CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

Transcrição

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA:
Princípio básicos, avaliação e
intervenção
Rosangela Marostega Santos
Fonoaudióloga
Jornada Acadêmica da ULBRA
23 de setembro de 2009
Leitura e escrita iniciais
• Pressupõem a descoberta da relação grafo‐fonológica, baseada em um esforço da criança para realizar a conversão das letras em sons (na leitura) e dos sons nas letras (na escrita), alcançada através da reflexão consciente. Consciência Fonológica Freitas, 2003
Consciência fonológica
z
z
z
z
É o conhecimento acerca da estrutura sonora da
linguagem e se desenvolve mediante contato com a
linguagem oral de sua comunidade (Nascimento,
2009).
Envolve a manipulação oral e auditiva dos sons da
fala (Chard & Dickson, 1999), independente do seu
significado.
Habilidade em analisar, explicitamente, a fala em
seus componentes fonológicos (Cielo,2002).
Parte integrante da metalinguagem.
Metacognição
Metalinguagem
Consciência
Fonológica
Consciência
Semântica
Consciência
Sintática
Consciência
Pragmática
Consciência
Silábica
Consciência
Intrassilábica
Consciência
Segmental
Consciência
Fonêmica
Consciência
Fonoarticulatória
Fônica
Componentes da CF proposto por Rueda (1995) adaptado por Santos e Lamprecht (2008)
Metalinguagem
z
Permite o ser humano refletir e manipular
aspectos estruturais da linguagem falada.
Para Ygual-Férnandez et al (1998), a
metalinguagem
refere-se
a
qualquer
componente da linguagem, como a fonologia,
a sintaxe, a semântica e a pragmática.
Exemplos de metalinguagem
z
Conceituar palavra.
sapato
z
Distinguir palavra de figura.
CASA
Saber que a palavra rei é
menor que a palavra relógio.
Mais exemplos de metalinguagem
Modificar palavras e letras, brincando com
os efeitos da modificação.
Expressões
Sensibilidade fonológica
Conhecimento fonêmico
Conhecimento segmental
Reflexão fonológica
Capacidade ou habilidade fonológica
“phonological awareness”
Consciência fonológica
z
A consciência fonológica é formada por
uma estrutura hierárquica, desenvolvida
através de estágios, que começam a
partir do domínio de unidades fonológicas
mais globais (sílabas) até a consciência
dos segmentos fonêmicos da fala
(fonemas).
Gouh,Larson e Yopp (1996)
Consciência fonológica
• Depende do Processamento fonológico.
Capacidade de utilizar informações fonológicas para
processar a linguagem oral e escrita (Avila, 2004).
Considerada uma operação mental em que o indivíduo
faz uso oral da estrutura fonológica de uma
determinada língua, para aprender a decodificá-la no
plano escrito (Navas e Santos, 2002).
O processamento fonológico envolve habilidades como:
I.Discriminação auditiva – perceber se “vaca” é diferente de
“faca”
detectar, identificar, reconhecer padrões de
freqüencia , intensidade e duração, ter atenção para... ou seja
HABILIDADE AUDITIVA.
II. Memória fonológica – habilidade para processar , manter e
recuperar a informação verbal.
III. Produção fonológica – articulação das palavras
.
Produção/percepção
• São fatores determinantes para a representação fonológica exercendo papel importante no desenvolvimento da Consciência fonológica
Falando sobre os
Componentes da consciência
fonológica
1. Há um conhecimento implícito e um
explícito.
2. Há diferentes níveis de consciência
fonológica.
3. Há graus de complexidade variados
em cada tarefa
1. Conhecimento Implícito X
Explícito (Roazzi & Dowker,1989)
Jogos espontâneos com os sons das palavras
Consciência fonológica Implícita
Análise consciente dos sons
Consciência Fonológica Explícita
2. Níveis
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Nível silábico
Nível Silábico
É um conhecimento adquirido cedo e pode se desenvolver antes de a criança aprender a ler e escrever.
Sílaba é a unidade natural de segmentação da fala. O molde silábico
• As línguas diferem quanto ao número de segmentos permitidos em cada constituinte silábico. • No português, não há acordo quanto ao número máximo de elementos que uma sílaba possa conter (Collischonn,2005).
Molde silábico
(Selkirk, 1982)
• Sílaba é constituída por duas unidades: o onset (ataque) e a rima (núcleo + coda) . S Onset
Rima
Nu Coda
p a r
Padrão silábico do português
• V abacaxi VC armário
VCC instante CV pato
CVC porta CVCC monstro
CCV prato CCVC três
CCVCC transporte VV aula
CVV leite CCVV grau
CCVVC claustrofobia CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Nivel silábico
Nível intrassilábico
Nível Intrassilábico
• As palavras podem ser divididas em unidades maiores que um fonema individual, mas menores que uma sílaba.
Na teoria da sílaba é denominado de ONSET e RIMA
Aliteração e Rima. Freitas, 2003.
Aliteração
• São palavras que apresentam o mesmo onset (Freitas, 2003).
• Uma série de duas ou mais palavras que começam pelo mesmo som consonantal inicial (Shaywitz, 2006).
Rima
z
da palavra – igualdade entre os sons desde a
vogal ou ditongo tônico até o último som.
Freitas, 2003
Rima
z
da sílaba – formada por palavras que
terminam com o mesmo som.
Freitas, 2003
Consciência da rima
z
Capacidade de descobrir que duas
palavras compartilham um som ou um
mesmo grupo de sons no final das
palavras.
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Nível silábico
Nível intrassilábico
Nível fonêmico
Nível Fonêmico
Compreende a capacidade de dividir as palavras em fonemas
Unidades mínimas sonoras capazes de distinguir significado. Consciência fonêmica
É a habilidade oral de manipular conscientemente os segmentos da fala. Emerge quando a criança se dá conta de que as palavras são formadas por sons que podem ser modificados, apagados ou reposicionados (Haase, 1990).
Importante lembrar que...
• A unidade de estudo da Consciência Fonêmica é o Fonema ‐ FONOLOGIA
Unidade abstrata
aumenta a dificuldade de o indivíduo realizar a segmentação fonêmica de uma produção sonora, uma vez que exige alto nível de consciência fonológica. Digam som por som o nome
da figura
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Nível silábico
Nível
intrassilábico
Nível fonêmico
Nível
fonoarticulatório
Consciência fonoarticulatória
(CFA)
z
z
z
Capacidade de o indivíduo refletir sobre os
sons (fones) e os gestos motores orais
(Santos, 2009).
É uma sub-habilidade da consciência
fonológica que ocorre em estrita relação com
a consciência fonêmica (Santos & Lamprecht,
2008).
Ajuda a consolidar os conhecimentos
fonológicos (Wise, Ring & Olson, 1999).
Importante lembrar que...
• A unidade de estudo da Consciência Fonoarticulatória é
o Fone ‐ FONÉTICA
Unidade concreta
sons da fala especificados pelas características articulatórias e acústicas (Callou & Leite, 1990).
Os falantes de uma língua podem refletir sobre seus sons de duas maneiras básicas:
1. sobre a sua organização, o que representa um conhecimento fonológico;
2.sobre a forma de produzi‐los, o que representa um conhecimento fonoarticulatório. Descrição das unidades de análise da CF.
Pre
Pr
Preto PALAVRA
to SÍLABA
e t o ONSET/RIMA
/p/ /r/ /e/ /t/ /o/ FONEMA
[p] [r] [e] [t] [u] FONE
Rueda, 1995
Fica claro ?
Consciência fonológica
Refletir sobre os sons da língua, ignorando o
significado.
Consciência fonêmica
Uma subcategoria da consciência fonológica.
Refletir sobre o som isolado (fonema).
Fônica
Relacionar som e letra / conversão
fonema/grafema
Desenvolvimento da CF
+
S
I
• sensibilidade à rima e aliteração
M
P
L
• consciência silábica Há tarefas +
complexas
E
s
• consciência intrassilábica
• consciência fonêmica/ consciência fonoarticulatória ? (Santos,2006)
complexo
+
Freitas, 2003/Santos,2006
Escala de complexidade da CF
(Chard & Dickson, 1999)
Síntese e
segmentação
Segmentação
de palavras
em frases
Identificação
de rima
Tarefas +
simples
silábica
Produção de
rima,
exclusão e
identificação
de sílabas
Consciência
Fonêmica
Tarefas +
complexas
Operações mentais envolvidas nas tarefas de
CF independente do nível
1) identificação ou percepção do segmento da fala,
2) retenção do segmento,
3) aplicação da operação
comparar, reconhecer,detectar,produzir,segmentar,
contar,excluir, incluir, agrupar, transpor.
4) evocação ou produção do resultado.
Gonzáles (1998)
Falando sobre as
Tarefas
Comparação
z
Começam iguais?
• Quem não começa com este movimento de boca? Reconhecimento
z
quem começa com o mesmo movimento de
boca?
Detecção
• Tem [pa] em • Tem [s] em Produção
• Diga uma palavra que rima com • Diga uma palavra que começa com o primeiro pedaço da palavra • Diga uma palavra que começa com primeiro som da palavra
Segmentação- contagem
• O que você está vendo? Quantas vezes você abre sua boca para falar o nome? (sílaba)
Quantos sons você ouve? (fonema)
Contagem + reconhecimento
• Conta quantos pedaços tem as palavras e escolha as que combinam
I I I I
I I I I
Adriana Costa e
Rosangela Santos
Segmentação exclusão
sem o [s] fica?
Segmentação
inclusão
NE
L
Transposição
?
As tarefas podem variar segundo :
• Tipo de unidades (poli ou monossílabas)
• Contexto onde estão inseridas (onset simples ou complexo)
• Posição que a unidade sonora ocupa na palavra (inicial,medial, final)
• Quantidade de operações cognitivas exigidas
• Tipo de operação realizada
Freitas, 2003.
Alguns cuidados...
Antes de iniciar atividades é importante
UTILIZAR:
1. palavras conhecidas pelas crianças
2. pronunciar de forma clara
3. Cuidar com o padrão silábico e com o
número de sílabas
simples
complexo
z
Não esqueçam
z
O desempenho da criança depende da demanda
cognitiva da tarefa e do nível linguístico.
z
O nível de complexidade e a forma como as tarefas
são explicadas para a criança podem mascarar os
resultados em CF.
Como avaliar a
consciência fonológica?
O processo de avaliação deve
detectar
SE uma dificuldade de aprendizagem existe de fato;
QUE dificuldade é essa;
POR QUE ela existe;
QUAIS as diferenças entre esta dificuldade e as
demais vividas pelas outras crianças;
QUAL o caminho a seguir.
Costa, 2003/2004
AVALIANDO A CONSCIÊNCIA
FONOLÓGICA
(Adams e colab., 2006)
9
9
9
Indicado para ser utilizado em turmas.
É capaz de captar de forma satisfatória os
níveis gerais de CF dos alunos.
Na pré-escola, sugere-se em grupos de no
máximo 6 crianças
TAREFAS
1- Identificando rimas
2- Contando sílabas
3 – Combinando fonemas iniciais
4 – Contando fonemas
5- Comparando o tamanho das palavras
6- Representando fonemas com letras
Identificando rimas
Contando sílabas
II
III
Combinando fonemas
Contando fonemas
IIII
IIII
Outra
proposta:
Indicado para a avaliação
de crianças:
Em processo de
alfabetização
Com dificuldades
de escrita/ leitura
e ou fala
CONFIAS
Não
alfabetizadas
z
As
tarefas
do
CONFIAS
foram
organizadas de forma seqüencial,
buscando uma gradação de dificuldade
ao longo do teste, isto é, é proposta uma
escala crescente de complexidade.
z
A utilização deste instrumento possibilita
a
investigação
das
capacidades
fonológicas, considerando a relação
com as hipóteses de escrita (Ferreiro e
Teberosky, 1991).
Adriana Costa
Rosangela Santos
Antes de avaliar a CF :
1. Identificar a hipótese de escrita.
COMO? Escrita espontânea e/ou semi-dirigida de palavras e
frases
Estimular a criança a escrever o que quiser
Usar um livro com gravuras interessantes
( Ex: sobre fantasmas e solicitar que escreva o que
mais a assustou em cada página)
Hipóteses de Escrita
Pré‐silábico
• A escrita não pode funcionar como veículo de transmissão de informação. Cada um pode interpretar sua escrita, mas não a dos outros. • A criança “lê” em desenhos, gravuras, fotos, ou seja, em imagens gráficas. EEEEEEEEEEEEE (céu)
A (formiga)
Adriana Costa e Verônica Alfonsin, 2005
Silábico
z
z
A escrita representa algumas características
da linguagem;
Sabem segmentar os enunciados sonoros
em unidades silábicas;
Silábico-alfabético
– Etapa de transição entre a hipótese
silábica e a alfabética.
Alfabético
z
z
z
Correspondência entre fonemas e
grafemas;
é possível a compreensão de que uma
sílaba pode ter uma, duas ou três letras.
No princípio tem dificuldade de
separação das palavras, quando escreve
um texto ou frase.
Exemplo escrita alfabética
Falando sobre o
CONFIAS
1ª parte: Consciência silábica
S1 – Síntese
S2 – Segmentação
S3 – Identificação de sílaba inicial
S4 – Identificação de rima
S5 – Produção de palavra com a sílaba dada
S6 – Identificação de sílaba medial
S7 – Produção de rima
S8 – Exclusão
S9 – Transposição
Adriana Costa
2ª parte: Consciência fonêmica
F1 – Produção de palavra que inicia com o
som dado
F2 – Identificação de fonema inicial
F3 – Identificação de fonema final
F4 – Exclusão
F5 – Síntese
F6 – Segmentação
F7 - Transposição
Adriana Costa
Após a avaliação O que podemos concluir ?
z
z
Quais habilidades estão adquiridas e se
estão ou não adequadas à hipótese de
escrita.
Escore é ou não adequado
É capaz de refletir e manipular
com os sons da fala.
Adriana Costa
Intervenção
Qual a importância do
conhecimento fonológico?
z
Para quem já sabe ler e escrever esses
são processos mecânicos, mas no
momento em que vou ensinar, preciso
saber explicitar os conhecimentos
necessários para essas tarefas
Costa e Santos, 2006
Cagliari, 1999; 2001
z
A prática tem mostrado que um
programa de instrução pode fazer
com que o psicopedagogo/
fonoaudiólogo/alfabetizador ensine
passo a passo o que o aluno
precisa saber para superar suas
dificuldades.
z
Se ele não souber o que são letras, será
necessário explicar isso.
Costa e Santos,
2006
Explicar :
é o segredo do processo
de instrução!!!
Costa e Santos, 2006
RECOMENDAÇÕES PARA O TRABALHO EM CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
- Recurso valioso para o ensino sistemático da língua.
- Práticas reais de leitura e escrita
NÃO É MÉTODO!!!
z
O sistema de escrita
alfabético
não representa diretamente o significado
da palavra, mas a seqüência de seus
sons.
B A L A = Bala
Pré‐silábico – O que precisa aprender
1) Se escreve com letras
• Aprender o alfabeto –
Adriana Costa e Verônica Alfonsin, 2005
Pré‐silábico – O que precisa aprender
1) Se escreve com letras
2) Sair da etapa do realismo nominal
• A escrita representa a fala – Como?
Costa e Santos, 2006
Percebendo que a escrita representa a fala
1) Atividades que envolvam a noção de palavra na linguagem oral
Costa e Santos, 2008
Consciência da palavra
Refere‐se ao conhecimento de que as frases constituem‐se de palavras e que essas palavras podem ser manipuladas.
Essa habilidade é mais desenvolvidas na préescola. Também é um caminho importante para
a noção de segmentação da palavra escrita.
Costa e Santos, 2006
Substituir os desenhos por palavras
VOCÊ VIU...
Um passarinho que estava no
Uma que entrou na cozinha.
Um todo tristinho.
Adriana Costa e
Rosangela Santos
Substituindo palavras
o
é do
.
Material:
•Cartelas com frases simples, sendo que as palavras “conteúdo” são o desenho.
•Fichas “ponto” para marcar os pontos.
Adriana Costa
Percebendo que a escrita representa a fala
1) Atividades que envolvam a noção de palavra na linguagem oral +
2) Atividades de consciência fonológica ‐
consciência da sílaba
Costa e Santos, 2008
Consciência Fonológica no nível da sílaba
‐
objetivos
1. Direcionar a atenção para a unidade de segmentação mais natural da fala ‐ a sílaba.
2. Perceber que as palavras podem ser analisadas em unidades menores, a sílaba. 3. Ensinar o aluno a segmentar as palavras em sílabas é
uma tarefa relativamente fácil primeiro passo para desenvolver a consciência fonêmica. Pedro no parque de diversões:
Desenvolvendo a consciência
fonológica no nível da sílaba e das
unidades intrassilábicas
Coordenação:
Fga. Rosangela Marostega Santos
Fga. Melissa Bernardes Toffoli
Fga. Adriana Corrêa Costa
Pdga. Gabriela Pauzeiro Drumond
Daniela Alfama da Rosa (licenciada em letras)
Síntese silábica
Costa e Santos, 2006.
Segmentação e contagem de sílaba
Toffoli e Santos, 2007
Silábico – Unidade fonológica a ser aprendida
• Fonemas CONSCIÊNCIA
FONÊMICA
COMO ????
CONSCIÊNCIA
FONOARTICULATÓRIA
Costa e Santos, 2007
Alguns cuidados com o trabalho com fonemas...
• Antes de iniciar atividades envolvendo o fonema é importante UTILIZAR:
1. Palavras conhecidas pelas crianças
2. Pronunciar de forma clara e adequada 3. Cuidar com o padrão silábico e com o número de sons da palavra 4. O aprendiz deve ser estimulado a explorar, comparar e contrastar o ponto e o modo articulatório. Ex.: O que você está fazendo com seus lábios, língua, boca e voz quando produz o som [m], [v], [p]...
5. Usar espelhos para estimular a percepção visual da fala.
Costa e Santos,
2006
Segundo Heilman e cols. (1996), as crianças em
processo de alfabetização usam o aparelho
articulatório quando aprendem a associar os gestos
fonéticos (articulatórios) com as representações
visuais (gráficas).
Apoio de pistas articulatórias como uma
estratégia inicial para segmentar as sílabas em
fonemas
Jogos que envolvem a consciência fonêmica
• 1) Caça ao tesouro
• 2) Tapa certo
Silábico‐alfabética
z
Unidade a ser trabalhada
Fonema
Adriana Costa e Rosangela Santos, 2007
Alfabética
• Até a etapa alfabética, a criança elaborou uma gradual compreensão de como funciona a escrita alfabética. • Passa a dominar as convenções fonema‐
grafema tal como são restringidas pelo sistema alfabético, isto é, que valores sonoros cada letra ou dígrafo pode ter. • ideal do sistema alfabético. Alfabéticas sem valor sonoro convencional
• Cometem muitas trocas do tipo conversor fonema‐grafema. Um determinado fonema é grafado por uma letra que
não pode representar esse som. Os sujeitos transgridem
o princípio da correspondência fonográfica.
Alunos da 1ª série cometem muitos erros
relacionados ao conversor fonema-grafema, que são
erros mais primitivos.
Correlações entre as Hipóteses de Escrita e Consciência Fonológica
E
S
T
Á
G
I
O
S
Pré‐silábico
Consciência da sílaba
silábico
DE
E
S
C
R
I
T
A
Sensibilidade a rima, cons. da palavra Consciência do fonema + fonoarticulatória
Alfabético
Ortográfico
Relação ainda mais explícita entre sons/letras
Costa e Santos, 2007
N
Í
V
E
I
S
D
E
C
F
Programas de
Intervenção, Materiais e
Recursos Tecnológicos
Componentes do Programa
“escrever uma palavra”
(Sanchez, Rueda e Orrantia,1989)
1- ouvir a palavra
BOLA
2.Separar em pedaços ( golpes de glote)
3. Contar o número de pedaços - 2
4.Desenhar quadrados
5. Articular cada pedaço 6. Contar o número de sons - boooo laaaaaa 2
7. dividir cada quadrado conforme o número de sons
8. escrever cada sílaba- bo
la
B
O
L
A
9. escrever a palavra inteira - BOLA
Santos e Costa, 2007
Método das boquinhas
z
z
z
Autor: Renata Jardini, 1997.
Objetivo- alfabetizar ou reabilitar
distúrbios de leitura e escrita.
Método fono-visuo-articulatório.
crianças
com
z
Correlaciona o som com o movimento articulatório da
boca
(articulemas
Usa
fotos
de
boca)
som/letra/articulema.
z
Inicia pelas vogais/ letra caixa alta/ posição inicial/
passa pelas consoantes – l, t,p,m,n,d,v,b,c,r,j,s,g,r...
EC último a ser trabalhado.
z
Santos e Costa, 2007
Materiais disponíveis no
mercado
Há extenso material organizado por Jardini (autora do método
das Boquinhas) para trabalhar com a CFA.
Importante para trabalhar conhecimento do
alfabeto – adaptar jogo do tapa , formar palavras
etc...
Alfabetização Fônica Computadorizada (Software)
[CAPOVILLA, MACEDO, CAPOVILLA, DIANA] , 2006.
1-Palavras
2-Rimas
3-Aliterações
4-Sílabas
4.1-Atividades de
5-Fonemas
Menu de Alfabeto
1-Vogais
2-Consoantes
3-Encontrando palavras
4-Descobrindo palavras
“Habilidades Auditivas e Consciência
Fonológica: da teoria à prática”, de Keila
Knobel e Nascimento.
Composto por um livro teórico-prático, 22
cartelas ilustradas e um CD contendo 41
faixas com estímulos sonoros para a
realização de 101 exercícios para o
trabalho com o processamento auditivo
(central) e a consciência fonológica.
Ano de publicação: 2009.
Dessa forma...
z
Para alfabetizar, precisamos ajudar a
criança, a descobrir o princípio alfabético.
z
Essa descoberta implica apreender a
abstração implícita no reconhecimento do
valor de cada consoante diante de
diferentes vogais. Esta é a primeira parte.
(Oliveira, 2004)
z
Mais tarde o aluno vai aprender que, como
tudo na vida, há exceções ao funcionamento
do código. (Oliveira, 2004)
RECOMENDAÇÕES PARA O TRABALHO EM
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
- desenvolver a consciência fonológica em caráter
preventivo,
- oportunizar que as crianças “brinquem com as
palavras” através de atividades lúdicas, informais,
interativas, sem tonalidade avaliativa ou de
memorização;
- não realizar as atividades como um treino auditivo,
de forma isolada, mas sim fazendo parte de um
trabalho amplo com a leitura e escrita.
Adriana Costa
e Gabriela Freitas
Pesquisa experimental – trabalho de conclusão de
curso (Fonoaudiologia/IPA) de Farias (2008)
Amostra : 12 crianças, idades entre quatro e cinco anos, com hipótese de escrita pré‐silábica(PS),de uma escola de educação infantil de Porto Alegre/ RS. Metodologia: Etapa 1 ‐ triagem audiológica, avaliação da hipótese de escrita e da Consciência Fonológica (Confias);
Etapa 2 ‐ 12 crianças com hipótese PS foram divididas em dois grupos: grupo intervenção (GI) e grupo controle (GC): GI: fizeram uso do software três vezes por semana, durante 10 encontros de 20 minutos; GC: receberam a estimulação que comumente é feita pela escola. Etapa 3 – Reavaliação da H.Escrita e da C.F. das 12 crianças
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Comparação do número total de acertos do CONFIAS no pré e teste
Pré‐teste:
N ú m e ro to ta l d e a c e rto s (C O N F IA S )
Controle
Intervenção
60
50
•
GC: média de 22 acertos.
•
GI: média de 23 acertos
40
30
Pós‐teste:
20
10
Pré
Avaliação
Pós
•
GC: média de 24 acertos
•
GI: média de 48 acertos
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Hipótese de escrita no pré e pós‐teste
Pré‐teste:
• GC e GI: 100% pré‐silábico.
100
N ív e l d e e s c rita (% )
Pós‐teste:
• GC: 100% pré‐silábico
• GI: 83,33% silábico (5) e 16,67% pré‐silábico (1)
Pré-silábica
Silábica
80
60
40
20
0
Pré
Pós
Controle
Pré
Pós
Intervenção
Farias (2008) conclui que o uso do software
“Pedro no Parque de diversões” mostrou‐se viável
para estimular diretamente os níveis silábico e intra‐silábico da consciência fonológica de crianças
com idades entre quatro a cinco anos, e indiretamente o nível fonêmico; além de propiciar
mudança da hipótese de escrita. Importante pontuar:
O desenvolvimento das habilidades auditivas e
a estimulação da CF/CFA devem ser encarados como recursos valiosos e não como uma nova metodologia de ensino.
Podem ser incorporados na prática pedagógica dos professores, como uma ferramenta preparatória para a alfabetização, dos fonoaudiólogos, no aprendizado sistemático dos sons da língua nos casos de desvios de fala, e dos fonoaudiólogos e psicopedagogos na reabilitação das dificuldades de leitura e escrita (Santos, 2006). Finalizando
Qualquer programa de intervenção exige comunicação e colaboração entre os pais, terapeuta, professores, equipe da escola, além de promover a autoconfiança da criança (Salles, 2004). Fontes principais
z
ADAMS e cols. CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA EM CRIANÇAS PEQUENAS. POA: Artmed, 2006.
z
COSTA, A.; ALFONSIN, V.. Repensando a intervenção individualizada no processo de
alfabetização a partir das pesquisas em consciência fonológica. In: Anais: Práxis Psicopedagógica.
Porto Alegre: Edicom, ABPp-RS, 2005.
z
FERREIRO, E. Uma reflexão sobre a língua oral e a aprendizagem da língua escrita. Revista Pátio,
ano 8, n. 29, fev./abr. 2004.
z
FREITAS, Gabriela. Sobre a consciência fonológica. Em: LAMPRECHT, Regina e colab. Aquisição
fonológica do português. Porto Alegre: Artmed, 2003
z
z
z
z
z
z
Moojen, Sônia. Habilidades envolvidas no ato de ler: Ação Psicopedagógica. Anais do Encontro O
olhar clínico na prática psicopedagógica, promovido pela ABPp. 2003/2004
MORAIS, Artur. A apropriação do sistema de notação alfabética e o desenvolvimento de
habilidades de reflexão fonológica. Letras de Hoje. Porto Alegre. v.39, n.3, p. 175-192, set. 2004.
MORAIS, A. Metodologias de alfabetização. 2005
OLIVEIRA, João Batista. ABC do alfabetizador. Editora Alfa Educativa, 2ª ed. 2004.
SANTOS, R.; COSTA, A. A natureza dos erros ortográficos. Curso de extensão: Estudos em
Leitura e escrita. FAPA, 2008.
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento: caminhos e descaminhos. Revista Pátio, ano 8, n.
29, fev./abr. 2004.
Santos, R. Sobre consciência fonoarticulatória, in: Lamprecht, R(org). Consciência dos sons da
língua, EDIPUCRS (in press).
OBRIGADA.
z
[email protected]

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