09 Echinodermata
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09 Echinodermata
9.2. IDENTIFICAÇÃO DE FÓSSEIS DE ECHINOIDEA Filo Echinodermata Classe Echinoidea Subclasse Perischoechinoidea Maccoya POMEL, 1869 Fig. 9.1 Maccoya spherica (M’Coy). Carbónico inf., Irlanda. Adaptado de MOORE (1966: U310). Carapaça de dimensão média, subesférica, com simetria pentarradial. Disco apical endocíclico. Ambulacros constituídos por duas fiadas de placas, todas elas contactando com a sutura mediana (radial); na sutura adrradial as placas alterna-se entre mais largas e mais estreitas, muito afiladas, quase não tocando os interambulacros. Pares de poros bisseriados. Interambulacros constituídos por cinco fiadas de placas. Fig. 9.1 - Maccoya Paleoecologia: Organismos esteno-halinos, epibentónicos vágeis. Distribuição estratigráfica: Carbónico inferior. Subclasse Euechinoidea Euequinóides endocíclicos (=Regulares) Hemicidaris WRIGHT, 1857 Fig. 9.2 Hemicidaris intermedia (Fleming). Jurássico sup., Inglaterra. A - Vista Aboral; B - Vista lateral. Adaptado de COX, (1962: est. 45). Carapaça de dimensão média, subesférica, deprimida, com simetria pentarradial. Disco apical endocíclico, dicíclico, com periprocto central ou desviado posteriormente. Placas ambulacrárias compostas, de tipo diademóide, apresentando tubérculos bem desenvolvidos limitados à metade inferior da carapaça. Placas interambulacrárias ostentando cada uma um grande tubérculo perfurado de tipo cidaróide. Peristoma amplo com fendas branquiais. Lanterna de Aristóteles de tipo estirodonte. Fig. 9.2 - Hemicidaris Paleoecologia: Ver Maccoya, acima. Distribuição estratigráfica: Jurássico inf. ao Cretácico sup. (Cen). Euequinóides exocíclicos (=Irregulares) Clypeaster LAMARCK, 1801 Fig. 9.3 A - Clypeaster rosaceus (Linnaeus). Actual, Caraíbas. Vista aboral. Adaptado de MOORE (1966: U466). B - Clypeaster sp. Corte transversal da carapaça. Adaptado de MORET (1966: 217). Carapaça de dimensão média a grande, aplanada a campanulada, com contorno oval e simetria bilateral secundária. Disco apical exocíclico, monobasal, com cinco gonoporos. Ambulacros petalóides de forma Departamento de GEOLOGIA Fig. 9.3 - Clypeaster ECHINODERMATA variável (fechados e arredondados a abertos ou sublirados), salientes, com poros externos alongados e internos arredondados, normalmente unidos ou comunicando por um sulco. Periprocto pequeno, inframarginal. Face oral aplanada a côncava, com sulcos alimentares simples. Peristoma subcentral, localizado numa depressão (infundibulum). Carapaça provida de suportes internos. Paleoecologia: Ver Parascutella, abaixo. Distribuição estratigráfica: Eocénico méd. (Bartoniano) à actualidade. Parascutella DURHAM, 1953 Fig. 9.4 Parascutella leognanensis (Lambert). Miocénico, Europa. Adaptado de RICHTER (1989: 350). Fig. 9.4 - Parascutella Carapaça média a grande, muito achatada, com contorno subcircular (mais aplanada posteriormente), bilateral simétrica. Disco apical exocíclico, com quatro gonoporos. Ambulacros petalóides, fechados, muito aplanados. Pétalas longas, correspondendo a cerca de 70% do raio da carapaça. Interambulacros contínuos, da mesma largura dos ambulacros no âmbito da carapaça. Periprocto submarginal. Face oral aplanada. Sulcos alimentares bifurcando próximo do peristoma. Suportes internos bem desenvolvidos. Paleoecologia: Organismos esteno-halinos, endobentónicos cavícolas superficiais em ambientes tipicamente marinhos de pequena profundidade e de águas quentes, tropicais a subtropicais. Distribuição estratigráfica: Oligocénico ao Miocénico. Amphiope L. AGASSIZ, 1840 Fig. 9.5 Amphiope bioculata (Desmoulins, 1835). Miocénico, região mediterrânica. A - Vista da face oral. Adaptado de DURHAM (1955: fig. 32b). B - Face aboral. Miocénico, Líbia. Extraído de SMITH (2007). Carapaça de dimensão média, com contorno circular, muito achatada, bilateral simétrica. Suportes internos bem desenvolvidos, sobretudo na periferia. Disco apical exocíclico, com quatro gonoporos. Ambulacros petalóides, ligeiramente mais largos que os interambulacros no âmbito. Pétalas equidimensionais, curtas, muito aplanadas, fechadas, perfazendo cerca de 50% do raio da carapaça. Presença de duas lúnulas ovaladas no enfiamento dos petalóides posteriores. Zonas interambulacrárias disjuntas adoralmente, separadas por placas ambulacrárias pós-basicoronais muito desenvolvidas. Coroa basicoronal penta-radiada com placas interambulacrárias formando as pontas. Periprocto oral, rodeado pelo primeiro par de placas interambulacrárias pós-basicoronais, ligeiramente afastado da margem (inframarginal). Sulcos alimentares bifurcados na margem da placa basicoronal, com ramos distais finos bem desenvolvidos. Fig. 9.5 - Amphiope Paleoecologia: Ver Parascutella, acima. Distribuição estratigráfica: Oligocénico ao Miocénico. Echinolampas GRAY, 1825 Fig. 9.6 A - Vista aboral; B - Vista oral. Fig. 9.6 - Echinolampas Carapaça de dimensão média a grande, ovóide achatada, com contorno oval a elíptico e simetria bilateral secundária. Disco apical exocíclico, monobasal. 60 ECHINODERMATA Ambulacros petalóides, abertos, pouco salientes, normalmente apresentando zonas poríferas com comprimento desigual. Interambulacros amplos, com numerosos pequenos tubérculos e burreletes bem desenvolvidos. Periprocto marginal a inframarginal, transversal. Face oral aplanada a ligeiramente côncava. Presença de poros bucais em torno do peristoma. Paleoecologia: Ver Parascutella, acima. Distribuição estratigráfica: Eocénico à actualidade. Collyrites DESMOULINS, 1835 Fig. 9.7 Collirites eliptica (Lamarck). Jurássico méd., França. A - Vista aboral; B - Vista oral; C - Vista lateral. Adaptado de BONDARENKO & MIKHAILOVA (1984: 481). Fig. 9.7 - Collyrites Carapaça de tamanho médio, ovóide, com contorno oval a elíptico e simetria bilateral secundária. Disco apical exocíclico, disjunto, sem placa genital 5. Ambulacros não-petalóides, superficiais. Ambulacro anterior (III) podendo apresentar-se ligeiramente côncavo. Periprocto supramarginal, não localizado num sulco, não contactando com as placas oculares. Face oral aplanada, ostentando tubérculos maiores que a face aboral com bossas excêntricas. Plastrão pouco diferenciado. Peristoma arredondado, anterior, superficial. Paleoecologia: Organismos esteno-halinos, endobentónicos cavícolas em ambientes tipicamente marinhos de pequena profundidade. Distribuição estratigráfica: Jurássico méd. a sup. (BatOxf). Fig. 9.8 - Hemiaster (Hemiaster) Hemiaster DESOR IN AGASSIZ & DESOR, 1847 Fig. 9.8 Hemiaster (s.s.) bufo (Brongniart). Cretácico sup., França. A - Vista aboral; B - Vista lateral. Adaptado de MELENDEZ (1970: 673). Fig. 9.9 H. (Mecaster) fourneli (Deshayes). Cretácico sup., Europa. A - Vista aboral; B - Vista oral; C - Vista lateral. Adaptado de MOORE (1966: U559). Carapaça de tamanho médio, ovóide, com contorno oval alargado a subcordiforme, truncada posteriormente e apresentando leve seno frontal; por vezes muito alta, relativamente ao comprimento. Simetria bilateral secundária. Disco apical exocíclico, etmofracto, com quatro gonoporos. Ambulacros pares petalóides, fechados distalmente, levemente deprimidos, relativamente curtos, sendo o par frontal claramente mais longo; ambulacro anterior não-petalóide ou semipetalóide, longo, com poros pequenos e algo arredondados. Presença de fascíola periambulacrária bem desenvolvida. Periprocto supramarginal, localizado numa superfície anal aplanada com contorno oval. Face oral aplanada. Peristoma elíptico, anterior, superficial. Paleoecologia: Ver Collyrites, acima. Distribuição estratigráfica: Hemiaster s.l., Cretácico inf. (Apt) à actualidade. H. (s.s.), Cretácico sup. (Cen); H. (Mecaster) POMEL, 1883, Cretácico sup. (Cen-Maa). 61 Fig. 9.9 - Hemiaster (Mecaster) ECHINODERMATA Toxaster AGASSIZ, 1840 Fig. 9.10 Toxaster retusus (Lamarck). Cretácico inf., França. A - Vista aboral; B - Vista oral; C - Vista lateral. MOORE (1966: U552). Carapaça pequena, cordiforme, com contorno suboval a cordiforme, truncada posteriormente e apresentando seno frontal. Simetria bilateral secundária. Disco apical exocíclico, etmofracto, com quatro gonoporos. Ambulacros pares petalóides abertos distalmente, superficiais, longos, terminando gradualmente, sendo o par frontal levemente sinuoso e claramente mais longo que o posterior; ambulacro anterior semipetalóide. Não apresenta fascíola periambulacrária. Periprocto pequeno, marginal. Face oral aplanada. Peristoma subcircular, anterior, superficial. Fig. 9.10 - Toxaster Paleoecologia: Ver Collyrites, acima. Distribuição estratigráfica: Cretácico (Ber- Cen). Schizaster L. AGASSIZ, 1836 Fig. 9.11 Schizaster sp. A - Vista aboral; B - Vista oral; C - Vista lateral. Adaptado de LÓPEZ-MARTINEZ (1986: fig. 575). Carapaça média a grande, cordiforme, com contorno sublosangular, truncada posteriormente (ostentando bico ou rostro sobre o periprocto) e apresentando seno frontal. Simetria bilateral secundária. Face aboral fortemente inclinada para diante a partir do vértice. Disco apical exocíclico, etmolítico, com dois a quatro gonoporos. Ambulacros pares petalóides, afundados, longos, sendo o par frontal muito mais longo (2-3x) que o posterior; ambulacro anterior petalóide, muito afundado. Apresenta fascíolas periambulacrária e lateroanal. Plastrão bem desenvolvido. Periprocto marginal, elevado. Face oral aplanada. Peristoma em forma de rim, anterior. Paleoecologia: Organismos esteno-halinos, endobentónicos cavícolas em ambientes tipicamente marinhos de pequena profundidade. Fig. 9.11 - Schizaster Distribuição estratigráfica: Eocénico à actualidade. Micraster L. AGASSIZ, 1836 Fig. 9.12 Micraster cortestudinarium (Goldfuss). A - Vista aboral; B - Vista oral. Adaptado de COX (1962: est. 69). Carapaça de dimensão média, cordiforme, truncada posteriormente (ostentando ligeiro bico ou rostro sobre o periprocto) e apresentando seno frontal. Simetria bilateral secundária. Face aboral suavemente arqueada. Disco apical exocíclico, compacto, com quatro gonoporos. Ambulacros pares petalóides, afundados, longos, sendo o par frontal muito mais longo (2x) que o posterior; ambulacro anterior localizado em sulco suave que se prolonga até ao peristoma. Apresenta fascíola subanal. Periprocto marginal, elevado. Face oral aplanada. Peristoma dirigido para diante. Paleoecologia: Ver Schizaster, acima. Distribuição estratigráfica: Cretácico sup. (Cen) ao Paleocénico (Dan). 62 Fig. 9.12 - Micraster ECHINODERMATA BIBLIOGRAFIA BONDARENKO, O.B. & MIKHAILOVA, I.A. 1984. Kratkii Opredelitel’ Iskopaemykh Bespozvonotchnykh. Nedra, Moscovo, 2ª edição, 536 pp. COX, L.R. 1962. British Mesozoic Fossils. British Museum (Natural History), Londres, 6ª edição, 1983, 209 pp. DURHAM, J.W. 1955. Classification of clypeasteroid echinoids. University of California Publications in Geological Sciences, 31: 73-198. LÓPEZ-MARTÍNEZ, N. (1986) - Guía de campo de los fósiles de España. Ediciones Pirámide, Madrid, 479 pp. MOORE, R.C. (Ed.) 1966. Treatise on Invertebrate Paleontology. Part U, Echinodermata 3. Vol. 2. Geol. Soc. Am. & Univ. Kansas, Lawrence, Kansas, pp. U367-U695. MELENDEZ, B. 1970. Paleontología. Paranfino, Madrid, 712 pp. MORET, L. 1966. Manuel de Paléontologie Animale. Mason et Cia., Paris, 781 pp. RICHTER, A.E. 1989. Manual del coleccionista de fósiles. Ediciones Omega, Barcelona, edição de 1989, 460 pp. SMITH, A.B. 2007. The Echinoid Directory. The Natural History Museum, London. http://www.nhm.ac.uk/research-curation/ projects/echinoid-directory/index.html (consultado em 29.08.2011). 2015/16 NOTAS / OBSERVAÇÕES: 63
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Exogyra SAY, 1820 Fig. 6.8 A - Exogyra sp. Extraído de TASCH (1973: 362); B - E. costata Say. Cretácico superior. Extraído de MOORE et al. (1952: 433).
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