Ed 50 Jan/Fev 2016

Transcrição

Ed 50 Jan/Fev 2016
Edição especial Nº 50 | Jan/Fev 2016
A MAIOR DO BRASIL
Edição especial Nº 50 | Jan/Fev 2016
Anuário
Paranaense da
Avicultura
2016
Diretoria
Planejar e renovar
Presidente:
Domingos Martins
Vice-presidente:
Claudio de Oliveira
Secretário:
Olavio Lepper
Tesoureiro:
João Roberto Welter
Suplentes:
Luiz Adalberto Stabile Benicio, Ciliomar Tortola,
Vallter Pitol e Roberto Kaefer
Conselheiros fiscais Efetivos:
Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro,
Dilvo Grolli e Edno Guimarães
Suplentes:
Rogerio Wagner Martini Gonçalves, Celio Batista
Martins Filho e Marcos Aparecido Batista
Delegados representantes efetivos:
Domingos Martins e Luiz Adalberto Stabile Benicio
Suplentes:
Ciliomar Tortola e Paulo Cesar Massaro Thibes
Cordeiro
Um novo ano se inicia e com ele renova-se nossa missão de trabalharmos de forma sustentável e inteligente para conservarmos o frango entre os
principais itens de exportação do Estado e mantermos a balança comercial
positiva para que a proteína permaneça em destaque na mesa do brasileiro.
Mesmo com todas as dificuldades já enfrentadas, o mercado de carnes continua promissor conforme apresentamos em nossa matéria de capa, com as
expectativas de especialistas do setor para 2016.
A primeira Revista Avicultura Paraná, do ano, também comemora a
marca de 50 edições. Ao todo, já são nove anos levando informação sobre o
agronegócio e o setor avícola do Estado. Além disso, a publicação de janeiro/
fevereiro está com uma versão estendida com o nosso tradicional “Anuário da
avicultura paranaense”, que apresenta o balanço de produção e exportação dos
últimos cinco anos, levantamento importante para os profissionais do setor.
Com impacto no dia a dia de nossa atividade, as mudanças climáticas
também estão na pauta do segmento. Atualmente, pesquisadores correm
contra o tempo buscando reduzir impactos do calor e da irregularidade das
chuvas na avicultura. Segundo a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Magda
Aparecida de Lima, toda a cadeia produtiva
da carne de frango pode sofrer com essas
alterações.
Informações sobre bem estar animal e sanidade também estão contempladas nesta histórica edição.
Uma boa leitura e um abraço.
Sindicato das Indústrias de Produtos
Avícolas do Estado do Paraná
Av. Cândido de Abreu, 140 - Salas 303/304
Curitiba/PR - CEP: 80.530-901
Tel.: 41 3224-8737 | sindiavipar.com.br
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Se você tem alguma sugestão, crítica, dúvida
ou deseja anunciar na revista Avicultura do
Paraná, escreva para nós:
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Domingos Martins
Presidente do Sindiavipar
Ed. nº 50 - Jan/Fev 2015
Expediente
selo SFC
As matérias desta publicação podem ser
reproduzidas, desde que citadas as fontes.
Produção:
Camila Tsubauchi e Mônica Seolim
Centro de Comunicação
Design e diagramação:
centrodecomunicacao.com.br
Cleber Brito
Jornalista responsável:
Comunicação e Marketing:
Guilherme Vieira (MTB-PR: 1794)
Mônica Fukuoka
Colaboração:
Impressão:
Bruna Robassa, Camila Castro,
Maxi Gráfica
Foto: Sindiavipar
Editorial
14
Seções
Entrevista
RICARDO AMORIM
Fatores internos e externos vêm
favorecendo o crescimento do agronegócio no Brasil. Em entrevista, o
economista e presidente da Ricam
Consultoria, Ricardo Amorim, afirma
que a crise econômica não afetou o
desenvolvimento do setor.
24
Capa
Agenda..................................................06
Observatório........................................06
Sindiavipar..........................................08
Na mídia................................................10
Radar.................................................12
Entrevista............................14
EXPECTATIVAS 2016
Após um ano de crédito limitado,
aumento de custos de produção e
incertezas políticas, o setor avícola
mantém olhar cauteloso para o ano que
se inicia. Fatores como investimentos e
El Niño devem impactar nos rumos da
atividade.
46 ESPECIAL
Sustentabilidade................................16
Meio ambiente....................................18
Sanidade..........................................20
Eventos.................................................22
Capa.....................................24
50 VEZES AVICULTURA PR
A Revista Avicultura Paraná janeiro/
fevereiro de 2016 alcança uma
marca importante em sua trajetória.
A primeira edição deste ano carrega o
número 50 e representa nove anos de
caminhada, de uma história que se iniciou em 2001.
Anuncie na revista Avicultura do Paraná
Bem estar..............................................32
ABPA...................................................34
Associados............................................36
Mito ou verdade.................................38
Artigo técnico......................................40
Mercado................................................42
Mônica Fukuoka
Gerente de Comunicação e Marketing
[email protected]
Especial...............................46
(41) 3224-8737
Sugestões de pauta e releases
[email protected]
Notas e registros.................................50
Agenda
Paraná é a 4ª maior
economia do Brasil
Show Rural Coopavel 2016
Data: 01 a 05 de fevereiro de 2016
Local: Cascavel (PR)
Realização: Coopavel
Telefone: (45) 3225-6885
E-mail: [email protected]
Site: showrural.com.br
Dados divulgados pelo Instituto Paranaense de
Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam
que o Paraná é a quarta maior economia brasileira. Os
números se referem ao ano de 2013, quando o estado
Conferência Facta de Ciência
e Tecnologia Avícolas
respondeu por 6,3% de todas as riquezas geradas no
país, ficando atrás somente de São Paulo (32,1%), Rio
de Janeiro (11,8%) e Minas Gerais (9,2%). A mudança
Data: 17 a 19 de maio de 2016
Local: Campinas (SP)
Realização: Facta
Telefone: (19) 3243-6555
E-mail: [email protected]
Site: facta.org.br/conferencia2016
de posição no ranking brasileiro é histórica, pois desde
1949 o Paraná permanecia em quinto lugar, atrás do Rio
Grande do Sul em produção de riquezas. Em 2013, os
gaúchos ficaram para trás, fechando o ano com 6,2% do
total nacional. Segundo o relatório, a agropecuária ganhou espaço na economia paranaense e contribuiu para
ANUTEC - International FoodTec Brazil
o crescimento do índice.
Data: 02 a 04 de agosto de 2016
Local: Curitiba (PR)
Realização: Bäumle Organização de Feiras
Telefone: (11) 3829-7990 / (41) 3068 0100
Email: [email protected]
Site: anutecbrazil.com.br
Produtividade
agropecuária cresce 4%
ao ano desde 2000
O crescimento da produtividade agropecuária brasi-
V AVISULAT – Congresso e Feira Brasil Sul
de Avicultura, Suinocultura e Laticínios
leira é superior à média mundial de 1,84% ao ano. Segundo
estudo realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Data: 18 a 20 de outubro de 2016
Local: Porto Alegre (RS)
Realização: ASGAV / SIPS / SINDILAT e FIERGS
Telefone: (51)3228-8844
Email: [email protected]
Site: asgav.com.br
Abastecimento (Mapa), em parceria com a Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o país cresce em
produtividade cerca de 4% ao ano. Entre 2000 e 2009, o índice chegou a 5,18% e no período entre 2000 e 2014, atingiu 4,51%. Segundo o relatório parcial do projeto, o aumento
está ligado à ampliação de investimentos em pesquisas e no
desenvolvimento de novas tecnologias. A expansão das fron-
Quer divulgar seu evento aqui?
Entre em contato conosco pelo e-mail
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ou ligue (41) 3224-8737.
teiras agropecuárias no território nacional e a participação
acentuada de produtos como frutas, cana-de-açúcar, soja, leite, ovos e carne de frango também contribuíram.
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| sindiavipar.com.br
Observatório
Porto de Paranaguá bate
recorde histórico de embarques
O corredor de exportação
do Porto de Paranaguá movimentou
16,14 milhões de toneladas durante o ano de 2015. O número é 1,1%
maior que o de 2012 (15,9 milhões
de toneladas) – ano de registro do
recorde anterior – e 9,1% mais alto
que o índice de exportação de 2014.
Para a Administração dos Portos de
Paranaguá e Antonina (Appa), a superação positiva se deve ao ganho de
produtividade. Entre março e dezembro do ano passado, quatro novos
shiploaders entraram em operação.
Os equipamentos recém instalados
conseguem carregar 33% mais no mesmo período de tempo. Isso significa que a capacidade de embarque de
mercadorias no corredor de exportação cresceu de 1,5 tonelada por hora, para 2 toneladas por hora. Outras obras
de melhoramentos também contribuíram para o resultado positivo.
Sesi e Sindiavipar realizam
curso de relacionamento
interpessoal
O Sesi e o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas
do Estado do Paraná (Sindiavipar) realizaram, em novembro,
um curso de relacionamento interpessoal que contou com a
participação de 54 colaboradores de 20 empresas parceiras. O
curso tinha como objetivo aumentar a compreensão sobre a importância de um ambiente de trabalho saudável que favoreça
a coletividade. As atividades foram conduzidas pela psicóloga
especialista em Gestão de Pessoas, Fernanda Pacheco, e aconteceram na sede do Senai em Araucária-PR.
sindiavipar.com.br |
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Associe-se! Porque juntos
somos mais fortes!
Novo Estatuto
O novo estatuto do Sindiavipar deve entrar em vigor muito em breve! O documento já foi elaborado e aguarda apenas a aprovação em Assembleia para começar a ser seguido pelos associados, sindicalizados e diretores. O regimento foi elaborado para acompanhar as evoluções da entidade, que, ao
longo dos seus 20 anos de existência, deixou de ser apenas uma autoridade sindical para representar a
avicultura paranaense de forma abrangente.
Entre as mudanças estão a criação de câmaras setoriais para tratar cada assunto ligado à avicultura dentro da sua especificidade; liberdade territorial (os sindicalizados continuam sendo apenas do
Paraná, mas serão aceitas instituições do Brasil todo como associadas solidárias) e um trabalho mais
voltado ao associativismo.
Mais informações: sindiavipar.com.br | (41) 3224-8737
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Grupo RH
O grupo de RH é formado por integrantes do Sindiavipar e de empresas paranaenses do setor avícola associadas, que se reúnem periodicamente. Cada encontro tem uma temática central, mas o maior
objetivo é propor melhorias para a área de Recursos Humanos das instituições que participam.
Nas reuniões, os participantes podem compartilhar conhecimentos e discutir estratégias que
posteriormente são executadas. Durante o ano de 2015, foram 6 encontros, sendo o mais recente deles
no dia 9 de dezembro, na sede do Grupo GTFoods.
Nessa última reunião, o tema principal foi “Definições sobre indicadores de desempenho”, focado
em debater processos e resultados inerentes aos Recursos Humanos, como ações trabalhistas, horas de
treinamentos, rotatividade, afastamentos e outros elementos.
Sindiavipar na FIEP
Buscando sempre aprimorar o trabalho realizado, durante todo o mês de novembro, o Sindiavipar participou ativamente de reuniões na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).
Um dos assuntos que estiveram em pauta foi Articulação da Rota Estratégica, pensando no futuro
da indústria paranaense. Nessa ocasião, os presentes participaram de uma videoconferência com
o pesquisador da Embrapa, Everton Krabbe, discutindo sobre qual futuro se pretende construir.
Nessas reuniões, também foi apresentado o Planejamento Estratégico do Sistema FIEP, um
estudo socioeconômico, com análise de tendências, priorização dos desafios, apresentação dos
resultados, Master Plan de Competitividade da Indústria Paranaense 2030 e Metodologia dos Encontros da Caravana de Planejamento. Tudo isso para garantir que o crescimento do setor industrial do nosso estado esteja fundamentado em bases estratégicas.
Foi elaborado ainda o grupo do Inventário Tecnológico, que entre outras coisas, convidou o
Ministério Público Estadual para organizar o dia de campo e verificar o destino correto de animais
mortos.
O Sindiavipar atua em parceria com as entidades ligadas à indústria, buscando sempre oferecer benefícios aos seus sindicalizados e associados.
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Sindiavipar na mídia
Festas de fim de ano
Aumento na procura pela carne de frango nas ceias de fim de ano
pautou a imprensa nos últimos meses de 2015
no último bimestre, de mais
de 1 milhão de reais. Neste
­p eríodo, 10 entrevistas foram
concedidas à imprensa.
Novembro
Fonte para a matéria
de capa da editoria de Agronegócio do jornal paranaense
Gazeta do Povo, “Frango domina crise e ganha mercado”,
o presidente do Sindiavipar,
Domingos Martins, falou sobre
o crescimento da produção no
Estado e ainda destacou que a
avicultura precisa ser pensada como uma corrente em que
todos os elos saem ganhando.
Balanço anual, novas ha-
Grupo GTFoods, em Maringá,
Além disso, o presidente cedeu
bilitações e, principalmente, o
que reuniu mais de 160 pesso-
entrevistas para a CBN Curitiba
aumento na demanda de carne
as envolvidas com o segmento,
e Revista do Avisite.
de frango nas ceias de Natal e
e sobre a 3ª edição da Expedi-
ano novo foram assuntos abor-
ção Avicultura, projeto técni-
dados por veículos de comu-
co-jornalístico do Núcleo de
nicação locais e nacionais nos
Agronegócio Gazeta do Povo
últimos meses (novembro e de-
em parceria com o Sindiavipar,
zembro) do ano e colocaram a
também ganharam espaço nas
avicultura paranaense em des-
mídias especializadas no seg-
Online
taque na imprensa.
mento.
Revista
Durante estes dois me-
Ao todo, 147 notícias
ses, notícias relacionadas ao
relacionadas ao Sindiavipar fo-
Jantar do Galo, evento realiza-
ram divulgadas, somando um
do em novembro, na sede do
retorno de mídia espontânea,
10
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Em novembro o sindi-
Jornal
Rádio
TV
Sindiavipar na mídia
­q ueda na procura por vinhos
na ceia devido a valorização
do dólar. Também relacionado
ao tema, o sindicato foi fonte
para ­veículos como Gazeta do
Povo, RPC e CBN Cascavel.
Outro destaque, foi a
entrevista do presidente à revista especializada do Avisite
sobre o panorama geral da avicultura paranaense em 2015 e
as expectativas para este ano.
Ao todo, foram cinco páginas
em que personalidades do setor apontaram suas experiências no ano que passou e previsões para 2016.
O Sindiavipar ainda figurou em matérias importantes de impacto nacional como
a do jornal O Globo sobre as
novas concessões de rodovias que serão iniciadas pelo
Governo Federal, entre elas a
chamada “Rodovia do Frango”
cato foi destaque em outros
Dezembro
e do Estadão Broadcast sobre
expectativas de exportação
jornais do Estado, como o Jor-
No último mês do ano,
nal da Manhã e a Folha de Lon-
com as celebrações batendo à
drina, posicionando-se sobre
porta, o Sindiavipar contribuiu
a conquista de novos merca-
com diversas matérias sobre
dos, principalmente o chinês,
o aumento da procura da pro-
pelas plantas do Paraná, e no
teína de frango nas épocas
Diário do Norte e na Tribuna
de festa. Entre elas, “Frango
do Norte com fotos do Jantar
com cerveja”, reportagem da
do Galo 2015. Na plataforma
revista Globo Rural, que foi
Revista
online, diversos portais como
chamada de capa e mostrou a
Rádio
Agrolink, a revista Avicultura
previsão de alta de 4% a 5%
Industrial, e Aveworld reper-
na venda de frangos no Na-
cutiram os assuntos.
tal em relação ao passado e
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11
do setor para 2016.
Jornal
Online
TV
Foto: Freeimages
Radar
Sanidade é a palavra de ordem, é um patrimônio. A avicultura
é altamente produtiva, tem parâmetros de produção muito
apertados. Ela não tem margens para que doenças convivam com
seus rebanhos e venham a afetar a produtividade
Fernando Gomes Buchala, titular da Coordenadoria de
Defesa Agropecuária (CDA)
2016 é um ano enigmático, mas nós projetamos
crescer de 3% a 5% na avicultura
As taxas de desemprego em
alta, a inflação corroendo os
salários e os preços da carne
vermelha valorizados geram
diminuição da demanda e
migração para as proteínas
alternativas, com destaque para
o frango, cuja competitividade
frente à carne bovina tem estado
em alta ao longo de 2015
Hyberville Neto, analista da Scot Consultoria
Francisco Turra, presidente executivo
da Associação Brasileira de Proteína
Animal (ABPA)
Mesmo que não tenhamos a
valorização do dólar, o mercado externo
será melhor que o mercado interno
devido à economia brasileira que está
num processo de queda e nós estamos
prevendo também uma queda de
consumo um pouco maior no mercado
interno. Por isso mercado externo será o
melhor caminho para a avicultura
Dilvo Grolli, presidente da Coopavel
A ampliação do cais do porto e a aquisição de novos equipamentos
possibilitaram um aumento de produtividade e trouxeram novas rotas de
navios para Paranaguá. Além disso, temos a nosso favor todo o trabalho dos
produtores rurais do Paraná, que lideram a produção no país
Luiz Henrique Dividino, diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina (Appa), sobre o Porto de Paranaguá ter fechado 2015 como principal exportador de
frango, embarcando 1,25 milhão de toneladas até outubro.
12
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Entrevista
Futuro promissor
Economista Ricardo Amorim analisa os rumos
do agronegócio brasileiro em 2016
União de fatores internos e externos vem favorecendo
o
crescimento
a celerado
­
do
agronegócio
brasileiro. De acordo com a
avaliação do economista e
presidente da Ricam Consultoria, Ricardo Amorim, a crise econômica não reverteu as
oportunidades no setor.
Para se entender o conjunto de fatores que favorecem o agronegócio nacional,
é preciso destacar que, nos últimos anos, o desenvolvimento de países populosos como
Brasil, China e Índia alterou o
centro de gravidade da economia mundial, deslocando o
foco dos países ricos para os
países emergentes.
Entrevista
Aliados a esse contexto
global, os investimentos internos vêm propiciando ainda mais lucratividade para a
agricultura local de diversas
regiões. Um bom exemplo
disso é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), que tem adaptado
inovações de primeiro mundo para o Brasil.
Apesar
elementos
da
que
gama
O mau desempenho
econômico dos países
ricos é estrutural e
pode promover o
deslocamento dos
investidores privados
em infraestrutura
para cá
Quais fatores ainda limitam o crescimento do
agronegócio brasileiro?
Os custos de transportes para os produtores rurais
são muito altos, o que diminui nossa competitividade.
No entanto, essa deficiência
interna pode ser superada
uma vez revertida a atual crise política, o que deve acon-
de
tecer em 2016. O mau desem-
beneficiam
penho econômico dos países
o país, ainda temos desafios
cionais foram compensadas
ricos é estrutural e pode pro-
pela frente. O primeiro deles
pela forte alta do dólar, que
mover o deslocamento dos
está relacionado à logística.
aumenta a renda do produtor
investidores privados em in-
Para exemplificar, a China
nacional.
fraestrutura para cá.
O comércio exterior segurou a economia durante o ano de 2015. O
cenário deve se manter
favorável às exportações
brasileiras nos próximos
anos?
Os recentes reajustes de
impostos feitos pelo governo federal também
prejudicam o desenvolvimento do agronegócio?
colaborar
Hoje o Brasil ocupa a
superada a atual crise fiscal,
para a melhoria dos portos,
segunda posição no ranking
a redução de impostos, que,
ferrovias e rodovias.
de exportação agrícola. O
em longo prazo, favoreceria
primeiro lugar está com os
Revista Avicultura PR:
Qual o panorama do agronegócio em meio a crise
econômica nacional?
a lucratividade em todos os
Estados Unidos, mas ao longo
setores,
da próxima década, o Brasil
ainda mais mercado para o
deve se aproximar cada vez
agronegócio.
O agro vive uma fase
nibilidade de terras férteis
de desenvolvimento e con-
(área correspondente a 33
quistas. A crise econômica
países da Europa), além dos
Material adaptado por
brasileira e a queda no pre-
inúmeros mananciais e um
Ricardo Amorim e original-
ço das commodities agríco-
clima favorável ao plantio de
mente publicado na Revista
las nos mercados interna-
variadas culturas.
Dupont Clube Parceria.
hoje tem US$ 3,5 trilhões em
suas reservas internacionais
e tudo indica que parcelas
crescentes destas reservas
serão aplicadas na infraestrutura de países que suprem
a China de matérias-primas,
como o Brasil. Esses investimentos
podem
Esse é outro ponto que
precisa ser revisto. Depois de
geraria,
inclusive,
mais, devido à grande dispo-
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15
Sustentabilidade
Mudanças climáticas
Pesquisadores buscam reduzir impactos do calor e da irregularidade das
chuvas na atividade avícola
A elevação da tempe-
poedeiras e nos níveis de ferti-
riores a 32ºC são prejudiciais
ratura média global pode im-
lidade; aumento da mortalida-
para o desenvolvimento das
pactar a produção de frangos
de e surgimento de doenças”.
aves. “Os animais adultos têm
seu máximo desenvolvimento
em várias regiões do planeta.
Estudo realizado na Fa-
Para evitar perdas e manter o
culdade de Engenharia Agrí-
rendimento das aves, será pre-
cola da Universidade Estadual
“O estresse por calor é
ciso investir em pesquisas que
de Campinas (Feagri/Unicamp)
responsável por grandes per-
busquem solucionar os proble-
aponta que temperaturas supe-
das no rendimento de frangos,
entre 18 e 20°C”, confirma.
mas trazidos pelas mudanças
ocorrendo diminuição do peso
climáticas.
corporal e aumento de morta-
Segundo a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente,
Magda Aparecida de Lima, as
alterações climáticas podem
afetar a avicultura de diferentes formas. “Algumas delas incluem: redução do consumo de
alimento; no desempenho de
Precisamos
identificar a
ocorrência de
temperaturas
extremas às aves em
escala territorial
Magda Aparecida de Lima,
pesquisadora da Embrapa
16
| sindiavipar.com.br
lidade, principalmente, quando as temperaturas excedem
38ºC”, completa a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente.
Além das perdas diretas,
é preciso considerar a dependência por grãos, como a soja e
o milho, para fabricação de ali-
mento para as aves. “As lavou-
sofria com lavouras enchar-
equipamentos de refrigeração
ras podem vir a ser afetadas
cadas e muita lama, o Centro­
de ar nas instalações e veículos
pela mudança do clima, como
Oeste encarava semanas de
de transporte, sobretudo em re-
demonstram cenários globais
seca e poeira.
giões com incidências de temperaturas mais elevadas.
de ameaças e riscos à atividade
frente ao aquecimento global”,
destaca a pesquisadora.
Soluções
A elaboração de diag-
No final de 2015, du-
nóstico de condições climáticas
rante o plantio de verão, o fe-
propícias ou não ao desenvolvi-
nômeno El Niño mexeu com o
mento da atividade avícola em
calendário agrícola e com as
escala territorial, identificando
expectativas de produção da
a ocorrência de temperaturas
safra de soja e milho brasileira.
extremas à esse tipo de ativida-
Enquanto a região Sul do país
de, é uma importante contribuição à solução do problema, algo
20°C
que já vem sendo feito por pesquisadores da Feagri/Unicamp,
é a temperatura média ideal para
desenvolvimento pleno das aves
aliada ao profundo conheci-
32ºC
animais, suas tolerâncias, limi-
é considerado o limite de conforto
térmico na avicultura
38ºC
ou mais aumenta o estresse por
calor e gera mortalidade
mento de aspectos fisiológicos
tes e potenciais.
Uma solução eficaz pode
estar no investimento em instalações que amenizem os efeitos
de altas temperaturas, como
Embrapa
A
Embrapa
pode
orientar produtores e extensionistas de diversas formas,
como por exemplo, quanto
às estratégias de adaptação
aos impactos da mudança do
clima, ou na elaboração de
análises de cenários e mapas
de riscos. A Embrapa também pode desenvolver estudos em parceria com o setor
produtivo e outras instituições, com vistas ao melhoramento genético na busca por
linhagens mais tolerantes ao
calor e à seca.
AQUECIMENTO
Cadeia produtiva da carne
de frango pode sofrer com
mudanças climáticas
Meio Ambiente
Logística Reversa
Sindiavipar assina contrato com Sincabima
O Sindicato das Indústrias
tros setores. A parceria com o
“A sociedade é a principal bene-
de Produtos Avícolas do Estado
Sindiavipar ajudou a fortalecer
ficiada, com cidades mais limpas
Paraná (Sindiavipar) acaba de
a iniciativa”.
e com menos lixo nas ruas. Para
assinar o contrato de Logística
O objetivo da logística re-
isso, devemos desenvolver ações
Reversa com o Sindicato das In-
versa é dar um destino adequado
para conscientização da popula-
dústrias de Cacaus e Balas, Mas-
aos resíduos que a indústria gera.
ção, orientando-a em relação à
sas Alimentícias e Biscoitos de
eliminação correta das embala-
Doces e Conservas Alimentícias
gens”, comenta Barion.
Em relação aos benefícios
do Estado do Paraná (Sincabima).
projeto,
para os associados dos sindica-
também fazem parte o Sindica-
tos participantes, Barion expli-
to da Indústria de Panificação e
ca: “as empresas são notificadas
Confeitaria no Estado do Paraná
pelo Instituto Ambiental do Pa-
(SIPCEP), Sindicato da In-
raná (IAP) caso não tenham esse
Desse
mesmo
dústria do Trigo no Es-
plano de logística reversa,
tado do Paraná (Sindi-
mas o custo para executá-lo
trigo-PR), Sindicato da
individualmente é elevado.
Indústria de Torrefação
Quando o sindicato centraliza
e Moagem de Café no
o projeto, esse custo se divide
Estado do Paraná (Sin-
entre os associados e torna-se
café-PR) e Sindicato da
mais baixo”.
Indústria de Carnes e Deri-
O objetivo do Sindiavi-
vados no Estado do Paraná
par em entrar para esse pro-
(Sindicarne-PR).
jeto é contribuir com o meio
A ideia partiu do Sin-
ambiente e, ao mesmo tempo,
cabima e é coordenada pelo
oferecer mais um benefício
presidente
para os seus associados.
da
entidade,
Rommel Barion. Segundo
ele, o objetivo foi montar
um projeto de logística reversa das embalagens dos
produtos alimentícios. “Isso
INFORMAÇÕES
sindiavipar.com.br
Tel: (41) 3224-8737
envolve o poder público, fornecedores, importadores e ou18
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Sanidade
Biosseguridade em pauta
Grupo de trabalho liderado pelo Mapa discute melhorias sanitárias
e redução de custos na avicultura
a desinfecção e diminuir, no entendimento do Mapa, os riscos sanitários
nos aviários.
“Evidentemente que o piso
de concreto diminui as chances de
disseminação de patógenos, logo tem
maior biosseguridade. O que algumas empresas questionam é o custo
que se tem pra implantar, que é muito grande, tendo outras alternativas
para melhorar a biosseguridade da
propriedade”, avalia Gonçalves Dias.
A Cooperativa C. Vale, instalada em Palotina, na região Oeste do
Paraná, acredita que a readequação é
O Ministério da Agricultura,
radas pertinentes serão incluídas em
muito importante para o equilíbrio fi-
Pecuária e Abastecimento (Mapa)
uma consulta pública que será dispo-
nanceiro do produtor avícola. “O piso
debate com representantes de en-
nibilizada no site do Mapa na internet.
representa 38,8% a mais no valor fi-
tidades ligadas à produção avícola
“As INs nº56 e nº59 perma-
nal da construção civil”, diz o médico
de cada Estado possíveis readequa-
necem em vigor. O Ministério da Agri-
veterinário de Fomento Avícola da
ções nas Instruções Normativas (INs)
cultura deve publicar para consulta
empresa, Lederson Trindade de Lima.
nº56 e nº59. A intenção é melhorar a
pública alterações dessas instruções
Conforme dados da própria
biosseguridade dos plantéis e buscar
normativas”, explica o médico vete-
C. Vale, o avicultor paga aproximada-
alternativas para redução de custos,
rinário e gerente de Saúde Animal da
mente R$ 116 por metro quadrado
conforme reivindicações do setor
Adapar, Rafael Gonçalves Dias.
para construir um aviário comercial
Várias sugestões foram en-
sem piso de concreto. Com o reves-
O grupo de trabalho recebe
viadas ao Mapa. Entre elas, está a reti-
timento em alvenaria, o preço médio
sugestões de entidades estaduais,
rada da exigência do piso de concreto
do metro quadrado sobe R$ 45, che-
como a Agência de Defesa Agrope-
para granjas de produção instaladas
gando a R$ 161.
cuária do Paraná (Adapar), e debate a
a menos de três quilômetros de um
Na visão de Lima, existem
viabilidade sanitária e financeira das
matrizeiro. A pavimentação em alve-
outras formas – mais baratas – de se
propostas. Depois de várias rodadas
naria é indicada nas INs em questão
manter os planteis seguros e livres
de discussão, as alterações conside-
com o intuito de facilitar a limpeza e
de doenças. “A legislação em vigor já
produtivo.
Sanidade
contempla o aumento do rigor de outras medidas de biosseguridade para
as granjas sem piso de alvenaria”.
O diretor de operações da
Gralha Azul Avícola em Francisco Beltrão, Alexandre Pecoits, acredita que
o isolamento ambiental e o reflorestamento da área próxima ao galpão
sejam mais eficientes. “O piso só vai
fazer diferença nas trocas de camas
dos aviários, que são feitas com baixa
frequência, porque trocar a cama a
cada lote é inviável”.
Além disso, o pavimento em
concreto pode manter a cama úmida
e contribuir para um possível aumento de calos de patas e afetar o rendimento das aves.
O que dizem as Instruções Normativas nº56 e nº59?
A preocupação com bios-
ção de um aviário. Os textos apon-
seguridade aumenta à medida que
tam, por exemplo, a importância de
diminui a distância entre a granja de
se respeitar a distância mínima de
produção e o matrizeiro. “Quanto
3 quilômetros entre as unidades de
mais perto, maior o risco sanitário”,
produção e de reprodução.
explica o médico veterinário da
“Até 3 quilômetros é permi-
Adapar. Isso acontece porque o es-
tido construir qualquer aviário. Para
tabelecimento de reprodução é o
construir uma granja de produção a
principal disseminador de doenças,
menos de 3 km de uma granja de re-
pois distribui aves e material genéti-
produção, é preciso fazer uma análi-
co para outras granjas.
se de risco”, destaca Gonçalves Dias.
As INs nº56 e nº59 institu-
A avaliação leva em consideração a
ídas pelo Mapa em 2008 e 2013,
biosseguridade da granja, a presen-
respectivamente, versam sobre as
ça de árvores frutíferas nas proxi-
medidas sanitárias a serem obser-
midades, a necessidade do piso de
vadas antes de se iniciar a constru-
concreto, entre outros requisitos.
Eventos
Save The Date:
IV Workshop
da Avicultura
Próxima edição do evento já
está sendo programada
sanidade
animal,
Workshop Sindiavipar acon-
bem-estar,
nutri-
tece em 2016. O evento mo-
ção,
vimenta a avicultura parana-
da atividade e ou-
ense a cada dois anos, sempre
tras similares.
trazendo temáticas que sejam
O
A
quarta
edição
do
crescimento
princi-
relevantes para o desenvol-
pal
objetivo
do
vimento da atividade no es-
Workshop Sindia-
tado. Quando consideramos
vipar é promover a
que o Paraná já responde por
capacitação de to-
cerca de 35% das exporta-
dos os participantes
ções brasileiras de carne de
por meio das pales-
frango, fica ainda mais fácil
tras, trazer novos conhe-
perceber a importância de um
cimentos técnicos e, novas
workshop como esse.
estratégias que possam ser
A programação para o
adotadas futuramente para
possível
próximo ainda está aberta,
fomentar ainda mais a avicul-
fícios, desde convites até
portanto, você pode dar a sua
tura no Estado.
espaços privilegiados para
ter
vários
bene-
sugestão! Ela será analisada
E além da programa-
divulgação, como banners e
por toda a equipe do sindica-
ção, a entidade está aber ta
distribuição de materiais im-
to e, caso haja possibilidade e
para parceiros. Você pode as-
pressos.
viabilidade, poderá se trans-
sociar a sua marca ao evento
A princípio, a previsão
formar em uma das palestras
que é focado na propagação
é de que o Workshop seja re-
ministradas no evento. A ideia
de informações e que busca
alizado em Foz do Iguaçu, no
é trabalhar questões perti-
colocar a avicultura sempre
mês de outubro.
nentes ao mercado avícola,
à frente. Com a parceria é
22
| sindiavipar.com.br
Dúvidas ou sugestões
Eventos
O principal objetivo
do Workshop
da Avicultura
PR é promover a
capacitação de todos
os participantes
Última Edição
brasileira para 2015: desafios
O último Workshop da
e oportunidades, ministrada
Avicultura Paranaense aconte-
por Francisco Turra, da Asso-
ceu em 2014, na cidade de Foz
ciação Brasileira de Proteína
do Iguaçu. O evento foi realiza-
Animal
do pelo Sindiavipar em parce-
das matérias-primas nas for-
ria com a Associação Paranaen-
mulações de rações, por João
se de Avicultura (Apavi) e, além
Batista Luchesi, da Agroceres/
de discutir tendências, fomen-
Multimix; além de várias outras
podem ser contatadas pelo
tou a capacitação profissional
palestras.
telefone (41) 3324-8737 ou
na área.
(ABPA);
Otimização
Para 2016, o Sindiavi-
­[email protected].
Os participantes da edi-
par prepara uma programação
Participe e ajude a fazer esse
ção passada do Workshop pu-
de alta qualidade novamente a
evento ser ainda melhor e
deram assistir de palestras so-
todos os que forem prestigiar
mais produtivo!
bre Perspectivas da avicultura
mais uma edição.
Olhar
cauteloso
Liberação do crédito,
câmbio e clima devem ditar
rumos da avicultura em 2016
24
| sindiavipar.com.br
Capa
de suprimento adequado para
Após um ano de crédito limitado, aumento de custos de produção e incertezas
políticas, o setor avícola enxerga 2016 com cautela, mas
também como um momento
de oportunidade. Durante a
crise, a avicultura se manteve competitiva com o faturamento impulsionado, especialmente, pelas exportações.
Para o ano que chega, fatores
Nós vamos continuar o
plano de expansão da
capacidade produtiva
do grupo. Projetamos
chegar até o final de
2017 a um abate de
720 mil aves/dia
Rogério Gonçalves, diretor
administrativo do Grupo GTFoods
a atividade produtiva de proteína animal”, explica.
De acordo com levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mesmo
com possíveis adversidades,
a entidade prevê um ano com
crescimento de 3% a 5% na
produção.
Apresentando um
olhar positivo para 2016, o
como investimento e El Niño
Grupo GTFoods, pretende am-
devem impactar nos rumos da
pliar a produtividade da emporque houve valorização do
presa. “Nós vamos continuar
Para o professor coor-
dólar em relação ao real na
o plano de expansão da ca-
denador do Centro de Agro-
colheita. E o terceiro ponto é
pacidade produtiva do grupo.
negócios da Fundação Getúlio
o clima. El Niño é o mais rigo-
Projetamos chegar até o final
Vargas e ex-ministro da Agri-
roso dos últimos 20 anos tra-
de 2017 a um abate de 720 mil
cultura, Pecuária e Abasteci-
zendo muita chuva para o sul
aves/dia. Isso alinhado com a
mento, Dr. Roberto Rodrigues,
do país e seca para o norte,
nossa Visão, de até o ano de
são três os fatores principais
podendo gerar um problema
2020 ser a terceira empresa
atividade.
que podem influenciar o setor. “O primeiro é a liberação
do crédito. Nós sabemos que
o crédito ficou muito mais
caro e muito mais restritivo, aumentando os custos de
produção. O segundo ponto é
o câmbio, que ajudou muito
o agro brasileiro em 2015. A
relação do produtor no Brasil
na safra passada foi positiva
EXPANSÃO
GTFoods busca ampliar os canais de
distribuição dos produtos
sindiavipar.com.br |
25
no setor de avicultura no Bra-
Mercado equilibrado
rio da Agricultura Pecuária e
No ano de 2015, di-
Abastecimento (Mapa), para
internacional”,
versas plantas paranaenses
comercializar seus produtos
conta o diretor administrativo
e brasileiras receberam ha-
no mercado externo. Entre os
do grupo, Rogério Gonçalves.
bilitações junto ao Ministé-
principais consumidores está
sil com diversificação e reconhecimento
o mercado asiático, cliente
Ainda segundo ele, o
GTFoods busca ampliar os canais de distribuição dos produtos, “pois em um ambiente
de queda de venda no mercado interno, existe a preocupação com segmentos que possam ter fragilidade ao longo
de 2016, como os segmentos
com inadimplência do varejo”, finaliza.
El Niño é o mais
rigoroso dos últimos
20 anos trazendo
muita chuva para o
sul do país e seca
para o norte
Roberto Rodrigues, professor
coordenador do Centro de
Agronegócios da FGV
em potencial que tem alavancado os embarques do Brasil.
Conquistas que sustentaram
o faturamento de muitas empresas brasileiras e aumentaram consideravelmente os
embarques.
Segundo o presidente
da Associação de Comércio
Exterior do Brasil (AEB), José
EMBARQUES
ABPA prevê um crescimento
entre 3% e 5% nas
exportações em 2016
26
| sindiavipar.com.br
Augusto de Castro, para os
próximos anos busca-se abrir
mercados novos como a Indonésia e alguns países da África para carne de frango brasileira. O presidente da APBA ,
Francisco Turra, ainda lembra
que estão no radar, para futuras comercializações, Austrália, Nova Zelândia e Camboja.
Com isso, a ABPA prevê um
crescimento entre 3% e 5%
nos volumes embarcados. Já
Temos que fazer o
dever de casa com
reformas estruturais.
É a reforma do sistema
tributário, reforma
trabalhista, reforma
previdenciária, e
investimentos maciços
em infraestrutura
José Augusto de Castro,
presidente da AEB
a previsão da AEB é de um
pequeno crescimento, de até
1%, nas quantidades exportadas e uma pequena redução do preço médio.
Para Castro, neste ano
que se inicia, as exportações
continuarão sendo um dos pilares de sustentação do agronegócio nacional. “Com certeza, mais do que nunca ela
vai ser fundamental. Porque
com a retração do mercado
interno seja decorrente do
desemprego, da inadimplência, e outros fatores, a exportação é a única alternativa
para você tentar minimizar o
problema ou compensar parcialmente a redução do faturamento do mercado interno”, analisa.
O
professor
Roberto
Rodrigues, entretanto, alerta, “é preciso lembrar que o
mercado interno hoje é mais
importante para nós do ponto
de vista de volume de consumo do que o mercado externo, então é muito relevante
que tenhamos um mercado
interno florescido em 2016.
A expectativa é que com um
CONSUMO
Expectativa é que com um
ajuste fiscal bem feito haja
recuperação da economia
28
| sindiavipar.com.br
ajuste fiscal bem feito nós
ainda não encontrou um pa-
para que nossos produtos f i-
tenhamos uma recuperação
râmetro
quem compet it ivos interna-
da economia já no segundo
complementa.
semestre e, nesse caso, não
existirá problema algum”.
de
estabilidade”,
cionalmente”, explica.
Segundo Rober to Ro dr igues, o momento é de
colocar “a barba de molho”.
Desafios e recomendações
“Cor tar custos, fazer eco -
Para Turra, presidente
nomias, usar a melhor tec-
da ABPA , a retração econô -
nolog ia
possível ,
com
os
mica e uma eventual con-
recursos disponíveis e não
t inuidade na cr ise polít ica
recorrer a um endiv idamen-
poderão estar entre os pr in-
to maior que a capacidade
cipais desaf ios do setor em
de pagamento, são as três
2016 e impac tar negat iva-
recomendações que dar ia”,
mente no consumo interno
af irma.
“Em
O presidente da AEB,
tempos de cr ise, é natural
José Augusto de Castro, ain-
que o consumidor ing ira um
da aponta que o Brasil não
pouco menos proteínas. Ao
pode depender de fatores
mesmo tempo, precisaremos
como a taxa de câmbio, já
monitorar nossos custos de
que ele é f lutuante e sofre
produção,
rela-
alterações. “Temos que fazer
ção aos custos energét icos,
o dever de casa com refor-
quanto aos insumos, como
mas estruturais. É a reforma
o milho e a soja. Na nossa
do sistema tr ibutár io, refor-
busca pelo equilíbr io, nossa
ma trabalhista, reforma pre -
equação produt iva será mais
v idenciár ia, e invest imentos
desaf iadora”, or ienta.
maciços em infraestrutura.
de carne de frango.
tanto
em
“Recomendamos muita cautela a todos os players
Temos
que
reduz ir
nosso
elevado custo de log íst ica
da av icultura nacional , sem-
mercado.
Ao mesmo tem-
po, devemos nos atentar à
manutenção de nossa capacidade
compet it iva
frente
às oscilações dos custos de
produção e ao câmbio, que
Apresentando um pre-
ço acessível ao consumidor e
com uma demanda mundial
crescente pela proteína, o
mercado de carne de frango
continuará ganhando espaço independente dos rumos
políticos e econômicos. “É
preciso lembrar, que apesar
de todas as dificuldades do
momento, há alguns setores,
e a proteína animal está entre eles, que continuam promissores, porque a demanda
mundial continua aquecida.
Os países emergentes estão
aumentando sua renda per
capita. Há um crescimento
da busca por carnes alternativas. E a carne bovina, a
carne suína e o frango têm
uma dimensão enorme nisso”, afirma Roberto Rodrigues. Turra destaca também
pre mantendo nossa atenção
voltada para a demanda do
Diferenciais
Com certeza, mais
do que nunca ela
[exportação] vai ser
fundamental
José Augusto de Castro,
presidente da AEB
o status sanitário alcançado pelo país que contribui
para o consumo interno e,
principalmente, para a entrada da proteína animal
brasileira em diversos mercados exigentes.
Anuário
Paranaense da
Avicultura
2016
A MAIOR DO BRASIL
Anuário Paranaense da Avicultura
Produção
Frango (cabeças)
Brasil
PR
%
SC
%
RS
%
2015
5.259.495.614
1.685.168.019
32,04
874.543.101
16,63
758.553.930
14,42
2014
5.023.649.311
1.569.818.749
31,25
878.539.134
17,49
733.221.470
14,60
2013
5.041.186.964
1.463.490.290
29,03
854.359.914
16,95
734.823.704
14,58
2012
5.093.012.867
1.403.522.683
27,56
891.889.394
17,51
721.592.419
14,17
2011
5.173.359.093
1.391.662.550
26,90
939.376.172
18,16
782.220.827
15,12
Fonte: Sindiavipar e Mapa
Frango e peru (cabeças)
Produção de frango (cab)
Frango
Variação
Peru
Variação
2015
1.685.168.019
7,35
8.444.292
-11,03
2014
1.569.818.749
7,27
9.490.725
-3,89
2013
1.463.490.290
4,27
9.874.612
-1,05
2012
1.403.522.683
0,85
9.979.332
5,02
2011
1.391.662.550
4,72
9.501.878
-21,63
5.259.495.614
1.685.168.019
2015
874.543.101
758.553.930
5.023.649.311
1.569.818.749
2014
878.539.134
Fonte: Sindiavipar
733.221.470
Abate por região 2015
5.041.186.964
1.463.490.290
Região (IBGE)
%
Noroeste Paranaense
9,93
Norte Central Paranaense
20,58
Norte Pioneiro Paranaense
5,98
Oeste Paranaense
31,72
Centro Ocidental Paranaense
5,33
Centro Oriental Paranaense
4,37
Sudoeste Paranaense
19,39
Centro Sul Paranaense
0,00
2013
854.359.914
734.823.704
5.093.012.867
1.403.522.683
2012
891.889.394
721.592.419
5.173.359.093
1.391.662.550
2011
939.376.172
782.220.827
Sudeste Paranaense
0,00
Metropolitana de Curitiba
2,71
Total
Brasil
100
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Fonte: Sindiavipar
Insumos 2015
Valor bruto da produção Paraná (milhões R$)
Ano
2014
2013
2012
2011
2010
Frango de Corte
10.234
9.445
7.517
6.468
5.360
0.298
0.294
0.214
0.193
0.233
70.675
69.045
53.983
50.500
44.295
Peru
Agropecuária
Fonte: Conab e Seab/Deral
Brasil
Paraná
Área (ha)
Produção (t)
Área (ha)
Produção (t)
Milho
15.692.900
84.672.400
2.465.012
16.014.985
Soja
32.092.900
96.228.000
5.104.000
16.949.631
Fonte: Conab e Seab/Deral
Avicultura
2016
Avicultura
2011
Exportação
Frango
Brasil
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
US$
kg
US$
kg
US$
kg
US$
kg
2015
7.183.059.621
4.321.444.234
2.373.027.368
1.488.228.226
1.828.578.578
1.013.885.895
1.285.093.277
795.164.733
2014
7.933.919.650
3.997.263.468
2.363.181.743
1.286.647.906
2.178.642.562
979.095.732
1.388.664.410
733.186.049
2013
7.915.622.870
3.876.423.679
2.186.170.627
1.143.751.923
2.149.811.060
937.989.090
1.393.611.877
711.318.263
2012
7.704.189.807
3.920.174.730
2.045.499.157
1.126.284.171
2.180.019.934
1.015.802.279
1.385.015.710
727.650.807
2011
8.254.465.103
3.945.861.152
2.068.690.688
1.044.670.138
2.482.079.498
1.065.585.502
1.540.334.250
764.959.014
Fonte: Sindiavipar e Secex/MDIC
Peru
Exportação de frango (kg)
Brasil
2015
2014
Brasil
2013
Paraná
2012
Santa Catarina
Paraná
US$
kg
US$
%
kg
%
2015
288.255.768
132.964.372
80.466.552
27,91
36.546.986
27,49
2014
148.920.137
79.346.729
25.719.947
17,27
14.511.120
18,29
2013
190.802.479
91.560.846
29.025.966
15,21
16.042.185
17,52
2012
203.301.312
93.644.441
21.791.690
10,72
13.252.140
14,15
2011
170.777.452
71.869.800
12.286.908
7,19
7.730.975
10,76
Fonte: Sindiavipar e Secex/MDIC
2011
Rio Grande do Sul
Mercados da carne de frango PR (kg)
Principais destinos da carne de frango (2015)
Faturamento
Volume
Nº
País
US$
%
kg
%
1
Arábia Saudita
511.456.768
21,55%
302.887.172
20,35%
2
China
249.514.503
10,51%
120.361.485
8,09%
3
Japão
219.869.930
9,27%
103.106.443
6,93%
4
Emirados Árabes
202.400.448
8,53%
124.057.106
8,34%
5
Hong Kong
127.287.666
5,36%
96.704.080
6,50%
6
Paises Baixos
115.431.198
4,86%
46.975.123
3,16%
7
Kuwait
77.454.666
3,26%
49.327.050
3,31%
8
Egito
57.284.948
2,41%
38.015.929
2,55%
9
África do Sul
47.521.204
2,00%
120.070.589
8,07%
10
Alemanha
41.771.022
1,76%
17.270.768
1,16%
Total
1.649.992.353
69,53%
1.018.775.745
68,46%
Total Paraná
2.373.027.368
100%
1.488.228.226
100%
Fonte: Sindiavipar e Secex/MDIC
2015
35,33%
64,67%
2014
37,26%
62,74%
2013
35,52%
64,48%
2012
36,48%
63,52%
2011
34,12%
65,88%
Externo
Interno
Fonte: Sindiavipar e Secex/MDIC
Exportações da carne de frango por produto (2015)
61,25%
Cortes
32,16%
Inteiros
4,05%
Salgados
2,11%
Processados
0,41%
Embutidos
* Subprodutos: 0,01%
Fonte: Sindiavipar e Secex/MDIC
PARANÁ
Referência em produção, exportação e sanidade avícola
Noroeste Paranaense
GTFoods
Agroindustrial São José
JBS Foods
Paraíso do Norte - gtfoods.com.br
SIF 1860
Santa Fé
SIF 1876
C. Mourão - jbs.com.br
SIF 2694
Jaguafrangos
Unitá - Cooperativa Central
Paranavaí - gtfoods.com.br
SIF 1880
Jaguapitã - jaguafrangos.com.br
SIF 2913
Ubiratã - unitacentral.com.br
SIF 603
Agroindustrial Parati
Aurora Alimentos
GTFoods
Rondon - agroparati.com.br
SIF 3925
Agroindustrial Parati
Umuarama - agroparati.com.br
SIF 2010
Avenorte Avícola Cianorte
Cianorte - guibon.com.br
SIF 4232
Norte Central Paranaense
JBS Foods
BRF
Norte Pioneiro Paranaense
Joaquim Távora - frangospioneiro.com.br
SIF 1372
JBS Foods
Arapongas - frangoagosto.com.br
SIF 270
Jaguapitã - jbs.com.br
SIF 2677
Vibra Agroindustrial
Pato Branco - vibra.com.br
SIF 2212
Cafelândia - copacol.com.br
SIF 516
Avícola Carminatti
Santo Antônio do Sudoeste
avicolacarminatti.com.br
BRF
Avícola Pato Branco
Pato Branco - avicolapb.com.br
Globoaves
BRF
Cascavel - globoaves.com.br
SIF 1672
Marco Avicultura
Tamarana
Dois Vizinhos - brf-br.com
SIF 1985
C. Vale Coop. Agroindustrial
GTFoods
Maringá - gtfoods.com.br
SIF 4166
Abatedouro Coroaves
Maringá - coroaves.com.br
SIF 2137
Granjeiro Alimentos
Rolândia - frangogranjeiro.com.br
SIF 4087
Frango Sabor Caipira
Ivaiporã - frangocaipiraivaipora.com.br
SIP 0003-A | SISBI
Unifrango
BRF
Palotina - cvale.com.br
SIF 3300
Francisco Beltrão - brf-br.com
SIF 2518
Coopavel Coop. Agroind.
Cascavel - coopavel.com.br
SIF 3887
DIP Frangos
Capanema - dipfrangos.com
SIF 2539
Coop. Agroindustrial Lar
Medianeira - lar.ind.br
SIF 4444
Gralha Azul Avícola
Francisco Beltrão - gaa.com.br
Coop. Agroindustrial Copagril
Granja Real
Mal. Cândido Rondon - copagril.com.br
SIF 797
Pato Branco - granjareal.com.br
Pluma Agroavícola
Globoaves Agroavícola
Dois Vizinhos - plumaagroavicola.com.br
Cascavel - globoaves.com.br
Centro Ocidental Paranaense
Maringá - unifrango.com
SIF 88
Santo Inácio – jbs.com.br
SIF 7777
exportação para
China
Lapa – jbs.com.br
SIF 530
Terra Boa - gtfoods.com.br
SIF 3773
exportação
geral
Metropolitana de Curitiba
JBS Foods
GTFoods
JBS Foods
Sudoeste Paranaense
Itapejara do Oeste - vibra.com.br
SIF 3170
Toledo - brf-br.com
SIF 716
JBS Foods
Carambeí - granjaeconomica.com.br
Vibra Agroindustrial
Jacarezinho - jbs.com.br
SIF 2227
Copacol Coop. Agroind. Consolata
Frango DM
Carambeí - brf-br.com
SIF 424
Granja Econômica Avícola
Frangos Pioneiro
Oeste Paranaense
Rolândia - jbs.com.br
SIF 1215
Abate Halal
Centro Oriental Paranaense
Mandaguari - auroraalimentos.com.br
SIF 664
exportação
para UE
Fábrica
de ração
Abatedouros
Incubatórios
sindiavipar.com.br
facebook.com/sindiavipar
Além da
legislação
O atendimento à legisla-
tem que ser considerado”, expli-
dificuldade de se identificar pon-
ção de bem-estar animal e abate
ca a diretora da AgroQualità, Dio-
tos que demandem melhorias.
humanizado é uma preocupação
ne Carina Francisco. A empresa
Com apoio técnico espe-
constante em todos os elos da ca-
presta consultoria e desenvolve
cializado na área de bem-estar
deia produtiva do frango. Mas ir
programas de qualidade em bem-
animal e a construção de pesquisa
além do que exigem as normas e
-estar animal em todo o Brasil.
aprofundada, exclusiva para cada
investir em projetos técnicos vol-
Segundo Dione, quando
aviário ou frigorífico, as empresas
tados para a saúde das aves, pode
o avicultor perde um lote inteiro
podem implementar procedimen-
melhorar a produtividade e o lu-
de aves em função da variação
tos adicionais aos exigidos por lei.
cro do avicultor.
de temperatura, fica fácil perce-
“A legislação já determina a ne-
“Há o entendimento de que
ber que algo está errado com o
cessidade de insensibilização das
bem-estar animal visa só o animal.
controle de ambiência. Entretan-
aves e de programas de controle
Na verdade, o impacto econômico
to, quando não há frequência e a
específicos de bem-estar animal,
gerado por perdas na produção
mortalidade é baixa, aumenta a
mas é possível ir além”, destaca.
Bem-estar
AgroQualità
em termos de produtividade?”, indica Dione.
A AgroQualità oferece
No frigorífico, muitas ve-
cursos de capacitação in com-
zes, é preciso validar a linha de
pany, consultoria em progra-
abate para sabermos quais pontos
mas de qualidade e bem-estar
precisam ser melhorados e, de-
animal, gestão ambiental e cer-
pois disso, planejar modificações
tificação de produtos importa-
no processo. Essas alterações po-
dos, sejam de origem animal
dem trazer melhores resultados fi-
ou vegetal. A empresa oferece
nanceiros e também mais garantia
suporte técnico qualificado
aos compradores, principalmente,
para atender tanto a legislação
da União Europeia, que faz muitas
brasileira, quanto parâmetros
exigências de bem-estar animal.
europeus. Os treinamentos são
ministrados presencialmente
e, em alguns casos, em salas de
aula virtuais.
Cinco liberdades
Todo projeto de bem-estar
procura garantir que o animal tenha liberdade para expressar seu
comportamento natural, não sinta fome ou sede, nem medo ou
também fica quente e ao invés de
o animal beber mais por causa do
calor intenso, há uma redução no
consumo”. O estresse pelo calor,
associado à queda da ingestão
“Falta um entendimento
de água e de ração, afeta negati-
mais aprofundado desses parâ-
vamente a taxa de conversão de
metros e falta fazer essa associa-
alimento em carne.
ção, de que o bem-estar animal é
Para os produtores que
bom porque também traz retorno
recebem por peso médio do fran-
financeiro e produtivo”, completa
go, investir em procedimentos de
Dione. No aviário, por exemplo,
bem-estar animal que ofereçam
o consumo de ração pode estar
mais do que a lei exige, pode sig-
ligado à ambiência. Quanto mais
nificar aumentar os ganhos por
quente estiver dentro do galpão,
lote. “As empresas precisam per-
menos ração será consumida.
ceber a importância de se fazer
O calor também influencia
essa conta: se investirmos mais
a quantidade de líquido ingerida
em ambiência quanto vamos ter
pela ave. “Muitas vezes, a água
de retorno? Quanto vai significar
estresse, fique livre de doenças
e dores ou qualquer desconforto. “Em todo o modo de proteção
intensiva, a ave não vai conseguir
expressar seu comportamento
natural por completo. Temos que
trabalhar para chegar o mais próximo possível”, explica a diretora
da AgroQualità.
As 5 liberdades do
bem-estar animal
1.Livre de fome e sede;
2.Livre de medo e estresse;
3.Livre de dor e doenças;
4.Livre de desconforto;
5.Liberdade para expressar
seu comportamento natural.
ABPA
O Brasil que dá certo
A crise econômica acertou
2015 com diversos recordes. Nes-
isto, o Brasil assume o segundo lu-
em cheio o Brasil em 2015. Em meio
te cenário, a produção brasileira
gar no ranking dos maiores produ-
a este complexo cenário, a avicultu-
de carne de frango deverá chegar
tores de carne de frango, superando
ra foi impactada em diversos mo-
a 13,136 milhões de toneladas em
a China – que tem produção previs-
mentos ao longo do ano.
2015, volume 3,5% superior ao
ta de 13,09 milhões de toneladas,
Por um lado, custos de pro-
obtido pelo setor em 2014, com
conforme o Departamento de Agri-
dução apresentaram elevação, em
12,691 milhões de toneladas. Com
cultura dos Estados Unidos (USDA).
especial, no segundo semestre, com
Em alta, consumo per capita deverá
a alta dos preços de milho e de soja.
crescer 1,05%, atingindo 43 quilos
Por outro, greves dos caminhoneiros
e dos fiscais federais agropecuários
reduziram, momentaneamente, o
fluxo das exportações. O clima também afetou o ritmo dos embarques,
com o fechamento parcial e total do
Porto de Itajaí.
Apesar disto, o setor encerra
2° lugar
é a posição ocupada pelo Brasil no
ranking dos maiores produtores
de carne de frango
16 novas
plantas brasileiras receberam
habilitação para comercializar
com o México
per capita no ano.
No mercado externo, o produto, consolidado como quarto item
da pauta exportadora nacional, alcançou em 2015 os três melhores
resultados mensais da história das
exportações do setor. Neste ano,
as exportações brasileiras de carne
de frango deverão alcançar 4,260
milhões de toneladas, volume 4%
superior ao obtido em 2014, com
4,1 milhões de toneladas. Em receita, o saldo previsto em reais é de R$
23,7 bilhões, uma elevação de 25%
na comparação com o ano anterior.
Já em dólares, é esperada uma retração de 11%, totalizando US$ 7,1
bilhões.
Além da abertura dos mercados da Malásia e Myamnar, o setor
avícola foi favorecido pela habilitação de mais duas plantas para a China
(totalizando 30 plantas habilitadas),
além de 16 novas unidades exportadoras para o México, que agora conta
com 20 plantas habilitadas.
ABPA
Além de ampliar sua parti-
diante da possibilidade de abertu-
Em meio a este contexto,
cipação no mercado, a avicultura
ra de novos mercados para o frango
é fundamental mantermos nossa
conseguiu manter sua competiti-
brasileiros, além do impacto natu-
atenção voltada para a susten-
vidade, com a manutenção da de-
ral gerado pelo crescimento vege-
tabilidade dos negócios e para a
soneração da folha de pagamento.
tativo da população e a esperada
preservação de nosso status sani-
Outro fator favorável foi a alta do
reversão da situação econômica do
tário, sempre primando por uma
câmbio, melhorando a rentabilida-
Brasil.
cadeia competitiva e unificada.
Crescimento semelhante é
Com isto, mesmo diante de uma
previsto para as exportações, com
grave crise econômica em nosso
Mesmo frente a crise vigen-
boas expectativas quanto a abertu-
país, deveremos continuar fortes
te no país, a avicultura do Brasil en-
ra dos mercados de Taiwan e Repú-
e sólidos. Com orgulho, podemos
cerra o ano com boas perspectivas
blica Dominicana, além da habilita-
dizer que fazemos parte do Brasil
para 2016. As projeções indicam
ção de novas plantas para embarcar
que dá certo.
crescimento na produção e nas
carne de frango do Brasil para a
exportações dos dois setores, com
China. No radar do setor, também
Francisco Turra
solidez dos negócios.
estarão a Austrália, Nova Zelândia,
Ex-ministro da Agricultura e
Camboja e o acompanhamento do
presidente da Associação Brasileira
painel contra a Indonésia.
de Proteína Animal (ABPA)
de dos exportadores na conversão
para a moeda nacional.
Na produção, o setor prevê
19.08.10
14:42:15
um crescimento de 3% a 5%. Isto,
19.08.10
2
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Show Rural
Coopavel
Neste ano, a feira é realizada
de 1º a 5 de fevereiro
Em sua 28ª edição, o Show
foco que é proporcionar ao produ-
Rural Coopavel será de 1º a 5 de
tor rural, acesso ao conhecimento,
fevereiro de 2016. O evento, al-
a tecnologia e com gratuidade. O
tamente tecnológico e de inova-
Show Rural Coopavel é um palco
ção, é organizado e mantido pela
de apresentações de todas as tec-
­Coopavel. Ele acontece anualmen-
nologias mundiais, se tornou um
te, sempre na primeira semana do
ponto de encontro entre produtor
mês de fevereiro, e abre assim o
rural e as novas tecnologias” des-
calendário de feiras do agronegó-
creve o diretor presidente da Coo-
cio no Brasil.
pavel, ­Dilvo Grolli.
to, os visitantes encontram uma
das
Distribuídos em uma área
estrutura de restaurante, área de
maiores feiras do País, referên-
de 720 mil m², as 480 empresas
lanche, ruas asfaltadas, 5.530 me-
cia no mundo, é o evento onde
têm a missão de apresentar, para os
tros de ruas cobertas, vários pon-
as principais empresas multina-
visitantes, grandes oportunidades
tos de descanso em todo o parque,
cionais, de pesquisa e de equi-
tecnológicas para que eles possam
água potável e gratuita em todos
pamentos, lançam as tecnologias
aumentar sua produtividade, am-
os corredores.
de seus produtos, trazendo para o
pliar seus conhecimentos.
Considerada
uma
“Em 2015, o Show Rural
Show Rural Coopavel, com exclu-
Diferente de outras feiras,
­Coopavel, superou as expectativas,
sividade, as tendências do agro-
no Show Rural Coopavel, a entra-
com grandes tecnologias para o
negócio mundial.
da e o estacionamento, com capa-
produtor, nos próximos anos tere-
Com o objetivo de difundir
cidade para 12 mil veículos, são
mos respostas em produtividade
as novas tecnologias e inovações,
gratuitos. Dentro do próprio even-
na agricultura. A consciência do
sem descuidar do meio ambiente,
o Show Rural Coopavel não perdeu suas origens e apresenta nos
cinco dias de feira, o que há de
mais avançando para os pequenos,
médios e grandes produtores.
A evolução em números nos últimos 5 anos
ANO
EMPRESAS
VISITANTES
2015
480
230.904
2014
440
210.000
2013
430
202.574
“O Show Rural Coopavel,
2012
400
197.906
desde sua criação nunca perdeu o
2011
400
187.738
produtor, em usar novas tecnologias, foi demonstrada pelo número recorde de visitantes em 2015,
que ultrapassou a marca de 230 mil
pessoas em apenas uma semana. O
bom momento do agronegócio, foi
confirmado pelo grande volume de
negócios”, finalizou Grolli.
Em 2016 uma das grandes
novidades também é a ampliação
da área da pecuária de corte e leite dentro do evento. Neste espaço, as associações dos criadores
vão apresentar raças de animais
pela primeira vez, com objetivo de
Sobre a Coopavel
Em 15 de dezembro de
associados e 5.219 colaboradores
1970, um grupo de 45 agricultores
diretos, contribuindo para um fa-
funda uma pequena cooperativa
turamento de mais de R$1.6 bi em
em Cascavel, Oeste do Paraná, para
2014. As indústrias contribuem
concentrar sua produção de grãos.
para 75% deste faturamento, com
Com o passar dos anos, a pequena
produtos comercializados em todo
cooperativa transformou-se em
o país e no exterior, em países como
uma das 20 maiores empresas do
Holanda, Alemanha, Espanha, Ilhas
agronegócio brasileiro (Revista Exa-
Canárias, Inglaterra, Uruguai, Chile,
me), contando com 26 filiais insta-
Aruba, África do Sul, Croácia, Iraque,
ladas em 17 municípios da região
Catar, Bahrein, Japão, China, Hong
Oeste e Sudoeste do Paraná.
Kong, Emirados Árabes Unidos, Ro-
Hoje são mais de 4.652
mênia, Macedônia entre outros.
inovar e proporcionar ao produtor
rural acesso às novas tecnologias.
A proposta é de alavancar
criadores de raças bovinas com
as associações brasileiras do Bra-
e incentivar o desenvolvimento
apresentação de mais de 100
ford, Brangus, Angus, Purumã, Ne-
da pecuária de corte e leite do
animais de alta performance de
lore, Tabapuã, Brahman, Guzerá,
Brasil. Serão 10 associações de
produção. Já estão confirmadas
Holandesa e Jersey.
41
Mito ou verdade?
Mito ou verdade?
Cartilagens, ossos e restos são usados na produção
de embutidos de frango?
A carne de frango é uma
comprar e consumir os embutidos:
afirma que há um rigoroso contro-
fonte de proteína extremamente
“Ossos, cartilagens e restos não
le de qualidade, e que a indústria
saudável, porque fornece nutrien-
são utilizados, pois não possuem
utiliza exclusivamente aquilo que
tes importantes para o organismo
qualidade adequada para alimen-
pode ser consumido pelas pes-
humano, como a vitamina B3, que
tação. Além disso, existem regula-
soas sem que isso provoque ne-
ajuda a proteger contra alguns tipos
mentos de identidade e qualidade
nhum dano à sua saúde. Entre os
de câncer e contribui com a saúde
pré-estabelecidos para cada pro-
componentes desse tipo de pro-
cerebral; a vitamina B6, benéfica
duto. Somente partes de animais
duto estão a própria carne, condi-
para o coração; o Selênio, que atua
próprias para consumo humano
mentos e aditivos de modo geral,
regulando o funcionamento da ti-
são utilizadas, e, mesmo assim,
além da CMS. “A CMS é a Carne
reoide e outros, além de ser pobre
desde que estejam previamente
Mecanicamente Separada, que é
em gordura. Mesmo assim, o consu-
enquadradas em regulamentos
obtida por um processo mecâni-
mo dela é rodeado de mitos.
específicos”, explica.
co que separa a carne do tecido
Uma das ideias que con-
Mas então, quais são os
ósseo ou cartilaginoso, ou seja,
fundem o consumidor é a de que
ingredientes usados na produção
é a carne que está mais próxima
as cartilagens, ossos e restos do
desses embutidos, afinal? Neto
aos ossos. Contudo, essa carne
animal são utilizados na produção
de embutidos. Muita gente acredita, portanto, que está consumindo
essas partes ao preparar nuggets,
salsichas e similares. No entanto,
para o alívio de quem tem evitado
os embutidos pensando nisso, não
passa de um mito!
O gerente de Garantia e
Qualidade do Grupo Pioneiro, Walter Jark Neto, esclarece que as pessoas podem ficar tranquilas para
RESPOSTA
Ossos, cartilagens e restos não
são utilizados em embutidos
Mito ou verdade?
sil se destaca muito na produção
só é utilizada em produtos específicos, como alguns embutidos”,
comenta.
É verdade que quase todas
as partes do frango são aproveitadas de alguma forma, o desperdício é muito pequeno na avicultura. Diante disso, fica a dúvida
sobre qual é o destino dado aos
Os restos são partes
não aproveitadas
e/ou condenadas,
não comestíveis e,
portanto, não aptas
ao consumo humano
da carne de frango, liderando o
ranking mundial das exportações
há aproximadamente dez anos
e comercializa seus produtos
com mais de 150 países. Com um
mercado externo tão grande e
um consumo interno ainda mais
expressivo, essa produção deve
ossos, cartilagens e restos, já que
obedecer regras de qualidade e
eles não são usados na produção
sanidade. A avicultura brasileira
dos embutidos. Neto diz que mui-
apoia-se em alta tecnologia e in-
to daquilo que não pode servir
Algumas partes como ossos, ca-
tensa inspeção dos procedimen-
para o consumo humano vai para
beça, penas e vísceras podem ser
tos para garantir as boas práticas
os animais. “Os restos são partes
utilizadas apenas na produção de
de criação do frango de corte.
não aproveitadas e/ou condena-
ingredientes de ração para ani-
das, não comestíveis e, portanto,
mais de estimação e para aves”.
não aptas ao consumo humano.
Vale lembrar que o Bra-
Tudo isso garante que o
frango produzido seja confiável,
incluindo os seus subprodutos.
Artigo técnico
NR 36 melhora condições
de trabalho em frigoríficos
Prestes a completar 3 anos de
vigência, a NR36 produz melhorias im-
tem apresentado um desempenho
melhor que a média nacional.
A NR36 (Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Tra-
portantes nas condições de Segurança
Não há como negar que a aber-
balho em Empresas de Abate e Pro-
e Saúde do Trabalho, especialmente no
tura da economia brasileira promovida
cessamento de Carnes e Derivados)
segmento avícola.
na década de 1990 obrigou diversas
foi criada com o objetivo de controlar
Como não pairam dúvidas de
empresas do País, inclusive as do seg-
fatores ambientais de risco existentes
que os frigoríficos têm sido grandes im-
mento frigorífico, a se tornarem mais
na operação de abate e processamento
pulsionadores da economia brasileira
profissionais e competitivas. A imple-
de carne. Previamente à construção da
no atual momento, gerando milhares
mentação natural de grandes escalas
NR, muitas empresas já haviam promo-
de empregos e ampliando a renda em
de produção, fomentou o aumento dos
vido melhorias significativas em seus
diversas regiões do país, o recente mar-
conflitos da relação trabalho capital,
ambientes de trabalho.
co regulatório de Segurança e Saúde do
fato que estimulou a adoção de me-
Prova desta afirmação, advém
Trabalho (NR 36) específico para o setor
lhorias nas condições de trabalho nes-
dos dados oficiais divulgados via Fator
frigorífico, trouxe importantes avanços
sa atividade. A principal delas, fruto do
Acidentário de Prevenção (FAP)1, do
para empresas e seus trabalhadores,
diálogo entre governo, empregadores e
INSS. Em 2009, o setor avícola se en-
claramente percebido na redução da
trabalhadores foi a Norma Regulamen-
contrava no 48º lugar no ranking por
incidência de queixas relacionadas ao
tadora nº 36 do Ministério do Trabalho
frequência2, em 44º lugar por gravida-
trabalho.
e Previdência Social.
de3 e em 105º lugar por custo4. O índice
O Brasil tem avançado a largos
passos nas últimas décadas no quesito
“prevenção de acidentes do trabalho”.
Segundo registros do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS), na década de
1970, o Brasil chegou a registrar 1,7 milhão acidentes/ano. Para se ter ideia, à
época, 40% dos trabalhadores formais
sofriam acidentes num único ano. Em
2013, último dado da Previdência Social, registraram-se pouco mais de 717
mil ocorrências, sendo esse montante o
equivalente a 1,5% do total da força de
trabalho formalizada. O segmento frigorífico avícola, nos últimos três anos,
Artigo técnico
é o desafio de todos.
divulgado em 2015 aponta o mesmo
dos marcos regulatórios. Nesse senti-
segmento econômico em 207º, 300º
do, um anexo para NR 36 está sendo
1 - O índice do FAP é um dado
e 341º lugares, respectivamente (ver
negociado de forma tripartite (governo,
apresentado no Anuário Estatístico da
gráficos). Por certo, é desnecessário te-
empregadores e trabalhadores), com a
Previdência Social. É apurado de acordo
cermos comentários mais profundos a
finalidade de propor medidas alternati-
com a gravidade, a frequência e o custo
respeito dos claros ganhos e benefícios
vas de segurança para máquinas e equi-
dos benefícios previdenciários decor-
que a redução e a prevenção de aci-
pamentos, que apresentem inviabilida-
rentes de afastamentos por doença e/
dentes e doenças representam para os
de técnica de atender a atual NR 12. A
ou acidentes de trabalho. Quanto mais
trabalhadores, empresas e a nação de
publicação deste anexo, contemplando
alta a colocação no ranking, pior a situ-
modo geral.
incialmente um conjunto de três má-
ação do setor.
As empresas e as suas repre-
quinas frigoríficas, está prevista para
2 - Frequência – Representa a
sentações empresariais investiram nos
ocorrer no primeiro semestre de 2016.
incidência de ocorrências (acidentes ou
últimos anos dezenas de milhões de
A busca incessante para nos
reais em prol da segurança e saúde no
tornarmos uma referência mundial em
trabalho, como na adequação de inú-
prevenção de acidentes do trabalho ain-
meros postos de trabalho, inclusão de
da é longa. Razões estruturais dificultam
4 - Custo – Representa o dis-
pausas durante as jornadas de trabalho
esse caminho. Exemplos não nos faltam,
pêndio de recursos financeiros pelo
e investimentos para o controle dos
a começar pelo processo educacional
INSS.
fatores de risco, além da realização de
do país, passando pela integração das
seminários, workshops, reuniões, cur-
políticas governamentais e ações dos
Autoria: Moacir José Cerigueli, Enge-
sos, para orientação de empregadores
diversos atores (empresários, governo,
nheiro de Segurança, autor do livro co-
e seus gestores, e a produção de mate-
representações de trabalhadores, além
mentado da NR 36 - Editora LTr.
riais educativos aos trabalhadores.
da sociedade como um todo).
* Parte do mesmo artigo (Publicação
doenças) ligadas ao trabalho.
3 - Gravidade – Representa tão
grave são as ocorrências.
A implementação total da NR
Integrar as políticas, conci-
no Conjur Fev/15) foi coproduzida com
36, por parte das empresas, deman-
liando atitudes e comportamentos de
Alexandre Furlan vice-presidente da
da altos investimentos e constante
todos os integrantes da sociedade em
Confederação Nacional da Indústria e
monitoramento na gestão dos riscos
prol da prevenção de acidentes e doen-
presidente do Conselho de Relações do
ambientais, além do aperfeiçoamento
ças para melhoria da qualidade de vida,
Trabalho da entidade.
Mercado
IMPORTÂNCIA
Setor se ajustou às
movimentações do mercado e
cresceu com cautela em 2015
Expedição Avicultura
Projeto técnico-jornalístico indica que setor produtivo está mais
preparado para enfrentar períodos de crise
A crise de quatro anos atrás,
líbrio para seguir crescendo
ao final de 2015 tão pressio-
no
mesmo em um ano instável
nado pelos custos de produ-
importantes,
baseadas
em
como 2015. A constatação é
ção quanto em 2012, ano em
prudência
planejamento.
da Expedição Avicultura, pro-
que a avicultura enfrentou
O aprendizado garantiu à ca-
jeto técnico-jornalístico que
um de seus piores momentos.
deia da carne de frango equi-
traçou novo diagnóstico da
O setor avícola chegou
entanto,
e
deixou
lições
Mercado
avicultura no Paraná e no Brasil
aviários – e a variação cambial
é muito séria, muito técnica e
construíram cenário semelhan-
muito inteligente. É uma ativi-
te ao de quatro anos atrás.
dade que efetivamente trabalha
“Tanto o produtor quanto
com planejamento de curto e
a indústria dizem que nunca se
médio prazo. Ficamos de olho na
gastou tanto para produzir um
economia como um todo”, apon-
frango como em 2015. Talvez o
ta o presidente do Sindicato das
setor esteja sendo pressionado
Indústrias de Produtos Avícolas
em custos tanto quanto, ou até
do Estado do Paraná (Sindiavi-
mais que em 2012. Mas como a
par), Domingos Martins.
cadeia produtiva está ajusta-
Para a Expedição Avicul-
da e conseguiu distribuir bem
tura, o aprendizado tem raízes
os mercados e não derrubar
na crise de 2012. Naquele ano,
os preços, está conseguindo
a disparada dos preços interna-
se manter equilibrada e seguir
cadeia produtiva do frango no
cionais da soja e do milho usa-
crescendo”, analisa o integran-
Sul do Brasil.
dos na fabricação de ração para
te da 3ª edição da Expedição
A equipe de trabalho
as aves afetou fortemente o se-
Avicultura, Igor Castanho.
percorreu as principais regi-
tor produtivo. Na última edição,
A valorização do dólar
ões produtoras do Paraná e de
segundo apuração da equipe de
frente ao real inflacionou o
Santa Catarina e, pela primei-
técnicos e jornalistas, os custos
preço dos insumos, mas tam-
ra vez, visitou também o Rio
com energia – seja elétrica na
bém favoreceu as exportações
Grande do Sul. Juntos, os três
indústria, a diesel para o trans-
e tornou a carne de frango bra-
estados são responsáveis por
porte ou ainda a lenha para os
sileira mais atrativa para com-
63% da produção avícola bra-
pradores internacionais. O que
sileira e controlam 75% das
difere 2015 de 2012, de acordo
exportações. Em 2015, apesar
da instabilidade econômica, a
região Sul conseguiu manter os
índices de abate e cresceu em
exportação, enviando entre janeiro e novembro 9,31% mais
carne de frango para outros
países, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior
(Secex).
“Embora tenha enfrentado um cenário negativo, a atividade se portou muito bem. A
63%
do abate nacional está concentrado
nos três estados do Sul
32%
das aves abatidas no Brasil são
produzidas no Paraná
17%
com o diagnóstico da Expedição Avicultura, é a capacidade de regular a proporção da
oferta entre o mercado interno
e o externo ou a habilidade de
se adaptar à movimentação do
mercado.
“O setor aproveitou os
da carne de frango brasileira parte
de Santa Catarina
momentos favoráveis para am-
14%
aprendeu que não adianta au-
da produção avícola do país
compete ao Rio Grande do Sul
pliar a capacidade de abate e
mentar a oferta desenfreadamente. Quem fala em ampliar
Mercado
a produção hoje, adota um dis-
O setor aproveitou
os momentos
favoráveis para
ampliar a capacidade
de abate e aprendeu
que não adianta
aumentar a oferta
desenfreadamente
curso cauteloso, de só expandir
com mercado aberto ou para
atender um nicho em potencial”, explica Castanho.
Perfil Avícola
Após percorrer o Paraná, o projeto conseguiu traçar
o perfil produtivo do Estado.
Responsável por 32% dos aba-
Igor Castanho,
Expedição Avicultura
tes de aves do país, a avicul-
atividade. “Nos municípios em
que a avicultura está inserida,
o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) é significativo.
Cerca de 10% da população do
Estado, direta ou indiretamente, vive da avicultura ou convive com ela”.
Roteiro
A Expedição Avicultura
percorreu mais de 5 mil quilô-
tura paranaense é altamente
metros pelas principais regiões
tecnológica, com ampla utili-
ligadas à cadeia do frango de
zação de aviários em sistema
Na avaliação do presi-
cada estado. No Paraná, a equi-
dark house e controle total de
dente do Sindiavipar, o Paraná
pe visitou aviários, entidades,
ambiência para as aves, por
também se destaca pela ca-
associações, indústrias e arma-
exemplo, e é composta por
pacidade de gerar emprego e
zéns logísticos nas cidades de
grandes propriedades.
distribuir renda por meio da
Maringá, Cianorte, Nova Esperança, Apucarana, Palotina, Assis Chateaubriand e Cascavel. O
último roteiro contemplou ainda o Terminal de Contêineres
do Porto de Paranaguá.
IMPORTÂNCIA
Equipe da Expedição Avicultura percorreu
mais de 5 mil quilômetros pelo Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul
Especial
Bodas de ouro
Revista Avicultura PR chega a 50ª edição em nove anos de história
O casamento que deu certo.
mativo mensal, de uma página,
A partir de um retorno po-
A edição de janeiro/fevereiro, de
distribuído via fax aos seus asso-
sitivo da publicação e de uma im-
2016, da Avicultura Paraná alcança
ciados com noticias políticas e de
prensa alimentada com informa-
uma marca importante desde sua
mercado que envolvessem o seg-
ções relevantes sobre a avicultura
criação. Na primeira revista do ano,
mento, e a assessoria de imprensa.
do Estado, o Sindiavipar aumentou
consolida-se um relacionamento de
suas ações de comunicação e o pe-
50 edições com o seu público leitor.
queno informativo ganhou novo
As “bodas de ouro” representam
nove anos de caminhada levando
informação sobre o agronegócio e,
principalmente, sobre a avicultura
do estado ao mercado e aos empresários e entidades do setor.
A história começou em
2001, quando o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do
Estado do Paraná (Sindiavipar) ini-
Uma das principais
missões da revista
sempre foi a auto
sustentabilidade, para
que através do seu
conteúdo de qualidade
atraísse parceiros na
publicação
tamanho e passou a circular com
quatro páginas em 2003.
Anos mais tarde, a pedido
do presidente do Sindicato, Domingos Martins, foi criado um projeto
de uma revista que fosse desenvolvida por uma instituição de classe,
iniciativa que seria uma novidade
no segmento no Estado. “Era preciso trazer ao cotidiano do produtor
ciou o seu novo plano de comuni-
e empresários da avicultura, notí-
cação, começando com um infor-
cias que impactassem no dia a dia
Em nove anos
de caminhada,
a Revista
Avicultura PR
cresceu e
conquistou
a confiança
do setor
2001
2007
Novo plano
de comunicação
com informativo
mensal de
uma página
Primeira
publicação da
Revista Avicultura
Paraná com
16 páginas
2003
Informativo
passa a
circular com
quatro páginas
Especial
da atividade e os ajudassem nas
fundamental na construção dessa
portância essencial ao setor, a
tomadas de decisões”, explica o
história. Nos permitiram sempre
Avicultura PR permitiu que o
presidente.
avançar e aprimorar a revista, ca-
Sindicato profissionalizasse cada
Após estudos e aprovação
minhando juntos, sempre à frente”,
vez mais o seu departamento de
de projetos, a edição número 1 da
conta a gerente de marketing do
marketing através de ações di-
revista Avicultura Paraná entrou
Sindiavipar, Mônica Fukuoka.
ferenciadas junto a parceiros e
em circulação em outubro de 2007.
Entre as principais edições,
associados. “Trouxemos o nosso
Na capa, “Avicultura em busca de
destacam-se a número 8, que abor-
associados para mais perto e co-
recordes”. E nas 15 páginas que se
dou a liderança paranaense na pro-
meçamos a promover atividades
seguiram, informações sobre treina-
dução e exportação de frango no
que impactassem no crescimen-
mentos, congressos, mercado, en-
país, a número 11, sobre as expor-
to e no debate sobre o segmento
trevistas, insumos e outros assuntos
tações em potencial para a China, a
avícola do Estado”, explica Do-
de interesse do público alvo.
edição 21, que explorou a adequa-
mingos Martins.
Uma das principais missões
ção do setor aos novos padrões de
Alguns exemplos são: Jan-
da revista sempre foi a auto sus-
exigência do consumidor, a 27 so-
tar do Galo, participação do sin-
tentabilidade, para que através do
bre os cooperativas, a número 38
dicato em feiras importantes do
seu conteúdo de qualidade atraís-
sobre a recuperação da avicultura
segmento, a Expedição Avicultu-
se parceiros na publicação. Com o
paranaense em 2013, a edição 45,
ra, idealizada junto ao Núcleo de
passar do tempo, a Avicultura PR
que abordou a entrada das mulhe-
Agronegócio da Gazeta do Povo, o
foi conquistando espaço e novos
res no segmento avícola, entre ou-
Conexão Sindiviapar, newsletter
anunciantes, tornando-se uma re-
tras tantas.
diária com notícias atualizadas, o
Anuário da avicultura paranaen-
ferência entre os veículos do setor,
chegando ao número de 52 pági-
Impactos
se, com o balanço de produção e
nas e, nesta edição, em especial, 56
Com um canal de comu-
folhas. “Nossos parceiros são parte
nicação reconhecido e de im-
2008
Em sua quarta
edição, a revista
já circulava
com 20 páginas
e na número
seis com 24
exportação do ano, entre outras
atividades.
2009
2015
A publicação
volta a ser ampliada
e chega a edição
número 13 com
52 páginas
Revista
Avicultura PR
chega a nove anos
de história e ao
marco de
50 edições
2012
Após algumas
transformações, a
Revista Avicultura
Paraná ganha novo
projeto gráfico
Especial
www.sindiavipar.com.br
PIONEIRA
Primeira edição da Revista
Avicultura PR lançada em 2007
CELEBRAÇÃO
Edição comemora aniversário
de 20 anos do Sindiavipar
MAIOR
13ª edição da revista, primeira a
circular com 52 páginas
CRESCIMENTO
Edição 36 debate consolidação
e abertura de novos mercados
1
DIVERSIFICAÇÃO
Revista n°24 explora variedade
de cortes de frango
DESENVOLVIMENTO
Edição 37 mostra impacto positivo
da avicultura na sociedade
Ano VIII | Nº 49 | Nov/Dez 2015
A MAIOR DO BRASIL
ANO DE SUPERAÇÃO
Jantar do Galo comemora vitórias da avicultura
EXPORTAÇÕES
Revista Edição n° 42 aborda
mercado internacional
ANTERIOR
Edição mais recente da
Avicultura Paraná
Ed 49 - Nov - Dez - 2015_FINAL.indd 1
EDIÇÃO 45
Revista destaca participação
feminina na avicultura
01/12/2015 12:04:57
Notas e registros
ANUTEC BRAZIL 2016 aumenta área em 40%
A segunda edição da ANU-
comportar toda a estrutura da feira.
de Tecnologia de Alimentos de Cam-
TEC BRAZIL, que acontece em Curi-
Outro ponto forte da ANUTEC BRA-
pinas – SP (ITAL) e o Instituto Tecno-
tiba de 02 a 04 de agosto de 2016,
ZIL 2016 é a programação paralela
lógico em Alimentos para Saúde da
já está com uma ótima adesão de
do evento desenvolvida por impor-
Unisinos – RS (ITT Nutrifor). Acesse:
expositores e ainda conquistou im-
tantes parceiros do setor, o Instituto
anutecbrazil.com.br
portantes parcerias institucionais
que vão garantir eventos paralelos
de alta qualidade. A pouco mais de
oito meses do evento, bons ventos sopram para um dos principais
eventos da indústria alimentícia do
país. Mais de 80% da área de exposições está confirmada, outros 12%
reservados e ainda foi necessário
um aumento de 40% da área para
Vetanco re-certifica ISO 9001:2008
processos e melhorá-los continuamente. Não foi evidenciada
nenhuma não conformidade, apenas observações e oportunidades
de melhorias. Esse resultado é
reflexo do empenho e dedicação
de todos os colaboradores, que
através de um trabalho de equipe se mostram comprometidos e
buscando melhorias. A Vetanco já
Como acontece anual-
2008, pela DNV-GL, com o obje-
está se preparando, inclusive, para
mente, a Vetanco do Brasil passou
tivo de verificação da eficácia de
se adaptar a atualização da norma
pela auditoria externa de manu-
seu sistema de gestão.
ISO 9001:2015 que foi atualizada
tenção do seu Sistema de Gestão
A auditoria foi um suces-
da Qualidade. A empresa foi au-
so, demonstrando a maturidade
ditada na norma ISO 9001 versão
da empresa em gerenciar seus
em 2015 e para 2016 estará aplicada na Vetanco.
Acesse: vetanco.com.br
Notas e registros
Vaccinar completa 35 anos
Com a convicção de que
uma empresa não se faz sozinha,
e suplementos minerais para ru-
te, e oferece treinamentos para
minantes.
colaboradores e parceiros.
Nelson Lopes idealizou e fundou,
Ao completar 35 anos, a
Diferentemente da maioria
aos 26 anos, a Vaccinar Nutrição e
empresa tem muito a comemorar.
das organizações do setor, a Vaccinar
Saúde Animal. Passados 35 anos e
Nesse período, a Vaccinar nunca
é 100% brasileira. De origem minei-
com uma cultura de alto desem-
deixou de crescer. Desde outubro
ra, situa-se entre as cinco maiores
penho, Lopes atribui o sucesso
de 1980 até os dias atuais, a Com-
companhias do ramo. Para isso, o in-
da companhia à dedicação pro-
panhia tem registrado crescimen-
vestimento em tecnologia e pessoal
fissional do corpo diretivo e dos
to acima da média do mercado.
é exigência frequente. A partir de um
colaboradores, que trabalharam
E sua contribuição não se limita
corpo técnico talentoso, a empresa
para construir, atingir e manter
a levar produtos ao cliente, mas
realiza trabalhos múltiplos, seja em
o desenvolvimento idealizado.
também desenvolve soluções e
projetos que dão sustentação à sua
Hoje, em decorrência de muito
programas específicos. Na área de
atividade principal, seja no desen-
empenho, planejamento e deter-
nutrição, técnicos formulam die-
volvimento de pesquisas nos seus
minação, a organização conta com
tas e realizam o programa de qua-
centros experimentais. A partir do
521 colaboradores e atua na área
lidade das matérias-primas. Além
esforço conjunto, a organização ca-
de premixes para aves, suínos,
disso, organiza eventos próprios,
minha com segurança e determina-
bovinos, aquicultura e animais de
como o Workshop de Fábricas de
ção no mercado do agronegócio.
companhia, além de saúde animal
Rações e o Fórum Vaccinar de Lei-
Acesse: vaccinar.com.br

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