Ed 40 Mai/Jun 2014

Transcrição

Ed 40 Mai/Jun 2014
Editorial
Diretoria
Um grande time
Em ritmo de Copa do Mundo, o balanço dos primeiros meses
de 2014 mostra que a avicultura do Paraná está batendo um bolão.
O estado continua a apresentar seguidamente recordes de produção
para uma demanda que só tende a aumentar. Isso porque, segundo
o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea),
o mercado oriental pode, no médio prazo, aumentar a importação
do frango brasileiro devido aos recentes surtos de gripe aviária na
China e no Japão.
Além disso, como você vai ver nesta edição da revista
Avicultura do Paraná, a matéria de capa (a partir da página 22) traz
uma minuciosa análise sobre como a carne de frango se tornará a
principal fonte de proteína animal para o mundo até 2022. Nesse contexto, imaginemos a importância do Brasil para suprir uma demanda
que só tende a aumentar.
E imaginemos ainda a importância do Paraná, o maior estado
produtor e exportador avícola do país. É por isso que o Sindiavipar
anuncia a parceria com a Associação
Paranaense
de
Avicultura
(Apavi)
Sindicato das Indústrias de Produtos
Avícolas do Estado do Paraná
para a criação conjunta do Workshop
Av. Cândido de Abreu, 140 - Salas 303/304
Curitiba/PR - CEP: 80.530-901
Tel.: 41 3224-8737 | sindiavipar.com.br
[email protected]
maneira
da Avicultura Paranaense 2014: uma
de
fortalecermos
a
nossa
indústria e de nos prepararmos para
os desafios que estão por vir. Porque,
assim como no futebol, um time bem
Fale conosco
Se você tem alguma sugestão, crítica, dúvida
ou deseja anunciar na revista Avicultura do
Paraná, escreva para nós:
[email protected].
entrosado é também um time vencedor.
Domingos Martins
Presidente do Sindiavipar
Ed. nº 40 - Mai/Jun 2014
Expediente
selo SFC
As matérias desta publicação podem ser
reproduzidas, desde que citadas as fontes.
Produção:
Giórgia Gschwendtner,
Centro de Comunicação
Maria Luiza de Paula, Mariana
centrodecomunicacao.com.br
Macedo, Rafael Neves,
Jornalista responsável:
Stephany Guebur
Guilherme Vieira (MTB-PR: 1794)
Design e diagramação:
Editora-chefe:
Cleber Brito
Cecilia Gibson (MTB-PR: 6472)
Comunicação e Marketing:
Colaboração:
Mônica Fukuoka
Allan Oliveira, Bruna Robassa,
Impressão:
Gabriela Titon,
Maxi Gráfica
Foto: Sindiavipar
Presidente:
Domingos Martins
Vice-presidente:
Alfredo Kaefer
Secretário:
Claudemir Bongiorno
Tesoureiro:
João Roberto Welter
Diretores efetivos:
Roberto Kaefer e Guilherme dos Santos
Diretores suplentes:
Sidnei Bottazzari, Ciliomar Tortola, Ademar
Rissi, Dilvo Grolli, Roberto Pecoits e Valter Pitol
Conselheiros fiscais efetivos:
Paulo Cesar Cordeiro, Célio Martins Filho e
Pedro Henrique de Oliveira
Conselheiros fiscais suplentes:
Evaldo Ulinski, Paulo Karakida e Marcos Batista
Delegados representantes efetivos:
Domingos Martins e Osvaldo Ferreira Junior
Delegados representantes suplentes:
Claudio de Oliveira e Rogério Gonçalves
20
Seções
Economia
Foto: Agrostock
Agroindústria
Após puxar o crescimento do Produto
Espaço Sindiavipar.............................04
Interno Bruto (PIB) em 2013, estudo do
Canal aberto.........................................05
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Radar...................................................06
(Ipea) sugere que o potencial inexplorado da agroindústria brasileira ainda é
Ciência...................................................07
enorme e que o assunto deve ser priori-
Agenda..................................................08
dade na economia nacional.
22
Observatório........................................08
Eventos.................................................10
Capa
Entrevista..............................................14
A mais consumida
Workshop.............................................18
Foto: Studio Cl Art
Logística................................................16
Com a ascensão dos países em
desenvolvimento,
a
carne
de
frango tem sido o produto de
Economia.............................20
entrada na formação de uma nova
classe média urbana. Confira as
Capa.....................................22
perspectivas de crescimento para o
consumo da carne.
Fiep........................................................26
30
Entidades ..............................................28
Ciência e Tecnologia
Ciência e Tecnologia............30
Da guerra ao campo
A agricultura e a indústria de proteína
animal também começam a desfrutar
dos benefícios de uma nova tecnologia:
Oportunidades ....................................32
os drones. Alguns dos experimentos mais
Adapar...................................................34
avançados do país estão sendo feitos em
Gastronomia........................................36
um campo de testes nos arredores de
Piracicaba (SP).
Associados............................................38
Bem-estar.............................................40
Mito ou verdade?
Combustível de frango
É possível a fabricação de biocombustível a partir do óleo de vísceras
não comestíveis de frango? A revista
Avicultura do Paraná foi conversar
com especialistas para saber mais
sobre essa história. Descubra na
página 42.
Mito ou verdade?.................42
Foto: Ramzi Hashisho/Free Images
42
Saúde do trabalhador........................44
Notas e registros.................................46
Artigo técnico......................................48
Culinária................................................49
Estatísticas...........................................50
Espaço Sindiavipar
Diálogo para o sucesso
O primeiro semestre de 2014 foi marcado por uma série de reuniões, cursos, feiras e eventos que dizem respeito à avicultura
paranaense. O resultado de mais diálogo entre empresas e entidades tem dado bons frutos, já que os resultados de produção e exportação do primeiro trimestre de 2014 indicam que a avicultura do Paraná segue na liderança nacional do setor. Confira os principais
eventos que marcaram os meses de março e abril:
MARÇO
Exaustores em aviários
11/03: Após a reunião entre representantes da avicultura e o deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), que
aconteceu no dia 11 de março, o Projeto de Lei 02/2014, que estabelece normas para a instalação de exaustores em
aviários no estado do Paraná, de autoria de Rasca Rodrigues, será retirado de tramitação na Assembleia Legislativa por
um prazo de seis meses.
Nesse período, serão feitos estudos técnicos e científicos para avaliar se há impacto causado pelos gases expelidos pelos exaustores. De acordo com Icaro Fietcher, do Sindiavipar, não há nenhuma pesquisa que
comprove a necessidade de trocar
os exaustores nos aviários.
Também participaram da
reunião representantes da Federação da Agricultura do Estado do
Paraná (Faep), Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar
(Fetraf), Organização da Cooperativas do Paraná (Ocepar), Câmara Municipal de Chopinzinho e Federação
dos Trabalhadores na Agricultura
do Estado do Paraná (Fetaep).
Tecno Food
25 a 27/03: Entre os dias 25 e 27 de março Curitiba recebeu a Tecno Food Brazil/Mercoláctea, voltada para
atender todas as atividades ligadas ao agronegócio vinculadas ao processamento de proteína animal, dando ênfase
a aves, suínos e bovinos.
Durante a feira, no dia 26 de março, representantes do Sindiavipar se reuniram com outras entidades do
setor avícola que formam o Comitê Estadual de Sanidade Avícola (Coesa). Foram discutidas questões relativas a
procedimentos sanitários.
4
| sindiavipar.com.br
Espaço Sindiavipar
ABRIL
Paraná na liderança
29/04: No dia 29 de abril o Sindiavipar convidou a imprensa para a divulgação dos resultados de
produção e exportação na avicultura do primeiro trimestre de 2014. Os dados do Sindiavipar mostram que,
até março, o estado atingiu o acumulado recorde de
382,29 milhões de cabeças abatidas. Isso representa
uma alta de 6% e 8,4% ante aos resultados de 2012 e
2013, quando foram abatidas, respectivamente, 360,71
e 352,65 milhões de aves no mesmo período.
E, para consolidar o bom momento do setor, o
Sindiavipar e a Associação Paranaense de Avicultura
(Apavi) anunciaram a criação conjunta do Workshop
da Avicultura Paranaense, um evento voltado à capacitação da indústria avícola com a disseminação de co-
primeira edição será realizada no dia 24 de outubro, em
nhecimento técnico a todas as engrenagens do setor. A
Foz do Iguaçu (PR).
Canal aberto
Mal chegamos à metade do ano e as
mã que desembarca no país pela primeira vez
notícias positivas já parecem valer por 2014
e já chega com a escolha de Curitiba como sede.
inteiro. A indústria avícola do Paraná continua
E ao longo do ano teremos ainda a
seu trabalho sustentável em busca de expan-
realização do Workshop da Avicultura Para-
são e resultados, o que justifica as perspecti-
naense 2014, um evento que selará a parceria
vas otimistas para os próximos meses. Além
do Sindiavipar com a Associação Paranaense
disso, o estado tem sido palco das principais
de Avicultura (Apavi) para fortalecer a nossa
feiras do setor de proteína animal nacionais e
avicultura, e o VII Encontro Técnico da Unifran-
internacionais.
go, iniciativa já bastante conhecida e elogiada
Em março tivemos a realização da
Foto: Sindiavipar
A representatividade do Paraná
pelo setor.
primeira Tecno Food Brazil, uma feira que trou-
Todos esses fatores ajudam a nos
xe como proposta a disseminação do conhe-
fortalecer como o estado brasileiro mais re-
cimento científico à cadeia produtiva, carac-
presentativo de proteína animal do Brasil. Um
terística tão importante para que consigamos
resultado certamente influenciado pelo fato
agregar valor ao nosso produto. Em agosto será
de sermos o maior e mais desenvolvido polo
a vez da International FoodTec Brasil, feira ale-
avícola nacional.
sindiavipar.com.br |
5
Icaro Fiechter
Diretor executivo do Sindiavipar
[email protected]
Radar
O que foi notícia
A edição n° 16, de maio/junho de 2010, da revista Avicultura do Paraná
trazia em sua capa matéria que reportava a importância do mercado consumidor
de carne Halal para a avicultura. E na última edição, n° 39, de março/abril de 2014,
o assunto foi retomado para saber como está o desenvolvimento desse segmento.
Vimos que o Brasil é o maior exportador mundial de frango Halal, produzido conforme os princípios do Islã, mas ainda deixa a desejar no atendimento da
própria demanda interna. Um mercado que gira em torno de 1 milhão de consumidores em potencial, com base no número de muçulmanos que vivem no país e
que ainda não encontram opções no mercado da carne de frango para consumir.
É dessa forma que a revista Avicultura do Paraná continua a abordar temas de grande interesse para a indústria avícola do estado.
E você pode ter acesso a todo esse conteúdo também. Basta acessar:
sindiavipar.com.br/revistas para conhecer todas as edições da publicação. Não
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suínos, aves, bovinos, culturas, alimentos, carnes, maquinário, etc.
Ciência
Campylobacter
Pesquisa identifica um novo desafio para a avicultura brasileira
Em busca da qualidade dos produ-
colonizadas, o Campylobacter será excreta-
eliminar completamente uma contaminação
tos avícolas brasileiros, que são reconhecidos
do em grande quantidade pelas fezes, o que
pré-existente. Mesmo com uma série de
internacionalmente, a indústria nacional e
proporcionará sua rápida disseminação.
trabalhos para mitigar este risco de disse-
instituições brasileiras de pesquisa têm inves-
Apesar das aves não apresentarem
minação, o número de lotes positivos que
tido em projetos que visam à qualidade micro-
sinais clínicos da doença e perda do rendi-
chegam para o abate continua elevado, bem
biológica da carne de frango. Engajado nesta
mento zootécnico, lotes contaminados po-
como o número de carcaças positivas após o
proposta, o Centro de Diagnóstico e Pesquisa
dem carrear esta bactéria até o abate e pos-
resfriamento.
em Patologia Aviária (CDPA) da Faculdade de
sibilitar contaminação cruzada das carcaças
Trabalhos realizados no Brasil e em
Veterinária da Universidade Federal do Rio
que posteriormente serão comercializadas
outros países demonstram a importância
Grande do Sul (UFRGS) atua em linhas de pes-
e poderão causar campilobacteriose quando
dos chuveiros como medida de redução da
quisa que contribuam com o crescimento e
cozida ou consumida de forma inadequada.
contaminação das carcaças durante o abate;
fortalecimento da cadeia avícola, dentre elas,
A campilobacteriose, zoonose que é respon-
entretanto, intervenções como a regulagem
a pesquisa de Campylobacter.
sável por infecções entéricas, esta associada
constante dos equipamentos e cuidados
responsável
ao consumo de produtos de origem animal
com a logística de abate atuam como medi-
pela campilobacteriose, que possui como
contaminados por esta bactéria, sendo a car-
das que auxiliam na redução da contamina-
reservatório natural às aves, é reconhecido
ne de frango um dos principais responsáveis
ção final das carcaças.
como uma bactéria emergente e de impor-
pela transmissão desta enfermidade para o
tância para saúde pública. Este microrga-
homem.
O
Campylobacter,
Atualmente, o grupo de pesquisa
de Campylobacter do CDPA/UFRGS atua
nismo já é discutido em diversos países
Existe uma grande variação na
principalmente na avaliação qualitativa e
europeus e também na Nova Zelândia e nos
ocorrência desta bactéria entre lotes e tam-
quantitativa de Campylobacter durante pro-
Estados Unidos, havendo inclusive legisla-
bém entre os dados de ocorrência informa-
cesso de abate, os quais estão entre os pio-
ção específica em alguns casos. No Brasil,
dos pelos diferentes países, entretanto, em
neiros no Brasil, buscando mitigar o risco de
dados sobre a ocorrência e disseminação
geral os relatos de incidência são considera-
contaminação dos produtos avícolas.
deste agente na cadeia avícola são escassos,
dos elevados. No Brasil, o grupo de pesquisa
exigindo a realização de trabalhos para que
de Campylobacter da UFRGS vem atuando
possa ser observada a situação atual de dis-
para disponibilizar dados da situação epide-
seminação desta bactéria.
miológica brasileira, bem como realizando
Quando a questão é o controle
projetos de pesquisa que contribuam para a
da disseminação de Campylobacter spp., a
redução da contaminação nas granjas avíco-
transmissão horizontal é considerada signi-
las e nos matadouros-frigoríficos.
ficativa entre aves e granjas. Trabalhadores,
Existe um consenso entre os pes-
bem como veículos, animais silvestres ou
quisadores de que a eliminação da conta-
domésticos e insetos podem proporcionar
minação bacteriana das carcaças durante o
a disseminação da contaminação entre lotes
abate é uma tarefa complexa, já que a tec-
ou a manutenção do agente. Uma vez as aves
nologia disponível e viável, não é capaz de
sindiavipar.com.br |
7
Gustavo Perdoncini - Médico Veterinário, M.Sc. e doutorando em Ciências Veterinárias com ênfase em
Sanidade Avícola na Faculdade de
Veterinária da UFRGS. ([email protected]).
Vladimir Pinheiro do Nascimento Médico Veterinário, Ph. D. e Professor de Medicina de Aves da Faculdade de Veterinária da UFRGS.
Agenda
XXIII Congresso Centro-Americano
e do Caribe de Avicultura 2014
Valorizar quem
é essencial
Data: 18 a 20 de junho
Local: La Habana - Cuba
Realização: Federação de Aves da América Central e do Caribe
E-mail: [email protected]
Informações: 537-2045-956
Site: aviculturacuba.com
A produção agrícola é de grande impor tância para a economia do país, sendo um setor que
contribui em grande par te para o PIB. Por isso, é
preciso lembrar-se dos trabalhadores que se dedicam diariamente ao ofício que leva alimento às mesas das famílias e movimenta a economia no Brasil.
III Congresso Brasileiro de Bioética e
Bem-Estar Animal
No dia 25 de maio é comemorado o Dia do
Trabalhador Rural , data que marca uma homena-
Data: 5 a 7 de agosto
Local: Fiep - Curitiba (PR)
Realização: Conselho Federal de Medicina Veterinária e
Universidade Federal do Paraná
E-mail: [email protected]
Informações: cfmv.org.br
gem às pessoas dedicadas à produção agropecuár ia do país. Esse é um momento para ressaltar a
impor tância desse trabalho e da valor ização desses prof issionais, prezando sempre por condições
dignas de trabalho.
International FoodTec Brasil
Consultoria para NRs
Data: 5 a 7 de agosto
Local: Expo Unimed / Curitiba (PR)
Realização: Deutsche Messe - Koelnmesse
E-mail: [email protected]
Informações: (41) 3027-6707
Site: foodtecbrasil.com.br
O Sesi e o Senai têm o conhecimento, os cursos e as
consultorias que a sua empresa precisa para seguir as Normas
Regulamentadoras (NRs). As NRs regulamentam e fornecem
orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados
à segurança e medicina do trabalho. Toda empresa, seja ela
privada ou pública, deve obedecer a essas regras. No País, há
36 NRs que orientam a respeito das normas sobre segurança
Conferência Facta 2014
e medicina do trabalho. E para evitar multas, o Sesi e o Senai
Data: 18 a 20 de agosto
Local: Tauá Hotel & Convention Atibaia / Atibaia (SP)
Realização: Facta
E-mail: [email protected]
Informações: (19) 3243-6555
Site: facta.org.br
informações ou entre em contato com o Sindiavipar.
podem auxiliar você. Visite sistemafiep.org.br/nrs para mais
Quer divulgar seu evento aqui?
Entre em contato conosco pelo e-mail
[email protected]
ou ligue (41) 3224-8737.
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Observatório
International FoodTec Brasil
desembarca em Curitiba
Uma das mais importantes feiras do setor alimentício mundial será realizada em solo nacional. A International FoodTec Brasil abre suas portas entre os dias 5 e
7 de agosto de 2014, no Expo Unimed em Curitiba (PR).
A feira é uma versão derivada da consagrada Anuga FoodTec, tradicional da cidade alemã de Colônia, e que também já teve edições na China e na Índia. “Hoje o Brasil
dispõe do quinto maior mercado alimentício e de matérias-primas renováveis, o que garante seu papel de destaque no cenário mundial”, afirma o vice-presidente de
feiras internacionais da Koelnmesse, Denis Steker, companhia organizadora da feira na Alemanha.
Para a realização da versão brasileira da feira, a
empresa conta com a parceria da Hannover Fairs Sulamérica, que dentre outras análises – segundo seu diretor
comercial, Valério Regente – escolheu Curitiba para ser
a sede do evento devido ao grande potencial do Paraná como produtor de proteína animal, principalmente avícola. “O
Paraná ser o maior estado produtor e exportador de carne de frango do Brasil influencia absolutamente na decisão de
trazer a International Foodtec para Curitiba. O fato de termos as indústrias produtoras nesse setor com forte presença no
estado, aliado ao fato da cidade de Curitiba oferecer uma infraestrutura excelente, traz uma combinação única, que não
só aumenta a relevância da feira, como também as chances de sucesso do evento como fomentador de negócios”, afirma.
Um dos diferenciais promovidos pela feira será a sua plataforma de negócios globalizada. De acordo com a assessoria de imprensa do evento, mais de 30% dos expositores serão estrangeiros. “Para nós está claro que a International
FoodTec Brasil será a mais importante feira para a indústria alimentícia do Brasil saindo do eixo tradicional do Sudeste”,
comenta Denis Steker. Uma próxima edição da International FoodTec Brasil já está programada para 2016.
JBS assume BR Frango
O abatedouro BR Frango, localizado no muni-
O contrato que dá a JBS o direito de adminis-
cípio Santo Inácio e paralisado há um ano, pertence
trar a estrutura implantada pelo empresário Reinal-
agora ao grupo JBS Foods, líder mundial na produção
do Morais foi assinado no dia 3 de abril em Colorado,
de alimentos, com 340 unidades de produção que
com a presença de diretores das duas empresas e
exportam para mais de 150 países nos cinco conti-
mais de 30 prefeitos dos municípios que serão be-
nentes. A planta foi criada com a promessa de abater
neficiados pela reativação do abatedouro. O clima
10 milhões de aves por mês e oferecer em torno de
dos prefeitos, diretores e empresários é de otimismo
2,5 mil empregos diretos.
com a economia da região e a oferta de empregos.
sindiavipar.com.br |
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Evento
Conhecimento e comércio
Tecno Food Brazil/Mercoláctea 2014 promove o debate técnicocientífico com foco no desenvolvimento da indústria
A necessidade de agregar valor
“A importância de trazermos a
cópia da edição n° 39 da revista Avicultura
aos produtos brasileiros de proteína animal
Tecno Food para o Paraná e a consolidarmos
do Paraná. O Sindiavipar esteve presente
foi um dos objetivos que definiram a Tecno
como um player nacional e internacional é
com um estande no qual exibia as princi-
Food Brazil/Mercoláctea 2014 (TFB), fei-
a possibilidade de oferecer mais tecnologia
pais ações da entidade na defesa dos inte-
ra internacional que estreou sua primeira
e conhecimento científico para aumentar a
resses da indústria avícola paranaense.
edição em Pinhais, Região Metropolitana
competitividade de nossa indústria”, afir-
Ainda durante a abertura da fei-
de Curitiba (RMC), no último mês de março.
ma o presidente da TFB, Rubens Zago. “É
ra, outras personalidades da indústria de
Com a proposta de unir aspectos
importante destacar também que a maio-
proteína animal foram premiadas por seu
comerciais junto à disseminação de conhe-
ria dos nossos visitantes foram os ‘cabeças’
trabalho em prol da cadeia produtiva. Pela
cimento técnico-científico, o evento reuniu
das empresas, ou seja, pessoas com alto po-
atuação nas áreas sanitária e de tecnologia
6.000 visitantes únicos, entre produtores,
der para as tomadas de decisões”, ressalta
do setor, o homenageado foi o presidente
técnicos, autoridades e profissionais liga-
o presidente.
da Agência de Defesa Agropecuária do Pa-
dos às cadeias produtivas da carne e do
O governador do estado do Para-
leite, que puderam assistir a uma progra-
ná, Carlos Alberto Richa, comentou em seu
O ex-ministro da Agricultura e atu-
mação chamada de ‘O Pátio do Conheci-
discurso durante a solenidade de abertura
al presidente da recém-criada Associação
mento’, com 36 horas de palestras, deba-
da TFB que “o Paraná se orgulha e se sen-
Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Fran-
tes, workshops e mesas-redondas, e ainda
te honrado em poder sediar esse grande
cisco Turra, foi reconhecido por seu desem-
dispuseram de 24 horas de feira comercial.
evento, tanto pela relevância da feira como
penho político e associativo. Turra reforçou
A realização da TFB, além disso,
também pela importância do agronegócio
a visão geral do evento sobre a necessidade
para o estado e para o Brasil”.
de oferecer produtos com maior processa-
também reforçou o fato do Paraná ser um
raná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz.
forte produtor e exportador de carnes –
Após sua fala, Richa recebeu das
mento ao mundo. “Para mim é triste ouvir
com a liderança do mercado avícola – ao
mãos do diretor executivo do Sindicato das
que comemoramos a exportação de com-
escolher o estado para sediar sua primeira
Indústrias de Produtos Avícolas do Estado
modity. Nós precisamos exportar produto
edição.
do Paraná (Sindiavipar), Icaro Fiechter, uma
com valor agregado. E a Tecno Food Brazil
10
| sindiavipar.com.br
Evento
permite que exista esse espaço da inovação,
tão necessário para a gente ter competitividade em todo o mundo”, analisa.
AUTORIDADE
O governador do Paraná recebe a
revista Avicultura do Paraná
Por fim, Mário Lanznaster, da Aurora Alimentos, foi escolhido destaque em-
O ciclo de palestras contou com
presarial do ano, e Darci Mariotti, da Labema
representantes dos laboratórios NSF Bio-
Alimentos, como história viva da indústria.
ensaios, A3Q, Anallitus, Food Inteligence,
O presidente do Sindiavipar, Do-
além de representantes da ABPA, do Mi-
mingos Martins, comemorou a realização e
nistério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
o sucesso da TFB, um evento que para ele só
cimento (Mapa) e da Adapar. O foco esteve
tem a contribuir com o aprimoramento das
voltado à importância da análise laborato-
indústrias produtoras do estado. “A Tecno
rial para a garantia da sanidade avícola –
Food Brazil/Mercoláctea 2014 é mais um
com a tradução de resultados acadêmicos a
ponto que vem para somar na consolidação
uma linguagem mais simples às indústrias
do Paraná como um estado de vanguarda
–, reforçando a necessidade do processo
na avicultura brasileira. Com seu perfil mais
para a manutenção da qualidade da carne
técnico, a feira ajuda a disseminar o conhe-
de frango desde o campo até sua distribui-
cimento para todos os elos da cadeia avíco-
ção nas gôndolas.
la e de proteína animal, aprimorando o nosso contínuo desenvolvimento”, comenta.
“A ideia é trazer o que temos de
mais moderno em termos de análise laboratorial. Os palestrantes demonstram a im-
Garantia analítica na avicultura
portância da garantia analítica não só para o
Promovida pelo Sindiavipar e a
mercado interno como também para reque-
empresas é que a garantia analítica é fator
empresa de consultoria e capacitação no
rimentos do mercado externo e ainda no es-
decisivo em questões de geopolítica para o
agronegócio Agroqualitá, um dos eventos
copo da saúde pública”, explica a diretora da
comércio internacional, na situação de que al-
de maior destaque para a indústria avícola
Agroqualitá, Dione Kamila Francisco.
guns países utilizam restrições sanitárias como
foi a “Garantia analítica na avicultura: campo, processamento e distribuição”.
De acordo com Dione, outro fator
que deve ser levado em consideração pelas
maneira de disfarçar medidas protecionistas.
“Normas e legislações podem ser
utilizadas como uma barreira sanitária, o
que acaba se tornando um prejuízo para o
Brasil. Mudar uma normativa, ou uma exigência específica, são artifícios que alguns
países têm para ganharem tempo até que
nós consigamos nos adequar”, analisa.
Ela comenta que mesmo com as
tentativas de restrições, o Brasil conta com
uma boa qualidade sanitária e de garantia
analítica na avicultura, mas que isso deve ser
cada vez mais evidenciado. “A qualidade da
nossa carne de frango é muito boa. Mas não
basta sermos bons, cada vez mais nós temos
que provar que somos bons. E a garantia
analítica é uma ferramenta imprescindível
para esse resultado”, pontua.
sindiavipar.com.br |
11
Evento
Exemplo para o mundo
Diretor-geral da FAO afirma durante AveSui 2014 que sistema de
integração avícola é exemplo de harmonia social e distribuição de renda
A 14ª edição da Feira Latino-
nada pelo governo ao oferecer uma
nesiano (de John Maynard Keynes,
-Americana da Indústria de Aves e
resposta à questão por meio de seus
economista britânico) da incerteza.
Suínos (AveSui 2014), realizada em
dois caminhos para a política agríco-
Uma incerteza em que nós não sa-
maio, em Florianópolis (SC), teve
la: um para o pequeno produtor e ou-
bemos ainda qual será o impacto da
como principal destaque a participa-
tra para o grande produtor, de modo
produção de alimentos no campo
ção do diretor-geral da Organização
que cada um tem o seu próprio aces-
climático. Há uma mão humana por
das Nações Unidas para Alimentação
so a recursos financeiros.
detrás da degradação ambiental, isso
e Agricultura (FAO), José Roberto Gra-
Segundo Graziano, a grande
é inegável. Há uma mão humana no
ziano, que foi homenageado no even-
incerteza que ronda o agronegócio
uso de pesticidas, de defensivos, há
to com o título de “Personalidade
mundial diz respeito aos impactos
uma mão humana na perda de solos
Mundial do Agronegócio”.
ambientais que estão sendo causa-
aráveis. Nós temos a responsabilida-
dos pelo homem.
de de reduzir o impacto do homem”,
“Por onde eu vou mundo
afora encontro o frango brasileiro.
“Nós temos um grande de-
É sem dúvida o produto agroindus-
safio que reintroduz o conceito key-
trial brasileiro mais bem acabado”,
disse. Uma das maiores autoridades
mundiais em agricultura e alimentação, Graziano comentou ainda que o
sistema de integração, utilizado pela
avicultura e suinocultura brasileiras,
é uma referência de harmonia social
e distribuição de renda, devendo ser
adotado como modelo pelo mundo.
“O sistema de contrato de
integração é um grande exemplo de
que não há contradição entre a agricultura familiar e o agronegócio. A
ideia do agrobusiness foi exatamente
para incorporar todos os produtores.
Não são apenas os grandes que fazem
parte das cadeias produtivas do agronegócio” analisa.
Para o diretor-geral da FAO,
o que deve ser reconhecido é que no
mundo todo há uma disputa entre os
pequenos e os grandes produtores. E
que, no Brasil, essa crise foi solucio-
12
| sindiavipar.com.br
pontua Graziano.
Além dos efeitos da ação hu-
Evento
PRESENÇA
Presidente do Sindiavipar,
Domingos Martins, marcou
presença para prestigiar a feira
mana, outra certeza é a de que até
2050 seremos cerca de 9,6 bilhões
habitantes, de acordo com a própria Organização das Nações Unidas
(ONU), o que demandará um aumento
de 60% na produção de alimentos, ou
30% caso se consiga reduzir o atual
desperdício mundial de comida.
Um desafio que deverá ser
enfrentado por todos os produtores,
uma vez que, na visão do diretor-geral da FAO, vender produtos será cada
vez mais associado à previsibilidade
respeitarem a natureza.
Sindiavipar
dos impactos ambientais causados
“O agricultor brasileiro sem-
durante sua produção, com a valori-
pre soube vencer os desafios que
zação das mercadorias que melhor
enfrentou. E eu acho que essa neces-
trias de Produtos Avícolas do
sidade de certificações e restrições
Estado do Paraná (Sindiavipar)
ambientais é apenas mais um deles”,
esteve presente na AveSui 2014
avalia Graziano.
com a divulgação do plano de
O Sindicato das Indús-
ações da entidade. O mais impor-
Balanço da feira
tante deles foi a apresentação
A AveSui 2014 fechou a edi-
do Workshop da Avicultura Pa-
ção deste ano com um volume total
ranaense 2014, que no dia 24 de
de 17,5 mil visitantes únicos durante
outubro reunirá o setor avícola
os três dias de atividades, uma movi-
do estado e do Brasil para a dis-
mentação financeira estimada em R$
seminação de conhecimento a to-
370 milhões e cerca de 550 congres-
das as engrenagens da indústria.
sistas no Seminário Técnico Científi-
Nesta edição, o workshop abran-
co. De acordo com Andréa Gessulli,
gerá as cadeias do frango de cor-
organizadora do evento, a feira foi
te, matrizes de reprodução e aves
"um sucesso e cumpriu o seu papel
de postura. Isso devido à parce-
como fomentadora de novos negó-
ria do Sindiavipar com a Asso-
cios e parcerias". No ano que vem, o
ciação Paranaense de Avicultura
evento acontecerá entre os dias 12 e
(Apavi), entidades que se unem
14 de maio, novamente na capital ca-
para construir uma representati-
tarinense. A AveSui 2014 reuniu mais
vidade mais sólida e consolidam
de 150 empresas nacionais e interna-
o bom momento vivenciado pela
cionais e centenas de produtos e ser-
avicultura do Paraná.
viços dos setores de aves e suínos.
sindiavipar.com.br |
13
Entrevista
Nasce a ABPA
Ubabef e Abipecs juntam forças para representar o setor de
proteína animal
Em março deste ano foi criada
de setores altamente organizados, com
a Associação Brasileira de Proteína Ani-
PIB total de R$ 80 bilhões, responsáveis
mal (ABPA), que já nasce sob a alcunha
por 10% da balança comercial do agro-
de ser a maior entidade representativa
negócio brasileiro, com saldo em torno
do setor de proteína animal do Brasil.
de US$ 10 bilhões. São cadeias geren-
Francisco Turra, ex-presidente da União
ciadas, profissionalizadas, que precisam
Brasileira de Avicultura (Ubabef), foi o
de unificação e representação de
indicado para assumir o cargo de pre-
acordo com o que elas signifi-
sidente executivo da nova associação.
cam para o país.
Que benefícios o segmento de
carne suína pode obter da avicultura brasileira para aumentar
seu consumo interno e externo?
Como conciliar os interesses de
ambos os seguimentos?
O objetivo – alcançado – foi construir
uma entidade com
Nesta entrevista à revista Avicultura do
É com este foco
representativida-
Paraná, Turra comenta sobre o peso da
que nasce a ABPA – que
de ainda maior,
ABPA, que agora representa um Produto
busca, também, otimizar
que viabilizas-
Interno Bruto (PIB) de R$ 80 bilhões e é
processos e ganhar agili-
se sinergias e
responsável por 10% da balança comer-
dade e expandir trabalhos
ampliasse
cial do agronegócio brasileiro. E também
por meio das sinergias – e
papel
sobre a possibilidade de a entidade vir a
deverá conquistar ganhos para
co-social
englobar o setor de bovinos no futuro.
a avicultura e a suinocultura do
Algo para o qual a associação não preci-
Brasil. E os desafios são muitos.
saria nem mudar de nome.
Entre as metas traçadas para a
nova entidade está a abertura
Avicultura do Paraná: De que
maneira a junção da Ubabef
com a Associação Brasileira da
Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs)
impacta o setor de proteína animal brasileiro?
Francisco Turra - Temos dois
de mais 15 mercados
para carne de aves
do Brasil, que hoje
é exportada para
155
países.
Para
suínos, a meta de
ampliação é de
10
mercados,
setores parecidos, equivalentes, com
frente
interesses em comum, que antes tinham
70 abertos
dupla representação em diversas opor-
hoje.
aos
tunidades. Agora, falamos uma única
língua em uma única representação. A
ABPA é a mostra maior da necessidade
de unirmos as forças dos vários elos da
cadeia produtiva para buscar fortalecimento e sustentabilidade.
Falamos
14
| sindiavipar.com.br
o
polítidas
Entrevista
antigas associações. São cadeias com
­
aspecto: é ruim quando duas entidades
boa penetração de produtos com maior
demandas similares em vários aspectos,
que representam o mesmo setor não fa-
valor agregado.
e que contam com modelos produtivos
lam a mesma língua. E o que nós temos
semelhantes e desafios equivalentes.
hoje é unidade. Nós falamos a mesma
Como bem destacou um dos
língua.
membros do grupo de trabalho, “há muito pontos em comum na agenda institucional das duas proteínas: questões e
debates técnicos semelhantes, mesmos
mercados alvo no exterior, etc.”.
Embora o fortalecimento e as
sinergias sejam a base da ABPA, a preservação das identidades setoriais serão
mantidas. Em cada uma das 13 câmaras
setoriais temáticas haverá grupos sepa-
Eu acho que um
dia haverá a fusão
das entidades que
defendem a proteína
animal
A crise geopolítica com a Ucrânia pode tornar o mercado russo,
que tem a fama de ser um “cliente difícil”, mais aberto para a exportação brasileira?
Nós jamais torcemos por guerra, mas politicamente a crise na Ucrânia
pode ter beneficiado o Brasil, sim. Acho
que a Rússia será um mercado que vai se
abrir ao Brasil de forma mais intensa porque hoje, em tese, ela está eliminada do
G8 pelos Estados Unidos e pela Europa.
rados para tratar de questões inerentes a
Eles têm que comprar, têm que se suprir
cada cadeia produtiva. O próprio mode-
de proteína animal.
lo de gestão segue identidades próprias,
com duas vice-presidências: de aves,
assumida pelo ex-diretor de Mercados
da Ubabef, Ricardo Santin; e de suínos,
comandada pelo ex-presidente da Abipecs, Rui Eduardo Saldanha Vargas. Nesse sentido, a ABPA nasce para dar mais
força institucional à cadeia da proteína
animal brasileira, seja no mercado interno ou nas exportações.
Acompanhamos recentemente na
Tecno Food Brazil/Mercoláctea
2014 a necessidade do Brasil
de agregar mais processamento
aos produtos de proteína animal
oferecidos ao mercado mundial.
Nesse contexto, que iniciativas a
ABPA vislumbra a curto e médio
prazo para ajudar a fomentar a
indústria?
Como o senhor avalia a escolha
de Neri Geller para comandar o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento?
O Neri Geller é um grande conhecedor do agronegócio e parceiro das
cadeias agroindustriais. É o perfil de ministro que o Brasil precisa, com conhecimento técnico e setorial do nosso “agro”.
Essa é uma bandeira que tenho
A escolha do nome de Neri Geller para o
A união do segmento avícola com
o de suínos pode resultar também em uma possível fusão com
o setor bovino futuramente?
empunhado há anos, desde a criação da
ministério não poderia ter sido mais feliz.
Eu acho que um dia haverá a fu-
nosso Núcleo de Inteligência Competiti-
Pode-se dizer que a ABPA nasce
com mais peso de reivindicação
junto ao governo brasileiro?
são das entidades que defendem a pro-
va (NIC), que tem o exato objetivo de le-
A ABPA nasce com maior força
teína animal. Um dia. Não é uma coisa
vantar nichos e mercados para explorar-
institucional, juntamente com todos os
tão súbita pelo seguinte: bovinos têm
mos no setor internacional, melhorando
benefícios agregados que isso pode tra-
características muito diversas. Já nós
a rentabilidade por várias vias – entre
zer. Uma delas é a força de reivindicação,
(Ubabef e Abipecs) estávamos numa
elas, pelo embarque de produtos pro-
assim como a uniformização dos pleitos
proximidade maior, num diálogo com as
cessados. Trata-se de um trabalho de in-
para a busca de resultados equânimes,
mesmas empresas. Então tudo acabou
teligência de mercado, onde estratégias
que beneficie a todos os elos. A ABPA é
convergindo. Mas até mesmo o pessoal
e oportunidades são desenhadas.
uma força maior junto aos vários elos de
antiga Ubabef. Nesse sentido, dentro de
nossa estrutura desenvolvemos uma série de iniciativas com este foco, como o
do setor bovino admite iniciar uma con-
Ao mesmo tempo, temos inves-
articulação com a sociedade, seja o Poder
versa. Porque no Brasil a profusão de en-
tido esforços para a abertura e expansão
Público, autoridades internacionais ou
tidades pode ser negativa no seguinte
em mercados onde poderemos ter uma
mesmo representações setoriais.
sindiavipar.com.br |
15
Foto: Agrostock
Logística
Gargalo já na armazenagem
As limitações dos problemas de logística no Brasil existem
desde a estocagem da produção
Exportar frango para o mer-
gem, no Sul e em outras regiões do Bra-
cresce conforme aumenta o valor agre-
cado externo é uma tarefa complexa,
sil”, afirma o representante. O Centro de
gado dos produtos. Investimentos na
que envolve armazenagem, transporte
Distribuição (CD) da companhia, segundo
agroindústria, por esse motivo, não de-
e escoamento. É comum que produto-
Silveira, tem capacidade atual para 9 mil
vem ser deixados de lado. Mas a neces-
res reclamem de deficiências que não
toneladas. Já está acima da média brasi-
sidade urgente de ampliar a capacidade
dependem deles, como em rodovias e
leira, mas ainda é considerada insuficien-
de armazenagem acaba por atrasar essa
terminais marítimos. No setor avícola,
te. “Estamos projetando um espaço que
demanda, segundo especialistas.
como em outros, sai na frente quem
deverá suportar 24 mil toneladas”, conta.
Um cálculo da Organização das
conta com boa estrutura logística. Por
Um dado curioso mostra como
Cooperativas do Paraná (Ocepar) aponta
essa razão, uma das empresas mais
a limitação de armazenamento não afe-
que as empresas do estado somaram R$
competitivas do ramo ocupa o 3º lugar
ta apenas a indústria avícola. Segundo a
2,1 bilhões de investimentos em 2013.
no ranking nacional de abates sem tocar
Unifrango, apenas 30% do espaço do CD
Deste montante, porém, apenas 55% fo-
em um pintainho sequer.
em Apucarana são utilizados pelos acio-
ram empenhados em industrialização. O
O nicho da Unifrango, criada há
nistas. O restante é ocupado por outras
restante foi para armazenagem e outros
13 anos em Apucarana-PR, é outro. Fun-
empresas, não avícolas, que não têm lo-
pontos de logística, uma demanda que
dada por empresas produtoras de frango
cal próprio para estocar a produção. Bo-
não deve parar de cessar tão cedo.
justamente para suprir demandas de ar-
vinos, suínos, ovinos e caprinos, todos
mazenagem frigorificada, se especiali-
carecem de abrigo em frigoríficos.
zou e investe pesado no setor. Conta hoje
com 19 acionistas, entre abatedouros e
incubatórios. Como reconhece Hudson
Silveira, um dos gerentes da Unifrango, é
uma carência generalizada.
“Falta sim espaço de armazena-
“Para 2014, o foco ainda deve
ser investir em armazenagem da produção, que é algo mais emergencial”, expli-
Demanda atrasa outras
prioridades
ca Flávio Turra, gerente de operações da
Ocepar. A organização, que tem contato
A competitividade do frango
com as cooperativas, afirma que quase to-
brasileiro, assim como de outros itens de
das ainda têm déficit de capacidade de ar-
proteína animal e também da agricultura,
mazenagem, em maior ou menor escala.
16
| sindiavipar.com.br
Logística
Para além da armazenagem
melhorias nas estradas.
As cadeias produtivas animais e
produtivo brasileiro ainda tem muito a
“Os portos também precisam,
vegetais buscam formas mais inteligen-
crescer, por exemplo, na logística pela
sim, ganhar em estrutura e agilidade.
tes de fazer a mercadoria chegar até o
água. Muita mercadoria poderia circular
Mas o escoamento seria mais barato e
consumidor. O transporte, conforme re-
por rios amplos que correm por várias
eficiente simplesmente se houvesse
conhece a maior parte dos especialistas,
regiões”, afirma. A Unifrango possui, se-
mais investimento em reparos e duplica-
ainda é um grande gargalo. “As rodovias
gundo ele, um departamento específico
ções nas rodovias usadas pelo negócio
não estão totalmente dimensionadas
para estudar a viabilidade de novos pro-
agropecuário”, exemplifica Natália Or-
para o fluxo de caminhões, e temos lu-
jetos logísticos.
lovicin, economista da consultoria INTL
tado para que as ferrovias cresçam em
As rodovias, de acordo com
FCStone, de atuação internacional.
analistas, vêm recebendo carga cada
O Governo Federal confirmou,
Empresários do setor avícola do
vez maior com o crescimento das ven-
por exemplo, para 2014 a concessão de
Norte do Paraná atuam junto ao poder
das de numerosos itens da pauta nacio-
um trecho da BR-163, entre Sinop (MT) e
público para reivindicar que uma malha
nal de exportações. Soja e milho, por
Miritituba (PA), que ainda é de terra ba-
ferroviária mais ampla passe pela região,
exemplo, aumentaram a saída para o
tida em boa parte. Concluída, a estrada
levando tanto aos portos de Paranaguá
mercado em 74,6% e 318,0% respec-
vai facilitar o acesso aos portos do cha-
(PR), Santos (SP) e outros do Sul do país,
tivamente, nos últimos cinco anos. Os
mado Arco Norte (Amapá, Pará, Roraima,
como também ao interior brasileiro.
dados, da Associação Nacional dos Ex-
Amazonas e Acre), que têm ajudado a de-
Além disso, conforme conta
portadores de Cereais (Anec), mostram
safogar o trânsito de mercadorias expor-
o diretor da Unifrango, outros nichos
que existe uma demanda inadiável por
tadas no Brasil.
ritmo mais acelerado”, conta Silveira.
**
ainda são pouco explorados. “O setor
Workshop
Workshop da Avicultura
Entidades oficializam parceria para fortalecer a avicultura
paranaense
palestras sobre o mercado, sanidade,
bem-estar e nutrição animal. “A nossa
avicultura conquistou a vanguarda do conhecimento técnico, e o Workshop da Avicultura Paranaense 2014 vem com mais
força, sendo uma forma de continuarmos
semeando os resultados futuros na busca
por novos procedimentos”, explica o presidente do Sindiavipar.
O evento é dirigido a funcionários das empresas avícolas de todo o Brasil
e tem como foco a capacitação técnica da
mão de obra industrial da avicultura brasileira. A programação completa e a data
para a abertura das inscrições serão divulgadas em breve.
A indústria avícola do Paraná
uma representatividade ainda mais sólida
acaba de ganhar mais força. O Sindicato
para a indústria avícola”, afirma o presi-
das Indústrias de Produtos Avícolas do
dente do Sindiavipar, Domingos Martins.
Patrocínio
Você pode disseminar sua marca
para todo o setor avícola sendo patrocina-
Estado do Paraná (Sindiavipar) e a Asso-
O presidente da Apavi, Claudio
dor do Workshop da Avicultura Paranaen-
ciação Paranaense de Avicultura (Apavi)
Cesar Casagrande, corrobora a opinião de
se 2014. Para mais informações, entre em
anunciaram durante coletiva de imprensa
Martins. “O Workshop da Avicultura Para-
contato pelo e-mail marketing@sindiavi-
a criação conjunta do Workshop da Avicul-
naense 2014 vai selar a parceria entre a
par.com.br.
tura Paranaense 2014, um evento voltado
Apavi e o Sindiavipar, trazendo mais bene-
à capacitação da indústria avícola com a
fícios para esse segmento econômico tão
disseminação de conhecimento técnico a
importante para o estado e o País”, pontua.
todas as engrenagens do setor. A primeira
O evento dará continuidade ao
edição será realizada no dia 24 de outubro
sucesso do Workshop Sindiavipar, com
deste ano, em Foz do Iguaçu (PR).
A parceria é uma aproximação
entre as duas entidades representativas da
avicultura paranaense, que juntas abrangem as cadeias do frango de corte, matrizes de reprodução e as aves de postura.
“Esse esforço conjunto entre o Sindiavipar
e a Apavi é um primeiro passo para trazer
mais sinergia ao nosso setor, construindo
18
| sindiavipar.com.br
Agroindústria pede mais
Estudos sugerem que o potencial inexplorado ainda é enorme,
e o assunto deve ser prioridade na economia nacional
O primeiro Censo Industrial do Bra-
sil, realizado em 1907, apontou a existência
dice, mas nos Estados Unidos esse potencial
emprega mais de 256 mil pessoas apenas
chega a dez vezes.
na indústria. Como todas as outras regiões
de 3 mil indústrias. Eram principalmente
Por onde ainda é possível, então,
brasileiras, o escopo agroindustrial parana-
fábricas de tecidos, carne-seca e cigarros,
buscar crescimento na agroindústria? No
ense tem alguns pontos fortes, nos quais a
entre outras áreas rudimentares. Mais de um
ano passado, o Ipea compilou suas suges-
produção já é tradicional e lidera rankings
século depois, segundo o Instituto de Pes-
tões no livro Brasil em Desenvolvimento
nacionalmente.
quisa Econômica Aplicada (Ipea), o número
2013. O capítulo “Agroindústria e desenvol-
Uma das principais demandas,
de indústrias é superior a 483 mil. O poder
vimento: uma análise da distribuição regio-
segundo o estudo do Ipea, é justamente o
de fogo do país no setor é demostrado no
nal e dos efeitos diretos na economia”, de
fomento das especialidades regionais. Na
campo e na cidade. Mas será que já estamos
Gesmar Rosa, faz uma série de avaliações
agricultura, principalmente, commodities
próximos do nosso limite?
sobre o assunto e uma recomendação pri-
como a soja e o milho, em boa parte expor-
Um estudo do mesmo Ipea, publi-
mordial: poder público e iniciativa privada
tadas em estado bruto para a China e a União
cado em fevereiro, sugere que não. De acor-
devem ampliar ainda mais o foco na agroin-
Europeia, têm ganhado espaço contínuo.
do com o pesquisador Gesmar Rosa, que
dústria.
O crescimento amplia o fatura-
conduziu o trabalho, o poder multiplicador
da agroindústria sobre os bens agropecuá-
mento nestas áreas, mas limita a expansão
Começando em casa
de empreendimentos agroindustriais de
rios, no Brasil, é de três vezes. Isso significa
O IBGE apura que o Paraná possui
que uma matéria-prima qualquer, seja um
mais de 44 mil indústrias de transformação,
pintainho ou um grão de soja, passa a valer
das quais 12 mil (27%) são agroindústrias.
“A integração de políticas seto-
o triplo, em média, após ser beneficiada em
Costuma-se dizer que o estado tem vo-
riais com as de desenvolvimento regional
território nacional. Pode parecer um bom ín-
cação para o negócio agropecuário, que
é um caminho para o desenvolvimento
20
| sindiavipar.com.br
menor porte e de atuação localizada, o que a
pesquisa considera desaconselhável.
Economia
dinâmico da atividade agroindustrial”,
sidade de investir em fatores de primeira
explica Rosa. Para o pesquisador, é preci-
ordem, que influenciam a produção em si,
so haver programas específicos, linhas de
e em estratégias que permitam aumentar
crédito e outros incentivos econômicos
o valor agregado dos produtos. O que nem
para a agroindustrialização que ainda luta
sempre é possível na intensidade com que
para se consolidar no país.
se deveria.
Nesse sentido, conforme o estudo,
“A agregação de valor aos produ-
a produção de alimentos é o segmento mais
tos da pequena agricultura tem sido fator de
significativo a nível nacional, seguido pelos
crescimento do número de plantas indus-
setores têxtil, de madeira e de móveis. Pelo
triais”, afirma um trecho do trabalho do Ipea.
país, de acordo com o Ipea, estão espalhadas
No âmbito agrícola, em uma tendência que
136.138 agroindústrias, 28% do total de in-
se acentua, estão cada vez em maior vanta-
dústrias brasileiras. Essa porcentagem deve
gem os produtores familiares que vendem
crescer naturalmente, e especialistas reco-
sucos, geleias e doces ao invés de frutas em
mendam investimentos maciços para que o
estado natural, pães ao invés de cereais bru-
fortalecimento seja acelerado.
tos, entre outros exemplos.
Um dos principais caminhos apon-
Prioridades
A iniciativa privada brasileira, segundo a pesquisa, se divide entre a neces-
tados por especialistas é que o poder público facilite o acesso de mais interessados a
este patamar de produção.
Os braços da avicultura
Um contingente de 3,6 milhões
de brasileiros, o equivalente a 1,8% da
população, é empregado direta ou indiretamente pela avicultura. É uma atividade
que dá vida econômica ao interior do país,
e representa 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Maior exportador mundial
de frango desde 2004, o Brasil ainda tem
brechas a preencher na agroindústria.
Pouco a pouco, as empresas têm
ampliado sua rede de produtos de valor agregado no mercado das aves. Isso se aplica ao
mercado interno, especialmente: “A expansão da agroindústria de carnes é um estímulo
à pecuária de aves e suínos em dada região –
ou seja, neste caso, a oferta de animais e sua
localização resultam da demanda industrial,
atenta ao meio urbano”, resume o Ipea.
Carne de frango vai ser a proteína animal
mais consumida em menos de dez anos
22
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Foto: Leonardo O. - Photlcom
Prato principal
Capa
Esta é a década da carne de
Brasil, China, Índia, Indonésia, África
e a par ticipação no produto mun-
frango. Até 2022, o alimento será
do Sul e Turquia. Contudo, verifica-
dial de 33% para 45%.
a principal fonte de proteína ani-
ram-se também progressos substan-
As regiões em desenvolvi-
mal saboreada mundialmente, com
ciais em economias menores, como o
mento têm ainda incrementado suas
um índice de consumo que será
Bangladeche, Chile, Gana, Maurícia,
próprias relações: entre 1980 e 2011,
superior ao da carne suína prova-
Ruanda e Tunísia”, diz o documento.
o comércio Sul-Sul aumentou de me-
velmente já em 2020. A previsão é
O gerente de relações com o
nos de 8% do comércio global de
da Organização das Nações Unidas
mercado da ABPA ratifica que “o Pro-
mercadorias para mais de 26%. Tam-
para a Alimentação e Agricultura
duto Interno Bruto (PIB) dos países
bém até 2020, o produto combinado
(FAO), Organização para a Coopera-
em desenvolvimento tende a crescer
de apenas três dos principais países
ção e Desenvolvimento (OCDE) e da
mais que o PIB dos países desenvol-
em desenvolvimento, Brasil, China e
Associação Brasileira de Proteína
vidos, gerando aumento de renda
Índia, superará o produto agregado
Animal (ABPA).
per capita, mudanças no padrão de
do Canadá, França, Alemanha, Itália,
Atualmente, o porco ainda
consumo e o surgimento de uma
Reino Unido e Estados Unidos.
grunhe mais alto, com 111,7 milhões
classe média urbana que está che-
Para Adolfo Fontes, analista
de toneladas de consumo mundial
gando agora ao mercado de consumo
sênior do Rabobank Brasil, institui-
de carne suína contra 108,1 milhões
de proteína animal e passa a consu-
ção especializada no agronegócio,
de toneladas para as aves e 67,1 mi-
mir a carne de ave”, afirma Adriano
“o aumento do consumo de proteína
lhões de toneladas para os bovinos.
Zerbini.
animal é bastante evidente em paí-
Mas o consumo avícola está
ses em desenvolvimento”. E, no caso
crescendo rapidamente: 2,5% ao
do Brasil, apresenta vantagens com-
ano comparado com 1,5% da carne
parativas por possuir disponibilida-
suína. Em menos de dez anos será
a vez da carne de frango cantar de
galo. “Daqui até 2022 as aves devem
crescer 19% no mundo, enquanto
os suínos vão crescer 13% e os bovinos 14%”, afirma Adriano Zerbini,
gerente de relações com o mercado
da ABPA.
Uma das causas que explicam a crescente procura à carne de
Daqui até 2022
as aves devem
crescer 19% no
mundo, enquanto
os suínos vão
crescer 13% e os
bovinos 14%
de de grãos no mercado doméstico,
o que permite aumentar a produção
de ração animal em patamares que
comportam um aumento substancial
da produção de proteína animal.
“Os custos no Brasil chegam
a ficar 30% abaixo da Europa e China, por exemplo. É também importante ressaltar que o mercado interno brasileiro absorve a maior parte
frango converge com o progresso
da produção e também continuará
social conquistado pela conjuntura
crescendo”, comenta o analista.
mundial recentemente, um contexto
Como é de se imaginar, a
que é caracterizado pelas Organiza-
O resultado é que os países
ascensão do Sul vai de encontro ao
ções das Nações Unidas (ONU) como
em desenvolvimento têm desem-
fato da carne de frango ser uma fon-
a “ascensão do Sul”, referindo-se ao
penhado papel de destaque no pal-
te de proteína barata, cujo custo de
hemisfério.
co global , puxando o consumo da
produção é bastante inferior ao de
Segundo o último relató-
carne de frango para cima. Ainda
seus concorrentes. “O custo tem um
rio de desenvolvimento humano da
segundo a ONU, entre 1980 e 2010
papel muito importante no preço fi-
entidade, “registraram-se rápidos
tais economias aumentaram sua
nal do produto, e o custo de produ-
avanços em alguns dos países de
par ticipação no comércio mundial
ção da carne de frango tende a ser
maior dimensão, nomeadamente o
de mercadorias de 25% para 47%,
mais baixo que os das outras carnes.
sindiavipar.com.br |
23
LIDERANÇA
Carne de frango será a principal
fonte de proteína animal
provavelmente já em 2020
per capita nessas regiões o produto
de entrada é a carne de frango”, pontua Zerbini.
Para se ter uma ideia desse
potencial, somente no Brasil estimase
uma demanda reprimida que chega a
1 milhão de clientes muçulmanos em
busca de atendimento à sua necessidade, de acordo com a empresa de
consultoria e capacitação no agronegócio Agroqualitá.
O frango para esses consumidores deve ser feito sob o sistema Halal: uma produção realizada conforme
os princípios do Islã, que constam no
Isso acaba resultando em um preço
classes sociais”, afirma.
livro sagrado da religião, o Alcorão, e
mais acessível à população, princi-
Outra explicação para a cres-
depois de produzido deve passar pela
palmente naquela mais sensível aos
cente procura pela carne de frango re-
inspeção de certificadoras muçulma-
preços”, avalia o gerente da ABPA.
side no fato de que, além de barata, o
nas autorizadas. “No Oriente Médio
Ele explica que quanto me-
consumo de frango não tem qualquer
as marcas brasileiras já são muito for-
nor a renda, surgem camadas da po-
restrição religiosa, sendo bastante
tes”, afirma o gerente da ABPA.
pulação bastante sensíveis ao fator
apreciada pela população muçulmana,
Mas o comércio do frango não
preço, característica que se torna me-
hoje o maior cliente brasileiro e com
é tão descomplicado quanto pode pa-
lhor distribuída conforme se escala
tendência a crescer no mundo todo.
recer. As aves não são vendidas intei-
a pirâmide da distribuição de renda.
“O Oriente Médio e outros
ras e os paladares variam acentuada-
“Mas é claro que isso também depen-
países europeus, asiáticos e africa-
mente conforme a região. O ocidente
de muito do hábito alimentar de cada
nos, com populações muçulmanas ex-
prefere a carne branca do peito, por
país. O interessante do frango é que
pressivas, consomem muito os nossos
exemplo,
é uma carne consumida por todas as
produtos e com o aumento da renda
asiáticos escolhem a carne mais escu-
enquanto
consumidores
Previsão de Consumo Mundial de Carnes (milhões toneladas)
2013
2022
%
Bovino
67
76,3
14%
Suíno
111,7
126,5
13%
Aves
108
128,3
19%
Ovinos
14
15,7
12%
TOTAL
300,9
347
15%
Fontes: ABPA/OECD/FAO Agricultural Outlook
24
| sindiavipar.com.br
Capa
ra da coxa e da perna. A carne branca
pode custar até quatro vezes mais que
a marrom no Ocidente.
Essa complexidade, porém, é
algo positivo para o Brasil. “É justamente a diversidade de preferência
como o estado que mostra os cami-
O consumo de frango
não tem qualquer
restrição religiosa
nhos que a avicultura do Brasil deve
seguir”, ressalta.
Conforme o relatório do ano
de 2013 da ABPA, o consumo anual da
carne de frango no Brasil fechou com
de consumo que faz com que a gente
41,80 quilos per capita no ano passa-
consiga locar todas as partes do fran-
do. O país é o terceiro maior produtor
go nos mercados demandantes, então
aos US$ 8 bilhões atuais.
mundial de frango, com 12,30 milhões
a gente consegue vender muita carne
O presidente do Sindicato das
de toneladas, e fica atrás apenas de
de peito para a Europa, pés para a Chi-
Indústrias de Produtos Avícolas do Es-
Estados Unidos, com 16,95 milhões
na, coxa desossada para o Japão, coxa
tado do Paraná (Sindiavipar), Domin-
toneladas e China, com 13,50 milhões
e sobrecoxa para a África do Sul, Rús-
gos Martins, estima que o crescimento
toneladas produzidas.
sia, entre outros exemplos”, esclarece
do consumo da carne de frango é uma
A situação muda na exporta-
Zerbini.
ótima oportunidade para o Brasil mos-
ção, em que o Brasil lidera com 3,91
trar sua cara no exterior, consequen-
milhões de toneladas, seguido pelos
temente fortalecendo o Paraná como
Estados Unidos, com 3,35 milhões de
maior estado produtor e exportador
toneladas, e União Europeia, com 1,09
avícola do país.
milhão de toneladas exportadas.
Mercado interno
No caso do mercado brasileiro, a ABPA estima que, dos 155 países
para os quais o Brasil já exporta car-
“Temos que aproveitar esse
Os números da ABPA tam-
ne de frango, será possível ampliar o
momento com a nossa alta capacida-
bém corroboram a liderança abso-
número para 170 também até 2020, o
de competitiva, que faz com que não
luta do Paraná como o maior estado
que resultará em um aumento das ex-
haja como cercarem a expansão do
produtor e exportador do Brasil,
portações nacionais de 3,8 milhões de
mercado nacional. Porque nós produ-
respondendo por 31,12% da produ-
toneladas para 5 milhões de toneladas
zimos o melhor frango do mundo e,
ção avícola nacional e 29,35% das
e uma receita de US$ 10 bilhões ante
nesse contexto, o Paraná se destaca
exportações do país.
DESENVOLVIMENTO
O aumento no consumo
da carne de frango está
diretamente relacionado ao
crescimento dos países em
desenvolvimento
sindiavipar.com.br |
25
Fiep
Nova NR-15 preocupa setor
Alguns pontos seriam redundantes e generalistas, de acordo
com análise técnica
Os critérios que determinam a in-
MTE e fez considerações sobre as mudan-
dustriais não estejam atentos à necessida-
salubridade no ambiente produtivo estão
ças. Segundo a engenheira do Sesi, Sibele
de de opinar sobre as possíveis mudanças.
sendo revistos pelo Ministério do Trabalho
­Zadoronsny, o texto em discussão define
“É fundamental que o industrial tenha voz
e Emprego, por meio de seu Departamento
diretrizes e critérios para maior controle de
ativa nesse processo. Precisamos da parti-
de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST).
riscos e gera a necessidade de aquisição de
cipação de todos, com sugestões de alte-
A Norma Regulamentadora 15 (NR-15) está
equipamentos de proteção coletiva. Essa
rações que possibilitem a construção de
sendo reavaliada em dois pontos: limites de
deverá ser a primeira medida recomenda-
normas mais condizentes com a realidade
tolerância para exposição ao calor e vibra-
da às empresas.
econômica do empresariado brasileiro”,
ção – anexos III e VIII do documento.
De acordo com a engenheira, há
pontuou.
As propostas de mudança estão
alternativas que garantiriam melhora na
De acordo com a análise de Sibele
sendo acompanhadas pelo Sistema Fede-
gestão da insalubridade e que demanda-
Zadoronsny, as mudanças propostas à atual
ração das Indústrias do Paraná (Fiep), por
riam menos recursos do setor produtivo.
Norma Regulamentadora 15 são, em mui-
meio do Conselho de Relações do Trabalho
“Há questões muito pontuais e que na nova
tos pontos, redundantes. Como exemplo,
da Fiep, pela consultoria do Sesi e pela Ge-
versão da NR-15 ganham tom genérico”,
ela cita a NR-09, Programa de Prevenção
rência da Central de Relações com Sindica-
avalia, referindo-se ao anexo III, sobre ex-
de Riscos Ambientais (PPRA). “A discussão
tos e Coordenadorias Regionais da Fiep.
posição ao calor. “E em relação ao Anexo
reforça o que já preconiza a NR-09, que o
VIII, há algumas partes do texto proposto
empregador deve adotar todos os meios
que não estão explicadas”, comenta.
técnicos para identificar, avaliar, eliminar
O Sesi no Paraná avaliou o novo
documento proposto pelo
O coordenador do Con-
ou reduzir os riscos à saúde dos trabalhado-
selho Temático de Rela-
res”. Esse controle, segundo a engenheira,
ções do Trabalho da
deve ser levado em consideração ainda na
Federação das In-
fase do projeto ou sempre que ocorrerem
dústrias do Para-
modificações nas instalações ou atividades.
ná (Fiep), Carlos
A nova NR-15 também dispõe so-
Walter, acompa-
bre a obrigatoriedade de realizar avaliações
nha o processo
quantitativas, o que já ocorre atualmente na
proposto pelo
elaboração de Laudo de Insalubridade e no
MTE, com a
Laudo Técnico de Condições Ambientais –
preocupação
LTCAT. Uma das alterações que preocupa a
de que os in-
engenheira é referente ao Valor de Referência de Exposição Ocupacional (VRO). “Este é
um critério citado na nova redação que nos
preocupa, porque ainda não existem critérios técnicos estabelecidos para esta nova
nomenclatura. Se esta referência for muito
rígida, haverá impacto na viabilidade econômica e financeira das indústrias”, avalia.
26
| sindiavipar.com.br
Agora suas aves
metem o bico no
que é bom para
os seus resultados.
Aditivo nutricional para
a engorda de resultados.
A tecnologia Ourofino acaba de chegar à avicultura. O aditivo melhorador de desempenho
Enragold, à base de enramicina, atua na manutenção da microbiota intestinal, possibilitando
maior volume de nutrientes disponíveis às aves, maior ganho de peso e melhora da
conversão alimentar. Com Enragold, seus resultados valem ouro.
Entidades
Ovos estáveis em 2014
Expectativa é que o preço da caixa de ovos e a produção
permaneçam equilibrados
ço da caixa de ovos caiu, atingindo entre R$
35 e R$ 40. “O valor subiu em janeiro deste ano, quando voltou para o patamar que
estava. O consumo abaixou no final do ano
passado, mas, agora, a tendência é manter
assim”, observa. Segundo o presidente da
Apavi, a expectativa é que nos próximos
meses os valores praticados continuem os
mesmos. “Muita gente está esperando a
queda do preço, mas a Apavi acredita que o
valor deve se manter pela procura e porque
muitas galinhas velhas serão descartadas”.
Produção
No Paraná, a tendência é que a
produção de ovos permaneça estável em
2014 se comparada com o ano anterior,
A avicultura de postura tem apresentado boas perspectivas após enfrentar
uma queda nos preços de venda de ovos
no final de 2013. Entre março e abril deste
ano, o valor da caixa com 30 dúzias permaneceu estável na faixa de R$ 75 a R$ 80.
A expectativa é que
nos próximos meses
os valores praticados
continuem os mesmos
como afirma Casagrande. “Acredito que
não haverá ampliação, já que alguns incubatórios estão com uma mortalidade
grande. Em um lote de 40 mil pintainhos,
se morrer 10%, vão faltar 4 mil pintinhos.
E demoram dois anos para alojar nova-
Um dos fatores que justificam o valor é o
mente, porque não se pode colocar uma
aumento do consumo devido à quaresma,
idade diferente no mesmo galpão. Quan-
período religioso em que tradicionalmen-
do o pintinho nasce, até começarmos a
te há diminuição da aquisição de carne e
talidade de aves em janeiro e fevereiro,
vender são de 80 a 90 semanas, ou seja,
o ovo se constitui como uma importante
causada pelo excesso de calor que ocorreu
dois anos. Então, fura o ciclo e parte do
alternativa de alimento. No entanto, de
nesse período. “Em torno de 10% do plan-
galpão fica ocioso”.
acordo com o presidente da Associação
tel brasileiro teve mortalidade. Além disso,
Casagrande também comenta
Paranaense de Avicultura (Apavi), Claudio
o custo de produção ficou mais caro com a
que, atualmente, o plantel está sendo re-
Cesar Casagrande, o principal motivo que
alta do milho, já que com a seca houve um
novado. “Está ocorrendo uma reposição
favoreceu a alta do preço no primeiro mês
pouco de especulação em cima do cereal.
grande nas granjas. E uma franga nova,
de 2014 e sua posterior estabilidade foi a
Por isso, precisamos descartar as galinhas
quando começa a produzir, bota entre
oferta restrita da mercadoria.
mais velhas”, afirma Casagrande.
90 e 95%, já uma galinha velha chega
Conforme o empresário, a oferta
Na segunda quinzena de outubro
de ovos diminui devido a elevada mor-
de 2013, como recorda Casagrande, o pre-
28
| sindiavipar.com.br
em torno de 60% a 70%, mas consome a
mesma ração”.
Tecnologia
A era dos drones
Prepare-se para se deparar com “aviõezinhos” sobrevoando áreas de
plantação ou de criação de animais em breve
O que têm comum as seguintes
feiçoado por vários exércitos durante o
Drones têm sido usados em
cenas: a cobertura jornalística de uma
século XX, para dar vantagens estraté-
lavouras, pelos estudantes, para fazer
manifestação com milhares de pessoas
gicas às tropas que o utilizavam.
mapeamentos aéreos. Equipada com
em uma cidade grande e a filmagem de
No Brasil, o drone teve, até ago-
uma câmera de alta qualidade, a máqui-
um casamento? Provavelmente nada, a
ra, aplicações essencialmente de uso
na faz voos de 10 a 30 minutos. A fun-
não ser o fato de que estas tarefas po-
civil. Nem todas foram para o bem, mas
ção da aeronave é detectar tudo o que
dem ser executadas – e são – por Veí-
o fato é que o aparelho tem se populari-
escapa aos olhos, tais como monitora-
culos Aéreos Não Tripulados (VANTs), os
zado rapidamente.
mento de zonas de erosão, falhas no
chamados drones.
A agricultura e a indústria de
plantio, estado nutricional das plantas,
O que já existe
doenças, pragas e ervas daninhas, entre
proteína animal também começam a
Alguns dos experimentos mais
desfrutar dos benefícios da nova tecno-
avançados do país estão sendo feitos
“No nosso caso, uma das prin-
logia. Quase sempre ainda em fase de
em um campo de testes da Escola Su-
cipais aplicações do drone é identificar
testes, mas especialistas no setor já têm
perior de Agricultura Luiz de Queiroz
os pontos onde a irrigação é deficiente
na ponta da língua as oportunidades
(ESALQ), da Universidade de São Paulo
em uma fazenda”, conta o professor Ru-
que a novidade poderá abrir.
outros indicadores.
(USP), nos arredores de Piracicaba (SP).
bens Coelho, que coordena a disciplina.
Um drone nada mais é do que
Alunos de um curso de pós-graduação
“Quando uma planta passa por
uma pequena aeronave, com algumas
têm uma disciplina chamada “Irrigação
estresse hídrico, por exem-
características de avião e outras de he-
de Precisão”, que reúne as inovações
plo, a análise das imagens
licóptero, que foi desenvolvido e aper-
mais recentes do ramo.
permite que o agricultor an-
30
| sindiavipar.com.br
Tecnologia
tecipe os problemas de uma eventual
Uma
pesquisa
da
Embrapa
segundo a Emater, o calor excessivo e
seca e busque soluções o mais rápido
­Suínos e Aves, divulgada no ano passa-
chuvas irregulares fizeram o agrone-
possível”, explica.
do, mostrou que o melhor crescimento
gócio estadual perder R$ 2,2 bilhões,
De acordo com Coelho, a rique-
das aves depende de um delicado equi-
segundo cálculo no início de abril. “Os
za de detalhes de uma imagem tirada
líbrio térmico. Para cada idade do fran-
prejuízos poderiam ser drasticamente
nos drones é enorme em comparação
go, segundo o estudo, existe uma zona
minimizados com o controle térmico
às de satélites. Em uma foto de saté-
de conforto térmico. Um animal adulto
preciso que os drones proporcionam”,
lite, 1 pixel equivale a cerca de 1000
deve ser mantido a temperatura de no
explica Coelho.
km², o que fornece apenas informações
máximo 28º C.
E quão pesado seria esse in-
rasas sobre o estado dos vegetais. No
Intempéries climáticas já cau-
vestimento? A câmera custa entre 15
caso dos drones, que voam a uma alti-
saram verdadeiras tragédias na indús-
e 200 mil dólares (equivalente entre
tude muito mais baixa, 1 pixel equivale
tria avícola. No começo deste ano, mais
R$ 34 mil e R$ 448 mil), conforme a
à área de uma caixinha de fósforos. “A
de 400 mil frangos morreram em cerca
sofisticação, mas a ESALQ informa que
diferença é brutal”, resume o professor.
de três horas na região do Vale do Ta-
as térmicas não estão entre as mais ca-
quari, no Rio Grande do Sul, após uma
ras. Já os drones em si apresentam uma
interrupção no fornecimento de ener-
gama muito ampla de valores, que vão
gia elétrica, que desligou os sistemas de
de US$ 3 mil (R$ 6,7 mil) a US$ 100 mil
ventilação e nebulização dos aviários.
(R$ 224 mil).
Possibilidades na avicultura
Para a indústria avícola, segundo Coelho, a finalidade mais útil para
um drone seria monitorar condições
Os danos nas centenas de pro-
Além desses gastos, aconselha-
térmicas do aviário. Imagens de calor
priedades atingidas, que poderiam ter
-se que é ideal contratar este tipo de
provenientes de uma câmera especia-
sido evitados se elas contassem com
serviço de uma empresa de consultoria
lizada, instalada na aeronave, poderiam
um
ser úteis para detectar distúrbios e avaliar as
exemplificam
especializada. “São muitos detalhes
como a atenção à temperatura na cria-
simples
gerador,
sobre a aeronave, a câmera digital e o
ção do frango merece investimentos.
software, que precisam ser dominados.
melhores condi-
A agricultura sente essa neces-
Existe mais esse gasto, mas é uma estra-
ções, de acordo
sidade com ainda mais força, diante das
tégia que só deve trazer vantagens em
quebras de safra. Somente no Paraná,
longo prazo”, garante o professor.
com a ESALQ.
sindiavipar.com.br |
31
Oportunidades
Tecnologia necessária
Sistema desenvolvido permite aproveitamento de energia
nos aviários
AMPLIAÇÃO
Empresa prevê expansão até 2015
com construção de nova sede
“Esse equipamento foi desenvolvido especificamente para aproveitar a energia da água descartada dos
chillers de frango, mas pode ser utilizado também em qualquer planta que
descarte água com temperaturas baixas, como chuveiros para resfriar carcaças suínas/bovinas entre outras aplicações”, explica Marques.
Visão
Há 17 anos no mercado, o diretor destaca que avanços como esses têm
permitido uma grande redução de custos.
“Houve um grande avanço tecnológico
gerando mais economia no ciclo de abate
A incorporação de tecnologias à
Marques, diretor geral da Almathi, vislum-
e aproveitamento de subprodutos. Todos
produção tem proporcionado para a avi-
brou uma oportunidade, desenvolvendo o
frigoríficos sabem muito bem que preci-
cultura o aprimoramento da atividade. Em
sistema de regeneração: o Ecoskid Almathi.
sam fazer mais com menos, caso contrário
alguns casos, a aplicação desses processos
“Para produzir água gelada, em
é decorrente da determinação de órgãos
média partindo de 28ºC para 2ºC, existe
Localizada no município de Tim-
como o Ministério da Agricultura, Pecuária
um gasto na sala de máquinas (compres-
bó, em Santa Catarina, a Almathi oferece
e Abastecimento (Mapa), como é o caso
sores/energia elétrica/amônia). Com a ins-
manutenção e presta serviços no setor
da Portaria n° 210, de 10 de novembro de
talação do EcoSkid, o frigorífico consegue
avícola. Recentemente firmaram parce-
1998, na qual ficou estabelecido que é ne-
reduzir a temperatura de entrada da água
ria para distribuir e montar trocadores de
cessário renovar a água dos resfriadores
a ser resfriada com um delta de até 10ºC,
calor com a alemã Thermowave, empresa
de carcaça, sendo proibida a recirculação
pois recuperamos essa energia que seria
do grupo Guntner que é especializado em
da mesma.
descartada para ETE/ETA”, afirma Mar-
refrigeração.
são engolidos pelo mercado”, analisa.
Foi a partir da necessidade de
ques. Em alguns casos, isso poderia resul-
Até 2015, os planos são de cons-
adequação das indústrias avícolas frente a
tar no desligamento de um compressor na
truir uma nova sede e investir forte no
determinações como essas, que Amarildo
sala de máquinas.
centro de serviços.
32
| sindiavipar.com.br
Adapar
Sanidade em debate
Reuniões do Coesa e do Fonesa foram realizadas durante
a Tecno Food Brazil
A Tecno Food Brazil/Mercolác-
encontros não tivessem sido realizados
a fornecer um produto de qualidade no
tea 2014 também foi palco de duas im-
aqui”, ressalta o presidente da Agência
estado que é o maior produtor avícola
portantes reuniões sobre a questão da
de Defesa Agropecuária (Adapar), Inácio
do Brasil”, afirma Cury.
sanidade na produção de proteína ani-
Afonso Kroetz.
Outro detalhe conversado foi o
mal, o que reforçou a vocação da feira
potencial para aumentar a participação
para ser um grande evento dissemina-
Coesa
dor de conhecimento técnico-científico.
de pequenos produtores nas questões
Um
dos
pontos-chave
da
de sanidade avícola do estado. Isso
Pela manhã, o auditório Iguaçu
reunião sobre sanidade avícola pro-
pode ser realizado através do sistema
recebeu o primeiro encontro ordinário
movida pela Coesa foi a reeleição
de denúncias anônimas, uma iniciativa
do ano do Comitê Estadual de Sanidade
pelo mandato de dois anos dos atu-
já em ação pela Adapar, através de seu
Avícola (Coesa), enquanto à tarde foi re-
ais c­oordenador e vice-coodenador,
site. Depois de recebida, a informa-
alizado o Fórum Nacional dos Executo-
respectivamente, Humberto Schiffer
ção é imediatamente investigada pela
res de Sanidade Agropecuária (Fonesa).
Cury e Irineu Dantes Peron.
agência, seguida pela tomada das deci-
“Realizamos essas sessões no
“Nosso intuito agora é forta-
ambiente da Tecno Food Brazil porque
lecer os quatro sub-Coesa, que estão
“A Adapar é muito aberta à dis-
o evento propõe uma ampla discussão
um pouco ausentes e continuar garan-
cussão, porque nós fazemos defesa sa-
técnica e, ao mesmo tempo, presença
tindo a vanguarda da sanidade avícola
nitária no estado do Paraná em parceria
maciça de todos os participantes, algo
do Paraná, auxiliando tanto os órgãos
dos maiores interessados, que são os
que normalmente não aconteceria se os
públicos quanto os da iniciativa privada
próprios produtores”, reforça o presi-
sões cabíveis.
dente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz.
Para a professora do departamento de medicina veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Elizabeth Santin, que acompanhou a
reunião, o trabalho do Coesa tem se
mostrado essencial na defesa do produto avícola paranaense, ajudando
o estado a consolidar sua posição de
liderança.
“O Coesa é uma iniciativa exce-
PROCURA
Reuniões realizadas durante
Tecno Food Brazil tiveram grande
participação
34
| sindiavipar.com.br
Adapar
SANIDADE
O presidente da Adapar, Inácio
Afonso Kroetz, durante primeira
reunião ordinária do ano do Coesa
A adesão ao Sisbi daria a garantia de que os produtos de origem
animal consumidos em todo o território nacional possuem a mesma qualidade, uma vez que foram inspecionados
sob os mesmos critérios. Dessa forma,
a fiscalização dos produtos inspecionados garantiria sua livre circulação entre os estados.
Para o secretário estadual da
Agricultura, Norberto Ortigara, a discussão entre os estados é extremamente importante. “É preciso ficar atento
às questões de sanidade e boas prátilente porque é a partir daqui que se to-
mente na adesão dos serviços estaduais
cas para construir soluções. Essa é uma
mam várias diretrizes e se defende esse
ao sistema brasileiro. Isso vai garantir
oportunidade para gastar energia e unir
mercado tão importante que é a produ-
a fiscalização nos estados e, também,
conhecimento, com o objetivo de en-
ção de aves para o Paraná”, analisa.
o comércio bilateral, que é muito bem­
contrar meios para que a nossa produ-
vindo, mas que precisa atender a uma
ção mantenha a chancela da qualidade
qualidade mínima necessária de sanida-
e chegue aos mercados do mundo sem
de”, aponta o presidente da Adapar.
restrições”, afirma.
Fonesa
A reunião do Fórum Nacional
dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa) teve como principal destaque a padronização dos sistemas de
Modernização
fiscalização e inspeção sanitária dos
A necessidade de moderni-
são sobre modernizar os procedi-
produtos de origem animal. Estiveram
zação do Sisbi antes da adesão dos
mentos que a inspeção necessita
presentes os dirigentes de Santa Cata-
estados também foi outro ponto
para criar um padrão único que dê
rina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato
debatido. Na visão do coordenador
a segurança esperada pela popu-
Grosso do Sul, Minas Gerais e do Paraná,
do Departamento de Inspeção de
lação brasileira e que atenda aos
que representado pela Adapar, colocou
Produtos de Origem Animal do Mi-
requisitos sanitários dos diversos
em discussão a adesão de todos os es-
nistério da Agricultura, Pecuária e
países com os quais nós temos re-
tados ao Sistema Brasileiro de Inspeção
Abastecimento (Mapa), Leandro Fei-
lação comercial”, ressalta. “É um
de Produtos de Origem Animal (Sisbi).
jó, reuniões como a do Fonesa são o
desafio importante, pois o Sisbi é
“É um PIB agropecuário imen-
caminho a ser seguido em busca da
a porta de entrada para unir os co-
so que reúne seus representantes para
melhoria dos serviços de sanidade
nhecimentos das esferas federal e
harmonizar algumas ações. O foco cen-
para os produtos de origem animal
estadual para transferir acertos e
tral é a inspeção e a fiscalização de in-
do país.
erros na busca por um modelo ide-
dústrias de produtos de origem animal,
“Estamos abertos à discus-
em que nós queremos evoluir principalsindiavipar.com.br |
35
al”, complementa.
Gastronomia
A febre do frango no balde
Prato tipicamente americano faz sucesso na capital paranaense
Porções de frango servidos em bal-
de ­Kentucky, surgiu no ano de 1952 na cida-
meta. Temos mais de 50 lojas em todo o país,
des já são consideradas um prato tradicional
de de North Corbin, em Kentucky, e passou
no Paraná, Rio Grande do Sul, Sergipe, Bahia,
nas lanchonetes dos Estados Unidos e estão
a servir o frango em baldes em 1957. Desde
Rio de Janeiro e São Paulo” conta o proprie-
presentes na cultura norte-americana, apa-
então, muitas outras lanchonetes se inspi-
tário Robson Oliveira.
recendo em diversos filmes e séries. A princi-
raram na KFC, a, para servir suas porções de
pal característica do frango no balde é a for-
frango frito nos recipientes de plástico.
Apesar de ser um prato tipicamente americano com uma receita carregada no
ma como ele é feito. O frango, que pode ser
Nos últimos anos, muitas cidades
tempero, Oliveira conta que desenvolveu a
a coxa, sobrecoxa, a asa ou o peito, é tempe-
brasileiras aderiram ao hábito americano. A
receita do frango no balde da Frango Ame-
rado e frito, resultando em pedaços macios
KFC, pioneira nos Estados Unidos, já abriu
ricano pensando no paladar do brasileiro
por dentro e crocantes por fora. A rede mais
lojas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Curi-
que mora no sul. “A gente adaptou o produto
famosa dessa iguaria, a Kentucky Fried Chi-
tiba também não ficou de fora dessa no-
para o nosso paladar, porque, por exemplo,
cken (KFC), frango
vidade gastronômica no Brasil. De acordo
nos Estados Unidos eles usam mais pimen-
frito
com levantamento, existem ao menos 14
ta que a gente. E o gosto brasileiro, aqui na
estabelecimentos na capital e região metro-
região Sul, pelo menos, não é esse, embora
politana que servem porções de frango no
no Nordeste você já encontre mais pimen-
balde. Na maioria dos estabelecimen-
ta” afirma o empresário. A rede é uma das
tos também são oferecidas porções
poucas no Brasil especializada no frango no
de polenta, batata e mandioca. Em
balde. “Dentro do conceito de rede, eu não
algumas, há porções também de co-
conheço nenhuma outra que venda o mes-
ração e fígado de frango.
mo produto que nós. Acredito, por isso que o
A Frango Americano, rede
de lanchonetes especializadas em
Frango Americano está bem à frente” afirma
o proprietário.
frango no balde, começou suas ati-
O hábito de consumir frango no
vidades em janeiro de 2012 e ago-
balde é um grande impulsionador da avicul-
ra, em 2014, já tem mais de 50 lojas
tura, mas o Brasil ainda não é um dos países
em diversas cidades do Paraná e ou-
que mais consome o frango frito. “Tanto Ásia,
tros estados. O início da empreitada
Estados Unidos, Europa, consomem mais
foi em Pinhais, na região metropolita-
frango nesse processo que a gente vende do
na de Curitiba. “No ano passado eu tinha
que o Brasil” acredita Robson Oliveira. Entre-
a previsão de fazer 10 lojas contratadas e
tanto, só a rede Frango Americano consome
acabamos fechando 2013 com 33 lojas. Este
80 toneladas de coxa e sobrecoxa, mas tam-
ano a previsão era de fechar com 100 lojas
bém outras partes do frango também são
a nível nacional. Já passamos da metade da
consumidas nas lojas da marca.
Além dos estabelecimentos dedicados especialmente ao frango no balde,
outras lanchonetes aproveitaram o sucesso
em Curitiba para oferecer a iguaria americana no cardápio. É o caso da Memphis Ham-
36
| sindiavipar.com.br
Gastronomia
burgueria, inaugurada em novembro de
Maricato, que resolveu investir no frango
Confira os estabelecimentos na grande Curitiba e região que
oferecem frango no balde:
empanado há cerca de um ano. “Peguei a
Brazilian Chicken - R. Almirante Gonçal-
Frango Americano - Lojas em Curitiba,
onda do frango no balde porque também é
ves, 2061, Rebouças.
região metropolitana e litoral do Paraná.
um prato americano, assim como o hambúr-
(41) 3332-3004
frangoamericanobrasil.com.br
guer. Aproveitei que já tinha toda a estrutu-
Chicken and Friends - Av. Iguaçu, 833, Se-
Frango no Balde - R. Carlos Klemtz, 1994,
ra, a cozinha e o delivery para fazer o frango
minário. (41) 3079-2244
Fazendinha. (41) 3092-3749
no balde” afirma Maricato, que buscou um
Chicken House Rock Bar - R. Paula Gomes,
King Chicken - R. Mateus Leme, 3380, loja
ingrediente diferente para se destacar: uma
481, São Francisco.
4, São Lourenço. (41) 3029-2822
farinha especial produzida em São Paulo.
Crazy Chicken - R. Del. Leopoldo Belczak,
La Granja - R. Quintino Bocaiuva, 2616,
“Quando decidi colocar o frango no cardá-
622, Capão da Imbuia.
Campo Largo. (41) 3393-4451
pio procurei um produto diferenciado, e
(41) 3369-4669
Memphis - R. Brigadeiro Franco, 1765, Ba-
essa farinha é especial para fritura, tem uma
Crispy’s Chicken Express - R. 24 de maio,
tel. (41) 3014-3002
baixíssima absorção de óleo” completa o
1064, Rebouças. (41) 3538-4600
New Chicken - R. Eng. Benedito Mário da
empresário, que vende uma média de 1500
Di Frango - Av. Ns. Aparecida, 75, Seminá-
Silva, 774, Cajuru.
a 2000 baldes por mês. “Ainda é pouco, já
rio. (41) 3014-6661
(41) 3387-0042
que nossa especialidade é o hambúrguer”
Dom Giovanni - Av. Presidente Kennedy,
Rocky Chicken - R. Martin Afonso, 869,
explica Maricato, que tem a cooperativa pa-
1157, Parolin. (41) 3023-7181
Mercês. (41) 3203-9194
2011 pelo empresário Vanderlei Augusto
ranaense Lar como fornecedora.
Associados
Nove anos de UIA
Copagril
Unidade Industrial de Aves da empresa
comemora mais um ano de atividades
Criada com o intuito de di-
no campo”, destaca.
versificar as atividades da Copagril,
a Unidade Industrial de Aves (UIA)
Crescimento
da cooperativa completou mais um
Desde que a UIA foi criada, o
ano de funcionamento em abril deste
frango Copagril já conquistou vários
ano. O ingresso da empresa no seg-
mercados e hoje está na mesa de mi-
mento de carnes através da produção
lhares de famílias, não só no Brasil,
de frango, em 2005, no município de
mas também em outros 38 países
Marechal Cândido Rondon, veio ao
dos continentes americano, euro-
encontro com o objetivo de propor-
peu, asiático e africano, com desta-
cionar ao quadro social novas alter-
que para Japão, Alemanha, Emirados
nativas de renda e sustentabilidade
Árabes Unidos, Hong Kong (China) e
na propriedade.
Holanda, para onde são exportados
Segundo
destaca
Ricardo
Sílvio Chapla, diretor-presidente da
os produtos industrializados pela
dente, os últimos investimentos fo-
cooperativa.
ram feitos em 2013 e somam R$ 14
Copagril, os associados são conside-
Nos últimos nove anos a uni-
milhões destinados à automatização
rados empresários, pois administram
dade já produziu o acumulado de
de processos e melhoria da produti-
um ou mais aviários e outras ativida-
528 mil toneladas de carne de fran-
vidade. O investimento destaque do
des na sua propriedade, com toda a
go. Cerca de 50% desse montante
ano foi o conjunto de máquinas para
assistência técnica necessária para a
foi enviado para fora do país, soman-
desossa de coxas e sobrecoxas.
produção de frangos, que são abati-
do US$ 486 milhões em exportação.
dos no frigorífico, e as demais ativi-
Atualmente a unidade abate 155 mil/
dades agropecuárias.
aves por dia, em uma planta com
Conforme lembra Chapla, o
“O associado da Copagril
19.763,40 m² de área construída e
movimento para o surgimento das
sente-se orgulhoso por ter o produ-
873.107 m² de área total. Segundo
primeiras cooperativas teve início na
to derivado de sua propriedade na
conta o gerente do departamento co-
região oeste durante a década de 60,
mesa de pessoas de diversos países.
mercial avícola da UIA Copagril, todo
devido a dificuldades enfrentadas pe-
Além da produção avícola, os ramos
o complexo produtivo foi idealizado
los suinocultores da época para aqui-
de bovinocultura de leite, suino-
de forma integrada, objetivando o
sição de insumos e posteriormente, a
cultura, piscicultura e produção de
melhor aproveitamento dos fatores
comercialização da produção. Desse
grãos também são importantes em
produtivos e das potencialidades da
movimento regional, foi fundada a
nossa região. Região de um povo
região e do Estado.
Copagril, em 09 de agosto de 1970.
muito trabalhador e dedicado à vida
Ainda de acordo com o presi-
38
| sindiavipar.com.br
Histórico
Nos anos seguintes à fundação, as ati-
Associados
EXPANSÃO
Desde que foi criada, Unidade
Industrial de Aves da Copagril já
conquistou vários mercados
vidades foram se ampliando gradati-
criação da Copagril sempre foi orien-
vamente, conforme a necessidade e
tar os associados, dando condições
as condições da época. Aos poucos,
para que se mantivessem na proprie-
Em 2013 a Copagril integrou
foram iniciadas as primeiras constru-
dade, produzindo com qualidade e
o ranking das 500 maiores empre-
ções de armazéns para recebimento
ampliando seus lucros.
sas do Sul do Brasil, organizado pela
Premiações
de insumos, os entrepostos, a fábrica
Atualmente, a Copagril con-
Revista Amanhã em parceria com a
de rações e o posto de combustíveis
ta com 19 unidades (recebimento de
PwC Brasil. A cooperativa também
em Marechal Cândido Rondon.
grãos e lojas de vendas de insumos e
está entre as 100 maiores empresas
Dando continuidade ao de-
produtos da linha veterinária, máqui-
do Estado. Os lugares de destaque
senvolvimento, nos anos seguintes, a
nas e implementos agrícolas, ferra-
da Copagril são a 130º posição entre
Copagril se concentrou na ampliação
mentas e utensílios), no Paraná e no
as 500 maiores do sul, e a 58ª colo-
e construção da sua estrutura física,
Mato Grosso do Sul.
cação no ranking das 100 do Paraná.
devido ao crescimento de todos os
Além disso, conta com três
A UIA Copagril é certifica-
setores relacionados à agricultura,
supermercados, dois em Marechal
da, desde 2011, na Norma Global de
indústria e comércio e dos municípios
Cândido Rondon e um em Guaíra e
Segurança de Alimentos, desenvol-
da sua área de atuação.
três postos de combustíveis (em Ma-
vida pelo British Retail Consortium
Visando atender a demanda
rechal Cândido Rondon, Entre Rios do
(BRC). Em novembro de 2013 a UIA
que crescia rapidamente, a estrutu-
Oeste e Margarida), para atender os
foi classificada pela terceira vez
ração teve continuidade até a década
associados e clientes de toda a região
consecutiva com a nota máxima, ou
de 90, já que o principal objetivo da
Oeste paranaense.
seja, grade “A”.
sindiavipar.com.br |
39
Bem-estar
Bem-estar comercial
Equipamento desenvolvido por brasileiros garante o bem-estar animal e
aumenta o rendimento de carcaça na avicultura e suinocultura
tecnologia
Em ambas as fotos o frango foi atordoado de acordo com o parâmetro europeu, mas na imagem à direita o
procedimento foi ajustado com o equipamento da Cleativa
O conceito de bem-estar ani-
uma proposta brasileira ao regulamen-
ram apresentados com sucesso para o
mal tem sido uma preocupação cada
to europeu, além de uma solução be-
comitê europeu de bem-estar animal.
vez mais constante na indústria produ-
néfica à indústria de proteína animal,
Ele acredita que a norma europeia está
tiva de carnes. E não apenas no Brasil. A
a empresa Cleativa, de São Paulo (SP),
correta em garantir uma vida mais dig-
União Europeia colocou recentemente
desenvolveu um equipamento para ser
na aos animais destinados à produção
em vigor o Regulamento 1099/2009,
usado na validação do abate humanitá-
de alimentos, mas é excessiva ao exi-
que prevê diversas exigências para
rio em conjunto à redução de perda de
gir uma frequência elétrica muito alta
tornar o processo de abate indolor aos
carcaças, otimizando o rendimento da
para o atordoamento das aves e suínos.
animais: procedimento que é comu-
linha de produção.
mente conhecido pelo nome de abate
“Pelo parâmetro europeu, o
“Nosso produto é um equipa-
frango, peru ou porco praticamente
mento de eletroencefalografia desti-
morre após a eletrocussão, o que au-
Antes visto como exigência, o
nado ao monitoramento e verificação
menta a perda de carcaça e mexe di-
método tornou-se fundamental para o
do atordoamento dos animais de aba-
retamente com o lucro de venda do
posicionamento estratégico das empre-
te”, explica o professor da Universida-
produto. Você precisa garantir o bem-
sas, que são recompensadas pelo mer-
de de São Paulo (USP) e um dos res-
-estar animal, mas o que nós demons-
cado com melhores resultados finan-
ponsáveis pelo projeto, Ernane José
tramos é que pode haver um equilíbrio
ceiros na medida em que se preocupam
Xavier Costa.
nesse processo”, pontua.
humanitário.
mais com o bem-estar dos animais.
Com a iniciativa de apresentar
O pesquisador comenta que os
Com o produto da Cleativa, é
resultados da inovação brasileira fo-
possível abaixar ou modificar a frequ-
40
| sindiavipar.com.br
Bem-estar
ência de parâmetros elétricos e obser-
ra Piza, comenta que o equipamento
var se a ave ou o suíno continua sendo
pode ser contratado por meio de duas
atordoado para o abate. Isso possibilita
opções comerciais.
que os animais levem uma vida digna.
O Comitê foi uma resposta à
pressão popular iniciada com o lan-
aumentar o rendimento de carcaça e,
“É possível adquirir o nosso
çamento do livro Máquinas Animais,
ao mesmo tempo, proteger os valores
serviço como uma auditoria, em que
publicado pela jornalista inglesa Ruth
de bem-estar animal.
uma equipe da Cleativa valida a linha
Harrison, em 1964, denunciatório dos
O equipamento foi desenvol-
de produção de um abatedouro de
maus tratos dados a animais em siste-
vido e utilizado em parceria entre o
acordo com os critérios do abate hu-
ma de confinamento.
Laboratório de Física Aplicada Com-
manitário, ou utilizar o produto em co-
No Brasil, o Decreto-Lei n° 64,
putacional da USP Pirassununga (La-
modato, através do pagamento de uma
de 22 de abril de 2000, definiu que o
fac), a Empresa Brasileira de Pesquisa
mensalidade”, afirma.
proprietário ou detentor dos animais
Agropecuária (Embrapa) e a Associação
Embora a importância de evi-
deve tomar todas as medidas necessá-
Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Já
tar o sofrimento de animais remonte
rias para assegurar o bem-estar de sua
o empreendimento foi criado via pro-
a textos escritos há milhares de anos,
produção, certificando-se de que serão
grama de inovação tecnológica da Fun-
como a Bíblia, por exemplo, foi somen-
evitadas dores, lesões ou sofrimentos
dação de Amparo à Pesquisa do Estado
te em 1993 que uma comissão espe-
desnecessários. A lei deixa bem clara a
de São Paulo (Fapesp).
cial, conhecida por Comitê Brambell,
responsabilidade dos donos de empre-
Para as empresas interessa-
editou a Declaração Universal de Bem-
sas na capacitação de seus funcioná-
das em sua aquisição, a coordenadora
-Estar Animal, onde constam as “Cinco
rios em relação aos critérios do abate
de projetos da Cleativa, Luciana Viei-
Liberdades”; os critérios mínimos para
humanitário.
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Durabilidade
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Mito ou verdade
Frango como combustível?
Utilização da matéria-prima animal pode trazer vários benefícios
O Brasil se sobressai como um
mas as mesmas destinadas à alimentação, os
frango na produção do biodiesel seria bas-
dos países que mais produzem biodiesel no
de segunda utilizam resíduos em geral e os
tante viável, já que uma usina pode utilizar
cenário mundial, juntamente com a União
de terceira geração usam algas.
diferentes matérias-primas. “No Paraná,
Europeia (especialmente a Alemanha), os Es-
No Paraná, a fabricação de bio-
temos o incentivo para plantar girassol e ca-
tados Unidos e a Argentina. Em 2012, o mer-
combustível a partir do óleo de vísceras não
nola para a fabricação de biodiesel. Porém, o
cado nacional utilizou 2,7 bilhões de litros do
comestíveis de frango foi implantada pela
óleo extraído delas é de alta qualidade para
combustível. Para a produção do biodiesel,
empresa Big Frango, em 2006, na cidade de
a alimentação humana. Em contrapartida, o
são utilizadas diversas espécies de vegetais
Rolândia (a 25 km de Londrina). Até o mo-
resíduo da agroindústria se destina à fabri-
como soja, girassol, amendoim, dendê e ma-
mento, o combustível é usado somente na
cação de ração. Então, precisamos legislar e
mona. Além disso, substâncias de origem
própria frota de veículos, e não comerciali-
arrumar essas cadeias”. Segundo Gomes, o
animal também podem ser empregadas no
zado. O biocombustível, obtido a partir do
ideal seria que os resíduos se destinassem
processo, como é o caso dos lipídios prove-
processo de transesterificação, traz econo-
à produção de combustível, o óleo de soja à
niente do óleo de frango e do sebo bovino.
mia por meio do consumo menor de diesel
ração e os óleos de qualidade superior, como
e evita o destino impróprio desses resíduos.
girassol e canola, à alimentação humana.
De acordo com o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luis Fer-
Para o professor, que realizou a
nando Souza Gomes, doutor em agronomia,
pesquisa “Potencial de produção de biodie-
os biocombustíveis são classificados como
sel a partir do óleo de frango nas coopera-
O biodiesel oferece diversas vanta-
de primeira, segunda e terceira gerações, em
tivas do oeste do Paraná” como dissertação
gens em relação aos demais combustíveis, já
função das matérias-primas utilizadas. Os de
do mestrado em engenharia agrícola, o óleo
que é uma fonte renovável de energia e polui
primeira geração usam como matérias-pri-
de frango é uma ótima alternativa para a ela-
78% menos que o diesel comum. Tendo em
boração de biodiesel. “Entre 80 e 90% do
vista seus benefícios, em dezembro de 2004
biodiesel brasileiro é feito de soja e outros
foi criado o Programa Nacional de Produção
Vantagens
grãos, mas o problema é que isso concorre
e Uso do Biodiesel (PNPB), uma iniciativa do
com a produção de alimentos. Em outros
governo federal. O projeto tem o intuito de
países, existem leis que proíbem o uso de
fomentar a produção e o uso do biodiesel de
matérias-primas destinadas à alimentação
forma sustentável técnica e economicamen-
na fabricação de biodiesel. O biodiesel pro-
te, tendo como enfoque o desenvolvimento
duzido de óleo de frango se enquadra como
regional e a inclusão social.
de segunda geração, já que é um resíduo
Conforme Gomes, um dos prin-
da agroindústria, não concorrendo
cipais pontos positivos do biodiesel é sua
desta maneira com alimentos”, ob-
maior lubricidade em relação ao diesel, no
serva Gomes.
qual o enxofre desempenha tal função. Des-
Como salienta o pesqui-
ta forma, o biodiesel auxilia no controle de
sador, a região brasileira que mais
emissão de enxofre, diminui a poluição e,
produz frango é o sul e, em espe-
consequentemente, melhora a qualidade do
cial, o Paraná, que abate cerca de
ar. Além disso, é obtido de matérias-primas
130 milhões de cabeças por mês.
renováveis, é biodegradável e mais seguro
Portanto, a aplicação do óleo de
se comparado com o diesel.
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Alguns dos nossos
espositores:
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Rádio oficial:
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o
Nov
Saúde do trabalhador
Em constante movimento
Indústria de Maringá organiza equipe de corrida para motivar
colaboradores
Muitos sabem dos riscos,
me, que organizou o clube. Os trei-
realizando
mas nem por isso, deixam de lado a
nos são realizados nas segundas e
avaliação física em cada um, ava-
vida sedentária. Os problemas oca-
quintas-feiras, das 19h às 20h, no
liando o nível de flexibilidade, peso,
sionados pela falta de exercícios fí-
bosque 2, em Maringá.
altura (IMC), frequência cardíaca
semestralmente
uma
sicos além de refletirem na vida so-
Com treinos semanais, o ob-
em repouso, pressão e circunferên-
cial da pessoa, também prejudicam o
jetivo é que todos fiquem aptos a
cia abdominal e de quadril para a
desempenho no trabalho. Preocupa-
participar das competições de cor-
comparação de dados e resultados
do com a qualidade de vida e o bem
rida que serão realizadas na cidade
do projeto. O ritmo dos treinos será
estar dos colaboradores, o Grupo
nos meses de abril, junho, agosto e
gradual, acompanhando o desenvol-
GTFoods encontrou uma alternativa
outubro. A iniciativa também pro-
vimento dos integrantes”, explicou
para modificar essa realidade den-
porciona cuidados com a saúde.
Mayra.
tro da empresa: um clube de corrida.
“Vamos realizar um acom-
Já são 56 colaboradores inte-
A iniciativa surgiu da prepa-
panhamento periódico dos colabo-
ressados no projeto. Com os treinos,
radora física do grupo Mayra Beltra-
radores que integrarem a equipe,
o objetivo é ampliar a resistência
44
| sindiavipar.com.br
Saúde do trabalhador
10 dicas para quem quer começar a correr
A Mayra deixa algumas in-
ção é essencial, não deixe de be-
diver tir-se com a família e ami-
dicações para aqueles que quise-
ber água antes, durante e princi-
gos, tudo isso faz diferença nos
rem deixar o sedentarismo de lado
palmente após o treino. Depois de
seus treinamentos.
1- AVALIAÇÃO FÍSICA: É
um treino desgastante, faça tam-
8- ALONGUE-SE: O alon-
extremamente necessário passar
bém o uso de repositores energé-
gamento é de extrema importân-
por uma anamnese e avaliação
ticos, eles repõem os sais minerais
cia antes de principalmente após
física antes de começar qualquer
perdidos com o suor.
o exercício. Após o exercício in-
tipo de atividade física.
6- ALIMENTAÇÃO: É muito
tenso, além de ocorrer um encur-
Paciência,
importante que o treino não seja
tamento natural da musculatura,
perseverança e disciplina são in-
feito em jejum, a corrida é uma
ocorre também um acúmulo de
dispensáveis para os iniciantes,
atividade aeróbica que consome
acido láctico no músculo, o que
fazendo seu corpo sair do seden-
muita energia, portanto, para evi-
gera a dor após o exercício.
tarismo e passar ao estado ativo.
tar fraqueza, queda brusca da gli-
9- RESPEITO À INDIVIDUA-
3- A ROUPA: Conforto é a
cemia ou até queda de pressão, se
LIDADE: Independente da fase de
palavra-chave. Prefira roupas le-
alimente de forma adequada an-
treinamento que você esteja lem-
ves e de cores claras, que possuem
tes do treino. Uma dica útil é co-
bre-se sempre de respeitar seus
a tecnologia de absorver o suor e
mer alimentos que contenha car-
limites, preste atenção no seu cor-
que não limitem os movimentos.
boidrato de fácil digestão, até 30
po e execute a atividade de ma-
2-
COMEÇAR:
4- O TÊNIS: A escolha do
minutos antes você pode comer
neira consciente. Com qualquer
tênis ideal é fundamental para o
uma fruta e um pedaço pequeno
sinal de mal estar, interrompa o
bom desempenho do atleta, pre-
de pão branco com peito de peru.
treino e procure se restabelecer,
venindo possíveis lesões. Existem
Evite ingerir muita fibra, para não
não tente acompanhar o ritmo de
tênis para pés cavados, chatos e
ocasionar
outras pessoas, cada um está em
normais, assim como para pisadas
durante o exercício.
pronadas, supinadas e neutras.
desconforto
gástrico
um nível de condicionamento e
7- RECUPER AÇÃO: O des-
cada um tem seu objetivo.
Verifique qual o melhor tênis para
canso
peça-chave
10- O QUE LEVAR?: Leve
o seu tipo de pisada, desde que te-
para que o desempenho físico
um relógio ou um cronômetro
nha um bom sistema de amorteci-
alcance níveis ótimos. Uma boa
para o treino, uma toalhinha para
mento de impacto.
noite de sono, evitar estresse,
o suor, água, MP3 (opcional) e Mui-
alimentar-se
ta alegria, vontade e disposição!
5- HIDR ATAÇÃO: Hidrata-
adequado
é
equilibradamente,
cardiovascular, reduzir o estresse
presa é muito grande, são diversos
grandes riscos para o organismo e
causado pela execução das tarefas
setores e nem todos se conhecem. O
pode ocasionar uma série de doen-
diárias, aumentar a disposição e ele-
clube de corrida possibilita a apro-
ças, entre elas:
var a autoestima, como resultado da
ximação entre esses colaboradores”
• Doença arterial coronariana.
prática esportiva.
ressalta a preparadora física.
• Infarto.
Outro ponto importante é
a socialização e a oportunidade de
• Câncer de cólon e mama.
Movimente-se!
• Diabetes.
construir novas amizades em um mo-
Segundo especialistas, dei-
mento de descontração. “Nossa em-
xar de lado o exercício físico traz
sindiavipar.com.br |
45
• Pressão alta.
• Diabetes tipo 2.
Notas e registros
4° Avisulat reforça desenvolvimento do setor
A 4ª Edição da Avisulat 2014
– Congresso Sul Brasileiro de Avi-
senvolvimento da sustentabilidade
Av isul a t 201 4 , bas t a a cess arem
que emana destes segmentos.
o s i te av isul a t . com . br ou en t rar
cultura, Suinocultura e Laticínios
Para os in teress a d os em
em con t a to a t ravés d o telefon e
e Feira de Equipamentos, Serviços
pa r t ic ipar com o v is i t an tes , e x-
(51) 3228 - 8 8 4 4 ou d o e - mail co -
e Inovação – acontecerá na capital
p os i tores
m erc ial @av isul a t . com . br.
ou
con g ress is t as
no
gaúcha, Porto Alegre, dentro do moderno Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Rio Grande do
Sul (Fiergs), onde será disponibilizado aos visitantes e congressistas
as melhores condições logísticas e
de hospedagem. O evento será realizado entre os dias 04 e 06 de novembro. Os três setores juntos movimentam aproximadamente R$ 15
bilhões anuais, posicionando-se em
terceiro lugar no ranking de exportação do Estado.
As entidades promotoras da
4ª Edição do Avisulat, além de instituições comprometidas com o desenvolvimento dos setores, estão
empenhadas em realizar um grande
evento, que reforce a importância
dos setores envolvidos para economia brasileira e para garantia e de-
Depenadores Prosperidade
Os depenadores Prosperi-
dade para todos os abatedouros
dade são peças importantes du-
usuários. Duráveis, ­s eguros, con-
rante o processo de abate, pois,
fiáveis, econômicos e mundial-
Prosperidade se adaptam com fa-
além de entrar em contato firme
mente reconhecidos.
cilidade a quaisquer tipos de dis-
muitos abatedouros no Exterior.
Os
dedos
depenadores
e direto com a sensível pele das
No Brasil, todas as gran-
cos / pratos existentes no Merca-
aves, altera significativamente
des unidades de abate de aves
do Nacional e Internacional e são
para melhor seu visual e, conse-
adotam, sem exceção, os dedos
compátiveis para uso em quase
quentemente, o seu valor final
depenadores com a marca Pros-
todas as máquinas depenadeiras
de mercado, o que redunda em
peridade,
inclusive
conhecidas no Brasil e no Exte-
imensos ganhos de produtivi-
de confiabilidade também entre
rior. Acesse prosperidade.com.br.
46
sinônimo,
| sindiavipar.com.br
Notas e registros
Antioxidantes na nutrição animal
A oxidação das farinhas de
origem animal afeta a palatibilidade da
te, pois possuem enzimas que podem
exercer efeito oxidante.
ração a ponto de os animais se recusa-
Os produtos antioxidantes
rem o alimento por causa do forte odor.
neutralizam quimicamente a ação
Além disso, pode acontecer a produção
dos radicais livres, que atuam no
de produtos tóxicos e o nível das vita-
início do processo da oxidação. Eles
minas lipossolúveis abaixa, afetando a
evitam a peroxidação que destrói
performance animal e levando a uma
as vitaminas lipossolúveis; a metio-
piora da conversão alimentar.
nina e a biotina; além de proteger
A oxidação acontece por cau-
também da rancificação, evitando o
sa das formas químicas de oxigênio,
aparecimento de odores desagradá-
chamadas radicais livres. Sua formação
veis e conservando a palatabilidade
é acelerada pela presença de metais,
e qualidade dos alimentos.
principalmente ferro, cobre, zinco e
Pensando nisso, a Quimtia
níquel que estão presentes nos ingre-
desenvolveu o Sinetox, mistura dos an-
dientes; por altas temperaturas; por
tioxidantes BHA + Ácido Cítrico + Eto-
efeito da luz; pela concentração de oxi-
xiquim para farinhas de origem animal
gênio. A presença de microrganismos
e de rações de todas as espécies. Para
nos compostos também é importan-
mais informações acesse quimtia.com.
Vaccinar
Modernidade e competitividade, essas são as características
que impulsionaram e continuam a
impulsionar o desenvolvimento da
Vaccinar Nutrição e Saúde Animal,
empresa que pelas suas realizações,
está situada entre as maiores do setor. Presente no mercado de nutrição
e saúde animal há 34 anos, a Vaccinar
está entre as cinco maiores empresas
do setor do país.
Com desempenho que lhe
garante um faturamento similar ao
das grandes empresas do mercado,
a organização está estabelecida em
Belo Horizonte e conta com duas
fábricas localizadas nas cidades de
Martinho Campos e Bom Despacho
em Minas Gerais e uma em Pinhais no
Paraná, além dos Centros de Distribuição, localizados no Paraná, Bahia
e Paraguai. Acesse vaccinar.com.br.
Ourofino na avicultura
A Ourofino Agronegócio partici-
utilizado como complemento de vacinas
desenvolvimento de seus negócios”, con-
pou entre 8 e 10 de abril do 15º Simpósio
administradas in ovo. “Essas soluções são
clui Amilton. Para mais informações ­acesse
Brasil Sul de Avicultura, na cidade de Cha-
importantes aliadas dos avicultores para o
ourofino.com.
pecó (SC). Durante o evento, técnicos da
empresa orientaram os visitantes sobre as
melhores práticas na avicultura. “Participamos desde a primeira edição do simpósio. É sempre uma oportunidade indispensável de estarmos junto de nossos clientes
e dos grandes formadores de opinião do
setor”, afirma Amilton Silva, diretor da Linha Aves e Suínos da Ourofino.
Na ocasião, foram apresentados
também os produtos de destaque da Ourofino para aves: o Enragold, aditivo melhorador de desempenho para frangos
de corte, e o Gentrin Injetável, antibiótico
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47
Artigo técnico
Acidente de trabalho
O reflexo na contribuição previdenciária patronal (SAT/FAP)
Os acidentes de trabalho encontram-
Todos esses acidentes, uma vez ca-
-se disciplinados nos artigos 19 a 21-A da Lei nº
racterizados pelo INSS como sendo do traba-
Também é indispensável a conferên-
8.213/91 e, como desde 2010 repercutem di-
lho, integram o cálculo do Fator Acidentário
cia de todos os dados utilizados no cálculo do
retamente no cálculo do seguro de acidente de
de Prevenção, criado pela Lei n° 10.666/2003,
Fator Acidentário de Prevenção – FAP, anual-
trabalho, é de extrema importância sua preven-
mas em vigor somente a contar de janei-
mente. A União lança acidentes ocorridos com
ção, bem como uma vigilância acurada dos pro-
ro/2010. Referido fator compara cada empre-
trabalhadores que não pertencem ao quadro
cedimentos adotados pelo Instituto Nacional
sa com suas concorrências (mesmo CNAE), bo-
de empregados da empresa, ocorrências du-
do Seguro Social (INSS) para sua caracterização,
nificando os melhores resultados acidentários
plicadas e valores incorretos de massa salarial,
já que nem sempre a referida autarquia observa
com um desconto no Seguro de Acidentes de
número médio de vínculos e montante pago
o que consta na legislação.
Trabalho (SAT/RAT), que pode ser de até 50%.
de benefícios, além de outras irregularidades e
Pelos textos legais, acidente do tra-
Os piores resultados, ao contrário, são puni-
ilegalidades. É preciso conferir, apresentar de-
balho é aquilo que ocorre pelo exercício do tra-
dos com um aumento no referido tributo, que
fesa e recursos administrativos e, se persistirem
balho, ou seja, é preciso que o trabalho (ou seu
pode chegar a 100%.
os erros, ingressar com ações judiciais, já que o
ambiente) colaborem de alguma forma para a
ocorrência do sinistro. Também é preciso que
a ocorrência cause uma lesão que provoque, no
mínimo, uma redução temporária da capacidade laborativa, ou seja, que exista afastamento
das atividades habituais, ou restrição para alguma delas, certificada por documento médico.
o ingresso de ações judiciais.
montante cobrado de forma irregular costuma
É a melhor forma de
ter uma produção
satisfatória e um
tributo justo
As doenças provocadas pelo trabalho
ser considerável, não sendo demais lembrar
que esses mesmos acidentes têm sido utilizados pelo INSS para a propositura das ações
regressivas, por meio da qual pretendem o ressarcimento de todo o valor gasto com os benefícios acidentários.
A prevenção dos acidentes por meio
em si ou pelo ambiente onde são exercidas as
de um ambiente de trabalho saudável e livre
atividades são consideradas acidente do traba-
Ocorre que o INSS não está observan-
de riscos é, sem dúvida, a melhor forma de ter
lho, assim determinando o art. n° 20 da Lei nº
do a lei quando da caracterização das ocorrên-
uma produção satisfatória e um tributo justo,
8.213/91. Desde 04/2007 o INSS pode caracte-
cias como acidentárias, deixando de investigar
mas não tem sido suficiente em razão das irre-
rizar presumidamente um acidente do trabalho
tecnicamente o nexo e de permitir a participa-
gularidades e ilegalidades praticadas pelo INSS
aplicado o Nexo Técnico Epidemiológico – NTEP,
ção da empresa no processo administrativo,
(quando da caracterização dos acidentes) e pela
disposto no art. n° 21-A da Lei nº 8.213/91, se
impedindo sua defesa. É preciso, portanto, que
União (quando do cálculo do FAP). É indispensá-
a enfermidade do trabalhador estiver relacio-
a empresa mantenha-se atenta às caracteriza-
vel vigiar, conferir todas as ocorrências e todos
nada à atividade econômica da empresa. Pela
ções feitas pela autarquia, consultando perio-
os dados, lutando pelo direito a um processo
tabela adotada pelo INSS, diversas doenças
dicamente os dados disponibilizados no site da
administrativo justo e um cálculo lícito.
estão relacionadas ao Classificação Nacional de
Previdência Social.
Atividades Econômicas (CNAE) 1012-1 como,
Um único acidente caracterizado in-
por exemplo, epilepsia, varizes, apendicites,
devidamente pelo INSS pode ser responsável
hérnias e até mesmo vitiligo. Existem ainda os
pelo acréscimo de milhares de reais no tributo
acidentes por equiparação, listados no art. n° 21
SAT, sendo recomendável uma vigilância cons-
da Lei nº 8.213/91 e onde se inclui o de trajeto
tante por parte da empresa, a apresentação de
e a concausa.
defesas e recursos administrativos e até mesmo
48
| sindiavipar.com.br
Cláudia Salles Vilela Vianna, advogada, mestre pela PUC/PR, conferencista
e consultora jurídica empresarial nas
áreas de direito do trabalho e direito
previdenciário
e-mail: [email protected]
Culinária
Receita
Receita
MODO DE FAZER
o
d
a
n
i
t
a
r
g
o
Fracnrgeme de milho
com
INGREDIENTES
• 1 peito de frango grande cortado em tirinhas
• Sal e pimenta a gosto
• 1/2 colher (sopa) de colorífico
• 2 dentes de alho amassados
• 2 colheres (sopa) de mostarda
• 2 colheres (sopa) de óleo de milho
• Tempere o frango com o sal, a pimenta, o
colorífico, o alho e a mostarda.
• Deixe tomar gosto por uma hora, coberto
na geladeira.
• Aqueça o óleo e doure as tirinhas de frango,
mexendo de vez em quando. Quando dourar,
retire do fogo, mas mantenha aquecido.
Creme
• No liquidificador, bata o leite com o milho
e a sopa.
• Aqueça a margarina e doure levemente a
cebola. Adicione o creme batido e mexa até
engrossar.
• Em um refratário, coloque o frango e
cubra com colheradas do requeijão. Por
cima, espalhe o creme de milho e polvilhe o
queijo ralado.
• Leve ao forno, preaquecido em temperatura
alta, por 15 minutos ou até dourar.
• Sirva em seguida.
Creme de milho:
• 2 xícaras (chá) de leite
• 1 lata de milho-verde em conserva escorrido
• 1 envelope de sopa de creme de milho
Tempo de preparo: 40min
• 2 colheres (sopa) de margarina
• 1 cebola média picada
Rendimento: 4 pessoas
• 1 copo de requeijão cremoso
• 1 xícara (chá) de queijo coalho ralado
Fonte:
49 | sindiavipar.com.br
sindiavipar.com.br
| 49
Livro “Delícias das Carnes
Brancas”, de Nilson Olivo
Estatísticas
ABATE (cabeças)
2013
2014
Paraná 108.297.435
Jan
Fev
Mar
Abr
Acumulado
124.366.449
111.941.517
116.348.914
125.465.064
478.121.944
132.438.907
126.088.474
123.765.546
126.303.668
508.596.595
Abril
30,76%
Brasil 352.057.918
Jan
Fev
Mar
Abr
Acumulado
2013
2014
702.691
655.878
678.100
692.141
2.728.810
677.443
616.075
603.691
599.829
2.497.038
kg
1.506.760
1.536.660
1.664.985
1.262.090
5.970.495
US$
3.215.731
2.537.104
3.678.671
1.925.298
11.356.804
Acumulado
Brasil 1.260.109.725
Participação do Paraná no
volume das exportações
do Brasil / kg
Paraná 1.262.090
Fevereiro
20,08%
Brasil 6.285.186
Paraná 5.970.495
Acumulado
22,34%
Brasil 26.715.234
50
| sindiavipar.com.br
Fonte: Sindiavipar/Secex 31,19%
Fonte:Sindiavipar/Secex Jan
Fev
Mar
Abr
Acumulado
US$
164.849.770
159.158.071
173.741.977
192.704.207
690.454.025
Para mais informações, acesse: sindiavipar.com.br
Jan
Fev
Mar
Abr
Acumulado
kg
94.038.874
89.310.606
101.362.568
108.297.435
393.009.483
Para mais informações, acesse: sindiavipar.com.br
ABATE (cabeças)
EXPORTAÇÃO
Paraná 393.009.483
EXPORTAÇÃO
Paraná
PERU
paraná
FRANGO
Participação do Paraná no
volume das exportações
do Brasil / kg
PARANÁ
Referência em produção, exportação e sanidade avícola
ABATEDOUROS
Abatedouro Coroaves
Maringá - coroaves.com.br
SIF 2137
Agrícola Jandelle
Rolândia - bigfrango.com.br
SIF 1215
Coop. Agroindustrial Copagril
JBS Foods
Mal. Cândido Rondon - copagril.com.br
SIF 797
Lapa – jbs.com.br
SIF 530
Coop. Agroindustrial Lar
JBS Foods
Medianeira - lar.ind.br
SIF 4444
Agroindustrial Parati
Santo Inácio – jbs.com.br
SIF 7777
Coopavel Coop. Agroind.
Rondon - agroparati.com.br
SIF 3925
Kaefer Agroindustrial (Globoaves)
Cascavel - coopavel.com.br
SIF 3887
Agroindustrial Parati
Cascavel - globoaves.com.br
SIF 1672
Diplomata Industrial e Comercial
Umuarama - agroparati.com.br
SIF 2010
Tyson do Brasil
Capanema - diplomata.com
SIF 2539
Agroindustrial São José
C. Mourão - tyson.com.br
SIF 2694
Frango DM
Santa Fé
SIF 1876
Arapongas - frangoagosto.com.br
SIF 270
Agrogen
Frango Sabor Caipira
Itapejara do Oeste - agrogen.com.br
SIF 3170
Avebom
Ivaiporã - frangocaipiraivaipora.com.br
SIP 0003-A | SISBI
Jaguapitã - avebom.com.br
SIF 2677
Frango Seva
Unifrango Agroindustrial
Maringá - unifrango.com
SIF 88
Unitá - Cooperativa Central
Ubiratã - unitacentral.com.br
SIF 603
INCUBATÓRIOS
Pato Branco - frangoseva.com.br
SIF 2212
Avenorte Avícola Cianorte
Cianorte - guibon.com.br
SIF 4232
BRF S.A.
Carambeí - brf-br.com
SIF 424
BRF S.A.
Frangos Pioneiro
Avícola Carminatti
Joaquim Távora - frangospioneiro.com.br
SIF 1372
Santo Antônio do Sudoeste
avicolacarminatti.com.br
Granjeiro Alimentos
Avícola Pato Branco
Rolândia - frangogranjeiro.com.br
SIF 4087
Pato Branco - avicolapb.com.br
Dois Vizinhos - brf-br.com
SIF 1985
GTFoods
BRF S.A.
Maringá - gtfoods.com.br
SIF 4166
Globoaves Agroavícola
Cascavel - globoaves.com.br
Gralha Azul Avícola
Francisco Beltrão - brf-br.com
SIF 2518
GTFoods
Francisco Beltrão - gaa.com.br
BRF S.A.
Paraíso do Norte - gtfoods.com.br
SIF 1860
Granja Econômica Avícola
Toledo - brf-br.com
SIF 716
GTFoods
Paranavaí - gtfoods.com.br
SIF 1880
C. Vale Coop. Agroindustrial
Palotina - cvale.com.br
SIF 3300
Jaguafrangos
Cocari Coop. Agroindustrial
Jaguapitã - jaguafrangos.com.br
SIF 2913
Mandaguari - cocari.com.br
SIF 664
JBS Foods
Copacol Coop. Agroind. Consolata
Jacarezinho - jbs.com.br
SIF 2227
Cafelândia - copacol.com.br
SIF 516
Carambeí - granjaeconomica.com.br
Granja Real
Pato Branco - granjareal.com.br
Marco Avicultura
Tamarana
Pluma Agroavícola
Dois Vizinhos - plumaagroavicola.com.br
Habilitações:
Abate Halal
exportação para
China
exportação geral
sindiavipar.com.br
exportação para UE

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