Introdução à Bíblia e ao Novo Testamento

Transcrição

Introdução à Bíblia e ao Novo Testamento
Introdução à Bíblia e ao Novo Testamento
 A palavra Bíblia deriva do grego: ta biblía; plural de: ton biblíon. E
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significa "livros"
Logo descobrimos que a Bíblia é uma coleção de livros!
Nós, cristãos, dividimos a Bíblia em duas grandes partes
desiguais: Antigo Testamento (80%) e Novo Testamento (20%);
O Antigo Testamento (A.T.) é composto por 46 livros e o Novo
Testamento (N.T.) por 27, perfazendo um total de 73 livros na
Bíblia católica;
Os livros do A.T. foram compostos no período de 1.o00 a 100
antes de Cristo (a.C.) e narram a história dos ancestrais do povo
de Israel (1800 a.C.) até a revolta dos Macabeus (134 a.C.), além
de possuir livros sapienciais, litúrgicos, proféticos etc.
Os livros do N.T foram escritos entre os anos 50 d.C. a 135 d.C. e
tratam da vida de Jesus, da Igreja primitiva, além de conter várias
cartas e um apocalipse.
Divisão hebraica do A.T.
 O livro do Eclesiástico 1,7-9.25ss, escrito por volta do ano
130 a.C., quando vai falar do A.T. classifica os livros em Lei,
Profetas e Outros Escritos.
 Os judeus da época de Jesus já conheciam esta divisão e já
tinham consenso em relação aos livros que compunham a
Lei e os Profetas. Mas a definição sobre os Outros Escritos
só veio no II séc. d.C. Os livros reconhecidos como tais
eram os conservados em hebraico ou aramaico. Os judeus
modernos e os evangélicos seguem esta classificação;
 Lei: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;
 Profetas: Js, Jz, 1 e 2 Samuel, 1 e 2Rs (profetas anteriores) e Is,
Jr, Ez e os doze profetas menores (profetas posteriores);
 Outros escritos: Salmos, Provérbios, Jó, Cântico dos Cânticos
(Cantares), Rute, Lamentações, Eclesiástes (Qohelet), Ester,
Daniel, Esdras, Neemias, 1 e 2 Crônicas.
Divisão cristã-primitiva do A.T.
 Os cristãos da Igreja primitiva pregavam o evangelho
em língua grega, por isso tinham a tendência de citar
as Escrituras Judaicas na tradução grega conhecida
como Septuaginta (LXX);
 Esta versão deriva dos judeus de Alexandria (III século
a.C.) que consideravam sagrados alguns livros que
foram compostos em grego (Sabedoria) ou
conservados nesta língua (1Macabeus, Tobias e
Eclesiástico);
 As Igrejas latina, grega e orientais, seguindo a
orientação da LXX, assumiram como
canônico/sagrado os livros presentes na LXX;
 O uso que os primeiros cristãos fizeram dessa Bíblia
grega foi tão bem feito que alguns judeus as escrituras
falavam de Jesus e aderiram à fé cristã. Por isso, os
judeus tradicionais resolveram banir a LXX de suas
sinagogas, fazer uma nova tradução grega e definir o
elenco dos livros sagrados.
 Para um livro ser sagrado para os judeus seria preciso
que fosse escrito em hebraico ou aramaico e na terra
santa. Essa definição se deu por volta do II século d.C.
 As Igrejas cristãs do ocidente e do oriente continuaram
aceitando o cânon mais abrangente do A.T., conforme
a LXX.
 Muitos séculos depois (XVI d.C.), os reformadores
protestantes deixaram de lado a tradição cristã das
Igrejas e optaram pelo cânon judaico mais breve
retirando de suas bíblias 7 livros do A.T.
 A Igreja Católica, no Concílio de Trento (1546),
reconheceu como canônicos todos os livros que
usava na sua liturgia por 16 séculos (Vulgata),
incluindo aqueles que não estavam no cânon
hebraico do II século mas estavam na LXX. São
eles: Tb, Jd, 1 e 2 Mc, Sb, Eclo, Br, algumas partes
de Est, Dn.;
 Tais livros são chamados de apócrifos nas bíblias
protestantes e de deuterocanônicos na
terminologia católica;
 Todos estes livros foram compostos antes do
tempo de Jesus. Alguns eram conhecidos e citados
por autores do N.T.
Idioma do A.T.
 O A.T. é escrito em hebraico. Algumas pequenas partes
de Daniel constam no idioma aramaico, língua
administrativa do império persa (VI-IV século a.C.);
 Alguns livros deuterocanônicos foram escritos ou
conservados apenas em grego: 1 e 2 Macabeus,
Eclesiástico;
 No início da Idade Média (VI século d.C.), o texto
hebraico-aramaico foi copiado e revisado por
especialistas hebreus chamados masoretas (massorá =
tradição, transmissão). O Texto Massoretico está na
base das Bíblias atuais (A.T.)
Idioma do NT
 Todos os livros do N.T. são escritos no grego koiné (=
comum);
 Essa língua surgiu como fruto das conquistas de
Alexandres Magno (333-323 a.C.) que impunha sua
cultura aos povos;
 O grego ensinado pelos soldados, ou pessoas simples,
se misturava a algumas palavras ou maneira de falar
dos povos conquistados dando origem a um novo
grego, mais popular;
 Alguns livros do N.T. possuem semitismos: expressões
ou contruções traduzidas literalmente das línguas
semitas.
Septuaginta (LXX)
 Alexandria (Egito) possuia uma grande colônia judaica
que falava grego;
 No III século a.C., incentivados pelo rei Ptolomeu II,
decidiram realizar uma tradução dos livros sagrados
para o grego;
 A lenda atribui esta tradução a 70 homens que teriam
traduzido todos os livros sem contato um com o outro.
Quando reuniram suas traduções elas estavam
exatamente iguais (cf. Epístola de Aristeias);
 Esta era a Bíblia utilizada pelos primeiros cristãos.
Vulgata
 No IV século d.C. o imperador Constantino converteu-
se ao cristianismo declarando esta religião livre da
perseguição;
 No ano de 390 seu sucessor, Teodósio, proclamou o
cristianismo religião oficial do império;
 A fé cristã se tornou a religião das massas por isso foi
preciso uma tradução melhor da Bíblia em latim;
 O papa Dâmaso I encarregou Jerônimo a realizar essa
empreitada (IV século);
 Surge assim a Vulgata (de vulgos = povo);
 Esta foi a Bíblia utilizada pela Igreja católica em sua
liturgia desde esse período;
 O Concílio de Trento a declarou solenemente como
autêntica e necessária para conhecer os livros
canônicos (4 de abril de 1546);
Bibliografia
 Catecismo da Igreja Católica, n. 26-184.
 Vaticano II, Dei Verbum.
 Johan Konings, A Bíblia, sua origem e sua leitura –
Introdução ao estudo da Bíblia. Petrópolis: Vozes, 2011,
p. 11-28; 29-42; 115-128.
Escolha da Bíblia
 Bíblia de Jerusalém;
 TEB;
 Bíblia do Peregrino;
 Bíblia Pastoral.
Procurando uma passagem
 Gn 1, 27;
 Gn 1,26-27;
 Gn 1, 1.26-27;
 Gn 1, 1; Jo 1, 1;
 1Cor 13, 4;
 1Cr 13, 4;
 Jo 10-13; 15,2-9;
 1Jo 4,1ss.
 1Mc 2,3–4,5.
Contexto histórico