas espera a nossa perfeição,
única fatalidade da Lei Divina. r
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Dezembro de 2014
Ano novo renova as esperanças
Associação reúne trabalho valioso desde a fundação
Cesar Moron
P
arece que foi ontem, 08
de junho de 2005, que um
grupo de idealistas espíritas, da cidade de Bauru, fundou
a Associação Chico Xavier para a
Divulgação Espírita com o objetivo
primordial da difusão do Espiritismo e sua divulgação pelos veículos
de comunicação: Rádio, Televisão,
Internet e Jornal.
A Associação Chico Xavier
para Divulgação Espírita agradece
a todos o apoio e a colaboração
recebida durante o ano de 2014,
de intensa programação.
Foram meses de trabalho e realizações. Nossa banca do Chico, que
fica na maior feira livre da cidade,
aos domingos, continua firme, le-
[email protected]
vando o livro espírita para fora da
casa espírita, é a literatura espírita
disponível para o público profano.
Quebrando paradigmas, realizamos a Feira do Livro Espírita
dentro de um Shopping, e durante
20 dias, realizamos em todas as
noites, palestras com os mais variados expositores, de Bauru e região.
Na oportunidade, distribuímos aos
visitantes da feira 4.000 livros O
Evangelho Segundo o Espiritismo.
Também estivemos presentes
no dia de Finados no cemitério
da Saudade, com a campanha: E
a vida Continua... e distribuímos
5.000 mensagens sobre a data,
500 exemplares de O Céu e o
Inferno e 200 de O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Também
foram distribuídos 1.000 dvds
com uma palestra sobre a data,
gravada com o professor Nazil
Canarim jr. (Disponível em nosso
site: www.associacaochicoxavier.
com.br). Foi um grande momento de divulgação da Imortalidade
da Alma.
Não podemos esquecer-nos da
nossa forte parceria com o jornal
Tribuna do Espiritismo, levando
O amor saiu de moda?
Uma boa pergunta para esse fim de ano.
Sidney Fernandes
[email protected]
O
orquidófilo trata da planta
com respeito, conversa
com ela na certeza de que
é ouvido e dá atenção especial às
menos desenvolvidas, permeando
suas ações com grande carinho.
No filme Rio, do brasileiro
Carlos Saldanha, a personagem
Linda encontra um filhote de
ararinha-azul abandonado. Graças aos seus cuidados, o animal
sobrevive, desenvolve-se e torna-se seu melhor amigo. Uma
relação de carinho, confiança e
muito afeto.
A égua que monto, gosto de seu
jeitinho. Abraçada ao meu pescoço,
engole meus medos. Trouxe-me a
esperança de dias melhores. Eu que
pensava que só amava cachorros e
gatos, me descubro apaixonada pelos
cavalos, por sua existência, minha
doce Nina.
A declaração de amor acima foi
dedicada por uma jovem à égua
Nininha, que lhe trouxe de volta a
felicidade nos dias de equoterapia.
Diz o lendário escritor norte-americano Dale Carnegie que
não existe maior demonstração de
simpatia e amizade do que o sorriso
de um cão, ao receber seu dono, ou
mesmo um desconhecido, com o
abanar de sua cauda.
***
De fato, vemos nas relações dos
homens com plantas e animais
inúmeras manifestações de amor.
E elas são compreensíveis e dignas
de serem imitadas. E com gente,
acontece a mesma coisa?
Nem sempre. Aproximações
entre pessoas geralmente ocorrem
muito menos em razão do verdadeiro afeto e muito mais pela atração física. Há quase que um total
alheamento ao que mais interessa:
o amor.
Os casamentos destituídos
de afeto não chegam a durar, em
alguns casos, mais do que dois
anos.
Fazer amor deixou de representar a corte, a aproximação e
a solidificação de afetos. E nós
sabemos que o sexo é apenas parte
do amor.
a informação espírita nas mais
distantes cidades.
Estamos inaugurando em dezembro o Brechico, nome carinhoso do nosso Brechó e recebemos
doações de roupas, móveis, eletro
domésticos, eletrônicos, livros, etc.
Mas 2015 promete mais. Além de
nossos eventos tradicionais, estamos
preparando o lançamento do Curso
de Espiritismo à distância; da conclusão de nosso estúdio de gravações;
da realização de um grande encontro
em nossa cidade e muito mais.
Diante de tantas atividades em
andamento, surgiu a necessidade
de criação de uma nova identidade
visual da Associação Chico Xavier,
que ilustra este artigo. Nosso telefone
de contato é: 14-3241-1857, e-mail:
associacaochicoxavier.com.br
Na paz do nosso patrono
Chico e de nosso Mestre Jesus,
agradecemos a todos e a Associação conta com sua ajuda para
a realização de nossa missão.r
Não, caro leitor, não estou
apresentando quixotesca defesa do
puritanismo e do moralismo social.
Não podemos nos esquecer,
todavia, de que agregar carinho,
confiança, afeto, respeito e alegria de
convivência, só pode resultar na feliz
combinação do verdadeiro amor, em
sua construção permanente.
E sem querer ser mais piegas
e brega do que até agora fui neste
texto, valho-me dos versos do mais
extraordinário defensor do amor:
Eu sou aquele amante à moda
antiga, do tipo que ainda manda
flores; Apesar do velho tênis e da calça
desbotada, ainda chamo de querida a
namorada (Roberto Carlos, Amante
à moda antiga).
***
Lembremo-nos sempre da recomendação de André Luiz, contida
no livro Sinal Verde, de que, em
matéria de felicidade convém não
esquecer de que nos transformamos
naquilo que amamos. r
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Dezembro de 2014
O interesse (ou desinteresse)
pessoal num caso divertido
Relato anônimo demonstra surpresa perante esforço de bondade.
Redação
U
m cidadão de Santa Catarina me enviou um e-mail,
pedindo orientação e ajuda. Provavelmente achou o meu
endereço num site que mantenho
em favor dos meus alunos. Ele
relatou que estava desemprego
e havia se separado da esposa. A
escola do filho entrara na Justiça
contra ele. Exigia pagamentos de
mensalidades atrasadas, além de
outras que, assegurou, já estavam
pagas. Os valores eram abusivos e
ele desejava mostrar isso ao juiz.
Ocorre que a Defensoria Pública
do Estado não atuava na cidade
onde ele morava. A OAB também
não tinha, naquele momento, um
convênio ativo com o Estado.
Sem poder pagar um advogado,
bateu-lhe o desespero. O prazo
que tinha para responder estava
se esgotando e a juíza da Comarca se negava a atendê-lo sem
um advogado. Depois de várias
mensagens trocadas, consegui
entender melhor a situação e me
compadeci profundamente da
situação dele. À noite, em casa,
redigi uma longa mensagem.
Orientei cada passo do que ele
poderia fazer. Preparei um roteiro
[email protected]
extenso e minucioso que incluía
até petições escritas, prontas
para serem impressas, assinadas e
apresentadas no protocolo do Fórum. Ele agradeceu, mas deixou
claro que não poderia pagar pelos
meus serviços. Eu respondi que
não tinha problema algum. Eu
nada estava exigindo e nem poderia fazê-lo. Ele quis saber, então,
qual a razão da minha ajuda. “Qual o seu interesse em fazer
isso? Você nem me conhece! Não
sabe da minha história, do meu
passado. Sequer tem certeza do
meu nome!” Expliquei que queria
apenas contribuir para solucionar
o problema que o angustiava. Ele
cruzou o meu caminho e, então,
eu não poderia perder a oportunidade de ajudá-lo. Aparentemente
ele estranhou a resposta, mas
seguiu o meu roteiro. Algumas
coisas não deram certo. Acionei,
então, o “plano B”. Mantive contato por telefone com o promotor
de justiça da cidade dele e pedi
que o recebesse na Promotoria.
O meu amigo desesperado disse
que isso não daria certo. Ele já
havia estado lá e não quiseram
atendê-lo. Depois de uma longa
conversa com o promotor catarinense, foi agendado o atendimento, não antes do promotor
me perguntar, repetidas vezes, se
eu era parente ou amigo pessoal
do sujeito. Expliquei como eu
havia tomado conhecimento do
problema. Senti que o meu colega
achou um pouco esquisita a minha insistência em querer ajudar
um estranho. Fomos em frente.
Mandei novamente um relato
escrito, uma espécie de rascunho
que iria facilitar o trabalho do
promotor. As coisas, desta vez,
avançaram. A juíza recebeu o
pedido do promotor e, pelo que
soube, eles acabaram chegando a
um acordo com a escola.
Toda essa história, com dezenas de mensagens trocadas, durou
cerca de dois meses. Tudo resolvido, o meu amigo virtual tornou a
me escrever. Agradeceu, em mensagem comovente, o que eu havia
feito e insistiu em saber porque
eu o havia ajudado. Eu pedi que
ele repetisse o gesto com quem
atravessasse o seu caminho. Era
o que importava. Então, numa
missiva final, ele pediu pra que eu
não esquecesse: se por acaso fosse
candidato a “alguma coisa” (acho
que ele se referia a algum cargo
eletivo), poderia avisá-lo. Ele iria
trabalhar em meu favor. Isso me
provocou muito riso. Lembreime, imediatamente, da questão
895 de O Livro dos Espíritos: “o
verdadeiro desinteresse é coisa
ainda tão raro na Terra que, quando se apresenta, é tomado como
fenômeno”. r
Dezembro de 2014
REMETENTE:
Instituto Cairbar Schutel
Caixa postal 2013
15997-970 - Matão-SP
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Cidade tem seu primeiro
grupo espírita
Grupo busca recursos para construir sede própria.
trocínio diário das mensagens dos
notáveis CDs da FEP conhecidos
como Momento Espírita em uma
emissora de rádio local. Por outro
lado uma vez ao mês é realizada a
Espírita Bezerra de Menezes, localizado em Paranavaí, foi fechado
e todo o seu patrimônio material e
financeiro foi doado ao grupo para
auxiliar na implantação do primeiro
Centro Espírita na cidade de Alto
Paraná, com o nome Centro Espírita A Caminho da Luz.
reunião do Evangelho no Lar na
casa de um dos integrantes, com
confraternização entre as famílias
após o Evangelho.
Um fato marcante, todavia, alterou a história de maneira expressiva:
em novembro de 2013, o Centro
Com o dinheiro da doação foi
adquirido um terreno de 450m²,
no qual já foi iniciada a construção de um salão de 120m². Para
a finalização da obra iniciada,
sala de passes e banheiros está
previsto um orçamento de R$
Sirlene Pinheiro Pascuti
A
pequena cidade de Alto
Paraná (PR), de apenas 13
mil habitantes, 60 anos de
fundação e economia basicamente agrária, vê surgir seu primeiro
grupo espírita. Com apenas oito
trabalhadores e simpatizantes que
frequentam as reuniões, enfrentando ainda as resistências da população, o grupo surgiu em 2009 com
o nome de Chico Xavier, auxiliado
pelos amigos do Centro Espírita Fé,
Amor e Caridade, da vizinha Paranavaí que, por três anos seguidos
ministraram estudos sistematizados, preparando a equipe nascente.
Estudando as obras básicas, às
terças e quartas-feiras, as reuniões
ocorrem em sala cedida por uma
Escola Municipal. Uma vez por
mês é realizado o curso de qualificação de trabalhadores no setor
da mediunidade, oferecido pela
FEP – Federação Espírita do Paraná. Além disso, o planejamento
na área de divulgação permite
oferecer aproximadamente cinco
palestras anuais, realizadas na Casa
da Cultura da cidade, além do pa-
[email protected]
90.000,00. Faltando ainda a construção de salas de evangelização,
cozinha e refeitório.
Para a arrecadação de fundos
com essa finalidade, o pequeno
grupo realiza promoções de venda
de pizzas, bazar com roupas usadas,
venda de livros e contribuição espontânea feita pelos trabalhadores.
Os fatos desencadeados, o esforço do pequeno grupo e o fortalecido ideal do bem mostra o
investimento que a Espiritualidade
direciona aos trabalhadores de boa
vontade, imbuídos do esforço sério
e devotado, que se pode sentir a
todo instante – seja na inspiração
sentida ou na dificuldade vencida –,
razão pela qual há que se agradecer
e continuar trabalhando.
Para qualquer ajuda, contatos
podem ser feitos pelos e-mails:
sir [email protected] e
[email protected]
ou pelos telefones: (44) 9914-6861
e (44) 9956-9333 (TIM)
Quem quiser colaborar pode
efetuar depósito bancário: Centro Espírita a Caminho da Luz
- Cooperativa SICREDII União
Paraná – agência: 0718, conta
corrente: 10957-1. r